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Torre da Antena Radar – DTCEA - Petrolina – PE ESPAÇ Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA N O T Í C I A S - A n o 4 - n º 2 8 AERO

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Reportagens: DECEA e OACI promovem Seminário de Implementação do Conceito Operacional ATM Nacional; Auditoria de Manutenção da Certificação ISO 9001:2000 do CCA-BR; VII Simpósio dos Serviços de Informação Aeronáutica: segurança, regularidade e eficiência da Navegação aérea; Carsamma inicia programa de capacitação de seu efetivo; PAME-RJ assinará contrato com a Thales; Comando da Aeronáutica estabelece nova setorização do Controle de Tráfego Aéreo; ILS CAT III poderá ser instalado no brasileiro; DECEA visa sssinar termo de cooperação com a Eletrobrás; Primeira Operação 1.020

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Torre da Antena Radar – DTCEA - Petrolina – PE

ESP

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA

NO

T Í C I A S - A n o 4 - n º 2 8

AERO

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Índice

Seção:Notícias do SISCEABCISCEA dá prosseguimentoà modernização de Torres de Controle

Artigo:A Meteorologia do CGNA

Reportagem EspecialOs colecionadores de sonhos,paixões e raridades

Primeira Operação 1.020

ExpedienteNossa capa

Na foto da capa desta edição, o 2S Marcílio Freire de Castro faz a manutenção do Radar de Petrolina (PE), que tem um alcance de 250 milhas e abrange parte dos estados de Pernambuco, Bahia, Piauí, Ceará e Paraíba. É uma importante ferramenta em prol da segurança do

tráfego aéreo. Com a missão de realizar as manutenções em nível orgânico dos equipamentos (Radar SIR-M; Estação VHF; TELESAT; USCA; GRUGER; RETIFICADORES e UPS), o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Petrolina (PE) também acompanha as manutenções de nível base, executadas por equipes volantes e ainda apóia a operacionalidade do Destacamento, na manutenção dos equipamentos de informática, integração das comunicações internas e externas, tudo em nível orgânico, assegurando assim, que as informações necessárias à proteção ao vôo da região de Petrolina cheguem ao CINDACTA III com a máxima integridade possível.

A equipe da revista Aeroespaço viu a importância dessa OM para o SISCEAB, dando destaque para o referido Destacamento nas páginas 24, 25 e 26 desta edição.

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Maj Brig Ar Ramon Borges CardosoAssessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1Redação:Daisy Meireles (RJ 21523-JP)Telma Penteado (RJ 22794-JP)Diagramação & Capa:Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ)Fotografia:Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Contatos:Home page: www.decea.gov.brIntraer: www.decea.intraerEmail: [email protected] [email protected]ço: Av. General Justo, 160 - CentroCEP 20021-130 - Rio de Janeiro/RJTelefone: (21) 2123-6585 Fax: (21) 2262-1691Editado em dezembro/2007Fotolitos & Impressão: Ingrafoto

Torre da Antena RadarDTCEA - Petrolina - PE

Seção:Notícias do SISCEAB

DECEA realiza 4ª Reunião com oselos de Coordenação do STI do COMAER

Seção:Notícias do SISCEAB

Novo laboratório de simulação decontrole de tráfego aéreo é inaugurado pelo

Comandante da Aeronáutica

Seção:Conhecendo o DTCEAPetrolina - PE

Seção:Usina de Idéias

Reestruturação Organizacional do 1º GCC

Seção:Notícias do SISCEABCARSAMMA inicia programade capacitação de seu efetivo

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Seção:Notícias do SISCEAB

DECEA e OACI promovemSeminário de Implementação

do Conceito Operacional ATM Nacional

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Maj Brig Ar Ramon Borges CardosoDiretor-Geral Interino do DECEA

C hegamos ao final de 2007. Temos que admitir que foi um ano de muito trabalho onde estivemos tratando de reverter todas as expectativas menos favoráveis e nos mobilizando no sentido de responder positivamente aos

desafios que se interpunham.Tivemos êxito em cada empreitada a que nos dedicamos, até porque foi

restabelecida a normalidade em nosso meio e isto definitivamente é um fator importantíssimo para quem tem como matéria prima cotidiana a segurança de operações aéreas num país de dimensões continentais como o Brasil.

Mais uma vez ficou demonstrada a capacidade da infra-estrutura e dos recursos humanos do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro em acudir e acomodar providências diante de situações emergenciais e isto só foi possível por conta do profissionalismo e competência dos homens e mulheres que trabalham para o DECEA.

A ordem, os critérios de planejamento e o ordenamento de providências sempre fizeram parte de nossas rotinas administrativas e operacionais, de tal modo que nos instantes de crise – e certamente foram muitos ao longo de mais de 60 anos de existência – jamais nos faltou a certeza de que o SISCEAB iria superar as eventuais dificuldades. A prova aí está. Contra a evidência dos fatos não há argumentos.

O ano de 2008 desponta como o ano da consolidação de novos insumos tecnológicos para o transporte aéreo no País e no mundo. Nos aproximamos cada vez mais dos novos conceitos de gerenciamento do tráfego aéreo por satélite – uma inexorável transformação global - para a qual o Brasil já vem se preparando e é um ator importante nesse processo de aprimoramento, não só por conta de sua posição geoestratégica, mas também pela reputação mundial de esmero e competência que desfruta.

Ao tempo em que parabenizo a todos os integrantes do SISCEAB pelas conquistas do ano que se encerra, os conclamo a manter em alta este espírito sóbrio e combativo que nos trouxe até aqui e que é a garantia de dias melhores, sempre.

A todos e às suas digníssimas famílias os mais calorosos votos de um Feliz Natal e um Ano Novo pleno de realizações e muito sucesso.

Obrigado a todos.

Erramos: Conhecendo o DTCEA-Canoas (RS) - O Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO) é a Unidade que presta atendimento a todos os militares da área e seus dependentes, e não o Hospital da Base Aérea de Canoas, como foi com erroneamente registrado no texto da seção Conhecendo o DTCEA, na edição 27.

Editorial

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DECEA E OACI promovemSeminário de Implementação doConceito Operacional ATM Nacional

O Brasil, em conjun-to com a Organização de Aviação Civil Internacio-nal (OACI) e outros Es-tados membros da comu-nidade de aviação civil, reconhece que o Sistema de Navegação Primário do Futuro será fornecido pelo Sistema Global de Navega-ção por Satélite (GNSS), o que vai trazer a oportuni-dade de aprimoramento da segurança, capacidade, eficiência e flexibilidade de serviços.

A navegação por satéli-te se transformou rapida-mente em uma utilidade global. O seu poder de fornecer posição, veloci-dade e tempo, com extre-ma precisão, possibilita que este tipo de navegação seja utilizado em todos os meios de transporte.

O DECEA e a FAA (Fe-deral Aviation Adminis-tration – Administração Federal da Aviação) têm trabalhado juntos, desde março de 2000, em vários projetos relacionados com a implan-tação bem-sucedida das tecnologias GNSS no Brasil e em toda a re-gião do Caribe e da América do Sul (CAR/SAM).

Para alcançar esse fim, foram de-senvolvidas as seguintes metas para a implantação da navegação por saté-lite no Brasil:

1) Transição para o Conceito Ope-racional ATM Global (ATM – Air Traffic Management – Gerenciamen-to de Tráfego Aéreo);

2) Implementação da Comunica-ção por Datalink;

3) Implementação da Navegação Baseada em Performance (PBN); e

4) Melhoria da Vigilância ATS. Com apoio da FAA, o DECEA

realizou, no período de 6 a 8 de novembro, o Seminário de Imple-mentação do Conceito Operacional ATM Nacional (ATM – Air Traffic Management – Gerenciamento de Tráfego Aéreo) no Hotel Pestana, no Rio de Janeiro, onde foi apresenta-do este novo conceito de Comuni-cação, Navegação, Vigilância e Ge-renciamento de Tráfego Aéreo a ser implantado no Brasil.

Na cerimônia de abertura, o Dire-tor-Geral do DECEA, Maj Brig Ra-mon Borges Cardoso, informou aos usuários do espaço aéreo brasileiro que o DECEA especificamente crê na importância desse trabalho e na implantação do CNS/ATM: “Nesse evento colocaremos as idéias e as po-

sições do governo bra-sileiro por intermédio do Comando da Força Aérea e especificamen-te do DECEA, para que possamos dar con-tinuidade a esse tra-balho, que vem sendo executado há muitos anos”.

O Diretor-Geral do DECEA disse ainda, que esperava, ao final dos três dias de evento, um resultado adequa-do ao crescimento e à segurança do transpor-te aéreo e que a par-ticipação de todos os elementos garantiria a eficiência e a eficá-cia, permitindo que o crescimento da avia-ção ocorresse não só no território brasileiro, mas em todo o mundo de uma maneira inte-grada e participativa”.

Em seguida, o Vice-Diretor do DECEA e Presidente da Co-missão CNS/ATM,

Maj Brig Ar Élcio Picchi, disse que o resultado do Seminário possibilitará substituir o atual programa de tran-sição. “Vai permitir, ainda, a elabora-ção de uma diretriz de planejamento da navegação aérea no Brasil para os próximos 15 anos, em sintonia com o planejamento de suas empresas e dos objetivos da OACI para a região do Caribe e da América do Sul”.

O Brig Ar José Roberto Macha-do (chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA e Secretário Executivo da Comissão CNS/ATM) valorizou a parceria com a FAA e a troca de experiências. “O nosso fu-turo já começou, mas ainda temos muita coisa pela frente” - disse o Brig J. Roberto, ressaltando que

O Secretário Executivo da Comissão CNS/ATM, Brig J. Roberto, valorizou a parceria do DECEA com o FAA em sua apresentação

Na cerimônia de abertura: Camile Richardson (EUA), Maj Brig Picchi, Maj Brig Ramon, Dan Salvano (FAA) e Brig J. Roberto

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com o objetivo principal de apresentar o planejamento da implantação CNS/ATM no Brasil, o DECEA esperava obter o en-volvimento da comunidade aeronáutica nacional e internacional, por meio de su-gestões, óbices, e planejamentos a serem apresentados durante o Seminário.

No primeiro dia, os temas apresentados foram:

- Evolução CNS/ATM no Brasil (Brig Ar Álvaro Pequeno)

- Us Navegation Evolution Roadmap (Dan Salvano)

- Concepção Operacional ATM Nacio-nal (Maj Júlio)

- Estratégia de Implementação CNS/ATM (Maj Cosendey)

No segundo dia, os temas Requisitos de Gerenciamento de Tráfego Aéreo, de Na-vegação, de Comunicação e de Vigilân-cia (CNS/ATM) foram discutidos pelos grupos de trabalho. Foram apresentadas também, melhorias no Serviço de Infor-mações Aeronáuticas, com a sua automa-ção, e na Meteorologia Aeronáutica, com adoção da informação em tempo real e predição.

No último dia, as Empresas Aéreas, Indústrias Aeronáuticas e Empresas de Serviços Aeronáuticos apresentaram seus planejamentos de transição para o “Con-ceito CNS/ATM”. Após isto, ocorreu um debate sobre as conclusões dos Gru-pos de Trabalho (GT), onde se decidiu pela criação de GT específico por área de abrangência (C, N, S e ATM), com a par-ticipação de Organismos Governamentais (DECEA, Anac, Infraero), Empresas e In-dústrias Aeronáuticas.

Segundo os organizadores, ao evento compareceram 140 pessoas por dia e ficou assegurado que as diversas comunidades de usuários estavam totalmente engajadas neste processo de implantação do GNSS.

O evento contou com a presença de toda a Direção do DECEA, da chefe da Divisão Política e Econômica do Consulado dos EUA, Camille Richardson; do Diretor de Navegação Aérea da Federal Aviation Ad-ministration (FAA), Dan Salvano, um dos palestrantes do Seminário, e de represen-tantes de diversas empresas aéreas, indús-trias e empresas de tecnologia aeronáutica, nacionais e internacionais (GOL, VARIG, TAM, AMERICAN AIRLINES, UNI-TED AIRLINES, DELTA, LAN, EM-BRAER, BOEING, AIRBUS, EMBRA-TEL, SITA, ARINC, HONEYWELLL, THALES, dentre outras).

