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FACULDADE CAPIVARI FUCAP TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: ANÁLISE DA VIABILIDADE EM SUBSTITUIR O REGIME TRIBUTÁRIO DE UMA TRANSPORTADORA DO LUCRO PRESUMIDO PARA O LUCRO REAL Aluna: Hévelin Duarte da Silva Orientador: Esp. Patrick Prates Alves RESUMO A Contabilidade se transformou diversas vezes, e ao passar dos anos se torna cada dia mais papel essencial no mercado. A Contabilidade controla, avalia, planeja e orienta por meio de suas demonstrações a real saúde da empresa. O Planejamento Tributário surgiu das modificações da Contabilidade e também em virtude da importância que os impostos têm no mundo dos negócios. Esse estudo se deu início com o intuito de buscar a melhor forma de tributação, onde planejar é primordial para o desenvolvimento das empresas. A empresa estudada é a Transportadora “T”, onde o objetivo geral desta pesquisa é avaliar a viabilidade da migração do Lucro Presumido para o Lucro Real, para atender ao objetivo geral são os objetivos específicos: levantar junto à prestadora de serviços Transportadora “T” os dados do último trimestre de 2017, por meio de análise de documentos fiscais e contábeis; analisar os dados levantados fazendo uma comparação dos regimes de Lucro Presumido e Lucro Real; identificar qual o melhor Regime de Tributação se aplica à empresa em estudo. A coleta de dados se dá de maneira exploratória, com natureza de pesquisa teórica e prática, contendo dados primários e secundários, com aspectos qualitativos e quantitativos. No estudo de caso foi elaborado um Planejamento Tributário dentre o regime do Lucro Presumido e do Lucro Real. Portanto, conclui-se que com esta análise seria vantagem à transportadora migrar para o Lucro Real, sendo mais benéfico para empresa objeto de estudo. Palavras-chave: Planejamento; Tributação; Lucro Presumido; Lucro Real. 1 INTRODUÇÃO Nos dias atuais, a Contabilidade é peça fundamental das entidades. Independentemente de qual for o ramo de atividade ela está cada vez mais presente no cotidiano de todas as empresas.

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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: ANÁLISE DA VIABILIDADE EM SUBSTITUIR

O REGIME TRIBUTÁRIO DE UMA TRANSPORTADORA DO LUCRO

PRESUMIDO PARA O LUCRO REAL

Aluna: Hévelin Duarte da Silva

Orientador: Esp. Patrick Prates Alves

RESUMO

A Contabilidade se transformou diversas vezes, e ao passar dos anos se torna cada dia mais

papel essencial no mercado. A Contabilidade controla, avalia, planeja e orienta por meio de

suas demonstrações a real saúde da empresa. O Planejamento Tributário surgiu das

modificações da Contabilidade e também em virtude da importância que os impostos têm no

mundo dos negócios. Esse estudo se deu início com o intuito de buscar a melhor forma de

tributação, onde planejar é primordial para o desenvolvimento das empresas. A empresa

estudada é a Transportadora “T”, onde o objetivo geral desta pesquisa é avaliar a viabilidade

da migração do Lucro Presumido para o Lucro Real, para atender ao objetivo geral são os

objetivos específicos: levantar junto à prestadora de serviços Transportadora “T” os dados do

último trimestre de 2017, por meio de análise de documentos fiscais e contábeis; analisar os

dados levantados fazendo uma comparação dos regimes de Lucro Presumido e Lucro Real;

identificar qual o melhor Regime de Tributação se aplica à empresa em estudo. A coleta de

dados se dá de maneira exploratória, com natureza de pesquisa teórica e prática, contendo

dados primários e secundários, com aspectos qualitativos e quantitativos. No estudo de caso

foi elaborado um Planejamento Tributário dentre o regime do Lucro Presumido e do Lucro

Real. Portanto, conclui-se que com esta análise seria vantagem à transportadora migrar para o

Lucro Real, sendo mais benéfico para empresa objeto de estudo.

Palavras-chave: Planejamento; Tributação; Lucro Presumido; Lucro Real.

1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, a Contabilidade é peça fundamental das entidades. Independentemente

de qual for o ramo de atividade ela está cada vez mais presente no cotidiano de todas as

empresas.

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A Contabilidade é uma ciência, que tem como finalidade o estudo das variações que

ocorrem no patrimônio, ou seja, nos bens, direitos e obrigações das entidades, cuja função é

avaliar o patrimônio da entidade, estudando e controlando os fatos que alterem o patrimônio,

o cenário financeiro e econômico da empresa, sendo possível alcançar o máximo de

informações úteis para as tomadas de decisões (OLIVEIRA, 2013; RIBEIRO, 2010).

Por se tornar uma ferramenta essencial para a sobrevivência das empresas e com as

exigências do fisco e outras entidades, surgiram formas diversas de adaptar cada tipo de

empresa a um determinado Regime Tributário, sendo eles o Simples Nacional, Lucro

Presumido, Lucro Real e Lucro Arbitrado.

Assim, tem-se como tema dessa pesquisa, o Planejamento Tributário, citado por

Oliveira (2013), como uma ferramenta de auxílio da empresa, pois é através dele, que a

mesma poderá observar maneiras eficazes de reduzir seus Custos e melhorar seu resultado,

portanto, o Planejamento Tributário, nada mais é que uma forma de examinar alternativas,

tornando-se possível, a escolha de um melhor Regime de Tributação, cumprindo as exigências

legais perante o fisco. A escolha do tema se dá pela busca da redução do valor do tributo, por

meio dos processos utilizados que permitem o estudo detalhado das demonstrações. Deste

modo, uma análise tributária foi realizada com intuito de evidenciar as despesas e receitas,

tendo como base o último trimestre de 2017, sendo realizada uma projeção dos dois últimos

meses do ano, averiguando dados fiscais e contábeis e a evidenciar a melhor forma de

tributação que deverá se enquadrar.

O objeto de estudo desta pesquisa é a transportadora “T”, cujo nome é fictício. Sua

matriz está situada na cidade de Imbituba em Santa Catarina, sendo uma empresa que atua no

ramo de transportes.

A pesquisa do estudo consiste em julgar a seguinte questão: Qual o Regime de

Tributação mais viável para melhor desenvolvimento da atividade da empresa “T”?

O objetivo geral da pesquisa é avaliar a viabilidade da migração do Lucro Presumido

para o Lucro Real da Transportadora “T”.

Para atender ao objetivo geral, são objetivos específicos desta pesquisa: i) levantar

junto à prestadora de serviços Transportadora “T” os dados do último trimestre de 2017, por

meio de análise de documentos fiscais e contábeis; ii) analisar os dados levantados fazendo

uma comparação dos regimes de Lucro Presumido e Lucro Real; iii) identificar qual o melhor

Regime de Tributação se aplica à empresa em estudo;

O tema foi escolhido para verificar como o Planejamento Tributário ajuda o

profissional a obter mais segurança na tomada de decisões, sendo relatados todos os tributos

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federais, estaduais e municipais da empresa dependendo da sua necessidade. Serão avaliadas

duas formas de tributação, sendo elas, Lucro Presumido e Lucro Real. A pesquisa contribuirá

tanto para o meio profissional, como acadêmico, quanto social. Profissionalmente contribuirá

para que a empresa saiba a melhor forma de quando migrar para um determinado Regime de

Tributação, além disso, contribuirá para o meio acadêmico como fonte para pesquisas futuras.

Portanto, a sociedade também se beneficia desta pesquisa, pois, uma empresa bem estruturada

contribuirá para o desenvolvimento social do meio em que se encontra instalada.

Sendo assim, a pesquisa se realizará na empresa “T”, cliente da empresa FACC

Contabilidade, concedente do estágio. Delimitando-se aos meses de outubro, novembro e

dezembro, sendo que os resultados apresentados se aplicam apenas a empresa estudada, pois

tem como base os dados financeiros da mesma, não podendo ser utilizado por outra, pois cada

empresa apresenta resultados distintos entre si.

O estudo está dividido em capítulos, iniciando com uma breve introdução acerca do

tema, seguindo com o referencial teórico, a base deste estudo. Apresentam-se também os

resultados obtidos através da aplicação e do desenvolvimento do Planejamento Tributário,

demonstrando a melhor forma de enquadramento da empresa estudada, as considerações

finais e as referências que fundamentaram a pesquisa.

