desassoreamento do rio itapocu, jaraguÁ do sul,...

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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ ESPECIALIZAÇÃO EM ELABORAÇÃO E GERENCIAMENTO DE PROJETOS PARA A GESTÃO MUNICIPAL DE RECURSOS HÍDRICOS DESASSOREAMENTO DO RIO ITAPOCU, JARAGUÁ DO SUL, SANTA CATARINA, BRASIL FORTALEZA 2016

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

ESPECIALIZAÇÃO EM ELABORAÇÃO E GERENCIAMENTO DE

PROJETOS PARA A GESTÃO MUNICIPAL DE RECURSOS HÍDRIC OS

DESASSOREAMENTO DO RIO ITAPOCU, JARAGUÁ DO SUL, SANTA

CATARINA, BRASIL

FORTALEZA

2016

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VANESSA EICH

DESASSOREAMENTO DO RIO ITAPOCU, JARAGUÁ DO SUL, SANTA

CATARINA, BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Coordenação do Curso de Especialização em Elaboração e Gerenciamento de Projetos para a Gestão Municipal de Recursos Hídricos do Instituto Federal do Ceará como requisito para obtenção do título de Especialista em Elaboração e Gerenciamento de Projetos para a Gestão Municipal de Recursos Hídricos.

Orientadora: Profa. Titular Nájila Rejanne Alencar Julião Cabral

FORTALEZA

2016

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VANESSA EICH

DESASSOREAMENTO DO RIO ITAPOCU, JARAGUÁ DO SUL, SANTA

CATARINA, BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Coordenação do Curso de Especialização em Elaboração e Gerenciamento de Projetos para a Gestão Municipal de Recursos Hídricos do Instituto Federal do Ceará como requisito para a obtenção do título de Especialista em Elaboração e Gerenciamento de Projetos para a Gestão Municipal de Recursos Hídricos.

Aprovada em ___/___/____.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

Prof.ª Titular Nájila Rejanne Alencar Julião Cabral (Orientadora)

Instituto Federal do Ceará- IFCE Campus Fortaleza

_________________________________________________________

Prof.ª Esp. Rebeca de Abreu Moreira

Instituto Federal do Ceará- IFCE Campus Fortaleza

_________________________________________________________

Prof. Titular Adeildo Cabral da Silva

Instituto Federal do Ceará- IFCE Campus Fortaleza

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por tudo, principalmente pelo dom de poder viver.

À minha família, meu pai Miguel Airton Eich, minha mãe Zulmira

Terezinha Fontanive Eich, meus irmãos Leandro Eich e Alessandro Eich, e a todos os

meus familiares que sempre me deram amor, carinho e educação, sendo eles a base de

tudo na minha vida.

Ao meu namorado, Seije Hacke, pelo apoio, compreensão e por sempre

estar ao meu lado.

Aos meus amigos queridos, que tornam os meus dias melhores e me ajudam

a enfrentar as batalhas diárias.

Ao Instituto Federal do Ceará- IFCE e à Agência Nacional de Águas- ANA,

por oferecerem esse curso para capacitar servidores públicos na área de recursos

hídricos e saneamento ambiental.

À Coordenação, professores e a todos os responsáveis pela organização do

curso de Especialização em Elaboração e Gerenciamento de Projetos para a Gestão

Municipal de Recursos Hídricos, pelo afinco na realização do curso.

À minha orientadora profa. Nájila, pela prestatividade imediata e por ter

contribuído com todo o seu valioso conhecimento na elaboração deste trabalho.

Aos colegas de turma que fiz durante o curso, pela parceria nos estudos.

Ao Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto- SAMAE, em especial

ao Sr. Ademir Izidoro - Diretor Presidente, Sr. Anderson Kassner - Diretor

Administrativo, Sr. Deverson Simioni - Diretor Técnico, Sr. Dilson Lipke -

Coordenador da Estação de Tratamento de Água por possibilitarem e me incentivarem

na realização deste curso.

Aos meus colegas do SAMAE, por estar diariamente comigo, ajudando a

crescer tanto no campo profissional quanto como pessoa.

