revista tela viva 73 - setembro 1998

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Nº73 SETEMBRO 98 www.telaviva.com.br INVASÃO ELETRÔNICA NAS PRODUTORAS DE ÁUDIO GRAMADO DESTACA O CINEMA NACIONAL VIÁVEL FERRAMENTAS PARA A PRODUÇÃO DE EFEITOS

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Revista Tela Viva 73 - Setembro 1998

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Nº73setembro 98

www.telaviva.com.br

INVAsÃo eLetrÔNICA NAs

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este s ímbolo l iga você aos serv iços teLA VIVA na Internet .

Ô Guia teLA VIVA

Ô Fichas técnicas de comercia is

Ô edições anter iores da teLA VIVA

Ô Legis lação do audiovisual@h t t p : / / w w w . t e l a v i v a . c o m . b r

Í N D I C e

GENTE Na TEla 4

SCaNNER 12

FEIRa E CONGRESSO Broadcast&caBle’98eset’98 18

C a P a ossaláriosnaprodução 22

PROGRaMaÇÃO colunismosocialeletrônico 26

TElEVISÃO sap 30

REDES 45anosdatVrecord 34

MakING OF 38

CINEMa FestiValdeGramado 40

ÁUDIO composiçãodetrilhassonoras 46

TECNOlOGIa compressãodesinal 50

PRODUÇÃO soFtwaresparaeFeitosVisuais 52

FIQUE POR DENTRO 56

aGENDa 62

A 8ª Broadcast & Cable - Brasil Newmedia Show realizada em agosto no Anhembi, em São Paulo, confirmou o interesse que o País tem despertado como consumidor de equipamentos para os mercados de radiodifusão, TV paga e multimídia. A tendência demonstrada durante a NAB’98 se consolidou durante a feira nacional. Os grandes fornecedores trouxeram executivos de suas respectivas matrizes para valorizar o evento e mostrar que os investimentos para melhorar o atendimento e a assistência técnica devem ser implementados para atrair os usuários deste grande e potencial mercado da América Latina. A situação atual do broadcasting brasileiro pode ser comparada à de uma emergente social. Do mesmo modo que ela é bajulada porque tem recursos financeiros para melhorar o faturamento das lojas que ostentam os nomes famosos da moda em suas vitrines ou deixar altas gorjetas para ser imediatamente atendida nos restaurantes freqüentados por quem quer (e precisa) ser visto, os radiodifusores estão caminhando pelos tapetes vermelhos estendidos pelos fabricantes internacionais que disputam a atenção e os dólares que estão sendo gastos para modernizar emissoras de TV e produtoras. Mas quando a tal emergente abre a boca... Não se pode esperar nada além de futilidades ou breguices. Assim também é o conteúdo da TV aberta brasileira. O recente episódio da transferência do apresentador do mundo cão Carlos Ratinho Massa da Record para o SBT bate todos os índices de atentado à inteligência, sem falar na total inexistência de qualquer princípio ético profissional. A banalização da tragédia e a exposição de aberrações valem R$ 1 milhão por mês mais uma multa de R$ 43 milhões para o antigo empregador, que não teve nem direito a um aviso prévio de seu contratado. Se Ratinhos, Marcias e Magdalenas são a nata do nosso broadcast, está realmente na hora de se repensar a distribuição dessas concessões públicas. O argumento de que “é isso que o telespectador quer ver” não pode prevalecer num país que precisa se desenvolver não só economicamente mas principalmente no plano cultural. Sem uma base educacional sólida não há nação que vá para frente. Precisa haver mais rigor no cumprimento da função social, intrínseca da legislação das concessões dadas para radiodifusão. E não há campanhas de trânsito ou de aleitamento materno que substituam a falta de princípios que assola a grade de programação das emissoras, nivelando não por baixo, mas abaixo de zero a inteligência de quem assiste à TV brasileira.

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Para atender às necessidades de Campinas, Ribeirão Preto, São Carlos e Sul de Minas, a EPTV conta com um departamento dedicado à criação de programetes, vinhetas e inserções de prestação de serviço com a cara de cada região. À frente da equipe encarregada de quebrar a cabeça para criar e produzir o material “ao gosto do freguês”, está Tarciza Dalcol, supervisora de produção de eventos de vídeo da emissora, centralizada em Campinas. O processo todo exige mais do que o conhecimento de publicidade. Tarciza acompanha a economia das regiões, faz o planejamento anual das inserções e ainda participa da produção das dezenas de títulos de cada braço da EPTV.

O secretário executivo da Associação dos Profissionais de Propaganda - APP -, Marco antonio Gaio, está, simplesmente, adorando o trabalho que vem desenvolvendo na entidade. Entre jogos, prêmios e lançamentos de livro, o que ele mais curte é dar o start no trabalho de abertura de capítulos da associação fora do eixo Rio-São Paulo. Uberlândia, Vitória, Goiânia e Brasília em breve deverão iniciar os trabalhos para alavancar o aprimoramento da mão-de-obra. Outro ponto defendido por Marco Antonio é a aproximação dos veículos regionais com as grandes agências de publicidade. “É preciso uma maior divulgação desses mercados para que mídias e anunciantes se deparem com as diversas possibilidades de comercialização que existem no Brasil.”

No dia 15 de setembro, serão conhecidos os mais novos campeões da 13ª edição dos “Jogos Publicitários”, com 49 empresas e 1.109 atletas inscritos. Também promovido pela APP, o 9º Fest’Up - Festival Universitário de Propaganda, acontece nos dias 19 e 20 de setembro, na Faap, em São Paulo. A previsão é de 1,5 mil participantes.

Todos esses eventos fazem parte das comemorações do aniversário de fundação da APP, no dia 29 de setembro. Nesta data, será entregue o Prêmio Contribuição Profissional, criado para contemplar aqueles que apresentem trabalhos em prol do desenvolvimento e da profissionalização do mercado publicitário, a principal meta da associação. Os participantes podem ser de agências, anunciantes, veículos, mercado e imprensa especializada. No final de outubro será lançado o segundo volume do livro “Causos da Propaganda”, publicado pela Editora Globo.

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N O V O S C O N T R a T a D O S Reforçando sua posição como system integrator da Silicon Graphics, a Tecnovídeo está ampliando sua equipe com duas novas contratações. Passam a fazer parte do time da casa Marcelo Ronchetti, que já dava suporte para os equipamentos da marca, e Sérgio Dourado, que atuava como free lancer na elaboração de projetos para universidades e emissoras. Dourado agora coordena o departamento comercial voltado para a linha SG na Tecnovídeo

G U E R R a E l I B E R D a D ENelson Pereira dos Santos não pára. Enquanto prepara a megassérie “Casa grande & senzala”, dá os retoques finais no projeto do longa “Guerra e liberdade”, sobre os anos de Castro Alves na Faculdade de Direito de São Paulo. A portuguesa Maria de Medeiros está confirmada no elenco, enquanto o protagonista será escolhido em um concurso nacional patrocinado pelo canal Telecine. As filmagens devem acontecer em 1999.

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V I D a a G I T a D aA área de esportes da TV Record vive um período de “ressaca” depois da Copa do Mundo, sem grandes competições no ar. Mas o coordenador de esportes da rede, Humberto Wisnick, não descansa. Enquanto aguarda o fechamento de novas coberturas, entre elas dos campeonatos de vôlei, Wisnick, que não gosta de falar sobre ele atende a todas as solicitações dos demais departamentos. Tudo que diz respeito a esportes, de entrevistas a matérias especiais, passa por sua mesa.

C O M S O T a Q U ERichard klein é brasileiro, mas já está há muito tempo em Los Angeles. Especialista em computação gráfica 3D, especialmente em animação e modelagem, Klein desembarcou na Casablanca para reforçar o time de feras da computação gráfica. Marcelo Monteiro de Carvalho também viajou, do Rio para São Paulo, para operar o Henry da casa. Ele vem da Globo, onde passou sete anos e operou um dos primeiros equipamentos do gênero no Brasil.

D O O U T R O l a D ODesde 1993, Fernando David, proprietário da corretora Vera Cruz, começou a captar para produções audiovisuais. A corretora, hoje com mais de 20 anos de mercado, foi responsável pela produção de filmes como “A Ostra e o vento”, “O homem nu”, “Corisco e Dadá”, entre outros longas bem sucedidos. Mas os planos de David são de dar uma guinada de 180o em sua vida profissional, mudando de lado. O corretor está abrindo a Cinemaxis Cia. Cinematográfica, que vai se dedicar a co-produções cinematográficas e ao mercado de exibição.

O primeiro empreendimento deve englobar três locais diferentes, cada um com cinco salas. David garante que o cinema nacional estará priorizado. Afinal, sua nova investida também diz respeito à produção. Para 99, está programando o longa “Simplesmente Di”, a ser co-produzido com a Verona Filmes, de Rossana Ghessa e Durval Garcia, sobre o pintor Di Cavalcanti. No ano que vem, ele também pretende viabilizar o roteiro de Fernando Bonassi, premiado no Festival de Sundance. O filme “Crimes conjugais” será dirigido por Ricardo Pinto e Silva.

A mudança vai acarretar uma conseqüência importante para o mercado: o fim da Vera Cruz. Cansado de esperar por mudanças prometidas, como a criação de um fundo de investimentos, o corretor afirma que captará por outras instituições. Conhecendo o negócio como poucos, ele vai trocar os 10% de comissão pelos 90% do produtor.

G e n t e n a t e l a

D I V E R S Ã O G a R a N T I D aO diretor e roteirista Romeu di Sessa estreou na TV por uma das portas que a Rede Globo abre para novos talentos. Entrou com o pé direito no programa “Você decide”, com o episódio “Minhas caras amigas”, que mostrou o galã Marcelo Anthony vestido de mulher. Sessa inspirou-se na comédia “Tootsie”, ao qual faz clara referência. O primeiro programa já lhe valeu a solicitação de um novo roteiro. Enquanto isso, o diretor começa a produzir o curta “Sem pressa de amar”, que já tem participação confirmada de Beatriz Segall, Claudio Corrêa e Castro e Lima Duarte.

S E TOlimpio Franco é o novo presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão - SET. A eleição foi realizada no Anhembi, em São Paulo, durante a Broadcast & Cable, no mês passado. Os outros nomes que compõem a diretoria ainda precisavam ser confirmados pela entidade, até o fechamento desta edição.

O diretor de criação Paulo Suplicy, da Miksom, esteve na Alemanha colhendo informações para um trabalho que fará para a Mercedes-Benz no próximo Salão do Automóvel. Como já morou no país, não enfrentou dificuldades para entender a língua e pôde se deliciar com Bratwurst, Kartoffel Salat ou Wiener Schnitzel (salsicha, salada de batata e filé de vitela à milaneza, respectivamente). Depois da Alemanha, Paulo (nèe Paulo Fernando Suplicy Vieira) foi a Portugal visitar a Expo’98 e quase passou fome. Também, o “dialeto” local conta com guloseimas como bifanas, bolas de Berlim e sandis de leitão. Para quem, como Paulo, não entendeu, bifanas são pães com bife, bolas de Berlim são sonhos e sandis de leitão são os tradicionais sanduíches de pernil.

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P R a W E Rleo Henkin, autor da trilha sonora de “A reunião dos demônios”, de A. S. Cecílio Neto, recebeu prêmio de R$ 3 mil da Prawer e da Associação dos Profissionais e Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul, por ser considerado o artista gaúcho de maior destaque entre os participantes do Festival de Gramado.

R O U P a N O V a Dando continuidade às mudanças realizadas pela nova diretoria, a TV Cultura estreou um novo projeto gráfico durante os intervalos. O novo visual da TV Cultura segue os preceitos estabelecidos por Rogério Brandão, diretor de programação, de dar um ar mais teenager à emissora. As novas vinhetas institucionais da emissora e as chamadas foram realizadas pelo Departamento de Artes, chefiado por luís Scarabel Júnior, juntamente com o setor de chamadas, chefiado por José Roberto leite do Prado.

As chamadas são inspiradas em um relógio, onde as informações de dia e horário dos programas deixam de ser estáticas, aparecendo em constante movimento. O “relógio” traz o dia da semana, a data do programa e a hora passa ao lado da estrutura. Os detalhes dos interprogramas permitem que a cada hora seja notada uma característica diferente, para não cansar o público. O logotipo da TV Cultura, presente no início e no final das vinhetas, também ganhou nova forma, muito mais flexível. A videografista Helena Perin Costa usou a Internet e a mídia impressa como fontes de inspiração para este trabalho.

Juntamente com a nova diretoria da rede, Jodele larcher chegou para chefiar o departamento de musicais e variedades da TV Cultura. Com um currículo de peso, que incluí o programa “Som Brasil”, da Rede Globo, o novo chefe quer dar um ritmo mais ágil à área de musicais da Cultura. Jodele também está encarregado pela direção dos já conhecidos programas “Vitrine” e “Bem Brasil”.

a B E R TA Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão realizou, em agosto, as eleições para sua nova diretoria. Joaquim Mendonça foi reeleito para o biênio 1998/2000 e apenas cinco, dos quinze vice-presidentes, foram substituídos. Alfredo Raymundo Filho, Carlos Colessanti, Evandro Guimarães, Ivan Oreste Bonato e José Inácio Pizani são os novos nomes dos vice-presidentes que trabalharão ao lado de Camilo Teixeira da Costa Filho, Fernando Ernesto Corrêa, Flávio Cavalcanti Jr., Gildo Milman, Jaime Câmara Jr., José Allan Caruso, José Roberto Maluf, Paulo Machado de Carvalho Neto, Paulo Pimentel e Vicente Jorge reeleitos para mais um mandato na associação.

C O M I C S

Quando Silvio Reis, diretor da produtora santista 7 Filmes, percebeu, já estava no meio de uma história em quadrinhos. A produtora foi responsável pelo comercial da Kallan Calçados. Idealizado pela agência Christian Cardim e ilustrado por Mônica Arantes, o comercial, com o contra-ataque da Super Semana de Tênis Kallan, relembra as HQ’s dos anos 60 como Thor e Capitão América. O comercial foi feito após um investimento de R$ 100 mil em novos equipamentos, realizado pela produtora.

a T R Á S D O V E N T OO diretor Gylberto Nunes prepara um longa sobre uma história ocorrida durante a Guerra do Contestado, em Santa Catarina, na época da República Velha. “Atrás do vento” é uma co-produção entre o Brasil, através da Gralha Azul Filmes, e os Estados Unidos. O filme terá direção de produção de Ricardo Pinto e Silva, produtor-executivo de “Mauá, o imperador e o rei”, na parte brasileira. Nos Estados Unidos, a produção será de Deborah Moore, ex-vice-presidente executiva da New Line Cinema. O advogado Mark Halloran, que cuida dos direitos e da comercialização internacional do filme, esteve em Gramado participando do fórum sobre o audiovisual.

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T I G R E N a T VA empresa Tubos e Conexões Tigre lançou uma série de programas semanais de 90 segundos que é veiculada aos sábados, durante o intervalo do programa “A praça é nossa”, pelo SBT. Com criação da Fischer América, produzida pela Miksom e dirigida por Régis Faria, a TV-Tigre leva ao ar programetes divertidos e informativos que dão sugestões e idéias relacionadas ao uso dos produtos Tigre, mostra novos lançamentos e reforça a imagem da empresa. Para a gravação dos programas, a produção alugou um estúdio no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, onde foram construídos oito sets de filmagem que recriam cozinhas, banheiros e outros ambientes de trabalho de encanadores. A campanha incluí, inicialmente, 31 programetes, sete deles já estão prontos e mais oito serão gravados em setembro.

3 2 C Â M E R a SEnquanto a disputa pelo título dos pesos pesados acontece no ringue, o ministro da defesa dos EUA é assassinado no meio da platéia. Esse é o tema que o diretor Brian De Palma (“Os intocáveis”) usa em seu novo filme, “Olhos de serpente” (“Snake eyes”), como pretexto para trabalhar mais uma vez com o máximo de recursos cinematográficos. De Palma desenhou cada plano do filme, e planejou uma forma de rodar o maior long shot da história. A cena que dura 20 minutos acompanha o personagem de Nicolas Cage pelo estádio. O ator faz o detetive que tenta encontrar o assassino do político entre as 14 mil pessoas que assistiam à luta. O atentado foi gravado por várias câmeras e Cage tenta traçar a trajetória da bala. A inspiração óbvia de De Palma foi Alfred Hitchcock e o clássico “Festim diabólico”, que se passa em 80 minutos, em um único apartamento com uma dúzia de personagens e em tempo real. A única diferença é que De Palma escolheu um cenário maior. Trata-se de um estádio em Atlantic City, tomado por centenas de figurantes e com uma logística que possibilitou ao diretor usar até um balão para obter ângulos inusitados. Como o diretor trabalhava com uma variedade de pontos de vista, foram usadas 32 câmeras. Cada uma acompanhava uma testemunhas do crime. O público brasileiro poderá conferir essa experiência de multivisão em meados de outubro nos cinemas.

E M R E D EA Rede Matogrossense, com cinco emissoras afiliadas à Rede Globo, está comprando dois caminhões de externa (com entrada para duas câmeras) e um Flyway (equipamento de transmissão direta por satélite). O investimento para colocar todos os telejornais locais em rede beira a casa dos US$ 850 mil. Além disso está modernizando sua exibição instalando um servidor Profile, da Tektronix.

N a M I R a N T EDentre as afiliadas da Globo, só a TV Mirante (MA) não apresenta o telejornal “Bom dia”. O nome foi registrado pela TV Difusora (MA), que até 1990 era a afiliada global, e que continua a colocar no ar o noticiário matinal com este nome. Porém como o programa é associado à Rede Globo, as pesquisas do Ibope acusam uma discrepância nos números da audiência: os entrevistados respondem que assistem ao “Bom dia”, quando na verdade conferiram as novidades no “Jornal da manhã”, apresentado pela TV Mirante.

O grupo TV Mirante, que tem quatro emissoras afiliadas à Rede Globo - São Luís, Santa Inês, Imperatriz e Codó (TV Cocais) - no Maranhão, há dois anos está com seu sinal no satélite, cobrindo, praticamente, 90% do Estado. São Luís e Imperatriz já estão interligadas para poder chamar as praças ao vivo durante os telejornais. Codó e Santa Inês estão dependendo da Embratel para fechar o link. O jornalismo conta com o NewsMaker e o master de São Luís deverá ser informatizado. A intenção de luiz Moraes Costa, diretor de engenharia da TV Mirante, é instalar o sistema da empresa Floripa Tecnologia, uma vez que a cidade de Imperatriz já conta com estes equipamentos. Além disso pretende comprar uma unidade de externa com três câmeras. Os investimentos previstos vão consumir quase US$ 1 milhão.

C R E S C I M E N T OA Cia. Ilustrada, produtora de Ricardo Carvalho, está de casa nova desde o final de agosto. De uma casa em Pinheiros, transferiu-se para uma nova sede na Lapa, com dois estúdios e todo o espaço que o “Gordo” precisa.

