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FACULDADE CAPIVARI FUCAP TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS OS PROCEDIMENTOS LEGAIS PARA HABILITAÇÃO DA EMPRESA PARA A COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS NO MERCADO EXTERNO SEBASTIÃO CARDOSO DA SILVA JÚNIOR Orientador: Patrick Prates Alves, Esp. RESUMO O trabalho apresentado para conclusão de curso foi desenvolvido a partir da análise dos procedimentos realizados em empresa alimentícia do ramo de processamento e comercio de pescados congelados, localizado na cidade de Laguna/SC e procurou analisar, ponderar e/ou buscar para mesma, alternativas viáveis para agregação comercialização de seus produtos ao mercado externo, e trazendo naturalmente com a internacionalização da empresa o aprimoramento de seus processos e reconhecimento da marca da empresa nesse novo nicho de mercado, assim como também utilizar de procedimentos contábeis, especialmente questões tributárias nesse tipo de negociação que notadamente possuem incentivos governamentais que fomentam a comercialização ao mercado exterior. O referido trabalho tem como objetivo geral demonstrar os principais procedimentos legais para a habilitação da empresa Lagubras Indústria e Comércio de Pescados Ltda, para a comercialização dos produtos no mercado externo, e para o atendimento desse objetivo geral, ponderou os objetivos específicos: Levantar as normas e legislações pertinentes a atividades de exportação; Relacionar as principais adequações da empresa no processo de exportação; e demonstrar os procedimentos legais para a habilitação da empresa para a comercialização dos produtos no mercado externo. Quanto a natureza da pesquisa tem enquadramento exploratório, sendo o artigo de natureza teórica, a lógica de pesquisa caracteriza-se como dedutiva e coletada de dados extraídos em fontes secundárias, sua abordagem é qualitativa e quanto aos procedimentos técnicos pode-se citar que o trabalho em tela tem caráter de pesquisa bibliográfica. Posteriormente a ambientação aos procedimentos realizados no estabelecimento, e diagnóstico frente potencialidades da entidade somada ao estudo frente legislação específica para o nicho de mercado almejado, suas especificidades, e vantagens comerciais, foi possível demonstrar e apresentar aos interessados pelo estabelecimento procedimentos que possibilitam a inserção da empresa nesse novo nicho de mercado, apresentando nesse sentido mais uma alternativa ao já mercado conquistado. Palavras-chave: Internacionalização. Mercado Externo. Procedimentos contábeis.

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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

OS PROCEDIMENTOS LEGAIS PARA HABILITAÇÃO DA EMPRESA PARA A

COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS NO MERCADO EXTERNO

SEBASTIÃO CARDOSO DA SILVA JÚNIOR

Orientador: Patrick Prates Alves, Esp.

RESUMO

O trabalho apresentado para conclusão de curso foi desenvolvido a partir da análise dos

procedimentos realizados em empresa alimentícia do ramo de processamento e comercio de

pescados congelados, localizado na cidade de Laguna/SC e procurou analisar, ponderar e/ou

buscar para mesma, alternativas viáveis para agregação comercialização de seus produtos ao

mercado externo, e trazendo naturalmente com a internacionalização da empresa o

aprimoramento de seus processos e reconhecimento da marca da empresa nesse novo nicho de

mercado, assim como também utilizar de procedimentos contábeis, especialmente questões

tributárias nesse tipo de negociação que notadamente possuem incentivos governamentais que

fomentam a comercialização ao mercado exterior. O referido trabalho tem como objetivo

geral demonstrar os principais procedimentos legais para a habilitação da empresa Lagubras

Indústria e Comércio de Pescados Ltda, para a comercialização dos produtos no mercado

externo, e para o atendimento desse objetivo geral, ponderou os objetivos específicos:

Levantar as normas e legislações pertinentes a atividades de exportação; Relacionar as

principais adequações da empresa no processo de exportação; e demonstrar os procedimentos

legais para a habilitação da empresa para a comercialização dos produtos no mercado externo.

Quanto a natureza da pesquisa tem enquadramento exploratório, sendo o artigo de natureza

teórica, a lógica de pesquisa caracteriza-se como dedutiva e coletada de dados extraídos em

fontes secundárias, sua abordagem é qualitativa e quanto aos procedimentos técnicos pode-se

citar que o trabalho em tela tem caráter de pesquisa bibliográfica. Posteriormente a

ambientação aos procedimentos realizados no estabelecimento, e diagnóstico frente

potencialidades da entidade somada ao estudo frente legislação específica para o nicho de

mercado almejado, suas especificidades, e vantagens comerciais, foi possível demonstrar e

apresentar aos interessados pelo estabelecimento procedimentos que possibilitam a inserção

da empresa nesse novo nicho de mercado, apresentando nesse sentido mais uma alternativa ao

já mercado conquistado.

Palavras-chave: Internacionalização. Mercado Externo. Procedimentos contábeis.

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1 INTRODUÇÃO

Primeiro semestre do ano de dois mil e dezessete e o mercado brasileiro encontra-se

em recessão. O motivo é uma série de equívocos acometidos por aqueles eleitos para

representação da nação de um país emergente, cheio de oportunidades e de enorme potencial.

É importante salientar que guardada as devidas proporções, a equivocada política do

governo, pode ser usada como exemplo de como não gerir/administrar quaisquer que seja a

instituição, quer seja um país, ou empresa grande, média ou pequena. A citada comparação foi

pontuada em virtude de que o trabalho que seguirá tem como estudo uma empresa com um

enorme potencial de expansão de mercado que atualmente foca seus esforços exclusivamente

para a comercialização de produtos no mercado interno, mais precisamente ao mercado

nordeste do Brasil. A empresa em tela é do ramo alimentício e comercializa pescados, tendo

uma capacidade de produção de aproximadamente trinta toneladas/dia.

Assim como a maioria das empresas dos mais diversificados ramos estão atualmente

sendo acometidas por dificuldades mediante a citada crise, esta em questão não seria

diferente, afetando as vendas de produtos, prestação de serviços e consequentemente a

diminuição de perspectiva de crescimento e investimento por parte de seus administradores

em um período de curto/médio prazo.

Porém toda dificuldade pode ser considerado como uma oportunidade, especificamente

para o caso elencado, não restam dúvidas frente a necessidade de se procurar opções e

claramente uma das mais viáveis seria a abertura da gama de clientela e diversificar os

mercados. E como o mercado interno está em recessão obviamente uma alternativa seria o

mercado externo, aproveitando-se também de variação cambial que transforma o produto

nacional mais competitivo, além dos incentivos que normalmente e sazonalmente ocorre em

momentos como esse onde se tem a necessidade de equilíbrio da balança comercial.

Sendo que o profissional de contabilidade é o parceiro que o empresário necessita em

momentos como estes, sinalizando e orientando novos caminhos, buscando alternativas

viáveis e demonstrando vantagens no caso específico da abertura de um novo nicho de

mercado, trazendo ainda benefícios como a internacionalização da empresa e consequente

estabelecimento de um padrão acima da média. Esse profissional é de fundamental

importância na implantação e posterior implementação do processo de exportação e

internacionalização da entidade, pois auxilia também nas questões contábeis com elaboração

de documentos junto a Receita Federal.

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Diante da questão elencada tem-se a seguinte pergunta de pesquisa: Quais os

procedimentos legais necessários para habilitação da empresa para comercialização de seus

produtos no mercado externo?

O objetivo geral dessa pesquisa é demonstrar os principais procedimentos legais para a

habilitação da empresa Lagubras Indústria e Comércio de Pescados Ltda para a

comercialização dos produtos no mercado externo.

Para atender ao objetivo geral, são objetivos específicos desta pesquisa: (a) Levantar as

normas e legislações pertinentes a atividades de exportação; (b) Relacionar as principais

adequações da empresa no processo de exportação; (c) Demonstrar os procedimentos legais

para a habilitação da empresa para a comercialização dos produtos no mercado externo.

Essa pesquisa se justifica em virtude de aprimoramento de conhecimento individual do

acadêmico e com intuito de contribuição a empresa foco da mesma, assim como para a

comunidade como um todo pelo que segue nos próximos parágrafos.

A contribuição ao indivíduo acadêmico é pelo conhecimento adquirido do tema

proposto e por consequência ao meio acadêmico de realização dessa pesquisa, pela troca de

conhecimento entre os demais acadêmicos, seja através de acompanhamento em sala, ou seja,

na apresentação do citado projeto em sala pontual.

