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DECEA DÁ INÍCIO AO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO POUSO DE PRECISÃO POR SATÉLITES N O T Í CI A S - A n o 5 - n º 4 4 aero

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Aeroespaço 44

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DECEA Dá iníCio Ao proCEsso DE implEmEntAção Do pouso DE prECisão por sAtélitEs

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T ÍC I A S - A n o 5 - n º4 4

aero

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Informativo do Depar tamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Ten Brig Ar Ramon Borges CardosoAssessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1Redação:Daisy Meireles (RJ 21523-JP)Daniel Marinho (RJ 25768-JP)Denise Fontes (RJ 25254-JP)Telma Penteado (RJ 22794 JP)Diagramação e ilustrações:Aline da Silva PreteFotos: Fábio Ribeiro Maciel eLuiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Contatos:

Home page: www.decea.gov.br

Intraer: www.decea.intraer

[email protected]

Endereço: Av. General Justo, 160

Centro - CEP 20021-130

Rio de Janeiro/RJ

Telefone: (21) 2101-6637

Fax: (21) 2262-1691

Editado em NOVEMBRO/2010

Fotolitos & Impressão: Ingrafoto

Índice

Conhecendo o futuro:

Reportagem

Reportagem Especial Reportagem

Reportagem

Nossa capa Expediente

Em busca do pouso perfeito

Primeiro Encontro das Unidades de Informação do SISCEAB apresenta o Projeto REUNI no ICEA

É ouro para o ICEA

Em busca do pouso perfeito DECEA dá início à implementação de equipamento que permite o pouso de precisão por satélites. Apesar de ainda não adotado oficialmente - com procedimentos homologados - o GBAS já opera em importantes aeroportos do exterior em fase de experiência e oferece algumas vantagens expressivas que justificam seu destaque.

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Atenções voltadas ao efetivoPrograma de Visitas: integração entre o DECEA, o servidor e a família

Programa Segundo Tempo -Forças no EsporteNúcleo CINDACTA III Jovem

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Tenente - Brigadeiro - do - Ar Ramon Borges CardosoDiretor - Geral do DECEA

Editorial

“Bastante propício o artigo 'Comunicações no Comando da Aeronáutica’, publicado na última edição... Hoje, mais do que nunca, as telecomunicações dependem da TI. O requisito essencial para o profissional da área é desenvolver o seu raciocínio lógico para compreender todas as variáveis de um software e perceber as possibilidades de trabalho que tal ferramenta pode lhe proporcionar."A evolução da tecnologia nas telecomunicações e no trans-porte aéreo tem sido intensa, porque são os dois principais instrumentos do irreversível processo de globalização."Assim, o BCO poderia ter melhor aproveitamento

Ações para melhorar as funcionalidades nas áreas administrativa e operacional do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) estão divulgadas nesta edição, a penúltima de 2010.

Uma das atividades na área administrativa, o I Encontro das Unidades de Informação do SISCEAB, reuniu bibliotecários e arquivistas das Unidades do DECEA. O evento trouxe o reconhecimento às atividades desses profissionais e apresentou o Projeto REUNI – Rede de Unidades de Informação, que propõe a integração das Unidades de Informação do SISCEAB numa Rede Corporativa com acesso pela Intranet, oferecendo, além da troca de dados e recursos, um tratamento padronizado e sistêmico de toda gestão documental. Todo este processo será possível com a utilização do software de gestão de bibliotecas SophiA, adquirido pelo DECEA.

Uma nova seção da revista “Conhecendo o futuro” apresenta o GBAS (Sistema de aumentação baseado em solo). “Em Busca do Pouso Perfeito” é o título que explica perfeitamente o resultado da aplicação do GBAS na área de controle do espaço aéreo. Apesar de ainda não adotado oficialmente - com procedimentos homologados - o GBAS, já opera em importantes aeroportos do exterior em fase de experiência e oferece algumas vantagens expressivas que justificam seu destaque como matéria de capa desta edição.

As portas do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III) foram abertas para ampliar sua ação de integrar programas de responsabilidade social, como a inclusão social de 100 crianças e adolescentes no Programa Forças no Esporte. O CINDACTA III é a primeira organização do SISCEAB a aderir ao programa “Forças no Esporte”.

Na reportagem especial, destacamos os 50 anos de labuta e desenvolvimento científico e tecnológico do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), que já formou mais de 21.700 alunos, dentre os quais mais de 1.200 são estrangeiros.

O “Programa de Visitas”, projeto que está sendo aplicado em todas as Unidades do DECEA, já é caso de sucesso para as famílias dos militares. O DECEA, ao implantar o programa, promove a socialização e o desenvolvimento psicossocial do servidor, além de estimular o relacionamento entre os familiares e os profissionais militares e civis de seu efetivo.

Uma boa leitura a todos!

Carta do leitor

Newton Leone (SO TE Ref)Departamento de Ciências AeronáuticasPontifícia Universidade Católica de Goiás

trabalhando com gerenciamento de redes ou de alguns softwares nelas utilizados."Na pilotagem de aviões, o profissional do voo já virou um gerenciador de sistemas informatizados, como bem nos atesta o painel da cabine de comando de um AIR BUS 320, por exemplo. Por essas questões e muitas outras o rumo da especialidade BCO realmente merece reflexão, para que melhor proveito possa ter à Força Aérea."Permita-me congratular o autor, Tenente-Coronel Campos, pela excelente matéria."

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Conhecendo o futuroO VOR de Caxias ainda não está visu-

al, mas o piloto sabe; o Galeão está pró-ximo. A chuva é forte, o tempo muito fechado, a aeronave sacode com a tur-bulência. Disparam-se bips da cabine, solicitando aos passageiros que man-tenham seus cintos afivelados.

O piloto, que já iniciara o procedi-mento de descida, não vê nada à sua frente senão um punhado de nuvens escuras vez por outra clareadas pelos filetes de raio que angustiam até mes-mo os tripulantes mais calejados.

A orientação da Torre é a de que a ae-ronave mantenha seu curso até a inter-ceptação dos sinais de um equipamen-to que o auxiliará a encontrar o eixo e a rampa convenientes para o pouso na cabeceira 15 do aeroporto.

O piloto mantém a proa e alcança os sinais do dispositivo que passa en-tão a orientá-lo de maneira análoga a um videogame no monitor à sua fren-te. Ajusta a radial - conforme a orien-tação dos grafismos do monitor – e,

completamente “às cegas”, empurra o manche rumo a uma rampa imaginá-ria de um aeroporto inexistente a seus olhos. Dessa vez, não vai dar praia no Rio de Janeiro; mas os passageiros po-dem estar certos: o avião pousará em meio às nuvens cor-de-chumbo com segurança, quase como sob “céu de Brigadeiro”.

A cena é mais comum do que parece. Não só no Galeão, mas em muitos aero-portos do País e do resto do mundo. O equipamento em questão, o ILS, é o Sis-tema de Pouso por Instrumentos. Um dispositivo capaz de “traçar” o percurso ideal da aeronave para um pouso de precisão, ao menos até uma altitude de decisão (DA) já próxima ao solo.

Em síntese, o ILS consegue guiar o pi-loto até essa altitude pré-determinada - que no caso brasileiro varia de 30 a 60 metros conforme sua categoria - quando o piloto decide, segundo as condições visuais, se poderá de fato consumar ou não o pouso.

DECEA dá início à implementação de equipamento que permite o pouso de precisão por satélites. Testes começam em 2011.

Em Busca do Pouso Perfeito

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Largamente difundido no mundo in-teiro - desde a década de 40 quando foi adotado pela autoridade provedora dos serviços de navegação aérea norte-ame-ricana - o ILS representou uma verdadei-ra revolução para o transporte aéreo e é, sobretudo hoje, imprescindível diante do volumoso fluxo de tráfego aéreo con-temporâneo.

Mas o sistema que por décadas vem fazendo as vezes dos olhos dos pilotos no pouso começa a ter de dividir aten-ções com um concorrente de peso. Um candidato ousado, que não bastasse ofe-recer mais precisão e abrangência para uma tarefa similar, proporciona também custo significativamente inferior.

Apesar de ainda não adotado oficial-mente - com procedimentos homolo-gados - o GBAS, acrônimo inglês para Ground-Based Augmentation System (Sistema de Aumentação Baseado em Solo) já opera em importantes aeropor-tos do exterior em fase de experiência e oferece algumas vantagens expressivas

que justificam seu destaque. A primeira é a abrangência: um sistema GBAS não atua somente numa cabeceira da pista - tal qual o ILS -, mas também em todas as demais que estiverem no raio de alcance do instrumento. Ou seja, o aeródromo inteiro e, em alguns casos, até mesmo os adjacentes. Teoricamente, uma única estação é capaz de lidar com até 26 apro-ximações de precisão!

Do mesmo modo, as aeronaves com o GBAS não dependem exclusivamente da famosa rampa imaginária do ILS; elas estão aptas a executar aproximações de precisão em curvas e, mesmo, quando a configuração das pistas permite, em paralelo - o que representa um aumen-to significativo para as capacidades dos aeroportos.

O sistema também tem por pressu-posto, no futuro, apoiar, além do pouso, a aproximação, a decolagem e, inclusi-ve, os movimentos das aeronaves na superfície; ou seja, uma estrutura com-pleta de apoio à navegação aérea em

Por Daniel MarinhoFotos: Luiz Eduardo Perez

Em Busca do Pouso Perfeito

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toda a circunvizinhança do aeródromo. Não bastassem essas características, as

conhecidas suscetibilidades do ILS a in-terferências de toda ordem, como a das ondas VHF, e toda a complexidade que envolve sua instalação - necessidade de grandes áreas livres que muitas vezes dão margem à remoção de habitações e edi-ficações -, não oferecem obstáculo algum ao novo sistema. Para ser alojado, ele re-quer apenas uma pequena área para fixa-ção de alguns dispositivos na pista.

Mas, afinal, o que torna possível ao GBAS todas essas vantagens? O sistema GBAS conseguirá na prática alcançar o êxito ora prometido pela teoria?

