revista tela viva 82 - junho 1999

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www.telaviva.com.br PRODUÇÃO AINDA NÃO ABRE MÃO DOS DUBLÊS A REVOLUÇÃO DIGITAL DO CINEMA EM CANNES Nº82 JUNHO 99

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Revista Tela Viva 82 - Junho 1999

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Page 1: Revista Tela Viva  82 - Junho 1999

www.telaviva.com.br

PRODUÇÃO AINDA NÃO

ABRE MÃO DOS DUBLêS

A REVOLUÇÃO DIGITAL

DO CINEMA EM CANNES

Nº82JUNHO 99

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Este s ímbolo l iga você aos serv iços TELA VIVA na Internet .

Ô Guia TELA VIVA

Ô Fichas técnicas de comercia is

Ô Edições anter iores da TELA VIVA

Ô Legis lação do audiovisual@h t t p : / / w w w . t e l a v i v a . c o m . b r

Í N D I C E

SCANNER 4

CAPA 14

CINEMA 20

MERCAdo 22

MAKINGoF 24

PRodUÇÃo 32

tElEvISÃo 36

EqUIPAMENtoS 40

tECNoloGIA 44

FIqUEPoRdENtRo 46

AGENdA 50

Rubens Glasberg

Nas discussões promovidas em maio pelo Ministério das Comunicações a respeito da futura Lei da Comunicação Eletrônica de Massa foi incluído um segmento a respeito do rádio e da TV digital. Sem dúvida, uma decisão acertada. Mas a forma pela qual, em particular, a TV digital foi tratada merece uma ressalva. Ela foi apresentada apenas como HDTV. A possibilidade de também se usar a digitalização para fazer o multicasting, conforme mostra a matéria de capa desta edição, sequer foi encarada. Ficou evidente que os broadcasters brasileiros, através da Abert, que influenciou a pauta do encontro, não querem encarar o assunto. Preferem não fazer ruído. Parece que se preocupam em garantir seus 6 MHz de largura de banda necessários para a HDTV e só depois discutir o que fazer. Querem aparentemente seguir o modelo americano. Talvez até tenham razão e seja esta a melhor solução para o Brasil. Não dá, porém, para varrer o assunto para baixo do tapete. Na Europa, a solução foi diferente. Não se optou por HDTV. Nos Estados Unidos, os broadcasters dificilmente farão só HDTV. A alta definição deve valer apenas para o horário nobre, eventos especiais e alguns outros programas. Há até quem queira fazer só o multicasting, além de explorar outras fontes de receita possíveis com a tecnologia digital. Aqui, a Anatel estuda a possibilidade de encarar a TV digital como um novo serviço. Não seria mais o broadcasting tradicional. A agência reguladora poderia assim fazer novas licitações. Tudo isso terá de ser discutido e aprovado no Congresso. Os argumentos de todos os envolvidos terão de ser bem ponderados. Uma coisa, contudo, precisa ser preservada: a garantia de sobrevivência da programação de TV gratuita pelo ar, característica principal do broadcasting. Num país como o Brasil, a televisão aberta, com todas as suas mazelas, ainda é o principal e muitas vezes o único meio de acesso da população ao entretenimento, informação e formação. Por muitos anos ainda será assim. E mais: é preciso, sem xenofobia, manter o controle nacional desse meio de comunicação, em especial no que se refere à programação, que precisa ser profissionalizada e não deixada ao sabor de todo tipo de picaretagem.

E D I T O R I A L

Novas redes de Tv

52º FesTival de CaNNes

ageNTes de Carga

dublês

ações globais

MiCroFoNes seM Fio

MPeg

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ABERTURA DE NOTÍCIASCom um investimento de R$ 5,5 milhões, a Credicard iniciou a veiculação de sua nova campanha institucional. Com criação da W/Brasil, 84 comerciais, de dez segundos cada, estão sendo transmitidos pela Rede Globo na abertura do “Jornal Nacional” e do “Fantástico”, sempre com o novo slogan da marca: “Obrigado pela preferência”. Produzidos pela ABA e dirigidos por Andrés Bukowinski, todos os comerciais serão diferentes, mas sempre agradecendo a preferência e lembrando o consumidor de usar um cartão Credicard. Para garantir a agilidade, diminuir os custos de produção ou atender a alguma idéia de última hora dos criadores, o protagonista dos comerciais tem contrato de exclusividade por um ano e a produtora ABA mantém um miniestúdio montado para gravações emergenciais.

RODA-RODA O paraense Washington Braun deixou a TV Liberal, afiliada da Globo em Belém (PA) em 96 e migrou para Uberlândia (MG). Na TV Integração (então TV Triângulo) o gerente de atendimento comercial da afiliada global aprendeu a conviver com os costumes do cerrado. Em agosto de 97 foi convidado para assumir a gerência comercial da também afiliada da Globo TV Serra+Mar, em Nova Friburgo (RJ). Tomou gosto pelos ares europeus da cidade e adorou viver sob a atmosfera imperial de Petrópolis (onde a emissora tem uma unidade instalada) e curtiu animadamente o frio da serra fluminense Mas, infelizmente para os amigos que se acostumaram ao caloroso sotaque natal de Washington, a saudade dos sabores da cozinha e do clima paraense falaram mais alto. Ele volta este mês para sua empresa de origem como diretor de atendimento.

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S C A N N E R

A VOLTA DO DOCUMENTARISTA

Um dos maiores nomes do documentário brasileiro, Eduardo Coutinho, acaba de lançar seu novo trabalho, intitulado “Santo forte”, que trata da religiosidade no Brasil. O filme é baseado em depoimentos de 15 pessoas, reduzidas para dez na montagem final do trabalho, que falam sobre sua própria idéia de religião e o conceito que fazem da religião alheia. Sem filmar desde 1991, o autor de “Cabra marcado para morrer” contou com o apoio do Itaú Cultural e terá lançamento em setembro pela Rio Filmes.

Washington braun

RAPIDEZ SURPREENDENTEEnquanto algumas solicitações demoram anos para tramitar no Ministério das Comunicações, causou espanto para a maioria dos broadcasters brasileiros a velocidade com que foi concedida uma concessão de canal de retransmissão. Em 09/02/99 através da Consulta Pública nº 95 foi proposta a alteração do Plano Básico de Distribuição de Canais de Retransmissão de TV para inclusão do canal 46+ em Osasco, na Grande São Paulo. A Resolução nº 118 da Anatel de 26/03/99 inclui o referido canal no Plano Básico. Em 29/04/99, através da Portaria nº 236, o Minicom autorizou a Shop Tour TV Ltda. (que fez o projeto de viabilização do canal) a retransmitir os sinais gerados pela Televisão Cachoeira do Sul Ltda., que tem a concessão do canal 11 na cidade de Cachoeira do Sul (RS). A emissora, até então afiliada da Rede Bandeirantes, foi comprada pela Shop Tour. A potência autorizada para que o canal retransmissor possa atingir os domicílios paulistanos também é assunto polêmico no meio televisivo.

TEM NOMEA finalizadora implantada pelos sócios Renato França, Celso Costa e Leonardo Badra Eid entre os bairros do Brooklin e a Vila Olímpia, em São Paulo, conforme publicado na coluna Scanner da edição de maio (nº 81) tem nome. A recém-inaugurada empresa de pós-produção chama-se Espaço Digital.

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S C A N N E R

VANGUARDA EM TAUBATÉA TV Vanguarda Paulista, afiliada da Rede Globo, completou dez anos de atuação no Vale do Paraíba, Litoral Norte de São Paulo, Serra da Mantiqueira e, recentemente, ampliou sua área de cobertura incorporando Bragança Paulista, além de Atibaia e região, atingindo 46 cidades e mais de dois milhões de telespectadores. No final de maio foi inaugurada a Unidade Taubaté, que conta com dois enlaces de microondas digitais para ligá-la à geradora em São José dos Campos. Para a retransmissão da programação está em operação um transmissor de 1 kW e uma antena no topo de uma torre de 30 m capaz de irradiar o sinal para toda a região de Taubaté e Tremembé. A presença permanente de uma equipe completa de jornalismo - produtor, repórter, cinegrafista e auxiliar técnico - e uma ilha de edição não-linear garantem mais agilidade na cobertura das notícias locais nos telejornais regionais ou nacionais.

PORTA DE ENTRADAQuando Ricardo Corte Real saiu da HBO em dezembro passado sua intenção era se dedicar a projetos artísticos. Após protagonizar diversos comerciais para o interior, apresentar

a convenção anual da União dos Refinadores e participar da cobertura do carnaval da Bandeirantes, sucumbiu à proposta de Felipe Neiva e desde 17 de maio comanda a área de marketing dos Estúdios Mega. Tendo sob sua responsabilidade a comunicação do

grupo com o mercado, a divulgação da imagem da empresa e a área de atendimento, Ricardo considera que sua nova casa possa ser “uma porta para a concretização dos projetos artísticos”.

DO OUTRO LADO DO MUNDO

Entre os palestrantes do 46º Congresso da Federação Mundial de Publicidade está o brasileiro Ricardo Fischer, da Fischer América. Único empresário latino-americano a integrar o grupo de palestrantes, Fischer tratou do tema Tendências de Marketing Não-Tradicionais, enfocando o conceito de comunicação total, como o implantado em sua agência. O evento aconteceu em Seul, na Coréia, nos dias 26 a 28 de maio.

ricardo Corte real

COPA REGIONALSeis afiliadas da Rede Globo decidiram seguir algumas colegas de cabeça-de-rede que promovem copas regionais de futebol de salão. Pela primeira vez as TVs Modelo, de Bauru (SP); Panorama, de Juiz de Fora (MG); Serra+Mar, de Nova Friburgo (RJ); Progresso, de São José do Rio Preto (SP); Vanguarda Paulista, de São José dos Campos (SP); e Alto Litoral, de Cabo Frio (SP), estão organizando os campeonatos de futsal envolvendo os times dos municípios e distritos de suas áreas de cobertura.

A iniciativa teve início há 15 anos, quando Nelson de Faria, da Federação Paulista de Futebol de Salão, apresentou um projeto de campeonatos regionais do esporte para a EPTV de Campinas e de Ribeirão Preto. Segundo Faria, que organiza todos os campeonatos para as emissoras, os jogos sempre estão lotados, pois cada copa abrange entre 20 e 65 municípios e a entrada é franca.

NOVOS ARESA coordenadora de produção Bia Ippolito uniu sua vontade de mudar de ares com uma nova proposta de trabalho e trocou a VPI pela Net Filmes. Bia já atuava há bastante tempo na VPI e estava decidida a conhecer novos diretores e outras equipes. Na nova casa, onde está há menos de dois meses, já enfrenta um bom ritmo de trabalho.

SAINDO DO PAPELCom um dos roteiros mais premiados dos últimos tempos, começou a ser filmado o longa de Toni Venturi “Latitude 9°”, na primeira semana de junho. O roteiro, escrito por Di Moretti, é baseado em texto teatral de Fernando Bonassi, premiado em 1989 pelo Concurso Nacional de Dramaturgia do SESC e Prêmio Oswald de Andrade de Dramaturgia. Transformado em roteiro cinematográfico, recebeu o prêmio de Roteiro do Ministério da Cultura, Prêmio LINC de Desenvolvimento de Projeto e foi semifinalista do concurso anual promovido pelo Festival de Sundance.

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CLIP TECNOLÓGICOO novo videoclip do cantor Leonardo usou o que há de mais moderno em tecnologia de câmera. MC Fernandes, que divide a direção com Gringo Cardía, trouxe dos Estados Unidos a “virtual camera”, equipamento usado

no mais recente sucesso tecnológico de Hollywood, “Matrix”. O clip mostra Leonardo em um carro, cantando “A 120 km/h”, regravação do hit de Roberto Carlos. Em algumas cenas, só o cantor se move, enquanto tudo em volta permanece parado, mas com a câmera em movimento.

Segundo MC Fernandes, o efeito é semelhante ao feito no filme, onde os atores param no ar e são vistos de todos os lados, como se estivessem em uma tela de videogame. A câmera tem a forma de um semicírculo e o objeto a ser filmado fica no centro. Nessa estrutura,

são colocadas inúmeras lentes, em um máximo de 180. No caso, foram usadas 80. O filme passa por todas as lentes, registrando a imagem do objeto de todos os lados. Quando colocados em movimento, os 80 fotogramas simulam uma imagem parada, vista de vários lados, resultando em cerca de três segundos de imagem.

Com um investimento de R$ 180 mil, o clip também contou com uma forte infra-estrutura de produção, já que o cantor foi levado ao centro de São Paulo para algumas filmagens, atraindo multidões de tietes. Quem assina a produção é a Film Cinematográfica e o telecine é da Mega Filmes, onde também será feita a finalização.

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S C A N N E RNAS ESTRELASEm maio último, a imprensa especializada foi apresentada ao Classe A, o novo modelo da Mercedes-Benz, em um test-drive exclusivo, entre o Rio de Janeiro, Teresópolis e Juiz de Fora. Os jornalistas puderam “sentir” o subcompacto da montadora, que ostenta como símbolo a famosa estrela, em um percurso variado, de 330 km, realizado em dois dias consecutivos. À cargo da organização do percurso estava Rafael Guinalz, da Miksom. Entre inspeções, sinalização e acompanhamento dos cinco grupos de convidados, Rafa rodou quase 12 mil km - uma distância equivalente a duas viagens de ida e volta entre Porto Alegre e Salvador. “Nunca dirigi tanto em minha vida. Mas o resultado final valeu a pena: foi perfeito!” - resume um combalido Rafael.

rafael guinalz

AGENDA LOTADAApós ter participado da teleconferência “NAB’99: A visão dos broadcasters brasileiros”, promovida pela SET, Fernando Bittencourt, diretor da Central Globo de Engenharia - CGE -, participou do Montreux Symposium 99, que aconteceu entre os dias 10 e 15 de junho. Bittencourt debateu sobre o futuro da HDTV com profissionais dos EUA, França e Inglaterra.

REESTRÉIAO video designer Gerald Köhler, que estreou no Brasil no Estúdio Abertura, é o responsável pelos efeitos visuais da nova novela da Rede Globo, “Força de um desejo”. As locações foram “maquiadas”, com a retirada de postes, fios elétricos e a inserção de imagens do Rio de Janeiro transformadas de acordo com a paisagem da época. A abertura da novela, que mostra uma corrente quebrando na fusão entre duas imagens, também foi concebida por ele.

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35 ANOS DE JANELATV Integração.... Sua janela para o mundo! Com este slogan a TV Integração, afiliada da Rede Globo em Uberlândia, comemora 35 anos no ar, mostrando a “cara do cerrado”. Em 14 de maio de 1964 entraram no ar os sinais de teste da TV Triângulo canal 8, mas foi efetivamente no dia 21 do mesmo mês, que a população, pôde ver suas primeiras imagens. Em 1970 , a TV Triângulo tornou-se a primeira afiliada da Rede Globo no Brasil. Outubro de 1997 marcou a ampliação da área de cobertura, estendendo seu sinal para 36 municípios, e passou assim a se chamar TV Integração.

Até dezembro de 99 serão exibidas durante toda a programação, novas vinhetas de passagem, além de um VT de 15” em computação gráfica, que faz a evolução de todas a logomarcas já existentes, até chegar na atual. A criação deste VT é do Bureau de Criação situado em Uberlândia e finalização da Machinna 1 em São Paulo.