A pesquisa se justifica principalmente pelo aprimoramento e preparação do acadêmico

para implementação da pesquisa em meio profissional que o mesmo participa, uma vez que o

projeto foi idealizado exclusivamente para aplicação imediata na empresa onde se dá a

pesquisa.

Pode-se dizer que a comunidade será beneficiada com a presente pesquisa, pois uma vez

que o projeto sendo apresentado e implementado na empresa Lagubras da localidade de

Laguna, onde tradicionalmente empresas de pescado é parte considerável da economia do

município, haverá um novo nicho de mercado para a empresa em tela, necessitando assim de

maior mão de obra especializada para a nova realidade da empresa.

Em termos de organização da pesquisa, esse documento é composto por 5 capítulos,

sendo que, no primeiro capítulo estão sendo apresentados, como aspectos introdutórios e os

objetivos geral e específicos deste trabalho.

Na sequência o segundo capítulo trata do referencial teórico, que forneceu sustentação a

este relatório, permitindo a análise dos conteúdos referentes ao estudo proposto.

O terceiro capítulo demonstra o método e técnicas de pesquisa implementada no

presente projeto, e procedimentos para a coleta e análise de dados.

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Já o quarto capítulo trata-se da apresentação da empresa estudada e utilizada para

implementação da proposição elencada, incluindo-se estrutura organizacional da empresa, e

diagnóstico sobre clientela, fornecedores e concorrentes. Também apresentando nesse

capítulo, a análise e discussão dos resultados, além da visão sistêmica aplicada ao referido

estudo de caso.

E para finalizar, considerações finais do projeto em tela, assim como propostas para

trabalhos futuros com base na exposição desenvolvida.

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Nesta seção, será apresentado o referencial teórico que norteia a pesquisa, apresentando-

se da seguinte forma: objeto e objetivo da contabilidade, contabilidade de custos e

contabilidade tributária. As matérias pontuadas são referenciais teóricos que norteiam a

pesquisa, sendo conceitos/temáticas imprescindíveis para entendimento e desenvolvimento da

proposta apresentada nesse projeto.

2.1 OBJETO E OBJETIVO DA CONTABILIDADE

Como é sabido, o patrimônio (conjunto de bens, direitos e obrigações) das empresas

configuram-se como o objeto de estudo da contabilidade. E o estudo desse se dá o objetivo da

contabilidade, utilizando-se de algumas técnicas contábeis, cita-se: escrituração, elaboração

de demonstrações contábeis, auditoria e análise dos balanços apresentados. Tendo a

contabilidade por fim, registrar os fatos e produzir informações que possibilitem ao titular do

patrimônio o realizar o planejamento e controle de suas ações futuras (GONÇALVES;

BAPTISTA, 2007).

Diante o exposto, se pode verificar que a saúde financeira de entidades/empresa

depende em muito de como essas instituições lidam com a parte contábil, sendo de

fundamental importância no auxílio no processo decisório. Uma vez sendo essas informações

contábeis de grande necessidade para grupos de pessoas e interessados, pode-se citar nessa

engrenagem econômica: a) Sócios, acionistas e proprietários de quotas societárias de maneira

geral; b) Administradores, diretores e executivos dos mais variados escalões; c) Bancos,

capitalistas emprestadores de dinheiro; d) Governo e economistas governamentais; e e)

Pessoas físicas. Exemplificando o eludido, as informações contábeis poder-se-ão ser

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utilizadas pelas entidades/elementos citados para finalidade de planejamento, controle e

auxílio no processo decisório (IUDÍCIBUS et al., 2010).

A contabilidade é participante indispensável no processo de planejamento da entidade

de forma a implantar e implementar um planejamento estratégico e orçamentos operacionais,

levando-se em consideração elementos como ramo de atividade, porte e tributação da

entidade. E também vital para o processo de controle, ou seja, realizar o acompanhamento do

que ocorre e comparação do que deveria estar ocorrendo, conforme planejamento, além de

indispensável para a transferência de informações aos gestores/administradores (IUDÍCIBUS

et al., 2010).

Importante salientar, que além de informações expostas aos gestores da entidade, há de

se considerar que credores e investidores externos que são os usuários externos à entidade

terão as informações sobre o patrimônio e de suas mutações através dos controles aplicados

na contabilidade, sendo essa um elo de ligação entre a entidade e esses interessados

(IUDÍCIBUS et al., 2010).

2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS

A contabilidade de custos está tornando-se cada vez mais importante na área gerencial

da empresa, em virtude de um mercado cada vez mais competitivo e de crescente

complexidade. Utilizando-se de técnicas para planejamento, controle de custos, na tomada de

decisões, e ainda, no atendimento as exigências fiscais e legais (CREPALDI, 2010).

A identificação, mensuração e informação frente aos custos dos produtos e/ou serviços

se configura como papel que a contabilidade de custos tem dentro de uma entidade/empresa,

ou seja, ela planeja, classifica, aloca, acumula, organiza, registra, analisa, interpreta e relata os

custos dos produtos fabricados, de forma a expor a administração dados que possam auxiliar a

tomada de decisões da empresa (CREPALDI, 2010).

A contabilidade de custos é voltada para análise de gastos da entidade no decorrer de

suas operações, sendo ferramenta essencial para atingir seus objetivos em um mercado

dinâmico e globalizado. Pode-se citar a determinação dos custos dos fatores de produção, dos

custos de determinado setor da empresa, no controle e observação dos desperdícios, horas

ociosas de trabalho, equipamentos mal utilizados, na quantificação exata de matéria prima

utilizada, entre outros, como algumas questões onde a contabilidade de custos se aplica de

forma a analisar e auxiliar a entidade a definição de caminhos a seguir ou minimização de

custos dos produtos e/ou serviços (CREPALDI, 2010).

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2.2.1. Definições a serem considerados em contabilidade de custos

Algumas terminologias usadas em custos: a) Gastos: são valores arcados por uma

instituição para obtenção de um produto ou serviço, e representado pela entrega ou promessa

de ativos quaisquer. Custos e despesas envolvidos no processo; b) Custo: gasto efetuado na

área de produção da organização, utilizado para fabricação dos produtos. Ex.: Matéria prima,

energia elétrica, salário dos operários da área fabril, depreciação dos equipamentos, entre

outros; c) Despesa: gastos não relacionados com a produção, sendo considerados somente os

gastos em outros setores da empresa (administrativo, comercial...) Ex.: Honorários da

diretoria, salários dos administradores/gestores, telefone, material de escritório, entre outros;

d) Investimento: gastos em virtude de benefícios a períodos futuros. Ex.: Um equipamento

para produção que irá ser utilizado por um longo período, ou ainda, aquisição de veículo para

ser utilizado por vendedores para abertura de novos mercados; e) Desembolso: Pagamento de

um bem ou serviço, independente de quando esse será utilizado ou consumido; e f) Perda: ato

involuntário ou anormal, ou seja, gasto não esperado porem obrigatoriamente contabilizado

no período. Ex.: Gasto com mão de obra em período de greve, ou deterioração no estoque da

organização por fenômenos naturais (MARTINS, 2010).

2.2.2. Classificação dos custos

Os custos podem ser classificados quanto a sua apropriação aos produtos (Diretos e

Indiretos) e quanto ao nível de atividades (Fixos, Variáveis e Semivariáveis ou Semifixos)

(CREPALDI, 2010).

2.2.2.1. Custos quanto à apropriação aos produtos.

Custos diretos são os que possam ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos,

sendo necessário existir uma medida de consumo (quilo, horas de mão de obra ou de máquina,

quantidade de força consumida). De maneira geral, associam-se a produtos e variam

proporcionalmente à quantidade produzida (CREPALDI, 2010).

Custos indiretos são os que para serem incorporados aos produtos, necessitam de

utilização de algum critério de rateio. Exemplo: aluguel, iluminação, depreciação, salário de

supervisores (CREPALDI, 2010).

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2.2.2.2. Custos quanto ao nível de atividade

Custos fixos são aqueles que permanecem inalterados dentro de uma faixa de volume de

atividade. São denominados fixos, porque não estão diretamente relacionados ao volume

produzido, isto é, não se alteram na proporção do volume de produção. São exemplos de

custos fixos: Alugueis da fábrica, depreciação dos equipamentos, salários dos operários, entre

outros (CARIOCA, 2014).

Custos variáveis são custos que aumentam ou diminuem na mesma proporção do

aumento ou diminuição do objeto que está em análise. Para exemplificar pode-se citar a

quantidade de matéria prima que irá ser variável dependendo da quantidade de produção

desejada (CARIOCA, 2014).

