revista tela viva 106 - junho 2001

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www.telaviva.com.br Nº106 JUNHO 2001 O POTENCIAL DA NOVA GERAÇÃO DO CINEMA A TECNOLOGIA DOS CENÁRIOS VIRTUAIS

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Revista Tela Viva 106 - junho 2001

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Page 1: Revista Tela Viva  106 - junho 2001

www.telaviva.com.br

Nº106juNho 2001

o PoTENCIAL DA NoVA

GERAÇÃo Do CINEMA

A TECNoLoGIA DoS

CENÁRIoS VIRTuAIS

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Não disponivel

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@w w w . t e l a v i v a . c o m . b r

Í N D I C E

Este s ímbolo l iga você aos serv iços TELA VIVA na Internet .

-Guia TELA VIVA

-Fichas técnicas de comercia is

-Edições anter iores da TELA VIVA

-Legis lação do audiovisual

-Programação regional

AnimAção pArA internet

importAção de equipAmentos

sergipe

propostAs do gedic

A novA gerAção

cenários virtuAis

SCANNER 4

CAPA 12

PRODUÇÃO 16

MERCADO 18

PROGRAMAÇÃOREGIONAL 24

AUDIOVISUAL 26

MAKINGOF 28

CINEMA 30

TECNOLOGIA 36

FIQUEPORDENTRO 40

AGENDA/EXPEDIENTE 42

E D I T o R I A L

Há anos os broadcasters vêm convivendo com a palavra convergência. Mas somente agora a teoria está mostrando seu lado prático. Diversas empresas estão desenvolvendo soluções cus-tomizadas para planejar produções multimídia e gerenciar os acervos existentes em todos os seg-mentos de mercado. Exemplos como a agilidade da CNN em colocar no ar um completo históri-co de John Kennedy Jr., momentos após a notí-cia do desastre aéreo que matou o filho do ex-presidente norte-americano, citado na matéria de capa desta edição, demonstram a importân-cia do fácil acesso ao material de arquivo para as emissoras de TV. O diferencial na qualidade de informação é garantia de pontos a mais na audiência. E audiência significa faturamento. Nenhum produtor de conteúdo, nos dias de hoje, pode investir em produtos para uma mídia exclusiva. Os vários formatos precisam ser leva-dos em consideração. O sucesso da microssérie “O auto da compadecida”, em TV e no cinema, ilustra o quadro vivido por aqueles que se aventuram no mundo da produção. Ninguém é competitivo no mercado global usando apenas um canal de distribuição. A globalização exige diversidade de mídias. E, na hora de planejar a produção de programas, de qualquer gênero, é necessário prever a sua utilização nos diversos meios. Tecnologia existe. O uso de softwares para gerenciar o conteúdo das empresas está mostrando também uma nova face. O valor do velho. Quanto mais antigo for o material, maior o valor agregado. Em tempos de cross media sales, o antigo valoriza o novo. A disponibili-dade para utilização de material de arquivo é ponto a favor na hora da produção para dife-rentes mídias. A nova postura a ser adotada pelos broadcasters é para ontem. A concorrên-cia cada vez mais acirrada exige a utilização de recursos tecnológicos e, principalmente, huma-nos para a criação e produção de conteúdo com conteúdo. Isso mesmo. Superficialidade e unidirecionalidade precisam sumir do mapa da mediocridade que assola as grades de program-ação. Disponibilizar e reutilizar o material pas-sam a ser regras básicas para os broadcasters, que atualmente respondem pela maior parte da produção de conteúdo nacional. Mas é preciso lembrar que a mensagem é mais importante que o meio. E que a mesma mensagem precisa hoje usar diferentes meios para rentabilizar os custos de produção e distribuição.

Edylita Falgetano

gerenciAmento de conteúdo

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SURF RADICALPara anunciar um concurso que vai premiar os melhores surfistas, fotógrafos e cinegrafistas do surf, a Revista Trip encomendou um comercial no mínimo inusitado. Os personagens surfistas são bonecos Playmobil, que deslizam por ondas formadas por um tapete. A produção é da Cinemá Produções, a

criação da Giovanni,FCB e a MCR assina a trilha.

S C A n n e RMISSÃO TECNOLÓGICA

Erkki Liikanen, membro da comissão européia responsável pelas políticas relativas a empresas e sociedade de informação, veio ao Brasil no mês passado para tratar de assuntos de cooperação tecnológica, sobretudo em relação à TV digital. Na agenda constaram reuniões com os ministros das comunicações, Pimenta da Veiga, e do desenvolvimento, Alcides Tápias, e com o presidente da Anatel, Renato Guerreiro.

FRENTES DE TRABALHO

Eid Walesko, o novo diretor artístico da Rede Record, iniciou sua trajetória profissional como operador de câmera quando recebeu o convite para trabalhar na TV Tupi e, em seguida, na TV Globo, onde atuou durante cinco anos na parte artística do “Fantástico”. Mineiro, de Belo Horizonte, tem o compromisso de implantar uma nova filosofia de visual nacional na empresa, ou seja, fazer uma “intervenção cirúrgica” no que já existe, dando uma concepção mais moderna e competitiva para os produtos da casa.

Serão analisadas as luzes, posição das câmeras e o visual dos cenários. O primeiro programa que sofrerá mudanças é o “Fala Brasil”, em seguida o “Jornal da Record - 1ª edição” e depois o “Cidade alerta”. “Meu sonho é ver a Rede Record em um patamar diferente do qual se encontra hoje. Quero dar uma nova plástica à emissora, resgatando seus tempos áureos.”

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COnTeÚDO nACIOnAL O ministro das comunicações, Pimenta da Veiga, levantou a bandeira em defesa

do conteúdo nacional, afirmando que não vai permitir que um descuido na

legislação venha a prejudicar a produção

nacional e que essa defesa não será

restrita ao conteúdo de televisão, mas se

estende a jornais, revistas e rádios.

O ministro considera que a PEC

(Proposta de Emenda Constitucional)

que possibilitaria a entrada de

capital estrangeiro nas empresas de

radiodifusão e empresas jornalísticas não

prejudicaria, se aprovada, a produção de

conteúdo nacional. A PEC precisa ainda

ser votada no plenário da Câmara. Como

se trata de mudança constitucional, a

votação será em dois turnos.

PARTILHA“A partilha”, uma co-produção entre Globo Filmes, Columbia TriStar e Lereby Produções, foi lançada no final do mês passado e estréia no circuito em 150 salas de cinema. A adaptação da peça teatral de Miguel Falabella foi dirigida por Daniel Filho, que há mais de dez anos tinha adquirido o direito para a versão cinematográfica da obra. O sétimo longa-metragem da Globo Filmes teve um orçamento de R$ 3 milhões.

AZULeJOS AnIMADOS

Foto

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gaçã

o

eid Walesko

Quinze profissionais de desenho e

pintura foram responsáveis pela

animação convencional feita para

a abertura da nova novela das seis

da Globo, “A padroeira”. O trabalho

mostra a disputa dos dois personagens

principais, encarnados por Luigi

Barricelli e Maurício Mattar, pela

mocinha, vivida por Débora Secco.

A partir de imagens gravadas e

digitalizadas dos atores em trajes

de época, as cenas foram impressas

e pintadas manualmente pelos 15

artistas. Redigitalizados, os frames

foram aplicados sobre azulejos,

reproduzindo a técnica portuguesa

do século XVIII. Para compor a

abertura, foram necessários 416

quadros. O trabalho foi realizado pela

produtora Campo Quatro, em parceria

com a Mister Magoo, ambas cariocas.

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S C A n n e R TREM DAS ONZEAdoniran Barbosa, personagem folclórico do bairro paulistano do Bixiga, vai virar filme. A homenagem ao sambista será uma obra de ficção intitulada “Trem das onze”, orçada em R$ 2 milhões, com Lima Duarte no papel principal e dirigida por Walter Caira. Além de mostrar o cotidiano do compositor, o filme realça os fatos vivenciados por pessoas a ele ligadas e ao mundo artístico da era do rádio, no final dos anos 50, época em que começou a ser notado e apreciado pela mídia como “Charutinho”.

CHOQUE CRIATIVOComplementando seu staff aos poucos, o presidente e diretor de criação da Newcomm Comunicação,

Silvio Mattos, anunciou em maio a contratação de reforços para sua menina dos olhos: a área de

criação. Os novos integrantes são os diretores de arte Guy Costa, vindo da Propeg, Theo Rocha, da age., e o redator André Godoi, ex-Propaganda Registrada.

PASSAGEM DE BASTÃO

Ara Apkar Minassian é o novo superintende de serviços de comunicação de massa da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Minassian herda de Jarbas Valente, que agora responde pela Superintendência de Serviços Privados, a responsabilidade por conduzir o processo de escolha do padrão de TV digital, rádio digital e as novas licitações de TV por assinatura.

BOLHAS QUADRADASCoube à gaúcha Zeppelin Filmes a produção

da nova campanha da cerveja Skol, criada pela

F/nazca S&S. “Máquina de lavar” é o título do

primeiro filme, dirigido por Zé Pedro Goulart

e fotografado por Joel Lopes. O comercial

apresenta dicas para quem não bebe a marca,

que vem trabalhando o conceito de “descer

redondo”. Aparece um rapaz segurando sua

cerveja quadrada e entra em uma máquina

de lavar. O procedimento não dá resultado e a

espuma ainda resulta em bolhas quadradas.

PARCERIA DE PESOA Microsoft uniu-se à Softimage

para o desenvolvimento de um

novo sistema para os jogos do

videogame Xbox, plataforma da

gigante de Bill Gates. Juntas,

as duas empresas vão criar

ferramentas artísticas 3D

de modelagem e animação,

com recursos especialmente

voltados para o Xbox.

O DIReITO De eXIBIR

InVeSTIGAÇÃO O deputado Tilden Santiago (PT-MG) encaminhou ao Ministério das Comunicações requerimento pedindo informações sobre o envolvimento do Grupo Cisneros no mercado de TV no Brasil, alegando que a parceria entre o grupo venezuelano e empresas brasileiras de radiodifusão é proibida pela Constituição. De acordo com o pedido, o grupo teria participação no jornal carioca O Dia, na rádio Transamérica e em dois canais abertos de UHF.

Segundo a assessoria de imprensa de O Dia, “não há parceria operacional entre as duas empresas e o acordo com o grupo Cisneros é temporário, com duração de 60 dias, e prevê a compra de conteúdo do canal MuchMusic para retransmissão em seus dois canais UHF”.

Foto

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ção

O SBT desengavetou a novela “O direito de nascer”, produção realizada pela JPO, em 1997. Dirigida por José Paulo Vallone e Roberto Talma, a novela tem dado média de dez pontos de audiência, dois a mais que a reprise de “Éramos seis”, exibida no mesmo horário.

A JPO, de Vallone - atual diretor de produções internacionais da Rede Globo, que dedicado-se à produção da novela “Vale tudo” em língua hispânica, para a Rede Telemundo -, está atualmente envolvida no projeto do remake do seriado “Vigilante rodoviário”. Segundo Ricardo Frota, diretor de negócios e comunicação, está sendo retomado o processo de negociação com Ary Fernandes, detentor dos direitos da obra. “Queremos produzir 12 episódios, depois mais nove para completar a temporada e negociá-los com as emissoras.” O policial terá ao seu lado seu cachorro (Lobo) e ganhará uma companheira de trabalho. Na época do seriado original, mulheres não eram aceitas na corporação militar.

guy, theo e André

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S C A n n e RHOMICÍDIO ÚNICOEm seu primeiro longa-metragem, Kiko Goifman e Jurandir Müller dissecam o caráter de assassinos-de-uma-morte-só. “Morte densa” é um documentário que mostra depoimentos de sete assassinos confessos que revelam o componente moral existente em seus crimes. Em geral, as posições se invertem e eles atribuem a culpa à vítima, que costuma ser alguém de suas relações próximas.

Uma descoberta curiosa dos documentaristas é que a maioria dos crimes desse tipo acontece no domingo, metáfora utilizada para construir a história. Atualmente, os autores estão captando recursos para a finalização do filme. O projeto conta ainda com um site, um livro e uma videoinstalação, atualmente em Belo Horizonte. Goifman é antropólogo e autor de um dos CD-ROMs mais premiados, “Valetes em slow motion”, que mostra a realidade de um presídio. Estudioso da violência, o diretor também é professor do mestrado em criminologia da Faculdade Cândido Mendes, no Rio. Ao lado de Jurandir Müller, participou da 24ª Bienal de Artes de São Paulo com um site de webart.

MAIS ATENDIMENTO

Sócio fundador da agência Cápsula no início do ano passado, Alexandre Grynberg agora faz parte da equipe da W/Brasil. Deixou o cargo de diretor de atendimento da associada da TBWA para assumir o mesmo posto na agência de Olivetto, no grupo de contas que inclui Bom Bril, Cirio, Editora Globo, Fnac, Luigi Bertolli e Hering.

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CAInDO PARA CIMAA equipe da TV Zero, capitaneada pelo diretor André Horta, decidiu experimentar o telecine C-Reality, dos estúdiosMega, na finalização do novo comercial da companhia aérea Rio Sul. O filme mostra várias pessoas comemorando, como se pulassem de alegria. No fundo, um céu azul, um avião da companhia e uma locução que explica que, quando a companhia é pontual e eficiente, você ganha tempo para ficar com a família ou realizar atividades de seu interesse.