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SURPRESA NA FEIRAO resultado da NAB’99 para a Discreet (nova denominação da Discreet Logic após a aquisição pela Autodesk) ultrapassou - e muito - a expectativa da empresa. Os níveis de venda chegaram a 70% acima da média das últimas feiras. Dentro desse universo, 10% dos equipamentos vieram para a América Latina. Segundo Francisco Lima, especialista da empresa, o Brasil recebeu um novo Flame, para a Vetor Zero, e mais um Smoke - editor não-linear sem compressão para a estação Octane, da SGI.

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S C A N N E RMARKETING LATINO-AMERICANO A Sony Broadcast & Professional Latin America contratou um novo gerente de marketing para a área de sistemas de servidores de vídeo. Ernesto G. León, um veterano com seis anos de experiência na área formado pela University of Florida, foi o felizardo. “A Sony está se tornando líder no mercado de servidores de vídeo, principalmente para sistemas de transmissão e notícias e eu prevejo um crescimento no futuro para a região da América Latina”, se entusiasma León.

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INTERCÂMBIOA produtora Phoebe Clarke, da Magnatel, está participando de dois projetos que envolvem equipes européias e cenários brasileiros. O primeiro deles é o filme policial alemão “Seqüestro no Rio”, da produtora alemã NDF. O longa conta a história de um casal que vem ao Brasil e tem seu filho seqüestrado. O marido é ferido e a mulher decide resgatar o filho sozinha. O casting mistura atores alemães e italianos com garotos do grupo de teatro da Favela do Vidigal.

O outro é o projeto do diretor Mika Kaurismaki, da Finlândia, que também está sempre por aqui. Trata-se de um documentário a ser exibido na noite temática da ARTE que vai festejar o descobrimento do Brasil. O filme chama-se “Moro no Brasil” e é uma co-produção entre Magnatel, o canal franco-germânico ARTE e a produtora de Kaurismaki.

VINHETAS NO AR A Video Design, das sócias Michèle Andrade e Ruth Reis, após fazer vinhetas para vários canais por assinatura e algumas para a Rede Globo, está colocando no ar (literalmente) mais alguns de seus trabalhos. A TV Varig, o canal de bordo da companhia aérea, estreou dia 10 de junho com logos, vinhetas, chamadas e abertura de seus mais de 12 programas feitos pela empresa.

DE VOLTACecília Taioli é a nova coordenadora de produção da Produtora Associados. Depois de dois anos e meio na Net Filmes, recebeu convite da casa onde já trabalhou anteriormente e topou encarar o desafio.

TROCA DE AFILIAÇÃONo dia 1º deste mês foi inaugurada a TV SP Centro, em Bauru, no interior de São Paulo. O canal 4 trocou a programação da Bandeirantes, a quem estava afiliado, e passou a transmitir os sinais da Rede Record para mais de 40 municípios.

PARCERIA RIO-SÃO PAULOHá cerca de um ano, o diretor de computação gráfica Mário Barreto vinha procurando um parceiro em São Paulo para fincar as raízes de sua Intervalo na terra da garoa. Encontrou o sócio ideal na Digiarte, finalizadora recém-aberta. Com uma história de dez anos no Rio de Janeiro, os sócios da Intervalo pretendem expandir seu mercado, enquanto os da Digiarte querem ampliar o espectro de serviços oferecidos. Para começar, Mário Barreto instalou um Flint, da Discreet, um Maya e um 3D Max na nova sede da Digiarte, na Vila Olímpia.

A finalizadora já trabalha com três estações Avid Media Composer e Xpress, um Softimage Digital Studio, um Flint e um Flame, ambos da Discreet. Segundo Barreto, o crescimento da parceria acontecerá conforme a resposta do próprio mercado paulistano. Já foi contratado o artista Chang Su Chi, vindo do SBT, e o próprio Mário também estará na ponte aérea, operando os equipamentos da nova sede.

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S C A N N E RPRODUÇÃO PESADA Reinvestindo em novelas de época para alavancar a audiência das seis da tarde, a Rede Globo não poupou esforços para a produção de “Força de um desejo”, de Gilberto Braga e Alcides Nogueira. Uma profunda pesquisa de época, organizada pela consultora Clarisse Fukelman, foi combinada com referências de grandes clássicos cinematográficos para transportar o elenco e a equipe ao século passado. “O leopardo”, de Luchino Visconti, serviu de inspiração para a caracterização da nobreza. “Barry Lyndon”, de Stanley Kubrick, referenciou os fotógrafos Carlos Botelho e Nonato Estrela, que decidiram imprimir uma coloração âmbar às cenas noturnas, valorizando as luzes de velas. Enquadramentos e marcações diferenciadas também se inspiram em “A dama das camélias”, “Os brutos também amam” e “Os duelistas”.

Os figurinos da novela, criados por Beth Filipecki, também refletem o esmero da produção. Linhos, tafetás de seda e tecidos ingleses compõem os vestidos da nobreza, e fibras naturais para as vestimentas dos escravos. Pela primeira vez, aliás, a cultura dos negros banto foi estudada para acrescentar realismo ao núcleo dos escravos.

EQUIPE EXCLUSIVADepois de conquistar a conta da Telesp Celular, a Fischer América teve de organizar uma equipe dedicada ao novo cliente. Remanejou o diretor Reginaldo Ferrante para a diretoria da conta e o assistente de atendimento Paulo Macari. De fora, trouxe Sophia Alcântara, que tem em sua bagagem profissional passagens por diversas agências não só de publicidade como de promoções, o que inclui a própria Fischer. Sophia assume a gerência da conta.

BRAÇO JOVIALA Academia de Filmes, de Paulo Schmidt, Marily Raphul e Tadeu Jungle, criou uma nova produtora coligada para lançar novos talentos no mercado. A Montanha Filmes terá uma estrutura própria de produção, mas com apoio e administração da Academia. No rol de diretores contratados está Elaine César - que já foi assistente de Tadeu Jungle e começou lá mesmo a dirigir. Também se integraram à equipe Claudio Elisabetsky, o montador Giles Bury (que estréia na direção) e o videodesigner Marcelo Presotto, que pretende dirigir os trabalhos que exigirem concepção gráfica mais apurada.

Além de lançar a Montanha Filmes, os sócios da Academia de Filmes também estão apresentando novidades na produtora-mãe. Os diretores Hugo Prata (ex-Film), Roberto Laguna e o diretor de fotografia Luís Crispino estão estreando na casa.

Ampliando o conceito de finalizador, a produtora também contratou Marcus Tornovsky para responder pelo acabamento dos filmes da casa. A idéia é a de tornar a finalização um pouco mais artística e menos técnica, com alguém que conceba letterings e assinaturas e padronize luz e direção de arte. Para isso, a Academia adquiriu um Flint. “É um investimento considerável, mas a médio prazo acho que vale a pena, pois trará um diferencial para nossos filmes”, afirma Paulo Schmidt.

PÉ NA TÁBUAÉ da Cinema Animadores, de Silvia Feola, a animação dos Flintstones para o filme de amortecedores Monroe. Trabalhada em cima de uma cena tradicional do desenho, onde os personagens chacoalham no carro da Idade da Pedra para chegar a um drive-in, a animação mostra a família Flintstone um pouco mais mal humorada com tanto balanço. No drive-in, o filme tem carros do “futuro”, com amortecedores bem mais macios. A produção da parte ao vivo é da Academia de Filmes e a criação da Northwest.

EXPANSÃO DIGITAL

A instalação de um sistema digital de transmissão alavancou a audiência da TV Alterosa, afiliada do SBT, que cobre diversas cidades de Minas Gerais, incluindo a capital. Desde 1996, a emissora distribui seu sinal através do Brasilsat B1, atingindo 841 municípios do estado, o que corresponde a 98,5% de cobertura ou 16 milhões de telespectadores.

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S C A N N E RCOMERCIALArmando Moraes é o novo diretor comercial da 4S Informática, de Florianópolis, e terá bastante trabalho pela frente. A empresa que desenvolveu o Digimaster - software de automação genuinamente brasileiro que usa a plataforma Windows NT - acaba de fechar um acordo de parceria com a Sony que passará a utilizar o produto nos Videostore 1 vendidos para o Brasil.

O Digimaster, que segundo o diretor geral da 4S, Celso Schmidt, “pode adequar soluções específicas de acordo com a operação de cada emissora”, já era usado nos vídeo servidores da Tektronix (Profile) e nos VS 200, da própria empresa, facilidade que os concorrentes estrangeiros não prevêem. Além de ter sido desenvolvido para as condições brasileiras outra vantagem destacada pelo diretor é a agilidade do suporte técnico.

Atualmente a empresa tem mais de 30 softwares da marca Digimaster em operação no Brasil e a previsão é dobrar a base instalada até o final deste ano. De cara, mais de dez já estão para deixar a fábrica. Além de “falar” português, o software também pode ser configurado para inglês. Existe ainda as versões em espanhol para atender aos mercados de Bolívia e Paraguai.

VENDEDOR OPERADOR

Depois de quase dez anos no mercado de edição e montagem, Odécio Pavan Filho passou para o outro lado do balcão. Ele agora é coordenador comercial da Exec, empresa que representa a Discreet em São Paulo. Graças à sua experiência no mercado, pois já trabalhou nas finalizadoras RBS e Abertura e na produtora Pólo de Imagem, Odécio pode apresentar os equipamentos da empresa falando a mesma linguagem de seus clientes.

CONGELAMENTO VIRTUALCongelar uma imagem, em princípio, não é nenhuma novidade. Mas fazer a câmera passear pelo objeto congelado exigiu 30 dias de trabalho da produtora de computação gráfica Terracota, sob a direção de Laís Dias. No filme “Tira-teima”, feito para o Fiat Palio, são exibidas cenas do carro em uma pista de rally, passando por rios, terra, buracos e todos os tipos de dificuldades. A cada desafio, a imagem do carro é congelada, mas é como se a câmera continuasse, mostrando detalhes do carro parado no meio do movimento.

Para realizar esse efeito, Laís Dias reconstruiu em computação gráfica os frames subseqüentes ao congelamento. Isso inclui carro, árvores, grama, pedrinhas, fumaça, água e todos os elementos da cena. Todo o

ambiente foi mapeado pela fotógrafa Marta Sanches e, a partir dessas imagens e dos arquivos digitais das linhas de construção da própria Fiat, a equipe pôde recriar virtualmente todos os detalhes.

Os mais de 35 layers de composição, com 950 pedrinhas e 310 folhinhas congeladas foram aplicados sobre imagens captadas pela Jodaf. A criação do filme é da agência Leo Burnett.

DISCUSSÃO CINEMATOGRÁFICA

O filme “A hora mágica”, de Guilherme de Almeida Prado, abriu, no dia 19 de maio, em Londrina, o projeto Sessão Brasil. Segundo o produtor e idealizador do projeto, Caio Júlio Cesaro, o Sessão Brasil deve acontecer periodicamente durante o ano com a pretensão de tirar o público da passividade e levá-lo a discutir, envolver-se e, num segundo momento, pensar nas possibilidades da regionalização da produção cinematográfica. Em cada edição o projeto prevê a exibição de um filme com a presença de representantes da produção e direção para discutir sobre a temática da película e questões ligadas à atualidade do cinema brasileiro com acadêmicos e imprensa na Universidade Estadual de Londrina.

ERRATADiferente do que foi publicado em “Idéia mais técnica”, na coluna Making of da edição de abril nº 80 de Tela Viva, Sérgio Tikhomiroff não teve de viajar para a Austrália, Canadá e África para encontrar a manada de búfalos para fazer o filme. Todas as informações foram conseguidas pela Internet e através de couriers daqueles países. Quem alugou a fazenda e os búfalos foi Dwaynne Lammers, gerente do Rancho Triple X, próximo a Rapid City.

Além disso a finalizadora do comercial da Bombril para o Multi Limpeza, produzido pela Trattoria di Frame, é a Mega Filmes e não a Tape House, como foi publicado.

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Samuel PoSSebon

Talvez esta seja a primeira vez nas últimas duas décadas em que a liderança de audiência na TV tenha condições de ser disputada,

Uma (ou mais) novas redes de

TV podem ser formadas para

disputar o bolo publ ic i tár io

dest inado ao maior meio de

comunicação nacional . Em

relação à questão técnica, a

tecnologia digi ta l e a ut i l ização

dos canais denominados como

serv iço especial de te lev isão por

ass inatura por UHF são caminhos

al ternat ivos para v iabi l izar a

emprei tada.

ter, no mínimo, presença nas principais cidades do país. As redes que estão aí são, portanto, potenciais candidatas a assumirem a vice-liderança que o SBT quer abandonar e até trocar pelo primeiro lugar.Há ainda a via da licitação pública, mas a experiência de um processo de outorgas para a radiodifusão se mostrou pouco eficiente. As poucas cidades em que o governo pôde abrir licitação para TV ficaram anos (ou ainda estão) em uma situação de indefinição por conta de problemas na Justiça, dificuldades de análise das propostas e outros contratempos. E algumas praças importantes simplesmente não há espaço disponível no espectro de radiofreqüências. Em resumo, via licitação pública levaria quase uma década para que alguém conseguisse adquirir do governo uma rede de geradoras. E, mesmo

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C a P a

em determinados horários, por mais de quatro redes nacionais. Nunca alguém poderia imaginar que a CNT conseguiria bater a Globo em algum momento da programação. Nunca o SBT havia ousado anunciar, em página inteira nos grandes jornais, que estava desistindo de ser vice-líder de audiência para ser... líder. Tudo isso aconteceu em maio.Em meio a este verdadeiro El Niño da audiência, fica no ar a pergunta: há espaço para uma nova grande rede de televisão brigar de perto com a Globo? Do ponto de vista financeiro, os US$ 5 bilhões do bolo publicitário destinados anualmente à mídia televisiva parecem justificar todas as aventuras. Os escorregões da Globo fazem parecer razoável a idéia de que este bolo será ainda mais “socializado” no futuro. Do ponto de vista operacional, contudo, uma rede precisa

SEMPRE

MAIS UMCABE

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assim, a cobertura ficaria capenga. Outra possibilidade é comprar o que já está ai. Esta experiência foi vivida na negociação da Rede Manchete, com cinco concessões. Acontece que as dívidas que os broadcasters falidos já contraíram inviabilizam uma empreitada que vise apenas a exploração do serviço de TV. Vale lembrar que Amilcare Dallevo Jr., que conseguiu adquirir a Manchete,

tem o know-how e os royalties para explorar ostensivamente os serviços de telejogo, ou outros que mudam a equação financeira do negócio que está assumindo.

novo f i l ão

Em 1988 foi criado um serviço estranho, chamado de serviço especial de televisão por assinatura -

TVA -, sigla usada na regulamentação e que não deve ser confundida com a marca das operações de TV paga do grupo Abril. Trata-se de um serviço em UHF que tem como característica a bizarra coexistência entre TV aberta e fechada em um mesmo canal. Atualmente, o limite para transmissão com sinal aberto, sem codificação, é de no máximo 35% do tempo de programação. O restante do tempo precisa ser transmitido com sinais codificados. O que chama a atenção é que este serviço conta com 25 concessionários pelo Brasil, todos em capitais. Grupos como a Abril (sete outorgas), a Globo (duas outorgas), a RBS (uma outorga), a TV Bahia (uma outorga) entre outros com grande poder de mídia são concessionários do serviço (veja box).É um serviço tão estranho que nunca chegou a chamar muito a atenção. A Anatel, desde que assumiu a área de comunicação de massas, não autorizou nenhuma nova operação de TVA, e ninguém ouviu falar de alguém que pague para receber este serviço. Mas recentemente vários dos concessionários passaram a receber propostas de compra de suas outorgas, o que chama a atenção para a importância estratégica deste serviço.A análise mais óbvia envolve os grandes grupos de mídia que controlam estas concessões, como o jornal O Dia, a RBS, a Bandeirantes ou a Abril. Neste caso, inclusive, sabe-se que o grupo sempre esteve rodeando a possibilidade de ter uma rede de TV aberta competitiva. O mais longe que chegou, contudo, foi com a MTV, que é aberta em algumas capitais, mas paga em outras cidades. Nunca conseguiu formar uma rede de retransmissoras que garantisse cobertura para a programação, e até hoje não sabe se vai tentar ganhar dinheiro como programadora para TV a cabo

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Q U E M É D E Q U E M

Quem tem outorgas de serviço especial de televisão por assinatura - TVACANAL ÁREA DE PRESTAÇÃO ENTIDADES

DE SERVIÇO

21+S Belo Horizonte/MG SOCIEDADE RÁDIO ALVORADA LTDA.

