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FACULDADE BOA VIAGEM DeVry Brasil CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO (CPPA) MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL (MPGE) Fabiane Veras Klein de Aquino UMA ANÁLISE DO DESEMPENHO OPERACIONAL E GERENCIAL DO PORTO DE SUAPE NA PERCEPÇÃO DE SEUS USUÁRIOS. Recife, 2015

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FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil

CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO (CPPA)

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL (MPGE)

Fabiane Veras Klein de Aquino

UMA ANÁLISE DO DESEMPENHO OPERACIONAL E GERENCIAL DO PORTO

DE SUAPE NA PERCEPÇÃO DE SEUS USUÁRIOS.

Recife, 2015

Fabiane Veras Klein de Aquino

UMA ANÁLISE DO DESEMPENHO OPERACIONAL E GERENCIAL DO PORTO

DE SUAPE NA PERCEPÇÃO DE SEUS USUÁRIOS.

Dissertação apresentada como requisito

complementar para obtenção do grau de Mestre em

Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-

Graduação em Administração – CPPA da

Faculdade Boa Viagem - DeVry Brasil, sob a

orientação do Prof. Dr. Olímpio José de Arroxelas

Galvão.

Recife, 2015

Catalogação na fonte -

Biblioteca da Faculdade Boa Viagem - DeVry, Recife/PE

A657a Aquino, Fabiane Veras Klein de. Uma análise do desempenho operacional e gerencial do Porto

de Suape na percepção de seus usuários. / Fabiane Veras Klein

de Aquino. – Recife: FBV | DeVry, 2015.

142 f. : il.

Orientador(a): Olímpio José de Arroxelas Galvão Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Faculdade

Boa Viagem | Devry.

1. Portos. 2. Portos de Suape. 3. Gestão Portuária. 4.

Desempenho portuário. 5. Indicadores portuários. I. Título. DISS

658[15.1]

Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca da FBV | DeVry

Recife, 2015

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e meu anjo da guarda protetor por toda benção e iluminação

ao longo da minha vida nos momentos difíceis e também nos bons.

Aos meus pais por sempre acreditarem em mim e me incentivarem nos momentos mais

difíceis. Em especial ao meu pai pelos incentivos, preocupação e apoio em toda a minha

jornada do mestrado, sempre me encorajando para superar os obstáculos e chegar ao final.

Também tem um lugar especial nos agradecimentos à minha Madrasta Maria José, que

acompanhou durante minha jornada do mestrado me apoiando e me incentivando durante todo

este período.

Ao meu marido e companheiro Fabio Botelho, pelo apoio, incentivo e compreensão em todas

as noites que passei em claro e dias que deixei de estar com a família para escrever a

dissertação. À minha sogra Márcia Telma Araújo Botelho pelo incentivo e força.

Aos meus tios e tias que me apoiaram. Em especial à minha tia Ariane Veras que sempre foi

um exemplo para mim ao me ensinar que, com o estudo, podemos chegar longe.

Aos meus irmãos Fernando W. K. Junior e Caroline Veras e minhas primas irmãs Tharciana

Torres Veras e Tharciony Torres Veras pela força e incentivo que me deram, e por

acreditarem em mim.

Agradeço com muito carinho ao meu Orientador prof. Olímpio Galvão, pela sua atenção,

incentivo, instruções, que no processo de orientação foi como um pai que aconselha e também

chama a atenção nos momentos de escape e que sempre me conduziu para o caminho do

conhecimento.

Aos meus professores do Mestrado, Augusto, James Falk, Hajnalka e Maria Auxiliadora, que

a cada disciplina que cursei, e pude aprender novos conceitos no universo acadêmico. Com

um carinho especial para a professora Hajnalka, que mesmo não sendo minha orientadora

direta sempre esteve a postos para tirar minhas dúvidas e me dando dicas preciosas, com seu

coração enorme de mãe de todos nós. Agradeço também à avaliadora externa Amanda Aires

pelas suas contribuições para o meu trabalho.

Faço um agradecimento especial aos meus amigos da área da navegação, Fernando Almeida,

Simone Lucena, Ricardo Oliveira, Rita Carvalho, Ricardo Bezerra, Renato Freitas, Paulo

Alencar, Pedro Macedo, Patrícia Ferraz, entre tantos outros que tanto me ajudaram na busca

pelos entrevistados na coleta dos dados, respondendo ou divulgando minha pesquisa.

Aos meus amigos da turma 9, que estiveram junto comigo nesta caminhada do mestrado

estando sempre juntos um apoiando ao outro para conseguirmos concluir nossas dissertações.

Em especial agradeço à Sandra Amorim, pelo incentivo, força, na reta final nossas tarde de

estudo para terminar as nossas dissertações, como também a Tainá Freitas pelo apoio e ajuda

na estruturação da ABNT.

Aos amigos professores que me incentivaram e encorajaram a entrar nesta jornada do

Mestrado em especial, Jorge Gomes, Maria Betânia, Fernanda Campos e Fernanda Lima.

Agradeço também aos amigos professores que me apoiaram durante a caminhada do

mestrado, me passando dicas e conselhos dos que já passaram por esta fase, em especial Ana

Rosa, Celiane, Carlo Cruz, Carolina Ramalho, Suellen e Walfrido.

Aos amigos que entenderam a minha ausência e sempre torceram por mim, em especial a

Sheila Coelho, Rachel, Ana Cândida, Lígia Araujo, Daniel Araújo, Fabiana Botelho, Rikelly

Vasconcellos e Luciana Almeida.

“O porto não traz apenas mercadorias, ele é a

fonte de riqueza nas mais diversas formas, como

a troca de culturas com outras nações, serviços e

empregos diretos e indiretos, fonte de recurso

através de tributos, entre outros ganhos materiais

e culturais. O porto não só modifica o presente,

ele também define o futuro de uma região.”

Marcos Maia Porto

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise do Porto de Suape, em seus aspectos

gerenciais, operacionais e na percepção de seus usuários. Na fundamentação teórica foram

abordados os seguintes construtos: o sistema portuário brasileiro (histórico, legislação,

estrutura, e os Stakeholders), o sistema de Gestão Portuária e Serviços e Indicadores de

desempenho de um porto. Quanto à metodologia, a pesquisa tem natureza mista qualitativa e

quantitativa, caracteriza-se com um estudo descritivo e exploratório. Na parte descritiva foi

realizado um levantamento dos dados secundários e uma entrevista pessoal com o diretor de

Gestão Portuária do Porto de Suape em 2014, para descrever o desempenho do Porto de

Suape. Na parte exploratória foi realizada a pesquisa de campo, através de questionário

online, tipo survey, com os usuários do porto de Suape para analisar a percepção destes com

relação aos custos, à gestão da administração portuária, ao desempenho dos operadores, à

infraestrutura operacional e ao desempenho das autoridades portuárias e sugestões de

melhorias. O grupo de usuários é composto por empresas que utilizam os serviços do porto

como: Armadores, Operadores portuários, Agentes Marítimos e Terminais retroportuários,

empresas exportadoras, empresas importadoras, agentes de carga (NVOCC), empresas de

despacho aduaneiro e transportadores rodoviários. O método de análise de dados obtidos foi

através de estatística descritiva, utilizando o sistema SPSS. Na análise dos dados conclui-se

que de forma geral o porto de Suape é bem avaliado pelos seus principais usuários,

considerando-se a maioria dos diversos indicadores de desempenho levantados, como gestão,

infraestrutura, tempo médio de espera para atracação, capacidade de carga e descarga de

mercadorias, localização, profundidade, uso de equipamentos modernos, dentre outros.

Palavra – chave: Portos. Porto de Suape. Gestão Portuária. Desempenho Portuário.

Indicadores portuários.

ABSTRACT

This study aims to analyze the Port of Suape, in their managerial and operational systems and

the perception of its members. For a theoretical basis the following constructs were addressed:

the Brazilian port system (history, law, structure, and Stakeholders), the system of Port

Management, Services and Performance Indicators. As for methodology, the research has a

mixed qualitative and quantitative nature. It is characterized as a descriptive study. The

descriptive part was a survey of secondary data and a personal interview with the Port

Management director of the Port of Suape in 2014 to describe the performance of the Port of

Suape. The exploratory part deals with the field of research through an online questionnaire,

survey type, with users of the Suape port, to analyze their perception with respect to costs, the

management of the port administration, the performance of operators, operational

infrastructure and the performance of port authorities and suggestions for improvements. The

user group consists of companies that use the port services such as ship owners, port

operators, Maritime Agents and Terminals support port, Exporters, Importers, Freight

Forwarders (NVOCC), customs brokerage companies and road hauliers. The method of data

analysis was descriptive statistics, using the SPSS system. In analyzing the data it is

concluded that, in general, the port of Suape has structuring projects to maintain its

operational and management performance and is highly rated by its main users, considering

most of the various performance indicators raised as management, infrastructure, average

waiting time for berthing, loading and unloading capacity, location, depth, use of modern

equipment, among others.

Word - key: Ports. Port of Suape. Port Management. Port performance. Port indicators.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura da dissertação ........................................................................................... 24

Figura 2 - Mapa dos portos ....................................................................................................... 34

Figura 3 - Terminais de uso privado no Brasil ......................................................................... 35

Figura 4 - Porto Interno Suape ...............................................................................................135

Figura 5 - Porto externo Suape ..............................................................................................135

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Os primeiros Portos construídos até o início do século XX .................................. 26

Quadro 2 - Indicadores de desempenho portuário .................................................................... 46

Quadro 3 - Agrupamento das questões de acordo com o questionário sobre o desempenho do

Porto de Suape .......................................................................................................................... 53

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Evolução da movimentação do total de carga bruta em Suape ............................... 66

Tabela 2 - Evolução da movimentação por natureza de carga em Suape ................................. 67

Tabela 3 - Movimentação por natureza de carga em Suape no ano 2014 ................................ 69

Tabela 4 - Indicador de relação contêineres cheios x vazios .................................................... 69

Tabela 5 - Evolução da movimentação de navios por atracação para movimentação de carga70

Tabela 6 - Indicadores de tempo para navios contêineros. ....................................................... 70

Tabela 7 - Indicadores de desempenho operacional- prancha média por natureza da carga. ... 71

Tabela 8 - Distribuição do perfil dos respondentes. ................................................................. 73

Tabela 9 - Distribuição do perfil da empresa. .......................................................................... 76

Tabela 10 - Destino de exportações (destinos) e importações (origens) segundo os

respondentes ............................................................................................................................. 78

Tabela 11 - Distribuição da avaliação da gestão portuária. ...................................................... 80

Tabela 12 - Distribuição do grau de importância dos problemas da administração Portuária. 81

Tabela 13 - Distribuição da avaliação do desempenho das Autoridades Portuárias. ............... 83

Tabela 14 - Distribuição da percepção acerca dos custos dos serviços. ................................... 86

Tabela 15 - Distribuição da percepção acerca dos serviços operadores portuários no porto de

Suape. ....................................................................................................................................... 88

Tabela 16 - Distribuição do grau de importância dos problemas com os operadores portuários.

.................................................................................................................................................. 89

Tabela 17- Distribuição do grau de importância dos principais problemas em operar no porto

de Suape. ................................................................................................................................... 90

Tabela 18 - Distribuição da percepção acerca da infraestrutura do porto de Suape. ................ 92

Tabela 19 - Grau de importância das vantagens em operar no porto de SUAPE. .................... 94

Tabela 20 - Distribuição das sugestões de melhorias para o porto de Suape. .......................... 96

Tabela 21 - Distribuição por tipo de acesso. ............................................................................ 96

Tabela 22 - Distribuição da avaliação do custo pelos serviços do porto de Suape por categoria

de usuários. ............................................................................................................................... 99

Tabela 23 - Distribuição da avaliação dos serviços dos operadores portuários por categoria de

usuários. .................................................................................................................................. 100

Tabela 24- Média de avaliação dos principais problemas em relação aos operadores portuários

por categoria de usuários. ....................................................................................................... 102

Tabela 25- Distribuição da avaliação da área retroportuária do porto de Suape por categoria de

usuários. .................................................................................................................................. 103

Tabela 26 - Distribuição da avaliação da infraestrutura de acesso multimodal do porto de

Suape por categoria de usuários. ............................................................................................ 105

Tabela 27 - Distribuição da avaliação da gestão da administração portuária por categoria de

usuários. .................................................................................................................................. 106

Tabela 28 - Média de avaliação dos principais problemas da gestão administrativa portuária

por categoria de usuários. ....................................................................................................... 108

Tabela 29 - Média de avaliação do desempenho das autoridades portuárias por categoria de

usuários. .................................................................................................................................. 109

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Evolução da movimentação de carga nos principais portoss no período de 2010 a

2013 .......................................................................................................................................... 65

Gráfico 2 - Ranking dos portos públicos do Brasil com relação ao volume movimentado em

2014 .......................................................................................................................................... 66

Gráfico 3 - Evolução da movimentação de carga total em Suape ............................................ 67

Gráfico 4 - Movimentação por natureza da carga em Suape no ano 2014 ............................... 68

Gráfico 5 - Distribuição dos profissionais segundo o gênero. .................................................. 74

Gráfico 6 - Distribuição dos profissionais segundo a faixa etária. ........................................... 74

Gráfico 7- Distribuição dos profissionais segundo o grau de formação................................... 74

Gráfico 8 - Distribuição dos profissionais segundo a função que exerce. ................................ 75

Gráfico 9 - Distribuição da área de atuação das empresas. ...................................................... 77

Gráfico 10- Cargas de maior volume de movimentação nas empresas. ................................... 77

Gráfico 11 - Locais de origem e destino das cargas do porto de Suape (conforme os

respondentes). ........................................................................................................................... 79

Gráfico 12 - Avaliação da gestão portuária. ............................................................................. 80

Gráfico 13 - Média do grau de importância dos problemas acerca da administração Portuária.

.................................................................................................................................................. 82

Gráfico 14 - Percentual da avaliação das autoridades portuárias com bom/ótimo desempenho

.................................................................................................................................................. 84

Gráfico 15- Avaliação dos curtos pelos serviços do porto de Suape, 2015.............................. 86

Gráfico 16- Custos considerados como maior peso nos serviços do porto de Suape, 2015. .... 87

Gráfico 17- Percepção acerca dos serviços operadores portuários no porto de Suape, 2015. .. 88

Gráfico 18- Média do grau de importância dos problemas com os operadores portuários de

Supe 2015 ................................................................................................................................. 89

Gráfico 19 - Média do grau de importância dos problemas com as operações portuárias de

Suape ....................................................................................................................................... 91

Gráfico 20 - Distribuição da avaliação da área retroportuária de Suape ................................. 92

Gráfico 21- Distribuição da avaliação da infraestrutura de acesso multimodal em Suape ...... 93

Gráfico 22- Percentual das vantagens avaliadas como muito importantes no Porto de Suape..

.................................................................................................................................................. 95

Gráfico 23- Sugestões de melhoria para o porto de Suape ....................................................... 96

Gráfico 24 - Avaliação ruim/regular dos custos pelos serviços do porto de suape por categoria

de usuários. ............................................................................................................................... 99

Gráfico 25 - Avaliação ótima/boa dos serviços dos operadores portuários por categoria de

usuários. .................................................................................................................................. 101

Gráfico 26-Avaliação ótima/boa da infraestrutura de acesso multimodal por categoria de

usuários ................................................................................................................................... 104

Gráfico 27 - Avaliação ruim/regular do acesso multimodal do porto de Suape por categoria de

usuários. .................................................................................................................................. 105

Gráfico 28 - Avaliação ruim/regular da avaliação da gestão da administração portuária por

categoria de usuários. ............................................................................................................. 107

LISTAS DE SIGLAS E ABREVEATURAS

ANTAQ – Agência Nacional de Transporte Aquaviário

ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestre

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BOO - Build- Own- Operate

BOOT - Build- Own- Operate- Transfer

BOT – Build - Operate - Transfer

CAP – Conselho de Autoridade Portuária

CDC - Companhia Docas do Ceará

CDP - Companhia Docas do Pará

CDRJ - Companhia Docas do Rio de Janeiro

CNT – Confederação Nacional de Transporte

CODERN - Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODEBA - Companhia Docas do Estado da Bahia

CODESA - Companhia Docas do Espírito Santo

CODESP - Companhia Docas do Estado de São Paulo

DEFMM - Departamento do Fundo da Marinha Mercante

DPC - Diretoria de Portos e Costa

ETC- Estação de Transbordo de Cargas

GLP - Gás Liquefeito de Petróleo

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

NVOCC - Non-vessel-operating common carrier

OCDE - Organization for Economic Co-operation and Development

OGMO - Órgão Gestor de Mão de Obra

PAC - Programa de Aceleração do Crescimento

PDZ - Plano de Desenvolvimento e Zoneamento

PORTOBRÁS – Empresa Brasileira de Portos S/A

PTI- Pre Trip Inspection

SEP - Secretária Especial dos Portos

TECONS- Terminais de Contêineres

TEU - Twenty-foot Equivalent Units

TPB - Toneladas de Porte Bruto

TUP - Terminal de Uso Privativo

UNCTAD – United Nations Conference on Trade and Development.

18

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 18

1.1 Contextualização ................................................................................................................ 18 1.2 Pergunta de Pesquisa .......................................................................................................... 21 1.3 Objetivos ............................................................................................................................. 21

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 21 1.3.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 22 1.4 Justificativas ....................................................................................................................... 22 1.5 Estrutura da Dissertação ..................................................................................................... 23 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 25

2.1 O Sistema Portuário Brasileiro ........................................................................................... 25

2.1.1 Panorama histórico dos portos brasileiros ....................................................................... 25 2.1.2 Legislações portuárias ..................................................................................................... 27 2.1.3 Cenário atual dos portos brasileiros ................................................................................ 30 2.1.4 Estrutura portuária brasileira ........................................................................................... 32 2.1.5 Histórico e cenário atual do porto de Suape .................................................................... 35

2.1.6 Stakeholders de um porto ............................................................................................... 37 2.2 Gestão portuária .................................................................................................................. 39 2.2.1 Gestão portuária em âmbito internacional ....................................................................... 42

2.3 Serviços e indicadores de desempenho portuário. .............................................................. 43

3 METODOLOGIA ................................................................................................................. 49

3.1 Delineamento da Pesquisa ......................................................................................... 49

3.1.1 Pesquisa descritiva ........................................................................................................... 49 3.1.2 Pesquisa exploratória ....................................................................................................... 50

3.2 População e Amostra .......................................................................................................... 51 3.3 Instrumentos de coleta de dados ......................................................................................... 52 3.4 Procedimentos de coleta de dados ...................................................................................... 53

3.5 Tratamento e análise de dados ............................................................................................ 54 3.6 Limites e limitações ............................................................................................................ 55

4 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................................... 56

4.1 Descrições da infraestrutura e dos indicadores do porto de Suape..................................... 56

4.1.1 Infraestruturas do Porto de Suape .................................................................................... 56 4.1.2 Dados do Porto e da Administração Portuária................................................................. 57 4.1.3 Infraestrutura terrestre e aérea ......................................................................................... 59 4.1.4 Infraestrutura aquaviária .................................................................................................. 60 4.1.5 Superestrutura portuária .................................................................................................. 64

4.1.6 Indicadores de desempenho ............................................................................................. 64 4.2 Analise quantitativa dos resultados obtidos na pesquisa de campo.................................... 72 4.2.1 Análise da população respondente .................................................................................. 73 4.2.1 Perfil das empresas usuárias do porto. ............................................................................ 75

4.2.3 Avaliação da gestão da administração do porto e desempenho das autoridades

portuárias. ................................................................................................................................. 79 4.2.3.1 Avaliação do desempenho da Gestão da Administração Portuária .............................. 80

4.2.3.2 Avaliação das Autoridades que atuam no porto. .................................................... 82 4.2.4 Avaliação dos aspectos operacionais de custos, serviços de operação portuária e

infraestrutura. ............................................................................................................................ 85

19

4.2.4.1 Avaliação dos custos dos serviços. ............................................................................... 85

4.2.4.2 Avaliação do desempenho operacional ........................................................................ 87 4.2.4.3 Avaliação da infraestrutura. .......................................................................................... 91 4.2.5 Avaliação das vantagens e sugestões de melhorias para o porto. .................................... 93 4.2.5.1 Avaliação das vantagens percebidas............................................................................. 94 4.2.5.2 Sugestões de melhorias ................................................................................................. 95

4.2.6 Avaliação da percepção dos aspectos operacionais e gerencias por tipo de empresa

usuária. ...................................................................................................................................... 98 4.2.6.1 Empresa usuária versus percepção dos custos dos serviços ......................................... 98 4.2.6.2 Empresa usuária versus percepção da operação ................................................... 100

4.2.6.2 Empresa usuária versus percepção da infraestrutura ............................................ 102 4.2.6.3 Empresa usuária versus percepção da gestão ....................................................... 106 4.2.6.4 Empresa versus percepção do desempenho das autoridades portuárias ............... 108

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 110

5.1 Conclusões ........................................................................................................................ 110

5.1.1 Infraestrutura portuária .................................................................................................. 111 5.1.2 Indicadores de desempenho ........................................................................................... 112 5.1.3 Classificação de Gerações portuárias ............................................................................ 113

5.1.4 Avaliação da percepção dos usuários ............................................................................ 114 5.2 Recomendações para futuros trabalhos ............................................................................ 118

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 119

APÊNDICES .......................................................................................................................... 123

APÊNDICE A - Roteiro da entrevista com o diretor de gestão portuária. ............................. 124

APÊNDICE B - Questionário usado para coleta de dados usuários do porto de Suape. ....... 125

ANEXOS ................................................................................................................................ 131

ANEXO A - Relação dos Portos Organizados ....................................................................... 132

ANEXO B - Infraestrutura do porto de Suape ....................................................................... 134

ANEXO D - Mapa do Porto Organizado de Suape ............................................................... 136

ANEXO E - Tarifas públicas do Porto de Suape.................................................................... 137

ANEXO F – Parâmetros de Classificação de Geração Portuária ........................................... 142

18

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Desde a antiguidade as regiões portuárias tornaram-se grandes centros de comércio. Como

exemplo, as cidades de Constantinopla (hoje chamada Istambul) na Turquia, Sídon e Tiro

(hoje chamadas Sur) no Líbano. Na Idade Média, durante o mercantilismo europeu ocorreu

uma grande expansão marítima, e os portos da Espanha, Portugal e Itália tiveram grande

destaque (PORTO, 2006). Hoje, com a consolidação da globalização e principalmente da

produção globalizada, quando as empresas transnacionais se espalham pelo mundo,

implantando suas subsidiárias em quase todos os países, o porto tem-se tornado um

instrumento fundamental para a circulação de insumos e produtos por todo o globo terrestre

(BARAT, 2012). Neste contexto, a gestão portuária influencia diretamente nas operações do

comércio internacional e do doméstico, uma vez que a base de movimentações de cargas

escoa pelos portos de todo o mundo.

Com o avanço do fenômeno da globalização mundialmente a partir dos anos 1980, ocorreu

uma intensa integração dos meios de comunicação, dos mercados e dos transportes,

intensificando as trocas internacionais e transformando as cadeias produtivas com os

processos de Outsourcing1, integrando assim a economia mundial.

A expansão do Outsourcing e de muitas atividades produtivas ocasionou nos grandes centros

econômicos uma redução nos investimentos em novas fábricas. As grandes marcas passaram a

terceirizar a produção, transferindo-a para outras regiões onde os custos de produção se

tornaram mais atrativas, alterando assim todo sistema da cadeia produtiva (BARAT, 2007).

Diante de todas essas transformações dos processos produtivos e da integração das economias

mundiais a produção de bens e serviços ultrapassou as fronteiras nacionais, criando

verdadeiras teias entrelaçadas de empresas, que compram de fornecedores internacionais,

beneficiam os produtos em outra região e vendem seus produtos para clientes que se

localizam em outro país distinto. Desta forma, são geradas complexas cadeias logísticas em

1 Outsourcing: é o processo de parceria e integração da cadeia de suprimentos, em que as empresas passam a

19

escala global, com a finalidade de unir fornecedores e clientes de todas as partes do mundo

em todas as atividades produtivas: industriais, agrícolas, agroindustriais, de exploração de

recursos naturais para o abastecimento e escoamento de insumos e produtos (BARAT, 2012).

Dentro desse contexto, o porto é o elo principal entre um país e o mundo, por onde circula a

base dos produtos no comércio internacional. Além do mais, o porto tornou-se um grande

propulsor do desenvolvimento da economia na região onde está inserido.

Com essa grande expansão das cadeias produtivas, alguns portos pelo mundo passaram a ser

de grande importância para a cadeia de suprimento globalizada. Como exemplo, pode-se citar:

o Porto do Panamá, de extrema importância para o comércio entre o continente americano e o

asiático, ligando os Oceanos Atlântico e Pacífico; o Porto de Cingapura, na Ásia, por onde

passa grande parte das mercadorias vindas dos Tigres Asiáticos; o Porto de Xangai, na China,

de grande relevância por escoar as mercadorias provindas de todo o mundo e destinadas aos

chineses; e o porto de Rotterdã, principal hub port2 da Europa. Esses portos movimentam

grandes volumes de cargas e são considerados verdadeiros complexos portuários.

Com os avanços tecnológicos e as novas configurações das cadeias de suprimentos, surge um

novo conceito: o de “Porto Cidade”. Nesse novo conceito, os portos passam a ser muito mais

que um local de embarque e desembarque de cargas nos navios, e tornam-se mais complexos

com interligação multimodal, conglomerados industriais, agregando várias empresas de

logística, formando um cluster logístico, que possibilita redução de custos nas cadeias de

suprimentos (TADEU; SALUM, 2011).

Na perspectiva de adequar os portos brasileiros às novas tendências mundiais, no ano de

1993, com a Lei 8.630, a Lei de Modernização dos Portos, o governo brasileiro passa a adotar

sistema de gestão portuária – o Landlord Port. Neste modelo, o estado é responsável pela

infraestrutura, e a iniciativa privada é responsável por prover a superestrutura e a operação

portuária, mediante concessão (LACERDA, 2005). Outros portos importantes adotam este

mesmo modelo, como: Barcelona (Espanha), Hamburgo (Alemanha), Roterdã (Holanda),

Marselha (França) e Houston ( Estados Unidos) (PIERDOMENICO, 2010).

2 Hub Port - Porto concentrador de cargas com capacidade de receber grandes navios e localização privilegiada

para a distribuição das mercadorias em uma determinada região, geralmente utilizados por armadores para

transbordo de containers ( LLAQUET, 2000).

20

Com o novo sistema de gestão portuária, Landlord Port, os portos brasileiros conseguiram

atrair investimentos privados nacionais e internacionais, os quais proporcionaram um avanço

na modernização da superestrutura ( equipamentos de movimentação , armazéns, guindastes

entre outros) e no desempenho da operações portuária.

O sistema portuário brasileiro é composto por 234 instalações portuárias, e dentre elas 37 são

enquadradas na categoria de porto organizado, todos sob gestão da Secretária Especial dos

Portos – SEP. No entanto, 18 estão sob a administração direta da União e são gerenciados

pelas autoridades portuárias das Companhias das Docas, e 19 encontram-se concedidos aos

governos estaduais e municipais (SEP, 2014). O porto de Suape, objeto deste estudo, está

incluído no grupo dos 19 portos que tiveram sua gestão concedida aos governos estaduais e

municipais.

Por volta por volta do final dos anos 1960 e início da década de 1970, foram realizados

estudos iniciais para a criação de um novo porto no Estado de Pernambuco, com o intuito de

construir um porto industrial. Apenas no início dos anos 1980 é que a construção do porto de

Suape foi iniciada, com recursos do governo de estado. No ano de 1986, as empresas de

petróleo migraram para Suape, quando se iniciam de fato as operações do porto. O ano de

2001, quando ocorreu a licitação para arrendamento dos cais 2 e 3 à iniciativa privada, no

governo Jarbas Vasconcelos, trouxe ao porto um avanço na modernização dos equipamentos e

estrutura para operação de navios.

Nesse contexto, na década seguinte 2000 - 2010, grandes empreendimentos industriais foram

atraídos para o complexo, principalmente do setor de construção naval e petroquímico e de

energia eólica, entre outros. Esses empreendimentos tornaram Suape um porto de grande

importância para o Nordeste do Brasil, com características de instalação portuária industrial.

Alguns destes empreendimentos ainda estão em fase de conclusão de suas obras e irão

aumentar de forma considerável o volume de cargas movimentadas. Ademais, a localização

do porto está em uma posição estratégica em relação às rotas marítimas com destino à Europa

e aos Estados Unidos (SUAPE, 2015).

Nesta perspectiva, o porto de Suape necessita se preparar para atender, de uma forma

eficiente, o aumento de demanda em movimentação de cargas, oriundas dos novos

21

empreendimentos no complexo portuário e dos demais em outras regiões do estado,

especialmente no que se diz respeito aos polos fármaco-químico e o automotivo na zona da

Mata Norte do estado.

