revsita tela viva 152 - agosto 2005

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CINEMA Brasil renova acordos de co-produção com outros países TECNOLOGIA RedeTV! abandona de vez as fitas e reduz custos de produção televisão, cinema e mídias eletrônicas ano 14_#152_agosto2005 GINGA BRASILEIRA Canais estrangeiros pretendem investir mais em produções locais

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Revsita Tela Viva 152 - Agosto 2005

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Page 1: Revsita Tela Viva 152 - Agosto 2005

cinemaBrasil renova acordos de co-produção com outros países

tecnologiaRedeTV! abandona de vez as fitas e reduz custos de produção

televisão, cinema e mídias eletrônicas ano 14_#152_agosto2005

gingabrasileiraCanais estrangeiros pretendem investir mais em produções locais

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(editorial)

Rubens GlasbergAndré MermelsteinSamuel PossebonManoel FernandezOtavio JardanovskiGislaine GasparVilma Pereira (Gerente), Gilberto Taques (Assistente Financeiro)

Edianez Parente

Fernando Lauterjung

Daniele Frederico, Lizandra de Almeida (Colaboradora)

Carlos Eduardo Zanatta (Chefe da Sucursal)

Carlos Edmur Cason (Edição de Arte)Debora Harue (Assistente)Rubens Jardim (Produção Grá­fica)Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrô­nica)

Almir Lopes (Gerente), Ivaneti Longo (Assistente)

Marcelo Pressi

0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

[email protected]

(11) [email protected]

(11) [email protected]

Ipsis Grá­fica e Editora S.A.

Diretor e EditorDiretor EditorialDiretor Editorial

Diretor ComercialDiretor Financeiro

Gerente de Marketing e Circulação Administração

Editora de Programação e Conteúdo

Editor Tela Viva News

Redação

Sucursal Brasília

Arte

Departamento Comercial

Webmaster

Central de Assinaturas

InternetE-mail

RedaçãoE-mail

PublicidadeE-mail

Impressão

A atual crise política pode paralisar pelo menos até 2007 dois projetos fundamentais para o desenvolvimento das comunicações no País: a TV digital terrestre e a Lei de

Comunicação Social.No caso da TV digital, o prazo para a entrega dos relatórios finais

das instituições de pesquisa está­ marcado para dezembro, e a definição final sobre o SBTVD está­ prometida para o meio de fevereiro. Mas esta definição é apenas uma parte do problema. Questões ainda mais relevantes, como a divisão dos canais digitais e as políticas de concessão, ainda não têm qualquer definição, como declarou o então diretor do Grupo de Trabalho do SBTVD, Augusto Gadelha, durante a ABTA 2005, no início de agosto. Gadelha, aliá­s, deixou o cargo logo após o evento e até o fechamento desta edição não havia sido substituído.

Quanto à Lei de Comunicação, criou-se uma certa polêmica também no início do mês, com a pressão do novo ministro Hélio Costa para levar o tema para a pasta das Comunicações. A Casa Civil, da ministra Dilma Rousseff, tentava (e aparentemente conseguiu) em meados de agosto retomar as rédeas do processo e garantir a permanência dos debates sobre o tema no Palá­cio do Planalto, o que faz todo o sentido, tanto pelo cará­ter multidisciplinar da matéria quanto pelas pressões políticas que o tema incita.

Os fatos demonstram a urgência de se debater estes temas. Nos EUA, as operadoras de telefonia fixa já­ oferecem serviços de televisão a algumas centenas de assinantes, via fios de cobre ou até com fibras ópticas levadas diretamente às residências. No Brasil, no último mês a Vivo lançou um serviço baseado na rede EV-DO, de alta capacidade de transmissão de dados, que oferece diversos conteúdos de vídeo e interatividade. A Telemar e outras operadoras fixas já­ anunciaram que estão testando a transmissão de vídeo por redes de dados. Ao mesmo tempo, o impacto que os canais legislativos vêm demonstrando na cobertura das CPIs é prova clara da importância de se ampliar o acesso ao público em geral a novas fontes de informação.

O risco mais concreto para a sociedade brasileira é que o governo, fragilizado pela crise, não tenha força política para fazer avançar estes temas, sendo atropelado pela realidade. Infelizmente, o Brasil mais uma vez demonstra sua vocação para perder grandes oportunidades.

André Mermelsteina n d r e @ t e l a v i v a . c o m . b r

Agenda parada

Tela Viva é uma publicação mensal da Editora Glasberg - Rua Sergipe, 401, Conj. 605,

CEP 01243-001. Telefone: (11) 2123-2600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP.

Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903.

Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DFJornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965)

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista,

sem autorização da Glasberg A.C.R. S/AOs artigos da Broadcast Engineering®

(www.broadcastengineering.com), da Millimeter® (www.millimeter.com) e da Video Systems®

(www.videosystems.com) são republicados sob licença da Primedia Business Magazines & Media Inc.

Todos os direitos são reservados pela Primedia Inc.

IluSTRAção DE CAPA: CARLOS FERNANDES /GILMAR

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Ano 14 _152_ ago/05(índice)

Gostinho de Brasil 16Os próximos investimentos dos canais estrangeiros em produção nacional

Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá­-las a este espaço, procu-rando manter a má­xima fidelidade ao seu conteúdo.Envie suas críticas, comentá­rios e sugestões para [email protected].

TRIPlE-PlAyParabéns pela matéria sobre TV por assinatura publicada na última edição. Parabéns também pelo novo formato da revista. Mais uma vez, a TELA VIVA sai na frente. Posso dizer que é a primeira revista “quadruplo-play” do país. Felici-dades e sucesso a todos!

Inalda Celina Mádio, TV Globo, Rio de Janeiro (RJ)

HDVGostei da reportagem sobre a HDV-Z1 e estou interessadíssimo em comprar uma, mas fiquei sabendo que a Sony lançou também a HDV-A1. Gostaria de saber se há­ muita diferença entre os modelos.

André Aguiar, BR links, Curitiba (PR)

André,Segundo a Sony do Brasil, fisicamente, a HVR-Z1N é semelhante à DVCAM DSR-PD170, podendo ser utilizada com suporte de ombros, enquanto a HVR-A1N é essencialmente uma “palmcorder” - foi desenvolvida como uma opção “entry level” de camcorder HD. Este modelo possui menos funções, é mais compacta, mais leve e de custo mais baixo, para uso em situações que necessitam maior mobilidade, como por exemplo em esportes radicais. A HVR-Z1N apresenta também mais controles manuais. Por exemplo, tem dois anéis de controle independentes foco/zoom, enquanto a HVR-A1N tem somente um anel para controle de foco ou zoom. A HVR-Z1N tem seis botões com 15 funções designáveis, enquanto a HVR-A1N tem somente um botão, com cinco funções designáveis.A HVR-Z1 possui uma lente superior, para uma finalidade mais broadcast em dois sentidos: Focal lenght de 12x, e diâmetro de filtro de 72 mm . Portanto, o range de zoom para captação, prin-cipalmente para field é bem superior. A HVR-A1 possui uma lente de 10x e diâmetro de 37 mm.As duas têm a mesma resolução para vídeo (1440 h x 1080 v), porém a HVR-A1 utiliza a tecnologia CMoS, que tem um maior range dinâmico, e também processamento de imagem melhorado, resultando em uma imagem com tonali-dade mais natural, inclusive nas regiões

(cartas)

Scanner 8Figuras 14Especial 22ABTA debate a consolidação na TV paga

No ar 30Audiência 32Cinema 34Os novos acordos de co-produção internacional

Making of 36Case 38Um canal para as novas mamães

Infra-estrutura 40O novo pólo de produção da Quanta

Tecnologia 42O fim das fitas na RedeTV!

Equipamentos 46Como funcionam os editores para HDV

Tecnologia II 50A evolução da computação grá­fica

Upgrade 52Agenda 54

telavivanewswww.telaviva.com.br

Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

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(scanner)oscar da maquiagem

O filme “Tendências” (O Boticá­rio), criado pela agência Opus Múltipla (PR) e dirigido por Hugo Prata, da Academia de Filmes, ganhou o 11° Prêmio Avon Color de Maquiagem - categoria Cinema e Vídeos Publicitá­rios. Os vencedores foram Kaká Moraes e Westerley Dornellas, que fizeram o visual das modelos que aparecem no comercial. Os maquiadores receberam o prêmio que já­ é considerado o Oscar brasileiro de maquiagem, e que reconhece os melhores profissionais do país. Gan-haram troféu e um cheque de R$ 10 mil.

Professores celebridades

Rally em HDVA RadarTV Mixer transforma, pelo terceiro ano consecutivo, os bastidores

do 13º Rally Internacional dos Sertões — que aconteceu entre os dias 31 de julho e 9 de agosto, em Goiânia — em um reality show. Com uma equipe de 18 profissionais, incluindo diretores, produtores, técnicos e videógrafos e utili-zando quatro carros de produção, a cobertura contou com captação em HDV com aproximadamente 200 horas de material bruto. O resultado da edição dessas imagens é uma série de seis programas com 52 minutos cada, que

será­ veiculado na AXN em setembro, uma vez por semana, e ainda em 23 países da América Latina. O programa

acompanha a aventura de três carros e duas motos, com os motoristas e navegadores Guilherme

Spinelli e Marcelo Vivolo, Riamburgo Ximenes e Flá­vio Marinho, os irmãos Marlon e Joseane koerich de Souza e os motoqueiros Tiago Fantozzi e Fabrízio Serafim Abrantes. Além de micro-câmeras full time (seis nos carros e nos capacetes dos pilotos motociclistas) que per-

mitem imagens de vá­rios ângulos, o programa conta com as imagens aéreas, feitas

por helicóptero, e câmeras terrestres.Uma das novidades deste ano é a Etapa Mara-

tona na qual os pilotos e navegadores passam uma noite inteira sem dormir e, sem a ajuda dos mecânicos, precisam resolver os problemas existentes nos carros.

Modelo alternativoA TVA achou uma fórmula de oferecer

mais conteúdo a seus assinantes sem incorrer em grandes custos de aquisição. A operadora fechou com diversos provedores acordos de revenue share. O modelo é similar ao adotado pelas operadoras de telefonia celular com seus provedores de conteúdo. A operadora coloca os vídeos em seu menu de PPV e divide a receita com o fornecedor do conteúdo. Segundo Leila Loria, CEO da TVA, o serviço não pode ser exatamente chamado de pay-per-view, porque alguns conteúdos serão oferecidos, ao menos num primeiro momento, sem custo ao assinante. A oferta de vídeos é diversificada e vai além dos blockbusters (estes sim, pagos e contratados no modelo tradicional de TV por assinatura).

A operadora fechou parceria com a Turner, que fornecerá­ vídeos especiais do Cartoon Network e filmes diferenciados do canal TCM, e com a gravadora Trama, que trará­ vídeos musicais e making ofs de artistas como Tom Zé, Ed Motta e Gal Costa. Também haverá­ lutas de kickboxing e, futuramente, outros esportes.

Criada pela Lew, Lara, a nova campanha do Banco Real conta com professores explicando as condições de crédito pré-aprovado para estudantes. A campanha conta com dois filmes produzidos pela o2 Filmes e dirigidos por Fernando Meirelles e Daniel Rezende. No primeiro, a ação começa com um estudante conversando com o gerente do Banco Real. Ele pede informa-ções sobre crédito e duvida das vantagens apresentadas. O rapaz desconfia dos benefícios. Nesse momento, o gerente chama outro personagem, o professor Manga (interpretado pelo músico Mario Manga) que no estilo perfomá­tico dos cursinhos, esclarece: “Ô Barba, relaxa, não tem pegadinha, não”, cantando uma musica

no estilo dos cursinhos para decorar fórmulas, mas, desta vez, explicando a linha de crédito.

Em outro filme, o professor Otá­vio surge na agência bancá­ria para explicar à estudante que ela não depende do pai para ser correntista. O professor surge por trá­s da mesa do gerente, traz uma lousa com a frase “Precisa-se de assinatura” e começa a explicação no mesmo estilo dos professores de cursinho.

Daniel Rezende, vale explicar, é um dos mais jovens diretores da O2. Ele trabalhou em “Cidade de Deus”, conquistando o Bafta de melhor montagem e sendo indicado ao Oscar na mesma categoria e pelo mesmo filme.

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Fora de contextoA TVE não gostou nada de sua

nova posição no line-up da Sky. No início agosto, a operadora reordenou seu line-up para alojar os novos canais da HBO, deixando a emissora longe das outras educativas. Ricardo Miranda, diretor geral da Sky, diz que na nova posição a TVE fica localizada num bloco importante da programação, junto aos canais informativos. A presidente da Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquete Pinto), mantenedora da TVE, Beth Carmona, diz que “ficou ressentida por ter ficado fora de contexto”. Beth explica que não se trata apenas da mudança de posição numérica no line-up, o que, por si só, já­ pode gerar alguma “dificuldade na navegação do assinante” que assiste a TVE. Mas também o fato de ter ficado longe

das outras educativas (a TV Cultura, por exemplo, está­ no canal 29 e a TV Escola está­ no canal 27) e entre o canal Climatempo e a TV Senado.

O simples fato de o canal estar no line-up, para Beth, já­ é positivo. Mas, para ela, o canal agrega algum valor à operadora. “Eles precisam entender que o canal é o que mais tem legenda oculta (closed caption), atendendo um universo de 6 milhões de deficientes, e conta com uma programação nacional e educativa”, diz. No total, a emissora conta com 17 programas com closed caption e um jornal exclusivamente visual. Beth lamenta que muitas operadoras tiraram o canal de seus line-ups. “Nós temos dois filmes nacionais por semana, além do projeto Curta Criança”, lembra.

O antigo lugar da TVE no line-up está­ ocupado pela TV Câmara — segundo a Sky, caso haja acordo entre estes canais, eles podem trocar de posição.

Falta de espaçoO Estúdio SANT, produtora

de animação e efeitos visuais, em conjunto com a Catalog Audiovisual, desenvolveu quatro vinhetas para a empresa de self storage Minidocks. Veiculadas em monitores do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, as animações (de 10” cada) narram as dificuldades da falta de espaço em empresas, lojas e escritórios, visando a Minidocks como solução. Foi utilizada a técnica de animação 3D com o software Autodesk MAX 7.5.

HBo NA SKyA Sky ANUNCIOU A ASSINATURA DO CONTRATO COM A HBO LATIN AMERICA

GROUP PARA, DESDE O DIA 2 DE AGOSTO, OFERECER OS CANAIS PREMIUM DA HBO NO SEU LINE-UP. OS CANAIS ENTRAM EM DOIS FORMATOS: UM DELES COM APENAS TRêS CANAIS (HBO DIGITAL: HBO, HBO 2 E HBO PLUS) E A SELEçãO DESENVOLVIDA ESPECIALMENTE PARA AS PLATAFORMAS DIGITAIS (HBO/MAX DIGITAL: COM DEZ

CANAIS HBO). OS NOVOS CANAIS ESTARãO DISPONíVEIS EM SEIS PACOTES, E TODOS ELES, TAL COMO NA NET, PASSAM PRIMEIRO PELO PACOTE QUE INCLUI TAMBéM OS

CANAIS TELECINE. OS PREçOS VãO DE R$ 133,90 A R$ 176,90.

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Globo faz feira de eventos das afiliadas

Em dois dias de um evento superconcorrido em São Paulo, no início da segunda quinzena de agosto, representantes das 119 afiliadas da Rede Globo atraíram o mercado de publicidade

para a �ª Feira de Eventos & Projetos Regionais.Agências de publicidade, anunciantes, fornecedores e clientes

puderam ter um panorama do que as emissoras da rede têm a oferecer em eventos regionais no período que vai de outubro deste ano até setembro de 2006. é um prato cheio de alternativas e opções locais, que mostra bem como a rede, conforme propaga o seu discurso, vem mesmo abrindo espaço para as atrações regionalizadas. E, claro, em especial àquelas com maior capacidade de atrair inserções de publicidade e patrocínio - não estão contemplados nestes planos comerciais projetos para 2006 como futebol, Carnaval e eleições, tidos como nacionais. Há­ também a comercialização de programação local, como jornalismo, e programas de linha das emissoras.

O calendá­rio de eventos das afiliadas traz importantes acontecimentos regionais, ainda que não conhecidos fora de sua á­rea. Como exemplo, há­ o “Sushi Fest”, da TV Fronteira, de Presidente Prudente, uma importante festa da cultura japonesa no interior do estado de São Paulo. Vai acontecer em junho de 2006 - as veiculações começam em maio e o valor de cada cota de patrocínio é de R$ 11,3 mil.

O “Encontro de Violeiros”, da Rede Integração (Uberlândia, Ituiutaba e Araxá­, em MG), que acontece em março e abril de 2006, tem uma cota de R$ 102 mil.

No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o projeto “Planeta Atlântida” é o regional mais caro de toda a rede, superando inclusive os eventos individuais em São Paulo e do Rio de Janeiro. Em 2006, quando o festival de música jovem completa dez anos, espera receber mais de 100 mil pessoas. A veiculação vai de dezembro de 2005 a fevereiro de 2006 e o valor de tabela da cota é de R$ 943 mil.

No Rio Grande do Norte, a TV Cabugi tem o “Forraço - IV Encontro Regional do Forró”, de abril a junho de 2006, ao valor de R$ 40 mil a cota. Como projeto do Nordeste Integrado (PB/BA/CE/MA/PB/RN/AL/PI/SE), o maior evento que engloba toda a rede regional é o “São João do Nordeste”, de maio a julho, no valor de R$ 572 mil por cota.

No Centro-Oeste, a Rede Matogrossense (MT/MS) tem a Copa Morena de Futsal, que vai de dezembro de 2005 a abril de 2006 ao custo de R$ 145 mil cada cota.

Também é possível adquirir uma cota de patrocínio em afiliadas da Globo sem gastar sequer uma dezena de milhares de reais. No Norte do Brasil, é possível comprar uma cota de patrocínio por menos de R$ 6 mil e com direito a 40 inserções, em setembro de 2006: para o “Sairé 2006”, festa folclórica do Pará­ sobre a lenda do boto.

