“fatores determinantes da estrutura de...

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i FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO “FATORES DETERMINANTES DA ESTRUTURA DE CAPITAL DAS EMPRESAS BRASILEIRAS”. ANDRÉ LUIZ DE SOUZA MARQUES ORIENTADOR: PROF. DR. ROBERTO MARCOS DA SILVA MONTEZANO Rio de Janeiro, 27 de junho de 2011.

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i

FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

DDIISSSSEERRTTAAÇÇÃÃOO DDEE MMEESSTTRRAADDOOPPRROOFFIISSSSIIOONNAALLIIZZAANNTTEE EEMM AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO

“FATORES DETERMINANTES DA ESTRUTURA DE CAPITAL DAS

EMPRESAS BRASILEIRAS”.

AANNDDRRÉÉ LLUUIIZZ DDEE SSOOUUZZAA MMAARRQQUUEESS

ORIENTADOR: PROF. DR. ROBERTO MARCOS DA SILVA MONTEZANO

Rio de Janeiro, 27 de junho de 2011.

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“FATORES DETERMINANTES DA ESTRUTURA DE CAPITAL DAS EMPRESAS BRASILEIRAS”

ANDRÉ LUIZ DE SOUZA MARQUES

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração geral

ORIENTADOR: PROF. DR. ROBERTO MARCOS DA SILVA MONTEZANO

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“FATORES DETERMINANTES DA ESTRUTURA DE CAPITAL DAS EMPRESAS BRASILEIRAS”

ANDRÉ LUIZ DE SOUZA MARQUES

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração geral

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Professor PROF. DR. ROBERTO MARCOS DA SILVA MONTEZANO (Orientador) Instituição: Faculdade de Economia e Finanças Ibmec

_____________________________________________________

Professor PROF. DR. MARCELO CABÚS KLOTZLE Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

_____________________________________________________

Professor PROF. DR. RAIMUNDO NONATO SOUSA SILVA Instituição: Faculdade de Economia e Finanças Ibmec

Rio de Janeiro, 27 de junho de 2011.

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M 658 M623

Marques, André Luiz de Souza.

Fatores Determinantes da Estrutura de Capital das Empresas Brasileiras / André Luiz de Souza Marques – Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2011.

102 P.

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Administração e Finanças.

Área de Concentração: Administração Geral

Orientador: Prof. Dr. Roberto Marcos da Silva Montezano.

1.Estrutura de Capital 2.Empresas brasileiras – Estrutura de Capitais 3.II. Prof. Dr. Roberto Marcos da Silva Montezano (Orientador). III. Fatores determinantes da Estrutura de Capitais das Empresas Brasileiras.

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DEDICATÓRIA

Dedico essa dissertação à minha esposa, Ana Paula e à minha filha, Maria Luiza pela compreensão dos muitos momentos de ausência ao longo deste curso, pelo seu amor e pelo grande apoio incondicional que eu tive e continuo tendo ao longo da minha vida acadêmica e profissional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço especialmente ao Prof. Roberto Montezano por todo o apoio, paciência e

compreensão dispensada ao longo do curso, principalmente, durante a elaboração dessa

dissertação enriquecendo sobremaneira este trabalho com seu conhecimento e suas

experiências acumuladas nos vários anos de estudo e de docência.

Aos Professores Raimundo Nonato e Marcelo Klotzle por dedicarem parte de seu tempo para

fazerem parte da banca examinadora e pelas suas contribuições.

À BB Gestão de Recursos DTVM S.A., grande patrocinadora dessa empreitada e que sem a

sua participação esse projeto não seria viável.

Aos colegas de trabalho Andrea Marinho, Carlos Eduardo, Mauro Faria e Marília Carmo pelo

apoio, incentivo e auxilio ao longo de todo o curso.

Aos meus pais, Dilson Marques e Maria Áurea pela minha criação e por me fazerem ver a

importância da educação e da busca constante do conhecimento. Sem o esforço deles, tudo

isso seria impossível.

.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo identificar, através do modelo de regressão, quais os fatores

determinantes da estrutura de capital das empresas brasileiras de capital aberto, no período de

2001 a 2010, buscando verificar empiricamente os fatores mais relevantes para explicar a

estrutura de capital. A amostra foi composta por empresas brasileiras não financeiras de

capital aberto que não apresentaram valores negativos para ativo total, receita operacional e

patrimônio líquido, que tiveram ao menos uma informação contábil ao longo da amostra e que

apresentaram ao menos uma cotação de fechamento em suas ações durante o período

analisado. Foi utilizada a técnica de regressão em painel não balanceado tendo como variáveis

dependentes o endividamento total, de curto e de longo prazo mensurados a valor contábil e a

valor de mercado. As variáveis independentes utilizadas no modelo foram: benefícios fiscais

não dívidas, crescimento, market-to-book ponderado pelo financiamento externo,

rentabilidade, risco, tamanho, tangibilidade, volatilidade da taxa de juros e do câmbio. Os

resultados empíricos encontrados mostram evidencias que o market-to-book ponderado pelo

financiamento externo, o risco, o tamanho, a tangibilidade, a volatilidade do câmbio e da taxa

de juros são fatores determinantes para estrutura de capital da amostra estudada.

Palavras Chave: Estrutura de Capital, Determinantes, Endividamento, market-to-book

ponderado pelo financiamento externo.

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ABSTRACT

This study aims to identify, through the regression model, what are the main determinants of

Brazilian listed companies’ capital structure between 2001 and 2010, trying to explain

empirically the most relevant factors of capital structure. The sample consisted of non-

financial Brazilian listed companies that didn’t show negative values for total assets,

operating income and shareholder’s equity, which had, at least, one accounting data

throughout the sample and, at least, one closing price in their stocks during the study period.

We used an unbalanced panel data regression technique whose the dependent variables were

total debt, short and long term debt measured at book value and market value. The

independent variables used in the model were non-debt tax shields, growth, market-to-book

weighted external financing, profitability, risk, size, tangibility, volatility of interest rates and

exchange rates. The empirical results showed evidence that the market-to-book weighted

external financing, risk, size, tangibility, the volatility of exchange rates and interest rates are

determinants for capital structure of the sample.

Key words: Capital Structure, Determinants, Indebtedness, market-to-book weighted external

financing, panel data

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo de evidências empíricas Internacionais .................................................... 21�Tabela 2 – Resumo de evidências empíricas brasileiras .......................................................... 29�Tabela 3 – Variáveis Dependentes: Definições ........................................................................ 31�Tabela 4 – Resumo das variáveis independentes: medidas e resultados esperados ................. 40�Tabela 5– Estatísticas Descritivas Variáveis Dependentes ...................................................... 41�Tabela 6– Correlação das Variáveis Dependentes ................................................................... 42�Tabela 7– Estatísticas Descritivas Variáveis Independentes .................................................... 43�Tabela 8– Correlação das Variáveis Independentes ................................................................. 44�Tabela 9– Resultado das Regressões – Variáveis dependentes: valor contábil ........................ 45�Tabela 10– Resultado das Regressões – Variáveis independentes: valor de mercado ............. 50�

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LISTA DE ABREVIATURAS

AC Ativo Circulante

AMORT Amortização

AT Ativo Total

AT. PERM Ativo Permanente

BENEF Benefícios

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BMF Bolsa de Mercadorias e Futuro

CAP. TERC. C. PRAZO Capital de Terceiros de Curto Prazo

COEF. VAR. Coeficiente de Variação

CP Curto Prazo

CRESC Crescimento

DEPR Depreciação

DESP Despesas

DESV. PAD. Desvio Padrão

DIV Dívida

DIV. CP. Dívida de Curto Prazo

DIV. LP. Dívida de Longo Prazo

EBIT Earnings Before Interest and Taxes

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EBITDA Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization

ELP Exigível de Longo Prazo

ESTOQ Estoque

IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado

IMOB Ativo Imobilizado

IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

IPO Initial Public Offering

IR Imposto de Renda

JCP Juros sobre Capital Próprio

LAIR Lucro antes de Imposto de Renda

LAJIR Lucro antes de Juros e Imposto de Renda

LL Lucro Líquido

LP Longo Prazo

M/Befwa Market-to-book ponderado pelo financiamento externo

MARKET-TO-BOOK Valor de Mercado

MERC Mercado

MG. OPR. Margem Operacional

N.S. Não Significante

OPORT. Oportunidade

P&D Pesquisa e Desenvolvimento

PC Passivo Circulante

PIB Produto Interno Bruto

PL Patrimônio Líquido

REC. MERC. EXT. Receita Mercado Externo

RES. FIN. Resultado Financeiro

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RES. OPR. Resultado Operacional

ROE Return on Equity

ROL Receita Operacional Líquida

ROLIGPM Receita Operacional Líquida corrigida pelo IGP-M

SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia

SFN Sistema Financeiro Nacional

TJLP Taxa de Juros de Longo Prazo

TRIB. ARREC. Tributos Arrecadados

US$ Dólar Americano PTAX

VAR. Variação

VENDAS EXT. Vendas Externas

VLR. Valor

VLR. PATR. Valor Patrimonial

VM Valor de Mercado

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SUMÁRIO

1� INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1�

1.1� OBJETIVO ................................................................................................................................................... 4�

1.2� JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ......................................................................................................... 4�

1.3� ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .......................................................................................................... 6�

2.1� QUESTÕES TEÓRICAS ............................................................................................................................ 7�2.1.1� As Teorias de Modigliani e Miller ....................................................................................................... 8�2.1.2� A Teoria do Trade-off ........................................................................................................................... 8�2.1.3� A Teoria do Custo de Agência ............................................................................................................. 9�2.1.4� A Teoria de Pecking Order ................................................................................................................ 11�2.1.5� A Teoria de Market Timing ................................................................................................................ 12�

2.2� EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS ..................................................................................................................... 15�2.2.1� Estudos Internacionais ........................................................................................................................ 15�2.2.2� Estudos Brasileiros ............................................................................................................................. 22�

3� METODOLOGIA DA PESQUISA ...................................................................... 30�

3.1� AMOSTRA E FONTES DE DADOS ....................................................................................................... 30�

3.2� DETERMINANTES DA ESTRUTURA DE CAPITAL ......................................................................... 31�3.2.1� Variáveis Dependentes ....................................................................................................................... 31�3.2.2� Variáveis Independentes ..................................................................................................................... 32�3.2.3� Modelo GARCH ................................................................................................................................ 36�

3.3� MODELO DE REGRESSÃO ................................................................................................................... 37�

3.4� RESULTADOS ESPERADOS.................................................................................................................. 40�

4� RESULTADOS E ANÁLISE .............................................................................. 41�

4.1� ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS ............................................................................................................ 41�4.1.1� Variáveis Dependentes ....................................................................................................................... 41�4.1.2� Variáveis Independentes ..................................................................................................................... 43�

4.2� RESULTADOS ECONOMÉTRICOS ..................................................................................................... 44�4.2.1� Variáveis dependentes com dados contábeis ...................................................................................... 44�

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4.2.2� Variáveis dependentes a valor de mercado ......................................................................................... 48�4.2.3� Síntese ................................................................................................................................................ 51�

5� CONCLUSÕES .................................................................................................. 54�

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 61�

APÊNDICE A – RESULTADOS DAS REGRESSÕES ............................................. 66�

APÊNDICE B – RESULTADOS DOS TESTES DE EFEITO FIXO ........................... 72�

APÊNDICE C – MODELAGEM GARCH................................................................... 78�

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1 INTRODUÇÃO

Ainda hoje, mais de 50 anos após a publicação do artigo de Modigliani e Miller (1958), a

estrutura de capital das empresas ainda é um tema recorrente tanto no meio corporativo

quanto no meio acadêmico. O motivo? A falta de consenso em relação aos seus fatores

determinantes, a grande quantidade de variáveis relacionadas, as diferenças econômicas e de

desenvolvimento do mercado bancário e de capitais e a diversidade de modelos utilizados.

Antes de mais nada, entende-se como estrutura de capital a combinação entre capital de

terceiros, dado pela dívida onerosa de curto e de longo prazo, e o capital próprio, dado pelo

Patrimônio Líquido. Quanto maior a participação do capital de terceiros na estrutura de

capital da empresa, menor será o seu custo de capital. Do lado oposto, a maior alavancagem

financeira aumenta a volatilidade dos retornos e, consequentemente, o risco de falência e

custos de agência.

A estrutura de capital foi e é objeto de diversos estudos realizados ao longo das últimas

décadas, a começar pelo clássico estudo de Modigliani e Miller (1958), onde defenderam a

hipótese de que as decisões relacionadas à estrutura de endividamento de uma companhia não

resultariam em valor para a mesma. O valor da empresa dependeria apenas dos fluxos de

caixa gerados pelos seus investimentos. Modigliani e Miller partiram da premissa da

existência de um mercado perfeito onde não existiriam impostos, custos de transações e

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custos relacionados com a insolvência e liquidação das empresas. Cinco anos depois, os

mesmos autores complementaram o seu estudo com uma análise dos possíveis impactos

causados pelos benefícios fiscais advindos de seu endividamento e concluíram que o valor da

empresa seria dado pelo nível de dívida contraída, e que, segundo os autores, essa relação

deveria ser a mais alta possível. Como dito acima, os autores não consideraram os custos de

transação e os custos e riscos relacionados à insolvência. (MODIGLIANI E MILLER, 1963)

Desde então, vários estudos foram elaborados com o intuito de identificar quais seriam os

fatores que determinariam a estrutura de capital. Harris e Raviv (1991) identificaram

“potenciais” determinantes dessa estrutura. Contudo, até os dias de hoje, o tema é controverso

e não se chegou a um consenso ou a uma resposta definitiva sobre quais seriam os fatores e

determinantes da estrutura de capital das empresas. Estudos realizados em países que possuem

um mercado de capitais mais desenvolvido e efetivo (market oriented) tendem a apresentar

resultados divergentes de países onde a principal fonte de recursos são os bancos comerciais e

os de fomentos (bank oriented).

A teoria clássica de estrutura de capital se baseia na tese de que há uma proporção ótima entre

o capital próprio e o capital de terceiros para cada empresa/setor e que esta estrutura resulta

em vantagens fiscais e em redução do custo médio ponderado pela sua dívida, resultando em

aumento do valor da empresa. Segundo a teoria, à medida que as empresas se afastem deste

ponto ótimo, estas devem captar recursos visando o retorno ao ponto ótimo, maximizando,

dessa forma, o retorno para seus acionistas.

Em quase a sua totalidade, os trabalhos que analisam o tema se concentram nas teorias de

Trade-off, de Agência, Pecking Order e Market Timing. A teoria de Trade-off defende que a

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firma se endivide até um determinado nível onde o valor marginal dos benefícios fiscais sobre

a dívida excedente seja compensado pelo aumento no valor presente dos possíveis custos e

problemas financeiros, tais como, custos de falência, custos com agentes e gastos com

reorganizações. (MYERS, 1984)

A teoria de Agência fundamenta-se nos conflitos entre os administradores, controladores e

credores e estaria relacionada à teoria de Trade-off uma vez que esses conflitos podem

significar o aumento do risco de default, através do aumento dos gastos da empresa e/ou do

maior volume de seu endividamento, podendo, impactar as decisões operacionais, as

oportunidades de investimento e em última análise, o valor da companhia.

Uma das novas linhas de estudo na teoria de custos de agência é a posição do credor enquanto

stakeholder, quando utiliza o veto como ferramenta para impedir decisões que possam trazer

um alto grau de risco. Quanto maior o percentual de capital de terceiros presente, maior será o

risco de inadimplência. Para evitar o aumento desse risco, grande parte dos contratos de

dívida pode trazer limitadores de alavancagem, de pagamento de dividendos, de vendas de

ativos e até de investimentos futuros, os chamados covenants financeiros.

A teoria de Pecking Order baseia-se em uma premissa de assimetria de informação, na qual

os administradores e pessoas ligadas às empresas possuem mais informações da companhia

(saúde financeira, oportunidades de investimentos, riscos embutidos no negócio, etc.) do que

os investidores. Essa assimetria de informação impede os investidores de precificarem

corretamente o valor da companhia, seus investimentos e suas emissões de dívidas e de ações.

A fim de minimizar os impactos dessa assimetria, os administradores buscariam recursos

baseados em uma escala de prioridades, partindo das fontes de menor risco como reservas de

lucro e geração operacional de caixa (recursos internos), passando pelo crédito bancário, pelo

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mercado de capitais e, por último, a de maior risco, a emissão de ações (recursos externos).

