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Produzida pela Assessoria de Comunicação do DECEA, a Revista Aeroespaço é o veículo jornalístico impresso da instituição. Publicada periodicamente desde 2004, em material de alta qualidade, seu conteúdo é uma síntese dos acontecimentos que influenciam a organização e seus públicos. A publicação dispõe de uma gama variada de gêneros jornalísticos, explorando e aprofundando temas em seções informativas, noticiários, reportagens especiais, matérias de cunho interpretativo, além de artigos assinados por especialistas e uma área de livre manifestação literária. Busca, assim, traduzir uma temática muitas vezes técnica em linguagem objetiva, compreensível e interessante, criando um conteúdo de interesse permanente e um processo interativo estimulador.

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NO

T Í C I A S - A n o 7 - n º 5 6

aeroaero

DECEA tem novo Diretor-Geral

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2 AEROESPAÇO

Informativo do Depar tamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues FilhoAssessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Coronel Aviador ReformadoCoordenação de pauta e edição:Daisy Meireles (RJ 21523 JP)Redação:Daisy Meireles (RJ 21523 JP)Telma Penteado (RJ 22794 JP)Denise Fontes (RJ 25254 JP)Gisele Bastos (MTB 3833 PR)Diagramação/Projeto Gráfico:Filipe Bastos (RJ 26888 JD)

Fotos:Luiz Eduardo Perez (RJ 201930 RF)e Fábio Maciel (RJ 33110 RF)Contatos:Home page: www.decea.gov.brIntraer: www.decea.intraer Email: [email protected]ço: Av. General Justo, 160Centro - CEP 20021-130Rio de Janeiro/RJTelefone: (21) 2123-6404Fax: (21) 2262-1691Editado em Junho/2013Impressão: Ingrafoto

Índice

Reportagem Reportagem Especial

ReportagemArtigo

Artigo

Nossa capa Expediente

Novos desafios motivam o Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho na Direção-Geral do DECEA

Uma vida que renasce

Uma visão diferente de Surucucu

O Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho dará continuidade aos projetos de desenvolvimento, trabalhando com tecnologia de ponta e frequentes atualizações, sempre contando com o comprometimento e a dedicação do efetivo do DECEA.

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10Lições de Cidadania no Projeto Cajuzinho

Sala de Aferição AIMConhecendo o DTCEA-GW26Guaratinguetá - SP

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Fotos:Luiz Eduardo Perez (RJ 201930 RF)e Fábio Maciel (RJ 33110 RF)Contatos:Home page: www.decea.gov.brIntraer: www.decea.intraer Email: [email protected]ço: Av. General Justo, 160Centro - CEP 20021-130Rio de Janeiro/RJTelefone: (21) 2123-6404Fax: (21) 2262-1691Editado em Junho/2013Impressão: Ingrafoto

Editorial

Prezados leitores, após um intervalo como Co-mandante do Terceiro Comando Aéreo Regional, volto ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), dessa vez como Diretor-Geral e com o objetivo principal de dar continuidade aos projetos em desenvolvimento, seguindo a tra-jetória traçada pela Força Aérea Brasileira (FAB) e confiando nos votos de sucesso do meu ante-cessor Tenente-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves Mendes, que são muito valiosos para a minha carreira.

Nossa missão conjunta - Direção e efetivo - tem grandes e novos desafios pela frente, mas temos que dar continuidade aos projetos em desenvolvi-mento e arregaçar as mangas para os novos que estão às nossas portas.

São grandes desafios? Sim, mas eu sei que pos-so confiar no trabalho de vocês, e tenho a certeza que teremos sucesso e grandes ganhos para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), para a FAB e para o Brasil.

Enfim, estamos preparados? Acredito piamen-te nisso. Somos treinados, temos competência e habilidade para atuar em grandes missões. O DECEA está pronto, sempre esteve!

Estamos cercados de tecnologia de ponta, temos frequentes atualizações e podemos contar sempre uns com os outros: Sede com Regionais, militares com civis, engenheiros com técnicos, meteorologistas com controladores, enfim, nossa engrenagem funciona.

O que importa para mim, como Diretor-Geral, é acreditar no comprometimento e na dedicação do efetivo do DECEA. Para tanto, estamos tra-balhando para minimizar conflitos, atentos aos

resultados da Pesquisa de Clima Organizacional (PCO) com os militares e civis aplicados em 2012 e 2013, respectivamente. Gostaria que todos co-nhecessem esses resultados na reportagem desta edição.

Recomendo, ainda, a leitura do artigo da Te-nente Lizzie, do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), que vai emocionar a todos com um relato de solidariedade.

Outro artigo que me surpreendeu foi "Uma outra visão de Surucucu". Constatamos, com a leitura, que a tecnologia implantada pelo Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) naquela região pode ser replicado em outras localidades onde o SISCEAB possui sítios remotos, diminuindo cus-tos, poupando esforços e otimizando mão de obra para outros projetos dentro do Sistema.

Em outras páginas fiquei impressionado com a iniciativa do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ), que mostra a responsabilidade social aplicada no Projeto Cajuzinho, de inclusão social. É a segun-da Unidade do DECEA a implantar o Programa Segundo Tempo - Forças no Esporte e que, com certeza, terá o mesmo sucesso do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III).

Mais reportagens, informações e atualizações nas outras páginas da nossa revista. Assim retra-tamos nossas ações de sucesso, de investimento profissional, técnico e social em nossas Unidades.

Certos de que vocês estarão bem informados com a nova edição da Aeroespaço, desejo uma boa leitura e sucesso a todos.

Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues FilhoDiretor-Geral do DECEA

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4 AEROESPAÇO4 AEROESPAÇO

DGCEA dará continuidade aos projetos de desenvolvimento, trabalhando com tecnologia de ponta e frequentes atualizações, sempre contando com o comprometimento e a dedicação do efetivo do DECEA.

o Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho na Direção-Geral do DECEA

Novos desafios motivam

Por Gisele BastosFotos: Luiz Eduardo Perez e Fábio Maciel

Reportagem

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O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) está sob novo comando desde o dia 16 de abril, quan-do a Direção-Geral passou do Tenente-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves – que assumiu a Chefia do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) – para o Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho, em cerimônia presidida pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito.

Despedida do Tenente-Brigadeiro MendesEm sua despedida, o Tenente-Brigadeiro Mendes deu as

boas-vindas ao novo Diretor-Geral. “Ao meu amigo e su-cessor, Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho, ofereço os meus melhores votos de boas-vindas, na certeza de que cumprirá sua missão como Diretor-Geral do DECEA com o habitual sucesso de sua carreira”, declarou.

Em seguida, o Comandante da Aeronáutica fez um discur-so no qual destacou as realiza-ções bem-sucedidas na gestão do Tenente-Brigadeiro Mendes à frente do DECEA, ao buscar a manutenção da imagem do País como uma referência no cenário da Aeronáutica mundial.

“Essa nobre tarefa foi conso-lidada por meio de variadas e consistentes realizações desse distinto oficial-general, as quais viabilizaram, direta e indireta-mente, o harmônico cumpri-mento das oportunas diretrizes emanadas pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI)”, declarou o Comandan-te.

E destacou, ainda, as ações do DECEA para a implantação do Plano Global de Navegação Aérea (GANP), junto aos países vizinhos ao Brasil para a atu-alização do plano regional de navegação aérea. “Já no âmbi-to interno, a consecução dos objetivos propostos pela OACI tem se revelado pelo irrestrito alinhamento do programa de evolução de gerenciamento de tráfego aéreo – SIRIUS – com os preceitos delineados para toda a navegação aérea do pla-neta”, completou.

O Tenente-Brigadeiro Juniti Saito fez referência ain-da a parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para instalação dos radares meteorológi-cos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, o CEMADEN.

O Comandante citou também os trabalhos em grupo do governo federal, ao unir esforços com os órgãos ligados à atividade aérea – Secretaria de Aviação Civil (SAC), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), na elaboração dos parâmetros para a concessão de aeroportos à iniciativa pri-vada.

“Tamanha capacidade de conciliação dos elos do nosso DECEA atingiria sua plenitude em 2012, durante a Confe-rência Rio + 20, o primeiro dos grandes eventos a ser sedia-do no Brasil”, finalizando seu discurso com palavras de agra-decimento e incentivo a nova função dos oficiais-generais.

Desafios do novo DGCEA

Nos próximos meses, serão grandes os desafios tanto para o Diretor-Geral quanto para o efetivo do DECEA.

E, para enfrentar grandes desafios, a certeza do su-cesso, já que estamos preparados para realizar um excelente trabalho conjunto.

O Tenente-Brigadeiro Rodrigues Filho dará continuidade aos projetos de desenvolvimento, trabalhando com tecnologia de ponta e frequentes atualizações, sempre contando com o com-prometimento e a dedicação do efetivo do DECEA.

O ato de passagem da Direção-Geral do DECEA, do Tenente-Brigadeiro Mendes para o Tenente-Brigadeiro Rodrigues Filho

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6 AEROESPAÇO6 AEROESPAÇO

O perfil do Diretor-Geral

O Tenente-Brigadeiro Rodrigues Filho, oficial-general cujo currículo registra longo histórico de atuação no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), onde, dentre outros cargos, já foi Presidente da Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional (CERNAI); Chefe da Delegação do Brasil na OACI, em Montreal, Canadá; Comandante do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) e Vice-Diretor do DECEA. Em seu último posto, comandou o Terceiro Comando Aéreo Regional (III Comar).

O oficial-general tem 42 anos de serviço na Força Aérea Brasileira. É piloto de transporte e tem mais de cinco mil horas de voo. Além de todos os cursos militares de carreira, concluiu o MBA Executivo em Gestão Administração –Nível Estratégico e Política e Estratégia Aeroespaciais.

Natural do Rio de Janeiro, o Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho é praça de 1971, foi declarado aspirante em 1977.

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Trabalho para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Bra-sileiro (SISCEAB) há exatos 14 anos e, assumindo a alcunha a mim atribuída por amigos de trabalho, sou testemunha ocular de toda a implantação do Projeto Sistema de Vigilân-cia da Amazônia (SIVAM).

Desde 1999, venho fotografando os sítios que compõem a complexa malha de aquisição de dados do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). São 1.325 sensores distri-buídos entre Unidades de Vigilância, Terminais Usuários, Plataformas de Coleta de Dados, Estações Meteorológicas entre outros equipamentos deste mega sistema. No meio de tantas siglas e sítios visitados por inúmeras vezes, um deles, em 2003, me chamou a atenção: a Unidade de Te-lecomunicações (UT) de Surucucu - hoje chamada Estação de Apoio ao Controle do Espaço Aéreo (EACEA) e não mais UT como fora batizada em sua gênese - situada em uma re-serva ambiental, em área pertencente ao município de Alto Alegre, em Roraima. Sua topografia é acidentada e seu cli-ma, frio e úmido, se deve à elevada altitude deste platô. Por ser um sítio remoto, não há energia comercial, o que o torna uma localidade especial tanto para os militares do Quarto Pelotão Especial de Fronteira (4º PEF) do Exército Brasilei-ro, quanto para os funcionários da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) que lá dão apoio. O acesso é possível exclusivamente por meio aéreo, o que normalmente é viabilizado pela Força Aé-rea Brasileira (FAB).

