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1 FACULDADE CAPIVARI – FUCAP TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS APURAÇÃO DO CUSTO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA PROPRIEDADE RURAL NO SUL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Autora: Juçana Fratoni Redivo Orientador: Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo RESUMO Por diversos motivos, hoje a Contabilidade rural é considerada uma ferramenta indispensável em uma propriedade rural, pois o produtor rural precisa estar atualizado ao mercado no estágio da tomada de decisões e também sobre o resultado econômico da gestão de sua riqueza. Em razão dessa realidade atual, o estudo tem como pergunta de pesquisa: qual o custo da engorda de animais bovinos em uma propriedade rural no município de São Ludgero? Buscando como objetivo geral, demonstrar o custo da engorda de animais bovinos em uma propriedade rural no município de São Ludgero num período de dez meses. A natureza do objetivo da pesquisa é exploratória e descritiva, sendo ela prática, com a utilização do método dedutivo, com dados coletados de origem primária, abordagem qualitativa e quantitativa, e como resultado da pesquisa básica. Os procedimentos utilizados foram bibliográfica, documental e estudo de caso. Para proporcionar um melhor entendimento ao estudo, este se dividiu da seguinte forma: embasamento teórico com apresentação de noções sobre contabilidade geral e sua finalidade, especialmente no que se refere a contabilidade de custos, gerencial e rural, e relatos sobre a pecuária no Brasil; métodos e técnicas de pesquisa, com a apresentação do enquadramento metodológico e os procedimentos para coleta e análise dos dados; e a caracterização do próprio objeto de estudo, com apresentação de características da empresa onde se realizou o estudo de caso, coletando os dados e identificando os custos existentes na engorda de gado. Com a realização do estudo, foi possível constatar que os resultados revelam um custo total final com os lotes de machos de R$ 2.700,19 e com o lote de fêmeas R$ 2.791,48, o equivalente a um custo por kg produzido de R$ 5,36 os machos e R$ 5,92 as fêmeas. Considerando o imposto sobre a venda e o custo total o proprietário obtém um resultado positivo por cabeça de R$ 374,38 com os lotes de macho e negativo de R$ (102,56) com o lote de fêmeas. Palavras chave: Custos. Contabilidade Rural. Custo Engorda. Pecuária. 1 INTRODUÇÃO O Produto Interno Bruto - PIB da agropecuária cresceu no primeiro trimestre de 2017 cerca de 13,4%, a maior alta já registrada em mais de vinte anos, puxando a alta de 1% da

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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

APURAÇÃO DO CUSTO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA PROPRIEDADE

RURAL NO SUL DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Autora: Juçana Fratoni Redivo Orientador: Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo

RESUMO Por diversos motivos, hoje a Contabilidade rural é considerada uma ferramenta indispensável em uma propriedade rural, pois o produtor rural precisa estar atualizado ao mercado no estágio da tomada de decisões e também sobre o resultado econômico da gestão de sua riqueza. Em razão dessa realidade atual, o estudo tem como pergunta de pesquisa: qual o custo da engorda de animais bovinos em uma propriedade rural no município de São Ludgero? Buscando como objetivo geral, demonstrar o custo da engorda de animais bovinos em uma propriedade rural no município de São Ludgero num período de dez meses. A natureza do objetivo da pesquisa é exploratória e descritiva, sendo ela prática, com a utilização do método dedutivo, com dados coletados de origem primária, abordagem qualitativa e quantitativa, e como resultado da pesquisa básica. Os procedimentos utilizados foram bibliográfica, documental e estudo de caso. Para proporcionar um melhor entendimento ao estudo, este se dividiu da seguinte forma: embasamento teórico com apresentação de noções sobre contabilidade geral e sua finalidade, especialmente no que se refere a contabilidade de custos, gerencial e rural, e relatos sobre a pecuária no Brasil; métodos e técnicas de pesquisa, com a apresentação do enquadramento metodológico e os procedimentos para coleta e análise dos dados; e a caracterização do próprio objeto de estudo, com apresentação de características da empresa onde se realizou o estudo de caso, coletando os dados e identificando os custos existentes na engorda de gado. Com a realização do estudo, foi possível constatar que os resultados revelam um custo total final com os lotes de machos de R$ 2.700,19 e com o lote de fêmeas R$ 2.791,48, o equivalente a um custo por kg produzido de R$ 5,36 os machos e R$ 5,92 as fêmeas. Considerando o imposto sobre a venda e o custo total o proprietário obtém um resultado positivo por cabeça de R$ 374,38 com os lotes de macho e negativo de R$ (102,56) com o lote de fêmeas. Palavras chave: Custos. Contabilidade Rural. Custo Engorda. Pecuária.

1 INTRODUÇÃO

O Produto Interno Bruto - PIB da agropecuária cresceu no primeiro trimestre de 2017

cerca de 13,4%, a maior alta já registrada em mais de vinte anos, puxando a alta de 1% da

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economia brasileira. A agropecuária está em constante modernização, sempre buscando

melhores raças e genéticas para um melhor ganho em produtividade e consequentemente

melhor remuneração (LAPORTA; SILVEIRA, 2017).

Na engorda do gado de corte, desde a aquisição até o abate o produtor possui custos,

que são essenciais para o crescimento e também para o desenvolvimento na obtenção de

maiores e melhores resultados.

Com esse crescimento, a contabilidade surge em uma propriedade rural para

desempenhar funções que permitem planejamento e controle gerencial. O produtor precisa

estar atualizado com informações do mercado no estágio da tomada de decisões, por isso a

contabilidade rural se torna uma ferramenta indispensável na propriedade.

Para Crepaldi (2012), a contabilidade é uma ciência, uma disciplina de conhecimento

que tem como objeto estudar os fenômenos patrimoniais de qualquer tipo de entidade, através

do registro, demonstrando expostamente os fatos que ocorrem em determinado período, com a

finalidade de oferecer informações sobre sua composição e alteração e também sobre o seu

resultado econômico da gestão de sua riqueza.

Além disso, a contabilidade desempenha um papel de análise nas entradas e saídas,

como também o custo. Auxilia na avaliação dos recursos físicos da propriedade e no controle

patrimonial da empresa.

Segundo Martins (2010), com as mudanças que vem ocorrendo no mercado, e com o

aumento da competitividade, os custos são de grande relevância para a tomada de decisão em

uma empresa.

Portanto, a pergunta dessa pesquisa é: qual o custo da engorda de animais bovinos em

uma propriedade rural no município de São Ludgero?