As imagens dos personagens foram obtidas com a filmagem a 150 quadros de atores pulando em uma

cama elástica. A resolução HDTV e a

velocidade da câmera ajudaram na

hora da finalização, pois permitiram

um recorte preciso e os efeitos que

aumentaram a amplitude da impulsão.

“Se fosse tudo em tempo real, em

um segundo o ator chegaria ao limite

máximo do movimento e então cairia

ainda mais rápido”, explica Horta. Na

computação gráfica, os movimentos

e expressões dos atores em queda

foram aproveitados, mas os frames

foram animados ao contrário, para que

dessem continuidade ao movimento

ascendente, conta o videodesigner

Paulinho Ferreira, do Mega.

RUIM PRA CACHORROÉ da Galileus Filmes o comercial do primeiro sapato biodegradável brasileiro. Com criação de Fabio Santoro, da Criativos do Brasil, o filme mostra um cachorro enterrando um sapato. Depois de 60 dias, o bichinho volta para buscar o sapato e não encontra nada. Claro, o sapato Bioway é feito de látex e cânhamo e simplesmente desaparece depois de dois meses. A direção do filme é de Galileu, e o cãozinho

indignado faz parte da trupe de Gilberto Miranda.

SEMINÁRIO INTERNACIONAL O Brasil vai sediar um seminário internacional sobre TV digital no segundo semestre. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) será a patrocinadora do evento, que terá a coordenação da Citel (Comissão Interamericana de Telecomunicações). O evento acontecerá entre os dias 6 e 10 de agosto, em Brasília.

SeM MUROSA Miksom, para comunicar sua mudança para novo endereço, embalou a “casa velha” com

papel bolha. A produtora mudou para um prédio na Vila Nova Conceição, Zona Sul de São Paulo. A mudança veio para agilizar a comunicação entre os funcionários e com os clientes aproveitando toda a infra-estrutura disponível no bairro, um centro empresarial de São Paulo. “Agora

a Miksom é uma produtora sem muros”, brinca o diretor de criação Paulo Suplicy, referindo-se ao fato de que agora todos dentro da casa podem se ver.

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S C A n n e RROTEIROS ONLINEHugo Moss é inglês, mas está radicado há anos no Rio de Janeiro. Roteirista e professor, ele tem sido solicitado a opinar em diversos roteiros nacionais e por isso resolveu criar um curso online para ensinar brasileiros a colocar no papel sua história. Além de ensinar a formatação, que ele considera fundamental para que o roteirista se atenha à história, sem se dispersar com observações sobre os personagens que a imagem não mostra, ele também oferece grupos de discussão para que os alunos possam trocar idéias entre si. O site de Hugo Moss é www.films.com.br. Em tempo: a página foi criada com a fonte courier, tipologia padrão para a formatação de um roteiro em Master Scenes.

MAKING OF NA REDE

O famoso cartunista francês Jean “Moebius” Giraud colocou no ar o site de seu filme, “Thru the Moebius strip”, que está sendo feito todo em animação 3D. Enquanto a estréia - prevista para meados de 2003 - não chega, ele e o diretor Frank Foster vão disponibilizar o storyboard completo da história na rede. A cada semana, os quadros são trocados, então o net-fã terá de ser manter ligado no site. O nome do filme, uma ficção científica, refere-se à Tira de Moebius, que consiste em uma superfície contínua, que pode ser percorrida por cima e por baixo sem interrupção, como, por exemplo, um pedaço de papel torcido e colado. O filme contará a história de um médico que estuda uma civilização alienígena e é transportado por um portal para um tempo e uma cultura desconhecidos. O site está no endereço www.moebius-strip.com.

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KIPPURO Consulado Geral de Israel, em São Paulo, fez o lançamento nacional de “Kippur”, último filme do cineasta israelense Amos Gitai, em sessão fechada

para convidados. O filme participou do Festival de Cannes 2000 foi apresentado com som original, em hebraico, e legendas em português.

Durante a 8ª Reunião do Comitê

Consultivo II da Citel (Comissão Intera-

mericana de Telecomunicações) - CCP

II (que trata dos serviços de telecomu-

nicação que envolvem a radiodifusão),

realizada de El Salvador, no mês pas-

sado, os Estados Unidos apresenta-

ram uma recomendação para que o

ATSC seja adotado como padrão único

de TV digital nas Américas.

De acordo com o ex-superintendente de

comunicação de massa da Anatel, Jar-

bas Valente, que participou da reunião,

houve consenso para que se busque

uma solução integrada, mas não

necessariamente um padrão único nas

Américas.

Mas, caso a recomendação dos Estados

Unidos seja aceita, isto não significa que

ela tenha de ser seguida por todos os

membros da Citel. México e Venezuela

anunciaram durante o encontro que

vão iniciar seus testes para a escolha

do padrão digital. Vão ser testados os

padrões DVB e ATSC. Os demais países,

por falta de capacidade financeira,

devem aguardar a recomendação da

Citel para definir o padrão a ser adotado.

ReLATÓRIO SALVADORenHO

nOVO enDeReÇOO estúdio Preto & Branco está de casa nova. Num espaço idealizado e projetado para as necessidades da produtora, o prédio, localizado na Vila Nova Conceição, em São

Paulo, abriga um estúdio blimpado, salas de edição com as duas ilhas Matrox e toda a estrutura administrativa. Os trabalhos que já estão sendo produzidos no novo endereço incluem os vídeos para a entrega do prêmio ABIT (Associação Brasileira das Industrias Têxteis) e um projeto inovador para a Fundação Oswaldo Cruz. Numa parceria com a produtora parisiense eTC Audiovisuel, a Preto & Branco produziu um

material para ser exibido pelo projetor francês Pigi, que cobre uma área de até 50 m por 8 m, na fachada do Castelo de Manguinhos, sede da fundação no Rio de Janeiro.

SeM COMenTÁRIOSA Anatel pretende começar a divulgar

os canais de televisão para os quais não

houve nenhum comentário na consulta

pública do plano básico de televisão,

no início deste mês. Segundo Francisco

Perrone, vice-presidente da agência, na

medida em que as listas parciais desses

canais forem publicadas, o Ministério

das Comunicações estará liberado para

abrir novos editais.

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ReTRATOO curta-metragem “O retrato”, pro-duzido pela Terranova Filmes, conta a história de Júlia, uma jovem estu-dante que vai trabalhar com um pintor de retratos (Guilherme). A história de

suspense foi captada em bitola Super 16 e finalizada digitalmente para exibição em Betacam. O filme tem roteiro e direção Daniel Sant’Anna, produção de Letícia Dumas, elenco de Alfredo Penteado e Simone Kliass, produção executiva de Bebetto Haddad, direção de fotografia de Rubens Tole-do, preparação de elenco Paulo Barros, edição Pedro Prata e abertura de Fernando Bonadias.

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S C A n n e RPARA TVO programa “Gema Brasil”, com Rodolfo Botino, sobre culinária e variedades e veiculado diariamente pela TVE/Rede Brasil, é uma produção da Made for TV, capitaneada por Manuel Carvalho e Dora Lima. Para a TV por assinatura a produtora carioca está realizando o “Por falar em cinema”, que vai ao ar aos domingos pelo canal Telecine Emotion, da Globosat, com apresentação de Cristina Prochaska.

CONCISÃODepois do premiado filme “A semana”, feito para a revista Época, que recebeu o único Leão de Ouro brasileiro em Cannes no ano passado, e o Grand Prix do Clio, neste ano, a W/Brasil produziu uma nova peça ainda mais sintética. O filme “Lados” mostra que tudo na vida tem uma face boa ou ruim, para dizer que a publicação semanal aborda os dois lados da notícia. Mais uma vez, a ficha técnica é tão enxuta quanto o filme: da criação à produção, tudo é obra de Jarbas Agnelli, criativo da agência.

POESIA ÉTNICA“Quinhentas almas” é o primeiro longa-metragem de Joel Pizzini, conhecido pelos curtas “Caramujo-flor” e “Enigma de um dia”. O filme é um documentário sobre os índios Guató, etnia redescoberta em seus estados de origem - Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A obra conta com a participação do poeta Manoel de Barros e cenas protagonizadas por Paulo José. O título refere-se ao número de pessoas que restam na população Guató. Em fase de finalização, o filme tem produção da Grifa Cinematográfica.

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PROFISSIOnAIS DO AnO

Os júris nacional, serviço público comunitário e regionais Norte-Nordeste, Leste-Oeste, Sul, Sudeste Capitais e Sudeste Interior do 23° Profisisonais do Ano, promovido pela Rede Globo, analisaram 1.653 comerciais, correspondentes a 1.214 inscrições para a versão 2001 do prêmio. No total, quase 17 horas de exibição foram despendidas pelos jurados, reunidos no final de maio, para designar os vencedores de cada categoria.

As festas temáticas, marca registrada do organizador do evento, Toni L. Rodrigues para a entrega dos prêmios, começam a acontecer no final deste mês até aportar em São Paulo, em setembro, para a premiação Nacional.

Região Sudeste Interior 26/06/2001 São José do Rio Preto (SP) Região Leste-Oeste 10/07/2001 Brasília (DF) Região Sul 24/07/2001 Curitiba (PR) Região Norte-Nordeste 07/08/2001 Fortaleza (CE) Região Sudeste Capitais 28/08/2001 Rio de Janeiro (RJ) Nacional 25/09/2001 São Paulo (SP)

QUINZENALO programa “Oficina de

vídeo” - produção conjunta

do Centro de Comunicação

e Artes do Senac e da

STV (Rede Sesc Senac de

Televisão) - está com sua

estréia prevista para julho na

STV. Com direção de Mario

Buonfiglio, quinzenalmente

serão apresentadas

produções realizadas por

estudantes e interessados na

área de vídeo, TV e cinema.

OS XeReTASEstreou no primeiro dia deste mês a aventura infanto-juvenil “Os Xeretas”, no circuito paulista e paranaense. Produzido pela Magia Filmes e dirigido por Michael Ruman, o filme 100% brasileiro que teve sua estréia mundial no Montreal’s Inter-national Children Film Festival 2001, em março. Depois foi apresentado no German Children’s Filme & TV-Festival Golden Sparrow 2001, em abril, e no Festival de Cin-ema de Recife, em maio. A estréia nacional está prevista para 1º de setembro.

Foto

s: d

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gaçã

o

dora e manuel

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Fernando Lauterjung

GeRenCIAR PARA VALORIZAR

Pelo caminho que a maioria das mídias está seguindo rumo à digitali-zação e à convergência, veio à tona a possibilidade e a necessidade de se produzir um conteúdo capaz de atender a diversas mídias. Nos últi-mos anos, os grupos de comunicação abriram novas trincheiras para brigar pelo público, que passou a buscar outras fontes de informação e entre-tenimento, como canais de TV paga e portais de conteúdo na Internet. A evolução dos softwares de banco de dados trouxe para essa indústria de

Qua lque r t i po de con t eúdo

d i g i t a l pode s e r u sado pa ra

vá r i o s t i po s de m íd i a ou ,

pe l o meno s , adap tado pa ra

s e r u sado em nova s p roduçõe s .

o impo r t an t e é t e r t odo

o ma t e r i a l a ce s s í v e l e

f a c i lmen t e en con t r á ve l .

conteúdo uma ferramenta que, aos poucos, está se tornando essencial: as soluções de asset management, ou gerenciamento de conteúdo. Com essa tecnologia, é possível tornar todo o conteúdo mais acessível e adaptável à distribuição nas diversas mídias.As facilidades trazem maior agilidade no processo de pós-produção e dis-tribuição, já que possibilitam que o material esteja disponível, ao mesmo tempo, para todo o grupo de trab-alho e que esse material possa ser convertido para outros formatos. Um dos líderes do mercado de ger-enciamento de conteúdo é o Media 360, da Ascential. O software foi ide-alizado quando a Informix, empresa do setor de banco de dados, foi chamada para desenvolver um siste-ma de arquivamento e gerenciamen-to do conteúdo da BBC, em Londres. O problema passado para a Informix solucionar não era pequeno. O con-teúdo da emissora precisava ser todo transformado para formatos digitais e catalogado para que pudesse estar acessível para o uso em novas produções e para que pudesse haver um melhor gerenciamento de seu direitos autorais. A partir dos trab-

alhos e da observação das neces-sidades da indústria da mídia na emissora britânica, a Informix desen-volveu o Media 360. Em outubro do ano passado a empresa anunciou que seria dividida em duas empre-sas independentes, o que aconteceu em janeiro deste ano com a criação da Informix Software, de banco de dados, e Ascential, de asset manage-ment. Em abril foi anunciada a venda da Informix Software para a IBM por US$ 1 bilhão, valor que passou a fazer parte da recém-criada Ascential. “Estamos vivendo um conto de fadas”, comemora o diretor de mar-keting, Roberto de Carvalho.Os trabalhos com a BBC, em meados da última década, trouxeram à tona questões que não eram tão conheci-das do mercado de banco de dados. Era necessário, por exemplo, que, a partir de um show gravado nos estúdios da emissora, pudesse ser gerado um produto para a televisão, para o rádio, para a mídia impressa e para mídias que estivessem por vir, como a Internet, que ainda não era tão difundida como atualmente. Mais ainda, todo esse conteúdo, gerado a partir de uma única produção, pre-

