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DTCEA-BELÉM - PARTE DA ENGRENAGEM DO SISCEAB N O T Í CI A S - A n o 5 - n º 4 5 aero

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Aeroespaço 45

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DTCEA-BElém - PArTE DA EngrEnAgEm Do sisCEAB

NO

T ÍC I A S - A n o 5 - n º4 5

aero

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Informativo do Depar tamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Ten Brig Ar Ramon Borges CardosoAssessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1Redação:Daisy Meireles (RJ 21523 JP)Gisele Bastos (MTB 3833 PR)Denise Fontes (RJ 25254 JP)Telma Penteado (RJ 22794 JP)Diagramação/Projeto Gráfico:Aline da Silva PreteFotos: Fábio Ribeiro Maciel e Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Contatos:

Home page: www.decea.gov.br

Intraer: www.decea.intraer

[email protected]

Endereço: Av. General Justo, 160

Centro - CEP 20021-130

Rio de Janeiro/RJ

Telefone: (21) 2101-6637

Fax: (21) 2262-1691

Editado em JANEIRO/2011

Fotolitos & Impressão: Ingrafoto

Índice

Artigo

Reportagem

Reportagem Especial Reportagem

Artigo

Nossa capa Expediente

Planejamento integrado

Cuidando da Saúde Bucal

Portal AIS - atualização e confiabilidade para o usuário

O DTCEA-BE é considerado o maior Destacamento de Controle do Espaço Aéreo subordinado ao CINDACTA IV. São 63 anos protegendo os céus da Amazônia, com a missão de expandir-se em promover os serviços de controle do trafego aéreo, telecomunicações, meteorologia e informações aeronáuticas.

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Segurança da Informação: responsabilidade de todos

A necessária proximidade com o usuário

Conhecendo o DTCEA-BE22Belém - PA

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Tenente - Brigadeiro - do - Ar Ramon Borges CardosoDiretor - Geral do DECEA

Editorial

Permanecemos aqui, com a missão de continuar velando pelo controle do espaço aéreo brasileiro e a certeza de poder seguir com novas tecnologias, contando com a experiência de todo o efetivo do DECEA.

A estrada à nossa frente nos leva a uma reflexão: não vamos esquecer do que trazemos dentro de nós, profissionais militares e civis. Protegemos e controlamos esse imenso espaço aéreo nacional e continuaremos a mirar o horizonte, de olhos postos no céu.

Nosso trabalho não é fácil nem simples, mas é confiável e de excelência.Estamos, a cada dia, evoluindo, aprendendo novas técnicas, acatando novas ideias do efetivo e ganhando mais experiência para aplicar na qualidade do controle do espaço aéreo.

Nosso efetivo, que hoje soma cerca de 11 mil profissionais, conta com o apoio da Direção-Geral em suas ações de apoio ao homem, na divulgação das suas atividades e na aceitação de ideias inovadoras que contribuem para a melhoria da qualidade do nosso trabalho e na atualização de nossa tecnologia.

Estamos divulgando também nesta edição as ações do CINDACTA III no planejamento integrado para enfrentar o tráfego aéreo intenso nas férias de verão; a qualidade aplicada na nossa área de meteorologia; o trabalho intenso que é realizado pelo efetivo do Destacamento de Belém; a dedicação profissional do Suboficial Pompeu, do CINDACTA IV; e no estímulo que temos dado às práticas que beneficiam a saúde dos nossos profissionais.

Ressaltamos, ainda nesta edição, o lançamento do Portal AIS que, em seu sistema de gerenciamento permite a rastreabilidade das informações publicadas. Outro assunto de destaque é a Segurança da Informação no DECEA, que é responsabilidade de todo o efetivo.

Assim é o DECEA, e estaremos sempre com o foco no SISCEAB, para o que nos pertence, pois nossas ações se refletirão em nosso cliente final.

Estaremos sempre cultivando, com atitude e disciplina, o apoio ao homem e às suas ideias, trazendo mais dignidade profissional e pessoal.

Que venham boas notícias em 2011 de nossas ações em prol do nosso espaço aéreo!

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A preparação do CINDACTA III para a alta temporada de 2011

Todos os voos que se destinam ao Nor-deste brasileiro, à Europa ou à África cru-zam a área de jurisdição do Terceiro Cen-tro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), que é responsável pelas Regiões de Informação de Voo de Recife (FIR SBRE) e do Atlânti-co (FIR SBAO), com uma área de cerca de 13,5 milhões de Km2.

Segundo dados coletados pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), nas altas temporadas dos últi-mos três anos (2008 a 2010), 50% dos dez aeroportos mais movimentados do Brasil fora do eixo Rio – São Paulo estavam lo-calizados na FIR SBRE, sempre em janei-ro, fevereiro e março (meses de maior demanda na FIR SBRE). Este fato levou o CINDACTA III a sempre considerar este

Por Tenente-Coronel-Aviador José Vagner Vital

Planejamento integrado

período de ¼ de ano como balizador de seus planejamentos.

Até meados de 2010, a FIR SBRE esta-va dividida em oito setores de controle, com a prestação de serviços de tráfego aéreo sob a responsabilidade do Centro de Controle de Área de Recife (ACC-RE).

Ao se comparar o movimento de ae-ronaves nestes setores de controle nos meses de janeiro a junho de 2009 com o mesmo período em 2010, observa-se que houve um crescimento abrupto de 25,32% em média em 2010 na FIR SBRE, com um movimento médio mensal re-gistrado de 106.574 tráfegos.

Foi observado que - nos anos de 2009 e 2010 - as terminais mais movimenta-das na FIR SBRE foram Salvador e Recife, sendo cada uma responsável por 30%

FIR Recife e FIR Atlântico

Artigo

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e 25%, respectivamente, do movimento anual de aeronaves nesta Região.

Esta velocidade elevada de cresci-mento trouxe, como reflexo, uma satu-ração dos setores 5 e 6 da FIR SBRE, que estão relacionados à Terminal de Salva-dor, levando à aplicação necessária de medidas de gerenciamento de fluxo em coordenação com o CGNA para manter a demanda dentro da capacidade de controle e dos níveis aceitáveis de segu-rança operacional.

As informações acima foram conside-radas como indicadores pelo CINDACTA III, para ajustar o planejamento das ações necessárias a um adequado gerencia-mento de tráfego aéreo no final de 2010 e início de 2011, mesmo com um número maior de aeronaves, focando-as nos problemas relacionados ao fluxo de tráfego aéreo nos setores 5 e 6 da FIR SBRE.

Seguindo as orientações do Depar-tamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que estão alinhadas com as reco-mendações da Organização Internacional da Aviação Civil (OACI), o CINDACTA III reali-zou diversas Reuniões de Ações Colabo-rativas, que promoveram um ambiente propício para um planejamento inte-grado entre os membros da comunida-de de gerenciamento de tráfego aéreo (ATM), num processo de decisões cola-borativas. Estas reuniões começaram com a Primeira Reunião para o Desen-volvimento de Ações Colaborativas (1ª

REDACTA), em 29 de janeiro de 2010.Estas reuniões contaram com a pre-

sença de representantes do DECEA, do Segundo Comando Aéreo Regional (CO-MAR II), do Subdepartamento de Ope-rações (SDOP) do DECEA, do CGNA, dos CINDACTAs I e II, do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), do Segundo Serviço Regional de Investi-gação e Prevenção de Acidentes (SERIPA II), dos Destacamentos de Controle de Espaço Aéreo de Aracaju (DTCEA-AR) e de Fernando de Noronha (DTCEA-FN), da Gerência de Aeroportos do Governo de Pernambuco, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Empresa Bra-

sileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), da International Air Transport Association (IATA), das empresas aéreas Gol/Varig, Tam, Trip, Azul, American Air-lines, Avianca, Air France, Tap, Taag, Líder Táxi Aéreo,Weston, OceanAir Táxi Aéreo, OMNI, Tam Aviação Executiva; da Petro-bras, do Sindicato Nacional das Empresas de Táxi Aéreo (SNETA), da Associação Bra-sileira de Aviação Geral (ABAG), da SITA, da Administração do Arquipélago de Fer-nando de Noronha, do Operador do Ae-ródromo de Fernando de Noronha (FAA), da Associação de Pousadas de Fernando de Noronha, da Coordenação de Saúde do Distrito de Fernando de Noronha, dos Bombeiros e do Aeroclube de Sergipe.

De posse das informações estatísticas e das levantadas nas Reuniões de Ações Colaborativas, o CINDACTA III ajustou a circulação de aeronaves nos setores 5 e 6 da FIR SBRE, com a implementação de rotas alternativas desde 26/08/2010, para organizar e reduzir o fluxo de aeronaves que voam nos referidos setores, cujos destinos são aeródromos fora destes se-tores e para reorientar o fluxo das aero-naves que operam nas seguintes locali-dades situadas no setor 6 da FIR-RE: SBTC (Comandatuba), SBTV (Terravista) e SBPS (Porto Seguro).

Rotas alternativas para reorientar o fluxo das aeronaves que operam em Comandatuba, Terravista e Porto Seguro

Setores de controle da FIR SBRE até meados de 2010

ROTAS ALTERNATIVASSETORES 5 E 6

ACFT FROM/TO FIR

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Além de alterar a circulação na região dos setores 5 e 6 da FIR SBRE, o CINDACTA III também alterou a geometria dos se-tores de controle, dividindo em duas fases a implantação de novos setores da FIR SBRE e implantando a fase 1 já em 17/09/2010.

Nesta fase 1, buscou-se melhorar a fluidez dos tráfegos, sem comprometer a segurança da operação. Os antigos setores 5 e 6 foram divididos em setores fixos e dinâmicos para aumentar a flexi-bilidade no agrupamento e desagrupa-mento de setores.

A figura acima evidencia que tanto as

rotas alternativas como a fase 1 da nova setorização trouxeram um aumento na capacidade de atender os sobrevoos de tráfegos na região dos antigos setores 5 e 6, sem comprometer as operações de chegada e saída de Salvador. Desta for-ma, o ACC-RE continuará com capacida-de para a demanda prevista, permitindo uma boa prestação de serviço de tráfego aéreo na alta temporada de 2010/2011.