C a M P I N a S N O C I N E M aProdutores, empresários e setor público unem forças para transformar Campinas no grande centro da indústria audiovisual paulista. Já está em operação na cidade a Comissão Internacional da Indústria de Cinema, TV e Vídeo de Campinas, a segunda film commission do País (depois de Fortaleza). Formada a partir do mesmo núcleo que montou a Escola de Formação em Cinema e Televisão, em operação há mais de um ano, a comissão pretende ajudar na captação de recursos e dar apoio logístico às produções que ocorrerem na região. Campinas tem infra-estrutura completa para a produção audiovisual e tem atraído várias empresas de porte no setor, como Quanta, Motion e Kodak.

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F U T U R O J ÁP R O D U Ç Ã O U N I V E R S I T Á R I aA Faculdade de arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP está produzindo documentários sobre construções rudimentares feitas, principalmente, nas regiões mais pobres do País. O documentário “Taipa de mão, casa de caboclo” (exibido em 9 de julho no programa “Zoom”, da TV Cultura, e no canal universitário TV USP) é baseado em pesquisa do arquiteto Silvio Luiz Cordeiro, dirigido por Luiz Bargmann Netto, foi gravado em S-VHS e editado e finalizado no laboratório da própria FAU. Os alunos agora estão buscando patrocínio para continuar seu projeto com mais dois vídeos, sobre as casas caiçaras construídas no litoral e outro sobre a habitação dos caboclos.

B I D O T R I O A parceria entre o Cursinho Universitário, a agência Dez Propaganda e a produtora Zeppelin, todos de Porto Alegre, garantiu repeteco no Prêmio Profissionais do Ano, edição regional Sul. A campanha criada por Victor Kliginik, Mauro Dorfman, Saul Duque e Marcelo Fedrizi, e dirigida por José Pedro Goulart foi um sucesso tão grande em 96 que ganhou dois novos filmes em 97, agora também premiados. O mote dos filmes é a comparação entre os problemas da vida cotidiana dos adolescentes e a realidade do vestibular. Em forma de questão com alternativas, cada filme propõe um problema, como gravidez precoce, drogas, traição, impotência. Cinco respostas, uma mais engraçada que a outra, mostram que a vida é bem mais complicada que o vestibular. A campanha também foi vencedora do Grand Prix de Gramado, Colunistas, Clube da Criação, além de pertencer à short list de Cannes.

E F E I T O S N O C I N E M aA finalizadora Casablanca está comemorando o sucesso do longa “O menino maluquinho 2”, de Fernando Meirelles e Fabrizia Alves Pinto. Pela primeira vez, um longa realizou todos os efeitos especiais no Brasil. Para isso, as imagens foram telecinadas em quatro partes e reconstituídas no Flame. Depois de feitas as animações em computação gráfica, o que contou com a parceria da Vetor Zero, as imagens passaram pelo Solitaire e pelo Cineon e voltaram para a película.

A próxima empreitada da finalizadora na área de cinema será o filme “Xangô de Baker Street”, baseado no livro de Jô Soares. A empresa vai reconstituir o Rio de Janeiro do início do século e colocar o navio de Sherlock Holmes na Baía de Guanabara. A direção de efeitos especiais será de Geninho, que sempre trabalhou na Casablanca. Até lá, a finalizadora espera ter recebido o telecine Spirit, da Philips, que tem resolução compatível com o cinema.

E X P a N S Ã OA NaB/Vasconcellos e a Crosspoint estão ultimando os acertos contratuais para criar uma estrutura de atendimento aos clientes Avid em São Paulo. A empresa está trazendo para o Brasil o sistema Trinity, uma solução integrada com vídeo switcher DVE/efeitos, cenário virtual, geração de caracteres e painting para atender os segmentos de pequenas e médias produtoras, além de emissoras de TV.

Um centro de locação de unidades portáteis será montado em São Paulo, no mesmo formato que a empresa tem no Rio, incluindo câmeras de padrão broadcasting e uma unidade móvel com oito câmeras, switcher etc.

A parceira entre a NAB/Vasconcellos e a arquitetura de Cinema atenderá ao eixo Rio-São Paulo no segmento de finalização de filmes de média e longa-metragens com equipamentos Digidesign e Avid.

C U R T a S E M E S T Í M U l OOs realizadores de curtas-metragens paulistas podem tirar o cavalo da chuva. O Prêmio Estímulo para filmes no formato não sairá mesmo em 98, repetindo o descaso já mostrado pela Secretaria Estadual de Cultura pelo curta no ano passado. Desde 96 o governo não publica edital para o Estímulo, quebrando uma tradição de um ou dois prêmios anuais cumprida religiosamente há 30 anos. Até o final de julho deste ano, havia a promessa da secretaria de um prêmio de R$ 500 mil, a ser dividido entre 12 curtas. No início de agosto, esse patamar baixou a R$ 300 mil, com premiação de oito trabalhos. Com a proximidade das eleições, no final de agosto, a secretaria finalmente admitiu que a verba não estava disponível. Com o terceiro cancelamento consecutivo do Estímulo, o governo de São Paulo já deve, pelo menos, 36 curtas aos realizadores paulistas.

C H I l E F I l M S N O B R a S I lNo dia primeiro de agosto a Kodak Brasileira vendeu o laboratório Cinematográfico Curt e alex para as Indústrias Audiovisuales Argentinas (pertencente ao grupo Chilefilms), proprietária do Laboratório Cinecolor de Buenos Aires. Para atender à demanda, o grupo Chilefilms promete investir em tecnologia. Entre as medidas previstas para os próximos meses está a aquisição de processadoras e copiadoras, um serviço de telecine especial para edição cinematográfica e correção de cor, além da construção de estúdios de dublagem para a produção total de som cinematográfico, tanto analógico quanto digital.

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a B R I N D O O l E Q U EO crescimento do cinema chegou a escolas particulares de São Paulo. O Colégio Magno, que atende uma clientela de classe A, aproveitou uma parceria com o International Fine arts College, de Miami, para promover um workshop sobre cinema para leigos. Alunos, ex-alunos e mesmo pessoas de fora da comunidade escolar puderam participar e lotaram as duas turmas de 30 alunos oferecidas. O curso tratou de temas básicos, em aulas três vezes por semana, durante duas semanas. Ninguém saiu de lá profissional, mas certamente novos cinéfilos surgiram.

S O B P R E S S Ã OA primeira parte da nova trilogia “Guerra nas estrelas” estréia em maio do ano que vem nos EUA e já está provocando polêmica entre os exibidores. O produtor e diretor George Lucas anunciou que só exibirá o filme nos cinemas que estiverem com o sistema de som e projeção regulados. “Tivemos um trabalho duro para apresentar a tecnologia mais sofisticada ao público e queremos que a platéia não se sinta lesada”, disse o diretor. É óbvio que Lucas não tem como fiscalizar todas as 30 mil salas do país, mas ele já tem o controle de 1,2 mil. São os cinemas que usam o THX, sistema de projeção e som desenvolvido pela Industrial Light and Magic e que são inspecionados pelos técnicos do Skywalker Ranch há cada seis meses. “Não ligo se o filme não bater recordes nas bilheteria. Estou mais preocupado em garantir a qualidade para o público”, arrematou o diretor, preocupando os executivos da Fox, que pretendiam lançar o “Star wars episode I” em mais de quatro mil salas.A declaração enfureceu também os exibidores e o sindicato acusa o diretor de querer praticar dumping no mercado. “Ele está fazendo isso porque o THX anda perdendo terreno para a Dolby. Lucas quer forçar-nos a comprar seu sistema para exercer controle sobre nós”, diz o porta-voz do sindicato dos exibidores, James Norton.

Tentando colocar panos quentes nesta história, Tom Sherak, chairman da 20th Century Fox Domestic Film Group, disse que ainda falta quase um ano para o lançamento de “Star wars episode I”. “Lucas está um pouco cansado, depois de ficar imerso mais de dois anos sobre uma superprodução, que ainda lhe dará dores de cabeça por mais alguns”, diz Sherak, referindo-se aos dois outros episódios a serem rodados. O realizador tem o controle absoluto do franchising “Guerra nas estrelas” e ninguém pode impedi-lo de fazer o que quiser com o produto. Por conta da estafa, Lucas já declarou que vai apenas coordenar a produção dos outros dois filmes previstos da trilogia e está procurando diretores para cuidar do resto. Sherak, contudo, garante, que a bilheteria é importante também para Lucas, que detém uma percentual na participação dos lucros do filme. ‘“Star wars episode I’ será lançado antes do verão do ano que vem, portanto, quando os primeiros números chegarem ao Skywalker Ranch, teremos mais flexibilidade para ampliar o número de cópias”, afirma Sherak.

O marketing em torno de “Star wars episode I”, começou no mês passado com a entrada na Internet do site oficial “Guerra nas estrelas”. Numa rápida visita, o internauta conhece a indumentária pesada que cerca o episódio. O site traz detalhes dos bastidores da produção e uma conversa com George Lucas sobre o processo de criação em várias etapas do filme. O endereço do site é www.starwars.com.

P a R a N Ã O E S Q U E C E R“anistia no cinema” é o título do último lançamento da Funarte em vídeo, organizado para comemorar os 20 anos da anistia ampla, geral e irrestrita no Brasil. O vídeo é composto por dois curtas realizados durante os anos 70, que tratam do tema do exílio e das dificuldades vividas na época. “Leucemia”, de Noilton Nunes, conta a história de um casal de operários exilados em Portugal. As viúvas de Rubens Paiva, Vladimir Herzog e Manuel Fiel Filho relatam sua tragédia no documentário “Eunice, Clarice, Tereza”, dirigido por Joatan Vilela Berbel.

P É N a P R O P a G a N D aOs personagens da Turma do algodão Doce, criados por Daniel Azulay há mais de 20 anos, estão loucos para entrar na publicidade. Apesar de se dedicar a programas de TV por quase o mesmo período, Azulay nunca explorou o licenciamento de suas criaturas. Uma parceria com a produtora carioca de computação gráfica e animação Intervalo Produções, de Mário Barreto, vai tentar explorar a imagem dos personagens, que têm um jeito bem brasileiro. Além de fazer os contatos com as agências, Barreto está mesmo é querendo desenvolver projetos educativos com a turma, em séries de desenhos animados de curta duração.

F U T U R O J ÁG R a M a D O a O V I V ODurante o Festival de Gramado, a RBS Vídeo produziu um programa especial para a TVCOM, TV comunitária de Porto Alegre. A cobertura completa do festival foi exibida no programa “Festival na tela”, às 0h30 com reprise às 13h00. Na programação, entrevistas, comentários, debates, curtas e making ofs de filmes, palestras e workshops. O encerramento, com a premiação dos melhores filmes, foi exibido ao vivo. O programa foi patrocinado pela Lei de Incentivo à Cultura e contou com o patrocínio da Petroquímica Triunfo.

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Edylita FalgEtano

cenários virtuais, filtros, gruas, lentes, microfones, refletores, sistemas de controle de iluminação, sistemas de edição linear e não-linear, teleprompters, transmissores, travellings, trilhas e efeitos sonoros, tripés ou qualquer outro produto para emissoras de TV, produtoras de cinema, vídeo e multimídia, conseguiu movimentar estandes como os da Quantel, Sony, Sisgraph, Crosspoint, Telem, Video System, Telavo, Linear, Telem, Thomcast & Comark, Arriflex, Leitch, além dos locadores de equipamentos que apresentavam suas novas aquisições.João Maccarone, diretor da Rosco, estimou que 20% das pessoas que passaram pelo seu estande estavam conhecendo a empresa pela primeira vez, o que considera “muito representativo para o segmento de iluminação profissional, pois na maioria dos eventos apenas reforçamos contatos com nossos clientes habituais”. Nos estandes dos principais fornecedores de equipamentos a presença de executivos estrangeiros denunciava a nova postura da indústria em relação ao mercado brasileiro. Com a desaceleração da economia asiática, saturação do mercado norte-

A 8 ª b roadca s t & Cab l e -

b ra s i l Newmed ia show e o

12 º Cong re s so b ra s i l e i r o

de Engenha r i a de Te l e v i s ão

( SET ’98 ) , r ea l i zado s em ago s t o

no Anhemb i , em São Pau l o ,

mo s t r a ram a nova po s t u ra de

f o r ne cedo re s e u s uá r i o s f r en t e

ao de senvo l v imen to do me r cado

nac i ona l de r ad i od i f u são , TV

paga e mu l t im í d i a .

americano que tem de seguir as normas governamentais das transmissões em alta definição, o Brasil passou a ser encarado como o maior consumidor de tecnologia da América Latina e esse tipo de demanda tem atraído a atenção das principais empresas do setor.

negóc i o s à pa r t e

A Tektronix além de fazer a apresentação oficial do novo servidor de vídeo - o Profile PDR300 - mostrado na NAB’98, mas só agora disponível no mercado, anunciou o lançamento de um novo sistema de prestação de serviços para agilizar o tempo de entrega de peças de manutenção e assistência técnica para os clientes latino-americanos. “Hoje a Record e a Globo têm o mesmo nível de investimento. O Brasil tem projetos ambiciosos tanto em broadcast quanto na área de TV paga”, diz Emilio Ganãn, gerente do escritório de Miami, da Tektronix. O diretor de vendas nas Américas da VND (Video and Networking Division), Robert Seufferheld, e a gerente de marketing para as Américas, Genevieve Athens, esperam que o volume de negócios na América Latina (exceto México) atinja a casa dos US$ 40 milhões em 98. O chamariz do estande da Philips era TV com monitor de plasma de 42 polegadas e 10 cm de espessura. Mas a principal intenção do diretor regional para América do Sul da Philips Digital Video Systems, Paul Duncker, durante a feira foi mostrar os investimentos da empresa para ampliar sua participação no setor de áudio e vídeo profissionais do País. A Discreet Logic, que pela primeira vez montou estande na mostra, trouxe Yves Michel, de Nova York, para “estreitar as relações com um potencial grande mercado” e acompanhar as demonstrações da linha de softwares de composição e efeitos especiais da empresa canadense. “Em três anos sêxtuplicamos o faturamento. Atualmente o Brasil representa

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Para acompanhar o desenvolvimento da tecnologia digital e conhecer lançamentos e promoções de equipamentos cerca de 8,5 mil visitantes - de acordo com a Certame Eventos Promocionais, realizadora da mostra - circularam entre 18 e 20 de agosto no Anhembi, em São Paulo. A JVC foi a grande ausente da exposição. Mas quem estava atrás de novidades em antenas, câmeras,

F e i r a e c o n G r e s s o

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aproximadamente 5% do faturamento global, mas é a área que apresenta o maior crescimento”, afirma Carlos Tibúrcio Ramos, representante da Discreet Logic no País. Na Silicon Graphics, Andrew K. Sheldon, gerente para o mercado de entretenimento, justificou sua presença em solo brasileiro apontando a modernização das emissoras de TV (citando a compra pelo SBT de um Smoke e um Flame, que usam plataforma SG), e a produção de comerciais para televisão usando os recursos de composição, edição e animação baseados em SG, como ótimas oportunidades de negócios.

d t v

A oportunidade de negócios também fez com que a DVB (Digital Video Broadcasting) estivesse presente entre os expositores para anunciar que os primeiros testes de campo no Brasil, utilizando o padrão DVB para a transmissão de imagens de HDTV serão realizados em outubro. Fundado em 1993, com 220 membros de mais de 30 países, o

grupo DVB destaca-se por ter uma atividade não só de alcance europeu, pois foi desenvolvido com todas as normas abertas. “Não estamos restritos a um número pequeno de fabricantes”, disse Peter MacAvock, acrescentando que o segredo da TV digital estará no “decodificador integrado” instalado na casa do usuário. Segundo ele, isso garantirá uma real interatividade, já que existe um total de 247 serviços de DVB em 40 países, além de 170 produtores de equipamentos no conceito Multimedia Home Plataform.Tanto a Globo quanto a Record utilizaram o padrão ATSC, desenvolvido nos Estados Unidos, nas transmissões experimentais que realizaram em junho. “Como nas transmissões por satélite e cabo o padrão utilizado é o DVB, com a adoção de nosso sistema para as transmissões terrestres de HDTV fica garantida a interatividade entre todas e os custos operacionais serão minimizados”, argumenta o engenheiro Tony McCarthy, responsável pela representação da DVB na América Latina. As vantagens e desvantagens entre

os dois padrões serão analisadas pelo grupo SET/Abert que estuda a questão (leia próxima matéria). Mas a palavra final ficará por conta do governo que também precisa definir o plano de canalização para a alocação de canais analógicos e digitais durante o período de transição. A indústria da área de broadcasting se diz apta ao fornecimento de equipamentos qualquer que seja o padrão escolhido. Mas o gerente de marketing para a América do Sul da Philips DVS, Sundeep Jinsi, alerta para que se adote uma opção comum aos países da América Latina “para que o Brasil não fique isolado, como ocorreu com a adoção do PAL-M, e assim a produção de televisores para a região poderá ter preços acessíveis.”A Argentina realiza uma audiência pública no dia 15 deste mês para definir o padrão de DTV que será implantado no país. Representantes da Telefe, uma das grandes redes argentinas, circularam pelos estandes da feira e visitaram emissoras brasileiras durante os dias do evento.

