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N O T Í C I A S - A n o 7 - n º 5 3 aero Antena Telesat na EACEA Urucum / DTCEA Corumbá

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Produzida pela Assessoria de Comunicação do DECEA, a Revista Aeroespaço é o veículo jornalístico impresso da instituição

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NO

T Í C I A S - A n o 7 - n º 5 3

aero

Antena Telesat na EACEA Urucum / DTCEA Corumbá

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2 AEROESPAÇO

Informativo do Depar tamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Tenente-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves MendesAssessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Coronel Aviador ReformadoCoordenação de pauta e edição:Daisy Meireles (RJ 21523 JP)Redação:Daisy Meireles (RJ 21523 JP)Telma Penteado (RJ 22794 JP)Daniel Marinho (RJ 25768 JP)Diagramação/Projeto Gráfico:Filipe Bastos (RJ 26888 JD)

Fotos:Luiz Eduardo Perez (RJ 201930 RF)e Fábio Maciel (RJ 33110 RF)Contatos:Home page: www.decea.gov.brIntraer: www.decea.intraer Email: [email protected]ço: Av. General Justo, 160Centro - CEP 20021-130Rio de Janeiro/RJTelefone: (21) 2123-6404Fax: (21) 2262-1691Editado em novembro/2012Impressão: Ingrafoto

Índice

Reportagem

Artigo

Reportagem A História do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro

Eu não Sabia!

Nossa capa Expediente

Diretor-Geral enaltece efetivo na comemoração dos 11 anos do DECEA

SISCOMIS - Sistema de Comunicações Militares por Satélites

3º Encontro de Comunicação Social do DECEA

O por do sol no Morro do Urucum, na foto de Luiz Eduardo Perez, que registra a aferição da antena Telesat pelos 3S John e 3S Luciano, na Estação de Apoio ao Controle do Espaço Aéreo (EACEA), distante 35km do DTCEA-CR.

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16Os desbravadores da FAB

Programa de Controle e Avaliação da Previsão de Aeródromo

Conhecendo o DTCEA-CR25Corumbá - MS

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3AEROESPAÇO

Editorial

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) completou 11 anos em ou-tubro. Nossas atividades de planejamento, gerenciamento, operação e controle das ati-vidades relacionadas ao controle do espaço aéreo, à defesa aérea nacional, ao serviço de busca e salvamento e às telecomunicações do Comando da Aeronáutica tiveram início em 2001.

Nesta edição, contamos um pouco da con-tinuidade dada ao trabalho da Diretoria de Rotas Aéreas (DR) e da Diretoria de Eletrôni-ca e Proteção ao Voo (DEPV).

Na reportagem, o DECEA é citado como a única instituição do País detentora do conhecimento necessário e atualizado e dos recursos adequados ao exercício das complexas atribuições inerentes ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, o SISCEAB.

Falando em conhecimento e atualização, na Seção Eu Não Sabia! - contamos para os leitores o grande avanço na busca da qua-lidade na prestação das Previsões Meteo-rológicas para os Aeródromos do SISCEAB, que é o Programa de Controle e Avaliação da Previsão de Aeródromo.

Nossa Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) realizou, em setembro, o 3º En-contro de Comunicação Social. O evento estreitou ainda mais os laços com as Seções de Comunicação Social das organizações subordinadas e apoiadas, não somente em busca de uma maior sintonia, mas também

da consolidação de uma cultura da infor-mação, da participação e da difusão das estratégias dessa atividade, cada vez mais indispensável às instituições.

O Encontro propiciou a harmonização interorganizacional de nossas ações em consonância com as políticas estratégicas de Comunicação do SISCEAB e do Comando da Aeronáutica.

Na página 19, publicamos um artigo sobre o Sistema de Comunicações Militares por Satélites (SISCOMIS), que é uma estrutura de dados de enlaces satelitais, de uso restri-to do Governo Federal, que visa às comuni-cações militares estratégicas do País sob o controle do Ministério da Defesa (MD).

É através desse Sistema, que as Comuni-cações sensíveis em Operações Conjuntas organizadas pelo MD são realizadas. O leitor poderá entender como surgiu o SISCOMIS, para que serve e o que teremos no futuro.

Na Seção Conhecendo o DTCEA, a Capital do Pantanal, Corumbá, foi a escolhida para essa edição. Na reportagem, contamos que, apesar de apenas um voo regular por sema-na, o Controle de Aproximação (APP-CR) registrou, em julho, 502 movimentos, em virtude das queimadas ocorridas na região.

O DTCEA-CR fica distante 420 Km da capi-tal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande.

Na reportagem, citamos as atividades dos 41 militares do efetivo e os benefícios de se trabalhar em um Destacamento isolado.

Tenente-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves MendesDiretor-Geral do DECEA

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Diretor-Geral enaltece efetivo na comemoração dos11 anos do DECEAO DECEA mantém um corpo de recursos humanos de alto graude especialização, formado por profissionais civis e militaresde reconhecido gabarito e que elevam a Organização apermanentes e exemplares patamares de excelênciaReportagem: Daisy Meireles, Daniel Marinho e Telma PenteadoFotos: Fabio Maciel e Luiz Eduardo Perez

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"Comemoramos hoje o orgulho e o mérito de fazermos parte

deste vitorioso time"Tenente-Brigadeiro Mendes

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Ministro da SAC e Comandante da Aeronáutica presentes à cerimônia militar

Suboficial Amora, Cabo Siqueira e Civil Iza recebem prêmio funcional padrão 2012

Há 11 anos, o Departamento de Controle do Espa-ço Aéreo (DECEA) iniciava suas atividades de plane-jamento, gerenciamento, operação e controle das atividades relacionadas ao controle do espaço aéreo, à defesa aérea nacional, ao serviço de busca e salva-mento e às telecomunicações do Comando da Aero-náutica.

A história do DECEA porém, vem de mais longe. A continuidade dada ao trabalho da Diretoria de Rotas Aéreas (DR) e da Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Voo (DEPV) remonta, há mais de 70 anos, à con-dição de única instituição do País detentora do co-nhecimento necessário e atualizado e dos recursos adequados ao exercício das complexas atribuições inerentes ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, o SISCEAB.

Sobre os frutos gerados pelas DR e DEPV e pelo DECEA, o Diretor-Geral, Tenente-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves Mendes, declarou: "Foram nossas raízes, nossa gênese, que delinearam, desde sempre, as principais vias pelas quais todo este ma-nancial de conhecimento, tecnologia e de ações em-preendedoras desenvolveu-se e vem se aperfeiçoan-do e se fortalecendo ao longo dos anos".

Para comemorar essa data histórica, 5 de outu-bro, foi realizada uma cerimônia militar no hangar do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), pre-sidida pelo Ministro Chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt de Oliveira. Outras presen-ças marcantes à cerimônia foram o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito; o ex-Ministro da Aeronáutica,Tenente-Brigadeiro do Ar Mauro José Miranda Gandra; o ex-Comandante de Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Al-meida Baptista; o Ministro do Superior Tribunal Mili-tar (STM), Tenente-Brigadeiro do Ar José Américo dos

Santos; o Comandante do Terceiro Comando Aéreo Regional (COMAR III), Major-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho; o Presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Antonio Gustavo Matos do Vale; além de Diretores e Supe-rintendentes da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC); autoridades dos Poderes Legislativo, Execu-tivo e Judiciário; Comandantes, Chefes e Diretores de Organizações Militares; Oficiais-Generais, membros do Alto-Comando do Exército e da Aeronáutica.

O Diretor-Geral do DECEA, em sua Ordem do Dia, enalteceu o efetivo, afirmando: "Agradeço, desse modo, a todos os profissionais, civis e militares, mu-lheres e homens, que ininterruptamente dedicaram - e hoje dedicam - seu esforço e entusiasmo à manu-tenção do alto padrão do SISCEAB. Comemoramos hoje o orgulho e o mérito de fazermos parte deste vitorioso time. Que este momento, de justificado júbilo, também seja mais uma oportunidade para refletirmos sobre a importância de nos mantermos unidos no fiel cumprimento da nossa missão e cons-cientes da certeza de que agindo com profissionalis-mo e respeito às instituições a que pertencemos, es-taremos honrando e dignificando o futuro da Nação brasileira. Parabéns ao DECEA pelo seu 11º aniver-sário. Parabéns, sobretudo, ao eficiente e valoroso efetivo do DECEA".

Durante a comemoração, foram entregues prêmios aos Graduado, Praça e Servidora Civil Padrão de 2012:

Graduado - Suboficial BET Luiz Cáudio Amora (Di-visão de Avaliação Técnica)Praça - Cabo SAD Jefferson Siqueira Flores (Seção de Gestão Orçamentária)Funcionária Civil - Iza Maia Silva Barbosa (Subde-partamento Técnico)

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Diretor-Geral do DECEA e os militares agraciados com as medalhas por tempo de serviço

Ex-Diretores foram agraciados com a maquete do Sistema Sagitario

Em outra fase da cerimônia, foram entregues as medalhas por tempo de serviço:

Medalha de Ouro - 30 anos• Coronel Aviador Leonidas de Araujo Medeiros

Junior • Tenente-Coronel Especialista em Comunica-

ções Luiz Sergio Soares Macedo• Suboficial Músico Danilo Dutra Fonseca Olivei-

ra

Medalha de Prata - 20 anos• Tenente-Coronel Engenheiro Marcelo Scheid• Capitão Especialista em Controle de Tráfego

Aéreo Francisco Ediberto Nascimento• Primeiro Tenente Especialista em Controle de

Tráfego Aéreo Marcelo Marques Lobo• Segundo Sargento Desenhista Marcelo de

Souza Mendonça

Medalha de Bronze - 10 anos• Segundo Tenente Especialista em Controle de

Tráfego Aéreo Davi Monteiro de Medeiros

Como forma de reconhecimento, um lembrança comemorativa foi ofertada aos ex-Diretores presen-tes à cerimônia: uma maquete da console do novo sistema de controle do espaço aéreo, denominado Sagitario (Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatório de Inte-resse Operacional). Foram agraciados os seguintes oficiais-generais:

• Tenente-Brigadeiro do Ar José Américo dos Santos

• Tenente-Brigadeiro do Ar Paulo Roberto Car-doso Villarinho

• Major-Brigadeiro do Ar Normando Araujo de Medeiros

• Major-Brigadeiro do Ar Irineu Rodrigues Neto• Major-Brigadeiro do Ar Paulo Hortêncio Albu-

querque e Silva

Hoje, o DECEA tem mais de 12 mil profissionais envolvidos nas atividades do SISCEAB para a ges-tão e operação de suas atividades.