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Nesta seção será apresentado o referencial teórico que abrange a pesquisa. Por meio de

pesquisadores, procurou-se evidenciar a importância do Planejamento Tributário.

Neste contexto, importa destacar que este capítulo está subdividido em três tópicos,

sendo que o primeiro irá trazer uma revisão da literatura referente à Introdução a

Contabilidade. Já o segundo evidencia os ramos da Contabilidade, como a Contabilidade

Gerencial, Contabilidade Comercial e Contabilidade de Custos, por fim a Contabilidade

Fiscal e Tributária. No terceiro compreende o Planejamento Tributário, com ênfase nos tipos

de tributação, o Lucro Presumido e o Lucro Real.

2.1 INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE

A Contabilidade é tão antiga quanto à origem do homem, seu início se deu quando o

homem viu a necessidade de organizar suas atividades, e o seu patrimônio, organizando

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assim, o comércio de mercadorias. Quando a escrita foi descoberta o homem já praticava

Contabilidade, sem ao menos saber o que estava fazendo, ele já contabilizava seus alimentos,

animais e seus pertences de maneira simples, por meio de desenhos nas paredes (COELHO;

TAVEIRA, 1999).

Segundo Iudícibus e Marion (2007) com o crescimento do comércio, as informações

geradas pelo desenvolvimento das atividades aumentaram, sendo assim, memorizar todos os

dados se tornou impossível, portanto o homem viu a necessidade de se organizar, surgindo

assim a Contabilidade. Todos os fatos ocorridos começam a serem registrados para poder

controlar seus bens, registrar as trocas ou vendas e acompanhar a evolução do seu patrimônio.

Para Marion (2009), a Contabilidade é indispensável para qualquer tipo de empresa, o

que antes era apenas uma ferramenta para controlar os bens dos comerciantes, agora é

utilizada como ferramenta no controle dos bens, direitos e obrigações de cada entidade.

Atualmente a Contabilidade tem por obrigação registrar, classificar, demonstrar,

auditar e analisar todos os aspectos referentes às mutações do patrimônio das entidades

(FRANCO 2006).

2.2 RAMOS DA CONTABILIDADE

Para cada empresa existe um tipo de Contabilidade conhecida como ramificações da

Contabilidade, desenvolvidas com o intuito de aplicar adequadamente os princípios contábeis

de acordo com suas características. Portanto cita-se a seguir alguns de seus ramos, sendo eles,

Contabilidade Gerencial, Contabilidade Comercial, Contabilidade de Custos, e por fim a

Contabilidade Fiscal e Tributária.

2.2.1 Contabilidade Gerencial

Para Padoveze (2010), as empresas necessitam que existam pessoas que traduzam os

conceitos contábeis, sendo assim, tendo a Contabilidade Gerencial como ferramenta de apoio

no gerenciamento das informações. De acordo com o sistema de informação contábil que a

empresa escolheu, ela se encarrega de gerenciar todas as áreas da empresa inclusive a

estrutura.

A Contabilidade Gerencial é o procedimento de avaliar, identificar e analisar as

informações econômicas da empresa, por meio destes procedimentos são elaboradas

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informações úteis de acordo com a necessidade de cada usuário com intuito de atingir os

objetivos organizacionais (HORNGREN; SUNDEM; STRATTON, 2004).

Segundo Crepaldi (2008), a Contabilidade Gerencial possibilita aos gestores o

conhecimento dos concorrentes, controle dos gastos e outros fatores importantes na

administração da empresa, possibilitando ainda planejar suas atividades, auxiliando na tomada

de decisões.

Sendo assim, pode-se entender a Contabilidade Gerencial como uma ferramenta de

apoio a organização, auxiliando e fornecendo informações para se alcançar os resultados

pretendidos.

2.2.2 Contabilidade Comercial

Ribeiro (2001), relata que a Contabilidade Comercial é o ramo da Contabilidade que

auxilia no controle da movimentação do patrimônio das entidades voltadas ao comércio.

Para Souza (2002), a Contabilidade Comercial surgiu como o crescimento do

comércio com a captação e a necessidade de registrar, controlar e acompanhar a

movimentação dos eventos ocorridos que pudessem modificar a situação econômica,

financeira e patrimonial da empresa, sendo assim, tornou-se indispensável o uso da

Contabilidade nas empresas de comércio.

O acompanhamento das variações quantitativas e qualitativas das empresas, a

apuração dos resultados e a diferenciação dos gastos ocorridos na comercialização são

elementos acompanhados pela Contabilidade Comercial. Um exemplo de apuração na

Contabilidade Comercial é a apuração do resultado com mercadoria, pois o custo da

mercadoria envolve mais coisas além do valor que foi realmente pago (IUDICIBUS;

MARION, 2007).

2.2.3 Contabilidade de Custos

A Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, com a necessidade de

avaliar estoques. Sua principal função é transmitir informações úteis para a apuração dos

resultados com a finalidade de auxiliar no processo decisório e no controle da empresa

(SANTOS, 2006; MARTINS, 2010).

Para Martins (2010), custo é a soma dos gastos econômicos relativos à aquisição ou

produção de bens e serviços. Os custos são todos os gastos pertencentes à atividade principal

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da empresa, como matéria-prima, energia elétrica, salários e encargos relacionados à

produção.

Os custos são divididos em dois tipos: os Custos Fixos e os Custos Variáveis. Para

Carioca (2014) os Custos Fixos são todos que não possuem alterações, não variam em relação

ao volume de atividade, sendo aqueles que compõem os produtos, já os Custos Variáveis

como o próprio nome mostra são todos os custos que aumentam ou diminuem em relação ao

que se está em análise.

2.2.4 Contabilidade Fiscal e Tributária

A Contabilidade Tributária é o ramo da Contabilidade que estuda exclusivamente o

tributo, sendo que todas as empresas são controladas pelos órgãos públicos, tendo a obrigação

de recolher os tributos gerados pela atividade da empresa, sendo eles, os municipais, estaduais

e federais (RIBEIRO; PINTO, 2014). Os autores dizem ainda que os principais tributos são os

contabilizados sobre o lucro e a folha de pagamento e, em relação ao consumo que em regra

são os que mais arrecadam no Brasil os principais tributos contabilizados são ICMS (Imposto

sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação), PIS (Programa de Interação Social) e

COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).

Segundo Ribeiro e Pinto (2014), as principais funções da Contabilidade Fiscal e

Tributária são aquelas que procedem à emissão de documentos fiscais, cálculo dos tributos

incidentes nas operações, escriturações dos livros fiscais, apuração dos impostos de acordo

com cada Regime de Tributação e orientar na elaboração do Planejamento Tributário.

Fabretti (2015), diz que o objetivo da Contabilidade Tributária é apurar com exatidão e

demonstrar de forma clara e sintética o resultado econômico do exercício social, atendendo

assim as exigências do fisco, determinando a Base de Cálculo fiscal para a provisão de

determinados tributos.

2.3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

O Planejamento Tributário consiste na estratégia de proporcionar reduções dos custos

dentro da organização. Sendo uma necessidade de todas as empresas, sua finalidade tem como

meta principal a redução da carga tributária referente às obrigações principais e acessórias

(RIBEIRO; PINTO, 2014).

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Sendo assim, para Ribeiro e Pinto (2014), o Planejamento Tributário é um ramo da

Contabilidade que aborda o gerenciamento e a contabilização dos tributos, sendo

indispensável, pois a legislação tributária brasileira é muito complexa, interferindo

diretamente no resultado econômico da empresa.

Segundo Fabretti (2015); Ribeiro e Pinto (2014), para a empresa obter sucesso é

imprescindível que o Planejamento Tributário seja realizado por um bom planejador. O

Planejamento Tributário bem elaborado e adequado oferece vários benefícios para a

organização, sendo que estes benefícios auxiliam a administração a conhecer o volume de

recursos financeiros de que necessita para recolher aos cofres públicos, possibilitando também

o aproveitamento dos benefícios oferecidos pelo fisco.

Os tributos são divididos em Federal, Estadual e Municipal, estão relacionadas com as

obrigações principais e acessórias da empresa, onde são tributados conforme a operação a ser

realizada, como: na compra e na venda de um produto ou na prestação de um serviço. Estes

tributos tem a obrigação de estarem de forma certa diante do contribuinte e diante do fisco

(ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

Com todo respeito e ética perante sua profissão o Planejamento Tributário não deve

ser elaborado eventualmente, e sim, conforme o Código de Ética Profissional do Contabilista,

que tem como objetivo guiar a maneira ao qual os profissionais devam agir no exercício e nos

proventos em relação à sua profissão com segmento na legislação vigente (FORTES, 2002).