Financiamento para a digitalização

A fabricante nacional Tecsys conseguiu uma linha de financiamento junto ao BNDES/Finame para a sua linha de receptores e decodificadores DVB. Segundo Herbe Zambrone Júnior, responsá­vel pela á­rea de negócios corporativos da empresa, o financiamento já­ está­ disponível desde o dia 8 de agosto. Para valores de até R$ 100 mil, o financiamento é automá­tico para pagamento em três anos com juros de 9,37% ao ano. Para valores superiores a R$ 100 mil, o financiamento é para pagamento entre três e cinco anos, com juros de 8% ao ano. Os modelos contemplados pela linha de financiamento são todos receptores DVB (terrestre ou satelital), com compressão MPEG-2, tanto da linha consumer quanto profissional. O BNDES tem, além de uma linha de financiamento para fabricantes nacionais, também uma linha para cobrir os custos de digitalização de operadoras que adotem tecnologia produzida no Brasil. O financiamento cobre até 80% do projeto, segundo o banco. Nenhuma operadora, até o momento, optou por esta alternativa, mas há­ conversas com as maiores.

Gigante dos eletrônicosA Gradiente Eletrônica S/A comunicou no dia 9 de agosto,

ter fechado com a Itautec-Philco um contrato de promessa de compra e venda, pelo qual fica estabelecido que a Gradiente vai adquirir o controle total da operação Philco, envolvendo todos os equipamentos eletroeletrô­nicos (linha marrom) - televi-sores, DVDs, equipamentos de á­udio e demais aparelhos desse segmento. A aquisição envolve a compra de 100% dos ativos relacionados ao negócio, incluindo imóvel, equipamentos, matéria-prima, produtos acabados, assistência técnica e pro-priedade intelectual. A empresa pretende administrar a marca Philco de forma independente da marca Gradiente.

TEM BOI NA TELINHAESTREOU NO DIA 11 DE AGOSTO O CANAL PAy-PER-

VIEw DA GLOBOSAT ESPECíFICO PARA OS RODEIOS, O PREMIERE RURAL. AS VENDAS COMEçARAM TRêS DIAS

ANTES DOS RODEIOS DA FESTA DO PEãO DE BOIADEIRO DE BARRETOS, QUE ACONTECE ATé O FINAL DESTE MêS DE AGOSTO. NESTE LANçAMENTO, O PREMIERE RURAL ESTARá NA NET DE CINCO PRAçAS: BELO HORIZONTE, BRASíLIA, RIO DE JANEIRO, SãO PAULO E O CLUSTER

CAMPINAS/INDAIATUBA/SANTOS. AS OPERADORAS NET DAS DEMAIS LOCALIDADES DEVEM TER O CANAL NUM MOMENTO SEGUINTE. PARA A TEMPORADA 2006 DO

CIRCUITO NACIONAL DE RODEIOS, Já ESTãO FECHADAS COM O CANAL TODAS AS SEIS ETAPAS: JAGUARIúNA,

FERNANDóPOLIS, SãO JOSé DO RIO PRETO, AMERICANA, RIO VERDE E BARRETOS. A VENDA SERá FEITA EM DUAS MODALIDADES: PACOTE COMPLETO OU POR ETAPAS.

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Novo endereço A produtora Villas Boas Televisão e Cinema está­ de casa nova. A sede localiza-se

agora no Espaço Bic, onde divide com quatro empresas um conjunto de dois galpões e um prédio de 15,5 mil m2, antes ocupados pela fá­brica da Bic. A produtora, representada por Suzana Villas Boas, garantiu a partir de uma parceria com a Broadcasting um núcleo

de captação e finalização para seus dois estúdios, equipados para a produção de pro-gramas de televisão, publicidade e cinema. O espaço ainda conta com equipamentos de sonorização, camarins, salas de produção e reunião, estrutura de copa/cozinha, além de equipes técnica e de produção disponíveis. Entre as produções realizadas recentemente

pela Villas Boas Televisão e Cinema estão o docudrama “Encontro Marcado”, filmado durante o Festival Literá­rio Internacional de Paraty (Flip) e dirigido por Bruno Barreto, e “Uma História Real”, longa metragem de Murilo Salles, em fase de pré-produção. O

núcleo de novos projetos é coordenado por Pedro Lima.

O segundo filme da campanha “Educar é tudo”, da RBS TV, foi ao ar no final de julho. O vídeo “Volta às aulas” chegou para incentivar as crianças a comparecer à escola e alertar os adultos da importância deste gesto. Sua produção envolveu vá­rios profissionais de peso, começando pela parceria entre a agência de publicidade Paim, responsá­vel pela criação da campanha, a produtora Academia de Filmes de Porto Alegre, com a direção de Gabriel Rubim, e o estúdio de animação curitibano Amazing Graphics, com a direção de arte de Foca Cruz e supervisão de animação de Tadao Miaqui. Como no primeiro filme “Educar é Tudo”, a animação, feita pela Amazing Graphics, é o principal recurso utilizado para atingir o público alvo da campanha. O objetivo é mostrar a educação como o caminho para buscar o crescimento dos indivíduos e da nação.

Volta às aulas

Negócio da ChinaA ABPI-TV (Associação Brasileira

de Produtores Independentes de TV) promoveu em vá­rias capitais, o 1° Programa de Capacitação MAIS (Melhor Aproveitamento e Inovação Setorial), que contou com o consultor chinês Kenjie Wong, que apresentou números sobre o mercado audiovisual da China. Segundo wong, as televisões chinesas importam cerca de 10 mil horas de documentá­rios por ano, pagando entre US$ 400 e US$ 2 mil por episódio de 60 minutos. Além disso, são produzidas no país mais de 1,1 milhão de horas de conteúdo audiovisual para televisão por ano. “A maioria dos canais, para conter os custos fixos, usa a produção independente para preencher suas grades”, diz wong. Porém, uma peculiaridade local é que “apenas dois ou três canais pagam pelo conteúdo em dinheiro”, sendo que a maioria permuta programas por espaço

publicitá­rio. “Os produtores costumam vender esse espaço para as agências de publicidade”, explica.

Segundo ele, o mercado chinês tem interesse em produções brasileiras abordando temas como futebol, cultura, vida selvagem e ciência natural. “Não há­ interesse em formatos de reality shows e game shows”, diz.

O consultor apresentou ainda dados que ajudam a dimencionar o mercado chinês. Segundo ele, 80% dos lares nas grandes cidades recebem a programação através da TV a cabo. Em todo o país (considerando as á­reas rurais) são 115 milhões de assinantes, uma penetração de 31,4%. A penetração da TV aberta é de 95,2%.

Quanto ao mercado formal de home video (descontada a pirataria), wong diz que são vendidos por ano mais de 300 milhões de VCDs (Video CDs) e quase 50 milhões de DVDs, a um custo que gira entre US$ 3,00 e US$ 6,00 por unidade.

Ano do CurtaO Grupo Novo de Cinema e TV comemora o sucesso dos curtas-metragens brasileiros

no exterior. Seja ficção, documentá­rio ou animação,

os curtas nunca fizeram tanto sucesso no mercado externo

como em 2005. Até agora foram negociados 23 títulos, de uma a quatro vezes cada. Isto inclui a venda de mais de 70% dos títulos do catá­logo

2005, mas a expectativa é de que as vendas envolvam 90% deste catá­logo. Só no

festival de Clermont-Ferrand, na França, o Grupo Novo

de Cinema e TV conseguiu vender curtas para as

principais empresas européias como Arte, Canal Plus e TV5

(França), ZDF (Alemanha) e Channel 4 (Reino Unido),

além de emissoras do Japão, Austrá­lia, Portugal, Itá­lia e

Canadá­.No final de junho, após

o 11º Mercado Internacional de Curta-Metragem, que ocorreu em Valência, na Espanha, foram fechadas

vendas de mais cinco curtas: “Ratoeira”, de Pedro Carvana;

“Messalina”, de Cristiane Oliveira; “Universo”, de

Marcos de Brito; “Asfixia”, de Roberval Duarte; e “Meninos

da Zona Sul”, de Claudia Ribeiro e Sílvia Godinho. Os direitos foram comprados pelo Canal Plus da Polô­nia.

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A experiência adquirida durante o tempo em que trabalhou na televisão, dirigindo shows e

espetá­culos, trouxe os conhecimentos necessá­rios para que Antonio Carlos Rebesco — o Pipoca — pudesse criar sua própria empresa, especializada nesse tipo de produto audiovisual. O apelido vem do tempo em que era operador de câmera e pegou de tal forma que hoje dá­ nome à sua produtora, a Pipoca Cinema e Vídeo.

Sua carreira na TV começou em 1966, quando participou do treinamento oferecido pela Rede Bandeirantes a todos os futuros funcioná­rios da emissora que seria inaugurada no ano seguinte. Depois da Band, foi contratado pela TV Globo, também como operador de câmera.

pelo menos três vezes por ano, então não perdi o contato com o mercado brasileiro. Ao voltar, passou um ano independente e então foi convidado a voltar para a TV Cultura. Foram só três meses na velha casa, quando a Rede Globo o convidou para dirigir o “Domingão do Faustão”.

Em 2000, decidiu que era hora de alçar vô­o próprio e abriu sua produtora. A maioria das produtoras faz comercial, mas nosso foco vem da minha formação em produções culturais. A Pipoca se especializou na gravação de shows para DVD e na criação de programas para TV. Atualmente, é responsá­vel pela direção e produção dos programas “Instrumental Sesc Brasil”, “STV na Dança”, exibidos na STV, e “Mulheres al Dente”, veiculado na Rede Gazeta.

Da época em que trabalhou na TV para hoje, sente falta desse espaço para programas culturais na grade de programação e da forma com que os funcioná­rios e artistas são encarados dentro da estrutura das emissoras. Antigamente a TV era feita de idéias, hoje é feita de nomes. Antes éramos equipes que pensavam nos programas. Hoje são 30, 40 pessoas que ganham salá­rios normais perseguindo grandes nomes, que ganham milhões. Tudo está­ baseado nas relações comerciais. Quando sugerimos às emissoras um programa independente, elas já­ querem saber se temos um patrocinador.

Em paralelo com seu trabalho de diretor e produtor, Pipoca também tem um pé na academia: é professor do curso de Rá­dio e TV da Fundação Armando álvares Penteado (FAAP) desde 1972. Acredito que uma TV melhor pode gerar uma sociedade melhor. Por isso gosto do trabalho com os alunos, de mostrar minha experiência e minha visão do que deve ser a televisão.

Especializado em cultura

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Pouco depois, foi para a TV Cultura, onde construiu e consolidou sua carreira. Exerci nove funções diferentes na emissora, de operador de câmera a diretor adjunto de programação, passando pela direção de TV e de produção, entre outras atividades.

Dos programas de música e dança da TV Cultura, partiu para Portugal em 1990, onde trabalhou em produtoras independentes de programas para

televisão. Permaneceu lá­ até 1997, mas durante esse período veio cerca de 20 vezes ao Brasil para dirigir espetá­culos para diversas emissoras. Dirigi 17 séries para a televisão portuguesa e vinha ao Brasil

“ANTIGAMENTE A TV ERA FEITA DE IDéIAS,

HoJE é FEITA DE NoMES.”

ANToNIo CARloS REBESCo

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Novos mercadosPaula Trabulsi dirigiu o primeiro

projeto internacional da Bossa Nova Films. Trata-se de um filme de koleston, wella, da Select Com-municatons de Nova york. O filme é estrelado pela top Michele Alves.

Nova diretoriaA MTV Networks América

Latina expande o departa-mento de música e talentos. José Tillan (centro) é promovido a vice-presidente sênior de música e talentos, assumindo as estratégias musicais das três marcas (MTV, VH1 e Nickel-odeon). Marc Zimet (à direita) junta-se à equipe como diretor sênior de música e talentos, onde administrará­ conteúdos e talentos musicais internacio-nais, enquanto Julio Muñiz (à esquerda) assume o mesmo cargo na MTVN México, para o conteúdo latino.

Alemão anuncia agênciaRoberto Lautert, mais conhecido como Alemão (centro), lançou no mês de agosto a

Lautert Associados. O primeiro cliente da nova agência é a Red Bull. Estavam presentes no lançamento Stefan kozak (à esquerda), diretor geral da empresa Brasil (à direita), e Pedro Navio, diretor de marketing da empresa. A conta da Red Bull pertencia a w/Brasil.

Marketing renovadoA TV Cidade contratou para o

cargo de gerente de marketing de sua matriz em São Paulo, o executivo Sydney Manzione. Além dos mais de dez anos de experiência em consul-toria nesta á­rea, para empresas como AmBev, Lever, Elma Chips, Telemar, Nestlé e Multibrá­s, o executivo acu-mula passagens pela ACNielsen, IMS, Copernicus, Resolve, Abril e Grupo Fenícia. Mazione também ministra os cursos de MBA em Marketing Estra-tégico e Pesquisa, na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Reforma ministerialO secretá­rio-executivo do Ministério das

Comunicações será­ Tito Cardoso de Oliveira Neto (foto). Engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Pará­, o novo secretá­rio foi presidente da Dataprev, empresa da qual foi também diretor de negócios, durante a gestão do ministro Romero Jucá­ na Previdência. A nomeação foi publicada no Diá­rio Oficial da União do dia 8 de agosto. No mesmo dia, foi publicada a indicação do novo secretá­rio de tele-comunicações do Minicom. Quem assume o cargo é Roberto Pinto Martins, engenheiro eletricista, atual coordenador de TI da secretaria de política de informá­tica do Ministério de Ciência e Tecnologia. Martins tem longa carreira pública, tendo ocupado cargos no MCT desde 1984, incluindo a secretaria de política de informá­tica.

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Mudanças na ApaciFoi eleita em assembléia realizada

no final de julho a nova diretoria da Apaci (Associação Paulista de Cineastas). O novo presidente da associação é ícaro C. Martins (Francisco Cataldi Martins). A diretoria é composta ainda pelos seguintes membros: André klotzel (1° vice-presidente), Roberto Gervitz (diretor de assuntos nacionais), Débora Ivanov e David kullock (secretá­rios executivos), Toni Venturi (vice-presidente de assuntos estaduais), Luís Alberto Pereira (Gal) e Reinaldo Pinheiro (diretores), Luiz Bolognesi (vice-presidente de assuntos municipais), Paulo Sacramento e Gustavo Steinberg (diretores), Aurélio Michilles (vice-presidente de televisão e outras mídias), Rogério Correa e Ricardo Elias (diretores), Alain Fresnot (representante Conselho Superior de Cinema), Hermano Penna (representante no MinC), Toni Venturi (representante no Conselho Paulista de Cinema) e Aurélio Michilles (representante na Comissão da Lei Marcos Mendonça).

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Conteúdo brasileiro é um bom negócioProgramadores internacionais vão além do Artigo 39 e investem em produção nacional para conquistar público e receitas.

Trinta meses, R$ 44 milhões arrecadados e 43 projetos executados. Esses são os números mais atualizados da Ancine (Agência

Nacional do Cinema) sobre os frutos colhidos a partir do Artigo 39 da MP 2281/01, que criou a agência. Conforme conta Carlos Eduardo Azevedo Guimarães, superin-tendente de desenvolvimento

ao pagamento da Condecine (contribuição de 11%) cobrado das programadoras que distribuem seus sinais a partir do exterior, a programadora deposita 3% sobre a remessa de seus lucros ao exterior em conta aberta em agência específica do Banco do Brasil, e cujo montante pode ser utilizado em co-produção audiovisual nacional com produtores independentes dentro de um determinado prazo, que é de menos de um ano.

Ocorre atualmente no mercado brasileiro de TV por assinatura que, independentemente do uso destes recursos, os dirigentes das principais programadoras internacionais que atuam por aqui dizem que pretendem, sim, ampliar sua participação com conteúdo local. Isto, dentro de uma filosofia cada vez mais comum entre elas de dar maior importância ao mercado brasileiro. Os motivos são óbvios: o mercado de assinaturas dá­ novos sinais de vida, apresentando recuperação e fô­lego para crescer e todo mundo quer, acima de tudo, fazer bons negócios por aqui.

Entrevistamos os principais executivos regionais de alguns dos maiores grupos presentes no Brasil, para entender como eles vêem o mercado nacional dentro do contexto latino-americano e o que pretendem realizar em termos de produtos locais.

DirecTV quer maisDepois de nove episódios

documentais sobre Chico Buarque

Edianez Parentee d i a n e z @ t e l a v i v a . c o m . b r

financeiro da agência, “esse mecanismo se mostrou um grande canal para a produção independente brasileira”. Ele diz que as programadoras internacionais de televisão por assinatura se mostram cada vez mais interessadas em utilizar estes recursos para terem conteúdo local em suas grades, valorizando assim sua programação.

A regra para os programadores de TV paga é clara: como alternativa

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de Hollanda, o especial “7 X Bossa”, os shows dos artistas da gravadora Trama, e ainda o documentá­rio “Estradas Reais - Das Minas ao Mar”, a DirecTV quer mais produções locais. De acordo com o diretor geral da operadora no Brasil, Luiz Eduardo Baptista (Bap), serão anunciados em breve pelo menos mais três novos projetos: “Dois deles terão três episódios cada”. Bap não diz ainda quais são. “No futuro, pode haver ainda mais, devido ao sucesso que vêm fazendo”. Segundo ele, todas são obras voltadas à cultura e de alta qualidade.

Foi via Artigo 39 que a DirecTV viabilizou a maior parte de seu conteúdo local que tanto repercutiu para a operadora. Os especiais de Chico Buarque de Hollanda, sob direção de Roberto de Oliveira, já­ começam a sair em DVD — o primeiro lote está­ nas lojas, com três episódios.

O novo documentá­rio, ainda em produção, “Estradas Reais - Das Minas ao Mar”, foi feito pelas

Mais umScott McBride, COO (Chief

Operating Officer) da MTV Networks Latin America, diz que a progra-madora nos Estados Unidos está­ tão satisfeita com o Brasil, vê tanto potencial neste mercado que, em sintonia com a MTV do Brasil (da qual a Viacom, dona da MTV, tem 30%), se prepara para formar mais um canal de TV feito aqui, o VH1 Brasil.

A nova emissora, para as operações de TV por assinatura, seria feita pela parceira brasileira e atenderia a um público acima de 24 anos.

Sem participação do sócio brasileiro da MTV (o Grupo Abril), a MTV Networks também tem aqui seu próprio canal dedicado ao público infanto-juvenil, ou seja, pré-MTV. Trata-se do canal Nickelodeon, ou simplesmente Nick, que é o segundo canal deste segmento em alcance entre a garotada, numa disputa sempre acirrada com o líder Cartoon Network.