A visita a Surucucu é inesquecível, pelo menos para os forasteiros que por lá aportam. Já na chegada, cheia de par-ticularidades que só os pilotos decifram, brumas – como aquelas de Avalon - encobrem as montanhas e a pista. Na última das inúmeras olhadas que dei pela janela do Grand Caravan, avistei-a como que por mágica ou talvez pelas preces deste atento fotógrafo que, agora transformado em escriba, tripulava aquela aeronave junto com outras sete almas.

Após o pouso na pista de asfalto com pouco mais de mil metros de extensão e cabeceira única, um pequeno tapiri (palhoça provisória) à margem da pista de pouso é rapida-mente tomado por alguns indivíduos da etnia Yanomami, ávidos por saber o que os homens brancos trouxeram. Uma vez autorizados pela tripulação, desembarcamos e logo percebemos a baixa temperatura que contrastava com os 35ºC da decolagem em Boa Vista.

Os curiosos circulavam desavergonhados por entre os vi-sitantes até o momento em que o Suboficial José Pereira de Oliveira, da Reserva Remunerada, cinegrafista da Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) do Departamento de Con-trole do Espaço Aéreo (DECEA), sacou sua câmera da bolsa. Um furdunço logo se formou entre os nativos. Tentando se proteger das lentes “malévolas” do cinegrafista, os índios se refugiaram atrás da aeronave, fora do alcance das objetivas. À esta altura já não havia uma, mas sim três câmeras apon-tadas para os índios.

Índios de verdade, enfeitados com adereços produzidos

Por Luiz Eduardo Perez(texto & fotos)

Uma visão diferenteSurucucude

Cheio de particularidades que só os pilotos decifram, assim é Surucucu. Brumas – como aquelas de Avalon - encobrem as montanhas e a pista. Na última das inúmeras olhadas que dei pela janela do Grand Caravan, avistei-o como que por mágica

Artigo

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Painel Solar

UPS - Gerador de Energia

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artesanalmente e tangas vermelhas. Lá não há celulares nem motocicletas, diferentemente de Tiriós, no Pará, fron-teira com o Suriname, onde também há um Destacamen-to de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA), bem próximo à uma Missão Jesuíta, dentro da comunidade indígena Ti-ryó. Também não há Yanomami alfabetizado. Apenas um indivíduo desta comunidade - que tem aproximadamente 2000 índios - fala o português.

Conversando com o Comandante do 4º PEF, descobri que o receio dos nativos é ter sua alma aprisionada dentro da câmera. Inocência pura, mas de fascinante constatação. Des-cobrir ali, de corpo presente, que simplicidade e inocência coexistem nos dias de hoje em um mesmo ser e é no míni-mo um privilégio.

De olhos abertos e sempre atentos, os índios repetiam a última palavra das frases que dizíamos. E riam. Pareciam muito felizes, o que os coloca bem distantes do quadro que viveram nas décadas de 1980 e 1990, quando da invasão do homem branco atrás de ouro naquela região. Época em que foram escravizados e tiveram suas mulheres e crianças mortas pela violência imposta pelo homem branco ou pelas doenças trazidas por eles. Que bom que esta época se foi!

Feitas as apresentações, partimos para cumprir a nossa missão: captar as imagens que farão parte do vídeo institu-cional do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Con-trole de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV). Produzido pela ASCOM, o vídeo de 12 minutos abordará o CINDACTA IV e suas pe-culiaridades. Dentre elas, uma recente novidade dentro do SISCEAB: o sistema híbrido de geração de energia.

Quando visitei pela primeira vez Surucucu, o sistema de energia utilizado era alimentado por uma pequena terme-létrica composta por três grupos geradores, com capacida-de para fornecer bem mais do que os 15 Quilovoltamperes (kva) necessários para manter a UT em funcionamento 24 h/dia. O alto custo com a logística para se trazer o diesel de Manaus, somados ao alto risco da operação e a polui-ção gerada pela queima deste combustível, levaram o então Major Engenheiro Dalmo José Braga Paim - que em 2008 frequentava o Curso de Comando e Estado-Maior (CCEM) - a desenvolver um sistema híbrido, onde uma fonte de energia não-fóssil fosse responsável por pelo menos 2/3 do suprimento da unidade. Estudos anteriores já davam conta de que energia eólica se-ria inviável por conta do alto custo de instalação e uma pequena central hidrelétrica (PCH) geraria um enorme impacto ambiental, o que não seria nada positivo, considerando se tratar Surucucu de uma reserva ambiental. Descartadas estas alternativas, o projeto acabou baseado em energia solar.

Introduzida no Brasil em 2007, a energia solar fotovoltai-ca foi a modalidade escolhida pelo hoje Tenente-Coronel Paim para modernizar esta estação. Composta por um pai-nel solar com 200m², contendo 144 placas fotovoltaicas e um banco de 48 baterias ligadas a inversores de frequência, entre outros subsistemas, o híbrido solar/diesel é capaz de gerar 20KW de energia, potência suficiente para alimentar os equipamentos que mantêm em funcionamento as comu-

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Tenente-Coronel Paim

Comunidade indígena de Surucucu

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nicações entre controladores e aeronaves, que fazem uso de cinco importantes aerovias sob responsabilidade do CINDACTA IV, por até 15 horas!

Atento, o leitor deve estar se perguntando: E quanto às ou-tras nove horas do dia? Na verdade, estas nove horas as quais me refiro são noturnas. É durante a noite que entram em ação os antigos equipamentos a diesel.

Com este novo sistema, a economia de combustível chega a 60% - o que dá, aproximadamente, 4.000 litros/mês. Sem falar na redução dos custos de manutenção, que em 2011 chegou a se fazer necessária a cada 30 dias, contra apenas duas visi-tas para manutenção preventiva em 2012. Indo ao encontro desta nova tendência do planeta, em se utilizar fontes reno-

váveis de energia, foram também instalados seis postes dotados de luminárias LED (Diodo Emissor de Luz / Ligh

Emitting Diode), de baixo consumo e alto desempenho.Este sistema é totalmente autônomo, contendo cada kit

uma placa solar, baterias e sensores de acionamento. Mas o upgrade não para por aqui. Foi desenvolvido também,

um sistema de monitoramento remoto no qual o operador pode visualizar o status do equipamento de dentro do

CINDACTA IV, em Manaus, bem como executar alguns pro-cedimentos de manutenção corretivas e preditivas que então só eram possíveis in loco, em Surucucu. Este software elimina a necessidade de um militar deslocado exclusivamente para atender a EACEA. Importante acrescentar que a manutenção periódica presencial continuará acontecendo, mas em menor número de vezes, mesmo com os equipamentos da estação apresentando uma operacionalidade de aproximadamente 100%, após a instalação do novo sistema.

Segundo o Tenente-Coronel Paim, hoje Chefe da Divisão Técnica do CINDACTA IV, este projeto poderá ser replicado em outras localidades de difícil acesso onde o SISCEAB possui sí-tios remotos, diminuindo custos, poupando esforços e otimi-zando mão de obra para outros projetos dentro do Sistema.

Na saída do 4º PEF - a EACEA fica dentro do pelotão – e ain-da refletindo sobre tudo que havia visto, encontro um outro jovem Yanomami com seu arco e flecha, cheio de palitos espe-tados no rosto.

Parei em frente a ele e disse :− Energia solar.Ele, desviando o olhar: − Solá (sic).− Energia limpa, disse eu.Ele repete a última palavra do seu jeito: - Impa (sic)Eu, já abusando: - Energia que vem do sol.E, com o sorriso de quem ouve o nome de uma divindade, o

índio olha para o céu e diz: - Sol...Pensei: "Devo estar ficando velho", pois fui em direção ao

avião com os olhos marejados e um sentimento difícil de des-crever. Com tudo o que vi neste País de tantos “Brasis”, ainda me surpreendendo ao encontrar pessoas que trabalham in-cessantemente para que o Brasil dê certo.

Acho que tenho feito minha parte. E você, tem feito a sua?

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10 AEROESPAÇO

Disciplina, educação e respeito ao próximo estão entre os valores que cerca de 100 crianças e adolescentes, na faixa etária de 10 a 14 anos, dos bair-ros do Caju e São Cristovão, no Rio de Janeiro, estão aprendendo no contato com militares da Força Aérea Brasileira.

O Projeto Cajuzinho, vinculado ao Programa Segundo Tempo - Forças no Esporte, oferece novos caminhos para esses estudantes em situação de vulnerabilidade social de escolas pró-ximas ao Parque de Material de Eletrô-nica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ).

Segundo a coordenadora técnica do projeto, a assistente social Tathiana Al-meida Faria Soares, a ideia é minimizar a situação de exclusão e risco social dessas crianças e adolescentes, por meio de atividades esportivas e educa-tivas. “O programa trabalha o processo

de aprendizagem, por meio do reforço escolar, contribuindo para melhoria das avaliações didáticas e preparando os estudantes para o futuro”.

Nutricionista, assistente social, psicó-loga, pedagogo, educador e professor de Educação Física estão entre os pro-fissionais envolvidos no programa. Ao todo, 25 voluntários – militares e civis do efetivo – apoiam o projeto nas ati-vidades administrativas, esportivas e socioeducativas.

Desenvolvidas de segunda a sexta-feira, as atividades acontecem sempre no contraturno escolar. A Unidade oferece aula de reforço escolar, duas refeições diárias e práticas esportivas, como futebol de campo, voleibol de areia, tênis de mesa e xadrez. Além disso, o PAME-RJ proporciona passeios culturais, palestras sobre promoção da saúde e bem-estar social, acompa-

nhamento psicopedagógico e aulas de Educação Moral e Cívica.

Em formaturas e datas cívicas, as crianças desfilam junto à tropa militar. “É um orgulho saber que elas já apren-deram a cantar o Hino do PAME-RJ”, co-memora o Terceiro Sargento Especia-lista em Eletricidade Johnny Chaves de Oliveira, instrutor das aulas de civismo e cidadania.

Como tudo começou O Diretor do PAME-RJ, Coronel Avia-

dor Adilson da Silva Lemos Junior, ex-plica que a ideia do programa surgiu a partir da constatação da verdadeira ca-rência educacional e social verificada no bairro do Caju, onde está instalada a Unidade.

“Por meio de gincanas esportivas, campanhas natalinas e orientações

Por: Denise FontesFotos: Fábio Maciel

Inclusão social transforma a realidade de crianças e jovens

Lições de Cidadaniano Projeto Cajuzinho

Reportagem Especial

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11AEROESPAÇO

Visita guiada aos setores do PAME-RJ

Atividade socioeducativa do Projeto Cajuzinho

Alunos atentos à apresentação da Tenente Dentista Marisa Melo sobre Saúde Bucal

médico-odontológicas, o Parque sempre apoiou a co-munidade vizinha anualmente. Entretanto, faltava algo mais duradouro ao longo dos anos”, revela o Coronel Sil-va Lemos, que atua como coordenador-geral do Projeto Cajuzinho.

