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São Luis, a Cidade dos Azulejos ESPAÇ Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA N O T Í C I A S - A n o 5 - n º 3 1 AERO

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São Luis, a Cidade dos Azulejos

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Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA

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T Í C I A S - A n o 5 - n º 3 1

AERO

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Índice

Seção:Notícias do SISCEABCINDACTA II acompanha ocrescimento do setor aéreo com o novo Sistema X-4000 e despede-se do Mitra

Artigo:A prestação dos serviços detelecomunicações e tráfego aéreopor entidades públicas ou privadasno SISCEAB tem um nome: EPTA

Seção:Usina de IdéiasA preocupação com omeio ambiente e a economiade água no DTCEA Canguçu – RS

Seção:Conhecendo o DTCEA

São Luís – MA

ExpedienteNossa capa

Fundada em 1612, São Luís foi colonizada por europeus (franceses, holandeses e portugueses), que deixaram marcas arquitetônicas por toda a cidade.

São inúmeros casarios azulejados, além de três mil construções em estilo neoclássico.E, para ilustrar a capa desta edição, uma composição harmônica de Luiz Perez: os azulejos e o

DOM do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Luís (DTCEA-SL). O Sistema de Controle do Espaço Aéreo conta com o apoio de 93 pessoas no DTCEA-SL, que

se dedicam à missão de prover serviços de controle do espaço aéreo, fornecendo atendimento de qualidade aos usuários do SISCEAB. Nesta edição o leitor poderá conhecer mais sobre o trabalho realizado pelo efetivo do DTCEA de São Luís. Confira nas páginas 23 a 25.

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso

Assessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1

Redação:Daisy Meireles (RJ 21523-JP)

Telma Penteado (RJ 22794-JP)

Daniel Marinho (MTB 25768-RJ)

Diagramação:Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ)

Fotografia & Capa::Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)Contatos:Home page: www.decea.gov.brIntraer: www.decea.intraerEmail: [email protected] / [email protected]ço: Av. General Justo, 160 - CentroCEP 20021-130 - Rio de Janeiro/RJTelefone: (21) 2123-6585 - Fax: (21) 2262-1691Editado em junho/2008Fotolitos & Impressão: Ingrafoto

São Luís, a Cidadedos Azulejos

Seção:Notícias do SISCEABCGNA ministra curso

de Gerenciamento deFluxo de Tráfego Aéreo

Seção:Notícias do SISCEAB

Diretor-Geral do DECEA falaà imprensa sobre a formação

dos controladores de tráfego aéreoe o aprendizado da língua inglesa

Responsabilidade Socialmarca o Jubileu de Prata do ICA

Operação SARresgata aventureiro

ferido no meio do oceano

Seção:Notícias do SISCEABUma nova torre de controlepara São Paulo – a mais moderna do País

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Seção:Notícias do SISCEAB

Torre de Controle Móvel –a CISCEA superando desafios

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Editorial

Comunicação e ação são palavras de ordem no DECEA. Um fato importante para nosso Departamento e para o próprio Comando da

Aeronáutica foi a realização de uma coletiva à imprensa sobre a formação de controladores de tráfego aéreo e a proficiência da língua inglesa, um assunto que merece ser divulgado também para o nosso público interno. O tema ficou bem esclarecido e precisa ser lido por todos os componentes do SISCEAB (página 10).

Outra importante atividade será a auditoria da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) no DECEA, que será realizada em 2009 e já demanda uma série de ações que atingem a todas as organizações subordinadas. Esperamos destas o conhecimento integral de suas missões e do cumprimento de todas as suas atividades em consonância com as normas preconizadas pelo DECEA.

A respeito desta auditoria – do objetivo, das metas e do cronograma de atividades de todas as OM – já aproveito para informar que a CERNAI já disponibilizou, através da Assessoria de Comunicação (Ascom), dados em um link na nossa Intranet.

Falando em nossa rede, atendendo às expectativas da própria Ascom, contamos, agora, com mais dois funcionários que irão se dedicar às páginas do DECEA (Intranet e Internet). O webdesigner João Ximenes, que será responsável pela arquitetura do portal do DECEA e o jornalista Daniel Marinho, que se dedica ao conteúdo das páginas e colaborações para a nossa revista Aeroespaço.

Nesta edição, a reportagem sobre a participação do SAR no resgate de um navegador que pretendia atravessar o Atlântico num barco a remo tem assinatura do Daniel Marinho. Confira nas páginas 16 e 17.

Para acompanhar o processo de modernização do nosso Sistema, não deixem de ler nas reportagens da Seção Notícias do SISCEAB, informações sobre as instalações da Torre de Controle Móvel em Jundiaí (SP) e da Torre de Controle de Congonhas (SP), ambas realizadas pela Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) nas páginas 4 e 5.

Projetar, implantar e manter atividades que visem o perfeito funcionamento do controle do espaço aéreo brasileiro é o dia a dia do nosso efetivo. E é muito motivador publicar nesta edição mais um artigo na Seção Usina de Idéias, que, desta vez, trata da importância do meio ambiente e da economia de água no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canguçu (DTCEA-CGU), no Rio Grande do Sul.

Como vemos, há muito sendo feito e muito que fazer. Não somente por conta da importante auditoria da OACI, mas, principalmente, pelo compromisso que temos com nossa missão e, acima de tudo, com o nosso País.

Parabéns a todo nosso efetivo e mãos à obra!

Ten Brig Ar Ramon Borges CardosoDiretor-Geral do DECEA

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TORRE DE CONTROLE MÓVEL- A CISCEA superando desafios -A primeira aplicação foi no aeroporto de JundiaíDando continuidade ao Progra-

ma de Modernização do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasilei-ro (SISCEAB), a CISCEA adquiriu à empresa Frequentis uma Torre de Controle Móvel, totalmente autô-noma, equipada com sistemas de alta tecnologia, para atender aos ae-roportos cujas demandas de tráfego de aeronaves apresentem um grau de crescimento que exija ações ime-diatas para suprir essas demandas.

A Torre de Controle Móvel pos-sui as funções básicas de uma torre de controle convencional, incluin-do sistema de meteorologia, possi-bilita instalação em curto espaço de tempo, e tem por finalidade atender temporariamente ao acréscimo da demanda em um determinado ae-roporto até que a modernização do mesmo fique concluída, quando, então, a torre móvel é remanejada para outro aeroporto cujas necessi-dades operacionais decorrentes do aumento da demanda de tráfego aéreo requisitem a sua instalação, também em caráter temporário. E, assim, sucessivamente.

A primeira aplicação para a Torre de Controle Móvel adquirida pela CISCEA foi no aeroporto de Jun-diaí, SP (e inaugurada no dia 30 de maio), atendendo a uma solicitação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP), este último responsável pela operação daquele aeroporto. Implantada em 10 dias, a referi-da torre permitirá o controle, com maior segurança, do incremento de tráfego de aeronaves naquele aero-porto.

O equipamento de última geração possui em um container VHF-AM, HF e UHF, necessários para a coor-denação de pousos e decolagens de qualquer aeródromo. A TWR mó-vel possui um reboque, com um sis-tema hidráulico que permite a ele-

vação da mesma até uma altura de aproximada-mente 5m em 30 segundos.

O sistema meteorológico faz medição de temperatura, ve-locidade e inten-sidade de vento, e possui pistolas de sinalização, gravadores e cen-tral de áudio e também evacua-ção de emergên-cia, tornando-a muito segura.

A Torre de Controle Móvel ficará sediada no Primeiro Grupo de Co-municações e Controle (1º GCC).

Esta missão tão nobre foi viabiliza-da graças ao empenho da CISCEA, que adquiriu o equipamento e o im-plantou no 1º/1º GCC, fornecendo instruções práticas e teóricas para téc-nicos do PAME-RJ e do 1º GCC.

Assim, uma vez mais, a CISCEA

com o apoio do 1º GCC e do Servi-ço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP), superando desafios, se faz presente no aten-dimento aos anseios da sociedade brasileira relativos à aviação e à proteção ao vôo, ao implantar uma torre de controle móvel dotada de tecnologia atual, em um período de tempo jamais imaginado.

A TWR móvel possui reboque e sistema hidráulico para elevação

Totalmente autônoma, a torre de controle móvel está equipada, inclusive, com sistema de meteorologia

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Uma nova torre de controle para São Paulo – a mais moderna do País

Um investimento de 3,5 milhões de reais trouxe um grande benefício para a atividade de controle do espaço aéreo no aeroporto de maior movimento no Brasil: Congonhas.

Com a entrada em operação da nova torre, houve uma automatização maior de alguns procedimen-tos, permitindo que os controladores otimizem o raciocínio operacional em relação ao tráfego aéreo sob o sua batuta, otimizando também o modus ope-randi do gerenciamento de tráfego aéreo.

A nova torre de controle do Aeroporto de Con-gonhas, em São Paulo, entregue no dia 12 de maio, com equipamentos equiparados aos mais moder-nos existentes no mundo, foi inaugurada pelo Pre-sidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), Brig Ar Carlos Vuyk de Aquino, e pelo Diretor de Defesa da Frequentis, Anton Martha.

A Frequentis, empresa com sede em Viena, na Áustria, foi responsável pelos novos equipamentos da torre.

Com tecnologia integrada, os equipamentos faci-litam o trabalho dos controladores de tráfego aéreo, a partir da disponibilidade de diversas informações necessárias ao controle de aeronaves de uma ma-neira lógica e mais rápida. Dados que antes eram obtidos por meio de conversas telefônicas, como por exemplo, a respeito de meteorologia, poderão ser captados a partir de agora com um simples to-que na tela de um computador.

A torre tem a função de gerenciar as aeronaves pousadas no aeroporto de Congonhas, bem como o movimento desses equipamentos quando taxian-do no solo, ou nas fases de pouso e decolagem.

Em média, Congonhas controla 600 movimen-tos de aeronaves diariamente, além de outros 200 movimentos de helicópteros.

O Chefe do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP), Cel Av Jeferson Ghisi Costa, ressaltou que a proposta de modernização da torre é de março de 2003, tendo sido revista em 2005 e iniciada, de fato, em outubro do ano passado.

Ele destacou também que os equipamentos utili-zados anteriormente não eram obsoletos e que essa recente atualização permitirá atender, inclusive, ao crescimento da demanda futura de vôos.

A torre provisória, instalada ao lado daquela que foi modernizada, foi desativada e transferida para o aeroporto de Jundiaí.

Representantes da Frequentis e Brig Aquino na inauguração

Cel Ghisi (SRPV-SP) e Brig Aquino (CISCEA): os equipamentos facilitarão o trabalho dos controladores

Dados importantes agora são captados com um simples toque na tela do computador

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DECEA dá continuidade às Visitas de Inspeção

CCA-SJNo dia 13 de maio o DECEA deu

continuidade às visitas de inspeção, desta vez no Centro de Computa-ção Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ).

A comitiva, presidida pelo Vice-Diretor, Maj Brig Ar Élcio Picchi, contou com a participação de au-toridades representantes dos Sub-departamentos do DECEA, e foi recebida pelo Chefe do CCA-SJ, Cel Int Linhares.

Em seu brifim, o Cel Linhares ressaltou que a visita não se trata-va de uma auditoria, e sim, de uma oportunidade para que a organiza-ção mostrasse o trabalho realizado e apresentasse os seus óbices com a finalidade de usufruir o apoio dado pelo DECEA.

Em seguida, o Maj Brig Ar Picchi declarou que o mais importante é a oportunidade de conhecer in loco as suas organizações subordinadas. O DECEA quer saber o que ele pode fazer para ajudar a organização a cumprir sua missão”.