24+S Belo Horizonte/MG SISTEMA UNIVERSAL DE RADIODIFUSÃO LTDA.

29+S Belo Horizonte/MG CENTRAL TVA

32+S Belo Horizonte/MG RÁDIO ITATIAIA LTDA.

19+S Belo Horizonte/MG TRIANON SISTEMA DE COMUNICAÇÃO LTDA.

14 S Brasília/DF SISTEMA DE COMUNICAÇÃO QUARTO PODER LTDA.

56 S Brasília/DF RBC-REDE BRASILIENSE DE COMUNICAÇÃO LTDA.

32+S Curitiba/PR TELEVISÃO DELTA DE CURITIBA LTDA.

57+S Curitiba/PR TVA BRASIL RADIOENLACES LTDA.

59+S Curitiba/PR TELEVISÃO EXCLUSIVA LTDA.

54 S Fortaleza/CE RAIMUNDO ANSELMO LIMA MORORO E CIA LTDA.

36 S Porto Alegre/RS RBS - EMPRESA DE TVA LTDA.

42 S Porto Alegre/RS TVA BRASIL RADIOENLACES LTDA.

36+S Rio de Janeiro/RJ RIO METRO TVA LTDA.

40 S Rio de Janeiro/RJ NOVA COMUNICAÇÃO E RADIODIFUSÃO LTDA.

48-S Rio de Janeiro/RJ TELEVISÃO SHOW TIME LTDA.

54+S Rio de Janeiro/RJ ABRIL S/A.

59+S Rio de Janeiro/RJ TV O DIA S/A.

28-S Salvador/BA TELEVISÃO SALVADOR

28 S São Luis/MA TV UPAON-AÇU LTDA.

19 S São Paulo/SP PAULISTA METRO-TVA LTDA.

24 S São Paulo/SP ABRIL S/A.

29 S São Paulo/SP TELEVISÃO SHOW TIME LTDA.

50- São Paulo/SP PIRA SOM & IMAGEM LTDA.

18 S Vitória/ES TV 2000 LTDA.

Fonte: Anatel

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(seu sinal vai para mais de um milhão de assinantes) ou como broadcaster.Com sete outorgas do tal serviço especial de televisão por assinatura - TVA (não são as operações de TV paga do grupo), a Abril ou mesmo outros outorgados de TVAs poderiam tentar levantar vôos mais altos. Para isso, contudo, precisariam resolver a dificuldade comercial que um serviço meio aberto, meio fechado impõe. Passar o limite de transmissão com sinal aberto para algo superior a 50% seria uma solução. O detalhe é que vários dos controladores vêm mostrando-se interessados, via ABTU (Associação Brasileira das TVs UHF) numa expansão deste limite. Fala-se em tornar estas emissoras até 90% abertas.

me io a me io

O problema é que o serviço de TVA é tão estranho que nem a legislação deixa claro se ele é ou não radiodifusão. O regulamento de serviços especiais remete as TVAs para a Anatel, mas o regulamento do próprio serviço, baixado em 88, faz referência ao regulamento de radiodifusão, que ainda está em vigor.Em tempos de conflitos de poder

entre Anatel e Ministério das Comunicações, uma solução é sempre mais complicada. Segundo a agência, foi com base neste serviço que se decidiu promover uma reestruturação completa na regulamentação de TV paga, processo que está em fase de contratação de consultoria.

Ou seja, a agência considera-se responsável pelos serviços especiais de TV por assinatura por UHF. O problema é quem tem o poder político de ampliar ou não o limite de transmissão aberta.Caso os controladores de TVAs consigam mesmo o upgrade para transmitirem a maior parte do tempo com sinal aberto, cria-se

a possibilidade imediata de uma nova rede de televisão, ou de mais serviços locais, como faz a RBS com a sua outorga de TVA em Porto Alegre. Ao que parece, é justamente esta perspectiva que está fazendo com que as outorgas sejam tão valorizadas (fala-se em ofertas de mais de R$ 5 milhões por cada uma). A própria Globo, que naturalmente não precisa montar uma rede em UHF, estuda a possibilidade de lançar um canal concorrente da MTV, para o público jovem, via freqüências de TVA. O canal, se sair, poderá adotar o nome de Young People e buscará justamente o público que não assiste à programação normal da emissora.Seria o Young People uma medida profilática da Globo contra um possível novo concorrente? Pode ser. Tudo depende do poder de fogo que estas outorgas de TVA realmente terão (se terão ou não 90% de transmissão aberta) para competir no mercado de radiodifusão. De qualquer maneira, em agosto vence uma outorga em Belo Horizonte/MG. O proprietário precisará entrar com um pedido de renovação para algum dos dois órgãos (Anatel ou Minicom) e então ficará claro quem regulamenta o assunto.

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c A p A

A característica mista

das TVAs não deixa

claro se elas são

ou não um serviço

de radiodifusão.

Não disponivel

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Não disponivel

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Outra possibilidade que está sendo cada vez mais analisada pelos possíveis interessados no mercado de broadcasting é uma realidade para daqui a três, quatro anos. Hoje a maior parte do espaço radioelétrico está ocupado. Ou seja, onde há 6 MHz livres para se alocar um canal de UHF ou VHF, já há um concessionário.Essa é uma verdade analógica. Uma afirmação verdadeira para um tempo em que 6 MHz de largura de banda eram suficientes para carregar apenas um canal de televisão. A grande mágica da TV digital está justamente no fato de que a tecnologia faz caber, nos mesmos 6 MHz, muito mais informação. E esta informação adicional pode ser usada para fazer o canal único de TV mais atraente, com alta definição, ou para que mais canais de TV cheguem aos telespectadores. Uma conta simples: na cidade de São Paulo há 11 geradoras de TV, com 6 MHz cada uma. Ao serem digitalizados, estes 66 MHz podem servir a 44 canais abertos, para não falar em todos os outros serviços de telecomunicações que também poderiam trafegar por este espaço. Pronto! Achou-se o espaço para uma ou várias outras redes de TV.Esta possibilidade, nos EUA, está sendo chamada de multicast e será adotada por várias emissoras. Trata-se também de TV digital, mas com definição de imagem no padrão SDTV. A vantagem, para o usuário, é que não há a necessidade de se comprar um aparelho de HDTV. Basta um set-top box, como os utilizados pela TV a cabo, ligado ao aparelho de TV convencional. Isso até que os fabricantes passem a produzir TVs “digital ready”, com o set-top box embutido e tela na proporção 16 x 9. Foi assim que aconteceu quando estes mesmos fabricantes resolveram fazer as TVs “cable ready”, com capacidade de sintonizar mais de 180

canais sem a necessidade de receptor externo.A questão é quem vai ocupar todo este espaço que pode ser criado pelo multicast. Já há canais que hoje estão na TV a cabo por absoluta falta de oportunidade no espaço aberto, de olho neste mercado. E todos aqueles grupos que sempre quiseram ter uma rede de televisão aberta mas não conseguiram também podem voltar a sonhar no momento em que a TV digital chegar.Naturalmente, a análise não é tão simples quanto parece. Há, de um lado, o interesse das atuais emissoras de TV. Elas estão se mostrando bastante atraídas pela idéia da TV digital de alta definição e praticamente não levantam a hipótese de se tornarem multicanais. Mas mesmo que apostem na SDTV, nada garante que estas redes abrirão espaço para programação de terceiros.

i n de f i n i çõe s

Acontece que para que a TV digital chegue ao país, precisará haver um período de migração. Este período de migração, nos EUA, está sendo feito através da concessão provisória de um segundo canal para cada emissora. Neste segundo canal vai ser colocado o novo conteúdo digitalizado, e o canal original fica transmitindo o sinal analógico por mais um tempo até que a maioria da base de televisores tenha condições de receber TV digital. No Brasil, as discussões estão restritas ao nível técnico do padrão de TV digital que será adotado (ATSC ou DVB), mas pouco se discute sobre o espaço em que estes canais digitais serão transmitidos. A Anatel, pelo menos por enquanto, está excluída dos debates com o Minicom sobre TV digital, mas continua trabalhando no assunto, ainda que a passos lentos. A novidade é que, internamente,

a agência não está assumindo o modelo norte-americano como o único caminho possível para a definição do que será a TV digital no Brasil. Uma das várias possibilidades com que a Anatel trabalha seria tratar a TV digital como um novo serviço e, portanto, não colocá-la, como fizeram os americanos, como uma imposição a todos os broadcasters. Um argumento a favor desta idéia é o fato de que, com 300 emissoras e milhares de retransmissoras espalhadas pelo País, não haveria como distribuir canais extras a todos. Além disso, não está excluída a hipótese de que a TV digital venha a incluir também transmissão de dados e outros serviços de telecomunicações, o que também contribuiria para a idéia de transformá-la em um novo serviço. Este debate existiu nos EUA e depois de muita pressão dos broadcasters decidiu-se não cobrar a mais pelo segundo canal e tratar TV digital simplesmente como radiodifusão. A polêmica deve se repetir por aqui.A Anatel tem um grupo de estudos para as questões da TV digital, com a participação de diversos segmentos do mercado. O CPqD, que realiza alguns testes para a agência, deve ter seus prazos de trabalho ampliados (deveriam terminar em julho mas poderão ser estendidos até o final do ano) justamente a pedido das emissoras, que alegam querer estudar possíveis serviços adicionais. Os outros segmentos envolvidos na questão da digitalização estão sendo ouvidos, e o segmento de fabricantes de equipamento é peça chave nesta história. São eles que mais vêem a perspectiva de ganhar dinheiro com a renovação dos equipamentos. Ou seja, são uma importante fonte de pressão para que a TV digital saia logo do papel. Quem sabe com os possíveis novos broadcasters?

DIGITALIZAÇÃO : UM CAMINHO PARA AS NOVAS REDES?

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Não disponivel

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Hamilton Rosa JR.

SUBvERSÃodIGItAl

EMCannes

O maior acontecimento do 52º Festival Internacional de Cannes não passou no Grande Lumière, o cinema de dois mil lugares reservado aos principais filmes do evento. A novidade aconteceu no subsolo do Palais du Festival, numa feira paralela intitulada Mitic - Marché Internacional des Technologies et de L’ Innovation du Cinema. Foi a projeção digital (com sinal mandado via satélite dos EUA) do curta “The last broadcast”, um dos primeiros trabalhos produzidos inteiramente com tecnologia digital de vídeo alta definição.Enquanto Pedro Almodóvar, David Lynch e Chen Kaige se acotovelavam no andar de cima pela Palma de Ouro, a Sony e a JVC faziam demonstrações do futuro da indústria audiovisual nos porões do Palais. A imagem é

O �2º Fe s t i va l I n t e r nac i ona l

de canne s p r i v i l eg i ou o

c i n ema de Dav i d L yn ch e

ped ro A lmodóva r no c i ne

G rande L um i è r e , enquan to uma

r e vo l u ção d i g i t a l a con t e c i a no

s ub so l o do pa l a i s du Fe s t i va l .

irônica: como disse um pensador, a revolução sempre parte das bases. A primeira conferência a reunir executivos e especialistas no ramo de produção e exibição já dava o tom: filme ou digital, qual a melhor escolha?Pela forma como novos projetos foram anunciados durante a feira, Hollywood vai usar muito a DVW-700WS, a câmera digital de alta definição da Sony, nos próximos anos. O diretor de fotografia Michael Balhaus (de “Drácula”, “Os bons companheiros” e do inédito “Wild wild west”) pretende filmar “What planet are you from?”, o novo de Mike Nichols (“Segredos do poder”) com a engenhoca. Steven Spielberg deve experimentá-la na ficção científica “Minority report”. Francis Coppola garante que ela será fundamental em seu projeto pessoal, ainda sem título (pelo qual ele está concentrado há quatro anos), e uma série de cineastas marcarão seu debut na produção independente usando a tecnologia digital. Isso apenas em Hollywood. Produções totalmente digitalizadas devem pipocar de outras partes do mundo, como da Itália, “Due volte nella vita”; da Inglaterra, “The lakes” (uma série da BBC); do Canadá, “The secret adventures of Jules Verne”; e da Espanha, “Siete dias em la Habana”.

em boa s mãos

Nas mãos certas, os novos equipamentos digitais são realmente uma deliciosa peça da tecnologia. A imagem destas câmeras são compostas de uma textura que chega próxima à qualidade do cinema, o som tem o padrão do CD e as possibilidades de manipular a imagem são ilimitadas. Enfim, para o artista, é como descobrir que as cores primárias não são três, mas uma dúzia, que podem ser recombinadas ad infinitum.O entusiasmo não é o mesmo para os donos dos obsoletos

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C i N e M a

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cinemas dos anos 90. O novo telão digital já pode ser encontrado nas melhores casas do ramo e toda transferência de tecnologia também está acessível, mas tudo é muito caro. “Os donos dos cinemas não querem arcar sozinhos com os custos dos novos equipamentos”, diz Rick McCallum, produtor de “Guerra nas estrelas 1 - a ameaça fantasma”. Possivelmente haverá uma divisão de despesas com as distribuidoras de Hollywood, mas de acordo com o produtor Matthew Bird, a relação entre distribuidor e exibidor pode se complicar mais. “Os exibidores acham que haverá uma mudança política na relação com Hollywood e acreditam que estão correndo riscos. Sabem que não haverá mais latas de filme chegando aos cinemas e nada é mais aterrorizante do que saber que você não tem um produto concreto na mão. Eles dependerão do sinal da projeção, que será transmitido via satélite de Los Angeles ou Nova York”, explica.Todo mundo esperava a exibição do primeiro episódio de “Guerra nas estrelas”, em Cannes. Não aconteceu. Na semana da estréia da superprodução nos EUA, Lucas partiu secretamente para um balneário e pretendia ficar longe de qualquer badalação por um mês. Mas o produtor do filme, Rick McCallum, esteve em Cannes para participar das conferências do Mitic. Ele participou da palestra “Digital Cinema: Projecting the Industry’s Future”. McCallum confirmou a intenção de Lucas de abolir o negativo do set nos próximos episódios da série. “A Sony está desenvolvendo uma câmera especialmente para usarmos no filme seguinte.” O protótipo da nova Sony 24P será entregue a Lucas em outubro próximo. A Sony também está criando em conjunto com a Panavision um jogo de lentes especiais que devem estar disponíveis em fevereiro ou março de 2000, pouco antes da fotografia

principal do episódio 2 de “Guerra nas estrelas”, cuja pré-produção está marcada para começar na próxima primavera na Austrália.Na conferência McCallum declarou que sua equipe fez experiências neste primeiro episódio, já em exibição nos cinemas (no Brasil o filme entra em cartaz dia 24 de junho). “Colocamos uma câmera equipada com filme de 35 mm e uma Sony HDC-750 lado a lado no set. Filmamos várias cenas e depois projetamos as duas versões. Ficamos maravilhados com as imagens digitais”, conta McCallum.