Custos semivariáveis ou semifixos são custos que variam em função do volume de

produção ou venda, mas não exatamente nas mesmas proporções. São considerados fixos até

uma determinada parcela, e a partir deste ponto passam a ser variáveis. Pode-se citar como

exemplo, a energia elétrica da indústria, sendo esse fixo na unidade e variável no total.

Quanto mais produzir, maior vai ser o volume consumido (CREPALDI, 2010).

2.2.3. Métodos de custeio

Método de custeio é utilizado para apropriação dos custos, sendo dois os métodos

básicos: custeio por absorção e custeio variável ou direto. A diferença entre os métodos está

no tratamento dos custos fixos. A aplicação desses sistemas deve ser coerente com o tipo de

empresa, com as características de suas atividades e necessidade gerenciais (CREPALDI,

2010).

2.2.4. Formação de preços nas empresas

Não há dúvidas que a contabilidade de custos presta papel determinante para o sucesso

de um empreendimento ou produto, pois através de seus procedimentos que se pode definir o

preço de venda de um produto ou serviço. Porém além do custo, se tem a necessidade de se

saber o grau de elasticidade da demanda, os preços dos produtos dos concorrentes, os preços

de produtos substitutos, a estratégia de marketing, além é claro, considerar o mercado de

atuação. Com esses aspectos devidamente processados e considerados, os preços podem ser

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determinados: com base nos custos, com base no mercado ou com base numa combinação de

ambos (MARTINS, 2010).

2.2.5. Ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio pode ser definido simplificada mente quando a receita total se

iguala ao custo total, ou seja, deverá ser calculado o volume de vendas necessário para se

cobrir os custos, podendo se concluir que a certo volume de vendas, a empresa não obtém

resultado de lucro e nem prejuízo, ou ainda, dizer que a partir desse ponto a empresa entra na

área da lucratividade (CARIOCA, 2014; CREPALDI, 2010).

Trata-se de informação imprescindível para estudo e tomada de decisão, pois havendo

essa definição a empresa terá o equilíbrio entre receita e custo, assim como a definição do

limite de vendas mínimo necessário para a sustentação do negócio, e por fim constatar se o

mercado que a empresa está inserida tem possibilidade de absorver certa quantidade de um

produto e ou serviço (CARIOCA, 2010).

O cálculo de ponto de equilíbrio pode ser empregado sob diferentes aspectos, porém em

todos os casos, os resultados revelam-se excelentes ferramentas para tomada de decisão do

empreendimento, como: a) Definição de novos investimentos; b) Planejamento de controle de

lucro; c) Lançamento ou corte de produtos; e d) Análise das alternativas do preço de venda

conforme o comportamento do mercado (CARIOCA, 2014; CREPALDI, 2010).

2.3 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Em um país como o Brasil, onde a carga tributária se faz presente de forma tão

complexa e em percentuais muitas vezes excessivas, é de fundamental necessidade para

quaisquer que seja a empresa, ou ramo de atividades, efetuarem planejamento, considerando a

legislação vigente de forma a encontrar mecanismos que permitam as mesmas a diminuir o

desembolso financeiro com o pagamento de tributos (OLIVEIRA, 2013).

Uma vez que não se havendo um adequado planejamento tributário implementado na

empresa a possibilidade de crescimento dessa ou até mesmo a sobrevivência ficam

comprometidos pelos altos custos tributários existentes em nosso país, lavando-se em

consideração uma economia cada vez mais globalizada e competitiva, se a questão tributária

não forem bem equacionadas poderão refletir em fechamento de um bom número de empresas

por estarem despreparadas para esses novos desafios (OLIVEIRA, 2013).

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Em tempos de crise, é visível o impacto dessa carga tributária tem sobre o aumento dos

custos dos produtos, prova disso está na afirmação que diz que atualmente essa carga

tributária gira em torno de 35% do Produto Interno Bruto – PIB. Em condições como essa

obviamente todas as empresas devem ter em foco e manter-se atualizadas perante a legislação

tributária, tentando de forma legal, reduzir esse impacto dos tributos em suas finanças

(ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

Corroborando com o citado anteriormente, pode-se acrescentar a “mania brasileira” de

se legislar sobre tudo e para cada caso, com sucessivas modificações na legislação, através de

torrenciais portarias, instruções normativas, ordens de serviço das mais diversas autoridades,

tornando a situação cada vez mais complexa no que se refere à parte tributária. Em virtude

disso, ratifica-se a necessidade de as empresas estarem cada vez mais preparadas e contar com

profissionais antenados e sempre atualizados para embasar a no quesito jurídico e

principalmente contábil (FABRETTI, 2014).

2.3.1 Métodos utilizados

Basicamente os métodos aplicados em contabilidade tributária consistem em três

ramificações, cito: a) adequado planejamento tributário (que consiste em acurado

conhecimento frente legislação tributária); b) Relatórios contábeis eficazes que demonstrem a

exata situação das contas do patrimônio e do resultado (que exige conhecimento de

contabilidade); e c) Controle apurado das despesas dedutíveis e das receitas não tributáveis,

temporárias ou definitivas para apuração da base de cálculo dos tributos (FABRETTI, 2014).

2.3.2 Planejamento tributário

Já foi comentado no presente projeto, sobre a necessidade de se ter em todas as

empresas independente do seu porte, se haver um planejamento tributário adequado e pensado

individualmente para cada empresa, obviamente, e para tanto há de se ter bom senso por parte

do planejador, pois existem alternativas legais válidas para grandes empresas que não são

viáveis para empresas de médio e pequeno porte, dado pelos custos diferenciados das

operações necessárias que esse planejamento venha a exigir (FABRETTI, 2014).

Pode-se conceituar o planejamento tributário com o sendo a pesquisa frente os efeitos

jurídicos e econômicos e alternativas legais menos onerosas para a entidade, antes da

realização do fato administrativo. A relação entre custo e benefício deve ser muito bem

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avaliada, pois um bom planejamento tributário se dá no estudo das alternativas possíveis de

serem aplicadas, por haver a necessidade de considerar principalmente a época, local e valores

envolvidos (FABRETTI, 2014).

O planejamento tributário preventivo antes da ocorrência do fato gerador do tributo

produz a redução da carga tributária de forma legal, chamada de elisão fiscal sendo esse

obviamente o possível de se realizar, porém a profissional deve estar obrigatoriamente

preparado e atualizado para essa prática, pois a consecutiva alteração legislativa poderá causar

por falta de atualização do profissional contábil, a realização de procedimento ilegal e

involuntária por parte das entidades. Ratificando o explicitado deve-se tomar cuidado no que

se refere a redução da carga tributária descumprindo-se determinações legais, denominada

como evasão fiscal e classificando dessa forma como crime de sonegação fiscal, disciplinado

pela lei n. 8.137/90 (FABRETTI, 2014).

Uma das mais importantes funções da contabilidade tributária corresponde ao conjunto

de atuações e procedimentos operacionais de uma empresa que levaria a uma redução legal do

ônus tributário empresarial, recolhendo exatamente o montante devido que foi gerado em suas

operações. Esses procedimentos devem ser estudados de forma cada vez mais precisa,

possibilitando a prática e apontamento de alternativas mais viáveis que posso ser adotada.

Sendo assim sob esse aspecto, é que o planejamento tributário deve ser visto pelos

empresários e gestores de negócios, fazendo com que a entidade venha a obter um patamar

superior de rentabilidade e competitividade. (OLIVEIRA, 2013).

Em face da citada necessidade de preparação e atualização das entidades, atualmente as

grandes empresas contam em sua estrutura administrativa/organizacional, pessoal de variadas

formações e seguimentos imbuídos no estudo e análise de alternativas de redução de custo

tributário da entidade, uma vez que se sabe da participação cada vez maior dos tributos na

formação dos preços dos produtos e serviços prestados por essas entidades. Porém para

obtenção de um resultado satisfatório e efetivo, o passam pelo convencimento de todos que

participam direta e indiretamente com o funcionamento da empresa, ou seja, que haja uma a

integração de todos os departamentos da empresa (OLIVEIRA, 2013).

Assim o planejamento tributário, ferramenta imprescindível às entidades, consiste no

fato que todos os contribuintes têm o direito de realizar seus negócios, sem se onerar

demasiadamente com tributos, de forma que paguem o mínimo exigível em face de

determinada legislação (OLIVEIRA, 2013).