O resultado desse trabalho revela-se na atuação cotidiana do órgão e nos serviços prestados aos usuários, que corroboram os 95% de conformida-de em procedimentos operacionais e de seguran-ça, aferidos em recente Auditoria da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e que coloca o DECEA entre os cinco provedores de serviços de navegação aérea mais eficazes do mundo.

Além disso, o Brasil – por meio do DECEA - é uma das cinco mãos que capitaneiam a nave CNS-ATM no mundo, compartilhando providências para o novo modelo de navegação aérea global, com os Estados Unidos, o Japão, a União Européia e a Aus-trália.

Portanto, assim justifica-se a celebração desses 11 anos, como bem afirmou o Diretor-Geral do DE-CEA: "Nessa comemoração, destacamos a relevân-cia de se preservar, entender e, sobretudo honrar a história do SISCEAB, reverenciando a todos aque-les que nos precederam e fazem hoje de nós a pro-va viva de que somos capazes de ir sempre além dos nossos limites, na constante busca de propor-cionar o controle do espaço aéreo brasileiro cada vez mais eficaz, seguro e soberano".

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Por Telma Penteado Fotos: Fábio Maciel e Luiz Eduardo Perez

Parte integrante do calendário do Sistema, os Encontros de Comunicação Social do Departamento de Contro-le do Espaço Aéreo (DECEA) são uma oportunidade única para a aproxima-ção de interesses, interação profissio-nal, compartilhamento de informação e difusão do conhecimento pertinente à atividade.

A Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) do DECEA acredita que espa-ços como este estreitam cada vez mais os laços com as Seções de Comunica-ção Social das organizações subordina-das e apoiadas, não somente em busca de uma maior sintonia, mas também da consolidação de uma cultura da in-formação, da participação e da difusão das estratégias dessa atividade cada vez mais indispensável às instituições.

Neste ano de 2012, em sua terceira edição, realizada no período de 17 a

19 de setembro, nas dependências da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), o Encontro de Comunicação Social do DECEA reuniu palestras, exibição de mídias, visitações guiadas e workshop de fotografia, promovidos por profis-sionais da área.

Na abertura do Encontro, represen-tando o Diretor-Geral do Departamen-to, Tenente-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves Mendes, o Brigadei-ro Engenheiro Fernando César Pereira Santos, Chefe do Subdepartamento Técnico (SDTE) do DECEA, deu as boas- vindas aos participantes.

“A Comunicação Social é vital para as Organizações Militares. O objetivo é que todos falem a mesma língua. Com ela, nós, militares, passamos do medo à tranquilidade. É o que sinto hoje dentro da FAB e do DECEA”.

Evento propicia a harmonização interorganizacional de nossas ações em consonância com as políticas estratégicas de Comunicação do SISCEAB e do Comando da Aeronáutica

Reportagem

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O Brigadeiro Fernando citou o clipping diário e a TV DECEA como instrumentos importantes para que todo o efetivo te-nha conhecimento do que acontece no meio.

O Chefe do SDTE comentou que viu diversas mudanças acontecerem da Comunicação Social do Sistema, principal-mente no modo de comunicar. Neste processo de evolução, ele ressaltou a importância da atuação da ASCOM ao longo destes 11 anos de existência.

“Ouçam os profissionais experientes que estão aqui. To-dos temos que falar a mesma língua – regionais e sede – e acompanhar as mudanças na comunicação da nossa gran-de empresa que é o DECEA”, concluiu.

Na sequência, o Chefe da Assessoria de Comunicação Social do DECEA, Coronel Aviador Reformado Paullo Sérgio Barbosa Esteves, deu as boas-vindas aos participantes, con-tou sua trajetória na Comunicação e apresentou uma pales-tra sobre “Anomia, a Ciência do Fracasso”.

Voltando ao passado, quando prestava serviço em Brasí-lia, o Coronel Esteves presenciou a incipiência da comunica-ção e foi um dos inovadores e grande motivadores do seu processo de evolução, com a implantação dos informativos NOTAER e NOTIMP.

“Naquela época acontecia de tudo e ninguém tomava conhecimento. Era preciso mudar a situação. Foi assim que tive grandes experiências e passei a gostar muito de Comu-nicação Social”, comenta.

Como ele bem enfatizou, nós, como esta gigantesca or-ganização, temos que nos dar a conhecer. “Somos 12.400 pessoas numa OM que merece se avaliar constantemente e a agir com vigor e oportunidade para eliminar suas falhas, custe o que custar. Ela pode até ser liquidada por fatores ex-ternos, mas nunca será destruída por sua incompetência”.

Depois de um breve intervalo a jornalista da ASCOM Telma Penteado apresentou o efetivo da Assessoria, o histórico da mesma desde sua criação à época do Projeto SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia) e os produtos por esta confeccionados.

Fechando a parte da manhã, a palavra foi passada ao Adjunto da Subdivisão de Operações Militares do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV), Segundo Sargento BCT Jimi Aislan Estrázulas, que apresentou o tema “Meio Digital e o mun-do mosaico: a lógica não linear da informação”.

O Sargento Estrázulas afirmou que as pessoas se or-ganizam em função da linguagem, mostrando o quão importante ela é para a cultura de um povo, de uma or-ganização.

Adiante, Estrázulas mostrou que vivemos hoje uma época de grande diversidade cultural, social, religiosa e política. As pessoas hoje vivenciam o mundo com suas próprias idiossincrasias, suas próprias visões.

“Toda comunicação é mediada por uma séria de for-mações: intrapessoal, interpessoal, grupal, organizacio-nal e social. Acrescenta-se a elas os meios de comuni-cação, indo dos tradicionais aos mais modernos meios digitais”. E todas essas influências são levadas em conta na estruturação das individualidades.

Estrázulas mostrou que este momento tecnológico do tipo “meu mundo num único lugar” propiciado pelos atu-ais smartphones, acaba evocando uma grande dicotomia: se por um lado traz o ecletismo com toda a sua amplitude, por outro eleva a individualidade aos níveis altíssimos do hedonismo.

Outros aspectos negativos abordados foram as mídias como elemento de fuga e o analfabetismo midiático.

Sua apresentação, além de muito elucidativa, abriu espa-ço para um tema de grande relevância que foi tratado pelos demais palestrantes: a comunicação social do DECEA e as redes sociais.

Abrindo a parte da tarde, o Coronel Aviador Antonio Pe-reira da Silva Filho, da Divisão de Comunicação Integrada (DCI) do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), falou sobre “Comunicação Integrada”, mos-trando como os diferentes meios de comunicação tornam dinâmica a atividade do comunicador (jornalista ou, no caso das nossas Seções de Comunicação, o profissional res-ponsável pela divulgação de matérias).

Coronel Silva Filho apresentou, com muito bom humor, como as redes sociais atingem um grande público de ma-neira quase que instantânea e como esta ferramenta é delicada e complexa, uma vez que pode, com grande intensidade, tanto ser muito positiva para uma organiza-ção, quanto extrema-mente nega-tiva.

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Sargento Estrázulas apresentando o tema "Meio digital e o mundo mosaico"

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Fechando o primeiro dia do Encontro, o Capitão Aviador Paulo Henrique dos Santos Costa, das Seções de Imprensa e de Mídias Sociais do CECOMSAER, falou precisamente sobre “A Comunicação na Era das Redes Sociais”, aprofundando o tema já abordado pelo Coronel Silva Filho.

Logo no início de sua palestra, o Capitão Paulo Costa fri-sou o peso e a importância das mídias sociais para uma or-ganização do porte do DECEA. “Não se trata de modismo. Não há espaço para escolha. Não é mais uma questão de querer ou não querer estar numa rede social, mas como de-vemos usá-la”, comentou.

Para ele, trabalhar em redes sociais vai muito além do “curtir”. “Devemos, como órgão público, prestar contas com a sociedade. Ainda estamos aquém do esperado, mas te-mos objetivos, planos. Estamos atentos”. E as mídias sociais são uma ferramenta que pode ser uma grande aliada neste processo.

Paulo Costa falou ainda da comunicação sem fronteiras propiciada pelo uso dos chamados Móbiles e apresentou estatísticas que comprovam que esta nova tecnologia veio para ficar.

As vantagens são inúmeras: maior gama de possibilida-des de uso; o encurtamento das distâncias; atualização em tempo real; acesso à informação e conteúdo irrestrito; e ne-tworking (rede de relacionamentos).

Como sugestão, o Capitão indicou o filme “All work and all play” (postado no Youtube), produzido pela empresa de pesquisas especializadas em tendências de comportamen-to e consumo Box 1824.

De acordo com pesquisas realizadas por esta empresa, hoje no Brasil há 80 milhões de internautas. O uso da inter-net já supera a leitura do jornal matinal e o da TV à noite.

Temos hoje no Brasil mais celulares que pessoas - são 225 milhões de aparelhos para 192 milhões de pessoas, de acordo com pesquisa reali-zada pela empresa Mobilize Marketing.

E a pesquisa vai além: 64% dos proprietários de

smartphones baixam aplicativos. Pensan-do nestes núme-ros, o Capitão le-vanta a sugestão da criação de um Aplicativo do DECEA. “É uma possibilidade excelente a ser explora-da”, comen-ta Paulo Costa.

Quanto ao uso das Re-

des Sociais na Gestão Pública, Paulo citou a Portaria nº 38, de 11 de junho de 2012, do Conselho de Defesa Nacional, que trata das diretrizes para o uso seguro das redes sociais na Administração Pública Federal.

Segundo ele, um dos pontos de grande relevância é a es-colha do responsável pelo gerenciamento das redes. “Deve ser escolhido um funcionário de carreira. Não pode ser um profissional terceirizado, porque há que se ter uma conti-nuidade da atividade. E os cuidados deste profissional que deve ser alocado especialmente para esta função de ge-renciar as atividades de divulgação da empresa nas redes sociais devem abarcar não só o conteúdo a ser publicado, como também o próprio linguajar usado nas conversas, que deve ser adequado ao perfil da organização principalmente a do militar", recomendou.