O

entusiasmo foi tal, que Lucas deixou as imagens da HDC em 15 cenas do “Episódio 1”. A projeção digital também será avaliada pelos produtores em junho próximo. “Vamos exibir o filme simultaneamente em quatro salas de cinema, uma em cada ponto do país para convidados”, conta McCallum. A intenção é exibir o episódio 2, que estréia em 2003, em duas mil salas com projeção digital.

v i s i oná r i o s

Em Cannes, o novo tipo de projeção se encontrava em apenas um cinema. Isso não impediu os digimaníacos de exibir seus projetos no mercado do filme internacional.

Havia várias experiências curiosas feitas totalmente em vídeo de alta definição e convertidos em película. A mais badalada era “Buena Vista Social Club,” dirigido por Win Wenders. É um documentário sobre o encontro do compositor Ry Cooder (com quem o diretor trabalhou em “Paris, Texas” e “O fim da violência”) com a banda cubana Buena Vista. A mais ousada era “Starry night”, um longa britânico, com custo relativamente barato, que transporta o pintor holandês Vincent Van Gogh para a Los Angeles dos anos 90. Até os integrantes do Dogma 95, o manifesto dinamarquês que dá ênfase ao conteúdo em detrimento de qualquer artifício estético, rendeu-se ao Betacam digital. O filme chama-se “Lovers”, é dirigido pelo ator Jean Marc Barr e custou menos de US$ 3 milhões (uma ninharia em se tratando dos custos das produções européias). Numa estimativa da revista Scene to Screen feita em conjunto com a Sony, 40 minutos de filmagens de uma Digital Betacam não saem por mais que US$ 32. A transferência para película é estimada em US$ 1,43 mil. Mas isso enquanto o sistema de projeção digital não estiver funcionando nos cinemas. O mesmo trabalho com filme custa à produção US$ 2,2 mil em latas de negativo, mais US$ 635 para revelação. Ou seja, US$ 1,462 mil em alta definição, contra US$ 2,835 mil no tradicional 35 mm. Os custos obviamente são calcados no mercado americano. No começo dos anos 80 Francis Coppola tentou rodar um filme com um protótipo das atuais DBW-700 e disse que no futuro, qualquer colegial teria acesso a esta tecnologia e seria ali que surgiria a grande revolução na indústria. A Sony anunciou que as câmeras 24P High Definition, que serão usadas nos próximos episódios de “Guerra nas estrelas”, estarão disponíveis comercialmente no ano que vem. A profecia de Coppola talvez aconteça bem antes do esperado.

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Durante o Mitic, o produtor de “Guerra nas estrelas”, Rick

McCallum, confirmou que George Lucas pretende abolir o

negativo do set nos próximos episódios.

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murilo ohl

Na ho ra de impo r t a r

equ i pamen to s , qua lque r e r r o

pode ge ra r t e r r í v e i s do re s

de cabeça , como a t r a so s ,

me r cado r i a r e t i da e ava r i a s

no s p rodu to s . O equ i pamen to

de v í deo é uma ca rga mu i t o

p r e c i o sa pa ra s e r en t r egue

na mão de qua lque r

t r an spo r t ado ra do me r cado .

É melhor conhecer - para poder escolher - quem são e como trabalham as companhias de transporte que vão buscar câmeras no Japão, sistemas não-lineares na Europa, computadores na Califórnia e os entregam nas mãos dos clientes brasileiros. Normalmente, as empresas brasileiras de broadcasting fazem o que se chama de importação direta, ou seja, compram direto do fabricante. Na hora de comprar peças de reposição e equipamentos de pequeno e médio porte, muitas vezes, as emissoras lançam mão escritórios de importação. Nesse tipo de transação, a responsabilidade de pegar um equipamento e trazê-lo para o Brasil é sempre do importador. É aí que as empresas procuram as companhias de transporte. O diretor da Itatrans, Omar Donatti, costuma dizer que as transportadoras são as “agências de viagens das cargas”. Para que não ocorra nenhum acidente de

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M e r C a d o percurso, as transportadoras ou “agentes transitários de carga”, definem previamente com o cliente todos os detalhes de como será feita a importação. Marcus Vinicius Costa, gerente de Operações da Circle Fretes Internacionais, diz que procura mostrar ao cliente toda a logística que envolve o transporte da mercadoria antes da operação começar. “É preciso conhecer bem as necessidades do cliente”, afirma. Para ele, equipamentos profissionais de TV não são considerados produtos de difícil transporte. “As fábricas estão bem localizadas e a quantidade de carga não é grande”, compara Costa. Gilmar Fernandes, da GF Export, com escritório em Nova York, segue as instruções dos clientes. “Algums já tem seus agentes de carga, com rates (tarifas de transporte por quilo) negociados no Brasil. Outros preferem os embarques diretamente com a Varig pois tem conta-corrente e o frete pode ser pago no Brasil, facilitando as coisas.”Existem duas maneiras de transportar a carga: frete aéreo e marítimo. O peso, a localização do produto e o prazo que o cliente tem para receber são alguns dos fatores que vão determinar qual é o meio de transporte mais indicado para o negócio.O avião é mais rápido, mas é bem mais caro. E conforme a distância aumenta, mais caro fica. Um quilo de uma carga simples dentro de uma aeronave custa US$ 5. No navio, uma tonelada custa US$ 200. O transporte marítimo, por outro lado, tem suas limitações. Só aceita cargas de, no mínimo, uma tonelada e é muito lento (veja tabela). Donatti, da Itatrans, afirma que às vezes é possível combinar os dois meios. “Fazemos uma parte da viagem de navio e outra de avião”, sugere. Para Marcus Vinicius Costa,

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da Circle, o cliente pode optar por trazer uma parte da carga de avião e a outra de navio. “O que é mais importante pode chegar antes”, diz.

r o t a

A importação começa no país de origem do produto. Na maioria das importações, o fabricante se responsabiliza por levar a carga até o local onde ela será embarcada. Em alguns casos, porém, o importador precisa retirar a mercadoria na fábrica, em geral de caminhão, e levá-la até um porto ou aeroporto. Quando isso acontece, o agente de carga inclui no preço do frete o transporte terrestre. A operação fica mais cara e lenta.Além do frete, os agentes de carga cobram ainda os serviços de embalagem e de documentação. O assessor comercial da companhia JAS, André Nogueira, considera pequena a margem de lucro das transportadoras. “Varia de 5% a 10% em cima do valor do frete”, calcula. Omar Donatti, da Itatrans, garante que os preços não são altos por causa da concorrência. “O mercado é grande e o cliente compara os preços”, diz. Se o mercado é disputado, os agentes de carga procuram conquistar os clientes com um serviço de qualidade. “Em primeiro lugar, o cliente gosta de saber onde está sua mercadoria”, analisa Donatti. “Nós enviamos relatórios diários sobre a localização da carga”, afirma. A Circle mantém um sistema on line com informações sobre seus fretes. “A pessoa pode consultar quando quiser”, diz Costa. Algumas empresas de frete, como a Circle e a JAS, são multinacionais, com agências em praticamente todos os países. “O cliente sabe que do outro lado está uma pessoa que pensa exatamente como nós”, sustenta Costa, da americana Circle. Quando a empresa não tem escritórios próprios no exterior, faz parcerias com transportadoras locais.

“Nesse caso, é preciso escolher a dedo os parceiros no exterior”, esclarece Donatti, da Itatrans, transportadora com 25 anos de experiência no setor.Para Donatti, o transporte de equipamentos de broadcasting requer cuidados especiais no manuseio. “É uma mercadoria muito sensível e precisa receber tratamento especial.” Costa, da Circle, aconselha ouvir o que o fabricante tem a dizer. “Por conhecer melhor a mercadoria, a fábrica pode dar boas orientações sobre seu transporte”, explica. Costa aconselha evitar que a mercadoria fique solta dentro dos contêineres. “É melhor embalar as caixas com plástico e proteger com madeira para impedir que a carga se movimente”, sugere. Outra dica importante para quem for trazer equipamentos ou peças é pedir discrição ao fabricante. Eletroeletrônicos, segundo Costa, são cargas muito visadas para furto. “É sempre bom evitar a cobiça alheia”. Segundo Nogueira, da JAS, as transportadoras preferem utilizar caixas sem o nome do fabricante. “Marcas famosas chamam a atenção”, ensina.

r i s co s

Segundo Costa, casos de furto ou avarias nos produtos são pouco freqüentes, mas podem acontecer. “Nesse caso as transportadoras precisam ter um seguro como garantia”, diz. As companhias aéreas e marítimas também têm seguro, “mas quase sempre é utilizado o seguro do importador”, afirma Costa.

A maior queixa de transportadoras e representantes de equipamentos é a morosidade na liberação da carga na alfândega brasileira. “É uma das mais lentas do mundo”, diz Nogueira, da JAS. Sérgio Constantino, gerente de broadcasting da Video Systems, afirma que a espera para a liberação pode passar de um mês. “A alfândega brasileira é muito rigorosa”, constata. Ele atribui a lentidão a um excesso de cautela dos fiscais. “A variedade de equipamentos nesta área é muito grande e se o fiscal desconfiar de alguma coisa pode bloquear o desembaraço da mercadoria”, avalia.A dica nessa hora é reunir o máximo de documentos possíveis sobre a mercadoria. “Pedimos que o cliente nos forneça dados completos do fabricante e da carga”, informa Costa, da Circle. Ele entende que isso acontece por que tem gente que tenta burlar a fiscalização. “Para a mercadoria passar, o fiscal não pode ter dúvidas”. Mas tranqüiliza. “Se estiver tudo certo a tendência é dar sinal verde”.

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P R A Z O D E E N T R E G AEm quantos dias o cliente brasileiro

retira uma importação?

AVIÃO NAVIOEUA 2 11-12

Europa 2/3 12-15

Extremo Oriente 5 35-45

Não disponivel

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C l A S S E A

1968. você de Mercedes.

1975. você de Mercedes.

1983. você de Mercedes.

1989. você de Mercedes.

O ícone de consumo representado pela marca Mercedes-Benz é explorado das mais variadas maneiras nesta campanha de lançamento do carro compacto Classe A. Fabricado no Brasil, o carro é encarado como a possibilidade da realização do sonho de possuir um Mercedes. A criação desenvolveu quatro roteiros, que foram entregues a duas produtoras. À JX Filmes, de Júlio Xavier, couberam os filmes que exploram mais a direção de atores e à Conspiração os dois que combinam cenas ao vivo com efeitos especiais.O primeiro filme a ser lançado foi “Desperta desejo”. Com imagens noturnas, o filme mostra pessoas vendo uma estrela guia, ou um cometa, que quando passa em frente à lua revela que seu núcleo é o próprio Classe A. No filme “Sonho”, um homem não acredita que possui um Mercedes e sonha que está sonhando que tem o carro. Já “Fã” mostra a trajetória de um garoto que desde pequeno sonha em possuir um carro da marca e que durante toda a sua vida esteve por perto de veículos Mercedes-Benz, chegando até a se casar com uma mulher de mesmo nome. Ainda em fase de pós-produção, o quarto filme mostra o carro sendo submetido a todo tipo de provações, demonstrando sua performance.Em toda a campanha, o elo de ligação é a trilha sonora, uma das grandes sacadas da criação. Trata-se da música original do filme “Pinocchio” - When you wish upon a star -, da Disney, regravada por uma orquestra e interpretada por Carlos Fernando, do grupo Nouvelle Cuisine. A música já tinha uma versão para o português, criada juntamente com a dublagem original do filme, cuja letra

fala justamente da estrela que revela o desejo oculto do boneco que queria ser gente. “Caiu como uma luva, parece que já estávamos falando da trilha do filme”, afirma uma das criativas, Ana Teresa Pacheco.

a o v i v o e c o m e f e i t o s

Quase todo feito com cenas noturnas e externas, o filme também precisou de efeitos especiais, o que fez com que fosse dirigido em parceria por Cláudio Torres e Fábio Soares. A decisão de realmente filmar à noite, sem utilizar recursos de noite americana ou finalização, explica Torres, foi tomada em função da necessidade de se aplicar a estrela, ressaltando a luz em movimento e com o aval do diretor de fotografia César Charlone.As cenas foram filmadas basicamente em locações no Rio de Janeiro, recuperando detalhes de direção de arte que olhos menos atentos não encontram na paisagem carioca. É o caso de uma das janelas, onde se debruçam espectadores, entre outras cenas. “A magia está em cortar para uma cena realista como essa para uma cena de efeitos especiais como a da estrela sem permitir que o espectador perceba essa diferença”, acredita o diretor.Para realização efeitos especiais, a equipe contou com a computação gráfica da Vetor Zero, que construiu a estrela em 3D e compôs a edição final do filme.Na produção em finalização, que tem fotografia de Breno Silveira, o carro é submetido a uma série de provas, como se os deuses o estivessem testando. A locução lembra ao telespectador algumas das

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lizandRa de almeida

M a K i N g o F

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T E L A V I V A J U N H O D E 1 9 9 9 2 �

F ichas técn icas de c o m e r c i a i s http://www.telaviva.com.br

Cliente:Mercedes-BenzProduto:Classe AAgência:W/BrasildireçãodeCriação:Washington Olivetto e Gabriel ZellmeisterCriação:Alexandre Machado, Tetê Pacheco, Itagiba Lages e Jarbas Agnelli

Filmes:“Fã” e “Sonho”Produtora:JX Filmesdireção:Julio Xavier Fotografia:Walter CarvalhoPesquisa:Camila QueirogaFinalizadora:JX FilmesProdutoradatrilha:YB

Filme:“Desperta Desejo” Produtora:Conspiração Filmesdireção:Claudio Torres e Fabio SoaresFotografia:Cesar CharloneMontagem:Deo Teixeiratrilha:YBEfeitosEspeciais:Vetor ZeroFinalização:Vetor Zero

F I c H A T É c N I c A

1999. você de Mercedes.

o Mercedes brasileiro.

estrela guia.

referência ao filme “e.T.”.

profecias de Nostradamus enquanto o carro passa por ciclones, montanhas, tempestades, galhos caindo de uma árvore e o Classe A sempre escapa por pouco. Como no texto profético, a salvação está numa estrela! Assim como no filme anterior, esse também exigiu uma produção complicada e uma composição detalhista.

a t o r e s e p e s q u i s a

Aparentemente simples, o filme “Fã” é uma superprodução de casting e pesquisa de época. Para recontar a história do rapaz louco por Mercedes ao longo de toda a sua vida, foram necessários quatro atores diferentes, vivendo cinco momentos típicos. A assistente de direção Camila Queiroga conduziu a pesquisa de atores, que ultrapassou as fronteiras de São Paulo para garantir semelhança física e talento para atuar. Uma pinta no queixo ajudou a dar uma unidade ao personagem, assim como os cortes de cabelo melhoraram a caracterização de cada época.A pesquisa histórica, que demarcou as épocas do personagem, foi feita em álbuns de família. Em cada um dos cenários, detalhes mínimos compõem cada fase. Em conjunto com produção de objetos e figurino, Camila vasculhou o arquivo da Editora Abril em busca de referências nas revistas antigas. As próprias notícias inspiraram a composição das cenas. Os carros e ônibus foram conseguidos, principalmente, com colecionadores e os objetos vieram de antiquários. Todo esse detalhamento, que muitas vezes não chega a ser enquadrado, foi uma exigência da linguagem adotada. Segundo o diretor Júlio Xavier, uma primeira idéia foi a de

representar o passado em sépia ou preto e branco, mas essa forma foi considerada um tanto batida. Por isso, optou-se por uma fotografia comum a todas as épocas, sem preocupação de um tom realista. O diretor de fotografia Walter Carvalho explica que optou por uma luz suave e preferiu não tirar a cor, apesar de deixá-la mais rebaixada até pela tonalidade das roupas, em cinza médio e azul claro. A diferença entre as épocas, porém, foi marcada pelo negativo usado, desde 50 ASA até 800 ASA, o que provocou granulações diferentes. Nas cenas atuais, onde aparece o produto, a intenção era que nada chamasse mais atenção do que o próprio carro. Para isso, Carvalho usou um negativo 48 convencional, evitando outros contrastes.