Com tudo, para se obter um Planejamento Tributário é indispensável que a

Contabilidade seja realizada de maneira clara, pois, é a partir dos relatórios contábeis que se é

possível analisar os resultados e chegar às decisões cabíveis em relação ao futuro da entidade.

Sendo que a Contabilidade é a responsável pela escrituração, a apuração dos resultados

obtidos, lucro ou prejuízo.

2.3.1 Regimes de Tributação

A escolha do regime e seu enquadramento terá que ser eficiente, pois, será decisiva em

relação à continuidade da empresa. O Regime tributário é o que definirá a incidência e a Base

de Cálculos dos tributos. As modalidades de tributação trazem as formas de opção para a

empresa seguir, conforme suas necessidades (CHIEREGATO, et al, 2004).

Para Fabretti (2015), o Regime Tributário é escolhido por opção, faturamento ou

atividade da empresa, onde no Brasil são tributadas por um dos Regimes Tributários: Lucro

Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado, e Simples Nacional. Como a legislação não permite

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mudança de sistemática no mesmo exercício, a opção por uma das modalidades será

definitiva. Se a decisão for equivocada, ela terá efeito no ano todo.

2.3.1.1 Lucro Real

O Lucro Real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições e

exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela lei número 1.598 de 1977, artigo

247 do RIR/1999 (FABRETTI, 2008).

A empresa será obrigada a optar pelo Lucro Real quando suas atividades forem

voltadas a bancos comerciais, de investimentos, de desenvolvimento, caixas econômicas,

sociedades de créditos, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário,

corretoras de títulos, valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas

de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência

privada aberta (RIBEIRO; PINTO, 2014).

Também estão obrigadas aquelas com faturamento superior a R$ 78.000.000,00

(setenta e oito milhões) no ano calendário ou R$ 6.500,00 (seis mil e quinhentos reais)

mensais. A empresa poderá também escolher este regime por opção própria.

As empresas que tiverem seus lucros, rendimentos ou ganhos de capitais vindos do

exterior; empresas que utilizam os benefícios fiscais com isenção ou redução de imposto;

aquelas que durante o ano-calendário utilizaram a forma de pagamento mensal do IR (Imposto

de Renda) com a Base de Cálculo estimada e as empresas com a atividade de prestação

cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito,

seleção e riscos, administração das contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios

resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviço (RIBEIRO; PINTO, 2014).

Conforme artigo 230 do regulamento do imposto de renda, a empresa poderá

suspender ou reduzir o pagamento mensal do imposto referente ao regime do Lucro Real

desde que demonstre, por meio de balanços ou balancetes mensais que o valor acumulado já

pago excedeu o valor do imposto, inclusive o adicional calculado com base no Lucro Real do

período em que está (FABRETTI, 2008).

Andrade, Lins e Borges (2015), firmam que a pessoa jurídica que é optante pelo

Lucro Real, poderá escolher a modalidade em que irá pagar os impostos IRPJ (Imposto de

Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social do Lucro Líquido). Os impostos podem

ser pagos trimestral ou mensalmente, sendo dispensado de elaborar o balanço patrimonial e a

demonstração do resultado, se caso optar por pagá-los mês a mês.

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2.3.1.2 Lucro Presumido

As pessoas jurídicas que podem optar pelo Lucro Presumido são as empresas

industriais, comerciais ou prestadoras de serviços que tenham a receita bruta total no ano

calendário anterior igual ou menor que R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões) ou ao limite

proporcional de R$ 6.500.000,00 (sessenta e cinco milhões), multiplicados pelos números de

meses de atividade no ano (CHIEREGATO, et al, 2004).

De acordo com Ribeiro e Pinto (2014), o Lucro Presumido é uma forma de tributação

simples que utiliza somente as receitas da empresa para apuração do resultado onde será

tributado o IR e CSLL.

É imprescindível conhecer a atividade da empresa, pois para cada empresa existe uma

alíquota de presunção que varia entre 1,6% a 32%. O Lucro Presumido permite que as

empresas com menores margens de lucros tenham alíquotas menores e as empresas com um

lucro maior tenham alíquotas maiores. Com isso, Fabretti (2008), demonstra que os

percentuais de presunção do lucro aplicam-se 8% sobre a receita proveniente de vendas de

mercadoria; o percentual de 1,6% sobre a receita proveniente de revenda para consumo de

combustível, álcool e gás natural; 32% sobre receitas geradas pela prestação de serviços,

intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de bens imóveis e móveis; e por

último de 16% receita proveniente de serviços de transporte e prestadoras de serviços com

receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais).

Uma empresa que escolhe esse tipo de tributação terá toda a apuração da empresa

nesta mesma modalidade. O IRPJ e CSLL serão apurados no último dia do trimestre a partir

da receita bruta desse período e o PIS e COFINS no sistema cumulativo (ANDRADE; LINS;

BORGES, 2015).

2.3.1.3 Simples Nacional

O Simples Nacional entrou em vigor a partir de 1º de julho de 2007. Sendo um regime

tributário favorecido, simples e particularizado, é aplicado pela Lei Complementar nº 123/06

às Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), instituído pelo Regime Especial

Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

De acordo com Andrade, Lins e Borges (2015), consideram-se ME, a pessoa jurídica

ou o empresário, que em cada ano-calendário a receita bruta seja igual ou inferior a

R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), no caso das EPP, o empresário, a pessoa

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jurídica ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$

360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões

e seiscentos mil reais).

De acordo com a Lei Complementar nº 123/2016, assim que uma empresa se

enquadrar no Simples Nacional, também se enquadrará em uma faixa dos anexos da lei. A

empresa pagará seu imposto mensalmente, através de um Documento de Arrecadação do

Simples Nacional (DAS), o valor da guia é calculado por meio da receita bruta dos últimos 12

(doze) meses, ou para as empresas constituídas no próprio ano-calendário terá seu imposto

apurado de forma proporcional efetuando a média aritmética dos meses em funcionamento,

multiplicado por 12 (doze) meses.

2.3.1.4 Lucro Arbitrado

Chieregato et al (2004) conceitua o Lucro Arbitrado sendo um método utilizado pela

autoridade tributária para determinação da Base de Cálculo do Imposto de Renda e da

Contribuição Social devidos pelo contribuinte, é aplicada a pessoa jurídica quando ela deixa

de cumprir suas obrigações acessórias relativas a determinação do Lucro Real ou Presumido

ou houver recusa de fornecer os livros e documentos fiscais e contábeis solicitados em um

processo de fiscalização.

Quando a empresa falta com alguma obrigação acessória em relação ao Lucro Real ou

ao Lucro Presumido aplica-se o Lucro Arbitrado, sendo que a legislação estabelece que este

seja apurado por meio do percentual sobre a receita bruta quando conhecida ou quando

desconhecida apurada com base nos valores fixados pela legislação, assim, o contribuinte tem

a opção de efetuar o pagamento do Imposto de Renda com base nas regras no Lucro Arbitrado

(RIBEIRO; PINTO, 2014).

2.3.2 Modalidades de Tributos

O tributo caracteriza-se como uma obrigação de contribuir, criada por lei e de natureza

não sancionaria, sendo uma prestação pecuniária, ou seja, não pode ser convertido em

prestação de serviço, onde também faz a diferenciação de tributo e multa. O Tributo não tem

caráter de multa onde se sobrepõe à vontade das partes.

O artigo 3º do Código Tributário Nacional define tributo como “toda prestação

pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua

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sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente

vinculada”.

Existem tributos Federais, Estaduais e Municipais, sendo o total de cinco: Impostos,

Taxas, Contribuição de Melhorias, Empréstimo Compulsório e Contribuições Especiais.

Os tributos Federais são recolhidos pela União, sendo os alguns deles, Imposto de

Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), Imposto

sobre Produto Industrializado (IPI), Programa de Interação Social (PIS), Contribuição para

Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e o Imposto sobre a Propriedade Rural (ITR)

(ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

Para Ribeiro e Pinto (2014), os impostos Estaduais são recolhidos pelos estados,

sendo alguns deles: O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e

Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação

(ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto sobre

Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD).