O Nick soube como ninguém adequar-se ao Artigo 39, e fez do seu “Patrulha Nick”, uma produção local desenvolvida em sistema de co-produção com empresas locais, um

produtoras CaraDeCão Filmes e MPC & Associados. Esta produção integra um projeto do governo do Estado de Minas Gerais e marca o primeiro projeto destas produtoras viabilizado via Artigo 39.

Bruce Churchill, presidente da DirecTV

Latin America que esteve em agosto no Brasil para a ABTA 2005, disse em mais de uma ocasião que o conteúdo local é essencial. “Ele é importante em todos os países da Europa, América ou ásia, e sabemos que no Brasil não seria diferente. Temos de oferecer ao público o que ele quer, do contrá­rio ele não nos assiste”.

Churchill lembrou, no entanto, que apenas operações viá­veis e com escala estimularão a produção de novos conteúdos locais. Até por este motivo, a DirecTV já­ começou a veicular nos demais países da América Latina onde está­ presente conteúdos brasileiros, como os shows do canal 605 da operadora do Brasil.

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INVESTIR PARA MANTER A lIDERANçA

Juan Carlos Urdaneta, presidente da Turner Broadcasting System para a América Latina (canais TNT, Cartoon Network, Boomerang, TCM, CNN e CNN en Español) diz que o

mercado brasileiro é, potencialmente, o mais importante da região. A programadora tem dois canais líderes de alcance entre crianças e adultos desde que começou a medição do Ibope dos canais pagos: Cartoon Network e TNT. A empresa é ainda parceira do Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho, do qual participa com fornecimento de conteúdos: desenhos, produções nacionais, filmes, notícias, acervo da CNN, produtos da sua divisão educativa.

A Turner do Brasil acaba de estrear, no Cartoon, a produção de animação nacional “Pixcodelics”, feita pela Mop Digital, veiculada também nos demais países da América Latina e feita via Artigo 39. Como diz o vice-presidente de vendas da programadora no Brasil, Anthony Doyle,

“Pixcodelics” é um exemplo muito bom de como produzir algo juntando recursos da Condecine, talento nacional, qualidade, alta tecnologia. Para ele, melhor ainda é também poder exportar esse conteúdo para o resto da América Latina. A seguir, Juan Carlos Urdaneta detalha a importância do mercado brasileiro e da produção local.

TElA VIVA - Que papel o mercado brasileiro representa para a Turner em termos de América latina?

JuAN CARloS uRDANETA - Segue como o mercado mais importante na América Latina.

é certo que a digitalização proporcionou avanços em outros países, caso do México, por exemplo. Mas o Brasil segue sendo

o maior e o que tem mais potencial de crescimento. O Brasil passou por momentos difíceis (na TV paga),

está­ saindo de um período de estancamento, de não-crescimento,

de problemas econô­micos e limitações para fazer novos investimentos.

Enfim, houve uma série de fatores: cada operador

encontrou sua solução e a economia brasileira encontrou soluções; também a taxa de câmbio favorece a entrada de mais equipamentos. Entramos numa fase de maior crescimento e desenvolvimento,

“A TV é uma mídia que tem

necesidade de se fazer mais local”

Juan Carlos urdaneta, da Turner

Scott McBride, da MTV Networks: programadora prepara mais um canal feito inteiramente no Brasil.

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que deve se manter também nos próximos anos. Entre 30% e 40% de todos os negócios da empresa na América Latina estão no Brasil. Veja, a população brasileira é de 40% a 45% na região; portanto, um país com esse tamanho, com essa representação na economia, tem de ser o líder na região.

A situação atual do câmbio favorece esta situação?

A oscilação cambial sempre tem um efeito, mas eu diria que neste caso não é um fator decisivo para a Turner. Creio que a valorização do real torna mais fá­cil aos operadores que necessitem fazer investimentos em infra-estrutura, pois podem comprar equipamentos, caixas digitais, fazer o upgrade de tecnologia, e isso nos favorece a todos.

Mas os seus custos de produção são em dólar. Como fica a equação?

Temos de buscar o equilíbrio, como toda produtora.

Vamos falar da produção nacional.

Qual a importância dos produtos locais e de estar usando este conteúdo no Brasil?

Filosoficamente, está­ claro que nossos canais cada vez devem ter mais conteúdos locais para serem mais relevantes. Na medida em que se apresentem mais oportunidades, procuramos incluir mais conteúdo local. Os conteúdos ideais são aqueles que distribuímos localmente e também podemos levar a outros mercados que não apenas o Brasil. E a filosofia em cada um dos mercados tem sido um pouco essa. Com o Cartoon Network tem sido um pouco mais fá­cil. Já­ repetimos na Argentina e México negociações com animação de personagens de tiras de jornais, tal como fizemos no Brasil em 2004. Para nós também se trata de uma experiência nova. Na medida em que aprendemos mais, podemos assumir também projetos maiores. Por enquanto, têm sido projetos menores. A fórmula da Turner é pensar pequeno até que aprendamos e possamos expandir.

Isso tudo aconteceu por causa do Artigo 3� da MP 2.228/01?

Não. As produções nacionais existem porque são um bom negócio e a TV é uma mídia

que tem necessidade de se fazer mais local. Temos, sim, trabalhado bem com a Ancine, mas não só por causa dela. No Brasil, fizemos coisas fora da Ancine.

E onde há mais chances de crescimento em receitas?

Acredito que neste próximo ano todos pensam em crescer — o que se viu na feira da ABTA. Acredito que haja um crescimento interessante neste ano na parte de distribuição. Há­ muito entusiasmo, todos os clientes falam de crescer mais do que no ano passado.

Como a Turner vê as novas possibilidades de distribuição do seu conteúdo - cabo digital, celular, TV sobre IP?

Devemos ter conhecimento e estar preparados para poder avançar em todos estes segmentos tecnológicos. O que a Turner faz é prover entretenimento e notícias. Sobre os novos ambientes (broadband, wireless), há­ diferentes iniciativas ao redor do mundo em cada uma destas á­reas. Nós, da Turner da

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dos carros-chefes de sua programação. O programa tem apresentadores brasileiros, é gravado aqui e gera audiência e programetes que se estendem pela grade.

O canal Nickelodeon também está­ explorando como poucos outros todas as possibilidades em novas mídias, seja com uma pá­gina no portal do UOL, seja com conteúdo de streaming para a telefonia celular. “Temos uma grande oportunidade de customizar nosso conteúdo, que pode ser dividido, quebrado, para rodar em outras mídias, como wireless, Internet” diz Scott McBride. Também na telefonia celular, a programadora detecta grandes oportunidades de crescimento junto ao público da Nick - e o Brasil é um mercado-chave neste aspecto. O primeiro acordo foi fechado com a Vivo para o serviço Vivo Play 3G.

Sobre o conteúdo estritamente estrangeiro, a MTV Networks já­

emplaca nas plataformas digitais de TV paga no Brasil seus canais pan-regionais MTV Jams, MTV Hits e VH1 Soul.

Melhor distribuiçãoNo disputado

segmento de canais destinados às crianças e famílias, o Disney Channel ganhou mais terreno na TV paga brasileira

ao garantir sua entrada, no início de agosto, na plataforma da Net Serviços. Agora, o canal vislumbra, com uma maior distribuição (acresce em 700 mil seus assinantes no País), a possibilidade de ter mais conteúdo produzido especialmente

para o Brasil. Carolina Lightcap, vice-presidente sênior de programação e assuntos criativos do Disney Channel e Jetix para a América Latina, diz que a programadora está­ analisando as possibilidades de co-produção nacional via Artigo 39 da Ancine. “Temos muitas idéias e estamos analisando todas elas”, afirma a executiva, bastante animada com o novo panorama no mercado.

O canal da Disney já­ tem exemplo em casa de produção local. A Buena Vista International, braço em distribuição de cinema, tem utilizado recursos incentivados para co-produções no cinema nacional (“O Casamento de Romeu e Julieta”, “Jogo Subterrâneo”, “A Dona da História”, “O Caminho das Nuvens” foram alguns deles). Também, de acordo com Carolina Lightcap, com a medição de audiência pelo Ibope,

(capa)

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ARTIGo 3� DA MP DA ANCINE ACuMulou R$ 44 MIlHõES EM 30 MESES E ESTIMulou DESDE ESPECIAIS MuSICAIS ATé PRoGRAMAS INFANTIS.

Chico Buarque de Hollanda

na DirecTV

Jacarezinho, da Nick

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Não disponivel

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será­ possível agora detectar melhor as necessidades e preferências da audiência brasileira.

Atualmente, produções de estúdio do Disney Channel com apresentadores brasileiros, como os programas da faixa pré-escolar “Playhouse Disney”, o “Zapping Zone” e o “Art Attack”, por exemplo, somam mais de três horas/dia de programação na grade, e são feitos em Buenos Aires, onde estão centralizadas as operações da programadora para a América Latina.

Chamadas e interstícios por vezes são gravados no Brasil. O canal Jetix, que promoveu ao longo do primeiro semestre o torneio de futebol Copa Jetix, utilizou-se de estrutura do canal ESPN Brasil para a sua execução local. “Temos muitos planos para o Brasil, que é um mercado muito importante para nós”, conclui Carolina Lightcap.

SuperproduçõesA HBO Latin America, diz o seu

HBO os dois projetos de maior orçamento na Ancine com recursos mobilizados via Artigo 39: “Carnaval” (mais de

R$ 5 milhões) e “Mandrake” (mais de R$ 6 milhões). O primeiro está­ a cargo da produtora O2; o segundo, da Conspiração Filmes.

“Mandrake”, tem oito episodios de 50 minutos cada, com Marcos Palmeira no papel principal e grande elenco: Maria Luisa Mendonça, Marcelo Serrado e Miéle, sob direção geral de José Henrique Fonseca.

“Carnaval” tem seis episódios de 50 minutos cada, direção geral de Cao Hamburger, e Jece Valadão e Felipe Camargo no elenco. Ambas

produzidas em película, estão em fase de pós-produção, e vão ser exibidas simultanea-mente no Brasil e América Latina.

A programadora diz que atualmente desenvolve outras séries de ficção e acredita que com tais produtos cresce e consolida seus negócios no país.

CEO, Gaston Comas, vê o Brasil como seu mercado mais importante em nível pan-regional, ao lado do México. O executivo afirma que a programadora não descarta a estréia de novos canais no mercado. A ampliação

da distribuição dos canais premium em todas as operadoras gerou maior otimismo da empresa com o mercado brasileiro e com as superproduções que vêm aí.

Depois de uma espera de muitos e longos anos, a HBO finalmente chegou aos line-ups da Net e Sky com seus canais de filmes tipo premium (HBO e Cinemax/Max Prime). São também assinados pela

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América Latina, estamos estudando todas elas e tratando de explorar as oportunidades à medida que se apresentem. Hoje, temos alguns conteúdos limitados em wireless. Fazemos coisas em pequena escala para poder conhecer a fundo. Para fazer um gol, você tem de estar no jogo. Então, neste momento, em todas as á­reas de tecnologia, queremos estar no jogo. Não contemplamos até o momento o lançamento de nenhum canal específico para o digital, mas estamos observando tudo o que está­ surgindo, por parte de nossos concorrentes, e na nossa própria empresa em outros países e regiões.

Como vocês pretendem atuar com estas novas mídas? A filosofia é o controle de todas as etapas do processo até chegar à distribuição?

A Turner é mais um agregador de conteúdo do que produtor. Geramos um pouco de conteúdo de notícias, geramos

um pouco de conteúdo original em desenhos animados, mas nossa principal razão de ser não é gerar, é sim sermos agregadores de conteúdo. Então, a Turner sempre vai ter um papel ativo, porque sabemos agregar e criar formatos. Um caso hipotético: onde houver alguém que se especialize em “agregar conteúdos agregados” — pode aí haver integradores para entregar vá­rios conteúdos

a uma determinada plataforma. Um exemplo: nos EUA, a Turner desenvolveu a GameTap, que mostra bem a filosofia (serviço pago criado pela Turner nos EUA para jogos online em broadband, reunindo acervos de jogos antigos mas cheio de fãs de consoles hoje em desuso, como Sega, Atari etc).

Foram licenciados mil destes jogos. O conteúdo é vendido diretamente ao consumidor final. Este exemplo mostra a filosofia da Turner em agregar conteúdos. Basta vermos o histórico da companhia: assumiu uma filmoteca que não estava sendo utilizada, a da MGM, e lançou a TNT; pegou outro acervo que não estava sendo utilizado, o da Hanna-Barbera, e lançou Cartoon Network; agregou um acervo de jogos e fez

GameTap, que veremos o quão bem-sucedido será­. Essa é uma idéia que, a depender como prospere nos EUA, pode ser facilmente exportada para outras regiões.

E haverá uma outra divisão para estes negócios?

Seria mais uma linha de produtos junto aos quais já­ comercializamos.

Como manter a liderança de canais como TNT e Cartoon?

é mais difícil manter a liderança do que chegar a ser líder. Há­ muita concorrência com os demais canais, que se aprimoram. Acredito que a única forma é manter o nível de investimentos na programação, de buscar ser criativo nos empacotamentos dos conteúdos. Este é um dos pontos fortes no DNA da Turner: fazer os empacotamentos, saber empacotar os conteúdos e fazê-los atraentes do ponto de vista do assinante. E também há­ que se contar um pouco com a sorte. A concorrência é grande e vai continuar assim, o que vai beneficiar o assinante.

“Temos muitos planos; o Brasil é importante para nós.”Carolina lightcap , do Disney Channel

Bap, da DirecTV: três projetos a serem anunciados em breve,

sempre com temáticas culturais.

A úNICA FoRMA DE MANTER A lIDERANçA é INVESTIR NA

PRoGRAMAção

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ABTA 2005: olhar para a frenteMaior evento de TV por assinatura no Brasil expõe a tese de que a concentração no mercado de DTH é necessá­ria para a viabilizar a concorrência, sobretudo com as teles, que pela primeira vez mostraram a que vieram durante o encontro.

A ABTA 2005, principal evento do setor de televisão por assinatura, realizado no início deste mês em São Paulo,

trouxe duas discussões centrais: a concentração no mercado, em prol de ganhos de escala para a viabilização do mercado de TV por assinatura via satélite, e a busca de um modelo para que a convergência de serviços de vídeo, voz e dados em redes de TV paga (o chamado triple-play) possa acontecer. Foi a primeira oportunidade de reflexão da indústria

mesmo tempo em que receiam a entrada das teles em seu território, admitem ser necessá­rio tê-las como parceiras na oferta de serviços de telecomunicações.

A união entre DirecTV e Sky é um tema mais relacionado a fatos presentes. Executivos da holding que controlará­ as duas empresas depois da fusão estiveram em peso no Brasil para passar a mensagem: o mercado de TV por assinatura ainda pode crescer, ainda pode haver investimentos significativos na produção de conteúdos nacionais, ainda pode haver imensos ganhos para o consumidor em termos de inovação tecnológica, mas isso só será­ possível se a fusão entre as duas empresas for aprovada, o que depende nesse momento fundamentalmente da vontade das autoridades brasileiras.

Bruce Churchill, presidente da DirecTV Latin America, afirmou que em todos os países da América Latina onde foi necessá­rio o processo de fusão entre as operações Sky e DirecTV, ele está­ completo. Ele diz que a empresa não trabalha com um deadline para a solução do caso brasileiro, mas acredita que até o final do próximo mês haja uma manifestação da Anatel. Segundo ele, não se cogita uma recusa do processo no governo. Churchill apresentou em sua palestra a visão de que, em um cená­rio que seja de convergência tecnológica, o DTH ganha concorrentes, o que muda o entendimento do mercado relevante de TV por assinatura.

Ressaltou que o mercado brasileiro é caracterizado pela “absoluta falta de escala” e, por isso,

Da Redaçãoc a r t a s @ t e l a v i v a . c o m . b r

depois que o ciclo de maus resultados do começo dos anos 2000 se esgotou e, principalmente, depois que as principais empresas do setor se reorganizaram financeiramente.

Duas conclusões do encontro se destacam: 1) não há­ resistências, dentro do próprio setor, para que as operadoras Sky e DirecTV possam se fundir e; 2) as empresas de TV por assinatura, ao

“Todo conteúdo nacional deve ser distribuído, desde que tenha qualidade e viabilidade”Jorge Nóbrega, das Org. Globo

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não tem inovação. Ele exemplificou a situação comparando o mercado de TV paga ao de celular onde, por oposição, os 75 milhões de assinantes viabilizam subsídios e inovações.

GiganteA fusão entre DirecTV e Sky

formará­ uma grande operação de 1,3 milhão de assinantes, praticamente o mesmo número da Net Serviços (1,4 milhão), sua concorrente direta no cabo. Não há­ quem fale, entretanto, em concentração excessiva do mercado, fora a Tecsat, uma pequena operadora de TV paga por satélite com pouco mais de 50 mil assinantes, que mesmo assim não briga com muita veemência. A única coisa que se espera entre aqueles que não serão beneficiados diretamente pela fusão são algumas mudanças em relação às regras de programação. Basicamente, se a fusão for aprovada com a restrição de que não tenha alguns conteúdos em cará­ter exclusivo, não haverá­ resistência.

A presença da Sky e da DirecTV durante a ABTA 2005 buscou sinalizar que não há­ grandes riscos em relação ao conteúdo nacional nem em relação ao fechamento de mercado a produtores de conteúdo que não sejam a própria Globo (sócia minoritá­ria da operação após a fusão). A DirecTV, por exemplo, comemorou o lançamento em DVD da série de documentá­rios sobre Chico Buarque produzidos pela operadora e se comprometeu a produzir mais nacionalmente. “Temos que ter o conteúdo que as pessoas no Brasil querem”, disse Luiz Eduardo Baptista (Bap), diretor geral da DirecTV no país.

A Sky, por sua vez, anunciou uma parceria com o grupo Bandeirantes para lançar o canal Terra Viva. A Band

possibilidade de um acordo para o BandNews, canal de notícias da Band.

Durante a ABTA, a Anatel deu a entender que até o começo de setembro o processo de fusão entre DirecTV e Sky estaria nas mãos do o conselho diretor da agência. O documento, elaborado pelos técnicos da agência, será­ depois encaminhado ao Cade para subsidiar o processo de fusão. Fontes da Anatel não comentam o teor da aná­lise preliminar, mas sabe-se que haverá­ sugestões sobre a revisão de algumas condições de contratação de programação exclusiva. Caberá­ então ao Cade decidir como fica a questão, o que ainda tomará­ pelo menos mais seis meses de trabalho.