Auditoria de Manutenção da Certificação ISO 9001:2000 DO CCA-BR

VIII Simpósio dos Serviços de Informação Aeronáutica: Segurança, Regularidade e Eficiência da Navegação Aérea

Em prosseguimento às ações rela-tivas a manutenção do Certificado de Sistema de Qualidade obtida em 2005, nos dias 26 e 27 de novembro de 2007, o CCA-BR recebeu os audi-tores Eng Joaquim e Eng Alessandro, do Instituto de Fomento Industrial (IFI), com a finalidade de verificar a conformidade do sistema, o cumpri-mento das metas de atendimento dos serviços e melhoria de processos.

As avaliações que são regularmente registradas por meio de questioná-rios ao público interno e externo em 74 OM que dependem do adequado funcionamento da infra-estrutura e do apoio do pessoal especializado na área de Tecnologia da Informação da-quele Centro de Computação.

Para conhecer o sistema de qualida-de basta acessar www.ccabr.intraer.

O Departamento de Contro-le do Espaço Aéreo (DECEA) promoveu, no período de 19 a 23 de novembro, no au-ditório do CGNA, no Rio de Janeiro, o VIII Simpósio dos Serviços de Informação Aeronáutica (AIS), ratifican-do seu compromisso com a tríplice aliança: Segurança, Regularidade e Eficiência da Navegação Aérea - base cons-titucional da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).

O evento contou com a participa-ção de especialistas AIS de todo o Bra-sil, inclusive com representantes da Marinha, Exército e Infraero. Foram expostos temas de relevante interesse para a comunidade AIS, o que implica

o acúmulo de experiências às já adqui-ridas, o desenvolvimento e a reformu-lação de conceitos e, por conseqüên-cia, o aprimoramento da prestação de um serviço, que é motivo de orgulho para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

Temas relevantes foram apresentados para a comunidade AIS

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Em função do aumento significativo dos índices de risco de colisão no espa-ço aéreo RVSM (Redução Vertical dos Mínimos de Separação) nas Regiões CAR/SAM (Caribe/América do Sul), vislumbrou-se a necessidade de aperfei-çoamento da metodologia de obtenção dos dados dos Grandes Desvios de Al-titude, bem como dos parâmetros utili-zados para os cálculos matemáticos dos mesmos.

Para tanto, a CARSAMMA (Agência Nacional de Monitoração da Seguran-ça do Espaço Aéreo para as Regiões da América do Sul e do Caribe), apoiada pelo CGNA (Centro de Gerenciamen-to da Navegação Aérea) e pelo Depar-tamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), iniciou um programa de ca-pacitação de todo o seu efetivo, com o intuito de aperfeiçoar os conhecimen-tos necessários ao cumprimento de sua missão.

Neste intuito, uma equipe da CAR-SAMMA participou, no período 25 a 27 de setembro, em Mérida, no Mé-xico, do Seminário de Treinamento de Avaliação da Segurança Operacional ATS e da Quarta Reunião do Grupo de Trabalho de Escrutínio (GTE).

A Delegação Brasileira foi composta pelo Maj Av Renato Pietroforte Car-valho (CARSAMMA); pelo DACTA Reinaldo Brandão Taveira (CARSAM-MA); pela DACTA Thaís Santarém de Assumpção (CARSAMMA); e pelo Eng Artur Flávio Dias (Instituto de Es-tudos Avançados do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial – IEAv/CTA).

Já o Grupo de Trabalho de Escrutí-nio foi composto por controladores de tráfego aéreo, membros da tripulação de vôo e peritos em segurança. Estive-ram representadas no GTE as seguintes organizações: FAA (Federal Aviation Administration – Administração Fe-deral da Aviação); DGAC (Dirección Générale de l’Aviation Civile – Direção Geral de Aviação Civil); IFALPA (In-ternational Federation of Air Line Pilots’ Associations – Federação Internacional

das Associações de Pilotos); COCES-NA (Corporación Centroamericana de Servicios de Navegación Aérea – Corpo-ração Centro-Amerciana de Serviços de Navegação Aérea); CORPAC S.A. (Corporación Peruana de Aeropuertos y Aviación Comercial S.A. – Corporação Peruana de Aeroportos e Aviação Co-mercial S.A.); e CARSAMMA.

Dando início aos trabalhos, houve uma apresentação, comandada pelos representantes da FAA, Madison Wal-ton e Stephanie Beritsky, sobre a me-todologia que deveria ser aplicada na análise dos Grandes Desvios de Altitu-de (LHD).

Em seguida, foram iniciados os de-bates a respeito de todos os parâmetros a serem levados em consideração para uma análise criteriosa dos reportes de Grandes Desvios de Altitude, recebidos pela CARSAMMA, no período de ja-neiro a julho deste ano.

Ao longo dos três dias de reunião, fo-ram analisados 202 LHD, tendo sido identificadas as causas dos desvios rela-tados em cada formulário, para serem, no futuro, utilizadas no cálculo do risco de colisão.

Vale ressaltar que alguns LHD foram desconsiderados devido à inconsistên-cia ou ausência de dados suficientes para uma análise adequada.

Ao final da reunião ficou acertado que o próximo encontro será em março de 2008, em Lima (Peru), com o obje-tivo de analisar os LHD recebidos pela CARSAMMA no período de agosto a dezembro de 2007.

Outros tópicos são o alerta aos Cen-tros de Controle de Aérea de Assunção, Curaçao e Dakar sobre a grande inci-dência de determinados tipos de causa de LHD em seus respectivos órgãos de controle e a promoção de divulgação veemente da necessidade de todos os Estados das Regiões CAR/SAM envia-rem à CARSAMMA, mensalmente, todos os seus Grandes Desvios de Alti-tude, relatando, em formulário próprio e de maneira concisa, ordenada e clara.

A CARSAMMA pôde nesta opor-

tunidade exercitar todo o seu conheci-mento sobre como analisar e identificar as causas dos grandes desvios de altitude relatados pelos ACC. Além disso, pôde mostrar ao GTE todas as dificuldades encontradas quando do recebimento de LHD incompletos e/ou incoerentes em seus relatos.

A equipe da Carsamma aperfeiçoou os conhecimentos durante a missão

CARSAMMA inicia programa de capacitação de seu efetivo

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PAME-RJ assinará contratocom a Thales

O Departamento de Contro-le do Espaço Aéreo (DECEA), através do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (RJ), visa assinar, ainda em dezembro, um contrato com a empresa francesa Thales.

O objetivo deste contrato é o suporte logístico na área de ma-nutenção de radares. Serão, ao todo, 51 radares atendidos em todo o território nacional.

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DECEA visa assinar Termo de Cooperação com a Eletrobrás

ILS CAT III poderá ser instalado no Brasil

O Subdepartamento Técnico (SDTE) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) encaminhou, no dia 20 de novembro, para a Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.), a minuta do Termo de Cooperação para a revitalização

dos Sistemas de Oferta de Energia. O Termo de Cooperação, que se encontra

em análise pelo setor jurídico da Eletrobrás, tem por objetivo aprimorar as condições de suprimento de energia elétrica aos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Contro-

le de Tráfego Aéreo (CINDACTA) e ao Servi-ço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP), garantindo, assim, a qualidade e a estabilidade do fornecimento.

Há intenção do DECEA de que o Termo seja assinado ainda em dezembro.

Em decorrência de sucessivos fechamen-tos dos aeroportos da região sul/sudeste por condições meteorológicas adversas – mais propriamente nevoeiros de grande intensi-dade - que neste ano de 2007 mostraram-se mais agressivos e com maior duração do que o usualmente ocorre nos meses de in-verno, começaram as especulações sobre a eventual necessidade do Brasil mandar ins-talar os ILS ( Sistema de Pouso por Instru-mentos) da Categoria III , uma vez que,por razões técnicas, operamos apenas com os de Categoria I e II.

ILS é a sigla em inglês para INSTRU-MENT LANDING SISTEM, equipa-mento que apóia as aproximações para o pouso sob condições atmosféricas desfavo-ráveis.

Os ILS são das categorias I ,II e III com cada uma delas apontando para parâmetros específicos.

O ILS CAT II propicia uma aproxima-ção por instrumento de precisão e pouso com uma altura de decisão até 60 m (200 pés) e superior a 30m (100 pés), e contato

visual coma pista superior a 350 m.Já o ILS CAT III é subdividido em três

outras categorias:CAT III A – permite aproximação por

instrumento por instrumento de precisão e pouso com uma altura de decisão até 30 m (100 pés), ou nenhuma altura de decisão e contato visual com a pista superior a 200 m.

CAT III B – permite uma aproximação por instrumento de precisão e pouso com uma altura de decisão menor que 15 m (50 pés), ou nenhuma altura de decisão e con-tato visual com a pista até 200 m e superior a 50 m.

CAT III C - aproximação por instru-mento de precisão e pouso sem altura de decisão e sem restrições de visual da pista.

No final de setembro, a transição do ILS Categoria I para o de Categoria II da pista do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba (PR), já havia sido concluída. Atualmente, depende apenas do vôo de inspeção a ser realizado pelo Grupo Espe-cial de Inspeção em Vôo (GEIV).

Os Aeroportos que operam com ILS categoria II no Brasil são : Rio de Ja-neiro ( Tom Jobim); Governador An-dré Franco Montoro - Guarulhos - São Paulo e Afonso Pena – Curitiba. No Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) que opera com ILS categora II, o ILS CAT III não tem ainda data pre-vista para instalação. O mesmo ocorre com Curitiba. Ambos os equipamentos estão em fase de planejamento.

Vale ressaltar que atualmente diver-sas empresas aéreas civis internacionais já possuem homologação de aeronaves e tripulação na Categoria III, enquanto que as companhias nacionais não estão ainda aptas para se homologarem.

Esta homologação para ILS CAT III, que foi apontada como necessária em aeroportos internacionais de grande circulação no Brasil, encontra-se em discussão entre o DECEA, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e INFRAERO.

Visando melhorar a fluidez do trafego de aeronaves da região Sul e de São Paulo para o Nordeste – e vice-versa – entrou em ope-ração na madrugada do dia 25 de outubro, à 1h35, a nova setorização do Controle de Tráfego Aéreo nas regiões sob a coordena-ção dos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo I (Brasília) e II (Curitiba).

Mais precisamente, dois setores do CINDACTA I, que abrangem o polígo-no formado pelas cidades de Ubatuba (SP), Pirassununga (SP), Belo Horizon-te (MG) e Vitória (ES), passaram para a

área de controle do CINDACTA II. Assim, o Departamento de Controle do

Espaço Aéreo (DECEA) inicia a criação de um corredor aéreo entre os CINDACTA II (Curitiba) e III (Recife), ligando as regiões Sul e Nordeste do País e reduzindo o volume de tráfego sob a coordenação do CINDAC-TA I.

A alteração foi possível graças à conclusão, em outubro, do processo de modernização dos equipamentos do Centro de Controle de Área (ACC) de Curitiba (CINDACTA II), iniciado em 2004.

O dia 23 de setembro passado marcou o

começo da operação do novo sistema de vi-sualização e tratamento de dados. A unidade recebeu ainda um novo sistema de comuni-cação, entre outros investimentos.

Vale ressaltar que a nova setorização não influirá no tráfego aéreo das regiões terminais São Paulo e Rio de Janeiro, que atualmente se encontram sob a coordenação do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP).

De acordo com o Centro de Gerencia-mento da Navegação Aérea (CGNA), no primeiro dia de operação, o tráfego aéreo nos novos setores transcorreu normalmente.

Comando da Aeronáutica estabelece nova setorização do Controle de Tráfego Aéreo

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B DECEA realiza a 4ª Reunião com os Elos de Coordenação do STI do COMAER

CISCEA dá prosseguimento à modernização de Torres de Controle

A 4ª Reunião com os Elos de Coordenação do Sistema de Tecnologia da Informa-ção do COMAER foi reali-zada, no período de 26 a 28 de novembro, nas instalações do Órgão Central do Sistema de Tecnologia da Informação (Departamento de Controle do Espaço Aéreo / Subdepar-tamento de Tecnologia da In-formação – DECEA/SDTI).

O Chefe do SDTI do DECEA, Brig Eng Roberto Souza de Oliveira, abriu o encontro, dizendo aos presentes que o objetivo principal da Reunião era pro-piciar uma verificação global e conjunta das atividades desenvolvidas pelos Elos de Coordenação e pelo Órgão Central em 2007, bem como das dificuldades encontradas.

O Chefe do SDTI ressaltou a im-portância de os Elos de Coordenação atentarem para as orientações divul-gadas pelo TCU em sua página na Internet com as regulamentações a serem seguidas.

