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OPERAÇÃO CARRANCA I N O T Í CI A S - A n o 5 - n º 3 9 espaço aero

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Capa:Dada a carência de oportunidades para o treino de procedimentos necessários aos elos do Sistema, o DECEA desenvolveu a Operação Carranca I (simulada) de busca e salvamento

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OPERAÇÃO CARRANCA I

NO

T ÍC I A S - A n o 5 - n º3 9

esp

açoaero

Page 2: Aeroespaço 39

Informativo do Depar tamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Ten Brig Ar Ramon Borges CardosoAssessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1Redação:Daisy Meireles (RJ 21523-JP)Telma Penteado (RJ 22794-JP)Colaboração:Denise Fontes (DRT - 043035/2003/70)Diagramação e ilustrações:Aline da Silva PreteFotografia:Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Fabio Ribeiro Maciel

Contatos:

Home page: www.decea.gov.br

Intraer: www.decea.intraer

[email protected]

Endereço: Av. General Justo, 160

Centro - CEP 20021-130

Rio de Janeiro/RJ

Telefone: (21) 2123-6585

Fax: (21) 2262-1691

Editado em NOVEMBRO/2009

Fotolitos & Impressão: Ingrafoto

Índice

Reportagem Especial

Reportagem

Reportagem Usina de ideias

Artigo Conhecendo o DTCEA

Nossa capa Expediente

Operação Carranca I

Clima Organizacional:uma preocupção do DECEA

Sistema Seta Millennium

Tanabi - SP

Dada a carência de oportunidades para o treino de procedimentos e o aprimoramento da interoperabilidade necessária aos elos do Sistema, o DECEA desenvolveu a Operação Carranca I (simulada) de busca e salvamento, reunindo cerca de 140 militares em Florianópolis.Foto: Luiz Eduardo Perez

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Cronovox

Conquistas: esporte é vida

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Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges CardosoDiretor-Geral do DECEA

Editorial

A cada edição procuramos informar ao efetivo

as ações importantes do DECEA em todas as suas

áreas de atuação. Nem tudo que realizamos cabe

nessas 28 páginas, por isso destacamos apenas

algumas.

Uma das mais importantes Operações –

primeira na área – não podia ficar de fora desta

edição. A Operação Carranca I, Reportagem

Especial, nos deixa prontos para tornar o Sistema

de Busca e Salvamento do Brasil mais eficiente.

Conseguimos, em outubro, propiciar uma interação

extremamente positiva e necessária para que

continuemos a salvar vidas.

Com o apoio da Base Aérea de Florianópolis e

a participação dos Esquadrões Phoenix e Pelicano

e dos Salvaeros de Brasília, Manaus, Curitiba

e Recife reunimos 140 militares para treinar em

conjunto. A Operação Carranca I foi fundamental

para a coordenação de todas as atividades e para

a compreensão das ações adotadas ao longo de

uma Operação SAR.

Uma ideia, um avanço e um passo

importantíssimo estar permitindo ao CGNA calcular

as capacidades de todos os Setores de FIR e

TMA do Brasil pelo menos duas vezes por ano.

Nas páginas da seção Usina de Ideias, o Tenente

Coronel Vital (diretor de Operações do CGNA)

conta a participação do 1S Ramos (DTCEA-CT)

no desenvolvimento de um circuito batizado

Cronovox, que desde maio vem sendo utilizado

com êxito, levando a resultados extraordinários.

Levantamentos que necessitavam de uma semana

para serem concluídos passaram a ser feitos em

pouco mais que uma hora e meia.

Outra importante realização destacada

nas páginas desta edição - na área do

Subdepartamento de Operações – é o Setta

Millenium - Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo

- um instrumento valioso para a elaboração de

planejamentos do Sistema de Controle do Espaço

Aéreo Brasileiro (SISCEAB), especialmente para

a alocação adequada de recursos humanos,

materiais e tecnológicos.

Em setembro aplicamos a Pesquisa de Clima

Organizacional para os graduados do DECEA.

Recorremos a essa ferramenta com o objetivo

de mapear as necessidades do nosso efetivo

e conhecer o grau de satisfação em relação a

diversos aspectos motivacionais. Relatamos nas

páginas 20-24 todo o processo da pesquisa e

parte do resultado. Vale a pena conhecer um

pouco do trabalho executado pelos elos de

Comunicação – coordenado pela Assessoria de

Comunicação Social.

Uma boa leitura e até a próxima edição que

continuará a nossa história.

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4 AEROESPAÇO

Reportagem Especial

Operação

Dada a carência de oportunidades para o treino de procedimentos e o aprimoramento da interoperabilidade necessária aos elos do Sistema, o DECEA desenvolveu a Ope-ração Carranca I - de busca e salvamento simulada.

Com base nas missões reais ocorridas ao longo dos mais de 50 anos de existência do SISSAR, tudo aconteceu nos mesmos moldes de outras manobras militares, coor-denadas no âmbito do Comando de Opera-ções Aéreas, especificamente relacionadas à Segunda Força Aérea (FAe II).

A preparaçãoA “Operação Carranca I” foi desenvol-

vida para tornar-se referência, servir de fórum de discussões e atuar como labora-

tório para a elaboração de novas doutrinas para a atividade SAR – incluindo treinamen-to exclusivo de coordenação e execução das missões componentes das Operações SAR, prevendo a instrução dos profissio-nais que concorrem às escalas dos Cen-tros de Coordenação e Controle (RCC) nas técnicas de planejamento e coordena-ção de uma Operação SAR.

Realizada na Base Aérea de Florianó-polis (BAFL) - por ter excelente localiza-ção para o treinamento de missões de busca sobre as cadeias montanhosas do continente, para as missões de salva-mento no mar, bem como pelo histórico em sediar operações desta natureza – o Exercício ocorreu no período de 4 a 16 de outubro.

A fase FAM/FITDo inglês Familiarization/

Flight in Training), a FAM/FIT foi a primeira fase da Operação Carranca I. Em quatro dias (4-8 de outubro), os elos de

coordenação presentes – representantes de todos os

Centros de Coordenação de Salvamento (RCC) e do SALVAMAR SUL (Marinha do Brasil) – tiveram a oportunidade de trocar experiências em suas ações particulares e no que tange ao relacionamento entre os elos de coordenação e de execução.

Além do treinamento especializado, a FAM/FIT propiciou aos participantes oportunidade única de intercâmbio de

Por Daisy Meireles e Daniel Marinho - Fotos: Luiz Eduardo Perez

O provimento de serviço de Busca e Salvamento, realizado através da atuação permanente do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR), é uma responsabilidade de seu elo central, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Para seu cumprimento, é imprescindível a instrução dos elos de coordenação e operação, uma atribuição prevista na legislação nacional e internacional.

CARRANCA I

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5AEROESPAÇO

informações entre as tripulações dos es-quadrões envolvidos e os profissionais de Coordenação SAR, qualidade fundamen-tal para o incremento da eficiência opera-cional do serviço SAR brasileiro.

Conhecer a visão do outro elo do Sis-tema SAR foi fundamental para o suces-so da missão e este intercâmbio parece ter sido bem avaliado para as equipes de coordenação. Isso pela distância que mantém, normalmente, dos elos de exe-cução.

Foram discutidos nesse período os se-guintes assuntos: cálculo de deriva sobre o mar; cálculo de deriva de paraquedas;

designação de áreas de busca em região montanhosa; e comunicações com aero-naves a partir de equipamentos móveis.

De modo a treinar a coordenação e o planejamento nos mais variados am-bientes e configurações, os profissionais foram divididos em dois Subcentros de Salvamento (RSC):• RSC-FL (Florianópolis) - operações sobre o mar – formado pelos militares do CInDACTA III, do CInDACTA II e do SALVAMAR SUL • RSC-SJ (São José) - operações sobre o continente – composto por militares do CInDACTA I e do CInDACTA IV

Essa troca de experiências foi percebida e avaliada pelo Capitão QOECTA Fábio Santiago de Gouvêa, chefe do RCC Ama-

ção Carranca I atuou como membro da DIREX, disse que a melhor experiência que tiveram foi a de poder treinar sistemi-camente.

- Até a Operação Carranca I treinávamos separadamente, e só trabalhávamos com os elos de coordenação em operações re-ais. Este foi o grande ganho, treinar como empregamos. Acredito que numa segun-da edição, os erros cometidos deverão ser corrigidos. Podemos melhorar a parte de figuração - uma das grandes dificulda-des da Operação.

O Tenente Celoni acredita que uma equi-pe maior e melhor estruturada poderia tra-

balhar para que os cenários e os casos se aproximassem ainda mais da realidade.

Segundo o Major Aviador Silvio Monteiro Júnior, chefe da Divisão de Busca e Salva-mento (D-SAR), os elos de coordenação alcançaram os resultados na fase FAM/FIT, a partir do treinamento pontual de questões que não são abordadas diaria-mente ou nos cursos de formação, o que contribuiu para o nivelamento e incremen-to de conhecimento dos profissionais en-volvidos nos Subcentros de Salvamento (RSC).

Por outro lado, apesar do Plano de Operações prever uma quantidade de recursos aéreos desde o início, a indisponibilidade desses elos de exe-cução inviabilizou o adestramento de

zônico, que atuou no RSC-SJ durante a Operação Carranca I:

- Foi muito importante o conhecimento so-bre busca no mar durante a primeira sema-na de treinamento. Na Amazônia, a grande maioria das buscas e salvamentos é em ter-ra. Então, o contato direto com a tripulação SAR proporcionou a criação e o aumento de laços de relacionamento que facilitaram as coordenações e o cumprimento da missão como um todo. A troca de experiências en-tre as equipes de coordenação e tripulações proporcionou um enorme ganho operacio-nal ao ponto de se conhecer as dificuldades e restrições que cada uma das partes en-

frenta durante as missões.no entanto, vale ressaltar que existe um

elo central, ou seja, há quem normatiza e quem supervisiona essas ações. na ver-dade, a Operação serviu para alguns elos como exemplo de um dos trabalhos que o elo central tem obrigação de planejar e coordenar.