Logo após, a comitiva se divi-diu para inspecionar os setores do CCA-SJ e, no início da tarde, se reuniu mais uma vez no auditório para o debrifim.

Os inspetores elogiaram o traba-lho realizado pelo efetivo do Cen-tro, ressaltando que, apesar dos óbi-ces na área de recursos humanos (o que o Chefe da Divisão de Recursos

Humanos do DECEA, Ten Cel Av Tavares, destacou ser uma questão co-mum a diversas organizações), a missão tem sido cumprida com êxito e qualida-de.

Evidenciando a excelência do serviço presta-do, o CCA-SJ é a única organização do Governo Federal que possui a Certificação MPS-Br Nível E (Melhoria de Pro-cesso de Software Brasileiro).

O MPS-Br tem como objetivo definir um modelo de melhoria e avaliação de processo de software, preferencialmente para as micro, pequenas e médias empresas, de forma a atender as suas necessidades de negócio e a ser reconhecido na-cional e internacionalmente como um modelo aplicável à indústria de software.

Para o Maj Brig Ar Picchi “o CCA-SJ vem cumprindo sua mis-são com entusiasmo, comprometi-mento, eficácia e eficiência”.

ICEAAinda na tarde do dia 13, a comi-

tiva do DECEA foi ao Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA),

sendo recebida pelo seu Dire-tor, o Cel Av Paulo Roberto Sigaud Ferraz.

No auditório, após a exibição do vídeo ins-titucional do ICEA para os visitantes, o Cel Ferraz ressaltou que “é sempre um prazer rece-ber o DECEA,

que sempre nos apóia e que é um parceiro que nos ajuda a enfrentar as dificuldades e realizar as ativida-des previstas”.

“As conquistas que tivemos ao longo destes 47 anos de existência, devem-se à harmonia nas áreas de capacitação profissional e desenvol-vimento de pesquisas” – disse o di-retor do Instituto.

O ICEA tem em seu quadro pro-fissionais altamente gabaritados, que receberam diversas condecora-ções pelos serviços prestados e que, não raro, são enviados ao exterior para o cumprimento de grandes missões.

O quesito recursos humanos é também um óbice para o ICEA. “Hoje batalhamos por nossos es-pecialistas”, declarou o Cel Ferraz. Com a redução do efetivo, o Insti-tuto vivencia um aumento de en-cargos.

Ainda naquela tarde, o Maj Brig Ar Picchi, junto com a comitiva, fez um tour pelo ICEA, objetivando uma visão geral das seções da OM.

Na manhã seguinte, 14 de maio, a comitiva se dividiu para inspecio-nar seus respectivos setores e, de-pois do almoço, todos se reuniram no auditório para o debrifim.

As autoridades do DECEA para-benizaram o efetivo do ICEA pelo cumprimento de sua missão e pela excelência do trabalho que reali-zam.

Quanto aos recursos humanos, o VICEA, acompanhado do Cel Int Linhares, visita instalações do CCA-SJ

Cel Av Ferraz mostra simuladores do ICEA ao Maj Brig Ar Picchi

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Ten Cel Av Tavares ressaltou a possi-bilidade de solicitar ao Ministério Pú-blico a autorização para a contratação de estagiários remunerados.

O Maj Brig Picchi comentou que o ICEA vem cumprindo sua missão com criatividade tecnológica, dedicação e vontade, encerrando a inspeção.

ICANa manhã do dia 10 de junho a co-

mitiva do DECEA deu início à visita de inspeção do Instituto de Cartogra-fia Aeronáutica (ICA).

Também presidida pelo VICEA, Maj Brig Ar Élcio Picchi, a comitiva contou com a presença dos Chefes dos Subdepartamentos do DECEA.

Após as palavras do Maj Brig Ar Picchi o Diretor do ICA, Cel Av Eric, fez o brifim, que começou com a apresentação da missão do Instituto, que é planejar, gerenciar, controlar e executar as atividades relacionadas com a cartografia e com as informa-ções aeronáuticas.

Seu efetivo hoje é de 230 funcio-nários civis e militares, entre estes 14 Engenheiros Cartógrafos.

Dentre os óbices apresentados es-tava a necessidade de contratação de funcionários civis e militares, questão comum a todas as organizações até o momento visitadas.

O Cel Av Eric destacou, entre as ati-vidades realizadas pelo ICA – que este ano completou 25 anos – a Seção de Cartas Especiais, que são digitalizadas e requerem um trabalho minucioso para serem elaboradas. No ano de 2007 foram realizadas 46 cartas espe-ciais, com 550 cópias para seus prin-cipais usuários: COMGAR, I FAe, 1º/5º GAv, 2º/7º GAv, 2º/8º GAv, 1º ETA, DATM, SDOP, DOPM e CINDACTA IV.

Também foram destacados o Jubi-leu de Prata do Instituto, sua partici-pação no XXIII Congresso Brasileiro de Cartografia, a Ordem do Mérito Cartográfico, o apoio no levantamen-to patrimonial de Cachimbo (PA) e as visitas ao Instituto, que são muito importantes para a divulgação do tra-balho nele realizado.

Na visão prospectiva, o Cel Eric res-saltou a importante missão do Reco-brimento do Brasil no formato digital em Cartas CAP/CIAP (1:250.000), com término previsto para 2012 e CNAV/CINAV (1:500.000), com

prazo final previsto para 2015.

No debrifim os inspetores elogiaram os serviços prestados pelo ICA e ratifica-ram o apoio presta-do ao Instituto.

O VICEA, em suas considerações finais, cumprimen-tou todo o efetivo pelo cumprimento da missão e por sua importância no con-texto do SISCEAB.

CCA-RJNo dia 18 de junho o DECEA visi-

tou o Centro de Computação da Ae-ronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ).

Em sua apresentação o Chefe do CCA-RJ, Cel Eng Roberto de Al-meida Alves, começou o brifim apre-sentando as diretrizes específicas do Centro, dentre as quais destacam-se o gerenciamento da Rede Corporativa do COMAER (Intraer) e a operação do Serviço de Atendimento ao Usu-ário de Tecnologia da Informação do COMAER (SAUTI), ferramenta que promove o pronto-atendimento, acompanhamento e fechamento de solicitações de apoio técnico na área de tecnologia da informação, oriun-dos das OM do COMAER em todo o território nacional, 24 horas por dia através da sua intraer (www.sauti.intraer) ou por meio de ligação te-lefônica (0800-722-0108), de 2ª a 6ª feira no horário das 07h às 19h.

Em seguida, o Cel Eng Almeida apresentou a estrutura da organiza-ção, já pontuan-do um dos óbices que é o acúmulo de funções por parte de alguns chefes de seção. Ele ressaltou, no entanto, que este é um problema contornável.

Ainda apresen-tando a carência de recursos humanos, o Cel Eng Almei-da, informou que o CCA-RJ, que pos-sui um efetivo de

124 militares e cinco civis, está perden-do pessoal por conta de transferências, participação em concursos e encerra-mento de tempo de serviço.

Fechando sua apresentação o Cel Almeida agradeceu a presença da comitiva e disse estar ansiando pelo apoio que sempre recebe do Departa-mento.

Dando seqüência à programação os inspetores começaram as visitas pe-las instalações do CCA-RJ, passando pela Sala-Cofre – setor que passou por uma significativa reestruturação física, disponibilizando maior espaço para a distribuição e recebimento de servidores que operam sistemas vitais para o COMAER: SIGPES, SILOMS, SICOTAN, entre outros, além de co-ordenar os acessos de Intraer e Inter-net da Força; SAUTI; e Assessoria de Segurança da Informação.

No debrifim o Maj Brig Ar Picchi enalteceu a motivação e o com-prometimento de todo o efetivo do CCA-RJ no cumprimento da mis-são da Organização.

Cel Av Eric faz brifim para comitiva do DECEA

O VICEA parabeniza o CCA-RJ pelos importantes serviços prestados

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Habilitar profissionais experientes da área de navegação aérea e controle de tráfego aéreo ao exercício da função de gerente de equipe operacional do Cen-tro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) foi o ponto principal do curso, realizado nos dias 26 a 30 de maio, no auditório do GEIV.

Denominado Módulo Tático do Curso de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATM-026) – o curso proporcionou aos alunos a atualiza-ção com os assuntos operacionais que o CGNA vem implementando. Além disso, conheceram os principais desa-fios diários para otimização do fluxo de tráfego aéreo no espaço aéreo sob jurisdição do Brasil e adjacências.

Os alunos se aprofundaram no estu-do da dinâmica do fluxo, na estrutura operacional de cada região para aten-dimento da demanda e situações espe-ciais que justificam as particularidades da atual circulação aérea.

Com as aulas, foi possível familiari-zar esses alunos sobre restrições técni-cas que limitam a capacidade. Eles co-nheceram o comportamento dos fenô-

menos meteorológicos e o Syncromax (ferramenta utilizada pelo CGNA para gerenciamento tático), capacitando-os a utilizarem certas funções com vistas a maximizar a fluidez do tráfego aéreo tanto em curto prazo (gerenciamento tático), como em longo prazo (ge-renciamento estratégico).

De acordo com o chefe do CGNA, Ten Cel Gustavo, o curso preocupou-se com o lado humanístico, buscando o aprimoramento do domínio afetivo, lapidando seu desempenho em relações

humanas, ferramenta fundamental para o trabalho do gerente na interação entre usuários e provedores do serviço de controle de tráfego e outros elemen-tos envolvidos nos processos do sistema de transporte aéreo.

“O curso pode ser considerado como um marco no sentido de melhorar o relacionamento entre componentes de diferentes setores visando incrementar a fluidez da circulação aérea através do processo de decisão colaborativa” – definiu o chefe do CGNA.

Atendendo a uma diretriz que aponta a descentralização como um dos mais importantes fatores críticos de sucesso de um programa, a Divisão de Apoio ao Homem (DAPH) do DECEA ela-borou um Gerenciamento de Recursos de Equipe (EM/TRM, em inglês – Er-ror Manegement – Team Resource Ma-negement).

O treinamento, realizado na semana de 16 a 20 de junho, no auditório da Comissão de Implantação do Siste-ma de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), teve a presença de equipes dos quatro Centros Integrados de De-fesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, III e IV) e do Servi-ço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP).

Em sua palestra de abertura e boas-vindas, o chefe do Subdepartamen-

to Administrativo (SDAD) do DECEA, Brig Ar Hélio, ressal-tou que o evento tem por objetivo de que “cada regional tenha sua própria equipe de facilitadores para o TRM, daí a necessi-dade de uma padro-nização dos procedi-mentos”.

Com o treinamen-to, a equipe de coor-denação - formada por: Cel R1 Sam-paio (DSAR), psicólogas Lílian e Cás-sia, Maj Alexandre (chefe da DAPH) e Cap Nobre (ASEGCEA) - acredita que haverá redução nos erros de julgamen-to, através de um melhor uso dos recur-sos humanos disponíveis e, também,

otimizar os resultados do trabalho em equipe.

Dentre os campos de atuação estão: a melhoria do processo de comunicação, o relacionamento interpessoal (dinâmi-ca de equipe), o processo decisório, o gerenciamento do estresse e a consciên-cia situacional.

CGNA ministra curso de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo

DAPH realiza treinamento de Gerenciamento de Recursos de Equipe

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No curso ATM-26, os alunos se atualizaram sobre os assuntos operacionais que o CGNA vem enfrentando

No treinamento, o Brig Ar Hélio (SDAD) ressalta a necessidade de uma padronização nos procedimentos para todos os regionais

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Na manhã do dia 16 de maio, o Segundo Centro Integrado de Defe-sa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) despediu-se do Siste-ma francês Mitra, em operação desde a década de 80 neste Centro. Mais pre-cisamente por 23 anos as consoles do sistema analógico Mitra foram usadas para controlar o tráfego aéreo da região, passando por diversas atualizações du-rante este longo período.

