revista tela viva 126 - abril 2003

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ANO12126ABRIL2003 Universidades do RS investem em televisão e montam emissoras Paraná produz longa com mão-de-obra formada no Estado Videofone é destaque na cobertura direta da guerra no Iraque Acompanhe as notícias mais recentes do mercado www.telaviva.com.br

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Revista Tela Viva 126 - Abril 2003

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ano12nº126aBRIL2003

Universidades do RSinvestem em televisãoe montam emissoras

Paraná produz longacom mão-de-obraformada no Estado

Videofone é destaquena cobertura diretada guerra no Iraque

acompanhe as notícias mais recentes do mercadowww.telaviva.com.br

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editorialDepois de idas e vindas, tudo indica que a Ancine acabará mesmo sob o

guarda-chuva do Ministério da Cultura, ao contrário do que queria a maior

parte dos cineastas, embora dentro deste grupo haja quem apóie a idéia.

O movimento já se delineava desde o início do ano, quando o governo decidiu cancelar

a migração da agência da Casa Civil para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio (MDIC), para onde o cinema organizado queria que ela fosse.

Mas parece que o catalisador da definição foi a carta que o produtor Luis Carlos Barreto

enviou ao MinC, com seu estilo “trator”, passando por cima de decisões anteriores do

setor, pedindo que a Ancine ficasse com o ministério de Gilberto Gil. A polêmica carta tinha

a assinatura de importantes nomes do cinema nacional, alguns dos quais nem sabiam que

tinham assinado e pediram para ter seus nomes retirados. Mas até aí a bola já estava rolando.

O barulho criado pela carta resultou em uma reunião do setor com o MinC em meados de

março, na qual o secretário-executivo do ministério, Juca Ferreira, teria ressaltado a vontade

de Gil de fazer um ministério “importante”, com a presença de todas as manifestações

artísticas, e que o cinema não podia ficar de fora. Aliás, um dos argumentos dos que

querem que a Ancine fique sob o MinC é justamente o fato de o MDIC nunca ter se

manifestado publicamente reivindicando a agência para si. Ferreira teria dito ainda que a

decisão não tinha sido tomada ainda

(afinal, quem decide em última instância é o presidente Lula), porque o governo decidiu

consultar a classe antes e queria uma definição de consenso.

Resumo da ópera: restou pouco para o setor fazer a não ser criar um grupo de trabalho,

apelidado de “novo GEDIC”, para estudar o assunto. Mas depois de tanto “carinho” do

MinC para com o cinema, parece pouco provável que Gil

não tenha a Ancine sob suas asas.

O que o pessoal do cinema não quer é voltar a ser tratado “apenas” como atividade cultural,

e apostavam nas habilidades do ministro Furlan, do Desenvolvimento, para deslanchar a

atividade como indústria. O MinC promete um tratamento mais desenvolvimentista e com

um viés mais “econômico” para a atividade. Agora é torcer para dar certo e partirmos para

uma indústria que não dependa apenas da benevolência estatal.

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Diretor e Editor Rubens GlasbergDiretor Adjunto andré MermelsteinDiretor de Internet Samuel PossebonDiretor Comercial Manoel FernandezDiretor Financeiro otavio JardanovskiGerente de Marketing Mariane EwbankAdministração Vilma Pereira (Gerente), Gilberto Taques (assistente Financeiro)

Editora de Projetos Especiais Sandra Regina da SilvaRedação Lizandra de almeida, Monica Teixeira (Colaboradoras)Sucursal Brasília Carlos Eduardo Zanatta (Chefe da Sucursal), Raquel Ramos (Repórter)

Editor Fernando LauterjungWebmaster Marcelo Pressi Webdesign Claudia G.I.P.

Arte Claudia G.I.P. (Edição de arte, Capa e Projeto gráfico), Cyntia Levy (assistente), Rubens Jardim (Produção gráfica), Geraldo José nogueira (Editoração eletrô­nica), Depar ta men to Comercial almir Lopes (Gerente), alexandre Gerdelmann e Cristiane Perondi (Contatos), Ivaneti Longo (assistente)

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ano12nº126 aBRIL2003

SCANNER 8

upgRAdE 14

figuRAS 18 mAkiNg of

28AgENdA

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TECNoLogiA 26

Videofone, o destaque do conflitoEquipamento é o mais usado para enviar imagens diretamente do Oriente Médio.

EduCATiVAS 30Universidades investem em TVNo Rio Grande do Sul, instituições se estruturam para criar emissoras

educativas.

CAPA 22

NAB, em meio às guerras

Evento de 2003 acontece durante as batalhas no Iraque e os conflitos com o cabo e as grandes redes norte-americanas.

CASE 34

Uma mescla de jornalismo e ficçãoAgilidade e flexibilidade são os desafios na produção de “Dias de Glória”.

pRoduÇÃo 36

Aposta regionalRuy Guerra vai dirigir o longa “Terra Vermelha”, com pessoal formado em oficinas no Paraná.

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Fotos: Divulgação

�tela vivaabril de 2003

DVD eró­ti­co

A Playboy faz sua estréia em DVD com os ensaios de Schei-la Carvalho em vídeo, produzido pela Pro­di­go­. Dos três

ensaios, dois são dirigidos por Adriano Civita, e o tercei-ro leva assinatura do fotógra-fo Trípoli. A produtora tam-bém é a responsável pela autoração e produção do DVD. A Prodigo já realizou trabalhos para a Playboy, mas em VHS. O de Joana Prado, a Feiticeira, vendeu

70 mil cópias. A expectativa de venda para o DVD de Schei-la Carvalho é de 50 mil unidades.

Sem obs­tá­cu­los­

O deputado Roberto Jefferson (PTB/RJ) retirou o seu requerimento para que o projeto 256/01, de autoria da deputada Jandira Feghali (PC do B/RJ) vá ao plenário da Câma­ra­ antes de ser encaminhado para o Senado. Com isso, o projeto, que estabelece diretrizes para a regionali-zação do conteúdo das TVs e rádios brasileiras, deveria tramitar mais rapidamente. Mas os radiodifusores ainda tentam uma manobra. Existe ainda um requerimento do deputado Bispo Rodrigues (PL/RJ) para que os projetos apensados ao 256/01 sejam apreciados pelo plenário da Câmara. São os projetos 5416/01 e 5517/01. Se isso acon-tecer, o projeto da deputada Jandira Feghali vai junto, por ser o projeto principal.Já o Co­n­se­lho­ de­ Co­mu­n­i­ca­ção­ So­ci­a­l do­ Co­n­gre­sso­ deverá discutir, em sua reunião de maio, o projeto de regionalização. Como a reunião de abril do CCS será apenas sobre TV digital, a questão da regionalização fica para o mês seguinte.

Di­a de s­ofá­

O SBT veiculou o comercial “Sofá”, nos intervalos da transmissão do Oscar 2003. O filme foi criado pela DM9DDB, produzido pela Se­n­ti­me­n­ta­l Fi­lme­ e pós-produzido pela Ca­sa­bla­n­ca­ para a Block­buster, um dos patrocinado-res da transmissão do evento na emisso-ra. O jingle diz “Rela-xe que a sessão vai começar, hoje é Dia de Sofá”, com trilha da MCR.

Ci­nema do i­nteri­or

O interior de São Paulo começa a dar o ar de sua graça no cinema paulista. Na última Mo­stra­ do­ Au­di­o­vi­su­a­l Pa­u­li­sta­, que aconteceu em março, o cinema interiora-no foi um dos destaques, com produções de São Carlos, Piracicaba, São José do Rio Preto e Campinas, onde fun-ciona também o Núcle­o­ de­ Ci­n­e­ma­ de­ An­i­ma­ção­ que teve cinco produções exibidas.O cinema também chega a Ribeirão Preto, na I Mo­stra­ In­te­rn­a­ci­o­n­a­l de­ Ci­n­e­ma­ da cidade. De 4 a 10 de abril as salas do Cinemark­ local serão recheadas de produções brasileiras e internacio-nais inéditas na cidade e a preços populares.

Es­tréi­a em Os­as­co

O Teatro Municipal de Osasco abrigou, de 2 a 6 de abril, a 2ª Mo­stra­ de­ Ci­n­e­ma­ Bra­si­le­i­ro­ de­ Osa­sco­, com a exibição do longa inédito “Amarelo Manga” em sua sessão de abertura. O evento homenageou o diretor João Batista de Andrade e exibiu filmes da safra recente da produção nacional.

Imagi­ná­ri­o i­nfanti­l

Aproveitanto o imaginário infantil o filme criado pela Mi­lle­n­ Co­mu­n­i­ca­ção­ para a campanha “Fantástica Páscoa do Guanabara”, dos Supermercados Gua-nabara, mostra um show de rock­ com o ator-mirim Pedro Malta e coelhos da Páscoa em dese-nho animado. A animação foi feita em São Paulo, pela Cinema Animado-res, e finalizada no Rio de Janeiro pela Li­n­k Di­gi­ta­l, onde foi feita a composição do dese-nho com a imagem filmada. A produção é da Aqu­a­­re­la­ Fi­lme­s, e o filme tem direção de Toth Brondi e Maurício Marquez.

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Cas­a nova

A Ta­cn­e­t Ele­trô­n­i­ca­ está em endereço novo. A distribuidora carioca de equipamentos para broadcast está agora na Av. Graça Aranha, 145 - Sala 602, no cen-tro do Rio de Janeiro.

Padrão bras­i­lei­ro

A pesquisa para a criação de um mo­de­lo­ bra­si­le­i­ro­ de­ TV di­gi­ta­l demandará até R$ 100 milhões em três anos, informou o ministro das comunicações, Miro Teixeira. A verba para o projeto virá do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológi-co das Telecomunicações (Funttel). Um pool de universidades será fechado para comandar coletiva-mente a pesquisa. Algumas das entidades que deverão fazer parte do pool são: UFRJ, PUC, Un­i­ca­mp e UFPE. A expectativa é de que ao fim dos primeiros 12 meses será possível apresen-tar uma demonstração do modelo brasileiro de DTV ao gover-no. Segundo Miro, o modelo a ser criado pelas universidades brasileiras não será imposto, mas comparado com os demais disponíveis no mercado.