(MYERS, 1984)

A teoria de Market Timing baseia-se na idéia de que os administradores se aproveitariam da

irracionalidade temporária do mercado, vendendo ações da Companhia quando esta estivesse

sendo avaliada acima do seu valor justo e recomprando-as quando o seu valor estiver abaixo

do justo. Nesses momentos, o custo de emissão de ações (ou recompra) estaria atrativo,

principalmente, quando comparado a outras fontes de recursos. A teoria, assim como os

estudos referentes ao tema são recentes, com destaque para Barker e Wurgler (2002). Outro

ponto a considerar é o contraponto que ela faz as demais teorias neoclássicas pondo em

cheque a hipótese de eficiência de mercado.

1.1 OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo identificar, através do modelo de regressão, quais os fatores

determinantes da estrutura de capital das empresas brasileiras de capital aberto, no período de

2001 a 2010, buscando verificar empiricamente os fatores mais relevantes para explicar a

estrutura de capital. No período escolhido, houve grande evolução na economia doméstica e

no mercado de capitais, com uma grande quantidade de abertura de capital e listagem na bolsa

de valores brasileira.

1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

A estrutura de capital é um assunto de grande importância para o desenvolvimento e a

sustentação das empresas em qualquer parte do mundo, além disso, a relevância do tema faz

com que essa discussão não fique limitada somente à área financeira da companhia. É comum

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o envolvimento de toda a corporação em discussões que envolvam a necessidade de capital e

a melhor forma de sua utilização.

Em várias situações, a estrutura de capital da empresa é discutida também por vários de seus

intervenientes externos, tais como: investidores, bancos credores, empresas parceiras,

agências de rating e órgãos reguladores. No mundo acadêmico, diversos estudos foram

realizados com o objetivo de se entender e explicar quais os fatores que determinariam a

estrutura de capital e qual seria a teoria dominante. Contudo, as diversidades de variáveis

utilizadas bem como as diferenças econômicas e culturais de cada região dificultam a

convergência para uma única teoria e para um único conjunto de variáveis que possam ser

explicativas da estrutura de capital.

Outro ponto relevante é que uma parcela dos trabalhos realizados se fundamenta na análise do

passivo total, do passivo de curto e de longo prazo como variáveis dependentes. A diferença e

a contribuição deste trabalho em relação aos demais será a utilização das variáveis originadas

no passivo oneroso (que engloba aqueles que geram despesa financeira). Em nossa opinião,

essas variáveis são as que mais se relacionam com o capital de terceiros. Além disso,

analisaremos junto com as principais variáveis utilizadas em diversos estudos, uma variável

que contempla a teoria de market timing adaptada à realidade brasileira. E por último, o

período analisado é um período de maior estabilidade econômica e maior racionalidade dos

mercados de juros e câmbio, ou seja, mais próximos às características dos mercados

desenvolvidos, onde a maioria dos estudos internacionais foi realizada.

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1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

A dissertação contempla outros quatro capítulos além desta introdução. O segundo capítulo

traz uma revisão da literatura relativa aos fatores determinantes da estrutura de capital

começando com o artigo de Modigliani e Miller (1958), analisando e detalhando as principais

teorias que surgiram ao longo dos últimos 50 anos além de uma revisão dos principais artigos

escritos sobre o tema no mundo e no Brasil.

No terceiro capítulo será detalhada a amostra de dados e sua fonte bem como período

selecionado. Adicionalmente, serão identificadas as variáveis dependentes, independentes e o

modelo econométrico utilizado nesse estudo. O quarto capítulo apresenta os resultados

encontrados, as estatísticas descritivas e a análise detalhada de cada resultado buscando traçar

uma relação com as teorias relativas ao tema. O quinto e último capítulo traz a conclusão

deste trabalho, avaliando suas implicações dentro O quinto e último capítulo traz a conclusão

deste trabalho, avaliando suas implicações dentro do mundo corporativo, suas limitações e,

por fim, as sugestões para pesquisas futuras.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 QUESTÕES TEÓRICAS

A estrutura de capital é a combinação entre o capital próprio, pertencente aos acionistas e o

capital de terceiros, formado pelas dívidas e obrigações da empresa. O capital de terceiros

proporciona basicamente dois objetivos, segundo a literatura dominante: o benefício fiscal,

uma vez que o pagamento das despesas financeiras é dedutível do imposto de renda e um

maior controle sobre o fluxo de caixa em função do pagamento das despesas financeiras

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citadas acima. Adicionalmente, exclusivamente no Brasil, outra possibilidade de benefício

fiscal é a distribuição dos lucros como Juros sobre o Capital Próprio (JCP) que, de acordo

com a legislação brasileira, pode ser enquadrado com despesa financeira e deduzido da base

de cálculo de imposto de renda.

2.1.1 As Teorias de Modigliani e Miller

Modigliani e Miller (1958) demonstraram que a decisão de financiamento tomada em um

mercado perfeito, sem impostos e sem custos de transações e de falências, não altera o valor

de mercado da empresa. Nesse cenário, todos os benefícios e os riscos que cercam o

endividamento desaparecem, tornando a dívida sem valor para as companhias. Para

Modigliani e Miller, o valor da firma era determinado pelos ativos reais e não pelas suas

dívidas.

Em seu segundo artigo, Modigliani e Miller (1963) consideraram a importância dos impostos

nas estratégias de estrutura de capital. Eles chegaram à conclusão que, em um mercado em

que há impostos incidentes sobre o lucro das empresas, estas deveriam alavancar ao máximo

os seus balanços em virtude do benefício fiscal. Os autores continuaram sem avaliar o

impacto dos custos relacionados com a probabilidade de falência devido ao alto grau de

alavancagem.

2.1.2 A Teoria do Trade-off

A teoria de Trade-off se baseia na identificação de um nível ótimo de endividamento tendo

como parâmetros os custos e os benefícios dessa dívida. Dentre os benefícios podem ser

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elencados a redução dos custos tributários e a diminuição dos problemas de agência

originados pelo fluxo de caixa livre. Segundo Myers (1984), os custos podem ser classificados

como legais, administrativos (inerentes a um processo de falência), de agência, de

monitoramento, de seleção adversa e os custos gerados pela assimetria de informações.

Um dos motivos que explicam a não permanência das empresas nesse ponto ótimo descrito

pela teoria de Trade-off são os custos de ajustes e de transação. Tanto a emissão de dívida

quanto a emissão de ações trazem consigo custos e despesas relativos à sua estruturação que

impactam a rentabilidade da companhia. Na inexistência desses custos poderíamos admitir

que as empresas permanecessem em seu nível ótimo de capital próprio e de terceiros ao longo

de sua vida. Porém, como os custos de transações fazem parte da realidade das corporações, é

de se admitir que haja uma dispersão em relação ao nível ótimo da estrutura de capital.

Corroborando com a ideia de dispersão, Buscariolli e Bueno (2009) encontraram evidências

que sugerem que as empresas não possuem um único e desejável nível de alavancagem, mas

sim um grupo aceitável de níveis ótimos de capital.

2.1.3 A Teoria do Custo de Agência

Custos de agência são aqueles relacionados a conflito de interesses. Jensen e Meckling (1976)

identificaram dois tipos de conflitos: entre acionistas (principal) e administradores (agente), e

entre acionistas e credores. Entendemos a teoria de custo de agência como uma teoria

relacionada à teoria de Trade-off, uma vez que tais conflitos podem, em seu extremo, resultar

em problemas financeiros para as empresas e, em última análise, até em sua falência. Além

dos conflitos clássicos citados acima, no Brasil há também o conflito entre acionistas

controladores e minoritários. Em função do alto grau de concentração de controle das

empresas brasileiras, muitas delas controladas por famílias ou pelo estado há a possibilidade

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de divergência na condução dos negócios, nas estratégias adotadas ou em extremo, na prática

de medidas que possam ser danosas aos acionistas minoritários.

O primeiro conflito acontece quando os administradores tomam decisões que contrariam os

interesses dos acionistas. Na maioria das vezes, isso ocorre porque os administradores detem

apenas uma pequena parcela dos resultados da companhia, e não capturam todo o ganho com

as atividades desenvolvidas pela empresa. Por outro lado, os custos e o ônus dessas atividades

são inteiramente de sua responsabilidade, fazendo com que ele busque outros tipos de

benefícios, sejam estes indiretos ou diretos como por exemplo, pelo aumento dos gastos não

produtivos da empresa, como gastos com viagens, com novo escritório, carros, etc. Os

acionistas tentam desencorajar essas ações através de mecanismos de controle. Porém,

controles e incentivos, se trazem redução de custos de agência, não são infinitos.

A contratação de dívida, com o objetivo de reduzir fluxo de caixa disponível para os gastos

em benefício próprio do gestor é um dos meios para a redução dos custos de agência.

O segundo conflito identificado por Jensen e Meckling foi entre credores e

acionistas/controladores da companhia. Esse conflito ocorre quando a dívida contraída dá aos

acionistas o incentivo para investimentos mais arriscados, buscando uma rentabilidade muito

acima do custo da dívida. Se o investimento for bem sucedido, o lucro gerado será destinado

aos acionistas. Do contrário, caso esse investimento falhe, o credor da companhia incorrerá

nos riscos de não recebimento da dívida. Com o insucesso do investimento, o valor da

empresa tende a cair, elevando a possibilidade de inadimplência e de default. Prevendo esses

riscos, o credor cobrará um valor maior pelos recursos disponibilizados à companhia,

aumentando as despesas relativas ao financiamentos. Uma das alternativas para a redução

desse conflito é restringir os movimentos dos acionistas através de imposições de “covenants”

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11

financeiros (limites para pagamentos de dividendos, bônus e endividamento, limitando valor

máximo para novos investimentos) que limitam a atuação da empresa.

Vários estudos realizados ao longo das últimas décadas, tais como os de Jensen e Meckling

(1976), Myers (1977) e Harris e Raviv (1991) tendo como base o custo de agência mostram

que o endividamento está positivamente relacionado com o valor da empresa, com o risco de

liquidação, com o desenvolvimento da legislação de falência e recuperação das empresas e

com o fluxo de caixa livre e estão negativamente relacionado com as oportunidades de

crescimento, cobertura de juros, custo de investigação e probabilidade de organização após

falência.

2.1.4 A Teoria de Pecking Order

Myers e Maljuf (1984) sugerem que se o investidor não tiver informações suficientes a

respeito do valor da companhia, principalmente quando comparado aos gestores, a companhia

corre o risco de ser subavaliada pelo mercado. Por exemplo: caso a companhia decida

financiar um investimento ou uma aquisição através de uma oferta de ações, há a

interpretação por parte dos investidores que essa decisão só foi tomada em virtude das ações

da companhia estarem sendo negociadas acima de seu valor justo. Essa interpretação resultará

em uma subprecificação da oferta que pode ser tão forte que os novos investidores capturarão

um retorno maior gerado pelo novo investimento e, consequentemente, há uma perda para os

antigos acionistas.

Segundo Harris e Raviv (1991), uma das formas de se minimizar a queda nos preços das

ações seria a companhia financiar o novo investimento através de fontes menos arriscadas,

como recursos próprios ou emissão de títulos de dívidas e somente após a conclusão do

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investimento, liquidar esse débito com uma oferta de ações. Myers (1984) se referiu a essa

hierarquização de fontes de financiamentos como teoria de Pecking Order.

Segundo Myers, na teoria de Pecking Order existe um ordenamento de fontes de recursos a

serem utilizadas no financiamento da empresa e a estrutura de capital será determinada pela

forma de financiamento de seus investimentos, começando pela utilização de recursos

internos (lucros retidos e geração operacional de caixa), seguidos de emissão de dívida de

baixo risco e dívidas híbridas (compostas por dívida e ações, como por exemplo: debêntures

conversíveis em ações), e por último, a emissão de ações. O principal motivo para essa

hierarquização é minimizar os efeitos da assimetria de informação e evitar que o valor de

mercado da companhia tenha uma depreciação após o anúncio de uma oferta de ações.

A estrutura de capital além de ser parte da solução do problema de valorização da empresa,

também pode agir para diminuir o problema de assimetria de informação. Em seu modelo,

Ross (1977) parte da premissa verificada por Myers anos mais tarde (1984), onde o

administrador tem um conhecimento maior a respeito dos fluxos esperado do que o investidor

e que por isso, os investidores entendem uma emissão de dívida como uma sinalização de que

a empresa está saudável.

2.1.5 A Teoria de Market Timing

A teoria de Market Timing se beneficia de um erro de precificação do mercado de capitais,

ocasionando flutuações no custo de emissão de ações em relação a outras formas de captação.

Sendo assim, as empresas emitem ações quando o seu valor de mercado está alto em

comparação ao seu valor justo e ao seu valor de mercado histórico e recompram quando esse

valor está baixo. Ao fazer isso, o administrador beneficia a companhia e os atuais acionistas

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em detrimento dos novos que aderem à oferta pública ou aqueles que deixam de ser acionistas

após a recompra por parte da companhia. Esta visão se baseia na ineficiência do mercado de

capitais, contrariando o principal embasamento teórico das teorias neoclássicas.

Além disso, há autores como Vasilou e Daskalakis (2009) que sugerem que a abordagem dada

pelas Finanças Comportamentais provê melhores explicações para as decisões a respeito da

estrutura de capital.

De acordo com Baker, Ruback e Wurgler (2004, Apud Vasilou e Daskalakis (2009)), o

estudo comportamental de finanças pode ser dividido em duas distintas abordagens: a

primeira onde o investidor é o agente irracional e a segunda onde o administrador é o

irracional.

Na primeira abordagem onde temos o investidor irracional e o administrador racional vemos o

investidor influenciar o preço dos ativos. Quando isso ocorre, o administrador racional

identifica esse erro de precificação e se aproveita do otimismo do investidor. Esse erro é

facilmente percebido pelo administrador em função da assimetria de informações.

Segundo os autores, a teoria de Market Timing é a que mais se encaixa ao pensamento de

Finanças Comportamentais. Neste caso, os administradores se aproveitam dessa “janela de

oportunidades”, provocada pela irracionalidade de seus agentes, para fazer caixa e reduzir o

grau de alavancagem e beneficiar os atuais acionistas.

A segunda abordagem ocorre quando o administrador é o agente irracional enquanto o

investidor é a parte racional. Nesse cenário, o administrador está bastante otimista em relação

ao valor da empresa e das suas oportunidades de investimento. Assim, dado ao otimismo

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exacerbado, o administrador preferirá contrair dívida a realizar uma emissão de ações, tal

atitude corrobora a teoria de Pecking Order.

Segundo Baker e Wurgler (2002), em trabalho seminal, há evidências da existência do Market

Timing no mercado americano comprovadas por quatro tipos diferentes de estudos, a saber:

1. Ao analisar a decisão de financiamento verificou-se que as empresas tendem a emitir

ações ao invés de dívida quando seu valor de mercado está alto e recomprá-las quando

o valor de mercado está baixo do valor justo;

2. A análise dos retornos das ações no longo prazo após a decisão de financiamento

mostrou que o Market Timing é, na média, bem sucedido. Sendo que as firmas emitem

ações quando o custo do capital próprio é relativamente baixo.

3. Analisando as previsões de resultados e realizações em torno da emissão de ações

sugerem que as empresas tendem a emitir ações quando os investidores se mostram

mais entusiasmados com as projeções;

4. Em uma pesquisa anônima, os administradores admitem a importância dos preços de

mercado quando avaliam a possibilidade de emitir ações.

Para Baker e Wurgler, a estrutura de capital é conseqüência das tentativas anteriores de

emissão/recompra de ações e bonds nos momentos acertados. Sendo assim, eles

desenvolveram a variável market-to-book ponderado pelo financiamento externo (M/Befwa)

que representa a média ponderada de uma série de razões passadas de valor de mercado, que

inicia na primeira amostra até a penúltima (t-1). A fórmula do M/Befwa é descrita da seguinte

forma:�

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��

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Onde, � são as emissões de ações e �, as emissões de dívidas. Os sufixos ��e � são referentes

ao tempo. A emissão de ações é definida pela variação no patrimônio líquido excluindo as

reservas de lucros, enquanto que a emissão de dívida é determinada pela variação do

endividamento. Adicionalmente, Baker e Wurgler definiram o zero como valor mínimo e

excluíram da amostra todos os valores de M/Befwa que excedeu a 10. O objetivo destes cortes

foi formar uma média ponderada. De modo contrário, os pesos poderiam não crescer com o

total do financiamento externo a cada período afetando a média ponderada.