Para manter sua competitividade no mercado internacional e no mercado doméstico, o porto

necessita oferecer uma infraestrutura de acesso multimodal, boa capacidade operacional de

atracação e operação de navios, além de outros fatores como mecanização, automação,

sistemas de controle e informação entre outros (IPEA, 2010).

Neste contexto, Suape tem o desafio de atender as atuais e futuras demandas, bem como

manter e grau de satisfação dos clientes com relação ao desempenho operacional e gerencial

do porto.

O presente trabalho objetiva descrever a estrutura atual do Porto de Suape através dos dados

secundários disponíveis na ANTAQ e nos documentos oficiais do porto, realizar uma análise

dos indicadores de desempenho, e identificar os fatores de competitividade e pontos

problemáticos na percepção dos usuários com relação ao desempenho do porto.

1.2 Pergunta de Pesquisa

Como se posiciona o porto de Suape, nos critérios de desempenho operacional e gerencial, na

percepção de seus usuários?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Avaliar o desempenho operacional e gerencial do Porto de Suape na percepção de seus

usuários.

1.3.2 Objetivos específicos

22

I) Descrever a infraestrutura administrativa, operacional, e o desempenho do porto de

Suape com base nos documentos oficiais do porto e nos indicadores da ANTAQ

referentes aos anos de 2012 a 2014.

II) Investigar a percepção dos usuários com relação à gestão da administração do porto e

desempenho das autoridades portuárias.

III) Descrever os aspectos operacionais de custos, serviços de operação portuária e

infraestrutura na percepção dos usuários.

IV) Apontar quais os fatores de competitividade e pontos de melhorias percebidos pelos

usuários do porto.

V) Analisar a percepção com relação aos aspectos operacionais e gerenciais por tipo de

empresa usuária.

1.4 Justificativas

Na atualidade, o Porto de Suape é, sem dúvida, um dos portos de maior importância da

Região Nordeste, com a sua dimensão e todo o complexo industrial e logístico que, durante as

últimas décadas, foram se desenvolvendo ao redor do porto, como por exemplo, o polo

petroquímico, eólico e da indústria naval.

Os investimentos de empresas nacionais e internacionais no estado, atraídos nos últimos

governos estaduais, tornaram o porto de Suape de grande importância para a entrada e saída

de mercadorias do e para o Nordeste do país, assim como de e para muitos países de todos os

continentes, privilegiado pela sua localização geográfica. Os critérios mais importantes

avaliados pelo empresariado para utilização de um porto podem ser classificados em: custos

de frete, custos operacionais portuários, frequência de navios, entraves burocráticos para

desembaraço de mercadorias, infraestrutura de armazenam, entre outros (IPEA, 2010).

O presente estudo se justifica pelo objetivo de avaliar a percepção dos usuários (empresas que

utilizam os serviços do porto de forma direta ou indireta) sobre os aspectos operacionais e

gerencias do Porto de Suape. Com o resultado desta pesquisa, os gestores do porto poderão

identificar quais os pontos de excelência e os que necessitam de melhorias conforme a

percepção de seus usuários. Desta forma, esta pesquisa poderá ajudar a melhorar o

desempenho portuário.

23

1.5 Estrutura da Dissertação

A presente dissertação tem sua estrutura dividida em cinco capítulos descritos a seguir.

No capítulo 1, o da Introdução, faz-se uma contextualização da pesquisa, onde será feita a

apresentação do tema e expostos o problema de pesquisa, as justificativas e os objetivos, geral

e específico, da Dissertação.

O capítulo 2 é composto pela fundamentação teórica, que é dividido em três grandes

constructos: Sistema portuário Brasileiro (composto por panorama histórico, legislações

portuárias, estrutura do sistema portuário, o porto de Suape e os Stakeholders); Gestão

portuária (abordando os parâmetros de gestão no mundo e no Brasil); e Serviços e indicadores

de desempenho portuário.

No capítulo 3 é descrita a metodologia adotada para avaliar o desempenho do porto de Suape

detalhando todo o delineamento da pesquisa, tanto nos aspectos quantitativos e qualitativos.

No capítulo 4 é feita pela análise e discussão dos dados. Este capítulo está dividido em duas

etapas, na primeira é realizada a análise descritiva da infraestrutura administrativa,

operacional e o desempenho do porto de Suape e a segunda pela análise dos resultados

obtidos com a pesquisa de campo com os usuários do porto.

Por fim, o capítulo 5, apresenta as conclusões obtidas através dos resultados das análises dos

dados coletados, com relação à eficiência do porto de Suape.

Essa estrutura do trabalho de dissertação pode ser expressa no de esquema gráfico a seguir.

24

Figura 1 - Estrutura da dissertação

Fonte: Elaborado pela autora

25

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O Sistema Portuário Brasileiro

Esta seção objetiva principalmente elaborar um panorama sobre o Sistema Portuário

Brasileiro e de seus aspectos históricos, legais e operacionais, e identificar os Stakeholders

dos portos. Também será realizado um breve estudo histórico do Porto de Suape e de seu

desenvolvimento até os dias atuais.

2.1.1 Panorama histórico dos portos brasileiros

A própria história do Brasil está muito relacionada com o desenvolvimento dos portos. O

descobrimento do país se deu através da expansão da navegação marítima de Portugal rumo à

Índia, quando, em 1500 as caravelas comandadas por Pedro Álvares de Cabral aportaram na

praia onde hoje se localiza a cidade de Santa Cruz de Cabrália na Bahia.

Com a chegada da família real ao Brasil e o início do primeiro reinado, um dos primeiros

decretos reais foi o que declarou a abertura dos portos do Brasil às nações amigas, decretada

por Dom João VI em janeiro de 1808. A partir deste momento todos os portos brasileiros

foram abertos para o comércio internacional.

Outro ponto importante a se destacar na história dos portos é o Decreto 358, de 14 de agosto

de 1845. Conforme relato da Diretoria de Portos e Costa – DPC (2014):

O Governo do Império resolveu estabelecer uma Capitania em cada

Província Marítima, com as atribuições específicas de polícia naval,

conservação dos portos, inspeção e administração dos faróis,

balizamento, matrícula do pessoal marítimo, praticagem, etc. Essas

primeiras Capitanias eram subordinadas diretamente ao Ministro da

Marinha do Império e foram criadas sucessivamente por diversos

decretos, desde 15 de maio de 1846 (Belém, São Luís, Recife,

Salvador, Rio de Janeiro, Florianópolis, Rio Grande); 3 de outubro de

1847 (Natal, João Pessoa, Maceió, Santos); 12 de janeiro de 1848

(Aracaju); 1º de outubro de 1853 (Paranaguá); 10 de fevereiro de 1855

(Parnaíba); 12 de janeiro de 1856 (Vitória); 11 de julho de 1857

(Fortaleza); 16 de março de 1861 (Corumbá); e 18 de novembro de

1874 (Manaus).

Em 1869, a promulgação da Lei das Concessões proporcionou a aceleração do

26

desenvolvimento dos portos, permitindo o financiamento privado para as obras de expansão

dos portos nacionais passando, assim, o controle dos portos para a iniciativa privada, este

modelo permanecendo até 1930, quanto o Estado retoma a posse, passando a realizar o papel

de operador e financiador dos portos (IPEA, 2010).

No que diz respeito à construção dos portos brasileiros, os primeiros portos foram construídos

por empresas estrangeiras. Tal fato ocorreu devido a dois fatores conjunturais: a falta de

recursos financeiros e do domínio da tecnologia necessários para este tipo de

empreendimento. Sendo assim, o governo buscou atrair os investimentos privados e, em troca,

as empresas estrangeiras obtinham a concessão da gestão e operação dos serviços portuários

(PORTO, 2006).

O quadro abaixo relaciona os primeiros portos construídos no Brasil no início do século XX.

Quadro 1 – Os primeiros Portos construídos até o início do século XX

Ano de

construção Porto Construtora e / ou Concessionária

1869

Rio

Grande

Compagnie Française du Port de Rio Grande/ Governo

de Estado do Rio Grande do Sul.

1869 Maceió The National Brazilian Harbour Company Ltd.

1888 Santos

José Pinto de Oliveira, Cândido Graffée e

Eduardo Passim Guinle/ Gaffée, Guinle & Cia.

1890 Rio

Empresa Industrial de Melhoramentos do Brasil e

The Rio de Janeiro Harbour and Docks.

1891 Salvador Companhia Docas e Melhoramentos da Bahia.

1899 Manaus

B. Rymkiewics & Co./ Companhia Manaos Harbour

Limited.

1906 Belém Port of Pará Co.

1909 Recife Société de Construction du Port de Pernambuco.

Fonte: Adaptado de Porto (2006) p. 61.

Na década de 1970, o governo brasileiro resolve centralizar a gestão dos portos, com a criação

da Empresa de Portos do Brasil S.A. – PORTOBRÁS em 1975, conforme Art. 3º da Lei nº

6.222, de 10 de julho de 1975, onde se lê:

A PORTOBRÁS, em harmonia com os planos e programas do

Governo Federal, e nos limites estabelecidos por esta Lei, terá por

finalidade realizar atividades relacionadas com a construção,

administração e exploração dos portos e das vias navegáveis

interiores, exercendo a supervisão, orientação, coordenação, controle e

fiscalização sobre tais atividades.

Este modelo de gestão seguiu até 1990, quando foi extinto pela Lei nº 8.029 de 12 de abril de

27

1990. Nos anos seguintes, mais especificamente em 1993, o governo promulga a Lei nº 8.630,

conhecida como Lei de Modernização dos Portos. Esta Lei estabeleceu as bases dos

parâmetros de gestão e possibilitou ao governo compartilhar a gestão portuária com a

iniciativa privada, através de concessões dos portos organizados. Com o desenvolvimento

econômico e a necessidade de reformulação da gestão portuária, em 2013, a Lei nº 8.630, foi

revogada e substituída pela Lei 12. 815. Esta lei, de 2013, conhecida como Nova Lei dos

Portos, passa a estabelecer as atuais regras da gestão portuária no Brasil, a partir das quais a

exploração dos portos passa a ser regulada pela União, de forma direta ou indiretamente.

2.1.2 Legislações portuárias

Ao longo do tempo, várias legislações abordaram questões sobre operações e gestão dos

portos Brasileiros. Conforme relatado por Pierdomenico (2010), as primeiras legislações

datam da década de 1930, quando foram promulgados, o Decreto nº24. 447, de 1934, que

definia o conceito de porto organizado e as atribuições conferidas a diferentes ministérios; o

Decreto nº 24.508, de 1934, que o regulamentou, especificando os serviços prestados pelas

administrações dos portos organizados e a padronização das taxas portuárias, quanto à sua

espécie, incidência e denominação; e o Decreto nº 24.511, de 1934, o primeiro a regulamentar

a utilização das instalações portuárias.

Na década de 70, duas leis foram significativas para o setor: o Decreto Lei nº 1. 143, de 1970,

que dispõe sobre a Marinha Mercante e a regulamentação da Construção Naval; e o Decreto

nº 73.838, de 1974, que dispõe sobre a estruturação e atribuições da Superintendência

Nacional da Marinha Mercante (SUNAMAM). Na década de 80, a promulgação da

Constituição da República Federativa do Brasil, em 05 de outubro de 1988, também aborda o

problema dos portos no Art. 21, inciso XII letra “f”, ao estabelecer que cabia à União

explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão os portos marítimos,

fluviais e lacustres (PIERDOMENICO, 2010).

A década de 90 foi marcada por grandes transformações para o setor portuário. Com a

dissolução da Portobrás em 1990 e com a crise instalada no setor portuário, devido a fatores

como a burocracia excessiva, a falta de padronização das tarifas portuárias, a falta de

investimento do setor público na manutenção e melhoria das instalações portuárias, os altos

custos dos serviços dos trabalhadores portuários, organizados em sindicatos variados, entre

28

outros problemas que ocasionavam entraves ao desenvolvimento do comércio exterior no

Brasil (CURCINO, 2007).

Diante deste cenário o Congresso Brasileiro aprovou a Lei Federal nº 8.630, em fevereiro de

1993, passando esta lei a ser o marco regulatório para o setor portuário, conhecida como “Lei

de Modernização dos Portos”. A partir de então, os seus principais objetivos eram: conceder a

operação portuária e o arrendamento de áreas portuárias à iniciativa privada, visando gerar

recursos para o governo; fomentar a concorrência entre os portos e terminais, buscando

redução de custos e maior eficiência; e regulamentar as atividades dos trabalhadores

portuários e sindicatos (CURCINO, 2007).

Esta lei modifica a estrutura administrativa do setor portuário, instituindo novas entidades e

definindo suas atribuições, conforme abaixo:

I) Autoridade portuária: tem a função de administrar o porto organizado,

gerenciar o patrimônio e controlar as demais entidades públicas e privadas

atuantes no porto. Em casos de portos sob jurisdição da união a autoridade

portuária é a Companhia das Docas e empresas públicas estaduais, mediante

delegação por parte do Ministério dos transportes;

II) Conselho de Autoridade Portuária (CAP): é um órgão consultivo e regulador

que atua junto à administração do porto visando garantir a concorrência e a

eficiência do porto. É formado por representantes de quatro blocos: do Poder

Público; dos operadores portuários; das classes de trabalhadores portuários e

dos usuários dos serviços portuários. O Conselho não tem personalidade

jurídica, mas atua diretamente na fiscalização e aprovação das propostas

apresentadas pelo porto, a saber: homologação de tarifas, horários de

funcionamento portuário; aprovação das normas de qualificação e de

exploração por parte do operador portuário; aprovação do Plano de

Desenvolvimento e Zoneamento do porto (PDZ); adoção de estímulo à

competitividade; e sugestão de medidas para a atração de novas cargas e para o

fomento da ação comercial e industrial do porto.

III) Administração do porto: compreende um órgão executivo de gerência,

fiscalização e normatização exercida diretamente pela União ou pela entidade

concessionária do porto organizado, com funções de prestar apoio técnico ao

CAP e de tomar decisões sugeridas pelo Conselho.

29

IV) O Órgão Gestor de mão de Obra (OGMO): criado com o objetivo de

centralizar e organizar a categoria dos trabalhadores portuários, substituindo os

diversos sindicatos. Possuindo um conselho de supervisão formado por

operadores e trabalhadores em uma diretoria executiva, tem função de

administrar a contratação, a escala de trabalhadores portuários e avulsos.

V) Operador Portuário: pessoa jurídica pré-qualificada para exercer as atividades

de movimentação de passageiros ou de cargas, e a armazenagem de

mercadorias destinadas ou provenientes do transporte aquaviário, dentro da

área do porto (IPEA, 2010; CURCINO, 2007).

Ademais, o Art. 1º da Lei nº 8.630 promove a separação entre porto organizado e Instalação

Portuária de Uso Privado, que é a explorada por pessoa jurídica de direito público ou privado,

dentro ou fora da área do porto, utilizada na movimentação de passageiros ou na

movimentação ou armazenagem de mercadorias, destinados ou provenientes de transporte

aquaviário, por meio de concessões. Com relação ao regime de concessões, esta lei

regulamenta que estas serão feitas por meio de licitação, mediante cláusulas contratuais.

Nos anos 2000, com a expansão das concessões, sugiram algumas divergências com relação

ao entendimento das cláusulas da lei que abordavam o perfil das operações dos portos

privados, pois os mesmos poderiam ser de uso misto ou privado. Alguns entendiam que

terminais de uso misto seriam para movimentação predominante de carga de terceiros,

enquanto outros, que a predominância deveria ser para carga própria. Visando evitar tais

dúvidas foi promulgado o Decreto nº 6.620/2008, que ratificava que os terminais privados

operariam apenas com carga própria (CAMPOS NETO et. al, 2009).

Com o desenvolvimento do comércio exterior do Brasil nos anos seguintes, devido à

conjuntura econômica mundial, bem como também pela modernização e mecanização da

agricultura brasileira, gerando as supersafras, os portos passam a tomar lugar de destaque

novamente na economia do país, principalmente em decorrência dos gargalos operacionais

ocasionados no escoamento da produção. Nesse contexto, em 05 de julho de 2013 foi

promulgada a Lei nº 12.815, conhecida como Nova Lei dos Portos. As mudanças mais

significativas ocorridas com essa lei foram no âmbito da gestão e administração dos portos

organizados, públicos ou sob concessão aos estados e municípios, e ou à iniciativa privada.

Desta forma, a ANTAQ passa interferir diretamente na gestão dos portos organizados,

30

competindo a ela, aprovar contratos de licitação, fiscalizar, supervisionar e controlar as

atividades no porto organizado e nas instalações portuárias, diminuindo, desta forma, a

autonomia do Conselho de Autoridade Portuária- CAP. Atividades como aprovação do Plano

de Zoneamento do Porto, que antes competia a este órgão, passaram a ser de responsabilidade

da Secretaria dos Portos da Presidência da República. Com relação à utilização da mão de

obra, os terminais de uso privado, fora do porto organizado, não têm mais a obrigatoriedade

de contratação dos trabalhadores do OGMO. Além do mais, os portos privados foram

autorizados a operar cargas de terceiros (BRASIL Lei nº 12.815). Tais mudanças foram feitas

com o intuito de fomentar os investimentos da iniciativa privada no setor portuário, visando

melhorar o desempenho operacional dos portos brasileiros.

2.1.3 Cenário atual dos portos brasileiros

O Brasil, por ser um país com dimensões continentais, e por ter um litoral imenso, onde está

localizada a maioria das capitais dos estados federativos (das 27 capitais 17 são banhadas pelo

mar), os quais, em sua maioria, possuem um porto, deveria ter, em sua matriz de transporte,

uma maior utilização do modal aquaviário. No entanto, ainda prevalece no país o modal

rodoviário para cruzar o país de norte a sul.

Remete-se ainda, que a base das exportações brasileiras é de produtos que possuem grandes

volumes e baixo valor agregado, as commodities, ou seja, produtos como minério de ferro,

soja, milho, carne bovina e de aves, café, açúcar, entre outros. Os exportadores necessitam

essencialmente do porto para escoar seus produtos para o exterior e então se deparam com

imensos gargalos logísticos e na infraestrutura portuária, aumentando os custos para escoar as

mercadorias e perdendo competitividade com relação ao preço no mercado internacional. Os

portos brasileiros ficaram em segundo plano durante muitos anos nas prioridades dos

governos brasileiros e isto ocasionou um sucateamento da infraestrutura portuária,

impossibilitando assim a eficiência na atividade operacional e ocasionando gargalos no

sistema logístico. Além do mais, devido ao fato de a grande maioria dos polos industriais e

agrícolas se localizarem no Sudeste e Sul do país, hoje ocorre a grande concentração de

cargas sendo escoadas por portos desta região, como o de Santos-SP (principal porto

brasileiro em volume de movimentação de carga); Paranaguá- PR (porto estruturado para

carga a granel); Sepetiba - RJ; e Rio Grande - RS. Por outro lado, os portos do Norte e do

Nordeste não foram priorizados pelas políticas governamentais e como não possuem grandes

31

polos de desenvolvimento e também por boa parte não estarem integrados por vias

multimodais, não são tão interessantes para a iniciativa privada.

A infraestrutura portuária é composta por ativos imobilizados, aquaviários e terrestres, sendo

composta por três partes (CAMPOS NETO et al. , 2009, p.8):

A infraestrutura aquaviária: formada pelos canais de acesso ao porto, bacias de

evolução, quebra mares, acessos hidroviários e berços de atracação;

A infraestrutura portuária: formada pelos ativos fixos que movimentam e interligam as

cargas dos navios e os modais terrestres, incluindo os terminais de movimentação de

carga. Vale ressaltar que os equipamentos (guindastes, esteiras, empilhadeiras, etc.)

para a movimentação e armazenagem (armazéns, silos, tanques) compõem a

superestrutura portuária, que em sua maioria é operada pela iniciativa privada no

Brasil;

Infraestrutura terrestre: formada pelas vias e acesso a outros modais, interligações

multimodais, como vias ferroviárias, rodovias, dutos e também terminais de embarque

e desembarque de cargas e passageiros, que possibilitam desta forma o transporte de

bens e passageiros dos navios, para além dos limites da área do porto.

De acordo com a Confederação Nacional dos Transportes - CNT (2012, p. 6) o custo médio

de movimentação de um contêiner no Brasil chega a alcançar US$ 200,00, enquanto nos

principais portos europeus, como Roterdã, Hamburgo e Antuérpia, o valor médio é de US$

110,00, e nos asiáticos, US$ 75,00. Os problemas de infraestrutura, como profundidade dos

canais, quantidade de berços, infraestrutura deficiente dos acessos multimodais, falta de

armazéns e silos, burocracia na liberação de cargas, entre outros, ocasionam a ineficiência dos

portos brasileiros.

A questão da redução de custos para melhorar a competitividade dos produtos no mercado

internacional passa por maiores necessidades de investimentos do governo em obras para

melhorar a infraestrutura portuária e são fundamentais para aumentar a competitividade dos

portos organizados no âmbito nacional e internacional. Por outro lado, melhorias na

capacidade operacional e de atracação, aumento na profundidade dos cais para atender navios

de grande porte, mecanização e automação no manuseio de cargas, estrutura especializada por

tipo de carga e sistemas de controle e informação eficientes, são alguns dos diferenciais para a

escolha do porto tanto dos exportadores, quanto dos importadores e armadores (IPEA, 2010).

32

2.1.4 Estrutura portuária brasileira

O sistema portuário brasileiro é composto por 234 instalações portuárias, divididas em: 100

portos públicos (35 marítimos e 65 fluviais); 128 Terminais de Uso Privado- TUP e 6

Estações de Transbordo e Carga- ETC (ANTAQ – Resolução nº 2969, 2015).

Antes de detalhar a estrutura dos portos no Brasil é importante conhecer o conceito de porto.

Porto pode ser considerado como um local no litoral ou à margem de um rio, lago ou lagoa,

com a função de realizar as funções de atracação e desatracação de embarcações, e o lugar

onde ocorre o carregamento e descarga de mercadorias, e ou embarque e desembarque de

passageiros, interligado com outros modais de transporte (CAMPOS NETO et al., 2009).

De uma forma mais aprimorada, o porto pode ser definido como um conjunto de terminais,

agrupados com proximidade que compartilham uma infraestrutura comum. Esta infraestrutura

é dividida em terrestre e aquaviária. A terrestre tem a função de interligar o navio e os limites

da área do porto, composta por dutos, esteiras transportadoras, pátios dos terminais, pátios de

armazenagem, rodovias e ferrovias. Já a infraestrutura aquaviária é formada pelos canais de

acesso aos portos, bacias de evolução, quebra-mares e berços de atracação (LACERDA,

2005).

É importante ressaltar que um porto considerado como entidade prestadora de serviços é

chamado de porto organizado. Neste contexto, conceitua-se porto organizado, como “porto

construído e aparelhado para atender às necessidades da navegação da movimentação e

armazenagem de mercadorias, concedido ou explorado pela União, cujo tráfego e operações

portuárias estejam sob a jurisdição de uma autoridade portuária” (Lei nº 8.630-93).

De acordo com Porto (2006), o porto organizado é instituição prestadora de serviços públicos

portuários, constituída por bens públicos (terrenos e infraestrutura pertencentes à União) e

privados (terminais concedidos à iniciativa privada), dotado de um conjunto de edificações e

equipamentos que compõem suas instalações.

O mesmo autor acima enfatiza que um porto organizado é aquele que possui os seguintes

elementos:

Área definida por Decreto

33

Administração e autoridade constituídas

Regras estabelecidas para a atividade (regimento de exploração)

Conselho de Autoridade Portuária - CAP

Órgão Gestor de mão de obra – OGMO

Tarifa portuária para pagamento de serviços prestados

Plano de Desenvolvimento e Zoneamento- PDZ

Programa de Arrendamento

Licenças Ambientais e outras habilitações pertinentes (PORTO, 2006, p. 87).

De acordo com o portal da Secretária Especial dos Portos – SEP (2014) o sistema portuário

brasileiro atualmente possui 37 portos organizados, sendo 35 marítimos e 3 fluvial ( Porto de

Porto Velho -RO, Porto de Estrela- RS e Porto de Cachoeira do Sul- RS). Dentre estes

portos, 19 encontram-se delegados3 ou têm sua operação autorizada aos governos estaduais e

municipais; os demais 18 portos são administrados diretamente pelas Companhias Docas e

vinculados à SEP. (Ver lista completa no anexo A).

Ainda relatado no portal da Secretária Especial dos Portos (SEP, 2014) são sete Companhias

Docas, responsáveis pelos portos:

1- Companhia Docas do Pará (CDP)

- Portos de Belém, Santarém, Vila do Conde, Altamira, Itaituba e Óbidos, além do

Terminal Portuário do Outeiro e Terminal de Miramar.

2- Companhia Docas do Ceará (CDC)

- Porto de Fortaleza

3- Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern)

- Portos de Natal e Maceió, além do Terminal Salineiro de Areia Branca.

4- Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba)

- Portos de Salvador, Ilhéus e Aratu.

5- Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa)

- Portos de Vitória e Barra do Riacho e Capuaba.

3 Delegação: transferência, mediante convênio, da administração e da exploração do porto organizado para

Municípios ou Estados, ou a consórcio público, nos termos da Lei nº 9.277, de 10 de maio de 1996(SEP, 2015).

34

6- Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ)

- Portos do Rio de Janeiro, Niterói, Angra dos Reis e Itaguaí.

7- Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp)

- Porto de Santos.

A figura abaixo detalha todos os portos organizados do sistema portuário brasileiro.

Figura 2 - Mapa dos portos

* Na figura não estão representados o Porto de Estrela- RS e o Porto de Cachoeira do Sul- RS.

Fonte: Secretária Especial de Portos (2014).

Além dos portos organizados públicos o sistema portuário também engloba 128 Terminais de

Uso Privado - TUPs (detalhados na figura 3) e 6 Estações de Transbordo de Carga – ETC

(ANTAQ, 2013 ). O TUP é uma instalação portuária explorada mediante autorização, por

instituições privadas ou entidades públicas ( estado ou município) e localizada fora da área do

porto organizado, com função de movimentar e armazenar mercadorias destinadas ao

transporte aquaviário ou provenientes dele, podendo operar carga própria e de

35

terceiros(BRASIL. Lei nº 12.815).

A figura a seguir detalha a quantidade por regiões, dos Terminais de Uso Privado- TUPs do

sistema portuário brasileiro.

Figura 3 - Terminais de uso privado no Brasil

Fonte: Secretária Especial de Portos (2014).

De acordo com a Secretaria Especial dos Portos- SEP (2014), no ano de 2013 o sistema

portuário nacional (composto pelos Portos Organizados, Estações de Transbordo de Carga e

TUPs) permitiu a movimentação de 931 milhões de toneladas de carga bruta (granel sólido,

granel líquido e carga geral) e deste volume de movimentação os TUPs representaram 64%

(593 milhões de toneladas). Desta forma, os TUPs são de grande importância para o Sistema

Portuário no Brasil.

2.1.5 Histórico e cenário atual do porto de Suape

A criação do porto de Suape foi idealizada desde o final dos anos 60, com o intuito de criar

um porto industrial afastado do centro urbano, para viabilizar futuras expansões. Conforme

histórico disponível no site do porto de Suape (www.suape.pe.gov.br) segue abaixo um

cronograma histórico da evolução do porto:

36

Estudos de 1960 para estudar a viabilidade de um segundo porto em Pernambuco;

Entre 1973-1976 foi elaborado o Plano Diretor e início das desapropriações de 13.500

hectares de terras;

Em 1978 a empresa Suape - Complexo Industrial e Portuário foi criada através da Lei

Estadual 7.763;

Em 1986 empresas de combustível migraram para Suape por ordem do então

governador Roberto Magalhães;

Em 1996, o porto foi incluído no programa Brasil em Ação e começou a receber

incentivos do Governo Federal;

Em 1999 conclusão da construção do porto interno, com 925 metros para os novos

cais de atracação de navios, com 300 metros de abertura e 15,5 de profundidade;

Em 2001, a empresa TECON SUAPE S/A vence a licitação pública, arrenda os cais 2

e 3 do porto interno;

Em 2005 ocorreu o início das obras para a construção da Refinaria Abreu e Lima;

Em 2010 tem início o Segundo Plano Diretor;

De 2010 a 2014 grandes empreendimentos foram atraídos para o complexo, como os

estaleiros Atlântico Sul e Vard Promar; a Petroquímica Suape; Empresas de produção

de equipamentos para geração de energia eólica como Wind Power Energia S/A –

IMPSA e RM Eólica Pernambucana, entre outros (SUAPE, 2014).