Cooperação ci­nematográ­fi­ca

Gustavo Dahl, presidente da An­ci­n­e­, e Alberto Flak­sman, superintendente de promoção e comércio exterior da agência, assinaram em Mar del Plata, Argentina, no começo de março, um protocolo para a constituição do Fo­ro­ de­ Au­to­ri­da­de­s Ci­n­e­­ma­to­grá­fi­ca­s do­s Pa­í­se­s do­ Me­rco­su­l, Bo­lí­vi­a­ e­ Chi­le­. Esse grupo se reunirá a cada quatro meses para discutir e delibe-rar sobre questões que envolvam a integração das atividades audiovisuais dos países envolvidos. A idéia é criar o intercâm-bio de bens, serviços e recursos técnicos e humanos; planejar a criação de programas comuns de fomento à co-produção, distribuição e exibição de filmes e produtos audiovisuais; e desenvolver planos de ação conjunta para a formação de públi-co para as produções cinematográficas da região. A agência também assinou um protocolo de intenções com a Argentina que prevê a criação de mecanismos de distribuição recíproca de obras de longa-metragem dos dois países.

Medi­ção pu­bli­ci­tá­ri­a

A agência de publicidade Lo­we­ está investindo em uma nova ferramenta de mark­eting para revelar a relação dos consumidores com suas marcas. Para via-bilizar o projeto DIG-C - nome que veio das palavras em inglês dig (cavar) e consumer (consumidor) -, a agência contratou a JX Plu­ra­l, que utiliza vídeos docu-mentais para mostrar o comportamento do consumi-dor e de que forma ele expressa essa relação com as marcas. Numa primeira fase do projeto serão investi-gados consumidores de Chamyto (Nestlé), Renault Scè­nic, e um novo produto de Unilever.

Sonho pu­nk

A Fu­zo­ Pro­du­çõe­s foi a responsável pelo novo videoclipe da banda Raimundos, o terceiro lançado do último CD, “Kavook­a-vala”. Com cenas bem-humoradas, ao som da música “Joey”, os diretores Bernardo Palmeiro, Gian Carlo Bellotti e Pedro Serra contam a história de um jovem punk­ que vive um dia de sonho ao lado do seu ídolo Joey Ramone. O processo de grava-ção, em vídeo digital, foi escolhido para viabilizar o projeto que contou com um baixo orçamento. O mak­ing of do videoclipe “Joey” foi exibido na MTV.

Do pró­pri­o bols­o

Ronaldo Uzeda, da produtora carioca Te­c Ci­n­e­, e o diretor Felipe Joffily (foto) estão produ-zindo o filme “Ódiquê?”, com recursos próprios e o apoio de algumas empresas. O filme é o primeiro longa-metragem de Joffily e conta com o roteiro do ator global Gustavo Moretzon, selecionado entre mais de 200 para o Laboratório do Sundan-ce Film Festival em 1999. A pro-dução executiva é de Tininho e a fotografia tem a assinatura de Marcelo Brasil.Por enquanto, o filme já tem apoio da Naymar e da Link­ Digital, que estão fornecendo a luz e a pós-produção, respectivamente.

Cu­rta aplau­di­do

O diretor Andrés Buk­owinsk­i, da ABA Fi­lme­s, e o vice-presidente de criação da Eu­ge­n­i­o­WG, Marcos Pamplona, fizeram uma parceria cinema-tográfica. Como diretor e roteirista, realizaram o curta-metragem “Helena”, que foi apresentado no Festival de Cinema Independente de Was-hington. O filme é estrelado por Irene Ravache e pelo escritor de novelas Silvio de Abreu, há 25 anos afastado do trabalho de ator.

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Segundo Robert Graves, presi-dente do Fo­ru­m ATSC, que pas-sou pelo Brasil no mês passado, o padrão de TV digital desenvol-vido nos Estados Unidos agora já pode ser utilizado em sistemas móveis. A novidade será apresen-tada aos participantes da feira da NAB, em Las Vegas. O siste-ma foi desenvolvido pela Linx, uma empresa americana que, segundo Graves, fez testes de transmissão para receptores em movimento na China em associa-ção com o governo daquele país. A diferença entre os testes chine-ses e a apresentação que será feita na NAB é a banda de trans-

missão. Na China, foram 8 MHz. Em Las Vegas, serão 6 MHz.O sistema móvel do ATSC, segun-do Graves, foi desenvolvido com vistas ao mercado brasileiro. Na opinião do executivo, quando um cliente solicita um tipo de desenvolvimento, como neste caso, “não perguntamos se ele acredita que terá mercado para sua utilização”.Mesmo com o anúncio, os brasilei-ros continuam céticos quanto ao padrão americano. Segundo um engenheiro de televisão, o ATSC tem a mobilidade, mas não simul-taneamente à alta definição, como querem os radiodifusores.

Movi­mento no Ri­o

A Fá­bri­ca­ Bra­si­le­i­ra­ de­ Ima­ge­n­s Pro­­du­çõe­s Ci­n­e­ma­to­grá­fi­ca­s, locadora de equipamentos de movimento de câmera criada em 1990, está buscan-do novos mercados. Sediada em São Paulo, a empresa inaugurou recente-mente sua filial na Cidade Maravilho-sa, localizada nos estúdios Tyco­o­n­. Assim, a Fábrica passa a oferecer movimentos de câmera para o merca-do de produção carioca.

Novo canal no ar

Estreou o Agro­ Ca­n­a­l, novo canal agropecuá-rio via satélite na banda C. Resultado de uma parceria entre o Canal Agrosat e o Canal do Boi, ele pode ser sintonizado na freqüência de 960 MHz, polarização vertical, do satélite Brasilsat B1. Além de ter seu sinal analógico aberto às parabólicas de todo o Brasil, ele também entrará no line-up do DTH Tecsat e das operadores de cabo que já distribuem o Agrosat. O novo canal nasce com infra-estrutu-ra de captação e estú-dios em vários locais, como Campo Grande, São Paulo, São José dos Campos, Uberaba, Campinas e Brasília.

Programa para corretores­ de s­egu­ros­

Dia 23 de março a TV Bandeirantes estreou o programa “TV Corre-tor - O Anjo da Guar-da do seu Bolso”, diri-gido aos corretores de seguros. O programa, criado pela DM9DDB, será exibido quinze-nalmente aos domin-gos, com duração de dez minutos. “TV Corretor” aborda o dia-a-dia dos corretores, mostrando como alavancar as vendas, dicas, informações e sugestões sobre o mercado. Um anjo da guarda, protagonizado pelo ator Wandi Doratiot-to, viaja pelo bolso do corretor. E, na tela do celular, surgirão as imagens de externas com repórteres, entrevistados e outras imagens sempre que o anjo anunciá-las.

ATSC mó­vel

Mu­danças­ no Mi­ni­com

O decreto 4.635/2003, publicado no Diário Oficial da União no mês pas-sadi, altera a estrutura regimental e o quadro de cargos e funções gratificadas do Mi­n­i­sté­ri­o­ da­s Co­mu­­n­i­ca­çõe­s. De acordo com as altera-ções, a antiga secretaria de serviços de radiodifusão foi transformada em Secretaria de Serviços de Comunica-ção Eletrônica, com dois departamen-tos: o Departamento de Outorgas e Serviços e o Departamento de Acom-

10tela vivaabril de 2003

panhamento e Avaliação de Serviços. As funções da Se­cre­ta­ri­a­ de­ Co­mu­n­i­­ca­ção­ Ele­trô­n­i­ca­ abrangem apenas o serviço de radiodifusão. A única alteração na função da secretaria é a inclusão do inciso que prevê a formulação e proposição de políticas e diretrizes, objetivos e metas relati-vos aos serviços de comunicação eletrônica. Não há nenhuma refe-rência a que serviços seriam esses. Não houve nenhuma alteração nas funções dos departamentos subordi-nados à nova secretaria (outorgas

de serviços e acompanhamento e avaliação de serviços).Foi criada também a Secretaria de Telecomunicações, que terá dois departamentos subordinados a ela: Departamento de Serviços e Univer-salização de Telecomunicações e o Departamento de Indústria, Ciência e Tecnologia. A Secretaria de Servi-ços Postais passa a ser uma subse-cretaria ligada à Secretaria Executi-va do Minicom. Permanecem como entidades vinculadas ao Minicom a Anatel, a ECT e a Telebrás.

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Film scannerA Grass Valley/Thomson chega à NAB com novidades em todas as áreas: de câmeras e switchers a servidores de vídeo, roteadores, sistemas completos de captação e edição de notícias e até film scanners, como o novo Spirit 4K (foto), que será lançado na feira. O equipa-mento trabalha nos modos 2K e 4K, com janelas para 8 mm, 16 mm, 35 mm e 70 mm. O Spirit faz escaneamen-to em alta velocidade e pode dar a saída tanto em 2K quanto em 4K, pois tem as duas formas de processa-mento residentes, e já incorpora um corretor de cores interno em tempo real.Na área de câmeras, a família LDK ganha uma versão de custo reduzido, a LDK 200 ITW, para standard definition (SD). Na feira estará também a versão high-end, a LDK 6000 WorldCam, que funciona em múltiplos formatos, padrões, resoluções e frame rates. A câmera pode ser adquirida individu-almente ou pode ser feito um upgrade a partir das atuais LDK 5000 SD. Outra novi-dade interessante é o módulo de transmissão de imagens sem fio (por rádio digital bidirecional), que permite grande flexibilidade em tomadas externas.