Aos Diretores da empresa Biovita Consultoria Ambiental, Sr. Benyamin

Parham Fard e a Sra. Evelise Garcia Parham Fard, e a minha querida colega Debbie

Mari Anacleto, por oportunizar e apoiar a realização deste curso.

A todos que de uma forma ou de outra contribuíram para que eu realizasse e

concluísse esse curso de especialização.

Muito obrigada!

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“O amor à natureza se manifesta na atitude solidária de preservar.”

(Autor Desconhecido)

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RESUMO

A Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu, fica localizada na Região Norte de Santa Catarina. A bacia possui esse nome devido ao seu rio principal, o Rio Itapocu. Na Bacia do Rio Itapocu há uma forte pressão exercida sobre os recursos hídricos. Um dos principais processos que altera e compromete a capacidade de drenagem ou de suporte de um curso d’água é o processo denominado de assoreamento. No ano de 2014 aconteceu a maior cheia do Rio Itapocu. No município de Jaraguá do Sul o abastecimento de água ficou comprometido. Os problemas que o assoreamento do Rio Itapocu traz para o tratamento de água para abastecimento público e por ser uma das causas dos alagamentos e das enchentes que afetam a cidade de Jaraguá do Sul motivaram a realização desse estudo. Foram propostas ações para a execução de uma obra de desassoreamento do rio, bem como medidas de recuperação das matas ciliares. Foi elaborado um cronograma físico/financeiro da obra, sendo que os recursos para execução podem ser pleiteados junto a órgãos como a Agência Nacional de Águas- ANA, Ministério das Cidades e também junto a órgãos estaduais. Esse projeto de desassoreamento engloba as três variáveis da sustentabilidade: econômica, social e ambiental. No aspecto econômico os benefícios gerados a partir da realização da mesma compensam o valor investido. No aspecto social a obra de desassoreamento irá beneficiar todos os moradores do município, principalmente os que são atingidos ou que passam por transtornos devido aos alagamentos e as enchentes. O meio ambiente será beneficiado pela limpeza do rio e também pelas ações concomitantes as obras, plantio de árvores nativas, preservação das matas ciliares e gerenciamento dos resíduos. Palavras-chave: Rio Itapocu. Assoreamento. Matas ciliares. Enchentes. Desassoreamento. Preservação.

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ABSTRACT

The River Basin Itapocu, is located in the north of Santa Catarina. The basin has this name because of its main river, the River Itapocu. In Itapocu River Basin there is a strong pressure on water resources. One of the main processes that alter and compromise the drainage capacity or support a watercourse is the process called silting. In the year 2014 happened to fullest of Rio Itapocu. In Jaragua do Sul municipality water supply was compromised. The problems that the Itapocu River siltation brings to the treatment of water for public supply and for being one of the causes of flooding and flooding affecting the city of Jaragua do Sul led to this study. It was proposed actions for the implementation of a desilting work of the river as well as recovery measures of riparian forests. Was drafted a financial physical- schedule of work, and the resources to run may be pleaded together with bodies such as the National Agency for liquors ANA, Ministry of Cities and also with state agencies. This dredging project includes the three variables of sustainability: economic, social and environmental. In the economic aspect of the benefits generated from the realization of the same make up for the amount invested. In the social aspect of the work of dredging will benefit all residents of the municipality, especially those who are affected or who undergo disorders due to flooding and flooding. The environment will benefit from the cleaning of the river and also the concomitant actions the works, planting native trees, preservation of riparian forests and waste management.

Keywords: River Itapocu. Silting. Riparian forests. Flooding. Desilting. Preservation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mapa de localização do município de Jaraguá do Sul. ................................... 16

Figura 2- Mapa de localização das Regiões Hidrográficas de Santa Catarina. .............. 17

Figura 3- Rio Itapocu trecho de área rural. ..................................................................... 20

Figura 4- Rio Itapocu trecho de área urbana. ................................................................. 21

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Cronograma físico - financeiro da obra......................................................... 23

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMVALI Associação dos Municípios do Vale do Itapocu

ANA Agência Nacional de Águas

APP Área de Preservação Permanente

CERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

ETA Estação de Tratamento de Água

FOD Floresta Ombrófila Densa

FUJAMA Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

RH06 Região Hidrográfica 06

SDS Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável

SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente

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SUMÁRIO

1. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 12

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13

2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 13

2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 13

3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 14

3.1 Áreas de Preservação Permanente ........................................................................ 14

