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1 Faculdade Boa Viagem DeVry Brasil Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração CPPA Mestrado Profissional Em Gestão Empresarial Felipe Cavalcanti de Sá Aspectos de uma Universidade Empreendedora?: um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife Recife, 2014

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Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA

Mestrado Profissional Em Gestão Empresarial

Felipe Cavalcanti de Sá

Aspectos de uma Universidade Empreendedora?:

um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma

instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife

Recife, 2014

2

FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil

CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – CPPA

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL – MPGE

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o

acesso a dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial – MPGE do Centro de

Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido

em três graus:

Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas);

Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a

consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso,

o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob

chave ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as

condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação: “ASPECTOS DE UMA UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA?:

um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma

instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife”

Nome do autor: Felipe Cavalcanti de Sá

Data da Aprovação: 30 de abril de 2014

Classificação conforme especificação acima:

Grau 1

Grau 2

Grau 3

Recife, 30 de abril de 2014

Assinatura do autor

3

FELIPE CAVALCANTI DE SÁ

ASPECTOS DE UMA UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA?:

um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma

instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em

Administração da Faculdade Boa Viagem –

Devry Brasil, para obtenção do título de Mestre

em Gestão Empresarial.

Linha de Pesquisa: Gestão Humana, Social e

Tecnológica das Organizações

Orientadora: Dra. Maria Auxiliadora Diniz de Sá

Recife / PE

2014

4

FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil

CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – CPPA

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL – MPGE

ASPECTOS DE UMA UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA?:

um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma

instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife

FELIPE CAVALCANTI DE SÁ

Dissertação submetida ao corpo docente do

Mestrado Profissional em Gestão Profissional (MPGE) do

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração (CPPA) da

Faculdade Boa Viagem – Devry Brasil e aprovada em 30 de abril de 2014

Banca Examinadora:

5

Sa11a Sá, Felipe Cavalcanti de.

ASPECTOS DE UMA UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA?:

um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma

instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife /

Felipe Cavalcanti de Sá – Recife: FBV / Devry, 2014.

129f.: il.

Orientador(a): Maria Auxiliadora Diniz de Sá.

Dissertação (Mestrado) – Faculdade Boa Viagem – Devry.

Inclui anexo e apêndice.

1. Empreendedorismo. 2. Cultura empreendedora. 3. Educação

empreendedora. I. Título.

DISS658[14.1]

6

AGRADECIMENTOS

a Deus, pela força, pela constante presença, pelas portas abertas: uma

abençoada conspiração em meu favor;

aos meus pais, pela confiança constante em todos esses anos de estudos, me

permitindo errar e aprender sempre, além de serem os

patrocinadores deste curso;

à minha tia Germana, pelo incentivo a cursar o Mestrado, convencendo minha mãe a

investir nessa ideia (risos);

à minha orientadora

Maria Auxiliadora Diniz de Sá,

pela orientação neste trabalho, pela amizade, pelas conversas,

por acreditar em mim, por ter me aceito como orientando;

à professora Elizabeth Tschá,

a primeira orientadora e a idealizadora deste estudo;

à examinadora externa

Maria de Lourdes,

que contribuiu significativamente na qualificação do projeto desta

dissertação;

à examinadora interna

Hajnalka Gati

que contribuiu significativamente na qualificação do projeto desta

dissertação;

à direção da IES, locus desta

pesquisa

por permitir que este estudo fosse realizado e pela participação

neste;

aos professores dessa instituição, que gentilmente aceitaram participar desta pesquisa;

aos alunos participantes

deste estudo,

que gentilmente aceitaram participar desta pesquisa.

A todos, meu muito obrigado!

“O Senhor te abençoe e te guarde;mmm

O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti,

e tenha misericórdia de ti;mmmmmm

O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.”

Números 6:24-26mm mm

7

“O mundo inteiro é um palco

E todos os homens e mulheres não passam de meros atores

Eles entram e saem de cena

E cada um, no seu tempo, representa diversos papéis.”

William Shakespeare,

poeta e dramaturgo inglês

8

RESUMO

A fim de identificar aspectos de uma cultura e educação empreendedoras em uma instituição

de ensino superior (IES) da região metropolitana do Recife e suas contribuições para a

formação de competências empreendedoras de seus concluintes e egressos do curso de

graduação em Administração, esta pesquisa buscou analisar o papel da Direção (4 diretores:

Diretores Acadêmico, da Escola de Negócios, do curso e de extensão), as atuações dos Atores

(12 docentes) e as percepções da Platéia (50 alunos) do curso de graduação em Administração

dessa instituição. Para tanto, o método qualitativo foi escolhido para coletar dados por meio

de entrevistas por pauta, questionário online e documentos, para posteriormente tratá-los pela

análise de conteúdo e dramaturgia. Conclui-se que a referida instituição de ensino superior é

reconhecida pela Platéia (alunos) pelos aspectos de uma cultura e educação empreendedoras,

bem como pelos atores e diretores que o Cenário e o Roteiro são propícios para uma formação

das competências empreendedoras de sua Platéia.

Palavras-chave: Empreendedorismo. Cultura empreendedora. Educação empreendedora.

Competências empreendedoras. Dramaturgia.

9

ABSTRACT

In order to identify aspects of a culture and entrepreneurial education at a higher education

institution (HEI) in the metropolitan region of Recife and its contributions to the formation of

entrepreneurial competencies of its senior undergraduates and graduates of the

Business Administration course, this study aimed to examine the role of Directing

(4 directors: Director Academic, Business School, graduate and extension), the performances

of Actors (12 teachers) and the perceptions of the Audience (50 students) of the business

administration graduation course of this institution. Thus, the qualitative method was chosen

in order to collect data through structured interviews, online questionnaire, and documents

that will enable further data processing through content analysis and dramaturgy methods.

It is concluded that such higher education institution is recognized by the Audience (students)

for its entrepreneurial education and cultural aspects as well as for the actors and directors

who understand that the Scenario and Screenplay are propitious to develop its Audience

entrepreneurial competencies.

Keywords: Entrepreneurship. Entrepreneurial culture. Entrepreneurial education.

Entrepreneurial competencies. Dramaturgy.

10

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Diretrizes para atividades do ensino do Empreendedorismo 39

QUADRO 2 – Objetivos da Educação Empreendedora 40

QUADRO 3 – Antiga Escola versus a Nova Escola do empreendedorismo 41

QUADRO 4 – Subdivisão das atividades de desenvolvimento de empreendedores 43

QUADRO 5 – Autores mais citados sobre o conceito de ‘Competências’ 47

QUADRO 6 – Competências empreendedoras 51

QUADRO 7 – Desenho da Pesquisa 54

QUADRO 8 – Sujeitos da Pesquisa 56

QUADRO 9 – Dimensões da Pesquisa 57

QUADRO 10 – Estrutura curricular dividida em categorias 78

QUADRO 11 – Ambientes disponíveis pela faculdade 79

QUADRO 12 – Recursos disponíveis pela faculdade 79

QUADRO 13 – Dados demográficos dos sujeitos da Pesquisa 80

QUADRO 14 – Dados profissionais 80

11

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Elementos dramatúrgicos e os constructos 17

FIGURA 2 – Centro de Empreendedorismo como um hub de conexões 38

FIGURA 3 – Convite aos docentes por e-mail particular 61

FIGURA 4 – Convite aos alunos egressos pelo Facebook (em particular) 61

FIGURA 5 – Convite aos alunos concluintes pelo Facebook 62

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Número de registros das expressões 19

TABELA 2 – Formação profissional dos docentes e Tempo de atuação na IES 70

TABELA 3 – Disciplinas cursadas segundo a relevância para a formação técnica 89

12

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Percepção do aluno sobre suas competências 82

GRÁFICO 2 – Satisfação do aluno com a formação acadêmica 84

GRÁFICO 3 – Escala de valor para as competências empreendedoras em curso 85

GRÁFICO 4 – Importância das atividades complementares 88

GRÁFICO 5 – Avaliação da Rede de Relacionamentos 89

GRÁFICO 6 – Disciplinas cursadas segundo a relevância para a formação técnica 90

GRÁFICO 7 – Escala de valor para Liderança 91

GRÁFICO 8 – Escala de valor para Inovação 92

GRÁFICO 9 – Escala de valor para Empreendedorismo 93

GRÁFICO 10 – Competências empreendedoras (Cooley, 1990) 95

GRÁFICO 11 – Ambientes e recursos usados pelos alunos 97

GRÁFICO 12 – Pretensão de abrir o próprio negócio 97

GRÁFICO 13 – Tempo de abrir o próprio negócio 99

13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15

1.1 Contextualização do problema 15

1.2 Objetivos da pesquisa 17

1.2.1 Objetivo geral 17

1.2.2 Objetivos específicos 17

1.3 Justificativas 19

1.3.1 Justificativas teóricas 19

1.3.2 Justificativas práticas 20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 22

2.1 Empreendedor(ismo) 22

2.2 Cultura Empreendedora 30

2.3 Educação Empreendedora 35

2.4 Competências empreendedoras 45

3 METODOLOGIA DA PESQUISA 53

3.1 Caracterização da Pesquisa 53

3.2 Desenho da Pesquisa 54

3.3 Locus da Pesquisa 55

3.4 Sujeitos da Pesquisa 55

3.5 Dimensões da Pesquisa 56

3.6 Instrumentos de Coleta dos dados 58

3.7 Tratamento dos dados 59

3.8 Processo de coleta dos dados 61

3.9 Limites da Pesquisa 62

3.10 Limitação da Pesquisa 63

4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 64

4.1 Segundo a DIREÇÃO 64

4.2 Segundo os ATORES 70

4.3 Segundo o ROTEIRO 76

4.4 Segundo o CENÁRIO 79

4.5 Segundo a PLATÉIA 80

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES 100

5.1 Recomendações 102

5.2 Sugestões para futuros trabalhos 104

REFERÊNCIAS 105

14

APÊNDICES

Apêndice A – Roteiro de Entrevista por pauta: Atores (docentes) 116

Apêndice B – Roteiro de Entrevista por pauta: Direção (diretores) 119

Apêndice C – Questionário de pesquisa: Platéia (alunos concluintes e egressos) 122

ANEXOS

Anexo A – Estrutura Curricular do Curso por categorias (2013) 126

Anexo B – Informativo da Diretoria de Relacionamento com Estudante 128

Anexo C – Homepage do curso de Administração da IES estudada 129

15

1.INTRODUÇÃO

Neste capítulo, apresentam-se os tópicos introdutórios deste trabalho: a contextualização do

problema, a pergunta de pesquisa, os objetivos geral e específicos, como também as

justificativas teórica e prática para a efetivação deste estudo.

1.1 Contextualização do problema

Nos últimos tempos, a educação de ensino superior no Brasil vem se democratizando

tornando-se acessível, desejada e disputada diante das muitas instituições de ensino e das

ofertas de cursos, bem como da facilidade de ingresso e do interesse, cada vez maior, de

alunos que procuram aumentar suas chances de empregabilidade no mercado de trabalho, seja

para ocupar um posto ou para manter-se nele.

Nesse cenário, parece imprescindível a preocupação de uma instituição de ensino superior

(IES) com a qualidade do serviço educacional prestado, seja na formação acadêmica ou

formação profissional de seus alunos, uma vez que qualquer esforço nesse processo

educacional visa à preparação ao mercado de trabalho, à sociedade e à transferência dos

conhecimentos, sendo assim, necessário rever essa formação de profissionais.

Corroborando com Demo (2009, p. 1), acredita-se que “a Universidade poderia ser uma das

instituições mais relevantes da sociedade e da economia, tendo em vista o seu papel educador

e formador, mas o que se tem visto é a permanência na condição de centro de treinamento de

recursos humanos”, o que “pode até satisfazer o ego da classe média e alta em termos de

acesso a diploma, mas pratica a subalternidade do conhecimento meramente copiado”.

Sendo assim, formar profissionais competentes, empreendedores e empregáveis deveria ser o

maior esforço de uma universidade que deseja ser referência na qualificação de seus alunos

para empreenderem esforços na geração de ideias, novos negócios e mais empregos,

preparando esses profissionais para a autonomia, cidadania e carreira profissional.

Em 1975, nos EUA, cinqüenta instituições universitárias ministravam aulas de

empreendedorismo, sendo que em 1998 já eram mais de mil. Hoje, o ensino de

empreendedorismo no primeiro grau tornou-se obrigatório em cinco estados americanos

(TERRA; DRUMONND, 2004).

16

Constata-se com isso, que o sistema de formação profissional do administrador no Brasil está

em crise, assim como estão em crise vários outros sistemas e várias áreas de formação

profissional. Observa-se, portanto, uma tentativa de dar algum valor, na acepção plena do

termo empreendedorismo. Sabe-se que não é novidade para aluno ou professor que, pelo

menos ocasionalmente, há revisões de currículos como forma de adaptar o curso às mudanças

ambientais (DORNELAS, 2014).

Para Abranches (2014), o ensino do empreendedorismo deveria ser incluído na grade escolar

desde o ensino infantil, como forma de inserir a cultura empreendedora desde cedo, ao invés

de se abordar esse assunto apenas na faculdade, quando os jovens já têm, em geral, certa

opinião formada a respeito do futuro profissional, o que torna mais difícil a mudança de visão

e comportamento.

Ao estimular o comportamento empreendedor, as instituições de ensino poderiam ter um

papel fundamental em cumprir a alteração do modelo social, oferecendo uma formação

acadêmica, multidisciplinar e generalista, despertando nos alunos características que se

tornassem indispensáveis para o sucesso dos futuros profissionais, afirma Friedlaender

(2004).

Esse olhar para o ensino do empreendedorismo – considerado pelos especialistas da área

como vital para a formação dos profissionais deste momento da economia – significa uma

quebra de paradigma na tradição didática, uma vez que aborda o saber como consequência

dos atributos do ser, afirma Dolabela (2000).

Acredita-se que as instituições de ensino que primam pelo desenvolvimento de competências

para uma carreira empreendedora têm apostado nessa ferramenta para a formação da

empregabilidade de seus discentes. Essas instituições concebem seu projeto pedagógico

baseado em novos paradigmas educacionais e no desenvolvimento das competências para o

trabalho, considerando todas as peculiaridades e incertezas da sociedade do século XXI.

Segundo estudo da Endeavor Brasil ‘Empreendedorismo nas Universidades Brasileiras 2012’

(ENDEAVOR, 2014b), entre as Instituições de Ensino Superior (IES) pesquisadas, apenas

4,3% delas não oferecem atividades ligadas ao tema, sendo que 76,1% dentre elas têm cursos

para a graduação, 52,2% para a pós-graduação e 23,9% para a educação executiva. Entre os

estudantes universitários pesquisados, 60% deles pensam em abrir um negócio no futuro e

17

47,6% concordam totalmente com a afirmação: “muitas vezes, penso em me tornar um

empreendedor”.

Logo, o comportamento empreendedor dos alunos deve ser estimulado, fomentado e

desenvolvido durante todo o curso de graduação de uma instituição de ensino superior,

principalmente nos cursos de formação de gestores, como o de Administração, onde a

exigência, tradicionalmente, é maior para a criação, gestão e sustentabilidade de empresas.

Diante disso, cabe a reflexão sobre os esforços que a educação superior tem feito pela

empregabilidade de seus educandos, competência de seus educadores e competitividade das

instituições de ensino, o que exige um repensar desse processo que se tem ao fomentar uma

educação que desenvolva o senso de autoconfiança e independência aos beneficiados por ela.

Basil e Cook (1978) entendem que as universidades contemporâneas servem ao mesmo tempo

como fonte de conhecimentos teóricos e formação profissional e como um dos principais

modelos para iniciador de mudança social.

Para tanto, esta pesquisa prossegue a partir da seguinte questão: quais os aspectos de uma

cultura e educação empreendedoras em uma instituição de ensino superior (IES) da região

metropolitana do Recife e suas contribuições para a formação de competências

empreendedoras de seus concluintes e egressos do curso de graduação em Administração?

Como se vê na Figura 1, os

elementos dramatúrgicos são

usados com fins de entender como

um vê o outro, havendo uma

combinação desses aspectos com os

constructos desta pesquisa.

Para proceder à pesquisa neste

estudo, e para um melhor

entendimento dos constructos, a

direção (diretores) será estudada

quanto à cultura empreendedora,

enquanto que os atores (docentes)

serão estudados quanto à educação

empreendedora e a platéia (concluintes e egressos), quanto às competências empreendedoras

adquiridas durante os anos de graduação em Administração.

18

1.2 Objetivos da pesquisa

1.2.1 Objetivo geral

Identificar aspectos de uma Cultura, Educação e Competências empreendedoras em

uma instituição de ensino superior (IES) da região metropolitana do Recife, a partir da

perspectiva dramatúrgica, no curso de graduação em Administração.

1.2.2 Objetivos específicos

Analisar o papel da Direção (diretores Acadêmico, da Escola de Negócios, do curso e

de extensão) da instituição de ensino superior e do curso de graduação em

Administração quanto à Cultura empreendedora;

Analisar as atuações dos Atores (docentes) do curso de graduação em Administração

de uma instituição de ensino superior quanto à Educação empreendedora;

Analisar o Roteiro (site, Projeto Político-pedagógico do Curso (PPC) e planos de

ensino) das cenas dos atores (docentes) do curso de graduação em Administração de

uma instituição de ensino superior quanto à Educação empreendedora;

Analisar o Cenário (ambientes e recursos) do palco pela Platéia (alunos concluintes e

egressos) do curso de graduação em Administração de uma instituição de ensino

superior quanto às Competências empreendedoras;

Analisar as percepções da Platéia (alunos concluintes e egressos) do curso de

graduação em Administração de uma instituição de ensino superior quanto às

Competências empreendedoras.

19

1.3 Justificativas da pesquisa

Richardson (2012) afirma que os motivos de ordem teórica e prática são definidos para

justificar a pesquisa. Para tanto, devem-se explicitar: a experiência vivida em relação ao

fenômeno; a formulação do problema que se pretende estudar; quais as contribuições do

trabalho; sendo assim, seguem as justificativas.

1.3.1 Justificativas teóricas

Diante do atual momento de novas e renovadas áreas do conhecimento que a educação,

mercados e sociedade testemunham e, por isso, se vêem desafiados a uma adequação ou a um

rompimento de velhos métodos do compartilhar desses conhecimentos, é que a tecnologia,

informações e formas de (re)pensar serão determinantes para a permanência e solidez dessas

organizações aprendentes e adaptáveis.

Estudar sobre universidade empreendedora sob a metáfora da dramaturgia será o diferencial

deste trabalho de pesquisa, afinal, o método de tratamento dos dados ainda é de pouco uso nos

trabalhos pesquisados e na literatura selecionada para a elaboração das teorias que servirão de

fundamento para a elaboração dos instrumentos de coleta de dados (Tabela 1). Portanto,

busca-se uma ruptura dos tradicionais métodos de pesquisa qualitativa para uma compreensão

das percepções dos sujeitos desta pesquisa, contribuindo para a ciência, visto que há uma

escassez de trabalhos científicos fazendo uso da metáfora dramatúrgica como método

qualitativo de pesquisa, no tratamento dos dados coletados.

TABELA 1 – Número de registros das expressões

EXPRESSÕES PESQUISADAS SCIELO*

(Brasil) CAPES**

Google

Scholar*** SPELL****

“Cultura empreendedora” 3 108 2.300 3

“Educação empreendedora” 0 88 888 2

“Universidade empreendedora” 3 144 485 2

“Competências empreendedoras” 3 55 656 11

“Comportamento empreendedor” 12 148 2.090 10

* Scientific Electronic Library Online

** Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

*** Google acadêmico

****Scientific Periodicals Electronic Library

Fonte: Elaborado pelo próprio autor, 2014 (consulta em 20.abr.14)

20

Além disso, tratar de cultura empreendedora e suas contribuições para a formação de

competências empreendedoras junto ao público concluinte e egresso também será a grande

contribuição deste trabalho para um estudo em que as percepções desses são indispensáveis

para uma revisão do espetáculo oferecido por parte das IES e visto por esse público,

determinante para a retenção e atração de uma audiência que busca formação acadêmica

reconhecida pela qualidade do ensino, pela competência de seu corpo docente e pelo valor

agregado à carreira desse profissional.

Porém, qualquer conclusão deste estudo dará fundamentos para rever as ações de todos

envolvidos neste palco.

1.3.2 Justificativas práticas

Este estudo visa contribuir para uma avaliação das ações do curso de graduação em

Administração de uma determinada IES. Logo, busca-se (re)conhecer a percepção de alunos

concluintes e egressos para se projetar uma formação acadêmica e profissional mais próxima

às exigências do cenário atual, ambiente onde a demanda por profissionais mais

empreendedores – ou seja, mais capazes de pensar como donos de negócio, detentores de

princípios, características e comportamentos daqueles que são chamados de líderes,

visionários e realizadores: os empreendedores – será determinante para a sobrevivência das

organizações públicas ou privadas, sociais ou empresariais, de causas ou de negócios.

Além disso, pretende-se questionar quais os diferenciais da instituição de ensino – locus desta

pesquisa – em relação às demais instituições também de ensino superior da região

metropolitana do Recife, uma vez que não há missão, valores e visão do curso de graduação,

mas da empresa estudada, um entrave para a avaliação da performance específica de cada

curso quando o assunto é formação acadêmica, empregabilidade e carreira empreendedora,

uma vez que nem todas as instituições brasileiras de ensino superior adotam essa postura, esse

meio, esse fim.

Propor melhorias para o ensino no curso de Administração da IES em estudo, favorecendo o

comportamento empreendedor dos atuais e futuros alunos, também é uma das expectativas

deste trabalho, que será apresentado à direção acadêmica, a qual poderá fazer uso das análises

e conclusão deste para ajustes, adaptações ou, caso queiram, a reestruturação de um modelo

de educação empreendedora voltada para o desenvolvimento da carreira profissional alinhada

21

às reais demandas, exigências e tendências do mercado de trabalho em qualquer lugar do

mundo – sob a perspectiva de um profissional qualificado para atuar em qualquer segmento

do mesmo.

