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Faculdade Boa Viagem Devry Brasil Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração CPPA Mestrado Profissional em Gestão Empresarial MPGE CAROLINA NUNES DE SOUSA FRANCA PRÁTICAS DO GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS EM UM CONTEXTO DE ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO Recife 2016

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Faculdade Boa Viagem – Devry Brasil

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial – MPGE

CAROLINA NUNES DE SOUSA FRANCA

PRÁTICAS DO GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS EM UM CONTEXTO

DE ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO

Recife – 2016

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FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

- MPGE -

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso à

dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de Pesquisa e

Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus:

Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas);

Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a

consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o

texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou

custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as

condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação: “PRÁTICAS DO GERENCIAMENTO DE RECURSOS

HUMANOS EM UM CONTEXTO DE ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL: UM

ESTUDO BIBLIOMÉTRICO”

Nome do(a) autor(a): CAROLINA NUNES DE SOUSA FRANCA

Data da Aprovação: 28 de dezembro de 2015

Classificação conforme especificação acima:

Grau 1 ×

Grau 2 ×

Grau 3 ×

Recife, 15 de Março de 2016

Carolina Nunes de Sousa Franca

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Faculdade Boa Viagem– Devry Brasil

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial – MPGE

PRÁTICAS DO GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS EM UM CONTEXTO

DE ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO

Dissertação apresentado ao CPPA – Centro de

Pesquisa e Pós-Graduação em Administração,

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial,

em cumprimento parcial das exigências para

obtenção do título de mestre.

Orientadora: Profa. Maria Auxiliadora Diniz de Sá, Doutora.

Recife – 2016

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Catalogação na fonte -

Biblioteca da Faculdade Boa Viagem | DeVry, Recife/PE

F814p Franca, Carolina de Sousa. Práticas de um gerenciamento de recursos humanos em um contexto

de estratégia organizacional: um estudo bibliométrico / Carolina de

Sousa Franca. – Recife: FBV | DeVry, 2015.

101 f. : il.

Orientador(a): Maria Auxiliadora Diniz de Sá. Dissertação (Mestrado) Gestão de Pessoas-- Faculdade Boa

Viagem | DeVry.

1. Gestão de pessoas. 2. Práticas de RH. 3.Estratégia

organizacional. I. Título.

CDU 658.3 [15.2]

Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca da FBV | DeVry

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me ajudado a tirar forças que não sabia mais que existiam, me dado

discernimento e vontade para realizar esse desafio...

À minha avó, Maria Odete de Sousa (in memorian), por tudo que ela foi na minha vida, pelo

amor infinito que sempre me deu, por ter sido a vida inteira minha companheira, minha cúmplice,

minha fortaleza e meu colo.. Minha gratidão e meu amor eterno a você..

Ao meu avô, João Nunes, exemplo de honra, perseverança e fé, de quem eu herdei o gosto pela

oratória e a paixão por trabalhar para as pessoas.. Junto com a minha avó, sementes de luz e de

amor divino, depositadas em minha vida diariamente... amo muito vocês...

À minha tia, Janete Nunes, que me tem como filha, me provendo de amor e carinho, me

mostrando que quando amamos o que fazemos, Deus capacita, guia e protege... Por ter acreditado

desde sempre no meu potencial..

Ao meu pai, Pedro Franca, meu companheiro com quem divido meus medos e anseios desde que

era pequena, de quem herdei o bom humor, a leveza e a certeza que um mundo melhor começa

em nós.. Em mim... Pelo seu apoio incondicional e presença constante...

À minha mãe, Jane Nunes, de quem herdei o amor pelo conhecimento, pela leitura e pelos

estudos... e a certeza que os limites só existem na nossa cabeça e que com fé e vontade tudo é

possível...

Às minhas irmãs, Cláudia e Clara, minhas companheiras, que alegram a minha vida.. minhas

melhores amigas... para sempre...

À Jean, a minha alma gêmea, meu sol, meu amor, minha vida.. Meu companheiro e apoio de

todas as horas.. Sem você eu não teria conseguido.. e devagar vamos construindo nossos sonhos

em solo firme e a certeza de que juntos podemos tudo...

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Aos meus enteados Jeaninne e Jean, que chegaram de mansinho e enchem meu coração, minha

vida e meus sonhos de alegria.. E junto com os meus sobrinhos Heitor, Elis e Stela, me fazem

crer num amanhã cheio de esperança..

À minha orientadora, Dorinha, um presente de Deus na minha vida, que com sua doçura e

profissionalismo irretocável soube me conduzir, me motivar e me mostrar que eu conseguiria..

Nós conseguiríamos.. Essa conquista também é sua...

Suas aulas inesquecíveis, seu coração santo.. Você é uma criatura rara... Que Deus te conserve

assim e Maria te cubra com seu manto todos os dias.. Você é uma inspiração pra mim..

Dentro e fora das salas de aula..

Aos professores da banca, Diogo Helal e Fernando Pontual, que com contribuições preciosas

elevaram o nível desse trabalho.

Agradecer ao meus coordenadores Antônio Nunes Neto, pela compreensão, incentivo e parceria..

Sem seu apoio eu não conseguiria.. e Alcione Donida por todo o incentivo...

À minha amiga Lindevany Hoffmann, que chegou junto e partilhou não só sua experiência e

conhecimento, mas sua riqueza de espírito.. Uma grande amiga que a vida me deu..

À minha família e amigos que compreenderam as minhas muitas ausências... Um pouquinho de

cada um está nesse trabalho e em meu coração..

Aos colegas do mestrado e do banco (em especial Thata e Paloma), que partilharam das agonias,

angústias e medos do curso, aprenderam comigo que sofrimento ensina... e fortalece..

Aos amigos Nildo Cassundé Júnior e Fernanda Roda Cassundé, que me deram a oportunidade de

experimentar a vida ―docentemente‖ e eu nunca mais consegui viver de outra maneira... Nunca

esquecerei e serei eternamente grata...

Aos de perto e de longe que contribuíram de alguma forma para essa construção.

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Dedico este trabalho à minha avó Maria

Odete de Sousa (in memorian), por tudo que

foi, é, e sempre será em minha vida.

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“Tudo posso Naquele que me fortalece”.

Filipenses 4:13

“Tudo concorre para o bem daqueles que

amam a Deus”.

Romanos 8:28

“Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo

passa, a paciência tudo alcança, a quem

tem Deus, nada falta”.

Santa Tereza D'avila

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RESUMO:

Diante da importância das pessoas nas organizações e da necessidade cada vez maior de agregar

valor aos seus ativos intangíveis, este trabalho se propôs a analisar a partir de publicações do

GPR/EnANPAD entre 2011 e 2015, até que ponto práticas do gerenciamento de recursos

humanos estão inseridas em um contexto de estratégia organizacional. A pesquisa caracteriza-se

como qualitativa, bibliométrica, descritiva e exploratória, a partir do modelo de Ulrich (2000) que

cita três capacidades essenciais de atuação da GRH para resultados: criar clareza estratégica,

viabilizar as condições para o acontecimento de mudanças e gerar capital intelectual. Foram

encontradas as práticas tradicionais da literatura de gestão de pessoas: recrutamento e seleção,

treinamento, desenvolvimento e gestão de carreira, avaliação de desempenho, administração de

cargos, salários e benefícios, (Júnior; Tonelli; Cooke, 2012; França; Arellano, 2002; Vieira;

Filenga, 2012; Bohlander; Snell, 2013), qualidade de vida no trabalho (França; Arellano, 2002),

higiene e segurança do trabalho (Marras, 2011). A pesquisa também revelou uma necessidade

relevante das empresas trabalharem a comunicação organizacional através do setor de RH, bem

como a importância de ter o comportamento dos funcionários do setor alinhados às práticas

adotadas e ao discurso utilizado. A partir dos artigos analisados, foi possível concluir que não há

novas práticas do gerenciamento de recursos humanos sendo utilizadas por organizações no

Brasil, como também não foi encontrado vinculação entre tais práticas num contexto estratégico.

Palavras-chave: Gestão de Pessoas; Práticas de RH, Estratégia Organizacional

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ABSTRACT:

Given the importance of people in growing organizations and the need to add value to their

intangible assets, this study aimed to analyze from the GPR / EnANPAD publications between

2011 and 2015, to what extent practices of human resource management are inserted in an

organizational strategy context. The research is characterized as qualitative, bibliometric,

descriptive and exploratory, from the Ulrich model (2000) cites three core capabilities of action

for HRM results: creating strategic clarity, enabling the conditions for the event of changes and

generate intellectual capital. Traditional practices were found of people management literature:

recruitment and selection, training, development and career management, performance

evaluation, management positions, salaries and benefits (Junior; Tonelli; Cooke, 2012; France;

Arellano, 2002 ; Vieira; Filenga, 2012; Bohlander; Snell, 2013), quality of working life (France;

Arellano, 2002), hygiene and occupational safety (Marras, 2011). The survey also revealed a

significant need for companies to work organizational communication through the HR sector as

well as the importance of having the behavior of industry officials aligned with adopted practices

and discourse used. From the articles analyzed, it was concluded that there are no new practices

of human resource management being used by organizations in Brazil, as was also not found

links between such practices in a strategic context.

Keywords: People management; HR Practices, Organizational Strategy.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Modelo estratégico Miles e Snow (1978)................................................................... 36

Figura 2 – Modelo estratégico de múltiplos papéis de Ulrich (2004)........................................... 40

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Titulação dos pesquisadores.................................................................................... 53

Gráfico 02 – Abordagem da pesquisa.......................................................................................... 56

Gráfico 03 – Técnicas de pesquisa............................................................................................... 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Publicações EnANPAD ........................................................................................... 50

Tabela 02 – Produção de artigos por local.................................................................................... 54

Tabela 03 – Técnicas de pesquisa ................................................................................................ 57

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Dimensões e categorias da GERH ....................................................................... 48

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANPAD Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração

ANT Avaliação da necessidade de treinamento

ENANPAD Encontro da ANPAD

FBV Faculdade Boa Viagem

GERH Gestão estratégica de recusos humanos

GRH Gestão de recursos humanos

RH Recursos humanos

TD&E Treinamento, desenvolvimento e educação

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SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ...................................................................................................................... 12

LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................................................. 13

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................................ 14

LISTA DE QUADROS .............................................................................................................................. 15

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................................... 16

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 19

1.1 Objetivos da pesquisa....................................................................................................................... 24

1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................................................ 24

1.1.2 Objetivos específicos: .................................................................................................................... 24

1.2 Justificativas da pesquisa ................................................................................................................ 24

1.2.1 Justificativas teóricas .................................................................................................................... 25

1.2.2 Justificativas práticas .................................................................................................................... 25

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................................... 27

2.1 Práticas do gerenciamento de recursos humanos .......................................................................... 27

2.2 Estratégias organizacionais ............................................................................................................. 32

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................................................... 44

3.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................................................. 44

3.2 Desenho de pesquisa ......................................................................................................................... 46

3.3 Locus da pesquisa ............................................................................................................................. 47

3.4 Instrumento de coleta dos dados ..................................................................................................... 47

3.5 Processo de coleta de dados ............................................................................................................. 48

3.6 Técnica de análise dos dados ........................................................................................................... 49

3.7 Limites e Limitações da pesquisa .................................................................................................... 50

3.7.1 Limites da pesquisa .......................................................................................................... 51

3.7.2 Limitações da pesquisa .................................................................................................... 51

4 ANALISE DOS DADOS ......................................................................................................................... 51

4.1 Caracterização dos trabalhos e autores.......................................................................................... 52

4.2 Práticas do gerenciamento de recursos humanos .......................................................................... 58

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4.3 Práticas do gerenciamento de recursos humanos e a estratégia organizacional ........................ 71

5 CONCLUSÃO ......................................................................................................................................... 77

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 82

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1 INTRODUÇÃO

A gestão de recursos humanos (GRH) teve seu desenvolvimento, no Brasil, a partir da

segunda guerra mundial, devido ao aumento do fluxo de contratações e demissões de pessoas,

pelas organizações (Marras, 2011). Surgiram, então, as primeiras práticas: recrutamento e

seleção, bem como treinamento, desenvolvimento e gestão de carreira (JÚNIOR, TONELLI e

COOKE, 2012).

A evolução na função de Recursos Humanos aconteceu na década de 1980, a partir da

mudança de um modelo tradicional, orientado para o controle da gestão da força de trabalho,

para outro, apoiado no comprometimento (Walton, 1985; Silveira; Miranda, 2011), a qual foi

estimulada, sobretudo, por estratégias funcionais, quando os processos eram vinculados aos

sistemas de benefícios, treinamento e compensação.

Na década de 1990, o foco era a cultura, a competência e o comprometimento, entendidos

como fundamentais para assegurar o sucesso de um negócio; a partir dos anos 2000, passou-se

a entender, mesmo que timidamente, estratégias organizacionais vinculandas às ações da

GRH (GUBMAN, 2004).

Ao longo do tempo a atuação da GRH ganhou diferentes nuances, a depender do momento

histórico das organizações. Segundo Rebelo (2013), a partir da década de 60, esse setor

passou a focar o nível societário, a minimização dos efeitos negativos das leis trabalhistas,

impostas às empresas, bem como políticas e práticas que garantissem a sua sobrevivência,

diante dos novos desafios do mercado (CUNHA et al., 2010).

Nesse processo de evolução, a GRH tem atuado muito mais como uma função de apoio às

atividades organizacionais, conforme ressalta Sarsur et al. (2015), do que propriamente ligada

à sua estratégia. Segundo esse mesmo autor, a atuação dessa área permanece, ainda, em uma

concepção tradicional, na relação entre o homem e o trabalho, apesar de algumas tentativas

contrárias.

Esse mesmo pensamento vinha sendo apoiado por Sá e Lemoine (2000), quando afirmaram

que a GRH, até então, não era reconhecida como uma função estratégica pelas organizações,

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ao lado de outras, como: finanças, produção e marketing, sobretudo; apesar de ser entendida

como fundamental para a competitividade das organizações, na medida em que é capaz de

transformar custo em crescimento e lucratividade (ULRICH, 2005).

Entretanto, parece que a evolução dessa área vinha sendo despertada, pelo menos em termos

teóricos: é o que pode-se deduzir, a partir da declaração de Giannantonio e Hurley (2002) que

indicaram aspectos de mudanças para os profissionais de RH, diante dos desafios cada vez

mais complexos, na prática diária de seus trabalhos. Para esses autores, as atividades que os

departamentos de RH desempenhavam nas organizações estava mudado: de um trabalho

administrativo, para parceiro estratégico, decidido a adicionar valor à organização.

De fato, como afirmaram, mais adiante, Horta, Demo e Roure (2012): as pessoas podem

assumir posição de destaque, a partir do momento em que fontes tradicionais como tecnologia

e equipamentos não conseguem ser fatores de vantagem competitiva. Nessa conjuntura, as

políticas de GRH podem contribuir para o bem-estar dos colaboradores, nas organizações,

fazendo a diferença, em termos de atitudes e comportamentos (NISHII; LEPAK;

SCHNEIDER, 2008; TURNER; HUEMANN; KEEGAN, 2008; DEMO; FOGAÇA; NUNES;

EDREI; FRANCISCHETO, 2011; RUBINO; DEMO; TRALDI, 2011).

Recentemente, Fisher e Pires (2014), bem como Oliveira, Gonçalves e Barbosa (2014)

reforçaram essa compreenção sobre a área de GRH, quando afirmaram que a sua vocação é de

posicionar-se estrategicamente, por se mostrar vital para as empresas, contribuindo

diretamente para seus resultados.

A importância da gestão de pessoas para as empresas dá-se pela necessidade cada vez maior

que elas têm de seus ativos intangíveis, tendo em vista o mercado competitivo em que atuam,

exigindo cada vez mais, maior desempenho e resultados desafiadores, quando as pessoas

fazem a diferença (FISCHER, 2001). Em contrapartida, elas esperam que as empresas

busquem o atendimento de suas expectativas e necessidades profissionais (DUTRA, 2008).

