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FACULDADE CAPIVARI FUCAP TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS MEI: UMA OPORTUNIDADE PARA O PROFISSIONAL CONTÁBIL Fernanda Neres de Sousa (autor) Maurício Dobiez (coautor) RESUMO A contabilidade existe desde o início da história da humanidade e com o passar dos anos foi se aprimorando e se ramificando em diversas áreas. Neste estudo é realizada uma breve explanação, da contabilidade financeira, de custos e tributária, bem como as modalidades de tributação existentes, proporcionando uma melhor compreensão sobre o regime de tributação do Microempreendedor Individual - MEI, foco principal deste estudo. É apresentado um estudo de caso realizado na Associação das Micro e Pequenas Empresas e dos Microempreendedores Individuais AMPE do município de Tubarão, onde despertou interesse em aprofundar o conhecimento sobre o MEI. Embora a legislação não obrigue o MEI a contratar uma contabilidade, ainda sim o contador pode auxiliá-los para que tenham sucesso em sua empresa. Diante do exposto, tem-se como objetivo geral: Apresentar as principais contribuições do profissional contábil no auxílio ao Microempreendedor Individual. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: observação, entrevista e questionário. Inicialmente os dados foram coletados através da leitura e pesquisa da legislação que rege a figura do MEI, logo após, foi realizado uma entrevista com o presidente da FAMPESC sobre a importância do MEI para economia e para verificar o perfil do empreendedor regularizado como MEI no município de Tubarão, foram retirados dados estatísticos de sites específicos e aplicado um questionário com os empreendedores já formalizados. Por fim, são apresentados os procedimentos contábeis utilizados no processo de formalização e manutenção do MEI. Após todos os objetivos serem alcançados, percebe-se que a contabilidade é uma ferramenta de grande valia para quaisquer tipos de empresa, e não é diferente para o Microempreendedor Individual, pois todos tem o mesmo objetivo em comum, que é o desenvolvimento e a lucratividade da empresa. E é neste momento que o contador entra como uma peça fundamental, gerando as informações necessárias auxiliando-os assim, a ter uma gestão mais eficiente e focada em atingir seus objetivos. Palavras-chave: Microempreendedor Individual. Profissional contábil. Contribuições. 1 INTRODUÇÃO A contabilidade existe desde o início da história da humanidade e foi sendo aprimorada à medida que o homem sentiu necessidade em controlar e obter mais informações sobre suas riquezas (SÁ, 2002).

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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MEI: UMA OPORTUNIDADE PARA O PROFISSIONAL CONTÁBIL

Fernanda Neres de Sousa (autor)

Maurício Dobiez (coautor)

RESUMO

A contabilidade existe desde o início da história da humanidade e com o passar dos

anos foi se aprimorando e se ramificando em diversas áreas. Neste estudo é realizada uma

breve explanação, da contabilidade financeira, de custos e tributária, bem como as

modalidades de tributação existentes, proporcionando uma melhor compreensão sobre o

regime de tributação do Microempreendedor Individual - MEI, foco principal deste estudo. É

apresentado um estudo de caso realizado na Associação das Micro e Pequenas Empresas e dos

Microempreendedores Individuais – AMPE do município de Tubarão, onde despertou

interesse em aprofundar o conhecimento sobre o MEI. Embora a legislação não obrigue o

MEI a contratar uma contabilidade, ainda sim o contador pode auxiliá-los para que tenham

sucesso em sua empresa. Diante do exposto, tem-se como objetivo geral: Apresentar as

principais contribuições do profissional contábil no auxílio ao Microempreendedor Individual.

Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: observação, entrevista e questionário.

Inicialmente os dados foram coletados através da leitura e pesquisa da legislação que rege a

figura do MEI, logo após, foi realizado uma entrevista com o presidente da FAMPESC sobre

a importância do MEI para economia e para verificar o perfil do empreendedor regularizado

como MEI no município de Tubarão, foram retirados dados estatísticos de sites específicos e

aplicado um questionário com os empreendedores já formalizados. Por fim, são apresentados

os procedimentos contábeis utilizados no processo de formalização e manutenção do MEI.

Após todos os objetivos serem alcançados, percebe-se que a contabilidade é uma ferramenta

de grande valia para quaisquer tipos de empresa, e não é diferente para o Microempreendedor

Individual, pois todos tem o mesmo objetivo em comum, que é o desenvolvimento e a

lucratividade da empresa. E é neste momento que o contador entra como uma peça

fundamental, gerando as informações necessárias auxiliando-os assim, a ter uma gestão mais

eficiente e focada em atingir seus objetivos.

Palavras-chave: Microempreendedor Individual. Profissional contábil. Contribuições.

1 INTRODUÇÃO

A contabilidade existe desde o início da história da humanidade e foi sendo

aprimorada à medida que o homem sentiu necessidade em controlar e obter mais informações

sobre suas riquezas (SÁ, 2002).

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Com o passar dos anos a contabilidade foi se dividindo em várias ramificações. Neste

estudo é realizada uma breve explanação, da contabilidade financeira, contabilidade de custos

e contabilidade tributária, bem como as modalidades de tributação existentes no mercado,

proporcionando uma melhor compreensão sobre o regime de tributação do

Microempreendedor Individual - MEI, foco principal deste estudo.

Criado pela Lei Complementar nº 128, de 2008, com o intuito de regularizar a situação

dos trabalhadores informais no país, o MEI é o microempresário individual formalizado que

tem faturamento anual de até 60 mil reais. Com a formalização, além de possuir CNPJ, o MEI

terá a cobrança unificada de tributos e o direito aos benefícios previdenciários (PORTAL DO

EMPREENDEDOR, 2017).

A lei que se refere ao MEI vem sofrendo algumas alterações para se adaptar ao

mercado atual, o que leva ao profissional contábil a estar sempre em busca de atualização.

Neste estudo é abordado o MEI como oportunidade para o profissional contábil. Para

isso, é realizado um estudo de caso na Associação das Micro e Pequenas Empresas e

Microempreendedores Individuais - AMPE da região de Tubarão.

Criada em 1996, a AMPE é uma associação que tem como objetivo auxiliar e

estimular o desenvolvimento social e econômico dos Microempreendedores. Com este estudo,

pretende-se contribuir para o aumento da atuação da associação no munícipio e,

consequentemente, conquistar a confiança de novos empreendedores, fortalecendo as

empresas associadas e aumentar a representatividade da organização.

Frente ao exposto, apresenta-se a seguinte pergunta de pesquisa: Como o profissional

contábil pode contribuir para auxiliar o Microempreendedor Individual?

Em resposta a pergunta de pesquisa, o presente trabalho tem por objetivo geral:

Apresentar as principais contribuições do profissional contábil no auxílio ao

Microempreendedor Individual.

Para atender ao objetivo geral, tem-se como objetivos específicos: (a) apresentar os

aspectos gerais da legislação que rege a figura do MEI; (b) Expor a importância do MEI para

a economia, sob a ótica do presidente da FAMPESC; (c) identificar o perfil do

Microempreendedor Individual no município de Tubarão; (d) apresentar os procedimentos

contábeis para a abertura e manutenção do MEI.

Embora a legislação brasileira atualmente vigente, não exija que o MEI tenha uma

contabilidade formal, vale ressaltar que muitos Microempreendedores estão se formalizando

sem possuir um mínimo de conhecimento para manter seu negócio, principalmente quando se

trata dos empreendedores que querem ter funcionários.

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Neste sentido, percebe-se que o profissional contábil, surge como um agente

facilitador para o MEI, pois irá auxiliá-lo de maneira mais efetiva. Além disso, de acordo com

Azevedo (2013), a regulamentação da figura do MEI trouxe como consequência a geração de

mais trabalho e renda, o que contribui para o crescimento da economia do país. Por este

motivo se faz necessário estudar o Microempreendedor Individual mais a fundo.

Vale ressaltar, que a pesquisa em questão é delimitada ao munícipio de Tubarão e à

população pesquisada, ou seja, aos Microempreendedores Individuais, no ano de 2017, sendo

que os resultados podem ser diferentes, na aplicação do mesmo estudo em outro ano ou outro

grupo pesquisado.

A pesquisa está organizada em: introdução, embasamento teórico, métodos e técnicas

da pesquisa, apresentação dos resultados, visão sistêmica, considerações finais e referências.

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Este capítulo apresenta o embasamento teórico que fundamenta esta pesquisa, sendo

abordado o contexto histórico da contabilidade e uma breve explanação da contabilidade

financeira, contabilidade de custos, e tributária, bem como, as formas de tributação existentes

no Brasil, proporcionando uma melhor compreensão sobre o regime de tributação do

Microempreendedor Individual, foco principal deste estudo.