Novos conceitos, novos paradigmas

Antes de tudo, é preciso compreender o GBAS sob uma nova ótica. Afinado ao moderno conceito CNS/ATM, que com-preende, de modo geral, a transição do sistema convencional de navegação aérea para um novo paradigma na execução – e mesmo gestão - da atividade, o incipiente sistema de pouso de precisão não segue a ordenação tradicional dos auxílios à nave-gação aérea habituais.

No CNS/ATM, as rotas das aeronaves não são mais delimitadas unicamente por auxílios de solo que se comunicam através de ondas rádio, mas também por satélites. Isso porque os conceitos aplicados aos novos sistemas de navegação são funda-mentados no GNSS – em português: Sis-tema Global de Navegação por Satélites. O GNSS é o padrão estabelecido pela Or-ganização de Aviação Civil Internacional (OACI) para estes novos sistemas de na-vegação que, a partir de então, pautam-se em constelações de satélites dedicados.

Esse posicionamento gerado pelos sa-télites às aeronaves em voo, porém, não é tão simples quanto aquele apurado pe-los aparelhos GPS largamente utilizados no dia-a-dia. Há uma série de fenômenos naturais inerentes às altitudes que podem provocar alterações nos sinais, especial-mente nas aproximações de precisão. Essas alterações precisam ser então cor-

rigidas (“aumentadas”) pelos chamados sistemas de aumentação e é justamente aí que entra o GBAS. O sistema vem con-seguindo, com êxito, corrigir os sinais de satélite para aproximação das aeronaves de forma análoga à aproximação do ILS na categoria 1 e, tem por intuito, poste-riormente, estender suas capacidades às categorias 2 e 3.

De um modo geral, o Sistema GBAS consiste de:- quatro receptores instalados próximo à

pista para receber os dados de navega-ção GPS;

- um processador, em solo, que executa as correções do GPS e provê as informa-ções de apoio aos procedimentos de navegação;

- uma unidade de transmissão - também instalada próxima à pista - que transfe-re essas informações à cabine das aero-naves, via VHF, por meio de um display similar ao utilizado para o ILS. Desse modo, o GBAS ajusta os posicio-

namentos gerados pelos satélites e provê guias verticais e horizontais aos pilotos para as aproximações e - no futuro - para

o apoio às decolagens guiadas e às opera-ções de outra ordem na área terminal.

As peculiaridades de uma ionosfera tropical

Já há algum tempo, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) - órgão responsável pela gestão das atividades relacionadas ao controle do espaço aéreo brasileiro - vem monitorando os resulta-dos e êxitos do sistema mundo afora, bem como executando testes num protótipo da FAA (Federal Aviation Administration - organização provedora dos serviços de navegação aérea norte-americana) no Galeão. Este ano o DECEA adquiriu uma Estação GBAS certificada para operações nos Estados Unidos, de forma a avaliar seu desempenho nas condições equatoriais.

O Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, foi o escolhido para abrigar o projeto piloto do GBAS brasileiro. Em ju-lho de 2010, técnicos de empresas parcei-ras da organização na iniciativa uniram-se à Comissão de Implantação do Sistema de

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Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), institui-ção subordinada ao DECEA, para dar início ao processo de instalação do sistema. A Es-tação SLS-4000 Smart Path GBAS da empre-sa norte-americana Honeywell foi recente-mente certificada pela FAA e já opera em alguns aeroportos da Europa, dos Estados Unidos e do Sul da Austrália.

Para o Tenente-Coronel-Aviador Ricardo Elias Cosendey, Chefe da Divisão de Ge-renciamento de Navegação Aérea – do Sub-departamento de Operações do DECEA - há, ainda, um grande desafio pela frente. Isso porque a ionosfera terrestre apresenta comportamentos distintos em diferentes latitudes do planeta e, no caso do GBAS, a região a ser instalado o sistema termi-na por influenciar significativamente sua operação. No caso brasileiro, o desafio será lidar com as particularidades da ionosfera de baixa latitude do País, ainda não ex-perienciada pelo sistema, uma vez que o mesmo, até então, só fora implementado

em países de média latitude.“Na nossa região, um dos principais dis-

túrbios da ionosfera - conhecido como Irregularidade Equatorial ou Bolhas de Plasma – caracteriza-se pelo desloca-mento das chamadas ‘bolhas’ de baixa ionização; elas podem provocar atrasos no sinal do satélite, gerando erro no cál-culo da posição GPS”, explica.

“O Brasil, como pioneiro na imple-mentação deste tipo de tecnologia nas regiões geoequatoriais, tem o desafio de investigar o impacto dos fenômenos ionosféricos da área nos sinais de na-vegação transmitidos pelo GBAS. Para tanto, a estação será submetida a testes de desempenho durante o ápice do ci-clo de atividade solar – que ocorrerá nos próximos anos – de modo a garantir a segurança de sua utilização”, afirma o oficial.

Pelo cronograma, já no primeiro se-mestre de 2011, o aeroporto iniciará os testes da primeira Estação GBAS da América Latina. A implementação, po-rém, será gradual e dependerá dos tes-tes de desempenho a serem realizados no Galeão num período de um a dois anos. Do mesmo modo, ela estará su-jeitas às análises que levam em conta as particularidades dos aeroportos nacio-nais, alocados em latitudes diversas.

Ainda segundo o Tenente-Coronel Cosendey, “as pesquisas e os testes rea-lizados com os sistemas de aumentação, inclusive, têm gerado uma importante economia para o País, evitando o investi-mento em custosos sistemas estrangei-ros que provaram ter uma relação des-favorável de custo/benefício no Brasil. Aliado a isso, as pesquisas da ionosfera proporcionarão um conhecimento de fundamental importância nesta fase de transição para sistemas satelitais”.

De qualquer modo, o Brasil e o mundo caminham rumo à transição para um sis-tema global de navegação por satélites e baseado no desempenho de modernos aviônicos a bordo das aeronaves. Nesse contexto, GBAS é hoje o sistema capaz de apoiar aproximações de precisão por satélite com a eficácia requerida. Uma alternativa já consagrada por gestores da atividade em outros importantes ae-roportos do mundo que também opta-ram pelo sistema, como o Aeroporto de Bremen, na Alemanha; de Málaga, na Es-panha; de Memphis e Newark, nos Esta-dos Unidos e o Aeroporto Internacional de Sydney, na capital australiana.

Não é para menos, ao requerer um só sistema para servir as cabeceiras de um ae-roporto inteiro, a alternativa viabiliza uma economia de custos substancial. Somado às significativas economias nos custos de ma-nutenção, às funcionalidades e aos benefí-cios operacionais, o GBAS vem conseguin-do ocupar um espaço onde até então o ILS reinava absoluto. E encontra hoje, na carona da adoção das estratégias de gestão do trá-fego aéreo provenientes do conceito CNS/ATM, respaldo expressivo para uma possível consolidação em médio e longo prazo.

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É Ouro para o ICEA

Por Telma PenteadoFotos: Fábio Ribeiro Maciel

Sorriso ICEA. Assim, eu e o Fábio Maciel, nosso fotógrafo da Assessoria de Comunicação Social do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (ASCOM/DECEA), apelidamos a expressão não só dos profissionais que entrevistamos para esta matéria, como também de todos os civis e militares que prestam serviço no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA).

Como faz bem para todos! Para os que lá trabalham e os que lá estudam ou visitam.

“Este é o espírito do ICEA”, assim, de forma clara e concisa, define o Diretor do Instituto, Coronel-Aviador Ricardo Barion. De fato, como se pode constatar, o investimento maciço do ICEA é nas pessoas. E isso como um todo. Para começar, a organização é responsável

pelas atividades de ensino e pesquisa que dão suporte à formação e à capacitação dos recursos humanos do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

Como veremos nas páginas seguintes, as atividades realizadas para cumprir esta meta são de grande complexibilidade e implicam na utilização de equipamentos de tecnologia de ponta e de pessoal altamente especializado.

Somado a toda conjuntura que prima por fazer do ICEA uma referência na formação de milhares de profissionais do Sistema, está a valorização de cada membro do efetivo, com o reconhecimento de suas capacidades tanto no que diz respeito ao serviço prestado, quanto às qualidades pessoais.

50anos

Reportagem Especial

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“Somos uma família”, diz o Coronel Ba-rion. Quando pensamos em futuro, dentre as primeiras ideias que nos vêm à mente, estão - certamente - tecnologia e informá-tica. Computadores, laptops, notebooks, smartphones, blu-ray, 3D, wii, wireless, ipad, ipod, touch screen, e-book, holograma, an-dróide, realidade aumentada, simuladores e uma infinidade de equipamentos que antes povoavam somente nossas fantasias e os filmes de ficção científica.

Pois bem... Como todos já constataram (muitos com naturalidade, outros com grande espanto e até mesmo com certo grau de incredulidade), estão todos aí. Ca-ríssimos, mas estão aí.

E se estar pronto para este futuro-pre-sente, que em sua velocidade por vezes nos assombra com sua infinidade de pos-sibilidades de oferta de serviços, é estar sintonizado com todo esse linguajar téc-nico e estar habilitado para operar com excelência todos esses equipamentos, é primordial encontrar uma instituição re-conhecida que possa guarnecer cada pro-fissional para inseri-lo com segurança no mercado de trabalho.

E quando este mercado de trabalho é o do SISCEAB, tudo se intensifica diante da incomensurável tarefa de gerenciar não o tráfego aéreo, mas milhões de vidas que pelos céus trafegam todos os dias.

Como adendo, ressalto que aqui incluo cada peça deste gigante quebra-cabeça: controlar e pilotar (tanto na Circulação Aérea Geral – CAG, quanto na Circulação Operacional Militar – COM), comunicar (Telecomunicações), informar (Informa-ções Aeronáuticas, Meteorologia), aferir equipamentos (Inspeção em Voo), realizar manutenções (eletrônica), salvar (Busca e Salvamento), entre outros. Cada peça é de suma importância nesta gestalt. O Sistema só funciona quando todas funcionam em harmonia.

Um ambiente que respira o futuro Transitar pelas salas de aula onde os

alunos se preparam com a utilização de simuladores é uma experiência muito es-timulante. Vê-se que os recursos tecnoló-gicos e de material de estudo, aliados ao ambiente dos prédios e do campus, moti-vam a todos. Para se ter uma ideia, o Insti-tuto dispõe de uma infraestrutura compa-

tível com os principais centros de ensino e pesquisa do mundo. São mais de 11 mil metros quadrados de edificações, biblio-teca informatizada (que atualmente está migrando seus dados para o mais novo software de gerenciamento – o SophiA Bi-blioteca), laboratórios especializados, sa-las de aula climatizadas e simuladores de última geração.