Dando continuidade ao processo de modernização do SISCEAB, o siste-ma francês está sendo substituído pelo X-4000, que vinha sendo operado em paralelo há seis meses. Um motivo de orgulho para o Brasil, por se tratar de um sistema totalmente nacional, de-senvolvido pela Fundação Atech.

O último vôo controlado pelo já de-sativado Sistema Mitra foi de um caça F5 da Força Aérea Brasileira (FAB), entre as Bases Aéreas de Santa Cruz (BASC) e Canoas (BACO).

Para o Comandante do CINDACTA II, Cel Av Leônidas de Araújo Medei-ros Jr, o maior avanço é a capacidade do software. “Sendo nosso, podemos adequá-lo aos requisitos que venham a aparecer com a necessidade opera-cional. O novo sistema permite uma visualização maior e uma flexibilidade muito grande”.

Os CINDACTA I e IV, Brasília e Manaus, respectivamente, já es-tão usando novos sistemas (X-4000 e SCO) e, até o final deste ano, o CINDACTA III, em Recife, também fará a mudança de sistema com a ado-ção do X-4000, concluindo, assim, a última etapa da modernização.

Nos últimos oito anos, o Comando da Aeronáutica investiu dois bilhões de dólares na modernização da estrutura do controle de tráfego aéreo do País.

O novo sistema oferece o mesmo nível de segurança aos vôos. “Um dos focos da mudança é justamente acom-panhar o crescimento da malha aérea brasileira. O sistema tem condições de acompanhar mais aeronaves voando”, comenta o Cel Leônidas.

Atualmente, o CINDACTA II - responsável pelo controle de tráfego aéreo de toda a região Sul, parte de Mato Grosso do Sul, de São Paulo e do Rio de Janeiro - possui 18 conso-les com o software X-4000 e elevará este número para 26.

A despedida do Mitra – sistema em operação desde a década de 80 no CINDACTA II

Cel Av Leônidas apresenta à imprensa o novo Sistema X-4000, em operação

CINDACTA II acompanha o crescimento do setor aéreocom o novo Sistema X-4000e despede-se do Mitra

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Há uma idéia circulando de que a Aeronáutica reconheceria uma falha na proficiência da língua inglesa dos con-troladores. Para esclarecer o assunto, na tarde do dia 16 de junho, numa coletiva com a imprensa nacional realizada no auditório do DECEA, o diretor-geral, Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso, falou sobre a formação dos controlado-res de tráfego aéreo no que diz respeito ao aprendizado da língua inglesa.

Além da imprensa nacional, é justo que o nosso público interno também tenha conhecimento do que ocorre no ambiente do SISCEAB. Na intraer do Decea, um dia após a coletiva, foi inse-rido um link com a íntegra do pronun-ciamento do Ten Brig Ramon.

Em 2003, a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) estabeleceu que pilotos e controladores do mundo inteiro tinham que melhorar seu nível de proficiência em inglês (divididos em 1, 2, 3, 4, 5 e 6).

O nível 4 – que é o operacional – deveria ser o mínimo admissível para operação, tanto de pilotos, quanto de controladores e operadores que atuam em vôos internacionais. A partir daí, uma série de modificações no ensino começaram a ser estabelecidas para que todos pudessem atingir o nível propos-to pela OACI.

No ano passado houve uma confe-rência em Montreal, no Canadá, em que a OACI autorizou que os países que não estivessem ainda com todos os seus pilotos e controladores no nível 4, dentro da data limite preconizada (março de 2008), poderiam ter mais três anos para alcançar esta formação, de modo que - até 2011 - todos estives-sem dentro deste nível adequado. E o Brasil é um dos países que não atingiu esta meta.

“É necessário ressaltar que hoje den-tre os 190 países associados à OACI, apenas 52 atingiram o nível estabele-cido. O Brasil está entre os 89 países que não atingiram. Foi apresentada – então - uma proposta de mitigação do problema, na qual se estabelece como prazo final para a solução o ano de

2011” – relatou o Ten Brig Ramon.Para se ter idéia de que outros países

estão no mesmo nível do Brasil, ele ci-tou: Alemanha, Bélgica, Bulgária, Cro-ácia, Espanha, França, Itália, Noruega, Polônia, Portugal, Rússia, Colômbia, Cuba, Equador, México e Venezuela, China, índia, Indonésia, Paquistão, Egito e a Arábia Saudita.

É importante ressaltar que alguns dos países acima relacionados têm o inglês como língua oficial e isso nos dá uma visão do universo no qual o Brasil está inserido, o que não quer dizer que nos-sos pilotos e controladores não falem a língua inglesa.

Hoje, na aviação, há uma padroniza-ção da informação. Basicamente a mes-ma mensagem é tramitada do controla-dor para o piloto e vice-versa, em todos os lugares do mundo. Logo, o nível 4 é, então, voltado para as mensagens que fogem a este padrão.

E o que é essa possibilidade remota? É que, teoricamente, uma vez a cada seis meses pode-se ter um problema de comunicação entre piloto e contro-lador que faça com que uma aeronave não cumpra exatamente as regras que estão previstas e haja a necessidade de uma interação maior entre eles, visando um maior entendimento em inglês.

Deve-se levar em conta nessa análi-se que no mundo inteiro há pilotos de várias nacionalidades, cada um deles falando um inglês com seu sotaque próprio. E isso causa uma dificuldade maior.

O sotaque do americano, que fala como se estivesse em casa, é muito mais difícil de entender do que um outro piloto que não tenha a língua inglesa como sua língua original. E mesmo assim os sota-ques são bastante diferenciados.

Diretor-geral do DECEA fala à imprensa sobre a formação dos controladores de tráfego aéreo e o aprendizado da língua inglesa

“No Brasil nós nunca tivemos um acidente em que o inglês fosse um fator contribuinte. Tanto é assim que, na nossa

análise de risco apresentada no documento que enviamos à OACI (seguindo os padrões por ela estabelecidos), estamos com 0,00022% de probabilidade de acontecimento de um

incidente. Isso quer dizer que a nossa possibilidade é remota”.Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso

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O Cel Célio (à esquerda) passou a chefia do SDAD para o Brig Hélio

O atual chefe do Subdepartamento de Ad-ministração (SDAD) do DECEA é o Brig Ar Hélio Severino da Silva Filho, 51 anos. Aspi-rante de 1980, assumiu o posto de Brigadeiro do Ar em 31 de março deste ano.

Em seu currículo constam cargos assumi-dos no SISCEAB, como chefe da Seção de Operações do Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV); da Divisão de Operações Militares (DEPV, hoje DECEA); do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP). Já atuou – também – como ad-junto do Chefe do SDAD do DECEA.

A passagem de cargo ocorreu na tarde do dia 16 de maio, em cerimônia presidida pelo Vice-Diretor, Maj Brig Ar Élcio Picchi.

O Cel Av Célio, que chefiava interinamen-te o SDAD, ocupa – agora - o cargo de ad-junto do mesmo Subdepartamento no lugar do Cel Int Pontes.

Elogiado pelo Maj Brig Picchi, pela realiza-ção do trabalho à frente do SDAD, o Cel Cé-lio disse que o período em que esteve à frente da Chefia Interina do SDAD (dez/2007 - mai/2008) foi enriquecedor, tanto no campo profissional como em outras áreas do conhe-cimento humano e falou da sua satisfação com o trabalho: “Não houve um dia sequer que eu viesse para o DECEA insatisfeito. Mas só foi possível porque sempre contei com todo o apoio que precisei”.

SDAD tem novo chefe: Brig Ar Hélio

“É para isso que nós precisamos fazer com que a formação de controlador obte-nha um pouco mais de resposta para que ele possa entender todas essas comunica-ções que fujam a essa rotina” – explicou o brigadeiro.

O nível 4 compreende toda acomunicação que foge da rotinado piloto com o controlador –

e vice-versa

Para os contatos do dia a dia, os nossos controladores já estão habilitados, porque - antes que a OACI tivesse estabelecido esse padrão - estávamos trabalhando com a formação básica de inglês do controla-dor. Para a ascensão ao nível 4, já come-çamos a fazer alterações na formação dos nossos controladores.

“Precisávamos orientar o aprendizado da língua inglesa para um determinado propósito: o controle do tráfego aéreo.

Nenhum piloto vai perguntar ao contro-lador onde é a estação do metrô, qual é o melhor restaurante... o que ele precisa e quer saber é sobre a meteorologia, qual procedimento adotar em caso de emer-gência, entre outras informações aeronáu-ticas. Por isso modificamos o direciona-mento do nosso curso”.

Hoje o inglês que está sendo ensinado nas nossas escolas está voltado para o in-glês de controle de tráfego aéreo. Deter-minadas pessoas têm maior facilidade que outras para a língua inglesa. E é também dentro da possibilidade individual de al-guns alunos que o curso foi direcionado.

Daí a necessidade de formar instrutores que também sejam controladores de vôo. No ano passado alguns controladores fo-ram enviados para Boston (EUA), onde fizeram um curso.

Outro grupo de controladores e uma professora de inglês fizeram curso na In-glaterra, no qual foi possível estabelecer o padrão de cada um dos controladores e o

que eles precisam aprimorar para alcançar o nível 4.

Outra mudança é a exigência de que o controlador, ao chegar à nossa escola, já tenha nível intermediário de inglês, em vez do nível básico antes exigido. Este maior conhecimento prévio da língua in-glesa permite uma quantidade maior de tempo de aula voltada para o controle de tráfego aéreo.

Nosso prazo (até 2011) será cumprido nos locais onde os controladores operem com vôos internacionais, pois não é nossa meta atender o universo de todos os con-troladores até o prazo estabelecido.

Nos próximos três anos estaremos concentrando nossos esforços nos lo-cais de tráfego aéreo internacional, que são as grandes cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife) e nos Centros de Controle que atendem não somente aeronaves cujo destino é o nosso País, como também as que o cruzam.

DRHU facilita acesso ao site

A Divisão de Recursos Humanos (DRHU) do DECEA, através do seu site, vem otimizando ao máximo os pro-cessos burocráticos dos seus setores.

Disponibilizando consultas de pro-cessos on line e movimentações de pes-soal militar, além de outras consultas de pessoal civil, banco de dados, agenda de eventos, notícias e artigos motivacionais, o site da DRHU (www.decea.intraer/sdad/drhu) teve seu atual layout moder-nizado em janeiro deste ano.

O acesso rápido às informações, que são diariamente atualizadas, permite que tanto os funcionários do setor, quanto os usuários possam otimizar seu tempo.

A DRHU possui três seções:Planejamento - destina-se à co-

ordenação do pessoal civil, ao desen-volvimento de meios mecanizados e otimização de processos e à elaboração da Tabela de Distribuição de Pessoal; Execução - trata dos processos de me-dalhas, missões, cargos e recursos, do controle de comissionamento, da atuali-zação do banco de dados de Pessoal e da movimentação por interesse particular; e Controle - que coordena todo o con-trole de processos.

A integração entre a DRHU e seus usuários propiciada pelo site é um exem-plo da dedicação e da excelência do ser-viço prestado em tempo real.