Cabe ressaltar que os estudos de Alti (2006) nos Estados Unidos, Bie e Haan (2007) na

Holanda, Vallandro et al. (2009), Mendes, Basso e Kayo (2009), Rossi e Marotta (2010) no

Brasil, não encontraram evidências de persistência da teoria de Market Timing contrariando o

resultado apresentado por Baker e Wurgler (2002). Um dos motivos para essa contradição

pode ser a diferença de eficiência do mercado de capitais americano quando comparado aos

demais mercados.

2.2 EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS

2.2.1 Estudos Internacionais

Titman e Wessels (1988) verificaram que as empresas que atuam em determinados nichos

produzindo ou servindo a um segmento específico de maneira exclusiva, tendem a ter um

baixo nível de endividamento. Essa exclusividade, que os autores chamaram de singularidade,

é identificada pelos elevado volume de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

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16

Adicionalmente, eles também verificaram que empresas menores se endividavam mais no

curto do que no longo prazo devido ao escasso acesso a fontes de recursos de longo prazo,

como mercado de capitais e bancos de fomentos. Os autores encontraram evidências

compatíveis com a teoria de Pecking Order, onde empresas que possuem maior rentabilidade

tendem a apresentar menor nível de endividamento, independente do prazo.

Jensen (1986) verificou que companhias com maiores oportunidades de crescimento devem

ter pequena participação da dívida sobre o capital total em comparação com empresas mais

maduras. Empresas de crescimento geram um valor considerável de benefícios fiscais não

decorrentes de dívida (depreciação, amortização e ativos diferidos) o que reduziria a

necessidade de endividamento.

Outro fator que contribui para o baixo nível de endividamento das empresas de crescimento é

a volatilidade do resultados e o maior risco de execução de seus projetos.

Harris e Raviv (1991) verificaram que empresas com menor risco de liquidação, em função do

valor dos ativos tangíveis, deverão ter maior nível de endividamento. Adicionalmente, terão

maior valor de mercado em comparação aos seus pares que possuem maior risco de

liquidação.

Rajan e Zingales (1995) analisaram os fatores determinantes da estrutura de capital dos países

pertencentes ao G7 e encontraram evidências que os determinantes destes países, em nível

agregado, são bastante similares e que as diferenças verificadas não são facilmente explicadas

pelas diferenças institucionais e culturais. Como por exemplo, o Reino Unido e a Alemanha

que apresentaram um menor nível de alavancagem, em função do maior custo de falência na

Alemanha e da maior participação do mercado de capitais na Inglaterra.

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Jorge e Armada (2001) analisaram os fatores determinantes da estrutura de capital das

empresas portuguesas no período de 1990 a 1995 e verificaram que os fatores dimensão

(tamanho), vantagens fiscais não resultantes do endividamento, percentual de controle do

acionista majoritário e setor de atividade não apresentaram significância para serem indicadas

como determinantes do endividamento das empresas. O oposto do que foi indicado pelas

variáveis crescimento, risco do negócio, rentabilidade e composição do ativo.

Fama e French (2002) não encontraram evidências para escolher uma teoria em detrimento de

outra (Trade-off e Pecking Order). Porém, acharam fortes comprovações que as duas teorias

são determinantes para a estrutura de capital. O ponto negativo na teoria de Trade-off foi a

relação negativa entre rentabilidade e endividamento (contrariando a teoria) e na teoria de

Pecking Order, foi a tendência de reversão à média encontrada em seus resultados (premissa

da teoria de Trade-off).

Bhaduri (2002) encontrou evidências que classificam a teoria de agência e a de assimetria de

informações como determinantes da estrutura de capital na Índia. As variáveis que

apresentaram resultados significantes foram: tamanho, tangibilidade, rentabilidade e custo de

falência.

Tong e Green (2005) estudaram a estrutura de capital em empresas chinesas e, apresentaram

resultados sugerindo que a teoria de Pecking Order suplantaria a teoria de Trade-off quando

encontraram uma correlação negativa entre rentabilidade e endividamento e positiva entre

dividendos distribuídos e endividamento, está última, sem significância.

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Sen e Oruç (2008) examinaram a estrutura de capital nas empresas que negociavam suas

ações na Bolsa de Valores de Istambul. Verificaram que empresas rentáveis, com maior

liquidez corrente e maior volume de vendas preferiram a utilização de recursos internos para o

financiamento de seus investimentos, em linha com a teoria de Pecking Order.

Frank e Goyal (2009), estudando as empresas americanas no período de 1950 a 2003

evidenciaram que a teoria de Trade-off é explicada pelas variáveis alavancagem da indústria,

tamanho, tangibilidade e valor de mercado. Por outro lado, a teoria de Pecking Order explica

o comportamento da variável rentabilidade enquanto que a teoria de Market Timing não

fornece nenhuma explicação para os parâmetros observados. Dito isso, os autores sugerem

que encontraram mais evidências favoráveis à teoria de Trade-off.

Baker e Wurgler (2002) evidenciaram, através de estudos em companhias americanas, que a

teoria de Market Timing é uma importante ferramenta para a tomada de decisão de

financiamento. Além disso, verificaram que o valor histórico de mercado tem grande

persistência sobre a estrutura de capital. Verificaram também que o alto valor de mercado

reduz a alavancagem no curto prazo e que historicamente esse o alto valor está relacionado ao

baixo endividamento ao longo do tempo. Os resultados sugerem também que a estrutura de

capital é resultado acumulado das tentativas passadas de se acertar o timing do mercado de

ações.

Bie e Haan (2007) encontraram resultados condizentes com a teoria de Market Timing, onde a

alta de preços no mercado de ações holandês resultou em um aumento da probabilidade de

emissões tanto de dívida quanto de ações. Porém, em contraste com o trabalho de Baker e

Wurgler (2002), não encontraram efeitos persistentes na estrutura de capital das empresas,

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19

mas verificaram fortes e robustas evidências de significância das demais variáveis de controle

utilizadas: Tamanho, Tangibilidade, Rentabilidade e Market-to-Book.

Vasilou e Daskalakis (2009) verificaram que as empresas gregas tem seguido a teoria do

Market Timing se financiando através de emissão de ações no período que vai de 1999 a 2000,

quando a bolsa de valores grega estava em alta. Segundo os autores, este resultado põe em

dúvida a hipótese de eficiência de mercado e favorece a abordagem de finanças

comportamentais.

Segue abaixo, tabela com a síntese de trabalhos internacionais com estudos empíricos de

determinantes da estrutura de capital. Nesses estudos, verificou-se que há poucos pontos de

consenso em relação as variáveis mais utilizadas. Somente as variáveis Tangibilidade,

Tamanho e Rentabilidade apresentaram resultados similares em mais de 50% dos artigos

analisados. A Tangibilidade registrou relação positiva com o endividamento assim como a

variável Tamanho resultados coerentes com a teoria de Trade-off. Já a variável Rentabilidade

apresentou relação negativa com o endividamento, em linha com a teoria de Pecking Order.

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22

2.2.2 Estudos Brasileiros

Kayo (1997) mostrou que as empresas preferem a utilizar os recursos produzidos

internamente quando há boas oportunidades de crescimento. A escolha é baseada nos efeitos

negativos da dívida na fase de crescimento. Do lado oposto, companhias que não possuem

essas oportunidades optam pela utilização de capital de terceiros.

Moreira e Puga (2001) constaram, no período de 1995 a 1997, que a rentabilidade e as

oportunidades de crescimento tinham relação negativa com o endividamento, enquanto que a

composição dos ativos (tangibilidade) e o setor de atuação possuíam uma relação positiva

com o nível de divida, porém sem significância para essa última relação.

Gomes e Leal (2000) verificaram uma relação positiva entre o endividamento, tangibilidade e

risco e uma relação negativa para rentabilidade, crescimento e tamanho. Segundo os autores,

empresas com alto valor de liquidação, ou seja, com grande valor de ativos tangíveis deverão

ter maior nível de endividamento. Os resultados encontrados para tangibilidade e crescimento

mostraram mais proximidade com a teoria de Trade-off enquanto que o resultado da variável

rentabilidade está mais relacionada com a teoria de Pecking Order.

Perobelli e Famá (2001) chegaram a conclusão que o endividamento de curto prazo está

negativamente relacionado às variáveis tamanho, crescimento e lucratividade, confirmando os

resultados encontrados por Titman e Wessels (1988) e por Gomes e Leal (2001).

Lima e Brito (2003) verificaram que o endividamento apresentou relação negativa com a

rentabilidade e positiva com crescimento, em linha com o previsto na teoria de Pecking

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23

Order. O fator tangibilidade e endividamento total ou de longo prazo foram aderentes à teoria

de Trade-off. E por último, não encontraram resultados conclusivos para a variável risco.

Klotzle e Biagini (2004) entenderam que os fatores determinantes para a estrutura de capital

das empresas brasileiras eram o controle acionário, tamanho, lucratividade, risco,

oportunidades de crescimento, impacto cambial e impacto da taxa de juros. Com exceção das

variáveis impacto cambial e impacto da taxa de juros, as demais confirmaram os resultados

descritos nas teorias e encontrados em outros estudos como o de Gomes e Leal (2000).

Nakamura et al. (2007) encontraram resultados bastante consistentes tanto com a teoria de

Pecking Order quanto com a Trade-off. Segundo o estudo, as companhias brasileiras seguem

uma lógica de flexibilidade e controle (Pecking Order) ao mesmo tempo em que possuem

uma dinâmica de ajuste do nível ótimo de suas dívidas de curto prazo (Trade-off).

Brito, Corrar e Batistella (2007) analisando a estrutura de capital das maiores empresas

brasileiras verificaram que risco, tamanho, composição dos ativos e crescimento são fatores

determinantes, confirmando os resultados de Perobelli e Famá (2001). As variáveis

rentabilidade e tipo de capital não se mostraram relevantes para a forma como as empresas

são financiadas.

Medeiros e Daher (2008) chegaram a conclusão que a teoria de Pecking Order foi dominante

na determinação da estrutura de capital das empresas analisadas. As variáveis tangibilidade e

lucratividade comportaram-se como previsto pela teoria de Pecking Order.

Iquiapaza, Amaral e Araujo (2008), após a análise de 313 empresas abertas no período de

2000 a 2005, concluíram que as empresas mais lucrativas foram as que apresentaram os

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24

maiores indicadores de lançamento de ações levando a rejeição da teoria de Pecking Order.

Por outro lado, os resultados encontrados em relação ao crescimento nas médias e pequenas

empresas são coerentes com a hierarquização de formas de endividamento, em linha com a

teoria de Pecking Order. Assim sendo, concluíram pela existência de uma forma híbrida de

escolha por formas de financiamento.

Silva e Valle (2008) examinaram a estrutura de endividamento das empresas brasileiras e

americanas. Verificaram que há diferenças nos níveis de endividamento entre as empresas das

duas nacionalidades. O estudo mostra que as empresas americanas possuem um maior

endividamento de longo prazo enquanto que as brasileiras tem sua dívida mais concentrada no

curto prazo. No que se refere aos determinantes da estrutura de capital, constataram que

empresas com maior proporção de ativos tangíveis tem maior nível de endividamento.

Enquanto que empresas mais rentáveis apresentam menor participação de capital de terceiros

em sua estrutura.

Ceretta et al (2009) encontraram significância para as variáveis taxa de juros Selic e taxa de

câmbio que são explicativas do nível de endividamento das empresas brasileiras. O estudo

não confirma os pressupostos das teorias de Trade-off e de Pecking Order, uma vez que as

variáveis explicativas relacionadas às teorias não se mostraram significantes, à exceção da

tangibilidade.

Bastos e Nakamura (2009) analisaram os determinantes da estrutura de capital em empresas

brasileiras, mexicanas e chilenas no período de 2001 a 2006. Encontraram evidências de que a

teoria de Pecking Order é a mais apropriada para o Brasil e México. No caso do Chile, tanto a

teoria de Trade-off quanto a teoria de Pecking Order foram relevantes para explicar o

endividamento das empresas do pais.

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25

Ribeiro e Perobelli (2010) encontraram resultados que sugerem que empresa mais maduras e

estabelecidas tendem a utilizar recursos internos como forma de financiamento de seus

projetos, suportando a teoria de Pecking Order. Adicionalmente, verificaram que a decisão de

endividamento é influenciada pelas “janelas de oportunidades”, em linha com a teoria de

Market Timing. Ribeiro e Perobelli sugerem que as “janelas de oportunidades” são

semelhantes tanto para a emissão de ações quanto de debêntures. Nesses períodos, o mercado

apresenta maior liquidez, diminuindo o custo da dívida captada no mercado em relação à

captação privada, fazendo com que as empresas prefiram buscar recursos para o seu

financiamento através de ofertas públicas.

Mendes, Basso e Kayo (2009) não encontraram evidências da teoria de Market Timing no

Brasil. Os resultados indicaram que a alavancagem contábil apresenta uma queda relevante

nos anos pós IPO. Porém, os demais resultados não mostraram persistência, ou seja, o valor

de mercado e, consequentemente, as janelas de oportunidades não influenciam a estrutura de

capital no longo prazo, contrariando os resultados encontrados por Baker e Wurgler (2002).

Os autores entendem que as grandes diferenças entre o mercado de capitais americano e

brasileiro possa ter influenciado os resultados.

Rossi e Marotta (2010) verificaram que conforme indicado na teoria de Market Timing, a

alavancagem cai de maneira acentuada após o IPO e esta alavancagem é revertida

rapidamente aos níveis pré-IPO em um curto espaço de tempo, contrariando os resultados

encontrados por Baker e Wurgler (2002) - que evidenciaram que os efeitos do Market Timing

registram persistência no nível de alavancagem das empresas por mais de 10 anos. Os autores

evidenciaram que a alavancagem das empresas que vem a mercado em períodos “quentes”

tendem a ver seu endividamento retornando aos níveis anteriores à sua oferta de ações em um

prazo aproximada de 7 trimestres.

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26

Vallandro et al. (2009) encontraram evidências, através de regressões em painel, da influência

da teoria de Market Timing no curto prazo, mas sua persistência não foi comprovada,

indicando que as empresas utilizam as “janelas de oportunidades” para reduzir seu

endividamento quando o custo dessa forma de captação é menor do que as demais formas.

Abaixo, segue uma tabela com a síntese de artigos empíricos realizados no Brasil. As

variáveis que apresentaram um maior número de resultados semelhantes foram Rentabilidade

(correlação negativa), Crescimento (correlação positiva), Tamanho (correlação negativa) e

Tangibilidade (correlação positiva). Sendo que as variáveis Rentabilidade, Tangibilidade

tiveram resultados similares aos estudos internacionais. A variável Tamanho apresentou

relação negativa contrariando os resultados internacionais. Esses resultados são condizentes

com a teoria de Pecking Order.

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27

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30

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 AMOSTRA E FONTES DE DADOS

Os dados foram extraídos das demonstrações financeiras consolidadas das empresas

brasileiras não financeiras de capital aberto. As instituições financeiras por sua natureza e

pelo seu alto grau de alavancagem são excluídas da amostra. A fonte das informações

primárias é a base de dados do ECONOMÁTICA, no período entre 2001 e 2010. A

periodicidade é anual.

Fizeram parte da amostra as empresas que não apresentaram valores negativos para ativo

total, receita operacional e patrimônio líquido, que tiveram ao menos uma informação

contábil ao longo da amostra e que apresentaram ao menos uma cotação de fechamento em

suas ações durante o período analisado.

As ações serão utilizadas no cálculo do ativo a valor de mercado e da variável M/Befwa que

utiliza o market-to-book em sua fórmula. Para os casos de empresas que tenham mais de um

tipo de ações (ON e PN), foi mantido na amostra apenas a ação de maior liquidez.

Por último, de acordo com o modelo adotado no estudo de Baker e Wurgler (2002) sobre o

Market Timing foi excluído da amostra todas os valores da variável M/Befwa que foram

superiores a 10,0. Após todos os procedimentos acima foram selecionadas 301 empresas.