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2.3.3 Tributos

As empresas são tributadas em diversos aspectos e em diversas situações. Na compra e

na venda de um produto; na prestação de um serviço ou quando tem lucros no período. Os

tributos incidentes, nessas situações, podem ser classificados como municipais, estaduais e

federais, dependendo por qual instância os mesmos são administrados e podem ser

classificados como tributos diretos e indiretos. Existem ainda as obrigações acessórias que

embora não sejam tributos efetivos, são procedimentos a serem cumpridos que demandam

tempo, controles e até recursos financeiros (ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

2.3.3.1 Espécies de tributos

Os tributos são do tipo: a) impostos: devido pelo contribuinte independente de qualquer

contraprestação estatal, destina-se a atender a manutenção das atividades características da

administração pública; b) Taxa: devida em função da utilização efetiva ou potencial de

serviços públicos. É cobrada pelo poder de polícia exercido pelo estado para promover e

assegurar o bem comum, ou limitar e disciplinar interesses e liberdades; c) Contribuição de

melhoria: cobrada em caráter indenizatório, como fim de reembolsar despesas com obra

pública que contribui para valorização imobiliária do local onde o contribuinte possui imóvel

residencial ou comercial; d) Contribuição social: Embora não seja tecnicamente um tributo,

por se tratada na CF/88 em capítulo relativo à seguridade social, é destinada ao financiamento

dos sistemas de previdência e assistência social e tem natureza tributária reconhecida pelo

Supremo Tribunal Superior – STF; e e) Empréstimo compulsório: pode ser cobrado pela

união para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra

externa ou iminência, no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante

interesse nacional, observado o princípio da anterioridade dos impostos (ANDRADE; LINS;

BORGES, 2015).

2.3.3.2 Classificação dos tributos

Quanto à classificação dos tributos, podem ser classificados como: a) Tributos diretos:

quando o contribuinte é inscrito individualmente através do lançamento tributário. Incidem

sobre o patrimônio e renda (imposto de renda e imposto sobre veículos automotores); e b)

Tributos indiretos: quando incidem sobre o consumo ou despesas, sendo repassado para os

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preços dos produtos ou serviços em cada etapa do ciclo econômico, sendo suportado pelo

consumidor final, último no elo da cadeia de produção/consumo (imposto sobre circulação de

mercadorias e serviços) (ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

2.3.3.3 Competência dos tributos

Quanto à competência referente aos tributos, eles são de ordem federal (ex.: Imposto

Sobre Produtos Industrializados – IPI e Imposto de Renda – IR), estadual (ex.: Imposto Sobre

Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS e Imposto Sobre Propriedade de Veículos –

IPVA) e municipal (ex.: Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS e Imposto

Predial e Territorial Urbano - IPTU).

2.3.3.4 Fato gerador e obrigação tributária

O fato gerador é o fato definido em lei como necessária e suficiente para ocorrência da

obrigação tributária sendo ela principal (obrigação de pagar) ou acessória (obrigação de fazer

algo em benefício do controle e da fiscalização). Obrigação tributária é a relação que tem de

um lado o sujeito ativo, sendo a união, estados, distrito federal e municípios e do outro lado a

sujeito passivo, sendo esse o sujeito que pratica o fato gerador e que tem a obrigatoriedade de

pagamento do tributo, e ainda escriturar livros e entregar declarações (ANDRADE; LINS;

BORGES, 2015).

2.3.3.5 Tributos Incidentes sobre o resultado

Esses tributos são classificados como incidentes sobre o resultado, e definidos como

aqueles que incidem sobre o lucro das empresas provenientes de diferença entre receitas e as

despesas que foram realizadas no período. São exemplos desses tributos: Imposto de renda de

pessoa jurídica e Contribuição social sobre o lucro líquido (OLIVEIRA, 2013).

São contribuintes do IRPJ e CSLL todas as pessoas jurídicas de direito público e

privado, nacionais ou transnacionais. A legislação em vigor prevê imunidade, isenção e não

incidência para algumas pessoas jurídicas, quais sejam: templos religiosos, instituições de

educação, assistência social, partidos políticos, entidades sindicais dos trabalhadores, dentre

outras (ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

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De maneira geral, o regime de apuração do IRPJ e CSLL deve ser sobre o lucro do

período, mediante apuração do lucro real, presumido ou arbitrado. A opção por um dos

regimes é definitiva para todo ano-calendário e contempla diferentes metodologias de cálculo

e controle (ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

2.3.3.6 Tributos Incidentes sobre o valor agregado

Esses tributos incidem sobre o valor a ser agregado em cada fase do processo produtivo.

O valor adicionado de uma empresa representa quanto de valor ele agrega aos insumos que

adquire em determinado período, obtidos pela diferença entre as vendas e o total dos insumos

adquiridos de terceiros (matéria prima, mão de obra). Esse valor será igual à soma de toda a

remuneração dos esforços realizados nas atividades da empresa. Nesse grupo, classificam-se

tributo como: Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, Imposto sobre produtos

industrializados e tributos sobre a folha de pagamento (OLIVEIRA, 2013).

2.3.3.7 Tributos Incidentes sobre o faturamento

Classificam-se nesse grupo de tributos: PIS/PASEP, COFINS e Imposto sobre serviços

de qualquer natureza e denomina-se esses tributos que incidem sobre o faturamento e são

definidos como aqueles que tributam as receitas no momento da entrega dos bens ou serviços,

simultâneos à emissão das notas fiscais, que permitirão os cálculos dos tributos que os

incidem. (OLIVEIRA, 2013).

2.3.3.7.1 Simples nacional (supersimples)

Supersimples ou simples nacional refere-se ao um procedimento unificado de

arrecadação de tributos de micro e pequenas empresas através de lei complementar (a partir

da lei complementar nº 123, de 2006), que estabeleceu normas específicas e de tratamento

diferenciado a ser implementado a microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos

poderes da União, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se

refere: a) à apuração e recolhimento de impostos e contribuições da União, Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive

obrigações acessórias; b) ao cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias,

inclusive obrigações acessórias; e c) ao acesso ao crédito e ao mercado, inclusive quanto a

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preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao

associativismo e às regras de inclusão (OLIVEIRA, 2013).

O simples nacional consiste no pagamento mensal unificado dos seguintes impostos e

contribuições: Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ; Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido – CSLL; Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS;

Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do

Servidor Público – PIS/PASEP; Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; Contribuição

Patronal Previdenciária para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica; Imposto sobre

Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal – ICMS; e

Imposto sobre Serviço de Qualquer natureza – ISS (OLIVEIRA, 2013).

2.3.3.8 Imunidade e isenção

Há previsão de possibilidade de determinadas pessoas ou matérias não serem obrigadas

ao cumprimento de determinações legais a respeito de pagamento de tributos em caráter

permanente ou provisoriamente (ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

A imunidade proíbe a tributação de indivíduo ou matéria não expostos à área de

incidência. Ou seja, poder de tributar pessoas ou bens fica vetado e qualquer dispositivo que

desafie esta norma tributária e será considerado inconstitucional. Como exemplo pode-se

citar: a) Proibição de incidência de impostos sobre templos de qualquer culto; e b) Vedada à

incidência de impostos sobre livros, jornais e papel destinado à sua impressão (ANDRADE;

LINS; BORGES, 2015).

A isenção do tributo é temporária e atende a interesses políticas e é regulada por normas

acessórias. As pessoas e matérias estão expostas à área de incidência e podem ser

beneficiadas, em determinado momento, pela dispensa do pagamento do tributo, por motivos

de políticas fiscais ou comerciais (ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA

Nesta sessão, se apresenta o enquadramento metodológico da pesquisa, bem como os

procedimentos de coleta e análise de dados.

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3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Quanto a natureza da pesquisa do presente trabalho se caracteriza como exploratório,

sendo desenvolvida no sentido de proporcionar de uma forma geral um determinado fato,

sendo esse tipo de pesquisa utilizado em temáticas onde torna-se difícil a formulação de

hipóteses precisas e operacionalizáveis. Pode-se ressaltar alguma finalidades frente a esse tipo

de pesquisa, como: facilitar a delimitação da do tema de pesquisa e orientar a fixação dos

objetivos, ou ainda, descobrir um novo enfoque sobre o assunto (BEUREN et al., 2008).

O artigo em tela tem natureza teórica, uma vez que são extraídos de estudos

conceituais e modelos. Sendo a lógica da pesquisa de característica dedutiva, onde leva o

pesquisador a do conhecido ao desconhecido com pouca margem de erro, tendo alcance

limitado, uma vez que a conclusão não poderá ter conteúdos que excedam os dos antecedentes

ou premissas, sendo que a conclusão está contida nessas premissas (CERNO et al., 2007).

A coleta de dados do presente trabalho foi realizada em pesquisa em fontes

secundárias, ou seja, contribuições já publicadas sobre a temática estudada, essas fontes

possibilitam além de resolver os problemas conhecidos, como também explorar novas áreas

onde esses problemas ainda não se cristalizaram de forma satisfatória, de forma a propiciar a

verificação do assunto de um novo enfoque (BEUREN et al., 2008).