Justifica-se, ainda, este trabalho, quando se reconhece que, fornecer um serviço de educação

diferenciado a seu público, mediante um ambiente, cultura e ensino empreendedor, poderá

fazer com que este responda de forma favorável às demandas do mercado. Como também

poderá contribuir para que os atores e a direção se sintam importantes, valorizados e bem

avaliados pelo trabalho que desempenham.

22

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, apresentam-se os fundamentos teóricos relativos aos temas que embasam esta

pesquisa. São eles: Cultura empreendedora, Educação empreendedora e Competências

empreendedoras como constructos deste estudo.

2.1 Empreendedor(ismo)

Originado do inglês entrepreneurship, significando aquele que incentivava brigas – e sem

conotoção econômica alguma (FILION, 1999) –, o termo empreendedorismo é, hoje, assunto

de produções acadêmicas, alternativa de geração de empregos, possibilidade de encontrar-se

com a vocação, sonho de tocar o próprio negócio, garantia de evolução no âmbito das ideias,

do conhecimento e da tecnologia, resultando assim no progresso.

Leite (2014a) defende a ideia de que a criação de empresas é o fenômeno imprescindível para

a manutenção e renovação do tecido econômico de todas as sociedades orientadas pela livre

iniciativa, concorrência e mercado. Representa a oferta de novos empregos, amplia a gama de

produtos/serviços e gera impostos.

Empreender, portanto, é uma atividade em processo que geralmente envolve: uma

oportunidade, um ou mais indivíduos pró-ativos, um contexto organizacional, risco, inovação

e recursos, podendo resultar em uma nova empresa, valor, produtos ou processo novos, lucro

ou benefício pessoal/social e desenvolvimento/crescimento econômico (MORRIS; LEWIS;

SEXTON, 1994).

A temática do empreendedorismo não é nova. Pode-se dizer que possivelmente o primeiro uso

do termo foi relacionado ao viajante italiano Marco Polo – no século XIII. Na Idade Média,

foi associado a grandes projetos de produção com o uso de recursos disponíveis, provenientes

do governo do país, sem assumir grandes riscos. Já no século XVIII, o empreendedorismo foi

diferenciado do capitalismo, e no final do século XIX e início do XX, confundido com o ato

de administrar organizações, mas a serviço do capitalismo (DORNELAS, 2001).

No Brasil e no mundo, o ato de empreender tem sido alternativa de subsistência, medida de

urgência, segurança econômica de curto prazo: resultado do declínio do número de vagas de

trabalho nas empresas da economia formal, da automação nos processo produtivos, da

apologia ao auto-emprego, bem como uma defesa de uma qualidade de vida no trabalho.

23

Como se vê, o termo vem se aperfeiçoando para sua real essência: percepção e

aproveitamento de novas frentes de trabalho, ideias, oportunidades, conhecimento e negócios.

São causas como essas que fazem muitos brasileiros – apesar de poucos conhecimentos e

experiências, mas com muita determinação, criatividade e ousadia – abrirem seus negócios,

ainda que inicialmente pequenos e informais, movidos pela paixão e desejo de sucesso

duradouro ou por essa onda de empreendedorismo tão em voga e oportuna – mas, em muitos

casos, não dura tanto.

Talvez seja esta uma das causas da precoce mortalidade das micro e pequenas empresas no

Brasil nos três primeiros anos de funcionamento: empreender sem identificar oportunidade,

sem conhecer o mercado, sem perfil de empreendedor, sem foco, sem estratégias, sem

competências, sem inovação, sem aprendizado contínuo, sem comprometimento com o

crescimento econômico e social nem com o futuro da empresa, caracterizando, assim, uma

cultura empreendedora despreocupada com a sustentabilidade, longevidade e prosperidade de

seus negócios.

Isso é preocupante e perigoso, já que poderá criar uma percepção de considerar natural,

comum, habitual o abrir e fechar de empresas como um abrir e fechar de olhos, provocando

prejuízos financeiros, sociais e emocionais ao empregador e aos empregados, pelos desgastes

da alta rotatividade.

Gerber (2011, p. 22-25) apresenta três personalidades que correspondem a papéis

organizacionais. São eles:

O Empreendedor, que transforma a situação mais trivial em uma oportunidade

excepcional; é visionário; sonhador; o catalisador da mudança; vive no futuro, nunca

no passado e raras vezes no presente; nos negócios, é o inovador, o grande estrategista,

o criador de novos métodos para penetrar nos novos mercados; para ele, as pessoas são

obstáculos no caminho da realização de seu sonho; sem o Empreendedor, não haveria

inovação;

O Administrador: que é pragmático; vive no passado;quer ordem; se apega

compulsivamente ao status quo; sempre enxerga os problemas; constrói uma casa e

vive nela para sempre; vai atrás do empreendedor arrumando a bagunça deixada por

ele; sem o Administrador, não haveria empresas nem sociedade, não haveria

planejamento nem previsibilidade;

24

O Técnico: que é o executor; adora consertos; gosta de ter o que fazer e de saber que

as tarefas podem ser cumpridas; vive no presente; para ele, pensar é desnecessário, a

não ser quando se pensa no trabalho a ser feito; não se interessa por ideias, interessa-se

pelo modo de fazer; sem o Técnico, não haveria execução.

Empreender pelo motivo certo é um bom negócio: emprega o desempregado, inclui

socialmente o excluído, satisfaz o cliente pelo bom produto vendido e/ou serviço prestado,

abre novas fronteiras, eleva a qualidade de vida, exercita a paixão, o entusiasmo, a vocação

por quem empreende e contagia a todos os que no negócio se envolvem, ganhando parceiros,

apoio e até crédito.

Empreendedorismo, portanto, está relacionado à identificação, análise e implementação de

oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor (DORNELAS,

2001, p.) e que venham a ser valores econômicos, sociais e humanos, com vistas à criação de

um mercado competitivo, à inovação dos processos, produtos e serviços, ao desenvolvimento

e crescimento econômico, à elevação do nível de qualificação dos empregados na empresa e,

principalmente, ao favorecimento de uma cultura de empreendedorismo para a longevidade,

sustentabilidade e prosperidade de suas atividades produtivas.

Sendo assim, a (r)evolução do empreendedorismo é para o século XXI muito mais que a

revolução industrial representou para o século XX – assim pensou Timmons (). E essa

revolução – não mais silenciosa, como propôs Timmons – está nas mãos de quem “está

disposto a enfrentar tempo ruim, cara feia, juros altos, crises políticas e incertezas” (BRITTO;

WEVER, 2003, p. 41).

Quanto ao Empreendedor, agente do empreendedorismo, Pombo (2014, p. 45) o considerou

“um ser social e, assim sendo, é fruto da relação constante entre os talentos e características

individuais e o meio em que vive”, o empreendedor, também definido como sendo aquele

capaz de deixar os integrantes da empresa surpreendidos, sempre pronto para trazer e gerir

novas ideias, produtos ou mudar tudo o que já existe, é um otimista que vive no futuro,

transformando crises em oportunidades e exercendo influência nas pessoas para guiá-las em

direção às suas ideias (FELIPPE, 1996).

O empreendedor é o agente básico do processo de destruição criativa, numa proposta de

desenvolver novos produtos, novos métodos de produção e novos mercados, ao destruir o

25

velho para se criar o novo (SCHUMPETER, ). Por isso é que também se diz que o

empreendedor imagina, desenvolve e realiza visões (FILION, 2000).

O termo empreendedor – entrepreneur de origem francesa, é usado para designar aquele que

assume riscos e começa algo novo (DORNELAS, 2001, p.), ratificando o conceito já dado

pelo economista austríaco Schumpeter ao sugerir uma destruição criativa – assume variadas

definições, mas em todas elas, palavras em comum como oportunidade, risco e inovação

estarão sempre presentes, pois trata-se de um comportamento assumido diante de

necessidades de criação, mudança, crescimento, desenvolvimento e prosperidade.

Leite (2012) defende a ideia de que o empreendedor é um individuo capaz de estimular a

criação do futuro, dotado de rara sensibilidade para antever uma situação determinada com os

olhos da fé, que quando empreende possibilita a todos os seus colaboradores a escolha do

melhor caminho para o sucesso do empreendimento. Para esse mesmo autor, o

empreendedorismo é baseado nos seguintes princípios:

Busca de oportunidades;

Processo decisório, baseado em múltiplos estágios;

Emprego de recursos de outras pessoas;

Gestão de rede de contatos e relacionamentos;

Reconhecimento e recompensa pelo valor criado.

Os três principais teóricos do pensamento empreendedor discorrem sobre esse tema, em

diversas áreas, mesmo com enfoques diferentes: sob a perspectiva econômica, Joseph

Schumpeter defende a ‘destruição criativa’; David McClelland sob a perspectiva psicológica,

aborda a teoria de necessidades: afiliação, poder e realização; já a visão de Peter Drucker é

reconhecida pela perspectiva da gestão.

A seguir, vemos um resumo dos estudos elaborados sobre o desenvolvimento da teoria do

empreendedorismo e o termo empreendedor (LEITE, 2012, p. 131-132):

Idade Média: um indivíduo que administra projeto de produção em larga escala;

Século XVIII: indivíduo com o comportamento voltado para o risco de ter lucro

(prejuízo) na fixação de um preço num contrato com o governo;

Richard Cantillon (1725): o indivíduo assumindo riscos é diferente de um fornecedor

de capital;

26

Beaudeu (1797): indivíduo assumindo riscos, planejando, supervisionando e

organizando;

Jean-Baptiste Say (1803): separa os lucros do empreendedor do lucro do capitalista;

Francis Walter (1876): estabelece distinção entre os que fornecem fundos (capital) e

recebem lucros gerados por sua capacidade gerencial;

Joseph Schumpeter (1934): um inovador que desenvolve tecnologia inédita;

David McClelland (1961): um tomador de risco moderado;

Peter Drucker (1964): maximiza oportunidades;

Albert Shapero (1975): toma iniciativa, organiza alguns mecanismos socioeconômicos

e aceita risco de fracasso;

Karl Vesper (1976): parece diferente de economistas, engenheiros, gestores e

políticos;

GiffordPinchot (1983): intrepreneur é um empreendedor dentro de uma organização já

estabelecida;

Robert Hishrich (1985): empreendedorismo é um processo de criação de algo

diferente, com valor pela dedicação do tempo necessário, assumindo o

acompanhamento financeiro, psicológico e riscos sociais pelo empreendimento, e

recebendo pelo resultado recompensas monetárias e gratificação pessoal.

São os empreendedores, gente que ousa dar a vida a uma ideia, atravessar a primeira crise, a

segunda, a terceira, cair e se levantar, por isso tem em seu currículo histórias de surpreender e

lições para encorajar pelas experiências de se empreender. Tudo para garantir que seu sonho

se transforme num grande, duradouro e bem-sucedido negócio.

Se o ato de empreender não é ciência nem arte, mas uma prática, assim defende Drucker

(1991), o empreendedor tem suas características reforçadas ao longo do ato, aperfeiçoando

suas deficiências, fraquezas, como também conhecimentos, atitudes e habilidades, numa

tentativa de qualificar os feitos do mesmo.

O empreendedorismo, como um modelo de gestão orgânico e adaptativo (KAST;

ROSENZWIEG, 1980), favorece a criatividade, a flexibilidade e a independência. Um

modelo onde prevalece o desenvolvimento de expectativas, de metas e planos de ação; a

sugestão, a tentativa, a experimentação e a criação; e a recompensa pelos atos empreendidos.

O trabalho não é encarado como dever, e sim como prazer (HISRICH; PETERS, 2004).

27

Estimuladas a empreender, as pessoas são criativas e inovadoras dentro do círculo da sua

competência, concluem Kast e Rosenzwieg (1980). É necessário estabelecer uma estrutura e

um ambiente propícios às novas ideias para que o empreendedorismo se institua desde o

início numa organização (DRUCKER, 2008), não apenas como um meio de se ampliar o nível

de inovação (PINCHOT, 1989) e prosperidade (TAYLOR, 2008), mas como um sistema de se

organizar o negócio de modo que o trabalho recupere a expressão alegre da contribuição da

pessoa à sociedade (PINCHOT, 1989).

Muitas são as atribuições e papéis desempenhados pelo empreendedor, pois nisso está seu

diferencial como cidadão onde quer que ele se encontre: motor da economia, agente de

mudanças, sonhador e realizador, responsável pelo crescimento econômico e desenvolvimento

social, protagonista e autor de si mesmo, líder, capaz de alterar o mundo, um insatisfeito que

transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os

outros (DOLABELA, 2006). Trata-se de quem ousa viver, fazer e conquistar o que ainda não

foi descoberto, identificado, explorado.

Podem assumir esse comportamento, o pesquisador, o funcionário público, o empregado da

empresa, o político, os governantes, o professor, o artista, o escritor, o estilista, o publicitário,

o poeta, o voluntário de uma ONG, uma autoridade religiosa, um produtor de eventos, o

empresário etc. (DOLABELA, 2006). O que se vê é que qualquer um pode empreender, desde

que a autoconfiança, a habilidade em assumir riscos, a flexibilidade, uma forte necessidade de

se realizar e um desejo intenso de se tornar independente sejam visíveis em suas atitudes

(AGOSTINI, 2014) sempre ousadas, originais, arrojadas, desafiadoras – e como não poderiam

deixar de ser – inovadoras.

Um comportamento de empreendedor – com um perfil de tantas qualificações, inúmeros

atributos e diversas competências – também tem sido exigência de muitas, boas e grandes

empresas no Brasil aos candidatos às vagas de trainee e cargos de nível intermediário e

estratégico. Muitos executivos chegaram ao topo de suas organizações – assim como suas

empresas – graças a esse desejo de fazer acontecer, adotando valores, caminhos e estratégias

para garantir uma carreira profissional progressiva e bem-sucedida.

Dolabela (2000) acredita que estudar o comportamento do empreendedor é fonte de novas

formas para a compreensão do ser humano em seu processo de criação de riquezas, de

28

realização pessoal e de entendimento e construção da liberdade humana, o que significa

abertura para a originalidade, permissão para os erros e inovação para a liderança.

Isso resulta numa busca insaciável por pioneirismo, excelência e inovação nos mercados em

que o entrepreneur atua e interage, o que faz que esse tipo de comportamento – como sendo o

‘dono do negócio’ – seja bem aceito nas organizações onde esses trabalham. Em outros

tempos, tal comportamento era visto como uma ameaça pelos gestores pelo medo de perda de

poder.Kaufmann (1990) enfatiza que a capacidade empreendedora está na habilidade de

inovar, de se expor a riscos de maneira inteligente e de se ajustar às rápidas e contínuas

mudanças do ambiente de forma rápida e eficiente.

Para Filion (1999), um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões,

além de ser uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos,

mantendo um nível de consciência do ambiente em que vive e utilizando-o para detectar

oportunidades de negócios. Aos dispostos a aplicar sua criatividade em uma nova ideia, seja

para identificar novos clientes, ou, ainda, para distribuir ou produzir de maneira diferente,

algumas características são comuns quanto ao modo como eles imaginam, projetam e operam

seus sistemas de atividade.

A partir de um resultado de pesquisa junto aos empreendedores mais bem-sucedidos, um

perfil foi traçado com as características daqueles que buscam a mudança, reagem a ela e

vislumbram uma oportunidade, nem sempre vista pelos demais. É o empreendedor que cria

algo novo, diferente, transformando valores e conseguindo conviver com as incertezas e

riscos inerentes ao negócio (DRUCKER, 1991).

Para isso, Filion (2000) destaca os fatores decisivos para a excelência, o sucesso e a

prosperidade tanto de seu negócio quanto de sua carreira:

Valores e cultura de empreendedorismo adquiridos por meio de contato com, pelo

menos, um modelo empreendedor durante sua juventude;

Experiência em negócios;

Diferenciação;

Comprometimento;

Trabalhadores incansáveis;

Sonhadores realistas (visionários);

Líderes;

29

Trabalham em rede com moderação;

Têm o próprio sistema de relações com os empregados;

Controladores do comportamento das pessoas ao seu redor;

Aprendizagem dos próprios padrões.

Com tantos aspectos positivos que desenham o perfil do empreendedor, há de se pensar que o

mesmo seja um infalível, um “super-herói”, um mito, um posto inalcançável, um prestígio

para poucos. Na realidade, empreender é um comportamento, que ao se exercer, tende a ser

natural, espontâneo, chegando a ser despercebido por quem o pratica. Empreendedorismo é o

espírito empreendedor, é a prática de empreender (o ato, a ação árdua, criativa, difícil e

arrojada), é o resultado (efeito) dessa prática (a empresa, o empreendimento, o negócio). Não

é arte nem ciência, mas sim prática e disciplina.

Portanto, o espírito, o comportamento, o exercício do empreendedorismo – como queiram

chamar os teóricos – deve ser enaltecido – principalmente em países em desenvolvimento,

como o Brasil – para fomentar o desenvolvimento tecnológico, econômico e social de uma

nação, a partir da implementação de políticas públicas, de serviços de apoio e agentes

financeiros que incentivem a geração de novos e renovados negócios, emprego, renda,

inclusão social, riquezas, competências, competitividade, oportunidades, valores, ideias, a

“geração” de sonhos, ou melhor, de sonhadores (e realizadores também!)

30

2.2 Cultura Empreendedora

Entende-se por cultura um fenômeno dinâmico e presente em todos os momentos

desempenhado e criado pelas interações sociais, moldada por comportamento de liderança

através de um conjunto de estruturas, rotinas, regras e normas que orientam, restringem e

determinam o comportamento (SCHEIN, 1985). Para Ernest (1985, p. 49), “a cultura é um

sistema de valores e crenças compartilhados que modelam o estilo de administração de uma

empresa e o comportamento cotidiano de seus membros”.

No entanto, não há, na literatura, um consenso para conceito de cultura, como também não se

pode apontar com precisão os motivos que trouxeram o uso dessa expressão para abrangência

maior e mais direcionada às organizações. Vejamos a evolução dessa definição e como foi

usado ao longo das gerações, fases e fatos marcantes:

A origem etimológica da palavra cultura remonta no verbo latino colere que, na antiga

Roma, associava-se ao trabalho agrícola de cultivar a terra, de semear a natureza. O

emprego do termo evoluiu ainda na própria Roma, passando à ideia de refinamento e

sofisticação pessoal ou ainda de cultivo da natureza humana (SANTOS, 1983);

Ao final do século XVIII, os estudos apontam que na Germânia usava-se o termo

kultur para se referir aos aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto que a

palavra francesa civilisation referia-se às realizações materiais de um povo (LARAIA,

2009);

Em 1917, ambos os termos foram sintetizados pelo britânico Edward Tylor (1871,

apud LARAIA, 2009) no vocábulo inglês culture que, tomado em seu amplo sentido

etnográfico, remete-se a conhecimento, crenças, arte, moral, leis, costumes ou

qualquer outra capacidade ou hábito adquiridos pelo homem como membro de uma

sociedade;

Para o antropólogo americano Harris (1969), ao escrever um ensaio acerca do

entendimento humano, John Locke procura demonstrar que a mente humana não

ultrapassa uma caixa vazia no momento do nascimento, com capacidade ilimitada de

obter conhecimento, pelo processo permanente de aprendizagem de uma cultura que

se inicia com assimilação de valores e experiências a partir do nascimento de um

indivíduo e que se completa com a morte, chamado de endoculturação pelo próprio

John Locke;

Desta forma, em termos organizacionais, pode-se afirmar que a ideia de enxergar as

organizações como uma realidade cultural é um fenômeno relativamente recente. Até

31

meados da década de oitenta, as organizações eram vistas, quase sempre, apenas como

uma forma racional de coordenar e controlar um grupo de pessoas (SMIRCICH,

1983).

Em 1983, o periódico Administrative Science Quarterly aprofundou as relações

acadêmicas aos estudos organizacionais, quando Smircich (1983) traçou diretrizes

para o entendimento de conceitos de cultura organizacional, dentre as quais se podem

destacar a distinção entre a noção de cultura como variável independente, ou algo que

a empresa possui, e a noção de cultura como metáfora da realidade organizacional, ou

algo que a organização é de fato.

Na tentativa de integrar a visão que se tem de cultura com a de cultura organizacional,

Fleury (2002) define a cultura não apenas como instrumento de poder, mas também como um

conjunto de representações sociais imaginárias que se constroem nas relações cotidianas da

organização, expressas em valores, normas, significados e interpretações, visando um sentido

de direção e unidade fazendo com que a organização seja fonte de identidade e de

reconhecimento para seus membros.

Segundo Maranhão (2012), as definições sobre cultura organizacional trazem, como ideia

central, a noção de um fenômeno estruturante, padronizante e estabilizante do

comportamento, da maneira de agir e de pensar, da performance dos valores, das crenças e da

transmissão de informações. Sabe-se que toda cultura organizacional é composta por alguns

elementos que integram o constructo cultura, alguns mais citados pela literatura especializada,

a saber: valores; crenças e pressupostos; ritos, rituais, cerimônias; estórias e mitos; tabus;

heróis; normas (TAMAYO, 1996; NAVES; COLETA, 2003; FREITAS, 2007).

Quanto à Cultura Empreendedora, sabe-se que essa expressão vem sendo difundida e definida

como um sistema abrangente de atividades que fomentem uma educação voltada à liderança,

à inovação e ao empreendedorismo, sistema esse bem maior que apenas disponibilizar cursos

de criação de novos negócios, estimular a formalização desses negócios e criar ambientes e

dispor de recursos propícios ao gerenciamento de empresas.

Freitas (2008) afirma que cultura empreendedora refere-se a normas, valores, práticas,

símbolos que caracterizam uma organização ou sociedade como resultado de uma educação

empreendedora. Para uma cultura empreendedora atuante e reconhecida como tal, em cena,

entra a cultura da inovação, que pode ser compreendida como o que é feito de modo diferente,

32

agregando valor, ou seja, toda e qualquer solução que gere mais valor, novos conhecimentos,

novas e melhores soluções para problemas (DAVILA et al, 2007).