Segundo Andrade, Lins e Borges (2015), os impostos Municipais são aqueles

recolhidos pelos municípios. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

(IPTU), Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis “Inter Vivos” (ITBI-IV) e o Imposto

sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS), são alguns deles.

Conforme os artigos 145 e 149 da Constituição Federal de 1988, os tributos são

divididos em modalidades. Estas modalidades são: Impostos, Taxas, Contribuição de

Melhoria, Empréstimo Compulsório e Contribuições Sociais.

Para Ribeiro e Pinto (2014), as modalidades estão estruturadas de forma a permitir ao

Estado a cobrança de Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria; Empréstimo Compulsório

e Contribuições Sociais.

Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de

qualquer atividade específica, destina-se a atender a manutenção das atividades da

administração pública, relativa ao contribuinte (RIBEIRO; PINTO, 2014).

Para Andrade, Lins e Borges (2015), a taxa é o tributo que tem como Fato Gerador o

exercício regular do poder ou a utilização, efetiva e potencial, de serviço público específico e

divisível, prestado ao contribuinte.

Ribeiro e Pinto (2014) relatam que a Contribuição de Melhorias é cobrada pela União,

pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas

atribuições, ele é cobrado em caráter indenizatório, com o intuito de reembolsar despesa com

obra pública da valorização de um determinado local.

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De acordo com o artigo 148 da Constituição Federal somente a União poderá adquirir

Empréstimos Compulsórios para atender as despesas extraordinárias, decorrentes de

calamidade pública, iminência de guerra ou investimento público de caráter de urgência.

As Contribuições Sociais estão relativas à seguridade social, onde é destinada ao

financiamento de sistemas de Previdência, compete somente a União instituir contribuições

cobradas dos servidores para custeio do regime previdenciário, cuja alíquota não será inferior

à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União (RIBEIRO; PINTO,

2014).

2.3.3 Sistema Tributário Nacional

Segundo Musgrave (1976), o conceito de Sistema Tributário é entendido como sendo

o complexo de regras jurídicas formado pelos tributos instituídos em um país ou região

autônoma e os princípios e normas que os regem. Desta forma, posso concluir que o Sistema

Tributário instituído no Brasil é composto dos tributos, dos princípios e normas que regulam

tais tributos.

O Sistema Tributário Nacional é um conjunto de normas jurídicas gerais com vigência

da legislação tributária, no espaço e no tempo, regidas pelas disposições legais (RIBEIRO;

PINTO, 2014).

O Sistema Constitucional Tributário segue Princípios constitucionais que são: o

princípio da Legalidade, Igualdade, Irretroatividade, Autoridade e Não Confisco.

Para Chieregato et al (2004), os elementos fundamentais dos tributos são: Fato

Gerador, Base de Cálculo e Alíquota.

2.3.4 Fato Gerador

O Fato Gerador é a situação definida em lei como necessária para a ocorrência, ou

seja, a concretização da hipótese de incidência tributária prevista em abstrato na lei, que gera,

ou faz nascer à obrigação tributária. Segundo Ribeiro e Pinto (2014) “denomina-se o fato

gerador como uma situação abstrata, a qual, uma vez ocorrida em concreto enseja o

nascimento da obrigação tributária”.

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2.3.5 Base de Cálculo

Chieregato et al (2004), relata que a Base de Cálculo é o valor sobre o qual se aplica o

percentual com a finalidade de apurar o montante do tributo a ser recolhido.

Conforme a Constituição Federal a Base de Cálculo deve ser definida em lei

complementar, podendo sua alteração estar sujeita aos princípios constitucionais da

Legalidade, da Anterioridade e da Irretroatividade (RIBEIRO; PINTO, 2014).

2.3.6 Alíquota

Para Chieregato et al (2004), a Alíquota é o percentual definido em lei que, aplicado

sobre a Base de Cálculo, determina o montante do tributo a ser recolhido. Assim como a Base

de Cálculo, a alteração da Alíquota também se dá aos princípios constitucionais da Legalidade

da Anterioridade e da Irretroatividade.

As alíquotas são subdivididas em: alíquota específica que consiste em um valor

estabelecido por lei expresso em moeda, aplicável sobre determinada unidade; a alíquota ad

valorem que é calculada através de porcentagem que incide sobre o valor da mercadoria

(unidade e medida) e a alíquota progressiva que consiste na fixação de percentuais crescentes

sobre cada faixa de valor (FABRETTI, 2015).

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

Essa seção trata da metodologia aplicada na pesquisa, dos métodos e das técnicas

utilizadas na elaboração da pesquisa, com isto, serão apresentados o enquadramento

metodológico e os procedimentos realizados na coleta e análise de dados.

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Em relação ao objeto de estudo a pesquisa se enquadra como exploratória, pois

segundo Gil (2010), esta pesquisa proporciona familiarização com o assunto ainda pouco

explorado. Assim ao final da pesquisa estará apto a constituição de hipóteses.

A pesquisa é classificada como um estudo teórico e prático. É teórico, pois tem

fundamentações baseadas em livros e pesquisas relacionadas à área contábil. Refere-se a um

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estudo prático, pois utiliza o conhecimento científico para fins explícitos, não ocultando a

ideologia, porém sem perder a metodologia em si (DEMO, 2011).

Segundo Marconi e Lakatos (2009), a lógica da pesquisa se dá de forma dedutiva,

onde tira-se uma conclusão de raciocínio lógico, de uma ou várias proposições, testada pela

teoria de observação e investigação, este método explica os argumentos em geral, ou seja, eles

podem ser incorretos ou corretos.

A coleta se dá por meio de dados primários e secundários, onde os secundários são

aqueles dados provenientes de conteúdos já publicados em relação ao assunto estudado. Já os

primários tem a função de absorver dados gerados por um novo pesquisador, procurando

solucionar perguntas de pesquisa, ou seja, os resultados são obtidos diretamente em campo

(MARKONI; LAKATOS, 2009).

A abordagem da pesquisa trata-se de um estudo qualitativo e quantitativo, onde o

primeiro se fundamenta em dados de texto e imagem, com base na análise de dados e

estratégias descrevendo as variáveis dos procedimentos. Já o estudo quantitativo demonstra

valores, onde são mais adequadas para apurar opiniões conscientes (BEUREN et al., 2008).

Quanto ao resultado da pesquisa, pode-se afirmar que o estudo é aplicado, pois

demonstra conhecimento em resposta sobre a pergunta de pesquisa: Qual o Regime de

Tributação mais viável para melhor desenvolvimento da atividade da empresa “T”?

Para Gil (2010), quando utilizados conceitos já publicados em livros específicos,

considera-se um estudo bibliográfico. Com isto, é notório que em relação aos procedimentos

técnicos utilizou-se a pesquisa bibliográfica.

O estudo ainda possui características de pesquisa documental, pois visa à coleta de

dados, onde Gil (2010), relata que a análise documental é caracterizada pelos documentos que

ainda não foram abordados, ou até mesmo aqueles que serão interpretados de uma maneira

totalmente diferente do que já se foi visto. Este tipo de pesquisa se dá através da entrevista

direta com envolvidos no meio em que foi estudado.

Além disso, a pesquisa tem como principal característica ser um estudo de caso, onde

é fruto do estágio na empresa concedente. Gil (2010), afirma que um estudo de caso é aquele

aprofundado, podendo chegar ao conhecimento detalhado sobre determinado assunto.

Portanto, as ferramentas utilizadas para a coleta de dados desta pesquisa foram:

bibliográfica, documental e estudo de caso.

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3.2 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Para fundamentar o referencial teórico primeiramente foi realizado um levantamento

bibliográfico, onde foram realizadas as comparações de teorias entre autores, em relação à

Contabilidade Geral e seus ramos. Após a fundamentação teórica foram coletados dados

referentes à história da empresa FACC Contabilidade Ltda que é a empresa concedente de

estágio e posteriormente sobre a empresa objeto de estudo, Transportadora “T”, onde será

realizado o Planejamento Tributário.

Por fim, foi coletado dados referente à situação da empresa, onde foram avaliadas as

demonstrações financeiras, para ver qual o melhor regime tributário a ser implantado na

empresa.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Nesta seção será elaborado o Planejamento Tributário em relação ao regime tributário

do Lucro Presumido e do Lucro Real. Considerando que a empresa objeto deste estudo tem

faturamento anual superior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil) não será

efetuado cálculo do Simples Nacional, visto que legalmente não poderia se beneficiar deste

Regime de Tributação.