Atualmente, a infraestrutura do porto é composta por duas partes: porto interno e porto

externo. O porto interno é formado por 5 cais: 3 públicos e 2 arrendados e um armazém

alfandegado. A profundidade interna no cais é de 15,5m. Já o porto externo possui

profundidade de até 20 m, na bacia de evolução, composto por 3 píeres de granéis líquidos

(cada um com capacidade para receber 2 navios simultaneamente), 1 cais de múltiplo uso,

formado por um terminal marítimo com dois berços de atracação de navios, e 1 navio para

tancagem flutuante de GLP4 com capacidade de armazenar até e 75 mil m³ de capacidade,

(SUAPE, 2010). ( Ver figura no anexo B)

A administração do porto é realizada pela empresa Suape Complexo Industrial de Suape do

Governo do Estado que, com a Nova Lei de Modernização dos Portos, passa a se reportar à

4 GLP - (Gás Liquefeito de Petróleo), ou gás de cozinha, consiste numa mistura gasosa de hidrocarboneto obtido

do gás natural das reservas do subsolo, ou do processo de refino do petróleo cru nas refinarias. Fonte:

COPAGAZ. Disponível em: http://www.copagaz.com.br/representantes/o_que_e_glp.asp. Acesso em 31 mar.

2015.

37

Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ e à Secretária Especial dos Portos,

para aprovação de qualquer tipo de obra de infraestrutura necessária no porto.

2.1.6 Stakeholders de um porto

Na avaliação de um porto se faz necessário identificar quem são os interessados nas

atividades do porto, ou seja, conhecer os stakeholders. As partes interessadas são

consideradas as pessoas ou empresas que estão associadas à organização, e que estão sujeitas

aos efeitos das decisões dos seus administradores. Assim, os stakeholders são os clientes,

fornecedores, distribuidores, funcionários, comunidade, concorrentes, etc. (MAXIMIANO,

2012).

Toda organização para sobreviver necessita buscar a satisfação da demanda, das necessidades

e expectativas de todos os envolvidos que com ela interagem de forma direta ou indireta. No

entanto, mesmo que dificilmente se possa satisfazer a todos os stakeholders de forma

unânime, não se pode deixar nenhum deles profundamente insatisfeito. A organização precisa

oferecer respostas efetivas às necessidades ou demandas das suas partes interessadas

principais (REPEZZA et al. 2012).

Nos portos, os principais stakeholders são: as companhias de navegação (armadores),

operadores portuários, os terminais de uso privado- TUP, os terminais retroportuários, agentes

marítimos, os exportadores e importadores, os despachantes aduaneiros, autoridades

alfandegárias, equipe de praticagem e as empresas transportadoras terrestres (rodoviário e

ferroviário).

O Armador ou companhia marítima compreende a pessoa física ou jurídica que, em seu nome

e sob sua responsabilidade, apresta a embarcação com fins comerciais, pondo-a ou não a

navegar por sua conta. Ou seja, é uma pessoa jurídica ou física, estabelecida e registrada, com

a finalidade de realizar transporte marítimo, local ou internacional, através da operação de

navios, explorando determinadas rotas, e que se oferece para transportar cargas de todos os

tipos de um porto a outro. O armador não precisa necessariamente ser proprietário de algum

ou de todos os navios que está operando, podendo utilizar navios arrendados de terceiros para

compor sua frota. O que interessa é que opere navios (BRASIL Lei 9.537/97).

38

O Agente Marítimo é o representante do armador nos portos, e do navio, perante as

autoridades portuárias. O agente é o elo entre a Carga, o Porto e o Navio e deve zelar para que

a escala de um navio esteja de acordo com o planejado, buscando maximizar a receita e

minimizar os custos do cliente (BRASIL Lei 9.537/97).

O NVOCC (non-vessel-operating common carrier) é um operador de transporte, não armador,

que emite conhecimento de embarque próprio (B/L house) e que trabalha na exportação para

um país, atendendo aos embarcadores de pequenos volumes. Para que o NVOCC estrangeiro

possa operar no Brasil, na importação, é necessário que ele nomeie um Agente

Desconsolidador de Carga Marítima como seu representante no país. Para obter o registro de

NVOCC e de seu respectivo Agente Desconsolidador, deve-se efetuar o cadastramento no

Departamento do Fundo da Marinha Mercante - DEFMM, por meio do sistema Mercante

(KEEDI; MENDONÇA, 2003).

O Operador Portuário é a pessoa Jurídica pré-qualificada para a execução de operação

portuária na área do porto organizado, possuindo funções e responsabilidades de garantir o

bom andamento das operações portuárias; responder, perante a autoridade aduaneira, pelas

cargas enquanto estejam na área do porto; exercer o papel de fiel depositário; responder pela

contratação e utilização da estrutura portuária disponível para as movimentações de

mercadorias e operações dos navios; e cuidar da contratação dos trabalhadores junto ao

OGMO e do pagamento de suas atividades (BRASIL Lei nº 8.630-93).

Os Exportadores (shippers) e Importadores (consignees) compreendem os proprietários das

mercadorias que são embarcadas e desembarcadas pelos portos.

O Despachante Aduaneiro é a pessoa física responsável pelo procedimento do despacho

aduaneiro, com a função principal de verificar a exatidão dos dados declarados pelo

exportador ou importador em relação à mercadoria exportada ou importada, e dos documentos

apresentados e de zelar pelo respeito à legislação vigente, com vistas ao desembaraço.

Somente após o desembaraço é autorizada a saída da mercadoria para o exterior, no caso de

exportação, ou a entrega da mercadoria ao importador, no caso de importação (RECEITA

FEDERAL, 2015).

39

A Equipe de Praticagem, composta pelos práticos dos portos - é formada pelo pessoal técnico

especializado, com grande conhecimento marítimo e náutico, além de total domínio das

características da região, que orienta os comandos dos navios nas manobras de entrada e saída

dos portos e passagens pelos canais de navegação. O serviço de praticagem consiste no

conjunto de atividades profissionais de assessoria ao Comandante e é requerido por força de

peculiaridades locais que dificultem a livre e segura movimentação da embarcação ( BRASIL

Lei 9.537/97, cap. 3 art. 12 e 13).

Os Terminais Retroportuários são as instalações em zona contígua à do porto alfandegado,

onde são realizadas operações de unitização e desunitização de mercadorias embarcadas em

container, reboque, semirreboque e, excepcionalmente, de mercadorias a granel ou cargas

especiais, podendo ser alfandegadas ou não.

Além do mais, como o porto é a porta de entrada ou saída do país, em suas dependências

deverá conter um posto fiscal da Alfândega, para controle, nacionalização ou

internacionalização de cargas por parte dos auditores ficais da Receita Federal. Para realizar

as suas funções, os Terminais Retro Portuários se utilizam da estrutura do porto e, em alguns

casos, dos serviços de movimentação de carga, desunitização para vistoria das cargas e de

outros serviços e operadores (RECEITA FEDERAL-Decreto nº 1.910, 1996).

Todas essas instituições e pessoas compreendem o grupo dos principais stakeholders, e

necessitam que a infraestrutura, as operações e a gestão do porto sejam eficientes para que

sejam atendidas suas demandas e expectativas.

2.2 Gestão portuária

A gestão portuária consiste na forma como será gerenciada a infraestrutura, a superestrutura e

a operação portuária. Esta gestão pode ser pública, privada ou administrada em parceria

público/privada.

Os principais modelos de gestão são: o Service Port, no qual toda a autoridade portuária está

sob a gestão pública; o Tool Port, em que a infraestrutura e a superestrutura ficam sob gestão

pública e as operações ficam sob responsabilidade da iniciativa privada; e o Landlord Port, no

40

qual o poder público gerencia a infraestrutura, e a iniciativa privada se responsabiliza pela

superestrutura e operações portuárias (PIERDOMONICO, 2010). No Brasil, a gestão

portuária já foi completamente pública centralizada na PORTOBRÁS do período de 1975 a

1990. A partir 1993, com as novas tendências do mercado internacional e com a promulgação

da Lei de Modernização dos Portos, a gestão passou a ser compartilhada entre a iniciativa

pública e privada, seguindo o modelo Landlord Port.

Com base no relatório do The World Bank, Port Reform Toolkit (2007) a gestão portuária está

em processo de mudança no interesse público e privado na estrutura de propriedade, contratos

e regulação, reforma e desenvolvimento, sendo dividida em nos quatro modelos abaixo:

Public Service Port: O papel da autoridade portuária é disponibilizar uma variedade de

serviços para garantir o bom funcionamento do porto. O porto possui e está a cargo de todos

os ativos e atividades de movimentação de carga. Todas as funções do porto são apenas

realizadas pela autoridade portuária (entidade pública).

Tool Ports: o desenvolvimento recente está mudando papel dos portos, por causa da

participação do setor privado. Neste modelo embora a autoridade portuária seja detentora do

ativo e da superestrutura, o porto permite que empresas privadas passem a realizar algum

nível de atividades de movimentação de carga, ao contrário do porto de serviço público, onde

todas as atividades de movimentação de carga são realizadas pela autoridade portuária.

Landlord Port: A autoridade portuária agora desempenha o papel de um órgão regulador. As

operações portuárias são realizadas por empresas privadas com infraestrutura concedida pela

autoridade portuária. Superestrutura e equipamentos são fornecidos e mantidos pelas

empresas privadas.

Fully Privatized Port: As empresas privadas são detentoras de todos os ativos e prestam todos

os serviços sem o envolvimento do Estado (The World Bank, de 2007, p.82-83).

Uma publicação da UNCTAD de 1998 (p. 10- 11) fornece orientações para as autoridades

portuárias e os governos, quando do processo de privatização de instalações portuárias,

estabelecendo que concessões sejam contratos de arrendamento nos quais o concedente

garante benefícios e direitos de financiar, construir e operar uma instalação pública, por um

41

longo período de tempo. Este mesmo estudo da UNCTAD ressalta a existência de três

principais modelos de concessão e operação dos portos, a seguir especificados:

BOT- Build- Operate- Transfer (Construir Operar Transferir). Neste modelo de

concessão o beneficiário não tem a propriedade das instalações, mas se reconhece que

a ele foi concedido o direito de construir e operar um porto, ou parte dele, por um

longo período. Após o fim do contrato o concessionário poderá retomar as instalações,

ou renovar a concessão.

BOO- Build- Own- Operate (Construir Possuir Operar). Neste outro modelo de

concessão, a outorgada dá ao beneficiário as vantagens da posse das instalações que

serão construídas, não havendo período de tempo especificado para a transferência da

posse.

BOOT - Build- Own- Operate- Transfer (Construir Possuir Operar Transferir). Este

terceiro modelo é semelhante ao anterior, com a diferença de que prevê a devolução

das instalações à parte outorgada, com possível indenização, mediante acordo mútuo

referente ao valor residual.

De acordo com a classificação UNCTAD (1994) os portos podem ser classificados em

gerações portuárias com características específicas, conforme abaixo:

1ª. Primeira geração: possui interface entre dois modos de transporte; não existe

desenvolvimento estratégico específico; atividades tradicionais de manuseio e armazenagem

não organizadas; atividades localizadas nas docas; justaposição das relações entre os portos;

supremacia do suprimento e pouca atenção dada às necessidades dos usuários.

2ª. Segunda geração: considerado como centro de transporte, atividades industriais e

comércio; atividades de transformação (indústrias pesadas), serviços de navios; ampliação da

zona portuária; início de uma comunidade portuária; relacionamento ocasional entre o porto e

sua cidade adjacente.

3ª. Terceira geração: possui centro de transporte integrado com plataforma logística para o

comércio internacional; desenvolvimento estratégico orientado ao mercado distribuição de

42

mercadorias ( tendência para Hub port), atividades logísticas, centro de distribuição; sistema

de Informação (EDI - Electronic Data Interchange - conjunto de formatos de documentos

eletrônicos para transações entre organizações) utilizado pelo porto; racionalização do espaço

do porto Comunidade portuária unificada e ativa, coordenação das atividades e forte

relacionamento entre porto e cidade.

4ª. Quarta geração: portos em rede estratégica para tornar-se um membro da rede mundial;

diversificação das atividades; parceria com operadores na organização dos serviços logísticos;

uso das redes EDI integradas entre os portos, participação em pesquisa de locais para portos,

visando possível desenvolvimento e integração; e cooperação entre as comunidades portuárias

(UNCTAD 1994, apud SOUSA JR.; PRATA.; NOBRE JR., 2008).

Vale ressaltar que em todo o mundo vem aumentando a participação da iniciativa privada em

portos e terminais, em instalações de armazéns e nas operações de navios. Enfim, a

privatização de parte ou de todos os serviços dos portos é uma tendência no mundo

contemporâneo (LACERDA, 2005). E essa tendência é resultante da crescente dependência

das grandes empresas transnacionais com relação aos portos para escoar seus produtos e ou

receber seus insumos das cadeias logísticas globais.

2.2.1 Gestão portuária em âmbito internacional

No âmbito mundial, confirma-se a predominância da descentralização da autoridade portuária

na gestão, com o propósito de transferir autoridade da gestão dos estados e municípios, para a

iniciativa privada.

Na Inglaterra, os principais portos foram privatizados, no intuito de incrementar a sua

competitividade perante outros países. Já em Cingapura ocorre o inverso: os portos são

controlados por uma empresa estatal, que também atua em outros países, construindo e

operando terminais de containers – TECONS. Na Europa Continental existem portos

administrados por fundos municipais, como na Holanda, Bélgica e Alemanha; e por governos

centrais, mas com autofinanciamento portuário, onde os recursos para investimento são

obtidos pela arrecadação de tarifas portuárias e ou originados de empresas privadas. Na

China, o modelo é de total controle por parte do governo central, mas permitindo o

compartilhamento de responsabilidades através de joint ventures entre empresas estrangeiras e

43

estatais em projetos portuários. Ao contrário da China, os Estados Unidos possuem uma

tradição de descentralização e autonomia das autoridades portuárias, dissolvidas nos três

níveis de governo: o federal, o estadual e o municipal. As autoridades são estabelecidas e

delegadas pelos legislativos estaduais, variando sua estrutura nos vários estados da federação.

Já no Canadá, os portos são em sua maioria administrados por autoridades portuárias ligadas

ao parlamento nacional, sendo compostos por 18 autoridades financeiramente

autossuficientes, mas prestando contas periodicamente ao parlamento federal (LACERDA,

2005, p. 302-306).

No Brasil, a autoridade portuária é centralizada nas Companhias das Docas, supervisionadas e

gerenciadas pela ANTAQ. Nos casos dos portos concessionados aos estados, municípios ou à

iniciativa privada, estes deverão seguir as instruções e supervisão da ANTAQ, órgão federal

responsável pelas principais decisões a respeito das gestões e operações dos portos que

operam no país.

2.3 Serviços e indicadores de desempenho portuário.

Os principais serviços prestados pelos portos se constituem de diversas operações realizadas

desde a entrada do navio no porto até sua saída, e tais operações compreendem:

• Os serviços de entrada e de saída dos navios incluindo as atividades de operações dos

serviços prestados aos armadores no processo de atracação e desatracação dos navios, tais

como, os serviços de praticagem e dos rebocadores, a fiscalização e inspeção sanitária e a

vigilância portuária;

• Os serviços de movimentação das cargas, que são serviços prestados pelos operadores no

manuseio das cargas a bordo (na descarga e carregamento dos navios, incluindo o transbordo,

arrumação, peação e despeação, e a contagem dos volumes, anotação de suas características,

procedência ou destino, verificação do estado das mercadorias, assistência à pesagem,

conferência do manifesto, e demais serviços correlatos) e no manuseio em terra

(compreendendo o recebimento e entrega de containers aos donos de mercadorias,

movimentação e arrumação das mercadorias em pátio, e outros serviços de capatazia);

44

• Os serviços complementares aos armadores e aos donos de mercadorias, que são os grupos

de serviços especializados prestados no porto aos armadores (conferência de lacre, transbordo,

pré-estivagem, limpeza de porões, movimentação de containers vazios, etc.) e aos donos de

mercadorias (ovação e desova de containers, frio e monitoramento de temperatura de

containers reefers, pesagem de carga ou container, remoção de mercadorias para inspeção

aduaneira, etc.) (ANTAQ, 2003). (Ver detalhamento dos serviços no diagrama da

organização geral dos serviços Portuários no anexo C).

É importante registrar que para prestar os serviços acima mencionados o porto necessita ter

uma estrutura operacional para satisfazer as condições citadas abaixo:

Proporcionar estrutura segura de abrigo para as embarcações;

Possuir área adequada para que as embarcações possam fazer as manobras de evolução

para entrada e saída do porto

Ter uma profundidade e leito suficiente para a atracação e desatracação das

embarcações;

Proporcionar o embarque e desembarque de mercadorias e passageiros de forma

rápida, segura e ágil;

Disponibilizar áreas contíguas que permitam a instalação de armazéns, terminais

alfandegados e estação de passageiros.

Possuir acessos multimodais para interligar o porto com a área de influência

(MORAES, 2003 apud CURCINO, 2007).

Nesse contexto, para se analisar a eficiência de um porto tem-se que levar em consideração

múltiplos indicadores, que compõem esses conjuntos de serviços. Como o porto é o elo entre

as mercadorias de um país e os mercados internacionais, o desempenho afetará a

competitividade dos produtos. Logo, o nível de eficiência portuária influencia diretamente na

competitividade do país, pois com o aumento da produtividade se reduzem os custos

operacionais dos navios e consequentemente ocorre uma redução nos custos de exportação,

melhorando assim a competitividade nos mercados internacionais.

O indicador de eficiência produtiva é medido pela relação entre os recursos utilizados e os

recursos obtidos, na produção do serviço e tal indicador é calculado conforme equação abaixo

(DAVIS; AQUILANO;CHASE, 2001):

45

Eficiência Produtiva = Soma ponderada das saídas (outputs)

Soma ponderada das entradas (inputs)

Assim, para medir a produtividade de um porto se faz necessário analisar a relação entre os

múltiplos recursos empregados (berços, equipamentos, terminais, armazéns, etc.) para

produzir os serviços e o resultado desta produção (receita gerada, movimentação em TEUS,

em toneladas, etc.).

Com o objetivo de gerar informações que sirvam para o gerenciamento dos portos e TUPs, o

planejamento e desenvolvimento portuário, regulação por parte da ANTAQ e demais órgãos

das atividades econômicas, de exploração exercida pelas autoridades portuárias, dos

arrendatários e operadores, além de obter padrões e parâmetros comparativos de desempenho

e divulgação pública foi criado o Sistema de desempenho Portuário (ANTAQ, 2015).

Este Sistema é responsável por coletar dados, informações e preços das operações portuárias

nos portos organizados e TUPs, composto por um banco de dados que são usados de

referência para cálculo dos indicadores necessário para avaliação dos serviços e custos

portuários (ANTAQ, 2015).

A ANTAQ elaborou, em 2003, uma cartilha de orientação definindo os seguintes grupos de

indicadores:

Caracterização do ambiente externo: indicadores que medem a relação do porto com

as características econômicas da região em que está inserido. Exemplos: quantidades de

mercadorias movimentadas; relação contêiner cheio/contêiner vazio; tamanhos de navios que

podem operar, entre outros.

Caracterização do ambiente interno: indicadores que medem as instalações dos portos

para operação de navios e serviços aos donos de mercadorias. Estes se dividem três tipos:

1. Indicadores de infraestrutura: Quantidades de berços, profundidades e extensões;

Equipamentos para carregamento e descarga; Instalações de estocagem; Equipamentos

46

para serviços de entrega e recebimento e serviços acessórios; Recepção multimodal,

entre outros;

2. Indicadores de Desempenho Operacional nos Serviços aos Navios: Tempo médio de

espera de navios; preço médio de taxas portuárias aos navios; preços médios de

utilização de equipamentos de movimentação;

3. Indicadores de Desempenho nos Serviços aos Donos de Mercadorias: Tempo médio

de demora de cargas nas dependências do porto; Tempos médios de espera de veículos

para ovação ou desova; Preços médios de entrega ou de recebimento, entre outros.

Seguem abaixo algumas definições de indicadores abordados neste trabalho, conforme

definição da Cartilha de indicadores da ANTAQ (2003).

Quadro 2 - Indicadores de desempenho portuário

GRUPO INDICADOR DEFINIÇÃO

Ambiente

externo

Quantidade de

mercadorias

Medida em toneladas métricas (t), por tipo de

mercadoria, segundo a classificação da NBM

(Nomenclatura Brasileira de Mercadorias) e por forma

de manuseio - carga geral solta, granéis sólidos, granéis

líquidos, contêineres e roll on roll off.

Ambiente

externo

Quantidade de

Contêineres

Movimentados

Em quantidades de unidades de 20’ e 40’ e em TEU,

por terminal ou conjunto de berços, indicando a

intensidade de utilização de cada terminal ou conjunto

de berços.

Ambiente

externo

Desbalanceam

ento ou

Inbalance

Medido em TEU e em percentagem, por terminal ou

conjunto de berços e para o porto todo, o

desbalanceamento entre importação e exportação de

contêineres cheios.

Ambiente

externo

Relação

Contêiner

Cheio/Vazio

Medida em TEU e em percentagem por terminal ou

conjunto de berços e para o porto todo, complementa o

indicador de desbalanceamento, com a indicação da

quantidade útil de unidades movimentadas.

Ambiente

externo

Quantidade de

Navios

Por tipo – carga geral, graneleiro, de contêineres, roll

on roll off, de porão refrigerado (reefer), etc., por

terminal ou conjunto de berços e para o porto todo,

definindo os tipos de navios que frequentam o porto e

sua distribuição pelos terminais e conjuntos de berços.

Infraestrutura Quantidades

de berços,

profundidade e

extensões.

Define quantos navios podem ser atendidos ao mesmo

tempo, considerando os tipos e tamanhos que

frequentam o terminal.

Infraestrutura Equipamentos

para

carregamento

Identifica tipos, quantidades e capacidades nominais –

em unidades por hora, para contêineres, e em toneladas

por hora, para carga geral e para granéis.

47

e descarga

Infraestrutura

Instalações de

estocagem

Composta por armazéns de carga geral, de cargas

frigoríficas, de grãos, silos, pátios de contêineres e de

veículos e outros - quantidades, áreas, localização,

destinação e denominação, responsável pela

exploração, capacidade estática, alturas de

empilhamento e equipamentos de manuseio.

Infraestrutura

Equipamentos

para serviços

de entrega e

recebimento e

serviços

acessórios.

Composto por caminhões e carretas, empilhadeiras,

reach stackers e transtêineres, elevadores e outros, e

com as respectivas capacidades nominais, em unidades

por hora, para contêineres, e em toneladas por hora,

para carga geral e granéis sólidos.

Infraestrutura

Recepção

rodoferroviária

Formas de recepção das cargas e quantidade de

veículos que podem ser atendidos ao mesmo tempo,

considerando tipos e tamanhos que frequentam o

terminal, por modal de transporte utilizado.

Desempenho

Operacional

nos Serviços

aos Navios

Tempo Médio

de Espera de

Navios

Indicador da qualidade do atendimento, em termos do

tempo, medido em horas e minutos, gastos com espera

de atracação dos navios de cada grupo de carga ou

produto, para cada terminal ou conjunto de berços.

Desempenho

Operacional

nos Serviços

aos Navios

Prancha Média Indica a produtividade média de cada terminal ou

conjunto de berços, medida em relação ao tempo de

atracação dos navios, tomado como tempo de

atendimento, medida em unidades por hora, por navio,

para contêineres e em toneladas por dia, por navio,

para carga geral, roll on roll off, granéis líquidos e

granéis sólidos, em cada terminal ou conjunto de

berços.

Desempenho

Operacional

nos Serviços

aos Navios

Preço Médio

de Taxas

Portuárias aos

Navios.

Expresso em Reais (R$) por unidade cheia

movimentada, para os contêineres e em Reais (R$) por

tonelada movimentada, para carga geral, roll on roll

off, granéis líquidos e granéis sólidos, indica a

economicidade das taxas portuárias pagas pelos

armadores, nos serviços de linha regular, ou

diretamente pelo dono da mercadoria, pela

movimentação das cargas, nos serviços de navios

tramp.

Desempenho

Operacional

nos Serviços

aos Navios

Despesa Média

de Entrada e

Saída de

Navios.

Indica o custo médio de escala do navio (call cost),

para cada terminal ou conjunto de berços. É medida em

Reais (R$) por navio e por unidade movimentada ou

por TEU, para os navios de contêineres e por tonelada

movimentada para os navios de carga geral, roll on roll

off, granéis líquidos e granéis sólidos.

Desempenho

Operacional

nos Serviços

aos Navios

Preços Médios

de Utilização

de

Equipamentos

Indicam o preço médio, em Reais (R$) por unidade

cheia movimentada, para contêineres e em Reais (R$)

por tonelada movimentada, para carga geral, roll on

roll off, granéis líquidos e granéis sólidos, do aluguel

48

de

Movimentação

de equipamentos utilizados nas operações de

embarque/descarga, pago ao arrendatário do terminal

ou a terceiros, em cada terminal ou conjunto de berços.

Desempenho

Operacional

nos Serviços

aos Navios

Despesa Média

de Entrada

e Saída de

Navios

Indica o custo médio de escala do navio (call cost),

para cada terminal ou conjunto de berços.

É medida em Reais (R$) por navio e por unidade

movimentada ou por TEU, para os navios de

contêineres e por tonelada movimentada para os navios

de carga geral, roll on roll off, granéis líquidos e

granéis sólidos.

Serviços aos

Donos de

Mercadorias

Tempo médio

de espera

para

atendimento de

veículos

terrestres

Para cada terminal e por sentido de tráfego - embarque

e descarga, o tempo médio de espera desde a

apresentação até a saída, em horas e minutos, por

veículo (caminhão ou vagão) de transporte de carga

geral solta e granéis sólidos.

Indica a presteza do atendimento aos veículos a serviço

dos donos de mercadorias.

Serviços aos

Donos de

Mercadorias

Produtividade

média nos

serviços de

ovação e

desova de cntr.

Indica a eficiência dos serviços, em quantidade de

unidades de 20’ e de 40’ enchidas ou desovadas por

dia, por pátio de estocagem, por terminal, por sentido

de tráfego - embarque e descarga.

Serviços aos

Donos de

Mercadorias

Taxa média de

ocupação das

instalações de

estocagem

Verifica o nível de utilização, em percentagem, das

instalações de estocagem de contêineres

no pátio e de carga geral solta e granéis sólidos nos

armazéns e silos do terminal, pela relação entre as

quantidades de cargas estocadas no período e a

capacidade nominal da instalação. É medida por

terminal e por sentido de tráfego - embarque e

descarga, por pátio de estocagem, para contêineres e

por armazém, por silo ou por conjunto de armazéns ou

de silos, para carga geral e granéis sólidos.

Serviços aos

Donos de

Mercadorias

Preços médios

de Ovação ou

Desova

Indicam os preços médios cobrados por operadores ou

arrendatários, em Reais (R$) por unidade

movimentada, pelos serviços de ovação e/ou desova de

contêineres, por requisição do dono da mercadoria, em

cada terminal ou pátio de estocagem.

Fonte: Adaptado da ANTAQ (2003).

Estes indicadores compõem a base dos índices de desempenho que são avaliados pela

ANTAQ nos portos e os dados são disponibilizados no sistema de informações gerenciais. O

porto de Suape por ser um porto organizado, possuir estes indicadores disponibilizados ao

público no seu site e também no SIG da ANTAQ e estes foram analisados nesta pesquisa.

49

3 METODOLOGIA

Neste capítulo será apresentada a metodologia utilizada na pesquisa da obtenção e análise dos

dados. O estudo em questão tem caráter local, o visa avaliar a percepção dos usuários do porto

de Suape.

3.1 Delineamento da Pesquisa

Quanto ao gênero será uma pesquisa qualitativa e quantitativa, realizada em duas etapas:

pesquisa descritiva e pesquisa exploratória. Na primeira (descritiva) foi realizado um

levantamento dos dados secundários e uma entrevista pessoal com o diretor de Gestão

Portuária do Porto de Suape em 2014, para descrever o desempenho do Porto de Suape. A

segunda parte da pesquisa (exploratória) foi realizada através de questionário online, tipo

survey, para identificar a percepção dos usuários.

3.1.1 Pesquisa descritiva

A pesquisa descritiva descreve o Porto de Suape com relação aos aspectos gerenciais e

operacionais. Este tipo de pesquisa tem como objetivo principal descrever um fato ou

acontecimento, características ou funções de mercado (MALHOTRA, 2006). O estudo

descritivo descreve uma situação com o propósito de mensurar um elemento ou atividade, e é

estruturado para medir características em uma questão de pesquisa (HAIR JR. et al., 2005).

Para analisar o desempenho do porto de Suape, foram analisados os seguintes grupos de

indicadores (ANTAQ, 2014):

I. Caracterização do ambiente externo: quantidade de mercadorias movimentadas;

relação contêiner cheio/contêiner vazio.

II. Caracterização do ambiente interno: foram usados os seguintes indicadores:

Indicadores de infraestrutura: Quantidade de berços, profundidades e

extensões; Equipamentos para carregamento e descarga; Instalações de

50

estocagem; Equipamentos para serviços de entrega e recebimento; serviços

acessórios; Recepção multimodal.

Indicadores de Desempenho Operacional nos Serviços aos navios: Tempo

médio de espera de navios; preço médio de taxas portuárias aos navios.