Ulrich (2000) cita, de uma forma geral, três capacidades essenciais de atuação da GRH para

resultados: criar clareza estratégica, viabilizar as condições para o acontecimento de

mudanças e gerar capital intelectual. Sendo assim, os profissionais dessa área devem possuir

conhecimento sobre o negócio da empresa, ter domínio de suas práticas, gerenciar processos

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de mudança, propiciar condições para a criação de cultura e locais de trabalho que

predominem o desenvolvimento da capacidade individual e do comprometimento com a

empresa; finalmente, demonstrar credibilidade pessoal.

Conforme Mintzberg (2006), a estratégia organizacional é um formato que as empresas

possuem de, através das suas decisões, revelar seus objetivos, propósitos, metas, principais

políticas e planos para transformar o planejamento em realidade; exatamente nesses processos

que as práticas de GRH podem colaborar para que as pessoas estejam alinhadas com as

diretrizes da empresa.

Beauvallet e Houy (2010) reforçam essa compreensão, quando argumentam que os

mecanismos principais e as variáveis determinantes que justificariam as vantagens

competitivas estão diretamente relacionados à GRH. Para eles, a implantação e a gestão de

práticas dessa área, quando bem orientadas, podem favorecer não somente o desenvolvimento

de uma organização, mas sobretudo o bem estar das pessoas que nelas trabalham, levando-as,

inclusive, a um estado de comprometimento com o seu trabalho (KATOU, 2012).

De acordo com Fischer (2002) práticas da GRH são ações baseadas nos princípios da

organização, para conduzir pessoas com o intuito de obter resultados, tanto organizacionais,

quanto individuais; as principais são: recrutamento e seleção, treinamento, avaliação de

desempenho, administração de cargos, salários e benefícios (FRANÇA; ARELLANO, 2002;

VIEIRA; FILENGA, 2012; BOHLANDER; SNELL, 2013).

A qualidade de vida no trabalho, segundo França e Arellano (2002) também faz parte das

práticas que podem ser implantadas, na busca da valorização dos funcionários. A essas

práticas, acrescentam-se: relacionamento interpessoal, organização do trabalho e estilo de

direção, como mecanismos fundamentais para o reconhecimento do valor empregado às

pessoas (SÁ, 1997).

Para Jackson e Schuler (1995) o sistema de GRH é composto, além de práticas, por políticas

formais, que orientam ou limitam o seu desenvolvimento, além de outros fatores, tanto do

ambiente interno (tecnologia, estrutura, tamanho, estágios do ciclo de vida organizacional e

estratégia de negócios), bem como do ambiente externo (aspectos de caráter legal, social,

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político, sindicalização, condições do mercado de trabalho, características da indústria e

cultura nacional).

As práticas da GRH contribuem para o posicionamento, expectativas e valores da

organização, quando se trata da relação com os indivíduos, além de promover um tratamento

igualitário entre eles; funcionam, ainda, como ponto de referência e decisão (ARMSTRONG,

2009); quando bem direcionadas são capazes de estimular e capacitar pessoas a dedicarem

seus talentos, habilidades e conhecimentos na resolução de problemas e demandas da

organização, os quais podem ser transformados em ações estratégicas, resultando em um

desenvolvimento diferenciado (SILVA, 2014).

Segundo Demo (2010) a GRH, em sua versão mais atual, entende o colaborador como

fundamental no processo de consecução de metas e tomada de decisões, em busca de maior

efetividade e competitividade organizacionais, tornando-se um fator estratégico. Portanto, as

suas práticas precisam ser modificadas, para ajustar-se à estratégia empresarial e efetivamente

valorizar os colaboradores. Neste sentido, Thévenet (1994, p 62) afirma: ―Torna-se cada vez

mais imperativo os cuidados com o indivíduo pois ele é a base de todas as renovações e

práticas que se queira implantar‖.

Diante de um cenário competitivo e em movimento, as empresas cada vez mais são desafiadas

a atender melhor os clientes e serem percebidas de forma diferenciada de seus concorrentes,

por meio de modelos de competitividade que, por sua vez, demandam mais assertividade das

organizacionais (ULRICH; HALBROOK; MEDER; STUCHLIK; THORPE,1991).

Não se exime desta contrução a necessidade premente de empresas se alinharem, cada vez

mais, num contexto estratégico, sendo levadas a rever suas diretrizes e seus processos,

frequentemente, para acompanhar as exigências e a velocidade instalada no contexto

empresarial. Pfeffer (1998) já alertava para que todos os setores identificassem competências

e comportamentos que as pessoas precisavam ter.

Para Ulrich (2004) a capacidade organizacional é resultado do redesenho e da reorganização

das práticas, funções e profissionais da GRH que deve ser amparada por teorias coerentes e

substanciais e, ainda, estar alinhada ao planejamento e à estratégia organizacional; daí a

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função estratégica de pessoas, para que essas ações se realizem (GUEST, 1987; STOREY,

1995; LEGGE, 2006).

A diferença entre a concepção teórica e prática dessa questão estratégica provocou a

curiosidade de saber quais práticas do gerenciamento de recursos humanos estão inseridas, ou

não, em um contexto de estratégia organizacional, no âmbito do Brasil, tendo em vista as suas

diversas realidades, amplitude geográfica, cultura, bem como os seus aspectos regionais e

mercadológicos.

Sendo assim, buscou-se conhecer essa situação a partir de resultados de pesquisas

apresentadas nos Anais do GPR/EnANPAD, pela divisão acadêmica de Gestão de Pessoas e

Relações de Trabalho (GPR), Tema de interesse 8 (nos anos 2011, 2012 e 2013) e Tema de

interesse 7 (nos anos de 2014 e 2015): Políticas, Modelos e Práticas de/em Gestão de Pessoas,

nos últimos cinco anos, a saber: 2011 a 2015.

A pesquisa foi realizada através das citações de palavras chaves vinculadas às práticas do

gerenciamento de recursos humanos e mediante a estatística gerada, observou-se a relevância

dos temas estudados. Caldas e Tinoco (2004) ressalta a importância do cuidado em relação

aos aspectos qualitativos não se perderem nos levantamentos quantitavos.

O EnANPAD (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração) é um

evento nacional de promoção do ensino, pesquisa e produção de conhecimento, no campo das

ciências administrativas, contábeis e afins, que reúne trabalhos das diversas regiões do Brasil.

Contempla onze áreas de atuação acadêmica que buscam promover o diálogo entre estudiosos

no assunto e assim, auxiliar o desenvolvimento dos diversos setores. O fato de ter fácil acesso

aos seus artigos e acolher distintas posições teóricas no campo científico, o torna um espaço

democrático de discussão de interesse da sociedade como um todo (site do EnANPAD).

Para orientar esta pesquisa, formulou-se a seguinte questão: até que ponto práticas do

gerenciamento de recursos humanos, analisadas a partir de publicações do GPR/EnANPAD,

entre 2011 e 2015, estão inseridas em um contexto de estratégia organizacional?

Assim sendo, foram estabelecidos objetivos que devem responder à essa questão.

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1.1 Objetivos da pesquisa

Apoiando-se na escolha da temática proposta, a seguir apresentam-se, os objetivos geral e

específicos.

1.1.1 Objetivo geral

Analisar a partir de publicações do GPR/EnANPAD entre 2011 e 2015 até que ponto práticas

do gerenciamento de recursos humanos estão inseridas em um contexto de estratégia

organizacional.

1.1.2 Objetivos específicos:

a) Caracterizar os trabalhos e autores das publicações do GPR/EnANPAD, entre 2011 e

2015;

b) Identificar práticas do gerenciamento de recursos humanos utilizadas por organizações

no Brasil, segundo publicações do GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015;

c) Descobrir se e quais práticas do gerenciamento de recursos humanos têm sido

utilizadas num contexto de estratégia organizacional, segundo publicações do

GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015.

1.2 Justificativas da pesquisa

Perante a pesquisa realizada, serão descritas as razões nas quais se fundamentam este estudo e

sua contribuição tanto no âmbito teórico, quanto no prático.

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25

1.2.1 Justificativas teóricas

Diante da importância das práticas de GRH (Fischer, 2002), e no intuito de investigar quais

são as mais utilizadas nas organizações atuais, a pesquisa buscou indicar como as publicações

tratam neste novo período dos itens verificados como relevantes de acordo com a teoria.

Foi investigado se existem novas práticas que atualmente são aplicadas e assim indicar novos

temas que tenham como objeto de estudo as práticas de recursos humanos que influenciem as

organizações. Procura-se estimular a reflexão do mundo acadêmico para novas práticas de

gestão, onde os resultados surjam mais rapidamente.

Diante da afirmação de Amorim e Silva (2011) que não há mudança sem pessoas motivadas,

existe uma sinalização de que a GP assume atualmente um papel de parceira estratégica

(Ulrich; Brockbank, 2004) e diante desta realidade, estudos que ajudem a compreender

melhor esse processamento são bem-vindos na academia.

Foi observado se existem vínculos teóricos entre as estratégias descritas nos artigos e as

práticas utilizadas, sendo possível não apenas cruzar as informações mas também, indicar se

existe algum tipo de parceria ou modus operandi entre elas.

Também é possível saber se os mecanismos de práticas de gestão permaneceram, perderam

espaço ou se foram ampliados num contexto estratégico dentro das publicações acadêmicas.

1.2.2 Justificativas práticas

A importância que a gestão de pessoas passou a ter no ambiente de trabalho fundamenta a

relevância da pesquisa, principalmente em face as mudanças de mentalidade da área que

verificamos nos últimos anos pelos seguintes aspectos: (i) o modo das empresas encararem o

papel do funcionário; (ii) a responsabilidade da empresa perante as pessoas que nela

trabalham; e (iii) a necessidade dos seres humanos desenvolverem suas potencialidades

(DUTRA, 2001).

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Por ser um tema pertinente ao contexto do mercado atual, a pesquisa procurou elucidar quais

são as práticas que estão sendo utilizadas pelas empresas mediante um cenário estratégico.

Sinalizar a experiência positiva das organizações que podem ser utilizada em outras empresas

e ter noção do resultado em relação às ações implantadas e sua intervenção no

desenvolvimento das organizações citadas, observando não apenas o quantitativo de ações,

mas também as consequências geradas e seus efeitos.

A pesquisa pode nortear empresas que desejem melhorar o desempenho, desenvolvendo e

aplicando práticas, já conhecidas, mas não direcionadas para esse foco, inclusive podendo

combinar ações na procura de melhoria. O estudo pode indicar alternativas para alinhar as

práticas de recursos humanos e a estratégia organizacional, buscando aprimoramento de

performance e menos esforço demandado da organização.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capitulo procura elucidar os principais conceitos trabalhados na pesquisa, introduzindo o

leitor de forma didática ao texto, para que a plenitude de seu conteúdo seja assimilado. Nele

constam as principais práticas do gerenciamento de recursos humanos, depois ressalta-as em

um contexto estratégico.

2.1 Práticas do gerenciamento de recursos humanos

A investigação das decorrências dos sistemas de trabalho e das práticas de gestão de RH sobre

os resultados das organizações, tanto nas áreas das ciências sociais bem como da psicologia

organizacional, já tem longo tempo (ESTEVES; CAETANO, 2010).

Kaufman (2008) descreve que primariamente a gestão de recursos humanos era uma atividade

em que alguém ficava responsável pelo controle e coordenação das ações de outras pessoas no

intuito de produzir bens ou serviços. Percebe-se que essa visão retrata um tipo de gestão como

um exercício de dar ordens, como uma prática rotineira que pode acontecer em qualquer tipo

de empresa.

De acordo com Fischer (2002), a gestão de recursos humanos é a forma que a organização

atua sobre o comportamento dos funcionários, partindo do princípio que a mesma depende da

ação de seus colaboradores para obter sucesso nos seus objetivos. Esse conceito, embora um

tanto tendencioso, revela a importância que as ações dos funcionários representam para que o

empreendimento consiga êxito em seu propósito (SÁ; LEMOINE, 2000).

No início da década de 80, Miles e Snow (1984) já se antecipavam à visão estratégica da

gestão de recursos humanos, quando reconheceram que as suas práticas dependiam da

estratégia da organização; sendo assim eles propuseram uma tipologia estratégia: defensores,

prospectores, analisadores e reatores, o que mais adiante foi denominada por abordagem de

contingência (LENGNICK-HALL et al., 2009).

Nessa mesma linha de raciocínio, Schuler e Jackson (1987), bem como Lengnick-Hall et al.

(2009) afirmaram que diferentes tipos de estratégia (redução de custos, melhoria da qualidade,

e inovação) requerem diferentes tipos de comportamento ou práticas de RH.

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Sendo assim, o desenvolvimento da gestão estratégica de pessoas associada ao alinhamento

estratégico, trouxe como consequência o debate sobre a adequação indivíduo-cargo, tendo em

vista a necessidade de direcionamento desses requisitos (MASCARENHAS;

KIRSCHBAUM, 2008).

Na sua evolução, a área de gestão de recursos humanos adotou uma postura diferente, mais

adaptada à uma realidade competitividade, em que os líderes transformacionais são preferidos

em prol da excelência da organização, além da intervenção cultural, na busca de valores e

comportamentos em consonância com o contexto dos negócios (JÚNIOR; TONELLI;

COOKE, 2011).

Para Barankievicz et al. (2013), a gestão de recursos humanos necessita posicionar-se de

maneira estratégica e exercer o seu papel de parceiro do negócio. Em paralelo, as estruturas de

formalização, seja de planejamento, controle ou direcionamento, também devem estar

alinhadas para tal. Nessa concepção, as pessoas devem ter mais conhecimento e maior vínculo

com a administração (VASCONCELOS, 2011).

Nesse contexto e de acordo com Bussular, Scheffer e Sawitzki (2013) refletir sobre a criação

e o desenvolvimento das práticas estratégicas do gerenciamento de recursos humanos é ir,

inclusive, além desses aspectos técnicos e incluir aqueles idiossincráticos, referentes à

diferenças, singularidades e pluralidade de ações. Num momento em que o ideal de

diversidade cresce nas empresas, nenhum setor é tão demandado de tal pensamento como essa

área.

Becker, Huselid, Ulrich (2001) e Chaudhuri (2009) ressaltam que quando a estratégia e a

filosofia da organização estão alinhadas com as práticas de RH, a possibilidade de efetivação

de desempenho torna-se superior. Em pesquisa realizada por Hanashiro, Teixeira e Zebinato

(2001) foi evidenciada a importância da área de RH apresentar resultados mensuráveis e

agregadores de valor ao negócio ampliando a visão de todos os intervenientes de uma

determinada atividade na empresa.

Nesse contexto evolutivo, a organização deve promover um sistema psicossocial em que haja

motivação entre os envolvidos, além de uma liderança capaz de gerenciar os seus recursos

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humanos, a fim de prover desempenho, envolvimento, integração e desenvolvimento dos

participantes (FIUZA et al.,2010).

A partir desta nova perspectiva da gestão estratégica de pessoas, surgiu a necessidade de

acompanhar, mensurar e avaliar as práticas referentes (BOSELIE, 2010). De acordo com

Souza, Paixão e Souza (2011) relatam que nos últimos anos, o processo seletivo de

organizações, por exemplo, de forma estratégica, tem priorizado a competências dos

candidatos, bem como um perfil proativo, por considerar que essas atitudes vão favorecer o

alcance dos seus objetivos.

Esse tipo de seleção busca mapear os perfis de competências profissionais e pessoais dos

cargos e escolher as pessoas que possuam um maior alinhamento com a estratégia da

empresa; assim, ela poderá ampliar a sua competitividade e diferenciação (RABAGLIO,

2004).

A ênfase nas práticas do gerenciamento de recursos humanos com uma visão estratégica é de

certa forma reconhecida por alguns autores, tais como Ulrich (2000) e Albuquerque (2001).

Esse último afirma que é a partir da seleção que as empresas podem construir uma sólida base

de pessoas talentosas para atingir a excelência. Semelhantemente, Silva; Lúcio; Barreto

(2013) reconhecem que falhas nesses processos comprometem o desempenho e a

produtividade da organização. Ainda que em ambientes de grande competitividade, o

crescimento e o sucesso das organizações dependem da sua habilidade de elaborar novas

competências e estratégias.

De sua parte, Limongi-França e Arellano (2002), Lacombe (2011), Silva, Ferret e Mancini,

(2014) também salientam essa decisão estratégica, quando reconhecem a importância de uma

seleção bem feita para a organização. Segundo, ainda, Silva (2013), uma boa relação das

pessoas com a empresa desde o início promove o envolvimento necessário para que as

estratégias sejam cumpridas. A contratação de um novo colaborador não deverá ser

determinada por uma necessidade momentânea, mas enquadrada estrategicamente aos planos

da organização.