Para validar os exercícios planejados, os recursos aéreos cumpriram as orienta-ções emitidas pela equipe de Coordena-ção e os resultados foram avaliados pela Direção do Exercício (DIREX).

Ainda sobre a fase FAM/FIT, o 1T Av Marco Aurélio de Oliveira Celoni, chefe da Seção de Programação e Controle do Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAv), que na Opera-

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6 AEROESPAÇO

suas tripulações, diminuindo a possi-bilidade de envolvimento de tripulações menos experientes na segunda fase, de-nominada LIVEX.

"É importante ressaltar que isso não di-minuiu em nada a operacionalidade das ações ou cumprimento das missões plane-jadas" - concluiu o Major Silvio.

A fase LIVEXA partir do acionamento das equipes

de alerta do RSC, que sempre aconte-ciam durante a madrugada e, conse-quentemente das unidades envolvidas, os exercícios incluíam planejamento da operação, acionamento dos recursos aéreos e marítimos, busca, localização, salvamento e transporte da vítima ao lo-cal de atendimento especializado.

Esses exercícios tinham vários objeti-vos. Um deles era a instrução de coor-denação de Operações SAR diante da coordenação de recursos marítimos e aeronáuticos na coordenação de recur-sos para atender acidente aeronáutico de médio porte (30 vítimas) e a verifica-ção de parâmetros utilizados no planeja-mento de deriva de objetos no mar (com acompanhamento do navio) também fo-ram aplicados.

Outros objetivos foram o adestramen-to de equipes SAR no salvamento de vítimas no mar. E o cumprimento das normas internacionais (Anexo 12 e ma-nual IAMSAR) e nacionais (MCA 64-3 e Acordo SISSAR-FAe II).

Dessas atividades participaram os SALVAEROS dos quatro Centros Inte-grados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTAs I, II, III e IV), as Unidades envolvidas pertencentes à FAe II (Pelicano, Parasar e Phoenix), o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Florianópolis (DTCEA-FL), o Centro de Coordenação de Salvamento

Marítimo (SALVAMAR SUL) e o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), sempre apoiados pela BAFL.

As lições aprendidasAs avaliações das ações dos RSCs FL e

SJ e dos elos de execução foram diárias e apresentadas no último dia da opera-ção, considerada como fase final. O pla-nejamento da Operação incluiu a avalia-ção de todas as respostas dos elos de coordenação e de execução e foi reali-zada a partir de uma parametrização das respostas esperadas, servindo de base para a formação de um conhecimento uniforme sobre a execução das ações.

Ao longo da Operação, a relação de li-ções aprendidas foi construída de forma conjunta, entre os integrantes da DIREX e dos Players, tanto dos elos de coorde-nação quanto dos elos de execução.

As lições aprendidas serão concentra-das em um documento único. A partir daí, o DECEA adotará as ações julgadas pertinentes a fim de aperfeiçoar a presta-ção do Serviço SAR – um dos objetivos da Operação.

A integraçãoHouve bastante integração do pessoal

de coordenação (os SALVAEROS) com as equipes de resgate (dos Esquadrões). Mui-tos citaram essa oportunidade de conhecer os parceiros que estavam do outro lado da linha. Sem dúvida que o laço afetivo di-minui a frieza da burocracia e aumenta o comprometimento dos envolvidos em prol do sucesso da missão.

A grande vantagem é que esta aproxima-ção foi propiciada no próprio ambiente de trabalho, ou seja, os pilotos, tripulantes e resgateiros puderam entender in loco (den-tro de um RSC) as dificuldades que um Coordenador de Operação SAR passa ao longo de uma operação. Da mesma forma,

as equipes de coordenação puderam, ao acompanhar voos e resgates, entender as dificuldades que as tripulações passam em suas atividades.

“Este conhecimento foi fundamental para a coordenação de todas as atividades e para a compreensão das ações adotadas ao longo de uma Operação SAR” – comen-ta o Major Silvio.

A participação da MarinhaO Anexo 12 da Convenção de Aviação

Civil Internacional e o Manual Internacional Aeronáutico e Marítimo de Busca e Sal-vamento recomendam a adoção de um modelo denominado JRCC (Joint Rescue Coordination Center) em substituição aos RCC Aeronáuticos (SALVAERO) e Maríti-mos (SALVAMAR). O Brasil, como atestado perante a Auditoria da ICAO, adota o mo-delo ainda separado, porém unido, quando necessário, por uma Carta de Acordo Ope-racional.

no entanto, apenas um documento não é suficiente para que os profissionais de coordenação envolvidos regularmente em operações conjuntas conheçam as parti-cularidades de cada órgão. Assim, ações no sentido de oferecer vagas nos cursos de formação de Coordenação SAR, pro-movidos pelo DECEA anualmente, e de convidar representantes da Marinha para participarem de exercícios conjuntos como este constam do planejamento do DECEA em busca da almejada interoperabilidade.

Representando o SALVAMAR SUL, o Ca-pitão Tenente Fuzileiro naval Wagner Pinto Alves colocou bem a ideia de que precisa-va conhecer não só os procedimentos e doutrinas da FAB para se adequar às suas necessidades.

“na fase FAM/FIT conhecemos o `Sar-master`, o que pode dar mais agilidade no repasse dos dados entre as duas For-ças (Marinha e Aeronáutica). Espero que

'Para que outr os possam viver'

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a partir da Operação Carranca I sejam melhoradas as técnicas de busca e salva-mento na execução/integração das duas Forças” – assim definiu o Capitão Tenente Wagner.

De acordo com o chefe da D-SAR, essa relação melhorou porque a Marinha tem enviado seus militares para participar de reuniões e eventos nessa área, como o curso teórico de busca e salvamento e curso de coordenador SAR (SAR 01).

As mudançasprevistas“Estamos no cami-

nho certo para tornar o Sistema de Busca e Salvamento do Brasil um sistema realmente único e, consequentemen-te, mais eficiente. Conseguimos integrar uma pequena parcela de todos os meios pos-síveis de serem engajados em uma missão de Busca e Salvamento em um mesmo local, realizando missões conjuntas, inopi-nadas e muito próximas da realidade, pro-piciando uma interação extremamente po-sitiva e necessária para que continuemos a salvar vidas” - opinou o Capitão Aviador Luciano Marchiorato – Esquadrão Pelica-no (2º/10º GAv)

Outro militar que vê muitas mudanças a partir desse Exercício é o Capitão CTA An-tonio Eduardo Santilli, que atualmente faz o gerenciamento de tráfego aéreo da FIR Curitiba e presta serviço no SALVAERO do CInDACTA II. O Capitão Santilli foi o coor-denador do RSC Florianópois na Operação Carranca I.

- Vejo mudanças principalmente na intera-ção entre as tripulações das aeronaves e os coordenadores de missões SAR, resultando

7AEROESPAÇO

em uma troca de conhecimentos operacio-nais que permitem um melhor entendimento das operações SAR. Operacionalmente, o exercício aqui em Florianópolis possibilitou melhor entendimento das doutrinas empre-gadas nas operações SAR, permitindo que a ação de salvar vidas seja mais eficiente e objetiva. A experiência como coordenador de busca da Operação Carranca foi grati-ficante e motivadora para minhas ações no

SAR, tendo em vis-ta o aprimoramento

profissional no campo técnico, possibilitando uma visão mais

ampla dos aspectos que influenciam as missões SAR

das quais estou incumbido.

Durante a fase LIVEX – o Coronel Aviador Luiz Cláudio Ribeiro, che-fe do Subdepartamento de Operações do DECEA, visitou as instalações dos RSCs e DIREX. Após receber informações a respei-to do andamento dos exercícios, ao longo do dia, acompanhou a Operação.

A divulgação Depois de duas semanas de exercícios,

a Operação Carranca I encerrou as suas atividades.

Todos as ações de busca e salvamento daqueles dias estavam se repetindo no au-ditório da BAF, através de um vídeo. Tudo tinha sido registrado, todas as ações de sucesso da Operação Carranca I.

Um making off dos exercícios com todos os passos dos militares, o acio-namento dos coordenadores, a corrida dos pilotos até às aeronaves, o brifim, a garra dos resgateiros, as buscas no mar

e na terra, os atores/vítimas e a belíssi-ma arte do maquiador, o 3S R1 Luz.

A equipe da Assessoria de Comunicação Social (Ascom) do DECEA registrou todas as cenas simuladas e reais. A seriedade e a descontração dos militares foram filma-das. A amizade e a confraternização ates-tada nas fotografias.

Entrevistas e reportagens revelavam o sucesso da Operação Carranca I num site especifico. Diariamente as noticias eram publicadas em tempo real. Muitas fotos, vídeos e textos estão no ar para os inte-ressados em Busca e Salvamento. Visite o blog e deixe o seu comentário: www.operacaocarranca.net

O encerramentoO dia de “Lições Aprendidas” chegou

no dia 16 de outubro. Um dia de muitas homenagens. Presentes representantes do DECEA (SDOP, D-SAR, DTCEA-FL e SALVAEROS), da FAe II (Esquadrões Phoenix, Parasar e Pelicano) e SALVAMAR SUL, além da BAFL, representada pelo seu comandante, o Coronel Aviador Jefferson Antonio Koschinski, honrado em hospedar – junto com o Esquadrão Phoenix - uma Operaçao tão relevante para a FAB.

O chefe do SDOP do DECEA, Coronel Aviador Luiz Cláudio Ribeiro, prestou uma homenagem ao patrono da Opera-ção Carranca I, Major Médico Carlos Al-berto. À sua esposa, Suzie Mara Ferrei-ra, disse: “pude ver claramente o quanto ele era querido e admirado pela família SAR. nada mais justo dar o seu codino-me à Operação ‘Carranca’, como forma de agradecimento e reconhecimento pelo trabalho e dedicação à Busca e Salvamento”.

Aos participantes da Operação, o Coro-nel Ribeiro disse que comprovou, duran-te a Operação, o companheirismo dos profisisionais da busca e salvamento.