A motivação para o programa surgiu quando ele parti-cipou de uma solenidade militar na Base Aérea dos Afon-sos (BAAF), onde o Projeto Forças no Esporte já existe há três anos.

O PAME-RJ é a segunda organização militar subor-dinada ao Departamento de Controle do Espaço Aé-reo (DECEA) a aderir ao Programa Segundo Tempo – Forças no Esporte. O primeiro foi o CINDACTA III.

Desenvolvido por meio de parceria entre os Ministé-rios da Defesa, do Esporte e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o projeto promove a inclusão social de crianças, adolescentes e jovens carentes por meio da prática esportiva.

Implantado em março de 2013, a iniciativa já apresen-ta resultados visíveis. “É muito gratificante atuar em um projeto como este. Neste pouco tempo, já pude constatar a evolução das crianças tanto no respeito quanto na dis-ciplina com os professores e os pais”, ressalta o Sargento Johnny.

Kaylane Vitória André, 10 anos, é um exemplo da evolu-ção proporcionada pelo programa. “Depois que eu passei a ter aulas de matemática, minhas notas melhoraram e fiquei mais interessada nos estudos” - revela a menina.

Somando esse depoimento, a aluna Ana Clara Sabino Marinho de Araújo (11 anos) fala da sua satisfação em participar das atividades. “Os professores nos incentivam a estudar ainda mais. Gosto muito das aulas de portu-guês e matemática”, reforça a estudante.

A disciplina, a convivência e as aulas serviram para despertar na aluna Thais Ferreira de Araújo (10 anos) o interesse pela carreira militar. Ela viu nos instrutores um caminho possível a ser seguido. “Eu também quero usar essa farda. Vou estudar para ser militar” - declara Thais.

O papel dos voluntáriosO dia a dia do projeto conta com o importante apoio

do efetivo do PAME-RJ. O esforço e a dedicação dos vo-luntários são fundamentais para o sucesso do programa.

A educadora Elice Martins dá apoio à disciplina de Por-tuguês e espera que essas ações, proporcionem melhoria educacional na vida desses jovens. “O objetivo é fornecer condições para esses estudantes se prepararem para dis-putar um concurso”, complementa Elice.

O Projeto Cajuzinho mostra na prática como o esporte é um aliado na educação e pode ser usado como um ins-trumento de transformação. Para o professor de Educa-ção Física Robson Fernandes Rangel, da Escola Municipal Marechal Espiridião Rosas, as atividades esportivas além de promoverem a socialização dos alunos, contribuem também no rendimento escolar. “O voleibol requer aten-ção, pensamento rápido, respeito e isso vale dentro e fora

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12 AEROESPAÇO12 AEROESPAÇO

da quadra. Estes estímulos são aplica-dos no dia a dia. Os alunos entendem que se querem tirar uma boa nota pre-cisam se esforçar, são lições do espor-te”. O professor defende que o esporte abre portas e cria oportunidades para os jovens, seja como atleta ou não.

O Capitão R1 Claudio Oliveira da Sil-va, professor de xadrez, acredita que essa atividade pode ser utilizada como ferramenta de apoio pedagógico e pode trazer muitos benefícios para o desenvolvimento intelectual das crian-ças. “Com o jogo de xadrez, é possível desenvolver o raciocínio lógico, a con-centração e a tomada de decisões”, afir-ma o docente.

Sobre a potencialidade do esporte na formação de crianças e jovens, as opiniões não se dividem. O professor de Educação Física, Tenente-Coronel R1 Erivaldo Felipe dos Santos, acredita que o principal aprendizagem de cida-dania acontece durante as atividades

esportivas. Isso porque, é nesse mo-mento que eles aprendem que devem respeitar os colegas, a arbitragem e a hierarquia existente no grupo. Além disso, eles conhecem seus limites e, ao mesmo tempo, os limites dos colegas. “De maneira natural, conseguimos pas-sar a importância da disciplina, convi-vência em grupo, aprender a ganhar e a perder. Requisitos básicos para a vida toda”, explica o militar.

O Coronel Silva Lemos define os resultados positivos do projeto: são frutos de muito trabalho. "O envolvi-mento do efetivo do Parque, por meio dos voluntários, é louvável e encoraja-dor. Eles abraçaram a nobre causa de transmitir o que aprenderam de forma gratuita”, afirma o coordenador-geral.

Mudança de vida Graças ao programa, Bruno Ferreira

da Conceição (11 anos) conta que dei-xou de ficar em casa assistindo televi-

são depois das aulas, para participar das atividades promovidas pelo Pro-jeto Cajuzinho. “Estou adorando par-ticipar e espero que outros tenham a mesma oportunidade que eu”.

Para a coordenadora técnica, a psi-cóloga Renata Vargas, os reflexos do programa podem ser notados no com-portamento, no desempenho escolar e no próprio dia a dia dessas crianças. “O projeto está sendo muito importante para o desenvolvimento, o crescimen-to e a formação desses jovens enquan-to cidadãos”.

A mudança na postura também é comemorada por várias diretoras de escolas participantes do progra-ma. “Nossos alunos estão mais res-ponsáveis e disciplinados. O projeto está dando um ganho a mais na vida dessas crianças e elas estão tendo a oportunidade de almejar um futuro melhor”, afirma Maria Cristina Bran-dão Negreiros Caramuru, diretora da

A rotina do Projeto Cajuzinho envolve estudo, prática esportiva e alimentação balanceada

Integração total dos coordenadores do Projeto Atenções voltadas à Saúde Bucal

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13AEROESPAÇO 13AEROESPAÇO

Escola Municipal Marechal Espiridião Rosas.

Na visão da diretora da Escola Mu-nicipal João de Camargo, Eliene Braga de Araujo, o projeto tem reforçado e fortalecido nos alunos atitudes positi-vas, refletindo assim no seu compor-tamento diário.

Pais são incentivadores A melhora do comportamento é um

dos principais fatores citados pelos pais que acompanham a rotina dos filhos através do Projeto Cajuzinho. Ga-briela Souza das Neves, mãe de Thiago Victor (11 anos), contou que chegou ser chamada na escola pelo mau com-portamento do filho. “Hoje ele melho-rou bastante e está mais empenhado nos estudos”.

Para a mãe do aluno Josué (13 anos), Nucia Carla de Morais, o programa é um verdadeiro incentivo para as crian-

ças e os jovens. “Eu estou gostando muito da participação deles no proje-to. No quartel, as crianças estão segu-ras e podem aprender coisas boas”.

Do mesmo sentimento compartilha Lucia Mendes de Oliveira, madrasta de Maria da Luz, 10 anos. Ela conta que sua enteada mudou depois que in-gressou no projeto e já faz planos para o futuro. O objetivo, segundo Lucia, é ser militar da Aeronáutica.

Rita Cristina Andre, mãe de Kayla-ne (10 anos), acredita que iniciativas como as do PAME-RJ auxiliam a difí-cil tarefa de educar nos dias de hoje. “Acho muito importante o projeto. É uma oportunidade de melhorar a vida dessas crianças, além de ocupar o tem-po delas com várias atividades”.

Responsabilidade Social Histórias como essas se repetem nas

vidas dos participantes do Projeto Ca-juzinho. O objetivo é utilizar o esporte

e a educação como ferramentas para promover a integração e o resgate de valores éticos, através das habilidades esportivas e culturais.

A participação da Força Aérea é im-portante pelo contato que as crianças têm com os militares tendo-os como exemplo. “Convivendo com pessoas que servem à Pátria, eles aprendem ci-dadania. Vendo pessoas disciplinadas, aprendem a ser cada vez melhores”, afirma a Presidente da Associação de Mulheres do bairro do Caju, Iraydes Cucco Pinheiro Henriques.

“O principal benefício para as crian-ças é a educação. Somente desta for-ma espera-se moldar os cidadãos do futuro”, declara Coronel Silva Lemos.

Sem dúvida, o projeto está seguin-do seu objetivo: minimizar situações de riscos sociais, estimular a prática de esportes e dar oportunidades para que esses pequenos cidadãos tenham uma nova e possível realidade.

Crianças aprendem lições de Xadrez Participantes do Projeto cantam o Hino Nacional (foto: 2S Peçanha)

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Frente à necessidade de reter talentos, nunca foi tão impor-tante para uma organização analisar o seu ambiente através do conjunto de condições que caracterizam o estado de satisfação de seus profissionais. O universo corporativo tem observado uma crescente tendência na realização da Pesquisa de Clima Organizacional (PCO). Essa ferramenta se tornou uma aliada da gestão participativa. Através da sua aplicação, é possível acom-panhar o nível de comprometimento de seus colaboradores.

Diante da importância da realização desse trabalho, o De-partamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) recorreu a essa ferramenta com o objetivo de colher informações junto ao efetivo para mapear as suas necessidades e conhecer o grau de satisfação em relação a diversos aspectos organizacionais.

A Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) foi a respon-sável por desenvolver e coordenar a aplicação da pesquisa em parceria com os Elos de Comunicação das OM subordinadas.

A pesquisa dirigida aos militares do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), no mês de outubro de 2012, fechou um ciclo de trabalho iniciado em 2009, com os gradua-dos, e estendido, em 2010, aos oficiais do Sistema – cujos resul-tados auxiliaram nas ações das organizações em 2011.

Na segunda edição, além de constatar os fatores que ainda merecem atenção, serviu também para verificar se essas ações foram percebidas e contribuíram para a melhoria do clima or-ganizacional.

Assuntos focados pela PCO: - Satisfação e valorização profissional- Comunicação interna- Integração e cooperação- Aspectos motivacionais- Estrutura física do ambiente de trabalho- Segurança da informação- Atualização de conhecimento tecnológico- Liderança

MetodologiaFoi realizada uma pesquisa exploratória e participativa, atra-

vés de questionário com caráter confidencial das respostas. O número de participantes totalizou 7.447 militares, representan-do 93% do universo pesquisado.

A PCO foi disponibilizada por meio eletrônico, através da in-traer e internet, tornando o processo mais dinâmico e confiável. Quanto ao tratamento dos dados qualitativos – coletados por intermédio de justificativas, comentários e sugestões apresen-tados pelos respondentes – foi analisado o conteúdo das decla-rações, com o intuito de identificar opiniões, atitudes e ideias sobre o grau de satisfação dos itens pesquisados.

A ASCOM criou um sistema, desenvolvido internamente, para aplicação e tabulação de dados, facilitando a análise e a interpretação dos resultados.

