semmais 6 setembro 2014

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Várias escolas do distrito estão desesperadas com falta de pessoal auxiliar e, em última instância, estão a recorrer aos centros de emprego. A situação é considerada grave, já que são lugares com alguma preparação e experiência. Diretores das escolas exigem da tutela que seja respeitado pelo menos o mínimo de funcionários exigidos por lei. Pub. Sábado | 6 setembro 2014 www.semmaisjornal.com semanário — edição n.º 824 • 7.ª série — 0,50 € região de setúbal Diretor: Raul Tavares Distribuído com o VENDA INTERDITA 6 1 anos A REGIÃO SOMOS TODOS NÓS edição especial comemorativa PÁG. 5 Herdade de Rio renasce com turismo equestre e enoturismo NEGÓCIOS Ramos Rocha é o homem por detrás da meta- morfose que está a ser operada na Herdade de Rio Frio. A aposta é a dinamização daquela importante zona estratégica para o desenvolvimento do agro-turismo, com os desportos eques- tres na primeira linha, sem esquecer o enoturismo. Uma revo- lução territorial que já começa a dar resultados. Negócios 5 Casa Ermelinda Freitas ganha 'Vinho Português do Ano' na China e Hong Kong Cultura 9 Humor de Luís Franco-Bastos chega hoje ao Casino de Tróia Vindimas 10 a 15 ATUAL PÁG. 4 Escolas da região em estado de alerta com falta de pessoal Fotos: DR Região com 22 mortos na estrada este Verão ATUAL Os números revelam um decréscimo do número de vítimas mortais em acidentes rodoviários em comparação com igual período do ano passado. Mas o número de ocorrências nem por isso desarmou. Velocidade, álcool e telemóvel conti- nuam como causas maiores. PÁG. 4 170 famílias da região pediram segurança este Verão ATUAL Cerca de 170 famílias resi- dentes no distrito de Setúbal recor- reram, esta época balnear, ao programa da GNR 'Chave Direta', que garantiu um patrulhamento mais intensivo às suas portas. A operação foi um sucesso. PÁG. 4 Festa das Vindimas promete grande animação a partir de Palmela

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Page 1: Semmais 6 setembro 2014

Várias escolas do distrito estão desesperadas com falta de pessoal auxiliar e, em última instância, estão a recorrer aos centros de emprego. A situação é considerada grave, já que são lugares com alguma preparação e experiência. Diretores das escolas exigem da tutela que seja respeitado pelo menos o mínimo de funcionários exigidos por lei.

Pub.

Sábado | 6 setembro 2014 www.semmaisjornal.comsemanário — edição n.º 824 • 7.ª série — 0,50 € • região de setúbalDiretor: Raul Tavares

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

61anos

A REGIÃOSOMOSTODOSNÓSedição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

PÁG. 5

Herdade de Rio renasce com turismo equestre e enoturismoNEGÓCIOS Ramos Rocha é o homem por detrás da meta-morfose que está a ser operada na Herdade de Rio Frio. A aposta é a dinamização daquela importante zona estratégica para o desenvolvimento do agro-turismo, com os desportos eques-tres na primeira linha, sem esquecer o enoturismo. Uma revo-lução territorial que já começa a dar resultados.

Negócios 5Casa Ermelinda Freitas ganha 'Vinho Português do Ano' na China e Hong Kong

Cultura 9Humor de Luís Franco-Bastos chega hoje ao Casino de Tróia

Vindimas 10 a 15

ATUAL PÁG. 4

Escolas da região em estadode alerta com falta de pessoal

Fotos: DR

Região com 22 mortos na estrada este VerãoATUAL Os números revelam um decréscimo do número de vítimas mortais em acidentes rodoviários em comparação com igual período do ano passado. Mas o número de ocorrências nem por isso desarmou. Velocidade, álcool e telemóvel conti-nuam como causas maiores.

PÁG. 4

170 famílias da região pediram segurança este VerãoATUAL Cerca de 170 famílias resi-dentes no distrito de Setúbal recor-reram, esta época balnear, ao programa da GNR 'Chave Direta', que garantiu um patrulhamento mais intensivo às suas portas. A operação foi um sucesso.

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Festa das Vindimas promete grande animação a partir de Palmela

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ABERTURA

2 Sábado • 6 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Ficha técnicaDiretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projeto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. E-mail: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Isto da malta deixar a escola não interessa?

Poucos analistas têm dado a importância devida à perda de alunos desde o ensino básico

até ao 12.º ano do secundário. Os números são esmagadores: Assim por alto, o país perdeu no ensino público, entre 2009 e 2013, perto de 200.000 alunos. E no privado, nos mesmos escalões e durante o mesmo período, as perdas foram mais de 90.000.

Analisando o espaço tempo-ral, seria criminoso imputar, de forma simétrica, estas quedas à baixa de natalidade, tantas vezes apregoada como o mal de todos os males. Não é sério, não é cien-tífico e o contrário pode ser cla-ramente demonstrado.

As razões estão na forma como o atual governo, a pretexto da de-sordem orçamental e da crise fi-nanceira tem desinvestido neste setor estratégico do país. Sobre-tudo pelas mãos de um ministro ‘dual’ que sempre pretendeu im-por um regime de ensino que es-cavaca a igualdade de oportuni-dades e promove o acesso ao en-sino em franjas, fraturando social-mente as famílias.

É o ministro que encerrou as portas ao Programa Novas Opor-tunidades e que ajudou a fazer fu-gir do país milhares de jovens já formados com dinheiros do Esta-do e sem bilhete de regresso.

É o ministro que fez tábua rasa de um programa de apoio extra-curricular mais bem sucedido das últimas décadas e de outras mu-danças virtuosas na escola públi-ca.

E é o ministro que, vindo de uma carreira universitária dita ful-gurante, tem permitido machada-das em série nos já de si parcos cofres do ensino superior e poli-técnico, já com mais uma retira-da contemplada no próximo reti-ficativo.

E as salas de aula a voltarem aos trinta alunos e a alarmante re-dução de professores e de auxi-liares nos estabelecimentos de en-sino. São muitas parcelas negati-vas de uma conta que, infelizmen-te, só daqui a uns anos se fará. E nela, o matemático Crato vai chum-bar.

EDITORIALRaul Tavares

Caçadores ameaçam contestar Governo «com toda a força»

O que representam estas taxas que o sector quer ver suspensas por parte do Governo?São, essencialmente, uma sobre-carga para as zonas de caça, por-que são os caçadores ou titulares dessas zonas que terão que pagar. São taxas aplicadas ao hectare.

Contudo, são taxas previstas na lei.Sim, mas durante muitos anos es-tas taxas não foram aplicadas. Mes-mo quando foram, uma parte do valor das verbas pagas eram res-tituídas ao sector para investiga-ção e formação. O problema é que com este Governo foi tudo retira-do. Além de aumentar o valor da caça por hectare o Estado não re-torna nada ao sector, o que é ain-da mais grave. Estamos a falar de muito dinheiro e temos vindo a alertar o Governo para isto, mas sem sucesso. Entretanto, vamos assistindo aos caçadores a despa-recerem por dificuldades finan-ceiras. Chegamos ao ponto de criar-mos aqui outro golfe.

Quer isso dizer que os caçadores com menos recursos tendem a não ter possibilidade de caçar?Sem dúvida. A verdade é que a caça sempre foi uma atividade muito mais ligada às pessoas com me-nos recursos. Aliás, como as pes-soas em dificuldades neste país são a larga maioria, também é na-tural que a maioria dos caçadores tenha dificuldades. O que este Go-verno está a fazer é a acabar com os caçadores com menos posses, ao acabar com as zonas de caça associativa, que são as primeiras e que englobam caçadores de di-versos extratos sociais. Eles dei-xam de ser sócios da zona de caça e, sem sócios, as direções também não podem pagar essas taxas. Ou

acabam com as taxas ou acabam os caçadores com menos posses.

Está falar de quebra de receitas que compromete a atividade ci-negética nestas reservas?O problema é que tem de se pagar a renda aos proprietários e pagar a alimentação da caça, quando o trigo e o triticale custa 30 cênti-mos o quilo. Mas também é pre-ciso pagar aos funcionários e aos guardas, sendo que cada vez há mais profissionais deste ramo a irem para o desemprego. Mas o

Governo não está a ver que ao que-rer sacar tudo ao sector da caça está a pôr em causa a receita dos próximos anos.