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O 12° Congresso Técnico de Engenharia de Televisão - SET’98 -apresentou de maneira abrangente o panorama atual da transição tecnológica, em especial o da transmissão digital. Nos três dias do evento, usuários e fabricantes dividiram o palco das discussões, abordando principalmente os impactos e problemas da implantação da TV digital no Brasil e no mundo. Outros painéis, de igual importância, auxiliaram os participantes a definir suas estratégias nas áreas de áudio digital, formatos de VT para jornalismo, pós-produção,

distribuição, transmissão digital por satélite e o que começa a mudar nesta nova ordem audiovisual. Novos procedimentos no campo da produção incorporados à rotina do broadcast foram o forte do evento, que reuniu empresas na área de cenário virtual, servidores, gerenciamento de redes de TV por assinatura e até efeitos biológicos das radiações eletromagnéticas e aterramento para instalações de broadcasting.Em todo o congresso foi mostrado o estágio da TV digital no Brasil através dos trabalhos do grupo SET/Abert com os respectivos

Mario luis BuonFiglio

PANorAmA teCNoLÓGICoprocedimentos para sua implantação, além das participações de representantes da européia DVB, Communications Lab da Austrália, CNC da Argentina, Associação das Indústrias de Rádio e TV do Japão e o ATSC americano. Este último, que na opinião de alguns participantes, poderá ser o sistema de TV digital adotado no Brasil, mostrou um painel das atividades de implantação nos Estados Unidos, com meta de atingir mais de 50% dos lares com um sistema de três canais de vídeo até o final de 1999. Com o slogan “The future is clear”, Robert Graves

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salientou a importância da adoção do ATSC também no Canadá, Coréia do Sul e Taiwan, além dos testes na China, México e países da América do Sul. Segundo o palestrante, o ATSC oferece aos broadcasters a flexibilidade de combinar de imediato a HDTV aos múltiplos programas em SDTV, sem perder de vista as inúmeras possibilidades dos serviços de dados. Do lado europeu, Peter MacAvock teve como foco de sua apresentação, o desenvolvimento do DVB na Austrália.

d ig i t a l au r i v e rde

Uma das apresentações mais esperadas do evento foi a do grupo SET/Abert, coordenado pelo engenheiro Fernando Bittencourt, diretor da Central Globo de Engenharia, que estruturou uma apresentação detalhada sobre a implantação da TV digital no Brasil. Segundo os dados apresentados, o projeto compreenderá três fases. Inicialmente será feito o Plano de Abordagem, que segundo Bittencourt, “será mais importante do que a escolha do sistema, pois é muito complicado técnica e politicamente”, afirmou. Ainda nesta primeira fase, o projeto digital deverá contemplar a mesma cobertura do atual sistema analógico, devendo criar um canal digital adjacente para cada canal convencional, o que é chamado de pareamento. Numa segunda fase, estará prevista a escolha do sistema, ATSC ou DVB, que deverá ser capaz de transmitir na mesma largura atual de banda em 6 MHz. De acordo com o grupo, os primeiros testes mostraram a superioridade do ATSC no item “disponibilidade imediata para o HDTV”, ao contrário do DVB que tem apenas os canais SDTV. Na largura de banda, o ATSC não requer adaptação para operar em 6 MHz, enquanto o DVB necessita de adaptação porque foi desenvolvido para 8 MHz. Na avaliação do plano

de cobertura, o projeto DVB leva vantagem porque possibilita uma solução mais perfeita graças à repetição do mesmo canal, diferente do ATSC, que é deficiente em regiões de sombra, além da possibilidade de reutilização de freqüência. Na terceira e última fase, serão analisados os formatos de produção, progressivo ou entrelaçado, que na medida do possível, deverá ser o mesmo em todo o país. A implantação prevê a alocação de oito mil novos canais digitais, onde só o Estado de São Paulo responde por 1.537 e deverá ser o primeiro a adotar os testes de campo. Inicialmente, cada canal digital será colocado 12 dB acima do canal analógico, e dependendo do desenvolvimento dos sistemas ATSC e DVB, poderão ser decididos outros parâmetros. Segundo Bittencourt, o País espera “uma decisão tecnicamente correta a médio prazo”, completou.

a vez do u s uá r i o

Numa decisão acertada, a organização do evento adotou em alguns painéis a estratégia de colocar lado a lado usuários e fabricantes, além de modificar também a dinâmica de apresentação, que adquiriu o formato de debate. No tema “Pós-produção - Edição não-linear e Composição”, as empresas Discreet Logic do Canadá e a Quantel da Inglaterra, ouviram atentamente as colocações de Fernando Pelégio, da Gerência de Comunicação do SBT, que é responsável pela confecção das chamadas e computação gráfica da emissora. Simplificando sempre as questões, Pelégio justificou a escolha do Flame, da Discreet Logic como sendo adequada para a rotina da emissora, mas admite que ainda não existe a configuração ideal. “Integrar edição não-linear com composição de imagens é difícil, mas o sistema que conseguir isso estará no caminho certo”, avalia Pelégio, que elogiou também o

conceito do software Jaleo, que deverá ser o standard, mesmo hoje estando abaixo dos sistemas da Quantel.Outro painel importante, que merecia um maior aprofundamento, envolveu os formatos de VT para jornalismo. Totalmente apresentado por usuários, os sistemas Digital-S da JVC, DVCAM da Sony e o DVCPRO da Panasonic estão sendo respectivamente adotados na TV Iguaçu, do Paraná (afiliada ao SBT); TV Fronteira Paulista (afiliada à Globo em Presidente Prudente), em São Paulo; e TV Bandeirantes, do Rio de Janeiro. Cada experiência foi relatada através de fatores particulares de cada emissora, que levou em conta desde a compatibilidade com antigos formatos, como o caso da TV Iguaçu, que opera também com S-VHS, ou a decisão por um sistema totalmente digital, como o da TV Fronteira Paulista, que encontrou no DVCAM um avanço significativo em relação ao antigo U-Matic. Por outro lado, Marcus Saliveiros, da TV Band/RJ, reconheceu que embora o DVCAM fosse muito parecido tecnicamente com o DVCPRO, a escolha deste último se deu em razão da facilidade de comunicação com o fabricante. Necessidades à parte, o ponto em comum foi o da assistência técnica, pois todos os formatos são de tecnologia recente, mas que até o momento as ocorrências foram pequenas e atendidas prontamente por suas representações no Brasil.Na palestra “Tecnologia de redes e distribuição de sinal”, André Vanazzi, da RBS/RS, Eugênio Soldá da Barco/SP, José Wander de Lima e Castro da TV Record/SP e Nivelle Daou Jr. da TV Amazônia/AM trouxeram a público uma completa explanação de suas experiências em redes de sinais digitais. Foram abordados temas como alocação de freqüências, número de estações, infra-estrutura, enlaces terrestres e repetição via satélite.

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F E I r A E C o N G r E s s o

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Não disponivel

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$

BEto Costa

O me r cado de sa l á r i o s pa ra

p ro f i s s i ona i s da p rodução de

c i nema , v í deo e come r c i a i s é

uma sa l ada . A f amosa “ t abe l a

do s i nd i ca t o” só s e r ve pa ra a

i n dú s t r i a c i n ema tog rá f i ca .

A reg ra ma i s comum é a l i v r e

negoc i a ção . Pa ra con f und i r

a i nda ma i s , v i v emos um

ve rdade i r o boom de nova s

p rodu to ra s num momen to

em que aumen tam a s

denúnc i a s de ca l o t e .

Tentar definir o salário médio do técnico brasileiro da produção de cinema, filmes publicitários e vídeo é uma tarefa inglória, para não dizer impossível (veja box). Os valores mudam brutalmente de região para região, e em cada uma das praças pipocam referências diferentes. O profissional “de grife”, aquele reconhecido pelo mercado, consegue negociar em melhores condições, mas no geral a regra é: para cada trabalho um cachê diferente. A Lei 6.533, que regulamenta a profissão, define a função de free

lancer. Mas a única tabela que tem peso legal na determinação dos pisos salariais só vale para a indústria cinematográfica. Para a produção de vídeo e comerciais ela apenas serve como referência. E um referencial bastante questionado. Os donos de produtora consideram o piso referencial muito elevado, quase batendo no teto. “O valor de uma diária de referência para produção de comerciais equivale ao de uma semana paga ao profissional do longa”, compara Cássio Pardini, diretor executivo da Associação Nacional das Produtoras de Filmes Publicitários - Apro. O advogado da entidade coloca ainda mais lenha na fogueira. “Às vezes vale mais a pena contratar um técnico no exterior, mesmo depositando os 10% para o sindicato como manda lei, do que seguir a tabela”, alfineta João Paulo Morello.

em chamas

As discussões parecem sem fim. O dissídio do pessoal do filme publicitário foi em maio, mas até agora nenhum consenso. No ano passado já não houve acordo coletivo. A situação é ainda mais complicada porque os trabalhadores do setor são extremamente desorganizados. “Existem profissionais com 30, 40 anos de trabalho que não conseguem se aposentar”, afirma Geraldo Pereira dos Santos, presidente do Sindicato

dos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica/RJ. Funcionam, para valer, apenas dois sindicatos no Brasil inteiro. O de São Paulo e o do Rio de Janeiro. O estatuto do Sindcine de São Paulo e do Stic do Rio de Janeiro determina uma base estendida para outros Estados. O Sindcine abraçaria (GO, DF, PR, SC, RS) e o Stic representaria o resto do país. Mas na prática só atendem paulistas e cariocas. Se faltava pimenta para esta torre de Babel, os patrões contribuem. A Apro fala apenas pela elite das produtoras do País, tem apenas 50 megaassociados. Para se ter uma idéia melhor da desproporção. A Apro tem 40 associados em São Paulo e o Guia TelaViva 98 contabiliza nada menos do que 247 produtoras atuando na cidade. E com certeza este número é ainda maior. Quer dizer, a grande maioria dos frilas vive num mercado de trabalho praticamente informal.

cadê o d i nhe i r o ?

Vivendo num mercado inchado, com a concorrência cada vez mais acirrada e às margens da regulamentação, o técnico de cinema e vídeo agora também é vítima de uma mazela que atinge todos os setores da economia: o calote. Em São Paulo, o Sindcine estima que 30 produtoras foram denunciadas só neste ano. No Rio, o número de casos se equipara, segundo os cálculos do Stic. Embora

c a p a

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$$

nenhum técnico carioca tenha procurado o sindicato para levar o caso até a Justiça. João Paulo Morello, advogado da Apro e do Sindicato da Indústria Cinematográfica de São Paulo, acredita que a grita dos sindicalistas é exagerada. “Trinta denúncias é muito pouco. Existem cinco mil técnicos em São Paulo”, compara. O Sindcine tem mil associados e o Stic cerca de dois mil. O presidente do Sindcine culpa a falta de fiscalização do Ministério do Trabalho. “A produção de cinema cresceu muito e tem muita gente nova, aventureiro mesmo, entrando na Lei do Audiovisual sem ser do meio. A prestação de contas com o governo deveria ser seríssima como é na Argentina”, afirma Tony de Souza. Um dos casos mais rumorosos de inadimplência da indústria cinematográfica em São Paulo envolve a produção do longa “Sau Paulo”. Trinta técnicos tentam reaver através de ações trabalhistas R$ 60 mil. O orçamento do filme é de R$ 708 mil, a maior parte conseguida através de leis de incentivo. O diretor de fotografia Jay Yamashita espera desde o dia 10 de julho para receber seu cachê de R$ 7,5 mil, pagamento por cinco semanas de trabalho. Até agora, nada. “Sau Paulo” é uma produção da DTB, de Luís Eduardo Reis de Toledo Barros. No filme ele assina a direção e é também o produtor executivo, mas ficou conhecido no mercado como captador de recursos. Levantou dinheiro para “Ed Mort” e “Kenoma”. Antes de ingressar na produção cinematográfica trabalhou 15 anos na Bolsa de Valores em São Paulo. Toledo Barros diz que a história não é bem assim. “Todo mundo já recebeu, eu tenho a rescisão de todo mundo assinada. “Mas as acusações não param. “Ele não negocia com a equipe. Ele chama um por vez para dizer que não tem dinheiro”, conta Jay Yamashita. Vale lembrar que “Sau Paulo” trata da vida de um operador da Bolsa que depois de muito tempo no mercado financeiro é despedido. Desempregado ele tenta começar uma vida nova...A biografia filmada de Villa-Lobos

está parada. E o que se ouve é uma sinfonia de reclamações. Pelas contas do Sindcine a Mapa Filmes deve R$ 30 mil para cinco técnicos de São Paulo. Zelito Vianna, diretor do filme, justifica: “Eu dei um cheque pré-datado para pagar o trabalho de cinco semanas. O pagamento estava atrasado umas cinco semanas. Aí o pessoal resolveu parar a produção e eu sustei os cheques”. Vianna prevê voltar a rodar a partir da segunda quinzena de outubro. No momento ele busca dinheiro para completar o

orçamento de R$ 5 milhões. De acordo com os sindicatos do Rio e São Paulo, a maioria dos casos de calote refere-se à produção de filmes publicitários. Mas ninguém tem procurado ajuda do sindicato, talvez por acreditar que não há outra maneira de conseguir o dinheiro devido, a não ser pela boa vontade da produtora. A legislação determina que os contratos para produção de comerciais devem ser vistados pelo sindicato, mas nem sempre a determinação é seguida. Aliás, até a lei que regulamenta o frila tem respaldo duvidoso. “Pela Constituição de 88, a lei 6.533 estaria revogada. Alguns pontos entram em choque e é fácil questionar inconstitucionalidade”, ensina João Paulo Morello.

p ro f i s s ão : f r i l a

Em São Paulo, o repórter cinematográfico Jorge Luiz Alves Oliveira tem 18 anos de estrada. Já

trabalhou em todas as grandes redes, hoje capta imagens para o “SBT repórter”, onde chega a receber R$ 2,5 mil em meses com muitas horas extras de produção. Ele já conjugou por muito tempo o trabalho assalariado com frilas, mas hoje não quer mais nem saber. “É até um pouco de comodismo da minha parte, mas o mercado está muito complicado. Hoje, tem gente que cobra R$ 50 uma diária de operador de câmera. O trabalho fica um lixo e joga o nosso preço lá embaixo”, explica Oliveira. No Rio de Janeiro, o operador de câmera e diretor de fotografia, Luiz Cláudio Santos, é contratado de uma produtora. Recebe um salário mensal de R$ 5 mil e não tem que se preocupar com as incertezas do mercado. “O mercado publicitário está em baixa, mas eu estou bem. Na produtora tem sempre trabalho”, conta. Oliveira e Santos fazem parte de uma elite de assalariados. A grande maioria dos técnicos tenta a sorte, mesmo, como frila. Um mercado onde é preciso desenvolver, digamos, novas modalidades de atendimento para galgar melhores cachês. Armando Onofri é operador de câmera há 14 anos. Há quatro teve o estalo: resolveu comprar uma câmera BVW 300. Demorou três anos para pagar, sofreu com períodos de vacas magras, mas conseguiu melhorar seu valor no mercado. Hoje cobra a diária como diretor de fotografia entre R$ 1 mil, R$ 1,5 mil. Os períodos de entressafra às vezes são compensados. “Estou há quatro meses sem trabalho, mas estou fechando um institucional que deve me render uns R$ 8 mil”, afirma. Para combater os períodos sem trabalho, nada melhor do que ter uma boa vitrine e tempo para se dedicar aos frilas. O editor de imagens Paulo Vinhas trabalha no “Fantástico” da TV Globo. Praticamente só edita nos finais de semana, “Eu trabalho mais em produtora do que na Globo. Atualmente estou editando e pós-produzindo algumas séries que são exibidas na TV Senac. Por três,

T E L A V I V A s E T E m b r o D E 1 9 9 8 2 3

Poucos profissionais

fazem parte de uma

elite de assalariados.

A grande maioria dos

técnicos que trabalha

no mercado tenta a

sorte como free lancer.

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$

quatro dias de trabalho eu recebo R$ 500. Na Globo, meu salário bruto é R$ 2,6 mil”, conta Vinhas.

d i spa r i dade s

O aumento da produção de audiovisual no Brasil tem levado muitos profissionais a buscar mercados incipientes. Roberto Saúde é reconhecido como um dos únicos câmeras de cinema de Belo Horizonte. Ele está na profissão há dez anos, já trabalhou no Rio e em São Paulo, mas está decidido a fixar residência em Minas. “Eu faço em média dez diárias por mês, o que dá um rendimento mensal de mais ou menos R$ 6 mil. O pessoal está se acostumando a fazer em película”, afirma Saúde. O maior problema para produzir cinema em BH é que não existem (atenção empresários!) locadoras de equipamento. As câmeras costumam ser alugadas em São Paulo. Saúde diz que pretende até o final do ano comprar uma SR 2 (16 mm). Em Belo Horizonte, como no resto do país, aumentou muito o número de técnicos no mercado. Daí que vale mais ser um frila fixo do que um assalariado desempregado. O operador de câmera Hélio Giovani Jr., é adepto da chamada flexibilização dos contratos de trabalho. Trocou o vínculo trabalhista e o salário mensal de R$ 2 mil por um cachê fixo mensal. “Eu posso trabalhar como operador de steadycam ou assistente de câmera. Por oito claquetes por mês eu recebo R$ 3 mil. Passou disso eu ganho por trabalho. O cachê nestes casos é um pouco menor, mas como o salário é maior, compensa.” Em Recife, os orçamentos são 50% menores em relação ao Rio e São Paulo. A maioria dos comerciais é produzida em vídeo. “Um VT de primeira. Com muita figuração, qualidade Beta e trilha especial gira mais ou menos em torno de R$ 30 mil. O varejão sai por no máximo R$ 7 mil”, dimensiona Wagner Nogueira da Plug Comunicação. Com

CACHÊ$ brAsIL AForA

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c A P A

tabela referencial de piso salarial para profissionais em filmes publicitários

Função r$ r$diretor 5.380,65/porfilme 935,00/semanadiretordefotografia 1.138,21/diária 800,00/diáriaoperadordecâmera 827,78/diária 600,00/diáriaeletricista/maquinista 465,63/diária 300,00/diáriatécnicodeefeitosespeciais 563,45/diária 385,00/diáriacoordenadordeprodução 1.862,53/semana-filme 715,00/semanadiretordeprodução 1.655,59/semana-filme 605,00/semanadiretordearte 3.104,22/porfilme 605,00/semanacenógrafo 2.483,37/porfilme 572,00/semanatécnicodesomdireto 827,78/diária 615,00/semanalmontador/editor 1.448,63/porfilme 800,00/semanalFinalizador 620,85/porfilme 500,00/Job

tabela referencial de piso salarial para profissionais em vídeooperadordecâmera(cinegrafista) 359,46/diária 534,60/semanaoperadordevídeo 205,59/diária 534,60/semanaoperadordeáudio 205,59/diária 534,60/semanailuminador 359,46/diária 534,60/semanasonoplasta 205,59/diária 356,40/semana

tabela referencial de piso salarial para profissionais de longa, média e curta-metragens

diretorcinematográfico 1.277,48/semana* 1.365,00/semana

1ºassistentededireção 771,89/semana* 682,50/semana

produtorexecutivo 1.131,86/seman*a 1.207,50/semanadiretordeprodução 842,64/semana* 945,00/semanadiretordefotografia 842,64/semana* 945,00/semanaoperadordecâmera 771,89/semana* 840,00/semanaeletricistaoumaquinista 469,16/semana* 577,50/semanatécnicodeefeitosespeciais 598,17/semana* 682,50/semanadiretordearte 842,64/semana* 945,00/semanacenógrafo 771,89/semana* 840,00/semanatécnicodesomdireto 842,64/semana* 945,00/semanaeditormontador 842,64/semana* 945,00/semana*Jo

rnadadiáriadeseishorasemestúdioouoitohorasemexternas

Fontes: sindcine(sindicadodostrabalhadoresnaindústriacinematográficadoestadodesãopaulo),stic(sindicadodostrabalhadoresdaindústriacinematográfica/rJ).

astabelascompletasestãodisponíveisnositedatelaVivawww.telaviva.com.br.

sindcine (apartirde01/05/1998) stIC (98/99)

o mercado menor, os frilas também buscam trabalho pelo Nordeste. O operador de câmera José Antonio da Silva foi para o Ceará para fazer a campanha do candidato ao governo do Estado pelo PSDB, Tasso Jeraissati. Vai receber R$ 7 mil por

mês. Um valor que não serve como referência para outras produções. “Uma diária bem paga sai por R$ 300”, conta. Trabalhando como assalariado o teto que um cinegrafista atinge é pago pela Globo local. Algo em torno de R$ 1,2 mil.