É através da Divisão de Ensino que o ICEA planeja a execução e a avaliação das atividades de ensino e treinamento, operando em conjunto com a Divisão de Capacitação e Treinamento Profissional (DCTP) do DECEA.

Os controladores de tráfego aéreo reali-zam seus exercícios em sofisticados simu-ladores que permitem fazer operações em cenários projetados de acordo com as ne-cessidades reais do cotidiano dos Centros de Controle dos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA).

O grande salão onde os tais simuladores se encontram é dividido em quatro áreas, representando, respectivamente, os qua-tro CINDACTA (a saber: Brasília, Curitiba, Recife e Manaus).

Desta forma, os controladores já se in-teram do ambiente que irão controlar em tempo real quando terminarem a forma-ção e partirão para as localidades onde prestarão serviço.

Para tornar este treinamento o mais per-to da realidade possível, nas salas localiza-das no andar abaixo do salão dos simula-dores para controladores estão os alunos que fazem o papel dos pilotos. Então, pilo-tos e controladores se comunicam, dando vida ao cenário da aviação geral nos céus

do Brasil. No Instituto também é realizado o Curso de Formação de Pseudo-Pilotos, voltados para aqueles que farão a simula-ção dos voos que serão controlados pelos alunos do Curso de Formação de Controla-dores de Tráfego Aéreo.

O software usado é o do Simulador Ra-dar de Baixo Custo (SRBC), versão 3.2, de-senvolvido em parceria com a Missão Téc-nica Aeronáutica Brasileira (MTAB). O pro-grama configura equipamentos, fornece a instrução para a construção da base de dados e o próprio manuseio do simulador para controladores, auxiliando, assim, na formação, adaptação e reciclagem destes profissionais através do treinamento práti-co de controle radar em Controle de Apro-ximação (APP) ou em Centro de Controle de Área (ACC).

Nesta simulação cada piloto é responsá-vel por aviões e cada controlador atende a dois pilotos.

O SRBC já possui operantes as versões 3.3 – para PBN (Navegação Baseada em Performance) e 4.0, que é uma versão que integra todo o território nacional e a FIR Atlântico. Atualmente cada grupo de simuladores (um para cada CINDACTA) acessa somente a sua própria área de co-bertura. Com esta versão, os controladores da área do CINDACTA II, em Curitiba, po-derão acompanhar um voo que sai, por exemplo, de Manaus com destino à Porto Alegre.

Ressalta-se que os laboratórios e si-muladores de tecnologia de ponta são desenvolvidos pelo próprio Instituto. E a biblioteca conta com um acervo de cer-ca de dois mil livros técnicos na área de aviação, sem contar com as diversas pu-

ICEA promove tarde de autógrafos do livro de César Rodrigues da Costa

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blicações digitalizadas disponibilizadas pela Organização de Aviação Civil Inter-nacional (OACI).

É também no ICEA que se formam e se reciclam os técnicos de manutenção de todos os equipamentos que substanciam o SISCEAB e onde se encontra o primeiro Laboratório de Simulação da Sala AIS, na qual os pilotos planejam seus voos.

A preparação dos cursos atende às di-retrizes da OACI, e aplica a metodologia TRAINAIR, que é o programa de desen-volvimento dos treinamentos para im-plantação do Sistema de Comunicação, Navegação, Vigilância e Gerenciamento de Tráfego Aéreo (CNS-ATM).

Segundo o Coronel Barion, desde sua criação, somente após o ano de 1975, foi ultrapassada a marca de mil alunos capacitados no Instituto. “Hoje contamos com mais de 28.500 alu-nos capacitados para o atendimento à prestação dos serviços de navegação aérea para civis e militares, brasileiros e estrangeiros”.

Tal feito certamente comprova não so-mente a variedade e a abrangência dos cursos oferecidos no ICEA, como tam-bém sua importância e qualidade tanto no País, como fora dele ao que tange o universo do SISCEAB.

A Subdiretoria de Ensino possui três di-visões: Planejamento (EPL) – responsável por toda a logística dos cursos ofereci-dos pelo Instituto e realiza a convocação dos instrutores; Controle de Execução de Cursos (ECR) – responsável por gerir os meios, receber os alunos e instruto-res e fazer todo o acompanhamento ao longo do curso; e de Avaliação (EAV) – responsável, como o próprio nome diz, por avaliar o corpo docente, discente e a metodologia de avaliação aplicada aos

alunos. Segundo a Chefe da Subdiretoria de Ensino, Tenente-Coronel QFO ANS Rosa Maria dos Santos Miranda, desde setembro deste ano está sendo desen-volvida a análise visual da instrução com o objetivo de atingir uma educação pro-fissionalizada.

“É interessante ressaltar que o ICEA não tem um corpo docente fixo. A gran-de capacitação é feita com Instrutores do Sistema, o que pode se tornar um óbice no sentido de que ficamos na dependên-cia da liberação do instrutor por parte da unidade na qual este presta serviço”.

A escolha dos instrutores atualmente se baseia pelo perfil deste profissional. Desta forma, é enviada uma solicitação para cada organização com a indicação pormenorizada de um instrutor que seja capacitado para um determinado curso. “Caso haja alguém que atenda ao perfil e caso haja a disponibilidade desta pes-soa ser liberada para vir assumir uma tur-ma, temos uma etapa do nosso trabalho completada”.

Em todo caso, mesmo tendo certos empecilhos na aquisição dos instrutores em termos de disponibilidade dos mes-mos, o ICEA sempre cumpre sua missão. No entanto, a carência atual fica na área de coordenação geral dos cursos.

“A nossa meta é a figura do Coordena-dor dos Cursos, que terá que se ater a ati-

Coronel-Aviador Barion - Diretor do ICEA Obliteração do selo e do carimbo dos 50 anos do ICEA

vidades como identificar os óbices para buscar as melhorias, tem que montar um grupo de trabalho que possa revisar o conteúdo dos programas oferecidos, deve acompanhar os instrutores e os alu-nos para averiguar se os mesmos estão ou não atingindo as metas estabelecidas, entre outras”, comenta a Tenente-Coronel Rosa.

A falta do Coordenador pode impactar o andamento dos cursos. Por isso sua impor-tância em nosso quadro de profissionais. “Certamente a conquista do Coordena-dor, e consequentemente da Divisão de Coordenação, é uma meta fundamental para 2011”, declara.

Quanto à questão da Avaliação, a in-tenção é que a mesma abranja a totali-

dade do trabalho: corpo docente, corpo discente e a própria forma de avaliação em si. Trata-se do feedback.

Para realizar esta medição, desde abril deste ano a Subdiretoria se utiliza da fer-ramenta de avaliação on line, que é um sistema no qual os alunos fazem críticas e sugestões. Como a Tenente-Coronel Rosa diz, este é o termômetro do ICEA.

“Os dados coletados pela avaliação on line são organizados e distribuídos em fi-chas que, na sequência do processo, são levadas para uma primeira análise. De-pois deste rastreamento, o material chega à mim e eu dou o parecer final”, explica.

Como se vê, o Instituto como um todo é responsável pelos cursos oferecidos. Cada setor, fazendo sua parte, contribui para a excelência do ensino.

Muitas vezes as pessoas não têm o dimensionamento correto do que é o ensino. E o ensino é a base de tudo. “Re-cebemos graduados formados, mas que não têm a experiência da atividade e tem que ser acompanhado e capacitado para

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atuar no destacamento onde prestará serviço”, comenta.

O ICEA faz a capacitação de uma ma-neira ampla. O profissional treinado no Instituto poderá abranger diversas ne-cessidades do órgão regional no qual prestará serviço.

“Hoje o controlador sai da Escola de Es-pecialistas de Aeronáutica (EEAR) e vem aqui cumprir o estágio de oito meses em nossos simuladores de Torre, APP e ACC. E quando sai daqui, faz ainda um treina-mento mais específico da região e da po-sição que ocupará em sua OM”, explica.

A Subdiretoria de Ensino é estrei-tamente ligada com a DCTP, com um setor de profissionais da área de Pe-dagogia que analisam os grupos de trabalho.

Uma ideia central e, porque não dizer, fundamental, é a da corresponsabilida-de. A Chefe da Subdiretoria de Ensino nos mostra a importância de sensibilizar as Organizações Militares para que estas compreendam que todas são correspon-sáveis pelos cursos prestados no ICEA: “Todas as OM são corresponsáveis na fi-gura do instrutor que nos encaminham e pelo produto que irão receber ao final das instruções aqui realizadas”.

A intenção clara é sempre manter a qualidade dos cursos prestados, inclusi-ve com a ênfase na proficiência na língua inglesa.

Além da parte de ensino e formação técnica/profissional, o ICEA trabalha em pesquisas, estudos e projetos, tendo em vista a utilização do que há de mais avan-çado para a racionalização e otimização dos meios e processos usados pelo DECEA.

Através da Divisão de Pesquisa e De-senvolvimento são realizados os projetos e as pesquisas nas áreas de Gerenciamen-

to de Tráfego Aéreo e de Climatologia Ae-ronáutica – sempre com o propósito da consequente aplicação nas organizações do Sistema.

As parcerias com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Centro de Gerenciamento da Na-vegação Aérea (CGNA) e a EMBRAER re-fletem o nível de excelência do Instituto.

De acordo com o Chefe da Subdireto-ria de Pesquisa, Major-Aviador Eduardo Mano Sanches, as principais demandas desta área se concentram no desenvolvi-mento de softwares e hardwares de inte-resse do Sistema.

Criada para dar suporte à Subdireto-ria de Ensino, a Subdiretoria de Pesqui-sa sempre atuou nos estudos e projetos para atender às demandas, como a apli-cação de provas e o próprio ensino à dis-tância,

“Dentre nossas diversas atividades, fi-zemos os simuladores de toda a malha aérea”, informou o Major Sanches. “Com o conhecimento adquirido no suporte ao ensino, pudemos ampliar nosso campo de atuação em novas pesquisas em par-cerias com outras unidades do Comando da Aeronáutica”.