'Para que outr os possam viver'

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8 AEROESPAÇO

"A qualquer momento os senhores po-dem sair daqui para salvar vidas, passando dias e noites para trazer com vida outras pessoas. Criamos essa oportunidade para aumentar a eficiência do serviço de busca e salvamento e estamos - a partir dessa Operação - fortalecendo os elos. Esse pe-ríodo de treinamento foi necessário para juntar meios operativos e de coordenação. Precisamos - agora, trabalhar em nossas OM revisando normas, estudando pro-cedimentos e devemos programar mais treinamentos. Enfim, estar prontos para atender a quem busca apoio de busca e salvamento. A próxima edição da Opera-ção tem que ser melhor do que essa, mais produtiva e mais inovadora. Cada vez mais precisamos prestar um bom serviço para os usuários do controle do espaço aéreo", disse o Coronel Ribeiro.

Segundo ele, o grau de afetividade au-mentou e os contatos deixaram de ter a formalidade da norma, flexibilizando-as. "Estamos balizando para evitar desperdício de recursos", finalizou o chefe do SDOP.

O diretor do exercício na Operação e co-mandante do 2º/10º GAv, Coronel Aviador Bruno Muller, homenageou o Major Avia-dor Potiguara Vieira Campos, oficial de Doutrina da FAe II, e o Major Aviador Sil-vio Monteiro Júnior, chefa da Divisão de Busca e Salvamento do DECEA, como motivadores da operação. Agradeceu, ain-da, todos os integrantes dos Esquadrões Pelicano, Parasar e Phoenix, que contribuí-ram para o sucesso da Operação.

“Em nome do 2º/10º GAv agradeço e peço desculpas se não conseguimos atender da maneira que gostaríamos com os meios. Mas essa é a primeira vez que reunimos elos de coordenação com os elos de execução do Sistema de Busca e Salvamento. As experiências colhidas dos erros das missões reais são oportunidade de aprender. É uma troca entre os Esqua-drões e os SALVAEROS. não posso deixar de agradecer ao DECEA por nos auxiliar nas missões”.

Logo em seguida, foram apresentadas as lições aprendidas com os exercícios. A Marinha do Brasil expôs suas observações, através do Primeiro Tenente Silva Lopes, chefe de operações do rebocador “Tritão”, que participou da Operação Carranca I, e do Capitão Tenente Wagner.

O Major Soares, chefe da seção de Ope-rações do Esquadrão Phoenix, também se pronunciou sobre a carência de equipa-mentos UHF, a fim de estabelecer contatos entre aeronaves e navios.

na área de execução aérea, o Major Po-tiguara citou o que precisava ser aprimora-do. Disse que tudo o que foi visto serve para o avanço da Busca e Salvamento. Em suas observações, citou a organização de processos e métodos, evitando, assim a correria na operação. “não estamos per-

dendo tempo com isso, mas sim ganhan-do tempo”, justificou.

O Major Potiguara reforçou um ditado de Lao-Tzu, quando disse que “Quem co-nhece o outro é sábio. Quem conhece a si mesmo é iluminado. Quem vence o ou-tro é forte, mas quem vence a si mesmo é invencível” – motivando o autoconheci-mento e a busca incessante pela qualida-de no que se faz, principalmente quando se trata de salvar vidas.

Descreveu, em seguida, tudo o que ti-nha observado e que poderia melhorar tanto na busca quanto no salvamento. “Isso vai nos fazer avançar” – finalizou.

O Major Silvio fez o encerramento da reunião, afirmando que o resultado não poderia ter sido mais positivo.

Citou, também, todos os pontos ne-gativos e positivos da Operação. Mas, numa avaliação geral, disse: “Fiquei muito satisfeito ao perceber que houve uma grande integração entre os Sal-vaeros e as Unidades Aéreas, todos aprendemos juntos”.

O chefe da D-SAR relembrou o bri-fim da fase FAM/FIT: “o grande gol era se conhecer e fico feliz de ver essa integração".

Sugeriu aos participantes que tiras-sem uma foto – representando todas as

8 AEROESPAÇO

Page 9: Aeroespaço 39

suas atividades – e que fizessem uma lei-tura – refletindo sobre tudo o que depende de cada um. “Veja como você pode con-duzir a partir de agora o seu trabalho para melhorar essa foto”.

Ressaltou, ainda, a necessidade do co-nhecimento operacional que o console SARMaster provê. “Temos que fazer muito mais do que o básico – temos que fazer o melhor, para continuar salvando vidas”.

Os resultados da Operação

Como era esperado, ainda falta muito para alcançar plenamente todos os objetivos pre-vistos com a Operação Carranca I. Muitas dificuldades, principalmente com a ausência da aeronave SC-105, impossibilitando avaliar os parâmetros operacionais da nova aeronave em uma Operação SAR.

"A indisponibilidade de aeronaves e tripu-lações capacitadas a cumprir missões SAR noturnas com uso de nVG (Night Vision Goo-gles - óculos de visão noturna) e de içamento sobre convés, não permitiu a avaliação dos parâmetros necessários para que os mesmos sejam inseridos nas normas nacionais. Mas não é somente porque não houve algum trei-namento que temos que pensar em uma pró-xima edição! Temos a obrigação de pensar em uma nova oportunidade como um evento de planejamento corriqueiro, periódico, seja por força das recomendações internacionais, seja pela preocupação e comprometimento que o órgão central do SISSAR – o DECEA – deve ter pela excelência na prestação do Serviço SAR no País” – finalizou o Major Silvio.

9AEROESPAÇO

Depoimentos

“Como na busca e salvamento até o passado é incerto, estaremos eterna-mente aprendendo, pois cada missão é única e carregada de erros e acertos. O que queremos é que estes erros não in-viabilizem ou prorroguem um salvamen-to e apenas apontem o sentido da per-feição. A principal lição aprendida na Operação Carranca I foi que temos mui-to a aprender em todos os sentidos, que temos muito trabalho pela frente e que estamos aquém do que gostaríamos”Cap Av Marchiorato - 2º/10º GAv

“A primeira e principal lição é que

vamos nos capacitar melhor atra-vés do intercâmbio operacional e de planejamento entre os Salva-eros. Trocar informações nos dá maior capacidade de salvar vidas”SO CTA Arnaud - SAlvAerO recife

“Ainda temos muito o que apren-der. Principalmente desenvolvimen-to da doutrina de emprego da mais nova aeronave de busca da FAB, o SC-105. Precisamos inserir esta ae-ronave em sua total capacidade, o quanto antes na Busca e Salvamento”1T Celoni - 2º/10º GAv

“A participação em exercícios como

esse, inclusive em áreas diferentes a nossa traz um up grade profissional e podemos treinar exercícios com vá-rios graus de dificuldade. Conheci equipamentos utilizados pelas equi-pes de resgate e fiz um voo em situa-çao similar ao de uma busca real. Fora isso, a experiência como observador na Operação me fez ver de perto as dificuldades de uma busca.Outro pon-to importante foi a experiência com a Marinha do Brasil, um ganho de qualidade para o dia a dia na busca” 2S BCT Abraão - SAlvAerO recife

“Sonhamos juntos, e o sonho vi-

rou realidade. Operação Carranca I - uma salva de palmas para todos" Maj Silvio - D-SAr

O que é SARMaster? O console operacional SARMaster é

um sistema automatizado, idealizado para reabrir sinais de alerta do Sistema COSPAS-SARSAT e atender às neces-sidades operacionais e administrativas inerentes à Coordenação SAR de uma operação de busca e salvamento.

Desta forma, o SARMaster permite o acompanhamento, em tempo real, por parte dos RCC, da D-SAR e dos elos de execução envolvidos em uma Ope-ração de Busca e Salvamento.

Cap Marchiorato

SO Arnaud

1T Celoni

2S Abraão

Maj Silvio

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Ministrado pela Fundação Atech, sob a responsabilidade da Comissão de Im-plantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) e da Divisão de Coordenação e Controle (D-CCO) do Subdepartamento de Operações (SDOP), o treinamento teve a participação de gra-duados e civis dos cinco órgãos regio-nais: CInDACTAs I, II, III, IV e SRPV-SP e operacionais jurisdicionados: Controles de Aproximação (APP) de Foz do Iguaçu (PR), Recife (PE), Salvador (BA), Fortaleza (CE), natal (Rn), Belém (PA), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

A abertura do evento contou com a pre-sença do chefe interino do SDOP, Coronel Aviador Luiz Claudio Ribeiro da Silva, que enfatizou a importância do Sistema Esta-tístico de Tráfego Aéreo como instrumen-to para a elaboração de planejamentos do Sistema de Controle do Espaço Aéreo

Brasileiro (SISCEAB), especialmente para a alocação adequada de recursos huma-nos, materiais e tecnológicos.

Os integrantes do treinamento são res-ponsáveis pela digitação e/ou validação de dados de movimento de tráfego em TMA/CTR e FIR, e deverão ser multiplica-dores das informações adquiridas. Duran-te o treinamento, demonstraram bastante interesse em conhecer as funcionalida-des dos respectivos módulos, quando em vários momentos esclareceram dúvidas, trocaram importantes opiniões sobre a coleta, padronização e confiabilidade dos dados e opinaram com sugestões que se-rão consideradas em futura manutenção evolutiva dos referidos módulos.

O Seta Millenium tem a finalidade de disponibilizar diversas estatísticas de tráfego aéreo, nas periodicidades anual, mensal, diária, horária e específica, para

fins de planejamento e análise operacio-nais. As referidas estatísticas estão rela-cionadas a movimentos em aérodromo, TMA/CTR e FIR.

O módulo Aeródromo, que contempla estatísticas de movimento em aeródro-mos nacionais por meio de 75 tipos de relatórios pré-padronizados (21 anuais, 18 mensais, 19 diários, 16 horários e um específico), de gráficos e da Seção 1 do Anuário Estatístico, já se encontra dispo-nível desde 2008.

Com a entrega dos módulos TMA/CTR e FIR pela Atech, o Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo se completa na sua quase totalidade, uma vez que nesse primeiro momento ainda estarão indisponíveis a Seção 2 – TMA/CTR e a Seção 3 – FIR do Anuário Estatístico, além de algumas es-tatísticas de interesse.