Para a realização do estudo de caso do Planejamento Tributário foi realizado uma

pesquisa do escritório FACC Contabilidade que é a empresa que proporcionou o estágio, onde

tive acesso aos documentos fiscais, contábeis e as análises financeiras da empresa objeto de

estudo Transportadora de “T”. O escritório necessitava demonstrar ao seu cliente

Transportadora “T” qual o melhor regime de tributação ela se enquadraria para iniciar 2018

com o regime de tributação correto a empresa objeto de estudo disponibilizou seus dados para

realizar o estudo de caso.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO1

Neste capítulo será descrito uma breve história da empresa FACC Contabilidade e em seguida a

caracterização da empresa objeto de estudo que é a empresa onde será feito o Planejamento

1As informações dessa seção têm como fonte o contrato social da empresa estudada, consulta no seu site,

documentos disponibilizados durante o período do estágio com consulta devidamente autorizada pelo

responsável da empresa.

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Tributário, contendo sua história, com base nas informações prestadas pelo sócio administrador do

escritório de Contabilidade.

4.1.1 Origem

A empresa FACC Contabilidade LTDA ME é uma Prestadora de Serviços Contábeis.

Ela foi fundada pelo seu sócio administrador Virsângelo de Souza Ferreira, que possui um

vasto conhecimento na área, garantindo assim um bom desenvolvimento das atividades e por

consequência maior facilidade para auxiliar seus clientes.

Em março de 2009 foi constituída a empresa FACC Contabilidade, porém antes o

fundador já atuava como profissional autônomo.

A empresa localiza-se no Município de Tubarão, em Santa Catarina, sendo um lugar

de fácil acesso para atender a demanda de clientes. Ela conta com treze colaboradores

incluindo sócios, que procuram sempre resolver com soluções cabíveis aos problemas de seus

clientes.

Atualmente a empresa FACC Contabilidade atende diversos estados como: Santa

Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas

Gerais, Bahia, Goiás e Rio Grande do Norte.

4.1.2 Política

Atuamos no mercado auxiliando empresas nas áreas contábil, fiscal, trabalhista e

tributária, através da dedicação e do comprometimento de nossa equipe. Com a FACC

Contabilidade pode-se contar com soluções seguras e a contribuição certa para o crescimento

do seu negócio.

4.1.3 Visão

Com responsabilidade, transparência e ética buscamos a excelência na nossa prestação

de serviços, garantindo bons resultados e constante desenvolvimento na área contábil.

4.1.4 Missão

Prestar serviços contábeis de qualidade e de forma eficiente, levando conteúdos

relevantes e seguros para sua empresa.

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4.1.5 Valores

Temos um compromisso constante com o desenvolvimento. De forma eficiente e

precisa, buscamos surpreender nossos clientes excedendo as expectativas.

4.1.6 Organograma

Junto dos seus sócios a empresa tem em seu escritório treze colaboradores. Sua

estrutura hierarquicamente é dividida em: Diretor Geral, Setor Financeiro, Arquivo (office

boy), Setor de Cadastro, Setor de Legalização, Setor Fiscal e dois auxiliares, Setor Contábil e

dois auxiliares, Setor Pessoal e auxiliar como demonstra o organograma da empresa na figura

01.

Figura 01 – Organograma da empresa FACC Contabilidade

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

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4.1.7 História da empresa

A Transportadora “T” Eireli EPP iniciou seus trabalhos no ano de 2003, no município

de Imbituba, no estado de Santa Catarina, porém só em 11 de agosto de 2016, foi registrada

pelos seus sócios.

A empresa estudada se enquadra no ramo de transportes rodoviários, e seu regime

tributário é pelo Lucro Presumido. Com o crescimento da empresa e o intuito de abranger o

país todo, os sócios realizaram a abertura de mais duas unidades da transportadora. Em julho

de 2017 finalizou a abertura de uma filial no município de Fazenda Rio Grande no estado do

Paraná, já a outra filial foi finalizada no mês de agosto deste mesmo ano, porém em Cajati no

estado de São Paulo.

4.1.7.1 Política

A Transportadora “T” tem o propósito de transportar as cargas com alto padrão de

qualidade, para os mais diversos ramos, atendendo as necessidades reais dos clientes,

buscando a melhoria contínua de nossos sistemas, o desenvolvimento de nossos

colaboradores, e o estreitamento das relações com nossos parceiros e clientes.

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesta etapa será elaborado o Planejamento Tributário dentre o Regime Tributário do

Lucro Presumido e do Lucro Real. O Simples Nacional não será abordado nesta análise,

devido seu alto faturamento. Após será analisado os resultados, para então definir o melhor

Regime Tributário.

4.2.1 ANÁLISE LUCRO PRESUMIDO

A Transportadora “T” é optante pelo Lucro Presumido, esse Planejamento Tributário

visa demonstrar se esta é a melhor forma de tributação para a mesma, sendo que os valores do

mês de outubro utilizados para os cálculos são a realidade da empresa, em relação aos meses

de novembro e dezembro foi feito uma projeção para realizar os cálculos.

No mês de novembro foi projetado aumento de 5% nas receitas custos e despesas; para

o mês de dezembro foi projetado aumento de 10% em relação a novembro de receitas, custos

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e despesas, considerando que no final de ano sempre tem um número maior de encomendas

em virtude do natal e festas de fim do ano. No quadro 1 consta o faturamento da empresa no

último trimestre de 2017.

No 4° trimestre de 2017 a empresa obteve um faturamento bruto de R$ 7.041.797,84

(sete milhões, quarenta e um mil, setecentos e noventa e sete e oitenta e quatro centavos),

onde não houve cancelamentos, e não foram concedidos descontos incondicionais. Não

possuem a incidência de substituição tributária, pois se trata de uma transportadora.

Quadro 1: Faturamento

FATURAMENTO

MÊS 4° TRIMESTRE 2017

OUTUBRO R$ 2.191.701,14

NOVEMBRO R$2.365.900,83

DEZEMBRO R$ 2.484.195,87

TOTAL R$ 7.041.797,84

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

4.2.1.1 Apuração do PIS pelo Lucro Presumido

O PIS é apurado mensalmente e tem como fato gerador a receita bruta, ou seja, o valor

total da prestação de serviços no mês menos os cancelamentos e os descontos incondicionais

concedidos, obtendo assim a Base de Cálculo. Sobre a Base de Cálculo aplica-se a alíquota de

0,65%, conforme demonstra o quadro 2.

Quadro 2: Cálculo do PIS

CÁLCULO PARA O PIS 4 º TRIMESTRE 2017

MÊS BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA PIS

OUTUBRO R$2.191.701,14 0,65% R$14.246,06

NOVEMBRO R$2.365.900,83 0,65% R$ 15.378,36

DEZEMBRO R$2.484.195,87 0,65% R$ 16.147,27

TOTAL R$ 7.041.797,84 R$45.771,69

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

No 4º trimestre de 2017 a empresa teve um total de PIS no valor de

R$ 45.771,69 (quarenta e cinco mil setecentos e setenta e um real e sessenta e nove centavos).

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4.2.1.2 Apuração do COFINS pelo Lucro Presumido

O COFINS é apurado mensalmente e tem a mesma base do PIS, que é a receita bruta,

ou seja, o valor total da prestação de serviços no mês menos os cancelamentos e os descontos

incondicionais concedidos, obtendo a Base de Cálculo, aplicando assim sobre a Base de

Cálculo a alíquota de 3%, onde é demonstrado o cálculo no quadro 3.

Quadro 3: Cálculo do COFINS

CÁLCULO PARA O COFINS 4 º TRIMESTRE 2017

MÊS BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA COFINS

OUTUBRO R$ 2.191.701,14 3,00% R$ 65.751,03

NOVEMBRO R$ 2.365.900,83 3,00% R$70.977,02

DEZEMBRO R$ 2.484.195,87 3,00% R$ 74.525,88

TOTAL R$ 7.041.797,84 R$ 211.253,94

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

No 4º trimestre de 2017 a empresa teve um imposto total de COFINS no valor de

R$ 211.253,94 (duzentos e onze mil duzentos e cinquenta e três reais e noventa quatro

centavos).