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c A p A

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cisava ter seu direitos autorais admi-nistrados. Outra grande questão foi a reutilização do material antigo produ-zido na emissora. Não apenas a rev-eiculação, mas a necessidade de que tudo já produzido estivesse disponível para complementar novas produções. E todo esse conteúdo precisava estar acessível para que todos os editores, diretores e produtores pudessem usar. A solução encontrada foi um trabalho em parcerias. Usar o know-how de empresas que administram direitos autorais, de desenvolvedoras de soft-wares para edição não-linear etc.

so luções e parcr ias

A Ascential firmou parcerias para seu software com empresas como Avid, Usoft, ENPS, Virage, Kasenna, Thomsom Automation e Grass Valley.Um bom exemplo da importância dos parceiros é o software Media Base, da Kasenna, que possibilita o stream-ing de vídeo sobre redes IP (Internet Protocol) em banda larga. Qualquer vídeo pode ser transmitido em forma-tos QuickTime, Real Player, Windows Media Player, MPEG-1 e MPEG-2 e promete também trabalhar, em breve, em MPEG-4. Pode fazer o streaming em multicast ou unicast para redes de 8 kbps até 19,4 Mbps. Assim como o produto da Kasenna, o concorrente Virage, também faz o streaming de vídeo pela Internet em vários formatos e permite ainda a sincronização do vídeo com imagens, texto e apresentações multimídia. A Usoft conta com o software para gerenciamento de direitos autorais iRights, que verifica se determinado conteúdo a ser distribuído é passível de pagamento de direitos autorais, quanto deve ser pago e para quem. Ainda gera relatórios sobre o custo total a ser pago para os detentores dos direitos autorais periodicamente.O Avid iNews também pode trabalhar de maneira integrada com o Media 360, assim como o Profile, da Grass Valley.O Media Partner, da eMotion, concor-rente do Media 360, conta com par-ceiros como VYRE, Kasenna, Virage,

Compaq, Oracle e Jaguar Consulting, também para gerenciamento de dire-itos autorais. Segundo Shira Adatto, assessora de marketing da eMotion, “o Media Partner é o primeiro soft-ware de gerenciamento de conteúdo capaz de trabalhar com as ilhas de edição da Avid através de um simples ‘drag and drop’”, ou seja, qualquer conteúdo disponível no software pode ser “arrastado” com o mouse para dentro da ilha.Com a parceria com a VYRE, o Media Partner deixou ainda mais fácil dis-tribuir o conteúdo para a Internet, extranets e dispositivos portáteis.A Convera, desenvolvedora do soft-ware para gerenciamento de vídeo

digital Screening Room, fechou uma parceria com a EMC, desenvolvedora do Avalon Archive Manager e com a Grass Valley. O acordo permitiu que o Screening Room agora trabalhe em conjunto com Profile XP.A verdade é que as soluções para gerenciamento de conteúdo são integradoras de bancos de dados e outras soluções necessárias para cada cliente. “Os parceiros são os que trazem tecnologias complemen-tares essenciais para nossos clientes”, define Luiz Cassio Godoy, diretor de vendas da Ascential.Godoy acredita que “se você tornar digital, o seu conteúdo pode ir para outros canais, qualquer produtor vai ter a possibilidade e a necessidade de distribuir em qualquer formato”. E

completa, “produzir para várias mídias e ter seu material antigo sempre à mão são meios de tornar seu con-teúdo mais rentável e possibilita uma reutilização mais inteligente”.Um bom exemplo foi o perfil que a CNN traçou de John Kennedy Jr. na matéria sobre sua morte. A emis-sora de notícias conseguiu achar em minutos todas as informações, imagens, entrevistas e matérias sobre o recém-falecido e mostrou, no mesmo dia, um documentário/perfil, enquanto a maioria das suas concor-rentes mostrava a famosa cena do garoto batendo continência para o caixão de seu pai, John Kennedy.A tecnologia possibilita que qualquer tipo de conteúdo seja gerenciado de maneira igual e possa ser usado em qualquer mídia e acessado por qualquer um dos responsáveis pela produção.Um vídeo que seja inserido no banco de dados do sistema já é automaticamente disponibilizado para toda a rede da empresa em baixa resolução, para visualização; em alta resolução, para edição; em formatos streaming para Internet; em áudio; e texto, num sistema que transforma o áudio automatica-mente em texto. Para buscas futu-ras, pode-se procurar todos o mate-riais usando texto, voz ou imagem. Por isso uma produção em vídeo pode gerar conteúdo também para rádio, Internet ou mídia impressa.A velocidade do trabalho de pes-quisa aumenta, assim como a edição e a pós-produção, visto que todo o material é facil-mente acessado.

paratodos

Para Roberto de Carvalho, “o mer-cado de IAM (information asset man-agement) deve ter um crescimento de 100% ao ano e até 2004 todas as empresas líderes em seus negó-cios terão um software de gerencia-mento de conteúdo”.Não é exagero, não são apenas os grupos de comunicação que

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A estimativa é que o mer-

cado de information asset

management (IAM) tenha

um crescimento

de 100% ao ano.

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estão usando esse tipo de solução. A Ascential conta com clientes como CNN e BBC e também Anatel, Telemig, Americel e Ferrari. A eMotion tem na sua lista de cli-entes ABC, Discovery, Fox Kids Europe, HBO, E!Entertainment e também Australian Tourist Commission, Leo Burnett, Força Aérea dos EUA e Nike. “Muitas empresas que não são do mercado de comunicação precisam gerenciar dados como direitos autorais, pro-pagandas comerciais, contratos e outros tipos de informação que é arquivada digitalmente”, afirma Shira Adatto.As soluções, graças à customiza-ção feita para cada cliente, podem atender a empresas de vários taman-hos. O custo depende das necessidades e até do número de estações de trabalho dis-poníveis na empresa.O SBT foi a primeira emissora

brasileira a implantar um sistema de gerenciamento de conteúdo digital englobando toda a produção da rede. A intergração do projeto foi realizado pela Videodata, em parceria com a SGI e a Ascential. De início, o inves-timento totalizará US$ 1,5 milhão, até julho deste ano, e prevê a transcrição de 1,2 mil horas de imagens para digital. A previsão é que se gaste cerca US$ 10 milhões para digitalizar e arquivar as quase 50 mil horas de ima-gens que o SBT tem atualmente, inclu-indo programas da TV Tupi e os primei-ros programas de Silvio Santos. Todas as fitas Beta Digital serão trocadas por DST (Data Storage Tech), desenvolvida pela Ampex, que mantém a qualidade da imagem por mais tempo e pode arma-zenar 100 Gb de informação. Com a implantação, o SBT planeja facilitar o acesso a seus arquivos a qualquer pessoa, por meio da Internet. Esse processo deve levar cerca de cinco anos.

A própria BBC e a CNN, para conseguir digitalizar e arqui-var todo o seu conteúdo, irão demorar ainda alguns anos. Para redes com conteúdo tão grande quanto o da BBC, o processo de digitalizar e catalogar tudo pode trazer algumas surpresas. A rede britânica descobriu durante o processo de catalogação de direitos autorais, que era dona de cerca de 60% dos direitos autorais das música dos Beatles.O importante é iniciar o processo de digitalização e arquivamento o mais cedo possível. Quanto menor o acervo, mais fácil de iniciar o arquivamento e menor o custo. Para Godoy “nenhum broadcaster pode se dar ao luxo de não recu-perar seu conteúdo, esse é o seu maior patrimônio”. E continua: “sem uma oferta para todos os tipos de mídia será impossível entrar no mercado global”.

c A p A

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Não disponivel

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Mônica teixeira

o u s o d a a n i m a ç ã o n a

p r o d u ç ã o d e s i t e s e s t á

m u d a n d o a c a r a d a I n t e r n e t

e a i n d a p o d e c r i a r d i f e r e n t e s

o p o r t u n i d a d e s d e a n ú n c i o s e

p a t r o c í n i o p a r a a w e b .

A animação dá vida à Internet. Letras que dançam, personagens que se movimentam são recursos cada vez mais explorados na rede. Nos sites temporários - chamados de hot sites - e nos banners pub-licitários, a animação é a principal estratégia para chamar a atenção de quem navega pelo infinito mar vir-tual de informações.Em algumas agências de publici-dade, as animações, que já foram terceirizadas, hoje são feitas por profissionais internos. Na DM9DDB, por exemplo, só são encomendados projetos muito sofisticados, cerca de

10% do volume de trabalho. No depar-tamento de Internet da agência, onde trabalham 18 pessoas, já foram criados sites bastante interativos, resultado de animações simples e criativas. Um exemplo é o site desenvolvido para a Semana de Criação Publicitária. A cada clique no mouse, uma nova surpresa surge na tela. As animações normalmente são feitas usando Flash, o software mais indicado para a Internet por permitir criar movi-mentos com arquivos bem mais leves que outros softwares existentes. Mas para os publicitários ainda é preciso cuidado ao usar o recurso da animação: “É obrigatória a adequação da animação à mensagem. Um site de comércio eletrônico não vai ter animação nunca, pois o que interessa é a compra. Já um site voltado para a diversão ou que exija uma imersão na marca deve buscar a interatividade”, explica Michel Lent, diretor de criação de Internet da DM9DDB. O maior problema para o amplo uso de animação na rede ainda é a len-tidão. De um modo geral, as máquinas

dos usuários não são muito rápidas e informações mais complexas acabam dificultando a navegação e até com-prometendo o resultado gráfico. Por isso, Lent ainda acredita que “as mel-hores animações são as que reúnem dois pré-requisitos: têm de ser interes-santes e leves”.

l im i tações

Um dos principais obstáculos para a navegação dos menos sintonizados com os avanços tecnológicos são os plug-ins, fundamentais para se ver o trabalho na tela. Nem todos os usuários têm conhecimento ou tempo para turbinar suas máquinas com os acessórios exigidos.Há três anos no mercado, a Tenda Digital desenvolve soluções multimí-dia para empresas. Mas as animações ainda representam uma pequena parte do trabalho. “A animação é um com-plemento do que fazemos”, esclarece Maurício Desidério Costa, diretor de marketing e vendas. Mas é peça fun-damental para conseguir o que mais se deseja na rede, a interatividade. Para comunicar melhor a marca de uma montadora de carros, a AG2, com sede em Porto Alegre, desen-volveu jogos interativos para o seu cliente. Num deles, o internauta cobrava pênaltis contra o computa-dor, no outro tinha que capturar a logomarca da empresa. Os jogos foram os trabalhos de animação mais complexos que a AG2 já fez. No período em que estiveram no ar, o número de acessos ao site superou as expectativas. “Mas a animação ainda se restringe a elementos especí-ficos. Sites 100% animados eliminam qualquer possibilidade de atualização rápida, ficam engessados”, explica Domingos Secco, responsável pelo atendimento na AG2. Até no caso dos banners, onde a animação já se tornou quase que uma obrigação, existem limitações. Os profissionais de criação têm de atender a uma exigência dos portais: a maioria deles estabelece que os banners não podem ultrapassar 12

p r o d u ç ã o

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MOVIMENTOS Na

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kb. “É um desafio e muitas idéias ficam no papel”, diz Secco.As animações aparecem mais quando o objetivo do site é pura diversão. Com experiência em fazer animação para publicidade, a produtora de computação gráfica Bat lançou-se na rede. Com a produtora de Internet I-Face/Dialeto, a Bat lançou um site totalmente dedicado à animação. “Nós nunca tínhamos feito animação para web antes. Mas fizemos mui-tas simulações de sites para vídeos institucionais”, conta Dudu Toledo, designer gráfico da Bat. Durante um ano, os profissionais investiram na criação de um site de histórias em quadrinhos animadas com um tema em comum: sexo. Toda a estrutura da produtora, os computadores Macintosh G3, G4 e Imac trabalharam nos horári-os de folga para dar vida aos persona-gens que saíram da cabeça de Dudu e de outros amigos da Bat. Um investi-mento de R$ 200 milhões. Hoje, o site tem 28 desenhos de dois minutos cada, todos feitos em Flash.O visual do Sexyanimation é col-orido, os traços fortes. Um estilo definido por seus criadores como “pop cult”. O site já tem 51 mil pes-soas cadastradas e uma média de 720 usuários por dia. O assunto é popu-lar, mas a animação ajuda a conqui-star o público. A idéia dos criadores do Sexyanimation agora é lançar novos produtos da grife. “Nós acreditamos muito na força da marca”, diz Dudu. Entre os futuros lançamentos estão um longa-metra-gem em vídeo e uma loja no site para vender camisetas e outras merca-dorias com a etiqueta Sexyanimation. Apostando na fidelidade dos amantes da animação e do erotismo, Dudu antecipa que, no futuro, os acessos ao site deverão ser cobrados.

inovação public i tá r ia

Outra produtora de animação para publicidade a se aventurar pela rede é a Lobo Filmes. Há dois anos, ela se associou à Vetor Zero, empresa de efeitos especiais, 3D e finalização, e

agora dá os primeiros passos na rede. A Lobo fez as animações para um site que oferece cursos de inglês através da Internet. “Pegamos o conteúdo e com pedagogos criamos as anima-ções”, conta Nando Cohen, diretor geral. Foram produzidos dez minutos de animação por mês pela equipe de 15 pessoas. “Nós cuidamos muito do estilo antes de passarmos para a fase da animação em Flash. A Internet tem limitações grandes. Você não pode fazer todo tipo de animação. Tem de compensar com muita arte. Nós fazemos ilustração animada”, conceitua Cohen.A Lobo já tem o piloto de uma série de filmes de três minutos cada sobre o pai da aviação, Santos Dumont. Agora, está tentando comercializar. “Queremos hospedar num portal, mas antes precisamos de um patroci-nador.” A idéia é associar o nome da empresa patrocinadora ao desenho através de vinhetas e enquanto as imagens estão sendo carregadas. “Isto é novidade no mercado.”Novidade mesmo é outro projeto, em desenvolvimento na Lobo há oito meses. É uma espécie de chat visual. O internauta não vai mais ser apenas um nome, vai ser um personagem animado. E as salas de bate-papo não vão ser telas cheias de texto, e sim, cenários virtuais. Ao entrar no chat, o usuário vai poder escolher as características físicas do seu personagem e as roupas que ele vai vestir. Se o cenário for um bar, por exemplo, ele vai circular pelo espaço e conversar com outros per-sonagens. As possibilidades de pub-licidade também aumentam . No bar, por exemplo, pode-se vender cervejas de uma determinada marca, na jukebox pode tocar a música do último CD de uma banda e assim por diante. “A publicidade vai sair do banner”, comemora Cohen. Tudo isso está sendo feito em Shockwave, software que aceita programação mais complexa. Os tes-tes finais estão quase concluídos. Em breve, a animação poderá mudar a cara da Internet.

