revista tela viva 110 - outubro 2001

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www.telaviva.com.br Nº110 OUTUBRO 2001 LEGISLAÇÃO: A POLÊMICA MP DE INCENTIVO AO CINEMA NACIONAL UNIVERSIDADES SÃO BOM MERCADO PARA A VENDA DE EQUIPAMENTOS

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Revista Tela Viva 110 - outubro 2001

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Page 1: Revista Tela Viva  110 - outubro 2001

www.telaviva.com.br

Nº110OUTUBRO 2001

LEGISLAÇÃO: A POLêMICA MP DE

INCENTIVO AO CINEMA NACIONAL

UNIVERSIDADES SÃO BOM MERCADO

PARA A VENDA DE EqUIPAMENTOS

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w w w . t e l a v i v a . c o m . b r

Í N D I C E

ï Gu ia TELA VIVA

ï F ichas técn icas de comerc ia i s

ï Ed ições an ter iores da TELA VIVA

ï Leg is lação do aud iov isua l

ï Programação reg iona l

NEGóCIOS INTERNACIONAIS DE PROGRAMAS

EqUIPAMENTOS PARA UNIVERSIDADES

MP 2.228/01

LÍDIA PEREz

KAyA

FRANÇA

SCANNER� 4

CAPA� �10

MERCADO� �14

LEGISLAÇÃO� �18

MAKING�OF� 20

FIGURA� �22

COMPUTAÇÃO�GRÁFICA� �24

LEGISLAÇÃO�AUDIOVISUAL� �28

AGENDA� �34

E D I T O R I A L

As eleições de 2002 começam a alterar os ocupantes da Esplanada dos Ministérios. O ministro das comunicações, Pimenta da Veiga, anunciou que vai deixar o cargo em dezembro, para se candidatar, provavelmente, a governador do Estado de Minas Gerais. Nestes sete anos do governo de Fernando Henrique Cardoso pouca coisa foi feita para modernizar o broadcasting. Sergio Motta alterou o sistema de concessões, mas nem de longe conseguiu cumprir suas próprias metas. Quanto a Pimenta da Veiga, a tentativa de marcar sua gestão com a promulgação da Lei de Radiodifusão está fadada ao total fracasso. O texto colocado em consulta pública conseguiu desagradar gregos e troianos. O sucessor de Pimenta terá muito pouco tempo para fazer algo de vulto em prol da radiodifusão. O mais provável é que o cargo seja ocupado por Juarez Quadros. Uma substituição técnica e não política, para evitar, inclusive, que o próximo chefe do Minicom fique com os louros do processo de digitalização da TV. Se por um lado o broadcasting viveu à margem de todo o processo de modernização dos meios de comunicação que o País atravessou nos últimos dez anos, por outro demonstrou que mesmo sem um projeto consistente, encontra forças suficientes para evitar que mãos aventureiras se lancem sobre ele. Os desentendimentos entre as entidades setoriais e os aparentes desmandos induziram alguns a imaginar que a hora era propícia para “atacar” o cobiçado segmento. Mas as diferenças explícitas entre os players de TV aberta foram substituídas por uma súbita união para evitar que o broadcasting fosse incluído na MP do cinema. O lobby conseguiu livrar as emissoras de TV da taxação sobre o faturamento, pretendida inicialmente pelo Grupo de Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica (Gedic), que assessorou a Casa Civil na elaboração do projeto. A demonstração de força causou até um certo ressentimento nos outros setores ligados à atividade audiovisual, que (por enquanto) têm de pagar a conta. Os horripilantes ataques terroristas aos Estados Unidos expuseram que até as grandes potências são vulneráveis. O controle da radiodifusão vive sendo alvo de disputa entre o Minicom e a Anatel. A subordinação da produção e distribuição de conteúdo é um tremendo imbróglio. Esse impasse não deve ser resolvido nesse apagar do governo FHC. Não basta só trocar de ministros. As sucessões ocorridas até agora foram inócuas para fortalecer o segmento. Sem um projeto consistente de produção e distribuição de conteúdo audiovisual todos os setores destes mercados continuarão vulneráveis.

Edylita Falgetano

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s c a n n e rACÚMULO

Antônio Carlos Tardeli, diretor do Departamento de Outorga e Licenciamento de Serviços de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, está acumulando interinamente o cargo de Secretário de Radiodifusão desde 18 de setembro. Tardeli substitui Paulo Roberto Menicucci, que passou a dar expediente nos Correios.

TESTEMUNHOS MExiCANOS

A diretora e sócia da produtora da On Film, Denise Costa, viajou para terras mexicanas em setembro para realizar a nova campanha do sabonete Dove, que dá continuidade `a série de testemunhais da marca em vários países. Denise traduzirá em comerciais as experiências de usuárias mexicanas, mostrando os benefícios do produto dentro do contexto do cotidiano de cada uma delas. Ela participou da seleção do elenco para os três filmes da campanha.

NOVO DiRETORAlfonso Sort foi nomeado diretor geral da Adobe Systems para a América Latina. Sort, que era responsável pelo desenvolvimento dos negócios da companhia na região ibérica, acumulou agora o cargo da supervisão regional dos programas de vendas e do controle sobre a implementação das estratégias de comercialização para a América Latina.

NOVOS ARESApós muitos anos circulando pela região de Pinheiros, em São Paulo, Kiko Mazziotti está curtindo os ares do Itaim-Bibi, bairro da zona sul da capital paulistana, onde montou o novo escritório de sua produtora Imagem Paulista.

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cUrTa eDUcaTIVOA Imagina e a Documenta

Produções, do Rio de Janeiro, uniram-se para produzir o desenho animado de curta-metragem “As aventuras de Pedro, Rita e Bentinho”, para a empresa processadora de bauxita e fabricante de alumínio BHP Billiton. O curta tem dez minutos de duração e foi dirigido por Clewerson Saremba e produzido por Ângela Zoe, com trilhas do Vital Studio. O filme discute aspectos de educação para o trânsito e será distribuído em vídeo para as escolas próximas às instalações da empresa, em vários Estados, Canal Futura, TVE e Rede Estação de Cinemas.

cOM LeGenDaA Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicações e Informática da Câmara dos Deputados aprovou no mês passado o projeto de lei nº 709/99 do deputado Dr. Hélio (PDT-SP), apensado ao projeto nº 4679/98 do deputado Agnelo Queiroz (PCdoB-DF), que obriga as emissoras de televisão aberta e por assinatura a aplicar legenda ou outro procedimento para auxílio aos portadores de deficiência auditiva aos programas culturais (inclusive os de divulgação musical), educativos, noticiosos e de divulgação política.

As peças publicitárias não estão obrigadas a exibir legendas e os noticiários transmitidos ao vivo podem apresentar apenas um resumo da notícia ao final do programa. As empresas podem inserir legendas ocultas (closed caption) ou exibir sinais da linguagem para deficientes auditivos. De acordo com o texto já aprovado também na comissão de Seguridade Social as empresas terão dois anos para se adequar ao projeto, mesmo período em que todos os televisores vendidos no Brasil com tela de mais de 50 cm medidos na diagonal deverão dispor do dispositivo para decodificação das legendas ocultas. Essa exigência também se aplica aos videocassetes e assemelhados produzidos no País ou importados. Como o projeto ainda precisa ser apreciado na Comissão de Constituição e Justiça e depois em Plenário da casa antes de ser encaminhado ao Senado, essas regras não devem valer para o horário gratuito das eleições de 2002.

PRODUTOS JOVENSA V Filmes assinou contrato com o canal de TV por assinatura AXN para realizar uma série de 11 programas mostrando a preparação da equipe brasileira que irá participar do Eco Challenge 2001, a ser realizado em outubro na Nova Zelândia. As primeiras imagens foram captadas na 5ª etapa do Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura, que aconteceu entre os dias 4 e 5. Foram 28 horas de adrenalina com mountain bike, rappel, cavalgada, escalada, caminhada, trekking e tirolesa não só para os atletas mas também para a equipe da produtora, formada por Rinaldo Lima, Wiland Pinsdorf, Marcelo Miyao e Ricardo Azevedo.

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s c a n n e rUNiFiCAÇÃO

Vânia Santi responde desde o mês passado pela Gerência de Marketing da Rede Bandeirantes. Há sete anos na empresa, Vânia ocupava o cargo de gerente de pesquisa e trabalhou anteriormente em diversas agências de propaganda e veículos. Dentro do processo de reestruturação que está sendo posto em prática na Band, os dois núcleos (pesquisa e planejamento comercial) que eram tutelados pela direção de marketing foram unificados. Vânia agora se desdobra para por em prática toda a sua experiência no departamento unificado.

CORPO PRESENTEDez partes do corpo humano. Um grupo de videoartistas reuniu-se para criar um trabalho coletivo para o Festival do Minuto. A partir do mesmo tema, o corpo humano, cada um selecionou uma parte e desenvolveu sua idéia em um minuto. Juntos, os vídeos do projeto “Corpo presente” formam um apanhado de linguagens e idéias.

Para Almir Almas, um dos integrantes do grupo, o melhor da experiência foi a troca de idéias ao longo do processo. A cada semana, o grupo fazia reuniões para que cada um apresentasse seu ponto de vista e recebesse críticas e sugestões. Segundo a coordenadora do grupo, Lucila Meirelles, o projeto criou

um pequeno Frankenstein formado de “Dentes”, por Kiko Goifman e Claudia Andrade; “Audição”, por inês Cardoso; “Língua”, por Paulo César Soares; “Olhos”, por Marcelo Garcia; “Coração”, por Gabriela Greeb; “Coluna Vertebral”, por Ricardo Pichi Martirani;

“Seios”, por Victor Lema Riqué; “Umbigo”, por Lucila Meirelles; “Quadril”, por Tata Amaral e Rozenblit; e “Pés”, por Almir Almas.