2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

Desde o início da história da humanidade, a contabilidade já existia, e foi se

desenvolvendo no decorrer do tempo à medida em que o homem sentiu necessidade de buscar

novas fontes para aprimorar seus conhecimentos e controlar suas riquezas (SÁ, 2002).

Já para Coelho, Taveira e Botini (1999), o pensamento contábil começou a se

manifestar desde os tempos mais remotos da civilização, quando o homem começou a

controlar quantidades (de comida, de animais etc.), passou a fazer contas e evidenciar seu

patrimônio através de suas pinturas ou marcações em rochas ou ossos.

Segundo Sá (2002), como a escrituração contábil era ensinada nas escolas de

matemática, não há dúvida que a partida dobrada se apoia no principio da equação, mas,

logicamente, ela representa a explicação de origem e de efeito do fenômeno patrimônio.

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De acordo com Coelho, Taveira e Botini (1999), a partir da obra de Lucca Paccioli,

começou a surgir um interesse maior por assuntos ligados à contabilidade, ocasionando o

surgimento de novas teorias e pensamentos mais estruturados sobre o assunto.

Ainda de acordo com os estes autores, dentre as teorias desenvolvidas sobre o assunto,

a Teoria Patrimonialista de Italiano Vicenzo Mazi, é a que permanece até hoje, onde preceitua

que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio da empresa.

À medida que a civilização foi se desenvolvendo, a contabilidade foi se aprimorando

e, com as escolas de pensamento contábil e suas importantes pesquisas, a contabilidade

começou a ser reconhecida como ciência.

No Brasil, a contabilidade nasceu com o comércio que iniciou com a chegada da

colônia Portuguesa e logo com a abertura dos portos.

Segundo Lima (2006), em 1770 foi criada a primeira regulamentação da profissão

contábil no Brasil, onde exigia obrigatoriamente o registro de matrícula daqueles que

trabalhavam na área. O profissional recebia o nome de guarda-livros, termo este que foi

utilizado até a metade dos anos de 1970.

2.2 RAMOS DA CONTABILIDADE: FINANCEIRA, CUSTOS E TRIBUTÁRIA

Para que se possa obter uma melhor compreensão sobre o regime de tributação do

Microempreendedor Individual - MEI, nesta seção são abordados alguns ramos da

contabilidade, como a contabilidade financeira, contabilidade de custos e contabilidade

tributária.

2.2.1 Contabilidade Financeira

Com as constantes mudanças que atingem e preocupam o mundo empresarial, a

contabilidade, juntamente com suas demonstrações contábeis e financeiras surge como uma

ferramenta de gestão eficaz para seus diversos usuários (STICKNEY; WEIL, 2008).

De acordo com Ribeiro Filho, Lopes e Pederneiras (2009), a contabilidade financeira é

usualmente regulada em cada país ou região com intuito de apresentar informações mais

uniformes, ajudando os usuários externos a ter uma compreensão mais clara da entidade,

podendo comparar com alternativas de investimento.

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A elaboração e divulgação do relatório contábil-financeiro estão regulamentadas na

resolução n. 1374 de 2011, do Conselho Federal de Contabilidade (RESOLUÇÃO CFC Nº

1.374, DE 08 DE DEZEMBRO DE 2011).

O balanço patrimonial, a demonstração do resultado, a demonstração do fluxo de caixa

bem como as notas explicativas e o parecer dos auditores externos, são as principais

demonstrações financeiras mais utilizadas, cujo, são apresentadas no relatório anual das

entidades (STICKNEY; WEIL, 2008).

Neste sentido, percebe-se que a contabilidade financeira é aquela que trata da

elaboração e divulgação das informações contábeis da empresa para os usuários externos,

evidenciando o resultado e o desempenho da empresa, de acordo com a legislação vigente e

em observância com as Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC.

2.2.2 Contabilidade de Custos

Com o intuito de encontrar um equilíbrio no preço praticado e diminuir a

concorrência, a contabilidade de custos tem papel fundamental para as organizações, pois seus

sistemas e métodos possibilitam um melhor gerenciamento das empresas.

Martins (2010), afirma que a contabilidade de custos nasceu da contabilidade

financeira e, por derivarem inicialmente da necessidade de avaliar os estoques das indústrias,

nem sempre conseguem atender as duas mais recente importantes tarefas: controle e decisão.

Segundo Santos et al (2006) a contabilidade de custos se preocupa, principalmente,

com a economia interna da empresa, realizando as análises econômicas necessárias para a

informação da administração

Atualmente é imprescindível que os gestores tenham conhecimento dos custos de suas

empresas, para que possam definir se determinado produto é ou não rentável, e se é possível

reduzir ou minimizar ainda mais seus gastos.

2.2.2.1 Custos: Definição e classificação

Martins (2010) relata que custos são gastos referentes à utilização de bens ou serviços

aplicados para produção de outros bens e serviços.

Já Bruni (2006), afirma que, na verdade, os custos representam uma transição da

matéria em produto em elaboração e posteriormente a transição dos produtos em elaboração

em produtos acabados. Eles podem ser classificados em fixos, variáveis, diretos e indiretos.

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Quando se trata de custos fixos e variáveis, Wernke (2001) destaca que os custos fixos

são aqueles que tendem a se manter constantes, independentemente do volume de produção,

enquanto os custos variáveis ocorrem em função da quantidade produzida.

2.2.3 Contabilidade Tributária

Segundo Ribeiro e Pinto (2014, p. 1) “a contabilidade Tributária é o ramo da

Contabilidade que trata especificamente do estudo, do gerenciamento e da contabilização dos

tributos”.

A contabilidade tributária visa a aplicar os conceitos contábeis e adaptá-los conforme a

legislação tributária, de maneira adequada, simultânea e, principalmente, integrada (PÊGAS,

2006).

Neste mesmo sentido, Santos (2016) afirma que a contabilidade tributária se baseia na

legislação pertinente em cada país e no manual de contabilidade tributária, fornecendo

informações relacionadas às obrigações fiscais de uma determinada empresa.

2.2.3.1 Tributos: conceito e finalidade

O conceito de tributo encontra-se no art.3º do Código Tributário Nacional: “Tributo é

toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que

não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade

administrativa plenamente vinculada” (BRASIL, 1966).

Neste mesmo sentido, para Rezende, Pereira e Alencar (2010) a cobrança dos tributos

pelo Estado é realizada para tratar o que é de interesse comum, sendo uma maneira de manter

a estrutura de coordenação social.

Ainda de acordo com o autor, os tributos também podem ser classificados conforme

sua incidência, sendo divididos em tributos sobre a renda, sobre o patrimônio e sobre o

consumo.

Alguns tributos incidem sobre as empresas e as receitas por elas obtidas,

independentemente do setor de atividade, como por exemplo, o PIS, PASEP, COFINS. Em

outros casos, incidem sobre as receitas de determinadas atividades, com o é o caso do ICMS,

IPI e ISS. Também pode ocorrer de um só evento gerar a obrigação de pagar vários tributos

simultaneamente (REZENDE; PEREIRA; ALENCAR, 2010).

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De acordo com Rezende, Pereira, Alencar (2010), ao remunerar o trabalho dos

empregados, as empresas devem recolher os tributos que incidem sobre esta remuneração,

quando não possuem empregados, incide apenas as contribuições previdenciárias.

Rezende, Pereira, Alencar (2010), citam que nas empresas também há incidência de

tributos sobre os lucros obtidos, sendo eles: o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer

Natureza (IR), e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Cada tributo tem sua legislação especifica, ou seja, o valor da base de cálculo de cada

um pode ser diferente.

2.2.3.2 Formas de Tributação

Independente da atividade exercida, as empresas devem fazer seu balanço financeiro e

lidar com os impostos. Na legislação brasileira existem três modalidades de tributação: Lucro

Presumido, Lucro Real e Simples Nacional, estas modalidades deverão ser aplicadas

conforme o faturamento da empresa (REZENDE; PEREIRA; ALENCAR; 2010).

Segundo Rezende, Pereira, Alencar (2010), o lucro real é o lucro liquido apurado com

seus respectivos ajustes (adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela

legislação do IR).