Para responder a esta pergunta, o objetivo geral é demonstrar o custo da engorda de

animais bovinos em uma propriedade rural no município de São Ludgero num período de dez

meses.

O tema foi escolhido devido ao custo estar presente na rotina dos profissionais, não só

da área contábil, mas também em todos os setores, inclusive no rural. Assim, a contabilidade

através de informações oriundas da propriedade rural, pode buscar um melhor planejamento,

transformando as mesmas em empresas com capacidade para acompanhar o desenvolvimento

do setor, através do controle de custos.

Para atingir o objetivo geral têm-se os seguintes objetivos específicos: identificar o

custo na propriedade Weber; coletar os dados através de planilhas de controles fornecidas

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pelo proprietário num período aproximado de dez meses; demonstrar os cálculos e custos

existentes no objeto de estudo a partir de dados coletados.

A empresa escolhida como objeto de estudo é uma propriedade rural localizada na Rua

Antonio Schlickman no município de São Ludgero, Santa Catarina, tendo como proprietário o

Sr. Helton Weber Stang, o mesmo possui um confinamento de engorda de rebanho.

No meio empresarial, o estudo irá contribuir de forma significativa para a empresa

estudada, pois será identificado o custo de produção de um período analisado, promovendo ao

proprietário conhecimento de quanto custa cada quilo por animal, assim auxiliando para

futuras tomada de decisões, pois o mesmo conhecerá o resultado de sua atividade.

Para a sociedade, o estudo pode contribuir para que mais produtores da área rural

percebam a necessidade e levem de exemplo, o quanto esse controle é fundamental para o

desenvolvimento de sua atividade atualmente.

A estrutura do trabalho será de cinco seções, sendo a primeira seção a introdução onde

se apresenta uma prévia do estudo, com os seus objetivos. Na segunda seção, apresenta-se o

embasamento teórico onde demonstra a opinião de diversos autores sobre o assunto. Na

terceira têm-se os aspectos metodológicos utilizados na elaboração do trabalho, com a

descrição do enquadramento metodológico e os seus procedimentos. Na quarta seção constitui

a caracterização da empresa, com a análise dos dados coletados e discussão dos resultados,

além da visão sistêmica aplicada ao caso. E na quinta e última seção as considerações finais

sobre a pesquisa, demonstrando se realmente foram alcançados os seus objetivos.

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Esta seção trata dos conceitos fundamentados dos principais termos que serão

apresentados ao longo do trabalho, sempre baseados em teorias feitas por pesquisas e

estudiosos da área que se dedicam a esses assuntos, com isso, auxiliará no entendimento do

tema proposto ao trabalho.

2.1 CONHECENDO A CONTABILIDADE

A contabilidade, desde o momento que surgiu, é como um conjunto sistemático cheio

de conhecimentos, com objetivos e finalidades bem definidos, além de ser considerada como

arte, técnica ou como ciência (FRANCO, 1997).

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Desde o início da civilização as pessoas tinham ambição de preservar seu capital, por

isso, lá no passado, a contabilidade já apresentava a função de avaliar a riqueza do homem e

analisar as alterações ocorridas em seu patrimônio (IUDICIBUS; MARION, 2002).

A contabilidade nasceu a partir da necessidade da criação de um meio de informações

que pudesse atender os usuários, buscando respostas aos seus questionamentos e dando

posicionamento futuros, que mostrem de forma mais segura à maneira de se obter resultado

hábil e eficaz (SILVA, 2008).

2.1.1 Objeto e Finalidade

A finalidade da contabilidade é controlar o patrimônio através da classificação, do

registro, da demonstração expositiva, da análise e interpretação dos fatos nele ocorridos, com

o objetivo de orientar e passar informações fundamentais à tomada de decisões sobre sua

movimentação, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão do patrimônio

(FRANCO, 1997).

A função da contabilidade é registrar, analisar, demonstrar, classificar, auditar todos os

acontecimentos que incidem no patrimônio das empresas, sempre com o objetivo de fornecer

informações, interpretações e orientação aos seus usuários, relacionando a composição do

patrimônio e todas as suas variações (FRANCO, 2006).

O objeto da contabilidade é o patrimônio de qualquer e toda a entidade, onde

acompanha o desenvolvimento qualitativo e quantitativo desse patrimônio (IUDÍCIBUS;

MARION; FARIA, 2009).

2.2 RAMOS DA CONTABILIDADE

A contabilidade tem diversas ramificações e, diante disto, será relatado o conceito das

ramificações da Ciência Contábil, utilizadas no estudo.

2.2.1 Contabilidade Gerencial

A contabilidade gerencial está voltada exclusivamente para a gerência do ente e que

pode abranger áreas mais amplas, podendo ser utilizada em outros campos que não seja à

contabilidade (IUDÍCIBUS 1998).

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Assim Padoveze (2010) vem reforçar que, em cada organização utiliza-se da

informação de maneira distinta, cada qual com um plano de agregação diferente, onde a

contabilidade gerencial através do sistema de informação entra para melhor suprir a

necessidade de cada departamento dentro de uma entidade.

Segundo Crepaldi (2011), a contabilidade gerencial é o ramo de atividade que tem por

objetivo fornecer aos administradores instrumentos que possam auxiliar em suas atividades

gerenciais. Através de um apropriado controle dos insumos e na melhor utilização dos

recursos econômicos, executado por um sistema de informação gerencial.

Dentro da contabilidade gerencial, tem-se a contabilidade de custos que é necessária

para que juntas, promovam o gerenciamento de uma empresa. Devido a isso, existe uma

grande seriedade no entendimento dos seus conceitos e ferramentas gerenciais aplicáveis a

gestão de custos.

Por tratar-se do foco principal da pesquisa, a contabilidade de custos será abordada

em um capítulo especial.

2.3 CONTABILIDADE DE CUSTOS

O objeto principal das empresas através da contabilidade de custos é maximização dos

lucros. Diante disso a contabilidade de custos visa produzir informações para vários níveis

gerenciais de uma empresa, no auxílio às funções de desempenho, planejamento das

operações e de tomada de decisões (LEONE, 1997).

Salienta Martins (2000) que a contabilidade de custos surgiu da contabilidade

financeira quando da necessidade de avaliar estoques na indústria, tarefa essa que era fácil na

empresa simbólica na Idade Moderna. Seus princípios resultam dessa primeira finalidade, por

isso nem sempre conseguem atender as duas tarefas mais recentes e importantes o controle e a

decisão.