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31

O período analisado foi escolhido com o objetivo de atualizar os estudos realizados no Brasil

(conforme Tabela 2) incluindo particularidades ausentes nos anos anteriores, tais como:

estabilidade econômica, mercados de juros e câmbio mais estáveis, similar aos movimentos

dos mercados desenvolvidos além da evolução do mercado de capitais, com uma grande

quantidade de abertura de capital e listagem na bolsa de valores brasileira, principalmente

após 2007.

3.2 DETERMINANTES DA ESTRUTURA DE CAPITAL

3.2.1 Variáveis Dependentes

Com base nas demonstrações contábeis, foram selecionadas 6 (seis) diferentes variáveis

dependentes que mensuram o nível de endividamento total, de curto e de longo prazo das

firmas tanto a valor contábil quanto a valor de mercado. Essas variáveis foram utilizadas em

diversos estudos realizados no Brasil e no mundo (Tabelas 1 e 2). Do total das variáveis, 3

(três) foram analisadas a valor contábil e 3 (três) a valor de mercado. Medidas em dados

anuais, de fim de período, são elas:

Variável Descrição Sigla

Y1 Dívida Total /Ativo Total DT/AT

Y2 Dívida Curto Prazo/Ativo Total DCP/AT

Y3 Dívida Longo Prazo/Ativo Total DLP/AT

Y4 Dívida Total/ Ativo total (V. Merc.) DT/AT (VM)

Y5 Dívida Curto Prazo /Ativo Total (V. Merc.) DCP/ AT (VM)

Y6 Dívida Longo Prazo /Ativo Total (V. Merc.) DLP/ AT (VM)

Tabela 3 – Variáveis Dependentes: Definições

Onde:

Dívida total = (Empréstimos e Financiamentos de curto prazo + Debêntures de curto prazo +

Empréstimos e Financiamentos de longo prazo + Debêntures de longo prazo);

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32

Dívida de Curto Prazo = (Empréstimos e Financiamentos de curto prazo + Debêntures de

curto prazo);

Dívida de Longo Prazo = (Empréstimos e Financiamentos de longo prazo + Debêntures de

longo prazo); e

Ativo total (V. Mercado) = Ativo Total – Patrimônio Liquido + (nº de ações total x cotação de

fechamento da ação).

Entendemos ser mais adequada a utilização somente da dívida onerosa, uma vez que, na

maioria dos casos, este tipo de dívida é a fonte de recursos para os investimentos e para o

capital de giro das empresas brasileiras. No Brasil, verificamos que poucos estudos utilizaram

o passivo oneroso em suas análises, dentre eles estão os trabalhos de Rocha e Amaral (2007),

Iquiapaza et al. (2008), Bastos et al. (2008) e Nakamura et al. (2007). A maioria das pesquisas

brasileiras utilizou as obrigações totais (Passivo Circulante e Exigível de LP) e em outros não

pudemos identificar se as variáveis dependentes seriam onerosas ou não (Tabela 2).

3.2.2 Variáveis Independentes

Quanto às variáveis explicativas, selecionamos as variáveis que foram objeto da análise de

Titman e Wessels (1988), Rajan e Zingalês (1995), Badhuri (2002), Frank e Goyal (2009),

Lima e Brito (2003) e Perobelli e Fama (2001). Além disso, incluímos outras variáveis de viés

macro-econômico que foram adaptadas dos estudos de Klotzle e Biagini (2004), Bastos et al.

(2008) e Ceretta et al. (2009) por entendermos que podem ser variáveis relevantes para o caso

brasileiro e que podem influir diretamente na decisão de dívida e investimentos das empresas.

As variáveis explicativas são:

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33

Rentabilidade (RENT) – empresas com maior rentabilidade na operação tenderiam a utilizar

seus recursos internos para o financiamento de seus projetos de investimentos. Esse

movimento seria explicado pela teoria de Pecking Order, onde as empresas possuiriam uma

hierarquia de fontes de financiamentos, partindo das fontes internas (dividendos e lucros) para

as fontes externas (emissão de dívida e ações), portanto, espera-se uma relação negativa entre

o endividamento e a rentabilidade operacional. A variável Rentabilidade anual será

mensurada pela razão entre o Ebitda/Ativo Total.

Risco (RISC) – de acordo com a teoria de Trade-off, quanto maior o risco incorrido pela

empresa maior será a probabilidade de falência e maior será o custo de controle de seus

agentes. Sendo assim, empresas que apresentem maior risco operacional devem ter um baixo

nível de endividamento, ou seja, o risco é negativamente relacionado com a alavancagem

financeira. Esse mesmo entendimento serve também para a teoria de Pecking Order. A

variável Risco será mensurada pelo coeficiente de variação do Ebitda (Ebitda anual

médio/Ativo Total).

Tamanho (TAM) – Assim como o risco, a variável Tamanho encontra embasamento teórico

na teoria de trade-off. Grandes empresas estão menos sujeitas a oscilações em sua capacidade

de pagamento, além de possuir uma maior previsibilidade de receitas e um maior controle

sobre o seu fluxo de caixa. Portanto, espera-se que quanto maior for a empresa, maior seja o

seu grau de endividamento, principalmente no longo prazo, uma vez que possuem maior

acesso a financiamento para investimentos (seja através do crédito bancário ou via mercado

de capitais). A variável Tamanho será medida pelo logaritmo natural da receita operacional

líquida anual. Dessa forma, espera-se uma relação positiva entre a variável Tamanho e

endividamento total e de longo prazo e uma relação negativa com o endividamento de curto

prazo.

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34

Tangibilidade (TANG) – Empresas que possuem uma alta relação entre ativos fixos e ativos

totais possuem menor risco de inadimplência em função de esses ativos servirem como

garantias reais para a sua dívida. Adicionalmente, a teorias de agência ressalta que o credor

tem maior propensão a emprestar às empresas que possuem um maior volume de ativos. Outra

conseqüência seria a menor flexibilidade que seus administradores teriam para investimentos

com baixos níveis de retornos (teoria de agência). A mensuração dessa variável será realizada

pela razão entre Ativo Imobilizado e Ativo Total em cada final de ano.

Crescimento (CRESC) – De acordo com a teoria de agência, empresas que possuem maior

oportunidade de crescimento possuem custos elevados em função do maior controle que seus

acionistas precisam ter sobre seus agentes, pela maior a volatilidade de resultados e maior

risco de execução de seus projetos, pois parte de seu valor se baseia nas expectativas de lucros

futuros. Além disso, empresas de crescimento tem menor grau de imobilização quando

comparadas a empresas mais maduras. A variável Crescimento anual será medida pela

variação percentual do Ativo Total. Dessa forma, espera-se que empresas de crescimento

possuam um baixo nível de endividamento.

Benefício fiscal não dívida (DEPR) – DeAngelo e Masulis (1980) verificaram que a

depreciação e os créditos tributários seriam bons substitutos para os benefícios tributários da

dívida. Dessa forma, empresas com alto valor de benefícios fiscais não originados pela dívida

teriam menor nível de endividamento. A indicação dessa variável será dada pela relação entre

Depreciação e Amortização anual e Ativo Total de cada empresa.

Market-to-Book ponderado pelo financiamento externo (M/Befwa) – Utilizamos a medida

de Market Timing de Baker e Wurgler (2002), com adaptação à realidade brasileira. Como o

mercado de emissão/subscrição de títulos privados no país ainda não se encontra no mesmo

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35

nível de maturidade dos mercados desenvolvidos, optamos por retirar da equação a variável

dívida. Sendo assim, nesse estudo, a variável M/Befwa é composta somente pela razão entre a

emissão liquida de ações (��) e o somatório das emissões liquida de ações ao longo da

amostra (��) multiplicado market-to-book (limitado a 10,0 conforme indicado no trabalho de

Baker e Wurgler). Esperamos uma relação negativa entre essa variável e o endividamento. A

nova fórmula da variável foi descrita da seguinte forma:

��������� ��� ��� ���� ���

��

���� � �����

Onde o ���� será dado pela razão entre o Ativo total a valor de mercado e o Ativo Total.

Essa variável tem o intuito de analisar se as empresas brasileiras emitem ações quando o seu

valor de mercado está alto e recompra-as quando está baixo. Essa identificação ocorre há um

alto valor de mercado associado a um alto volume de emissão de ações, dado pela razão entre

a emissão de ações em um determinado ano e o somatório dessas emissões desde o primeiro

período analisado até o ano t-1.

Volatilidade da Taxa de Juros (VOL. TJUR) – Em uma economia onde a grande parte dos

empréstimos e financiamentos às empresas é indexada ao CDI , o comportamento da taxa de

juros SELIC pode influenciar a decisão de financiamento. Essa variável já fora utilizada nos

estudos de Klotzle e Biagini (2004) e Ceretta et al. (2009). Entretanto, entendemos que ao

invés de trabalharmos com a taxa final para cada ano seria razoável analisar se sua

volatilidade ao longo de cada período afetaria a decisão de endividamento das empresas. Em

caso de grande volatilidade seria prudente supor que as empresas que pudessem, postergariam

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36

seus investimentos no intuito de aguardar uma estabilização da referida taxa. Dessa forma,

esperamos uma relação negativa com o endividamento.

Utilizamos como fonte primária a estrutura a termo das taxas de juros prefixadas diárias no

período de 2001 a 2010. Essas informações foram encontradas no sitio RTM da Andima

(www.andima.com.br), onde é disponibilizado sempre as taxas a termo dos 3 (três) anos

seguintes. Para evitar distorções ou diferenças, as taxas foram selecionadas tendo sempre

como data inicial do ano, ou seja, para o ano 2001 foram selecionadas as taxas do primeiro dia

útil do ano. Os demais anos seguiram o mesmo padrão. O cálculo da volatilidade foi realizado

com o modelo GARCH disponibilizado no software econométrico Eviews.

Volatilidade do Câmbio (VOL. CAMB) – A variável Câmbio também foi objeto de estudo

de Klotzle e Biagini (2004) e Ceretta et al. (2009). Verificamos que empresas brasileiras tem

como característica captar recursos em moeda estrangeira, sendo assim, seguindo o mesmo

raciocínio da variável TJUR, entendemos que uma maior volatilidade da moeda americana

influenciaria negativamente a decisão de contrair dívidas indexadas ao dólar. Sendo assim,

esperamos uma relação negativa com o endividamento. No trabalho, utilizamos como

informação básica a cotação diária de fechamento do dólar PTAX venda disponibilizado no

banco de dados Economática do período de 2001 a 2010. A volatilidade do dólar anual foi

calculada utilizando o modelo de auto-regressão GARCH, através do software econométrico

Eviews.

3.2.3 Modelo GARCH

Os modelos ARCH (heterocedasticidade condicional auto-regressiva) foram introduzidos por

Robert Engle (1982) e foram generalizados como GARCH (Generalized ARCH). Estes

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37

modelos são amplamente utilizados em modelos econométricos, especialmente na análise de

séries financeiras. Onde a variância do erro da regressão depende da volatilidade dos erros no

passado recente, como é o caso da modelagem de taxa de juros, onde é provável que haja

períodos de grande volatilidade (e erros elevados) seguidos de períodos de baixa volatilidade

(e erros pequenos).

Segundo Pindyck e Rubinfeld (1998), o modelo GARCH mais simples é o GARCH (1,1):

�! ��"� ��" #�� ! ��$ �� ! (1)

Onde a variância do termo erro apresenta três componentes: uma constante ("�), a

volatilidade dos erros do último período (" #�� ! ) (termo ARCH) e a variância do último

período ($ �� ! ) (termo GARCH). O que significa que a volatilidade (variância) depende de

todas as volatilidades passadas com ponderações que declinam geometricamente.

3.3 MODELO DE REGRESSÃO

Utilizaremos a técnica de regressão em painel que, segundo Wooldridge (2008), consiste em

uma série de tempo para cada membro do corte transversal do conjunto de dados. A adoção

do modelo de painel não balanceado nos permite trabalhar com grandes quantidades de dados,

fornecendo um maior número de amostras quando comparadas a outros modelos, além de

uma grande quantidade de graus de liberdade, o que resulta na diminuição do impacto da

multicolinearidade entre as variáveis explicativas. Como podemos ver nas Tabelas 1 e 2, a

modelo de painel tem sido bastante utilizado nos trabalhos empíricos.

Adicionalmente, a utilização de um painel não balanceado nos permite analisar, inclusive, se

as novas empresas que abriram capital ao longo do período estudado (2001 a 2010)

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influenciarão os resultados das regressões tendo o endividamento como variável dependente.

Esperamos que a entrada dessas empresas possa contribuir para explicar a teoria de Market

Timing, através do resultado encontrado para a variável M/Befwa (market-to-book ponderado

pelo financiamento externo).

Além disso, o modelo de dados em painel permite um menor impacto das variáveis omitidas

sobre a amostra, evitando resultados enviesados. A equação do modelo geral em painel é

definida pela especificação linear:

%&� ��'� � ' (&� ��)��'*(&�* ��+&� (2)

Onde, , é a unidade (empresa, cidade, individuo etc.), - é o período de tempo, %&� são as

variáveis dependentes (endógenas), o (&� são as variáveis independentes (exógenas), e +&� o

erro aleatório.

Neste modelo, partimos da premissa de que as observações contidas na amostra são

independentemente distribuídas ao longo do tempo e que os erros aleatórios (+&�. são não

correlacionados com as variáveis explicativas em cada período de tempo.

Na utilização de dados em painel é necessário identificar qual o melhor método para estimar

os efeitos não observados, o modelo de efeitos fixos ou o modelo de efeitos aleatórios.

O modelo de efeitos fixos é utilizado quando os erros aleatórios podem levar a mudança nos

interceptos para os dados em corte transversal e séries de tempo. Ou seja, os erros não são

constantes e oscilam de unidade para unidade. Esse modelo é utilizado para controlar a

oscilação dos erros, partindo da premissa que o intercepto varia de individuo para individuo,

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mas é constante ao longo do tempo. Podemos escrever a fórmula do modelo de efeito fixo da

seguinte forma: (WOOLDRIDGE, 2008).

%&� � ' /&� � '!/&�! ��)��'*/&�* � "& � +&� (3)

Onde "&, denominado de efeito não observado, capta todos os fatores não observados e que

são constantes ao longo do tempo e que impactam %&�.

Segundo Pyndick (1998), o modelo de efeito aleatório deriva do modelo de efeito fixo. No

modelo de efeito aleatório supomos que os componentes de erro dos elementos não são

correlacionados entre si e não são auto-correlacionados. O modelo de efeito aleatório é

definido abaixo:

%&� ��'� � ' (&� ��)��'*/&�* � 0&� (4)

0&� � "&��+&� (5)

Uma das formas de identificar qual dos dois métodos é o mais apropriado é através do teste de

endogeneidade elaborado por Hausman (1978), que se baseou na diferença entre os dois

efeitos (fixos e aleatórios). No teste, os efeitos fixos são consistentes quando 12 e 324 são

correlacionados e, nesse caso, o efeito aleatório é inconsistente.

O software econométrico EViews fornece as ferramentas para testar a significância dos

efeitos fixos da regressão. A primeira parte do resultado consiste em dois testes que avaliam a

significância conjunta dos efeitos cross-section usando o teste F e o teste qui-quadrado. Os

resultados estatísticos desses testes (Apêndice B) em conjunto com os p-values indicam a que

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podemos rejeitar a hipótese nula de que os efeitos são redundantes� A especificação do

modelo econométrico linear será dada por:

567 � �" � ' 8�9-& � '!8,�:& � ';<=>& � '?�<=9@& � 'AB���:& � 'AC�D�& � 'E<F+�& �������������'GB=>H&� � 'I������ � =& � +&� (7)

3.4 RESULTADOS ESPERADOS

Esperamos que os resultados encontrados em nossa análise sejam similares com os

apresentados nas teorias estudadas. Cabe ressaltar, que alguns sinais esperados são comuns a

todas as teorias vigentes, como é o caso das variáveis Risco, Tangibilidade e Benefício fiscal

não dívida, onde seus resultados esperados são relacionadas com as teorias de Trade-off,

agência e Pecking Order. Segue abaixo uma tabela contendo um resumo das variáveis

independentes, suas medidas e os resultados esperados para cada variável.