CamcorderA Panasonic apresenta na NAB 2003 a AG-DVC80, uma nova camcorder com três CCDs da linha DV PROLINE. Equipada com lentes grande-angular Leica Dicomar, o equipamento completará a linha de produtos de produção de jornalismo equipada com conexão IEEE 1394, composta também pela camcorder AG-DVC200 e pelo VTR AG-DV2500.A AG-DVC80 tem o mesmo corpo e muitas das inovações da já popular AG-DVX100 (que grava em 24p/30p/60i), mas trabalha apenas no formato 480i/60 (NTSC). Com CCDs de 1/3” de área e 410 mil pixels, o equipamento trabalha com mais de 500 linhas de resolução horizontal e exige pouca iluminação (3 lux a +18dB).Graças à porta IEEE 1394, é fácil enviar e receber material de uma estação de vídeo.As lentes grande-angular (4,5 mm a 45 m) contam com controle manual de zoom e a câmera tem um sistema de estabilização de imagens, o que a torna ideal para reporta-gens externas e gravar inclusive em veículos em movimento.Além de um viewfinder central, que pode ser usado com o olho esquerdo ou direito, a camcorder tem um painel LCD de 3,5” que gira até 270º. O medidor de áudio está disponível no viewfinder e na tela.A captação de imagens pode ser em aspecto 4:3 ou 16:9 letterbox. A AG-DVC80 deve ser comercializada a partir de junho. Outro produto que será apresentado pela Panasonic é o laptop de edição de vídeo AJ-DE10. Equipado com porta IEEE 1394, o equipamento consiste em uma configuração especial do Panasonic Toughbook e vem com software desenvolvido pela newsBYTE. Opcionalmente, o laptop pode trazer um jog pad, conectado através da porta USB.

Edição e composiçãoA Pinnacle Systems leva para Las Vegas a solução de edição e efeitos Liquid Purple 5. A nova versão do software gera efeitos em 2D e 3D em tempo real, tem processamento em

segundo plano, conta com autoração integrada de DVDs e saída de vídeo analógica e trabalha com material DV em rede. A solução tem suporte ao sistema da Pinnacle de armaze-namento para redes Palladium Store, além dos sistemas Vortex. Além disso, pode ser usada como uma ilha independente em laptops, dando mobilidade ao software.O software complementa a família Liquid, também composta pelo Liquid Silver para edição em MPEG-2, e compartilha várias fun-ções e facilidades com o Pinnacle Edition 5.

A diferença é que o Purple conta alguns extras voltados ao mercado broadcast, entre eles, a capacidade de trabalhar em rede, podendo inclusive compartilhar vídeo para execução por outras estações na rede; suporte ao Vortex e XSend, para compartilhar arquivos nos servidores Pinnacle Thunder estações gráficas Dekocast. O Liquid Purple também su-porta codecs DVCPRO 25 e pode ser usado em conjunto com equipamentos de controle

RS-422, MIDI, Jog/Shuttle e Sony ClipLink. Além disso, o pacote do Liquid Purple já vem com o gerador de caracteres TitleDeko,

o software de edição e composição de imagens Commotion, o corretor de cores Liquid CX, além de outras ferramentas.

o Liquid purple 5 vem com os softwares Title-deko, Commotion e Liquid CX.

o Spirit 4k trabalha com janelas para 8 mm, 16 mm, 35 mm e 70 mm.

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Fotos: Divulgação

Gravação óptica A Sony apresenta na NAB 2003 uma família de produtos composta por duas camcorders e três decks, baseada na sua nova tecnologia de disco óptico. O sistema possibilita gravar em dois formatos simultâneos (alta e baixa resoluções), em DVCam a 25 Mbps ou MPEG IMX a 30, 40 ou 50 Mbps.Além disso, os decks ópticos aceitam os padrões de A/V analógico, digital e IT, incluindo compatibilidade com i.Link (IEEE 1394) e interfaces para Ethernet.A mídia óptica consiste em um disco de 12 cm de diâmetro regravável na forma de um cartucho e utiliza a tecnologia Blue Laser para gravação e regravação,

o que permite atingir uma alta capaci-dade de gravação, diferentemente dos convencionais Red Lasers.Os dois modelos de camcorders profis-sionais têm CCD EX HAD de 2/3 de polegadas e conversor de 12-bit A/D, monitores LCD de 2,5 polegadas e podem

vir equipadas com interface Ethernet ou LAN wireless, através de um PC-CARD opcional.Além de um deck compacto, gravador e reprodutor para edições não-lineares, e do deck de estúdio, que oferece mais versões de gravação e re-produção com diferentes inter-faces de entrada e saída, a nova família da Sony conta com um

deck com capacidade de operar com bateria e reproduz for-matos DVCam e MPEG IMX através do visor LCD acoplado.Os produtos estarão disponíveis no Brasil a partir de outubro.

A nova família de produtos Sony grava em discos ópticos de 12 cm usando a tecnologia Blue Laser.

HD portátil

Na NAB 2003 será lançada a primeira câmera profissional portátil que grava em alta definição. Trata-se da JY-HD10U, da JVC. O novo equipamento grava em fitas MiniDV e conta com um CCD que captura em 16:9 (nativo) e 1,18 milhão de pixels.A câmera pode gravar em três modos de resolução, um modo HD - com 720 linhas, 30 quadros por segundo e varredura pro-gressiva -, e dois modos SD - um em progressivo e outro entrelaçado, sendo ambos com 480 linhas e 60 fps. Nos dois modos pro-gressivos, a imagem é gravada em 16:9 com compressão MPEG-2 e, no modo entrelaçado, a imagem é gravada em 4:3 com compressão DV.É a compressão MPEG-2 que permite gravar em HD em uma fita MiniDV, já

que, com uma ótima resolução (1280 x 720 pixels), a gravação é feita com apenas 19 Mbps.Usando as saídas de vídeo componente analógico, é possível fazer a conversão (tanto upconvert quanto downconvert) para qualquer formato, incluindo 1080i, 720/30p, 480/60p e 480/60i. Assim, mesmo gravando em alta definição, pode-se reproduzir o vídeo em qualquer monitor

com entradas de vídeo compo-nente.A câmera conta ainda com estabi-lizador de imagens, faz fotos still em várias resoluções (1280x720, 1280x960, 848x480 e 640x480) e grava em cartões de memória opcionais. Além disso, graças

a dois conectores XLR, é possível usar microfones ou outros dispositivos de áudio profissionais.A JVC também anuncia em Las Vegas um VTR de alta definição de baixo custo. Usando mídias DVHS, o SR-VD400US usa um encoder interno para gravar vídeo HD com compressão MPEG-2. Custando cerca de US$ 1,4 mil (nos EUA), o equipamento conta com porta IEEE 1394 (Firewire).

usando compressão mpEg-2, os novos produtos JVC gravam conteúdo Hd em fitas minidV.

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Servidores e edição

A EVS leva para Las Vegas a sua família de servidores HD. Além disso, a empresa belga tem em seu estande a solução de edição não-linear para produção de jornalismo e esportes CleanEdit, disponível com configurações para rede Gigabit ou 100ba-seT. A solução conta com a função arrastar e soltar e sobreposição de voz sobre o conteúdo mesmo em estações de baixo custo. Tanto o preview quanto o vídeo em qualidade broadcast ficam disponíveis instanta-neamente.Outra tecnologia mostrada na NAB é a de contri-buição e distribuição baseada em servidores MPEG-2. O EVS MPEG-2 Server trabalha tanto em ATSC quanto em DVB e inclui um pacote completo de DTV, incluindo multicanal com delay de fuso-horário. A distribuição com multicanal pode ser controlada por um sistema já existente ou usando o gerenciador de programação embutido no sistema.

Cores

A desenvolvedora de tecnologia de correção de cores Da Vinci mostra durante a feira norte-americana o já conhecido 2K Plus e o 2K Plus DATA, uma versão voltada para intermediação digital mais barata do que os outros produtos 2K. O segredo para baixar o custo do produto é que ele trabalha com dados e não vem com portas de entrada e saída de vídeo, o que deixaria o equipamento mais caro. Outro produto no estande da empresa é o Colorist Toolbox, um pacote de software desenhado para complementar o 2K e que conta com filtros de pin-tura e efeitos especiais que podem ser aplicados em tempo real, em qualquer resolução e em imagens de qualquer fonte.Para restauração de filmes, a Da Vinci conta com o revival for Discreet e com o revival, que rodam em plataforma SGI. A diferença entre os dois produtos é que o primeiro só funciona em estações para aplicações Discreet. Ambos contam com processamento au-tomático e ferramentas intera-tivas para remoção de sujeira e ruído da imagem.

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A versão 2k plus dATA trabalha com dados, sem entradas e saídas de vídeo.

CleanEdit, disponível para redes gigabit ou 100baseT.

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Edu­a­rdo­ Si­lva­ é o novo gerente de desk­tops para a América Latina da Discreet. Há mais de dois anos

na empresa como responsável pelas operações no Sudoeste dos Estados Unidos, Silva passa também a gerenciar as ações das linhas de softwares para anima-ção e stream media em todos os países latino-america-nos. As alterações na empresa incluem também a nomeação de Ma­ri­e­­Pi­e­rre­ Me­rci­e­r, que atuava como relações públicas da companhia para as Améri-cas, como a nova gerente de canal da América Latina, e a contratação de Ra­n­z Ra­n­ze­n­be­rge­r para enge-nheiro de aplicações na mesma região, só que basea-do no Brasil, no Rio de Janeiro.

Fotos: Gerson Gargalaka (antonio Dourado) e Divulgação

Dourado compra, conserta e revende projetores de cinema, produz equipamentos de som para salas, tem uma moviola que aluga para montadores e as instalações completas de um cine-ma — com som surround, tela grande e dois projetores, um de 35 mm e outro de DVD — onde projeta filmes. Às vezes ele mesmo assiste com a família ou os amigos uma das centenas de cópias que foi colecionando ao longo da vida, especialmente em 16 mm. Outras vezes, prepara a projeção para produtoras de comerciais, que querem fazer uma back projection ou filmar a tela de cinema para algum comercial.

