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AERO Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA N O T Í C I A S - A n o 3 - n º 2 2 Antena do Radar Meteorológico do Gama – DF ESPAÇ

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Veja os destaques dessa edição na página da revista no site do DECA

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AEROInformativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA

NO

TÍC

IAS - Ano 3 - n º 2 2

Antena do Radar Meteorológico do Gama – DF

ESPAÇ

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Nesta Edição

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA, produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Expediente

Nesta Edicão

4Pilotos inspetores comemoram o cinqüentenário da inspeção em vôo no Brasil

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8 Seção: Usina de Idéias – Reestruturação organizacional no 1º GCC

11Artigo: A tecnologia das sondas meteorológicas

15 Seção: Eu não sabia! – Tema: A capacitação de graduados em Meteorologia no SISCEAB

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Reportagem Especial: Responsabilidade Social- ações inovadores do DECEA e de suas OM subordinadas contribuem para a melhoria da qualidade de vida

26CINDACTA III realiza Encontro Regional de Operações Militares

Nossa CapaAntena do Radar Meteorológico do Gama – DF

Nesta edição estamos publicando diversos artigos sobre Meteorologia. Portanto, nada mais justo do que ilustrar a nossa capa com uma antena de radar meteorológico. O DECEA vem envidando esforços no sentido de modernizar e implantar um maior número de equipamentos que permitam ampliar a coleta, o tratamento e a divulgação das informações meteorológicas, visando a qualidade da vigilância meteorológica e da prestação do serviço aos usuários com total eficácia e, em conseqüência, prover a segurança e a economia para a navegação aérea.

2º/1º GCC celebra Jubileu de Ouro

4 Maj Brig Ar Ramon assume a Vice-Direção do DECEA

CCA-SJ finaliza projeto de intercâmbio de dados de C2 com o Ministério da Defesa

Artigo: Meteorologia do SISCEAB – sondando novas fronteiras

Diretor-Geral:Maj Brig Ar Paulo Hortênsio Albuquerque e SilvaAssessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1Redação:Daisy Meireles (RJ 21523-JP)Telma Penteado (RJ 22794-JP)

Diagramação & Capa:Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ)Fotografia:Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)Contatos:Home page: www.decea.gov.brIntraer: www.decea.intraer

E-mail: [email protected] / [email protected]ço: Av. General Justo, 160 - Centro - 20021-130Rio de Janeiro/RJTelefone: (21) 2101-6162 ou(21) 2101-6399Editado em janeiro/2007Fotolitos & Impressão: Ingrafoto

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Maj Brig Ar Paulo Hortênsio Albuquerque e SilvaDiretor-Geral do DECEA

Q ue neste início de 2007, quando reiniciamos as nossas trajetórias, dando prosseguimento ao aprimoramento de ferramentas e sistemas de trabalho, cada integrante do DECEA tenha mais viva a consciência do papel que

representa como membro dessa grande malha de gerenciamento do controle do espaço aéreo e o quanto seu esforço individual vai se somando a tantos outros para a elevação da eficiência do serviço prestado por este Departamento.

Nós passamos mais de 65 anos cuidando do controle do espaço aéreo no Brasil e a sociedade praticamente não conhecia a abrangência, complexidade e responsabilidades intrínsecas à nossa missão. Isto nos faz lembrar a máxima que diz que quando um serviço dito essencial não aparece é porque funciona com eficiência. Assim foi que conquistamos, silenciosamente, uma reputação formidável de presteza e segurança ao longo desta trajetória.

Com o encerrar de um ciclo, renovamos a vontade e determinação de revitalizar todo o aparato que nos é peculiar e injetar uma nova perspectiva para os nossos qualificados profissionais. Isto diz respeito à aquisição e manutenção de equipamentos, novas tecnologias e reciclagem profissional a fim de implementar, desde já, ações que façam a diferença em 2007, em 2008 e nos anos seguintes.

Estamos preparados para aproveitar as oportunidades que estão surgindo para introjetar no DECEA um desenvolvimento acelerado, haja vista ações, que já estavam no nosso planejamento, estarem sendo acopladas antes mesmo do prazo estipulado, como é o caso do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA).

Sabemos que 2007 desponta como o ano em que precisamos mostrar, em particular para o usuário do transporte aéreo em nosso País, na parte que nos toca, que temos um dos mais modernos e seguros controles de tráfego aéreo do mundo. Em nossa concepção, isso só se tornará possível por meio da veracidade e transparência das informações.

Estamos ativos e alertas, também, para continuar motivando nossos quase 13.500 homens e mulheres, pessoas-chave dentro deste contexto. Desejamos que todos os integrantes do SISCEAB atuem em seus círculos de convivência, como agentes multiplicadores das informações sobre o sucesso que sempre alcançaram no desempenhar de cada missão, revelando a verdadeira face do nosso Sistema e o que representamos, de fato.

Agradecemos a todos pela dedicação ao DECEA e pelo compromisso que nos uniu por todos esses anos e que continuará nos unindo: a segurança do espaço aéreo brasileiro.

Um feliz ano novo com boas notícias no ar!

Editorial

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O Maj Brig Ar Hortênsio, Diretor-Geral interino do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, presidiu a cerimônia de transmissão de cargo do Vice-Diretor do DECEA, ocorrida no dia 7 de dezembro, às 14h.

O Maj Brig Ar Ramon Borges Cardoso assumiu a Vice-Direção (VICEA), substituindo o Maj Brig Ar Ailton dos Santos Polhmann, que hoje está comandando o III COMAR (Terceiro Comando Aéreo Regional).

Natural de Araxá, Ramon Borges Cardoso tem 57 anos.

Já atuou como Vice-Diretor de Planejamento do DECEA, em 2003, e foi Presidente das Comissões de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo e de Implantação do Projeto Sivam (CISCEA/CCSIVAM).

Em suas palavras de despedida, o Maj Brig Ar Polhmann agradeceu o apoio de todos e desejou sorte e felicidade ao novo VICEA.

O DGCEA entregou uma placa em reconhecimento ao Maj Brig Ar Polhmann pelos excelentes serviços prestados ao DECEA.

Maj Brig Ar Ramon assume Vice-Direção do DECEA

O novo VICEA (à direita)

Pilotos Inspetores comemoram o cinqüentenário da inspeção em vôo no Brasil

O Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) realizou, nos dias 27 e 28 de novembro de 2006, em coorde-nação com o Grupo Especial de Ins-peção em Vôo (GEIV), a 35ª Reunião Anual de Pilotos Inspetores e Opera-dores de Sistema.

O congraçamento de novos e anti-gos pilotos inspetores se deu no tra-dicional jantar realizado na noite do dia 27. A Reunião também foi marcada pela celebração do cinqüentenário da atividade de inspeção em vôo no Bra-

sil, com o lançamento de vídeo e revis-ta alusivos ao evento.

O encontro buscou elevar e nivelar, através de reuniões e palestras, o co-nhecimento dos pilotos inspetores.

Os participantes conheceram as atividades realizadas pela Seção de Aferição e Equipamentos Espe-ciais, coordenadas e ministradas pelo Maj Av Vianna e sobre o novo Sistema de Pouso por Transponder, proferida pelo Maj Av Manoel Araújo da Costa Júnior.

Nesta edição da Reunião, os Ca-pitães Schneider, Louzada, Short e Godinho foram nomeados novos Pilotos Inspetores e o 2S BCO Mo-raes foi nomeado operador de siste-ma de inspeção em vôo.

A Reunião contou com a presença de diversas autoridades, da ativa e da reserva, que fizeram e que fa-zem parte do GEIV. No encerramen-to, foi realizado o tradicional Brinde do 1020.

O congraçamento de novos e antigos pilotos inspetores

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Maj Brig Polhmann e...

2º/1º GCC celebra Jubileu de OuroAs comemorações do Jubileu de Ouro do

Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Co-municações e Controle (2º/1º GCC), o Esqua-drão Aranha, comandado pelo Maj Av André Luís Maia Baruffaldi, começaram logo cedo, na manhã do dia 30 de novembro, com a in-terceptação da aeronave Brasília da FAB, que transportava a Comitiva do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), no trecho Curitiba (PR) – Canoas (RS).

A interceptação, realizada por um F-5 do Es-quadrão PAMPA (1º/14º GAv), foi um marco, por ser a primeira missão real efetuada a partir do sistema radar MRCS-403 modernizado do 2º/1º GCC.

A concepção de emprego do novo shelter Operacional do Esquadrão Aranha nasceu no próprio 2º/1º GCC e teve sua implantação re-alizada em trabalho conjunto com o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) e com o Parque de Material de Eletrônica do Rio de Janeiro (PAME-RJ).

Na noite desta mesma quinta-feira, foi rea-lizado um jantar dançante no clube da Base Aérea de Canoas (BACO), durante o qual o ex-Comandante do 2º/1º GCC (atual Coman-dante do Terceiro Comando Aéreo Regional – COMAR III), Maj Brig Ar Ailton dos Santos Polhmann, e o Comandante do 1º GCC, Ten Cel Av João Batista de Oliveira Xavier, proferi-ram discursos em comemoração aos 50 anos do Esquadrão Aranha. Foram também exibi-das num telão as páginas da revista editada em homenagem à ocasião.

A cerimônia militar foi realizada às 10h do dia 1º de dezembro, no pátio da BACO. Dentre as autoridades presentes ao evento, estavam o Comandante do Quinto Comando Aéreo Re-gional (COMAR V), Maj Brig Ar Wilmar Terroso Freitas; o Chefe da Assessoria de Controle do Espaço Aéreo e de Aviação Civil do Gabine do Comandante da Aeronáutica (GC4), Cel Av Lúcio Nei Rivera da Silva; o Comandante da Base Aérea de Santa Maria(BASM), Cel Av Marcos Antonio Guasti; o Chefe da Seção de Planejamento do Centro de Comando e Con-trole de Operações Aéreas (CCCOA), Cel Av Osmar Lootens Machado; o Chefe do A4 do COMAR V, Cel Av Romeu Bagnato Júnior; e o Comandante da BACO, Cel Av Mário Luís da Silva Jordão.

Durante a cerimônia foram entregues as pla-cas de homenagem ao Graduado e ao Praça

Padrão, 3S BET Celdo Souza da Silveira e S1 SEL Nilmar Laurindo Silva, respectivamente, e a placa de homenagem ao Graduado com mais tempo de serviço no 2º/1º GCC, o SO BET Nelson Tadeu Fraga, que prestou 28 anos de serviço no Esquadrão Aranha.

Após a entrega das placas, o Comandante do Esquadrão iniciou seu discurso. O Maj Av Baruffaldi exaltou a missão do Esquadrão, di-zendo: “herdamos de nossos antecessores a missão de instalar, manter e operar os meios aerotransportáveis de Controle e Alarme Aé-reo, que muito nos motiva e nos guia na in-cansável labuta diária, quem sabe por mais 50 anos”.

Depois de agradecer aos seus superiores pelo apoio recebido, ao efetivo pelo trabalho realizado e às suas famílias pelo suporte pres-tado, o Comandante fez menção ao já extinto Radar 402, agora servindo de ícone dos tem-pos já passados. “Ao ler estas palavras”, disse o Major, “estava a admirar o nosso glorioso Ra-dar 402, o Pluto, girando no campo de futebol atrás da tropa, e tentei imaginar o que cada um dos componentes do Esquadrão Aranha aqui presentes poderia estar pensando: memórias de operações passadas vindo à tona; cenários do nosso Brasil onde ele operou. Afinal, são 50 anos de história, de uma vida totalmente ope-racional”.

Depois do discurso, o efetivo do 2º/1º GCC cantou a Canção do Esquadrão Aranha, se-guido do desfile da tropa, que contou com as presenças dos ex-integrantes e da Tropa de Cavalaria do Batalhão de Infantaria da Aero-náutica Especial de Canoas (BINFAE-CO).

Os que ao evento estiveram presentes pude-ram admirar as belas aeronaves Bandeirantes e os Caças F-5 da FAB que por diversas vezes cortaram o céu da Base durante a cerimônia.

Ao final, todos foram convidados para assis-tir ao lançamento de oito pára-quedistas da Fe-deração Gaúcha de Pára-quedismo, realizada pelo Quinto Esquadrão de Transporte Aéreo (5º ETA).

Ainda no dia 1º de dezembro, foi realizada a tradicional partida de futebol entre o Esqua-drão Aranha e o Esquadrão Mangrulho (4º/1º GCC), que perdeu de 2 a 1.

Finalizando as comemorações, todos con-fraternizaram num churrasco oferecido no Rancho Azul, localizado na própria Base Aérea de Canoas.

Ten Cel Xavier, boas-vindas no jantar dançante

A cerimônia militar

Esquadrão Aranha e Mangrulho disputaram no futebol

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A Meteorologia é uma Ciência com abrangência muito profunda no estudo dos fenômenos atmosféricos. A Meteo-rologia Aeronáutica é uma subdivisão desta ciência e é de suma importância conhecê-la para a segurança do vôo.

A Seção de Meteorologia (TMMT) do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ) tem como função manter opera-cionais as Estações Meteorológicas de Superfície e de Altitude de todo o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

A TMMT, subordinada à Divisão Téc-nica (TTEC), é subdividida em Subse-ção Auxiliar (TMAU), de Manutenção de Equipamentos Convencionais de Superfície (TMMC), de Manutenção de Equipamentos Eletrônicos de Superfí-cie (TMME) e de Manutenção de Equi-pamentos de Altitude (TMMA).

A TMAU é a responsável por toda parte administrativa da TMMT. Cuidan-do do planejamento de missão técni-ca (PMT), ofícios, fax, partes e outras documentações pertinentes ao setor, mantém a seção operacional.

A TMMC, por sua vez, é responsá-vel pela instalação e manutenção – a nível parque – dos barômetros, ane-mômetros e altímetros convencionais e digitais instalados nas Estações Meteorológicas de Superfície nos Re-gionais (Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo – CINDACTAs I, II, III, IV – e Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo – SRPV-SP) e Sítios (Destaca-mentos de Controle do Espaço Aéreo – DTCEAs), que fornecem informa-ções de pressão e direção/velocidade

do vento e indicação de QNH (pressão ao nível do mar) e QFE (pressão máxi-ma do aeródromo).

A Seção possui um setor de Baro-metria, que cuida da manutenção dos barômetros de mercúrio, fazendo o tra-tamento do mercúrio através de diver-sos processos químicos, livrando-o de impurezas e umidade. Convém ressal-tar que o PAME-RJ é o único órgão do Comando da Aeronáutica a executar esse tipo de trabalho.