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A prestação dos serviçosde telecomunicaçõese tráfego aéreo porentidades públicasou privadas no SISCEABtem um nome:EPTA

INTRODUÇÃOSerá uma nova tarifa de tráfego

aéreo? Um novo software de ge-renciamento do Sistema de Con-trole do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB)? Não! A sigla EPTA, se-gundo a Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) 63-10, signi-fica: Estações Prestadoras de Servi-ço de Telecomunicações e Tráfego Aéreo. Hoje, essas estações estão espalhadas pelo território brasilei-ro e contribuem com o desenvolvi-mento do País.

As EPTA, de acordo com a ICA 63-10, são Estações Aeronáuticas, pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou pri-vado, dotadas de pessoal, instala-ções, equipamentos e materiais su-ficientes para: prestar, isolada ou cumulativamente, os Serviços de Controle de Tráfego Aéreo (Con-trole de Aproximação - APP e/ou Torre de Controle - TWR), o Servi-ço de Informação de Vôo de Ae-ródromo (AFIS) e de Alerta; apoiar a navegação aérea por meio de auxílios à navegação; apoiar as

operações de pouso e decolagem em plataformas marítimas ou, ain-da, veicular mensagens de cará-ter geral entre as entidades pres-tadoras de serviço e suas respecti-vas aeronaves, em complemento à infra-estrutura de navegação aérea operada pelo Comando da Aeronáutica (COMAER).

EVOLUÇÃO HISTÓRICAPara entender o processo de

surgimento das EPTA, faz-se ne-cessário compreender o contexto histórico em que elas surgiram no Serviço de Proteção ao Vôo (SPV). A Constituição Federal e o Código Brasileiro Aeronáutico (CBA), que dão a base legal para a regu-

Por 2T Esp Com Marcelo BREDERODES CamposO autor é Adjunto do SIGINT (Inteligência de Sinais do Comando-Geral

de Operações Aéreas - COMGAR), bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e tem especialização

em Gestão Estratégica de Pessoas e Processos

Visão sinótica do conceito de EPTA

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lamentação das EPTA, sofreram fortes influências do contexto socio-político-econômico do período em que foram editadas.

Segundo o jurista Rogério Felli-pe (2007), no Seminário sobre um Novo Modelo de Gestão de Trans-porte Aéreo, realizado em junho de 2007, em São Paulo-SP, sempre foi competência da União a explora-ção dos serviços de navegação aé-rea e infra-estrutura aeroportuária. A constituição de 34, no artigo 5º, parágrafo VIII, deixava clara essa competência, conforme segue:

“Compete privativamente à União: explorar ou dar em con-cessão os serviços de telégrafos, radiocomunicação e navegação aérea, inclusive as instalações de pouso, bem como as vias-férreas que liguem diretamente portos marítimos a fronteiras nacionais, ou transponham os limites de um Estado”.

Dispositivos idênticos ou seme-lhantes constaram das constitui-ções de 1937 (art. 15, VI), 1946 (art. 5º, XII), 1967 (art. 8º, XV, c) e Emen-da Constitucional de 1969 (art. 8º, XV, c).

Em 8 de junho de 1938, foi institu-ído o Código Brasileiro do Ar (CBA), pelo decreto-lei 483. Em 18 de no-vembro de 1966, ele foi reeditado com o decreto-lei 32. Nesse códi-go, a exploração e os serviços de navegação aérea permaneciam sob a competência privativa da União pelas mãos do Ministério da Aeronáutica. Em 28 de fevereiro de 1967, o decreto-lei 234 estabele-ceu o conceito e a constituição da infra-estrutura aeronáutica, bem como, a abrangência dos serviços de navegação aérea, conforme segue:

“Constitui infra-estrutura aeronáu-tica todo aeródromo, edificações, instalações, aéreas e serviços des-

tinados a facilitar e tornar segura a navegação aérea, nestes compre-endidos os de tráfego aéreo, tele-comunicações, meteorologia, coor-denação de busca e salvamento, bem como as instalações de auxí-lios rádio ou visuais.” (artigo 8)

Em 17 de outubro de 1969, foi aprovada a constituição da socie-dade Telecomunicações Aeronáu-ticas S.A (TASA), vinculada ao Mi-nistério da Aeronáutica, por meio do decreto-lei 65.451. A TASA foi a primeira experiência governamen-tal de descentralizar os serviços de telecomunicações aeronáuticas, permitindo que uma empresa pú-blica, não-militar, explorasse esse serviço. Mais tarde, a TASA foi ab-sorvida pela INFRAERO, que pas-sou a explorar os mesmos serviços.

Em 07 de junho de 1982, o decre-to-lei 6.997, no seu artigo 2º, altera o decreto-lei 32 de 18 de novem-bro de 1966, integrando à infra-es-trutura aeronáutica o Serviço Fixo Aeronáutico (SFA), o Serviço Móvel Aeronáutico (SMA), o Serviço de Radiodifusão e o Serviço de Radio-navegação Aeronáutico.

Em 24 de outubro de 1985, foi edi-tada a Instrução do Ministério da Aeronáutica (IMA-102-2), tratan-do sobre estações privadas para fins aeronáuticos, intitulada: Esta-ções Privadas de Radionavega-ção Aeronáutica, Auxílios Rádios e Auxílios Luminosos (EPRA). Essa instrução pode ser considerada o embrião das EPTA e a tentativa do governo em conceder permissão à iniciativa privada e outros orga-nismos públicos para explorar esse serviço.

Em 19 de dezembro de 1986, o decreto-lei 7.565 instituiu, em subs-tituição ao Código Brasileiro do Ar, o atual CBA sob forte inspiração da doutrina neoliberal, que tinha como bandeira marcante a não-

participação do Estado na econo-mia.

Sob a égide dessa doutrina, a lei 7.565 no seu artigo 48, parágrafo único, regulamenta a participação da iniciativa privada na prestação do Serviço de Telecomunicações Aeronáuticas, permitindo que enti-dades especializadas da adminis-tração federal indireta, vinculadas ao antigo Ministério da Aeronáuti-ca, ou pessoas jurídicas ou físicas dedicadas às atividades aéreas pudessem explorar esse serviço mediante autorização da Aero-náutica.

Por conseguinte, o artigo 21, pa-rágrafo XII, alínea “c” da Consti-tuição Federal de 1988 ratifica a possibilidade da participação da iniciativa privada e de outros or-ganismos governamentais na ex-ploração desse serviço, aventada nas edições anteriores, e as EPTA constituem-se como marco regula-tório para essa nova realidade do setor aéreo, conforme segue:

“Compete a união: Explorar, dire-tamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a nave-gação aérea, aeroespacial e a in-fra-estrutura aeroportuária.”

A Constituição Federal e o novo CBA solucionaram o problema crítico de empresas privadas e/ou organizações governamentais (administração direta ou indireta, estados e municípios) de poderem implantar, operar e gerir os servi-ços de navegação aérea e não fi-carem dependentes do COMAER para prover a infra-estrutura neces-sária ao desenvolvimento de suas atividades e empreendimentos. Dependendo da força política das empresas/organismos e, também, se a implantação atendia ou se adequava aos interesses estratégi-cos da política aeroespacial vigen-te de cada governo, a União, por

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meio da Aeronáutica, a efetivava. O que fazer? Como atender às ne-cessidades da iniciativa privada e/ou organismos governamentais sem depender do COMAER? As EPTA surgem como resposta gover-namental para esse problema.

Ainda segundo a antiga Divisão de Comunicação, Navegação e Vigilância (D-CNS) – atual D-GNA (Divisão de Gerência da Navega-ção Aérea) do DECEA, no 1° sim-pósio de EPTA realizado no Terceiro Centro Integrado de Defesa Aé-rea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), em novembro de 2006, outros fatores contribuíram para consolidar o surgimento das EPTA no cenário aeroespacial bra-sileiro, os quais destacamos: desen-volvimento econômico do país em um contexto global; interesse do setor privado em uma navegação mais segura (EPTA isoladas); inte-resse do setor industrial/comercial no desenvolvimento de atividades em algumas regiões interioranas; aquecimento no setor de aviação civil com interesse na operação por instrumentos, expandindo rotas; necessidade de meios de comuni-cação no SMA para coordenação das operações nos vôos das empre-sas da aviação civil comercial e a expansão do setor petrolífero.

Em 1º de setembro de 1990, foi editada a IMA 63-10 (Estações Permissionárias de Telecomunica-ções e Tráfego Aéreo) e pela pri-meira vez, os usuários são deno-minados permissionários, e a no-menclatura EPTA passa a ser utili-zada. Em 4 de março de 2008, foi editada a portaria do DECEA Nº 53/DGCEA, aprovando a reedi-ção da ICA 63-10, com a seguinte designação: Estações Prestadoras de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo.

CATEGORIAS DE EPTAConforme a ICA-63-10, de 4 de

março de 2008, e de acordo com o serviço prestado e suas característi-cas, há quatro classificações de ca-tegorias de EPTA, as quais iremos discorrer a seguir.

ESPECIAL - São as capacitadas a prestar os Serviços de Controle de Tráfego Aéreo (APP e/ou TWR) de-finidos na ICA 100-12 (Regras do Ar e Serviços de Tráfego Aéreo). Além da TWR e/ou APP, essa estação possui os demais órgãos operacio-nais, tais como: Estação Fixa Aero-náutica, Estação Meteorológica de Superfície (EMS) e Sala de Informa-ções Aeronáuticas. Essa categoria, para o funcionamento e operação, necessita de pessoal credenciado e habilitado (Controladores de vôo, Operador de Estação Aeronáutica e Meteorologistas).

A - São as capacitadas a prestar os Serviços de Informação de Vôo de Aeródromo e Alerta definidos também na ICA 100-12. Ressalta-mos que essa categoria não presta o Serviço de Controle de Tráfego Aéreo. Além disso, ela possui os demais órgãos operacionais, tais como: Estação Fixa Aeronáutica, Estação Meteorológica de Super-fície (EMS) e Sala de Informações Aeronáuticas. Para o funciona-mento e operação, necessita, ape-nas, de Operadores de Estação Ae-ronáutica (OEA), que devem pos-suir, obrigatoriamente, os seguin-tes cursos: para militares - Básico de Comunicações (BCO) realiza-do na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR); para civis – Operador de Estação Aeronáu-tica (CNS005) ministrado pelo Ins-tituto de Controle do Espaço Aé-reo (ICEA). Após a realização do curso, os operadores deverão ser credenciados e habilitados pelos órgãos regionais como OEA, con-

forme preceitua a ICA 102-7.B - Utilizam as faixas de freqüên-

cias do Serviço Móvel Aeronáutico devidamente autorizados pelo DECEA e homologadas pelos ór-gãos regionais. Essa categoria veio atender ao anseio das empresas em coordenar uma comunicação direta com suas aeronaves através de mensagens de caráter geral en-tre ambas. Tais estações são termi-nantemente proibidas de executar o Serviço de Controle de Tráfego Aéreo e o Serviço de Informação de Vôo de Aeródromo (AFIS), pre-visto na ICA 100-12. Para o fun-cionamento e a operação não ne-cessitam de pessoal credenciado e habilitado.

C - Constituem-se, essencialmen-te, de auxílios visuais luminosos e auxílios–rádio isolados, destinados a apoiar a navegação aérea. Essa categoria visa atender à neces-sidade das empresas quanto ao melhor apoio operacional de suas aeronaves para os pousos/deco-lagens e localização dos aeródro-mos públicos/privados de origem. Para o funcionamento, necessita, apenas, de técnico credenciado e habilitado.