Os módulos TMA/CTR e FIR disponibi-

Na semana de 5 a 9 de outubro, nas dependências do Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ), foi realizado o treinamento dos módulos TMA/CTR (Áreas de Controle Terminal/Zonas de Controle) e FIR (Região de Informação de Voo) do Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo – o Seta Millennium.

SistemaSeta Millennium

10 AEROESPAÇO

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lizarão, respectivamente, as estatísti-cas dos movimentos de tráfego aéreo registrados nos 45 Controles de Apro-ximação (APP), sendo 15 automatiza-dos e 30 ainda não automatizados, e nos cinco Centros de Controle de Área (ACC) existentes e automatizados.

Os dados dos APPs e ACCs automa-tizados serão extraídos do Sistema de Tratamento e Visualização de Dados X-4000, responsável pelo recebimento e tratamento de informações prove-nientes dos sistemas radar utilizados pelos controladores de tráfego aéreo na prestação do serviço de vigilância radar.

Os dados dos APPs não automatiza-dos serão digitados no módulo off-line do Seta Millennium pelos órgãos ope-racionais, com o aval dos órgãos regio-nais responsáveis, e enviados via intraer (Intranet do Comando da Aeronáutica) à D-CCO, para fins de compatibilização e inserção no módulo TMA/CTR.

Torna-se importante ressaltar que as estatísticas serão disponibilizadas com uma defasagem de 48 horas, ou seja, o usuário poderá ter acesso hoje aos dados de movimento de anteontem, o que vem a ser uma valiosa conquista para o DECEA e o SISCEAB, uma vez que o Sistema Estatístico ora existente somente oferece dados anuais.

O acesso aos módulos ocorrerá após solicitação de login e senha à D-CCO e conforme um dos quatro níveis de aces-so a usuários:

Nível 1: órgão central – DECEA

Consultas anuais, mensais, diárias,

horárias e específicas

Nível 2: órgãos regionais

Consultas anuais, mensais, diárias

e horárias

Nível 3: órgãos operacionais

Consultas anuais, mensais e diárias

Nível 4: outros usuários

Consultas anuais.

As consultas específicas, como o próprio nome sugere, intencionam atender princi-palmente às solicitações especiais de mo-vimentos de aeronaves, como, por exem-plo, aquelas oriundas de autoridades do Poder Judiciário.

Os módulos TMA/CTR e FIR, de forma semelhante ao módulo Aeródromo, permi-tirão a exportação de dados para a plani-lha Excel, objetivando a obtenção de grá-

ficos e de novas formatações de tabelas, acrescentando-se a facilidade de acesso a técnicas estatísticas fornecidas pela re-ferida planilha como também por software estatístico. A exportação de dados pode-rá, ainda, ocorrer em formato pdf, o que permite a padronização da visualização e a impressão do documento, independen-temente da plataforma na qual ele estiver sendo lido ou impresso. Um glossário com o significado de uma lista de termos mais utilizados e contemplados nas telas de acesso às estatísticas também está sendo disponibilizado aos usuários.

Dentre as diversas estatísticas a serem disponibilizadas, ressalta-se a evolução anual dos movimentos em TMA/CTR, mo-vimentos por tipo de voo, por regras de voo, por fixo, por fixo no setor, por tipo de aeronave de asa fixa/rotativa, tempo médio de permanência de aeronaves por setor e movimentos pico.

Quanto aos movimentos em FIR, além dos semelhantes aos citados para TMA/CTR, estarão disponíveis os movimentos RVSM (do inglês Reduced Vertical Sepa-ration Minimum), por companhia aérea, por pares de cidades, por aerovia superior e inferior, fora de aerovia, por trecho, por nível de voo e níveis picos de voo.

Os usuários do Seta Millennium po-derão se comunicar entre si e também com a D-CCO por meio de um chat, disponível no portal do Seta Millen-nium (http://10.32.56.53/seta/), e dos emails [email protected] e [email protected].

no penúltimo dia do evento, houve uma confraternização pela conquista da finali-zação do Seta Millennium.

Um segundo treinamento dos módulos TMA/CTR e FIR ocorreu na semana de 9 a 13 de novembro, para mais 28 partici-pantes, nas mesmas dependências do CCA-RJ.

O Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo torna-se, assim, um sistema real e valioso, há tempos esperado pelos integrantes do DECEA e do SISCEAB, para um melhor entendimento numérico da realidade do tráfego aéreo brasileiro por todos os pro-fissionais interessados no tema.

MÓDULOOFF-LINE

MÓDULOFIR

MÓDULOAERÓDROMO

MÓDULOTMA/CTR

SETAMILLENNIUM

Composição do SETA MILLEnIUM

11AEROESPAÇO

Os participantes do primeiro treinamento

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Acreditar e fazer são palavras de or-dem na vida do sargento Ramos. E são justamente essas palavras que edificam o homem que ele é hoje e que servem de exemplo para todos que desejam transformar sonhos em realidade.

Ramos ingressou na FAB em 1990, após prestar concurso para a Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR). Apaixonado por eletrônica, ele optou por essa especialidade, porém foi se-lecionado para cursar comunicações (BCO), que foi sua terceira opção.

A vontade de aprender eletrônica era tão grande, que ele até pensou em pe-dir desligamento e prestar novo con-curso, mas as dificuldades financeiras que a sua família enfrentava naquele momento, fizeram com que Ramos de-sistisse desta ideia.

Persistente, determinado e profissional altamente capacitado - principalmente no que diz respeito à eletrônica - o 1S BCO Márcio Gonçalves Ramos é o destaque desta edição.

Entrevistado por Denise FontesFotos de Luiz Eduardo Perez

Mas isso não impediu o nosso en-trevistado de seguir seus planos pro-fissionais e dedicar-se ao seu objetivo. Durante os dois anos em que esteve na EEAR, ele adquiriu diversas revistas de eletrônica na banca de jornal locali-zada dentro da escola.

“nessas revistas eram publicados cursos que ensinavam a teoria dos primeiros conceitos e vários circuitos eletrônicos para montagem prática do que se aprendia na teoria com explica-ções detalhadas sobre seu modo de funcionamento”, relata Ramos.

Ele conta que o interesse pela eletrô-nica surgiu na adolescência, influen-ciado pelo personagem “MacGyver”- uma série de televisão americana exi-bida entre os anos 1980 e 90, onde um agente secreto que não usava armas,

Quemé?

Com a eletrônica, um talento reconhecido

Ramos1S BCO

12 AEROESPAÇO

Page 13: Aeroespaço 39

resolvia os seus problemas graças a conhecimentos científicos, engenho-cas, e ao seu canivete suíço. Diante desse sonho, Ramos não teve medo de apostar que seria capaz de alcançar por conta própria o conhecimento para fazer as suas descobertas. Confian-ça, disposição e muito estudo foram as ferramentas utilizadas para vencer esse desafio.

Com muita criatividade e força de vontade, desde cedo, sargento Ramos desenvolveu projetos inovadores. Sua primeira montagem prática foi um con-tador digital, onde dez pequenos emis-sores de luz chamados leds acendiam em sequência. “Esse circuito serviu de inspiração para a criação de meu pri-meiro sequencial de iluminação para as festas da turma do bairro, onde eu morava no Rio de Janeiro”, conta com orgulho o autor da invenção.

Obstinado em desenvolver novos projetos, logo depois, Ramos montou a pedido de um amigo de alojamento que tocava na banda da escola, um “distorcedor” para guitarra. Para se ter uma ideia, esse equipamento é um tipo de circuito que se caracteriza pela am-plificação excessiva do sinal de áudio captado por um instrumento musical, provocando um tipo de efeito sonoro muito utilizado em guitarras elétricas. Sem o “distorcedor”, esse instrumento assemelha-se a um violão elétrico.

Ele conta que com o salário de alu-no, conseguiu adquirir seus primeiros

componentes eletrônicos e guardava-os em caixinhas de fósforos. Quando passava algum final de semana na es-cola, montava em uma placa de expe-riência - conhecida no ramo de eletrô-nica como proto-board - que permitia a montagem e desmontagem dos circui-tos aproveitando os mesmos compo-nentes, possibilitando assim exercitar sempre na prática aquilo que aprendia nas revistas.

Em 1992, 1S Ramos adquiriu seu primeiro livro de eletrônica digital, ser-vindo de base para os seus estudos. A partir daí, passou a se empenhar ao aprendizado da eletrônica digital básica através de livros e revistas, au-mentando o seu conhecimento. Mais tarde, estudando por conta própria, ele conheceu o universo dos microproces-sadores, especializando-se cada vez mais nesta área .

Em 2004, mais uma experiência marcante. Por solicitação do então Coronel-Aviador Carlos Vuyk de Aqui-no, à época comandante do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTA II) e, como atual Brigadeiro-do-Ar, pre-

sidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), Ramos desenvolveu um outro projeto: intercomunicadores para serem aplicados no Laboratório de Idiomas (LABID). Foram construí-dos 12 módulos de intercomunicado-res para os alunos do Laboratório de Idiomas e um módulo mestre controla-do pelo professor, capaz de gerenciar a comunicação com todos os alunos através de um fone de ouvido com mi-crofones.

O Brigadeiro Aquino conta que os benefícios do projeto foram a simplici-dade e o custo, além da rapidez para ficar pronto. “Ele fez um sistema ex-tremamente singelo e altamente ope-racional, que atendeu plenamente os nossos objetivos. Ramos soube enten-der o problema e disponibilizar o siste-ma com as características exatas que precisávamos”.

Seu atual chefe, Capitão Calderal, que o conhece há 16 anos, manifestou satisfação em ter conhecido e traba-lhado com Ramos. “Pude comprovar o eficiente trabalho realizado por ele no Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC). Lembro, também, que em maio de 2003, solicitei que ele desenvolves-se para o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Curitiba (DTCEA-CT) um projeto do Sistema de Gravação de Dados de Radar por Computador e fui prontamente atendido. Posso dizer que além de ser um excelente profissional, ele é um grande amigo”.

