revista tela viva - 138 - maio 2004
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Revista Tela Viva - 138 - Maio 2004TRANSCRIPT
ano13nº138maio2004
NAB 2004 �����������������������18TV digital deslancha nos EUa ..
CINEMA ��������������������������������34União com a TV
rende bons frutos
PRODUÇÃO
INDEPENDENTE ���������38as experiências regionais
no Sul do País
SEMPRE NA TElA
Editorial��������������������������������������������������4
News�������������������������������������������������������6
Scanner��������������������������������������������������8
Figuras����������������������������������������������� �12
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Não�disponivel
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editorialQuanto�tempo�o�brasileiro�terá�que�esperar�ainda�para�ter�a�TV�digital�em�sua�
casa?�A�resposta�depende�do�interlocutor��Um�radiodifusor�dirá�que�isso�acon
tece�em�um�prazo�de�pelo�menos�daqui�a�dois�ou�três�anos��Afinal�o�grupo�de�
trabalho�estabelecido�pelo�governo�federal�para�estudar�o�modelo�e�o�padrão�de�
transmissões�digitais�terrestres�tem�11�meses�pela�frente�para�emitir�um�relatório,�
e�só�a�partir�daí�acontecerá�qualquer�movimentação�
Um�operador�de�DTH�responderá�que�já�oferece�TV�digital�desde�a�introdução�do�
sistema�no�Brasil,�e�que�um�milhão�de�lares�já�tem�acesso�à�tecnologia,�inclusive�com�
recursos�de�interatividade,�guia�eletrônico�de�programação�e�até�PVR�(gravador�digital)��E�para�
2005�já�está�prometida�até�a�HDTV,�a�TV�de�alta�definição,�para�algumas�programações�
Agora�é�a�vez�da�TV�a�cabo�dar�a�resposta:�ainda�em�2004,�os�assinantes�das�principais�
operadoras�terão�TV�digital�em�casa,�com�todos�os�serviços�interativos�a�que�têm�direito��O�
anúncio�foi�feito�de�forma�definitiva�durante�a�última�NCTA,�feira�da�indústria�do�cabo�que�
aconteceu�em�New�Orleans�no�início�de�maio��As�maiores�operadoras�do�País,�Net�e�TVA,�
anunciaram�a�escolha�do�padrão�aberto�DVB�para�suas�redes,�e�outros�grupos,�como�a�
Horizon,�devem�seguir�a�tendência��Ao�todo,�mais�1,9�milhão�de�lares�estarão�potencialmente�
aptos�a�receber�os�sinais,�inclusive�com�a�promessa�de�novos�canais�exclusivamente�digitais�
Isso�nos�remete�a�uma�proposta�feita�pela�ABTA�(associação�das�empresas�de�TV�por�as
sinatura)�há�dois�anos,�quando�apresentou�seu�projeto�de�um�novo�modelo�de�mercado�
para�a�TV�paga,�que�preconizava�uma�integração�entre�a�TV�aberta�e�a�por�assinatura�no�
lançamento�da�DTV�no�Brasil��À�época,�e�assim�vem�sendo�desde�então,�os�broadcast
ers�brasileiros�rejeitaram�a�idéia,�argumentando�que�isso�levaria�a�uma�elitização�da�TV�
aberta,�criando�espectadores�de�primeira�e�segunda�classes�
Talvez�seja�a�hora,�dada�a�realidade,�de�rever�este�conceito,�e�começar�a�investir�na�
produção�digital,�em�SD�ou�até�HD,�para�trafegar�nas�redes�de�cabo,�com�recursos�intera
tivos,�criando�experiência�e�conhecimento�para�quando�a�digitalização�terrestre�finalmente�
chegar��Caso�contrário,�a�TV�aberta�corre�o�risco�de�se�tornar�o�único�dispositivo�analógico�
nos�lares�de�milhões�de�brasileiros�
Central de Assinaturas 0800 145022 das 8 às 19 horas de segunda a sexta-feira | Internet www.telaviva.com.br | E-mail [email protected]ção (11) 2123-2600 E-mail [email protected] | Publicidade (11) 3214-3747 E-mail [email protected] | Tela Viva é uma publicação mensal da Editora Glasberg - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 2123-2600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. | Sucursal Setor Comercial norte - Quadra 02 - Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 327-3755 Brasília, DF | Jornalista Responsável Rubens Glasberg (mT 8.965) | Impressão ipsis Gráfica e Editora S.a. | não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg a.C.R. S/a
Diretor e Editor Rubens GlasbergDiretor Editorial andré mermelsteinDiretor Editorial Samuel PossebonDiretor Comercial manoel FernandezDiretor Financeiro otavio JardanovskiGerente de Marketing e Circulação Gislaine GasparAdministração Vilma Pereira (Gerente), Gilberto Taques (assistente Financeiro)
Editora de Projetos Especiais Sandra Regina da SilvaRedação Fernanda Pressinott (Repórter); Lizandra de almeida e márcia amazonas (Colaboradoras)Sucursal Brasília Carlos Eduardo Zanatta (Chefe da Sucursal), Raquel Ramos (Repórter)
Editor Fernando LauterjungWebmaster marcelo Pressi Webdesign Claudia G.i.P.
Arte Claudia G.i.P. (Edição de arte, Projeto Gráfico e Capa), Rubens Jardim (Produção Gráfica), Geraldo José nogueira (Editoração Eletrônica). Depar ta men to Comercial almir Lopes (Gerente), alexandre Gerdelmann (Contato), ivaneti Longo (assistente)
andré[email protected]
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Decreto amplia poderes do MinC
O�presidente�Lula�editou�no�dia�7�de�abril�decreto�reestruturando�o�Ministério�da�Cultura��O�decreto�criou�uma�secretaria,�mudou�as�atribuições�de��órgãos� e,� o� que� é� mais� importante,�redefiniu�os�papéis�da�Secretaria�do�Audiovisual��O�problema�é�que�parte�das� atribuições� dadas� pelo� decreto�à�SAV�coincidem�com�as�funções�da�Ancine�� Entre� essas� atribuições� dadas� à� secretaria� do� MinC� está,� por�exemplo,�“aprovar�e�controlar�a�execução� de� projetos� de� coprodução,�produção,�distribuição,�comercialização,�exibição�e�infraestrutura�relativas� às� atividades� cinematográficas�e�audiovisuais�realizados�com�recursos�públicos�e� incentivos�fiscais”��A�ampliação� das� atribuições� da� SAV�não� fica�por�aí��Ainda� recebeu�atribuições�que�até�hoje�vêm�sendo�exercidas�pela�Ancine,�como�“elaborar�e�submeter� ao� Conselho� Superior� do�Cinema�a�política�nacional�do�cinema� e� do� audiovisual”,� entre� outras��Segundo� Manoel� Rangel,� assessor�especial� do� Ministério� da� Cultura,�estas�mudanças�não�significam�que�a�Ancine�vá�deixar�de�desempenhar�esses� papéis,� mas� que� haverá� um�reajuste�na�relação�entre�a�secretaria�e�a�agência��Para�o�Ministério�da�Cultura,�a�aparente�sobreposição�de�atribuições� é� decorrência� de� uma�defasagem� de� tempo� entre� a� edição�do�decreto�e�as�mudanças�mais��amplas�nas�funções�da�Ancine,�que�virão�por�medida�provisória�O� decreto� não� agradou� ao� Senado��O�presidente�da�Comissão�de�Cultura,� senador� Osmar� Dias� (PDTPR),�proferiu�um�discurso�em�que�se�dizia�inconformado�com�os�recentes�episódios��Segundo�o�senador,�o�Decreto�
5�036�é�o�início�de�“um�processo�claro�de�esvaziamento�das�funções�reguladoras�desse�órgão”�Quanto�à�possível�criação�por�medida�provisória�da�Agência�Nacional�do�Audiovisual� (Ancinav),� o� presidente�da� Comissão� de� Cultura� questiona�sobre� quem� serão� seus� dirigentes��E� lembra� que� os� atuais� diretores� da�Ancine� foram�sabatinados�e�aprovados� pelo� Senado�� “Desautorizálos�seria� fazer� o� mesmo� com� o� Senado�da�República”,�afirma�Mas,� ao� que� parece,� a� reforma� na�legislação� audiovisual� é� muito� mais�abrangente�e�terá�uma�transição�bem�mais�complicada��Apesar�dos�sucessivos�atrasos,�está�em�fase�de�conclusão� a� reestruturação� da� Ancine�� O�que� deve� acontecer� é� que� a� Ancine�não� será� mais� como� a� conhecemos,�mas�as�mudanças,�segundo�diferentes�fontes�que�participam�no�projeto�de� reestruturação� do� setor� audiovisual,�serão� feitas�em�duas�etapas��A�primeira�será�uma�MP�reestruturando�a�Ancine,�transformandoa�em�Ancinav,� estabelecendo� funções,� conceitos� e� mecanismos� de� financiamento�das� atividades�� Com� isso,� o� governo�espera�acabar�com�as� incompatibilidades�existentes�Feito� isso,� segundo� fontes� ouvidas�por� Tela� Viva� News,� começa� uma�segunda�etapa,�mais�ampla,�que�é�a�criação�de�um�projeto�de�Lei�Geral�do�Audiovisual��O�Ministério�da�Cultura,�ao� lado� de� outros� ministérios� e� da�futura�Ancinav,�devem�conduzir�esse�trabalho��Muito�daquilo�que�se�imaginou�para�uma�“Lei�Geral�de�Comunicação”�em�outros�tempos�deve�estar�nesse�projeto��É�aí�que�devem�entrar�as�regras�de�proteção�e�valorização�do�conteúdo�audiovisual�nacional��É�também�nesse�projeto�que�serão�estabelecidas�regras�para�que�os�conteúdos�audiovisuais� estejam� disponíveis� em��outras�tecnologias�(como�celular,�Inter
net,� satélite� ou� canais� estrangeiros)�sem� que� isso� signifique� concorrência�desequilibrada�com�os�grupos�nacionais�ou�desrespeitos�à�Constituição�Acenando� com� essas� possibilidades�de�criar� regras�para�um�cenário�que�hoje�incomoda�os�grupos�de�comunicação�brasileiros�é�que�o�Ministério�da�Cultura�pretende�tocar�em�pontos�mais� complicados,� como� formas� de�incentivar� a� regionalização� do� conteúdo,� estimular� o� conteúdo� nacional,� garantir� acesso� da� produção�independente� à� televisão,� ajustar� as�relações�entre�afiliadas�e�cabeças�de�rede,� criar� fundos� setoriais� e� outros�assuntos� que� foram� as� causas� de�tantos� fracassos� anteriores� em� tentativas�de�se�discutir�uma�legislação�mais�ampla�para�o�audiovisual�
Ancine fiscalizadora
Foi� publicado� no� Diário� Oficial� do�dia�26�de�abril�o�Decreto�5�054,�que�dispõe�sobre�o�procedimento�administrativo�para�aplicação�de�penalidades� por� infrações� cometidas� nas�atividades� cinematográfica�e� videofonográfica�e�em�outras�atividades�a�elas�vinculadas��O�decreto�é�o�que�faltava�para�que�a�Ancine�pudesse�efetivamente�fazer�a�fiscalização�do�setor�audiovisual,�ficando�a�cargo�da�agência�não�apenas�a�fiscalização�das�atividades�cinematográfica�e�videofonográfica� nacional� e� estrangeira,� mas�também�o�acompanhamento,�controle,�orientação,�apuração�de�irregularidades� e� infrações� e� aplicação� de�penalidades�As� penalidades� previstas� no� decreto�são� advertência;� multa,� simples� ou�periódica;�suspensão�temporária,�parcial�ou�total,�da�comercialização,�exibição,�veiculação�ou�transmissão�da�obra�
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�tela vivamaio de 2004
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cinematográfica�ou�videofonográfica�O�decreto�define�quais�são�as�infrações�administrativas� que� caberão� à� Ancine�fiscalizar,� além� da� gravidade� de� cada�infração��Cabe�ainda�à�agência�expedir�as�normas�que�regulamentam�os�pontos�do�decreto�e�celebrar�acordos�com�outros��órgãos� que� possam� auxiliar� a� agência� no�processo�de�fiscalização�Entre�as�infrações�estão�questões�novas,�que� já� apontam� para� outras� novidades�na� legislação� do� audiovisual�� É� considerada� uma� infração,� por� exemplo,� a�empresa�distribuidora�de�vídeo�doméstico,� para� locação� ou� venda,� deixar� de�manter�entre�seus�títulos�obras�cinematográficas�ou�videofonográficas�brasileiras�no�percentual�fixado�anualmente�em�decreto��Esse�ponto�indica�a�criação�de�cotas�para�as�videolocadoras�
CCS aprova recomendação ao projeto Jandira Feghali
O�Conselho�de�Comunicação�Social�aprovou� o� relatório� da� conselheira� Berenice�Mendes�a�favor�da�aprovação�do�projeto�de� lei�da�deputada�Jandira�Feghali� (PC�do� B/RJ)� que� trata� da� regulamentação�do�Artigo� 221�da�Constituição,� estabelecendo� regras� para� a� regionalização�da� programação� em� rádios� e� TVs� e� da�abertura� do� mercado� aos� produtores�independentes��Os�conselheiros�Roberto�Wagner,� representante� das� emissoras�de�televisão,�e�Paulo�Machado�de�Carvalho� Neto,� representante� das� emissoras�de� rádio,� apresentaram� seus� votos� em�separado�� Na� opinião� dos� dois� conselheiros,�o�projeto�precisa�ser�melhorado�no� Senado�� De� qualquer� forma,� apesar�dos�dois�pareceres�não�terem�nem�sido�colocados�em�votação,�o�presidente�do�CCS,�José�Paulo�Cavalcanti,�afirmou�que�seguirá�a� rotina�do�Conselho�e�enviará�apensado�ao�relatório�vencedor,�os�dois�votos�em�separado,�as�atas�das�reuniões�em�que�o�assunto�foi�discutido�e�todos�os�documentos�relacionados�ao�tema��Considerando�a�veemência�das�manifestações�dos�conselheiros,�podese�esperar�uma�tramitação�bastante�polêmica�no�Senado�
Os�favoráveis�ao�projeto,�que�apresenta�obrigações�de�veiculação�de�programação�regional,�além�de�produções�independentes�e�exibição�de�obras�cinematográficas� nacionais,� pressionam� por�uma�votação�rápida�no�Senado,�já�que�este�é�um�ano�de�eleições�municipais,�o� que� encurta� o� tempo� de� trabalho�dos� senadores�� Os� representantes� do�empresariado�radiodifusor�alegam�que�o� projeto� contém� imperfeições� e� até�mesmo�pontos�inconstitucionais��Depois�de�encerrada�a�votação,�o�presidente�José�Paulo�Cavalcanti,�que�só�vota� em� casos� de� empate� pediu� para�externar� sua� opinião� em� relação� ao�projeto�� Ele� acha� que� da� forma� em�que� está,� o� projeto� de� regionalização�pode� não� atingir� seus� objetivos�� Suas�críticas� se� concentraram� na� definição�de�produção�independente,�que�na�opinião�do�conselheiro,�não�garante�que�a�produção� independente� seja� exercida�por� brasileiros� e� produza� conteúdos�nacionais�
Novo secretário de comunicação eletrônica
O�ministro�das�Comunicações,�Eunício�de� Oliveira,� surpreendeu� ao� nomear�para�o�cargo�de�secretário�de�serviços�de�comunicação�eletrônica�de�massas�o�engenheiro�em�informática�(e�militar�da� reserva)� Elifas� Chaves� Gurgel� do�Amaral��Há�pouco�mais�de�um�mês,�era�tida�como�certa�a�nomeação�de�Gurgel�do�Amaral,�mas�para�a�secretaria�de�serviços�de�telecomunicações,�como�havia�sugerido�o�ministro�durante�entrevista�coletiva��Na�ocasião,�Eunício�de�Oliveira� disse� estar� “aguardando� apenas� a�liberação� da� Universidade� Federal� do�Ceará”�ao�qual�o�engenheiro�é�ligado�De� acordo� com� o� secretário� executivo� do� Ministério� das� Comunicações,�Paulo� Lustosa,� o� novo� secretário� de�Serviços� de� Comunicação� Eletrônica�terá�como�primeiro�trabalho�organizar�a�secretária�e� resolver�o�que�denominou� “contencioso”� dos� processos� de�radiodifusão,�que�são�os�36�mil�processos�atrasados�
Senado discute lei Rouanet
Uma�audiência�pública�na�Subcomissão�de�Cinema�da�Comissão�de�Educação� do� Senado� Federal� discutiu,�no�final�de�abril,�o�Projeto�de�Lei�263,�de�autoria�do�exsenador�Luiz�Pastore�(PMDBES)��O�projeto�propõe�alterações� na� Lei� Rouanet�� Entre� elas,�estava�o�aumento�da�possibilidade�de�dedução�do�Imposto�de�Renda�devido�pelas� empresas� a� ser� utilizado� para�patrocínios� culturais� para� até� 10%,�mas� apenas� para� as� empresas� que�apresentassem� receita� bruta� inferior�a�R$�500�milhões/ano��Para�as�empresas�com�receita�superior,�o�limite�seria�de�2%�do�imposto�devido��Atualmente,�este�percentual�é�de�4%,� indiferentemente�da�receita�da�empresa��Segundo�o�Ministério�da�Cultura,� representado� pelo� secretário� executivo,� Juca�Ferreira,� se� aprovada,� a� medida� provocaria� uma� diminuição� efetiva� dos�recursos�disponíveis�para�financiamento�da�cultura�através�deste�dispositivo�de�renúncia�fiscal,�especialmente�devido�à�demora�do�processo�de�convencimento�destas�empresas�médias�para�investir�em�cultura�Os� senadores� que� participaram� da�audiência� pública,� especialmente� o�relator� do� projeto,� senador� Sérgio��Cabral� (PMDB/RJ),� manifestaramse�favoráveis� a� atender� ao� pleito� unânime�dos�diversos�segmentos�de�produtores�culturais,�que�seria�de�aumentar�a�dedução�para�10%�do�imposto�devido,� indiferentemente�da� receita� bruta�das� empresas�� Mas� ainda� ficou� claro�que�deve�haver�uma�negociação�com�o�Governo�Federal,�uma�vez�que�este�aumento�na�renúncia�fiscal�pode�significar�perdas�significativas�de�receita�Participaram� da� audiência,� além� do�dirigente� do� MinC,� o� presidente� da�Ancine,� Gustavo� Dahl;� a� atriz� Giulia�Gam;�o�produtor�cultural�Paulo�Pelico;�o�maestro�e�arranjador�Júlio�Medaglia;�e�o�designer�gráfico�e�dirigente�cultural,�exsecretario�de�Cultura�do�Estado�de�São�Paulo,�Ricardo�Ohtake�
8tela vivamaio de 2004
Fotos: Divulgação
Boas vibrações
Núcleo regional
O� SBT� criou� um� núcleo� de�vendas,� voltado�à�comercialização� regional� da� rede,� que�deverá� realizar� estudos�detalhados�das�tradições�e�costumes� de� cada� localidade� que�recebe� o� sinal�� Além� de� ter�acesso�a�índices�de�audiência,�participação�das�produções�e�eventos�das�afiliadas,�o�mercado� regional� poderá� conhecer�as� peculiaridades� regionais,�o�que�abre�um�leque�diferenciado� de� oportunidades� de�negócios�Ainda,� comitês� de� marketing�estão� sendo� formados� nas�cinco� regiões� do� país� para�coordenar� a� ação�� Os� comitês� do� Norte� e� Nordeste� já�estão� em� funcionamento� e� o�próximo�a�iniciar�os�trabalhos�é� o� da� região� Sul�� Encontros�nacionais� serão� organizados�por�esses�comitês�para�apresentar� ao� mercado� publicitário� o� potencial� da� programação�regional�da�Rede SBT.A�Rede�SBT�exibe�atualmente,�ainda� segundo� o� comunicado�da� emissora,� 368� programas��locais�dos�mais�diversos�gêneros� em� suas� 110� emissoras�espalhadas�pelo�Brasil��Somente�na�Região�Norte�são� transmitidos�25�programas�jornalísticos�Além� de� cumprir� uma� função�comercial,� o� núcleo� também�terá,� por� tabela,� uma� função�política��Hoje�a�questão�da�produção� regional� é� central� nos�debates�sobre�ajuda�financeira�do� governo� à� mídia� e� novas�regulamentações�setoriais�
Conteúdo para celulares
A Live Me dia,� estúdio� de� criação� e� produção� de� comunicação�digital�de�Campinas,�iniciará�em�breve�as�gravações�de�seriados�e�novelas,�direcionados�ao�público�jovem,�exclusivos�para�o�mercado�de�telefonia�móvel��Tratase�de�iniciativa�pioneira�no�Brasil��“Serão��vídeos�de�até�um�minuto�de�duração��Precisaremos�levar�em�conta�a�baixa�resolução�dos�aparelhos�e�realizar�um�verdadeiro�malabarismo� na� edição� e� nos� cortes”,� explica� Marcio� Tonelli,� diretor� da�LiveMedia��A�empresa�já�começou�a�conversar�com�duas�grandes�operadoras��O�serviço�foi�batizado�como�MobiTVshow�
Mudança de mãos
A�Alias,�desenvolvedora�de�softwares�para�animação�3D,� foi� vendida�para�a�AccelKKR,�empresa�de�investimentos� no� mercado� de� tecnologia,� por�US$� 57,5� milhões�� Responsável� pelo�desenvolvimento� de� um� dos� mais�difundidos� softwares� de� animação�3D,�o Maya,�além�de�softwares�voltados�à�área�de�CAD,�a�Alias�é�representada�no�Brasil�pela�AWbr�
A�divulgação�do�evento�CocaCola�VibeZone,�que�acontece�no�Rio�de�Janeiro�dias�14�e�15�de�maio,�ficou�a�cargo�da��McCann�Rio��A�campanha�mostra�uma�garota�consumindo�o�produto,�quando�é�transportada�para�um�mundo�de�energia�e�som��Os�efeitos�de�pósprodução�são�da�Vetor Zero,�e�a�produção�é�da�Aca de mia de Filmes,�com�direção�de�Oscar�Rodrigues�Alves�
Outra� produção� da� Academina,� mas�com�direção�de�Hugo�Prata,�á�campanha�para�a�nova�linha�de�maquiagem�de� O� Boticário,� criada� pela� OpusMúl ti pla�� Para� apresentar� para� o�mercado� os� produtos� especiais� para�mulheres� de� todas� as� etnias� � loiras,�morenas,�negras�e�orientais�,�a�campanha� é� composta� por� filmes,� que�mostram� quatro� estilos� de� maquiagem,� baseados� em� referências� egípcias,�indianas,�orientais�e�africanas�
Revista eletrônica
A� revista� eletrônica� “What’s� On”,� que��estreou� em� abril,� é� uma� coprodução�entre� o� canal� por� assinatura� USA� e� a�produtora�Youle Filmes��O�programa�traz�matérias�e�entrevistas�sobre�o�mundo�do�cinema,�além�de�notícias�de�lançamentos�de� filmes� e� séries�� Com� periodicidade�mensal,� o� programa� tem� 20� minutos�de�duração,� e� exibição�aos� sábados,� às�20h30�e�reprise�no�domingo�da�semana�seguinte,�às�16h30�
Carta de Cuiabá
Programadores,� realizadores� e� representantes� de� entidades�nacionais� do� cinema� brasileiro� reuniramse� durante� o� 11º�Fes ti val�de�Cinema�e�Vídeo�de�Cuiabá,�em�abril,�e�elaboraram�dois�documentos� solicitando�apoio�ao� setor� audiovisual��O� primeiro� será� encaminhado� ao� Conselho� de� Comunicação��Social�(CCS)�pedindo�a�aprovação�imediata�e�sem�mudanças�da� proposta� da� deputada� Jandira� Feghali� (PC� do� B/RJ),� que�regulamenta�o�artigo�221�da�Constituição�O� segundo� documento,� denominado� Carta� de� Cuiabá,� trata�de�questões�do�Estado�do�MT�e�será�encaminhado�ao�governador�Blairo�Maggi�e�ao�ministro�da�Cultura,� Gilberto� Gil�� Entre� outros�pedidos,�a�Carta�de�Cuiabá�quer�que�os�recur sos públicos�destinados�à� produção� no� Estado,� através� de�leis� de� incentivo,� não� sejam� inferiores� a�R$� 3�milhões�� Também�pedem�a� regulamentação� imediata� de� um�prêmioestímulo� para� a� realização�de� curtasmetragens� e� a� criação� de�programas�que�envolvam�as�secretarias�de�Turismo,�Educação,�Ciência�e�Tecnologia,�Indústria�e�Comércio�e�o�setor�audiovisual�
Dois longas matogrossenses
O� diretor� Amauri� Tangará� realiza� os� dois� primeiros� longasmetragens�do�Mato�Grosso�dos�últimos�30�anos��O�primeiro,�chamado�“A�Oitava�Cor�do�Arcoíris”,�está�em�fase�de�fina�li�zação�e�será�lançado�em�junho��Ele�está�em�fase�de�produção�há�três�anos�por�falta�de�recursos�financeiros�(conta�com�30%�de�verbas�estaduais,�30%�através�de�leis�de�incentivo�federais�e�o�restante�com�recursos�próprios�do�cineasta)��O�segundo�longa,�“Ao�Sul�de�Setembro”,�será�filmado�a�partir�de�julho�e�é�totalmente�patrocinado�pela�Petro bras.