A abordagem da pesquisa é qualitativa, uma vez que se concebem análises mais

profundas em relação ao que se está estudando, essa abordagem não emprega dados

estatísticos como base de análise do problema, não objetivando numerar ou medir unidades ou

categorias homogêneas (BEUREN et al., 2008).

Frente os procedimentos técnicos pode-se citar, que o trabalho em tela tem caráter de

uma pesquisa bibliográfica, esse tipo de pesquisa se caracteriza por abranger toda a

bibliografia já tornada pública em relação ao tema, podendo ser jornais, revistas e até mesmo

comunicação oral, seja em rádio, filmes ou televisão (MARCONI et al., 2010).

3.2 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A primeira etapa da pesquisa consiste em buscar conhecimento a partir do

embasamento teórico sobre o tema em questão.

A segunda etapa está relacionada diretamente ao período de estágio na empresa

Lagubrás Indústria e Comércio de Pescados Ltda, onde inicialmente houve acompanhamento

das atividades realizados no estabelecimento em tela, de forma a se ambientar ao

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procedimento normal efetivamente colocado em prática, incluindo questões relacionadas aos

recursos humanos do estabelecimento, capacidade produtiva, nicho de mercado atingido

atualmente.

Posteriormente a ambientação aos processos efetivados no estabelecimento e a

verificação de ausência de objetivos fixados a curto e médio prazo, somados a verificação de

grande potencial da empresa, houve o diagnóstico de possibilidade de agregar a empresa a

implementação de procedimentos de inicialização de internacionalização do estabelecimento e

entrada da mesma em mercado externo para comercialização de seus produtos.

Houve a partir do diagnóstico citado, o estudo dos procedimentos necessários para

concretização e implementação desses procedimentos no estabelecimento estudo de caso e

posterior apresentação dos resultados obtidos a diretoria da empresa.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Nesta seção, será apresentada a organização objeto desse projeto, assim como a análise

dos resultados encontrados, e também a visão sistêmica aplicada ao estudo de caso.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

Serão explicitadas as características do objeto de estudo do presente projeto, assim

como histórico e objetivo da entidade. Além da apresentação da estrutura organizacional da

empresa, área de atuação, incluindo os principais clientes e fornecedores com os quais a

empresa trabalha, bem como as principais organizações concorrentes.

4.1.1 Histórico e características principais da empresa

A empresa Lagubras Indústria e Comércio de Pescados Ltda. foi fundada no ano de

2005, na cidade de Laguna/SC, tendo como sócios fundadores Ronaldo Coradini Mendes e

Rone Coradini Mendes. Na atualidade, a organização tem configuração jurídica de empresa

“por quotas de responsabilidade limitada”. Está inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas

Jurídicas (CNPJ) sob o número 82.706.888/0001-47 e a Inscrição Estadual é a de número

255.019.220.

A companhia está situada na Rodovia BR 101 – KM 311, sem número, no bairro de

Barranceira, na cidade de Laguna/SC. A área total da empresa é de 8.300m², sendo que

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4.200m² refere-se a área construída, dividida entre as áreas administrativa, comercial e

industrial. Seu principal segmento de atuação é o de industrializar e comercializar pescados.

Secundariamente atua nos segmentos de transporte de cargas.

4.1.2 Objetivos da empresa

De acordo com a pesquisa realizada junto à empresa em estudo, havia necessidade de

uma maior capacidade de produção e estocagem para produtos, em virtude do aumento do

escopo de clientes e necessidade de disponibilização dos mais variados produtos em

quantidade suficiente em seu estoque, sendo que eram esses os principais objetivos.

A empresa possui atualmente objetivo de internacionalização da instituição e iniciar os

procedimentos de comercialização de seus produtos para mercado externo, aumentando ainda

mais o escopo de clientela.

4.1.3 Estrutura organizacional da empresa

A partir de estudos realizados na empresa Lagubras, percebeu-se que sua estrutura é

composta da seguinte forma: a) Área financeira: composta por um gerente que realiza as

atividades de contas a pagar/receber, pagamento de colaboradores, controles financeiros em

geral, e uma auxiliar administrativa, que ajuda nas atividades realizadas, bem como executa

serviços bancários; b) Área comercial: composta por um gerente comercial, que é responsável

pela compra e venda e por controlar os representantes, que são escritórios terceirizados;

c)Área da recepção: que é composta por uma recepcionista/secretária; d) Área de garantia de

qualidade: é composta por quatro colaboradores, sendo uma responsável técnica, um gerente

de qualidade e dois monitores de qualidade; e) Área de produção: que é dividida em três

partes: peixe in natura e congelado, sendo que cada área é composta por um supervisor e mais

dezessete e dezesseis colaboradores, respectivamente; f) Área de distribuição: que é composta

por nove motoristas; g) Área de serviços gerais: que possui três colaboradores no serviço de

manutenção e um colaborador no serviço de limpeza; h) Área de segurança: com três

colaboradores fazendo parte dessa área para controlar os equipamentos do sistema de

manutenção de temperatura em setores de frio (túneis de congelamento e câmaras de

estocagem de produtos acabados); i) Área contábil: serviço realizado por um escritório

terceirizado; e j) Serviço de segurança: realizado por uma empresa terceirizada.

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No total, são cinquenta e cinco funcionários com vínculo exclusivo à empresa e mais

dois funcionários terceirizados que possuem suas equipes de trabalho. A hierarquia da

empresa pode ser observada na figura 1.

Figura 1 – Organograma da LAGUBRAS

Fonte: Empresa Lagubras, 2017.

4.1.4 Ambiente direto e indireto em que a empresa atua

A empresa Lagubras trabalha na área de industrialização e comercialização de pescados.

É uma organização nova que, a cada ano, tem aumentado seu espaço físico, seu número de

colaboradores e quadro de clientes. A seguir serão expostos os principais clientes e

fornecedores com os quais a empresa trabalha, bem como as principais organizações

concorrentes.

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4.1.5 Clientes

Os clientes constituem a peça mais importante do negócio, pois são as necessidades

deles que o empreendedor trabalhará para satisfazer. Por esse motivo, é de extrema

importância conhecê-los, descobrir o que eles anseiam, qual preço pretendem pagar, antes de

iniciar a empresa; caso contrário, o empreendimento poderá fracassar.

Nesse sentido, a clientela da empresa em estudo é composta de distribuidores, peixarias

e supermercados, que se localizam principalmente na região Nordeste do país. A clientela da

empresa Lagubras é bastante considerável, visto que possui 293 clientes. Deve-se salientar,

ainda, que os principais cientes da empresa são as distribuidoras, uma vez que correspondem

a 1/3 da clientela total.

4.1.6 Fornecedores

Os principais fornecedores da empresa Lagubras encontram-se nos estados de Santa

Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Ceará. É possível afirmar que os principais

fornecedores da empresa em estudo situam-se na região sul do Brasil, totalizando 2/3 do

fornecimento total de matéria-prima por mês. Destaca-se, nesse ponto, o estado de Santa

Catarina como o estado com maior número de fornecedores da organização.

4.1.7 Concorrentes

A concorrência é outro fator importante que o empreendedor deve levar em

consideração. É preciso investigá-la para, então, buscar uma vantagem competitiva e ganhar

destaque no mercado. Assim, avaliam-se as características dos principais concorrentes,

buscando suas fraquezas.

Na empresa em análise, segundo informado pelo gestor, os principais concorrentes são:

Lago Pesca, Lagomar, Pescados Sousa, Laguna Sul, Cais do Atlântico, Onda Nobre, Leardini

e Costa Sul. As quatro primeiras têm como sede a cidade de Laguna e as quatro últimas

encontram-se situadas em Itajaí, todas as empresas citadas pertencem ao território catarinense.

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4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesta seção do trabalho serão descritos de forma pormenorizada efetivamente a análise

do caso em estudo, englobando ponderações sobre o ponto de partida da empresa para o início

do processo de exportação, suas vantagens, e aspectos relacionados ao novo nicho de mercado

a ser inserido na empresa em questão, além de um roteiro simplificado desenvolvido pelo

autor.

4.2.1 Iniciando o processo de Exportação

A empresa estudo de caso pretende para o ano de 2018 dar inicio a exportação de

alimentos do tipo pescados congelados, para isso é necessário adequar os procedimentos

administrativos.