Só conteúdoO futuro do grupo Globo no

que diz respeito ao setor de TV por assinatura também ficou mais claro após a ABTA 2005. O grupo é ainda hoje o maior investidor nacional no mercado de TV paga. Controla a Globosat, a maior e mais importante programadora nacional, e tem significativos investimentos na Net Serviços e na Sky. Mas desde que o mercado entrou em crise, mostrando-se limitado para dar retorno aos monumentais investimentos feitos, a Globo tomou uma decisão: afastar-se aos poucos da á­rea de infra-estrutura,

representa, entre os grupos de comunicação, o principal ponto de questionamento em relação à fusão entre Sky e DirecTV. Basicamente, o que a Bandeirantes quer é garantia de distribuição de seu conteúdo no DTH após a fusão.

Paulo Saad Jafet, vice-presidente do Grupo Bandeirantes, diz que a expectativa é estar em todas as plataformas, e não apenas com o Terra Viva. “Agora, esperamos entrar na Net também”, afirma Jafet. Ele diz que os line-ups ainda não contemplam o conteúdo nacional como deveriam: “Há­, claro, o nosso objetivo empresarial, mas também há­ a preocupação da presença do conteúdo nacional”. Para Jafet, estas pendências acabam à medida que segue a “dinâmica das negociações e da evolução dos negócios entre os grupos produtores e as distribuidoras”. A Net Brasil, que negocia os conteúdos nacionais para as plataformas da Sky e da Net e que negociará­ quando a DirecTV estiver no bolo sinaliza com

Representantes dos poderes Executivo e legislativo marcaram presença no evento. o secretário do Audiovisual do MinC, orlando Senna (no alto à esq.) alertou para o risco de monopólio na TV paga com a fusão Sky/DirecTV, e lembrou do projeto de lei de Comunicação, que pode abrir oportunidades no conteúdo nacional. o deputado Julio Semeghini (PSDB/SP, no alto, ao centro) mostrou como a Câmara vem lidando com o combate à pirataria e propôs o uso do Fust para regularizar as ligações clandestinas. A Anatel foi repreentada pelo superintendente de comuicação de massa, Ara Apkar Minassian (no alto, à dir.) e por seu presidente, Elifas G. Amaral (foto à esq.). Minassian disse que as empresas que pretendem prestar serviços de TV por redes IP (IPTV) precisam se entender, porque para a agência este é um serviço diferente, não regulado pela lei do Cabo ou pelos regulamentos do MMDS e do DTH. Elifas não deu um prazo para a conclusão da análise da fusão no DTH, mas disse que a agência se pauta sempre pela busca da competição.

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“Não trabalhamos com a possibilidade de não haver

a fusão. A convergênciatrará concorência ao mercado

Bruce Churchill, da DirecTV

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(evento)

de distribuição, e se focar na produção de conteúdo.Jorge Nóbrega, diretor de gestão corporativa e mídias segmentadas das Organizações Globo, afirma que a empresa não vai mais investir em distribuição nos termos em que historicamente investiu na Net e Sky. “Por outro lado”, diz ele, “terá­ de demandar novos investimentos para outros conteúdos que as novas formas de distribuição exijam”. Ele não faz ressalvas a que os veículos de distribuição aos quais a Globo é ligada, como Net e Sky, dêem espaço a outros produtores: “Todo conteúdo

essa identificação com a própria TV por assinatura. Entre aqueles que têm acesso aos canais pagos, a audiência da emissora é proporcionalmente maior. “A audiência da TV

Globo é 25% maior no horá­rio nobre no cabo. é uma característica que prevalece para nós”, diz.

O grupo reconhece que há­ paradoxos e dilemas a enfrentar em um cená­rio convergente. Entre os paradoxos, o fato de a News Corp ser sócia (na Sky) e ao mesmo tempo ser uma competidora no fornecimento de conteúdos, através de seus próprios canais. “Também pode-se ter como sócia uma empresa de telefonia”, lembra. “é uma administração de relações que se torna mais complexa”, afirma.

Teles a caminhoCertamente um dos paradoxos

do grupo Globo é como encara a chegada das empresas de telecomunicações no mercado de conteúdos audiovisuais. De um lado, é uma oportunidade da Globo “produtora” ganhar mais, com parcerias, fornecendo conteúdos. é o que acontece, por exemplo, na parceria com Vivo e Claro para conteúdos para redes móveis. Por outro lado, o grupo tem o dilema de não deixar que suas redes preferenciais de distribuição, que são as redes de TV paga, sejam ameaçadas, até porque ela, Globo, ainda é sócia.

A chegada das teles na praia da TV por assinatura como competidoras diretas é uma ameaça distante, mas que vem aos poucos se desenhando no cená­rio das empresas de TV paga. A ameaça atende pelo nome de IPTV, que

nacional deve ser distribuído à medida que tenha qualidade, e interesse comercial. Eu não vejo a Globo impedindo a entrada de conteúdo que o cliente queira”, afirmou, e citou como exemplo a entrada do canal Terra Viva na Sky.

O desafio da Globo, diz Nóbrega, é manter nas novas e futuras tecnologias de distribuição a identidade que o conteúdo tem com o público, o que segundo o executivo, já­ foi constatado em pesquisas de opinião e deve ser sempre buscado. Ele exemplifica

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TElEJoRNAlISMo EM DEBATE

No último dia da ABTA, os participantes puderam assistir a um debate descontraído sobre o jornalismo

televisivo atual, com a participação dos âncoras Carlos Nascimento, da TV Bandeirantes, william waack, da TV Globo, e Michael Holmes, da CNN International. O mediador do debate, o jornalista Paulo Markun, da TV Cultura, iniciou a discussão levantando questões sobre o futuro de jornalismo televisivo diante do avanço das novas mídias. “Novos veículos como os blogs são úteis, mas não têm responsabilidade. A mídia tradicional será­ sempre mais confiá­vel, já­ que a precisão é tudo no nosso negócio”, ressaltou Holmes.

A credibilidade foi um dos temas mais mencionados durante a discussão. O investimento, o profissionalismo e a qualidade das informações foram os tópicos colocados como essenciais para a boa cobertura jornalística. “Para que um telejornal seja bom, deve-se ter um padrão de qualidade, não adianta apenas contratar ‘estrelas’”, afirmou Nascimento, que antes de chegar à TV Bandeirantes tornou-se conhecido por seu trabalho na TV Globo. “O jornalista deve ter, acima de tudo, bom senso”, disse waack.

Questionado, dentro deste tema, sobre a concorrência da CNN International com a Fox News, Michael Holmes lembrou que “a competição é vital para o equilíbrio do jornalismo”, mas acrescentou que não acredita que haja concorrência, neste caso. “A Fox não vai derrubar a CNN em termos de credibilidade, e isso é tudo no jornalismo”.

Sobre a cobertura internacional, waack acredita que o jornalismo feito pelos brasileiros no exterior é investigativo, mas fez críticas aos colegas que se colocam à disposição para a cobertura de conflitos perigosos apenas pela vaidade. Já­ Nascimento ressaltou que é importante ter em mente as mudanças pelas quais a cobertura internacional está­ passando, com o advento das novas tecnologias, especialmente em relação à Internet. “As novas mídias vão privilegiar a informação e a notícia, e o trá­fego de informação internacional, por meios como a Internet, vai se tornar mais íntimo para os brasileiros”, afirmou. Markun acrescentou que “as mudanças tecnológicas permitirão a multiplicação da cobertura internacional que chega aos brasileiros, mas ainda estamos engatinhando neste sentido”.

Tecnologia de vídeo sobre ADSl já está madura e a Telemar deve lançar um piloto de serviço de televisão sobre redes IP no início do próximo ano, conta Gilberto Sotto Mayor Junior.

Carlos Nascimento (Band), William Waack (Globo),

Paulo Markun (TV Cultura) e Michael Holmes (CNN Intl.)

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(evento)

é a transmissão de sinais de vídeo pelo protocolo de Internet, inclusive por redes de ADSL.

Durante a ABTA 2005, a Anatel refletiu sobre a questão da TV sobre IP e concluiu que não há­ muito a fazer. A agência conhece a complexidade do cená­rio em que os serviços de vídeo começarão a ser oferecidos por redes IP. E entende que um serviço de IPTV não pode ser enquadrado em nenhuma das regras hoje existentes para TV paga. “IPTV não é TV a cabo, não é DTH e não é MMDS”, diz Ara Minassian, superintendente de serviços de comunicação de massa da agência. Ele pondera que ainda há­ muito a se discutir sobre esse assunto e que é preciso que as diferentes indústrias que pretendem explorar a transmissão de vídeo sobre IP comecem a caminhar para entendimentos. “Hoje, está­ claro que há­ uma insuficiência na Lei do Cabo e nos demais regulamentos para dar conta da complexidade do problema”.

Francisco Valim, presidente da Net Serviços e presidente do conselho da ABTA, que representa

forte apelo em redes de TV por assinatura convencionais, como Digital Video Recorders (DVRs), não são facilmente viabilizados numa estrutura por ADSL. Amilton de Lucca, da TVA, lembra o problema dos pontos adicionais, que também não têm solução simples na IPTV via ADSL. Por fim, segundo a avaliação

de Felix, não significa que as teles não entrarão no negócio de vídeo. “Só acho que não vai ser via ADSL. é mais prová­vel que seja instalando fibra até a casa do assinante, como nos EUA”, diz.

Gilberto Sotto Mayor Junior, responsá­vel pelo projeto de IPTV da Telemar, afirmou que a operadora já­ tem um piloto funcionando para cerca de 20 funcioná­rios e transmitindo quatro canais cedidos por uma programadora que não quis citar. Segundo ele, o projeto da

os operadores de TV paga, abriu o evento falando em guerra e criando metá­foras para o enfrentamento entre teles e empresas de TV por assinatura. Mas o campo de batalha não seria, na visão de Valim, a entrada das teles na oferta de conteúdo, mas sim a entrada das empresas de TV paga na oferta de serviços de telefonia. Nesse sentido, outros executivos da indústria colocaram a questão de forma complementar. O modelo de parcerias entre teles e empresas de TV por assinatura foi defendido por dez entre dez empresá­rios, sob a simples alegação que a TV paga não tem fô­lego para competir sozinha contra as teles no mercado de voz. A própria Net Serviços, vale lembrar, tem a Telmex como acionista e deve trabalhar, por esta razão, em parceria com a Embratel, que tem o sócio mexicano em comum. A Net deu detalhes de como será­

a sua entrada no mercado de telefonia: não será­ apenas em nichos, mas sim um produto de massa, e será­ com a tecnologia mais flexível possível sem que se perca qualidade no produto.

O outro lado da guerra seria a entrada das empresas de telefonia no mercado de vídeo. Nesse campo, a única parceria que parece haver é entre programadores e teles, já­ que nesse caso os interesses se complementam.

Executivos da á­rea de tecnologia das operadoras de TV por assinatura avaliaram o risco da entrada de empresas de telecomunicações no mercado de IPTV sobre redes ADSL. “é uma tecnologia tão complexa que ainda é muito instá­vel, não se sabe se vai se viabilizar em toda a rede”, diz José Felix, diretor operacional da Net Serviços. Antô­nio João Filho, da Vivax, lembrou que serviços de

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os seminários de TV por assinatura, patrocinados

pelo Seta, capacitaram mais de 3 mil profissionais

de operadoras de todo o país. No STA operações,

representantes dos programadores como

Javier Casella (da Discovery, no alto), Simoni Sobelman (da Turner, na foto ao lado

à esquerda) e Katia Murgel (da Fox,

à direita) explicaram como são montados e distribuidos os canais,

procurando esclarecer as dúvidas sobre

programação levantadas pelos assinantes.

Segundo luiz Fernando Vieira, sócio-

diretor da agência África

(ao lado), todos os clientes hoje

programam anúncios na TV por assinatura.

Derli Pravato, do Ibope (abaixo),

contou que a partir de 2006 haverá

medição de audiência também nos

assinantes de cabo digital.

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Francisco Valim, da Net Serviços: batalha com as

teles se dará no campo da prestação de serviços de telefonia.

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(evento)

O clima de empolgação em relação ao triple play esteve presente na feira da ABTA. Fornecedores

e operadores mostravam os serviços e produtos já­ disponíveis. A Motorola, por exemplo, mostrou seus adaptadores de telefonia analógica (ATA) como alternativa para oferecer serviços de voz sobre IP (VoIP) utilizando uma infra-estrutura de banda larga. Já­ testados por pelo menos cinco empresas no Brasil, os adaptadores demonstrados são caixas “tudo em um”, já­ contando com cable modem embutido. Foram demonstrados pela Motorola quatro adaptadores ATAs, entre eles o SBV5120, que vem sendo testado pela Net para oferta de VoIP utilizando seu serviço de banda larga, o Vírtua, e o cable modem SBV5220, com duas portas para oferta de VoIP e bateria integrada que funciona por até 6 horas em stand by e 4 horas de conversação, para que o serviço de telefonia não seja interrompido.

Segundo o diretor da Motorola Roberto Shigueo Suzuki, a fabricante já­ conta com modelos de ATAs com

roteador embutido, para que a conexão possa ser compartilhada entre vá­rios computadores. é o caso do modelo distribuído pela Vonage, nos Estados Unidos. “Em breve, teremos um modelo com cable modem, terminal ATA e wi-Fi e apenas uma caixa”, explica o executivo.

O que também ganhou destaque na feira foi a oferta de soluções para digitalização da rede de baixo custo, tendo em vista as pequenas operadoras. A Conax apresentou sua solução, que está­ em testes em operações da

Viacabo TV e da Image TV. Trata-se de um sistema de digitalização das redes e centralização dos headends. O sistema usa a rede da CTBC Telecom para enviar o sinal de um headend central até as localidades, mantendo um controle central da programação. Além disso, dispensa o uso de redes com canal de retorno para operar serviços de pay-per-view, por exemplo. Isso porque a operação pode se integrar a uma plataforma GSM, podendo ser usado o celular do assinante como canal

de retorno. “Praticamente 100% dos assinantes de TV têm telefone celular”, explica Ricardo Pirola, diretor da empresa no Brasil.

A Irdeto Access levou ao evento a solução Pisys, para segurança de dados e proteção de conteúdo com versões para TV por assinatura, redes IPTV e de telefonia móvel. O sistema monitora e gerencia automaticamente

todos os seus módulos, reiniciando-os em caso de problemas e informando seu estado freqüentemente.

A Nagravision demonstrou suas soluções para acesso condicional. A vantagem está­ na flexibilidade, permitindo sempre ligar ou não a encriptação para assinatura e pay-per-view, com a possibilidade de fazer um upgrade para necessidades futuras, como DVR, Push - Video on Demand, e VOD por assinatura. Quanto ao custo da conversão de uma pequena rede para o sistema digital, o executivo da Nagravision Thierry Martin lembra que “a maior parte do custo está­ no set top box”, já­ que, “em dez anos, o custo do encoder caiu cinco vezes”.

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SHoW DE TECNoloGIA

operadora está­ tecnologicamente “bem avançado”. “Estrategicamente, temos de esperar os programadores ficarem mais confortá­veis”, afirmou.

Quanto à regulamentação para fazer esse tipo de serviço, Sotto Mayor diz que, com a licença de SCM, já­ é possível fazer a distribuição de vídeo sob demanda, mas não o serviço de prover canais por assinatura. “Estamos estudando um modelo regulatório para a oferta de televisão”, disse, indicando que a Telemar não vai apenas oferecer serviços eventuais.

A Telemar espera ter, até o início do próximo ano, um “piloto comercial” do serviço, em cará­ter restrito, fato comemorado pelos programadores, que apontaram a entrada dos provedores de conteúdo nas novas mídias digitais como uma “oportunidade que não tem mais volta”, como disse Roberto Cibrian Campoy, da Claxson. Silvia Jafet, do Grupo Bandeirantes, e Gustavo Leme, da Fox, concordaram que prover conteúdo para as operadoras de telefonia móvel é, além de uma nova

fonte de receita, uma maneira de ganhar visibilidade e alavancar a programação dos canais de TV por assinatura.

Os dois também concordaram que

o mercado de TV por assinatura foi frustrante por não cumprir a expectativa de crescimento.

O programadores, contudo, sabem que a realidade da TV por assinatura em redes IP não é tão simples quanto parece. Campoy lembrou que a questão mais importante ainda é a da proteção do conteúdo. Só é possível havendo DRM (Digital Rights Management, sistemas digitais de gerenciamento de direitos).

Sotto Mayor afirmou que já­ existem algumas tecnologias e que as operadoras de telecomunicação

estão levando esse ponto em consideração. “O DRM é um dos maiores custos na plataforma IPTV, mas é fundamental”, afirmou.

Roberto Shigueo Suzuki, da Motorola

Thierry Martin, da Nagravision

o STA 2005 contou com palestrantes internacionais como o francês Daniel lebois, da Thomson (no alto, à esq.), e o norte-americano Steve Nikola, da Motorola (embaixo, à esq.), que trouxeram informações sobre VoIP e digitalização. outro destaque foram as palestras motivacionais. o camelô David Portes (acima) e o professor luiz Marins (abaixo) empolgaram a platéia.

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Edianez Parentee d i a n e z @ t e l a v i v a . c o m . b r

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Record e o Pan 2007Primeira emissora a anunciar a venda de um patrocínio para o Pan 2007 (para

a Bombril), que acontece no Rio de Janeiro, a Rede Record diz que entre 350 a 500 profissionais devem ser mobilizados para a cobertura do evento. Alexandre Raposo, presidente da emissora, conta que a estrutura local da emissora carioca tem hoje aproximadamente 300 funcioná­rios.

PancadãoEntre os longas-metragens que o canal FX exibe em setembro, na sua faixa

Cine FX, estão “Touro Indomá­vel” e “Clube da Luta”. As atrações são aos do-mingos e segundas, 23h. O preço de tabela para anunciar nestas produções, num total de 112 inserções, é de R$ 72 mil. A título de comparação, o novo reality show do canal “Princes of Malibu”, semanal, tem preço de R$ 64,8 mil para 132 inserções. O FX está­ na Sky.

Prêmio MTV no ar e online

No próximo dia 29 de setembro acontece a festa da 11ª Edição do VMB, o maior evento anual da MTV Brasil. O evento terá­ transmissão direto e ao vivo pelo canal e também pelo site da MTV, em tempo real: www.mtv.com.br/vmb2005. Neste ano, o VMB vai premiar novas catego-rias. São três: melhor performance ao vivo em videoclipe; banda dos sonhos e ídolo MTV. Vale lembrar que o prêmio da MTV é uma referência para as produtoras e serve como portfólio para os profis-sionais da á­rea.