Dizer que o sector está ameaçado não será já um extremar de po-sições das associações de caça?As pessoas podem ter a certeza que o sector corre o risco de aca-bar. Basta dizer que nos últimos dez anos passámos dos 250 mil para 100 mil caçadores. Estamos a falar de 150 mil caçadores que deixaram de comprar licenças. A

mais cara é de 60 euros e a mais barata a 30. Se dividirmos isso ob-temos uma média de 45 euros. Ago-ra veja o que é isso a multiplicar por 150 mil pessoas todos os anos.

Significa que o Estado perde cer-ca de 7 milhões de euros, só em licenças.As contas são essas, mas a ques-tão é que vai perder o resto, por-que os caçadores continuam a dei-xar de caçar. O Estado está hoje a perder mais do que aquilo que po-dia ganhar com a caça.

Até que ponto é preocupante admitir o regresso do terreno livre como já se ouviu de algumas correntes ligadas ao sector? Digo-lhe que corremos hoje o ris-co de ser o primeiro país da Euro-pa a regressar ao terreno livre. Isso seria muito mau para o país, com a total anarquia dos caçadores a virem para o campo matar a caça sem regras. Este ano ainda não sa-bemos quantas licenças vão ser tiradas, porque só contabilizamos isso em Dezembro, mas tenho a certeza que vamos perder mais ca-çadores. Logo, não vamos cruzar os braços.

O país pode voltar a assistir aos caçadores em luta?De certeza que vamos contestar este Governo com toda a força e tencionamos mesmo deixar de pa-gar as taxas. E eu serei o primeiro, para dar o exemplo e ver se o Es-tado coloca as minhas zonas de caça em terreno livre. Eu sei que outras federações estão alinhadas nessa mesma posição. Ou os ministérios das Finanças e da Agricultura sus-pendem o pagamento de taxas, no sentido de darem um indicador de quererem fazer alguma coisa por este sector, evitando a perda de mais caçadores, ou então vamos pro-testar para a rua.

Jacinto Amaro, presidente da Federação Nacional de Caça (Fencaça), em entrevista ao Semmais

Jacinto Amaro diz que o governo aumentou o valor da caça por hectare.

DR

Roberto Dores

Na abertura de mais uma época de caça, as associações de caçadores querem que o Governo suspenda as taxas nas reservas devido à escassez de espécies, sobretudo coelhos e lebres, afetados por uma nova estirpe do vírus hemorrágico, que está a dizimar os animais nos campos do distrito de Setúbal. Jacinto Amaro, presidente da Federação Nacional de Caça (Fencaça), a associação mais representativa do sector, anuncia, em entrevista ao Semmais, que a atividade entrou em acelerada decadência e está na disposição de ser o primeiro proprietário de uma zona de caça a faltar aos compromissos com o Estado.

Menos aves protegidas no Litoral Alentejano atingidas na caçaDuas semanas depois do arran-que da época oficial de caça, o Centro de Recuperação de Ani-mais Selvagens da Quercus, em Santo André, nota uma diminui-ção no número de espécies pro-tegidas que dão entrada no Cen-tro atingidas por tiros. Até ao momento foram recolhidas duas águias com ferimentos nas asas. Dário Cardador, coordenador

da Quercus no litoral Alenteja-no diz que muito dificilmente estes animais conseguem re-gressar à natureza devido à gra-vidade dos ferimentos. O mes-mo responsável espera que o número de animais atingidos ilegalmente pelos caçadores se mantenha baixo e que o traba-lho de consciencialização con-tinue a dar frutos.

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ATUAL

4 Sábado • 6 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Distrito regista 22 mortos na estrada até final do mês de agosto

As mortes em acidentes rodo-viários voltaram a diminuir no distrito de Setúbal, entre

o início do ano e o dia 21 de Agosto, comparando 2014 e 2013, baixando de 26 vítimas no ano passado para as 22 ao longo deste ano (menos quatro), sendo que em 2012, no período em análise, a região lamentou 31 fale-cimentos na sequência de sinis-tros rodoviários. A região acom-panhou a tendência do país, com a redução na ordem dos 10% na taxa de mortalidade. Contudo, os acidentes e feridos graves aumen-taram e de forma preocupantes, segundo as próprias autoridades.

Os dados divulgados pela Au-toridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) dão conta da ocorrência de um total de 5432 acidentes este ano, contra 5359 em 2013 (mais 73 sinistros), en-quanto em 2012 foram regista-

dos 5757. O número de feridos graves também aumentou em 2014 e de forma significativa, com um registo de 108 vítimas con-tra as 72 de 2013 (mais 36), de-pois das 107 de 2012.

O número de mortes nas es-tradas da região coloca, ainda as-sim, o distrito no quarto lugar da sinistralidade rodoviária, apenas atrás do Porto, Lisboa e Coimbra, o que é atribuído pelas autorida-des ao elevado tráfego que diaria-mente atravessa as vias da região, mas também aos excessos dos au-tomobilistas.

«Temos detetado muitos con-dutores em excesso e velocidade, ultrapassando largamente o limite imposto pela lei», explica fonte po-licial, adiantando que também o uso ao volante do telemóvel continua ser uma prática corrente, bem como a condução sob o efeito do álcool.

A mesma fonte indica que os despistes, o mau estado das vias e as condições climatéricas ad-versas, são os três fatores que ex-plicam a ocorrência dos aciden-tes mais graves registados nas es-tradas da região, sendo conside-rados para as estatísticas os aci-

dentes ocorridos na via pública ou que nela tenha origem envol-vendo pelo menos um veículo em movimento, do conhecimento das entidades fiscalizadoras (GNR e PSP) e da qual resultem vítimas ou danos materiais.

São consideradas vítima mor-tais, aquelas cujo óbito ocorre no local do acidente ou durante o res-petivo transporte até à unidade de saúde. Feridos graves são as vítimas de acidentes cujos danos corporais obriguem a um perío-do de hospitalização superior a 24 horas.

Estradas da região com menos 4 mortos mas com mais acidentes e feridos graves

Distrito ocupa quarto lugar da sinistralidade rodoviária, atrás do Porto, Lisboa e Coimbra.

DR

Falta de pessoal não docente é dor cabeça nas escolas do distrito

VÁRIAS escolas e autarquias do dis-trito estão a recorrer aos centros de emprego para tentar recrutar fun-cionários que possam colmatar a falta de auxiliares e assistentes nos respetivos estabelecimentos de en-sino. Uma medida que, segundo o Conselho de Escolas, é promovida quase em «desespero de causa», com o início de mais um ano letivo a ba-ter à porta, mas que preocupa pais, professores e sindicatos. Alertam, em uníssono, que as escolas preci-sam é de «pessoal qualificado» e que esta alternativa ameaça «degradar a qualidade do ensino».

Em declarações ao Semmais o dirigente Manuel Nobre recor-da que este é um problema gene-

ralizado à Função Pública, sendo que em muitas situações a escas-sez de pessoal não docente leva a que sejam as próprias autarquias a colocar funcionários nas esco-las em substituição dos profissio-nais qualificados, que saíram do sistema sem serem substituídos.

«Mas isso é uma situação de re-curso, porque estamos a falar de pessoas que os municípios vão bus-car aos centros de emprego, que não têm qualquer experiência em ma-téria de ensino. É o mesmo, na prá-tica, que é feito pelas escolas, mas que prejudica o nosso ensino», in-siste Manuel Nobre, alertando que o pessoal não docente qualificado faz «muita falta», uma vez que a sua

formação lhes confere a «sensibi-lidade necessária» para lidarem com as várias situações que vão surgin-do ao longo do ano letivo. «Sem eles e com estas soluções provisórias a

qualidade do ensino vai degradar--se», insiste o mesmo dirigente.

Tal como aconteceu recente-mente em alguns estabelecimen-tos de ensino do distrito, encarre-gados de educação e professores admitem ainda que venham a ocor-rer mais casos de pais a impedir os seus filhos de irem à escola, por-que não sentem que esteja garan-tida a segurança para os menores.

O próprio Conselho das Escolas já denunciou este problema, sendo que os diretores de estabelecimen-tos de ensino da região corroboran-do da ideia de que a «qualidade do serviço» vai ser afetada, pelo que exi-gem ao Ministério da Educação que estabeleça mínimo de funcionários para abrir portas aos alunos com a devida segurança.

De resto, num parecer sobre a dotação do pessoal não docente, em que os diretores pedem mudanças

nas regras para calcular o número de funcionários, é sublinhado que «nenhum estabelecimento de edu-cação pré- escolar ou do 1. º ciclo do ensino básico deve abrir as por-tas ao público senão estiver presen-te, pelo menos, um assistente ope-racional», e três nas escolas dos 2. º e 3. º ciclos. Os diretores assumem que é o mínimo para garantir con-dições de segurança.