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Não disponivel

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Eles vivem atrás dos ricos, famosos, poderosos e emergentes. Nas grandes festas, em eventos importantes, lá estão eles: os colunistas sociais. Nascem novos programas desse tipo na televisão a cada dia, principalmente no fim de noite da programação. Alguns apresentadores são meros desconhecidos do grande público, mas parecem amigos do peito das personalidades, tal é a intimidade com seus entrevistados. Amaury Jr. foi um dos primeiros colunistas sociais da TV. Começou com um programa na Rádio Gazeta chamado “Flash”, que virou pílulas de cinco minutos na TV Gazeta e, depois, o programa de uma hora da Rede Bandeirantes. Esta história já tem 17 anos. Hoje, o nome coluna

social já não soa muito bem aos ouvidos da produção do “Flash”. “É um programa de entretenimento. Falamos de tudo o que os telejornais não falam”, argumenta Marcos Maritan, diretor. O programa sofreu transformações ao longo desses anos. Hoje, ele tem entrevistas longas e reportagens de assuntos diversos. Mas Amaury continua participando das badalações da high society. Algumas vezes, a decisão de cobrir esses eventos é do próprio programa. Outras, é de quem paga. É que o “Flash” também faz matérias comerciais. Uma entrevista ou reportagem com duração entre seis e 13 minutos no programa pode custar de R$ 25 mil a R$ 45 mil. Mas nada impede que uma reportagem comercial se

transforme em uma boa pauta para o “Flash”. Foi o que aconteceu na festa de lançamento de um carro que Amaury foi contratado para cobrir. “Eles compraram um bloco do programa, mas como tinha muita gente importante no evento, aquilo acabou virando um programa inteiro, uma coluna social com enfoque jornalístico”, comenta Maritan. O aspecto comercial do programa fica evidente até para o telespectador. Basta ver a vinheta de abertura, um clip com imagens de bares, restaurantes, empresas e lojas. “É um acerto comercial. É mais uma permuta do que um espaço pago”, diz Maritan.Vários programas da Rede Bandeirantes têm o seu próprio departamento comercial e o

T E L A V I V A s E T E m b r o D E 1 9 9 82 �

MôniCa tEixEira

O voyeu r i smo de

t e l e spec t ado re s e o

ex ib i c i on i smo de so c i a l i t e s ,

eme rgen t e s e a r t i s t a s s ão

f on t e de r enda pa ra o s

co l un i s t a s s o c i a i s e l e t r ôn i co s .

As em i s so ra s de TV a cabam

f a t u rando po r t abe l a

vendendo e spaço pa ra e s t e s

p rodu to r e s i ndependen t e s

de p rog ramas .

p r o G r a m a ç ã o

rAsGANDo A seDA NA tV

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“Flash” é um deles. Muitas vezes, os interessados em colocar a imagem da sua empresa no programa negociam direto com o apresentador. Os contratos são submetidos à avaliação do departamento comercial da emissora e, então, aprovados. Paulo Saad, superintendente comercial da Bandeirantes, não revela qual é a participação comercial de Amaury Jr. nas receitas de merchandising. E faz questão de dizer que o maior interesse da Bandeirantes no “Flash” é o seu conteúdo editorial. “O programa não é feito em função do interesse comercial. É um programa de entretenimento que atende à demanda artística da emissora. O contrato comercial só é feito se couber na linha editorial do programa”.

mesma l i n ha

Apresentadores bem sucedidos como Amaury Jr. serviram de exemplo para novos aspirantes ao sucesso. Ramy Moscovic é um deles. O seu “Estilo Ramy” está há dois anos no ar pela Rede Mulher de Televisão, todos os dias, a uma hora da manhã. O ex-funcionário de hotéis e cassinos já entrevistou Xuxa, Gilberto Gil, Emerson Fittipaldi e tantos outros famosos que conheceu em seus empregos anteriores. Ele diz que faz “um programa que aborda o estilo de vida de personalidades do mundo político, artístico, social e musical”. A produção é independente, a cargo da sua própria produtora, a LL Produções. Ramy não entra em detalhes sobre o contrato com a emissora. Diz apenas que tem um acordo comercial de parceria. O colunismo social foi um trampolim para a carreira de Otávio Mesquita. O hoje apresentador do programa “Tempo de alegria” do SBT faz questão de anunciar que dá pico de 20 pontos no Ibope nas tardes de domingo. Mas reconhece a importância dos

11 anos em que ficou no ar, no fim de noite, com quatro, cinco pontos no Ibope, apresentando o “Perfil”. “Foi o programa que me deu uma projeção nacional muito qualificada - embora eu também fosse reconhecido pelas classes B e C - e um bom relacionamento no meio artístico. Hoje, eu mesmo ligo para os artistas para virem ao meu programa e eles aceitam.”Durante o tempo em que ficou no ar, o “Perfil” passou pela Manchete, SBT e Record. Era uma produção independente feita pela produtora do próprio Mesquita. Um formato que deu certo, segundo o apresentador, “porque tinha entretenimento e um repórter bem humorado”. E colunismo social também. A cobertura de festas e eventos ocupava 40% do programa. “Todo mundo gosta de saber como os ricos e famosos vivem. Você tem este tipo de programa no mundo inteiro. O “Entertainment Tonigh” é um exemplo”, diz Mesquita. “É um programa típico para o fim de noite, as pessoas nas festas já estão meio bêbadas e o telespectador deitado no sofá quer ouvir abobrinhas mesmo.” Existem dois tipos de festas: as badalações que o colunista vai

cobrir porque sabe que vai ter gente importante e os eventos que ele vai cobrir porque foi pago para isso. “Quando você vir a cobertura do lançamento de um produto, é claro que é comercializado”, explica Mesquita. O “Perfil” saiu do ar em dezembro de 97 por pura falta de tempo de Otávio Mesquita. A irreverência do apresentador estava sendo requisitada pela Manchete, onde aterrissou no comando da tarde de domingo, mas logo bateu asas de volta à emissora de Silvio Santos. Mesquita tem planos de colocar o “Perfil” no ar novamente, mas o problema está em quem assumiria o seu posto na apresentação. “Só eu e o Amaury temos o know-how para fazer esse tipo de programa”, afirma sem modéstia.

l u xo i n t e r nac i ona l

Que o luxuoso Atayde Patreze não ouça isso. Sim, ele continua no ar, só que agora no canal comunitário da TV a cabo, o chamado Canal São Paulo. O dono do microfone de ouro abandonou as festas e diz que faz agora um colunismo social internacional. Noventa porcento do conteúdo do seu programa é gravado fora do Brasil. Patreze já viajou por mais de 40 países. Ele está de malas prontas para ir a Istambul em outubro. “Vou mostrar como é o estilo de vida dos turcos, as residências, alguns lugares famosos. Eu não mostro pobre nunca, não gosto de pobre. Quem gosta de pobre é o Ratinho”, diz. “Meu programa é uma mistura de turismo, variedades e muita cultura. É simplesmente um luxo!”Para ostentar esse luxo todo, Patreze conta com fortes patrocinadores: Vasp, Neutrox (a marca de produtos para o cabelo), a Indústria Marília de Autopeças, Embalagens Santa Inês e cápsulas de cartilagem de tubarão da Universidade do Ceará que a empresa do apresentador comercializa. “A Vasp é minha

T E L A V I V A s E T E m b r o D E 1 9 9 8 2 7

oaspectocomercialdoprograma“Flash”

ficaevidenteatéparaotelespectador.

amauryJr.

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patrocinadora principal. Eu entro no jato, mostro a cabine, falo com o comandante, informo sobre as rotas da companhia”, isso tudo dentro do programa. Mesmo num canal desconhecido do grande público, ele afirma não ter problemas com patrocínio:

“Esse é o único programa da televisão que não tem vaga para patrocínio. Tem fila de patrocinadores querendo bancar o meu programa”, diz. Como Atayde Patreze consegue isso? Segundo ele mesmo, pelos bons relacionamentos que mantém com a nata da sociedade brasileira. “O Canhedo (Wagner Canhedo, presidente da Vasp) é meu amigo há 25 anos, eu sou sobrinho de um ex-presidente da República, o Mário Henrique Simonsen foi meu padrinho de casamento, trabalhei em Brasília... o mundo fica pequeno para a gente.”No canal comunitário, Patreze não paga sequer o horário. Com tantos amigos influentes

e um espaço sempre aberto no seu programa para um comercialzinho, ele consegue pagar US$ 5 mil para cada funcionário da sua equipe, ter uma ilha de edição Betacam digital no valor de US$ 1 milhão, viajar o mundo, e é claro, ter certeza de que a sua vida é um luxo!

T E L A V I V A s E T E m b r o D E 1 9 9 82 8

P r O g r A m A Ç Ã O

b o m N e G Ó C I o

asproduçõesindependentesestãoconquistandocadavezmaisespaçonoscanaisabertosdetV.osprogramasfeitosforaocupam,normalmente,ofimdenoiteenãoéporacaso.paraaemissora,esteéumbomnegócioporqueéagarantiadecomercializaçãodohorário.oapresentadorJoãodóriaJr.,quetemtrêsprogramasindependentesnoar,apontaaindamaisduasvantagens:“agarantiaparaaemissoradeumprodutodequalidadeeadesoneraçãodaprodução”.dóriaéopresidentedaVideomax&dóriaassociados,produtorado“showBusiness”,“sucesso”e“walkingshow”.oprodutornormalmentecompraohoráriodaemissoraenegociaosintervaloscomerciaisepatrocíniosporcontaprópria.ouseja,ficacom100%dasreceitasdepublicidade.astabelasdepreçonemsempresãoequivalentesàsdaemissora.“paramim,porexemplo,interessasaberquantoarevistaexamecobraporumanúncioeusarissocomoparâmetro,paraaemissoraissonãotemamenorimportância”,dizdória.Joãodóriatemcontratoscomaredemancheteecomacnt.masadmite:“Émaisdifícilcomercializarumaproduçãoindependente.nonossocaso,jáficoufácilpelatradiçãodosprogramas.Équeasemissorasnegociamosupermercado,nósnegociamosaprateleira”,compara.mesmocomtantaliberdadeparainserircomerciaisnosseusprogramas,Joãodóriatemprincípiosmuitorígidos,preocupa-secomacredibilidadedoprograma,comaproteçãodaimagemedamarcadosanunciantes.maséclaroquequandooassuntoédinheiro,poucostêmtantosbrios.

aproduçãodo“estiloramy”

éindependente,acargodall

produções,dopróprioapresentador.

ramymoscovic

Não disponivel

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Não disponivel

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Depo i s de ma i s de dez ano s

da p r ime i r a t r an sm i s são do

Second Aud io P rog ram no

B ra s i l , o SAP é qua se um

r enegado . A ma io r i a da s r ede s

t em cond i çõe s de t r an sm i t i r

o s i na l com a banda SAP ,

ma s a s a f i l i ada s , não . O

ma io r p rob l ema não são o s

i n ve s t imen to s . Pa re ce , me smo ,

que é pu ro de s i n t e r e s s e .

No final da década de 80, ter um aparelho de TV com a famosa tecla SAP (second audio program) era sinal de modernidade. Embora muitos televisores com SAP tenham sido vendidos até que o Brasil tivesse condições de aproveitar a novidade. Foi quase na virada da década que a Manchete realizou suas primeiras transmissões com SAP incluso. Era um período em que a emissora carioca, diferentemente de agora, buscava a empatia das classes A e B. Hoje, se um americano estiver no interior de São Paulo e quiser assistir a um filme na TV Manchete com o áudio original, nada feito. Somente a audiência do Rio e de São Paulo da Manchete tem acesso a este recurso. Nenhuma das demais afiliadas têm condições técnicas de repetir o sinal com SAP.Não pense que com a líder de audiência a situação é diferente. A Rede Globo veio logo depois da

Manchete, em 91, mas o sinal de áudio com SAP só é disponível para Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife São Paulo e EPTV (que tem quatro emissoras afiliadas: Campinas, Ribeirão Preto, São Carlos, no interior de São Paulo, e Varginha, no sul de Minas). O SAP não deixou de ir para frente porque exige investimentos vultosos. O diretor de engenharia da TV Globo São Paulo, Raymundo Barros, calcula que com US$ 8 mil é possível fazer as adaptações necessárias. “O problema é que a afiliada necessita de uma largura de banda para o processamento de áudio que permita a transmissão do SAP. E isto em muitos casos exige um pacote de medidas”, conta. O segundo programa de áudio é uma faixa estreita da trilha de áudio, ou seja, não pode armazenar muitas informações. É também chamado de áudio escondido, já que só pode ser acessado quando a tecla é acionada e é transmitido numa freqüência imperceptível ao ouvido humano. A qualidade do som não é estéreo, mas mesmo não sendo a oitava maravilha do mundo, faz muita diferença nos musicais importados. O padrão de transmissão no Brasil é o BTSC, com freqüência que chega a 105 - 108 kHZ. Para a transmissão do áudio com SAP é preciso um encoder que é instalado na cabeça de rede, cujo custo não passa dos US$ 30 mil. Mas para chegar à casa de todos os telespectadores sintonizados naquela rede, depende das afiliadas. Como não há uma grande demanda pelo SAP, oferecer a opção não significa ganhar mais pontos de

audiência. Uma das vantagens, mesmo assim para consumo interno, é que com ele vai outro canal de comunicação, o Prof. Este pode ser usado para coordenação de entradas ao vivo, mas tem uso limitado, já que depende da intensidade do sinal, que normalmente não é muito forte.

que s t ão de hon ra

Mesmo não tendo atrativos significativos, o SAP parece ser questão de honra para as redes. A Record promete oferecer o serviço até o começo de dezembro. Hoje, quem seleciona o canal 7 em São Paulo, já pode observar a luz acesa do SAP. Desde final de maio, quando o novo transmissor entrou em funcionamento, o encoder da Orban já está operando. Mas o telespectador ainda não pode acessar a trilha original dos filmes e seriados exibidos. “A maioria dos filmes que dispomos foram adquiridos de contratos antigos. Nenhum deles tem a trilha do SAP”, explica Ricardo Bernardoni, gerente técnico de implantação de projetos da Record. Com os contratos refeitos, o sinal SAP da Record vai estar disponível em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador. Se concretizar este projeto, a Record vai numa tacada só quase se equiparar à Globo e deixar o concorrente SBT comendo poeira. A emissora de Sílvio Santos coloca à disposição o SAP desde a inauguração do Complexo Anhangüera, há três anos, mas somente os paulistanos têm acesso. “Quando nós estivermos subindo o sinal digital, ele vai estar descendo com SAP para as afiliadas”, explica o gerente técnico da geradora SBT, Luiz Seixas. Mas ele adianta que não tem previsão, já que depende da Embratel. E também seriam necessárias adaptações nas afiliadas. Parece que na era do home theater, do DVD, o telespectador vai ter de esperar que as emissoras descubram uma forma de ganhar dinheiro usando o SAP. Se não, para a maioria deles, trilha original, só na locadora.

Betocosta

t e l e V i s ã o

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A TV reco rd comp l e t a �5 ano s

de ex i s t ê n c i a e s t e mê s . A l t o s

e ba i xo s f azem pa r t e da a t ua l

r ede que p r e t ende a l i d e rança

de aud i ên c i a an t e s de f aze r

boda s de ou ro .

Todos os grandes nomes da televisão e da música brasileira passaram pelos estúdios da TV Record. Quem já passou dos 35 anos, com certeza, guarda na memória excelentes momentos criados pela emissora que era a líder de audiência. Festivais, shows, musicais, gincanas, humorísticos e programas infantis marcaram época (veja quadros),

inclusive num período de contestação.A trajetória de 45 anos pode ser dividida em três fases distintas: glória, ostracismo

e ressurgimento. Se depender da vontade dos atuais dirigentes da rede a próxima etapa é a conquista dos louros do trabalho desenvolvido na década de 90.O canal 7 de São Paulo, concessão da família Machado de Carvalho, entrou no ar em 27 de setembro de 1953 exibindo um programa musical apresentado por Sandra Amaral e Hélio Ansaldo para concorrer com

a pioneira TV Tupi, inaugurada em 18 de setembro de 1950. Não demorou muito para que os shows, os telejornais e principalmente a programação esportiva caíssem nas graças do público guindando a emissora ao primeiro lugar em audiência.

A década de 60, considerada a fase áurea da emissora, trouxe para o cenário nacional uma lista quase inumerável de nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, Rita Lee, Roberto Carlos. Sônia Ribeiro e Blota Jr., Randal Juliano e Neide Alexandre eram os apresentadores dos

programas mais badalados da televisão brasileira da época. A concorrência aumentou, incêndios

destruíram estúdios e instalações da Record e a maior parte desses momentos gloriosos literalmente virou cinzas. Hoje vive apenas na memória dos fiéis telespectadores

e só pode ser conhecida através da leitura de livros que contam a história da televisão brasileira. Para trazer à tona os feitos da Record, este mês será lançado um livro comemorando seus 45 anos de vida.

em c r i s e

Na década de 70 a Record estava quebrada. Mas mesmo com esse diagnóstico Silvio Santos, em 1977 comprou 50% da emissora dos Machado de Carvalho. “Naquela época ela literalmente não valia nada: não tinha audiência, não tinha rede e as dívidas eram quase insuportáveis. Mas o Silvio Santos resolveu apostar na compra”, conta o atual superintende da Rede Record, Dermeval Gonçalves, que naquela época fazia parte do Grupo SS. “Com a implantação de um

r e d e s

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45 aNOS DE HISTÓRIa PaRa CONTaR

sHows apresentaramartistas

internacionaiscomolouisarmstrong,Billhalleyeseuscometas,natKingcole,sarahVaughan,charlesaznavour,

entreoutros.

sHow Do DIA 7especiaismensais

apresentandomusicais,entrevistas,comédiase

gincanas.

PULLmAN Jr.infantilcomandadopor

cidinhacamposedurvaldesouzaficounoar

durante16anos.