De um modo geral, inovação é o “esforço para gerar novidade, novos processos, novas

práticas, novos métodos, enfim, novas ações com base em informação e conhecimento, tendo

a ambiência das comunidades educacionais, tanto a interna como as condições gerenciais, de

infra-estrutura e tecnológica, como a externa como as redes sociais como fatores que

possibilitam o desenvolvimento do compromisso das pessoas com a inovação, afirma Souza

et al (2013)

Para Dornelas (2001), o SEBRAE é um dos órgãos mais conhecidos pelo pequeno empresário

brasileiro, que busca junto a essa entidade todo o suporte de que precisa para iniciar sua

empresa, bem como consultorias nas áreas de gestão como finanças, mercado e estratégias.

Nestes órgãos, podem-se citar alguns exemplos como: Associação Nacional de Entidades

Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC), Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ENDEAVOR.

Em se tratando de cultura empreendedora em instituições de ensino superior, Leite (2012)

constata que, enquanto que na universidade tradicional as atividades de ensino, pesquisa e

extensão estão voltadas prioritariamente para a produção de conhecimentos e formação de

especialistas, na universidade empreendedora, agregam-se ao tradicional os aspectos da

inovação tecnológica (geração, adoção e transferência) e da formação de empreendedores, em

resposta às demandas da sociedade em permanente estado de transformação.

A cultura empreendedora em Instituições de Ensino Superior (IES) também pode ser

entendida como Universidade Empreendedora que, segundo Ropke (1998) apud Guaranys

(2010), pode significar três coisas, embora todos os três aspectos sejam condições necessárias

e suficientes para tornar uma universidade empreendedora:

1. A universidade, como uma organização, se torna empreendedora;

2. Os membros da universidade – corpo docente, discente e funcionários – se tornam, de

alguma maneira, empreendedores;

3. A interação entre a universidade e o meio ambiente, a ligação estrutural entre

universidade e região, seguem padrões empreendedores.

33

Uma universidade empreendedora possui três missões: ensino, pesquisa – que tem foco na

transferência de conhecimento, sobretudo em tecnologia para o setor produtivo, através da

geração de empresas e da elevação do nível tecnológico das empresas existentes – e

desenvolvimento social e econômico.

Cinco caminhos são apontados por Clark (1998 e 2000) para a formação de um ambiente

empreendedor numa IES. São eles:

1. Reforçar o núcleo gerencial; incrementar o desenvolvimento das unidades periféricas à

estrutura tradicional: escritórios de transferência de tecnologia e de consultoria,

2. Educação continuada e unidades multidisciplinares;

3. Ter uma base de financiamento diversificada;

4. Ter departamentos acadêmicos tradicionais engajados no empreendedorismo;

5. Internalizar a cultura empreendedora.

Já Etzkowitz (2003) apresenta seis elementos-chave de uma universidade empreendedora:

1. A organização do grupo de pesquisa;

2. A criação de uma base de pesquisa com potencial comercial;

3. O desenvolvimento de mecanismos organizacionais para levar a pesquisa para fora da

universidade como propriedade intelectual protegida;

4. A capacidade de organizar empresas dentro da universidade;

5. A integração de elementos da academia e da empresa em novos formatos, como os

centros de pesquisa universidade-indústria;

6. A atuação no desenvolvimento econômico e social regional.

Segundo Guaranys (2010), os seguintes aspectos caracterizam o modelo proposto de uma

universidade empreendedora:

Adequações permanentes nos currículos e programas da graduação, pós-graduação e

extensão, de acordo com as demandas da sociedade;

34

Ensino de empreendedorismo em nível de graduação (formação complementar através

do domínio adicional), pós-graduação e extensão (educação continuada);

Formação de uma nova geração de empreendedores;

Organizações que realizam serviços profissionais por meio do trabalho de alunos, sob

a orientação de professores, com vistas à prática profissional e ao atendimento de

necessidades da sociedade (Empresa Júnior; Núcleo de Prática Jurídica; Serviço de

Psicologia Aplicada etc.);

Incubadoras que apóiam a criação e a consolidação de empresas como forma de

transferência de conhecimento (tecnologia e gestão) para a sociedade, gerando

desenvolvimento socioeconômico e regional (Incubadora Tecnológica; Cultural etc.);

Realização de ações de disseminação da cultura empreendedora e apoio a

empreendimentos sociais e econômicos, com o objetivo de gerar sustentabilidade e

desenvolvimento socioeconômico regional (Incubadora de cooperativa populares;

Incubadora social de comunidades; Desenvolvimento Local –

Cidades/Municípios/Comunidades; Arranjos Produtivos Locais (APLs) etc.);

Os dirigentes da universidade empreendedora são empreendedores, e são escolhidas

pessoas com características empreendedoras para os cargos gerenciais;

Possui governança interna que gera articulação permanente entre os diversos atores da

universidade empreendedora;

Possui governança externa que gera comprometimento e fluxo de informações com

seus financiadores e parceiros;

Os recursos financeiros são de origem diversificada (próprios, públicos e privados),

com o propósito de promover a auto-sustentabilidade;

Dirigentes e docentes propõem atividades, participam ativamente delas e/ou as lideram

com outras organizações em sua região, comunidades, cidades, setores da economia

ou áreas cientificas, como contribuição para a sociedade (conselhos, grupos de

discussão, painéis, seminários, congressos etc.).

A seguir, conceitos, histórico, diretrizes, objetivos e um retrato da Educação Empreendedora

nas universidades brasileiras.

35

2.3 Educação Empreendedora

Considerando que as instituições de ensino são as grandes disseminadoras do conhecimento, e

que podem ser formadoras de indivíduos empreendedores, é necessário que estas deixem de

lado a forma arcaica de ensino, a qual se preocupa unicamente com a formação de

funcionários e utilizem estratégias inovadoras que facilitem o processo de aprendizagem dos

alunos.

Segundo Freitas (2008), a educação empreendedora se trata de conjunto de ações

desenvolvidas pelo sistema educacional com o objetivo de valorizar o papel do empreendedor,

disseminar a cultura empreendedora e despertar vocações empresariais. Busca criar na escola

e na sociedade uma mentalidade empreendedora através do estímulo à geração de negócios.

Para tanto, as universidades precisam estar em sintonia com as transformações, visando à alta

qualificação das pessoas e a preparação delas para o mercado de trabalho e dos negócios, em

especial, para a constituição de empresas voltadas para o desenvolvimento de novos produtos,

processo e serviços, capazes de desenvolver um ambiente propício à disseminação da cultura

empreendedora.

No entanto, o que se percebe é um distanciamento do que é ensinado na graduação com a

realidade socioeconômica atual. De acordo com Hoeltgebaum e Tomio (2002), os cursos de

graduação geralmente utilizam exemplos de grandes empresas ou corporações, sendo que as

empresas de micro e pequeno porte somam a grande maioria das empresas registradas no

Brasil. É por meio de um ensino, voltado para as necessidades sociais da comunidade que se

formarão futuros e verdadeiros empreendedores.

Segundo Ferreira e Mattos (2003), as práticas de ensino que incentivam o empreendedorismo

são aquelas que simulam uma situação de empreendimento e que são atividades práticas,

interativas e construtivistas. Para esses mesmos autores (2003), as metodologias que se

limitam à simples transmissão de conhecimento, tendem a inibir o potencial de

autodesenvolvimento e criatividade dos alunos. Conforme Marcarini, Silveira e Hoeltgebaum

(2003) quanto mais o estudante é exposto a experiências empreendedoras, maior será seu

potencial empreendedor.

A origem do ensino do empreendedorismo está associada aos cursos de Administração de

empresas como uma necessidade prática (LAVIERI, 2010). Em 1947, o professor Myles

Mace em Harvard Business School oferece o primeiro curso de empreendedorismo, chamado

36

de Management of New Enterprises, para 600 alunos do segundo ano do MBA em

Administração. Em fevereiro de 1947, 188 estudantes começam o curso. Um pouco mais

tarde, em 1953, Peter Drucker agrega ao ensino de empreendedorismo o conceito de inovação

e inicia o curso Entrepreneurship and Innovation, na New York University. (KATZ, 2003)

No Brasil, o primeiro curso de empreendedorismo acontece em 1981, na Fundação Getúlio

Vargas, como disciplina ‘Novos Negócios’ no curso de especialização em Administração para

Graduados, ministrada pelo Professor Ronald Degen. Vejamos o histórico do ensino do

empreendedorismo no país (DOLABELA, 2000) apresentado a seguir:

Em 1984, na Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, com a disciplina ‘Criação de

Novos Negócios – Formação de empreendedores’ no curso de graduação em

Administração de Empresas, ministrada pelo professor Ronald Degen;

Em 1984, na Universidade de São Paulo, com a disciplina ‘Criação de empresas’ no

curso de graduação em Administração de empresas, ministrada pelo professor Silvio

Aparecido dos Santos;

Em 1984, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com a disciplina ‘Criação

de empresas’ no curso de graduação em Ciência da Computação, ministrada pelo

professor Newton Braga Rosa;

Em 1985, na Universidade de São Paulo, com a disciplina ‘Criação de empresas e

Empreendimentos de Base Tecnológica’ no curso de pós-graduação em Administração

de Empresas tendo a Faculdade de Economia e Administração (FEA) como

responsável;

Em 1996, na Universidade Federal de Pernambuco, com a disciplina

‘Empreendedorismo’ no curso de graduação em Ciência da Computação, ministrada

pelo professor Fábio Silva e Hermano de Moura.

Outras iniciativas também merecem destaque, ainda segundo Dolabela (2000) como:

Em 1989: O Centro Integrado de Gestão Empreendedora (CIAGE), responsável por

realizar estudos sobre Empreendedorismo, na Fundação Getúlio Vargas em São Paulo;

Em 1990: O Grupo de Estudos da Pequena Empresa (GEPE), responsável por desen-

37

volver estudos na área de Empreendedorismo, na Universidade Federal de Minas

Gerais;

Em 1992: O Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR),

responsável por aproveitar resultados acadêmicos na indústria, na Universidade

Federal de Pernambuco e Fundação de Apoio à Ciência do Estado de Pernambuco

(FACEPE);

Em 1995: A Escola de Empreendedores, responsável por sensibilizar o ensino do

empreendedorismo, na Universidade de Brasília e SEBRAE do Distrito Federal;

Em 1996: O Projeto Gênesis, responsável por estimular a incubação universitária, no

Programa Softex em parceria com o CNPQ;

Em 1996: O Projeto Softstart, responsável por estimular o ensino do

empreendedorismo, no Programa Softex em parceria com o CNPQ;

Em 1996: O Projeto Gênesis para a Inovação e Ação Empreendedora, responsável por

desenvolver atividades nas áreas de incubação de empresas, de pesquisa e ensino de

empreendedorismo, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro;

Em 1997: A Rede de Ensino Universitário de Empreendedorismo (REUNE),

responsável por disseminar o ensino de empreendedorismo nas universidades

mineiras, no Instituto Evaldo Lodi (IEL), Sebrae MG e Secretaria de Estado de

Ciência e Tecnologia de Minas Gerais e Fundação João Pinheiro.

Com esse crescimento das iniciativas empreendedoras no país, as IES foram forçadas a se

posicionarem neste novo contexto. Os centros de empreendedorismo começaram a ser

criados, a partir da década de 70, originalmente como um caminho para que os estudantes

pudessem gerar soluções na pesquisa científica para o mercado (DEL-PALACIO, 2008). Um

Centro de Empreendedorismo pode ser definido como uma unidade existente dentro da IES

que tem a missão de promover as iniciativas de natureza empreendedoras de sua comunidade.

Conceitualmente, os CE contam com o apoio formal da IES e não são uma iniciativa informal

de professores ou alunos que se reúnem para estudar e ensinar empreendedorismo, como

vários existentes atualmente (MENZIES, 2009). Segundo Morris (2010), o Centro de

Empreendedorismo (CE) precisa ter grande proximidade com a comunidade local, nos dois

sentidos, tanto na prestação de serviços de apoio para o desenvolvimento da atividade

38

empreendedora na comunidade, como na busca de exemplos, casos e histórias que possam

influenciar, educar e inspirar alunos.

Da mesma forma, o CE precisa ter forte integração com outras partes da universidade, uma

vez que o tema empreendedorismo é transversal, não só abrangendo a criação de novos

negócios, mas o desenvolvimento de uma série de competências pessoais que servem para

qualquer tipo de carreira.Sendo assim, o CE deve atuar como um elemento central que

estabelece conexões de alto valor para os meios, funcionando como um tipo de hub de

interesses que usa as relações para gerar benefícios para todos, conforme apresentado na

Figura 2.

FIGURA 2 – Centro de Empreendedorismo como um hub de conexões

Fonte: Hashimoto (2013)

Para Carson e Gilmore (2000), os CE contribuem com o desenvolvimento do ensino de

empreendedorismo e geram receita adicional por meio de consultoria e atividades de pesquisa.

Além dessas categorias, Menzies (2009) também sugeriu atividades de ensino:

Pesquisa: atividades relacionadas com a geração do conhecimento em

empreendedorismo, aprimorando a qualidade do conteúdo explorado em sala de aula e

conduzido pelo corpo de professores pesquisadores (SANDBERG & GATEWOOD,

1991). Envolve a produção acadêmica de artigos, livros, relatórios e outras formas de

publicação;

Ensino: A maior parte dos CE promove a formação educacional básica aos alunos,

pela transmissão do conhecimento em empreendedorismo (MASON, 2000). Esta

função é realizada de diversas formas, sobretudo por meio de cursos, disciplinas de

empreendedorismo, seminários, workshops, congressos e outros tipos de eventos, além

da revisão de conteúdos de disciplinas em cursos curriculares;

39

Prática: Atividades relacionadas com a aplicação do conhecimento em

empreendedorismo. Envolve não só atividades de consultoria, mas uma variedade

grande de iniciativas que englobam competições em geral: de pitching, de planos de

negócios, de inovação e criatividade, de sumários executivos, feiras de negócios etc.

Filion (2000) ressalta as diretrizes – guias, rumos e indicadores – para um ensino em que o

empreendedorismo seja mais que uma disciplina ou curso, mas um estilo de gestão, de

atuação, de vida, como se vê no quadro abaixo.

QUADRO1 – Diretrizes para atividades do ensino do Empreendedorismo

Cada curso deverá ser concebido de modo a permitir que cada participante identifique o que

quer aprender e defina a estrutura na qual vai aprender (Filion, 1989);

Cada curso deverá incluir estratégias de multiinstrução;

Cada curso deverá ser concreto e prático;

Cada curso deverá apresentar material que será útil na prática quando o curso estiver

concluído;

Cada curso deverá ser visto pelos participantes como uma atividade de aprendizagem, e não

apenas como transmissão de conhecimento pelo professor;

Cada curso deverá incluir interação com empreendedores reais por meio de estudos de

casos, vídeos e reuniões com empreendedores em sala de aula e trabalhos de campo em que

pelo menos um empreendedor seja estudado a fundo;

Cada curso deverá incluir acompanhamento pessoal dos objetivos de aprendizagem de cada

participante. A formação empreendedora lembra a formação de liderança ao requerer um

mínimo de acompanhamento individual;

Os estudos de casos deverão ser adaptados às características da área. Eles deverão ajudar os

participantes a aprender a entender contextos e a definir situações.

Fonte: FILION, 2000

Dolabela (2003) defende a ideia de que a educação tradicional aprisiona, impõe limites,

preserva poderes, exclui, enquanto que a Pedagogia Empreendedora liberta, não priva os

jovens do conhecimento e dos sonhos. Ainda segundo o autor, A Pedagogia Empreendedora

entende o ser humano como alguém habilitado a criar novos conhecimentos a partir de um

conjunto de saberes que constituem 'os quatro pilares da educação' – aprender a saber,

aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser (DOLABELA, 2003).

40

Sobre o Empreendedorismo dentro de uma instituição de ensino superior, Brito Filho (1999)

relata que este pode ser o elo que falta para a cooperação entre a universidade e a empresa. De

acordo com o autor, a aproximação da universidade com o setor produtivo nos anos 90 foi

apenas por uma questão de sobrevivência entre as partes, mas que representou avanços

significativos para a sociedade, devido aos resultados que se propôs alcançar.

A seguir, os objetivos da Educação Empreendedora aqui apresentados, segundo Rabbior

(1990).

QUADRO2 – Objetivos da Educação Empreendedora

Conscientizar a respeito do empreendedorismo e da carreira empreendedora, lançando

sementes para o futuro;

Influenciar/desenvolver atitudes, habilidades e comportamentos empreendedores;

Desenvolver qualidades pessoais relacionadas às competências necessárias para o mundo

moderno: criatividade, assumir risco e assumir responsabilidade;

Estimular a criação de negócios/novas iniciativas. Apoiar o desenvolvimento destas;

Gerar empregos;

Desenvolver conhecimentos, técnicas e habilidades focado no mundo dos negócios e

necessários para a criação de uma empresa;

Auxiliar empreendedores e empresas, através de conhecimento e ferramentas, a melhorar

sua competitividade.

Fonte: Rabbior (1990) adaptado por Lopes (2010)

Uma universidade que almeja assumir um perfil empreendedor deveria ter como meta

primária a criação de um setor interativo capaz de atuar como um núcleo de

empreendedorismo. Este núcleo estaria atrelado a um ambiente empresarial dentro da

universidade, integrado fortemente ao ensino, extensão e pesquisa, de tal maneira que as

demais ações de interação com o setor produtivo ocorreriam espontaneamente (BRITO

FILHO, 1999).

Entretanto, tais práticas somente são possíveis quando trazem, em sua essência, o

envolvimento do maior número de pessoas que compartilhem desta ideia e queiram tornar a

universidade mais aberta aos setores produtivos, criando uma verdadeira corrente de

desenvolvimento (SICSU; MELO, 1999).

41

Vejamos o quadro a seguir com a comparação das realidades do modelo de educação: a

tradicional e a empreendedora, a que oprime e a que liberta, como bem apregoava Paulo

Freire (1968) em sua reverenciada obra A Pedagogia do Oprimido.

QUADRO 3 – Antiga Escola versus a Nova Escola do empreendedorismo

A ANTIGA ESCOLA DIZIA A NOVA ESCOLA DIZ

Não pense muito acerca do empreendimento.

Execute-o.

Empreendedores bem-sucedidos são pensadores

críticos, bem como orientados para a ação.

Encontre qualquer oportunidade. Não importa

qual seja. Agarre-a. Coloque-a em prática.

Construa e confie na experiência pessoal em

atividades industriais, nos conhecimentos

técnicos anteriormente adquiridos. Isto contribui

para a formação da “experiência empreen-

dedora”.

Espere no mínimo você ter 35 anos.

Qualquer idade pode ser a idade certa, porém as

carreiras singulares mostram que se deve

começar o mais cedo possível.

Fazer primeiro o plano de negócios.

Planos de negócios tomam muito tempo e não

são apropriados para muitos empreendimentos.

Fazer um criativo

Focalizar exclusivamente a “venture statrt-up”,

quase sempre o empreendimento inicial.

“Empreendedorismo” é uma carreira, composta

mais frequente que nunca, de múltiplas ventures.

Como tal, outras iniciativas “empreendedoras”

existem junto às janelas de oportunidades que se

abrem para o primeiro empreendimento.

Valorizar de forma exagerada todas as sugestões

que lhes são feitas.

Empreendedores bem-sucedidos filtram com

bastante cuidado as sugestões que recebem.

Pouco ou quase nada se discute sobre questões

éticas. Na melhor das hipóteses dedicam umas

horas de reflexão sobre o tema, e não certamente

como um princípio do curso.

O respeito pela ética é um fator crítico para o

sucesso a longo prazo para o empreendedor.

As questões ligadas à ética são itens fun-

damentais do programa do curso.

Fonte: Leite, 2012

São várias as ações que podem auxiliar no desenvolvimento do empreendedorismo dentro das

universidades:

Criação de disciplinas que estejam voltadas a este tema, tanto na graduação quanto na

pós-graduação;

Incentivo à criação de empresas juniores e incubadoras de empresas;

Sistema de consultoria envolvendo os docentes e discentes das universidades e o setor

produtivo.

Segundo Leite (2012, p. 257-258), um programa de formação em empreendedorismodeve

fornecer instrumental para que os participantes sejam capazes de:

42

Descrever o papel do empreendedorismo e sua contribuição para o desenvolvimento

econômico do seu país;

Reconhecer a necessidade de um processo contínuo de aprendizagem para a expansão

de seu empreendimento;

Identificar, através de um conjunto de processos, seus pontos fortes e fracos como

empreendedor;

Identificar novas oportunidades de negócios e ampliação dos mercados já existentes;

Desenvolver um plano de negócio que inclua vários componentes, tais como aspectos

financeiros, produção, recursos humanos e marketing;

Identificar e utilizar serviços de apoio de entidades voltadas para o fomento do

empreendedorismo;

Ser capaz de implementar estratégias gerenciais eficazes.

Dolabela (2003, p. 106) defende a ideia de que as relações sociais e a vida pessoal

impregnadas pela emoção consistem a matéria-prima do sonho e a base mais rica para dar

significado aos conteúdos das disciplinas. Ainda segundo o autor, ao abraçar a pedagogia

empreendedora, o professor estará se envolvendo em uma estratégia de ensino-aprendizagem

com estas características:

A partir dos escritos de Hynes (2005) é proposto um modelo de processo para a educação

empreendedora que designa estruturas alternativas e mecanismos de conhecimento, para

assegurar que a aprendizagem correta ocorra. Para isto, metas são estabelecidas para a

aprendizagem de conhecimentos, habilidades e atributos. Hynes subdivide em três as

atividades de desenvolvimento de empreendedores em:

Para Ferreira e Mattos (2003), o empreendedorismo dificilmente poderia ser ensinado, nesta

linha de raciocínio; destaca-se que um dos grandes problemas enfrentados no ensino de

empreendedorismo é a ideia de que as características empreendedoras são inatas ao ser

humano e, desta forma, apenas pequena parte delas estaria providas do ato de empreender.