O sucesso da setorização dinâmica usa-da na fase 1 da ressetorização da FIR SBRE motivou o CINDACTA III a estender este conceito para o restante da FIR (fase 2).

Assim, foi realizado um redimensiona-

mento dos demais setores da FIR SBRE por meio das seguintes modificações: divisão dos setores 1 e 2, para atender

a demanda de tráfegos internacionais e das TMA Fortaleza, Natal e Recife;

adequação dos limites dos setores 3, 4, 5 e 6 para melhor ajuste das aerovias em vigor, das descidas e redução das coordenações ATS entre setores adja-centes;

divisão dos setores 7/8 para aumentar a capacidade de absorção de tráfegos, diminuição das coordenações, flexi-bilidade nos agrupamentos e desa-grupamentos de setores, bem como, garantir maior fluidez para a demanda de tráfegos que operam na rota Brasí-lia / Fortaleza / Europa e vice-versa.Com a entrada em vigor da fase 2,

espera-se que o ACC-RE já esteja bem preparado para as demandas de 2012, graças à maior flexibilidade de agrupa-mento e desagrupamento de setores que esta nova configuração permite.

As ações acima mencionadas não fo-ram realizadas de forma isolada e repre-sentam um extrato de tudo que foi feito pelo CINDACTA III durante o ano de 2010, com a finalidade de garantir a adequada capacidade de controle de tráfego aéreo, em face da perspectiva de aumento da demanda.

Configuração final da fase 2 da ressetorização da FIR SBRE, cuja previsão de entrada em vigor é meados de 2011

Comparação da carga de tráfego antes e depois das rotas alternativas e da fase 1 da ressetorização da FIR SBRE

Fase 1 da nova configuração de setores da FIR SBRE

EVOLUÇÃO DO TRÁFEGO NO ACC-REDADOS POR SETOR

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Portal AISAtualização e confiabilidade para o usuárioPor Gisele Bastos - Fotos: Fábio Maciel

Não é possível passar despercebida a constante evolução tecnológica, principalmente, no que se refere à aviação. Na década que trouxe a proliferação de smartphones e computadores portáteis, a atualização da informação é um desafio e, especificamente no caso das informações aeronáuticas, fundamental.

Reportagem Especial

Esta foi a proposta inicial do site AISWEB, oferecer aos usuários as informações necessárias para o plane-jamento e execução de um voo seguro.

Desenvolvido em 2006, pela Fundação Atech, a pá-gina na Internet apresentava as funcionalidades ne-cessárias para o cumprimento deste objetivo.

“O site AISWEB foi uma excelente ferramenta, criada com o objetivo de disponibilizar ao usuário as Informa-ções Aeronáuticas até então veiculadas somente em papel. Na ocasião, o Brasil foi um dos países pioneiros no mundo a desenvolver esse tipo de serviço, sendo adotado como modelo por outros países”, explicou o Major-Aviador Marcelo de Lima Pinheiro, Adjunto da Divisão de Coordenação e Controle (DCCO) do Sub-departamento de Operações (SDOP) e Chefe da Seção de Coordenação e Controle de Informações Aeronáu-ticas.

O processo era simples, para realizar um plano de voo, o aeronavegante tinha acesso pela web ao AIP Brasil (Publicação de Informação Aeronáutica), ao Manual Auxiliar de Rotas Aéreas – o Rotaer, aos Su-plementos AIP, as Cartas Aeronáuticas e ao Notam, do inglês Notice to Airmen, aviso com informação sobre a condição ou modificação de quaisquer instalações, serviços, procedimentos ou perigos aeronáuticos, de

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indispensável conhecimento nas opera-ções de voo. A atualização das informa-ções do AISWEB era feita pela Divisão de Informação Aeronáutica (D-SIA), do Insti-tuto de Cartografia Aeronáutica (ICA), no Rio de Janeiro, estando o servidor aloca-do no Primeiro Centro Integrado de De-fesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), em Brasília.

Em abril do ano passado, a Seção de Coordenação e Controle de Informações Aeronáuticas do Departamento de Con-trole do Espaço Aéreo (DECEA) iniciou o estudo para a criação de um novo portal com informações aeronáuticas. Um esfor-ço conjunto reuniu profissionais do SDOP, do Centro Geral de Notam (CGN), do ICA, da Assessoria de Comunicação Social (ASCOM), de vários setores da área de informática do CINDACTA I e do Subdepartamento Técnico (SDTE). “Com o passar dos anos, houve um crescimento acelerado da Tecnologia da Informação (TI), que per-mitiu o desenvolvimento de ferramentas amigáveis para o usuário, além de outras infinitas possibilidades. Essas mudanças revolucionaram as Organizações, públi-cas e privadas, contribuindo para uma maior proximidade com seus clientes”, explicou o Major Pinheiro. Nesta linha de pensamento, observou-se a necessidade de atualizar o site para divulgação das In-formações Aeronáuticas produzidas sob

responsabilidade do DECEA. “O objetivo é incorporar os conceitos atuais no cam-po da TI, buscando, em primeiro lugar, a manutenção de um serviço de altíssima qualidade, como era oferecido através do AISWEB” – define o Major Pinheiro.

Com esforço conjunto, foi possível agre-gar conhecimentos de várias áreas para que o produto final estivesse de acordo com os mais rígidos padrões de seguran-ça e confiabilidade. Assim nasceu o Portal AIS, a fonte oficial de informações aero-náuticas em meio digital produzidas pelo DECEA.

Sob coordenação do SDOP, a análise e o desenvolvimento do sistema foram feitos pela ASCOM, responsável também pela interface, logomarca e layout. A D-SIA do ICA deu todo o suporte para o desenvolvi-mento da plataforma e será indispensável no gerenciamento de conteúdo. A hospe-dagem do site, incluindo infraestrutura e suporte em TI, continua no CINDACTA I, e a segurança da informação está sob o en-cargo do SDTE.

Na nova página, o piloto que pretende fazer seu plano de voo terá acesso a con-sultas mais rápidas e simplificadas. Também terá disponível uma ferramenta de busca, na qual através da inserção da localidade – em terminologia que obedece ao padrão da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) - terá acesso a várias informações sobre o aeródromo. Será possível visualizar na mesma tela o extrato AIP (Rotaer), o No-tam, informações meteorológicas como o Metar - Meteorological Aerodrome Report ou Relatório Meteorológico de Aeródromo – e TAF – Terminal Area Forecast ou Previsão de Área Terminal –, além de cartas aeronáuticas (ADC – ARC - IAC – PDC – SID – STAR – VAC), Suplemento AIP, Carta de Navegação Visual -VFR (Visual Flight Rules) e a localização em mapa.

Uma grande mudança, mas não a única

O Portal AIS estará integrado aos “RE-DEMET” e “Publicações DECEA”. Além dis-so, aqueles que se cadastrarem receberão

O Portal AIS possui um sistema de gerenciamento que permite a rastreabilidade das informações publicadas

Sala AIS no Aeroporto Santos Dumont

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As novas funcionalidades do

Portal AIS estão agregadas a dois

itens de fundamental importância: atualização e confiabilidade

atualizações por e-mail e poderão solicitar assinaturas das publicações impressas di-retamente ao Parque de Material de Ele-trônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ). Dúvidas ou questionamentos serão atendidos pelo “Fale Conosco”, que utiliza a plataforma de gerenciamento de atendimento do DECEA tendo, portanto, um tempo mais curto para a resposta.

“A consulta ao NOTAM ficou mais ami-gável para o usuário, que agora não preci-sa mais decorar o código ICAO para as FIR (Regiões de Informação de Voo) brasileiras. Os Suplementos têm fácil identificação, di-ferente da ‘sopa de letras’ que existia antes. Agora, o usuário pode efetuar buscas de suplementos e AIP por emendas, diferente-mente da proposta anterior”, completou o Major Pinheiro.

As novas funcionalidades não teriam valor se não estivessem agregados a elas dois itens de fundamental importância: atualização e confiabilidade. A eficiência e a segurança do espaço aéreo estão apoiadas nas mais rígidas normas de segurança res-peitando os padrões internacionais de aero-navegabilidade. Levando em consideração que estas normas são produzidas e divulga-das pelo DECEA e que o site também foi to-talmente desenvolvido pelo Departamento, isto representa vários ganhos: a possibili-dade de erros é minimizada, a manutenção é facilitada e a melhoria é contínua. Nesta configuração, os setores que detêm o co-nhecimento é que atualizarão os dados e a validação será feita pela D-SIA. “Cada seção tem suas normas, regulamentações, Instru-

ções do Comando da Aeronáutica, hoje vai tudo para o AISWEB atualizado pelo Insti-tuto de Cartografia da Aeronáutica. No Portal AIS, por exemplo, o responsável pela área de tráfego aéreo é que vai atualizar a Instrução do Comando da Aeronáutica es-pecífica sobre este assunto e gerenciar as informações. A atualização se tornou mui-to mais cômoda, cada um é responsável por sua área, acessa e resolve”, explicou o civil Jair Siqueira Lima, da D-SIA.

Por uma questão de segurança, o Portal AIS também tem um sistema de gerencia-mento que permite a rastreabilidade das informações publicadas. Desta forma, os gerentes do Portal são notificados por e-mail de qualquer erro encontrado no site, que deve ser corrigido em prazo mínimo. Sem burocracia, as atualizações acontecem em tempo real, levando em consideração, inclusive, o acompanhamento e cumpri-mento das datas do ciclo AIRAC (Regula-mentação e Controle de Informação Aero-náutica), modificado a cada 28 dias.

Disponível também no idioma inglês, o Portal AIS está conectado ao Facebook, rede social de compartilhamento de in-formações. No canto inferior da página de abertura, o usuário que recomendar o Por-tal estará automaticamente criando uma rede de usuários no Facebook. O Portal AIS substituiu a AISWEB a partir do dia 10 de fevereiro, mas o usuário não vai parar de ganhar funcionalidades. Entre as novida-des, ainda em fase de preparação, está a inclusão dos corredores visuais para voo de helicóptero.

