revista tela viva 105 - maio 2001

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www.telaviva.com.br Nº105 MAIO 2001 MERCADO DE PRODUÇÃO DE EVENTOS TEM REGRAS PRÓPRIAS TELEVISÃO USA INTERATIVIDADE NA GUERRA PELA AUDIÊNCIA

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Revista Tela Viva 105 - maio 2001

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www.telaviva.com.br

Nº105maio 2001

mercado de produção de

eveNtos tem regras próprias

televisão usa iNteratividade

Na guerra pela audiêNcia

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Não disponivel

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@w w w . t e l a v i v a . c o m . b r

Í N d i c e

este s ímbolo l iga você aos serv iços tela viva na internet .

guia tela viva

Fichas técnicas de comercia is

edições anter iores da tela viva

legis lação do audiovisual

programação regional

destaque do conteÚdo

José Leite Pereira FiLho

eventos

aLagoas

interatividade na Programação

Luiz carLos mieLe

PLacas de vídeo

SCANNER 4

CAPA 12

NAB 18

ENTREVISTA 22

PRODUÇÃO 24

PROGRAMAÇÃOREGIONAL 28

MAKINGOF 30

TELEVISÃO 32

FIGURA 36

TECNOLOGIA 40

FIQUEPORDENTRO 44

AGENDA 46

e d i t o r i a l

Finalmente alguém admitiu publicamente que o poder político passa pelas outorgas de emissoras de rádio e televisão no Brasil. Para atacar o senador Antonio Carlos Magalhães, envolvido no mais novo escândalo nacional - o da violação do painel de votação do Senado -, o presidente Fernando Henrique Cardoso citou a alteração do método de concessões ocorrida durante o seu primeiro mandato, alegando que o sistema de licitações, atualmente em vigor, acaba com a corrupção e o clientelismo que havia no Congresso. As inúmeras citações de Tela Viva, afirmando que durante o governo Sarney, quando ACM era ministro das comunicações, os canais de rádio e TV, fartamente distribuídos, foram usados como moeda de troca, pelo menos agora tem chancela oficial. Mas, infelizmente, há uma ressalva nas declarações de FHC: as educativas. Ou seja, o mal não foi cortado pela raiz, como o próprio presidente admitiu em seu discurso. As emissoras e retransmissoras educativas e comunitárias continuam recebendo permissões de funcionamento sem licitação pública. Continuam a usar o caro espectro de radiofreqüência sem cumprir sua finalidade precípua, impunemente. Um exemplo do descaso governamental é nítido entre duas geradoras educativas de São Paulo. Não existe termo de comparação entre a programação da TV Cultura e da Rede Gospel, embora ambas tenham permissões idênticas perante a lei. Quanto às retransmissoras educativas que desrespeitam a legislação... Esse assunto está muito batido, é até cansativo repetir. Fernando Henrique deveria estar orgulhoso se também esse câncer, ou melhor, se principalmente esse câncer tivesse sido extirpado do cenário da radiodifusão brasileira. Para acabar com a corrupção, como pretende FHC, o Decreto nº 3.451 (09/05/2000) deveria ter coibido a existência das retransmissoras educativas (quase todas sem fim educativo) ao invés de facilitar sua transformação em geradoras, para concorrerem deslealmente com quem disputa uma concessão comercial. A intenção de acabar com o clientelismo que existe nas outorgas de emissoras de rádio e TV pode até ter existido. Mas o processo acabou capenga. Seria a mesma coisa que afirmar que alguém está meio-grávida. Como só se pode estar grávida, ou não, somos forçados a constatar que a brecha para a manutenção da corrupção e clientelismos relativa ao favorecimento de canais de rádio e TV ainda está aberta.

edylita Falgetano

distribuição de FiLmes

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s c a n n e rFRENTES DE

TRABALHOO jornalista Álvaro Oliveira, o novo gerente de comunicação da Rede Record, já atuou em diversos veículos de comunicação, como SBT, revista Veja, Gazeta Mercantil e o portal de saúde Salutia. Nesse novo desafio, os projetos serão basicamente divididos em três frentes: comunicação, onde estará disciplinando a tratamento com a imprensa em geral; Internet, onde formará um núcleo de negócios para a web; e marketing, promovendo eventos de porte para a divulgação dos lançamentos e produtos da emissora. Segundo Álvaro, os investimentos para a ampliação e novos projetos serão gradativos.

PLANTÃOO gerente de contas da Exec Technology, Sergio Dourado, deu plantão no estande da Philips (atual Thomson Multimedia) no Las Vegas Convention Center. A empresa que é o distribuidor autorizado da Discreet no Brasil, agora também é revendedora dos produtos que durante um certo tempo ainda serão conhecidos pela marca holandesa.

FREE LANCERAo contrário do que foi divulgado no ano passado, o diretor de fotografia Aldo Angelo Imperatrice não está trabalhando como contratado fixo pela Paralela Filmes. O diretor esclarece que tem apenas um acordo com a casa para, eventualmente, dirigir e fotografar trabalhos e continua disponível ao mercado para trabalhar como free lancer.

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Álvaro oliveira

VÁrIas MÍDIas MTV e TV cultura foram as emissoras escolhidas para a veiculação da campanha eletrônica da megastore Fnac no Rio. A W/Brasil criou vinhetas que mostram um personagem animado em flip book escutando CD, lendo e jogando no computador. Para o cinema do Barra Shopping, onde está instalada a primeira filial da livraria francesa, foi criado um filme interativo, no qual o apresentador conversa com os espectadores. A produção é da Dínamo, com direção de Eduardo Cama. A direção de criação é de Ruy Lindenberg, com redação de Joanna Soares e direção de arte de Marcus Kawamura e Javier Talavera.

POr DecreTOO Decreto nº 3.811 (04/05/01) pub-

licado no Diário Oficial de 7 de maio

fixa o número de dias nos quais as

empresas proprietárias, locatárias ou

arrendatárias de salas, espaços ou

locais de exibição pública comercial

terão de exibir obras cinematográfi-

cas brasileiras de longa-metragem

em 2001. De acordo com a tabela

constante do decreto, proprietários

de apenas uma sala, terão de exibir

filmes brasileiros durante 28 dias.

Para proprietários de 11 salas, o

número de dias de exibição de filmes

brasileiros será de 217 dias, mais

sete dias por sala excedente. A multa

para quem não cumprir será de 10%

da renda média diária da bilheteria

apurada no semestre anterior à inf-

ração, multiplicada pelo

número de dias em que a obrigação

não foi cumprida.

Para cOnTar a HIsTÓrIaA carioca Twister assina os efeitos especiais do longa “Amores possíveis”, de Sandra Werneck. Em uma das cenas, os personagens de Murilo Benício e Carolina Ferraz se vêem na tela do cinema, dentro da sala. A imagem foi projetada normal-mente, mas a produtora de efeitos trabalhou para apagar interferências do ambi-ente e melhorar a qualidade da imagem. Em outra situação, Benício manipula um software que permite criar a mulher ideal.

A equipe de sergio schmid desenvolveu as interfaces e aplicou imagens sobre a tela de computador. No trabalho, foram usadas três workstations NT Terex 20000, um DLT4000, rodando com os softwares 3D Max 3.1 e o Adobe After Effects 4.0 para as composições. Os arquivos digitais foram trabalhados na extensão cineon e o material foi escaneado em Los Angeles pela Efilm.

NASAA Panasonic mostrou em seu estande na NAB a câmera AJ-HDC27A, que foi escolhida pela Nasa, agência espacial americana, para captar imagens no espaço. A fabricante também abriu um novo escritório no Brasil, visando expandir suas vendas na Améria Latina.

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s c a n n e r VISÃO ANTECIPADACelso Araújo, gerente de operações de engenharia da TV Globo e membro

da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC), está desenvolvendo um trabalho de muito futuro. Ele está coordenando os testes de produção em HDTV da Rede Globo e estudando milimetricamente todos múltiplos aspectos envolvidos na realização

de programas. Áudio, relação de aspecto (3:4 e 16:9), cenários, iluminação, maquiagem, lentes, filtros, paleta cromática, profundidade de campo, filmlook x videolook, range dinâmico e sensibilidade de câmera fazem parte do elenco. “Durante pelo menos dez anos os formatos de tela 3:4 e 16:9 deverão conviver e para isso as emissoras precisarão estar preparadas para produzir programas adequados tanto aos formatos quanto às sutilezas dos detalhes de produção, que surgem com a melhor qualidade de áudio e vídeo. Após esses testes é que então poderemos emular as variáveis adequadas a cada situação, a cada ambiente, a cada look desejado.”

DIVULGAÇÃOSteven Venezia e Nancy Byers-Teague, respectivamente gerentes de suporte broadcast DVD/DTV e de

marketing para produtos de áudio profissional dos Laboratórios Dolby, estiveram no Rio de Janeiro do final de março para promover o DP 570, uma ferramenta que permite o

controle de áudio para multicanais e a tecnologia Dolby E, para para produção e transmissão de DTV.

nO rITMO Da MÚsIcaA Thomson

Multimedia

divulgou ofi-

cialmente a

aquisição da

Philips DVS

em um coquetel realizado no hotel The

Venetian, em Las Vegas. Como já havia

sido noticiado por Tela Viva na edição

n° 103, de março deste ano, não houve

tempo para a unificação dos estandes

das empresas durante a NAB. Os geren-

tes de desenvolvimento de negócios Fredy

Litowsky, Jaime Ferreira e Felipe César

de Andrade e o especialista em switcher

Paulo Azevedo vestiram a camisa da nova

empresa ao lado do diretor Sundeep Jinsi

para atender os brasileiros que visitaram

o estande. A francesa Thomson é mais

conhecida nos Estados Unidos como RCA,

isto mesmo, a tradicional empresa cujo

logotipo é um cachorro e o gramofone.

LISTA DE ESPERAA NEC apresentou durante

a NAB 2001 um transmissor

para modulação COFDM para

banda de 2 GHz que permite

a transmissão de dois sinais

na mesma freqüência. O

equipamento é ideal para

localidades onde o espectro

está congestionado. Mas para

ser usado em São Paulo, por

exemplo, teria de usar a banda

de 7 GHz. Infelizmente não

existe previsão quando estará

disponível para o mercado.

na MeDIDaA Tektronix anunciou a compra da

Adherent System, fabricante de ferra-

mentas para medições de MPEG e análise

para vídeo digital, para completar sua

linha de produtos. O vice-presidente da

unidade de negócios de vídeo, Bob Agnes,

enfatizou a parceria com a Microsoft para

o desenvolvimento de uma ferramenta

para ajustar o sinal de streaming para a

distribuição de conteúdo em diferentes

meios e larguras de banda, além de lan-

çar a nova linha de produtos monitoração

e medição de sinais digitais.

GarraFInHasÍtalo Neves, da Sempre Propaganda criou o comercial “Garrafinhas” para o lançamento do iogurte Milk Mix. A produção ficou a cargo da Cinema Animadores com direção de Paula Galacini e animação e modelagem 3D de Fabrício Navarro. O jingle é da produtora de som Mr. Music e o filme foi finalizado nos EstudiosMega.

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nancy byers-

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equipe thomson brasil

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s c a n n e rEMPRESA DE

DESTAQUE

O presidente da Videodata, Rosalvo Carvalho, recebeu o prêmio de Destaque Internacional da Grass Valley durante uma reunião geral da empresa onde estiveram presentes o presidente, o vice-presidente e o diretor da América Latina da Grass Valley, Tim Thorsteinson, Russ Johnson e Emilio Gañán, respectivamente.

De acordo com Gañán, “a representante oficial brasileira é uma grande parceira que está sempre contribuindo em implementações tecnológicas no Brasil e vem consolidando seu perfil de empresa integradora de sistemas ajudando empresas brasileiras a saírem na frente de outros países”. A Videodata fez todo o projeto e a integração do primeiro sistema de integração da América Latina para o SBT, entregue no mês passado.

HOMENAGEM PÓSTUMA

Uma homenagem especial ao fotógrafo Francisco Albuquerque, falecido no ano passado, foi prestada pela organização do Festival É Tudo Verdade em sua sexta edição. Uma imagem de sua autoria foi usada na vinheta de abertura do festival, justamente mostrando uma cena do documentário de Orson Welles “It’s all true”, que dá o nome ao festival. A partir da

programação visual de Débora Ivanov e com a coordenação do videodesigner

Paulinho Ferreira, o trabalho foi desenvolvido nos EstudiosMega.

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rosalvo carvalho

TUDO VerDaDeEm sua 6ª edição, o É Tudo Verdade 2001 - Festival Internacional

de Documentários, que teve direção de Almir Labaki, premiou, por

unanimidade, na Competição Internacional o filme, “Sacrifício”, dirigido por

Erik Gandini e Tarik Saleh, que faz uma revisão sobre quem teria delatado

a presença de Che Guevara na Bolívia, fato que o levaria à morte. Na

Competição Brasileira, venceu “A negação do Brasil”, de Joel Zito de Araújo,

uma análise das influências das telenovelas nos processos de identidade

dos afro-brasileiros. Ambos receberam o troféu É Tudo Verdade e R$ 7 mil.

“Negação” recebeu ainda o prêmio Quanta, acompanhado de R$ 6 mil em

locações de equipamentos.

O filme do diretor Paschoal Samora,

produzido pela Grifa cinematográfica,

obteve o recém-criado Prêmio

MinC de Aquisição, com “Paisagens

invisíveis”, um pequeno documentário

e último episódio de uma série rodada

no Sul do Brasil.

JOInT-VenTUreA Lys/Telavo fechou acordo para uma joint-venture com a rohde & schwarz para a produção de transmissores e já está anunciando uma linha de crédito para atender aos broadcasters nacionais.

TRABALHO CONJUNTOA Àccom anunciou, durante a NAB,

uma nova solução para conversão

de arquivos para o formato Windows

Media Encoding em alta resolução.

Baseado no disco digital da empresa

WSD/HD, o conversor grava em até

1920 por 1080 pixels de resolução e

serve para criação de arquivos para

video-on-demand.

O servidor Abekas 6000 também

ganhou uma nova versão, que agora

possibilita, no mesmo servidor DTV,

imagens digitais nos formatos MPEG-

2 e DVCPRO. Ele agora trabalha em

conjunto com o editor não-linear

Affinity. Com a “ligação” possível entre

os dois equipamentos, o editor pode ter

acesso ao vídeo meio segundo após ele

ter sido gravado no servidor e mandá-

lo para exibição meio segundo depois.

FesT-VÍDeO 2001

Ribeirão Preto, no interior de São Paulo,

foi a sede do VII Fest-

Vídeo, promovido pela APP (Associação dos Profissionais de Propaganda), para premiar a criatividade e a produção de comerciais veiculados no interior de São Paulo e de Minas Gerais. O Grand Prix, troféu Tasso Madeira, do Fest-Vídeo 2001- entregue ao vídeo que somou maior número de pontos entre todas as categorias - ficou com comercial “Campanha do agasalho” criado pela agência Casanova para o Fundo de Solidariedade do Município de Ribeirão Preto e produzido pela G5 Cinema & Vídeo, de Ribeirão Preto e também assegurou sua inscrição no Festival Internacional de Cannes 2002.

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O antigo prédio da Av. Miruna, na Zona Sul de São Paulo, que abrigou a TV Record, está passando por uma completa remodelação para sediar

as operações da Rede

Mulher. A geradora é em Araraquara, mas toda a produção é realizada nos seis estúdios paulistanos e a maioria dos programas é transmitida ao vivo. A

emissora comandada por João Batista Ramos da Silva fechou um contrato, em março, com o Ibope para medição de audiência. Oitenta e quatro porcento do público é feminino, das classes A e B, e a reformulação da grade de programação pretende dar um foco que enfatize e preste

serviços à mulher, inclusive nos

três telejornais.

Atualmente o sinal da Rede Mulher

atinge 85% das capitais brasileiras e

é repetido em mais de 300 municípios

além de estar no line up das

operadoras de cabo, DTH e MMDS e

ser captado pelas por parabólicas.

Até o final do ano a intenção é

que todas as capitais tenham as

atrações da emissora. Sessão

de filmes para as tardes de sábado e

domingo também estão nos planos de

presidente. “Já estamos negociando

um pacote com o grupo (Record) para

atendermos o nosso público”, conta o

presidente João Batista.

