revista tela viva 153 - setembro 2005

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CINEMA As iniciativas para a distribuição dos curtas-metragens no Brasil TELEVISÃO Investimentos em ficção são a maior arma na luta pela audiência televisão, cinema e mídias eletrônicas ano 14_#153_setembro2005 NO AR, HÉLIO COSTA Ministro traz emissoras de volta ao centro do debate sobre TV digital e diz que teles precisam de licença para transmitir conteúdos ENTREVISTA EXCLUSIVA

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Revista Tela Viva 153 - Setembro 2005

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Page 1: Revista Tela Viva 153 - Setembro 2005

cinemaas iniciativas para a distribuiçãodos curtas-metragens no Brasil

TeLeViSÃOinvestimentos em ficção são a

maior arma na luta pela audiência

televisão, cinema e mídias eletrônicas ano 14_#153_setembro2005

No ar, HÉlio Costaministro traz emissoras de volta ao centro do debate sobre

TV digital e diz que teles precisam de licença para transmitir conteúdos

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(editorial)

Rubens GlasbergAndré MermelsteinSamuel PossebonManoel FernandezOtavio JardanovskiGislaine GasparVilma Pereira (Gerente), Gilberto Taques (Assistente Financeiro)

Edianez Parente

Fernando Lauterjung

Daniele Frederico, Lizandra de Almeida (Colaboradora)

Carlos Eduardo Zanatta (Chefe da Sucursal)

Carlos Edmur Cason (Edição de Arte)Debora Harue (Assistente)Rubens Jardim (Produção Grá­fica)Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrô­nica)

Almir Lopes (Gerente), Ivaneti Longo (Assistente)

Marcelo Pressi

0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

[email protected]

(11) [email protected]

(11) [email protected]

Ipsis Grá­fica e Editora S.A.

Diretor e editorDiretor editorialDiretor editorial

Diretor comercialDiretor Financeiro

Gerente de marketing e circulação administração

editora de Programação e conteúdo

editor Tela Viva news

redação

Sucursal Brasília

arte

Departamento comercial

Webmaster

central de assinaturas

internete-mail

redaçãoe-mail

Publicidadee-mail

impressão

Após as insípidas gestões de Miro Teixeira e Eunício Oliveira à frente do Minicom, nos dois primeiros anos do governo Lula, o jornalista e senador mineiro Helio Costa (PMDB)

assumiu a pasta e logo mostrou que pretende agitar o setor bem mais que seus antecessores.

Em entrevista exclusiva, que o leitor de TELA VIVA confere nesta edição, Costa se mostra um pouco mais familiarizado com os temas do setor, e opina com clareza sobre assuntos como TV digital, telecom e comunicação social.

É bem-vinda a iniciativa do ministro de chamar os radiodifusores a um debate mais próximo sobre a implantação da TV digital terrestre no Brasil. São eles afinal que farão o grosso dos investimentos na conversão do parque de transmissão. Isso, claro, desde que o ministro mantenha a promessa de também ouvir, com maior profundidade, os outros setores envolvidos, também representados no Conselho Consultivo do SBTVD.

A transição digital não é simples, e os planejamentos detalhados feitos em lugares avançados como os EUA e alguns países da Europa se mostraram completamente falhos diante dos obstá­culos impostos pela realidade. E o caso brasileiro é peculiar, pois a maioria da população tem apenas a TV aberta como fonte de lazer e informação. E mais: o governo quer fazer da TV um instrumento de inclusão social. Ou seja, nossa transição deve ser ainda mais complexa e sensível que as dos países ricos, e portanto é essencial que se ouçam todos os envolvidos e impactados pelas mudanças.

Assim, esperamos que o governo opte por um caminho mais suave para a transição, acomodando os diversos interesses, que não são necessariamente irreconciliá­veis. É evidente, e o ministro afirma isso, que os atuais concessioná­rios serão inicialmente os players principais do mundo digital, e este direito deve ser garantido. Mas a sociedade também espera que o governo discuta opções de modelos de exploração do serviço que permitam a entrada de outros agentes econô­micos, de forma viá­vel e sustentá­vel. Em resumo, que o precioso espectro digital seja cedido a quem o mereça efetivamente, oferecendo serviço de qualidade à população.

André Mermelsteina n d r e @ t e l a v i v a . c o m . b r

Debate saudável

Tela Viva é uma publicação mensal da Editora Glasberg - Rua Sergipe, 401, Conj. 605,

CEP 01243-001. Telefone: (11) 2123-2600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP.

Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903.

Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DFJornalista responsável Rubens Glasberg (MT 8.965)

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista,

sem autorização da Glasberg A.C.R. S/AOs artigos da Broadcast engineering®

(www.broadcastengineering.com), da millimeter® (www.millimeter.com) e da Video Systems®

(www.videosystems.com) são republicados sob licença da Primedia Business Magazines & Media Inc.

Todos os direitos são reservados pela Primedia Inc.

FOTO De caPa: EUGENIO NOVAES

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ano 14 _153_ set/05(índice)

Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá­-las a este espaço, procurando manter a má­xima fidelidade ao seu conteúdo.Envie suas críticas, comentá­rios e sugestões para [email protected].

TecnologiaAprecio as matérias sobre tecnologia de produção. Muitas vezes os lança-mentos anunciados pelos fabricantes não estão disponíveis ou ainda são muito caros, então falta mais informa-ção sobre como investir bem nosso pouco recurso. Um abraço,

carlos F. Shoelle, São Paulo

caro carlos,além da análise do mercado local de equipamentos e tecnologia de produção, TeLa ViVa conta, desde o início deste ano, com matérias das melhores publicações norte-ameri-canas de radiodifusão e produção audiovisual.

artigo 39É bom ver que o conteúdo nacional se aproxima cada vez mais dos canais internacionais de TV por assinatura, como mostrou a matéria de capa da TELA VIVA de agosto. Vale atentar para o desequilíbrio da participação das produtoras independentes nas produções que se beneficiam do Artigo 39 (N. da R.: da MP 2.228-1/01). Em muitos casos, os produtores cedem todos os direitos, de todas as janelas e territórios, para a programa-dora co-produtora. Pode-se constatar ainda que algumas dessas produções são programas de linha da grade das programadoras, levando a assinatura do canal no título e nos cená­rios. Esse mecanismo foi criado como uma contrapartida à pesada importação de conteúdo estrangeiro das programa-doras internacionais. Com a prá­tica adotada pelas programadoras, parece que elas interpretaram o mecanismo como um incentivo para que elas per-maneçam no Brasil. Os R$ 44 milhões arrecadados pelo Artigo 39 representa apenas 3% do montante enviado para o exterior por estes canais. Será­ que eles precisam mesmo de incentivos para ficar no Brasil?

João carlos malta, rio de Janeiro

(cartas)

telavivanewswww.telaviva.com.br

acompanhe as notícias mais recentes do mercado

O ministro fala 16Em entrevista exclusiva, Helio Costa expõe o que pensa sobre a TV digital e a proposta de uma lei de comunicação

scanner 6figuras 14radiodifusão 22O que ver na Broadcast & Cable 2005

televisão 26Emissoras investem na produção ficcional

no ar 34TV aberta terá­ “Extreme Makeover”

audiência 36cinema 38Como anda a distribuição de curtas

making of 42evento 44Seminá­rio mostra rumos do serviço de satélite

multimídia 47SBT aposta em novas plataformas

equipamentos 48As funcionalidades da AJ-SPX800

upgrade 52agenda 54

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A volta do Prêmio Estímulo

conquista tripla A multirio levou três prê-

mios no Prix Jeunesse Ibero-americano. Trata-se da única empresa carioca a levar para casa três prêmios, entre eles, um primeiro lugar. Segue a lista:n “Aventuras Cariocas”, episó-

dio “Lagoas” - 1º lugar na categoria não-ficção para 12 a 15 anos;

n “O Boto”, da série de anima-ção “Juro que Vi” - 2º lugar na categoria ficção para 0 a 6 anos;

n “Presente do Futuro”, episó-dio “Diga Não!” - 3º lugar na categoria ficção para 12 a 15 anos.Já­ o canal Futura, com “Es-

cola Digital”, dirigida por João Camargo, ficou em segundo lugar na categoria ficção dos 12 aos 15 anos. Um total de 12 produções brasilei-ras foram semifinalistas na premiação. O Prix Jeunesse Ibero-americano é organizado pelo Conselho Nacional de Televisão do Chile e pela Sofofa (Federación Gremial de la Industria).

Depois de quatro anos sem editais, a Secretaria de estado da cultura de São Paulo anunciou, no dia 31 de agosto, a abertura das inscrições para a 23ª

edição do Prêmio Estímulo de Curta-Metragem, um dos mais tradicionais do formato em todo o Brasil. As inscrições vão até o dia 7 de outubro e o prêmio este ano contemplará­ dez projetos, cada um com R$ 70 mil.

Vá­rias mudanças foram introduzidas no edital deste ano, propostas pela diretoria da ABD-SP, que vinha pleiteando há­ anos a volta do prêmio, que revelou cineastas como Ugo Giorgetti, Carlos Reichenbach, Tata Amaral, Beto Brant, José Roberto Torero, Eliane Caffé e muitos outros. “O que importa é a qualidade do projeto e não as questões técnicas”, explica o diretor administrativo da ABD Nacional Romeu di Sessa. Dessa forma, o júri este ano vai analisar o roteiro e a proposta de direção de cada projeto de curta, e não haverá­ a necessidade de se encaminhar orçamento e plano de produção numa primeira etapa. Agora, o júri

— composto por Flá­vio Britto (professor da FAAP), Carlos Eduardo Nogueira (representante da Associação Brasileira de Cinema de Animação), Edgard de Castro (produtor e coordenador do Núcleo de Cinema de Ribeirão Preto), Maria Dora Genis Mourão (professora da ECA-USP) e Fernando Bonassi (escritor, roteirista e cineasta) — vai selecionar os dez projetos e mais dez suplentes. Os selecionados terão um prazo para apresentar seu projeto para uma produtora já­ estabelecida. A produtora, então, assumirá­ o projeto e apresentará­ o orçamento e demais exigências técnicas à Secretaria, que terá­ uma comissão técnica especializada para avaliar o material. Caso o realizador não consiga envolver nenhuma produtora em seu projeto no prazo estipulado, um dos suplentes assume a vaga. Criado em 1968, o Estímulo já­ produziu 234 trabalhos, que estão disponíveis no acervo do Museu da Imagem e do Som. O edital está­ disponível no site da Secretaria de Cultura: www.cultura.sp.gov.br

BnDeS no cinemaO BnDeS e o ministério da cultura

apresentaram no final de agosto a política de apoio do banco ao cinema. Segundo o presidente do BNDES, Guido Mantega, nos últimos dez anos o BNDES financiou 246 filmes, cerca de 50 só em 2004. “Nem todos esses filmes chegam à distribuição, agora nós vamos apoiar os Funcines, que têm a incumbência de ‘fazer a distribuição e a exibição’”, afirmou. O BNDES vai investir também em distribuição. O teto má­ximo de investimento por projeto de produção subiu para R$ 1,5 milhão. Projetos de finalização poderão receber no má­ximo R$ 500 mil. As inscrições para participar do edital do BNDES já­ estão abertas e vão até o dia 30 de setembro. O formulá­rio está­ disponível no site www.bndes.gov.br/cultura/cinema.

eSPn 100% Brasil A ESPN finaliza em dezembro a trans-

ferência de “feed” para o Brasil da ESPN International dos EUA para São Paulo, nas mesmas instalações da eSPn Brasil. Até agora, o “feed” da ESPN para o País era o mesmo veiculado em nível pan-regional. Assim, a programadora passa a ter os dois canais produzidos no Brasil - uma parte do conteúdo também vinha sendo “embalado” na Argentina e, portanto, estava em espan-hol. No anúncio da junção das operações, a programadora diz que os comentaristas trabalharão para ambos os canais.

aventuras cariocas

O Boto

Presente do Futuro

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TV eScOLa reFOrçaDa

O MINISTÉRIO DA EDUCAçãO ANUNCIOU NO FINAL DE AGOSTO A REVITALIZAçãO DA TV ESCOLA.

O OBJETIVO DO PROGRAMA É CAPACITAR PROFESSORES DO ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO DA REDE PúBLICA. A DIGITALIZAçãO DE 200 HORAS

DE PROGRAMAçãO POSSIBILITARá O ATENDIMENTO DO DOBRO DE ESCOLAS, PASSANDO DE CERCA DE 45 MIL PARA 90

MIL ESCOLAS. SEGUNDO O MINISTÉRIO DA EDUCAçãO, ESSA EXPANSãO TERá UM CUSTO DE R$ 16 MILHõES. SERãO

IMPRESSOS DOIS MILHõES DE DVDS QUE COMPORãO 40 MIL BIBLIOTECAS E QUE SERãO DESTINADOS, JUNTO COM UM

APARELHO DE DVD, PARA AS ESCOLAS DO PAíS QUE TENHAM TELEVISãO MAS NãO O SINAL DA TV ESCOLA. O MEC TAMBÉM

APRESENTOU O GUIA DE PROGRAMAS DA TV ESCOLA, QUE CONTÉM MAIS DE 5,5 MIL

PROGRAMAS, COM SINOPSE, FICHA TÉCNICA E SUGESTõES DE ATIVIDADES. O MEC Já LANçOU A CONSULTA PúBLICA

DO 1º PROGRAMA TV ESCOLA DE FOMENTO à PRODUçãO DE PROGRAMAS

EDUCACIONAIS MULTIMEIOS.

25 anos de Gol A campanha de lançamento do Gol Geração 4, da Volkswagen, criada pela al-

map/BBDO, está­ emocionando os brasileiros. No primeiro teaser, de 15 segundos, mostra aos telespectadores uma das mais famosas jogadas de Pelé na Copa de 70, na partida contra o Uruguai. Depois veio a vez do comercial “In my life”, com 60” e versão de 30”. O filme conta, por meio de imagens carregadas de emoção e a música dos Beatles ao fundo (numa versão em português), a vida do Gol através da história de um rapaz, desde seu nascimento em 1980 até agora, 25 anos depois. O filme, dirigido por Clovis Mello, da cine, mistura técnicas e mostra imagens fa-miliares, gravadas especialmente com uma câmera Bolex, como se fosse um filme doméstico cheio de lembranças de bons momentos vividos pelo garoto, passando por cenas que marcaram a história do Brasil nesses anos, como a campanha das Diretas e os caras-pintadas.

crescimento globalA Globopar, holding do grupo

Globo que em breve será­ fundida à própria TV Globo em uma só empresa, divulgou seu balanço do segundo trimestre do ano de 2005, consolidando os dados do primeiro semestre. O grupo (totalizando a TV Globo, a holding que congrega vá­rias empresas e a gravadora) registrou receita líquida no primeiro semestre de r$ 2,3 bilhões, o que significa um crescimento de 3,8% em relação ao mesmo período de 2004. O EBITDA no mesmo período foi de R$ 612 milhões, com margem

de 26,2% e resultado final de R$ 941,4 milhões. A dívida

direta do grupo após a reestruturação

está­ em US$ 1,389 bilhão.

A TV Globo é, sem dúvida, a principal fonte de receita do grupo. A emissora

registrou receita líquida de R$

1,949 bilhão no primeiro semestre,

o que representa um crescimento de 1�,1% em

relação ao mesmo período de 2004. O EBITDA da TV Globo foi de R$ 516 milhões no período, e os custos de produção e engenharia totalizaram R$ 1 bilhão, contra R$ 881 milhões no mesmo período de 2004.

O segundo maior faturamento do grupo Globo entre os investimentos onde não tem outros sócios é a Globosat, programadora de TV por assinatura. A Globosat teve, no primeiro semestre, receita líquida de R$ 200,9 milhões, o que é 14,3% a mais do que no mesmo período de 2004. O EBITDA da Globosat foi de R$ 80,5 milhões no período.

Os números de audiência trazidos pelo balanço mostram números menores do que os que vinham sendo registrados. O share de audiência da TV Globo no primeiro semestre foi de 52%, contra 57% no mesmo período de 2004. No horá­rio nobre, o share foi de 58%, contra 65% em 2004. A variação, segundo a Globo, é normal.

Tudo pela bolsaUma garota pega os mais

variados objetos - seus, de seus pais e do irmão — só para justificar a compra de sandá­lias Hello kitty,

que vêm com bolsas de brinde. No filme, ela explica que precisa

porque tem muito o que carregar. Essa é a ação da nova campanha da Grendene que foi criada pela

Escala e produzida pela O2 Filmes.No final do comercial, a garota

entra no quarto e vê em sua cama três bolsinhas da Hello kitty, todas repletas de objetos. Então ela diz:

“Pensando bem, uma não basta. Quatro bolsas”.

A direção é de Paola Siqueira.

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Ponte mT — nYO primeiro longa metragem produzido no Mato Grosso foi exibido na

abertura do Festival de cinema Brasileiro de nova York, em 3 de setem-bro e novamente no dia 7. Ainda inédito no circuito comercial brasileiro, “a Oitava cor do arco Íris”, dirigido por Amauri Tangará­, conta a história de Joãozinho, menino de um pequeno vilarejo que, para ajudar a avó a comprar os remédios que necessita, parte para a cidade grande.