De fato, a qualidade de seu trabalho é atestada por aqueles que o conhecem É o que relata o Brigadeiro Aquino. “Ramos tem uma mente incansável, está sempre inventando um novo pro-jeto. Hoje, ele tem um profundo conhe-cimento de eletrônica digital. Eu diria que são poucos dentro da Força Aérea que detêm esse conhecimento”.

De todos os programas que desen-volveu, o mais importante, segundo 1S Ramos, foi o sistema de rastreamento de aeronaves SAR baseado em loca-

Aplicação dos seus conhecimentos na criação dos projetos eletrônicos

“Se tivesse que recomeçar, faria tudo com o mesmo empenho, garra e com a

mesma satisfação”.

13AEROESPAÇO

Page 14: Aeroespaço 39

Em 2003 no Centro de Comunicações (CCOM) do 1º/1º GCC, durante a operação "Profetex" para avaliação de funcionamento da Rede Profeta

Em 1998 em uma missão do 1º/1º GCC no GEICAMP na Serra do Cachimbo - Pará, em meio a floresta amazônica

postos de comunicações instalados em locais desprovidos de meios de telecomunicações serem capazes de enviar e receber e-mails de qualquer organização militar do COMAER, expli-ca Ramos.

Seu amigo, o 2S BET Arraes, do efe-tivo do 1º/1º GCC, que acompanhou o desenvolvimento da Rede Profeta em dezembro de 2002, comenta que Ra-mos sempre foi uma pessoa simples e aplicada nos seus trabalhos. Com es-sas características marcantes em sua vida profissional, realizou inúmeras atividades em benefício do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

Um outro recente trabalho desenvol-vido pelo 1S Ramos foi o projeto para

o Centro de Gerenciamento da na-vegação Aérea (CGnA), batizado de CROnOVOX. A pedido do chefe da Di-visão de Operações, Tenente-Coronel Aviador José Vagner Vital, ele criou um equipamento eletrônico capaz de rea-lizar a medição de tempo da conver-sa entre controlador de tráfego aéreo e piloto, através de fitas gravadas, de forma automática por detecção da ati-vidade de voz.

Segundo o Tenente-Coronel Vital, este circuito vem sendo utilizado com êxito, levando a resultados ex-traordinários. Levantamentos que necessitavam de uma semana para serem concluídos passaram a ser fei-tos em pouco mais que uma hora e meia. Esse avanço foi um passo im-portantíssimo que permite ao CGnA calcular as capacidades de todos os setores de FIR (Região de Informa-ção de Voo) e TMA do Brasil (Área de Controle Terminal), pelo menos duas vezes por ano.

Respeitado por seus familiares e por seus colegas de trabalho, Ramos, que nunca teve qualquer cadeia ou detenção e tem Medalha de Bronze por tempo de serviço, desde janeiro de 2003 trabalha no DTCEA-CT, na subseção de Informática. nos seus quase 20 anos de atividades, com dedicação exclusiva à Força Aérea, o

sargento Ramos sente-se gratifica-do com a carreira militar e plenamente realizado, por ter seus trabalhos reconhecidos. Através de sua história de vida, percebemos que, ao acreditar em seus so-nhos e lutar por seus ide-ais, é possível vencer. Foi assim que o nosso entre-vistado chegou até aqui. Movido a desafios, Ramos está sempre aprimorando seus estudos, capacitando-se cada vez mais e investin-do em sua grande paixão – a eletrônica.

lização GPS e transmissão de dados através de radio HF para emprego em comando e controle.

“O projeto foi proposto para a Divisão de Busca e Salvamento (D-SAR) do DECEA, a fim de possibilitar o acom-panhamento de uma aeronave de bus-ca e resgate da Segunda Força Aérea (FAe II) ao realizar uma missão de sal-vamento”, orgulha-se Ramos. Como podemos ver, ele não para, dedica horas a fio aos seus projetos, restan-do pouco tempo para família, mas a esposa entende e tem orgulho do seu trabalho.

Ramos é casado com a administrado-ra de empresas Susana há oito anos. Moram em Curitiba – Paraná. Embora seja carioca, ele se adaptou plenamen-te ao clima frio da cidade e fez grandes amigos.

Fora da FAB, ele aproveita o tempo livre para ouvir música, assistir a filmes e, claro, se dedicar integralmente à lei-tura de seus livros técnicos e desenvol-ver seus circuitos eletrônicos. E para dar conta de aprontar os seus projetos e cumprir os prazos, o que não falta é empenho de sua parte. “Sempre que é preciso trabalho aos sábados e domin-gos”, declara.

A vida militar do nosso entrevista-do começa em 1991 – ele formou-se como terceiro sargento, sendo classifi-cado para o 1º/1º GCC na Base Aérea de Santa Cruz no Rio de Janeiro, onde trabalhou por onze anos, exercendo funções administrativas e operacio-nais.

Ao prestar serviço nessa unidade, Ra-mos teve oportunidade de participar de algumas missões. Segundo ele, a mais importante foi a de avaliação da Rede Profeta em 2003 na Operação Pro-fetex, onde foi convidado pelo então Tenente-Coronel Jerônimo a participar dessa avaliação no Centro de Comuni-cações, gerenciando o sistema.

A Rede Profeta é um sistema de co-municação por correio eletrônico, im-plementada com a utilização de rádio por frequência HF, possibilitando os

Fotos: Arquivo pessoal

14 AEROESPAÇO

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O CRONOVOX veio para tornar possível o processo de cálculo de capacidade dos setores de FIR (Região de Informação de Voo) e de TMA (Área Terminal) de maneira mais rápida e com atualizações mais frequentes. O uso desse sistema foi um importante passo para a evolução do gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo no Brasil

infraestrutura aeronáutica disponível e a demanda de voos previstos. neste con-texto, um dos fatores importantes a ser considerado na definição da infraestrutu-ra de prestação de serviço disponível é o número médio de aeronaves controladas simultaneamente por uma posição ope-racional, seja em um Centro de Contro-le de Área (ACC) ou em um Controle de Aproximação (APP).

Cada posição operacional de ACC e APP é responsável por uma porção de espaço aéreo definida como Setor de FIR ou Setor de TMA respectivamente.

Esse número médio de aeronaves con-troladas simultaneamente por uma po-sição operacional para um Setor de FIR ou de TMA é denominado Capacidade de Controle de Tráfego Aéreo (ATC) e reflete a capacidade do sistema ATC ou de qualquer um de seus subsistemas ou posições operacionais, de fornecer às ae-ronaves os serviços previstos dentro das atividades normais destes órgãos.

no Brasil, o CGnA calcula a capacidade ATC das FIR e das TMA observando-se as capacidades de seus setores, que são obtidas analiticamente segundo a meto-dologia mesoscópica preconizada na ICA 100-30, Planejamento de Pessoal ATC.

De acordo com o modelo utilizado no Brasil, a carga de trabalho de um contro-lador é o somatório dos tempos dispen-sados com:1. Comunicação (transmissão / recepção);2. Atividades manuais (preenchimento de “strips”) e coordenação; 3. planejamento e distribuição do tráfego.

A metodologia da ICA 100-30 utiliza o conceito de “fator de disponibilidade” do controlador f, que é definido como o percentual de tempo disponível para o controlador de tráfego aéreo (ATCO) planejar os procedimentos de separa-ção do tráfego e se comunicar com as aeronaves.

Este fator de disponibilidade situa-se entre um valor mínimo de 40% do tem-po do ATCO, para controle não radar, e

Atualmente no Brasil, existe um esforço conjunto, entre o Departamento de Con-trole do Espaço Aéreo (DECEA), a Agên-cia nacional de Aviação Civil (AnAC), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (InFRAERO), e demais ad-ministradores de aeroportos e empresas aéreas, no sentido de harmonizar a dis-tribuição dos voos regulares e obter um fluxo de tráfego aéreo que permita que a execução das operações aéreas ocorra de forma regular, pontual e com segurança.

Esta ação, aliada ao gerenciamento do fluxo feito pelo Centro de Gerenciamento da navegação Aérea (CGnA), que inclui proposição de rotas alternativas e outras medidas gerenciais, vem possibilitando uma diluição do tráfego durante todo o dia na maioria dos Setores de FIR (Região de Informação de Voo) e de TMA (Área Terminal).

Esse planejamento do fluxo de tráfego aéreo no Brasil leva em consideração a

Cronovox

Usina de Ideias

15AEROESPAÇO

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acima de 60%, para controle radar. Este fator f pode apresentar um percentu-al maior ao se aperfeiçoar a Interface Homem/Máquina (IHM) da console de controle.

no Brasil, o cálculo do número de aero-naves que podem ser controladas simul-taneamente por um controlador (n), no setor considerado, é expresso através da seguinte fórmula (ICA 100-30):

n = f . T . (h . tm )-1 (1)

na fórmula (1), a capacidade ATC é fun-ção direta ou inversa de alguns fatores (ICA 100-30), a seguir considerados:• fatores diretamente proporcionais à

capacidade ATC:f: fator de disponibilidade do controla-

dor, definido como o percentual de tempo disponível para planejar os procedimen-tos de separação do tráfego e se comuni-car com as aeronaves;T: tempo médio de voo das aeronaves

na travessia do setor, que é função das trajetórias e dos procedimentos de rota ou terminal estabelecidos para cada setor;• Fatores inversamente proporcionais à

capacidade ATC:h: número de comunicações para cada

aeronave no setor, que deve ser restrito ao mínimo necessário para o entendimen-

to entre o piloto e o controlador. Ele pode ser minimizado através da emissão de uma autorização completa com uma an-tecipação suficiente para o planejamento do voo;tm : tempo médio de duração de cada

mensagem. Este fator pode ser minimiza-do ao se emitir mensagens de maneira objetiva, sem longas explicações prejudi-ciais ao entendimento entre o piloto e o controlador.

Os valores dos fatores f, T, h e tm são levantados por amostras, seguin-do-se os procedimentos padroniza-dos na ICA 100-30.