PLÁsTIcOA série de animação “Vida de plástico”, gravada com a utilização de bonecos manipuláveis misturando técnicas de stop motion e computação gráfica, ganha novamente as telinhas com exibição diária na MTV Brasil. Foram produzidos quatro novos episódios: “Zé, o tecnero”, “Juvenal, o paranormal”, “Dona Jacira, a carpideira” e “Cerqueira, o veado”. A série conta com roteiro e vozes de Felipe Xavier e direção de Doca Corbett e foi produzida e finalizada pela Prodigo Films.

cUrTa na TVDepois de oito anos nos palcos gaúchos, a peça “Pois é, vizinha!”, de Deborah Finocchiaro virou um curta-metragem. O filme foi praticamente todo rodado em estúdio, além de outras locações em Porto Alegre. A produção é da Clip Produtora, com direção de Leo Sassen, e integra o projeto de incentivo ao curta-metragem da RBS “TV histórias curtas”, que está patrocinando oito filmes no formato. O curta será exibido dia 10 de novembro pela emissora.

AGENDA CULTURALDurante o encerramento do Encontro de Cinema Paulista, dia 24 de setembro, o presidente da Fundação Padre Anchieta, Jorge da Cunha Lima, anunciou a criação do plim-plim cultural. Em todos os breaks da programação da TV Cultura, haverá a divulgação de eventos culturais, peças, exposições e programação dos filmes nacionais nos cinemas. A intenção é criar um espaço permanente de divulgação da cultura paulista.

A Rede Record reuniu suas

afiliadas em Natal (RN) no mês

passado para afinar as diretrizes

das emissoras. “Queremos ter

uma participação mais efetiva

das regionais na programação

da rede”, preconiza Pedro Luis

Gonzalez, diretor de rede, da

Record. Redemocratização da

cultura, criação e renovação de

talentos, relação mais interativa

entre cabeça-de-rede e afiliadas,

responsabilidade e produção de

material para inserção nacional

estiveram na pauta do encontro.

A rede conta hoje com 64

emissoras. De acordo com Pedro

Luis Gonzalez a regionalização

do satélite foi o meio encontrado

para superar o menor número

de emissoras e concorrer nos

mercados regionais. A próxima

convocação está marcada para

março do ano que vem, em Vitória

Cena de “zé, o tecnero”

Foto

s: Di

vulg

ação

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s c a n n e rANiVERSÁRiO

CiNEMATOGRÁFiCOPara comemorar o aniversário da capital goiana, o Instituto de Cultura e Meio Ambiente (Icumam), presidido pelo cineasta João Batista de Andrade, em parceria com a Prefeitura de Goiânia vão promover a primeira edição do festival Goiânia Mostra Curtas, entre 19 a 24 de outubro, com filmes de até 30 minutos em 16 mm, 35 mm e Betacam.A seleção dos filmes está a cargo da equipe do Icumam, sob a coordenação da produtora Assunção Hernandes, e de Leopoldo Nunes, presidente da ABD Nacional, e Eduardo Benfica, presidente da ABD Goiás.

WALTER AVANCiNiO nome de Walter Avancini está intimamente ligado à história da TV brasileira. O diretor de novelas, que morreu em 26 de setembro, iniciou sua carreira aos nove anos como ator de radionovelas nas Emissoras Associadas. Famoso como diretor de atores, lançou grandes nomes da dramaturgia brasileira como Tarcísio Meira e Regina Duarte. O veterano diretor trabalhou na área de dramaturgia das TV Tupi, Rede Globo, Record, SBT, TV Manchete e Fundação Roquete Pinto. Entre as inúmeras telenovelas que dirigiu destacam-se “Selva de pedra”, “Gabriela, cravo e canela”, “Beto Rockfeller”, “O cravo e a rosa” e a minissérie “Grande sertão: veredas”, todas exibidas pela Globo. Avancini teve de abandonar a direção de “A padroeira” para se dedicar ao tratamento de câncer na próstata, que encerrou sua vitoriosa carreira.

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A Pinnacle Systems anunciou

o lançamento da versão 1.2 do

CinéWave, solução de criação de vídeo

baseada em hardware e software. Para

plataforma Apple Power Mac

G4, o CinéWave trabalha com

vários formatos HD e inclui o

Commotion Pro 4, o Final Cut

Pro 2, o Knoll Light Factory, e

o TARGA Ciné Engine.

Outro produto que a empresa está

lançando no Brasil é o Commotion

Pro 4.0, para pós-produção. O

produto vem agora com novos

recursos de pintura intergrada,

composição e efeitos especiais. Os

clientes que compraram a versão 3.1

após o dia 19 de abril têm direito à

atualização gratuita.

A Pinnacle Systems comprou a divisão

de software de vídeo da alemã Fast

Multimedia. O negócio, no valor de

US$ 15 milhões, estava previsto, até

o fechamento desta edição, para ser

concretizado no início de outubro. Com

a aquisição, a Pinnacle vai ampliar sua

participação no segmento profissional

de edição de vídeo não -linear.

VÁrIas resOLUÇÕes

MaYa eM MacA Alias|Wavefront anunciou o lançamento da nova versão do software de animação 3D Maya para o Mac OS X, o mais recente sistema operacional da Apple. Tecnologias como Animação de Personagens, IPR - Interactive Photorealistic Rendering, a linguagem de programação MEL, além das ferramentas de partículas e dinâmica, também estão disponíveis para esta versão, incluindo-se o suporte para QuickTime. O software está disponível por US$ 7,5 mil (impostos não inclusos), que é o mesmo preço do Maya para as plataformas IRIX, Linux e Windows NT/2000.

InTeGraÇÃO De IMaGensRosa Jonas anunciou em setembro a criação do Grupo Espiralcom, que integra quatro empresas da área de produção de imagens. Além da produtora de comerciais batizada de Enefilmes, fazem parte do grupo a RPJ Estúdios, que conta com três estúdios para locação; a Show Livre Company, associação da produtora com o canal de entretenimento para Internet Show Livre e especializada na produção

de imagens digitais para web; e a Estação 8, produtora de vídeo voltada para o mercado de varejo.

Segundo a diretora executiva Rosa

Jonas, o objetivo da formação do grupo é ampliar a especialização de cada segmento atendido pelas empresas e criar uma coordenação geral, que permita ao mercado melhor compreender os serviços prestados pelo conjunto das empresas.

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PaULIsTas UnIDOsDurante a realização do I Encontro

do Cinema Paulista, entre os dias 21 a 24 de setembro, na Assembléia Legislativa, em São Paulo, os cineastas paulistas buscaram recolocar o cinema nos trilhos. Mais do que

solicitar recursos os profissionais e entidades querem estabelecer políticas consistentes e regras claras para o setor, que estejam vinculadas a pastas além da Cultura. O documento final com as sugestões - entregue ao deputado Walter Feldman, presidente da Assembléia Legislativa - está disponível no site da Tela Viva.

s c a n n e rPAixÃO VELOZ

Apaixonados pela F1, os jornalistas Eduardo Correa e Luiz Alberto Pandini - que há muitos anos dedicam horas à pesquisa histórica deste esporte - colocaram na web o site GPtotal (www.gptotal.com.br), criado para levar ao público histórias curiosas e opiniões sobre as aventuras em alta velocidade.

MiSSõESTrabalhando ao lado da produtora executiva Rosa Jonas há seis anos, a produtora Tatiana Shibuya tem uma nova missão. Agora ela é diretora executiva da Enefilmes, o braço dedicado à produção comercial do grupo Espiralcom (leia Scanner). As mudanças na Enefilmes, atingiram sua estrutura interna. Agora cada diretor passa a ter sob sua coordenação uma equipe de produção e atendimento, composta por pessoas escolhidas por eles. Além de Tatiana, outra pessoa fundamental na nova estrutura é Rodrigo Pedreira. Idealizador do site ShowLivre.com, que tem o maior acervo musical da web, Rodrigo transformou sua idéia em uma produtora especializada na criação de tecnologia e imagens. Além de veicular uma ampla agenda de shows na Internet, a produtora está oferecendo soluções em crossmedia para agências, com tecnologia desenvolvida para o site.

CONSULTORiASergio Dourado acaba de montar a Media Solutions, em São Paulo, para atender ao mercado de broadcasting e distance learning baseado em vídeo. Além disso passou a representar o software Maya, da Alias|Wavefront.

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IncenTIVOs DIGITaIsO presidente da Anatel, Renato Guerreiro, disse que a agência está estudando, com os ministérios de Relações Exteriores, Ciência e Tecnologia e Indústria e Comércio, medidas de incentivo fiscal e financiamentos para a implantação da TV digital no Brasil. Estas medidas já foram discutidas com empresas de radiodifusão como Bandeirantes, Record, Globo, SBT e TV Cultura, e com as associações de fabricantes de transmissores e receptores. Segundo Guerreiro, é importante que haja fabricação de transmissores e receptores no Brasil, por isso estuda-se um financiamento, possivelmente pelo BNDES, para a indústria. O financiamento deve ser estendido aos usuários e às empresas de radiodifusão, para que possam instalar transmissores digitais.

Depois que a Anatel terminar a análise da consulta pública ao relatório de TV digital, colocará outros dois documentos para comentários do mercado, provavelmente, ainda neste mês. Um deles trará os modelos de negócios que serão possíveis com a plataforma digital. O outro documento é o modelo de transição da TV analógica para a TV digital, que trará como novidade o “plano de indução da digitalização”, que nada mais é do que a definição das áreas onde a digitalização deve

ocorrer primeiro. Os documentos devem ficar em consulta pública por um mês. Encerrado esse processo, a agência anunciará o padrão escolhido, o modelo de negócios adotado e como será a transição. Guerreiro espera que o anúncio possa ser feito em dezembro. “Mas se não for em dezembro, pode ser no início do ano que vem, porque isso não prejudicará o processo.”