O filme foi realizado em 2004 pela cia D’ artes do Brasil, com pa-trocínio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, da Secretaria de Cultura, do Governo do Estado do Mato Grosso, da Rede Cemat, da Lei Municipal de Cultura, do Ministério da Cultura, da Ancine, do Governo Federal e da Unesco, com verba total de cerca de R$ 650 mil.

Pela educaçãoProduzido todo em animação tradicio-

nal, o filme “Educar é” faz parte da cam-panha institucional Educar é Tudo, da rBS. O segundo filme, “Volta às aulas”, também

já­ está­ no ar com o mesmo conceito e ainda mais dicas, como a importância da escola, da

participação dos pais e de toda a sociedade na grande responsabilidade de formar os novos cidadãos. Os dois

filmes seguiram a mesma linha de produção. O filme foi produzido pela academia de Filmes de Porto Alegre,

com direção de Gabriel Rubim e animação da amazing Graphics, de Curitiba, com direção de arte de Foca Cruz

e direção de animação de Tadao Miaqui.

CAMPANHA DO BEMA FUNDAçãO ONDAZUL, UMA

ONG CRIADA POR GILBERTO GIL, ACABA DE GANHAR UM FILME DE

30” DIRIGIDO POR JULIO XAVIER, DA BOSSA NOVA FILMS, QUE ESTRÉIA EM REDE NACIONAL. O OBJETIVO É MOSTRAR O TRABALHO COMUNI-TáRIO QUE A ONDAZUL FAZ PARA A INTEGRAçãO SOCIAL DE COMU-NIDADES CARENTES ATRAVÉS DA TRANSFORMAçãO DE GARRAFAS

PET EM MóVEIS E OBJETOS. A CRIAçãO É A AGêNCIA QUE/NEXT, DO RIO DE JANEIRO. A TRILHA É DA

PLAy IT AGAIN.

curta mineiroCinco anos depois da primeira edição,

a associação curta minas promove o 2º Prêmio Estímulo ao Curta Metragem, que tem patrocínio da Telemig Celular, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. A associação prevê para este ano, nas duas categorias, o dobro do número de inscrições recebidas na primeira edição do concurso. A associação também promove uma premiação voltada a curtas de um minuto, a ser lançada ainda em 2005. O edital e o regulamento do 2º Prêmio Estímulo ao Curta Metragem estão disponíveis nos sites www.curtaminas.com.br ou www.telemigcelular.com.br/cultura.

Será­ disponibilizado um total de R$ 540 mil em premiação, considerando os dois prêmios. No caso do 2º Prêmio Estímulo ao Curta Metragem, sete projetos serão selecionados: quatro curtas na categoria produção receberão, cada um, R$ 70 mil bru-tos mais R$ 8 mil em aparelhos e créditos de telefonia celular; três curtas na categoria final-ização, aos quais serão destinados, para cada, R$ 20 mil brutos mais R$ 4 mil em aparelhos e créditos de telefonia celular.

Globo no mipcomA TV Globo Internacional levará­ um grupo de nove executivos, liderados pelo diretor geral ricardo Scalamandré, à feira Mipcom

2005, em outubro em Cannes, na França, que dedica este ano programação especial às tele-novelas. Também, a divisão de exportação da emissora leva um pacote com oito novidades em dramaturgia para o mercado: as novelas

“Celebridade”, “Chocolate com Pimenta”, “A Cor do Pecado”, “Senhora do Destino”,

“Cabocla”, “Começar de Novo”, “Coração de Estudante” e “O Sabor da Paixão”.

nickelodeon faz mega-evento

Acontece no dia 1º de outubro a festa “meus Prêmios nick”, do canal Nickelodeon. São esperadas 15 mil pessoas. A Net é parceira da pro-

gramadora no evento, cuja promoção e patrocínio

já­ estão vendidos para McLanche

Feliz, Chamyto, Mini Trakinas, Funny e Sucril-hos. A festa, captada pela produtora MZ

Filmes, vai entrar na grade do canal

em formato de pílulas de programação: 35 pro-

grametes entre 30” e três minutos, exibidos durante um mês no canal. Neste ano, em Desenho Animado, concorrem as atrações da Nick “Bob Esponja”, “Jimmy Neutron” e “Rugrats Crescidos”, e o desenho do Jetix “Três Espiãs Demais”. Na categoria Filme do Ano, enfrentam “Bob Esponja - o Filme” (do mesmo grupo dono da Nick), e títulos de estúdios concorren-tes como “Madagascar”, “Os Incríveis” e “Shrek 2”.

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migração para HDTVO laboratório carioca Video Shack comprou equi-

pamentos para transcodificação em Beta Digital - PAL europeu da linha Sony DVW-2000. Os VTs, associados ao transcoder digital 4:2:2, permitem nitidez, estabilidade e fidelidade nas imagens transcodificadas sem apresentar problemas comuns como a perda de resolução, bati-mentos ou saturação de croma. Além disso, permitem a migração para HDTV, podendo fazer o up conversion para HDCAM diretamente da saída do VT. Trata-se de uma aposta do laboratório no crescimento da produção audiovisual brasileira para o mercado externo, que cada vez mais exige o material em HD.

Brasil na alemanhaCom o tema “Diversidade de

Culturas — Vá­rias crenças, uma fé”, terá­ início, em 13 de outubro, em Munique, na Alemanha, a oitava edição do Brasil Plural �, festival de cinema brasileiro na Europa. Foram selecionados para a exibição cinco longas e 16 curtas metragens, estes últimos com cópias legendadas em alemão. A Associação Cultural Polêmika, realizadora do evento, espera que o festival deste ano repita os resultados do ano passado, quando os cineclubes alemães, os komunale kino, adquiriram toda a programação da mostra de curtas metragens para a exibição em suas salas de cinema, espalhadas pelo país.

O Brasil Plural 8, com duração de cerca de três meses e passagem pela Alemanha, Suíça e áustria, terá­ também programas paralelos à mostra oficial, com a exibição de cinco curtas do Mercosul e uma mostra com vídeos produzidos pelo programa “Revelando os Brasis”, do Ministério da Cultura, além do “Brasil Mais Plural”, com debates e discussões e a apresentação de vídeos produzidos por movimentos populares. O evento acontece com apoio do Ministério da Cultura, pelo Fundo Nacional de Cultura (com verba de R$ 50 mil), do Ministério das Relações Exteriores (com R$ 30 mil), da Ancine e do Instituto Goethe, que colabora com a tradução dos filmes. Mais informações: www.brasilplural.org

TnT produz curta no rioA TNT levou seu “Projeto 4�” ao Rio de Janeiro. Trata-se de um projeto do canal no

qual os telespectadores se inscrevem para realizar um curta-metragem em 48 horas. A atração tem características de reality show. Foram feitas 80 inscrições, mas apenas na vé-spera o projeto selecionado foi divulgado. Os escolhidos têm de produzir, rodar e editar o curta, que é exibido pelo canal em toda a América Latina — um making of também é exibido.

O mesmo tipo de atração é produzido também no México, Argentina, Venezuela e Chile. A produtora que operacionaliza todo o processo do “Projeto 48 Hortas” é a argen-tina Quatro cabezas — que na etapa carioca trabalhou com a Casablanca nas locações. A Quatro Cabezas, no mercado há­ dez anos, tem sido uma das propulsoras da produção portenha, colocando a Argentina em destaque como pólo de produção do audiovisual latino-americano. Nesta versão do “Projeto 48”, o ator Leandro Firmino da Hora (o Zé Pequeno de “Cidade de Deus”), é o apresentador da atração.

PPV DO BraSiLeirÃOSEGUEM NO MESMO RITMO

DO ANO PASSADO AS VENDAS DO PACOTE DE PAy-PER-VIEW DO

CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTE-BOL, SÉRIE A, AINDA QUE HAJA DOIS

TIMES A MENOS DO QUE EM 2004 NA COMPETIçãO. COM O FIM DO

PRIMEIRO TURNO E INíCIO DA ETAPA FINAL, O PREMIERE ESPORTES REGIS-TRA 250 MIL PACOTES VENDIDOS - A EXPECTATIVA É FECHAR O ANO COM

AS MESMAS 300 MIL VENDAS DO ANO PASSADO. Já NA SÉRIE B - QUE

NESTE ANO TEM TIMES GRANDES COMO GRêMIO E BAHIA -, AS VEN-

DAS DOS PACOTES DE PPV SUBIRAM 37% EM RELAçãO AO ANO PAS-

SADO, QUANDO ATÉ AQUI TINHAM SIDO VENDIDOS 28 MIL PACOTES. AS

VENDAS DA CHAMADA SEGUNDA DIVISãO ESTãO NO MOMENTO EM

39 MIL PACOTES.

cena de “Véio”

Terraviva nos euaA Band fechou um acordo com a rFD-TV, canal de agrobusiness

dos EUA com 28 milhões de assinantes, para troca de conteúdos envolvendo o canal Terraviva. A partir de setembro o Terraviva passa

a receber atrações especiais produzidas pela RFD-TV. Tecnologia, cotações e especiais sobre as principais feiras agropecuá­rias também farão parte da grade fornecida pelo novo parceiro, que poderão ter

cobertura ao vivo. Também os eventos agropecuá­rios do Brasil serão transmitidos ao vivo para a rede americana.

A RFD-TV exibirá­ o programa de meia hora “This Week in Brazil”, que será­ produzido em inglês pela equipe

do Terraviva. A RFD-TV terá­ uma sucursal em S. Paulo para gerar notícias em tempo integral.

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“a FeiTiceira” na cLarO A CLARO OFERECERá, ATRAVÉS DE ACORDO COM A COLUM-BIA PICTURES, CONTEúDO DA NOVA PRODUçãO DE CINEMA

DOS ESTúDIOS, O REMAkE DE “A FEITICEIRA”, COM NICOLE kIDMAN, QUE CHEGA AOS CINEMAS

DAQUI A UM MêS. O TRAILER DA PRODUçãO SERá ACES-SADO SEM CUSTO ADICIONAL. AS IMAGENS E RINGTONES

PODERãO SER ADQUIRIDOS NO SITE CLARO IDÉIAS OU PELO NAVEGADOR WEB DO CELULAR.

Velho chicoO projeto cinema no rio levou

curtas e longas a oito cidades ribeirinhas do rio São Francisco, mostrando filmes a mais de 35 mil pessoas. Organizado por inácio ribeiro neves e com curadoria de Helvécio martins, o projeto conta com uma tela inflá­vel. Parte da equipe percorreu os 428 km de rio em barco, enquanto outra parte seguiu por terra com os equipa-mentos. O projeto é patrocinado pela Telemar e tem orçamento de R$ 120 mil. A sessão foi composta pelos curtas “Curupira” , de Humberto Avelar, e “Negócio Fechado” , de Rodrigo Costa; pelo média “Secos e Molhados” , de Armando Mendezz; e os longas “Eu, Tu, Eles”, de Andrucha Waddington, “Narradores de Javé”, de Eliana Caffé, e “Espelho D’á­gua - Uma Viagem no Rio São Francisco”, de Marcos Vinícius Cezar.

TrakinagemOs biscoitos Trakinas, da kraft

Foods, volta à mídia com um novo filme para divulgar a adição de vitaminas e cá­lcio na fórmula dos biscoitos recheados. O comercial, de 30”, criado pela Giovanni,FcB, é desde o final de agosto veiculado em TV aberta e fechada (Cartoon e Nickelodeon). O filme segue a mesma linha criativa das outras campanhas, mostrando as “trakinagens” do universo infantil. Três amigos armam uma trakinagem: pelo lado de fora da casa, eles travam a janela para que a mãe de um deles precise de ajuda para abrir. O acordo é proposto pelo filho: se ele conseguir abrir, ganha um Trakinas com vitaminas e cá­lcio. Depois do sucesso da brincadeira, ele finaliza, com “carinha de Trakinas” no lugar do rosto: “E aí mãe , não tem nenhum pote precisando de uma forcinha?”

Assinam a criação Carlos André Eyer e Alexandre Motta, com direção de criação de Adilson Xavier, Cristina Amorim e do próprio Carlos André. A produtora é a Cine, com direção de clóvis melo.

Traffic nos bares dos euaA Traffic fechou um contrato de patrocínio exclusivo com a anheuser-Busch (cerveja

Budweiser) para a transmissão em circuito fechado em bares dos EUA das eliminatórias da copa do mundo que envolvem as seleções das Américas do Sul e Central. Nos bares, é cobrado ingresso dos espectadores. “Temos aproximadamente três mil

estabelecimentos na nossa base de dados; porém, em cada jogo o número de clientes é de 300 a mil, com uma média de 200 pessoas por estabelecimento”, diz Luiz Muzzi,

diretor de operações e desenvolvimento da Traffic nos EUA. Todas as partidas são exibidas ao vivo. Ele conta que os jogos da seleção brasileira são exibidos em pay-per-view no país, através da Dish Network. A Traffic não revela cifras, margens ou percentuais sobre a lucratividade das modalidades de transmissão. Luiz Muzzi diz que os próprios bares ajudam a evitar pirataria, pois acabam vigiando para que os concorrentes não levem sua clientela. “Alem, disso, contamos com uma empresa

especializada que faz um trabalho de campo”, afirma.

excelência em treinamento

No encontro anual dos centros de treinamentos da Autodesk Media & Entertainment (Discreet), realizado durante a Siggraph, em Los Angeles, a cadritech Computa-ção Grá­fica foi eleita o melhor cen-tro de treinamentos das Américas. Para esta premiação são analisados diversos critérios: quantidade de alunos treinados, avaliação dos alunos (feita no término de cada treinamento), qualidade das insta-lações, material didá­tico e outros. Entre os finalistas estavam o Pratt Institute, de Nova york; o Centre NAD, de Montreal; e a Naska Digi-tal, de Bogotá­.

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Voz de alguns comerciais que fizeram história na propaganda brasileira, Fabio Cirello combina

sua carreira de locutor com a de vocalista, tecladista e guitarrista da banda Rock Memory. Como na á­rea de audiovisual muito pouca gente planeja desempenhar esta ou aquela atividade, Fabio também acabou se tornando locutor — e bandleader — meio por acaso.

Estudou Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e Letras na USP. Mas desde garoto trabalhava como modelo fotográ­fico e aparecia em comerciais. No início da década de 80, já­ tinha sido professor de cursinho — também meio por acaso — e trabalhava na rá­dio Bandeirantes de São Paulo como locutor. naquela época, a Bandeirantes era a rádio rock. Lá­ também fazia locução para comerciais de rá­dio. minha carreira na publicidade decolou quando comecei a trabalhar com o [diretor] Julio xavier. O primeiro filme que fizemos juntos foi o do caldo de galinha caipira, que tinha o bordão “a única que contém cocoricór”. nesse também trabalhei como ator, era o apresentador do filme. Outro bordão que ficou muito famoso foi o do rider, “dê férias a seus pés, use rider”.

A partir daí, se envolveu cada vez mais com a atividade e participou da fundação do Clube da Voz, que reúne cerca de 50 dos principais locutores brasileiros. não é um sindicato nem uma agência. nós só nos organizamos para divulgar o nosso trabalho, a partir de alguns princípios éticos. mas cada um cobra o seu cachê. acho que por isso é que deu certo, porque não tentamos impor uma tabela, nada

John Lennon, todo muito foi pra lá e então surgiu a idéia da banda. exatamente um ano depois a gente se apresentou pela primeira vez. no início tocávamos mais Beatles, hoje a gente toca de tudo, os principais sucessos das principais bandas de rock, de Led Zeppelin a u2.

O que era uma atividade paralela hoje ocupa muitas de suas noites e

fins de semana. Quase todo fim de semana viajamos com a banda, já fomos para vários lugares do Brasil, mas principalmente para o interior de São Paulo.

O dono da voz

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muito rígido. nosso trabalho não é muito comum, mas é um ofício que exige timing, boa colocação de voz. e também é necessário saber ser dirigido. antes estávamos muito mais ligados ao diretor do filme do que ao estúdio. Hoje é difícil que o diretor vá ao estúdio, porque a agência já contrata direto a produtora de áudio.

Paralelamente à carreira de locutor,

Fabio faz parte da banda Rock Memory, que nasceu com a morte de John Lennon. na década de �0 tinha um bar chamado calabar que era um reduto de beatlemaníacos. no dia da morte do

“O cLuBe Da VOZ nÃO é aGência Ou SinDicaTO, Só nOS OrGaniZamOS Para

DiVuLGar O TraBaLHO”.