“As pessoas esperam um perfil de conduta das pessoas. Qualquer inconformidade pode prejudicar a imagem da empresa”, comentou o Capitão.

Outros pontos de grande relevância que mal gerencia-dos podem causar grandes óbices são a interatividade e o feedback instantâneo das redes: assim como as pessoas respondem com grande rapidez aos posts, elas esperam ser prontamente respondidas. A dica do Capitão Paulo Costa é: “responda sempre, de forma rápida e com transparência”.

“Hoje em dia Youtube, Twiter (@portalfab) e Facebook vi-raram o ‘Fale Conosco’ da FAB”, brincou o palestrante.

O Capitão Paulo Costa ainda falou sobre as possíveis pu-nições por mau comportamento nas redes sociais, exempli-ficando com o caso da enfermeira que foi demitida de um hospital por ter postado fotos e comentários que prejudica-ram a imagem da instituição, abrindo jurisprudência para o julgamento de futuros casos.

O CECOMSAER lançou, em 20 de agosto deste ano, a 1ª edição do manual "Termos de Uso das Mídias Sociais" e, em breve, deverá lançar o "Manual de Uso das Mídias Sociais", cujo objetivo será orientar o efetivo no comportamento neste ambiente e - ainda - a criação e o gerenciamento dos perfis oficiais das OM.

O referido manual abordará ainda questões como ava-liação e respostas às perguntas de internautas, como lidar com críticas, o linguajar adequado e como lidar com posts inadequados.

Coronel Silva Filho abordou o tema "Comunicação integrada "

FAB nas Redes

Rede Social Postagens Seguidores

Facebook - 24.568 curtiram a página

Twitter - 8.219

Youtube 1.810.324 exibições 3.484

Flicker 5.665 fotos -

Instagram 589 fotos 206

* fonte: CECOMSAER ** Dados contabilizados até a segunda quinzena de setembro

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11AEROESPAÇO

O segundo dia do evento teve início com a palestra do Te-nente Vitor Amaral Magno da Silva, da Divisão de Comunica-ção Corporativa (DCC) do CECOMSAER, que abordou o tema “Mensuração de resultados em Comunicação”, mostrando a importância da pesquisa aplicada à comunicação.

Fazendo uma equivalência com atividades do nosso cotidia-no (indo desde compras de supermercado a compra de carros ou imóveis), o Tenente Vitor mostrou a importância da pesqui-sa para nossas tomadas de decisão.

“Quanto mais informações sobre determinado assunto, maior será a possibilidade de tomar uma decisão acertada”, comentou.

No entanto, como ele bem ressaltou, a quantidade de dados coletados não é o mais importante. “A qualidade da informa-ção é fundamental”.

Saber do que está sendo tratado é condição básica e pre-conceitos, falta de visão e estereótipos são altamente destru-tivos. Como exemplo de preconceitos que podem deturpar todo um trabalho de comunicação interna, ele citou pensa-mentos do tipo “soldado não gosta de ler jornal”, “oficial supe-rior não faz nada, só manda os seus subordinados fazerem”, “hoje em dia todo mundo tem internet”, “ninguém mais ouve rádio”... Todas essas colocações acabam minando projetos in-teiros por limitarem pessoas e meios.

Avaliar, pesquisar, procurar saber são indispensáveis para o início de bons relacionamentos, além de garantir a qualidade do trabalho a ser realizado. Assim, é importante frisar que ao fazer uma pesquisa, uma avaliação, partimos de um princípio, de um conceito, que é altamente influenciado por uma série de questões e valores muito pessoais e diversificados, mas que causam forte impacto no viés que escolhemos para bali-zar o trabalho. A atenção a esses conceitos é vital.

“A avaliação realizada habitualmente por cada um de nós está condicionada a inúmeros filtros – crenças, formação, vi-vência, ideologia e está em constante transformação”, expli-cou Vitor.

Nossa maneira de pensar, de ver o mundo, já é parcial, isto porque somos parciais. Somos educados e formados por um grupo de pessoas (família, escola, grupo religioso...) que já parte de princípios preestabelecidos.

“Incorporamos rotinas, metodologias, procedimentos e muitas vezes não sabemos os seus reais significados e tam-pouco os questionamos. ‘É assim, porque sempre foi assim, e sempre será assim’, pensamos”, comentou o Tenente.

Assim, vemos como a busca pela isenção, pela imparcialida-de e por fazer da pesquisa um confiável meio de escutar pes-soas é de suma importância para a segurança dos dados por ela coletados. Eles devem buscar refletir o mais fiel possível a realidade abordada.

Desta forma, como nos mostrou o Tenente, a pesquisa irá ga-rantir o bom assessoramento à chefia (os números fortalecem os argumentos); reduzirá incertezas; fundamentará a tomada de decisão; justificará ou assessorará o investimento; assegu-rará o profissionalismo do trabalho; e, ainda, corresponderá com responsabilidade ao emprego do dinheiro público.

Trazendo casos para nossa realidade, com o objetivo de mostrar o que a pesquisa deve abarcar na prática, Vitor trouxe

Telma Penteado apresentou os produtos da ASCOM

Capitão Ribeiro falou sobre o trabalho do RP na FAB

João Ximenes apresentou a Pesquisa de Clima Organizacional 2012

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Gisele Bastos conversando com os participantes Tenente Márcio falou sobre o SAC

como exemplo a ação de comunicação para celebrar uma data comemorativa da FAB.

Como perguntas-base estão:- com qual objetivo?- qual o público-alvo (interno, externo, militares, civis, etc)?- quais são as características, os costumes, os interesses, o

grau de informação?- quais são os canais de comunicação que utilizam?- em qual horário? - durante quanto tempo?

Vitor ressaltou que não existe uma receita de bolo. Cada pesquisa é única, uma vez que presta a um objetivo bem definido.

“Cada atividade de comunicação tem uma peculiaridade, necessidade e metodologia. A pesquisa é única e específica para cada problema e realidade”, comentou.

Fechando sua apresentação, Vitor citou uma máxima dos professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton, que na década de 90 desenvolveram uma metodologia para a gestão de desempenho chamada Ba-lanced Scorecard.

Segundo Kaplan e Norton (1997), “o que não é medido não é gerenciado”.

Na sequência, a jornalista Denise Fontes e o webdesigner João Ximenes, ambos da ASCOM, apresentaram a “Pesquisa de Clima Organizacional”.

Conforme mostrado na apresentação, a segunda pes-quisa do DECEA é dirigida aos militares da ativa – oficiais e graduados – de todas as organizações militares e tem como objetivo fazer uma análise do ambiente interno a partir do levantamento das necessidades do efetivo e conhecer o grau de satisfação em relação a diversos aspectos motiva-cionais.

Com os resultados da pesquisa, será possível identificar oportunidades de aperfeiçoamento e elaborar um plano de ação, visando melhorar a qualidade do ambiente de traba-lho.

A aplicação da pesquisa estará disponibilizada ao longo

de todo o mês de outubro por meio eletrônico, através da intraer (www.decea.intraer/pesquisa) e internet (www.de-cea.gov.br/pesquisa), o que torna o processo mais dinâmico e confiável.

Além das páginas da pesquisa, o DECEA está realizando um trabalho de comunicação interna através da criação de um Blog com notícias sobre a pesquisa, gráfico com a apli-cação nas unidades, resultados parciais e a confecção de um vídeo com o pronunciamento do Diretor-Geral sobre a importância da pesquisa.

Ainda na parte da manhã, o Adjunto da Seção de Comu-nicação Social do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), 2º Tenente QOEA CTA Roberto Márcio dos Santos, falou sobre a “Operacionalização do SAC no ICEA”.

O tema foi de grande relevância, pois o Sistema de Aten-dimento ao Cidadão (SAC) é elo importantíssimo com a so-ciedade.

O Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) é uma uni-dade subordinada ao DECEA que tem por missão capacitar recursos humanos e realizar pesquisas e desenvolvimento no âmbito do SISCEAB.

O ICEA é ainda designado como Centro de Instrução de Aviação Civil no Brasil (CIAC); Membro Pleno do Programa TRAINAIR, reconhecido e certificado pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI); única Organização de Ensino do DECEA, definido pelo Comando da Aeronáutica (COMAER) – Departamento de Ensino da Aeronáutica (DEPENS); e Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT), defi-nida pelo COMAER – Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Dentre os seus principais parceiros estão a Universidade de Brasília (UNB) – no tocante aos estudos relativos ao Ge-renciamento de Navegação Aérea; a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – através do Centro de Pesquisas de Meteorologia; a Universidade de São Paulo (USP) – com relação às Pesquisas de Mestrado; o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) – no Mestrado Profissionalizante; a Universidade de Campinas (UNICAMP) – através da Certifi-cação dos Exames de Proficiência em Língua Inglesa (EPLI);

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13AEROESPAÇO

Os participantes visitaram as dependências do Instituto de Cartografia da Aeronáutica (ICA) e do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV)

e Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) – no que diz respeito ao Processo de Certificação dos Produtos de Navegação Aérea.

Desta forma, podemos ter uma ideia da amplitude de atividades e parcerias que este Instituto possui e qual deve ser a quantidade de demandas que este recebe dos seus usuários.

De acordo com o Tenente Márcio, dentre as principais dú-vidas referentes à estrutura do Sistema de Atendimento ao Cidadão (SAC) no ICEA estão as que se relacionam:

- ao devido encaminhamento das demandas às autorida-des competentes (Comandante, Diretor, Chefe...);

- quem está apto a responder às demandas;- quem está apto a analisar as respostas formatadas antes

que as mesmas sejam encaminhadas aos usuários do SAC;- qual a diferença entre SAC e SIC (Sistema Eletrônico do

Serviço de Informação ao Cidadão); e- qual deve ser o procedimento para solicitações que ne-

cessitem seguir outros canais de comunicação externos.Houve intervenção dos participantes, que tinham dúvi-

das quanto aos procedimentos de SAC e SIC. Assim, as dú-vidas foram confrontadas e esclarecidas pelos profissionais do CECOMSAER e da Ascom.