Sua paixão pelo cinema começou logo depois que veio do inte-rior para a capital. Adorava ir ao cinema e conseguiu um empre-go como projecionista do Cine Metro, um dos mais elegantes de São Paulo. Seis anos depois, recebeu um convite para trabalhar na produtora Cruzeiro Filmes, que precisava de um camera-man. Nessa produtora fiz muitas reportagens, documen-tá­rios. Com meu próprio dinheiro, produzi “A Volta do Expedicioná­rio Campineiro”, sobre os pracinhas brasilei-ros na guerra. Até hoje guardo o filme com carinho, mas desisti de fazer outros; sai muito caro.Na década de 1950, recebeu um convite da Companhia Vera Cruz para trabalhar como assistente de câmera. mas quando cheguei lá­, tinham trazido um monte de ‘­americanos’ e não tinha mais vaga. Como já­ tinham me contratado, o Renato Consorte, que era produtor, falou que eu podia

A produtora Vertical Filmes, de Carlos Manga Júnior, o Manguinha, e Moisés Pância, transferiu-se para o bairro de Pinheiros, em São Paulo. Os motivos da mudança são dois: além de ter adquirido equipamentos de pós-produção (off-line e Flame), a produtora abriu espaço para receber uma seleção de quatro diretores de cena que, ao lado de Ma­n­gu­i­n­ha­ (5) e Ca­í­to­ Orti­z (2) formarão a nova equipe da casa. Os novos con-tratados são Pa­u­lo­ Ga­ma­ (3), Ma­rce­lo­ de­ So­u­za­ (4), Le­a­ va­n­ Ste­e­n­ (1) e Ma­n­i­to­u­ Fe­li­pe­ (6).

Quem vê a fachada da casa térrea em uma rua tranqüila da zona Leste de São paulo não imagina o tesouro escondido nos fundos. Aos 82 anos, Antonio dourado tem a história do cinema guardada naquele galpão. desde os 20 anos, sua vida tem es-tado diretamente ligada ao cinema. E os equipamentos com que trabalha contam um pouco dessa história.

Antoni­oDou­rado

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ficar e trabalhar como ator. Eles pagavam a mesma coisa, então fiquei. Nesse período, Dourado participou de três produções nacionais como figurante. Estava ao lado de Tonia Carrero e Anselmo Duarte em “Tico-Tico no Fubá” (Adolfo Celi, 1952), de Mazzaropi em “Sai da Frente” (Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida, 1952) e em “Uma Pulga na Balança”, de Luciano Salce. Depois que deixou a Vera Cruz, quando a empresa fechou suas portas, começou a trabalhar com equipamentos de projeção. Às vezes fechava um cinema, daí eu ia lá­ e comprava tudo. Arrumava e depois vendia para outros cinemas. Só que hoje não tem mais isso, por-que não tem mais cinema em todo lugar, como antes. Hoje só tem cinema no shopping. Ao mesmo tempo, também fazia trabalhos como cinegrafista, participando da produção de documentários, principalmente. Conheceu os principais produtores de reportagens para o cinema: Jean Manzon, Primo Carbonari, Carlos Niemeyer.Aos poucos, também foi comprando outros tipos de equi-pamento. Tem dois telecines da década de 60, adquiridos de emissoras de televisão, que usavam o equipamento para colocar a programação no ar. Esse equipamento servia para passar para vídeo o que estava em película e então transmitir. Eram equipamentos automá­ticos, que eram programados e assim que acabava o pro-grama já­ entrava na hora o comercial. A moviola de seis pratos e todos os projetores — de 16 mm e 35 mm — funcionam perfeitamente.Atento às novas tecnologias, Dourado está impressionado com a qualidade dos DVDs. Para o vídeo, nunca deu bola. o vídeo embolora, mas o dVd é que vai derrubar o cinema. isso você pode escrever aí. um dVd dura para sempre. Também fica intrigado com o preço da cópia, que pode ser comprada no supermercado. os americanos estão fazendo besteira, venden-do uma fita legalmente, com nota e tudo, por R$ 40. Como pode? Eles mesmos vão acabar com o cinema...

A TV 7 - Vídeo Comunicação, produtora independente de tele-visão do Grupo Traffic (do empre-sário J. Hawilla) contratou recen-temente os publicitários Ra­fa­e­l Mo­re­n­o­ (9), ex-Bandeirantes e Rede TV, Ne­lso­n­ Pe­rpé­tu­o­ (8), ex-Noar Filmes, e Jô­ Ma­tto­s (7), ex-Cena 1, para reforçar sua equipe de vendas. Eles atuarão como executivos de atendimento da produtora - lançada no mercado em setembro do ano passado.

Ado­l pho­ So­rma­n­i­, diretor comercial da TV1 Digital, passa a acumular o cargo de diretor executivo da divisão de produção de vídeos, documentá-rios, programas de TV e TVs executivas para o mercado corporativo do Grupo TV1, onde está há oito anos. Sormani é economista e publicitário, e já passou pelas agências MPM Lintas, ALMAP/BBDO e Salles DMB&B.

A Prodigo Films reforçou sua equipe. A empresa contratou o diretor Ma­rci­n­ho­ Ma­rti­n­s (12), ex-Espiral Filmes, que fará parte do time do qual já integra a diretora Na­n­á­ Sa­ya­n­e­s (11) e o diretor de cena Fa­bi­a­­n­o­ Li­po­ro­n­i­. Além disso, segundo o diretor comercial Ca­o­ Qu­i­n­ta­s (10), a produtora investiu recentemente R$ 1,5 milhão em melhorias

do estúdio, criação de uma central técnica, beta digitais, e aqui-sição de duas ilhas de edição adicionais sem compressão.

O diretor de fotografia Wa­lte­r Ca­rva­lho­ exibe sua produção fotográ-fica de mais de 30 anos até 4 de maio no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro. Depois, a mostra viaja por outros estados brasileiros. A exposição contempla várias fases da produção de Carvalho, que começou como fotógrafo still e nunca abandonou sua câmera. Sem-pre em preto e branco, as fotos não têm, necessariamente, a ver com os filmes que fotografou. São mais de 80 fotos, de várias cidades no Brasil e no mundo.

O diretor e produtor Se­rgi­o­ Ma­rti­n­e­lli­ pes-quisou a história dos estúdios Vera Cruz. O

resultado está no livro “Vera Cruz - Imagens e História do Cinema Brasileiro”, lançado no último dia 2 de abril, na Cinemateca Brasilei-ra. O livro utiliza imagens do acervo do estú-dio, que contam parte importante da história do cinema nacional.

He­lo­i­sa­ Ge­o­rge­ é a nova contratada da Euge-

nioWG para a área de aten-dimento, na divisão que atende o mercado imobiliá-rio. Heloísa traz no currículo passagens por agências como DM9DDB, pela área de mark­eting em empresas e também na produção de comerciais, tendo trabalha-do recentemente na Made to Create, Seqüência Cine-matográfica e Side Cinema.

Mudança no SBT: Ca­rlo­s Mi­ssi­ro­li­ deixa a diretoria comercial e sua carteira de clientes deve ser acumulada pelo também diretor comer-cial Ru­be­n­s Ca­rva­lho­.

Ca­the­ri­n­e­ Du­vi­gn­a­u­ assumiu a coordenação do departamento de relações internacionais da agência Bates Brasil. Sua missão é promo-ver o intercâmbio entre a Bates Bra-sil e outras agências do grupo.

A Talent contratou Fá­bi­o­ Bra­n­ca­te­lli­ e Mo­a­cyr Gu­i­ma­rãe­s para os cargos de super-

visor de contas de atendimento e diretor de grupo de contas de mídia, respectivamente.

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eliminar ou não o atual limite, imposto desde 1996, que permite que uma rede de TV aberta alcance no máximo 35% do total da audiência potencial dos EUA. Por ordem do Congresso dos EUA, este limite deve ser revisto a cada dois anos. Até hoje não foi eliminado. A NAB, hoje formada principalmente por pequenos e médios broadcasters, luta pela manutenção do chamado “cap”. Já as grandes redes CBS, Fox e NBC defendem o seu fim, em uma disputa que levou à saída das três grandes da associação há dois anos. No “pacote” de regulamentação sobre o assunto estão também na mesa da FCC os limites de propriedade cruzada de diferentes mídias em uma mesma localidade e a propriedade cruzada de emissoras locais.

CongressoComo em todos os anos, o congresso da NAB é uma exce-lente oportunidade tanto para quem se interessa pelas novidades tecnológicas quanto pela política de radiodifu-são e telecomunicações norte-americana.

E, para mostrar que a convergência volta a ser um tema importante, a palestra de abertura da conferência de engenharia será feita no dia 6 de abril por Leonardo Chiariglione, VP do Telecom Italia Lab, de Torino, falando sobre mídia digital.

A palestra de abertura do presidente da associação Eddie Fritts, no dia 7 de abril, será um balanço da indús-tria nos EUA, do ponto de vista de mercado e regulatório. E só para ficar no mundo dos figurões, quem comanda o almoço de boas-vindas é o chairman e CEO da Walt Dis-ney Company, Michael Eisner. Já o dia 8 começa com a apresentação do chairman da FCC, Michael Powell, que tratará de temas polêmicos como os limites de proprieda-

AA feira e congresso da NAB (National Association of Broadcasters) deste ano acontecem em clima de bata-lha. Mas não é só do Iraque que estamos falando.

Dois temas devem ocupar a discussão política entre os radiodifusores norte-americanos: a lentidão no avan-ço da TV digital e as regras de limite de propriedade de emissoras. Em relação à TV digital, o conflito entre a NAB e a NCTA, associação das operadoras de TV a cabo, ficou explícita nas últimas semanas, quando ambas trocaram acusações de que a outra estaria retar-dando o desenvolvimento da DTV nos EUA. A NAB diz que as operadoras de cabo (através das quais a maioria dos americanos recebe seus sinais de TV) não retransmitem os (poucos) canais locais já digitalizados, desestimulando assim a compra de receptores digitais. Já a NCTA diz que as emissoras locais querem cobrar pelos canais digitais, que segundo eles trazem a mesma programação dos canais analógicos originais (que eles já transportam). A briga só deve esquentar.

Mas quente mesmo é o debate sobre as regras de pro-priedade de emissoras de TV aberta, que já se alonga por alguns anos. Está nas mãos da FCC (a Anatel dos EUA)

Além do desafio de fazer sua feira em meio à guerra, associação tenta mais uma vez mostrar sua força nos conflitos com o cabo e as grandes redes.