Atualmente, os projetos em andamen-to são o Simulador Radar de Baixo Cus-to (SRBC), implementado para sistemas CNS/ATM, e o TAAM (Total Airport and Airspace Modeler - Modelador Total de Aeroporto e Espaço Aéreo), que é um si-mulador em tempo acelerado. “Trata-se de uma ferramenta que permite a simu-lação de troca de aerovias, de setorização e de comunicação. O que normalmente levaria um mês para acontecer, no simu-lador pode ser feito em um dia”, explicou Sanches.

Um exemplo é a simulação do even-to da Copa 2014 e das Olimpíadas de 2016. Tudo que se deseja saber sobre a infraestrutura, alterações, logística e im-pactos que tais eventos possam suscitar, será apresentado através desta simu-lação em tempo acelerado. Todo esse processo é fundamental na tomada de decisões por parte das autoridades res-ponsáveis.

“Outra simulação feita no TAAM aqui no ICEA foi a da implementação das rotas PBN (Navegação Baseada em Per-formance). O processo começou no final do ano passado e terminou em abril deste ano. Atualmente a implantação real está sendo realizada tendo por base os resultados da simulação”, comentou. Daqui pra frente, qualquer ressetoriza-ção, qualquer mudança de aerovia ou FIR (Região de Informação de Voo) será primeiramente simulada no ICEA, o que reduzirá significativamente os riscos de implementação dos projetos.

É a área de Climatologia que envolve toda a parte do Banco de Dados de Me-teorologia da Força Aérea. É de responsa-bilidade do ICEA, na figura da Subdireto-ria de Pesquisa, fazer a digitalização dos dados coletados e a manutenção destes no Banco de Dados de Climatologia.

“Hoje os dados são digitalizados. E nossa equipe está digitalizando todos os que ainda estão em papel, como os das décadas de 40, 50, 60”, comenta Ma-jor Sanches.

Os dados digitalizados possibilitam que a informação trafegue com maior velocidade, atendendo com maior pron-tidão os usuários com a emissão dos sumários climatológicos – que são os da-dos tratados – para todos os aeródromos do País.

Biblioteca inaugurada no ICEA Tenente-Coronel Rosa

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Segundo o Tenente-Coronel ESP MET Carlos Alberto Ferreira Gisler, “os dados brutos vêm de todas as estações meteorológicas automáticas – colocadas em áreas de interesse da Aeronáutica para fornecer dados como temperatura de pista, vento e cabeceira da pista – e convencionais, que estão nos abrigos meteorológicos”.

Estes dados brutos são tratados e dis-ponibilizados aos usuários na página do ICEA através da REDEMET.

Desde 2007 o ICEA é um Instituto Cien-tífico e Tecnológico (ICT), que é inserido no Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do DCTA. Esta condição de ICT permite que o ICEA opere dentro da Lei nº 10.973, de Inovação Tecnológica, que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesqui-sa científica e tecnológica no ambiente produtivo.

Segundo o Art. 2º, parágrafo V – de Ins-tituição Científica e Tecnológica, a Medi-da Provisória nº 495, de 2010, considera que “órgão ou entidade de administração pública cuja missão institucional seja pre-ponderantemente voltada à execução de

atividades de pesquisa básica ou aplica-da de caráter científico, tecnológico ou de inovação” possa estabelecer convê-nios e contratos com outras instituições como a Financiadora de Estudos e Proje-tos (FINEP), o Conselho Nacional de De-senvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as Agências Financeiras Oficiais de Fomento.

Assim estão amparados todos os acor-dos com as universidades com as quais o ICEA possui projetos de pesquisa.

A Subdiretoria de Planejamento é ou-tra área de suma importância para o Ins-tituto, sendo responsável pela sua infra-estrutura e a logística.

Esta Subdiretoria segue estritamen-te as diretrizes do DECEA, através do Plano Estratégico Militar da Aeronáu-tica (PEMAER).

Segundo o Consultor de Planejamen-to, Coronel-Intendente RF Doderlayne Castro Kapp, a busca da excelência é per-manente.

Fazem parte do escopo de trabalho do Planejamento a estrutura física (constru-ção e manutenção dos prédios do com-plexo do ICEA), os recursos humanos, os produtos e os serviços gerados pelo Ins-tituto. Em suma, tudo se relaciona com o funcionamento geral da organização.

“Internamente fazemos um trabalho de pesquisa, consulta e interação com cada setor do Instituto para poder aten-der às demandas específicas de cada um em um período de planejamento para quatro anos”, explicou o Coronel Kapp.

Embora o levantamento de dados compreenda quatro anos, a visão é de oito anos. “Estamos hoje planejando de 2011 a 2018. Mas, em termos de docu-mentação com a análise com as visões e óbices, nossa ênfase vai de 2011 a 2014”.

De acordo com um documento elabo-rado pela Subdiretoria, o ICEA “vislum-bra, como ideal, a criação de um núcleo no DECEA que possa indicar os rumos e antecipar necessidades futuras para que as pesquisas do Instituto possam ser conduzidas sob essa visão, acompanha-mento e controle, e, sugere-se também, que sejam reunidas numa nova função que concentraria os recursos destinados à Pesquisa no SISCEAB”.

Como ferramenta de trabalho é utiliza-do um software desenvolvido pelo Centro de Computação de Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ), que permite o acompanhamento integral de todos os processos, desde o PAM (pedido de ma-terial), em consonância com os recursos alocados de acordo com uma Portaria de Apuração do DECEA.

Outro grande objetivo de trabalho que envolve o Planejamento de maneira in-tensa é a implantação dos Conceitos Ope-racionais do CNS/ATM (CONOPS).

Como resultado do trabalho realiza-do na Subdiretoria de Planejamento são registrados Relatórios Anuais de Gestão com uso de indicadores.

Responsabilidade social é mais que um projeto ou uma ideia. É uma realidade tão incrustada na vida do Instituto que, por mais que mereça elogios, nos dá a nítida sensação de que “é assim que deve ser”.

Refiro-me à inclusão de portadores de necessidades especiais na operação dos diversos simuladores de controle de tráfe-go aéreo do ICEA. O Projeto Eficiência nas-ceu em 1982 e teve sua completa implan-tação em setembro de 2000, quando todo o complexo do ICEA foi plenamente adap-tado para receber estes profissionais.

Celebrando os 50 anos do ICEA, foi re-alizada, com a coordenação da Seção de

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Major Sanches

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Comunicação Social do ICEA, uma série de eventos, inclusive com a obliteração de selo e carimbo comemorativos e o lan-çamento do livro “Rumo Verdadeiro – A História da Simulação de Tráfego Aéreo no Brasil”, de autoria de Cesar Rodrigues da Costa.

Sob a chefia do Tenente ESP CTA Rober-to Márcio dos Santos, a Seção de Comu-nicação Social é muito atuante dentro de sua OM. Além de estar sempre antenada com os eventos de datas comemorativas, a iniciativa da divulgação das atividades do Instituto é uma característica marcante desta dedicada equipe.

Ao contrário do que muitos possam supor, o passado é mais próximo e mais vivo do que nunca quando se deseja olhar para o futuro.

Motivo de alegria e orgulho, a história do Instituto de Controle do Espaço Aéreo preenche 50 anos de labuta e desenvolvi-mento científico e tecnológico.

Em meio à implantação do Sistema de Proteção do Voo no Brasil, foi criado em 1960 o Curso de Preparação de Oficiais de Proteção ao Voo (CPOPV), com a mis-são de preparar oficiais da Força Aérea para assessorar e chefiar os órgãos ope-racionais deste Sistema.

Passados seis anos, novas instalações foram construídas e o CPOPV transfor-mou-se em Curso de Comunicação e Pro-teção ao Voo (CCPV).

Em meio a este furor científico de estu-dos, pesquisas e formação de profissio-nais altamente especializados, o CCPV contou com o total apoio do ITA, no que se referia à área de ensino e à aplicação de teses de graduação e pós-graduação, entre outros.

Em 1972 o CCPV ampliou ainda mais seu campo de atuação e foi transforma-do em Centro de Atualização Técnica (CAT).

No ano de 1974, o ITA ainda forneceu suporte com o Projeto de Desenvolvi-mento das Nações Unidas (PNUD/OACI), ampliando os horizontes para a aviação civil internacional.

Foi em 1978 que o CAT galgou mais um patamar e passou à condição de Ins-tituto, sendo então denominado Institu-to de Proteção ao Voo (IPV).

Somente em 26 de agosto de 2004, com a aprovação da Estrutura Regimen-tal do Comando da Aeronáutica, o IPV, através do Decreto nº 5.196, teve seu nome alterado para Instituto de Contro-le do Espaço Aéreo (ICEA).

Este mesmo decreto delegou à unida-de, em paralelo à sua missão intrínseca de instituto de ensino, a responsabilida-de pela realização de estudos e projetos na área de controle de tráfego aéreo.

Reconhecido como Instituto Científico e Tecnológico do Comando da Aeronáu-tica, o ICEA fornece apoio às decisões do alto comando, baseando-as em consi-derações científicas.

Em 2009, o Instituto ultrapassou o limite de dois mil alunos matriculados em um ano e, até o presente momento, o ICEA se orgulha em ter formado mais de 21.700 alunos, dentre os quais mais de 1.200 são estrangeiros.

As atividades de pesquisa e ensino abrangem:

Tráfego Aéreo Informações Aeronáuticas Navegação Aérea Inspeção em Voo Busca e Salvamento Meteorologia Climatologia Aeronáutica Informática Telecomunicações Eletrônica

Um olhar para a terra na qual as raízes desta grande árvore se fincam

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O lado profissional passou a ser face predominante do ser humano que se es-força cada vez mais para cumprir a sua missão com eficiência e qualidade, nem que para isso consuma grande parte do seu tempo. Mais do que promover a so-brevivência, satisfação das necessidades básicas, o trabalho confere uma identi-dade social, permite ao trabalhador um papel ativo na sociedade. Dada a devida importância, empresas estão investindo em programas de integração e colocan-do em prática ações simples, mas que podem trazer grandes benefícios para a atuação de suas equipes.