Flagra
A� TIM� Brasil� está�veiculando� nova�campanha�de�serviços� multimídia��No� filme� “Multa”,�que� apresenta� o�serviço�VideoMensagem,�um�motorista�é�flagrado�por�um�guarda�de�trânsito�com�seu�celular�na�mão��Enquanto�explicava�que�assistia�a�um�vídeo�enviado�pela�família,�o�guarda�apanha�seu�próprio�celular�e�mostra�vídeos�de� pessoas� que� multou,� inclusive� o� do� próprio�motorista��Ao�oferecer�o�portfolio�da�operadora,�a�campanha�enfatiza�que�os�serviços�multimídia�TIM�podem�ser�incorporados�de�forma�útil,�divertida�e�fácil�na�vida�de�qualquer�pessoa�O� comercial� é� da� McCann� Rio,� com� criação� de�Luiz�Londres�e�Marco�Ferreira�e�direção�de�criação�de�Luiz�Nogueira��A�produção�do�filme�é�da�Ilus tra da Filmes,� com� direção� de� Ricardo�‘Gordo’� Carvalho�� A� trilha� sonora� é� da� Tesis�� O�atendimento�da�agência�é�de�Alexandre�Braga�e�Ana�Leão��Aprovação�do�cliente:�Alberto�Ceccarelli,�Malu�Antônio�e�Fernanda�Cozac�
Novo satélite
A� Hispamar� lança� em� junho�o�satélite�Ama�zo�nas,�que�ficará�sobre�o�Brasil��Segundo�o�presidente�da�Hispamar,�Luiz�Francisco�Perrone�(foto),�pelo�menos�metade�da�banda�do�satélite� será� comercializada�no� Brasil� e� a� expectativa� é�que�o�mercado�de�radiodifusão� contrate� de� 30%� a� 40%�desta�oferta�
Para�o�executivo,�o�novo�satélite�deve�ter�competitividade�no�mercado�de�prestação�de�serviço�para�a�radiodifusão�justamente�por�operar�nas�duas�bandas� (C�e�Ku)��É�possível,�por�exemplo,�fazer�transmissões�usando� unidades� móveis,� com� antenas�muito� menores� do� que� as� da� banda� C��Além� disso,� muitos� radiodifusores� ainda�operam� com� transmissão� analógica,� o�que,�apesar�de�exigir�equipamentos�mais�baratos,� exige� a� contratação� de� uma�banda�maior��“O�custo�dos�equipamentos�digitais�deve�cair�com�a�demanda”,�explica�Perrone�
“Celebridade” em Los Angeles
A�novela�“Celebridade”�será�lançada� pela� Globo� TV� International� no�LA Screenings,� que� acontece�neste�mês,�em�Los�Angeles��Como�argumento�de�venda,�a�Globo�deve�apresentar� ao�mercado� internacional� a� audiência� da� novela�� Exibida� no� horário� nobre�da�TV�Globo,� “Celebridade”� chegou�a�alcançar� 81%�de�share� em� um� de� seus� capítulos�� A� trama� é� escrita� por�Gilberto�Braga�e�dirigida�por�Dennis�Carvalho�
10 scan ner abril de 2004
Descansar não tem preço
O�novo�filme�de�MasterCard��“Rotina”��mostra�o�dia�de�um�pai�e�uma�mãe�para� cuidar� de� seus� três� filhos� pequenos,� desde� a� chegada� da� escola�� A�correria�acontece�em�forma�de�gincana�e,�como�nos�demais�filmes�da�campanha,�a�peça�conclui�que�descansar�não�tem�preço��A�produção�é�da�O2
Filmes,� com� direção� de� Nando�Olival�� A� criação� é� de� Maria� Cristina� Del� Nero� e� Gabriela� Guerra,�com�direção�de�criação�de�Eduardo� Hernandez,� Percival� Caropreso�e�Glen�Martins�
“Carnaval” da HBO
Projeto� guardado� a� sete� chaves,�o� seriado� “Carnaval”� foi� aprovado�pela�Ancine,�através�da�lei�dos�3%��Tratase�de�um�projeto�da�HBO�do�Brasil,�delegado�à�produtora�O2��A�direção�será�de�Cao�Hamburger,� o�mesmo� de� “Castelo� RáTimBum”,�e� a� produção� é� de� Andrea� Barata�Ribeiro�� O� valor� total� do� programa�está� orçado� em� R$� 6,5� milhões��A� HBO� tinha� até� então� o� projeto�de� maior� orçamento� aprovado� na�agência� com� recursos� das� programadoras� de� TV� paga:� o� seriado�“Mandrake”,� que� está� sendo� executado�pela�Conspiração,�e�que�foi�orçado� em� mais� de� R$� 5� milhões��Ainda� entre� os� canais� pagos� com�projetos� aprovados� na� Ancine,� a�MGM� latina� participa� do� longa� de�Aníbal�Massaíni� “Pelé,�Eterno”;�e�a�Turner�aparece�com�vários�programas� já� aprovados,� além� de� aguardar� a� aprovação� de� um� projeto� de�animação,�a�ser�executado�pela�produtora� Daniel Messias�� Sob� o�nome�“Made�in�Brazil”,�o�programa�traz�os�traços�dos�cartunistas�Caco�Galhardo,�Laerte�e�Glauco�
Programa de treinamento
A� Séti ma Arte Digital� é� a� responsável� pela� criação� e� produção� do�material�de�treinamento�sobre�o�Fox�quatro�portas,�dirigido�às�concessionárias�Volkswagen�de�todo�o�País��Para�treinar�todos�os�profissionais�da�rede�de�distribuição�da�montadora�foram�usados�três�suportes:�um�programa�ao�vivo�transmitido,�via�satélite,�pela�TV�Executiva�Volkswagen,�para�os�mais�de�500�pontos;�um�vídeo�que�mostra�todos�os�atrativos�do�novo�modelo;�e�o�site�de�treinamento�da�Volkswagen,�onde�os�profissionais�das�concessionárias�encontram�o�resumo�das�informações�mais�importantes�para�os�procedimentos�do�testdrive�no�Fox�4�Portas�
Transmissão em estádios
A� Embra tel� está� instalando� centros� de� transmissão�de� áudio� e� vídeo� nos� principais� estádios� do� país,� para�facilitar�a�cobertura�de�eventos�esportivos�e�artísticos��O�serviço,�chamado�SmartS port,�está�disponível�atualmente�nos�estádios�do�Maracanã�(Rio�de�Janeiro),�Mineirão�(Belo�Horizonte),�BeiraRio�(Porto�Alegre)�e�Arena�da�Baixada�(Curitiba),�e�deve�chegar�ainda�este�ano�a�mais��locais,�inclusive�em�São�Paulo�Dos�estádios,�o�sinal�será�integrado�à�plataforma�SmartVideo� nacional� e� internacional� da� Embratel,� e� poderá�ser�transmitido�então�para�qualquer�localidade�no�Brasil�ou�no�exterior��O�primeiro�teste�ao�vivo�foi�feito�na�transmissão�da�final�do�Campeonato�Carioca,�entre�Flamengo�e�Vasco,�feita�pela�TV�Globo�A�operadora�comercializa�o�serviço�nas�versões�monocanal,�com�8�Mpbs�ou�15�Mbps,�e�multicanal,�com�dois��canais�de�vídeo,�também�em�8�Mbps�ou�15�Mbps��Serão�oferecidos� também� pacotes� completos,� como� para� a�cobertura�do�Campeonato�Brasileiro�
Imagem do País
Fonte� do� Planalto� revelou� a� Tela� Viva� que� o� governo� de�Moçambique� manifestou� desagrado� com� a� veiculação�naquele�país�do�programa�“Cidade Alerta”,�transmitido�através� do� sinal� da� Record� International�� Ainda� segundo�esta�fonte,�o�governo�Lula�está�preocupado�com�a�imagem�do�Brasil�que�este�tipo�de�programa�pode�passar�no�exterior�O� sinal� do� canal� Record� International� atende� ao� continente�africano,�sul�da�Europa,�Estados�Unidos,�Canadá�e�Japão��O�“Cidade�Alerta”�vai�ao�ar�de�segunda�a�sexta�ao�vivo��Segundo�o�site�da�Record,�nos�países�da�África�de�língua�portuguesa,�sobretudo�em�Angola�e�Moçambique,�programas� como� “Raul� Gil”� e� “Domingo� da� Gente”� são�líderes�de�audiência,�já�que�o�sinal�é�captado�por�antenas�parabólicas�e�a�maioria�destes�países�dispõe�apenas�de�uma�emissora�de�TV�local�A�Record�diz�não�ter�sido�informada�sobre�esta�manifestação�de�desagrado��“Não�temos�nenhuma�posição,�pois�não�fomos�informados�de�nada��Pelo�contrário,�a�Record�tem�um�ótimo�relacionamento�com�o�governo�africano”,�diz�o�diretor�da�Record�International,�Paulo�Calil�
Longa e série de animação
A�Moonshot Pictures,�braço�da�pósprodutora�TeleImage,� inicia�ainda�no�primeiro� semestre�de�2004�a�produção�para�o�público�infantil�“Zuzubalândia”��O�projeto,�que�conta�com�um�filme�e�série�de�animação,�é�de�Mariana�Caltabiano,� escritora� de� livros� infantis,� criadora� de� personagens� e�programas�de�televisão�(Globo,�SBT,�Record)�e�também�diretora�do�Iguinho,�o�portal�infantil�do�IG��O�orçamento�total�do�projeto�é�de�R$�5�milhões�“Zuzubalândia”� conta� a� história� de� um� reino� encantado�habitado�por�seres�engraçados,�todos�inspirados�em�alimentos,�aprofundando�o�aspecto� lúdico�e�a�relação�do�público�infantil�com�a�comida�
Produção em Miami
A�produtora�paulista�JX Plural�ganhou�concorrência�internacional�pela�produção�de�dois�comerciais�para�o�McDonald’s��A�diretora�Paula�Trabulsi�(na� foto� com� o� diretor� de� arte� Cristobal�Valecillos)� esteve� nas�filmagens� em� Miami��Os� filmes� veiculam� no�mercado� hispano� nos�Estados� Unidos� para�promover�os�dois�próximos� lançamentos� da�rede�de�fastfood�
PanAmSat é vendida
A� Hughes� Electronics� (atualmente� chamada�de� DirecTV� Group)� vendeu� a� operadora� de�satélites� PanAmSat� para� a� Kohlberg� Kravis��Roberts�&�Co��(“KKR”)��A�DirecTV�detinha�80,5%�da�empresa��O�valor�acertado�é�de�US$�23,50�em�dinheiro�por�ação�além�da�transferência�de�uma�dívida�de�US$�750�milhões��A�operação,� portanto,� está� estimada� em� US$�4,3�bilhões��Os�29�satélites�da�PanAmSat�são�usados� por� 2,1� mil� broadcasters� em� todo� o�mundo�� Também� são� os� satélites� utilizados�pela�Sky�na�América�Latina�Como� parte� da� transação,� a� DirecTV� concordou� em� estender� e� ampliar� os� acordos�com� a� PanAmSat,� em� valores� de� mercado��A� operação� depende� ainda� de� aprovação�regulatória�e�deve�estar�concluída�no�segundo�semestre�de�2004��O�banco�Credit�Suisse�First�Boston�foi�o�financial�advisor�da�transação�pela�DirecTV�A� KKR� é� uma� empresa� de� private� equity�com�investimentos�que�vão�da�área� farmacêutica�a�hotéis,�passando�por�empresas�de�energia,�telecomunicações,�área�editorial�e,�agora,�satélites�
Ranking do varejo
Produções�nacionais�em�homevideo�(vídeo�e�DVD)�começam�a�figurar�entre�as�maiores�vendas�em�alguns�varejistas��Segundo�pesquisa�realizada�em�abril�pelo�Jornal�do�Vídeo,�publicação� especializada� no� mercado� de� distribuição� de� homevideo,� alguns� títulos nacionais� já� aparecem� no� ranking��A� Livraria� Cultura� se�mostrou�o�grande�varejista� dos� títulos� locais,�tendo�em�sua� lista�dos�mais�vendidos�três�produção� nacionais:� “Os�Paralamas� do� Sucesso��Uns�Dias�ao�Vivo”,�em�segundo� lugar;� “Senta�a� Pua!”,� em� terceiro�lugar;�e�“O�Homem�que�Copiava”�(foto),�em�nono�lugar��No�ranking�da�Blockbuster,�o�longametragem�“Cidade�de�Deus”�figura�em�segundo�lugar,�ficando�atrás�apenas�de�“O�Rei�Leão�3��Hakuna�Matata”�
Jogos da NFL em HDTV
O�canal�norteamericano�Fox�Sports�nos�EUA�transmitirá� a� partir� da� próxima� temporada�até�seis�jogos�por�semana�da�liga�de�futebol�americano�dos�EUA�(NFL)�em�alta definição (HD)��Para�a�produção�dos�eventos,�três�provedores�de�unidades�móveis�estão�construindo�cinco�caminhões�com�equipamentos�100%�HD��Segundo�a�Grass�Valley,�fornecedora�dos�equipamentos,�os�investimentos�somados�chegam�a�Ä�8,5�milhões��Os�caminhões�estão�sendo�montados�pela�F&F�Productions,�National�Mobile�Television�(NMT),�e�pela�NEP�Supershooters��Serão�equipados�com�câmeras� LDK� 6000� mkII,� switchers� Kalypso� HD,�roteadores�Trinix�e�Concerto�e�processadores�Kameleon�
Fotos: Gerson Gargalaka (Catherine) e Divulgação
A princesinha que estudou em ótimos colégios, fala inglês fluente, fez piano e balé e hoje tenta conciliar a faculdade de cinema com o trabalho intenso — já tem seis longas e só este ano mais de 15 comerciais em seu currículo — vive cercada de homens e se sente muito à vontade entre eles. Ainda sofro preconceito, estou sempre tendo que provar que sou capaz. Mas hoje os eletricistas com quem trabalho reconhecem minha qualidade e fazem questão de me contratar.
A relação de Catherine com o cinema começou cedo. Meu pai é escritor e minha mãe, jornalista. Tive uma educação para o cinema, desde pequena ouço dizer que este ou aquele filme são obrigatórios. Então decidi fazer cinema, mas não pensava em ser diretora. Estava mais para a produção. Trabalhando há seis anos no meio, Catherine começou numa produtora de áudio e depois passou dois anos desempenhando várias funções na pré-produção do longa “Carandiru”, na produtora de Hector Babenco.
Então saí e fui me virar, trabalhando em várias produções americanas. Fiz
12tela vivamaio de 2004
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�O�departamento�de�mídia�da�Giovanni,�FCB�do�Rio�de�Janeiro� realizou�mudan
ças�na�equipe�que�atende�os�clientes�blah!�e�S��C��Johnson��Keila Marconi (1)�foi�promovida�a�coordenadora�de�mídia,�e�para�seu�lugar�como�assistente�de�mídia�foi�contratada Kátia Carvalho (2)�A� empresa� também� contratou� o� redator� Antônio Nogueira —�conhecido�como�Mega�—�para� fazer�dupla�com�o�diretor�de�arte�Cláudio Gatão,� no� grupo� de� criação� de� Fernando Barcellos. Entre�os�clientes�que�a�dupla�vai�atender�estão�blah!,�S��C��Johnson�e�Kraft�Foods��Mega�vem�da�F/Nazca,�depois�de�passar�pela�Publicis�Salles�Norton��
�A�Adobe�trocou�o�comando�de�sua�área� de� desenvolvimento� de� negó
cios�no�Brasil��O�executivo�de�negócios�Fábio Sambugaro� passa� a� atender�os�clientes�dos�mercados�financeiro�e�profissional,�junto�aos�segmentos�educacional� e� de� governo�� A� mudança� se�deve�à�saída�do�gerente�de�desenvolvimento� de� negócios� Nilson Martinho,�após�oito�anos�na�Adobe�Brasil�
Quem vê essa garota de olhos verdes pela primeira vez pensa que está diante de uma assistente de arte, no máximo assistente de produção. Mas um aperto de mão já pode revelar um pouco mais sobre a profissão que Catherine Winter Freire escolheu há dois anos e que ela não pretende largar tão cedo. Cheias de calos e com unhas cortadas, são as mãos de uma pessoa “da pesada”. Catherine é provavelmente a primeira assistente de elétrica a atuar no Brasil e sua carreira vai de vento em popa.
1 2
alguns longas tipo “Z”, fui assistente de direção de publicidade em filme gringo, um pouco de tudo. Até que foi convidada para trabalhar no programa “Verão MTV”, que foi rodado na Costa do Sauípe, na Bahia. Acabou o verão, mas Cathe-rine ficou em Salvador, onde arrumou um emprego numa produtora. A experiência não foi das melhores, então voltou para São Paulo.
Foi quando começou sua carreira na elétrica. Consegui uma vaga na produção do curta “Morte”, do José Roberto Torero. Conheci o Marquinhos, que é eletricista, e pedi para ajudar nessa área, porque como produtora achava que tinha que saber um pouco de tudo. Só que a convivência com a equipe e o trabalho em si mostraram que ali estava muito mais do que uma experiência para o futuro. Adorei o trabalho, sempre gostei de trabalhos manuais, nunca suportei ficar presa num escritório. Nesse trabalho a gente sabe de tudo o que acontece no filme, sabe que participou de todos os planos, e a equipe inteira trabalha unida, fazendo o mesmo trabalho.