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abril de 2003

Prê­mioA NAB instituiu este ano, pela primeira vez, um prêmio para os equipamentos e sistemas que se destacarem na feira da associação. A partir da NAB 2003 os visitan-tes poderão votar nos produtos que ganharão o NAB Award for Innovation in Media (AIM), nas categorias Criação de Conteúdo, Gerenciamento de Conteúdo e Entrega de Conteúdo. Serão eleitos cinco vencedores em cada categoria.

A aposta da NAB

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andrémermelstein | fernandolau­ter­[email protected] [email protected]

de cruzada de meios de comunicação e o tratamento dado nos EUA à “baixaria” na televisão, assunto muito próximo aos bra-sileiros. Em seguida, há uma sessão com os “comissioneers” da FCC (equivalentes no Brasil aos conselheiros da Anatel), que também abordarão as questões regulatórias mais importantes do setor.

Além destas sessões especiais, dezenas de outros painéis discutirão o presente e o futuro de tecnologias como os sistemas de edição de vídeo digitais, mídia para banda larga e dispositivos móveis, TV interativa, webcasting entre outras.

EspaçoProblemas à parte, a NAB 2003 começa com uma boa notícia para os visitantes. Acaba o vai-e-vem entre o Las Vegas Con-vention Center (LVCC) e o Sands. A partir deste ano, toda a feira e o congresso, que acontecem neste começo de abril, entre os dias 5 e 10, concentram-se no centro de exposições, devidamente ampliado para abrigar ambos.

A organização do evento anunciou que já eram, até o fechamento desta edição, 33 as delegações internacionais registradas para a NAB 2003. Mesmo acontecendo durante a invasão da coalizão anglo-americana ao Iraque, a associação espera bater neste ano o recorde do ano passado, que teve 39 delegações e mais de 20 mil participantes.

Outros números que impressionam: são mais de 1,2 mil expositores, divididos em seis blocos temáticos: Satélite e Tele-comunicações; TV, Vídeo e Filme; NAB Multimedia World e Internet; Rádio e Áudio; Mídias Móveis e um para a RTNDA, a associação norte-americana de diretores de jornalismo ele-trô­nico. Com tudo isso, a feira ainda deve ser menor que a do ano passado.

Isto tudo acontece em meio a um verdadeiro show de novas tecnologias em câmeras, switchers, sistemas de edição, transporte e gerenciamento de conteúdo, animação e efeitos e tudo o mais que envolve o universo da produção.

Entre os destaques da feira estão o Interactive Living Pavi-lion, espaço criado pela Interactive Television Alliance que agregará os mais importantes fornecedores de equipamentos e sistemas de TV interativa, video-on-demand (VOD), t-com-merce etc. Outra área diferenciada é o Digital Media Theater, com as novidades em transmissões ao vivo e VOD. Ainda, haverá uma área dedicada aos sistemas de armazenamento e segurança de conteúdo.

BrasileirosSegundo o presidente da SET (Sociedade Brasileira de Enge-nharia de Televisão e Telecomunicações), Roberto Franco, a associação calcula que levará este ano cerca de 300 pessoas em sua delegação, menos que em anos anteriores. Além dos

SET E Trin­Ta

A SET terá no Las Vegas Convention Center o Espa-ço SETBrasil. A proposta da sociedade é criar um ponto de encontro para os brasilei-ros no evento. Localizado na sala N262, o espaço estará aberto das 9h00 às 18h00 nos dias 7, 8 e 9 de abril. O café da manhã de ade-são e o Encontro SET e Trin-ta acontecerão no mesmo espaço, das 7h00 às 9h00, e terão apresentações téc-nicas de fabricantes e distri-buidores de equipamentos

nos dias 7 e 9 e, no dia 8, um fórum de negócios e de tecnologia com “A Visão dos Executivos Internacio-nais sobre o Futuro da TV Aberta e a Convergência das Mídias”. Já estão confirmados Joe Flaherty (CBS) e Peter Smith (NBC) e devem comparecer ainda repre-sentantes da BBC, NHK, SMPTE e Sony.A inscrição custa R$ 70,00, para sócios, e R$ 140,00 para os não associados.

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fatores econô­micos, Franco avalia que houve muitas desistências por causa da guerra. Ainda assim, a SET mantém seu tradicional encon-tro SET e Trinta (leia box na página anterior), onde os brasileiros da NAB podem ter uma visão mais focada das novidades do evento. Franco diz que além das novidades em equipamentos tradicionais como câmeras, vale a pena ficar de olho em aplicações de arquivo e de transporte de conteúdo via IP.

Para o engenheiro Luiz Carlos Navarro, diretor de planejamento, projetos e expansão da Rede Globo, é importante o acompanhamento da evolução dos sistemas de transmissão digital, não só tecnicamente, mas ana-lisando-se também o desenvolvimen-to do conteúdo, da interatividade e a reação da população a esses avanços.

Em seu “check list” para a NAB, Navarro coloca também os sistemas de captação e edição de imagens de pequeno porte, ou multiuso, que

podem ser operados até por uma pes-soa sozinha, que capta as imagens digitais, edita-as em um laptop e as envia para a emissora.

Para Ricardo Zimelewicz, diretor da finalizadora carioca Link, o mais interessante neste ano são os siste-mas de armazenamento e captura de imagens em alta definição. Além dos telecines e das mesas de corre-ção de cores que trabalham em alta definição, Zimelewicz quer conhecer as novas opções de armazenamento de conteúdo de cinema digital e a integração entre editores e telecines. “Além disso, sempre vou aos seminá-rios dos fabricantes para ver o que há de novo, saber sobre novas ver-sões de software de novos plug-ins”, completa.

Mais uma vez os mais de 1,2 mil estandes da feira abrigarão um ver-dadeiro “sortido” de tecnologia, com equipamentos, softwares e novos con-ceitos. Repleta de novas opções de gra-vação de conteúdo, câmeras compac-tas com qualidade profissional, câme-ras HD tanto para broadcast quanto para cinema digital, novas versões de softwares etc, parece que a feira este ano não se destacará pela apresenta-ção de uma única nova tecnologia revolucionária, mas pela apresentação de soluções para diferentes negócios e, principalmente, diferentes bolsos.

TEla ViVa n­a n­aB 2003Como sempre, Tela Viva estará presen-

te com seu estande na NAB 2003. Anote

a localização: estande C397. Na edição

de maio da revista você acompanha a

cobertura completa do evento.

A feira deste ano terá­ mais de 1,2 mil expositores. Ainda assim a á­rea total e o número esperado de visitantes são menores que os de 2002.

Foto: Divulgação

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OOs videofones são a vedete da guerra dos EUA e Inglaterra contra o Iraque. Mas esse equipamento é muito mais do que um simples telefone que capta e transmite imagens de vídeo. São vários aparelhos interligados que cabem, dependendo das aplicações, em uma ou duas maletas do tipo usado para se carregar laptop. Enquanto a maioria das grandes emissoras de televisão, como a CNN, utiliza um equipamento da britâ-nica 7E Communications, a Globo decidiu desenvolver um sistema próprio na Central Globo de Engenharia (CGE). E o resultado surpreendeu: tem mais recursos e é mais barato do que os similares do mercado.

Batizado de “kit correspondente”, o sistema é composto por um laptop comum com softwares de edição de vídeo e uma câmera profissional DVCam. Numa outra maleta, vai uma antena quadrada, também do tamanho de um laptop.

Basicamente são duas as aplicações. Na primeira situa-ção, o repórter capta as imagens na câmera, carrega-as para o laptop, grava e edita o material. Depois, conecta o computa-dor à Internet e transmite o resultado final para a emissora, com taxa de 1,5 Mbps em MPEG-4. Como o modo de trans-missão é “store and forward”, o material de um minuto, por exemplo, pode consumir entre 15 e 20 minutos para ser enviado. Mesmo assim, o envio de imagens pela Internet reduz em até dez vezes os custos em comparação aos outros sistemas de transmissão disponíveis. Neste caso, a qualidade de imagem é bastante superior à outra aplicação possível desse equipamento: a de entradas ao vivo.

Para transmissão ao vivo, o kit da Globo permite que o repórter conecte o laptop pela antena através de conexão de dados via satélite, pelo sistema Inmarsat. As imagens da câmera passam pelo laptop, que joga o sinal para um dos saté-lites da Inmarsat, numa taxa de 64 kbps de transmissão. O satélite leva o sinal até o centro de transmissão da Inmarsat, na Noruega, que de lá é transmitido para o Brasil via rede ISDN ou Internet. Na sede da Globo, o sinal é codificado e transformado em vídeo com qualidade um pouco inferior, pois chega com uma compressão que pode ser até de cinco mil para um, sem contar a imagem entre 7 fps e 10 fps (a imagem do broadcast é de 30 fps). O equipamento funciona

como um canal de transmissão e recepção, ou seja, o corres-pondente pode acompanhar o que está no ar. O delay (ida e volta) fica na casa dos 3 a 4 segundos.

A vantagem, no entanto, é incontestável: o jornalista pode entrar ao vivo de qualquer lugar do mundo. A Globo vem utilizando o equipamento desde 2001, durante a viagem de Gerard Moss pelo mundo em um motoplanador; depois na guerra do Afeganistão; e, mais recentemente, na viagem de Glória Maria à China e na de Clayton Conservani à Antár-tida. De 2001 para cá, o kit teve algumas alterações, pelos próprios engenheiros da CGE.

A Globo tem cerca de nove kits correspondentes, todos em operações da emissora, incluindo São Paulo, Nova York, Tóquio e Roma. Agora, está realizando testes do equipamen-to com algumas das suas afiliadas.

A CNN informa que todos os seus videofones utilizados na guerra são Talking Heads, da 7E, apesar de ter também em seu parque outras marcas, e a transmissão para a sede em Atlanta está sendo feita principalmente pelo sistema da Inmarsat, com velocidades de 64 kbps ou 128 kbps, depen-dendo se o correspondente usa uma ou duas linhas de telefo-ne. No entanto, a CNN chama a atenção para os telefones via satélite da Inmarsat com sistema de navegação. Uma antena geoestacionária localizada numa plataforma giroscópica den-tro de uma cúpula protetora permite o envio de sinais do videofone em movimento. O equipamento está sendo usado em aviões e sobre vários tanques, que atravessam o deserto a velocidades entre 64 e 80 km/h. Apesar disso, a antena não perde a conexão com o satélite.