A TMMC possui um projeto de insta-lação de barômetros eletrônicos (PTB 220TS) e repetidores digitais (DD50) que irão substituir o PA-21 (ajuste de

altímetro), o qual já está em fase de obsolescência. Essa ação permitirá que outros pontos visualizem as infor-mações que antes eram restritas à sala do Controlador de Tráfego Aéreo.

A TMME é responsável pela insta-lação e manutenção, nível Parque, do telebarômetro (pressão atmosférica), do teleanemômetro (velocidade/di-reção do vento), do telepsicrômetro

(temperatura/umidade do ar), do te-lepluviômetro (índice de precipitação atmosférica), do teletermômetro (tem-peratura da pista), do tetômetro (altura das nuvens) e do RVR (visibilidade da pista), instalados em campo ao lon-go das pistas dos aeródromos. Esses Equipamentos compõem as Estações Meteorológicas de Superfície (EMS).

Juntas, a TMME e a TMMC propi-ciam as condições meteorológicas momentâneas, utilizadas pelos pilotos no pouso e na decolagem das aerona-ves.

A TMMA é responsável pelos equi-pamentos utilizados nas Estações Meteorológicas de Altitude (EMA), tais como: EMA DigiCORA I, II, III (VAISALA) e EMA W-9000 (SIPPICAN). Essas estações recebem informações de pressão, temperatura, umidade e direção/velocidade do ven-to, transmitidas através de radiosson-das lançadas duas vezes ao dia pelos operadores das estações nos DTCEAs pertencentes ao SISCEAB.

Para que as sondas sejam lançadas, é necessário o enchimento dos balões com gás hidrogênio, gás esse que é produzido pelo gerador de hidrogênio, cujas instalação e manutenção nível Parque são feitas por técnicos capaci-tados, pertencentes à Seção de Mete-orologia do PAME-RJ.

Com os dados obtidos nas sonda-gens, são feitas as previsões das con-dições climáticas nas localidades onde estão instaladas as EMAs, previsões essas utilizadas pelos aeronavegantes na hora do preenchimento dos planos de vôo, verificando as condições cli-máticas das localidades a que se des-

METEOROLOGIA DO SISCEABsondando novasfronteiras

Por 1º Ten QOECOM ADIR José Eugênio Souza1º Ten QCOA-ELN Fernando Lopes de Oliveira Álvares PUJOL

(Chefes da Seção de Meteorologia do PAME-RJ)

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Torre anemométrica - DTCEA-Brasília

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tinam, para que não se deparem com imprevistos durante a viagem.

A TMMT possui uma câmara de pressão capacitada para a calibração dos equipamentos barométricos-pa-drão pertencentes aos Regionais do SISCEAB, emitindo um certificado barométrico, exigido pelos preceitos técnicos de calibração e conforme as recomendações do SISMETRA, cre-ditando assim a operacionalidade do equipamento.

A Seção possui técnicos altamente capacitados, com cursos específicos e grande experiência na manutenção dos equipamentos meteorológicos que compõem as estações, capacidade essa comprovada, por mais uma vez, na missão de instalação das EMS na nova pista do aeroporto de Brasília.

O Aeroporto Internacional de Bra-sília, um dos mais movimentados do Brasil, teve inaugurada, em dezembro de 2005, sua segunda pista, a qual era ansiosamente aguardada por seus usuários, devido à crescente deman-da de passageiros e aeronaves. Tal fato irá reduzir sobremaneira o tempo de espera entre pouso e decolagem, permitindo, assim, um funcionamento operacional compatível com a sua im-portância.

A Divisão Técnica do PAME-RJ dis-ponibilizou toda a equipe da Seção de Meteorologia, que com dedicação e uma incansável busca da solução dos problemas encontrados, instalou e colocou em operação duas estações meteorológicas de superfície SH-12RM. Esta missão foi imprescindível para tornar a nova pista operacional, permitindo, assim, que o vôo inaugural fosse realizado na data prevista.

E assim, ao amanhecer do dia 22 de dezembro de 2005, a aeronave Força Aérea 1, tendo a bordo o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Sil-va, atestou e homologou a mais recen-te obra de Engenharia do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.

Esta é a Seção de Meteorologia do PAME-RJ, cumprindo com excelência seu papel dentro do SISCEAB, man-tendo seu alto índice de profissionalis-mo e operacionalidade, sempre son-dando e enfrentando novos desafios.

Meteorologistas do SISCEAB participam

de Congresso Brasileirode Meteorologia

Oficiais e graduados meteorologistas do DECEA parti-ciparam do XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia, no período de 27 de novembro a 01 de dezembro de 2006. O evento foi organizado pela Sociedade Brasileira de Mete-orologia (SBMET) e realizado na cidade de Florianópolis-SC.

Durante o Congresso houve grande interação entre pesquisadores oriundos de universidades, entidades ci-vis e Forças Armadas que atuam nas mais variadas áreas da Meteorologia

A Divisão de Meteorologia Aeronáutica (D-MET) do DECEA marcou sua presença no Congresso com apre-sentação de palestras sobre os temas: “A Estrutura Atual da Meteorologia Aeronáutica”, ministrada pelo Cap Esp Met Cleômenes (ICEA) e “A Importância da Meteorologia no Gerenciamento do Fluxo de Tráfego Aéreo”, proferida pelo Cap Esp Met Robson (CGNA).

Durante as apresentações, os congressistas puderam conhecer que há de mais moderno em equipamentos e os estudos que vêem sendo desenvolvidos para que os métodos objetivos de previsão meteorológica auxiliem cada vez mais na demanda de vôos, otimizando – assim - o espaço aéreo e a infra-estrutura aeroportuária.

Além disso, nas apresentações de painéis, foram ex-postos à comunidade meteorológica, os seguintes traba-lhos: Variabilidade de Cobertura de Nuvens Registrada pela Inspeção Visual na EMS-GL e Estudo de Convecção Noturna Associada ao Jato de Baixos Níveis sobre o Rio Grande do Sul, com o uso de Simulação no Modelo MM5, realizados pelos Cap Esp Met Cleber (ICEA), Cap Esp Met Avanir (ICEA), 1° Ten Esp Met Marcos Luiz (ICEA), 1S BMT Roberto Tadeu (ICEA) e 2S BMT Damasceno (ICEA) e, ainda, os trabalhos: Característica de Turbulência na FIR Curitiba e Característica de Gelo na FIR Curitiba, pelo 1° Ten Esp Met Cícero (CINDACTA II).

O evento promoveu uma grande interação entre os pesquisadores

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A Força Aérea Brasileira (FAB) vem se atualizando com processos de Comando e Controle (C2) baseados na doutrina de emprego do poder aéreo utilizada pelos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), estabelecendo parâmetros para as operações combinadas dentro do Brasil. Nesse novo contexto o papel desempenhado pelo Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) passou a ser fundamental.

HISTÓRICO

No ano de 1982 foi ativado o Núcleo do Grupo de Comunicações e Controle (NuGCC), subordinado inicialmente ao Comando Aerotático (COMAT), juntamente com o 1º e o 2º Esquadrão de Controle e Alarme (ECA). Passando à subordinação da Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo (DEPV) em 1984 e, finalmente, deixando de ser núcleo em 1985.

Com a sua ativação, novos esquadrões foram criados e colocados sob sua subordinação, neste momento a sua concepção como Grupo já deveria ter sofrido um upgrade, de forma a torná-lo capaz de assumir essa nova estrutura, ou então deveria ter sido criado o 2º GCC, com o objetivo de absorver os dois novos esquadrões, porém nada disso ocorreu. Aumentando ainda mais esse problema, no ano seguinte, em 1986, foi criado mais um esquadrão, sendo colocado também sob sua subordinação.

Dessa forma, a estrutura de Grupo, que foi concebida quando da sua criação, tornou-se ainda mais incompatível, pois contava agora com cinco esquadrões, distribuídos da seguinte forma: dois Esquadrões de Controle (ECT), sediados nas Bases Aéreas de Natal e Fortaleza; um Esquadrão de Comunicações (1º ECOM) na Base Aérea de Santa Cruz; e dois Esquadrões de Controle e Alarme, nas Bases Aéreas de Canoas e Santa Maria, respectivamente, permanecendo assim, até os dias atuais.

Através desse pequeno histórico, pode-se chegar a duas rápidas conclusões:

1º - a atividade do 1º GCC sempre teve um forte enfoque operacional, pois o mesmo nasceu com os ensinamentos adquiridos na Segunda Guerra Mundial e esse vínculo se fortaleceu com o fato de estarem sediados nas mesmas bases das unidades de combate da Força Aérea; e

2º - como era subordinado ao COMAT, a sua concepção inicial seguiu o padrão das unidades aéreas desse comando, onde um Grupo de Aviação, quando ativado, possui sob sua subordinação dois esquadrões, conforme observamos por exemplo, no Primeiro Grupo de Aviação de Caça, Primeiro Esquadrão

(JAMBOCK) e Segundo Esquadrão (PIF-PAF). Com a passagem de subordinação à DEPV e com a criação de mais esquadrões, essa estrutura deveria ter sido reavaliada.

EVOLUÇÃO DA MISSÃO

Buscando a consolidação da doutrina de emprego aplicada em uma Campanha Combinada, que consiste na formação de forças multinacionais, compostas por diversas forças armadas e agrupadas para atender a tarefas específicas, a FAB passou a participar de um grande número de Operações Internacionais, todas com a participação efetiva e essencial do 1º GCC, das quais podemos destacar: PARBRA; PERBRA; SALITRE; COLBRA; CEIBO; PRATA, VENBRA e, principalmente, a CRUZEX, que é a maior operação militar da América Latina, contando com a participação de Forças Aéreas de vários países numa grande operação combinada, realizada em Território Nacional.

Em função dessa reestruturação doutrinária ocorrida na FAB, a participação do 1º GCC nas operações militares sofreu um enorme incremento, tanto na quantidade quanto na qualidade dos serviços prestados, conforme pode ser observado no gráfico da página a seguir:

ReestruturaçãoOrganizacional no 1º GCC

A Aeroespaço está criando nesse espaço uma nova seção para que você possa fomentar boas idéias, propor mudanças para solucionar problemas e/ou impulsionar novos projetos para o DECEA. O objetivo é estimular o efetivo a participar mais da Aeroespaço, apresentando - em forma de artigo e de maneira criativa – idéias claras, com mapeamento de oportunidades e dificuldades, com segurança e conhecimento, que possam trazer boas influências para o nosso ambiente profissional. Acreditamos que todos podem apresentar idéias lógicas, objetivas e de bom senso. Por isso, envie a sua para ser publicada na nova seção.

Usina de Idéias

Por Cap Av Anderson da Costa TUROLA Chefe da Secretaria de Comando do 1º GCC. É líder de Esquadrilha da Aviação de Caça e concluiu o Curso de Formação

de Oficias Aviadores (CFOAV) em 1995, tendo sido promovido ao autal posto em 31 de agosto de 2004.

JFACC da CRUZEX III montado pelo 1º GCC

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Seção

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Diante dos números apresentados, percebe-se, claramente, o elevado envolvimento do 1º GCC nas operações militares, pois é ele que efetua a montagem de toda a infra-estrutura necessária de controle do espaço aéreo, de telecomunicações e de tecnologia da informação, viabilizando a condução das funções de C2 (Comando e Controle), essenciais para o desenvolvimento das ações militares.

PROBLEMA

A Estrutura Organizacional mostra a autoridade e as responsabilidades das pessoas, como indivíduos e como integrantes de grupos. Além disso, ela mostra a comunicação entre as pessoas e os grupos.

A estrutura organizacional do 1º GCC e esquadrões, que estabelece o nível hierárquico dos comandantes, sendo o posto de Tenente Coronel para o comando do Grupo e Major para o dos esquadrões, não está compatível com o grau de responsabilidade e envolvimento que o cargo exige.

JUSTIFICATIVA

Tomando como exemplo a Primeira Força Aérea (FAe I), que é subordinada ao Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), e comparando a sua estrutura com a do 1º GCC, constata-se que a mesma tem sob a sua subordinação direta três esquadrões, mais o Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE), sendo a mesma comandada por um oficial-general.

Analisando-se as estruturas organizacionais, percebe-se a similaridade entre as mesmas, pois ambas atuam como elo operacional entre o grande comando e os esquadrões. Possuem, ainda, sob sua subordinação, uma quantidade similar de organizações, cinco no 1º GGC e quatro na FAe I.

Apresentada a grande diferença na hierarquia de comando, comprovamos a necessidade de se reestruturar o 1º GCC, o que o tornará ainda mais eficiente e pronto para superar todos os desafios que o aguardam.

SOLUÇÃO

Ciente que o grande óbice a ser superado pelo 1º GCC confunde-se com o problema porque passa atualmente todo o Comando da Aeronáutica (COMAER), ou seja, a distribuição e a redistribuição de recursos humanos, propõe-se como solução para o problema apresentado, a desativação do 1º GCC e a conseqüente ativação do Centro de Aplicações de Sistemas Móveis nas Operações Aéreas (CASMOA), que retrataria mais adequadamente a atual missão do 1º GCC, que é a aplicação em proveito das operações aéreas de sistemas móveis de tecnologia da informação, de comando e controle, de comunicações,

de auxílios à navegação aérea, de controle do tráfego aéreo e, desta forma, estaria mais adequado à estrutura de Centros, utilizada no DECEA (CINDACTAs e CCAs), passando - assim - a ser comandado por um coronel aviador, como dispõe a Portaria do Comando da Aeronáutica nº 713/GC3, de 13 de julho de 2006.

Com essa medida, a situação dos esquadrões também seria solucionada, pois a mesma Portaria determina que, estando o grupo desativado, o esquadrão passa a ser comandado por tenente coronel, o que tornariam as suas estruturas compatíveis com a dos demais esquadrões

sediados nas mesmas Bases Aéreas.Cabe ressaltar, que o exemplo sugerido seguiria como modelo à

estrutura administrativa do Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ) – que não é uma Unidade Gestora Executora, pois esse seria, com certeza, o maior obstáculo para a efetivação dessa proposta. Para se tornar uma Unidade Gestora Executora é necessário uma estrutura muito grande, acarretando um aumento enorme de efetivo, o que inviabilizaria totalmente essa proposta. Mas, ao se utilizar a estrutura administrativa do DECEA, conforme é feito pelo CCA-RJ, esse problema passa a ser bastante minimizado, tornando-se completamente superável. Desta maneira, a mudança traria benefícios para a organização a um custo baixo e sendo extremamente viável, o que lhe traria, de imediato, a possibilidade de se ter uma Tabela de Lotação e Distribuição de Pessoal mais adequada ao seu nível de responsabilidade, aumentando, principalmente, a quantidade de oficiais superiores, tanto no Centro quanto nos esquadrões subordinados.