O Departamento de Controle do Es-paço Aéreo (DECEA), através da Asses-soria de Comunicação Social (ASCOM), criou o projeto “Programa de Visitas”, reafirmando o seu compromisso com o presente e o futuro de seus integrantes e familiares.

De baixo custo e implantação razoa-velmente prática, o projeto é um aliado importante para ações de Comunicação Social numa organização que possui servidores em vários municípios brasilei-ros e, por isso, necessita de soluções fun-

Programa de Visitas: integração entre o DECEA, o servidor e a famíliaPor Denise Fontes

cionais para alcançar e integrar o efetivo.O objetivo do projeto é implementar

ações que otimizem o desempenho orga-nizacional e gerem melhoria da qualida-de de vida dos integrantes das Unidades, visando a excelência da organização.

O DECEA, ao implantar o programa, promove a socialização e o desenvolvi-mento psicossocial do servidor, além de

estimular o relacionamento entre os fa-miliares e os profissionais militares e civis de seu efetivo. A execução do “Programa de Visitas” é de responsabilidade das Orga-nizações Subordinadas ao DECEA, que tem como meta priorizar as especialida-des de todos os integrantes do efetivo, destacando o mesmo grau de importân-cia em todas as funções.

Atenções voltadas ao efetivo

CINDACTA IV abre as suas portas para receber as famílias dos servidores civis e militares

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A aplicação desse projeto busca, tam-bém, conhecer a realidade dos diferen-tes segmentos do efetivo, valorizando seu potencial e cuidando de seu bem-estar, promovendo a aproximação da família do militar ao seu ambiente de trabalho.

Transforma-se, assim, em um caminho viável para a participação, a mobilização e o apoio ao efetivo, trazendo como con-sequência, êxito no cumprimento da sua missão institucional.

Dia de visita familiar à organização:integração e comprometimentoUm dia de trabalho diferente. Dife-

rente para os servidores civis e milita-res, para seus familiares e para o am-biente corporativo. Esse dia é quando a organização coloca em prática o “Pro-grama de Visitas” - abrindo suas portas para que os filhos, pais e cônjuges de seus colaboradores possam conhecer

de perto o seu local de trabalho.Isso foi o que ocorreu no Terceiro Cen-

tro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), primeira Unidade a inserir o projeto, em 9 de se-tembro, no “Dia do Administrador”.

A importância das atividades da área administrativa para a organização foi res-saltada pelo Comandante do CINDACTA III, Coronel-Aviador João Batista Oliveira Xavier, que falou da sua satisfação em poder participar de um momento tão significativo para os profissionais da área administrativa: “Vocês são fundamentais para a execução dos nossos trabalhos no CINDACTA III e nos dez Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) su-bordinados. Possuem qualidades e valo-res que sobressaem na sociedade”.

No entanto, para que o projeto tenha êxito é fundamental o apoio dos líderes, incentivando as iniciativas e a participa-ção dos colaboradores.

“Um efetivo bem assistido trabalha melhor e com mais eficiência”, declara a Assistente Social do CINDACTA III, Mari-léa Bezerra, para quem a implantação de projetos voltados para as ações de apoio ao homem, torna-se uma grande estraté-gia para o próprio comando. Estratégia ratificada pelo Chefe da Divisão de Admi-nistração da Unidade, Coronel-Aviador Marcos da Silva Lauro, que – na palestra de abertura do Programa de Visitas para as Famílias – ressaltou a importância do evento por contribuir para uma maior interação do efetivo e o moti-var a ser parte integrante e fundamental da OM e, so-bretudo, valorizado como servidor.

Maior aproximaçãoNo Quarto Centro Integrado de De-

fesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) o “Programa de Visitas” foi motivo de orgulho entre os seus mais de 1.600 servidores militares e civis. O Co-mandante Interino da Unidade, Coronel-Aviador José Alves Candez Neto, muito empolgado com a realização do evento, declarou nas boas-vindas que o militar

passa a maior parte do tempo dentro da organização e que no Programa de Visitas, ao apresentar o ambiente de trabalho ao seu familiar, o efetivo per-mite uma aproximação que normal-mente eles não vivenciam no dia-a-dia. “O projeto estreita o contato da família com o ambiente de trabalho do militar, proporcionando uma experiência mara-vilhosa”.

A programação no CINDACTA IV teve início com formatura, hasteamento da bandeira e canto do hino nacional. A tropa desfilou ao som da Banda de Mú-sica da Base Aérea de Manaus.

Durante a visita à Unidade, as famílias entenderam a importância da missão dos militares e civis do CINDACTA IV, no controle do espaço aéreo, protegendo os céus da Amazônia e contribuindo para o engrandecimento da região.

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Nos DTCEAs, interatividadesCriado como iniciativa do Diretor-Ge-

ral do DECEA, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso, o programa abrange todos os Destacamentos espa-lhados por todo o território brasileiro.

Durante os meses de agosto, setem-bro e outubro, alguns Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) deram início ao projeto.

No DTCEA São Félix do Araguaia, os militares apresentaram palestras sobre a importância das atividades de Meteo-rologia e Eletricidade, enquanto a equi-pe multidisciplinar do Serviço de Apoio ao Homem do CINDACTA IV falou sobre Qualidade de Vida e Cuidados com a Saúde.

Em Fortaleza, a programação cons-

tou de uma formatura militar com a par-ticipação da Banda de Música da Base Aérea de Fortaleza, seguida de cerimô-nia no auditório, onde o Comandante do Destacamento, Major-Aviador Ronal-do Di Ciero Miranda, deu as boas-vindas aos visitantes.

Na sequência, os familiares assistiram a um vídeo sobre as especialidades de pro-teção em voo e participaram de uma visi-ta guiada pelos chefes dos setores, onde puderam conhecer as dependências da Unidade e, principalmente, as atividades que os militares desempenham em cada setor.

Iniciativas como essas também foram realizadas por outros Destacamentos, onde o programa foi coroado com su-cesso. Em Barra do Garças, mais de 100

familiares dos servidores militares partici-param da visita à Unidade, onde tiveram a oportunidade de conhecer a Casa de Força (KF), o Mural Fotográfico Histórico, o Radar de Rota e o Painel Multimídia.

Para traduzir a preocupação da orga-nização com a questão da responsabili-dade social, o Destacamento de São José dos Campos promoveu um momento de grande simbolismo. Os visitantes foram convidados a plantar mudas de Ipê, ama-relo e roxo, como uma forma de expressar o compromisso que devemos ter com a família, o trabalho e o Comando da Aero-náutica.

A iniciativa, no entanto, não termina por aí e já faz parte do calendário das outras organizações. E, para abraçar este projeto, diversos profissionais já se uni-

Visita guiada aos setores do ICA Visitantes conhecem o Centro Meteorológico de Vigilância do CINDACTA III

Visitantes recebem certificado de participação como forma de agradecimento no DTCEA-FortalezaFamiliares e efetivo se confraternizam no Destacamento Barra do Garças

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ram para realizar o “Programa de Visitas” em sua Unidade. É o caso do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), que reali-zou o evento no dia 21 de outubro.

Para o Diretor do Instituto, Coronel-Aviador André Luiz de Miranda Rebello, além de uma oportunidade de mostrar a todos os trabalhos que vem sendo execu-tados na organização, o evento mostrou que ações dessa natureza são de extrema importância: “Trata-se de uma oportuni-dade dos familiares conhecerem melhor a atividade do profissional do ICA. Toda Iniciativa voltada para o apoio ao homem proporciona maior interação entre o efe-tivo, o familiar e o ambiente de trabalho”.

Em seguida, os visitantes assistiram ao vídeo sobre as profissões militares da For-ça Aérea Brasileira, produzido pelo Centro

de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), onde puderam conhecer melhor as áreas responsáveis pela segu-rança do espaço aéreo brasileiro.

Para a Chefe da Divisão Administrativa e da Comunicação Social, Tenente-Coronel Mônica Saraiva Sá Couto, o programa en-volveu um conjunto de ações relaciona-das à qualidade do ambiente de trabalho, o sentido de equipe e a melhoria da au-toestima, além de medidas voltadas para a criação de laços entre a organização e as famílias dos colaboradores. “Considero muito importante a iniciativa de unir o efetivo e seus familiares para trocar expe-riências. Isso resulta em conhecimento e crescimento”.

Ao final da programação, os visitantes receberam um brinde da organização

como forma de agradecimento. Uma confraternização entre familiares e ser-vidores num almoço antecedeu a uma avaliação do evento pelos convidados. “Percebemos que o nível de satisfação foi bastante positivo, atingindo seu ob-jetivo de estreitar mais os laços do efeti-vo e seus familiares”, comemorou a Rela-ções Públicas do ICA, Cristina Gonçalves da Silva.

O resultado nos mostra que melhorar a qualidade de vida é primordial e a pre-venção é a base do trabalho. Portanto, o “Programa de Visitas” é uma oportunida-de de aprendizagem para a realização de um trabalho pautado em qualidade e excelência, que vê no elemento humano a base de sustentação de toda a missão desenvolvida pela Unidade.

Visitantes conhecem o Centro Meteorológico de Vigilância do CINDACTA III Familiares plantam mudas de Ipê no DTCEA-São José dos Campos, selando um compromisso

Visitantes recebem certificado de participação como forma de agradecimento no DTCEA-Fortaleza Visita dos familiares aos setores de trabalho do DTCEA São Félix do Araguaia

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Primeiro Encontro das Unidades de Informação apresenta o Projeto REUNI no ICEA Por Telma PenteadoFotos: Acácio (ICEA) e Telma Penteado

REDE DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO

I ENCONTRO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO DO SISCEAB

Se há um objetivo comum que se relaciona ao gerencia-mento da informação, há aí o interesse e a atuação da Divisão de Documentação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DDOC/DECEA), através do desenvolvimento e da implantação do Projeto REUNI

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Coronel R1 Jailton apresenta balanço da

pesquisa sobre as Bibliotecas do SISCEAB

Como foco central das ações tomadas, está a busca por racionalidade das roti-nas de trabalho; organização, ampliação e recuperação dos acervos; otimização do compartilhamento dos recursos entre to-das as Unidades de Informação do Siste-ma de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

Desta forma, constando-se a falta de uma metodologia comum no compartilha-mento de recursos e serviços, foi realizado nas dependências do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), no período de 14 a 16 de setembro, o Primeiro Encontro das Unidades de Informação do SISCEAB.