3.2 Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu ....................................................................... 15

4. ÁREA AFETADA ................................................................................................. 16

4.1 Área de estudo ......................................................................................................... 16

4.2 Caracterização da cobertura vegetal e situação ambiental da faixa

remanescente ................................................................................................................. 19

4.3 Características do terreno que será utilizado no projeto .................................... 19

4.4 Benefícios Previstos com a execução do Desassoreamento do Rio Itapocu ....... 21

5. PROJETOS DE ENGENHARIA VINCULADOS ............................................. 22

6. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DA OBRA .............. ....................... 23

6.1 Fontes de Financiamento ....................................................................................... 23

7. VIABILIDADE DA AÇÃO .................................................................................. 24

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1. JUSTIFICATIVA

Situada na região da Baixada Norte Catarinense, a Bacia Hidrográfica do Rio

Itapocu ocupa uma área de 3.160km² e faz parte da Região Hidrográfica 06(RH06).

Estão inseridos integralmente os municípios: Araquari, Corupá, Guaramirim, Schroeder

e Jaraguá do Sul. Na extensão do Rio Itapocu na cidade de Jaraguá do Sul é feita a

captação de água para abastecimento público do município. A captação de água no Rio

Itapocu corresponde à 69,2% do volume de água necessário para atender a população.

(STREICH, 2013). Toda e qualquer alteração na qualidade da água bruta altera o

tratamento da água.

Na Bacia do Rio Itapocu há uma forte pressão exercida sobre os recursos

hídricos. Esta é uma das regiões que apresenta o maior aumento populacional e

incremento de atividades industriais em Santa Catarina. Há pontos da Bacia do Itapocu

que apresentam um grave comprometimento das águas, devido a degradação da mata

ciliar e ao assoreamento. (AMVALI, 2015).

No ano de 2014 aconteceu a maior cheia do Rio Itapocu, de acordo com a

Defesa Civil de Jaraguá do Sul (2016), foram 376 milímetros de chuva desde a sexta-

feira (6/6) até domingo (8/6). Setenta mil pessoas atingidas pelas cheias, ou

aproximadamente 50% de todo o município. Cerca de 90 pessoas desabrigadas e

centenas de desalojadas. Setenta por cento da área urbana da cidade foi atingida. O

abastecimento de água ficou comprometido, devido aos danos nas motobombas,

causados pela água que invadiu a Estação de Tratamento de Água Central – o

abastecimento foi interrompido. O reservatório da ETA Central, de aproximadamente

um milhão de litros, foi atingido pelas águas sujas da enchente e precisou ser esvaziado,

limpo e reabastecido com água limpa para, então, voltar ao funcionamento normal.

Aproximadamente 70% do município ficou 3 dias sem abastecimento de água, até o

sistema ter condições de voltar a funcionar. (O CORREIO DO POVO, 2014).

Os problemas que o assoreamento do Rio Itapocu traz para o tratamento de água,

para abastecimento público e por ser uma das causas dos alagamentos e das enchentes

que afetam a cidade de Jaraguá do Sul motivaram a realização desse estudo, para que

com as informações obtidas possam ser encontradas soluções para evitar o

assoreamento e minimizar seus impactos.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Apresentar uma proposta para auxiliar na identificação dos principais agentes

causadores do assoreamento do Rio Itapocu, possibilitando assim sugestões de medidas

que venham a prevenir o assoreamento ou minimizar os impactos causados.

2.2 Objetivos Específicos

a) Diagnosticar a situação do assoreamento do Rio Itapocu na região de Jaraguá

do Sul;

c) Analisar quais são as implicações do assoreamento do Rio Itapocu para a

captação de água para abastecimento público e para as enchentes;

d) Sugerir medidas para prevenir o assoreamento do Rio Itapocu ou minimizar

os impactos decorrentes desse.

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Áreas de Preservação Permanente

O termo “mata ciliar” vem do fato de serem tão importantes para a proteção de

rios e lagos. A mata ciliar também é conhecida como mata de galeria, mata de várzea,

vegetação ou floresta ripária (MARTINS, 2007).