Em seguida, o Capitão Marco Antonio Aidar Ribeiro, da Divisão de Comunicação Corporativa (DCC) do CECOMSAER, tratou do tema “Fundamentos das Relações Públicas”.

Com muito bom humor, o Capitão Ribeiro mostrou como o profissional de Relações Públicas (RP) é visto pelas orga-nizações: "o cara que organiza eventos e consegue brindes" e o quanto suas capacidades ficam limitadas por uma visão deturpada, superficial e estereotipada das suas potenciali-dades profissionais.

Ribeiro apontou os três grandes objetivos do Plano de Comunicação Social da FAB:

- projetar e preservar a boa imagem da Força Aérea Bra-sileira no âmbito da sociedade e da comunidade interna-cional.

- adequar e integrar a atividade de comunicação social ao preparo e emprego da Força Aérea Brasileira.

- garantir a credibilidade e a transparência nos atos pro-movidos pela Instituição, salvaguardados os assuntos de Segurança Nacional.

Assim, vemos a importância ímpar deste profissional para o cumprimento dos objetivos traçados.

Citando a conceituada escritora e comunicadora social americana Hebe Wey, “as várias atividades de relações pú-blicas, como campanhas, promoções, eventos, seguem as etapas cujo conjunto é chamado de processo de relações públicas”.

O Capitão Ribeiro apresentou as etapas que envolvem este processo de Relações Públicas:

• diagnóstico (pesquisa);• planejamento;• orçamento;• execução; • avaliação.

A avaliação é fundamental para que se possa corrigir pos-síveis erros e manter os acertos para um próximo projeto.

Finalizando a apresentação, o Capitão Ribeiro mostrou, nas palavras do escritor Eric Johnson, uma realidade que nos acerta em cheio como instituição: “mais cedo ou mais tarde, as empresas serão julgadas pela opinião pública”.

Na parte da tarde, o Coordenador Técnico Operacional da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), Coronel Aviador José Vagner Vital, trouxe aos participantes uma visão do CNS/ATM, evidenciando a importância das novas formas de comunicação entre os pi-lotos e os controladores.

Além de apresentar o novo Conceito Operacional CNS/ATM (Comunicação, Navegação, Segurança do Gerencia-mento do Tráfego Aéreo), o Coronel Vital falou sobre a cria-ção do moderno software de Controle de Tráfego Aéreo do Sistema de Tratamento e Visualização de Dados (STVD), o Sagitario.

Houve, ainda, a apresentação do vídeo produzido pela ASCOM sobre o Projeto Sírius Brasil, que representa a nova Era das Comunicações via Satélite com a tramitação de da-dos digitais entre pilotos e controladores.

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14 AEROESPAÇO14 AEROESPAÇO

O segundo palestrante da tarde, Tenente-Coronel Avia-dor Ricardo Guedes de Assis, da Subdivisão de Assessoria de Imprensa do CECOMSAER, falou sobre o “Relacionamen-to da FAB com a mídia”.

O Tenente-Coronel Assis enfatizou o relacionamento en-tre militares e jornalistas, mostrando a importância de tra-zer os jornalistas para perto da OM.

“O ideal do jornalismo é que este não se limite ao discurso institucional. Que se duvide, que se busque”, afirmou o pa-lestrante. E é justamente nestes questionamentos e nestas buscas que a informação se consubstancia e agrega valor ao seu conteúdo – coisa que cada vez menos se vê nesta época em que quase tudo é raso, superficial.

Como fatores que complicam a relação entre jornalistas e entrevistados, Assis citou a concorrência entre os veículos, o prazo de fechamento das matérias (deadline), a falta de compromisso e de ética de alguns profissionais que, para vender polêmicas, acabam por deturpar frases e dados, ex-pondo as organizações a grandes equívocos que tanto as prejudicam.

“Por que falar com a imprensa? Para prestar contas com os cidadãos contribuintes; para suprir a necessidade de reco-nhecimento por parte da sociedade para que a instituição possa continuar recebendo recursos; e porque os profissio-nais que trabalham na Força precisam de reconhecimento pelo serviço prestado”, avaliou Assis.

Segundo pesquisas recentes apresentadas, o DECEA está em foco. Por isso, embora devamos, sim, aproveitar esta exposição para mostrar a qualidade do serviço que presta-mos, todo cuidado é pouco. Vamos aparecer, mas com ima-gens positivas que correspondam à nossa realidade.

Para Assis, o que move o jornalista é poder ajudar a socie-dade, corrigir injustiças e defender vítimas. “O jornalista se apodera do drama da vítima, explora a relação vítima versus vilão”, comentou o Coronel Assis, trazendo preciosas dicas:

- nunca seja o vilão;- evite ser a vítima; - cuidado quando for o sábio (o especialista da área) – isto

porque uma declaração de fonte oficial confere legitimida-de à reportagem;

- lembre-se: ser o heroi é sempre bom.Outras sugestões de grande importância são o registro

dos processos e a manutenção de um banco de dados para que se possa analisar o que foi publicado e confrontar infor-mações, caso seja necessário.

Estabelecer fontes nos vários setores é fundamental, bem como ter uma rede de informações. “O assessor de Impren-sa tem que saber a quem se dirigir. Por isso, mantenham a agenda atualizada; anotem os dados e contatos do jor-nalista; consultem o deadline; expliquem o porquê da de-mora, caso não consigam atender o jornalista prontamente; retornem as ligações; tenham velocidade com segurança na hora de responder e desenvolvam o olhar jornalístico”, recomendou Assis.

O último dia do Encontro começou com a distribuição das fichas de avaliação para que os participantes pudessem dei-xar críticas, elogios e sugestões para as próximas edições.

Após a avaliação, a jornalista Telma Penteado e o fotó-grafo Luiz Eduardo Perez promoveram um espaço para de-bates, no qual enfatizaram a importância das imagens para ilustrar as matérias e a análise, por parte das Seções de Co-municação, das reportagens que devem ser divulgadas em

Participantes do III Encontro de Comunicação Social do DECEA no Salão Operacional do CGNA

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EU NÃO SABIAveículos adequados para cada conteúdo.Fechando o ciclo de palestras do Encontro, o

Capitão Aviador Maximiliano, do Grupo Espe-cial de Inspeção em Voo (GEIV), apresentou o tema “A Inspeção em Voo e o GEIV”.

Foi abordado o histórico da criação do Grupo, cuja missão é a “execução das atividades de Inspe-ção em Voo necessárias à verificação da eficiência do SISCEAB, de forma a proporcionar a todas as ae-ronaves nacionais e estrangeiras a operação segu-ra durante todas as fases do voo (decolagem, rota e pouso), principalmente em condições adversas”.

Na sequência, os participantes fizeram visitas guiadas ao Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), ao GEIV e ao Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), onde, ouviram a apre-sentação da Unidade pelo seu Chefe, o Coronel Aviador Ary Rodrigues Bertolino.

No encerramento do III Encontro de Comunica-ção Social do DECEA, o Diretor-Geral do Departamento, Tenen-te-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves Mendes, proferiu palavras de motivação, ressaltando a importância da comuni-cação social para o cumprimento das missões.

“O que seria de mim, como Diretor-Geral, sem a Comunica-

ção Social? O que seria do DECEA sem Comunicação? Poderí-amos fechar as portas! Tenho certeza de que este Encontro foi muito proveitoso para todos os senhores, bem como tenho certeza de que todos sabem da importância do trabalho que prestam para o SISCEAB”, declarou o Tenente-Brigadeiro Men-des, parabenizando a todos os envolvidos no evento.

Oficina de FotografiaNa tarde do primeiro dia do Encontro teve início a Ofici-

na de Fotografia ministrada pelo fotógrafo Luiz Eduardo Perez.

Voltada para os profissionais de fotografia das unida-des subordinadas ao DECEA, a oficina teve por objetivo difundir conceitos básicos de fotografia e dicas para es-colha das imagens que ilustrarão as matérias a serem di-vulgadas tanto em mídia impressa, quanto digital.

Comparada à oficina realizada no último Encontro, poucas mudanças foram feitas. “Não tem grandes mu-danças, porque os personagens eram outros, exceto dois participantes. Tive não só que repetir as informações do evento anterior, como decidir que no próximo farei a ofi-cina em três dias – e não em dois, como tem sido”, decla-rou Perez.

O primeiro dia foi voltado para o módulo “Noções Bási-cas de Fotografia”, justamente para que nos dias seguin-tes se possa aprofundar outros conceitos mais profundos.

Dentre as noções básicas estão os conceitos de diafrag-ma, velocidade, operação da câmera que o fotógrafo dis-põe na sua unidade e uso do flash.

“A rigor”, comenta Perez, “o profissional de fotografia já deveria conhecer todo este conteúdo, mas, infelizmente, com a rotatividade do efetivo nas Unidades, essa não é a nossa realidade”, lamenta.

Outros temas abordados foram as regras de composi-ção da fotografia, como aproveitar as diversas situações de iluminação para cumprir as pautas, produção e pós-produção de fotos e produção de capas para revistas.

Na parte prática, realizada no segundo dia, os parti-cipantes tiveram uma aula de retratos, em várias situa-ções de luz (uso de flash, luz ambiente e luz do meio dia), quando o sol é bem ingrato e quando, geralmente, acon-tecem as solenidades.

Ao todo, neste ano, 11 pessoas participaram da oficina.“Qualquer informação que seja passada para estes rapazes

é muito bem recebida. Ao término, eles sempre pedem mais e é o que daremos no ano que vem”, prometeu Perez.

O Diretor-Geral encerra o evento com palavras de motivação

Perez ministra oficina de fotografia aos participantes

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Por Telma PenteadoExtraído do livro "A História do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro"

Artigo

Marechal do Ar Eduardo Gomes

Nome: Eduardo Gomes 20.09.1896 - 13.06.1981Patente: Marechal do ArNaturalidade: Petrópolis (RJ)

Eduardo Gomes, Patrono da Força Aérea Brasileira e Ministro da Aeronáutica por duas vezes, marcou seu nome na história como militar, aviador e político.