Por fim, segundo pesquisa da Endeavor (2012, p. 45-46) sobre Empreendedorismo nas

Universidades, as instituições de ensino superior devem:

Incentivar o ensino através da experiência;

Aprofundar o ensino do empreendedorismo;

Distribuir melhor a oferta de cursos;

Entender melhor os estudantes, enquanto empreendedores em potencial;

43

Aproximar ainda mais a universidade do mercado de trabalho;

Fazer com que o estudante se sinta capaz;

Estimular o empreendedorismo entre as mulheres.

O quadro abaixo apresenta meios, recursos e a importância de se abordar o

empreendedorismo, segundo Hynes (2005), com atividades desenvolvidas para fins de ensino-

aprendizagem.

QUADRO 4 – Subdivisão das atividades de desenvolvimento de empreendedores

Métodos Recursos Importância

Métodos didáticos

(Teóricos)

Aulas expositivas, prescrição de

leituras, adoção de livros de texto,

elaboração de planos de negócio e

promoção de seminários.

O uso desses métodos didáticos

ajuda os estudantes a usar dados

imediatos e analisar e interpretar

esses dados; e fornecem

informações que ajudam

osdiscentes a alcançar os objetivos

cognitivos do programa com

métodos de construção de

habilidades.

Métodos de

Construção de

Habilidades

Estudos de casos, discussões em

grupo, brainstorming e assemelhados.

Estes métodos são usados para

aumentar a efetividade no

comportamento dos estudantes, o

que resulta na melhoria de

habilidades pré-existentes e no

desenvolvimento de novas

habilidades.

Métodos de

Descoberta

(Experiências)

Resolução de problemas e situações do

mundo real, contatos com

organizações externas para a

constituição de relacionamentos úteis

para a carreira profissional.

Esses métodos encorajam a

aprendizagem através da desco-

berta e da aprendizagem

experiência.

Fonte: Hynes (2005), adaptado por Santa Rita et al. (2008).

Para tanto, Tomaz e Bittencourt (2013, p. 312) sugerem programas e metodologias para uma

educação empreendedora, uma educação em que os jovens desenvolvam habilidades e que

disseminem conhecimentos para o empreendedorismo e para a inovação:

Jogos empresariais: games que além de proporcionar conhecimento possibilitam o

entretenimento e a integração dos estudantes com conteúdos que podem ser

explorados e associados ao empreendedorismo;

Filmes do mercado cinematográfico: partes e cenas de filmes que abordam temas

gerenciais como recurso de reflexão sobre o empreendedorismo;

44

Dinâmicas: explorar temas que desenvolvam conhecimento, habilidades e atitudes

empreendedoras;

Debates: a partir das vivências, de textos, dos filmes e dos jogos utilizados para

disseminar o empreendedorismo;

Estudos de caso: tomando por base os livros editados pelo Sebrae com histórias de

sucesso.

Para Filion (2003), a educação representa um papel fundamentalno desenvolvimento de uma

sociedade empreendedora e, muitas vezes, supõe erequer dimensões mais ligadas à

aprendizagem da liderança e a outros conhecimentos do que às práticas de negócios.

Por fim, segundo Volker (2001), a Universidade, através do ensino do empreendedorismo,

deve por meio da capacitação dos seus alunos a aquisição das riquezas do conhecimento, da

comunicação e da criatividade, podendo conscientizar os seus alunos sobre a riqueza na forma

de bens e na forma de capital (humano, social, intelectual, monetário entre outros). Essa

construção passa, evidentemente, pelos processos de produção, concentração, distribuição e

ampliação desses capitais.

A seguir, abordagens, tipos e apresentação das Competências empreendedoras.

45

2.4 Competências empreendedoras

Nos últimos anos, o tema competência entrou para a pauta das discussões acadêmicas e

empresariais, associado a diferentes níveis de compreensão: individual e organizacional,

como também vem recebendo destaque na literatura em empreendedorismo nos últimos anos

(SNELL; LAU, 1994; MAN; LAU, 2000; LEIRIA, 2002; MAMEDE; MOREIRA, 2005;

ANTONELLO, 2005; BARON; SHANE, 2007).

Segundo Fleury e Fleury (2014), a competência do indivíduo não é um estado, não se reduz a

um conhecimentoou know-howespecífico. Le Boterf (1995) situa-a numa encruzilhada, com

três eixos formados pela pessoa, sua formação educacional e experiência profissional. A

competência é o conjunto de aprendizagens sociais e comunicacionais nutridas ao montante

pela aprendizagem e formação e à jusante pelo sistema de avaliações. Competência, ainda

segundo esse mesmo autor, é o saber mobilizar, integrar e transferir os conhecimentos,

recursos e habilidades num contexto profissional determinado.

Além disso, procurou-se identificar a abordagem de estudo das competências segundo as

categorias de sistematização propostas por Ruas et al. (2005), que caracteriza as macro

abordagens mais utilizadas de competências seguindo as principais tendências da literatura a

saber:

Competências Individuais e/ou Gerenciais: refere-se à competência de indivíduos, cuja

entrega é resultante de trabalho individual, na perspectiva de Parry (1988); Le Boterf

(1995), Zarifian (2001), Dutra (2004);

Competências Coletivas e/ou grupais: refere-se às competências coletivas, cuja

entrega é resultado de trabalho coletivo, na perspectiva de Dejoux (2001), Le Boterf

(2000), Figueiredo (2003), Ruas (2005);

Competência organizacional: refere-se às competências que dizem respeito à estratégia

da empresa e são evidentemente também competências coletivas, na perspectiva de

Hamel e Prahalad (1995), Fleury & Fleury (2000, 2004), Ruas (2005);

Conceito de competência: refere-se ao debate acerca da construção e natureza do

conceito de competências, na perspectiva de Le Boterf (1995), Zarifian (2001), Fleury

e Fleury (2002), Dutra (2004).

Quanto à competência organizacional, Zarifian (1999) a diferencia em cinco aspectos

diferentes:

Competências sobre processos: os conhecimentos do processo de trabalho.

46

Competências técnicas: conhecimentos específicos sobre o trabalho que deve ser

realizado.

Competências sobre a organização: saber organizar os fluxos de trabalho.

Competências de serviço: aliar à competência técnica a pergunta: qual o impacto que

este produto ou serviço terá sobre o consumidor final?

Competências sociais: saber ser, incluindo atitudes que sustentam os comportamentos

das pessoas; o autor identifica três domínios destas competências: autonomia,

responsabilização e comunicação.

Em 1973, McClelland publicou o Testing for CompetenceratherthanIntelligence, que de certa

forma iniciou o debate sobre competência entre os psicólogos e os administradores, nos

Estados Unidos. Segundo esse autor, competência é uma característica subjacente a uma

pessoa que é casualmente relacionada com desempenho superior na realização de uma tarefa

ou em determinada situação. Diferenciava assim competência da visão que tem Mirabile

(1997):

Conhecimentos: o que as pessoas precisam saber para desempenhar uma tarefa;

Habilidades: demonstração de um talento particular na prática;

Aptidões: talento natural da pessoa, o qual pode vir a ser aprimorado.

O conceito de competência é pensado como “conjunto deconhecimentos, habilidades e

atitudes – isto é, conjunto de capacidades humanas – que justificam um alto desempenho,

acreditando-se que os melhores desempenhosestão fundamentados na inteligência e

personalidade das pessoas”; em outras palavras, “a competência é percebida como estoque de

recursos que o indivíduo detém” (FLEURY, 2014, p. 3). Embora o foco de análise seja o

indivíduo, a maioria dos autores americanos sinaliza a importância de se alinharem as

competências às necessidades estabelecidas pelos cargos ou posições existentes nas

organizações.

Segundo os teóricos Cheetham e Chivers (1996; 1998) e Gefroy e Tijou (2002), o estudo das

competências pode ser entendido sob três aspectos predominantes:

Americana: na qual o foco são os elementos comportamentais ou os atributos

individuais. Nela, a competência é vista como um estoque de recursos do indivíduo,

ou seja, seus conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA);

47

Inglesa (Funcional): CHA identificado mediante análise funcional do desempenho e

das responsabilidades assumidas pelo indivíduo e as competências vinculadas aos

objetivos organizacionais. e é alvo de várias publicações;

Francesa (Construtivista): analisa a competência como um processo dinâmico

reconhecido pelos resultados da ação e trata da competência prática.

No Brasil, o tema de competências inspira-se nessas três vertentes, e é alvo de várias publica-

ções:Zampier, Takahashi e Fernandes (2012) utilizaram uma amostra de 51 artigos científicos

publicados na RAUSP, RAE-GV, RAC, O&S e ENANPAD. As instituições com o maior

número de publicações respectivamente foram: FEA/USP (13), UFRGS (11), UFMG (10),

UnB (6), UFBA (5) e os 20 autores mais citados como referências bibliográficas nas

publicações foram:

QUADRO 5 – Autores mais citados sobre o conceito de ‘Competências’

Autor Quantidade de citações Autor Quantidade de citações

HAMEL, G. 37 NONAKA 14

PRAHALAD, C. K. 33 TEECE, D. J. 14

ZARIFIAN, P. 33 BOYATSIS, R. 12

FLEURY, M. T. 30 HEENE, A. 12

LE BOTERF, G. 24 ROPE, A. 12

FLEURY, A C. 21 BARNEY, J. B. 11

DUTRA, J. S. 19 BITTENCOURT, C. 11

RUAS, R. 18 PORTER, M. E. 11

TANGUY, L. 16 SPENCER, S. 11

SPENCER, L. M. 16 SENGE, P. 10

Fonte: RUAS et al.(2005) adaptado por ZAMPIER et al. (2012)

Em se tratando de competências empreendedoras, Leite (2012, p. 254), afirma que a

capacidade empreendedora de determinado indivíduo é fruto de um conjunto de faculdades

(imaginação; criação e execução de planos; negociação; liderança) e características pessoais

(determinação; otimismo; independência; coragem para gerar desafios; vontade para correr

riscos) que interagem entre si, potencializando o comportamento singular.

Para Man e Lau (2000), a competência empreendedora pode ser considerada como um nível

mais alto de características que envolvem diferentes traços de personalidade, habilidades e

conhecimentos, podendo ser influenciados pela experiência de cada indivíduo, seu grau de

instrução, sua educação e sua vivência familiar dentre outras variáveis.

48

Ainda segundo Leite (2012, p. 262-263), empreendedor tem o seguinte perfil de

competências:

Capacidade de assumir riscos;

Sentido de oportunidade – identificar tendências, necessidades atuais e futuras dos

clientes;

Liderança – delegar responsabilidade, valorizar o empregado, formar uma cultura na

empresa para alcançar o objetivo principal: a satisfação dos clientes;

Jogo de cintura – ser flexível;

Persistência – manter o rumo é saber para onde se vai e como chegar lá;

Visão global da organização –processo de satisfação das necessidades do cliente, em

permanente interação com o meio onde atua;

Atualização – uma descoberta abre caminho para tantas outras e a consequência é o

aperfeiçoamento;

Organização – compreender que só se obtêm resultados positivos com a aplicação dos

recursos disponíveis de forma lógica, racional e organizada;

Inovação – cultivar ideias novas, algumas em fase de estudo, outras em via de

execução;

Disposição de trabalho – se envolver com a organização em todos os sentidos, da

forma mais completa possível.

Competência constitui conceito complexo e multifacetado, podendo ser analisado sob

diferentes perspectivas, como afirmam Ruas et al.(2005). Verifica-se, contudo, a existência de

duas correntes teóricas, conforme Dutra (2004):

1. Enquanto que os americanos McClelland (1973) e Boyatzis (1982) entendem

competência como conjunto de qualificações pertencentes à pessoa;

2. os franceses Le Boterf (1999) e Zarifian (1999) associam competência às realizações

da pessoa em determinado contexto.

Nos últimos anos, surgiu uma terceira corrente, que adota perspectiva integradora, a partir da

junção de concepções das referidas correntes, onde a competência está associada e expressa

pelo desempenho profissional dentro de um contexto organizacional (FREITAS; BRANDÃO,

2001).

Entenda que para que um empreendedor tenha atitudes vencedoras, o mesmo deve ter princí-

49

pios norteadores a fim de elevar seu nível de competências, para que assim seja digno de ser

chamado de empreendedor. Com esse perfil formado por características de empreendedores

que obtiveram êxito em seus negócios, esperam-se deles os seguintes princípios, atitudes e

competências para uma gestão eficiente que garanta a eficácia em seus empreendimentos.

Man e Lau (2000, p.), sintetizadores dos estudos de competências empreendedoras, detectam

sete tipos de competências:

1. Oportunidade: identificação, avaliação e busca;

2. Relacionamento: construção, manutenção e uso de redes de relacionamentos e de

confiança;

3. Conceituais: pensamento intuitivo, visão de diferentes ângulos, inovação e avaliação

de riscos;

4. Administrativas e organizadoras: planejamento, organização, liderança, motivação,

delegação e controle;

5. Estratégicas: visão, fixação e avaliação de objetivos e posição de mercado, usos do

alcance e capacidades do negócio, realização de mudanças estratégicas e controle de

resultados estratégicos;

6. Comprometimento: com os objetivos de longo prazo, com os empregados, com

crenças e valores com objetivos pessoais e devoção ao trabalho;

7. Competências de apoio e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: aprendizado,

adaptação, administração do tempo, avaliação pessoal, equilíbrio entre trabalho e vida

pessoal, administração de preocupações e stress, manutenção da integridade.

Cinco anos depois, esses autores (MAN; LAU, 2005) ampliaram esse conjunto para onze

competências, contemplando as competências de:

8. Aprendizagem: capacidade dos empreendedores de aprender a aprender, capacitando-

os para experiências cada vez mais complexas por meio da aquisição de novos

conhecimentos;

9. Relacionamento: capaz de criar e fortalecer uma imagem de confiança e reputação

junto a parceiros atuais ou futuros;

50

10. Inovação: capacidade de replicar o seu portfólio de serviços ao maior número de

clientes possível, por meio da ampliação e reconfiguração para cada cliente dos

elementos adaptáveis de cada serviço oferecido;

11. Sociais: capacidade de construir e manter relacionamentos de confiança com

stakeholders, de utilização das redes sociais para adquirir e fortalecer eventuais

oportunidades de negócios ou obtenção de recursos e capacidades específicas para o

empreendimento.

Já Cheetam e Chivers (1996) apresentam um modelo de competências profissionais que

procura contemplar elementos coerentes de algumas abordagens distintas de estudos de

competências já realizados. Nesse modelo, identificamos quatro componentes-chave de

competências profissionais que compõem o que os autores definem como o coração do

modelo. São eles:

1. Competências cognitivas: definido como a posse dos conhecimentos relacionados ao

trabalho e a habilidade de/para colocá-los em uso efetivo;

2. Competências funcionais: a habilidade de desempenhar efetivamente certas tarefas, de

forma a produzir determinados resultados;

3. Competências pessoais ou comportamentais: visto como a habilidade de adotar

comportamentos adequados às situações de trabalho, também presente no modelo de

Man e Lau (2005);

4. Competências de valores e ética: posse de valores pessoais e profissionais apropriados

e a habilidade de fazer julgamentos claros neles baseados, em situações relacionadas

ao trabalho.

Dentro do tema ‘Competências empreendedoras’, alguns autores tem se preocupado em criar

tipologias que possibilitem a identificação por parte dos pesquisadores das competências

necessárias ao desenvolvimento de suas atividades. A classificação de Cooley (1990) é

voltada especificamente para os empreendedores e foi revisada e adaptada do modelo de

competências de McClelland, no qual existem comportamentos e características

empreendedoras, que podem diferenciar empreendedores bem sucedidos de outros.

Nesse estudo, foram destacadas dez características de comportamento empreendedor, também

chamadas de competências empreendedoras, agrupadas em três categorias conforme se

demonstra no quadro a seguir:

51

Quadro 6 – Competências empreendedoras

CONJUNTO DE REALIZAÇÃO

Busca de oportunidades e iniciativas

· faz as coisas antes do solicitado ou, antes de forçado pelas circunstâncias

· age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços;

· aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos,

equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.

Correr riscos calculados

· avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente

· age para reduzir os riscos ou controlar os resultados

· coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados

Exigência de qualidade e eficiência

· encontra maneiras de fazer as coisas melhor e/ou mais rápido, ou mais barato;

· age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência;

· desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o

trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados.

Persistência

· age diante de um obstáculo;

· age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo;

· assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir as metas e os objetivos.

Comprometimento

· faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para complementar uma tarefa;

· colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho;

· esforça-se para manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade em longo

prazo, acima do lucro em curto prazo.

CONJUNTO DE PLANEJAMENTO

Busca de informações

· dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes;

· investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço;

· consulta os especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.

Estabelecimento de metas

· estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal;

· define metas em longo prazo, claras e específicas;

· estabelece metas em curto prazo, mensuráveis.

Planejamento e monitoramento sistemáticos

· planeja dividindo tarefas de grande porte em sub-tarefas com prazos definidos;

· constantemente revisa seus planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças

circunstanciais;

· mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.

CONJUNTO DE PODER

Persuasão e rede de contatos

· utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros;

· utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos;

· age para desenvolver e manter relações comerciais.

Independência e autoconfiança

· busca autonomia em relação a normas e controles de outros;

· mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores;

· expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um

desafio.

Fonte: Cooley (1990)

52

Essa classificação é utilizada, hoje, pelo Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD) e também pelo SEBRAE, no Brasil, para programas de

capacitação dos empreendedores, como o Programa para Empresários e Futuros

Empreendedores – EMPRETEC (HONMA, 2007).

Sendo assim, Antonelo e Boff (2005) definiram Competência Empreendedora como um

conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que viabilizam a um indivíduo imprimir

sua visão, estratégias e ações na criação de valor (intangíveis ou tangíveis) para a sociedade,

enquanto que Zarifian (2006) argumenta que as competências são necessárias nos diversos

níveis, mas que as competências empreendedoras refletem ações eficazes do dirigente de

perfil empreendedor.

53

3.METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste capítulo, apresentam-se os meios metodológicos adotados pelo pesquisador para

conduzir este estudo: o método e natureza, os instrumentos de coleta dos dados e as técnicas

de análise desses, além das dimensões da pesquisa e, por fim, os limites e limitações do

mesmo.

3.1 Caracterização da Pesquisa

A abordagem mais adequada para atingir os objetivos propostos para esta pesquisa é a

qualitativa que, segundo Richardson (2012, p. 79), “...além de ser uma opção do investigador,

justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno

social”.

Richardson (2012, p. 79) afirma também que a pesquisa qualitativa “pode ser caracterizada

como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais

apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de

características ou comportamentos”.

Para Minayo (1993, p. 21-22), o método qualitativo “trabalha com o universo de significados,

motivos, aspirações, crenças, valores, atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo

das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à

operacionalização de variáveis”. Roesch (2005) afirma que a pesquisa qualitativa permite

utilizar diversos métodos e técnicas, bem como prioriza uma postura investigativa atenta à

captação do ponto de vista dos entrevistados, sem partir de um modelo pré-estabelecido.

Segundo Godoy (2007), a pesquisa qualitativa é descritiva por natureza, pois os dados

coletados aparecem em forma de transcrições de entrevistas, anotações de campo, fotografias,

vídeos e outros tipos de documentos visando à compreensão ampla do fenômeno estudado.

Classifica-se como um estudo de caso que, no entendimento de Godoy (2007, p. 359), “se

caracteriza como um tipo de pesquisa, cujo objeto central de análise é o exame detalhado de

um determinado fenômeno, que é investigado em profundidade” numa unidade social:

indivíduo, grupo, evento, instituição, comunidade, organização, interorganização – de modo a

possibilitar, ao investigador, entender como funciona tal fenômeno.

54

Para Yin (2005), o estudo de caso é indicado se o tipo de questão da pesquisa é ‘como’ e

‘porque’, em situações nas quais o investigador possui controle reduzido sobre os eventos e

quando estão sendo abordados fenômenos contemporâneos imersos no contexto da vida real.

Vergara (2003) afirma que o estudo de caso se restringe a uma ou poucas unidades,

entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou

mesmo país. Possui caráter de profundidade e detalhamento.

Segundo Gil (2002), o estudo de caso passa a ser utilizado com as seguintes finalidades:

a. explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos;

b. preservar o caráter unitário do objeto estudado;

c. descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação;

d. formular hipóteses ou desenvolver teorias;

e. explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas

que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.

3.2 Desenho da Pesquisa

Segundo Kerlinger (1980), ao delinear a pesquisa, procura-se a maneira pela qual um

problema de pesquisa é concebido e colocado em uma estrutura que se torna um guia para o

planejamento, coleta de dados e experimentação. Também Gil (2008) se refere ao desenho de

pesquisa como planejamento do estudo em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua

diagramação quanto a previsão de análise e interpretação dos dados, como o quadro 7 nos

apresenta.

QUADRO 7 – Desenho da Pesquisa

Caracterização

Pesquisa qualitativa;

Estudo de caso;

Locus

Instituição de Ensino Superior localizada no município de Jaboatão dos

Guararapes, região metropolitana do Recife/PE;

Sujeitos

Diretores, docentes e alunos dessa IES;

Coleta de dados

Entrevista por pauta;

Questionário online;

Documentos;

Observação direta participante;

Análise dos dados

Análise de conteúdo;

Dramaturgia.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor, 2014.

55

3.3 Locus da Pesquisa

Neste estudo, o locus foi representado por uma instituição de ensino superior (IES) atuante em

Piedade, no município de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife, em

Pernambuco. Trata-se de uma faculdade que está em transição para o reconhecimento de

centro universitário.

A referida IES tem por finalidade promover o ensino, a pesquisa e a extensão como forma de

participar do processo de desenvolvimento educacional, científico e tecnológico desse Estado,

e visando ao bem-estar e à valorização do homem. A Faculdade tem suas iniciativas

estruturadas para atender às necessidades da comunidade local.

A Faculdade foi autorizada em 2001, pela Portaria Ministerial de nº 1.738/2001/MEC,

objetivando desenvolver a formação de profissionais por meio de cursos e atividades

acadêmicas diversificadas, contribuindo para o processo de desenvolvimento sustentável de

Jaboatão dos Guararapes e do Estado de Pernambuco. Sua oferta acadêmica teve início em

2002, com os cursos de graduação em Administração (habilitações em Marketing e em

Análise de Sistemas), Direito e Ciência de Computação. Em 2004, foi ampliada a oferta,

mediante a instalação do Curso de Graduação em Administração Hospitalar.