FaBiO cireLLO

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atendimento em SP A produtora carioca TvZero tem um novo

diretor de atendimento para sua base em São Paulo. Há­ dois anos na paulista O2, Mar-cos Monteiro já­ trazia em seu currículo uma experiência de dez anos na Cine.

novo sócioA produtora OpenFilms ganhou

um novo sócio. Maurício Eça, diretor de cinema publicitá­rio, videoclipes e docu-mentá­rios, que já­ atuava na produtora há­ quase dois anos, tornou-se parte da socie-dade formada por Pablo Nobel, Marcelo Byrro, Sergio Mastrocola e Luciano Traldi. Além de sua atuação como diretor de film-es publicitá­rios, Eça destaca-se na direção de videoclipes de artistas como CPM 22, Clá­udio Zoli, Roberto Carlos, Pitty, Frejat, Racionais MC’s e Marcelo D2. Como documentarista, realizou “Universo Paralelo”, selecionado no festival brasileiro “É Tudo Verdade”.

Sky na webO executivo Luiz Telles é o novo

gerente de Internet da Sky. Luigi, como é conhecido no mercado, tem extensa experiência em marketing e comunicação, com passagens pela American Express (Ger-ente de Engajamento do Cliente), MaxBlue, Submarino.com, Wunderman, Usina.com e Almap BBDO — On Media. O executivo também leciona para o curso de graduação em Design de Multimídia da Faculdade Senac. O novo gerente se reportará­ ao diretor de marketing e relacio-namento, Agrício Neto.

montador na direçãoA Jodaf Mixer tem mais um diretor exclusivo: Pedro Amorim. Montador de longas como “Olga”, de Jayme Monjardim, “2000 Nordestes”, de Vicente Amorim e David França, e “És tu Brasil”, de Murilo Salles, ele também editou comerciais e videoclipes. E agora estréia na direção de comerciais.

Nova diretoriaFoi eleita a nova diretoria da ABD Nacional, no encontro da associação, realiza-

do dentro do 16º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. Com mandato de dois anos, a nova diretoria da Associação Brasileira de Documentaris-tas e Curta-Metragistas é presidida pela mineiro Guigo Pá­dua. Fazem parte ainda Debora Peters (RS) e Marcos katudjean (SP), vice-presidentes; Marcio Camera (CE), secretá­rio-geral; Marcelo Laffitte (RJ) e José Paulo Traven (MT), tesoureiros; Romeu di Sessa (SP), diretor administrativo; William Alves (DF), diretor de comunicação; Hermano Figueiredo (AL), diretor institucional; Solange Lima (BA), diretora de regionalização; e os conselheiros fiscais Januá­rio Guedes (PA), Eduardo Paredes (RS), Antô­nio Carrilho (PE) e Beth Formaggini (RJ).

PerdaFaleceu no dia 30 de agosto Jaques

Breyton, proprietá­rio da Telem. Breyton foi um importante industrial para televisão, teatro e cinema brasileiro. Sua empresa, especializada na fabricação e montagem de sistema cênico, é responsá­vel por projetos de importância no cená­rio cultural brasileiro, tendo colaborado na reforma do Teatro São Pedro, em São Paulo, e no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

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Comunicação diretaMinistro das Comunicações mostra posições fortes em relação aos temas mais polêmicos relaciona-dos ao setor, como TV digital, direitos das emissoras de TV, lei de comunicação e teles.

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, não suaviza o discurso ao tocar em temas

polêmicos. Como você verá­ na entrevista exclusiva a seguir, onde muitos ministros evitaram falar abertamente, Costa prefere ser direto. Por exemplo, ao declarar que quem vai fazer a TV digital acontecer no Brasil são as empresas radiodifusoras. Por essa razão, diz ele, elas estão sendo muito ouvidas no processo de decisão. Mais do que isso, “há­ a necessidade de preservar os direitos já­ adquiridos e não mexer nas freqüências e nos canais já­ estabelecidos”, diz. Essa posição tem causado especial polêmica porque Costa passou a se encontrar com os radiodifusores independentemente do Comitê Consultivo do SBTVD, onde outros segmentos da sociedade estão, em tese, representados.

Costa também não suaviza para o setor de telecomunicações. Além de ter tocado no polêmico tema da assinatura bá­sica logo que assumiu a pasta, agora, nessa entrevista, explica seu ponto de vista sobre a exploração de conteúdos audiovisuais: “por serem empresas de capital estrangeiro em sua maioria, elas não podem transmitir imagens seqüenciadas na terceira ou quarta gerações da telefonia celular”, diz, e vai ainda mais longe, sugerindo que haja outorgas para a exploração de conteúdos em redes de telecomunicações.

Outro ponto polêmico sobre o qual Hélio Costa tem opiniões contundentes é a proposta de se

Carlos Eduardo Zanatta e Samuel Possebon z a n a t t a @ p a y t v . c o m . b r | s a m u c a @ t e l a v i v a . c o m . b r

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Hélio costa

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fazer uma lei de comunicação social. O projeto, que começou quando o presidente Lula mandou parar a elaboração da proposta da Ancinav, vinha sendo conduzida pela Casa Civil. Hélio Costa assumiu e resolveu chamar a responsabilidade para seu ministério. Depois voltou atrá­s. Agora diz que não tem ouvido falar nem que a Casa Civil esteja tocando o processo e completa: “acho que este momento não é apropriado. Pelo menos, neste momento de crise, não é hora de voltarmos a tocar no assunto”.

TeLa ViVa - O senhor vê a implantação da TV digital como um momento para se rever o modelo de televisão, abrindo espaço a novos players, ou a prioridade deve ser a preservação do modelo de negócios atual e dos investimentos feitos?

Os dois. Há­ necessidade de preservar os direitos já­ adquiridos e não mexer nas freqüências e nos canais já­ estabelecidos. Para manter funcionando os dois sistemas ao mesmo tempo será­ necessá­rio oferecer um canal a mais para cada empresa, mas ao mesmo tempo nós queremos novos players, sim. Queremos que a inclusão social digital ocorra através da interatividade utilizando a TV digital. Estes novos players vão surgir naturalmente. Mas sem desrespeitar os direitos daqueles que até agora fazem uma das melhores televisões do mundo.

Se os radiodifusores, que conhecem o mercado e certamente não querem elitizar a televisão, insistem que a TV de alta definição é um imperativo, por que o governo deveria criar obstáculos ao HDTV?

Não se trata disso. Na Europa, onde se criou apenas a definição padrão, quando se pensou em implantar o HDTV todos tiveram que trocar sua caixinha. Nós somos favorá­veis a que no Brasil já­ se preveja a implantação do

que vemos no exterior.O senhor não considera meio

complicado falar sobre TV digital só com as emissoras, na medida em que elas também estão representadas no conselho consultivo? Por que o senhor não trata destes assuntos com o conselho consultivo do SBTVD?

Eu não ouvi somente as emissoras em separado. Eu comecei ouvindo todas as pessoas e entidades envolvidas. Falei também com o

pessoal do rá­dio. Estive no CPqD em São Paulo, participei de uma reunião com todos os participantes dos consórcios.

mas está havendo uma certa preocupação de outros setores com sua movimentação...

Não é isso. Eu chamei o pessoal das emissoras de televisão porque eu senti que, embora houvesse uma relação do ponto de vista técnico, do ponto de vista empresarial as emissoras estão totalmente afastadas do processo. Os dirigentes das empresas afirmaram para

mim que nunca participaram das reuniões de TV digital, que se dão no nível técnico, e que ninguém os havia chamado para este tipo de discussão. Quem vai às reuniões dos conselhos é o pessoal técnico, mas o dono da empresa não foi chamado e questionado: ‘você concorda com isso? Você está­ disposto a investir dois ou três milhões de dólares para digitalizar sua empresa?’ Ninguém fez isso. É isso que estou tentando fazer. Chamar e discutir do ponto de vista empresarial e dizer: ‘nós estamos num procedimento que vai levar sua empresa a investir milhões de dólares até junho do ano que vem. Você concorda com isso? O prazo está­ certo, ou nós vamos te pegar no meio de uma crise? O que é que você está­ achando?’. Alguém é contra isso? Se alguém estiver contra

HDTV, mesmo que custe 20% a mais. Inicialmente nós acreditamos que a HDTV iria atender apenas a classe de renda mais alta, e isso é verdade. Mas também temos que entender que, como o mundo inteiro está­ fazendo televisão de alta definição e como o Brasil é um grande produtor internacional de conteúdo para a televisão, se nós não acompanharmos o que está­ acontecendo no resto do mundo, vamos ficar para trá­s. Por isso teremos que adotar o HDTV.

em que o Brasil pode ser diferente dos países que já adotaram TV digital? Será uma ferramenta para a inclusão digital?

Não tenho a menor dúvida. O passo diferente que o Brasil dará­ será­ este. Nos países europeus e nos Estados Unidos, a implantação da TV digital é interpretada como uma diversão de alto nível, de conteúdo excepcional pela qualidade das imagens. A pessoa tem uma televisão de 80 polegadas na sua parede, uma tela produzindo imagens mais perfeitas, um cinema em casa. Para nós, é exatamente o contrá­rio. Em primeiro lugar deverá­ servir como instrumento para inclusão digital. A interatividade, a participação da comunidade, a abertura de canais para setores específicos e importantes, para discussões sociais e científicas, isso tudo é a TV digital para nós. Diferente do >>

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isso, esse alguém é contra a TV digi-tal. Quem é que vai colocar a TV dig-ital no ar? São as empresas. São elas que vão realmente fazer o trabalho. Se elas não quiserem, não vai haver TV digital. Cada uma das redes de TV do país tem centenas de retrans-missoras e cada uma delas terá­ que ser digital. Como é que vamos conversar sobre isso sem conver-sar com as empresas? E todos os representantes que estiveram aqui comigo me disseram que nunca foram chamados a discutir com o governo nenhuma proposta neste sentido. Eu acho que estou abrindo uma boa discussão.

mesmo que as TVs tenham já rep-resentantes no conselho consultivo?

Sim. A participação no Conselho Consultivo é uma participação téc-nica e não empresarial. O conselho está­ preocupado em verificar os caminhos técnicos, como é que nós vamos desenvolver os softwares, que tipo de equipamento nós va-mos ter que comprar, os aplicativos. Agora, alguém virou para as TVs e perguntou: ‘esse negócio é bom para você? Ou esse negócio vai te dar um baita prejuízo no ano que vem? Sua empresa está­ preparada para investir milhões?’ Ninguém perguntou. Este foi o objetivo da minha conversa. Mas nunca no sentido de falar em separado. Pelo contrá­rio. Vou fazer a mesma coisa com todos os grupos. E estamos fazendo com todos os grupos.

Os prazos para a TV digital estão mantidos?

Todos mantidos. O relatório final tem que sair em dezembro. Eu estive esta semana com o Hélio Graciosa, o presidente do CPqD, e ele nos garante que até o final de dezembro nós teremos o relatório final. O resultado da reunião com os donos das redes provocou um en-contro em São Paulo com dirigentes das empresas e com o núcleo téc-nico do CPqD. Agora os donos das

empresas vão conversar com os técnicos através do CPqD.

como o senhor vê a exploração de conteúdos audiovisuais, de comuni-cação social, por empresas de telecomunicações?

Por serem empresas de capital estrangeiro em sua maioria, estas em-presas não podem transmitir imagens seqüenciadas na terceira ou quarta gera-ções da telefonia celular. Estas novas tec-nologias estão abrindo um mercado que precisa ser normatizado, e não existe regulamentação sobre isso ainda. Sobre-tudo o serviço de valor adicionado que vem junto com esta possibilidade téc-nica. Para transmitir estas imagens, estas empresas têm que pagar por elas. Têm que pagar por este conteúdo. Além disso trata-se de um canal de transmissão que precisa ser concedido pelo governo. Essa é a grande discussão que deverá­ ser

feita sobre a moderna comunicação utilizando a plataforma dos serviços de telefonia.

O senhor vê necessidade de uma lei de comunicação social? ela deve mexer no modelo da radiodifusão ou deve apenas balizar a entrada das teles no setor de comunicação?

Eu fiquei muito surpreso com a proposta da Ancinav, que foi capi-taneada pela Casa Civil e encam-pada por alguns ministros. Imagine que, se hoje for determinado um imposto de 4% sobre a renda bruta das empresas, o sistema de comu-nicação de todos os estados vai passar uma tremenda dificuldade financeira. Algumas empresas certamente não resistiriam. Algu-mas empresas têm um lucro de 4%. Imagine que se este percentual se transformar em imposto, a empresa para. Quem é que imagina estes números? Como é que se chega a uma proposta tão estranha como esta? O que é que os grupos de trabalho que produzem este tipo de coisa pensam? (Nota da Redação: O projeto da Ancinav foi capitaneado pelo Ministério da Cultura, com apoio da Casa Civil).

De qualquer forma isso não vingou...

Bom, não vingou porque parou tudo. Ainda bem que o presidente da República decidiu rever todo o pro-cesso. Além desta questão do impos-to, havia mais detalhes, dos quais eu nem me lembro mais, mas que eram muito ruins. Tinha até uma certa ameaça de censura. Quem fez isso aí, parece que fez a pedido, não sei.

mas e agora, vai se fazer o que? na última vez em que o senhor tratou do assunto, tinha deixado mais ou menos claro que não insistiria em co-ordenar o trabalho de elaboração de lei no ministério das comunicações.

Sabe porque eu fiz essa decla-ração? Porque na medida em que

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“Por serem estrangeiras, as teles não podem transmitir imagens seqüenciadas na terceira ou quarta geração da telefonia celular.”

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que se tentou criar uma nova entidade, a Ancinav, esqueceram da Ancine, que passou as maiores dificuldades, faltando tudo: apoio, incentivo, recursos, isolada e perdida. Começaram a falar de uma nova entidade que não existia e que acabou não existindo, e esqueceram do que existia. E quem defende os interesses do sistema cinematográ­fico e do audiovisual ficou parado. Daí eu decidi não tocar mais no assunto, para ver se o

apoio para a Ancine é retomado.mas a casa civil pretende tocar

no assunto?Eu não tenho ouvido falar não.

Confesso que ficaria surpreso se este assunto voltasse.

então o senhor está achando que a hora não é essa?

Acho que este momento não é apropriado. Pelo menos, neste momento de crise, não é hora de voltarmos a tocar no assunto, e especificamente da Ancinav. A proposta desagradou a todos. Era difícil encontrar alguém que não estivesse sendo desagradado. Exceto, evidentemente, a Casa Civil, na época. Agora não cabe um debate intenso com posições fortes

Eu, como ministro, não quero estabelecer uma posição que possa influenciar a discussão. Eu acho que a discussão tem que começar. Tem que ser feita. O local para fazer esta discussão é no Congresso Nacional e especificamente nas comissões técnicas que tratam do assunto. O governo não pretende impor diretrizes sobre este assunto. O governo quer saber o que o seu povo pensa através do Congresso Nacional.

mesmo com uma divisão de tarefas entre as empresas autorizadas a veicular conteúdo e as teles, como ficaria a produção de conteúdo na internet que é totalmente desregulada, pelo menos no Brasil?

Pois é. Deveríamos ter um mínimo de regulamentação. É muito difícil de regular? É. Mas nós já­ regulamentamos os crimes pela Internet. Não é tão distante assim o procedimento de como regular a Internet. O que não pode é, no caso específico do telefone, onde você está­ pagando por um serviço, ficar sem regulamentação nenhuma. As companhias telefô­nicas estão vendendo serviços que não estão regulamentados. Não há­ na nossa legislação nenhuma autorização ou proibição a respeito da transmissão de imagens seqüenciadas na tela do celular. O que eu não quero é que o ministro ou o ministério seja o primeiro a estabelecer critérios, que deverão ser estabelecidos em audiências públicas e discussões, e o fórum adequado para esta discussão é o Congresso Nacional. Eu espero que não sejamos obrigados a tomar alguma decisão sem a participação do Congresso. Já­ existem algumas propostas, como a do senador Maguito. Talvez fosse conveniente criar uma comissão especial para discutir o tema, como aliá­s, aconteceu com a assinatura bá­sica, em que foi criada uma comissão especial.

e definidas sobre o tema. Se depender do meu conselho, eu diria: agora não.

O senhor apóia o projeto de Pec do senador maguito Vilela (PmDB/GO) que limita a exploração de comunicação social por grupos estrangeiros?

Eu acho que é um assunto para ampla discussão no Congresso. No momento não tenho posição definida. Minha posição é semelhante ao que aconteceu quando discutimos as limitações de capital para as empresas

de comunicação como um todo. No caso da telefonia, se legislarmos sobre as inovações tecnológicas tratando o telefone como instrumento de comunicação, é uma coisa. Se tratarmos o telefone como instrumento diferenciado, é preciso discutir a proposta. Daqui a cinco anos, o telefone não será­ mais o que é hoje. Será­ o cartão de crédito, seu instrumento de apoio, computador portá­til etc.

mas tudo isso está na área das telecomunicações. e na área da transmissão de conteúdo, quando o telefone se torna uma mídia?

Por lei, ele não pode transmitir conteúdo. As teles não são empresas de comunicações.

mas nem com parceria?

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“Nesse momento de crise, não é hora de tocar no assunto (da lei de co-municação social)”

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(radiodifusão)

Força renovadaCongresso da SET ganha fô­lego com disposição do governo em ouvir mais os radiodifusores.