Pilotos civis e militares terão acesso a várias informações sobre o aeródromo e poderão visualizar na mesma tela o Rotaer, o Notam, o Metar etc.

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A missão do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) é prover a segurança e a fluidez do tráfego em nosso espaço aéreo e, concomitantemente, garantir sua defesa. Por isso, é de suma importância que as informações circulantes sejam gerenciadas de forma segura, contribuindo para a segurança operacional de todas as atividades críticas do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

Responsabilidade de todosA segurança da informação e a sua importância no âmbito do DECEA

A Segurança da Informação é a pre-servação da confidencialidade, da inte-gridade e da disponibilidade da infor-mação.

Adicionalmente, podem ser requeri-das outras propriedades tais como: au-tenticidade, responsabilidade, legalida-de, não repúdio e confiabilidade.

O DECEA se preocupou em formalizar essa área por meio de documentos norma-tivos que trarão resultados significativos para a proteção das nossas informações. Em 2010 foi publicado o PCA 7-11 (Plano Diretor de Segurança da Informação), que estabelece o alinhamento da segurança da informação com os objetivos estraté-gicos do DECEA, direcionando ações de

Reportagem

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curto, médio e longo prazos, visando tornar efetiva a segurança da informa-ção. Além disso, foi publicada a DCA 7-2 (Política de Segurança da Informa-ção do DECEA), que estabelece as res-ponsabilidades, princípios e diretrizes da segurança da informação.

O papel da segurança da informação perante os objetivos estratégicos do DECEA

Atualmente, a segurança da infor-mação possui o papel de proteger as informações circulantes no DECEA, assegurando a continuidade dos sis-temas de informação e suportando as ações de segurança operacional. Tem, ainda, como visão de médio e longo prazos garantir a excelência da segurança da informação aplicada ao SISCEAB, bem como possibilitar que o DECEA seja reconhecido por manter índices elevados de segurança em re-lação aos padrões exigidos.

A contribuição da política de segurança da informação nos processos de trabalho do efetivo do DECEA

A DCA 7-2 possibilitará a formaliza-ção dos procedimentos de segurança da informação, garantindo que esta estrutura seja integrada ao SISCEAB, contribuindo para o funcionamento seguro do ambiente, através da defi-nição das responsabilidades e papeis atribuídos a todo efetivo militar e civil do DECEA. Foram definidas as Dire-trizes de Segurança da Informação a serem seguidas pelo DECEA e pelas Organizações subordinadas, sendo responsabilidade de todos o fiel cum-primento dos itens presentes na DCA 7-2 nas atividades cotidianas.

ASSICEA: a estrutura de segurança da informação no DECEA

Durante o ano de 2010, foi criada no DECEA a Assessoria de Segurança

de Sistemas da Informação do Con-trole do Espaço Aéreo (ASSICEA), que está sendo formalizada através do re-gimento interno.

Ligada diretamente ao Diretor-Ge-ral, a ASSICEA terá como responsabili-dade a Gestão da Segurança da Infor-mação e vai acompanhar os níveis de riscos no âmbito do DECEA e de suas Organizações Militares subordinadas e, ainda, a gestão da continuidade das operações críticas.

Com o objetivo de tornar todas as ações de segurança da informação alinhadas às diretrizes da ASSICEA foi criada a Seção de Segurança de Sistemas da Informação em cada Organização Militar subordinada ao DECEA. Esta seção deverá ficar subor-dinada diretamente ao Comandante da OM e terá como principal respon-sabilidade a execução das diretrizes determinadas pela ASSICEA, além de outras atribuições determinadas na DCA 7-2.

AER – Como responsável pela implementação da ASSICEA, qual a recomendação para o efetivo do DECEA?

Há necessidade do comprometimento de cada servidor militar e civil em seguir as Diretrizes de Segurança da Informação presentes na DCA 7-2. Todos devem zelar pela proteção das informações cir-culantes no DECEA.

AER – De que forma o efetivo será conscientizado dessa nova política de segurança da informação no DECEA?

Pretendemos criar uma cultura organizacional da importância da Segurança da Informação para a soberania do controle do espaço aéreo brasileiro, pois a Segurança da Informação é responsabilidade de todos nós.

AER - Quais as ações iniciais da ASSICEA?A ASSICEA implantará novos projetos, ferramentas de Segurança

da Informação e novas tecnologias, além de elaborar diretrizes ne-cessárias para o correto funcionamento das operações cotidianas no que diz respeito à proteção das informações circulantes no ambiente do DECEA, entre outras responsabilidades presentes na DCA 7-2.

ENTREVISTA

Brigadeiro-Engenheiro Luiz Antônio Freitas de CastroChefe do Subdepartamento Técnico

do DECEA

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Cuidando da saúde bucalPor Denise FontesFotos: Luiz Eduardo Perez e OASD

Dentistas da Odontoclínica de Aeronáutica Santos-Dumont promovem ação social nos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo. É uma brilhante operação. Desde a sua idealização até o início de sua operacionalidade, em outubro de 2009, a Unidade Móvel Odontológica (UMO) - o “Odontomóvel” - da Força Aérea Brasileira já deu excelentes resultados.

Reportagem Especial

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Construída sobre uma plataforma de 12 metros de comprimento, a unidade é climatizada, dotada de três consultórios odontológicos, central de esterilização, sala de raio-x com paredes blindadas, “es-covódromo”, banheiro e recepção.

Segundo o Diretor da Odontoclínica de Aeronáutica Santos-Dumont (OASD), Co-ronel-Dentista José Alexandre Credmann Bottrel, a UMO segue as normas técnicas de biossegurança: “Foram instalados dois aparelhos de ultravioleta para tratamento do ar ambiente, diminuindo, assim, a dis-seminação de microrganismos presentes no spray odontológico”.

Quanto às instalações elétrica e hidráu-lica, a unidade está equipada com sistema de esgotamento sanitário, sistema elétrico com conversor para operar em qualquer ciclo de voltagem, podendo ser utilizado em todas as regiões do Brasil, além do sis-tema de comunicação, capaz de transmitir dados via internet em tempo real.

O projeto criado pela OASD abrange os três pilares da Odontologia: a promoção à saúde, a prevenção e a correção. “A grande ênfase deste trabalho é levar atendimento odontológico aos nossos companheiros que estão desassistidos”, explica Coronel Bottrel, coordenador do programa. A ideia é simples: prestar um atendimento huma-nizado, onde o bem-estar do usuário e a qualidade do serviço são metas a serem atingidas.

O projeto é oriundo de uma parceria entre a Odontoclínica da Aeronáutica Santos-Dumont (OASD), o Comando-Ge-ral de Apoio (COMGAP), o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e o Comando-Geral do Pessoal (COMGEP), que visa melhorar a qualidade de vida dos militares e de seus dependentes.

A OASD disponibiliza a infraestrutura e o serviço odontológico; o COMGAP dá o apoio logístico às ações militares através do Depósito de Aeronáutica do Rio de Janeiro (DARJ), que faz o transporte da unidade móvel; o DECEA oferece os custos com diárias da equipe e indica as unida-des que deverão receber o atendimento odontológico; o COMGEP fornece o apoio

estrutural para que os militares possam cumprir a sua missão.

Desde a sua criação, o projeto obteve ótimos resultados. Ao todo, quatro oficiais dentistas e três graduados auxiliares tra-balham no programa. “Esse número pode ser maior, dependendo do tempo que o Odontomóvel prestará serviço em uma determinada organização, pois há rodízio de equipes e apoio logístico da OM solici-tante”, esclarece o Chefe da Unidade Mó-vel Odontológica, Tenente-Dentista Paulo Henrique Saraiva Guedes.

“Esses resultados só foram possíveis graças ao apoio de nossos parceiros como o DECEA, o COMGAP e o COMGEP”, afirmou o Coronel Bottrel.

A Subdivisão de Fatores Humanos (SFHU) do DECEA foi responsável por fazer o levantamento em conjunto com as Se-ções de Serviço Social das Regionais, dos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) que necessitavam receber o atendimento odontológico. Para a Assis-tente Social da SFHU, Ibla de Castella Mar-tins de Azeredo Bastos Filha, o estímulo às práticas que beneficiam a saúde dos ser-vidores é uma ação muito eficiente para aumentar a produtividade e o bem-estar dentro das instituições. O projeto faz com que o efetivo se sinta reconhecido, além de melhorar a qualidade de vida. O obje-tivo é levar assistência odontológica aos Destacamentos mais isolados e desassis-tidos. Foram selecionados, numa primeira Coronel Bottrel: "Ações sociais são necessárias para apoiar os DTCEAs isolados"

Equipe da OASD e o Odontomóvel

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fase, os Destacamentos de Porto Seguro (DTCEA-PS), na Bahia, e de Santa Teresa (DTCEA-STA), no Espírito Santo, que já re-ceberam atendimento.

Em Santa TeresaCidade localizada a 78 Km de Vitória,

capital do Espírito Santo, Santa Teresa tem mais de 20 mil habitantes. O DTCEA-STA foi o destino de militares da OASD, que partiram a bordo de uma aeronave do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), no dia 29 de agosto, para mais uma ação social. A missão foi realizada no período de 30 de agosto a 3 de setembro de 2010. Dentre os vários procedimentos, foram efetuadas restaurações, cirurgias, próteses, profilaxias, aplicação tópica de flúor, orientação sobre cuidados com a saúde, além de palestras educativas e dis-tribuição de kits de higiene oral.

“Nós temos uma grande carência para atender os casos de tratamento mais es-pecializados. Quando temos um procedi-mento mais específico para fazer, temos que nos deslocar para o Rio de Janeiro ou para os dentistas particulares da cidade. Então, é muito importante essa missão, pois é através de ações como essa que o

Destacamento vai conseguir diminuir os problemas na área de saúde bucal”, afir-mou o Comandante do DTCEA-STA, Capi-tão Especialista em Comunicações Marcos Benedito dos Santos Maia.

Apesar de contar com uma infraestru-tura organizada, a deficiência na área de saúde é uma dificuldade para os militares e seus familiares, o que enfatiza a impor-tância dessa missão, que ofereceu a cente-nas de pessoas atendimentos odontológi-cos, contribuindo para o resgate social e a qualidade de vida do efetivo.