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EmErson CalvEntE

IMPORTAÇÃO DE PROBLEMASMoro s i dade de p ro ce s so s ,

ex ce s so de t axa s , bu ro c ra c i a :

a impo r t a ção de equ i pamen to s

aud iov i s ua i s pa ra s up r i r

o me r cado nac i ona l de sa f i a

a pac i ên c i a e o bo l so

do s r e vendedo re s .

Uma lista interminável de siglas e códigos “assombra” os proces-sos de importação. Camex, Decex, afinal, quem é quem? E a “sopa de letrinhas” não para por aí: Incoterms, RTS e assim por diante. Não há dúvida de que a assessoria de uma empresa especializada é a melhor opção para quem deseja importar equipamentos para aplicações em vídeo, cinema e TV. A Emissoras é uma empresa de assessoria em comércio exterior que atende a clientes como a TVA, SBT, Rede Mulher, Fundação Cásper Líbero, entre muitas outras empre-sas de comunicação. Katia Duarte,

proprietária da Emissoras, explica o processo: “A primeira etapa é fazer o contato com o exportador ou o representante do exportador no país e pedir uma Fatura Pró-forma do equipamento que se deseja importar. A Fatura Pró-forma deverá ser confer-ida, observando-se principalmente a descrição do equipamento, o valor, a forma de pagamento e os Incoterms”. Representados por meio de siglas (três letras), os termos internacionais de comércio (Incoterms) tratam efeti-vamente de condições de venda, pois definem os direitos e obrigações míni-mas do vendedor e do comprador quanto a fretes, seguros, movimenta-ção em terminais, liberações em alfân-degas e obtenção de documentos de um contrato internacional de venda de mercadorias. Por isso são também denominados “cláusulas de preços”, pelo fato de cada termo determinar os elementos que compõem o preço da mercadoria. Após serem agregados ao contrato de compra e venda, passam a ter força legal, com seu significado jurídico preciso e efetivamente deter-minado. Refletem, assim, a redação

sumária do costume internacional em matéria de comércio, com a finalidade de simplificar e agilizar a elaboração das cláusulas dos contra-tos de compra e venda. Um bom domínio dos Incoterms é indispensável para que o nego-ciador possa incluir todos os seus gastos nas transações em comércio exterior. Qualquer interpretação errônea sobre direitos e obriga-ções do comprador e vendedor pode causar grandes prejuízos comerciais para uma ou ambas as partes. Dessa forma, é importante o estudo cuidadoso sobre o termo mais conveniente para cada oper-ação comercial, de modo a evitar incompatibilidade com cláusulas pretendidas pelos negociantes. São fixados pela Câmara de Comércio Internacional - CCI. A publicação da CCI que atualmente trata dos Incoterms é a de nº 560, de 1999. A próxima etapa do processo é consultar um despachante adua-neiro, para que ele faça uma esti-mativa de quanto ficará a importa-ção, providencie a documentação necessária para o credenciamento da empresa na Receita Federal e verifique a necessidade da Licença de Importação antes do embarque. Somente após todas essas providências tomadas, o importa-dor deverá fazer o aceite. Se o pagamento for antecipado, é necessário fazer a remessa pelo Banco Central e pedir o embarque. Após a chegada do equipamento no Brasil, retirar a documentação na companhia aérea ou agente de carga, para providenciar o desem-baraço do equipamento. A Declaração de Importação é um documento obrigatório para o desembaraço do equipamento na alfândega. Após registrada, é necessário aguardar a parametriza-ção da Declaração de Importação: Canal Verde (desembaraço automáti-co pelo sistema), Canal Amarelo (exame documental do equipamen-to), Canal Vermelho (exame físico e documental) ou Canal Cinza (valora-

m e r c A d o

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ção aduaneira). O processo é finalizado com a apresentação da documentação na Receita Federal e o desembaraço de acordo com os canais.

prazos

O prazo para o pedido do embarque dependerá da agilidade não só do importador como do exportador tam-bém. Os equipamentos broadcast, que não têm similares nacionais e que têm o benefício do Imposto de Importação, necessitam da Licença de Importação antes do embarque. O órgão anuente é o Decex, Departamento de Operações de Comércio Exterior, que analisa e aprova esse tipo de licença. Em média, são necessários entre dois e cinco dias úteis para a aprovação. A Receita Federal, em São Paulo, para emitir um Cartão de Credenciamento da empresa demora de cinco a sete dias úteis. O desembaraço leva de dois a oito dias úteis (dependendo do canal) após a chegada da mercadoria no Brasil. “Emissoras de TV e fundações educativas empenhadas em adquirir equipamentos tecnologicamente atualizados da linha broadcast buscam minimizar custos através da compra via importação direta.Na maioria das vezes, a importação direta é vantajosa no caso das funda-ções, entidades de utilidade pública e órgãos governamentais devido à isenção de impostos. Nesses casos, atestados de não-similaridade nacional são fornecidos pelas associações de fabricantes de produtos eletrônicos para agilizar a emissão de licença de importação. É importante que os importadores analisem previamente as despesas pertinentes ao processo de importação: taxas bancárias para operações financeiras internacionais, frete, seguro, despesas aduaneiras, impostos e outras. A compra no Brasil através do representante local é mais indicada para as produtoras e empre-sas institucionais, pois normalmente não são contempladas pelos benefícios tributários e os custos do processo logístico e aduaneiro também sofrem grande alteração dependendo do vol-ume a ser importado”, explica Ana

Maria Teixeira Perone, supervisora administrativa de vendas broadcast da Sony do Brasil.A morosidade é o problema mais comum enfrentado pelo importa-dor. A maioria conta com um prazo para ter o equipamento e nem sempre consegue tê-lo dentro do prazo estimado. Katia Duarte explica algumas razões: “As greves são fatores cruciais. Por exemplo: com a recente greve dos estiva-dores no porto de Santos, muitos contêineres que deveriam desem-barcar lá foram parar em portos vizinhos, acarretando morosidade no desembaraço e custos internos para o importador que necessitava dos equipamentos. Com a greve da fiscalização, se a mercadoria já está no Brasil, não havendo fiscais para desembaraçá-la, o importador terá de pagar a armazenagem. Há outros motivos também, como a falta de espaço no avião para o embarque da mercadoria em certos períodos do ano (quando se trata de embarque aéreo)”. Para evitar prazos indefinidos e morosidade, a ex-Philips Digital Video Systems - atual Thomson Multimedia - procura trabalhar em parceria com os órgãos envolvidos. Segundo Sundeep Jinsi, diretor da Thomson, “um exemplo disso foi a implantação do Regime de Despacho Aduaneiro Expresso, também conhe-cido como Linha Azul, que estabel-ece prazos máximos para a liberação das mercadorias: até quatro horas (porto) e duas horas (aeroporto)”. As alterações na legislação também dificultam e encarecem o processo. Às vezes, o importador conta com um valor para desembaraçar o seu equipamento e podem ocorrer alte-rações nas alíquotas dos impostos, que tanto podem ficar mais baixas quanto mais altas. “Não há como fugir, pois as mesmas podem ser alteradas a qualquer momento pelo Ministério da Fazenda ou pela Câmara do Comércio Exterior”, alerta Katia. Com a demora no desembaraço,

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Engenharia Indústria e Comércio LtdaAvenida Olegário Maciel, 231 Lojas 101/104

Barra da Tijuca • Rio de Janeiro • RJ • 22621.200Tel.: (21) 493.0125 • Fax: (21) 493.2595www.phasenge.com.br • [email protected]

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o importador deverá sempre fazer estoques de seus produtos. “No caso de importação para ativo fixo, é bom sempre contar com um prazo maior para o desembaraço”, aconselha Katia Duarte. “No nosso caso, a importação de equipamentos é feita sob enco-menda para atender às necessidades do consumidor final. A transação é sempre de revenda para as grandes empresas (business to business). Não há estoques de equipamentos. Os problemas estão nos prazos e custos das importações”, lamenta Jinsi.

t r ibutações

Há o regime de tributação para importação comum e o RTS (Regime de Tributação Simplificada). No regime de tributação comum (recolhimento integral), as alíquo-tas de II (Imposto de Importação) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dependerão do equipamento a ser importado. Cada equipamento tem a sua classificação fiscal e suas alíquotas. As outras taxas incidentes na importação comum são: armazenagem, frete internacional, transporte rodoviário, taxa de emissão da Licença de Importação e, se for o caso, custos com um despachante para o desembaraço. O Regime de Tributação Simplificada (RTS) aplica-se à importação de bens pelos correios, companhias aéreas ou empresas de courier, inclusive compras realizadas pela Internet. O valor máximo dos bens a serem importados nesse regime é de US$ 3 mil. A tributação é de 60% sobre o valor dos bens constante da fatura comercial, acrescido dos custos de transporte e do seguro relativo ao transporte, se não tiverem sido incluí-dos no preço da mercadoria. Muitas emissoras e produtoras solicitam a compradores sediados no exterior a remessa de peças de reposição e equipamentos até US$ 3 mil via Federal Express (Fedex) para facilitar o trâmite. Gilmar Fernandes, da GF Export, de Nova York (EUA), atende a diversas emissoras de rádio

e TV do País. “Os fabricantes, em geral, têm uma lista de preços mais alta (International List Prices) para o exterior. Por isso, é mais barato comprar aqui (EUA) através da rede de distribuição dos mesmos, pois os dealers trabalham com preços do mercado interno (Domestic U.S. Prices) e repassam seus descontos para a minha empresa, uma vez que estou comprando para revender”, explica Fernandes. “Outra vantagem é a rapidez da entrega. Além de pesquisar o melhor preço oferecido pelos dealers, procuro comprar daqueles que têm as peças ou equi-pamentos em estoque. Isso conta bastante para o cliente no Brasil que precisa de agilidade para não ficar com o equipamento parado por falta de alguma peça. E-mails ou faxes que venham diretamente das emis-soras no Brasil, em muitos casos, não recebem a devida atenção dos fabri-cantes. Daqui fica mais fácil contatar os fornecedores e correr para atender a essas requisições urgentes.” A entrega é feita tanto via Fedex quanto via aérea com todos os trâmites normais de importação. No caso de utilização de empresas de transporte aéreo expresso inter-nacional (courier), será acrescentada a tributação de 18% do ICMS. Na hipótese de utilização dos correios, para bens de até US$ 500 o imposto será pago no momento da retirada do bem, no próprio correio, sem qualquer formalidade aduaneira. Quando o valor da remessa postal for superior a US$ 500, o destina-tário deverá apresentar a Declaração Simplificada de Importação (DSI). No caso de utilização de empresas de transporte internacional expresso, porta a porta (courier), o pagamento do imposto é realizado pela empresa de courier à SRF (Secretaria da Receita Federal). Assim, ao receber a remessa, o valor do imposto será uma das parcelas a ser paga à empresa. Nas remessas postais o interessado poderá optar pela tributação normal. Para isso deve informar-se no momento da reti-rada do bem nos correios. Se se optar

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pela remessa através de companhia aérea de transporte regular o destina-tário deverá apresentar a DSI podendo optar pela tributação normal. A base legal para o RTS é a Portaria do Ministério da Fazenda 156/99 e a Instrução Normativa SRF Nº 096, de 04/08/1999. Houve mudanças recentes na tributação que trouxeram reduções e aumen-tos nas alíquotas. Para o IPI foi

aprovado o Decreto nº 3.777, pub-licado no Diário Oficial da União de 26/03/2001, com republicação em 27/01/2001. Foram alteradas para 4% as alíquotas ad valorem do Imposto de Importação incidentes sobre alguns bens de informática e telecomunicações, conforme Resoluções da Camex nºs 4, 5, 6 e 7, publicadas no Diário Oficial da União de 26/03/2001.