Rosa Jonas

Tatiana e Rodrigo

PELE DE BEB A Johnson’s está ampliando o público alvo de seus sabonetes infantis com uma nova campanha criada pela Lowe Lintas. O filme pretende atingir adolescentes e pré-adolescentes mostrando várias garotas em uma festa. Chega um menino e começa a cumprimentá-las com beijinho. Até que encontra aquela que usa o sabonete e não resiste: não consegue mais parar de beijar. A direção é de Rodrigo Pesavento, da Companhia

Ilustrada, e a criação de Maurício Machado e Marco Cremona.

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Mônica Teixeira*

Expo r t a r , impo r t a r e

co - p roduz i r . F i lme s , s é r i e s ,

s e r i ado s , documen tá r i o s e

nove l a s e s t ão na s p ra t e l e i r a s

da M IPCoM, uma da s ma io r e s

f e i r a s de p rog ramação de

t e l e v i s ão que a con t e cem ao

r edo r do mundo e que r eúne

o s p r i n c i pa i s p rodu to r e s

de vá r i o s can to s do p l ane ta .

Este mês, a cidade francesa de Cannes sedia a MIPCOM, onde muitos acordos internacionais na área de programação de TV são fechados. “Grandes feiras como a MIPCOM reúnem representantes de toda a indústria audiovisual internacional. São grandes vitrines e constituem excelente oportunidade para troca de informações e negócios”, avalia Carlos Alberto Simonetti, diretor de vendas da Globo Internacional.A participação das emissoras brasileiras no evento este ano não vai ser tão efetiva quanto em edições anteriores. A

crise econômica, aliada à incerteza quanto à nova taxação baixada por decreto no mês passado, são as causas mais prováveis da deserção. Mas as emissoras alegam outros motivos. A Gazeta, por exemplo, diz que a feira coincide com a estréia da nova programação. No final de setembro, a emissora estreou um novo segmento em sua programação noturna. Através de um acordo com a Fox, passou a exibir os episódios do ano I das séries “Ally McBeal” e “Millennium”.A Bandeirantes e a Globo confirmaram presença na feira. Para a Globo é mais uma oportunidade de promover a venda de novelas no exterior. Apesar de disponibilizar todo o acervo de produções para a comercialização, os lançamentos para o mercado externo são a série “Os Maias”, adaptação de Maria Adelaide do Amaral do romance de Eça de Queiroz, e a novela adolescente “Malhação”, que já foi batizada em inglês como “Young hearts”.Para o diretor da Globo Internacional, a expectativa é grande: ‘“Os Maias’ é uma superprodução e esperamos que conquiste o horário nobre de vários países”. Os preços não são revelados, pois dependem de algumas variáveis, como o tamanho do mercado publicitário no país, a audiência do canal, o horário de veiculação em TV aberta ou fechada.Dentro da filosofia que FHC vem pregando nos últimos tempos,

“exportar para não morrer”, a TV Globo Internacional tem até um departamento responsável pela adequação das produções brasileiras ao mercado externo, incluindo a edição, titulação e, em alguns casos, a dublagem (normalmente para o espanhol). “Além disso, estaremos oferecendo também os direitos de transmissão do carnaval 2002”, complementa Simonetti. “Por enquanto, a maioria dos produtos comercializados através da Divisão Internacional da TV Globo pertencem ao gênero dramaturgia, mas estamos investindo em outros formatos para oferecer novos produtos baseados em informação e entretenimento de um modo geral, como por exemplo documentários e grandes eventos.”A emissora já está produzindo uma série com 20 documentários de 40 a 45 minutos cada, chamada “Documento Brasil”, atualmente em fase de edição. Os programas vão enfocar importantes aspectos da natureza brasileira como as bacias hidrográficas do São Francisco, do Parnaíba e do Paraná, a fauna e a flora do Brasil.Não é só a TV Globo que exporta suas produções. A série “Castelo Rá-Tim-Bum” da TV Cultura, produzida em 1995, foi vendida para vários países da América Latina. Walter Silveira, diretor de programação

C A P A

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OPOrTUnIDaDe De neGÓcIOs

OPOrTUnIDaDe De neGÓcIOs

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da emissora afirma que a TV Cultura vai continuar buscando mercados internacionais. “Todos os nossos documentários e alguns programas foram produzidos com banda internacional vislumbrando uma possível comercialização no mercado externo.A Rede Record também já exportou para Portugal. Agora, está em busca das comunidades de língua portuguesa nos Estados Unidos e Japão e estuda uma parceria de produção com um grupo lusitano. Marcus Vinícius Chisco, diretor de novos negócios, diz que a emissora pretende aproveitar, ao máximo, o seu casting. “Temos um elenco fantástico e uma programação estruturada. Partiremos agora para a expansão e fortificação da marca Record no Brasil e no exterior, com a criação de uma emissora a cabo para comunidades de língua portuguesa.” O programa Raul Gil já é exibido na África do Sul pela TV Miramar com excelentes índices de audiência. E a novela “Marcas da paixão”, produção de 2000, também foi vista pelos portugueses.

te r reno fé r t i l

Já para a Bandeirantes, outra tradicional participante das feiras internacionais de programação, a venda de produtos não é o principal objetivo. Nos últimos anos, a emissora não tem participado como vendedora. Este ano, o interesse maior está voltado para a compra de filmes de longa-metragem. Mas não descarta a busca de parcerias. “A busca por boas parcerias é constante, especialmente bons distribuidores de filmes e demais programas de TV. Geralmente, durante as feiras, as negociações evoluem, mas a Bandeirantes não tem o hábito

de fechar negócio em uma única reunião”, esclarece o departamento de comunicação da emissora. Na área jornalística, a Bandeirantes fechou, em julho passado, uma parceria com a agência internacional de notícias Reuters. A emissora brasileira recebe material internacional e, em contrapartida, cede imagens de fatos jornalísticos brasileiros.Para a Globo, a feira também é uma oportunidade para identificar parcerias. “As co-produções, como a que estamos realizando com a Telemundo, visando o lançamento de produções voltadas exclusivamente para o mercado internacional, são um exemplo do que pretendemos”, diz Simonetti.Recentemente, a Globo fechou um acordo com a empresa holandesa Endemol Entertainment para a produção de programas para o mercado brasileiro de televisão.

A Globo passou a ter direitos exclusivos de produção, no Brasil, de programas do catálogo da Endemol, que conta com mais de 400 títulos. Entre eles, programas da chamada TV realidade, como o “Big brother”. A nova empresa, Endemol-Globo S/A, é uma companhia com participação igualitária entre a Globo e a Endemol. Inicialmente, a empresa está focada no mercado brasileiro, mas no futuro deverá ampliar seus negócios com o desenvolvimento de programas para o mercado externo. “Encontros internacionais como o MIPCOM são férteis em termos de idéias e, por este motivo, não descartamos a possibilidade de acontecerem novas parcerias”, diz Simonetti. São o primeiro passo para que novas produções brasileiras sejam vistas, em breve, por telespectadores do outro lado do mundo.

* Colaborou Felipe Catão

T E L A V I V A o u T u b r o D E 2 0 0 1 1 1

P r O D U T O D e e X P O r T a Ç Ã OO Brasil é um dos maiores exportadores

de telenovelas do mundo. Milhares de

russos, hispânicos, portugueses e até

povos de países desconhecidos pela

maioria ligam diariamente a televisão

para acompanhar as histórias em capítu-

los produzidas com o jeitinho brasileiro.

O gênero começou a fazer sucesso no

exterior há muito tempo. A

novela “O bem amado” foi

comercializada em 1973

para o Uruguai e México.

Foi a primeira incursão da

TV Globo no mercado interna-

cional. De lá pra cá, as nove-

las brasileiras conquistaram o

mundo: de países conhecidos

como Canadá, Estados Unidos,

Cuba e Rússia aos longínquos

Latvia, Mali e Oman, que muitos

de nós nem sabem onde ficam.

Atualmente, as produções brasileiras

estão em exibição em mais de 150

países. “Terra nostra”, de Benedito

Ruy Barbosa, alcançou altos índices de

audiência nos mercados em que foi exi-

bida. Nos EUA, a Telemundo, superou

por várias vezes a concorrente Univi-

sion, com quem disputa o público his-

pânico, e até a rede americana ABC, em

Miami. Na Itália, conquistou a audiência

italiana, levando a emissora Retequat-

tro do sexto para o terceiro

lugar no horário.

Na Espanha, exibida pela TVE,

à tarde e com duas horas de

duração, o capítulo com a

morte do filho do casal Matteo

e Giuliana, vítima

de difteria, teve audiência média

de 32 pontos, atingindo 36 pontos

de pico.

Mas até agora, nenhuma novela

fez tanto sucesso quanto “Escra-

va Isaura”,

de 1976, exportada para 78 países.

E ainda não dá sinais de envelhecer.

Recentemente, ela foi vendida

Cenas de “Terra nostra” e “Escrava Isaura”

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Lizandra aLMeida *

A venda de equipamentos

prof i ss ionais de v ídeo vem

crescendo com as ex igênc ias

do MEC para os cursos de

comunicação. As un ivers idades

par t icu lares de todo o País têm se

revelado um mercado promissor

para as empresas revendedoras

de equipamentos audiov isuais .