Ao longo de sua vida não faltaram momentos nos quais sua intervenção e seu trabalho fizeram a diferença. Dentre muitos, citamos a Revolta dos 18 do Forte (1922), que foi o marco inicial do movimento chamado Tenentismo (citado no capítulo “Lutando pelo que é nosso”); a Revolta Paulista (1924), movimento que deu prosseguimento ao Tenentismo e que resultou em sua prisão quando Eduardo Gomes estava rumo a se integrar à Coluna Prestes; ações estratégicas para derrubar Washington Luís (1930), 13º Presidente da República – o feito, motivado pelo fracasso eleitoral da Aliança Liberal, obteve sucesso, tirando-o do poder 21 dias antes do término do seu mandato e dando lugar ao sucessor Getúlio Vargas.

Foi no mandato de Vargas que Eduardo Gomes trabalhou na criação do Correio Aéreo Militar e, já em 1935, estava

comandando o 1º Regimento de Aviação contra o famoso levante da Intentona Comunista. Sua promoção a Brigadeiro do Ar se deu em 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica e, já neste posto, organizou a construção das Bases Aéreas que foram de fundamental importância político-estratégica para os Aliados na Segunda Guerra Mundial.

A política, como se vê, sempre teve grande peso em sua carreira. Assim, no final do período conhecido como Estado Novo, candidatou-se às eleições presidenciais de 1945, fundando a União Democrática Nacional (UDN). Eduardo Gomes perdeu a campanha para o General Eurico Gaspar Dutra, então Ministro da Guerra do Governo Vargas.

Numa segunda tentativa para se eleger Presidente, Eduardo perdeu, em 1950, para o próprio Getúlio Vargas.

Em 1954, com o episódio do atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, membro da UDN e forte opositor de Getúlio, Eduardo Gomes liderou a campanha pelo afastamento de Vargas.

Mal Eduardo Gomes

Os desbravadores da FAB

Oficiais do 1º Regimento de Aviação, comandado por Eduardo Gomes; e à esquerda, cartaz da sua campanha eleitoral para Presidência da República

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Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho

Nome: Casimiro Montenegro Filho 29.10.1904 - 26.02.2000Patente: Marechal do ArNaturalidade: Fortaleza (CE)

Militar brasileiro, Patrono da Área de Engenharia da FAB e da Academia Nacional de Engenharia, o ainda Tenente Casimiro Montenegro Filho fez parte da 1ª turma de Aspirantes da Arma de Aviação, em 1928.

Na Revolução de 1930, o Tenente Casimiro, junto com o Tenente Lemos Cunha, decolou do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, com a missão de apoiar os revoltosos em Belo Horizonte.

Em setembro de 1931, logo depois de realizar a primeira missão do Correio Aéreo Militar (CAM), Casimiro foi incumbido de contatar prefeitos de diversas cidades com o objetivo de garantir o apoio dos mesmos para a construção de campos de pouso para o CAM ampliar suas linhas até Goiás. No ano seguinte fez o mesmo procedimento, possibilitando a preparação de campos no trecho Belo Horizonte a Cariranha, na Bahia.

Outro ponto alto de sua carreira ocorreu em abril de 1934, quando foi eleito o primeiro Comandante do Núcleo do 2º Regimento de Aviação em São Paulo.

No ano de 1942, Casimiro Montenegro Filho formou-se

Engenheiro Aeronáutico pela Escola Técnica do Exército e foi responsável pela Comissão de Organização do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), posteriormente chamado de Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial e, atualmente, de Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Além do CTA, foi o responsável pela criação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em 16 de janeiro de 1950 - instituições que foram o embrião da criação da Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A (EMBRAER), fundada em 19 de agosto de 1969.

Também marcou sua presença na Comissão encarregada da avaliação dos aviões da Fábrica Fokker a serem construídos no Brasil, o que culminou na fundação da Fokker Indústria Aeronáutica S/A, em 1953.

Graças ao Marechal Casimiro Montenegro o Brasil dispõe hoje de uma indústria aeronáutica e aeroespacial, cujo maior expoente é a EMBRAER.

Mal Casimiro Montenegro Filho

Marechal do Ar Lavanère-Wanderley

Nome: Nelson Freire Lavanère-Wanderley 27.10.1909 - 30.08.1985Patente: Marechal do ArNaturalidade: Rio de Janeiro (RJ)

Militar brasileiro, Lavanère-Wanderley foi integrante da 3ª turma de Aspirantes da Arma de Aviação, em janeiro de 1930. Ainda Tenente, inaugurou a linha do Correio Aéreo até Goiás em 1931, junto com o Tenente Joelmir Araripe, num Curtiss Fledgling K 272.

Fez também o voo inaugural da linha do São Francisco ao lado do companheiro, o Tenente José Macedo, num Waco CSO 21. Em 1941 integrava o Gabinete Técnico do Ministro da Aeronáutica e, no ano seguinte, participou da Comissão de estudo para instalação da Escola de Aeronáutica (Academia da Força Aérea - AFA), em São Paulo.

Outro ponto de grande relevância em sua carreira ocorreu em 1943, quando Lavanère-Wanderley participou da Comitiva do General Mascarenhas de Moraes em sua viagem à Argel, capital da Argélia, em dezembro daquele ano.

Como o objetivo desta missão era conhecer as atividades do Comando Geral Aliado do Mediterrâneo, ele permaneceu no Teatro de Operações nas funções de observador e Oficial de Ligação, já com vistas à preparação do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) para ser empregado junto à Força Aérea Aliada do Mediterrâneo.

Ao todo, neste episódio da FAB, foram realizadas 44 missões de guerra nos aviões P-47 do 1º GAVCA. Em junho 1951, Lavanère-Wanderley foi o primeiro Comandante do Comando de Transporte Aéreo (COMTA).

Em 1964, exerceu o cargo de Ministro da Aeronáutica e, posteriormente, de 1966 a 68, foi Ministro Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.

Mal Lavanère-Wanderley

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18 AEROESPAÇO18 AEROESPAÇO

Tenente-Brigadeiro do Ar Protásio

Nome: Protásio Lopes de Oliveira 30.05.1923 2003Patente: Tenente-Brigadeiro do ArNaturalidade: Macau (RN)

Este Oficial General jamais será esquecido por muitos, especialmente para os índios da tribo Tyrió. Isto porque o Tenente-Brigadeiro do Ar Protásio dedicou grande parte de sua carreira à Região Norte do Brasil, por onde cruzou os céus da nossa Amazônia, adentrando a selva aparentemente impenetrável.

O Brigadeiro Protásio passava dias e dias no meio da floresta entre os índios e os ribeirinhos. Pousava nas águas dos rios amazônicos com seu avião-anfíbio Catalina e acreditava piamente que o avião era o grande responsável pela integração entre os povos brasileiros afastados dos grandes centros e repletos de necessidades. São 40 anos de carreira na Força Aérea Brasileira e nada menos que 16 mil horas de voo registradas. E todas essas experiências foram registradas no livro de sua autoria, “A Amazônia que eu conheci: o Ministério da Aeronáutica e a integração da Amazônia Brasileira”.

Protásio assumiu diversos cargos de grande relevância, como o de administrador da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), o de Comandante do Primeiro

Comando Aéreo Regional (I COMAR) e de Presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

Como bem ficou registrado pela Revista Aerovisão, “a obra deixada por ele se torna um belíssimo ingresso para conhecer seus caminhos e sobrevoar pelos seus grandes exemplos de dignidade e patriotismo”.

Em seus últimos meses de vida, sua intensa energia produtiva voltou-se à coleta de documentos, textos e fotos que pudessem eternizar seus feitos e servir de legado para outros tantos entusiastas que possam dar continuidade ao seu trabalho.

Neste material, o Brigadeiro Protásio recorda seus tempos de piloto do Correio Aéreo Nacional (CAN) pela Amazônia, quando foram estabelecidas 14 linhas internas na região para serem cruzadas a bordo do Catalina.

“As linhas se distribuíam pelas áreas mais sensíveis, carentes e remotas, interligando em viagens normais 93 localidades, em percursos que totalizavam 67.271 quilômetros”, contou o Brigadeiro. Protásio viveu feliz e hoje seu nome é lembrado com frequência em todos os levantamentos históricos sobre a atuação da FAB na Amazônia. Em Belém há uma avenida com seu nome, eternizando este Oficial que tanto bem prestou ao País.

Ten Brig Protásio

Tenente-Brigadeiro do Ar Camarão

Nome: João Camarão Telles Ribeiro 08.06.1916 - 07.04.2000Patente: Tenente-Brigadeiro do ArNaturalidade: São Gonçalo (RJ)

Conhecido como “o Brigadeiro que domou as fronteiras”, João Camarão Telles Ribeiro fechou, com sua morte, uma fase heroica de desbravamento da imensa e selvagem Região Amazônica.

Chegou à Belém pela primeira vez em 1941, quando integrou o efetivo do 7° Corpo da Base Aérea, quando era Tenente. Retornou à mesma Base já nos postos de Major e Tenente-Coronel, no início da década de 50.

Em 1957, assumia a Chefia do Estado-Maior da 1ª Zona Aérea, época em que foi promovido a Coronel. Finalmente, nos postos de Brigadeiro do Ar, Major-Brigadeiro do Ar e Tenente-Brigadeiro do Ar, João Camarão Telles Ribeiro prosseguiu servindo na região, encerrando sua carreira como Comandante do COMAR I, de janeiro de 1971 a janeiro de 1976.

Ao longo de todos esses anos, seu amor pelo norte do Brasil só cresceu. Suas atenções se voltavam às questões sociais dos povos amazônicos, bem como ao que se refere à defesa da região, com a devida proteção das nossas fronteiras, e a criação de uma infraestrutura que permita o seu desenvolvimento contínuo.

Muitas localidades só são acessíveis de avião, o que as isola por completo, acarretando uma série de problemas sociais drásticos.

E era nestes problemas que o Brigadeiro Camarão pensava quando dava suporte às ações da Força Aérea Brasileira em conjunto com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e com outras instituições de ensino e de saúde, como, por exemplo, o acordo que assinou entre o COMAR I e um hospital de Bauru, interior de São Paulo, para o tratamento de hanserianos e de fissuras lábio-palatais (lábios leporinos). Neste caso ele realizava o traslado dos doentes com aviões da FAB.

Dentre seus feitos podemos citar a reformulação da COMARA, abrindo caminho para a construção de aeroportos por toda Amazônia, tornando toda a região defensável e integrada, além de criar toda a infraestrutura básica para o desenvolvimento da aviação civil na área.