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processo gerencial, com orçamento, fluxo de caixa e auditoria, acabamos equacionando a falta de administração que existia”, completa.De 77 até 82 houve uma fase de recuperação pela própria força. Foram comprados novos equipamentos e as emissoras de Franca e S. José do Rio Preto, no interior de São Paulo, visando à cobertura do Estado e iniciando a formação da rede. “Quando a Tupi fechou eu já tinha preparado instrumentos para solicitar todas as concessões de canais. Por isso o que nós temos hoje foi fruto dessa agilidade de trabalho, pois eu já tinha tudo pronto e ganhamos esses canais. Não foi um período de glória, pois não tínhamos dinheiro para investir na programação, mas foi um período de ressurgimento”, relembra Gonçalves.“A nova desgraça foi a decisão do governo de criar as duas novas redes (SBT e Manchete). Na época, nós do Grupo Silvio Santos tentamos impedir, pois pretendíamos o fortalecimento da Record e da Bandeirantes com esses canais que estavam sendo abertos. O jeito foi entrar na concorrência e no processo que foi montado a intenção era montar o SBT e ainda fortalecer a Record. Novamente faltou visão histórica ao Paulo Machado de Carvalho que resolveu negociar os canais com o Silvio Santos. A partir de 82 a Record entrou em crise irrecuperável, pois

o mercado dela era estritamente regional.” Em 84 começou o processo de venda, e Dermeval Gonçalves volta

para a Record, como superintendente, trocando de posição com Guilherme

Stoliar, com a função de vender a parte de Silvio Santos. Interessados não faltaram. João Havelange, os grupos Jornal do Brasil e Abril, Orestes Quércia, especularam para comprar, mas ninguém teve coragem. “Apareceram então os pastores, através do Laprovita Vieira e tive de convencer o Paulo Machado de

Carvalho a vender a sua parte para não quebrar. A dívida da Record no final de 89 era de US$ 20 milhões”, conta Gonçalves.

nova e ra

Em março de 1990 Edir Macedo

assume o controle da Record. De acordo com o superintendente, o primeiro passo foi recompor o passivo da empresa. O segundo melhorar o equipamento. “Já no primeiro ano subimos no satélite (em setembro/outubro). Quando toda a questão da transferência foi resolvida começamos a traçar o projeto que

está se concretizando agora: de perseguir o primeiro lugar, pois desde o início a intenção do Bispo Macedo era fazer uma televisão de 1º Mundo e não um templo eletrônico.”Num primeiro momento, até o final de 93, enquanto a transferência

não estava homologada, os dirigentes tiveram algumas dificuldades para formar a rede. “Sofremos para conseguir as afiliações devido ao medo dos concessionários, mas hoje rompemos essa barreira e já estamos com 68 emissoras entre próprias e afiliadas. Hoje faltam três emissoras: Espírito Santo, Sergipe e Ceará (embora tenhamos neste Estado um sinal em UHF)”, orgulha-se

Gonçalves complementando com uma recomendação de Edir Macedo: “Aonde tiver mil habitantes a Record tem de estar”.Para cumprir o plano diretor, inicialmente traçado - atingir o primeiro lugar -, a tarefa atual dos

dirigentes da Record é a consolidação do segundo lugar. “Hoje temos o segundo lugar de audiência de segunda à sexta. Precisamos conquistar também o público aos sábados e domingos, para depois partir para a liderança. O trabalho

do Lafon (Eduardo Lafon, diretor de programação) agora é acertar o sábado. Com isso chegamos ao segundo lugar tranqüilos. A grande incógnita então será o que fazer no domingo, mas é um assunto interno que não podemos comentar.” Porém com a saída do apresentador Carlos Massa, Ratinho, levando o seu programa para o SBT, os planos de consolidação deverão ser reestruturados. “Diferentemente do SBT que se acomodou no segundo lugar. Nossa estratégia é diferente: enfrentar ao invés de aguardar o fim do programa forte Globo para entrar com um concorrente (como faz o SBT). Temos coragem de

almejar o primeiro lugar com dignidade, entrando com novos programas matinais e ir num crescendo até o horário nobre”, diz o superintendente.A Rede Record conta atualmente com 30 mil m2 de infra-

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A HorA Do CHACrINHAdoapresentadorabelardo

Barbosa,oVelhoGuerreiro,foioprimeiroprogramadecalourosda

tVbrasileira.

JoVem GUArDArobertocarlosmandou“uma

brasa,mora”aoladodeerasmocarlos,wanderléaetodaumanovageraçãodecantores,cantorase

conjuntosqueditavammodaparaadolescentes.

o FINo DA bossAestreouem1965sobocomandodeelisreginaeJair

rodrigues.

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foioprêmiomaisdisputadopelosprofissionaisdetV.

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entregadooscar.

FAmÍLIA trAPocriadoem67foiohumorísticodemaiorsucessodatVbrasileira.

oteloZeloni,renataFronzi,ronaldGolias,Jôsoares,cidinhacampos,ricardocorterealesôniaribeiro

compunhamoelencofixodoprograma.asconfusõesdestafamília

malucalideraramaaudiênciadohoráriodurantetrêsanos.

FestIVAIs De músICA PoPULAr brAsILeIrA

consagraramnomescomoedulobo,chicoBuarque,

caetanoVelosoeGilbertoGil.

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estrutura, adequada para qualquer tipo de crescimento. “Temos o que há de melhor e mais moderno em equipa-mento. Eles só vão envelhecer dentro de cinco a dez anos, pois são digitais. Eles podem diminuir de tamanho, mas digital é digital. Investimos em talentos e em rede. Os quatro componentes para se posicionar no mercado. Isso trabalhado com muita seriedade, com muita perseverança e objetividade nos leva a enfrentar a primeira colocada”, argumenta Gonçalves. A expansão da rede leva em conta a regionalização do sinal. O mesmo processo já utilizado em Minas e Mato Grosso, isto é, as emissoras recebem o sinal cheio de São Paulo, via satélite, inserem programação e comerciais regionais e redistribuem para as afili-adas do Estado também via satélite, será implantado em Salvador (BA), Belém (PA), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ) e no Mato Grosso do Sul. Para isso já foi fechado um contrato com a Embratel comprando 40 MHz de tran-sponder. As empresas que acabaram de se afiliar à Record em Terezina (PI) e Recife (PE) também estarão colocando o sinal no satélite. No Rio Grande do Sul continuam as negociações para a compra de três emissoras da Rede Pampa. Nas contas de Dermeval Gonçalves com as seis milhões de parabólicas espalhadas pelo Brasil e as atuais 68 emissoras falta muito pouco para atingir a cobertura de todo o ter-ritório nacional.

d i nhe i r o

Hoje a Record já paga a sua operação. O cresci-mento de programação, as melhorias na infra-estrutura e nos equipamentos foram bancados pela receita da emissora, de acordo com o superintendente da rede. “O acionista não tira um centavo. Tudo é reinvestido. O horário que a Igreja Universal do Reino de Deus (leia box) ainda usa no espaço é pago por ela.” A estimativa é que este ano o fatura-mento atinja a casa dos US$ 130 mil-hões, mais do que o dobro de 97. A meta para 99 é de US$ 200 milhões. Quanto à entrada de capi-tal estrangeiro na radiodifusão

Dermeval Gonçalves afirma: “Para mim é indiferente. Se precisarmos buscar dinheiro temos alternativas. A lei faculta a criação de ações prefer-enciais e temos um público que tranqüilamente compraria essas ações da Record. Temos todo um arcabouço sem precisar de nova lei, sem precisar

ferir a lei que está aí e sem precisar do din-heiro estrangeiro. A entrada dessas divisas é importante, o País pre-cisa dele, mas não no broadcasting. Não há dúvidas que se lançar-mos 50 milhões de ações preferenciais da Record

elas seriam imediatamente vendi-das só entre os fiéis da Igreja. Por que iríamos brigar pela entrada de capital estrangeiro na radiodifusão, se ele é meio predatório, quando é possível levantar o montante necessário em pouco tempo? O abrandamento da lei atual deve ser feito com muito cuidado para não que a situação não piore e princi-palmente para que não se perca o controle”.

edylitaFalgetano

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r E D E s

reDe FAmÍLIA

aprogramaçãoevangélicanarederecordocupaatualmenteafaixada1h00às8h00damanhã.comoesteespaçojánãoémaissuficienteparaocrescimentodaigreja,estásendomontadaaredeFamília,comumaprogramaçãodeentretenimentocomcunhodoutrinário.atualmenteacabeça-de-redeéemitabuna,masserámudadaparalimeira.doisoutrêsanosserãonecessáriosparaimplantararedecomosobjetivosevangélicos.emboraacanalizaçãosejaumdosprincipaisentravesparaaformaçãodarede,estão(eserão)usadoscanaisdeuhFeVhF.umestúdionobairrodesantoamaro,emsãopaulo,vemsendomontadoparafacilitarasgravaçõesdaspregaçõessemanecessidadedeutilizarosdarecord.

mUItos oUtros“estanoiteseimprovisa”,“aliançasparaosucesso”,

“corterayolshow”,“Bossaudade”,“showemsi...monal”etc.fizeram

histórianatV.

CIrCo Do ArreLIAcomospalhaços

arreliaepimentinhaanimaramascrianças

dosanos60.

Não disponivel

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Não disponivel

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T E L A V I V A s E T E m b r o D E 1 9 9 83 8

Lizandra de aLmeida

m a K i n G o F

Em agosto, a equipe do núcleo Daniel Filho encerrou as filmagens do primeiro ano da série “Mulher”, exibida às quartas-feiras pela Rede Globo, a partir das 21h30, entregando imagens suficientes para compor 26 programas. O trabalho, realizado em película, foi o mais extenso até hoje feito no formato pela emissora. A partir de uma idéia original de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (o Boni), Daniel Filho voltou a trabalhar com um programa totalmente dedicado à mulher, a exemplo do seriado “Malu mulher”, protagonizado por Regina Duarte há 20 anos.O nome original da série deveria ser “Rosa choque” mas a idéia de passar por meio da imagem a própria alma feminina favoreceu o nome “Mulher”. Essa idéia se materializou na fotografia, composta em tons de rosa. O nome mudou, mas a cor permaneceu. O programa estreou em abril e deve ser exibido até o final do ano, quando as filmagens devem recomeçar para o ano II. A princípio, estavam previstos 22 episódios, sempre encabeçados pelo núcleo central de atores: Eva Wilma, como dra. Martha; Patrícia Pillar, como dra. Cris; Carlos Zara, como eng. Otávio, marido da dra. Martha; Maurício Mattar, como Carlos, filho do casal; Cássio Gabus Mendes, como Afrânio, o dono da clínica; Lúcia Alves, como Telma, enfermeira-chefe; Carla Daniel, como Shirley, a amiga de Cris; Mônica Torres, como a pediatra dra. Anair; Nildo Parente, como o radiologista dr. Samuel; Paulo Barbosa como o enfermeiro Amaury; Ricardo Pavão, como o motorista Nilo e Karla Muga, como a enfermeira Noelza. A história toda se desenvolve a partir da médica Martha, que trabalha há 40 anos, sempre na mesma clínica,

no Rio de Janeiro. Ela conhece Cris e percebe que encontrou uma sucessora. Então começa a amizade das duas, que tentam exercer sua profissão com o máximo de ética, apesar do dono da clínica, que está sempre tentando, digamos, economizar. Cada episódio coloca em questão dois problemas, que podem ser relacionados à saúde propriamente dita ou a questões psicológicas e sociais. A série toda recebe a consultoria de um grupo de médicos, que às vezes até aparece em cena. Além disso, os roteiristas recebem consultoria técnica da roteirista americana Lynn Mamet, que opina sobre os roteiros feitos por grupos que se revezam.

EFE I Tos E CENoGrAF IA

Antes de “Mulher”, a Globo já havia produzido em película o quadro “A vida como ela é...” e o seriado “A justiceira”, que só contou com 12 episódios. No caso atual, a direção é mais contida, mas não falta a ação dos seriados. Os efeitos especiais,

inclusive, receberam um grande investimento, já que em uma clínica médica o que não falta é sangue. As grávidas, por exemplo, têm barrigas postiças especiais, de dois a nove meses. Sem contar as cicatrizes e maquiagens. Em um episódio exibido em agosto, Cássia Kiss é vítima de câncer de mama e já passou pela quimioterapia. Seus cabelos, bem ralos, impressionam pelo realismo.O cenário também foi produzido nos mínimos detalhes. As dependências do centro cirúrgico e das incubadoras foram criadas nos estúdios da Cinédia, onde 70% da série foi rodada. Até os bebês que aparecem nas cenas das incubadoras foram produzidos. São bonecos com movimentos, que “interpretam” os gestos dos recém-nascidos.

cAPTAÇÃO E TELEcINAgEm

A principal inovação técnica introduzida pelo seriado foi o uso do negativo Prime Time 5620 35 mm, da Kodak. Criado especialmente para o uso em televisão, o negativo não serve para ser copiado e exibido em tela grande. Mas tem uma curva de cores ideal para a exibição em TV. Segundo a colorista Magda Palma, da Casablanca, que telecinou todos os filmes, a forma de trabalhar o negativo é diferente e exige uma configuração própria do telecine. “Em geral, o canal do vermelho costuma ‘gritar’ na televisão, mas esse negativo já foi pensado em função dos problemas que o vídeo dá”, explica.Em relação à luz, o negativo também exige mais cuidado, pois é bastante

M U l H E R

evawilmanopapeldadra.martha.

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F ichas técn icas de c o m e r c i a i s http://www.telaviva.com.br

som direto, captado em DAT, com DAT Code. Esse som é enviado para a Casablanca, em São Paulo, juntamente com os negativos. Na finalizadora, o material é revelado e telecinado em duas versões: em Beta analógico e digital. As imagens analógicas, em off line, são digitalizadas para o Avid e editadas. No Avid, os editores da Casablanca já sincronizam imagem e som e mandam para o Rio o EDL e as imagens em Beta digital. Lá, o EDL é coberto com as imagens on line e o áudio é trabalhado com a adição de foley e música e, quando necessário, com dublagens. “Usamos as dublagens em menos de 1% das cenas. Em geral, só acontece em externas”, explica Celso Araújo.Todo o trabalho de revelação, telecinagem e edição off line do seriado foi realizado na Casablanca, com equipes fixas, para garantir a continuidade da imagem e do som. Agora, o núcleo de cinema da Globo, cujo responsável técnico é Celso Araújo, trabalha na composição da minissérie “Luna caliente”, que está sendo rodada no Rio Grande do Sul, em parceria com a produtora Casa de Cinema, de Jorge Furtado, Giba Assis Brasil e Carlos Gerbase. Será utilizado o mesmo processo de trabalho de fotografia com a Casablanca, mas isso já é assunto para outro making of.

evawilmaepatríciapilar.

sensível e granula com facilidade. “Fomos aprendendo ao longo do processo, ajustando o telecine e a fotografia aos poucos”, conta a colorista. A concepção inicial da fotografia era baseada no filme “Tucker”, de Francis Ford Coppola, que tem pouco contraste e tonalidade salmão. Ao longo do processo, foi-se chegando ao consenso do rosa, a exemplo do título original. No seriado, a luz também foi feita com pouco contraste (3:1).Segundo Celso Araújo, engenheiro responsável pelo projeto, o produto em película é bem mais trabalhoso, mas a principal compensação é a facilidade de venda para o mercado internacional, além da própria qualidade de imagem. “É muito diferente. Enquanto a fita é reutilizável, se você rodar duas vezes a mesma cena em película, já está gastando mais. Mas o investimento se recupera nas vendas externas”, esclarece.Para acelerar as filmagens, o seriado todo foi rodado com duas câmeras. “Ao fim do dia, tínhamos visões de dois eixos diferentes. Isso não chega a reduzir em 50% o trabalho, mas representa uma boa economia de tempo”, afirma Araújo. Para o elenco, inicialmente, a captação em película exige adaptação. “O processo é mais lento, a marcação é mais precisa para respeitar o foco, há todo um rigor que a televisão não impõe. Mas depois que o ator se acostuma, a disciplina vira-se a favor da dramaturgia. Sem contar que muitos se encantam com o glamour do ‘roda’, ‘corta’; o cinema tem todo um mise-en-scène.”

SOm E ED IÇÃO

Cerca de 99% dos diálogos que vão para o ar são resultado do próprio

F I C H A T É C N I C ACriação: Daniel Filho, Antonio Calmon e Elizabeth JhinEscrito por: Euclydes Marinho, Álvaro Ramos, Maria Helena Nascimento e Leandra PiresDireção: Daniel Filho, José Alvarenga, Mario Marcio Bandarra, José Carlos Pieri e Cininha de PaulaCiência de Produção: Beth Pessoa, Anita Olivares, Márcia Sandrin e Andrea ComodoProdução de Elenco: Frida Richter e Ruy BritoDir. de Fotografia: José Tadeu Ribeiro, Tuca Moraes, Nonato Estrela e Gilberto OteroCâmera: Paulo Violeta e Luís AbramoProdução de Engenharia: Celso AraújoSom: Zezé D´Alice, Paulo Costa, Rainer Ouzonof, Roberto Casimiro, Alexandre MoraMaquinista-chefe: Joaquim Amaral e VoodooDireção de arte: Lia RenhaCenografia: Fernando Schmidt e Érika LovisiEfeitos Especiais: James RothmanFigurino: Marília CarneiroRoteiro de arte: Moa BatsowMaquiagem/Cabeleireiro: Rose Verbosa, Anselmo Saffi, Claudia Santos, Rosa Bandeira, Hector Martins e Luiz Carlos AlbuquerqueDireção Musical: Mariozinho RochaDireção de Produção: Eduardo FigueiraRevelação e Pós-produção: Equipe Casablanca - Núcleo de Cinema

cenáriorecriacentrocirúrgicoemdetalhes.

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PauLo Boccato

Orçamentos de produção inferiores a R$ 500 mil. Essa foi a tônica dos longas que dividiram os principais prêmios do 26º Festival de Cinema de Gramado, realizado de 8 a 15 de agosto na serra gaúcha. O argentino “Pizza, birra, faso”, de Bruno Stagnaro e Israel Caetano, vencedor do Kikito de Melhor Filme, entre outros prêmios, apostou em (ótimos) atores amadores, um roteiro bem amarrado e uma direção crua, numa fórmula bem distinta da adotada pela maioria das produções brasileiras recentes. “Histórias de fútbol”, do chileno Andrés Wood, custou apenas R$ 300 mil e conquistou o público, especialmente pela premiada dupla de atrizes Maria Izquierdo e Elsa Poblete. O uruguaio “Otario”, de Diego Arsuaga, bateu o recorde do baixo custo: rodado em Beta e posteriormente kinescopado, chegou

às telas por apenas R$ 150 mil. Outro filme de destaque no festival, embora não laureado, o argentino “Plaza de almas”, de Fernando Díaz, também investiu na força do roteiro e na simplicidade de produção para dar seu recado.“Amores”, de Domingos de Oliveira, o longa brasileiro de maior destaque entre os concorrentes, vencedor dos prêmios de público e crítica, foi colocado na lata por apenas R$ 120 mil. O custo final do filme, que chegou a R$ 600 mil, inclui despesas de comercialização e as várias comissões necessárias para se captar pelas leis de incentivo do País. Mais do que uma coincidência, essa situação aponta um dos caminhos possíveis para as cinematografias latinas, que lutam contra os mesmos problemas de mercado que o Brasil conhece tão bem: filmes que têm uma chance bem maior de cobrir seus custos, apoiados em idéias bem estruturadas. Na entrevista coletiva que seguiu a exibição de seu longa, o cineasta Domingos de Oliveira contou um pouco dos prazeres de produzir com pouco dinheiro. “Queríamos ter a experiência de fazer um filme de baixo orçamento e altas intenções”, diz. “Eu adoro as limitações, elas

te obrigam a definir uma estética e trabalhar ao máximo a idéia do filme, sem cair em recursos fáceis. Filmes caros significam perda de liberdade, você pensa em agradar ao patrocinador e esquece o público”, define Oliveira. A estética do filme agradou público e crítica: câmera na mão e fotografia simples, para poupar tempo entre um plano e outro; filmagens na casa do diretor e da diretora de arte; atores afinadíssimos com o texto e muito bem ensaiados.

ou t ro f o co

Esse caminho para uma carreira bem-sucedida no mercado até que combinou bem com o conceito

trabalhado pela organização de Gramado para este ano. Espremido pela falta de recursos (um terço do orçamento de R$ 1,8 milhão foi utilizado para pagar as dívidas do festival anterior), Gramado resolveu mudar o foco: saíram

de cena os atores globais, frustrando as menininhas que se amontoavam todas as noites na frente do Cine Embaixador em busca de autógrafos,

T E L A V I V A s E T E m b r o D E 1 9 9 8� 0

F i lmes de ba ixo cus to premiados

no Fes t i va l de Gramado apon tam

caminho poss í ve l para o c inema

la t i no . Encon t ro de ex ib idores

e in i c ia t i vas do pó lo de c inema

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v i ra r i ndús t r ia .

naparalelaindependentedaorganizaçãodoFestivaldeGramado,aconteceuoViGramadocineVídeo,comumafeiradeequipamentoseproduçõesaudiovisuaiseumamostracompetitivadevídeosuniversitáriosgaúchos.nafeira,estavampresentesempresaseentidadesdeváriospaísesdaaméricalatina.