O crescimento da oferta de cursos de comunicação e as exigências do Ministério da Educação e Cultura (MEC) quanto à qualidade das aulas práticas nestes cursos, com equipamentos atualizados, têm feito com que universidades de todos os portes invistam grandes montantes na criação e atualização de seus laboratórios audiovisuais. Segundo Sady Ros, gerente de marketing e vendas da Tecnovídeo, empresa representante da JVC, “as universidades que mais têm investido não são as mais tradicionais, mas as de pólos econômicos do interior”. Além disso, a maioria dos investimentos tem sido canalizada para equipamentos digitais de alta qualidade, de captação, edição e animação gráfica. Outro motivo que tem estimulado a aquisição de equipamentos de ponta

é a expansão da TV a cabo. Com a possibilidade de abertura de canais universitários estabelecida pela Lei do Cabo, muitas universidades estão criando verdadeiros complexos profissionais que visam atender os alunos e também colocar no ar os canais. É o caso, por exemplo, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), no Rio Grande do Sul, que inaugurou em setembro o segundo prédio de laboratórios audiovisuais de seu campus. Os investimentos somaram cerca de US$ 600 mil apenas em equipamentos, sem contar os custos das obras do novo prédio. A universidade começou a investir em equipamentos em 1996, construindo três estúdios e adquirindo câmeras e ilhas JVC analógicas. Com o aumento do número de alunos - que era de 600 e agora chega a 980, divididos nos cursos de Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade - aliado ao interesse em explorar a TV universitária e a projetos de ensino à distância, a universidade criou o Centro de Teledifusão Educacional (Cetel). Em seu parque, o Cetel conta com um caminhão para externas, seis câmeras, ilhas não-lineares e cinco laboratórios de informática equipados com micros iMac.Os alunos utilizam as instalações em projetos curriculares e participam da TV universitária como estagiários. Segundo

M E R C A D O

T E L A V I V A N o V E M b r o D E 2 0 0 11 �

LaBOraTÓrIOs HIGH-enD

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o coordenador do Cetel, Paulo Renato Cancian, a universidade também está fechando um acordo com a Câmara Municipal de Caxias do Sul para operar a TV Legislativa, aproveitando a estrutura já existente. A equipe da TV universitária produz cinco horas diárias de programação, que vai ao ar do meio-dia às 14 horas e das 19h30 às 22h30. Nos demais períodos, entra no ar a programação da STV (Senac). Com o caminhão de externas com transmissão por microondas, a universidade ainda presta serviços a terceiros.

pacote completo

Para as empresas que vendem equipamentos, o novo mercado aberto pelas universidades representa mais do que um novo nicho. Em geral, as empresas são chamadas a elaborar um projeto completo, começando do zero, o que permite a total integração entre os diversos equipamentos e o uso de uma linha única de produtos. Meire Braga, do departamento de vendas da AD Vídeo Tech, diz que vem sentindo o crescimento dessa demanda há cerca de um ano. “De lá para cá, já elaboramos uns cinco projetos completos. O bom é que vendemos os equipamentos, instalamos, deixamos tudo funcionando e ainda treinamos o pessoal.” Sady Ros concorda: “Costumamos vender o pacote todo, ao contrário do que acontece com as emissoras, que vão comprando aos poucos”.Para Jaime Fernando Ferreira, gerente de vendas da Thomson Multimídia (ex-Philips), o ano passado foi muito bom em vendas para o setor. Entre as universidades que mais investiram em equipamentos da empresa está a Universidade do Vale do Sinos (Unisinos), de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. “Esse foi realmente um caso especial. Os equipamentos adquiridos são top de linha, com saída broadcast. Com eles, é possível fazer projetos culturais e programas para TV aberta e cabo”, comenta.Alexandre Kirin, coordenador dos cursos de comunicação da Unisinos, explica

que o projeto é mais abrangente: “Criamos um verdadeiro complexo de teledifusão, que abrange os laboratórios e a TV universitária”. Para o curso de Jornalismo, foi implantada a primeira redação eletrônica brasileira. “Estamos desenvolvendo um novo conceito, que pretende fazer com que nossos alunos sejam ao mesmo tempo repórteres e editores. Para isso, colocamos 25 micros em rede, que servem tanto para a edição de texto quanto de imagens, rodando com Adobe Premiere, nos quais os alunos podem editar suas próprias matérias”, explica Kirin.O projeto da Unisinos pretende adequar a tecnologia às necessidades de cada momento da vida universitária. Assim, no primeiro semestre eles têm acesso a câmeras de estúdio VHS e aprendem noções básicas de corte e câmera. No terceiro semestre, passam a usar as câmeras digitais DSR-300 da Sony. O parque adquirido para a TV universitária, por sua vez, utiliza o sistema digital da Philips, com central técnica, masterização, software para manter a programação no ar e câmeras DVCPRO50, com alta resolução de vídeo e qualidade broadcast. Como a TV a cabo ainda não chegou a São Leopoldo, a TV universitária já está em funcionamento na forma de um circuito interno de TV que percorre os 90 hectares do campus. São 300 pontos de recepção que, segundo Kirin, atingem um público de 35 mil pessoas. “Temos uma audiência concentrada, com um público extremamente crítico. Assim, vamos desenvolvendo nossos programas com qualidade técnica e de conteúdo e colocando no ar para a apreciação desse público. Quando pudermos veicular nosso material amplamente, já teremos uma programação consolidada”, acredita.As primeiras experiências têm sido bem sucedidas. O programa “Zinco quente”, dirigido ao público jovem, vem sendo exibido pela TV PUC de São Paulo. Além dos equipamentos de captação e edição, a TV universitária tem um estúdio com três câmeras, grid de iluminação quente e fria,

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isolamento acústico, switcher Philips DD10 (com entrada para 16 canais de vídeo), equipamentos de efeito e geração de caracteres, mesa de áudio digital, duas ilhas off line e duas online, todas digitais. A operação da TV universitária, porém, é feita por profissionais. Alexandre Kirin acredita que os alunos têm de ser preparados paulatinamente. “Eles vão avançando a partir do VHS até chegar ao nível do estágio, no último ano, quando têm a chance de participar da TV universitária. Os estágios são curriculares ou remunerados e cumprem um programa que deve ser seguido à risca.”

prof iss iona is

A Universidade do Vale do Paraíba (Univap), em São José dos Campos (interior de São Paulo), também remodelou recentemente suas instalações com equipamentos Philips. As novas aquisições visam principalmente atender à produção de programas de TV, que já são veiculados na Rede Vida e na Rede Canção Nova, ambas via satélite e de caráter religioso. Os alunos contam com laboratórios equipados com câmeras e ilhas Beta e S-VHS. Quem se interessa em ingressar na equipe de produção faz um curso prático especial, fora do período de aulas. Fernando Moreira, coordenador dos laboratórios e da produtora, conta que a TV a cabo só chegou a São José dos Campos no ano passado e que a divisão dos espaços ainda não está definida. A Univap pretende produzir novos programas para essa mídia, mas enxerga além do formato vídeo. Entre os novos equipamentos adquiridos, estão uma câmera portátil, três VTs e um player para a ilha não-linear, que se somam às oito câmeras digitais já existentes. A intenção é explorar todas as mídias possíveis. O núcleo de novas tecnologias está ligado diretamente à reitoria da universidade e também pretende produzir materiais em DVD, CD-ROM e Internet, além

de organizar eventos com o uso da videoconferência e do uplink que a Univap já possui. Em Campo Grande (MS), a Universidade Dom Bosco (UCDB) também fez aquisições para os laboratórios que atendem seus cursos de rádio e TV, publicidade, jornalismo e relações públicas. Investindo em tecnologia digital JVC, a UCDB adquiriu uma ilha digital não-linear, duas câmeras para externas e mais duas estações de edição Media 100. A estrutura já contava com outras três câmeras de externa e três de estúdio, uma ilha digital e uma estação Silicon Graphics com Adobe Premiere. A UCDB também participa da TV universitária local, gravando à tarde - fora do período de aulas - os programas que contam com a participação de alunos. A AD Video Tech representa diferentes marcas de equipamentos, entre elas Sony, Pinnacle e Panasonic. Um de seus projetos mais recentes foi a implantação do laboratório de TV da Unifieo (Centro Universitário Fundação Instituto de Ensino para Osasco). O laboratório foi desenvolvido todo em formato digital, com várias câmeras DVCAM Sony para estúdio e externas, acessórios, teleprompter, switcher, mesa de efeitos, gerador de caracteres e mixer de áudio e luz fria. A estrutura também incorporou um sistema de pós-produção Crypton, rodando em PC com placa de captura Pinnacle. A faculdade tem cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda.Com a cobrança constante estabelecida pelo Provão e devido ao fato de muitas cidades ainda não contarem com infra-estrutura de TV a cabo, os investimentos em equipamentos por parte de universidades ainda deve continuar. Sem contar a necessidade de atualização, diante de uma tecnologia que em pouco tempo se supera. Mesmo diante da crise econômica, o mercado acaba encontrando saídas.

*Colaborou Paulo Boccato

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Não disponivel

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edyLiTa FaLgeTano eSaMueL PoSSebon

MP DA DISCÓRDIAA pub l i ca ção da med ida

p rov i s ó r i a pa ra i n cen t i va r a

p rodução c i nema tog rá f i ca no

b ra s i l de sag rada a ma io r i a

do s s egmen to s envo l v i do s no

t ex t o . En t i dade s e a s so c i a çõe s

começam a de f i n i r e s t r a t ég i a s

pa ra m i n im i za r o s e f e i t o s

que a s pe sada s t axaçõe s

t e r i am no s s e t o r e s .