Embora qualquer empresa possa optar pela tributação pelo lucro real, o Regulamento

do Imposto de Renda - RIR (1999) estabelece a obrigatoriedade para algumas, devido ao seu

faturamento anual e às atividades desenvolvidas. Os impostos Federais incidentes nas

empresas optantes pelo Lucro Real são o PIS, a COFINS, o IRPJ e a CSLL, sendo os dois

primeiros apurados mensalmente sobre o faturamento e os dois últimos anualmente ou

trimestralmente.

O lucro presumido se trata de um lucro estimado, onde é aplicado um percentual sobre

a receita bruta obtida, este percentual é estabelecido em legislação, variando conforme o porte

e atividade da empresa (REZENDE; PEREIRA; ALENCAR, 2010).

O limite da receita bruta anual, para as empresas do lucro presumido está estabelecido

na Lei n. 9718/1998, com redação dada pela Lei n. 110.637/2002, art. 46, sendo que, as

empresas obrigadas a realizar apuração pelo Lucro Real, não podem optar pelo lucro

presumido (RIBEIRO; PINTO, 2014).

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (2006) instituiu o Simples Nacional.

Segundo Ribeiro e Pinto (2014), o Simples Nacional é uma forma diferenciada de tributação

aplicada as Microempresas - ME e Empresa de Pequeno Porte – EPP, sendo um sistema

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simplificado e unificado de recolhimentos de tributos, mediante a aplicação de um percentual

sobre a receita bruta.

Os impostos são recolhidos mensalmente, de uma única vez e as alíquotas aplicáveis

constam nos anexos da Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro 2006.

Só poderão optar pelo Simples Nacional as empresas que na condição de

Microempresa obtiverem receita bruta anual de até R$360.000,00 mil reais no ano anterior e,

na condição de Empresa de Pequeno Porte, as empresas que atingirem a receita bruta anual de

até o limite máximo de R$ 3.600.000,00 milhões de reais (BRASIL, 2011).

Os Microempreendedores Individuais – MEIs, foco desta pesquisa, estão enquadrados

no regime do Simples Nacional.

2.3 ASPECTOS GERAIS DO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

O MEI - Microempreendedor Individual foi criado em julho de 2009 pela Lei

Complementar nº 128, de 2008.

De acordo com o Portal do Empreendedor (2017), o MEI é o microempresário

individual que não possui participação em outras empresas, cujo faturamento anual é de até

R$ 60.000,00. Sendo que para 2018, está previsto o aumento do faturamento para R$

81.000,00. O MEI pode ter até um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o

piso da categoria.

O processo de formalização do Microempreendedor Individual é realizado na internet,

no Portal do Empreendedor ou através dos escritórios de contabilidade optantes pelo Simples

Nacional (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2017).

Por se tratar de uma escrituração contábil simplificada, a legislação não obriga o MEI

a possuir uma contabilidade, porém, o contador pode atuar como um consultor de negócios,

auxiliando o Microempreendedor para o sucesso da empresa, pois quando o MEI precisar

registrar um funcionário, participar de uma licitação ou mudar de porte por excesso de

faturamento, o contador irá assessorar o empresário de maneira mais eficaz (SCHVENGER,

2014).

2.3.1 MEI: direitos e deveres

De acordo com o Sebrae (2017), o MEI tem direito aos benefícios previdenciários,

como aposentadoria, auxílio-maternidade, auxílio-doença. Vale ressaltar que a aposentadoria

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será por tempo de contribuição, ou seja, o MEI não terá o direito à aposentadoria por idade.

Ele terá como despesas apenas o pagamento mensal correspondente ao ramo de atividade

desenvolvida. O pagamento deverá ser realizado através da DAS - Documento de

Arrecadação do Simples Nacional (DAS), que pode ser emitido no portal do empreendedor,

sendo que o cálculo corresponde a 5% do salário mínimo, a título da Contribuição para a

Seguridade Social, mais R$ 1 de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

e/ou R$ 5 de Imposto sobre Serviços (ISS).

Ainda de acordo com Sebrae (2017), o MEI deve apresentar a declaração anual (DASN-

SIMEI) de seu faturamento bruto e, caso não o faça, sofrerá uma penalidade que incidirá

sobre o montante dos tributos decorrentes das informações prestadas na DASN-SIMEI, ainda

que integralmente pago, limitada a 20% desse faturamento.

Para garantir os direitos de seu empregado e proteger-se de possíveis reclamações

trabalhistas, caso o MEI possua empregado, deve preencher a Guia do FGTS e GFIP no

sistema da caixa econômica federal, calculado à base de 8% sobre o salário do empregado e

3% desse salário para a Previdência Social, devendo ser entregue até o dia 7 de cada mês

(PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2017).

2.3.2 MEI: Atividades enquadradas e receita anual superior ao limite

Dentre os ramos da Indústria, do Comércio, de Serviços e Agronegócio, diversas são

as atividades permitidas ao MEI. A relação completa das atividades que podem ser

desenvolvidas encontra-se no anexo XIII da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de

2011.

Segundo o Portal do Empreendedor (2017), se o MEI obtiver um faturamento anual

maior que R$ 60.000,00, mas não ultrapassar R$ 72.000,00, passará a ser considerado uma

Microempresa, ou seja, o pagamento dos impostos passará a ser de um percentual do

faturamento por mês, que varia de 4% a 17,42%, dependendo do tipo de negócio e do

montante do faturamento. O valor do excesso será acrescentado ao faturamento de janeiro e os

tributos serão pagos juntamente na DAS.

Ainda de acordo com o Portal do Empreendedor (2017), se o faturamento ultrapassar

R$ 72.000,00, o enquadramento no Simples Nacional é retroativo, sendo que os tributos

deverão ser recolhidos sobre o faturamento do ano em que ocorreu o excesso, com acréscimos

de juros e multa.

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2.3.3 Cancelamento da inscrição como MEI

O cancelamento do MEI pode dar-se por opção voluntária do próprio empreendedor

ou pelo não cumprimento das obrigações atribuídas a ele (BRASIL, 2008).

Segundo o Portal do Empreendedor (2017), para cancelar a inscrição, basta acessar o

próprio portal do empreendedor solicitando a baixa do registro e logo após preencher a

declaração de extinção. Porém, vale ressaltar que a baixa também deverá ser realizada na

Prefeitura do munícipio.

No munícipio de Tubarão, após a baixa no portal do empreendedor, o certificado de

baixa do MEI deve ser levado diretamente na prefeitura, no setor de tributos e vigilância

sanitária e logo após preencher o requerimento de baixa fornecido pela própria prefeitura do

munícipio.

Segundo a Lei Complementar nº 128 de 2008, a baixa irá ocorrer independentemente

da regularidade de suas obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, sem prejuízo de

suas responsabilidades por tais obrigações. Se a baixa for dada sem a quitação dos débitos ou

da prática comprovada e apurada em processo administrativo ou judicial de outras

irregularidades praticadas, poderá ser cobrado o titular posteriormente à baixa.

Nos casos dos empreendedores omissos, a Lei Complementar nº 128 (2008) menciona

que as inscrições serão canceladas, ou seja, terão as inscrições canceladas aqueles que não

entregaram a declaração anual e estiverem inadimplentes em todas as contribuições mensais

nos dois últimos anos (BRASIL, 2008).

Uma vez cancelado, o CNPJ não poderá ser reativado e para voltar a ser MEI, e o

empreendedor precisa passar por todo o processo de formalização novamente (PORTAL DO

EMPREENDEDOR, 2017).

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA

Esta seção trata do enquadramento e do procedimento metodológico da pesquisa, ou

seja, apresenta os métodos e técnicas utilizados para alcançar o objetivo proposto.

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Quanto à natureza do objetivo, essa pesquisa se enquadra como exploratória e

descritiva. Conforme Beuren et al (2008), a pesquisa exploratória é utilizada para se obter um

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conhecimento mais profundo sobre o assunto, já a pesquisa descritiva é utilizada para

descrever determinadas características utilizando-se de técnicas padronizadas de coletas de

dados.

No que se refere à natureza da pesquisa trata-se de um estudo teórico e prático. Os

aspectos teóricos ficam a cargo da busca de conceitos e teorias em livros, artigos, legislações

específicas, e demais publicações que tratam do tema, pois de acordo com Barros e Lehfeld

(2000), as pesquisas teóricas proporcionam conhecimentos aprofundados de um determinando

tema. Já o aspecto prático, diz respeito de conhecer o tema e aplicar os resultados (BARROS

E LEHFELD, 2000). Neste sentido, o estudo investiga um único objeto em profundidade, na

Associação das Microempresas e dos Microempreendedores Individuais – AMPE, sendo este,

o Microempreendedor Individual.