O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção, salienta que esta é uma preocupação antiga dos pais, embora o problema não afete todas as escolas da mesma ma-neira. «Os pais precisam da tranqui-lidade de saber que quando deixam os filhos na escola estes estão a ser bem acompanhados e num local se-guro», diz o responsável da Confap.

Roberto Dores

Abertura do ano letivo aos solavancos

DR

Roberto Dores

Baixaram os números de vítimas, mas a mortalidade nas estradas da região continua em alta. Até final de Agosto as autoridades contabilizaram 22 acidentes mortais.

170 famílias do distrito pediram vigilância das casas este Verão

SETÚBAL está entre os distri-tos onde a população mais re-correu à operação “Verão Segu-ro – Chave Direta”, que a GNR tem no terreno, desde o dia 1 de Junho e até ao dia 15 de Setem-bro. Um total de 170 famílias so-licitaram a vigilância das suas casas durante o período de fé-rias, aderindo ao programa da GNR, com o qual este força de segurança pretende «assegurar, de forma direcionada e mais efi-caz, a segurança das residências de todos os cidadãos que dese-jarem aderir a este programa, durante os meses de verão, atra-vés de um patrulhamento mais intensivo». De acordo com o De-partamento de Comunicação e Relações Públicas da Guarda Na-cional Republicana, desde o iní-cio do programa e até 27 de Agos-to foram efetuados 1 130 pedi-dos em todo o país.

‘Chave direta’ da GNR teve procura

DR

Às portas do novo ano letivo, há escolas no distrito em desespero por causa da falta de pessoal auxiliar. Estão a recorrer aos centros de emprego, mas nem esse expediente pode resolver o problema.

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Sábado • 6 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com 5

Rio Frio aposta no turismo equestree enoturismo e agenda para 2015o arranque das actividades de animação

Semmais – O que representa para a Sociedade Agrícola de Rio Frio o lançamento no mercado dos vinhos, branco e tinto, com a mar-ca “Herdade de Rio Frio”, com colheita de 2013?Ramos Rocha - No fundo é a reto-ma da tradição vitícola de século e meio de Rio Frio que foi pionei-ra do desenvolvimento do sector na região em meados do século XIX: Isto é feito com a plantação de 2010 a 2013 de 118 hectares de vinha, segundo as mais modernas técnicas e o apoio de uma vasta equipa técnica que incluiu profes-sores do Instituto Superior de Agro-nomia e o enólogo Mário Andra-de. Trata-se de uma grande novi-dade de novos vinhos da Peninsu-la de Setubal ocorrida em 2014. No próximo ano iremos já aumentar em mais 18 hectares a área de vi-nha com castas antigas da região que reforçam a sustentabilidade e diversificação da gama de produ-tos e a recuperação dos valores tradicionais. A quem a Sociedade Agrícola de Rio dedica estes vinhos?Dedicamos estes vinhos a todos aqueles que ao longo dos anos ti-veram um importante contributo para o desenvolvimento do terri-tório de Rio Frio. São uma home-nagem a toda a tradição, gentes e história do território de Rio Frio. Que outros produtos tencionam lançar?

O moscatel está em estágio e irá ser lançado logo que se considere apropriado. Temos um plano de lançamento de novos produtos que irá sendo progressivamente apre-sentado.

Está nos vossos planos apostar na exportação dos vinhos?Sim, mas este ano ainda não. Uma das nossas grandes apostas para o próximo ano é efectivamente a exportação. Como está o processo de revita-lização de Rio Frio?Como disse, instalámos 118 hecta-res de nova vinha desde 2010, me-lhorámos as condições de produ-ção dos cerca de 3.000 hectares do montado de Rio Frio, as pasta-gens para o gado, reorganizámos

e melhorámos o efectivo bovino, alargámos e melhorámos o efec-tivo equino da nossa Coudelaria de Rio Frio com uma nova egua-da de Puro Sangue Lusitanos.Consolidada a componente prin-cipal da reconversão e valoriza-ção agrícola, entrámos na diver-sificação da actividade da socie-dade com o desenvolvimento das actividades de animação e aloja-mento turísticos.A componente da animação turís-tica, assente no enoturismo e no turismo equestre, constitui um ele-mento estratégico da valorização e revitalização do território de Rio Frio e do enriquecimento e diver-sificação da oferta turística da Re-gião de Lisboa.Todo este processo será feito pro-curando recuperar e integrar a tra-

dição e cultura do território como elementos de valor diferenciado-res dos produtos e serviços de Rio Frio, tanto mais que existe na Her-dade um Centro Romano de Pro-dução de Ânforas – “Canto das Ade-gas ou Porto dos Cacos”- classi-ficado pelo IGESPAR como de In-teresse Nacional. Isto para não fa-lar das imagens e vivência econó-mica e social ligadas à imagem da maior “vinha contínua do mundo” da segunda metade do século XIX e princípios do século XX.O projecto do Polo Equestre de Rio Frio que inclui, para além da Cou-delaria de Rio Frio, o Centro Hípi-co de Rio Frio com novas boxes, pistas e percursos equestres, a Aca-demia de Equitação de Rio Frio, a instalar nas antigas cavalariças e Picadeiro de princípios do século

XX, e os percursos equestres, que estão todos em plena fase de im-plementação, permitem-nos, já, a realização no próximo dia 25 de Outubro do primeiro “Concurso de Endurance em Rio Frio”.

Concretamente, o que é que já está concluído?Estão concluídos os projectos de plantação dos 118 hectares de vinha, da recuperação de anti-gas instalações para albergar o futuro “Museu Memórias de Rio Frio e o Centro de Interpretação do Porto dos Cacos” e o projec-to da primeira fase do Centro Hí-pico de Rio Frio com 52 novas boxes, balneários e 3 pistas. O projecto de recuperação do an-tigo Picadeiro, Cavalariças e ins-talações anexas para a Acade-mia de Equitação de Rio Frio está em fase muito avançada e esta-rá terminado até ao final do ano. E o Hotel quando arranca no ter-reno?O projecto de alojamento turísti-co, a desenvolver sobre antigas ins-talações do Monte de Rio Frio que manterão a sua arquitectura fun-damental, já arrancou. No final des-te ano pensamos ter já 30 camas para apoio de cavaleiros. O Hotel Rural Rio Frio, com 57 quartos e diversos serviços de apoio, deve-rá estar concluído em 2017.Para além destes dois tipos de ofer-ta, está igualmente prevista a re-cuperação de antigos edifícios rui-nados e a sua transformação em lofts turísticos.

Casa Ermelinda Feitas ganha ‘vinho Português do ano’ no CWSA na China e Hong Kong.O ‘CASA Ermelinda Freitas – Tou-riga Nacional 2011’ foi distingui-do com o prémio “Portuguese Wine of the year 2014” (Vinho Por-tuguês do ano 2014), pelo maior e mais prestigiante concurso que se realiza na China e Hong Kong, o CWSA (China winners & Spirts Awards) 2014.

Além deste prémio, a Casa Er-

melinda Freitas foi distinguida com mais 6 prémios, destacan-do-se a dupla medalha de ouro do ‘Dona Ermelinda Reserva 2012’ e ainda 3 medalhas de ouro para o ‘Casa Ermelinda Freitas – Pe-tit Verdot 2011’; Casa Ermelinda Freiras – Cabernet Sauvignon 2011’ e para o ‘Dona Ermelinda Branco 2013’.

Este ano tem sido o melhor ano de sempre para a empresa de Fer-nando Pó, Palmela, pois para além deste prestigiante prémio, já conta com 119 medalhas nos concursos nacionais e internacionais, sendo 37 de ouro, 46 de prata e 21 de bron-ze, o que revela a grande e consis-tente qualidade dos vinhos desta empresa vitivinícola da região.

Negócios

A dinamização do polo equestre, com várias atividades, e o enoturismo, com o lançamento de novos vinhos, são dois dos pilares da componente de animação contemplada no processo de revitalização da Herdade de Rio Frio que, segundo Ramos Rocha, presidente da Sociedade Agrícola de Rio Frio, está com significativos avanços. A ideia é transformar o território num parque agro-turístico com forte vida económica, de forma a fazer de Rio Frio um centro de lazer de excelência da área metropolitana de Lisboa.

António Luís

Page 6: Semmais 6 setembro 2014

política

6 Sábado • 6 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Líder do PCP em força nas ‘Vindimas’ e no Avante

O Comício da Festa, marcado para domingo, às 18 horas, e onde

intervirá Jerónimo de Sousa é o ponto alto da Festa no que se refere ao lado político do evento que é, há muito, uma atividade que ultrapassou as fronteiras partidárias e polí-ticas e que se apresenta como um evento cultural e musical no qual participam não só os militantes do partido comu-nista como também pessoas, especialmente jovens, sem qualquer filiação, partidária que aproveitam a oportuni-dade para assistir aos espe-táculos musicais.