Lembrou, também, que uma boa estruturação dos Elos servirá de base para que possam exercer plenamente suas atribuições, conforme previsto na NSCA 7-7, sendo isto, uma das prin-cipais metas a ser atingida pelo Sistema de Tecnologia da Informação.

A exposição das Divisões do SDTI fez com que a audiência reconhecesse a importância de alinhar as atividades gerenciais exercidas pelo EMAER e pelo Órgão Central de TI e seus Elos de Coordenação, junto aos Ór-gãos de Direção-geral e Setorial (ODGS), com a finalidade de fortalecer o STI para atender com efetividade as necessidades do Comando da Aeronáutica.

Foi também exposta e discutida pelos participantes a situação dos projetos e atividades em andamento, o que resul-tou na identificação de diversas neces-sidades, as quais serão analisadas a fim de que novas ações sejam executadas e acompanhadas pelos Elos do STI com o objetivo de dar efetividade aos proces-sos de TI (operacionais ou administrati-vos) no COMAER.

No encerramento da reunião, o Brig Roberto ressaltou a importância da Go-vernança de TI no COMAER e a satis-fação com o empenho dos Elos para a evolução do STI.

Dando andamento às atividades pertinentes ao seu Programa de Traba-lho Anual (PTA) de 2007, a Comissão de Implantação do Sistema de Con-trole do Espaço Aéreo (CISCEA), em parceria com o SRPV-SP, prossegue na modernização das Torres de Controle (TWR) dos Aeroportos de Congo-nhas (SP) e Galeão (RJ).

A modernização da Torre de Con-trole de Congonhas é uma parceria da CISCEA com a empresa austríaca Frequentis AG, enquanto que a do Galeão é com a empresa norueguesa ACAMS – Airport Tower Solutions.

A CISCEA, em parceria com a em-presa Frequentis, está iniciando o pro-

grama de implantação de uma Torre de Controle Transportável no Aero-porto Internacional de Salvador, visan-do eliminar as restrições de visibilidade da atual TWR e, assim, readquirir a capacidade operacional plena daquele aeroporto, aumentando a segurança das operações aéreas bem como o do controle do tráfego aéreo.

A cabine da TWR já encontra-se no DTCEA SV e aguarda a realização da infra-estrutura para a sua instalação.

Representantes dos Elos do COMAER presentes à reunião

Brig Roberto ressaltou a importância da Goverança de TI no COMAER

Acima, embarque da Cabine da TWR de Salvador na Áustria

e ao lado, atual estágio da TWR de Congonhas

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Page 9: Aeroespaço 28

Novo Laboratório de Simulação de Controle de Tráfego Aéreo é inaugurado pelo Comandante da AeronáuticaO Comandante da Aero-

náutica inaugurou, no dia 5 de novembro, as instala-ções do novo Laboratório de Simulação de Controle de Tráfego Aéreo.

Localizada no Instituto de Controle do Espaço Aé-reo (ICEA), o laboratório tem como principal finali-dade ampliar a capacitação e elevação de nível opera-cional dos controladores de tráfego aéreo.

O uso insistente do ter-mo “laboratório” se reveste de fundamental importân-cia para a consolidação do ICEA como Instituto de Pesquisa do DECEA.

A ampliação e a moder-nização da estrutura de treinamento simu-lado do ICEA permitirão o atendimento adequado da demanda crescente por treina-mento, em função do significativo aumen-to do número de controladores de tráfego aéreo a serem formados anualmente para fazer frente às necessidades operacionais atuais.

O uso de simulador 3D de Controle de Aeródromo (SICAD 3D) ou de Torre de Controle (TWR 3D) permitirá o trei-namento adequado dos controladores de tráfego aéreo daqueles órgãos ATC de me-nor ou de maior complexidade, tais como Brasília, Congonhas, Guarulhos etc. Além disso, o emprego dos mencionados simu-ladores propiciará as condições de simula-ção necessárias para balizar a introdução de novos procedimentos, que visem otimizar o uso da capacidade ATC e da infra-estrutura aeroportuária, como por exemplo, opera-ções simultâneas (dependentes e/ou inde-pendentes), segregadas etc.

O Laboratório de Simulação do ICEA propiciará as condições necessárias para a realização de simulações em tempo acele-rado conjuntas com a Superintendência de Estudos e Capacitação da Aviação Civil (antigo IAC), pertencente a ANAC, a fim

de analisar, de forma integrada, a infra-estrutura aeroportuária e do espaço aéreo, fator essencial para o planejamento relacio-nado às citadas infra-estruturas, visando a otimização das operações dos usuários na-cionais e internacionais.

Com o novo laboratório haverá a capaci-tação de um maior número de controlado-res de tráfego aéreo, em função do aumento previsto no quantitativo de formação desses profissionais, a partir de dezembro de 2007 e, ainda, efetuar os estudos de modelagem do espaço aéreo e realizar as simulações em tempo real e em tempo acelerado, visando estabelecer parâmetros objetivos de avalia-ção das modificações propostas no espaço aéreo brasileiro, em função de implementa-ção dos novos conceitos CNS/ATM, assim como da implantação de novos órgãos ATS (Serviços de Tráfego Aéreo) e da revitaliza-ção daqueles existentes.

Nos simuladores atuais são encontradas as seguintes condições: console AMC 901 (cinco posições); console X-4000 (cinco po-sições) e capacidade de formação para 200 controladores por ano. No novo laboratório há quatro ambientes de simulação X-4000, com oito posições cada um – totalizando 32 consoles operacionais - e com capacida-

de de formação de 768 controladores por ano.

Então, com a entrada em ação do novo labo-ratório, com consoles similares aos empre-gados nos principais órgãos de controle de tráfego aéreo brasilei-ros, o Comando da Aeronáutica será capaz de realizar treinamento com ambiente idêntico ao utilizado nos órgãos operacionais do SISCE-AB. proporcionando a adaptação mais rápida ao futuro ambiente real de operação.

Deverá realizar – com isso - 30% do Estágio

Operacional Supervisionado em ambien-te simulado e reduzir o tempo do Estágio Operacional Supervisionado, diminuindo a carga de instrução no órgão operacional; e – também, avaliar e adequar a setorização aérea em tempo acelerado e real para di-mensionar os meios materiais e os recursos humanos necessários ao desempenho dessa tarefa.

De acordo com o DECEA, os benefícios serão: propiciar condições para uma refor-mulação do Processo de Planejamento do Espaço Aéreo, por meio de estudos relacio-nados à priorização das implantações no SISCEAB, da elaboração de Concepções Operacionais e de Empreendimentos da CISCEA.

O Laboratório de Simulação do ICEA servirá – ainda - como back-up para os simuladores, já implementados na EEAR (Escola de Especialistas de Aeronáutica) em Guaratinguetá, que inaugurou o seu novo laboratório de Controle de Tráfego Aéreo no dia 29 de novembro.

O Diretor-Geral do DECEA, Maj Brig Ramon Borges Cardoso, afirmou que o sof-tware é 100% nacional e foi desenvolvido pela Fundação Atech, obedecendo aos con-ceitos operacionais do DECEA.

Ten Brig Saito, ladeado pelo Maj Brig Ramon e Cel Av Aquino nas novas instalações do laboratório de Simulação do ICEA

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Ser militar. Esse era o sonho de Gilberto Ferreira da Rosa desde adolescente. Nascido em São Leopoldo (RS) e filho único do primeiro casamento de seus pais, nosso entre-vistado, hoje com 50 anos, é um suboficial da reserva, mas continua trabalhando como civil no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canoas (DTCEA-CO) – unida-de em que trabalhou por mais de 22 anos.

Gilberto, aos doze anos, encantou-se com a farda de um primo que cursava a Academia da Força Aérea (AFA) e – desde aquela época, decidiu que seria um militar.

Aos 16 anos, em 1974, entrou numa aeronave C130 da FAB rumo à carreira militar na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP). A felicidade era tanta que, antes de vestir a farda, pediu para ser fo-tografado com a bota que acabara de receber e enviou a foto para a família.

Alguns meses depois, quando recebeu a primeira visita da mãe na Escola, fez questão de contar com intenso en-volvimento emocional cada detalhe, cada façanha, cada ousadia dele na Escola.

“Minha mãe tinha orgulho da

minha carreira e, durante esses 33 anos de FAB, eu continuo contando

as minhas histórias”

Gilberto foi controlador militar de PAR (Radar de Apro-ximação de Precisão) por mais de 30 anos. Desses, 22

só na console em Canoas - (2/3 da carreira).Há pouco tempo, quando ainda era da ativa, era o gra-

duado CTA mais antigo em PAR da FAB. Durante a carreira militar, Gilberto foi segurança de vôo,

controlador, supervisor e instrutor, mas sempre ligado à aviação de caça, em Anápolis (GO) e Canoas (RS).

Quando realizou o curso para radar de aproximação fez parte da primeira turma de controladores do Mirage, que ensaiava os primeiros vôos no Brasil.

“Eu me sentia importante,

orgulhoso de fazer parte da primeira e única ala de defesa

aérea no País”

Em 1976 servia em Anápolis, onde estava sendo instala-do o primeiro modelo de PAR no Brasil. O então SO Sora-ggi foi buscar na França o curso teórico para PAR e estava incumbido de ministrar o curso no Brasil. Depois ele foi transferido para Goiânia e teve que ser substituído pelo então SGT Gilberto.

Ele já havia feito o curso para radar de aproximação (APP) e, enquanto os radares eram instalados (TMA e PAR), fazia o curso de interceptação com Renato e Odoval, seus amigos especais.

Ferreira vem de uma época em que Anápolis era o ber-ço do aprendizado e ele aproveitou bem isso, durante os nove anos que lá serviu.

SOGilbertoFerreira

Quem é ?Se

ção

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Aos 19 anos estava sendo indicado para fazer vários cursos – e já controlava os Mirage da FAB, na época um “must” da aviação militar.

Foi nesse mesmo ano – 1977 - que ele casou-se com Elisabeth, uma professora que lhe deu três filhas e hoje já tem quatro netos: Igor, André, Júlia e Laís.

Anos depois, em 1979, Canoas recebeu o PAR, da em-presa francesa Thomson, modelo 1012. Tal avanço tecno-lógico permitia a aproximação e o pouso seguro de uma aeronave em condições de baixíssima visibilidade.

Então, em janeiro de 1985, como havia necessidade de controlador para Canoas e Gilberto já estava com vontade de voltar ao Rio Grande do Sul, foi proposta a transferên-cia. Era um novo desafio. Ele trabalhava em sistema de rodízio em Anápolis – com aproximação, terminal e pre-cisão – e o modelo de Canoas era o mesmo do PAR de Anápolis.

Foi transferido para Canoas, permanecendo até hoje. Ele foi o primeiro controlador do PAR de Canoas e formou todos os controladores de precisão do DTCEA-CO desde 1985 até 2007.

Como já existia um “Gilberto” na Base de Canoas – ele adotou o “Ferreira” como nome de guerra.

O momento em que Ferreira sentiu mais apreensão na execução dos serviços aconteceu num domingo em Aná-polis, quando o Esquadrão Pampa ia realizar uma missão.

Ele conta que, antes do horário previsto para a missão, duas aeronaves F103 – Mirage – solicitaram acionamen-to de motores para receber o Esquadrão Pampa em vôo – depois mais dois pediram. Quando retornaram (Mirage – do Esquadrão Jaguar e F5 do Esquadrão Pampa) e, já sobre a Base, solicitaram vários procedimentos.

“Eu estava sozinho, o que na época era permitido. Passa-gens baixas, rasantes. Eram muitas solicitações: passagens sentido 24/ 06 e 06/ 24, norte, sul, até... Foi uma loucura, mas todos pousaram em segurança” – relata Ferreira.

“É adrenalina pura! A aviação de caça testa todos os nossos limites

operacionais e emocionais”

Em 2006, o então SO BCT Gilberto Ferreira da Rosa – experiente CTA de PAR mais antigo em atividade no País, teve o privilégio de trabalhar ao lado da primeira mulher Controladora de PAR da Base de Canoas, a 3S BCT Tatiana Campos Ballejo.

Era um fato marcante na história da proteção ao vôo no Brasil com a transição entre o antigo e o moderno. Ela trabalhava na Torre e passou para o PAR – até receber a homologação.