Considerando, que nos últimos dois anos o Brasil tem passado por momentos de crise,

tanto política quanto econômica, sendo que nesses momentos críticos é de suma importância

que o empresário seja empreendedor e tenha consciência e criatividade para criar meios de

minimizar os reflexos de qualquer crise que se apresente no mercado e consequentemente em

seu empreendimento.

Ratificando o citado anteriormente no presente trabalho, toda dificuldade pode e deve

ser encarado como uma oportunidade de aprimoramento e claramente o profissional que pode

dar apoio/consultoria nesses períodos é o profissional contábil, assessorando na escolha da

forma jurídica mais adequada para o projeto, além de ser o profissional mais indicado para dar

apoio frente atos burocráticos necessários e obrigatórios exigidos pelos órgão públicos, além

obviamente sobre obrigações tributárias concernentes ao negócio.

Para o presente estudo de caso, através da verificação dos procedimentos e mercado

focado atualmente pela empresa Lagubras Indústria e Comércio de Pescados LTDA, foi

identificado a opção e oportunidade de se utilizar de mercado externo como amenizador da

situação atual do comércio interno.

Além de ampliar os nichos de mercado da empresa em tela, agregando essa condição ao

mercado interno quando este estiver aquecido novamente, e nitidamente pelo padrão de

qualidade exigidos pelo mercado externo trará a empresa benefícios como a

internacionalização da empresa e consequente estabelecimento de um padrão acima da média.

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4.2.1.1 Internacionalização da empresa – Aspectos estruturais

Após a determinação por parte do empresário/gestor da empresa em entrar no mercado

externo, a empresa dará passo importante para melhoramento continuado e até obrigatório de

seus procedimentos. Essa decisão se tornará “divisor de águas” na história e trajetória da

empresa.

O mercado externo traz alguns benefícios a empresa, e pode-se citar os aspectos

principais:

a) Aumento de produtividade e capacidade inovadora: em virtude da obrigatoriedade de

melhoramento de seus processos produtivos e consequente aumento de escala de produção,

dessa forma diminuindo custos de produtos e tornando-a mais competitiva e/ou aumentar sua

margem de lucro. Exemplo prático do estudo de caso seria a automatização dos processos de

algumas etapas que atualmente é realizado de forma manual, exigindo maior número de

funcionários em diferentes etapas e necessidade de maior período para execução de cada etapa

do processo;

b) Diversificar nicho de mercado: Minimizar a dependência de somente um mercado,

considerando variações de mercado e principalmente a globalização é de suma transformar

em vantagem essas variações, direcionando as vendas para mercado interno ou externo, ou

ainda, ambos mercados, proporcionando segurança a empresa e manutenção de média de

vendas. Exemplo prático do estudo de caso é somente a possibilidade atual de

comercialização ao mercado interno, pois não possui implantando procedimentos necessários

para comercialização dos produtos ao mercado internacional, perdendo dessa forma período

em que o mercado interno está retraído e mercado externo propício à negociação em virtude

de crise interna de nosso país;

c) Melhorias do capital intelectual da empresa: Há necessidade de melhoria dos recursos

humanos da empresa, em virtude de melhoria dos processos, e qualidade dos produtos e

consequentemente vendas, há de se oferecer melhores salários aos colaboradores e

proporcionar treinamento continuado a esses colaboradores. Exemplo prático do estudo de

caso é a implantação de maquinários para auxilio dos processos, e obviamente esses

equipamentos necessitarão de profissionais capacitados para operá-los;

d) Reconhecimento da marca da empresa: Uma vez que a empresa iniciar processos de

exportação de produtos, essa será automaticamente reconhecida como sinônimo de qualidade

e confiança, por ser sabidamente mais exigida pelo mercado externo a apresentação de

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produtos seguros e de qualidade, até por ser concorrente além das empresas brasileiros, ter a

concorrência de empresas estrangeiras.

4.2.1.2 Internacionalização da empresa – Aspectos contábeis e financeiras

Agregando-se as vantagens estruturais e de imagem, principalmente se podem elencar

algumas vantagens contábeis e financeiras a se optar ou abrir o mercado externo, podendo ser

citados:

a) Diminuição da carga tributária: Para comercialização de produtos ao mercado externo,

o governo estabeleceu algumas diferenciações de tributação em detrimento aos produtos

comercializados internamente, como: 1) A não incidência de IPI (Imposto sobre produtos

industrializados); 2) A não incidência de ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e

serviços); 3) Na determinação da base de calculo da Contribuição para o financiamento da

seguridade social (COFINS), são excluídas as receitas decorrentes da exportação; 4) São

isentas as contribuições para o PIS (Programa de Integração Social); 5) São isentas as

contribuições para o PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público); e

6) Isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); (BRASIL, 2011).

b) Facilidades de condições para obtenção de recursos financeiros: A empresa

exportadora terá apoio/vantagens governamental facilitadas, como: 1) Adiantamento sobre

Contrato de Cambio – ACC; 2) Adiantamento sobre Cambiais de Exportação – ACE. Esse

citados mecanismos financeiros possibilitam as empresas o recebimento de receitas de

exportação antes do início do processo produtivo, se utilizando de taxas de juros

internacionais por exemplo (BRASIL, 2011).

4.2.2 Tipo de exportação

Há dois tipos de exportação existentes, a exportação direta e indireta. O estudo de caso

em tela tem por objetivo demonstrar procedimentos referentes a exportação direta, porem é

necessário conceituar também a exportação indireta.

4.2.2.1 Exportação direta

Conforme citado, o estudo de caso alvo desse trabalho tem objetivo de apresentar a

empresa a implantação e implementação de procedimentos para possibilitar a exportação

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direta, que vem a ser o tipo de exportação em que o produto alvo de exportação é faturado

pela própria empresa. Levando obviamente a empresa a preparação em toda a sua extensão,

desde a pesquisa de mercado, passando pela adequação dos documentos para exportação até

transações bancárias específicas (ARAUJO, 2010).

4.2.2.2 Exportação indireta

Ao contrario da exportação direta, a exportação indireta é realizada através de

empresas que adquirem produtos para exportar, sendo que a empresa produtora somente se

encarrega de produzir a mercadoria e o restante do processo necessário é “terceirizado”, como

a comercialização externa dos produtos, do transporte para o destino, pesquisa de mercados,

entre outros. São exemplos dessas empresas: Trading companies; empresas comerciais

exclusivamente exportadoras, empresas comerciais que operam no mercado interno e externo;

e consórcios de exportação (ARAUJO, 2010).

4.2.3 Habilitação da empresa para exportar

Toda empresa que opta pelo comércio exterior tem obrigatoriedade de cumprir

procedimentos de inscrição em órgãos exclusivamente ligados as atividades de importação e

exportação. O procedimento essencial e prévio ao despacho aduaneiro necessário para

possibilitar a atividade é a habilitação da empresa no Sistema Integrado de Comércio Exterior

– SISCOMEX (ARAÚJO, 2010).

4.2.3.1 SISCOMEX

Sistema informatizado criado pelo Decreto n. 660, de 25 de setembro de 1992 e

responsável por integrar as atividades de registro, controle e acompanhamento das operações

de comércio exterior através de sistema de informações automatizado realizado pela SECEX

(Secretaria de Comércio Exterior), MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior), RFB (Receita Federal do Brasil) e BACEN (Banco Central do Brasil),

além dos órgãos anuentes MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento),

COMEXE (Comando do Exército), ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária)

entre outros (BRASIL, 2011).

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Através do sistema citado, as operações são registradas e analisadas on-line pelos

órgãos gestores do sistema, sendo analisadas questões como por exemplo, produtos que

necessitem de procedimentos especiais em detrimento a possuírem normas específicas de

padronização, ou que estejam sujeitas a imposto de exportação, ou ainda, que tenham

exportação contingenciada ou suspensa. Além de acompanhar e controlar as operações do

mercado externo é através do SISCOMEX que órgãos do governo intervenientes nesse tipo de

mercado interferem no processo de saída e entrada de produtos no país. Para as empresas, esse

sistema representa algumas vantagens como simplificação, agilidade, desburocratização dos

processos e redução de custos (BRASIL, 2011).

4.2.3.2 RADAR

Para habilitação e posterior acesso ao sistema SISCOMEX é necessário exame prévio

realizado pelos auditores fiscais da RFB, para pessoa física ou jurídica que tenha pretensão de

realizar operações de comércio externo. O registro e Rastreamento da Atuação dos

Intervenientes Aduaneiros (RADAR), de acordo com a IN SRF n. 650, de 12 de maio de

2006, estabelece procedimentos de habilitação de importadores e exportadores para operação

do SISCOMEX e credenciamento de seus representantes para praticarem as atividades

relacionadas com o despacho aduaneiro (BRASIL, 2011).