A principal expectativa para o Congresso da SET deste ano é a volta da radiodifusão, com a força apropriada,

ao centro dos debates sobre a TV digital terrestre no Brasil. O sinal foi dado no início de setembro pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, que recebeu os broadcasters e se comprometeu a promover uma série de discussões a serem organizadas no evento, no final de setembro. “As empresas serão responsá­veis pelos investimentos mais pesados e, afinal, conhecem detalhadamente os custos e benefícios das diversas opções”, afirmou o ministro. Mesmo tendo representação no Comitê Consultivo do SBTVD, os radiodifusores queixaram-se ao ministro de estarem sendo pouco ouvidos nos debates (leia entrevista à pá­g. 16).

Dentro desta expectativa, o Congresso 2005 da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Telecomunicações abordará­ diferentes temas ligados à questão da digitalização da TV no Brasil. O evento se estrutura em cinco Seminá­rios temá­ticos: Business; Produção; TV Digital; Rá­dio Digital; e Acadêmico - Científico. Temas de alta relevância atual, como TI, Internet, home entertainment, telecom, TV por assinatura e RF também serão abordados no evento.

Logo no primeiro dia, um painel debate a preparação técnica das emissoras de TV para o simulcast (transmissão simultânea dos sinais digitais e analógicos, durante o período de transição). Na parte da tarde, um talk show comandado pelo diretor de engenharia da rede

migração do mundo SD para a alta definição. A fabricante, que tem o maior estande do evento, uniu os produtos SD já­ existentes às novas linhas HD, lançando capacidade de produção 24P e up-converters agregados. Para um usuá­rio de produtos DVCAM, XDCAM, MPEG IMX, Digital Betacam ou HDCAM da Sony, atualmente é possível oferecer formas de migração para o futuro HD sem comprometer recentes investimentos SD.

Serão exibidos produtos de alta definição, incluindo o sistema de fluxo de trabalho HDV para produções de vídeo profissionais, com a camcorder (HVR-Z1N), o VTR (HVR-M10N) e a mais nova integrante da linha, a câmera HVR-A1N com tecnologia CMOS, lançada no mercado brasileiro ainda em setembro. Este equipamento conta com um sensor CMOS de

1/3” com 2,97 megapixel, lentes Carl Zeiss Vario-Sonnar de alta definição com zoom óptico de 10x, podendo gravar em três diferentes formatos: HVD 1080i, DVCAM e DV. Estará­ também em exposição no estande da Sony a tecnologia do sistema XDCAM, de gravação em discos ópticos, tanto com a versão SD, já­ disponível, quanto a HD, a ser lançada no início de 2006.

Outra novidade da feira é a câmera HD, modelo HDC-1500, com a tecnologia de 14-bits. Incorporando um novo CCD para imagens em 1080/60i ou 1080/60p, seu novo sistema atende a todos os formatos: 1080/60, 1080/24p, bem como 720/60p. Vem ainda equipada com uma interface óptica para transmissão digital de alta qualidade através de longas distâncias.

A fabricante japonesa traz

Globo, Fernando Bittencourt, debate a convergência de negócios.

Os dias seguintes terão sessões sobre temas diversos como á­udio digital e o futuro do home entertainment. No dia 23, a engenheira Liliana Nakonechnyj, da TV Globo, faz um panorama da implantação da TV digital no mundo.

TecnologiaOs organizadores prevêem para este

ano um crescimento de 20% no número de participantes e metragem dos estandes em relação a 2004, o que equivale a cerca de 10 mil visitantes, cem estandes e cerca de 150 empresas expositoras, entre elas 30 internacionais.

A Sony apresentará­ sua filosofia de

Feira trará as novidades em tecnologia de produção, como a estação anycast, da Sony.

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também à feira a unidade portá­til de produção ao vivo Anycast Station, que combina um switcher de vídeo, um mixer de á­udio, um decodificador de streaming para web e um servidor, tudo em um único produto do tamanho de um laptop.

A Sony terá­ em seu lounge a sala de Network Solution, onde será­ feita a demonstração da “Solução Integrada de Captação de Arquivo.” Trata-se de um sistema não-linear, baseado no formato de compressão DVCAM que usa tecnologia de rede Ethernet. Os produtos da linha de TI integrados ao Network Station proporcionam uma solução que vai desde a captação de imagens, edição, pós-produção, exibição e arquivamento final.

Servidor de baixo custoA Grass Valley apresentará­ as

câmeras para estúdio SD e HDTV LDk6000, LDk400 e LDk300 Wireless, os switchers de produção kayak DD1 e DD2, com um e dois M/Es, conversores e distribuidores de á­udio e vídeo da linha Gecko, o sistema de edição não-linear para jornalismo News Edit, o servidor de vídeo M-series, o sistema Bones para processamento de filme e os encoders MPEG-2 e MPEG-4 da linha Vibe.

Um dos grandes destaques no entanto é o recente lançamento iTurbo, um VT baseado em disco de baixo custo, que será­ apresentado

encoder e decoder. Além desta nova representação, serão apresentadas soluções para medição e monitoração de sinal (Tektronix), monitores e controles mestres (kroma), soluções para á­udio (AEQ), e soluções de

produção e armazenamento de vídeo (Avid/Pinnacle e Apple).

A ADLine divulgou que Thomas McGowan, diretor de vendas broadcast da Avid/Pinnacle para as Américas e o Caribe, afirmou que a empresa está­ muito satisfeita com a participação no país. “O Brasil continua sendo um importante mercado para a Pinnacle. Nesta feira apresentaremos e demonstraremos produtos como o MediaStream HD/SD Content Delivery, DekoCast para Branding, soluções para Deko HD/SD/Hybrid, para incrementar grá­ficos ao vivo, e o Liquid Edition para workgroups em HD e SD.”

A Digidesign mostrará­ o novíssimo console Venue, para eventos ao vivo, atualmente utilizado no programa “Fama”, da Rede Globo, totalmente integrado com ProTools. Da Snell & Wilcox virão as novidades na á­rea de conversão de normas/transcoders e

pela primeira vez no Brasil. Ele funciona como um vídeo servidor com um canal de gravação SDTV, dois canais de exibição em SDTV ou HDTV, interface de rede e softwares de controle, por um preço abaixo de US$ 10 mil FOB, explica Jaime Fernando Ferreira, gerente de desenvolvimento de negócios da fabricante.

Dentre os integradores e representantes das principais marcas, a CIS expõe soluções da Avid, Digidesign, Snell & Wilcox, Wohler Technologies, Dieletric, Anystream, e Newtek. Pela primeira vez no Brasil a Avid mostrará­ seu workflow para digital news, desde o ingest até a distribuição para Internet e interface para arquivo, passando por gerenciamento de mídia e integração com servidores e geradores grá­ficos de outros fabricantes.

A AD Line trará­ novidades das principais marcas que representa. A ADTEC é o mais novo fabricante representado pela empresa, e apresentará­ produtos para digital vídeo player, aplicações network,

O Tricaster, da newtec, apresentado pela primeira vez no Brasil durante a feira. Sistema opera o switching ao vivo de até três câmeras, ou imagens de telas de computadores através de uma rede local TcP/iP, e mixing de audio de várias fontes, com saída realtime de vídeo para diferentes propósitos.

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(radiodifusão)

processamento de vídeo SD e HDTV com redução de ruído (Alchemist, Mach 1 e Niagra HD).

efeitosA CadTech apresentará­ em seu

estande tanto produtos inéditos, como é o caso do TriCaster e do software MatchMover, quanto novas versões dos softwares Cinema 4D (que será­ apresentado pelo CEO da Maxon USA, Paul Babb) e do sistema integrado para live switching Video Toaster 4.5. Esta versão, aliá­s, nem havia sido lançada oficialmente nos EUA até o fechamento desta edição, explica David Oliveira, diretor da empresa. A solução VT[4] é composta por diversos módulos operados sobre um mesmo desktop que simula um rack de vídeo, onde cada um dos módulos podem ser interligados a qualquer momento, mesmo durante a operação ao vivo. Os recursos incluem switcher digital ao vivo de

O MatchMover permite gerar rapidamente, de forma totalmente automá­tica e precisa, composições de 3D com filmes reais, e também permite realizar a extração, a partir de filmagens, de movimentos tridimensionais de personagens reais, recurso conhecido como Motion Capture (ou MoCap). Na Seegma, os destaques são o Liquid 6.0, os produtos da linha Avid e a linha Sony HDV.

Na edição de outubro, TELA VIVA trará­ a cobertura completa da feira e do congresso, com as novidades em tecnologia e os resultados dos principais debates.

am

vídeo de até 24 entradas simultâneas em vídeo com takes, fusões e centenas de DVEs (inclusive 3D), GC integrado, efeitos de chroma e luma keying com ajustes finos, geração de DVEs (Digital Vídeo Effects) customizados e o VT Edit, editor não-linear sem compressão. Inclui autoria DVD, suporte a enconding MPEG-2, importação e exportação EDL entre muitos outros features.

SerViçOBroadcast & cable 200521, 22 e 23 de setembro de 2005 - Centro de Convenções Imigrantes - São Paulo - SP

Feira: 12:00 às 20:00 horas

informações: www.broadcastcable.com.br

Grass Valley apresenta o Turbo iDDr, um VT/servidor de vídeo baseado em hard disk voltado principalmente para os mercados corporativo, institucional, universitário e religioso.

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Competição chega às telenovelasRedes abertas investem na dramaturgia para brigar por uma fatia da audiência da Globo.

A Record grava os últimos capítulos de “Essas Mulheres” (que deve acabar em outubro) em São Paulo, enquanto

começa no Rio de Janeiro a rodar sua nova produção, “Prova de Amor”, em estúdios recentemente comprados. O SBT segue a todo vapor na sua cidade cenográ­fica da rodovia Anhangüera com a novela de época “Os Ricos Também choram”. Bons resultados animam a Bandeirantes a fazer uma segunda temporada da juvenil “Floribella” e a produzir em 2006 também novelas para adultos. O resultado de tudo isso é que, por centenas de capítulos, uma gama de profissionais, de diretores a contra-regras, passando por roteiristas, iluminadores e cinegrafistas, se movem nesta indústria de dramaturgia, o grande pilar das receitas de breaks comerciais da TV brasileira.

Ocorre atualmente uma investida conjunta das demais redes abertas na ficção nacional, oferecendo alternativas ao padrão da Globo, quer nos roteiros, quer no elenco ou nos cená­rios. Também os formatos da produção têm variado. Após a terceirização plena adotada de forma não-satisfatória pela Rede Record para o grande fiasco de “Metamorphoses”, a emissora resolveu assumir todas as etapas do processo, seguindo à risca a fórmula da líder, que não terceiriza de jeito nenhum suas telenovelas.

Embora líder inconteste de produção, audiência e exportação de telenovelas brasileiras, não é de hoje que a Rede Globo enfrenta concorrência das demais redes abertas com produção própria no gênero

Mulheres” vem mantendo dez pontos, o que, segundo ele, está­ muito bom. A versão da Record para “Escrava Isaura” foi vendida para 12 países, inclusive Portugal.

No final de agosto, a emissora com sede em São Paulo começou a rodar sua nova produção nas instalações cariocas. “Prova de Amor” marca também uma nova etapa nas produções da casa. Assinada por Thiago Santiago, a trama não será­ de época. A emissora inaugurará­ um segundo horá­rio de novelas em 2006. A novela tem texto, ainda sem título, do autor Lauro César Muniz, ex-Globo, e será­ rodada em São Paulo. Alexandre Raposo diz que já­ pensa também numa terceira faixa de novelas. Ou seja, novamente segue a combinação que há­ décadas é sucesso na emissora líder: novela, telejornal, novela. Não por acaso, é na programação da Record que a Rede Globo vê no longo prazo a maior ameaça de

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dramaturgia. No passado recente da TV brasileira, houve momentos de alguma movimentação das demais redes, como o caso da extinta Manchete nos anos 90 (com “Pantanal”, “Ana Raio”, “Dona Beija” etc) e as ocasionais investidas do SBT nos intervalos entre as produções mexicanas (“Éramos Seis”, por exemplo, trazia a então atriz novata Ana Paula Arósio; “As Pupilas do Sr. Reitor”, entre outras).

Alexandre Raposo, presidente da Rede Record, admitiu que o mesmo modelo da Globo seria o caminho a ser adotado pela emissora, depois da tentativa com a terceirização que não deu certo — por isso a Record comprou os estúdios que pertenciam a Renato Aragão, no Rio de Janeiro.

No início de agosto, Raposo também declarava que haveria mais horá­rios para novelas na sua grade. De acordo com ele, os índices de audiência é que animam a rede a continuar nestas produções; enquanto a já­ encerrada “Escrava Isaura” deu médias de 11,5 pontos, a atual “Essas

(televisão)

“essas mulheres”, da record: emissora já grava sua nova produção.

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concorrência, dados seus esforços e recursos empregados na tríade novelas, jornalismo e linha de shows.

SBT“A novela é, dentre todos

os gêneros que uma emissora comercializa, o que mais fatura em publicidade”, afirma Clá­udio Santos, diretor comercial do SBT. Ele diz que nem os esportes, eventos, nem o jornalismo ou o faturamento com variedades superam as receitas que uma rede obtém com a dramaturgia. Santos afirma que o forte de uma novela não são as cotas de patrocínio — o SBT tem o detergente Ipê como patrocinador de sua principal novela, “Os Ricos Também Choram”. Na conta do executivo, um terço do faturamento das emissoras abertas está­ nos breaks comerciais das suas telenovelas. Segundo Santos, mesmo com esta produção do SBT que, sendo de época, não possibilita ações de merchandising, o faturamento segue muito bom e de acordo com a tradição do SBT de ter produção nacional no horá­rio. Além da produção própria, a emissora tem sua grade repleta de dramaturgia. Há­ a re-exibiçao de “Xica da Silva” (que fora da extinta Rede Manchete), e outras produções latinas, no horá­rio vespertino. O roteiro de “Os Ricos Também Choram” é fruto de acordo do SBT com a Televisa.

David Grimberg, diretor geral do núcleo de dramaturgia do SBT, conta que a emissora vem mantendo a projeção inicial de colocar no ar cada capítulo ao custo de US$ 30 mil - a novela das 21h da emissora terá­ cerca de 170 capítulos (o que representa aproximadamente sete meses de história no ar).

A trama de “Os Ricos Também Choram” é ambientada nos anos 30. Cenografia e caracterização de épocas são responsá­veis pela maior parte do montante, que deve custar aos cofres da rede cerca de R$ 13 milhões. A produção é toda locada no Complexo Anhangüera do SBT, onde ocupa um estúdio de 800 m2, além de cerca de

roteiristas tomaram por base o texto dublado, mas readaptaram a trama para novela de época e com criação de tipos característicos de uma cidade interiorana do Brasil. Marcos Lazarini é o supervisor do texto, adaptado pelo trio Aimar Labaki, Gustavo Reiz e Conchi.

4,5 mil km2 da cidade cenográ­fica. Nela, foi criada a fictícia Ouro Verde. A cidade cenográ­fica, aliá­s, foi toda reformada, desde a última novela feita também ali, “Esmeralda”. Um bonde - guardado desde a novela “Éramos Seis”, de 1994 - que percorre um trilho de cerca de 200 metros e automóveis de época (o mais antigo deles um modelo Ford de 1928) são destaques. O SBT mantém um nível de produção e ambientação superior ao da novela original do México, que foi estrelada pela atriz Verô­nica Castro.

O texto original é de Inés Rodena e já­ foi exibido como novela no próprio SBT no início dos anos 80. Desta vez, os

Hilton Have, Dalton Vigh e Bárbara Paz em “Greta Garbo, Quem Diria, acabou no irajá”, da cultura.

cidade cenográfica de “Os ricos Também choram”, do SBT. Gênero é o que mais fatura em

publicidade, conta cláudio Santos.

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(televisão)

elencoA questão do casting

também movimenta as emissoras que produzem novelas. Alexandre Raposo, da Record, conta que, mal surge um boato de que a emissora estaria interessada em um determinado nome, logo a Rede Globo trata de fechar o contrato segurando o ator por até três anos. Para ele, o bom é que há­ muitos talentos no mercado. A suposta preocupação da Globo com o assédio da concorrência sobre seus rostos mais famosos não parece refletir tanto nos seus gastos, já­ que no balanço do segundo trimestre do ano da Globopar, a emissora acusa aumento real de gastos com produção (estão em R$ 570 milhões no trimestre), com acréscimo de apenas R$ 8 milhões em gastos com elenco de telenovelas.

“Já­ estamos selecionando a próxima novela e em breve informaremos o título”, conta o diretor do núcleo de dramaturgia do SBT, David Grimberg, sem revelar qual texto do acervo da Televisa será­ aproveitado da próxima vez. Ele explica que o elenco selecionado pela emissora a cada obra trabalha em regime de contrato por prazo determinado.

BandA Bandeirantes, desde o poético

“Meu Pé de Laranja Lima” (1999), não investia em dramaturgia. Voltou agora com um formato híbrido. Licenciou

está­ a cargo da RGB (mesma produtora de “Chiquititas” e “Popstar”, entre outras). A opção pelo Rio teve o objetivo de descentralizar um pouco a produção na rede. Para 174 capítulos - o último deve ir ao ar no fim de novembro ou início de dezembro -, a novela foi orçada em US$ 5 milhões.