Como algumas das conseqüências positivas dessa mudança, teríamos uma maior representatividade da OM, além de se viabilizar um plano de carreira para os oficiais aviadores dentro do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (SISCEAB), pois o seu tempo de permanência seria maior, trazendo um retorno muito melhor para o SISCEAB, o que validaria o elevado investimento aplicado na formação de chefes controladores de órgãos de Controle de Operações Aéreas Militares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste momento - no qual o 1º GCC vem desempenhando brilhantemente a sua missão, tornando-se referência de pro-fissionalismo, conduta e busca da perfeição - cabe refletir a cerca da sua estrutura organizacional. Esse nível de excelência se deu graças ao esforço incondicional de seus membros. Porém, é bastante claro para todos que o acompanham: essa reestruturação é fator primordial para a continuidade de seu sucesso e de sua eficiência.

Quantidade de missões realizadas pelo 1º GCC

Mudança mantém a organização viva e competitiva

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Neste ano se comemora os 63 anos do Dia D. Em 6 de julho de 1944, os aliados desem-barcaram nas praias da Normandia e iniciaram, de fato, o ataque decisivo para a queda da Ale-manha Nazista.

A operação Netuno, nome em código da operação de desembarque, é até hoje bastante comentada, principalmente no aspecto mete-orológico. Mas, esse aspecto foi apenas o mo-mento mais visível de uma série de prognósticos meteorológicos fornecidos pelos meteorologis-tas americanos e ingleses durante toda a Segun-da Guerra, no curso da qual o fator meteoroló-gico certamente foi um dos elementos determi-nantes nos processos decisivos das numerosas operações bélicas dos aliados.

Foi exatamente esse fato e uma relativa toma-da de consciência por parte das autoridades responsáveis, somado ao crescimento tecno-lógico, que contribuiu, de modo significa-tivo, para o desenvolvimento da moderna meteorologia.

Hoje, sabemos que as previsões do tempo são baseadas em modelos físico-matemáticos da atmosfera, feitas com o auxílio de pode-rosos computadores. Porém, nem sempre foi assim. A história nos conta que o pai destas previsões foi o meteorologista e matemá-tico inglês L. F. Richardson que, durante a Primeira Grande Guerra, começou a traba-lhar em um experimento em que consistia na resolução das equações que governavam os movimentos da atmosfera. Tratou-se da primeira real experiência de prever a dinâ-mica do tempo, em uma previsão de tempo finito (24 horas), obtida por uma sucessão de previsões elementares, em curtos períodos (seis horas), em consideração ao intervalo total da previsão.

Os resultados destes cálculos, feitos à mão, desapareceram na grande confusão da guerra. Os rascunhos foram encontrados logo depois e foram publicados em 1922, no famoso livro “Previsão do tempo por meio de cálculos nu-méricos”.

A experiência de Richardson foi, no entanto, um verdadeiro fracasso: os cálculos previam o movimento das perturbações atmosféricas na direção errada e a uma velocidade fora da reali-dade dos fenômenos atmosféricos. Os cientistas formularam numerosas hipóteses sobre as ra-zões do insucesso, em particular o conhecimen-to incompleto do estado inicial da previsão pela falta de cuidado nas análises e a escassa rede de estações de observação do tempo. Mas nenhu-ma conclusão empírica ou científica pode ser baseada em um só experimento e os cientistas teriam dificuldades em refazer a experiência,

pois necessitariam de 64.000 mentes humanas capazes de trabalhar paralelamente para fazer uma previsão do tempo a uma velocidade ape-nas igual ao desenvolvimento de um sistema meteorológico.

Essa constatação acabou com todo o entu-siasmo da tentativa de se prever a dinâmica do tempo por meio de modelagem numérica, e as-sim ficou adormecida por cerca de vinte anos.

O retorno ao interesse nesta área da meteoro-logia, uma das mais importantes hoje, aconte-ceu no início dos anos 40. As circunstâncias que favoreceram o desenvolvimento da previsão nu-mérica de tempo estão ligadas à Segunda Guer-ra Mundial: a ampliação do sistema de observa-ções, o desenvolvimento das telecomunicações e o surgimento dos primeiros computadores.

Na Segunda Guerra houve um aumento substancial dos serviços meteorológicos nacio-nais e as observações deixaram de ser essencial-mente “de terra” e passaram, também a forne-cer informações do ar e do mar. As operações aéreas passaram a ser mais sensíveis aos fatores atmosféricos e as exigências de observações em quantidade e qualidade aumentaram, fazendo com que a rede de observações aumentassem consideravelmente. Os meteorologistas da RAF e da USAF sensibilizaram os comandantes das operações aliadas da importância de boas obser-vações para confeccionarem boas previsões.

Nesse contexto, foi criado um conjunto de rede de estações meteorológicas que efetuavam não só medidas de solo, mas, sobretudo, son-dagens atmosféricas na terra e no mar. Essas informações não só serviam aos aviadores, mas também aumentava o conhecimento da estru-tura tridimensional da atmosfera. Enfim, foi fi-xado um conceito hoje, indiscutível, da impor-tância das observações periódicas de superfície e de altitude, seja nos aeroportos ou em estações

isoladas, convencionais ou automáticas, fixas ou móveis, em proporcionar ao meteorologista a compreensão do estado da atmosfera para que ele possa fornecer um prognóstico que tenha utilidade para todas as atividades humanas.

Também, em 1946, foram disponibilizadas as primeiras máquinas eletrônicas com capaci-dade de fazerem cálculos numéricos a uma ve-locidade 10 mil vezes superiores a um homem. Com esses instrumentos, as complexas equa-ções atmosféricas eram solucionadas em horas, ao invés de meses. Os meteorologistas decidi-ram que era o momento de voltar às previsões numéricas, como era vontade de Richardson.

Nesse momento, a meteorologia passa da fase de simplesmente ciência para a parte operativa, potencializada com um sistema de coleta, dis-

tribuição e armazenamento e manipulação de dados, com objetivos meramente opera-cionais.

Particularmente, devemos ter em mente que o estado inicial da atmosfera sobre as previsões é de suma importância, regressando criticamente ao experimento de Richardson e a moderna previsão numérica de tempo. Temos que destacar a complexidade de um modelo que simule a evolução da atmosfe-ra, sem esquecer, jamais, que o modelo não poderá nos dar informações totalmente con-fiáveis, mas um excelente guia para os nossos prognósticos.

Das cinzas da Segunda Guerra Mundial nascia, em definitivo, a moderna meteoro-logia, aliando as observações e telecomunica-ções adequadas e com potentes sistemas de

cálculos, para formular e testar todas a comple-xidade da atmosfera.

E hoje? Bem, hoje os avanços são incontes-táveis e os Centros Nacionais de Previsão de Tempo de vários países possuem diversas ferra-mentas para auxiliarem na previsão, com suas potentes imagens meteorológicas (satélite, radar e modelagem numérica).

Agora, o principal fator motivador não é o conflito bélico, mas sim a busca de uma melhor qualidade de vida, com a redução de recursos econômicos de um lado e a ampliação dos re-cursos disponíveis do outro. Sabemos, a qual-quer momento, das condições do tempo, por meio dos canais de televisão e Internet.

Confortáveis em nossa casa, podemos nos conectar à uma rede de centros meteorológi-cos e acessar informações de qualquer lugar do mundo, em tempo real. Podemos observar a evolução de fenômenos em escala global, como o El Niño, de um furacão no Caribe ou, sim-plesmente, verificar o tempo em uma localidade turística para passar um belo fim de semana.

A contribuição daII Grande Guerra para a moderna METEOROLOGIA Por ARTUR Gonçalves Ferreira - Cap QOEMET

O autor é Chefe do Centro Meteorológico Militar de Anápolis.É pós-graduado em Gestão Ambiental pela Universidade de Brasília (UnB)

Com as informações do Sistema de Observação por Satélites Meteorológicos obtém-se a geração de modelos numéricos mais precisos

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A Tecnologia das Sondas

MeteorológicasNa virada do milênio, grandes avanços tec-

nológicos foram postos à disposição da comu-nidade mundial em todas as áreas de nossa vida e, principalmente, de nosso trabalho no Sis-tema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

Podemos perceber, nitidamente, o avanço dessa tecnologia nos vários produtos que che-gam aos nossos lares, como os pequenos apare-lhos de DVD, computadores de mão, players de MP3, MP4 e as modernas e esbeltas te-las de LCD para televisores e computadores pessoais.

Tudo isso só foi possível devido à constante pesquisa e ao desenvolvimento de com-ponentes e técnicas de minia-turização dos circuitos eletrô-nicos.

Na área das sondagens da atmosfera de nosso planeta, essa tecnologia proporcionou uma maior precisão dos da-dos medidos e uma economia significativa no lançamento dessas sondas eletrônicas que transportam diariamente em seu bojo uma moderníssima tecnologia.

As sondas, conhecidas como radiossondas, destinam-se à coleta de dados de nossa at-mosfera como temperatura, umidade relativa do ar, direção e velocidade do vento, pressão, quantidade de ozônio, dados de refratividade atmosférica (referente à propagação das ondas de rádio), detecção de dutos-radar (zonas da atmos-fera onde as ondas dos radares atingem maiores distâncias) bem como o fornecimento de dados do ar para o lançamento de foguetes.

No passado, essas sondas eram grandes e pesados trambolhos mecânicos, mas hoje são pequenos dispositivos eletrônicos transportados por balões de hidrogênio que medem continu-amente dados da atmosfera desde a superfície do planeta de onde foram lançadas até as ca-madas mais altas onde o ar é muito rarefeito, fazendo com que o balão atinja um tamanho muito grande, pelo aumento de sua pressão in-terna, até o seu rompimento. Quando ocorre o

rompimento do balão, para fins aeronáuticos, encerra-se a sondagem. Porém, a sonda ainda continua em funcionamento, sondando - ago-ra - em sentido inverso. A esse tipo de sonda-gem chamamos de drop sondagem.

Em áreas onde estatisticamente as sondas são transportadas para áreas habitadas, utilizamos um pára-quedas, mas em áreas de florestas e oceânicas, seu uso é dispensável.

No interior dessas pequenas sondas, uma enorme e complexa quantidade de componen-tes miniaturizados constituem seus sistemas integrados, permitindo que os sensores possam realizar medições precisas, contínuas, e transmi-ti-las a um receptor terrestre de rastreamento. Para as medições da direção e da velocidade do vento, um sistema de posicionamento global (GPS) foi incorporado a essa sonda.

Sintonizando os sinais de alguns dos 23 sa-télites em órbita do planeta, a pequena sonda localiza-se sobre o nosso globo e transmite para a terra dados de sua posição e a velocidade com

que sobe e com que se afasta da área inicial do lançamento.

Milhões de cálculos são realizados no interior da pequena sonda, que são enviados por um pequeno transmissor de rádio na freqüência de 406 MHz. Provendo energia para os sistemas da sonda, uma pequena bateria ativada por água também é transportada.

Após o recebimento dessas informações, já previamente processadas pela pe-quena sonda, o receptor terrestre produz boletins contendo precio-sos dados que são interpretados por especialistas e enviados ao centros de previsão do país e, após, para todo o planeta.

Esses dados são utilizados dia-riamente pela comunidade mun-dial na previsão do tempo, detec-ção de furacões, correntes de jato (áreas onde o ar atinge grande velocidade impulsionando com grande eficiência as aeronaves e gerando uma enorme economia de combustível para as compa-nhias aéreas), áreas de turbulência, fenômenos de inversão térmica, detecção de nuvens contendo gelo (que são perigosas para a aviação geral) e fornecendo muitos outros subprodutos que são utilizados nas mais variadas atividades hu-manas.

Fenômenos da atmosfera com efeitos nocivos podem ser detecta-dos por esses pequeninos disposi-tivos de modo a permitir adoção de medidas cautelares contra os já conhecidos ciclones extratropicais do sul do Brasil, do El Niño no golfo do México ou o fenômeno

das monções na costa australiana, dentre mui-tos outros. O planeta, no conceito metafórico, é um ser vivo e os fenômenos da atmosfera não possuem fronteiras sendo comuns a toda a hu-manidade.

O SISCEAB, atualmente, conta com uma boa rede meteorológica de altitude cobrindo todo o seu território e possui parceiros que ope-ram seus próprios sistemas e que compartilham dados entre si, como o Instituto Nacional de Meteorologia (InMet), a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), a Ma-rinha do Brasil e toda a comunidade mundial.

Por CÉZAR Furtado - SO BEI - Seção de Sistemas Meteorológicos da Divisão de Auxílios à Navegação (D-NAV) do DECEA

Lançamento de um balão meteorológico

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Somente aqueles que um dia necessitaram de ajuda e solidariedade, e tiveram a oportunidade de contar com os préstimos do Serviço de Busca e Salvamento da FAB, podem avaliar corretamente a sua importância, e é com esse espírito abnegado de solidariedade que o nosso entrevistado, o Suboficial Francisco de Assis Norberto, pratica sua lida cotidiana, em um trabalho muitas vezes anônimo, porém, não por isso menos importante. Para Norberto, “buscar é saber, socorrer é prazer, salvar é dever. ... Para que outros possam viver!”

Nosso entrevistado nasceu no dia 23 de novembro de 1952, em Parnamirim (RN). Seu pai trabalhava na Base Aérea de Natal, lotado na Prefeitura da Aeronáutica como pintor. De família humilde, teve uma infância com dificuldades, já que o pai tinha que manter a mãe e mais cinco filhos. “Agradecíamos a Deus quando meu pai conseguia fazer um trabalho extra de pintura para militares que chegavam transferidos para residir nas vilas militares. Nesta época eu e outro irmão auxiliávamos o nosso pai”.

Casado há 30 anos com Azinete Alves Norberto, com quem tem dois filhos: Maria de Fátima (casada com um controlador de tráfego aéreo) e Marcos Felipe – Norberto valoriza sua família pelo apoio e compreensão no cumprimento da sua missão profissional, principalmente naqueles momentos quando não pode estar presente. “Freqüentemente o dever me chama e posso afirmar que minha esposa e meus filhos são parte integrante da ‘família SAR’, compartilhando os momentos de ansiedade durante as buscas e de júbilo a cada sucesso obtido”.