O atual momento polí-tico, onde se destacam os novos cortes salariais na Função Pública aprovados pela maioria, serão segura-mente temas do discurso do líder comunista.

A Festa deste ano, dedi-cado aos 40 anos do 25 de Abril, conta em cartaz com nomes como Sérgio Godi-nho, Jorge Palma, Paulo de Carvalho, Camané, Júlio Pe-reira, A Naifa, os Ciganos d’ Ouro e os Buraka Som Sis-tema entre as dezenas de ar-tistas que atuam nos vários palcos espalhados pelo re-cinto.

No fim-de-semana pas-sado, Jerónimo de Sousa vi-

sitou os trabalhos de mon-tagem do evento. Dirigindo--se aos participantes da jor-nada de trabalho afirmou que «o trabalho militante é determinante para manter a Festa do «Avante!» com to-das as características e a sua riqueza, ímpar em todas as partes do mundo».

Para além da participa-ção na Festa do Avante, o secretário-geral do PCP es-tará também na Festa das Vindimas, em Palmela.

Jerónimo de Sousa es-tará no evento esta segun-da-feira, a partir das 21 ho-ras, com encontro marcado junto ao cine teatro São João, seguido de visita à Festa.

Jerónimo de Sousa no distrito

Jerónimo aproveita festas na região para falar do momento político

DR

Marta David

desporto

Manuel Manita recebe prémio carreira

O prémio, que foi designado como um «momento de

reconhecimento e home-nagem», foi considerado por muitos dos que privaram com Manuel Manita, entre técnicos, atletas, familiares e amigos, como uma «justís-sima homenagem» por tudo quanto fez em prol do andebol.

Para Pedro Pina, verea-dor do desporto na Câmara de Setúbal, entrevistado para a peça vídeo de homenagem transmitida na Gala, «falar de Manuel Manita é falar de alguém que dedicou toda uma vida ao desenvolvimen-to do andebol». Um reconhe-cimento que parece pleno entre os atletas com quem trabalhou e que se referem ao antigo treinador como um «homem sério e íntegro, exi-gente e camarada».

A homenagem, referem vários atletas e treinadores,

chega na «altura certa» a um homem que dedicou toda a vida ao andebol e «a quem a modalidade muito deve». O treinador António Santos, seu antigo atleta, chama-lhe «ícone da modalidade e monstro do andebol».

Emocionado, Manuel Manita recordou o início da carreira enquanto técnico dizendo que entrou na mo-dalidade «de malas vazias» e que «com humildade as fui enchendo», nunca se aco-modando ou deixando de procurar aprender.

«Sempre quis saber bem, nunca quis saber tudo!», dis-

se adiantando que cedo aprendeu que «quem ganha é bestial, quem não ganha é uma besta» e que se «apren-de muito mais com a dor da derrota» do que com a feli-cidade da vitória porque «perder é uma lição de vida».

Para Manuel Manita o segredo do seu sucesso fi-cou a dever-se «a muita re-flexão, humildade, honesti-dade e trabalho» e que fo-ram essas armas que o leva-ram ao topo do andebol na-cional. «Conheci outros com mais competências e capa-cidades que eu que não che-garam tão longe!»

Reconhecimento e homenagem na Gala da FP Andebol

Em Setúbal consideravam-no ‘o monstro’ do andebol

DR

Marta David

Pub.

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL

NOTÁRIAMARIA TERESA OLIVEIRA

Sito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em SetúbalCertifico, para efeitos de publicação que no dia vinte e nove de Agosto de dois mil e catorze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 36 livro 271 – A, de escrituras diversas, na qual: Helena Isabel Diniz Ferreira, divorciada, residente na Rua dos Foros, n.º17, Gambia, em Setúbal, contribuinte número 218607660, justificou a posse, invocando a usucapião, do seguinte imóvel: Prédio Urbano, composto de rés do chão com duas habitações e logradouro, com a área coberta de cento e trinta virgula setenta e seis metros quadrados e a área descoberta de setecentos e vinte e três virgula vinte quatro metros quadrados, destinado a habitação, sito na Rua dos Foros, freguesia de Gambia-Pontes-Alto da Guerra, concelho de Setúbal, que confronta do norte com Rua dos Foros, do sul com Nelson Júlio Rocha Ferreira do nascente com caminho e do poente com Cândido Manuel Rocha Ferreira, ainda por descrever na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 3573.Está conforme.Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em Setúbal, 29 de Agosto de 2014.

A Notária,Maria Teresa Oliveira

Conta registada sob o número 1365

Manuel Manita foi homenageado, no passado fim-de-semana, em Viseu, na IV Gala de Andebol organizada pela Federação Portuguesa da modalidade pelo seu trabalho e dedicação.

PerfilManuel Manita nasceu a 25 de Setembro de 1934, em Setúbal, na Freguesia da Anun-ciada. Aos 16 anos foi guarda-redes de Futebol 11, no Vitória Futebol Clube, do Barreiren-se, e da seleção Nacional de Goa, na Índia, durante o Serviço Militar

Treinou a equipa de andebol do VFC nos escalões de juniores e seniores e coordenou o andebol do clube do Bonfim. Foi Campeão Nacional da 1ª Divisão de Andebol de Juniores.

Foi selecionador de Andebol Sénior de Portugal e treinador e coordenador de Ande-bol do Lagoa Andebol Clube.

A rentrée política do PCP volta a acontecer, como já é habitual, este fim-de-semana, durante a 38ª edição da Festa do Avante que decorre na Quinta da Atalaia, no Seixal, e que teve início esta sexta-feira.

a CâMara de Setúbal decidiu atribuir o nome da antiga vereadora socialista Paula Cos-ta a uma artéria da cidade.

A decisão foi conhecida na última reunião pública do executivo onde foi lido um voto de pesar subscrito por todas as bancadas. A autarca do PS, que morreu no passado dia 13 de Agosto, foi recordada pelos vereadores dos vários partidos com alguma.

Paula Costa dará nome a rua de Setúbal

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CULTURA

8 Sábado • 6 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Maria Teresa Meireles

DICIONÁRIO ÍNTIMO

O ovo é sobretudo uma forma e a sua forma o fechamento. Gérmen,

origem, princípio. Óvulo. Ovóide é uma forma de (se) ser. Ovíparos, ovovivíparos. O ovo é a maior célula conhe-cida. O ovo de Páscoa. O «ovo de Colombo».

O ovo primevo dos mitos de criação. O ovo do mundo, o mundo é um ovo. Num qua-dro de Bosch («O Jardim das Delícias Terrenas»), Adão e Eva encontram-se dentro de um ovo transparente – e há mui-tas outras formas ovoides nos quadros de Bosch: o ovo alber-ga o Bem e o Mal, por isso dele nasce a ave do paraíso ou a ser-pe infernal.

De uma cabeça sem pêlo, dizemos ser «careca que nem um ovo» e afirmamos que «A galinha que cacareja ou tem ovo ou chama galo». Galinha choca, chocha, chocadeira. Os cucos, é sabido, expulsam os ovos das outras aves e depo-sitam nesses ninhos os seus próprios ovos que outras aves chocarão. Ave-parasita.

«Põe, põe, galinha o ovo»; «A pitinha põe o ovo e o(a) menino(a) papa-o todo!» - re-petem gerações de mães e amas. E cantam também: «Tontas, tontas, tontas, andam as gali-nhas / para pôr o ovo lá no bu-raquinho» - mas nem todas as galinhas são iguais, por isso há que ter cuidado para «não ma-tar a galinha dos ovos d’ouro».

E brinca-se, fazendo corri-das prendendo, com os dentes, uma colher na boca onde se co-loca um ovo. Ganha quem che-gar mais depressa e com o ovo inteiro. «Qual é coisa, qual é ela, cai no chão, fica amarela?», per-guntamos. «Uma caixa peque-nina,/ mas que pode rebolar / Todos a sabem abrir, / ninguém a sabe fechar», confirmamos.

«ab ovo»: expressão latina que significa «desde o ovo», ou seja, «desde as origens». Em al-guns mitos de origem, o ho-mem sai de um ovo. Helena de Troia, filha de Zeus (transfor-mado em cisne) e de Leda, nas-ce também de um ovo para cau-sar uma guerra e dar origem a um cavalo de madeira que se tornou tão famoso quanto ela.

A palavra ovo é, em si, uma brincadeira: uma capicua em que a primeira e a terceira le-tras (a mesma vogal) repre-

sentam o próprio ovo. A pa-lavra «ovo» tem as mesmas le-tras de voo, diferentemente alinhadas, por isso o ovo pos-sui muitas vezes o voo lá den-tro, ainda que em latência.