Essa mesma compreensão é compartilhada por Hanashiro; Teixeira; Zaccarelli (2007) ao

advertirem que uma decisão acerca de um candidato, pela sua competência técnica, pode

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prejudicar uma escolha estratégica. Da parte de Binotto, Siqueira e Mortari (2011), eles

ressaltam a importância de ideias apoiadoras das estratégias, a partir das redes de

relacionamento, formadas estrategicamente, a começar pelo processo seletivo.

Helal (2006, p.4) também reconhece a importância da perspectiva dos recursos humanos

estratégicos, na medida em que declara que ―a qualificação passou a depender menos de um

saber-fazer técnico e mais da atitude, da comunicação e de traços de personalidade do

trabalhador‖.

Sobre a prática do treinamento, Silva e Rowe (2012) são de acordo que o papel de um mero

executor de tarefas foi deixado de lado pela gestão e o foco passou a ser num

desenvolvimento integral, capacitando o indivíduo a lidar com circunstâncias e conteúdos

complexos. Esta condição é assegurada por Ferreira (2009), que reconhece a importância do

treinamento como um processo de desenvolvimento e educação, para beneficiar tanto a

organização, quanto as pessoas envolvidas.

Para Coelho, Borges-Andrade (2008); Abbad, Zerbini, Souza (2010); Silva et al (2012), as

ações de treinamento, desenvolvimento e educação de pessoas (TD&E) devem procurar

acompanhar as constantes mudanças da sociedade e conseguir um diferencial competitivo

para as organizações. Para Borges-Andrade (2006), o treinamento representa um instrumento

de grande valia para a estratégia corporativa.

De acordo com Meister (1999), essa visão estratégica da prática do treinamento surgiu a partir

da segunda metade do século XX, quando empresas norte-americanas de pequeno e grande

porte passaram a dedicar mais interesse e investimento à aprendizagem, com o objetivo de

melhorar os processos da empresa. Essa compreensão foi compartilhado por Senge, (1990),

ao reconhecer que as organizações só aprendem por meio de indivíduos que aprendem.

Nesse sentido, nos últimos anos têm sido crescente a quantidade de empresas interessadas em

projetos de educação corporativa, investindo esforços intensos para mapear suas competências

críticas e conseguir desenvolver uma gestão por conhecimento, a fim de construir as

competências críticas, ou seja, aquelas que podem diferenciar a empresa estrategicamente

(BARRETO; SILVA; LUCIO, 2013).

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Reconhece-se que o treinamento, quando bem planejado, pode despertar a motivação para as

atividades, a autoconfiança e melhorar a qualidade do trabalho (Balarin; Zerbini; Martins,

2014), até porque as pessoas são a fonte de transformação e das modificações que a empresa

precisa, respondendo ao investimento com o aumento da produtividade e cumprimento dos

objetivos (VENTURA et al., 2012).

Para que haja aprendizagem e, consequentemente, inovação em um ambiente cada vez mais

instável (Filenga; Moura; Rama, 2010) é necessário que as pessoas passem por uma avaliação

de desempenho, em que os gestores acompanham a atuação de seus liderados, baseada nas

suas competências, corrigindo o percurso para que os propósitos da empresa aconteçam

(BRANDÃO e GUIMARÃES, 2001; KETTL, 2005; DALDEGAN et.al., 2009).

Para Bohlander e Snell (2009) os resultados das avaliações de desempenho possuem dois

objetivos distintos que se complementam: o primeiro é administrativo e serve como

ferramenta para as decisões relacionadas ao aproveitamento e à carreira das pessoas; o

segundo é de desenvolvimento, pois o feedback gerado pela avaliação leva a uma discussão

dos pontos fortes e fracos dos empregados e à uma consequente melhoria de desempenho.

Segundo Brandão et al. (2008), estrategicamente, o entendimento é de que a avaliação

realizada, conjuntamente, por diversas pessoas, é mais rica e com menos viés do que aquela

feita por uma única, principalmente porque os envolvidos passam a compartilhar a

responsabilidade pelo processo e eventuais discrepâncias em relação aos objetivos da

empresa.

Esse esforço de realização dos objetivos, vai em busca também de uma melhor qualidade de

vida no trabalho, incluindo ainda higiene e segurança, pela noção plena que funcionários

satisfeitos contribuem com mais efetividade para o cumprimento das atividades (NADLER;

HACKMAN; LAWLER, 1979).

A busca pela qualidade de vida dos colaboradores também é vista como uma das questões

estratégicas da gestão de recursos humanos, pois vem ganhando espaço como diferencial de

atração de profissionais; ao mesmo tempo interfere na saúde organizacional. Neste sentido, o

conhecimento sobre a relação existente entre a qualidade de vida no trabalho e o desempenho

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organizacional pode influenciar diretamente nas estratégias para a criação e manutenção de

vantagem competitiva (MACHADO, 2011).

Essa compreensão também é mantida por Dutra (2006), França (2007); Araújo e Garcia

(2014) que a gestão de recursos humanos é responsável por conduzir todos os processos

referentes ao fornecimento, manutenção e desenvolvimento dos indivíduos que participam da

organização, a fim de que os objetivos pessoais e organizacionais sejam efetivados.

Segundo Machado (2011), as estratégias de organizações podem, quando bem conduzidas,

alinhavar todas as práticas da gestão de recursos humanos, de forma a agregar esforços para

que as ações produzam resultados, além do esperado, mediante a concorrência.

Quishida e Albuquerque (2014) bem como Albuquerque (2002), recomendam que a estratégia

de RH deve seguir as fases do processo de formulação e implementação da estratégia

organizacional: a partir do conhecimento e da visão do negócio, devem-se desenvolver as

diversas etapas da estratégia funcional, aliadas à estratégia organizacional, através do

processo de feedback.

Para Almeida, Teixeira, Martinelli (1993), Davel e Melo (2005), estratégia é um conjunto de

intenções, decisões e ações, que se realizam através das pessoas e de sua convivência, criada

mediante acertos e falhas. A seguir, descreve-se sobre estratégias organizacionais e a sua

relação com práticas do gerenciamento de recursos humanos.

2.2 Estratégias organizacionais

Mintzberg (2000) explica que estratégia é um padrão de comportamento ao longo do tempo;

ela é conceituada como a arte que norteia como fazer, sugerindo a melhor forma aplicada à

organização.

O conceito de estratégia foi desenvolvido a partir de diversas áreas (militarismos, comando de

pessoas, planejamento), inclusive, fora do âmbito de estudo da administração; se baseando no

passado, desenhando o futuro através de cenários, onde se busca prever prováveis

comportamentos (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000).

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Salles, Fernandes e Filho (2012) explicam que embora a estratégia seja o ponto inicial para

construir o futuro, ela deve ser flexível para sobreviver às intervenções das variáveis que

influenciam na organização, pois elas e o modelo de gestão ditam as políticas da área de

Recursos Humanos, a partir do entendimento e da operacionalização dessas ações, em busca

dos objetivos organizacionais (PASSOS; TRINDADE, 2015).

Dessa forma, as mudanças necessárias para a empresa devem estar alinhadas à estratégia

organizacional, existindo a possibilidade de ser planejada ou emergencial (Cunha; Rego,

2002) e com enfoque estratégico, estrutural, tecnológico, humano, cultural e político

(MOTTA, 2001).

Segundo Kaplan e Norton (2006), o alinhamento das pessoas às estratégias da empresa só se

realiza quando os objetivos pessoais como satisfação, treinamento, produtividade,

remuneração estiverem com mesmo foco. Dessa forma as práticas de gestão de recursos

humanos colaboram para um desempenho organizacional superior quando são utilizadas em

conjunto e de maneira integrada à estratégia de negócios (GUEST; HOQUE, 1994;

EZZAMEL; LILLEY; WILKINSON; WILLMOTT, 1996).

Em relação ao enfoque estratégico, Anthony, Perrewé e Kacmar (1996), ressaltaram que

quando a estratégia de pessoas se integra com a estratégia organizacional e demais estratégias

funcionais, orienta suas ações para as pessoas em todos os níveis organizacionais, enfatiza a

escolha e a tomada de decisão, apresenta foco de longo prazo, reconhece explicitamente os

impactos do ambiente organizacional externo, da competição e da dinâmica do mercado; ela

assume um caráter estratégico.

Becker, Huselid e Ulrich (2001a) reforçam que o enfoque estratégico pressupõe o

alinhamento de recursos humanos com a estratégia maior da organização, através da missão,

visão, estratégias, objetivos e planos.

Uma das preocupações notórias de alguns autores (Guest; Hoque, 1994; Ezzamel; Lilley;

Wilkinson; Willmott, 1996; Mintzberg, 2000; Becker; Huselid; Ulrich, 2001a) que estudam

planejamento estratégico é buscar um formato em que haja a possibilidade de não apenas

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conseguir um desempenho elevado, mas principalemente, de dar sustentabilidade à vantagem

competitiva (COSTA; SILVA, 2002).

Diante desse desafio, estudiosos como Chrisman, Hofer e Boulton (1988), Porter (1980),

Mintzberg (1988), Miles e Snow (1978) e Ulrich (2004) propuseram tipologias para tentar

enquadrar ações aos vários seguimentos organizacionais. O termo tipologia, no contexto do

estudo do planejamento estratégico, conceitua um conjunto de estratégias genéricas capazes

de descrever os comportamentos estratégicos das indústrias (COSTA; SILVA, 2002).

Nesse sentido, tipologia é um sistema de classificação e, como tal, exige o cumprimento de

alguns requisitos. Chrisman, Hofer e Boulton (1988) explicam que uma classificação precisa

acolher aos objetivos básicos de diferenciação, identificação, generalização e recuperação da

informação.

De acordo com Vasconcelos e Silva (2002), a relevância de se utilizar tipologias está na

diminuição das diversas possibilidades de combinação que um pesquisador poderia

considerar. Assim, segundo os autores, ―as categorias de uma tipologia representam caracteres

gerais que definem um pacote holístico de atributos‖ (p.3), ou seja, uma vez reconhecido,

cada tipo estratégico pode ser verificado e desenvolvido por pesquisadores, que, por sua vez,

determina a primazia de algum conjunto de variáveis.

Para esses autores, a diferenciação está vinculada às nítidas características de cada uma das

classes, enquanto que generalização diz respeito às possibilidades de realização de estudos

comparativos, baseados na classificação. Essa será bem feita se, após a realização de desenhos

comparativos, ela mantiver sua coerência. Por fim, também é indispensável que um sistema

de classificação seja capaz de permitir sua recuperação e não apenas de acumular

conhecimento.

Costa e Silva (2002) complementam: para que os objetivos citados sejam alcançados, é

necessário, ainda, que um sistema de classificação possua certas propriedades. A primeira

delas equivale à existência de características-chave que permitam a identificação das

semelhanças em um mesmo grupo, bem como das diferenças entre dois ou mais grupos. Outra

propriedade importante é a simplicidade, ou seja, é preciso haver um pequeno número de

classes, sem o comprometimento da abrangência do modelo.

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A terceira propriedade, é a de estrutura hierárquica, permitindo a recuperação das

informações, simplificando a utilização do sistema; finalmente, a quarta, é a capacidade de

dinamismo, em que uma classificação de estratégias genéricas, por exemplo, deve permitir a

avaliação não apenas das estratégias passadas da organização, mas também daquelas futuras

(COSTA; SILVA, 2002).

Para a construção do que foi chamado de contexto estratégico, vão ser explicadas 2 tipologias,

em busca de um delineamento para enquadrar os artigos a serem tratados, neste estudo: de

Miles e Snow (1978) e Ulrich (2004), por serem os mais citados dentre os trabalhos que

aboradam estratégia organizacional.

A tipologia criada por Miles e Snow (1978) procura melhor adequação para as organizações,

de acordo com suas respostas às mudanças de condições e cenários mercadológicos

diferentes, nas quais operam (cf. Figura 1), a seguir.

Figura 1: Modelo estratégico Miles e Snow (1978)

Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1226302/# (2011).

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Na base de sua taxonomia, esses autores consideram que, mesmo a adaptação organizacional

sendo um processo complexo e dinâmico, ela pode ser trabalhada, de forma geral, em um

ciclo, que requisita resolução e acomodação sob três aspectos:

a) empreendedor, ou empresarial (definição do limite de produtos e mercados a serem

focados, bem como seus limites);

b) de engenharia (escolha da tecnologia a ser utilizada para produzir e distribuir);

c) administrativo (racionalização da estrutura e do processo, buscando mitigar incertezas

internas à organização, proporcionando melhoria, desenvolvimento e adaptação).

Para tanto, esses autores relacionaram quatro tipos de posturas estratégicas: defensiva

(defender), prospectiva (prospector), analítica (analyzer) e reativa (reactor). Cada um desses

tipos busca explicar a forma pela qual as organizações, diante de seu ambiente específico,

configuram e administram três aspectos essenciais: a) estratégia; b) estrutura organizacional; e

c) práticas administrativas (MILES; SNOW, 1978; SILVEIRA; GOECKING, 2014).

No perfil defensivo, Miles e Snow (1978) afirmam que o gestor assume uma configuração

conservadora, pois é avesso ao risco e se mantêm em mercados nos quais têm domínio,

buscando preservá-lo; possuem orientação de curto prazo, baixo custo, com investimentos

apenas em uma tecnologia básica; instituem uma administração tradicional e estável, evitando

mudanças de estrutura, de gestão e de pessoal (MILES; SNOW, 1978; SILVEIRA;

GOECKING, 2014).

Em relação à postura estratégica prospectiva, a gestão busca identificar e explorar novas

oportunidades através da ampliação contínua de seu território, da avaliação e

acompanhamento do ambiente externo, das alterações do mercado e do investimento em

desenvolvimento de novos produtos. Precisam ser flexíveis, o seu foco está no longo prazo e

na descentralização; aceitam diversas tecnologias e risco, visto que buscam novas

oportunidades e a tendência do mercado (MILES; SNOW, 1978; SILVEIRA; GOECKING,

2014).

Quanto ao tipo de estratégica analítica, a gestão possui características híbridas: atuam nas

vertentes de mercado e produto, simultaneamente; investem em treinamento e

desenvolvimento de pessoas; tem foco no aprendizado de tecnologias e de competências

específicas. Valorizam práticas que envolvam lealdade e estabilidade dos indivíduos no

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emprego, bem como admitem o erro, criando espaço para a inovação. Adotam uma postura

de mudança e imitação, a partir das novas ideias que aparecem (MILES; SNOW, 1978;

MILES; SNOW, 1984).

Finalmente, o modelo estratégico reativo, que como o próprio nome já diz, as decisões só são

tomadas quando a empresa está em dificuldade, e portanto nem sempre são as mais assertivas

para a ocasião e, portanto, a empresa não é capaz de construir uma estratégia que unifique as

ações vinculadas aos processos, a tecnologia e até as demandas e pressões externas aos

objetivos traçados (Miles; Snow, 1978; Miles; Snow, 1984). De acordo com Vasconcelos e

Silva (2002), os reativos podem ser chamados de ―fracasso‖ estratégico, tendo em vista as

incongruências entre sua estratégia, tecnologia, estrutura e processos.

Em relação às práticas de gestão de pessoas exite a sinalização de que as empresas ainda

adotam o modelo reativo citado por Miles e Snow, tendo em vista a demora em implantar

mudanças nos setor, e em muitas vezes perdendo o ―timing‖ do mercado (TANURE;

CANÇADO; CRUZ, 2011)

Para Silveira e Goecking (2014) a adoção de algumas das práticas de gestão de pessoas é em

parte determinada pelo tipo de postura estratégica implantada pela empresa, o que reafirma a

importância do alinhamento entre as práticas de RH e as diretrizes estratégicas do negócio.

Um estudo desenvolvido por esses autores indicou que, predominantemente, as empresas

adotavam o perfil analítico de estratégia e isso significa envolver uma quantidade de

funcionários, de conhecimento e de tecnologias que trabalhem de forma diferenciada, focando

em treinamento e desenvolvimento de novas metodologias que ajudem a empresa a inovar

(SILVEIRA; GOECKING, 2014)

Eles concluiram que essa dinâmica de funcionamento é construída através de práticas que

estimulem a lealdade e por consequência, a permanência dos indivíduos no trabalho, o que

pode envolver a junção de práticas clássicas e modernas, como também, com foco interno e

externo.