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S U P E R P R o d U Ç Ã o E M N o v A l I N G U A G E M

M a K i N g o F

... vista interna do quarto de Morgana.

... vista externa e...

Croqui ...

Com orçamento de R$ 7 milhões, “Castelo Rá-Tim-Bum”, o filme, movimenta uma estrutura nunca vista no cinema brasileiro destinado ao público infanto-juvenil.Como recriar em cinema um produto televisivo que fez tanto sucesso, sem repetir fórmulas consagradas? Depois de quatro anos afastado do seriado “Castelo Rá-Tim-Bum”, o diretor Cao Hamburger está transpondo para a película seu projeto infanto-juvenil, buscando fugir das referências que tornaram o seriado educativo um sucesso da TV Cultura. Cao Hamburger quer um mundo mais real, com mais arte e a fantasia do cinema. “A direção de arte em cinema é muito mais elaborada, é mais real. A TV é mais fake, tem mais cor para chamar a atenção na tela pequena”, explica o diretor. Por isso, a esmerada produção

de R$ 7 milhões partiu, se não do zero, de muito pouco para compor a história do filme.Segundo Hamburger, não existe o risco de haver comparações com o seriado. Com o tradicional rigor, que é uma de suas características, o diretor afirma não ter feito concessões. “Não estamos fazendo um projeto totalmente comercial e apostamos na idéia de que se o filme é bom, não há porque o público não gostar”, afirma. Apesar do orçamento comparativamente alto para os padrões brasileiros, muitos estrangeiros envolvidos no projeto se espantaram com os custos, irrisórios em termos hollywoodianos para um filme com cenários totalmente construídos e efeitos especiais.O roteiro é uma história completa, onde novos personagens foram acrescentados. Marieta Severo é Losângela, a bruxa má, prima da boazinha Morgana, vivida por Rosi Campos. No castelo vive a família Stradivarius, composta por Morgana e Victor, o tio interpretado por Sergio Mamberti, além do protagonista Nino, que nesta versão é realmente um garoto - o paranaense Diego Kozievitch. Há também um novo vilão, o Rato (Matheus Nachtergale), que ajuda o dr. Abobrinha (Paschoal da Conceição).Na história, Losângela é uma bruxa falida que tenta roubar os poderes de Morgana, dominando o castelo e transformando-o em uma verdadeira ruína. Ela se alia ao dr. Abobrinha, que quer demolir o castelo para construir uma torre. Contra os vilões, o garoto Nino e seus tios ainda contam com a ajuda das três crianças, vividas

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por garotos mais jovens do que os pré-adolescentes da TV. O casting ainda é enriquecido por animais, bonecos manipulados e efeitos especiais de todos os tipos.Com todas essas idas e vindas na história, cenário e figurino tornam-se dinâmicos, acompanhando a trama. Por isso, não foi preciso apenas construir os cenários, mas também alterá-los completamente ao longo da filmagem.

c e n o g r a f i a

Só a preparação para filmar levou seis meses de trabalho, mais seis meses de pré-produção e três meses e meio de filmagem propriamente. Para construir os principais ambientes, como o saguão principal do castelo, o quarto de Morgana e o de Nino, foi alugado um galpão em Cajamar (SP), com pé direito de 14 metros, onde trabalharam cerca de 300 profissionais, entre cenógrafos, pintores, aderecistas etc. Além desse estúdio principal, outro foi alugado no Ipiranga, para o quarto de Losângela, e a fachada do castelo foi feita na Mansão Jafet, no mesmo bairro.Na composição da cenografia do filme, os diretores de arte Vera Hamburger e Clovis Bueno procuraram não se espelhar no que já tinha sido feito na TV, como queria o diretor. Apenas alguns elementos foram mantidos, como a árvore no centro do saguão de entrada. Ao redor da árvore, o saguão é dividido em vários pequenos ambientes, que são uma verdadeira aula de história da arte. De um lado, pinturas rupestres. De outro, uma pintura impressionista.

Objetos indianos e árabes e antigüidades estão por toda parte. Colunas romanas decoram outro lado, com capitéis art nouveau - referência que também está nas grades, feitas especialmente por serralheiros. “Não queríamos caracterizar o ambiente como um lugar onde o tempo passou, mas como o lar de uma família que tem seis mil anos. Por isso, colocamos elementos de diversas épocas e estilos, como se fossem objetos que as pessoas foram colecionando”, explica Bueno.No quarto de Nino, brinquedos antigos garimpados em antiquários, ao lado de móbiles orientais. Cada detalhe remete a uma referência. O quarto de Morgana também é cheio de detalhes. As paredes são revestidas por lâminas de fibra que imitam folhas, remetendo ao naturalismo da bruxa, que também tem um caldeirão, ervas e vidrinhos com as famosas poções e ingredientes raros, como asa de morcego e outras necessidades básicas de uma bruxa que se preza.O saguão é o local onde se materializa a passagem da prima má. Primeiro, as cores alegres do ambiente dão lugar a tons escuros e as escadas e móveis se enchem de teias de aranha. Depois, quando Losângela toma posse do castelo, o transforma em um lugar dark, mas não sujo. Para Bueno, essas mudanças no cenário foram fascinantes. Praticamente tudo foi repintado e para o resultado final ainda foi necessária, obviamente, a participação do diretor de fotografia.

c a r a c t e r i z a ç ã o

A criação dos personagens também exigiu um detalhamento completo

do maquiador Fabio Namatami, que concebeu também os cabelos, e da figurinista Veronica Julian. A bruxa boa foi composta com tons verdes nas roupas e avermelhadas nos cabelos, enquanto a má tem roupas vermelhas e cabelos que vão do azul para o roxo. A parte mais complicada do trabalho, porém está nas transformações. Quando as bruxas perdem o poder, seu cabelo - que é em pé - cai. “O difícil é que temos de mostrar as etapas da transformação e fazê-las acontecerem sempre da mesma maneira ao longo do filme”, explica Namatami. Para os cabelos, ele usou apliques artificiais em tiras, que são colocadas no meio dos cabelos reais das atrizes. Os tons são em dégradé, de modo que as pontas sejam mais vibrantes.Outra brincadeira utilizada pelo maquiador foi o uso de lentes de contato coloridas. Assim, quando Losângela muda de humor, seus olhos também se transformam, saindo do azul para o vermelho.

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S U P E R P R o d U Ç Ã o E M N o v A l I N G U A G E M

Algunsnúmeros

5,7milm2de compensado

2millitros de tinta

52m3de isopor

7milkgde ferro

650m2de tecido

15,7milmde sarrafos

2,5millixas

2,2milmde moldura

750kgde pregos

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Na porta do castelo, dois leões de pedra guardam a entrada. Feitos em fibra, permitem a entrada dos atores por trás, revelando apenas a face. Os leões conversam com quem chega, mas são transformados em pedra por Losângela. Enquanto estão ativos, os atores foram maquiados e usam lentes de contato brancas. Uma vez petrificados, o ator é substituído por máscaras de seus

próprios rostos - tão perfeitas que até impressionam. As máscaras têm várias expressões, para os diferentes momentos do filme.

t r a n s f o r m a ç õ e s d i v e r t i d a s

Como toda boa história infanto-juvenil, as transformações são constantes no filme e não acontecem apenas com as bruxas e os leões. Losângela está sempre acompanhada de dois cachorros. Enquanto não têm poderes, os cães são dois pincher. Quando ela recupera seus poderes, seus amigos se transformam em rottweillers.Os vilões Dr. Abobrinha e Rato também se transformam em ratazanas, e no final do filme há a grande transformação, que fica em suspense para não estragar a história. Além dos cães, a bruxa má também tem um pássaro, no caso um mainá “interpretando” um corvo.Os animais foram treinados por Gilberto Miranda, que já tem prática e acervo suficiente para trazer todos os bichos de casa. Segundo Miranda, o uso de animais em longas-metragens é mais complicado na medida em que há mais cortes, mais cenas e mais diárias de filmagem, o que acaba cansando os animais e exigindo o uso de dublês. “Mas também contamos com a paciência do diretor e a preocupação em mantê-los confortáveis”, explica. Apesar disso, com o passar do tempo os animais vão se adaptando ao local e tornando-se menos arredios.

p o r t r á s d a s c â m e r a s

Acostumado a lidar com múltiplas linguagens, Cao Hamburger acrescentou ao roteiro tudo o que era necessário para contar a história. Explosões, bonecos e efeitos de pós-produção já foram previstos desde o início. Por causa do formato escolhido (2:35), com captação em Super-35, optou-se também pela

revelação dos negativos em Los Angeles, no laboratório Consolidated Film Industry. Os efeitos em pós-produção serão realizados pela Duran, da França, a partir de um trabalho conjunto entre o diretor de efeitos brasileiro Geninho e o francês Sebastián Caudron. Já a mixagem será feita no México.Na retaguarda de toda essa produção, os diretores de produção Caio e Fabiano Gullane criaram uma estrutura invejável, nos dois mil metros quadrados de área do estúdio em Cajamar. Até uma horta foi plantada no local, para reforçar a alimentação da equipe.A equipe de fotografia trabalhou com três câmeras reflex Aaton, com Aaton Code. Nos movimentos, incluiu-se um liftcam (travelling vertical de 15 m de altura), uma grua de 11 m, um dolly panther e um steadycam, fornecidos pela Motion. A luz, da Loc-All, chegou a 900 kVA e foram usados cinco geradores da Rental Center.

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M a K i N g o F

Figurino de Morgana.

Figurino de losângela.

Filme:Castelo Rá-Tim-Bum, o filme

Produção:AF Cinema e Vídeo

ProduçãoExecutiva:Van Fresnot

direçãodeProdução:Fabiano e Caio Gullane

direção:Cao Hamburger

Fotografia:Marcelo Durst

direçãodeArte:Vera Hamburger e Clovis Bueno

Figurino:Verônica Julian

Maquiagemecabelo:Fabio Namatami

Somdireto:Romeu Quinto

Bonecos:Beto Dornelles e Ferré, Silvio Galvão, Álvaro

Apocalipse e Marcos Malafaia

Montagem:Michael Ruman

Música:André Abujamra

EfeitosemComputaçãoGráfica:Sebastián Caudron (Duran - França)

F I c H A T É c N I c A

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Não disponivel

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Beto Costa

No mundo da publicidade tudo deve estar perfeitamente bonito. Não é à toa que o ilusionismo é a mãe de todos os filmes. Dos mínimos detalhes às cenas mais mirabolantes, valem todos os truques para transmitir a mensagem e passar o recado. As mãos que seguram um celular, os brilhantes cabelos tratados por um shampoo, as seguras derrapagens do novo carro e até mesmo os microcozinheiros que saem do caldo de carne e mergulham na panela para dar mais sabor à comida precisam convencer e emocionar o telespectador. Os produtores contam hoje com um bom parceiro que está sempre

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P r o d u ç Ã o apagando imperfeições e ajudando a compor as cenas mais complicadas para tornar tudo cada vez mais crível e plasticamente perfeito: a computação gráfica. Mas as trucagens de pós-produção têm seus limites. E nem as mais avançadas tecnologias de efeitos de pós-produção têm tirado o sono dos dublês. Como a maioria dos atores não está suficientemente treinada para sofrer um acidente automobilístico terrível e ainda sair intacta, os dublês continuam indispensáveis. Aparecem exaustivamente nas telas, mas quase sempre usando a identidade de gente famosa.O carioca Amauri Guarilha faz estrepolias em frente às câmeras há 35 anos. Já trabalhou em mais de 80 longas e 59 novelas. Começou na TV Continental em 1961, passou pela Excelsior, Tupi e TV Rio. Agora, montou a M.M Arte Técnica só para fazer efeitos especiais e dublagem. A nova empresa participou dos filmes “Guerra de Canudos”, “Orfeu”, “Nas ondas da Angélica”, “Xangô de Baker Street” e “Barão de Mauá”. Ele e sua equipe de dez pessoas não param de trabalhar. Faixa preta em jiu-jitsu, sabe que o segredo do negócio é estar altamente preparado. Exige que todos os dublês saibam lutar. “É mais fácil fazer uma cena de briga com alguém que tenha noção do que está fazendo”, afirma. Outro decano das trucagens em cenas de ação é o paulista Ricardo Ostrower. O primeiro trabalho foi uma seqüência de derrapagens para o lançamento do Opala, no início da década de 70. “Era um balé de carros com cavalo de pau e tudo mais numa pista molhada”, relembra. De lá para cá já perdeu a conta do número de trabalhos. Há dez anos, foi morar no litoral em busca de tranqüilidade. Mesmo distante, continua bem acionado. Atualmente está rodando cenas para o longa de Cao Hambuguer, “Castelo Rá-Tim-Bum”. “Eu faço um carro que anda sozinho, sem motorista.

A sea ra do s dub l ê s a i nda não

f o i ameaçada pe l a compu ta ção

g rá f i ca . Aco s t umados ao

pe r i go , e l e s con t i n uam

i nd i s pen sáve i s na p rodução de

come r c i a i s e f i lme s pa ra da r

ma io r r ea l i smo à s c ena s de

r i s co e emp re s t am s ua s f o rmas ,

con s i de rada s e s t e t i c amen t e

pe r f e i t a s , pa ra s e r v i r de

pa râme t ro e mos t r a r o be l o

ao s me ro s mo r t a i s .

DESCONHECIDOS FAMOSOSDESCONHECIDOS FAMOSOS

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T E L A V I V A J U N H O D E 1 9 9 93 �

p r O D U ç ã O

Dirijo um Ford 38 conversível agachado com a ajuda de um monitor de VT”, conta entusiasmado.

f a t o r de r i s co

O cachê de um dublê está diretamente ligado ao perigo da cena. Pode variar de R$ 500 a R$ 5 mil. E é o fator de risco que pode fazer os gastos com dublês abocanharem uma bela fatia do orçamento. A maioria dos dublês não se arrisca sem ter uma boa apólice de seguro. A produtora de casting Denise del Cueto diz que “a melhor maneira de colaborar com o dublê é fazer o seguro”. Amauri Guarilha dimensiona bem. “Cair de uma cadeira pode machucar mais do que ser atropelado. Por isso o seguro é tão importante.”O mercado de dublagem não precisa apenas do profissional habilitado a fazer capotagens de alto risco. Novos segmentos têm surgido. O ex-dublê e diretor de efeitos especiais da Rede Globo, Sérgio Farjalha montou a DVC e está investindo alto num mercado ainda sem muita concorrência. “O que eu faço são as cenas de ação e não as de perigo.” Ele conta com uma equipe de 15 dublês fixos e, eventualmente mais dez. Pessoal acostumado às cenas de briga e perseguição, os chamados dublês de porrada. A

empresa já participou das novelas “Tocaia grande”, “Chica da Silva”, “Mandacaru” e “Brida”, da Manchete e “Pecado capital” da Globo. O desafio imediato é treinar figurantes que “saibam como brigar e morrer”. O grupo de atores acrobatas Irmãos Fratelli também abre novas frentes. Ficaram conhecidos no Brasil inteiro quando se penduraram no bondinho do Pão de Açúcar numa transmissão ao vivo do “Domingão do Faustão”. De formação circense, acostumados ao trapézio, a se pendurar em prédios, não tiveram muita dificuldade para cair no gosto dos diretores que apreciam cenas arrojadas. São eles que fizeram os cozinheiros da mais recente campanha dos Caldos Knorr. O resultado final de um dos filmes, daquela fila de homenzinhos caminhando para dentro da panela foi conseguida com a composição de cenas gravadas separadamente.