Ingressou na carreira militar em 18 de janeiro de 1971, para servir no então Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), em decorrência do grande incentivo que teve dos pais e da convivência com os militares que residiam em Natal. Após os seis meses básicos de formação militar foi designado para trabalhar na Seção de Contra Incêndio, como soldado bombeiro. No mesmo ano foi promovido à primeira classe e, em seguida, passou no curso para Cabo. Foi promovido em agosto de 1972, e passou a ser chefe da equipe de bombeiro, gerenciando as ações na cena do acidente.

Durante três anos, o aprendizado e a experiência serviram para que o espírito da salvaguarda da vida humana se firmasse cada vez mais no coração de Norberto. “Buscar e Salvar são ações inerentes ao ser humano e, por conseguinte, acompanham-no desde o seu surgimento na terra. Instintivamente, elas se verificam até mesmo entre os irracionais, resultante de impulso natural e inconsciente. Já entre os homens, tais ações são motivadas, principalmente, pelo próprio espírito de solidariedade, manifestado em situação de perigo de vida”- filosofa nosso entrevistado.

Em 1974, foi para a Escola de Especialista de Aeronáutica (EEAR), e após dois anos de curso, formou-se como Controlador de Tráfego Aéreo. Foi transferido para a Torre de Controle Eduardo Gomes (TWR-EG) e Controle de Aproximação de Manaus (APP-MN).

Mas foi por pouco tempo, o destino ainda lhe reservava outra surpresa: foi convidado a integrar outro grupo de elite: Busca e Salvamento do Salvaero Manaus (RCMN). Logo em seguida, fez o curso de Auxiliar de Coordenação SAR, complementado com o de Sobrevivência no Mar e Selva pelo PÁRA-SAR, no Centro de Atualização Técnica (hoje ICEA).

Durante os anos que trabalhou no RCC-MN, inúmeras foram as missões, tendo em vista a peculiaridade da região (selva, clima, poucos aeródromos, deficiência de comunicações com as cidades). Porém, uma missão marcou sua vida, pela presença de espírito de uma sobrevivente e a forma como conduziu os demais na cena do acidente.

Norberto conta que “no dia 10 de janeiro de 1979, o então Salvaero de Campo Grande foi acionado para coordenar as buscas do PT-BFS PA-32 (Sêneca), que decolou de Porto Velho para Vilhena, com quatro pessoas a bordo, com destino final para Barretos (SP). Fui indicado para compor a equipe do RCC-CG em Porto Velho, onde seria ativado um Subcentro de Coordenação de Salvamento. A aeronave foi localizada dia 21, às 1350 UTC e o resgate realizado no dia seguinte. Após avaliação médica, foram transportados para Porto Velho. Todos sobreviveram. Iracema, de 67 anos, uma das sobreviventes, informou que estava indo para Barretos comemorar seu aniversario no dia 14 de janeiro, com toda sua família. Mas não deixou de comemorar. Seus dois filhos eram o piloto e o co-piloto da aeronave. Todos eles e mais um passageiro, em plena selva, comemoram seu aniversário comendo broto de bambu. O mais difícil foi que, após o terceiro dia, seus filhos estavam entrando em desespero, querendo abandonar o local em busca de socorro. Mas Iracema não deixou. Começou a ensiná-los a fazer tricô e crochê, a fim de mantê-los com a mente ocupada. Orientou-os a recolher água em um igarapé e racionou os biscoitos que levava, dividindo com brotos de bambu, até a chegada do resgate”.

Norberto diz que o espírito de liderança, o equilíbrio e a aula de sobrevivência demonstrados por Iracema ficaram em sua mente. Ele guarda, até hoje, um galho de broto de bambu que recebeu daquela senhora como lembrança.

No início de 1981, foi transferido para o antigo SRPV-RF, no Salvaero Recife, onde trabalhou como Controlador do RCC-RF/Adjunto. Treze anos depois, a extinta DEPV mandou uma mensagem rádio pedindo sua transferência para participar da implantação do Salvaero Curitiba, onde permaneceu até janeiro de 2000, quando voltou para Recife.

As constantes mudanças, segundo ele, serviram de aprendizado para ele e sua família. Conhecimento de novas culturas e adaptação à região Sul – mesmo com sofrimento devido ao frio – foram muito edificantes.

Norberto sente-se orgulhoso de ser um instrutor do ICEA. “Meu primeiro convite como instrutor no Instituto de Proteção ao Vôo – IPV (ICEA) foi em novembro de 1993, para participar da parte prática do curso SAR 001 – Coordenação SAR, que é dado para oficiais que irão desempenhar a função de Coordenador de Missão SAR. Daí em diante tenho participado como Coordenador/Instrutor dos cursos SAR 001 e SAR 002 – Auxiliar de Coordenação SAR que é dado para graduados, bem como na área do CINDACTA III o curso SAR 005 – Básico de Busca e Salvamento, dado para militares das Forças Armadas, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Infraero, Polícia Rodoviária Federal, Aviação Aeropolicial, Defesa Civil, Ibama e outras entidades que possam servir como elo do Sistema Sar Aeronáutico – SISSAR”.

Com o conhecimento e a experiência adquirida nestes 30 anos no SAR,

Quem é ?

SO NorbertoSeçã

o

Juramento SARÉ meu dever, como membro do Serviço de Busca

e Salvamento, socorrer feridos e salvar vidas. Estarei pronto, em qualquer ocasião, para cumprir com este dever, colocando-o acima de meu bem-estar e interesses pessoais, e o cumprirei! Para que outros possam viver!

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Norberto demonstra orgulho e satisfação, quando divulga o funcionamento do Sistema em palestras que profere para grupo de pessoas que visitam o Salvaero Recife/Atlântico.

No Brasil, o SAR (Busca e Salvamento) vive outra realidade respaldada pelo SISSAR e pelo COSPAS-SARSAT (Sistema de Busca Salvamento por Rastreamento de Satélites), possibilitando que a localização das aeronaves e embarcações acidentadas ou em perigo, possuidoras de equipamentos transmissores de emergência em funcionamento, se processe com a máxima rapidez e segurança. De tal forma que garante aos Salvaeros a definição quase imediata da área do acidente, com dimensões mínimas e plotagem precisa, significando dizer que, praticamente, a missão de busca deixará de existir, dando lugar, de imediato, a missão de salvamento. O exemplo disto foi o que ocorreu com o tripulante solitário do veleiro Nagô, que no dia 13 de abril de 1995, navegava em águas catarinenses.

“Após enfrentar um temporal onde havia ondas de até cinco metros, o veleiro começou a fazer água e, a qualquer momento, iria naufragar. Manteve contato com a estação rádio costeira de Itajaí (SC), solicitando socorro e informando que iria abandonar a embarcação, passando para um bote salva-vida”- conta ele. “O meu serviço no Salvaero Curitiba até aquele momento transcorria calmo, mas às 0210 UTC, a estação rádio de Itajaí nos acionou informando da situação do veleiro, bem como a decisão do tripulante em abandonar a embarcação. Imediatamente foi acionado o oficial Coordenador de Missão e Auxiliares para compor a equipe, paralelamente, também acionamos o Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAv), sediado em Campo Grande (MS), que providenciou o acionamento de sua equipe e decolagem de uma aeronave bandeirante (SC-95) com destino à Curitiba (PR)”- continua.

Planejamento elaborado, chegada da aeronave ainda naquela madrugada pousando aeroporto do Bacacheri, briefing dado para tripulação, decolaram no nascer do sol, inicialmente para área de busca, pois estavam com uma equipe de coordenação a bordo para o caso de naquele primeiro momento nada fosse localizado, ativariam um Subcentro de Coordenação de Salvamento em Florianópolis (SC). Iniciaram um padrão de busca do tipo Quadrado Crescente (SE), baseado nas coordenadas fornecidas pelo tripulante antes de abandonar o veleiro. Passados, aproximadamente, 20 minutos, começaram a receber um sinal auditivo na freqüência de emergência (121.5 MHz) e, na medida em que se ampliava o padrão, o sinal aumentava, até que em dado momento o equipamento de bordo da aeronave SAR (VHF-DF) recebeu uma marcação do transmissor que emitia o sinal.

“Saímos do padrão de busca seguindo a orientação daquela marcação, observadores atentos vasculhando aquela imensidão azul. Bloqueamos o emissor daquele sinal sem nada avistarmos. Fizemos o retorno para nova passagem um pouco mais ao lado e eis que de repente um observador através do interfone grita: ‘objeto a três horas, curva à direita’. Todos a bordo procuram uma janela para ver aquele homem deitado dentro de um bote, acenando. Previamente, havíamos contatado com um navio rebocador da Petrobras que estava naquela área nos auxiliando na busca. Orientado pela aeronave SAR, foi para o local e resgatou o tripulante do veleiro Nagô. Missão concluída, retornamos todos para nossas unidades, felizes por mais uma vida salva”.

Passados três anos do ocorrido, chega uma carta daquele sobrevivente nos seguintes termos:

“Ao Serviço de Busca e Salvamento da Força Aérea Brasileira“Prezados Senhores!“Já dizia o pequeno Príncipe tu és responsável pelo que cativas e, entre

alguns povos, quando salvamos uma vida nos tornamos dono dela, eis a questão!

“Eu já me considerava morto em, aproximadamente, 25 ou 30 dias (tempo de consumir minha ração de abandono), por saber que as possibilidades de se localizar um homem no mar são semelhantes a de se ganhar na loteria.

“O motivo da minha convicção era originado por eu estar em um bote preto, sem lanterna, fogos de sinalização, espelho, equipamento de pesca e, até então, não saber da existência do EPIRB no bote, pois o abandono do veleiro, na noite anterior, fora muito prematuro.

“Ao amanhecer do primeiro dia, eu, náufrago, fiz um inventário do existente a bordo, e já com a firme e profunda convicção da proximidade do fim da minha existência, descobri o EPIRB (este aparelho maravilhoso) e o acionei; porém sem nenhuma convicção de sua eficiência. E, quando eu, na mais profunda condição de náufrago terminal, estava tomando providências para que estes dias fossem agradáveis fisicamente, pois espiritualmente estava

sereno, ouvi roncos de motores exatamente em cima da minha posição.“Fiquei num misto de alegria e decepção; eu já me considerava carta fora

do baralho e, de repente, estava novamente carta da vez. A princípio tive dúvidas e imaginei; um avião passando por acaso; mas esta imagem logo mudou quando a bela aeronave fez uma curva de 180 graus; aquele avião estava ali por minha causa e, a partir daí, não me largou mais. Eu me sentia como um pintinho pajeado por uma galinha e pelo que tudo indicava, aquela galinha era muito protetora. E era isto, eles não me largaram mais. Eu aqui embaixo nunca gostei muito de paparicação. Falava com o meu eu: ei! Já me localizaram, podem voltar e falar que aqui está tudo bem; mas não! A galinha choca continuava ali; eu chorei, sorri e voltei novamente à condição de indivíduo com possibilidade de vislumbrar mais do que 25 ou 30 dias de vida. Fui salvo!

“Muito obrigado, sou-lhes devedor.“Carlos Alberto Rocha Pinho.” Em agosto de 2004, foi ao IPV (atual ICEA) ministrar umas aulas no curso

SAR 002. Num intervalo de aula, um aluno de Recife disse ter conhecido um senhor, dono de um bar em São José dos Campos, que havia contado uma história muito semelhante à que Norberto já tinha comentado. Marcaram, então, que no final de semana iriam visitar o tal bar. Tão logo chegaram, Norberto foi apresentado ao Sr. Carlos, que foi direto ao assunto, narrando sua epopéia.

“De imediato, conclui que realmente tratava-se daquele sobrevivente. Perguntei se não dispunha de algum registro de bordo narrando todo aquele sofrimento. Ele foi buscar não só o seu diário de bordo, mas as cartas de navegação e a cópia do relatório do Salvaero que o Comando da unidade aérea o havia presenteado. Abri o relatório e mostrei os nomes dos componentes da equipe que coordenou sua missão, perguntei se conhecia alguém, como sua resposta foi negativa, identifiquei-me e mostrei meu nome no relatório. Foi difícil neste momento conter as lágrimas, senti no seu abraço a gratidão por ter ajudado a salvar sua vida e, mais ainda, quando disse num misto de alegria e emoção que parte de sua vida me pertencia. Nesta noite conversamos bastante e para selar este encontro a festa de encerramento do curso foi em seu restaurante”, conta emocionado.

Norberto diz que gosta mesmo é de uma boa pescaria, pois sente uma paz interior muito grande ao ficar contemplando um lago, um rio ou o mar. “Isto é muito reconfortante”- declara.

Para o nosso entrevistado, a Força Aérea Brasileira não tem só o lado profissional, mas também dá oportunidade de conhecimento de outras culturas e a capacitação profissional diante do desenvolvimento tecnológico, bem como na formação social para a sociedade.

O SO Norberto foi agraciado com a medalha militar de ouro, por 30 anos de bons serviços. Recebeu medalhas Bartolomeu de Gusmão e Mérito Santos-Dumont, ambas por relevantes serviços prestados. Ganhou, também, placas de graduado SAR padrão pelo Salvaero Recife, nos anos de 2003 e 2005, além de ser escolhido o Homem SAR do ano de 2006, pelo destaque e dedicação com mais tempo em atividade na área de Busca e Salvamento.

“Profissionalmente, sinto-me realizado, mas, sonhos sempre temos, um deles é a formação em Direito e a outra, escrever um livro, narrando os acontecimentos que mais marcaram a Busca e Salvamento no Brasil, nos quais durante estes meus quase 36 anos, pude acompanhar”.

“Não importa a hora, manhã, tarde, noite ou madrugada, estamos 24 horas por dia, sete dias da semana, prontos para atuar auxiliando quem necessita de nosso apoio” - declara Norberto sobre a missão do Salvaero Recife.

“A equipe de Coordenadores e Auxiliares do Salvaero Recife é composta de pessoas especiais, como todos nós, dedicadas ao extremo e consciente da grande responsabilidade que tem em mãos: cuidar de vidas humanas. Cuidado não só altruísta, no simples no sentido de ajudar ao próximo, mas em um sentido quase paternal, pois sabemos que poderíamos ter um familiar nosso como tripulante ou passageiro daquela aeronave ou embarcação em dificuldades. A Busca e Salvamento não é apenas nosso trabalho, é o nosso prazer, é nossa vocação. Vocês nem imaginem a imensa alegria e total realização pessoal quando o auxílio que prestamos trás de volta o brilho no olhar de um sobrevivente, a esperança no semblante de um familiar próximo e o sentimento de gratidão a cada reencontro”.