O ovo alimenta o ser e a imaginação; o ovo acolchoa; o ovo preenche o vácuo. Na mi-nha infância, o ovo adquiriu estatuto de objecto mágico: pela forma, pelo seu aspecto liso e uniforme e pela maravilha que me parecia a transformação de uma clara peganhenta, visco-sa e transparente, naquele des-lumbramento branco como uma nuvem que podia inclu-sivamente virar-se asseme-lhando-se à abóbada celeste.

Para Clarice Lispector, «o ovo é a alma da galinha» e a ga-linha «o disfarce do ovo» por-que a galinha existe «para que o ovo atravesse os tempos». Mas afinal, «O que nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?» John Brook-field (Univ Nottigham) defen-deu (em artigo recentemente pu-blicado no «The Times») que «o material genético não se trans-forma durante a vida do animal, mas que a primeira ave que se transformou numa galinha exis-tiu primeiro como embrião no interior de um ovo» - daí que o ovo seja forçosamente anterior à galinha.

O ovo é frágil, vulnerável. O ovo é promessa. O ovo é o primeiro colo da asa e da es-cama. O ovo parte-se, quebra--se, come-se. O ovo rebola, cho-ca-se, choca-nos. Para se nas-cer, há que romper a casca, «sair da casca», aparecer. Todo o es-paço fechado permite uma ob-sessão em incubação, por isso, para Rudyard Kipling, «a ira é o ovo do medo».

«Baba Yaga pôs um Ovo», de Dubravka Ugrešic; «Os Ovos Fatídicos», de Bulgakov; «Os Ovos Misteriosos», de Luísa Ducla Soares - todo o ovo é um mistério.

Para publicitar a própria Pu-blicidade, o ovo é pretexto para o texto de um autor americano anónimo (aqui em tradução mi-nha): «O bacalhau põe dez mil ovos / a pobre galinha, só um de cada vez. / O bacalhau nun-ca cacareja / para dar a conhe-cer o que já fez. // Por isso des-prezamos o primeiro / louvan-do a outra de forma intensa / o que só prova e torna claro / que anunciar bem, compensa.».

Ovo

Com 38 anos de cantigas e 32 de jornalismo, JoaQuim Gouveia está a preparar um

novo espectáculo para grandes palcos e auditórios. Para breve está também o lançamento do seu primeiro romance, isto além de ter na manga outro projecto «envolvente» para Setúbal mas que prefere, por ora, não revelar. “A Nova Injecção” é, até hoje, o maior sucesso do cantor brejeiro setubalense com o qual ganhou e trouxe para Setúbal «o primeiro Disco de Ouro, pela venda de mais de 90 mil cópias, o que na altura foi fabuloso», afirma, reconhecen-do que «Dificilmente, voltarei a atingir um sucesso tão grande, em-bora o futuro a Deus pertence».JoaQuim Gouveia tem andado «um pouco» afastado dos palcos, por opção, mas está a reconsiderar al-guns projectos para que regresse às lides musicais. «Relativamente à música mais popular, com que

nos últimos anos habituei o públi-co, esse meu ciclo está encerrado».No global, JoaQuim Gouveia gra-vou 17 discos, entre música popu-lar, música de intervenção, um dis-co infantil e outro de jazz, blues & rock. «São experiências díspares bastante encorajadoras e espólio que vou construindo através de uma intensa carreira», vinca, or-gulhoso, relembrando que tam-bém tem 3 livros publicados.Nesta altura está a dedicar-se de ‘corpo inteiro’ ao jornal “O Setu-

balense”, onde foi profissional a tempo inteiro, no quadro de jor-nalistas, entre os anos 87 e 89. «Nunca abandonei o jornalismo. Estive a tempo inteiro em alguns projectos e como freelancer nou-tros. Agora estou a trabalhar in-tensamente em “O Setubalense”. É caso para dizer: o bom filho à casa torna!», conta, nostálgico, o mentor do projeto “Gente Gira da Região”, através do qual já entre-vistou 145 figuras públicas da re-gião.

Além de projetos para os palcos e auditórios da região, Gouveia prepara primeiro romance

JoaQuim Gouveiaabre asas para outros voos

Jornalista e cantor estreia-se na literatura com romance

A coletividade Núcleo dos Amigos do Bairro San-tos Nicolau, em Setúbal, leva a efeito este sábado, a partir das 22 horas, a iniciativa “Festa Branca”. Vista-se de branco vá divertir-se numa noite re-

pleta de diversão. A entrada para a noite branca tem um custo de dois euros e dá direito a uma be-bida, sumo ou imperial. A boa música, o convívio e os petiscos estão assegurados no evento.

Festa Branca no Bairro Santos Nicolau

JoaQuim Gouveia tem andado afastado um pouco dos palcos por opção

António Luís

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Festa do Teatro ultrapassou expetativas A XVI FESTA do Teatro, organi-zada pelo Teatro Estúdio Fonte-nova, ultrapassou todas as expe-tativas, quer em termos de ade-são do público quer em termos de qualidade dos espetáculos. Du-rante a sessão de encerramento, no passado domingo, no Forum Luísa Todi, após a representação da peça “Punk Rock”, dos Artis-tas Unidos, José Maria Dias, o di-retor artístico do festival, anun-ciou que a edição de 2015 terá lu-gar entre 21 e 30 de Agosto. «Estou muito feliz, a edição cor-reu muito bem, houve mais pú-blico e mais espectáculos. Espe-ro que para o ano as coisas de-corram ainda melhor. Vamos con-tinuar a apostar numa programa-ção ecléctica de qualidade», re-

feriu José Maria Dias, orgulhoso, relembrando que a média de es-petadores por peça foi superior a cem pessoas.José Maria Dias agradeceu o apoio, pela primeira vez, da Dgartes, de 25 mil euros. «O apoio da Dgar-

tes é pontual e exige mais respon-sabilidade. Foi bom este reconhe-cimento a nível nacional. Para o ano vamos ter de nos recandida-tar a este apoio», sublinhou o di-retor artístico, que agradeceu tam-bém à ajuda do município.O vereador Pedro Pina afirmou que o município «congratula-se» por apoiar um evento «ousado» e que «contribui para a constru-ção de públicos». “Da Inutilidade”, uma conceção e interpretação de Tiago Bôto e Wagner Borges, venceu a nova secção “Mais Festa”, que «fala so-bre a violência inútil, gratuita e que nos preocupa muito». Esta vi-tória garante a presença deste duo na programação oficial da próxi-ma edição.

Fecho decorreu no Forum

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“ALICE no País do Soldadinho de Chumbo” é o nome do novo espe-táculo para a infância da Anima-teatro, com estreia marcada para dia 14, às 16 horas, no cinema S. Vicente, em Paio Pires. A peça vol-ta à cena no dia 21. Como é habitual em todas as pro-duções da companhia, são cria-dos momentos de interação com as crianças, envolvendo-as na his-tória, de forma a desenvolver a sua imaginação, o intelecto e a perce-ção das suas emoções. Esta nova proposta aproxima duas ficções bem conhecidas do grande públi-co, sob o mote: a semelhança re-side na diferença.«Para compreendermos este es-pectáculo, teremos que nos deixar guiar pela reacção espontânea da criança, pela sua curiosidade ao deparar-se com a lógica das coi-sas. Os protagonistas, estagnados no seu próprio mundo, são impe-

lidos a viajar, seguem rumo a um espaço diferente do seu, experi-mentam a novidade, a diferença, um percurso que os fará conhecer

outras dimensões da imaginação, formularão novas ideias que se-rão usadas aquando do regresso à origem», refere a Animateatro.

O humorista Luís Franco-Bastos apresenta o seu terceiro espetáculo a solo “Roubo de Identidade” onde estão reunidas as suas principais personagens. O show resume a sua vida nos últimos dois anos e retrata as figuras conhecidas que mais o marcaram.Casino de Troia ● 22h30.

Sábado • 6 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com 9

Ofertas Semmais • Inscreva-se já

Convites para “Eurovision Live Concert”

Cartaz...

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Temos convites para oferecer aos nossos leitores para assistirem ao Eurovison Live Concert, que decorre a 12 e 13 deste mês, no Forum Luísa Todi, em Setúbal, festa que traz até nós importantes nomes da canção nacional e internacional, como Anne Marie David, Omar Na-ber, Ryan Dolan, Manuela Bravo, Adelaide Ferreira, Rui Andrade e Vânia Fernandes, entre outros. Ligue 918 047 918/969 431 085.