As gravações de “Floribella” ocupam no Pólo de Cinema e Vídeo uma á­rea de dois mil metros quadrados. Somente no Rio, a produção envolve cem pessoas. A Band já­ decidiu que vai fazer uma nova temporada de “Floribella” no mesmo local. Ainda, a novela tem sub-produtos, como um CD (que ganhou disco de ouro, lançamento da Universal Music), tênis da Alpargatas, bonecas (Baby Brink), e até á­lbum de figurinhas (Panini). Conforme explica o diretor executivo comercial da Band, Marcelo Mainardi, “pela Band estar afastada há­ muito tempo da dramaturgia, os clientes queriam ver primeiro o que ia para a tela para depois apostar no produto. O formato também era diferente porque não é uma novela tradicional; mas sim uma novela musical com subprodutos fora da tela, como show, CD, tênis, licenciamento, ringtones etc”. Segundo Mainardi isso tudo também foi uma novidade para a própria emissora, que acabou se surpreendendo com os resultados: “O mais interessante, é que a curva de audiência é muito parecida com a curva da receita. Quando o pessoal começou a entender o que era a novela, ver a qualidade da produção, aí começou a apostar. Se você pegar a curva da receita em abril, quando a novela entrou no ar, e comparar com o fechamento de agosto, verifica uma curva muito ascendente”. Está­ aí a explicação para o otimismo da Band com a segunda temporada de “Floribella”, para o ano que vem. “Por isso acreditamos em ‘Floribella 2’”, diz Mainardi. “Hoje, se você analisa a comercialização de ‘Floribella’, percebe formatos que nenhuma outra novela tem: usamos lettering, visualização do tênis, chamamos o CD dentro da novela etc,

um texto argentino, a juvenil “Floribella” (“Floricienta”, do Cris Morena Group) que, além de marcar sua volta às novelas, atrai um novo segmento de público para a rede. Em agosto, a

novela chegou à média de cinco pontos de audiência, o que foi considerado excelente na casa, visto que o índice colocou a Band de volta à briga pelo terceiro lugar no horá­rio - não poucas vezes a novela passa o noticiá­rio da Record que é exibido no mesmo horá­rio (faixa da 20h). Tanto é verdade que a emissora até contratou um diretor de dramaturgia (Herval Rossano) e vai investir em texto inédito para uma nova novela em 2006.

“Floribella” é toda alto astral, colorida, alegre, cheia de música. Segundo a Band, “por motivos estratégicos e econô­micos”,

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“Quando os anunciantes viram o que era a novela, começaram a apostar”.marcelo mainardi, da Band

Gravações no rio de Janeiro de “Prova de amor”, nova produção da record.

Paula Picarelli e rogério Bandeira em “Onde canta o Sabiá”, da cultura.

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porque a linguagem leve da trama propicia isso. Inovamos bastante no formato de comercialização”. O diretor planeja, até o final de outubro, estar com pelo menos 40 % do espaço comercializado para a segunda edição da novela. Na sua primeira temporada, “Floribella” teve os seguintes patrocinadores: Casas Bahia, Niasi e Ipê, além da participação em merchandising de Petrobras, kopenhagen, Skill, kodak, Glaxo e Alpargatas.

cultura Na TV Cultura, dramaturgia e

ficção há­ algum tempo eram apenas sinô­nimos da programação infantil. Desde o ano passado não foram mais produzidos os episódios de “Contos da Meia-Noite” (premiado pela APCA).

No entanto, toda semana (sá­bados, 22h, novo horá­rio a partir de 17/set), a TV Cultura apresenta uma peça diferente dentro do teleteatro “Senta Que lá­ Vem Comédia”, que é gravado em um teatro paulistano em espetá­culos que acontecem às segundas-feiras. São peças consagradas que são remontadas para uma única exibição (os ingressos são gratuitos). Como atrativo, há­ atores conhecidos de novelas que no momento não estejam no ar em outro canal. Também, muitos atores do circuito profissional de teatro da cidade têm chance de se mostrar na TV. Já­ passaram pelo palco/estúdio nomes como kito Junqueira, Má­rcia

Analy Alvarez, diretora do núcleo de dramaturgia da TV Cultura, conta que a receptividade dos telespectadores tem sido muito positiva e eles se manifestam por telefone, e-mail e através de uma pesquisa que a TV Cultura realizou. “Na Grande São Paulo, o programa tem mantido índices de dois pontos no Ibope, o que é uma boa audiência para a emissora”, diz. Segundo ela, outro termô­metro muito positivo é que o Teatro Maria Della Costa, onde o teleteatro é gravado, tem sempre lotação esgotada nos seus mais de 400 lugares.

Se o projeto terá­ continuidade ou não após os episódios de 2005, a diretora não dá­ certeza: “É um assunto que estamos discutindo neste momento. Podemos continuar nas comédias ou alternar com dramas, mas essa decisão vai ser tomada em conjunto com a direção da casa, depois que tivermos finalizado essas gravações”. Até o fechamento desta reportagem, restavam ainda sete delas a serem feitas.

Mas Analy dá­ pistas sobre os planos em dramaturgia da Cultura, ao dizer que há­ interesse em teleromances, micros ou minisséries com temas e personagens históricos. “Mas tudo vai depender de orçamentos que ainda vão ser realizados”, completa.

Na Rede TV!, não se pensa em produzir teledramaturgia nos mesmos moldes das demais redes abertas. “Vocês não vão ver a RedeTV! fazer novela das 20h em cima da novela da Globo”, diz o vice-presidente da emissora, Marcelo de Carvalho. Mas ele garante que a emissora vai ter no ano que vem mais espaço para co-produções nacionais. Uma delas, com a LC Barreto, será­ uma minissérie, que deve estrear no início de 2006 e para a qual a imprensa especializada garante que a apresentadora Luciana Gimenez tem vaga garantida no elenco. A Rede TV! também abrirá­ espaço para cinema nacional através de parceria com a mesma produtora, para exibição de seus títulos disponíveis.

Maria, Elizabeth Hartmann, Cassiano Ricardo, Má­rcia Real, Henrique Taubaté Lisboa, Luiz Serra, Maria Eugenia de Domenico, Arlete Montenegro, Paulo Hesse e Paschoal da Conceição.

Sem patrocínio, os teleteatros têm sido bancados pela própria TV Cultura, a um custo estimado entre R$ 70 mil e R$ 80 mil cada — a maior parte gasta no cachê dos artistas, confecção de cená­rios, figurinos etc. Mesmo porque toda a estrutura de captação e edição é vinculada à própria infra da TV. Para este ano foram fechadas 27 peças — mais da metade já­ foi exibida — e a emissora ainda estuda se segue o modelo ou não para o próximo ano, bem como se deve ser mantido o gênero comédia ou se é o caso de adotar outro tipo de texto.

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uma WeBnOVeLaA AllTV (www.alltv.com.br) promete

estrear neste mês aquela que define como a “primeira webnovela do mundo”: “Umas e Outras”. O projeto prevê 25 capítulos semanais, escritos e adaptados pelo autor da AllTV, com base nos relatos do público, que vai poder opinar sobre o desenrolar da trama e personagens. Atores inscritos pela Internet e selecionados por testes vão contracenar com artistas pioneiros da teledramaturgia, como Patrícia Mayo e Lisa Negri, além de jovens como João Signorelli e outros. O núcleo de dramaturgia da AllTV é quem vai produzir a novela, sob o comando de Roberto Vignati, com direção de Leandro Barbieri e Silvia Cabezaolias. A autoria é do próprio Barbieri. Destaque também para a direção musical da novela, a cargo de Rick Bonadio.

cassiano ricardo, miguel Bretãs e márcia maria em “casa de Orates”, da cultura.

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O O SBT comprou o formato do programa de transformação física mais radical da TV: o “Extreme Makeover”. A mudança promovida no visual dos participantes faz deste reality show, atração por aqui do canal pago Sony, um dos mais fantá­sticos shows com candidatos a se mostrar no “antes” e “depois”. O formato do programa - que oferece aos participantes cirurgias plá­sticas, lipoaspiração, mudança completa no guarda-roupa, cortes de cabelo, além de reparações estéticas dentá­rias - foi negociado pela emissora junto à Buena Vista International Television. Fernando Barboza, vice-presidente sênior da empresa para a América Latina, diz que esta é apenas uma das ofertas do seu portfólio de atrações para o Brasil, que inclui ainda outros reality shows, como “The Amazing Race” e “The Family”.

“Extreme Makeover” no SBT

Donas-de-casa irremediá­veisQue Amélia, que nada. “Desperate Housewives”, série de sucesso

da rede norte-americana ABC e por aqui atração do canal Sony, já­ ganhou versão local em diversos países da América Latina: Argentina, Chile, Venezuela, Peru e México. A produção dos 23 episódios de todas as versões está­ centralizada em Buenos Aires. Falta um parceiro no Brasil, e a Buena Vista está­ oferecendo o formato, para a adaptação tupiniquim do seriado sobre as donas de casa mais alucinadas da televisão, conta Fernando Barboza, da Buena Vista. Três das quatro protagonistas da série, nem tão desesperadas assim, foram indicadas ao Emmy. Quem se candidatará­? A Globo seria a parceira dos sonhos da Buena Vista — mas a emissora não quer, uma vez que não tem interesse na aquisição de produção de ficção importada. “Temos a nossa produção própria, mais os acordos com as produtoras indepen-dentes, que mantém contrato de exclusividade com a TV Globo”, diz fonte da alta cúpula da emissora. “Existe também uma possibilidade de fazermos com a HBO no Brasil”, afirma Barboza.

STV BuSca VaGa DO cuLTura

& arTeA STV (REDE SESC-

SENAC DE TELEVISãO) PODE SE TORNAR UM

CANAL GRATUITO OBRIGATóRIO NO

CABO EM SãO PAULO. ISTO PORQUE O

CANAL PLEITEIA SER RECONHECIDO NA

CONDIçãO DE CANAL DE CUNHO EDUCATIVO-

CULTURAL, MANTIDO POR ENTIDADE SEM FIM LUCRATIVO OU GOVERNAMENTAL.

ASSIM, PODERIA OCUPAR A VAGA DEIXADA PELO

FINADO CULTURA & ARTE - ESTE SIM, DE ORIGEM

GOVERNAMENTAL E PREVISTO NA ART. 23 DA

LEI DO CABO -, CONFORME PREVê O ARTIGO 64 DO

REGULAMENTO DO CABO.

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o nos estados unidos, a operadora de TV via satélite echostar, dona da marca DishTV, tem uma inusitada ação de marketing? Quer batizar uma cidade para sempre com seu nome. Promete dar o sistema e assinaturas de graça por dez anos a todos os habitantes que topa-rem rebatizar sua cidade

n A VERSãO DOS X-GAMES, OLIMPíADAS DOS ESPORTES RADIC-

AIS DA ESPN PARA A AMÉRICA LATINA,

ACONTECE EM SãO PAULO (GINáSIO DO IBIRAPUERA) TAMBÉM NOS PRóXIMOS QUATRO ANOS? O

ACORDO FOI FECHA-DO COM A PREFEITURA

E GOVERNO ESTADUAL.

o O carnê do “Baú da Felicidade” tem 13 parcelas de r$ 20,00 cada? O programa “roda a roda do Baú” se nivela ao extinto “Show do milhão”, ao dar uma casa por dia, no valor de r$ 40 mil, cinco dias por semana.

n PELO QUINTO ANO CONSECUTIVO, O VERãO AMERICANO ACABA COM AS EMIS-SORAS DE CABO RESPONDENDO POR 61% DO SHARE DE AUDIêNCIA ENTRE OS TELESPECTA-DORES, ANTE 32% DAS REDES ABERTAS?

o cada canal tem sua própria definição para horário nobre? Para o SporTV, é aos sábados e domingos, das 10h às 22h; para o univer-sal, diariamente das 19h à 1h; para os canais infantis, pode ser de manhã ou à tarde, a de-pender da faixa escolar. e para os cinco canais Telecine, o filme principal da noite passa, a partir de 1º de outubro, a ser exibido às 22h, o seu melhor horário nobre, detectado em pesquisas com assinantes.

n AS FILMAGENS NA ITáLIA DO SERIADO “ROMA”, QUE ESTRÉIA DIA 9 DE OUTUBRO NA HBO, DURARAM UM ANO, PARA 12 EPISóDIOS? É UMA CO-PRODUçãO DA HBO E DA BBC.

esporte em 1�:9Fabricantes de receptores de TV esperam que a Copa promova mais

rapidamente o formato 16:9 das telas de TV — processo para o qual os DVDs e os canais de filme premium da TV paga vem aos poucos contri-buindo. O SporTV dá­ sua cota de participação, ao formatar o seu canal

especial para o evento, o SporTV Copa, com transmissões exclusivas no formato. Detalhe para o som em Dolby 5.1. Aliá­s, o canal tem novo slogan:

“SporTV é Campeão”, além de nova campanha e vinhetas.

VOcê SaBia Que:?O aTOr marcOS PaLmeira nO PaPeL-TÍTuLO De “manDrake”. miniSSérie naciOnaL Da cOnSPiraçÃO cOmeçOu a Ser PrODuZiDa DePOiS Que “carnaVaL”, Da O2, maS eSTréia anTeS. em OuTuBrO, na HBO.

Rá­dio ESPN BrasilA ESPN quer avançar em

todas as mídias: o rá­dio, telefonia móvel celular e também revista impressa. Embora oficialmente a programadora negue que esteja negociando uma concessão de emissora, há­ prospecções, sim, para garantir um espaço no dial, ainda que não em 24h logo de cara. E a surpresa é que deve ser uma emissora AM — que se tornará­ mais interessante ao ouvinte a partir da digitalização das ondas do rá­dio, mais adequado ao seu conteúdo esportivo. Como grupo

estrangeiro, a ESPN não pode pleitear uma concessão, mas nada a impede de entrar numa parceria como fornecedora de programação. Fonte da empresa diz que é preciso testar a força da marca neste veículo - já­ há­ rá­dio ESPN nos EUA e na Argentina. Também, existe um universo acima de 5 mil estações de rá­dio no país. A grife de esportes sabe que o rá­dio é um meio ideal para seu conteúdo e acredita na sua força como mídia. Acontece até o final do ano. Em 2006, deve chegar ao mercado editorial a revista

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Cobertura da crise política faz Globonews subir no ranking

Em julho, com as movimentações políticas e a cobertura da crise envolvendo congressistas, o canal de jornalismo Globonews subiu posições no ranking dos canais de maior alcance na TV por assinatura entre o público adulto ao longo do dia.

Entre indivíduos de 18 anos ou mais com TV por assinatura, os canais TNT, Globonews e Multishow foram, nesta ordem, os que apresentaram o melhor alcance diá­rio médio durante o mês, dentre os canais aferidos pelo Ibope Mídia. Outro destaque é que, pela primeira vez desde a entrada no line-up da Net no pacote acima do Advanced, o canal HBO aparece listado entre os de maior alcance. E há­ uma ausência notada: a BandNews, que não figura entre os 19 primeiros colocados, embora também tenha se dedicado à cobertura das CPIs. A explicação sempre dada pelo Ibope, quando nestes casos é acusado de concentrar sua amostra sobre os usuá­rios do sistema Net, é a de que a amostra é aleatória entre a população com TV paga, não obedecendo necessariamente à proporcionalidade entre assinantes das diferentes operadoras.

O levantamento considera o total de indivíduos de 18 anos

ou mais com TV por assinatura (Grande São Paulo + Grande Rio de Janeiro + Porto Alegre + Curitiba + Belo Horizonte + Distrito Federal). No mesmo mês, que é marcado pelas férias escolares, entre o público infanto-juvenil, que vai dos 4 a 17 anos, os canais Cartoon Network, Nickelodeon e Multishow foram os que apresentaram o melhor alcance diá­rio médio (nas mesmas praças acima), tal como fora no mês anterior.