Para que a promulgação da medida provisória para a criação de incenti-vos à produção cinematográfica se enquadrasse dentro das regras que permitem sua ilimitada reedição até que o Congresso aprove o texto final, a Casa Civil excluiu o broadcasting do texto. Mas a edição da MP 2.228/01, publicada no dia 6 de setembro passa-do, continua suscitando polêmica pela imposição de pesadas taxas às pro-gramadoras e operadoras de TV paga, ao setor de distribuição, exibição e também de homevideo. E nada impede que a radiodifusão volte a ser incluída na lei de proteção ao cinema, embora a expressão “audiovisual” tenha sido eliminada do texto. A medida criou a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Conselho Superior de Cinema (Concine). A Ancine ficará sob a égide da Casa Civil nos 12 primeiros meses de sua criação e após este período será subordinada ao Ministério do Desenvolvimento. O Concine terá sete membros do gov-

erno (representando Casa Civil, minis-térios do Desenvolvimento, Cultura, Comunicações, Fazenda, Relações Exteriores e Justiça) e cinco repre-sentantes da indústria cinematográfica e videofonográfica, nomeados pelo presidente por decreto. As políticas aprovadas pelo conselho serão aplicadas pela Ancine, que tem poder normativo sobre as atividades de produção, programação, distribuição, promoção, publicidade, exibição, difusão e veiculação das obras cinematográficas e video-fonográficas no Brasil; e tem também poderes de fiscalização e sanção (poderá aplicar multas). Cabe à agência a atividade de autori-zar a veiculação de obra publicitária estrangeira (necessariamente adap-tada); autorizar a produção de obra cinematográfica e videofonográfica estrangeira no Brasil; certificar produ-tos audiovisuais e cinematográficos brasileiros; e registrar empresas nacio-nais ou estrangeiras de produção,

distribuição e exibição de obras cin-ematográficas e audiovisuais. A Ancine terá cinco diretores, com mandato de quatro anos não coincidentes, indicados pelo presi-dente e ratificados pelo Senado. O presidente da Ancine será escolhido pelo presidente da República. Qualquer obra cinematográfica e video-fonográfica, comercial ou publicitária exibida no Brasil, pagará uma contribuição, a Condecine (Contribuição Nacional para o Desenvolvimento da Indústria do Cinema), e são estes recursos que financiarão as atividades da Ancine e ajudarão a compor o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Cinema Nacional (Prodecine).A Condecine será paga por mídia onde a obra for exibida e também haverá a cobrança de 11% sobre as remessas de rendimentos obtidos com obras estrangei-ras em território nacional. Mesmo as obras constantes em canais estrangeiros exibidos no Brasil pagarão a Condecine, qualquer que seja o veículo de entrega. Quem paga a taxa é a empresa detentora dos direitos de exploração comercial ou exibição. E aí começa a confusão.

quebrade i ra

As empresas ligadas à exibição de cine-ma, distribuição de filmes e para homevi-deo e as locadoras de vídeo estão se artic-ulando para apresentar a propositura de emenda à medida assinada por Fernando Henrique Cardoso. A alegação é a mesma dos programadores e operadores de TV por assinatura: a ameaça a esses segmen-tos devido às taxas impostas. Embora esses grupos tenham a esperança de reverter o quadro realizando um trab-alho em nível legislativo, não estão des-cartadas medidas judiciais para derrubar a lei. “As empresas de pequeno e médio porte do setor de exibição, distribuição e locação não têm como arcar com as absurdas taxas e multas previstas na MP 2.228/01”, alega Alberto Bitelli, presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas, Vídeo e Similares do Estado de São Paulo, engrossando o coro comandado por Abel

L E G I S L A Ç Ã O

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Puig, diretor geral da Fox do Brasil e presidente da TAP Brasil (associação que congrega programadores que não produzem localmente, mas que são a principal fonte de conteúdo para cerca de 1,4 milhão de assinantes de TV), que considera que “a situação é gravíssima, uma vez que a medida provisória do cinema inviabiliza a pre-sença dos programadores internacio-nais no País”.Do alto de seus 50 anos de atuação no mercado cinematográfico, Alberto Bitelli diz que a MP é um retrocesso e que vai gerar a quebra de muitas empresas e conseqüente desemprego. “Já assisti a este filme antes, quando a protagonista era a Embrafilme.”

debate

O setor publicitário também será afetado. Comerciais cujo custo de produção exceder a R$ 500 deverão pagar a Condecine para serem veicula-dos em cada uma das mídias. Embora contatadas, as associações representa-

tivas dos publicitários e anunciantes - Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap) e Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) - não revelaram como pretendem reagir às imposições legais. Adilson Borges de Queiroz, presidente da Associação dos Profissionais de Propaganda (APP), pretende endossar a decisão da Abap, presidida nacionalmente por Sergio Amado.A MP do cinema já tramita na Câmara dos Deputados para ser transformada em lei. A tramitação permite alter-ações de texto, que serão votadas pelas comissões de análise do texto (ainda não está oficialmente criada a comissão mista de análise) e pelo plenário. Até agora, foram propostas uma emenda do deputado Carlos Batata (PSDB-PE), uma do deputado Luiz Piauhylino (PSDB-PE) e três do deputado Geraldo Magela (PT-DF). As emendas do deputado Magela propõem que a sede da Ancine seja em Brasília (e não no Rio, como prevê a MP), que as salas de exibição sejam

obrigadas a exibir curtas nacionais quando não estiverem exibindo longas brasileiros e que 15% da Condecine (a contribuição para o desenvolvimento da indústria cin-ematográfica) sejam destinados às ativi-dades de fomento do Ministério da Cultura. A proposta do deputado Piauhylino revê a redação do artigo 39 da MP, que dá isenção da Condecine para casos em que a pro-gramação seja obrigatória. As cotas de tela tanto para as salas de exibição quanto para as loca-doras de vídeo serão definidas por decreto. Mas o texto da MP não isenta as outras mídias. O texto da MP do cinema foi aprovado pela Presidência da República sem que diversos segmentos do mercado audio-visual nacional tivessem sido ouvidos. Eles agora querem debater com os par-lamentares as implicações e o impacto que as medidas apressada-mente aprovadas terão caso a redação final não leve em consid-eração as suas propostas.

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Lizandra de Almeida( making of )

Com o sugestivo nome de “Maridos ideais”, o filme feito pela Movi & Art para o sabão em pó Ariel atinge em cheio as mulheres cujos maridos reais não estão nem aí para o trabalho doméstico. Depois de concluir que a mulher do filme é um desses casos, o locutor pergunta se o caso é de separação. Como ela (meio em dúvida) acha que não, o locutor sugere que ela use o sabão Ariel com “maridos ideais”. Assim que ela joga o sabão na água, entra a trilha musical. Ao som de “Macho men”, hit dos anos 70 do

grupo Village People, cada grão se transforma em um homenzinho, que nada em direção a uma rede de trama aberta. A rede, na verdade, é o tecido de uma camiseta, que os micro-homens têm de esfregar. São muitos, que vão esfregando com escovas e outros objetos. Antes escuros (representando uma mancha existente na camiseta) os cordões vão se tornando brancos. “Os maridos ideais têm um cinto de mil utilidades que inclui tudo o que é usado para lavar roupa além do sabão. Isso mostra

que não é preciso usar nada além do Ariel”, explica um dos criadores do filme, Eduardo Martins. “A camiseta também tem uma lista vermelha, para mostrar que o sabão preserva a cor”, completa.Os homenzinhos estão todos vestidos com um macacão branco, cheio de utensílios pendurados, e botas brancas de borracha. Um misto de frentista com açougueiro - todos são musculosos e bonitões. Segundo o diretor Ricardo Van Steen, muitos são mergulhadores e outros são lutadores que também têm bom desempenho aquático.

Maridos irreais

As filmagens subaquáticas foram

feitas em uma das piscinas do

complexo do Ibirapuera, em São

Paulo. A piscina, usada para

saltos, tem cerca de oito metros

de profun-

didade. Seu

fundo foi

revestido

com um teci-

do azul para

esconder

os azulejos

e parecer o

interior da máquina de lavar.

Além do tratamento visual, a

piscina foi preparada para susten-

tar a imensa trama, que simula

as fibras de algodão da camiseta

muitas vezes ampliadas. Foi pre-

ciso criar uma estrutura externa

de aço e ferro para suportar as

duas toneladas de rede, criada em

espuma e fio de náilon. “Recebe-

mos quatro sug-

estões e escol-

hemos esta, que

nos pareceu bem

real. Na verdade,

são apenas ped-

aços de espuma

cortados com

estilete”, conta

Van Steen. Depois de submersa,

a trama se tornou ainda mais

pesada. “O mais difícil foi manter

as fibras esticadas, criar uma ten-

são”, explica o diretor.

E S T R U T U R A F I R M ECliente Procter & Gamble Produto sabão em pó ArielAgênciaF/Nazca Dir. de Criação Fábio Fernandes Criação Fábio Fernandes e Eduardo MartinsProdutora Movi & Art DireçãoRicardo Van Steen Direção de Arte Marcos Sachs Fotografia André Motugno Montagem Umberto Martins Pós-produção Casablanca TrilhaEstúdio Tesis

f i c h a t é c n i c a

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T E L A V I V A o u T u b r o D E 2 0 0 1 2 1

Para filmar embaixo da água, foram

utilizados equipamentos especiais

que permitiam ao diretor estabel-

ecer alguma comunicação com os

atores aquáticos. Apesar do uso de

alto-falantes, a comunicação ainda

foi bastante difícil. “Fora do País

existem piscinas adaptadas como

estúdio, nos quais é possível falar

e ouvir. Fizemos as adaptações

possíveis para conseguirmos nos

comunicar embaixo d’água. No fim,

sempre conseguimos fazer o que é

pedido, mas com um pouco mais de

sofrimento”, diz Van Steen.

As cenas filmadas foram planos mais

fechados, onde apareciam poucos

personagens. Os planos mais abertos

foram compostos em computação grá-

fica, pela equipe da Casablanca.