O objetivo principal da contabilidade de custos nasceu diante da necessidade de se

conhecer o custo dos produtos mediante avaliação de estoques e apuração de resultados.

Devido à crescente complexidade do mundo empresarial no século XX, o controle de custos

se tornou indispensável na área gerencial da empresa como ferramenta utilizada no

planejamento, na tomada de decisão e no atendimento a exigências fiscais e legais

(CREPALDI, 2010).

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Para Crepaldi (2010) a contabilidade de custos é uma técnica utilizada para mensurar,

identificar e mostrar informações do custo de produtos ou serviços. É voltada para a análise

de gastos da entidade no proceder de suas operações, com o intuito de gerar informações

rápidas e precisas para a administração.

Verifica-se, então, a importância que tem essa contabilidade para uma boa gestão,

como: na avaliação de desempenho, redução dos custos, acompanhamento dos gastos,

previsões orçamentárias, conhecimento de lucro, entre outras (CREPALDI, 2010).

Com todas essas possibilidades, a contabilidade de custos passou a ser utilizada não só

no campo industrial mais em outros como: lojas comerciais, financeiras, bancos, escritórios de

consultoria e outros, que percebem da vantagem que é a aplicação de uma boa gestão de

custos (CREPALDI, 2010).

2.3.1 Terminologias Contábeis Aplicadas a Custos

Apresenta-se a seguir os conceitos mais utilizados na contabilidade de custos.

Como gasto/custos e despesas é interessante mencionar a diferença que existe entre

gastos e custos. Custo está ligado ao produto, que serão realmente aplicados. Já gasto está

relacionado com todos os produtos adquiridos, não interessando se houve venda ou não. E as

despesas são todos os gastos que uma empresa possui para se administrar e realizar suas

vendas, logo gerando sua receita (BORNIA, 2002; MEGLIORINI, 2007). O desembolso quer

dizer pagar efetivamente. Quanto aos investimentos, são aqueles avaliados como todos os

gastos que são estocados nos ativos da entidade para baixa ou amortização, de seu consumo

ou até mesmo na desvalorização (MARTINS, 2010). Já a perda, está ligada ao fato de

ocorrências anormais na empresa, situações inesperadas que se distanciam da anormalidade

da empresa e que não são acionadas no estoque (MARTINS, 2010).

2.3.2 Custos Fixos e Custos Variáveis

Dentro da contabilidade de custos existe a separação entre custos fixos e variáveis.

Fixos são aqueles que não variam conforme o volume de produção da empresa. É o caso, por

exemplo, do aluguel da fábrica e do salário do gerente que terá o mesmo valor qualquer que

seja a produção do período. Uma vez que, inclusive se a fábrica nada produzir, o mesmo será

cobrado (VICECONTI; NEVES, 2003).

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Para Bornia (2010), custos variáveis estão relacionados diretamente com a produção,

crescem na mesma proporção com o aumento do plano de atividade da empresa.

Pode-se classificar os custos fixos e variáveis em relação a outra base que não a

produção. Por exemplo, o consumo de energia elétrica, em função do tempo de

funcionamento pode ser um custo variável, ao invés do volume de produção (BORNIA,

2010).

2.3.3 Métodos De Custeio

Método é a forma pela qual se chega a um determinado resultado. Já custeio é o método

usado para apropriação dos custos, onde ocorre o processo de identificação do custo unitário

de um produto ou serviço, desenvolvido para servir entidades externas à organização, como

credores, investidores e Estado (PADOVEZE, 2010).

Criaram-se sistemas que atendem os interesses gerenciais e outros utilizados no

processo de decisão.

Existem três formas de custeio, são eles:

• Custeio por absorção;

• Custeio direto ou variável; e

• Custeio por atividade (ABC).

2.3.3.1 Custeio por Absorção

Os custeios por absorção e variável seguem as mesmas informações de produção e

custos indo para o mesmo resultado, a diferença entre ambos estão no tratamento dado aos

custos fixos (MEGLIORINI, 2001).

Salienta Megliorini (2001), que no custeio por absorção os produtos geram lucros,

enquanto que no custeio variável, geram margem de contribuição. Onde o custeio por

absorção é a diferença entre o preço de venda e o custo de produção, já no variável é a

diferença entre o preço de venda e o custo variável mais despesas variáveis.

O método de custeio por absorção respeita os princípios fundamentais da

contabilidade. É aceito pela legislação comercial e pela legislação fiscal, sendo o mais usado

no Brasil. Todo o custo que envolver direta ou indiretamente sua fabricação deve ser alocado

a ele, independente de ser considerado fixo ou variável (CREPALDI, 2010).

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2.3.3.2 Custeio Direto ou Variável

Custos variáveis são aqueles que aumentam ou diminuem conforme o andamento da

produção, quanto mais se produz, maior a sua necessidade, e maior o uso de equipamentos

assim irá consumir mais, portanto maior será o custo sendo estes alguns exemplos deste

comportamento (MEGLIORINI, 2001).

Custeio variável também é conhecido como custeio direto, ou seja, os custos variáveis

incididos no período, desconsiderando os custos fixos que vão diretamente para o resultado

como despesa. É baseado na separação dos gastos em variáveis e fixos, ou seja, em gastos que

oscilam proporcionalmente e se mantém estáveis ao volume de produção/venda, sendo

oscilantes dentro de certos limites (CREPALDI, 2010; MEGLIORINI, 2001).

2.3.3.3 Custeio por Atividade (ABC)

Uma característica básica do custeio por atividade (ABC) é a apropriação aos serviços,

produtos e mercadorias de todos os custos diretos e indiretos, sejam eles fixos ou variáveis

(SANTOS, et al., 2006).

Conforme afirma Santos et al., (2006), o sistema ABC está constantemente atrelado à

informática, devido a ótica operacional. Apesar de o sistema já ter sido concebido em épocas

passadas, seria inviável segundo alguns estudiosos fazer sua operacionalização antes do

surgimento da informática.

Segundo Martins (2010), o custeio baseado em atividade é uma importante ferramenta

a ser utilizada na gestão de custos, pois, possui uma extensa visão para fins estratégicos e

gerenciais, ou seja, sua utilidade não se limita somente ao custeio de produtos.

2.4 CONTABILIDADE RURAL

Para que a contabilidade rural possa atuar com êxito na propriedade rural, faze-se

necessário um bom planejamento. Uma propriedade de pequeno porte deve contar com um

sistema de contabilidade simples, para permitir futuras análises. Já em grandes propriedades

rurais há a necessidade de um sistema mais completo e conta com a presença de um

profissional competente (NEPOMUCENO, 2004).