(audiência - TV paga)

*universo 4.336.8 indivíduos *universo 852.000 indivíduos

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Acima de 18 anos* (Das 6h às 5h59)

De 4 a 17 anos* (Das 6h às 5h59)

alcance (%) indivíduos (mil) Tempo médioTotal canais pagos 56,5 481,0 2:28:00cartoon network 29,8 253,5 1:06:31nickelodeon 25,6 218,3 0:54:51multishow 13,5 114,8 0:28:49TnT 12,1 103,0 0:29:54Discovery kids 12,0 102,1 1:06:48Jetix 10,7 91,3 0:53:36SporTV 7,3 62,3 0:33:46Warner channel 7,0 59,5 0:21:31Discovery 6,9 58,7 0:22:00Fox 6,6 56,5 0:27:21Boomerang 6,5 55,5 0:28:29Sony 6,4 54,2 0:20:44Telecine Premium 6,2 52,9 0:27:17universal channel 6,0 51,4 0:21:29axn 5,7 48,7 0:17:07Disney channel 5,1 43,5 0:52:12People + arts 5,0 42,8 0:19:27SporTV2 4,9 41,9 0:15:25Globonews 4,7 39,9 0:20:27

AlcAnce e tempo méDio Diário

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um dos telejornais do canal de notícias.

alcance (%) indivíduos (mil) Tempo médioTotal canais pagos 52,6 2279,7 2:12:50TnT 15,8 686,9 0:33:32Globonews 12,9 558,3 0:56:37multishow 11,2 486,1 0:18:39SporTV 11,1 481,1 0:42:50Warner channel 9,8 423,5 0:27:42axn 9,5 410,8 0:24:44Discovery 9,3 405,0 0:24:21universal channel 9,2 398,5 0:29:44Sony 9,0 390,4 0:23:31GnT 8,3 360,9 0:20:32cartoon network 8,1 349,2 0:39:25Fox 7,9 343,6 0:20:59Telecine Premium 7,5 323,7 0:26:40SporTV2 7,2 311,8 0:20:01national Geographic 7,0 304,1 0:17:42People + arts 6,6 286,4 0:22:25nickelodeon 6,1 264,3 0:33:51HBO 5,3 231,5 0:34:26Telecine action 5,3 229,9 0:23:11

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(cinema)

O 16° Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo atraiu, no final de agosto, um público

de cerca de 27 mil espectadores, em dez dias de evento. Esses números mostram que existe um público interessado em assistir o curta-metragem. Mas sem distribuidoras suficientes para atender à demanda da produção, como fazer com que os curtas cheguem a esse público e garantam a recuperação dos recursos utilizados na produção?

O problema da distribuição no Brasil pode estar à beira de uma mudança radical. A tecnologia traz inúmeras possibilidades não só na realização dos filmes, mas também na distribuição do formato, que oferece conteúdo do tamanho ideal às necessidades dos espectadores e às limitações de alguns desses novos meios.

A desorganização do mercado de curtas no Brasil começa quando se tenta mapear a produção. Não existem números oficiais desses filmes no País. Uma das maneiras

produto comercial. Ele se presta mais a inovação de linguagem, ao experimento e à revelação de novos talentos”.

Poucas empresas fazem o elo entre a produção e a exibição de curtas-metragens. Uma delas é o Grupo Novo de Cinema, que realiza a comercialização no mercado internacional. Neste, os maiores compradores são as redes de televisão européias, com destaque para a França — onde acontece o festival de Clermont-Ferrand —, a Espanha e o Japão. O grupo tem apresentado um aumento de vendas de 60% a cada ano, sendo que no primeiro semestre de 2005 comercializou 32 títulos, de uma a quatro vezes cada, no exterior. “Até o final do ano, a meta é que negociemos mais 40 títulos, e façamos uma média de cem contratos”, informa Tarcísio Vidigal, diretor do Grupo Novo. A Synapse Brasil, que neste ano retoma a intensidade na comercialização de curtas, negociou cerca de dez títulos em 2005.

Esse aumento das vendas pode ser explicado por fatores como a intensidade da comercialização,

Daniele Fredericod a n i e l e @ t e l a v i v a . c o m . b r

encontradas, então, para contabilizar os curtas é por meio dos números de inscrições em festivais nacionais. Assim, tem-se aproximadamente, se contados os curtas realizados em vídeo, uma produção anual de quase 600 filmes. Se contabilizados apenas os realizados em película, esse número fica próximo dos 150.

A Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas (ABD), apesar de ser uma entidade criada originalmente para atender os interesses dos curta-metragistas, não tem levado a fundo as discussões sobre a distribuição em suas reuniões. “Ainda não temos definições claras de como se pode proceder em relação à distribuição de curtas, mas estamos atentos a isso. Acho que falta uma ação coordenada que se ocupe dessa questão, que é tão importante quanto a produção”, diz Romeu di Sessa, diretor administrativo da ABD Nacional. Segundo Sessa, a distribuição é um tópico que não foi enfatizado nas discussões da ABD porque “existem alguns pontos que acabam tomando a pauta, ligados mais a garantir a produção dos curtas. Além disso, a vocação natural deste formato não é mesmo ser um

Caminhos para o curtaO formato pode aproveitar as tecnologias de transmissão de conteúdo, mas antes precisa reestruturar a sua distribuição.

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a qualidade dos filmes e a visibilidade do Brasil no exterior. “Este é o ano do Brasil na França, o que faz com que o País fique visível no mercado internacional e facilite a entrada dos nossos curtas”, afirma Vidigal. Zita Carvalhosa, presidente da kinoforum, associação responsá­vel pela organização do Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, lembra ainda que o sucesso de filmes como “Cidade de Deus” e “Central do Brasil” chamam a atenção para a produção nacional como um todo. “O cinema brasileiro aumentou a sua visibilidade nos últimos dez anos, e isso traz resultados tanto para o longa quanto para o curta. É um movimento orgânico”.

Estes resultados, no entanto, refletem uma parcela pequena da produção, que depende de um número restrito de empresas para o seu escoamento internacional. Os produtores têm de buscar, então, alternativas para a distribuição de seus curtas no mercado interno e externo, o que faz com que apareçam algumas iniciativas isoladas e discussões em torno de uma melhoria deste cená­rio. Uma dessas alternativas foi posta em prá­tica pela ABD São Paulo, que está­ lançando pela Europa Filmes uma coletânea de curtas em DVD, a ser distribuída nacionalmente nas locadoras. “Essa é uma iniciativa privada, sem apoio estatal, e que busca atingir o público comum, não apenas os aficionados em cinema nacional”, conta Sessa. O site Curta o Curta é mais um

que se aventura na distribuição, a partir de outubro (veja quadro).

O produtor Paulo Boccato, ex-diretor da ABD Nacional, lembra que uma das possíveis formas de articulação da circulação seria por meio do incentivo a pequenas distribuidoras regionais, que realizariam primeiro uma distribuição local e depois um intercâmbio com outras empresas do mesmo gênero em outros estados do País. “Esse tipo de empresa está­ mais próximo à produção e aos exibidores locais, o que possibilita pensar em todos os mercados locais de abrangência para um filme”, diz.

Zita lembra ainda um projeto realizado em Cidade Tiradentes (bairro paulistano), no qual as locadoras da região disponibilizaram cópias de curtas metragens feitos por seus moradores. “Foi uma iniciativa dos membros da comunidade, para que pudessem ver os seus filmes, perto de suas casas”.

Além da questão do escoamento, ela lembra da necessidade de reorganização da programação das televisões para que o curta ganhe espaço. “Os canais da TV por assinatura, por exemplo, exibem um filme de 80 minutos, deixando 40 minutos livres para completar as duas horas da grade de programação. Este é um espaço que poderia ser ocupado pelo curta-metragem”, completa.

Sem obrigaçãoO problema da ocupação do espaço, no

entanto, apresenta outros lados. Ainda que o incentivo aos exibidores seja essencial para garantir que o curta apareça nas telas, normas que obriguem a exibição nem sempre são bem vistas. “Falta o cumprimento

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Da esquerda para direita: “início do Fim”, “eletrodoméstica”, “Historietas assombradas (Para crianças mal-criadas)”, “Hoje tem Felicidade”: filmes exibidos no Festival de curtas de São Paulo.

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(cinema)

da Lei do Curta, que determinava a exibição de um curta metragem antes da exibição de um longa. É necessá­rio reservar mercado para garantir a cinematografia nacional, por exemplo, com cotas para a transmissão de curtas na televisão”, lembra Lis kogan, curadora e gerente de contratações do site Porta-Curtas, que também ressalta a importância de se pagar uma porcentagem da bilheteria para o curta-metragem caso este seja exibido antes do longa. Já­ Sessa acredita que essa forma de exibição só funciona se feita sem a imposição da lei. “A minha opinião, independente da ABD, é que você pode até obrigar o exibidor a passar o filme, mas não há­ como obrigar o público a gostar daquilo, especialmente se lhe for colocado de forma impositiva. A palavra chave é negociação, pois, em tese, passar um curta antes de um longa seria muito interessante para o público”.

Zita lembra que o aporte do governo federal à difusão dos curtas, assim como dos longas, é essencial, já­ que a produção não pode ser avaliada apenas em termos de mercado, e sim culturais. “É claro que não podemos fazer disso uma tragédia econô­mica, mas se a produção só pensar em retorno financeiro, estaremos empobrecendo a nossa cultura”, declara. Ela lembra que o maior problema talvez não seja a falta de verba, mas sim a de organização. “Não acho que estamos mal de fomento. O que falta é viabilizar uma maneira de tornar essa atividade mais dinâmica e garantir espaço para que a gente consiga ver a produção nacional na tela”. Paulo Boccato completa, ao afirmar que a iniciativa também deve partir dos produtores. “O governo tem de propor uma discussão, mas nós, produtores, e outros agentes envolvidos com o

novas tecnologiasO mercado de curtas tenta agora

adaptar-se às novas tecnologias de exibição, que diversificam o espaço disponível para estes filmes. Uma das formas de distribuição de conteúdo que mais se disseminou foi a Internet. Pode-se contar hoje com mecanismos de divulgação como o site Porta-Curtas, criado há­ três anos para a exibição de curtas-metragens brasileiros online, em sua própria home e através de links localizados em outros sites. O projeto, desenvolvido pela Synapse Brasil e patrocinado pela Petrobrá­s, exibe hoje 328 curtas, com uma média de 200 mil exibições mensais. Os filmes são selecionados de acordo com critérios para a transmissão via Internet e os direitos são cedidos por um contrato de não-exclusividade. “O filme tem de ter não apenas o cará­ter técnico que se adapte ao computador, mas também o estético, já­ que é uma tela menor do que a de cinema”, lembra Lis. “Colocar o filme na internet prolonga a sua vida e abre espaço para que o curta atinja um público mais abrangente, não apenas aquele já­ ligado ao cinema”. A exibição no site é realizada via streaming, o que evita que se façam cópias e distribuição ilegal dos títulos. Apenas em casos de urgência o Porta-Curtas realiza a venda dos filmes, em DVD. “Recebemos uma média de 12 pedidos por semana, principalmente para fins institucionais e acadêmicos”, conta Lis.

O site Porta Curtas, assim como os festivais nacionais, tem como objetivo ser uma vitrine da produção nacional, e não uma empresa distribuidora de conteúdo. “O Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, por exemplo, aumenta o potencial de venda de curtas e atrai pessoas

curta, temos de lutar para melhorar essa distribuição. Boas iniciativas funcionam a partir do momento em que alguém põe em prá­tica e aquilo dá­ certo”.

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nOVa DiSTriBuiDOraO idealizador do site Curta o Curta,

Guilherme Whitaker, junto a Marcus Mannarino, está­ prestes a transformar o site de notícias e exibição de curtas-metragens em uma distribuidora. O projeto, que será­ lançado em outubro próximo, visa a distribuição de curtas para os festivais brasileiros. “A idéia é articular a circulação, sem visar o lucro. O importante é valorizar o trabalho do realizador, e acreditar no potencial técnico e principalmente estético do curta-metragem brasileiro”, afirma Whitaker.

Para ter sua obra divulgada, o realizador entra em contato com o Curta o Curta, que enviará­ cópias do filme para a seleção de 22 festivais nacionais, sendo 12 apenas para curtas feitos em vídeo. “O projeto de distribuição servirá­ de base para iniciativas futuras, como a prestação de serviços de agenciamento e venda por meio do site”, conta o idealizador.

O Curta o Curta conta hoje com 65 curtas para a exibição, e cerca de 15,5 mil visitantes mensais.

Segundo romeu di Sessa, da aBD, a distribuição de curtas é uma questão a ser discutida, ainda que a vocação natural do formato não seja a de um produto comercial.

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que podem se tornar contatos importantes para a comercialização. Não fazemos distribuição, fazemos promoção”, explica Zita. Ela lembra que o Porta-Curtas remunera o produtor, mas que nem todos os sites de exibição têm a mesma política. “A utilização da Internet tem de ser muito bem analisada. É ótimo poder ver um filme de qualquer parte do mundo, mas a questão é como remunerar adequadamente quem fez esse filme”.

A Internet faz parte de um conjunto de tecnologias que os produtores, distribuidores e exibidores ainda estão tateando. Televisão digital e transmissão via celular são algumas das opções a serem exploradas pelos realizadores e distribuidores de curta-metragem. “Os espectadores não ficam uma hora e meia em frente à tela do celular. Neste sentido, o formato do curta é o ideal”,

discussão organizada, que apresente soluções para fomentar a distribuição, incentivar produtores envolvidos em projetos para diferentes formatos e aproveitar as possibilidades das novas mídias para que o curta metragem chegue ao público e cumpra seu papel cultural, e, se possível, consiga tornar-se um negócio lucrativo para os envolvidos em sua produção.

afirma Zita, lembrando que o Festival Internacional deste ano contou com o Siemens Micromovie Award, prêmio para o curta-metragem brasileiro feito com celular. A produção terá­ de se adaptar às novas mídias, mas sem perder o cará­ter de filme feito para o cinema. “Temos que pensar em um produto cinco em um: um filme que sirva tanto para o cinema, quanto para a televisão, a internet, o celular e todas as outras mídias que surgirem”, diz Boccato.

Como, então, viabilizar esse conteúdo para as novas tecnologias quando a circulação nos próprios suportes tradicionais estão mal estruturados? Não faltam opiniões e idéias, mas sim uma

Lis kogan, do Porta-curtas: colocar um filme na internet

prolonga a sua vida e atinge um público diversificado.

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Há­ cerca de dez anos a publicidade brasileira não via uma campanha publicitá­ria da dimensão

da que está­ sendo veiculada pela Leo Burnett para o lançamento da minivan Fiat Idea. Na á­rea audiovisual, a campanha conta com três filmes feitos com estrutura de superprodução. “O interessante é que os filmes são completamente diferentes entre si, não é uma campanha linear, com uma única linha estética”, comenta o diretor dos três comerciais, Carlos Manga Jr.

O primeiro filme, intitulado “Carlos”, foi o mais grandioso dos três. Partindo da referência estética do filme “Dogville”, de Lars Von Trier, o filme mostra o personagem central sempre em cenas internas, em uma cidade como a do filme, com “casas transparentes”, ou seja, o mínimo de estrutura e objetos para que se definam os ambientes e, de resto, fundo e assoalhos pretos.

O personagem sai do escritório e

entra no café da esquina, tudo no cená­rio escuro e em pedaços. Só quando pega a namorada e vai para a praia, com o Fiat Idea, é que o sol aparece e os ambientes que eram abertos vão sendo fechados em computação grá­fica, aumentando a sensação de clausura e de ambientes fechados. Uma vista aérea mostra as paredes aparecendo, assim como as lajes e telhados.

Para este filme, foi utilizado um galpão de 3 mil m2, onde foram construídos os 22 ambientes. Mais de 1,6 mil objetos de cena foram utilizados, cerca de 150 pessoas compuseram a equipe e 80 o elenco. Foram necessá­rios dez dias para construir o cená­rio e só o pré-light consumiu quatro dias. “Como todo o galpão estava forrado de preto, era uma rotunda de pano preto em toda a volta, a luz teve que ser muito bem calculada para evitar os reflexos”, diz o diretor.

O segundo filme, “Casulo”, é bem mais simples. Rodado em um condomínio fechado com casas idênticas, que remete ao filme “Edward Mãos de Tesoura”,

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(making of )Lizandra de Almeida

l i z a n d r a @ t e l a v i v a . c o m . b r

o filme mostra uma executiva entrando em casa, enquanto um locutor ao estilo dos documentá­rios do Discovery Channel fala da mutação das lagartas e de sua transformação em borboleta. Enquanto isso, a mulher sai de carro da garagem, com roupas esportivas, transportando uma bicicleta. A trilha então evoca a liberdade e a necessidade de se libertar da rotina. “Usamos muita luz do sol e abusamos do tom quente”, explica o diretor.

Enquanto o primeiro filme abusou das cenas interiores e teve em sua construção o grande desafio, o terceiro filme, “Fones”, teve a mesma grandiosidade em externas. Um rapaz está­ fechado no escritório, ouvindo música e trabalhando. Está­ sozinho, então tudo leva a crer que é um sá­bado ou domingo. O dia está­ lindo lá­ fora e seu Fiat Idea se aproxima do prédio de escritórios e começa a buzinar e tocar o jingle da campanha. Outros carros fogem de

campanha do Fiat idea: inspiração em “Dogville” e efeitos especiais para criar sensação de amplitude

A volta da superprodução

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seus proprietá­rios e saem em auxílio do primeiro, reunindo-se em frente ao prédio e tocando alto a música. O rapaz se dá­ conta da confusão e vai olhar na janela, mas todos os demais carros fogem. Uma locução avisa que está­ na hora de sair mais cedo...

“Foram usados 30 carros na produção, perambulando por São Paulo. Isso é muito difícil, hoje em dia nem sempre conseguimos dois veículos quando estamos fazendo um filme de carro. Usamos duas cegonhas gigantes, cada uma com 15 carros. O grande desafio, neste caso, foi criar um sistema para organizar o trânsito desses carros todos pela cidade”, explica Manguinha.