MUNDO 3DA Adobe anunciou sua estréia na web 3D com o software, ainda em versão beta, Atmosphere. O produto possibilita que designers criem universos 3D para que os usuários “percorram” a web virtualmente, com uma experiência graficamente mais rica. A Adobe pretende lançar o software comercialmente no segundo semestre e a versão beta pode ser baixada do site da empresa: www.adobe.com/products/atmosphere/main.html.

s c a n n e rEQUIPE REFORÇADA A Alterosa Cinevídeo contratou duas novas profissionais para sua equipe de vendas. Lilian Figueiredo já trabalhou como executiva de contas na CBN e na Editora Abril. Sua principal tarefa será o desenvolvimento do mercado de vídeos empresariais, de treinamento, educacionais e institucionais, segmentos nos quais a produtora mineira vai centrar esforços e investimentos. Clarice Campolina, com vivência nas áreas administrativa e comercial - Líder Taxi Aéreo e KZ Empreendimentos Comerciais - será a principal responsável pelo atendimento ao mercado publicitário mineiro e aos demais estados nos quais a Cinevídeo atua, especialmente Bahia e Distrito Federal. Clarice é pós-graduada em Administração Financeira e está fazendo MBA em Finanças. Para dar suporte às executivas de conta, Henrique Carsaladade complementa a equipe.

DO MERCOSUL

PARA O MUNDOJulio Baff, um engenheiro argentino formado pela Universidad de La Plata, residente no Brasil há mais de dez anos, onde montou a JFB Videodevices, desenvolveu há dois anos a primeira versão do gerador de caracteres On Line para ser usado nas transmissões da Fórmula 3 pela ESPN Internacional. Na Broadcast & Cable do ano passado a For-A interessou-se pelo produto e propôs uma parceria. O contrato foi fechado em janeiro deste ano. A NAB 2001 foi a primeira exposição conjunta. O produto será vendido exclusivamente pela For-A em todo o mundo. No Brasil TechStation e Antaux representam da empresa.

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henrique, Lilian e clarice

OLHar FeMInInO

LInUXA Heroine Virtual mostrou seu editor não-linear para a plataforma Linux, o Cinelerra. Trabalhando em qualquer resolução de vídeo, o software vem com mais de cem filtros de áudio e vídeo suporta cinco canais de áudio e pode trabalhar em computa-dores Intel multiprocessados, além de trabalhar também em processadores Alpha ou PowerPC.

sOTaQUe Franc sA Casablanca, que de acordo com Arlette Siaretta “é uma empresa HD de ponta a ponta (até a transmissão)”, já está prepa-rando a festa pré-Cannes 2001, que acontecerá no mês que vem, quando 25 jurados deverão definir entre 300 comerciais quem vai ao festival francês. O evento deverá ser transmitido pela DirecTV.

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s c a n n e r MUITO FÔLEGOO diretor técnico Univap TV/Novas Tecnologias, da Universidade do Vale do Paraíba, Fernando Moreira, participou da conferência da BEA, Broadcast Education Association, o braço educacional da National Associotion of Broadcasters (NAB), evento que antecede a feira e que reúne aproximadamente mil professores de todo os Estados Unidos para a troca de experiências e informações sobre equipamentos de TV, rádio e Internet e como utilizar esses recursos. Depois das discussões educacionais, Fernando, que além de pedagogo e publicitário, é membro da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), Society of Broadcast Engineers (SBE), Broadcast Education Association (BEA), Associação Brasileira de Educação à Distância (ABED) e da Computer-Using Educators (CUE), percorreu atentamente os corredores dos dois pavilhões de exposições (Las Vegas Convention Center e Sands Expo Center) recolhendo informações dos estandes dos fabricantes e fornecedores de equipamentos para repassar aos seus pupilos.

METASSheila Souza, há 13 anos na Warner Cinema, sendo os últimos cinco anos como supervisora de imprensa, assumiu, em abril, a gerência de programação e distribuição na empresa, após o fim da joint-venture entre a Fox e Warner Cinema, em dezembro passado. “Nesse novo desafio profissional, trabalharei com a distribuição dos filmes, lançamentos, cuidando da renda e cumprindo as metas estabelecidas. As expectativas são as melhores possíveis.”

iMODeLOA TV Modelo, afiliada à Rede Globo em Bauru, colocou no ar, no mês passado seu portal regional. O portal fechou parcerias com sites como o de astrologia, com as previsões de João Bidu, da FM 94; da revista Baurunews; e o de animais e exposições, produzido pelo empresário Renato Cardoso. Há ainda canais exclusivos sobre esporte, lazer, entretenimento, cultura, moda, culinária, economia.

O canal “Interação” é a versão de Internet do programa levado ao ar aos sábados pela TV Modelo. Nele, o usuário/internauta encontra música, esporte, saúde e uma série de informações dirigidas ao público adolescente. Outros canais criados para o portal são o de charges; o “Click”, que traz em fotos toda a badalação das festas; e o “Vip”, uma coluna social atualizada semanalmente. Segundo o

diretor executivo da TV Modelo, Paulo

Roberto de Siqueira, “a intenção

não é competir com os megaportais,

mas ser um complemento, sendo um

grande provedor de recursos, uma

fonte de consulta para região”.

MaIs MaYaA Alias|Wavefront apresentou na NAB a quarta versão do animador 3D Maya. O software agora conta com uma interface mais amigável e um renderizador que é de 15% a 20% mais veloz. Novas ferramentas também foram acrescentadas, como o Trax, que possibilita animação 3D não-linear, e a Jiggle Deformer capaz de dar efeitos de movimentos de músculos e gordura corporal aos personagens, além de novas ferramentas aptas a portar conteúdo 3D para games. A nova arquitetura do software permite ao usuário escolher entre uma maior gama de placas gráficas. A empresa promete para breve o Maya Shokwave 3D Exporter, para produtores de animação para a web. A disponibilidade do produto no Brasil estava prometida para o início do mês nas plataformas Windows, Irix, Linux e, em breve, também para MacOS X. A ART (Advanced Rendering Technology) o novo plug-in para o Maya RenderPipe. O renderizador já está disponível para todas as plataformas em que o Maya trabalha.

nÃO-LInearO estande da Incite Multimedia na NAB contou com a nova versão do editor não-linear Incite Editor. O software, para plataforma Windows 2000, agora pode ser intergrado à placa de áudio Mykerinos, da Merging Technologies, e ao Matrox DigiSuite LX e pode exportar para o formato MPEG 2.

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s c a n n e rPARÁ, PARISA diretora Jorane Castro é paraense, mas vive entre sua terra natal e Paris há quase dez anos. Agora, seu mais recente trabalho, o curta “As mulheres choradeiras”, foi escolhido para integrar a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2001 (www.quinzaine-realisateurs.com) entre mais de 900 produções. O filme já foi exibido no Brasil no Festival Internacional de Curtas-Metragens e em outros festivais internacionais.

O curta conta a história de três carpideiras cuja profissão é chorar em velórios e enterros, para assim ressaltar a dor da família. Só que as três se vêem em problemas quando o corpo de um morto desaparece. O roteiro do filme recebeu o prêmio do Ministério da Cultura, o que financiou cerca de 60% da produção, e se baseia em conto homônimo de Fábio Castro. Totalmente rodado em Belém do Pará em janeiro de 2000, o filme é uma co-produção com a França, onde foi finalizado. A equipe do filme inclui a diretora de fotografia Jane Malaquias e produtoras executivas Moema Mendes e Marta Nassar. No elenco, estão os paraenses Nilza Maria, Mendara Mariani, Tacimar Cantuária e Marinaldo Santos.

LINHA DE FRENTEA Academia de Filmes definiu sua linha de frente para atuar na filial que acaba de instalar em Curitiba. Pérsio Abilhoa é o responsável pela produção, Frank Souza é quem comanda o atendimento e Tetê Meyer cuida da produção executiva. O comando geral fica a cargo do diretor de negócios João Pedro de Albuquerque.

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A Mattedi acaba de lançar no

mercado dois produtos para a indústria

cinematográfica, com tecnologia

100% nacional e até três vezes mais

baratos que os importados. Os dois

equipamentos, a grua MC-6000 e o

olho-remoto, foram desenvolvidos

em parceria com pesquisadores do

Laboratório de Robótica da COPPE, da

Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O projeto, coordenado pelo professor

do Programa de Engenharia Mecânica

da COOPE, Victor Romano, foi uma

iniciativa do empresário Aylton Mattedi.

A grua, que atinge seis metros

de altura e é o primeiro produto deste

tipo feito em alumínio no Brasil, custa

US$ 22 mil. O

olho-remoto é utilizado em

locações de cinema para

executar os movimentos de uma

câmera de filmagem, com a vantagem

de monitorar com precisão a posição

e a velocidade da câmera, sem que

o operador saia do chão. O preço de

lançamento é de US$ 9,4 mil,

40% mais barato que o

similar importado.

TecnOLOGIa BrasILeIra

ERRATAAo contrário do que foi publicado na matéria Pouco Independentes, na página 18 da edição nº 104 de Tela Viva (abril 01), a jornalista Sonia Abrão, que apresenta o programa “A casa é sua”, produzido pela Câmera 5 e veiculado pela Rede TV!, é irmã e não esposa de Elias Abrão, dono da produtora.

EXPANSÃO DE MERCADOA Leitch comprou a DPS com a

intenção de expandir seu mercado

baseado no processamento de vídeo e

durante a NAB 2001 anunciou a parceria

com a Kaydara para o desenvolvimento

de soluções para arquivos de imagens. A

Tecnovídeo é a integradora exclusiva

para o Brasil das soluções em edição

não-linear da DPS.

anDrÓIDe-PrOPaGanDaA Oca, do Parque Ibirapuera em São Paulo, que sediou a Mostra 50 anos de TV, foi o palco para a apresentação do B-21, o garoto-propaganda andróide da Bom Bril. Carlos Moreno não perdeu seu emprego de 25 anos, mas foi “adequado” ao sécu-lo 21 para apresentar as 1001 utilidades da esponja de aço. Além do comercial de estréia, veiculado em 21 de abril, outros três filmes, criados pela W/Brasil e produzidos pela ABA Filmes e Conspiração Filmes, compõem a campanha. Andrés Bukowinski, que dirige a campanha do Garoto Bombril desde o comercial nº 1, assina a direção ao lado do diretor-adjunto Fábio Soares, que coordenou uma equipe de designers e os computadores usados para a produção que utilizou o sistema motion captor. Para Washington Olivetto “1001 ganhou uma estética 2001”. E ainda de acordo com ele essa campanha pode durar mais 25 anos.

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Edylita FalgEtano EFErnando lautErjung*

DESTAQUEAOCONTEÚDO

DIGITALAs se t managemen t e a l t a

de f i n i ção de ram o t om da NAB

2001 . A s i t ua ção da DTV no s

EUA f o i t ema da ma io r i a da s

d i s c u s sõe s du ran t e o e ven to .

O presidente da National Associoation of Broadcasters, Eddie Fritts, abriu a convenção deste ano, realizada em Las Vegas (EUA), entre os dias 21 e 26 do mês passado, com um discurso em que apontou as grandes mudanças que acontecem em nossos dias e como elas afetam a indústria de broadcast.As palavras mais pronunciadas durante a úl t ima NAB não foram broadcast e nem produção audiovisual. Todas as novidades em hardware se apagaram pelo que mais esteve presente nas exposições, asset management.Os softwares dedicados ao gerenciamento

de conteúdo deixaram de ser apenas ban-cos de dados. A importância conquistada no universo da produção de conteúdo digital deu a seus desenvolvedores um status que, no mercado de radiodifusão e produção, antes era dado apenas aos fab-ricantes dehardware.As soluções de asset management, ou content management, são baseados em banco de dados, mas não se resumem a isso.

Não são apenas arquiv i s ta s de con-teúdo , mas fac i l i tam ao máximo o proces so de arquivamento , p rocura , ed ição , adaptação a d i f e ren te s fo rma-tos e d i s t r ibuição .A Ascential, empresa criada pela Informix para a área de asset management, mostrou durante a NAB o seu Media 360. O grande chamariz não foi a solução da empresa em si, que já havia sido mostrada no ano passado, mas o número de parceiros que desenvolveram plug-ins que facilitam ainda mais o processo de pesquisa no banco de dados e adaptação dos formatos. Plug-ins como o Usoft, um gerenciador de direito autorais capaz de dizer, instantaneamente, se determinado conteúdo é passível de uso ou não e quanto custa a veiculação em determi-nada mídia, e o Virage, um streamer de vídeo para a Internet. As parcerias vão muito além. Avid, ENPS, Thomson, EMC, Grass Valley também estão integrando suas tecnologias às do Media 360. A vice presidente e gerente geral de mídia e gerenciamento de conteúdo da Ascential, Carolyn Layne, afirmou que “os parceiros são responsáveis por mais de 40% das oportunidades de venda do Media 360 e estão ajudando a trans-forma-lo em líder no mercado”.A Encoda Systems combinou as opera-ções da CCMS, Columbine JDS Systems, DAL/Drake Automation e Enterpr ise Sof tware para a sua solução de content management . O s i s tema da empresa gerencia o conteúdo, automa-t iza a dis t r ibuição, envia o s inal dire to para o saté l i te a ainda pode ser geren-ciado remotamente .

para todos

Muitos players antes desconhecidos da maior parte do mercado e outros com tradição estão entrando na área de soluções de asset management. A Avid, que sempre atuou no mercado de produção, pós-produção e f inaliza-ção, adotou como filosofia o slogan da empresa “make manage move/media”.

n a b

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A N A Ba nab 2001 contou com a participação de aproximadamente 140 mil pessoas. mais de 1,7 mil estandes ocuparam o Las vegas convention center (Lvcc) e o sands expo center, que este ano ampliou sua área de exposição para abrigar o e-topia, um espaço que, pretensiosamente, foi divulgado pela nab como sendo para empresas que “representam o futuro tecnológico”. acabou se mostrando um espaço reservado para pequenas empresas que não poderiam arcar com o custo de participar de uma feira tão importante, com poucas exceções.

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Segundo David Krall , presidente e CEO da empresa, “as soluções da Avid tendem a trabalhar cada vez melhor entre si , aumentando a agilidade no processo de se fazer, gerenciar e mover conteúdo digital”. A Grass Valley, um pouco à frente dos outros grandes play-ers do m e r c a d o , j á a p r e s e n t a v a h á d o i s a n o s o c o n c e i t o d e t r a n s f o r m a r b r o a d c a s t e r s e m d i g i t c a s t e r s . A S o n y s e g u i u p e l o m e s m o c a m i n h o c o m o s e u A n y c a s t . A T V d i g i t a l d e v e s e r r e c e b i d a e m q u a l q u e r m e i o p a r a v i a -

b i l i z a r o s i n v e s t i m e n t o s . Empresas como Bul ldog , eMo-t ion MediaPar tner , Media Archive , D ig igram e Pazap mos t raram seus produtos para gerenc iamento e , p r inc ipa lmente , mos t raram que , nes se novo mercado , a inda não ex i s t em g igantes .É preciso ficar claro que não existe na nova tendência que foi apresen-tada neste ano a idéia de diminuir a importânci a d o c o n t e ú d o e m s i e d a p r o d u ç ã o . O q u e f o i m o s t r a d o f o i q u e n ã o s e p o d e m a i s s e a p e g a r a d e t e r m i n a d a m í d i a e n e m s u p ervalorizá-la. O valor está no conteúdo e, principalmente, no con-teúdo que seja capaz de se adaptar a qualquer mídia.

al ta def in ição

A alta definição foi o consenso entre os quatro principais fabricantes de equipamentos: Sony, Panasonic, JVC e Thomson (ex-Philips). Independentemente do padrão (ATSC, DVB ou ISDB) e do sistema (HDTV, SDTV ou multicasting) de transmissão que serão usados, a programação deve ser gerada em alta definição para

poder ter garantida sua distribuição global em qualquer meio. Durante a cole t iva da Sony para a imprensa internacional , real izada no domingo (22/04), o v ice-pres idente sênior de s i s temas de aquis ição da empresa, Larry Thorpe, considera que até o f inal des te ano a metade das sér ies de TV exibidas no horário nobre norte-americano será gravada em al ta def inição ou mesmo em 24P. A empresa t rouxe George Lucas , que es tá produz-indo “Star wars : episódio II” usando o formato HDCAM, para tes temunhar que quase não exis tem di ferenças entre f i lmar em pel ícula ou usar a tecnolo-gia digi tal . Lucas af i rmou que “nunca mais vai usar pel ícula para produzir um f i lme”. “O importante é entre ter a platé ia . Não me interessa a tecnologia. O que importa é o resul tado na te la . Se eu gostar , es tá tudo bem.”A P a n a s o n i c c o n s i d e r a q u e o s e q u i -p a m e n t o s d e a l t a d e f i n i ç ã o s e r ã o u s a d o s d e i m e d i a t o n o c i n e m a d i g i -t a l . “ E s s a é a p l i c a ç ã o q u e c r e s c e r á m a i s r a p i d a m e n t e , p o r i s s o d a r e m o s g r a n d e ê n f a s e a o d e s e n v o l v i m e n t o d e n e g ó c i o s d e H D c i n e m a ” , a f i r m o u K a t s u h i k o Y a m a m o t o , d i r e t o r d a M a t s u s h i t a / P a n a s o n i c .