Uma prova de que os dublês e os efeitos de computação gráfica são mais parceiros do que inimigos. “Dá para tirar, recortar, mas tem muita coisa que o computador ainda não consegue. Eu não tenho medo da concorrência”, afirma Marcelo Castro, um dos Fratelli. Ricardo Ostrower faz coro. “Computação gráfica não tira trabalho. Eu tenho feito evoluções que servem de suporte para pós-produção. São trabalhos técnicos que nem exigem muito, como passar com o carro a 40 km/h a pouco mais de um metro da câmera”. O finalizador da 5.6, Roosevelt Garcia, acredita que a computação gráfica morda apenas as beiradas. Num filme realizado recentemente, para conseguir a cena da atriz Débora Bloch saltando de pára-quedas dispensaram o dublê. Gravaram com atriz no estúdio com fundo de recorte e então aplicaram a cena ao céu. “A maioria das cenas de ação precisa de dublês. Não há computador que resolva. Com câmera em movimento é muito difícil conseguir compor”, afirma Roosevelt. O finalizador da Conspiração, Rodrigo Oliveira, está no ramo há quatro anos. Diz que nunca fez um trabalho em que o dublê perdeu a vez. Para ele não dá para competir por uma questão de realismo. “Você até consegue fazer um animal ou um alienígena em computação gráfica,

A maioria dos dublês não

se arrisca sem ter uma

boa apólice de seguro e o

cachê está diretamente

ligado ao perigo da cena.

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mas um homem perfeito é impossível. Além do mais o impacto do real ainda é muito maior, a qualidade é melhor.”

co rpo s de a l ugue l

Uma das regras básicas da publicidade é ocultar o feio e ressaltar o bonito. E nem sempre o ator tem as mãos, pés, dorso, cabelos perfeitos. Às vezes o orçamento é curto e o melhor é arranjar uma substituta para atriz famosa que pede altas cifras para mostrar as pernas numa cena feita na banheira. É aí que entram em cena os dublês de corpo. Só os atributos físicos não são suficientes para ingressar no mercado dos dublês de corpo. Como diretores, produtores de elenco e agências não gostam de arriscar muito, é difícil entrar neste mercado. “Diretores têm medo de escolher novos nomes. Não querem ter problema, explicar como é tudo, a postura diante das câmeras”, afirma o produtor de casting Ciro Padilha. Talvez seja este um dos segredos dos dublês Carla Manfrini e Ricardo Moratto que sabem bem o significado da expressão mãos à obra. Os dois são os mais requisitados dublês de mão do mercado paulista. Vivem se encontrando nos sets e já compartilharam muitas campanhas. Ela começou por acaso, dublando as mãos de uma amiga modelo há 12 anos e já perdeu a conta do número de vezes que sua mão foi

coadjuvante ou personagem principal de comerciais. Ele começou há quatro anos e consegue fazer filmes até de produtos concorrentes. Chegam a fazer até 20 trabalhos por mês com cachês na faixa média de R$ 400 a R$ 700. Para manter-se com a bola cheia no mercado é preciso ter a chamada mão de qualidade. “Dedos bonitos, estrutura harmoniosa. Aquela mão média. Não pode ter dedos muitos compridos, de jogador de basquete, senão cobre o rótulo do produto”, define Ricardo. A habilidade para suportar várias horas de gravação na mesma posição e a expressividade também contam muito. “Já tive de fazer mão triste, feliz, sensual”, conta Carla. Para ser sempre chamado não basta um book nas agências de casting. Estar no boca-a-boca dos produtores é fundamental. “Eu sou mais conhecida como a Carla da Mão”, ironiza. É claro

que não ter dado nenhum furo e a disponibilidade 24 horas por dia ajudam a dominar o mercado. “Eles sabem que eu atendo qualquer chamado, mesmo se o bip tocar e eu estiver dentro do cinema”, diz Moratto. A atriz Rosângela Lourenço já mostrou as belas curvas no lugar de Patrícia Pilar num comercial do sabonete Lux. O cachê para uma dublagem de corpo é calculado a partir do cachê da atriz. Se for uma global, gira na média de R$ 50 mil. As dublês de corpo exibem seus dotes físicos por 10% deste valor. A escolha da dublê é feita por uma relação de similaridade. A semelhança entre a cor da pele e as curvas do corpo pesam muito. “Eu perdi a dublagem dos pés da Ivete Sangalo num filme de chinelos porque a minha pele é mais clara”, conta Rosângela.Todos os dublês de corpo são unânimes em afirmar que a computação gráfica não tira mercado. O pequeno número de profissionais que atua na área pode até fechar o mercado e derrubar os cachês. Agora, problema para eles mesmo são as rugas da idade avançada e a unha encravada. “Eu já cheguei a perder um filme das Havainas por causa de uma unha que a pedicure não deu jeito”, brinca Ricardo Moratto.

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As dublês de corpo que

exibem seus dotes físicos

em comerciais recebem

pelo trabalho, em média,

10% do cachê da atriz.

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edylita Falgetano e beto CoSta

O grande desafio da regionalização da televisão reside na capacidade de conquistar a comunidade (refletir e melhorar seu cotidiano) transcendendo à telinha, atrair pequenos anunciantes e verbas regionais de grandes anunciantes (leia também próxima matéria). A Rede Globo conseguiu através de sua política de fracionamento de sinal cobrir 4.484 municípios brasileiros através das 107 emissoras que compõem a rede. Os investimentos na transmissão e recepção do sinal não param. Mas não é só da qualidade da imagem na casa do telespectador que vivem as emissoras. A nova diretriz para as afiliadas globais é interagir e participar mais ativamente da vida da comunidade. O foco é estar presente no dia-a-dia das cidades que fazem parte da área de cobertura e destacar o comum dos habitantes.“Queremos que a TV saia da tela e vá para a rua. Não para cobrir o bizarro e sim para participar da vida da região”, afirma o diretor da Central Globo de Afiliadas e Expansão (CGAE), Francisco Góes.O novo modelo de TV a ser implantado pretende interagir com

Af i l i ada s da rede G lobo

de senvo l vem açõe s

comun i t á r i a s e come r c i a i s

pa ra s e ap rox ima r do s

t e l e spec t ado re s e conqu i s t a r

novo s anunc i an t e s ,

p r i n c i pa lmen t e aque l e s

que de t êm pequena s

v e rba s pub l i c i t á r i a s .

o cotidiano. “O compromisso das emissoras é realizar um conjunto de ações que criem situações e contato direto com o público.” Desde janeiro o espaço destinado ao jornalismo local praticamente dobrou na maioria das praças das afiliadas da Globo. Além dos telejornais as emissoras passaram a realizar programas de variedades que atendam aos interesses regionais. Diversas unidades (nome dado aos escritórios que abrigam departamentos comerciais e equipes de jornalismos nas cidades mais importantes de determinada região) foram abertas pelas emissoras afiliadas para dar maior suporte à cobertura jornalística e acompanhar de perto os principais fatos locais. “Nossa intenção é deixar que o telespectador comum se veja na tela. Queremos também exibir notícias positivas no vídeo, e não que as cidades apareçam somente quando ocorre um grande acidente ou que sejam exibidos apenas os escândalos de um prefeito”, exemplifica Góes. Para isso a criação de eventos simples, como concursos de culinária, artesanato, desenho

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T e l e v i s à o

PARADIGMASDA TV

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infantil, música e fotografia; miniolimpíadas escolares; passeios ciclísticos; disputas esportivas para amadores, crianças e idosos; campeonatos de truco; além incontáveis temas que mobilizem a comunidade estão na pauta do dia da CGAE.

mode lo s

Do Sul para o Nordeste, mudam muito os costumes e o jeito de falar, mas algumas redes estaduais estão conseguindo alçar vôos maiores apostando na cultura regional. RBS, com 12 emissoras no Rio Grande do Sul e cinco em Santa Catarina; EPTV, com três afiliadas no interior de São Paulo e uma no sul de Minas; e Rede Bahia, conjunto de seis afiliadas Globo que cobre 97% do estado, implantaram com sucesso diversas ações comunitárias e são citadas como exemplos a serem seguidos pelo diretor da CGAE.Para ter o suporte técnico para desenvolver projetos especiais, desde outubro do ano passado a produtora Bahia Cinema & Vídeo atende exclusivamente os departamentos de marketing e comercial da Rede Bahia. “Nós incorporamos a produtora para vencer a miopia mercadológica que não enxerga fora do eixo Rio-São Paulo e assim despertar grandes anunciantes para que regionalizem as verbas”, explica o diretor de marketing da Rede Bahia, Maurício Magalhães. E tem dado certo. No início do ano, o shampoo Seda patrocinou o Festival de Música de Salvador e lançou um produto regionalizado, para cabelos encaracolados. O projeto Cidadão, uma série de 12 VTs que pretendem despertar a consciência para a limpeza da cidade, preservação de parques, do patrimônio histórico de Salvador etc., atraiu grandes anunciantes como a Petrobrás e hoje já ultrapassou as fronteiras baianas e já está sendo realizado em diversos

outros municípios de diferentes estados. O projeto Salvador: 450 Anos de História, uma série de 52 vídeos de dois minutos cada é exibida antes do “Jornal Nacional” aos sábados, tem o patrocínio regional da rede de Supermercados Bompreço e nacional do governo da Bahia. Ele ganhou recentemente a medalha de prata do Prêmio Colunista, categoria institucional, da Associação Brasileira de Colunistas de Marketing e Propaganda. O pequeno anunciante também tem vez. Na maioria das vezes ele procura a emissora, e se torna parceiro em alguma pequena série de institucionais. A Dismel, por exemplo, uma loja de materiais de construção de Salvador, assinou um conjunto de peças sobre a arquitetura da Bahia. O estímulo vem através de subsídios. “Chegamos a reduzir até 60% dos custos de produção em relação aos valores de mercado”, afirma Magalhães. E nem por isso a emissora deixou de faturar. Ao contrário. Tanto barulho está gerando bons dividendos. Segundo Maurício Magalhães, “o faturamento da Rede Bahia no primeiro quadrimestre de 99, comparado ao primeiro quadrimestre de 98 foi 43% maior. O melhor desempenho entre as afiliadas Globo”. Além de reproduzir as ações já consagradas, cada afiliada tem autonomia para criar produtos específicos dentro dos interesses de sua área de cobertura. Mas agora, os eventos operacionais estarão sendo realizados de forma integrada e conjunta com possibilidade, inclusive, de serem programadas ações multirregionais.

em ação

Os torneios de futebol de salão já estão virando marca registrada das afiliadas da Globo. Agora que tal pensar em uma copa que defina o supercampeão do esporte? Ou a realização de um rally entre praças?

Esses são alguns dos projetos que estão sendo estudados pelas fluminenses TVs Alto Litoral, de Cabo Frio, e Serra+Mar, de Nova Friburgo. “A proximidade física das duas emissoras cria a possibilidade de realizarmos ações conjuntas”, diz Ricado Orsi, diretor executivo da TV Alto Litoral.A implementação do conceito de “empresa que participa da vida da comunidade” atinge vários segmentos da sociedade. Além de festas, torneios, atividades culturais e esportivas o papel social da televisão também não deve ser esquecido nas ações programadas. As cidades de Rio Preto, Araçatuba, Votuporanga e Jales, no interior de São Paulo já participaram do projeto Cidade Limpa, um mutirão organizado pela TV Progresso, afiliada em São José do Rio Preto. “Até o final do ano estaremos organizando o mutirão em mais cinco municípios, mostrando à população os danos que o acúmulo de lixo ocasionam e evitando a proliferação de insetos e animais peçonhentos”, afirma Celso Pelosi, diretor executivo da TV Progresso.A lista dos eventos da TV Vanguarda é extensa. Esporte, lazer, cultura, culinária, campanhas sociais. Todos os meses diversos segmentos são contemplados pelas ações promovidas pela emissora com sede em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo. “O envolvimento da emissora com a comunidade também propicia o desenvolvimento dos empresários locais a fomentar seus próprios negócios”, opina Eduardo Simbalista, diretor executivo da TV Vanguarda. Na próxima feira de eventos, que acontecerá em agosto, muitas dessas ações já estarão consubstanciadas dentro do calendário para serem apresentadas aos compradores dos grandes centros. Cada emissora monta seu próprio calendário, dentro de uma filosofia única: aproximar-se e interagir com seu público.As orientações da CGAE visam

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atender a grande massa atrás de 34 milhões de aparelhos de TV. A receita não é nova. Aproveitar as potencialidades e valorizar os aspectos latentes e potenciais das comunidades usando a ação mobilizadora da TV para ampliar e dar presença no vídeo ao cidadão

comum. Cumprir sua função de prestadora de serviço apresentando um conjunto de atividades para que a emissora possa se vincular com seu público, acima de tudo nos segmentos mais populares, realizando coisas simples que mobilizem a cidade criando assim

um nível de simpatia e fixação de marca. O apoio de anunciantes para as ações e atração de verbas corporativas dos empresários locais para mostrar o tipo de contribuição que dão à sociedade levarão à produção de uma programação cada vez mais local.