O ser humano só percebe o valor imenso de certas situações e aspectos simples da vida, como a saúde, a segurança, o convívio com a família, a amizade e a solidariedade, quando são privados deles. A maior parte do tempo, esses aspectos que fazem parte da nossa rotina diária passam desapercebidos e a maioria de nós não dá a importância que eles merecem.

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Essas informações são indispensá-veis para que previsores e usuários tenham uma melhor representativi-dade das condições meteorológicas observadas. A agilidade e a flexibili-dade na geração e divulgação dessas mensagens promove maior conforto, segurança e economia no vôo.

Neste ponto, porém, cabe refletir-mos sobre um aspecto imprescin-dível: como está o nosso pessoal técnico especialista em Meteorologia, diante dessa nova realidade?

Sabemos que o Curso de Formação de Sargentos qualifica os graduados em Meteorologia (BMT) a exercerem as atividades relativas à especialida-de de Meteorologia. O aspecto prático formativo da especialidade atende perfeitamente às necessidades ope-

racionais do Sistema. Contudo, em função da especificidade, do grau de complexidade e do volume de infor-mações, os conteúdos programáticos relativos a operação das Estações e dos Centros Meteorológicos são mi-nistrados a nível básico.

Disciplinas que desenvolvem co-nhecimentos sobre radar meteoroló-gico, imagens de satélites, e meto-dologias operacionais utilizadas em órgãos de meteorologia necessitam detalhamento e atualização constan-tes, em função da dinâmica sistêmica dos processos funcionais.

Outro aspecto que não pode ser es-quecido diz respeito ao emprego dos dados meteorológicos e a forma de divulgação das mensagens de previ-são e vigilância.

Assim, fomos em busca de in-formações que pudessem apontar qual a atual situação dos graduados meteorologistas diante dos cursos de especialização e habilitação atu-almente disponíveis no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasilei-ro (SISCEAB). A resposta veio com consultas feita aos sites da Divisão de Capacitação Técnica de Pessoal (D-CTP) – http://www.decea.intraer/sdad/dctp; da Divisão de Recursos Humanos - http://www.decea.intra-er/sdad/drhu/TDP/ConsTDP.asp, da Divisão de Meteorologia - http://www.decea.intraer/sdop/dmet/– os três do DECEA, e ao Banco de Dados de Instrução do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), dados apre-sentados na figura 1.

Aqui cabem alguns esclarecimentos sobre a nomenclatura e os objetivos dos cursos disponíveis no SISCEAB para os técnicos BMT:

• MET002 – Operação de Posto de Visualização Remoto. Habilita os téc-nicos a operarem um Posto de Visu-alização Remota, obtendo e tratando imagens obtidas por radares tipo dop-pler nos Centros Meteorológicos;

• MET003 – Operação de Centros Meteorológicos. Proporciona aos técnicos meteorologistas atualização necessária para a execução das tare-fas existentes nos Centros Meteoro-lógicos.

• MET006 – Operador de Estação Meteorológica de Altitude W-9000 /

Figura 1 - Número de posições operacionais X operadores com curso

Eu não sabia!seção

A capacitação de graduadosem Meteorologia no SISCEAB

No decorrer dos últimos dez anos, a evolução tecnológica no campo da computação e das telecomuni-cações promoveu uma revolução impressionante na obtenção e na transmissão de dados meteorológi-cos. As atuais informações meteorológicas de superfície, altitude, radares meteorológicos e satélites (em formato digital) permitem diversos tipos de manipulação e emprego, possibilitando gerar e divulgar men-sagens meteorológicas estabelecidas pela ICAO (Organização de Aviação Civil Internacional).Colaboração: Adilson CLEÔMENES Rocha - Cap Esp Met - Chefe da Subdivisão de Cursos do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA)

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DIGICORA. Habilita os alunos à ope-ração das Estações Meteorológicas de Altitude W-9000/DIGICORA.

• MET008 – Apronto Meteorológico. Capacita os operadores BMT a divul-gar de modo eficaz as informações meteorológicas em briefings operacio-nais ou em salas de tráfego civis, utili-zando-se de fraseologia apropriada.

• MET010 – Operação Volmet. Habilita o aluno para operar a radiodi-fusão de mensagens meteorológicas via Sistema VHF VOLMET, para usu-ários em vôo.

• MET011 – Interpretação de Ima-gens Meteorológicas. Capacita os alunos à identificação dos fenômenos e sistemas meteorológicos contidos em imagens de satélites, radares meteorológicos e de modelagens at-mosféricas.

• SIV516 – Operador de Estação Meteorológica de Superfície (SWS). Proporciona aos técnicos condições de operar as Estações Meteorológi-cas de Superfície – Midas IV.

• SIV518 – Operador de Estação Meteorológica de Altitude - AWS DIGICORA. Proporciona aos instruen-dos condições de operar as Estações Meteorológicas de Altitude – AWS/ DIGICORA.

Agora, com uma noção geral sobre os cursos existentes no SISCEAB para os graduados BMT, observan-do a figura 1, e considerando que o número de vagas necessárias para o curso são posições operacionais com graduados BMT, podemos obser-var que um número significativo dos técnicos meteorologistas da “rede” desempenham suas funções somente com conhecimentos básicos sobre Meteorologia advindo do curso de

formação, o que pode influenciar na qualidade da obtenção dos dados e na divulgação dos produtos de previsão gerados nos Centros de Previsão, em função da evolução do sistema.

Gostaria de aproveitar e citar o ex-Diretor-Geral do DECEA, em texto contido no Editorial,

publicado nesta revista – edição 15 (março/2006): “Os incrementos tec-nológicos, que velozmente fazem parte de nosso universo de atuação, devem, obrigatoriamente, ser acom-panhados da preparação de nossos profissionais. Este é um trabalho sem tréguas e, também, preciso e detalha-do”.

Seguindo essa linha de raciocínio, pode-se inferir que alguns cursos necessitam ser criados e outros ajustados para otimizar o tempo útil destinado à instrução e para elevar de modo significativo o desempenho técnico/operacional dos nossos gra-duados BMT.

1 - Cursos para emprego de da-dos obtidos por Radares Meteoro-lógicos

Os dados obtidos por radares me-teorológicos são produtos de impor-tância vital para a vigilância meteoro-lógica de vôo. Todavia, a dificuldade da utilização desses produtos não está somente em obtermos imagens tal qual a mostrada na figura abaixo. O problema é obter e compreender o que ela representa. A interpretação de produtos desse tipo ainda é muito

pouco explorada no meio operacional. Assim, a idéia de aprofundar os estu-dos nessa área, visando a determina-ção de situações meteorológicas peri-gosas, é primordial para que se tenha condições de antecipar as situações que comprometerão o vôo.

Dessa forma, a criação de um curso específico sobre Operação de Radar Meteorológico e um ajuste no curso MET002 para explorar o conteúdo programático que trata de Interpre-tação de Imagens Radar seria uma forma de atingir os objetivos desse assunto, em apenas dois módulos com duração de duas semanas cada, num nível adequado às necessidades atuais dos Centros de Previsão.

2 - Curso para Interpretação de Imagens de Satélites e de Modelos Numéricos de Previsão

Assim como os dados de radar meteorológico, o conteúdo relativo Obtenção e Interpretação de Ima-gens de Satélites Meteorológicos e Noções sobre Modelos Numéricos de Previsão é de suma importância para a boa informação meteorológica. O desenvolvimento desses conteúdos em um curso específico para esse fim proporcionará a elevação de nível ide-al para nossos técnicos.

A diferenciação das imagens de satélites, mostradas na figura abaixo , seria objeto de estudo sistematizado, permitindo aos graduados utilizarem esses conhecimentos como ferramen-tas operacionais básicas nos Centros Meteorológicos. Com o estudo do conteúdo sobre radar meteorológico em cursos específicos já citado no item 1, abriria-se no Curso MET011

Figura 2 - Perfil de vento obtido por radar meteorológico tipo Doppler

Figura 3 – Imagens do Satélite GOES no infravermelho, no visível, e no vapor d’água, respectivamente

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espaço suficiente para a prática de identificação de fenômenos meteoro-lógicos significativos para a operação aérea.

Noções básicas sobre as imagens produzidas por previsão numérica, tal como a mostrada na figura 4, tam-bém poderá ser explorada com mais propriedade.

3 - Curso de utilização qualitativa e quantitativa de dados meteoroló-gicos para pesquisas

A pesquisa na Meteorologia Aero-náutica é uma área recém-iniciada no SISCEAB. Para que possamos dar os primeiros passos consistentes neste empreendimento é necessário preparar recursos humanos com co-nhecimentos básicos para ler, medir, interpolar, estimar e interpretar valo-res relativos às observações meteo-rológicas à superfície e em altitude, além de gerar conhecimento sobre normas de controle e arquivamento de dados climatológicos. Um curso Básico de Climatologia proporcionará a geração de produtos semelhantes ao mostrado na figura 5, permitindo um melhor planejamento a médio e longo prazo das atividades aeronáu-ticas, militares ou não. Esse trabalho poderá ser executado na Subdivisão de Climatologia do ICEA ou mesmo nas Subdivisões de Meteorologia dos quatro Centros Integrados de Defesa

Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, III e IV) ou do Servi-ço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP).

4 - Curso para coordenação e ge-rência de recursos humanos

Considerando que muitos sargentos e suboficiais mais antigos dos órgãos de Meteorologia acabam por assumir

funções de supervisão nos órgãos operacionais, principalmente nos Destacamentos de Controle do Es-paço Aéreo (DTCEA), a capacitação do pessoal que já atua nessas área para gerenciar os recursos humanos, através de um curso voltado para este fim, aliada à experiência desses pro-fissionais na especialidade, assumirá caráter significativo e se refletirá na eficiência dos órgãos MET. Profis-sionais de informações aeronáuticas (AIS) e controle de tráfego aéreo (CTA) já se beneficiam de curso equi-valente para seus respectivos órgãos.

5 - Curso para obtenção de dados meteorológicos de superfície e de altitude

Cartas de dados meteorológicos de superfície e diagramas termodinâmi-co, tal qual apresentadas na figura 6, são utilizadas diariamente nos Centros Meteorológicos de Previsão. Essas imagens empregadas ade-quadamente refletem as condições atmosféricas tridimensionais em uma determinada região.

Uma previsão meteorológica dificil-mente atinge um nível satisfatório de qualidade sem que os dados contidos nessas cartas sejam extremamente confiáveis.

Assim, um trabalho voltado para um preparo adequado do observador

Figura 4 - Previsão Numérica de Umidade Relativa em 850 HPa (1500m)

Figura 5 - Climatologia de Precipitação para o 1º Trimestre de 2006

Figura 6 – Cartas de Superfície e Diagrama Termodinâmico

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meteorológico motivando-o sobre seu papel indispensável no processo de geração de previsões meteorológicas é mister.

Com o ajuste e atualização dos con-teúdos existentes nos cursos SIV516 e SIV518, já em desenvolvimento pela Divisão de Meteorologia do DECEA (D-MET), para 2007, acredito que os requisitos necessários para uma condição ótima de obtenção de dados será atendida, não necessitan-do de outro tipo de instrução.

6 - Curso para a utilização de da-dos meteorológicos nos Centros de Previsão

Com o atual formato digital dos da-dos meteorológicos, a técnica de ge-ração manual dos mapas de tempo, onde se desenham os símbolos mete-orológicos numa carta regional, está sendo modificada através da geração de mapas meteorológicos gráficos em softwares livres, obtidos na Internet. Este método, usado desde o início dos anos 90 no meio científico, agiliza e melhora a qualidade das imagens produzidas, proporcionando ganho de tempo e melhores condições de visu-alização para o previsor.

Esta nova metodologia per-mite uma avaliação precisa das condições meteorológicas de um determinado local. A teoria básica sobre a plotagem dos da-dos, anteriormente utilizada, não é alterada, não conflitando, as-sim, com o processo formativo do técnico BMT, pois, a mesma é indispensável para o emprego dos dados no meio operacional. Apenas a ênfase no processo de geração de produtos obtidos dos dados é modificada.

O software para visualização e análise de dados em pontos de grade amplamente utilizado na área de pesquisa em me-terorologia em todo o mundo é o GrADS (Grid Analysis and Display System). Atualmente, al-guns produtos do GrADS já são encontrados na REDEMET e disponibilizados para a maioria dos órgãos de meteorologia do sistema. Entretanto, como pou-quíssimos graduados possuem

conhecimento sobre esse software, produtos regionais específicos e não rotineiros, ou em situações de operações militares, não são gera-dos com rapidez e qualidade apro-priadas.

Um curso voltado para a explo-ração desse conteúdo certamente dinamizaria os trabalhos realizados no Centros Meteorológicos dos CINDACTAs ou do SRPV, ou mes-

mo em computadores portáteis, quando a situação assim exigir, como podemos ver na figura 7.

Do exposto, verifica-se que são necessários alguns ajustes nos atuais cursos disponíveis no SISCEAB e um planejamento para a criação de outros de uma forma que se possa atender plenamente as necessidades da meteorologia operacional.

Também observa-se na figura 8 um aumento significativo na disponibiliza-ção de vagas em curso MET no ICEA nos últimos quatro anos. Um claro esforço que o DECEA vem empreen-dendo no sentido de atender a mete-orologia com os recursos orçamentá-rios necessários para diminuir a dis-tância entre a qualificação existente e a necessária no meio operacional. Porém, mais vagas nos cursos MET são necessárias para que a eficiência do processo seja melhorada.

Um trabalho gradativo e constante nesse sentido se faz necessário.

Contando com o apoio do DECEA e com o trabalho em conjunto da D-MET, dos órgãos regionais e do ICEA, existem totais condições de se mini-mizar o retardo técnico/operacional existente no Sistema no decorrer dos dois próximos anos.

Para que isso se concretize, alternativas de instrução foram apresentadas.

Afinal, a Meteorologia Aeronáu-tica caminha como “um conjunto de todos eficaz”...