Divulgação O DECEA divulgou a PCO através de cartaz digital, além de

criação de um blog (www.decea.intraer/pesquisa) para inserir notas sobre a pesquisa, gráfico com a aplicação nas unidades e resultados parciais. Foi realizado um amplo processo de divul-gação interna, explicando os motivos, os objetivos e a impor-tância da pesquisa, com total isenção e transparência.

Durante o período de divulgação, os Elos de Comunicação desempenharam de forma eficiente a tarefa de esclarecer a metodologia, alem de conscientizar os militares quanto à sin-ceridade nas respostas e, principalmente, ressaltar que o diag-nóstico servirá para direcionar os futuros planos de melhorias.

Ações buscam a melhoria contínuaComo forma de estimular as ações a partir do que a Pesquisa

de Clima Organizacional apontou, está sendo dado o devido destaque às organizações que empreenderem mudanças em

Por: Denise FontesFotos: Fábio Maciel

Pesquisa de Clima Organizacional revela a satisfação dos militares e civis do SISCEAB em relação ao ambiente de trabalho

DECEA avalia o clima interno

Reportagem

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seus ambientes de trabalho.A unidade receberá um selo de reconhecimento pela ativi-

dade realizada. O objetivo é que os resultados obtidos na PCO sirvam de base para a aplicação de planos de ação nas OM, vi-sando melhorar a qualidade do ambiente de trabalho.

Com os resultados, as organizações estão focando sua aten-ção para os pontos críticos e desenvolvendo ações de melhoria.

- Programa de Visita – O DECEA, através da Assessoria de Comunicação Social (ASCOM), criou o “Programa de Visitas”, re-afirmando o seu compromisso com o presente e o futuro de seus integrantes e familiares.

- Vídeo “Quem Faz!” – O DECEA está prestigiando os servi-dores que são referência em sua área de atuação. O vídeo – vei-culado na intraer do DECEA – traz visibilidade ao trabalho do efetivo e valorizar todas as atividades do SISCEAB.

- Programa de Integração da Família – O Primeiro Cen-tro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) detectou, através da pesquisa, a necessidade de estreitar o contato das famílias dos militares. Com isso, a unida-de promoveu várias atividades culturais, fortalecendo os laços de amizade e divulgando as diversas culturas existentes ao re-dor da organização.

- Construção do vestiário central do DECEA – Com o au-mento da demanda por espaço físico no DECEA e nas suas organizações subordinadas do Complexo Santos-Dumont surgiu a necessidade de construir um novo vestiário. Essa medida correspondeu a uma solicitação apresentada pelos militares pesquisados.

- Criação do projeto “Conhecendo o CNS/ATM” – A ASCOM criou um site referente ao Sistema CNS/ATM, por meio do qual são apresentados os novos recursos sobre o conceito em quatro pro-gramas de vídeo, além de uma revista online sobre o tema.

- Palestras sobre o Sistema CNS/ATM – O Instituto de Car-tografia Aeronáutica (ICA), o Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC) e o Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ) realizaram palestras sobre o Conceito Operacional CNS/ATM e as novas funcionalidades e tecnologias da navegação aérea.

Crescimento profissional e mais treinamento

Os resultados confirmaram alguns aspectos que já haviam sido detectados na primeira pesquisa. O principal deles é a von-tade que os militares demonstraram de receber mais feedba-cks positivos (elogios) e não só os negativos (críticas) de seus superiores. Outro fator citado por muitos entrevistados como desmotivador foi a falta de oportunidade de crescimento pro-fissional. A melhora dos programas de qualidade de vida tam-bém é um desejo dos militares, assim como os serviços e bene-fícios, tais como transporte, apoio psicológico e serviço médico. Outro aspecto relevante aponta para a insatisfação quanto aos programas de treinamento oferecidos para a sua capacitação profissional.

Em contrapartida, os militares apresentaram um bom nível de aceitação e utilização de ferramentas, como a intraer/inter-net, a revista Aeroespaço, sendo apontadas como instrumento de capacitação profissional. Outros fatores que apresentaram

melhorias significativas foram, o conhecimento sobre o Con-ceito Operacional CNS/ATM, seguido da comunicação em suas diversas instâncias.

Servidores civis também participam da PCO

Em continuidade ao projeto do DECEA, a PCO foi aplicada aos servidores civis, nos meses de abril e maio de 2013.

No total, 472 colaboradores responderam o questionário por meio eletrônico, através da internet e intraer. A pesquisa teve como principal objetivo analisar o ambiente interno das orga-nizações militares a partir do levantamento dos anseios dos servidores civis.

Foram destacados sete fatores relacionados ao seu contexto de trabalho: satisfação pessoal, valorização profissional, comu-nicação interna, aspectos motivacionais, estrutura física do am-biente de trabalho, segurança da informação e atualização de conhecimento tecnológico.

Com o desenvolvimento da pesquisa, foi possível conhecer as principais características desses profissionais, bem como apontar os fatores que influenciam sua satisfação pessoal.

Bom índice de satisfação entre os civis

A pesquisa de clima revelou dados importantes. O Índice de Satisfação Geral (ISG) entre os sete temas abordados teve 64,02% de aprovação na média final do âmbito do SISCEAB. Entre as variáveis estão satisfação pes-soal (aceitação de 70,17%), valorização profissional (50,95%), comunicação interna (79,29%), aspectos motivacionais (57,34%), estrutura física do ambiente de trabalho (61,63%), segurança da informação (65,09%) e atualização de conheci-mento tecnológico (63,73%).

A partir da pesquisa realizada com os servidores civis e mili-tares da Sede e de todas as OM subordinadas, o DECEA com-provou a importância de mapear as reais necessidades do efe-tivo de sua organização. Pois, somente conhecendo-as é que se torna possível fortalecer os aspectos positivos identificados e planejar ações que propiciem as mudanças almejadas.

Servidor civil avalia a qualidade do seu ambiente de trabalho

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renascePor 1T PSC Lizzie TrevilattoFotos: Antonio Carlos Sampaio

O plantio de uma árvore no Hotel de Trânsito da Vila Helena revelou conscientização ambiental, solidariedade e reconhecimento. A atitude trouxe beleza e harmonia ao ambiente e também um rico legado para futuras gerações

Artigo

Uma vida que

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Em abril de 2012 se iniciava uma difícil bata-lha na vida do Suboficial Fábio Teixeira Peixoto, Controlador de Tráfego Aéreo há 24 anos. O mi-litar pertence ao efetivo do Primeiro Centro In-tegrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) e está lotado no SALVAERO Brasília há 19 anos. Era o momento de deixar Brasília para mudar-se temporariamente com a família para São Paulo, onde sua missão seria acompanhar o tratamento de seu filho Arthur Moreira Peixoto, de apenas cinco anos, diag-nosticado com Sarcoma de Ewing, uma forma de tumor ósseo maligno (câncer nos ossos) que atinge principalmente crianças e adolescentes.

Ao longo de dez meses, entre sessões de quimioterapia, cirurgia e fisioterapia, as dificul-dades decorrentes da doença e da adaptação à maior cidade do País foram contornadas diaria-mente. Mas neste caminho, Teixeira e sua famí-lia puderam também contar com o apoio.

Sensibilizado com a situação do Suboficial, o então Chefe do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), Coronel Aviador Cesar Augusto Borges Tuna, concedeu-lhe a oportunidade de se instalar com sua família como residente nas depen-dências do Hotel de Trânsito da Vila Helena, durante o perí-odo de tratamento.

Em janeiro de 2013, assumiu a Chefia do SRPV-SP o Co-ronel Aviador Fernando César da Costa e Silva Braga, que manteve o apoio.

O Hotel, localizado no nobre bairro de Moema e próxi-mo ao aeroporto de Congonhas, dispõe de 62 leitos que apoiam militares, dependentes e civis assemelhados em missão na capital e, quando possível, também em viagens por motivos particulares. Devido à sua localização privile-giada, é muito procurado ao longo de todo o ano. Suas ins-talações contam com uma extensa área verde e diversos ti-pos de árvores, muitas delas plantadas e cultivadas por um amante da flora brasileira e oficial da reserva da Força Aérea, Caetano Beccari, de 88 anos.

Beccari serviu à Aeronáutica no período de 1945 a 1958, zelando pela manutenção de aeronaves. Hoje, o Tenente re-formado tem uma grande missão: zelar pelas áreas verdes do País e, em especial, das Unidades militares. Apenas no Hospital da Aeronáutica de São Paulo (HASP) já fez o plan-tio de mais de 340 árvores. Entre 1992, quando iniciou o trabalho, até 2009 foram mais de 1.000 plantios. Os locais escolhidos englobam praças, condomínios, escolas e unida-des como a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá, e a Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga.

Antes de cada plantio, como um ritual, faz uma expla-nação sobre a importância da preservação da natureza e do tema sustentabilidade. Sua preocupação com o meio ambiente advém do fato de hoje vivenciar uma São Paulo de forma muito diferente daquela que vivenciou em 1943, quando se mudou para a cidade. Onde mora, na Zona Sul

paulista, hoje encontramos ruas pavimentadas, impermeá-veis, e prédios nos mesmos locais onde o cenário era com-posto por chácaras e ruas que formavam um lamaçal com as chuvas. Para complementar o ato do plantio, Beccari ainda faz a documentação do fato, registrando em seus arquivos informações como data, espécie, localização e até imagens de suas mudas.

O cuidado com as árvores uma vez plantadas permane-ce por tempos, e foram suas constantes visitas ao Hotel de Trânsito da Vila Helena que lhe permitiram conhecer a his-tória da família Teixeira.

Foi através desse contato que o Suboficial Teixeira teve a ideia de homenagear o Hotel e os militares envolvidos em sua administração e que, de alguma forma, contribuíram para o tratamento e recuperação do pequeno Arthur.

Assim, no mês de fevereiro deste ano, após receber a alta dos médicos, Arthur pôde simbolizar o renascimento de uma vida e o agradecimento de sua família através do plan-tio conjunto de uma árvore nas dependências do Hotel.

Juntos, o Coronel Braga, o Primeiro Tenente Malecka (che-fe do Hotel de Trânsito), a Primeiro Tenente Lizzie (chefe da Seção de Comunicação Social), o Suboficial Teixeira e sua esposa Mara, pais de Arthur; Tenente Beccari, representan-tes da SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Esta-do de São Paulo) e Arthur plantaram uma árvore escolhida por ele, que queria “uma bem grande”.

Da difícil experiência vivida, o Suboficial Teixeira coloca que “a paternidade é a oportunidade que Deus nos conce-de para nos reeducarmos”, e aconselha: “aproveite essa ben-ção intensamente”.

E, do ato simbólico realizado, fica o bom sentimento por uma vida que renasce.

Plantio coletivo da árvore no Hotel da Vila Helena

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Artigo

Por Telma PenteadoExtraído do livro "A História do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro"

Controle Radar: da implantação à comunicação

Sigla do inglês Radio Detection And Ranging, basicamente Radar é “a téc-nica ou equipamento que permite co-nhecer a forma, natureza e localização de objetos ou a direção e velocidade de seu movimento, mediante a emissão de ondas de rádio de alta frequência e a recepção e análise daquelas refletidas por eles”, conforme define o Dicionário Aurélio.