Tendo à frente a necessidade de consolidar-se como instituição de ensino superior, a

Faculdade, de acordo com o seu Plano de Desenvolvimento Institucional, já está com novos

cursos na área como saúde, além de cursos superiores de tecnologia. É a continuidade de uma

história há pouco iniciada, na qual está presente o componente político, na medida em que são

abertas novas possibilidades de ingresso de vários segmentos sociais ao ensino superior.

Desde novembro de 2007, a IES integrou-se à maior rede de universidades do mundo. Isso

significa oportunidade para os alunos estudarem e pesquisarem em instituições estrangeiras,

durante o período do curso de graduação.

3.4 Sujeitos da Pesquisa

Nesta pesquisa, participaram (como mostra o Quadro 8), 4 diretores, 12 professores e

50alunos do curso de graduação em Administração. Escolheu-se esse curso por se tratar do

curso com maior número de alunos, bem como pelo trabalho do autor desta pesquisa junto aos

seus alunos.

56

Como vemos no Quadro abaixo, os diretores desse espetáculo (ensino, pesquisa e extensão)

responderam por aspectos pertinentes à Cultura empreendedora, por ser da direção o papel

estratégico de instaurar uma cultura na instituição que priorize uma formação acadêmica e

profissional empreendedora aos atores (docentes) e à platéia (alunos).

Enquanto que os atores (docentes), responderam por aspectos da Educação empreendedora,

uma vez que esses são os diretamente responsáveis pela formação acadêmica e profissional

desse Público ao estimular as Competências empreendedoras do mesmo ao fazer uso do

cenário (recursos e ambientes) e roteiro (planos de ensino e aulas), cabendo à Platéia fazer

avaliação de como esse espetáculo é apresentado, afinal é ela a mais impactada por esses

aspectos de uma Universidade empreendedora.

QUADRO 8 – Sujeitos da Pesquisa

ASPECTOS METÁFORA

DRAMATÚRGICA SUJEITOS DA PESQUISA

Cultura empreendedora Diretores

Diretora acadêmica: 1;

Diretor da Escola de Negócios: 1;

Diretor do curso: 1;

Diretor de extensão: 1

Educação empreendedora Atores

Professores: 12

Competências empreendedoras Público

Concluintes/egressos: 50

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014)

3.5 Dimensões da Pesquisa

Sendo assim, o Quadro 9 apresenta as Dimensões da Pesquisa que apresenta os elementos

dramatúrgicos, os indicadores da Pesquisa, os instrumentos de coleta dos dados e como esses

foram tratados, todos eles apresentados de modo que os objetivos específicos sejam

cumpridos e o objetivo geral, alcançado.

Buscou-se cumprir cada objetivo específico deste estudo delimitando as variáveis da pesquisa,

bem como os instrumentos e tratamentos apropriados para esse fim, uma vez que cada

objetivo específico está relacionado a um elemento dramatúrgico, metáfora teatral.

57

QUADRO 9 – Dimensões da Pesquisa

Elementos

dramatúrgicos Indicadores da Pesquisa

Instrumentos de

coleta dos dados

Tratamento

dos dados

coletados

Ob

jeti

vo

esp

ecíf

ico

1

Direção:

Diretoria

acadêmica,

da Escola de

Negócios,

do curso,

da Extensão

Plano de Política Pedagógica

Atividades de ensino

Atividades de pesquisa

Atividades de extensão

Eventos acadêmicos

Relações com a comunidade

Qualificação de pessoal

Universidade Empreendedora

Missão, valores e visão do curso

Entrevista

por pauta

Observação

participante

Dramaturgia

Análise de

documentos

Análise de

conteúdo

Ob

jeti

vo

esp

ecíf

ico

2

Atores: Docentes

Procedimentos metodológicos

Atividades discentes

Procedimentos de avaliação

Atividades extracurriculares

Ambientes disponíveis

Recursos disponíveis

Eventos acadêmicos

Estímulos à liderança

Estímulos à inovação

Estímulos ao empreendedorismo

Entrevista

online

Dramaturgia

Ob

jeti

vo

esp

ecíf

ico 3

Roteiro:

Script

Plano estratégico da instituição e

do curso

Estrutura curricular do curso

Planos de ensino das disciplinas de

gestão

Análise de

documentos

Análise de

documentos

Ob

jeti

vo

esp

ecíf

ico 4

Cenário:

Palco

Ambientes disponíveis

Recursos disponíveis

Observação

participante

Dramaturgia

Ob

jeti

vo

esp

ecíf

ico

5

Platéia:

Público

Ato de empreender

Estímulo dado pelos professores

Métodos/ações eficazes

Atividades complementares

Rede de relacionamentos

Disciplinas cursadas

Estímulo à Liderança

Estímulo à Inovação

Estímulo ao Empreendedorismo

Competências empreendedoras

Uso dos ambientes/recursos

disponibilizados

Pretensão de desenvolver negócio

Questionário

online

Dramaturgia

Análise de

conteúdo

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

58

3.6 Instrumentos de Coleta dos dados

As técnicas de coletas de dados, segundo Lakatos e Marconi (2001), representam os conjuntos

de preceitos ou de processos utilizados pela ciência, para que se possam obter seus propósitos.

Nesta pesquisa foram utilizados vários instrumentos para a coleta dos dados: entrevista por

pauta e online, observação participante, análise de documentos, questionário e imagens.

Para coletar dados da Direção (Diretoria acadêmica, da Escola de Negócios, do curso e de

Extensão) e dos Atores (docentes da disciplina de Empreendedorismo e áreas afins) ‘em

cena’, a entrevista por pauta e questionário online, respectivamente, foram adotadas. Para Gil

(2008, p. 120), ela apresenta certo grau de estruturação, já que se guia por uma relação de

pontos de interesse que o entrevistador vai explorando ao longo de seu curso. Esse tipo de

instrumento permite que o entrevistador faça poucas perguntas diretas, deixando o

entrevistado falar livremente, à medida que se refere às pautas assinaladas.

Nas entrevistas por pauta o entrevistado pode decidir-se pela forma de construir a resposta,

permitindo espaços a serem preenchidos por perguntas surgidas com base nas respostas dos

entrevistados (GIL, 2008), ou responder à “visão de mundo emergente do respondente e às

novas ideias sobre o tópico” (MERRIAM, 1998, p. 74).

Nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, solicitou-se aos alunos o preenchimento de um

questionário online, formado por questões de resposta fechada e questões de resposta aberta

como pedido de justificativa de sua resposta. Como as respostas às questões fechadas se

tornam fáceis de analisar e de responder, por vezes a informação apresenta lacunas, pelo que o

questionário, ao ser enriquecido com questões abertas, permite obter informações mais

detalhadas e aceder à visão do respondente (HILL; HILL, 2005; OPPENHEIM, 2004).

O recurso ao questionário online permitiu obter dados de um número suficiente de estudantes

no tempo de coleta e, tal como Gilham (2000) evidenciou, permite aos respondentes

preencher e completar o questionário em função da sua disponibilidade, tornando-se mais

cômodo.

Segundo Gil (2008, p. 128), o questionário pode ser definido como a técnica de investigação

composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às

pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,

expectativas, situações vivenciadas etc.

59

Neste trabalho, o questionário utilizado teve questões fechadas – apresentando ao sujeito um

conjunto de alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor representa sua

situação ou ponto de vista (GIL, 2008) – e abertas – apresentando a pergunta e deixando um

espaço em branco para que as pessoas pudessem escrever sem qualquer restrição (GIL, 2008).

Ele foi usado para conhecer a percepção do Público expectador (concluintes e egressos do

curso de graduação em Administração de uma instituição de ensino superior).

Já a observação participante – na qual o observador não é apenas um espectador do fato que

está sendo estudado, mas se coloca na posição e ao nível dos outros elementos humanos que

compõem o fenômeno a ser observado (RICHARDSON, 2012) – foi adotada para analisar

sinais declarados e não-declarados de um ambiente onde deveria favorecer uma educação

empreendedora voltada para a formação profissional de seu Público (concluintes e egressos da

instituição de ensino superior em estudo).

Quanto aos documentos usados como dados da Pesquisa, alguns deles como o Projeto

Pedagógico do curso de Graduação em Administração – contendo a política para o ensino, a

pesquisa, a extensão e as respectivas normas de operacionalização e procedimentos para

estímulo à Produção –, os planos de ensino e o site da instituição foram consultados e

analisados para ampliar o entendimento de como o os atores e platéia vêem as cenas desse

espetáculo. Esse roteiro dá margem à cultura declarada da instituição pesquisada.

3.7 Tratamento dos dados

Nesta pesquisa, a metáfora teatral ou dramatúrgica (GROVE; FISK; BITNER, 1992) foi

usada para um entendimento da atuação dos sujeitos desta pesquisa, principalmente para

compreender como se deu essa percepção por parte da Platéia, ou seja, o Público (alunos e

egressos da instituição em análise).

A perspectiva dramatúrgica surgiu em parte do interacionismo simbólico, suposição geral de

que a percepção e a interação dos indivíduos acontecem por meio do uso de símbolos (BERG,

2007). A perspectiva dramatúrgica utiliza-se da metáfora teatral para entender a interação

social (PATTON, 2002). Em geral, para analisar dramaturgicamente as interações humanas,

fez-se necessária a utilização de alguns conceitos teatrais, tais como: roteiro, palco, diálogo,

direção, fantasias e adereços, confronto entre os protagonistas (atores principais) e os

60

antagonistas (adversários) e a lealdade dramatúrgica (PATTON, 2002). Entretanto, é

importante ressaltar que eventualmente outros elementos da dramaturgia podem surgir nas

análises.

Nesta pesquisa, os principais elementos dramatúrgicos utilizados para efeito da análise foram:

Atores (docentes), Direção (Diretora acadêmica, Direção da Escola de Negócios,

Coordenador do curso, Coordenador de extensão) e Público (audiência ou platéia: discentes).

Por ter sido a análise dramatúrgica utilizada nesta pesquisa, a formação profissional foi

tratada como um espetáculo. Para Pavis (1999), este termo refere-se à parte visível do

espetáculo e é utilizado para indicar qualquer representação teatral. Esta, por sua vez engloba

uma ópera, uma dança, um circo etc, como também outras atividades que requeiram a

participação do público, como por exemplo, interações sociais, esportes, rituais etc. (PAVIS,

1999).

Já para analisar o roteiro (planos de ensino, estrutura curricular, plano estratégico da

instituição) desse espetáculo, que segundo Pavis (1999, p. 141), “é tudo o que se oferece ao

olhar”, foi usada a técnica da análise de conteúdo – técnica de investigação que, através de

uma descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto das comunicações,

tem por finalidade a interpretação destas mesmas comunicações (BERELSON,).

A análise de conteúdo foi utilizada tanto para descrever como para interpretar o conteúdo de

documentos e textos, num processo contíguo de técnicas de análise de comunicação, que

visam obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos a descrição do conteúdo das

mensagens. Segundo Bardin (2010), essa técnica desenvolve-se em três fases:

a. Pré-analise: consiste na seleção do material e na definição dos procedimentos a serem

adotados na pesquisa, podendo ser descrita como a fase de organização propriamente

dita (VERGARA, 2005);

b. Exploração do material: fase onde acontecem as análises propriamente ditas

(BARDIN, 2010);

c. Tratamento dos dados, inferência e interpretação: objetivam tornar os dados válidos e

significativos (GIL, 2008).

61

3.8 Processo de coleta dos dados

Para coletar os dados dos diretores, de imediato se prontificaram a responder às questões em

suas salas de trabalho. Quanto aos dados dos docentes, um e-mail foi enviado para todos os 30

professores, como se vê na Figura abaixo. Aos poucos, foram respondendo e chegou-se a 12,

o que representa um pouco mais de 30% do universo de professores do curso de

Administração.

FIGURA 3 – Convite aos docentes por e-mail particular

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014)

Para que os alunos egressos participassem desta pesquisa, mensagem particular foi enviada a

alguns dos recém-formados (2013.2, 2013.1 e 2012.2), uma vez que esses já tinham sido

alunos do autor deste levantamento, facilitando a comunicação e aceitação pela rede social.

FIGURA 4 – Convite aos alunos egressos pelo Facebook (em particular)

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014)

62

Já para convidar os concluintes do curso de Administração (2014.1), optou-se por fazer uso

do grupo fechado no Facebook criado pelo autor, também professor de disciplina do

penúltimo período do curso. Nele, estão quase todos os concluintes deste semestre (2014.1).

FIGURA 5 – Convite aos alunos concluintes pelo Facebook (grupo fechado da disciplina)

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014)

O questionário aplicado aos Atores (docentes) e Público (alunos e egressos) foi preenchido no

SurveyMonkey, um software de questionário online gratuito disponibilizado em link para o

preenchimento do mesmo, como se vê nas figuras anteriormente apresentadas.

3.9 Limites da Pesquisa

Apesar da IES em estudo fazer parte de um grupo maior, no Brasil, limitou-se esta pesquisa à

unidade localizada na região metropolitana do Recife, no estado de Pernambuco.

Outra ação limitadora, nesta pesquisa, trata-se da quantidade de participantes: 4 gestores, 12

professores, 50 alunos entre concluintes e egressos do curso de graduação em Administração,

uma vez que na IES os gestores foram escolhidos pelo cargo que ocupam e pela relevância

dele na tomada de decisões atuais e futuras.

63

3.10 Limitação da Pesquisa

Como limitações desta pesquisa, pode-se ressaltar que nem todos os professores

demonstraram interesse em participar deste estudo. Dos 30 professores do curso de

Administração, 12 desses responderam ao link do SurveyMonkey enviado ao correio

eletrônico desses. Para minimizar essa limitação, recorreu-se aos Planos de Ensino e, pela

análise documental, mais dados foram coletados para que se chegasse a um entendimento

mais próximo do que seja a real atuação desses atores.

Vale ressaltar que o autor foi questionado pelos docentes o que seria uma Educação

empreendedora, visto que a pergunta-chave para todo o questionário foi “Como você e sua

disciplina contribuem para uma Educação Empreendedora dos alunos da Faculdade ***

quanto aos/às...”, como se vê no ‘Apêndice A – Roteiro de Questionário online: Docentes’,

demonstrando assim um indício de desconhecimento do termo, de práticas e de cultura

empreendedora na instituição onde ensinam. O autor então respondeu ao docente que se

tratava de uma educação voltada à empregabilidade, autonomia e formadora de competências

empreendedoras como planejamento, persistência, persuasão, rede de contatos, dentre outros.

Outra limitação foi quanto ao número de alunos egressos de 2012, uma vez que apenas sete

participaram desta pesquisa. No entanto, concluintes deste semestre foram convidados um a

um pelo Facebook (conforme visto na Figura 3) a participar respondendo também ao link do

SurveyMonkey, um questionário online que facilita aos respondentes e a quem tratos dos

dados trazendo uma maior comodidade e segurança por se tratar de uma ferramenta

reconhecida e validada no meio acadêmico.

Apresentados os contornos acerca do método, dos instrumentos e do processo de coleta de

dados para este estudo, segue a análise dos mesmos e a discussão desses resultados.

64

4.ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesta Seção, estão expostos os resultados da pesquisa realizada junto à Direção (diretores

Acadêmico, da Escola de Negócios, do curso e de extensão), aos Atores (docentes) ao Roteiro

(script), ao Cenário (palco) e ao Público (concluintes e egressos do curso de Administração)

acerca dos aspectos de uma Universidade empreendedora: Cultura, Educação e Competências

empreendedoras. Para efeito de compreensão por parte do leitor, são apresentados os

conteúdos das declarações dos sujeitos estudados, pelo menos aquelas mais significativas,

segundo cada indicador desta pesquisa. Em seguida, vão ser apresentadas também, as

considerações a cerca das observações feitas na faculdade, a fim de contribuir com as

discussões aqui levantadas.

Os dados foram analisados seguindo cada um dos objetivos específicos, relativos aos

elementos dramatúrgicos, conforme o Quadro 9 (p. 55).

4.1 Segundo a DIREÇÃO

O primeiro objetivo específico deste trabalho teve como propósito o de analisar o papel da

Direção (diretores Acadêmico, da Escola de Negócios, do Curso e de Extensão) da instituição

de ensino superior e do curso de graduação em Administração quanto à Cultura

empreendedora. Das seções 4.1.1 a 4.1.8, apenas o Diretor do Curso (DC) respondeu por ser

mais familiar e próximo das respostas esperadas.

4.1.1 A Direção e o Projeto político-pedagógico do curso (PPC)

No momento da entrevista, o PPC estava sobre a mesa do Diretor do curso. Segundo ele,

todas as ações estão pautadas pelo Projeto Político-pedagógico do curso. As políticas

institucionais para o ensino, segundo o PPC, se articulam de forma indissociável a um projeto

de sociedade e de educação e dialogam com os referenciais de qualidade estabelecidos pelo

Ministério da Educação e Cultura (MEC).

São elas: formação humanista em todas as áreas de conhecimento; teoria e prática associadas

por meio da Integração Curricular; aprendizagem por formação de competências;

65

interdisciplinaridade; compromisso da Instituição para com a sociedade e do aluno consigo

mesmo.

4.1.2 A Direção e as atividades de ensino

Sobre as atividades de ensino, consta no PPC:

Definir o seu diferencial, situando o curso competitivamente;

Ter visão de futuro;

Desenvolver a empregabilidade;

Valorizar novos e diferenciados recursos de ensino e de aprendizagem;

Valorizar programas, projetos e atividades que estimulem a iniciação científica, o

empreendedorismo;

Adotar a flexibilidade, a interdisciplinaridade, a contextualização e a atualização

como princípios curriculares;

Considerar as dimensões técnica e humanística da formação;

Desenvolver postura ética;

Avaliar com foco nos resultados;

Desenvolver atividades diversificadas extra sala de aula;

Criar e diversificar os cenários de aprendizagens.

4.1.3 A Direção e as atividades de pesquisa

A Instituição criou, em 2013, o Núcleo de Pesquisa e Iniciação Científica com a função de

estimular a produção científica dos professores e alunos, promover encontros científicos

institucionais, participar e divulgar eventos locais, nacionais e internacionais, integrando a

comunidade acadêmica e criando novos ambientes de estudo.

Para essa variável, os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) também foram citados pelo

Diretor do Curso.

DC: “Atualmente, há 2 inscritos no Programa de Iniciação

científica. Para os trabalhos de conclusão de curso, há duas

etapas: a elaboração de um artigo científico e um Plano de

Negócios, ambos sob a orientação de professores.”

66

4.1.4 A Direção e as atividades de extensão

No âmbito da extensão, conta no PPC:

Desenvolver programas, projetos e atividades considerando as potencialidades e

demandas do Estado, da região e do país, em articulação com o ensino e a pesquisa;

Privilegiar as ações que representem a responsabilidade social da instituição;

Prever formas diferenciadas e inovadoras de serviços e produtos, intervindo na

comunidade a partir das demandas evidenciadas e buscando a auto-sustentabilidade;

Prever estratégias de apoio ao ensino, propiciando a integração teoria-prática e a

complementação da formação profissional;

Considerar alunos e professores como partícipes do processo de formação profissional,

incluídas as dimensões ética e cidadania;

Estabelecer ou consolidar mecanismos de avaliação contínua de serviços e produtos;

Observar a importância da educação continuada como estratégia de consolidação e

aperfeiçoamento profissional;

Estabelecer relações de reciprocidade com a comunidade de forma a expressar a

participação dos cursos, programa ou projeto nas ações de responsabilidade social da

faculdade.

4.1.5 A Direção e os eventos acadêmicos

Alguns eventos foram citados pelo coordenador a exemplo do Bazar Solidare, uma feira de

produtos novos e usados no Instituto Solidare, porém trata-se de um trabalho interdisciplinar

realizado pelos alunos do primeiro período do curso de Administração.

Não se informou o orçamento destinado a eventos específicos para a difusão da cultura

empreendedora. Em 2013, não houve nenhum evento em comemoração ao Dia do

Administrador no mês de setembro, mês em que se comemora, no dia 9, o Dia do Profissional

de Administração.

4.1.6 A Direção e as relações com a comunidade

A relação, segundo o Diretor do Curso, se dá pela realização de um Bazar – feira de produtos

novos e usados – com receita destinada ao Instituto Solidare, uma parceria com a faculdade de

2010 a 2013. Em 2014, essa parceria foi desfeita para se tentar um outro Instituto ou vários.

67

Porém, o empreendedorismo social continua presente na atividade discente estruturante

(ADE) do primeiro período do curso em questão.

4.1.7 A Direção e a qualificação de pessoal

Sobre o que a faculdade tem feito pela capacitação de seus atores, a Direção do Curso

enfatizou que apenas em 2013, os docentes foram convidados a participar do curso Empretec,

um dos mais recomendados e reconhecidos por sua educação empreendedora. Segundo consta

no site do Sebrae (EMPRETEC, 2014), trata-se de uma metodologia da Organização das

Nações Unidas (ONU) voltada para o desenvolvimento de características de comportamento

empreendedor e para a identificação de novas oportunidades de negócios, promovido em

cerca de 34 países.

No Brasil, o Empretec é realizado exclusivamente pelo Sebrae e já capacitou cerca de 190 mil

pessoas, em 8.400 turmas distribuídas pelos 27 Estados da Federação(EMPRETEC, 2014).

Todo ano, o Empretec capacita em torno de 10 mil participantes. São 60h de capacitação em

seis dias de imersão onde o participante é desafiado em atividades práticas, cientificamente

fundamentadas que apontam como um empreendedor de sucesso age, tendo como base 10

características comportamentais apresentadas no Quadro 6 na página 49.

Nota-se que essa capacitação aos docentes não é suficiente para uma cultura empreendedora.

Deve, no entanto, haver uma constância nos treinamentos para que se aperfeiçoe e se invista

em mais capacitações ao seu quadro funcional.