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Nepomuceno (2004) ressalta que a atividade rural é uma atividade econômica como

tantas outras, indústria, comércio, de produção de serviços. E como tal, todas essas, e

principalmente a atividade rural, exige um controle financeiro e um acompanhamento

exclusivo para aquela atividade exercida. No final de determinado período o produtor além

de saber seu negócio foi bem-sucedido, precisa também conhecer principalmente o nível de

lucratividade ou déficit de cada produção explorada.

Assim, a contabilidade rural segundo Crepaldi (2012), é um dos principais

instrumentos de informações, onde afirma a necessidade de reduzir custos e despesas, além de

evidenciar o momento certo da captação de recursos e os resultados.

A contabilidade rural tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades rurais,

que é o conjunto de bens direitos e obrigações. Sem esses, seria impossível controlar os

registros e alterações ocorridas dentro do patrimônio. Para isso, o administrador deve fazer o

acompanhamento de todas as atividades que fazem parte do desenvolvimento da empresa e

avaliar o desempenho da organização, verificando se está de acordo com os planos traçados

para o alcance dos objetivos (CREPALDI, 2012).

Segundo Crepaldi (2012), a contabilidade rural tem como finalidade: orientar as

operações agrícolas e pecuárias; medir o desempenho econômico-financeiro; apoiar as

tomadas de decisões; auxiliar nas projeções de fluxos de caixa; conduzir as despesas pessoais

de sua família e do proprietário; permitir a comparação de desempenhos; justificar a liquidez

e a capacidade de pagamento; ser base para arrendamentos, seguro e outros contratos. Assim,

para obter o sucesso o produtor precisa estar atendo as mudanças que ocorrem no mercado

agropecuário.

2.4.1 Custo Rural

Nos dias atuais, a tecnologia está em constante evolução em todas as áreas de trabalho,

sempre na busca pela qualidade, maior produção e redução da mão de obra e dos custos.

Como pode-se perceber a propriedade rural não fica fora disso, pois está investindo em raças

mais apuradas, alimentação de alta qualidade, novas formas de manejo, maquinários,

aparelhos entre outros. Tudo isso para o aumento da qualidade do produto com mais

praticidade, facilidade no manejo em busca de melhor retorno.

Para que o produtor rural reconheça todos os seus custos na criação de gado, ele

precisa aderir de todas essas tecnologias oferecidas, para desenvolver e organizar seu trabalho

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com técnicas atuais, visando garantir um bom desempenho no gerenciamento financeiro do

seu negócio. Assim, o processo de engorda de gado também requer que seus custos sejam

tratados como qualquer outra atividade.

2.5 PECUÁRIA NO BRASIL

A pecuária iniciou nos estados do Nordeste no século XVI, na capitania de São

Vicenti onde vieram cabeças de gado de Cabo Verde. Os gados eram utilizados para tração

nos engenhos. Em 1550, Tomé de Souza, trouxe um novo carregamento desta vez para

Salvador, se expandindo nesse momento a pecuária para outras regiões do Nordeste e

tornando-se uma atividade independente no século XVII (PECUÁRIA NO BRASIL, 2017).

Devido ao crescimento da pecuária, houve a necessidade de se expandir para os

interiores, passando a ser um fator importante na colonização do centro-oeste e interior do

nordeste Brasileiro (PECUÁRIA NO BRASIL, 2017).

Na primeira metade do século XVII, a pecuária bovina se estende para o sul do Brasil,

onde se encontra grandes pastagens naturais, tornando-se a principal atividade econômica por

muito tempo (PECUÁRIA NO BRASIL, 2017).

A atividade pecuária se dividiu em dois tipos, corte e de leite, sendo desenvolvidas na

pecuária de duas formas: intensiva e extensiva. Ela pertence ao setor primário da economia e

é uma das principais áreas de produção de riquezas no país. Exerce um grande destaque nas

exportações brasileiras, onde a carne bovina é considerada uma das melhores do mundo

(PECUÁRIA NO BRASIL, 2017)

No nosso estado, SC, segundo dados da Secretária de Estado da Agricultura e da Pesca

de Santa Catarina, em 2017, há 10 anos está como uma zona livre de febre aftosa sem

vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o que é ainda mais importante

para qualidade. Ressalta ainda, que em 25 de maio de 2007, o Estado se tornou o único do

país a conquistar esse status sanitário diferenciado. O último foco da doença em Santa

Catarina foi apontado em 1993 e a última vacinação em maio de 2000 (CERON, 2017).

Conforme dados da Epagri, Santa Catarina é o maior produtor nacional de suínos e

segundo maior de aves, vem expandindo o desempenho em gado para corte. O Estado ainda

ocupa o 13º lugar na produção brasileira de bovinos, e precisa importar 40% da carne de boi

que consome. No entanto, o cenário tem melhorado ano a ano. Entre 2011 e 2015, o rebanho

catarinense cresceu 8,49%, enquanto no Brasil aumentou apenas 1,12% (LINDER, 2017).

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No mesmo período, a carne bovina passou da 11ª para a 6ª posição no ranking dos

produtos mais importantes para o agronegócio catarinense. De 2014 para 2015, o abate em

Santa Catarina teve incremento de 1,71%, e no país registrou um tombo de 9,6%. Temos

como principais importadores de carne bovina em Santa Catarina (SC) Hong Kong, Egito e

Vietnã (LINDER, 2017).

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA

Essa seção abordará o enquadramento metodológico e os procedimentos utilizados

para a confecção do presente artigo.

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

A natureza do artigo é exploratória e descritiva já que o projeto busca verificar os

custos de produção de um rebanho. Segundo Ruiz (2008), a pesquisa exploratória é realizada

quando um problema é pouco conhecido, ou seja, pouco explorado, através de investigações

sobre o assunto, com o objetivo de formular questões sobre o problema e caracterizá-lo,

desenvolver hipóteses, além de aumentar a familiaridade do pesquisador com o ambiente.

Ao se referir sobre a pesquisa descritiva, Beuren (2008, p. 61) ressalta que: “[...]

descrever significa identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos”. Ainda Andrade apud

Beuren (2008, p. 610) adverte: “[...] que a pesquisa descritiva se preocupa em observar os

fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere

neles”.

Quanto à natureza trata de estudo se caracteriza como prático, pois investiga a

propriedade com profundidade no tema proposto.