O tamanho das amostras necessárias é

definido considerando-se uma distribui-ção normal, de forma a se obter resulta-dos com um nível de confiança de 95% e uma tolerância de erro de 5%. Para tanto, o número de controladores e de aerona-ves a serem consideradas nas medidas é definido utilizando-se a técnica de amos-tragem aleatória simples para populações finitas e o número de mensagens consi-deradas na cronometragem de tm é defi-nido pela técnica de amostragem aleató-ria simples para população infinita.

Como exemplo, podemos considerarT = 12 minutostm = 9 segundosf = 60%, h = 6o que resulta em um número de aerona-

ves simultâneas n = 8 por controlador no referido setor. Em outras palavras, neste se-tor e nestas condições, um controlador ge-renciaria simultaneamente oito aeronaves.

Vários fatores estão constantemente in-fluenciando o número n, como por exem-plo, tamanho do setor ou meteorologia. Por isso, sempre que se observa uma mudança significativa na infraestrutura aeronáutica e nas composições das equipes de ATCO, faz-se necessária uma atualização do valor determinado. Além disso, é importante que a coleta de dados seja bastante significativa, a fim de diluir os desvios estocásticos tem-porários e de representar valores fidedignos para o órgão ATC.

nas condições ideais, o levantamento de dados deve ser feito no momento em que haja grande movimento de tráfego aéreo,

Setores de FIR

Setores dos APP Rio de Janeiro e São Paulo

Fig. 1

Fig. 2

16 AEROESPAÇO

Page 17: Aeroespaço 39

Áudio

Excel csvRS 232CRONOVOX

MP3Player

Fig. 3 - Análise de tm por gravação de atividade de voz em um arquivo de gravação em formato MP3

Diagrama de Blocos do Sistema

A Gestão de Talentos

Por Cézar Furtado – 1T QOEA Com

por isso a escolha da época ideal é fator a ser considerado, e tem influência direta no resultado final.

O CGnA define o melhor momento para o cálculo, observando o movimento ocorrido no setor nos últimos seis meses, utilizando a gravação das fitas dos Centros de Contro-le com duração suficiente para obtenção de amostras de h e tm e calculando o valor T com todo o movimento registrado no maior período possível.

A necessidade de se atualizar rotineiramen-te os valores de n para todos os setores de FIR e de TMA do Brasil, tornou-se necessária a busca de procedimentos cada vez mais automatizados para viabilizar a tarefa do CGnA.

neste contexto, verificou-se a importância de se procurar técnicas para se cronometrar

tm de maneira mais rápida, pois esta é a ta-refa que demanda mais tempo no processo de cálculo de n.

O problema técnico a ser resolvido para viabilizar esta tarefa era como distinguir o início e o final de uma comunicação nas fi-tas gravadas disponíveis. Inicialmente, para resolver este problema, cogitou-se procurar padrões que indicassem o sinal de PTT e SQUELSCH nas fitas por software, mas isso parecia ser um longo caminho a ser trilhado.

Foi então que o CGnA tomou conhecimen-to, através do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTA II), em maio deste ano, de um trabalho realizado pelo 1S Ramos do Desta-camento de Controle do Espaço Aéreo de Curitiba (DTCEA-CT) que, através de um cir-cuito desenvolvido por ele, permitiu que uma

aeronave utilize seu VHF para se comunicar com um ponto de telefone no solo, passan-do por uma central telefônica comum. Isso deixou evidente que o sargento Ramos con-seguiu transpor o problema de identificar o início e o final de uma comunicação via hardware.

O CInDACTA II foi procurado pelo CGnA e prontamente apoiou a participação do sargento Ramos para desenvolver um novo circuito, baseado em seu circuito de comu-nicação VHF-Telefone, que permitisse a cro-nometragem automática de tm através de fitas gravadas. A figura 3 mostra o diagrama de blocos do sistema solicitado. Além de não colocar obstáculos à participação do 1S Ramos, o CInDACTA II colaborou ativamen-te, enviando as fitas de áudio necessárias ao cálculo da capacidade ATC.

Em menos de uma semana, as adapta-ções foram concluídas e o circuito passou a ser testado no CGnA pelo SO R1 Cosme, que tratou de comparar os resultados obti-dos manualmente e via circuito do Sargento Ramos, batizado de CROnOVOX.

Desde maio, este circuito vem sendo utilizado com êxito, levando a resultados extraordinários. Levantamentos que antes necessitavam de uma semana para serem concluídos passaram a ser feitos em pouco mais que uma hora e meia. Esse avanço foi um passo importantíssimo que permite ao CGnA calcular as capacidades de todos os Setores de FIR e TMA do Brasil pelo menos duas vezes por ano.

A filosofia do sistema de cálculo automa-tizado de capacidade ATC utilizado pelo CGnA, viabilizada com o apoio do 1S Ra-mos, é bastante robusta, pois sendo basea-da em comunicações VHF, apresenta a van-tagem de não depender de sistemas radar para ser utilizada.

SO R1 Cosme testa CRONOVOX no CGNA

O autor é chefe da Divisão de Operações do Centro de Gerenciamento da Navega-çao Aérea (CGNA)

Por Ten Cel Av José Vagner Vital

17AEROESPAÇO

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Por Denise FontesFotos de Fábio Maciel

Clima Organizacional: uma preocupação do DECEA

Diante da importância dos profissionais, hoje o universo corporativo reconhece que é indispensável contar com pessoas comprometidas e que façam o diferencial na organização. Contudo, como fazer com que eles dêem o melhor de si e superem metas estabelecidas?

Nesse caso, a organização necessitará conhecer a realidade do seu efetivo, ou seja, saber aquilo que os profissionais precisam para se manter motivados. Para isso, é necessário ter em “mãos” um diagnóstico que dê um norte às suas ações estratégicas. Uma ferramenta mui-to utilizada no mercado para fazer esse “check-up corporativo” é a Pesquisa de Clima Organizacional (PCO), afinal atra-vés dela é possível identificar os pontos fortes e os que precisam ser reavaliados no ambiente de trabalho.

Cuidar do clima organizacional é uma preocupação do Departamento de Con-trole do Espaço Aéreo (DECEA), que recorreu a essa ferramenta com o obje-tivo de mapear as necessidades do seu efetivo e conhecer o grau de satisfação em relação a diversos aspectos motiva-cionais.

A Assessoria de Comunicação Social (ASCOM-DECEA) foi a responsável por desenvolver e coordenar a aplicação da PCO em parceria com os Elos de Comu-nicação das OM subordinadas.

A pesquisa realizada no período de 1º a 30 de setembro, foi dirigida inicialmen-te aos graduados – sargentos e subofi-ciais, sendo aplicada em todas as orga-

nizações militares e nos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA), que possuem no efetivo mais de 100 graduados. O numero de participantes totalizou 1919 profissionais, represen-tando uma amostra de 40% do universo pesquisado.

O Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Car-doso, destacou a importância da pes-quisa para o Sistema. “Nós precisamos conhecer um pouco mais o que está acontecendo no seio da organização. Esse trabalho que está sendo realizado visa que todos nós possamos tomar co-nhecimento do que acontece no âmbito de cada unidade de maneira a permitir que tenhamos o conhecimento integral não só do trabalho, mas também dos homens e mulheres que compõem essa organização”, declarou.

Essa importante ferramenta implanta-da pelo DECEA passou a ser conside-rada uma aliada da gestão participativa. Através da sua aplicação, foi possível mensurar e avaliar se as práticas da organização estão alinhadas com as ex-pectativas do efetivo.

Dentre os benefícios oferecidos pela pesquisa de clima, observa-se ainda

18 AEROESPAÇO

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a possibilidade de buscar a otimiza-ção da comunicação, a identificação das necessidades de treinamentos e a melhoria contínua da qualidade do am-biente de trabalho.

Com os resultados da pesquisa será possível monitorar e aperfeiçoar a sa-tisfação do efetivo, criando um canal de diálogo e de trocas mútuas que poten-cializem a convivência, o relacionamen-to e o próprio trabalho.

Assim, o DECEA obterá um diagnós-tico que permite reconhecer o público interno em suas necessidades e aspi-rações. Através dessa iniciativa passa a conhecer a visão dos profissionais sobre a organização e identificar as condições de relacionamento entre os diferentes níveis hierárquicos.

Além de traçar esse perfil organizacio-nal, através da adoção da pesquisa de clima, o DECEA pretende ainda:

• possibilitar o desenvolvimento profissional através de estraté-gias de qualificação;

• oferecer condições de segurança adequadas para o trabalho e• identificar os pontos críticos exis-

tentes na organização.

Metodologia A pesquisa foi realizada por amos-

tragem através de questionário não identificado, com 30 questões e qua-tro opções de respostas. A aplicação foi disponibilizada por meio eletrônico, via intraer, tornando o processo mais

rápido. A Assessoria de Comunicação do DECEA criou um sistema (desen-volvido internamente) para aplicação e tabulação dos dados, facilitando a análi-se e, a interpretação dos resultados.

Assuntos focados pela PCO:• Comunicação interna• Relacionamento com a chefia• Integração entre setores da organização• Condições do ambiente de trabalho• Oportunidade de ascensão, valoriza-

ção e reconhecimento profissional• Segurança no trabalho• Qualidade de vida

Divulgação da pesquisaO DECEA realizou um trabalho de co-

municação interna através de cartazes confeccionados especialmente para essa finalidade, notas divulgadas na intraer, palestras, entre outros. Foi rea-lizado um amplo processo de divulga-ção interna, explicando os motivos e os objetivos da importância da pesquisa, com total isenção e transparência.

Durante o período de divulgação, os elos de Comunicação desempenharam de forma eficiente a tarefa de esclarecer a metodologia, além de conscientizar os graduados quanto à sinceridade nas respostas e, principalmente, ressaltar que o diagnóstico servirá para direcio-nar os futuros planos de melhorias.