Indicadores de Desempenho nos Serviços aos Donos de Mercadorias: Tempo

médio de demora de cargas nas dependências do porto; Tempos médios de

espera de veículos para ovação ou desova; Preços médios de entrega ou de

recebimento, entre outros.

A entrevista pessoal foi realizada em 09 de dezembro de 2014, com o objetivo de levantar

informações sobre o modelo de gestão e o desempenho do porto de Suape. Foi utilizado o

método de entrevista semiestruturada utilizando algumas perguntas norteadoras. (Ver o

apêndice A).

3.1.2 Pesquisa exploratória

A pesquisa exploratória tem como objetivo identificar dentre os principais indicadores, quais

são os percebidos pelos usuários como tendo um bom desempenho, um desempenho razoável

ou ruim. Esta pesquisa busca explorar um problema ou uma situação para identificar os

critérios e obter uma maior compreensão do problema, descobrindo as ideias e percepções dos

usuários (MALHOTRA, 2006).

O estudo exploratório é indicado quando o pesquisador possui poucas ou informações vagas

para orientar as previsões, sendo usada para desenvolver uma melhor compreensão do

problema pesquisado. Os planos exploratórios não têm intenção de testar hipóteses

específicas, são orientados para a descoberta. A pesquisa exploratória é usada para identificar

percepção, comportamento e necessidade dos consumidores (HAIR JR. et al., 2005).

A pesquisa exploratória busca tornar o problema mais explícito ou construir hipóteses, com o

objetivo principal de aprimorar as ideias ou descoberta de intuições. Composta por um

planejamento bastante flexível possibilita análise de vários a aspectos relativos ao fato

estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: levantamento bibliográfico;

entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e

51

análise de exemplos que "estimulem a compreensão” (SELLTIZ et al., 1967, p. 63, apud

GIL, 2002. p.41).

A segunda etapa da pesquisa, a exploratória, foi realizada com os usuários do porto de Suape

para analisar a percepção destes com relação aos serviços e custos, à gestão da administração

portuária, ao desempenho dos operadores, à infraestrutura operacional e ao desempenho das

autoridades portuárias e sugestões de melhorias.

3.2 População e Amostra

O objetivo central do estudo é identificar a percepção dos usuários do Porto de Suape com

relação ao desempenho do porto. A população estudada consiste dos usuários do porto de

Suape, os quais foram analisados através de amostra não probabilística por quotas no grupo de

usuários do Porto.

Na amostra não probabilística o pesquisador usa métodos subjetivos para selecionar os

elementos da amostra, tais como sua experiência pessoal, conveniência, conhecimento

especializado, etc. O método usado foi o de amostragem por quota, que se assemelha a

amostra aleatória, mas difere deste, pois a amostra é definida por conveniência e não por

métodos estatísticos. Nela, o pesquisador define os estratos da população alvo, determina o

tamanho total da amostra e estabelece quotas para os elementos, com objetivo que conseguir

que a amostra total tenha representação proporcional dos estratos da população alvo (HAIR

JR. et al., 2005).

O grupo de usuários é composto por empresas que utilizam os serviços do porto, com

processo de exportação ou importação, transporte, serviços de transporte, entre outros. Este

grupo de usuários pode ser dividido nos seguintes estratos:

Clientes diretos: Armadores, Operadores portuários, Agentes Marítimos e Terminais

retroportuários.

Clientes indiretos: empresas exportadoras, empresas importadoras, agentes de carga

(NVOCC), empresas de despacho aduaneiro e transportadores rodoviários.

52

Essa pesquisa teve a intenção de conseguir uma amostra total que represente os estratos dos

usuários diretos e indiretos. No total foram entrevistados mais de 100 usuários do porto. A

coleta foi finalizada quando se atingiu a marca de 103 respondentes do questionário online,

com representantes dos tipos de usuários citados anteriormente.

3.3 Instrumentos de coleta de dados

A coleta de dados para a pesquisa descritiva foi feita através de análise de documentos

informatizados, referentes aos dados estatísticos da ANTAQ e disponibilizados no site do

Porto de Suape. Para a pesquisa exploratória serão aplicados questionários online tipo survey

(Ver questionário no apêndice - B).

Na pesquisa descritiva foram analisados dados secundários, obtidos com um levantamento

dos dados estatísticos do porto de Suape disponibilizado pelos anuários estatísticos e no

Sistema de Informações Gerenciais – SIG da ANTAQ, bem como através de entrevista

pessoal com o diretor de Gestão Portuária do Porto de Suape em 09 de dezembro de 2014.

Com os usuários, a pesquisa foi realizada por meio de questionário online tipo, survey. Neste

tipo de questionário, também conhecido com auto administrável, é indicado quando o projeto

de pesquisa envolve uma coleta de informações de uma grande amostra de indivíduos e nela

os participantes sabem claramente estão sendo coletadas informações sobre seu

comportamento ou percepções (HAIR JR. et al., 2005).

O instrumento de pesquisa foi elaborado pela autora com base nos questionários usados na

pesquisa da CNT no ano de 2012 e nas revisões bibliográficas das dissertações de Mestrado

sobre o Porto de Recife de Ribamar Santana (2012) e do Diagnóstico da Cabotagem no Porto

de Suape de Simone Cruz (2011).

O questionário é composto por 20 questões, sendo 19 questões fechadas, em forma de escala

de Likert, múltipla escolha e ranqueamento, e uma questão aberta, Todas as perguntas foram

elaboradas com o intuito de investigar a percepção dos respondentes quanto ao desempenho e

a última com sugestões de melhorias (Ver detalhes no apêndice B).

53

Para facilitar o entendimento, o questionário foi agrupado em etapas, distribuídas conforme

quadro abaixo:

Quadro 3 - Agrupamento das questões de acordo com o questionário sobre o desempenho do Porto de

Suape

Grupo de questões Descrição Questões

Descrição da população de

respondentes

Perfil da população, categorização dos

respondentes por sexo, idade, nível de

instrução e cargo de ocupação na empresa que

trabalham.

Q1, Q2, Q3 e

Q5.

Descrição da Empresa e

movimentação de carga

Caracterização a área de atuação da empresa,

os destinos ∕ origens e os tipos de cargas mais

movimentadas.

Q4, Q6, Q7 e

Q8.

Avaliação do desempenho da

Gestão da Administração

Portuária

Identificação a percepção dos usuários com

relação à gestão da administração portuária.

Q10 e Q11.

Avaliação dos custos

operacionais.

Categorização os curtos dos serviços do porto. Q12 e Q13.

Avaliação do desempenho

Operacional

Identificação a percepção dos usuários com

relação ao desempenho dos operadores e das

operações de gestão da administração

portuária.

Q14, Q15 e Q18.

Avaliação da infraestrutura Identificação a percepção dos usuários com

relação à infraestrutura da área retroportuária e

de acesso multimodal.

Q16 e Q17.

Avaliação das Autoridades

portuárias.

Identificar a percepção dos usuários com

relação ao desempenho das Autoridades

portuárias.

Q19.

Avaliação das vantagens e

sugestões de melhorias para o

porto.

Categorização as vantagens percebidas em

operar no porto e as sugestões de melhorias.

Q8 e Q20.

Fonte: Elaborado pela autora.

Após a elaboração do questionário, foi realizado um pré-teste com três pessoas, que conhecem

e usam os serviços de porto, distribuídos da seguinte forma: um representante de um terminal

retroportuário; um representante dos armadores e uma consultora da área de logística

portuária.

3.4 Procedimentos de coleta de dados

O questionário da pesquisa foi aplicado no período de 23 de dezembro de 2014 a 02 de

fevereiro de 2015, por meio do sistema de pesquisa online utilizando o site da Survey

Monkey. Esse sistema permite a coleta das respostas via e-mail, links na internet e em redes

54

sociais, e é muito usado por pesquisadores pela sua facilidade na coleta de dados com um

grande número de respondentes.

Após o levantamento da relação de pessoas para envio do questionário, feita através de lista

de contatos pessoais, contato com entidade de classe, como o sindicato dos despachantes, base

de mailing de empresa de consultoria da área IDELOG e contatos pessoais em redes sociais,

foi elaborada uma chamada, convidando-se os usuários do porto a participar da pesquisa.

Nesta chamada, além do convite, deixava-se claro que a pesquisa se tratava de um estudo para

elaboração de uma dissertação de mestrado e que, caso desejasse, ao final da pesquisa o

respondente poderia solicitar o recebimento de um relatório executivo contendo os resultados.

Para responder a pesquisa, os respondentes, usuários do porto de Suape, acessaram o sistema

através do e-mail recebido ou via o link do endereço eletrônico do questionário:

https://pt.surveymonkey.com/s/PesquisaPortodeSuape para ter acesso às perguntas.

Ao final da coleta de dados foi gerada uma base em Excel, contendo as respostas para se

iniciar as análises dos dados.

3.5 Tratamento e análise de dados

Com as respostas obtidas na coleta dos dados com usuários foi construído um banco de dados

em uma planilha eletrônica Microsoft Excel, o qual foi exportado para o software Statistical

Package for Social Sciences - SPSS, versão 18, onde foram realizadas as análises com base

em estatística descritiva e inferencial. O método descritivo é usado quando o pesquisador

necessita descrever as características importantes de um conjunto de dados (TRIOLA,

2013). A estatística inferencial é o método indicado estimar características de uma

população baseada nos resultados amostrais (MARTINS; DOMINGUES, 2011).

Na descrição da população e empresas usuárias do porto de Suape foram calculadas as

frequências percentuais e construídas as respectivas distribuições de frequência. Para avaliar a

percepção destes usuários acerca das vantagens de se operar no Porto, da gestão do porto, dos

custos e serviços, da infraestrutura operacional, da infraestrutura de apoio e das autoridades

portuárias, também foram utilizadas as estatísticas descritiva e inferencial através da

55

distribuição de frequência. Para comparar as proporções encontradas no estudo foi aplicado o

teste Qui-quadrado para proporção. Este teste estatístico é utilizado para testar a significância

entre a distribuição de frequência entre dois ou mais grupos, e para comparar as frequências

observadas com as esperadas (MARTINS; DOMINGUES, 2011).

Para a avaliação do desempenho da administração portuária, dos operadores portuários, do

desempenho operacional do porto e das autoridades portuárias, foram atribuídos escores de 1

a 6 (ou 5) sendo o menor valor para os elementos mais importantes e o maior valor para os

elementos de menor importância, nas questões de ranqueamento e escala de Likert. Para

análise desta avaliação foi calculada a média dos escores por item avaliado. Todas as

conclusões do estudo foram extraídas considerando-se um nível de significância de 5%.

Na avaliação da sugestão de melhorias através de questões abertas, foi realizada uma

categorização das respostas em nove categorias e realizada a distribuição de frequência das

respostas obtidas.

3.6 Limites e limitações

A pesquisa descritiva se limita a descrever o grau, a infraestrutura e os indicadores de

desempenho do Porto de Suape, com relação aos anos de 2012 a 2014. Já a pesquisa

exploratória tem como limite identificar a percepção dos usuários do porto, quanto ao

desempenho do porto de Suape em relação à gestão e aos aspectos operacionais. Com relação

à pesquisa qualitativa as limitações ocorreram na amostra da população da pesquisa, pois foi

realizada de forma aberta. Além do fato de o período para a coleta dos dados não ter sido

muito propício, devido a ser uma época de férias ou recesso na maioria das empresas.

56

4 ANÁLISE DOS DADOS

Este capítulo apresenta as análises dos resultados com relação aos objetivos específicos da

pesquisa. Para a primeira parte referente ao objetivo (1): Descrever a infraestrutura

administrativa, operacional e o desempenho do porto de Suape com base nos documentos

oficiais do porto e nos indicadores da ANTAQ referentes aos anos de 2012 a 2014, foi

realizado um levantamento de dados secundários a partir de documentos da ANTAQ e do

próprio porto, como também através de informações obtidas na entrevista com o diretor de

gestão portuária. A segunda parte foi analisada a partir dos dados obtidos com a pesquisa de

campo com os usuários, e compreende os seguintes objetivos: (2) Investigar a percepção dos

usuários com relação à gestão da administração do porto e ao desempenho das autoridades

portuárias; (3) Categorizar os aspectos operacionais de custos, serviços de operação portuária

e infraestrutura na percepção dos usuários; (4) Apontar quais os fatores de competitividade e

pontos de melhorias percebidos pelos usuários do porto; (5) Categorizar a percepção com

relação aos aspectos operacionais e gerenciais por tipo de empresa usuária.

4.1 Descrições da infraestrutura e dos indicadores do porto de Suape

Esta seção descreve a infraestrutura operacional e de gestão do Porto de Suape e analisa os

indicadores de desempenho do porto com base nos dados estatísticos obtidos com a ANTAQ,

visando atender o objetivo específico (1): Descrever a infraestrutura administrativa,

operacional e o desempenho do porto de Suape com base nos documentos oficiais do porto e

nos indicadores da ANTAQ referentes aos anos de 2012 a 2014.

4.1.1 Infraestruturas do Porto de Suape

A infraestrutura é um aspecto fundamental para o desempenho do porto. Ela é composta de

ativos fixos imobilizados e móveis a partir dos quais é realizada a movimentação de carga

entre os navios e os modais terrestres. A infraestrutura portuária pode ser dividida em:

Infraestrutura Terrestre: permite a movimentação de cargas entre os navios, por meio

das rodovias, ferrovias, dutos e esteiras, mas também incluindo os terminais de

embarque, e pátios de área de armazenagem;

57

Infraestrutura Aquaviária: constituída pelos canais de acesso, berços de atracação,

bacia de evolução e quebra mares;

Superestrutura: composta pelos equipamentos de movimentação de cargas e dos

armazéns dentro da instalação portuária que, em sua maioria, são administrados por

empresas privadas (LACERDA, 2005).

4.1.2 Dados do Porto e da Administração Portuária

O porto de Suape localiza-se no litoral do Estado de Pernambuco, próximo à foz dos rios

Tatuoca e Massangana, entre o município do Cabo de Santo Agostinho e o pontal do Cupê, na

cidade de Ipojuca, 35 km de distância da Capital, Recife. Endereço: Rodovia PE, 60, Km 10,

Engenho Massangana Ipojuca PE. CEP: 55590-000 Latitude 08◦ 24’S e Longitude: 34◦ 57”W

(BORGER A.; BORGER F., 2009).

Devido à sua localização estratégica, Suape coloca-se como porto estratégico para rotas

internacionais e Hub para as demais regiões do Brasil, principalmente o Norte e Nordeste do

país. Num raio de 300 km, o porto de Suape atinge 4 capitais do Nordeste, além de estar a 7

dias da Costa Leste dos EUA e 9 dias do porto de Rotterdam na Holanda, um dos principais

hub ports da Europa ( SUAPE, 2010).

A administração portuária é realizada pela empresa Suape Complexo Industrial Portuário

Governador Eraldo Gueiros, do Governo do Estado a administração concedida por

autorização do governo federal ao estadual, pelo convênio firmado em 9 de abril de 1992. A

partir no ano de 2013, com promulgação da Lei nº 12.815, a autoridade portuária passou a se

reportar diretamente a Agência Nacional de Transporte aquaviário - ANTAQ e a Secretária

Especial de Portos- SEP, as quais supervisionam a gestão, operação e licitações de obras

estruturais da área do Porto organizado (BRASIL - Lei nº 12.815/2013).

A área do Porto Organizado possui um total de 13,5 mil hectares e foi definida pela Portaria -

MT nº 1.031, de 20/12/93 (D.O.U. de 22/12/93), a qual descreve a área, que é constituída pelo

porto organizado de SUAPE, incluindo as instalações e equipamentos, conforme descrito

abaixo:

58

a) as instalações portuárias terrestres existentes nos municípios de

Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho, desde a foz do rio Ipojuca e o

ramal ferroviário de acesso ao parque de tancagem, até a baía de

SUAPE e o rio Masangana, abrangendo todos os cais, docas, pontes e

píeres de atracação e de acostagem, armazéns, edificações em geral e

vias internas de circulação rodoviária e ferroviária e ainda os terrenos

ao longo dessas áreas e em suas adjacências pertencentes à União,

incorporados ou não ao patrimônio do porto de SUAPE ou sob sua

guarda e responsabilidade;

b) a infraestrutura de proteção e acessos aquaviários, compreendendo

as áreas de fundeio, bacias de evolução, canal de acesso e áreas

adjacentes a esse até as margens das instalações terrestres do porto

organizado, conforme definido no item "a" acima, existentes ou que

venham a ser construídas e mantidas pela Administração do Porto ou

por outro órgão do poder público (MINISTÉRIO DOS

TRANSPORTES , Portaria – MT nº 1.031/ 93).( Ver no anexo D o

mapa do porto organizado).

A gestão portuária de Suape pode ser definida como o modelo de gestão Landlord Port, uma

vez que a parte da infraestrutura fica sob a gerenciamento do poder público e a superestrutura

sob a iniciativa privada, através da concessão da operação aos operadores portuários privados

e concessão dos berços 2 e 3 à empresa Tecon Suape S/A, subsidiária da International

Container Terminal Inc, grupo filipino.

Para gerenciar o complexo industrial e o porto organizado a diretoria é composta de um

diretor presidente, um vice-presidente e mais sete diretorias: Diretor de Administração e

Finanças; Diretor de Engenharia; Diretor de Gestão Fundiária e Patrimônio; Diretor de

Planejamento e Gestão; Diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade; Diretor de Relações

Institucionais e Diretor de Gestão Portuária (SUAPE, 2015).

Dentre estas a diretoria de Gestão Portuária é a que gerencia a integração da autoridade

portuária com as instituições governamentais e instituições privadas para a operacionalização

do porto. De acordo com a entrevista pessoal realizada com o Diretor de Gestão Portuária em

09 de dezembro de 2014, Sr. L.C., esta diretoria tem as seguintes atribuições:

59

“Devido a uma série de legislações e regulações portuárias foi criada a

diretoria de Gestão Portuária que irá cuidar de todos os aspectos referentes à

área portuária independente do setor. Ou seja, é responsável pela área

comercial, negocia e desenvolve os terminais; pela área operacional, que

controla a lista de navios, chegada e saída das embarcações, ordem de

operação nos terminais; pela área de segurança, ISPS CODE e toda a questão

que envolva a segurança do porto e pela parte de manutenção (defensa,

cabeço e boia); e é a responsável pela interação com todos os órgãos

intervenientes.”

A autoridade portuária responde diretamente aos órgãos intervenientes, como a ANTAQ e

SEP, no cumprimento das normas. Esta intervenção da União da gestão é percebida na fala do

diretor de gestão portuária, Sr. L.C., conforme abaixo:

“A autoridade portuária é obrigada e seguir as normas destas instituições...

Tem havido uma tendência dos órgãos em transferir a responsabilidade da

fiscalização para a autoridade portuária local, por exemplo, a ANTAQ

baixou a resolução nº 3274 que institui as multas referentes a operações dos

terminais portuários (operador portuário privado) e em grande para deles a

autoridade portuária é corresponsável se o terminal não cumprir, a ANTAQ

multa o terminal e autoridade portuária por não ter agido [...] até regular se

os caminhões estão de acordo com as normas da ANTT é função da

autoridade portuária.”

Observa-se no discurso acima a intervenção direta do governo federal na gestão da autoridade

portuária e na operacionalização dos terminais privados e arrendatários (terminais

retroportuários) do porto organizados. Essa atuação direta da ANTAQ e da SEP ocorreu após

promulgação da Lei nº 12.815-2013.

4.1.3 Infraestrutura terrestre e aérea

A infraestrutura terrestre é composta pelos acessos multimodais e pela área de pátio e tanques

para armazenagem de mercadorias. A aérea corresponde ao acesso ao aeroporto mais próximo

ao porto. Segue abaixo o detalhamento dos acessos multimodais:

Rodoviário: pelas Rodovias estaduais PE-28 e PE-060, que encontram a federal BR-

101 no município do Cabo (PE).

60

Ferroviário: O acesso ferroviário é feito pela EF-101. Entre as estações do Cabo e

Ponte dos Carvalhos deriva-se o Tronco Distribuidor Ferroviário – TDF, o qual é

composto por uma via com 23 km de extensão, construída em bitola métrica e

dormentes de concreto, administrada pela Transnordestina Logística S/A, antiga

companhia Ferroviária do Nordeste- CFN.

Dutoviário: O transporte de carga por dutovia de/para o porto ocorre nos seguintes

casos: Transporte de butadieno do terminal empresa TEQUIMAR, na área do porto,

até a indústria Lanxess no município de Cabo; Transporte de MAG do terminal

TEQUIMAR, na área do porto, até a indústria de PET da M&G; Transporte futuro de

petróleo cru, que desembarcará no PGL-3, para a RNEST, por um sistema de dutos,

com faixa de servidão de 50m.

Aéreo: acesso pelo Aeroporto internacional Gilberto Freire, no Recife e heliporto

localizado a 500 metros do centro administrativo de Suape (ANTAQ, 2014; BORGER

A.; BORGER F., 2009).

Complementando a infraestrutura terrestre, ainda se incluem 45 hectares de pátios para

contêineres; tanques com capacidade para 500 mil m³ de graneis líquidos; 9 silos de 5 mil

toneladas (cada) em um total de 45 mil toneladas e 55 hectares de área alfandegada.

4.1.4 Infraestrutura aquaviária

A infraestrutura aquaviária é composta pelo acesso marítimo e pelos cinco caís do porto

interno e pelos píeres do porto externo, descritos abaixo.

Acesso marítimo: A entrada do Porto de Suape ocorre entre o farol da ponta do molhe de

proteção e a boia de balizamento nos arrecifes. Há uma orientação para o tráfego marítimo,

representada por uma linha reta, na direção nordeste/sudoeste, passando pela extremidade do

molhe. O canal de acesso ao Porto Externo tem 5.000 m de extensão, 300 m de largura,

profundidade mínima de 16,5 m e o calado máximo permitido é de 14,5m na preamar. O

acesso ao Porto Interno é feito por uma abertura nos arrecifes com 300 m de largura

(ANTAQ, 2014).

61

Porto interno: é constituído por 1600 m de cais, compostos por cinco berços para atracação

dos navios, todos, em média, com 15,5 metros de profundidade.

Cais 1 – É público, possui 275 m de extensão e movimenta carga geral, predominando a

operação de minério de ferro, coque, escória e clínquer.

Cais 2 e 3 – Berços Privados, que concentram a movimentação de contêineres, arrendados à

empresa Tecon Suape em 2001. Formando um total de 660 m de cais com capacidade para

movimentação de 600 mil contêineres/ ano.

Cais 4 – Inaugurado em 2007, é público e possui 330 metros de extensão. Atualmente,

movimenta carga geral e grãos. A perspectiva do porto é iniciar, em breve, o desembarque de

veículos por meio desse terminal. (SUAPE, 2015).

Cais 5 – Inaugurado em setembro de 2009, com 335 metros de extensão, o novo berço deverá

movimentar nos primeiros anos de operação, cargas gerais e açúcar a granel (SUAPE, 2015).

Porto Externo: é composto por um molhe de pedras de proteção em “L”, com 3.050m de

extensão e bacia de evolução com 20 m de profundidade. Abriga quatro píeres de granéis

líquidos (PGL1, PGL2, PGL3 – A e PGL3 – B), um cais de múltiplos usos e uma tancagem

flutuante de GLP (ANTAQ, 2015).

Píer de Granéis Líquidos 1 – PGL 1, compreende 2 berços para navios de 190 metros de

comprimento, com 14m de profundidade para atracação de navios de 45 mil TPB5 (Toneladas

de Porte Bruto). A plataforma central conta com 84m comprimento e 25m de largura, com

extensão total de 330 m, e possui 4 dolfins6 laterais e ponte de acesso a tubulações de

transporte de granéis líquidos ( ANTAQ, 2015; SUAPE, 2015).

5 TPB (Toneladas de Porte Bruto): É o peso que um navio pode embarcar, consideradas não apenas a carga

comercial e a tripulação, mas tudo o que é necessário à sua locomoção (combustível, água, etc.) e à sua

tripulação (víveres, roupas, etc.). Fonte : Cepa USP – Transporte . Disponível em:

<http://cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo1A/transporte2.html> . Acesso em 03 de mar. 2015.

6 Os dolfins de atracação e amarração dos navios são blocos de concreto sobre estacas.

Fonte: Braskem – Terminal marítimo. Disponível em:

<http://www.braskem.com.br/Portal/Principal/Arquivos/Download/Upload/Terminal%20Mar%C3%ADtimo%2

0BRASKEM%20-%20Rio%20de%20Janeiro-RJ%20Rev%201_113.pdf> acesso em 03. Mar. 2015.

62

Píer de Granéis líquidos – PGL 2, possui 386m de extensão, tem 2 berços para navios de

270m e 14,5m de profundidade para atracação de navios de 90 mil TPB. Possui plataforma de

operações com 10 dolfins para atracação e amarração. Ambos os píeres são operados por

empresas habilitadas pela Agência Nacional de Petróleo, à ANP, e pré-qualificadas pelo Porto

de Suape ( ANTAQ, 2015; SUAPE, 2015).

Píer de Granéis Líquidos – PGL 3, é dividido nos píeres petroleiros A e B. Navios

petroleiros de até 170 mil TPB já podem atracar em Suape. Este píer possui 19 m de

profundidade e bacia de evolução com 20 m de profundidade (ANTAQ, 2015).

Cais de Múltiplos Usos (CMU), constituído por um Terminal Marítimo com 320m de

comprimento por 39m de largura, 15,5 m de profundidade e dois berços de atracação. O berço

leste tem capacidade de receber navios de até 260m de comprimento e o oeste recebe navios

de até 150m. Possui ponte de acesso com 20m de extensão e 15m de largura, 18 cabeços de

amarração no berço leste e 14 cabeços no berço oeste, e um terminal roll-on-off, com rampa

de 30m de comprimento e 20m de largura( ANTAQ, 2015; SUAPE, 2015).

Tancagem Flutuante de GLP: Realizada por navio de gás refrigerado de 45 mil TPB e 75

mil m³ de capacidade, que atende a contrabordo, a navios de igual porte. Atualmente, a

tancagem está atracada no berço oeste do PGL-1. (ANTAQ, 2015; SUAPE, 2015).

Com a revisão do plano diretor do Porto em 2010, o novo Plano de Zoneamento e

Desenvolvimento- PDZ foi projetada a expansão do porto com a construção de mais quatros

cais no porto interno e um cais na ilha de Cocaia, visando atender às novas demandas do

porto. No porto interno, os novos cais 6 e 7, serão destinados para a instalação de um

segundo terminal de contêineres; os cais 8 e 9 serão destinados à construção de um terminal

de apoio à Ferrovia Transnordestina; e o cais da ilha de Cocaia destinado para atender granéis

sólidos. Estas obras de expansão já estão em processo de licitação, sob análise da ANTAQ e

SEP (SUAPE, 2015).

Conforme entrevista realizada com o diretor de gestão Portuária Suape está realizando alguns

projetos estruturadores para atender às futuras demandas da seguinte forma:

63

‘’Do ponto de vista de infraestrutura temos a instalação de um novo terminal

de contêineres, um novo terminal de granéis sólidos para movimentar além

de minério de ferro o coque de petróleo da refinaria, um novo terminal de

veículos de 15 hectares para atender a movimentação da FIAT, [...] mas a

partir da MP 595∕2012 que se transformou na Lei 12.815, as licitações dos

terminais foram concentradas em Brasília, ou seja, fez dois anos e Brasília

não conseguiu licitar nenhum terminal no Brasil, e isto de fato atrapalhou

muito os projetos estruturadores. Suape é um porto planejado desde 1978, já

nasceu com um plano diretor para 30 anos e hoje temos um plano diretor que

vai até 2030[...] Para a refinaria já temos dois píeres prontos (PLG3 A e B),

para a carga a sólida, que é o coque de petróleo, a gente dependia do

terminal de granéis sólidos que não foi licitado e leva mais ou menos dois

anos para licitar. Então no começo desde ano percebemos que mesmo que

fosse licitado rapidamente pela SEP não daria tempo de ter o terminal

operando ao mesmo tempo da refinaria. Então a gente pegou o Cais de

Múltiplo Uso e fizemos uma adaptação nele para movimentar o coque de

petróleo, em relação aos contêineres o TECON está fazendo uma expansão

atrás do Cais 1 e pretendemos incluir o este cais dentro do arrendamento

dele. Para os veículos, como é um terminal mais barato, nós estamos

construindo este pátio com um investimento de 42 milhões de reais e vamos

operá-lo como pátio público até que se faça o arrendamento. Do ponto de

vista de infraestrutura, mesmo sofrendo com a perda de autonomia, agimos

de forma previdente e conseguimos nos organizar de uma maneira que nos

próximos anos conseguiremos suportar esse novo volume de carga sem

maiores gargalos. ’’

Desta forma pode-se observar que, mesmo com os entreves da nova legislação, Suape buscou

uma forma de adaptar sua infraestrutura para atender as novas demandas.