Variáveis Siglas Medidas Trade-offCusto de Agência

Pecking

Order

Market Timing

Benefício fiscal não dívida

DEPR (Depr+Amort)/AT Negativo - - -

Crescimento CRESC Var. % do AT Negativo Negativo Negativo -

Market-to-Book

ponderado pelo financiamento externo

M/Befwa � �J� �KLMNKOP

�� ��� � � ����� - - - Negativo

Rentabilidade RENT Ebitda/AT Positivo Positivo Negativo -

Risco RISC Coef. Var. Ebitda Negativo Negativo Negativo -

Tamanho TAM Ln(ROL) Positivo Positivo Negativo -

Tangibilidade TANG AT.IMOB/AT Positivo Positivo Positivo -

Volatilidade do Câmbio CAMB Vol. Câmbio Negativo - - -

Volatilidade da Taxa de Juros

TJUR Vol. Taxa a termo Negativo - - -

Tabela 4 – Resumo das variáveis independentes: medidas e resultados esperados

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4 RESULTADOS E ANÁLISE

Neste capítulo serão analisados os resultados encontrados no estudo. Iniciaremos como uma

análise das estatísticas descritivas e das correlações das variáveis dependentes e

independentes. Em uma segunda etapa faremos a análise dos resultados econométricos.

4.1 ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS

4.1.1 Variáveis Dependentes

Y1 Y2 Y3 Y4 Y5 Y6

Média 0,25 0,10 0,16 0,24 0,09 0,14

Mediana 0,24 0,07 0,13 0,19 0,06 0,08

Máximo 0,96 0,90 0,77 1,44 0,93 1,40

Minimo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Desvio Padrão 0,18 0,10 0,14 0,23 0,12 0,17

Assimetria 0,51 2,21 0,94 0,85 2,33 1,47

Curtose 2,97 11,59 3,67 3,16 10,29 5,69

Observações 2.278 2.278 2.278 2.296 2.296 2.296

Tabela 5– Estatísticas Descritivas Variáveis Dependentes

A tabela acima traz as estatísticas descritivas das variáveis dependentes a valor contábil (Y1,

Y2 e Y3) e a valor de mercado (Y4, Y5 e Y6). No que se refere às variáveis a valor contábil,

que medem o endividamento total e o de curto e longo prazo, respectivamente, podemos ver

que as médias foram de 25%, 10% e 16%, sendo que a mediana, nos três casos, foi

ligeiramente inferior à média. O valor máximo do endividamento total foi de 96%, o de curto

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prazo, 90% e o de longo prazo, 77%. A assimetria positiva indica que a distribuição gráfica

dessas distribuições apresentaram poucos valores elevados e uma cauda mais alongada à

direita. Por fim, a curtose positiva indica uma curva de distribuição elevada, não achatada.

No que se refere às variáveis a valor de mercado, verificamos que a média de endividamento

total é de 24%, o de curto prazo, 9% e 15% a de longo prazo, similares aos valores

encontrados para as variáveis a valor contábil. Os valores máximos acima de 100%

registrados nas variáveis Y4 e Y6 são decorrentes da ausência da cotação para as ações de

uma das empresas analisada na amostra. A assimetria encontrada nas variáveis a valor de

mercado indica, assim como nas variáveis a valor contábil, que a amostra possui,

relativamente, poucos valores elevados e uma cauda mais alongada à direita. A curtose

apresentou a mesma tendência citada no parágrafo anterior: uma curva de distribuição não

achatada.

��� ��� ��� ��� ��� ���

��� 100,00%

��� 61,09% 100,00%

��� 84,02% 8,39% 100,00%

��� 64,22% 39,58% 53,72% 100,00%

��� 36,52% 69,55% -1,68% 68,39% 100,00%

��� 60,00% 3,15% 73,36% 85,14% 19,95% 100,00%

Tabela 6– Correlação das Variáveis Dependentes

Os valores na Tabela 6 mostram uma alta correlação entre as variáveis do mesmo grupo (valor

contábil e valor de mercado). Dada as características das variáveis, onde Y1 e Y4 são

resultados da somas das variáveis Y2 e Y3 e Y5 e Y6, respectivamente. Nesse caso, é

plausível que as correlações apresentassem esse resultado. Do lado oposto, as correlações

mais baixas são verificadas quando são feitas comparações com as variáveis de cada grupo

(valor contábil com valor de mercado).

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4.1.2 Variáveis Independentes

CAMB CRESC DEPR M/Befwa RENT RISC TAM TANG TJUR

Média 0,11 0,14 0,04 0,49 0,13 0,42 13,49 0,33 -0,74

Mediana -0,01 0,10 0,03 0,08 0,12 0,18 13,68 0,33 -0,91

Máximo 0,49 1,00 0,32 9,89 1,21 53,99 19,19 0,98 -0,05

Minimo -0,11 -7,40 -0,02 0,00 -0,36 -121,77 0,00 0,00 -0,97

Desvio Padrão 0,21 0,34 0,03 1,09 0,11 3,96 2,15 0,23 0,33

Assimetria 0,56 -5,40 2,46 4,64 1,47 -10,50 -1,71 0,32 1,37

Curtose 1,67 122,46 12,84 29,47 12,84 492,82 10,61 2,40 3,09

Observações 3.010 2.278 1.030 2.234 2.174 2.048 2.213 2.273 3.010

Tabela 7– Estatísticas Descritivas Variáveis Independentes

No que se refere às estatísticas descritivas das variáveis independentes (Tabela 7), o ponto de

maior destaque é o valor mínimo de -121,77 na variável Risco que é decorrente de um Ebitda

negativo registrado em 2010.

Além disso, vale a pena ressaltar outras duas informações: (i) o valor máximo de 9,79 da

variável M/Befwa é justificado pela decisão de excluir da amostra valores superiores a 10,0

seguindo o mesmo padrão de modelagem adotado por Baker e Wurgler (2002) e (ii) a

pequena quantidade de observações da variável benefício fiscal não dívida (depr),

principalmente, quando comparado às demais observações.

Em relação à assimetria, 6 (seis) variáveis apresentaram sinal positivo, indicando que a

amostra possui, relativamente, poucos valores elevados e uma cauda mais alongada à direita.

A assimetria negativa vista em 3 (três) outras variáveis indica que a amostra tem,

relativamente, poucos valores pequenos e uma cauda mais alongada à esquerda.

A curtose positiva encontrada em todas as variáveis indica uma curva de distribuição elevada,

não achatada.

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CAMB CRESC DEPR M/Befwa RENT RISC TAM TANG TJUR

CAMB 100,00%

CRESC 12,28% 100,00%

DEPR -1,84% -30,22% 100,00%

M/Befwa 6,94% 6,99% 2,29% 100,00%

RENT 0,48% -2,77% 32,72% -2,56% 100,00%

RISC -1,44% 3,58% -5,58% -2,25% -9,17% 100,00%

TAM 6,98% 1,58% 25,54% 5,70% 28,49% -12,05% 100,00%

TANG -6,27% -8,36% 33,48% -0,97% 14,73% -3,91% 21,33% 100,00%

TJUR 57,49% 5,23% -14,38% -1,93% -2,72% 0,67% 0,40% -15,06% 100,00%

Tabela 8– Correlação das Variáveis Independentes

No que se refere às correlações das variáveis independentes, a grande maioria apresenta baixa

correlação, com exceção de Camb e Tjur. Entendemos que uma possível explicação para essa

correlação (57,5%) seja um comportamento similar entre os dois ativos (dólar e taxa de juros)

no mercado de derivativos da BMF.

4.2 RESULTADOS ECONOMÉTRICOS

Os resultados das regressões podem ser verificados na Tabela 9 e 10 abaixo. Os resultados

mostram os coeficientes estimados, as estatísticas t, o p-value (prob.), o R2 e o R2 ajustado

para cada variável dependente analisada.

4.2.1 Variáveis dependentes com dados contábeis

O resultado apresentado para a variável endividamento total (Y1) foram significantes (abaixo

de 5%) para as variáveis M/Befwa, Rentabilidade, Risco, Tamanho, Tangibilidade e

Volatilidade da taxa de juro. O resultado da variável Volatilidade do Câmbio foi

estatisticamente significante próximo a 10%. As variáveis Tangibilidade e Volatilidade da

taxa de juros, mesmo significante, apresentaram resultado contrário às expectativas.

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45

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03

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46

No caso da Tangibilidade, as teorias vigentes indicavam que empresas com uma alta relação

entre ativo imobilizado e ativo total teriam maior facilidade para se endividar em função das

garantias dadas pelo seu ativo imobilizado, em linha com a teoria de Trade-off e de custo de

agência.

A variável Crescimento, mesmo sem ter resultados estatisticamente significantes, apresentou

o sinal de seu coeficiente de acordo com as teorias de Trade-off e de custo de agência. A única

variável que não teve resultado significante e sinal contrário as teorias vigentes foi o

Benefício fiscal não divida.

No endividamento total, sem considerar a significância, das nove variáveis estudadas, três

apresentaram resultados em linha com as teorias de Trade-off e custo de agência, uma de

acordo com a Pecking Order, uma de acordo com a teoria de Market Timing e uma com

resultados comuns as duas teorias (variável Risco). O R2 ajustado foi de 74,9%.

No caso da divida de curto prazo (Y2), as variáveis que apresentaram resultados significantes

foram o Benefício fiscal não divida, a Tangibilidade e a Volatilidade do Câmbio. Dentre as

demais variáveis (estatisticamente não significantes) os resultados de M/Befwa, Rentabilidade,

Tamanho foram dentro do esperado enquanto que as variáveis Crescimento, Risco e

Volatilidade da taxa de juros apresentaram sinais diferentes das nossas expectativas.

Esperávamos que a variável Tamanho, no caso da dívida de curto prazo, apresentasse sinal

negativo e não positivo como podemos ver na Tabela 9. De acordo com a teoria, empresas de

maior tamanho tem acesso a linhas de crédito de longo prazo ao contrário das pequenas

empresas que tendem a concentrar seu endividamento no curto prazo. As variáveis

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47

Tangibilidade e Volatilidade da taxa de juros repetiram os sinais contrários à expectativa vista

na regressão realizada com o endividamento total (Y1). O R2 ajustado foi de 64,9%, menor do

que a do endividamento total (Y1).

No endividamento de longo prazo (Y3) verificamos que as variáveis Crescimento, M/Befwa,

Rentabilidade, Risco, Tamanho, Tangibilidade e Volatilidade da taxa de juros apresentaram

resultados significantes. Novamente, as variáveis Tangibilidade e Volatilidade da taxa de

juros registraram os coeficientes com sinais contrários às nossas expectativas, repetindo as

informações apresentadas nas duas regressões anteriores (Y1 e Y2). As variáveis Benefício

fiscal não dívida e Volatilidade do câmbio, que não foram estatisticamente significantes,

tiveram resultados de acordo com as expectativas e com as teorias de estrutura de capital

vigentes.

A relação entre as teorias e as variáveis encontradas no endividamento de longo prazo foi o

mesmo da alavancagem total: três resultados em linha com as teorias de Trade-off e custo de

agência, um de acordo com a Pecking Order, um de acordo com a teoria de Market Timing e

a variável Risco com resultados comuns as duas teorias (Trade-off e Pecking Order). O R2

ajustado foi de 70,3%.

Vemos que os resultados foram similares no endividamento total (Y1) e no endividamento de

longo prazo (Y3). Sendo que as divergências aconteceram no resultado da variável

Crescimento (significante em Y3) e Volatilidade do câmbio (significante em Y1).

Esperávamos que empresas de maior crescimento apresentassem uma relação negativa com o

endividamento. Os resultados em Y1 e Y3 (sem considerar a significância) corroboraram com

essa expectativa. Contudo, na necessidade de aumentar a alavancagem, é previsível que

firmas de Crescimento tendem a se endividar mais no curto prazo do que no longo. Na

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48

regressão com endividamento de curto prazo (Y2), embora sem significância, o sinal do

coeficiente foi positivo, reforçando ideia colocada anteriormente.

No caso da variável Volatilidade do Câmbio, acredito que as incertezas em relação à moeda

estrangeira afetem de forma mais acentuada o endividamento de curto prazo do que o de

longo. Empresas que não possuem um hedge natural (caso das empresas exportadoras) tem

duas opções caso desejem contrair dívidas em moeda estrangeira: (1) contratar um

instrumento de derivativo com o objetivo de se proteger contra uma maior oscilação do

câmbio ou (2) ficar a mercê da volatilidade e, consequentemente, do impacto dessa oscilação

em suas despesas financeiras e, inclusive, sobre o seu resultado final (lucro ou prejuízo). A

maioria das firmas opta pela primeira opção, contudo, em períodos de maior volatilidade, os

custos desses derivativos tendem a serem maiores. Tornando menos atraente a contratação de

dívidas em moeda estrangeira.

Os coeficientes R2 ajustados das três regressões apresentaram resultados variados, sendo que

os resultados da regressão do endividamento total é melhor explicado através das variáveis

independentes do que as demais (74,8% contra 70,3% em Y3 e 64,8% em Y2).

4.2.2 Variáveis dependentes a valor de mercado

A regressão das variáveis dependentes com a variável endividamento total a valor de mercado

(Y4) indica que as variáveis M/Befwa, Risco, Tangibilidade, Volatilidade do câmbio e

Volatilidade da taxa de juros apresentaram significância a um nível inferior a 5%. A variável

Tangibilidade, seguindo os resultados encontrados nas regressões anteriores, apresentou

resultado contrário a teoria de trade-off e de custo de agência. Da mesma forma, a

Volatilidade da Taxa de Juros também apresentou sinal contrário ao esperado. De acordo com

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49

o resultado encontrado, uma maior volatilidade da taxa de juros seria positiva para o

endividamento a valor de mercado. O R2 ajustado foi de 63,4%.

No endividamento de curto prazo a valor de mercado (Y5), somente as variáveis Crescimento,

Tangibilidade, Volatilidade do Câmbio e Volatilidade da taxa de juros foram significantes.

Contudo, apenas a variável Volatilidade do câmbio apresentou resultado de acordo com as

expectativas. O R2 ajustado da variável Y5 foi de 63,1%, semelhante ao encontrado no

endividamento total a valor de mercado

Novamente as variáveis Tangibilidade e Volatilidade da taxa de juros apresentaram o mesmo

resultado apresentado pelas regressões anteriores: negativo quando era esperado um resultado

positivo (Tangibilidade) e positivo quando era esperado o sinal negativo (Volatilidade da taxa

de juros).

Quanto aos resultados não significantes, as variáveis M/Befwa e Risco apresentaram resultados

em linha com as teorias vigentes. Enquanto que Benefício Fiscal não dívida e Tamanho

tiveram resultados contrários as expectativas.

Verificamos que, a variável Tamanho, que tinha apresentado significância nas regressões a

valor contábil deixou de ter relevância quando a dívida total e de curto prazo são calculadas a

valor de mercado. Uma das possíveis explicações para esse resultado decorre do fato que

empresas maiores são, em sua maioria, mais maduras e com uma maior estabilidade de

resultados e de melhor precificação pelos investidores. Enquanto que empresas que

apresentam um alto valor de mercado são empresas novas, ligadas a novas tecnologias ou que

estão em segmentos ainda incipientes mais com grandes expectativas de crescimento. Nesses

casos, a variável Tamanho deixa de ser uma referência importante para o endividamento.

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50

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51

Única das variáveis a valor de mercado que apresentou resultados significantes para a variável

Tamanho, o endividamento de longo prazo a valor de mercado (Y6) também registrou

resultados significantes para as variáveis, M/Befwa, Risco, Tangibilidade, Volatilidade do

câmbio e Volatilidade da taxa de juros, sendo que estas duas últimas tiveram resultados com

sinais contrários aos estudos sobre o tema. O R2 ajustado foi ligeiramente inferior ao

apresentado pelas variáveis Y4 e Y5: 58,6%.

Assim como os resultados das regressões a valor contábil, as regressões do endividamento

total (Y4) e endividamento de longo prazo (Y6) a valor de mercado tiveram resultados

semelhantes. A única divergência dentre os resultados estatisticamente significante foi a

variável Tamanho. O R2 ajustado foi semelhante para as regressões Y4 (63,4%) e Y5 (63,1%).

4.2.3 Síntese

Quando comparamos os resultados das regressões a valor contábil com as regressões a valor

de mercado verificamos que as a valor contábil apresentaram mais resultados significantes e

maiores R2 ajustados, principalmente no endividamento total e de longo prazo. No

endividamento total a valor contábil foram sete as variáveis com resultado significante

enquanto a valor de mercado foram apenas cinco. As diferenças foram as variáveis

Rentabilidade e Tamanho, significantes a valor contábil mas não a valor de mercado. A

diferença entre os R2 ajustados é de 11 pontos percentuais.