Figura 7 - Previsão de Vento em Altos Níveis

Figura 8 – Distribuição de vagas no ICEA por ano

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Responsabilidade social é, sem dúvida, um dos termos mais usados nas duas últimas décadas. Com o passar do tempo a atenção voltada às problemáticas social, ambiental e por que não dizer, huma-nitária, estruturou e edificou não só um pensamento, mas um comportamento por parte da sociedade bem mais consciente, exigente e atuante no que diz respeito ao entendimento do universo econômico e das relações entre as empresas públicas e privadas com todo o meio que as cir-cunda.

Em outras palavras, nestes últimos anos, as pessoas de todas as áreas pro-fissionais e classes sociais têm tido maior acesso às informações sobre como se estruturam as empresas no País, quais são as suas missões, o que elas fazem e o que e como verdadeiramente elas se portam com relação à sociedade.

Esta postura mais lúcida e participativa clareou uma conjuntura até então pratica-mente desapercebida pela maioria que, posta em evidência, alarmou a todos ao evidenciar os danos causados pelo mau uso dos recursos ambientais e pelo pouco caso com relação às pessoas, principal-mente no tocante aos seus direitos hu-manos, como por exemplo nas áreas de saúde, educação, inclusão social, direitos das pessoas portadoras de alguma defici-ência, entre outros.

Colocar a boca no trombone e a mão na massa foi mais que uma necessidade; foi uma prioridade, uma urgência. Quantas Associações e Organizações Não Gover-namentais (ONG), quantos movimentos e projetos não surgiram a partir desta cres-cente demanda?

A cobrança da população, respaldada pelas leis da nossa Constituição, suscitou uma nova postura por parte das empresas que, desde então, se viram no dever de devolver à sociedade benefícios que dela têm recebido. Trata-se de uma troca, uma

retro-alimentação fundamental para que todos – sociedade e empresas – saiam amparadas e com suas necessidades bá-sicas atendidas.

A Responsabilidade Social é a forma mais legítima de proporcionar um canal de troca e transformação social entre todos os envolvidos numa organização pública ou privada, interessados em agregar valor a seus negócios através do desenvolvimento sustentável.

De acordo com o portal responsabilida-desocial.com, “infelizmente, muitos ainda confundem o conceito com filantropia, mas as razões por trás desse paradigma não interessam somente ao bem-estar social, mas também envolvem melhor performance nos negócios e, conseqüen-temente, maior lucratividade”.

Nos resta continuar andando e agindo, cobrando e fazendo a nossa parte.

Uma visão holísticaMuitas Organizações Militares subordi-

nadas ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) comungam deste dever, colocando, como metas a serem cumpridas, a Responsabilidade Social. São muitas as formas de execução e de aplicação de projetos de Responsabili-dade Social realizadas pelos órgãos do DECEA.

Para começarmos a exemplificar, citamos a Divisão de Apoio ao Homem (D-APH), que está subordinada ao Subde-partamento de Administração (SDAD).

Pautadas numa visão holística e atra-vés da compreensão das necessidades humanas, as ações de apoio ao homem buscam atender às aspirações pessoais e ao desenvolvimento profissional do efetivo do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). A D-APH atua como elo divulgador e facilitador dos Sis-temas já existentes no Comando da Aero-náutica nas áreas de Saúde, Psicologia,

Assistência Social, Segurança e Defesa. Quando falamos de Responsabilidade

Social, prontamente nos vêm à mente o apoio e as relações entre as empresas e as comunidades próximas. No entanto, não podemos nos esquecer que o público interno é também alvo destes projetos.

Desta forma, ressaltamos também os projetos de suporte técnico e financeiro executados pelo DECEA, através do Pro-grama de Trabalho, voltados para a busca de soluções que otimizem as atividades de Gerenciamento de Estresse, Plane-jamento do Orçamento Familiar, Gestão da Qualidade, Higiene e Segurança do Trabalho, Prevenção ao Uso Abusivo de Substâncias Químicas, entre outros.

Um projeto de destaque que tem como objetivo prestar uma atenção diferencia-da nos processos de transferência dos militares e civis do DECEA é o “Programa Integrar”. Ele considera as significativas mudanças na vida pessoal e profissional dos funcionários transferidos para outras OM do SISCEAB em outras cidades e/ou estados, incluindo, também, as diferenças culturais, climáticas e alimentares, que podem acarretar uma redução do desem-penho profissional.

Buscando, justamente, dirimir esta pos-sível redução de desempenho através da melhor adequação do funcionário – e de sua família – ao novo local de trabalho, o DECEA sistematizou os procedimentos de recepção dos militares e civis.

Uma equipe multidisciplinar formada por profissionais especializados disponibiliza aos novos funcionários informações sobre a OM e sobre a cidade de forma organiza-da, permitindo que os mesmos possam se adaptar sem ansiedade às novas condi-ções de trabalho.

Também é de autoria do DECEA o Programa de Atenção aos 78 Destaca-mentos do SISCEAB, que tem como meta o desenvolvimento de ações preventivas

Responsabilidade Social

Ações inovadoras do DECEA e de suasOM subordinadas contribuem para

a melhoria da qualidade de vidaTexto: Telma Penteado - Idealização e Pesquisa: Daisy Meireles

Reportagem Especial

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e educativas, identificando e suprindo as necessidades das áreas de Apoio ao Ho-mem. Dentre as suas diversas atividades, o Programa promove o incremento organi-zacional e pessoal em sua totalidade.

Um dos destaques, dentre os projetos do Subdepartamento de Administração do DECEA, é o de Capacitação em Orçamento Familiar. Iniciado em 26 de abril de 2004, o Projeto tem por objetivo principal propiciar ao efetivo informações que possibilitem uma reflexão adminis-trativa do orçamento familiar. O primeiro curso, ministrado pela professora Patrícia Oliveira de Freitas, foi o resultado de uma parceria do DECEA com o Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

A intenção deste curso foi, em primeira instância, capacitar multiplicadores que, por sua vez, repassarão os conhecimen-tos adquiridos aos demais funcionários.

Auxiliando fortemente a disseminação da reeducação orçamentária familiar, foi realizado, pela Assessoria de Comunica-ção Social do DECEA, um vídeo institu-cional que, depois de pronto, foi distribuí-do para as OM subordinadas.

De acordo com a assistente social Ibla Bastos, o Programa consiste num ciclo de cinco apresentações abordando os seguintes temas: Orçamento Familiar: re-fletindo sobre sua importância; o consumo na sociedade contemporânea; o planeja-mento das compras; o uso adequado da planilha como ferramenta para organiza-ção do (orçamento) receita X despesas; e dívidas e recursos básicos (água, luz e gás). São também discutidos alguns cases que ajudam a demonstrar como é

possível reverter situações compli-cadas.

Esta iniciativa possibilita ao efetivo lançar um novo olhar sobre a questão da organi-zação e do plane-jamento orçamen-tário, melhorando a qualidade de vida de todos os seus funcionários e de suas respecti-vas famílias.

As atividades inerentes ao Serviço Social do DECEA, no âmbito

do Comando da Aeronáutica (COMAER) são regidas pelas ICA 161-1 (Gestão de Recursos da Assistência Social) e 163-1 (Instruções Reguladoras das Ações So-ciais do Comando da Aeronáutica), ambas de 22 de fevereiro de 2006.

A DIRINT (Diretoria de Intendência), por intermédio da Subdiretoria de Encargos Especiais (SDEE), atua como Órgão Cen-tral do Sistema de Assistência Social do Comando da Aeronáutica.

Com base nessas Instruções (ICA) – e segundo determinações superiores – a seção tem disponibilizado cotidianamente a seus beneficiários a aquisição de me-dicamentos, óculos, vacinas e material didático. Ressaltamos também os trata-mentos multidisciplinares para crianças com necessidades especiais (como fono-audiologia, neuro-logia, psicologia e terapia ocupacio-nal), aquisição de órteses e próteses, cadeiras de rodas, aspirador nasal, sondas para res-piração traqueal e para alimentação, aparelhos auditi-vos, tratamentos odontológicos, próteses dentá-rias, aquisição de materiais para construção em casos especiais, entre outros.

Parcerias para promover educação e qualidade de vida

O Parque de Material de Eletrônica do Rio de Janeiro (PAME-RJ) abraçou esta meta e colocou em prática um projeto social de grande importância o Renascer, que promove a inclusão de jovens de ida-des entre 13 e 18 anos através de ações que resgatam a auto-estima, a melhoria das condições de saúde e de qualidade de vida. Oferece, ainda, educação siste-mática voltada para a obtenção de melho-res resultados escolares, introdução ao ensino profissionalizante e atendimento médico e odontológico.

Diante das demandas e das necessida-des advindas das comunidades carentes da cidade do Rio de Janeiro, a Fundação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) desenvolve projetos na área de educação em parceria com empresas públicas e privadas.

A FIRJAN promoveu o projeto “Pré-vestibular Comunitário do Caju”, visando facilitar o ingresso de membros da comu-nidade nas universidades, elevando de 0,4% para 30% o índice de aprovação dos candidatos ao vestibular. Para tanto, a FIRJAN contou com o apoio do PAME-RJ, que cedeu salas para a realização do curso.

Outra atividade desenvolvida recente-mente no Parque foi incentivar o espírito natalino nos alunos do Projeto Renascer. No final do ano passado, o 3S Marcelo Romano, da Seção de Assistência Social do PAME-RJ, e as professoras Elisabeth e Valéria atuaram como instrutores para transformar lixo em arte. A educação

O D-APH: pautado numa visão holística

Projeto Renascer: educação sistemática para melhores resultados escolares

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ambiental, através da reciclagem, foi uma das maneiras encontradas para despertar e incentivar o lado artístico dos alunos.

A idéia do “lixo vira arte” resultou em árvores de natal confeccionadas com garrafas PET pelos alunos do Projeto Re-nascer. Boa parte do material utilizado era reciclado e tudo foi produzido com poucos gastos extras, pois eles conseguiram doa-ções com amigos e familiares.

O 3S Romano diz que todas as ações em prol da árvore transformaram-se em uma grande cooperativa solidária. “O resultado foi muito gratificante, pois gran-de parte da população de baixo poder aquisitivo, que não consegue comprar as tradicionais árvores de natal nas lojas, conseguiu adquirir o produto”.

Muitos puderam presentear os fami-

liares e amigos com uma obra de arte, preservando o meio ambiente, que era a idéia central do projeto, utilizando garra-fas PET.

Segundo Marcelo Romano, a idéia deveria ser implantada em uma escala maior, e ele sonha um dia em que es-colas e instituições criem mecanismos e parcerias com iniciativas privadas para desenvolver projetos de reciclagem com crianças, jovens e idosos, com o fim de transformar os produtos artesanais, após a comercialização, em cestas básicas, para atender à população mais carente.

Prevenção ao AlcoolismoO Primeiro Centro Integrado de Defesa

Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA I), sediado em Brasília, tam-bém fez a sua parte pela Responsabilida-de Social em prol de seu efetivo.

A partir dos programas de cunho so-cial realizados desde 2000 surgiu o de “Prevenção de Dependência Alcoólica e Reabilitação do Alcoolista na Empresa”,

que foi por meses ministrado pela Ten QCOA Psic Flávia Cristina Gomes de Oliveira e pelo SO Antônio Becker.

Atualmente, o programa está desa-tivado, mas há grande interesse por parte do CINDACTA I que ele retorne à ativa!

Promovendoum futuro melhor para

adolescentes em situaçãode risco social

No período de abril a novembro de 2006, o CINDACTA III apoiou o Projeto Esquadrão Asa Branca, disponibilizando vagas em oficinas semi-profissionalizan-tes para jovens com idades entre 14 e 17 anos.

A Associação Asa Branca – sociedade civil sem fins lucrativos – realiza trabalhos de natureza socioedu-cativa, profissionalizante e cultural em Recife, desde 1993. Trata-se de um trabalho voluntário com atividades direcionadas a adoles-centes da comunidade local em situação de risco social, que se encontram sem perspectivas de futuro, tanto no que diz respeito aos estudos, quanto à vida profis-sional.

Nesta edição do projeto, seis jovens tiveram a oportunidade de aprender noções básicas de in-

formática, redação de textos e realizaram tarefas básicas de rotinas administrativas como auxiliares de escritório.

Segundo a Chefe da Esquadrilha do CINDACTA III e Coordenadora do Projeto Esquadrão Asa Branca, Ten Elizângela Carneiro, “além dos conhecimentos técni-cos adquiridos, a interação neste ambien-te de trabalho proporcionou a estes jovens o estabeleci-mento de relacionamentos construtivos com os colegas, instrutores e militares do Centro, contribuindo para o aprimoramento pessoal e pro-fissional desses jovens”.

As oficinas tiveram como instrutores o 1S Marcelo Mar-lasca e o 1S Sérgio Santana de Melo (Auxiliar de Escritó-rio); e o 1S Júlio César Teixei-ra (Refrigeração).

O CINDACTA III continuará apoiando o Projeto Esqua-drão Asa Branca, disponibi-

lizando novas vagas nas oficinas semi-profissionalizantes para o ano de 2007, de acordo com a coordenadora do projeto.

Inclusão social para portadores de necessidades especiais

Em 27 de junho de 2005, o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) foi homenageado pela Sociedade de Reabi-litação e Reintegração de Incapacitados (SORRI), de São José dos Campos (SP), em virtude do trabalho de inclusão de 13 portadores de necessidades especiais na operação dos diversos simuladores de Controle de Tráfego Aéreo instalados no Instituto.

Este programa, de grande relevância, é o Projeto Eficiência, que ainda hoje é realizado pelo Instituto. A idéia do Projeto, que tem por meta o emprego de pessoas portadoras de necessidades especiais no Sistema, nasceu em 1982. De acordo com o Maj R1 Anilton, Consultor ATS do ICEA, a implementação do Projeto no Instituto só foi possível em setembro de 2000, com o empenho do então Cap Calheiros (hoje Coronel), do extinto IPV (Instituto de Proteção ao Vôo), hoje ICEA. Todo o processo de recrutamento destes

Material reciclado vira arte no PAME-RJ

Instrutores e alunos - relacionamento construtivo em prol do profissionalismo no CINDACTA III

A inclusão social no ICEA: 27 profissionais nadigitação de dados climatológicos

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funcionários recebeu o aval e o incentivo dos Diretores do Instituto.

“A ONG SORRI, que trabalha na prepa-ração e na inclusão destes profissionais no mercado de trabalho, serviu como laboratório para a montagem de um curso preparatório para atender à simulação”, conta Anilton.