A lógica da pesquisa se dá de forma dedutiva, pois parte de teorias gerais para um

estudo específico de Contabilidade Tributária. Neste sentido, Almeida et al (2005), afirma que

o método dedutivo parte da compreensão da regra geral para então compreender os casos

específicos.

As informações necessárias para o desenvolvimento deste estudo foram obtidas pela

coleta de dados primários e secundários, sendo que os dados primários foram coletados

através de uma entrevista semiestruturada e aplicação de questionário à população pesquisada,

e os secundários foram coletados através de pesquisa bibliográfica.

Conforme Mattar (1996), os dados primários são aqueles que não foram coletados

ainda e são coletados para atender as necessidades específicas da pesquisa, já os secundários

são dados já coletados, utilizados para atender a pesquisa em andamento.

Em relação à abordagem da pesquisa, o estudo se classifica como qualitativo, pois não

se utiliza de cálculos estatísticos complexos para que o resultado seja alcançado.

Quanto ao resultado da pesquisa, pode-se afirmar que se trata de um estudo aplicado,

pois gera conhecimento em resposta a solução da pergunta de pesquisa. Neste mesmo sentido,

Barros e Lehfeld (2000) mencionam, que na pesquisa aplicada, o pesquisador busca

orientação para aplicação prática à solução de problemas específicos.

Os procedimentos técnicos perpassam por uma pesquisa bibliográfica, por um estudo

de caso e por um levantamento.

Bibliográfica com objetivo de enaltecer o conhecimento sobre o tema e despertar a

visão sistêmica na ciência contábil. Conforme Gil (2006), além de permitir que o investigador

tenha acesso a uma gama de fenômenos muito mais ampla, não há outra maneira de conhecer

o passado se não com base em dados bibliográficos.

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Estudo de caso, pois envolve um profundo estudo, na Associação de

Microempreendedores Individuais, fazendo com que o se tenha um maior conhecimento sobre

a figura do MEI. Neste sentido, Bell (2008) afirma que, o estudo de caso possibilita um

estudo aprofundado de um determinado aspecto de um problema.

Levantamento, pois envolve a interrogação de um determinado grupo de pessoas, com

o intuito de descrever suas características, para que se consiga atingir o objetivo proposto.

Segundo Gil (2006), o levantamento tem com objetivo obter informações de um grupo

significativo de pessoas acerca do problema estudado e, a partir dessa amostra conseguir obter

as conclusões correspondentes aos dados coletados.

Os instrumentos utilizados nesta pesquisa para coleta de dados foram: observação,

entrevista e questionário. Na observação, se aplica a atenção aos fatos que se pretende

pesquisar, com intuito de obter dados sobre os fenômenos observados (BEUREN, 2008). Para

Ruiz (2008), a entrevista consiste no dialogo com objetivo de colher dados relevantes para a

pesquisa em andamento. Já o questionário, segundo Beuren et al (2008), é constituído por

uma série ordenada de perguntas que devem respondidas sem a presença do pesquisador .

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a pesquisa em questão, foi realizado um estudo de caso na Associação das Micro

e Pequenas Empresas e dos Empreendedores Individuais – AMPE, onde despertou interesse

em aprofundar o conhecimento sobre o Microempreendedor Individual – MEI. Inicialmente

os dados foram coletados através da leitura e pesquisa da legislação que rege a figura do MEI.

Logo após, foi realizada uma entrevista com o Sr. Alcides Andrade, presidente da Federação

das Associações de Micro e Pequenas empresas e Empreendedor Individual de Santa Catarina

- FAMPESC, sobre a importância do MEI para a economia, sendo que as respostas da

entrevista foram transcritas na íntegra.

Para verificar o perfil do empreendedor regularizado como MEI no município de

Tubarão, foram retirados dados estatísticos do site do próprio município, no portal do

empreendedor e no site da CNC. Também foi aplicado um questionário com os

empreendedores já formalizados.

Foram enviados 70 questionários, por meio de redes sociais, e-mails ou entregue em

mãos de forma impressa, de forma a coletar os dados necessários para a realização do estudo.

Obteve-se retorno de 23 questionários, dos quais foram levantadas informações e exibidas por

meio de gráficos pizzas e barras.

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Por fim, são apresentados os procedimentos contábeis utilizados no processo de

formalização e manutenção do MEI.

Cabe destacar que os resultados do estudo, estão limitados à empresa em questão, ao

munícipio de Tubarão e a população pesquisada, no ano de 2017, sendo que os resultados

podem ser diferentes, se não ao grupo pesquisado.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Essa seção apresenta às informações necessárias para alcançar o objetivo geral

proposto.

A seção está dividida em três subcapítulos: (a) caracterização do objeto de estudo; (b)

análise dos resultados e (c) visão sistêmica aplicada ao caso.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO1

Criada em 1996, tendo como presidente o Sr. Antônio José Brasil, a Associação das

Micro e Pequenas Empresas e dos Empreendedores Individuais – AMPE de Tubarão é uma

entidade sem fins lucrativos, localizada no município de Tubarão SC, que tem por finalidade

congregar as Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais sediados no

município e redondezas.

A entidade é regida por um Estatuto, e seus trabalhos anuais são conduzidos por uma

diretoria eleita em Assembleia Geral. É Filiada ao Sistema COMICRO E FAMPESC,

Confederação e Federação das Micro e Pequenas Empresas e desde sua fundação mantém

parcerias com o SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

Em maio de 2002, um grupo de empresários do ramo de material de construções foi

acolhido pela AMPE em parceria com o SEBRAE/SC, e juntos idealizaram e planejaram o

primeiro núcleo setorial da entidade, surgindo assim a grande força do associativismo no

município.

Em 14 de abril de 2003, sob a presidência do Sr. Rudinei Nunes, a AMPE obteve uma

grande conquista junto ao município, sendo declarada como Utilidade Pública pela Lei

Municipal Nº 2.714, pelo prefeito Carlos Jose Stupp.

1 As informações deste capítulo foram retiradas do site da entidade e de seu estatuto, em conjunto com uma

entrevista informal com o atual presidente e com o presidente da gestão anterior.

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Dentre as várias gestões da entidade, vale destacar a gestão da jovem Alessandra

Pacheco, em 2005-2006, que fortaleceu a entidade junto a FAMPESC e buscou novas

parcerias oferecendo aos associados treinamentos de capacitação, palestras e convênios. A

mesma jovem, atuando como consultora e secretária da entidade em 2002 e 2003, reuniu

algumas empresas do ramo de material de construções e manutenção veicular, e desta união

fez com que surgisse os núcleos setoriais de mecânica leve e a rede construforça, que são

parceiros da entidade até hoje, juntamente com o núcleo setorial de mecânica pesada

idealizado em 2009 pela Sra. Rosinélia Bittencourt de Souza.

As últimas gestões dos presidentes Luiz Henrique Dalmolin em 2011/2013 e Valdecir

José Gonçalves em 2014/2016 foram de grande representatividade e divulgação para entidade.

Foram apresentados vários projetos e parcerias com o intuito de aumentar o número de

associados e fidelizar ainda mais o associativismo na região.

Atualmente a entidade, possui nove membros na diretoria, tendo como presidente o Sr.

Luiz Henrique Dalmolin.

Sua contabilidade é realizada por uma empresa terceirizada e por se tratar de uma

associação sem fins lucrativos, tem isenção de alguns tributos, ou seja, a contabilidade é

realizada basicamente com base na movimentação bancária da associação.

De acordo com o atual Presidente, diante da crise econômica que atinge o país e mais

precisamente do desastre natural ocorrido em outubro de 2016 no munícipio, a entidade

perdeu alguns de seus associados. Hoje, conta com 90 associados, sendo que, os membros não

souberam repassar quantos destes são Microempreendedores Individuais.

Visto que a AMPE, objeto deste estudo, tem como objetivo auxiliar e estimular o

desenvolvimento social e econômico dos Microempreendedores sente-se a necessidade de

estudar e entender um pouco mais sobre os MEIs e atrelado a isto, conseguir verificar como o

profissional contábil pode auxiliar estes microempreendedores.

Com a aplicação deste estudo, a associação tem como expectativas futuras aumentar

sua representatividade e atuação no município conquistando a confiança de novos

empreendedores e fortalecer ainda mais o vinculo com as empresas já associadas.

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesta seção é apresentado os resultados dos dados coletados para atingir os objetivos

propostos na pesquisa.