Para o chefe da Comunicação Social do Instituto de Controle do Espaço Aé-reo (ICEA), Tenente Roberto Márcio

dos Santos, que coordenou a aplica-ção da PCO na unidade, os graduados atenderam prontamente ao chamado, de forma que podemos caracterizar a participação como voluntária, já que, como tínhamos que recrutar 40% para responder a pesquisa, ao fazer a con-sulta sobre a disponibilidade de cada um, todos atendiam espontaneamen-te. Segundo ele, através da pesquisa será possível identificar os espaços para que a Comunicação Social pos-sa atuar na busca da interação e arti-culação entre os diversos setores das organizações do DECEA, qualificando a execução dos “Programas Básicos”, previstos na ICA 142-1, referente ao Plano de Comunicação Social.

O papel dos elos de Comunicação Social Em um primeiro momento, a aplica-

ção da pesquisa de clima organizacio-nal pode causar impacto não apenas ao efetivo, mas também para quem coordena. no entanto, quando os elos entendem a importância dessa ferramenta, a visão pode ser outra, visto que a li-derança passa a ver nessa prática, a oportunidade de melhorar as relações interpessoais e, consequentemente, contribuir para tornar o ambiente de trabalho mais eficiente, eficaz, acolhe-dor e agradável.

Segundo o assessor de Comunicação Social do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTA I), Tenente-Coronel R1 Francisco Vilson de Sousa, a pes-

Divulgação e aplicação da PCO no DTCEA - BE

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quisa vai trazer vários benefícios para a organização, a exemplo do aumento do índice de satisfação, visto que o recurso possibilita as tomadas de decisões para melhorar o ambiente de trabalho.

O chefe da Comunicação Social do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTA IV), Capitão Aviador Ri-cardo da Silva Miranda atestou o que podemos comprovar em todas as uni-dades onde a pesquisa foi aplicada. “A pesquisa pode detectar não apenas o clima organizacional – seu principal ob-jetivo – mas também relacionamentos, anseios, expectativas e até obter suges-tões de melhoria junto ao efetivo. É a oportunidade que muitos profissionais não teriam, em situações normais, de expressar suas opiniões em relação ao ambiente de trabalho e ao contexto da organização”.

A visão dos comandantes Para o comandante do Destacamen-

to de Controle do Espaço Aéreo de Brasília (DTCEA-BR), Tenente-Coronel-Aviador Fernando Augusto Maschio de Siqueira, ações dessa natureza são de extrema importância. “Com o resultado da pesquisa, esperamos que o DTCEA-

BR seja, de fato, uma unidade cada vez melhor, tanto para aqueles que contam com os serviços aqui prestados, quanto para aqueles que aqui desempenham suas atividades profissionais”, concluiu.

A iniciativa foi elogiada, também, pelo comandante do CInDACTA I, Brigadei-ro-do-Ar Mauricio Ribeiro Gonçalves, que destacou a preocupação do Te-nente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso – em proporcionar o bem-estar para o efetivo do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) a fim de que se tenha um ambiente de trabalho saudável.

na visão do comandante do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), Tenente-Coronel Aviador Guilherme Ruy Alves de Souza, essa iniciativa em muito contribuirá para o aprimoramento da garantia do controle do espaço aé-reo brasileiro.

Somando-se a esses depoimentos, o diretor do ICEA, Coronel-Aviador Paulo Roberto Sigaud Ferraz destacou que “o aspecto mais positivo sobre a pesquisa é o profissionalismo, reconhecido pelo DGCEA, da missão da comunicação so-cial, que não está buscando apenas con-tribuir para a eficiência dos resultados, mas também para a eficácia do controle

Comandante e efetivo do DTCEA-BR empenhados com a aplicação da PCO

do espaço aéreo e seus profissionais, num ambiente acolhedor e agradável, o que qualifica os resultados”.

Os resultadosA próxima etapa será a análise e in-

terpretação dos resultados. A pesquisa de clima revelou dados importantes. O Índice de Satisfação Geral (ISG) entre os cinco temas abordados teve 63,60% de aprovação na media final no âmbito SISCEAB. Entre as variáveis estão a sa-tisfação e reconhecimento profissional (aceitação de 64,28%), comunicação (69,84%), estrutura física do ambiente de trabalho (60,49%), aspectos motiva-cionais (62,72%) e atualização de co-nhecimentos (61,61%).

A partir dessa primeira pesquisa rea-lizada com o corpo de graduados em todas as OM subordinadas, o DECEA comprovou a importância de conhecer as reais necessidades do efetivo de sua organização. Pois, para uma direção que tem consciência de que os resulta-dos do trabalho estão intimamente liga-dos ao capital humano e esse, por sua vez, obtém um melhor desempenho quando se encontra motivado, prestar atenção ao que os profissionais têm a dizer faz a grande diferença.

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Setembro foi um mês de conquis-tas esportivas. no dia 18, na Esco-la de Educação Física do Exército (ESEFEX) do Rio de Janeiro, foi re-alizado o lançamento dos V Jogos Mundiais Militares – os Jogos da Paz – que ocorrerão na cidade do Rio de Janeiro em 2011.

Segundo a ESEFEX este é o terceiro maior evento esportivo do mundo. Re-alizado a cada quatro anos, o evento é organizado pelo Conselho Internacio-nal do Esporte Militar (CISM).

no lançamento estiveram presentes o Ministro da Defesa, nelson Jobim; o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; o Ministro dos Esportes, Orlando Silva; o Presidente do CISM, Major General Gianni Golla; o Prefeito da Cidade do Rio de Janei-ro, Eduardo Paes; e demais autorida-des civis e militares das Forças Arma-das e atletas olímpicos.

Muitas modalidades foram represen-tadas por atletas que fizeram demons-trações para o público. Apresentaram-se esportistas do Atletismo, Basquete, Boxe, Ciclismo, Esgrima, Futebol, Hi-pismo, Judô, Luta Livre, Orientação, Pentatlo Moderno, Pentatlo Militar, Ta-ekwondo, Tiro, Triatlo, Vela e Vôlei.

Como ícone universal da paz, a pom-ba foi escolhida pelo o CISM para ser a marca oficial dos V Jogos Mundiais Militares.

A logomarca do evento simboliza também o alto voo da busca pelos re-cordes e pela quebra de limites. Fala se autossuperação. As asas de fogo remetem à energia dos atletas e ao ideal olímpico.

E é justamente isso que vai ocorrer em 2011. União, garra e superação.

Dois destaques esportivos de cada Força Armada (Marinha, Exército e Aeronáutica) seguraram a bandeira símbolo dos jogos que tremulou pela primeira vez.

E é aqui que o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, mais uma vez, pode demonstrar seu orgulho de ter, pois dentre os atletas que levaram

Com a garra e a motivação de sempre, Lislaine representa a FAB nos jogos Mundiais Militares

Por Telma Penteado

Conquistas: Esporte é vida

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a bandeira estava, a Tenente Lislaine Link, nossa campeã em Corrida de Orientação.

Do Brasil para a HungriaEm agosto deste ano nossa atle-

ta marcou presença no 26º World Orienteering Championship (WOC) 2009 (Campeonato Mundial de Orientação) – evento civil realizado na cidade de Miskolc, Hungria.

Sua ida para o evento é especial-mente significativa por se tratar da pri-meira vez em que um atleta brasileiro participa da mais importante competi-ção internacional de Orientação.

O evento, ocorrido no período de 16 a 23 de agosto, contou com a partici-pação de 45 países, 700 competido-res e 400 organizadores.

Segundo o site oficial do WOC 2009, o objetivo principal do WOC é “promo-ver a orientação e os seus princípios positivos através de uma campanha nacional permanente e de mobilizar estudantes e suas famílias para a prá-tica desportiva”.

Lislaine também participou da Hungarian Cup, competição com-posta por seis percursos, dos quais ela correu na área do Middle Final Dis-tance, do Relay e do Long Distance.

Danilo Dantas de Lima, Técnico em Eletrônica e Telecomunicações Aeronáuticas do Primeiro Centro In-tegrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CInDACTA I), é mais uma vez campeão de natação na série Master do XVI Campeonato de natação norte, nordeste, Cen-tro-oeste, realizado pela Associação Paraense Master de natação (APA-Mn) e ocorrido no período de 05 a 07 de setembro, em Belém (PA).

A travessia consistiu num percurso de 1.500 metros na Ilha de Mosquei-ro e foi a primeira vez que a série

master de natação realiza uma pro-va em água aberta. Aos 54 anos, Danilo conquistou o primeiro lugar da prova de Revezamento 4X50 me-tros Livre Misto, conquistando mais uma medalha para a sua coleção.

na verdade, o ano de 2009 tem sido de grandes vitórias! Danilo já conquistou 26 medalhas no primei-ro semestre, sendo oito de Ouro, seis de Prata e 12 de Bronze e vem mantendo o ranking entre os dez melhores nadadores do País, na fai-xa 50+.

Parabéns, Danilo!

Satisfação e conquista na natação!

Fotos: Acervo Lislaine

Foto: 2S Neri (CINDACTA I)

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Conhecendo oDTCEA TANABI-SP Por Daisy Meireles / Fotos de Luiz Eduardo Perez

O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Tanabi (DTCEA-TNB), criado há 21 anos, está localizado no município paulistano que comemorou 127 anos em julho deste ano.

A cidade tem um clima ameno, consequência da construção de lagos artificiais dos rios Paraná e Grande. A temperatura média fica em torno de 22OC.

Segundo o comandante do DTCEA-TNB, o baixo índice de violência em Tanabi e a proximidade com São José do Rio Preto atraem os militares para a cidade, além da ótima estrutura da vila habitacional da Aeronáutica.

Nas próximas páginas mais informações sobre o trabalho desenvolvido pelo efetivo do DTCEA-TNB e sobre a cidade de Tanabi.

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O comandante natural de Santa Cruz do Rio Pardo – SP, o Capitão

Especialista COM Silas Martins da Costa, tem 41 anos.

É casado com Márcia, com quem tem dois filhos: Sara

(8 anos) e Samuel (15 anos). A esposa do comandante

é uma colaboradora do Destacamento na área social.