Cross Mídiaé normal e prá­tica usual no merca-

do de TV, tanto por assinatura quanto aberta, haver comerciais institucionais de um canal veiculados nos intervalos de outro canal pertencente à mesma programadora. Nesse sentido, a HBO vem se promovendo em todos os canais do grupo no Brasil, nas vá­rias plataformas, como forma de difundir a marca do canal HBO, que passou a integrar os line-ups da Net e Sky. No entanto, soa curiosa a inserção da HBO com seu slogan, “It’s not TV; it’s HBO”, também nos breakes comerci-ais da TNT. Ambos os canais, embora na sua matriz pertençam ao grupo AOL-Time/warner, no Brasil seguem em operações distintas, com sócios diferentes e programadoras diferen-tes (Turner e HBO Brasil).

Seriados trocam Sony por AXN

“CSI - Miami” (terceira temporada), “CSI - N. york” (primeira temporada), “Alias” (terceira temporada) e “Las Ve-gas” (segunda temporada) pulam da grade do canal da Sony diretamente para o seu canal-irmão AXN. “Alias”, que teve duas temporadas no AXN e inexplicavelmente foi parar no Sony, volta às suas origens e ao canal que o lançou no Brasil.

Interativo na Rede 21A REDE 21, QUE SEMPRE SE DESTACA

PELOS SERIADOS TíPICOS DE TV PAGA QUE EXIBE, LANçA AGORA UM PROGRAMA COM APELO DE INTERATIVIDADE. TRATA-SE DO

“CONTEúDO”, APRESENTADO POR LILIANE VENTURA. ATRAVéS DE UM

PORTAL DE VOZ, O ESPECTADOR ESCOLHE AS OPçõES DESEJADAS PARA DEIXAR UM E-MAIL, ENVIAR

UM FAX, SUGERIR PAUTAS, DEIXAR CRíTICAS E SUGESTõES OU FAZER

PERGUNTAS PARA O ENTREVISTADO DO DIA. A TECNOLOGIA UTILIZADA

EM “CONTEúDO” é DA ATLAS INTERACTIVE.

“Alias”

“Touro Indomável”

“Clube da luta”

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Mega-Film da TNT dubladoMuito se diz da liderança da TNT no mercado brasileiro de canais de filmes. Quer

por exibir títulos fortes e recentes de vá­rios estúdios, quer por ser dublado, quer por ter ampla distribuição, quer por estar nos pacotes mais bá­sicos das operadoras - ou por uma junção de todos esses fatores, o canal de filmes da Turner segue no mês-a-mês líder de audiência e alcance. E, para não perder o posto, cai mais um “piéce-de-resistance” à dublagem no canal. As estréias mensais da faixa “Mega-Film” da TNT serão dubladas, como todo o resto da programação (exceto os filmes do agente 007, em faixa específica). Pesquisa interna da programadora detectou esta exigência dos assinantes. Se tudo correr conforme inicialmente planejado, o filme “Homem-Ara-nha”, cartaz em novembro no canal, já­ chega à esta faixa dubaldo.

Alcance da F-1A Fórmula 1 já­ teve dias mais

emocionantes, mas continua a dar uma grande participação durante suas transmissões à TV Globo. A temporada 2005 do esporte auto-mobilístico rendeu até julho uma média de 19 pontos de audiência na Grande São Paulo, com 52% de share (participação entre os aparelhos liga-dos) para a emissora. Entre os países europeus, um levantamento recente e inédito da Eurodata TV worldwide indica que, a despeito do desem-penho de Michael Schumacher, o espectador espanhol tem passado mais tempo diante das corridas que os próprios alemães: 89 minutos de média nas transmissões ao vivo na Es-panha contra 65 minutos gastos pelos alemães diante dos autódromos na tela. O país campeão de audiência é a Finlândia, com média de 149 minutos. Os pilotos dos respectivos países são; George Alonso (Espanha) e Mika Räik-könen (Finlândia).

Prêmio EmmyO canal Sony exibe, em 18 de setembro,

o 57º Emmy Awards. O evento, que será­ exibido ao vivo e com exclusividade na TV paga, pode ser considerado para o Brasil como um “Oscar da TV paga”, uma vez que a maioria dos concorrentes está­ em cartaz nos canais da TV por assinatura. Dos indica-dos nas principais categorias, estão alguns dos seriados de maior sucesso de crítica também por aqui, como “Lost”, “24 Horas”, “Desperate Housewives”, “A Sete Palmos”; além de reality shows tipo “American Idol” e “O Aprendiz”. Os seriados exibidos aqui pela Sony acumulam 29 indicações e os do Canal Fox, 17. Quem vai comandar a festa é a comediante Ellen de Generis. Na TV americana, pela primeira vez em muitos anos, o prêmio vai se destacar como um Oscar menos do cabo e mais da TV aberta, dado o grande número de indicados que estão na grande das redes broadcasting. No Brasil, no entanto, salvo algumas exceções (“24 Horas”, visto na Globo, por exemplo), o prêmio é majoritariamente uma atração para os fãs da TV paga.

“Cor” na ArgentinaA novela “A Cor do Pecado” (El Color del

Pecado), da Rede Globo, que surpreendeu em audiência para o horá­rio das 19h quando passou

no Brasil, vem marcando bons índices também na TV argentina. O texto de João Emanuel Carneiro (prêmio APCA 2004, como autor revelação) tem

40% de share no horá­rio das 16h30, na rede Telefé. Na América do Sul, a produção segue tra-jetória semelhante também no Peru, Venezuela,

República Dominicana e Equador. Nos Estados Unidos, a novela foi para a Telemundo.

Features digitais do MGM

A previsão é de que em outubro o canal MGM esteja oferecendo o que muitos canais ofereceram mas ainda não cumpriram: features digitais. No MGM, será­ para os filmes da faixa nobre (20h à meia-noite), dando ao assinante a opção de assistir ao longa com legendas em português, com dublagem ou apenas com o som original. A primeira operadora a oferecer será­ a Sky.

Televisa vem aíCanal de las Estrellas, Telehit

- lembra deles? Estas emissoras mexicanas que já­ estiveram por aqui via Net e mais uma porção de canais, todos feitos pela Televisa, querem voltar ao mercado brasileiro. Com seu portfólio de canais mexicanos, Jaime M. Cortina, diretor de vendas da Televisa Networks, passeou pela ABTA 2005, conversando com opera-dores e representantes locais.

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“A Cor do Pecado”, com Reynaldo Gianechinni e Giovanna Antonelli

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Multishow fica em terceiro entre público adulto e infanto-juvenil

Segundo levantamento do Ibope Mídia entre indi-víduos de 18 anos ou mais com TV por assinatura, os canais da TV por assinatura que obtiveram maior alcance diá­rio médio no último mês de junho foram a TNT, SporTV e Multishow, nesta ordem. No mês de

maio, o Multihow ficou em segundo lugar. Já­ entre o público dos quatro aos 17 anos, os canais infantis Cartoon Network e Nickelodeon, mais o de variedades Multishow, foram os que apresentaram o melhor alcance diá­rio médio no mês. Em maio, a terceira colocação foi da TNT, e agora ficou com o Multishow.

O levantamento do Ibope Mídia considera o total de indi-víduos de 18 anos ou mais com TV por assinatura (Universo: Grande São Paulo + Grande Rio de Janeiro + Porto Alegre + Curitiba + Belo Horizonte + Distrito Federal = 4,3 milhões de indivíduos). Em junho de 2005, os canais de TV por assinatura aferidos apresentaram um alcance diá­rio médio de 52,9% ou 2,2 milhões de pessoas/dia, e um tempo médio diá­rio de audiência de duas horas e 6 minutos.

Já­ entre o público que vai dos quatro aos 17 anos com TV por assinatura nas mesmas praças citadas acima (universo: 869

mil indivíduos), os canais pagos tiveram um alcance diá­rio mé-dio de 57,3%, ou 500 mil pessoas por dia, e um tempo médio diá­rio de audiência de duas horas e 21 minutos.

(audiência - TV paga)

*universo 4.319.500 indivíduos *universo 869.300 indivíduos

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Acima de 18 anos* (Das 6h às 5h59)

De 4 a 17 anos* (Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo MédioTotal canais pagos 57,3 500,7 2:21:13Cartoon Network 28,4 247,7 1:11:44Nickelodeon 25,0 218,2 0:57:42Multishow 12,5 108,8 0:28:11TNT 11,0 95,9 0:28:31Discovery Kids 10,6 92,9 1:07:11Jetix 9,3 81,1 0:57:10SporTV 7,5 65,2 0:37:47Discovery 7,0 60,9 0:28:21Warner Channel 6,4 55,5 0:27:30Fox 6,1 53,6 0:28:09Boomerang 5,6 48,9 0:31:26Disney Channel 5,3 46,7 0:50:36Telecine Premium 5,2 45,0 0:25:51Sony 5,1 44,4 0:21:18SporTV2 4,9 42,5 0:20:51universal Channel 4,8 42,3 0:20:02AXN 4,5 39,1 0:16:06People + Arts 4,0 34,5 0:13:12Globo News 3,9 34,4 0:19:48

AlcAnce e tempo méDio Diário

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“Mandou Bem”, do Multishow

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo MédioTotal canais pagos 52,9 2282,0 2:06:15TNT 14,8 637,6 0:28:13SporTV 11,8 508,2 0:51:51Multishow 11,5 496,9 0:17:35Globo News 11,5 495,7 0:47:27Warner Channel 10,2 441,1 0:31:03Discovery 9,9 425,4 0:27:43AXN 9,6 414,8 0:21:40universal Channel 9,0 388,0 0:26:26Sony 8,6 371,9 0:24:28Cartoon Network 8,5 366,1 0:39:47GNT 8,4 362,4 0:17:56Fox 8,1 350,6 0:20:15SporTV2 7,9 339,7 0:20:31National Geographic 7,3 314,6 0:20:04Telecine Premium 7,0 300,0 0:22:40Nickelodeon 6,6 286,0 0:30:14People + Arts 6,3 270,0 0:19:18ESPN Brasil 5,8 251,1 0:25:34ESPN 5,8 248,7 0:13:28

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(cinema)

Por um punhado de dólaresMais do que nunca, os reguladores brasileiros buscam acordos de co-produção audiovisual internacional, traçando um mapa para produtores que buscam novos mercados e financiamento.

“O melhor caminho para o músico brasileiro é o aeroporto”. A má­xima de Tom

Jobim não vale para o audiovisual brasileiro. Começam a surgir cada vez mais oportunidades para os produtores tupiniquins.

Cada vez mais se fala, no Brasil, na co-produção internacional. No caso do cinema, é uma maneira de garantir um mercado maior de exibição, não restrito às cerca de 3 mil salas de exibição brasileiras. Além disso, o cinema, assim como a produção independente para TV ou home vídeo, começa a encontrar lá­ fora não apenas mercados a serem explorados, mas também novas fontes de financiamento. é aí que entra a importância da co-produção.

Muitos dos acordos de co-produção audiovisual firmados pelo Brasil com outros países datam de mais de vinte anos. Pode não parecer muito tempo, mas já­ é o suficiente para que eles fiquem desatualizados, usando expressões que acabam limitando a funcionalidade do acordo. Um bom exemplo, é limitar o acordo de co-produção cinematográ­fica aos projetos que usem como suporte de captação a película. O que já­ não faz mais tanto sentido em tempos de cinematografia digital. O fato de um acordo ser limitado à produção cinematográ­fica também é um “atraso”.

Por isso mesmo, é comum ouvir atualmente dos reguladores a expressão “acordo moderno”. O acordo moderno é aquele que se abre para todo o tipo de produção audiovisual. E mais, torna simples

Talvez o melhor exemplo do que vem buscando o Ministério da Cultura e a Ancine no mercado internacional.

O novo acordo de co-produção negociado pelo MinC, por meio da Secretaria do Audiovisual (SAv) e da Ancine, atualiza o anterior, firmado em 1974. A principal novidade é que abriu perspectivas para todo tipo de produção audiovisual, abrangendo cinema de longa e curta-metragem, séries televisivas, documentá­rios e até jogos eletrô­nicos. Além disso, o acordo se caracteriza como um “acordo guarda-chuva”, permitindo e estimulando a assinatura de protocolos específicos, que estabeleçam condições e recursos (inclusive financeiros) para a co-produção entre os dois países. A importância dessa abertura aos novos protocolos é que, ao contrá­rio dos acordos que requerem no Brasil ratificação pelo Senado Federal e promulgação presidencial,

Fernando Lauterjungf e r n a n d o @ t e l a v i v a . c o m . b r

a criação de novos protocolos par cada categoria ou para projetos específicos de fomento, parceria, troca de informações etc.

Em fevereiro deste ano, em Berlim, foi assinado o Acordo de Cooperação Audiovisual entre o Brasil e a Alemanha.

CINEMA NA FRANçAA BSB Cinema, produtora baseada em

Brasília, fechou no Festival do Rio 2004 um acordo de co-produção e co-financiamento com o mini-estúdio francês EuropaCorp. O acordo é para “Federal”, o primeiro longa-metragem de ficção do diretor Erik de Castro, sócio da produtora e responsá­vel pelo documentá­rio “Senta a Pua!”. Como contou Christian de Castro, também sócio da BSB, na época da assinatura a produtora procurou trabalhar internacionalmente para viabilizar o filme, uma maneira de não depender apenas dos editais e da seleção das estatais. O longa conta ainda com o apoio da Special Effects Unlimited, de Hollywood, que ficará­ respon-sá­vel pelos efeitos especiais.

A EuropaCorp traz ao longa mais do que dinheiro, mas a garantia de uma distribuição forte no mercado europeu. Para Christian de Castro, trata-se da entrada de um novo player no mercado brasileiro.

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eles passam a surtir efeito a partir de sua assinatura pelos órgãos cinematográ­ficos competentes, uma vez que são celebrados ao abrigo dos Acordos de Cooperação, devidamente aprovados pelos Poderes Executivo e Legislativo.

A renovação do Acordo de Co-produção Cinematográ­fica Brasil-França, assinada em 15 de julho último, não se abre para vá­rios tipos de produtos audiovisuais, se restringindo ao cinema. Mesmo assim, a nova redação é mais moderna, beneficiando os co-produtores minoritá­rios. Esta é a principal alteração introduzida no novo acordo: a redução do aporte financeiro do co-produtor minoritá­rio caiu para 20% podendo chegar a 10%.

Além disso, pelo acordo, ambos os países se comprometem a fazer esforços para apoiar a distribuição, em seu território, de filmes do outro país e identificar, entre os festivais organizados em seu território, aqueles que são suscetíveis de receber as obras do outro país.

Novo convênioSegundo Eliana Russi, responsá­vel

pelo desenvolvimento de negócios internacionais em arte e indústrias culturais para o consulado do Canadá­ em São Paulo, o convênio entre CTAV (Centro Técnico Audiovisual, ligado ao Ministério da Cultura) e a National Film Board, do Canadá­, será­ renovado, estabelecendo mecanismos para a difusão de filmes de um país no outro. O novo convênio, segundo ela, deve ser assinado em novembro.

Quanto ao acordo de co-produção entre Brasil e Canadá­, já­ há­ “um desenho moderno e a tendência é que se mantenha como está­”, diz o assessor da diretoria da Ancine Má­rio Diamante.

Realmente, o acordo é “moderno”, contemplando o audiovisual em todas as suas formas. O documento, assinado em janeiro de 1995, inclui, além da ficção, animação e documentá­rios, realizados “em filme, fita de vídeo,

o acordo chega a causar risos àqueles que se aventuram a passar os olhos no texto do documento. O acordo, por exemplo, é vá­lido para co-produção em “películas cinematográ­ficas que superem 1,6 mil metros de comprimento, para os longas-metragens, e que não sejam inferiores a 290 metros, para os curtas-metragens, no formato de 35 mm, ou de comprimento proporcional nos outros formatos”.

Segundo o MinC, estão sendo revistos textos firmados com Itá­lia, Espanha e Inglaterra. Há­ ainda a idéia de estabelecer um grupo de cooperação econô­mica que possa estimular a produção e intercâmbio de bens audiovisuais entre as chamadas “grandes baleias” da economia mundial: a China, a índia, a Rússia e a áfrica do Sul.

DistribuiçãoEm abril deste ano, durante o

I Seminá­rio Internacional de Cinema e Audiovisual em Salvador, o secretá­rio de audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando Senna, e um grupo

de representantes da á­rea audiovisual do México, Espanha, Portugal e Argentina, anunciaram que solicitarão aos governos dos países representados no evento a assinatura de um protocolo de intenções para criar em conjunto uma estatal de distribuição de filmes e audiovisual ibero-americano. O objetivo dessa distribuidora, segundo afirmou o secretá­rio na ocasião, seria de estender o apoio oficial existente para a produção cine-matográ­fica até o canal de distribuição das películas.

videodisco ou qualquer outro suporte existente ou a ser criado, destinado à exploração em cinema, televisão, videocassete, videodisco ou qualquer outra forma de distribuição”. O acordo ainda se abre para “novas formas audiovisuais de produção e distribuição”, que “serão incluídas no acordo por troca de notas”.

Diamante adianta que o acordo atual “poderá­, também ser usado como um guarda-chuva para outros protocolos”.

O Brasil e a Argentina ratificaram em janeiro deste ano o interesse de manter e ampliar o acordo de distribuição de produtos audiovisuais entre os dois paises que se encontra em vigor. Além disso, os dois países mostraram interesse também em reativar o antigo acordo de co-produção audiovisual e estimular projetos e programas relacionados com a diversidade cultural. O acordo com a Argentina, definitivamente, precisa ser revisto. Além de se prender à produção cinematográ­fica,

CoMITIVA ANIMADAO Consulado Geral do Canadá­ promoveu

no final de julho um evento para celebrar algumas ações conjuntas com o Brasil na indústria de multimídia, animação e cinema em geral. O evento celebrou o convite ao Brasil para ser o país-foco durante a conferência de negócios do Festival Internacional de Anima-ção de Ottawa de 2006. “Queremos tornar o Brasil em mais um lugar para co-produção de animação”, disse Eliana Russi, responsá­vel pelo desenvolvimento de negócios internacionais em arte e indústrias culturais para o consulado canadense.