No endividamento de curto prazo, os resultados comuns a valor contábil e a de mercado

foram as variáveis Tangibilidade e Volatilidade do câmbio. Além disso, nas duas regressões

as variáveis M/Befwa e Risco não repetiram os resultados significantes das demais regressões.

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52

Dessa forma, não podemos afirmar que essas variáveis são relevantes para determinar o

endividamento de curto prazo, seja ele a valor contábil ou a valor de mercado. Os dois

coeficientes R2 ajustados apresentaram resultados próximos, 64,8% para o Y2 e 63,1% para

Y5.

No endividamento de longo prazo, o resultado tanto a valor contábil quanto de mercado foram

próximos ao respectivos endividamentos totais. Na comparação entre as duas regressões, as

diferenças foram as variáveis Crescimento e Rentabilidade com resultados significantes

somente na regressão a valor contábil e a Volatilidade do câmbio significante somente na

regressão a valor de mercado. O R2 ajustado foi maior na regressão a valor contábil (70,3%

contra 58,8%).

Os resultados positivos apresentados pela variável Volatilidade da taxa de juros contrariaram

as nossas expectativas. Uma das possíveis explicações para esse resultado se encontra na

necessidade de contrair dívidas e na indexação da dívida corporativa à taxa Selic. Em um

cenário de volatilidade tanto da moeda estrangeira quanto da taxa de juros brasileira, as

empresas que não tem como adiar novas dívidas, optam pela dívida indexada a taxa de juros

brasileira, mesmo com toda a sua incerteza. Por isso, o resultado positivo nessa variável.

Outro resultado inesperado foi o da variável Tangibilidade que apresentou resultados

significantes nas seis variáveis, porém, com sinal contrário ao indicado pelas teorias vigentes.

A premissa adotada por todos os estudos anteriores indicava que uma empresa com um alto

grau de imobilização poderia utilizar esses ativos como garantia em seus

empréstimos/financiamentos, portanto, era de se esperar uma relação positiva com o

endividamento. Apesar disso, os resultados em todas as variáveis dependentes presentes nesta

pesquisa registraram uma relação negativa.

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53

Uma das possíveis explicações para esse resultado teria o mesmo embasamento da teoria de

Pecking Order. Uma empresa que possui alto de grau de imobilização possui maiores

condições de gerar lucros através desse ativo imobilizado e, portanto, teria maior

probabilidade de utilizar seus recursos internos como fonte principal ao invés de ir ao

mercado captar recursos.

De forma resumida e com base nos resultados apresentados nas Tabelas 9 e 10, vemos que a

variável Tangibilidade foi significante nas seis regressões, as variáveis Volatilidade do

câmbio e da taxa de juros foram significantes em cinco, Risco e M/Befwa em quatro, Tamanho

em três, Rentabilidade e Crescimento em duas e Benefício fiscal não dívida em apenas uma.

Destas, apenas três tiveram resultados com sinais contrários ao esperado: Volatilidade da taxa

de juros, Tangibilidade e Benefício fiscal não divida. As demais apresentaram resultados com

sinais em linha com as teorias vigentes (Risco, M/Befwa, Tamanho, Rentabilidade e

Crescimento) ou com as nossas expectativas (Volatilidade do câmbio).

Adicionalmente, cabe ressaltar que a variável M/Befwa que mede o market timing apresentou

resultados estatisticamente significantes no endividamento total e de longo prazo a valor

contábil (Y1, Y3) e a valor de mercado (Y4 e Y6). Não sendo estatisticamente significante no

endividamento de curto prazo tanto a valor contábil quanto a valor de mercado.

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54

5 CONCLUSÕES

A forma como as empresas lidam com a sua estrutura de capital e quais são os seus

determinantes é tema recorrente tanto no mundo acadêmico, no corporativo quanto no

mercado de capitais. Na parte acadêmica, diversos estudos foram realizados com o objetivo de

se entender e explicar quais os fatores determinariam a estrutura de capital e qual seria a

teoria dominante. A grande complexidade em se encontrar uma só teoria dominante e

determinar o grupo de variáveis que explicariam a composição do capital de uma empresa é

dada pelas diferenças regionais, culturais e econômicas.

Este trabalho teve como objetivo identificar quais os fatores determinantes da estrutura de

capital das empresas brasileiras de capital aberto, no período de 2001 a 2010. Uma revisão da

literatura brasileira e internacional sobre o tema identificou as teorias vigentes, as análises e

modelos utilizados bem como os resultados encontrados e as diferenças entre si. A partir

desse ponto, foi construído o modelo empírico que levou em conta as teorias examinadas e as

particularidades do sistema contábil e do mercado das empresas brasileiras.

A análise empírica do trabalho se deu com a utilização de modelo de regressão linear em

painel não balanceado com efeitos fixos. Dois grupos foram construídos. No primeiro, as

variáveis dependentes foram escolhidas com o intuito de mensurar o endividamento contábil

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55

das empresas de acordo com o seu perfil: total, de curto prazo e de longo prazo. No segundo,

as variáveis dependentes foram analisadas com base no seu valor de mercado.

A amostra foi composta por empresas brasileiras não financeiras de capital aberto que tiveram

suas ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo em pelo menos um dos períodos de

2001 a 2010, que apresentaram informações contábeis em pelo menos um período da amostra

e que não registraram valores negativos de ativo total, receita operacional e patrimônio

líquido.

As variáveis explicativas foram selecionadas tendo como parâmetro os diversos estudos

realizados no Brasil e no mundo sobre o tema e de acordo com a sua relevância com as teorias

vigentes. Adicionalmente, a inclusão de fatores exógenos como a volatilidade do câmbio, da

taxa de juros e uma medida destinada a captar o Market Timing na estrutura de capital, são,

em nossa opinião, as principais inovações aos trabalhos anteriores.

Os resultados empíricos encontrados, através do modelo de regressão, mostram evidências

que o market-to-book ponderado pelo financiamento externo, o risco, o tamanho, a

tangibilidade, a volatilidade do câmbio e da taxa de juros são fatores determinantes para

estrutura de capital da amostra estudada.

O market-to-book ponderado pelo financiamento externo, medida adotada de market timing,

apresentou uma relação negativa com o endividamento total e de longo prazo a valor contábil

e com o endividamento total e de longo prazo a valor de mercado, corroborando com as

nossas expectativas. Dessa forma, vemos que as empresas utilizam o market timing para

auferir ganhos e esta estratégia influencia a estrutura de capital da firma, principalmente o

endividamento total e o de longo prazo.

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56

O sinal negativo apresentado pela variável Risco vai ao encontro das teorias de trade-off,

custo de agência e pecking order. O sinal positivo encontrado na variável Tamanho foi de

acordo com as nossas expectativas e em linha com a teoria de trade-off e de custo de agência.

O sinal negativo apresentado pela variável Volatilidade do câmbio foi dentro do esperado. Do

lado oposto, os resultados positivos apresentados pela Volatilidade da taxa de juros

contrariaram as nossas expectativas. Contudo, entendemos esse resultado como se não

houvesse opção à dívida indexada a taxa de juros. Mesmo em um cenário de alta volatilidade,

uma divida indexada à SELIC seja a opção menos desfavorável para as companhias

brasileiras.

Outro resultado que contrariou as nossas expectativas foi o da variável Tangibilidade que

apresentou resultados com sinais negativos e significantes nas seis regressões. Esse mesmo

resultado foi encontrado por Brito et al. (2006), Bastos et al. (2008) e Ceretta et al. (2009).

Não se tem uma explicação clara para esse resultado, porém um dos possíveis fatores pode ser

por uma maior proporção das contas de depreciação e amortização no imobilizado total,

fazendo com que essa variável tenha as mesmas características da variável Benefício Fiscal

não dívida.

Não encontramos evidências que comprovem a relevância das variáveis Benefício fiscal não

dívida e Crescimento. A variável Benefício fiscal também não apresentou resultados

significantes nos trabalhos de Titman e Wessels (1988), Badhuri (2002), Nakamura et al.

(2007), Rocha e Amaral (2007) e Ceretta et al. (2009). Entendemos que, no caso brasileiro,

um dos motivos para esse resultado seja a utilização do crédito tributário e do JCP para

redução de sua base tributária. Assim, a depreciação e amortização perderiam a atratividade.

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57

Os resultados encontrados neste estudo foram similares aos verificados na literatura

examinada. Em relação às divergências, é provável que elas tenham sido influenciadas pela

diferenças nas medidas das variáveis independentes e na seleção das variáveis dependentes e

também em função do período analisado.

De um modo geral, os resultados da pesquisa sugerem que:

1. Empresas de maior tamanho e com baixo risco operacional tem mais condições de

captar recursos no mercado de crédito brasileiro, em linha com a teoria de trade-off e

custo de agência;

2. Empresas que apresentam grande concentração de ativo imobilizado e baixo risco

operacional preferem utilizar os recursos gerados internamente como fonte principal

de capital ao invés de se financiar no mercado bancário ou de capitais, em linha com a

teoria de Pecking Order;

3. Em períodos de grande volatilidade do câmbio, as empresas preferem se financiar

menos;

4. As empresas se aproveitam de momentos de mercado aquecido para emitirem e/ou

recomprarem ações, porém esse movimento tem maior impacto no seu endividamento

de longo prazo.

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58

Buscando traçar um paralelo entre os resultados encontrados neste trabalho e a realidade das

empresas brasileiras, é possível afirmar que empresas de menor porte possam ter dificuldades

em captar recursos de longo prazo e por isso concentrem o seu endividamento no curto prazo.

Porém ao agir dessa forma, essas empresas correm o risco de não conseguir “rolar” essas

dívidas nos seus vencimentos, afetando a sua liquidez e pondo em risco sua sobrevivência.

Sendo assim, empresas de menor tamanho devem buscar fontes alternativas de recursos, tais

como mercado de capitais, investidores de private equity ou através de bancos de fomento,

como o BNDES. De forma a conseguir uma melhor distribuição da sua dívida.

Partindo da premissa que uma dívida com garantias reais tem um custo menor do que dívida

sem garantias, verificamos que, dado os resultados encontrados, as empresas que possuem um

grande percentual de seu ativo alocado no imobilizado poderiam utilizá-los como garantias

para seus empréstimos e financiamentos, reduzindo o custo médio de sua dívida e,

consequentemente, o custo médio de capital da empresa.

Este estudo acadêmico, como outros estudos, baseou-se em premissas já testadas e utilizadas

em diversas pesquisas no Brasil e no mundo, porém entendemos que há algumas limitações,

como por exemplo, a seleção dos dados. A amostra foi baseada em sociedades anônimas não

financeiras listadas na bolsa de valores brasileira (Bovespa) e que tiveram ações negociadas

em pelo menos um período entre 2001 e 2010.

Essa amostra não deve ser tomada como representativa do universo de empresas brasileiras

sejam elas sociedades anônimas, de capital aberto e/ou fechado ou ainda, empresas limitadas

em seus diversos tamanhos e segmentos. Sendo assim, esse estudo pode não refletir as

características de endividamento de todas as empresas brasileiras.

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59

A amostra foi formada pelas informações contábeis de 301 empresas de capital aberto não

financeiras no período de 2001 a 2010. Para chegar a esse número de empresas foram

utilizados filtros conforme descrito no capítulo 3. Qualquer alteração nos critérios estipulados

para definição da amostra ou das variáveis analisadas pode resultar em alterações e

divergências nos resultados encontrados.

Não foi objetivo de esse estudo analisar os efeitos da volatilidade do câmbio e da taxa de juros

sobre o endividamento total, de curto e de longo prazo discriminado em moeda local e em

moeda estrangeira. Portanto, esse não detalhamento pode ter influenciado os resultados aqui

apresentados, principalmente os relacionados com as variáveis volatilidade do câmbio e

volatilidade da taxa de juros.

Do ponto de vista da modelagem, dados em painel podem gerar problemas de estimação e

inferência, como heterocedasticidade, ao longo do período analisado, e/ou autocorrelação

(entre as empresas e variáveis selecionadas).

Casa haja a incidência de um desses eventos (ou os dois) no modelo desenvolvido, seus

resultados podem estar enviesados e inconsistentes, impactando negativamente qualquer

inferência sobre os resultados gerados.

Por fim, como sugestões para pesquisas futuras indicamos a utilização do crédito tributário e o

JCP como proxy do benefício fiscal não dívida ao invés da depreciação e amortização. Como

dito acima essas variáveis poderiam ser mais representativa do benefício fiscal no Brasil.

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60

Outra sugestão seria o detalhamento do endividamento em moeda estrangeira e local, de

forma a analisar o impacto das variáveis macroeconômicas (volatilidade do câmbio e da taxa

de juros) sobre a dívida por moeda.

Também poderiam ser incluídas no modelo outras variáveis explicativas tais como: controle

acionário, setores de atuação, variáveis macroeconômicas (variação do PIB e inflação) e

variáveis qualitativas tais como índice de confiança do comercio e da indústria.

Adicionalmente, visando medir a presença da assimetria de informações bem como o quanto

o nível de disclosure impacta o endividamento ou o seu valor de mercado sugerimos a

utilização de variáveis de controle tais como o índice de governança corporativa e a presença

no novo mercado da Bovespa.

Por último, nesse estudo foi utilizado um modelo de regressão linear. É possível que a

utilização de modelo não linear, possa trazer resultados mais apurados e com menos

problemas de inferência do que os apresentados pelos modelos lineares usualmente presentes

em trabalhos sobre determinantes de estrutura de capital.

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APÊNDICE A – RESULTADOS DAS REGRESSÕES

Dívida Total /Ativo Total - Valor Contábil (Y1)

Variável Dependente: Dívida Total / Ativo Total - Valor Contábil (Y1) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:00 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C -0.473574 0.140821 -3.362945 0.0008CRESC -0.009594 0.012919 -0.742646 0.4579DEPR 0.241822 0.242348 0.997833 0.3187M/Befwa -0.008347 0.004345 -1.921004 0.0551RENT -0.177600 0.045560 -3.898203 0.0001RISC -0.002037 0.000994 -2.049142 0.0408TAM 0.060178 0.009638 6.243588 0.0000

TANG -0.114147 0.029100 -3.922536 0.0001VOL. CAMB. -0.029055 0.017768 -1.635218 0.1024VOL. TJUR 0.052399 0.013384 3.915115 0.0001

Especificação dos Efeitos

Cross-section fixo (variáveis dummy)

R2 0.814735 Média Variável Dependente 0.265018R2 ajustado 0.748996 Desv.Pad.Var.Dependente 0.179359Erro Padrão da Regressão 0.089859 Akaike critério informação -1.760525Soma quadrado residual 5.757254 Schwarz critério -0.480229Verossimilhança 1105.214 Hannan-Quinn critério -1.273131Estatística F 12.39347 Durbin-Watson Estatística 1.698443Prob(Estatística F) 0.000000

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Dívida Curto Prazo/Ativo Total - Valor Contábil (Y2)

Variável Dependente: Dívida Curto Prazo / Ativo Total - Valor Contábil (Y2) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:01 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C 0.002609 0.078034 0.033440 0.9733CRESC 0.011355 0.007159 1.586179 0.1131DEPR 0.266878 0.134294 1.987265 0.0473M/Befwa -0.000649 0.002408 -0.269488 0.7876RENT -0.035260 0.025246 -1.396654 0.1630RISC 2.95E-05 0.000551 0.053531 0.9573TAM 0.007171 0.005341 1.342539 0.1798

TANG -0.039881 0.016126 -2.473153 0.0136VOL. CAMB. -0.023355 0.009846 -2.372014 0.0180VOL. TJUR 0.010040 0.007416 1.353701 0.1763

Especificação dos Efeitos

Cross-section fixo (variáveis dummy)

R2 0.740760 Média Variável Dependente 0.085516R2 ajustado 0.648772 Desv.Pad.Var.Dependente 0.084021Erro Padrão da Regressão 0.049794 Akaike critério informação -2.941209Soma quadrado residual 1.767871 Schwarz critério -1.660913Verossimilhança 1676.075 Hannan-Quinn critério -2.453815Estatística F 8.052773 Durbin-Watson Estatística 2.097675Prob(Estatística F) 0.000000