M - É a mais nova de todas. O CINDACTA III deu o start para o surgimento dessa categoria, ao identificar o funcionamento e a operação de uma estação do Ser-viço Móvel Aeronáutico em desa-cordo com a ICA 63-10, instalada em uma plataforma marítima, no litoral do Rio Grande do Norte, quando da realização de vistoria técnico-operacional nessa esta-ção. Todavia, a atividade da es-tação amparava-se na Norma de Autoridade Marítima (NORMAN 06) do Comando da Marinha, de-monstrando, assim, haver um con-flito normativo entre as legislações dos Comandos da Aeronáutica

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e da Marinha, respectivamente. Foi celebrado um acordo entre os Comandos, liderado pelo DECEA, criando essa nova Categoria e o Curso de Radioperador de Platafor-ma Marítima (CNS014), ministrado pelo ICEA, adequando a operação das estações em plataformas marí-timas aos requisitos normativos da ICA 63-10 e NORMAN 06.

Assim, essa categoria é dedica-da, exclusivamente, ao apoio às operações de pouso e decolagem em plataformas marítimas e à vei-

culação de mensagens de caráter geral entre entidades e aeronaves a seu serviço. Para o funciona-mento e a operação, necessita de pessoal credenciado e habilitado com o curso CNS014.

CONCLUSÃOA descentralização dos Serviços

de Telecomunicações Aeronáuti-cas, Tráfego Aéreo e Navegação Aérea, por meio das EPTA, configu-ra um grande avanço socioeconô-mico no setor aéreo brasileiro. Com

isso, as necessidades e anseios da iniciativa privada e organismos governamentais foram atendidas, impactando, sobretudo, em eco-nomia de recursos para a Fazenda Nacional. Entretanto, essa descen-tralização não retirou da União a função pública de órgão regula-dor, fiscal, disciplinador e policial.

Hoje, essas estações, sistemica-mente, atuam em parceria com o COMAER, como elos do SISCEAB, e contribuem, incontestavelmente, com o desenvolvimento do País.

Visão sinótica das categorias de EPTA

Referências:As Leis citadas neste artigo estão disponíveis e podem ser consultadas no site: http://www6.senado.gov.br/sicon/PreparaPesquisa.action - Acesso em 10 abr 2008.D-CNS. Epta um elo do sisceab. In: 1º SIMPÓSIO DE EPTA, 31., 2006, Recife. Apresentação em PowerPoint, CINDACTA III. Recife: D-cns, 2006. 1 CD-ROM NEOLIBERALISMO o que é neoliberalismo. Sua pesquisa.com. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/geografia/neoliberalismo.htm>. Acesso em: 25 mar. 2008RIO DE JANEIRO (Estado). Instrução do Comando da Aeronáutica n° 63-10, de 23 de março de 2007. Estações Prestadoras de Serviços de Telecomunicações e Tráfego Aéreo, DECEA, Rio de Janeiro, RJ, 23 mar. 2007, p. 10 a 20.RIO DE JANEIRO (Estado). Instrução do Comando da Aeronáutica n° 102-7, de 26 de dezembro de 2006. Licença, Certificado e Habilitação de Operador de Estação Telecomunicações, DECEA, Rio de Janeiro, RJ, 26 dez. 2006.SILVA, R. F. Análise do Código Brasileiro de Aeronáutica. In: SEMINÁRIO SOBRE UM NOVO MODELO DE TRANSPORTE AÉREO, 2007, São Paulo. Apresentação em PowerPoint. Disponível em: http://www.google.com/search?q=cache:1HcgyVWMvL4J:www.araujopolicastro.com.br/download.asp%3Ffile%3DUM_NOVO_MODE-LO_DE_GESTAO_DO_TRANSPORTE_AEREO.pdf+um+novo+modelo+de+transporte+a%C3%A9reo&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=3&gl=br - Acesso em 01 abr. 2008.

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resgata aventureiro ferido no meio do oceanoNavegador pretendia cruzar o Atlântico num barco a remo

O Sistema de Busca e Salvamen-to Aeronáutico (SISSAR) realizou com sucesso, no dia 16 de maio, a operação de resgate do navegador José Toledo Piza, que se acidentou em alto mar, ao tentar cruzar o Oceano Atlântico em um barco a remo.

O navegador aventureiro, um brasileiro de 50 anos, tripulante solitário do barco OCEANITE, de 7,5 metros, partiu de Dakar, no Senegal, no dia 18 de abril e pretendia che-gar a Natal (RN) em 35 dias – uma distância de aproximadamente 3000 km. A embarcação, po-rém, não resistiu às for-tes ondas do Atlântico e emborcou na manhã do 28º dia. No aciden-te, José Piza fraturou o braço esquerdo e teve boa parte de seus equi-pamentos de emergência avariados.

Impossibilitado de re-mar, com o GPS inutili-zado e isolado a uma distância de 1370 km da costa brasileira, José Piza pediu socorro, através de um telefone via satélite, ao SALVAMAR Nordeste, que solicitou o apoio da SALVAERO Atlântico.

Foi o início de uma complexa operação, da qual foram imedia-tamente notificadas a cadeia de comando do Terceiro Centro In-tegrado de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), a Segunda Força Aérea (FAeII) e

a Divisão de Busca e Salvamento (D-SAR) do DECEA. A equipe do Centro de Coordenação de Sal-vamento Atlântico (SALVAERO Atlântico) passou a orientar a ví-tima - por telefone - nos corretos procedimentos para a sua sobrevi-vência e indicação da localização, ao menos aproximada, do acidente - o navegador achava não ter dis-positivos que pudessem fornecer suas coordenadas.

De imediato, O SO Roberto Ar-naud Macedo de Paiva, auxiliar de Coordenação do SALVAERO ATLÂNTICO, que manteria contato quase ininterrupto com a vítima por mais de sete horas, instruiu o navegador a utilizar o drogue – uma âncora flutuante que diminui a influência das cor-rentes e ventos no deslocamento da embarcação. Orientou-o, tam-bém, no uso do dispositivo de des-salinização de água, como medida

de prevenção, a fim de que ele se mantivesse hidratado durante o tempo da operação. “Ele estava muito preocupado, nervoso. Nas conversas, além das instruções, eu procurava passar confiança. Falá-vamos muito de Deus...” Relatou.

Em dado momento, o SO Ar-naud notou que um dos objetos recuperados, descrito pelo navega-dor, poderia precisar sua localiza-ção. “A confiança tomou conta de

todos na equipe. Ele não sabia usar, mas orientei-o quanto ao correto aciona-mento do equipamento, do cuidado em não deixá-lo se perder no mar, pois ali estava provavelmente a única forma de encontrá-lo vivo”. Era um EPIRB, dispositivo que emite um sinal de emergência numa freqüência específi-ca captada pelos satélites COSPAS-SARSAT e é ca-paz de determinar as co-ordenadas geográficas do emitente.

EPIRB acionado, a equipe conse-guiria as coordenadas exatas de José Piza por volta das 12h30, quando se descobriu que o brasileiro encon-trava-se em área marítima sob res-ponsabilidade do Senegal. A SAL-VAERO ATLÂNTICO, porém, em ação conjunta com o SALVAMAR Nordeste, decidiu permanecer na operação.

Assim, em virtude da grande distância entre o local do aciden-te e a costa brasileira, um C-130

Operação SAR

Navegador parte de Dakar rumo a Natal em seu barco a remo

Por Daniel Marinho

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- Hércules - aeronave de grande por-te e autonomia – partiu em direção à área. O SALVAMAR Nordeste en-caminhou o Navio Patrulha Graúna para o local e solicitou ao navio mer-cante de bandeira filipina, KYLA, que passava próximo à localidade, a alteração de seu curso rumo às coor-denadas do acidente, para a tentativa de resgate.

Doze horas após os primeiros con-tatos com o navegador, depois da mo-bilização de diversos setores da Força Aérea Brasileira (FAB), do empenho do SALVAERO ATLÂNTICO e de sua integração com o SALVAMAR Nordeste, chegava a informação de que o navio mercante KYLA teria res-gatado, com vida, o navegador José Toledo Piza e já estava a caminho do Arquipélago São Pedro e São Paulo, onde a embarcação TRANSMAR o aguardaria para prestar os primeiros socorros.

A notícia do sucesso da operação mobilizou e emocionou todos os en-

volvidos, recompensando os esforços da operação. E se, para as equipes do SISSAR, ficou o registro de mais um resultado do empenho “para que os outros possam viver”; para José Tole-do Piza, a atuação da equipe signifi-cou algo ainda maior do que o cum-

primento de um dever: “O carinho e a solidariedade com que tudo isso foi feito... Não há preço que pague no mundo!”, declarou, “(...) tenho muito a ressaltar sobre a FAB, foi um traba-lho fantástico, uma atenção da qual eu nunca vou me esquecer!”

O SO Arnaud recebe José Piza - ainda muito emocionado - em Natal

NATAL

ArquipelagoSão Pedro e São Paulo

Local do Resgate

DAKARRota do navegador e local do acidente

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“Parabenizo o autor pelo excelente artigo apresentado, que vem somar com outros estudos realizados, objetivando uma me-lhor gestão de pessoas, buscando designar o homem certo para a missão certa.

“Porém, penso que deve ser levado em consideração a catego-ria do DTCEA, conforme previsto na portaria DECEA nº 124/DGCEA, de 22/11/2005, que classifica os Destacamentos em classes especiais (1, 2 e 3).

“A classificação do DTCEA é fator preponderante para a defi-nição das competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) dos comandantes, uma vez que estas classes definem o número e a importância dos órgãos operacionais ou técnicos. Definem – ainda – o tamanho do efetivo e a presença ou não de outros oficiais para assessoramento do comandante.

“É preciso, também, observar o ambiente em que o DTCEA está inserido. Exemplo: no caso de DTCEA isolado com vila militar própria seria necessário que o comandante tenha bem de-senvolvidas competências interpessoais, pois lidará com diversas demandas de ordem social. Em localidades sem apoio de OM de saúde da FAB, o comandante terá à sua frente, diversos óbi-ces desta ordem, sendo exigido dele uma grande habilidade para o trato destas questões. Enfim, a própria cultura organizacional do DTCEA é fator de influência na definição do perfil ideal do comandante do Destacamento.

“Concluo, afirmando que o estudo em questão está longe de ser definitivo e que as futuras pesquisas desenvolvidas sobre o assunto deverão levar em consideração os aspectos acima abor-dados e outras peculiaridades”.

1T Esp Com Alexander de MELLO LimaComandante do DTCEA Chapada dos Guimarães - MT

“Gostei muito do artigo, porém, acredito que a principal característica para o bom desempenho de um comandante de Destacamento é o inter-relacionamento com seus pares, superio-res e respectivos familiares. As demais como conhecimentos, ha-bilidades, atitudes, competência técnica, são importantes, mas, complementares”.

Ten Cel Com R1 Walter AMÉRICO de SáCoordenador dos Destacamentos do CINDACTA I

“O artigo é extremamente genérico para tratar de assunto tão profundo, pois, na realidade, baseou-se mais na pesquisa do que em seu conteúdo propriamente dito. Muitos dos comandantes questionados nunca tiveram a oportunidade de chefiar alguém, sendo esta a maior dificuldade: tratar com pessoas. Penso que o conhecimento não é menos essencial, mas parte-se da premissa de que ele já existe”.

Maj Av Carlos Alberto de Mattos BENTOCoordenador dos Destacamentos do SRPV-SP

Atuou como comandante dos DTCEAs de Santos,Manaus e São Paulo

“Levando-se em conta que o artigo - apesar de basear-se num universo restrito (CINDACTAs I e IV) e que minha experiência como comandante de destacamento ter sido nos CINDACTAs III e II - consegue retratar de forma sintética e esquemática o que intuitivamente percebi. É fato inconteste, baseado nas minhas experiências, que as competências habilidade e atitude se sobre-põem ao conhecimento.