GRaMaDO CONSaGRa CINEMa VIÁVEl

c i n e m a

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e foram reforçadas as discussões sobre o mercado cinematográfico, com a presença de produtores, corretores, distribuidores, exibidores e empresários.As sessões Premiéres, que apresentaram filmes “de mercado”, como “Entre o dever e a amizade” (“One tough cop”), de Bruno Barreto,

com Stephen Baldwin, Chris Penn e Gina Gershon; “Truman show”, de Peter Weir, com Jim Carrey, e “Carne tremula”, a obra-prima de Pedro Almodóvar, fizeram parte dessa nova estratégia. “Queremos sinalizar para os distribuidores e exibidores que Gramado é um festival atento à movimentação do mercado”, afirma

Esdras Rubin, coordenador geral do evento. “Entre os filmes da mostra competitiva, esperamos atuar como intermediários para que eles entrem em cartaz, pelo menos, nas salas do Sul. Os exibidores gaúchos mostram disposição para o diálogo”, completa. Veja a relação completa dos premiados no site www.telaviva.com.br.

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Um seminário de dois dias realizado durante o 26º Festival de Gramado colocou a Lei do Audiovisual em xeque. Num momento especialmente complicado para a captação de recursos, produtores, distribuidores, corretores e empresários se reuniram com o secretário para o desenvolvimento audiovisual do Ministério da Cultura, Moacir de Oliveira, para propor medidas de aprimoramento da lei (leia box). Infelizmente, não houve tempo hábil no decorrer do seminário para discutir outras questões igualmente urgentes. As principais delas dizem respeito à necessidade de se criar mecanismos alternativos de financiamento à produção, que vençam crises econômicas conjunturais como a atual, e de ampliar o debate de idéias para que o produto audiovisual brasileiro conquiste um espaço maior no

mercado doméstico.O produtor Luís Carlos Barreto apontou diversos problemas que, a seu ver, significarão a morte da Lei do Audiovisual se não forem resolvidos a curto prazo. Para Barreto, o número de projetos aprovados é excessivo. “Precisamos definir regras mais rígidas para aprovação de projetos pelo MinC, para evitar essa proliferação de aventureiros que inunda o mercado de captação”, disse o produtor, esquecido que a classificação dos produtores em aventureiros ou não tende a ser feita pelo próprio mercado. O corretor João Henrique Figueira de Mello, da Supra DTVM, apontou falhas estruturais que dificultam a aceitação da lei. “O mercado financeiro não tem intimidade com a indústria de cinema. Além disso, surgiram problemas novos, como o aumento da presença do capital estrangeiro nas empresas que

lEI DO aUDIOVISUal PaSSa POR MOMENTO DIFÍCIloperam no País. Se essas empresas recebem lucros auferidos com investimentos feitos com dinheiro incentivado, são taxadas sobre esses lucros no Brasil e na matriz, por isso preferem não usar a Lei do Audiovisual”, explica Figueira. “Nessa situação, a Lei Rouanet fica mais interessante, pois trabalha apenas com patrocínio, sem o ‘risco’ de se tornar lucrativa para o empresário”, conclui. A Receita Federal foi apontada como outro entrave sério para o investimento pelas leis de incentivo. “A RF dificulta o investimento, pois a empresa tem que investir no ano-base, até 31 de dezembro, quando muitas vezes não tem a noção de seus resultados. Só que, como a compra de Certificados do Audiovisual é considerada exclusão, não despesa, ela poderia ser feita até a declaração, em abril. Por causa da lentidão do órgão em resolver esse impasse, temos perdido cerca de R$ 40 milhões por ano”, reclama Figueira.O consultor de comunicação e marketing da Petroquímica Triunfo, Luís Thomé, colocou os problemas do ponto-de-vista do empresariado. “De um lado, há uma desinformação generalizada do empresário sobre a lei. De outro, o produtor brasileiro ainda tem uma visão muito paternalista do marketing cultural. O empresário não quer que os produtores cheguem pedindo uma ajuda ao cinema brasileiro, mas que eles demonstrem que seus produtos são bons e têm um plano de mídia bem definido”, afirma. “O cinema é terreno fértil para o marketing, mas nós ainda não sabemos lidar com isso”, completa.

propostasentreasmudançasnaleidoaudiovisualpropostasemGramado,destacam-seasseguintes:

1)possibilitaroinvestimentonomomentodadeclaração:essamedidadependedavontadepolíticadareceitaFederal.2)aumentarolimitedededuçãopara6%doimpostoderendadevido.3)desvincularolimitedarenúnciafiscalanualparacadalei.atualmente,ogovernofederaldestinaumarenúnciaúnicaparaambas.4)implantarfundosdeinvestimentoparapequenosinvestidores(incluindopessoasfísicas).5)Fixardefinitivamenteolimitede18meses,apartirdaprimeiraretiradadosrecursoscaptados,paraaconclusãodosprojetos.amedida,jáanunciadapelogoverno,aindanãofoiimplantadapormotivosburocráticos.6)considerarocertificadodoaudiovisualcomovalormobiliáriosomenteapósaconclusãoedistribuiçãodoprojeto.amedidaestánamesmasituaçãodoitem5.7)tornarasregrasparaaprovaçãodeprojetosnoministériodaculturamaisrigorosas.8)tornaroartigo3º,quefalasobreaspossibilidadesdeinvestimentoemco-produçãodasdistribuidorasestrangeirasqueoperamnoBrasil,atravésdeumaparceladaremessadelucros,maisflexível,abrindoapossibilidadedeinvestiremavançodedistribuição.9)excluirocinemadaleirouaneteabriramodalidade“patrocínio”naleidoaudiovisual.10)exigirprestaçãodecontasdeprojetosqueconcluíramcaptaçãohámaisdedoisanos.

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O secretário Moacir de Oliveira expôs alguns números sobre o desempenho da lei nos seus quatro anos de funcionamento (veja quadro). Para 98, as perspectivas são sombrias: o total da captação deve ser inferior à metade do valor conquistado em dezembro de 97. Eleições, Copa do Mundo e Crise Asiática são os fatores principais apontados para essa situação. Admitindo que o Ministério da Cultura tem pouca força política para conduzir as mudanças solicitadas pelos presentes, Oliveira pediu maior mobilização da classe cinematográfica, no que foi apoiado por Barreto. “Toda vez que sai alguma medida polêmica do governo em relação ao cinema, eu recebo umas 80 ligações indignadas de cineastas esperando que eu faça

alguma coisa. A política para o audiovisual brasileiro não pode ser conduzida assim, a classe toda tem de tomar uma atitude, não eu”, protestou Barreto. Entre confissões de impotência política e espasmos de indignação, surgiram algumas boas notícias.

Oliveira anunciou que o prazo de captação para um projeto foi estendido para dois anos fiscais: “Se o proponente aprovar o projeto no final de 98, por exemplo, terá os últimos meses desse ano, mais os anos de 99 e 2000

para captar”. Além disso, o secretário declarou a firme intenção do ministro Francisco Weffort em retornar o patamar máximo de dedução para 5% do Imposto de Renda devido, revertendo a medida de emergência imposta pelo pacotão de fins de 97.

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C I N E m A

Várias iniciativas anunciadas durante o Festival de Gramado devem colocar o Rio Grande do Sul na linha de frente da produção audiovisual brasileira. O Pólo Audiovisual gaúcho começa a ganhar força, com o anúncio da criação da Fundação Estadual de Cinema (Fundacine), uma entidade pública de direito privado que tem o objetivo de traçar políticas e metas para o setor. Formada pela Secretaria de Estado da Cultura, Associação de Profissionais e Técnicos de Cinema (APTC), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, PUC-RS, Sesc, Senac e Federasul (Federação do Comércio), a entidade deve contar, brevemente, com a adesão da Fiergs

(Federação das Indústrias), Unisinos (Universidade do Vale dos Sinos) e Prefeitura de Porto Alegre. “Nós queremos mudar a mentalidade no trato com o poder público. Para isso, cruzamos o balcão que separava o governo da sociedade para trabalharmos juntos, formando grupos de trabalho para discutir periodicamente questões de

produção, distribuição, exibição, infra-estrutura, pesquisa e formação profissional”, diz Werner Schünemann, presidente da APTC. Uma das primeiras medidas concretas para estimular a prática audiovisual no Estado foi a abertura do edital do Prêmio RGE/ Governo do Estado de Longas-metragens. O edital, que deve ser repetido bienalmente nos

GaÚCHOS QUEREM INDÚSTRIa E COMÉRCIO aUDIOVISUal Na REGIÃO

N ú m e r o s

captaçãoderecursosatraVÉsdaleidoaudioVisual

1995 -r$16,7milhões1996 -r$50,3milhões1997 -r$74,8milhões1998 -r$6,1milhões(atéjulho)1998 -r$34milhões(estimativaatéofinaldoano)

proJetosemFasedecaptação:357Por etapa de produçãocomercializados................................................. 51Finalizados(semcomercialização).............. 18emfinalização.................................................... 48emprodução...................................................... 30empré-produção.............................................. 42empreparação............................................... 168Por gêneroFicção.............231 documentário............ 113animação.......... 7 infra-estrutura.................6Por montante captado100%................94 80-100%.......................2360-80%...........22 40-60%............................920-40%...........20 0-20%............................460%..................143

font

e:s

daV-

min

c

comunitáriasasexibiçõesitinerantesdefilmesnosbairrosdeGramadotiveramenormesucessodepúblico.cercade500pessoasseespremiam,emmédiaporsessão,paraacompanharproduçõescomo“oquatrilho”,deFábioBarreto;“comoeragostosoomeufrancês”,denelsonpereiradossantos;e“omeninomaluquinho2”,deFabríziaalvespintoeFernandomeirelles.

encontrodaralaral(rededaaméricalatina),organizaçãointernacionalsemfinslucrativoscriadaparadifundiraproduçãoaudiovisualdocontinente,promoveuumencontroentre70representantesdeemissoraseprodutoresindependentesde14paísesdaregião,duranteoFestivaldeGramado,emparceriacomatVe-rs.naaberturadoevento,foramdiscutidosmecanismosdefinanciamentoaemissorasdeinteressepúblico.diegoportales,gerentedatelevisiónnacional(chile),relatouaexperiênciadeumaemissorapúblicafinanciadainteiramentecomrecursosdainiciativaprivada.“odesafionessasituaçãoémanteraautonomia.masessaautonomiatambémpodeserlimitada,nocasocontrário,pelosorçamentosreduzidos”,disse.Jorgecunhalima,datVcultura,enfatizouque,nãoimportadeondevêmosrecursos,oquedeveserdiscutidoéopapeldatVpúblicadentrodaatualsociedade.“atVpúblicanãopodecairnessalutaferozpelaaudiência”,propôs.opresidentedaFundaçãopadreanchietadeixouclaroqueoestadonãopodesefurtarafinanciarastVspúblicas,masqueexisteanecessidadedemaioraberturaaocapitalprivado,atravésdepublicidadeinstitucional,eamecanismosdeautofinanciamento,comoaprestaçãodeserviçoscobrados,avendadesubprodutoseatéorecursoàfanraising,umaverbageradapordoaçõesdeespectadores.

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Não disponivel

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interior para sua execução.

p ro j e t o s

Enquanto Porto Alegre tem a maior taxa de salas de cinema por habitante do País, o interior gaúcho sofre com os problemas comuns às cidades desse porte: entre os 30 maiores municípios da região, existem apenas duas salas em operação. O projeto de recuperação pretende reverter esse quadro. “A idéia não é simplesmente reformar salas já existentes, mas construir salas dentro do novo conceito trazido pelos multiplex, com poltronas confortáveis, som estéreo digital, projetores de última geração, local para estacionamento e áreas anexas de lazer”, explica Rodrigues. A construção fica por conta das prefeituras locais, utilizando recursos da Lei Estadual do ICMS; a câmara de vereadores será responsável pela aprovação de isenções fiscais para os exibidores durante um certo período;

e os exibidores cuidam da aquisição dos equipamentos e mobiliários. Fechando o ciclo, a Secretaria da Cultura cuida da publicidade dirigida, com boletins quinzenais de programação, elaboração de programas alternativos e criação de espaços para o filme brasileiro.O projeto do Vale-Cinema, também prestes a ser implantado,

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C I N E m A

próximos dez anos, prevê três prêmios de R$ 1,1 milhão para produções gaúchas no formato. Desse montante, R$ 100 mil vêm de uma verba direta do Estado, enquanto os restantes R$ 1,0 milhão chegam através da Lei do ICMS, com suporte bancário do sistema financeiro estatal. Para esse primeiro edital, a RGE, distribuidora de energia para a região norte-nordeste do Rio Grande do Sul, recém-privatizada, assumiu a parcela incentivada. Outra iniciativa anunciada foi a assinatura de um acordo com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e o BNDES para a criação de linhas de crédito específicas para aquisição e renovação de equipamentos de produção, finalização e exibição, com grande carência. “A partir dessas medidas, pretendemos estimular o surgimento de novos cineastas e a criação de uma escola de cinema. Além disso, estamos trabalhando para facilitar o acesso de pequenos e médios investidores ao investimento via Lei do ICMS, com a constituição de fundos de investimento geridos por bancos, e para reestruturar o circuito exibidor da região”, conta Schünemann. A recuperação e construção de salas de cinema no interior, ligada a um projeto de formação de público e à instituição de Vales-Cinema, é mais uma medida que está sendo conduzida com a participação do pólo. A Secretaria Estadual da Cultura encomendou o projeto ao produtor e consultor Beto Rodrigues e já tem o envolvimento do Sindicato dos Exibidores do Rio Grande do Sul, da iniciativa privada e de prefeituras e câmaras municipais de cidades do

será válido em todo o Estado, inclusive na capital. Os empresários poderão adquirir um certo número de tíquetes, com validade trimestral, distribuindo dois a quatro vales por mês para cada um de seus funcionários. O valor investido na compra do lote pode ser abatido através da Lei do ICMS. Os vales são trocados por ingressos nas bilheterias dos cinemas, de

segunda a quinta, dias em que a ocupação média das salas gira em torno de apenas 10%. Serão realizadas também sessões extras de filmes brasileiros, nas manhãs de sábado e domingo, restritas aos portadores dos vales. Mais uma vez, o governo estadual cuida da divulgação do sistema, espalhando quiosques pelas grandes cidades, com informações sobre a programação. “O projeto do Vale-Cinema parte de um trabalho junto aos empresários, para um marketing interno de suas empresas”, explica Rodrigues. A previsão para o início do projeto é março de 99.Os exibidores locais estão bastante abertos a essas iniciativas. Reunidos no I Encontro de Exibidores Gaúchos, durante o festival, mostraram-se preocupados com a invasão dos multiplex e dispostos a investir em medidas inovadoras. Além de participar ativamente nos projetos do pólo, pedem ao governo estadual um mecanismo que dê isenção fiscal na importação de equipamentos. Para reverter a desvantagem na competição com os circuitos exibidores estrangeiros, os donos de sala gaúchos prometem montar projetos de infra-estrutura técnica com uso de incentivos fiscais, pelas leis federais e estaduais.

encontrodaral2entreosobjetivosdoencontro,destaqueparaoestímuloaco-produçõesinternacionaisnaaméricalatina.oprojeto“tierramérica”,sobrequestõesambientais,eacriaçãodeumsitecombancosdedadossobreomercadoaudiovisualdospaíses-membrossãoosprimeirospassosnessesentido.

encontrodaral3aral,sediadaemmontevidéu(uruguai),lutapelacriaçãodeumfundoparaodesenvolvimentodeprojetosnaaméricalatina.alémdisso,devedesenvolvertrêssériesdetVnaregião,atuandocomoprodutoraexecutiva;compilarduassériesde13capítuloscomproduçõesregionaisquetratemdeumtemacomum;eestabelecerumfundodedublagememportuguêseespanholparatodososprogramasquecontêmseuapoio.

encontrodaral4duranteoencontro,foirealizadaumseleçãodeprogramaslatino-americanos,ondeforamindicados50programasparadifusãointernacionalcomavaldaorganização.aseleçãopartiude300trabalhosinscritos(101brasileiros),dosquaisforamselecionados160(sendo34brasileiros)paraoconcursofinal.onzeprogramasdividiramprêmiosemençõeshonrosasemquatrocategorias,aofinaldoencontro.osbrasileirospremiadosforam“minutocientífico”(tVcultura),dirigidoporcaohamburger(melhorprogramanacategoriainfanto-juvenil),e“direitoshumanos”,produçãodagaúchaZeppelin(mençãohonrosanacategoriapromoçãohumanaesocial).

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Não disponivel

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tECa dE Castro

Os t e c l ado s e l e t r ôn i co s e

cD -rOms , que r ep roduzem

vá r i o s t i po s de son s , e s t ão

cada vez ma i s e f i c i e n t e s .

mui t o s p rodu to r e s de áud io

p re f e r em t r aba l ha r com

e s s e s equ i pamen to s ,

que p ropo r c i onam ma i s

po s s i b i l i dade s de ed i ção .