“A filmagem concentrou-se em cada

personagem, perto da trama, esfre-

gando ou, no início, nadando em

direção a ela. Depois colocamos todos

eles na mesma cena, em planos mais

abertos”, explica Bibinho, que coord-

enou o processo de finalização.

As cenas ainda foram enriqueci-

das com dezenas de layers

adicionais. Bolhas, espuma,

partículas em 3D e até

mesmo a sujeira da camiseta

foram criadas em computa-

ção gráfica para dar mais

realismo à idéia. “No planeja-

mento, estávamos em dúvida

se deveríamos filmar a trama

suja e limpar na computação

ou o contrário. Decidimos

filmar a trama limpa e sujar

depois. Assim, conforme

os homens iam limpando,

apagávamos o que nós mes-

mos tínhamos criado”,

diz Bibinho. Até mesmo a sujeira

pesada que os homens removem -

parecendo verdadeiras cracas -

foi modelada em 3D.

S E M S U J E I R A

Outra dúvida que complicou o tra-

balho da equipe de computação

gráfica, foi a maneira como os

homenzinhos deveriam surgir.

A princípio, cada homem saía de

dentro de um floco de sabão em

pó. O resultado, porém, não agra-

dou. “Parecia que os

flocos eram pequenos

ovos”, conta Bibinho.

“Mas depois chegou-se

à conclusão de que os

próprios flocos eram os

homens, então tivemos

de refazer toda a cena

em que eles surgem”, explica.

Como o dia estava muito nubla-

do e frio, as imagens também

tiveram de ser trabalhadas

quanto à cor. “Telecinamos em

vários tons para escolher qual o

mais próximo do desejado”, diz

o finalizador. “Esse trabalho de

finalização foi heróico”, comenta

o diretor. “Além de gerar várias

imagens do zero e trabalhar

com água, que é sempre muito

difícil, tivemos muitas alterações

que foram feitas com a maior

paciência e qualidade”, conclui.

P A C I ê N C I A H E R Ó I C A

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T E L A V I V A o u T u b r o D E 2 0 0 12 2

Quem trabalha ao lado da produtora Lídia Perez não acredita. Como ela pode

estar tão calma? Afinal, quem faz produção está sempre correndo, tem de resolver imprevistos de últi-ma hora e correr atrás daquele negó-cio fantástico para realizar a idéia brilhante que o diretor acabou de ter. Em produção, lidamos com mui-

tas variáveis — prazo, orçamento,

qualidade, necessidade de viabilizar

o que foi pedido. Por isso, temos

de tratar com um monte de fornece-

dores. Se estivermos estressados,

passamos isso para os outros

e aí não sai nada mesmo.Lídia começou sua carreira de produtora na década de 80, na Mik-som. No começo, nem imaginava ter uma atividade free lance e correr de um lado para o outro, como faz hoje. Suas atividades atuais vão da produção de eventos à redação de artigos para uma revista de música. Da organização de cerimoniais com o presidente da República à divulgação de eventos under-ground, como uma convenção de tatuagem. A faculdade não ensina

você a se organizar para ter um

trabalho que não seja um emprego.

Estudei publicidade e sempre

achei que fosse trabalhar num

lugar só, registrada. Quando temos

de encarar o mercado e viver a

incerteza de ser frila, não tem a

mínima idéia do que vai encontrar.

A faculdade não ensina à pessoa

que ela pode ter de administrar

sua própria vida, sozinha. Um den-

tista precisa saber contabilidade e

finanças para ter seu consultório,

um médico também. A faculdade

não oferece outra opção que não

seja ser empregado.

Lídia começou como funcionária. Em seu primeiro emprego, era produtora de audiovisual. Trabal-hava com multivisão, aquele con-junto de projetores de slides que há pouco mais de dez anos era o auge da tecnologia e hoje parece ser absolutamente primitivo. Fazíamos

apresentações nas quais era preciso

sincronizar até 30 projetores. Não

havia computação gráfica e toda a

truca era feita no próprio slide, com

recursos fotográficos. O vídeo tor-

nou tudo mais fácil e rápido.

Depois de quatro anos na área, veio o momento de ruptura que interrompeu os planos de pratica-mente todos os que trabalhavam em audiovisual. É até redundante falar do Plano Collor. A Miksom tinha uns 300

funcionários registrados na época,

nada era terceirizado. Então demiti-

ram 80% do pessoal. O mercado

simplesmente parou. Fiquei cho-

cada, sem emprego, mas sabia

que não tinha nada a ver comigo,

pessoalmente. Estava todo mundo

em um auditório, foi mesmo uma

demissão coletiva.Diante da tragédia, Lídia mudou de lado. Como tinha feito pós-gradu-ação em marketing, foi trabalhar no departamento de marketing da Dunkin’ Donuts. Foi muito divertido virar cliente

e ainda trabalhar com a DM9, quan-

do o Nizan [Guanaes]

estava no auge e criou uma cam-

panha superpolêmica para

a marca, gozando as dietas.

Outros quatro anos se passaram e então Lídia mudou novamente de área. Passou a trabalhar com

Foto

s: Ge

rson

Gar

gala

ka

Lizandra de aLMeida

F I G U R A

A PRODUÇÃO ZEN DE LÍDIA PEREZ

Page 23: Revista Tela Viva  110 - outubro 2001

produção artística e de eventos, na produtora de Luís Schiavon (ex-RPM). Ao mesmo tempo em que produzia shows de Agnaldo Rayol, organizava conferências para grandes empresas.Essa incursão pelo mundo dos even-tos trouxe a experiência que hoje permite que ela produza qualquer coisa. Em um evento, o produ-tor pode ter de fazer produção executiva de um vídeo, produção de objetos, pesquisa, contratar ser-viços de Internet ou multimídia e ainda integrar todas as outras partes: local, decoração, comida. A maior

preocupação é que corra tudo

bem. Quem vai assistir ao evento

não sabe de toda a loucura que vai

pelos bastidores. E nós temos de

contornar todos os problemas. Se

eu não mantiver a calma, não con-

sigo achar a saída.

Mulher agenda — Lídia espe-cializou-se em resolver problemas. E foi reunindo contatos e mais contatos em sua agenda. Tanto que hoje amigos a procuram para pedir dicas para as coisas mais prosaicas. O que para muita gente

é complicado, para quem faz

produção é fichinha. Então tem

gente que me liga para saber se

conheço alguém que pode ajudar

a encontrar um apartamento. Aí eu

indico um outro amigo, que tem

uma imobiliária. Já tive um monte

de clientes e outro tanto de for-

necedores. E sempre fico amiga

de todo mundo. Então sempre

posso colocar pessoas com inter-

esses comuns em contato. O que

eu gosto mesmo é de ver as pes-

soas felizes. Se posso unir dois

amigos e fazer os dois felizes, tem

coisa melhor?

Mas a adaptação a essa vida louca, sem horário, não foi tão simples. Essa vida de frila tem vantagens

e desvantagens. Demorei para

me encaixar, porque é difícil

não saber se vai dar para pagar

as contas. Mas hoje estou real-

izada assim. Às vezes tenho um

dia livre e posso almoçar com uma

amiga, passar a tarde visitando uma

exposição. Depois, trabalho uma

semana inteira quase sem dormir. É

muito diferente de bater o cartão.

Esse novo estilo de vida bateu à sua porta depois que saiu da produ-tora de Schiavon. Ele perdeu o

maior cliente e eu ganhava um fixo

pequeno e comissão. Com isso,

os rendimentos caíram muito. Até

que alguém me chamou para fazer

um frila e abri o jogo. Ele foi muito

legal e me incentivou, dizendo que

eu poderia voltar depois. Cheguei

a receber algumas outras propos-

tas de trabalho, mas sempre ruins.

Comecei então a avisar as pes-

soas com quem tinha trabalhado,

onde já tinha sido funcionária. E fui

conseguindo meu espaço. Até que

voltei inclusive para a Miksom.Sua primeira experiência de volta à nova casa foi na produção de um evento para a Microsoft. Talvez por seus conhecimentos de marketing,

Lídia conseguiu combinar interesses e produzir todos os objetos imagi-nados pela criação. O evento teria

uma exposição de vários objetos

exclusivos. Uma jóia, um carro,

uma guitarra. Consegui todos eles,

sem custo, porque mostrei que o

público do evento era importante

para quem estava emprestando os

produtos. Às vezes trabalhamos

justamente com o público que a

empresa visa, mas que não sabe

como conquistar. Para mim, ser cri-

ativo é isso: viabilizar sem grana.

Na maioria das vezes, a verba é mesmo curta. As pessoas acumu-lam funções, desdobram-se e con-seguem cumprir a gincana.

Falando esperanto — Mas qualquer que seja o tipo de trab-alho, o produtor tem de lidar com pessoas muito diferentes e materi-ais os mais diversos. A cada dia, há um novo aprendizado. O trabalho tem de ser bom o dia

inteiro. Não consigo nem imaginar

trabalhar com stress a semana

inteira para me divertir só no fim

de semana. E para isso você tem

de tratar todo mundo bem, porque

cada um é importante para o

resultado final. Não adianta tratar

bem quem tem poder porque se o

eletricista for maltratado e fizer a

instalação errada, o todo fica com-

prometido. Se você gritar

com o boy, ele vai fazer corpo

mole e não vai chegar a tempo.A parte humana do trabalho tam-bém inclui falar a língua de todos os envolvidos. O produtor também

tem de ser intérprete. Temos de

entender a língua de cada profis-

sional. O carregador fala uma

língua, o marceneiro outra. Um dia

você descobre que os pregos são

vendidos por quilo. No outro, que

a madeira do cenário tem de ser

sempre do mesmo lote — senão,

absorve a tinta de um jeito dife-

rente e cada parte fica de uma cor. E no meio de tanto trabalho, o produtor ainda tem de adminis-trar a vida pessoal. Mas Lídia tira de letra. A vida da gente é uma

produção constante. Fui casada

durante dez anos com um fotó-

grafo. Quando nos separamos,

pensei que nunca mais ia con-

seguir arrumar um namorado.