A lógica da pesquisa é dedutiva, pois testa a teoria pela observância empírica, ou seja,

em campo. Os argumentos dedutivos são verdadeiros quando as premissas alimentam de

modo completo a conclusão e incorreto se não sustentam de nenhuma forma, ou seja, os

argumentos dedutivos através de um determinado conteúdo visam atingir a certeza

(MARCONI; LAKATOS, 2009).

Sobre a coleta de dados pode-se afirmar que o estudo utiliza dados primários, pois faz

levantamento de informações e valores financeiros da propriedade. Conforme Andrade

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(2010), as fontes primárias são constituídas por obras originais, que vão formar uma literatura

ampla sobre o determinado assunto.

Na abordagem da pesquisa têm-se um estudo qualitativo com alguns aspectos

quantitativos. Cabe destacar, que os aspectos quantitativos se limitam aos cálculos das

análises onde Beuren (2008) afirma que esse tipo de pesquisa é utilizado de instrumentos

estatísticos desde a coleta, até a análise e o tratamento de dados, esse procedimento se

preocupa com o comportamento geral dos acontecimentos. Já na qualitativa, serão analisados

os números referentes aos custos a serem estudados na propriedade selecionada, porém não

são usados instrumentos estatísticos para análise do problema (BEUREN, 2008).

Considera o resultado da pesquisa como básica, tem como propósito completar uma

lacuna no conhecimento através de estudos (GIL, 2010).

Quanto aos procedimentos utilizados para conduzir o estudo serão utilizados

basicamente três métodos: a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e o estudo de caso.

A pesquisa bibliográfica se apresenta devido ao fato de que há a necessidade de se

colher informações sobre determinado problema, onde se procura uma resposta ou uma

hipótese que se quer experimentar. Além de que ela é em parte obrigatória, pois é nos

documentos que se reúnem as metodologias de vários autores (BEUREN, 2008).

A pesquisa documental também visa o recolhimento de informações, mas tem como

diferença os materiais a serem utilizados, já que estes não receberam o parecer final, podendo

ser reelaborados. Tem-se como exemplo: reportagens, cartas, notícias de jornais, entre outras

(BEUREN, 2008).

O estudo de caso será adotado pelo fato de auxiliar na obtenção de dados sobre a

pesquisa abordada, reunindo informações sobre o assunto, para que se possa compreender a

situação, de modo a permitir um amplo conhecimento (BEUREN, 2008).

3.2 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A pesquisa iniciou-se com a coleta de dados da empresa para a caracterização do

objeto de estudo, através de observações no decorrer do estágio e entrevistas informais com o

responsável pela supervisão do estágio.

Na análise e discussão dos resultados, a pesquisa buscou conhecer todo o processo de

engorda de gado de corte, apurando e apresentando todos os custos ligados a essa atividade.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Essa seção trata dos resultados da pesquisa, abordando a caracterização do objeto de

estudo, a análise e discussão dos resultados e visão sistêmica do caso.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

A propriedade Weber, onde será realizado o estudo, está localizada na região Sul de

Santa Catarina, mais precisamente no interior da cidade de São Ludgero. Trata-se de uma

propriedade familiar, gerenciada apenas pelo proprietário. Essa propriedade não possui

contabilidade e não está registrada na Junta Comercial, assim se trata apenas de um

proprietário rural autônomo.

O proprietário trabalha nesse ramo de atividade desde 2005, ou seja, há doze anos

onde começou com seis cabeças de gado. Elenca ainda que essa iniciativa de criar gado de

engorda partiu da vontade própria, sempre teve aptidão por esse ramo de atividade.

O terreno de adaptação do rebanho é arrendado de seu avô, possuindo 3,5 hectares de

pastagem todo cercado em arame farpado e com uma mangueira construída em madeira com

quatro divisórias, toda coberta que serve para o manejo do rebanho.

O galpão utilizado no processo final de engorda é da própria empresa familiar que

possui 360m², em anexo uma mangueira de 50m² em madeira com duas divisórias com local

apropriado para carga e descarga do rebanho nos caminhões, dois silos de armazenagem dos

grãos e uma balança utilizada na pesagem do rebanho. A única pessoa que auxilia quando há a

necessidade é seu irmão, portanto a propriedade não tem colaboradores.

Os bovinos em adaptação ficam durante o dia na pastagem nativa e também no trato,

ou seja, os que estão com o peso adequado para o processo final da engorda são transferidos

para o galpão onde recebem alimentação controlada com milho e alto grão.

O rebanho é vendido para alguns frigoríficos da região como: Frigorífico Zanella

Grassi, Duas Meninas e Bismark e o frigorífico São João da cidade de Itaperiú - SC. O

proprietário sclarece ainda, que os bovinos de sua propriedade são das raças britânicas, tais

como Angus (aberdeen e red), Hereford, Brahman e Charolês entre outros.

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4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesse capítulo serão apresentados os resultados obtidos com base nos objetivos

específicos anteriormente constituídos, os quais buscam: identificar o custo na propriedade

Weber; coletar os dados através de planilhas de controles fornecidas pelo proprietário num

período aproximado de dez meses; demonstrar os cálculos e custos existentes no objeto de

estudo a partir de dados coletados. Para melhor compreensão deste processo, será apresentado

um fluxograma detalhando o processo da engorda.

Fig. 1- Aquisição do rebanho Fig.2 –Período de adaptação Fig.3 - Final do confinamento

O empresário adquire o rebanho com um peso médio de 180 kg, e faz uma seleção da

raça no momento da compra. Trabalha com raças bem apuradas com carne de qualidade e boa

aceitação pelo mercado da região. Geralmente tem-se apurado o custo por arroba, porém por

questões práticas nesse estudo optou-se em usar kg (quilograma) como unidade de medida.

Após a compra, o rebanho permanece na mangueira até receber todas as medicações e

vacinas necessárias para não promover risco ao resto do rebanho já em adaptação. Logo, o

rebanho permanece aproximadamente 90 dias pré-confinado, soltos na pastagem nativa e

recebendo alimento direto nos cochos que são feitos de madeira para melhor distribuir o

alimento, antes de passar para o confinamento final. Esse processo ocorre para que o rebanho

se adapte a nova alimentação e não sofra diminuição de peso.

Os bovinos pesando em média 500 kg, prontos para a venda aos frigoríficos, levam

aproximadamente dez meses para completar seu ciclo na propriedade.