O teclados eletrônicos que invadem a indústria fonográfica chegam às produtoras de jingles e trilhas sonoras de comerciais, embora elas ainda incluam, nas melodias, trechos gravados com instrumentos acústicos. Hoje, com um CD-ROM e um micro se compõe a melodia de uma canção. Mas os profissionais do setor têm opiniões divergentes sobre o uso desses equipamentos que substituem o trabalho do instrumentista. Um dos diretores da produtora

paulistana In Sonoris, Jean Garfunkel, acredita que apesar dos teclados estarem com tecnologia mais avançada e preço mais baixo, a valorização do trabalho artístico do músico e as interpretações com instrumentos acústicos devem prevalecer no mercado. A diretora da empresa gaúcha Radioativa, Carina Donida, produtora do jingle da campanha e programa eleitoral de rádio do candidato do PT, Olívio Dutra, ao governo do Estado, acredita que com o avanço da tecnologia, a tendência é de se usar os teclados cada vez mais. Além disso, considera a produção com eletrônicos mais prática e eficiente. “Ao invés de contratar vários músicos, posso usar o CD-ROM com 150 timbres e ter um som puro e de boa qualidade”, argumenta. Carina conta que, há alguns meses, comprava vários módulos de som para compor uma trilha sonora, hoje usa apenas um CD-ROM da marca Roland, que custa cerca de US$ 400, e finaliza com um modelo Session 8. A Radioativa trabalha

em parceria com as agências de publicidade Upper, Centro de Comunicação, em Porto Alegre.A roteirista, Sara Eduarda de Castro, diretora da Atitude Comunicação Interativa, uma produtora de vídeos e trilhas sonoras do Paraná, também prefere compor com os teclados eletrônicos. Para ela, os CD-ROMs, computadores e as placas de sonorização da Sound Blaster AWE 64 Gold, apesar de ser uma configuração bem barata, são os principais equipamentos do estúdio. Um de seus últimos trabalhos foi a produção de três vídeos sobre a questão racial, para a Fundação Ford.

e s t i l o

O uso ou não dos eletrônicos parece estar relacionado ao estilo de trabalho da empresa. A In Sonoris foi criada há oito anos pelos músicos Sizão Machado, Roberto Lazzarini e os irmãos Paulo e Jean Garfunkel, que viram no mercado publicitário chances de se ter bons lucros. Hoje, compõem jingle para comerciais de agências

á u d i o

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INVAsÃo eLetrÔNICAINVAsÃo eLetrÔNICA

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como Energia, Universal, Prumo, DW, J3P e Salles. “Nosso trabalho é feito com idéias ecléticas e boa qualidade das produções”, explica Lazzarini. Além disso, a empresa tem um cast de profissionais que são chamados conforme o estilo do jingle. “Se decidimos gravar uma ópera, procuramos um tenor”, completa. Um exemplo foi a contratação de uma cantora de tango para interpretar a música da propaganda do Shopping DD, produzido pela agência Energia, veiculada nas semanas anteriores ao Dia dos Namorados. Outro trabalho da In Sonoris é a trilha do comercial do biscoito Negresco, produzido pela agência Publicis-Norton, que teve a ópera Carmina Burana, de Carl Orff totalmente modificada com sampler de instrumentos sinfônicos, sons de flautas, clarinetes, trumpetes e um coral com dez cantores líricos. Isso para adequar a música às imagens de um garoto que salta de uma ponte para pegar um biscoito. Percebe-se até uma batida de pratos quando ele cai na água. Esses produtores apostam no quanto mais original melhor. Mas também afirmam que se o som dos eletrônicos for mais adequado para o estilo do comercial, usam o teclado. Para Sizão Machado, “quem faz um

bom trabalho compõe boa música nesses equipamentos também”.

l e t r a s e s po t s

Na opinião de Lazzarini, um jingle, às vezes, pode indicar o mote da campanha publicitária. Paulo Garfunkel, autor da maioria das letras, explica que costuma usar

rimas porque acredita ser uma das características da linguagem do povo brasileiro (além de facilitar a memorização). Quanto à produção de spot, ele considera o mesmo que fazer um filme para cegos. “O público deve ver as imagens ao escutar

os sons”, explica. Exemplo de um spot gravado pela produtora é o do comercial, criado pela agência DW, das fraldas Pom Pom, no qual se ouve uma cuíca reproduzindo o ruído onomatopéico xixicocô. Na In Sonoris o estúdio, com paredes de pedras vazadas revestidas de palha de vidro, foi montado para os sons dos instrumentos acústicos terem boa qualidade. Ao contrário de muitos outros montados especialmente para gravações com equipamentos eletrônicos. Além da mesa com microfone, filtro, os computadores e seus periféricos servem para mixar e provocar ecos que envenenam a música na finalização. Mas, para Sizão Machado, “a matéria prima é a idéia”. Eles também estão produzindo a trilha do filme “Lara”, dirigido por Ana Maria Magalhães, que tem direção musical de Dori Caymmi.

equ ipamen to s

O guitarrista e sócio da produtora de áudio Telessound, Silvio Puertas, explica que apesar dos teclados terem 600 tipos de sons, às vezes, inclui nas trilhas sonoras que compõe, trechos que grava com guitarra ou violões. “Os equipamentos eletrônicos não reproduzem o mesmo

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os ProFIssIoNAIs

tÊm oPINIões

DIVerGeNtes

qUANto Ao Uso

De eqUIPAmeNtos

qUe sUbstItUem

o trAbALHo

Do músICo.

Não disponivel

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som de instrumentos de cordas tangidas”, justifica.No estúdio, ele usa uma mesa de som digital da marca Yamaha modelo ProMix01. Um gravador, o Tascam modelo DA-88 de oito canais equipado com placa de sincronismo SY88. Para compor, escolheu o teclado Korg I 3 por sua variedade de timbres, facilidade de programação de seqüência e interação com programas de edição. Para sincronizar o áudio com o vídeo, utiliza um VCR U-Matic modelo VO-5850, da Sony, que considera o equipamento ideal para trabalhos em que se precisa voltar e avançar uma fita muitas vezes.O pianista Júlio César Moschen já usava equipamentos eletrônicos para compor quando montou, há 12 anos, a produtora Lua Nova, que em 1997 foi vencedora do prêmio Cliente/Voto Popular. “Somos um dos pioneiros no uso de tecnologia em arranjos musicais”, declara. Ele conta que o estilo inovador, para a época, garantiu o sucesso da empresa. Alguns de seus trabalhos atuais são os jingles e trilhas sonoras dos comerciais das Lojas C&A, sabonete Vinólia e creme dental Sorriso.Moschen compõe num teclado Roland plugado ao micro Macintosh, no qual usa o programa Logic Audio para composição musical e Protools

para gravar. Na opinião dele, hoje o estúdio pode ser montado apenas com um computador bem equipado. Outra produtora que grava melodias

com o som de teclados eletrônicos intercalados aos de instrumentos acústicos é a Voz do Brasil. A coordenadora de produção da empresa, Rosana Caruso, afirma que nenhum equipamento substitui um instrumentista de talento. “Muitas vezes, vale a pena gastar um pouco mais para contratar um músico”, declara. No entanto, ela reconhece que gravações com o CD-ROM têm mais possibilidades de edição.Em alguns trabalhos usou apenas os

teclados. Exemplo disso é o spot que criou para a propaganda de rádio do HSBC Bamerindus, produzido pela agência Talent. Rosana também compôs a trilha sonora da campanha publicitária do Dia dos Pais das Lojas Pernambucanas e o rap “Dança dos pais”, para o comercial da Vila Romana, só com o som de eletrônicos.

r i s co de pas t eu r i zação

O músico Paulo Serran, sócio da produtora carioca Scriptorium, acha que com o teclado existem infinitas possibilidades de colagem e correção de uma melodia. Mas as composições devem ter o trabalho do músico com o instrumento acústico, para não correr o risco de se produzir músicas pasteurizadas. Ele argumenta que a tecla do equipamento eletrônico emite um tom, enquanto um acústico tem vários tipos de sons, já que há milhares de formas de se tocar numa corda. Não há pagamento de direitos autorais para jingles e trilhas sonoras, os músicos recebem pela produção e veiculação, na maioria dos casos de seis meses a um ano, estipulado num acordo entre clientes e produtores. A taxa cobrada para a música continuar na mídia varia de 50% a 100% do valor pago.

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Nos s i s t emas ana lóg i co s

a capac i dade de

a rmazenamen to depende

ún i ca e ex c l u s i vamen t e da

du ração da f i t a , ma s pa ra a

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pa ra que num pequeno e spaço

s e j a po s s í v e l a rmazena r um

g rande vo l ume de s i na i s .

O princípio da maioria dos sistemas de compressão de sinal de vídeo é a possibilidade de eliminação da porção repetitiva (redundante) da imagem devido a limitações de percepção do olho e do cérebro humano. Logo, é possível reduzir sensivelmente a quantidade de informações que chega ao espectador, de forma a convencê-lo de que o que ele vê é o que foi realmente captado. A compressão é necessária para diminuir o espaço requerido para o armazenamento ou a largura da banda de transmissão. Comprimir o sinal de vídeo é tornar possível muitas aplicações antes inviáveis por motivos técnicos ou econômicos. Sistemas de edição que processam vídeo sem compressão têm alto custo e sua aplicação é restrita ao cinema

e à pós-produção de alta performance. Para as demais aplicações, como o jornalismo na TV, os vídeos comerciais etc., é necessário garantir um nível de fidelidade aceitável em relação à imagem original.

Em se tratando de HDTV, a taxa de transmissão digital de um sinal, em sua forma original, é um bilhão de bits por segundo. Para um sinal de definição padrão esse valor cai para 200 milhões de bits por segundo. Um canal de televisão, para transmitir com segurança, tem espaço apenas para 20 milhões de bits por segundo. Logo, a quantidade de dados em um sinal de HDTV deve ser reduzida à proporção de 50 para 1 para poder ser transmitida em uma largura de banda padrão. A compressão não é responsável por toda a redução, mas pela maior parte dela. Inicialmente, a quantidade de informação a ser comprimida

deve ser reduzida e isso se dá pela diminuição de resolução a um nível imperceptível pelo espectador. A resolução de cor do olho humano é menor que a resolução da informação em preto e branco e são justamente as informações de cor que serão reduzidas, sem alterar a percepção da cena pelo espectador. Em seguida, a informação restante é comprimida pela eliminação da redundância (veja quadro 1). Dessa forma, com a redução de 50 para 1, cinco canais de definição padrão podem ser transmitidos em um único canal, ou seja, em uma largura de banda de transmissão de 20 milhões de bits por segundo.

compa t i b i l i dade

Diferentes sistemas de compressão (veja quadro 2), desenvolvidos por várias organizações, são incompatíveis entre si, porém, utilizam essencialmente as mesmas técnicas combinadas de maneiras diferentes, de modo a favorecer e melhorar seus próprios sistemas e aplicações. Geralmente, cada sistema é proposto para os diversos meios, como a televisão broadcast ou a cabo, o direct broadcast satellite (DBS), a gravação etc. Uma vez definido um sistema de compressão, é possível trocar material comprimido entre esses meios sem a necessidade de descompressão (por um decoder) e recompressão (pelo encoder). Considerando-se o alto custo desses equipamentos, o estabelecimento de um sistema comum entre os meios possibilita uma grande economia financeira, na medida em que a sua necessidade é

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EMErson CalvEntE

t e c n o l o G i a

TÉCNICaS E PaDRÕES DE COMPRESSÃO

Quadro1 sINAL De VÍDeo ComPrImIDo 4:2:2 em HArD DIsK

taxade proporçãode capacidadeemharddisk Vídeo compressão 1Gb 2Gb 4Gb 9Gb

166mbs 1:1 0,3min 1,3min 3,2min 7,2min 90mbs 1,8:1 1,5min 3,0min 5,9min 13,3min 50mbs 3,3:1 2,7min 5,3min 10,7min 24min 25mbs 6,6:1 5,3min 10,7min 21,3min 48min 10mbs 17:1 13,3min 26,7min 53,3min 2horas 5mbs 33:1 26,7min 53,3min 1,8horas 4horas

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significantemente reduzida.A combinação da estimativa de movimento com a compensação de movimento é um método utilizado por muitos sistemas de compressão para reduzir a porção redundante entre um frame e outro. De forma simplificada: o primeiro quadro (frame) é inteiramente armazenado e chamado de frame “predito” (P-frame). Em seguida, apenas a diferença entre o próximo quadro e o seu precedente (P-frame) será armazenada e funcionará como frame predito do quadro seguinte. Nessa ordem e assim por diante, todo o sinal de vídeo será comprimido.

pad rão

Os sistemas de compressão MPEG foram desenvolvidos pelo Moving Picture Experts Group, um grupo de trabalho da International Standards Organization (ISO). Hoje, o nome MPEG refere-se ao conjunto de padrões internacionalmente aceitos para a codificação de informação audiovisual para compressão em formato digital. A área que se aplica especificamente à qualidade broadcast é o MPEG-2, também conhecido como ISO/IEC-13818. Em relação a redução da redundância, uma seqüência de frames pode ser tratada fora de ordem. Há três tipos diferentes de frames: I-frames (intraframe ou independently), P-frames, que são precedentes dos

I-frames, e B-frames (bi-directionally), precedentes tanto de passados quanto de futuros frames. Juntos, uma combinação de um I-frame, um ou mais P-frames, e alguns B-frames formam um Group of Pictures (GOP), que devido as muitas possibilidades de arranjo conferem grande flexibilidade ao sistema. Nessa técnica de compressão, também chamada de interframe, há limitações de edição, pois os quadros individuais não têm informações completas, sendo necessário recorrer aos quadros vizinhos da imagem. Há um número de padrões MPEG destinado a várias aplicações. Para

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broadcast e produções em estúdio há o MPEG-2 4:2:2P@ML (também conhecido como MPEG 422) que é o nome utilizado para identificar qual subgrupo de padrões deve ser usado. Ele foi desenvolvido para operações em estúdio, onde a edição e o processamento da imagem devem ocorrer sem degradação perceptível. Para a transmissão, há o MPEG-2 MP@ML. Algumas empresas que adotaram o MPEG: Apple Computers, Compaq, Hewlett-Packard, Miro, nCUBE, Philips, Sonic Solutions, Sony, Tektronix Measurement, Videonics, etc.

Quadro2 os PrINCIPAIs sIstemAs De ComPressÃo

sistemas Descrição DCt discretecosinetransform.usadonosformatosdigital-s(JVc)edigital Betacam(sony). JPeG JointphotographicexpertsGroup.desenvolvidoparaatransmissãode quadrosparados,comofotos. m-JPeG umavariaçãodoJpeGparamovimento,usadoemalgunssistemasdeedição não-linear. DV desenvolvidoporumconsórciodequase60empresas,entreelas:sony, philips,thomson,matsushita,hitachi,toshiba,sharp,mitsubishi,sanyo,JVc etc.osistemadecompressãoéointraframe,quehojeéocoraçãodos formatosdVcproedVcpro50.ÉutilizadopelasonynoformatodVcam.

Épossíveltrocararquivosdeáudioevídeoentreequipamentosdeváriosfabricantes.

mPeG-1 inicialmentedesenvolvidoparapermitiroarmazenamentodevideoclipsem cd-romsouemaplicaçõessimilarescombaixaquantidadedeinformações. entretanto,emformamodificada(mpeG+ouumnúmeroadicionalde sinais+)foiutilizadoparaquantidadesmaioresdesinaldevídeo. mPeG-2 recentementeadotadocomopadrãoparatransmissãodigitalpeloFcc advisorycommittee.

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FErnando lautErjung*

A quantidade de softwares para composição de efeitos especiais e animação disponível no mercado pode levar um futuro usuário à loucura na hora de procurar o produto ideal. A queda dos preços dos computadores high end e a possibilidade de usar plataformas mais populares (leia-se Macintosh e Windows NT), levaram os desenvolvedores de softwares a criar soluções para todos bolsos. A diversidade é grande e cada produto tem o seu ponto forte.O Flame, da Discreet Logic, trabalha em uma plataforma Silicon Graphics. A velocidade e interatividade em plataformas abertas da Discreet Logic permite manipulação de imagens em tempo real, sem compressão, obtendo resultados imediatos. As ferramentas do Flame dão certa facilidade para se conseguir variados tipos de efeitos, incluem módulo de composição multilayer tridimensional, gerador de partículas 3D, Keyer para fazer recortes complexos e precisos, módulo de pintura, tracker e stabilizer para capturar e remover movimento de câmera respectivamente, warper para a criação de morfs e deformação de imagens em movimento, corretor de cor, ferramentas de edição e gerenciador de EDLs para capturar

O mundo aud iov i s ua l e s t á

d i v i d i do em an t e s e depo i s

do u so do compu tado r pa ra

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e o imag i ná r i o , o s e f e i t o s

e spec i a i s podem , mu i t a s v eze s ,

s e r o p r i n c i pa l mo t i vo pe l o

s u ce s so de púb l i co de um f i lme .

os novo s de senho s an imados

f e i t o s com pe r sonagen s 3D ,

f i lme s com s upe re f e i t o s e a t é

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p rog ramas t e l e v i s i vo s e l e va ram

os e f e i t o s v i s ua i s ao s t a t u s

de e s s en c i a i s .

EDL gerados em sistemas off line.O Inferno, também da Discreet Logic, reside numa plataforma Silicon Graphic e é considerado hoje seu principal produto na área de alta definição. Tem grande capacidade de processamento, os efeitos visuais, gráficos e de composição. Podem ser processados em imagens até 4 K a 12 bits enquanto o Flame pode trabalhar em até 2 K a 8 bits, resolução utilizada na maioria dos filmes em Hollywood. Porém, usando uma Silicon mais rápida, como o Onyx2, alguns trabalhos já estão começando a ser feitos no Inferno em 4 K.O Inferno traz todas as ferramentas existentes no Flame e mais alguns módulos para comerciais em altas resoluções e HDTV, tais como composição de imagens em resoluções de até 4 K a 12 bits e grain management tool para poder manipular a granulação do filme.Além de trabalhar com resoluções de vídeo D1 até HDTV em tempo real, muitas características e capacidades do Fire, como o tracker, stabilizer, keyer e filtros foram aproveitados do Flame. Mas cada produto foi desenvolvido para atender mercados similares porém com necessidades de ferramentas específicas. O segredo do sucesso de toda a linha

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p r o d u ç ã o

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de produtos Discreet é o seu GUI (graphical user interface), considerado insuperável pela maioria dos usuários. “A velocidade de produção dos nossos produtos deve-se à sua interface intuitiva e bem desenhada para artistas e a velocidade com que o usuário move e altera as imagens é acelerada, pois as soluções utilizam as placas gráficas da Silicon, com isso conseguindo alta performance em suas soluções. Isto é um dos fatores que diferencia a Discreet Logic das outras empresas que também desenvolvem soluções para Silicon Graphics, pois elas somente usam os processadores convencionais tornando se muito lentas quando comparadas às nossas”, afirma o engenheiro Francisco Lima, especialista em aplicações, da Discreet Logic. O Henry, da Quantel, um sistema dedicado, é sucesso indiscutível em Hollywood. As agências de pós-produção em Los Angeles e Nova York comprarão o seu segundo Henry, muito antes de fazer o upgrade dos atuais Flame e Inferno. A razão disso é, principalmente, a rapidez do Henry. Os clientes se acostumaram à velocidade, flexibilidade e confiabilidade do Henry para completar os seus projetos. Quando um projeto exige efeitos visuais intensos, é mandado para um Flame ou Inferno antes de retornar ao Henry para ser inserido na peça final. “A Quantel, com o lançamento do Henry V-Infinity nesta última NAB, introduziu no mercado o mais poderoso sistema de edição e composição disponível, pois dentre as características básicas desta nova versão podemos destacar: infinito número de layers ou supercamadas, possibilidade de introduzir diretamente programas de Java, novo keyer e corretor de cores programável quadro a quadro, novos sistemas de DVE e de pintura com gerador de caracteres, além de nova tableta auxiliar para controle de áudio e outra para jog & shuttle”, comenta Leonardo Scheiner, da Tacnet, representante da Quantel no

Brasil. “Gostaria ainda de informar que todos os sistemas Henry em operação, inclusive no Brasil, poderão ser convertidos para esta nova versão a qualquer tempo.”O HD Jaleo, da Comunicacion Integral, que roda em Silicon Graphics, permite ao usuário corrigir a cor e uma grande variedade de outros efeitos em layers, e apresenta os resultados instantaneamente. Esse feedback permite rápidas revisões e versões múltiplas, oferecendo um fluxo de trabalho do tipo edição on line. A versão HDTV tem as mesmas características e flexibilidade, mas em alta resolução.