No entanto, estas medidas são paliativas e se torna necessário que os processos de licitação

que estão sob a responsabilidade da ANTAQ e SEP sejam executados o mais rápido possível.

Pois quando todos os empreendimentos estiverem em funcionamento em sua capacidade

plena, a infraestrutura atual provavelmente não suportará a demanda excedente e o porto

trabalhará acima da sua capacidade e poderá fazer cair o seu desempenho operacional.

64

4.1.5 Superestrutura portuária

A superestrutura portuária é composta pelos equipamentos de movimentação, os armazéns,

divididos da seguinte forma:

No Cais 1 : estão disponíveis 2 Guindastes LIEBHERR dos operadores: Brandão & Filhos e

Mhag Mineração; 2 Esteiras rolantes móveis ( ANTAQ, 2015; SUAPE, 2015).

No Cais 2 e 3, concedidos à empresa Tecon Suape S\A, operam 2 portêineres Post-Panamax

com capacidade com 65t cada; 2 portêineres Panamax com capacidade para 40t; 10 Reach

Stacker com capacidade para 45t; 8 trantêineres RTG’s, sendo 2 com capacidade de 41t e 2 de

35t; 520 tomadas reefers para contêineres congelados; 50 tomadas para PTI (Pre Trip

Inspection); e 11 carretas. Além de armazém alfandegado, galpão para inspeção de cargas,

balança rodoviária, plataforma ferroviária e scanner para contêineres (ANTAQ, 2015;

SUAPE, 2015).

No Cais 4, encontra-se uma esteira rolante de 1,5 km que foi construída para interligar esse

cais ao moinho de trigo da Bunge Alimentos. Anualmente, serão movimentadas 800 mil

toneladas do grão para processamento (ANTAQ, 2015; SUAPE, 2015).

No porto externo operam 14 braços mecânicos para embarque e desembarque de granéis

líquidos distribuídos da seguinte forma: no PGL 1, 10 e no PGL2 mais 4 braços mecânicos

(ANTAQ, 2015; SUAPE, 2015).

Esta superestrutura atende a demanda atual de movimentação de contêineres e granéis

líquidos, porém provavelmente não serão suficiente como o aumento do volume de cargas que

ocorrerão devidos aos novos empreendimentos, como por exemplo a Refinaria Abreu e Lima.

4.1.6 Indicadores de desempenho

Os indicadores funcionam como sinalizadores numéricos usados para medir o desempenho de

uma empresa ou instituição.

65

De acordo com a cartilha de orientação da ANTAQ( 2003), para uma instalação portuária os

indicadores compõem o sistema de avaliação da gestão. Eles funcionam como instrumentos

de acompanhamento de desempenho de operadores portuários, de arrendatários de instalações

e para medir resultados de investimentos e de ações gerenciais e operacionais.

No porto de Suape, os indicadores servem para avaliar a performance do porto, mas também

servem de alerta para o desempenho econômico da área de abrangência do porto. Podem-se

citar como principais indicadores conforme informado em entrevista pelo diretor de gestão

portuária os seguintes: movimentação total de cargas, tempo médio de espera para atracação,

capacidade média de carga e descarga, inbalance, entre outros.

No ranking nacional, em termos de movimentação total de cargas, considerando a

movimentação até 2013 o porto de Suape estava em oitavo lugar, e no ano de 2014 ele subiu

no ranking passando para o sexto lugar, de acordo com o Anuário estatístico da ANTAQ (

2015).

Observa-se que dos portos do Nordeste, apenas o porto de Itaqui no Maranhão (com 18,02

milhões de toneladas, um dos cinco portos mais importantes do país) fica acima do porto de

Suape (com 15 milhões de toneladas). Os demais portos do Nordeste estão em posição

inferior, não aparecendo no ranking dos dez maiores em relação ao indicador de

movimentação total de cargas. Configura-se assim o grau de importância de Suape para o

Nordeste do país. Conforme mostrado no gráfico 1 a seguir.

Gráfico 1 - Evolução da movimentação de carga nos principais portos no período de 2010 a 2013.

Fonte: Anuário estatístico portuário e sistema de informações gerências ANTAQ (2014)

66

No gráfico 2 mostra o ranking dos dez maiores portos do Brasil em movimentação de carga, e

detalha a posição do porto de Suape, com relação aos portos públicos, representando 4,4% de

toda a movimentação de carga do país ( incluindo os portos e as TUPs).

Gráfico 2 - Ranking dos portos públicos do Brasil com relação ao volume movimentado em 2014

Fonte: Anuário estatístico portuário ANTAQ (2015)

No ano de 2014, o porto de Suape teve um aumento na movimentação de cargas de 21.61 %

em relação ao ano de 2013, conforme apresentado na tabela 1 e no gráfico 3, a seguir que

mostram a evolução da movimentação entre os anos de 2012 e 2014.

Tabela 1 - Evolução da movimentação do total de carga bruta em Suape

Fonte: Sistema de informações Gerenciais ANTAQ ( 2015).

Indicador Ano

2012 2013 2014

Movimentação

Total da carga bruta

( milhões de tons.)

11,13

12,96

15,76

67

Gráfico 3 - Evolução da movimentação de carga total em Suape

-

5,00

10,00

15,00

20,00

Somatório da Carga Bruta ( em milhões de toneladas)

11,13 12,96 15,76

2012

2013

2014

Fonte: Sistema de informações Gerenciais ANTAQ ( 2015). Elaborado pela autora.

Com relação os tipos de cargas movimentadas verifica-se que a maior variação percentual no

aumento do volume movimentado, entre os anos de 2013 e 2014, ocorreu nos granéis líquidos

com um aumento de 32,59% do volume; seguido dos granéis sólidos com 32,48% superior ao

ano de 2013. No entanto, na carga geral solta ocorreu uma redução de 5,69% em relação ao

ano anterior e a carga contêinerizada teve um crescimento de apenas 4,51% do volume em

toneladas movimentadas. Evidencia-se assim que os granéis líquidos e sólidos são os

principais responsáveis pelo aumento geral em percentual da movimentação do porto em 2014

em relação 2013. Essas informações estão descritas na tabela e gráfico 2 abaixo:

Tabela 2 - Evolução da movimentação por natureza de carga em Suape

Indicador (em milhões de tons.) Ano ∆ %

2012 2013 2014 ∆ 2013

-2014

Movimentação

Total de granéis líquidos

5,67

7,33

9,72

32,59%

Movimentação total de granéis sólidos 0,62 0,67 0,89 32,48%

Movimentação total de carga geral solta 0,18 0,28 0,269 -5,69%

Movimentação total de carga em

contêiner em peso bruto em toneladas

4,66

4,68

4,889

4,51%

Total 11,13 12,96 15,77 21,61%

Fonte: Sistema de informações Gerenciais ANTAQ ( 2015). Elaborado pela autora.

68

Já no que se refere ao volume total movimentado em toneladas no ano 2014 (gráfico 4), 15,

77 milhões de toneladas, verifica-se que o maior volume concentra-se nos granéis líquidos

(61,64%), seguido das cargas em contêiner (31%), na sequência pelos granéis sólidos (5,64%)

e por último a carga geral solta (1,71%). Contata-se nesta análise a tendência do porto de

Suape em ser um porto voltado para a movimentação de granéis líquidos, que constitui as

principais cargas movimentadas no porto (SUAPE, 2015). Este indicador faz parte do grupo

dos indicadores do ambiente externo. Segue abaixo o gráfico que expressa o percentual do

volume por natureza da carga.

Gráfico 4 - Movimentação por natureza da carga em Suape no ano 2014

61,64%

5,64%

1,71%

31%Granéis Líquidos

Granéis sólidos

Carga geral Solta

Carga em contêiner

( peso bruto em

toneladas)

Fonte: Sistema de informações Gerenciais ANTAQ ( 2015). Elaborado pela autora.

Na tabela 3 a seguir, pode-se visualizar a relação dos volumes em toneladas e em percentual e

contata-se que de granéis líquidos foram movimentados 9,72 milhões de toneladas,

praticamente o dobro do segundo maior volume que é a movimentação em contêineres que

foi de 4,89 milhões de toneladas.

69

Tabela 3 - Movimentação por natureza de carga em Suape no ano 2014

Natureza da carga Volume

(em milhões de tons.)

Volume

Percentual

(%)

9,72 61,64

Granéis sólidos 0,89 5,64

Carga geral Solta 0,27 1,71

Carga em contêiner ( peso bruto em

toneladas)

4,89 31,00

Total 15,77 100

Fonte: Sistema de informações Gerenciais ANTAQ ( 2015). Elaborado pela autora.

Na avaliação das cargas contêinerizadas, um dos indicadores usados é a relação entre

contêineres cheios e vazios. Esta relação é medida em TEU e em percentagem e serve para

indicar a quantidade útil de unidades movimentadas no porto (ANTAQ, 2003). Segue abaixo

a tabela 4 com a evolução de 2012 a 2014.

Tabela 4 - Indicador de relação contêineres cheios x vazios

Ano

Quantidade de:

Proporção de:

Contêineres

(u)

Contêineres

Cheios (u)

Contêineres

Vazios (u)

Contêineres

Cheios(%)

Contêineres

Vazios(%)

2012 267.419 183.950 83.469 68,79 31,21

2013 267.589 183.081 84.508 68,42 31,58

2014 273.379 194.002 79.377 70,96 29,04

Fonte: Sistema de informações Gerenciais ANTAQ ( 2015). Elaborado pela autora.

Observa-se que nos últimos três anos, o volume de contêineres cheios movimentados foi

maior que o de vazios. Isto indica que o porto está recebendo e embarcando mais contêineres

cheios, otimizando a utilização do equipamento. Em consequência desta demanda para

retorno do contêiner cheio, tende a ocorrer uma redução do frete devido à otimização (frete

retorno) do equipamento.

No âmbito dos indicadores do ambiente externo, ainda se pode citar a movimentação em

quantidade de navios que atracam no porto, identificando-se os tipos de navios que operam no

70

porto e sua distribuição pelos berços e píeres (ANTAQ, 2003). O que mostra-se na tabela 5 a

seguir.

Tabela 5 - Evolução da movimentação de navios por atracação para movimentação de carga no porto

de Suape

Indicador

( unidade de navio)

Ano ∆ % ∆ %

2012 2013 2014

2012-

2014

2013-

2014

Quantidade de atracações

para

todo o porto.

1278 1358 1566

22,54%

15,32%

Quantidade de atracações

no TECON 490 439 558 13,88% 27.11%

Quantidade de atracações

nos cais e píeres públicos 788 919 1008 27,92% 9,68%

Fonte: Sistema de informações Gerenciais ANTAQ ( 2015). Elaborado pela autora.

A tabela 5 acima apresenta um aumento de 15,32% no ano de 2014 em relação a 2013 e de

22,54% em relação a 2012, confirmando o aumento das operações de atracação no porto.

Observa-se também que nos cais e píeres públicos se concentra a grande maioria das

atracações de navios, ou seja, o granel líquido é o maior volume de carga do porto e os navios

deste tipo de carga operam nos píeres públicos.

Os indicadores de tempos médios avaliam a qualidade no atendimento, seja no recebimento

das mercadorias para embarque ou na atracação e operação dos navios. Para os navios de

contêineres são analisados os indicadores de tempo de espera para atracação, tempo de

operação e tempo médio de estadia como sendo os principais. Segue abaixo a evolução destes

indicadores no período de 2012 a 2014 (tabela 6).

Tabela 6 - Indicadores de tempo para navios contêineres.

Indicador Ano ∆ % ∆ %

2012 2013 2014 2012-2014 2013-2014

Tempo Médio de Espera

p/ Atracação (h)

9,2 5 6 -34,78 % 20%

Tempo Médio de

Operação (h)

9,4 9,6 9,8 4,26% 2,08%

Tempo Médio de Estadia

(h)

21,9 16,5 16,7 -23,74% 1,21%

Fonte: Sistema de informações Gerenciais ANTAQ ( 2015). Elaborado pela autora.

71

Na análise da tabela 6 acima pode-se verificar que ocorreu um aumento nos tempos médios de

2014 em relação a 2013. No entanto, comparando com os resultados de 2012, os resultados

são melhores, pois mesmo havendo aumento (4,26%) no tempo médio de operação, nos

tempo médio de espera para atracação (- 34,78%) e no tempo médio de estadia(-23,74%)

ocorreram uma reduções significativas, representando uma melhora no nível de serviço.

Como indicadores de desempenho operacional tem-se o indicador de prancha média, que

avalia a produtividade média do conjunto de cais ou píeres, medida em relação às unidades

movimentadas de contêineres por hora na operação do navio, ou em toneladas por hora, ou

por navio para granéis sólidos, líquidos e carga geral ( ANTAQ, 2003). Segue abaixo a

movimentação nos últimos três anos (tabela 7).

Tabela 7 - Indicadores de desempenho operacional- prancha média por natureza da carga.

Indicador Ano ∆ % ∆ %

2012 2013 2014 2012-

2014

2013-

2014

Prancha média de contêiner

(Mov. uni/hora )

27,15 31,65 30,78 13,37 % -2,75%

Prancha média carga geral t /

hora 47 62 56 19,15% -9,68%

Prancha média granéis sólidos t

/ hora

228 182 226 -0,88% 24,18%

Prancha média granéis líquidos

t /

353 405 301 -14,73% -25,68%

Fonte: Sistema de informações Gerenciais ANTAQ ( 2015). Elaborado pela autora

Na analise da tabela 7 acima verifica-se que ocorreu uma queda no desempenho operacional

do ano de 2013 para o de 2014. Uma vez que ocorreu uma redução na movimentação

toneladas / hora de granéis líquidos em(- 25,67 %), constata-se que este o tipo de carga de

maior volume do porto, ocorre um grande impacto negativo na produtividade. Além disso,

também ocorreu redução na movimentação de unidades de contêineres / hora de( -2,74%) e de

igual modo na carga geral movimentada em toneladas / hora ocorreu uma redução de (-

9,67%). Assim apenas os granéis sólidos tiveram um aumento da produtividade de 24,67%.

Para os indicadores de preço como o porto de Suape se enquadra na categoria de porto

organizado, este tem suas tarifas de preços publicadas no site. No entanto, nos terminais

72

concedidos à operação da iniciativa privada, estas tarifas podem ser negociadas entre os

armadores e os operadores portuários. Como o porto de tem os cais 2 e 3 arrendados à

empresa TECON Suape S/A, existem duas tarifas, a pública e a do TECON. (Ver no anexo E

as tarifas públicas de Suape).

Analisando as duas tarifas observa-se que as tarifas do TECON Suape tem seus valores

maiores que a tarifa pública. Essa divergência ocorre devido ao fato de o terminal oferecer

um serviço especializado na operação de contêineres.

Com isso finaliza-se a descrição do porto de Suape em seus aspectos administrativos,

operacionais e de desempenho, com base na coleta e análise de dados secundários obtidos no

Sistema de informações Gerenciais ANTAQ, no plano mestre do porto de Suape, também

realizado pela ANTAQ e na entrevista pessoal realizada com o diretor de Gestão portuária em

2014.

4.2 Analise quantitativa dos resultados obtidos na pesquisa de campo

Os dados analisados deste item foram obtidos na pesquisa de campo com os usuários do

porto, com o intuído de identificar a percepção destes com relação aos aspectos gerenciais e

operacionais do Porto. A pesquisa foi dividida em blocos de questões que representam: a

análise da população; o perfil das empresas usuárias do porto, as avaliações do desempenho

da Gestão da Administração Portuária; dos custos e dos serviços, do desempenho operacional;

da infraestrutura; das autoridades e das vantagens e sugestões de melhorias para o porto.

Com os resultados obtidos com estes blocos de questões foi possível responder os objetivos:

(2) Investigar a percepção dos usuários com relação à gestão da administração do porto e

desempenho das autoridades portuárias; (3) Categorizar os aspectos operacionais de custos,

serviços de operação portuária e infraestrutura na percepção dos usuários; (4) Apontar quais

os fatores de competitividade e pontos de melhorias percebidos pelos usuários do porto. E

para responder o quinto objetivo (5): categorizar a percepção com relação aos aspectos

operacionais e gerenciais por tipo de empresa usuária, foi realizado um cruzamento das

percepções dos aspectos principais de gestão, custos, desempenho operacional, com os tipos

de empresas respondentes (armador, operador, agente, etc.). Desta forma foi possível analisar

a percepção por categoria de usuário.

73

4.2.1 Análise da população respondente

Neste tópico foi analisado o perfil da população respondente, através de perguntas estilo

demográficas como, Q1 sexo, Q2 idade, Q3 nível de instrução e Q5 cargo que ocupação na

empresa.

Na tabela 8 apresenta-se a distribuição do perfil dos respondentes. Através dela verifica-se

que a maioria dos profissionais é do sexo masculino (82,5%), possuem idade de 30 a 39 anos

(45,6%), possuem curso superior (49,5%) e trabalham como gerente ou analista (35,0% e

33,0%, respectivamente). Ainda observa-se que o teste qui-quadrado de comparação de

proporção foi significativo em todos os fatores avaliados (p-valor < 0,001 para todos os

fatores), indicando que perfil descrito é significativamente mais frequente na população em

estudo. A Tabela 8 abaixo e os gráficos 5, 6, 7 e 8 apresentam a distribuição do perfil dos

respondentes.

Tabela 8 - Distribuição do perfil dos respondentes.

Fator avaliado n % P¹-valor

Q1.Sexo

Masculino 85 82,5 <0,001

Feminino 18 17,5

Q2.Idade

20 a 29 anos 17 16,5

<0,001

30 a 39 anos 47 45,6

40 a 49 anos 24 23,3

50 a 59 anos 14 13,6

60 anos ou mais 1 1,0

Q3.Último nível de

Instrução

Superior 51 49,5

<0,001

Especialização 38 36,9

Técnico 7 6,8

Ensino fundamental 4 3,9

Mestrado 2 1,9

Ensino básico 1 1,0

Q5.Ocupação

Gerente 36 35,0

<0,001

Analista 34 33,0

Diretoria 19 18,4

Assistente ou auxiliar 12 11,7

Vendedor 2 1,9 ¹p-valor do teste Qui-quadrado para comparação de proporção (se p-

valor < 0,05 as proporções diferem significativamente).

Fonte: Dados da pesquisa.

74

Gráfico 5 - Distribuição dos profissionais segundo o gênero.

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 6 - Distribuição dos profissionais segundo a faixa etária.

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 7- Distribuição dos profissionais segundo o grau de formação.

0102030405060

1,0%1,9% 3,9%

6,8%

36,9%

49,5%

Fonte: Dados da pesquisa

75

Gráfico 8 - Distribuição dos profissionais segundo a função que exerce.

Fonte: Dados da pesquisa

4.2.1 Perfil das empresas usuárias do porto.

Neste bloco foi analisado o perfil das empresas usuárias respondente, através de perguntas

sobre estilo demográficas como: Q4 área de atuação, Q8 principais tipos de cargas

movimentadas e principais destinos de exportações (destinos) e importações (origens)

segundo os respondentes. A distribuição obtida nesta análise será usada para responder o

quinto objetivo através do cruzamento, por tipo de usuários, com a sua percepção sobre os

aspectos operacionais e gerenciais do porto.

Na gráfico 9 tem-se a distribuição do perfil das empresas dos respondentes. Através dela

verifica-se que a maioria trabalha no setor de exportação/importação de mercadorias (23,3%),

seguida das empresas que trabalham como operadores portuários (16,5%), transportadores

rodoviários (11,7%) e armadores (10,7%), a menor frequência observada foi a de agente de

carga (7,7%). Além do setor de atuação da empresa observa-se também a distribuição

referente ao tipo de carga movimentada (tabela 9). Verifica-se que, no universo da amostra, o

tipo de carga de maior peso na movimentação das empresas dos respondentes são cargas

contêinerizadas (52,3%), em seguida as cargas gerais soltas (24,1%) e as menos

movimentadas são os veículos com (6,3%) do total das respostas.

76

Tabela 9 - Distribuição do perfil da empresa.

Fator avaliado N % p-valor

Q4. Área de atuação da

empresa que trabalha

Exportadora/importadora 24 23,3

<0,001

Operador Portuário 17 16,5

Transportador rodoviário 12 11,7

Armador 11 10,7

Despacho Aduaneiro 11 10,7

Agente marítimo 10 9,7

Terminal retroportuário 10 9,7

Agente de carga 8 7,7

Q8. Cargas mais volumosas

movimentadas pela empresa

que trabalha*

Cargas em contêineres 91 52,3

<0,001

Carga geral e solta 42 24,1

Granéis sólidos 16 9,2

Granéis líquidos 14 8,0

Veículos 11 6,3 ¹p-valor do teste Qui-quadrado para comparação de proporção (se p-valor <

0,05 as proporções diferem significativamente). * O número de observações é

maior do que o tamanho da amostra, devido ao fato de a questão ser de múltipla

escolhe, podendo assim o respondente pode escolher mais de uma opção.

Fonte: Dados da pesquisa

77

Gráfico 9 - Distribuição da área de atuação das empresas.

0

5

10

15

20

25

30

7,7%9,7% 9,7% 10,7% 10,7% 11,7%

16,5%

23,3%

Fonte: Dados da pesquisa

No gráfico 09, observa-se que a maior parte dos entrevistados foi de empresas exportadoras e

importadoras, este tipo de empresa prevalece nos entrevistados por representar as empresas

que produzem no estado ou em estados vizinhos que utilizam o porto para escoar suas

mercadorias, sendo assim em maior número. Os demais tipos de empresas são prestadores de

serviços aos donos de mercadorias ou para outras empresas que operam no porto.

Gráfico 10- Cargas de maior volume de movimentação nas empresas.

Fonte: Dados da pesquisa

78

Os resultados observados no gráfico 10 diferem do resultado da análise do gráfico 4,

referente à movimentação de carga no porto de suape no ano de 2014, pois são fontes da

dados diferentes, no gráfico 4 são dados da ANTAQ (2015) e no gráfico 10 dados da

pesquisa. Isso também reflete o fato que a amostra analisada foi com um maior número de

usuários de carga contêinerizadas, até mesmo por serem estes em maior número( mais

pulverizados), que os de movimentação de carga de graneis líquidos que, em sua maioria está

concentrada na movimentação dos navios da Petrobrás.

A Tabela 10 abaixo mostra a distribuição dos destinos e origens das cargas trabalhadas pelas

empresas. Através dela verifica-se que os destinos mais frequentes são: Brasil cabotagem

(37,9%), Mercosul (32,0%) e comunidade europeia (23,3%). Observa-se que as origens mais

frequentes são: Ásia (39,8%), comunidade europeia (35,0%) e América do norte (32,0%).

Observa-se, ainda a prevalência das Importações ( 39,8%- origem Ásia) sob as exportações

(37,9% - destino Brasil, cabotagem).

Tabela 10 - Destino de exportações (destinos) e importações (origens) segundo os respondentes

Dados analisados nas questões Q7 e Q8.

Locais

Exportação

(destinos)

N ( %)

Importação

(origens)

N ( %)

África 11(10,7%) 2(1,9%)

América do norte 21(20,4%) 33(32,0%)

Ásia 11(10,7%) 41(39,8%)

Comunidade Europeia 24(23,3%) 36(35,0%)

Mercosul 33(32,0%) 29(28,2%)

Oriente médio 6(5,8%) 1(1,0%)

Brasil cabotagem 39(37,9%) 28(27,2%) Fonte: Dados da pesquisa

O Gráfico 11, a seguir, faz uma contraposição entre os destinos e origens das mercadorias das

empresas respondentes. Os dados mostram que o Brasil com a carga de cabotagem, aparece

como maior destino das cargas, ou seja, com 37,9% do total. Por sua vez, a Ásia é o local de

origem da maior parte das mercadorias, com 39,8%. Evidencia-se assim a importância da

Ásia nas relações comerciais do estado e do país.

79

Além do mais, pode-se verificar que as importações são superiores às exportações,

confirmando, e a tendência para Hub port de Suape, por receber grandes navios do exterior e

distribuir as cargas para outras regiões do Brasil via cabotagem. O gráfico a seguir descreve

esta relação entre exportação e importação.

Gráfico 11 - Locais de origem e destino das cargas do porto de Suape, 2015 (Conforme os

respondentes).

Fonte: Dados da pesquisa

4.2.3 Avaliação da gestão da administração do porto e desempenho das autoridades

portuárias.

Os gráficos e tabelas a seguir foram elaborados a partir de perguntas sobre a Administração e

autoridades portuárias, e representam a percepção dos usuários quanto às mesmas, com o

80

intuito de responder o objetivo (2): Investigar a percepção dos usuários com relação à gestão

da administração do porto e desempenho das autoridades portuárias.

4.2.3.1 Avaliação do desempenho da Gestão da Administração Portuária

Neste tópico foi analisada a percepção dos usuários com relação ao desempenho da gestão

portuária, através de perguntas: Q10 Avaliação do desempenho e Q11 grau de importância

dos problemas da Administração Portuária. Estas questões possibilitaram a análise para

responder a primeira parte de objetivo (2): Investigar a percepção dos usuários com relação à

gestão da administração do porto.

Na tabela 11 tem-se a distribuição da avaliação da gestão da administração portuária. Através

dela verifica-se que a maioria (59, 2%) considera a gestão como boa, ficando em segundo

lugar, com 21,4%, a avaliação como regular (gráfico 12).

Tabela 11 - Distribuição da avaliação da gestão portuária.

Q10.Avaliação da

gestão portuária N % p-valor

Ruim 2 1,9

<0,001 Regular 22 21,4

Bom 61 59,2

Ótimo 12 11,7

Desconheço 6 5,8 ¹p-valor do teste Qui-quadrado para comparação de proporção (se

p-valor < 0,05 as proporções diferem significativamente).

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 12 - Avaliação da gestão portuária.

Fonte: Dados da pesquisa

81

Na Tabela 11 e Gráfico 12 , pode-se mostrar uma boa avaliação da administração portuária,

que em Suape é concedida ao governo do Estado e gerenciada pela empresa Suape Complexo

Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros. De acordo com Lacerda (2005), cabem à

Administração portuária as responsabilidades comerciais sobre investimentos, manutenção e

operação da infraestrutura. Os casos das administrações portuárias privadas a sua atuação é

definida no contrato de concessão, especificando os investimentos a serem realizados, a fonte

de recursos e os procedimentos de reajustes tarifários. Diante dos resultados obtidos entende-

se que estes serviços da administração portuária estão sendo cumpridos de forma satisfatória

na percepção de seus usuários.

Na Tabela 12, a seguir, verifica-se a distribuição do grau de importância dos problemas da

administração Portuária. Este grau de importância foi avaliado por meio de classificação

(ranqueamento), na qual o mais importante foi votado com o numeral (1) e o menos com o

numeral (5). Sendo assim, foi calculada a média da pontuação, de modo que, o item que

obteve a menor média, significa que foi mais votado com o numeral (1) e com maior média, o

mais votado com numeral (5) e assim sucessivamente. Através dela verifica-se que o

problema da administração portuária avaliado como mais importante é o excesso de

burocracia com média (2,26), seguido dos problemas relativos à falta de planejamento (2,36)

e pouca integração entre os setores (2,50). Na avaliação, como menos importante, destaca-se

o item pouca autonomia nas decisões, com a média mais alta de (3,44) (gráfico13).

Tabela 12 - Distribuição do grau de importância dos problemas da administração Portuária.

Q11.Problemas da

administração

Portuária

Grau de importância

(1 – mais importante a 5 – menos importante)

Média

dos

itens 1 2 3 4 5

Excesso de

burocracia*

30(40,0%) 13(17,3%) 14(18,7%) 6(8,0%) 12(16,0%) 2,26

Falta de

planejamento*

18(24,7%) 23(31,5%) 15(20,5%) 13(17,8%) 4(5,5%)

2,36

Pouca integração

entre os setores*

12(16,2%) 25(33,8%) 23(31,1%) 10(13,5%) 4(5,4%)

2,50

Mudança de

dirigentes*

10(14,1%) 7(9,9%) 9(12,7%) 26(36,6%) 19(26,8%) 3,38

Pouca autonomia

nas decisões*

8(11,3%) 9(12,7%) 15(21,1%) 14(19,7%) 25(35,2%) 3,44

*O número de observações é menor do que o tamanho do total da amostra, pois algumas empresas não

responderam ao item avaliado.

Fonte: Dados da pesquisa

82

Gráfico 13 - Média do grau de importância dos problemas acerca da administração Portuária.

Fonte: Dados da pesquisa

De acordo com os resultados observados na Tabela 12 e no Gráfico 13, percebe-se que os

problemas de excesso de burocracia e a falta de planejamento são identificados como os

maiores entraves da administração. Este fato coincide com a avaliação de usuários dos

principais portos do Brasil realizada em 2008 pela ANTAQ, que relatam que além da

burocracia, a falta de integração entre as entidades que atuam na área portuária, entre outros

traz enormes transtornos à movimentação de mercadorias (CAMPOS NETO et al., 2009).

Evidencia-se, assim, que estes problemas são recorrentes no sistema portuário brasileiro.