Os primórdios do equipamento sur-giram pelas mãos do alemão Christian Hülsmeyer, em 1904. Porém, seu inven-to não teve grande projeção por não haver, na época, grande utilidade prá-tica para o dispositivo, que tinha baixa precisão, construção complexa e siste-ma de detecção ainda extremamente impreciso e ineficiente.

Somente exatos 30 anos mais tar-de, o cientista francês Pierre David, revisando a teoria eletromagnética, encontrou os estudos publicados por Hülsmeyer e, num contexto realmente favorável, deu sequência a uma série de experimentos, desenvolvendo um sistema de detecção por ondas de rádio de alta frequência – o VHF (Very High Frequency), que se mostrou altamente eficiente para a localização de aerona-ves.

Nesta mesma época, seus conterrâ-neos e cientistas Henri Gutton e Mau-rice Ponte também criaram um dispo-sitivo de deteccção que obteve grande sucesso em termos de resultado com precisão. Em 1935, com o objetivo de

Voltamos no tempo! Bem-vindos a 1950!

Nossos heróis da Segunda Guerra já voltaram à Pátria amada há cinco anos e prosseguem com seus estudos sobre como avançar na segurança nacional com o emprego das novas tecnologias que conheceram no exterior.Se pudermos tirar proveito de uma catástrofe (natural ou provocada), certamente entre os ensinamentos está o emprego de táticas, estratégias, comunicações e de tecnologia.Não foi diferente com o Brasil. Dentre as novas tecnologias com as quais nossos militares travaram contato na Europa, está o Radar.

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localizar e prevenir a colisão com obstáculos, foi instalado no navio Normandie o primeiro sistema de Ra-diotelemetria.

E assim, numa sequência natu-ral, o engenheiro escocês Robert Watson-Watt aprimorou os estudos e desenvolveu novas tecnologias, uti-lizando o sistema de telemetria fixa e rotatória.

Seu sistema forneceu toda a in-formação prévia vital para a vitória da Inglaterra (através de sua Royal Air Force – RAF) na Batalha contra a Grã-Bretanha, na qual foram usados 19 equipamentos. E até o final da Se-gunda Guerra Mundial a Inglaterra já havia construído mais de 50.

Até os dias de hoje Sir Watson-Watt (nomeado Cavaleiro em 1942) é considerado o pai do Radar.

Ainda na década de 1930 as Po-tências do Eixo estavam desenvolven-do equipamentos radar semelhantes, com aplicações diferenciadas. Estes radares eram usados para aumentar a precisão dos tiros, o que facilitava enormemente o direcionamento dos projéteis aos alvos.

Como se vê até hoje, os radares são fundamentais na previsão de ata-ques (com precisão de distância, ve-locidade e direção) e no controle das aeronaves “amigas” que transitam pelo espaço aéreo.

Como funciona o RadarO equipamento é composto de

uma antena transmissora-receptora de sinais.

A transmissão é, na verdade, um pulso eletromagnético de alta po-tência, curto período e feixe estreito. Ao longo da propagação deste pulso pelo espaço, o feixe se alarga em for-ma de cone, até que atinja o alvo que está sendo monitorado.

Então, ao atingi-lo, o pulso é refle-tido, retornando para a antena que

de transmissora, passa a ser receptora do referido sinal. A distância do objeto detectado é calculada tendo por base a velocidade de propagação do pulso e pelo tempo de chegada do sinal re-fletido do objeto para a antena, o cha-mado eco.

O Efeito Doppler, que é a defasa-gem de frequência entre o sinal emiti-do e o recebido, é que pode determi-nar se o objeto está se aproximando ou se afastando da estação radar.

Além da antena transceptora, o ra-dar ainda é composto de um transmis-sor de alta potência e alta frequência; de um sistema de recepção, decodifi-cação, processamento e visualização dos dados coletados pela antena; e, por fim, de uma mesa de interface (a console radar).

Tipos de RadarEntre os tipos de radar se dividem

em: Radar de Pulso Simples, Radar de Pulso Contínuo (CW), Radar de Aber-tura Sintética (SAR), Radar de Precisão (PAR) e Radares Secundários. Vejamos cada um deles.

• Radar de Pulso SimplesÉ o equipamento de funcionamen-

to mais simples: um transmissor envia diversos pulsos de rádio. Entre a emis-são de dois pulsos, o receptor detecta as reflexões dos sinais emitidos.

Radares de Pulso Simples são mui-to eficazes para localização de alvos, mas, em contrapartida, não são preci-sos no cálculo da velocidade dos obje-tos detectados.

• Radar de Pulso Contínuo (CW)Como o próprio nome diz, é um

equipamento que emite sinais de rá-dio de forma contínua.

Diferente do Radar de Pulso Sim-ples, que dispõe apenas de uma ante-na, o CW requer duas antenas distin-tas, sendo uma para transmitir sinais e outra para receber os refletidos.

A razão para trabalhar com duas antenas é evitar que um sinal emi-tido interfira na leitura do sinal de retorno.

E a emissão contínua de sinais permite que o radar possa distinguir os objetos parados dos que estão em movimento, o que se dá pela di-ferença dos sinais de resposta – re-sultado do Efeito Doppler.

Como desvantagem deste equi-pamento, pode-se ressaltar a falta de exatidão na precisão da posição do alvo.

• Radar de Abertura Sintética (SAR)O SAR (sigla do inglês Sinthetic

Aperture Radar) é acoplado a aero-naves ou satélites e tem por objetivo localizar alvos em terra.

Os Radares de Abertura Sintética usam o próprio movimento da ae-ronave, ou do satélite, para simular uma antena de tamanho bem maior do que o equipamento realmente possui.

É chamado de Radar de Abertura Sintética justamente porque as an-tenas, apesar de pequenas, emitem sinais de feixe largo.

E quando a aeronave na qual o equipamento está acoplado se move, permite que o radar faça leitu-ras consecutivas de diversos pontos. Assim, o sinal recebido é processado pelo receptor, dando a impressão de que foi captado por uma antena grande.

Como resultado, em comparação com antenas maiores, sua resolução é capaz de distinguir objetos relati-vamente pequenos, como carros.

• Precision Approach Radar (PA)Ao contrário dos radares que

possuem uma ou duas antenas que rotacionam para fazer a leitura dos sinais recebidos, o PA (ou Phased-Array Radar) utiliza diversas antenas fixas

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que recebem sinais de diversas di-reções, combinando-os de forma a definir uma direção específica. A mu-dança de direção dos pulsos emitidos é feita eletronicamente e de uma ma-neira muito mais rápida que os rada-res dito convencionais, que realizam as mudanças mecanicamente.

• Radares SecundáriosEm vez de fazerem a leitura dos

sinais refletidos pelos objetos detec-tados, estes equipamentos leem os sinais de respostas que são emitidos por dispositivos instalados em veícu-los, aeronaves ou embarcações, cha-mados transponders.

Os sinais de resposta enviados pelo transponder para os Radares Se-cundários contém informações codi-ficadas, como matrícula da aeronave, altitude, posição e direção – dados esses fundamentais na atividade de Controle do Espaço Aéreo e de Trá-fego Aéreo.

No âmbito da Defesa Aérea, os dados coletados pelos Radares Se-cundários distinguem as aeronaves amigas das inimigas, permitindo que os órgãos competentes tomem deci-sões e cumpram suas missões.

A utilização deste dispositivo contorna algumas limitações de radares convencionais, tais como

baixa refletividade e falta de posi-cionamento vertical.

Ainda na década de 50, quase no término de sua administração, o Ministro Trompowsky criou na Base Aérea de Santa Cruz (BASC) o Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme (1º ECA), com o objetivo de fornecer ao Comando Aerotático uma unidade altamente móvel.

Era dia 19 de dezembro de 1950 quando o 1º ECA ganhou vida pela Portaria Reservada nº 20, sendo efetivado no dia 1º de janeiro de 1951. Seu primeiro Comandante foi o então Capitão Aviador Arildo Gal-vão Reis.

Sua missão era constituir-se na Unidade Básica do Grupo de Controle Aerotático (GCAT), com o objetivo de manter e operar os Centros de Controle numa zona de combate.

Dentre suas atividades, o ECA apoiava, principalmente, o 1º Gru-po de Caça, dentro de sua capaci-dade operacional e através de um Centro de Controle Fixo. À época, o Esquadrão de Caça era operado pe-los combatentes da Segunda Guer-ra Mundial.

Este apoio hoje é prestado pelos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA),

cuja história veremos mais adiante, em outra edição.

No que diz respeito a equipa-mentos, o 1º ECA dispunha de rada-res de vigilância do tipo ANTPS 1D, que fornecia a direção e a distância das aeronaves; radares tridimensio-nais tipo ANTPS 10D, fornecendo dados sobre altura da aeronave; e radares PAR, tipo ANTPN 12.

Desde 1954 o Primeiro Esqua-drão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAv), o Esquadrão Pampa, sediado em Canoas (RS), já operava aeronaves de combate da Era dos Aviões a Jato (Gloster Me-teor e T-33).

E, nesta mesma época, o ECA vislumbrava ampliar suas ativida-des, por conta de todos os avanços do Esquadrão, por sua conjuntura e pela quantidade de aeronaves e equipamentos recebidos pelo Bra-sil por conta de sua participação na Guerra.

De fato ficou evidente a possibili-dade de ampliar a área de atuação do 1º ECA e que o Esquadrão Pampa seria perfeito para efetivar este passo.

Efetivo do 1º ECA

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Manobra do 2º ECA, em 1960

Rádio-operador

Assim, sob o Comando do então Capitão Aviador Francisco Gabriel Xavier de Alcântara, foi fundado, com a mesma missão de dar supor-te a um Grupo de Caça, o Segundo Esquadrão de Controle e Alarme, o 2º ECA.

O tempo passou, novas tecnolo-gias surgiram e foram aplicadas, e ao longo das décadas foi se detec-tando novas necessidades para os Esquadrões.

Assim, através da Portaria Re-servada nº 194/GM3 de 08 de ju-nho de 1982, foi criado o Primeiro Grupo de Comunicações e Contro-le, o 1º GCC.

Ativado primeiramente como Núcleo do Grupo de Comunicações e Controle (NuGCC), através da Por-taria Reservada nº 195/GM3, a Uni-dade estava então subordinada ao Comando Aerotático (COMAT).

Nos seus primeiros anos de exis-tência, quando atuava como um núcleo de operações, o 1º GCC teve toda sua atividade voltada para a elaboração das instruções para sua organização e seu funcionamento.

Somente em 25 de setembro de 1984 a unidade passou à subor-dinação da então Diretoria de Ele-trônica e Proteção ao Voo (DEPV), atual DECEA.