Segundo os coordenadores do evento, a proposta do Projeto REUNI é integrar as Unidades de Informação do SISCEAB numa Rede Corporativa com acesso pela Intra-net, oferecendo, além da troca de dados e recursos, um tratamento padronizado e sistêmico de toda gestão documental.

Todo este processo será possível com a utilização do software de gestão de biblio-tecas SophiA, adquirido pelo DECEA da empresa Prima Informática.

Na abertura do evento, o Diretor do ICEA, Coronel-Aviador Ricardo Barion, ressaltou que reunir conhecimentos e informações dentro de bibliotecas especializadas e den-tro de um evento como o REUNI, era um marco.

Para Barion, lidar com informação e, por consequência, lidar com o conhecimento, traz de imediato uma enorme responsa-bilidade e que todo o conteúdo gerado e transmitido será compartilhado por um número infindo de pessoas em todos os lugares do Brasil e do mundo. “As pessoas e as organizações dependem das nossas bibliotecas especializadas. Nosso trabalho nesta área é enorme e de suma importân-cia”, declarou.

Na sequência, o Chefe da DDOC/DECEA, Coronel-Intendente R1 Jailton Porto de Faria, ressaltou a importância do Encon-tro: “Esta é uma oportunidade única de tratar da informação. A área de geren-ciamento da informação necessita de encontros como este. Gerar conhe-cimento é nosso objetivo maior e, como sabemos, conhecimento e in-

formação não têm preço”, definiu.Após a abertura oficial da REUNI, acon-

teceu a inauguração da nova Biblioteca do ICEA, que disponibiliza livros e publicações técnicas, além de estações de computador com acesso à internet.

Abrindo o ciclo de palestras do Encontro, a Professora Doutora Regina Célia Baptista Belluzzo, que possui larga experiência na área de Ciência da Informação e em Ciên-cias da Comunicação, com ênfase em Ges-tão do Conhecimento - fez o público com-preender que está inserido em contextos que conhece profundamente e, muitas ve-zes, que desconhece quase que por com-pleto. Esta contextualização tem relação direta entre tecnologia e sociedade.

Hoje, como bem mostrou Regina, infor-mação e conhecimento são bens de valor. São mercadorias que se trocam, se vendem e se consomem.

“Informação não é um mero recurso e passou a ser uma mercadoria de valor por muitas vezes inestimável. E replicar in-formação vai muito além da aplicação do recurso ctrl-c/ctrl-v” – afirmou Regina. Há que se adequar o conteúdo ao interlocutor e, ainda, ao meio.

A tecnologia e as redes digitais de comu-nicação visam o aprimoramento das pesso-as através das suas características de multi-disciplinaridade, flexibilidade, velocidade, precisão e pontualidade da informação.

A segunda palestra ficou a cargo da Pro-fessora Doutora Cibele Araujo Marques dos Santos, que teve a profissão do Bibliotecá-rio como tema.

Após apresentar um breve histórico da evolução desta profissão e considerando que todo e qualquer documento é uma fonte de conhecimento, Cibele fez uma relação de procedimentos e ferramentas usadas para trabalhar a informação.

Ela citou o MARC (Machine Readable Cataloging, que em português significa Catalogação Legível por Máquina), um programa que promove a comunicação de registros bibliográficos sem que ocorra a repetição de dados.

O adequado registro da informação deve ser realizado com a elaboração de produ-tos como, por exemplo, lista de assuntos,

Segundo os coordenadores do evento, a proposta do Projeto REUNI é integrar as Unidades de Informação do SISCEAB numa Rede Corporativa com acesso pela Intranet

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fichas, pesquisas on line, entre outros.Outro formato de padronização é rea-

lizado pelo programa Dublion Core, que organiza a informação para sua possível recuperação na internet, que é o seu foco principal. E ressalta-se que esta recupe-ração da informação deve ser confiável e rápida.

Em um próximo tópico, Cibele ques-tionou de que forma organizamos a in-formação. E, respondendo a ele, a profes-sora citou a utilização dos metadados e a inclusão dos marcadores temáticos, da indexação de assuntos e da organização e hierarquização destas informações.

Cibele registrou em sua apresentação a Normalização que os profissionais que tra-balham nas Unidades de Informação ne-cessitam conhecer: a ANSI/NISO Z39.19.

A aplicação de normas em bases de da-dos, bibliotecas digitais, portais corporati-vos abarca também a normalização de for-matos, a padronização relativa de semân-tica e sintaxe dos dados disponibilizados e a política de tratamento da informação no sistema.

Encerrando o ciclo de palestras do pri-meiro dia do Encontro, a Professora Dou-tora Valéria Valls dissertou sobre a diferen-ciação entre os tipos de informação.

De acordo com Valéria, que é Coorde-nadora do curso de Biblioteconomia e Ci-ência da Informação da FABCI/FESP-SP, “é preciso separar o joio do trigo”.

Dentro de sua apresentação ela mos-trou o que é o tratamento técnico da infor-mação e o que é a Gestão da Informação.

“Todos nós vivemos com uma quanti-dade excessiva de informação, que não conseguimos digerir em sua totalidade”. E estas informações são acessadas de infin-das maneiras em diferentes espaços – se-jam eles físicos ou virtuais – e em diversos suportes e formatos, desde livros, maté-rias, teses, tweets, entre outros.

Mais adiante, Valéria falou sobre a ques-tão da recuperação da informação. E para que a recuperação seja possível, há que se fazer uma consistente Gestão da Informa-ção. Trata-se de um processo que consiste basicamente “nas atividades de obtenção, processamento e disseminação da infor-

mação independentemente do formato ou meio em que esta se encontre”.

A Gestão se presta a permitir que possa-mos dispor dos dados que desejamos na exata hora que precisamos tomar nossas decisões.

Quanto às atividades da Gestão da Infor-mação, a Professora disse que as mesmas devem ser realizadas por profissionais es-pecializados (bibliotecários e arquivistas), que entendem a natureza da informação e suas características especificas.

Existem normas técnicas, protocolos, códigos e vários outros documentos que padronizam o tratamento técnico da infor-mação. “O que para um leigo pode parecer burocracia, é, na verdade, um grande aliado para a organização e futura recuperação da informação”, declarou.

Valéria lembrou, ainda, que o “meio de comunicação não é a mensagem em si, embora possa influenciá-la fortemente”. E isso é muito relevante na relação entre a Gestão da Informação e as Tecnologias da Informação.

Por fim, ela ressaltou a personalização da informação para atender o interesse espe-cífico de cada usuário. “No fluxo de distri-buição de informação, nem todo mundo tem que receber tudo”.

No segundo dia do Encontro, a parte da ma-nhã foi dedicada à apresentação do software

SophiA Biblioteca. Palestrando sobre o programa estiveram presentes o Diretor e Fundador da empresa Prima Informática, responsável pelo desenvolvimento do software, Eduardo Voigt e pela represen-tante da empresa, Liliana Giusti Serra.

A empresa Prima foi fundada por profissionais do Instituto Tecnológi-co de Aeronáutica (ITA) e da Universida-de Estadual de Campinas (UNICAMP), e possui 13 anos de experiência e mais de 600 instituições clientes.

Dentre estes clientes, Eduardo citou al-guns dos mais importantes clientes para que os participantes pudessem atestar a credibilidade da Prima. Entre eles estão a Academia Brasileira de Letras, a UNICAMP, a Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), a Universidade Federal de Goiás (UFG), a Universidade de Guarulhos (UnG), o ITA, o Instituto Nacional de Pesquisas Es-

Coronel Barion e Coronel R1 Jailton realizam a inauguração da Biblioteca do ICEA

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paciais (INPE), o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o Banco Central e o Tribunal de Justiça.

Ainda de acordo com o Diretor, anu-almente técnicos da Prima se reúnem com seus usuários para debater sobre o software SophiA, com o objetivo de co-letar dados e demandas para possíveis atualizações do programa. “Em 2009 o encontro contou com a participação de 220 profissionais”, contou ele.

Também foi informado que a empresa conta com uma equipe de 14 técnicos especializados no SophiA Biblioteca, que atenderão nossas futuras demandas.

De acordo com Eduardo, “mais espe-cificamente com relação ao software, a empresa desenvolve customizações que irão facilitar a interface dos usuários das Unidades de Informação do SISCEAB ao realizarem suas buscas no sistema”.

A lógica do sistema de Gestão de Biblio-teca compreende a circulação de produ-tos, o controle de atrasos, as cartas de co-brança e o efetivo controle de periódicos.

No ambiente do SISCEAB, os clientes do SophiA Biblioteca são o DECEA; o ICEA; os quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA); dentro do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCTA), o ITA, o Instituto de Estudos Avançados (IEAv), o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE); e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (CENIPA).

Num contexto amplo, a rede será composta por Unidades de Informa-ção descentralizadas usando o Banco de Dados como se este fosse único.

Na sequência da apresentação da em-presa Prima e seu software SophiA Biblio-teca, a palavra foi passada para a Gerente de Sistemas de Informação, Liliana Giusti Serra.

Abrindo suas considerações, Liliana re-sumiu o objetivo do programa, que é um software modular que gerencia acervos. O SophiA, como ela apresentou, possui as versões básica, intermediária e avançada, e a escolha de uma versão específica “de-pende do volume do acervo da organiza-

ção com o qual se deseja trabalhar”.“É possível fazer uma configuração de

acordo com o tamanho da instituição que irá usar o programa”, prossegue Liliana. “O SophiA permite a gestão de acervos bibliográficos com a maior variedade pos-sível de suportes. Não se limita a livros e revistas. Trata-se de recortes de jornal, li-vro eletrônico, arquivos de áudio e vídeo, entre outros”.

“A biblioteca digital é hoje um proces-so irreversível”, comenta Liliana. E, diante desta realidade, os dados passam a ser dis-ponibilizados tanto na internet quanto na intranet, conforme seja o desejo de cada organização.