No universo das redes de TV americanas , segundo Fr i t t s , a pr incipal mudança não tem muito a ver com tecnologia. Ele focou seu discurso na div isão que há hoje nessa indústr ia nos EUA, com a br iga entre af i l iadas e redes , chegando até mesmo a agradecer a ABC por permanecer na NAB. Fritts também chamou a atenção para a enorme queda de faturamento publicitário que a mídia vem enfrentando. A associação vem

passando por um complicado processo de perda de seus principais associados (principalmente as grandes redes) devido ao fato de defender regras de controle de propriedade e área de cobertura (ver box pág. 20). Mais de 150 palestras, patrocinadas pelas diversas associações da indústria audiovisual norte-americana foram realizadas para discutir os mais variados temas durante a NAB 2001. Mas a implantação da televisão digital nos Estados Unidos pautou boa parte da grade.Eddie Fritts afirmou na abertura do evento

que a indústria tem dois caminhos para migrar para a TV digital: o do mercado ou o do governo. “Se seguirmos o mercado, a transição levará ainda muitos e muitos anos. Mas para fazermos o que quer o governo, ou seja, substituir 300 milhões de televisores em cinco anos, precisaremos de uma intervenção governamental para atender às necessidades dos usuários.” Essa intervenção deveria acontecer em três aspectos, segundo ele. Um seria obrigar as redes de cabo a transmitir todos os canais abertos

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N O V O P Ú B L I C Otanto os expositores quanto o público da nab mudou ao longo dos anos. “atualmente só 25% dos participantes são broadcasters”, considera edward grebow, presidente da sony broadcast and Professional. “os representantes do segmento de produção também estão na casa dos 25% e a outra metade do público são profissionais das áreas de internet, produtoras de vídeo, gente ligada à área governamental e diversos outros negócios.”

ACAMINHODODIGITAL

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( le i do mus t car ry) , inc lus ive em HDTV (nos EUA, a maior par te dos la re s r ecebe o s ina l de TV por redes de cabo) . Out ro se r ia obr igar os fabr icante s de TVs a inc lu i um recep tor de DTV em todos os apare lhos fabr icados a par t i r de agora . E , f ina lmente , o governo dever ia re so lve r a ques tão da in te roperab i l idade en t re DTV e cabo .O chaiman da Federa l Communica t ions Commiss ion , Michae l Powel l , d i s se não concordar com as da tas p ré -e s tabe lec idas e complementou d izendo que e las são incons i s t en te s com a h i s tó r ia da implantação de out ras t ecnolog ias . Mas e l e l embrou que o prazo de 2006 para a t rans ição to ta l é uma dec i são do Congres so nor te -amer icano , e não pode se r a l t e rado pe la FCC. “Ninguém va i perder o seu negóc io por descumpr i r o s p razos , mas todos t e rão que e s tudar um mode lo para a t rans ição . A cada ano aumenta o número de amer icanos que paga para ve r t e l ev i são , e o s b roadcas te r s t êm que se perguntar que mode lo de negóc ios t e rão no fu turo .” Grebow, da Sony , a f i rmou ca tegor icamente durante a co le t i va da empresa que o caminho para a TV d ig i ta l nos Es tados Unidos é v ia cabo , po i s a s antenas ex te rnas e in te rnas não t êm mais e spaço no mercado . “Será neces sár io um acordo en t re o s b roadcs te r s e o s operadores de cabo , po i s o car r iage é e s senc ia l para a t rans ição para DTV .”Embora 185 emissoras já es te jam transmit indo digi talmente , a velha his tór ia do ovo e da gal inha cont inua em discussão. Os broadcasters argumentam que não há um número de receptores

de DTV no mercado que jus t i f ique o inves t imento em programação d ig i ta l . Os fabr icante s de apare lhos de TV reba tem d izendo que sem programas não ex i s t e ape lo de vendas e por i ss o e l a s a i n d a s ã o b a i x a s . E m r e l a ç ã o a e s s a q u e s t ã o , P o w e l l d i s s e q u e c a b e a o s b r o a d c a s t e r s l i d e r a r a m i g r a ç ã o , i n v e s t i n d o n a p r o g r a m a ç ã o . “ H á milhares de fatores . A programação, os receptores , a vontade do usuário . E cada um deles afe ta a t ransição. Mas o broadcast tem de assumir a l iderança des t e p ro je to , po i s fo i quem cr iou e incent i vou a ex i s t ênc ia da TV d ig i ta l .”

fa l ta ram os fogos

De acordo com a CEA (Consumer Electronics Association), em janeiro deste ano foram vendidas 81.269 unidades de televisores e monitores digitais, totalizando mais de US$ 159 milhões, 234% mais do que em janeiro de 2000. Para tentar deslanchar as vendas de televisores e conversores de

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N A B

S E M L I M I T Eem relação a um dos assuntos mais quentes desta edição da nab - o limite de 35% das residências com tv que emissoras de um mesmo grupo pode cobrir nos estados unidos -, o chairman da Federal communications commission, michael Powell, disse que espera os resultados da ação que corre na Justiça a este respeito. mas afirma ser contra a restrição, alegando que ela não garante a liberdade de expressão, não necessariamente garante a pluralidade de opiniões e que ele (que é um liberal republicano) prefere deixar que o mercado se regule sozinho, em vez de impor restrições.

TV digital nos EUA, a CEA e a National Association of Broadcasters (NAB) anunciaram uma ação conjunta para promover o sistema. A ação inclui uma campanha publicitária, um programa de envolvimento dos revendedores locais e um trabalho de relações públicas. As duas entidades e mais o ATSC (Advanced Television Systems Committee), montaram um espaço denominado DTV Store, localizado no Grand Lobby do LVCC, onde estavam sendo mostrados os produtos de DTV disponíveis no mercado para os consumidores, como receptores, set-top boxes, antenas internas e externas e PCs com capacidade de recepção de TV.A Zenith demonstrou durante a NAB 2001 o E-VSB, que visafortalecer o desempenho global da transmissão na modulação 8-VSB, usada pelo padrão ATSC. Sua aplicação implica melhoria da recepção do sinal terrestre por antenas fixas e também poderá ser aplicada em serviços móveis. Para conseguir maior robustez, o E-VSB troca a taxa de transmissão de bits pela maior capacidade de resistir a ruídos e problemas de multipercurso, isto é, troca a definição de imagem pela robustez. Para a maioria dos broadcasters brasileiros que visitaram os pavilhões de exposição e assistiram às palestras, a primeira NAB do milênio foi morna. De acordo com comentários de técnicos e engenheiros presentes às demonstrações, o E-VSB, embora represente uma melhoria à recepção do padrão norte-americano, ainda não atende às necessidades brasileiras.Em relação à situação norte-americana, nem o discurso liberal do presidente da FCC, Michael Powell, ajudou a melhorar os ânimos, uma vez que qualquer mudança em relação às regras de afiliação e restrições à área de cobertura devem antes passar pelo Congresso. A inércia no processo de implantação da DTV nos Estados Unidos ficou clara: ninguém comemorou nenhum número ou meta. Ou seja, nos EUA, a TV digital ainda não empolgou.

* colaborou andré mermelstein

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Carlos Eduardo Zanatta E raquEl ramos

JOsÉ LeITe PereIra FILHO

Pouco an tes de embarcar para

Las Vegas (EUA) para par t i c ipar

da NAB 2001, o conse lhe i ro

da Agênc ia Nac iona l de

Te lecomun icações fa lou com Te la

V iva sobre TV d ig i ta l e se rv i ços

de te lecomun icações , após a

co locação em consu l ta púb l i ca

do re la tó r io do

CPqD, em 17 de abr i l .

Tela Viva - No que o relatório do CPqD difere do relatório do Grupo Abert/SET?José Leite - Em primeiro lugar, os relatórios Abert/SET são puramente t écn icos . E le s apenas abordaram os re su l tados t écn icos ob t idos pe los t r ê s sistemas. Esta consulta agora, não é exclusivamente técnica. É um relatório do CPqD como consultor contratado pela Anatel . Fora isso, há os diversos aspectos que uma decisão deste t ipo tem, além da tecnologia. Estamos colocando esses pontos na consulta pública porque não somos os donos da verdade, é preciso ter transparência. As afirmações que estão no relatório integrado podem ter erros. Isso é um livro aberto para que todo mundo opine.

TV - Existe no mundo alguém fazendo este tipo de escolha?JL - Como o Bras i l não . Eu e s t i ve em Kiev (Ucrânia) em uma reunião da UIT (União In te rnac ional de Te lecomunicações) sobre padrão de t e l ev i são d ig i ta l . Nós fomos animados por pensar que e l e s i r iam debate r a s t ecnolog ias d ig i ta i s . A d i scussão lá não e ra e s sa . A Europa toda já se dec id iu pe lo DVB. Mas hav ia pa í se s a f r i canos , que normalmente ado tam o padrão do ant igo co lonizador . Me tade pega o que a França ado tar e a out ra metade pega o padrão ing lê s . Fora os por tugueses , que t êm c inco ex-co lônias . Como são todos europeus , acabam f i cando com o DVB. Na Ás ia , o Japão t em uma in f luênc ia grande . Então , apenas a Amér ica La t ina pode t e r uma cer ta independênc ia , não e s tá tão amarrada do ponto de v i s ta po l í t i co . Nes se ponto damos uma de “ga lo cego” e tomamos uma medida que não e s tava no “book” . Então , o único pa í s que es tá fazendo um es tudo muito sér io é o Brasi l . A Austrál ia também fez um es tudo comparat ivo e já escolheu com independência, tanto é que escolheu o DVB com adaptações . Na Europa a largura de banda é de 8 MHz e na Austrál ia é 7 MHz. Mas, d i ferentemente da Austrál ia , f izemos nossos tes tes dos s i s temas nas mesmas condições : todos usando a faixa de 6 MHz.

TV - As adaptações para o DVB transmitir em 6 MHz não são muitas?JL - Não. O único problema é que quando se diminui a banda, diminui a velocidade. Ao invés de 22 Mbps, f icam 20 Mbps. A velocidade de t ransmissão de dados é função da largura da banda. Não tem milagre . Quem usa 6 MHz tem um l imite , e se a largura de banda for maior tem um limite maior que este. Dá para transmitir TV de alta definição e ainda sobra uma parte para transmitir dados. Todas essas opções são importante s e a Anate l não pode se a rvorar em dona da ve rdade . Se vocês o lharem bem, a l i e s tão a f i rmações que podem es tar e r radas . Pre tendemos sa i r da consul ta públ i ca com um conjunto de in formações o mais p róx imo da ve rdade

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poss í ve l . Vamos aprender na NAB. O fa to de se r um ambiente pró-ATSC não é p rob lema, porque é o maior encont ro do mundo , e s ta rão todos lá . Acho que é uma opor tunidade exce len te de aumentar o conhec imento da Anate l . Vamos conver sar com quem qui se r . Não t emos nenhuma prevenção . A dec i são se rá bem tomada quando se conhecer o máximo sobre o as sunto .

TV - Qual é a síntese da questão?JL - A d i g i t a l i z a ç ã o a u m e n t a m u i t o a c a p a c i d a d e e a p o s s i b i l i d a d e d e a p r o v e i t a m e n t o d o e s p e c t r o . O n d e h a v i a u m , p a s s a a t e r a p o s s i b i l i d a d e d e q u a t r o p r o g r a m a s c o m u n s o u d e u m e m a l t a d e f i n i ç ã o . D a í é q u e s u r g e m a s d ú v i d a s . E a g o r a , i s s o é apenas para fazer televisão? Será que não pode ser usado para outra coisa também? O que temos de definir é como será o modelo de exploração. Por isso, o anexo preparado pelo CPqD é uma verdadeira aula de TV digital.

TV - Mas então vai ficar claro que televisão, que no mundo inteiro é serviço de telecomunicações, também será serviço de telecomunicações no Brasil?JL - No Brasil radiodifusão também é serviço de telecomunicações.

TV - Mas existem diferenças constitucionais. Como será possível combinar o que hoje é puramente radiodifusão a partir de uma outorga dada pelo Ministério das Comunicações, com licitação ou não, e os novos serviços que poderão ser prestados? Como é que o senhor vê isso?JL - Sem dúvida nós temos no Brasil uma enorme dificuldade, que é o fato de ser o ministério que dá a outorga enquanto a Anatel é responsável pela parte técnica. Acontece que elas não se separam totalmente.

TV - As atuais geradoras vão pagar pelo novo canal digital e depois devolver o antigo? JL - O m o d e l o d e n e g ó c i o é q u e v a i d e f i n i r i s s o . O m o d e l o n a d a m a i s é d o q u e d i z e r c o m o a d m i n i s t r a r e s t a n o v a c a p a c i d a d e d o c a n a l d e 6 M H z . H á a l g u m a s a l t e r n a t i v a s . U m a d e l a s , b e m c o n s e r v a d o r a , d i z q u e o c a n a l d e t e l e v i s ã o e r a p a r a t r a n s m i t i r u m p r o g r a m a , s e f o r t r a n s m i t i r m a i s , v a m o s r e g u l a m e n t a r e s t a c o i s a . U m a o u t r a d i r i a q u e n ã o i n t e r e s s a o q u e s e r á t r a n s m i t i d o , p o r q u e o c a n a l e s t á b l o q u e a d o p a r a i s s o e s e a t e c n o l o g i a p o s s i b i l i t a t r a n s m i t i r m a i s i n f o r m a ç ã o , q u e a s s i m s e j a . H á v á r i o s s e r v i ç o s p o s s í v e i s . É a m e s m a c o i s a q u e n o c e l u l a r . O c a n a l a n a l ó g i c o t e m u m a c a p a c i d a d e . Q u a n d o d i g i t a l i z a , t e m o u t r a c a p a c i d a d e .

TV - A TV digital tem a possibilidade da recepção móvel. Questiona-se então por que algumas empresas pagaram bilhões pelas licenças de SMC e de SMP e agora, quem nunca pagou nada poderá prestar o mesmo serviço?JL - Quando se fa la de se rv i ço móve l em TV , o que e s tá se fa lando é que os apare lhos móve i s , o s ce lu lare s , por exemplo , poderão t e r a lém do seu ch ip normal , mai s um out ro ch ip que permi ta receber a t ransmis são de t e l ev i são . E le va i usar o d i sp lay de le para ve r p rogramas de TV . Será como um apare lho recep tor por tá t i l . I s so se r ia impor tante do ponto de v i s ta mercadológ ico? Quem tem de ava l iar i s so são os d i re tamente in te re s sados . I s so é d i f e ren te da t e rce i ra geração dos se rv i ços móve i s que também te rá a poss ibi l idade de v ídeo. Mas esse v ídeo do IMT 2000 ou o UMTS será recebido pelo canal normal , como dados , e normalmente acessa o provedor de Internet . A meu ver , essa imagem não compete com a imagem da te levisão. Isso vai f icar por conta do fabricante do equipamento, que, se por acaso, encontrar mercado para i sso , vai começar a fazer o celular com esse chip

adicional . O v ídeo que es tará disponível na terceira geração não tem nada a ver com a te levisão aberta , e le é mais para v ideoconferência e tc . É t ransmissão de dados . Tem uma apl icação da te levisão no celular que eu acho que é a seguinte : a part i r do momento em que você recebe a imagem normal da te levisão, e ao mesmo tempo você es tá com o canal de re torno na mão, que é o celular , você poderá ter a te levisão interat iva, d ire tamente no celular . A pessoa pode escolher programas, dar opinião. Aí é um serviço complementando o outro. Quando eu for usar o canal de re torno eu es tou pagando a companhia te le fônica. Ninguém está roubando o t ráfego do outro, pelo contrár io , pode até es t imular o t ráfego.