Depois do curta, continuou com Marquinhos e na quarta diária de publicidade sem ganhar nada começou a ganhar um cachê. O preconceito e a vontade de provar seu valor fizeram com que ela ralasse mais do que muito marmanjo no come-ço. Quando resolvi ficar na elétrica, dava o sangue, carregava tudo, pegava todo o peso para mostrar serviço. Saía com dor no corpo inteiro. Hoje ainda ralo muito, mas aceito a ajuda dos outros porque conheço meu limite. O resultado dessa teimosia foi um problema de coluna e de joelho, que ela hoje trata com fisioterapia duas vezes por semana.
É um trabalho de risco, e vejo que tenho um preparo que os homens da profissão não têm. No fim, isso é um diferencial: muito poucos falam inglês, eu tenho uma formação cultural muito boa, e um pique e uma força de vontade iguais às de qualquer homem. Na verdade, quebrar barreiras é uma tradição no lado feminino da família. Antes de Catherine, mãe e avó — ambas jornalistas — foram pioneiras em suas áreas de atuação.
� Depois� de� uma� longa� carreira�nas� mais� variadas� agências,� o�diretor�de�arte�Guime�é�o�novo�contratado� da� W/Brasil�� Guime�começou�como�redator,�mas�logo�“aposentouse”� e� embarcou� na�área� de� arte�� Depois� de� uma�breve�incursão�pela�Internet,�voltou�a�uma�agência��a�Salles��há�dois�anos�e�agora�reforça�a�equipe�de�Washington�Olivetto�
�Inau�gu�ra�da�em�abril,�a�República�Brasil�é�uma�nova�agên
cia�especializada�em�marketing�político�� A� empresa� tem� sede�na�Praia�do�Flamengo�e�é�encabeçada� pelo� publicitário� Michelangelo Moura.�Michelangelo�também�é�roteirista�e�diretor�de�TV�e�cinema,�com�participação�nas�principais�campanhas�majoritárias�no�Rio�de�Janeiro�nos�últimos�dez�anos��A�República�Brasil� já� começa�atendendo�a� candidatos� às�prefeituras�de�Mangaratiba�e�Itaguaí�
Sedia da�no�Rio�de�Janeiro, Lucia Novaes�integra�agora�o�casting�nacional�de�diretores�da�Acade
mia�de�Filmes��Em�sua� trajetória�profissional� registra�passagens� pela� Mr�� Maggo,� MTV� e� TV� Zero�� Trabalhou� para� marcas� como� Correios,� Eno,� Ministério� da�Saúde,�Net,�Clube�de�Criação�do�RJ,�Pernambucanas�e�Rede�Globo��Lucia�tem�experiência�também�em�televisão,�onde�realizou�programas�especiais�e�aberturas�para�a�Rede�Globo�e�uma�série�de�microdocumentários�para�o�Sebrae�
A� Sentimental� Filme� contratou� como� diretor� Luiz Alberto Kid,�que�atuou�durante�dez�anos�na�Zeppelin�Filmes,�em�Porto�Alegre��Além�de�Kid,�a�produtora�já�havia� anunciado� a� contratação� de Heitor Dhalia� e�Bob Wolfenson�
Ciro Silva�está�na�Prodigo�Films��Depois�de�experiência� como� RTVC� em� agências� de� propaganda�(DM9DDB�e�W/Brasil),� ele�passa� a� ser� diretor� de� filmes�na�produtora��Embora�atuasse� como� RTVC,� Silva�também� dirigiu� filmes� na�DM9DDB�� O� diretor� estudou� cinema� no� Purchase�College,� nos� Estados� Unidos,� tendo�coproduzido�e�codirigido�o� longametragem�independente�“Swim
ming”,�dirigido�por�Robert�Siegel�
Fotos: Divulgação
Vegas em Vegas
A Sony lançou na feira em Las Vegas a quinta versão do editor não-linear de áudio e vídeo Vegas. Trata-se de uma solução “all-in-one” desenvolvida para a plataforma Windows XP voltado para produção digital, criação de conteúdo para streaming e produção broadcast. O software trabalha em vários formatos, do DV ao HD, e conta com transições 2D e 3D, filtros e track motion com pan e crop, e corretor de cores, tudo em tempo real sem a necessidade de renderização.O software pode editar conteúdo HD e ainda suporta conteúdo DV em 24 fps com varredura progressiva. Além disso, na edição de áudio, o Vegas 5 pode trabalhar com número ilimitado de trilhas, suporta áudio 24-bit/192kHz e mixagem 5.1 surround e conta com automação de efeitos.O software é comercializado ainda como parte de uma suíte para edição de áudio e vídeo e criação de DVDs, o Vegas DVD Production Suíte. O pacote conta com três programas: o Vegas 5; o DVD Architect 2, que inclui uma série de layouts de DVD e ferramentas de autoração para criação de menus dinâmicos com vídeos, imagens e música; e o Sony Pictures Digital AC-3 Encoding, para mixagem de áudio 5.1 com codifição para som estéreo e AC-3.Na área de câmeras, além das novidades já anunciadas (veja em TELA VIVA 138), a fabricante japonesa
apresentou ainda a BVP E-30, evolução da E-10, com processamento de 14-bit em lugar dos 12-bit da versão anterior. Destaque para a relação S/N de 66 dB. A câmera será comercializada pelo preço atual
da E-10, e os usuários da E-10 podem fazer um upgrade para a nova câmera. Também há mudanças na linha J. A J1 é substituída pela J10, e a J3 pela J30. A J2 será descontinuada.
A maior diferença é que agora todas contam com saídas i,Link, podendo transferir o material diretamente para a estação de edição.
14tela vivamaio de 2004
Apple em movimento
A Apple apresentou na NAB seu novo software de animação 2D e titling Motion. Desenvolvido para maximizar o processamento do novo Power Mac G5 e do sistema opercaional Mac OS X Panther, o software permite trabalhar em tempo real, com respostas e possibilidade de interação semelhantes às de um sistema dedicado. É possível mover e redefinir o tamanho de layers de video, aplicar filtros em resolução full e assistir a tudo em tempo real. Quando usado o gerador de partículas, é possível ajustar ângulos e cor também em tempo real, enquanto o efeito é executado.Um dos features mais interessantes é a tecnologia de animação Behaviors, que cria movimentos e simulações sem ser necessário usar keyframes. O software simula diversos efeitos físicos, como gravidade ou ventos, e aplica-os diretamente às animações. Basta arrastar um dos mais de 40 behaviors para uma imagem ou texto, que o software executa sozinho. Divididos em quatro tipos (básico, texto, simulação e parâmetro) os behaviors, comportamento das partículas, podem ser combinados e customizados, criando efeitos exclusivos.O Motion vem com templates desenhados especificamente para vários usos profissionais, como produção de notícias, entretenimento, vídeos de eventos, apresentações corporativas e criação de menus animados para DVDs. Esse templates podem ser customizados conforme a necessidade do usuário.O software, que pode trabalhar integrado ao Final Cut Pro HD (veja matéria à página 18), é o que faltava para a Apple completar uma família de produtos de produção de vídeo. Para efeitos avançados, a empresa tem Shake, além do Final Cut do DVD Studio Pro.
Vegas 5, da Sony: solução “all-in-one” conta com track motion e corretor de cores e suporta áudio 5.1.
Camcorder BVP E30: processamento 14bit em lugar dos 12bit de sua antecessora.
A Avid anunciou a versão 1.5 de seu sistema Media Composer Adrenaline. O produto conta com novas ferramentas para filme, áudio e gerenciamento de conteúdo. Entre as novidades está a capacidade de trabalhar em tempo real com até 11 streams de conteúdo SD, usando a plataforma Windows XP, ou nove streams na plataforma Macintosh. Além da nova versão, a empresa anunciou ainda uma futura versão baseada na tecnologia DNxHD, que ainda suportará outras tecnologias HD, como HDV, DVCPro HD e HD sem compressão.Também foi anunciada a nova versão dos sistemas topo de linha da Avid, o DS Nitris e o DS Nitris Editor. Os sistemas de finalização em tempo real para conteúdo SD, HD e projetos com intermediação digital 2K e 4K também ganharão suporte à tecnologia DNxHD.O editor mais acessível da Avid, o Xpress Pro, também ganhará, no final de 2004, uma versão capaz de trabalhar com algumas tecnologias HD. O produto, que pode ser usado em também em notebooks e está disponível para Windows e Apple, poderá editar conteúdo em formatos HDV, DVCPro HD e DNxHD. Será compatível ainda com o formato Panasonic DV50 e poderá exportar para WMV HD (Windows Media
9).Além das novas versões, a Avid apresentou este ano o pacote Avid Xpress Studio. Trata-se de um conjunto de soluções DV que conta com editor de vídeo, produção de áudio, animação 3D, composição e titling e
autoração de DVD. Com interoperabilidade, todas as aplicações no Xpress Studio podem rodar em conjunto em uma mesma estação, tornando o pacote perfeito para pequenos produtores.
O pacote será lançado em duas versões: Avid Xpress Studio Essentials e Avid Xpress Studio Complete. Ambas vêm com o ssoftwares: Xpress Pro, de edição; Pro Tools LE, para áudio; Avid 3D; Avid FX, baseado no Boris Red; e Avid DVD, baseado em tecnologia de autoração Sonic. Além dos softwares, o pacto Essentials inclui o hardware de áudio Digidesign Mbox, enquanto o Complete vem acompanhado da mesa de controle Digi 002 e do Avid Mojo, o hardware acelerador que dá ao Xpress Pro maior autonomia.
Pacotão Avid
DS Nitris, topo de linha da Avid, ganha nova versão.
Avid Xpress Studio: conjunto de soluções DV com editor de vídeo, produção de áudio, animação 3D, composição e autoração de DVD.
Controle mestre
A Ross Video lançou na NAB o sistema de controle de produção Over-Drive. Com o equipamento, usando uma tela sensível a toque (touch screen), pode-se controlar todos os dispositivos usados no ambiente de produção. O OverDrive se integra aos switchers da série Synergy SD e MD/X, usando a interface do switcher para acessar e controlar os ser-vidores de vídeo, VTRs, DDRs, mixers de áudio, câmeras robotizadas e roteadores. Além disso, o equipamento conta com uma interface capaz de conversar vários sistemas de newsroom, como o ENPS, da Associated Pres, e o Avid iNEWS. Essa interface de duas vias ainda atualiza as informações no OverDrive cada que uma mudança é feita nos equipamentos conectados ao newsroom.
Adeus CCD
A Ikegami apresentou na NAB 2004 sua tecnologia de câmeras com sensor CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconduc-tors), no lugar do difundido CCD (Charge Coupling Device). O primeiro modelo, com captação em HD 720p e slow motion, estará disponível comercialmente ainda este ano. Na câmera CMOS, a conversão do sinal eletrônico para bits é feita dentro do próprio chip. A principal vantagem é no preço, uma vez que os chips CMOS são muito mais baratos que os CCDs. A fabricante também oferece câmeras com o CCD IT, que hoje, segundo a empresa, tem o mesmo nível de qualidade do FT, a um custo cerca de 25% menor.
Xpress Pro terá versão capaz de trabalhar em HD.
1�tela viva
maio de 2004
Leitch Velocity em HD
A Leitch anunciou na tradicional feira dos broadcasters em Las Vegas o novo Veloci-tyHD, o primeiro da linha de editores não-lineares Velocity a trabalhar com vídeo em alta definição. Com performance para editar conteúdo HD em tempo real, o VelocityHD conta com o novo hardware Altitude, que permite executar, em resolução final, dois streams HD, com transições e efeitos em tempo real. A solução HD da Leitch permite ainda dar saída em um monitor HD enquanto realiza as transições e efeitos. O hardware Altitude suporta os formatos 1080i, 1080p e 720p em todos os frame rates, com grava-
ção e reprodução com compressão e sem compressão. Além disso, pode mixar conteúdo com e sem compressão em um mesmo projeto.Com o módulo opcional A3DX 3D DVE, o Velocity ganha um canal de executável em tempo real de efeitos 3D em HD ou ainda quatro canais de efeitos 3D SD, incluindo
perspectivas e rotações.
Bola na rede
A catarinense 4S marcou mais uma vez presença na NAB, no estande da fabricante chinesa de equipamentos Dayang, com quem mantém parceria operacional. O diretor da empresa Armando Moraes demonstrava o software DigiSport - Módulo Futebol. É um aplicativo desenvolvido especialmente para a transmissão de partidas do esporte nacional, na qual podem ser inseridos antecipada-mente dados do jogo como nome e número dos jogadores, estádio e outras informações, permitindo uma agilidade muito grande na hora de colocar no ar informações como cartões amarelos, gols ou tempo extra. O lay-out dos caracteres é totalmente custom-izável. A empresa demonstrava também uma solução de baixo custo para jornalismo baseada na placa Matrox RTX 100 Pro.
Multiformato
A canadense Miranda levou para a NAB sua nova placa de áudio e vídeo XVP-801i HD/SD. Trata-se de uma placa que trabalha tanto em SD quanto em HD, suportando os formatos de alta resolução 1080i ou 720p, e conta com entradas e saídas também para as diferentes definições. Voltada principalmente para ambientes que precisem de proces-samento híbrido HD/SD, onde serve como um módulo adaptando os sinais HD e SD conforme a necessidade. Além disso, pode ser usada para fazer up/down/cross conversion em um roteador. Isto permite que sinais multi-formato e sem sincronização sejam adaptados para o formato HD/SD desejado e reinseridos no roteador.A XVP-801i HD/SD conta com duas entradas de vídeo, que podem ser HD ou SD, e duas saídas, uma HD e outra SD. O processador que faz os up/down/cross
conversion automaticamente adapta o vídeo e dá a saída em HD, com uma cópia em SD. Além disso,
a placa conta com processamento de áudio capaz de trabalhar com 16 canais e suporte
a Dolby E.
Novas tecnologias
A Snell & Wilcox levou para a NAB o Me-diaX, uma placa PCI de dois canais desenhada para trabalhar como um “motor” para novas aplicações broadcast rodando em hardware PC. A Snell & Wilcox usou a MediaX como plataforma para seu novo padrão aberto de inserção de material Comet, e anunciou ter planos de desenvolver novas aplicações para a placa. Além disso, segundo a fabricante, out-ras empresas estão desenvolvendo aplicações para a plataforma, incluindo plataformas para servidores de inserção de material e playout, geradores de caracteres, editores não-lineares. A idéia é trazer a tecnologia da empresa em algoritmos e processamento de sinal para o mercado de TI (tecnologia da informação). Entre os features da placa estão a possi-bilidade de fazer, simultaneamente, duas codificações e/ou decodificações no formato MPEG2 e ainda trabalhar com até oito canais de áudio 24 bit, 48 kHz.