C O M P e T n C I A SAs principais competências dos órgãos envolvidos na importação de produtos.

CâMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR - CAMEX

• Definir as diretrizes da política de comércio exterior.• Manifestar-se previamente sobre as normas e legislação sobre o

comércio exterior.• Estabelecer as diretrizes para as alterações das alíquotas dos

impostos de importação e exportação, para as investigações relativas a práticas desleais de comércio, para financiamento e seguro de crédito à exportação e para a desregulamentação do comércio exterior.

• Avaliar o impacto das medidas cambiais, monetárias e fiscais sobre o comércio exterior.

• Fixar as diretrizes para a promoção de bens e serviços brasileiros no exterior.

• Indicar os parâmetros para as negociações bilaterais e multilaterais relativas ao comércio exterior.

• Atuar como um canal de comunicação entre o governo e o setor produtivo.

DEPARTAMENTO DE OPERAçõES DE COMÉRCIO EXTERIOR - DECEX

• Elaborar, acompanhar e avaliar estudos sobre a evolução da comercialização de produtos e mercados estratégicos para o comércio exterior brasileiro, com base nos parâmetros de competitividade setorial e disponibilidades mundiais.

• Executar programas governamentais na área de comércio exterior.• Autorizar operações de importação e exportação e emitir documentos,

inclusive quando exigidos por acordos bilaterais e multilaterais assinados pelo Brasil.

• Regulamentar os procedimentos operacionais das atividades relativas ao comércio exterior.

• Administrar o Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex, no âmbito da secretaria.

• Coletar, analisar, sistematizar e disseminar dados e informações estatísticas de comércio exterior.

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Paulo BoCCato

P R O G R A M A Ç Ã O R e G I O n A L

O Estado de Sergipe conta com 1,7 milhão de habitantes espalhados por 75 municípios. São 420 mil domicílios com TV e um Índice de Potencial de Consumo (IPC) de 0,804%, o mais baixo do Nordeste brasileiro. O

estado é também o menor da região em extensão territorial e, ao lado de Alagoas, o menos servido por emissoras de televisão locais. Apenas quatro geradoras operam em Sergipe, sendo duas afiliadas às grandes redes nacionais Globo e SBT, uma emissora pública e um canal pertencente à Igreja Católica. Todas estão sedia-das na capital, Aracaju, onde se concentram cerca de 490 mil habitantes.

TV SERGIPE (Araca ju , cana l 04 )

A emissora é afiliada da Rede Globo desde 1976. Fundada em 1971, pertenceu, nos anos iniciais de operação, à extinta Rede Tupi. Sua área de cobertura abrange 74 municípios sergipanos, além das cidades de Porto Real do Colégio e São Brás, situadas no vizinho Estado de Alagoas. A população total da região alcançada chega a 1,7 milhão de habitantes, com 414 mil domicílios com TV, IPC de 0,682% e 1,6 milhão de telespectadores potenciais. Entre os municípios alcançados estão Nossa Senhora do Socorro, Itabaiana, Lagarto, São Cristóvão, Estância, Tobias Barreto, Simão Dias, Porto da Folha e Propriá. A programação local segue o padrão clássico de telejor-nalismo diário das afiliadas da Globo, com as edições locais do “Bom dia”, o jornal regional “SE TV” - em duas edições - e o “Globo esporte”. Nos finais de semana, a emissora exibe o “Viva esporte”, o “Sergipe comunidade” e o “Estação agrícola”. Eventualmente, cobre festividades locais, em especial no período junino, com flashes ao vivo durante a programação.

TV ATALAIA (Araca ju , cana l 08 )

A TV Atalaia foi afiliada da Bandeirantes de sua fundação, em 1975, a 1985, ano em que passou para a rede do SBT, à qual pertence até hoje. O sinal da emissora alcança 75,77% da população sergipana. São 1,3 milhão de habitantes em 38 municípios, entre os quais estão Nossa Senhora do Socorro, Lagarto, Itabaiana, Estância, São Cristóvão, Simão Dias, Própria, Neópolis e Maruim. O destaque de sua programação local é o telejornalismo diário, com o matutino “Canal 8” e duas edições do “TJ Atalaia”. O programa “Tudo”, gravado em estúdio, é uma revista eletrônica que mescla colunismo social, moda, com-portamento e variedades. “Show de negócios” é um pro-grama de televendas feito em parceria com um publicitário local. A grade local é completada por programas de igrejas evangélicas, veiculados mediante compra de horários.

TV CANÇÃO NOVA (Araca ju , cana l 13 )

A TV Canção Nova faz parte de uma pequena rede de emissoras geridas pela Fundação João Paulo II, ligada ao Vaticano, cuja cabeça-de-rede situa-se no município de Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba (SP). Sua program-ação, de cunho religioso, educativo e cultural, está no ar 24 horas sem intervalos comerciais, podendo também ser acessada pela Internet (www.cancaonova.com.br). A Rede Canção Nova de Televisão existe desde 1989, quando era retransmissora mista da TVE Rede Brasil. Conta hoje com 124 retransmissoras, número que será ampliado com mais 17 concessões para retransmissão conseguidas recente-mente. Toda sua programação atual é de realização própria,

TV SeRGIPeProgramas Diasdeexibição HorárioBomdiaSergipe Seg-sex 6h45a7h15SETV-1ªedição Seg-sex 12h00a12h35 Sábado 12h15a12h35Globoesporte-blocolocal Seg-sáb 12h35a12h45SETV-2ªedição Seg-sáb 19h00a19h15Sergipecomunidade Sábado 12h00a12h15Vivaesporte Sábado 13h45a14h15Estaçãoagrícola Domingo 7h00a7h30

TV ATALAIAProgramas Diasdeexibição HorárioCanal8 Seg-sex 7h30a8h00TJAtalaia-1ªedição Seg-sáb 12h30a13h00TJAtalaia-2ªedição Seg-sáb 19h00a19h30Tudo Sex-sáb 13h00a13h30Showdenegócios Sábado 9h45a10h45IgrejaInternacionaldaGraçadeDeus Diário 4h00a6h00Despertardafé Diário 6h00a7h00Oamigodafé Diário 7h00a7h30

SeRGIPe

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T E L A V I V A j u n h o D E 2 0 0 1 2 �

proveniente de produtoras situadas em Cachoeira Paulista, Aracaju, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Roma (Itália) e Lisboa (Portugal). A geradora de Aracaju existe desde 1997, quando a fundação, também proprietária de emissoras de rádio AM e FM espalhadas por todo o País, adquiriu a TV Jornal. Cinco dos programas produzidos na capital sergipana podem ser vistos na programação de toda a rede, que também chega, via cabo, a 74 cidades de 13 estados brasileiros, ao Paraguai, a países da Europa e ao Norte da África e, via satélite, a todo o território nacio-nal. Os programas são “Nordeste vivo”, voltado para os aspectos turísticos da região; “Nossa gente, nossa terra”, mostrando o artesanato e a cultura popular do Nordeste brasileiro; “O que a Igreja está fazendo”, com os movi-mentos sociais nos quais a instituição está envolvida; “Público alvo”, programa de utilidade pública, serviços e atendimento ao consumidor; e o testemunhal “Gente de fé”. Além desses, a emissora sergipana também pro-duz os programas “Salesianos em ação”, que mostra o trabalho desenvolvido por esse ramo da Igreja Católica, e “A Boa Nova em perguntas e respostas”, voltado para a catequese. Ambos são exibidos apenas localmente, o que inclui a retransmissão a partir do município de Estância, no sul do estado. Uma vez por mês, a emisso-ra veicula uma vigília durante a madrugada e, semanal-mente, tem participações em programas de cunho religioso, como “Terço da Providência”, “Juntos somos mais”, “Em sintonia com meu Deus” e “Missa”.

TV APERIP (Araca ju , cana l 02 )

A TV Aperipê é uma emissora pública ligada ao gover-no estadual de Sergipe. Fundada em 1985, tem alcance restrito aos municípios próximos à capital e transmite, além de alguns programas locais, a programação da

TV Cultura, de São Paulo. Sua produção própria acaba de passar por uma grande reformulação, quando vários programas tradicionais da grade foram retirados do ar para que se aprimorasse o departamento de jor-nalismo da emissora. Gradualmente, esses programas estão retornando à grade fixa. O telejornalismo conta com o matutino “Primeira mão”, o esportivo “Bola em jogo”, o noticiário “Aperipê notícias” e o “Sergipe sem censura”, versão local do “Opinião nacional”. Nas noites de segunda-feira, vai ao ar o “Bola em jogo especial”, maior audiência da emissora, com entrevistas, comentários sobre a rodada esportiva do final de semana e matérias sobre craques do passado. Fora do jornalismo, a TV Aperipê conta com os programas “Conceito de vida (De coração em coração)”, de auto-ajuda; “Salto quântico”, de espirit-ismo; “Forró no asfalto”, apresentado pela folclórica cantora alagoana Clemilda, sucesso nacional nos anos 80 com “músicas-malícia” como “Prenda o Tadeu”; e a transmissão da “Santa Missa”. Durante o período junino, a emissora veicula também o programa diário “Forró & folia”. Além disso, produz programas especiais exibidos aos sábados, em horários variáveis, com a cobertura de eventos culturais da cidade. Estuda-se a transformação desses especiais em um programa da grade fixa.

TV CAnÇÃO nOVAProgramas Diasdeexibição HorárioGentedefé Quinta 0h00a1h30OqueaIgrejaestáfazendo Quinta 12h00a13h00Salesianosemação Sábado 8h00a8h30Nordestevivo Sábado 9h00a11h00ABoaNovaemperguntaserespostas Domingo 8h00a8h30TerçodaProvidência VariávelJuntossomosmais Variável(blocode15’)EmsintoniacommeuDeus VariávelMissa VariávelVigília Variável(umavezpormês)Nossagente,nossaterra NãofornecidoPúblicoalvo Nãofornecido

TV APeRIP Programas Diasdeexibição HorárioPrimeiramão Seg-sex 6h45a7h30Primeiramão(reprise) Seg-sex 11h30a12h15Bolaemjogo Seg-sex 12h15a12h45Forró&folia Seg-sex 12h45a13h00Aperipênotícias Seg-sáb 19h00a19h15Sergipesemcensura Seg-sáb 19h15a19h30Aperipênotícias(reprise) Seg-sex 22h30a22h45Sergipesemcensura(reprise) Seg-sex 22h45a23h00Bolaemjogoespecial Segunda 19h30a21h00Conceitodevida(Decoraçãoemcoração) Sábado 9h30a10h30Saltoquântico Sábado 17h00a18h00SantaMissa Domingo 8h00a9h00Forrónoasfalto Domingo 9h00a10h00

GeRADORAS SeRGIPe

CIDADE EMISSORA CABEÇA-DE-REDE CANALAracaju Aperipê Educativa 02Aracaju Sergipe Globo 04Aracaju Atalaia SBT 08Aracaju CançãoNova CançãoNova 13

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lEtíCia dE Castro

PROPOSTA TAXATIVAcineas tas propõem a cobrança

de taxas em d iversos segmentos

do mercado para fomentar a

produção aud iov i sua l .

Até o final deste mês, deve ser apresenta-da uma proposta para a elaboração de lei visando a criação de uma indústria cin-ematográfica no Brasil. De acordo com o produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto, termina no final de junho o prazo para o Grupo de Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica (Gedic) elaborar projetos de lei que possibilitem o fomento da atividade no Brasil.Constituído por cineastas e membros do governo federal (Ministério do Desenvolvimento, Casa Civil e Receita Federal), o Gedic foi criado pelo presi-dente Fernando Henrique Cardoso para elaborar um projeto de implanta-ção de uma indústria cinematográfica brasileira. O grupo está trabalhando há cerca de nove meses.Após inúmeras reuniões e discussões, o subgrupo formado pelo produtor Luiz Carlos Barreto, pelos cineastas Cacá Diegues e Gustavo Dahl, pelo exibidor Luiz Severiano Ribeiro, pelo secretário do audiovisual do Ministério da Cultura José Álvaro Moisés e pelo distribuidor Rodrigo Saturnino, elaborou um pré-pro-jeto de ação baseado em cinco itens.O objetivo final, de acordo com os membros do grupo, é possibilitar a auto-sustentabilidade do cinema nacio-nal. Estão previstas as criações de uma agência reguladora da atividade e um fundo que custeie as produções.Um dos principais pontos em que se sustenta o trabalho do grupo é a

parceria com a televisão. Um relatório preliminar, ainda em fase de estudo no governo, propõe a cobrança de uma taxa de 4% sobre o faturamento pub-licitário das emissoras para financiar projetos cinematográficos brasileiros. “Estamos ainda conversando com as emissoras para chegar a um valor para essa taxa”, afirmou Luiz Carlos Barreto. Por enquanto, a Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV) prefere não se pronunciar sobre o assunto. “Houve muita dis-cussão, mas foi uma reunião boa”, adiantou o assessor do Ministério das Comunicações, Marcos França, que participou de um dos encontros com a presença de Marluce Dias da Silva, diretora geral da Rede Globo.