Superar desafios e lutar por um ideal são legados deste Brigadeiro, que nos deixou como lema: “o maior inimigo de um povo é o subdesenvolvimento”.

Ten Brig Camarão

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Considerações iniciaisA primeira comunicação via satélite desse sistema

ocorreu em 12 de setembro de 1994 e quatro dias de-pois se deu o início da operação experimental. Dessa data em diante, as comunicações militares tiveram um impulso tecnológico, possibilitando apoio em di-versas operações, com a possibilidade de transmitir dados, voz e videoconferência para demais estações e organizações interconectadas ao sistema.

O SISCOMIS trata-se de terminais de comunicação por satélite, transportáveis e com recursos avança-dos de transmissão e recepção, empregados em operações de segurança, defesa e emergência em todo o País. Sob controle e gerência do MD, o SISCOMIS é composto pelos elementos básicos que todos os sistemas de comunicações via satélite devem pos-suir: o segmento espacial, as estações terrestres fixas (estações terrenas) e as estações móveis (terminais terrestres e móveis navais).

O SISCOMIS é uma estrutura de dados de enlaces satelitais, de uso restrito do Governo Federal, que visa às comunicações militares estratégicas do País sob o controle do Ministério da Defesa (MD). Através desse Sistema são realizadas as Comunicações sensíveis em Operações Conjuntas organizadas pelo MD, por intermédio de terminais táticos utilizando o segmento espacial. Assim, vamos entender como surgiu o Sistema, para que serve e o que teremos no futuro.

Reportagem

SISCOMISO Sistema de Comunicações Militares por Satélites

Por Primeiro Sargento JEAN Alex Custódio Machado

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O SistemaO SISCOMIS foi concebido para interligar as autoridades

previstas na antiga Estrutura Militar de Guerra (EMG), hoje conhecida como Estrutura Militar de Defesa (EttaMiD), por intermédio de uma rede telefônica com enlaces terrestres e satelitais. Com o passar do tempo, tornou-se uma robusta rede baseada em IP (protocolo de Internet) que dá suporte às comunicações das tropas brasileiras em Missões de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) e aos Comandos Operacionais durante as Operações Conjuntas organizadas pelo MD.

É um sistema estratégico que o Brasil possui, formado por uma rede com links satelitais, de fibras óticas e radioenlaces digitais, para proporcionar comunicações seguras em qual-quer parte do território nacional, o que atende atualmente várias organizações militares e governamentais, permitindo a transmissão de voz, dados e videoconferência.

O segmento espacial do SISCOMIS está baseado nos sa-télites geoestacionários Star One C1 e C2 (65° W e 70° W, respectivamente), de Banda X, lançados há alguns anos e operados pela empresa Star One, subsidiária da Embratel. O Sistema tem sido largamente utilizado no Brasil, em ope-rações conjuntas a cargo do MD, em operações das Forças Armadas, em calamidades e também no exterior, particular-mente pelas forças de paz do País que atuam na Missão das Nações Unidas para a estabilização do Haiti (MINUSTAH).

As estações terrenas (HUB) possuem a finalidade de ge-renciar o acesso às faixas de frequência contratadas, junta-mente com o MD, e dar o suporte necessário aos operado-res das estações móveis. Além dessas incumbências, a HUB é o “coração” do Sistema, fazendo que os dados sejam “rote-ados” e transmitidos de forma segura para os destinatários.

Os terminais táticos são estações que possuem a capaci-dade de realizar uma interface entre os meios de comunica-ções utilizados em determinadas operações e o satélite. Es-ses equipamentos têm a característica de serem facilmente transportáveis e muito fáceis de montar, o que agiliza o seu deslocamento para qualquer parte do país, possuindo uma tecnologia que garante a qualquer unidade militar a capa-cidade de estabelecer um link de comunicações por satélite seguro desde os locais mais remotos.

Os terminais dividem-se nas seguintes categorias:- Terminal Rebocável (TR) – possui antena de 3,8m de di-

âmetro equivalente e sistemas redundantes de transmissão e de recepção. Opera somente em Banda X;

- Terminal Transportável (TT) – fly-away com antena de 1,8m de diâmetro e capacidade de operar nas Bandas X e Ku;

- Terminal Leve (TL) – equipamento com funcionalida-des semelhantes ao TT, porém com peso e volume meno-res. Opera somente na Banda X e não é capaz de atingir a mesma taxa de transmissão de dados do TT;

- Terminal Móvel Naval (MN) – usam antenas Sea Tel, gi-roestabilizadas para manter o enlace mesmo com o navio em movimento. A maioria dos equipamentos opera em Banda X, mas existem alguns terminais que operam em Banda Ku.

O presenteAtualmente, o SISCOMIS está configurado com duas

HUBs: uma principal, a Estação Central de Brasília (ECB), no Destacamento de Telecomunicações por Satélites (DTS), subordinado ao Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), e uma secundária, a Estação Terrena do Rio de Janei-ro (ETNR), localizada na Estação Rádio da Marinha do Brasil no Rio de Janeiro (ERMRJ).

Além da configuração básica que um sistema de co-municações via satélite deve possuir, o MD preocupou-se na manutenção e na logística do SISCOMIS. Assim, foi designado o Centro de Comunicação e Guerra Ele-trônica do Exército (CCOMGEX), através de sua Divisão de Engenharia, para realizar a manutenção e a gerência logística de todo o Sistema, bem como o recebimento, alocação e distribuição de novos terminais e compo-nentes sobressalentes.

Os terminais táticos são fornecidos através de contra-to coordenado pelo MD, pelas empresas INDRA e ELBIT,

Sede do Destacamento de Telecomunicações por Satélites (DTS)

Visão de todas as Antenas do DTS

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sendo a primeira a que mais forneceu equipamentos para o Sistema.

Neste ano de 2012, o MD recebeu novos terminais para aumentar a capacidade da rede SISCOMIS, com terminais táticos que proporcionam cobertura em todo o território nacional para comunicações por satélite em operações de segurança. Esses equipamentos foram distribuídos por todas as regiões do Brasil e entregues à Marinha, ao Exército e à Aeronáutica, para viabilizarem a operação dos terminais, possibilitando um rápido desdobramento, sendo instalados para monitoramento permanente (em alguns pontos) e outros alocados por período específico.

A INDRA está atualmente contribuindo de forma significativa e destacada com o MD para a consoli-dação da rede de satélites do SISCOMIS, tanto como fornecedora de terminais, quanto através do desen-volvimento do Sistema de Gestão da própria rede, sendo uma parceira na área tecnológica das Forças Armadas brasileiras em projetos relacionados com comunicações militares via satélite.

O futuroComo o SISCOMIS está expandindo a capacidade opera-

cional das Forças Armadas, sem contar com aumento de pes-soal e material, alcançando a integração das redes de comu-nicações dos Comandos Militares (Marinha, Exército e Força Aérea), permitindo o emprego conjunto e ideal dos recursos disponíveis, especialmente na área de fronteira, viu-se a ne-cessidade de expandir também, a banda de comunicação.

Assim, uma solução para o aumento da banda de comuni-cação, alinhada com o objetivo de a nação ter o seu próprio satélite, evitando que o controle fique com empresas estran-geiras, vem a ser o Satélite Geoestacionário de Defesa e Co-municações Estratégicas (SGDC), outrora conhecido como Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).

Com o lançamento do SGDC, o SISCOMIS terá 288 MHz em cinco transponders de comunicação na banda X, o que au-mentará significativamente a capacidade existente hoje.

O MD prevê que seja efetuado o lançamento de um satélite com capacidade em banda X a cada cinco anos, sendo que o primeiro deverá ser lançado até o final de 2014.

Em 2019, seria lançado o segundo e, assim, sucessivamente. Levando-se em conta que a vida útil de um satélite é de 15 anos, em média, o lançamento quarto satélite coincidirá com o fim da vida útil do primeiro.

Segundo as especificações que estão sendo criadas, o cen-tro de comando e controle do satélite ficará obrigatoriamente em área militar, o que atualmente já acontece, sendo duas es-tações de controle, uma principal, em Brasília, e outra secun-dária no Rio de Janeiro.

A operação e o controle do satélite será em conjunto entre a Telebras (Telecomunicações Brasileiras S/A) e o MD, decisão determinada em decreto presidencial, mas a operação das comunicações será separada, sendo que o MD gerenciará o serviço em Banda X, enquanto a Telebras em Banda Ka (para atender ao Plano Nacional de Banda Larga – PNBL).

Considerações finaisDesde o seu surgimento, o SISCOMIS possibilitou a agilida-

de das informações e a rápida tomada de decisões, permitin-do, assim, que o princípio da oportunidade fosse executado de forma eficiente.

Na busca de novas tecnologias, houve o recebimento neste ano de novos terminais táticos e a designação de unidade mi-litar para logística e manutenção.

Com o lançamento do SGDC, já previsto, o controle dos en-laces ficará sob responsabilidade nacional, o que atualmente não ocorre, e haverá o aumento da capacidade pela disponi-bilidade de cinco transponders de comunicação em banda X.

Terminal Rebocável da INDRA

Em destaque, Antena do DTS

O autor é Primeiro Sargento de Comunicações do Exército Brasileiro, especialista em Guerra Eletrônica e Inteligência de Sinais. Jean é graduado em Matemática pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduando em Sistemas de Teleco-municações. Atualmente está à disposição do CINDACTA I, desempenhando suas funções no DTS.

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22 AEROESPAÇO

Programa de Controle e

Avaliação da Previsão de Aeródromo

Um grande avanço na busca da qualidade na prestação das Previsões Meteorológicas para

os Aeródromos do SISCEAB

Eu não sabia!Seção

Por Major Meteorologista Carlos Roberto HENRIQUES

O Programa de Controle e Avaliação da Previsão de Aeródromo (PCOAMET) tem como objetivo avaliar, se-gundo os critérios estabelecidos pela Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO), o índice de acerto das Previsões de Aeródromo (TAF).

É utilizado como indicador de desempenho da moder-na administração por objetivos, que visa mensurar o re-sultado alcançado no desenvolvimento de uma ativida-de em prol da navegação aérea e da aviação civil.