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T E L E V I s ã O

Não é de hoje que o calendário de efemérides impulsiona o mercado publicitário. Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, são consideradas grandes datas para o comércio. Mas nem sempre o anunciante local tem verba para custear a produção de um comercial, assim como somente uma diminuta parcela da população tem dinheiro para comprar um Christian Dior, Lacroix ou Giorgio Armani, nomes universalmente conhecidos, que são sinônimo de luxo, qualidade e refinamento. Vestir roupas assinadas pelos famosos costureiros sempre foi sinal de prestígio social. Mas desde o final da Segunda Guerra Mundial, a moda foi democratizada. O mercado consumidor aderiu rapidamente ao advento da moda prêt-à-porter e das boutiques de grife. Assim, quem não tem nas contas bancárias saldo suficiente para circular com modelos exclusivos dos consagrados costureiros, pelo menos pode, a preços módicos, apresentar-se decentemente vestido, mesmo correndo o risco e topar com alguém usando um clone de sua roupa.A maioria das 107 afiliadas não têm condições de veicular comerciais com o mesmo nível das requintadas produções dos chamados net, isto é, dos comerciais veiculados nacionalmente, principalmente, dos grandes anunciantes. Além dos custos bem elevados, algumas regiões nem têm condições operacionais de

produzi-los. Então, seguindo a lógica do mundo fashion por que não oferecer um VT de alta qualidade que basta ser assinado com exclusividade, em sua praça, por algum comerciante local? Assim são os comerciais de datas promocionais e vídeos setoriais oferecidos aos clientes das afiliadas: superproduções que se feitas com exclusividade, poucos anunciantes teriam condições de bancar, mas que com os custos de produção democraticamente rateados entre as diversas praças, propiciam a vários clientes condições de assinar e exibir sua marca.A idéia inicial foi centralizar a confecção destes vídeos em São Paulo e depois distribui-los entre as afiliadas, rateando os custos de produção. No início eram apenas três vídeos por ano. Hoje, já chegam a dez. O calendário é feito a partir de pesquisas feitas junto às afiliadas. Elas investigam quais as datas com maior potencial em cada região. Os vídeos são realizados por produtoras da capital paulista contratadas pela Central Globo de Marketing. E estas produções subsidiadas têm alvos bem definidos. “Atrair o anunciante com verba pequena ou que não tem tempo para produzir alguma coisa para aquela data”, explica Anco Márcio Saraiva, diretor da Central Globo de Marketing. Na mais antiga afiliada da Globo, a TV Integração, em Uberlândia (MG), a mira está apontada para os

pequenos quando se trata dos VTs subsidiados. Se tivessem de bancar os custos de produção, teriam que desembolsar no mínimo R$ 3 mil. Mas o material que vem pronto de São Paulo acaba atraindo principalmente grandes empresas. “Elas não teriam condições de produzir um material de alta qualidade na região”, afirma Carlos Augusto Freitas, assessor de comunicação da TV Integração.

na v i t r i n e

A boutique de comerciais da Rede Globo coloca em sua vitrine além dos comerciais de datas promocionais diversos vídeos para atender aos diversos setores da economia como material de acabamento, móveis e decoração, óticas, cursos de informática etc. Tanto os comerciais quanto os vídeos setoriais são apresentados no mesmo formato: a mensagem tem 23 segundos e a assinatura, de sete segundos, deve ser fornecida pelo patrocinador. Somente uma cota é comercializada no mercado da área de cobertura de cada emissora. Os planos de comercialização - período de veiculação, número de inserções e custo - podem variar nas diferentes regiões onde as emissoras estão instaladas.“Além de atrair verbas de anunciantes, que dificilmente teriam condições de custear uma produção simples, esses VTs valorizam o espaço comercial da região”, afirma

COMERCIAIS PR T-À-PORTER

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o diretor executivo da TV Serra+Mar (Nova Friburgo - RJ), Fabio Braidatto. Muitas vezes o pequeno anunciante é avesso às promoções institucionais. Acaba desaprovando a idéia de expor sua marca por cinco, seis segundos sem disparar nenhuma oferta, sem dar nenhum preço. As afiliadas de Goiânia e Tocantins são mais cautelosas em relação às datas promocionais. “Os nossos grandes anunciantes já foram a Encol e o BEG (Banco do Estado de Goiás), empresas que nem existem mais. Hoje, o varejo tem criado muitas empresas novas. E é aí que temos crescido. Só no ano passado foram 300 clientes novos. Os pequenos anunciantes já respondem por 20% do faturamento da emissora”, afirma Wilmar Barbosa Cintra, gerente comercial da TV Anhangüera. Para conquistar o anunciante, primeiro, apresentam um roteiro para o cliente potencial, só depois de aprovado é que a produtora da casa começa a se mexer. Só que este formato de comercialização não tem sido o principal atrativo para os pequenos anunciantes. A porta de entrada para o detentor da pequena verba publicitária têm sido os módulos dirigidos a diferentes setores, principalmente a agropecuária, turismo, imobiliário e informática. “Não queremos que as afiliadas fiquem de braços cruzados, esperando os VTs chegarem prontos de São Paulo. Existem muitas outras oportunidades e muitas emissoras com condições de produzir excelentes materiais institucionais que poderão ser distribuídos para suas co-irmãs. Assim além da verba do pequeno anunciante a produção local será valorizada e terá visibilidade em todo o país”, decreta Francisco Góes.Algumas emissoras já arregaçaram as mangas e estão investindo no filão dos VTs promocionais e setoriais seguindo a tendência ditada pelas centrais de Afiliadas e Expansão e de Marketing da Globo. A produtora da TV Mirante, em São

Luís (MA), já está seguindo essa trilha e colhendo bons resultados. Faz em média dois VTs promocionais por mês. E não tem dificuldades para comercializá-los. Os preços são bastante atraentes. Para assinar uma data especial, com 30 inserções em horário rotativo, para uma área de cobertura de quase um milhão de pessoas, o anunciante paga R$ 2,5 mil pelo plano de mídia. Se fosse ter de desembolsar os custos de produção, gastaria no mínimo R$ 1,5 mil. Uma economia significativa, num pequeno e longínquo local. A produção subsidiada está servindo para a emissora transpor uma antiga barreira. “O pequeno anunciante pensa que a TV é uma vitrine inatingível. Ele tem medo do preço sem saber quanto custa. As datas promocionais servem para quebrar o gelo, superar aquela idéia de que ele não pode pagar”, teoriza a diretora de marketing da TV Mirante, Dulce Brito. O maior propósito desta estratégia não é aumentar o faturamento de imediato, mas fazer o pequeno anunciante vencer a timidez. O resultado vem depois. “Pelo menos 50% dos clientes que assinaram datas promocionais tiveram retorno institucional e voltaram como clientes normais, aí sim cuidados por agências etc.”, conclui Dulce.

vo l t a à s o r i gen s

A fábrica da Renault no Brasil fica em São José dos Pinhais, bem próximo a Curitiba. Seria um grande anunciante para a afiliada Globo do Paraná. Mas não é o caso. As regras internas da emissora determinam que as grandes verbas publicitárias entrem pelas portas da rede. Cada vez mais, o desafio para as afiliadas

é o de buscar novos nichos de mercado. A Rede Paranaense, com seis emissoras no estado, tem tentado nos últimos anos pegar carona na efervescente cultura da região. “É melhor criar ou impulsionar eventos do que trabalhar em cima de datas”, afirma Edemir Zanotto, gerente de planejamento e eventos da

Rede Paranaense. O Festival de Gastronomia de Curitiba foi criado pelo pessoal da emissora, mas a Feira da Música de Maringá e a Festa do Chopp Escuro de Ponta Grossa, são exemplos de eventos que já existiam e com a força da TV extrapolaram a dimensão regional e já atingem todo o estado. Os planos de mídia incluem inserções em todo o estado e inserções regionais. As chamadas são realizadas pela produção de cada emissora, mas o custo de produção não é subsidiado. A companhia telefônica que patrocinou a Feira de Música de Maringá investiu R$ 50 mil para ter 30 inserções, a maioria exibida na região para uma população de mais de um milhão de habitantes.Dentro da lógica televisiva todos os integrantes do semiótico relacionamento empresa/anunciante/telespectador saem ganhando: a emissora que atrai mais verba publicitária; o cliente a associa sua marca a um bom produto visual e ganha a oportunidade de contato direto, em eventos, junto ao seu público consumidor; e o telespectador que passa a ser corretamente atendido pela emissora e ainda pode assistir a comerciais que não destoam da qualidade da programação apresentada. É a TV interativa escapando da telinha e sendo mais eficiente como veículo de integração social.

T E L A V I V A J U N H O D E 1 9 9 9 3 9

Seguindo os paradigmas da

TV, tanto a empresa quantoo anunciante e

o telespectador saem ganhando.

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mario luiS buonFiglio

O Oscar de melhor som para o filme “Titanic” não premiou apenas o resultado obtido no produto final, mas também valorizou um projeto cuidadosamente planejado para atender às exigências técnicas de produção. Afinal, comandar diversas operações em cenários de grandes proporções, além de captar um som direto de atores em meio a muita água não foi tarefa fácil. O diretor James Cameron utilizou sistemas de comunicação sem fio para comandar as ações do cameraman e áudio, além de enviar o som direto para diversos video assist. Geralmente os sistemas sem fio são utilizados quando se quer manter a mobilidade dos atores em cena ou quando os cabos não podem aparecer em quadro. Em planos mais abertos sua utilização é mais freqüente do que em planos mais fechados, já que nesta situação o enquadramento permite a utilização de microfones com fio.

Em alguns casos, atores ou apresen-tadores costumam exigir da produção a utilização do microfone sem fio, eliminando a necessidade de retirar o microfone ou o cabo no caso de acontecer uma parada nas gravações para atender um telefonema ou uma inesperada ida ao banheiro.Nos microfones sem fio, o sistema de transmissão via sinais de FM sub-stitui a função do cabo, mantendo as características de captação, desde que obedecidas algumas regras bási-cas para sua utilização, já que em qualquer transmissão podem ocorrer interferências ou drop outs, percebi-das como perdas momentâneas do sinal de áudio. Além disso, os receptores dos micro-fones devem ser capazes de garantir uma boa seletividade, rejeitando sinais indesejáveis ou ruídos originados dos canais adjacentes, situação comum em grandes cidades ou locais próximos a transmissores de TV ou aeroportos.

Outra tecnologia disponível para os microfones sem fio é a modalidade de transmissão por raios infra-vermelhos. Amplamente utilizado em sistemas de controle remoto, essa tecnologia tem um custo menor em relação aos siste-mas via rádio e seu funcionamento compreende três estágios: o transmis-sor, o emissor e o receptor. Opera nas freqüências de 95 kHz para um canal e de 95 e 250 kHz para dois canais. Dois modos de transmissão estão disponíveis: alta fidelidade para um e dois canais ou 12 canais na banda de 50 a 8.000 Hz, destinado para sistemas de comunicação.

i n t e r f e r ên c i a s

Nas produções de cinema e televisão, os sistemas sem fio em geral estão associados aos microfones de lapela, que ficam escondidos em roupas ou no cabelo dos atores, resultando em um maior aproveitamento do som

Apresen tados pe la p r ime i ra vez

em 19�� pe la sennhe i se r , da

A lemanha , o s m i c ro fones sem f i o

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e q u i P a M e N T o s

MICROFONES SEM FIO

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direto e reduzindo a necessidade de dublagem. No longa brasileiro “Por trás do pano”, do diretor Luiz Vilaça, o microfone de lapela sem fio foi uti-lizado em 80% da captação do som. “O projeto da iluminação inviabilizou o uso do boom (microfone direcional) porque projetava sua sombra o tempo todo”, revela Gabriel Carlos Gomes, mais conhecido como Bié, técnico de som direto do filme. Por outro lado, havia o problema mais temido pelos técnicos: a interferência. “Tive problemas terríveis de rádio a ponto de colocar o receptor muito próximo ao ator. Dependendo da região, não temos controle e a interfer-ência pode chegar até o mixer. O Brasil é o pior lugar do mundo para operar microfones sem fio porque as freqüên-cias disponíveis não são corretas, dife-rente dos países de primeiro mundo. Diante de tantas falhas, fica a impressão de que o técnico de som no Brasil não sabe trabalhar”, desabafa Bié.Geraldo Ribeiro, engenheiro de som, consultor e técnico de som direto da T-Com concorda: “Uma das coisas que acontece no Brasil é que não temos nenhuma coordenação por parte da Anatel sobre a alocação de freqüências, específicas para os microfones sem fio ou de ponto eletrônico. Então você tem a obriga-ção de chegar no set de filmagem com um microfone que tenha no mínimo 16 ou 32 canais, como nos Audio-Ltd. Tudo isso para escapar de freqüências indesejadas como um serviço de segurança de um supermercado ou de um sistema de transmissão de dados”.A interferência, quando captada em apenas um receptor, normalmente é resultado de fontes externas de RF (radiofreqüência) ou fontes próxi-mas ao set de gravação. Quando são utilizados vários sistemas sem fio, o problema se torna mais complexo, já que em múltiplos receptores são maiores as possibilidades de uma não-adequação às normas de aloca-ção de freqüências. Os transmissores e receptores dos microfones sem fio operam na banda de 150 MHz a 216 MHz, ou seja, a

mesma banda onde estão inseridos os canais de televisão 7 a 13 (VHF). Também trabalham nas freqüências de UHF, de 470 MHz a 806 MHz (canais 14 a 69), embora alguns fabricantes ofereçam a freqüência de 902 a 928 MHz. Neste caso, a monitoração do áudio deve ser mais cuidadosa pois podem ocorrer inter-ferências em localidades próximas às companhias telefônicas, estações de radioamador ou até o simples comando de uma porta automática de garagem, que está localizada na mesma freqüência. Nos sistemas dotados de antenas AAC (Automatic Antenna Control), presente na linha Sennheiser, uma varredura de 100 vezes por segundo determina quais são as fontes fortes de interferência, selecionando imediatamente o sinal principal.

a j u s t e s e ma r ca s

Voltando ao caso “Titanic”, a existên-cia de vários transmissores e recep-tores no set de filmagem só foi pos-sível graças a um software (fora de domínio público) que gera combina-ções de freqüências, onde os valores podem ser alterados. O processo con-siste da combinação de diversos cál-culos que selecionam um determina-do grupo de bandas para resolver um problema específico da posição de cada sistema sem fio. Assim, mesmo com um grande número de equipa-mentos em funcionamento, o risco de interferência entre eles foi reduzido a zero, em uma das empreitadas mais caras da história do cinema.“O microfone sem fio revolucionou o som direto”, lembra Carlos Martinez, da Cena Rio Comunicação, empresa dedicada à locação de equipamen-tos. Segundo Martinez, a locação de microfones no Brasil é uma atividade pouco utilizada porque o técnico de som geralmente tem o seu próprio equipamento. A dificuldade em amor-tizar o custo da compra, em função das poucas verbas destinadas à capta-ção de som, ocasiona uma defasagem tecnológica que pode interferir na qualidade do produto final. Atuando

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desde 1974 na área de áudio e desde 89 no ramo de locação, Martinez acredita ser essencial a figura do dire-tor de som, que seria responsável por todo o processo de realização sonora, abrindo caminhos para a modern-ização do setor. “Infelizmente o som direto do cinema, da publicidade e da novela tem o mesmo tratamento”, completa Carlos Martinez.O ajuste mais crítico de qualquer sistema sem fio refere-se ao nível de entrada para o transmissor. A cor-reta aplicação destes níveis poderá prevenir distorções, no caso de sinais muitos altos, ou ruído e perda de sinal (drop out), em sinais com um nível muito baixo. Quanto às marcas mais usadas, é consenso entre os técnicos que uma boa relação custo/benefício é o ideal, já que as produções nacio-nais ainda não consideram o som direto como um investimento. Os preços variam de US$ 2 mil a US$ 5 mil e os preferidos são o Vega, Beyer, Sony, Lectrosonics e Sennheiser. Para se ter uma idéia da importância do som direto em mercados distintos, um determi-nado modelo de microfone da Lectrosonics, utilizado no Brasil para som direto serve apenas como intercomunicador nos filmes rodados nos Estados Unidos. “Para ter menos problema, compro o mais caro”, admite Bié, técnico de som direto que adquiriu recente-mente um Sennheiser por US$ 5,6 mil e está certo que sua atitude foi um ato isolado. “Poucos profis-sionais free lance investiriam este valor em um só equipamento”, completa Bié.Entre os novos produtos destinados à tecnologia sem fio, destacam-se o receptor UCR200D e o transmissor UH195 da Lectrosonics, para aco-plamento direto na câmera. Pode funcionar conectado à bateria da própria câmera ou fonte externa, operando em 256 freqüências selecionáveis. Para um controle mais preciso na operação de vários microfones sem fio, foi lançado o EM 3532-U

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da Sennheiser, que é um pequeno computador que monitora e faz a varredura de todo o sistema em uso, destinado às aplicações de palco e broadcast. E a Systems Wireless lançou o X-Wire, um microfone sem fio dotado de um sistema digital em 20 bits, transmitindo em 900 MHz livres de interferência, pois adiciona um código digital no data stream durante a transmissão, com um alcance de até120 metros.A Bandeirantes comprou seis microfones Audio-Ltd, um microfone com 32 freqüências (UHF), e pretende comprar mais 12, que

serão utilizados na produção de sues novos sitcoms. “É muito complicado você distinguir se ele é com fio ou sem fio. A parte de RF dele é totalmente transparente. É um microfone caro, mesmo para os padrões internacionais”, afirma Geraldo Ribeiro, da T-Com.

soluções

Os sistemas sem fio operam em freqüências específicas em concordância com as normas estabelecidas pela FCC - Federal Communications Commission -

dos Estados Unidos, que destina o espectro que comporta também as estações de rádio, televisão, dados, controle remoto e outras aplicações. Portanto é interessante pesquisar quais as bandas inativas de determinada região. Um bom teste é ligar um aparelho de televisão e anotar quais são os canais vagos. Se estiver trabalhando com dois microfones sem fio, é interessante deixá-los separados por uma freqüência de no mínimo 400 kHz, principalmente em níveis baixos de áudio. De acordo com a Lectrosonics, existem alguns procedimentos básicos para checar a compatibilidade quando da utilização de dois ou mais microfones sem fio. Em primeiro lugar ligue apenas os receptores, que deverão estar na posição desejada. Com os transmissores desligados, perceba se em alguns dos receptores aparece a indicação de sinal RF através do led correspondente. Se ocorrer tal situação, é possível que exista algum sinal indesejável de RF. Modifique a posição do receptor até que o led se apague. Se não funcionar, ligue o transmissor correspondente e faça o teste de som modificando sua posição até que o resultado sonoro seja o melhor possível.