A jornada de trabalho durante esses quatro dias foi intensa: realização de di-versos atendimentos, num ritmo que al-cançou um total de 106 procedimentos. Mas, nada abateu os militares da FAB, que primaram pelo atendimento de alta quali-dade a todos que passavam pela unidade odontológica da equipe da OASD. "Todos saíram daqui plenamente satisfeitos. E é isso que os militares e seus familiares es-tão sentindo e relatando, o que é algo bas-tante gratificante para todos nós”, relatou o Tenente-Dentista Henrique sobre o re-sultado do desempenho dos profissionais envolvidos na missão.

Em Porto SeguroDurante 12 dias, cerca de 119 pacientes,

entre militares e dependentes do DTCEA-PS, além de servidores da Marinha do Bra-sil, receberam atendimento odontológico. Mais uma vez, a missão foi cumprida com louvor. Os profissionais de saúde da Odon-toclínica de Aeronáutica Santos-Dumont realizaram 402 procedimentos.

No final da missão, que serviu para le-var prevenção e saúde bucal, o clima era de dever cumprido. “Percebemos que o nível de satisfação foi bastante positivo, atingindo os objetivos acima das expec-tativas”, comemorou o Tenente-Dentista Henrique.

Para o Comandante do DTCEA de Por-to Seguro, Major Especialista em Comu-nicações José Roberto Faiolo da Silva, essa oportunidade dada pela OASD em conjunto com o DECEA foi importante para a Unidade. “Foi um acontecimen-to marcante para o Destacamento, pois

muitos dos nossos soldados são de fa-mílias de baixa renda e não têm acesso a um atendimento qualificado como foi proporcionado. Todo o nosso efetivo fi-cou muito agradecido e orgulhoso pela atenção e apoio recebido" - declarou o Major Faiolo.

Credibilidade O Coronel Bottrel explica que as

ações sociais são necessárias para apoiar os Destacamentos afastados e desfavorecidos. No grupo do projeto há profissionais do mais alto gabarito para cuidar e orientar tanto o efetivo quanto seus dependentes sobre os cuidados com a saúde bucal, represen-tando forte impacto na realidade pre-sente e futura dessas pessoas. “Não há dentistas recém-formados. Todos têm uma larga experiência e são altamen-te capacitados e qualificados. Isso faz toda a diferença para aqueles militares que vivem distantes de nós”, afirma Coronel Bottrel.

O Chefe da Subdivisão de fatores Humanos (SFHU) do DECEA, Major-Aviador Alexandre Corrêa Lima, com-plementa a importância dessas ações para o efetivo dos Destacamentos: “Os militares se sentem valorizados e inte-grados à Força Aérea Brasileira. Com certeza, a motivação, o empenho e a qualidade de vida aumentam”.

Os dentistas da UMO superaram a marca de sete mil atendimentos em pouco mais de um ano. Mais de 20 or-ganizações já foram beneficiadas com as ações da Unidade Móvel Odontoló-gica.

Esses números vão aumentar e ain-da haverá muitas ações pela frente. Esses fissionais de saúde demonstram que estão juntos aos que precisam de apoio e essas ações sociais têm leva-do alento ao efetivo dos DTCEAs, que passa a entender melhor o conceito de cidadania.

Em 2011, os parceiros dessa missão social pretendem celebrar esses resul-tados com mais trabalho e solidarie-dade.

Atendimento em Porto Seguro: 119 pacientes e 402 procedimentos

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Há 17 anos, com essa mesma en-trega pelo conhecimento e pela par-ticipação, chegava o então Terceiro Sargento Básico em Controle de Trá-fego Aéreo (BCT) Gustavo Aparecido Lopes Pompeu – hoje Suboficial BCT Pompeu - ao extinto Serviço Regional de Proteção ao Voo de Manaus (SRPV-MN) – atual Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV).

Em sua longa trajetória pela Ae-ronáutica, Pompeu sempre mostrou grande disposição para prestar seus serviços com a maior qualidade pos-sível. E, para isso, nunca poupou es-forços.

Natural de Iguatu (CE), Pompeu tem 48 anos, é Praça de 07 de fevereiro de

Assim no ar, como na água.Estes dois meios, que à priori não comportam seres humanos, hoje são alvos de sua exploração, servindo de focos de grandes descobertas, cenários para transporte e verdadeiros campos de batalha planetários.E, nas mesmas proporções, suscitam fascínio e paixão.É justamente o caso do nosso entrevistado desta edição: Gustavo Aparecido Lopes Pompeu, Suboficial que é Gerenciador da Base de Dados (BDS) do Centro de Controle de Área Amazônico (ACC-AZ). Há quase 27 anos presta serviço em prol da soberania do nosso espaço aéreo e, em suas horas de lazer, se dedica à aquariofilia, que é o amor e a criação de peixes em aquários, seja como amador ou interessado.

Quemé?

Um mergulho num mar de informações

Por Telma Penteado - Fotos: S1 Cosmo e arquivo pessoal

Suboficial Pompeu

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Primeira Tela da Console X-4000 - 1998

1984 e chegou ao posto de Suboficial em 1º de agosto

de 2005. Sempre muito de-dicado, formou-se no curso

de inglês em 1981, realizan-do, ainda, um curso de trei-

namento para professores de inglês no ano seguinte.

Pompeu teve a oportunidade de estudar inglês, antes mesmo de formar-se Sargento, na Esco-

la de Especialistas de Aeronáu-tica (EEAR). Aumentou seus co-

nhecimentos na área de Controle de Tráfego Aéreo (CTA) através do

ALC (American Lenguage Course, Curso Americano de Línguas, em português).

“Meu pai muito me influenciou no aprendizado da língua inglesa. Saber falar inglês facilitou meu tra-balho como controlador de tráfe-go aéreo, além de facilitar o enten-dimento das publicações relativas à implantação do Projeto Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). E, inclusive, o inglês foi um dife-rencial na escolha dos militares enviados aos Estados Unidos em 1994 (Nova York) e em 2010 (Wa-shington)”, explica Pompeu.

Casado há 20 anos com Ana Cássia, que é gerente de projetos, Pompeu tem duas filhas: Jéssica,

de 19 anos e Juliana, de 12. E ao lado de sua família, sempre se dedicou aos estudos ligados à sua área de atuação.

Ao longo de sua carreira, Pom-peu realizou diversos cursos, den-tre os quais estão os de supervisão de Órgãos de Controle de Tráfego Aéreo; de operação radar e de ra-dar em rota; operação da console X-4000; Sistema WGS-84 (World Geodetic System, Sistema Geo-désico Mundial); terminologia inglesa para controlador de trá-fego aéreo (realizado no antigo Instituto de Proteção ao Voo – IPV, atual Instituto de Controle

do Espaço Aéreo - ICEA); Marketing Pessoal pelo SEBRAE do Amazonas – concluído em 1998; administração de sistemas e interfaces, sistema de anti-colisão de bordo (ACAS II) para o então SRPV-MN, Team Resource Management (TRM – Gestão de Equipe de Recursos, em português) e Curso de Gerenciamen-to de Segurança de Operacional – ambos realizados no próprio CINDACTA IV.

Em setembro de 1993, Pompeu foi designado para participar do curso de Operação da Console ESCA-4000, em São Paulo, onde junto com outros mili-tares recebeu o treinamento inicial para operar as consoles que gerenciariam o Controle de Tráfego Aéreo no Centro de Controle de Área de Manaus (na época, ACC-MU) num futuro próximo.

Após a conclusão dos cursos, ele foi designado para o reconhecimento do sistema ESCA-4000 que gerenciava o Controle de Aproximação (APP) do Ga-leão, já inaugurado naquele ano e para o APP São Paulo em implantação no mes-mo ano.

No período de implantação do sistema de controle radar no ACC-MU, que se deu de 1994 a 1998, recebeu treinamento téc-nico e operacional para acionar, junto com a equipe, o novo sistema automatizado, incluindo levantamento de dados para a confecção de grade de altitude, declina-ção magnética e declaração dos radares de Manaus, São Gabriel da Cachoeira e Ta-batinga (no Amazonas) e de Boa Vista (em Roraima), a serem integrados no sistema.

Em 1998, este mesmo sistema foi utiliza-do no “câmbio” inaugural do serviço radar em rota na Amazônia com um voo da Va-rig de Manaus à Boa Vista (SBEG a SBBV).

À época da implantação do Sivam, Pompeu, como Primeiro Sargento, atu-ava na supervisão de Controle de Tráfe-go Aéreo (ATC), gerenciava o Banco de Dados do ACC-AZ e também prestava

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Suboficial em 1º de agosto de 2005. Sempre muito dedicado, formou-se no curso

de inglês em 1981, realizando, ainda, um curso de trei

namento para professores de inglês no ano seguinte.

Pompeu teve a oportunidade de estudar inglês, antes mesmo de formar-se Sargento, na Esco

la de Especialistas de Aeronáutica (EEAR). Aumentou seus co

nhecimentos na área de Controle de Tráfego Aéreo (CTA) através do

ALC (ALC (American Lenguage Course,ALC (American Lenguage Course,ALC (Curso Americano de Línguas, em Curso Americano de Línguas, em

Apresentação da Banda Pratas da Casa

“Minha trajetória na FAB deixou bons frutos técnicos, operacionais e afetivos”

Pompeu à época do Projeto SIVAM - 1994

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serviço na Seção de Informática Ope-racional (SIO), situada no antigo Desta-camento de Proteção ao Voo – Eduardo Gomes (DPV-EG). Nessa ocasião, ele fazia o levantamento estatístico, as re-visualizações de incidentes de tráfego aéreo, a troca das fitas de gravação de dados, a confecção da Base de Dados, o Plano de Voos Repetitivos (RPL) e vi-deomapas da Área de Responsabilida-de – Região de Informação de Voo (FIR) Manaus.

Do ano de 1993 até os dias de hoje, o Suboficial Pompeu vem se dedican-do ao seu trabalho no CINDACTA IV, aperfeiçoando-se cada vez mais para melhor manter o Sistema, juntamente com os demais militares que dão su-porte a esta ferramenta, que assegura aos usuários um voo seguro através da vigilância constante do espaço aéreo amazônico.