4.2.1.3 Apuração do IRPJ

O IRPJ é calculado de forma trimestral, fazendo uma presunção sobre a receita bruta,

para encontrar a Base de Cálculo e só então aplicar a alíquota do imposto de renda pessoa

jurídica que é 15%. Se a Base de Cálculo ultrapassar os R$ 60.000,00 (sessenta mil reais),

será calculado um adicional de 10% sobre o valor excedente.

Os períodos de apuração do IRPJ são: encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de

setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário. Sendo que neste Planejamento foi

realizado o cálculo da última apuração. O seu percentual de presunção é de 8%. O cálculo do

IRPJ está demonstrado no quadro 4.

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Quadro 4: Cálculo do IRPJ

IRPJ

RECEITA TOTAL TRIMESTRE BASE IRPJ 8% IRPJ 15%

ADICIONAL

10%

R$ 7.041.797,84 R$ 563.343,83 R$ 84.501,57 R$50.334,38

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

No 4º trimestre de 2017 a empresa teve uma presunção de R$ 563.343,83 (quinhentos

e sessenta e três mil, trezentos e quarenta e três reais e oitenta e três centavos) gerando um

imposto total a recolher de R$ 84.501,57 (oitenta e quatro mil e quinhentos e um real e

cinquenta e sete centavos). Conforme quadro 4 onde foi calculado o adicional de IRPJ, pois a

empresa ultrapassou o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). Gerando assim um imposto

total a recolher de R$ 50.334,38 (cinquenta mil trezentos e trinta e quatro reais e trinta e oito

centavos).

4.2.1.4 Apuração da CSLL

A CSLL é calculada de forma trimestral, fazendo uma presunção sobre a receita bruta,

para encontrar a Base de Cálculo e só então aplicar a alíquota da CSLL que é de 9%.

Os períodos de apuração da CSLL são: encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de

setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário. Assim como no IRPJ o cálculo deste

Planejamento foi realizado com os valores do último trimestre de 2017. O seu percentual de

presunção é de 12%. No quadro 5 é apurada a CSLL trimestral.

Quadro 5: Cálculo da CSLL

CSLL

RECEITA TOTAL TRIMESTRE BASE CSLL 12% CSLL 9%

R$7.041.797,84 R$845.015,74 R$76.051,42

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

No último trimestre de 2017 a empresa teve uma presunção de R$ 845.015,74

(oitocentos e quarenta e cinco mil e quinze reais e setenta e quatro centavos) gerando um

imposto total a recolher de R$ 76.051,42 (setenta e seis mil cinquenta e um reais e quarenta e

dois centavos).

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4.2.1.5 Apuração do ICMS

Considerando que a empresa somente transporta de Santa Catarina para outro estado,

não tendo frete com início em outra unidade da federação, ela aplicará o benefício do Crédito

Presumido exclusivo para transportadoras de Cargas de Santa Catarina. Na modalidade de

cálculo ofertado as transportadoras de Santa Catarina, a empresa tem o benefício de optar

pelos créditos de ICMS referente as entradas e ativos imobilizados ou optar pelo Crédito

Presumido de 30%. A empresa estudo de caso optou pelo Crédito Presumido, ou seja, aplica-

se o percentual de 30% sobre os débitos de ICMS, como é demonstrado no quadro 6.

Quadro 6: Cálculo do ICMS

ICMS

REFERÊNCIA CRÉDITOS DÉBITOS TOTAL

OUTUBRO R$ 78.901,24 R$ 263.004,14 R$ 184.102,90

NOVEMBRO R$ 85.172,43 R$ 283.908,10 R$ 198.735,67

DEZEMBRO R$ 89.431,05 R$ 298.103,50 R$ 208.672,45

TOTAL R$ 253.504,72 R$ 845.015,74 R$ 591.511,02

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

No 4º trimestre de 2017 a transportadora teve uma despesa com ICMS sobre a

prestação de serviços no valor R$ 845.015,74 (oitocentos e quarenta e cinco mil e quinze reais

e setenta e quatro centavos). O débito de ICMS foi calculado 12% sobre o faturamento de R$

7.041.797,84.

Já o valor de Crédito Presumido de ICMS gerado foi de R$ 253.504,72 (duzentos e

cinquenta e três mil e quinhentos e quatro reais e setenta e dois centavos).

Quadro 7: Cálculo do ICMS a pagar

ICMS A PAGAR

REFERÊNCIA (B - A)

OUTUBRO R$184.102,90

NOVEMBRO R$ 198.735,67

DEZEMBRO R$ 208.672,45

TOTAL R$ 591.511,02

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

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Conforme demonstra o quadro 7, o valor total a ser pago de ICMS é de R$ 591.511,02

(quinhentos e noventa e um mil e quinhentos e onze reais e dois centavos), que é o débito

apurado pela prestação de serviços de transporte de cargas, menos o crédito presumido.

4.2.1.6 Apuração INSS Desonerado

No Lucro Presumido a Alíquota para cálculo do INSS dos funcionários é 28,8%

(composta de 20% para a Seguridade Social, 3% para RAT e 5,8% para terceiros), tendo

como base o valor da folha de pagamento dos empregados, e a alíquota do INSS patronal é de

20%.

No caso da empresa estudada é utilizado o cálculo do INSS com base na desoneração

da folha de pagamento, que é a substituição dos 20% do INSS sobre a folha, por um

percentual de 1,5% (no caso desta empresa) sobre o faturamento. O INSS Desonerado é

chamado de CPRB (Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta), sendo demonstrado

no quadro 8.

Quadro 8: Cálculo do INSS Desonerado

CÁLCULO DO INSS DESONERADO

FATURAMENTO CPRB 1,5% INSS DESONERADO

R$ 2.191.701,14 1,50% R$32.875,52

R$ 2.365.900,83 1,50% R$ 35.488,51

R$ 2.484.195,87 1,50% R$ 37.262,94

R$ 7.041.797,84 R$ 105.626,97

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

O valor a ser pago de CPRB com base na desoneração da folha de pagamento é de R$

105.626,97 (cento e cinco mil reais e seiscentos e vinte e seis reais e noventa e sete centavos).

4.2.2 ANÁLISE LUCRO REAL

Essa seção demonstra a análise do Regime de Tributação do Lucro Real, são expostos

assim, os cálculos dos impostos a serem recolhidos por esse regime.

A partir dos dados utilizados para o cálculo do Lucro Presumido serão calculados os

impostos: PIS e COFINS não cumulativo, IRPJ e a CSLL, sob a forma de tributação com base

do Lucro Real.

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4.2.2.1 Apuração do PIS no Lucro Real

A principal diferença entre a apuração do PIS e COFINS do Lucro Presumido para o

Lucro Real é que no primeiro não tem aproveitamento de crédito e o outro possui. Para

calcular o crédito as pessoas jurídicas sujeitas a incidência não cumulativa devem utilizar do

valor das compras para produção, matérias primas, material de embalagem, energia elétrica,

frete nas vendas, bens recebidos em devolução, combustíveis, pneus, manutenção e

lubrificantes (o caso da empresa estudada). A alíquota para o PIS no Lucro Real é de 1,65%,

para encontrar os créditos nas compras e também para encontrar o valor de débitos sobre a

prestação de serviços. A apuração de débito e crédito de PIS é demonstrado nos quadros 9 e

10.

Quadro 9: Cálculo crédito de PIS

PIS (NÃO CUMULATIVO) 1,65%

MÊS BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA CRÉDITO DE PIS

OUTUBRO R$1.469.719,05 1,65% R$24.250,36

NOVEMBRO R$ 1.543.205,00 1,65% R$25.462,88

DEZEMBRO R$ 1.697.525,50 1,65% R$ 28.009,17

TOTAL R$ 4.710.449,55 R$77.722,41

Fonte: Elaborada pela autora (2017)

O valor de crédito de PIS é de R$ 77.722,41 (setenta e sete mil setecentos e vinte e

dois reais e quarenta e um centavos). Sendo a Base de Cálculo o valor de R$ 4.710.449,55

(quatro milhões setecentos e dez mil quatrocentos e quarenta e nove reais e cinquenta e cinco

centavos).