A ausência da mata ciliar faz com que a água da chuva escoe sobre a superfície,

ou seja, aumenta o escoamento superficial e diminui a infiltração, diminuindo assim o

armazenamento no lençol freático. Com isso, reduze-se o volume de água disponível no

subsolo e acarreta em enchentes nos córregos, rios e os riachos durante as chuvas (IPEF

2010).

Segundo a Lei Federal 4.771/1965, alterada pela Lei Federal 12.651/2012, em

seu artigo 3°, relata que a Área de Preservação Permanente - APP é:

Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental

de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a

biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e

assegurar o bem-estar das populações humanas.

No capítulo II, Art. 4º deste mesmo dispositivo legal, são determinadas as Áreas

de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas. O objeto deste estudo

enquadra-se na descrição referente ao Art 4º conforme descrições abaixo:

I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

E de acordo com a Lei Municipal nº 1.767/1993, que institui o código de

parcelamento do solo do município de Jaraguá do Sul, em seu artigo 7º: III - será obrigatória a reserva de faixa "non aedificandi" (...) a) ao longo dos rios Itapocu, Itapocuzinho, Jaraguá, da Luz e do Cerro, na largura de 15,00 m (quinze metros) em cada lado, a partir do nível normal das águas; b) ao longo das faixas de passagem de equipamentos urbanos, na posição e largura definida pelas concessionárias de serviços públicos ou pelo Poder Público; c) ao longo da ferrovia, na largura de 10,00 m (dez metros) em cada lado, a partir de seu eixo; d) ao longo das vias de circulação indicadas pelo Poder Público, na largura por ele definida.

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A mata ciliar possui grande importância na manutenção de boa qualidade da

água, pois reduz a erosão das margens e consequentemente o assoreamento dos rios, que

geram sólidos em suspensão e prejudicam a vida aquática e a qualidade da água para

uso e consumo humano (SANTOS, 2008).

3.2 Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu

A Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu tem uma área de 2.930 Km² e abrange a

totalidade dos municípios de Corupá, Jaraguá do Sul, Schroeder, Guaramirim e

Massaranduba. (SILVA, 2002).

A precipitação anual de 1.200 a 2.000 mm, sem déficit hídrico. (SILVA, 2002).

O Comitê de Gerenciamento do rio Itapocu criado através do Decreto Estadual

n.2919 de 06/08/2001 é o responsável pela gestão dos recursos hídricos na bacia.

(PINHEIRO, 2012).

A erosão das margens dos rios em estações chuvosas é um exemplo de

fenômeno que gera aumento da turbidez das águas e que exige manobras operacionais

nas estações de tratamento de águas, assim como os esgotos sanitários e diversos

efluentes industriais também provocam elevações na turbidez das águas (COMITÊ

ITAJAÍ, 2010).

Segundo Ferreira (2001), a bacia hidrográfica do rio Itapocu está inserida em

uma região de elevado índice pluviométrico, com chuvas fortes e concentradas,

responsáveis pela elevação rápida do nível das águas do canal fluvial. Em períodos de

chuvas excessivamente fortes ou mais prolongadas o volume das águas extrapola a

capacidade de escoamento deste, provocando transbordamento e consequentemente a

ocupação da planície de inundação.

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4. ÁREA AFETADA

O município a ser afetado pelo empreendimento é Jaraguá do Sul, localizado no

Norte de Santa Catarina, município com diversas indústrias nos ramos têxtil, metal

mecânico e alimentício.

4.1 Área de estudo

Figura 1- Mapa de localização do município de Jaraguá do Sul.

Fonte: Santa Catarina (2016).

Localizado no Norte do Estado de Santa Catarina, o município de Jaraguá do Sul

possui população de 143.123 habitantes em uma área de 533 Km² (IBGE, 2010).

Situada na latitude 26o 29’ 10’’ Sul e na longitude 49o 04’ 00’’ Oeste de Greenwich,

Jaraguá do Sul fica na Região Nordeste do Estado de Santa Catarina. Faz limite com

Campo Alegre e São Bento do Sul ao Norte, com Blumenau, Massaranduba, Pomerode

e Rio dos Cedros ao sul, com Guaramirim, Joinville e Schroeder ao leste e com Corupá

ao Oeste.