Na fronteiraCom a inviabilidade de se obter vistos de entrada no Iraque, os correspondentes das emissoras brasileiras estão no máxi-mo nos países vizinhos. Com equipes próprias só estão

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Videofone é a estrela da guerra

ENGENHEIROS DA GLOBO DESENVOLVEM

INTERNAMENTE EQUIPAMENTO DE TRANSMISSãO

à DISTâNCIA. EMISSORAS SE ESFORçAM PARA

COBRIR A SITUAçãO NO ORIENTE MéDIO.

tecnologia

Foto: Divulgação

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Globo e Rede TV!, pelo menos até o fecha-mento desta edição.

A Rede TV! enviou dois jornalistas para a Jordânia. Eles levaram laptops com software de edição e de gravação e iriam alugar um telefone via satélite no local para entrar com áudio ao vivo na pro-gramação. “A expectativa é mostrar a dificuldade de se cobrir essa guerra. Eles vão registrar os passos, os recur-sos... será como um roteiro”, diz José Emílio Ambrósio, diretor executivo de jornalismo da emissora. Antes de deixar o Brasil, os dois jornalistas rece-beram da Reuters um guia de “como se vai à guerra”.

A Globo também teve um cuidado extra com seu pessoal. Todos os envolvi-dos na cobertura fizeram o curso Hostile Environments and Emergency First-Aid, ministrado pela britânica Centurion Risk Assessment Services, e ainda estão equipa-dos com máscaras contra gases tóxicos. Pela Globo, Marcos Uchô­a, Eric Hart e Sergio Golz estão no Kuwait. Luiz Carlos Azenha e Sherman Costa estiveram em Bagdá, no Ira-que, mas o visto expirou e, sem obter nova autorização, voltaram para Nova York. Há ainda repórteres em Londres, Roma, Líbano e Israel.

As demais emissoras optaram por não enviar correspondentes. A Gazeta, porém, conta com o trabalho de freelancer da jor-nalista portuguesa Mafalda Avelar, que está no Kuwait. Tem correspondentes, também free-lancers, na Itália (Assimina Vlahou) e Argentina (Roberto Pêra), e colhe notícias

da agência Reuters. Além disso, substituiu na tela a marca d’água do seu logo pela palavra “PAZ”.

A Bandeirantes enviou, em feverei-ro, o jornalista Herbert Moraes para o

Iraque, que fez várias matérias especiais com uma câmera MiniDV da Sony. Ele levou um videofone, adquirido pela Band, mas que foi confiscado pelo Iraque. Pode ser escalado a qualquer momento para voltar para a região. A Band criou o “núcleo de guerra”, em São Paulo. E, para a cobertura do conflito, conta com correspondentes em Washington,

Londres e Buenos Aires, além de comen-taristas especializados em Paris e Rio de Janeiro. Além disso, tem um tradutor no estúdio, ao lado de Roberto Cabrini, para traduzir o áudio do canal Al-Jazeera, cujas imagens estão sendo utilizadas pela emissora. Usa ainda material da CNN, CNNi e Reuters.

Na Record, uma equipe de 30 pro-fissionais do “Jornal da Record” estão focados na guerra, mas nenhum foi enviado ao local do conflito e nem há previsão disso, assim como no SBT. A emissora de Silvio Santos está usando

imagens e informações da CNN e de agências de notícias.

O grupo RBS conta com Oziris Marins, que está em Amã, na Jordânia, para a cobertura, principalmente, para a Rádio Gaúcha e jornal Zero Hora. Marins também vem entrando apenas

com áudio na RBS TV, retransmissora da Globo no Sul do País. Marcelo Rech, dire-tor editorial dos jornais da RBS, vê a guer-ra atual como a primeira efetivamente em banda larga. “Há um direcionamen-to da cobertura para diferentes níveis de tecnologia”, diz Rech, relembrando 1991 quando cobriu a Guerra do Golfo. E ele compara: na primeira, a transmis-são era limitada ao telefone em Amã, enquanto hoje o repórter pode enviar informação de qualquer lugar, mesmo em movimento, pelo celular, videofone, Internet. Agora a situação facilita a agili-dade e permite a mobilidade.

Equipamentos como os Talking Heads já­ permitem até transmissões feitas de aviões ou tanques.

[email protected]

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UUma das mais modernas e bem equipadas emissoras de TV do Rio Grande do Sul fica dentro de uma universidade. A Unisinos, Universidade do Rio do Sinos, é um enorme com-plexo de 90 hectares localizado em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre. No subsolo do prédio da Faculdade de Comunicação funciona, há dois anos, a TV Uni-sinos. A programação vai ao ar pela Internet e em circuito interno de TV para toda a universidade, através de 300 moni-tores espalhados pelo campus onde circulam, por semana, 35 mil pessoas.

A equipe é formada por jornalistas e professores trei-nados para se tornar apresentadores. Eles produzem dez programas de formatos variados, como debates, entrevistas e jornalismo, o que representa, em média, uma hora de programação inédita por dia. O objetivo da TV é divulgar a produção científica da universidade e provocar a reflexão, a crítica e a discussão. O responsável pela direção da TV é Ale-xandre Kieling, ex-repórter da RBSTV e da Rede Globo, com 20 anos de experiência em jornalismo. “A preocupação que eu tinha não era fazer uma TV educativa, mas não do ponto de vista do que os comunicadores entendem como uma TV educativa, mas uma TV que provocasse a cognição do interlo-cutor, e é por isso que a gente precisa dos professores da área de educação.”

Um exemplo da fórmula que se busca com a experiência televisiva na Unisinos é um programa de entrevistas que fez grande sucesso com os telespectadores, inclusive de outros lugares que também tiveram a oportunidade de assisti-lo graças a um intercâmbio de programação entre as universi-dades do País. O tema era o debate entre as idéias dos filóso-fos Friederich Nietzche e Theodor Adorno, e para isso foi convidado o maior especialista no País sobre cada um deles. “Os entrevistados falaram sobre Nietzche e Adorno como quem fala de Pelé e Ayrton Senna, esse é o exercício que se faz neste tipo de entrevista.” Há dois anos se exercitando, o diretor acredita que a equipe já esteja em forma para dispu-tar o próximo desafio: tornar-se uma emissora educativa em sinal aberto. Aliás, essa sempre foi a meta da TV Unisinos e a única alternativa para levar a programação para fora dos muros da universidade.

O canal 30 em UHF tem estréia prevista para julho. Vai cobrir 14 municípios da região metropolitana de

Porto Alegre e do Vale do Sinos, o que representa 2,5 milhões de potenciais telespectadores.

Também de olho na transmissão aberta, a TV Unisinos fechou, em agosto de 2002, uma parceria com o Canal Futu-ra, pela qual a universidade tem licença para transmitir a programação do Futura e, em contrapartida, produz matérias jornalísticas para o canal. Neste momento, está desenvolven-do o novo projeto do “Tá Ligado”, programa de auditório, espécie de game show sobre conhecimentos gerais que passa-rá a ser feito com escolas do Sul. A programação do Futura continuará a ser transmitida no canal aberto. “Televisão é um hábito. Não dá pra ligar a televisão e não ter nada. Tu tens que estar ali na hora que o telespectador vira o canal. É uma roleta russa, ou tu ganhas ele, ou perde pra sempre”, diz Kieling sobre o papel fundamental da parceria com o Futura para completar a grade de programação e ajudar a conquistar a fidelidade de audiência.

Vanguarda tecnológicaEstrutura técnica para colocar o canal no ar já existe. Os investimentos em equipamentos nesses dois anos consumi-ram US$ 700 mil, “na época em que estavam um por um (o dólar e o real)”, ressalta Kieling. “Temos tudo o que uma tele-visão profissional tem, mas em menor quantidade.”

Não é verdade. Os equipamentos usados pela TV Unisi-nos são mais modernos e de melhor qualidade que os de mui-tas emissoras brasileiras. As reportagens são captadas com seis câmeras DVCam, da Sony. As produções e os programas em estúdio são gravados em DVCPro da Philips, sendo duas câmeras de estúdio e duas para externa. A edição é feita em duas ilhas de corte seco DVCPro ou nas três ilhas não-linea-res. Além disso, há um switcher, central técnica e um estúdio com dimensões de TV profissional.

Sobre a escolha do tipo de equipamento, Kieling entende que o DVCPro “é uma tendência no jornalismo americano e mundial. A resolução é bem superior às 700 linhas de defini-ção do NTSC analógico e a definição de contorno, contraste, luminância e crominância é muito acima da média dos equi-

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educativas

Universidades gaúchasmergulham na TV

INSTITUIçõES DE ENSINO NO RIO GRANDE DO

SUL INVESTEM EM EQUIPAMENTOS E INFRA­

ESTRUTURA PARA MONTAR TVS EDUCATIVAS.

Fotos: Divulgação

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pamentos standards digitais”.Foi com uma câmera DVCPro que a

TV Unisinos gravou o documentário “Hei-mat”, sobre a comunidade alemã no Vale do Sinos, dirigido pelo próprio Kieling e depois transferido para 35 mm. “Todo o mundo achava que tinha sido feito em 16 mm e depois passado para 35 mm”, conta. Uma versão de cinco minutos do documen-tário foi exibida nas salas de cinema de todo o País antes da sessão de “A Paixão de Jacobina”, filme de Fábio Barreto.

Os alunos do curso de comunicação também podem usufruir de uma estrutura de causar inveja a estudantes de outras

faculdades. Eles dispõem de um pequeno estúdio, uma ilha de corte seco, três ilhas de edição não-linear e 26 com-putadores com capacidade para editar texto e imagem. As melhores reportagens tam-bém são aproveitadas na pro-gramação da TV.