E q U I p A m E N T O s

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SERVIÇOS DE RáDIO E SUA ALOCAÇÃO NO ESPECTRORadioamador - em MHz 1,8 a 2; 3,5 a 4; 7 a 7,3; 14 a 14,25; 21 a 21,45; 28 a 29,7; 50 a 54; 144 a 148; 420 a 450.

Serviços industriais, incluem as faixas decientíficos e médicos 13,36 MHz a 14 MHz.

Faixa do cidadão abrange os canais de 1 a 40, entre as freqüências de 26,965 MHz e 27,405 MHz.

Transmissão comercial de FM de 88 MHz a 108 MHz, contendo 100 canais espaçados de 0,2 MHz.

Polícia e Bombeiros - em MHz Freqüências ao redor de 33, 37, 39, 42, 44, 154, 156 e 158.

Não disponivel

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Não disponivel

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MUNDO COMPRIMIDO

Para garantir o sucesso das aplicações digitais, o padrão de compressão MPEG foi desenvolvido especial-mente para o tráfego de imagens em movimento, atingindo níveis de compressão de até 200:1. Isso garantiu a recente vida digital tanto do broadcasting quanto da indústria de consumo. Os laços estreitos com a compressão deram os primeiros passos com as tímidas imagens do padrão Indeo ou DVI (Digital Video Interactive), semelhante ao MPEG e feito para rodar em qualquer PC. Mas os gigantes da indústria, que tam-bém são humanos, falharam em dois pontos básicos. Para se popularizar, o DVI solicitava uma placa adicional só

compr imir imagens não é

exc lus iv idade do mundo dig i ta l .

No in íc io da TV em cores fo i

necessár io agrupar t rês s ina is

de r, G e B em um único canal ,

gerando uma compressão

de 3:1. Agora o padrão mpEG

é reconhecido mundia lmente

pe la sua per formance em

um mundo mul t imíd ia.

para rodar as imagens, artifício dese-stimulante para a maioria dos usuários. Outro senão foi dar exclusividade no processo de transferência de material, principalmente dos filmes, para a Intel. Vencidos os primeiros desafios, ao que tudo indica, no broadcasting e pós-produção, o MPEG é a proposta que melhor resolveu as diferenças dos multiformatos, definindo taxas de 18 Mb/s para o jornalismo, 20 Mb/s para o ambiente de distribuição, 30 Mb/s para arquivo e 50 Mb/s para a pós-produção. Fazendo uma analogia, é como se existisse um dispositivo que pudesse garantir a mesma qualidade de imagem da captação em Betacam SP, que depois de ser pós-produzida em D1, fosse distribuída em VHS e arquivada novamente em Betacam SP. O método de compressão definido para o MPEG-2 obedece uma estru-tura de layers, onde o primeiro é a seqüência de imagem. Esta seqüência é dividida em um GOP (Group of Pictures), que define um quadro resultante que é novamente dividido. Esta divisão, chamada Slice, é subdividida em mais duas, o Macroblock e o Block. Neste últi-mo, são aplicados os coeficientes de compressão, numa área equiva-lente a 8 x 8 pixels. A distribuição é o núcleo das aplica-ções MPEG, com taxas em torno de 6 Mbit/s a 8 Mbit/s, que já são viáveis nas aplicações de links de jornalismo,

T E L A V I V A J U N H O D E 1 9 9 9� �

T e C N o l o g i a

da mesma forma para os sistemas de cabo. Outro exemplo bem sucedido são os projetos Direct TV e Sky, ambos com decoders domésticos também em MPEG; abrangendo também o MMDS, que é um sistema de microondas que utiliza baixas potên-cias, a HDTV e a UDTV, ou televisão de ultra definição, que opera com duas mil linhas ou mais de resolução, que por enquan-to, só existe no Japão.

no a t a cado

Segundo Leonardo Chiariglione, do MPEG Group, o maior trunfo do sistema foi atingir rapidamente o mercado de massa, com o video-on-demand e o DVD, também chamado de Digital Versatile Disc, desenvolvido por um consórcio de nove empresas para fins diversos, como vídeo, apli-cações de ROM e áudio. Para este último, em razão das características distintas entre NTSC e PAL, foi adota-do para o NTSC a versão Dolby AC-3, enquanto os sistemas PAL e SECAM incorporaram inicialmente o próprio MPEG-2. Nos projetos de salas de exibição, a tecnologia de compressão MPEG já começa a ser discutida como opção às cópias em película, transformando o espetáculo cinematográfico em um “cinema digital” (veja matéria na pági-na 20). E ainda falando da indústria de

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entretenimento, o divertido karaokê, pode agora exibir imagens em movi-mento no lugar das fotografias de baixa resolução. No ambiente de news, em combina-ção com o JPEG, foi desenvolvido uma espécie de jornal eletrônico, onde imagens estáticas combinadas com vídeo e hipertexto podem ser acessadas diretamente das agências de notícias. Nas áreas de medicina, científica e militar, a eficiência de transmissão de imagens e o alto poder de codificação, útil em informações privadas, despertam nest-es mercados uma rápida possibilidade de sucesso do MPEG. Para Décio Mascarenhas, diretor da Videografik de São Paulo, a NAB deste ano chamou a atenção para algumas novidades baseadas em MPEG. “Estamos trazendo para o mês de julho um sistema para ser utilizado em apresentações via com-putador, além de um protótipo de um videocassete baseado em hard disks removíveis. A idéia é aplicar este tipo de equipamento em videowall e museus, lugares que necessitam de uma exibição contínua, com quali-dade a preços compatíveis”, informa

Mascarenhas. Os preços, segundo a Videografik, vão girar em torno de US$ 2 mil para a versão básica e cerca de US$ 4 mil o módulo que inclui a saída de vídeo componente.

f am í l i a mpEG

A família do padrão MPEG abrange dois sistemas principais, o MPEG-1 e o MPEG-2, além de um terceiro em elaboração, que é o MPEG-4, destina-do para baixas taxas de transferência e focado nos mercados de audiovisual e interatividade. Muito se falou do MPEG-3, originalmente projetado para aplicações de HDTV, mas que deixou de existir em função dos avanços do MPEG-2. Abordando os principais, o MPEG-1 está associado à transferência de imagens com qualidade VHS e áudio, com taxas em torno de 1,5 Mbit/s. Já a sintaxe do MPEG-2 o tornou universal, com um número significativo de pro-files e levels. Em função do aumento da demanda de materiais vindos de várias fontes, principalmente nas apli-cações multimídia, está em fase de estudos o MPEG-7, que deverá estar

sendo aplicado por volta do ano 2001.Durante a NAB’99, mais de 20 empre-sas (veja lista acima) participaram do Pro-MPEG, numa demonstração de cooperação em busca de sistemas interoperáveis, que na verdade deu o seu primeiro passo no ano passado. O fórum adotou as recomendações do SMPTE/EBU, inclusive para tecnologias de rede e que, segundo Scott Teissler, da Turner Broadcast, o MPEG poderá ter uma vasta importância geopolítica. “O Pro-MPEG é um esforço global para avançarmos rumo a um padrão para a indústria de broadcasting, onde estamos confrontando a demanda necessária e sua compatibilidade com os sistemas atuais.” Mas não só de interoperabilidade viveu o debate. Foram discutidas também alianças em torno de vários pontos sobre o MPEG, como o uso de tecnologias futuras e o atual aumento de aplicações de áudio e vídeo nos computadores pessoais. Foram demonstrados no fórum vários equi-pamentos embarcados com tecnologia MPEG, a exemplo da linha Digital Betacam, DVCAM e DVCPRO, NDS e Barco. Também foram realizados testes de transferência de materiais entre os equipamentos da Sony e os da Quantel, principalmente a linha de servidores, a 50 Mbps (I-frame). Nos sistemas de play out, os novos par-ceiros Tektronix, Hewlett-Packard, Sony e Vyvx distribuíram seus sinais para serem codificados pelos sistemas da Barco e da Leitch. “A tecnologia MPEG deve começar no processador”, afirmou Fermi Wang, gerente da PC/Codec Division, da C-Cube. “Acreditamos que a participação de fornecedores e de indústrias como a Philips, IBM, Thomson e Sony, vão acelerar a adoção do MPEG em todos os setores”, acrescenta Wang.

Mario luis buonfiglio

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E M P R E S A S Q U E P A R T I C I P A R A M D O P R O - M P E G

Barco | British Telecom | C-Cube | ECI-Telecom | EMC2 | FAST Multimedia | Hewlet Packard | IBM | Leitch | Matrox

| NDS | NEC | Philips | Pinacle Systems | Probel/Chyron | Quantel | Snell & Wilcox | Sony | Tektronix | Thomson |

C A R A C T E R Í S T I C A S M P E G - 2

Resolução de luminância 8 bitse crominância Resolução 1...214 -1 x 1...214 -1 linhas ativasFormato de quadro 4:3 e 16:9Formatos de crominância 4:2:0, 4:2:2 e 4:4:4Varredura Progressiva ou entrelaçadaMétodo de compressão Intracoded, Predictive-coded, Bidirectionally-predictive-coded

M P E G - 2 Á U D I O

Amostragem 16, 22.05, 24, 32, 44.1 e 48 kHzEstrutura de canais suportada 3/2, 3/0+2/0 (dual), 3/1, 2/0+2/0, 3/0, 2/2, 2/1, 2/0 (estéreo) e 1/0 (mono)

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F i q u e P o r d e N T r o

d I R E Ç Ã o d E F o t o G R A F I A

Coordenado pelo fotógrafo argentino Rodolfo Sanches, responsável pela fotografia dos filmes “Pixote”, “O beijo da mulher aranha”, “Sábado”, “Boleiros” e o “Até que a vida nos separe”, do publicitário Zaragoza, a oficinadedireçãodeFotografia tem como público-alvo fotógrafos, estudantes de comunicação e técnicos de cinema e televisão. Serão abordados temas como: luz, materiais virgens, fotometria, a câmera, equipamento de luz, maquinaria, laboratório, cine/VT, o filme documentário, comercial, de longa-metragem, a narrativa e continuidade fotográfica. Serão efetuadas visitas a locadoras de equipamento de iluminação, casa de câmera, laboratório e finalização. De 2 à 16/07, de 2ª à 6ª em dois períodos - das 14h às 18h e 19h às 23h. Mais informações com Paulo Olivie pelo tel.: (011) 570-0067 e 549-5087.

o l H A R d E F I N I t I v oO SMtP’99 acontecerá entre os dias 13 e 16 de julho no Sydney Exhition and Convention Centre, em Sydney, na Austrália. A conferência promete um olhar definitivo no impacto

causado pela tecnologia digital à indústria de broadcasting e produção cinematográfica. A visitação ao público é gratuita e as inscrições podem ser feitas pela Internet no site www.expertiseevents.com.au/smpte99/.

R E l E A S E d E l o C U t o R E S

O Clubedavoz, associação com 45 locutores, está lançando a quarta edição do seu repertório, que desde o segundo volume já é produzido em CD. A distribuição é gratuita para produtoras de som, de imagem e agências de publicidade, facilitando a escolha da voz adequada para os comerciais em criação. Além de cerca de dois minutos de locução de cada associado, o CD trará uma homenagem aos 42 anos de profissão da dona de uma das vozes femininas mais conhecidas e ganhadora do Troféu Roquette Pinto, Virgínia de Moraes. Os CDs estão disponíveis no Clube da Voz - Tel.: (011) 5051-5882.

Não disponivel

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Não disponivel

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Não disponivel

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Não disponivel

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T E L A V I V A J U N H O D E 1 9 9 9� 0

A G E N D A

J U N H O

16 Curso: “Treinamento não-linear avançado media 100”. ProTV, São Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332.

Fax: (011) 829-0366.

18 Curso: “Treinamento não-linear complementar media 100”. ProTV, São Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332. Fax: (011) 829-0366.

19 e 20 Workshop: produção executiva e direção de produção. Quanta, São Paulo, SP. Tels: (011) 283-4380 e 6981-4260.

21 Curso: “Treinamento não-linear básico media 100”. ProTV, São Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332. Fax: (011) 829-0366.

22 e 23 Curso: “Direção, roteiro e produções (básico)”. CIMC, São Paulo, SP. Tel: (011) 575-6279. Fax: (011) 517-0854. E-mail: [email protected]. Site: www.cimc.art.br.

23 Curso: “Treinamento não-linear avançado media 100”. ProTV, São Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332. Fax: (011) 829-0366.

25 Curso: “Treinamento não-linear complementar media 100”. ProTV, São Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332. Fax: (011) 829-0366.

28 Curso: “Treinamento não-linear básico media 100”. ProTV, São Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332. Fax: (011) 829-0366.

28 a 31/7 Curso de iluminação e fotografia cinemato-gráfica. Funarte, São Paulo, SP. Fone: (011) 3662-5177.

29 e 30 Curso: “Direção, roteiro e produções (básico)”. CIMC, São Paulo, SP.

Tel: (011) 575-6279. Fax: (011) 517-0854. E-mail: [email protected]. Site: www.cimc.art.br.

30 Curso: “Treinamento não-linear avançado media 100”. ProTV, São Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332. Fax: (011) 829-0366.

J U L H O

2 a 16 Curso: “Direção de Fotografia”. Estúdio Fátima Toledo, São Paulo, SP. Fone: (011) 570-0067. Fax: (011) 549-5087. E-mail: [email protected].

5 a 16 Curso de direção, roteiro e produção cinematográfica. CIMC, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-6279.

5 a 31 Curso de iluminação e fotografia cinematográfica. Funarte, São Paulo, SP. Fone: (011) 3662-5177.

3 e 4 Curso: “Direção, roteiro e produções (básico)”. CIMC, São Paulo, SP. Tel: (011) 575-6279. Fax: (011) 517-0854. E-mail: [email protected]. Site: www.cimc.art.br.

5 a 26 Curso: “Treinamento não-linear básico media 100”. ProTV, São Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332. Fax: (011) 829-0366.

6 a 27 Curso: “Treinamento After Effects 4.0”. ProTV, São Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332. Fax: (011) 829-0366.

7 a 28 Curso: “Treinamento não-linear avançado media 100”. ProTV, São

Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332. Fax: (011) 829-0366.

9 a 30 Curso: “Treinamento não-linear complementar media 100”. ProTV, São Paulo, SP. Tel: (011) 829-2332. Fax: (011) 829-0366.

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O prazo de inscrição para os cursos de julho do Senac termina em 16 de junho. Os cursos de Câmera, Edição e direção de TV e Locução para Telejornal serão realizados nos períodos diurno e noturno. Informações pelo telefone (011) 3872-6722.

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