Entre os idealizadores do programa es-tão também o SO Edgard, o SO Nonato, o 1S Andrade, o 1S Figueiredo, o analista Lanzoni e o sr. Herédia.

Num primeiro momento, os contratos entre a ONG SORRI e o ICEA tiveram duração de um ano. As características necessárias para preencher os requisitos do cargo são boa audição, raciocínio es-pacial, destreza manual, clareza verbal e conhecimento de inglês.

Seis anos depois da implementação do Projeto Eficiência, o Sistema conta com 16 operadores de simulação preparados ao longo destes seis anos em cinco cur-sos já concluídos.

O Projeto deu origem à contratação em 2004 de outros portadores de neces-sidades especiais para a atividade de digitação de Dados Climatológicos dentro do ICEA. Somados, estes profissionais chegam a 27.

O ICEA foi, pouco a pouco, se adaptan-do às demandas de seus funcionários, po-dendo propiciá-los todo o conforto de que necessitam para exercer suas funções. Os operadores, que ainda são contrata-dos pelo período de um ano, recebem to-dos os benefícios da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Eles moram em diferentes bairros da cidade de São José dos Campos, têm idades entre 18 e 35 anos e a maioria pertence a comunidades de classe baixa.

Dentre os principais tipos de deficiência estão a poliomielite, a paralisia cerebral, as amputações de membros, acidentes, paraplegia, má formação congênita e a deficiência orgânica.

Estreitando laços de uniãoApoio e união são, além de fundamen-

tais, passos que precedem a ação. De-sejar colaborar é excelente, mas de nada adianta se não se tornar realidade.

E assim fez o Destacamento de Contro-le do Espaço Aéreo de Barra do Garças (DTCEA-BW): agiu.

O DTCEA-BW, no Estado do Mato Grosso, abraçou a causa das crianças portadoras da Síndrome de Down. “Ao

assumirmos o comando desta unidade”, lembra o Comandante Cap Esp Aer CTA Aercio da Silva, “observamos que existe em nosso efetivo um militar que é pai de uma criança especial e duas esposas de militares que trabalham na Escola de Edu-cação Especial Dupé, voltada para jovens especiais. Resolvemos, então, conversar com estas pessoas e com a diretora da escola, Profª. Lorena, buscando uma for-ma da Aeronáutica participar mais ativa-mente das atividades lá desenvolvidas”.

Estreitando os laços entre o DTCEA e a comunidade de Barra do Garças, foi promovido, no dia 23 de agosto, nas dependências do Clube da Vila Militar da Aeronáutica, durante as comemorações da Semana Nacional do Excepcional, o Dia de Confraternização com a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excep-cionais).

“Nosso intento é realizar esta ativida-de duas vezes ao ano, visando manter estreitos os laços de convívio com estes jovens”, declarou o Cap Aércio.

O efetivo do DTCEA Barra do Gar-ças também se encontra engajado na reforma dos banheiros da Creche Dom Geraldo, localizada na cidade, também beneficiada com doações arrecadadas pelos militares e pelas equipes que participaram dos eventos esportivos no evento comemorativo.

Iniciativas que edificam vidas O Destacamento de Controle do Es-

paço Aéreo de Tanabi (DTCEA-TNB) também realiza vários projetos sociais na cidade. Dentre os mais relevantes estão a doação de sangue colida na comunidade local para o Hemocentro de São José do Rio Preto; as aulas de matemática para soldados de 2ª Classe que são alunos do Curso de Soldado Especializado, tendo 90% de aprovação na unidade no ano de

2003; e a Campanha para o Hospital do Câncer de Barretos.

Através destes projetos toda a comu-nidade de Tanabi, com a participação efetiva das crianças carentes, está sendo beneficiada pelo Destacamento. A iniciati-va de muitos destes programas foi do SO BET João José Fontoura, que teve apoio de alguns Comandantes do DTCEA-TNB com os quais trabalhou por muitos anos.

Segundo o SO Fontoura, “a repercus-são dos projetos foi muito boa, tanto para o Destacamento, quanto para o COMAER. Os pais das crianças abra-çadas pelos projetos aprovaram de tal forma, que pedem a continuação dos programas, vislumbrando, principalmente, a Colônia de Férias”.

Há grande interesse em expandir a iniciativa, haja vista a deficiência de apoio ao menor carente e a grande aceitação da comunidade local.

“Existe um projeto em conjunto com a Prefeitura de Tanabi com a finalidade de manter um Curso Preparatório para o in-gresso na Escola de Especialista de Aero-náutica para jovens carentes. A idéia é ter aulas gratuitas, inscrições pagas pela Pre-feitura, Assistências Médica e Psicológica, condução para São Paulo, alimentação e alojamento para a realização do exame, sendo esses últimos a serem solicitados ao Comando da Aeronáutica. As aulas serão ministradas por militares da Aero-náutica e professores da rede municipal de Tanabi”, explicou o SO Fontoura.

“Não há nada como o sonho para criar o futuro” (Vitor Hugo). Completamos este bordão, enviado pelo SO Fontoura, com base nos belos exemplos citados nesta Reportagem Especial, assim: “e nada como a ação para edificar o presente”.

A grande aceitação da comunidade de Tanabi incentiva o efetivo do DTCEA a continuar com os projetos

Crianças com Síndrome de Down contam com o apoio e a união do DTCEA - Barra do Garças

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O HistóricoO Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Maceió

(DTCEA-MO) foi criado pelo Decreto nº 73.160, de 14 de no-vembro de 1973.

É uma Organização Militar (OM) integrante do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), que tem como missão o controle e a vigilância das aeronaves que cruzam o espaço aéreo sob sua responsabilidade e também a operação e a manutenção dos órgãos e equipamentos que compõem o ser-viço de controle do espaço aéreo. Desde a sua criação, o Desta-camento já teve 16 comandantes.

Encontra-se em andamento o projeto para implementação do Sistema de Gestão da Qualidade em todo o Destacamento. Porém, já estão certificados a Sala AIS, o APP e a TWR-MO - por terem atendido aos requisitos da NBR ISO 9001:2000.

O DTCEA-MO, situado na Cidade de Rio Largo, encon-tra-se adjacente ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares e dista 2km (cinco minutos) da vila residen-cial, 8km (dez minutos) do Centro de Rio Largo e 30km (40 minutos) do Centro de Maceió.

O EfetivoAtualmente, o efetivo do

DTCEA-MO é composto por 104 pessoas. Um major aviador (comandante); dois tenentes médicos; duas te-nentes dentistas; um tenente especialista; 65 suboficiais/sargentos, que exercem fun-ções administrativas, técni-cas e operacionais; e 33 cabos/soldados, responsáveis pelos serviços de guarda, segurança e limpeza nas instalações.

A Vila HabitacionalÉ composta de quatro prédios com três andares, sendo dois

apartamentos por andar. Há, ainda, seis casas, destas, uma destina-se ao comandante e outra a um oficial.

Localizada na cidade de Rio Largo e adjacente à cidade de Maceió. O efetivo conta - ainda - com o Clube da Aeronáutica de Alagoas (CAAL), que possui um salão para eventos, restau-

rante e uma quadra poli-esportiva, que no momento passa por uma reforma, visan-do, assim, ampliar e incentivar o uso pelos moradores, que cria-ram diversos times, reforçando - assim - a integração de todos que por ali passam.

A Vila Habitacional atende a 30 militares, o que corresponde a aproximadamente 40% do efetivo. Na Vila não existem imó-veis disponíveis para Cabos.

O Hotel de TrânsitoO Hotel de Trânsito (Hotran) foi recém-reformado e hoje é

um dos mais modernos do Nordeste, servindo de modelo para as outras unidades. Dispõe de oito apartamentos, todos eles equipados com a estrutura necessária para atender com confor-to os militares, dependentes e civis assemelhados. Atualmen-te, o Hotran quer receber a certificação NBR ISO 9001:2000 e tudo faz em suas dependências para alcançar este objetivo.

Maceió e Rio LargoOs militares e seus dependentes podem encontrar excelentes

opções de lazer e cultura, vivendo nas proximidades das duas cidades.

Rio Largo é ainda pequena, mas não deixa de estar em cons-tante desenvolvimento e é famosa por seus hospitaleiros mo-radores.

Em Maceió há shopping center, feiras de artesanatos, centro de convenções, vários barzinhos e casas noturnas. As melhores opções de lazer são as praias, as mais belas do litoral nordes-tino, segundo o comandante do Destacamento. “Quem nunca ouviu falar na Praia do Francês?”- indaga o Maj Cláudio.

Com diversificada rede de gastronomia; citando como exemplo a orla central, onde se localizam barraquinhas da tradicional tapioca recheada alagoana e também o famoso “Lampião”, uma casa de forró freqüentada por turistas e moradores da cidade.

O efetivo tem um ambiente de trabalho harmônico no Destacamento

Conhecendo o

DTCEAMaceió - AL

Apartamentos da Vila em Rio Largo

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Alagoas é um estado cul-turalmente muito rico e cheio de personagens ilus-tres como Marechal Deo-doro. Também foi sede do Quilombo dos Palmares, ícone brasileiro da resis-tência à escravatura.

A economia tem o seu ponto forte no plantio de cana-de-açúcar, já tradicional desde a época do Império.

O clima é o diferencial, muito agradável o ano inteiro. Com épocas bem definidas de verão e inverno, é ameno e agradável. Não existe aquele mormaço característico de outros Estados do Nordeste. O vento é abundante em quase todo o ano, fa-cilitando a prática de várias modalidades esportivas. O clima, suavizado pela brisa do oceano é um convite para quem deseja melhorar a qualidade de vida.

Os militares têm o privilégio de morar próximo das duas cidades, ficando fácil de atender todas as suas necessidades. Hoje, a maior dificuldade é a distância da capital Maceió, onde se faz necessário o deslocamento motorizado e o preço do com-bustível é um dos mais caros do Nordeste.

O custo de vida na cidade é idêntico ao dos grandes centros, porém existem alternativas (feiras livres e mercado da produ-ção) que fazem diferença no orçamento. Outra vantagem é o preço dos aluguéis de imóveis, que são bem mais baratos do que nos outros Estados.

Maceió, além de ser uma belíssima capital, tem uma infra-estrutura elaborada em diversos aspectos: hotéis, pousadas, bares, restaurantes, shopping, cinemas e, o principal, possui as mais belas praias do litoral nordes-tino, verdadeiros cartões postais.

O Relacionamento com a Sociedade

LocalOs militares são mui-

to queridos pela popula-ção e pelas autoridades locais, pois são cons-tantemente convidados a participar de compro-missos oficiais, como desfiles militares em comemoração a emancipações políticas de municípios, bem como apresentar o Destacamento em palestras, mostrando a função do DTCEA no âmbito do CINDACTA III, e a sua impor-tância para o Estado e para o Comando da Aeronáutica.

Em várias ocasiões, participam de eventos sociais, promovi-dos pelos militares de outras Forças ou pela Prefeitura de Rio Largo. Também são convidados a representar a Força Aérea em eventos esportivos e ainda recebem nas dependências do Clube, a sociedade local, para palestras ministradas por nossos profissionais em saúde e bailes comemorativos.

Prestam, também, à sociedade carente serviços comunitá-rios, através de atendimento médico e odontológico, em parce-ria com diversas Prefeituras (missão ACISO).

A Interação das FamíliasAlém das já citadas palestras sobre assuntos médicos

e odontológicos, psicológicos, primeiros socorros e vaci-nação dos familiares, também procuram agregar o efe-tivo com festas e comemorações (carnaval, festa junina, baile da asa e dia das crianças).

No Clube há atividades esportivas que envolvem os milita-res, familiares e convidados; destacando-se o recém-criado, e muito disputado, futebol feminino.

A Assistência Médico-Odontológica A assistência médica é realizada através de dois hospitais

conveniados com a SARAM: a Santa Casa de Misericórdia de Maceió (maior hospital de Alagoas) e a Clínica Santa Juliana.

Atualmente, encontra-se em processo de credenciamento com uma Clínica de Fisioterapia, Psiquiatria e Oftalmologia, o que elevará a qualidade do atendimento médico ao efetivo.

Além dos hospitais citados, os dois oficiais médicos do Des-tacamento prestam atendimento ambulatorial ao efetivo e aos seus familiares.

O atendimento odontológico é realizado pelas duas oficiais dentistas, que atendem no consultório do Destacamento. Para casos de tratamento ortodôntico, periodicamente, o DTCEA recebe a visita de um profissional da área, a fim de atender os militares e dependentes, realizando implantação e manuten-ção de aparelhos.

O ComandanteO atual Comandante é o Ma-

jor Aviador Claudio Luiz Cha-ves da Silva, natural do Rio de Janeiro e formado na Aca-demia da Força Aérea (AFA), em dezembro de 1987. Piloto de Transporte e Ataque, com aproximadamente 3.000 horas de vôo, a maioria como Instru-tor no Primeiro Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação (1°/5° Gav). Ao longo de sua carreira teve a oportunidade de realizar os cursos de Oficial de Segurança de Vôo e Inspetor da Avia-ção Civil. Com 41 anos, é casado e possui filhos. Embora seja carioca, escolheu o Nordeste para morar e hoje está realizado comandando o Destacamento em Maceió.

Para o Maj Cláudio, o trabalho no DTCEA-MO é roti-neiro e muito tranqüilo. O fato de estar bem próximo ao CINDACTA III, é um privilégio, pois podem contar com o apoio direto do Comandante, Cel Candez, em todas as adver-sidades, o que contribui para um ambiente de trabalho propí-cio ao sucesso. “Acredito que a grande virtude do DTCEA-MO, para ser escolhido por um militar para trabalhar, é a qualidade de vida oferecida pela cidade, ambiente de trabalho harmôni-co, tranqüilo e com pouco movimento. Nós, aqui, não sofremos a pressão de grandes Centros. Maceió é uma Capital com jei-to de cidade interiorana; tem bastante variedade de diversão, com violência bem menos evidente que em outras cidades do Brasil. Vale a pena vir para cá” - incentiva o comandante.

Vista panorâmica de Maceió

A estrada que dá acesso ao radar

Major Cláudio

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Com a finalidade de melhorar ainda mais o conhecimento prático e teórico dos oficiais especialistas em Meteo-rologia sobre as atividades realizadas em operações militares, o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) deu mais um importante passo no treina-mento dos Oficiais Especialistas em Meteorologia ao encerrar, no dia 27 de outubro, o Curso de Operação de Centro Meteorológico Militar, após cinco anos sem que este curso fosse realizado.