Ainda este ano, uma missão de anima-dores brasileiros vai ao Canadá­ conhecer o mercado, as empresas e os eventos daquele país relacionados à animação audiovisual. “é o começo de um namoro, ou a retomada de uma relação antiga”, explica Arnaldo Galvão, conselheiro da ABCA (Associação Brasileira de Cinema de Animação). “Estamos procu-rando uma forma de a animação brasileira se afirmar”, completa.

“Acordo com o Canadá poderá ser usado como guarda-chuva”Mario Diamante, da Ancine

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Desde o ano passado, a marca de produtos de beleza Dove adotou como estratégia de comunicação a idéia de

questionar os padrões estabelecidos de beleza. Nesta campanha da loção firmadora, foram escolhidas mulheres “gordinhas” e de bem com a vida. O filme é quase documental, pois se -propõe a mostrar uma sessão de fotos com as mulheres e realmente foi feito em um estúdio fotográ­fico, simultaneamente às fotos para a campanha impressa.

“Essa campanha é focada nas curvas, por isso o casting exigia meninas ‘cheinhas’. Como a campanha é para a América Latina, eram três brasileiras, duas argentinas e duas mexicanas”, explica o diretor Christiano Metri. A seleção das meninas demorou meses. Depois que a agência e o cliente fizeram uma primeira escolha nos três países, o fotógrafo de still e Metri entraram na seleção. “Foi inusitado trabalhar o tempo todo junto com a campanha impressa. Alugamos o estúdio do fotógrafo Bob wolfenson e o transformamos no nosso estúdio também.”

O principal desafio era fazer prevalecer a espontaneidade, com garotas que não tinham intimidade com a câmera e a equipe de filmagem. Então a equipe de produção desenvolveu um processo para deixar todo mundo muito à vontade. No primeiro dia, o diretor e o fotógrafo de still passaram o dia conversando com as meninas e tirando fotos para estudos. No segundo, começou a sessão fotográ­fica em si e a equipe de filmagem trabalhou às escondidas. A produtora criou nichos com espelhos translúcidos, e instalou as câmeras atrá­s deles. “Era como um espelho de delegacia, em que as pessoas de um lado não viam o que se passava do outro. Quando as meninas chegaram, a produção já­ estava armada atrá­s do espelho e conseguimos ‘roubar’

algumas cenas”, diz Metri. Na terceira diá­ria, o diretor

marcou encontros com as meninas, para fazer planos mais fechados, detalhes e closes e explorar novos enquadramentos, com novas lentes. “Como usamos o estúdio inteiro como cená­rio, tivemos que iluminá­-lo todo. Não tínhamos o controle do set, então em qualquer lugar que qualquer uma delas estivesse, precisá­vamos ter luz — e como o filme é de beleza, tinha de ser uma luz soft, não podia ser dura. Era um set em 360º”, continua o diretor.

O trabalho direto com as garotas também estava longe do convencional. “Eram nove meninas gordinhas, de calcinha e sutiã, sem nenhuma experiência de filmagem e que precisavam ser espontâneas. Não tinha como estabelecer uma relação atriz-diretor. Percebi que a única forma de trabalhar seria ganhando a confiança delas como amigo. No segundo dia já­ está­vamos brincando, descontraídos. O set não poderia ser frio, mas todos os membros da equipe foram avisados de que nossa postura tinha de ser muito séria. Não poderia haver olhares maliciosos ou desrespeito. E tudo correu muito bem.”

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Curvas reais

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fichA técnicACliente Unilever BrasilProduto Loção Dove FirmingAgência Ogilvy Brasil ComunicaçãoDir. de Criação Adriana CuryCriação Danilo Janjacomo e Ana Clélia QuartoProdutora Academia de FilmesDireção Christiano MetriFotografia Alcindo Hebling Jr.Dir. de Arte Alessandra MaestroFinalização Academia de FilmesTrilha S de Samba

Principal desafio foi trabalhar com modelos sem experiência em TV. Diretor procurou criar um clima de descontração.

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Dois filmes compuseram a campanha da operadora de celulares Claro para o Dia dos Pais. O mote

da campanha foi o de divulgar a promoção que promete trocar o aparelho celular anualmente. Para isso, a agência trabalhou com a idéia de continuidade. No primeiro filme, um garotinho carrega um banquinho cidade afora, até debaixo de chuva, e chega à loja de celulares. Ele alcança o aparelho que deseja, mas deixa o banquinho para trá­s. Questionado pela vendedora, o menino responde: “Deixa ele aí. Ano que vem eu volto.”

O filme, produzido pela Republika Filmes, é totalmente baseado no desempenho do garoto, um ruivinho de quatro anos que acabou se tornando o ponto de partida do filme seguinte. “Além da ampla pesquisa de casting, que elegeu esse menino por unanimidade, fizemos uma pesquisa de locação muito legal. Queríamos imagens de uma cidade diferente, pouco conhecida, principalmente no eixo Rio-São Paulo. Decidimos então fazer em Curitiba, onde eu já­ tinha filmado vá­rias vezes, para trazer essa estética”, explica o diretor Gustavo Leme.

No segundo filme, o mesmo menino sai de casa para comprar o celular. Mas para representar a passagem do tempo, o menino vai caminhando por uma calçada, da loja até a casa do pai, e o cená­rio vai mudando, ao mesmo tempo em que o menino cresce. “Queríamos que a passagem do tempo fosse bem real, sem morphing ou outros efeitos de computação grá­fica”, diz o redator Renato Simões.

O diretor Pedro Becker acredita que o filme seria realizado mais facilmente com o uso de um

motion control. Mas o prazo e o orçamento apertados impediram que o equipamento fosse trazido do exterior. Então a solução foi usar a câmera sobre trilhos. “Calculamos o tamanho do cená­rio em relação ao tamanho do trilho e precisaríamos de uns 30 metros. Mas aqui só havia um trilho contínuo de 15 metros, então fizemos em duas vezes”, explica o diretor.

Apesar de o filme ter cortes, que justamente marcam a passagem do tempo, toda a ação se desenvolve no mesmo eixo. Então era preciso que o registro dos atores e do cená­rio fosse muito preciso. “Usamos duas câmeras no trilho, uma em plano aberto e outra em plano fechado. E depois, na finalização, usamos um efeito que torna a câmera mais solta, como se estivesse na mão, para dar mais leveza”, continua.

O casting do filme foi determinado a partir da escolha do garotinho do primeiro filme, que exigia alguém com boa interpretação. “O fato do garoto ser ruivo facilitou, apesar de não ser fá­cil

achar os atores. Tivemos de mexer em alguns cabelos, tingir ou encaracolar. Mas é uma característica marcante, que facilita na hora de estabelecer essa evolução”, comenta Becker.

Celular para a vida toda

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Cliente ClaroProduto Campanha Dia dos PaisAgência F/NazcaDir.de Criação Fabio Fernandes e Eduardo Lima Criação Renato Simões e Airton CarmigianiFilme BanquinhoProdutora Republika FilmesDireção Gustavo LemeFotografia Ted AbelFinalização Casablanca, Tribbo PostTrilha Tesis Filme CrescendoProdutora Sentimental FilmeDireção Pedro BeckerFotografia Alcindo Hebling Jr. Montagem Pedro BeckerFinalização Casablanca, Estúdios MegaTrilha Tesis

Filme foi feito em torno do personagem, o garotinho ruivo que vai ficando maior à medida em que caminha para a loja.

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(case)

Exclusivo para mamães Agência cria canal gratuito para maternidades, com produções inéditas e artistas globais.

A mulher que se torna mãe não ocupa os seus pensamentos apenas com os cuidados com o bebê. Ela também quer saber

como pode cuidar de seu corpo, tem dúvidas sobre a sua vida afetiva e não quer deixar de se divertir. Pensando neste público, a agência de marketing Brand Storm criou a TV Mulher & Mãe, um canal voltado exclusivamente para mulheres que acabaram de dar à luz, com produção exclusiva e inédita. Lançada em janeiro, a TV é transmitida para cerca de 150 maternidades de 15 estados brasileiros, atingindo um público de aproximadamente 300 mil mulheres. “Nossas pesquisas mostraram que quando a mulher tem o bebê, toda a atenção dos familiares e amigos se volta para o recém-nascido. O canal chega para auxiliar esta mulher”, afirma waltely Longo, diretor-geral da Brand Storm.

Após uma primeira pesquisa, realizada pela Franceschini Aná­lise de Mercado, a empresa constatou que as mulheres grá­vidas e as novas mães constituíam um grupo interessante de consumo, já­ que nesta fase a vontade de adquirir produtos (que vão de móveis a carros) seria maior que em outros períodos. “O canal teve origem em uma pesquisa para conhecer este público. Após os resultados, vimos que ele poderia se tornar uma oportunidade para que as marcas tivessem presença na vida dessas mulheres”, explica Longo. Assim foi criada a TV Mulher & Mãe, com um investimento inicial de R$ 1,2 milhão.

Só publicidadeCom programação no ar

durante 24 horas diá­rias, o canal foi programado para ter fonte de receita exclusivamente comercial, já­ que

modelo da produção publicitá­ria. Diferente dos canais de TV aberta, nos quais a programação é mutante e o público é o mesmo, a TV Mulher & Mãe tem uma grade fixa, reprisada a cada três dias (tempo médio que a mulher passa na maternidade), garantindo conteúdo inédito para um público rotativo. “Temos de buscar a qualidade má­xima do conteúdo e da imagem dos programas, pois assim como o comercial de TV, eles serão transmitidos repetidas vezes”, explica Longo. A atualização da programação será­ feita com a renovação de 25% da grade a cada seis meses.

A produção dos programas, realizada com câmeras Betacam Digital, ficou a cargo da TV 7 Videocomunicação, com direção geral dos veteranos da TV aberta Del Rangel e Nilton Travesso, equipe de roteiristas coordenada por Má­rcio Araújo e coordenação de produção de Patrícia Cunha. As atrações são voltadas principalmente para o momento em que a mulher volta para casa e retoma as suas atividades. Destacam-se os programas “Mais Linda do Que

Daniele Fredericod a n i e l e @ t e l a v i v a . c o m . b r

as maternidades não pagam para ter o conteúdo em seus televisores. No entanto, o diretor-geral da Brand Storm lembra que nem todos os anunciantes são bem-vindos. “Não aceitamos patrocínio de produtos e empresas que possam entrar em conflito com a maternidade, como medicamentos e convênios médicos. Além disso, são vetados comerciais de produtos que desestimulem o aleitamento materno, como chupetas ou leite”, diz Longo, que lembrou que a questão do aleitamento também é enfatizada pelo canal por meio de uma parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), para a divulgação de seu programa de desenvolvimento infantil.

Os 12 minutos de espaço comercial inseridos a cada hora na grade de programação são preenchidos com propagandas feitas pela própria TV Mulher & Mãe (em trabalho conjunto com a agência escolhida pelo cliente), ou pelas empresas, desde que adequadas à linguagem do canal. Os principais anunciantes são a kimberly-Clark (Fraldas Turma da Mô­nica), a SulAmérica Seguros (SulAmérica Educaprevi), a Gessy Lever (Becel) e a Bristol-Myers Squibb (Pomada Dermodex).

A programação também segue o

“Curtindo a Vida de Mãe”: programa com

dicas de diversão para as mães e os bebês.

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Nunca”, apresentado por Luiza Tomé, que traz dicas de estética, beleza, moda e giná­stica para voltar à forma; “Curtindo a Vida de Mãe”, mostrando opções de entretenimento para a mãe e o seu bebê, com apresentação de Lorena Calá­bria; “Entre Papos e Papinhas”, no qual a chef de cozinha Rita Lobo ensina a preparar pratos para diversas ocasiões; um programa de entrevistas com Silvia Poppovic; e “1° Dia em Casa”, apresentado por Tânia Rodrigues, um reality show que acompanha a vida de três casais, da maternidade ao primeiro dia em que levam o bebê para casa. A âncora do canal é a atriz Cá­ssia kiss, mãe de quatro filhos, que além de fazer as chamadas de apresentação, também gravou os comerciais da campanha do Unicef.

Além destes, a TV conta também com três programas comprados da GNT: “Superbonita”, “Mãe & Cia” e “Alternativa Saúde”, e em breve deve

que também fica responsá­vel pela manutenção dos equipamentos.

Os próximos passos para a TV Mulher & Mãe, que faz parte de apenas um momento na vida da mulher, são voltados para a expansão da experiência vivida na maternidade, levando o conteúdo para fora do quarto do hospital. “Um dos nossos planos é colocar no ar, em TV aberta, um programete semanal para dar continuidade aos programas que a mulher pô­de assistir durante o período em que ficou internada”, conta Longo. Além deste, há­ planos de venda de DVDs com conteúdo inédito da TV Mulher & Mãe, e a produção de um site voltado a compras e serviços. “Negociamos também, com um grupo internacional de investidores, levar o canal para o resto da América Latina e para o sul dos Estados Unidos”, conclui.

disponibilizar a série “O Bebê Humano”, do Discovery Channel, com três episódios sobre o desenvolvimento do bebê, desde o feto até o primeiro ano de idade. A atração que aborda o “pensar, falar e andar” dos recém-nascidos foi exibida no Brasil pela Discovery Home & Health.

ExpansãoO canal é transmitido diretamente

via satélite, pelo DTH da rede DTCom. Não há­ custo para as maternidades, que recebem a antena e o receptor do canal,

o canal é mantido com receita publicitária, a distribuição é gratuita para as maternidades, conta Waltely longo.

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(infra-estrutura)

A Quanta, uma das principais empresas nacionais de locação de equipamentos cinemato-grá­ficos e co-produtora

de inúmeras produções nacionais, muda-se no final deste mês de mala e cuia para seu novo centro de produção na Vila Leopoldina, em São Paulo.

A nova sede é muito mais que uma central de locação. é um pólo completo de produção, com estúdios, oficinas, salas de produção, locadoras de equipamentos e diversos prestadores de serviços reunidos. Na primeira fase, agora em agosto, apenas a locadora muda-se para lá­. A partir de novembro, serão abertos também os estúdios.

A empresa investiu cerca de R$ 10 milhões no projeto. Parte da construção foi feita em parceria com a própria construtora, que é a proprie-tá­ria do espaço. O projeto está­ inscrito no Artigo 1º da Lei do Audiovisual e a empresa ainda busca parceiros financeiros. “Não precisamos ser donos de tudo, podemos até criar uma nova empresa para gerenciar os estúdios”, diz Edina Fujii, diretora da Quanta. Segundo ela, a escolha de São Paulo para a construção do pólo foi feita

direito abaixo do grid de iluminação. Os pisos de concreto têm capacidade para agüentar até 2 mil kg/m2, são flutuantes e nivelados a laser. A Quanta propria-mente dita, ou seja, a locadora de equi-pamentos de luz. energia e maquiná­ria, ocupa uma á­rea de 2 mil m2, e passou a contar com uma estrutura logística bem mais avançada que em sua sede anterior. A locadora funcionará­ 24 horas por dia, com vá­rias docas para carga e descarga de materiais. A Motion, locadora de câmeras de cinema e movimentos, passa a ocupar uma á­rea de 800 m2.

Os estúdios contam cada um com uma á­rea anexa com salas de produção, camarim, banheiros e salas de corte e edição independentes. Cada

André Mermelsteina n d r e @ t e l a v i v a . c o m . b r

por se perceber que não havia na capital uma estrutura que atendesse à demanda por grandes estúdios. “O que se faz normal-mente é alugar galpões industriais. Mas eles não são apropriados para filmagens, tem que montar todo o grid de luz, não há­ isolamento acústico. Além disso em geral são distantes do centro, e todos os equipamentos têm que ser levados até lá­. Por conta disso, muitas vezes o diretor de fotografia leva mais equipamento do que o necessá­rio, por precaução. Com os estúdios ao lado da locadora, a equipe tem mais agilidade”, conta. Segundo ela, a ocupação deve se dar principalmente pelo mercado publicitá­rio, mas a estrutura também está­ preparada para receber produções de cinema e televisão.

Os números falam alto: o novo espaço tem á­rea total de 13 mil m2, sendo 9 mil m2 de á­rea construída, incluindo o que é provavelmente o maior estúdio do Brasil, junto aos da antiga compa-nhia Vera Cruz no ABC paulista. São 1,2 mil m2 de á­rea e 10 metros de pé

oS NoVoS ESTúDIoS DA QuANTAEstúdio 1Área 1,2 mil m2 (27 x 45 m)Pé direito 10 m (abaixo do grid)Área de produção 750 m2

Estúdio 2Área 600 m2 (33 x 18 m)Pé direito 10 m (abaixo do grid)Área de produção 375 m2

Estúdio 3Área 400 m2 Pé direito 8 m (abaixo do grid)Área de produção 250 m2

Estúdio 4Área 200 m2 Pé direito 6 m (abaixo do grid)Área de produção 100 m2

Salto quânticoLocadora inaugura centro completo de produção de cinema e publicidade na zona Oeste de São Paulo

“Estúdios ao lado da locadora dão agilidade

e reduzem custos das produções.”

Edina Fujii, da Quanta

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um também tem entradas de pessoas e cargas separadas. Assim, conta Edina, uma produção não interfere na outra. “Podemos ter até quatro equipes filmando aqui sem que um veja o que o outro está­ fazendo. Esta separação é fundamental, principalmente na publicidade”, explica.

A Quanta também firmou parcerias e cederá­ espaço no pólo para outros prestadores de serviço, como Jamelão e Pará­ (movimentos de câmera), kodak, Rosco, Motion, uma locadora de á­udio, marcenaria (para cená­rios), entre outros.

A nova central terá­ também um espaço reservado à Hollywood Store, onde se fará­ a venda de negativos e acessórios. Também há­ uma filial da Fisher Light, empresa norte-ameri-cana fabricante de estruturas em alumínio para diversos fins, incluindo grids e grounds para iluminação e projetos especiais. O projeto de iluminação foi feito por Peter Gasper.

Além da Quanta, São Paulo ganhou tam-bém uma nova infra-estrutura das mãos de Christiano Stockler e seus sócios Guilherme Gaia e Cezar Martignoni, donos do Estúdio Fá­brica. O novo espaço oferece uma á­rea de 3 mil m2 para a produção de programas de TV, trabalhos publicitá­rios e filmes, além de disponibilizar equipamentos e equipe de produção de TV. “O investimento realizado até agora em infra-estrutura foi de R$ 1 mil-hão e ainda temos capacidade de expandir nosso espaço para 8 mil m2”, diz Stockler.