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Figura 2- Mapa de localização das Regiões Hidrográficas de Santa Catarina.

Fonte: Santa Catarina (2016).

A bacia hidrográfica do Rio Itapocu que contempla o município de Jaraguá do

Sul está localizada na região hidrográfica (RH6) uma das importantes contribuintes para

a região Norte do Estado de Santa Catarina. Vem sofrendo alterações ambientais devido

às atividades econômicas exercidas nos municípios que englobam pecuária, agricultura

(os maiores produtores de banana e arroz de Santa Catarina), indústria, sobretudo,

têxteis, alimentícias, motores elétricos, geradores, máquinas, entre outras atividades

com características poluidoras.

Seus rios são caracterizados por perfis longitudinais, com declives acentuados,

onde estes são classificados, quanto ao uso, como classe 1 e 2 de acordo com a

Resolução CERH nº001/2008 que dispõe sobre a classificação dos corpos da água de

Santa Catarina e Resolução CONAMA 357/2005 que dispõe também sobre a

classificação dos corpos da água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento.

(BRASIL, 2005).

A maioria dos cursos d'água que drenam o Estado de Santa Catarina, incluindo a

Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu, apresenta dois períodos típicos de cheias, que

ocorrem na primavera e no final de verão, e dois períodos de vazões mínimas,

registrados no início de verão e no outono com prolongamento no inverno,

comportamento típico de regime subtropical.

A topografia e o regime pluviométrico regular com variações sazonais não muito

pronunciadas favorecem a formação de rios perenes. De acordo com o trabalho da

Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (1997), os rios que drenam o

território estadual são comandados, via de regra, pelo regime pluviométrico, que se

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caracteriza pelas chuvas distribuídas ao longo do ano, garantindo o abastecimento

normal dos mananciais. Para a Bacia Hidrográfica do Itapocu, estima-se um total de

precipitação anual em torno dos 1.900 mm.

A forma da bacia foi determinada com o Coeficiente de Compacidade (Kc) que é

a relação entre o perímetro da bacia e a circunferência de um círculo de área igual à da

bacia. O coeficiente é adimensional. √ Onde: Kc = coeficiente de compacidade P =

perímetro da bacia A = área da bacia.

O coeficiente de compacidade para a Bacia do Itapocu resultou em 1,77

significando que a bacia é alongada e não está sujeita à maiores enchentes, pois afastou-

se da forma circular.

A densidade de drenagem indica o grau de desenvolvimento de um sistema de

drenagem, para este é necessário o comprimento total dos cursos d’água, que calculado

para a Bacia do Itapocu resultou em 5.320,65 km. Então, a relação entre o comprimento

da rede de drenagem com a área da bacia resultou em 1,68 km de cursos d'água para

cada km² de área da bacia, significando que possui uma boa drenagem.

Apesar dos resultados dos cálculos hidrológicos mostrarem que a bacia não é

sujeita à grandes enchentes, outros fatores como a ocupação do solo, o assoreamento do

Rio Itapocu, a tornaram uma bacia que já teve esse tipo de evento climático e continua

propensa a ter.

O último trimestre de 2008 em Santa Catarina e, especificamente, no Município

de Jaraguá do Sul, demonstrou, mais uma vez a vulnerabilidade dessa região. No

Estado, segundo a Defesa Civil Estadual, esse desastre afetou 60 municípios e mais de

1,5 milhões de pessoas, com 133 mortes, 22 desaparecidos e mais de 78.000 mil

habitantes forçados a deixarem suas casas. Em Jaraguá do Sul, segundo a Defesa Civil

Municipal, foram 13 vítimas fatais, sendo 12 vítimas por desmoronamento e 1 vítima

por afogamento, além de 147 feridos e aproximadamente 40 famílias desalojadas.

(SILVA, 2010).

Em janeiro de 2011, o município de Jaraguá do Sul, em um curto período de

tempo, voltou a ser atingido com uma grande quantidade de precipitação, novamente a

vulnerabilidade já característica do município aliado a esse evento, trouxe uma nova

catástrofe a sua população, menor que a de 2008, porém com danos ao município e a

sua população. (SILVA, 2011).