O Media Illusion, da Avid, trabalha com um sistema de formato e resolução independentes, ou seja, pode-se combinar diferentes resoluções e formatos sem ter de redimencionar ou particionar o disco rígido. O Illusion opera em plataformas Silicon Graphics e pode trabalhar com qualquer formato de filme, vídeo e HDTV. O diferencial do Media Illusion é o seu sistema de process tree, que permite mudanças ilimitadas a qualquer tempo do timeline, bastando arrastar as imagens do timeline para o process tree sem precisar recriar todos os passos do processo.

f e r r amen ta s

Os softwares para criação de vinhetas e chamadas com uso de texto ou imagens pré-capturadas não

apresentam segredos. A capacidade de usar elementos 3D e edição não-linear são elementos comuns entre eles.Para uso principalmente em televisão, o Hal, da Quantel, pode trabalhar sem compressão com qualidade digital e não encontrar problemas ao lidar com materiais como fumaça, água ou chamas. O Avid Marquee recebe qualquer fonte True Type ou Postscript (as mais comuns e fáceis de achar no mercado). Qualquer edição pode ser feita diretamente no timeline e facilmente desfeitas graças aos 100 níveis de undo. O Marquee importa mais de 25 formatos, incluindo AVI, TIFF e Targa, e permite trocar de resolução, como NTSC ou PAL para HDTV, a qualquer momento.

an imação

O Maya, da Alias|Wavefront, subsidiária da Silicon Graphics INC., é um software de animação 3D que inclue módulos avançados e o desenvolvimento de plug-ins, explora a criação de personagens animados, oferecendo ferramentas digitais, totalmente integradas ao processo de trabalho, combinando um sistema de geração de partículas totalmente incorporado a uma tecnologia de dinâmica de corpos macios e rígidos, o que permite criar simulações realísticas que refletem com apuro as forças físicas de objetos quando colidem, sacolejam, rolam, escorregam e deformam, sem consumir o tempo do processo usual de key framing. “O clima de uma cena pode ser facilmente ajustado com um amplo controle de iluminação, permitindo que os operadores experimentem com rapidez a posição, cor, fall off e intensidade da luz. “O Maya integra uma grande variação de ferramentas de rendering, incluindo-se uma rede de shaders para permitir aos artistas que criem rapidamente tomadas ricas e complexas, mesclando o mundo digital com a realidade”, diz Roberto Ribeiro, gerente da Alias|Wavefront

exIstem No

merCADo DIVersos

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ANImAÇÃo.

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para América Latina na área de entretenimento.No coração do Maya há uma linguagem chamada MEL (Maya Embedded Language), que customiza e agiliza distintas necessidades, variando de simples macros até programas complexos. Além disso, o OpenMaya C++API permite que os programadores estendam o poder natural do Maya através de uma interface de programação rica, de banda larga. O Maya apresenta várias ferramentas de trabalho projetadas para aumentar a produtividade do usuário, como um hotbox/marking menu transparente, que permite acesso a todos os comandos do software, através de movimentos pré-definidos do mouse em qualquer lugar da tela. O MEL também pode ser usado tanto para realizar scripts simples, comandos digitados pelo programador, quanto para automatizar tarefas repetitivas, ou projetar um ambiente de

trabalho customizado para o artista ou para projetos específicos.A Softimage 3D, da Softimage, é um software para criação e animação em três dimensões que pode ser rodado em plataformas Windows NT ou Silicon Graphics. Ao contrário do Maya, que tem como carro-chefe a criação de personagens, o Softimage 3D se mostra superior na criação de cenários. É capaz de memorizar a posição de câmera e fazer os mais variados movimentos com ela, além

de usar diferentes tonalidades de iluminação e definir padrões de luz diferentes, conforme o tipo de fonte de luz desejado.Para animação 2D, a Softimage criou o Toonz, também para Windows NT e Silicon Graphics. O Toonz não é usado para criar personagens ou cenários, suas funções são pintura, composição e acabamento. Com o Toonz, os desenhos originais são feitos em papel e, posteriormente, escaneados. O software redesenha os traços para melhorar o contraste e uniformizar a espessura das linhas, além de permitir que tudo seja pintado no computador.

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F i Q u e p o r d e n t r o

H a B l a N D O a M E S M a l Í N G U aPela primeira vez, os estudantes de cinema e vídeo terão um espaço exclusivo para apresentar sua produção e discutir o ensino dos meios visuais, com colegas e professores de todos os países ibero-americanos. De 10 a 15 de dezembro, acontece no Museu da Imagem e do Som de São Paulo o 1º Festival Ibero-americano de Estudantes de Cinema, promovido pela parceria da Federação Ibero-americana de Escolas de Imagem e Som (Feisal) com o MIS.

Paralelamente será realizado o Congresso da Feisal, que conta com 40 escolas filiadas. O tema geral do congresso é “Formação diante das novas formas de produção e exibição de obras audiovisuais”. A partir desse tema, o evento pretende discutir a diversidade que hoje se apresenta na produção audiovisual em todos os formatos, com todos os avanços tecnológicos existentes.

A questão das co-produções entre os países também estará em pauta. Além da discussão do tema durante o congresso, a Feisal pretende aproximar escolas para desenvolverem projetos conjuntos. “São diferentes currículos e tipos de formação em cada faculdade, por isso pretendemos criar facilidades para a produção entre escolas”, diz Maria Dora Mourão, presidente da Feisal e professora da ECA-USP. O primeiro projeto realizado nesses moldes aconteceu entre 1995 e 1996, com a produção do média “Um poquito de água”. O filme discute questões relativas aos recursos hídricos no Brasil e no México e foi feito por equipes mistas da Escola de Comunicações e Artes da USP e do Centro de Capacitação Cinematográfica, da Cidade do México.

A programação do festival está sendo definida, assim como oficinas paralelas, que contarão com patrocínios.

As atividades estarão disponíveis no site www.eca.usp.br/festival e também terá um link no site da revista Tela Viva, que é www.telaviva.com.br.

O festival estudantil será competitivo e vai premiar oito trabalhos, sendo quatro de vídeo e quatro de cinema. As categorias são documentário, ficção, animação e experimental. Os trabalhos em película podem ser em 35 mm, 16 mm e Super-8 e, em vídeo, os formatos aceitos são U-Matic, Betacam, Hi-8 e Super-VHS. As produções devem ter sido feitas de janeiro de 1996 até a data do término das inscrições, 30 de setembro.

A seleção dos trabalhos será feita por uma comissão escolhida pela organização do festival. A comissão terá entre três e sete membros, profissionais e críticos de cinema e vídeo. A premiação ficará a cargo de um júri composto de sete personalidades da área, a partir de critérios definidos pelos próprios jurados e pela organização do festival. Os prêmios serão divulgados na noite de 15 de dezembro.

Os interessados devem enviar para a sede do MIS-São Paulo a ficha de inscrição preenchida, uma cópia VHS do trabalho em NTSC ou PAL, uma cópia de um documento que comprove sua condição de estudante, uma foto da produção, material para divulgação, breve currículo do diretor e a lista de diálogos. Os trabalhos podem ser entregues diretamente na sede do MIS, de segunda a sexta-feira das 14 às 19 horas, ou por correspondência endereçada ao: 1º Festival Ibero-Americano de Estudantes de Cinema - MIS - Setor de Cinema. Av. Europa, 158 - CEP 01449-000 - São Paulo - SP.

P a l M S P R I N G SO Nortel Palm Springs International Film Festival, uma das principais vitrines para produções de todo o mundo nos Estados Unidos, conta com a curadoria, no Brasil, da produtora cultural Fatita Bustamante Celes. O festival acontece em janeiro e os interessados em participar podem obter mais informações pelos tels. (024) 342-2499 e 342-2753.

a D I a D OO FIC-TV, Fórum Internacional de Cinema e TV de Campinas, programado para ocorrer nos dias 18 e 19 de setembro, foi adiado por motivo de indefinição estrutural da Comissão de Cinema e TV do município de Campinas. A nova data ainda não foi definida. Mais informações pelo telefone (019) 258-2267, na Oficina de Cinema.

M E R C O C I N EO Mercosul ganha seu festival de cinema. O I MercoCine - Festival de Cine del Mercosur acontece de 21 a 28 de fevereiro de 1999 em Punta del Este (Uruguai). Informações pelo tel. (59842) 92376.

C U R S O D E P R O D U Ç Ã OA Faculdade dos Meios de Comunicação Social da PUC-RS acaba de implantar o curso de pós-graduação de Especialização em Produção Cinematográfica, com duração de três a cinco semestres. Informações pelo tel. (051) 320-3658.

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F i Q u e p o r d e n t r o

T E S T a N D O C O N H E C I M E N T O SComemorando seu septuagésimo aniversário, a Georg Neumann GmbH está lançando um concurso de engenharia de áudio, o Sound Engineering Contest 98. O concurso, dirigido a profissionais de áudio, aficcionados por gravações e fãs de música, contará com participantes do mundo todo e consiste de um questionário multimídia em CD-ROM que abrange todos os aspectos das tecnologias de estúdio, instrumentos, música e acústica. Os 70 melhores colocados receberão prêmios e o primeiro colocado ganhará um par casado de microfones U87 banhados a ouro que será entregue na sede da Neumann GmbH, em Berlim. Os CD-ROMs estão disponíveis na IAV, Instituto de Áudio e Vídeo; que também manterá um equipamento multimídia montado para esse teste. O telefone da IAV é (011) 573-3818.

C O N C U R S O D E S I N O P S EO Casarão de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, está recebendo, até o dia 30 de setembro, inscrições para o Concurso de Sinopse para Cinema, parte do projeto “Roteiros 99”, que inclui ainda um Programa para Desenvolvimento de Projeto. Os interessados devem apresentar sinopse original para roteiro de filme com dez a 30 minutos de duração. Os autores dos trabalhos selecionados receberão assessoria técnica para desenvolver os roteiros e convertê-los em projetos capacitados para a captação de recursos. Mais informações pelos tels. (021) 205-1592 e 285-5900.

F E S T I V a l D E B R a S Í l I aO XXXI Festival de Brasília do Cinema Brasileiro acontece entre os dias 11 e 18 de outubro na capital federal e ajusta o foco nas reflexões sobre a nova linguagem do cinema brasileiro. Além das tradicionais mostras competitivas de curtas e longas (16 e 35 mm), o festival contará com um Seminário da Crítica, que vai discutir o papel da imprensa na análise da produção contemporânea, e um Fórum do Cinema e do Audiovisual, sobre as perspectivas de produção e ampliação do mercado distribuidor e exibidor para o filme brasileiro. Na programação paralela, destaque para a homenagem ao cineasta Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988). Além dos Candangos para várias categorias, Brasília dará prêmios de R$ 50 mil para o melhor longa, R$ 10 mil para o melhor curta 35 mm e R$ 5 mil para o melhor curta 16 mm. Os longas selecionados receberão, ainda, espaço de publicidade em mídia impressa equivalente a R$ 120 mil, em seis veículos de grande circulação nacional.

C U I a B ÁO VI Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, que ocorre de 4 a 11 de outubro na capital mato-grossense, promete uma programação na mesma temperatura da cidade. Além das mostras competitivas de longas, curtas, médias e vídeos, o festival terá uma série de mostras paralelas de grande interesse: curtas latinos; o melhor do Anima Mundi; o melhor do Mix Brasil; Tendências do Cinema Mundial, com longas de vários países, e a mostra itinerante Cinema Paradiso, com longas brasileiros, que visitará escolas, presídios, hospitais, asilos e creches. Completando a programação, ciclo de debates e oficinas. Mais informações na home page www.cba.zaz.com.br/festival, pelos tels. (065) 615-8307 e 615-8377, ou pelo e-mail [email protected].

T V S U N I V E R S I T Á R I a SEm 1995 a Lei de TV a Cabo tornou obrigatória entre as operadoras a disponibilização de canais gratuitos para as universidades, o que gerou um crescimento no número de TVs universitárias que já chega a 40 em todo o país. O 3º Fórum Brasileiro de Televisões Universitárias, que acontecerá entre os dias 15 e 17 de outubro, abordará temas como formas de financiamento, parcerias e co-produções; formas de estruturação, como implementar uma TV e aspectos legais de implementação; conteúdo programático, diretrizes e características da programação; formação de rede nacional; como funciona uma TV em outros países e canal universitário e a mídia.

O fórum é dirigido a coordenadores e diretores das TVs universitárias e canais educativos, produtores de televisão, reitores e chefes de departamento de cursos de comunicação. A Universidade Cruzeiro do Sul, que faz parte do pool de nove universidades paulistanas que formam o CNU, estará organizando e sediando o evento. O 3º Fórum é de caráter educativo, portanto, dedutível do imposto de renda. O telefone da Universidade Cruzeiro do Sul é (011) 6137-5700.

CONCURSO DE CURTaS E ROTEIROSO governo do Estado do Rio Grande do Sul deve lançar, em novembro, mais um edital do Concurso anual de Curtas, com prêmios de R$ 25 mil para cinco curtas gaúchos, sendo dois projetos obrigatoriamente de cineastas estreantes. As inscrições ficarão abertas até fevereiro de 99 e o resultado sai em março. Estão abertas também, até o final de outubro, as inscrições para o Prêmio Estadual de Roteiro Cinematográfico, com verba de R$ 9 mil para o primeiro colocado. Mais informações no IECINE, pelo telefone (051) 233-1496.

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F i Q u e p o r d e n t r o

M I F E DO Festival de Cine latino americano da cidade de Trieste (Itália), que ocorre entre os dias 17 e 25 de outubro, abre vagas para produtores brasileiros que quiserem divulgar seus produtos em um estande instalado no 65º MIFED (Cinema and Television International Multimedia Market), em Milão, entre os dias 1º e 6 de novembro. Entre os serviços disponíveis, inclui-se catálogo, sala de reuniões, intérpretes e assessoria de imprensa. Interessados devem entrar em contato com a APCLAI, em Veneza, pelo telefone (39) (41) 93-2286, até 15 de setembro.

C I N E M a N a P R a I aA Galpão Produções promove mensalmente a exibição de filmes brasileiros nas praias de Vitória. O programa inclui um curta e um longa. Até agora, foram realizadas duas sessões (os longas foram “Central do Brasil” e “Homem nu”), com público total de cinco mil pessoas. O projeto faz parte de uma iniciativa para revitalizar o Pólo de Cinema do Espírito Santo. Além do “Cinema na Praia”, a Galpão tem promovido workshops periódicos sobre vários setores da prática audiovisual, desde a realização até a crítica, e acaba de montar um grupo de estudos formado por universitários, que conduz uma pesquisa sobre a história do cinema local. “Essas iniciativas são o embrião de uma escola de cinema que pretendemos implantar até o ano 2000. Tanto o festival, quanto os cursos e as exibições têm o objetivo de ampliar as perspectivas para o realizador local”, explica Beatriz Lindenbergh, sócia da Galpão.

V I T Ó R I a C I N E V Í D E OO 5º Vitória Cine Vídeo acontece de 16 a 21 de novembro na capital capixaba e já tem inscrições abertas para curtas, médias e vídeos (Betacam, U-Matic e Hi-8) de todo o país. O festival concederá os troféus Marlin Azul e prêmios em dinheiro a várias categorias. Paralelamente, ocorrerão mostras não-competitivas de longas brasileiros, oficinas e debates. O evento é promovido pela Galpão Produções, com patrocínio da Prefeitura de Vitória. Interessados devem solicitar ficha de inscrição e regulamento até o dia 18 de setembro, pelos telefones (027) 327-2751 e 324-0070.

V I D E O P R O D U Ç Õ E SO concurso São José em Um Minuto, organizado pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo através da Comissão Municipal de Cinema e Vídeo, aceitará inscrições até o dia 11 de novembro. O concurso, que visa incentivar videoproduções realizadas em todo território nacional, premiará os cinco primeiros colocados com prêmios que vão de R$ 400 a R$ 2 mil. Os trabalhos podem ser de qualquer tema e gênero (documentário, ficção, animação etc.) e produzidos em qualquer formato de vídeo desde que tenham duração de no máximo um minuto e produzidos entre 1997 e 1998. As inscrições podem ser feitas na sede da Fundação Cultural Cassiano Ricardo ou via Sedex.Av. Eng. Sebastião Gualberto, 545 - VL. Maria CEP 12.209-320 - São José dos Campos/SP Caixa Postal: 0141 - A/C Depto. Projetos. Tel.: (012) 324-7300. Fax: (012) 341-8577.

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T E L A V I V A s E T E m b r o D E � 2

a G e n d a

s E T E m b r o

14 - Curso: “Direção de cinema e TV”. Aulas às segundas, quartas e sextas. CIMC, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-6279. Fax: (011) 517-0854.14 - Curso de sonorização da SPX. SPX, São Paulo, SP. Início da turma de segunda a quinta. Fone: (011) 3666-6950.14 a 18 - Curso: “Edição analógica”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] a 25 - Curso: “A imagem criativa”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] a 21 - Photokina’98. Colônia, Alemanha. Fone: (49-221) 821-2497. Fax: (49-221) 821-3413. E-mail: [email protected]. Internet: www.koelnmesse.de/photokina.19 - Curso de sonorização da SPX. SPX, São Paulo, SP. Início da turma de sábado. Fone: (011) 3666-6950.19 a 21 - Cinec - 2nd International Trade Fair for Motion Picture Technology and Postproduction. M.O.C. Events Center, Munique, Alemanha. Fone: (089) 510-7219. Fax: (089) 510-7138.21 - Curso: “Direção, roteiro e produção em cinema e vídeo”. CIMC, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-6279. Fax: (011) 517-0854.21 a 18/12 - Oficina de especialização: “Direção de cena para cinema e TV”. EICTV, Havana, Cuba. Fone/fax (0246) 29-1345, e-mail [email protected] ou fone/fax (011) 3666-8538, e-mail [email protected] a 25 - Curso: “Edição analógica”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] a 25 - Curso: “Iluminação (básico)”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] a 25/10 - 12º Videobrasil. Sesc, São Paulo, SP. Fone: (011) 820-8454.

Fax: (011) 829-2377. E-mail: [email protected]. Internet: www.videobrasil.org.br.26 e 27 - Workshop: “Produção em cinema e vídeo”. CIMC, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-6279. Fax: (011) 517-0854.28 a 1º/10 - Curso: “Edição analógi-ca”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected].

5 a 9 - Mipcom - The International Film and Programme Market for TV, Video, Cable and Satellite. Palais des Festivals, Cannes França. Fone: (44-181) 910-7955 ou (33-1) 4190-4400. Fax: (44-181) 910-7813. E-mail: [email protected]. Internet: www.mipcom.com.5 a 9 - Curso: “Edição analógica”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] a 4/12 - Oficina de especialização: “Da produção de campo à produção executiva no mercado internacional”. EICTV, Havana, Cuba. Fone/fax (0246) 29-1345, e-mail [email protected] ou fone/fax (011) 3666-8538, e-mail [email protected] a 27/11 - Oficina de especialização: “Da produção de campo à produção executiva no mercado internacional”. EICTV, Havana, Cuba. Fone/fax (0246) 29-1345, e-mail [email protected] ou fone/fax (011) 3666-8538, e-mail [email protected] a 31 - Curso: “Introdução à filma-gem”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] - Curso: “Argumento e roteiro”. Aulas às terças e quintas. CIMC, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-6279. Fax: (011) 517-0854.13 - Curso de sonorização da SPX. SPX, São Paulo, SP. Início da turma de segunda a quinta. Fone: (011) 3666-6950.

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