4.1.8 A Direção e o modelo de Universidade Empreendedora

A partir das próximas variáveis desta seção (A Direção), as falas do Diretor de Escola (DE),

Diretor de Extensão (DEx) e Diretora Acadêmica (DA) serão acrescidas às falas do Diretor do

Curso (DC). Optou-se por entrevistar por pauta esses diretores sobre apenas estas questões

por se tratar de respostas mais pessoais que institucionais, embora fossem feitas provocações

para uma reflexão sobre os esforços da instituição sobre o que já foi feito e o que se pretende

fazer nos próximos meses e anos.

68

DC: “Sim, aqui temos flexibilidade, atividades de extensão e

desenvolvemos parcerias com empresas e com a

comunidade e sociedade em geral.”

DE: “Em partes: há ações empreendedoras, como por

exemplo a ferramenta de simulação para a preparação de

profissionais. Busca-se a inovação na faculdade.”

DEx: “Sim, considero que a Faculdade tem na sua missão um

fundamento básico que é contribuir para o desenvolvimento

sustentável do estado de Pernambuco, por meio de uma

formação humanística e tecnocientífica, missão confirmada

pela atuação que se destaca pelo crescimento e influência ao

desenvolvimento em seu entorno.”

DA: “Sim, pelo perfil do egresso institucional, pelos projetos

que estimulam uma formação empreendedora, pelo Posto

de Atendimento do Sebrae, por criar oportunidades e

cenários de inovação...”

4.1.9 A Direção e a missão, valores e visão do curso

Questionados qual deveria ser a missão do curso de Administração, os quatro diretores foram

enfáticos:

DC: “Desenvolver competências empreendedoras na

formação dos profissionais de Administração.”

DE: “Buscar responder às questões globais com ações locais.”

DEx: “Formar profissionais comprometidos com a profissão

do administrador e contribuir para o progresso da ciência da

administração por meio do ensino, da pesquisa e extensão e

do incentivo ao estudo e a prática de conhecimentos.”

DA: “Formação generalista: formar profissionais capazes de

ter visão futurista para ser sustentável no mercado.”

Quanto aos valores, responderam que o curso deveria pautar-se em questões bem urgentes às

demandas do mercado, como a capacidade de empreender,

DC: “Capacidade de empreender, ética, trabalho em equipe.”

DE: “Interdisciplinaridade, integração teoria-prática,

responsabilidade social.”

DEx: “Profissionais comprometidos com a gestão

responsável em todos os aspectos [...] Econômico – Ser

lucrativo; Legal – Obedecer a Lei; Ético – Fazer o que bom e

certo; e Discricionário –Contribuir para a comunidade.”

69

DA: “Formação cidadã, sustentabilidade e respeito à

diversidade.”

Sobre a visão desejada para os próximos anos, os DE e DA deram ênfase à questão

mercadológica: ‘Ser referência entre as melhores’, ‘conceito máximo no ENADE’ – (Exame

Nacional de Desempenho de Estudantes, que integra o Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior (Sinaes) – não fazendo muitas menções à temática do Empreendedorismo.

DC: “Ter profissionais no mercado com competências que

atendam ao desenvolvimento da sociedade.”

DE: “Ser referência comparada às melhores IES do país.”

DEx: “Formar os melhores profissionais de Administração

do estado de Pernambuco.”

DA: “Garantir o conceito máximo do ENADE e manter os

indicadores de desempenho de excelência.”

Segundo o Diretor de Extensão, estão entre os projetos o de promover o alinhamento

institucional entre o ensino, pesquisa e extensão por meio de ações como: realização de

Cursos de Extensão – Oferta de cursos pagos; oportunizar o espaço para a demanda

espontânea de atividades de extensão gratuitas e acadêmicas; realizar a Semana de Extensão;

promover o Ação Faculdade * – Dia da Responsabilidade Social; realizar projetos e

programas de extensão, voltados, a arte, cultura e filosofia.

Já a direção acadêmica, dentre os futuros planos da instituição estão: lançar cursos e

programas (como o Bacharelado em Economia Criativa e o Mestrado Profissional), cursos de

graduação à distância e adotar novas tecnologias para acesso à educação superior.

70

4.2 Segundo os ATORES

Para analisar as atuações dos atores (docentes) do curso de graduação em Administração de

uma instituição de ensino superior quanto à Educação empreendedora, participaram como

atores 12 professores (30% do total de professores que trabalham na instituição): 1 doutor, 7

mestres, 4 especialistas. Quanto ao tempo em que estão na instituição, 1 docente está há 1

ano, enquanto que 5 desses estão de 1 a 2 anos e 6, a mais de 2 anos atuando na instituição em

pesquisa.

TABELA 2 – Formação profissional dos docentes e Tempo de atuação na IES

Doutor(a): 1

Até 1 ano: 1 docente

De 1 a 2 anos: 5 docentes

Mais de 2 anos: 6 docentes

Mestres(as): 7

Especialistas: 4

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014)

4.2.1 Os Atores e procedimentos metodológicos

Quanto aos métodos usados em sala de aula, os docentes afirmaram que fazem bom e

equilibrado uso das teorias e práticas em sala de aula.

“Estimulando a pesquisa em empresas, para geração de

conhecimento válido e preparação para a tomada de decisões.”

“Aula teórica; aula prática (o aluno entendendo o mundo dos

negócios); teoria X prática.”

“Aulas expositivas dialogadas; oficinas de trabalhos

individuais e em grupo; vídeos sobre as temáticas do

empreendedorismo; pesquisas e debates estruturados.”

“Costumo me basear na Teoria das Inteligências Múltiplas, de

Howard Gardner, para explorar perspectivas diferentes de

como um determinado assunto poderia ser abordado.”

“Quanto aos procedimentos metodológicos procuro sempre

fazer com que os alunos trabalhem,simulem as práticas que

ocorrem nas empresas. Acredito que é muito importante fazer

71

simulação da vida cotidiana de forma que os alunos se

interessem mais pela disciplina e vejam diante disso a

aplicação real dos conceitos e teorias discutidos em sala.”

“Aula expositiva dialogada; estudos de casos; oficinas de

trabalhos práticos individuais; oficinas de trabalhos práticos

grupais; exercícios de auto-avaliação e autoconhecimento;

interdisciplinaridade; vídeos sobre empreendedorismo e sua

discussão; pesquisas; seminários e painéis.”

4.2.2 Os Atores e as atividades com a Platéia

Os atores fazem uso de vários meios que os assuntos em sala de aula abordados sejam os mais

práticos, bem assimilados e estimuladores às competências dessa Platéia:

“Mesa redonda; jogos de empresa.”

“Eles alinham os conhecimentos adquiridos em sala de aula e

através de equipe montam o seu negócio.”

“Seminários; leituras dirigidas; construção do Plano de

Negócio; estudos de caso e exposição/debate em sala de aula.”

“Procuro incentivar os alunos a utilizarem os estilos de

aprendizagem (visual, auditivo e cinestésico) (sic) com os

quais eles mais se identifiquem, de modo a facilitar a retenção

de conteúdo.”

“Os estudantes de matemática financeira irão resolver,

individualmente ou em grupo, diversas situações e problemas

reais que podem ser encontrados no dia-a-dia do

empreendedor.”

“Os dicentes (sic) são instigados a pensar em projetos de

terceiro setor, empresariais e de cunho social como

atividades discentes efetivas e na própria sala de aula.”

4.2.3 Os Atores e os procedimentos de avaliação

Sobre como os atores avaliam o discente, nem só de provas eles fazem uso. Há quem prefira

adotar outros meios de avaliar e pontuar a participação desse discente: seminários, elaboração

de plano de negócio, vivências e, até mesmo, estudo de casos de ‘fracassos’.

“Sempre que possível, utilizo questões contextualizadas, de

modo a estimular a preparação para a tomada de decisão

empreendedora.”

“Atividades em sala; seminários.”

72

“A avaliação é traduzida na participação, cumprimento das

metas, organização e pontualidade da equipe.”

“Provas (com questões objetivas e discursivas); seminários;

trabalho interdisciplinar; apresentação de plano de negócio.”

“Ao invés de aplicar casos de sucesso, prefiro os casos de

fracasso para que os alunos reflitam criticamente sobre o que

deu errado nas decisões empresariais e o que eles poderiam ter

feito para que o resultado fosse mais satisfatório.”

“As avaliações são elaboradas com a finalidade de verificar a

aprendizagem. Utilizo a interpretação de textos cobrando do

estudante os conteúdos vivenciados em sala de aula e o seu

posicionamento diante das questões da sociedade ao qual está

inserido.”

“Trabalho sempre focando não apenas as provas, mas sim na

construção do aprendizado através da vivência prática (sic)da

matéria. Acredito que a melhor forma de avaliar o aluno e

observando-o atuar numa situação "piloto", semelhante ao que

ocorre na vida profissional.”

4.2.4 Os Atores e as atividades extra-curriculares

Cabe ao ator (docente) sair das paredes de sala de aula, se quiser adotar uma postura de

inovação quanto aos ambientes e recursos que a instituição não oferece, bem como aproximar

a teoria dos livros e textos à realidade do mercado, das empresas e organizações.

“Visitas técnicas; pesquisa organizacional (tendenciando o

relacionamento interpessoal, liderança, salário, treinamento).”

“Através da uma parceria com o Sebrae, trazemos instrutores

para capacitar com o cursos direcionados a disciplina.”

“Visitas técnicas presenciais; palestras;

“Apenas para cumprir o ADE e visitas técnicas.”

“Utilizo ambientes de empresas parceiras e de fácil acesso.”

“É muito importante a provocação de atividades extra-

curriculares. Estas atividades serve muitas vezes para a

construção do espírito de equipe da turma, além de

quebrarmos o gelo do dia a dia da sala de aula. Atividades

sociais são sempre uma boa pedida para esse momento de

integração e sensibilização.”

“Visitas técnicas e jogos de negócios.”

73

4.2.5 Os Atores e os ambientes/recursos disponíveis pela faculdade

Quanto aos ambientes que a faculdade dispõe, os atores demonstraram fazer uso deles:

“Estimulo os discentes a frequentarem a biblioteca, no sentido

de não se limitarem à bibliografia da disciplina.”

“Auditório para palestrantes e alunos como 'instrutores' para

alunos iniciantes do curso de Administração; laboratórios de

informática; biblioteca para atividades.”

“Posto de atendimento do Sebrae na faculdade; utilização do

laboratório de informática para elaboração do Plano de

Negócio por meio da ferramenta (Planilha Excel)

disponibilizada pelo Sebrae.”

“A Instituição carece de Ambiente para Simulação de

Negócios.”

“O componente de matemática financeira utiliza normalmente

os recursos de projetor de dados e internet. Os ambientes

utilizados normalmente são: laboratório de informática para

utilização do emulador da calculadora financeira e planilha

eletrônica; biblioteca para pesquisa bibliográfica. Tais

ambientes e recursos são utilizados com a finalidade de

facilitar a aprendizagem dos estudantes e futuros

empreendedores.”

“Uso da quadra(poliesportiva) para aplicação de jogos de

empresa, laboratórios de informática para criação de e-

commerce.”

“Utilizo todos os recursos disponibilizados pela faculdade.”

4.2.7 Os Atores e a liderança

Questionados sobre como estimulam em suas disciplinas a liderança nesses integrantes da

Platéia, os atores assim responderam:

“As minhas disciplinas são na área de liderança. Assim, esse

foco é constante.”

“Desenvolver junto ao aluno projetos de gestão bem como

aspectos simples no que tende à cognição humana.”

“Toda a equipe é direcionada a confirmar qual é o líder e o

professor só se reporta ao mesmo onde é responsável pela

transmissão das informações a equipe.”

74

“Estudos de caso e debates situacionais, no qual o discente

precisa se posicionar como líder; Dinâmicas de grupo;

leitura de livros, participação em congressos, palestras...”

“Geralmente através dos jogos de empresa e dinâmicas em

sala.”

“Principalmente nas atividades em grupo, onde um aluno é

eleito para coordenar as atividades dos seus colegas de sala.”

“Por meio de textos dentre os gêneros textuais mais diversos

e o uso de artigos, periódicos acadêmicos é estimulada a

liderança.”

4.2.8 Os Atores e a Inovação

Questionados sobre como estimulam em suas disciplinas a inovação nesses integrantes da

Platéia, os atores assim responderam:

“Criação de projetos de gestão de RH.”

“Criatividade e inovação são estimuladas desde o início onde a

maioria é condicionada a pensar em algo inovador no

mercado.”

“Trabalhos e dinâmicas simulando em sala de aula o papel

das incubadoras de empresas; estudo sobre ferramentas de

Gestão Empreendedora como 5W2H e Canvas Business

Model.”

“O componente de matemática financeira não trabalha

muito com inovação. A única situação que envolve inovação é

a seguinte: Os estudantes são estimulados a trazerem situações

novas (não trabalhadas anteriormente) e reais, vividas por eles

nas empresas que trabalham para que sejam discutidas,

analisadas e, se possível, resolvidas em sala de aula.”

“Normalmente não são contempladas nas disciplinas de

maneira abrangente.”

“Esta temática não me compete.”

“Vislumbro esse tema diariamente nos projetos de minha

disciplina. [...] precisamos buscar algo que seja útil, que

resolva um problema e que seja viável. Os alunos precisam

estar contagiados por esse propósito, pois o próprio mercado

é demandante de tal comportamento e o professor tem que ser

o agente catalisador desse processo de estímulo a inovação.”

75

4.2.9 Os Atores e o empreendedorismo

Questionados sobre como estimulam em suas disciplinas o empreendedorismo nesses

integrantes da Platéia, os atores assim responderam:

“Tento desenvolver espírito de empreender seu negócio com

a capacidade da auto-gestão.”

“São trabalhados os comportamentos empreendedores,

também levando ao intra-empreendedor a trabalhar estas

características.”

“Elaboração prática e teórica de uma empresa (Bazar

solidário); Elaboração de Plano de Negócio com foco em

novos nichos de atuação do empreendedorismo.”

“Desenvolvimento de Projeto de Viabilidade de

Exportação, a partir da criação de empresa fictícia, mas

utilizando dados e análise de mercados nacionais e

internacionais concretos.”

“Mostrando e analisando, em sala de aula, situações reais

vividas por outros empreendedores.”

“Por meio das atividades interdisciplinares.”

“Esse é um tema recorrente em praticamente todas as aulas.

Como trabalho com disciplinas de tecnologia, vemos

diariamente o sucesso das startups. [...] Às vezes, grandes

ideias inovadoras não são um sucesso por falta de espírito

empreendedor. O professor tem que cultivar esse sentimento

nos seus alunos.”

76

4.3 Segundo o ROTEIRO

Para analisar o Roteiro das cenas dos atores (docentes) do curso de graduação em

Administração de uma instituição de ensino superior quanto à Educação empreendedora,

utilizou-se do site da instituição em pesquisa para que a análise de conteúdo fosse adotada

como tratamento dos dados coletados, assim como do Projeto Político-pedagógico do Curso

(PPC) de Graduação em Administração e dos planos de ensino de algumas das disciplinas do

curso.

4.3.1 Plano estratégico da instituição e do curso

Assim consta no site da instituição a missão da mesma:

A Faculdade *** tem por finalidade desenvolver processos de

formação de nível superior, envolvendo o ensino, a pesquisa

e a extensão, a prestação de serviços à comunidade, a

investigação e a difusão da cultura, da ciência, da tecnologia

e das artes.

Criada com o propósito de promover o ensino, a pesquisa e a

extensão, como forma de participar do processo de

desenvolvimento educacional, científico e tecnológico do

Estado de Pernambuco, e visando ao bem-estar e à

valorização do homem, a Faculdade tem suas iniciativas

estruturadas para atender às necessidades da comunidade

local.

Nota-se que não há nenhuma menção direta à palavra ‘empreendedor’, ‘empreendedorismo’

ou ‘empreender’. O mesmo se repete na apresentação do objetivo geral do curso de graduação

em Administração – também consta no site da faculdade.

“Formar administradores que agreguem, às competências que

hoje são exigidas, conhecimentos e habilidades

complementares para que possam atuar mais eficaz e

eficientemente nas organizações.”

Também são expostos os objetivos específicos do referido curso. Nesse caso, nota-se

facilmente a intenção de formar graduados com competências empreendedoras ao citar nos

objetivos 2 e 3 propostas de desenvolvimento de novos negócios e áreas da gestão voltadas

para o empreendedorismo utilizando metodologias inovadoras, como se vê em seguida:

77

1. Aprofundar os conhecimentos essenciais em gestão através

da capacidade de comunicação;

2. Formar o graduado em áreas específicas voltadas para o

empreendedorismo e o desenvolvimento de novos

negócios;

3. Estimular o processo de ensino em função de

aprendizagens significativas, utilizando metodologias

inovadoras;

4. Incentivar a construção do saber, através de pesquisa,

simulações, estudos de casos, comunicações e atividades

de formação, oferecendo ao aluno um ambiente de

aprendizagem que fornece experiências necessárias ao

exercício de sua função profissional.

4.3.2 O Roteiro e aEstrutura curricular do curso

O curso de Administração está assim apresentado no site da IES em estudo:

“O Curso de Administração desenvolve um aluno com uma

visão global e capacidade de compreender o meio social,

político, econômico e cultural. Seguindo o método de ensino

baseado na proposta político-pedagógica da ***, que procura

formar o administrador para atender às exigências do mercado

e, ao mesmo tempo, fazer dele um profissional consciente dos

seus deveres como cidadão. A graduação motiva o futuro

administrador ao contínuo aperfeiçoamento profissional e

desenvolve sua autoconfiança. O formando irá receber uma

preparação técnica e científica para atuar na administração das

organizações, com a habilidade de adaptar, criar, inovar,

delegar, liderar, negociar e motivar. Além disso, ele ainda

desenvolve consciência ecológica, justiça, ética profissional

e responsabilidade social.

Com uma grade curricular ajustada às Diretrizes Curriculares

da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de

Educação, a *** forma profissionais conscientes do seu

papel social. Seu currículo foi organizado com o objetivo de

desenvolver competências, habilidades e atitudes que se

requerem para o administrador, através da sistematização de

conteúdos das disciplinas e atividades complementares que o

compõem num enfoque inovador e integrador.

A partir dos conhecimentos obtidos, o administrador

possuirá competências suficientes para empreender,

analisando criticamente as organizações, antecipando e

promovendo suas transformações, através da atuação oportuna

em equipes interdisciplinares.”

78

Para tanto, oito semestres, 43 disciplinas, 3.000 horas-aulas e mais 200 horas de atividades

complementares (dados que consta no site da IES), são oferecidos para o alcance desses

objetivos geral e específicos apresentados no 4.3.2, reforçando assim a importância desse

espetáculo visto pela Platéia e encenado pelos Atores (docentes). Para cumprir com o roteiro

assinado pela direção, vejamos como estão distribuídas as disciplinas conforme o Quadro

abaixo com base no Anexo A – Estrutura Curricular do Curso por categorias (2013):

QUADRO 10 – Estrutura curricular dividida em categorias

Disciplinas de elaboração de TCC:3

Disciplinas básicas:4

Disciplinas específicas de empreendedorismo:5

Disciplinas de outros cursos: 11

Disciplinas técnicas: 20

Fonte: Dados da Pesquisa (2014) conforme Anexo

À temática do Empreendedorismo são destinadas cinco disciplinas: Administração da carreira

profissional, Empreendedorismo, Introdução à Administração, Desenvolvimento de Novos

Negócios 1 e Desenvolvimento de Novos Negócios 2, totalizando 320 horas-aula, um pouco

mais de 10% do total de disciplinas da estrutura curricular. Cabe aos professores das demais

disciplinas adotarem métodos e fazerem uso dos ambientes e recursos que fomentem o

comportamento empreendedor desses alunos.

79

4.4 Segundo o CENÁRIO

Para analisar o Cenário (ambientes e recursos) do palco pela Platéia (alunos) do curso de

graduação em Administração de uma instituição de ensino superior quanto às Competências

empreendedoras, recorreu-se à observação direta não-participante, uma vez que o autor é

docente dessa instituição e atesta a existência desses ambientes e recursos.

4.4.1 O Cenário e os ambientes disponíveis

Foi observada a disponibilidade dos ambientes que a instituição oferece aos atores e à Platéia.

São eles:

QUADRO 11 – Ambientes disponíveis pela faculdade

Biblioteca: livros, teses, periódicos,

jornais, anais, folhetos, fitas de

vídeo, DVDs e CD-ROM;

Centro Integração Empresa-Escola

(CIEE);

Posto de Atendimento do Sebrae; Coordenação de Extensão (COEX);

Consultoria Júnior; 8Laboratórios de Informática;

Anfiteatro I (150 pessoas); Anfiteatro II (350 pessoas).

Quadra poliesportiva;

Fonte:Dados da Pesquisa, 2014

4.4.2 O Cenário e os Recursos disponíveis

Os recursos que a faculdade dispõe estão no site da instituição, bem como foram observados

pelo autor. Há registros desses recursos no Projeto Político-pedagógico do Curso também.

QUADRO 12 – Recursos disponíveis pela faculdade

Ouvidoria; Núcleo de Acessibilidade;

Projetos de Extensão e Pesquisa; Núcleo de Apoio Psicopedagógico;

Projetos de Responsabilidade social; International Office (Intercâmbios);

Direção de Relacionamento com o

estudante;

Núcleo Docente Estruturante (NDE)

e apoio Didático-pedagógico;

Bolsas de iniciação científica e

monitoria;

Projetores multimídia em todas as

salas de aula.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

80

4.5 Segundo a PLATÉIA

Por fim, para analisar as percepções do espetáculo pela Platéia (alunos) do curso de graduação

em Administração de uma instituição de ensino superior quanto às Competências

empreendedoras, comecemos apresentando os dados demográficos (Quadro 13) e

profissionais (Quadro 14) dos sujeitos da pesquisa. Ao todo foram 50 participantes sendo 23

homens e 27 mulheres com idades que predominam dos 21 aos 30 anos. Em sua maioria,

trabalham em empresa privada no cargo de gerência e analista.