Gimenez et al. (1999) chamam a atenção para o equívoco de ver as posturas estratégicas

citadas por Miles e Snow (1978) como etapas de desenvolvimento estratégico de

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organizações, correlacionando as de perfil defensivo às pequenas empresas, e prospectoras

àquelas maiores, onde tamanho e idade da empresa podem estar associados.

No estudo desenvolvido pelos citados autores, foi confirmado a menor eficácia da estratégia

reativa, quando comparada com as demais. As empresas que apresentaram melhor

desempenho foram as que adotaram o perfil estratégico defensivo, prospectivo e analítico,

principalmente em relação ao número de empregos criados, o que reforça as conclusões de

Silveira e Goecking (2014). O estudo ainda indica que os tipos estratégicos podem variar com

o dinamismo ambiental (GIMENEZ et al.,1999).

No entanto, a idéia de aplicabilidade geral das estratégias é criticada por alguns autores que

sugerem uma abordagem contingencial (Murray, 1988; Hill, 1988), indicando que

determinadas estratégias só poderão levar a organização a um desempenho superior em

determinados cenários ambientais. Chrisman et al. (1988) listam alguns exemplos de autores

que desenvolveram tipologias de estratégias genéricas aplicáveis à circunstâncias específicas,

tais como: situações de mudança, indústrias em dificuldade, negócios em expansão de

mercado, empresas de manufatura, processos de integração vertical.

Vasconcelos e Silva (2002, p.2) explicam que ―estratégias são, de forma ampla, entendidas

como cursos de ação ou linhas-mestras, sejam gerais ou específicos, conscientemente

concebidos para se lidar com uma situação‖. Expondo duas propriedades essenciais, em que

são concebidas antes das ações que elas provocam e são desenvolvidas de forma consciente e

proposital.

Fisher (1998) ressalta que as empresas adotam estratégias tipicamente reativo-defensivas para

enfrentar os novos cenários, concentradas na redução de custos e em enxugamento. Pesquisas

realizadas em 1995 refletem o que estava ocorrendo com a ARH, como resposta a estas

mudanças, reforçando a hipótese de que as empresas não possuem políticas de RH bem

estruturadas e aplicadas e agem reativamente (LACOMBE; TONELLI, 2001).

De acordo com Guns (1998) implantar essas ações de forma rápida, integrada e sistêmica é

um dos maiores desafios que as empresas que anseiam manterem-se competitivas enfrentam.

Esses movimentos precisam estar consonantes com as estratégias da empresa, que por sua

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vez, seleciona, capacita e retém os talentos necessários, para a realização dos objetivos

organizacionais (HANASHIRO; TEIXEIRA; ZEBINATO, 2001).

Segundo Ribeiro, Roglio e Junior (2013), o desenvolvimento de práticas de gestão de pessoas

apropriadas e alinhadas às estratégias da organização pode ser um catalisador para que as

empresas alcancem maior vantagem competitiva, por ter como consequência aumento na

agilidade dos processos, melhoria da qualidade de produtos ou serviços, geração de novas

competências e redução dos custos.

Esse entendimento coloca a gestão de recursos humanos no âmbito estratégico organizacional,

indicando a valorização do capital humano como uma das fontes de valor e de

competitividade da empresa (ULRICH, 2000; LENGNICK-HALL et al., 2009).

Nessa perspectiva, a estratégia é considerada uma prática social, ou seja, uma atividade típica

da interação entre pessoas (Whittington, 2003; Johnson et al., 2007) em que esses atores

exercem influência e com a qual interagem. O principal foco dessa perspectiva está na

efetividade da performance dos praticantes, a qual influencia diretamente o desempenho da

organização como um todo.

Segundo Ulrich (2004), as demandas da economia, com ciclos de vida dos produtos cada vez

menores, a pressão pela redução de custo e pela inovação, associados aos níveis de qualidade,

cada dia mais exigentes e atendimento às satisfações do cliente, trouxeram procura crescente

ao aumento das competências organizacionais e profissionais. Essa realidade levou as

empresas a dar início à mudanças significativas no seu ambiente interno, que inclui a gestão

de recursos humanos.

Dessa forma, Ulrich (2004) propôs, no processo de criação de valor para a organização, um

Modelo de múltiplos papeis desempenhados pelos profissionais de RH (cf. Figura 3), em dois

eixos: o do foco que vai do estratégico de longo prazo ao operacional de curto prazo e o eixo das

atividades que se estendem da administração de processos à administração de pessoas. Nesse

modelo criado por Ulrich (2004), são definidos quatro papeis de RH:

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- administração de estratégias da organização, cuja finalidade é o de compor o processo de

definição da estratégia geral e elaboração de estratégias e práticas de gestão de pessoas a ela

interligadas, tornando o profissional de RH em parceiro estratégico da organização;

- administração de infraestrutura da organização, cujo papel do especialista tradicional

administrativo consiste em idealizar e desenvolver processos eficientes para contratar, treinar,

avaliar, premiar, promover e gerir o fluxo de empregados na organização;

- administração da contribuição dos colaboradores, em que a função de defender os funcionários é

enfatizada e cujo objetivo é obter maior envolvimento e competência das pessoas, através do

fornecimento dos recursos necessários aos empregados;

- administração da transformação e da mudança que tem o papel de desenvolver capacidades para

mudança organizacional, transformando o profissional de RH em agente de mudança.

Figura 2: Modelo estratégico de Multiplos papéis de Ulrich (2004)

Fonte: ULRICH, 2004, p. 40.

Os papéis na gestão de pessoas foram trabalhados de forma a abranger as atividades de gestão

vinculadas aos diversos tipos de gestão: dos recursos estratégicos, da transformação e

mudança, da contribuição das pessoas e da infraestrutura (ULRICH, 1997; 2004). A gestão de

infraestrutura é atribuição dos profissionais de recursos humanos; as demais devem ser

compartilhadas com os gestores/líderes e também profissionais das organizações.

Bianchi (2008) reforça que os papéis e a visão do processo de gestão deve ser de toda a

organização, no qual os profissionais de recursos humanos deveriam atuar como parceiros

estratégicos e que, nesse caso, os líderes seriam não somente responsáveis pelo gerenciamento

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de pessoas, em seus respectivos setores, mas sobretudo, um produto ou resultado da gestão de

pessoas e não apenas um dos atores desse processo.

Desenvolvendo cada um dos papéis desse modelo, invariavelmente se começa a desenhar os

padrões de comportamento estratégico, em uma construção nos diversos níveis hierárquicos,

vinculando as ações, recursos e tipo de gestão ao alinhamento estratégico da empresa

(Silveira; Goecking, 2014). Becker, Huselid e Ulrich (2001b) sugerem uma decomposição da

estratégia principal da empresa em estratégias, políticas e práticas da gestão de recursos

humanos.

Na construção desses papeis essa gestão estratégica torna-se tema frequente e desafiador para

os pesquisadores, mediante a crescente necessidade de valorização dos colaboradores:

competitividade organizacional baseado no capital intangível como fonte de valor conforme

Ulrich (1991; 2000; 2004); Albuquerque (1999); Dessler (2003); Albuquerque; Leite (2009).

Dessa forma, é necessário a participação ativa dos funcionários dos diversos níveis

hierárquicos, na construção da estratégia de maneira a tornar o processo mais interativo e

contínuo, estimulando o aprendizado, a comunicação e o comprometimento das pessoas

(BECKER, et. al., 2001; ULRICH, 2004).

Nessa visão estratégica da gestão de recursos humanos, segundo Ulrich et al. (2011) deve-se

dar atenção às necessidades dos clientes e investidores, a fim de auxiliar as organizações a

alcançarem seus objetivos com êxito; esse deve ser um dos desafios desses profissionais.

A mudança na área de recursos humanos já era esperada, segundo a afirmação de Gonçalves

(1997), quando preconiza a redefinição da missão dessa área. Mais tarde, uma pesquisa

realizada por Hanashiro et al. (2001) sobre os papéis concebidos por Ulrich (1991) foi

identificada uma ação ainda restrita dos profissionais de RH, ao que diz respeito à

participação estratégica e transformadora, dessa área. recentemente, Sarsur et al. (2015), ainda

constataram essa necessidade de mudança. Para Ulrich (2004), essa mudança é mais ampla:

envolve questões estruturais, vinculadas à cultura da empresa.

Uma dessas mudanças foi identificada por Wrigth; Dunfor e Snell (2001), que reforçam a

necessidade da gestão de pessoas incorporar ao seu trabalho, tarefas relacionadas à

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comunicação, ao desenho do trabalho, à cultura organizacional, bem como à liderança e não

se restringir apenas às funções tradicionais de RH, ou seja, com um perfil estratégico.

É importante observar que essas mudanças citadas, ainda que conhecidas e necessárias, não

são atividades simples; muito pelo contrário, mostram-se ainda presas à concepções, valores e

ideologias sobre o homem ainda como objeto de exploração, que muito precisa evoluir para

atingir um novo modelo de práticas de recursos humanos (SASUR et.al., 2015)

Lacombe e Tonelli (2001) enfatizam a dependência do envolvimento e da atuação de pessoas,

para que a empresa e as estratégias tenham sucesso, impelindo a GRH a adotar novas ações.

Por isso é fundamental ter a confiança dos funcionários através de uma boa relação entre o

nível estratégico e operacional, fornecendo o suporte necessário para a realização do trabalho

(ULRICH, 2004).

De acordo com Bussular, Scheffer e Sawitzki (2013, p.1), ―as sucessivas mudanças de papeis

a que vem sendo demandada a área de Recursos Humanos remetem a uma necessidade de

equivalente alteração de mind set por parte de seus profissionais‖.

Em pesquisa realizada por Silveira e Goecking (2014) eles chegaram à conclusão que a

preferência por certas práticas de recursos humanos e a sua contribuição para a performance

organizacional é, em parte, determinada pela tipologia estratégica escolhida, o que, em parte,

reforça a importância da consonância entre diretrizes estratégicas e práticas de RH.

Processos criativos em melhoramento no desempenho são concretizados através das

competências e das capacidades das pessoas que transformam recursos em novas tecnologias.

Partindo dessa premissa, as práticas e políticas usuais de RH têm sido constantemente revistas

e contestadas, com o propósito de criar uma estrutura, onde os profissionais aos poucos se

transformem de funcionários do administrativo para adotarem ações e posturas estratégicas

(BARANKIEVICZ et al., 2013).

Esse emponderamento fez com que as empresas percebessem que as estratégias, por melhor

planejadas que fossem, não se realizariam se a conduta da organização não estivesse

fundamentada no bom relacionamento com os funcionários, tornando-se então estratégica.

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Nesse momento, a área de recursos humanos entra como intermediário desta relação, através

de técnicas e práticas para criar um ambiente motivador (ULRICH, 1991).

Diante das duas propostas relatadas, foi utilizado neste estudo como entendimento de

contexto estratégico as práticas que trabalhem os papéis definidos por Ulrich (execução

da estratégia, construção de uma infraestrutura eficiente, aumento do envolvimento e

capacidade dos funcionários e criação de uma organização revigorada através dos processos,

das pessoas, tanto no momento atual da empresa quanto numa contrução futura de ações que

tenham como finalidade o cumprimento dos objetivos traçados pela empresa.

Essa tipologia foi escolhida, tendo em vista ser a que atende a uma perspectiva estratégica, ao

mesmo tempo que requisita uma nova postura do setor de recursos humanos, através da

adoção de práticas que estimulem o funcionário a trabalhar as suas potencialidades,

promovam um maior engajamento das pessoas nos planos da empresa e assim gerem

operações sustentáveis.

Sendo assim, será descrito a seguir os procedimentos metodológicos que orientam esta

pesquisa.

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44

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A disciplina científica utiliza padrões metodológicos para se diferenciar das outras e assim,

obter pontos de referência fazendo a verificação e a adequação de ideias e de questões aos

fenômenos em estudo. A ciência não é o único caminho que leva ao conhecimento e a

verdade, ela diferencia-se do senso-comum, exatamento pelo contexto metodológico em que é

desenvolvida, e não necessariamente do seu conteúdo (LAKATOS; MARCONI, 2010).

Através de escolha de procedimentos sistêmicos será descrito e explicado os fenômenos que

despertam a curiosidade e a dúvida do pesquisador e permite que a ciência avance

(RICHARDSON, 2009). Essa inquietação a cada dia tem crescido principalmente mediante à

pluralização das esferas de vida exigindo sensibilidade para o estudo das questões (FLICK,

2009).

3.1 Caracterização da pesquisa

Em relação à abordagem do problema, esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa,

bibliométrica, descritiva e exploratória.

Decidiu-se pela abordagem qualitativa por buscar a compreensão do fenômeno através do

contexto em que ele está inserido; segundo Rodrigues e Moreira (2010) a pesquisa qualitativa

é eficaz para se entender a profundidade dos fenômenos, levando em conta a sua

complexidade e particularidade, com o objetivo de se alcançar o entendimento das

singularidades. Para Flick (2009) a pesquisa qualitativa é relevante ao estudo das relações

sociais, devido às possibilidades de contexto nos fenômenos a serem estudados.

Quanto ao método da pesquisa ele é do tipo bibliométrico, que segundo Pritchard (1969),

busca quantificar os processos de comunicação escrita. A bibliometria surgiu no início do

século 20 devido à necessidade de estudar e avaliar as atividades de produção e comunicação

científica. Sobre isto, Meis (1999) esclarece que os índices bibliométricos são utilizados para

medir a produção e a qualidade das pesquisas dos cientistas por meio de indicadores baseados

em números de publicações e citações dos vários pesquisadores.

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A bibliometria possui três leis básicas: Lei de Bradford (produtividade de periódicos), Lei de

Lotka (produtividades de autores) e Lei de Zipf (frequência de ocorrência de palavras)

(FERREIRA, 2010).

A Lei de Zipf incide na medição de frequência do aparecimento das palavras em vários textos.

Assim, é gerada uma lista ordenada de termos de uma determinada disciplina ou assunto

(Vanti, 2002). Segundo Araújo (2006, p.17), ―[...] as palavras mais usadas indicam o assunto

do documento [...]‖, através deste levantamento as práticas são mensuradas e analisadas

quanto a sua utilização.

Neste estudo o foco é identificar através desse processo bibliométrico tratado por Zipf, quais

práticas da GRH estão sendo citadas, em que quantidade e se elas apresentam-se em um

contexto estratégico, nos artigos da divisão acadêmica GPR (Gestão de pessoas e relações de

trabalho) e tema de interesse PMPGP (Políticas, modelos e práticas de gestão de pessoas),

constantes nos Anais do ENANPAD, no período compreendido entre 2011 e 2015.

Sendo assim, o método que melhor se adequa a pesquisa é o da Lei de Zipf, tendo em vista o

uso de palavras chaves e informações reiteiradamente utilizadas nos artigos que servirão de

base estatística para a análise dos dados estudados. Os artigos foram separados pelo ano de

publicação, e através de uma leitura flutuante dos temas foram classificados utilizando-se das

práticas de recursos humanos encontrados (recrutamento e seleção, capacitação, gestão da

remuneração, avaliação de desempenho, gestão de carreira e comunicação, benefícios,

treinamento, descrição de cargos, autonomia, oportunidades, ambiente físico e comunicação).

Seguindo a Lei de Zipf, houve uma organização em relação aos temas tratados de acordo com

a quantidade de repetição das palavras chaves e aproximação dos temas. Diante do resultado,

foi construída uma planilha para visualização de todos os dados que fossem relevantes a

pesquisa, bem como o cruzamento deles e as possíveis informações que poderiam ser

descobertas através das análises.

Na pesquisa descritiva a finalidade é observar, registrar e analisar o foco da pesquisa, a partir

do estudo, do registro e da interpretação dos fatos sem a interferência do pesquisador. O

intuito é investigar o fenômeno em sua composição, funcionamento ou como se estrutura,

através de um sistema, método ou processo (LAKATOS; MARCONI, 2010). Quanto ao

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enfoque exploratório Godoy (1995) explica que o seu objetivo é aprofundar a descrição dos

fenômenos observados.