Ferreira coordenava o trabalho de Tatiana e de mais oito controladores. “Logo no estágio ela se motivou com uma operação no dia dos portões abertos – o Fumaça 01 so-licitou aproximação PAR – era o ´batismo´ para Tatiana” – conta o seu instrutor.

“Eu me dediquei integralmente à carreira. É assim que a gente

consegue fazer bom controle, para que outros se sintam seguros”

Ferreira diz que por conta das condições meteorológi-cas, se o piloto está com treinamento em dia, habilitado para executar a missão, ou se há restrição de visibilidade, comprimento e largura de pista, ou o estado emocional do piloto, tudo vai influenciar no resultado final de um controle. Por isso, há treinamento contínuo e o entrosa-mento entre piloto e controlador para superar os obstá-culos e conseguir o sucesso do pouso.

“Se um F5 está com 150 nós em condição meteoro-lógica adversa, temos que ´pousar´ a aeronave. Aí é que fica bom! É estimulante!” – conta efusivamente o nosso entrevistado.

“Sou bem feliz, mas tenho meus momentos de NBA (baixa altitude),

como qualquer pessoa”

Neste ano surgiu na vida do Gilberto um outro uni-verso bem diferente. Um gostoso novo desafio: mais controle de solo e mais proximidade das aeronaves.

Após 33 anos de efetivo serviço como controlador de PAR, o ex-graduado CTA mais antigo da FAB deixou o serviço ativo em setembro de 2007, mas já está dando continuidade à sua carreira como civil, porém, não saiu da Força. Está engajando em uma experiência nova: controlador da Torre de Canoas.

Um novo contrato com a FAB o fez desistir da água doce, da sombra e da praia de Belo Arambaré, à beira da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul – lugar por ele reservado para passar os seus dias de aposentado na companhia da esposa.

“Ninguém me via longe da aviação – nem minha esposa,

nem filhas, nem genros, nem os militares que convivem comigo”

Após a homologação na Torre de Controle, Ferreira

está em ação novamente, onde continua a executar a união de controlar avião com amor e dedicação, tendo como princípio a lealdade.

“Não imaginava ir para a Torre. Foi uma surpresa, mas eu tenho

facilidade em me adaptar com todo tipo de aviação, o que está me

dando uma situação confortável em termos operacionais”

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Diariamente, a Meteorologia Aeronáutica ganha maior

evidência no gerenciamento do tráfego aéreo, uma

vez que, na possibilidade de ocorrer eventos

meteorológicos severos, os Órgãos de Controle de Tráfego Aéreo, as Empresas Aéreas e a Administração dos aeroportos

entram em estado de alerta.Visando à antecipação na

tomada de medidas em relação ao gerenciamento

da navegação aérea, o CGNA (Centro de Gerenciamento

da Navegação Aérea) busca na informação e previsão

meteorológicas o apoio necessário para antever as

ocorrências de condições de tempo significativas que possam causar impactos na

circulação aérea.

Ventos causaram caos em aeroportos de SPSobre o transtorno que se instalou nos aeroportos de São

Paulo no último fim de semana, quando milhares de turistas estavam na cidade para o Grande Prêmio de Formula 1, Zua-nazzi garantiu que os problemas de Guarulhos e Congonhas foram os ventos fortes que passaram pela cidade. “Além do clima, Congonhas é um aeroporto que fecha às 23h e o atraso fica todo para o dia seguinte”, explicou ele, que não vê pers-pectiva de novos problemas nos aeroportos do país nos feria-dos de novembro nem nas festas de fim de ano.

Fonte: Globo.com - 22/10/2007 - 16h28

Chuva interrompe vôos no Santos Dumont;cancelamentos somam 66%

Os vôos no aeroporto Santos Dumont, no Rio, estão suspen-sos desde o começo da manhã desta quarta-feira devido à chuva. Até as 15h00, 35 dos 53 vôos programados haviam sido cance-lados - 66% do total. Ainda não há previsão para a reabertura do aeroporto. Alguns vôos estão sendo desviados para o aeroporto Tom Jobim, que opera por instrumentos. No terminal, apenas 2 (2,2%) dos 93 vôos foram cancelados hoje. Os atrasos superiores a uma hora chegam a 20 (21,5%).

Fonte: Folha Online - 24/10/2007 - 15h52

A Meteorologiado CGNA

Por ROBSON Ressurreição – Cap Esp MetChefe da Seção de Meteorologia do CGNA

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Fenômenos como trovoada, nevoeiro e vento de rajada em superfície podem restringir expressivamente a capacidade do controle de tráfego aéreo e a capa-cidade aeroportuária, provocando atra-sos, cancelamentos nos vôos e a lotação dos terminais de passageiros.

Com a missão de mitigar esses im-pactos, surge a Subunidade de Mete-orologia do CGNA, que está inserida na Unidade de Gerenciamento de Flu-xo do Tráfego Aéreo (ATFMU). Tem como finalidade prestar informações meteorológicas para o gerenciamento das atividades aéreas relacionadas às operações táticas e ao planeja-mento operacional-estratégico, colaborando extraordinariamente para manter o fluxo rápido, orde-nado e seguro, e ainda nas medi-das de contingenciamento.

A Subunidade apóia, também, através da Célula de Decisão Colaborativa (DCC), os repre-sentantes das empresas aéreas e da Infraero que, com base nas informações recebidas, adotam ações que possibilitam minimizar eventuais transtornos causados aos passageiros.

De acordo com o coordenador de operações aéreas - representante da Gol/Varig na Sala de Gerenciamento do CGNA, Rubens Galle - em condi-ções adversas, a influência da meteoro-logia em relação às operações da Gol Linhas Aéreas torna-se bastante restrita, pois quando não há um planejamento, resulta em prejuízos, não só para ope-rações, bem como para o financeiro.

“Com a implantação da Subunidade de Meteorologia, temos hoje um acer-to de planejamento em torno de 70%, pois com as previsões emitidas e envia-das para o CCOA (Centro de Controle de Operações Aéreas) da Gol, o nosso planejamento tem gerado bons frutos. Estamos contando com a permanên-cia desse serviço e ficando à disposição para contribuir com qualquer tipo de informação, visto que, a premissa da navegação está em uma boa e prévia

informação meteorológica” – afirma Rubens.

ESTRUTURA DA METEOROLO-GIA DO CGNA

A Subunidade de Meteorologia é composta por duas posições operacio-nais:

• Posição PRE: responsável pelo pla-nejamento estratégico, tem como prin-cipal função gerar estudos e análises meteorológicas voltadas à previsão de possíveis impactos no fluxo aéreo em todas as suas fases, com antecedência considerável; e

• Posição APO: responsável pelo planejamento tático, tem como princi-pal função gerar briefings meteorológi-cos diários e divulgar boletins regulares voltados à previsão de possíveis impac-tos meteorológicos, com antecedência mínima de 06 (seis) horas.

PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DA

SUBUNIDADE DEMETEOROLOGIA

• coletar, através da REDEMET (Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica) e sites oficiais de Me-teorologia, e divulgar para os Gerentes Regionais do CGNA as informações meteorológicas para análise de impacto no gerenciamento tático e estratégico do fluxo aéreo, em âmbito nacional;

• manter um contato constante e in-tegral com os Centros Meteorológicos responsáveis pela elaboração das previ-

sões de área e de aeródromo, visando adequar as informações disponibili-zadas às necessidades operacionais do CGNA;

• elaborar aprontos meteorológicos, com as condições previstas para os períodos pré-determinados, visando à apresentação nos encontros operacio-nais da ATFMU;

• elaborar estatísticas de operacio-nalidade dos principais aeródromos nacionais, em relação às condições me-teorológicas, visando à ocorrência de eventos extraordinários;

• participar das atividades da Cé-lula de Coordenação e Decisão (DCC), quando acionada, para a tomada de medidas de Gerencia-mento de Tráfego Aéreo, princi-palmente em caso de degradação das condições meteorológicas nos aeródromos; e

• pesquisar as tendências de tempo para localidades onde haja a programação de eventos que envolvam a infra-estrutura ae-roportuária ou a previsão de au-mento significativo de demanda de tráfego aéreo.

Durante o ano de 2006, uma equipe de meteorologistas do CGNA, junta-mente com os profissionais da D-MET (Divisão de Meteorologia) do DECEA, realizou palestras nos Centros Meteo-rológicos de Aeródromo Classe I (Gua-rulhos, Galeão, Recife, Porto Alegre e Manaus) e no Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (Brasília), com o objetivo de divulgar as ativida-des da Subunidade de Meteorologia do CGNA, bem como as necessidades operacionais em relação às previsões para os aeródromos e Regiões de Infor-mação de Vôo - FIR, conscientizando os profissionais daqueles Órgãos sobre a necessidade de aumentar a confiabi-lidade em suas previsões, uma vez que as decisões colaborativas tomadas pelo CGNA implicam, muitas vezes, em alterações significativas nas programa-ções dos vôos das Empresas Aéreas.

Sala de Gerenciamento do CGNA - apoio às empresas aéreas e INFRAERO

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Visando à busca da excelência dos serviços prestados na área de Meteo-rologia do SISCEAB, a equipe de Me-teorologistas do CGNA, consciente da sua importância para o sucesso da missão da OM, vem realizando gestão junto à D-MET e à CISCEA (Co-missão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo) para a implantação de medidas e ferramen-tas essenciais para a melhoria contí-nua das previsões meteorológicas, tais como:

• concepção de interface de visuali-zação de impactos meteorológicos nos aeródromos (IMPACTO-MET);

• concepção de interface de visuali-zação integrando mosaico de imagem de radar meteorológico, sistema de detecção de descargas atmosféricas e síntese-radar de tráfego aéreo;

• acordos de cooperação com as principais instituições de Meteoro-logia do Brasil e universidades para intercâmbio de dados e ferramentas para análise e previsão;

• qualificação profissional contínua dos Oficiais e Graduados meteorolo-gistas;

• intercâmbio dos meteorologistas

do CGNA com os setores de meteo-rologia dos principais Centros de Ge-renciamento do mundo;

• implantação no CNMA (Centro Nacional de Meteorologia Aeronáuti-ca) da seção de modelagem numérica para a geração de produtos destinados à aviação: previsão de nevoeiro, tem-po severo, turbulência severa, forma-ção de gelo e outros fenômenos im-pactantes;

• desenvolvimento de estudo clima-tológico para definição de ocorrência de teto e visibilidade nos principais aeródromos que facilitará a tomada de decisões em longo prazo. Tal estu-do está sendo realizado pelos meteo-rologistas do ICEA em ação conjunta com a D-MET e o CGNA.

• comissionamento de Oficiais meteorologistas dos demais Centros Meteorológicos do SISCEAB para compor escala de previsor durante 24 horas no CGNA.

ROTINA DO PREVISORNO CGNA

Durante o turno de serviço os pre-visores do CGNA elaboram análises, previsões meteorológicas, realizam

vigilância meteorológica, ministram briefings, divulgam relatórios, coorde-nam e centralizam todas as informa-ções do Sistema de Meteorologia Ae-ronáutica do SISCEAB para, por fim, assessorar o Oficial Superior de serviço responsável pela Gerência Nacional. É uma rotina bastante dinâmica.

Segundo o Oficial Previsor do CNMA, Ten Brandão, comissionado para compor escala do CGNA, além de colaborar sobremaneira para o or-denamento e a otimização do espaço aéreo, “a Subunidade de Meteorologia do CGNA pode melhorar o sistema meteorológico, através da conscienti-zação da real importância das infor-mações geradas, que são utilizadas na tomada de decisão”.

Todas as medidas que já estão sen-do adotadas, juntamente com as ações futuras, possibilitarão superar os de-safios que hoje esse ramo da ciência exige, garantindo o aprimoramento das previsões e, conseqüentemente, colaborar para um eficiente Gerencia-mento da Circulação no Espaço Aéreo Brasileiro diante da crescente deman-da da aviação, reflexo de um país em pleno desenvolvimento.

Medidas e ferramentas essenciais estão sendo implantadas para a melhoria contínua das previsões meteorológicas

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CONSIDERAÇÕES INICIAISO ano de 2007 se aproxima do fim. É chegado o momento

de fazermos uma retrospectiva de todos os fatos marcantes, que não foram poucos, que ocorreram no transcorrer desse ano.

Sem sombra de dúvida, foi um ano bastante conturbado para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SIS-CEAB), sendo colocado em xeque diversas vezes por pessoas e organismos que o desconhecem totalmente. Porém, graças ao esforço hercúleo de todos os componentes de bem que o com-põe, esses óbices estão sendo superados, merecendo destaque o fato do Brasil ter sido confirmado no Grupo I da OACI (Organização de Aviação Civil Internacional) em sua última reunião, no dia 22 de setembro.