4.2.1 Recursos da propriedade

De acordo com a atividade que se busca desenvolver faz-se necessário investimentos e

recursos suficientes para atender a demanda da empresa. Dessa forma, foram analisados os

dados ligados diretamente a engorda do rebanho.

15

Tabela- 1 Imóveis da propriedade

Descrição

Ano de

início da

utilização

Vida

útil

(Anos)

Valor do

inicio da

aquisição

R$

Valor

residual

(20%)

R$

Valor

Depreciável

R$

Depreciação

Acumulada

R$

Depreciação

mensal

R$

Valor

Contábil

R$

Mangueira 2006 20 20.000,00 4.000,00 16.000,00 9.800,00 66,67 10.200,00

Galpão 2006 20 100.000,00 20.000,00 80.000,00 49.000,00 333,33 51.000,00

TOTAL 120.000,00 24.000,00 96.000,00 58.800,00 400,00 61.200,00

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

A mangueira é o local utilizado para recolher o rebanho quando há a necessidade de

fazer o manejo e até mesmo uma análise mais minuciosa. Para cálculo foi considerando o ano

de utilização 2006 e valor de início de utilização R$ 20.000,00 com vida útil de 20 anos. O

valor residual de R$ 4.000,00 é o valor que se espera vender no final de sua vida útil, sendo o

valor depreciável de R$ 16.000,00 a diferença entre valor de aquisição e o valor residual. Já

no que se refere a depreciação mensal de R$ 66,67, divide-se o valor depreciável pela vida

útil do bem que equivale há 240 meses, a depreciação acumulada de R$ 9.800,00 é a

depreciação mensal multiplicada pela quantidade de meses que o bem já depreciou que nesse

caso 147 meses, e por fim o valor contábil de R$ 10.200,00 que é o valor de aquisição menos

a depreciação acumulada.

O galpão que é item fundamental para manter o rebanho em confinamento por

aproximadamente sete meses, é todo coberto com dezoito divisórias em alvenaria medindo

cada uma 20m², e cada divisória contém comedouros de ração, e um tanque d’água. Logo para

fins de cálculo do galpão será considerado o mesmo aplicado na mangueira.

Na manutenção do galpão segundo informações do empresário, de forma arbitrária,

são gastos aproximadamente R$ 1.000,00 por ano, não tendo um controle definido dos

mesmos, assim torna-se difícil a mensuração desses pequenos reparos feitos no decorrer desse

período.

Além da manutenção do galpão, o empresário conta com um veículo conforme será

mencionado que agrega o valor de R$ 200,00 por mês durante os dez meses de combustível

para visita ao confinamento.

Para melhor atender as necessidades e se deslocar na propriedade, a mesma faz uso de

um veículo e três equipamentos, sendo demonstrados na tabela 2.

16

Tabela- 2 Veículos e Equipamentos da propriedade

Descrição Ano de

Aquisição

Vida

útil

(Anos)

Valor de

Aquisição

(custo)R$

Valor

Residual

R$

Valor

Depreciável

R$

Depreciação

Acumulada

R$

Depreciação

Mensal R$

Valor

Contábil

R$

Veículo 2015 5 51.000,00 35.000,00 16.000,00 10.400,00 266,67 40.600,00

Balança 2010 10 5.500,00 3.000,00 2.500,00 2.062,50 20,83 3.437,50

Silos 2012 10 16.000,00 10.000,00 6.000,00 3.750,00 50,00 12.250,00

TOTAL 72.500,00 48.000,00 24.500,00 16.212,50 337,50 56.287,50

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O veículo é utilizado para o desenvolvimento das atividades propostas dentro da

propriedade, foi adquirido em 2015 por R$ 51.000,00 com vida útil 05 anos, residual R$

35.000,00 é valor que se espera vender o bem no final de sua vida útil, sendo o valor

depreciável de R$ 16.000,00 a diferença entre valor de aquisição e o valor residual. Já no que

se refere a depreciação mensal de R$ 266,67, divide-se o valor depreciável pela vida útil do

bem que equivale há 60 meses, a depreciação acumulada de R$ 10.400,00 é a depreciação

mensal multiplicada pela quantidade de meses que o bem já depreciou que nesse caso 39

meses, e por fim o valor contábil de R$ 40.600,00 que é o valor de aquisição menos a

depreciação acumulada.

A balança para pesagem comporta até 1.000 kg, além de ser indispensável para a

pesagem na aquisição e na venda, serve para controle do crescimento do rebanho no decorrer

do período.

Os dois silos são utilizados para estocagem do milho, com capacidade de

armazenamento de 12.000 quilos cada, ficando o produto livre de roedores, insetos e pássaros,

longe da umidade e com fácil manuseio, mantendo a qualidade dos grãos. Para fins de cálculo

da balança e dos dois silos foram aplicados os mesmos procedimentos do veículo.

4.3 INFORMAÇÕES DA PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

Nessa etapa busca- se demonstrar para o leitor de onde os custos foram coletados e

para onde irá o resultado alcançado, através da caracterização da empresa e dos custos nela

possuídos. Cabe deixar definido nesse capítulo o método de custeio utilizado para apresentar

os cálculos, que nesse estudo é o custeio por absorção que leva em consideração os custos

diretos, indiretos e variáveis ligados a produção da engorda de rebanho.

17

Logo, definido o sistema de custeio que será utilizado, serão apresentados nas tabelas

alguns parâmetros que influenciam diretamente no processo de custeamento. Definiu-se com

o empresário, parâmetros gerais da fase de engorda, os quais são apresentados de uma forma

clara e precisa.

Tabela 3 - Informações gerais da compra

Lotes Data da compra

Rebanho Raça Quantidade Peso

total/Kg Preço/kg

R$ Total R$

1 14/05/2017 Macho Charolês 16 3.432 6,00 20.592,00

2 16/05/2017 Macho Hereford 29 4.573 6,00 27.438,00

3 18/05/2017 Macho Red Angus 15 2.021 6,00 12.126,00

4 20/05/2017 Macho Bramam 13 2.294 6,00 13.764,00

5 20/05/2017 Fêmea Red Angus 27 6.362 5,50 34.991,00

TOTAL 100 18.682 108.911,00

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

Logo para a preparação da tabela considerou-se as seguintes informações: A aquisição

de cinco lotes, quatro de machos e um de fêmeas totalizando 100 bovinos; o peso total da

entrada de 18.682 kg; com o valor de compra de R$ 6,00 o kg dos machos e R$ 5,50 das

fêmeas com custo total de aquisição de R$ 108.911,00.