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4.2 Caracterização da cobertura vegetal e situação ambiental da faixa

remanescente

O município de Jaraguá do Sul encontra-se inserido no Bioma Mata Atlântica, a

qual apresenta cerca de 1,5 milhão de km², estendendo-se praticamente por todo o litoral

brasileiro, atingindo 13 estados. Corresponde a um dos ecossistemas mais ameaçados.

Ocorre nas encostas do Planalto Atlântico e nas baixadas litorâneas adjacentes, sempre

muito rica em espécies, abrigando consequentemente uma fauna diversificada,

recobrindo de modo quase contínuo uma faixa paralela ao litoral, desde Santa Catarina

até o Rio Grande do Norte.

Dentre os tipos de formações vegetais formadores da Floresta Atlântica, a

tipologia Floresta Ombrófila Densa é a descrita para a área de estudo e região. Esta

floresta, grandiosa e heterogênea, de solo bem drenado e com grande fertilidade, é

caracterizada por apresentar árvores de folhas largas, sempre verdes, de longa duração e

mecanismos adaptados para resistir tanto a períodos de calor extremo quanto de muita

umidade. Sua vegetação apresenta altura média de 15 metros, mas certas árvores

chegam a atingir até 40 metros. O grande número de cipós, bromélias, orquídeas e

outras epífitas (plantas aéreas) que se hospedam nas árvores provêm a esta floresta um

caráter tipicamente tropical.

Localmente a área está inserida na Floresta Ombrófila Densa – FOD aluvial, ou

seja, a vegetação sofre influência das cheias.

4.3 Características do terreno que será utilizado no projeto

Um dos principais processos que altera e compromete a capacidade de drenagem

ou de suporte de um curso d’água é o processo denominado de assoreamento. O

assoreamento é um processo natural onde ocorre a deposição de sedimento no centro do

canal de drenagem, diminuindo assim as características de velocidade e profundidade. O

sedimento que chega até o centro do canal de escoamento é proveniente das margens do

mesmo, onde quanto maior for a degradação da encosta (retirada de mata ciliar), maior

será a o volume erodido da mesma e maior será o volume de sedimento acumulado no

canal.

As imagens a seguir mostram como se encontram as margens do Rio Itapocu,

através do programa Google Earth, no mês de outubro de 2016:

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Figura 3- Rio Itapocu trecho de área rural.

Fonte: Google Earth (2016).

A figura 3 apresenta o início do Rio Itapocu, no município de Jaraguá do Sul,

mais precisamente no bairro Nereu Ramos. Trata-se de uma zona rural do município

com menos construções do que a zona urbana, que aparece logo abaixo. Como pode ser

verificado, mesmo na zona rural a extensão da mata ciliar não é a necessária para

preservação do manancial. No local existem loteamentos e plantações, que acabaram

por destruir a faixa ciliar do recurso hídrico.

O Plano Diretor do município traz: a preservação das águas correntes e

dormentes do Município, evitando a sua poluição e o seu assoreamento, possibilitando o

desenvolvimento de atividades econômicas dependentes da sua potabilidade, ou seja,

preservar o recurso hídrico, porém, levar em consideração atividades que por ventura

sejam afetadas pela extensão da mata ciliar. (JARAGUÁ DO SUL, 2007).

É de suma importância evitar a erosão principalmente neste trecho do Rio

Itapocu, pois o mesmo fica a montante da captação de água, da Estação de Tratamento

Central.

A figura 4 caracteriza a extensão urbana do Rio Itapocu em Jaraguá do Sul, no

mês de outubro de 2016:

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Figura 4- Rio Itapocu trecho de área urbana.

Fonte: Google Earth (2016).

Como pode ser verificado o adensamento humano neste trecho do rio é

consideravelmente maior do que no trecho apresentado na primeira figura. Por se tratar

de trecho urbano, com pequenos espaços ainda preenchidos por vegetação, a

recomposição da mata ciliar apresenta-se como uma situação mais delicada.