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4.2.1 MEI: seus aspectos e sua legislação

O primeiro objetivo específico desta pesquisa é apresentar os aspectos gerais da

legislação que rege a figura do MEI. Como este objetivo, já foi atingido no referencial teórico,

neste capítulo é apresentado uma síntese da figura do MEI e sua legislação.

O MEI é regido pela Lei Complementar nº 128, de 2008, sendo o microempresário

individual que possui faturamento anual de até 60.000 reais, podendo ter até um empregado

contratado (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2017).

De acordo com o Sebrae (2017), o MEI tem direito aos benefícios previdenciários e

terá como despesas apenas o pagamento mensal correspondente ao ramo de atividade

desenvolvida e deverá apresentar a declaração anual (DASN-SIMEI) de seu faturamento

bruto.

Caso o MEI possua empregado, deverá realizar o recolhimento do FGTS e GFIP,

calculado à base de 8% sobre o salário do empregado e 3% desse salário para a Previdência

Social, devendo ser entregue até o dia 7 de cada mês. (PORTAL DO EMPREENDEDOR,

2017).

O MEI que obtiver um faturamento anual maior que R$ 60.000,00, mas não

ultrapassar R$ 72.000,00, passará a ser considerada uma Microempresa, porém se o

faturamento ultrapassar R$ 72.000,00, o enquadramento no Simples Nacional é retroativo,

sendo que os tributos deverão ser recolhidos sobre o faturamento do ano em que ocorreu o

excesso, com acréscimos de juros e multa (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2017).

O cancelamento do MEI pode dar-se por opção voluntária do próprio empreendedor

ou pelo não cumprimento das obrigações atribuídas a ele (BRASIL, 2008).

4.2.2 O Microempreendedor Individual na economia brasileira

Esta seção apresenta o resultado obtido com a aplicação da entrevista semiestruturada

realizada com o Sr. Alcides Andrade, presidente da Federação das Associações de Micro e

Pequenas empresas e Empreendedor Individual de Santa Catarina - FAMPESC, sobre a

importância do MEI para a economia.

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4.2.2.1 Relação FAMPESC e MEI

Segundo o Sr. Alcides Andrade, a FAMPESC surgiu em 1985, no período da

redemocratização do país. Inúmeras categorias, segmentos que não tinham voz, não tinham

direitos estabelecidos se manifestavam pelo Brasil a fora, e o movimento da micro pequena

empresa partiu de Santa de Catarina, com o pessoal de Blumenau, de outros municípios com

movimentos reivindicativos de direitos, fundaram-se AMPES em Blumenau, Joinville,

Jaraguá do Sul, e a união dessas AMPES fundou então, a Federação da Associação de Micro

e Pequenas Empresas de Santa Catarina, com essa questão reivindicatória de direitos.

Em 1988, logo depois desse período de redemocratização com uma constituinte eleita

para fazer a nova Constituição Federal de 88, que está vigente até hoje, o movimento se

expandiu pelo Brasil. Conseguindo na época, inserir na Constituição Federal, dois artigos: o

artigo 170 e o 179 que previu e prevê até hoje, um tratamento favorecido e diferenciado para

as micro e pequenas empresas.

Já o Microempreendedor Individual é uma figura mais recente, de 2009, e desde

quando eles surgiram, a FAMPESC e as AMPEs vem trabalhando pela defesa dos seus

direitos, com o intuito de facilitar a formalização desses empreendedores. A FAMPESC,

defende todas as empresas que faturam até R$ 3.600 milhões por ano, os MEIs que faturam

até R$ 60 mil, as MEs que faturam até R$ 360 mil e as EPPs até R$ 3.600 milhões por ano.

4.2.2.2 Aumento do número de MEIs em Santa Catarina

Segundo o Sr. Alcides Andrade, o aumento do número dos Microempreendedores

Individuais no estado de Santa Catarina, se dá em virtude de dois fatores principalmente: o

primeiro desde 2009 e que se dá ainda hoje em alguns setores, em virtude de facilitar a

formalização dos empreendedores que até então trabalhavam na informalidade.

Os MEIS em geral são trabalhadores que trabalham por conta própria e que não

tinham uma condição de pagar um contador, para ter uma microempresa. Então essa política

que criou uma série de facilidades, para abrir uma empresa, criar um CNPJ, adquirir alvará,

crédito, fez com que muitos trabalhadores que atuavam na informalidade, muitos

empreendedores que trabalhavam por conta própria passassem a se formalizar, ter um CNPJ,

poder vender para outras empresas, vender para Governo e ter acesso a outras políticas. Então

esse é um primeiro fator, a questão da formalização mais fácil.

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A segunda nesse momento, também diz respeito à crise econômica, muitas pessoas

perdem o emprego, ficam desempregadas e buscam uma atividade empreendedora, uma

empresa por conta própria. Quando perdem o emprego, se formalizam como MEI, e por uma

pequena parcela mensal de R$50,00 – R$ 55,00 depende de qual atividade, ela está segurada,

está pagando a previdência, tem direito a aposentaria, tem INSS, licença maternidade.

Então são estes dois fatores principais. Mais recentemente pela crise, os

desempregados passaram a empreender por conta própria e aumentou o número de MEIS, e

desde 2009 a facilitação pela formalização, levou muitos informais que já atuavam

empreendendo a se formalizar.

4.2.2.3 Importância do MEI para a economia

Para o Sr. Alcides Andrade, a importância dos Microempreendedores Individuais para

a economia é bem grande, a primeira delas é a questão da formalidade, como já mencionado

anteriormente, o empreendedor que atuava de maneira informal, sem CNPJ, sem INSS, sem

nada, ficavam às margens, os governos não sabiam quem eram, não tinham proteção da

previdência, não tinham proteção de licença saúde, então o maior benefício foi para os

empreendedores, que puderam de formalizar e se beneficiar dessas politicas sociais do

governo.

E a importância do Microempreendedor na economia como um todo, a partir do

momento que eles se formalizaram, os Estados, os Governos passaram a saber quem eles são,

quais as atividades que eles exerciam, quais as cidades, e aí pode então praticar novas

politicas de incentivo para esse empreendedor que está na base da pirâmide, que era informal

e passou a ser formalizado, é o empreendedor que fatura menos na cadeia produtiva.

Em Santa Catarina, por exemplo, o Governo estadual lançou em 2011 o programa Juro

Zero, que é um programa de crédito para Microempreendedores individuais, onde o MEI pode

pegar um empréstimo de até R$ 3000 mil reais, que o pagamento é dividido em 8 parcelas e

se o empreendedor pagar todas as 7 parcelas em dia, a 8ª parcela que representa os juros da

operação, o Governo do Estado paga.

Então a formalização para economia, trouxe esses benefícios, de esses

empreendedores estando formalizados os Governos passou a conhecê-los, saber quem eram e

então poder ofertar novas politicas de desenvolvimento.

Em Santa Catarina, os 295 municípios já tem operação de Juro Zero, foram mais de

R$ 160 milhões de reais, emprestados nesses municípios, e o giro da economia é muito

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grande, essa atuação na ponta, desses empreendedores individuais ofertando serviços,

pegando esses créditos e gerando novos negócios, dá uma dinamização muito grande na

economia, fazendo o dinheiro circular e alimentando novos empregos e novos negócios.

4.2.2.4 Economia: Dificuldades e desafios para os MEIs

Ao ser questionado, sobre as dificuldades e desafios para os MEIs, o Sr. Alcides

Andrade mencionou que sem duvida alguma, a crise hoje, é o maior problema desses

empreendedores individuais. A renda média da população baixou, o desemprego aumentou e

consequentemente o mercado diminuiu, com menos mercado, com menos gente consumindo,

naturalmente, todos o empreendedores de maneira geral, sofrem e também os

empreendedores individuais. Segundo o Sr. Alcides Andrade, esse, sem duvida alguma é o

maior problema que se enfrenta hoje, porém também citou alguns outros problemas mais

específicos. De acordo com ele, muitos municípios não estão preparados para ofertar alvarás

para estes empreendedores trabalhar: “Se por um lado a formalidade de você buscar um CNPJ

é muito simples, somente via portal do empreendedor você já tira, por outro lado a

formalização no município ainda é difícil”. Para ele, alguns municípios ainda não entenderam

o espírito dessa lei, que é permitir que este empreendedor trabalhe por conta própria , estando

dentro da lei, e por isso esta flexibilização.

“Para alguns municípios isso ainda é bastante complicado, o empreendedor tem o

CNPJ, mas não tem o alvará, não tendo o alvará, ele continua informal perante o município”.