TV - É o que faz o WAP?JL - Quando consegue. Outro dia eu ouvi uma definição do WAP que é boa: “wait and pay”. Por ser uma tecnologia de circuito, significa que você está pagando o tempo todo. É bem lento, mas você está pagando e recebe o mínimo de informações . O celular que v irá depois deverá ut i l izar uma tecnologia de pacotes , você vai pagar pela informação transmit ida. Você paga pelos b y t e s q u e e s t á t r a n s m i t i n d o . A t e l e v i s ã o m ó v e l s e r á d i f e r e n t e . U m d e v e r á e s t i m u l a r o o u t r o . O q u e existe de fato é que aumenta a capacidade. Vai deixar a empresa continuar com aquele canal todo ou vai fazer como nos outros serviços, se você usa uma tecnologia mais avançada, manda mais informação, se não tem, manda menos.

TV - O senhor imagina uma transição no Brasil como a norte-americana, com oito anos de prazo? Vamos começar quando a transição nos Estados Unidos, por exemplo, já estiver avançada.JL - Eu acho que é mais realista a transição em dez anos. Parece fora de cogitação que a geradora fique com os dois canais depois de implantada a TV digital. Os dois canais são apenas para o período de transição porque não dá para mudar de repente. Como é que o povo vai comprar aquele aparelho?

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A N T E S D A F E S T A

môniCa tEixEira

Market ing promocional . Por t rás desse nome exis te uma inf inidade deestratégias para aumentar vendas, incentivar a produção dos funcionários, fidelizar clientes e, claro, dar mais lucros às empresas. Para simplificar, pode chamar de evento. “A palavra evento precisa ser redefinida”, diz a diretora da Miksom, Ivenise Angelini, “Evento engloba tudo: feiras, lançamento de produtos, convenções, atividades de integração e de motivação dos funcionários, desde que tenham conteúdo e que busquem resultados. Por isso, movimentam um mercado diferente do das agências de publicidade, com regras próprias.” A relação entre o cliente e a agência é estável, uma parceria fixa. Para a produtora de eventos, conquistar o cliente não é um

Vár i a s p rodu to ra s

e spec i a l i za ram - s e em p rodução

de e ven to s , um me r cado

com r eg ra s p róp r i a s , onde a

c r i a t i v i dade e a ve r sa t i l i dade

são e l emen to s - c have pa ra

ganha r uma conco r r ên c i a .

caminho fácil. A maioria das empresas que contratam produtoras para criar seus eventos trabalha com o sistema de concorrência. Ganhar o coração do cliente é provar que é melhor do que os adversários. As empresas passam um briefing para as produtoras contendo a idéia, um limite de orçamento e o objetivo do evento. A partir dessas dicas básicas, as produtoras desenvolvem um projeto.Isso significa investimento de tempo, dinheiro e fosfato das pessoas envolvidas e nenhuma garantia de que o trabalho vai ser aprovado pelo cliente. “O planejamento da apresentação de um projeto inteiro pode levar semanas e tem um custo elevado”, diz Ivenise, que realiza, em média, dez eventos por mês.“Já investimos mais de R$ 100 mil no planejamento de um evento”, conta José Victor Oliva, diretor do Banco de Eventos. “Era uma convenção no exterior e para planejá-la foi preciso mandar pessoas para fazer a produção fora do País.” A conta incluiu gastos com passagens aéreas e hospedagem de toda a equipe. No final, valeu a pena. “Vencemos, somos ganhadores. Ganhamos mais de 50% das concorrências”, afirma Oliva.Na TV1 Eventos, alguns planejamentos envolvem todos os profissionais do grupo TV1, formado também pela TV1

Digital , responsável pela área de vídeo e a TV1.com, empresa voltada para a Internet. “Somos quase paranóicos”, diz Sérgio Motta Mello, diretor da TV1, sobre a concorrência. Quando perdem, mandam um formulário para a empresa. “Queremos saber por que perdemos.”

fa l ta de padrões

Tudo conta numa concorrência: o custo, a criatividade e a otimização da verba do cliente. E a maior queixa das produtoras mais tradicionais do mercado é a falta de padrões. As empresas concorrentes têm perfis muito diversificados. De grandes e tradicionais produtoras a pequenas e novatas no mercado. A diferença de estrutura se reflete na qualidade e, principalmente, no custo do trabalho. “Não existe padronização das produtoras de eventos”, lamenta Carlos Ortali, vice-presidente da Miksom. “Temos o nosso próprio caminho e estamos no mercado há 30 anos e quase todos os concorrentes se basearam no nosso modelo. Temos grandes clientes: as montadoras - Fiat, Ford, GM, Citroën -, Microsoft, Telesp Celular, Nestlé, Bradesco e muitos outros. Organizamos event o s q u e e n v o l v e m a p r o d u ç ã o d e c e n á r i o s , s i t e s , v í d e o s , t e l a s , s h o w s e t c . E u m p o u c o d e t u d o i s s o t e m

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P r o d u ç ã o

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de es tar presente na apresentação do proje to para o c l iente .” “A forma de apresentação faz parte da estratégia da produtora”, revela Luiz Eduardo Colautto, o Luti , diretor e operações da AV Produções. Ou seja, não se pode fazer economia para seduzir o cliente. Quem arca com esse custo é a produtora.O Banco de Eventos participa de três ou quatro concorrências por mês, mas só entra na disputa quando sabe quem são os adversários. “Eu não posso competir em preço com uma produtora que tem apenas dez funcionários. Eu tenho cem”, argumenta Oliva.A negociação é fe i ta d i r e t a m e n t e c o m o d e p a r t a m e n t o d e m a r k e t i n g d a e m p r e s a . “ N ã o e x i s t e m p e s s o a s e s p e c i a l i z a d a s e m e v e n t o s d e n t r o d a s e m p r e s a s , e l a s n ã o s ã o e x p e r i e n t e s e , m u i t a s v e z e s , n ã o s a b e m e s c o l h e r a s

p r o d u t o r a s ” , a n a l i s a L u t i d a A V .Apesar das cr í t icas , Ol iva é a favor desse método. “Quando não se conhece a empresa , o s eu d i f e renc ia l , a concorrênc ia é sa lu tar , s e rve como um car tão de apresentação .” Mas e l e acred i ta que a médio e longo prazo , o s i s t ema de concorrênc ia de ixa de se r e f i caz . “A t endênc ia é que o c l i en te e a produtora se to rnem parce i ros , como acontece com as agênc ias de publ i c idade . A s parcer ias f ixas de fendem melhor os in te re s se s dos c l i en te s” , exp l i ca Ol i va .

Dos 30 clientes do Banco de Eventos, oito já são parceiros f ixos, entre eles Ambev, Fiat, Banco Real, CitiBank, Natura e Philip Morris .“É estimulante”, confessa Fred Falci, sócio da AV. “Temos frustração às vezes. O cliente diz que o importante é a idéia, mas sempre é uma

combinação de idéia com custo. É preciso ter muito feeling para saber quanto o cliente quer gastar.”

idé ias emocionantes

A TV1 Eventos tem apenas t rês anos de v ida. E não pára de crescer . “Dobramos o faturamento a cada ano”, diz Motta Mel lo . Ela conta com a vantagem de ter à dis p o s i ç ã o a i n f r a - e s t r u t u r a d o g r u p o T V 1 “ P r o d u z i r v í d e o s e s o l u ç õ e s o n l i n e d e n t r o d a p r ó p r i a e m p r e s a b a r a t e i a o s o r ç a m e n t o s . ”A AV tem outra estratégia. A cada seis meses viaja ao exterior para conferir as novas tecnologias de apresentação. Para o lançamento da nova família Palio, da Fiat, usou um equipamento que permite fazer a fusão de vários projetores. O resultado foi uma projeção em tela de 15 metros por quatro. “Criamos experiências inusitadas de percepção”, diz Lute. No Salão do Automóvel, a AV transformou uma sala em cinema com piso giratório e tela circular. À medida que o piso girava, novos elementos se iluminavam na tela. “Conseguimos

A NEgociAção é FEiTA DirETA-mENTE ENTrE A proDuTorA E o

DEpArTAmENTo DE mArkETiNg

DA EmprESA.

P r o D U ç ã o

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viabilizar tecnologia de fora com o nosso pessoal, a um custo mais baixo.” Os custos de um evento variam muito. De R$ 100 mil a mais de R$ 1 milhão. A Fiat, por exemplo, investiu R$ 2,3 milhões para lançar novos modelos de carros.Orga n i z a r u m e v e n t o p o d e s e r u m g r a n d e d e s a f i o . D a n e c e s s i d a d e d e s e r c a d a v e z m a i s c r i a t i v o s u r g e m i d é i a s i n u s i t a d a s c o m o , p o r e x e m p l o , f a z e r o l a n ç a m e n t o d e u m c a r r o , u m a p i c k -u p , e m p l e n a C h a p a d a D i a m a n t i n a , n o i n t e r i o r d a B a h i a . A p r o d u ç ã o t e v e d e i l u m i n a r a c i d a d e d e L e n ç ó i s i n t e i r a e t r a n s p o r t a r t u d o e t o d o s e m v ô o s f r e t a d o s p o r q u e n ã o h a v i a a e r o p o r t o n a r e g i ã o .“Fizemos para a Fiat um evento em Sauípe (BA) no mês passado, onde o cenário era um campo de futebol, com arquibancada e tudo, 20 carros entrando e saindo do cenário, e isto dentro do salão de convenções do hotel . Todos os vídeos e telas para palestras foram produzidos para projeção em cinco telas, permitindo uma visualização impecável

das mensagens”, diz Paulo Suplicy, diretor de criação da M i k s o m . “ E s ó f i z e m o s p o r q u e c o n s e g u i m o s p a s s a r n a h o r a d a a p r e s e n t a ç ã o d o p r o j e t o , a e m o ç ã o q u e a c o n t e c e r i a ” A c h e g a d a d a A T & T n o B r a s i l f o i o e v e n t o m a i s c o m p l e x o f e i t o p e l a T V 1 . “ O s f u n c i o n á r i o s d e i x a r a m a e m p r e s a c o m o n o m e N e t s t r e a m e no dia seguinte , chegariam para t rabalhar em uma nova empresa, a AT&T”, conta Vânia Cior l ia , d ire tora de cr iação da TV1 Eventos . “Começamos com ações dentro da empresa para recepcionar os funcionários . Houve t roca de crachá, banda e café da manhã. E ainda, j a n t a r p a r a a a p r e s e n t a ç ã o d a s e s t r a t é g i a s d a n o v a e m p r e s a . D o i s d i a s d e p o i s , a f e s t a p a r a o s c l i e n t e s . ” O u m e l h o r , a s f e s t a s . E m B e l o H o r i z o n t e e n o R i o d e J a n e i r o p a r a 5 0 0 p e s s o a s e e m S ã o P a u l o p a r a d u a s m i l p e s s o a s . S e m

c o n t a r o t r a b a l h o q u e p r e c e d e o e v e n t o : c o n v i t e s , m a l a s d i r e t a s , b r i n d e s , s i t e s . . . Cada evento é uma superprodução.“Com o cenário compet i t ivo , há a necess idade de falar dire tamente com o c l iente . O evento é poderoso

na comunicação segmentada. A com u n i c a ç ã o e s t á m u i t o f r i a , e s t á t u d o m u i t o h i g h t e c , p r e c i s a m o s d e a ç õ e s h i g h t o u c h . O e v e n t o é i s s o ” , c o n c l u i M o t t a M e l l o .Carlos Ortal i , da Miksom fala como é p o s s í v e l s o b r e v i v e r n u m m e r c a d o t ã o c o m p e t i t i v o c o m o e s t e d u r a n t e 3 0 a n o s : “ V o c ê p r e c i s a t e r m u i t a e x p e r i ê n c i a , c r i a t i v i d a d e c o m c o n s i s t ê n c i a 2 4 h o r a s p o r d i a , a f i n i d a d e e d o m í n i o d a t e c n o l o g i a , c a p a c i d a d e d e p r o d u ç ã o c o m p r o v a d a e a c i m a d e t u d o , t e r m u i t a s e n s i b i l i d a d e p a r a c o n h e c e r a s n e c e s s i d a d e s e d e s e j o s d o s c l i e n t e s ” .

criATiviDADE E DomíNio DA

TEcNologiA São rEquiSiToS báSicoS

pArA quEm quEr SE mANTEr No

mErcADo.

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T E L A V I V A m A I o D E 2 0 0 12 �

Paulo BoCCato

P r O G r a M a ç Ã O r e G I O n a L

aLaGOasAlagoas , um dos menores es tados nordest inos , tem uma pequena proporção de programas locais nas grades de suas emissoras regionais . Das grandes redes nacionais , apenas Globo, Bandeirantes e SBT contam com geradoras no es tado, todas concentradas na capi tal , Maceió . A Record tem uma retransmissora, que cobre

se te municípios num raio de 30 km da capi tal que inclui Rio Largo e Marechal Deodoro, mas t ransmite a programação da rede, abrindo espaço apenas para alguns comerciais locais . A lagoas tem 2,7 milhões de habi tantes (dos quais 794 mil se concentram em Maceió) , espalhados por 101 municípios , com 550 mil domicí l ios com TV e Índice de Potencial de Consumo (IPC) de 1 ,203%.

TV GAZETA DE ALAGOAS (Maceió , cana l 07 )

A TV Gazeta é a maior e mais ant iga emissora local . A f i l iada da Rede Globo desde sua fundação, em 1975, a geradora faz parte de um grupo de comunicação l igado à famíl ia Mel lo , que inclui o jornal homônimo, quatro emissoras de rádio (Gazeta AM e FM, em Maceió; Gazeta FM, em Arapiraca, e Gazeta AM, em Pão de Açúcar) , a gráf ica Gazeta , a empresa de Internet Gazeta Web, o ins t i tuto de pesquisas Gape e a fundação cul tural Inst i tuto Arnon de Mel lo . Em sua área de cobertura es tão 77 municípios alagoanos, a lém da c idade de Manari , no v iz inho Estado de Pernambuco. As pr incipais c idades alcançadas pela programação da emissora são Arapiraca (onde a emissora tem uma unidade instalada), Palmeira dos Índios , Rio Largo, Penedo, União dos Palmares , São Miguel dos Campos, Coruripe , Delmiro Gouveia e Santana do Ipanema. A população total é de 2 ,5 milhões de habi tantes , com 544 mil domicí l ios com TV, 2 ,3 milhões de te lespectadores potenciais e IPC de 0 ,922%.A programação local inclui os te le jornais diár ios “AL TV”, em

duas edições , e “Bom dia Alagoas”, além de um bloco local no programa “Globo esporte”. Nos f inais de semana, a TV Gazeta t ransmite os locais “Gazeta economia”, aos sábados , “Santa Missa em seu lar” e “Gazeta rural” , aos domingos .

TV PAJUÇARA (Maceió , cana l 11 )

A TV Pa juçara é a f i l iada do SBT desde sua c r iação , em 1992 , e per t ence aos mesmos propr ie tár ios da Antena 1 FM, também s i tuada na cap i ta l do e s tado . A lém da geradora de Mace ió (que a t inge c idades como Rio Largo , São Migue l dos Campos e Corur ipe) , a TV Pa juçara , conta , a tua lmente , com re t rans -mis soras nos munic íp ios de Arap i raca (cuja área de cober tura inc lu i a c idade de Pa lmei ra dos Índ ios) , Penedo , União dos Pa lmares e Santana do Ipanema, num to ta l de 57 munic íp ios e do i s mi lhões de habi tante s . A inda e s t e ano , s e rão ins ta ladas novas re t ransmis soras em Matr i z de Camaragibe , Por to Ca lvo e Maragogi , ampl iando o a lcance de sua programação para 68 c idades e 2 ,2 mi lhões de habi tante s .Sua programação regional é centrada no te le jornal ismo. São t rês te le jornais diár ios - “TJ manhã”, “TJ tarde” e “TJ noi te” - , a lém de um programa semanal de entrevis tas e debates , o “Pajuçara especial” , sobre assuntos tão diversos como pol í t ica , cul tura e economia. Dois programas independentes completam a grade local da emissora: “Cartas na mesa”, de entrevis tas sobre pol í t ica , e “Programa IN”, de colunismo social , cujo nome remete às inic iais do apresentador Isaac Newton.