O conceito de multibibliotecas – uma instituição com várias bibliotecas estan-ques trabalhando em rede – é hoje uma realidade muito próxima ao SISCEAB. E nesta conjuntura, o SophiA Biblioteca ofe-rece uma série de recursos e ferramentas que atendem esta realidade que, como disse a palestrante, será de grande valia nos trabalhos aqui realizados.

Outras facilidades que Liliana mencio-nou são o autoatendimento e a disponibi-lização de chaves de escaninhos e armá-rios para os usuários.

Quanto às possibilidades de cadastro de usuários, foi esclarecido que cada uma será realizada de acordo com os níveis de informação: monográfico (livros, periódi-cos, vídeos) e analítico: (capítulo, artigos, recortes).

A catalogação de materiais não biblio-gráficos (ex.: mapas, músicas, vídeos e ima-gens) também possui espaço no banco de dados com suas devidas classificações.

O programa, como foi mostrado, rela-ciona os metadados (que são dados sobre um determinado dado – ex.: se o dado é um livro, os metadados são o nome do autor, o ano de sua publicação, a editora...) com arquivos em diversos formatos (como doc, pdf, wma, mp3, jpg, html).

Concluindo, Liliana resumiu a apresenta-ção dizendo que o SophiA “é um software de Gestão de Acervos Bibliográficos que permite a manutenção de rotinas de bi-bliotecas e centros de informação, o con-trole de circulação e de usuários, tendo

Participantes da REUNI chegam ao Encontro

Marilda Quinsan fala sobre o software SophiA nas bibliotecas do ITA

Adriana Rosa fala sobre a migração

para o software SophiA Biblioteca

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este aderência aos principais padrões in-ternacionais de descrição bibliográficas e intercâmbio de registros”.

Para falar do uso do Sistema de Informa-ção da Rede de Bibliotecas do DCTA, foi chamada a Chefe da Seção de Processos Técnicos do ITA, Marilda Leite Quinsan.

A rede de bibliotecas do DCTA consis-te em onze unidades sediadas em cinco institutos: ITA, Grupo Especial de Ensaios em Voo (GEEV), Instituto de Estudos Avançados (IEAv), Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).

“O desejo de ter um sistema integral-mente nacional sempre foi uma meta. Pa-gamento, interface, manutenção... tudo é melhor. Ninguém quer um sistema ob-soleto em relação à tecnologia”, declarou Marilda.

No caso da rede de bibliotecas do DCTA, o processo de migração para o SophiA foi realizado com grande cautela, uma vez que um erro nos dados impli-caria em migrá-los com o tal erro para o novo sistema.

Um exemplo da complexidade da mi-gração dos dados citado por Marilda foi o campo de notas – de 1 para “n”. “Antes, tudo era catalogado num único campo. Sabíamos que este campo seria neces-sariamente desmembrado em uma série grande de campos.

Com o SophiA, foi possível definir a si-tuação dos registros (o que disponibilizar e o que não disponibilizar), os campos ex-clusivos (localização, tombo) e a carga de tabelas (alimentação das tabelas), entre outros.

Resultados da migraçãopara o SophiA Biblioteca:

- melhor relacionamento com os usuários;

- maior interação e colaboração entre as bibliotecas;

- possibilidade de aceitar novas atividades;- possibilidade de troca de informação

com institutos congêneres;- maior satisfação dos usuários.

Sistema, tendo o DECEA por órgão centralizador. “Num segundo momen-to, desejamos que a REUNI possa estar integrada com outras bibliotecas”, co-menta Adriana.

Logo após sua apresentação, teve início o trabalho de grupo dos partici-pantes, que foram divididos em duas salas para tratar de questões relativas à migração para o software SophiA Bi-blioteca.

Na tarde do dia 16 de setembro, foi realizado o encerramento do I Encontro das Unidades de Informação.

Em suas considerações finais, o Coro-nel Jailton agradeceu ao Diretor Interi-no do ICEA pela acolhida e pelo incenti-vo para a realização do evento.

Em seguida, o Coronel Barion agrade-ceu a todos pela escolha do ICEA para sediar o primeiro encontro do grupo. “O ICEA se sente honrado em acolher um evento da importância do REUNI. Tenho certeza que o ponto forte, o fator mais importe é a motivação de todos para trabalhar em seus projetos, na estrutu-ração de suas bibliotecas”, concluiu.

Ministrando a última palestra do se-gundo dia, Deise Maria Bentes Barbosa, Chefe da Seção de Automação da Divisão de Documentação e Informação do ITA, apresentou o funcionamento do Sistema de Informação.

O modelo possui três camadas, sendo elas, respectivamente, apresentação, ne-gócios e dados. De acordo com Deise, o usuário interage apenas com a apresen-tação. Após apresentar dados técnicos sobre o software SophiA biblioteca, Dei-se se pôs à disposição para responder às perguntas dos participantes.

Com o intuito de padronizar o conhe-cimento acerca do novo programa de gerenciamento de Bibliotecas, uma das coordenadoras do Encontro, Adriana da Silva Rosa, apresentou a estrutura geral da REUNI do SISCEAB.

Segundo Adriana, o Comitê Gestor é formado por bibliotecários e por profis-sionais de Tecnologia da Informação (TI). Já o Comitê Técnico é formado por milita-res e civis do DECEA. O Conjunto de Bases é uma única base de dados a ser usada por todas as Organizações Militares do

O Chefe da DDOC/DECEA apresentou um balanço da conjuntura das bibliote-cas das Unidades de Informação presen-tes ao evento.

No quesito de Recursos Humanos, foi levantado que a graduação dos respon-sáveis pelas Bibliotecas é de 50% de Bi-bliotecários, 20% da área Administrativa e 30% de outras formações.

Cerca de 90% das OM possuem docu-mentos de regulamentação em seus Re-gimentos Internos e 80% possuem NPA.

Foi levantado, ainda, que para o trata-mento do acervo, que está 70% atualiza-do, apenas 30% das unidades usam um sistema padrão de classificação. Dentre as bibliotecas, 50% possuem base de

dados. Ao final, o Coronel Jailton pôde detectar uma deficiência de pessoal es-pecializado e que não existe uma uni-formidade e um padrão no tratamento técnico do acervo.

Mais de 20% das Unidades de Informa-ção têm documentos semelhantes a de outras unidades, embora não haja inter-câmbio de informação.

Para ele, a migração para o SophiA irá atender estas demandas, elevando o pa-drão de qualidade do serviço prestado.

“A atividade dos bibliotecários, assim como a dos arquivistas, deve ganhar vi-sibilidade”. Trata-se do reconhecimento destes profissionais tão valorosos para o Sistema.

Conjuntura das Bibliotecas das Unidades de Informação do SISCEAB

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Programa Segundo Tempo Forças no Esporte

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Núcleo CINDACTA III JovemPor Daisy MeirelesFotos: Luiz Eduardo Perez

Desenvolvido nas organizações militares da Força Aérea Brasileira, do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil, por meio de parceria entre os Ministérios da Defesa, do Esporte e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - o “Programa Segundo Tempo - Forças no Esporte” tem como objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte, promovendo o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social.

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contrapartida a disponibilização dos alunos das escolas citadas, o transporte dos participantes no percurso escola/CINDACTA III/escola, o reforço alimentar - previsto no Programa -, e os estagiários graduandos do curso de Educação Física, para desenvolverem as atividades espor-tivas junto aos integrantes do programa na Praça de Esportes do CINDACTA III.

Os resultados esperados com a execu-ção do projeto estão voltados para des-pertar nos participantes o interesse pela atividade esportiva; o resgate dos valo-res familiares, sociais e cívicos; a melho-ria da disciplina e do rendimento escolar e, ainda, o despertar para a cidadania e para a importância da oportunidade que estão tendo de galgarem um futuro mais digno e promissor. Isto porque, estarão longe dos riscos que envolvem a convi-vência na comunidade onde residem, ca-racterizada como área de altos índices de criminalidade e violência.

A aproximação com a sociedade civil, através das parcerias firmadas, e o acesso aos órgãos que integram a rede de pro-teção à criança e juventude do Estado de Pernambuco, também são pontos im-

portantes para o CINDACTA III, uma vez que trazem visibilidade para a Organiza-ção e propiciam a troca de experiências e conhecimento da importante missão de-senvolvida na Organização Militar para a sociedade brasileira e para a economia do País, resgatando o papel das Forças na preservação e garantia dos valores cívicos e patrióticos, da cultura e da se-gurança da nação brasileira.

A cerimônia de lançamentoNo dia 17 de setembro, foi lançado o

Programa Segundo Tempo - Forças no Esporte no CINDACTA III, numa cerimô-nia cívico-militar, cujo coordenador é o Coronel-Aviador Marcos da Silva Lauro, Chefe da Divisão Administrativa da Uni-dade.

Durante a cerimônia, representantes de Organizações Militares do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira – participantes do “For-ças no Esporte” – estiveram presentes, reforçando o testemunho de Programas que podem dar certo dentro da estrutu-ra militar para mudar o curso da vida de crianças e adolescentes que vivem em situação de risco social nas comunidades circunvizinhas a essas Organizações.

No dia anterior, esses representantes participaram da Primeira Reunião de Coordenadores do Programa Segundo Tempo – Forças no Esporte na Região Nordeste, realizada no Comando Militar do Nordeste (CMN), unidade do Exército Brasileiro sediada em Recife, que teve como objetivo a apresentação das expe-riências que vêm dando certo nas diver-sas organizações militares das três forças espalhadas pelo Brasil.

Representantes da área educacional do Estado, representante da Faculda-de Maurício de Massau, diretoras das escolas parceiras, pais, mães, alunos, educadores, estagiários, professores, vo-luntários, militares e civis do CINDACTA III – todos os envolvidos no Programa es-tiveram presentes a solenidade de aber-tura, assim como a marinheira e jogadora da seleção brasileira de futebol feminino Andréa dos Santos, a famosa “Maicon”,

José Roberto Faiolo da Silva, Major Especialista em Comunicações, é o Comandante do DTCEA-PS

O Terceiro Centro Integrado de De-fesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), comandado pelo Coro-nel-Aviador João Batista de Oliveira Xa-vier, é a primeira organização do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), a oitava do Comando da Aero-náutica (COMAER) e a primeira da Guar-nição de Aeronáutica de Recife a aderir ao Programa, com a visão estratégica de atingir o nível de excelência no segmen-to do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro e na defesa da Pátria, abrindo suas por-tas e ampliando sua ação para integrar programas de responsabilidade social e inclusão social voltados à população carente da área de sua circunvizinhança, como é o caso do bairro do Jordão Baixo, onde fica situada a sua sede.