Stockler e Gaia trouxeram para o Brasil as suas experiências no mercado de produção norte-americano. Aliados a Martignoni, téc-nico do SBT, ocuparam parte do espaço de uma fá­brica de papelão desativada, que deu origem ao nome do estúdio. Mesmo com as obras finalizadas apenas em abril último, o espaço começou a receber produções no início de sua construção, em outubro de 2004. Em dez meses já­ passaram por ali programas da TV Gazeta, da Rede TV!, da TV Diá­rio e de canais comunitá­rios. “Além das produções, estamos negociando a transformação do estúdio em uma emissora de televisão”, conta Stockler.

A Fá­brica oferece três estúdios de 150,

250 e 600 m2, este último em fase de final-ização, com platéias removíveis, switcher, equipamentos para broadcast ao vivo, salas de produção, ilhas de edição, depósito de cená­rio, três camarins, sala de maquiagem, cozinha e lounge. Caso haja interesse, o estúdio também disponibiliza a equipe de produção para TV. Entre os profissionais indicados estão diretor de corte, diretor de VT, sonoplasta e cameraman, além de uma equipe de cenografia e outra de iluminação. “O objetivo de trabalhar com esses grupos é diminuir o custo final para o cliente”, diz Stockler. “Buscamos treinar o pessoal que trabalha conosco com o objetivo principal de atender bem o mercado brasileiro e mais tarde o estrangeiro”, conclui. (DF)

FÁBRICA DE FIlMES

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(tecnologia)

Menos gente, mais bytesRedeTV! abandona o uso de fitas usando soluções de tecnologia da informação desenvolvidas internamente que baratearam os custos de produção.

A RedeTV! está­ mais próxima da migração total ao universo da tecnologia da informação. A emissora fez, no dia 10 de agosto, um

“ato simbólico” para marcar a completa transição da produção para um sistema tapeless (sem fitas), desenvolvido pela Tecnet. Assim, todo o acervo da emissora passa a ser digitalizado e disponível na intranet. Na cerimô­nia, foram destruídas centenas de fitas Beta por um trator na sede da emissora, em Alphaville, próximo a São Paulo. Isso foi apenas uma amostra do acervo que existia em fita na emissora. A maior parte das mídias magnéticas foi apagada e vendida, com os recursos gerados revertidos para instituições de caridade.

O processo de digitalização do acervo começou há­ quatro anos. Na época, a emissora começou a fazer a gravação de matérias de campo diretamente em disco. Como ainda não existiam soluções prontas, desenvolveram a sua própria. “Começamos usando as câmeras ligados em um computador iBook, usando a fita apenas como backup operacional”, explica o gerente de tecnologia digital da RedeTV!, Abraão Farina. O software para fazer essa gravação foi desenvolvido na casa, em parceria com a Tecnet. Trata-se do CompCam, que não apenas fazia a gravação do conteúdo, mas tinha uma interação com o operador da câmera via á­udio, através de fones de ouvido conectados ao computador portá­til. Os operadores usavam coletes especiais, com um compartimento para o iBook, e recebiam informações curtas sobre a gravação, como por exemplo a notificação de que a gravação estava iniciando, quanto espaço havia disponível em disco ou quantos

desenvolvido pela Tecnet. Através desse sistema, é possível pesquisar todo o acervo da emissora, os últimos 30 dias da programação nacional das quatro maiores redes de TV do Brasil e ainda um acervo de fotos e música. Quase todo esse conteúdo está­ disponível nos servidores da emissora e em um arquivo robotizado de DVDs. Apenas uma pequena parte está­ em DVDs fora do robô­, o que deve ser resolvido com a compra de um modelo adicional de arquivo. Como o conteúdo armazenado está­ em baixa e alta resolução, a pesquisa interna, através de qualquer computador conectado à intranet, apresenta como resultado vídeo em baixa resolução (proxy), para não sobrecarregar a rede. Apenas o que vai para as ilhas de edição ou para o exibidor é trafegado em alta.

O sistema de pesquisa permite ainda fazer pré-edições do material do acervo. Assim, ao escolher uma matéria antiga, o diretor do programa pode escolher o trecho que deverá­ ser enviado em alta resolução à ilha de edição, também poupando trá­fego na rede. As reportagens do dia que já­ foram

minutos de carga havia na bateria.Assim como as fitas, os iBooks também já­

foram aposentados, sendo que atualmente a gravação é feita diretamente em disco rígido, ligado às camcorders. “Já­ encomendamos algumas Z1 (da Sony) que também serão usadas com discos rígidos acoplados”, explica Farina. Mas os notebooks da Apple não foram destruídos por um trator, “eram tão bonitinhos que foram redistribuídos entre os diretores da emissora”, diverte-se o gerente de tecnologia.

O recebimento de material das afiliadas também já­ é feito pela Internet. “Atualmente, só o material das agências de publicidade e de programas políticos chegam aqui em fita”, explica Farina. O formato de vídeo usado no sistema interno é todo baseado no formato QuickTime, da Apple.

GerenciamentoMais importante que a digitalização do

acervo, que foi possível “porque a emissora tem um acervo de seis anos, e não 30”, como explica o diretor de desenvolvimento de operações da Tecnet, Hermenegildo Antunes, foi a construção de um sistema de gerenciamento desse conteúdo, o PRk (Production Resource kit), também

Adeus às fitas. Em cerimônia pública a emissora destruiu as últimas peças do acervo.

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(tecnologia)

editadas também estão disponíveis na rede, permitindo que os diretores aprovem ou ordenem nova edição.

O coração desta rede é um storage de 50 TB, que deve ser expandido em mais 50 TB por ano. Tudo isto é interligado atualmente por uma rede Gigabit Ethernet, que deverá­ ser trocada em breve.

ProduçãoDesde começou a usar a plataforma

Apple, há­ quatro anos, a equipe técnica da RedeTV! sentiu falta de programas para complementar a funcionalidade do sistema de edição Final Cut dentro do workflow de produção da emissora. “Se comprá­ssemos soluções prontas, gastaríamos mais para ter softwares não tão customizados para nosso uso”, explica Hermenegildo Antunes.

Por isso, desenvolveram uma série de soluções que trabalham de maneira integrada. Entre elas está­ o Playlist, um exibidor que inclusive gera comprovantes de exibição dos comerciais. Já­ ligado com vá­rias praças, é usado também para monitorar localmente a exibição da publicidade nacional. Como comprovante, gera pequenos vídeos do que foi exibido, para que as agências possam monitorar.

Outro software da casa é o Playnews, para gerar cada bloco dos programas, trabalhando em conjunto com o Playlist e com outro software, o Digital News. Este último é uma espécie de script de cada programa jornalístico, com um espelho de todo o programa.

da matéria e do programa.Outros softwares de produção são

o Digital Sketch, que permite fazer desenhos sobre as imagens do vídeo e executá­-los em slow motion, para enriquecer comentá­rios esportivos, por exemplo; o Digital Replay, também usado em cobertura de eventos, permite fazer um slow motion de cenas trocando entre diversos ângulos de filmagens; e o Play 8, usado na unidade móvel da RedeTV! para cobertura de shows, fazendo a gravação em disco de oito câmeras e ainda uma nona gravação, com o pré-corte do diretor.

Menos custoA idéia de todo esse sistema é

reduzir custos com mão de obra. “Não temos mais operadores de teleprompter”, diz Abraão Farina. Nas praças serão instalados sistemas iguais ao que já­ funciona no Rio de Janeiro para a produção do jornal local. Nele, participam em estúdio apenas o editor de jornalismo e o apresentador. “Eles fazem a programação das câmeras antes do bloco, através do Digital News. Durante a apresentação ao vivo, o apresentador controla o teleprompter e dá­ o play para as matérias através de seu handheld. Recebe as informações sobre para qual câmera deve olhar também através do teleprompter”, explica Haberth witoszynski. Com isso, não é mais necessá­rio diretor e nem operador de câmera.

FERNANDo lAuTERJuNG

“Ele é alimentado com todas as retrancas das matérias, que, por sua vez são alimentadas pelo vídeo, caracteres, o texto para o teleprompter, fotos, músicas etc”, explica Haberth Sampaio witoszynski, analista da Tecnet. Parte desse conteúdo também é criado em soluções próprias, como o gerador de caracteres, que também pode gerar logos e animações. O software para exibição de texto no teleprompter também é desenvolvido pela Tecnet. Ele pode ser controlado por um handheld (dispositivo tipo Palm) conectado à rede através da tecnologia sem fio Bluetooth, usado por todos os apresentadores da emissora. Assim, o apresentador pode pausar e correr o teleprompter apenas apertando um botão, além de poder solicitar informações na mesma tela do teleprompter, como tempo

FEITo EM CASAA Tecnet é ligada à RedeTV! por um

sócio em comum: Amílcare Dallevo Jr. A empresa, de 21 anos, é especializada em tecnologia da informação, atuando principal-mente em soluções para telecomunicações. Seu primeiro contato com a televisão se deu com a criação de soluções e a prestação de serviços de interatividade para a TV Globo, com o programa “Você Decide”. Atualmente, presta serviços (diretamente ou através das operadoras de telefonia para diversos) para portais de voz, tele avisos, call centers entre outros.

Os novos para vídeo e televisão desen-volvidos para a RedeTV! também já­ estão sendo comercializados para pequenas emisso-ras no Brasil. “Estamos buscando parceiros in-ternacionais para comercializar essas soluções lá­ fora”, conta Hermenegildo Antunes, diretor de desenvolvimento e operações da Tacnet.

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HDV na vida realEntenda os métodos pelos quais os editores não-lineares conseguem lidar com os arquivos do novo formato de alta definição.

Na última NAB, em Las Vegas, muitos fabricantes de sistemas de edição não-linear (ENL) anunciaram que tinham a solução

perfeita para editar em HDV. é prová­vel que você tenha duvidado da eficá­cia de todas estas soluções. Na hora de comprar, é bom contar com um pouco mais que apenas seu feeling.

Muito poucos editores trocarão seu sistema de ENL por outro só por causa de um ou dois recursos extras. Se você usa a marca X, ficará­ com ela, a não ser que sua versão para editar em HDV seja mesmo um desastre.

Se você não busca uma solução de edição em HDV só pelo critério do “qual é o melhor”, por que se preocupar? Por duas razões. Você deve entender os pontos fortes e as limitações da abordagem do sistema que você escolheu. Precisa saber se seu hardware comporta esta abordagem. Não são só os gigahertz da sua CPU. é também a placa mãe e o sistema de disco.

Em segundo lugar, seu ENL pode oferecer diversas formas de editar. Então você precisa entender quais servem melhor às suas necessidades. Por exemplo, mostrarei como o recém lançado Final Cut Pro 5 HD pode usar três dos quatro tipos de abordagens HDV que irei apresentar.

O fato do HDV trafegar por portas Firewire e usar fitas MiniDV faz parecer que se trata apenas de um “DV de alta definição”. No entanto, há­ diferenças significativas entre a edição em HDV e a edição em DV. Primeiramente, o HDV usa compressão inter-frame, e o DV não. Em segundo lugar, o á­udio do HDV é MPEG-2, e não PCM. Finalmente, o número de pixels por quadro no HDV é de 2,7 vezes (1280 x 720) ou 4,5 vezes (1440 x 1080) o número de pixels usado no DV (veja tabela 1).

Estas diferenças implicam na necessidade de um enorme

é escolhido porque decodifica as informações mais rapidamente que o codec da fita. O PhotoJPEG, da Apple, por exemplo, pode ser decodificado mais rapidamente que o DV. Por isso, vem sendo usado como um draft não-NTSC/PAL para a edição em DV.

O codec para draft requer menos espaço de armazenamento e largura de banda. Uma das formas de obter isto é reduzindo a qualidade da compressão. Pode-se degradar a resolução da imagem. Também é comum se desprezar um a cada dois campos, o que reduz a necessidade de armazenamento em quatro vezes.

O HDV pode ser transcodificado para Apple PhotoJPEG, desde que seu Mac tenha capacidade suficiente para decodificar quadros MPEG-2 HD e recomprimi-los.

Como os computadores hoje processam o DV com eficiência, é até possível usar o próprio DV25 como um codec draft de NTSC/PAL para o HDV. Assim, todos os efeitos que funcionam em DV podem ser aplicados em nosso

Steve Mullenc a r t a s @ t e l a v i v a . c o m . b r

processamento para se conseguir editar. Esta necessidade pode ser satisfeita de quatro maneiras, quatro abordagens diferentes. Estas técnicas são o draft, o proxy, a intermediação e o formato nativo. Vamos dar uma olhada em todas elas (N. do T.: foram mantidas as expressões draft e proxy no original por não haver um correspondente exato em português).

Como observação geral, o HDV nativo realiza todo o processamento enquanto você trabalha na timeline. Para conseguir uma manipulação da timeline fluída com um editor HDV nativo, é necessá­rio um hardware poderoso.

Como alternativa, o editor HDV pode quebrar o processamento em etapas que requerem menor poder computacional. Esta é a abordagem dos modelos de draft, proxy e intermediação.

Edição draftQuem trabalha com edição está­

acostumado com a metodologia draft. Nós capturamos o conteúdo de uma fita usando um codec diferente do utilizado pela camcorder. Naturalmente, este codec

(equipamentos)

o Final Cut Pro 5 pode utilizar três das quatro metodologias possíveis de se editar em HDV: draft, intermediação e edição nativa.

Copyright Video Systems 2005

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material draft de HDV. O que se precisa é de uma má­quina rá­pida o suficiente para transcodificar o HDV em DV anamórfico. A vantagem de se trabalhar com o DV como draft é que a timeline está­ pronta para ser reproduzida em um display NTSC/PAL, conectada via IEEE 1394 (Firewire). Ou pode ser exportada diretamente como uma produção DV.

Uma vez o trabalho editado, o timecode do clipe feito em draft é usado para gerar um comando de recaptura do material original em HDV. é claro que o seu equipamento HDV precisa ter um sistema de captura preciso, que permita recuperar os frames exatos.

A Sony tem uma maneira excelente de trabalhar com o draft em DV. Suas camcorders HDV já­ fazem o “downconversion” do sinal. Assim, você pode editar em qualquer sistema que use o DV.

Edição com proxyO Adobe Premiere 4.2

trouxe a primeira solução de edição com proxy. Podíamos capturar todo nosso material da fita em motion-JPEG e salvar o arquivo em HDs de 4 GB, que custavam US$ 10 mil. Em seguida, fazíamos a conversão de todos estes arquivos em um codec draft. Era normal-mente uma tarefa para virar a noite. O proxy normalmen-te suporta um playback de 15 fps com uma resolução de 240 x 180 pixels.

Atualmente existe apenas uma solução de proxy HDV, o DVgate Plus, da Sony. Está­ disponível apenas nos computadores VAIO. O DVgate captura toda a fita HDV em clipes. Como o HDV é apenas MPEG-2, é bastante simples reproduzir e cortar os clipes. No entanto, quando se arrasta o clipe cortado para a timeline, o software automaticamente transforma o vídeo em proxy.

Com o clipe finalizado, o VAIO faz uma renderização inteligente. O processo apenas re-codifica as partes que foram editadas (as partes que efetivamente entraram no trabalho final). Isso reduz o tempo total de renderização. Também reduz a degradação do vídeo, pois o HDV é transcodificado apenas duas vezes.

IntermediaçãoQuando se divide o processo de pré-

edição em duas etapas, pode-se reduzir significativamente a necessidade de capacidade de processamento, a ponto de um computador rá­pido (um Pentium 4 de 3,2 GHz ou um G5 dual de 2,5 GHz) dar conta da tarefa.

Surpreendentemente, um arquivo HDV 720p ocupa menos espaço que um arquivo DV25. Os dados MPEG-2 capturados requerem apenas 9 GB de espaço em disco por hora de

material. Naturalmente, um vídeo de 1080i a 25 Mbps ocupa o mesmo que um vídeo DV25: cerca de 13 GB por hora.

O segredo para dividir as tarefas de processamento está­ em primeiro capturar e converter o vídeo HDV para um codec intermediá­rio, e então editar neste codec intermediá­rio, mais eficiente.

O iMovie HD e o Final Cut Express HD capturam no

formato Apple Intermediate Codec (AIC). O AIC não tem a mesma qualidade do CineForm e do Canopus HQ, mas permite a edição em HDV. O AIC, um codec que usa apenas o I-frame, tem as especificações descritas na Tabela 2.

Depois de capturar em AIC, você pode editar normalmente com o iMovie HD e o

Final Cut Express HD , selecionando a opção de “HDV Project Type” correta quando abrir um novo projeto.

No universo do windows XP há­ dois fabricantes de codecs intermediá­rios: CineForm e Canopus. O CineForm usa um codec intermediá­rio chamado Carlsberg (CFHD). A CineForm enfatiza que o CFHD foi desenhado para ser um codec de alta qualidade, operando em 4:2:2. A qualidade se dá­ porque o HDV MPEG-2 de baixa taxa de dados é decodificado e recomprimido em uma taxa mais alta, de 80 Mbps.

Para dar a saída do trabalho de volta à camcorder HDV para distribuição, você deve primeiro renderizar o material para o formato MPEG-2-TS. Seu ENL provavelmente conta com um preset HDV que inclui o encoder para MPEG-2.

A Canopus tem seu próprio codec intermediá­rio, chamado HQ, usado pelo Edius Pro 3, Edius NX for HDV e pelo Edius SP for HDV. A Canopus percebeu que muitos editores usam vídeo sem compressão como seus codecs intermediá­rios. Naturalmente, isso mantém os vídeos com sua qualidade original. No entanto, devido ao grande uso de banda, é difícil para as má­quinas atuais manter a estabilidade do sistema. Também, a renderização em tempo não-real de imagens sem compressão para efeitos gasta muito tempo.

A Canopus apostou em um codec intermediá­rio que não degrada nem o HDCAM e nem o DVCPRO HD, e ainda consume menos banda, e criou uma solução ótima para editar HD e HDV (a Canopus também comporta edição em

Mbps HDV Tamanho de Mbps AIC Tamanho de arquivo HDV* arquivo AIC*

720p30 2,7 9 GB 7 23 GB

1080i50 3,5 13 GB 14 46 GB

1080i60 3,5 13 GB 11 38 GB

* Para uma hora de gravação.