TV ALAGOAS (Maceió , cana l 05 )

Af i l iada da Bandeirantes desde novembro de 1998, a TV Alagoas foi cr iada em 1982, já tendo passado pelas redes SBT, CNT e Manchete . O grupo proprie tár io da emissora conta também com duas emisso-ras de rádio na c idade de Palmeira dos Índios . Com alcance antes res t r i to a oi to municípios da região de Maceió , a TV Alagoas acaba

TV GaZeTa De aLaGOasProgramas Diasdeexibição HorárioBomdiaAlagoas Seg-sex 6h45a7h15ALTV-1ªedição Seg-sex 11h50a12h40 Sábado 12h10a12h40Globoesporte-blocolocal Seg-sáb 12h40a12h50ALTV-2ªedição Seg-sáb 19h00a19h15Gazetaeconomia Sábadoa 11h50a12h10SantaMissaemseular Domingo 6h00a7h00Gazetarural Domingo 7h00a7h30

TV PaJUçaraProgramas Diasdeexibição HorárioTJmanhã Seg-sex 6h45a7h30TJtarde Seg-sáb 12h00a12h30TJnoite Seg-sex 18h55a19h15Cartasnamesa Sábado 12h30a13h30ProgramaIN Sábadoa 13h30a14h15Pajuçaraespecial Domingo 9h00a10h00

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de aumentar a potência de seus t ransmissores para 10 kW, pas-sando a at ingir mais 26 c idades , entre as quais Coruripe , ao sul ; Arapiraca e Palmeira dos Índios , a oes te , e União dos Palmares e M a t r i z d e C a m a r a g i b e , a o n o r t e . N o t o t a l , s ã o 3 4 m u n i c í p i o s , c o m 1 , 7 m i l h ã o d e h a b i t a n t e s , 3 5 7 m i l d o m i c í l i o s c o m T V e I P C d e 0 , 8 3 4 % .Pol íc ia e re l igião são os temas centrais da programação local da geradora. São dois te le jornais de produção própria , ambos vol tados pr incipalmente para a cobertura das ocorrências pol ic i -ais do es tado. O “Plantão de pol íc ia”, com duas horas e meia de duração, é apresentado, ao v ivo, por Jé ferson Moraes . O matut ino “Bolet im de ocorrência”, apresentado pelo mesmo Moraes , t raz as

pr incipais ocorrências pol ic iais do dia anter ior . A re l igião com-parece com uma sér ie de programas independentes . Completam a programação, os semanais “Super esporte”, resumo das not íc ias esport ivas do es tado, e o programa de audi tór io “Pel l market ing show”, que t raz apresentações musicais , jogos e sor te ios . Ambos têm produção terceir izada, mas ut i l izam es túdio, infra-es trutura e equipe técnica da emissora.

TV Educa t i va (mace ió , cana l 03 )

A emis sora educa t i va de Mace ió é v inculada ao governo do e s tado . A TVE acaba de ampl iar a po tênc ia de seu t ransmis -sor para 10 kW, aumentando seu a lcance , an te s r e s t r i to à s c idades p róx imas da cap i ta l , para grande par te de A lagoas . A p rogramação loca l é compos ta por t r ê s p rogramas : o t e l e jornal “TVE not í c ias” ; o p rogramete “Por tuguês para todos” , que , com c inco minutos de duração , é ve i cu lado duas vezes ao d ia ; e “Balançando o ganzá” , p rograma vo l tado para as mani fe s tações cu l tura i s e fo l c lór i cas do e s tado .

TV aLaGOasProgramas Diasdeexibição HorárioBoletimdeocorrência Seg-sex 7h30a8h00Plantãodepolícia Seg-sex 12h30a15h00IgrejaNovaVida Seg-sex 6h20a6h30 Domingo 8h30a9h30IgrejadoEvangelhoQuadrangular Seg-dom 7h00a7h30Debemcomavida Seg-sex Apósoencerramento daprogramaçãodaredeAlagoasparaCristo Sábado 8h00a9h00Superesporte Sábado 10h00a10h30Pellmarketingshow Sábado 10h30a11h55

TV eDUcaTIVaProgramas Diasdeexibição HorárioTVEnotícias Seg-sex 18h00a18h15Balançandooganzá Sábado 17h00a17h30Portuguêsparatodos Seg-sex Duasvezesaodia, duranteaprogramação

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como seria o mundo se não existisse energia elétrica? Ou se tudo fosse desligado da tomada? Esse foi o conceito desenvolvido pela W/Brasil para o filme da AES, multinacional que está no Brasil há cinco anos e só agora inaugurou sua participação na mídia. A AES entrou no País após a privatização no setor de energia e construiu uma usina termoelétrica em Uruguaiana (RS). Para divulgar a obra e sua participação institucional, a empresa decidiu começar com um filme de peso.O fi lme registra o momento em que a energia cessa, deixando todas as coisas e pessoas l i teralmente paradas no ar. “Não se trata simplesmente de um apagão, mas da maneira como a energia é encarada. Ninguém se lembra que não só as indústrias mas até o chopp gelado não existiriam sem a energia”, explica o

diretor de criação Ruy Lindenberg.São várias cenas em que as pessoas estão em movimento e de repente param, mas a câmera realiza um movimento em torno delas, criando uma sensação de volume e d e p l a n o s s o b r e p o s t o s , a o c o n t r á r i o d o s i m p l e s c o n g e l a m e n t o d a s i m a g e n s , q u e t r a n s f o r m a t u d o e m u m a f o t o g r a f i a , e m i m a g e m e s t á t i c a . “ A s i m a g e n s t e r i a m d e e s t a r c o n g e l a d a s , m a s n ã o c o m u m s i m p l e s e f e i t o d e f r e e z i n g . P o r i s s o o p t a m o s p o r t r a z e r o s i s t e m a d e c â m e r a s u t i l i z a d o n o l o n g a ‘ M a t r i x ’ ” , e x p l i c a L i n d e n b e r g . O o r ç a m e n t o , d e R $ 7 0 0 m i l , p r e v i a d o i s d i a s d e f i l m a g e m c o m a c â m e r a , o q u e p e r m i t i r i a r o d a r t r ê s c e n a s . A s d e m a i s s e r i a m f e i t a s a p e n a s c o m e f e i t o s n o r m a i s d e f r e e z i n g . “ N o

f i n a l , o s a m e r i c a n o s g o s t a r a m d a n o i t e p a u l i s t a n a e r e s o l v e r a m f i c a r c i n c o d i a s . P u d e m o s e n t ã o f a z e r t o d a s a s c e n a s c o m o e f e i t o q u e t í n h a m o s i m a g i n a d o ” , e x p l i c a W a s h i n g t o n O l i v e t t o . “ T í n h a m o s u m a g r a n d e i d é i a q u e s ó p o d e r i a s e r r e a l i z a d a a s s i m . S a b í a m o s q u e s e r i a c a r o , m a s o c l i e n t e t a m b é m a p o s t o u ” , c o m p l e t a . O f i lme or ig ina l , de um minuto , d i vu lga a nova us ina de Uruguaiana . A s in formações e s tão todas na locução . Para aprove i ta r a carga ins t i tuc ional do f i lme , porém, se rão f e i ta s novas ve r sões , com novo t ex to , em 45 e 30 segundos . Em tempos de seca e p rev i são de rac ionamento de energ ia , o f i lme a inda se rve como propaganda cont ra o desperd íc io de energ ia .

T E L A V I V A m A I o D E 2 0 0 13 0

( making of ) Lizandra de Almeida

Fora da tomada

Abrincadeiracomeçaemfrente

aoTeatroMunicipaldeSãoPaulo,

quandoumguardadetrânsitoapita

paraoscarros.Tudo,então,pára.

Acenatemmuitoselementos:uma

executiva,quedeixavoarfolhasde

papel,umrapazandadeskate,um

motoqueiroemuitospedestres.Em

outrasituação,criançasbrincam

noPátiodoColégiocompombos.

Umjogadordefutebolfazumabici-

cleta,umcozinheirofritaumapan-

quecaqueficasuspensanoar,um

grupodeamigostomachopp.Uma

dascenasmaisbonitasplastica-

menteéadeumagarotanapiscina.A

imagempárajustamentenahoraem

queelasaidaáguaejogaocabelo

paratrás.Todasasgotaseocabelo

emmovimentoficamsuspensos.

“Nacenadasgarotascomaspom-

bas,tínhamosdecontarcomum

elementoextra,queeraaboavon-

tadedaspombas.Aproduçãocolo-

cavacomidaparaelas,eesperáva-

mosatéqueumbandosereunisse.

Daírodávamosacena.Masdepoisde

umcertotempo,elasperceberame

foificandomaisdifícilatrai-laspara

acomida”,contaodiretor.

T U D O P A R A D O

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T E L A V I V A m A I o D E 2 0 0 1 3 1

Ousodoequi-

pamentonão

écomplicado,

mastrabalhoso.

Amontageme

calibraçãoda

câmeraexigem

cercadetrês

horas.Paraaju-

starofocoedeterminaropontofocal

paraoqualtodasaslentesdevemcon-

vergir,éprecisousarcontrolesalaser.

Alémdisso,acoordenaçãodosatores

deveserperfeita,paraquetodosos

elementosemquadroestejamna

posiçãoprecisaquandoacâmerafor

acionada.JulioXavierexplicaquea

equipequeacompanhouoequipa-

mento,vindadeNovaYorkedaSuíça,

eramuitoespecializada.Mesmoassim,

“aprimeiravezfoimuitodifícil,pois

acenanãotempoucoselementos.

Pelovideoassist,víamossetínhamos

conseguidocaptardireitooselementos

parados.Comisso,sóconseguíamos

filmardoisplanospordia.Oprincipal

sacrifícioeradosatores,quepouco

eramexigidosemtermosdeinterpre-

tação,mastinhamdeterumamovi-

mentaçãoperfeita”.

Afinalizaçãonãoexigiuefeitosespeci-

aisalémdosjáimpressosnapelícula

eumpoucodetratamentodeimagem.

Acomposiçãofoicomplicada,jáque

resultoudafusãodetrêsimagens:

adacâmeraposicionadanoinício

domovimento,as80chapasda

câmeraespecialeadacâmeraque

éacionadaassimqueomovimento

semicirculartermina.

cIDaDe cOnGeLaDaClienteAESAgênciaW/BrasilDireção de CriaçãoRuyLindenbergProduçãoJXFilmesDireçãoJulioXavierFotografiaWalterCarvalhoMontagemJoãoArrudaTrilhaYBPós-produçãoJXFilmeseTerracota.

f i c h a t é c n i c a

E Q U I P A M E N T O E S P E C I A LAcâmerademúltiplaslentesusadanofilme“Matrix”

veiodosEstadosUnidos.Suacaracterísticaéadecon-

gelarnãosóaimagem,mastodooquadro,demodo

queamesmaimagem,vistasobváriasperspectivas

diferentes,realcecadaelemento.Nessecaso,acâmera

estavasobreumcarrinho,querealizavaummovimento

semicircularemtornodoelementocentraldaação.

“Acâmerapodefazertantoumarcosemicircular,

circundandooobjetoaumângulode120o,comoser

montadaemespiral”,explicaodiretorJulioXavier.O

equipamentoutilizadotinha80lenteseporissotevede

sermontadoemespiral,ouseja,aprimeiralenteestava

emposiçãosuperioràúltima.“Setodasaslentesficas-

semparalelas,aprimeirafilmariaaúltimaevice-versa,

fazendocomqueambasaparecessememquadro.

Noinícioenofinaldacâmeraespecial,haviacâmeras

normais,querodaram

omovimentoantese

depoisdoefeito.”

Oefeitorealizadopela

câmeraéodeumtravel-

lingcircularaoredordo

personagem,sóqueos

elementospermanecem

paradosnaposiçãoem

queestavamquandoacâmerafoiacionada.Apelícula

passapelas80lentes,queimprimemumfotograma

cada,simultaneamente,comoumacâmeradestill.Éa

visãodessas80fotosquedáasensaçãodesuspensão

imediatadomovimento,comprofundidadeevolume.

A C E R T O S F I N A I S

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A fo rma da s pe s soa s a s s i s t i r em

à t e l e v i s ão e s t á mudando . o

t e l e spec t ado r pa s s i vo , que

a s s i s t e ao p rog rama em ca sa

s em i n t e r f e r i r no p rodu to

f i na l , e s t á dando l uga r a um

t e l e spec t ado r pa r t i c i pa t i vo , que

op i na e a l t e ra aqu i l o que é

v i s t o na t e l a .

Nos últimos três anos, começou a crescer significativamente a participação do público na elaboração dos programas de TV. Além do tradicional telefone, utilizado com sucesso em programas como “Você decide” e “Intercine” (da Rede Globo), a Internet tornou-se o recurso mais aproveitado quando se fala de interação. Basta observar programas como “Opinião Brasil” e “Roda viva” (jornalísticos da TV Cultura), “É show!” (Rede Record) e “Super positivo” (da Bandeirantes), entre tantos outros.Entre os profissionais da área, é quase uma unanimidade a certeza de que esse é apenas o início de um processo que ainda vai se desenvolver muito. “A interatividade que nós temos hoje, a velocidade, ainda são pequenas perto do que vai acontecer”, acredita Marcelo Tas, apresentador do programa “Vitrine”, da TV Cultura.

“ A s p e s s o a s , p r i n c i p a l m e n t e o s j o v e n s , n ã o q u e r e m m a i s s i m p l e s m e n t e a s s i s t i r à t e l e v i s ã o . E l e s q u e r e m s e e x p r e s s a r a t r a v é s d a T V , m o s t r a r s u a c a r a , p o r i s s o a i n t e r a t i v i d a d e é t ã o i m p o r t a n t e . E l a p o s s i b i l i t a u m a i n t e r l o c u ç ã o c o m o p ú b l i c o , e n r i q u e c e a p r o g r a m a ç ã o ” , a f i r m a C r i s L o b o , d i r e t o r a d e p r o g r a m a ç ã o d a M T V . S e g u n d o e l a , a e m i s s o r a j á u t i l i z a r e c u r s o s i n t e r a t i v o s h á m u i t o t e m p o , m a s a g r a n d e v i r a d a v e i o e m 9 9 . “ N e s s e a n o n ó s d o b r a m o s a a u d i ê n c i a d a T V e i s s o t e v e m u i t o a v e r c o m a i n t e r a t i v i d a d e ” , a f i r m a .

canal in terat ivo

A MTV é uma das emissoras que mais explora essa poss ibi l idade, há pelo menos t rês anos . Premiado diversas vezes , o s i te da emissora tem conteúdo complementar ao da te levisão e é um dos produtos de maior des taque na casa. Lá é poss ível conhecer mais sobre os VJs e mandar mensagens com sugestões para todos os programas da grade.Atualmente , a maioria das atrações que vão ao ar pela MTV contam com a part ic ipação dos te lespectadores por te le fone ou e-mail . “A tendência é que, no futuro, todos tenham”, a f i r m a C r i s L o b o . D a n o v a g r a d e d e p r o g r a m a ç ã o , q u e e s t r e o u e m m a r ç o , d e s t a c a m - s e o “ C o n t r o l f r e a k ” , “ U á u á ” ( a p r e s e n t a d o p o r M a r c o s M i o n ) , “ T e m j e i t o ” ( a p r e s e n t a d o p o r D i d i ) , “ S o d a P o p ” ( a p r e s e n t a d o p o r S i l v i n h a ) e “ M e n i n a s v e n e n o ” ( d e M a r i n a P e r s o n ) . E n t r e o s p r o g r a m a s a n t i g o s q u e u s a m i n t e r a t i v i d a d e e s t ã o o “ D i s k M T V ” , “Erótica” (que recebe perguntas de telespectadores por e-mail e telefone e exibe algumas mensagens na tela), “Fica comigo” (os participantes têm sua foto veiculada no site da MTV antes de o programa ir ao ar) e “Contato” ( jornal ís t ico em que os telespectadores enviam e-mails que são lidos pelo apresentador Edgard durante o programa).