4.4 CUSTOS FIXOS DA ENGORDA DE BOVINOS

A propriedade em estudo possui custos fixos, esses agregados a produção, onde

independente da quantidade do rebanho em engorda seus custos não variam, conforme tabela

4.

Tabela 4 - Custos fixos da propriedade Descrição Aluguel Energia Elétrica TOTAL

Valores R$ 900,00 R$ 875,00 R$ 1.775,00 Fonte: Elaborado pela autora (2018)

Os valores apresentados na tabela acima somam um montante de R$ 1.775,00,

referente a três meses de aluguel que corresponde a R$ 300,00 mensais, com energia elétrica

uma média mensal de R$ 125,00 nos sete meses de confinamento, conforme notas

apresentadas pelo proprietário, utilizada para funcionamento de lâmpadas e bomba d’água

para abastecer os reservatórios.

18

4.5 CUSTOS DIRETOS

Como custos diretos da propriedade Weber direcionados ao ramo de engorda de

bovinos têm-se: os custos com aquisição, alimentação e tratamento além dos custos fixos, já

citados.

4.5.1 Custos com alimentação

A alimentação é feita unicamente a base de milho e alto grão, ou seja, a cada 100 kg

de milho e 15 kg de alto grão, proporção essa que acontecerá a mistura. Esses insumos são

adquiridos de cooperativas e quem determina o valor é o mercado, tornando difícil a redução

desses custos.

Tabela 5 - Custo com Milho e Alto Grão

Lote Período

Confinado Bovinos por lote

Total (Kg)

Custo (kg) R$

Consumo por animal

(Kg) Média

Custo diário

R$

Consumo no período

(Kg)

Custo por animal no período

R$

Custo total lote

(bovinos) R$

1 214 16 7.996 0,87 7,25 6,29 1.552 1.346 21.530

2 254 29 14.330 0,78 7,25 5,68 1.842 1.442 41.832

3 301 15 7.852 0,88 7,25 6,36 2.182 1.913 28.694

4 254 13 6.616 0,82 7,25 5,97 1.842 1.518 19.733

5 214 27 12.737 0,87 7,25 6,28 1.552 1.345 36.317

TOTAL 100 49.531 8.970 148.106,00

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

Na tabela 5 foi utilizado um método de arredondamento para melhor visualização das

informações. Calculou-se o custo de alimentação por lote devido a aquisição ser feita de

diferentes fornecedores, com pesagens diferenciadas e por haver aquisição de um lote de

fêmeas. O custo total com a alimentação dos bovinos num período médio de dez meses perfaz

um total de R$ 148.106,00. Segundo o empresário como ele mesmo disponibiliza o alimento

nos cochos, identificou- se que em média o animal consome 7,25 kg por dia nos dez meses

que permanece confinado. Assim, será demonstrado o cálculo do lote 01 servindo de base

para os seguintes.

Considerado um custo total com alimentação do lote 01 de R$ 21.530,00, que dividido

pela quantidade de 16 machos obteve-se um custo por animal no período confinado de R$

1.346,00. Para se obter o consumo no período de 1.552 kg multiplica-se o consumo por

19

animal pelo período confinado de 214 dias, para encontrar o custo por kg de milho e alto grão

de R$ 0,87 deve-se dividir o custo por animal pelo consumo no período. Logo, com o custo

por kg de 0,87 que multiplicado pelo consumo (kg) de R$ 7,25 obtém-se o custo diário de R$

6,29 por animal.

4.5.2 Custos com tratamento

Por fim, apresenta-se os custos com tratamento, já que, a saúde é essencial para o

desempenho do rebanho. Caso a propriedade não trabalhe com um manejo adequado, a

produção não acontecerá com a máxima eficiência, logo evitando custos extras com

veterinário que são necessários para curar enfermidades causadas pela falta de cuidado.

Tabela 6 - Custos com tratamento

Descrição Qtde de bovinos

Qtde (ML)

Custo total R$

Custo por animal

R$

Qtde p/ animal (ML)

Valor por animal R$

Valor total

rebanho R$

Ivermectina 100 1000 340,00 0,34 10 3,40 340,00

Vacina Carbúnculo 100 500 100,00 0,20 5 1,00 100,00

TOTAL 4,40 440,00

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

A tabela 6 está detalhando os custos com o tratamento executados na prevenção do

rebanho. Evidencia-se: o Ivermectina que elimina possíveis vermes presente no animal, e o

Carbúnculo que previne doenças como tumores que pode levar a morte do rebanho.

Para o custo total com medicamentos o empresário disponibilizou as notas fiscais de

compra e também informou a quantidade necessária de medicamento para cada animal. Sendo

10 ml de Ivermectina para duas aplicações e 5 ml de Carbúnculo para uma aplicação isso para

o período de dez meses.

Como os valores foram retirados de notas fiscais e a quantidade por animal

disponibilizada pelo empresário, fez-se o custo de cada tratamento pela sua unidade de

medida, que multiplicado pela quantidade utilizada por animal originou-se um tratamento

total por cabeça de R$ 4,40. Todos esses tratamentos, atendendo a demanda de 100 bovinos

que incide um custo total no período de R$ 440,00.

20

4.6 CUSTO TOTAL

O custo direto total é todos os custos elaborados até o momento, visando proporcionar

ao empresário um conhecimento geral de todos os gastos, pois uma vez que decisões tomadas

de forma errada podem ser extremamente custosas para a empresa, por isso a necessidade de

apurar. A informação dos custos totais, auxilia na tomada de decisões, seja no controle de

custos ou investimentos agregando ao empresário conhecimento do valor desembolsado por

animal, sendo possível identificar se a atividade desempenhada na empresa opera com lucro

ou prejuízo.

Tabela 7 - Custo Total

Descrição Macho (R$) Fêmea (R$)

Aquisição 73.920,00 34.991,00

Depreciação 4.352,63 1.609,88

Manutenção 608,33 225,00

Combustível 1.460,00 540,00

Aluguel 657,00 243,00

Energia Elétrica 638,75 236,25

Alimentação 111.789,00 36.317,00

Medicamentos 321,20 118,80

TOTAL 193.746,91 74.280,93 Fonte: Elaborado pela autora (2018)

A tabela 7 descreve os custos totais desde a aquisição até o final da engorda, os

mesmos foram calculados separadamente, perfazendo um custo total com os machos de R$

193.746,91, que dividido pelo peso de saída, de 36.794 kg, apura-se um custo por kg de R$

5,27. Já as fêmeas tem um custo total de R$ 74.280,93, que dividido pelo seu peso total de

saída de 12.737 kg, obteve-se um custo por kg de R$ 5,83.