4.2.3.2 Avaliação das Autoridades que atuam no porto.

Neste bloco foi analisada a percepção dos usuários com relação ao desempenho das

Autoridades Portuárias, através da pergunta Q19: Avaliação do desempenho dos serviços das

entidades. Estas questões possibilitaram responder a segunda parte de objetivo (2): Investigar

a percepção dos usuários com relação ao desempenho das autoridades portuárias.

83

Na Tabela 13 tem-se a distribuição da percepção acerca da percepção do desempenho das

autoridades portuárias do porto de Suape. Através dela, verifica-se que as autoridades têm os

seus serviços considerados na seguinte avaliação: a ANTAQ como regular 36,6% ; a

Autoridade Portuária como regular (48,8%); a ANVISA como regular (38,6%); Capitania

dos portos como bom (45,1%); CAP como um empate entre os que consideram como regular

e os que desconhecem (29,3% ambos); Ministério da Agricultura considerado como regular

(40,7%), Polícia Federal como bom (46,3%); Receita Federal como bom (45,1%) e Órgãos

Ambientais como regular ( 34,1%).

Além disso, verifica-se que as autoridades mais avaliadas como ótimo/bom (gráfico 14) são

Receita Federal (64,6%), Polícia Federal (59,7%) e Capitania dos portos (52,4%). E as menos

avaliadas com desempenho ótima/bom são: órgãos ambientais (32,9%), CAP (34,1%) e

ANTAQ (34,2%).

Tabela 13 - Distribuição da avaliação do desempenho das Autoridades Portuárias.

Q19.Autoridades

avaliadas

Avaliação de desempenho Somatório

ótimo/bom Ótimo Bom Regular Ruim Desconhecido

ANTAQ* 3(3,7%) 25(30,5%) 30(36,6%) 4(4,9%) 20(24,4%) 34,2%

Autoridade

Portuária*

2(2,4%) 34(41,5%) 40(48,8%) 2(2,4%) 4(4,9%) 43,9%

ANVISA* 5(6,2%) 24(29,6%) 31(38,3%) 14(17,3%) 7(8,6%) 35,8%

Capitania dos

portos*

6(7,3%) 37(45,1%) 15(18,3%) 5(6,1%) 19(23,2%) 52,4%

CAP* 6(7,3%) 22(26,8%) 24(29,3%) 6(7,3%) 24(29,3%) 34,1%

Ministério da

Agricultura*

8(9,9%) 23(28,4%) 33(40,7%) 9(11,1%) 8(9,9%) 38,3%

Polícia Federal* 11(13,4%) 38(46,3%) 15(18,3%) 2(2,4%) 16(19,5%) 59,7%

Receita Federal* 16(19,5%) 37(45,1%) 21(25,6%) 6(7,3%) 2(2,4%) 64,6%

Órgãos

Ambientais*

6(7,3%) 21(25,6%) 28(34,1%) 5(6,1%) 22(26,8%) 32,9%

*O número de observações é menor do que o tamanho da amostra, pois algumas empresas não

responderam ao item avaliado.

Fonte: Dados da pesquisa

84

Gráfico 14- Percentual da avaliação das autoridades portuárias com bom/ótimo desempenho.

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 14 acima apresenta o somatório das avaliações como ótimo ou bom, podendo-se

desta forma analisar, qual a autoridade é mais bem avaliada. Analisando o gráfico observa-se

que os órgãos de fiscalização são os melhores avaliados, a Receita Federal (64,6%) e a Polícia

Federal (59,7%). Isto sugere um bom nível de confiança dos usuários nos serviços prestados

por estas entidades federais.

85

Na pesquisa realizada pela CNT, em 2012, as autoridades públicas portuárias também foram

avaliadas positivamente em relação ao seu desempenho e qualidade de serviço. No entanto, o

nível de informação e informatização, foi avaliado como regular, péssimo ou ruim em sua

maioria. Atualmente, no porto de Suape, com o início da implantação do programa Porto sem

papel, este aspecto tem melhorado, uma vez que a maior parte dos processos documentais

agora está sendo digitalizada para envio principalmente para a Receita Federal, reduzindo

assim o tempo dos processos de conferência documental e consequentemente, a liberação das

cargas na Alfândega.

4.2.4 Avaliação dos aspectos operacionais de custos, serviços de operação portuária e

infraestrutura.

Os gráficos e tabelas a seguir foram elaborados a partir de perguntas sobre os aspectos

operacionais e representam a percepção dos usuários quanto aos custos, serviços e

infraestrutura. As questões foram utilizadas para responder o objetivo (3): Categorizar os

aspectos operacionais de custos, serviços de operação portuária e infraestrutura na percepção

dos usuários.

4.2.4.1 Avaliação dos custos dos serviços.

As tabelas e gráficos deste bloco apresentam a percepção dos usuários com relação à

categoria dos custos operacionais do porto de Suape, analisada através das perguntas Q12:

avaliação do custo dos serviços e Q13: identificar qual o maior custo operacional na opinião

dos usuários.

Na Tabela 14 tem-se a distribuição da avaliação dos custos e dos serviços do porto e a

avaliação de qual o maior custo considerado. Através dela verifica-se que a maioria considera

os custos dos serviços com regular (59,0%) e consideram o maior custo como sendo os

serviços dos operadores (40,2%).

O Gráfico 15 mostra a insatisfação geral com o custo dos serviços e no Gráfico 16, descritos

abaixo, são identificados como maiores custos, os serviços dos operadores portuários e de

armazenagem. Evidencia-se desta forma que os principais serviços para movimentação e

armazenamento no porto de Suape são considerados pelos seus usuários como de alto custo.

86

Tabela 14 - Distribuição da percepção acerca dos custos dos serviços no porto de Suape.

Fator avaliado

N % p-valor¹

Q12. Avaliação dos custos pelos

serviços do porto de Suape*

Ruim 16 19,3 <0,001

Regular 49 59,0

Bom 17 20,5

Ótimo 1 1,2

Q13.Qual o maior custo cobrado pelos

serviços prestados no porto de Suape*

Serviço dos operadores portuários 33 40,2 <0,001

Serviço de armazenamento 31 37,8

Serviço dos armadores (frete) 9 11,0

Serviço de mão de obra 7 8,5

Serviço de despacho aduaneiro 2 2,5

¹p-valor do teste Qui-quadrado para comparação de proporção (se p-valor < 0,05 as

proporções diferem significativamente).

*O número de observações é menor do que o tamanho da amostra, pois algumas empresas

não responderam ao item avaliado.

Gráfico 15- Avaliação dos custos pelos serviços do porto de Suape, 2015.

Fonte: Dados da pesquisa

87

Gráfico 16- Custos considerados como maior peso nos serviços do porto de Suape, 2015.

Fonte: Dados da pesquisa

4.2.4.2 Avaliação do desempenho operacional

As tabelas e gráficos deste bloco apresentam a percepção dos usuários com relação ao

desempenho operacional, analisada através de perguntas: Q14 - Avaliação dos serviços dos

operadores portuários, Q15 - grau de importância dos problemas com os operadores

portuários e Q18 - problemas com as operações da empresa.

Na Tabela 15 apresenta-se a distribuição da avaliação dos serviços do porto acerca dos

serviços operadores portuários de Suape. Através dela, verifica-se que a maioria considera os

serviços como bom (58,5%). Na análise desta tabela verifica-se que o nível de serviço dos

operadores é em geral avaliado como bom pelos usuários, mesmo sendo considerado de alto

custo, como foi observado no item anterior. O gráfico 17, abaixo, evidencia esta avaliação

positiva.

88

Tabela 15 - Distribuição da percepção acerca dos serviços operadores portuários no porto de Suape.

Q14. Avaliação dos serviços

dos operadores portuários no

porto de Suape*

N % p-valor¹

Ruim 0 0,00

Regular 22 26,8

<0,001 Bom 48 58,5

Ótimo 10 12,2

Desconheço 2 2,5

¹p-valor do teste Qui-quadrado para comparação de proporção (se p-valor <

0,05 as proporções diferem significativamente). *O número de observações é

menor do que o tamanho da amostra, pois algumas empresas não responderam

ao item avaliado.

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 17- Percepção acerca dos serviços operadores portuários no porto de Suape, 2015.

Fonte: Dados da pesquisa

Na tabela 16 tem-se a distribuição da avaliação do grau de importância dos problemas com os

operadores portuários (pontuação 1, para mais importante, e 6 para menos de importante).

Através dela verifica-se que os problemas com maior importância (consequentemente com

menor média de pontuação) são: custo elevado de serviço (média = 2,68), pouca concorrência

entre os operadores (média = 3,03) e baixa produtividade na execução dos serviços (média =

3,18). Ainda com menor importância (ou seja, com maior média de pontuação ), destacam-se

os problemas com equipamento obsoleto (média = 3,97) e serviços administrativos (média =

3,90).

89

Tabela 16 - Distribuição do grau de importância dos problemas com os operadores portuários.

Q15. Problemas

com operadores

Grau de importância

(1 – mais importante, 6 – menos importante)

Média

dos

itens 1 2 3 4 5 6

Custo elevado

de serviço*

19

(24,4%)

25

(32,1%)

16

(20,5%)

4

(5,1%)

8

(10,3%)

6

(7,7%)

2,68

Equipamento

obsoleto*

9

(12,5%)

9

(12,5%)

11

(15,3%)

8

(11,1%)

16

(22,2%)

19

(26,4%)

3,97

Serviços

administrativos

ineficientes*

8

(11,1%)

7

(9,7%)

11

(15,3%)

19

(26,4%)

12

(16,7%)

15

(20,8%)

3,90

Sistemas de

informação

ineficientes*

5

(6,8%)

7

(9,6%)

16

(21,9%)

24

(32,9%)

13

(17,8%)

8

(11,0%)

3,78

Baixa

produtividade

na execução dos

serviços*

11

(14,5%)

17

(22,4%)

19

(25,0%)

11

(14,5%)

12

(15,8%)

6

(7,9%)

3,18

Pouca

concorrência

entre os

operadores*

26

(34,2%)

13

(17,1%)

5

(6,6%)

9

(11,8%)

11

(14,5%)

12

(15,8%)

3,03

*O número de observações é menor do que o tamanho da amostra, pois algumas empresas não responderam ao item

avaliado.

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 18- Média do grau de importância dos problemas com os operadores portuários de Suape,

2015.

Fonte: Dados da pesquisa

90

Os resultados observados na Tabela 16 e no Gráfico 18 confirmam os resultados dos tópicos

anteriores, pois definem o custo elevado dos serviços dos operadores como principal problema.

O segundo problema avaliado como mais importante- a pouca concorrência- pode influenciar

no elevado custo do serviço, por haver poucos concorrentes na prestação do serviço,

principalmente no caso das cargas em contêiner, que no momento, possuem apenas um

operador - TECON SUAPE.

Com relação aos principais problemas encontrados pela empresa em realizar suas operações no

porto de Suape, a tabela- 17 mostra quais os principais problemas da empresa em operar no

porto. A distribuição a seguir descreve a avaliação por grau de importância, pontuando com (1)

o mais importante a (6) para o menos de importante.

Tabela 17- Distribuição do grau de importância dos principais problemas em operar no porto de

Suape.

Q18.Problemas

com as operações

da empresa

Grau de importância

(1 – mais importante, 6 – menos importante)

Nota

dos

itens 1 2 3 4 5 6

Acesso

ferroviário*

12

(19,0%)

18

(28,6%)

7

(11,1%)

5

(7,9%)

11

(17,5%)

10

(15,9%)

3,24

Acesso

marítimo*

9

(12,9%)

11

(15,7%)

6

(8,6%)

18

(25,7%)

13

(18,6%)

13

(18,6%)

3,77

Terminais e

operadores de

cargas

ineficientes*

11

(15,5%)

6

(8,5%)

13

(18,3%)

16

(22,5%)

18

(25,4%)

7

(9,9%)

3,63

Acesso

rodoviário*

15

(19,5%)

21

(27,3%)

26

(33,8%)

7

(9,1%)

5

(6,5%)

3

(3,9%)

2,68

Burocracia das

autoridades

públicas*

25

(32,1%)

18

(23,1%)

5

(6,4%)

12

(15,4%)

7

(9,0%)

11

(14,1%)

2,88

Instalações para

operação e

armazenagem

inadequada*

8

(11,4%)

6

(8,6%)

19

(27,1%)

15

(21,4%)

12

(17,1%)

10

(14,3%)

3,67

*O número de observações é menor do que o tamanho da amostra, pois algumas empresas não

responderam ao item avaliado.

Fonte: Dados da pesquisa

91

Gráfico 19 - Média do grau de importância dos problemas com as operações portuárias de Suape.

Fonte: Dados da pesquisa

Na análise da Tabela 17 e do Gráfico 19, observa-se que os problemas com maior importância

(consequentemente com menores médias de pontuação) são: acesso rodoviário (média = 2,68),

burocracia das autoridades públicas (media = 2,88) e acesso ferroviário (média = 3,24).

Ademais, os problemas com menor importância (ou seja, com maior média de pontuação) são:

acesso marítimo (media = 3,77) e instalação para armazenagem inadequada (média = 3,67).

4.2.4.3 Avaliação da infraestrutura.

As tabelas e gráficos deste bloco apresentam a percepção dos usuários com relação à

infraestrutura do porto de Suape, analisada através de perguntas Q16: Avaliação da área

retroportuária e Q17: Avaliação da infraestrutura de acesso multimodal.

Na Tabela 18 observa-se a distribuição da percepção acerca da infraestrutura do porto de

Suape. Através dela verifica-se que a maioria considera a área retroportuária como boa

(51,8%) e consideram a infraestrutura de acesso multimodal como regular (44,6%) (gráfico 20

e gráfico 21).

92

Tabela 18 - Distribuição da percepção acerca da infraestrutura do porto de Suape.

Fator avaliado N % p-valor¹

Q16.Avaliação da área

retroportuária*

Ruim 12 14,5

<0,001

Regular 21 25,3

Boa 43 51,8

Ótima 6 7,2

Desconheço 1 1,2

Q17.Avaliação da

infraestrutura de acesso

multimodal*

Ruim 12 14,5

<0,001 Regular 37 44,6

Bom 32 38,6

Ótima 2 2,3 ¹p-valor do teste Qui-quadrado para comparação de proporção (se p-valor <

0,05 as proporções diferem significativamente). *O número de observações é

menor do que o tamanho da amostra, pois algumas empresas não

responderam ao item avaliado.

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 20 - Distribuição da avaliação da área retroportuária de Suape.

Fonte: Dados da pesquisa

93

Gráfico 21- Distribuição da avaliação da infraestrutura de acesso multimodal em Suape.

Fonte: Dados da pesquisa

No que se refere aos aspectos da infraestrutura retroportuária, composta pelos terminais de

apoio e os depots de contêineres vazios, a avaliação de forma geral foi bem avaliado (59,%

como ótimo e bom), isso refletindo que Suape possui, até o momento, uma infraestrutura de

apoio que atente a demanda. No entanto, no que se refere à infraestrutura multimodal esta não

atende às necessidades dos usuários, sendo avaliada em maior parte, apenas como regular ou

ruim (59,1%). Isto enfatiza os problemas mencionados na Tabela 17, que havia mostrado os

acessos, rodoviário e o ferroviário em Suape, como bastante problemáticos.

De acordo com Cursino (2007), a questão da infraestrutura de acesso aos portos constitui um

dos gargalos mais importantes que afetam o desenvolvimento do comércio exterior no Brasil,

devido à dificuldade de se chegar aos portos para escoamento das mercadorias, fato que causa

reflexo negativo em toda a economia nacional. Em Suape principalmente, as cargas

provindas do agreste e do sertão sofrem com a falta de acesso ferroviário ao porto,

encarecendo assim os custos de frete, que muitas vezes inviabilizam a exportação de

mercadorias, como é o exemplo o caso do Gesso do Araripe pernambucano, que por ser um

produto de baixo valor agregado, muitas vezes não consegue ser competitivo no mercado

internacional devido aos custos de frete que oneram o valor final do produto.

4.2.5 Avaliação das vantagens e sugestões de melhorias para o porto.

Os gráficos e tabelas a seguir foram elaborados a partir de perguntas sobre as vantagens

percebidas pelos usuários em operar em Suape assim como para a obtenção de sugestões de

melhorias para o porto, através das perguntas Q9 - vantagens percebidas e Q20 - sugestões de

94

melhorias. Tais questões foram usadas para responder ao objetivo (4): apontar quais os fatores

de competitividade e pontos de melhorias percebidos pelos usuários do porto.

4.2.5.1 Avaliação das vantagens percebidas

Na Tabela 19 mostra-se o grau de importância das vantagens dos usuários em operar no porto

de SUAPE. Através dela verifica-se que em todas as vantagens mais de 50% dos usuários

definiram todas as vantagens listados, como muito importante, exceto na vantagem acesso

multimodal em que apenas 48,1% dos respondentes consideram como muito importante.

Observa-se ainda que as vantagens mais citadas como muito importante foram: localização

(59,3%), infraestrutura do porto (57,4%) e desempenho do operador portuário (56,3%). As

menos classificadas como muito importante foram: acesso multimodal (48,1%), tarifas

portuárias (51,5%).

Tabela 19 - Grau de importância das vantagens em operar no porto de SUAPE.

Q9. Vantagens em

operar no porto de

SUAPE

Grau de importância Soma

importante

/muito

Importante

Sem

importância

Indiferente Importante Muito

importante

Localização 2(1,9%) 2(1,9%) 38(36,9%) 61(59,3%) 99(96,2%)

Tarifas portuárias* 1(1,0%) 10(10,1%) 37(37,4%) 51(51,5%) 88(88,9%)

Terminal adequado

ao produto de sua

empresa*

3(3,0%) 6(6,1%) 36(36,4%) 54(54,5%) 90(90,9%)

Acesso

multimodal*

3(2,9%) 9(8,8%) 41(40,2%) 49(48,1%) 90(88,3%)

Infraestrutura do

porto*

2(2,0%) 5(5,0%) 36(35,6%) 58(57,4%) 94(93,0%)

Desempenho do

operador portuário

3(2,9%) 7(6,8%) 35(34,0%) 58(56,3%) 93(90,3%)

*O número de observações é menor do que o tamanho da amostra, pois algumas empresas não

responderam ao item avaliado.

Fonte: Dados da pesquisa

95

Gráfico 22- Percentual das vantagens avaliadas como muito importantes no porto de Suape.

Fonte: Dados da pesquisa

Na análise dos dados da Tabela 19 e do Gráfico 22, evidencia a Localização e Infraestrutura

(infraestrutura aqui compreendendo os cais, píeres, terminais e equipamentos, ou seja, a

infraestrutura interna do porto) como sendo pontos que trazem um diferencial competitivo

para o porto de Suape.

4.2.5.2 Sugestões de melhorias

Os dados analisados na Tabela 20 foram obtidos com as respostas da pergunta Q.20, na qual

se solicitou ao respondente para listar, por ordem de prioridade três sugestões de melhorias.

Foram obtidas 224 sugestões de melhorias (somando todos nas prioridades grau 1, 2 e 3).

Nessa tabela verifica-se que, em geral, a sugestão com maior grau de prioridade dada pelos

usuários foi a melhora no acesso multimodal (21,4%), seguida por melhoria do serviço 20,1%

e redução da Burocracia de 14,9% (Gráfico 23).

96

Tabela 20 - Distribuição das sugestões de melhorias para o porto de Suape.

Sugestões Q20 Grau de prioridade Total

1 2 3

Acesso multimodal 24(30,0%) 12(16,2%) 12(17,1%) 48(21,4%)

Melhoria do serviço 11(13,8%) 15(20,3%) 19(27,1%) 45(20,1%)

Burocracia 10(12,5%) 14(18,9%) 7(10,0%) 31(13,8%)

Concorrência 7(8,8%) 9(12,2%) 11(15,7%) 27(12,1%)

Redução de custo 12(15,0%) 5(6,8%) 9(12,9%) 26(11,6%)

Infraestrutura operacional 10(12,5%) 5(6,8%) 6(8,6%) 21(9,4%)

Infraestrutura de apoio 2(2,5%) 12(16,2%) 5(7,1%) 19(8,5%)

Aumento do pessoal 2(2,5%) 1(1,4%) 1(1,4%) 4(1,8%)

Outros 2(2,5%) 1(1,4%) 0(0,0%) 3(1,3%)

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 23- Sugestões e melhoria para o porto de Suape

Fonte: Dados da pesquisa

97

Tabela 21 - Distribuição por tipo de acesso no Porto de Suape.

Acesso N %

Ferroviário 19 39,60%

Rodoviário 17 35,40%

Multimodal 11 22,90%

Marítimo 1 2,10%

TOTAL 48 100,00%

Fonte: Dados da pesquisa

As informações da Tabela 21, acima, mostra o item acesso multimodal, como mais citado como

sugestão de melhorias. Observa-se que dentre os acessos o multimodal é o mais abordado com

sugestão de melhorias, destacando-se o acesso ferroviário com 39,6% das respostas, seguido

pelo acesso rodoviário (35,4%). Evidencia-se a carência das vias de acesso ao porto em especial

as vias férreas, liderando demanda por multimodalidade.

As frases abaixo de alguns dos respondentes evidenciam, com mais clareza as sugesões

propostas:

R1 - “Novos operadores para gerar concorrência e melhoria continua”

R7 – “Alternativas de acesso/transporte para os trabalhadores do porto”

R12- “Melhoria na estrutura multimodal”

R24 – “Implantação de ferrovia”

R30 – “Uma via alternativa de acesso, sem pedágio”

R47 – “Melhorar acessos rodoviário e ferroviário”

R54 – “infraestrutura terrestre para acesso às vias para entrega de mercadorias”

R68 – “Implantação de transporte de passageiro ferroviário”

R71 –“ melhorias das estradas no entorno do porto Suape”

R72– “desburocratização do Porto e das autoridades federais”

R77 – “Acesso diário ao Porto - exclusão da taxa de pedágio”

R101 – “Melhoria do acesso ferroviário”

As frases mencionadas acima ratificam a insatisfação dos usuários com os acessos terrestres

ao porto de Suape.

98

4.2.6 Avaliação da percepção dos aspectos operacionais e gerencias por tipo de empresa

usuária.

Este tópico contém uma análise mais minuciosa da percepção dos usuários, avaliando-se a

percepção dos custos, serviços, infraestrutura, gestão e desempenho das autoridades por tipo

de usuário. Neste tópico será respondido o objetivo (5): Categorizar a percepção com relação

aos aspectos operacionais e gerenciais por tipo de empresa usuária.

4.2.6.1 Empresa usuária versus percepção dos custos dos serviços

Um porto comercial possui uma gama de serviços, desde a entrada até a saída do navio,

execução de embarque e desembarque de cargas, entres outros serviços complementares

frente aos donos de mercadorias ANTAQ (2013).

Na Tabela 22 tem-se a avaliação dos custos com os serviços do porto de Suape por categoria

de usuários. Através dela verifica-se que os Transportadores Rodoviários e as Empresas de

Despacho Aduaneiro, em sua absoluta maioria (100%), avaliam como ruim/regular o custo os

serviços prestados pelo porto de Suape (gráfico 24). Os principais serviços que essas

empresas utilizam são os serviços de carga e descarga dos veículos, de recepção de

mercadorias e de gate (portaria de entrada e saída de mercadorias). Observa-se que esses

serviços em sua maioria são oferecidos pelo Terminal Portuário, sendo seus custos avaliados

negativamente. Em seguida, identifica-se a avaliação dos armadores que em sua maioria (

80%) consideram os custos como elevados. Este tipo de usuário também utilizam os serviços

dos terminais (como pátio de armazenagem de cargas, serviço de carga e descarga dos navios,

etc.), tais serviços também avalizados negativamente. Por outro lado quem melhor avaliou os

custos dos serviços foram os Agentes de Carga, Agentes Marítimos e Terminais Portuários,

avaliando com 66,7% avaliando como ruim/péssimo.

99

Tabela 22 - Distribuição da avaliação do custo pelos serviços do porto de Suape por categoria de

usuários.

Tipo de usuário*

Q4*

Q12 – Como o senhor avalia os custos pelos

serviços do porto de Suape

Ruim/

Regular

Ruim Regular Bom Ótimo

Armador 4

(40,0%)

4

(40,0%)

2

(20,0%)

0

(0,0%)

8

(80,0%)

Agente marítimo 4

(44,5%)

2

(22,2%)

3

(33,3%)

0

(0,0%)

6

(66,7%)

Agente de carga 3

(50,0%)

1

(16,7%)

2

(33,3%)

0

(0,0%)

4

(66,7%)

Empresa despacho

aduaneiro

2

(25,0%)

6

(75,0%)

0

(0,0%)

0

(0,0%)

8

(100,%)

Empresa

exportadora/importadora

1

(5,9%)

12

(70,6%)

4

(23,5%)

0

(0,0%)

13

(76,5%)

Operador portuário 0

(0,0%)

10

(71,4%)

4

(28,6%)

0

(0,0%)

10

(71,4%)

Terminal retroportuário 0

(0,0%)

6

(66,7%)

2

(22,2%)

1

(11,1%)

6

(66,7%)

Transportador rodoviário 2

(20,0%)

8

(80,0%)

0

(0,0%)

0

(0,0%)

10

(100,0%)

*O número total de respondentes não coincide com a tabela 9 (Q4), pois alguns usuários não

responderam a questão Q12.

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 24 - Avaliação ruim/regular dos custos pelos serviços do porto de suape por categoria de

usuários.

Fonte: Dados da pesquisa

100

4.2.6.2 Empresa usuária versus percepção da operação

A Tabela 23 registra a distribuição da avaliação dos serviços dos operadores portuários por

categoria de usuários. Através dela verifica-se que o grupo de usuários que mais julgou como

ótimo/bom os serviços dos operadores portuários foram: operador portuário (100,0%),

armador (90,0%) e terminal retroportuário (77,8%). Ainda, verifica-se que os funcionários

que trabalham com transporte rodoviário são os que apresentam menor prevalência de

julgamento ótimo/bom (gráfico 25).

Tabela 23 - Distribuição da avaliação dos serviços dos operadores portuários por categoria de usuários.

Tipo de usuário*

Q4

Q14. Avaliação dos serviços dos operadores portuários Ótimo/

Bom Ruim Regular Bom Ótimo Desconheço

Armador 0(0,0%) 1(10,0%) 8(80,0%) 1(10,0%) 0(0,0%) 9

(90,0%)

Agente marítimo 0(0,0%) 2(22,2%) 5(55,6%) 1(11,1%) 1(11,1%) 6

(66,7%)

Agente de carga 0(0,0%) 2(33,3%) 4(66,7%) 0(0,0%) 0(0,0%) 4

(66,7%)

Empresa

despacho

aduaneiro

0(0,0%) 4(50,0%) 3(37,5%) 1(12,5%) 0(0,0%) 4

(50,0%)

Empresa

exportadora/

Importadora

0(0,0%) 4(25,0%) 10(62,5%) 1(6,3%) 1(6,3%) 11

(68,8%)

Operador

portuário

0(0,0%) 0(0,0%) 10(71,4%) 4(28,6%) 0(0,0%) 14

(100,0%)

Terminal

retroportuário

0(0,0%) 2(22,2%) 5(55,6%) 2(22,2%) 0(0,0%) 7

(77,8%)

Transportador

rodoviário

0(0,0%) 7(70,0%) 3(30,0%) 0(0,0%) 0(0,0%) 3

(30,0%)

*O número total de respondentes não coincide com a tabela 9 (Q4), pois alguns usuários não

responderam a questão Q14.

Fonte: Dados da pesquisa

101

Gráfico 25- Avaliação ótima/boa dos serviços dos operadores portuários de Suape por categoria de

usuários.

Fonte: Dados da pesquisa

A Tabela 24 contém as informações sobre a média de avaliação dos principais problemas em

relação aos operadores portuários por categoria de usuários. Através dela verifica-se que foi

dada maior importância para os problemas do custo elevado de serviço pelos agentes

marítimos e empresa de despacho aduaneiro (ambos com média = 2,13). Quanto aos

equipamentos obsoletos, foram os agentes de carga que declararam maior importância (média

= 2,67). Ao avaliar os serviços administrativos, os armadores foram os que atribuíram maior

grau de importância (média = 3,38), enquanto que a maior importância para o sistema de

informação ineficiente foi dada pelo grupo de agentes de carga (média = 3,17). A baixa

produtividade na execução de serviços e a pouca concorrência entre os operadores foram

definidas com maior importância pelo armador e terminal retroportuário (média = 2,00 e 1,38,

respectivamente).

102

Tabela 24- Média de avaliação dos principais problemas em relação aos operadores portuários por

categoria de usuários.