Quadro 10: Cálculo débito de PIS

PIS (NÃO CUMULATIVO) 1,65%

MÊS BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA DÉBITO DE PIS

OUTUBRO R$ 2.191.701,14 1,65% R$ 36.163,07

NOVEMBRO R$ 2.365.900,83 1,65% R$ 39.037,36

DEZEMBRO R$ 2.484.195,87 1,65% R$ 40.989,23

TOTAL R$ 7.041.797,84 R$116.189,66

Fonte: Elaborada pela autora (2017)

O valor do PIS sobre a receita no 4° trimestre foi de R$ 116.189,66 (cento e dezesseis

mil e cento e oitenta e nove mil e sessenta e seis centavos).

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O quadro 11 demonstra o valor de PIS devido, a diferença entre o valor de débito de

PIS apurado, menos o crédito de PIS.

Quadro 11: Cálculo de PIS Devido

PIS (NÃO CUMULATIVO) 1,65%

REFERÊNCIA CRÉDITO DÉBITO A RECOLHER

OUTUBRO R$ 24.250,36 R$ 36.163,07 R$ 11.912,70

NOVEMBRO R$ 25.462,88 R$ 39.037,36 R$ 13.574,48

DEZEMBRO R$ 28.009,17 R$ 40.989,23 R$ 12.980,06

TOTAL R$ 77.722,42 R$ 116.189,66 R$ 38.467,25

Fonte: Elaborada pela autora (2017)

O valor total de PIS no 4º trimestre é o débito que incide sobre a prestação de serviços

de transporte, deduzidos os créditos sobre manutenção, combustíveis, lubrificantes e ativo

imobilizado, resultando o total a pagar de R$ 38.467,25 (trinta e oito mil e quatrocentos e

sessenta e sete reais e vinte e cinco centavos).

4.2.2.2 Apuração do COFINS no Lucro Real

A principal diferença entre a apuração do PIS e COFINS do Lucro Presumido para o

Lucro Real é que no primeiro não tem aproveitamento de crédito e o outro possui. Para

calcular o crédito as pessoas jurídicas sujeitas a incidência não cumulativa devem utilizar do

valor das compras para produção, matérias primas, material de embalagem, energia elétrica,

frete nas vendas, bens recebidos em devolução, combustíveis, pneus, manutenções,

lubrificantes (o caso da empresa estudada) e ativo imobilizado. A alíquota para a COFINS no

Lucro Real é de 7,60%, para encontrar os créditos nas compras e também para encontrar o

valor de débito sobre a prestação de serviços, conforme demonstra o cálculo do quadro 12.

Quadro 12: Cálculo crédito da COFINS

COFINS (NÃO CUMULATIVO) 7,60%

REFERÊNCIA BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA CRÉDITO DE COFINS

OUTUBRO R$1.469.719,05 7,60% R$ 111.698,65

NOVEMBRO R$ 1.543.205,00 7,60% R$117.283,58

DEZEMBRO R$ 1.697.525,50 7,60% R$ 129.011,94

TOTAL R$ 4.710.449,55 R$ 357.994,17

Fonte: Elaborada pela autora (2017)

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O valor da Base de Cálculo para o crédito da COFINS no 4º trimestre foi de R$

4.710.449,55 (quatro milhões setecentos e dez mil e quatrocentos e quarenta e nove reais e

cinquenta e cinco centavos), gerando um crédito de R$ 357.994,17 (trezentos e cinquenta e

sete mil e novecentos e noventa e quatro reais e dezessete centavos).

O valor da COFINS sobre a receita foi de R$ 535.176,64 (quinhentos e trinta e cinco

mil e cento e setenta e seis reais e sessenta e quatro centavos), demonstrado no quadro 13.

Quadro 13: Cálculo débito da COFINS

COFINS (NÃO CUMULATIVO) 7,60%

REFERÊNCIA BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA DÉBITO DE COFINS

OUTUBRO R$2.191.701,14 7,60% R$ 166.569,29

NOVEMBRO R$ 2.365.900,83 7,60% R$ 179.808,46

DEZEMBRO R$ 2.484.195,87 7,60% R$ 188.798,89

TOTAL R$ 7.041.797,84 R$ 535.176,64

Fonte: Elaborada pela autora (2017)

Conforme o quadro 14, o valor da COFINS devida no 4º trimestre, que é o valor sobre

a prestação de serviços menos o crédito sobre as compras é de R$ 177.182,47 (cento e setenta

e sete mil e cento e oitenta e dois mil reais e dezessete centavos).

Quadro 14: Cálculo da COFINS devida

COFINS (NÃO CUMULATIVO) 7,60%

REFERÊNCIA CRÉDITO DÉBITO A RECOLHER

OUTUBRO R$111.698,65 R$ 166.569,29 R$54.870,64

NOVEMBRO R$ 117.283,58 R$ 179.808,46 R$ 62.524,88

DEZEMBRO R$129.011,94 R$ 188.798,89 R$ 59.786,95

TOTAL R$ 357.994,17 R$ 535.176,64 R$ 177.182,47

Fonte: Elaborada pela autora (2017)

4.2.2.3 Apuração do IRPJ e da CSLL no Lucro Real Trimestral

Em relação à apuração pelo Lucro Real o contribuinte tem a opção de apurar o

imposto anualmente ou trimestralmente, entretanto se optar pelo Lucro Real anual deve

recolher mensalmente por estimativa. A sua opção será manifestada através do pagamento da

1° quota por qualquer um dos regimes.

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O Lucro Real Trimestral é apurado através do levantamento do balanço acumulado no

período Trimestral, sendo estes períodos em: 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31

de dezembro de cada ano calendário. No quadro 15 é demonstrado o quadro de apuração dos

impostos.

Quadro 15: Apuração do Lucro Real Trimestral

APURAÇÃO DO IRPJ E DA CSLL

DR (LUCRO REAL) OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO TOTAL

RECEITA BRUTA R$ 2.191.701,14 R$ 2.365.900,83 R$ 2.484.195,87 R$ 7.041.797,84

(-) PIS R$ 36.163,07 R$ 39.037,36 R$ 40.989,23 R$ 116.189,66

(-) COFINS R$ 166.569,29 R$ 179.808,46 R$188.798,89 R$ 535.176,64

(-) ICMS R$ 263.004,14 R$ 283.908,10 R$ 298.103,50 R$ 845.015,74

(-) CPRB R$ 32.875,52 R$ 35.488,51 R$ 37.262,94 R$ 105.626,97

RECEITA LÍQUIDA R$ 1.693.089,13 R$ 1.827.658,39 R$ 1.919.041,31 R$ 5.439.788,83

(-) CSP R$ 1.586.909,20 R$ 1.666.254,66 R$ 1.832.880,13 R$ 5.086.043,99

LUCRO BRUTO R$ 106.179,93 R$ 161.403,73 R$ 86.161,18 R$ 353.744,85

(-) Despesas com Vendas R$ 45.706,67 R$ 47.992,00 R$ 50.277,34 R$ 143.976,01

(-) Despesas

Administrativas R$ 22.853,33 R$ 23.996,00 R$ 25.138,67 R$ 71.988,00

(-) Despesas Gerais R$ 7.617,78 R$ 7.998,67 R$ 8.379,55 R$ 23.996,00

(-) Despesas Financeiras R$ 51.165,87 R$ 18.763,28 R$ 37.000,00 R$ 106.929,15

LUCRO ANTES DO IR e

CSLL R$ 30.002,15 R$ 81.417,06 R$ 2.365,62 R$ 113.784,84

(-) IR R$ 22.446,21

(-) CSLL R$ 10.240,64

LUCRO DO PERÍODO R$ 81.097,99

Fonte: Elaborada pela autora (2017)

4.2.2.4 Apuração do IRPJ e da CSLL Trimestral

Quadro 16: Apuração do Lucro Real Trimestral

LALUR

LUCRO CONTÁBIL R$113.784,84

(+) ADIÇÕES R$-

(-) EXCLUSÕES R$-

LUCRO ANTES DA COMPENSAÇÃO R$113.784,84

(-) COMPENSAÇÃO R$-

LUCRO REAL R$ 113.784,84

IRPJ 15% R$17.067,73

ADICIONAL 10% R$ 5.378,48

CSLL 9% R$ 10.240,64

Fonte: Elaborada pela autora (2017)

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O cálculo demonstra o valor do IRPJ e da CSLL trimestral com base no resultado

contábil do 4º trimestre ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas em lei.

No caso não houve fatos na empresa do estudo que necessitassem destes ajustes.