Equipamentos Miranda ganham nova placa SD / HD.
Velocity ganha versão para editar conteúdo HD com efeitos em tempo real.
Pacote de produção
A Adobe anunciou na NAB o lançamento do Adobe Video Collection 2.5, que inclui o editor Premiere Pro 1.5, o After Effects 6.5, o Audition 1.5 e o Encore DVD 1.5. A vantagem do pacote é o trabalho integrado de todos os produtos.O destaque do pacote é a nova versão do
Adobe Premiere Pro, que também pode ser comprado separadamente. A versão 1.5 do editor da Adobe conta com novas ferramentas e pode trabalhar desde o DV até o HD. O software ganhou a capacidade de im-portar arquivos EDL (Edit Decision Lists) e AAF (Advanced Authoring Format). Além disso, o Premiere Pro agora também suporta a linha câmeras DV 24p, da Panasonic. Em relação ao HD, o software agora
pode trabalhar com série de soluções de outros fabricantes, como BlackMagic, Bluefish, BOXX Technologies, Canopus, CineForm, Matrox e 1 Beyond. O After Effects também ganhou nova versão, contando agora com o Animation Presets, e uma ferramenta clonagem de elementos mais avançada. O software agora tem uma integra-ção com os outros produtos da Adobe mais afinada. O novo Animation Presets permite que os usuários salvem qualquer combinação de propriedades de layers, incluindo propriedades de animação de texto, para que sejam reaplicadas em outras layers. Além de trazer a possibilidade de criar presets,
o After Effects já vem com 250 Animation Presets de texto, além de mais de 60 novos efeitos.Além disso, o software de efeitos conta com preview mais rápido e fiel, além de melhor suporte à tecnologia OpenGL. O After Effects também foi otimizado para os novos processadores Intel e o sistema Macintosh G5.
A Da Vinci demonstrou em Las Vegas a nova família Resolve, de corretores de cores baseados em software. A família de produtos in-clui as configurações Resolve FX, Resolve DI e Resolve RT, otimiza-das para uso em efeitos especiais, intermediação digital e aplicações de processamento 2K em tempo real, respectivamente. Trabalhando em qualquer resolução, as diferentes configurações da família de produtos resultam a equipamentos apropriados para trabalhar offline ou online. A configuração offline permite que os usuários ajustem parâmetros básicos de cor ou façam um planeja-mento do que deve ser ajustado posteriormente em um hardware programável compatível. A configuração Resolve FX é voltada a ambientes em rede de produção de efeitos. Com software trabalhando em plataforma Linux, conta com apenas um monitor, monitoração de sinal e
imagem e o painel joyball Da Vinci.Voltado para aplicações de intermediação digital, o Resolve DI conta ainda com o render-farm Powerhouse, conectado via Ethernet, para processamento em tempo real vídeo armazenado como data ou em um servidor. Para masterização de filmes em resolução 2K e maior, o Resolve RT conta com processamento em tempo real 2K e suporta três monitores separados para monitoração de sinal, de imagens e GUI.Todas as configurações do Resolve incluem um buscador de arquivos, EDLs múltiplas, transições de edição, reposiciona-mento e redimensionamento XYZ, ferramentas opcionais para remover sujeira e poeira e funções de sincronização de faixa de áudio.
Família para cores
After Effects chega à versão 6.5 com mais de 60 novos efeitos.
O Adobe Premiere Pro 1.5 pode trabalhar desde o DV até o HD.
AAgora vai. Depois de um lançamento capenga, com um padrão de transmissão criticado até mesmo pelos radiodifu-sores norte-americanos, a TV digital ganhou seu momento nos EUA. São mais de 9,7 milhões de lares equipados com receptores capacitados a receber os sinais digitais de alguma forma. A CEA (Consumer Electronics Association) estima que o consumidor americano já gastou mais de US$ 20 bilhões em equipamentos de recepção.
Com todo esse barulho, o tema da NAB 2004, feira da National Association of Broadcasters que aconteceu de 17 a 22 de abril em Las Vegas, não poderia ter sido outro: a produção para TV em alta definição, já que esta é a base do modelo de DTV nos EUA.
O crescimento da TV digital nos EUA foi o tema da apresentação de Michael Petricone, vice-presidente de políticas de tecnologia da CEA, a associação dos fabri-cantes de eletroeletrônicos dos EUA, durante o Set e Trinta, evento anual promovido dentro da NAB pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Tele-comunicações.
Segundo ele, a curva de adoção da TV digital entrou em um crescimento mais rápido que o experimentado no passado pela TV em cores, o PC e o videocassete. As ven-das de receptores cresceram 124% nos dois primeiros meses de 2004, comparado com o mesmo período em 2003 (veja gráfico 1). Os principais fatores por trás deste crescimento são, segundo a associação, a oferta de con-teúdo em alta definição e a queda no preço dos receptores. Um monitor de tela grande (52”, de projeção) já pode ser encontrado nos EUA por menos de US$ 1,2 mil. Os pre-ços vêm caindo cerca de 25% ao ano (veja gráfico 2, na página 20).
Petricone aponta o que a indústria está chamando de os seis “C” como os responsá-veis pela explosão da TV digital. São eles: 1) Custo: Os preços de aparelhos caem na ordem de 2% ao mês, ou 25% ao ano. 2) Con-teúdo: boa parte do prime time dos principais canais já é HD, além de quase todo o esporte e grande parte dos filmes. 3) Cabo: as opera-doras de cabo carregam os sinais HD em 91 cidades, sendo 78 entre os cem maiores mer-
cados dos EUA. 4) “Consumer education”: o conhecimento do público sobre as vantagens do HD vem crescendo, e há até um programa da associação para incentivar isso, através do site www.ceknowhow.com. 5) “Cable interoperability”: por uma resolução da FCC do final de 2003, os sistemas de cabo devem ser compatíveis com as TVs digitais, como um dispositivo “plug & play”, ou seja, o dono de uma nova TV digital simplesmente liga seu cabo nela e recebe os sinais com todos os serviços agregados, sem precisar nem de um set-top box. E finalmente �) “Copy protection”: o sistema garante aos produtores de conteúdo que os sinais estão pro-tegidos e não podem ser pirateados.
Segundo ele, a resposta do público americano vem sendo melhor que a esperada. Em uma pesquisa da asso-ciação, 95% dos usuários de HDTV disseram que com-prariam o equipamento novamente, e dois terços deles afirmaram que estão assistindo mais TV.
No mesmo painel, o diretor de broadcasting do Ministério da Informação e Comunicação do Japão, Hiroshi Asami, comentou as linhas gerais da implanta-
ção da DTV no país, iniciada no final do ano passado. Para incentivar a adoção, foram impostos requisitos às empresas que querem obter uma licença, como a transmissão de mais de 50% de conteú-do em HD por dia, e cobertura igual à da TV analógica.
Até abril haviam sido vendidos 700 mil receptores no Japão, que tem ainda uma cobertura de apenas 25% da popula-ção (o sistema começou em três cidades: Tóquio, Osaka e Nagoya). A previsão do governo japonês para a penetração da DTV é de 10 milhões de lares em 2006 (Copa da Alemanha), 24 milhões em 2008 (Olimpíadas de Pequim) e 48 milhões, ou seja, a totalidade de lares com TV do país, até 2011, quando devem ser desligadas as transmissões analógicas.
Em uma apresentação durante a feira, o vice-presidente sênior de desenvolvimen-18
tela vivamaio de 2004
nab 2004
O HD tomou contaTV digiTAl FiNAlMeNTe decolA Nos eUA,
e os FAbricANTes se VolTAM pArA A
prodUção eM AlTA deFiNição.
Segundo Michael Petricone, da CEA, a oferta de programação e a queda nos preços geraram um ciclo de crescimento.
Fotos: Tela Viva e Divulgação (HDV da Sony)
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to de produtos da fabricante de equipamen-tos de processamento de vídeo Miranda, Michel Proulx, apontou que, com o man-dato da FCC para que as transmissões de DTV começassem em 2003 para todas as emissoras, os radiodifusores adotaram uma versão “pobre” da TV digital, fazendo apenas o upconvert dos sinais analógicos, transmitindo em baixa potência e sem transmissão pelo cabo. Ou seja, um pro-duto que não interessava ao consumidor. “Minha mãe tinha um ditado: nunca use uma corda para empurrar. Foi o que a FCC
fez ao mandar que os broadcasters fossem os primeiros a transmitir o HDTV”, diz Proulx. Afinal, disse, os “early adopters” (primeiros consumidores a experimentar uma tecnologia nova) dos então caros receptores HDTV não recebiam seu sinal pelo ar, mas pelo cabo ou satélite. A virada na maré aconteceu, explica, como uma rea-ção em cadeia, quando os equipamentos de produção HD ficaram mais baratos e os canais de filmes e esportes começaram a transmitir em alta definição, incentivan-do o consumidor a comprar os receptores.
Isso motivou o cabo e o DTH a transmiti-rem os sinais, e uma coisa passou a alimen-tar a outra.
Ele afirma que pôde medir essa vira-da pelo número de upconverters que sua empresa comercializa anualmente nos EUA. Passaram de 30 unidades em 2001 e 2002 para 250 em 2003 e estimados 400 em 2004. Quanto aos equipamentos de pro-dução, a diferença para o Standard Defini-tion (SD) caiu para cerca de 15%, sendo que hoje o equipamento HD custa o que custava o SD no início dos anos 90.
EdiçãoSe os fabricantes de hardware, como câmeras e VTs, já apresentaram seus equipamentos HD em edições anteriores da NAB, este ano foi a vez dos fornecedo-res de sistemas entrarem no jogo. Logo no domingo, dia 18, antes mesmo dos portões do Las Vegas Convention Center se abri-rem ao público, fabricantes como Apple e Avid já anunciavam à imprensa as ver-sões HD de seus principais sistemas de edição e pós-produção de vídeo.
A Apple apresentou o Final Cut Pro HD, versão em alta definição de seu sistema de edição, capaz de manipular as imagens em tempo real, da mesma forma que no
andrémermelstein*[email protected] Las Vegas
Gráfico 1
TV digiTAl cresce mAis rÁPido que TV em cores
TV em cores
PC
TV Digital
VCR
1 2 3 4 5 6 7 8
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
anos no mercado
Penetração nos EUA
SD (Standard Definition). A novidade em relação ao Final Cut anterior é que esta ver-são trabalha com HD comprimido. O siste-ma completo, com a estação G5, será vendi-do nos EUA por US$ 5 mil. Apenas o Final Cut Pro HD poderá ser comprado por US$ 999, com descontos para quem tem versões anteriores do software. A empresa da maçã também anunciou parceria com a Grass Val-ley, para integrar o Final Cut à plataforma
NewsEdit, de edição de notícias. Assim, arquivos QuickTime podem circular e ser armazenados livremente em uma rede New-sEdit através de arquivos XML. O sistema de edição da Apple também está agora inte-grado com o padrão DVCPRO HD, da Pana-sonic. Assim, arquivos HD capturados pela nova câmera AJ-SPX800 podem ser transfe-ridos para o editor via FireWire. A Pinnacle também embarcou na alta definição com o lançamento do editor Pinnacle Liquid HD.
A Avid, por sua vez, está migrando toda
sua linha para a high definition, começan-do pelos produtos de maior capacidade. A empresa anunciou na feira o lançamento para o segundo semestre do Avid Xpress Pro com suporte para HD. O software poderá editar no formato HDV, MPEG e DVCPRO HD.
Mas a grande novidade da Avid é o padrão de encoding desenvolvido pela empre-sa, chamado DNxHD. Segundo a empresa, enquanto um arquivo HD sem compressão requer 1,2 Gbps de banda, o DNxHD requer apenas 220 Mbps para sinais de vídeo de 10-bit, ou 145 Mbps na versão 8-bit. Em outras palavras, pode trabalhar com arquivos capta-dos em DVCPRO HD ou no novo formato HDV no mesmo espaço de um arquivo SD. Com isso, pode ser feita a edição real time em HD até mesmo em um laptop. A Ikegami já anunciou para o fim deste ano uma câmera HD que usa o DNxHD, e que poderá gravar 140 minutos de vídeo de alta definição em um simples hard-disk de 80 Gb. Outro lança-mento importante da fabricante de câmeras foi um sistema de transmissão wireless capaz de enviar sinais HDTV e receber comandos de câmera via controle sem fio. 20 nab 2004
maio de 2004
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
US$ 3.147
US$ 2.433
US$ 2.201
US$ 1.814US$ 1.693
US$ 1.441US$ 1.295 US$ 1.216 US$ 1.134
Preço dos recePToresTela de 52” de projeção
Gráfico 2
Fonte: CEA
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Outros fabricantes de equipamentos também embarcaram na high definition. Tanto que o tema da Sony para a NAB 2004 foi “Ride the HD wave” (algo como “pegue a onda do HD”). Segundo Mitsu-ro Ohki, diretor mundial da recém-criada divisão Professional Solutions Network Company da fabricante japonesa, a high definition já está se tornando uma realida-de na TV e no cinema. Ele mencionou a gravadora Sony Music, empresa irmã da fabricante, que já produz seus clipes com a câmera CineAlta, de cinema digital. Segundo Tim Baxter, VP sênior da divi-são de produtos de consumo da empresa, a Sony Pictures passou mais de mil filmes de seu acervo para HD até agora. São inicia-tivas para popularizar o formato e criar o que ele chamou de “entusiastas do HD”.
Peter Schindler, co-produtor executi-vo da série “Joan of Arcadia”, também da Sony Television, afirma que vem eco-nomizando cerca de US$ 30 mil por epi-sódio com o uso do HD 24P no lugar da película, com resultados excelentes.
Formatos e padrõesUma novidade que promete fazer baru-lho nos próximos meses, e certamente será uma estrela nas próximas NAB, é o formato HDV, desenvolvido por Sony, Canon, JVC e Sharp. Trata-se de um DV com o dobro de resolução, que está sendo adotado por diversos fabricantes. O vídeo é gravado em MPEG-2 e o sistema comporta tanto o 720p quanto o 1080i, em aspecto 16:9.