Os objetivos desse curso estão diretamente relacionados à capaci-tação de previsores militares para emprego da Meteorologia na Força Aérea; ao planejamento e execu-

ção de instrução mete-orológica de interesse das Unidades Aéreas; e para preparação de apronto meteoroló-gico em linguagem apropriada às operações militares.

Foram duas semanas de instruções teórica e prática, visando estabelecer as condições meteorológicas limites de nossas aeronaves em relação às suas performances, simulando opera-ções aéreas e a melhor forma de atua-ção dos profissionais do tempo.

Neste curso foram capacitados onze oficiais especialistas em Meteorologia da Aeronáutica, que - a partir desse momento - estarão, com certeza,

melhor preparados para desempenhar suas funções nos mais variados tea-tros de operações.

Fica registrado o agradecimento às Unidades da Força Aérea, tais como, os Destacamentos de Con-trole do Espaço Aéreo de Brasília, Belém, Gama, Centro de Gerencia-mento de Navegação Aérea (CGNA) e à Divisão de Pesquisa e Desenvol-vimento (DP) do ICEA (que gentil-mente cedeu seus profissionais para atuarem como instrutores).

O curso capacitou oficiais especialistas em Meteorologia

Melhorias em Segurança da InformaçãoAtualmente, a Segurança da Infor-

mação é peça fundamental para a so-brevivência de qualquer negócio que possua a Tecnologia da Informação como atividade meio ou fim.

Nesse sentido, diversas soluções, normas, padrões, planos de continui-dade e políticas de segurança e uso aceitável são propostos para minimi-zar os riscos negativos do negócio e seus impactos.

O Centro de Computação de Ae-ronáutica de Brasília (CCA-BR) tem apoiado o Subdepartamento de Tec-nologia da Informação (SDTI) do De-partamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) na pesquisa de solu-ções eficientes de Segurança da Infor-mação em Software Livre. Prova disso

é o projeto LDAP (Lightweight Direc-tory Access Protocol), atualmente em desenvolvimento.

O objetivo do projeto é disponibili-zar os serviços de acesso Internet e correio eletrônico com autenticação de usuários em OpenLDAP, com uma infra-estrutura em Software Livre total-mente redundante e auditada.

O esquema de autenticação de usu-ários e serviços de rede está sendo projetado de forma a ser um serviço centralizado não só para a solução de acesso Internet e correio eletrôni-co, mas também para outros serviços baseados em LDAP, como domínio, sistemas etc.

Com isso, torna-se possível a criação de políticas de uso aceitável, vincula-

das ao usuário e sua senha, garan-tindo que os usuários entendam suas responsabilidades dentro do Sistema de Tecnologia da Informação (STI) do Comando da Aeronáutica (COMAER).

Outro ponto importante do projeto LDAP, segundo o Chefe da Assessoria de Segurança da Informação do CCA-BR, 1º Ten Eng André Luiz Bandeira Molina, é o fato de ser baseado em distribuição do software operacional Linux DEBIAN, o que garante a estabi-lidade e continuidade da solução, uma vez que essa distribuição é totalmente fundamentada sob a licença do projeto GNU (livre uso) e mantida pela comu-nidade de software livre mundial.

Capacitação em Meteorologia MilitarSegundo informação da Divisão de Operações

Militares (D-OPM) do Subdepartamento de Operações (SDOP), somente no ano de 2006, o DECEA foi solicitado a apoiar “83 ORDEM GUARDA”, operações estas em que a Meteorologia não se deixou furtar.

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CINDACTA I comemora aniversárioO Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) comemorou, em 27 de outubro, trinta anos de ininterrupta operação.A cerimônia militar - presidida pelo Ten Brig Ar Flávio de Oliveira Lencastre, ministro do Superior Tribunal Militar (STM) - constou de canto do Hino Nacional, entrega do

Prêmio CINDACTA I aos militares e servidor que mais se destacaram em suas atividades, entrega de diploma Amigo do CINDACTA I, entrega de medalha militar e leitura da Ordem do Dia do Coman-dante da Organização. Prestigiando a cerimônia,

estiveram presentes, entre outras autori-dades, o Maj Brig Ar João Manoel Sandim de Rezende, Chefe do Estado-Maior do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), Maj Brig Ar Antonio Gomes Leite Filho, Comandante do Sexto Comando Aéreo Regio-nal (COMAR VI) e os seguintes ex-comandantes do CINDACTA I: Ten Brig Ar Sócrates da Costa Monteiro, Ten Brig Ar Márcio Nóbrega de Ayrosa Moreira, Ten Brig Ar Ronald Eduardo Jaeckel,

Maj Brig Ar Manoel Carlos Pereira, Brig Ar Valdir Augusto Fogaça, Cel Av Carlos Aureliano Motta de Souza, Cel Av Eduardo d´Ávila Duprat, Cel Av Franklin Nogueira Hoyer, Cel Av Marcos Augusto dos Santos Negrão e Cel Av Paulo Gerarde Mattos Araujo.No encerramento da cerimônia, a tropa desfilou em continência ao Ten Brig Ar Lencastre.

CCA-SJ finaliza projeto de Intercâmbio de Dados de C² com o Ministério da DefesaA equipe de desenvolvimento do Centro de Computação da Aero-náutica de São José dos Campos (CCA-SJ) esteve no Rio de Janeiro, nos dias 30 e 31 de outubro, para a entrega do projeto “Intercâmbio de Dados de Comando e Controle do Sistema Hércules” com o projeto SIPLOM (Sistema de Planejamento Operacional Militar) do Ministério da Defesa (MD). A finalidade do SIPLOM é prover o MD de uma ferramenta automati-zada capaz de viabilizar o acompa-nhamento das diversas operações militares, a partir de um sistema que integre as informações da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.De forma a atender aos requisitos técnicos do SIPLOM e garantir a privacidade entre os sistemas, o CCA-SJ adotou a tecnologia JAVA, disponibilizando as informações do sistema Hercules no formato XML,

através de um Web Service.Esta tecnologia é baseada em servi-ços de solicitações do tipo Request – Response, utili-zando protocolo SOAP (Simple Object Acess Pro-tocol - que permite a troca de informa-ções em ambientes distribuídos ou descentraliza-dos) com HTTPS (Hypertext Transfer Protocol Secure - padrão que define a transmissão de informação atra-vés da internet utilizando protocolos de seguranças).Este é o segundo projeto no qual o CCA-SJ utiliza esta solução, a primeira foi o projeto COL.MEA,

que possibilitou o intercâmbio de informações de Guerra Eletrônica para o MD.Este projeto foi desenvolvido em parceria com o CASNAV (Centro de Análise de Sistemas Navais) da Marinha do Brasil.

Prêmio aos que mais se destacaram

O desfile da tropa

A integração das informações pelos Comandos militares

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Durante o 26º Encontro de Centros de Guerra Eletrônica (XXVI ECGE), em Brasília, o Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ) ministrou instrução aos representantes do Centro Integrado de Guerra Eletrônica (CIGE) e do Ministério da Defesa (MD) sobre o funcionamento e a configuração do Co-municador On Line – Marinha, Exército e Aeronáutica (COL.MEA), bem como foi relembrada a padronização definida para o formato do esquema Extensible Markup Language - XML a ser utilizado no desenvolvimento da aplicação que acessará a base de dados de cada Força.

O COL.MEA foi instalado e configu-rado em quatro estações recém-adqui-ridas para a Rede de Guerra Eletrônica da Defesa. Cada um dos Centros de Guerra Eletrônica das Forças receberá

uma dessas máquinas e uma ficará no Centro de Inteligência Operacional, no MD. O teste de funcionamento do COL.MEA foi acompanhado pelos re-presentantes do CIGE e do MD, sendo aprovado pelos mesmos na ocasião.

No dia 26/10, foi realizada uma visita ao Centro de Apoio a Sistemas Ope-rativos (CASOP) - da Marinha, sendo testada e aprovada a conexão entre o CASOP e o Centro de Inteligência Ope-racional (CIOp) do MD. Foi relembrada a padronização definida para o formato do esquema XML a ser utilizado no de-senvolvimento da aplicação da Marinha que acessará a base de dados de cada Força, aos moldes do que foi feito em Brasília para os componentes do MD e do CIGE. Houve troca de arquivos com sucesso localmente no MD e entre o CASOP e o CIOps, sendo o processo acompanhado por todos os presentes

e aprovado pelos mesmos, faltando apenas a instalação das aplicações das Forças para que o processo ocorra de forma automática.

Ficou pendente o reenvio dos mode-los atualizados da Marinha (CASOP) e do Exército (CIGE), conforme ficou de-finido nas reuniões, para que o CCA-SJ desenvolva os sistemas de perguntas do Centro de Guerra Eletrônica do Comando-Geral de Operações Aéreas (CGEGAR do COMGAR) e do MD, con-forme definido na ata do XXVI Encontro de Guerra Eletrônica.

A finalidade do COL.MEA é integrar aplicações construídas com diferentes tecnologias e baseadas em diferentes sistemas operacionais. Viabiliza, ainda, a troca de informações entre os siste-mas legados de Guerra Eletrônica das Forças Armadas.

CCA-SJ no XXVI Encontro deCentros de Guerra Eletrônica

CINDACTA III realiza EncontroRegional de Operações Militares

Foi realizado no Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), nos dias 18 e 19 de outubro, o Primeiro Encontro Regional de Operações Militares, reunindo as Unidades Aéreas sediadas na Região Nordeste do País, bem como os representantes das Forças Aéreas (FAe) e do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC).

No evento, foram apresentadas palestras do mais alto nível técnico, sobre temas de interesse das operações militares, tendo as mesmas ficado a cargo de representantes do DECEA, do 1º GCC, da

Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) e do próprio CINDACTA III. Também foi realizada, com resultados bastante positivos, a reunião de coordenação operacional para discussão de assuntos relativos às necessidades operacionais das Unidades Aéreas e a melhor forma pela qual o CINDACTA III poderia atendê-las.

Ao término do encontro, todos os participantes foram unânimes em reconhecer a oportunidade e a relevância do Encontro, bem como o alcance dos objetivos do mesmo.

No encontro foram

apresentados temas de

interesse das operações

militares

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Atividades intensas e importantes aconteceram no ICA em 2006

Visita da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil

O Instituto de Cartografia Aeronáutica recebeu, no dia 20 de setembro, a visita da comitiva da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil, formada por um instrutor e cinco alunos do Curso de Aperfeiçoamento de Hidró-grafos para Oficiais (CAHO).

Após a palestra de abertura, conferida pela Ten QCOA Camila, da Divisão dos Serviços de Informação Aeronáutica (D-SIA) – durante a qual foi apresentado um vídeo institucional da unidade – foi realizada a visita propriamente dita.

Os setores visitados pela comitiva da DHN foram a D-SIA e a Divisão de Cartografia (D-CAR), na qual os alunos puderam ter contato com Cartas Visuais, Fotogrametria e Cartas Especiais. Na Divisão de Cartografia, foram visitadas as Seções de Operações de Campo e de Zona de Proteção de Aeródromos.

5ª Reunião do Comitê de Estruturação da Mapoteca Aeronáutica

No período de 18 a 26 de setembro, no auditório do ICA, foi realizada a 5ª Reu-nião do Comitê de Estruturação da Mapo-teca Nacional Digital (CMND), organizada pela Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR).

O evento teve como objetivo o apri-moramento da modelagem conceitual de dados (vetoriais) relativos às respectivas categorias de informações.

Mais especificamente, os temas

abordados tratam de análises, a partir de concepções iniciais da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército (DSG) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) devidamente aprovadas pela CONCAR, visando o aprimoramento da Cartografia Nacional.

A padronização da estrutura de dados geoespaciais facilitará a geração e a inte-roperabilidade de dados e informações, em especial, no âmbito do governo.

Estiveram presentes à reunião Coman-dantes e autoridades das três Forças, Marinha, Exército e Aeronáutica.

A implementação do Sistema de Gestão da Qualidade

Através do Decreto nº5.196, de 26 de agosto de 2004, o Instituto de Cartogra-fia Aeronáutica (ICA) teve sua missão ampliada, tornando-se a Organização do Comando da Aeronáutica responsável por planejar, gerenciar, controlar e executar as atividades relacionadas com a carto-grafia e com as informações aeronáuticas.

O ICA interage permanentemente com os setores do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) – ao qual está subordinado – responsáveis pela geração das informações referentes ao gerencia-mento de tráfego aéreo, à meteorologia,

aos auxílios-rádio, às comunicações, entre outras, visando a obtenção dos dados que compõem as Cartas e Manuais Aeronáu-ticos.

A adoção do Sis-tema de Gestão da Qualidade de forma efetiva, ou seja, nas operações de rotina do ICA, resultará na melhoria contínua de desempenho nos

processos técnico-administrativos e na consequente satisfação das necessidades das partes interessadas e envolvidas nas atividades realizadas na Unidade.

Esta implementação reforçará as mudanças e estabelecerá habilidades técnicas, metodologias, ferramentas e responsabilidades necessárias ao aperfeiçoamento da qualidade dentro dos padrões estabelecidos pelas normas da NBR ISO 9000 – que é o Sistema de Gestão da Qualidade.

É interesse e meta do Instituto ser reconhecido no País e no âmbito da Comunidade Cartográfica e de Informação Aeronáutica Internacional como sendo um órgão de excelência na realização de suas tarefas.

Por esta razão, a Divisão de Serviços de Informações Aeronáuticas (D-SIA) foi submetida, nos dias 5, 6 e 7 de dezem-bro, à auditoria coordenadora por três representantes do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI). A Ten QCOA Camila e o Cel R/R Genovese representa-ram, respectivamente, a Direção do ICA e a Assessoria de Qualidade.

O resultado desta auditoria, que deverá ser divulgado até o início de 2007, definirá a Certificação da ISO 9000 à D-SIA. O próximo passo será dar seqüência ao Sistema de Gestão da Qualidade, com a aplicação das normas nos demais seto-res, até que, finalmente, todo o Instituto esteja certificado.

De acordo com as diretrizes hoje esta-belecidas pelo DECEA, o ICA definiu como sua Política da Qualidade “a melhoria contínua no atendimento aos requisitos e às expectativas do Sistema de Controle do Espaço Aéreo na elaboração das Publi-cações Aeronáuticas”.

O reconhecimento do ICA pela comunidade cartográfica é uma nova meta da OM

A visita da DHN proporcionou contato direto dos alunos com os produtos gerados pelo ICA

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