Silas ingressou como soldado da FAB, em agosto

de 1987, na Academia da Força Aérea (AFA),

Pirassununga – SP. Alguns anos depois galgou

as seguintes graduações: Terceiro Sargento em

junho/1990, Segundo Sargento em abril/1996 e, por

intermédio de realização do Curso de Formação de

Oficiais Especialistas (CFOE) no CIAAR, em outubro de

1999, foi declarado Segundo Tenente. Em dezembro

de 2001 foi promovido a Primeiro Tenente e ao posto

de Capitão em dezembro de 2007.

Tem os seguintes cursos militares: Preparação

de Monitores, Elaboração de Material Instrucional,

Padronização de Instrutores do SISCEAB, Tecnologias

de Comunicações Aplicadas ao Controle do Espaço

Aéreo, Básico de Manutenção Radar e Básico de

Busca e Salvamento.

O capitão é graduado em Administração de

Empresas, desde 1997, pela Faculdade nogueira da

Gama - Guaratinguetá - SP.

Serviu nas seguintes OM: AFA (1987), EEAR (1988-

1998, monitor), CIAAR (1999), CInDACTA II (2000-

2004, chefe das seções de Mecânica e Refrigeração,

de Eletricidade e Eletroeletrônica e da subdivisão de

Eletromecânica). Há quatro anos, desde 2005, está no

comando do DTCEA-TnB.

Histórico do DestacamentoCriado pela portaria nº R-100/GM3 de 03 de março

de 1988 e foi construído no período de maio de 1986 a

outubro de 1988. O início das atividades começou em

maio 1989, quando era denominado Destacamento de

Proteção ao Voo (DPV DT – 43), que começou a ser

criado com o anteprojeto de renovação do Sistema de Defesa

Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA) em março de

1985. Dois anos depois, em 8 de julho de 1987 foi aprovado

o Regulamento de DPV DT, que tinha por finalidade operar e

manter os equipamentos de proteção ao voo, detecção e

telecomunicações do SISDACTA. Sua denominação para

Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Tanabi só foi

modificada através da Portaria nº 183/GC3, de 27 de fevereiro

de 2003.

O Radar TRS2230 iniciou as operações em caráter experimental,

tendo sido homologado em maio de 1989.

na história da Unidade está registrada a passagem – além do

Capitão Silas - comandante do DTCEA-TNB

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição - padroeira da cidade, tem 87 anos

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A estrutura da Vila habitacional - bom motivo para servir no DTCEA-TNB

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A estrutura da vila habitacional e alojamento de trânsitoOs apartamentos destinados aos sargentos,

suboficiais e cabos têm três quartos, sendo um suíte,

um banheiro social, cozinha, lavanderia e um quarto

com banheiro para empregado. São dois blocos com

12 apartamentos cada um e todos com garagem sob

pilotis dos prédios, protegendo da chuva e do sol. As

duas casas para os oficiais têm a mesma estrutura dos

prédios.

na área coletiva da vila, os militares e suas famílias

compartilham de quiosque, campo de futebol,

quadra de futebol, salão de festas, salão anexo com

churrasqueira, quadra poliesportiva, duas piscinas

(para adulto e criança) e uma sauna.

Quatro soldados fazem a manutenção da área

coletiva, conservando o ambiente limpo e agradável

para a comunidade aeronáutica de Tanabi.

O alojamento de trânsito ocupa seis apartamentos

com a mesma estrutura da vila, num outro bloco,

destina-se aos militares e civis do Comando da

Aeronáutica que estejam em curso ou realizando

serviços no DTCEA.

A vila está bem localizada, no bairro Tangará, e o

Destacamento dispõe de um micro-ônibus para os

deslocamentos do efetivo. O trajeto da vila ao DTCEA,

10 km, é realizado no tempo aproximado de 20

minutos.

TanabiUm parque ecoturístico com área recreativa para

crianças e um lago artificial é uma das atrações de

lazer de Tanabi. no local são promovidos shows para

a comunidade.

Outras opções são oferecidas através dos clubes

(Tangarás, AABB e Banespa), além de áreas de lazer

distribuídas pelos bairros da cidade.

A cidade tem uma escola particular de 1º e 2º grau

e escolas públicas e municipais.

atual – mais cinco comandantes, desde a sua fundação: Cap Esp

BSP Paulo César Moreira (1991-1996), Maj Esp COM Telmo Flores

dos Santos (1996-1999), 2º Ten QOEA COM Anselmo de Araújo

nunes (1999-2001), Maj Av Hélio Luis Camões de Abreu (2001-

2004), Cap Esp COM Carlos Martinho Guimarães (2004-2005).

O DTCEA-TnB possui equipamentos de radiodeterminação (radar

primário tridimensional de longo alcance TRS2230, radar secundário

de longo alcance RSM 970S), sistema de telecomunicações (HF,

VHF PARK AIR, UHF, dados do radar de Tanabi que são enviados

para o CInDACTA I e DTCEA Pirassununga) e sistema de energia

(GRUGERS, UCCA, USCA e UPS). Dispõe de acesso a Intranet e

Internet e sistema de segurança eletrônica.

A formatura do efetivo e a KF Na KF militares ativos e comprometidos

25AEROESPAÇO

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26 AEROESPAÇO

A Prefeitura Municipal desenvolve projetos culturais ao longo do ano (Projeto Guri) e em especial no mês de setembro (na semana da cultura).

Trabalho e lazer em harmonia com o meio ambiente é fato comprovado pelas belas paisagens dos rios e campinas ao redor da cidade.

não há uma grande variedade de fornecedores de produtos e serviços, limitação que é resolvida com o deslocamento para a cidade de São José do Rio Preto, distante cerca de 40 minutos.

A Praça João de Melo Macedo, no Centro de Tanabi, foi escolhida como uma das sete maravilhas da região, pelo jornal "Diário da Região", de São José do Rio Preto.

O Destacamento está localizado na região noroeste do estado de São Paulo, no km 4 da Estrada da Grama, município de Tanabi, distante da cidade cerca de 10 km, 18 km de Monte Aprazível, 38 km de Votuporanga,40 km de São José do Rio Preto e 520 km de São Paulo. Há voos para São Paulo, partindo de São Jose do Rio Preto.

O efetivoO DTCEA-TnB dispõe de um

efetivo de 43 militares e dois funcionários civis contratados pela empresa Manchester. Dois são Oficiais, atuando como comandante

O efetivo do Destacamento de Tanabi, durante o seu expediente das 9h às 17h, também desempenha atividades de segurança física de seus equipamentos, instalações e pessoal, dando o suporte técnico/ administrativo necessário ao seu funcionamento

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convidando as autoridades locais. O festival aproxima a comunidade aeronáutica com as outras pessoas da cidade, proporcionando estreitamento cidade, proporcionando estreitamento das relações.

As famílias dos militares participam com frequência dos eventos sociais organizados no salão de festas organizados no salão de festas da vila militar, em especial em datas comemorativas ao dia das datas comemorativas ao dia das mães, dos pais, das crianças e nas confraternizações de final de ano, além de churrascos de finais de semana, após o tradicional futebol.

Peculiaridades do DestacamentoO DTCEA-TNB possui uma

comissão de seleção para incorporação de soldados. Os jovens voluntários da comarca de jovens voluntários da comarca de Tanabi realizam o curso de formação Tanabi realizam o curso de formação em Pirassununga na AFA e, após a conclusão, iniciam sua jornada neste conclusão, iniciam sua jornada neste Destacamento.

Outra peculiaridade é que o Outra peculiaridade é que o CINDACTA I utiliza, desde 2004, CINDACTA I utiliza, desde 2004, as instalações do DTCEA-TNB para ministrar cursos militares. para ministrar cursos militares. Assim, o Destacamento contribui Assim, o Destacamento contribui com a capacitação profissional de aproximadamente 80 militares de outras Organizações da Aeronáutica outras Organizações da Aeronáutica por ano.

A primeira turma formou-se agora A primeira turma formou-se agora em 2009 no curso “NAV 030 – em 2009 no curso “NAV 030 –

e chefe das Seções Administrativa e Técnica.

nas atividades administrativas e de infraestrutura atuam um suboficial, dois 2º sargentos, dois 3º sargentos e seis cabos. Seis S1 e 17 S2 atuam em atividades técnicas, administrativas, de infraestrutura e de segurança do DTCEA-TnB. Atualmente, há necessidade de SO/SGT das especialidades de eletrônica, eletricidade e eletromecânica, para cumprir melhor sua missão.

O relacionamento dos militares com a sociedade O efetivo do DTCEA-TnB participa

de vários eventos em conjunto com a sociedade, tais como: senso, campanhas de arrecadação de alimentos, torneios esportivos envolvendo o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

A comunidade da comarca participa efetivamente de eventos como encontro de violeiros e solenidades militares de comemoração do aniversário de criação do DTCEA-TnB e outros promovidos pela equipe de eventos desta Unidade.

Uma vez por ano acontece um festival de queijos e vinhos no salão de festas da vila habitacional, promovido pelo comandante do DTCEA, com a colaboração e empenho de sua esposa e do elo social do destacamento, que organizam com primor o evento,

Elétrica, UPS e mecânica de grupos geradores”. O curso “TEL 017 - Manutenção e Operação do VHF Park Air” está formando a segunda turma.

Todos os auxílios à instrução são dados no próprio DTCEA-TnB.

A missão A execução das atividades relativas

às funções sistemáticas de prover a detecção radar, telecomunicações, manutenção e conservação dos equipamentos de proteção ao voo sob sua responsabilidade é missão do DTCEA-TnB, o que possibilita a Defesa Aérea e o Controle de Tráfego Aéreo pelo CInDACTA I.

Assistências médica e odontológicaO atendimento médico é

realizado pelo Hospital do Coração e o Instituto de Moléstias (em São José do Rio Preto), laboratórios e clínicas conveniadas à Gama Saúde e Unimed, supervisionado pela SARAM.

na área de odontologia há também a possibilidade de solicitação de tratamentos diretamente a SARAM, (para análise), podendo se obter a autorização para ressarcimento.

Há atendimento previsto, em caso de emergência, no prontossocorro para microcirurgias da Santa Casa

São Vicente de Paulo, em Tanabi.

Indústrias moveleiras e de alumínio trazem o progresso a Tanabi

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