QUADRO 13 – Dados demográficos dos sujeitos da Pesquisa

Semestre de conclusão Faixa etária Sexo

23: 46,9%

27: 53,1%

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

QUADRO 14 – Dados profissionais

Local de trabalho Cargo que ocupa

Empresa privada: 64% 32

Organização pública: 4% 2

Dono do próprio negócio: 18% 9

Desempregado(a): 18% 9

Estágio remunerado: 15,6% 7

Estágio não-remunerado: 6,7% 3

Cargo gerencial: 44,4% 20

Trainee: 2,2% 1

Analista: 33,3% 15

Técnico: 13,3% 6

9

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

81

4.5.1 A Platéia e o ato de empreender

Sobre a ideia que tem do ato de empreender, indispensável para perceber como encaram o

termo e as competências para tal, 40 alunos responderam assim:

“Ter seu próprio negócio.”

“...de fato, é ser incansável, trabalhar muito por um ideal,

por uma causa, por um objetivo e quando alcançá-lo, querer

sempre mais.”

“Ter ideias direcionadas a bens e serviços e tornar real essa

ideia (objetivo), empreender é ser motivado a está (sic)

sempre renovando e inovando o que você faz e acredita, de

forma ousada e responsável.”

“Tirar do papel algo em que você acredita ser promissor,

sair da zona de conforto, inovar, buscar ganhar dinheiro no

que acredita.”

“É pensar diferente, enxergar a oportunidade que está

escondida no cantinho da sala (mundo).”

“Na minha compreensão, é o ato de inovar em algo que está

em falta no mercado e que as pessoas sentem falta e

necessitam [...], com o objetivo de ganhar mais clientes e,

consequentemente, mais fatia de mercado.”

“É ser inovador, criar, de forma a gerar novas oportunidades.”

“É idealizar um ramo de negócio, projetá-lo, colocá-lo em

prática e torná-lo sustentável/lucrativo.”

“É investir seja em um negócio ou em sua própria carreira.”

“...para mim, é a atitude de colocar uma ideia em prática de

forma estruturada e planejada almejando lucro.”

“Ver oportunidade onde os outros não vêem.”

“De forma resumida seria: investir!”

“Desenvolver seu negócio próprio com competências e

habilidades.”

“Tomar decisões e gerar resultados.”

“Buscar conquistar o mercado com uma estratégia (ideia)

inovadora, surpreendendo as expectativas seu público alvo.”

82

“É fazer o que ninguém até hoje ainda não fez, é criar uma

nova forma de tudo, é inovar sempre naquilo que lhe deixa

feliz.”

“É saber liderar.”

“Planejamento para abrir o negócio que incentivando e

contribuindo para a criação de novos empreendimentos viáveis

e a sustentabilidade dos existentes.”

“É o ato de agir, de tentar sem medo de se arriscar.

Geralmente quem empreende tem perfil criativo e inovador e

traça desafios perigosos.”

4.5.2 A Platéia e a competência profissional

Quanto à percepção de como os alunos se vêem competentes em seus cargos e funções

profissionais, dos 44 respondentes, 90,9% (40 alunos) respondeu que SIM, enquanto que

2,3% (1 aluno) respondeu que NÃO e 6,8% (3 alunos) respondeu EM PARTES. Não se sabe

ao certo se estão assim afirmando com base na formação acadêmica recebida ou se eles se

percebem competentes pela positiva auto-imagem que tem sobre si mesmos.

GRÁFICO 1 – Percepção do aluno sobre suas competências

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

83

Algumas justificativas foram apontadas, tais como:

“Sou interessada, ativa e dinâmica.”

“Por ter capacidade gerencial, de liderança, e trabalho

sempre de olho no resultado.”

“Como aprendemos desde o início da faculdade o que torna

um profissional competente é: cumprir todas as metas pré-

estabelecidas, dedicação, bom relacionamento

interpessoal...E eu acredito que me enquadro nessas

características assim como outras, pois sou bastante

competente e procuro sempre resolver problemas quando os

mesmo surgem, pois não temo os desafios.”

“Ser competente é algo que pode ser observado pelo seu

ângulo e o da empresa. Acredito que quando você faz algo e

aquilo te deixou com uma sensação de missão cumprida e não

houve nenhuma objeção da empresa, você estar no caminho

certo, ou seja, é um profissional competente nas suas funções.

E como tal me considero assim.”

“...dou o melhor para atingir o objetivo proposto.”

“Me considero um profissional acima da média, procurando

sempre dar o melhor de mim para a empresa.”

“Sim, pois procuro obter resultados no menor tempo e com

a menor quantidade de recursos possíveis.”

“Gosto do meu trabalho, entrego tudo no prazo, vez ou outra

estou acima da média e sempre que possível ajudo no

desenvolvimento de pessoas.”

“Durante a minha graduação, eu fiz estágios onde busquei

aplicar o que eu aprendia na faculdade e assim pude

desenvolver uma sensibilidade com relação à minha

profissão.”

“Além da busca pela qualificação para atender as necessidades

que o meu mercado exige, tenho 10 anos de experiência no

meu segmento, onde me ajuda nas tomadas de decisões.”

“Não levei a sério meu curso.”

“Sempre busco cumprir minhas obrigações dentro de minha

função, assim como trazer novas competências para a

organização.”

84

“Tenho sempre desafios. Busco sempre traçar metas e

objetivos e com isso adquiro experiências, conhecimentos e

habilidades...”

“Procuro sempre esta em destaque no grupo, buscando sempre

ser o idealizador dos diferenciais.”

“Venho vencendo o desafio em permanecer em um mercado

de trabalho completamente competitivo.”

“Foco nos objetivos traçados e nas metas estabelecidas.”

“Por realizar as atividades que gosto, e que me identifico.”

“Um bom profissional precisa ser dotado de características

básicas como o espírito de liderança unido ao dinâmico

trabalho em equipe, influenciar pessoas positivamente em prol

do bem comum e de acordo com os objetivos da empresa. Eu

tenho essas características.”

4.5.3 A Platéia e a satisfação com a formação acadêmica

Questionados sobre a formação acadêmica pela faculdade, os 45 alunos (90% desses sujeitos

da pesquisa quanto ao público/platéia) responderam usando como valores uma escala de 0 a

10, nenhuma ou total (respectivamente) satisfação em ter sido aluno da instituição e, portanto,

se ter cursado a graduação em Administração os tornamprofissionais diferenciados no

mercado de trabalho.

GRÁFICO 2 – Satisfação do aluno com a formação acadêmica

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

85

Considerando as respostas válidas, a NOTA7 recebeu 17,8%dos (8 alunos) ; a NOTA8

recebeu 44,4% (20 alunos), índice considerado muito bom; a NOTA9teve 11,1% dos votos

(5 alunos); a NOTA 10 teve 6,7%, o que corresponde a 3 alunos que se mostraram . Se

somarmos as NOTAS 8, 9 e 10, teremos 56% de aprovação do público quanto à formação

acadêmica da graduação em Administração na IES estudada. Já as NOTAS ABAIXO DE7

somam 19,9%: 9 alunos pontuaram assim a sua formação acadêmica e profissional.

4.5.4 A Platéia e as competências empreendedoras

Questionados sobre o quanto se sentiram estimulados pelos docentes do curso a exercerem

competências empreendedoras, os 42 alunos (84% desses sujeitos da pesquisa quanto ao

público/platéia) responderam usando como valores uma escala de 0 a 10, nenhuma ou total

satisfação (respectivamente) com esses incentivos e exercícios das habilidades durante os

anos de graduação em Administração.

Considerando as respostas válidas, a NOTA 7 recebeu 14,3% dos (6 alunos); a NOTA 8

recebeu 38,1% (16 alunos), índice considerado muito bom; a NOTA 9 teve 16,7% dos votos

(7 alunos); a NOTA 10 teve 7,1%, o que corresponde a 3 alunos que se mostraram.

Se somarmos as NOTAS 8, 9 e 10, teremos 61,9% (alunos) de aprovação do público quanto à

formação acadêmica da graduação em Administração na IES estudada. Já as NOTAS

ABAIXO DE 7 somam 38%: 16 alunos pontuaram assim a sua percepção de como se

sentiram potencializados quanto às suas competências empreendedoras.

GRÁFICO 3 – Escala de valor para as competências empreendedoras em curso

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

86

Dos 42 alunos que responderam à questão, 31 justificaram a NOTA dada. Vejamos algumas

delas:

“Por não ter tido durante o curso dinâmicas, leitura de

livros, e estudo de caso, direcionado para estímulo dessas

competências.”

“Muitos trabalhos relacionados ao tema.”

“Poucos professores focam nessa área.”

“Primeiro, não é a faculdade em si que vai tornar você um

excelente profissional ou não, e sim sua determinação. [...] os

professores eles sim, ajudam bastante, pois eles sempre nos

mostram novos caminhos, ou coisas que por imaturidade ainda

não conseguimos ver para nos tornar um bom profissional.”

“No decorrer do curso, nos deparamos com várias atividades

de apoio ao empreendedorismo, mas não chegaram a ter tanta

ênfase. Gostei dos trabalhos com a base de apoio do Sebrae.

Achei bastante interessante e enriquecedor.”

“A maioria dos professores nos incentivam, mas acho que

falta mais incentivo prático: estudos de casos, visita técnicas

etc.”

“Alguns professores tem essa cultura, porém outros não estão

nem aí para o crescimento do aluno.”

“O próprio curso da Faculdade *** é voltado para o

Empreendedorismo.”

“Nem 100% dos professores nos incentivam, pois eles

mesmos em determinados casos não tem a autonomia de

fazer poder acontecer.”

“Esse é um fator que na experiência que tive na faculdade foi

independente de disciplina, dependeu mais do professor. E

no meu caso, foram poucos que deram esse estímulo.”

“Poucos professores na instituição em questão estimulam

nós, estudantes, a buscarmos algo mais além da sala de aula.”

“Logicamente, em toda instituição, existem os professores

interessados e os que estão ali ganhando o seu dinheiro apenas.

Nos mais interessados, pude notar uma forte influência

empreendedora. A Faculdade é uma instituição que também

demonstra querer formar executivos, porém seu perfil de

ensino empreendedor é mais forte.”

87

“Em média chega a ser 40%, mas existem excelentes

professores que se destacam, como outros que levam a média

para baixo. Isso depende da motivação do corpo docente,

que muitas vezes não tem o perfil empreendedor...”

“Às vezes, falta tempo na aula para aprofundarmos os

assuntos e desenvolvermos projetos diferenciados.”

“Alguns professores são de outras áreas e ocasionalmente o

empreendedorismo não faz parte do léxico profissional dos

mesmos.”

“Porque nem todos os professores estimulam os alunos.”

“Em alguns casos os professores deixam transparecer que

não está de acordo com o proposto pela faculdade e com

isso deixa a desejar.”

“Os professores sempre estimulam os alunos, como se cada

um pudesse ser um "Steve Jobs".”

“Estimulam a busca do conhecimento para se tornar um líder

gerencial competente.”

“Todos os professores do curso de administração incentivam

o empreendimento.”

Percebe-se uma divisão quanto à satisfação da Platéia em relação ao estímulo dados pelos

atores às competências empreendedoras: nota-se um pouco de frustração nessa Platéia.

4.5.5 A Platéia e as ações eficazes

Quanto aos métodos de ensino-aprendizagem, atividades discentes e procedimentos de

avaliação, os 41 respondentes desta questão avaliaram o PLANO DE NEGÓCIOS (73,2%: 30

alunos) como eficaz para a formação das competências empreendedoras; os ESTUDOS DE

CASOS DE SUCESSO (58,5%: 24 alunos), os DEBATES / DISCUSSÕES EM GRUPO

(61%: 25 alunos) e as VISITAS TÉCNICAS (56,1%: 23 alunos) foram bem vistos pelos

alunos e pode-se dizer que foram aprovados pelos mesmos. Por sua vez, as AVALIAÇÕES

(PROVAS) (14,6%: 6 alunos) e os TRABALHOS INTERDISCIPLINARES (19,5%: 8

alunos) foram poucos eficazes para estimular o exercício das competências empreendedoras

neles.Alguns desses alunos opinaram sobre outros métodos de ensino-aprendizagem.

Vejamos:

88

“Algumas atividades feitas em sala como as da matéria de

SGI, acredito que quem participava das aulas do professor

Felipe conseguia aprender muito mais, por ser bem dinâmica e

mais fácil de compreender.”

“Investimento em Networking.”

“Palestrantes empreendedores de sucesso.”

“Tudo é bem relativo: avaliação tem que ser pertinente, o

interdisciplinar dinâmico e bem coordenado.”

“Vários tipos de estudos de casos e debate.”

4.5.6 A Platéia e as atividades complementares

Durante os anos de graduação, os alunos de graduação em Administração da IES em estudo

devem acumular 200 horas de atividades extra-curriculares de livre escolha do discente. São

palestras, cursos, seminários, congressos e outras atividades que comprovem a carga-horária

para que ao final do curso os alunos estejam aptos a concluírem a graduação. Segundo a

amostra de alunos pesquisados, 29 alunos (69% dos 43 respondentes) consideraram a

obrigatoriedade das atividades complementares INDISPENSÁVEL (9,5%: 4 alunos), MUITO

IMPORTANTE (9,5%: 4 alunos) e IMPORTANTE (50%: 21 alunos) para a formação

profissional.

GRÁFICO 4 – Importância das atividades complementares

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.

89

4.5.7 A Platéia e as redes de relacionamentos

Dos 42 respondentes, 16 alunos consideraram MUITO SATISFATÓRIA (38,1%) e20 alunos,

SATISFATÓRIA (47,6%) a rede de relacionamentos criada durante os anos de graduação. Já

apenas 6 alunos avaliaram como POUCO SATISFATÓRIA (4 alunos: 9,5%) e

INSATISFATÓRIA (2 alunos: 4,8%).

GRÁFICO 5 – Avaliação da Rede de Relacionamentos

Muito satisfatória: 38,1% 16

Satisfatória: 47,6% 20

Pouco satisfatória: 9,5% 4

Insatisfatória: 4,8% 2

42

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

4.3.3 A Platéia e as disciplinas

Quanto à relevância das disciplinas cursadas para o desenvolvimento das competências

técnicas dos alunos, 42 respondentes assim avaliaram a estrutura curricular do curso:

TABELA 3 – Disciplinas cursadas segundo a relevância para a formação técnica

Disciplinas Porcentagem de

respostas

Contagem de

respostas

1. Empreendedorismo 61,9% 26

2. Administração de Recursos Humanos 50,0% 21

3. Administração Financeira 50,0% 21

4. Desenvolvimento de Novos Negócios I 45,2% 19

5. Comunicação Empresarial 42,9% 18

6. Planejamento Estratégico 42,9% 18

7. Administração de Marketing 38,1% 16

8. Gestão da Qualidade 38,1% 16

90

9. Gestão de Processos 38,1% 16

10. Sistemas de Gestão Integrados 38,1% 16

11. Desenvolvimento de Novos Negócios II 35,7% 15

12. Teoria Geral da Administração 35,7% 15

13. Logística 21,4% 9

14. Administração de Sistemas de Informação 16,7% 7

15. Todas as disciplinas anteriores 16,7% 7

16. Introdução à carreira profissional 9,5% 4

17. Administração da Produção 7,1% 3

18. Outra (favor especificar) 4,8% 2

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

Nota-se que as disciplinas mais bem avaliadas não foram as da temática ligadas ao

Empreendedorismo, embora esta fosse a mais reconhecida pelos sujeitos. Mereceram

destaque as disciplinas técnicas: 2°: Administração de Recursos Humanos; 3°: Administração

Financeira; 6º: Planejamento Estratégico; 7°: Administração de Marketing.

GRÁFICO 6– Disciplinas cursadas segundo a relevância para a formação técnica

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

Outras disciplinas foram citadas como: Introdução à Administração, Inglês instrumental,

Contabilidade para Administradores.

91

4.5.8 A Platéia e a liderança

Questionados sobre o quanto se sentiram estimulados pelos docentes do curso a exercerem

Liderança, os 40 alunos (80% desses sujeitos da pesquisa quanto ao público/platéia)

responderam usando como valores uma escala de 0 a 10, nenhuma ou total satisfação

(respectivamente) com esses incentivos e exercícios dessa habilidade durante os anos de

graduação em Administração.

GRÁFICO 7 – Escala de valor para Liderança

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

Considerando as respostas válidas, a NOTA 7 recebeu 12,5% dos (5 alunos); a NOTA 8

recebeu 22,5% (9 alunos), índice considerado muito bom; a NOTA 9 teve 30% dos votos (12

alunos); a NOTA 10 teve 22,5%, o que corresponde a 9 alunos que se mostraram . Se

somarmos as NOTAS 8, 9 e 10, teremos 61,9% (alunos) de aprovação do público quanto à

formação acadêmica da graduação em Administração na IES estudada.

Já as NOTAS ABAIXO DE 8 somam 38%: 16 alunos pontuaram assim a sua percepção de

como se sentiram potencializados quanto às suas competências empreendedoras.

92

4.5.9 A Platéia e a inovação

Questionados sobre o quanto se sentiram estimulados pelos docentes do curso a exercerem

competências empreendedoras, os 42 alunos (84% desses sujeitos da pesquisa quanto ao

público/platéia) responderam usando como valores uma escala de 0 a 10, nenhuma ou total

satisfação (respectivamente) com esses incentivos e exercícios das habilidades durante os

anos de graduação em Administração.

GRÁFICO 8 – Escala de valor para Inovação

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

Considerando as respostas válidas, a NOTA 7 recebeu 14,3% dos (6 alunos); a NOTA 8

recebeu 38,1% (16 alunos), índice considerado muito bom; a NOTA 9 teve 16,7% dos votos

(7 alunos); a NOTA 10 teve 7,1%, o que corresponde a 3 alunos que se mostraram. Se

somarmos as NOTAS 8, 9 e 10, teremos 61,9% (alunos) de aprovação do público quanto à

formação acadêmica da graduação em Administração na IES estudada. Já as NOTAS

ABAIXO DE 8 somam 38%: 16 alunos pontuaram assim a sua percepção de como se

sentiram potencializados quanto às suas competências empreendedoras.

4.5.10 A Platéia e o Empreendedorismo

Questionados sobre o quanto se sentiram estimulados pelos docentes do curso a exercerem

competências empreendedoras, os 42 alunos (84% desses sujeitos da pesquisa quanto ao

93

público/platéia) responderam usando como valores uma escala de 0 a 10, nenhuma ou total

satisfação (respectivamente) com esses incentivos e exercícios das habilidades durante os

anos de graduação em Administração.

GRÁFICO 9 – Escala de valor para Empreendedorismo

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

Considerando as respostas válidas, a NOTA 7 recebeu 14,3% dos (6 alunos); a NOTA 8

recebeu 38,1% (16 alunos), índice considerado muito bom; a NOTA 9 teve 16,7% dos votos

(7 alunos); a NOTA 10 teve 7,1%, o que corresponde a 3 alunos que se mostraram . Se

somarmos as NOTAS 8, 9 e 10, teremos 61,9% (alunos) de aprovação do público quanto à

formação acadêmica da graduação em Administração na IES estudada. Já as NOTAS

ABAIXO DE 8 somam 38%: 16 alunos pontuaram assim a sua percepção de como se

sentiram potencializados quanto às suas competências empreendedoras.

4.5.11 A Platéia e a formação profissional

A Platéia (alunos) se manifestou sobre a sua percepção quanto ao estilo de aula que possa

favorecer o desenvolvimento de competências empreendedoras, durante o curso: parece que o

maior interesse está voltado para a exploração do conhecimento técnico, por meio de

exemplos de situações reais e visitas técnicas, além de palestras, filmes, eventos e outras

atividades do gênero.

94

“Sinto falta de atividades mais explorados no técnico de

administração.”

“Estudando as disciplinas focando em nossa área

profissional.”

“Desenvolvendo mais aulas em campos, aulas externas,

situações reais.”

“Deveria ser mais especifico em alguns assuntos,como

elaboração da folha de pagamento,administração pública,entre

outros assuntos que foram dados por cima e olhe lá...”

“Sentir muita falta de conhecimento técnico em algumas

cadeiras que acredito ser indispensáveis aos que cursam.”

“Acho que ter acompanhado melhor o plano de negócios e ou

ter feito mais visitas técnicas!”

“Acredito que visitas técnicas deveriam ser mais frequentes.”

“Explorar mais visitas técnicas, debates e estudos de casos.”

“Mais visitas técnicas, opções de palestras sem atrapalhar o

horário de aula, exibição de filmes e documentários para

posterior debate.”

“Com mais palestrantes e visitas técnicas.”

“Um banco de talentos, incentivo a participação em programas

de estágio e trainees, incentivo a cursos de linguas

estrangeiras, mais visitas em grandes empresas, incentivos a

revistas especializadas...”

“O curso de Administraçao apesar de ser o que tem maior

numero de alunos na faculdade, não ofereceu ao aluno eventos

da area de administração.”

“Poderia ter utilizado mais os recursos existentes na

faculdade, como os laboratórios, por exemplo, além de

divulgar com maior eficiência e abrangência os eventos

oferecidos.”

“Nessa questão eu acredito fortemente que a faculdade poderia

ter investido melhor seu tempo de 'atividades

complementares' na real situação de trazer para dentro da

vivência do alunado o que o mercado vivenciou ao longo dos 8

semestres de curso. A faculdade pouco trouxe em quesitos de

inovação e empreendedorismo, e quando assim o fez, pouco

divulgou.”

95

Nesse mesmo sentido, a Platéia (alunos) indicou a preferência por aulas mais dinâmicas,

inclusive com a oportunidade de realização de trabalhos práticos:

“Mais visitas técnicas, mais aulas práticas.”

“Tendo aulas práticas, sobre o que aprendemos na teoria.”

“O curso de Administração poderia ter feito mais pela minha

formação se existisse mais ambiente de prática e o estímulo

da prática em si.”

“Poderia-se ter realizado mais algum trabalhos práticos.”

“Faltou muito a parte prática e a meu ver os professores

trouxeram pouca experiência para sala de aula, tornando 90%

das aulas monótonas.”

“Utilizando-se de sistemas integrados de inteligência e

objetivos centrados no mercado de trabalho, como exemplo

ver as mudanças que houve em Havard a partir de 2008.”