A RFB exerce a função de verificar as condições das empresas que desejam operar no

mercado exterior e se foram criadas ou adequadas para operar com compra e venda de

mercadorias e no exercício das atribuições legais descritas em leis, são verificadas pelos

auditores fiscais entre outras questões: 1) A comprovação da integralização do capital; 2) A

documentação de identidade do responsável pela pessoa jurídica; 3) Os atos constitutivos e

comprovantes de domicílio empresarial; 4) Alvará municipal de licença de funcionamento; 5)

Certidões negativas; 6) Provas existenciais do estabelecimento da empresa; 7) Balanço

patrimonial relativo ao último exercício encerrado ou balanço de abertura; 8) Balancete de

verificação relativo ao mês anterior ao da protocolização do requerimento de habilitação; e 9)

Demonstrativo de resultados, relativo ao último período encerrado (ARAÚJO, 2010).

A legislação vigente que disciplina a habilitação no sistema e norteiam os

procedimentos são: Instrução Normativa RFB 1.603/2015 e Ato Declaratória Executiva

COANA 123/2015.

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4.2.3.3 REI

O Registro de Exportadores e Importadores (REI) é automático sendo realizada no ato

da primeira operação de exportação em qualquer ponto conectado ao SISCOMEX. Esse

registro tem disciplinamento nos artigos 176 e 177 da Portaria SECEX n. 10, de 24 de maio

de 2010. A citada inscrição no REI pode ser suspensa, negada ou cancelada nos casos de

punição em decisão administrativa final aplicada em razão de infração de natureza fiscal,

cambial e de comércio exterior, ou abuso de poder econômico (BRASIL, 2011).

4.2.4 Documentos necessários

Para implementação do procedimento de comercialização de produtos em mercado

exterior, são exigidos algumas documentações, alguns relativos ao exportador e outros

referentes ao contrato de exportação.

4.2.4.1 Documentos referentes ao exportador

Os documentos exigidos referentes ao exportador são:

Inscrição no registro de exportadores e importadores (REI) da SECEX/MDIC

(processo automático no caso de registrar a primeira exportação via SISCOMEX);

Documentos referentes ao contrato de exportação;

Fatura Proforma: após contato inicial entre as partes (importador e exportador), o

exportador enviará esse documento, onde o mesmo indica as condições de venda da

mercadoria.

Carta de Crédito: Caso houver interesse na negociação o importador encaminha ao

exportador esse documento que confirma o interesse na aquisição das mercadorias em tela.

No citado documento o exportador confronta as informações contidas na cotação do produto

contida na fatura pró-forma.

Letra de Cambio: Representa um título de crédito emitido pelo exportador e sacado

contra o importador. O valor da letra de cambio deve ser compatível com os registros na

fatura comercial. Contém os elementos: a) Número, praça, e datas de emissão e vencimentos;

b) Beneficiário, nome e endereço do emitente e sua assinatura; e c) Instrumento que gerou o

saque (carta de crédito, fatura comercial, etc).

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Contrato de Cambio: Instrumento para troca de moedas entre o exportador e um banco

autorizado pelo Banco Central do Brasil a operar com cambio; (BRASIL, 2011).

4.2.4.2 Documentos referentes ao contrato de exportação

Os documentos que acompanham todo o processo da mercadoria são:

Registro de exportação no SISCOMEX: Conjunto de informações de natureza

comercial, financeira, fiscal e cambial, que caracteriza a transação de exportação e define seu

enquadramento.

Registro de Operação de Crédito (RC): Documento eletrônico que contem as

condições definidas para exportações financiadas, devendo constar as informações de caráter

cambial e financeiro referente a exportação.

Registro de Venda (RV): Constam de um conjunto de informações que caracterizam a

operação de exportação das negociações de produtos em bolsas internacionais, por meio de

enquadramento específico. Deve ser preenchido previamente ao RE e consequentemente

anterior ao embarque da mercadoria.

Solicitação de Despacho (SD): Procedimento fiscal de desembaraço da

mercadoria, com base nos dados contidos no RE, nota fiscal e nos dados sobre a

disponibilidade da mercadoria para verificação das autoridades aduaneiras, e no caso de

exportações via fluviais, dever-se-á apresentar do conhecimento de embarque e do manifesto

internacional de carga.

Nota Fiscal: Documento que acompanha a mercadoria desde a saída do

estabelecimento vinculado ao exportador até o embarque ao exterior. No caso da exportação

direta, a NF deve ser emitida em nome da empresa importadora, e no caso da exportação

indireta, a NF deve ser emitida em nome da empresa que efetuará a operação (trading).

Conhecimento de Embarque: Documento que comprova que a mercadoria tenha sido

colocada a bordo do meio de transporte. O citado documento deve constar as informações:

Nome e endereço do exportador e importador; local de embarque e de desembarque;

quantidade, marca e espécies dos volumes; tipo de embalagem; descrição da mercadoria e

códigos; peso bruto e líquido; valor da mercadoria; dimensão e cubagem dos volumes e valor

do frente; forma de pagamento do frete e condições em que a mercadoria foi embarcada. Esse

documento corresponde ao título de propriedade da mercadoria, sendo que será inegociável,

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caso consignado ao importador, ou então, consignado ao portador, sendo negociável nesse

caso;

Commercial Invoice (Fatura Comercial): Documento considerado um dos mais

importantes na transação de mercadorias no comércio internacional, sendo emitido pelo

exportados em idioma do importador ou em inglês. O citado documento é necessário para o

desembaraço da mercadoria pelo importador e deve conter as seguintes informações: Nome e

endereço completo do exportador; nome e endereço completo do importador; especificações

das mercadorias com as denominações próprias e comerciais e com indicação dos elementos

indispensáveis a sua perfeita identificação; marca, numeração e referencia dos volumes (se

houver); quantidade e espécie dos volumes; peso bruto dos volumes; peso líquido dos

volumes; pais de origem; país de aquisição (considerado aquele do qual a mercadoria foi

adquirida para ser exportada para o Brasil); pais de procedência (considerado aquele onde se

encontra a mercadoria no momento da aquisição; preço unitário e total de cada espécie de

mercadoria; custo do transporte e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na

fatura; condições e moeda de pagamento; e termo de condições de venda;

Packing list (Romaneio): Documento preenchido em inglês pelo importador, utilizado

no embarque e no desembarque da mercadoria, tendo como finalidade a facilitação ao

procedimentos na fiscalização aduaneira, tratando de relação dos volumes a serem exportados

e de sua composição/conteúdo. Nesse documento deve constar: Número do documento; nome

e endereço do exportador e importador; data da emissão; descrição da mercadoria, quantidade,

unidade, peso bruto e líquido; local de embarque e desembarque; nome da transportadora e

data de embarque; número de volumes, identificação dos volumes por ordem numérica, tipo

de embalagem, peso bruto e líquido por volume e dimensões em metros cúbicos (BRASIL,

2011).

4.2.5 Tratamento tributário

Além das vantagens em internacionalizar a marca da empresa, que vai desde a

mudança de “status” da empresa no mercado nacional e aprimoramento necessário dos

processos produtivos e administrativos já tratados no trabalho/pesquisa em tela, há ainda,

importante vantagem nesse nicho de mercado, cito o tratamento tributário para esse tipo de

mercado (ARAÚJO, 2010).

Em busca de criar competitividade das empresas brasileiras no mercado externo, o

governo desonera os encargos tributários sobre os produtos exportados, trazendo uma maior

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atratividade aos produtos produzidos internamente, realizando a eliminação de impostos

indiretos. Os benefícios destinam-se a eliminar tributos que incidem nas operações realizadas

no mercado interno. Não são recolhidos em uma operação de exportação: a) Imposto sobre

produtos industrializados; b) Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços; c) Programa

de integração social; d) Imposto sobre operações financeiras.

Porém importante salientar que há imposto exclusivamente para exportação (Imposto

de Exportação – IE), entretanto para o produto da empresa alvo desse trabalho (pescado

congelado) a alíquota é de tributação é zero, assim como aqueles produtos em que o governo

tem interesse em exportar (ARAÚJO, 2010).

4.2.6 Formação de preço

Deve ser alvo de apurado estudo das condições de mercado, de forma a que se conheça

as condições de competitividade do produto a ser exportado, ou ainda, para que haja

comparativo entre comercializar esse produto interna ou externamente.