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Dívida Longo Prazo/Ativo Total - Valor Contábil (Y3)

Variável Dependente: Dívida Longo Prazo / Ativo Total - Valor Contábil (Y3) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:01 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C -0.476184 0.126758 -3.756649 0.0002CRESC -0.020950 0.011629 -1.801524 0.0720DEPR -0.025055 0.218145 -0.114856 0.9086M/Befwa -0.007698 0.003911 -1.968237 0.0494RENT -0.142340 0.041010 -3.470901 0.0005RISC -0.002067 0.000895 -2.309448 0.0212TAM 0.053008 0.008676 6.109820 0.0000

TANG -0.074266 0.026194 -2.835219 0.0047VOL. CAMB. -0.005700 0.015994 -0.356388 0.7217VOL. TJUR 0.042359 0.012047 3.516131 0.0005

Especificação dos Efeitos

Cross-section fixo (variáveis dummy)

R2 0.781157 Média Variável Dependente 0.179502R2 ajustado 0.703503 Desv.Pad.Var.Dependente 0.148545Erro Padrão da Regressão 0.080885 Akaike critério informação -1.970955Soma quadrado residual 4.664731 Schwarz critério -0.690659Verossimilhança 1206.957 Hannan-Quinn critério -1.483561Estatística F 10.05945 Durbin-Watson Estatística 1.871098Prob(Estatística F) 0.000000

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69

Dívida Total/ Ativo total - Valor de Mercado (Y4)

Variável Dependente: Dívida Total / Ativo Total - Valor de Mercado (Y4) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:01 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C 0.133379 0.196049 0.680335 0.4965CRESC 0.019179 0.017986 1.066348 0.2866DEPR 0.340449 0.337392 1.009061 0.3133M/Befwa -0.026913 0.006049 -4.449009 0.0000RENT -0.071708 0.063427 -1.130564 0.2586RISC -0.003932 0.001384 -2.840905 0.0046TAM 0.019631 0.013418 1.462975 0.1439

TANG -0.177883 0.040513 -4.390760 0.0000VOL. CAMB. -0.139808 0.024737 -5.651841 0.0000VOL. TJUR 0.091024 0.018633 4.885153 0.0000

C Especificação dos Efeitos

Cross-section fixo (variáveis dummy)

R2 0.729913 Média Variável Dependente 0.253411R2 ajustado 0.634076 Desv.Pad.Var.Dependente 0.206806Erro Padrão da Regressão 0.125101 Akaike critério informação -1.098779Soma quadrado residual 11.15855 Schwarz critério 0.181517Verossimilhança 785.2598 Hannan-Quinn critério -0.611386Estatística F 7.616166 Durbin-Watson Estatística 2.048801Prob(Estatística F) 0.000000

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70

Dívida Curto Prazo /Ativo Total - Valor de Mercado (Y5)

Variável Dependente: Dívida Curto Prazo / Ativo Total – Valor de Mercado (Y5) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:02 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C 0.223773 0.094012 2.380247 0.0176CRESC 0.015342 0.008625 1.778839 0.0757DEPR 0.252765 0.161792 1.562289 0.1187M/Befwa -0.003347 0.002901 -1.153973 0.2489RENT 0.008283 0.030416 0.272329 0.7854RISC -0.000665 0.000664 -1.001296 0.3170TAM -0.007344 0.006435 -1.141322 0.2541

TANG -0.061038 0.019427 -3.141866 0.0017VOL. CAMB. -0.067519 0.011862 -5.691945 0.0000VOL. TJUR 0.024092 0.008935 2.696296 0.0072

CEspecificação dos Efeitos

Cross-section fixo (variáveis dummy)

R2 0.727722 Média Variável Dependente 0.084437R2 ajustado 0.631107 Desv.Pad.Var.Dependente 0.098771Erro Padrão da Regressão 0.059990 Akaike critério informação -2.568653Soma quadrado residual 2.565960 Schwarz critério -1.288357Verossimilhança 1495.944 Hannan-Quinn critério -2.081259Estatística F 7.532209 Durbin-Watson Estatística 2.343235Prob(Estatística F) 0.000000

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71

Dívida Longo Prazo /Ativo Total - Valor de Mercado (Y6)

Variável Dependente: Dívida Longo Prazo / Ativo Total – Valor de Mercado (Y6) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:02 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C -0.090394 0.164810 -0.548475 0.5835CRESC 0.003837 0.015120 0.253767 0.7997DEPR 0.087684 0.283631 0.309148 0.7573M/Befwa -0.023565 0.005085 -4.634043 0.0000RENT -0.079991 0.053320 -1.500203 0.1340RISC -0.003267 0.001163 -2.808220 0.0051TAM 0.026975 0.011280 2.391322 0.0170

TANG -0.116844 0.034058 -3.430799 0.0006VOL. CAMB. -0.072289 0.020795 -3.476272 0.0005VOL. TJUR 0.066932 0.015664 4.273070 0.0000

Especificação dos Efeitos

Cross-section fixo (variáveis dummy)

R2 0.695964 Média Variável Dependente 0.168974R2 ajustado 0.588080 Desv.Pad.Var.Dependente 0.163859Erro Padrão da Regressão 0.105167 Akaike critério informação -1.445924Soma quadrado residual 7.885782 Schwarz critério -0.165628Verossimilhança 953.1042 Hannan-Quinn critério -0.958530Estatística F 6.451044 Durbin-Watson Estatística 2.047298Prob(Estatística F) 0.000000

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72

APÊNDICE B – RESULTADOS DOS TESTES DE EFEITO FIXO

Dívida Total /Ativo Total - Valor Contábil (Y1)

Testes Efeitos Fixos Redundantes Equação: Dívida Total / Ativo Total - Valor Contábil (Y1) Teste Efeitos Fixos Cross-section

Teste Efeitos Estatística Graus de Liberdade Prob.

Cross-section F 11.066377 (244,713) 0.0000Cross-section Qui-Quadrado 1514.247511 244 0.0000

Equação Teste Efeitos Fixos Cross-section: Variável Dependente: Dívida Total / Ativo Total - Valor Contábil (Y1) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:05 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C 0.066215 0.038952 1.699928 0.0895CRESC -0.000348 0.017913 -0.019425 0.9845DEPR 0.355444 0.189273 1.877945 0.0607M/Befwa -0.000822 0.006845 -0.120098 0.9044RENT -0.241159 0.051995 -4.638096 0.0000RISC -0.001795 0.001597 -1.124210 0.2612TAM 0.019113 0.002628 7.274321 0.0000

TANG 0.108942 0.025798 4.222907 0.0000VOL. CAMB. -0.064638 0.030182 -2.141613 0.0325VOL. TJUR 0.093921 0.020662 4.545597 0.0000

R2 0.113121 Média Variável Dependente 0.265018R2 ajustado 0.104780 Desv.Pad.Var.Dependente 0.179359Erro Padrão da Regressão 0.169702 Akaike critério informação -0.699255Soma quadrado residual 27.56050 Schwarz critério -0.648850Verossimilhança 348.0900 Hannan-Quinn critério -0.680067Estatística F 13.56275 Durbin-Watson Estatística 0.400451Prob(Estatística F) 0.000000

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73

Dívida Curto Prazo/Ativo Total - Valor Contábil (Y2)

Testes Efeitos Fixos Redundantes Equação: Dívida Curto Prazo / Ativo Total – Valor Contábil (Y2) Teste Efeitos Fixos Cross-section

Teste Efeitos Estatística Graus de Liberdade Prob.

Cross-section F 8.013102 (244,713) 0.0000Cross-section Qui-Quadrado 1276.127457 244 0.0000

Equação Teste Efeitos Fixos Cross-section: Variável Dependente: Dívida Curto Prazo / Ativo Total – Valor Contábil (Y2) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:05 Amostra: 2001 2010 Período incluído: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C 0.086850 0.019084 4.550923 0.0000CRESC 0.011673 0.008777 1.329990 0.1838DEPR 0.320445 0.092733 3.455562 0.0006M/Befwa 0.002736 0.003354 0.815828 0.4148RENT -0.096443 0.025475 -3.785839 0.0002RISC 0.000413 0.000782 0.528256 0.5974TAM 0.001702 0.001287 1.321729 0.1866

TANG -0.010210 0.012639 -0.807785 0.4194VOL. CAMB. -0.041277 0.014787 -2.791342 0.0054VOL. TJUR 0.023178 0.010123 2.289628 0.0223

R2 0.029871 Média Variável Dependente 0.085516R2 ajustado 0.020747 Desv.Pad.Var.Dependente 0.084021Erro Padrão da Regressão 0.083145 Akaike critério informação -2.126186Soma quadrado residual 6.615749 Schwarz critério -2.075781Verossimilhança 1038.011 Hannan-Quinn critério -2.106997Estatística F 3.274037 Durbin-Watson Estatística 0.579418Prob(Estatística F) 0.000617

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74

Dívida Longo Prazo/Ativo Total - Valor Contábil (Y3)

Testes Efeitos Fixos Redundantes Equação: Dívida Longo Prazo / Ativo Total – Valor Contábil (Y3) Teste Efeitos Fixos Cross-section

Teste Efeitos Estatística Graus de Liberdade Prob.

Cross-section F 8.653021 (244,713) 0.0000Cross-section Qui-Quadrado 1331.121481 244 0.0000

Equação Teste Efeitos Fixos Cross-section: Variável Dependente: Dívida Longo Prazo / Ativo Total – Valor Contábil (Y3) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:05 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C -0.020635 0.031894 -0.646996 0.5178CRESC -0.012021 0.014668 -0.819536 0.4127DEPR 0.034999 0.154979 0.225834 0.8214M/Befwa -0.003558 0.005605 -0.634833 0.5257RENT -0.144716 0.042574 -3.399138 0.0007RISC -0.002209 0.001308 -1.689067 0.0915TAM 0.017412 0.002151 8.093143 0.0000

TANG 0.119152 0.021124 5.640716 0.0000VOL. CAMB. -0.023361 0.024713 -0.945289 0.3447VOL. TJUR 0.070742 0.016918 4.181444 0.0000

R2 0.133118 Média Variável Dependente 0.179502R2 ajustado 0.124966 Desv.Pad.Var.Dependente 0.148545Erro Padrão da Regressão 0.138954 Akaike critério informação -1.099061Soma quadrado residual 18.47794 Schwarz critério -1.048656Verossimilhança 541.3961 Hannan-Quinn critério -1.079872Estatística F 16.32851 Durbin-Watson Estatística 0.520263Prob(Estatística F) 0.000000

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75

Dívida Total/ Ativo total - Valor de Mercado (Y4)

Testes Efeitos Fixos Redundantes Equação: Dívida Total/Ativo Total – Valor de Mercado (Y4) Teste Efeitos Fixos Cross-section

Teste Efeitos Estatística Graus de Liberdade Prob.

Cross-section F 6.811877 (244,713) 0.0000Cross-section Qui-Quadrado 1163.603255 244 0.0000

Equação Teste Efeitos Fixos Cross-section: Variável Dependente: Dívida Total/Ativo Total – Valor de Mercado (Y4) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:06 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C 0.206753 0.045236 4.570583 0.0000CRESC 0.000307 0.020803 0.014752 0.9882DEPR 0.040612 0.219809 0.184759 0.8535M/Befwa -0.027908 0.007950 -3.510700 0.0005RENT -0.305989 0.060384 -5.067412 0.0000RISC -0.003285 0.001855 -1.771177 0.0768TAM 0.012509 0.003051 4.099347 0.0000

TANG 0.141686 0.029960 4.729194 0.0000VOL. CAMB. -0.165762 0.035051 -4.729111 0.0000VOL. TJUR 0.125130 0.023995 5.214763 0.0000

R2 0.100304 Média Variável Dependente 0.253411R2 ajustado 0.091843 Desv.Pad.Var.Dependente 0.206806Erro Padrão da Regressão 0.197081 Akaike critério informação -0.400120Soma quadrado residual 37.17062 Schwarz critério -0.349715Verossimilhança 203.4581 Hannan-Quinn critério -0.380932Estatística F 11.85475 Durbin-Watson Estatística 0.686162Prob(Estatística F) 0.000000

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76

Dívida Curto Prazo /Ativo Total - Valor de Mercado (Y5)

Testes Efeitos Fixos Redundantes Equação: Dívida Curto Prazo/Ativo Total – Valor de Mercado (Y5) Teste Efeitos Fixos Cross-section

Teste Efeitos Estatística Graus de Liberdade Prob.

Cross-section F 7.311046 (244,713) 0.0000Cross-section Qui-Quadrado 1211.962318 244 0.0000

Equação Teste Efeitos Fixos Cross-section: Variável Dependente: Dívida Curto Prazo /Ativo Total – Valor de Mercado (Y5) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:06 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C 0.154442 0.022241 6.943915 0.0000CRESC 0.005635 0.010229 0.550907 0.5818DEPR 0.181380 0.108075 1.678281 0.0936M/Befwa -0.003727 0.003909 -0.953509 0.3406RENT -0.122469 0.029689 -4.125030 0.0000RISC -0.000204 0.000912 -0.223851 0.8229TAM -0.001572 0.001500 -1.047723 0.2950

TANG 0.008095 0.014731 0.549515 0.5828VOL. CAMB. -0.083638 0.017234 -4.853080 0.0000VOL. TJUR 0.036484 0.011798 3.092368 0.0020

R2 0.046495 Média Variável Dependente 0.084437R2 ajustado 0.037528 Desv.Pad.Var.Dependente 0.098771Erro Padrão da Regressão 0.096900 Akaike critério informação -1.819984Soma quadrado residual 8.985880 Schwarz critério -1.769579Verossimilhança 889.9625 Hannan-Quinn critério -1.800796Estatística F 5.185025 Durbin-Watson Estatística 0.699587Prob(Estatística F) 0.000001

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77

Dívida Longo Prazo /Ativo Total - Valor de Mercado (Y6)

Testes Efeitos Fixos Redundantes Equação: Dívida Longo Prazo /Ativo Total – Valor de Mercado (Y6) Test cross-section fixed effects

Teste Efeitos Estatística Graus de Liberdade Prob.

Cross-section F 5.594697 (244,713) 0.0000Cross-section Qui-Quadrado 1034.429677 244 0.0000

Equação Teste Efeitos Fixos Cross-section: Variável Dependente: Dívida Longo Prazo /Ativo Total – Valor de Mercado (Y6) Método: Painel Mínimos Quadrados Data: 07/06/11 Horário: 12:07 Amostra: 2001 2010 Períodos incluídos: 10 Cross-sections incluídos: 245 Observações totais painel não balanceado: 967

Variável CoeficienteDesvio Padrão Estatística T Prob.

C 0.052311 0.035571 1.470627 0.1417CRESC -0.005328 0.016359 -0.325706 0.7447DEPR -0.140769 0.172845 -0.814421 0.4156M/Befwa -0.024182 0.006251 -3.868393 0.0001RENT -0.183520 0.047482 -3.865019 0.0001RISC -0.003081 0.001458 -2.112457 0.0349TAM 0.014081 0.002399 5.868296 0.0000

TANG 0.133591 0.023559 5.670572 0.0000VOL. CAMB. -0.082124 0.027562 -2.979568 0.0030VOL. TJUR 0.088646 0.018869 4.698101 0.0000

R2 0.113857 Média Variável Dependente 0.168974R2 ajustado 0.105524 Desv.Pad.Var.Dependente 0.163859Erro Padrão da Regressão 0.154973 Akaike critério informação -0.880847Soma quadrado residual 22.98386 Schwarz critério -0.830441Verossimilhança 435.8894 Hannan-Quinn critério -0.861658Estatística F 13.66238 Durbin-Watson Estatística 0.766565Prob(Estatística F) 0.000000

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78

APÊNDICE C – MODELAGEM GARCH

Variável Dependente: VOL.TJUR. 2001

Método: ML - ARCH

Data:31/03/11 Horário: 12:11

Amostra (ajustada): 1 250

Observações Incluídas: 250 após ajustes

Convergência alcançada após 90 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficiente Erro Padrão Estatísitca Z Prob.