O Programa é capaz de avaliar a previsão da direção e velocidade do vento, da visibilidade, da ocorrência de ne-voeiro, precipitação, trovoada, quantidade e altura das nuvens e das temperaturas máximas e mínimas, cruzan-do estes parâmetros previstos no TAF com os observados nos METAR/SPECI.

Com base nos índices de acerto gerados é realizado o controle de qualidade das previsões onde é possível iden-tificar os pontos de maior vulnerabilidade destas previ-sões, permitindo assim, que sejam tomadas as medidas necessárias objetivando a eficiência do serviço prestado aos usuários da Meteorologia Aeronáutica do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

22 AEROESPAÇO

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Ele está hospedado nos servidores da REDEMET que se encontram instalados no Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (CNMA), localizados em Brasília, no Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I).

O acesso ao Programa do PCOAMET pode ser feito por meio da REDEMET pela Internet (www.redemet.aer.mil.br) e pela In-traer (www.redemet.intraer), desde que previamente cadastra-do no Servidor de Gerenciamento do Programa.

Foi desenvolvido no âmbito do Subdepartamento de Ope-rações (SDOP) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) pelo Segundo Tenente Meteorologista Dimmy No-gueira e aperfeiçoado e mantido pelo Primeiro Sargento Básico em Meteorologia Cláudio Pereira (CNMA).

COMO FUNCIONAO PCOAMET foi projetado para funcionar em módulos inde-

pendentes, que são executados em série a cada 10 minutos. Esses módulos têm a função de coletar e decodificar os TAF e os METAR/SPECI (Observações Meteorológicas) além de com-parar os parâmetros meteorológicos previstos com os observa-dos, utilizando os limites e tolerâncias de cada parâmetro. Em seguida são gerados os índices de acerto a serem disponibiliza-dos no site da REDEMET.

Módulo de Coleta de TAFConsiste na verificação e decodificação dos TAF de acordo

com os parâmetros que serão avaliados.

Módulo de Coleta de METARConsiste na verificação e decodificação dos METAR/SPECI

para posterior cruzamento com os parâmetros previstos.

Módulo de AvaliaçãoConsiste na avaliação dos parâmetros coletados pelos dois

módulos anteriores e da geração dos índices de acerto que são armazenados no Banco de Dados da REDEMET.

Módulo WebConsiste na disponibilização das estatísticas dos índices de

acerto geradas pelo sistema no portal da REDEMET.

TELAS DO PROGRAMA1. Tela Inicial de Acesso

2. Tela de AberturaOs resultados gerados pelo PCOAMET são representados

por relatórios estatísticos baseados nos índices de acerto, que podem ser acessados através dos links encontrados na tela de abertura.

ÍNDICES DE AÇÃO DO PCOAMETOs índices de ação são encontrados em todas as páginas

do PCOAMET , de acordo com o comportamento de cada tela.

Ao clicar no link, será apresentado o formulário. Para exibir o relatório, basta preencher o formulário.Pressionando o ícone de ação "gerar gráfico", por exem-

plo, aparecerá o gráfico de linhas representando os índi-ces de acerto de cada TAF avaliado do período e localida-de selecionada.

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DETALHAMENTO DO TAF Avaliação horária de todos os parâmetros que compõem a Previsão de Terminal de Aeródromo – TAF,

para a data e localidade selecionada.

LISTAGEM DOS TAFAo clicar no link Listagem dos TAF na tela principal do PCOAMET, será apresentado o formulário.Caso seja pressionado o ícone de ação "gerar gráfico", aparecerá o gráfico de linhas representando os índices de

acerto de cada TAF avaliado do período e da localidade selecionada.

ÍNDICE DE ACERTO POR CENTRO METEOROLÓGICO

ÍNDICE DE ACERTO DOS PREVISORES

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Conhecendo o

DTCEA-CRCorumbá / MS

Por Daisy MeirelesFotos: Luiz Eduardo Perez

O ComandanteO Primeiro Tenente QOEA Comu-

nicações Marcos Aurélio Morales Pascoal nasceu em São Paulo, capi-tal, e ingressou na Força Aérea Bra-sileira no ano de 1984, na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR).

Formou-se Terceiro Sargento em julho de 1986, na especialidade de Eletrônica e seguiu a carreira traba-

lhando nos Destacamentos de Controle do Espaço Aé-reo de Morro da Igreja (DTCEA-MDI), São Roque (DTCEA-SRO) e Jaraguari (DTCEA-JGI).

Em setembro de 2007, após aprovação em concurso, ingressou no Estágio de Adaptação ao Oficialato (EAOF), sendo nomeado Segundo Tenente em 25/12/2007.

Foi designado como Oficial de Gabinete do Coman-dante da Aeronáutica (GABAER), onde permaneceu até fevereiro de 2010, quando assumiu o cargo de Coman-dante do DTCEA Catanduvas.

Desde março de 2011, comanda o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Corumbá.

O oficial tem formação superior em Ciências da Com-putação, é casado e pai de dois filhos.

Histórico Como marco inicial das atividades da Aeronáutica na

cidade de Corumbá, a oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, fazendo fronteira com a Bolívia, e privilegiada pela beleza ímpar do Pantanal Sul Mato-Grossense, des-taca-se a atuação do Correio Aéreo Nacional (CAN) no ano de 1951.

Seção

Tenente Marcos

Reportagem: Daisy MeirelesFotos: Luiz Eduardo Perez

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Em 1958, após a conclusão das obras da pista e do terminal de passageiros - agora totalmente diferente da concepção inicial, destruída pelo incêndio ocorrido no ano de 1957 - começaram a chegar os equipamentos de proteção ao voo.

A instalação foi concluída em 1962, quando foi criado o Núcleo de Proteção ao Voo de Corumbá (NPV-CR), su-bordinado diretamente à Diretoria de Rotas Aéreas (DR), com início das atividades em 10 de novembro de 1962.

Em março de 1963, o Serviço de Rotas da Quarta Zona Aérea (SR-4) assumiu a responsabilidade pela operação e manutenção do NPV-CR até 1979, quando foi criado o Destacamento de Proteção ao Voo de Corumbá (DPV-CR), através Portaria nº 1351/GM-3, de 30 de outubro de 1979.

Só em 27 de fevereiro de 2003, através da Portaria 183/GC3, a denominação mudou para Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Corumbá (DTCEA-CR) e, em 28 de junho de 2005, através da Portaria DECEA nº 86/DGCEA, passou a ser subordinado ao Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Trá-fego Aéreo (CINDACTA II).

Atividades do DTCEA-CRQuarenta e um militares - um oficial, cinco Suboficiais,

22 Sargentos, dois Cabos, um Soldado de Primeira Classe e oito Soldados de Segunda Classe - cumprem a missão de proporcionar condições seguras e eficientes para a circulação aérea geral, no espaço sob sua jurisdição, a todas as aeronaves nacionais ou estrangeiras; e, conco-mitantemente, proporcionar condições para a evolução segura da aviação militar brasileira.

Na Seção Operacional há os seguintes órgãos: Contro-le de Aproximação (APP), Serviço de Informação de Voo de Aeródromo (AFIS), Serviço de Informações Aeronáuti-cas (Sala AIS) e Meteorologia - Estação Meteorológica de Superfície Classe 2 (EMS-2) e Estação Meteorológica de Atitude (EMA).

Em julho, o APP-CR registrou 502 movimentos, em virtude das queimadas na região, mas em média há 350 movimentos mensais.

A Seção Técnica é responsável pela manutenção dos seguintes equipamentos: Rádio Variável ICOM, VHF 300, NDB, Gravador Racal, Gerador de Hidrogênio, EMS auto-mática. Na Estação de Apoio ao Controle do Espaço Aé-

No APP-CR - 3S Jessânia e 2S Alencar A equipe de Cabos e Soldados do DTCEA-CR

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Seção Administrativa: CB Tinoco, SO Santana, 1S João Carlos e S1 Paulo Na sala AIS, o 3S Elton atende ao piloto da Vale do Rio Doce

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reo (EACEA) Urucum, distante 35 Km do destacamento, é realizada manutenção (duas vezes por semana) na TE-LESAT, VHF e UHF ParkAir, Data Link, Casa de Força com Gerador, USCA e Unidades Retificadoras.

A Seção Administrativa realiza, além das atividades rotineiras, outras funcionalidades como Secretaria, Co-municação Social, Garagem, Serviços Gerais, Emissão de GAB, Almoxarifado, Apoio ao Homem (Elo Social), Elo da Prefeitura da Aeronáutica de Curitiba e Informática.

Na opinião do Comandante, Corumbá, apesar de ser distante 420 Km de Campo Grande, possui uma boa infraestrutura necessária. É uma cidade histórica e com grandes atrações turísticas. Não existe um índice de vio-lência elevado, apesar de ter fronteira com a Bolívia.

"No DTCEA-CR, todas as áreas de trabalho, seja admi-nistrativa, técnica ou operacional, são bem tranquilas, se compararmos a outras unidades militares da Força. O horário de trabalho é reduzido (meio expediente), e Corumbá é classificada como localidade especial - logo, a cada dois anos ganha-se oito meses para a reserva e acréscimo de 20% no soldo. Nas transferências, ganha-se quatro ajudas de custo, tanto na chegada quanto na saída" - declara o Tenente Marcos.

Assistência Médica e OdontológicaA SARAM mantém convênio com quase todos os hos-

pitais, clinicas e laboratórios da cidade através do convê-nio SARAM/UNIMED-NNE, com emissão de GAB na Se-ção Administrativa do DTCEA-CR.

Os militares e seus dependentes também recebem atendimento no Hospital Naval de Ladário - da Marinha do Brasil, que possui diversas especialidades médicas e clinica odontológica.

Vila HabitacionalA vila militar do DTCEA-CR é composta de oito unida-

des de Próprio Nacional Residencial (PRN), sendo um privativo, exclusivo para o Comandante; e sete para Su-boficiais e Sargentos.

As casas possuem três quartos e são bem amplas e esta localizada a menos de 1km do Destacamento. A vila tem como peculiaridade um extenso calçadão, que ser-ve para prática de caminhada e corrida diariamente pela população em geral.