A maior parte das cenas foi filmada de prédios altos, em planos abertos. “Foram cinco diá­rias, usando todo dia três ou quatro câmeras”, continua. “Fechamos vá­rias ruas, parecia uma turnê de circo.” Como os carros aparentemente se movem sozinhos, a maioria deles tinha vidro escuro, com filme, o que permitia a filmagem de planos abertos sem a necessidade de qualquer truque. Os motoristas estavam vestidos de preto, mas só. Nas cenas de perto, os carros tinham vidro transparente e eram dirigidos por dublês deitados nos bancos.

Todos os filmes são pontuados pelo mesmo jingle, que remete à sensação de liberdade e ao apelo aventureiro do carro.

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cliente Fiat AutomóveisProduto Fiat Ideaagência Leo BurnettDir. de criação Ruy Lindenbergcriação André kirkelis e Sidney BrazProdução Republika FilmesDireção Carlos Manga Jr.Fotografia Marcelo Durstmontagem Alex Lacerdacomp. gráfica Vetor ZeroPós-produção Casablanca e Vetor ZeroTrilha Tentá­culo áudio

Mãe ausenteCom a obrigatoriedade de inserir cartelas de advertência do Ministério da

Saúde e uma mecânica do produto de sete segundos, sobra pouco tempo para desenvolver idéias mais elaboradas nos filmes de produtos farmacêuticos da Bayer. Mas a campanha da Cafiaspirina, dirigida por Paulo Gama, da Bossa Nova Films, foi um pouco além. Três situações exemplificam a ausência da mãe na vida da filha, devido à dor de cabeça. Em uma a menina roda sozinha, suspensa pela mão. Em outra, está­ na garupa de uma bicicleta vazia, e em uma foto da família, a cadeira da mãe está­ vazia. Na primeira situação, uma pessoa vestida toda de azul segurava as mãos da criança. Retoques em rotoscopia foram necessá­rios para reconstruir os braços da criança no local onde a mão estava, assim como o fundo. A bicicleta era conduzida por uma traquitana, também apagada na pós-produção. “A foto era mais simples de filmar e mais difícil de entender. Se houvesse só um espaço, talvez não representasse a ausência que queríamos. Por isso optamos por usar a cadeira”, afirma o diretor.

O efeito em rotoscopia criou a sensação de ausência da mãe, atingida pela dor de cabeça.

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cliente Bayer S.A.Produto Cafiaspirinaagência Almap/BBDODir. de criação Cá­ssio Zanatta e Giba Lagescriação Dulcídio Caldeira e César FinamoreProdução Bossa Nova FilmsDireção Paulo GamaFotografia Jr Juniormontagem AdemirFinalização TribboTrilha S de Samba

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(evento)

O paradoxo satelitalSeminá­rio Satélites 2005 mostrou que os operadores esperam aumentar o preço da banda, mesmo com excesso de oferta, para viabilizar novos investimentos.

O be-a-bá­ da economia ensina que em um dado mercado, o excesso de oferta tende a derrubar os preços, assim como

uma demanda forte causaria um aumento destes mesmos preços. É o que acontece no mercado de serviços via satélite no Brasil: uma oferta grande (12 operadores e uma ocupação média de capacidade abaixo de 60%) e os menores preços por MHz cobrados no globo, algo em torno de US$ 2 mil a US$ 2,5 mil/mês, contra até US$ 4,5 mil no resto do mundo.

Mas os operadores querem inverter esta lógica, e por um motivo simples. Satélites são caros, e têm que ser repostos periodicamente. Na faixa atual de valores, dizem os prestadores de serviço, podem se inviabilizar os novos investimentos em capacidade satelital. Ou, como explicou Edson Meira, da Loral, se os preços continuarem baixos na América Latina, os investidores buscarão os mercado mais rentá­veis para novos investimentos, e a reposição ou o aumento de naves para a região podem ser prejudicados. Esta foi a tô­nica do seminá­rio Satélites 2005,

custos de reposição. Isso inibirá­ a oferta e trará­ os preços a uma posição mais racional”, completou.

aquecimentoJurandir Pitsch, da Newskies,

confirma o crescimento da demanda. Segundo ele, esperava-se um cresci-mento abaixo de 4% para 2005, mas o ano deve fechar com um aumento de 10% na procura por banda. Na Europa e EUA, conta, a pressão da demanda já­ elevou os preços em cerca de 20%. Ele acredita que a consolidação das empresas (com a fusão Intelsat/ PanAmSat) deve trazer uma otimização da capacidade e uma redução de custos que levem a uma estabilização (leia-se aumento) dos preços. Já­ Ruben Levcovitz, da Hispamar, questionou o benefício da operação. “Só será­ boa para os operadores, não para os países e clientes, porque reduzirá­ a oferta”.

Na opinião de Romildo Lucas, da Intelsat, a demanda pode crescer nos próximos anos com a implantação da TV digital e conseqüentemente de serviços de HDTV. Por outro lado, gradualmente desaparecerão os serviços analógicos, que consomem

André Mermelstein*a n d r e @ t e l a v i v a . c o m . b r

promovido por TELA VIVA e sua revista-irmã TELETIME no final de agosto em São Paulo.

Segundo Edson Soffiatti, presidente da StarOne, subsidiá­ria da Embratel e maior operadora do mercado brasileiro, as previsões feitas há­ dois anos se mostraram erradas, uma vez que os negócios e a tecnologia vêm evoluindo muito rapidamente e a previsibilidade do setor está­ menor. Os preços hoje estão abaixo do que se projetou, bem como a cotação do dólar. Em alguns casos o erro foi para o bem: a demanda atual está­ acima da prevista há­ dois anos. Mas a oferta também cresceu acima do esperado. Como exemplo, Soffiatti conta que as projeções de crescimento de uso do segmento espacial (a ocupação de banda dos satélites) são hoje 15% superiores às de 2003. Em compensação, o uso que se esperava da banda larga via satélite hoje foi revisto para 214% a menos do que se esperava nas últimas projeções. “O negócio de satélite é ingrato, porque o planejamento tem que ser de longo prazo, 4, 5 anos, e a tecnologia e o mercado mudam mais rá­pido que isso. A previsibilidade é muito volá­til”, afirmou o executivo.

A saída, para ele, virá­ do próprio mercado, que se equilibrará­ em algum momento. “Estes preços baixos a longo prazo não cobrem os

FuSÃO nOS céuSFoi anunciada no dia 29 de agosto a proposta de fusão entre

duas gigantes do setor satelital. A Intelsat anunciou a aquisição da PanAmSat Holding Corporation por US$ 3,2 bilhões, valor equivalente a US$ 25 por ação — um prêmio de 40% sobre o valor de lançamento das ações da PanAmSat, há­ seis meses. A Intelsat renegociará­ ou assumirá­ a dívida de US$ 3,2 bilhões da PanAmSat Holding e suas subsidiá­rias. Juntas, as operadoras terão uma frota de 53 satélites com cobertura em mais de 220 países e territórios e a expectativa, após a conclusão da transação, é alcançar um faturamento anual pro forma de US$ 1,9 bilhão.

O negócio, aprovado pelo quadro de diretores das duas operadoras, depende ainda da aprovação dos acionistas da PanAmSat e dos órgãos reguladores norte-americanos, incluindo a Federal Communications Commission (FCC). A previsão é de que a transação seja concluída no período entre seis e 12 meses.

No Brasil, o setor foi surpreendido com esse movimento, porque as empresas eram consideradas rivais históricas. A transação também tem que ser aprovada no País, pela Anatel e pelo Cade. Mas, por enquanto, não houve nenhuma iniciativa por aqui neste sentido, segundo informam o diretor geral da Intelsat para o Brasil, Manoel Almeida, e o gerente regional de vendas da PanAmSat, Rodrigo Campos.

Almeida pretende mostrar ao Cade que não há­ risco de concentração de mercado. De qualquer modo, durante os cerca de 12 meses que durará­ o processo de fusão, as duas empresas atuarão de forma independente. Mas já­ se sabe que a PanAmSat assumirá­ o nome da Intelsat. Do faturamento total de US$ 1 bilhão/ano da Intelsat, o Brasil responde por cerca de US$ 15 milhões a US$ 20 milhões/ano. A PanAmSat, por sua vez, tem receita mundial de US$ 850 milhões, dos quais 20% obtidos na América Latina - Brasil e México são os principais mercados.

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mais banda.No debate sobre

preços de segmento espacial, faltou apenas ouvir a opinião de um dos lados do negócio: os clientes. E ao que tudo indica, estes não estão dispostos a arcar com as necessidades dos operadores. Canais de TV como Record e ESPN Brasil, presentes ao segundo dia do evento, queixaram-se não apenas dos valores cobrados, que consideram altos para a realidade nacional, mas também da falta de flexibilidade na venda de capacidade espacial. “Você tem que comprar a capacidade por um tempo determinado, não importando o uso que vai fazer”, disse Carlos Cassol, diretor técnico da ESPN. A queixa foi compartilhada por Eduardo Zebini, diretor de esportes da Record, e por

outros clientes , como Paulo R. de Lima, responsá­vel pelo projeto de telemedicina da Unifesp.

alternativasEm busca de soluções

alternativas ao simples aumento de preços, o diretor da consultoria 4B, Marcelo Sant’Anna, que até o início do ano comandava a Loral Skynet no País fez uma verdadeira “pregação” aos colegas operadores. “O Brasil tem o segmento espacial mais barato do mundo e os serviços de satélite não decolam. É preciso desaprender o que aprendeu e tentar de novo; deixar de pensar globalmente e convergir para ganhar escala, concentrar operações e conseguir maior penetração”,

avalia. Na opinião de Sant’Anna, as operadoras no Brasil deveriam buscar parcerias para se complementar e evitar sobreposição de coberturas e de redes terrestres, com o compartilhamento de infra-estruturas. “Nossas empresas têm o ranço da globalização que impede o desenvolvimento de soluções locais. Temos que buscar uma postura de ganha-ganha. Sem pensar sistematicamente, todos morrerão”, argumenta. Ele lembrou que existem muitas aplicações que permitem a convergência entre satélite e operadoras de telefonia fixa e celular. “A Brasil Telecom tem cerca de 10 mil pedidos de linhas que a tele só conseguiria atender usando infra-estrutura de satélite, mas nenhuma empresa de satélite ofereceu a ela uma solução a preço razoá­vel para o consumidor final”, conta.

A tese da complementaridade de serviços foi explorada na apresentação do diretor de tecnologia da Sky, conhecido por todos como Xis. Ele

“é um mercado ingrato. as previsões são de longo prazo, mas os negócios mudam muito rapidamente”edson Soffiatti, da StarOne

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(evento)

mostrou que o projeto da operadora de prestação de serviços interativos passa por uma integração com outros prestadores de serviços, que complementariam a rede da operadora de DTH. Pode ser uma telefô­nica com suas redes de ADSL ou uma operadora celular, por exemplo. A Sky trabalha com um projeto de set-top box (decodificador) que funciona integrado à rede IP. Assim, o usuá­rio poderia receber por exemplo os canais principais pelo satélite, e canais locais ou outras informações pela rede física. “Mas até agora esse modelo não decolou, porque não houve interesse dos demais prestadores”, contou Xis.

Tendência globalA indústria de infra-estrutura

satelital faturou US$ 103,5 bilhões em 2004 e projeta uma receita de US$ 159 bilhões até 2010, com crescimento anual de 7,4%. Já­ o faturamento dos serviços de satélite deve dobrar neste mesmo período, passando para uma

no entanto, que as empresas estão investindo mais nesse setor e a projeção pode mudar nos próximos anos. Outro serviço que deve puxar a demanda por satélites é a HDTV. Shockey projeta um crescimento de oito vezes na banda ocupada por estes sinais até 2010.

Dentre os novos satélites a serem lançados nos próximos

meses, há­ muitas naves de reposição, mas também alguns novos, o que indica crescimento. São lançados entre dez e 15 satélites por ano, conta, mas para 2013 a previsão é que esse número chegue a 25 lançamentos anuais. Também vem subindo o nível de potência das naves, e também os “power classes”, as variedades de potências ofertadas.

* cOLaBOrOu a reDaçÃO De TeLeTime.

receita em torno de US$ 200 bilhões. As projeções são de kathy Shockey, diretora da Loral Space System, que apresentou um panorama da indústria durante o seminá­rio.

Segundo a executiva, os serviços que mais mostraram crescimento recentemente são os do grupo denominado por ela como DTU, ou “Direct to User”. Ou seja, serviços em que o usuá­rio final é atingido diretamente pelo sinal, como o DTH, o rá­dio digital (Direct áudio Radio Satellites - DARS) e a banda larga. O DTH sozinho deve responder por 50% de toda a ocupação de banda em 2010. Já­ os serviços móveis vêm registrando crescimento mais lento. Ela observa,

“as principais aplicações são os

serviços direct-to-user, como o DTH, a banda larga e o rádio digital”

kathy Shockey, da Loral Space System

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(multimídia)

SBT em novas plataformasDivisão de novos negócios da emissora amplia participação na telefonia celular e na Internet.

A retomada do telejornalismo, ao que parece, não é a única novidade do SBT neste segundo semestre. A

emissora promete já­ para este mês de setembro novidades na á­rea das chamadas “novas mídias”, com oferta de conteúdos para telefonia celular e mais atrações para seu portal na web.

Segundo o diretor da divisão de novos negócios da emissora, Rodrigo Marti, até o final deste mês será­ lançado o SBT Celular. Sob esta bandeira, a rede disponibilizará­ o seu conteúdo, como músicas, fotos e em breve vídeos. A parceira de integração será­ a Takenet (para download) e o SBT quer trabalhar com todas as operadoras. Para o trá­fego de dados em operações de votação/enquetes, quiz, teletexto e outras, a parceira da emissora é a Tiaxa.

Outra novidade é que o SBT está­ em fase de reestruturação de sua á­rea de jogos no portal de Internet. “Nas próximas semanas, teremos uma nova marca que denominamos SBT Diversão, para a qual ofereceremos jogos gratuitos”, afirma Marti. Tela Viva apurou que o parceiro nesta parte de games deve ser a renomada Global Fun. A direção da emissora avalia que, com jogos de qualidade, vá­ atrair a participação de um público maior para este segmento de entretenimento.

Dial-upO iSBT, parceria de co-branding

do SBT com a Telefô­nica para acesso gratuito de Internet discada, mal completou um ano e soma aproximadamente 500 mil usuá­rios, em todo o País.

o diretor de novos negócios do SBT sinaliza que as coberturas regionais também serão contempladas no portal. “Com os investimentos que a emissora está­ fazendo em jornalismo, estamos criando as condições para a geração de conteúdos regionais, os quais poderão ser disponibilizados em nosso site”, afirma Marti.

Para a emissora, a evolução do iSBT em direção a conteúdos de banda larga deve ser natural, mas sem deixar de atender aos usuá­rios dial-up. “Acreditamos que ainda há­ um grande potencial para ser explorado neste mercado”, diz o diretor da emissora.

Portal de vozOutra novidade

no SBT é o seu portal de voz, que foi relançado com novo número e novo conceito. Agora, o telespectador interage com a programação, ao dar opiniões, participar de brincadeiras, enquetes, discussões, votação e até um jogo do “Show do Milhão” via telefone. “O portal foi desenhado para ter a cara do SBT; assim, nossa programação está­ não só na TV como também disponível em telefone, com ações que estimulam a participação enriquecedora do telespectador”, conta Rodrigo Marti. Segundo ele, este canal é utilizado de forma integrada à programação, com participação dos artistas, sendo que cada programa possui as suas características replicadas no serviço. “O portal é hoje um grande sucesso e vem atendendo muito bem às nossas expectativas”, finaliza. eP

Para a emissora, a parceria com a Telefô­nica valoriza o seu relacionamento e contato com o telespectador. Nesta relação, a Telefô­nica é responsá­vel por fornecer a tecnologia e o SBT, pela gestão da marca e conteúdo. “Até o momento, não há­ venda de publicidade no site do SBT, mas acreditamos que em poucas semanas já­ iniciaremos tal operação”, afirma Rodrigo Marti.

A emissora freqüente-mente coloca nos seus intervalos chamadas sobre o serviço. Também o site do SBT tem janela dedicada ao iSBT. Ainda em setembro, a emissora exibe uma nova

campanha do portal, para ensinar aos novos usuá­rios de Internet os passos bá­sicos para a navegação. Constantemente são feitas promoções com parceiros do canal em fornecimento de programação. O maior deles, os estúdios Warner, comparece com prêmios aos usuá­rios. Aliá­s, as viagens são os principais prêmios das promoções no site, respondendo por cerca de 90%.

Como portal, o iSBT não acredita que caracterize um conflito com a empresa coligada à parceira, o Terra. “Cada uma destas marcas tem um posicionamento próprio e, assim, uma identidade com públicos diferentes. Portanto, por mais que estejam no mesmo segmento de atuação, acredita-se que juntas contribuem para um aumento do mercado, e não para sua divisão”, afirma Rodrigo Marti.