3.2 Desenho de pesquisa

Abaixo, o desenho da pesquisa para uma melhor visualização da metodologia utilizada (cf.

Figura 1).

Figura 2 – Desenho da pesquisa

Fonte:Adaptado de Gil (2002, p.21).

Locus da pesquisa

Gestão estratégica de recursos humanos

Técnica de coleta dos dados

Documentos

Análise dos dados

Análise de conteúdo

Definição do problema

Até que ponto práticas do gerenciamento de recursos humanos, analisadas a partir de publicações do

GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015, estão inseridas em um contexto de estratégia organizacional?

Definição dos objetivos

Geral:

Analisar até que ponto práticas do gerenciamento de recursos humanos, a partir de publicações do

GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015, estão inseridas em um contexto de estratégia organizacional.

Específicos:

a) Caracterizar os trabalhos e autores das publicações do GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015;

b) Identificar práticas do gerenciamento de RH utilizadas por organizações no Brasil segundo publicações do

GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015;

c) Descobrir se e quais práticas do gerenciamento de RH tem sido utilizadas num contexto de estratégia

organizacional, segundo publicações do GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015;

Caracterização da pesquisa

Qualitativa; bibliométrico, exploratória-descritiva

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3.3 Locus da pesquisa

O locus desta pesquisa trata-se de práticas do gerenciamento de recursos humanos. Para a sua

exploração, foram escolhidas publicações da divisão acadêmica GPR (Gestão de pessoas e

relações de trabalho) e tema de interesse PMPGP (Políticas, modelos e práticas de gestão de

pessoas)constantes nos Anais do ENANPAD, no período compreendido entre 2011 e 2015.

O ENANPAD, é um Encontro da ANPAD (Associação Nacional de Pós-Graduação e

Pesquisa em Administração) que acontece anualmente e trata-se de um dos acontecimentos de

maior destaque da comunidade acadêmica e científica de administração, no Brasil. Ele reúne

11 divisões acadêmicas, tais quais: ADI – Administração da informação, APB –

Administração pública, COM – Contabilidade, EOR – Estudos organizacionais, EPQ –

Ensino e pesquisa em administração e contabilidade, ESO – Estratégia em organizações, FIN

– Finanças, GTC – Gestão em ciência, tecnologia e inovação, GOL – Gestão de operações e

logística, GPR – Gestão de pessoas e relações de trabalho e MKT – Marketing.

A ANPAD surgiu em 1976, a partir da iniciativa de oito programas de pós-graduação, no

Brasil, representando o principal órgão da integração entre programas associados, grupos de

pesquisa da área e a comunidade internacional (VENÂNCIO et al, 2014).

A escolha desse Anais deveu-se ao fato de poder pesquisar uma produção científica confiável,

a qual possui reconhecimento e prestígio nesse meio acadêmico, diferenciando-se no cenário

nacional e internacional, pela diversidade e contribuição científica, geradas pelos artigos

publicados. Ainda: pela disponibilidade das informações compactadas em formato digital (CD

ROM).

3.4 Instrumento de coleta dos dados

Para esta pesquisa, o instrumento de coleta dos dados é secundário, tendo em vista ser

documentos, representados por artigos constantes nos Anais do GPR/EnANPAD, conforme

descrito na Seção 3.4.

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Esse instrumento permite ao investigador observar uma quantidade de informações sem

precisar se deslocar, o que não aconteceria se estivesse colhendo as informações pessoalmente

(GIL, 2011).

Os documentos normalmente são considerados fontes de dados secundários, entendendo-os

como: jornais, revistas, diários, obras literárias, científicas e técnicas, cartas, memorandos,

relatórios. Estabelecem uma fonte não-reativa, pois os dados neles contidos conservam-se os

mesmos, após longa data. Podem ser considerados fonte apropriada de informações, à medida

que sua contextualização histórica, econômica e social, remetam e forneçam dados sobre essa

mesma conjuntura (GODOY, 1995).

Extraíram-se dos artigos pesquisados as infomações que sugeriram práticas da GRH e se elas

demonstraram ou não, vinculo a um contexto estratégico, em organizações de várias regiões

do país.

3.5 Processo de coleta de dados

A coleta de dados foi realizada, no período de 7 a 8 de Outubro de 2015, através de CD ROM

dos anos 2011 a 2014 e no site da ANPAD (http://www.anpad.org.br/), os artigos publicados

no encontro que ocorreu de 13 a 16 de setembro de 2015. Não houve dificuldade na coleta dos

artigos, tendo em vista o site ser bastante intuitivo. Os textos são da divisão acadêmica: GPR

(Gestão de pessoas e relações de trabalho), e Temas de interesse: Políticas, modelos e práticas

de gestão de pessoas, totalizando 66 artigos e tiveram os seguintes números de publicação:

Tabela 01: Publicações EnANPAD

ANO PMPGP TEMA

2011 8 8

2012 13 8

2013 13 8

2014 13 7

2015 19 7 Fonte: Site EnANPAD, 2015.

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3.6 Técnica de análise dos dados

A técnica para a análise dos dados utilizada foi a Análise de conteúdo (Bardin, 2006) que

associa significados e significantes, utilizando tanto procedimentos sistemáticos e descrição

de conteúdos, quanto inferências e deduções lógicas (VERGARA, 2007).

Segundo essa autora, as fases de análise são as seguintes: 1) pré-análise, 2) exploração do

material e 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

A pré-análise é a fase de organização do material a ser analisado, sistematizando as ideias

iniciais com o objetivo de torná-lo operacional. Essa organização pode ser feita por meio de

quatro etapas:

a) leitura flutuante, que é um primeiro contato com os documentos da coleta de dados, neste

caso, artigos do EnANPAD, entre 2011 e 2015;

b) escolha dos documentos que tratam das práticas dentro de um contexto estratégico

organizacional;

c) formulação dos objetivos, mediante o material analisado;

d) referenciação dos indicadores por meio de recortes de texto (BARDIN, 2006).

Através da leitura flutuante, foi separado dentro dos 66 artigos os que citavam as práticas do

gerenciamento de recursos humanos (n=25) e a partir daí, se buscou o contexto estratégico em

cada um deles. O objetivo consistiu em caracterizar os trabalhos e autores e em seguida

identificar quais práticas de gestão estratégica de pessoas estão sendo utilizadas e

posteriormente, se essas práticas estão inseridas em um contexto estratégico.

A segunda fase constitui a exploração do material com a definição de categorias (sistemas de

codificação) e a identificação das unidades de registro (unidade de significação a codificar

correspondente ao segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando à

categorização e à contagem frequencial. Os textos foram lidos na íntegra e classificados de

acordo com a repetição das palavras chaves e da similaridade dos assuntos tratados (Nassif et

al., 2010). Essa etapa é importante porque vai possibilitar ou não a riqueza das interpretações

e inferências. Dessa forma, a codificação, a classificação e a categorização são básicas nesta

fase (BARDIN, 2006).

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A terceira fase diz respeito ao tratamento dos resultados, inferência e interpretação. É o

momento do tratamento dos resultados; ocorrendo nela a condensação e o destaque das

informações para análise, culminando nas interpretações inferenciais; é o momento da

intuição, da análise reflexiva e crítica (Bardin, 2006). Nesta fase houve a construção de uma

planilha com os principais dados a serem tratados como ano, título, autor(es), gênero,

localidade, titulação, metodologia, abordagem e técnica da pesquisa.

O processo de categorização visa representar, de forma simplificada, os dados brutos

utilizando-se de elementos que aglutinam característica e assim são formadas as categorias

referentes às da GRH, conforme o quadro abaixo:

Quadro 01: Dimensões e categorias da GERH

DIMENSÕES CATEGORIAS

Práticas do

gerenciamento de

recursos humanos

Recrutamento e seleção

Treinamento e desenvolvimento

Avaliação de desempenho

Remuneração

Qualidade de vida

Gestão estratégica de

recursos humanos

Estratégias de recursos humanos

Transformação e mudança

Infraestrutura da empresa

Contribuição dos funcionários Fonte: eelaborado pelo autor, 2015.

3.7 Limites e Limitações da pesquisa

Diante da temática proposta, a seguir apresentam-se, os limites da pesquisa, ou seja, a

distinção entre o fenômeno e seu contexto e as limitações encontradas no decorrer da

pesquisa.

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3.7.1 Limites da pesquisa

Esta pesquisa limita-se aos artigos constantes dos Anais do EnANPAD na divisão acadêmica

GPR (Gestão de pessoas e relações de trabalho) e tema de interesse PMPGP (Políticas,

modelos e práticas de gestão de pessoas), por tratar das duas únicas linhas de pesquisa

referentes a essa modalidade de gestão.

3.7.2 Limitações da pesquisa

Uma das limitações percebidas neste estudo é o fato da utilização de dados secundários como

objeto da pesquisa, o que restringe as possibilidades de interpretação, no entanto, a utilização

dos artigos produzidos no EnANPAD, pela sua credibilidade e diversidade de estudos,

acredita-se que essas limitações foram reduzidas a ponto de não interferir na qualidade das

análises.

4 ANALISE DOS DADOS

Esta pesquisa foi realizada a partir das publicações realizadas nos Anais do GPR/EnANPAD,

pela divisão acadêmica de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (GPR), Tema de

interesse 8 (nos anos 2011, 2012 e 2013) e Tema de interesse 7 (nos anos de 2014 e 2015):

Políticas, Modelos e Práticas de/em Gestão de Pessoas, nos últimos cinco anos, de 2011 a

2015.

Com a utilização da Lei de Zipf, onde a repetição de palavras chaves gera uma lista de

importância, foi investigado dentro dos artigos selecionados o grau de repetição sob o olhar

estratégico partindo dos conceitos de Ulrich, onde a área de RH constrói junto com a cúpula

da empresa os processo estratégicos lançando mão da infraestrutura da empresa e da

contribuição dos funcionários para alcançar as mudanças necessárias à sustentabilidade

operacional da empresa.

A seguir, os dados estão descritos, segundo os objetivos específicos deste trabalho.

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4.1 Caracterização dos trabalhos e autores

Dos 66 artigos publicados nesses 5 anos escolhidos como foco deste estudo, foram

encontrados 150 pesquisadores envolvidos, sendo 67 do gênero masculino e 83 do feminino.

Abaixo a tabela que descreve as titulações:

Gráfico 01: Titulação dos pesquisadores

Fonte: Dados da pesquisa (2015).

Quanto à distribuição da titulação dos autores, por sexo, têm-se, respectivamente masculinos e

femininos - doutores: 47 contra 37; mestres: 18 contra 31; especialistas: 1 contra 5;

graduados: 1 contra 3. Percebe-se que há uma maior distribuição entre as titulações, dentre

aqueles do sexo feminino.

Há, ainda 7, denominados de outros, pois dentre os trabalhos estão incluídos: estudantes do

ensino médio e superior (Pereira et al., 2015); tecnóloga e estudante do ensino médio

(Tomazzoni et al., 2015); além de bolsista (Binotto; Siqueira; Mortari, 2011) cf. Gráfico 01.

Referente às localidades onde se realizaram as pesquisas, foram encontradas 15, sendo 12

nacionais (São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Distrito

Federal, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e

Paraíba) e 3 estrangeiras (Canadá, França e Estados Unidos), conforme Tabela 02, abaixo:

05

101520253035404550

MASC FEM

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Tabela 02: Produção de artigos por local

LOCAL GÊNERO

TOTAL % MASC FEM

SP 30 24 54 36,0

RS 3 19 22 14,7

MG 11 10 21 14,0

PR 3 8 11 7,3

RJ 3 7 10 6,7

DF 3 4 7 4,7

RN 4 1 5 3,3

SC 4 1 5 3,3

BA 2 2 4 2,7

ES 1 2 3 2,0

MS 0 2 2 1,3

PB 1 0 1 0,7

CAN 0 2 2 1,3

EUA 1 1 2 1,3

FRA 1 0 1 0,7

TOTAL 67 83 150 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

O local que mais se produziu artigo sobre Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (GPR)

foi São Paulo com praticamente o dobro da segunda localidade: Rio Grande do Sul; o que

indica certa centralização dos estudos realizados. Há de se compreender por ser o maior

estado do país em número de empresas, indústrias, comércios e serviços, transformando-se

num grande laboratório de pesquisa.

De acordo com a Global Destination Cities Index (2015) e a Global Financial Centres Index

(2015), São Paulo é o maior centro financeiro da América Latina, além de ter universidades,

reconhecidamente, entre as melhores do mundo, reforçando o compromisso com o

aprendizado e a pesquisa.

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Da mesma forma, destaca-se a discrepância da quantidade de pesquisadores do sexo feminino,

no Rio Grande do Sul (n=19), seis vezes maior que aqueles do sexo masculino (n=3),

levantando a suspeita de uma inclinação profissional, nessa região.

Participaram também dessas publicações, pesquisadores que atuam fora do país, abordando

questões como qualidade de vida na área docente (Boas; Morim, 2014), itens de atratividade

de emprego para a geração ―Y‖ (Falaster; Ferreira; Reis, 2014), longevidade organizacional e

retenção de talentos (Rêgo; Tomei, 2015), utilizando sobretudo a abordagem quantitativa, em

contraponto a um único que aplicou a análise qualitativa, tratando sobre gestão de RH em

empresas multinacionais (Tanure; Evans; Cançado; Cruz, 2011). De certa forma demonstra a

preferência pela metodologia quantitativa.

Exceto o trabalho de Falaster; Ferreira; Reis (2014), dentre três que analisaram a realidade

entre o Brasil e outros países (Canadá, França e Estados Unidos) não procedeu a uma

comparação entre as duas realidades; essa constatação mostra uma preferência por esse tipo

de procedimento metodológico.

Dos trabalhos publicados, foram encontrados 42 assuntos diferentes, com realce em alguns

temas: gestão de pessoas (6), gestão estratégica de pessoas (6), remuneração (6), práticas de

RH (6), clima organizacional (4), produção científica (4), treinamento (4), recrutamento (3),

competências (2), educação corporativa (2), seleção (2), velhice (2) e outros temas diversos

(19), totalizando 66 artigos.

O assunto mais estudado em seu aspecto e consequências foi remuneração: além dos 6

abordados diretamente, ainda foram encontrados outros, debatidos pela gestão de pessoas e

gestão estratégica de pessoas, que o fizeram envolvendo temas referentes a:

comprometimento, liderança, talentos, gestão pública, terceiro setor e desempenho.

Quanto à abordagem das pesquisas, 31 dos trabalhos adotaram o método qualitativo, enquanto

28 deles seguiram o modelo quantitativo. 4 apresentam trabalhos teórico-empírico e 3, o tipo

quantitativo-qualitativo. Esse resultado reforça a relevância da pesquisa qualitativa nos

estudos sobre relações sociais (FLICK, 2009; GODOI; BALSINI, 2013).

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55

Gráfico 02: Abordagem da pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa (2015).

05

101520253035

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56

Tabela 03: Produção de artigos analisados

ANOS 2011 2012 2013 2014 2015 TOTAL

FREQUÊNCIAS ABSOLUTA

RELATIVA ABSOLUTA RELATIVA ABSOLUTA RELATIVA ABSOLUTA

RELATIVA ABSOLUTA RELATIVA ABSOLUTA RELATIVA

QUANTIDADE DE

AUTORES 19 100% 38 100% 28 100% 27 100% 53 100% 150 100%

SEXO MASC 7 36,8% 18 47,4% 9 32,1% 17 62,9% 25 47,1% 67 44,7%

FEM 12 63,2% 20 52,6% 19 67,9% 10 37,1% 28 52,9% 83 55,3%

ARTIGOS UTILIZADOS 7 87,5% 4 30,7% 3 23,1% 3 23,1% 7 36,8% 24 100%

TOTAL DE ARTIGOS 8 100% 13 100% 13 100% 13 100% 19 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Dos artigos analisados, permanece a maioria dos pesquisadores do sexo feminino em todos os anos, exceto em 2014 em que houve uma aumento

na contribuição dos pesquisadores do sexo masculino. Proporcionalmente, o ano que mais teve publicações acerca das práticas de gestão de

pessoas no ano de 2011, representando 87,5% das publicações da divisão acadêmica de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (GPR).