4.2.2.5 O MEI e o profissional contábil

Na opinião do Sr. Alcides Andrade, hoje os contadores, contabilistas, empresários

contábeis, são os maiores amigos das micro e das pequenas empresas e consequentemente dos

empreendedores individuais. Porém, de acordo com ele, existe uma questão que muitos

contadores ainda não perceberam que, é o fato de o MEI não ter condições financeiras de

pagar pelos serviços contábeis como outras empresas.

Para o Sr. Alcides Andrade, o maior serviço que o contador pode prestar para o MEI, é

estar próximo a ele, orientando mesmo que gratuitamente, porque todo MEI, todo

Empreendedor Individual que faz seu negócio dar certo, um dia, sem dúvida alguma, irá virar

uma microempresa, e esta microempresa sim, irá precisar de um contador. Então, o maior

benefício que o contador pode oferecer ao MEI é estar ao lado dele, orientando para que ele

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possa se desenvolver e aí sim, através de uma microempresa, poder contratar um serviço

contábil de qualidade.

4.2.2.6 Vantagens e desvantagens em ser um MEI

Quando questionado sobre as vantagens e desvantagens em ser um

Microempreendedor Individual, o Sr. Alcides Andrade, mencionou novamente a questão da

formalização como a principal vantagem de ser um MEI. O fato de possuir um CNPJ, de estar

formal, atendendo a lei, podendo, por exemplo, participar de licitações, vender para o

governo, para as prefeituras, vender para outras empresas que precisam de uma nota fiscal

para colocar na sua contabilidade, é segundo ele, sem duvida alguma um grande beneficio.

Outro beneficio citado pelo Sr. Alcides Andrade, é para o próprio empreendedor, que

por uma parcela pequena mensal, ele vai estar protegido com os benefícios da previdência e

assistência social.

Também foi citado, pelo Sr. Alcides Andrade, o fato de o empreendedor poder ter uma

conta bancária, um histórico bancário em seu CNPJ. Segundo ele, este histórico pode ser

muito útil no futuro para acessar outras linhas de créditos, outros financiamentos e, isso hoje

no Brasil é importante. Então com uma conta em nome da empresa, o histórico da empresa

com o passar dos anos vai ser uma referencia para facilitar a tomada crédito no futuro .

Quanto às desvantagens, o Sr. Alcides Andrade, mencionou não acreditar que tenham

desvantagens em ser um Microempreendedor Individual. Para ele, existem algumas limitações

que a lei impõe, como ter apenas um único funcionário e o limite da contribuição

previdenciária, por exemplo. Sendo MEI poderá contribuir com no máximo 1 salário mínimo,

então se ele for MEI a vida toda, o maior salário de aposentadoria que ele vai ter, é de um

salário mínimo. Porém ainda sim, o Sr. Alcides Andrade, não vê essas limitações como

desvantagens, pois segundo ele, o MEI pode partir para se tornar uma ME, assim que o quiser.

4.2.2.7 Perspectivas em relação ao MEI

Finalizando a entrevista com o Sr. Alcides Andrade, presidente da FAMPESC, o

mesmo foi questionado sobre as perspectivas que tramitam nos órgãos públicos (ministérios,

senado etc.) em relação ao Microempreendedor Individual.

Para ele, ao passar dos tempos surge um novo olhar da administração publica em

relação aos MEIS, é uma lei muito nova, e da mesma forma que foi mencionado que muitos

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municípios ainda não entendem o espirito dessa lei, outros agentes públicos e políticos

passam a entender e novos benefícios vão sendo lançados.

Por exemplo, em Florianópolis a prefeitura lançou o programa Juro Zero Floripa, que

é um complemento para o empréstimo que atualmente já é fornecido pelo Governo do Estado.

Hoje, o Governo do Estado tem um limitador de no máximo duas operações para cada MEI,

então se o MEI já pegou duas vezes o juro zero do Governo do Estado, não pode tomar mais.

Neste caso, esses MEIs que não puderem pegar mais do Governo do Estado, vão poder pegar

mais duas vezes com o município.

Para o Sr. Alcides Andrade, também houve um importante avanço no congresso

nacional, onde foi aprovado o aumento do teto do MEI de 60 mil para 81 mil. Que irá permitir

que o MEI consiga se desenvolver mais sem precisar se transformar em Microempresa, ou

seja, a partir de janeiro de 2018, todos que tiverem um faturamento anual de até 81 mil

poderão optar por se enquadrar como Microempreendedor Individual. Esse aumento do teto

ajuda aqueles empreendedores que estão tendo um faturamento um pouco maior a se manter

como MEI, se assim o ainda quiserem, não precisando se tornar uma ME, e consequentemente

ter mais burocracia e outras despesas inerentes das ME e EPPs, que atualmente os MEIs são

isentos.

4.2.3 Microempreendedores Individuais no munícipio de Tubarão

Para verificar o perfil do empreendedor regularizado como MEI no município de

Tubarão, foram retirados dados estatísticos dos sites do município, do portal do empreendedor

e da CNC. Também foram aplicados questionários com os trabalhadores já formalizados.

Dos 70 questionários enviados, obteve-se retorno de apenas 23, sendo que estes foram

utilizados para o levantamento de dados.

De acordo com o site da Prefeitura Municipal de Tubarão (2016), o município foi

criado em 27 de maio de 1870, está localizado na região sul de Santa Catarina e é sede da

Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel), formada por 17 municípios.

Possui uma área territorial de 301,755 km² e sua população total é estimada em 102.087

habitantes.

Conforme dados retirados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços

de Turismo – CNC em sua última atualização em março de 2017, o município de Tubarão

possui 12.114 empresas ativas, sendo que 11.286 são MPEs ativas, das quais 3.537 são

representadas pelo MEI, ou seja, 31% conforme pode ser observado nas figuras 1 e 2.

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Figura 1:MPEs ativas em Tubarão/SC

Fonte: CNC (2017)

Figura 2: Regime de Tributação da MPEs

Fonte: CNC (2017)

Conforme a última atualização do Portal do Empreendedor, em julho de 2017, dos

MEIs cadastrados no município de Tubarão, 53% são representados por homens e 47%,

como pode ser observado no gráfico 1.

Gráfico 2: MEIs por sexo

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

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Segundo o Portal do Empreendedor, nos últimos 5 anos teve um grande aumento no

número de MEIS cadastrados no município. Conforme pode ser observado no gráfico 3.

Gráfico 3: MEIs cadastrados – Tubarão/SC

Fonte: Elaborado pela autora

Dos 23 questionários respondidos, observa-se que 74% dos trabalhadores que se

formalizaram como MEIs, encontram-se na faixa etária entre 21 (vinte e um) a 40 (quarenta)

anos, o que demonstra uma atuação jovem no mercado (gráfico 4).

Gráfico 4 - Faixa etária dos Empreendedores Individuais formalizados

Fonte: Dados do questionário aplicado

Com relação ao nível de escolaridade, observa-se no gráfico 5, que 52% (cinquenta e

dois por cento) dos trabalhadores pesquisados possuem alguma especialização em nível

superior ou técnico.

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Gráfico 5 - Grau de escolaridade dos Empreendedores Individuais formalizados

Fonte: Dados do questionário aplicado

Chama a atenção, o percentual significativo de pessoas que se especializaram, mas,

ainda observa-se um grau considerável de pessoas (48%) que ainda não possuem nenhum tipo

de especialização, tendo apenas o ensino médio (35 %) ou fundamental (13%).

Referente aos dados coletados em relação a ramo da atividade verifica-se que dos 23

empreendedores pesquisados, 68% (sessenta e oito por cento) atuam na atividade de serviço,

27% (vinte e sete por cento) no comércio e 5% na atividade de indústria. Conforme se verifica

no gráfico 8.

Gráfico 8 - Ramo de Atividade

Fonte: Dados do questionário aplicado

O gráfico 9, demonstra as atividades exercidas por este empreendedores e seu

percentual de representação.

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Gráfico 9 - Atividades formalizadas pelos Empreendedores Individuais

Fonte: Dados do questionário aplicado

Após a identificação do perfil do Microempreendedor Individual no município, sente-

se a necessidade de verificar se estes MEIs estão sendo assessorados pelos escritórios

contábeis do munícipio. Para isso é necessário um levantamento dos escritórios e

posteriormente um contato com eles, porém devido há alguns fatores, como a não

disponibilização do número de escritórios contábeis no munícipio, por parte das entidades

responsáveis sejam eles, delegacia regional, sindicatos e conselhos, tem-se uma grande

dificuldade em obter estas informações, o que leva a busca para sites na internet.