E foi nesta transição que o Gru-po incorporou, em outubro do mes-mo ano, os 1º e 2º Esquadrões de Comunicação e Controle. Com a casa em ordem, através da Portaria Reservada nº 062/GM3 de 17 de ja-neiro de 1985, o NuGCC foi desati-vado para dar lugar, definitivamen-te, ao 1º GCC.

Esta mesma Portaria também ati-vou um Esquadrão de Controle (ECT) no Centro de Aplicações Táticas e Recom-pletamento de Equipagens (CATRE), em Natal (RN); e um Núcleo do Esqua-drão de Comunicações do 1º GCC (o 1º NUECOM), sediado na Base Aérea de Santa Cruz (RJ), consti-tuindo-se do pessoal e do acervo

material do próprio 1º ECA.Já nesta época, os Esquadrões

subordinados ao Grupo receberam as denominações usadas hoje em dia - 1º, 2º, 3º e 4º do 1º GCC - bem como foi ativado o último esqua-drão do órgão, o 5º/1º GCC, com a finalidade de operar e manter um Sistema de Controle de Aproxima-ção de Precisão no aeródromo de Fortaleza (CE).

Mesmo sediado no Rio de Janei-ro, o Primeiro Grupo de Comunica-ções e Controle atua, por meio de seus Esquadrões, em todo o terri-tório nacional, provendo os meios transportáveis de comunicação, controle e alarme aéreo nos locais desprovidos destes ou com instala-ções fixas insuficientes para aten-der às demandas operacionais.

Seus Esquadrões são grupamen-tos equipados com modernos sis-temas de controle e comunicação, capacitados para apoiar os coman-dos operacionais a qualquer tempo e em qualquer local do País.

Quando requisitados, instalam e operam Centros de Controle e Ba-ses Operacionais em áreas muitas vezes de difícil acesso, fornecendo serviços como: detecção radar para defesa e controle de tráfego aéreo; identificação, localização e desig-nação de alvos; controle de inter-ceptação; designação de alvos para artilharia antiaérea; apoio à nave-gação aérea; comunicações via sa-télite, VHF e UHF remotos; ramais da rede de Comando da Aeronáuti-ca (RTCAER) – TF-1, TF-2, TF-3, TF-4, TF-5; dentre outros.

Em entrevista para a Edição Es-pecial da Revista Aeroespaço so-bre a História da Defesa Aérea no Brasil, o ex-Comandante do 1º ECA, Coronel Aviador RF Ivan Janvrot Mi-randa, comentou as modificações que tanto aprimoraram as ativida-des dos Esquadrões, principalmen-te no tocante ao equipamentos de grande precisão.

“Atualmente, com os sofisti-cados computadores e softwares, com a Internet e o GPS (Global Po-sitioning System – em português: Sistema de Posicionamento Glo-bal), temos, sem sombra de dúvi-da, cada vez mais precisão e uma maior e fundamental antecipação na tomada de decisões e nas ações propriamente ditas”, declarou o Co-ronel Janvrot.

E esta tecnologia, aliada ao pro-fissionalismo e à alta qualidade do trabalho executado, é mesmo a marca registrada da FAB, impressa em cada decisão, cada equipamen-to, cada membro das Unidades do SISCEAB.

Prestar serviço na Força Aérea é mesmo muito mais que uma esco-lha profissional. É uma escolha de vida, de estilo de vida.

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Aplicação dos Radares na Aeronáutica

Logo de cara, quando se fala de emprego de radares na Aeronáutica, nos vem à mente o próprio Controle de Tráfego Aéreo e a Defesa Aérea. De fato, essa é mesmo a principal aplicação destes equipamentos. Mais especificamente, os radares operam nos Centros de Controle de Área (ACC) e nos Controles de Aproximação (APP) – que fazem, respectivamente, o controle de tráfego áreo em rota e em Área Terminal.

Nos ACC são usados os radares primários – bi e tridimensionais – instalados em locais que propiciem melhores desempenhos em alcance e visualização, como no topo de montanhas, por exemplo, onde estão sediados diversos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA). No caso da região Amazônica, muitos desses equipamentos estão instalados nas proximidades dos aeródromos.

Já nos APP, os radares estão instalados nas áreas dos aeroportos e são do tipo bidimensionais, ou seja, fornecem dados sobre o azimute (que é a representação de uma determinada direção calculada em função da sua separação angular de um determinado ponto de origem; o chamado Norte Astronômico) e a distância - não informando a altitude.

Para complementar os dados dos radares primários, estão instalados os radares secundários, que captam informações sobre a altitude quando as aeronaves estão com seus transponders ligados. Atualmente o uso de radares secundários é obrigatório em aeroportos de grande movimentação aérea.

Os Radares móveis PAR (Radar Terminal e Radar de Aproximação de Precisão) equipam os Esquadrões do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) e estão capacitados para receber as aeronaves e conduzi-las até um pouso seguro, sob quaisquer condições meteorológicas. São eles que garantem a segurança ao piloto, associados a outros equipamentos de alto desempenho e precisão.

No que diz respeito à Defesa Aérea e Vigilância, a Aeronáutica emprega radares mais específicos com detecção de alvos de até 300 km para aviões em grande altitude e alcance de até 30 km para aeronaves voando em baixa altitude.

Em suma, no Brasil, o Sistema Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA) – que veremos em detalhes mais adiante – não se dá a partir de uma única estação, mas por diversas estações interligadas, cujos dados captados são processados de forma redundante, ao cobrirem os 8,5 milhões de km² do território nacional.

Como informação adicional, não podemos deixar de citar os radares das aeronaves de combate da FAB (de interceptação, radares de ataque com pulsos eletromagnéticos que permitem voos em baixa altitude sem visão direta do solo e radares dos mísseis ar-ar e ar-terra, para busca de alvos por sistema de detecção eletromagnética) e os tão imprescindíveis Radares Meteorológicos, instalados tanto nas aeronaves quanto em solo.

Os meteorológicos usam o Efeito Doppler com objetivo de determinar a velocidade do vento em caso de tempestades, por exemplo.

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Esquadrão de Comunicação1º/1º GCC - Base Aérea de Santa Cruz (Rio de Janeiro/RJ)Operador de um centro de comunicações fixo, em horário integral, o Esquadrão fornece os recursos necessários para compor os postos de comunicações ou outros centros, dando uma enorme flexibilidade aos comandos operacionais. Através de meios criptográficos, o 1º/1º GCC provê uma estrutura de comunicação eficaz e de alta confiabilidade.

Esquadrões de Controle e Alarme2º/1º GCC- Base Aérea de Canoas (Canoas/RS) 4º/1º GCC- Base Aérea de Santa Maria (Santa Maria/RS) O Controle do Espaço Aéreo pode ser exercido através dos dois Esquadrões de Controle e Alarme do 1º GCC. Por possuírem equipamentos móveis, dão ao comando uma enorme flexibilidade, atuando em áreas que não contam com estes recursos. Além da autonomia na execução de detecções, no acionamento de aeronaves e na condução de todas as fases de interceptação, o esquadrão é capaz de operar como um sítio de detecção, enviando as imagens radar para um Centro de Operações Militares (COpM) de um CINDACTA.

Esquadrões de Controle 3º/1º GCC- Base Aérea de Natal (Natal/RN) 5º/1º GCC- Base Aérea de Fortaleza (Fortaleza/CE) Equipados com radares móveis - Radar Terminal e Radar de Aproximação de Precisão (PAR) - esses esquadrões estão capacitados para receber as aeronaves e conduzi-las até um pouso seguro, sob quaisquer condições meteorológicas. Garantem a segurança ao piloto, por meio de equipamentos de alto desempenho e precisão.

Instalação de Radar do 4º/1º GCC, Esquadrão Mangrulho

OS ESQUADRÕES DO GCC

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24 AEROESPAÇO

Por Telma PenteadoFotos: Fábio Maciel

A aproximação dos usuários de publicações

de informações aeronáuticas do DECEA

ao seu processoprodutivo

Sala deaferição

AIM

Integração, agilidade e qualidade são palavras de ordem no Instituto de Carto-grafia Aeronáutica (ICA). Para assegurar que sua missão de produzir e disponibi-lizar mapas, cartas e manuais impressos e digitais necessários à condução dos voos nas áreas de responsabilidade do Governo Brasileiro seja cumprida com excelência, a troca constante com os usuários é mesmo vital.

Numa sociedade globalizada, na qual informação é poder, tempo é dinheiro e o momento é sempre o agora, fica mais que evidente a importância da comuni-cação em rede, sendo esta rápida, ágil, completa, confiável, constante e abran-gente.

Prontamente nos vem à mente o lu-gar de destaque que ocupam a internet, a intraer, os softwares, as interfaces e, ob-viamente, a qualidade do conteúdo que por estes meios circula.

Pensamos também de imediato nas facilidades que todo este aparato nos

propicia – desde o lazer até a concretiza-ção de grandes negócios que envolvem investimentos financeiros.

As atividades profissionais foram for-temente impactadas pela tecnologia, exigindo, por conta das novas deman-das desta nova sociedade global, uma profunda reformulação tanto de pro-cessos quanto na própria formação das pessoas.

E a relevância de todo este universo em rede se intensifica quando o que está envolvido são vidas.

Esta é a realidade do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e, por extensão, do ICA. Em última instân-cia, tudo que aqui é feito tem por objeti-vo servir, atender e proteger vidas.

Em 10 de novembro de 2009, o então Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Bri-gadeiro do Ar Ramon Borges Cardoso, aprovou e assinou o Projeto AIM-BR – Projeto Gestão de Informações Aero-náuticas do Sistema de Controle do Es-

paço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Alinhado ao AIM (Aeronautical Infor-

mation Management – Gerenciamento da Informação Aeronáutica) preconi-zado pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), cujo foco de ação é o provimento de informação (dados digitais) de modo a facilitar o uso da mesma nas diversas aplicações que seus usuários possam desejar, o Projeto AIM-BR vem a ser o conjunto de práticas de gerenciamento de informações aero-náuticas centradas em dados, buscando garantir integridade, rastreabilidade e oportunidade relativas ao Brasil.

Desde 2011, o ICA vem investindo neste sistema integrado de informa-ções, que possui um viés que possibilita a elaboração de procedimentos utili-zando um banco de dados estruturado e um software chamado FPDAM (sigla para Flight Procedure Desing & Airspace Managemant).

Essa ferramenta permite criar, visua-

Reportagem

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25AEROESPAÇO

lizar e avaliar os procedimentos de na-vegação aérea e gerar Cartas de Saída (SID), de Chegada (STAR) e de Aproxi-mação (IAC), além de elementos de es-paço aéreo. Todo este conteúdo é dispo-nibilizado ao usuário em um ambiente interativo e controlado, minimizando as imprecisões e o tempo de execução de todo o processo, desde a criação do pro-cedimento até a carta finalizada.

A parceria entre prontidão e precisão se traduz em qualidade de excelência nos serviços prestados pelo Instituto no que diz respeito à Cartografia e às Infor-mações Aeronáuticas.