Quem ia querer uma louca que

passava uma semana no pé,

carente, e depois viajava 15 dias

e falava: Te ligo na volta? Não

é todo mundo que entende que

seu trabalho exige ir a festas,

varar a noite.

A vida é muito complicada.

T E L A V I V A o u T u b r o D E 2 0 0 1 2 3

F I G U R A

Page 24: Revista Tela Viva  110 - outubro 2001

LeTícia de caSTro

A pr ime i ra can tora v i r tua l

bras i le i ra nasceu como hobby e

já começa a receber propos tas

de emprego. o Maya fo i o

so f tware de computação grá f i ca

que gerou a mode lo , que por

enquanto , é apenas um ros to na

Em meados de 99, Alceu Baptistão, sócio da produtora Vetor Zero, começou a criar uma cantora virtual. A proliferação de modelos virtuais na Internet foi uma espécie de incentivo para o publicitário. “Eu queria fazer algo diferente, que se aproximasse mais da realidade, que atraísse os homens por sua semelhança com as mulheres comuns”, comenta Baptistão. Na idéia inicial do publicitário, a cantora virtual ganharia vida ao lançar um disco.Familiarizado com a tecnologia a partir de seus trabalhos em efeitos especiais, o diretor valeu-se exclusivamente do software Maya para dar origem à sua personagem. Não foi feito nenhum desenho preliminar para chegar às feições, apenas o computador. “O

trabalho foi muito mais um desafio artístico do que tecnológico”, conta o diretor geral de efeitos. Desde 99, sempre que tinha alguma brecha nas atividades da produtora, Baptistão corria para o computador e se dedicava às feições de Kaya (leia box). Como se tratava mais de um hobby que qualquer outra coisa, os trabalhos não obedeciam a uma rotina programada. “Às vezes eu ficava uma semana trabalhando pelo menos uma hora por dia nela, e depois passava meses sem tocar”, admite.Foi apenas em junho e julho deste ano que Kaya começou a ganhar atenção especial. Motivado por colegas da produtora que acompanharam todo o processo de criação, Baptistão decidiu inscrever sua cantora virtual em um concurso de stills (imagens estáticas de computação gráfica) da revista americana IC3D, especializada no software Maya. Passou a trabalhar diariamente no projeto e lançou até um site com uma animação da cantora (www.vetorzero.com/kaya).A resposta foi quase imediata. Os sites especializados em animação www.cgchannel.com e www.highend3d.com colocaram links em suas homepages para o endereço de Kaya. “Comecei a receber muitos

e-mails elogiando o trabalho.” Ainda em agosto, pouco tempo depois de o site estar no ar, Baptistão venceu o concurso da revista IC3D.Foi então que começaram algumas sondagens de trabalho para a recém-nascida cantora virtual de 21 anos. O representante da Vetor Zero em Nova York recebeu telefonemas de revistas, produtoras de comerciais e até agências de propaganda interessadas em contratar os serviços de Kaya para uma campanha.

C O M P U T A Ç Ã O G R á F I C A

T E L A V I V A o u T u b r o D E 2 0 0 12 �

KAYA: A CANTORA VIRTUAL

PersOnaLIDaDe

Ao contrário de algumas outras modelos virtuais, Kaya não tem uma história de vida. Ela nasce no momento em que é esculpida nas telas de computador, já com 21 anos. Mas personalidade o criador garante que ela tem. “É bem-humorada, encantadora, graciosa. Prefere as coisas simples à sofisticação, mas pode ser agressiva se precisar”, alerta Baptistão. Apesar do sex appeal, ele garante que Kaya

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própria Vetor Zero. “O rosto da Kaya é fruto de uma série de tentativas e erros. Eu não sabia exatamente o que queria quando comecei, fui experimentando as possibilidades”, conta Baptistão.Pronta a escultura do rosto, o trabalho com texturas e luz para colorir as feições da modelo foi o mais trabalhoso. Nessa hora, o Photoshop foi imprescindível. “Foram necessários alguns truques, mas nenhum retoque foi feito”, confessa.A única parte do rosto da personagem que não foi criada originalmente na escultura digital é a dentadura. Baptistão usou um modelo pronto, que a Vetor Zero havia comprado para outro trabalho, um comercial de pasta de dente. A complexidade de fazer o cabelo próximo à realidade fez o autor optar por uma boina, que foi desenvolvida por Karla Ornellas, para disfarçar a ausência de cabelos. No futuro, ele pretende se dedicar a criação dos fios de cabelo, por mais que simpatize com a boina.

Apenas um dos contatos resultou em uma negociação efetiva, embora pouco promissora. Mesmo assim, foi interrompido com a série de atentados terroristas aos Estados Unidos no dia 11 de setembro.Agora, Kaya vai ter de esperar até ter suas atividades retomadas. “Vou voltar ao ritmo normal de trabalho e deixar a Kaya para as brechas entre os compromissos”, afirma Baptistão, que ainda não criou o corpo da cantora.Os investimentos na conclusão da cantora virtual, no entanto, podem ser intensificados caso apareça algum cliente interessado em contratá-la. Aí, ela passa a ser prioridade. Os trabalhos, no entanto, terão certos critérios. “Quem quiser usar a Kaya em alguma campanha terá de ser do jeito que ela é, não vou mudar nada”, avisa o criador.

rea l idade

Na opinião de Alceu Baptistão, o grande diferencial de sua criação é a proposta de um trabalho realista. “Há centenas de modelos virtuais

na Internet. Todas ‘barbies’, sem nenhuma semelhança com o real.”Por isso, ao contrário da simetria que a tecnologia propicia, Kaya tem uma série de imperfeições, que costumam deixar até mesmo algumas mulheres de carne e osso ávidas por cosméticos e corretivos. Bocas grandes, lábios grossos, dentes grandes e proeminentes, sardas, olhos afastados, sobrancelhas grossas e a pele brilhante e oleosa são algumas das características que dão o grande diferencial de Kaya: a proximidade com real.Chegar a esse rosto harmonioso e imperfeito foi a tarefa mais árdua do trabalho. Partindo da modelo dos anos 60 Barbie Benton como inspiração, Baptistão também buscou referências em outras personalidades e até em colegas de trabalho. A boca saiu da cantora Carly Simon e os olhos são de uma funcionária da

C o M P u T A Ç Ã o G r á F I C A

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Paulo Boccato

frança

L e G I s L a Ç Ã O a U D I O V I s U a L

Um amplo mecanismo de apoio estatal, vinculado à intensa participação das emissoras de TV e de taxações sobre a própria atividade, explica a vitalidade do setor audiovisual francês. A França é o maior produtor em número de filmes de longa-metragem da Europa e o sétimo país do mundo neste quesito - perde, nesta ordem, para Índia, China/Hong-Kong, Filipinas, Estados Unidos, Japão e Tailândia. A França é pioneira na questão da proteção do estado à atividade. As primeiras discussões sobre o assunto começaram já nos anos 30, tomando corpo imediatamente após a Segunda Guerra, durante o governo

de Charles De Gaulle, que criou, em 1946, o Centro Nacional de Cinematografia (CNC), instituição sem similares no mundo que persiste até hoje como o pilar central da indústria audiovisual francesa. Inicialmente concebido para a regulamentação econômica, o CNC evoluiu, nos anos 50, para um órgão cuja missão é desenvolver toda a política industrial do setor. Já em 1948, foi instaurado um mecanismo que constitui a base do sistema hoje vigente: uma taxa sobre a venda de ingressos que reverte para um fundo voltado ao apoio à produção. No ano seguinte, foi criado um fundo para difusão internacional das obras

cinematográficas do país, base da distribuidora Unifrance. Em 1959, o sistema ganhou um mecanismo automático de apoio estatal ao desenvolvimento da indústria. Nos anos 60, a dimensão cultural da atividade ganhou corpo, com incentivos às primeiras obras e aportes para a preservação do patrimônio. A concorrência da televisão gerou um princípio de crise no setor nos anos 70, levando os franceses a perceber que, sem a parceria das emissoras de TV, a atividade cinematográfica poderia naufragar. A questão foi resolvida nos anos 80, durante o governo de François Mitterand, quando as emissoras passaram a ser

Emissoras de TV e taxas

sobre o mercado sustentam

audiovisual francês.