Segundo informações do site Empresas do Brasil, o município de Tubarão possui

aproximadamente 66 escritórios contábeis. Com estes dados em mãos, foram realizadas

ligações para os escritórios, com o intuito de verificar quais destes, tem o MEI como clientes,

porém, mais uma vez, tem-se dificuldade em obter respostas. As contabilidades informam não

ter um controle de MEIs que são atendidos, alegando fazer apenas a abertura da empresa e

emitir as guias uma vez ao ano. Sendo assim, não se obtém um resultado concreto a respeito.

Segundo a Agência Sebrae de Notícias - ASN (2017), em janeiro deste ano, cerca de

49,2% dos MEIs ativos em Santa Catarina estavam inadimplentes ou inativos. Isso nos leva a

refletir, sobre a importância do profissional contábil para o MEI, possivelmente se as

contabilidades tivessem um maior controle e estes mesmos empreendedores tivessem uma

assessoria contábil mais eficiente, conseguiriam gerir seus empreendimentos e mantê-los

ativos por muito mais tempo.

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4.2.3 MEI - Procedimentos Contábeis

Nesta seção são apresentados os procedimentos contábeis para formalização e

manutenção dos MEIs.

Para isso, é apresentado um exemplo fictício de um Empreendedor Individual que tem

uma empresa de Serviços de Manutenção e Reparação Mecânica de Veículos Automotores,

cujo CNAE da atividade é o número 4520-0/01. Atividade esta, devidamente regularizada e

prevista no anexo XIII da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011. O mesmo

possui um empregado registrado, recebendo o piso salarial Estadual da categoria, de acordo

com a Convenção Coletiva da Classe.

4.2.3.1 Inscrição e formalização do MEI

Antes de realizar o registro, é importante verificar junto à Prefeitura Municipal a

viabilidade do local escolhido para exercer a atividade.

A formalização do MEI é realizada no Portal do Empreendedor. O contador preenche

com as informações solicitadas (CPF e data de nascimento) e caso o empreendedor já

participe de outra empresa como sócio ou já seja empresário individual, o sistema não aceita a

inscrição. Neste caso, o contador verifica se o impedimento corresponde à verdade, caso

contrário, antes de fazer a inscrição, deve corrigir a situação cadastral da outra empresa

perante a Receita Federal do Brasil e Secretarias de Fazenda Estadual e Municipal.

Caso o CPF seja titular de alguma DIRPF entregue para os dois últimos anos-

calendário, o contador preenche com o número do recibo e o ano em que a declaração foi

entregue, se não possuir, preenche-se com o Título de Eleitor. Logo após o item Identificação,

já está devidamente preenchido, com os dados do empreendedor (Nome Empresarial, Nome

do Empresário, Nacionalidade, Sexo e Nome da Mãe). É preenchida a ocupação principal

exercida pelo empreendedor, caso exerça mais de uma atividade, preenche-se as atividades

secundárias, sendo permitida até 15 ocupações.

A CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas é preenchida

automaticamente pelo sistema e o objeto é montado de forma automática à medida que as

ocupações vão sendo selecionadas. Feito isso, preenche-se os endereços (comercial e

residencial) do empreendedor e a declaração de que está ciente e de acordo com a legislação

para se tornar um MEI.

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Se o empreendedor for menor de 18 e maior de 16 anos, é preenchido o campo de

declaração de capacidade. Após o aceite de todas as declarações, confirma-se a inscrição e

conclui-se a formalização, sendo apresentado o Certificado da Condição de MEI, com seu

devido CNPJ e número de registro na Junta Comercial – NIRE, conforme segue na figura 1.

Figura 01: Certificado da Condição de Microempreendedor Individual

Fonte: Portal do Empreendedor

Esse certificado, também tem a função de Alvará de Licença e Funcionamento

Provisório, pelo prazo de até 180 dias.

Se a Prefeitura Municipal não se manifestar quanto à correção do endereço ou

possibilidade de exercer a atividade no local desejado, após 180 dias, o certificado se converte

automaticamente em Alvará de Funcionamento definitivo.

Após a conclusão da inscrição, o Microempreendedor Individual já está legalizado e

ativo. Cumprindo com seus deveres e obrigações, o MEI terá acesso a todos os benefícios

garantidos pela legislação que os rege.

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4.2.3.2 MEI: Declaração mensal e anual

Assim que devidamente inscrito e ativo, o MEI deve recolher mensalmente o

Documento de Arrecadação – DAS. As guias para recolhimento são geradas e enviadas

mensalmente e devem ser recolhidas até o dia 20 de cada mês. A figura 02 apresenta os

valores a serem recolhidos, neste ano de 2017.

Figura 02: Recolhimento – DAS

Fonte: Elaborado pela autora

No exemplo fictício da mecânica, trata-se de uma empresa prestadora de serviço que

também vende peças e acessórios, neste caso, a guia a ser recolhida é no valor de R$ 52,85,

sendo R$46,85 equivalente a 5% do salário mínimo vigente, R$5 reais de Imposto Sobre

Serviços de Qualquer Natureza - ISS e mais R$1 real de Imposto Sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços –ICMS.

Além do recolhimento mensal da DAS, o MEI tem como dever, preencher até o dia 20

de cada mês, o relatório mensal das receitas obtidas no mês anterior (figura 03), fixando junto

ao relatório as notas fiscais de compras de produtos e de serviços e as notas fiscais emitidas.

Esses relatórios facilitam a preparação da Declaração Anual do Simples Nacional do

MEI – DASN-SIMEI, onde o contador apresenta a Receita Federal do Brasil, o faturamento

anual do empreendedor.

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RELATÓRIO MENSAL DAS RECEITAS BRUTAS

CNPJ:

Empreendedor individual:

Período de apuração:

RECEITA BRUTA MENSAL – REVENDA DE MERCADORIAS (COMÉRCIO)

I – Revenda de mercadorias com dispensa de emissão de documento

fiscal

R$

II – Revenda de mercadorias com documento fiscal emitido R$

III – Total das receitas com revenda de mercadorias (I + II) R$

RECEITA BRUTA MENSAL – VENDA DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (INDÚSTRIA)

IV – Venda de produtos industrializados com dispensa de emissão de

documento fiscal

R$

V – Venda de produtos industrializados com documento fiscal

emitido

R$

VI – Total das receitas com venda de produtos industrializados (IV +

V)

R$

RECEITA BRUTA MENSAL – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

VII – Receita com prestação de serviços com dispensa de emissão de

documento fiscal

R$

VIII – Receita com prestação de serviços com documento fiscal

emitido

R$

IX – Total das receitas com prestação de serviços (VII + VIII) R$

X - Total geral das receitas brutas no mês (III + VI + IX) R$

LOCAL E DATA:

ASSINATURA DO

EMPRESÁRIO:

ENCONTRAM-SE ANEXADOS E ESTE RELATÓRIO:

- Os documentos fiscais comprobatórios das entradas de mercadorias e serviços tomados referentes ao período;

- As notas fiscais relativas às operações ou prestações realizadas eventualmente emitidas.

Figura 03: Relatório Mensal Das Receitas Brutas

Fonte: Portal do Empreendedor

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A DASN-SIMEI é feita diretamente no site no Portal do Simples Nacional, devendo

ser entregue até o dia 31 de maio de cada ano. O contador informa a receita bruta do ano

calendário anterior, às receitas obtidas através de atividades de indústria, comércio e serviço

do transporte intermunicipal e interestadual e, caso tenha ocorrido alguma contratação de

funcionários, fornece informações relacionadas à contratação. Após essas informações, o

contador tem acesso ao resumo da declaração, onde constam todos os tributos pagos e

pendentes durante o período da apuração. O contador efetiva a declaração à Receita Federal,

salvando-a para seu controle interno e encaminha para que o MEI tenha conhecimento que a

mesma foi efetivada.

4.2.3.3 MEI com empregados

Em relação ao funcionário, o MEI paga o piso salarial da categoria e seus encargos,

que devem ser recolhidos mensalmente. A figura 03 exemplifica a folha de pagamento do

funcionário.

Figura 03: Modelo de folha de Pagamento

Fonte: Elaborado pela autora

No caso do exemplo em questão, para o salário base de R$1.235,00 o custo

previdenciário, recolhido em GPS- Guia da Previdência Social, é de R$ 135,85 mensais (11%

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do salário base), sendo que 3%, ou seja, R$37,05 é de responsabilidade do empregador e, R$

98,80 é descontado do empregado (8% INSS, conforme figura 04).