Outra tecnologia que ganha cada vez mais corpo é o padrão de compactação MPEG-4 e seu “primo” Windows Media
9. A Tandberg apresentava na feira o encoder EN5920, que ocupa um RU e cria uma saída de vídeo WM9 em tempo real, mas que também pode trabalhar em MPEG-2. O engenheiro Carlos Capel-lão, da Phase, que representa os equipamentos da empre-sa no Brasil, demonstrava uma aplicação de vídeo sobre redes telefônicas (através de um modem ADSL) usando a compactação WM9. “É possí-vel fazer um serviço de TV por assinatura usando uma banda de 1,5 Mbps a 2 Mbps com qualidade de DVD, graças a essa com-pactação”, explicou. O sistema demonstrado permitia pausar, avançar ou retroceder o vídeo com comandos do controle remoto, de forma semelhante a um DVD ou PVR. A tec-nologia WM9 vem se espalhando e outros fabricantes já demonstram equipamentos compatíveis com o padrão. O estande da Microsoft, aliás, era um dos maiores da feira este ano.
Sem fitaOutro destaque da NAB este ano foi o desenvolvimento das câmeras e VTs que tra-balham sem fitas, anunciadas na feira do ano passado. A Panasonic, por exemplo, mostrou o primeiro modelo de câmera a usar sua tecnologia P2, de gravação em cartões de memória de estado sólido, tipo flash. A camcorder AJ-SPX800 tem capaci-dade para cinco cartões de memória de 4 Gb cada, capazes de armazenar um total de 40 minutos de vídeo no padrão DVCPRO50 ou 80 minutos em DVCPRO/ DV, podendo ser usada em 60i, 30p ou 24p. A câmera regis-
tra ainda quatro canais de áudio de 48 kHz/16-bit em qualquer formato escolhido.
O problema ainda é o altíssimo custo da mídia. Cada cartão de 4 Gb custa US$ 1,8 mil. Segundo a fabri-cante, o preço deve cair nos próximos anos, na mesma medida em que sua capacidade vai aumentar (para 2005 está previsto o cartão de 8 Gb) e deve-se levar em conta que cada cartão pode ser reutilizado inúmeras vezes (mas para isso é preciso descarregar o
conteúdo em alguma outra mídia de armaze-nagem, como DVDs). O equipamento apre-senta alguns features interessantes, como a possibilidade de se colocar ou retirar cartões a qualquer momento, sem interferir na gra-vação. A câmera grava em apenas um cartão de cada vez, não importa quantos cartões estejam inseridos ou em que posição. Outra característica é a possibilidade de fazer uma pré-edição na própria câmera, uma vez que os vídeos são gravados em clipes, cada um correspondendo a um arquivo, e no visor LCD pode-se ver os thumbnails e pré-selecio-nar cenas para edição ou até apagar algumas tomadas.
De seu lado, a Sony anunciou que já foram vendidas 1,5 mil unidades do siste-ma XDCam, que utiliza discos ópticos no lugar de fitas, e que o sistema será usado pela rede norte-americana NBC na cobertura das Olimpíadas de Atenas. O sistema já foi adquirido por emissoras brasileiras. As maio-res vantagens estão no acesso não-linear ao conteúdo gravado, eliminando o tempo de transferência do material da fita para a edição, e também na possibilidade de arma-zenamento do material na própria mídia, já que um disco óptico custa apenas em torno de US$ 30. Para os próximos meses a Sony anunciou o lançamento de um disco de dupla camada, com capacidade para armazenar 50 Gb de informação, e também de uma versão compacta, de 3 1/2”.
HD por leiApesar de todo o entusiasmo com a TV digital, os radiodifusores norte-americanos ainda estão preocupados com certas medidas regulatórias. O presidente da NAB, Eddie Fritts, abriu a edição deste ano do congresso
FinalCut Pro HD: sistemas de edição ganharam versão para alta definição a preço de SD.
Protótipo da câmera HDV da Sony. Novo formato ganha produtos a partir de 2005.
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da associação com uma mensagem dura contra as operadoras de cabo. Chamando o cabo de “cartel” e “monopólio”, Fritts pediu à FCC (todos os conselheiros do órgão estavam na platéia) que tome uma decisão rápida a respeito da obriga-toriedade do cabo levar os sinais digitais dos broadcasters locais (lei do must-carry digital). Segundo ele, as operadoras estão “impondo uma barrei-ra entre o espectador e o conteúdo digi-tal que já está disponível”. Para Fritts, há 1,2 mil emissoras digitais nos EUA, mas apenas um terço delas são retransmi-tidas pelo cabo. Ele também reclamou do ataque do cabo à TV aberta multicast. “O
monopólio se assusta com a possibilidade de uma competição gratuita”, disse.
Há ainda outra preocupação dos radio-difusores. O chairman da FCC, Michael Powell, apresentou ao Congresso dos EUA no final de março uma proposta polêmica para acelerar a transição para a TV digital no país. Pela regra da tran-
sição para a DTV nos EUA, os broad-casters de uma localidade devem aca-bar com a transmissão analógica quan-do 85% daquele mercado for capaz de receber os sinais digitais, seja pelo ar ou por outros meios.
A idéia de Powell é permitir que as operadoras de cabo convertam os sinais digitais para analógicos. Desta forma, seus assinantes contariam para o total de domicílios capazes de receber a DTV, acelerando em talvez alguns anos até a chegada à cota de 85%. Hoje só são contados os espectadores que tenham receptores digitais.
A reação dos radiodifusores não podia ser pior, pois estão ameaçados de perder
E No Brasil, recuperação de vendasEmbora o Brasil dificilmente vá acom-panhar tão cedo a rápida evolução que se apresenta nos EUA para o mercado de produção em HDTV, algumas boas notícias surgiram durante a NAB 2004 para o mercado nacional. Depois de um longo período de estagnação, os gran-des fabricantes voltaram a receber pedi-dos tanto de broadcasters quanto de produtoras nacionais para a aquisição de equipamentos.
A Sony, principal fornecedora nessa área, fechou nos primeiros qua-tro meses deste ano negócios da ordem de US$ 10 milhões FOB. A Globo ficou com mais de 50 unidades de equipamentos
XDCam (sistema que usa discos ópti-cos no lugar de fitas). A RBS fechou durante a NAB a aquisição de equipa-mento DVCam para a sua rede. A Rede TV! adquiriu em janeiro uma unidade móvel com switcher digital e 12 câmeras. Também em janeiro, a Casablanca com-prou um sistema HDTV para a produ-ção da novela “Metamorphoses”. A Record adquiriu um pacote de sistema digital com câmeras, switchers e VTs para toda sua rede, e ainda, a TV Gazeta, de Vitória, assinou em Las Vegas a compra de um sistema integrado para jornalismo.
Segundo Luis Padilha, diretor da área de produtos broadcasting, profissionais e de informática da Sony, esses seis pacotes perfazem um total de US$ 7 milhões FOB,
aos quais se somam mais US$ 3 milhões em outros negócios de grande porte no segmento broadcast. Nos primeiro quatro meses de 2003, as vendas não passaram de US$ 4 milhões. Registrou-se, portanto, um crescimento de 150% no período.
No total, a Sony espera vender este ano US$ 330 milhões no Brasil, sendo que a diretoria de broadcasting e equipa-mentos profissionais e informática espera responder por US$ 60 milhões. Sony não revela, contudo, quanto desse valor é pro-jetado só para o broadcasting.
A Grass Valley (Thomson) também projeta um aumento de vendas no Brasil, da ordem de 60% para o primeiro semes-tre de 2004. Segundo o gerente geral da empresa para a América do Sul, Arnault 24 nab 2004
maio de 2004
Mais de 60 fabricantes
575 modelos de monitores HDTV
117 modelos de receptores com DTV integra
da
24 modelos de settop boxes
18 modelos de video recorders e PVRs
Fonte: CEA
A oferta de TV digital nos euA
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Lannuzel, as vendas devem chegar a algo entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões no semestre, dos quais US$ 2 milhões já estão faturados e o restante aguarda apenas a liberação de financiamento. O “vendor financing”, aliás, é uma das estratégias com que a empresa conta para aumentar sua fatia de mercado este ano no País. Atualmente a GV financia cerca de 85% do valor dos projetos.
Dentre os negócios já fechados este ano estão um pacote de cerca de US$ 700 mil para o canal Canção Nova, que inclui switchers Kayak, servidores Profi-le, entre outros equipamentos. Também foi fechada uma rede de storage (SAN) com a Globosat, de aproximadamente US$ 150 mil, e um pacote de servidores para a Record, de US$ 160 mil.
Fora do mercado broadcast, a Grass Valley fechou com a produtora JM a montagem de um caminhão de externa totalmente HDTV, que será o primeiro do País a usar esta tecnologia. A empre-sa diz que vem buscando também pene-
trar mais em mercados não tradicionais, como igrejas, universidades e governo.
Os integradores locais também não têm do que se queixar. “Foi a melhor NAB de todos os tempos para nós”, conta Daniela Souza, diretora comercial da AD Line. Foi a primeira feira da empresa depois da fusão entre a AD Videotech e a LineCom e a poste-rior parceria operacional com a Crosspoint. “Não fizemos vendas lá, foi mais um contato com os brasilei-ros”, conta. “Mas tínhamos uma meta de crescer 20% no primeiro trimestre e ela foi superada”, completa, contan-do ainda que a meta de maio já havia sido quase atingida ainda na primeira semana do mês. “O mercado está super aquecido”, comemora Daniela.
Dentre os negócios fechados este ano ela destaca a implantação do primeiro sis-tema no País de arquivamento e gerencia-
mento de mídia digital basea-do na nova robótica da Sony, a PetaSite. O sistema será instalado na sede da TVT, em São Bernardo do Campo (SP) e terá 54 Tb (terabytes) de armazenamento, equiva-lentes a aproximadamente 4,5 mil horas em compressão DV Nativo. O escopo princi-pal deste projeto é digitalizar todo o acervo existente na TVT, que tem registros como o da trajetória do presidente Lula.
Ela cita ainda a instala-ção dos primeiros projetores de vídeo para as salas de cinema da rede Kinomaxx, dentro de um pacote que até o final do ano deve chegar a 200 unidades, e a aquisição pela Discovery Channel Latin America de um sistema Telestream ClipmailPro, que permitirá a digitalização e transferência de arquivos de áudio e vídeo via IP, eliminan-do a necessidade de envio de material em mídia física (como fitas).
* Colaborou Rubens Glasberg
Segundo Lannuzel, da Grass Valley, primeiro semestre terá 60% de aumento nas vendas.
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Se o assunto é milagres divinos, também tem que entrar em cena a equipe de efeitos especiais, sob a supervisão de Fabio Soares. De um orçamento de R$ 7 milhões, R$ 1,5 milhão foi consumido pelos efeitos de computação gráfica, que envolveram muita modelagem em 3D e composição de imagens. “Reunimos a equipe que costuma trabalhar junta em publicidade e desen-
volvemos o roteiro com o objetivo de levar essa experiência para as telas. Bolamos um roteiro cheio de climas, com cenas pouco usuais e cheias de efeitos e uma montagem dinâmica”, explica o diretor Cláudio Torres. Segundo ele, a integração da equipe permitiu que o orçamento fosse potencializado, e a parceria com o Grupo Mega (entre os co-pro-dutores estão três empresas do grupo) também garantiu a qualidade final das imagens digitais na película.
Um repórter, um empreendedor imobiliário picareta, um prédio de apartamentos invadido e Deus. É a partir desses elementos que o diretor Cláudio Torres, sua irmã Fernanda e a roteirista Elena Soarez, que assina o roteiro do longa “Eu, Tu, Eles”, criaram a história de Célio Rocha, vivido por Pedro Cardoso, um jornalista que é obrigado a reencontrar um amigo de infância — Otávio Sabóia (Miguel Falabella) — um empresário inescrupuloso. Sabóia é herdeiro do construtor
do Condomínio Paraíso, cujos apartamentos não foram entre-gues e se tornaram o pesadelo de várias famílias de classe média — inclusive a dos pais de Célio.A trama rocambolesca de “Redentor” envolve o jornalista agindo em causa própria para recuperar o apartamento, os antigos operários invadindo o prédio e o empresário tentando corrompê-los. Lá pelas tantas, Célio resolve pedir a ajuda de Deus e aí é que os milagres começam a acontecer.
O filme foi todo captado em 35 mm, mas em praticamente todas as cenas há inter-ferências digitais. O material foi processado no Inferno e transferido de volta
para a película. Todo o processo, desde a preparação, foi acompa-nhado por Fabio Soares. “Quando li o roteiro, havia uma seqüência que dizia ‘explosão nuclear em Brasília’. Não sabia se era imagi-nário ou literal, e fiquei tentando me convencer de que era imaginá-rio, de que a gente não ia precisar fazer aquilo. Até que o Cláudio me explicou exatamente o que queria — uma bomba atômica em Brasília — e tive que aceitar”, brinca Fabio.
A cena mostra o cogumelo nuclear atrás do Congresso Nacional, numa cena aérea que mostra toda a Esplanada dos Ministérios. A cena foi toda feita com composição de imagens, a partir de imagens de arquivo de explosões nucleares.32
tela vivamaio de 2004
Milagres divinos
Bomba atômica
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Pedro Cardoso e Camila Pitanga
Fernanda e Claudio Torres
Explosão de Brasília
Uma das seqüências preferidas de Fabio é o encontro de Pedro Cardoso com Deus. “Usamos como referência a imagem da estátua do Cristo Redentor. É como se essa fosse a imagem de Deus que o personagem tem. Modelamos a estátua em 3D e texturizamos para que parecesse ter milhares de anos. Depois compusemos
essa imagem com o fundo, filmado em Agulhas Negras, e usamos um plug-in de céu para formar as nuvens e a tempestade. Foi um trabalho muito legal, pois precisávamos definir o ‘look’ certo para a cena”, conta.O mesmo desafio estava presente em uma cena em que Pedro Cardoso levita, num momento em que o diretor classificou como “bíblico”. “Nossa referência era o apocalipse, e foi difícil desenvolver o ‘look’ que combinasse essa intenção do diretor com o resto da estética do filme”, completa Fabio.