Da mesma forma que ocorre no mercado interno, deve-se haver acompanhamento de

outros aspectos importantes, como as mudanças nos custos de produção e das alterações no

nível de demanda. Cabe ressaltar que os preços da exportação não são alvo de verificação por

qualquer entidade de controle governamental. Alheio a essa questão, porém, a competição

imposta pelo mercado externo é o principal fator para o controle de preço nesse tipo de nicho

de mercado, além obviamente da qualidade diferenciada do produto (ARAUJO, 2010).

Ao se fazer o comparativo de valores para formação de preço da mercadoria destinada

a mercado externo em detrimento ao mercado interno, deve-se inicialmente conhecer e utilizar

todos os benefícios financeiros e fiscais aplicados a exportação, de forma a esclarecer as

vantagens ao definir esse nicho de mercado (ARAÚJO, 2010).

Alguns fatores podem ser ponderados para a formação de preço da exportação, como:

Esquemas de financiamento à exportação; tratamento tributário aplicável a esse tipo de

comercio; despesas de exportação (despesas portuárias, despesas com despachantes e

também, preços praticados por competidores de outros países) (ARAÚJO, 2010).

4.2.7 Roteiro de exportação simplificado

Após devidamente habilitada à comercialização ao mercado externo, a empresa estudo

de caso pretende iniciar os procedimentos para iniciar a negociação de seus produtos ao

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mercado externo utilizando o sistema de exportação direta, para isso ela precisará seguir os

seguintes passos:

1 - Obtenção do registro e rastreamento da atuação dos intervenientes aduaneiros (RADAR), para possibilitar o acesso ao Sistema SISCOMEX.

3 - Carta de crédito: Após interesse da negociação pelo importador, a empresa Lagubras aguardará documento que confirme o interesse na aquisição das mercadorias. O documento recebido a empresa Lagubras irá confrontar as

informações na cotação do produto contida na fatura proforma.

4 - Iniciar processos de abertura de processos internos da mercadoria e solicitação a reserva de carga em companhia marítima.

2 - Contato inicial e discussão da operação com parceiros comerciais, a empresa Lagubras irá emitir a fatura proforma indicado condições de venda da mercadoria.

5 - Planejamento logístico: Cumprimento dos prazos estabelecidos para encaminhamento dos documentos a companhia marítima (programação e reserva

no porto marítimo responsável pelo embarque).

6 - Planejamento logístico: Realização da ovação da mercadoria em contêiner na empresa Lagubras. O procedimento impreterivelmente será acompanhado pelo

órgão sanitário fiscalizador (MAPA) por se tratar de produtos de origem animal e obrigatoriedade de comprimento de questões sanitárias.

7 - Emissão de documentos: Packing list e Nota fiscal, referente a mercadoria a exportar

8 - Solicitar programação de entrada da carga no local de embarque (porto marítimo).

9 - Emissão de documentos para desembaraço aduaneiro: registro de exportação, nota fiscal, registro de venda, solicitação de despacho, conhecimento de

embarque.

10 - Após os procedimentos emitir comando em sistema SISCOMEX para declaração da exportação e submeter a parametrização por parte do órgão fiscalizador – RFB.

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Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3 VISÃO SISTÊMICA APLICADA AO CASO

Em virtude da crise instalada atualmente em nosso país, grande parte das empresas estão

sendo acometidas por dificuldades mediante a citada crise, e a empresa do presente estudo de

caso não seria diferente, afetando as vendas de produtos, prestação de serviços e

consequentemente a diminuição de perspectiva de crescimento e investimento por parte de seus

administradores em um período de curto/médio prazo.

Porém toda dificuldade pode ser considerado como uma oportunidade, especificamente

para o caso elencado, não restam dúvidas frente a necessidade de se procurar opções e

claramente uma das mais viáveis seria a abertura da gama de clientela e diversificar os

mercados.

Sendo que o profissional de contabilidade é o parceiro que o empresário necessita em

momentos com estes, sinalizando e orientando novos caminhos, buscando alternativas viáveis e

demonstrando vantagens no caso específico da abertura de um novo nicho de mercado,

trazendo ainda benefícios como a internacionalização da empresa e consequente

estabelecimento de um padrão acima da média.

O profissional contábil é de fundamental importância na implantação e posterior

implementação do processo de exportação e internacionalização da entidade, pois auxilia

também nas questões contábeis como elaboração de documentos junto a Receita Federal.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em detrimento a atual conjectura econômica atravessada em nosso país e o

desaquecimento do mercado interno, nos mais variados ramos da economia, incluindo a

empresa estudo de caso em tela, onde se pode citar o principal reflexo da crise, como queda

das vendas de produtos, e consequentemente a diminuição de perspectiva de crescimento e

investimento por parte de seus administradores em um período de curto/médio prazo, houve a

partir do início dos trabalhos de verificação do dia a dia da empresa e pela ambientação aos

procedimentos comerciais implantados no estabelecimento, a percepção da oportunidade de se

implementar no estabelecimento alvo do estudo de caso a abertura de novo mercado e

11 - Embarque / Encaminhamento da mercadoria ao importador.

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apresentação de alternativa para minimizar os reflexos causados pela crise econômica

atravessada atualmente.

Uma vez que o mercado interno está em recessão, surge obviamente uma alternativa

plausível e possível para a empresa em tela, uma vez que a mesma já conta com estrutura e

capacidade física apropriada para almejar e alcançar sucesso na comercialização de seus

produtos ao mercado exterior. Sendo que conforme já mencionado no presente trabalho, a

internacionalização da empresa tende a apresentar algumas vantagens sobre seus concorrentes

exclusivamente no mercado interno, desde a imagem de sua marca, até a melhoria de seu

processo produtivo e valorização de seu capital intelectual. Além da alternativa de possibilitar

a comparação e opção de comercialização de seus produtos no mercado interno, ou direcionar

parcialmente suas vendas ao mercado externo, uma vez que como é sabido, o governo tende a

fomentar esse tipo de negociação, como a isenção de alguns tributos sob as vendas ao

mercado externo.

Após a realização do trabalho foi possível demonstrar os principais procedimentos

legais para habilitação da empresa estudo de caso para a comercialização dos produtos no

mercado externo, podendo citar a necessidade de inscrição da empresa em órgão ligado a

atividade de exportação e realização do RADAR. Foi possível também, demonstrar as

principais normas e legislações pertinentes as atividades de exportação, e ainda, demonstrar

os procedimentos legais para a habilitação da empresa para esse novo nicho de mercado, além

das ponderações sobre a necessidade de alterações pontuais em seu parque fabril e

melhoramentos em fluxograma de produção e qualidade do produto alvo de exportação, de

forma a cumprir requisitos exigidos pelo mercado consumidor alvo.

Ao ser apresentadas as argumentações explicitadas no estudo de caso em tela, os

administradores/proprietários do estabelecimento sinalizaram intenção de acrescentar ao

escopo de negociações esse novo nicho de mercado, diminuindo assim a dependência

exclusivamente do mercado interno, como ocorre atualmente.

Para a decisão tomada, os proprietários levaram em consideração os benefícios que

serão agregados a seu empreendimento e processos, como o reconhecimento da marca da

empresa como uma marca internacional, e ainda, o aumento de produtividade pela obrigatória

melhoria dos processos.

A findar-se a pesquisa se houve aprimoramento e preparação do acadêmico para

implementação da pesquisa em meio profissional, uma vez que o projeto foi idealizado

exclusivamente para aplicação imediata na empresa onde se dá a pesquisa. Sendo que para o

caso apresentado houve a percepção da importância do profissional contábil, e retificando o já

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ponderado no período acadêmico de que o contador é o parceiro que o empresário necessita

principalmente em momentos como estes, sinalizando e orientando novos caminhos.

REFERÊNCIAS

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2010. E-book. Disponível em:<https://pt.scribd.com/document/331031538/ABC-Da-

Exportacao>. Acesso em: 05 out 2017.

BEUREN, Ilse Maria; LONGARAY, André Andrade; RAUPP, Fabiano Maury; SOUSA,

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Bona. Como elaborar trabalhos Monográficos em Contabilidade: São Paulo: Editora

Atlas S.A., 2008.

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Divisão de Programas de Promoção Comercial.

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CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos: São Paulo:

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GONÇALVES, Eugenio Celso; BAPTISTA Antônio Eustáquio. Contabilidade de geral:

São Paulo: Editora Atlas S.A., 2007.

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Domingues. Contabilidade Introdutória: São Paulo: Editora Atlas S.A., 2010.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia

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MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos: São Paulo: Editora Atlas S.A., 2010.

OLIVEIRA, Gustavo Pedro de. Contabilidade tributária: São Paulo: Saraiva, 2013.