Nesta ação, o CINDACTA III atende 100 crianças e adolescentes, na faixa etária de 12 a 14 anos, no contraturno escolar, de duas escolas da rede estadual de ensino do Estado de Pernambuco: Roberto Sil-veira e Maria Rita Lessa. Parcerias foram firmadas com a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco: e a Faculda-de Maurício de Nassau, que trazem como

Coronel Xavier: total envolvimento do CINDACTA III com o Programa

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e a Segundo Sargento Karla – do efeti-vo da Divisão Técnica do CINDACTA III e campeã mundial militar de futebol femi-nino nos Estados Unidos da América, que foram as estrelas do esporte presentes à cerimônia.

Andréa acendeu a pira olímpica, simbolizando a chama que permane-cerá acesa na alma e no espírito de todas as crianças e adolescentes que integram o Programa Forças no Espor-te no CINDACTA III.

Na formatura, junto à tropa mili-tar, estava o pelotão “CINDACTA III Jovem”, entoando o Hino Nacional Brasileiro com a mão no peito, em reverência à Pátria.

Finalizando a cerimônia, o Coronel Xavier, conclamou aos futuros atletas o grito de guerra:

- CINDACTA III jovem!E eles responderam:- Esperança... Brasil!Após a cerimônia, todos se confraterni-

zaram na praça de esportes, conhecendo de perto os locais que farão parte da vida esportiva dessas crianças e adolescentes por toda a vigência do Programa.

Como funciona o Programa Além do coordenador, mais 24 vo-

luntários – militares e civis do efetivo – apoiam o programa nas atividades fi-nanceiras, administrativas, esportivas, cí-vicas, culturais, reforço escolar e reforço alimentar.

As modalidades esportivas que estão no programa são futebol society, volei-bol de quadra, voleibol de areia, judô, atletismo e xadrez.

Os alunos já iniciaram a prática despor-tiva, acompanhados pelos voluntários e estagiários de Educação Física da Facul-dade Maurício de Nassau e as instruções ocorrem todas as segundas, quartas e sextas-feiras, no período da manhã.

“Além das atividades desportivas, o projeto trabalha o processo de apren-dizagem, por meio do reforço escolar, contribuindo, assim, para a melhoria das

avaliações didáticas e diminuição da evasão escolar” – declarou o Co-

ronel Lauro.Segundo a assistente social

Mariléa Bezerra, o Programa traz a garantia de direitos so-

ciais e abre novas perspectivas para os participantes quando in-

centiva a prática esportiva, contribuindo para a efetivação da cidadania e para o processo socioeducativo. Promove, tam-bém, o desenvolvimento psicossocial e as habilidades cognitivas, trabalhando ações de civismo, disciplinas e ética. “Espera-mos, com essas ações, trazer melhores perspectivas para a vida desses jovens” – complementa Mariléa.

Outras atividades que fazem parte do programa no CINDACTA III são o reforço alimentar, com duas refeições diárias (café da manhã e almoço); ações socioeducati-vas e culturais, que são aplicadas através de palestras, filmes, passeios culturais e atividades lúdicas.

Há, ainda, a preocupação com a pre-servação da saúde. Para isso, estão sendo realizadas avaliações da saúde geral e bucal, por médico e dentista na própria Unidade.

As crianças cumprem um cronograma

A equipe do CINDACTA III

Cap Marcelo - apoio financeiroTen Natália Sales - apoio geralTen Daliana - apoio jurídicoTen Melo - reforço escolarTen Aline - apoio administrativoSO Elias - orientação e apoio às atividades esportivasSO Cabral - civismoSO Jorge Luiz - atletismoSO Osvir - apoio jurídicoSO Azevedo - coordenação e apoio às atividades esportivas1S Albuquerque - apoio disciplinar2S Wilma - apoio ao atletismo2S Samory - apoio ao futebol2S Raposo - apoio ao voleibol e reforço escolar2S Karla - apoio ao futebol2S Passos - apoio ao judô2S Veloso - apoio administrativo2S Vandeilson - apoio geralCv Mariléa - atividades socioeducativas culturaisCv Atila - apoio jurídicoS2 Alexandre Silva - apoio geralS2 P. Souza - apoio geralS2 Humberto - apoio geralS2 Salomão - apoio geral

A marinheira Andréa acende a pira olímpica, simbolizando a chama que permanecerá acesa em todos os participantes do Programa

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de atividades. São deslocados das esco-las para o CINDACTA III, em ônibus for-necido pela Secretaria de Educação do Estado, sendo recebidos com um café da manhã. Em seguida, têm aula de civismo por meia hora e depois começam a práti-ca de esporte nas quadras.

Às sextas-feiras há palestras educati-vas, passeios culturais e reforço escolar. E, antes de retornarem à escola, é servi-do um lanche para que os integrantes aguardem o almoço que é servido na própria escola.

As expectativasCidadania e não política. É o que está

no coração dos educadores desses jo-vens.

Cristiane Queirós – vice-diretora da escola Roberto Silveira - diz que a maior expectativa que tem do projeto é a base disciplinar. “Quero que eles cresçam intelectualmente e com o apoio dos militares”.

Para a educadora Jucirema Martins de Souza, da escola Maria Rita Lessa, esses

jovens não têm culpa do que vivem no dia a dia. “Desejo que o Programa recu-pere essas crianças e que elas saibam aproveitar a oportunidade para melho-rar o comportamento. Quero que eles aprendam a ter disciplina e que enten-dam que é esse o caminho e o alicerce para alcançar sucesso na vida”.

Jucirema contou que, dias antes do lançamento do Programa, quando os alu-nos receberam os uniformes e calçados, ficou muito emocionada. “Um dos alunos saiu correndo, gritando que aquele seria o sapato do Natal”.

Oportunidade e não caridade. É o que pais e mães almejam para seus filhos.

Ronaldo Joaquim dos Santos, pai de An-derson (14 anos), diz que já sente diferença no comportamento do filho. “Ele não quer mais faltar às aulas na escola. Percebo que agora ele tem interesse em mudar de vida”.

A mãe da aluna Geisiane (14 anos), Mar-lene Leandro do Nascimento, espera que a filha se entusiasme com o Projeto e consi-ga realizar o sonho da sua vida, que é ser judoca.

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Rosa Maria Teodoroa de Barros, mãe de Talita (14 anos), conta que a filha sempre teve interesse por esportes. Entretanto, sua condição financeira não permitia proporcionar a atividade para a filha. “Ela também queria muito conhecer a vida mi-litar, e agora tem oportunidade”.

A aluna Gisele da Silva Coelho, 13 anos, está na 6ª série e quer ser jogadora de vô-lei. Para ela, iniciar e praticar o esporte é a realização de um sonho, mas confessa que o reforço escolar é importantíssimo no momento. “Por isso estou no Progra-ma, preciso recuperar minhas notas”.

Erick Filipe da Silva, com a mesma idade e cursando a mesma série, diz que ser jogador de futebol é a sua meta, quer ser meia-direita. “Tenho três irmãos e só eu estou inserido no Pro-grama Forças no Esporte. Quero apro-veitar essa oportunidade para realizar meu sonho”.

“Quero aprender a jogar futebol e vô-lei. E aqui no CINDACTA III eu vou con-seguir”, diz Raissa Carolina, 13 anos, 6ª série, confiante.

Programa Forças no Esporte - Núcleo CINDACTA III Jovem

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Como participar

O Programa Forças no Esporte teve início em 2003 e integra o

Programa Segundo Tempo do Governo Federal. É desenvolvido

nas Forças Armadas e vem evoluindo a cada ano com a adesão

de várias Organizações militares. Na Aeronáutica já são oito as

Unidades participantes. A Comissão Desportiva da Aeronáutica

(CDA) foi pioneira e, com a entrada do CINDACTA III no Progra-

ma, a Força Aérea Brasileira hoje soma atendimento a duas mil

crianças e adolescentes em todo o Brasil.

Além da CDA e do CINDACTA III, outras OM do Comando da

Aeronáutica participantes são: as Bases Aéreas de Natal (BANT),

de Florianópolis (BAFL) e de Anápolis (BAAN); o Batalhão de Infan-

taria de Aeronáutica Especial de Belém (BINFAE-BE); o Quinto Co-

mando Aéreo Regional (COMAR V) e o Grupamento de Apoio

do Rio de Janeiro (GAP-RJ).

As organizações militares da Aeronáutica interessadas em

participar do Programa podem entrar em contato com a Co-

missão Desportiva da Aeronáutica. As unidades serão aprova-

das por um comitê e funcionarão, prioritariamente, junto às

comunidades carentes mais próximas. As Forças participam

coordenando as atividades e cedendo a infraestrutura física e

de pessoal. Os recursos financeiros, para aquisição de material,

alimentação, contratação de profissionais, transporte e outros

são descentralizados pelo Ministério do Esporte e Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Rinalda Gonçalo da Silva, 13 anos – 7ª série – declarou que quer ser militar e aprender a jogar futebol e vôlei. “Moro com minha avó, meu pai e mais dois (dos quatro) irmãos. Sou a mais nova. Sempre quis saber como é a vida militar e estou gostando muito de participar das ativi-dades esportivas”.

A Sargento Karla, que apoia os alunos na atividade de fubebol, acredita que o Programa está sendo muito importante para o crescimento, o desenvolvimento e a formação desses adolescentes como ci-dadãos. “Estamos oferecendo um futuro promissor através do esporte e com cer-teza vamos gerar bons frutos num futuro próximo” – finaliza a militar esportista.

As declarações citadas acima compro-vam que a sociedade civil precisa conhe-cer o trabalho social das Forças Armadas e que os resultados do Programa Forças no Esporte vão resgatar valores familia-res, sociais e cívicos; trazer melhoria da disciplina; despertar para a cidadania e aumentar a qualidade de vida para os jo-vens participantes.

O pelotão CINDACTA III Jovem entoa o Hino Nacional

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