Atualmente, além de gerenciar o Ban-co de Dados do ACC-AZ, é o responsá-vel pelo Simulador ATC (controle de trá-fego aéreo) e Controlador Instrutor do Centro. Mantém, com essas atividades, um excelente relacionamento com to-dos os seus colegas de trabalho.

Além de exemplo de profissional, nosso entrevistado certamente é muito querido por seus colegas. Para o Primei-ro Sargento BCT Paulo César da Silva, Ad-junto do ACC-AZ, Pompeu é um militar do mais alto gabarito da FAB.

Eles se conheceram há 14 anos, quan-do Pompeu o recepcionou no início de sua jornada no CINDACTA IV. Juntos, ela-boraram a Base de Dados do Centro de Controle de Área Amazônico e participa-ram da fase de transição dos antigos ACC de Manaus, Porto Velho e Belém, respec-tivamente – que hoje se consolidam no ACC-AZ.

“Pompeu é um excelente Controlador de Tráfego Aéreo e se destaca, principal-mente, pelo trabalho que desempenha na seção de Gerenciamento de Base de Dados do CINDACTA IV. Todo trabalho da seção é gerenciado por ele. Aprendi mui-to com ele nesses anos de trabalho aqui

no CINDACTA IV e tenho muito que agra-decer ao Suboficial Pompeu”, conclui.

Dentre as histórias que tem pra contar sobre suas experiências na FAB, Pompeu se lembra do marcante reveillon de 1999 para o ano 2000, que ficou mundialmen-te conhecido como o “Bug do Milênio”.

“Junto com meus colegas, tive que passar o fim de ano trabalhando no DPV-EG para acompanhar o impacto da mudança dos quatro dígitos do milênio 1900 para 2000 nos dispositivos que trabalham com parâmetros de tempo-rização. Graças a Deus tudo correu com normalidade”, relembra.

Outra atividade que muito o agrada é fazer parte da Banda “Pratas da Casa” – como vocalista e guitarrista – fundada em 2008, pelo Brigadeiro Peclat, então Comandante daquela OM.

Hoje, mais sete militares compõem a Banda Prata da Casa, que toca em even-tos de unidades militares, como no Des-tacamento de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) de Guajará-Mirim, por ocasião da inauguração da sede social; no Baile

dos Especialistas, na Base Aérea de Boa Vista (BABV) e em festas de confraterni-zação no CINDACTA IV.

Olhando para sua vida profissional, com todo o aprendizado adquirido e vislumbrando tudo aquilo que realizou, Pompeu só tem a agradecer.

“Sinto-me orgulhoso de ter traçado meu destino na FAB, principalmente porque creio que deixei bons frutos técnicos, operacionais e afetivos. Muito aprendi e meu aprendizado é um lega-do para meus colegas de trabalho e - porque não dizer? - para o Brasil!”.

E quando a reflexão olha para o fu-turo, não faltam projetos para o Su-boficial Pompeu. “Tenho esperança de continuar trabalhando na área técnica gerencial de banco de dados”, finaliza nosso entrevistado.

“Falar inglês facilitou meu trabalho como controlador de tráfego aéreo”

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Curso Radar Rota IPV - 1993

Strip do voo de inauguração do ACC SIVAM (MN)

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Artigo

Por Artur Gonçalves Ferreira - Major QOEMETAssessor de Meteorologia Aeroná[email protected]

A necessária proximidade com o usuário

A necessidade, os benefícios e o caminho para a implantação de um sistema de gestão da qualidade na prestação de serviço meteorológico à navegação aérea.

A estreita relação entre a Meteorolo-gia e a comunidade aeronáutica já vem de muitos anos. Muitos serviços mete-orológicos nacionais (SMN) foram cria-dos e cresceram para atender às neces-sidades da aviação, que se ampliou e vem crescendo rapidamente desde os meados do século XX. Observadores, previsores e pilotos se encontram dia-riamente nos centros meteorológicos dos aeroportos e, automaticamente, se estabele uma estreita relação entre prestador de serviço meteorológico e usuário, hoje cliente.

Os tempos mudaram, em todos os sentidos. Devido à centralização e au-tomação, este contato cotidiano já não existe mais com a frequência de outro-ra. Com a revolução tecnológica, gran-de parte da informação que os usuários necessitam pode ser obtida por outros

meios, como a Internet (em casa ou na empresa), sem o contato com os profis-sionais de Meteorologia. Hoje, os clien-tes da aviação são mais exigentes e os serviços de Meteorologia Aeronáutica devem se empenhar para proporcionar mais e melhores serviços a uma comu-nidade cada vez mais exigente.

A melhor definição da qualidade é a do cliente e escutar a sua voz é a melhor técnica! Para assegurar de que as ne-cessidades dos clientes são atendidas e compreender melhor as capacidades, limitações e exigências de cada um de-

les é preciso melhorar a íntima relação entre prestador de serviço de Meteoro-logia Aeronáutica e os seus clientes.

Uma relação mais próxima pode me-lhorar a satisfação do cliente que apre-cia que se escute e se entenda as suas necessidades, para que receba um servi-ço de melhor qualidade, com maior se-gurança e eficácia. Assim, satisfeito, ele compreenderá melhor a maneira como o prestador fornece um serviço e a im-portância da infraestrutura envolvida para que se atenda às suas necessidades e expectativas.

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Essa estreita relação também pode beneficiar muito o provedor, median-te a maior satisfação dos clientes, que apreciarão os serviços proporcionados, em lugar de buscar outros fornecedo-res ou menores custos, na medida em que a maior satisfação no trabalho de-senvolvido, diferenciados, mediante a maior compreensão das necessidades da toda cadeia produtiva, começando pela observação, pela previsão, pelo fornecimento das informações mete-orológicas e pelos arquivamentos dos dados, com o objetivo de formar uma climatologia confiável e acessível.

O prestador de serviço meteorológi-co à navegação aérea deve tomar a ini-ciativa de estabelecer algumas formas adequadas de relacionamento com os clientes, formais ou informais: a programação de voo de familiari-

zação, preferencialmente na cabine, sempre que as condições de seguran-ça permitam, para obter uma visão pormenorizada sobre os problemas que o tempo possa causar à tripula-ção e ao voo e discutir os desafios da observação e da previsão;

visita aos centros de controle de trá-fego aéreo, visando melhor enten-dimento das questões de monito-ramento do tempo em benefício do gerenciamento da navegação aérea;

visita aos centros operacionais das empresas aéreas para que se possa verificar como as informações mete-orológicas são utilizadas no planeja-mento dos voos;

participação em cursos de reciclagem para pilotos, com o objetivo de trocar informações sobre os produtos mete-orológicos e verificar a possibilidade de melhorar a prestação do serviço meteorológico, assim como analisar os acidentes e incidentes aeronáuti-cos que, por ventura, envolvam a Me-teorologia;

participar de atividades que envolvam a aviação geral e a de desporto aéreo, com o objetivo de divulgar o acesso às informações meteorológicas;

visita a outros centros e instituições meteorológicas para troca de infor-mações sobre previsão e a melhor for-ma de divulgá-las aos clientes.As reuniões multilaterais formais de-

vem ser organizadas com os represen-tantes dos clientes da aviação e seus re-presentantes legais. Devem ser regulares e realizadas pelo menos duas vezes ao ano. O encontro propiciará um ambiente adequado para se discutir os mais recen-tes projetos em desenvolvimento pelo prestador em prol do cliente e examinar a qualidade e a oportunidade dos serviços meteorológicos prestados, bem como a análise do atual cenário e as perspectivas futuras, assim como a implantação das melhores práticas adotadas por outros provedores.

Uma parte importante do relaciona-mento global com o cliente é o recebi-mento das informações sobre a qualida-de dos serviços fornecidos. O prestador deve incentivar os seus clientes e outros utilizadores a reclamarem das eventuais deficiências na prestação de serviço me-teorológico. Ao serem diagnosticadas, as possíveis deficiências devem ser sanadas rapidamente e, assim que for possível, o cliente deve ser informado.

Melhores serviçosNa realidade, o Regulamento Técnico

da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Volume II, abarca somente os ser-viços à navegação área internacional. No entanto, é sinalizado nos capítulos anterio-res desse Guia que essas definições cons-tituem também a base para a prestação de serviço à navegação aérea nacional. Analogamente, a rigor, as disposições da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) e da OMM sobre a prestação de ser-viços meteorológicos a navegação aérea seguem as mesmas linhas.

Na maioria dos países, os serviços ade-quados às necessidades dos distintos clien-tes são proporcionados pelo setor privado, que agrega valor à informação geral, que é fornecida amplamente pelos serviços meteorológicos. No entanto, estes serviços meteorológicos públicos devem, também,

proporcionar os melhores serviços aos seus clientes, mesmo sem a necessidade de gerar lucros em uma base comercial.

Entretanto, temos que ter em mente que, mesmo no setor público, a recupera-ção dos custos é necessária, por meio das tarifas de navegação aérea, pois a manu-tenção de um serviço meteorológico e os investimentos para a melhoria da observa-ção, da previsão e da climatologia é relati-vamente caro para a sociedade.

Os prestadores dos serviços meteoroló-gicos devem estar sempre atentos às no-vas demandas de seus clientes, inovando com a apresentação e divulgação de infor-mações mais específicas, tais como: cartas de tempo significativo e de ven-

to em altitude para a documentação de voo que abarquem áreas específicas e que correspondam às zonas dos mapas da WAFS (Sistema Mundial de Previsão de Área), mas que podem ser mais ade-quadas para os voos regionais e nacio-nais. Cabe ressaltar que as informações para a produção dessas cartas devem ser procedentes dos WAFC (Centros Mundiais de Previsão de Área) em for-ma digital;

sistemas informatizados que compi-lem e proporcionem documentação de voo mais adequada para determi-nados voos e/ou rotas especificados pelas companhias aéreas;

produtos e serviços nacionais para atender às necessidades específicas dos serviços de navegação aérea, tais como: informação frequente e atualizada sobre o desenvolvimen-to de sistemas convectivos sobre uma determinada área, rota ou se-tor de aproximação; prognósticos de aeródromos mais adaptados a realidade de nossos mais impor-tantes aeroportos; previsão de in-formações procedentes das redes de detecção de descargas atmos-féricas; prognósticos de curtíssimo prazo para os aeródromos em novo formato, em lugar de códigos mais antigos como TAF (Terminal Aero-drome Forecast);

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serviços mais adequados e adaptados para atender as necessidades especí-ficas da aviação geral e desportiva.