Os anos de 2013 e 2014 foram os que menos trataram das práticas nos anos pesquisados. Em 2015 há uma sinalização de um maior

direcionamento de pesquisas em torno das práticas de gestão, talvez indicando uma retomada da importância da área mediante as dificuldades

vivenciadas pelas empresas nos últimos tempos.

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57

Gráfico 03: Técnicas de pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

É possível perceber uma tendência para a análise documental, tendo em vista ser uma fonte não-reativa, conservando os dados após longa data;

capazes de fornecer dados sobre certa conjuntura, sendo então considerados fonte apropriada de informações (GODOY, 1995).

0

5

10

15

20

25

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58

4.2 Práticas do gerenciamento de recursos humanos

A partir da pré-análise e exploração do material foram selecionados trechos de 24 artigos que

trataram de forma direta ou indireta, as práticas da gestão de recursos humanos, buscando

identificar se elas estão dentro de um contexto estratégico organizacional. A sistematização

será por citação do tema publicado para ser entendida a hierarquia das práticas que são

aplicadas, bem como, analisar se houve evolução ou não delas.

A gestão de pessoas e suas nuances foram estudadas em 18 dos 66 artigos publicados no

GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015. De forma objetiva a contribuir com esta pesquisa foram

utilizados 7 artigos que tratavam de gestão de pessoas (Tanure; Evans; Cançado; Cruz, 2011,

Silveira; Miranda, 2011; Maciel; Camargo; Augusto, 2012; Silveira; Goecking, 2014; Lucas;

Pereira, 2014; Leite; Albuquerque, 2015; Silveira, 2015). Eles possuem de uma forma geral,

um entendimento homogêneo acerca da gestão de pessoas em sua nuance estratégica.

O tema em sua forma ―pura‖ mais citado foi remuneração, em 6 artigos (Orsi; Fischer, 2011,

Fernandes; Silva, 2013; Neto; Theotônio, 2013; Passos; Trindade, 2015; Porto; Neto, 2015;

Pereira et al., 2015), com ênfase no pagamento de executivos, sem se distanciar da

recomendação de Hipólito (2001) que os valores, crenças e o direcionamento estratégico da

organização sejam reforçados e confirmados através da estruturação da política de

remuneração.

De acordo com Passos e Trindade (2015), a remuneração baseada em competências pode

refletir o papel que a gestão de pessoas tem desempenhado nas organizações, onde as ações e

práticas vinculam-se aos resultados da empresa, através de processos que agreguem valor aos

negócios. Os autores defendem que a remuneração por competências está diretamente

relacionado aos objetivos da empresa e portanto, é uma das melhores formas de se administrar

pessoas na medida em que são as competências que sustentam o sistema.

Sob o ponto de vista das organizações, as estratégias precisam estar articuladas com a

remuneração por competência de forma a reconhecer o trabalho das pessoas. Na perspectiva

dos funcionários o trabalho ampliou o escopo incluindo outras percepções que também são

visualizadas como reconhecimento:

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As organizações também precisam encontrar uma forma de conciliar

suas expectativas e seus objetivos aos da organização. A percepção

dos empregados quanto a variáveis como carreira, qualidade de

vida, oportunidades, confiança, recompensa, e outras, ajudam a

distinguir exatamente as empresas que apenas teorizam, das empresas

que efetivamente praticam a remuneração ideal ao seu contexto,

trazendo benefícios para ambos (PASSOS; TRINDADE, 2015).

Quanto à prática do mercado, é possível perceber o funcionamento através de comparativo

entre bancos estatais e privados, em relação à remuneração de seus executivos em termos de

clareza e composição do que é recebido por eles (Fernandes; Silva, 2013). Há também estudo

de modelos que podem ser utilizados para compor a remuneração de executivos expatriados,

levando-se em consideração tanto a realidade brasileira, quanto a realidade estrangeira, sem

prejuízo a recompensa a ser dada ao funcionário (ORSI; FISCHER, 2011).

O estudo demonstrou que as empresas vêm adequando suas políticas e

práticas de gestão dos processos de recompensas aos expatriados em

um processo contínuo de aprendizado, preparando-se para entenderem

e anteciparem-se às demandas de expansão da internacionalização da

organização ou em reação às mudanças que ocorrem nos aspectos

legais e macroeconômicos. À medida que são expostas a situações

específicas de países ou regiões do planeta em que passam a atuar,

respondem com ajustes nas práticas existentes ou com a introdução de

novas que garantam a colaboração da gestão internacional de pessoas

para o alcance os objetivos empresariais. (ORSI; FISCHER, 2011).

Encontrar pessoas motivadas a buscarem resultados melhores continuamente é um dos

maiores desafios dos gestores nos dias atuais e neste intuito se pesquisou sobre os processos

motivacionais em ambientes de remuneração variável. Partindo-se do princípio que através de

uma recompensa direcionada, se atinge as necessidades que acionam a motivação para o

trabalho:

[...] as recompensas devem ser oferecidas com base em valores

individuais. A remuneração variável procura alavancar os resultados

individuais mediante o alcance de metas previamente estabelecidas,

alinhando-as aos objetivos da organização (NETO; THEOTÔNIO,

2013).

A clareza do vínculo de busca por resultado e recompensa para

atingir determinado objetivo estratégico é de grande importância,

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60

sendo uma forma mais sofisticada do que a praticada em décadas

atrás, quando alinhava esforço à recompensa (PEREIRA ET AL.,

2015).

As políticas de RH (como avaliação por desempenho, cargos e salários), os sistemas das

relações de trabalho (como escassez de mão de obra qualificada e elevação do patamar

salarial geral dos trabalhadores que potencializam sua capacidade de renegociação - recursos),

bem como a legislação que trata de isonomia e equiparação salarial (regras) influenciam a

remuneração dos trabalhadores altamente qualificados.

A estratégia de atrair e reter pessoas passa pelos mais diversos

processos de RH como liderança, aprendizado e crescimento, gestão

do desempenho, flexibilização do trabalho (envolvendo jornada e

trabalho a distância, por exemplo) e inevitavelmente remuneração.

(PORTO; NETO, 2015).

O levantamento comprovou que esse tipo de remuneração vem ganhando espaço e atenção da

academia e da gestão, a julgar pelos resultados que têm demonstrado. No entanto, ainda é

necessário ampliar o escopo das ações, tendo em vista serem implantadas no âmbito da alta

cúpula da empresa, pormenorizando as atuações de curto prazo que precisam funcionar no

nível operacional e que efetivamente trazem respostas às demandas da empresa.

O terceiro tema mais citado foram as práticas de RH com 4 artigos mas só 3 contribuíram

para esta pesquisa (VIEIRA; JUNIOR; SILVA, 2011; MACIEL; CAMARGO; AUGUSTO,

2012; LEITE; ALBUQUERQUE, 2015).

Das políticas e práticas encontradas nos artigos, citamos: recrutamento e seleção, gestão da

remuneração, avaliação de desempenho, gestão de carreira e comunicação (Vieira;

Junior; Silva, 2011), benefícios, treinamento e desenvolvimento, descrição de cargos,

autonomia, oportunidades, ambiente físico, comunicação (MACIEL; CAMARGO;

AUGUSTO; 2012).

Ao abordar nessa pesquisa as políticas e práticas de gestão de pessoas, assume-se que as

pessoas constituem o princípio essencial da organização, na medida em que inovam e recriam

situações que podem levar a organização a posicionar-se de maneira diferenciada. O

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61

comportamento dos membros da organização interfere no seu funcionamento, na sua estrutura

e nos princípios que lhe dão sustentação (VERGARA, 2001).

Das práticas citadas no trabalho Vieira, Junior e Silva (2011), foi incluída a de gestão de

carreira, partindo do entendimento que é um caminho a ser trilhado através da mobilidade

ocupacional (DUTRA, 2002).

Em artigo escrito por Maciel, Camargo e Augusto (2012) pesquisaram sobre que práticas para

uma avaliação positiva do RH, num levantamento quantitativo, os autores chegaram à

conclusão que, as variáveis comunicação, treinamento e avaliação de desempenho foram as de

maior poder de influência sobre a competência da gestão de recursos humanos.

Além dessas variáveis, as de Remuneração e Descrição de Cargos e Tarefas também foram

significativas. Isso significa que a Comunicação nas organizações é a atividade da Gestão de

Recursos Humanos que influencia mais fortemente a avaliação que os funcionários fazem da

Competência da Gestão de RH de forma global. Já dentro das expectativas, as outras duas

variáveis com maior influência sobre a Gestão de RH foram Treinamento e Avaliação de

Desempenho.

Esse resultado coloca o aperfeiçoamento da Comunicação, enquanto prática da Gestão de

Recursos Humanos, como o meio mais rápido para se atingir uma melhor avaliação da área,

pelo menos de acordo com os funcionários.

Bohlander e Snell (2013) apontam a comunicação interna, como prática fundamental na boa

GP, fazendo-se presente através das reuniões de equipe, bem como outros mecanismos de

comunicação.

O pesquisador ratifica Casado (2002) no tocante às funções em relação aos objetivos da

comunicação nas organizações. O autor cita que primeira função da comunicação é

direcionada para execução, monitoramento, controle e avaliação dos resultados. O segundo

papel é denominado de inovação e aborda a relevância da empresa em comunicar as

mudanças e procedimentos. Por fim, a terceira função se destina à socialização, na medida em

que trata os meios de realização do trabalho (VIEIRA, JUNIOR, SILVA, 2011).

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62

A Gestão de Recursos Humanos deveria assumir a Comunicação [...]

como seu exercício nuclear, ou seja, colocar a Comunicação entre

empresa-funcionário e entre departamentos como sua atribuição

principal. Essa mudança de ênfase da Gestão de RH, de típicas

atividades de treinamento para atividades de comunicação pode fazer

valer efetivamente o papel de “parceiro estratégico” à área

(MACIEL; CAMARGO; AUGUSTO; 2012).

De fato, o que há de novo trazido pela presente pesquisa, é a

responsabilidade da área de RH pela comunicação nas

organizações (MACIEL; CAMARGO; AUGUSTO; 2012).

Pesquisas recentes apontam que ouvir é uma prática importante em

gestão pessoas, porém, neste trabalho se estuda a escuta para o diálogo

de interesses e necessidades da organização e de todos os empregados

[...] Dados apontam que todos os empregados entendem a voz como

ferramenta em gestão, todavia, mesmo com abertura organizacional

à voz, parece haver pouca capacidade organizacional de escuta

(MARTINEZ; FISCHER, 2014).

Ouvir as pessoas é a prática mais impressionante na unidade. As

práticas de gestão ajudam a tirar proveito das melhores experiências

de todos. Todas as práticas garantem melhores resultados para a

unidade (LEITE; ALBUQUERQUE, 2015).

Tem-se, portanto, um trilho para o desenvolvimento da capacidade

organizacional de escuta, por meio da habilidade de escutar e dar

feedback às comunicações de subordinados, pares e superiores

(MARTINEZ; FISCHER, 2014).

A dinâmica do trabalho não permite tempo contado para as pessoas. A

razão precisa estar em equilíbrio com a emoção, mas é preciso fazer

tal equilíbrio. Primeiro as pessoas para que o trabalho venha como

consequência (LEITE; ALBUQUERQUE, 2015).

De acordo com Silva e Rowe (2012), são requeridos tratamento e melhoria em relação à

comunicação interna entre gestores, líderes e liderados. O estudo apontou que o grupo avaliou

ser papel da instância tática (gestores e líderes) conseguir a tradução das diretrizes para o

corpo operacional e também das demandas da área operacional para as instâncias superiores,

atuando, de certa forma, como um interlocutor. A comunicação deve ser realizada de forma

aberta, honesta, proativa e planejada sempre que possível.

[...] alguns dos principais problemas relativos à gestão de mudanças

organizacionais referem-se à dificuldade de ―comunicar os objetivos

da organização; tornar esses objetivos compreensíveis para as

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pessoas e fazer com que assimilem os objetivos e adotem as

mudanças (Salles; Fernandes; Filho, 2012).

Em seguida o tema mais pesquisado individualmente foi treinamento, com 4 artigos (Vieira;

Junior; Silva, 2011; Tanure; Evans; Cançado; Cruz, 2011; Maciel; Camargo; Augusto, 2012;

Leite; Albuquerque, 2015) que, de acordo com Senge (1990), é através da aprendizagem que o

ser humano adquire uma nova visão de mundo, recriando a si mesmo e conseguindo ampliar

também sua capacidade de inovar e produzir. Através dessa mudança de realidade é possível

alcançar novos patamares:

Os entrevistados consideraram que a contribuição para a comunidade

reside na qualificação da mão de obra e educação da população,

como parte da política de responsabilidade social da organização. Os

líderes fizeram alusão ao orgulho de reduzir o passivo ambiental,

contribuir para a elevação da educação das pessoas e mudar as

condições da comunidade (LEITE; ALBUQUERQUE, 2015).

A transformação dos funcionários em fonte de vantagem competitiva é consequência de

investimentos permanentes no desenvolvimento de competências essenciais, ou seja, as de

difíceis imitações, tornando os empregados altamente capacitados (diferenciados) na empresa

(BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001).

Quanto mais positiva a avaliação dos treinamentos oferecidos ao

funcionário maior será a sua avaliação em relação à Competência da

Gestão de Recursos Humanos da organização (MACIEL;

CAMARGO; AUGUSTO, 2012).

Essa percepção pode ser confirmada através de comparação quando os treinamentos não

alcançam um nível aceitável perante os funcionários, conforme trechos:

O treinamento é fraco - há pouco treinamento disponível. Hoje a

empresa oferece um programa de bolsas (escola de pós-graduação,

graduação e idiomas). Isso é muito bom, mas não temos programas de

desenvolvimento de pessoas. Não há nenhum disponível hoje –

Empresa Nacional (TANURE; EVANS; CANÇADO; CRUZ, 2011).

(...) De RH? Olha, conheço muito pouco [...] uma prática delas, que o

RH disponibiliza diretamente com o nosso departamento são os

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treinamentos, a princípio só vejo esses, só assim, preocupação com

treinamento e desenvolvimentos (VIEIRA; JUNIOR; SILVA, 2011).

Sarsur et al. (2015) confirma a percepção de que a GRH ainda atua numa função de apoio às

atividades organizacionais, com um perfil bastante tradicional na relação entre o homem e o

trabalho.

Isso só sinaliza o quanto é urgente a necessidade que as organizações têm de construir uma

função estratégica de RH capaz de envolver-se com as atividades operacionais, incluindo

políticas estratégicas de manutenção dos melhores indivíduos (SARSUR et al.,2015).

Assegurar o desenvolvimento humano contínuo é uma das maneiras de reter talentos nas

organizações. Além disso, é preciso que as empresas se preocupem em manterem-se

confiáveis em suas áreas de atuação, competentes no que fazem e cuidem de seus

funcionários, clientes e comunidades.

Nos artigos avaliados, ficou evidente a implantação dos treinamentos por atendimento à

demanda, onde as reais deficiências ainda não são acompanhadas ou até percebidas pela

empresa. De acordo com Silva e Rowe (2012), esse desalinhamento entre as ações de TD&E e

a estratégia organizacional poderia ser minimizado através da observação das diretrizes

institucionais e emprego de mecanismos criteriosos de avaliação de necessidades de

treinamento (ANT).

Em seguida o tema mais trabalhado foi recrutamento, com 3 artigos tratando do assunto

(Locatelli; Cavedon, 2012; Oliveira; Barbosa, 2013; Reis; Braga, 2014), onde apenas 1 foi

percebido sob o olhar estratégico. Conforme Dutra (2006), recrutamento é atração de pessoas

a partir de pressupostos organizacionais acerca do perfil profissional (conhecimentos,

habilidades e experiência requeridos); perfil comportamental; entregas desejadas (tanto no

presente quanto no futuro); condições de trabalho; condições de desenvolvimento

(investimentos em capacitação) de que tem conhecimento do candidato.

O autor acredita que o processo de chamamento e, consequentemente, de conquista, recebe

pouca atenção por parte das organizações, no entanto, este cenário encaminha-se para tornar o

recrutamento um elemento decisivo da estratégia de gestão de pessoas.