Q15. Principais

problemas em relação

aos operadores *

Tipo de usuário Q4 **

Arm

ad

or

Agen

te m

arí

tim

o

Agen

te d

e ca

rga

Em

pre

sa d

esp

ach

o

ad

uan

eiro

Em

pre

sa e

xp

ort

ad

ora

/

imp

ort

ad

ora

Op

erad

or

port

uári

o

Ter

min

al

retr

op

ortu

ári

o

Tra

nsp

ort

ad

or

rod

oviá

rio

Custo elevado de

serviço

3,33 2,13 2,50 2,13 2,47 2,69 3,13 3,11

Equipamentos

obsoletos

4,00 4,50 2,67 4,00 4,60 3,85 4,38 3,00

Serviços

administrativos

ineficientes

3,38 3,75 4,20 4,00 3,75 4,00 4,00 4,33

Sistema de informação

ineficiente

4,29 4,00 3,17 3,75 4,06 3,23 4,14 3,63

Baixa produtividade na

execução de serviços

2,00 4,00 3,50 3,75 2,94 3,62 3,29 2,63

Pouca concorrência

entre os operadores

3,33 2,63 4,60 2,86 2,76 3,46 1,38 3,67

*Nota: pontuação 1, para mais importante, e 6 para menos de importante, logo quem tem menor média

é o mais importante.

** O número total de respondentes não coincide com a tabela 9 (Q4), pois alguns usuários não

responderam a questão Q15.

Fonte: Dados da pesquisa

4.2.6.2 Empresa usuária versus percepção da infraestrutura

A Tabela 25 e o Gráfico 26 contém a distribuição da avaliação da área retroportuária do porto

de Suape por categoria de usuário. Através dela verifica-se que o tipo de usuários que mais

julga esta área como ótima/boa são os terminais retroportuários (77,8%), armador (70,0%) e

agente de carga (66,7%). Por outro lado, os que menos julgam como ótima/boa a área

retroportuária são os transportadores rodoviários (30,0%) e empresas de despacho aduaneiro

(50,0%).

103

Tabela 25- Distribuição da avaliação da área retroportuária do porto de Suape por categoria de

usuários.

Tipo de usuário

Q4 *

Q16 – Avaliação da área retroportuária do porto de

SUAPE

Ótima/

Boa

Ruim Regular Boa Ótima Desconheço

Armador 2(20,0%) 1(10,0%) 7(70,0%) 0(0,0%) 0(0,0%) 7

(70,0%)

Agente

marítimo

2(22,2%) 2(22,2%) 4(44,5%) 1(11,1%) 0(0,0%) 5

(55,6%)

Agente de carga 1(16,7%) 1(16,7%) 4(66,7%) 0(0,0%) 0(0,0%) 4

(66,7%)

Empresa

despacho

aduaneiro

0(0,0%) 3(37,5%) 4(50,0%) 0(0,0%) 1(12,5%) 4

(50,0%)

Empresa

exportadora/

importadora

3(17,6%) 3(17,6%) 10(58,8%) 1(5,9%) 0(0,0%) 11

(64,7%)

Operador

portuário

1(7,1%) 5(35,7%) 7(50,0%) 1(7,1%) 0(0,0%) 8

(57,1%)

Terminal

retroportuário

0(0,0%) 2(22,2%) 4(44,5%) 3(33,3%) 0(0,0%) 7

(77,8%)

Transportador

rodoviário

3(30,0%) 4(40,0%) 3(30,0%) 0(0,0%) 0(0,0%) 3

(30,0%)

*O número total de respondentes não coincide com a tabela 9 (Q4), pois alguns usuários não

responderam a questão Q16.

Fonte: Dados da pesquisa

104

Gráfico 26 -Avaliação ótima/boa da infraestrutura da área retroportuária de Suape por categoria de

usuários

Fonte: Dados da pesquisa

Na Tabela 26 e Gráfico 27 têm-se a distribuição da avaliação da infraestrutura de acesso

multimodal do porto de Suape. Através dela verifica-se, em relação ao acesso, que os agentes

de carga (100,0%), os terminais retroportuários (77,8%) e agentes marítimos (66,7%),

consideram o acesso ruim /regular. Os que melhor avaliam a infraestrutura de acesso

multimodal são os armadores (40,0% de ruim/regular), o operador portuário (42,9% de

ruim/regular) e o transportadores rodoviários (50,0% de ruim /regular).

105

Tabela 26 - Distribuição da avaliação da infraestrutura de acesso multimodal do porto de Suape por

categoria de usuários.

Tipo de usuário

Q4*

Q17 – Avaliação da infraestrutura de acesso

multimodal do porto de SUAPE

Ruim/

regular

Ruim Regular Boa Ótima

Armador 2(20,0%) 2(20,0%) 6(60,0%) 0(0,0%) 4(40,0%)

Agente marítimo 2(22,2%) 4(44,5%) 3(33,3%) 0(0,0%) 6(66,7%)

Agente de carga 2(33,3%) 4(66,7%) 0(0,0%) 0(0,0%) 6(100,0%)

Empresa despacho

aduaneiro

1(12,5%) 4(50,0%) 3(37,5%) 0(0,0%) 5(62,5%)

Empresa

exportadora/importadora

3(17,6%) 7(41,2%) 7(41,2%) 0(0,0%) 10(58,8%)

Operador portuário 0(0,0%) 6(42,9%) 7(50,0%) 1(7,1%) 6(42,9%)

Terminal retroportuário 2(22,2%) 5(55,6%) 1(11,1%) 1(11,1%) 7(77,8%)

Transportador rodoviário 0(0,0%) 5(50,0%) 5(50,0%) 0(0,0%) 5(50,0%)

*O número total de respondentes não coincide com a tabela 9 (Q4), pois alguns usuários não

responderam a questão Q17.

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 27 - Avaliação ruim/regular do acesso multimodal do porto de Suape por categoria de

usuários.

Fonte: Dados da pesquisa

106

4.2.6.3 Empresa usuária versus percepção da gestão

Na Tabela 27 e o Gráfico 28 mostram a distribuição da avaliação da gestão da administração

portuária por categoria de usuários. Através dela verifica-se, consideram-se em todas as

categorias de usuários, mais de 50% consideram bom /ótimo o serviço da administração

portuária. Constatou-se ainda, verifica-se que os usuários que melhor avaliam a

administração são os armadores (90,9%), terminal retroportuário (80,0%) e empresa

exportadora/importadora (75,0%).

Tabela 27 - Distribuição da avaliação da gestão da administração portuária por categoria de usuários.

Q4 - Tipo de usuário* Q10 – Avaliação da gestão da administração portuária Bom/

ótimo Bom Ótimo Regular Ruim Desconheço

Armador 8

(72,7%)

2

(18,2%)

0

(0,0%)

0

(0,0%)

1

(9,1%)

10

(90,9%)

Agente marítimo 6

(60,0%)

0

(0,0%)

4

(40,0%)

0

(0,0%)

0

(0,0%)

6

(60,0%)

Agente de carga 3

(37,5%)

2

(25,0%)

2

(25,0%)

0

(0,0%)

1

(12,5%)

5

(62,5%)

Empresa despacho

aduaneiro

7

(63,6%)

0

(0,0%)

2

(8,2%)

1

(9,1%)

1

(9,1%)

7

(63,6%)

Empresa

exportadora/importad

ora

17

(70,8%)

1

(4,2%)

4

(16,7%)

1

(4,2%)

1

(4,2%)

18

(75,0%)

Operador portuário 11

(64,7%)

1

(5,9%)

5

(29,4%)

0

(0,0%)

0

(0,0%)

12

(70,6%)

Terminal

retroportuário

4

(40,0%)

4

(40,0%)

2

(20,0%)

0

(0,0%)

0

(0,0%)

8

(80,0%)

Transportador

rodoviário

5

(41,7%)

2

(16,7%)

3

(25,0%)

0

(0,0%)

2

(16,7%)

7

(58,3%)

*O número total de respondentes não coincide com a tabela 9 (Q4), pois alguns usuários não

responderam a questão Q10.

Fonte: Dados da pesquisa

107

Gráfico 28 - Avaliação boa/ótima da gestão da administração portuária em Suape por categoria de

usuários.

Fonte: Dados da pesquisa

Na Tabela 28 registra-se as médias de avaliação dos principais problemas da gestão

administrativa portuária por categoria de usuários. Através dela verifica-se que o excesso de

burocracia é um problema considerado mais importante pelas empresas de despacho

aduaneiro (média = 1,00). Quanto à falta de planejamento, os armadores e agentes de cargas

foram os que classificaram tal problema como o mais importante (média = 2,00 para ambos).

Acerca da pouca interação entre os setores, mudança de dirigentes e pouca autonomia nas

decisões, os usuários que consideraram esses problemas como mais importantes foram,

respectivamente, o armador (média = 2,00), operador portuário (média = 2,86) e terminal

retroportuário (média = 2,57).

108

Tabela 28 - Média de avaliação dos principais problemas da gestão administrativa portuária por

categoria de usuários.

Q11 – Avaliação dos

problemas da gestão da

administração

portuária *

Tipo de usuário Q4**

Arm

ad

or

Agen

te m

arí

tim

o

Agen

te d

e ca

rga

Em

pre

sa d

esp

ach

o

ad

uan

eiro

Em

pre

sa e

xp

ort

ad

ora

/

Imp

ort

ad

ora

Op

erad

or

port

uári

o

Ter

min

al

retr

op

ortu

ári

o

Tra

nsp

ort

ad

or

rod

oviá

rio

Excesso de burocracia 2,56 1,67 3,00 1,00 2,25 2,79 3,63 2,30

Falta de planejamento 2,00 2,22 2,00 2,17 2,73 3,07 2,29 2,44

Pouca integração entre

os setores

2,00 2,78 2,25 3,33 2,60 2,79 2,50 2,30

Mudança de dirigentes 4,13 4,11 3,00 3,50 3,47 2,86 3,29 4,00

Pouca Autonomia nas

decisões

4,13 4,22 3,67 4,33 3,13 3,38 2,57 3,56

Nota: pontuação 1, para mais importante, e 6 para menos de importante, logo quem tem menor média

é o mais importante.

**O número total de respondentes não coincide com a tabela 9 (Q4), pois alguns usuários não

responderam a questão Q11.

Fonte: Dados da pesquisa

4.2.6.4 Empresa versus percepção do desempenho das autoridades portuárias

Na Tabela 29 contém as médias de avaliação do desempenho das autoridades portuárias por

categoria de usuários. Através dela verifica-se que a ANTAQ, autoridades Portuárias,

ANVISA, Ministério da Agricultura e Polícia Federal foram mais bem avaliadas pelo terminal

retroportuário (média = 2,78; 2,67; 2,78; 2,67 e 3,33, respectivamente).Por outro lado, a

capitania dos portos foi mais bem avaliada pelos armadores e pelos terminais retroportuários

(ambos com média igual a 2,89). A Receita Federal teve uma avaliação melhor pelos agentes

marítimos e pelos terminais retroportuários (ambos com média igual a 3,22). Os órgãos

ambientais foram mais bem avaliados pelos armadores (média = 2,40) e agente marítimos

(média = 2,44).

109

Tabela 29 - Média de avaliação do desempenho das autoridades portuárias por categoria de usuários.

Q19. Autoridades

Portuárias*

Tipo de usuário Q4

Arm

ad

or

Agen

te m

arí

tim

o

Agen

te d

e ca

rga

Em

pre

sa d

esp

ach

o

ad

uan

eiro

Em

pre

sa e

xp

ort

ad

ora

/

imp

ort

ad

ora

Op

erad

or

port

uári

o

Ter

min

al

retr

op

ortu

ári

o

Tra

nsp

ort

ad

or

rod

oviá

rio

ANTAQ 2,00 2,33 2,17 0,38 1,53 1,86 2,78 1,89

Autoridade Portuária 2,50 2,44 2,33 1,88 2,41 2,29 2,67 2,11

ANVISA 2,20 2,22 2,00 1,38 2,12 1,93 2,78 1,89

Capitania dos portos 1,90 2,89 2,00 0,63 1,59 2,79 2,89 1,78

CAP 2,40 1,56 1,67 1,00 1,65 2,21 2,33 0,89

Ministério da Agricultura 2,20 2,33 2,17 2,00 2,00 2,21 2,67 1,88

Polícia Federal 2,40 3,22 1,67 0,75 2,06 2,57 3,33 2,22

Receita Federal 3,10 3,22 2,50 2,50 2,35 2,93 3,22 2,00

Órgãos Ambientais 2,00 2,44 1,67 0,25 1,71 2,29 2,00 1,67

*Nota: Os critérios de avaliação foram: 0 – Desconhece; 1 – Ruim; 2 – Regular; 3 – Bom; 4 – Ótimo.

Sendo assim quem obteve a maior média, foi mais bem avaliado.

**O número total de respondentes não coincide com a tabela 9 (Q4), pois alguns usuários não

responderam a questão Q19.

Fonte: Dados da pesquisa

Na análise da tabela acima observa-se que os Terminais Portuários, constituem os usuários

que melhor avaliam as Autoridades Portuárias, atribuindo as maiores médias às entidades

avaliadas, com exceção do Concelho de Autoridade Portuária- CAP e os Órgãos Ambientais.

110

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo serão relatadas as considerações finais referentes ao porto de Suape, conforme

dados analisados, as sugestões ao porto e as propostas de futuros trabalhos.

5.1 Conclusões

A implantação do Complexo Industrial Portuário de Suape vem operando, sem dúvidas, como

um fator indutor crucial para muitos novos investimentos no Estado. O fortalecimento desse

complexo e a sua expansão, constituem uma condição fundamental para a preservação e a

continuidade do crescimento da economia de Pernambuco. A diversificação das funções do

Porto de Suape, especialmente quanto à recepção e embarque de contêineres, é crucial para a

evolução do complexo – já que a movimentação de contêineres representa a parte mais nobre

de um porto moderno.

Com relação aos dados analisados no primeiro objetivo específico(01), conclui-se que Suape

vem se preparando desde 2010 para atender às demandas atuais e futuras. Esta afirmação tem

por base as análises dos dados secundários obtidos nos documentos disponibilizados no site

do porto, da ANTAQ e na entrevista realizada com o diretor de gestão portuária em 2014.

No Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (2010) já foi projetada a expansão do porto com

a construção de mais quatro cais no porto interno e mais um na Ilha de Cocaia. Esses projetos

estruturadores, infelizmente, ainda não estão em execução, pois com a mudança da legislação

dos portos (Lei 12.815/13) todos os processos de licitação ficaram sob a alçada da ANTAQ e

da SEP, tirando assim a autonomia do porto. No entanto, para atender às novas demandas o

porto buscou algumas adaptações nos projetos para suprir suas necessidades, enquanto os

processos de licitação não são concluídos. Como exemplo, a adaptação do Cais de Múltiplo

Uso, para receber o Coque de Petróleo, granel sólido gerado na Refinaria. Para o terminal de

contêineres, o TECON está fazendo uma expansão por trás do Cais - 1 para atender ao

aumento da demanda, como exemplo a produção da Petroquímica. Para atender à demanda do

polo automotivo, está sendo construído um pátio de veículos com recursos do porto.

111

Como boa notícia, tem-se o Plano de Investimentos em Logísticas, lançado pela presidência

da república em 09 de junho de 2015, que prevê que esses processos de licitação serão

realizados entre os anos de 2015 e 2016. Caso essas licitações saiam do papel, poderão

aumentar ainda mais os volumes de cargas movimentadas no porto de Suape, assim como

também configurá-lo cada vez mais como um Hub Port, uma vez que um segundo terminal de

container está previsto para Suape.

5.1.1 Infraestrutura portuária

No que diz respeito à infraestrutura portuária (acessos terrestres, acessos marítimos e

equipamentos e armazéns) no porto de Suape, de forma geral, esta pode ser considerada como

boa, pois conta com um bom acesso marítimo, equipamentos modernos de movimentação de

carga (em especial na movimentação de contêineres, que é concedida à inciativa privada,

através da empresa TECON SUAPE S/A), além de armazéns de terminais retroportuários

alfandegados (no TECON e da Local Frio) e uma boa área de tancagem de granéis líquidos.

No entanto, faltam armazéns e terminais para granéis sólidos. No que se refere à

infraestrutura de acesso terrestre, Suape tem sérios entraves, no acesso à BR 101, que nos

horários de pico encontra-se congestionada, dificultando e atrasando a movimentação das

cargas e de pessoal que trabalha no porto ou nas empresas do complexo. Para a circulação de

pessoas, uma linha do metrô, com destino ao porto, desafogaria parte da movimentação de

veículos nas vias de acesso. No acesso ferroviário faltam rotas ativas que interliguem Suape

aos outros estados, como por exemplo, à Bahia e ao Ceará.

Como pontos fortes podem-se destacar os seguintes tópicos:

• Localização estratégica do porto, em relação às principais capitais do Nordeste e aos

Estados Unidos e Europa.

• Infraestrutura Marítima: considerando a profundidade de acesso de 20 m, e do porto

interno, com cais de 15,5 metros, e no porto externo, com píeres de 15m até 19 m de

profundidade no PGL (Píer de Granéis Líquidos). Em especial, o Píer de Granéis

Líquidos 3 – PGL3 que possui como diferencial: 19 metros de profundidade e

capacidade de receber navio de até 170mil TPB. Com esta profundidade este píer

poderá receber tranquilamente os navios petroleiros da Petrobrás, construídos pelo

Estaleiro Atlântico Sul, já que os últimos navios construídos, os petroleiros André

112

Rebouças e Zumbi dos Palmares, possuem calado de 17m e capacidade de

aproximadamente 157 mil TPB. Tomando como referência o porto de Santos, que é o

maior porto público do Brasil, este tem profundidade média de 11m. Essa

profundidade é um dos motivos que configuram Suape como um Hub Port.

Como pontos fracos podem-se destacar os itens abaixo:

• O acesso rodoviário, com intensos congestionamentos.

• O acesso ferroviário, com poucas rotas disponibilizadas pela companhia férrea, a Nova

Transnordestina- S/A, e falta de linhas de metrô para o deslocamento urbano.

• A falta de terminais e armazéns para granéis sólidos.

5.1.2 Indicadores de desempenho

No que se refere aos indicadores de desempenho, observa-se que, na movimentação geral, o

porto aumentou o volume de carga movimentada de cargas em 21,61 % em relação ao ano de

2013, passando para o sexto lugar no ranking dos portos públicos do Brasil com relação ao

volume movimentado em 2014. Este aumento do volume se deu basicamente pelo aumento

dos granéis líquidos e sólidos, provavelmente devido ao início de parte das operações da

refinaria em 2014. Com relação à natureza da carga, os granéis líquidos (61,64%)

apresentaram o maior volume de carga, seguidos pelos contêineres (31%) – estas duas sendo,

portanto, as principais cargas registradas no porto.

No indicador de inbalance em relação aos contêineres cheios e vazios, observa-se que Suape

está recebendo e embarcando mais contêineres cheios, que vazios. O indicador de

movimentação de navios por atracação apresentou grande evolução, registrando um aumento

de 15,32%, no ano de 2014. Desta forma, Suape vem configurando-se com um perfil de Hub

Port, ou seja, como um porto concentrador e distribuidor de carga, de grande importância na

distribuição de mercadorias para outros estados, principalmente para a Região Nordeste.

Outra evidência da importância de Suape resulta da predominância da cabotagem nas

movimentações de cargas conteinerizadas exportadas pelo porto. Suape é um importante hub

port no Brasil: recebe grandes navios do exterior do país (via navegação de longo curso) e

113

redistribui as cargas para outros estados (sobretudo da própria região Nordeste) via

cabotagem. E também redistribui importações realizadas por outros portos nacionais, que são

encaminhadas, via cabotagem, por Suape, e daqui redistribuídas para outros estados.

No entanto, nos indicadores de eficiência operacional de prancha média, assim como nos

indicadores de tempo de espera para atracação, tempo de operação e tempo médio de estadia,

tais indicadores não alcançaram resultados positivos em 2014, ocorrendo um aumento dos

tempos médios e uma diminuição da quantidade de contêineres movimentados por hora e na

quantidade de toneladas por hora.

5.1.3 Classificação de Gerações portuárias

De acordo com os critérios de classificação de gerações portuárias da UNCTAD (1994), são

quatro os estágios de evolução dos portos, e que evidenciam as novas tendências trazidas com

a conjuntura econômica moderna. Com base nessas tendências os portos mais modernos estão

no caminho da substituição da carga geral por carga unitizada, em especial a carga

conteinerizada, registrando, por outro lado, aumento da importância da multimodalidade nas

operações logísticas e da mudança do trabalho pesado e intenso nos portos para a utilização de

tecnologias mais modernas (em equipamentos, informações e em know how, como fator de

competitividade (CURCINO, 2007) (Ver Anexo - F, referente ao quadro dos Parâmetros para

classificação da Geração portuária).

No que se refere à classificação de Geração Portuária o porto de Suape pode ser classificado

como um porto de 3ª geração, porém com algumas características de 2ª Geração.

Com base nos critérios definidos pela UNCTAD, o porto de Suape pode ser classificado:

Quanto ao desenvolvimento, Suape teve o início no final dos anos 70, com a criação

da Empresa Suape Complexo Industrial Portuário, mas teve a inauguração dos

primeiros Píeres só nos anos 80 (3ª geração).

No critério tipo de carga, configura-se nas duas gerações, pois ainda tem como

principais cargas movimentadas os granéis líquidos (2ª Geração), mas tem a carga

conteinerizada como a segunda mais movimentada no porto (3ª Geração).

114

No que se diz respeito às atitudes estratégicas de desenvolvimento, Suape encontra-se

posicionado na visão expansionista, sendo um centro de transporte, comércio e

indústria, critérios da 2ª geração, mas busca se configurar como um centro de

comércio e plataforma logística- Hub Port, critérios da 3ª geração.

No critério de atividades executadas, o porto encontra-se na 2ª Geração, pois executa

as atividades básicas (carga, descarga e operações de navios), mas também realiza

serviços comerciais e industriais da área naval.

Quanto às características e organização das atividades, posiciona-se na 3ª geração,

uma vez que promove a integração da comunidade portuária com a rede de comércio e

transporte.

No critério de caracterização da produção dos serviços, possui fluxo e distribuição de

carga, informações e serviços múltiplos, características da 3ª Geração.

E quanto aos fatores de decisão são focados em tecnologia, na modernização dos

equipamentos e dos sistemas de informação.

Desta forma, o porto de Suape apresenta características claras da 2ª e 3ª Geração,

configurando um porto de um bom padrão de desenvolvimento.

5.1.4 Avaliação da percepção dos usuários

Na Avaliação da percepção dos usuários pode-se observar que em alguns pontos a percepção

dos usuários não coincidem com os dados estatísticos e com a opinião da gestão do porto

(Conforme entrevistas).

Com relação à gestão da Administração do porto, parte do objetivo específico (2), apesar de a

entrevistas e os dados obtidos do PDZ mostrarem que existe um bom planejamento, este fato

não é bem percebido pelos usuários. O item falta de planejamento, por exemplo, foi avaliado

como o segundo mais votado como problema mais importante na Gestão da Administração

portuária, perdendo apenas para o excesso de Burocracia. Por outro lado, a pouca autonomia

nas decisões, com as mudanças proporcionadas pela Lei 12.815/13, citadas pelo gestor (na

entrevista) como fator que teria afetado o desempenho do porto, para os usuários não foi

percebida como um fator de importância relevante. Já no desempenho das autoridades

portuárias, para os usuários, as mais bem avaliadas são as instituições federais, a Receita

115

Federal e a Polícia Federal e as menos avaliadas positivamente são os Órgãos Ambientais, o

CAP e a ANTAQ.

Na categorização dos aspectos operacionais, objetivo (3), podem-se observar as seguintes

categorias :

Os custos são considerados como regulares ou ruins pela maioria (78,32%) e os custos

com os serviços dos operadores e de armazenagem são avaliados como os maiores,

enquanto os custos com o serviço de despacho aduaneiro como os menores.

Com relação ao Desempenho Operacional, os dados mostram que os serviços dos

operadores são avaliados com desempenho bom (58,52%), mesmo sendo considerado

como o de maior custo. Com relação ao grau de importância dos problemas, o custo

elevado do serviço e a pouca concorrência entre os operadores, foram os mais votados.

No âmbito dos problemas de operação do porto, os usuários avaliaram os acessos

rodoviários e o excesso de burocracia como os mais importantes, e como menos

relevante o acesso marítimo, que é considerado bom.

Com referência à Infraestrutura, compreendendo a área retro portuária, esta foi

avaliada como boa pela maioria dos usuários (59,0%), mas a infraestrutura de acesso,

foi avaliada negativamente pela maior parte dos usuários.

Com relação aos aspectos analisados no objetivo (4), constataram-se as seguintes

percepções na avaliação dos usuários em relação às vantagens em utilizar o porto de Suape: a

localização, a infraestrutura e o desempenho do operador portuário, como as principais

vantagens; nas sugestões de melhorias contatou-se que, em geral, a sugestão com maior grau

de prioridade dada pelos usuários foi a melhora no acesso multimodal, em especial aos

acessos ferroviários e rodoviários.

Os gargalos e deficiências na infraestrutura operacional, em especial nos acessos terrestres

(rodoviários e ferroviários), não são problemas pontuais do Porto de Suape, já que são

apontados como pontos problemáticos em praticamente todos os portos brasileiros. Tais

deficiências ocorrem pela falta de investimento no setor e contribuem consideravelmente

para o esgotamento da capacidade operacional dos portos em todo o Brasil (IPEA, 2010).

Para a expansão do acesso ferroviário, existe o projeto (que já está em construção, trecho de

Elizeu Martins – PI à cidade de Salgueiro - PE) da ferrovia Transnordestina, que irá ligar o

116

interior do Piauí ao portos de Suape e Pecém, podendo se transformar, assim, em um novo

corredor para escoar os grãos que são produzidos tanto em partes do Centro-Oeste quanto nos

próprios cerrados da Região Nordeste. E para a expansão do acesso rodoviário, existe o

projeto para a construção do Arco Metropolitano, que irá ligar a Zona da Marta Norte ao

Litoral Sul do estado, facilitando o escoamento das cargas.

Com o intuito de identificar a percepção por tipo de empresas usuária com relação aos

aspectos operacionais e gerenciais do porto de Suape, definido no objetivo (5), foi realizado

um cruzamento das percepções gerais por tipo de empresa e os principais resultados foram:

Na categoria serviços dos operadores, quem melhor avaliou foram os próprios

operadores. No entanto, o dado mais interessante é que os Armadores, que são as

empresas que utilizam diretamente este serviço, também avaliaram como ótimo/bom

(90,0%), mas destacaram como principais problemas: a baixa produtividade, o custo

elevado do serviço, a pouca concorrência e os serviços administrativos.

Na categoria infraestrutura, a área retroportuária, foi melhor avaliada pelos terminais

retroportuários, mas também foi bem avaliada pelos armadores e pelos agentes de

carga, que são os usuários que utilizam diretamente os terminais e depots de apoio ao

porto. Já no acesso multimodal, os agentes de carga em unanimidade avaliam como

ruim/péssima, seguidos pelos terminais retroportuários e agentes marítimos, que

circulam pelos acessos ao porto diariamente.

Na categoria gestão da administração portuária, os usuários que melhor avaliam são

os Armadores e Terminais Retroportuários, empresas que possuem contato direto com

esta área. E identificam o excesso de burocracia, a falta de planejamento e a pouca

integração entre os setores como principais problemas.

Na categoria desempenho das autoridades portuárias, identifica-se que os Terminais

Retroportuários avaliaram positivamente essa categoria, seguidos pelos agentes

marítimos.

Diante de todos os dados analisados, tanto dos dados secundários, quanto dos resultados da

pesquisa de campo com os usuários, conclui-se que, de forma geral, o porto de Suape foi é

bem avaliado pelos seus principais usuários, considerando-se a maioria dos diversos

indicadores de desempenho levantados, como gestão, infraestrutura, tempo médio de espera

117

para atracação, capacidade de carga e descarga de mercadorias, localização, profundidade, uso

de equipamentos modernos, dentre outros.

Nesse contexto devem-se destacar como principais acertos do Complexo Portuário de Suape

a gestão voltada para a captação de investimentos, tornando Suape um complexo industrial, e

a parceria público-privada, com a concessão dos cais 2 e 3 em 2001, para a empresa TECON

SUAPE do grupo filipino ICTS – International Container Terminal Service Inc., que

proporcionou ao porto um grande desenvolvimento na sua infraestrutura, com equipamentos e

terminais para a movimentação de contêineres.

Por outro lado, podem-se destacar, como principais erros, a falta de planejamento e

dimensionamento da infraestrutura de acesso rodoviário e ferroviário para atender aos

investimentos atraídos. Além do mais, a falta planejamento e ordenação das cidades do

entorno do complexo, que cresceram de forma desordenada, como também, a capacitação da

população da região para poderem ser alocadas nos postos de trabalho gerados no complexo.

O exemplo polo de Suape pode ser tomando como guia para o desenvolvimento do polo

automotivo da Zona da Mata Norte, para que essa região tenha seu crescimento de forma mais

ordenada.