Animateatro estreia a peça de teatro“Alice no País do Soldadinho de Chumbo”

Bandas na AJCOIHard Tension” (Por-

timão), “Amor Terror” (Lisboa), “A Pedra”

(Lisboa), “Blackbird Prophet” (Gaia) e Mamless Theory”

(Pinhal Novo) dão um concerto organizado

pela AJCOI, com entra-das a três euros.

Auditório do Pinhal Novo ● 21h30.

Fados na AnunciadaOs fadistas Carla Lança, Joana Lança, João Magalhães, Carlos Montenegro e André Gomes são acompanhados por Manuel Carlos, na guitarra, e Carlos Pinto, viola. A noite inclui jantar a partir das 20 horas. Associação de Moradores da Anunciada, Setúbal ● 21h30.

Jazz em SeseimbraDando continuidade à iniciativa “Aqui há Jazz!”, Nuno Reis, L´Escargot e Mário Oiliveira atuam num espaço de excelência reaberto recentemente ao público após profundas obras de beneficiação. Fortaleza de Santiago, Sesimbra ● 22 horas.

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JOANA Espada, 16 anos, natural em Palmela, foi eleita quarta-fei-ra, no Teatro S. João, em Palme-la, Rainha das Vindimas, entre 15 candidatas. Os títulos de 1.ª e 2.ª Damas de Honor foram atribuí-dos a Catarina Gomes, 19 anos, de Palmela, e a Margarida Pedro, de 18 anos, de Quinta do Anjo.

Joana Espada, estuda na Lima de Freitas, em Setúbal, e sonha em enveredar no mundo da moda e em tirar um curso na área da comunicação. Com outras can-didatas «muito fortes» no concur-so, a jovem revelou que «o mais bonito de tudo foi a amizade e a irmandade que foi cultivada en-tre todas as jovens».

Para Joana Espada, o título

de Rainha é uma «grande hon-ra» e representa um «grande sig-nificado», uma vez que «estou a representar uma tradição e uma festa que admiro desde mui-to nova e onde reina o bom con-vívio entre as pessoas acolhe-doras de Palmela».

A eleição da mais bela das fes-tas decorreu durante a gala que foi animada pela Orquestra das Vindimas, sob a batuta do maes-tro Carlos Cardoso, e pelas vozes de vários cantores da terra.

No júri estiveram Maria João Camolas (Humanitária), Rogério Almeida (Loureiros), Josefina Baião (Rainha 1967), Francisco Cardoso (Misericórdia) e Manuel Simões (Bombeiros).

Joana Espada, de 16 anos, eleita Rainha das Vindimas

Convites para o festival das esculturas de areia

O Semmais está a oferecer convites para os nossos lei-tores irem visitar em Setembro o 12.º Festival Interna-cional de Escultura em Areia, em Pêra, no Algarve, até 25 de Outubro. O tema deste ano volta a ser a música. Não deixe de ver os seus artistas preferidos esculpidos em areia pelas mãos de criativos escultores nacionais

e internacionais. Além das esculturas, existem jogos alusivos às esculturas, projecções de vídeo sobre a cons-trução das edições do FIESA, espectáculos e um espa-ço gratuito para crianças e adultos realizarem as suas esculturas em areia. Para ganhar os convites basta li-gar 918 047 918 ou 969 431 085.

O novo trabalho vai subir ao palco do cinema S. Vicente, em Paio Pires

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O humorde Luís Franco-Bastos

Uma história de amor“A Canção de Setembro”, de Marcela Costa, com encena-ção de Jorge Silva, conta a história de amor de Alcino, da sua amada, de Eunice e de um velho músico de jazz, num quarto decrépito alugado.Teatro Joaquim Benite, Almada ● 21h30.

TROIA vai ser palco, entre 17 e 20, do Festival Trojan Horse was a Uni-corn, que vai reunir alguns dos mais reconhecidos nomes da indústria de efeitos visuais, jogos e anima-ção do Mundo.O Centro de Congressos, pelo se-gundo ano, volta a receber dezenas de oradores que vão partilhar as suas competências e experiências com participantes de mais de 35 países que sonham um dia traba-lhar com os melhores.Vão decorrer workshops sobre as mais recentes técnicas usadas pe-los profissionais da área. Além dis-so, podem desafiar os seus “heróis” para batalhas artísticas, um jogo de

futebol na praia e muitas outras ac-tividades pouco comuns em even-tos deste género, bem como outras atividades. «Troia oferece condições excepcio-nais para o nosso evento. Tem ex-celente design, tecnologia de topo, praias fantásticas e um ambiente mágico que o tornam num evento especial e inesquecível», refere An-dré Luís, da organização.Para João Madeira, director do Troia Resort, «acreditamos que realização do THU em Tróia e a nossa associa-ção a este grande evento contribui-rá para reforçar a projecção do des-tino a nível internacional e atrair no-vos públicos e segmentos».

Estrelas da ficção científica vão passar por Tróia

Joana Espada estuda em Setúbal e quer entrar no mundo da moda

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VINDIMAS

10 Sábado • 6 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

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«O sucesso dos vinhos deve-se ao investimento dos vitivinicultores» Semmais - A Festa das Vin-dimas é um evento impor-tante para os produtores?Henrique Soares - Sim, por-que promove de forma in-tensa, durante seis dias, os vinhos da nossa região. Como gozam de saúde os vinhos da região? Os vinhos estão de boa saú-de e recomendam-se. O su-cesso deve-se, antes de mais e sem sombra de dúvida, aos vitivinicultores da região, ao enorme investimento que têm sabido fazer e à quali-dade com que produzem.

Que apelo deixa aos pro-dutores de vinho? Espero que continuem no caminho que têm vindo a construir, que a sabedoria, o profissionalismo e a ins-piração os continuem a acompanhar, porque se as-

sim for conhecemos o re-sultado: a preferência de mi-lhões de consumidores em Portugal e em muitos ou-tros países não pode ser fru-to do acaso, muito menos as distinções alcançadas nos mais prestigiados concur-sos e revistas.

Quantos litros de vinho certificados pela CVRPS em 2013? 28,5 milhões de litros, mas mais importante que a ten-dência para aumentar a cer-tificação e as vendas é a ten-dência para aumentar o pre-ço médio de venda.

Henrique Soares, presidente da CVRPS

Henrique Soares

«As provas de vinho comentadas estão de regresso à Festa das Vindimas» Semmais - Quais as novida-des da Festa? Susana Ciríaco - É a reali-zação de provas de vinho comentadas, com a partici-pação de algumas adegas da nossa região. É um evento que não se realizava há bas-tantes anos. Em termos de espectáculos, destaco a pre-sença do Berg, que venceu o “Factor X” . Qual o orçamento deste ano? O orçamento ronda os 170 mil euros. Em comparação com 2013 não houve grande redução.

O município deu menos aju-da financeira?Sim, deu-nos menos cerca de 1 300 euros em comparação com o ano transato. Qual a sua expetativa para a edição deste ano?

Deposito a melhor expeta-tiva.O cortejo vai ter menos dois carros?Sim, porque as adegas As-sis Lobo e a Damasceno não entram. Qual o tema do cortejo?“Palmela Ilustrada” e irá re-flectir locais emblemáticos de Palmela, através de pos-tais. Quais são os pontos altos da festa?A gala de eleição da rainha, os cortejos, a pisa da uva e o fo-go-de-artifício.

Susana Ciríaco, presidente da Festa das Vindimas

Susana Ciríaco

O PRESIDENTE da Câma-ra, Álvaro Amaro, deposita grandes expetativas na Fes-ta das Vindimas deste ano, elegendo como pontos altos a eleição da Rainha, a pisa

da uva, a bênção do mosto, o cortejo, o fogo-de-artifí-cio e os concertos com ar-tistas da terra.

«Brindar à festa das Vin-dimas representa o trabalho

e a dedicação de homens e mulheres da comissão de fes-tas», bem como «brindar à identidade de Palmela, à sua população, aos seus vitivi-nicultores, à qualidade e afir-

mação dos nossos vinhos, aos sabores, aos sons e aos jovens que lhe darão conti-nuidade».

A festa é, também, «o reencontro de famílias, de

gente amiga que se reúne em Palmela para celebrar as suas potencialidades e as suas tra-dições». O edil apela para que se consumam vinhos com moderação.

Álvaro Amaro, presidente do município: «Festas com identidade»

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A XAVIER Santana, loca-lizada em Palmela, irá lan-çar o Moscatel de Setúbal 2010 Lote Especial no seu stand da Festa das Vindi-mas. Para o futuro, a mé-dio prazo, a próxima apos-ta em termos de lançamen-to deverá ser o vinho es-pumante.