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Um dos artigos trata acerca dos processos para trainee e faz referência o quanto o

recrutamento poderia ser mais bem conduzido:

A empresa que não deixa claro qual é sua proposta de valor pode

confundir potenciais candidatos ou atrair aqueles cujos valores e

aspirações não estão necessariamente alinhados à sua cultura e àquilo

que ela pode oferecer (OLIVEIRA; BARBOSA, 2013).

O recrutamento é a base onde os futuros funcionários construirão uma cadeia de valor da

gestão de recursos humanos que levará a empresa ao cumprimento de seus objetivos

(Oliveira; Barbosa, 2013). O resultado da pesquisa comprovou grande semelhança na

comunicação dos programas de recrutamento, o que se mostrou prejudicial tanto para

empresas como para os candidatos.

De acordo com Reis e Braga (2014):

A autenticidade é tão importante quanto os benefícios econômicos e

de desenvolvimento esperados, e mais importante do que a perspectiva

de trabalhar em um local desafiador e estimulante, em uma empresa

com produtos inovadores, em um ambiente social e interpessoal

positivo e agradável, em que seja possível aplicar e ensinar expertises

(GPR515/2014).

Outro tema citado foi a seleção (Binotto; Siqueira; Mortari, 2011; Araujo; Lage, 2014) que de

acordo com Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) busca o ajuste das características

individuais com os objetivos do cargo, levando em conta as habilidades, conhecimentos,

experiência e formação exigida para que as organizações preencham as suas necessidades de

pessoas qualificadas, visando atingir seus objetivos.

No processo de seleção, as organizações buscam de alguma forma a

identificação das características dos candidatos às da empresa

(BINOTTO; SIQUEIRA; MORTARI, 2011).

Nesse percurso de desenvolvimento da área, a seleção de pessoas

partiu da noção de perfil adequado a um determinado cargo, até mais

recentemente, a busca de talentos, ou seja, a busca por pessoas com

habilidades cognitivas, técnicas e conceituais capazes de contribuir

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com a inovação organizacional (BINOTTO; SIQUEIRA; MORTARI,

2011).

A entrevista foi citada como um elemento bastante importante no processo de seleção de

pessoas e que poucos são os casos de contratação sem que ela aconteça (Bohlander; Snell;

Sherman, 2003):

A entrevista é percebida como ―um canal de comunicação que

permite à organização e ao candidato coletarem informações que, caso

contrário, seriam difíceis de se obter‖. (Tanure; Evans; Cançado;

Cruz, 2011).

Sob o olhar de Marras (2001) a seleção de pessoas acompanhou as mudanças ocorridas na

área de recursos humanos no transcurso das últimas décadas desde a criação do departamento

de pessoal até a nova função dos recursos humanos enquanto setor estratégico, orientado pelas

estratégias corporativas (ULRICH, 2000).

No entanto, os resultados obtidos por Binotto, Siqueira e Mortari (2011) ao pesquisar a

seleção de pessoas no âmbito das universidades federais brasileiras, indicam que mesmo com

os avanços da área, o processo de seleção ainda encontra limitações no que diz respeito a uma

contratação com perfil estratégico, demonstrando a necessidade de aprofundamento na

questão.

A avaliação de desempenho foi citada indiretamente em 2 artigos (Vieira; Junior; Silva,

2011; Silveira; Goecking, 2014) como uma das ferramentas que busca a melhoria da

produtividade das pessoas ao longo do tempo (Hipólito; Reis, 2002). Segundo Paauwe (2004)

a mensuração do desempenho pode demonstrar a contribuição econômica associada à gestão

de pessoas, reforçando o nível de alinhamento entre as práticas e a estratégia da empresa,

sinalizando acerca da efetividade das ações implantadas.

Como os processos que acontecem na empresa estão contidos em um sistema, a avaliação de

desempenho pode promover a motivação e gerar oportunidades para melhoria (BRANDÃO;

GUIMARÃES, 2001):

[...] a mensuração de desempenho em gestão de pessoas funcionaria

como um sistema de feedback, retornando, à alta direção, informações

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sobre o quanto as práticas de gestão de pessoas adotadas na

organização estão condizentes, ou não, com os parâmetros estratégicos

definidos pela alta direção, assim como informaria, à própria gestão de

pessoas, o seu atual nível de contribuição para a organização

(SILVEIRA; GOECKING, 2014).

Outra prática citada foi a gestão de carreira (GPR2397/2012) direcionando os funcionários

ao objetivo principal da organização, estimulando a auto realização pessoal e profissional

através de um melhor aproveitamento das pessoas na empresa (TACHIZAWA; FERREIRA;

FORTUNA; 2001).

Foi possível verificar também que a literatura de gestão de talentos

(GT) é convergente em alguns aspectos com a de Gestão Estratégica

de RH. Isto se mostrou, principalmente, no que se refere às suas

perspectivas e práticas emergentes, tais como: o alinhamento com a

estratégia organizacional, a busca pela vantagem competitiva e o

caráter contingente e configuracional desta gestão (Freitag; Ohtsuki;

Ferreira, 2012).

Diante das leituras realizadas nos artigos pertencentes a esta pesquisa, foi observado um

número relevante de citações que tratam da utilização da comunicação como ferramenta de

estímulo para as pessoas trabalharem alinhadas com os objetivos estratégicos da organização.

Em levantamento realizado, foi encontrada a palavra ―comunicação‖ incluída no contexto

descrito em 57% (n=38) dos 66 arquivos. Chamou a atenção a forma indireta mencionada em

tantos trabalhos direcionando a liderança em busca de uma clarificação em relação aos

objetivos a serem perseguidos pela empresa.

No ano de 2011, 5 artigos trataram da comunicação (Vieira; Junior; Silva, 2011, Machado;

Marinho, 2011; Spohr; Fleury, 2011; Tanure; Evans; Cançado; Cruz, 2011; Binotto; Siqueira;

Mortari, 2011). A ferramenta foi citada no cenário das práticas e políticas de GP e das

lideranças no processo de institucionalização da cultura se segurança na empresa:

Organizações com uma cultura positiva de segurança são

caracterizadas por comunicações baseadas em mútua confiança, pela

comunhão de percepções da importância da segurança e pela

confiança na eficácia das medidas preventivas (VIEIRA, JUNIOR;

SILVA, 2011).

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Casado (2002) menciona como uma das funções da comunicação é a de fazer com que as

mudanças e procedimentos cheguem aos funcionáriostrabalhando a socialização e a cultura,

na medida em que aborda os meios de realização do trabalho.

No trabalho de Machado e Marinho (2011), é tratada a comunicação interna através de

reuniões de equipe, prática apontada tanto por França (2007) e Bohlander (2013) como

essencial na boa GP. O artigo de Tanure, Evans, Cançado e Cruz (2011) coloca que as

melhora das ferramentas de comunicação, tanto em sua eficácia quanto em sua transparência

tem aumentado a autonomia e a participação dos empregados em processos de tomada de

decisão.

Também foi feito o registro que os funcionários tendiam a ter menos credibilidade no setor de

RH quando era percebido uma falta de comunicação entre as equipes da área, reforçando a

necessidade de buscar uma melhor visão acerca das ações do setor, bem como perceber os

colaboradores como clientes internos (TANURE; EVANS; CANÇADO; CRUZ, 2011).

No ano de 2012, foi encontrado 9 artigos citando a importância da comunicação como fator

de auxílio a uma melhor integração e uso das práticas de GP (SILVA; ROWE, 2012;

COSTA; ROCHA-PINTO; DUBEUX, 2012; LOCATELLI; CAVEDON, 2012; GALLON;

GARAY; BITENCOURT, 2012; GPR986; MACIEL; CAMARGO; AUGUSTO, 2012;

BRANDÃO ET AL., 2012; SALLES; FERNANDES; FILHO, 2012; BARRETO,

ALBUQUERQUE, MEDEIROS, 2012).

Neste ano, houve de uma forma inusitada a maior quantidade de citações (21 vezes) da

palavra comunicação no artigo de Maciel, Camargo, Augusto (2012), que trata das práticas

para uma avaliação positiva da função de RH. O trabalho foi desenvolvido através de uma

survey com 347 indivíduos:

Verificou-se que variáveis de recompensa não alteram

substancialmente o poder explicativo do modelo sobre a variação na

atitude dos funcionários em relação à competência da Gestão de RH,

mas sim as variáveis denominadas Condições de Trabalho,

prioritariamente a comunicação (MACIEL; CAMARGO;

AUGUSTO, 2012).

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69

Outro estudo que reforçou a força da comunicação como instrumento de GP foi o Brandão et

al., 2012 que tratou de fusões e aquisições de empresas, relatando os processos em que foram

submetidos os funcionários que passaram pelas mudanças, através da integração, capacitação,

comunicação direta por diferentes canais durante o processo de incorporação e oportunidades

de carreira. Foi ressaltada a importância da comunicação como ponto facilitador ou

dificultador, necessitando acontecer de forma planejada, aberta, honesta, proativa, frequente e

adequada.

A motivação é baseada no empoderamento, desenvolvimento e

comunicação, enquanto o sucesso é definido em termos da valorização

das pessoas (BARRETO, ALBUQUERQUE, MEDEIROS, 2012).

Em 2013, 6 estudos citaram a comunicação como reforço às práticas de GP (Lima; Amorim;

Fischer (2013); Júnior; Dias; Eboli, 2013; Barankievicz; Quandt; Fernandes; Santos, 2013;

Chiesa; Zingano; Scheffer, 2013; Dias; Guedes, 2013; Bussular; Scheffer; Sawitzki, 2013),

lembrando que o usualmente, é através da comunicação, motivação e liderança que a gestão

busca o comprometimento das pessoas (Storey, 1995), junto as melhores práticas para os

funcionários.

No ano de 2014, 9 trabalhos enriqueceram os temas pesquisados com a ferramenta da

comunicação (Locatelli; Cavedon, 2014; Araújo; Lage, 2014; Reis; Braga, 2014, Silveira;

Goecking, 2014, Falaster; Ferreira; Reis, 2014; Martinez; Fischer, 2014; Pereira; Pereira,

2014; Cunha; Braga, 2014).

Tem-se, portanto, um trilho para o desenvolvimento da capacidade

organizacional de escuta, por meio da habilidade de escutar e dar

feedback às comunicações de subordinados, pares e superiores

(MARTINEZ; FISCHER, 2014).

[...]A passagem citada anteriormente confirma a importância da escuta

para a gestão, porém, deve-se cuidar para a capacidade de escuta e não

somente de ouvidoria, em que se percebe a comunicação do outro,

porém, absorve-se apenas o conteúdo útil ou de interesse para o

ouvinte. Escutar implica em ouvir atentamente o conteúdo, mesmo

aqueles que contrapõem um argumento (MARTINEZ; FISCHER,

2014).

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70

O artigo faz menção a importância de se ter o espaço e a atenção devida às sugestões, anseios

e dificuldades que os funcionários expõem, sinalizando, de uma forma indireta o

comprometimento com a empresa e a busca conjunta de se alcançar os objetivos pretendidos.

No encontro de 2015, nove trabalhos mencionaram a comunicação (Passos; Trindade, 2015;

Leite; Albuquerque, 2015; Sassur et al., 2015; Pereira; Oliveira, 2015, Domingos et al., 2015,

Foroni; Bianchi; Quishida, 2015; Locatelli; Cavedon, 2012; Pantuffi, 2015; Pereira et al.,

2015). Diante das pesquisas realizadas, foi colocado a preocupação com uma crescente

performance a ser buscada pelas empresas na implantação das práticas de GP:

Ao longo dessa trajetória evolutiva, esses pesquisadores ressaltaram

que, necessidades como criar a condição de buscar flexibilidade,

enriquecer a tarefa, aumentar a qualificação profissional, incrementar

a participação dos empregados nas decisões organizacionais, usufruir

a criatividade, obter maior comprometimento com as metas, ocorrem,

principalmente, no trabalho em equipe, em que as comunicações

sejam frequentes e confiáveis (LEITE; ALBUQUERQUE, 2015).

Na tipologia proposta por Ulrich (1991) a criação de valor é construída a partir dos papéis

desempenhados pelos funcionários do RH, através das atitudes, do comportamento e da

atuação das pessoas, mas esse resultado é antes de tudo, consequência de uma boa definição

de quais são os objetivos a serem buscados pelo RH e então, traduzidos (comunicados) aos

outros setores da empresa, mediante as atividades desenvolvidas por cada um deles.

Em pesquisa desenvolvida por Maciel, Camargo e Augusto (2012), foi encontrado que as

variáveis comunicação, treinamento e avaliação de desempenho foram as de maior poder de

influência sobre a competência da gestão de recursos humanos, seguidas da remuneração e

descrição de cargos e tarefas.

De acordo com os autores, isso significa que diante das atividades desenvolvidas pelo RH, a

comunicação nas organizações é o fator que influencia mais fortemente a avaliação que os

funcionários fazem da competência da gestão de rh de forma global. ―Esse resultado coloca o

aprimoramento da Comunicação, enquanto prática da Gestão de Recursos Humanos, como o

caminho mais curto para desenvolvimento do status da área, ao menos aos olhos dos

funcionários, como foi o caso da presente investigação‖ (MACIEL; CAMARGO;

AUGUSTO, 2012, p.12),

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71

Esse resultado corrobora com o evento observado nos trabalhos acerca da importância da

comunicação como instrumento de gestão capaz de ajudar o setor de RH a integrar as forças

organizacionais em direção ao papel estratégico necessário para uma diferenciação

mercadológica da empresa.

Esse empoderamento é capaz de fundamentar as relações existentes para transformar as

estratégias em conduta das pessoas direcionadas pelos objetivos da empresa. Conforme Ulrich

(1991), é dessa forma que a área de recursos humanos entra como ponte destas relações,

através de técnicas e práticas para motivar as pessoas, tornando-se intermediário de uma

melhor performance.

É observado então a confirmação do que Wrigth; Dunford; Snell (2001) colocam acerca da

necessidade das atividades de comunicação, ao desenho do trabalho, à cultura organizacional,

bem como à liderança serem incorporadas à área de gestão de pessoas e não se restringir

apenas às funções tradicionais de RH.

Outros temas vinculados às práticas de gestão de pessoas foram citadas em alguns trabalhos,

sem vinculação aos processos estratégicos da organização, não acrescentando relevância a

este estudo, por isso não foram incluídos.

4.3 Práticas do gerenciamento de recursos humanos e a estratégia organizacional

Storey (2007) corrobora indicando que apesar de ampliada sob diversas abordagens, a gestão

estratégica de pessoas apresentam características comuns:

a) reconhecem a influência do ambiente externo sobre a dinâmica organizacional;

b) reconhecem o impacto da competição entre organizações e as mudanças no mercado de

trabalho;

c) enfocam objetivos de longo prazo;

d) valorizam o processo decisório e a escolha de alternativas;

e) levam em consideração a relevância dos indivíduos nas organizações e não somente os

altos executivos;

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72

f) buscam integrar as estratégias corporativas com as estratégias funcionais de cada área da

empresa;

g) buscam evidenciar as formas pelas quais a gestão de pessoas pode contribuir para o

desempenho organizacional.

Alguns estudos denotam visivelmente a intervenção positiva da área de gestão de pessoas

conforme trechos abaixo:

Seus resultados denotam existência de práticas diferenciadas de

gestão de pessoas, evidências que essas estruturas favorecem a busca

de contribuição, desenvolvimento de solidariedade e obtenção de

comprometimento (LEITE; ALBUQUERQUE, 2015).

A área de RH está estruturada no modelo de consultoria interna

(Tanure; Evans; Cançado; Cruz, 2011).

Nesse estudo foi identificada a presença da correlação positiva e

estatisticamente significante entre os dois construtos, o que evidenciou

a existência de um relacionamento entre as posturas estratégicas —

analítica, defensiva, prospectiva e reativa —, e as configurações e o

nível de relevância atribuída a cada uma das práticas de gestão de

pessoas nas organizações pesquisadas (SILVEIRA, 2015).

[...] a escolha de certas práticas de gestão de pessoas e de mensuração

de resultados e contribuições da gestão de pessoas para o

desempenho organizacional é parcialmente determinada pelo tipo de

postura estratégica adotada pela empresa, o que, por sua vez,

evidencia a importância do alinhamento entre diretrizes estratégicas

do negócio e práticas de RH (SILVEIRA; GOECKING, 2014).