Tabela 2

Pixels HDV vs. Apple Intermediate Codec (AIC)

Pixels Pixels Total Multiplicador horizontais verticais pixels (vs. 480i)

480i 720 480 345.600 -

720p 1280 420 921.600 2,7

1080i 1440 1080 1.55.200 4,5

Tabela 1

Pixels HDV vs. pixels DV

ATuAlMENTE EXISTE uMA Solução PRoXy HDV, o DVGATE PluS,

DISPoNíVEl APENAS EM

CoMPuTADoRES VAIo. ElE CAPTuRA ToDA A FITA HDV EM ClIPES, SENDo BASTANTE SIMPlES REPRoDuZI-loS E

CoRTÁ-loS.

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(equipamentos)

HDV nativo para quem tem má­quinas Xeon dual de 3,4 GHz).O codec HQ trabalha com taxas de dados (bitrates) variá­veis (VBR), para manter a qualidade alta e o uso de banda baixo. A VBR ajusta a taxa de transmissão de acordo com o tipo de imagem que está­ sendo trabalhada, alocando mais banda para imagens complexas e me-nos banda para imagens mais paradas.

Todas as soluções de captura apresenta-das até aqui transferem o HDV pela porta Firewire. Uma alternativa é dar a saída do dispositivo HDV convertendo o sinal de 720p ou 1080i para vídeo analógico componente (yPbPr), com o uso de conversor para gerar um stream HD-SDI.

O HD-SDI (SMPTE 292M) é uma tecnologia que transmite vídeo 4:2:2 sem compressão e, opcionalmente, á­udio e metadados, a 1,485 Gbps (60 Hz) ou 1,001 Gbps (59,94 Hz). Tanto os VTs HDCAM quanto os DVCPRO HD dão saída em HD-SDI. Em seguida, conecta-se a saída BNC da HD10A a uma placa PCI kona HD, kona HD 2 ou Blackmagic DeckLink, impor-tando o sinal com um cabo coaxial de 75 ohm de alta qualidade.

Formato nativoAlguns editores conseguem captu-

rar e editar diretamente em

MPEG-2-TS, como o Final Cut Pro 5, Canopus Edius Pro 3, Sony Vegas 5 e 6, Pinnacle Liquid Edition 6 e MPEG Edit Studio Pro. Aguarda-se para breve o suporte a edição HDV nativa no Avid Xpress Pro HD.

Edição em formato DV nativo significa que em uma produção apenas com cortes, os bits que saem para a fita são os mesmos que vieram da fita. Para os fabricantes de ENLs HDV, no entanto, “na-tivo” significa que os clipes em MPEG-2 são jogados

diretamente na timeline.Esta certa nebulosidade

na definição do que seja um formato nativo acontece porque os editores MPEG-2 já­ instalados foram rapidamente modificados para lidar com o HDV, mas não da mesma forma que a segunda geração de ENLs, desenhada especifi-camente para trabalhar com HDV (como o Final Cut Pro 5). Então, na verdade, a edição HDV “nativa” pode ser obtida de três formas, dependendo de como os fabricantes inter-pretam o termo. Para facilitar a compreensão, batizei estas

abordagens de quase-nativo, pseudo-nativo e nativo verdadeiro.

Um sistema quase-nativo reempacota o fluxo de dados para o formato do programa em tempo real durante a captura (o á­udio também pode ser transformado em PCM para facilitar a edição). Estes dados no for-mato do programa são editados na timeline. O resultado só pode ser gravado de novo na câmera depois que o material no formato

do programa, incluindo o á­udio, for reempacotado em formato de trans-porte. Embora perca-se algum tempo nesse processo, nenhum frame MPEG-2 é codificado ou decodificado.

No entanto, alguns ENLs como o MPEG Edit Studio Pro forçam uma decodificação completa do stream de programa e em seguida um codificação completa no stream de transporte. Esta técnica é chamada de edição pseudo-nativa. O ENL coloca o stream de transporte diretamente na timeline, onde é editado (o á­udio também pode ser convertido em PCM para a edição). O resultado só pode ser transportado de volta à fita, no entanto, após cada frame de MPEG-2 ser decodificado e recodi-ficado. O novo stream é então empa-cotado para transporte. Nesse sistema, pode-se gastar horas para exportar uma simples edição de corte. E logicamente há­ perda de qualidade.

Um editor HDV nativo verdadeiro também trabalha diretamente com os streams de transporte (e com o á­udio convertido eM PCM). E também este stream é editado diretamente na time-line. Na exportação, no entanto, não há­ decodificação e codificação de nenhum frame MPEG-2, exceto nos pontos de corte e efeitos. Este tipo de tecnolo-gia basicamente elimina a espera na exportação. é o similar exato da edição DV nativa.

O Pinnacle Liquid Edition 6 e o Final Cut Pro 5 HD aceitam edição HDV nativa. é claro que isso requer má­quinas mais potentes.

Em resumo, quando você ouvir falar em edição nativa, pergunte seriamente sobre que tipo de tecnologia exata-mente está­ sendo empregada.

EDIção EM FoRMATo HDV

NATIVo SIGNIFICA QuE EM uMA PRoDução

APENAS CoM CoRTES, oS BITS QuE SAEM PARA A FITA, São oS MESMoS QuE

VIERAM DA FITA.

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Não disponivel

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(tecnologia II)

A evolução da computação grá­ficaDesenvolvimento nos últimos 20 anos democratizou o acesso às tecnologias, mas a formação profissional ainda é o ponto mais importante.

O departamento grá­fico de uma emissora de televisão costumava ser ocupado por artistas há­beis em técnicas

“tradicionais” de desenho, como lá­pis, caneta, pastel, óleo e outras. Os artistas comerciais eram artistas experientes que haviam sido treinados para adaptar seu talento às necessidades dos anúncios e vinhetas. Os portfólios eram carregados para lá­ e para cá­ em pastas grandes o bastante para conter folhas de papel de diversos formatos e tamanhos. Era uma arte nobre, e um profissional qualificado que mostrasse um bom serviço para uma emissora logo seria requisitado por outras estações. Não em questão de minutos, mas certamente de horas, de forma que o conteúdo grá­fico dos programas e anúncios tinha que ser estabelecido logo cedo, para que houvesse uma boa chance de se conseguir o que se queria a tempo de se gravar a imagem com a câmera ou exibi-la ao vivo.

A pressão de tempo da televisão, bem como dos jornais, revistas e outras mídias, criaram uma nova necessidade, que os softwares vieram a atender plenamente. Introduzidos na década de 80, os computadores foram ganhando potência suficiente para serem capazes de rodar softwares sofisticados, de processamento grá­fico pesado. Os sistemas especializados eram caros e requeriam longos períodos de treinamento para fazer a transição da “arte de papel” para a arte eletrô­nica. Os resultados foram impressionantes. Em geral, a arte

companheiros da década de 70, mas estão adaptados e lidam tão bem com mouses e tablets quanto com caneta, pincel e tinta. Eles têm habilidades que não estavam disponíveis a seus antecessores quando se graduaram ou entraram no mercado (muitos dos quais conseguiram fazer a transição com bastante competência). O paralelo com editores de filmes é total. Em ambos os casos, a tecnologia evoluiu para ferramentas poderosas, liberando os profissionais criativos para fazer coisas que antes só eram possíveis em sonhos.

FormaçãoDo ponto de vista técnico, todo o

segredo da transição foi a educação de profissionais de hardware e software em tecnologias pelas quais eles tinham pouca ou nenhuma afeição. A ciência da cor desenvolveu-se por cerca de cem anos. A computação grá­fica tem se tanto 20 anos de disseminação. Traduzir a ciência da reprodução da cor para o software vem sendo um processo interativo que se estende por muito tempo.

Infelizmente, muitos dos primeiros sistemas de computação não levavam em conta questões de colorimetria, ou pelo menos não em um grau alto de importância. O segundo problema era que as placas de vídeo eram geralmente adaptadas para simplesmente dar saída em monitores de computador, com resultados muito ruins quando usadas em broadcast.

Hoje há­ inúmeros hardwares disponíveis com saídas padrão SMPTE

John Luffc a r t a s @ t e l a v i v a . c o m . b r

criada eletronicamente para a televisão era muito mais sofisticada em sua manipulação de imagens existentes que qualquer coisa que pudesse ser feita anteriormente.

EvoluçãoNas duas últimas décadas, houve

um processo de “democratização” da tecnologia. Em nenhum lugar isto é mais palpá­vel que na á­rea de grá­ficos e efeitos de vídeo. O retoque digital de imagens chegou a um nível de sofisticação que permite uma produtividade e criatividade incríveis, ao mesmo tempo em que o preço dos equipamentos e softwares despenca.

O Photoshop e outros pacotes de softwares são agora onipresentes, usados para publicidade, produção, retoque fotográ­fico e até uso doméstico. Há­ pouco menos de uma década, o nível computacional exigido para um trabalho

profissional em design grá­fico (para televisão ou outros propósitos) jogava todo o poder nas mãos do hardware. Hoje, PCs comprados pela Internet têm capacidade mais que suficiente, e os consumidores estão retocando suas próprias fotos em casa ao invés de recorrer aos antigos profissionais especializados (às vezes com resultados bem piores, é claro).

Uma nova geração de artistas comerciais foi capacitada. Estes artistas não têm menos talento que seus

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NOVAS PLATAFORMAS DE 64-BIT PERMITIRãO

TRABALHOS AINDA MELHORES.

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259M SD e SMPTE 292M HD. Os softwares também se sofisticaram e oferecem opções de colorimetria nos padrões ITU-R Rec 709 ou SMPTE 240M. é óbvio que deve-se tomar precauções ao se usar um desses softwares para criar grá­ficos que serão usados para impressão e para vídeo. O arquivo deve ter saídas diferentes para cada tipo de mídia.

O uso de efeitos no broadcast começou ao mesmo tempo em que sistema “sérios” de gerador de caracteres e sistemas de computação grá­fica tornaram-se acessíveis. No entanto, os primeiros softwares exigiam muito mais poder computacional que as má­quinas da época eram capazes de oferecer, e freqüentemente usava-se os grandes mainframes, às vezes até computadores instalados em campi de universidades. A evolução não demorou, e já­ no fim dos anos 80 os softwares de efeitos para PCs já­ eram bem confiá­veis.

Hoje, as rendering farms (computadores ligados em rede para otimizar a renderização de imagens) e os desktops high-end criam imagens em alta resolução usando softwares capazes de modelar até mesmo

as plataformas x86 deu um impulso à arquitetura Intel. A Apple ainda planeja adequar da melhor forma o hardware a seu ótimo sistema operacional OS X.

Assim, voltamos ao começo. A chave para o desenvolvimento grá­fico sempre foi a capacitação profissional, usando as ferramentas disponíveis para promover a criatividade e a eficiência nos negócios. Os novos formandos nas escolas de artes, universidades e centros de treinamento recebem a melhor tecnologia com o melhor treinamento artístico, o que vai gerar profissionais superiores e mais criativos, em um processo que não se esgota com o tempo.

feições e movimentos animais e humanos com resultados incríveis. Quer criar uma animação com um logotipo? Qualquer computador pode fazer isso, usando um software de prateleira.

Alguém pode se perguntar, logicamente, onde isso vai parar. Claramente, o poder de processamento dos computadores continua crescendo, seguindo a Lei de Moore. A Micorsoft lançou uma versão do windows (windows XP Professional x64 Edition) com processamento de 64-bit e hyperthreading. Aplicativos de grá­ficos e efeitos são um dos alvos destas novas tecnologias. Um software de mixagem de á­udio afirma que terá­ um ganho de velocidade de 30% apenas por mudar de versão para o novo sistema operacional. O espaço de memória subiu de 4 GB para 128 GB, permitindo modelagens muito mais sofisticadas sem a necessidade de memória virtual. é lógico que aplicações que podem se beneficiar do hyperthreading e de mais memória ficarão mais poderosas e mais rá­pidas.

é interessante observar que pelo menos pelos últimos 15 anos, os profissionais desta á­rea preferem usar má­quinas da Apple, graças a seu suporte considerado melhor para aplicações grá­ficas. O anúncio recente de que a Apple passaria a usar

Sistemas de gráficos e efeitos evoluíram muito nos últimos 20 anos. Na parte

esquerda da foto está um Chiron II, primeiro gerador de caracteres (GC) da

Chyron, em uso na ABC mais de 30 anos atrás. o equipamento sozinho ocupava

um rack inteiro. Do lado direito, os sistemas HyperX, Duet lEX, Duet lE

e C-Mix, do mesmo fabricante, instalados na emissora WDBJ-TV em

Roanoke, Virginia (EuA). Todos os equipamentos cabem no

mesmo único rack.

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(upgrade)Baseado em Linux

A empresa espanhola S.G.O. apresentará­ na IBC este ano o sistema de pós-produção Mistika HD. Trata-se de um sistema completo de pós-produção, incorporando edição, composição e efeitos, baseado em estações e servidores Linux. O Mistika será­ demonstrado em uma estação Linux com dois processadores Xeon e 4 Tb de armazenamento em discos Raid 5.

A principal novidade da nova versão é capacidade de operar seu corretor de cores 10 bit para intermediação digital em tempo real. A nova versão também suporta ferramentas como vector scopes e sistemas de gerenciamento de pré-configurações de efeitos.

A solução conta ainda com interpretação de gestos (movimentos do mouse) aprimorando o uso da interface pelo operador.

A Sony elevou o nível de exigências em relação à velocidade de gravação de DVD com o lançamento de sua décima geração de gravadores. Os modelos em unidade interna DRU-810A e externa DRX-810UL suportam a mais rá­pida velocidade de grava-ção da indústria, chegando a 8X para mídias DVD+R de camada dupla. Assim, pode gravar até 8,5 GB de vídeo, dados, música ou imagens em mídia compatível em cerca de quinze minutos.

A série 810 de gravadores de DVD também permite gravação 4X DVD+R de camada dupla, 16X DVD+/-R, 8X DVD+Rw, 6X DVD-Rw, 48X CD-R e 32X CD-Rw.

As unidades vêm com uma suíte de software com recursos da Nero para gravação, autoria e ed-ição de filmes domésticos, criação de á­lbuns de conteúdo digital e backup de dados importantes.

DVDs mais rá­pidos

Novos gravadores da Sony permitem encher um disco de

8,5 GB em quinze minutos.

Nova solução da S.G.o. leva a edição, composição e efeitos

à plataforma aberta.

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A Scopus já­ está­ apresentando uma forma de broadcasters migrarem do MPEG-2 para o MPEG-4 H.264. Na IBC 2005, a empresa apresentará­ o encoder UE-9000, que permite codificar um canal H.264 e outro MPEG-2 ou dois canais H.264, simultaneamente. Usando a compressão mais recente, é possível manter a qualidade do vídeo em MPEG-2, mas salvando de 30% a 50% de banda. Pronto para o padrão DVB-S2, o UE-9000 também pode um modulador para transmissão via satélite. O equipamento apresenta ainda entradas de vídeo analógico e digital e até oito canais estéreo de á­udio.

Dois canais em uma caixa

A Miranda apresenta pela primeira vez, durante a IBC, que acontece em Amsterdã no próximo mês, dois novos modelos de processadores digitais para multi-imagem. São o kaleido Alto HD, com processador para dez entradas, e o kaleido Quad, com proces-sador para quatro entradas. O primeiro é uma versão HD para o kaleido Alto e pode identificar automaticamente que tipo de sinal de vídeo está­ recebendo (HD-SDI, SDI e composto analógico). O equipamento aceita, em qualquer de suas dez entradas, todos os formatos de alta definição, mais os formatos composto analógico e SDI em 525/625. A saída é em DVI com resolução de até 1280 x 1024. Com um pequeno display, o equipa-mento oferece um monitor de á­udio analógico ou AES, além de identificar a fonte do sinal, marcações de aspect ratio, e relógios/timers.

O novo kaleido Quad também identifica automaticamente que tipo de sinal de vídeo está­ recebendo (suportando HD-SDI, SDI e composto analógico). Ao contrá­rio da maioria dos splitters de quatro entradas, esse modelo permite usar diferentes resoluções, taman-hos, aspect ratios e posições de telas. O equipamento, combinado com, um monitor LCD, pode ser uma boa alternativa para monitores CRT profissionais de alto custo. Uma versão com suporte apenas aos formatos SDI e composto também foi lançada.

Splitters HD

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> AGoSTo25 a 3/� Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo. São Paulo, SP. Tel.: (11) 3034-5538. E-mail: [email protected]. web: www.kinoforum.org.

31 e 1º/� Seminário Satélites 2005O evento aborda aplicações que vêm impulsionando o desenvolvimento dos serviços satelitais em todo o mundo para além dos usos tradicionais, como o rá­dio digital, serviços de localização, educação à distância, acesso em banda larga, TV digital e muitos outros.Hotel Paulista Plaza, São Paulo, SP. Tel: (11) 3120-2351. E-mail: [email protected]. web: www.convergeeventos.com.br.

> SETEMBRo� a 13 IBC. Amsterdam RAI, Amsterdã, Holanda. Tel.: (44-20) 7831-6909. E-mail: [email protected]. web: www.ibc.org.

21 a 23 Broadcast & Cable, São Paulo. Tel.: (21) 3971-2000. web: www.broadastcable.com.br.

22 a 6/10 Festival do Rio, Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2543-4968. E-mail: [email protected]. web: www.festivaldoriobr.com.br.

28 e 2� IV Tela Viva Móvel, ITM Expo, São Paulo, SP. Tel: (11) 3120-2351. E-mail: [email protected]. web: www.convergeeventos.com.br.

> ouTuBRo12 a 15 I Festival latino Americano de Vídeo Ambiental de Iraquara, BA. Tel: (71) 3332-8951 / 3332-8952. E-mail: [email protected]. web: www.iraquara.ba.gov.br.

15 a 16 Mipcom Junior. Palais des Festi-vals, Cannes, França. Tel: (33-1) 4190-4440. Email: [email protected].

web: www.mipcomjunior.com.17 a 21 Mipcom. Palais des Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4567. E-mail: [email protected]. web: www.mipcom.com.

25 a 30 �º Festival de Cinema Vídeo e DCine de Curitiba. Curitiba. PR. web: www.festcinecuritiba.com.br.

Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3141-2548. E-mail: [email protected]. web: www.mostra.org.

> NoVEMBRo2 a � AFM — American Film Market. Santa Monica, California, EUA. Tel.: (1-310) 446-1000. E-mail: [email protected]. web: www.ifta-online.org.

(agenda)

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Não disponivel

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