A expansão do Porto Suape e a continuidade do desenvolvimento do Complexo Portuário não

serão positivas apenas para os usuários diretos do porto, mas também para o desenvolvimento

de uma série de indústrias, serviços e atividades comerciais que estão indiretamente ligados

ao complexo, ocasionando impactos nos postos de trabalho e em toda a economia do Estado

de Pernambuco.

O porto não é apenas uma estrutura logística que modifica o presente, ele é o fator de

transformação para o futuro de uma região( PORTO, 2006).

118

5.2 Recomendações para futuros trabalhos

Considerando que o tema gestão portuária, desempenho portuário e o Porto de Suape ainda se

constituem construtos pouco explorados no meio acadêmico brasileiro, vários estudos poderão

ser ainda desenvolvidos, focalizando-se as seguintes contribuições:

A realização de um estudo comparativo dos indicadores de desempenho do porto de Suape

com os principais portos do Nordeste, como Itaqui, Pecém e Salvador, com vistas a identificar

os pontos convergentes e divergentes no desempenho desses portos.

A realização de um estudo comparativo do porto de Suape, com os principais portos

brasileiros, considerando o ranking dos dados estatísticos da ANTAQ, com o objetivo de

analisar a eficiência produtiva dos vários portos brasileiros.

Elaboração de um estudo comparativo de Suape com os principais portos internacionais, com

base no modelo de gestão Land lord Port, com o objetivo de avaliar o porto de Suape em

relação a esses portos.

Elaboração uma pesquisa exploratória com os usuários do porto para identificar como são

percebidos os impactos futuros da Nova Lei dos Portos.

119

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123

APÊNDICES

124

APÊNDICE A - Roteiro da entrevista com o diretor de gestão portuária.

A presente entrevista trata-se de uma pesquisa sobre o porto de Suape e seus aspectos

operacionais e gerenciais. Esta pesquisa tem como objetivo identificar como funciona a

gestão portuária do Porto de Suape. Saliento que esta pesquisa é parte integrante de uma

dissertação de mestrado da autora.

1. Quais as funções da diretoria de gestão Portuária em Suape?

2. Como funciona a gestão portuária e sua interface com os demais órgãos do governo?

3. Quais os indicadores de gestão utilizados em Suape?

4. Existe algum porto internacional adotado como referência para a gestão portuária em

Suape?

5. Como Suape está se preparando para atender as futuras demandas?

125

APÊNDICE B - Questionário usado para coleta de dados usuários do porto de Suape.

O presente questionário trata-se de uma pesquisa sobre o porto de Suape e seus aspectos

operacionais e gerenciais. Esta pesquisa tem como objetivo identificar os seus principais

problemas estruturais, operacionais e de gestão, assim como, as possíveis sugestões de

melhorias que, aplicadas, poderão proporcionar-lhe um melhor padrão de competitividade.

Saliento que esta pesquisa é parte integrante de uma dissertação de mestrado. Sendo assim,

trata-se de uma pesquisa que deverá ser usada pelo autor nas argumentações de seu trabalho.

Pesquisa sobre o Porto de Suape - Coleta da dados para dissertação de mestrado da

mestranda Fabiane Veras ( Tempo de resposta entre 7 e 10 min.)

1. Sexo*

Feminino

Masculino

2. Idade

Entre 20 - 29 anos

Entre 30 - 39 anos

Entre 40 - 49 anos

Entre 50 - 59 anos

Mais de 60 anos

3. Último nível de instrução concluído:

4. Qual a área de atuação da empresa que você trabalha?

Armador

Agente Marítimo

Agente de Carga ( NVOCC)

Empresa de Despacho Aduaneiro

Empresa exportadora/importadora ( dono de mercadoria)

Operador Portuário

Terminal retroportuário

126

Transportador rodoviário

Outro (especifique)

5. Que tipo de posição ou cargo você ocupa atualmente na empresa em que trabalha?

Diretoria ( presidência/direção/superintendência)

Gerente ( geral ou de departamento/ setor)

Analista ( logística ou outra área)

Assistente ou auxiliar

Vendedor

Outro (especifique)

6. Informe quais os principais destinos ( de exportação), das cargas de sua empresa, que

embarcam pelo porto de Suape?

Assinalar até 3 principais destinos em volume de embarque.

( Apenas as empresas exportadoras deverão responder esta pergunta)

África

Ásia

América do Norte

Brasil, cabotagem

Comunidade Europeia

Mercosul

Oriente Médio

Outro (especifique)

7. Informe quais as principais origens ( de importação) das cargas de sua empresa que

desembarcam pelo porto de Suape?

Assinalar até 3 principais origens em volume de desembarque.

( Apenas as empresas importadoras deverão responder esta pergunta)

África

Ásia

América do Norte

Brasil, cabotagem

Comunidade Europeia

Mercosul

Oriente Médio

127

Outro (especifique)

8. Quais os tipos de cagas movimentadas pela empresa em que você trabalha?

Escolher até 3 tipos, por importância em relação ao volume de movimentação.

Carga geral e solta (breakbulk)

Granéis líquidos

Granéis sólidos

Cargas em Contêineres

Veículos ( em navio roll-on roll-off)

Outro (especifique)

9. No quadro abaixo avalie as vantagens, percebidas pela sua empresa, em operar no porto de

Suape?

Sem

importância Indiferente Importante

Muito

Importante

Desempenho do Operador

Portuário

Tarifas Portuárias

Infraestrutura do porto ( berços,

armazéns alfandegados, etc)

Acesso multimodal

Localização

Terminal adequado ao produto de

sua empresa

Outro (especifique)

10. Como o sr. (a) avalia a gestão da Administração Portuária?

Ruim Regular Bom Ótimo Desconheço

Gestão da Administração

Portuária

11. Com relação à gestão da Administração Portuária, avalie os problemas da gestão:

( enumere por ordem de importância: 1 mais importante a 5 menos importante ou N/A -

não se aplica)

N/A Excesso de burocracia

N/A Falta de planejamento

N/A Pouca integração entre os setores

128

N/A Mudança de dirigentes

N/A Pouca autonomia nas decisões

12. Como o sr. (a) avalia os custos pelos serviços do porto de Suape?

Ruim Regular Bom Ótimo

Custos dos serviços no Porto

de Suape

13. Qual o maior custo cobrado pelos serviços prestados no porto de Suape?

( Assinalar o mais importante, de maior peso, nas operações de sua empresa)

Serviços dos operadores portuários (movimentação de carga,ova/desova, etc)

Serviço de armazenamento

Serviço de mão de obra

Serviço dos armadores (frete)

Serviço de despacho aduaneiro

Outro (especifique)

14. Como o sr. (a) avalia os serviços dos Operadores Portuários no porto de Suape?

Ruim Regular Bom Ótimo Desconheço

Serviços dos

Operadores:

15. Com relação aos Operadores Portuários avalie os principais problemas:

( enumere por ordem de importância: 1 mais importante a 6 menos importante ou N/A -

não se aplica)

N/A Custo elevado de serviço

N/A Baixa produtividade na execução dos serviços (tempo médio de

carga e descarga)

N/A Serviços Administrativos ineficientes

N/A Equipamentos obsoletos

N/A Pouca concorrência entre os operadores ( monopólio de

operações)

N/A Sistemas de informação ineficientes

16. Com relação à área retroportuária( terminais, depot de vazios, etc) existente no

porto de Suape ela pode ser considerada:

129

Ruim Regular Boa Ótima Desconheço

Área

Retroportuária

17. Com relação à infraestrutura de acesso multimodal ( rodoviário, ferroviário,

dutoviário , marítimo e aéreo) como você avalia o porto de Suape?

Ruim

Regular

Bom

Ótimo

18. Com relação as operações de sua empresa no porto de Suape avalie os principais

problemas.

( enumere por ordem de importância: 1 mais importante a 6 menos importante ou N/A -

não se aplica)

N/A Acesso Ferroviário

N/A Acesso Marítimo

N/A Terminais e operadores de cargas ineficientes

N/A Acesso Rodoviário

N/A Instalações para operação e armazenagem inadequadas

N/A Burocracia das autoridades pública

19. Das autoridades portuárias que operam no porto de Suape, avalie o desempenho

com relação à qualidade dos serviços de cada entidade.

Ótimo Bom Regular Ruim Desconheço

ANTAQ- Agência Nacional de

Transporte Aquaviário

Autoridade Portuária -( Adm. do

Porto)

ANVISA - Vigilância Sanitária

Capitania dos Portos ( Marinha)

Conselho de Autoridade Portuária

Ministério da Agricultura MAPA/

Vigiagro ( fiscalização fito -sanitária)

Polícia Federal

Receita Federal

130

Órgãos Ambientais

20. Liste, por ordem de prioridade, três sugestões de melhorias para o Porto de Suape.

1

2

3

131

ANEXOS

132

ANEXO A - Relação dos Portos Organizados

Os portos organizados delegados são 18, a saber:

Portos Organizados Delegados

Porto Estado Autoridade Portuária Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE Marítimo

Porto de IMBITUBA SC SCPAR Marítimo

Porto de SÃO FRANC. SUL SC APSFS Marítimo

Porto de ITAQUI MA EMAP Marítimo

Porto de CABEDELO PB DOCAS-PB Marítimo

Porto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE S.A. Marítimo

Porto de SÃO SEBASTIÃO SP DERSA Marítimo

Porto de ANTONINA PR APPA Marítimo

Porto de PARANAGUÁ PR APPA Marítimo

Porto de PELOTAS RS SPH Marítimo

Porto de PORTO ALEGRE RS SPH Marítimo

Porto de ESTRELA RS SPH Fluvial

Porto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH Fluvial

Porto de RIO GRANDE RS SUPRG Marítimo

Porto de PORTO VELHO RO SOPH-RO Fluvial

Porto de ITAJAÍ SC ADHOC Marítimo

Porto de MACAPÁ AP CDSA Marítimo

Porto do FORNO RJ COMAP Marítimo

Os Portos Públicos administrados por Companhia Docas são 19, a saber:

Portos Públicos

Porto Estado Autoridade Portuária

133

Porto de MANAUS AM CODOMAR

Porto de LAGUNA SC CODESP

Porto de SANTOS SP CODESP

Porto de ANGRA

DOS REIS

RJ CDRJ

Porto de ITAGUAÍ RJ CDRJ

Porto do RIO DE

JANEIRO

RJ CDRJ

Porto de NITERÓI RJ CDRJ

Porto de VITÓRIA ES CODESA

Porto de BARRA DO

RIACHO

ES CODESA

Porto de ILHÉUS BA CODEBA

Porto de ARATU BA CODEBA

Porto de SALVADOR BA CODEBA

Porto de MACEIÓ AL CODERN

Porto de NATAL RN CODERN

Porto de AREIA

BRANCA

RN CODERN

Porto de

FORTALEZA

CE CDC

Porto de VILA DO

CONDE

PA CDP

Porto de BELÉM PA CDP

Porto de SANTARÉM PA CDP

Fonte: Secretaria Especial dos Portos - SEP , 2015.

134

ANEXO B - Infraestrutura do porto de Suape

Figura 4- Porto interno Suape

Fonte: Porto de Suape, Apresentação Institucional, 2010.

Figura 5- Porto externo Suape

Fonte: Porto de Suape (2015)

135

ANEXO C - Diagrama da organização geral dos serviços portuários

Fonte: Cartilha de orientação – Indicadores de desempenho portuário da ANTAQ (2003).

136

ANEXO D - Mapa do Porto Organizado de Suape

Fonte: Porto de Suape (2015)

137

ANEXO E - Tarifas públicas do Porto de Suape

SUAPE COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO

TARIFA DO PORTO DE SUAPE

Homologada pela Deliberação CAP/SUAPE Nº 05 / 00 (D.O.E de 08.06.00) e Deliberação

CAP/SUAPE Nº 04 / 10 (D.O.E de 05.08.10)

TABELA 1 UTILIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA MARÍTIMA

(Taxas devidas pelo armador, agente de navegação ou requisitante)

No. ESPÉCIE E INCIDÊNCIA

1.1.0 Pela movimentação de mercadorias a granel, por tonelada ou fração:

1.1.1 Derivados de petróleo (combustíveis), na importação e na exportação .......... R$ 2,59

1.1.2 Álcool, na importação ..................................................................................... R$ 2,59

1.1.3 Álcool, na exportação ..................................................................................... R$ 1,34

1.1.4 Produtos químicos, na importação e na exportação ....................................... R$ 1,34

1.1.5 Óleos vegetais, na importação e na exportação ............................................... R$ 1,34

1.1.6 Granéis líquidos em operação de transbordo, na importação e na exportação.. R$ 1,24

1.1.7 Granéis sólidos, na importação e na exportação ............................................. R$ 2,59

1.2.0 Pela movimentação de carga geral, por tonelada ou fração:

1.2.1 Pela movimentação de carga geral, por tonelada ou fração ........................... R$ 1,47

1.3.0 Pela movimentação de contêiner, por unidade:

1.3.1 Contêiner cheio, na importação e na exportação ........................................... R$ 17,35

1.3.2 Contêiner vazio, na importação e na exportação ............................................ R$ 5,20

1.4.0 Automóveis, no sistema “roll-on roll-off”, por unidade:

1.4.1 Automóveis, no sistema “roll-on roll-off”, por unidade .................................. R$ 3,07

1.5.0 Por tonelada de porte bruto de embarcações atracadas ou fundeadas no porto sem

movimentação de mercadorias:

1.5.1 Até 30.000 tpb .................................................................................................. R$ 0,15

1.5.2 Por tonelada de porte bruto adicional ............................................................... R$ 0,10

NORMAS DE APLICAÇÃO

1.6.0 Nos casos de baldeação (descarga para o cais ou pátio com reembarque no mesmo

navio, na mesma operação), as taxas desta Tabela serão aplicadas uma só vez.

1.6.1 Nos casos de transbordo de contêineres, as tarifas da presente tabela serão aplicadas só

uma (1) vez, conforme deliberação do CAP 01/06 de 22/01/06.

1.7.0 São isentos das taxas desta Tabela:

1.7.1 Combustíveis, água e gêneros alimentícios para consumo de bordo.

1.7.2 Navios de guerra em operação não comercial, nacionais, e os estrangeiros quando

houver reciprocidade no país de origem.

1.8.0 Nesta Tabela o valor mínimo a cobrar será de:

1.8.1 Nesta Tabela o valor mínimo a cobrar será de .............................................. R$ 129,35

138

TABELA 2: OCUPAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DE ATRACAÇÃO

(Taxas devidas pelo armador ou agente de navegação)

No. ESPÉCIE E INCIDÊNCIA

2.1.0 Por metro linear de instalação ocupada por embarcação, mesmo que a contrabordo de

outra, por hora, ou fração:

2.1.1 No CMU - Cais de Múltiplos Usos ................................................................... R$ 0,39

2.1.2 No PGL - Píer de Granéis Líquidos ................................................................... R$ 0,19

NORMAS DE APLICAÇÃO

2.2.0 São isentos das taxas desta Tabela:

2.2.1 As embarcações auxiliares, quando atracadas aos navios em operação.

2.2.2 As embarcações de tráfego interno do porto, quando atracarem para se reabastecerem de

combustível e água para seu próprio consumo.

2.3.0 As taxas desta Tabela serão aplicadas em dobro, sempre que a embarcação permanecer

atracada, por sua conveniência ou responsabilidade, sem causa justificada, a juízo da

Administração do Porto, sem realizar movimentação de carga.

TABELA 3: UTILIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA TERRESTRE

(Taxas devidas pelo operador portuário ou requisitante)

No. ESPÉCIE E INCIDÊNCIA

3.1.0 Pela utilização da infraestrutura colocada à disposição para a transferência de

mercadorias das embarcações até as instalações de armazenagem, de qualquer uso, localizadas

na Área do Porto, ou no sentido inverso:

3.1.1 Mercadorias a granel, no PGL - Píer de Granéis Líquidos, por tonelada ou

fração..........R$ 1,38

3.1.2 Mercadorias a granel, no cais público, por tonelada ou fração..................... R$ 1,38

3.1.3 Carga geral, por tonelada ou fração ............................................................. R$ 0,55

3.1.4 Contêiner cheio, por unidade ....................................................................... R$ 2,06

3.1.5 Contêiner vazio, por unidade ...................................................................... R$ 0,61

3.1.6 Automóveis, no sistema “roll-on roll-off”, por unidade .............................. R$ 1,02

3.2.0 Pela utilização da infraestrutura do pátio de uso público, na movimentação de

contêineres e carga geral:

3.2.1 Carga geral, por tonelada ou fração ............................. ............................. R$ 0,69

3.2.2 Contêiner cheio, por unidade ...................................................................... R$ 8,18

3.2.3 Contêiner vazio, por unidade ....................................................................... R$ 2,45

NORMAS DE APLICAÇÃO

3.3.0 São isentos das taxas desta Tabela a bagagem de tripulantes e passageiros e artigos de

pequeno valor isentos do Imposto de Importação e cuja entrada ou saída não dependa de

despacho aduaneiro.

3.4.0 Nos casos de baldeação de contêineres e de carga geral (descarga para o cais ou pátio

com reembarque no mesmo navio, na mesma operação),as taxas 3.1.0 e 3.2.0 desta Tabela

serão aplicadas uma só vez.

3.5.0 As taxas 3.1.0 desta Tabela serão sempre pagas pelo proprietário ou operador das

instalações de armazenagem, quando da transferência de mercadorias de navios para

instalações de armazenagem na Área do Porto, ou no sentido inverso, quando da

transferência de instalações de armazenagem na Área do Porto para navios. A cobrança será

por navio, na importação e na exportação.

3.6.0 As taxas 3.2.0 serão sempre pagas pelo Operador Portuário qualificado para operação

no pátio de uso público A cobrança será por navio, na importação e na exportação.

139

3.7.0 Nesta Tabela, o valor mínimo a cobrar será de:

3.7.1 Mercadorias a granel, carga geral e automóveis ............................................ R$ 66,97

3.7.2 Contêineres cheios ou vazios ........................................................................ R$ 20,55

TABELA 4: SERVIÇOS DE ARMAZENAGEM NAS INSTALAÇÕES DA

ADMINISTRAÇÃO DO PORTO

(Taxas devidas pelo dono da Mercadoria ou requisitante)

No. ESPÉCIE E INCIDÊNCIA

4.1.0 Mercadoria conteinerizada, por contêiner:

4.1.1 Pelo primeiro período de 10 dias ou fração ........................................................ 0,30%

4.1.2 Pelo segundo período e períodos subsequentes de 10 dias ou fração .............. 0,50%

4.2.0 Mercadoria não conteinerizada, por tonelada:

4.2.1 Pelo primeiro período de 10 dias ou fração ................................................... R$ 0,48

4.2.2 Pelo segundo e períodos subsequentes de 10 dias ou fração ......................... R$ 0,96

4.3.0 Contêiner vazio, por unidade, por período de 10 dias ou fração:

4.3.1 Contêiner vazio, por unidade, por período de 10 dias ou fração ................... R$ 6,14

4.4.0 Veículo montado, movimentado por sistema roll-on roll-off Unidade

4.4.1 Pelo primeiro período de 30 dias ou fração .................................................. R$ 7,00

4.4.2 Pelo segundo período e períodos subsequentes de 30 dias ou fração............ R$ 14,00

NORMAS DE APLICAÇÃO

4.5.0 As mercadorias importadas ou exportadas por indústrias instaladas no Complexo

Industrial Portuário de Suape pagarão as taxas desta tabela com redução de 20%..

4.6.0 São isentos das taxas desta tabela:

4.6.1 Os contêineres vazios e mercadorias nos primeiros 10 dias contados da data de seu

recebimento nas instalações públicas de armazenagem do Porto de Suape

4.6.2 Os contêineres de transbordo nos primeiros 30 dias contados da data de seu

recebimento nas instalações públicas de armazenagem do Porto de Suape.

4.6.3 Os contêineres de exportação de Longo Curso nos primeiros 2 dias contados da data de

seu recebimento nas instalações públicas de armazenagem do Porto de Suape.

4.6.4 Bagagem e outras mercadorias previstas na legislação, desde que retiradas em até 30

dias da data de sua recepção nas instalações de armazenagem da administração Porto de

Suape.

4.7.0 A partir da emissão da fatura, no caso da modalidade previamente contratada de

pagamento de serviços portuários ou do pagamento à vista das taxas desta Tabela, fica

assegurado o período subsequente de 5 dias corridos, para retirada das mercadorias com

isenção de armazenagem..

4.8.0 Todos os prazos desta Tabela contam a partir da recepção das mercadorias nas

instalações da Administração do Porto. O vencimento dos períodos de armazenagem será

prorrogado para o dia útil seguinte sempre que o vencimento cair em domingos ou feriados

4.9.0 Os percentuais desta tabela serão aplicados sobre o valor CIF das mercadorias

Importadas de Longo Curso e sobre o valor comercial das mercadorias de cabotagem e de

exportação.

4.10.0 Os períodos de armazenagem poderão ser ampliados, a critério da Administração do

Porto.

4.11.0 Nesta Tabela, o valor mínimo a cobrar será de:

4.11.1 Nesta Tabela, o valor mínimo a cobrar será de ....................................... R$100,00

140

TABELA 5: SERVIÇOS DIVERSOS

(Taxas devidas pelo requisitante)

No. ESPÉCIE E INCIDÊNCIA

5.1.0 Por metro cúbico de água fornecida através de tubulação a embarcação ou

consumidor instalado na área do porto, além do preço da água cobrado pela

concessionária (COMPESA):

5.1.1 Por metro cúbico de água fornecida através de tubulação a embarcação ou

consumidor instalado na área do porto, além do preço da água cobrado pela

concessionária (COMPESA) .................................................................................. R$ 0,14

5.2.0 Pelo fornecimento de energia elétrica, diretamente ou através de “clip-on” de terceiros

para refrigeração de mercadoria conteinerizada, por período de 12 horas ou fração, por

contêiner:

5.2.1 Na exportação ................................................................................................ R$ 7,15

5.2.2 Na importação ................................................................................................ R$ 7,15

TAXAS CONVENCIONAIS

5.3.0 Outros serviços não especificados

5.3.1 Pela utilização de linhas telefônicas por usuários instalados na área do porto, além dos

valores cobrados pela concessionária (TELPE), por ramal interno e por mês .. R$ 53,94

5.3.2 Pela utilização de linhas telefônicas por usuários instalados na área do porto, além dos

valores cobrados pela concessionária (TELPE), por linha externa e por mês... R$ 71,92

5.3.3 Pela utilização da balança rodoferroviária, por tonelada ou fração de peso bruto da

mercadoria e tara do veículo transportador ....................................................... R$ 0,21

5.3.4 Pela utilização de áreas, em caráter provisório, para instalação de contêiner vazio em

serviços de controle administrativos, por unidade de área equivalente a contêiner de 20´, por

mês ou fração ................................................................................................ R$ 100,00

5.3.5 Pelo estacionamento não autorizado de carretas desatreladas do cavalo mecânico, nas

vias de tráfego interno do Porto de Suape ...................................................... R$ 50,00

5.3.6 Reembolso por avaria ou danos nas placas das defensas

a) Placa de polietileno (604x610x32mm) ............................................................. R$ 326,70

b) Placa de polietileno (310x610x32mm ................................................... .. R$ 203,50

5.3.7 Pelo fornecimento de instalações(área nas bacias de evolução ou canais de navegação)

p/apoio a serviços em plataformas e outros equipamentos marítimos não utilizados para a

carga ou descarga de mercadorias no Porto de Suape, por dia ou fração.......... R$ 600,00

5.3.8 Pela movimentação adicional de veículos no pátio de estocagem, inspeção e registros,

considerada a quantidade de veículos recebidos no pátio, por mês:

a.1) De 201 a 400 veículos ...................................................................................... R$ 95,54

a.2) De 401 a 600 veículos ...................................................................................... R$ 60,02

a.3) De 601 a 800 veículos ...................................................................................... R$ 44,79

a.4) De 801 a 1000 veículos .................................................................................... R$ 36,32

b.1) De 1001 a 1200 veículos ................................................................................... R$ 30,92

b.2) De 1201 a 1400 veículos ................................................................................... R$ 27,20

b.3) De 1401 a 1600 veículos ................................................................................... R$ 24,46

b.4) De 1601 a 1800 veículos ................................................................................... R$ 22,37

b.5) De 1801 a 2000 veículos .................................................................................. R$ 20,72

c.1) De 2001 a 2200 veículos ................................................................................... R$ 19,37

c.2) De 2201 a 2400 veículos ................................................................................... R$ 18,26

c.3) De 2401 a 2600 veículos ................................................................................... R$ 17,34

141

c.4) De 2601 a 2800 veículos ................................................................................... R$ 16,55

c.5) De 2801 a 3000 veículos ................................................................................... R$ 15,87

d.1) De 3001 a 3200 veículos .................................................................................. R$ 15,28

d.2) De 3201 a 3400 veículos ................................................................................... R$ 14,75

d.3) De 3401 a 3600 veículos .................................................................................. R$ 14,29

d.4) De 3601 a 3800 veículos .................................................................................. R$ 13,88

d.5) De 3801 a 4000 veículos .................................................................................. R$ 13,51

e.1) De 4001 a 4200 veículos ................................................................................... R$ 13,17

e.2) De 4201 a 4400 veículos ................................................................................... R$ 12,86

e.3) De 4401 a 4600 veículos ................................................................................... R$ 12,60

e.4) De 4601 a 4800 veículos .................................................................................. R$ 12,34

e.5) De 4801 a 5000 veículos .................................................................................. R$ 12,11

NORMAS DE APLICAÇÃO

5.4.0 O valor da taxa 5.2.0 será reajustado na mesma data e pelo mesmo índice de reajuste

da energia elétrica pela concessionária (CELPE).

5.5.0 Os valores das Taxas Convencionais desta Tabela serão fixados por Portaria do

Diretor Presidente de SUAPE e homologados pelo Conselho de Autoridade Portuária do

Porto de Suape.

A taxa 5.3.5 será aplicada em dobro se ocorrer o pernoite do estacionamento não autorizado,

5.6.0 sujeitando ainda o veículo a reboque.

Não se aplicam às plataformas e equipamentos mencionados na taxa 5.3.7 as taxas da tabela1

5.7.0 da tarifa do Porto.

Somente poderão ser concedidos descontos nas taxas desta tabela quando de aplicação geral

5.8.0 e mediante publicação de Portaria do Diretor Presidente de SUAPE.

As taxas do item 5.3.8 serão mensalmente cobradas de acordo com cada faixa de preço e com

a 5.9.0 movimentação mensal, cumulativamente, por montadora ou importador.

5.10.0 Nesta tabela o valor mínimo a cobrar será de:

5.10.1 Na taxa 5.3.7 ........................................................................................... R$ 1.800,00

5.10.2 Nas taxas 5.3.8, por mês e por montadora ou importador ..................... R$ 17.293,73

5.10.3 Nas demais taxas.......................,....................................................................R$ 7,15

142

ANEXO F – Parâmetros de Classificação de Geração Portuária

Fonte: Adaptado de UNCTAD (1994 , apud CURSINO, 2007 ; SOUSA Jr, 2008)

Parâmetros 1º Geração 2º Geração 3º Geração 4ª Geração

Período de

Desenvolvimento

Antes do ano

60

Após os anos

60

Após os anos

80

Após os anos

80

Tipos de Carga

Carga geral e

Granéis

Carga geral e

Granéis

Carga

Conteinerizada

Carga

conteinerizada

Atitude e estratégia

de

desenvolvimento

Conservadora

Pontos de

interface dos

modos de

transporte

Expansionista

Centro de

transportes

Comercial e

Industrial

Orientado para

o Comércio

Centro de

Transporte

Integrado e

Plataforma

Logística para

o Comercio

Internacional

Orientado para

o comércio

Internacional

Atividades

Carga e

descarga,

armazenagem

e serviços de

Navegação

Atividades da

1ª Geração,

Transformação

de Cargas,

Seviços

Comerciais e

Industriais

vinculados aos

navios

Atividades da

1ª e 2ª

Geração,

distribuição de

informações e

carga e

atividades

logísticas

Atividades da

1ª, 2ª e 3ª

Gerações Zonas

de

Processamento

Industrial,

Clusters or Port

Charges e

Business

Networks

Características da

organização das

atividades

Atividades

independentes

dentro do

Porto,

relação

informal entre

o porto e seus

usuários

Atividades

pouco

integradas

dentro do Porto

Relação

próxima entre o

Porto e seus

usuários.

Comunidade

Portuária

Integrada,

integração do

Porto com a

rede de

comércio e

transporte.

Comunidade

Portuária

Integrada,

integração do

Porto com a

rede de

comércio e

transporte.

Características da

produção de

serviço.

Contratada no

Fluxo de

Cargas,

Baixo valor

agregado e

serviços

relativamente

simples.

Fluxo de carga

, serviços

integrados e

valor agregado

médio

Fluxo e

distribuição de

Carga,

informações e

serviços

múltiplos

Serviços de

valor agregado

Fatores de Decisão

Trabalho e

Capital Capital

Tecnologia

(

equipamentos

e informação)

e Know How

Tecnologia (

equipamentos e

informação)

e Know How