Gestão da Qualidade em Meteorologia Aeronáutica

Desde novembro de 2001, o Anexo 3 da OACI e o Regulamento Técnico da OMM [C.3.1] já apresentavam novas disposições relativas à gestão da quali-dade. Na Seção 2.2 [C.3.1], recomenda-va-se que a “autoridade meteorológica designada estabeleça e aplique um sis-tema adequadamente organizado de qualidade” e que “deveria se basear nas normas de garantia de qualidade da sé-rie 9000 da Organização Internacional de Normatização (ISO) e ser certificado por uma organização aprovada”.

É importante reconhecer que essa re-comendação passou a ser norma com a entrada em vigor da Emenda 75 ao Ane-xo 3, em novembro deste ano, que esta-belece que cada Estado deve implantar um sistema de gestão da qualidade na prestação de serviço meteorológico à navegação aérea internacional, até no-vembro de 2012.

A OMM está estabelecendo seu pró-prio marco de gestão da qualidade (QMS/MET) para proporcionar as di-retrizes e recomendações aplicáveis à elaboração de elementos de gestão de qualidade na prestação de serviço me-teorológico para as operações aéreas a nível nacional e internacional. A im-plantação do QMS/MET também tem a intenção de melhorar a qualidade e eficiência da prestação de serviços me-teorológicos, tendo em conta sempre as necessidades do cliente.

O sistema deve se basear em um con-junto completo e hierárquico de pro-cedimentos e práticas documentados pela OMM e incluir sistemas de gestão para direcionar e controlar os serviços básicos e especializados proporciona-dos pelos serviços meteorológicos na-cionais, com respeito à qualidade dos dados, produtos e serviços meteoroló-gicos e afins.

No caso da prestação de serviços me-teorológicos à navegação aérea, a OMM

não está só nesta difícil e importante ta-refa, pois a produção das orientações está sendo feita conjuntamente com a OACI.

Princípios de um QMS/META série de normas 9000 da ISO esta-

belece oito princípios essenciais para a implantação de um sistema de gestão da qualidade, dentro do contexto de um serviço meteorológico.1. Atenção ao cliente: os serviços mete-

orológicos têm que compreender as necessidades atuais e futuras de seus usuários ou clientes que recebem os seus serviços. Isso compreende tam-bém os clientes internos.

2. Liderança: a alta direção do serviço meteorológico tem que estabelecer claramente a orientação do serviço meteorológico e determinar as dire-trizes para que todos os profissionais estejam alinhados no trabalho de ga-rantir a orientação e alcançar os obje-tivos traçados.

3. Participação dos profissionais: em todos os níveis, eles são a essência de um serviço meteorológico e sua plena participação permite utilizar as suas capacidades em benefício do serviço meteorológico.

4. Métodos e processos: as atividades e os recursos correspondentes ao servi-ço meteorológico devem ser encara-dos como processos. Esses podem ser operacionais, científicos e administra-tivos. Só existem porque são expecta-tivas que irão se completar para dar satisfação ao cliente.

5. Método de sistema de gestão: a identificação, compreensão e gestão de processos inter-relacionados como sistema contribuem para a eficácia e a eficiência do serviço meteorológico para alcançar os seus objetivos.

6. Melhora contínua: a melhora contí-nua do rendimento global do serviço meteorológico deve ser um objetivo permanente.

7. Método de adoção de decisões: as decisões efetivas devem se basear em aná-lises de dados e de informações, jamais em

crendices e suposições não fundamentadas.8. Boa relação com os provedores: o

serviço meteorológico e seus prove-dores são interdependentes e uma relação harmoniosa melhora a capa-cidade de ambos na busca da criação de valores.

Benefícios da gestão da qualidadeOs oitos princípios essenciais anterior-

mente mencionados se conformam em muitas formas de uma gestão moderna, orientada em lograr uma boa gestão de um serviço meteorológico, propor-cionando um bom serviço ao cliente. Aplicando esses princípios, obtém-se os seguintes benefícios: cumprimento das prescrições jurídi-

cas e regulamentares, como o Anexo 3 da OACI e o Regulamento Técnico da OMM [C.3.1];

determinação das necessidades dos usuários, além de suas expectativas;

garantia de que as expectativas de seus clientes sejam atendidas;

cumprimento das obrigações contra-tuais;

harmonização das atividades com uma visão empresarial;

adoção de medidas corretivas quando falham os procedimentos ou medidas preventivas;

melhora contínua do rendimento; a auditoria externa realizada por um

terceiro é uma poderosa ferramenta para estabelecer credibilidade e dar confiança às partes interessadas na qualidade dos serviços.

Como realizar a gestão da qualidadeAs experiências dos serviços meteo-

rológicos que já implantaram o QMS/MET indicam uma série de medidas es-senciais e que devem ser adotadas para a implantação de um sistema de gestão, tais como: obter o compromisso da alta direção

– é primordial o compromisso formal e assinado pela alta direção. Para isso, se requer um verdadeiro compro-

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misso e não meramente verbal, pois deverá haver reserva de recursos e, neste caso, todo o pessoal observará que a alta direção está comprometida no processo;

designar um diretor de qualidade e estabelecer uma estrutura de projeto - gerenciá-lo como um projeto. Natu-ralmente, deve-se designar um gerente do projeto e um comitê de gestão, com especialistas das áreas envolvidas;

firmar um compromisso financeiro - dis-por de recursos financeiros;

fazer com que as pessoas conheçam melhor a gestão da qualidade – a me-lhor maneira de se superar qualquer resistência do pessoal e de obter seu comprometimento é fomentar reuni-ões, melhorar o conhecimento geral dos envolvidos e mostrar os riscos vin-culados à falta de domínio de suas ati-vidades e não manter a confiança dos clientes em seus produtos, assim como os benefícios da eficiência e da eficácia que virão a partir da implantação de um sistema de gestão da qualidade. Na Me-teorologia, em geral, os profissionais se sentem orgulhosos de sua profissão e, como cientistas, podem não considerar a necessidade de melhorar a sua efici-ência no trabalho operacional;

eleger um consultor para orientar o processo - uma equipe de especialis-tas em meteorologia não pode e não necessita converter-se em especialis-tas em qualidade. Com a ajuda de um consultor especializado, o trabalho será facilitado no que diz respeito à elaboração de um sistema de gestão da qualidade, mas é importante reco-nhecer que esse sistema deverá per-tencer ao serviço meteorológico, ao seu pessoal, e não ao consultor;

determinar o marco do sistema de gestão da qualidade e designar repre-sentantes da qualidade em diversas esferas – em todo o sistema de quali-dade se necessita de elementos bási-cos, como a elaboração de manual de qualidade e um marco para documen-tar procedimentos, vínculos com as documentações existentes (incluindo

manuais e guias da OMM e da OACI), estabelecimento de registros de qua-lidade etc;

transmitir formação sobre o sistema de gestão da qualidade - todo pessoal en-volvido dever ter certa formação sobre o sistema de gestão da qualidade e esta deverá ser mais intensa para os repre-sentantes da equipe de especialistas em Meteorologia que estarão realizan-do as auditorias internas;

revisar os processos e a documenta-ção existentes - a gestão da qualidade compreende uma visão da organização orientada nos processos. Muitas organi-zações podem já dispor de uma série de processos e documentos devidamente desenvolvidos e mapeados, facilitando o trabalho. O necessário é a análise de cada processo e descrevê-lo em um formato normalizado, revisar e/ou criar documentação ad hoc;

estabelecer um circuito de qualidade - a gestão de qualidade envolve um ciclo de planejamento, realização, verificação e atuação para a melhora contínua, co-nhecido como ciclo PDCA. Devem ser estabelecidos indicadores de qualida-de, junto com procedimentos de falha e um registro de ação corretiva para se ter a segurança de que todo o problema ou reclamação do cliente seja tratado devidamente, para que o sistema seja melhorado. Caso seja necessário, deve-se modificar o modo de operação e os procedimentos adotados;

formar auditores internos e auditar o sistema - deve-se formar um grupo de pessoas capazes de realizar auditorias internas de qualidade, preferencialmen-te especialistas em Meteorologia. Essas auditorias são consideradas oportuni-dades de melhora do sistema, em lugar de investigações para tratar de surpre-ender alguém que não quer ser surpre-endido. Para o auditor é apenas “dizer o que faz e provar que faz o que diz”;

melhorar os documentos de trabalho - sobre a base dos resultados das audi-torias internas e da experiência adquiri-da, deve-se melhorar os documentos e os processos de trabalho existentes;

auditoria de certificação - a organiza-ção deve se preparar para solicitar a certificação de qualidade de algum organismo exterior. A certificação de um sistema de gestão da qualidade consiste na demonstração de que um processo de determinado serviço está em conformidade com determinados requisitos especificados.

ConclusãoComo parte de um novo enfoque dos

serviços ininterruptos, orientados à presta-ção de serviços meteorológicos e aos clien-tes, que se aplica à observação, à previsão e à climatologia, a OMM e a OACI estão focadas nas boas práticas e fomentando que seus membros implantem os sistemas de gestão holísticos, tais como a gestão de riscos, a gestão da segurança operacional e a gestão da qualidade.

A gestão da qualidade é um sistema per-manente e de longo prazo, voltado para a satisfação do cliente e pela melhoria con-tínua dos serviços gerados pela organiza-ção. A gestão da qualidade efetiva obriga a participação de todos os membros de uma organização.

Por fim, para que a prestação de ser-viço meteorológico seja levada a sério pelos setores industriais, comerciais, sociais e comunitários, teremos que ser capazes de aplicar e operar, de manei-ra coerente, sistemas, procedimentos e práticas de gestão internacionalmente reconhecidas.