Sobre como aproveitar o grande investimento deste ano no telejornalismo,

“com os investimentos em jornalismo, teremos

conteúdos também para as outras mídias”

rodrigo marti, do SBT

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(equipamentos)

Workflow sem fitaUma aná­lise da AJ-SPX800, da Panasonic, que traz as facilidades da gravação em cartão de memória para o mundo real da produção.

Nos últimos 30 anos muitos de nós que acompanha-mos a indústria reconhe-cemos os grandes saltos tecnológicos apenas após

os fatos terem acontecido, como no lançamento do U-Matic pela Sony em 1971, do Betacam em 1982, do DigiBeta em 1994; da Varicam da Panasonic em 2001 e da camcorder DVX-100 em 2002. Agora parece que estamos à beira de um novo salto quântico, mas dessa vez podemos ver o futuro se aproximando. Em dezembro, a Panasonic deve começar a entregar sua camcorder AG-HVX200 P2, estrela (ao menos em comentá­rios) da NAB 2005.

Apesar de seus recursos HD, a história contada pela HVX200 será­ provavelmente a da popularização do formato P2, de gravação em cartões de memória. Os compradores descobrirão o P2 e o extraordiná­rio (aliá­s, revolucioná­rio) sistema de trabalho que vem junto com ele. Para muitos artistas e produtores do mundo digital o P2 será­ provavelmente a grande história de 2006. Mas a tecnologia também faz parte do presente, com a câmera broadcast P2 atual da Panasonic, a AJ-SPX800.

A SPX800 é uma câmera standard definition com CCD de 2/3” e modos de gravação 24p, 30p e 60i, em DVCPro 25 Mbps e 50 Mbps. A aparência é praticamente igual à da elegante SDX900, uma das melhores câmeras SD já­ desenvolvidas.

Como sua equivalente SDX, a SPX800 trabalha com condições de muito pouca luz, com sensibilidade de apenas f13 a 2000 lux. Esta medida é bem mais fiel que a iluminação mínima anunciada por alguns fabricantes, que nem sempre correspondem à performance verdadeira. Muitas

equivalente e sem perda de luz ou contraste. É claro que em cenas de iluminação normal a magnificação óptica sempre produzirá­ imagens melhores, e deve ser usada como padrão em aplicações de rotina.

na ponta do dedoA SPX800 é uma delícia de usar

e operar, uma vez que todos os controles essenciais estão ao alcance de um simples toque. Ou seja, o cinegrafista de campo que usar a câmera pela primeira vez rapidamente se sentirá­ em casa. Com décadas de experiência, posso garantir que poucas câmeras são tão confortá­veis e fá­ceis de usar.

A postura amigá­vel da câmera aumentará­ a possibilidade de que você use os recursos permitidos pela plataforma P2. Um deles é a inicialização quase instantânea do equipamento. Partindo da câmera totalmente desligada, eu consegui gravar imagens em menos de dois segundos. Nada de esperar pelos tradicionais ruídos de ajuste do motor e das fitas. A palavra-chave da SPX800 é “instantâneo”. Review instantâneo

Barry Bravermanc a r t a s @ t e l a v i v a . c o m . b r

câmeras atuais chegam a f11, e algumas mais antigas funcionam com f8 (a 2000 lux), de forma que a SPX800 e a SDX900 são consideravelmente mais recomendadas para trabalhar em condições de pouca iluminação que a maioria das câmeras profissionais. Em meus próprios testes, gostei especialmente do ajuste de ganho de -3dB, com excelente manutenção de detalhes, imperceptível se comparado com concorrentes a 0 dB.

Há­ diferenças que valem ressaltar na configuração física e nas opções de setup entre as duas câmeras. A SPX800, por exemplo, tem apenas um anel de filtro, em lugar de dois, mais comumente encontrados, como na SDX900.

A SPX800 também apresenta um monitor de LCD lateral, recurso cada vez mais presente nas câmeras top-end. Outro recurso importado dos modelos “prosumer” é o zoom digital. Sim, eu também acreditava que nenhum profissional razoavelmente sério usaria esse recurso inútil. Mas agora admito que em alguns casos o zoom digital de 2X da SPX800 faz sentido. Em situações de pouca luz, o zoom óptico freqüentemente produz imagens muito escuras e de pouco contraste. O zoom digital da SPX, por outro lado, gera imagens aumentadas em 2X com qualidade

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a SPx�00 grava em DVcPro a 25 mbps ou 50 mbps em cinco cartões de

memória P2. O sistema de gravação não tem partes móveis, o que garante

maior confiabilidade. a tela de LcD aparece pela primeira vez em uma

câmera broadcast da Panasonic.

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das imagens gravadas, avanço e recuo de imagem instantâneos, acesso randô­mico instantâneo.

Com capacidade para cinco cartões de memória P2, a SPX800 tem vantagens especiais. Primeiramente, a gravação é feita sem a presença de partes móveis. Nada de tensores, peças que saem de alinhamento, cabeças, tambores ou lasers que pegam poeira ou umidade. Qualquer que seja seu viés ideológico em relação à gravação em discos ópticos ou fitas, na minha cabeça a gravação em cartões oferece vantagens sobre ambas plataformas, em termos de eficiência no trabalho e confiabilidade.

Vejamos primeiro o workflow (fluxo de trabalho). O cartão de 4 GB arma-zena cerca de 16 minutos de captação em DVCPro a 25 Mbps. Cartões de 8 GB com menores custos estarão disponí-veis no segundo semestre, demons-trando a rá­pida evolução da tecno-logia (a Panasonic afirma que a falha

um cartão de 4 GB cheio. O processo é lento por causa da conversão dos arquivos MXF para QuickTime, mas o processo de conversão está­ se tornando mais rá­pido com novas versões do software.

Com uma única exceção, a SPX800 grava apenas em á­reas brancas da memória, assim não há­ chance de se gravar acidentalmente em cima de outro material. Um cartão cheio pode ser removido mesmo com a câmera ligada e gravando em um outro cartão. Também é possível gravar em loop, em uma á­rea determinada do cartão. Esta é a única possibilidade da câmera gravar por cima de outro material em um cartão P2.

e o preço?Uma boa questão: a capacidade

limitada dos cartões e o custo relativamente alto por gigabyte. A um custo de US$ 1,7 mil por um cartão de 8 GB, a viabilidade do sistema parece

de contato não deve ser considerada um problema, pois cada cartão está­ preparado para um mínimo de 30 mil inserções).

O cartão pode ser levado da câmera diretamente para um leitor PCMCIA de um editor não-linear instalado em um laptop. Trabalhando com Mac ou PC, um editor no campo pode ir diretamente ao ar, através de uma interface DV, sem ter que contar com a presença de um VT ou qualquer outro hardware para capturar as imagens.

O P2 aparece na tela do computador como qualquer outro dispositivo de mídia, pronto para que as imagens sejam baixadas para o hard-disk com um simples arrastar-e-soltar do mouse. A transferência se dá­ a 1 GB por minuto. São quatro minutos para baixar >>

Layout de controles ao alcance dos dedos: velocidade e eficiência no campo.

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(equipamentos)

um sonho distante. Mas segure-se na cadeira, a coisa não é tão simples.

O deck AJ-SPD850 (US$ 15 mil) funciona como uma ponte entre os mundos de vídeo e de TI (tecnologia da informação). Em muitas empresas, essa ponte é importante dada a prioridade de integração das novas plataformas ao workflow atual.

O deck P2, com suas saídas e entra-das de todos os tipos, lembra em tudo um VT tradicional, com funções de avanço-retrocesso e scrub de á­udio. Não surpreende que a operação seja muito mais suave que a de um VT nor-mal, porque, como a câmera, ele não tem partes mecânicas..Ainda assim, a este preço, muitos podem achar que o deck sai mais caro que partir direto para um mundo puramente TI.

E esta é uma das belezas do sistema aberto P2. à medida em que os preços das mídias de armazenamento caem, mais pessoas optarão por deixar seus arquivos permanentemente nos

em MPEG-4, pois o sistema P2 permite acesso imediato ao material gravado. Ainda assim, a empresa oferece a opção de um cartão de proxy, com encoder MPEG-4, para aplicações mais específicas.

Está­ ficando cada vez mais claro que a opção por uma câmera vale um esforço considerá­vel em estudo e pesquisa. Enquanto equipamentos caros como VTs e sistemas de edição vão se tornando commodities, a escolha de uma ferramenta de aquisição de alta performance fica ainda mais crítica. A AJ-SPX800 é uma dessas ferramentas - robusta, bem desenhada e capaz de produzir imagens espetaculares. As leves e baratas câmeras “consumer” podem estar ganhando popularidade em alguns círculos, mas a maioria dos cinegrafistas profissionais entendem a necessidade de um equipamento robusto, que tenha qualidade broadcast e um workflow adequado.

servidores. Apenas adicionaremos mais drives e nunca voltaremos para a fita ou investiremos em novos VTs.

OpcionaisA AJ-SPX800 pode ser equipada

opcionalmente com porta FireWire, por mais US$ 900 e/ou um cartão 601 SDI (US$ 935). O cartão de pré-gravação pelo qual muitos optaram na SDX900 é agora item de linha na SPX. O recurso permite a gravação de 15 segundos de vídeo a 25 Mbps em um buffer na própria câmera antes mesmo que se pressione o botão de rec.

A Panasonic SPX800 tem pouca necessidade de criação de proxys de vídeo

O status de cada cartão de memória pode ser facilmente verificado no display de LcD.

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Não disponivel

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(upgrade)

Servidor turbinadoGrass Valley lança nova família de equipamentos, dez anos depois da linha Profile.

Na IBC 2005, que acontece neste mês de setembro na Holanda, a Grass Valley lançou uma nova linha de servidores broadcast, formada pelo servidor e pelo cliente de mídia k2. Desenhado tendo em vista os ambientes

baseados em tecnologias de TI para uso em broadcast, o k2 dá­ suporte a ambientes de distribuição em rede e exibição (playout) baseada em arquivos. Com instalação simples, a solução traz novos níveis de controle de rede a um custo próximo à metade dos servidores broadcast disponíveis no mercado, segundo a Grass Valley.

Trata-se do principal lançamento da Grass Valley desde que a empresa apresentou ao mercado a linha de servidores Profile, há­ mais de dez anos, que acabou se firmando como a família mais popular de servidores no mercado global de broadcast. A Grass Valley, no entanto, esclarece que a família k2 não substitui a Profile, formada por servidores e produção digital para jornalismo. A empresa define o servidor k2 como um “Profile com esteróides”. Segundo a fabricante, a nova família tem as mesmas capacidades da Profile, mas com preços mais baixos, o que deve fazer com que muitos broadcasters que precisem estender sua capacidade acabem migrando sua linha de servidores para o k2.

Uma das principais novidades é o uso do protocolo de redes iSCSI (Internet SCSI), que proporciona uma performance semelhante à das redes SAN usando conexões de rede padrão. O servidor usa um backbone Gigabit Ethernet, eliminando a necessidade do uso de redes Fibre Channel, embora, em grandes instalações, o k2 possa usar a rede Fibre Channel. A família k2 também apresenta suporte on-board para FTP e Common Internet File System (CIFS), assim como telas amigá­veis que reduzem o tempo de treinamento de pessoal. O servidor foi desenhado para que seja operado por rede através de uma estação remota, com protocolos de segurança customizados.

Soluções de vá­rios fabricantes, como Crispin, Encoda, Florical, Harris, Omnibus e Sundance dão suporte de automação ao k2. O suporte à redundância é customizá­vel e permite usar, simultaneamente ou não, dispositivos failover iSCSI e Fibre Channel. O servidor também conta com controladores RAID redundantes, assim como fonte de alimentação. O k2 oferece suporte a mais de cem canais e

suporta ainda conteúdo SD e HD em uma mesma timeline. O equipamento também traz suporte a streaming de vídeo sobre IP nos formatos MXF, MPEG-2 (em I-frame ou GOP longo), assim como MXF e GXF.

O preço do equipamento começa na casa dos US$ 35 mil.

a família k2 de servidores tem as mesmas capacidades

da Profile, mas com preços mais baixos.

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A Tandberg Data lançou no Brasil a menor solução de automação de fitas LTO do mercado. O novo modelo StorageLoaderTM, de apenas uma unidade de rack de altura (44,45 mm), oferece até 3,2 TB de capacidade de armazenamento comprimido e uma taxa de transferência acima de 173 GB/hora com o uso do recém lançado tape drive 420LTO2 da Tandberg. Além disso, o Tandberg StorageLoader é uma solução que conta com kit de montagem em rack, cabo SCSI, cabo Ethernet e terminador SCSI.

Automação

A Omneon Video Networks anunciou um novo produto que complementa o servidor de mídia Omneon Spectrum ao criar versões proxy (em baixa resolução) do material em alta resolução disponível no servidor. Trata-se do

Omneon ProBrowse. Ao gerar versões proxy com imagens thumbnail selecionadas pelo usuá­rio e com metadados para arquivamento e procura, a ferramenta simplifica a identificação dos clipes via rede e agiliza a operação da mesma tornando mais efici-ente o processo de seleção, visualização e gerenciamento do conteúdo.

O ProBrowse monitora os diretórios de conteúdo em todos os servidores Spec-trum na rede e gera, automaticamente, versões do material em 1 Mb/s, incluindo no-vos materiais que estão sendo ingeridos na rede. O conteúdo proxy é disponibilizado imediatamente para visualização por todas as estações da rede, através de softwares como o Windows Media Player, o QuickTime Player ou o Omneon ProBrowse Desk-top. Com o ProBrowse Desktop é possível não apenas ver o conteúdo disponível na rede, mas também adicionar ou modificar os metadados e marcar pontos de início e fim nos clipes para executá­-los a partir do servidor.

Versão thumbnail

A Matrox lançou na IBC 2005, em Amsterdã, a versão 1.5 do software para a família Ma-trox Axio. A plataforma, que edita em HD e SD, proporcionará­ agora suporte nativo em HDV e DVCPro HD com a possibilidade de misturar codecs HD ou SD na mesma timeline em tempo real. Além disso, a nova versão permite fazer downgrade de HD para SD e conta com novos efeitos em tempo real. Baseado em Adobe Premiere Pro, o Matrox Axio permite finalizar vídeo sem a necessidade de renderização em HD e SD em formatos com ou sem compressão. A Axio está­ dis-ponível em duas versões, que diferem entre si pelas entradas e saídas de conteúdo disponíveis. Ambas oferecem resolução de até 1080i em 29,97 fps, o uso de até duas layers de vídeo HD 10-bit sem compressão com efeitos, até quatro layers de vídeo SD 10-bit sem compressão e até seis layers de grá­ficos em tempo real.

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Spectrum, da Omneon, cria versões proxy do material dis-ponível no servidor.

nova versão do software da linha matrox axio traz à solução suporte

nativo em HDV e DVcPro HD.

Mais codecs

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> SeTemBrO21 a 23 Broadcast & cable, São Paulo. Tel: (21) 3971-2000. Web: www.broadcastcable.com.br

22 a �/10 Festival do rio. Trata-se do maior festival de cinema da América Latina. O festival conta ainda com o Rioseminars e o Rioscrenings, que reúnem as grandes empresas da indústria cinematográ­fica internacional, das majors americanas aos estúdios independentes. Tel: (21) 2543-4968. E-mail: [email protected] Web: www.festivaldoriobr.com.br

2� e 29 iV Tela Viva móvel. O mais importante evento nacional de conteúdos para celular mostrará­ que o casamento entre o celular e as mídias audiovisuais, como televisão e cinema, já­ é uma realidade no Brasil, com grande potencial de crescimento. Neste cená­rio, novas oportunidades se abrem: a publicidade em novos serviços móveis

(Mobile Marketing) é um grande filão a ser explorado. O evento acontece no ITM Expo, em São Paulo. Tel: (11) 3120-2351. E-mail: [email protected] Web: www.convergeeventos.com.br

> OuTuBrO12 a 15 i Festival Latino americano de Vídeo ambiental de iraquara, BA. Tel: (71) 3332-8951 / 3332-8952. E-mail: [email protected] Web: www.iraquara.ba.gov.br

15 a 1� mipcom Junior. Palais des Festivals, Cannes, França. Tel: (33-1) 4190-4440. Email: [email protected] Web: www.mipcomjunior.com

30 Prazo de inscrições para a quinta edição da mostra do Filme Livre (mFL), que acontecerá­ em fevereiro de 2006 no Rio de Janeiro. Tel: (21) 2539-7016 Web: www.mostradofilmelivre.com

1� a 21 mipcom. Palais des Festivals, Cannes, França. Tel: (33-1) 4190-4567. E-mail: [email protected] Web: www.mipcom.com

25 a 30 9º Festival de cinema Vídeo e Dcine de curitiba. Curitiba. PR. As inscrições de filmes e vídeos podem ser feitas até o dia 30 de junho pelo site www.festcinecuritiba.com.br

mostra internacional de cinema em São Paulo, São Paulo, SP. Tel: (11) 3141-2548. E-mail: [email protected] Web: www.mostra.org

> nOVemBrO2 a 9 aFm — american Film market. Santa Monica, California, EUA. Tel: (1-310) 446-1000. E-mail: [email protected] Web: www.ifta-online.org

(agenda)

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Não disponivel

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