Definidos pela própria OACI como “Estados de maior im-portância no transporte aéreo”, os integrantes do Grupo I po-dem ser substituídos em eleições que acontecem a cada três anos, no entanto, o Brasil integra essa elite mundial desde a primeira Assembléia, realizada em 1947. Provando, dessa forma, a excelência dos serviços prestados.

O ACIONAMENTODiante de vários acontecimentos negativos, que geraram

tantos transtornos para os usuários dos serviços de transpor-tes aéreos, exaustivamente difundidos pela mídia por todo o País, várias medidas corretivas fo-ram implementadas pelo Coman-do da Aeronáutica (COMAER), que amenizaram alguns proble-mas, mas não trouxeram uma so-lução definitiva.

Foi quando, no transcorrer do mês de junho, uma ação mais ra-dical foi decidida: os controladores de Defesa Aérea passariam a efetu-ar o controle da Circulação Aérea Geral.

Para que essa ação fosse efetivada, o Centro de Operações Militares de Brasília (COpM1) pararia todas as suas ativida-des voltadas para a Circulação Operacional Militar, inclusive a Defesa Aérea, pois tanto os seus controladores quanto a sua estrutura física atenderiam exclusivamente a essa missão que lhe foi designada.

Nesse momento crucial, o Primeiro Grupo de Comunica-ções e Controle (1º GCC) demonstrou, mais uma vez, a sua importância e o seu legado de unidade operacional, ratificado no seu dia-a-dia desde a criação, no ano de 1950, do Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme (1º ECA) que nasceu como fruto dos ensinamentos oriundos da participação do 1º Gru-po de Aviação de Caça na 2ª Guerra Mundial.

Numa sexta-feira, dia 22 de junho, o 1º GCC foi acionado diretamente pelo Comandante da Aeronáutica. Todos os seus militares, que já estavam de sobreaviso (das áreas técnicas e controladores de vôo), foram engajados em duas frentes: uma dando apoio operacional e de equipamentos no Destacamen-to de Controle do Espaço Aéreo de Santa Teresa, no Espírito Santo, outra montando com seus próprios meios, um Órgão de Controle de Operações Aéreas Militares Transportável (OCOAM-T) na área do CINDACTA I, passando a operar como COpM1. Em exatas 40 horas, após acionada a missão, foi dado o “pronto” e, na terça-feira, dia 25 de junho, todos os vôos militares já eram controlados dentro do OCOAM-T

pelos controladores do 1º GCC.Cabe ressaltar a seguinte de-

claração do Maj Brig Ar Ricardo Machado Vieira, Comandante de COMDABRA (Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro): “O dia 25 de junho entra para a história do 1º GCC por ter sido acionado para instalar e operar um OCOAM transportável, em cum-primento a uma missão real fora de sede, por tempo indeterminado.”

ReestruturaçãoOrganizacional do1º GCC (II)

Usina de IdéiasSeção

Por Cap Av Anderson da Costa TUROLALíder de Esquadrilha da Aviação de Caça. Atualmente é o chefe das

Subseções de Planejamento e Controle e de Guerra Eletrônica do 1º GCC

OCOAM-T operando como COpM

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UNIDADE ESTRATÉGICAPara que essa missão fosse cumprida e seu objetivo atingido,

todos os controladores de vôo e oficiais com a qualificação de Chefe Controlador, do efetivo do Grupo e de seus cinco Esquadrões subordinados, foram comissionados em Brasília e Manaus, atuando a partir do OCOAM-T, além de reforçar as equipes dos CINDACTA I e IV.

Essa missão, denominada de “Operação Segurança”, durou do dia 18 de junho ao dia 21 de setembro. Poucos países no mundo possuem essa capacidade de dispor de meios e pessoal qualificado para atuar em situações tão específicas e de ta-manha importância estratégica como o 1º GCC demonstrou nessa oportunidade.

A denominação de Unidade Estratégica se justifica ao ana-lisarmos o leque de missões apoiadas e gerenciadas pelo 1º GCC no transcorrer do ano, com o campo de atuação em todo o território nacional.

Além do plano de contingenciamento e das diversas ope-rações militares apresentadas, podemos destacar a presença do 1º GCC em diversos eventos de importância nacional, tais como: visita do Presidente dos Estados Unidos ao Brasil; visita do Papa; Jogos Panamericanos; exercício de evacuação de emergência em função de acidente nuclear nas usinas de Angra dos Reis (RJ); apoio ao Programa Micro-Gravidade do Programa Nacional de Atividades Espaciais no Centro de Lançamento de Alcântara (MA); e apoio à pesquisa científica da Universidade Federal Fluminense (UFF) sobre a propaga-ção das ondas de rádio na atmosfera.

Resumindo em números, até o dia 25 de outubro, o 1º GCC participou de um total de 37 missões, das quais 17 previstas no Programa Básico de Exercícios de Campanha da Aeronáu-tica (PBECA) e 20 Extra-PBECA.

Cabe demonstrar, também, o papel desempenhado pelo GCC como elo do SISCEAB. O Segundo Esquadrão, com sede na Base Aérea de Canoas, e o Quarto, na Base Aérea de Santa Maria, deslocaram seus sistemas radar para suprir uma necessidade operacional dos CINDACTA II e III, em função de manuten-ção ocorrida nos radares de Morro da Igreja e Porto Seguro, respectivamente.

Com base em todos es-ses fatos apresentados, o 1º GCC ratifica a sua vocação operacional e a sua impor-tância estratégica, culmi-nando, no mês de outubro, com o engajamento de todo o seu efetivo, Grupo e Esquadrões, em operações por todo o território nacio-

Montagem da TWR transportável na Basílica da Aparecida, por ocasião da visita do Papa

O deslocamento do radar do 2º/1º GCC para São Joaquim (SC)vira capa de jornal

Atuação do 1º GCC nas missões PBECA

Atuação do 1º GCC nas missões Extra-PBECA

(continuação) Seção Eu Não Sabia!

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nal, conforme apresentado para todos os seus militares pela seguinte mensagem enviada pelo seu comandante, Ten Cel Av Celson Jeronimo dos Santos:

“1º GCC DESDOBRADO!! O mo-mento que vivemos ficará registrado em mais uma página da história de sucesso do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle!”

“De forma simultânea, em atendimen-to às distintas solicitações, os seguintes desdobramentos estão em andamento:

1° GCC (Grupo Mestre)• Infra-estrutura de tecnologia da in-

formação em Canoas-RS, para as Operações COMDAEX e CHAR-RUA; trabalho esse executado em conjunto com os três Centros de Computação Aeronáutica do Rio de Janeiro, São José dos Campos e Brasília (CCA-RJ, CCA-SJ e CCA-BR).

1°/1° GCC (Esquadrão Profeta)• Estações de telecomunicações transportáveis, via satélite -

SISCOMIS e TELESAT, instaladas em Canoas-RS, San-ta Maria-RS, Pelotas-RS e Porto Seguro-BA;

• dois OCOAM transportáveis e duas estações DLRS (Da-talink remote station); trabalho em conjunto com o SDTI, PAME-RJ, CINDACTA I, II, III e Destacamentos, com destaque para os DTCEA de Canoas, Santa Maria e Por-to Alegre;

• postos de Comunicações da Rede Profeta-HF, distribuí-dos em várias regiões do País;

• dois equipamentos VOR transportáveis em Florianópolis-SC e Brasília-DF, respectivamente; e

• diversos equipamentos de apoio.

2°/1° GCC (Esquadrão Aranha)• Sistema Radar MRCS-403 em Santa Maria-RS; • Sistema Radar MARS-402 em Rosário-RS.

3°/1° GCC (Esquadrão Morcego)• MGCA em Cuité-PB. 4°/1° GCC (Esquadrão Mangrulho)• Sistema Radar MRCS-403/TPSB-34 em Porto Seguro-

BA.

5°/1° GCC (Esquadrão Zagal)• MGCA em Aracati-CE.”

A REESTRUTURAÇÃO

A Estrutura Organizacional mostra a autoridade e as res-ponsabilidades das pessoas, como indivíduos e como inte-grantes de grupos. Além disso, ela mostra a comunicação en-tre as pessoas e os grupos.

Após se passado quase um ano entre a primeira idéia lança-da, através do artigo publicado na revista Aeroespaço nº 22, sobre a necessidade premente de se reestruturar o 1º GCC, tendo como proposta a criação de um Centro, o Centro de Aplicações dos Sistemas Móveis em Operações Aéreas (CAS-MOA), e com o objetivo de fomentar a discussão acerca desse tema, tivemos provas contundentes da sua pertinência e da sua real necessidade.

CONSIDERAÇÕES FINAISConforme citado anteriormente pelo comandante do

COMDABRA, não só o dia 25 de junho, mas o ano de 2007 entrará para a história do 1º GCC que, coincidentemente, também foi o ano de comemoração do seu Jubileu de Prata, devido a todos os acontecimentos marcantes que aqui foram narrados.

É chegado o momento de levarmos aos nossos comandantes essa necessidade: a reestruturação organizacional do 1º GCC, mostrando-lhes - embasados em fatos reais - que com essa re-estruturação nós teremos uma organização ainda mais forte, com mais presença e em condições de continuar trilhando esse caminho de sucesso e operacionalidade, reafirmando - cada vez mais - a sua importância como Unidade Estratégica.

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Chegada do radar em Porto Seguro (BA)

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Coleção, de acordo com o Dicionário Aurélio, é o “conjunto ou reunião de ob-jetos da mesma natureza ou que têm qual-quer relação entre si”.

A resposta, no entanto, parece-me muito objetiva. Diria até mesmo restritiva. Ain-da pairam no ar questões mais subjetivas, como por que colecionar, ou ainda que ga-nhos a coleção traz para o colecionador?

Ao fazer minha pesquisa para escrever esta Reportagem Especial, encontrei um artigo do filatelista Jairo Corso, publicado em outubro de 2006, no site do Clube Fi-latélico do Brasil.

Em seu artigo ele colocou que ainda não se tem conhecimento de quando o ser humano começou a colecionar “objetos curiosos ou, de alguma maneira, úteis para algum determinado fim. Sabe-se, porém, que o ser humano tem uma verdadeira compulsão, fetichismo, obsessão, roman-tismo e até uma certa dose de loucura para reunir objetos”.

Categorias não faltam para classificar os colecionadores: numismatas (moedas e medalhas), filatelistas (selos), miniaturistas, entre tantos outros.

Jairo menciona o psicanalista italiano Sérgio Lebovici, que teria dito que o cole-cionador “é um narcisista, que se apropria do objeto, independentemente de seu valor real”.

Apoderar-se de um objeto é realmente tão importante para o colecionador quanto armazená-lo de fato. Falo de cadeira, pois eu mesma sou colecionadora. A conquista do objeto desejado por vezes é uma aventu-ra. Dependendo do que se coleciona, pode-se demorar meses ou mais para apoderar-se do mesmo! E as razões são muitas, variando desde a raridade da peça que dificulta o en-contro até o preço que se paga pelo objeto.

“O colecionador sério”, prossegue Jairo Corso em seu artigo, “é uma combinação muito curiosa de instintos, desde os mais delicados até o mais primitivos, às vezes

de um egoísmo grotesco e outras vezes de uma dedicação puríssima ao objeto ou a uma idéia. Dedica-se à contemplação a ao desenvolvimento da sua atividade ‘sui ge-neris’. É aquela faculdade e, muitas vezes, aquela necessidade, aquela força maior de ver determinados objetos de uma maneira precisa, especial, didática e de relacioná-los e valorizá-los. O colecionador dedicado é um poeta de valores”, conclui.

Por eu ser colecionadora e por gostar muito de escrever sobre temas comporta-mentais, resolvi buscar, no nosso efetivo, outras pessoas que também compartilhas-sem esse hobby (creio que muitos vêem o ato de colecionar como algo muito maior que um simples passatempo) e que pudes-sem, junto comigo, entender melhor esse universo de busca, dedicação e encanto que as coleções propiciam aos que a elas se en-tregam.

É esta dedicação e esta paixão que mo-tivam o Controlador GCA do Terceiro

esquadrão do Primeiro grupo de Comunicações e Controle (3º/1º GCC), 2S BCT Tho-mas Michael Steppan. Ele tem uma coleção de selos postais do Brasil e da Alemanha, possuin-do aproximadamente 20 mil selos.