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Por Daisy MeirelesFotos: Luiz Eduardo Perez

ConhecendoDTCEA-BE

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“Quem controla o espaço aéreo do portal da imensa hiléia? É o DTCEA! É o DTCEA Belém!” – esse é o grito de guerra do efetivo do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Belém. São 171 militares e cinco civis, orgulhosos de sua missão na Amazônia, estimulados pelo painel na entrada do Destacamento que diz: “Esmere-se em seu trabalho e orgulhe-se por fazer parte desta importante engrenagem do complexo do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB)”. O DTCEA-BE é subordinado ao Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) e tem classificação de destacamento especial, devido à importância dos serviços prestados ao Controle de Tráfego Aéreo.

Belém (PA)

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ConhecendoDTCEA-BE

O ComandanteO Major Especialista em Comunica-

ções Adauto de Souza Bringel é o atual Comandante do DTCEA-BE. Aos 47 anos, natural de Salgueiro, Pernambuco, o Ma-jor Bringel assumiu o comando em 4 de janeiro deste ano, substituindo o Major A. Mendes, a quem reconhece pelas diver-sas transformações pelas quais o DTCEA-BE passou nos últimos anos, tais como a modernização da Torre e da rede metro-politana, a revitalização de radares, a me-lhoria no parque computacional e o apoio a missões presidenciais.

Casado e pai de três filhos, o Major Brin-gel é formado em Engenharia Eletrônica pela Universidade de Pernambuco e pos-sui MBA em Gestão Pública pela Univer-sidade Federal Fluminense (UFF). Sua car-reira militar teve início em 1986, logo após sua formação como graduado, na função de mantenedor de radar e equipamentos de telecomunicações, no extinto Serviço Regional de Proteção ao Voo de Recife (SRPV-RE) – hoje CINDACTA III - e perma-neceu na OM até 1995, quando foi para Barbacena, cursar a Escola de Oficiais.

Em 1997, foi transferido para o extinto Parque de Material Aeronáutico de Belém, permanecendo até 2002. Retornou às ati-vidades do SISCEAB em 2003, quando foi designado para trabalhar no DTCEA-BE, atuando como Chefe das Subseções de Radares, de Suprimento, de Tecnologia da Informação e em seguida, passou a ser o Chefe da Seção Técnica – sua última ati-vidade antes de assumir o Comando do Destacamento.

Hoje, Major Bringel é auxiliado pelos

oficiais: Major Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Benedito Plautílio de Araújo Nazaré, na Seção de Operações; Capitão Especialista em Comunicações Edivaldo Afonso Correa Padilha, na Seção Técnica; Primeiro Tenente QOEA Meteo-rologista Valmir da Luz Teixeira, na Seção Administrativa; e na secretaria do Desta-camento ele conta com o apoio da civil Wanda Maria dos Passos, uma paraense que se orgulha de trabalhar há 33 anos na FAB. Wanda trabalha na guarnição de Be-lém desde 1981, sendo que já secretariou 17 comandantes, tanto do extinto SRPV-BE quanto do DTCEA-BE.

A História O DTCEA-BE foi criado em 1º de outubro

de 1947 e já teve 46 comandantes. Mas a história começa em abril de 1938, quando foi inaugurada, em Belém, a primeira es-tação rádio de comunicações (goniomé-trica) voltada à proteção ao voo na Ama-zônia. Só no início da década de 1940, foi concluída a pista do Aeroporto de Val-de-Cans - em seguida, os EUA entrariam na Segunda Guerra Mundial, circunstância que determinaria a construção da Base Aérea de Belém (BABE). O novo Ministério definiu então a estrutura de Proteção ao Voo, com a criação da Diretoria de Rotas (DR) e do Serviço de Rotas da Primeira Zona Aérea (SR-1), braço da DR em toda a Amazônia, que posteriormente passou a ser denominado Serviço Regional de Pro-teção ao Voo de Belém (SRPV-BE).

Por consequência, a estação pioneira foi incorporada ao recém-criado Minis-tério da Aeronáutica e concluída a cons-

Seção de Operações

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Major Bringel

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trução da primeira Torre de Controle, feita com madeira da região, e, no ano seguinte, foi criado o primeiro Controle de Aproximação.

A história do DTCEA-BE se mistura com a história do extinto SR-1 (Serviço Regio-nal de Proteção ao Voo de Belém - SRPV-BE), uma vez que este órgão superior também funcionava com as funções que um Destacamento possuía à época. Po-rém, não havia pessoal especializado na parte de apoio à navegação aérea e tudo indicava que a operação da Torre tenha sido inicialmente realizada por militares norte-americanos, que haviam construí-do e instalado aquela estrutura na cida-de, dando as primeiras orientações para os militares brasileiros. Com o apoio, pela formação dos primeiros Sargentos Con-troladores de Voo e de outras especialida-des ligadas à Proteção ao Voo, na Escola Técnica de Aviação, em meados da década de 1940, esta região passou a recebê-los em seguida, atendendo às necessidades geradas com o aumento do volume de tráfego, o que pode ser confirmado com a ativação do Centro de Controle de Área (ACC) de Val-de-Cans em 1º de outubro de 1947, que teve como seu primeiro Chefe, o então Aspirante Mecânico Controlador de Voo Aloisio Acioli de Sena.

Deste momento até o final da década de 1960, o SR-1 funcionou não só como braço da DR, na Amazônia, mas suas ins-talações físicas em Belém também en-globavam os serviços de Tráfego Aéreo (ACC e Torre de Controle), Meteorologia, Comunicações, Sala de Tráfego e Manu-tenção ou seja, todos os serviços que um Serviço de Proteção ao Voo (SPV - que

hoje em dia evoluiu para os atuais Des-tacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) poderia oferecer na época.

Em setembro de 1990 foi iniciada a operação radar no ACC e APP, com a insta-lação de um radar de rota e um radar ter-minal. São 63 anos protegendo os céus da Amazônia, com a missão de expandir-se em promover os serviços de controle do trafego aéreo, telecomunicações, me-teorologia e informações aeronáuticas. Outras atividades fazem parte da missão do DTCEA-BE, como a manutenção dos equipamentos eletroeletrônicos de auxi-lio à navegação aérea e telecomunicações aeronáuticas e o apoio técnico operacio-nal às organizações militares da guarni-ção de Belém.

As vilas habitacionais e o alojamentoEm Belém, cerca de 70 militares do

DTCEA ocupam Próprios Nacionais Resi-denciais (PNR) nas vilas habitacionais, ad-ministradas pela Prefeitura de Aeronáuti-ca de Belém (PABE). Dos quatro oficiais do Destacamento, três ocupam casas amplas na Vila Maracangalha, com localização privilegiada junto ao clube dos oficiais, frequentado por eles. A principal vila dos graduados é a 14 Bis, de apartamentos de dois ou três quartos. Apesar de conside-rável número de imóveis nas vilas, há em torno de 20 graduados na fila de espera por PNR, uma vez que isso é uma opção singular, face ao valor do aluguel caro na cidade. O clube dos graduados é o Cassa-zum, que tem ótima infraestrutura com piscina, salão de festas e campo de fute-bol. Os Cabos e Soldados têm seu próprio clube, com piscina, churrasqueira e salão

A Torre de Controle passa por modernização através de projeto da CISCEA Ao lado da Vila Maracangalha, a Escola Tenente Rêgo Barros, considerada de excelência acadêmica em Belém

de festas. Outro espaço de lazer para os militares da guarnição Belém é o Recanto Marajoara, que congrega todos militares da FAB e seus familiares.

As principais vilas que atendem ao efe-tivo do DTCEA-BE ficam nos limites dos bairros Souza e Marco, onde se localiza a escola do Comando da Aeronáutica de primeiro e segundo graus Tenente Rego Barros, que está há 61 anos em Belém e atende, com excelência acadêmica, os filhos dos militares da guarnição local. A escola vem se consolidado a cada dia, tanto é que, em 2009, com média 66,45, foi a melhor colocada entre os colégios paraenses no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Há, no DTCEA-BE alojamento para ofi-ciais e para graduados, mas a Base Aérea de Belém possui hotel de trânsito, com piscina e café da manhã, o conhecido T1.

Não há condução para o efetivo das vi-las ao DTCEA, porém, a distância é curta, cerca de 5km.

O apoio das OM da guarnição de BelémO DTCEA-BE está inserido numa guar-

nição de grande significado, com Uni-dades importantes como o Primeiro Co-mando Aéreo Regional (COMAR I), o Hos-pital de Aeronáutica de Belém (HABE), a Base Aérea de Belém (BABE), a Comissão de Aeroportos da Amazônia (COMARA), entre outras. O Destacamento recebe apoio dessas OM em diversas atividades e situações. Semanalmente, os Coman-dantes das OM da guarnição reúnem-se sob a coordenação do COMAR I, a fim de adoção de diretrizes comuns e quando são expostas todas as necessidades e

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A Vila Habitacional dos Oficiais tem localização privilegiada 14 Bis - a principal Vila Habitacional de Graduados da Guarnição de Belém com apartamentos de dois e três quartos

"Aqui, brasileiros dedicam-se 24 horas do dia em prol do voo

seguro na Amazônia Oriental" - este é o lema do DTCEA-BE

possibilidade de ajuda mútua, cada um na sua área.

Belém A natureza é um dos pontos fortes de

Belém, assim como a culinária paraense, presente no cotidiano dos militares do Destacamento. O índice de transferência dos militares é muito baixo. A maioria – após a reserva – segue a vida em Belém. A cidade tem três shopping centers e muitas praias de rio, como Mosqueiro e Salinas, com distância de 60km e 200km respectivamente como opção de lazer.

O trânsito, assim como em quase todas as capitais da região Norte, já apresenta engarrafamentos em horários de rush e há deficiência de sinalização nas ruas.

O custo de vida não é muito caro. Carnes e peixes têm preço razoável, mas verduras e legumes um valor mais eleva-do. O comércio é bem centralizado e as distâncias entre os bairros são curtas. Os serviços profissionais são bem baratos, como cabeleireiro, mecânico e outros.