Figura 04: Tabela de Contribuição Mensal

Fonte: Previdência Social

Além do encargo de 3% de responsabilidade do empregador, o MEI também deve

depositar o FGTS, calculado à alíquota de 8% sobre o salário do empregado. Neste caso, o

custo total da contratação de um empregado pelo MEI, é o salário base da categoria e mais

11% sobre a folha de pagamento do mesmo. Sendo assim, o contador encaminha para o MEI:

a Folha no valor de R$1.136,20 (já descontado o INSS), juntamente com as guias de INSS

(GPS) no valor de R$ 135,00 e FGTS (GRF) no valor de R$98,80.

Vale ressaltar que o MEI que possui empregado deve ter atenção para todos os

detalhes ligados à CLT, como as licenças trabalhistas e afastamentos, por exemplo. Neste

sentido, o contador deve auxiliar e orientar o MEI com o intuito de evitar possíveis processos

trabalhistas, que neste caso geraria um custo muito alto para esse empreendedor.

Com a empresa se desenvolvendo, em um dado momento, o empreendedor pode sentir

a necessidade de contratar mais funcionários, alterar a atividade econômica ou até mesmo

abrir uma filial, e para isso, deve realizar a migração de MEI para uma empresa de outro

porte, como o caso da Microempresa - ME.

4.2.3.4 Migração de MEI para ME

De acordo com o Portal do Empreendedor (2017), a migração de MEI para ME, pode

ser feita a qualquer momento. Quando ocorrer algum fator impeditivo, o MEI será

desenquadrado automaticamente e os efeitos do desenquadramento ocorrem a partir do mês

posterior ao da ocorrência da situação impeditiva. Nos casos em que o desenquadramento for

por opção, só irá fazer efeito a partir de janeiro do ano subsequente, salvo se for no próprio

mês de janeiro, neste caso, o desenquadramento se dá no mesmo ano calendário.

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O contador pede o desenquadramento do MEI no próprio Portal do Simples Nacional,

informando o motivo e a data em que ocorreu o fato motivador do desenquadramento. Não

havendo pendência, imediatamente o empreendedor torna-se optante do Simples Nacional.

Neste momento, é necessário comunicar a Junta Comercial do Estado, apresentando a

Comunicação de desenquadramento do SIMEI obtida no site do Simples Nacional, o

Formulário de Desenquadramento, e o requerimento do empreendedor solicitando ao

presidente da Junta Comercial o desenquadramento da empresa. Logo após, é realizado uma

consulta juntamente com a Junta Comercial para aprovação da nova Razão Social e alteração

do Capital Social.

A partir da data de início dos efeitos do desenquadramento, a empresa recolhe os

tributos devidos pela regra geral do Simples Nacional. A partir deste momento, o

empreendedor precisará mais ainda do auxílio do contador, pois tendo mais obrigações

acessórias, a legislação exige que após a migração, a empresa tenha o acompanhamento de

um contador.

4.3 VISÃO SISTÊMICA APLICADA AO CASO

Sabe-se que abrir um negócio no Brasil não é das tarefas mais fáceis, além de se

deparar com muita burocracia, o empreendedor ainda tem que arcar com uma carga tributária

altíssima.

O entendimento das diversas áreas da contabilidade como a contabilidade de custos e

tributária, faz com que se consiga ter um maior controle e uma gestão mais eficaz das

organizações.

Com a alta carga tributária, muitos empreendedores se mantinham informais e, para

regularizar essa situação no país, foi criada uma legislação especifica para o

microempreendedor individual, onde a carga tributária é reduzida e os tributos são recolhidos

de maneira unificada. Essa lei facilitou a vida dos empreendedores, porém muitos ainda não

têm conhecimento de como manter suas empresas.

Para apresentar como o profissional contábil pode contribuir para auxiliar esses

microempreendedores, neste estudo de caso se torna indispensável o estudo da contabilidade

geral e mais especificamente o entendimento e aplicação da contabilidade tributária, uma vez

que esta fornece as informações necessárias às obrigações fiscais das empresas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o estudo de caso, realizado na AMPE - Associação das Micro e Pequenas

Empresas e Microempreendedores Individuais, sentiu-se a necessidade de obter um maior

conhecimento sobre a figura do MEI. Por este motivo, a pesquisa se propôs a apresentar como

o profissional contábil pode contribuir para auxiliar os Microempreendedores Individuais -

MEIs.

Com base no objetivo proposto, foram formulados quatro objetivos específicos que

orientaram a pesquisa: (a) apresentar os aspectos gerais da legislação que rege a figura do

MEI; (b) Expor a importância do MEI para a economia, sob a ótica do presidente da

FAMPESC; (c) identificar o perfil do Microempreendedor Individual no município de

Tubarão; (d) apresentar os procedimentos contábeis para a abertura e manutenção do MEI.

A Lei Complementar nº 128, de 2008, que rege a figura do MEI foi apresentada

conforme suas especificidades com o intuito de gerar um conhecimento maior sobre o

Microempreendedor Individual. De acordo com esta legislação, não é exigido ao MEI que se

tenha uma contabilidade formal.

Neste sentido, percebe-se que muitos Microempreendedores Individuais se formalizam

sem possuir um conhecimento necessário para manter seu negócio. E acabam, muitas vezes,

tomando decisões que afetam negativamente na empresa, pois muitas vezes não tem noção de

como gerir sua empresa. Possivelmente se estes empreendedores tivessem uma assessoria

contábil auxiliando-os, conseguiriam gerir seus empreendimentos e mantê-los ativos por

muito mais tempo.

Ao entrevistar o Sr. Alcides Andrade, atual presidente da FAMPESC, foi possível

constatar que a formalização como MEI traz benefícios não somente para os empreendedores,

que começaram a ter direitos com as políticas sociais do governo, mas também para a

economia como um todo, pois com a formalização surgem novos negócios, novos empregos,

e isso favorece o cenário econômico. Em relação aos profissionais contábeis, o mesmo cita

que hoje estes profissionais são os maiores amigos dos empreendedores individuais e o maior

benefício que o contador pode oferecer ao MEI é estar ao lado dele, orientando para que ele

possa se desenvolver cada vez mais.

Após verificar a importância do MEI para economia, realizou-se um levantamento no

munícipio de Tubarão, com o intuito de verificar quem são esses Microempreendedores. Das

11.822 empresas ativas no município de Tubarão, 3537 são MEIs, dentre os quais 53% são

homens e 47% mulheres.

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Dos 70 questionários enviados, obteve-se retorno de 23. Destas respostas, observa-se

que 70% dos trabalhadores que se formalizaram como Microempreendedores Individuais,

encontram-se na faixa etária entre 21 (vinte e um) e 40 (quarenta) anos, o que demonstra uma

atuação jovem no mercado. Com relação ao nível de escolaridade, 52% (cinquenta e dois por

cento) dos trabalhadores pesquisados possuem alguma especialização em nível superior ou

técnico, porém ainda observa-se um grau considerável de pessoas (48%) que ainda não

possuem nenhum tipo de especialização, tendo apenas o ensino médio (35 %) ou fundamental

(13%). Referente aos dados coletados em relação a ramo da atividade dos 23 empreendedores

pesquisados, 68% (sessenta e oito por cento) atuam na atividade de serviço, 27% (vinte e sete

por cento) no comércio e 5% na atividade de indústria.

Para o quarto e último objetivo especifico, foram demonstrados os procedimentos

contábeis necessários para auxiliar o MEI em sua formalização, bem como as obrigações

atreladas a eles e os custos para os Microempreendedores Individuais que possuem

empregados. Após a conclusão da inscrição o MEI estar legalizado e ativo, o mesmo terá

acesso a todos os benefícios garantidos pela legislação que os rege. Conforme a empresa se

desenvolve é necessário realizar a migração para uma empresa de outro porte e mais uma vez,

o MEI pode contar com o auxilio do profissional contábil.

Por fim, após todos os objetivos serem alcançados, percebe-se que a contabilidade é

uma ferramenta de grande valia para quaisquer tipos de empresa, e não é diferente para o

Microempreendedor Individual. O que difere os MEIs das outras empresas são as

especificidades de sua legislação, porém todos têm o mesmo objetivo em comum, que é o

desenvolvimento e a lucratividade da empresa. E é neste momento que o contador entra como

uma peça fundamental, gerando as informações necessárias para cada tipo de usuário,

auxiliando-os assim, a ter uma gestão mais eficiente e focada em atingir seus objetivos.

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