“Ter tido mais aulas práticas, porque sem a prática ateoria

conta muito pouco.”

Finalmente, alguns membros da Platéia (alunos) reconheceram que o curso valeu a pena,

quando se tratou do estímulo às competências empreendedoras, embora dois deles considerem

que os professores poderiam melhorar.

“Acho que a faculdade me deu o caminho para buscar mais.”

“Acredito que o curso foi suficiente.”

“Acho que o curso foi muito satisfatório.”

“Acredito que foi feito o possível.”

“Visto mais na prática e estimulado em ter meu próprio

negócio.”

“O estímulo pelo emprendedorismo aconteceu muito no início

do curso, porém no final do curso tudo foi esquecido...”

“Professores melhores e alinhamento das disciplinas.”

“Professores podiam ser um pouco mais capacitados.”

96

4.5.12 Competências empreendedoras

Abaixo, as competências empreendedoras, segundo Cooley (1990), mais citadas pela Platéia

que foram mais estimuladas, vividas e reconhecidas como indispensáveis à carreira. São elas:

GRÁFICO10 – Competências empreendedoras (Cooley, 1990)

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

‘Visão holística e faro empreendedor’ e ‘o curso ajuda, mas cabe ao profissional/aluno ter a

personalidade de buscar sempre mais’ foram algumas falas justificadas pelos participantes.

97

4.5.13 Uso dos ambientes/recursos disponibilizados

Estão reconhecidos, por ordem de importância pela Platéia, os seguintes ambientes e recursos que IES

oferece aos seus atores:

GRÁFICO 11 – Ambientes e recursos usados pelos alunos

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

4.5.14 Pretensão de desenvolver negócio

Quanto à ideia de abrir o próprio negócio ou se tornar um empreendedor, a Platéia (alunos) se

mostrou favorável. Para a maior parte dos seus integrantes, faz parte de um sonho ou projeto

de vida.

GRÁFICO 12 – Pretensão de abrir o próprio negócio

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

98

Principais motivos apontados:

“Sonho em ser empreendedor.”

“Independência financeira e sonho pessoal.”

“Realização Pessoal! Oportunidade.”

“Questão financeira e realização pessoal.”

“Por ter uma geração de empreendedores na família.”

“Me vejo inovando e buscando algo pra mim. A oportunidade

ainda não apareceu, mas ela vai aparecer e a vontade é

crescente.”

“Por sempre ter a vontade e determinação.”

“A ideia de lançar um projeto pessoal será a conseqüência de

poder trabalhar com o que gosto de verdade e não depender

mais de patrões carrascos.”

“Sempre quis ter algo meu e poder gerar emprego para outras

pessoas.”

“Acho que serei um ótimo intra-empreendedor (sic)”.

Para outros componentes dessa Platéia (alunos), criar um negócio próprio já era uma intenção,

uma possibilidade, mas depois do curso de graduação em Administração, ela se aproximou de

uma futura realidade.

“Já tinha em mente ter um próprio negócio antes mesmo do

curso, o curso de administração serviu para eu entender melhor

a responsabilidade de montar a própria empresa e ter uma

visão global de todos os processos que precisarei executar.”

“Já faço parte de um negócio familiar e penso em abrir um

negócio no ramo de cosméticos.”

“Eu não quero ser simplesmente mais um funcionário e

trabalhar para poder apenas pagar minhas contas... Eu quero

ter meu próprio negócio, trabalhar com o que realmente eu

gosto, fazer sucesso e viver bem...”

“Sempre quis meu próprio negocio então estou fazendo meu

plano de negócios na área que escolhi.”

“O curso de administração nos leva a uma reflexão sobre ter o

próprio negócio.”

99

“Talvez quando eu tiver uma estabilidade financeira posso

tentar abrir um negócio que eu tenho aptidão, mas não daqui

a (sic) menos de 10 anos.”

Para alguns dessa Platéia (alunos), essa pode ser uma idéia visionária, promissora, para outros

ela pode representar uma fuga aos atuais modelos de emprego, enquanto para outros, ainda,

ela está fora de cogitação.

“Desenvolver um negócio diferenciado.”

“Oferecer ao mercado algo que tenho capacidade de produzir

o melhor e satisfazer meu cliente.”

“Horários flexíveis e possibilidade “ilimitada” de

crescimento.”

“Empreender é satisfatório e espero um bom retorno

financeiro.”

“Meu objetivo é concurso público.”

“Já tive por dez anos, por razões pessoais em que o destino me

pregou, hoje não quero mais.”

“Não tenho o perfil de extremo empreendedor, que precisa

correr grandes riscos, mas percebo pontos de melhoria em

diversas possíveis oportunidades de iniciação.”

“Ainda estou analisando as possibilidades.”

Sobre o prazo que puseram sobre esse sonho de ter o próprio negócio, 48% dos participantes

disseram que dentre os próximos três anos estarão com esse sonho realizado, enquanto que

33% desses afirmaram não ter previsão desse negócio ser aberto.

GRÁFICO 13 – Tempo de abrir o próprio negócio

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.

100

5.CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Esta pesquisa teve como objetivo geral o de identificar aspectos de uma cultura e educação

empreendedoras em uma instituição de ensino superior (IES) da região metropolitana do

Recife e suas contribuições para a formação de competências empreendedoras de seus

concluintes e egressos do curso de graduação em Administração.

Após todo o processo de coleta de dados e análise dos resultados, chegou-se a algumas

conclusões, as quais serão apresentadas seguindo a ordem dos objetivos específicos deste

trabalho.

Após analisar o papel da Direção (diretores Acadêmico, da Escola de Negócios, do curso e de

extensão) da instituição de ensino superior e do curso de graduação em Administração quanto

à Cultura empreendedora, encontramos evidências de que há um discurso entre eles de formar

profissionais competentes que atendam às necessidades de um mercado local e global com

base nas tentativas de se promover um ambiente onde o empreendedorismo seja incentivado

pelo ensino, pesquisa e extensão.

Algumas práticas precisam ser reforçadas como a realização de mais eventos acadêmicos,

bem como destinar orçamento anual para isso. Também se faz necessário estreitar as relações

com a comunidade através de ações mais efetivas que sejam reconhecidas pela mesma.

Durante a coleta, não se identificou com precisão como se dá esse relacionamento com o

município de Jaboatão dos Guararapes.

Outro ponto que chama a atenção é a falta de treinamentos constantes aos atores, professores

que atuam nesse palco (IES): não há evidências de capacitações do seu quadro funcional.

O EMPRETEC, único curso citado pelo Diretor do Curso, foi realizado pelo Sebrae em

parceria com a faculdade para a disseminação da cultura empreendedora entre as IES da

região metropolitana do Recife.

Não consta no Projeto Político-pedagógico do Curso (PPC) da instituição menções aos termos

‘Cultura Empreendedora’ e ‘Educação Empreendedora’, o que deixa dúvidas se há interesse

por parte da Direção de dar um enfoque maior às suas estratégias de captação e retenção de

alunos ao querer ser reconhecida como uma ‘Universidade Empreendedora’ pelo seu Público.

Após analisar as atuações dos Atores (docentes) do curso de graduação em Administração da

instituição de ensino superior quanto à Educação empreendedora, verificou-se um interesse

por parte deles de tornar sua Platéia capacitada a liderar, inovar e empreender através de

101

métodos e ações que estimulem as competências empreendedoras, bem como fazendo uso –

como pode e se achar conveniente – dos ambientes e recursos que a faculdade, locus da

pesquisa, dispõe como anfiteatros, laboratórios de informática, biblioteca e até mesmo a

quadra poliesportiva.

Percebe-se um comprometimento maior por partes dos Atores do que da Direção em

promover esse ambiente de ensino-aprendizagem através de uma didática que estimula a

formação de equipes, o desenvolvimento de redes de relacionamentos e a competitividade

entre elas.

Quanto ao Roteiro (site da instituição, Estrutura Curricular do Curso e Planos de Ensino)

analisado das cenas dos atores (docentes) do curso de graduação em Administração de uma

instituição de ensino superior quanto à Educação empreendedora, nota-se uma cultura

declarada na apresentação do curso no site da instituição (‘formar o graduado em áreas

específicas voltadas para o empreendedorismo e o desenvolvimento de novos negócios’;

‘estimular o processo de ensino em função de aprendizagens significativas, utilizando

metodologias inovadoras’), assim como na Estrutura Curricular do Curso com a distribuição

de disciplinas referentes às temáticas do empreendedorismo e criação de negócios no começo

(1º período: Empreendedorismo), no meio (5º e 6º períodos: Desenvolvimento de Novos

Negócios I e II, respectivamente) e fim do curso (8º período: Elaboração de Plano de Negócio

como Trabalho de Conclusão de Curso), intercaladas com disciplinas de gestão como Pessoas,

Marketing, Finanças e Planejamento estratégico.

Sobre o Cenário (ambientes e recursos) do espetáculo, é de se reconhecer que a instituição

dispõe de uma excelente estrutura como apresentada nos Quadros 11 e 12 (p. 77).

As instalações são convidativas para a realização de eventos, projetos de extensão e pesquisa,

qualificação dos atores (docentes) e uso das dependências para atividades ao ar livre. Além

disso, a faculdade dispõe de um posto de Atendimento do Sebrae – único na região Nordeste e

um dos poucos no país a se fazer presente numa instituição de ensino superior –, o que facilita

o atendimento aos atuais e futuros empresários ou aos alunos que buscam informações sobre

cursos, palestras e consultorias realizadas pela reconhecida entidade brasileira de apoio aos

pequenos negócios.

Por fim e mais importante conclusão, ao se analisaras percepções da Platéia (alunos) do curso

de graduação em Administração de uma instituição de ensino superior quanto às

Competências empreendedoras, evidenciou-se que a Platéia (alunos concluintes e egressos)

102

reconhece os esforços que a referida instituição de ensino superior faz pelos aspectos de uma

cultura e educação empreendedoras, bem como pelos atores e diretores que o Cenário e o

Roteiro propiciam uma formação das competências empreendedoras.

Há pretensões de abrir o próprio negócio até os próximos dois anos, pois se vêem capacitados,

competentes e competitivos para essa iniciativa, bem como estimulados a liderar, inovar e

empreender, consequências da atuação dos atores que fazem uso eficiente dos métodos, dos

ambientes e recursos, e sabem desenvolver o conhecimento somando às habilidades e atitudes

individuais e grupais.

Como conceitua Zarifian (2001, p. 66) o termo Competência: “uma combinação de

conhecimentos, de saber fazer, de experiências e comportamentos que se exerce em um

contexto preciso”. Seguindo a mesma linha conceitual, o francês Le Boterf (2003) afirma que

a competência é o resultado do cruzamento de três eixos: o sujeito, envolvendo sua biografia e

sua socialização; sua experiência profissional e a situação de sua formação educacional.

Portanto, a competência não pode ser copiada com exatidão, afinal, cada um desenvolve sua

própria competência, por meio de treinamento, prática, erros, reflexão e repetição (SVEIBY,

1998).

5.1 Recomendações

Acredita-se que este estudo tenha respondido a questão norteadora de maneira satisfatória e

espera-se que este possa vir a ser o ponto inicial para a criação de um Centro de

Empreendedorismo e Inovação: trata-se de uma unidade existente dentro da IES que tem a

missão de promover as iniciativas de natureza empreendedora de sua comunidade

(HASHIMOTO, 2013).

Segundo Morris (2010), o CE precisa ter grande proximidade com a comunidade local, nos

dois sentidos, tanto na prestação de serviços de apoio para o desenvolvimento da atividade

empreendedora na comunidade, como na busca de exemplos, casos e histórias que possam

influenciar, educar e inspirar alunos. Da mesma forma, afirma Hashimoto (2013, p. 153),

o Centro de Empreendedorismo precisa ter forte integração com outras partes da universidade,

uma vez que o tema empreendedorismo é transversal, não só abrangendo a criação de novos

negócios, mas o desenvolvimento de uma série de competências pessoais que servem para

qualquer tipo de carreira.

103

No Brasil, o professor Marcos Hashimoto – coordenador do Centro de Empreendedorismo

desde fevereiro de 2013 da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), uma das mais

tradicionais e reconhecidas instituições de ensino do país – encabeça essa iniciativa.

Praticamente cada universidade americana possui um Centro de Empreendedorismo ou

similar, enquanto que das mais de 1600 instituições brasileiras identificadas, menos de um

quarto delas apresentava algum tipo de CE (HASHIMOTO, 2014).

Ao todo, em recente pesquisa, são 33 Centros de Empreendedorismo no Brasil estando 58%

desse total concentrados na região Sudeste. Embora não haja um modelo único, uma bem-

sucedida implementação de um CE (HASHIMOTO, 2014):

Busca continuamente fontes de recursos: o CE deve se manter ao menos por um ano

com recursos próprios, assim poderá mostrar ações concretas;

Responsabilizar-se pelo currículo: o CE deve colaborar com a revisão e

direcionamento das grades curriculares das disciplinas de empreendedorismo junto ao

corpo docente, de forma complementar à linha pedagógica da IES, com isso buscar

balancear a teoria e prática de empreendedorismo;

Equilíbrio entre pesquisa, ensino e prática: é possível alguns professores se dedicarem

apenas à pesquisa, enquanto outros se dedicam apenas à prática, desde que conciliadas

com as necessidades e interesses do CE;

Facilidades para os alunos: acesso a incubadoras, aceleradoras de negócios, escritórios

de projetos, parques tecnológicos, advogados, contadores, escritórios de transferências

de tecnologia, registro de patentes, registros legais etc.;

Planejamento estratégico: atrelado a uma missão significativa e inspiradora que

direcione as ações de todos ligados ao CE e que leve às pessoas a entenderem o

significado de suas atividades no CE;

Indicadores de desempenho: fundamentais para apresentar os resultados à comunidade

interna e externa, bem como para buscar investimentos. A escolha dos indicadores

dependerá da missão, propósitos e características próprias do CE.

104

5.2 Sugestões para futuros trabalhos

Ainda, segue abaixo algumas sugestões teóricas como forma de contribuição para futuras

investigações. São elas:

ampliar a pesquisa junto aos egressos a fim de criar demandas de cursos

complementares;

estender essa mesma identificação de aspectos de uma universidade empreendedora

junto à Platéia dos cursos de pós-graduação da IES;

estudar as percepções sobre esses mesmos aspectos junto à Platéia de outros cursos de

graduação e tecnológicos a fim de se conhecer como esses aspectos podem fomentar

intenções empreendedoras nesses discentes.

105

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OBS.: Todas as datas de acesso aos conteúdos eletrônicos estão uniformes. O autor verificou

a disponibilidade de todos na data de 17 de abril de 2014.

116

APÊNDICE A – Roteiro de Questionário online: Atores (docentes)

FBV Devry Brasil – Dissertação de Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO ONLINE

Cargo: Tempo de atuação na empresa: ooooo

Formação profissional: ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor(a)

Como você e sua disciplina contribuem para uma Educação Empreendedora dos alunos da

Faculdade *** quanto aos/às:

1. Procedimentos metodológicos: 1

2

3

4

5

2. Atividades discentes: 1

2

3

4

5

3. Procedimentos de avaliação: 1

2

117

3

4

5

4. Atividades extra-curriculares: 1

2

3

4

5

5. Uso dos ambientes e recursos disponíveis pela faculdade: 1

2

3

4

5

6. Iniciativas livres do docente: 1

2

3

4

5

7. Atividades de estímulo à liderança: 1

2

3

4

5

118

8. Atividades de estímulo à inovação: 1

2

3

4

9. Atividades de estímulo ao empreendedorismo: 1

2

3

5

1

Grato pela participação.

119

APÊNDICE B – Roteiro de Entrevista por pauta: Direção (diretores)

FBV Devry Brasil – Dissertação de Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

ROTEIRO DE ENTREVISTA POR PAUTA

Cargo: Tempo de atuação na empresa: ooooo

Formação profissional: ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor(a)

Como a instituição e o curso de Administração vem contribuindo para a formação de uma

CULTURA EMPREENDEDORA? Considere:

1. Você considera a instituição uma ‘Universidade empreendedora’? Por que?

2. Qual seria a missão do curso de Administração?

3. E os valores, quais seriam?

4. E a visão do curso de Administração, qual seria?

5. Plano estratégico da instituição:

2

120

4

5

6. Plano de Política Pedagógica: 1

2

4

5

7. Atividades de ensino: 1

2

4

5

8. Atividades de pesquisa: 1

2

4

5

9. Atividades de prática: 1

2

4

5

10. Eventos acadêmicos: 1

4

5

121

11. Ambientes/recursos disponíveis pela faculdade:

12. Relações com a comunidade:

13. Qualificação dos docentes:

Grato pela participação.

122

APÊNDICE C – Roteiro de Questionário online: Platéia (alunos concluintes e egressos)

Caro participante desta pesquisa,

Sou Felipe Sá, professor da Faculdade *** e mestrando da Faculdade Boa Viagem (FBV).

Autorizado pela Faculdade ***, convido você a participar desta pesquisa que objetiva identificar

aspectos de uma Cultura e Educação empreendedoras de uma instituição de ensino superior (IES) da

região metropolitana do Recife e suas contribuições para a formação de Competências dos alunos do

curso de graduação em Administração. Desde já, agradeço sua participação neste estudo indispensável

para a dissertação que estou elaborando sob a orientação da Dra. Maria Auxiliadora Diniz de Sá.

ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO ONLINE

Concluinte: ( ) 2014.1 ( ) 2013.2 ( ) Outro: Sexo: ( ) M ( ) F

Faixa etária:

( ) menor que 20 anos ( ) entre 26 e 30 anos ( ) entre 36 e 40 anos

( ) entre 21 e 25 anos ( ) entre 31 e 35 anos ( ) acima de 40 anos

Atualmente,

trabalho:

( ) numa empresa privada

( ) numa organização pública

( ) no próprio negócio

( ) estou sem trabalho ainda

Cargo ocupado:

( ) Estágio remunerado

( ) Estágio não-remunerado

( ) cargo gerencial

( ) Trainee

( ) Analista

( ) Técnico

1. Pra você, o que é o ato de empreender?

2. Você se considera um profissional competente? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte.

Justifique sua resposta.

123

3. Em uma escala de ZERO (nada) a DEZ (extremamente), como você avalia que cursar

Administração, na Faculdade ***, faz/fez de você um profissional diferenciado no mercado

de trabalho?

( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9 ( ) 10

4. Em uma escala de ZERO (nada) a DEZ (extremamente), como você avalia o estímulo dado

pelos professores aos alunos para terem competências empreendedoras?

( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9 ( ) 10

5. Quais dos métodos/ações você percebe como eficazes para a formação das competências?

( ) Plano de Negócios ( ) Estudos de casos de sucesso

( ) Debates / Discussões em grupo ( ) Avaliações (provas)

( ) Visitas técnicas ( ) Trabalho interdisciplinar

( ) Outro: _______________________________________________________________

6. Como você avalia a obrigatoriedade das 240 horas de atividades complementares (palestras,

cursos, congressos etc.) para a sua formação profissional?

( ) Indispensável ( ) Muito Importante

( ) Dispensável ( ) Importante

7. Como você avalia sua rede de relacionamentos construída nos anos de curso em

Administração?

( ) muito satisfatória ( ) pouco satisfatória

( ) satisfatória ( ) insatisfatória

8. Destas disciplinas, quais possuíram contribuição significativa para o desenvolvimento de

competências técnicas?

( ) Introdução à carreira profissional ( ) Desenvolvimento de Novos Negócios I

( ) Empreendedorismo ( ) Desenvolvimento de Novos Negócios II

( ) Comunicação Empresarial ( ) Gestão de Processos

( ) Teoria Geral da Administração ( ) Planejamento Estratégico

( ) Administração de Recursos Humanos ( ) Logística

( ) Administração da Produção ( ) Gestão da Qualidade

124

( ) Administração Financeira ( ) Sistemas de Gestão Integrados

( ) Administração de Marketing ( ) Outra: ____________________________

( ) Administração de Sist. de Informação ( ) Todas as disciplinas anteriores

9. Em uma escala de ZERO (nada) a DEZ (extremamente), quanto você se sentiu

estimulado(a) a liderar?

( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9 ( ) 10

10. Em uma escala de ZERO (nada) a DEZ (extremamente), quanto você se sentiu estimulado a

inovar?

( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9 ( ) 10

11. Em uma escala de ZERO (nada) a DEZ (extremamente), quanto você se sentiu estimulado a

empreender?

( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9 ( ) 10

12. Como você acha que o curso de Administração poderia ter feito mais por sua formação

profissional?

13. Quais das competências abaixo, a graduação em Administração deu a você.

( ) Busca de Oportunidade e Iniciativa ( ) Busca de informações

( ) Comprometimento ( ) Independência e autoconfiança

( ) Correr riscos calculados ( ) Planejamento e monitoramento sistemáticos

( ) Exigência de qualidade e eficiência ( ) Persuasão e rede de contatos

( ) Persistência ( ) Estabelecimento de metas

125

14. Dos ambientes/recursos disponibilizados pela faculdade, marque os que você já fez uso

deles:

( ) Posto de atendimento do Sebrae PE ( ) Centro Integração Empresa-Escola (CIEE)

( ) Empresa júnior (Íkone Consultoria) ( ) Livros especializados (Biblioteca)

( ) Agência de intercâmbio ( ) Vídeos especializados (Biblioteca)

( ) Revistas especializadas (Biblioteca) ( ) Outro: ____________________________

15. Em seus planos pessoais/profissionais está o de desenvolver o próprio negócio?

( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez

Por gentileza, cite aqui algum(ns) dos principais motivos para essa decisão:

16. Se você marcou SIM, daqui a quanto tempo esse negócio será desenvolvido?

( ) 1 ano ( ) 4 anos

( ) 2 anos ( ) sem tempo determinado ainda

( ) 3 anos

Grato por sua participação nesta pesquisa.

126

Anexo A – Estrutura Curricular do Curso por categorias (2013)

127

128

Anexo B – Informativo da Diretoria de Relacionamento com Estudante

129

Anexo C – Homepage do curso de Administração da IES estudada