Além do mais, constatou-se que, caso a organização mude sua postura

estratégica, adotando uma nova postura, essa mudança irá promover

mudanças nas práticas de gestão de pessoas relacionadas ao

recrutamento, à seleção, à alocação de pessoal, à gestão do

desempenho, ao treinamento e desenvolvimento, à remuneração e

recompensa, e ao desenvolvimento de carreiras (SILVEIRA, 2015).

A gestão de pessoas depende do líder. Se você tiver um chefe bom

de gestão, a sua gestão de pessoas será boa (TANURE; EVANS;

CANÇADO; CRUZ, 2011).

[...] as práticas de gestão de pessoas são capazes de (a) elevar o valor

do capital humano, por meio do desenvolvimento profissional (por

exemplo, utilizando treinamento de habilidades, rotação de cargos,

técnicas de coaching, etc.) e, também, de (b) influenciar o

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73

comportamento do empregado no sentido desejado (SILVEIRA;

MIRANDA, 2011).

A estrutura dessa unidade também contribui para o gerenciamento das

pessoas com o mapa estratégico e indicadores claros. Ademais, a

participação dos profissionais de recursos humanos na

formulação da estratégia organizacional da unidade mostra-se

alinhada ao que foi dito por Bohlander, Snell e Sherman (2003),

Albuquerque (2001), Becker, Huselid e Ulrich (2001), Ulrich (2000)

acerca da renovação do papel do RH (LEITE; ALBUQUERQUE,

2015).

[...] avança no sentido de abranger processos fundamentados na

gestão estratégica de pessoas, como alinhamento com resultados de

governo, planejamento da força de trabalho, alinhamento de

competências e avaliação

de desempenho com foco em resultados grupais e institucionais

(LUCAS; PEREIRA, 2014).

Percebe-se diante dos trechos que há evolução na função de recursos humanos saindo do

modelo tradicional, buscando uma gestão da força de trabalho delineado a partir do

comprometimento das pessoas (Walton, 1985; Silveira; Miranda, 2011). Gubman (2004)

menciona que é fundamental para o sucesso das operações o foco na cultura, na competência

e no comprometimento, vinculada às ações da GRH.

Preocupação também incluída em trabalho que trata de gestão estratégica em prefeituras

(Lucas; Pereira, 2014), mostrando que há inclusive um movimento de organizações estatais

em busca de um posicionamento mais estruturado em relação à intervenção do setor de RH

junto aos objetivos da organização (SILVEIRA, 2015).

Albuquerque (1987), Fischer (1998), Ulrich (2000, 2004), Anthony, Kacmar, Perrawé (2002)

indicavam que as variáveis políticas, econômicas, sociais e culturais, externas à organização,

direcionavam à uma mudança de postura da gestão, conforme trechos destacados.

De acordo com Silveira (2015), deve existir uma adaptação do modelo de gestão de pessoas

às variáveis externas a empresa, principalmente àquelas que atuam em ambientes com forte

competição. Neste sentido, o alinhamento entre a estratégia organizacional e as práticas de

gestão de pessoas trará um maior desempenho organizacional.

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No entanto, também foi percebido nos artigos publicados como traço nas conclusões, uma

preocupação por maior reconhecimento da área de gestão de pessoas, e entre as mais urgentes

está a mudança da função estratégica do setor (MACIEL; CAMARGO; AUGUSTO, 2012).

Uma realidade cada vez mais dinâmica e exigente, juntamente com a crise de identidade dessa

área funcional, e a necessidade de reconhecimento e legitimidade, contribuiu para que

especialistas e pesquisadores buscassem ampliar a atuação da Gestão de Recursos Humanos.

De acordo com Sarsur et al. (2015), ainda perdura o perfil da GRH como uma função de apoio

às atividades organizacionais, numa concepção bastante tradicional na relação entre o homem

e o trabalho, ainda não reconhecida como uma função estratégica pelas organizações (SÁ;

LEMOINE, 2000):

Após a revisão da literatura utilizada neste artigo, constatou-se que

algumas das concepções sobre gestão estratégica de pessoas herdaram,

simultaneamente, a macro perspectiva da área da estratégia

organizacional e a micro perspectiva da área de recursos humanos,

sem, no entanto, conseguir integrar, ainda, essas duas perspectivas

de forma equilibrada (SILVEIRA; MIRANDA, 2011).

As práticas de gestão podem ser aplicadas de forma isolada, mas os resultados só são

atingidos quando elas estão em conjunto, considerando que os funcionários são expostos a

todas elas simultaneamente (WRIGHT; DUNFORD; SNELL, 2001).

Em relação à gestão de pessoas na área pública, foi apresentada contribuição importante,

através de uma leitura real das políticas e práticas adotadas nas instituições do governo.

Enfatizou-se a relevância de desenvolver primeiramente os servidores, procurando o melhor

desempenho nos planos individuais, tendo em vista um horizonte de desenvolvimento a ser

perseguido por estas instituições (LUCAS; PEREIRA, 2014).

Diante de pesquisa a respeito das diferenças no setor de gestão de recursos humanos entre

empresas nacionais e multinacionais , ficou demonstrado que a percepção dos presidentes de

grandes organizações localizadas nacionalmente avaliam que a GRH brasileira possui perfil

predominantemente de executora, enquanto que as empresas de capital multinacionais são

vistas como parceiras de mudança.

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De acordo com o estudo, os processos da estratégia das empresas nacionais não estão

adequadamente estruturados e nem vinculados a outros processos funcionais do RH:

A área de RH era estruturada em três equipes: Administração,

Treinamento e Desenvolvimento, e Remuneração e Benefícios. Cada

equipe tinha um objetivo diferente e trabalhava de forma

independente, sem conexão entre elas – Empresa Nacional (Tanure;

Evans; Cançado; Cruz, 2011).

O RH está no caminho certo, ele tem objetivos e direção. Ele está

consciente das suas falhas e tem feito um grande esforço para

definir um plano – Empresa Nacional (Tanure; Evans; Cançado;

Cruz, 2011).

Tem-se que fazer customização para todas as áreas, e isto o RH não

fez. Ao invés de oferecer um buffet self service, eu acho que RH

precisa acompanhar mais as execuções e implementações de certos

projetos. Precisa ser mais presente na hora de estabelecer o

equilíbrio (Tanure; Evans; Cançado; Cruz, 2011).

Numa linha bem diferente de atuação, a empresa multinacional tem atuado de forma

estratégica, onde segundo entrevistado, a organização busca ―ser global e agir de forma

local‖:

Aqui é uma empresa que tem valores muito arraigados e muito

praticados – aqui os valores guiam o processo – Empresa

Multinacional (Tanure; Evans; Cançado; Cruz, 2011).

(...) a área de RH tem sido uma das áreas que mais tem buscado

ser estratégica. Na Empresa Multinacional, se algo vai acontecer nas

áreas, começa primeiro no RH. Ele dá o exemplo – Empresa

Multinacional (Tanure; Evans; Cançado; Cruz, 2011).

Lengnick-Hall et al. (2009) cita que cada vez mais, há interesse em analisar os fatores de

implementação de estratégias, reforçando a necessidade de mensurar as práticas de gestão de

pessoas para que seus resultados sejam conhecidos. No entanto, a vinculação das ações nem

sempre são claramente dispostas nas pesquisas:

Parece que o processo de desenvolvimento teórico da gestão estratégica de pessoas ainda se

encontra em um estágio embrionário, dado que a mudança nas concepções e nas bases

teóricas da gestão de pessoas é um processo complexo, mesmo considerando que este

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processo de evolução já esteja em andamento desde décadas passadas (SILVEIRA;

MIRANDA, 2011).

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5 CONCLUSÃO

Diante da crescente atenção acerca das práticas do gerenciamento dos recursos humanos este

estudo se propôs a identificar quais delas são utilizadas por organizações no Brasil a partir das

publicações do GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015.

Foram encontradas as práticas tradicionais da literatura de gestão de pessoas: recrutamento e

seleção, treinamento, desenvolvimento e gestão de carreira, avaliação de desempenho,

administração de cargos, salários e benefícios, (Júnior; Tonelli; Cooke, 2012; França;

Arellano, 2002; Vieira; Filenga, 2012; Bohlander; Snell, 2013), qualidade de vida no trabalho

(França; Arellano, 2002), higiene e segurança do trabalho (MARRAS, 2011).

Entende-se diante dos artigos estudados que existe certa evolução na função de Recursos

Humanos na direção de transformar o modelo tradicional, numa gestão da força de trabalho

em alguns estudos.

No entanto, também foi percebido nos artigos publicados uma lacuna considerável entre a

teoria e a prática de gestão estratégica de pessoas e sua relação com o desempenho

organizacional, através das conclusões a que chegaram os pesquisadores (Silveira; Miranda,

2011; GPR1121/2011; Tanure; Evans; Cançado; Cruz, 2011; Maciel; Camargo; Augusto,

2012; Oliveira; Barbosa, 2013; Lucas; Pereira, 2014; GPR1198/2014; Passos; Trindade, 2015;

LEITE; ALBUQUERQUE, 2015).

Além do fato de algumas empresas ainda manterem um perfil da GRH como uma função de

apoio às atividades organizacionais, ou seja, predominantemente de executora, é nítida a

necessidade de alteração de mind set por parte de seus profissionais em busca de um setor

integrado junto às outras áreas da empresa.

A partir de trabalho realizado entre empresas nacionais e multinacionais, ficou clara a

percepção dos líderes de grandes organizações localizadas no país, avaliando a GRH

brasileira ainda num perfil tradicionalista, enquanto que as empresas de capital

multinacionais são percebidas como parceiras de mudança.

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Outro fator que chamou atenção foi o a implantação das ações de GP por atendimento à

demandas internas, onde as reais deficiências ainda não são acompanhadas ou percebidas pelo

setor.

Foi constatado que ainda persiste, nas empresas nacionais, uma concepção limitada sobre

gestão estratégica de pessoas onde a área da estratégia organizacional ainda não trabalha em

parceria com a área de recursos humanos, onde as práticas são aplicadas de forma isolada,

sem atingir os objetivos principais da empresa de uma forma totalitária e sinérgica como pode

acontecer quando as áreas trabalham em conjunto.

O único tema em que os artigos não trataram de forma a recomendar melhorias no aspecto de

GP foi o da remuneração. No entanto, foi percebido que todos eles tratavam de remuneração

nos níveis estratégicos ou, no máximo, técnicos das empresas, esquecendo o âmbito

operacional, que na verdade, é quem efetivamente coloca as ações em prática na organização,

denotando um espaço para o estudo das remunerações sobre esse prisma.

Em relação ao segundo objetivo específico desta pesquisa, em descobrir se e quais práticas do

gerenciamento de recursos humanos têm sido utilizadas num contexto de estratégia

organizacional, segundo publicações do GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015, foi percebido

que ainda existe um grande dificuldade em entrelaçar as ações de GP aos objetivos

estratégicos.

Não sob o ponto de vista teórico, mas na prática ainda não são encontrados resultados que

descrevam claramente esse novo papel para a Gestão de RH, dirigido para a interação

empresa-funcionário, renovando seu papel de transformação efetiva na função de Gestão

Estratégica de Recursos Humanos.

Outro ponto a ser colocado é a falta de legitimidade e status enquanto instituição que o setor

precisa conquistar, conforme descrito em alguns trabalhos, a área ainda não tomou posse

dessas novas atribuições para incluir-se como setor estratégico.

Cabe ressaltar a mensagem enviada em tantos trabalhos acerca da necessidade de se melhorar

a comunicação organizacional, no sentido das estratégias serem traduzidas em todos os

setores, tendo a área de recursos humanos como intermediária (Ulrick, 2000), bem como o

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departamento de RH buscar um discurso alinhado às atitudes de seus funcionários, em

observância de artigos que chamaram a atenção sobre a falta de tato e de visão em atender o

cliente interno com respeito e celeridade.

Sousa (2006) diz que a comunicação depender de três processos:

1 – Atividade em que os comunicadores trocam as mensagens entre si;

2 – Atividade individual em que o indivíduo pensa, medita e toma consciência de si,

modificando o processo da comunicação;

3 – Atividade social onde os indivíduos com determinada cultura criam significados em que o

processo da comunicação depende da cultura e do contexto que os rodeia.

Fica claro, que antes das práticas serem implantadas na empresa é importante que haja um

trabalho de sensibilização nas pessoas e coerência da organização entre discurso e prática para

que as mudanças necessárias aconteçam e as práticas possam acontecer com um foco

estratégico.

Os objetivos, planos e visão da empresa devem ser disseminados através da comunicação com

a maior clareza possível nas informações, pois de acordo com Mendes (2004), empresas com

transparência na comunicação entre os funcionários conseguem fidelizá-los.

É notória a dificuldade que algumas empresaras possuem em abrir o canal de comunicação

para seus empregados, porque isso exige delas atenção constante e abertura suficiente para

ouvir também críticas. Segundo Brum (2010, p. 148) ―poucas são as empresas que estão

preparadas para colocar em prática todas as ideias e sugestões que chegam através dos

programas‖.

Fisher (2003) coloca que no âmbito do trabalho é necessário a influência dos valores, o

modelo de gestão da organização, as práticas e políticas organizacionais, além de aspectos

individuais, como a percepção e as atitudes pessoais, bem como as características da tarefa,

para que as comunicação aconteça.

Nos artigos estudados não foi percebido a vinculação das práticas de GP à dinâmica

mercadológicas das empresas pesquisadas, indicando que ainda é necessário ampliar não só a

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visão do setor de RH, mas também da liderança da empresa em buscar uma sintonia com o

mercado na adoção das práticas de gestão.

Não foi possível identificar relação direta entre as práticas de gestão de pessoas e as posturas

estratégicas, confirmando que não existem, ainda, práticas específicas de gestão de pessoas

que sejam capazes de conectar, de forma concreta, as práticas e sistemas de RH aos objetivos

estratégicos das organizações.

É notório que também falta nas empresas um maior conhecimento das teorias de gestão

estratégica de RH, onde podemos citar a contribuição da adoção de um dos modelos de

tipologia, em especial o desenvolvido por Ulrich (2000), descrito neste estudo como ponto

inicial de adoção de uma nova postura do setor, reforçando o posicionamento estratégico da

área.

É necessário ressaltar que as melhorias, ainda que se mostrem necessárias, não são atividades

simples; muito pelo contrário, revelam-se tão enraizadas a concepções, valores e ideologias

sobre o homem e sua essência como objeto de exploração, que muito ainda precisa ser

desenvolvido para o obtenção de uma nova prática da área de Recursos Humanos.

A partir dos artigos analisados, é possível concluir que não há novas práticas do

gerenciamento de recursos humanos sendo utilizadas por organizações no Brasil, segundo as

publicações do GPR/EnANPAD, entre 2011 e 2015. Também não foi encontrado vinculação

entre tais práticas num contexto estratégico, segundo as publicações do GPR/EnANPAD,

entre 2011 e 2015

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RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Considerando a importância das práticas do gerenciamento de recursos humanos utilizados

pelas organizações e da necessidade de se aplicarem a um contexto estratégico pouco

explorados no meio acadêmico brasileiro e, principalmente, no meio corporativo, vários

estudos poderão ser ainda desenvolvidos, focalizando-se as seguintes contribuições:

a) Uma investigação dirigida a novas práticas de gestão tendo em vista que as relações de

trabalho têm se modificado, através de atividades virtuais (à distância);

b) Uma pesquisa sobre sobre práticas que contemplem as novas gerações (Y), bem como as

gerações mais maduras que muito podem contribuir para a inclusão das empresa num

contexto estratégico;

c) A importância da comunicação como ferramenta estratégica de apoio às práticas a serem

implantadas nas organizações e suas implicações;

d) A cultura organizacional e o a sua contribuição para esta nova visão do setor de RH como

parceiro estratégico;

e) Pesquisar sobre os elementos que compõem a gestão estratégica de pessoas, bem como a

possível relação existente entre eles e suas influências.

f) Estudar formas de remuneração/recompensas aos funcionários de nível operacional que

possam transformas as ações em prática na organização, em resultados melhores através de

um melhor desempenho.

g) Examinar se as empresas estão selecionando pessoas com um perfil estratégico, mediante

os objetivos da empresa e o mercado em que atua.

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