Looks precisos
fichatécnicaFilme “Redentor” • Pro du to ra Cons
piração Filmes • Coprodução War
ner Bros., GloboFilmes, EstudiosMega,
MegaColor e Tibet Filmes • Pro du ção
Executiva Leonardo Monteiro de Barros
• Dire ção Cláudio Torres • Foto gra fia
Ralph Strelow • Rotei ro Elena Soarez,
Fernanda Torres e Cláudio Torres •
Super vi são de Efeitos Visuais Fabio
Soares • Dire ção de Arte: Tulé Peak •
Elen co Pedro Cardoso, Miguel Falabella,
Camila Pitanga, Fernanda Montenegro e
José Wilker • Músi ca YB • Mon ta gem
Vicente Kubrusly • Labo ra tó rio MegaCo
lor • Fina li za ção EstudiosMega
Outra cena que exigiu fôlego extra da equipe de efeitos foi a que mostra uma multidão em volta e em cima dos prédios de apartamentos, todos carregando tochas ou velas. “Fizemos cenas aéreas dos prédios sem nin-guém, e depois criamos a multidão em 3D, com um plug-in específico. Construímos a simulação do movimento e a multidão. A cena foi filma-
da durante o dia, mas se passa à noite”, explica.O prédio é uma locação real no Rio de Janeiro, um prédio cerca-do de favela por todos os lados. Em alguns planos, foi necessá-ria a multiplicação da favela também.
Multidão em 3D
Para obter esses resultados, foram necessárias mais de mil horas de Inferno em alta definição, e o envolvimento de cerca de 15 profissionais, conta Ricardo Rozzino, diretor dos EstudiosMega. As cenas foram telecinadas em HD e trabalhadas em diversos equipamentos da mesma linha do Inferno, na própria Conspiração, e depois ajustadas na finalização. Segundo Leonardo Monteiro de Barros, a pre-visão é a de que o filme entre em cartaz em setembro.
Inferno em HD
Miguel Falabella
Pedro Cardoso
Levitação de Pedro Cardoso
Encontro de Pedro Cardoso com Deus
Foto
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NNo último ano a relação entre cinema e TV se mostrou mais produtiva do que nunca. A tendência é que a relação se estreite cada vez mais. A Globo Filmes diz estar dispos-ta a manter o grande número de co-produções e ainda a dar apoio na divulgação de algumas produções. Além disso, outras TVs apontam para o mesmo caminho, anun-ciando a entrada no mercado cinematográfico também através de co-produções.
A quantidade de projetos feitos em co-produção com a Globo Filmes é surpreendente. Ao todo, foram lançados 22 longas-metragens até o final de 2003. “As co-produções da Globo Filmes foram feitas com 16 diferentes produtoras independentes e contaram com 18 diretores”, diz Carlos Eduardo Rodrigues, o Cadu, da Globo Filmes. Segundo ele, essa variedade não é coincidência. “A tendência é justamen-te a diversidade de projetos”, explica, completando que, “assim, temos uma troca de experiências no modelo de pro-dução de cinema, TV e até publicidade”. A idéia é manter uma média de oito a dez lançamentos por ano.
Essa diversidade tem uma explicação. Além da ques-tão cultural, da valorização do conteúdo nacional, o intui-to da Globo Filmes é o de formar público de cinema. O crescimento do mercado de exibição, aliás, é fundamental para própria existência da Globo Filmes.
Segundo Cadu, busca-se sempre “uma equação para reaver parte dos investimentos feitos em cada produção”. Mas, em muitos casos, o retorno é muito menor do que o investimento. Mesmo assim, a Globo Filmes não pretende rever os modelos de contrato de co-produção, mas aumen-tar o tamanho do mercado para que o modelo atual se torne sustentável. “Dentro do mercado atual é muito difícil que um filme pague o investimento”, explica.
Nesse modelo, a Globo Filmes torna-se co-produtora, sempre com uma participação minoritária nos filmes. Como investimento, entra o trabalho dos profissionais da Globo Filmes e a mídia da Globo. A colaboração se dá desde o início do projeto, sendo que a Globo Filmes entra com a colaboração artística e o plano de mídia. Por colabo-ração artística entenda-se uma participação na concepção
do filmes, envolvendo o roteiro, escolha de elenco e equi-pe técnica e até a edição do longa-metragem. No plano de mídia, além de uma cota de publicidade nas cinco emisso-ras próprias da TV Globo (Rio de Janeiro, São Paulo, Reci-fe, Brasília e Belo Horizonte), que varia a cada projeto, a Globo Filmes formula o plano de lançamento juntamente com o produtor e o distribuidor. Além disso, formula pau-tas para que o filme possa entrar no cross-media da Globo. “Quem decide se um filme será notícia de determinado programa da Globo, são os responsáveis pelo programa”, diz Cadu. “Nosso papel é formular pautas que sejam de interesse desses programas e que agreguem um conteúdo artístico a eles”, explica.
Recentemente, Cadu diz que experimentou, “e com muito sucesso”, transferir parte daquela mídia usada no
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cinema
Os frutos de uma união
A relAção eNTre TV e ciNeMA ATiNge A
MAioridAde, seNdo respoNsÁVel pelos
priNcipAis lANçAMeNTos receNTes. A TV
pArece se Abrir pArA NoVos pArceiros.
Cadu, da Globo Filmes: intuito de formar público de cinema com produções diversificadas.
Fotos: Divulgação
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lançamento theatrical do filme para o lança-mento em homevideo.
Segundo Iafa Britz, diretora da Total Entertainment, que produziu com a Globo Filmes o longa-metragem “Sexo, Amor e Traição”, a Globo Filmes entrou desde a concepção do projeto. Sua participação não envolveu aporte em dinheiro, mas mídia e a supervisão artística de Daniel Filho. “É algo que não dá para colocar um valor”, diz Iafa. Além disso, “todos os aspectos do filme foram discutidos: roteiro, elenco, dire-tor etc.”, completa.
ApoioAinda em busca do crescimento do mer-cado de exibição, a Globo Filmes estreou este ano como apoiadora de alguns filmes. Partindo dos mesmos critérios usados na escolha de projetos para co-produção, qua-lidade, valorização do conteúdo nacional e potencial de público, a Globo Filmes esco-
lheu alguns longas para apoiar, cedendo mídia. Para Cadu, “o mercado só é maduro quando tem uma quantidade mínima de filmes médios, capazes de fazer um públi-co de 300 mil pessoas”. É justamente este tipo de filme que a Globo Filmes resolveu apoiar.
Os projetos só são analisados quando já estão finalizados e com distribuido-ra definida, prontos para o lançamento. Além dos critérios já citados, também é levada em conta a data de lançamento, que não pode conflitar com os filmes co-produzidos pela Globo Filmes. Entre os que já foram contemplados com mídia nas cinco praças da Globo estão “Benjamim”, de Monique Gardenberg; “Onde Anda Você”, de Sergio Rezende; e “De Passa-gem”, de Ricardo Elias.
Serão apoiados entre quatro e seis longas por ano. O apoio, segundo Cadu, também “busca o equacionamento do
investimento”, mas o diretor da Globo Filmes prefere não abrir qual é o modelo de contrato.
Para Assunção Hernandes, produtora do longa-metragem “De Passagem”, essa mídia ajuda a “consolidar a visibilidade conquistada através de outras ações de divulgação”. Vale lembrar que o filme conquistou algum espaço na mídia antes de seu lançamento participando de diver-sos festivais. Além disso, “dá status de credibilidade ao filme”. No festival de Gramado, o longa recebeu vários Kikitos (ator coadjuvante, melhor filme, direção e roteiro), conquistando bastante espaço na grande imprensa.
Distribuído pela Lumiére com um lan-çamento de 20 cópias, “De Passagem” se enquadra nos critérios explicados por Cadu. “Temos consciência de que não se trata de um blockbuster, por não ser um filme com grande apelo comercial”, diz Assunção. O filme foi lançado primeira-mente em três capitais: São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. A mídia na TV Globo foi de 15 inserções para o lançamento e mais dez inserções durante a carreira do filme.
Talvez esse seja o modelo para que os distribuidores independentes possam contar com a Globo Filmes. Atualmente, é difícil um distribuidor independente conseguir distribuir um longa co-produ-zido pela Globo Filmes. André Sturm, da distribuidora Pandora, não acredita que exista um preconceito por parte dos pro-dutores e nem uma exigência da Globo Filmes para que os filmes sejam distribuí-dos pelas majors. O que acontece é que “o artigo terceiro da Lei do Audiovisual (um incentivo fiscal para que os distribuidores internacionais invistam em produções brasileiras) fez com que as majors pas-sassem a investir nos filmes com maior potencial de público. Fica difícil competir com eles”, explica. E os filmes com maior potencial de público são justamente os que atraem a Globo Filmes. “A culpa é da legislação. Deveria haver um mecanismo que inserisse os independentes no merca-do”, defende Sturm.
DA TV PARA A TELoNA
Além� dos� filmes� já� realizados� que� foram�transportados�da�TV�para�o�cinema�“O�Auto�da�Compadecida”�e�“Os�Normais”,�a�Globo�Filmes� aposta� ainda� em� outras� produções�como� o� longa� “A� Chave� do� Tamanho”,�inspirado�no� livro�da�série� “Sítio�do�PicaPau�Amarelo”,�de�Monteiro�Lobato��Além�disso,�podem�ganhar�uma�adaptação�para�
cinema� as� novelas� “Roque� Santeiro”� e�“Guerra�dos�Sexos”�“Não� se� trata� de� uma� tendência,� mas� de��idéias”,�diz�Cadu��“Li�uma�pesquisa�que�diz�que,�atualmente,�40%�dos�filmes�são�adaptações�de�livros,�peças�de�teatro�ou�programas�de�TV;�40%�são�remakes;�e�apenas�20%�são�obras�originais”,�justifica�
“Benjamin”, de Monique Gardenberg. Apoio da TV veio com o filme ja finalizado e pronto para o lançamento.
PolíticaTudo leva a crer que a entrada da Globo Filmes na área de apoio é parte de uma situação mais complexa que envolve o processo de socorro á mídia sendo desenvolvido pelo BNDES e que já está em discussão no Congresso. O espaço dado na mídia e o caminho apontado nas discussões sobre a ajuda à mídia parecem estar fazendo com que os radiodifusores busquem ligar sua imagem à defesa do conteúdo nacional. Em audiência pública realizada pela Comissão de Educação do Senado para discutir o programa do governo de ajuda à mídia, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, afirmou que irá encaminhar à Comis-são de Educação uma correspondên-cia detalhando alguns princípios que deveriam constar do programa de ajuda do banco às empresas de mídia brasilei-ras, para que os membros da comissão analisem e votem contra ou a favor da proposta. Vale lembrar que muitos dos senadores que vêm participando desse debate cobram uma contrapartida social
para que os radiodifusores consigam o empréstimo.
Ainda dentro desta complexidade, a Globo realizou uma série de reuniões com cineastas para se desenvolver ações conjuntas em questões de interes-ses convergentes. Dessas reuniões, além de Marluce Dias e Cadu, representando a Globo, participaram vários cineastas como Roberto Farias, Cacá Diegues, Luiz Carlos Barreto, Paulo Sérgio Almei-da, Geraldo Moraes, Toni Venturi, André
Sturm, Giba Assis Brasil, Marcelo Laffite, Paulo Thiago, Mariza Leão e Luiz Car-los Lacerda.
Entre os temas discutidos estão o recente aumento da presença do cinema brasileiro no mercado, na atuação da Globo Filmes e na busca de mecanismos que ampliem as relações entre o cinema e a TV, passando pela discussão da amplia-ção de formas de divulgação do cinema brasileiro e de seus produtos na televisão. Algo que leva, novamente, à modalidade 3� cinema
maio de 2004
o TAMANHo Do MERCADoSegundo� dados� do� Database� Brasil� 2003�Filme�B,�em�2003�o�público�de�salas�de�cinema�voltou�a�bater�na�casa�dos�100�milhões�de�espectadores,�marca�não�atingida�desde�1989��O�market�share�do�cinema�nacional�foi�de�21,4%,�fazendo�uma�renda�de�quase�R$�135�milhões��Além�disso,�o�cinema�nacional�bateu� outro� recorde� desde� a� retomada:� o�longametragem� “Carandiru”� foi� visto� por�mais�4,5�milhões�de�pessoas��Ainda�segundo�o�Filme�B,�foram�inauguradas�no�ano�passa
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de apoio criada pela Globo.Além disso, a idéia desses
encontros é achar uma maneira de, conjuntamente, defender politi-camente o audiovisual e a cultura, sempre destacando a TV e o cine-ma como agentes importantes, e gerar propostas de ambiente regu-latório, que devem ser levadas a público e ao governo também em conjunto.
É claro que essa preocupação do maior grupo de mídia do País com o conteúdo nacional, qual-quer que sejam suas razões, só traz ganhos à indústria cinematográfi-ca. Mesmo assim, muitos dos cineastas presentes mostram-se ressentidos com a demora por parte da Globo para procurá-los. “Após todos esses anos batendo na porta a Globo, justamente nesse momen-to político, eles vem pedir a nossa ajuda”, disse um dos cineastas presentes.
Tanto a situação política quanto a mercadológica, com o crescimento da participação do cinema nacional no mer-
cado de exibição, levou outras TVs a apos-tarem no cinema. A MTV já anunciou a produção do longa de animação baseado na série exibida pelo canal “Mega Liga de VJs Paladinos”. A Band também anunciou estar interessada em entrar na área cine-matográfica, mas ainda não apresentou seu primeiro projeto. A Record, por sua vez, participará do longa-metragem “Elia-na em O Segredo dos Golfinhos”, mesmo não havendo ainda na emissora um braço
dedicado ao cinema. Produzido pela Moonshot Pictures, da pós-produ-tora TeleImage, o longa-metragem será estrelado pela apresentadora infantil da Record Eliana. Segun-do o produtor Roberto d’Avilla, sócio da Moonshot, o contrato com a Record ainda está sendo desenha-do. A princípio, deve ser nos mes-mos moldes dos contratos feitos pela Globo Filmes. “A Record deve entrar com mídia técnica no lançamento e ainda usar o seu cross-media”, expli-ca d’Avilla.
Mesmo apostando na parceria com a Record, que, através do
cross-media, deve atrair o público cativo da apresentadora, d’Avilla não vê a TV como o grande veículo de divulgação do cinema. E mais, duvida da constatação de muitos distribuidores de que a Globo é a mídia mais forte para lançamentos theatrical: “Acho que a mídia mais forte sempre foi o trailer. Quando é bem produ-zido e, acima de tudo, bem programado, chega justamente ao público das salas”.