4.4 Benefícios Previstos com a execução do Desassoreamento do Rio Itapocu

Os benefícios previstos com a execução do projeto estão listados abaixo:

• Revitalização do curso d’água, através da limpeza do leito e das margens do

recurso hídrico;

• Recuperação e proteção dos recursos hídricos, através do plantio de gramíneas e

árvores nativas;

• Restabelecimento do equilíbrio do ecossistema aquático, através da limpeza do

recurso hídrico;

• Minimização dos impactos das enchentes que ocorrem em Jaraguá do Sul, pois

com o desassoreamento do rio a incidência e a magnitude das enchentes

diminuirão.

• Melhora na qualidade da água captada para abastecimento do município de

Jaraguá do Sul, devido à limpeza do rio a qualidade da água bruta não terá tanta

alteração devido aos sedimentos presentes no curso do rio.

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5. PROJETOS DE ENGENHARIA VINCULADOS

Inicialmente serão buscadas junto à Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente-

FUJAMA, as licenças necessárias para execução da obra. A FUJAMA é o órgão local

de meio ambiente, integrante do SISNAMA, responsável neste caso, pelo processo de

licenciamento ambiental.

De modo geral, a concepção do projeto de desassoreamento irá considerar ações

a serem desenvolvidas nas etapas de mobilização, operação e desmobilização das obras.

Durante a mobilização e operação serão realizadas as seguintes atividades:

i) Preparação do canteiro de obras;

ii) Construção de acessos (entrada e saída de maquinários as margens do

rio);

iii) Construção de depósitos temporários;

iv) Remoção dos sedimentos, com a utilização de escavadeira hidráulica;

v) Transporte e disposição dos sedimentos. Nesta etapa os sedimentos

dragados com escavadeira hidráulica serão transportados com a

utilização de veículos (caminhões) adequados ao transporte deste

material, sendo posteriormente depositados às margens do rio Itapocu ou

em áreas de bota fora previamente selecionadas.

A etapa de desmobilização implica na adoção de medidas de recuperação

ambiental nos sítios utilizados na disposição temporária do material e de deposição

permanente (margens do rio e bota fora) dos sedimentos, além do desmonte das vias de

acessos construídas.

A recuperação dos acessos e bacias de decantação (depósitos temporários), das

áreas de depósitos definitivos (bota fora) e junto às margens do rio, correspondem às

medidas para minimizar a magnitude dos impactos negativos gerados em função da obra

de desassoreamento.

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6. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DA OBRA

O cronograma físico-financeiro mostra a evolução da obra e o quanto será gasto

ao longo do prazo de execução. O prazo para execução desta obra é de 24 meses:

Quadro 1- Cronograma físico- financeiro da obra Especificação Total (R$) MÊS 1 à

6 MÊS 7 à

12 MÊS 13

à 18 MÊS 19 à

24 Diagnóstico 38.012,00 X Serviços Topográficos e Geotécnicos

52.357,00 X

Limpeza e melhoramento das margens (limpeza manual)

33.456,00 X X

Locação de escavadeiras e retroescavadeiras

139.037,00 X X

Locação de caminhões 70.056,00 X X X Plantio de gramíneas 20.087,00 X Plantio de árvores nativas

75.064,00 X

Contratação de encarregados (com estadia/alimentação)

36.000,00 X X X

Plano de Gerenciamento de Material Sólido e Sedimentos

58.037,00 X

Total 522.106,00 Fonte: A autora (2016).

6.1 Fontes de Financiamento

O projeto pode ser viabilizado junto ao Governo Federal, através da Agência

Nacional de Águas (ANA), que divulga editais para os municípios cadastrarem suas

propostas, terem suas propostas analisadas e consequentemente aprovadas.

Também, o Ministério das Cidades apoia projetos relacionados, divulgando

funcionais programáticas onde propostas podem ser contempladas.

Em nível estadual a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico

Sustentável - SDS apoia projetos nesta área.

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7. VIABILIDADE DA AÇÃO

Um projeto de desassoreamento engloba as três variáveis da sustentabilidade. No

aspecto econômico os benefícios gerados a partir da realização da mesma compensam o

valor investido. A partir de uma obra de desassoreamento a incidência de enchentes

diminuirá ou mesmo irá cessar, assim não serão necessários recursos para recuperar as

áreas atingidas pela água nas enchentes. Também dentro do aspecto econômico com

uma melhor qualidade da água do rio serão gastos menos recursos públicos no

tratamento de água.