T E L A V I V A m A I o D E 2 0 0 13 2

lEtíCia dE Castro

t e L e v i s ã o

iNTErATiviDADE: umA poDEroSA ArmA NA

DiSpuTA pElA AuDiÊNciA

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“ C o n t r o l f r e a k ” , q u e e s t r e o u n o ú l t i m o d i a 5 d e m a r ç o , é o m a i s n o v o f e n ô m e n o d a g r a d e d a e m i s s o r a . O p r o g r a m a é u m a e s p é c i e d e “ I n t e r c i n e ” d o v i d e o c l i p e . E l e c o m e ç a c o m u m c l i p , e n q u a n t o s ã o o f e r e c i d a s t r ê s a l t e r n a t i v a s d e c l i p s p a r a s u c e d e r e m e s t e p r i m e i r o . O t e l e s p e c t a d o r v o t a n a q u e l e v i d e o c l i p e q u e p r e f e r e a s s i s t i r . O m a i s v o t a d o é e x i b i d o n a s e q ü ê n c i a . O p r o g r a m a t e m u m a m é d i a d e m i l v o t o s p o r d i a , c h e g a n d o a p i c o s d e c i n c o m i l , q u a n d o a t é e n t ã o o m á x i m o d e p a r t i c i p a ç õ e s v i a I n t e r n e t n a e m i s s o r a e r a d e t r ê s m i l e m u m d i a .P a r a v i a b i l i z a r o p r o g r a m a , a M T V i n v e s t i u R $ 5 0 m i l e m u m s o f t w a r e n o v o , e l a b o r a d o p e l a e m p r e s a b r a s i l e i r a T a b u l e i r o d a B a i a n a , q u e c o m p u t a o s v o t o s d o i n t e r n a u t a e d e t e r m i n a , a u t o m a t i c a m e n t e , o c l i p q u e s e r á e x i b i d o .

v i t r ine

Reformulado há ce rca de do i s anos e meio , o “V i t r ine” é o programa na TV aber ta que mais u t i l i za a in te ra t i v idade . Com uma hora de duração , e l e fa la sobre míd ia e t ecnolog ia , com repor tagens e en t rev i s ta s ao v i vo . A lém de poder mandar sugestões para a produção do programa, ou part ic ipar das entrevis tas , enviando perguntas para o convidados , a través de e-mail , o te lespectador pode conversar ao v ivo com os part ic ipantes do programa, através de um bate-papo na Internet .“ N ã o s a b e m o s a i n d a q u a n t i f i c a r a p a r t i c i p a ç ã o d a s p e s s o a s n o s c h a t s d o p r o g r a m a , m a s s a b e m o s q u e é m u i t a g e n t e , p o r q u e a s s a l a s e s t ã o s e m p r e l o t a d a s ” , c o m e n t a o a p r e s e n t a d o r e i d e a l i z a d o r d o p r o g r a m a , M a r c e l o T a s .P a r a s e t e r u m a i d é i a d e q u a n t o c r e s c e u o p ú b l i c o d o p r o g r a m a c o m o n o v o f o r m a t o , b a s t a o l h a r o I b o p e . N o s ú l t i m o s d o i s a n o s a a u d i ê n c i a p a s s o u d e t r a ç o p a r a d o i s p o n t o s . A l é m d i s s o , o p r o g r a m a c o n q u i s t o u

t r ê s n o v o s p a t r o c i n a d o r e s , U O L , C & A e N o k i a , e d i m i n u i u o s c u s t o s c o m p e s s o a l , r e d u z i n d o a e q u i p e p e l a m e t a d e .Além dos tradicionais e-mails e bate-papos que o programa proporc iona , o “V i t r ine” já exp lorou ao máximo as pos s ib i l idades da in te ra t i v idade , co locando no ar , ce r ta vez , um te l e spec tador ao v i vo a t ravés da In te rne t , d i re tamente dos Es tados Unidos . “Era um es tudante de t ecnolog ia bras i l e i ro que morava no Oregon (EUA) . E le s empre as s i s t ia e par t i c ipava do programa pe la In te rne t . Já e ra conhec ido da produção . Um d ia re so lvemos co locá- lo no ar , ao v i vo . E le conseguiu uma webcam e se conec tou à In te rne t” , conta Tas .A imagem mandada pelo rapaz chegava no computador da TV Cultura e o sinal era convertido para vídeo, levando a i m a g e m p a r a a c a s a d o s t e l e s p e c t a d o r e s d o “ V i t r i n e ” . “ T e m o s u m a i n t e r f a c e q u e t r a n s f o r m a o s i n a l d o c o m p u t a d o r e m s i n a l d e T V . Q u a n d o a i m a g e m c h e g a , h á u m c a b o q u e a l e v a p a r a a m i n h a t e l a d e c o m p u t a d o r e o u t r o q u e a l e v a p a r a o s w i t c h e r , p o s s i b i l i t a n d o q u e e l a e n t r e n o a r ” , d i z M a r c e l o T a s .Essa não foi a única transmissão ao vivo pela Internet que o programa realizou. No primeiro semestre de 2000, Marcelo Tas foi para a Alemanha e Austrália acompanhar festivais de televisão. Da Austrália, ele transmitiu um programa ao vivo, pela Internet. “A economia é fabulosa, pois não precisamos alugar um satéli te, que é caríssimo”, afirma Tas. De acordo com ele, a equipe do UOL, responsável pela tecnologia do programa, desenvolveu, em parceria com a Universidade de Sidney, na Austrália, ao longo de dois meses um sistema que viabilizou essa experiência. “Nós usamos uma

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velocidade extremamente alta e conseguimos o resultado esperado”, afirma o apresentador.Além do “Vitrine”, a TV Cultura utiliza a interatividade nos programas “Roda viva”, “Opinião Brasil”, “Cartão verde” e “RG”. Em todos eles o telespectador pode mandar perguntas para os convidados por e-mail, fax ou telefone e comentar o que está sendo dito.

o começo

O primeiro exemplo de programa interativo de grande repercussão na televisão brasileira foi o “Você decide”. O programa trazia uma história com duas possibilidades de f inal. Quem escolhia o que queria ver na tela era o telespectador, l igando para números de telefone gratuitos da emissora. Além de impulsionar a discussão sobre a interatividade, o programa rendeu bom material para observação dos valores da sociedade brasileira. As histórias abordavam temas muitas vezes polêmicos que serviam como um termômetro para avaliar o que o público pensava.Acostumada a basear sua grade de programação ao gosto do público a rede líder de audiência vem usando a interatividade para estabelecer os rumos de suas transmissões e se preparar para a TV digital. Atualmente até a veiculação de jogos de futebol conta com a participação do público. Toda a interação da emissora com o público via Internet, obviamente, é feita pelo acesso ao portal Globo.com.“ Sociedade anônima”, apresentado por Cazé na mesma Globo, radical izou a proposta de interat iv idade na emissora, explorando os recursos da Internet . Em cada programa, 32 conv idados v i r tua i s , e spa lhados em c iberca fé s em São Paulo e no Rio , en t ram no ar ao v i vo , t endo suas imagens t ransmi t idas por webcams d i sponib i l i zadas pe la produção do programa.Até o “Casseta e planeta” tem apostado na interat iv idade, lançando pesquisas no ar , para que as pessoas votem

através do s i te do programa. A intenção, segundo a emissora, é pegar uma carona na audiência do programa para divulgar o s i te da atração, que t raz conteúdo exclusivo.

como no rád io

Uti l izando um recurso muito comum do rádio, o Canal 21 e laborou “Trânsi to l ivre”, programa mais interat ivo de sua grade. Apresentado por Roberto Scaringel la , o programa vai ao ar diar iamente das 6h00 às 8h00 e t raz o not ic iár io sobre o t rânsi to da c idade. Para i sso , o programa conta com a part ic ipação ao v ivo de te lespectadores que l igam perguntando ou descrevendo a s i tuação do t rânsi to em determinados pontos da c idade de São Paulo. “É um programa de pres tação de serviços que permite uma rapidez incr ível na propagação da informação”, conta o dire tor de programação do canal , Marcos Zago.Já o “SP digital”, pro g r a m e t e s i n s e r i d o s a o l o n g o d a p r o g r a m a ç ã o , c o n t a c o m r e p ó r t e r e s e s p a l h a d o s p o r t o d a a c i d a d e . A o f i n a l d e c a d a r e p o r t a g e m e x i b i d a n a T V , a p a r e c e n o v í d e o o e - m a i l d o r e p ó r t e r , p a r a q u e o s t e l e s p e c t a d o r e s m a n d e m s u g e s t õ e s d e p a u t a s . “ O 2 1 e s t á c e n t r a d o n a G r a n d e S ã o P a u l o , p o r i s s o a p a r t i c i p a ç ã o d o p ú b l i c o é m u i t o i m p o r t a n t e . E l a n o s a p r o x i m a d o t e l e s p e c t a d o r , d e m o c r a t i z a o a c e s s o à i n f o r m a ç ã o e a b r e u m c a n a l d e c o m u n i c a ç ã o c o m a r e d a ç ã o ” , a f i r m a Z a g o .

negócio lucrat ivo

A Record lançou recentemente a primeira novela com interatividade. Em “Vidas cruzadas”, que terminou no dia 16 abril, o telespectador pode escolher o final da história: se Letícia (Patrícia de Sabrit) ficaria com Lucas (Dalton Vigh) ou Aquiles (Alexandre Barillari). A iniciativa teve 27 mil votos e dobrou o acesso ao site da emissora, que estava na faixa de 12 mil visitantes únicos (unique visitors, que contabiliza apenas a primeira vez que um

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T E L E V I s ã o

Engenharia Indústria e Comércio LtdaAvenida Olegário Maciel, 231 Lojas 101/104

Barra da Tijuca • Rio de Janeiro • RJ • 22621.200Tel.: (21) 493.0125 • Fax: (21) 493.2595www.phasenge.com.br • [email protected]

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usuário acessa a página) e 80 mil page views. Durante a votação, os visitantes únicos passaram para 20 mil e os page views para 392 mil.“Minha intenção era ter muito mais interatividade e, eventualmente, transmitir até algum capítulo ao vivo, mas não entramos em acordo com nenhum provedor, o que inviabilizou o projeto”, conta Marcos Aragão, diretor de programação da Record. No projeto original da novela, Janine, personagem vivida por Ana Cecília, comentaria e-mails recebidos por telespectadores em seu programa de rádio. Para isso, a Record tentou uma parceria com os provedores Terra e UOL, mas não chegaram a nenhum acordo financeiro. Sem um supor te e spec ia l , a emis sora dec id iu descar tar a idé ia e concent rou e s forços apenas para o f ina l da t rama.A lém da exper iênc ia com “Vidas c ruzadas” , a emis sora l eva ao ar out ros p rogramas in te ra t i vos , como o “É show!” , de Adr iane Gal i s t eu , que conta com par t i c ipações por t e l e fone e e -mai l , o “Passando a l impo” , em que os t e l e spec tadores mandam perguntas por e -mai l e o “Fa la que eu t e e scu to” , em que os t e l e spe c t a d o r e s c o n t a m s e u s p r o b l e m a s e s e a c o n s e l h a m p o r t e l e f o n e . “ A i n t e r a t i v i d a d e é i m p o r t a n t e n ã o s ó n a n o v e l a , m a s n a c o m u n i c a ç ã o e m g e r a l . N o f i n a l d a s c o n t a s , a t e n d ê n c i a s e r á s e m p r e a c o n v e r g ê n c i a ” , c o m e n t a M a r c o s A r a g ã o . As experiências interat ivas da emissora têm t ido um resul tado tão posi t ivo que já há um novo programa sendo elaborado, baseado pr incipalmente na part ic ipação através da Internet . Com es tré ia previs ta para julho, a

nova atração será semanal , ao v ivo, e abordará fatos do dia-a-dia das pessoas . “A Record já tem cerca de 70% de sua programação transmit ida ao v ivo, o que no s a p r o x i m a d o p ú b l i c o , d á m a i s a g i l i d a d e . A i n t e r a t i v i d a d e d á a r e s p o s t a q u e p r e c i s a m o s s o b r e a p r o g r a m a ç ã o ” , d i z A r a g ã o .De acordo com o d i re tor de programação , a emis sora e s tá

t raba lhando com um novo conce i to de públ i co . “Não pensamos s implesmente no t e l e spec tador pas s i vo , t raba lhamos com a idé ia de um ‘c l i en te de programação’ . Quanto melhor fo r o meu conteúdo , mai s c l i en te s eu conqui s to” , comentou .Seguindo e s sa l inha

de rac ioc ín io , a Record t em um pro je to mais ambic ioso envo lvendo In te rne t e in te ra t i v idade , já ape l idado “In te rne t Comunidade de Negóc ios” . Segundo o gerente de comunicação Á lvaro Ol i ve i ra , o p ro je to , a inda em fase de e s tudo na emis sora , p re tende a t ra i r empresas in te re s sadas em parcer ias com o s i t e da Record , para rea l i zar p romoções . “Nós usamos a t e l ev i são para a t ra i r o públ i co para a In te rne t , onde e l e poderá par t i c ipar de promoções e t e r aces so a um conteúdo d i f e renc iado no s i t e” , a f i rma Oliveira . Duas empresas , mantidas em s igi lo , já f i rmaram parcer ia com a Record nessa empre i tada , que usa exper iênc ias como a da nove la como um te s t e de seu poder de a lcance .A interatividade é uma arma valiosa para a televisão. Permite uma resposta imediata do público a respeito da programação, enriquece o conteúdo de programas com perguntas e comentários enviados pelos telespectadores e a tabulação de pesquisas realizadas ajuda a nortear a produção de programas bem ao gos to do f r eguês .

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A interatividade permite uma resposta imediata do público a respeito da programação e enriquece seu conteúdo.

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A televisão brasileira está no ar há 50 anos e o showman Luiz Carlos Miele pode dizer que participou de todos. Sua estréia foi na inaugura-

ção da própria TV, pois começou a trabalhar na Rede Tupi ainda garoto. Miele já era um artista-mirim desde os 11 anos, quando a mãe, Regina Macedo, cantora e atriz do rádio, o levou para trabalhar com ela nas radionovelas da Rádio Excelsior. A entrada em cena propriamente dita se deu gra-ças a seu belo par de pernas. É ele mesmo quem brinca: Dizem que algumas atrizes começaram na TV por causa de suas pernas. No meu caso, foi exatamente a mesma coisa. A brinca-deira procede: a primeira vez em que apareceu na TV foi em uma vinheta da Rede Tupi. Para mostrar como a TV ainda era jovem, Miele emprestou suas pernas de moleque, para a imagem da vinheta.Depois dessa estréia prosaica, o futuro apresentador e diretor passou a integrar o elenco do Clube do Canguru Mirim, um programa infantil patrocinado por uma caderneta de poupança da época. No pro-grama, conheceu personagens que o acompanhar-

iam por vários anos. O futuro diretor Régis Cardoso era responsável pelo mimeógrafo. Era ele quem mimeografava os programas e os roteiros. Walter Avancini também já estava por lá, além do maestro Erlon Chaves - que dirigia a Banda Veneno e era a paixão de Vera Fischer.Passada a primeira temporada na Tupi, Régis Cardoso foi para a TV Paulista (futura TV Globo SP) e levou Miele. Régis Cardoso era o melhor coorde-nador de estúdio do Brasil. As câmeras eram pesadíssimas e os cabos eram muito grossos. Com a programação toda feita ao vivo, os teleteatros exigiam muita habilidade do coorde-nador para que as câmeras se movimentassem sem mostrar outra câmera, ou os próprios cabos. O autor já escrevia o roteiro de maneira a coordenar a troca de cenários e a movi-mentação em cena. O que era

um consultório, virava uma cadeia depois de três cenas. Miele tornou-se assistente de Régis Cardoso na coordenação de estúdio. Aí virei o segundo melhor coordenador de estúdio do Brasil. A modés t ia não é s eu fo r t e . A f ina l , não é todo mundo que v i venc iou tan-tos momentos impor tante s da TV e da mús ica bras i l e i ra . Suas l embranças vão e vo l tam e não ad ianta querer saber o que ve io ante s , o que ve io depo i s . A s da tas não fazem par te de suas h i s tó r ias e p iadas . Uma hi s tór ia depo i s da out ra , uma lembrança e ce r tamente out ras dez horas de en t rev i s ta se r iam neces sár ias para conhecer melhor seu reper tór io , que va i dos shows da Bossa Nova ao banco da “Praça da a legr ia” .Apesar da imagem do apresentador de smok-ing e barba impecável, a intenção de Miele nunca foi estar nos palcos. Eu queria mesmo ser diretor. Seus primei-ros trabalhos foram como assistente de produção, coordenador e diretor de estúdio,

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F i g u r a

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produtor musical. Era atrás das câmeras ele esperava ficar.