Ainda há alguns militares na fila de espera, que pagam

Subseção de Suprimento - 2S Idelvando e S2 Miranda (ao fundo)

Próximo à janela, o 1S Héliton (Encarregado da Subseção de informática). O CB Gereminiano é o auxiliar da Seção de Serviços Gerais e o SO Fábio é o encarregado da Seção de Transporte e Adjunto da Seção Técnica

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Seção de Meteorologia: 3S Natália Seção Técnica: 3S Luciano e 3S John (em pé)

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A entrada da Vale do Rio Doce e a subida para a EACEA Urucum Hospital Naval de Ladário

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aluguel na cidade. Num bairro próximo ao DTCEA, imó-veis similares aos da vila militar, o valor do aluguel custa, em média, 800 reais.

Integração do efetivoPróximo a vila militar há um espaço de lazer, com chur-

rasqueira e uma boa infraestrutura para realização de eventos sociais.

A integração do efetivo e seus familiares ocorre em eventos promovidos com comemoração aos aniversa-riantes a cada trimestre ou em festa alusivas ao dia das mães, dia dos pais, festa junina - e sempre patrocinados voluntariamente pelos participantes.

TransportePara sair de Corumbá via aérea, o passageiro tem a em-

presa Trip, com um voo diário para Campo Grande. Esse voo, uma vez por semana, faz escala em Bonito (MS).

A empresa rodoviária Andorinha tem saídas para di-versas capitais do Brasil diariamente. Para Campo Gran-de, há nove horários de saída, entre 6h e 0h. O tempo da viagem é de seis a sete horas.

De carro, para Campo Grande, o motorista tem 420km pela frente, em uma estrada boa, com apenas um pedá-gio de R$ 5,50, pela BR 262.

Para circular na cidade, a população tem opção de ôni-bus - com tarifa de R$ 2,20 - ou moto-táxi.

A cidade e suas atraçõesCorumbá é o maior município brasileiro e do Pantanal

sul-mato-grossense. São 65 mil quilômetros quadrados, dos quais pelo menos 70% de pantanais.

A região possui a segunda maior reserva de ferro e manganês do mundo, depositada no Morro do Urucum, hoje explorada pela Companhia Vale do Rio Doce.

A população do município é de 95.704 habitantes e as maiores atividades econômicas são o turismo, as expor-tações minerais, a pecuária e o comércio fronteiriço.

A temperatura média anual é de 32° C, clima tropical úmido. Conhecida como Capital do Pantanal, Corumbá é a principal cidade desse paraíso ecológico.

A cidade possui uma arquitetura única, com ruas simétricas, traçadas, tendo como base o curso do rio Paraguai.

A Vila Habitacional do DTCEA-CR Torre de VHF - EACEA Urucum

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O pôr do sol no Rio Paraguai Vista de Corumbá - após as queimadas

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Na cidade há mais três Unidades Militares: 6º Distrito Naval, 17º Batalhão de Fronteira e 18ª Brigada de Infan-taria de Fronteira. Desta forma, os militares do DTCEA-CR podem se associar ao CAMALA – Clube do Marinheiro de Ladário; CRESS – Clube Recreativo do Exército de Su-boficial e Sargentos; AABB – Associação Banco do Brasil. Há - também - dois centros poliesportivos públicos em Corumbá.

O Carnaval da cidade atrai muitos turistas e visitantes e é muito movimentado, assim como o Festival América do Sul, que promove o desenvolvimento turístico e cul-tural da região de Corumbá e faz a Integração dos países da América do Sul.

Em junho, a maior atração é o Arraial do Banho de São João de Corumbá, que divulga as tradições folclóricas. É uma festa popular que se manifesta através das rezas e das crenças, além de promover a arte musical popular a fim de preservar a hereditariedade dos cantadores, vio-leiros, rezadores, dançadores e festeiros, mantendo, as-sim, a tradição do melhor São João do Estado de Mato Grosso do Sul e de ser o único local no Brasil que ainda se banha o santo nas margens do Rio.

O Festival Pantanal das Águas, que acontece em ou-tubro, fortalece a cidade como um destino de grandes acontecimentos turísticos, esportivos e culturais através do Campeonato de Pesca Esportiva, Festival de Samba e da Mostra de Dança, proporcionando a diversificação da economia local.

Outra importante atração, que acontece em novem-bro, é o Festival Gastronômico do Pantanal. O Turismo Gastronômico é um novo filão a ser explorado. Corum-bá oferece seu diferencial na cozinha regional, com seus pratos exóticos e aromáticos a base de peixes e carnes, destacando-se o vitelo pantaneiro, o sarravulho, o refri-gerante de erva mate e o sorvete de bocaiúva. Da influ-ência da culinária boliviana, a saltenha e o pica-lo-macho são as mais tradicionais.

Além do ecoturismo, turismo de pesca e turismo históri-co-cultural, Corumbá está sendo impulsionada pelo char-me cultural da cidade, aliada aos ingredientes típicos da re-gião está apta a receber na cidade um público qualificado e específico, conhecedor dos grandes prazeres da mesa.

A noite em Corumbá é bem animada, com bares e res-taurantes. Dos mirantes pode-se ver a lua refletida nas águas do Rio Paraguai.

O Cristo Rei de Izulina Xavier Casa do Massa-Barro - incentivo à arte em cerâmica

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Corumbá é a porta de entrada para um paraíso ecoló-gico e ainda reflete a história do comércio fluvial do país, guarda histórias, preserva tradições, cruza fronteiras e desbrava a cada dia o talento para conquistar os turistas.

A pesca é uma importante atividade econômica e so-cial realizada no Pantanal e em toda a Bacia do Alto Para-guai em Mato Grosso do Sul nas modalidades profissio-nal artesanal, esportiva e de subsistência. O Rio Paraguai, margeado por árvores é navegável em quase toda a sua extensão e ideal para a pesca esportiva.

Outro ponto turístico importante é a Casa das Artes da escultora Izulina Xavier, onde estão expostos artesanatos confeccionados em pó de pedra e concreto, cerâmica e entalhes de madeira. A artesã fez o Cristo Rei do Panta-nal, monumento que possui 12 metros de altura e situa-se no alto do morro São Felipe, em um mirante que pro-porciona vista privilegiada de Corumbá, Ladário, Bolivia e Pantanal.

Outro trabalho da artista é a Via Crucis, disposta ao lon-go da subida do morro São Felipe. São 14 estações, com 72 estátuas, e conta a Paixão de Cristo desde a condena-ção até a morte na cruz.

A Casa do Massa-Barro é outra atração turística, que incentiva a arte em argila da flora e animais pantaneiros.

O cartão postal da cidade é o Casario do Porto, tom-bado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1992, que ainda guarda vestígios de um período de grande pros-peridade. Os prédios abrigavam grandes empórios, 25 agências bancárias internacionais, curtumes e a primeira fábrica de gelo do Brasil.

Um desses prédios, o Wanderley & Baís, construído em 1876 é um dos mais belos do porto, e hoje abriga o MUHPAN - Museu de História do Pantanal.

O casario que fica no Porto geral é um dos principais

pontos turísticos da cidade. Em 1814, foi o 3º maior Porto da América Latina.

Apesar da presença maciça de uma arquitetura antiga, possui dois exemplares arquitetônicos importantes – duas escolas estaduais: uma de Oscar Niemeyer, de 1952 e a outra de Paulo Bastos, de 1969, modernismo puro, manifesto em todos os elementos de arquitetura e de construção.

O Centro de Convenções Municipal de Corumbá Mi-guel Gómez ocupa uma área de 3.200 metros quadra-dos. No local funcionam um auditório com 162 lugares, cinco salas de reuniões, sala de apoio a internet e even-tos, lojas, cafeteria, choperia e restaurante; além de locais específicos para apresentações culturais e artísticas e re-alização de congressos e seminários.

A última etapa do Centro de Convenções de Corum-bá será a construção de mais um prédio com o auditório central com capacidade para 750 pessoas, palco de 152 metros quadrados para dança, shows e teatro, com siste-ma de acústica e tradução simultânea.

Os arredoresA fronteira é repleta de atrativos relacionados à com-

pra de importados e uma culinária latina que influenciou muito a gastronomia da região.

A maioria dos moradores de Corumbá preferem fazer compras na Bolívia, pelo menor custo.

A cidade Ladário, que faz divisa com Corumbá, tem cerca de 15 mil habitantes e abriga a maior base fluvial da América Latina. O portal de entrada do 6º Distrito Na-val da Marinha foi instalado em 1872 e é chamado o Arco do Triunfo do Pantanal.

Museu de História do Pantanal O tradicional Sarravulho, preparado pela Chef Sandrinha "Seu" Agripino, aos 94 anos, "fazedor" e tangedor de viola de cocho

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EducaçãoCom relação ao estudo oferecido para o nível superior

e pós-graduação, a cidade de Corumbá possui dois cam-pus de universidades públicas: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS), que oferecem desde a graduação até o Mestrado (Educação e Estudos Fronteiriços).

Na UFMS há cursos de Direito, Pedagogia, Letras, Mate-mática, Geografia, Psicologia, Educação Física, Tecnologia da Informação e outros.

Algumas instituições particulares de nível superior são Faculdade Santa Teresa (Salesianos); UNOPAR; UNIP; UNI-DERP; Anhaguera, Estácio de Sá e FAEL (EADCON).

No nível médio há inúmeras escolas estaduais com ensino de qualidade, como a Escola Dom Bosco, IFMS, SENAI, Escola Gabriel Vandroni, dentre outras. Há outras escolas particulares como Salesiano-Santa Teresa, Colé-gio Adventista, Objetivo, Tenir (Sistema Anglo de Ensino), CENIC, Assembleia de Deus, Macena de Brito etc.

Existem várias escolas municipais de ensino fundamen-tal, inclusive com período integral em funcionamento.

Muitas escolas municipais de educação infantil e várias creches municipais também funcionam durante todo o ano, sem interrupção.

A Bolívia também é opção para o ensino superior, como o curso de Medicina, com boa frequência de brasileiros.

Segurança PúblicaA cidade possui as seguintes corporações: Polícia

Militar; Polícia Militar Ambiental; Polícia Rodoviária Estadual; Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Delegacia da Mulher; Polícia Civil; Departamento de Operações de Fronteiras.

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O Casario do Porto - tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1992

Campus Pantanal da UFMS

A fronteira Brasil/Bolívia

Fauna pantaneira: tuiuiú e jacarés em perfeita harmonia

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