No aspecto social a obra de desassoreamento irá beneficiar todos os moradores

do município, principalmente os que são atingidos ou que passam por transtornos

devido aos alagamentos e as enchentes.

Mencionada intervenção faria cumprir o que dispõe a legislação brasileira no

que concerne à necessidade de proteção das margens dos recursos hídricos superficiais,

o que contribui para a promoção da função social da sociedade. No aspecto social, o

projeto de intervenção vem ao encontro do que está disposto na Meta 3 (Boa Saúde e

Bem-Estar) dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

O meio ambiente será beneficiado pela limpeza do rio e também pelas ações

concomitantes as obras, plantio de árvores nativas, preservação das matas ciliares e

gerenciamento dos resíduos.

Também, no aspecto ambiental, a ação de desassoreamento viabilizará a

promoção da qualidade ambiental requerida para o espaço urbano, condizente com o

que preconiza a legislação brasileira e, ainda, com o que preconiza os acordos

multilaterais ambientais, a exemplo dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio

(Meta 7- Melhoria da Qualidade Ambiental) e os Objetivos do Desenvolvimento

Sustentável (Meta 11- Cidades e Comunidades Sustentáveis e Meta 15- Vida na Terra).

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REFERÊNCIAS

AMVALI, Associação dos Municípios do Vale do Itapocu. Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu. 2016. Disponível em: < http://www.amvali.org.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/43838>. Acesso em 18 ago. 2016. BRASIL. Lei 12.561 de 25 de maio de 2012. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em 03 set. 2016 BRASIL. Resolução No 357, de 17 de Março de 2005. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf.>. Acesso em 18 jul. 2016. DEFESA CIVIL DE JARAGUÁ DO SUL. 2016. Disponível em: < http://www.jaraguadosul.sc.gov.br/defesacivil>. Acesso em 27 jul 2016. IPEF. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Disponível em: <www.ipef.br>. Acesso em: 09 jul. 2016. JARAGUÁ DO SUL. Lei Complementar Nº 65/2007. Disponível em: <http://www.jaraguadosul.sc.gov.br/downloads.php?id=3128>. Acesso em 28 jul. 2016. JARAGUÁ DO SUL. Lei Municipal nº 1.767/1993. Disponível em: <https://www.diariomunicipal.sc.gov.br/arquivosbd/atos/1460469809_dec108042016.odt>. Acesso em 03 set. 2016. MARTINS, S. V.: Recuperação de matas ciliares. 2ª Ed. Revista e ampliada. Viçosa: Editora Aprenda Fácil, 2007. 255p. O CORREIO DO POVO. A maior cheia do Rio Itapocu. 2014. Disponível em: < http://ocponline.com.br/noticias/a-maior-cheia-do-rio-itapocu/>. Acesso em 25 jul. 2016. SANTOS, D. G.; DOMINGOS, A. F.; GISLER, C. V. T.: Gestão de Recursos Hídricos na Agricultura: O Programa Produtor de Água. IN: Manejo e conservação da água no contexto e mudanças ambientais. XVII REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. Rio de Janeiro:10 a 15 de agosto de 2008. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável. Bacias Hidrográficas do Estado de Santa Catarina - Diagnóstico Geral, 1997. Disponível em: < http://www.sds.sc.gov.br/>. Acesso em 28 ago. 2016. SILVA, Felipe Amaro da. VULNERABILIDADE NO MUNICÍPIO DE JARAGUÁ DO SUL SC: Estudo dos efeitos das chuvas de 2008. UFMS. 2010. SILVA, Felipe Amaro da. Percepção dos desastres ambientais climáticos em Jaraguá do Sul – SC. UFMS. 2011

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STREICH, Kenia Regina. Tratamento de Água em Jaraguá do Sul. 2013. Disponível em: < https://periodicos.ifsc.edu.br/index.php/rtc/article/viewFile/1232/799>. Acesso em 23 jul. 2016.