Dois na bossa Em 1960, mudou-se para o Rio, onde conheceu seu grande parceiro, Ronaldo Bôscoli, e surgiu o fato insólito que lhe abriu novas portas. Fui para o Rio para inaugurar a TV Continental. Com Bôscoli, produzi grande parte dos shows de bossa nova no Beco das Garrafas. Até que um dia íamos produzir o show de uma cantora chamada Tuca e precisávamos de um par-ceiro para contracenar com ela. Estávamos a cinco dias da estréia e nada. Então fomos à casa da Olívia, que depois se tor-nou Hime [mulher do cantor e compositor Francis Hime]. A Elis estava cantan-do e eu falei para ela ficar qui-eta que eu queria contar umas piadas. Contei, cantei, brinquei com o pessoal. No dia seguinte, algumas pessoas vieram me dizer: por que você mesmo não faz o show com a Tuca? Foi daí que tudo começou. Fizemos o show “Uma noite perdida, com Tuca e Miele”. Sempre envolvido com a MPB, que na época estava no auge da Bossa Nova, Miele pas-sou a década de 60 entre o Rio e São Paulo, dirigindo e fazendo shows. Na segunda metade dos anos 60, foi para a TV Record, para dirigir o programa “O fino da bossa” em parceria com Ronaldo Bôscoli . Em sua estréia, em 1965, o programa era dirigido por Nilton Travesso, Tuta Machado de Carvalho, Manoel Carlos e Raul Duarte. Começa daí a amizade de Miele e Elis . Quando fomos para a Record, Elis e Bôscoli estavam briga-dos. Elis ameaçou sair caso Bôscoli fosse contratado. Nos primeiros programas, eu ficava de pombo-correio os dois não se falavam. Mas o Bôscoli, que era um dom-juan, já estava de olho nela. Um pouco depois, eles estavam juntos. Em janeiro de 68, a parceria entre Miele, Bôscoli e Elis deu origem ao programa mensal “Elis especial”, gravado no Teatro Paramount, em São Paulo. O programa recebeu muitos prêmios

e é o grande orgulho de Miele. A sua admi-ração por Elis está traduzida nesses pro-gramas. Acostumamos com tudo nessa vida, mas sempre digo que a Elis Regina foi a única artista com cujo sucesso eu não me acostumei.

São paulo by night Bossa Nova, piano, noite, whisky, boemia. No final da década de 60, Miele e uma turma de amigos resolveram se aventurar pela noite pau-listana e abriram uma casa de shows na rua Augusta - a boate Blow-up, que substituiu a antiga Raposa Vermelha e hoje é o Auditório Augusta. De saída, o projeto do ambiente foi desenhado pelo artista plástico Wesley Duke Lee. Ele tinha acabado de voltar de Tóquio, onde tinha ganhado a Bienal [de Tóquio de 1965]. Pedi para ele desenhar o pro-jeto da boate e ele disse que nunca tinha feito aquilo antes. Resolveu fazer, mas disse que nem ia aparecer para ver. Sugeriu que eu contra-tasse uma equipe de japone-ses que ele tinha conhecido em Tóquio. Chamamos os japoneses e só um falava português. Combinei que eles começariam após o último show, que era com a Consuelo Leandro. Não deu outra. Na manhã seguinte já estava tudo quebrado. Eles prometeram entregar a obra em 74 dias. Entregaram uma semana antes. Pela Blow-up pas-saram muitos ar t i s tas consagrados , outros em via de consagração. Bem em frente ficava o restau-rante Patachou. Em geral, Caetano, Gil, Bethânia e Gal jantavam por lá, que era mais barato, e depois vinham para a boate. Fizemos um show mar-cante, com o Lenie Dale e a Bethânia. Estávamos ensaian-do quando recebi um convite para fazer um documentário em Paris em cima do show de Elis, no Olympia. Eram só o diretor e o câmera, quase

sem dinheiro, mas eu não conhecia Paris. O Bôscoli, que era meu sócio na boate, já estava com a Elis, mas tinha medo de avião. Então avisei que ia viajar e ele quis que eu arru-masse alguém para acompanhar os ensaios, no meu lugar. Saí dali e fui até o Gigetto [cantina itali-ana no centro de São Paulo] pensando em pegar o primeiro que eu encontrasse. Assim que entrei, dei de cara com o Fauzi Arap. Ele estava fazendo teatro em São Paulo e nunca tinha dirigido um show, mas concordou. Depois desse show, a parceria dele com a Bethânia durou mais de dez anos.Durante a década de 70, Miele esteve l igado à programação da Rede Globo, tanto como diretor de shows e musicais quanto como apresentador. Ao lado de Sandra Bréa apresentava a “Sexta super”, com destaques musicais. Já na década de 80, seu lado humorista foi valorizado quando ele passou a sentar no banco da “Praça”. Nessa época eu tinha um certo preconceito em relação a esse humor popular. Quando fui convidado para apresen-tar a ‘Praça’, muita gente estranhou, porque eu já tinha essa imagem,

de smoking. Foi quando eu aprendi que só existem dois tipos de humor: o engraçado e o sem graça. E a ‘Praça’ era muito engraçada.Showman A imagem de Miele em black-tie tam-bém esteve associada à apresentação do Prêmio Molière. Criado em 1963, era a principal premia-ção do teatro e cinema brasileiros. A entrega do prêmio se revezava en t re São Paulo e R io , em uma fe s ta a r igor que contava com uma a t ra -ção f rancesa , já que o prêmio e ra pa t roc inado

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F i g u r a

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por empresas f rancesas e r eproduz ia seu homônimo f rancês . Na década de 80, Miele apresentou dois fes-tivais da Globo, patrocinados pela Shell. Eu estava apresentando a final, ao lado de Christiane Torloni. A platéia jogava tudo na gente, copinhos, latinhas, aqueles leques de papel. Aí eu vi pelo rabo do olho um cara pegando um copo bem grande de pipoca e enchendo com tudo quanto era papel. Fez uma bola enorme e se preparou para jogar em mim. Quando ele jogou, eu matei a bola no peito, aparei com o joelho e devolvi para a platéia. Fui superaplaudido.Por falar em jogar bola , Miele também foi craque. Até t re inou no Palmeiras . Onde morava eu era sempre esca-lado, achava que era o máximo. Aí resolvi treinar e fui para o Palmeiras. Só que nessa época eu já gostava de boemia. Então o técnico me aconselhou voltar para a noite, onde eu me saía melhor. Afinal, para ser profis-sional é preciso treinar muito. Até ho je Mie le ba te uma bo la com os amigos , nos campos de fu tebo l de Chico Buarque , no Rio , ou com out ras turmas igualmente pe lade i ras . Naturalmente, foram surgindo convites para a apresentação de eventos e convenções. Miele foi diretor artístico da Miksom e participou de mui-tos deles, como apresentador, cantor, showman. Eu sou uma opção muito econômica para a empresa, pois sou mestre-de-cerimônias e depois ainda faço o show humorístico.Quem conhece a magia de estar na televisão se

apaixona por ela, e não larga mais. Depois de um certo tempo na Globo, mais nos bastidores do que na frente da telinha. A partir da década de 80, os programas musicais começaram a rarear. Mais alguns anos se passaram e a qualidade dos programas musicais começou a deixar muito a desejar. Miele sentia falta de ter um programa seu. Tentei sair da globo três vezes e o boni [José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, então vice-presidente de operações] nunca deixava. Cheguei a acertar com a Bandeirantes e levei para o Boni uma carta de compromisso de Johnny Saad informando que eu teria uma atração. Eu pre-cisava providenciar a abertura de uma empresa, porque eles só contratavam pessoa jurídica, mas enquanto isso tinha essa carta. Mostrei para o Boni e, por cima da carta, ele escreveu um bilhete para o diretor financeiro da Globo dizendo para ele me dar um aumento. Fiquei mais alguns anos, mas depois acabei indo para a Manchete. Miele arrepende-se de ter deixado a grande emis-sora, justamente no momento em que ela se firmava como a principal TV do País. Ajudei a construir a TV, participei dos períodos mais difíceis e na hora em que a Globo se consolidou, quis sair. Seu maior arrependimento, porém, foi o de ter aceito a proposta de Silvio Santos para apresentar o programa “Coquetel”, uma atração noturna com garotas seminuas. Estava sem fazer TV e pensei que pudesse fazer um programa para adultos, com uma dose de erotismo, mas com outras atrações. Como se fosse uma revista Playboy na TV. Silvio Santos trouxe a fórmula do pro-grama da Itália e da Alemanha e eu tive a ilusão que podería adaptar o programa e torná-lo mais interessante. Mas um dia o Silvio me chamou e disse: - Não adianta, é assim que tem de ser. Eu estava muito pouco à von-tade e saí. Esse mau passo prej-udicou bastante minha carreira, porque eu apresentava muita convenção. Nesse mercado, todo mundo dá palpite. O dire-

tor de uma empresa vai fazer uma convenção e toda a família opina. Ele diz que vai chamar o Miele e a mulher dele fala: “Mas logo o Miele, que fez aquele programa?” Levei dois anos para desassociar minha imagem desse programa.Miele acredita que sua versatilidade o prejudi-cou no sentido de que ele não se especializou em nenhuma atividade. Por outro, sua conexão com o mundo da música o impediu de aceitar propostas mais ousadas, que o tornariam mais apresentador do que produtor de shows. Durante o período em que estive na Globo, o Walter Clark sugeriu várias vezes que apresentasse um talk show, nos moldes do que o Jô Soares faz hoje. Dei um pontapé na sorte.Na área de shows musicais, não só os investimentos caíram como a própria qualidade da música apre-sentada pela TV é sofrível. Acho que a TV a cabo obrigou a TV aberta a atender a um público menos exigente, mas acredito que a TV tem uma certa responsabilidade. A Globo mantinha um nível que ela própria estabelecia. Não é mera coincidência: a Globo começou a decair 24 horas depois que o Boni saiu. Ele era tão exigente que tinha restrições até mesmo à transmissão de futebol. O ibope era imenso e ele ainda não aceitava. Ainda apresentando muitos eventos e l igado ao elenco do programa “Escolinha do barulho”, produção independente atualmente exibida pela Record, mas que deve ir para outra emis-sora, Miele não pode dizer que não se divertiu muito ao longo de todos esses anos. O único problema, em suas próprias palavras, é que o dinheiro me odeia.

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F I G U r A

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Não disponivel

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Fundamen ta i s numa i l ha de

ed i ção , a s p lacas de v ídeo

e s tão d i spon í ve i s com d i f e ren te s

e spec i f i cações t é cn i ca s . A

compres são e a qua l i dade

da imagem podem va r ia r ,

dependendo do des t i no do v ídeo

( I n t e rne t , CD -roms , DVD e t c . )

As placas de captura permitem a conversão do sinal de vídeo analógico, proveniente de uma fita magnética, por exemplo, em sinal digital, para que seja possível visualizar e editar um vídeo num computador. Todo sinal “digitalizado”, ou seja, capturado pela placa de vídeo, é armazenado num hard disk próprio para aplicações audiovisuais (veja a matéria sobre hard disks na edição de abril de 2001, nº 104). Mesmo um s ina l de v ídeo d ig i ta l , g ravado d ig i ta lmente numa f i ta de v ídeo , r equer uma p laca de cap tura para a t rans fe rênc ia das in formações d ig i ta i s da f i ta para o HD.

O sinal de vídeo é comprimido para que possa ser manipulado no computador. Um sistema de compressão e descompressão (codec) é util izado para reduzir a taxa de dados (data rate). Os principais codecs são: MPEG, DV e MJPEG. Os formatos de gravação que util izam o codec DV (DVCAM e DVCPRO, por exemplo) permitem que as informações audiovisuais sejam transferidas diretamente para o disco rígido, pois o sinal de vídeo DV já é comprimido pelo codec DV. Isso pode ocorrer por uma conexão especial chamada FireWire ou i .Link. Um único cabo é necessár io para as entradas e saídas dos s inais de áudio e v ídeo e dos s inais que controlam o VTR. A resolução (quantidade de pixels horizontal e ver t ical) é uma das pr incipais caracter ís t icas de uma placa de captura de v ídeo. Para apl icações prof i ss ionais , ( ful l -motion video, 60 quadros por segundo), onde o v ídeo f inal é t ransfer ido de vol ta para a f i ta , a resolução mínima necessár ia é de 640 x 480 pixels . A quantidade de informações de cor para cada pixel (bi t depth) não deve ser infer ior a 24 bi t s . A velocidade ou a taxa de dados (data rate) , indicada em Mbps, também é muito importante . Entretanto, para assegurar o máximo desempenho da placa de captura nesse aspecto , é necessár io que haja um hardware (pr incipalmente CPU e disco r ígido) com

performance compatível . Para proje tos mult imídia, CD-ROM ou s treaming video pela Internet , p lacas de captura com resoluções infer iores a 640 x 480 pixels são adequadas . Apesar de muitas placas desse t ipo incluírem inúmeras faci l idades e recursos num único pacote (bundle) , como sof tware para edição, ferramentas para s t reaming, s intonizador de TV e tc . , nem todas têm a capacidade de capturar áudio. I sso exige uma placa de captura de áudio separada. Dois grandes fabricantes mundiais , a Pinnacle Sys tems e a Matrox, comercial izam placas de captura de v ídeo no Brasi l .

pinnac le

Fundada em 1986, a empresa desenvolve soluções para atender desde os profissionais de vídeo até o usuário doméstico. A Pinnacle Systems tem mais de 300 produtos no mercado mundial, entres eles as placas Targa e Miro. Com faturamento global de US$ 250 milhões para 2000, os negócios da Pinnacle Systems na América Latina correspondem a 3% do faturamento anual da empresa. Na visão da companhia, o Brasil é o país latino-americano de maior representatividade. Para viabilizar seus planos de crescimento, a empresa nomeou a Pi Editora, detentora da marca BraSoft, para ser responsável pela produção, edição local e distribuição da linha Studio. Por meio de acordo , a P innac le Sys t ems co loca ao a lcance do consumidor bras i l e i ro produtos adaptados ao Pa í s com preço 20% menor que o impor tado , com so f twares e manuai s em por tuguês , garant ia , a s s i s t ênc ia t écn ica loca l e supor te t écn ico gra tu i to . A Pinnacle dispõe da l inha Prof iss ional com produtos des t inados às grandes e médias empresas que ut i l izam broadcast e a l inha Business vol tada às pequenas e médias produtoras de v ídeos ins t i tucionais . A l inha Prof iss ional é dis t r ibuída na América Lat ina pela Group CIS e a l inha Business , no Brasi l , pela SND. A l inha Prof iss ional é composta , pr incipalmente , pelas placas Targa 3000 e Reel Time. A

EmErson CalvEntE

t e c n o L o g i a

T E L A V I V A m A I o D E 2 0 0 1� 0

Page 41: Revista Tela Viva  105 - maio 2001

Targa 3000 é a s o l u ç ã o m a i s p o d e r o s a d a P i n n a c l e S y s t e m s p a r a e d i ç ã o e c o m p o s i ç ã o . P e r m i t e p r o c e s s a m e n t o d e v í d e o s e m c o m p r e s s ã o e c o m p o s i ç ã o e m m u l t i l a y e r s . E n t r e o s p r i n c i p a i s r e c u r s o s e m t e m p o r e a l e s t ã o : c o r r e ç ã o d e c o r , t r a c k m a t t e s , s l o w m o t i o n , s t i l l s , r o l l s e c r a w l s d e G C c o m o s o f t w a r e T i t l e D e k o . É p o s s í v e l e x p o r t a r v í d e o s e m c o m p r e s s ã o ( Y U V o u R G B ) o u n a s c o m p r e s s õ e s D V 2 5 e M P E G -2 I B P . S u p o r t a r e c u r s o s d e p i n t u r a , r o t o s c o p i a e c o m p o s i ç ã o c o m o s o f t w a r e C o m m o t i o n D V . A R e e l T i m e c o n t a c o m u m d e s d o b r a m e n t o : a R e e l T i m e N i t r o . E s s a p l a c a p e r m i t e , e m t e m p o r e a l d e e d i ç ã o ( q u a t r o l a y e r s ) , a r e a l i z a ç ã o d e u m n ú m e r o i l i m i t a d o d e e f e i t o s d e t r a n s i ç ã o o r g â n i c o s e 3 D , c h r o m a -k e y i n g , e f e i t o s d e c o r e m i x a g e m d e á u d i o . T e m i n p u t s e o u t p u t s d e s i n a l d e v í d e o c o m p o n e n t e , c o m p o s t o e S - V i d e o ( b r e a k o u t b o x ) . O s I / O D V e S e r i a l D i g i t a l s ã o o p c i o n a i s . H á i n t e g r a ç ã o c o m o s s o f t w a r e s A d o b e P r e m i e r e o u S p e e d R a z o r R T . N a l i n h a B u s i n e s s , o s p r o d u t o s d e m a i o r d e s t a q u e s ã o a s p l a c a s D V 5 0 0 e M i r o V i d e o D C 3 0 p r o . A D V 5 0 0 u t i l i z a o h a r d w a r e D V C O D E C e e d i ç ã o e m t e m p o r e a l d e e f e i t o s , t í t u l o s e f i l t r o s . O A d o b e P r e m i e r e 6 . 0 a c o m p a n h a a p l a c a , q u e s u p o r t a t o d o s o s n o v o s r e c u r s o s d o s o f t w a r e . T o d o p r o c e s s a m e n t o d e m i x a g e m d e á u d i o e m m ú l t i p l o s c a n a i s , c o r r e ç ã o d e i m a g e m e 1 6 : 9 é e m t e m p o r e a l . É p o s s í v e l a c o n e x ã o c o m e q u i p a m e n t o s d e v í d e o a n a l ó g i c o s e d i g i t a i s ( b r e a k o u t b o x ) e o u t p u t s p a r a u m a f i t a d e v í d e o , C D - R O M , D V D e I n t e r n e t . S u p o r t a o s i s t e m a o p e r a c i o n a l W i n d o w s . A D C 3 0 p r o c a p t u r a e e x p o r t a v í d e o n o s f o r m a t o s S - V H S e H i 8 ( b r e a k o u t b o x ) . O p a d r ã o d e c o m p r e s s ã o é M - J P E G e a t a x a d e t r a n s f e r ê n c i a d e d a d o s ( d a t a r a t e ) é a j u s t á v e l p a r a o c o n t r o l e d e q u a l i d a d e d o v í d e o . O r e c u r s o m i r o I N S T A N T V i d e o r e d u z o t e m p o d e r e n d e r i n g e e c o n o m i z a e s p a ç o n o d i s c o r í g i d o . O s i n c r o n i s m o l a b i a l é

g a r a n t i d o p e l a c a p t u r a d e á u d i o p e l a p r ó p r i a p l a c a .