Além da coleção de selos, que faz desde a infância, Tho-mas também coleciona orquí-deas “Carrleya Labiata” e afins. Cultivando-as há vinte anos, ele já possui 150 exemplares.

Seus avós eram grandes colecionadores de selos. Já a orquídea chegou à sua vida após um pedido de sua mu-lher para que a presenteasse com uma. “Foi paixão ime-

diata”, comenta.Não fica muito evidente o

envolvimento emocional que o colecionador desenvolve com a sua coleção? É este envolvi-

Reportagem Especial

de sonhos, paixões e raridades

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Por Telma Penteado

2S Thomas: “O valor da coleção está mesmo no sentimento e na paixão”.

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mento que motiva o início da atividade e também é o que mantém o prazer em dar continuidade a mesma.

Foi a paixão por música – mais precisamente por rock – que moti-vou o Auxiliar da Seção de Comu-nicação Social do Centro de Com-putação da Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ), CB SAD Nilvam-berto Carlos Bertolin Filho, a dar iní-cio à sua coleção de LPs, CDs e DVDs de rock, especialmente do cantor Ozzy Osbourne.

Dentre os vários estilos, possui aproxi-madamente 200 LPs e CDs. Particular-mente de Ozzy, possui toda a discografia em vinil, tanto no período da sua banda Black Sabbath, quanto na sua carreira solo. Destacam-se também os singles ameri-canos, ingleses e japoneses deste artista e discos nos quais ele participa como convi-dado.

“Possuo em CD duplo ao vivo, de 1993, que em sua tiragem inicial limitada tem a capa confeccionada em tela de amplifica-dor de guitarra. No entanto, a pérola da minha coleção é um CD de 1992. Um ano antes, Ozzy havia lançado o álbum ‘No more Tears’ e, para divulgá-lo, gravou um CD com as sessões de gravações de estúdio de algumas músicas para distribuição limi-tada. Inclusive as matrizes de gravação deste CD foram quebradas para que não houves-se mais cópias do material – limitado em três mil unidades espalhadas pelo mundo. Uma delas está guardada em minha casa, com a numeração 2.194 e autografada pelo próprio Ozzy!”, conta Nilvamberto com grande entusiasmo.

Influenciado pelo seu pai, que é militar da reserva da Aeronáutica e que dedicou sua carreira à música, sendo esta a sua espe-cialidade e por sua avó materna, que, sen-do uma apaixonada por Música Popular Brasileira, possui uma extensa coleção de LPs e CDs, Nilvamberto não hesitou ao se dedicar à sua própria coleção. E faz isso há doze anos.

“Ter minha coleção particular do Ozzy é legal porque é um artista que considero como um dos Dinossauros do Rock. É uma carreira vitoriosa que já dura 37 anos. Decidi iniciar a coleção porque sou fã do artista, de suas músicas e queria ter em casa material suficiente para poder contar histó-rias como as da minha avó para os rockeiros

da família e amigos que também curtem o som de Ozzy”, comenta.

Também foi no CCA-RJ que encon-tramos, na Seção de Pessoal Militar, o 2S QSD NE Robson Torres Dias. Há cinco anos ele coleciona revistas e catálogos de carros e de ônibus.

Sua motivação para dar início à coleção partiu de um pedido de seu pai, que, dese-jando comprar um carro, solicitou um catá-logo à uma determinada empresa. Quando o catálogo chegou em sua casa, o interesse foi imediato.

Sua coleção é uma forma de distração, de hobby.

Bem, por que não falar da minha própria coleção? Vamos lá!

Para quem ainda não sabe, eu trabalho na Assessoria de Comunicação há seis anos, prestando serviço ao DECEA há cerca de quatro anos.

Coleciono muitas coisas, mas de longe a minha coleção de anúncios é a mais valoro-sa, extensa e querida.

Meu interesse pelos anúncios aumentou em 1999, quando resolvi guardá-los e cata-logá-los. Ninguém me influenciou. Partiu de mim mesma esse interesse pelo mundo da propaganda, embora tenha me formado em Jornalismo e não em Publicidade.

Minha coleção é muito mais que meu

passatempo. É um momento no qual em-barco em mil histórias contadas através de cada anúncio, deixando de lado preocupa-ções e problemas e relaxando.

Tentei por diversas vezes encontrar outras pessoas que colecionem anúncios, mas até o momento ainda não encontrei ninguém. Estou começando a achar que deve faltar um parafuso na minha cabeça...

O que encontrei foi uma banca de revis-tas antigas em Ipanema, chamada “A Cena Muda”, onde, além das revistas (as mais an-tigas são das décadas de 30 e 40) são vendi-dos anúncios em separado.

E foi através destes anúncios à venda que pude ter uma idéia do valor de minha co-leção.

O valor sentimental, para mim, é inco-mensurável. O mesmo vale para o valor histórico e social, uma vez que minha co-leção pode nos propiciar uma viagem ao longo da nossa história, evidenciando as mudanças de linguagem, comportamento, ideologia e cultura.

Agora, quanto ao valor financeiro, ana-lisem vocês mesmos: um anúncio da dé-cada de 60, mais ou menos do tamanho de um anúncio da Revista Veja, custa, aproximadamente, 25 reais. Eu disse um anúncio – uma página! – por 25 reais. Pois bem, compro uma revista da década

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CB Nilvamberto:“A parte divertida

é garimpar em sebos, galerias e

lojas especializadas algum LP inédito”.

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de 60, com mais de 40 páginas – ou seja, recheada de anúncios maravilhosos – por, aproximadamente, doze reais.

Digamos que eu consiga numa revista cinco bons anúncios (e eu costumo conse-guir mais que isso). Paguei doze reais pela revista e tenho cinco anúncios que devem ter um valor aproximado de 125 reais! Isso mesmo! São 125 reais em cinco páginas de anúncio!

Eu tenho hoje 50 fichários com aproxi-madamente 150 anúncios em cada. Posso estimar que minha coleção valha muito, contando o valor de mercado e os valores sentimental e histórico que agrego a eles.

Como pude constatar esse valor que os colecionadores dão às suas peças vai mesmo muito além do financeiro. É este valor, este apreço por aquilo que colecionamos que nos faz dedicar nosso tempo e nossa ener-gia à atividade.

Para o 2S Thomas a busca por cada peça é também um prazer.

“Os selos da Alemanha no período da guerra são difíceis de encontrar, por esta ra-zão a coleção ainda não está completa. Já as orquídeas são resultado de bons cruzamen-tos, se fazendo necessário muita procura e sorte”, explica Thomas.

“Os selos são história documentada e guardada. Uma coleção estática. Já as or-quídeas estão vivas e requerem constante

observação e geram expectativa em relação às suas flores”, comenta.

Thomas nunca compartilhou sua coleção e tão pouco se filiou a alguma associação filatélica. “Quanto às orquídeas, cheguei a ser secretário e sócio do Clube Orquidófilo de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul”, declara.

“Os selos são caros, mas o valor está mes-mo no sentimento e na paixão. Algo de pai para filho e por gerações. Não pode ter valor puramente comercial. Boas orquídeas adultas custam muito caro. O investimento está na aquisição de bons cruzamentos que ainda não floriram”, explica Thomas.

Sua dedicação aos selos lhe rendem algu-mas noites por mês, enquanto que as or-quídeas necessitam de observação diária e muita dedicação.

E quanto ao sentimento arrebatador de posse? Do tipo “a coleção é minha! Tira a mão daí!!!”? Às vezes eu entendo bem o que é isso...

E creio que não sou a única a sentir isso. O Nilvamberto já declara: “nenhum mate-rial da minha coleção sai de casa!”. Porém, logo vem a ponderação: “mas todas as pes-soas que me procuram são bem recebidas e podem ouvir um pouco do bom e velho Rock´n´Roll”.

Nilvamberto faz parte há dez nos de um d o s maiores fã-clubes de Ozzy do mun-

do – e que é do Brasil, chamado Fanzmosis (www.fanzmosis.com.br).

Quando se trata de discografia oficial de Ozzy, de acordo com o colecionador, é rela-tivamente fácil encontrar o material, ainda que não se compare com as ofertas disponí-veis nos Estados Unidos ou na Inglaterra.

“A parte divertida é garimpar em sebos, galerias e lojas especializadas algum LP iné-dito, compilações que foram disponibiliza-das em pequeno número ou algum artigo que esteja autografado ou vinis antigos”, comenta Nilvamberto.

“Particularmente”, prossegue, “eu só compro material vindo de fora, pois a qua-lidade sonora e de encarte é bem superior. E justamente por comprar material oriun-do do exterior, a coleção fica um pouco cara sim. Quando a cotação do dólar está baixa é a hora de investir pesado”.

Mas ele garante que vai devagar: “não invisto mais que trinta reais por mês, em média”. “Mas possuo um box quádruplo de Ozzy que vale 200 reais e um CD au-tografado que nem vale citar o valor...”, se gaba.

Falando em dedicação, a sua é quase reli-giosa. Semanalmente ele retira todos os seus discos e CDs para limpá-los e escutá-los.

Inicialmente sua esposa e sua filha acha-vam um pouco esquisita aquela “barulhei-ra” toda que saía do quarto e um monte

de CDs e LPs pelo chão. “Minha espo-sa particularmente não entendeu muito bem o dia em que cheguei em casa com a discografia do Ozzy em vinil debaixo do braço...”, relembra.

“No entanto, hoje encaram numa boa. Minha filha adora ver minha coleção do Ozzy reunida e curte muito a faixa ‘Crazy Train’, do primeiro álbum do Madman e que está na trilha sonora do filme ‘Moto-queiro Fantasma’”, comenta.

A modalidade de coleção de Torres tem muitos adeptos. Não é difícil perceber o interesse por carros e outros veículo por parte dos marmanjos.

Embora ele até troque catálogos com outros colecionadores, ainda não teve chance de procurar um grupo para se filiar.

Quanto ao investimento, Torres co-menta que não gasta muito. “Claro que para começar tem que investir

tempo e persistência, uma vez que as 20

2S Torres:“Para começar a coleção

tem que investir tempo e ter persistência”

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empresas (encarroçadoras e montadoras) não cedem catálogos com tanta facili-dade”.

E dedicação realmente não lhe falta. “Por conta do traba-lho, só tenho livres os meus fins de semana”. Mas seus pais e amigos compreendem. “Tenho amigos e parentes que colecionam até muito mais ca-tálogos ou revistas do que eu”, comenta.

No meu caso, no que se re-fere à coleção em geral, tenho grandes facilidades de encon-trar peças publicitárias. Os anúncios atuais, obviamente, são facílimos de conseguir. Te-nho campanhas publicitárias completas de vários produ-tos, como Havaianas, Arezzo, Bombril, Skol, entre outras.

Já as propagandas antigas são um pouco mais difíceis. As das décadas de 80, 70 e 60 até se acha em revistas vendidas em sebos. No entanto as das décadas de 50, 40 e 30 (ou mais antigas ainda), são raríssi-mas. Até as próprias revistas são mais caras, chegando a custar mais de cinqüenta reais cada.

Meu investimento mensal não é assim tão grande. Minha mãe assina duas revistas que sempre trazem muitos anúncios. Logo, não gasto nada com eles. A cada dois me-ses compro umas cinco revistas antigas. Os fichários que tenho ainda comportam mais anúncios, de forma que não terei que com-prar outros tão cedo.

O que hoje necessito são os plásticos para colocar os anúncios e as etiquetas para es-crever os anos de cada peça (faço isso para arquivá-los em ordem cronológica).

Devo ter um gasto aproximado de cem reais a cada três ou quatro meses com este material. Pensando em números, o retorno que os anúncios me dão é infinitamente maior que a quantia que invisto no mate-rial que uso para arquivá-los.

Eu me dedico à minha coleção umas três vezes por semana, por cerca de duas horas.

Minha mãe colabora muito comigo ao me dar as revistas. Ela acha a coleção inte-ressante, mas certamente não investe tem-

po algum vendo os anúncios. Minha filha é muito pequena para entender o que é a minha coleção, mas às vezes, por curtição, pede para me ajudar a organizar os anún-cios.

Creio que ainda não encontrei ninguém que tenha, nem de longe, o mesmo interes-se que eu tenho pelas campanhas. Eu me sinto bem sozinha nesta empreitada... Mas não me importo! Vou seguir colecionando!