em debate

“Precisamos chegar a um consenso com as TVs e o governo sobre esse assunto”, comentou Barreto. Além da Globo, o SBT e a Bandeirantes foram informadas sobre o assunto. “Até agora, não tivemos nenhuma reação de recusa. Estamos debatendo.” As emissoras, no entanto, não quiseram comentar as propostas, por se tratar de um projeto em fase de estudos.Outro ponto polêmico do projeto do Gedic é a obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais nas TVs. “Estamos discutindo a possibilidade de insti-tuir a exibição uma vez por semana ou a cada 15 dias”, afirmou Barreto. Atualmente, a Bandeirantes é a única emissora que exibe regularmente filmes brasileiros. Títulos clássicos e até pornochanchadas são exibidas no programa “Sala Brasil”.No pré-projeto elaborado por mem-bros do Gedic, a verba arrecadada

a partir da taxação das TVs seria encaminhada para um fundo finan-ceiro para a atividade cinematográfica. “As emissoras seriam detentoras de uma cota de rentabilidade do fundo como um todo, e não de cada filme produzido. O fundo dilui os investi-mentos”, informou Barreto.Além dos impostos das emissoras, o grupo pretende taxar as vendas de DVDs, videocassetes, fitas de vídeo, televisões, impressoras e também as loterias da Caixa Econômica Federal. A criação do fundo seria responsabili-dade da Secretaria da Receita Federal, e a administração a cargo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).Para fiscalizar e administrar de maneira geral as atividades da classe cin-ematográfica, seria fundada uma agên-cia. Esse projeto está sendo elaborado pela Casa Civil. A agência teria papel-chave dentro da estruturação da indús-tria. Uma vez criada, seria a respon-sável pela implantação de todos os outro itens do projeto, em um prazo de aproximadamente dois anos. Ainda estão nos planos do grupo, a reforma de legislação de incentivo ao audiovisual e a redefinição das fun-ções da Secretaria do Audiovisual, que seria responsável pelo fomento a curtas, médias e lon-gas-metragens experimentais.Para que todos esses projetos não se percam no meio do caminho, o grupo estabeleceu algumas metas a serem atingidas ao longo de cinco anos. Deverão ser produzidos 250 novos filmes em 2006 e manter esse patamar para os próximos anos. A exibição também deve aumentar. A expectativa do grupo é que, em 2006, 400 novas salas sejam construídas.

A u d i o v i s u A l

T E L A V I V A j u n h o D E 2 0 0 12 �

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Não disponivel

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OShoppingMorumbideucontinuidadeà campanha iniciada no aniversário de São Paulo (25 de janeiro) com mais dois filmes que têm como trilha sonora a canção de Tom Jobim “Te amo São Paulo”, redescoberta pela MCR. O slogan da campanha é “Completo como São Paulo”. Isso porque uma pesquisa demonstrou que o shopping é freqüentado por pessoas de vários bairros paulistanos. A partir dessa idéia, a agência brifou a diretora Bia Flecha para criar situações em que as pessoas interagissem com a paisagem. “Nossa referência foi um antigo clip dos Rolling Stones. Mesmo nos comerciais de datas específicas, a campanha toda tem o foco em São Paulo, então pensamos em colocar pessoas da cidade olhando-a de outra maneira”, explica Tomás Lorente, dire-tor de criação.No primeiro filme, para o Dia das Mães, Bia usou mulheres e trabalhou a ima-gem em tons azulados. O seguinte, para o Dia dos Namorados, é mais colorido. Nesse último, são casais que demon-stram seu amor junto aos principais locais da cidade. Enquanto o filme das mães tem um clima mais lírico, o dos namorados é mais solto e jovem.

T E L A V I V A j u n h o D E 2 0 0 12 �

( making of ) Lizandra de Almeida

São Paulo, terra de gigantes

Semumroteirofixoecomliberdade

deescolheraslocações,BiaFle-

chatrabalhouaoladodaprodução

desdeoinício,percorrendoos

principaispontosdeSãoPaulo

munidadeumacâmerafotográ-

fica.Apartirdessasreferências,

selecionouoslocaisaseremfil-

madoseentãosaiuacampocom

oequipamentodecinema.

“Tudofoimuitobemestudado,

porquetivemosprazoparatrabalhar

eliberdadeparaselecionarosper-

sonagenseaslocações”,dizBia.

Umadascenasmaisimpres-

sionantes,porseurecorteper-

feito,éodeumamãejovem(ou

futuramãe)quesedebruçasobre

otúnelqueficanofinaldaAv.

Paulista.Elacolocaacabeçano

buracoeolhaparaoscarrosque

passam.Comoestásegurandona

bordadoviaduto,

ainteraçãoéperfeita.

L I B E R D A D E

Depoisdecaptadoseselecionados

oscenários,Biaentrouemestúdio

parafilmaraspessoasemfundode

recorte.Usandoasimagenscomo

referênciaeumswitcherparacom-

binarcomasimagensdacâmera,a

diretorafoicriandoosmovimentos

eajustandooposicionamentodos

atores.“Nocasodagarota,fomos

colocandotrêstabelasparaqueela

seapoiassedeformaaencaixarcom

acenadefundo.Comohaviaumlocal

preparadoparaoapoio,orecortedeu

aimpressãodequeelaestavasegu-

randonoviaduto”,explica.

Aslentesusadasparaacaptação

dofundoedasimagensdeestúdio

foramasmesmas,paraevitardis-

torções.Asimagensforamcaptadas

emhighspeed,a120quadros,o

quefacilitouamontagem.Acena

quepareciamaiscomplicada-que

mostraumamulhergrávidacamin-

handodentrodolagodoIbirapuera

-acabousetornandorelativamente

fácilgraçasaesserecurso.“Filma-

mosaatrizemumapiscinanoestú-

dioeusamos120quadrosparaque

oandarficassemaispesado”,conta.

S E M C O M P L I C A Ç Ã O

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T E L A V I V A j u n h o D E 2 0 0 1 2 9

Alémdoscuidadosnafil-

magem,adiretoratomou

precauçõesqueajudaram

adarveracidadeàsfusões.

“Emquasetodasascenas,

aspessoastocamnos

prédios.Eondeelaspõem

amão,háumasombra,

mantidanacomposição.

Fizemosquestãoderegis-

trarassombrasreais,pois

setivéssemosdeinterpre-

tarasombradecadaum

poderíamosterumresultado

menosrealista.”

Éoquesevê,porexemplo,

emumacenaemqueuma

mulherselevantadoprédio

doBancoReal,naPaulista,

assimcomoumcasalque

sebeijasobreoMasp.“Em

todososmomentos,cria-

mostotenseapoiospara

registrarassombrase

projetá-lassobreofundona

finalização”,completa.

Algumascenastêmum

toqueparticular,comoa

damulherquecaminha

emfrenteaoTeatro

Municipal.Elacarrega

umasacoladoshopping,

queéestampadacom

omapadoEstadode

SãoPauloestilizado,usa

meiasdesenhadaseanda

sobreumafaixadepedes-

tres.Ografismoformado

poressestrêselementos

representabemoespírito

urbanodacidade.

Outrasacadainteressante

foiousodaOcadoIbi-

rapueranofinaldofilmedos

namorados.“Captamosas

imagensapartirdamar-

quiseeentãovimosqueo

localeraaindamaisbonito,

comumpaisagismoque

nãoéperceptíveldochão.

Entãoresolvemosusara

máscaradeumdoscasais

denamoradosqueaparece

emoutracenacomouma

sombrasobreaOca.”

AfinalizaçãoexigiudedicaçãototaldaCasablanca,

paraacomposiçãodascenaseotratamentodas

imagens.Primeiro,foramfeitasasmáscarassobre

ospersonagens.Emseguida,aspessoasforam

montadassobreosfundoseporfimtodooconjunto

foiuniformizadonoHenry.“Naverdade,alémdas

fusões,tivemosumtrabalhominuciosodelimpeza.

Apagamosplacas,fios,postes,cartazes...

Biaexplicaqueumadesuaspreocupaçõeseraade

nãoparecerqueosgiganteseramsimplesmente

efeitosópticosdeperspectiva.Paraisso,a

finalizaçãotambémfoidegrandeajuda.“Quando

montamosacenadaexecutivaorientalemfrente

aoEdifícioMartinelli,nocentrodeSãoPaulo,

tivemosaimpressãode

queeraumaquestãode

posicionamento,que

elanãoeragigante.

Pensamosentãoemcolocar

algumelementonafrente,

parareforçaradiferença

detamanho.Foiquando

oBibinho,dafinalização,

teveaidéiadetirarumônibusquepassavana

cenadooutrofilme,emqueumcarapulasobreo

viadutoSantaIfigênia,eaplicarnafrente.Acabamos

conseguindoaimagemdenossoprópriomateriale

assimreforçamosotamanhodapersonagem.”

E S P Í R I T O U R B A N O

F I N A L I Z A Ç Ã O D E D I C A D A

SHOPPInG MORUMBIProdutoInstitucionalDiadasMães/DiadosNamoradosAgênciaageDireção de Criação e CriaçãoTomásLorenteeCarlosDomingosProdutoraFilmPlanetDireçãoBiaFlechaFotografiaZéBobMontagemHumbertoMartins(Garimpo)TrilhaMCRMúsicaTomJobimFinalizaçãoCasablanca

f i c h a t é c n i c a

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Paulo BoCCato

SINAL VERDE PARA A NoVA GERAÇÃocom mu i t o t a l en t o e pouco s

r e cu r so s , d i r e t o r e s p rovam que

c i nema b ra s i l e i r o t em po t en c i a l

pa ra conqu i s t a r a s t e l a s do pa í s

e do mundo .

Promovida pelo Ministério da Cultura, a festa de premiação do Grande Prêmio Cinema Brasil, realizada no Palácio Quitandinha, em Petrópolis (RJ), em 10 de fevereiro deste ano, consagrou o sucesso popular. Duas das maiores bil-heterias do cinema nacional em 2000 - “Eu, tu, eles”, de Andrucha Waddington, da Conspiração, e a série de TV tornada filme “O auto da compadecida”, de Guel Arraes, da Globo - dividiram igualmente oito dos dez prêmios destinados a filmes de longa-metragem. A impressão que ficou do resultado final é que o modelo das grandes produções se firma no cinema do País. Mas um grupo de cineastas da novíssi-ma geração está chegando para provar que uma cinematografia consistente se faz não apenas com altos orçamentos, mas principalmente com idéias originais e ousadia narrativa. Sem tanta pompa e alarde, produções brasileiras de curta, média e longa-metragem, em vários gêneros e for-matos, vêm construindo uma carreira

sólida nos mais importantes festivais internacionais da temporada e most-rando para o mundo a força do novo cinema nacional. São obras como o documentário “Maldito - o estranho mundo de José Mojica Marins”, de André Barcinski e Ivan Finotti, ganhador de Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance, em Park City, Utah; o misto de documentário e ficção “Urbânia”, de Flávio Frederico, exibido com destaque no Festival de Roterdã (Holanda); o longa “Latitude zero”, de Toni Venturi; e o curta “Palíndromo”, de Philippe Barcinski, vistos na Mostra Panorama, do Festival de Berlim. Sem exceção, os filmes tomados como exemplos do que o cinema brasileiro vem produzindo de melhor custaram menos que a cerimônia do Grande Prêmio Cinema Brasil, orçada em cerca de R$ 1,2 milhão, e, mesmo assim, podem ser vistos como um bom cartão de visitas da novíssima geração. “Maldito...” foi realizado com uma câmera Mini DV Sony VX1000 e uma equipe de três pessoas, os dois dire-tores e André Finotti, que assina a fotografia e a edição. “Nós botamos o nome de uns amigos que carrega-ram uma ou duas malas nos crédi-tos, para aumentá-los um pouco, senão ia ficar ridículo”, brinca André Barcinski. O custo final foi de R$ 16 mil, considerando a aquisição da

c i n e m A

T E L A V I V A j u n h o D E 2 0 0 13 0

câmera utilizada. O documentário mostra a carreira de Mojica, o criador do notório Zé do Caixão, e é baseado na biografia escrita pela própria dupla de diretores e lança-da pela Editora 34 em 1999. A premia-ção em Sundance teve retorno imediato: a DirecTV pagou o dobro do custo de realização do projeto pelos direitos de exibição da obra. E despertou o inter-esse de canais de TV abertos e por assinatura no Brasil, além de contatos com distribuidoras internacionais como Miramax, Columbia-TriStar e Fine Line. “É impressionante como um prêmio desses abre portas. Os realizadores estudam a transferência do material, por enquanto editado apenas em vídeo, para película. Mas Barcinski tem ressalvas quanto à necessidade da medida. “Não sei se vale a pena gastar um monte de dinheiro para o filme entrar em duas salas do circuito alternativo e só. É muito mais interessante que ele seja visto na TV aberta”, defende.

f ina l fe l i z

O cineasta Philippe Barcinski, primo de André, é responsável por outra obra que prima pelo baixo custo. “Palíndromo”, que teve sua estréia mundial no último Festival de Berlim, é um curta rodado em dois dias e meio a um custo de R$ 4 mil, com recursos próprios. Feito em 16 mm, o filme pas-