Diante do exposto, para que haja a redução desses custos como, por exemplo:

aquisição e alimentação, o empresário deve buscar a melhor oferta, que varia conforme

oscilações do mercado. Cabe ao empresário analisar, pesquisar através dos fornecedores

informações sobre a tomada de preços para tentar diminuir seus gastos.

21

4.7 RESULTADO

Em qualquer ramo de atividade se almeja a obtenção de resultados concretos. Para a

atividade rural não é diferente. Assim, na tabela 8 será demonstrado o resultados finais da

empresa em estudo.

Tabela 8 - Resultado

Venda Qtde

de bovinos

Peso total de venda kg

Preço de

venda kg R$

Valor total de Venda R$

Funrural 1,5%

Custo total R$

Resultado final R$

Resultado final por Kg R$

Macho 73 36.794 6,10 224.443,40 3.366,65 193.746,91 27.329,84 0,74

Fêmea 27 12.737 5,70 72.600,90 1.089,01 74.280,93 -2.769,04 -0,22

TOTAL 100 49.531 297.044,30 4.455,66 268.027,84 24.560,80

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

A tabela 8 detalha o resultado final da engorda por kg, onde o empresário em consulta

à seus clientes chegou a um preço de venda acessível e também compatível com mercado

pecuarista de R$ 6,10 para os machos e 5,70 para as fêmeas. Sabendo-se que os lotes de

machos no final do ciclo de engorda produziu um peso total 36.794 kg, multiplicado pelo

preço de venda obteve-se uma receita total de R$ 224.443,40, e o lote de fêmeas também em

seu ciclo final de engorda com peso total 12.737 kg que multiplicado pelo preço de venda R$

5,70 teve-se um receita de 72.600,90. Logo, deduziu os devidos custos totais R$ 268.027,84 e

de impostos (Funrural) R$ 4.455,66 resultou num lucro líquido de R$ 24.560,80.

Apresentando um resultado final por kg de R$ 0,74 com os lotes de machos e um resultado

negativo de R$ (0,22) com o lote de fêmeas.

Vale elencar que o empresário teve um lucro de R$ 374,38 por macho, e com a fêmea

um prejuízo de R$ (102,56). Sendo que se chegou a esses valores dividindo o resultado final

de R$ 27.329,84 pela quantidade de bovinos que no caso dos machos foi de 73 e no das

fêmeas o resultado final de R$ (2.769,04) pela quantidade de 27.

É importante mencionar, que o resultado negativo ocorreu apenas com o lote de

fêmeas, que conta com algumas particularidades. Ou seja, mesmo sendo desembolsado um

valor por quilo menor do que os machos e com peso médio de aquisição maior, as fêmeas

levam o mesmo tempo de confinamento e tem um ganho de peso menor que na comparação

com os lotes de machos. O preço do mercado, na saída, também é determinante para revelar

um ganho menor, já que é pago menos quanto se trata de fêmeas, ou seja, a carne da fêmea é

22

menos procurada pelos frigoríficos, pois rendem menos carne do que o macho. Os resultados

obtidos serão apresentados em gráfico 1.

Gráfico 1: Demonstração dos resultados Obtidos

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

4.8 VISÃO SISTÊMICA APLICADA AO CASO

A contabilidade se destacou muito nesses últimos anos, devido a necessidade do

mercado em receber informações cada vez mais detalhadas e hábeis para a tomada de

decisões tanto gerencias, administrativas ou financeiras. Sendo o contador a ferramenta

fundamental na contribuição da gestão do negócio.

Nesse contexto, explorou-se um ramo de contabilidade, que é a de custos,

demonstrando sua evolução, com bases em conceitos mais atualizados. Ela fornece

informações para diversos níveis gerenciais fazendo com que as entidades diminuam seus

riscos relativos à administração presente e futura, visando a garantia e continuidade nos

negócios.

Relacionando a contabilidade de custos com a área rural, percebe-se que nos dias

atuais é muito limitado a utilização de métodos da contabilidade para auxílio na gestão dessa

atividade. Os métodos de custeio normalmente não são utilizados nas propriedades, que não

conhecem seus custos e seus resultados. Além disso, não utilizam suas ferramentas para o

sucesso e alavancagem dos negócios pecuários.

23

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Brasil possui um vasto território, que em grande parte é utilizado para a atividade de

pecuária. É uma forma econômica desenvolvida em áreas rurais que consiste na criação de

gado, com o objetivo de comercializá-los, suprindo ainda as necessidades da família do

criador.

A atividade pecuária brasileira como qualquer outra atividade, necessita cada dia mais

de um modelo de gestão, que forneça ao empresário dados confiáveis que possam ser

utilizados para tomada de decisões. Por esse e outros tantos motivos é necessário que o

empresário rural invista na profissionalização do setor e na adoção de técnicas gerencias, ou

seja, a utilização da contabilidade propriamente dita.

Na busca de apresentar com clareza ao empresário rural, o estudo demonstrou o custo

da engorda de animais bovinos em uma propriedade rural no município de São Ludgero num

período de dez meses, evidenciando de forma simples e objetiva ao empresário qual o custo

por quilo de carne produzida. Desta forma, alcançando o objetivo geral dessa pesquisa que era

demonstrar o custo da engorda de animais bovinos em uma propriedade rural no município de

São Ludgero num período de dez meses, com o auxílio dos objetivos específicos.

Como resultado, chegou-se a um lucro com os machos por cabeça de R$ 374,38 e com

as fêmeas um prejuízo por cabeça de R$ 102,56.

Dessa forma, a pesquisa evidenciou um resultado que promoveu a insatisfação do

empresário com a produção de fêmeas, demonstrando a importância de se conhecer as

informações para melhorar os resultados da propriedade. É importante que o empresário tome

medidas corretivas no rumo de seu negócio.

Portanto, faz-se necessário evidenciar a importância da contabilidade de custos no

meio rural, auxiliando para a evolução dos resultados e apresentando respostas imediatas, no

caminho que a propriedade está seguindo.

Para a pesquisadora o estudo contribuiu para seu conhecimento e afirmou a

importância de seu estudo. Fica aqui o incentivo as novas pesquisas nessa área para aumentar

o conhecimento sobre esse assunto.

REFERÊNCIAS

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24

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