Então no quadro 16 o valor de IRPJ é 17.067,73 (dezessete mil e sessenta e sete reais e

setenta e três centavos), chega-se a este valor com o total do Lucro Real multiplicado por 15%

(base de cálculo). Para se chegar ao valor do Adicional de IRPJ é pego o Lucro Real menos

R$ 60.000,00(relativo aos meses calculados) multiplicando por 10% é chegado ao valor de R$

5.378,48 (cinco mil trezentos e setenta e oito e quarenta e oito centavos). A CSLL com o

cálculo obteve o valor de R$ 10.240,64 (dez mil duzentos e quarenta reais e sessenta e quatro

centavos). O cálculo foi é realizado com o valor total do lucro multiplicado por 9%.

Para realizar o cálculo anterior foi utilizado o LALUR (Livro de apuração do Lucro

Real) de forma simplificada, apenas para chegar à base de calculo do IRPJ e CSLL.

4.2.2.5 Apuração do ICMS no Lucro Real

O ICMS não sofre alteração de valor, mesmo que o regime tributário seja pelo Lucro

Real ou pelo Lucro Presumido, portanto o valor a ser pago é o valor calculado no quadro 7,

sendo o valor de R$ 591.511,02 (quinhentos e noventa e um mil quinhentos e onze reais e

dois centavos).

4.2.2.6 Apuração do INSS no Lucro Real

O INSS não sofre alteração de valor se for pelo regime do Lucro Real ou no Lucro

Presumido, portanto o valor a ser pago foi calculado no quadro 8 pela desoneração da folha

que é o valor a ser pago de INSS R$ 105.626,97 (cento e cinco mil reais seiscentos e cinte e

seis reais e noventa e sete centavos).

4.2.3 LUCRO PRESUMIDO X LUCRO REAL

Após a elaboração dos cálculos é realizado a comparação entre os dois regimes

tributários para verificar qual o regime tributário é mais vantajoso para a empresa. Os cálculos

são demonstrados no quadro 17, onde foram calculados os valores de IRPJ, CSLL, PIS,

COFINS, ICMS, CPBR.

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Quadro 17: Resumo dos tributos

RESUMO (QUADRO DE TRIBUTOS)

TRIBUTOS LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO

IRPJ R$22.446,21 R$ 134.835,96

CSLL R$10.240,64 R$76.051,42

PIS R$ 38.467,25 R$ 45.771,69

COFINS R$177.182,47 R$ 211.253,94

ICMS R$591.511,02 R$ 591.511,02

CPRB R$ 105.626,97 R$ 105.626,97

TOTAL R$ 945.474,55 R$ 1.165.050,98

FATURAMENTO R$ 7.041.797,84 R$ 7.041.797,84

CARGA EFETIVA 13,43% 16,64%

Fonte: Elaborada pela autora (2017)

Conforme demonstra o quadro 17 o regime tributário mais vantajoso para a empresa é

o Lucro Real, onde o valor total dos tributos neste regime tributário é de R$ 945.474,55

(novecentos e quarenta e cinco mil e quatrocentos e setenta e quatro reais e cinquenta e cinco

centavos), representando uma carga tributária efetiva de 13,43%. O regime ainda utilizado é o

Lucro Presumido com o valor total dos tributos de R$ 1.165.050,98 (um milhão cento e

sessenta e cinco mil e cinquenta reais e noventa e oito centavos), representando uma carga

tributária efetiva de 16,64%. A economia do Lucro Real em relação ao Lucro Presumido

representa 3,21%.

4.3 VISÃO SISTÊMICA APLICADA AO CASO

Uma das principais funções da Contabilidade é dar auxílio para as entidades na

tomada de decisões, o gestor da organização deve contar com o auxílio de um profissional

contábil para gerar melhores resultados para a empresa. Na Contabilidade, os ramos são os

mais variados, e um deles é a Contabilidade Tributária. Atualmente, o Brasil é um dos países

com maior carga de tributos e para que a entidade alcance o resultado desejado é preciso

planejar.

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Surge assim então, a ferramenta Planejamento Tributário, ferramenta essa que auxilia

o gestor da empresa na escolha de um regime tributário que gere menos custo para a

organização. Podendo-se dizer assim, que o Planejamento Tributário exerce a função

primordial da Contabilidade, auxiliar na tomada de decisão.

Por fim, destaca-se que um bom Planejamento Tributário é essencial para que se

alcance melhores resultados e que a empresa tenha uma Contabilidade alinhada nas normas e

princípios da Contabilidade, não deixando de cumprir assim com o que a legislação impõe.

4.4 IMPLANTAÇÃO DO MODELO PROPOSTO

Este Planejamento Tributário é parte fundamental para o seu desenvolvimento, com

ele a partir do próximo ano é possível que a empresa implante o Lucro Real, onde conforme

demonstrado anteriormente pagará menos impostos e consequentemente obter maior lucro.

Assim, ao optar pelo Lucro Real, a empresa deverá então reaver seus processos, pois

diferente do Lucro Presumido, a tributação requer da administração um maior e mais efetivo

controle das receitas e despesas. A empresa deverá então, capacitar os colaboradores para que

o recolhimento dos impostos seja feito de forma correta, cumprindo assim com o que a

legislação impõe.

O processo de gestão da empresa deverá então ser revisto e readequado atendendo

assim a demanda de trabalho que requer a tributação pelo Lucro Real.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Contabilidade controla, avalia e orienta na tomada de decisões, e não se tem dúvidas

que a mesma é fundamental para o crescimento da empresa. Tendo como principal alvo o

patrimônio da entidade, a Contabilidade vem dia-a-dia se transformando e se adequando as

mudanças.

Sendo uma ferramenta indispensável, quando se tem em vista a carga de trabalhos a

serem executados dentro de uma organização, a mesma serve como uma bússola, dando

direção aos gestores da empresa.

As atividades de uma empresa geram dezenas de tributos, visto que, o Brasil possui

uma das maiores cargas tributárias do mundo, sendo assim, este estudo buscou trazer o

Planejamento Tributário como uma ferramenta de auxílio que orienta a empresa na escolha de

um melhor Regime de Tributação, para isso, foram levantados os dados em números da

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empresa no último trimestre de 2017, apresentando suas demonstrações, a fim de serem

calculados os tributos incidentes sobre a prestação de serviços de transporte. O presente

estudo teve como objetivo avaliar qual Regime de Tributação se encaixa nas atividades da

empresa, sendo que a mesma é tributada pelo Lucro Presumido, e o estudo teve como base a

viabilidade de migrar para Lucro Real.

Os dados coletados na Transportadora “T” serviram como base para os cálculos, sendo

que a melhor forma de tributação é aquela que trará mais vantagens para a empresa, assim

com os resultados dessa pesquisa foi possível que o contador junto do gestor conseguissem

identificar qual o melhor regime para optar, alcançando melhores resultados.

Portanto, a pesquisa atinge assim, o objetivo traçado no início deste estudo, que é

trazer para empresa um Regime de Tributação que melhor se encaixe nas atividades da

empresa. Ressaltando que, os resultados apresentados delimitam-se apenas a empresa

estudada, pois os cálculos tiveram como base os dados da empresa em estudo.

Através dos cálculos de cada imposto no Lucro Presumido e no Lucro Real, verificou-

se as vantagens e desvantagens de cada regime, a empresa atualmente é optante pelo Lucro

Presumido e ficou demonstrado que o melhor regime para a mesma é Lucro Real.

No Lucro Presumido o total de tributos resultou o valor de R$ 945.474,55, no Lucro

Real o total de tributos resultou o valor de R$ 1.165.050,98. Sendo assim o Lucro Real

representa uma economia de 3,21% em relação ao Lucro Presumido.

Na empresa estudo de caso foi considerado para calculo apenas o 4º trimestre, pois

está se tornou cliente do Escritório FACC Contabilidade apenas em Setembro, logo não havia

fidedignidade nas informações anteriores para serem utilizados neste estudo. Assim,

aconselha-se a realizar um novo Planejamento Tributário no término de 2018 para confirmar a

autenticidade desta análise.

Conclui-se então que a melhor forma de tributação para a Transportadora “T” com

base nas demonstrações do 4º trimestre de 2017 é a opção pelo Lucro Real, e a grande

importância de se fazer um Planejamento Tributário para ver de forma clara e precisa os reais

valores a serem pagos e não apenas fazer esta migração sem um estudo prévio que pode gerar

um grande ônus tributário.

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