A empresa conquistou este ano 5 medalhas de pra-ta. A marca Quinta do Mon-te Alegre é a mais premia-da. O sucesso dos vinhos da Xavier Santana deve--se à aposta na «qualida-de da uvas e numa vinifi-cação cuidadosa», refere o enólogo André Santana.

O moscatel roxo 2009 é o mais medalhado. Já ga-nhou Ouro e troféu Melhor Vinho Fortificado em Vi-nalies Internationales, em 2012, e a Grande Medalha de Ouro, em Lyon Concours Internationales, em 2012.

A Xavier Santana está, neste momento, apenas a trabalhar no «mercado na-cional», mas a aposta da empresa passa por come-çar a exportar para «o mer-cado nórdico e angolano, onde existem alguns con-tactos já estabelecidos e à espera de novos desenvol-vimentos».

Em parceria com a

Quinta do Monte Alegre, situada em Fernando Pó, a Xavier Santana produz cerca de 1 milhão de litros

no total. A maior fatia de produção da empresa in-cide nos vinhos tintos (DOC, regional e mesa). O

Moscatel de Setúbal é o se-gundo produto da casa. O moscatel roxo, o vinho branco (DOC, regional e

mesa) e o Rosé (DOC e mesa) representam «um pouco menos».

Xavier Santana produz as marcas tinto/ branco (re-gional e DOC reserva), Quinta do Monte Alegre tin-to/branco e rosé (DOC co-lheita seleccionada e regio-nal), Xavier Santana (Mos-catel de Setúbal e mosca-tel roxo), Desabafo (vinho abafado) e nos vinhos de mesa as marcas Terras da Fonte e Casta Rica.

Sobre a produção de 2014, André Santana es-pera «um acréscimo de produção, no geral, sem que isso venha a influen-ciar a qualidade», subli-nhando que a Vindima está a decorrer bem e que a uva branca está «sã e equilibrada, o que resul-tará em vinhos de boa qualidade». A colheita da uva tinta arranca no pró-ximo dia 8.

VINDIMAS

Sábado • 6 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com 11

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Xavier Santana festeja Vindimas com moscatel especial

A loja de vinhos da adega tem registado uma boa afluência em termos de visitas

Brindar com o melhor moscatel do Mundo

O FAMOSO moscatel de Se-túbal, vinho mais medalha-do da Venâncio da Costa Lima e distinguido em 2011 como o Melhor Moscatel do Mun-do, em França, está à prova e à venda no stand da adega na Festa das Vindimas. No âmbito dos 100 anos da em-presa, irá ser lançado no Na-tal o Moscatel de Setúbal, com 30 anos de estágio.

O sucesso dos vinhos da firma de Quinta do Anjo de-ve-se, segundo a porta-voz Joana Vida, ao «empenho diário e profissional que co-locamos em tudo o que fa-zemos. Estamos há 100 anos no mercado e queremos con-tinuar por mais cem. A his-tória da nossa família con-funde-se com a história da nossa adega. O mundo do vi-nho está em constante mu-dança e acompanhar essa evolução é essencial para po-dermos sobreviver».

O peso da exportação dos vinhos da adega repre-senta 10 por cento do volu-me de negócios. Os nécta-res da adega encontram-se à venda no Brasil, Polónia, Bélgica e Alemanha.

A VCL produz, desde «o vinho mais acessível, com ex-celente relação qualidade/preço, até ao vinho mais ex-clusivo, de elevada qualida-de». Produz vinho branco, tin-to, rosé e moscatel de Setú-bal, através das marcas Ser-rinha, Serra do Louro, Casal do Cerrado, Vale Pereiro, Pal-mela DO, Palmela Reserva, Moscatel de Setúbal e Mos-catel de Setúbal Reserva.

A nova adega é inaugu-rada após a Vindima. O mon-tante do investimento ron-da os 3 milhões de euros. O projeto é apoiado pelo PRO-DER. «A nova adega justifi-ca-se porque responde às ne-cessidades do mercado».

Na adega reina o melhor moscatel do Mundo

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VINDIMAS

12 Sábado • 6 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

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A SIVIPA vai lançar na Festa das Vindimas o licoroso 2005, feito «a partir das melhores vinhas velhas de Castelão, vi-nificado, de forma tradicio-nal».A adega conquistou este ano cerca de 20 medalhas em con-cursos nacionais e internacio-nais. A marca Ameias Syrah é a mais premiada, seguida dos seus moscatéis. De salientar que o Ameias Syrah, que ga-nhou 7 medalhas, foi consi-derado este ano o melhor tin-to da Península no concurso da CVRPS.

Segundo o enólogo, Fili-pe Cardoso, o sucesso dos vi-nhos da adega deve-se «ao tra-balho de toda a equipa e à par-ceria que mantemos com a Quinta do Piloto, que assegu-ra o fornecimento de grandes vinhos controlados desde a vinha».

No ano passado as expor-tações da empresa, represen-taram cerca de 15por cento de toda a faturação da empresa,

mas, este ano, «pretendemos alcançar os 25 por cento, pelo que estamos no bom cami-nho, pois iniciamos parcerias importantes com importado-res em Angola, China, Brasil e Canadá». A Sivipa exporta para Angola, China, Alema-nha e Polónia. Para breve pre-vê-se a entrada no Brasil e Ca-nadá.

A comemorar os 50 anos de vida, Filipe Cardoso reco-nhece que a empresa está do-tada de «leque bastante com-pleto de vinhos», mas consi-dera que falta na casa um es-

pumante. «Temos um leque muito alargado de produtos, que vai desde os vinhos de mesa, regionais, monocastas, DOC, DOC Reserva, mosca-tel de Setúbal novos e antigos, moscatel roxo e vinho licoro-so», pormenoriza, orgulhoso.

A Sivipa engarrafa 1 mi-lhão de litros por ano. «Este ano teremos um acréscimo de produção, de cerca de 20 por cento. A qualidade não será inferior ao ano passado», conclui o enólogo, referindo que as Vindimas estão a de-correr «muito bem».

Sivipa lança vinho licorosocom colheita de 2005

O enólogo Filipe Cardoso, durante a promoção dos vinhos

SEMPRE com boa relação pre-ço/qualidade, a Cooperativa de Santo Isidro de Pegões pro-mete disponibilizar vinhos de alta qualidade nas Vindimas. No seu stand a firma prome-te ter disponível várias colhei-tas novas e um espumante bruto rose.

Jaime Quendera, o enó-logo, reconhece que faz falta na adega «uma aguardente velha, que sairá no Natal».

Só este ano a adega já con-quistou, em concursos nacio-nais e internacionais, 135 me-dalhas, o que é obra. «Está a ser o melhor ano de sempre, pois já vamos com 135 pré-mios nacionais e internacio-nais, dos quais 38 são de ouro, 60 de prata e 40 de bronze, sendo que os mais importan-tes foram ganhos em Ingla-terra, Bélgica, França, Alema-nha, Rússia e China», revela. O néctar mais medalhado da casa é o “Adega de Pegões”, que já ganhou mais de 200 prémios nos últimos anos.

A «grande qualidade das uvas» que a empresa produz e «o ‘konw-how’ da equipa de enologia e tecnologia de “pon-ta” que possuímos» são os res-ponsáveis pelo enorme êxito dos néctares.

Com um peso de 25 por cento nas exportações, os vi-nhos de Pegões podem ser en-contrados na Inglaterra, Ale-manha, Canadá, Holanda e China.

A adega comercializa a to-talidade da sua produção en-garrafada, ou seja 70 por cen-to tintos e 40 por cento bran-

cos, sendo que as marcas mais fortes são o “Adega de Pegões”, o “Fontanário de Pegões” o “Fonte do Nico”, o “Vale da Ju-dia” e o “Santo Isidro”.

O enólogo recorda que, nos últimos anos, foram in-vestidos mais de 10 milhões de euros. Atualmente a ade-ga está a concretizar um novo investimento. «Estamos a am-pliar a capacidade de expedi-ção e produção em 25 por cen-to, e a fazer escritórios novos e uma nova loja de atendimen-to ao publico, pois a actual já é bem antiga».

Pegões sempre com uma boa relação preço/qualidade

Jaime Quendera diz que os seus vinhos são um sucesso

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VINDIMAS

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Semmais – Que novidades vão apresentar no stand da Festa das Vindimas?Leonor Freitas – Vamos consolidar o que já temos, as nossas castas e as no-vas colheitas, bem como alguns vinhos que só fa-zemos para exportação e que não estão no merca-do português.

Quantos prémios, nacionais e internacionais, foram conquistados este ano pela adega?Até ao momento já ganhá-mos mais de cem prémios. Mas, no global, contando com os anos anteriores, re-cebemos mais de 500 pré-mios.