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sou por um processo de blow-up ele-trônico que consumiu mais R$ 35 mil, viabilizados por investimentos da agência de publicidade Loducca, através da Lei Mendonça, e pela co-produção da O2 Filmes. Mesmo com uma carreira sólida no mundo do curta-metragem, o diretor teve pela primeira vez a chance de par-ticipar de um festival de primeira linha. “Percebemos que existem várias possibili-dades de viabilizar novos projetos a partir de um evento como esse”, opina Philippe Barcinski. “Parcerias com os europeus podem viabilizar muitos projetos de baixo orçamento, como tem ocorrido com a maior parte dos filmes asiáticos exibidos em Berlim, e ainda abrem as portas para uma distribuição mundial.” Para os curtas, Philippe considera que há um grande mercado, principalmente em festivais especializados no gênero, como Clermont-Ferrand (França) e Tampere (Finlândia). “Curta ou longa, é impor-tante que se tenha um representante no mercado europeu.”

recept iv idade

Flávio Frederico, diretor de “Urbânia”, filme que mistura ficção e documentário, é um realizador que começa a experi-mentar esse processo. Produzido com R$ 300 mil, o longa contou com aportes do Hubert Bals Fund, de Roterdã, e de um fundo do Festival de Mannheim-Heidelberg (Alemanha) para completar os recursos captados através da Lei Municipal Marcos Mendonça, de São Paulo. Turíbio Ruiz e Adriano Stuart são os únicos dois atores do filme, o resto dos personagens é tirado da vida real e algumas cenas são mostradas com o uso de material de arquivo. “Urbânia” foi rodado em 12 dias, com uma pequena equipe, e usou de uma câmera digital Sony DSR200 para as cenas noturnas e uma câmera Super-16 para as diurnas. A primeira parte do material foi transferida para película 35 mm nos EstudiosMega, em São Paulo, enquanto a segunda foi ampliada no laboratório nova-iorquino Cineric. Frederico tem se tornado habi-tué de Roterdã, onde “Urbânia” teve sua première mundial - esteve presente com curtas em 1999 (“Todo dia todo”) e em 2000 (“Copacabana”) - o que certamente

o tem ajudado a conquistar espaço no circuito independente europeu. “O que me fez buscar esse tipo de festival foi uma certa decepção com a receptividade que meus curtas vinham tendo no Brasil”, explica o diretor. “O cinema independente, de forma geral, é muito considerado na Europa; mas, no Brasil, é compli-cado. Há muito pouco espaço para um filme como ‘Urbânia’”, reclama. Frederico constata que um novo cine-ma brasileiro começa a aparecer niti-damente e cita um artigo impresso no boletim oficial do Festival de Roterdã chamando a atenção para uma nova cara dos filmes brasileiros - outrora normalmente associados a Glauber Rocha e Sônia Braga. “O artigo anali-sa os cinco longas do País exibidos no evento - além de “Urbânia”, entra-ram “Eu, tu, eles”; “Domésticas”, de Fernando Meirelles e Nando Olival; “O rap do Pequeno Príncipe contra as almas sebosas”, de Paulo Caldas e Marcelo Luna; e “Cronicamente inviável”, de Sérgio Bianchi - para constatar o sopro de renovação que ocorre na cinematografia brasileira”, conta.

em bras í l ia

O velho Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, realizado em novembro passado, já apontava nitidamente esse caminho. Como exemplo, três longas de jovens real-izadores colaboraram para tornar a competição de 2000 uma das mais fortes e acirradas da última década e arrebataram a maioria dos prê-mios: “Bicho de 7 cabeças”, de Laís Bodanzky, vencedor dos prêmios de Melhor Filme (do júri oficial, da críti-ca e do júri popular), Direção, Ator (Rodrigo Santoro), Ator Coadjuvante (Gero Camilo) e Fotografia (Hugo Kovensky); “Tônica dominante”, de Lina Chamie, prêmio Direção de Arte (Ana Mara Abreu), e “Latitude zero”, de Toni Venturi, ganhador do Candango de melhor roteiro (Di Moretti) e recentemente visto na Mostra Panorama, em Berlim. O filme de Venturi custou R$ 1 mil-

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hão e deve estrear nas salas brasileiras no segundo semestre de 2001. “Acho que a nova geração não está fazendo produtos audiovisuais, mas obras, pequenas obras provocantes, ousadas e, mesmo quando equivo-cadas, não importa muito, porque é um cinema que procura o risco, sem medo. Então, no exterior, quando você cai em um público de cinema de arte muito exigente, o pequeno grande filme, aquele que procura ir fundo na alma de sua proposta, acaba conseguindo uma visibilidade muito boa”, opina. “‘Latitude zero’ teve exi-bições com casa cheia em Berlim e as discussões após o filme foram muito calorosas e emocionantes.”“Tônica dominante”, de Lina Chamie, deve ser lançado comercialmente no próximo mês de abril. O filme, que estreou no Festival do Rio BR, em outubro passado, e foi o único rep-resentante latino na Mostra Cinema do Amanhã do último Festival de Montreal (Canadá), custou R$ 500 mil. Estruturado em pequenos contos musi-cais, relata as aventuras de um clari-

netista em início de carreira. As filmagens tiveram um grande período de paralisação causado por um acidente com Alves Pinto e pela morte do ator Rodrigo Santiago, que vivia um dos personagens principais - todas as cenas em que Santiago aparecia tiveram de ser refeitas (com o ator Carlos Gregório assumindo o papel). Mas nada deixa transparecer os acidentes de percurso: as ima-gens sofisticadas e a estrutura enx-uta e bem amarrada denotam um imenso cuidado de produção, que valoriza cada centavo gasto. “Foi uma produção muito pensada, otim-izada para dar certo com os recursos

disponíveis”, conta Lina, lembrando que poucos recursos obrigam, muitas vezes, à busca de soluções técnicas interes-santes. “Um exemplo no nosso filme foi o uso bem-sucedido da montagem A/B para o negativo 35 mm. Como não tínhamos dinheiro para fazer as fusões em trucagem, testamos esse método de montagem de negativo comum nos filmes 16 mm e o sistema funcionou. O Laboratório Curt, graças à nossa aposta no recurso, agora começa a fazer esse trabalho no País”, relata a diretora.O grande vencedor de Brasília, “Bicho de 7 cabeças”, de Laís Bodanzky, é outro longa que pode chegar às telas do circuito comercial ainda neste semestre. Orçado em R$ 1,5 milhão, dos quais foram captados cerca de R$ 1,1 milhão (os restantes R$ 400 mil, reser-vados ao lançamento do filme nas salas, ainda estão em captação), teve aporte de cerca de R$ 500 mil da Benetton italiana, através de seu projeto Fabrica Cinema. Baseado em fatos verídicos nar-rados por Austregésilo Carrano no livro “Canto dos malditos”, conta os prob-lemas de um jovem com seu pai, que o

c I n E M A

o filme “Tônica dominante”

usou método de montagem A/B para o

negativo 35 mm.

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T E L A V I V A j u n h o D E 2 0 0 1 3 3

acabam levando a um manicômio onde o rapaz enfrenta uma realidade desuma-na. Mais uma vez, uma narrativa ousada e bem construída leva a um cinema de grande força. Laís diz-se animada com a recepção que o filme tem tido, nas pou-cas exibições que teve até o momento. “A mais emocionante foi em Brasília, onde o Rodrigo Santoro foi vaiado, na apresentação, pelo público que lotava a sala de cinema e, após a sessão, o filme foi aplaudido de pé, com muita gente vindo pedir desculpas a ele”, recorda. Retrato das dificuldades que um cinema mais independente enfrenta no Brasil, “Bicho...”, mesmo consagrado pelos prêmios, ainda não fechou um distri-buidor no Brasil.

ecos

A imensa discrepância entre o signifi-cado, em termos de mercado, de um prêmio, qualquer que seja, em um festival internacional de porte, e uma consagração num festival como Brasília, certamente o mais importante e tradi-cional do Brasil, ilustra a precariedade do setor audiovisual no País. Uma festa como a do Grande Prêmio Cinema Brasil não aponta nenhum camin-ho para a indústria, apenas avaliza uma determinada situação de bilheteria ou ilustra um desejo, quase sempre frustrado, de consag-ração no mainstream internacional (“Eu, tu, eles”, vencedor deste ano, como “Orfeu”, vencedor da edição anterior do prêmio, foram candidatos fracassados na corrida pelas indicações ao Oscar). Já os ecos de um evento como Brasília, com tudo o que apontou de renovação na trajetória do cinema independente brasileiro, não são sentidos pelo arre-medo de “indústria” que se pretende criar. A tão falada parceria com a TV, alternativa viável para o audiovisual do País, não vai além do alcance restrito de programas como o da TV Cultura (que, mesmo com todos os problemas - a começar pelas dificuldades opera-cionais de uma emissora pública - via-

bilizou mais de 30 longas na última década), considerando que a mera transcrição de uma minissérie para o suporte película (caso de “O auto da compadecida”) apenas com excessiva boa vontade pode ser levada em conta como autêntica participação da TV no processo cinematográfico. “As emis-soras não investem em aquisições e co-produções ou investem muito pouco. Você liga para um canal de TV por assinatura e eles exigem um tal padrão ‘Conspiração’ de qualidade. Será que é só isso que é bom?”, contesta André Barcinski, que só vendeu com sucesso o documentário sobre Mojica após a premiação internacional - se esta não tivesse ocorrido, provavelmente os real-izadores do filme estariam mendigando uma venda pelos preços abusivamente baixos praticados por aqui. “A situação fica mais grave se pensarmos que a Lei do Audiovisual só vale para projetos caros. Por que um intermediário vai trabalhar um projeto barato se, vivendo de comissões, poderá lucrar bem mais com um filme de milhões de reais?”, questiona o co-diretor de “Maldito...”.

Para Flávio Frederico, o mod-elo da Lei do Audiovisual fun-ciona para muito poucos. “Eu nunca consegui nada por essa lei. Todo meu dinheiro vem da Lei Mendonça, onde fica mais fácil pulverizar os investimentos entre

vários pequenos investidores. Para operar na lei nacional é preciso estar muito bem articulado, o que só ocorre com o pessoal do ‘cinemão’”, opina. Frederico acha que a alternativa de buscar dinheiro lá fora é boa, mas não pode ser considerada ideal. “O grosso dos recursos teria de vir daqui mesmo. O mais grave é a Lei do Audiovisual valer de verdade só para um tipo de cinema”, aponta. “Falta uma política mais firme de apoio direto a um cin-ema menos comprometido com o sucesso imediato. O concurso federal para filmes de baixo orçamento, pro-movido pelo Ministério da Cultura no

uma festa como a do Grande

Prêmio Cinema Brasil apenas avaliza uma

situação de bilheteria.

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pensar nesse formato como uma aven-tura errante, pois o mercado é muito ingrato. E além da energia criativa, as dificuldades de emplacar um projeto no mercado brasileiro desestimulam um pouco”, explica. No entanto, Philippe ressalta que, com dois curtas na agulha, sente-se mais tranqüilo para pensar em seu projeto de longa. Toni Venturi tem uma visão pragmática das tendências do mercado brasileiro. “Não acho que exista uma pos-tura oficial a favor de um só tipo de cinema. É normal que, para as comemorações, para o grande jogo de mídia, haja um enfoque nos cavalos favoritos. Mas nós, que temos ido para os festivais, temos recebido grande apoio do MinC”, diz. Laís Bodanzky acha que o grande cin-ema colabora com o crescimento do cinema mais autoral. “Quanto mais pes-soas assistirem aos filmes brasileiros, melhor para todo mundo. Sinto que, no momento atual, o cinema brasileiro está na moda, é meio out, principalmente entre o público jovem, não acompanhar os principais lançamentos do País. E o cinema nacional está conquistando esse novo público pela sua qualidade”, diz. André Barcinski acha que ainda

há muito a ser feito, mas o importante é tentar executar seus projetos da maneira que for possível, sem depender dos grandes esquemas. Atualmente, o mesmo trio responsável por “Maldito...” roda o documentário “Porrada!”, que relata a

vida dos velhos astros da luta livre ainda na ativa, remanescentes de uma época ingênua em que o esporte tinha mais a ver com o circo do que com a agressivi-dade infame dos atuais combates de vale-tudo. “Já rodamos 60% do material com recursos próprios. Acho que o mais legal de um filme é fazer, e não ficar

choramingando anos em busca de altos patrocínios, de recursos que poderiam ser aplicados na merenda escolar. Não tenho paciência para isso - acho que ninguém tem o direito de exigir milhões de reais do governo porque acha que tem um projeto genial nas mãos. O governo deve apoiar de outras formas, como com a cri-ação de investimentos diretos para tornar as escolas de cinema capazes de produz-irem intensamente”, defende. De todas as formas, o setor audiovisual brasileiro só estará plenamente desenvolvido a partir do momento em que grandes e pequenos modelos de produção encontrem seus espaços e seus canais de veiculação.