Em Passo Fundo, região central do Rio Grande do Sul, outra universidade se prepara para estrear em

canal aberto. A UPFTV, emissora da Uni-versidade de Passo Fundo, que transmite três horas e meia diárias de programação através do cabo, aguarda para este ano a liberação da concessão de um canal de TV em VHF, que vai cobrir 20 municípios da região. O pedido já foi aprovado pela Câma-ra dos Deputados e está sendo analisado pelo Senado. No ar desde maio de 2001, a UPFTV funciona no prédio da Faculdade de Artes e Comunicação com uma equipe de 13 funcionários entre repórteres, edito-res, cinegrafistas e técnicos, além de oito estagiários selecionados na própria faculda-

de. Estes profissionais e alunos produzem programas de variedades e jornalísticos com o intuito de divulgar as atividades científicas da universidade e projetos de pesquisa que contribuem para melhorar a vida da comunidade. As imagens são cap-tadas em câmeras Betacam analógicas e DVCPro da Panasonic. A edição em corte seco também é feita com tecnologia mista: há uma ilha Betacam e outra DVCPro, além de uma estação para edição não-linear Matrox. A UPFTV está comprando mais uma câmera e uma ilha apostando na tecno-logia digital. “Nós optamos pela tecnologia DVCPro da Panasonic. Hoje a estrutura é híbrida, mas a intenção é transformar tudo, desde a captação até a exibição, em digital”, explica Henrique Fonseca, coor-denador da UPFTV.

Além de equipamentos, a preparação para se tornar um canal aberto passa pela contratação de profissionais com experiência no mercado. Henrique Fon-seca assumiu o projeto depois de 15 anos

mô­nicateixeirade Porto Alegre

[email protected]

TV unisinos: investimento de uS$ 700 mil em equipamentos nos últimos dois anos.

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como chefe de reportagem e editor-chefe na RBSTV, afi-liada da Globo no Rio Gran-de do Sul. “A intenção é mes-clar profissionais experien-tes em televisão, sem deixar a contribuição da formação acadêmica de lado.” Até o meio do ano, a TV deixará a sede da Faculdade de Artes e Comunicação e se mudará para um prédio construído para abrigar, além da TV, uma rádio FM que aguarda aprovação da concessão pelo Congresso. A expectativa é de que o canal aberto esteja no ar até o fim do ano. “Nosso objetivo é oferecer uma alternativa de programação local mais ampla que a da RBS, com 11 minutos diários, e a do SBT, que tem um pouco mais, mas obe-dece a uma programação engessada da cabeça-de-rede”, argumenta Fonseca.

Mesmo com o canal aberto, a UPFTV não terá estrutura nem fô­lego para man-ter programação no ar durante todo o

dia. Atualmente, há uma parceria com a TV Educativa do Rio Grande do Sul, que ajuda a preencher as 16 horas transmiti-das diariamente pelo canal universitá-rio, das 8h à meia-noite. O sinal da TVE chega à universidade via satélite e de lá viaja com a programação produzida na universidade por fibra óptica até a sede da Net, a três quilô­metros do campus. A UPFTV ainda não decidiu se vai manter a parceria com a TVE para o canal aber-to e estuda outras alternativas. “Mas nós não vamos nos afastar da nossa missão, muito presente na formação e consolida-

ção da Universidade de Passo Fundo como uma instituição comunitária, que é a prestação de serviços, a cida-dania, a cultura, a difusão do conheci-mento. Vamos buscar parcerias com canais que tenham esse perfil muito claro.” A proliferação dos cursos de comunicação no País e a garantia de um canal de veiculação da produção acadêmica através da Lei do Cabo são apontadas por Fonseca como as prin-cipais responsáveis pelo desenvolvi-mento das emissoras universitárias. “As universidades se deram conta de

que, como meio de produção de conheci-mento, elas têm como prover os canais e mostrar para a comunidade o que a universidade faz.”

IgrejaA Ulbra, Universidade Luterana do Bra-sil, é outra com planos de investir em televisão. A concessão de um canal aber-to ela já conseguiu. O decreto legislativo foi publicado no Diário Oficial em 3 de dezembro do ano passado e, mesmo tendo prazo até dezembro para come-çar as transmissões, por enquanto, não

programas atingem espectadores de outros lugares, graças a intercâmbio entre escolas.

32 educativas abril de 2003

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adianta quais são os projetos para a futura emissora.

Em Porto Alegre, a Pontifícia Universidade Católica participa do consórcio de universidades que admi-nistra o canal 15, de programação universitária. Recentemente, a PUC fechou a VideoPUC, o setor responsá-vel pela produção dos programas para a TV, e transferiu a estrutura, assim como a responsabilidade de fornecer programação para o cabo, aos alunos do curso de comunicação. A mudança faz parte da reestruturação da Faculdade de Comunicação Social: “A estrutura que tínha-mos era velha, não atendia mais à qualidade do ensino”, explica Gerô­nimo Braga, diretor da faculdade. “O aluno não participava.” A partir de agora, o diretor planeja aumentar a produção dos próprios alunos, restrita a dois programas semanais. “Numa primeira etapa, vamos ter um noticioso diário e, depois, duas edições por dia.” Mas as mudanças vão além da programação. A universidade quer entrar na era digital.

Para isso, ela está gastando cerca de R$ 200 mil. Os atuais equipamentos Super VHS e Beta começam a ganhar a companhia

de câmeras Mini DV e de mais computado-res para edição não-linear. A antiga Video PUC se transformará no Centro de Produ-ção Multimídia com oito câmeras Mini DV Sony e oito ilhas Power Mac, onde alunos estagiários terão aulas sob a supervisão de professores. “Cada vez mais, o jornalista pode mexer com a tecnologia ele mesmo. A idéia é mostrar a essa gurizada que eles podem fazer tudo e prepará-los para o merca-do de daqui a dois ou quatro anos”, explica Eduardo Pellanda, coordenador do estágio em jornalismo online.

Um dos projetos mais inovadores rea-lizados com os alunos é a transmissão de

vídeos usando laptops sem fio e câmeras digitais através da Inter-net. “É uma experiência fantástica de transmissão ao vivo, com tecno-logia relativamente simples”, diz Pellanda. Isso é possível graças a uma tecnologia obtida em parceria com a Apple. São bases dispostas ao redor do prédio da faculdade, formando uma rede sem fio que per-mite conectar-se à Internet usando ondas de radiofreqüência.

A PUC já tem hoje um labora-tório com 25 iMacs G3 com capacidade de editar vídeo, áudio e páginas para a Internet e um servidor Power Mac que transmite vídeo pela rede. E está prestes a inaugurar um centro de treinamento com equipamentos Apple, entre eles computa-dores G4 e Power Macs com gravadores de DVD. Será o primeiro no Sul do País. “É um projeto de extensão universitária, onde vamos dar aulas e oficinas de soft-wares de edição de vídeo, áudio, multimí-dia, Internet e autoria de DVDs”, explica Pellanda. “Os profissionais que estão no mercado não vão precisar mais ir até São Paulo fazer esse tipo de treinamento.”

Emissora do Vale dos Sinos estréia em julho canal em uHf com alcance em mais de 14 cidades.

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case

Fotos: Gerson Gargalaka

EEstreou em março, na Rede Globo, uma nova fase do traba-lho do diretor Luiz Villaça e da atriz Denise Fraga. “Dias de Glória” é uma evolução das experiências que vêm sendo desenvolvidas nos últimos quatro anos, com o objetivo de colocar uma pitada de dramaturgia no “show da vida”.

Tudo começou com “Retrato Falado”, quadro em que Denise interpretava uma personagem real, que enviava uma história de sua vida para a emissora. Em meados do ano passado, durante a Copa do Mundo, Denise passou a encarnar a torcedora fanática do Brasil, cuja história de vida se confundia com as venturas e desventuras do futebol canarinho, no quadro “Copas de Mel”. E, no final do ano, o especial “O Ano de Glória” foi o embrião do novo projeto. Denise transformou-se na desempregada Glória, que con-tava as peripécias de sua vida ao mesmo tempo em que se fazia a retrospectiva dos principais fatos de 2002. “Quando acabamos de fazer ‘O Ano de Glória’, sacamos que podia ser um caminho interessante esse de integrar mais a dramatur-gia com o jornalismo”, explica Villaça.

Foi então que surgiu a proposta de “Dias de Glória”. A cada semana, a personagem relembra os fatos mais marcantes da semana ao mesmo tempo em que conta suas pequenas tragédias cotidianas. “Desde o ‘Copas de Mel’, estamos trabalhando cada vez mais contra o tempo, com assuntos mais jornalísticos. Mas lá o tema era um só, futebol. Agora começamos a decidir na terça-feira o que vai ao ar no domingo, mas tudo pode mudar até o final da semana”, diz o diretor.

O grande desafio da equipe do programa é justamente a produção. A agilidade tem de ser praticamente a mesma dos programas jornalísticos. Na segunda-feira, é esboçado

o primeiro roteiro. A reunião acontece logo depois do “Jornal Nacional”. Na terça, a equipe se reúne novamen-te e produz a primeira escaleta. Na quarta começam as gravações e o roteiro ainda sofre mudanças. “A base do programa é sempre a casa da Glória. Ela sempre passa por ali, onde assiste a televisão”, conta Villaça. Na quinta-feira são gravadas as cenas em locação e na sexta começa a edi-ção, com a inclusão dos efeitos especiais. Sábado o progra-ma é gerado para o Projac, onde é revisado e masterizado para a exibição no domingo.

Equipe integradaComo o programa vai ao ar dentro do “Fantástico”, uma das grandes preocupações da equipe sempre foi criar uma imagem que sobressaísse e, ao mesmo tempo, ficasse claramente diferenciada. Para isso, toda a equi-pe desenvolveu em conjunto o “look” do programa. Diretora de arte, diretor de fotografia, maquiadora e figurinista, além do diretor, criaram a personagem e também sua casa.

“Nossa luz é mais contrastada do que costuma ser na TV, usamos um tom de pele mais branco para a Denise e mais azu-lado em geral. Procuramos criar uma fotografia atual, com uma certa modernidade, e muitas referências de cinema. Na verdade, tentamos nos aproximar do que foi feito no filme ‘Amores Brutos’”, diz o diretor.