E este sentimento de que vale a pena manter a coleção ainda que não tenha co-nhecido até agora alguém com quem eu possa trocar, me faz refletir nas característi-cas de um colecionador.

O que um colecionador deve ter ou como deve ser para exercer da melhor forma essa atividade?

Das características de um bom colecio-nador, para o Thomas, estão a paciência, a dedicação, a sensibilidade e a introversão.

Já Nilvamberto ressalta outros aspectos. “Para mim, o colecionador é uma pessoa dedicada a algo que realmente gosta, se-jam discos, selos, quadrinhos, carros etc.

Porém, apesar de tanto zelo, organização e manutenção de seu acervo, o maior barato do verdadeiro colecionador é fazer amigos e saber que sempre haverá um artigo a mais a ser encontrado”.

“Compreender que jamais possuiremos tudo é muito legal. Garimpar é uma tarefa árdua, extremamente divertida e que cos-tuma render muita satisfação”, conclui Nil-vamberto. Torres concorda com ele.

Eu posso dizer que, para mim, o colecio-nador é essencialmente um apaixonado. É alguém que vê algo mais numa determina-da coisa (nas moedas, nos selos, nas orquí-deas, nos papéis de carta, nos cartões tele-fônicos, nos discos...) e dedica seu tempo e sua energia na manutenção de sua coleção.

É alguém que tem prazer no processo de conquista das peças e que se deslumbra ao encontrar um novo exemplar para acres-centar aos que já possui. E, posteriormente, se deleita ao rever mil vezes aquele patri-mônio sentimental que ocupa um lugar especial não só em sua casa, como em seu coração e em sua vida.

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Minha filha Laura é muito pequena

para entender o que é a minha coleção, mas às vezes pede

para me ajudar a organizar os

anúncios

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O Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV) realizou, no período de 22 de outubro a 13 de novembro, a Primeira Operação 1.020.

O nome 1.020 foi escolhido por ser a freqüência utilizada nos equi-pamentos óticos e telemétricos dos operadores de Sistemas de Posicio-namento (teodolitos) para orienta-ção da aeronave laboratório durante as inspeções em vôo.

O objetivo da Operação foi a for-mação e a elevação operacional das equipagens do GEIV, tanto na missão de Inspeção em Vôo quanto na operação das aeronaves.

Assim, além da realização da fase prática do Curso de Formação de Pilotos Inspetores e Operadores de Sistemas de Inspeção em Vôo (Curso CNS-01), a operação teve por finalidade a formação de Pilo-tos e tripulantes do GEIV, tanto na operação das aeronaves bem como na missão de Inspeção em Vôo pro-priamente dita.

A fase prática do curso CNS-01 era, anteriormente, realizada em São José dos Campos (SP). Todavia, tendo em vista a grande demanda de tripulantes a serem formados, foi planejada a Operação em questão.

Outra motivação importante para a Operação 1.020 foi a necessidade de adaptar os operadores de Teodo-lito aos equipamentos DGPS (Diffe-rential Global Positioning System), que passarão a equipar o GEIV após a modernização dos painéis de ins-peção dos Bandeirantes.

Ainda na fase inicial foi definido que a Operação deveria ser reali-zada numa localidade com carac-terísticas bastante específicas, pois o clima deveria ser favorável, per-mitindo o maior número de saídas possível; a localidade deveria pos-suir um Esquadrão de Suprimento e Manutenção capaz de dar suporte às aeronaves C-95; o tráfego local deveria ser razoavelmente pequeno; e, principalmente, o aeródromo

deveria possuir todos os auxílios à navegação aérea, necessários a ins-trução dos novos Pilotos Inspetores e Operadores de Painel de Inspeção em Vôo. Desta forma, após análise criteriosa, foi definido que o aeró-dromo escolhido seria o de Forta-leza, por reunir tais características e pela existência da Base Aérea de Fortaleza (BAFZ).

Decidida a localidade e após alguns contatos prévios com o Comando da BAFZ, iniciou-se a fase mais crítica da Operação que era o seu planeja-mento. Por motivos óbvios, a preo-cupação com esta fase foi redobrada. Transporte, alojamento e alimenta-ção, infra-estrutura de apoio para a manutenção, local para o estabeleci-mento da sede deslocada do GEIV, tudo foi estudado, minuciosamente, para que eventuais falhas não com-prometessem o andamento da Ope-ração.

A chegada em Fortaleza, no dia 22 de outubro, foi bastante tranqüila e

Primeira Operação 1.020

A equipe do GEIV na chegada a BAFZ

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praticamente sem contratempos. Uma a uma as aeronaves foram chegando, até que a última ater-rissasse, por volta das 21h. No dia seguinte, o Grupo reuniu-se no auditório do Primeiro Esqua-drão do Quinto Grupo de Avia-ção (1°/5° GAv) para uma breve apresentação do Comandante da BAFZ e, também, receber as primeiras instruções, visando a rápida adequação do Grupo às instalações do chamado “Esqua-drão Hóspede”, onde o GEIV instalou-se.

O planejamento das missões na manobra previa um grande número de saídas e, para que fosse cumprido em sua tota-lidade, a primeira decolagem dava-se às 8h e o último pouso, por volta das 21h. A rotina diária era pesada, porém o entusiasmo, estampado no semblante de todos, tornou-a, senão fácil, vibrante e motivadora.

Inicialmente previu-se o des-locamento com o já expressivo número de oito aeronaves (cinco Bandeirantes e três Hawker), porém com o apoio irrestrito prestado pelos Parques dos Afonsos e de Recife foi possível contar com dez aeronaves.

Cumprindo uma jornada que não raro atingia às 14 horas diá-rias, durante 23 dias, as aerona-ves sofreram um grande esforço e, conseqüentemente, conforme já se previa, um número expres-sivo de panes. Tal fato, porém, serviu tão somente para reafir-mar o profissionalismo das equi-pes de manutenção que, num grande esforço manteve a dispo-nibilidade diária mínima de oito aeronaves.

Somado aos problemas nor-mais de uma operação fora de sede, havia ainda as inspeções em vôo. O GEIV preparou-se para a Operação realizando, anteci-padamente, as inspeções perió-dicas com vencimento previsto para o período em tela. Todavia, existiam, também, as inspeções chamadas de “especiais” - que não são, de modo geral, previsí-veis. Para tanto, uma tripulação

permanecia de sobreaviso, para atender prontamente quaisquer eventualidades, o que se mos-trou extremamente necessário, pois foram realizadas 17 Inspe-ções Especiais durante a Opera-ção.

Nos últimos dias da Operação, o Grupo teve a honra de receber a visita do Brig Ar J. Roberto (Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA) e do Brig Ar Zotti (Diretor do Parque de Material dos Afonsos), os quais conheceram a rotina e os resul-tados da Primeira Operação 1.020.

Finalmente, no dia 13 de novembro de 2007, após 23 dias de missão, a Operação 1020 chegou ao fim, deixando marcas profundas naqueles que dela participaram.

Como resultados objetivos, o GEIV atingiu as seguintes metas:

• formação de três pilotos ins-petores e dois operadores de sistema de inspeção em vôo (fase prática do Curso CNS-001);

• formação de cinco pilotos em aeronave EU-93A (Hawker);

• formação de cinco instruto-res em aeronave EU-93A;

• formação de quatro mecâ-nicos de vôo, sendo dois em EU-93A e dois em EC-95;

• readaptação de cinco pilotos, sendo dois em EU-93A e três em EC-95;

• formação de 14 operadores de DGPS;

• formação de oito primeiros operadores de THD (Teodo-lito);

• formação de dois segundos operadores de THD;

• formação de dois operadores de Sistema de Inspeção em Vôo Automático (AFIS); e

• realização de 40% das mis-sões de instrução dos candi-datos ao Curso CNS-001 (seis pilotos e quatro operadores) de 2008.

Para tanto, foram realizadas 405 missões de instrução e 506 horas de vôo.

Instrução de DGPS

Instrução de teodolito

Instrução de operador de sistema

Briefing da operação

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O HistóricoSituado na Rodovia BR-235, no Km 11, o Destacamento de

Controle do Espaço Aéreo de Petrolina – DTCEA-PL, subor-dinado ao CINDACTA III, recebeu essa denominação em 27 de fevereiro de 2003 por intermédio da Portaria nº 183/GC3, tendo sido criado em 27 de janeiro de 1997, através da Portaria nº 051/GM4, com a antiga denominação de Destacamento de Proteção ao Vôo – Detecção e Telecomunicações – 27 (DPV-DT-27).

Após sua ativação, o DTCEA-PL passou a receber técnicos do CINDACTA III para vistoria e manutenção dos materiais já existentes. Os testes na casa de forças - KF - começaram em março de 1997, concluídos em fevereiro de 1998.

Em abril de 1997 o rádio-enlace foi implantado e, neste mes-mo mês, foi instalado e testado o equipamento de VHF. Em setembro, a central telefônica foi posta em funcionamento. So-mente em abril de 1998 o VHF passou a utilizar as antenas que se encontram atualmente em funcionamento.

No dia 28 de junho de 1999 iniciou-se a construção da torre da antena do radar SIR-M, terminada no dia 11 de julho. No dia 1º de junho foi dado início a montagem do radar SIR-M, e no dia 16 de julho a transmissão em fase de testes com torre da Telemar (OI), no centro de Petrolina, terminando assim toda a montagem do radar.

Em 27 de setembro de 1999 começou a inspeção em vôo do radar pelo Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV). A mis-são terminou no dia 30 do mesmo mês e o radar foi aprovado pelos testes.

Na manhã do dia 20 de fevereiro de 2000 teve início o vôo do GEIV para verificar a integração dos radares de Petrolina, Bom Jesus da Lapa, Salvador, Fortaleza, Natal e Maceió. A missão terminou no dia 21 e o radar de Petrolina atuou bem na integra-ção com os outros radares, passando a operar regularmente.

O Destacamento foi comandado primeiramente, no perío-do de 02 de setembro de 1997 a 04 de março de 1999, pelo 1S Francisco Chaves Prado.

No período de março de 1999 a janeiro de 2003, o comando ficou a cargo do 1º Ten QOE COM Marcelo Martins Soares, quando então assumiu o 1º Ten Danilo dos Santos Telechi. Atualmente, à frente do Comando do Destacamento está o Cap Luiz Carlos da Silva.

O DTCEA-PL, que fica afastado do centro da cidade em aproximadamente 11Km, é representado simbolicamente pelo mandacaru, pelo rio São Francisco e pela carranca, figura sem-pre presente na navegação do rio da integração nacional.

O ComandanteNascido em 12 de julho de 1957,

na cidade do Rio de Janeiro, o Cap Av Luiz Carlos da Silva é Pra-ça de 14 de janeiro de 1976 e foi promovido ao atual posto em 31 de agosto de 2007. É casado com Denise Barros Drapal da Silva e tem três filhos: Carlos, Tássia e Patrícia. Dentre os cargos assu-midos ao longo da carreira, estão os de Técnico em Equipamentos de VHF, HF, Gravadores e VOR (PAME-RJ), Técnico de Equipa-mentos de Tratamento e Visualiza-ção de Dados Radar (CINDACTA III) e Comandante do DTCEA de Guajará-Mirim – RO.

Conhecendo oDTCEA

Petrolina - PE

Cap Luiz Carlos

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O efetivoO DTCEA-PL conta atualmente com um efetivo de 23 mi-

litares, sendo um oficial, dois suboficiais, oito sargentos, um cabo, três soldados de primeira classe e oito soldados de segun-da classe distribuídos em duas seções: Administrativa (apoio administrativo e do serviço de apoio ao homem) e Técnica (executa as atividades de manutenção dos equipamentos de radiodeterminação, telecomunicações e suporte de energia, em nível orgânico, bem como apoiar as manutenções de nível base prestadas pela sede). Para isso conta com subseções au-xiliares: Radiodeterminação PL–RDT, Telecomunicações PL–TEL, Climatização PL–CLI e a Eletromecânica PL–ELM.

No mês passado, o DTCEA-PL fez a transferência de dois sargentos e acolheu mais um sargento. Logo, ficando com um déficit de um sargento especialista. Além disso, tem necessida-de de um outro graduado na área de saúde, para atuar na área de emissão de guias de atendimento ambulatorial, desafogan-do um sargento de outra área.