T E L A V I V A j u n h o D E 2 0 0 13 �

c I n E M A

ano passado, é uma boa alternativa, mas precisa ser mantido”, reivindica. “Sem desqualificar o cinema comer-cial, acho importante que se valorize um outro lado do cinema brasileiro, mais corajoso e com mais person-alidade. Nossos filmes não podem ficar sendo tratados como ‘miúras’ (como a classe costuma chamar as produções alternativas), sendo que têm representado claramente uma nova tendência da produção nacional, aqui e lá fora. Caminhar só no sentido do cinema de grande produção é um equívoco”, opina Lina Chamie.

espaço própr io

Outro caminho pouco trilhado é o apoio direto a longas de cineastas estreantes. Philippe Barcinski, de “Palíndromo”, é um exemplo prático de realizador que já provou mais de uma vez seu talento em filmes de curta-metragem - após a estréia do curta citado, o quarto de sua carreira, entra de cabeça na finalização do quinto filme, “Janela aberta”, filmado no ano passado com produção da O2 Filmes, graças a um prêmio em concurso de curtas do MinC. No entanto, encontra pouco espaço para sequer pensar em projetos de longa-metragem. “O longa exige muita energia criativa. Não dá para

Grandes e pequenos modelos

de produção precisam ter espaço nos canais de

veiculação.

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Não disponivel

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os s i s t emas de cená r i o s

v i r t ua i s comb i nam mú l t i p l a s

t e cno log i a s pe rm i t i ndo a l i v r e

mov imen ta ção de câme ra e ,

p r i n c i pa lmen t e , e conom ia de

t empo , e spaço e d i nhe i r o .

Os cenários virtuais são sistemas que permitem integrar apresentado-res ou atores a ambientes criados em computador por softwares 3D. O processo é uma evolução do chroma-key, uma técnica há muito tempo conhecida e aplicada na produção de vídeos.No vídeo, todas as cores são for-

madas pela mistura do vermelho (red/R), verde (green/G) e azul (blue/B). Quando a luz entra na câmera é dividida em três feixes. Todas as cores da imagem são decompostas em informações de RGB, que depois serão combinadas para reconstituir as cores originais. É possível substituir uma determi-nada cor por um sinal de vídeo qualquer. Por exemplo: num ambi-ente vazio, de uma única cor (ger-almente azul ou verde), por onde circula um apresentador, o fundo monocromático (background) pode ser substituído por imagens geradas por computador ou outras quaisquer. Assim funciona o efeito visual chamado chroma-key. No entanto, há uma limitação. Essa técnica não permite que as câmeras sejam deslocadas, pois o fundo não se move. Os sistemas de cenários virtuais

resolveram esse problema. Com a combinação de múltiplas tecnolo-gias, os apresentadores ou atores podem se mover ao redor dos obje-tos e as câmeras podem se deslo-car livremente, pois o background modifica-se de maneira coerente aos movimentos das câmeras. Para tanto, é necessário “informar” o sistema quando e como as câmeras se movi-mentam. Isso é possível graças à tecnologia de camera tracking que através de algum tipo de referência detecta a movimentação da câmera. Os métodos de camera tracking, variam de fabricante para fabricante e de produto para produto (veja box na página 39). Os sistemas de cenários virtuais representam uma grande economia de tempo, espaço, mão-de-obra e materiais. Os cenários reais ocupam quase sempre muito espaço e pre-cisam ser montados e desmontados. Os cenários virtuais estão imedi-atamente disponíveis e um mesmo espaço físico pode abrigar inúmeros “cenários”. No Brasil, apenas três emissoras utilizam cenários virtuais: a Rede Record, a Rede Globo e a CNT.

orad

A Orad é uma empresa de desen-volvimento de tecnologia para a produção de ambientes gráficos utilizados na transmissão de vídeo em tempo real em estúdios, even-tos esportivos e produção de con-teúdo para Internet e TV interativa. Seu representante no Brasil é a Videodata. A família de produtos CyberSet oferece uma gama de opções para o desenvolvimento de cenografia virtual. Utiliza como plataforma gráfica estações SGI, que processam ambientes tridimensionais em tempo real. A tecnologia consiste em software e hardware que processam as ima-gens tridimensionais e os elementos vivos da cena em camadas separadas recortadas através de chroma-key, onde o apresentador/ator caminha pelo cenário ou entre os ambientes

t e c n o l o g i A

CenOGRAFIA VIRTUAL

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virtuais, interagindo com elementos reais deste cenário ou então com personagens virtuais. Esse con-teúdo também pode ser transmitido em tempo real pela Internet com o recurso adicional da tecnologia Clickable Video na transmissão. O recorte do chroma-key é real-izado com tecnologia proprietária que utiliza camadas. Numa delas é separado todo o ambiente virtual e em outra os elementos reais do cenário, através da tecnologia Pattern Recognition, que utiliza uma grade em tons de azul em um blue box, que permite também todos os movi-mentos de câmera (zoom, travelling,

dolly, pan, tilt etc) neste cenário. O Clickable Video é um sistema que utiliza a tecnologia Orad para criar áreas interativas no vídeo ao vivo ou on-demand. Essa tecnologia permite a criação dinâmica de links que se movem livremente sobre o vídeo, associando-os a objetos reais ou vir-tuais. Quando esse link é acionado, um endereço na web é executado. Assim o telespectador poderá interagir com a programação através desses links em tempo real, inter-ferindo no resultado, participando de pesquisas, buscando informações

complementares e até mesmo reali-zando compras em tempo real. Essa aplicação pode ser usada em shows, eventos esportivos, programas de ofertas, telenovelas, programas infan-tis, noticiários, ou qualquer tipo de produção. O Clickable Video cria uma gama de oportunidades interati-vas para e-commerce e publicidade, podendo ser utilizado em estúdios ou eventos externos. Segundo Wlad Farias, produtor de conteúdo em Rich Media e diretor da D.W. Tecnologia de Informação, “a tecnologia Clickable Video já está preparada para a TV interativa e os programas produzidos já estão aptos

a oferecerem interatividade na TV quando os receptores estiverem devi-damente adaptados para receber a transmissão de dados”. No Brasil, a Rede Globo utiliza estações Orad em eventos esporti-vos (leia box) e no jornalismo. A cenografia dos programas “Globo repórter” e “Fantástico”, as inserções de logotipos em estádios e pistas de automobilismo, bem como o “Tira-teima” são produtos desenvolvidos nessas estações. Além da Globo, a CNT também tem uma estação Orad para o jornalismo.

Este mês entrará em operação o primeiro estúdio na América Latina preparado para prestar serviços ao mercado televisivo e de Internet. Nele, com o CyberSet NT e a tec-nologia Clickable Video, as empre-sas poderão desenvolver programas diversos, campanhas de market-ing, webconference, treinamenos online, com transmissão simultânea para a TV e Internet ao vivo e on-demand. Esta é uma iniciativa da D.W. Tecnologia em ação conjunta com as empresas Videodata, Orad e Carine Vídeos.

v i [ z ] r t

A vi[z]rt é uma companhia formada pela fusão da RT-SET com a Peak Broadcast Systems em julho do ano passado. Os softwares Larus - Larus, Larus HD e Larus Post - são os principais sistemas de cenários virtuais da RT-SET (Real Time Synthesized Entertainment Technology). Todos os sistemas Larus permitem a utilização de um número ilim-itado de câmeras, sem restrição de movimentos, e inserção de videoclipes ao vivo. É possível alternar entre câmeras e cenários por dissolve, bem como simular a profundidade de campo e controlar as diferenças de foco. O sistema Larus HD é próprio para aplicações em qualquer formato HDTV e o sistema Larus Post permite a modi-ficação de elementos 3D mesmo após a gravação da cena. No Brasil, a Rede Record foi a pioneira na utilização de cenários virtuais. Segundo Lourival Amaral, da Divisão Multimídia da Record, “desde 1998, com a transmissão da Copa do Mundo, a emissora utiliza cenários virtuais”. Apesar da maio-ria dos programas serem gravados, como o da apresentadora Eliana, os cenários virtuais também são usados em programas de jornalismo ao vivo. “A Record foi a primeira na América Latina a usar cenários virtuais em programas de jornalismo

P R O P A G A n D A V I R T U A L

Uma tecnologia semelhante à dos cenários virtuais pode ser usada para a chamada “propaganda virtual”. Em eventos esportivos, por exemplo, as tradicionais placas de propaganda dos estádios são substituídas por outras, azuis, sobre as quais o computador insere os anúncios durante a exibição. Da mesma forma que nos cenários virtuais, a propaganda fica “fixa” na placa, como se estivesse realmente lá. A diferença é que no cenário virtual, 80% da cena é criada pelo computador e apenas 20%, os personagens, são reais. Na propaganda virtual é o contrário. Uma pequena imagem virtual é inserida sobre um fundo quase todo real. As vantagens para a emissora são grandes. Em um mesmo evento, como por exemplo uma partida de futebol, podem ser colocadas propagandas diferentes para cada cidade na qual o jogo é exibido. A propaganda pode também ser alocada por tempo: uma mesma placa pode ter um anunciante no primeiro tempo do jogo e outro no segundo. Isso significa maior receita publicitária. E ainda são possíveis inovações como no cenário virtual: as propagandas podem ser animadas ou sofrer efeitos durante a exibição.

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T E c n o L o G I A

ao vivo”, orgulha-se Amaral. A Record utiliza um sistema Larus e está fazendo um upgrade para melhorar a capacidade de movi-mentação das câmeras. Segundo Rubens Ortiz, gerente de engenharia da Eletro Equip Telecomunicações, empresa que comercializa os produ-tos da RT-SET no Brasil, “os siste-mas de camera tracking não usam como referência grids desenhados no fundo de chroma-key”. Todo traqueamento é feito por hardwares associados aos tripés, às lentes, ou aos equipamentos para movimen-tação das câmeras. Isso permite a simulação de uma panorâmica de 360° em um ambiente virtual, pois os sistemas não dependem dos desenhos para terem referências dos movimentos das câmeras. A mais recente tecnologia de camera track-ing da RT-SET envolve sensores infra-vermelhos para referenciar o sistema, aumentando a possibilidade de movimentação das câmeras. Os demais sistemas de cenários vir-

C A M e R A T R A C K I n GDois métodos de camera tracking são geralmente utilizados nos sistemas de cenários virtuais. No primeiro, o cenário onde está o apresentador ou ator (de verdade) é todo pintado de azul. Um ambiente é criado pelo computador, por meio de qualquer software de desenho 3D. A câmera é fixa numa traquitana chamada de dispositivo de tracking, que transmite ao computador todos os movimentos, inclusive os movimentos da objetiva. Assim o ator pode caminhar livremente pelo set e, conforme a câmera se movimenta, o cenário ao fundo a acompanha, dando a sensação de que o ator está em um fundo real. O cenário pode ainda ser animado ou incorporar uma série de efeitos. No segundo método, no fundo azul são pintadas faixas horizontais e verticais de espessuras e tonalidades diferentes. O sistema reconhece esses padrões e movimenta o cenário usando-os como referência. A vantagem desse sistema é que dispensa o dispositivo de tracking, de forma que a câmera pode ser usada até na mão. O problema é que quando o plano é muito fechado, como num close-up, o sistema não “enxerga” a parede e perde o referencial.

tuais da RT-SET são o Ibis e o Wx Studio. O sistema Ibis é uma solução de baixo custo, porém, com recursos como suporte a múltiplas câmeras e inserção de videoclipes ao vivo. O sistema Wx

Studio é adequado para programas que informam bole-tins climáticos, pois o próprio apre-sentador é quem controla as mudanças de cenários.

emerson calvente

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T E L A V I V A j u n h o D E 2 0 0 1� 2

A G e n D AJ U n H O

11 a 13 22º Congresso Brasileiro de Radiodifusão - ABERT. Hotel Transamérica - São Paulo - SP. Fone: (61) 327-4600. Fax: (61) 327-3660.

18 a 22 Curso: “Especialização em Adobe Premiere”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 5573-4069. E-mail: [email protected].

25 a 29 Curso: “After Effects”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 5573-4069. E-mail: [email protected].

J U L H O

10 a 1/8 Oficina de Roteiro. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

10 a 1/8 Curso: “Operação de Vídeo - O Trabalho do Videoman”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

12 a 22 IV Anima Mundi (Rio de Janeiro) - Festival Internacional de Cinema de Animação. Fone: (21) 541-7499. Fax: (21) 543-8860. E-mail: [email protected]. Internet: www.animamundi.com.br.

16 a 7/8 Curso: “Treinamento de Locução para TV”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

16 a 27 Curso: “Produção para TV/Vídeo”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP.

Fone: (11) 3872-6722.

25 a 29 IV Anima Mundi

(São Paulo) - Festival Internacional

de Cinema de Animação.

Fone: (21) 541-7499. Fax: (21) 543-

8860. E-mail: [email protected].

Internet: www.animamundi.com.br.

A G O S T O

1 a 3 SET/Abert - Broadcast & Cable 2001. Centro de Exposições Imigrantes - São Paulo - SP. Fone: (21) 524-2229. E-mail: b&[email protected]. Internet: www.broadcastcable.com.br.

06 a 21 Curso: “Edição em 3 máquinas - Beta”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

12 a 17 SIGGRAPH 2001. Los Angeles Convention Center, Los Angeles, California. 401 North Michigan Avenue - Chicago - USA - 60611. Fone: (1-312) 644-6610. Fax: (1-312) 245-1083. E-mail: [email protected]. Internet: www.siggraph.org.

13 a 30 Curso: “Produção para TV/Vídeo”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

23 a 01/09 XII Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo. São Paulo - SP. Telefax: (11) 3062-9601. E-mail: [email protected].

Internet: www.kinoforum.org.

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