Para isso, a equipe pô­de contar com um dos grandes

COM EQUIPE INDEPENDENTE, “DIAS DE GLóRIA”

REQUER ESFORçO DOBRADO PARA LEVAR à

TV MISTO DE JORNALISMO E FICçãO.

Um curta por semana

Luiz Villaça e denise fraga

Equipe conta com certa independência dos padrões globais, e desenvolveu um jeito próprio de produzir.

34tela vivaabril de 2003

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trunfos do programa, que é justamente uma certa independência dos padrões globais. Como tudo é feito em São Paulo, por pessoas contratadas, mas que não fazem parte do staff da emissora, foi pos-sível desenvolver uma maneira própria de gravar e editar.

As imagens são captadas em uma câmera Beta digital, mas toda a sua eletrô­nica foi alterada pelo especialista Gyula Kolozsvari e pelo diretor de foto-grafia Marcelo Coutinho, com a equipe de engenharia da emissora. A pós-produ-ção é feita nos EstudiosMega, onde são aplicados os efeitos e a composição de imagens. “Conseguimos dar um efeito de ‘film look’, usando o desentrelaça-mento das linhas da imagem. Em vez de trabalharmos com os fields próprios da câmera de vídeo, trabalhamos em frames, o que faz com que o movimento tenha um outro ritmo”, explica Couti-nho. A imagem captada em vídeo passa por um transfer tape-to-tape na pós-produção, no equipamento Restore dos EstudiosMega.

A edição é feita no Avid, a marcação de luz e os efeitos especiais são inseridos no Henry e a imagem é trabalhada no Restore, equipamento com o qual tam-bém se faz o restauro de filmes antigos. “Usamos os recursos mais modernos e trabalhamos o vídeo como se faz no cinema atualmente, com todos os plug-ins. Com isso, colocamos um pouco de grão na imagem para se parecer ainda mais com cinema”, completa o diretor de fotografia.

Como a equipe vem se mantendo desde o início de “Retrato Falado”, as pesquisas técnicas vão se aprofundando. As câmeras tiveram seus ajustes inter-

nos alterados, para chegar ao resultado de cor, contraste, gama, saturação e defi-nição desejados.

Todos os detalhesToda a equipe trabalha em função desse resultado estético e também das condições de produção. A maquiadora Simone optou por uma maquiagem bem leve para a atriz, realçando sua pele branca e também os olhos, para que ficassem bem vivos. “Como no ‘Retrato Falado’ a Denise interpretava persona-gens bem diferentes, usamos muitas perucas. Então decidimos manter isso e testamos mais de 80 até chegar a uma que desse a irreverência da perso-nagem que queríamos. Usar peruca é muito mais prático, fica sempre igual e economiza um tempo enorme de prepa-ração”, explica a maquiadora.

O mesmo conceito foi utilizado no figurino. Em primeiro lugar, foram defi-nidas as cores, predominando tons de azul e verde além dos vermelhos, assim como no cenário. “A personagem é uma mulher desempregada, mas que gosta de se arrumar, por isso quisemos dar a idéia de que ela mesma transa suas roupas”, conta a figurinista Caia Guimarães. Só que em alguns episódios, a atriz contracena com outros personagens e, nesse caso, seu tra-balho se torna uma verdadeira gincana. “O roteiro sai em um dia e no outro já estamos gravando. Aí temos que correr para produ-zir os outros personagens.”

O cenário principal, que represen-ta a casa da personagem, também foi criado para reforçar a personalidade de Glória. Uma casa no bairro do Brooklin, zona Sul de São Paulo, foi adaptada para ser o apartamento, que também é cheio de detalhes e enfeites.

“Com a possibilidade de trabalharmos em São Paulo, abrimos uma frente de tra-balho e conseguimos uma relação com a equipe como se fô­ssemos uma pequena produtora. Mas ao mesmo tempo temos toda a estrutura da Globo. É como se esti-véssemos rodando um curta por semana, o que, na verdade, é o sonho de muita gente”, comemora Villaça.

[email protected]

guarda-roupas requer flexibilidade parase adaptar às diferentes situações.

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A

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A Araucária Produções Artísticas, orga-nizadora do Festival de Cinema, Vídeo e Dcine de Curitiba, está produzindo um longa-metragem usando mão-de-obra local. O filme “Terra Vermelha”, baseado no livro homô­nimo de Domin-gos Pellegrine, foi um dos premiados pelo último edital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econô­mico e Social (BNDES), e ganhou um patrocínio de R$ 500 mil. O projeto visa transformar o Paraná em um pólo de produção cinematográfica. “O Sul ainda não tem

muita representatividade na produção audiovisual nacional, principalmente os estados do Paraná e Santa Catarina”, diz Cloris Ferreira, da Araucária.

Orçado em R$ 4 milhões, o filme será rodado em 35 mm no Oeste do Estado, principalmente em Londrina. A mão-de-obra virá quase toda, cerca de 70%, de profissionais formados nas oficinas de cinema promovidas pela

Araucária, que produz anualmente um curta-metragem de ficção em 35 mm e um documentário em vídeo nas oficinas do festival de Curitiba. Para dirigir o filme e coordenar o trabalho dos recém-formados, foram chamados Ruy Guerra, diretor do filme, e Janaína Diniz, assistente de direção. Para preparar os atores, quem veio foi Sérgio Penna.

“Já fizemos 50 das 160 oficinas previstas”, conta Cloris. As 50 ofi-cinas aconteceram em Londrina e foram divididas em quatro módu-los: roteiro, produção, interpretação (para atores) e assistência de dire-ção. No final de abril devem começar as oficinas técnicas, divididas em temas como direção de fotografia, elétrica, montagem, assistência de câmera etc. Das oficinas serão sele-cionados aqueles que trabalharão no filme. “Todos serão remunerados e ainda poderão aprender muito, traba-lhando com profissionais como Ruy Guerra”, diz Cloris.

Como só foram captados R$ 500 mil dos R$ 4 milhões (R$ 1 milhão para as oficinas e R$ 3 milhões para a produção do longa-metragem), Clo-ris tem se desdobrado para realizar os cursos. “Cobramos entre R$ 50 e R$ 80 dos alunos, dependendo do tema da oficina e ainda estamos colocando dinheiro da Araucária. Também recebemos das empresas locais pequenas doações em dinheiro e ajuda na logística, como alimen-tação e transporte para os professo-res”, explica Cloris. Além disso, as aulas são ministradas em shopping

centers, TVs, universidades e funda-ções que apóiam a ação.

Pelo cronograma estabelecido para a produção do filme, as fil-magens devem começar no início do segundo semestre. O lançamento está previsto para o início de 2004.

Versão barriga verdeNum projeto mais modesto, orçado em R$ 1,2 milhão, a Araucária também está produzindo, em parceria com a RBS, um filme em Santa Catarina. Nos mesmos moldes de “Terra Verme-lha”, “Vale dos Afogados”, baseado em contos de Flávio Cardoso, tam-bém usa 70% de mão-de-obra local. O longa-metragem, que está iniciando a fase de filmagem, tem direção de Geraldo Moraes e Marco Ricca e Lucé-lia Santos no elenco. As filmagens estão sendo feitas em Navegantes e as oficinas, dez no total, foram feitas em várias cidades do Vale de Itajaí.

fernandolauterjung36tela vivaabril de 2003

produção

Paraná faz cinema com pessoal local

LONGA­METRAGEM DIRIGIDO POR RUy GUERRA USOU

MãO­DE­OBRA FORMADA NAS OFICINAS DO ESTADO.

Cena do filme “Terra Vermelha”.

“Todos serão remunerados e aprenderão muito com profissionais como Ruy guerra”, diz Cloris ferreira.

Fotos: Divulgação

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ABRIL

14 a 02/05 — Curso: Edição digital em Avid. Escuela Internacional de Cine y TV, Cuba. Informações no Projeto Proarte Brasil. Fones: (22) 2629-1493 / 9217-1620. E-mail: [email protected] / [email protected].

14 a 02/05 — Curso: Story-board: da palavra à imagem. Escuela Internacional de Cine y TV, Cuba. Informações no Projeto Proarte Brasil. Fones: (22) 2629-1493 / 9217-1620. E-mail: [email protected] / [email protected].

MAIO

05 a 16 — Curso: Roteiro Cinematográ­fico. Escuela Internacional de Cine y TV, Cuba. Informações no Projeto Proarte Brasil. Fones: (22) 2629-1493 / 9217-1620. E-mail: [email protected] / [email protected].

(Vi­tri­ne Tela Vi­va)

A revista TELA­ VIVA promove entre os dias 06 e 0� de maio, o IV Fórum Brasil de Pro-gramação e Produção, que reunirá os nomes mais importantes da produção nacional, tele-visão, TV paga, cinema, governo e analistas do setor.Esta ano o Fórum contará com a mostra Vitrine Tela Viva da Produção Nacional, exibindo produ-ções disponíveis para comercialização em TV, TV por assinatura e homevideo,Fone: (11) 3120-2351. E-mail: [email protected]. Internet: www.convergeeventos.com.br.

07 a 13 — Xii Cine Ceará­ - festival Nacional de Cinema e Vídeo. E-mail: [email protected]. Internet: www.festivalcineceara.com.br.

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27 a 31 — SiggRApH 2003. San Diego Convention Center, San Diego, USA. Fone: (1- 719) 599-3734. E-mail: [email protected].

Internet: www.siggraph.org.

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3 a 5 — SET 2003 - Rio de Janeiro. Pavilhão de Congressos do Riocentro, Rio de Janeiro. Fone: (21) 2512-8747. E-mail: [email protected].

11 a 16 — iBC 2003 - international Broadcasting Convention. Amsterdam RAI, Amsterdã, Holanda. Fone: (44-20) 7611-7500. Fax: (44-20) 7611-7530. E-mail: [email protected]. Internet: www.ibc.org.

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07 a 09 — ABTA 2003. Pavilhão Verde, Expo Center Norte, São Paulo, SP. Fone: (11) 3120-2351. E-mail: [email protected]. Internet: www.abta2002.com.br.

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