Foi também em 2011 que entrou no ar a versão atual do AISWEB, desenvol-vida pela Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) do DECEA. Trata-se da fonte oficial de informações aeronáuti-cas representando segurança, eficiência e regularidade para seus usuários.

Já no segundo semestre de 2012, o DECEA disponibilizou um importante recurso para os usuários do AISWEB: o Gerenciador de Indicadores de Locali-dade (GEILOC).

Concebido pelo ICA e desenvolvido pela ASCOM, esta ferramenta simplifi-ca a ativação e o cancelamento desses indicadores por meio da internet, agili-zando a execução das ações, reduzindo a burocracia e agregando valor à integri-dade da informação.

No dia 23 de janeiro de 2013, foi inau-gurada a Sala de Aferição AIM (Aeronau-tical Information Management, em por-tuguês: Gerenciamento da Informação Aeronáutica).

Imbuída deste espírito de integração, a Sala foi concebida para aproximar os usuários das publicações de informa-ções aeronáuticas do DECEA (cartas, mapas, manuais, documentos e publi-cações) ao seu processo produtivo.

Situada no terceiro andar do prédio do Instituto, a Sala de Aferição AIM con-centra praticamente todas as publica-ções produzidas e sistemas técnicos ge-renciados pelo ICA numa conformação similar à de uma Sala AIS operacional.

Como podemos ver, tudo se resume em agilizar processos, integrar informa-ções e manter a qualidade dos serviços prestados.

A comunicação com os usuários, acompanhando esta modernização,

mudou de patamar. Segundo o Che-fe da Sala de Aferição AIM, Capitão SIA Edson Ferreira de Sena, antes as deman-das chegavam por email e transitavam entre diversos setores e autoridades até que pudessem ser devolvidas aos requi-sitantes, o que acabava, por vezes, tor-nando o processo moroso.

A revolução veio com o Sistema Au-tomatizado de Sala AIS (SAIS) – hoje em sua versão 1.49 – que tem por meta aprimorar a comunicação entre os inte-grantes da Comunidade ATM (Air Traffic Management – Gerenciamento de Trá-fego Aéreo) e outros interessados em Informação Aeronáutica.

“Sabíamos do nosso produto até a sua saída. Com a Sala de Aferição este ciclo se fecha, uma vez que podemos ouvir o usuário e ter feedback em relação ao nosso trabalho. Podemos agora acom-panhar a elaboração, a conclusão, a sa-ída e o recebimento dos produtos, além de podermos ajustá-los com maior pre-cisão e qualidade sempre que se fizer necessário”, comenta o Capitão Sena.

É um sistema totalmente interativo, próprio desta Era que vivemos. Com o SAIS as informações são checadas com

grande rapidez por conta do acesso imediato ao Banco de Dados da par-ceira Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Um plano de voo solicitado pelo pro-grama, uma vez aprovado pela ANAC, é encaminhado diretamente ao Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), otimizando tempo e garantin-do controle sobre as demandas e ativi-dades.

Dentre outros objetivos deste novo espaço, destacam-se a capacidade de difusão de doutrina aos gestores re-gionais e aos operadores do Serviço de Informação Aeronáutica no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB); a simulação de procedimen-tos operacionais desse serviço nas fases de concepção ou desenvolvimento; e a identificação prática de requisitos para os novos produtos oriundos do AIM.

Muitas são as visitas ao ICA, desde as realizadas por militares do efetivo do DECEA, passando por estudantes das faculdades de Ciências Aeronáuticas até as de oficiais do Exército e da Marinha, como a Base Aérea de São Pedro da Al-deia, e das Forças Aéreas de outros pa-íses.

A Sala de Aferição já recebeu repre-sentantes da Federal Aviation Adminis-tration (FAA) e da Força Aérea Ameri-cana (USAF), que vieram ao ICA com o intuito de conhecer os procedimentos realizados em relação às Cartas VFR (voo visual) e IFR (voo por instrumento).

O trabalho é contínuo e profícuo. As-sim, no segundo semestre de 2013, mais 13 produtos serão disponibilizados aos usuários AIS, entre eles cartas de nave-gação aérea (VFR e IFR), publicações AIP Brasil e ROTAER.

1ª JORNADA AIM

Buscando a troca de conhecimento e informações, bem como o estreita-mento de laços com os usuários, foi realizada nos dias 22 a 24 de maio, nas dependências do ICA, a 1ª Jornada AIM. Coordenada pelo próprio Capitão Sena, a jornada trouxe temas como In-formação Aeronáutica, Banco de Dados AIM, Navegação Baseada em Per-formance (PBN), AIS Web, Gestão de Projetos, Qualidade AIM e E-TOD. Os grupos fizeram visitas guiadas na DO-SIA e na DO-CAR, com o objetivo de ver de perto os processos das atividades por lá realizadas.

Efetivo da Sala de Aferição AIM

- Capitão Edson Ferreira de SENA (Chefe)- Tenente Carlos José NOGUEIRA dos Santos- Suboficial SANDRO Vieira Fernan-des- Suboficial CLÁSIO Vieira de Vargas- Primeiro Sargento GABRIEL Delane- Civil DACTA JAIR Siqueira Lima

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Conhecendo o

DTCEA-GWGuaratinguetá/SP

Por Daisy MeirelesFotos: Fábio Maciel

O ComandanteO Capitão Celso Antonio Teixeira,

Especialista em Meteorologia, é o Comandante do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Guara-tinguetá (DTCEA-GW).

Celso é filho de Maria de Lurdes e Francisco Teodoro Teixeira. Natural de Lorena (SP), tem 52 anos. É casado com Rosana Aparecida da Silva Teixei-ra e pai de dois filhos: Michel e Miriane.

Sua carreira militar teve início em ju-lho de 1979, na Escola de Especialistas

de Aeronáutica (EEAR), quando ingressou como soldado.Em julho de 1980 foi matriculado no Corpo de Alunos da

Escola e dois anos depois, julho de 1982, formou-se Sargen-to Especialista em Meteorologia, sendo classificado para ser-

vir no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Cuiabá (DTCEA-CY).

Voltou à EEAR em 1994, como instrutor de Meteorologia, permanecendo até 1999.

Celso é formado em Ciências Contábeis pela Universidade de São Paulo (USP) e concluiu o Curso de Formação de Oficiais Especialistas em Meteorologia em dezembro de 2000.

Escolheu o Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Pau-lo (SRPV-SP) para servir e fazer fortes laços de amizade, onde exerceu as funções de Chefe da Subdivisão de Meteorologia e Chefe da Seção de Inteligência.

Também serviu no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP), onde chefiou o Centro Meteo-rológico de Aeródromo (CMA-2).

Em 2001 realizou o curso de Especialização em Meteorologia Aeronáutica no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), estando habilitado à função de Oficial Previsor Meteorológico.

Durante sua carreira militar realizou também os seguintes

Seção

O DTCEA-GW encontra-se exatamente no eixo RJ/SP - onde as operações de pouso, decolagem e cruzamento de aeronaves são bastante elevadas, cerca de 650 movimentos mensais.

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TWR-GW

Seção Técnica

Seção Técnica

Seção Administrativa

cursos: Preparação de Instrutores; Operação Básica de Centro Meteorológico Militar, Chefe de Órgão AIS; Análise de Inteli-gência; Prevenção de Acidentes – Controle de Tráfego Aéreo; Inspeção de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo. Ainda na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Ae-ronáutica (EAOAR) fez MBA em Gestão Pública.

"Hoje vivo, quem sabe, o momento mais feliz da minha car-reira, à frente de um grupo de pessoas disciplinadas, dedicadas e altamente qualificadas a prestar serviços técnicos operacio-nais de proteção para um voo tranquilo e seguro em sua área de jurisdição" - declara o Comandante, que foi promovido ao atual posto em 25 de dezembro de 2008.

O HistóricoNo dia 13 de novembro de 1977 ficou marcado para o Se-

gundo Sargento – hoje Capitão da Reserva Remunerada Se-bastião Antonio de Araújo, um apaixonado por seu trabalho – e sua equipe por transmitir a primeira mensagem telegráfi-ca que deu início às atividades da Estação de Comunicações (ECME-24) do Destacamento de Proteção ao Voo de Guaratin-guetá – DPV-GW - criado pela Portaria 423/GM3 e ativado pela Portaria 1351/GM3 de 30 de outubro de 1979, alterado pela Portaria 183/GC3 de 27 de fevereiro de 2003 para DTCEA-GW -

que tem por finalidade prover o serviço de controle do espaço aéreo para o aeroporto público/militar Edu Chaves e toda área de jurisdição de Guaratinguetá.

O DTCEA-GW está subordinado operacionalmente ao Servi-ço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) e ad-ministrativamente à EEAR.

As PeculiaridadesO DTCEA-GW trabalha diariamente das 6h às 20h - por en-

contrar-se exatamente no eixo São Paulo - Rio de Janeiro - onde as operações de pouso/decolagem/cruzamento de aeronaves são bastante elevadas dentro da CTR (Guaratinguetá, Roseira e Cachoeira Paulista): cerca de 650 movimentos mensais.

Em casos de antecipações e/ou prorrogações do horário de funcionamento para atender aos usuários ou, excepcional-mente, em casos de emergências, o pessoal de sobreaviso é imediatamente acionado.

Trinta militares compõem o seu efetivo e conta com mais cinco controladores de voo da EEAR, que prestam serviço na TWR-GW.

O efetivo operacional do DTCEA-GW apoia a Divisão de Ensi-no da EEAR no atendimento aos alunos especialistas em con-trole de tráfego aéreo (BCT), meteorologia (BMT), comunica-

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ções (BCO), eletricidade (SEL) e informações aeronáuticas (AIS).Durante as visitas ao Destacamento, os alunos conhecem o

ambiente operacional e têm contato com situações reais das funções que irão exercer quando formados.

Os mais beneficiados são os alunos BCT da 3ª série da EEAR que, logo após a disciplina de Controle de Aeródromo, fazem estágio na TWR-GW - nos finais de semana e feriados.

Os graduados BMT da Seção Técnica do DTCEA-GW geren-ciam e fazem a manutenção da Estação Meteorológica de Altitude (EMA), enquanto os graduados BET realizam a manu-tenção do gerador de hidrogênio e fabricam esse elemento químico para que os alunos BMT, sempre acompanhados de um instrutor da EEAR, recebam informação prática da especia-lidade, dentre elas o lançamento de balão meteorológico.

A equipe de serviço fornece, também, com autorização do SRPV-SP, informações meteorológicas para a Defesa Civil de Guaratinguetá e para o Centro de Previsão de Tempo e Estu-dos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Es-paciais (INPE), de Cachoeira Paulista (SP).

Está em análise a ampliação do Destacamento: cons-trução de novas salas para as chefias Técnica e de Ope-rações (suprimento e informática) e de brifim, com pre-visão ainda para 2013.