Qual o vinho mais meda-lhado nos concursos onde têm participado?O vinho Casa Ermelinda Freitas Cabernet foi o que maior quantidade de pré-mios alcançou, ou seja, tam-bém ganhou prémios em to-dos os concursos. Mas o Dona Ermelinda, Reserva e Branco, também têm sido bastante medalhados.

E o mais premiado de sem-pre?Sem dúvida o Syrah, que em 2008 foi considerado o Melhor Vinho do Mun-do, com a colheita de 2005. É um vinho que continua ainda a ser medalhado nos concursos.

Em que concursos costu-mam participar?Costumamos participar em concursos de França, Ingla-terra, Bélgica, Alemanha e Brasil. Em Portugal partici-pamos nos concursos da CVRPS e dos Vinhos de Por-tugal.

A que se deve este grande sucesso dos vossos nécta-res?Trabalhamos com grande rigor, grande qualidade e com uma equipa muito com-

petente. Além disso, a nos-sa adega está inserida numa grande região. A Península de Setúbal e os vinhos de Palmela pertencem a uma grande região e os vinicul-tores têm sabido aproveitar essas potencialidades. Te-mos tecnologia, pessoal à altura e amor à camisola.

Como se sente por ser ape-lidada de a ‘Rainha do Cas-telão’ de Palmela?É um grande orgulho po-der identificar a nossa re-

gião e em ter um grande Cas-telão da região. Ao mesmo tempo preocupo-me bas-tante para não perder este Castelão.Qual o peso da exportação no volume de negócios?É de 40 por cento, com ten-dência para crescer. Temos apostado muito nessa área embora o mercado portu-guês também seja muito im-portante para nós. Estamos muito agradecidos aos con-sumidores portugueses que nos têm ajudado e consu-mido os vinhos da Casa Er-melinda Freitas.

Quais os principais merca-dos externos?Luxemburgo, Alemanha, An-gola e Brasil, que está a co-meçar agora.

Qual o vinho que tencionam lançar em breve?É um Moscatel Roxo. Pro-duzimos Moscatel Normal e Superior e falta-nos o Roxo, que está a estagiar há cerca de 6 anos. Em prin-

cípio deverá ser lançado no Natal. Será lançado quan-do o nosso enólogo achar que o produto está nas con-dições para ir para o mer-cado e, foi por isso, que ain-da não o lançámos. Que-remos que seja mais um produto Premium da Casa Ermelinda Freitas. Aguar-damos, com calma, a sua evolução.

Quantas e quais as marcas de vinho que produzem? Produzimos nove variantes e 15 marcas de vinhos. As marcas são o Dom Campos, Terras do Pó, Quinta da Mi-mosa, Dona Ermelinda, dez Varietais, o espumante e o moscatel. Temos um portfó-lio bastante alargado e com-pleto.

Perspectivas para a colhei-ta de 2014? Vai haver aumento de pro-dução e de qualidade. Em comparação com o ano pas-sado, estimo que seja à vol-ta dos 10 por cento.

Casa Ermelinda Freitas dá a provar vinhos de exportação

A empresária de sucesso Leonor Freitas

A Casa Ermelinda Freitas, onde ‘mora’ o melhor vinho tinto do Mundo, o Syrah 2005, aproveita a Festa das Vindimas para divulgar aos consumidores alguns vinhos de excelência que só são feitos para exportação.

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A ADEGA Cooperativa de Palmela vai promover o seu espumante bru-to, que está a ser um sucesso «tre-mendo», e que em breve conhecerá a variante meio seco. A adega não descarta a possibilidade de os em-baixadores dos seus vinhos de ex-celência, Bonga e Ana Salazar, mar-carem presença no pavilhão da Fes-ta das Vindimas.

Em finais de Julho, o branco “Ana By Herself”, à base da casta Fernão Pires, foi lançado num espaço co-mercial de Lisboa, estando previsto para breve o lançamento da varian-te rosé. Já o vinho tinto, com 14 graus, com o nome do cantor angolano Bon-ga será lançado até final do ano. «Es-tamos a pensar lançar este néctar em Outubro no Angola Wine Festi-val em Angola», levanta um pouco o véu o enólogo Luís Silva.

Graças a uma acção de promo-ção da CVRPS, a adega tem promo-vido os seus vinhos nos mercados de China, Brasil e Angola. A adega já ganhou o troféu de Melhor Vinho Português a Concurso no Citadelles du Vin, em França, com o branco Adega de Palmela 2011, em 2012. Só este ano, a firma já conquistou cer-ca de 22 medalhas em concursos na-

cionais e internacionais. «Temos uma equipa, com 300

sócios, atenta às tendências de mer-cado. Desde 2009, altura em que to-mámos posse, já fizemos alguma coi-sa mas há muito para fazer», subli-nha Luís Silva, orgulhoso, por fazer parte da nova geração de viticulto-res «motivados» em trabalhar com «qualidade» em prol da região onde se «produzem alguns dos melhores vinhos do Mundo».

«Somos uma região polivalen-te, com um ‘terroir’ único, que dá ori-gem a bons vinhos brancos, tintos e moscatéis», realça o enólogo, acres-centando que «há vinhos brancos que podemos explorar», estando pre-visto «encepamentos novos de cas-

tas diferentes. Não temos branco re-serva mas está para breve». vinca.

O moscatel roxo, que estagia des-de 2009, deverá ser lançado, numa quantidade inferior a 5 mil litros, as-sim que as condições o permitirem. «Um vinho generoso ganha muito com a idade. O ideal é um estágio de 10/15 anos».

Com boa relação qualidade/pre-ço, o peso do negócio da adega nos mercados de Angola, Alemanha, Fran-ça, Inglaterra, entre outros, ronda os 10 por cento. Pedras Negras é a mar-ca de vinho «mais antiga», nas va-riantes de branco, tinto, rosé, abafa-do e aguardente bagaceira. «Temos uma gama muito completa e versá-til», refere Luís Silva.

Adega de Palmela promove espumante

A nova equipa da Adega de Palmela admite que ainda há muito a fazer

Dia 617.00 h – 10º Troféu de Orientação. 17.00 h - Largada de Toiros20.30 h – Noite de Fados.21.30 h – Concerto pela Banda “Lou-reiros”.23.00 h – Actuação da ”Orquestra das Vindimas 2014”.00.00 h - Largada de Toiros.1.00 h – Animação Musical.Palco dos Sabores1.30 h - Concerto com “Box Band & Dis-coFunk Project”

Dia 7 10.00 h – Cortejo dos Camponeses.11.00 h – Pisa da Uva e Bênção do Mosto.12.00 h – Missa de Ação de Graças.17.00 h – Cortejo Vindimas.8.00 h – Atuação de “Celina da Pie-dade”.20.30 h – Animação com “Diana Cra-vo Duo”.21.30 h – Concerto pela Banda da So-ciedade de Instrução Musical.22.30 h – Actuação de “JAYCEE n` THE BELIEVERS”.00.00 h - Largada de Toiros.00.15 h – Animação Musical com “Lino & Cª”.1.30 h - Concerto com “Quartet Junk”.

Dia 810.00 h – Manhãs Infantis: “Festas Di-vertidas”.17.00 h - Largada de Toiros.20.00 h – Animação Musical com o grupo coral “Ausentes do Alentejo”.21.00 h – Concerto da Orquestra de Jazz do Conservatório Regional de Palmela da .21.00 h – Animação com “Página 5”.22.30 h - Concerto com a “Orquestra de Jazz Humanitária”.23.45 h – Actuação de “BERG”00.00 h - Largada de Toiros.1.00 h – Animação com “Página 5”.1.30 h - Concerto com “R.O. Project”.

Dia 9 10.00 h – Manhãs Infantis: Percurso pedestre” Palmela, terra de vinho”.12.30 h –Encerramento das Manhãs Infantis.13.30 h – Espectáculo de Encerramen-to das Manhãs Infantis.20.30 h – Animação com “Jorge Nice”. 21.30 h – Actuação da “Kumpania Al-gazarra”.23.00 h – Cortejo Vindimas. 00.00 h - Concerto com “Natural 3 Soul.”00.00 h - Largada de Toiros.1.00 h – Espetáculo Pirotécnico.1.30 h – Animação Musical com “Jor-ge Nice”.1.45 h - Concerto com a “Orquestra Pal-mela Musik” .

PROGRAMAÇÃO DAS FESTAS

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O Executivo da Junta de Freguesia de Palmela, saúda

todos os fregueses e visitantes pela passagem da 52ª edição da

Festa das Vindimas e apela à sua participação nestes festejos.

O Executivo da Junta de Freguesia de Palmela

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