A fé também se revela no coração do paraeanse no Círio de Nazaré, sempre no segundo domingo de outubro. É uma das maiores manifestações religiosas do Brasil. Belém é, também, o berço da dou-trina pentecostal: a Assembléia de Deus no Brasil completa 100 anos em 2011.

Mangal das Garças, Museu Paraense Emílio Goeldi, Casa das Onze Janelas, Museu da Paz, Estação das Docas (gran-de complexo de lazer, todo construído em ferro inglês), Igreja Nossa Senhora de Nazaré são as grandes atrações turísticas da cidade, assim como o mercado Ver o Peso, símbolo maior de Belém – que é a

mais movimentada feira livre da cidade. Lá se encontra um universo de varieda-des que compõem a cultura e a gastro-nomia paraense: cerâmica marajoara, castanha-do-pará, maniçoba (feijoada paraense), pato no tucupi, aviú (micro-camarão), patinhas de caranguejo, o de-licioso peixe Filhote, tapioca e as frutas regionais: manga, cupuaçu, bacuri, tape-rebá, muruci, açaí e outras.

A Assistência Médica e OdontológicaO efetivo conta com o HABE, que tra-

balha com um sistema moderno de mar-cação de consultas. Não há filas, tudo é agendado. Há atendimentos de emer-gência, UTI, Clínica Médica, Clínica Cirúr-gica, Ginecologia e Obstetrícia, Aneste-siologia, Traumato-ortopedia, Pediatria e outras especialidades. Uma Divisão Odontológica trata diversas especialida-des da área, inclusive Ortodontia.

Para cumprir as missões de apoio ao homem, o Elo Social do Destacamento trabalha em parceria com o Serviço de Assistência Social do CINDACTA IV e a as-sistente social do COMAR I.

As atividades do DTCEA-BEO DTCEA passou por processos de mo-

dernização, como do sistema da monito-ração das estações de VHF. Os técnicos especialistas sargentos e suboficiais fa-zem a manutenção das Unidades de Tele-comunicações (UT) de Altamira, Marabá, Outeiro, Benevides e Viseu e, também, da Unidade de Vigilância (UV) de Belém, onde fica o radar meteorológico.

São realizadas pela equipe técnica mais de 250 manutenções preventivas ao ano

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em todo o Sistema: Estações Meteoroló-gicas de Altitude (EMA) e de Superfície (EMS), radar de rota, radar meteorológico e outros.

A área de Telecomunicações compre-ende as comunicações terra-ar para os órgãos ATC do próprio DTCEA e do Centro de Controle de Área Amazônico (ACC-AZ), além de Data link para a Defesa Aérea. A canalização das informações é realizada através de enlaces satélites ou linhas es-pecíficas de empresas especializadas.

Estão também inseridos nessa área os serviços de telefonia administrativa e operacional, enlaces UHF, comunicações HF, enlaces físicos e sistemas de áudio de um modo geral.

O Destacamento possui três estações de radares, compreendendo um radar de rota (LP23M), um de área terminal (TA10 SST) e um Meteorológico (DWSR-8500S). Os radares TA10 e LP23M atendem ao APP-BE, a Torre de Controle (TWR-BE) e ao ACC-AZ, uma vez que estão em síntese no STVD do DTCEA-BE e do CINDACTA IV. Há também os auxílios bá-sicos de navegação e aproximação como Rádio Farol Não-Direcional (NDB), Radio-farol Onidirecional em VHF (VOR) e Siste-ma de Pouso por Instrumento (ILS).

EMS, EMA, além de sensores indepen-dentes complementam o apoio aos ser-viços de navegação, todos convergindo para os setores operacionais do DTCEA-BE.

No DTCEA-BE há duas Casas de Força (KF). A principal atende os setores vitais da OM e a segunda o LP23M. Além disso, existem algumas subestações instaladas

em KT de auxílios. Os sistemas de clima-tização são diversificados em função das características do Destacamento, por ter seus sítios em locais distintos. O sistema mais complexo está instalado no prédio principal e atende toda área crítica onde estão inseridos o APP e Sala Técnica.

O setor de Tecnologia da Informação atua nas áreas de informática administra-tiva e operacional. Na área operacional, mantém sistemas como STVD X-4000, Centro de Comutação Automática de Mensagens (CCAM), Rede Administrati-va de Comutação Automática de Men-sagens (RACAM), Serviço de Informação Aeronáutica (AIS) e Comandos de Interro-gação ao Banco de Aviso sobre Informa-ções de Interesse para Aeronavegantes (SISNOTAM).

Na área administrativa tem como des-taque a distribuição da rede corporativa do Comando da Aeronáutica, a Intraer, para todas OM da guarnição da aeronáu-tica de Belém. A rede interna do Desta-camento é composta por servidores de diversos serviços como web, arquivo, autenticação de usuários e mais de 70 estações de trabalho. Todos os sistemas operacionais e aplicativos instalados já utilizam software livre, com exceção ser-viços específicos que dependem do Win-dows.

O Suprimento Técnico atende a de-manda de material de reposição dos di-versos equipamentos instalados no des-tacamento e nas cinco UTs localizadas no Estado do Pará. A subseção é responsável pelo estoque de mais de 10 mil itens dis-tribuídos em torno de 1400 PN.

A Oficina Local Especializada é um se-tor destinado ao reparo e teste de com-ponentes, principalmente equipamen-tos de informática, como no-break, mo-nitores e fontes. É também responsável pelo controle dos instrumentos de me-didas do DTCEA quanto à distribuição, calibração e movimentação. Na área de Recursos Humanos, o DTCEA-BE conta com suboficiais e sargentos especialistas para cumprir a missão de manter seus equipamentos e sistemas em condições operacionais. Esse efetivo também con-tribui com a participação em comissio-namentos em outros destacamentos subordinados ao CINDACTA IV.

As peculiaridades do DTCEA-BEAs instalações do DTCEA-BE têm cerca de

20 anos. Desde então, a maioria dos equi-pamentos não passava por substituição. A partir de 2008, a infraestrutura técnica vem passando significativa modernização. Já foram substituídos o STVD para o modelo X-4000, o radiossonda da EMA, a central de áudio e o sistema de gravação de dados. Foram modernizados, totalmente, o TA10 e, parcialmente, o LP23M. A rede metropo-litana foi contemplada com rádio-enlace moderno e redundância com fibra ótica.

Atualmente, a torre de controle passa por modernização, através de projeto da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA). Estão na iminência de substituição o VOR e a SITTI. Para concluir esse ciclo de melho-rias significativas restarão apenas a mo-dernização dos sistemas de climatização e das casas de força.

Vista aérea de Belém, a cidade das mangueiras Estação das Docas - complexo de lazer e gastronomia em Belém

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Além de corredora, sou cinéfila. Gosto de aprender lições de vida por meio dos filmes, como “Rocky”, “Menina de ouro”, “À procura da felicidade” e tantos outros. Acredito que a magia do cinema, assim como o esporte, é capaz de me transfor-mar numa pessoa melhor. Todos eles me ensinaram que as grandes conquistas começam sempre por pequenos passos, exercitando a persistência e suportando o sofrimento.

Vendo o documentário sobre Ayrton Senna, nosso ídolo assim se pronun-cia: “O fato de eu acreditar em Deus, de eu ter fé em Deus, não quer dizer que eu seja imortal, não quer dizer que eu seja imune. Eu tenho tanto medo quanto qualquer outra pessoa de me machucar.” E não é isso? A essência de um campeão é a humildade para en-frentar seus desafios, reconhecendo-se como um de nós. Mas apenas humil-dade e persistência são suficientes?

Após assistir à luta entre o brasilei-ro Anderson Silva e o americano Cha-el Sonnen, em agosto, nos EUA (MMA Califórnia), percebi com mais clareza o que faz um campeão. Desde 2006, Anderson coleciona vitórias. Antes da luta, o americano fez várias provoca-ções, dizendo que Anderson até pode-ria ser o campeão, mas que ele seria capaz de vencê-lo, pois era o melhor.

Nos cinco rounds, Anderson apanhou muito. Mas no último momento, fi-nalizou. Só um verdadeiro campeão tem esta capacidade de reverter uma situação que para nós parece ser irre-versível. Por isso, ser campeão não é uma questão de ser imbatível, mas de encontrar a vitória no momento cru-cial da batalha, ou seja, não entregar os pontos. Sonnen realmente é muito bom, mas parece que lhe faltou humil-dade, atributo indispensável.

Tenho a oportunidade de conviver com campeãs: Ana Rachel Lemes, do Exército Brasileiro, Juliana Paula de Souza e Lislaine Link, ambas da FAB. Rachel foi campeã sul-americana de Orientação, em 2008, campeã da III Etapa do Campeonato Brasileiro de Orientação, em 2009, além de ter con-quistado outros títulos e ter participa-do de vários mundiais. Juliana ficou em segundo lugar na delegação mili-tar brasileira na Maratona em Atenas (Grécia), referente ao mundial militar. Lislaine, também com diversos títulos, vasta experiência e ativa em mundiais, o que significa estar entre os melhores do mundo, foi bicampeã sul-america-

Literalmente falando

O que faz um campeão

Fabiana Borgia Barbosa Primeiro Tenente AJUR/DECEA

na em corrida de Orientação em 2005 e 2006. E não é para me gabar, mas além de campeãs, são minhas amigas.

Embora eu não seja atleta profissio-nal, sou campeã por tabela: comemoro as conquistas alheias e tenho o privilé-gio de estar cercada de bons exemplos. Foi assim que me senti vendo Juliana ao vencer a meia maratona da III Etapa Circuito Athenas no Rio. E ainda che-guei com a campeã, que completava os 21 km em tempo similar ao meu, que estava terminando os 10 km.

Mas, pensando bem, eu também sou campeã. Nunca subi no pódio, fiz cirur-gia no joelho em 2008, mas comecei a correr e ainda realizei a maior das gran-des conquistas: me superar! Para com-pletar, tive o gostinho de correr ao lado de Juliana segundos antes da linha de chegada e conquistar meus primeiros 10 km numa prova! E sem parar de cor-rer um minuto sequer! Que seja o início para mim, o incentivo para todos vocês e que 2011 traga novas conquistas!

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