As AtividadesO DTCEA-GW tem por finalidade prover os Serviços de Con-

trole do Espaço Aéreo para o Aeroporto Público/Militar Edu Chaves e de Gerenciamento das Telecomunicações do Co-mando da Aeronáutica (COMAER) na área de Guaratinguetá.

O Comandante, Capitão Celso, também chefia a Seção Ope-racional, que conta com os seguintes órgãos: Torre de Controle (TWR-GW), Controle de Aproximação (APP-GW), Estação Me-teorológica de Superfície (EMS-2) e Centro Meteorológico de Altitude (CMA).

As Seções Técnica e Administrativa são chefiadas pelo Pri-meiro Tenente QOEA COM Giglio Mário Cesar Machado, que também é responsável pela Sala de Informações Aeronáuticas (Sala AIS - civil e militar) e pela Estação Meteorológica de Alti-tude (EMA). O oficial e sua equipe cuidam dos equipamentos do TELESAT, NDB, Áudio Soft e outros.

A Integração do EfetivoO efetivo se reúne nas dependências do próprio DTCEA-

GW para as comemorações dos diversos eventos como o aniversário do Destacamento e os dias das especialidades operacionais (Controlador de Voo, Meteorologia, Informa-ções Aeronáuticas e Comunicações).

Outros eventos sociais como aniversariantes do mês, Dias

Sala AIS

Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves

Meteorologia

Estação da Estrada de Ferro

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das Mães, Dias dos Pais e outros são realizados em locais di-versos como churrascarias, chácaras, pizzarias, com a presença dos familiares, realizando - assim - a integração social e conjun-ta de todos os integrantes do Destacamento.

Geralmente, nos finais de semana, se encontram no Clube dos Sargentos, localizado próximo à vila habitacional, que pos-sui piscina, quadra de esportes e salão de eventos.

A Assistência Médica e OdontológicaO efetivo e seus dependentes são assistidos pela Subdivisão

de Saúde da EEAR - no Hospital da Aeronáutica de Guaratin-guetá, que tem ambulatório médico e clínica odontológica com atendimentos de emergência e ambulatorial.

Há, também, os convênios com diversos postos e clínicas de saúde, além de dois hospitais de porte médio/grande na cida-de de Guaratinguetá.

No centro expandido há a Santa Casa de Misericórdia de Guaratinguetá e o Hospital e Maternidade Frei Galvão, que atende aos conveniados da FAB, com internações e UTI.

Os casos mais graves e específicos são encaminhados para o Hospital de Aeronáutica de São Paulo (HASP, em São Paulo) ou para o Hospital da Força Aérea do Galeão (HFAG) e o Hospital Central da Aeronáutica (HCA), ambos no Rio de Janeiro.

As Vilas ResidenciaisO efetivo do DTCEA-GW é apoiado pela Prefeitura de Aero-

náutica de Guaratinguetá (PAGW), onde a vila residencial pos-sui 415 residências, atendendo praticamente todo o efetivo do Destacamento. Há apenas dois militares na fila de espera por PNR.

Há vila de casas para oficiais e, para os graduados nas op-ções de apartamentos e casas, com estrutura de dois ou três quartos.

A Cidade de GuaratinguetáDesde os primeiros tempos, uma grande quantidade de garças

marcava a paisagem da região às margens do rio Paraíba, entre as serras do Mar e da Mantiqueira. Os índios a denominaram Guara-tinguetá, expressão que, na língua Tupi-Guarani, significa reunião de guarás brancos.

O dia 13 de junho é a data da fundação do povoado, que tem como padroeiro Santo Antônio.

A cidade foi escolhida por Edu Chaves para fazer um pouso em 1912, quando realizava o primeiro voo interestadual (São Paulo/Guaratinguetá/Mangaratiba) - com uma aeronave Bleriot de 50 HP.

No dia 15 de julho de 1940 foi criado o Aeroclube e inaugurado em Guaratinguetá o Aeroporto Edu Chaves – Eduardo Pacheco Chaves – amigo de Santos Dumont.

Clínica Odontológica da EEAR

O turismo religioso aumentou após a canonização de Frei Galvão

Vila Residencial de Graduados

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30 AEROESPAÇO30 AEROESPAÇO

O Aeroporto Edu Chaves ou Aeroclube de Guaratinguetá tem pista asfaltada e compor-ta voos leves e médios, além de helicópteros de porte médio. O transporte aéreo comer-cial mais próximo fica em São José dos Cam-pos (SP), distante 85Km.

Guaratinguetá oferece todos os recursos existentes nas grandes cidades nas propor-ções equivalentes. Assim como algumas cidades do interior, é bem calma e tranquila, onde as pessoas se conhecem e, ainda, com baixo índice de criminalidade.

Situada no eixo Rio de Janeiro - São Paulo, às margens da Rodovia Nova Dutra, Guara-tinguetá oferece transporte rodoviário para qualquer cidade da região e está próxima, também, do litoral norte do Estado de SP (90km) e para qualquer necessidade ou di-versão o acesso é muito facilitado.

São 170km de distância até São Paulo, 230km do Rio de Janeiro e 500km de Belo Horizonte.

Uma rodovia estadual pavimentada liga Guaratinguetá a Estância Climática de Cunha e a divisa com o estado do Rio de Janeiro, podendo-se prosseguir viagem em estrada de terra até Paraty (RJ).

Dentro da EEAR há uma linha de ônibus circulando com destino ao Centro da cidade e bairros vizinhos, com intervalo de 30 minu-tos.

É um dos mais importantes municípios do Vale do Paraíba, possuindo importância turís-tica, industrial e comercial.

Guaratinguetá é a segunda maior econo-mia e um dos maiores municípios da região com relação a população. Além disso, possui o melhor índice de distribuição de renda de sua região e baixos índices de criminalidade. Se destaca, também, por ser uma das mais in-dustrializadas de sua região e por ter sido pio-neira nessa atividade econômica. Ela abriga o maior complexo químico da América Latina, a BASF.

O shopping Buriti é outra atração da cidade. Inaugurado em 2005, é formado por 94 lojas satélites, quatro cinemas e lojas âncoras, tra-zendo empregos e negócios para a região.

O TurismoO município ganha destaque por ser um

importante ponto turístico de caráter religio-so, juntamente com os municípios de Apa-recida do Norte e Cachoeira Paulista. Juntos, movimentam grande quantidade de turistas durante o ano, no chamado Circuito da Fé, na tentativa de ampliar seu setor turístico.

O turismo religioso é talvez o principal e o que mais atrai visitantes para a cidade, prin-

cipalmente após a canonização de Frei Gal-vão. Porém, os turismos urbanos, históricos e ecológicos também atraem visitantes e lucro para o município.

A Educação Guaratinguetá conta com mais de 67 es-

colas públicas e particulares de níveis funda-mental e médio, responsáveis por absorver alunos do município e das cidades vizinhas. Boa parte estuda no Colégio Técnico Indus-trial de Guaratinguetá Professor Carlos Au-gusto Patrício Amorim, conhecido também como CTIG, pertencente à Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá. É a mais con-corrida escola da cidade e um dos principais centros de ensino técnico e médio do Vale do Paraíba.

Uma boa opção de nível fundamental para os filhos dos militares é a Escola Estadual Ro-gério Lacaz, localizada na vila militar da EEAR. Para o ensino médio, é indicada a Escola Esta-dual Conselheiro Rodrigues Alves, que fica no centro da cidade.

A Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Campus Júlio de Mesquita Filho - tem sede em Guaratinguetá e, por causa da grande e crescente procura, está ampliando seu es-paço físico para poder absorver mais alunos. Conhecida como Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG), oferece os seguin-tes cursos de graduação: Engenharia de Materiais, de Produção Mecânica, Mecânica, Civil, Elétrica e Bacharelado em Física. Ofe-rece também Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) em Engenharia Me-cânica, Produção Mecânica e Física e cursos de especialização em diversas áreas, como Gestão da Produção, Logística Internacional, entre outros.

A cidade conta com outras unidades de en-sino superior, como a Universidade Metodis-ta – Campus de Guaratinguetá, que propor-ciona os cursos de Pedagogia, Administração Comércio Exterior e Sistema de Informação.

A Faculdade de Tecnologia de Guaratin-guetá (FATEC) é outra boa opção e tem cur-sos de Tecnologia em Análise e Desenvolvi-mento de Sistemas, Gestão da Tecnologia da Informação, Gestão Empresarial (Processos Gerenciais), Gestão Financeira e Logística.

A Faculdade Nogueira da Gama oferece cursos em diversas áreas, destacando-se Lin-guagem e Comunicação, Didáticas do Ensino Superior, Metodologia da Pesquisa Cientifica e Gerenciamento de Sistemas de Informação.

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EEARComo falar do DTCEA-GW sem falar da EEAR? No dia 4 de março de 1941, instruções bai-

xadas formataram a carreira de sargentos da Aeronáutica que eram formados na Escola de Aviação Naval no Rio de Janeiro. Entretanto, as Escolas de Aviação Naval e Aviação Militar foram extintas e foi criada, em 25 de março do mesmo ano, a Escola de Especialistas de Aero-náutica, sediada na Ilha do Governador – Rio de Janeiro, RJ.

O mundo vivia o pesadelo da guerra. O País entrava em campanha e precisava de homens muito bem treinados para sustentar-se no tea-tro de operações e nos seus arredores. Havia ne-cessidade de melhorar a formação e capacitação de técnicos para atender à demanda. A Escola recém-criada para formar sargentos não aten-dia tamanha exigência. Num primeiro instante foram enviados técnicos para os EUA. Todavia, além de não resolver o problema, custava mui-to dinheiro para a Nação. O governo brasileiro contratou a Organização John Paul Ridle Aviation Tecnical School, que veio para instalar-se em São Paulo e criar uma nova Escola Técnica de Aviação (ETAv), que passou a complementar a formação dos especialistas.

O fim da luta armada centrou nosso País. Não havia mais necessidade de duas escolas para for-mar técnicos especialistas. A solução seria a fu-são das unidades existentes. Foi quando houve a transferência da EEAR para terras doadas pela antiga Escola Prática de Agricultura e Pecuária de Guaratinguetá ao então Ministério da Aero-náutica, em 5 de maio de 1950.

A EEAR ocupa 10 milhões de metros quadra-dos com 93 prédios para a administração e 415 residências distribuídas em vilas militares para oficiais, suboficiais, sargentos, cabos e taifeiros. É o maior complexo de ensino técnico da América Latina e tem por objetivo a formação e o aperfei-çoamento de graduados da Aeronáutica.

O “Berço do Especialista” recebe jovens de todo território nacional, que são aprovados em concursos realizados durante o ano. Os “estu-dantes-guerreiros” participam das atividades escolares para a formação técnica, instruções para formação militar e trazem um universo de desenvolvimento intelectual para a região.

Na EEAR, as Subseções de Controle de Tráfego Aéreo, Comunicações, Meteorologia, Cartografia, Informações Aeronáuticas e Eletrônica são as que formam os profissionais que hoje erguem o DECEA e suas OM subordinadas

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