matrox

A Matrox Video Products Group é uma empresa canadense que atua há 25 anos no mercado. No Brasil, é exclusivamente representada pela empresa carioca Videomart. As principais placas de captura de vídeo da Matrox são: RT2000, RTMac e a série DigiSuite. A RT2000 foi desenvolvida para produtoras de v ídeos ins t i tucionais , mult imídia, autoração de DVD e web s t reaming. Permite edição em

tempo real , com dois layers de v ídeo e um layer de gráf icos animados, sem compressão, 32 bi t . Em qualquer um dos t rês layers é poss ível adic ionar e fe i tos de part ículas , t ransições de t í tulos 3D, e fe i tos de dis torção, 2D e 3D DVE e e fe i tos de t ransparência em tempo real , sem rendering. Outros recursos da RT2000 são: edição em DV e MPEG-2, inputs e outputs digi tais e analógicos (Y/C, composto e IEEE 1394), output em MPEG-2 para autoração de DVD e CD-ROM, RealVideo, Windows Media e QuickTime output para v ideo s t reaming na web e um pacote de sof twares incluindo o Adobe Premiere , Inscr iber Ti t leExpress , Pixélan Video SpiceRack Lite, Sonic Foundry ACID Music, Sonic DVDit! LE e Unlead Cool 3D. A placa de captura RTMac é destinada ao uso com um computador Macintosh Power Mac G4. Permite a execução em tempo

real de alguns recursos do software de edição Final Cut Pro. A edição é em DV e há inputs e outputs analógicos (Y/C e composto) que complementam a conexão FireWire embutida no Power Mac G4. Há um output VGA que permite a monitoração e edição em um segundo monitor de computador. A série DigiSuite foi desenvolvida para broadcasters e é ideal para trabalhos de pós-produção intensos. Há quatro produtos na série: DigiSuite, DigiSuite DTV, LX e LE. Todas as placas trabalham em tempo real. A DigiSuite tem qualidade de imagem sem compressão. A DigiSuite DTV permite a edição multiformato DV, DV50 e MPEG-2. É possível combinar fontes DV e DV50 na mesma timeline: DV para vídeo e DV50 para gráficos, animações, composições multilayers e outros efeitos especiais. A exportação dos projetos pode ser em DV, DV50 ou MPEG-2. A DigiSuite LX e LE são as opções mais econômicas da série DigiSuite. O recém-lançado modelo LX oferece edição em DV e MPEG-2 com suporte para autoração de DVD. A DigiSui te LE é indicada para quem trabalha com variedade de formatos analógicos e digi tais . A compressão ut i l izada é a M-JPEG, com data rates de até 15 Mbps.

incompat ib i l idades

É muito comum haver incompatibi l idades entre os componentes internos do computador e as placas de captura de v ídeo. Usuários que já têm um computador e desejam transformá-lo numa es tação de edição não-l inear devem obter uma “l i s ta de compatibi l idade”. No site da Pinnacle (www.pinnaclesys.com) todas as placas têm uma lista que indica as motherboards compatíveis, os HDs para armazenamento, as placas de vídeo (uma das principais causas de incompatibilidade), os sistemas operacionais etc. Ainda assim, há usuários que encontram problemas para conseguir exportar o vídeo acabado para uma fita. Problemas como dropped frames ou mesmo falhas gerais no sistema. Inconformados, atribuem os problemas ao software de edição, à plataforma PC ou ao sistema operacional Windows. Alguns usuários estão preferindo

T E L A V I V A m A I o D E 2 0 0 1 � 1

antes de comprar, é preciso saber

se a placa de captura é

compatível com o computador.

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p l a t a f o r m a s m a i s f e c h a d a s e e s t á v e i s , c o m o o s s i s t e m a s d a A p p l e . O n d e e s t á o p r o b l e m a ? O g e r e n t e t é c n i c o d a P i n n a c l e S y s t e m s B r a s i l , E m e r s o n J o r d ã o , r e s p o n d e : “ O s p r o b l e m a s d e d r o p p e d f r a m e s g e r a l m e n t e s ã o c a u s a d o s p o r b a i x a p e r f o r m a n c e d o s H D s d e v í d e o o u m e s m o d o H D d e s i s t e m a s , o n d e f i c a m o s s o f t w a r e s i n s t a l a d o s . O u t r a c a u s a c o m u m p o d e s e r a p l a c a g r á f i c a V G A , p o i s s e e l a n ã o s u p o r t a r o o v e r l a y d e v í d e o , q u e é a i m a g e m e d i t a d a v i s t a n o m o n i t o r d o P C , o s i s t e m a f i c a r á s o b r e c a r r e g a d o , b a i x a n d o a p e r f o r m a n c e , d a n d o d r o p p e d f r a m e s , t r a v a n d o , o u n e m m e s m o f a z e n d o a c a p t u r a d e v í d e o c o r r e t a m e n t e ” . S o b r e a s f a l h a s d e s i s t e m a , a o r i e n t a ç ã o é s e m e l h a n t e : “ D e p e n d e d e c o m o f o i f e i t a a e s t a ç ã o d e t r a b a l h o . É m u i t o i m p o r t a n t e o c l i e n t e c o m p r a r e c o n s u l t a r r e v e n d a s e s p e c i a l i z a d a s , c o m t é c n i c o s h a b i l i t a d o s p a r a f a z e r a m o n t a g e m

e a i n s t a l a ç ã o , p o i s a m a i o r i a d o s p r o b l e m a s c o m o e s s e s c i t a d o s a c i m a s ã o g e r a l m e n t e c a u s a d o s p o r m á c o n f i g u r a ç ã o d a m á q u i n a , c o n f l i t o s d e I R Q e p l a c a s i n c o m p a t í v e i s . É c l a r o q u e o s s i s t e m a s o p e r a c i o n a i s t ê m a s u a p a r c e l a d e c u l p a , m a s s e f o r e m u t i l i z a d o s o s s i s t e m a s W i n d o w s N T 4 . 0 e o a t u a l W i n d o w s 2 0 0 0 ( q u e é N T t a m b é m ) h a v e r á p o u c o s p r o b l e m a s q u a n t o a

t r a v a m e n t o e f a l h a g e r a l ” . N e m m e s m o o s s o f t w a r e s p a r a e d i ç ã o d e v í d e o e s c a p a m d a s c r í t i c a s d e i n s t a b i l i d a d e . E n t r e e l e s , o A d o b e P r e m i e r e . “ T o d o s o f t w a r e t e m b u g s ( f a l h a s ) e o A d o b e P r e m i e r e t a m b é m t e m . P o r é m , a n o v a v e r s ã o 6 . 0 e s t á m u i t o m a i s p r o f i s s i o n a l , m u i t o s b u g s q u e e x i s t i a m n a v e r s ã o a n t e r i o r f o r a m r e t i r a d o s , f i c a n d o a s s i m m u i t o m a i s e s t á v e l . A c o n t e c e q u e o P r e m i e r e é o s o f t w a r e d e e d i ç ã o m a i s b a r a t o d o s p r o f i s s i o n a i s , o m a i s u s a d o n o m u n d o , e p o r i s s o s e p e r c e b e m a i s e r r o s ” , d e f e n d e J o r d ã o . “ H o j e o P C e s t á b e m m a i s e s t á v e l , d e s d e q u e s e j a m o n t a d o e c o n f i g u r a d o c o m p r o f i s s i o n a i s e m a t e r i a i s d e p r i m e i r a q u a l i d a d e . O q u e a c o n t e c e , é q u e m u i t o s m o n t a m , i n s t a l a m , m a s p o u c o s s a b e m f a z e r i s s o c o r r e t a m e n t e . P o r i s s o v o l t o a d i z e r : c o m p r e m c o m q u e m t e d á s u p o r t e e b a s e t é c n i c a ” , c o n c l u i .

T E C N o L o G I A

Nem mesmo os softwares para

a edição de vídeo escapam

das críticas de instabilidade.

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Não disponivel

Page 44: Revista Tela Viva  105 - maio 2001

F i q u e P o r d e n t r o

IMERSÃO AMBIENTALÍ n d i a , E s t ô n i a , U g a n d a , G e o r g i a , M é x i c o , M a l á s i a , N i g é r i a , Á f r i c a d o S u l , N o v a G u i n é e A u s t r á l i a s ã o a l g u m a s d a s c i n e m a t o g r a f i a s q u e e s t a r ã o r e p r e s e n t a d a s n o F e s t i v a l I n t e r n a c i o n a l d eC i n e m a e V í d e o A m b i e n t a l , q u e a c o n t e c e d e 1 3 a 1 7 d e j u n h o p r ó x i m o s , n a c i d a d e d e G o i á s . O f e s t i v a l t e r á m o s t r a c o m p e t i t i v a e e x i b i r á f i l m e s d e 1 6 m m e 3 5 m m e v í d e o s e m B e t a c a m , d e c u r t a , m é d i a o u l o n g a - m e t r a g e m , p r o d u z i d o s e n t r e j a n e i r o d e 2 0 0 0 e m a r ç o d e 2 0 0 1 . O f e s t i v a l o f e r e c e r á e s t e a n o a B o l s a d e I n c e n t i v o à P r o d u ç ã o G o i a n a , d e s t i n a d a à s d u a s m e l h o r e s p r o d u ç õ e s g o i a n a s e s c o l h i d a s p e l o j ú r i . O p r ê m i o é d e R $ 4 0 m i l , d e s t i n a d o s à p r o d u ç ã o d e d o i s c u r t a s - m e t r a g e n s e m 3 5 m m . N o t o t a l , o f e s t i v a l v a i d i s t r i b u i r R $ 2 5 0 m i l e m p r ê m i o s .

Entre 30 e 40 f i lmes serão se lecionados para a mostra compet i t iva , a lém das mostras parale las . O fes t ival , em sua terceira edição, homenageia o documentaris ta Luiz Thomaz Reis , conhecido como Major Reis , que documentou a expedição Rondon. É dele “Fes tas Bororo”, pr imeiro f i lme etnográf ico brasi le iro , real izado em 1916. O fes t ival também abrigará diversas at iv idades de c inema, entre e las a reunião da dire tor ia do Congresso Brasi le iro de Cinema e um fórum que reunirá escolas de c inema do Brasi l e de Cuba.

MEMÓRIA E CULTURAUma parceria entre a ApelMultimídia e a TVCulturadeSãoPaulo deu origem à “Cinemateca Sylvio Back”, uma coleção de dez vídeos com oito longas e seis curtas e médias do diretor, realizados nos últimos 30 anos. A coleção foi lançada em São Paulo e no Rio em abril e será vendida pelo telemarketing da TV Cultura, no site www.videocultura.com, em videolocadoras e em livrarias. Além dos vídeos, a obra traz um catálogo ilustrado com a ficha técnica e ensaios sobre os filmes.

O lançamento dos v ídeos também deu iníc io a uma mostra com os pr incipais f i lmes do dire tor , real izada na Sala UOL. A obra de SylvioBack tem um enfoque documental , em f i lmes que desnudam a real idade brasi le ira em várias regiões do país e t rabalham o resgate da memória popular .

FESTIVAL DE CURTAS

Estão abertas as inscrições para a 12ª edição do FestivalInternacionaldeCurtas-MetragensdeSãoPaulo, o maior evento do gênero na América Latina, que acontece entre os dias 23 de agosto e 1º de setembro próximos, em várias salas da capital paulista. Em sua última edição, o festival exibiu mais de 400 trabalhos, sendo 111 só na mostra Panorama Brasil, que reúne anualmente uma seleção dos novos curtas produzidos no País. Os curtas brasileiros, em bitola 16 mm ou 35 mm, com duração de até 35 minutos e produzidos nos últimos dois anos, podem ser inscritos através do site www.kinoforum.org, até o próximo dia 30 de junho.

Quem lê TELA VIVA... ... E você que não lê.

Notou a diferença? Então, assine.0800 145022 www.telaviva.com.br [email protected]

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Não disponivel

Page 46: Revista Tela Viva  105 - maio 2001

T E L A V I V A m A I o D E 2 0 0 1� �

a G e n D aM a I O

14 a 19 V Festival de Cinema Vídeo e Dcine de Curitiba. Fone: (41) 244.0050. E-mail: [email protected]. Internet: www.araucariaproducoes.com.br.

14 a 5/06 Curso: “Oficina de Vídeo”. Centro de Comunicação e Artes do Senac-SP. R. Scipião, 67 - Lapa - São Paulo - SP. Fone: (11) 3866-2500.

21 a 25 Curso: “Especialização em Adobe Premiere”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 5573-4069. E-mail: [email protected].

28 a 31 Curso: “After Effects”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 5573-4069. E-mail: [email protected].

29 a 10/6 III Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte. Fone: (31) 3237-7235. Fax: (31) 3237-7215. E-mail: [email protected]. Internet: www.festivaldecurtasbh.com.br.

J U n H O

5 a 7 V Congresso da AES - V Exposição AES Brasil. Frei Caneca Shopping & Convention Center - 5º andar. São Paulo - SP. Fone: (21) 447-4505/436-1820/436-1825.

5 a 10 XIV Mostra do Audiovisual Paulista. MIS-SP. Fone: (11) 3032-3057. E-mail: [email protected].

11 a 13 22º Congresso Brasileiro de Radiodifusão - Abert. Hotel Transamérica - São Paulo - SP. Fone: (61) 327-4600. Fax: (61) 327-3660.

11 a 15 Curso: “After Effects”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 5573-4069. E-mail: [email protected].

16 a 21 XXIV Guarnicê de Cine e Vídeo. R.

Grande, 782 - 65020-250 -

São Luís - MA. Fone: (98) 232-3901.

Fax: (98) 231-2887.

J U L H O

12 a 22 IV Anima Mundi (Rio de Janeiro) -

Festival Internacional de Cinema de Animação.

Fone: (21) 541-7499. Fax: (21) 543-8860. E-

mail: [email protected]. Internet: www.

animamundi.com.br.

25 a 29 IV Anima Mundi (São Paulo) - Festival

Internacional de Cinema de Animação. Fone: (21) 541-

7499.

Fax: (21) 543-8860. E-mail: [email protected].

Internet: www.animamundi.com.br.

a G O s T O

1 a 3 SET/Abert - Broadcast & Cable 2001. Centro

de Exposições Imigrantes - São Paulo - SP. Fone: (21)

524-2229.

E-mail: b&[email protected].

Internet: www.broadcastcable.com.br.

12 a 17 SIGGRAPH 2001. Los Angeles Convention

Center, Los Angeles, California. 401 North Michigan

Avenue - Chicago - USA - 60611.

Fone: (1-312) 644-6610.

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