“Por exemplo, na maioria das situações extremas (problemas técnicos complicados, problemas pessoais graves intra e extra efetivo, problemas disciplinares), eu precisava ter capacidade de liderar o grupo, sistematizar o problema, dimensioná-lo corre-tamente, dar seqüência às ações de forma coordenada, agregar as pessoas com foco na solução do problema, motivá-las para superar as dificuldades, relacionar-me externamente ao desta-camento... Enfim, todos ficaram no campo das competências habilidade (liderança e relacionamento interpessoal) e atitude (autocontrole emocional, postura militar, ética e moral).

“Discordo, apenas em parte, quanto aos atributos considera-dos menos importantes no item ‘conhecimento’, por serem as áreas essenciais do Sistema. Nos destacamentos, os equipamen-tos eletroeletrônicos são a ferramenta principal. É até surpreen-dente ver que estes atributos do conhecimento são considerados menos importantes pelos outros companheiros comandantes de Destacamento. Na minha vivência passada e na atual, realmente estes atributos não me são exigidos como resultado prático (não preciso resolver nenhum problema técnico complexo), mas eles conferem ‘capital moral’ perante as equipes técnicas, permitindo-

O artigo de opinião “Competências Gerenciais – a gestão de um comandante de Destacamento de Controle do

Espaço Aéreo” – de autoria do 2T Esp Com Marcelo Brederodes Campos, publicado na edição 30 - teve por objetivo

identificar as principais competências gerenciais necessárias para um oficial comandar um DTCEA. Motivados

pelo tema apresentado, coordenadores (alguns com experiência em comando de DTCEA) e atuais comandantes

de destacamento se prontificaram a somar a opinião do autor com suas experiências práticas no exercício da

função. Queremos – com essas visões diferenciadas – diminuir a distância que separa o fundamento da pesquisa

com a realidade vivida pelos comandantes e apresentar – também - pontos de vistas que levem a uma reflexão

sobre o comando de um DTCEA.

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Competências GerenciaisAmpliando o tema:

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Competências Gerenciaisme ter atitude mais proativa neste segmento. Sinto-me seguro para opinar e implementar mudanças que julgo necessárias, pois tenho respeitabilidade da equipe. No meu caso, que fui especia-lista em eletrônica, com bastante experiência em manutenção de equipamentos e formação em engenharia. Considero muito relevante este aspecto. Não sei como seria se eu não tivesse estas potencialidades bem desenvolvidas.

“Acredito que o autor foi muito feliz em elaborar este artigo, pois retrata, ainda que de forma limitada, as potencialidades re-almente essenciais nas minhas andanças como comandante de destacamento.”

1º Ten QOECom Danilo dos Santos TELECHIComandante do DTCEA Canoas – RSComandou o DTCEA Petrolina - PE

“Achei o artigo bastante interessante e completo, principal-mente no que diz respeito às Competências Gerenciais (conhe-cimento, habilidades e atitudes), pois são fundamentais para que possamos estar à frente de outros indivíduos e traçarmos objeti-vos para o cumprimento de uma determinada missão. Porém, acredito que estarão sempre baseados na capacidade individual de cada comandante.

“Vale ressaltar que não tive formação acadêmica na área de administração, porém consegui desenvolver essa competência através de conhecimentos didáticos e por vontade própria. Com certeza, as aulas de técnicas de plataforma e desenvolvimento in-ter e intrapessoal que existem nas escolas de formação são pon-tos relevantes para estimular (força externa) o aperfeiçoamento, contudo, ficará a critério daquilo que chamo predisposição para tal, ou seja, ninguém irá me incentivar a fazer algo, caso eu não possua uma ‘motivação’ (força interna) já existente.

“A capacidade de organização, em geral, está diretamente re-lacionada às diversas atividades, porque consegue nortear os ob-jetivos, necessitando apenas pequenos aparos de arestas, o que é normal, não obstante sem perder o objetivo fim, além de facilitar demais a forma de desenvolver atividades como supervisionar, direcionar, orientar, planejar, traçar ponto a ponto para seus su-bordinados e facilitar as atividades.

“De nada adiantará todo esse planejamento e estudo se não tivermos o principal: o exemplo do líder. Aquela antiga frase ‘faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço’ é verdadeiramente absurda nessa atividade e pode trazer conseqüências desastrosas”.

Maj Av NELSON Charles Ribeiro de OliveiraComandante do DTCEA Maceió – AL

“Concordo com o artigo, achei interessante e louvo a idéia do autor. Realmente um comandante tem que ter aquelas qua-lidades citadas para liderar um destacamento. Já comandei des-

tacamentos (efetiva e interinamente) e acho muito importante ter experiência de comando. Penso, também, que há que se ter habilidades e competências para comandar. Atrevo-me a dar um conselho aos comandantes: tenha sempre iniciativa. Se não co-nhece um assunto, procure conhecer, seja autodidata! Sempre pesquise tudo o que quer saber, não importa o assunto, seja ele técnico ou operacional. Isso traz um resultado precioso”.

Ten Cel Com JONAS Batista de SouzaCoordenador dos destacamentos do CINDACTA IV

Já comandou três destacamentos: Rio Branco (efetiva-mente) e Salvador e Eduardo Gomes (interinamente)

“No tocante ao atributo ‘conhecimento’, concordo com os itens apontados como mais importantes. Ressalto, porém, que, apesar de não terem sido divulgados quais destacamentos parti-ciparam dessa pesquisa, pressuponho que não houve participa-ção efetiva de DTCEA com aeroporto, que presta o serviço de tráfego aéreo, informações aeronáuticas, meteorologia e outros, tendo em vista ter sido citado no trabalho, como um dos três itens menos importantes no quesito conhecimento, a atividade de tráfego aéreo.

“Concordo plenamente com os atributos para os itens ‘habili-dades’ e ‘atitudes’ citados como mais importantes, mas discordo com os citados como de menor importância. Na minha opinião, estes estão no mesmo nível dos inicialmente elencados, tendo em vista a característica de ‘distância/isolamento’ com que vivem a maioria dos Destacamentos. O comandante de DTCEA deve valorizar muito a sua integração com o efetivo e seus familia-res, pois essa atitude agrega pessoas e torna seu trabalho menos árduo. Percebo que alguns comandantes de DTCEA, por falta de experiência na gestão com pessoas, atribuem a si uma supe-rioridade em relação à tropa, bem como aos seus familiares, e perdem a oportunidade de colocar essas pessoas no seu time. Eles perdem as pessoas!

“Tenho observado, na condição de coordenador, que os ofi-ciais recém-formados seja no EAOF, seja no CFOE, salvo raríssi-mas exceções, apresentam determinadas dificuldades ao assumir um comando de DTCEA. Essa dificuldade deve-se ao fato de o militar não ter experiência como oficial. Neste caso, uma suges-tão seria não transferir oficiais recém-formados para os DTCEA, e sim, para os CINDACTA, que, após um período de dois ou três anos, já conhecendo o funcionamento da sede, maior ama-durecimento como oficial, teria melhores condições de assumir um comando de Destacamento.”

Cap Av Marcelo de Lima PINHEIROCoordenador dos Destacamentos do CINDACTA II

Foi comandante do DTCEA Foz do Iguaçu - PR

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“A vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar”. Esta é uma das frases preferi-das de Forrest Gump, o personagem do filme homônimo que chegou às telas brasileiras em 2004, mostrando a saga de um contador de histórias e suas mais incríveis aventuras.

Tal qual o fictício personagem Forrest Gump, vivido pelo ator Tom Hanks, Alzemiro Alves de Gonzaga, o Gonzagui-nha, nos mostra, com seu jeito tranqüilo de falar, como sua a vida é repleta de encontros nos quais a magia do acaso faz o impossível acontecer.

Façam fila, cavalheiros! Afinal, há de se ter ordem quan-do se tem 25 militares por dia desejando ser atendidos por nosso barbeiro contador de histórias.

Nascido em Carabuçú, Distrito do Município de Bom Je-sus do Itabapoana, no interior do Estado do Rio de Janei-ro, em 27 de Julho de 1949, Gonzaguinha é um leonino de 58 anos e, como um barbeiro que se preza, cheio de histórias para contar.

Perseverante, desde os dez anos trabalhou para ajudar a família, deixando seus estudos para o turno da noite. Certamente, desde muito cedo aprendeu não só um ofí-cio, mas também a ter responsabilidade e jogo de cin-tura.

No início da década de 70, Gonzaguinha entrou para o Exército, onde serviu no Regimento Sampaio, saindo como Soldado.

Nosso “Quem É?” desta edição entrou para a FAB em 1974 e, em 1976, a convite do então Maj Brig Ar Protázio, foi transfererido para Belém do Pará.

Àquela época, Gonzaguinha tinha acabado de se casar. Como fruto desta união, teve três filhos: Bárbara, nascida em Belém, hoje, com 26 anos, é técnica em enfermagem e mãe de Breno (8 anos); Rafael, carioca, com 21 anos, serve na Base Aérea dos Afonsos (BAAF); e Luiz Felipe, estudante de 14 anos – todos de sobrenome Guimarães Alves.

Depois do falecimento de seu pai, Gonzaga veio para o Rio de Janeiro com sua família. Neste mesmo ano, 1984, ele foi transferido de Belém para o COMAR III (Terceiro Co-mando Aéreo Regional), onde prestou serviços, até 1986, na barbearia, sempre ao lado de seu colega de profissão, o 3S Roger.

Separou-se depois de 22 anos de casado, ficando com a guarda dos filhos.

Morador de Bangu há duas décadas, o Taifeiro Mór da Reserva da Aeronáutica – o General da Taifa, como ele mesmo se descreve – com seu jeito peculiar de falar e de ser, soube contornar muitas saias justas, como nos mos-tra em duas passagens singulares de sua vida.

Certo dia, estava num bar nas cercanias de um presídio, tomando um cafezinho. Lá pelas tantas, adentrou ao re-cinto um sujeito mal encarado, que, se aproximando de Gonzaguinha, disse: “Amigo, eu saí hoje da cadeia... Dá pra me pagar um cafezinho?”.

Prontamente, com toda a calma que lhe é caracterís-tica, nosso protagonista respondeu: “Pôxa, amigo, você saiu hoje? Eu saí ontem!”.

Em outra feita, quando o relógio marcava duas ho-ras da tarde de uma quarta-feira, Gonzaguinha voltava

20

AlzemiroAlves de Gonzaga

“Quem não tem dinheiro conta história”

Quem é ?Se

ção

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para casa depois de um dia de trabalho no COMAR III. De fato, esta não era uma das tarde mais felizes

do nosso amigo. Pela manhã ele havia se desenten-dido com a esposa e passado por alguns contra-tempos na roda do dia.

Assim que chegou em sua casa, viu que não havia nin-guém, o que o fez pensar que teria que fazer ele próprio algo para comer.

Um tanto ou quanto irritado, ainda em casa, abriu as janelas tentando livrar-se do calor insuportável que fa-zia lá dentro. Naquele momento, cansado, suado e com fome, Gonzaga desejava somente um bom banho, algo para enganar o estômago e, depois, dormir.

No entanto, assim que abriu as janelas, uma den-sa fumaça invadiu o apar-tamento, impregnando-o com um cheiro de churras-co insuportável. Vejam, não estou falando de uma fuma-cinha qualquer, destas que se esvaem com um espanar de mãos. Era um absurdo de fumaça, branca e cheirando a lingüiça! Um terror!

Transtornado, Gonzaga resolveu se debruçar na ja-nela para descobrir de onde vinha a fumaça. No pátio de seu edifício um grupo de homens se divertia ao redor de uma churrasqueira im-provisada.