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obrigadas a investir na produção de filmes, além de terem seu faturamento taxado em benefício do desenvolvimento do setor. Em 1999, o sistema foi aprimorado pela redefinição do conceito de “produtor delegado”, única figura jurídica passível de ter acesso aos apoios financeiros. Essa figura passou a ser, obrigatoriamente, uma companhia produtora - antes, podia ser também uma pessoa física -, numa forma de garantir o desenvolvimento do lado empresarial da atividade.

mercado in terno

O mercado de salas do país é um dos mais prósperos do mundo. Com 60 milhões de habitantes, a França teve 166 milhões de espectadores nos cinemas em 2000, com arrecadação total de cerca de US$ 823 milhões. Os 145 filmes franceses exibidos no ano (produzidos a um custo médio de US$ 4,3 milhões), abocanharam US$ 235 milhões, ou 28,5% do mercado. O campeão de bilheteria do ano foi um filme francês - “Taxi 2”, de Gérard Krawczyk, fez 10,2 milhões de espectadores (o segundo maior

público para filmes nacionais na década, só perdendo para “Les visiteurs”, de Jean-Marie Poiré, que, em 1993, levou 13,8 milhões de pessoas às salas de cinema do país) - e dois outros ocuparam as dez primeiras posições do ranking. No ano anterior, a França também ocupou o topo da bilheteria, com os 8,9 milhões de espectadores que assistiram a “Astérix & Obélix contre César”, de Claude Zidi, e teve um

share ainda maior (32,4%). Somadas as arrecadações em exibições no exterior (os filmes franceses só perdem, no mercado europeu, para o cinema dos Estados Unidos, embora tenham uma participação relativamente pequena no resto do mundo) e as vendas para os mercados de TV e vídeo, pode-se dizer que a atividade cinematográfica no país é, em geral, lucrativa. Estima-se

que um em cada cinco filmes franceses dê lucro, uma boa média para uma atividade conhecida pelo seu alto risco. Em 2000, foram gastos US$ 740 milhões na produção de longas-metragens na França. A origem desses recursos ajuda a compreender o funcionamento do sistema audiovisual do país. As produtoras francesas entraram com 31,9% desse montante (cerca de US$ 236 milhões). Muitos desses recursos são provenientes de créditos bancários. A França conta com um interessante facilitador para a busca desses créditos, o IFCIC (Instituto de Financiamento do Cinema e das Indústrias Culturais), criado em 1983 para fazer a ponte entre o CNC e o sistema bancário. O instituto avaliza até 50% das operações de empréstimo para o setor. Como só desembolsa recursos quando todos os outros meios de quitar um determinado empréstimo estão esgotados, tem uma capacidade de aval de até 30 vezes o valor disponível em seu fundo de garantia. O IFCIC, na verdade, é uma empresa de crédito estabelecida de acordo com as normas bancárias. Entre seus acionistas, estão o próprio estado e diversos bancos franceses. Outra parte dos recursos para

o mercado de salas na França é um dos mais prósperos do mundo. Com �0 milhões de habitantes, o país teve 1�� milhões de espectadores nos cinemas em 2000.

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a produção de longas vem de mecanismos alheios ao sistema de apoio estatal: 5,5% (cerca de US$ 41 milhões) são recursos colocados por empresas distribuidoras do país e 6,5% (US$ 48 milhões) são aportes de produtores estrangeiros, a co-produção internacional é comum entre países europeus, sendo que, dos quatro principais parceiros estrangeiros da França na produção de longas, três são da Europa (Itália, Bélgica e Alemanha) e o outro é o Canadá.

c i nema e t v

As emissoras de TV são parte fundamental do sistema. Em 2000, investiram cerca de US$ 231 milhões (31,2% do total gasto com longas) em pré-compras de projetos e mais US$ 67 milhões (9%) em co-produções, num total de US$ 298 milhões. São, assim, diretamente responsáveis pelo financiamento de mais de 40% dos recursos gastos em longas-metragens no país. Indiretamente, a conta sobe ainda mais, pois cerca de 70% do orçamento do CNC vem de taxações sobre o faturamento publicitário das emissoras. O sistema criado busca a simbiose entre os dois segmentos: as emissoras participam nos lucros dos filmes, ganham audiência com a exibição dos mesmos (filmes franceses são comuns na grade de programação) e ainda são beneficiadas pelo COSIP (Fundo de Apoio à Indústria de Programas) que, gerido pelo CNC, financia diretamente a realização de telefilmes, documentários, animações, programas de TV e videoclipes. O Canal + é, de longe, o mais importante parceiro do cinema: em 2000, participou de 115 filmes, investindo US$ 134 milhões. Em seguida, vêm os canais estatais TF1 (20 filmes, US$ 33 milhões), France

2 (33 filmes, US$ 22 milhões), France 3 (16 filmes, US$ 12 milhões), Arte (22 filmes, US$ 6,5 milhões) e M6 (9 filmes, US$ 5,2 milhões), além do canal por satélite TPS (19 filmes, US$ 16 milhões). Claro, há filmes que contam com a participação de mais de uma emissora.O capital privado também participa ativamente do financiamento à atividade, através dos SOFICAs (Companhias de Financiamento para a Indústria de Filme e TV), fundos de investimento criados em 1985. Esses fundos são carteiras de filmes (onde, obrigatoriamente, um mínimo de 35% dos projetos deve ser de produtores independentes) cujas ações podem ser compradas por pessoas físicas ou jurídicas. Os investidores que mantiverem a posse das ações por um período mínimo de oito anos passam a gozar de benefícios fiscais; além disso, participam dos lucros dos filmes da carteira. Em 2000, 5,7% dos recursos gastos para a produção de longas veio dos SOFICAs, num total de aproximadamente US$ 42 milhões.

apo io s d i r e t o s

O sistema não estaria completo sem o apoio estatal direto à atividade, todo operacionalizado a partir do Centro Nacional de Cinematografia. O orçamento do CNC em 2000 foi de cerca de US$ 342 milhões. O dinheiro vem de taxas sobre o faturamento das emissoras, a venda de ingressos em salas de cinema e os negócios do mercado de homevideo; de subvenções do estado; dos resultados comerciais dos projetos em que o órgão participa; de taxas para a emissão de certificados de obra cinematográfica (sem os quais os filmes não podem ser exibidos no país), entre outras fontes. São aplicados em vários níveis: apoio a projetos de curtas, documentários, programas de TV, vídeo e multimídia; desenvolvimento de roteiros; avanços para opção

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de compra de direitos e custos de equipe em fase de preparação de filmes; subsídios para o uso de novas tecnologias na produção de filmes e para a composição de trilhas sonoras originais; prêmios; apoios para distribuição, difusão em mercados externos, renovação e construção de salas, aquisição e modernização de equipamentos por empresas de infra-estrutura; ensino, pesquisa e preservação do patrimônio. São, principalmente, aplicados diretamente na produção de longas, em forma de apoio automático (foram US$ 49 milhões investidos nessa modalidade em 2000 - 6,6% do total investido em longas no país) ou seletivo (US$ 27 milhões em 2000, ou 3,6% do total). O apoio automático tem seu valor calculado com base nos resultados comerciais de um “projeto de referência” (normalmente, o filme anterior da produtora) no box office, na TV e

no mercado de vídeo. A empresa pleiteante tem direito a uma porcentagem do valor resultante que varia conforme o número de pontos conseguido pelo projeto

num sistema de pontuação que leva em conta aspectos técnicos, artísticos e financeiros (com pelo menos 80 pontos, num total de 100, já leva 100% dos recursos a que tem direito, que não podem exceder, entretanto, 50% do orçamento total do filme). A soma é depositada numa conta em nome da produtora, administrada pelo

CNC e o produtor tem um prazo máximo de cinco anos para investi-la em um novo filme. Se o filme for inteiramente ou quase inteiramente falado em francês, a soma é acrescida de mais 25%. Além disso, cresce mais 1% para cada dia de filmagem em estúdio realizada no país (até um determinado limite). O apoio automático é dado a fundo perdido. Mas o produtor pode ter de devolver todos ou parte dos recursos se esses não forem devidamente aplicados segundo apreciação da Direção Geral do CNC. O apoio seletivo funciona como um empréstimo, tendo de ser reembolsado, no todo ou em parte, conforme o caso. Pode ser pedido antes do início das filmagens ou após a conclusão do filme. Nesse caso, o produtor precisa ter em mãos um contrato de distribuição. Vários mecanismos de apoios regionais completam a gama de opções de recursos públicos para a produção de um filme.

frança

o CNC distribui seu orçamento na forma de apoio automático, calculado com base nos resultados do último filme da produtora, ou seletivo, que deve ser reembolsado.

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a G e n D a

O U T U B r O

15 a 24 Curso: “Básico de Edição em Corte Seco”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

15 a 26 Curso: “LightWave 3D 7”. Solutions Digital Art School - São Paulo - SP. Fone: (11) 3897-0200. E-mail: [email protected]. Internet: www.solutionscorp.com.br.

15 a 26 Curso: “Treinamento de Locução para TV”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

15 a 27/11 “Oficina de Roteiro para Documentários”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

15 a 01/11 Curso: “Produção para TV e Vídeo”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

17 a 30 Curso: “Composição para Vídeo em After Effects”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

19 a 01/11 Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. São Paulo - SP. Fone: (11) ) 3141-2548 / 3141 1068 / 3141-0413. Fax: (11) 3266-7066. E-mail: [email protected]. Internet: www.mostra.org.

22 a 07/11 Curso: “Edição em Três Máquinas Beta”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

23 a 13/11 Curso: “Curso Dinâmico de Edição de Vídeo”. Solutions Digital Art

School - São Paulo - SP. Fone: (11) 3897-0200. E-mail: [email protected]. Internet: www.solutionscorp.com.br.

29 a 04/12 “Oficina de Vídeo”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

n O V e M B r O

05 a 10 VIII Vitória de Cine Vídeo. Vitória - ES. Fone/fax: (27) 327-2751. E-mail: [email protected]. Internet: www.vitoriacinevideo.com.br.

05 a 16 Curso: “After Effects 5 para Vídeo, TV, Cinema, Web ou Multimídia”. Solutions Digital Art School - São Paulo - SP. Fone: (11) 3897-0200. E-mail: [email protected]. Internet: www.solutionscorp.com.br.

06 a 11/12 Curso: “Treinamento de Locução para TV”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

12 a 29 “Oficina de Roteiro”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

19 a 07/12 Curso: “Produção para TV e Vídeo”. Centro de Comunicação e Artes do Senac - SP, São Paulo, SP. Fone: (11) 3872-6722.

20 a 27 Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Setor Cultural Norte - Via N2 Anexo ao Teatro Nacional Cláudio Santoro - Brasília - DF - 70070-200. Telefax: (61) 325-7777.

Filiada à Associação Nacional aner

Diretor e editor Rubens Glasberg

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