C 16.24413 0.006029 2694.290 0.0000

Equação da Variância

C 0.000109 1.82E-06 59.80284 0.0000

RESID(-1)^2 1.944871 3.241464 0.599998 0.5485

GARCH(-1) -0.951262 0.050727 -18.75276 0.0000

R2 -0.003355 Média Variável Dependente 16.22526

R2 ajustado -0.015591 Desv.Pad.Var.Dependente 0.326468

Erro Padrão.da Regressão 0.329003 Critério informação Akaike -0.116882

Soma quadrado residual 26.62784 Critério Schwarz -0.060539

Verossimilhança 18.61029 Durbin-Watson Estatística 0.000327

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79

Variável Dependente: VOL.TJUR. 2002

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 11:55

Amostra (ajustada): 1 253

Observações Incluídas: 253 após ajustes

Convergência alcançada após 379 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficiente Erro Padrão Estatísitca Z Prob.

C 19.64900 0.005128 3832.002 0.0000

Equação da Variância

C 1.81E-05 5.48E-05 0.330617 0.7409

RESID(-1)^2 1.881909 4.642775 0.405341 0.6852

GARCH(-1) -0.855097 1.916263 -0.446232 0.6554

R2 -0.012774 Média Variável Dependente 19.69604

R2 ajustado -0.024976 Desv.Pad.Var.Dependente 0.417000

Erro Padrão.da Regressão 0.422176 Critério informação Akaike 0.180700

Soma quadrado residual 44.37984 Critério Schwarz 0.236563

Verossimilhança -18.85849 Durbin-Watson Estatística 0.000353

Variável Dependente: VOL.TJUR. 2003

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:00

Amostra (ajustada): 1 253

Observações Incluídas: 253 após ajustes

Convergência alcançada após 90 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 27.61900 0.009856 2802.360 0.0000

Equação da Variância

C 0.000825 0.001528 0.539648 0.5894

RESID(-1)^2 1.739642 1.741240 0.999082 0.3178

GARCH(-1) -0.724153 0.108032 -6.703106 0.0000

R2 -0.019412 Média Variável Dependente 27.77346

R2 ajustado -0.031694 Desv.Pad.Var.Dependente 1.110841

Erro Padrão.da Regressão 1.128308 Critério informação Akaike 1.593052

Soma quadrado residual 316.9964 Critério Schwarz 1.648916

Verossimilhança -197.5211 Durbin-Watson Estatística 0.001554

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80

Variável Dependente: VOL.TJUR. 2004

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:01

Amostra (ajustada): 1 252

Observações Incluídas: 252 após ajustes

Convergência alcançada após 47 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 15.97679 0.000768 20805.94 0.0000

Equação da Variância

C 4.02E-06 5.12E-06 0.786493 0.4316

RESID(-1)^2 1.074685 0.340019 3.160659 0.0016

GARCH(-1) -0.047893 0.082278 -0.582091 0.5605

R2 -0.459290 Média Variável Dependente 15.90723

R2 ajustado -0.476943 Desv.Pad.Var.Dependente 0.102850

Erro Padrão.da Regressão 0.124993 Critério informação Akaike -2.957458

Soma quadrado residual 3.874588 Critério Schwarz -2.901435

Verossimilhança 376.6397 Durbin-Watson Estatística 0.006078

Variável Dependente: VOL.TJUR. 2005

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:03

Amostra (ajustada): 1 251

Observações Incluídas: 251 após ajustes

Convergência alcançada após 65 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 18.49151 0.001045 17702.73 0.0000

Equação da Variância

C 1.84E-05 3.41E-05 0.538549 0.5902

RESID(-1)^2 1.878846 2.233647 0.841156 0.4003

GARCH(-1) -0.892694 0.133249 -6.699450 0.0000

R2 -0.262729 Média Variável Dependente 18.38441

R2 ajustado -0.278066 Desv.Pad.Var.Dependente 0.209374

Erro Padrão.da Regressão 0.236701 Critério informação Akaike -1.779222

Soma quadrado residual 13.83871 Critério Schwarz -1.723039

Verossimilhança 227.2923 Durbin-Watson Estatística 0.000730

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81

Variável Dependente: VOL.TJUR. 2006

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:03

Amostra (ajustada): 1 249

Observações Incluídas: 249 após ajustes

Convergência alcançada após 76 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 17.13291 0.004348 3940.716 0.0000

Equação da Variância

C 2.64E-05 0.000384 0.068905 0.9451

RESID(-1)^2 1.943751 2.846179 0.682934 0.4946

GARCH(-1) -0.937173 0.199328 -4.701652 0.0000

R2 -0.014527 Média Variável Dependente 17.18430

R2 ajustado -0.026950 Desv.Pad.Var.Dependente 0.427272

Erro Padrão.da Regressão 0.432991 Critério informação Akaike 0.309138

Soma quadrado residual 45.93293 Critério Schwarz 0.365643

Verossimilhança -34.48765 Durbin-Watson Estatística 0.000202

Variável Dependente: VOL.TJUR. 2007

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:04

Amostra (ajustada): 1 250

Observações Incluídas: 250 após ajustes

Convergência alcançada após 75 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 12.65348 0.001471 8603.750 0.0000

Equação da Variância

C 4.87E-05 0.000133 0.366775 0.7138

RESID(-1)^2 2.039188 4.993998 0.408328 0.6830

GARCH(-1) -0.954648 0.777388 -1.228021 0.2194

R2 -0.057500 Média Variável Dependente 12.70566

R2 ajustado -0.070397 Desv.Pad.Var.Dependente 0.218014

Erro Padrão.da Regressão 0.225558 Critério informação Akaike -1.262355

Soma quadrado residual 12.51556 Critério Schwarz -1.206012

Verossimilhança 161.7944 Durbin-Watson Estatística 0.000229

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82

Variável Dependente: VOL.TJUR. 2008

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:05

Sample: 1 254

Observações Incluídas: 254

Convergência alcançada após 71 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 11.49725 0.003667 3134.942 0.0000

Equação da Variância

C 3.64E-05 0.000145 0.250271 0.8024

RESID(-1)^2 1.950225 0.020308 96.03226 0.0000

GARCH(-1) -0.969769 0.021501 -45.10367 0.0000

R2 -0.014352 Média Variável Dependente 11.53275

R2 ajustado -0.026524 Desv.Pad.Var.Dependente 0.296974

Erro Padrão.da Regressão 0.300887 Critério informação Akaike -0.358115

Soma quadrado residual 22.63317 Critério Schwarz -0.302409

Verossimilhança 49.48066 Durbin-Watson Estatística 0.000177

Variável Dependente: VOL.TJUR. 2009

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:07

Amostra (ajustada): 1 250

Observações Incluídas: 250 após ajustes

Convergência alcançada após 82 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 12.65573 0.003085 4102.705 0.0000

Equação da Variância

C 2.27E-05 0.000148 0.153846 0.8777

RESID(-1)^2 2.049267 7.435161 0.275618 0.7828

GARCH(-1) -0.960841 5.273195 -0.182212 0.8554

R2 -0.031104 Média Variável Dependente 12.72860

R2 ajustado -0.043678 Desv.Pad.Var.Dependente 0.414047

Erro Padrão.da Regressão 0.422993 Critério informação Akaike -0.122316

Soma quadrado residual 44.01502 Critério Schwarz -0.065973

Verossimilhança 19.28952 Durbin-Watson Estatística 0.000249

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83

Variável Dependente: VOL.TJUR. 2010

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 23:36

Amostra (ajustada): 1 251

Observações Incluídas: 251 após ajustes

Convergência alcançada após 46 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 11.35343 0.007300 1555.286 0.0000

Equação da Variância

C 0.002074 0.001059 1.958092 0.0502

RESID(-1)^2 1.173999 0.344891 3.403972 0.0007

GARCH(-1) -0.148961 0.131874 -1.129567 0.2587

R2 -0.002721 Média Variável Dependente 11.32731

R2 ajustado -0.014900 Desv.Pad.Var.Dependente 0.501609

Erro Padrão.da Regressão 0.505332 Critério informação Akaike 0.305001

Soma quadrado residual 63.07400 Critério Schwarz 0.361184

Verossimilhança -34.27768 Durbin-Watson Estatística 0.010993

Variável Dependente: VOL. CAMB. 2001

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:14

Amostra (ajustada): 2 261

Observações Incluídas: 260 após ajustes

Convergência alcançada após 43 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 2.229861 0.025034 89.07280 0.0000

Equação da Variância

C 0.221528 0.012736 17.39389 0.0000

RESID(-1)^2 0.573744 0.136628 4.199308 0.0000

GARCH(-1) -0.072407 0.018891 -3.832848 0.0001

R2 -0.003866 Média Variável Dependente 2.261745

R2 ajustado -0.015630 Desv.Pad.Var.Dependente 0.513767

Erro Padrão.da Regressão 0.517767 Critério informação Akaike 1.454318

Soma quadrado residual 68.62911 Critério Schwarz 1.509098

Verossimilhança -185.0614 Durbin-Watson Estatística 1.543207

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84

Variável Dependente: VOL. CAMB. 2002

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:15

Amostra (ajustada): 1 261

Observações Incluídas: 261 após ajustes

Convergência alcançada após 56 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 2.870827 0.003563 805.7422 0.0000

Equação da Variância

C 0.000198 0.000162 1.220723 0.2222

RESID(-1)^2 1.895865 0.093449 20.28776 0.0000

GARCH(-1) 0.032102 0.019639 1.634636 0.1021

R2 -0.003274 Média Variável Dependente 2.827561

R2 ajustado -0.014986 Desv.Pad.Var.Dependente 0.757549

Erro Padrão.da Regressão 0.763204 Critério informação Akaike 1.627115

Soma quadrado residual 149.6974 Critério Schwarz 1.681744

Verossimilhança -208.3385 Durbin-Watson Estatística 0.776527

Variável Dependente: VOL. CAMB. 2003

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:15

Amostra (ajustada): 1 261

Observações Incluídas: 261 após ajustes

Convergência alcançada após 10 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 2.941252 0.022704 129.5499 0.0000

Equação da Variância

C 0.344846 0.016192 21.29703 0.0000

RESID(-1)^2 0.328063 0.055429 5.918641 0.0000

GARCH(-1) -0.108819 0.020470 -5.315990 0.0000

R2 -0.003804 Média Variável Dependente 2.977375

R2 ajustado -0.015521 Desv.Pad.Var.Dependente 0.586841

Erro Padrão.da Regressão 0.591377 Critério informação Akaike 1.542551

Soma quadrado residual 89.87992 Critério Schwarz 1.597180

Verossimilhança -197.3030 Durbin-Watson Estatística 1.190417

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85

Variável Dependente: VOL. CAMB. 2004

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:16

Amostra (ajustada): 1 262

Observações Incluídas: 262 após ajustes

Convergência alcançada após 120 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 2.825995 0.130766 21.61104 0.0000

Equação da Variância

C 0.213874 0.037837 5.652561 0.0000

RESID(-1)^2 0.036998 0.011182 3.308857 0.0009

GARCH(-1) 0.252549 0.109013 2.316688 0.0205

R2 -0.000433 Média Variável Dependente 2.814058

R2 ajustado -0.012066 Desv.Pad.Var.Dependente 0.574604

Erro Padrão.da Regressão 0.578060 Critério informação Akaike 1.683924

Soma quadrado residual 86.21165 Critério Schwarz 1.738402

Verossimilhança -216.5940 Durbin-Watson Estatística 1.670677

Variável Dependente: VOL. CAMB. 2005

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:17

Amostra (ajustada): 1 260

Observações Incluídas: 260 após ajustes

Convergência alcançada após 69 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 2.326483 0.026195 88.81249 0.0000

Equação da Variância

C 0.206728 0.009877 20.93119 0.0000

RESID(-1)^2 0.493699 0.165004 2.992038 0.0028

GARCH(-1) -0.072120 0.025202 -2.861661 0.0042

R2 -0.002423 Média Variável Dependente 2.349830

R2 ajustado -0.014170 Desv.Pad.Var.Dependente 0.475246

Erro Padrão.da Regressão 0.478601 Critério informação Akaike 1.297709

Soma quadrado residual 58.63902 Critério Schwarz 1.352488

Verossimilhança -164.7021 Durbin-Watson Estatística 1.599982

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86

Variável Dependente: VOL. CAMB. 2006

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:18

Amostra (ajustada): 1 260

Observações Incluídas: 260 após ajustes

Convergência alcançada após 96 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 2.087181 0.189641 11.00593 0.0000

Equação da Variância

C 0.098414 0.242967 0.405052 0.6854

RESID(-1)^2 0.005731 0.005387 1.063993 0.2873

GARCH(-1) 0.490617 1.209726 0.405561 0.6851

R2 -0.000024 Média Variável Dependente 2.084999

R2 ajustado -0.011743 Desv.Pad.Var.Dependente 0.442497

Erro Padrão.da Regressão 0.445088 Critério informação Akaike 1.231493

Soma quadrado residual 50.71436 Critério Schwarz 1.286272

Verossimilhança -156.0940 Durbin-Watson Estatística 1.821369

Variável Dependente: VOL. CAMB. 2007

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:18

Amostra (ajustada): 1 261

Observações Incluídas: 261 após ajustes

Convergência alcançada após 143 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 1.873027 0.070891 26.42121 0.0000

Equação da Variância

C 0.103975 0.023575 4.410315 0.0000

RESID(-1)^2 0.025571 0.009898 2.583566 0.0098

GARCH(-1) 0.306130 0.150977 2.027656 0.0426

R2 -0.000278 Média Variável Dependente 1.866195

R2 ajustado -0.011955 Desv.Pad.Var.Dependente 0.410398

Erro Padrão.da Regressão 0.412844 Critério informação Akaike 1.027890

Soma quadrado residual 43.80314 Critério Schwarz 1.082519

Verossimilhança -130.1397 Durbin-Watson Estatística 1.602405

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87

Variável Dependente: VOL. CAMB. 2008

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:19

Amostra (ajustada): 1 262

Observações Incluídas: 262 após ajustes

Convergência alcançada após 43 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 1.672209 0.017342 96.42351 0.0000

Equação da Variância

C 0.119234 0.006188 19.27010 0.0000

RESID(-1)^2 0.690262 0.228944 3.014975 0.0026

GARCH(-1) -0.058341 0.019651 -2.968810 0.0030

R2 -0.068992 Média Variável Dependente 1.781361

R2 ajustado -0.081422 Desv.Pad.Var.Dependente 0.416356

Erro Padrão.da Regressão 0.432974 Critério informação Akaike 0.802658

Soma quadrado residual 48.36646 Critério Schwarz 0.857137

Verossimilhança -101.1482 Durbin-Watson Estatística 0.898498

Variável Dependente: VOL. CAMB. 2009

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 12:19

Amostra (ajustada): 1 261

Observações Incluídas: 261 após ajustes

Convergência alcançada após 81 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 1.838605 0.020268 90.71550 0.0000

Equação da Variância

C 0.139823 0.006595 21.20066 0.0000

RESID(-1)^2 0.803893 0.178352 4.507328 0.0000

GARCH(-1) -0.049055 0.011036 -4.445053 0.0000

R2 -0.024029 Média Variável Dependente 1.909530

R2 ajustado -0.035983 Desv.Pad.Var.Dependente 0.458419

Erro Padrão.da Regressão 0.466593 Critério informação Akaike 1.171891

Soma quadrado residual 55.95128 Critério Schwarz 1.226520

Verossimilhança -148.9318 Durbin-Watson Estatística 1.395743

Page 102: “FATORES DETERMINANTES DA ESTRUTURA DE …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · momentos de ausência ao longo deste curso, ... Tabela 8– Correlação

88

Variável Dependente: VOL. CAMB. 2010

Método: ML - ARCH

Data: 31/03/11 Horário: 23:31

Amostra (ajustada): 1 261

Observações Incluídas: 261 após ajustes

Failure to improve Likelihood after 5 iterações

Variance backcast: ON

GARCH = C(2) + C(3)*RESID(-1)^2 + C(4)*GARCH(-1)

Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 1.762641 0.005050 349.0679 0.0000

Equação da Variância

C 0.002930 0.000457 6.414004 0.0000

RESID(-1)^2 -0.042558 0.000450 -94.59846 0.0000

GARCH(-1) 0.393084 0.039620 9.921369 0.0000

R2 -0.006587 Média Variável Dependente 1.752839

R2 ajustado -0.018337 Desv.Pad.Var.Dependente 0.121009

Erro Padrão.da Regressão 0.122113 Critério informação Akaike -2.820285

Soma quadrado residual 3.832290 Critério Schwarz -2.765656

Verossimilhança 372.0472 Durbin-Watson Estatística 0.785889