Achando aquilo uma ab-surdo e no auge de sua ir-ritação, Gonzaga desceu imediatamente. Ao chegar no pátio abordou o sujeito mais próximo e lhe disse: “Companheiro, dá para afas-tar esta churrasqueira para o outro lado? É que a fumaça está invadindo meu aparta-mento de tal forma que mal dá para respirar lá dentro, sem falar no calor que está fazendo! Pode ser?”

O tal sujeito, já alto por causa da bebida, olhou-o com surpresa e, sem nada responder, caminhou em direção ao tanque, encheu um balde com água e, sem hesitar, apa-gou o churrasco, molhando pedaços de lingüiça, coxas de frango e lascas de costela.

Ainda sem responder ao Gonzaguinha, dirigiu-se ao seu grupo de amigos dizendo: “Pessoal, vamos embora! O churrasco acabou!”

Gonzaguinha, tomado de surpresa pela atitude do sujei-to, ainda disse: “Ô companheiro! Não era preciso isto... Era só afastar a churrasqueira!”

Ainda em total silêncio, o grupo festeiro se retirou.Perplexo com o acontecido, Gonzaguinha voltou

para seu apartamento, não sem antes perceber que todo o prédio assistira à cena.

Voltando para casa tomou um banho e estava se vestindo quando tocou a campainha. Na porta, um menino lhe disse: “Ô moço! Os hôme do bicho falaram que é para o senhor descer, que eles estão esperando lá embaixo! E que se o senhor não for, eles vão vir aqui lhe buscar!” (sic).

Gonzaga prontamente abotoou a camisa e desceu. Quando chegou ao pátio, o mesmo grupo estava à sua es-pera com o chefe à frente (o homem do balde de água). Nas janelas, todos os moradores estavam assistindo à cena, indagando no que ia dar aquilo.

Gonzaguina foi logo dizendo: “Companheiro, eu acabo de vir transferido de Belém do Pará. Não conheço ninguém aqui. Aluguei este apartamento aqui em Gramacho para viver com minha família. Não tive a intenção de acabar com o churrasco de vocês, só queria que a fumaça não invadisse meu apartamento, só isso!”

O chefe, enfim, respon-deu: “Ah! Bom! Eu ia te fazer duas pergunta e, de-pendendo das resposta que tu ia me dar, eu ia te encher de chumbo e jogar teu cor-po no Rio Sarapuí. Mas tu já respondeu as duas” (sic).

“Eu ia te perguntar”, pros-seguiu o chefão, “se tu sa-bia meu nome e se tu sabia quem era eu aqui no peda-ço. Eu tô vendo que tu não sabe quem sou eu. Eu sou o Chico Cavalão, mas, como tu não sabia, vou deixar prá lá e nunca mais vamo fazer churrasco aqui, valeu? Vamo embora pessoal!” (sic).

O Chico Cavalão era nada mais nada menos do que o chefe do grupo de extermí-nio da Baixada Fluminense! Acredite se quiser...

Dias depois, Gonzaguinha foi chamado para a reunião de condomínio e lá chegan-do, para sua surpresa, foi homenageado pela Síndica que disse: “Queria agradecer ao senhor Gonzaga, aqui presen-te, por ter acabado com aqueles malditos churrascos na nossa área de lazer. Finalmente apareceu um homem aqui para nos defender!” E todos aplaudiram.

Torcedor do Botafogo, tem o futebol como seu hobby preferido, ao lado do forró.

Desde 2006, quando viu um casal dançando em um bar, resolveu fazer aulas de forró. Atualmente nosso pé-de-valsa baila em duas academias, uma no Catete e outra em Vila Isabel.

Se cortar o cabelo é uma arte, que possamos a ela unir a prosa. Como nosso Forrest diz, “quem não tem dinheiro conta história!”

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Do salão de barbeiro ao salão de forró - Gonzaga pé-de-valsa

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A ECONOMIAFazendo a sua parte e pensando em economizar os recursos hídricos

de sua comunidade, o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canguçu (DTCEA-CGU) – subordinado ao CINDACTA II e sob o comando do 1º Ten Esp Com Claudio José Maia de Oliveira, desen-volveu um sistema que não só economiza a água utilizada na limpeza de suas viaturas, como também promove a conscientização do efetivo para o desenvolvimento sustentável no tocante a preservação do meio ambiente.

O projeto foi idealizado, desenvolvido, adaptado e instalado pelo 2S QTA Regis Fernando da Silva, responsável pela garagem e viaturas do Destacamento.

O PROCESSOVisando utilizar água da chuva que, após coletada, fica armazenada

em uma caixa d’água ao lado da garagem, o sistema exige um número reduzido de militares para sua utilização, além de manter as viaturas em excelente padrão de limpeza.

Tanto as calhas de coleta quanto a caixa permanecem protegidas da ação de mosquitos ou outros fatores que podem vir a transmitir doen-ças. Sendo de baixo custo, tanto para instalação quanto em sua manu-tenção, os resultados tendem a ser positivos, pois a água também pode ser utilizada para limpeza predial das instalações do DTCEA-CGU.

A água que sobra como resíduo também não fica empoçada, segue para as fossas, evitando qualquer possibilidade de se tornarem nocivas à saúde pública. Este é um bom exemplo de aproveitamento de recursos naturais sem o seu respectivo desgaste.

O RESULTADOO DTCEA-CGU, além de cumprir com êxito sua missão institu-

cional, busca sempre condições para que seus militares e a comunidade na qual está inserido tenham uma boa qualidade de vida, para que, seu efetivo possa cumprir a nobre missão de trabalhar pela Força Aérea e para o nosso País.

Está em voga, hoje em dia, um pensamento voltado para a preservação do meio ambiente, contra o aquecimento global e favorável à economia de nossos recursos naturais. Os sociólogos definem esta posição como uma “terceira via”, preocupada com a ecologia e a sustentabilidade do planeta

A preocupação com o meio ambiente e a economia de água no DTCEA Canguçu – RS

Usina de IdéiasSeção

O autor da Idéia é o 2S RÉGIS Fernando da SilvaEncarregado da Subseção de Apoio – Garagem DTCEA-CGU

Por JÓI Teixeira - SO QSS BSP

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A água da chuva, que fica

armazenada em uma

caixa d’água ao lado da garagem, é também utilizada

para limpeza das viaturas do DTCEA-

CGU

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Por Daisy Meireles

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Conhecendo o

DTCEASÃO LUÍS - MA

O Palácio dos Leões é o portal de entrada

de São Luís

A fachada do Destacamento de São Luís – subordinado ao CINDACTA IV

A brincadeira do Tambor de Crioula do Grupo Laborarte – “afinado a fogo, tocado a

murro e dançado a coice”

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A HistóriaFundado em 27 de março de 1949, o então DPV-SL localiza-

va-se, inicialmente, na plataforma de decolagem e pouso de di-rigíveis, próximo a atual cabeceira da pista 06. Posteriormente foi transferido para o prédio anexo ao aeroporto, onde foi cons-truída uma torre de controle. Em 2001 passou de DPV-SL para DTCEA-SL, subordinado ao extinto SRPV-BE. Em dezembro de 2002, o Destacamento recebeu as instalações da Unidade de Vigilância (UV-SL), onde estão instalados o Radar ASR23SS (PSR/MSSR), a EMA, a KF e a Estação Integrada VHF Raythe-on. Em maio de 2003, o DTCEA-SL passou a ser subordinado ao SRPV-MN, hoje CINDACTA IV. O DTCEA-SL está localiza-do na área de jurisdição do COMAR I, mas está administrativo, técnico e operacionalmente subordinado ao CINDACTA IV.

A vila habitacionalA Vila do Tirirical está localizada a menos de 1Km do Desta-

camento e do Aeroporto de São Luís. É administrada pela Pre-feitura de Aeronáutica de Alcântara (PAAK) e subordinada ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Na mesma área da vila ficam situados: posto médico e odon-tológico, laboratório, hotel de trânsito (que possui infra-estru-tura adequada para apoio de militares/dependentes e civis) e centro social (Clube Asas) com piscina, churrasqueira, quadra de esporte e campo de futebol. Próximo aos apartamentos há uma quadra de esportes e área de lazer com churrasqueira.

São 20km de distância do Centro de São Luís ao Destaca-mento. Da vila pode-se ir à pé até o DTCEA.

O efetivoSão 93 pessoas trabalhando para cumprir a missão do

DTCEA de São Luís: prover os serviços de controle do espa-ço aéreo dentro da área sob sua jurisdição, fornecendo aten-dimento de qualidade aos usuários do SISCEAB. Quatro são mulheres: SO SAD Filomena, 3S BCT Thaís, 3S BCT Amanda e a Sra. Graça - e fazem diferença no DTCEA.

O Destacamento mantém em operação os auxílios à nave-gação aérea e a Unidade de Vigilância (UV), um dos elos do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam).

O prédio do Destacamento abriga os órgãos operacionais (TWR, APP, AIS, ECMA-51, e EMS-1), a Seção Técnica, a Seção Operacional, Seção de Pensionistas e Inativos, Seção Adminis-trativa e a sala do Comandante.

A Seção Operacional, chefiada pelo 2T QOEA CTA Batko, é responsável pelas atividades relacionadas ao controle do espa-ço aéreo, onde são coordenadas as atividades da TWR/APP,

Seção de Meteorologia (EMS-1 e EMA), Seção de Comuni-cações (ECMA-51) e Sala de Informações Aeronáutica (AIS). Através dos órgãos operacionais, são mantidos o controle e a atualização das informações aeronáuticas, a disponibilidade de produtos meteorológicos variados, a veiculação eficiente de mensagens e a segurança nas operações aéreas.

A Seção Técni-ca, chefiada pelo 1T QOECOM Amaral, é responsável pela operacionalidade dos equipamentos e sistemas existentes no Destacamento e na UV e, ainda, no CLA. Através do controle das ativida-des de manutenção preventiva, do acom-panhamento dos processos de solicita-ção de material e do pronto atendimento às inoperâncias, são garantidas a conti-nuidade e a confiabi-lidade dos serviços.

Na Seção Admi-nistrativa, chefiada pelo Cap Niraldo, são exercidas as ati-vidades de apoio às demais Seções do DTCEA-SL. São confeccionados documentos e controlado todo o trâmite do expediente externo e interno. Exerce também as funções inerentes a um posto avançado do SERINT-1, receben-do a apresentação de todos os inativos e pensionistas do COMAER residentes no estado do Maranhão e encaminhando ao COMAR I os documentos relativos aquele Comando.

O apoio ao efetivoA assistência médica é prestada pelo convênio SARAM/

UNIMED Norte-Nordeste, a qual é estendida à maioria dos hospitais e a quase todas as clínicas, laboratórios e médicos de São Luís, além do apoio prestado pelos médicos do efetivo do CLA, no Posto Médico, em São Luís.

Já a assistência odontológica é garantida pela equipe de dentistas (oficiais e civis) do efetivo do CLA, que com-põem a Seção de Odontologia, em São Luís, e a Seção de Farmácia/Laboratório.

Na foto, parte do efetivo do DTCEA-SL. No total, 93 pessoas trabalham para cumprir a missão do Destacamento

Na vila do Tirirical, 15 casas e 21 apartamentos são ocupados por militares do DTCEA-SL

O lançamento de um balão meteorológico pelo menos uma vez ao dia pelo SO Correia - informações importantes para o controle de tráfego aéreo de São Luís e para o Centro de Lançamento de Alcântara

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O comandanteO Cap QOECTA Ni-

raldo Saldanha Santos é o sexto comandante do DTCEA-SL (desde 11 de maio de 2004). Por três anos acumulou as chefias dos órgãos operacionais do DTCEA-SL (TWR, APP, AIS, ECMA, EMA e EMS-1), bem como a chefia da Seção Técnica e Administrativa. Ao atual posto foi promovido em 2004.