Hotel de Trânsito e Vila HabitacionalO Hotel de Trânsito de Petrolina é gerenciado pelo Destaca-

mento e está situado no centro da cidade, ao lado da vila habi-tacional da Aeronáutica. Possui capacidade para hospedar 24 pessoas. Não oferece café da manhã, mas conta com televisão, frigobar e ar-condicionado nos quartos.

O pequeno prédio do antigo hotel foi reformado e hoje tem um pequeno auditório, salas para atendimento aos usuários (pensionistas, militares ativa e reserva) do convênio Saram, e administração do hotel.

O DTCEA-PL gerencia 14 casas para oficiais e graduados. Distante do Destacamento cerca de 10km, a vila encontra-se localizada em excelente área da cidade de Petrolina, pois fica próximo de todas as repartições públicas, escolas, hospitais e do centro comercial.

Assistência médica e odontológicaO serviço de atendimento médico para os militares da ativa

do DTCEA, dependentes e pensionistas é prestado pelo Hospi-tal Memorial de Petrolina, entidade conveniada ao Gama-Sa-ram. Através dele foram emitidas em 2006 cerca de 890 GAB (Guia de Atendimento Ambulatorial) e atualmente têm-se, aproximadamente, 546 até o mês de agosto do corrente ano.

Há algumas especialidades que não são atendidas, como ur-gência pediátrica. Há outros bons hospitais na cidade que faz atendimento de todas as especialidades, mas que não têm con-vênio com a Aeronáutica.

Além disso, periodicamente, o CINDACTA III disponibiliza um oficial dentista para suprir a demanda nesta área não con-templada pela cobertura do convênio GAMA-SARAM, quando são realizadas profilaxias odontológicas e orientados os proce-dimentos de manutenção da saúde bucal.

Apoio ao HomemHouve um grande avanço com a implantação do elo da As-

sistência Social do CINDACTAIII, pois o acesso tanto às in-formações quanto aos benefícios tornaram-se mais fáceis de serem obtidos.

Vale salientar que o DTCEA-PL está trabalhando como um protótipo. Já está em andamento o projeto Brincando em Fa-mília, que proporcionará um dia de integração entre pais e fi-lhos para os militares da ativa do Destacamento e os da inativa, juntamente com os pensionistas residentes nesta região.

O efetivo é pequeno, fato este que possibilita uma maior sinergia no cumprimento das atividades sugeridas e um am-biente agradável de trabalho. Entretanto, ações de melhorar a motivação funcional serão tomadas com a implementação de um projeto social nesta área.

A cidadePetrolina é banhado pelo Rio São Francisco e integra com os

municípios de Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista (estes localizados em Pernambuco) e os municípios baianos de Jua-zeiro, Remanso, Casa Nova e Sobradinho, a Região de Desen-volvimento Econômico Integrado - RIDE - São Francisco.

A verdadeira transformação de Petrolina aconteceu, de fato, com a irrigação. O Projeto Piloto Bebedouro e o Projeto Sena-dor Nilo Coelho abriram espaço para empresas e pequenos produtores reescreverem a história da cidade. Com a irrigação,

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Panorâmica da formatura do efetivo

A vila está localizada em excelente área da cidade

Manutenção dos equipamentos de comunicação

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vieram o comércio, a rede bancária, as indústrias, as escolas. A paisagem se transforma dando lugar ao verde, à vida.

O Vale do São Francisco é uma região privilegiada para in-vestimentos, pois apresenta mais de 120 mil hectares irriga-dos, excelentes condições de solo, topografia plana e clima ex-cepcional, combinando a pequena variação térmica e a baixa umidade relativa do ar. Por isso, a região se tornou uma das áreas mais favoráveis para a exploração da hortifruticultura irrigada.

Sua população estimada (IBGE) em novembro de 2007 é de 268.339 habitantes, dos quais mais de 60 mil moram na zona rural e quase 200 mil vivem na cidade (zona urbana do muni-cípio).

Possui uma área de 4756,8 km² e se encontra distanciada de Recife em 714Km. É eqüidistante às principais capitais do Nordeste (Recife, Salvador e Fortaleza), tendo como acesso as BR-122, BR-428, BR-116 e BR-232 (via Salgueiro).

O Aeroporto de Petrolina – Senador Nilo Coelho opera, atu-almente, com as empresas Gol e Ocean Air. Todos os espaços são climatizados e com equipamentos de segurança modernos, como o circuito interno de TV, o sistema informativo de vôo e o sistema de detecção e alarme contra incêndio. A Infraero dotou Petrolina de um aeroporto com a mais moderna infra-estrutura para o transporte de carga e a segunda maior pista de pouso e decolagem do Nordeste. Investimentos realizados em 2004 aumentaram a pista em 250 metros, o que permite a plena operação de aviões de grande porte, como o Boeing 747-400, que transporta até 110 toneladas de produtos em sua ver-são cargueira. As frutas cultivadas no Vale do São Francisco, prioritariamente manga, uva e banana, têm destino certo para a União Européia e Estados Unidos. A produção anual chega a um milhão de toneladas. O terminal de cargas do aeroporto de Petrolina está preparado para atender à demanda, com dois mil metros quadrados.

O aeroporto de Petrolina está entre os quatro aeroportos bra-sileiros que, por legislação, podem se tornar aeroportos indus-triais. O projeto consiste em estimular, através de incentivos fiscais e de logística, a instalação de indústrias voltadas para a exportação dentro do aeroporto, que importariam insumos e exportariam seus produtos finalizados.

Petrolina pode ser considerada um pólo universitário. A FACAPE (Faculdade de Ciências da Administração e Ciências Aplicadas de Petrolina); UNIVASF (Universidade Federal do Vale do São Francisco); FFPP (Faculdade de Formação de Pro-fessores de Petrolina), vinculada a UPE; e CEFET (Centro Fe-deral de Educação Tecnológica) são as universidades que aten-dem à população. Por estar muito próximo de Juazeiro, BA, ainda verifica-se a presença da UNEB (Universidade Estadual da Bahia) e outras particulares. Petrolina também está bem provida de escolas de ensino fundamental e médio e, inclusive, tem escola que oferece desconto para militares.

A cidade tem uma orla urbana bem estruturada e uma tra-dição no artesanato com a fabricação de carrancas. A maior representante desse artesanato é Ana das Carrancas, com um acervo diversificado de peças em barro e madeira. Em 2000, a artesã foi homenageada com o Museu Ana das Carrancas, que atualmente é um dos principais pontos de visitação turística. Há ainda, um centro da prefeitura que abriga ateliê e loja para outros artesões, como Betim – que faz um belo trabalho em madeira.

No meio do Velho Chico, ilhas enfeitam a paisagem, como a Ilha do Rodeadouro – que tem areias finas e douradas, diver-sas barracas, com som ao vivo nos finais de semana, e o tra-dicional peixe ribeirinho, o surubim, feito na brasa. Algumas barcas realizam uma rota turística que vai desde o Cais, na orla de Petrolina, passando pelas Ilhas do Massangano, Maroto, Pantanal, Rodeador, até a Ilha da Amélia.

Em Petrolina está localizado o maior complexo gastronômi-co ao ar livre da América Latina quando o assunto é carne de bode. No Bodódromo, como é conhecido o espaço, os turistas podem apreciar o principal prato típico da região: bode assa-do.

A Catedral do Sagrado Coração de Jesus, construída em 1929 em estilo neogótico, tem em uma de suas torres o relógio doa-do por Padre Cícero.

O Museu do Sertão possui um rico acervo de mais de três mil peças, que contam a história da cultura indígena, do arte-sanato, da religião e da política da região, além de um destaque especial para os pertences particulares de Lampião e de um exemplar da Bíblia, escrito à mão.

Orla fluvial de Petrolina

Hortifruticultura de Petrolina: destino certo para a Europa e EUA

No Bodódromo a carne de bode é o principal prato da região

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Natal e Ano Novonas Asas daProsperidade

Lidia

Literalmente Falando

3S Marcelo RomanoPAME-RJ

Ten Fabiana BorgiaAJUR/DECEA

Os Natais de todos os anos sempre nos levam às mais profundas

reflexões e nos apresentam como referencial o nascimento do

menino Jesus, que foi concebido pela Virgem Maria e tendo

José como pai adotivo.

Deus, em sua infinita sabedoria, nos apresentou e continua

apresentando seu filho Jesus, para que toda a humanidade possa

ter a total certeza do seu, nosso nascimento e renascimento a

cada dia de nossas vidas e por toda eternidade.

Escolheu a Virgem Maria para dar à luz ao menino Jesus e, no

entanto, lhe consultou sobre a dádiva, oferecendo à mesma o

direito da escolha que a qual com muita humildade e iluminação

aceitou. Neste exemplo se elucida o discernimento que não

pode faltar nos diversos seguimentos da humanidade, no tocante

aos mais necessitados, oferecendo aos mesmos todo apoio

possível para uma vida digna e o mais importante, o direito da

escolha, sem imposições e indiferenças.

A José, o carpinteiro, a missão em sonho, aparição do anjo

Gabriel. Outro belo exemplo é que Deus não escolhe os

capacitados, e sim, capacita os escolhidos. Deixa mais uma

mensagem que a humanidade deve viajar nas asas do anjo

Gabriel, visando sempre o bem comum e o amor ao próximo.

Papai Noel existe e é real..., é cada um de nós, dia, mês e

ano.

Pois o que deve perguntar cada criança? Após o natal o que

faz o “bom velhinho”?

A resposta, ao contrário do que se imagina, é simples. Ele, com

o seu trenó guiado pelas renas e acompanhado pelos duendes,

retorna ao pólo norte de nossas imaginações, onde fica orando

pela humanidade e todas as formas de vida, fabricando os

brinquedos para presentear as crianças em todos os natais.

As nossas reflexões devem ser pouco teóricas e urgentemente

mais práticas. Pois os seres humanos, em harmonia com todas as

vertentes do nosso planeta chamado Terra, é uma obra divina do

criador, é viável em todos os aspectos e isto é fato concreto.

Estes elos nos levam ao imaginário real de nos transformarmos

em anjo com uma asa, que do qual só podemos voar abraçados

uns aos outros. Com esperanças renovadas de maravilhosos

natais de cada dia e divinos anos vindouros recheados de amor

ao próximo. Pois somente ele une e gera paz.

Passa um filme. Esta é exatamente a sensação quando se

está diante da morte. Da morte refletida. Da coisa abrupta. Do

segundo inesperado. Vem à mente quando você era criança e

pensava que os avós duravam para sempre. Sim, os avós.

Passa um filme. Um filme de coisas inesquecíveis, mas que

foram diluídas com o tempo, como a chuva que evapora, mas

esteve ali. Passa um filme. Da saúde perfeita. Dos anos vividos.

E de como tudo sempre foi tão rápido.

Passa um filme da primeira vez que escrevi. Meu nome. Da

primeira vez que escrevi. Redação. Passa um filme de tudo

o que senti. Alma. Medo. Amor. Culpa. Um amor que nunca

coube dentro de mim. E eu nem soube demonstrar.

Passa um filme de impotência. De criança correndo. De gente

falando. De colo. Do ciúme que eu sentia quando o colo não

era meu. Um filme de companheirismo. Um filme de que não

duramos muito. Um filme mais do que doloroso. Um Natal feliz,

com oração.

Passa um filme de quanto aprendi a ser dura. Comigo e

com os outros. E comigo mais ainda. Uma inadmissibilidade

pelos erros. Pelos próprios. Um medo de chorar na frente dos

outros. Tudo junto à vontade de derramar. De apenas derramar

sem receio.

Passa um filme do mergulho. Olha como eu sei nadar. Ou um

convite num dia chuvoso. Vamos jogar baralho. Passa um filme

de segura minha mão para dormir, porque tenho medo do

escuro. Eu nunca vou te deixar.

Passa um filme de aprender a dar amor a quem se ama. Um

filme do amor mais puro que senti. Que sinto. Luz em minha

vida. Um filme da primeira palavra dita que não lembro: “fofó”.

Passa um filme de querer ser mais do que os pais. Porque

se pode ser mais do que os pais. São os pais dos pais. Passa

um filme de não julgamento. E de cumplicidade. Cumplicidade

tantas vezes pela metade, por não se saber dizer.

Passa um filme caloroso. Um filme denso e profundo. Um

filme de quem me ensinou a rezar. A pedir para o menino

Jesus me proteger. Um filme de pedir ao anjo da guarda que

fique perto. “Pai nosso que estás no céu, santificado seja o

Teu nome.”

Mas passa, e a gente nunca esquece.

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