“Onde Anda Você”, assim como “De Passagem” ganhou apoio através de insersões na TV.
NNo Sul do Brasil, emissoras de TV e produtores indepen-dentes estão unindo forças em prol de uma programa-ção mais regionalizada. O grande desafio, como sempre, é produzir com qualidade e recursos limitados. Quem sabe e quer fazer direito (seja produtora ou emissora) garante que conteúdo regional dá Ibope e cativa o públi-co. Mas há também quem prefira trilhar o caminho mais curto, ou seja, o de “lotear” a grade, colocando no ar uma programação de gosto no mínimo duvidoso. Esse “loteamento” (que ignora o senso crítico do telespecta-dor) preocupa o mercado. Não apenas regionalmente, mas em nível nacional.
Diretor geral de programas espe-ciais da TV Porto Alegre (emissora da RBS afiliada da Globo), Gilberto Perin acredita que a regionalização não tem volta e que ela vai aconte-cer, com mais ou menos qualidade. Em sua opinião, a parceria com as produtoras deve ser pensada como estratégia do departamento comer-cial. “Mas alguns correm para o mais fácil, que é vender o horário. Isso é um fato.”
Desde 1999 a TV Porto Alegre vem investindo na reengenharia da grade e num foco mais regional, com a inclusão de documentários, teledramaturgia e histórias popula-res. Para testar a nova fórmula, a emissora começou comprando qua-tro curtas gaúchos premiados, leva-dos ao ar aos sábados à tarde com enorme sucesso. Em seguida, foi feita uma pesquisa qualitativa para checar a preferência do público. Em primeiro lugar, ficaram as histórias sobre o Rio Grande do Sul, seguidas pela teledramaturgia. “O
gaúcho é muito ligado a sua história. Poucos sabem, por exemplo, que existiu por aqui um italiano genial que inventou a torneira para pipa de vinho.”
Ao longo desses cinco anos a emissora já exibiu 65 curtas gaúchos. A produção fica a cargo da emissora, que
contrata mão-de-obra local para viabilizar os projetos. Foram veiculados recentemen-te os “Contos de Inverno” (uma parceria com a Casa de Cinema de Porto Alegre) e “Histórias Curtas”, resultado do primei-ro concurso público feito por uma TV aberta no Brasil, segundo Perin. Os oito melhores projetos das produtoras foram selecionados e receberam financiamento de R$ 25 mil. A emissora cedeu ainda as equipes de gravação, responsabilizando-se também pela captação e montagem. Para o diretor de programas especiais da TV Porto Alegre, quem pratica o “loteamen-to” da grade o faz por uma contingência absolutamente econômica. “Existem saí-das sempre, mas trata-se de um mercado difícil”, avalia.
Roberto Amaral, presidente do Siste-ma Catarinense de Comunicação (afilia-da da Rede TV!), considera necessário “lotear” a grade, com a ressalva de que é preciso manter um controle de qualida-
de. Em sua opinião, ainda que pequenas, as produtoras devem apresentar programas que “sirvam” à comuni-dade, dentro de seus padrões de custo. “Seria ótimo
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produção independente
O tom da grAçAs à pArceriA eNTre eMissorAs e
prodUTorAs, A TerceirizAção VeM
AcoNTeceNdo No sUl do brAsil. MAs o
risco de loTeAMeNTo dA grAde preocUpA.
“Seria ótimo poder produzir todos os programas, mas é inviável economicamente”, diz Roberto Amaral, da afiliada catarinense da Rede TV!.
Fotos: arquivo (marco altberg) e Divulgação
regionalização
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poder produzir todos os programas, mas é inviável economicamente. Portanto, temos 15 horas nobres semanais de produção própria e 22 horas de terceirizada. Nenhum dos poucos programas religiosos que veicula-mos ocupa horário nobre”, enfatiza.
Amaral diz que a Rede TV! vem dando grande valor à regionalização da grade. A emissora tem 150 retransmissoras e em razão de tamanha capilaridade considera essencial colocar um “tempero regional” para agregar audiência nos números nacio-nais. “Desde quando éramos SBT e agora há três anos como Rede TV! estamos investindo em regionaliza-ção. É o que nossos concor-rentes também fazem, com sucesso. Para mim, o mode-lo ideal é um mix de produ-ção própria e independente ou, melhor ainda, uma pro-dução em parceria, mas com o risco dividido e com parti-cipação na receita.”
Linha editorialCoordenador geral de pro-dução da TV Santa Catari-na (também uma afiliada Globo), Anselmo Prada Filho é totalmente contra o loteamento de horário. Para ele, o conteúdo do programa não pode estar atrelado ao patrocinador. “Não admitimos ingerência. Temos uma linha editorial que precisa ser respeitada.” Na emissora, o investimento em conteúdo regional já acontece há três anos, dentro do projeto “Santa Catarina em Cena”. Nesse período, 24 documentários foram ao ar, divididos em dois capítulos, num total de 48 episódios. Este ano, a previ-são é fechar mais oito especiais.
Inicialmente, a TV Santa Catarina con-tratou profissionais do mercado e montou equipe própria para viabilizar os projetos. Mas a experiência de fazer em casa aca-bou se revelando desgastante. A alternativa,
então, foi terceirizar. Hoje, a emissora res-ponde pela concepção e roteiro, mas quem executa são as produtoras independentes, que também passaram a sugerir projetos, um claro sinal do amadurecimento do mer-cado. “Recentemente compramos um produ-to pronto, o ‘Rota das Navegações na Ilha de Santa Catarina’. Depois vendemos as cotas de patrocínio para grandes empresas da região. É uma nova tendência”, observa Prada Filho.
Wilson Serra, diretor de jornalismo da Rede Paranaense de Comunicação (hoje com apenas 10% de participa-ção da Família Marinho e com 90% do controle acionário dividido entre as famílias Cunha Perei-ra e Lemanski), afirma que ainda não surgiu nenhuma proposta con-sistente das produtoras independentes locais (mais voltadas para comerciais) que pudesse atrair a emissora. “Rece-bi duas propostas em quatro anos e não eram inovadoras. Não corre-mos atrás até agora, mas se vier não vamos recu-sar”, revela.
Para o executivo, terceirizar jornalismo é
difícil, mas ainda assim a emissora vem se abrindo para novas experiências, como a de produzir um programa jornalístico voltado para o público jovem e investir em reporta-gem. O jornalismo regional, segundo Serra, tem mais audiência do que o “Jornal Nacio-nal”. “A regionalização é necessária, mas não traz qualidade por si só. E qualidade custa dinheiro.”
Herivelto Gelli, diretor de marketing e programação da TV Barriga Verde (afi-liada da Band em Florianópolis), acredita que o momento é de quebra de paradigma. Em sua opinião, a rede não pode mais
subestimar o que se faz nas afiliadas. “Os grandes anunciantes estão regionalizando as mídias. É preciso sair do tradicional e falar das coisas boas que acontecem em cada praça.”
Há cinco anos a emissora investe em parcerias com os produtores locais, unindo talento e capital, como diz Gelli. Como resul-tado, a TV Barriga Verde tem no ar a única revista eletrônica do Brasil, garante ele, que aborda os temas arquitetura e decoração. Embora com público muito segmentado, a audiência tem sido expressiva, segundo o executivo, que é um defensor do sistema cooperativo. “Penso que é preciso acredi-tar na força da emissora. Não dá para ficar dependendo sempre da rede. A relação entre emissoras e produtoras pode ser boa e promissora para ambas. Respeito é a palavra-chave.”
TV mais abertaO presidente da ABPI-TV (Associação Bra-sileira dos Produtores Independentes para TV), Marco Altberg, é enfático quanto ao posicionamento que deveria ser adotado pelas emissoras. “A TV aberta tem que ser mais aberta e menos comercial. É preciso investir em qualidade, no crescer junto, e não no conteúdo duvidoso.”
Criada para organizar e defender o espaço da produção independente na TV, a associação tem um papel desafiador, que é o de reverter uma visão hegemônica, vertical, por parte das emissoras. “Ou a TV exibe o que ela mesma produz ou então parte para o loteamento da grade. Trata-se de um capitalismo sem regras, onde não existem leis que zelem pelo conteúdo do que é veiculado e nem pelo respeito ao telespectador”, observa Altberg.
Para o representante da entidade, o loteamento da grade é acima de tudo uma atitude de desespero, um problema resul-tante da falta de um ambiente regulatório. Afinal, cabe à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) zelar apenas pelas questões técnicas. Para Altberg, sem uma Lei Geral da Televisão Brasileira ou a pos-
Altberg, da ABPITV: loteamento da grade é “capitalismo sem regras”, onde não existe controle sobre o conteúdo veiculado.
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sibilidade de viabilizar uma agência como a Ancinav fica difícil morali-zar o mercado. Junto às emissoras, a fase é ainda didática. “Trata-se de uma questão cultural. Elas pre-cisam abrir mão do olho grande, do ‘mandonismo’. As emissoras ainda querem controlar tudo, resistem às parcerias”, enfatiza.
EncruzilhadaJornalista e diretor-presidente da catarinense Deadline Produções, Paulo Markun acredita que a TV aberta está numa encruzilhada terrível, já que não há solução para o problema estru-tural. “Se vier, a injeção de capital por parte do BNDES não resolve por si só. O modelo é que deve mudar, não pode ser tão verticalizado. A crise é indiscu-tível e tem âmbito nacional. Aqui é só mais complicado”, avalia.
À exceção da abertura dada pelas afiliadas Globo na região, Markun considera que o mercado ainda é res-trito para a produção independente e que a regionalização ainda está por acontecer. Para o jornalista, o que ainda prevalece é a fórmula da “cabe-ça-de-rede que manda”.
Com seis anos de mercado, a Deadli-ne editou em produtoras catarinenses (como TPS e Zig Filmes) uma série de documentários produzidos pela TV Cultura, todos eles dirigidos por Mar-kun: “De Amores e Guerras” (sobre Anita Garibaldi), “Timor Lorosae - O Nascimento de uma Nação”, “AI-5 - O Dia que Não Existiu” e “Sete Faces de uma Guerra - O Brasil Contra a Aids”. No ano passado, produziu dois vídeos: “Joá” (biografia eletrônica do empre-sário Joaquim Penteado, que completa-ria cem anos, para a família Penteado) e “Dor” (vídeo de 12 minutos exibido na abertura do Congresso Brasilei-ro de Anestesiologia, onde os atores Lúcio Mauro, Vera Holz, Heitor Mar-tinez e Ana Markun interpretam tex-tos sobre a dor escritos por Sartre, Tom Jobim, Shakespeare, Monsueto, Schopenhauer e Nietszche).
Diretora artística da TVI, Laine Milan desenvolveu dois grandes pro-jetos em parceria com as afiliadas
Globo, em Florianópolis e depois Porto Alegre. “Os Últimos 100 anos do Estado de Santa Catarina” começou em 1996, com programetes de um minuto e meio (que misturavam linguagens como docu-mentário, dramaturgia e história em quadrinhos) que eram levados ao ar quatro vezes ao dia. O sucesso foi tamanho que a iniciativa se replicou, praticamente em paralelo, na praça de Porto Alegre. Laine chegou a produzir uma média de 60 roteiros por mês. Já entre 2000 e 2001 a TVI viabilizou outros dois programetes, “A Guerra do Contestado” (SC) e “A Guerra dos Far-rapos” (RS).
No modelo de parceria adotado atualmente (não só com as emissoras locais, mas também com a Vanguarda TV, do Vale do Paraíba/SP), a produ-tora fixa um custo para a produção, a emissora assume a parte comercial e só depois paga pelo projeto. Já em relação ao “Curtas Histórias Catari-nenses”, a TVI viabiliza a produção através de leis de incentivo, enquanto a TV Santa Catarina responde pela veiculação.
Concentração de rendaSegundo Laine, a região sofre um “colo-nialismo duplo”, por ter de absorver conteúdo tanto nacional quanto o originário do eixo Rio/São Paulo. A regionalização, em sua opinião, preci-sa ser levada muito a sério pelas emis-soras e pelas produtoras para aconte-cer de fato. “Lamentavelmente o que eu percebo nos últimos tempos é que a concentração de renda é muito maior na mão de quem detém os canais. O que conta, quase sempre, é a fome de lucro. Vender é a palavra de ordem”,
avalia Laine.O diretor da Ethermidia (empre-
sa de Internet responsável pela ges-tão de sites como o da FIESCNet e do tenista Guga, e também prove-dora de soluções para a TV interati-va), Rodrigo Sabatini, acredita que o futuro da TV aberta será partilhado pelas emissoras e produtoras. Para o executivo, o que existe hoje, em termos de TV aberta, é um oligopó-lio. “Com o advento da TV digital teremos um aumento significativo
de bandas e espaços para produção. Portanto, existe um mercado nacional e um mercado global de produção para a TV que a gente deve ocupar”, enfatiza.
A Ethermidia produz atualmente o programa “GIN”, um game-show inte-rativo que vai ao ar aos sábados à tarde, pela afiliada local do SBT. A emissora entra com a infra-estrutura e veiculação e a produtora com formato, produção e comercialização. “Trata-se de uma espécie de ‘Show do Milhão’, só que jogado por 500 ou mil pessoas ao mesmo tempo.”
Sócio de duas produtoras (Sinergia e Ocean Films), João Roni Garcia desen-volveu uma série de projetos regionais, mas sua grande aposta tem sido o que chama de production services. Trata-se de um novo mercado, em que a produ-tora responde pela locação, orçamento do roteiro e contratação dos fotógrafos e diretores, para viabilizar os comerciais. Um dos cases mais recentes da Ocean Films é o primeiro comercial da Nike, gravado no Brasil e Argentina, que traz os “Ronaldos” correndo frenetica-mente atrás da bola. Hoje, a produtora já tem clientes fiéis na Alemanha, Ingla-terra, Estados Unidos e Itália.
Enquanto em outros países as pro-dutoras são praticamente convidadas a filmar de graça (afinal, vão estar divul-gando aquela localidade), no Brasil — e especialmente em São Paulo — o que se encontra é uma série de dificuldades para viabilizar a locação do espaço público. “São Paulo, por exemplo, está na contramão. Estamos perdendo espaço por conta da burocra-cia. No Rio, felizmente, a consciência é outra”, revela.
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Para Laine Milan, região sofre “colonialismo duplo”: absorve conteúdo nacional e do eixo Rio/SP.
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