Paulista, 52 anos, Ni-raldo tem quatro filhas: Giane Patrícia, Cláudia Estela, Kelly Valquíria e Helen Cristina. É casado com Maria Francisca Nu-nes Ferreira Santos.

Formado em Enge-nharia Civil pela Univer-sidade de Taubaté-SP, o Cap Niraldo ingressou na FAB em 1974, como aluno da EEAR e concluiu o curso de Formação de Sargentos (CFS) na subespecialidade de QATCV - Controla-dor de Vôo, em 1975. Em 1996, concluiu o curso Preparatório (CPREP) para ingresso no Quadro de Oficiais Especialistas em Controle de Tráfego Aéreo, realizado na EPCAR.

Conta com orgulho o fato de ser um dos primeiros contro-ladores a participar da ativação do ACC-BS do CINDACTA I (1977), na área correspondente ao antigo ACC-SP e como chefe da OATS participou da implantação do ACC-AZ do CINDACTA IV (2002).

Nos seus mais de 34 anos de atividades, com dedicação exclu-siva ao tráfego aéreo, o Cap Niraldo sente-se gratificado com a carreira militar e ressalta que, durante esse período, contribuiu para que muitos acidentes aéreos fossem evitados e tem orgu-lho de ter contribuído para a segurança do tráfego aéreo, quer como controlador, instrutor, gerente, supervisor, coordenador de buscas, técnico especialista na elaboração e homologação de procedimentos de navegação aérea, oficial de segurança de vôo e comandante. Sente-se plenamente realizado, porque teve seus trabalhos reconhecidos, quando foi agraciado com a me-dalha do Mérito Santos-Dumont e demonstrou ser um militar muito disciplinado com a conquista das Medalhas de Bronze, Prata e Ouro. Como comandante do DTCEA-SL foi também homenageado pelo governador do Estado do Maranhão, José Reinaldo, com a maior comenda do Estado, a Medalha Mérito Timbira.

A cidade dos azulejosSão Luís, a Ilha do Amor, também conhecida como Cidade

dos Azulejos, foi fundada em 1612 e colonizada por europeus (franceses, holandeses e portugueses), que deixaram marcas arquitetônicas: são três mil construções em estilo neoclássi-co que – em 1995 – foram tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Em 1992, São Luís também recebeu da Unesco o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Cercada de praias lindas como Calhau, Olho D´Água, Ponta D´Areia, Araçagi e outras.

Fazendo parte da Amazônia Legal brasileira e do Nordeste brasileiro, o Maranhão é um estado um privilegiado.

A dança, o artesanato, o folclore e a gastronomia são grandes manifestações da cultura maranhense. São Luís tem as festas juninas de maior popularidade no Brasil. O Bumba-meu-boi é a principal dança nessa época do ano.

Seus becos, ladeiras e rampas nos levam ao centro histórico, chamado Reviver, muito conhecido pela diversidade cultural que apresenta.

O reggae também é um ritmo forte e tem grandes seguido-res em São Luís, desde a década de 70 e segue com sucesso na cidade. É só dar um pulo no Reviver.

A cidade tem a terceira maior comunidade negra do País e isso se revela no Tambor de Crioula, uma dança afro-brasileira praticada desde o século XIX, que é um conjunto de brincadei-ras de “umbigada”, como batuque e o jongo. Evidenciado pelo toque dos tambores e pelo bailado das mulheres, o Tambor de Crioula é realizado em louvor a São Benedito.

O famoso Teatro Arthur Azevedo (que realiza durante o ano eventos artísticos na área de dança, música, teatro e educa-ção); os palácios dos Leões (residência oficial do governador do Estado do MA) e o La Ravardière (onde funciona a prefei-tura municipal), o convento das Mercês, as igrejas do Desterro e da Sé, os museus de Arte Sacra, de Artes visuais e o Histórico e Artístico do Maranhão são atrações imperdíveis para quem visita a cidade.

Outra importante atração de São Luís é a gastronomia. Quem nunca experimentou o arroz-de-cuxá ou a peixada maranhen-se não sabe o que está perdendo.

Em São Luís há excelentes escolas e faculdades, inclusive a UFMA. O índice de criminalidade é pequeno, se comparado aos das demais capitais nordestinas.

O clima varia de 25 a 30 graus, com um calor amenizado pela brisa do mar.

O transporte público é bem servido e, devido ao crescimento da cidade, a população começa a enfrentar engarrafamentos, apesar dos serviços de sinalização da cidade terem melhorado muito nos últimos anos.

Por ser uma cidade turística do Nordeste, São Luís tem aces-so por rodovia aos demais centros das regiões Nordeste/Su-deste/Centro-Oeste e Sul.

Vale a pena conhecer as cores, os mistérios, os sabores, as ladeiras e os cheiros de São Luís. São inesquecíveis.

O Teatro Arthur Azevedo - um dos mais belos do Brasil - foi inaugurado em 1817 e reformado em 1991

Cap Niraldo:“Se tivesse que

recomeçar, faria tudo com o mesmo empenho,

dedicação e com amesma satisfação.Gostaria de reviver

todas as experiências da vida militar”

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O Instituto de Cartografia Ae-ronáutica (ICA) celebrou, no dia 08 de maio, no pátio do Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV), seu aniversário de 25 anos.

A cerimônia militar, presidida pelo Presidente do Superior Tri-bunal Militar, Ten Brig Ar Flávio de Oliveira Lencastre, contou com a presença dos Oficiais-Ge-nerais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, além de milita-res e civis.

As homenagensApós a execução do Hino

Nacional, foram homenageados pelos significativos serviços pres-tados à Cartografia Aeronáutica Brasileira, os Graduado, Servidor Civil e Praça Padrão do efetivo do ICA, respectivamente: SO MET José Luiz Moreira de Oli-veira, Diego Oliveira Marques de Araújo e CB Cartógrafo Gleison de Morais Barreto.

Em seguida foram também prestadas homenagens aos ex-Di-retores do Instituto, Cel Av Raul Galbarro Vianna; Cel Eng Cary Sérgio da Silveira Souto; Cel Eng Gilberto Lopes da Fonseca; Cel Eng Osmar Koehler Meggetto; Cel Eng Jorge Alberto Paradelo; Ten Cel Eng Nei Erling; Cel Eng Alison Vieira de Vasconcelos; Brig Eng Rodolfo Costa Filho; Cel Eng Danilo Groch; e Cel Eng José Carlos Rodrigues.

O selo comemorativoA Empresa Brasileira de Correios e Te-

légrafos lançou um selo comemorativo do Jubileu de Prata do ICA, que já está circu-lando nas peças filatélicas e correspondên-cias do Instituto.

O selo comemorativo passa a fazer parte do acervo filatélico dos Correios e servirá como fonte de pesquisa e registro sobre a data histórica do ICA.

O gerente comercial da Empresa Brasi-leira de Correios e Telégrafos, Cléber Isaias Machado, conduziu os atos de aplicação do carimbo e assinatura do Livro de Registro de Lançamentos Filatélicos.

A responsabilidade socialEm meio às comemorações do Jubileu de

Prata do Instituto foi realizada, ainda, uma Gincana Beneficente para o Hospital Nos-sa Senhora do Socorro – asilo que atende pessoas de população de rua e abandonadas pela família.

Quatro equipes representando seções do ICA arrecadaram em um mês 60 itens de farmácia, 408 pacotes de fraldas descartá-veis geriátricas, 99 camisetas novas e 200 itens para a realização de um bazar em prol do hospital.

Um livro para contar

a históriaO Diretor do Instituto, Cel Av Eric de

Azevedo Bastos, ressaltou a importância da criação do ICA no cenário da história da aviação nacional.

Após explicar que os 25 anos do ICA não

significam 25 anos da Carto-grafia Aeronáutica Brasileira, por esta ter seus primórdios datados de 1920 com a Ins-petoria de Viação Marítima e Fluvial, o que já caracterizava a cartografia como necessi-dade aeronáutica, o Cel Av Eric ressaltou que hoje, o ICA pode ser considerado um jo-vem dinâmico e ambicioso na busca incessante da excelência das informações que produz. “O ICA é a única instituição responsável pela produção de cartas de navegação aérea no Brasil, ou seja, é o único no que faz”.

O ICA pretende lançar – ainda em 2008, um livro de arte que vai contar a sua histó-ria, sua evolução tecnológica e mostrar o trabalho anônimo e profícuo dos que conseguiram fazer com que o Instituto te-nha chegado à sua maturidade com competência e abnega-ção. Um desses colaboradores do Instituto, é o técnico em cartografia Fernando José de Moraes, de 73 anos, que con-tinua a trabalhar intensamen-

te no ICA (seção de Operações de Cam-po - CAR1), personificando o espírito da OM e serve de exemplo vivo para aqueles que iniciam suas atividades profissionais no controle do espaço aéreo.

Os novos desafiosO ICA tem vencido muitos desafios tec-

nológicos e já trilha novos caminhos. Devi-do ao uso de navegação por satélite, a pers-pectiva do uso cada vez maior da tecnologia digital na produção de cartas eletrônicas e o uso de imagens satelitais (que poderão estar a bordo de qualquer aeronave e possibili-tarão um vôo com maior facilidade) estão exigindo uma maior demanda da Carto-grafia Aeronáutica.

O ICA é único na sua área, na produção do conjunto de cartas de navegação aérea que proporcionam melhor operacionalida-de tanto em vôo como em terra, necessários à aviação civil e militar.

Responsabilidade Social marca o Jubileu de Prata do ICA

No palanque, as autoridades do DECEA e da Cartografia Brasileira

Ten Brig Lencastre chancela o selo comemorativo aos 25 anos do ICA

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Literalmente FalandoLiteralmente FalandoEstou ficando cego.Ensurdessedoramente cego.Não cheiro mais tudo que ouço,nem sinto mais o gosto que enxergo.

Não distingo o mignone do osso.E estou sem tato pra o prato.O cheiro da seda é insosso.E o da fumaça,o desespero do olfato.

As paredes urbanas me cegaram a vista.Assaltaram o meu horizonte.E o vento se escondeu da brisanum engarrafamento da ponte.

Essa sombra de cal, mofo e cimento,antes um céu azulado,virou cinema de vesgo.Pros ácaros uma biografia.A vista da minha janelaum firmamento aleijadode quem sofre de miopia.

Lá fora, entre as trilhas do asfalto,as opiniões caem no braço.Tudo aglomera, pouco se une.Só a goelase firma no palco.

Apito ou buzina.Indiferença ao sossego.Liquidação de patricinha.A polícia, o flanelinha…A sessão do descarrego.

Até Kepler, quem diria,aqui é tagarelo.Os ruídos… ininterruptos.Em quiálteras.A música… “das quimeras”.E o ouvido, o flagelo.O coitado não tem pálpebras.

Um barulho com cheiro de cidade.Gaba-se por esculpirum outro plano.Uma outra realidade.

Mas é um sonho com gostode perda de validade.É que parece que, de repente,só vale o que “agita”.Ainda que, na verdade,pouco de divertidose permita.

E cada vez maiseu menos veja.E sinta tudopela metade.

Porque quanto mais se grita,mais se aumenta a sede.E não há maior agressão à vistado que a visão de uma parede.

Daniel MarinhoASCOM/DECEA

Sentidos Urbanos

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