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DTCEA - PICO DO COUTO 35 ANOS N O T Í CI A S - A n o 5 - n º 4 1 espaço aero

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35 anos do Pico do Couto,

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Page 1: Aeroespaço 41

DTCEA - PiCo Do CouTo 35 ANoS

NO

T ÍC I A S - A n o 5 - n º4 1

esp

açoaero

Page 2: Aeroespaço 41

Informativo do Depar tamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Ten Brig Ar Ramon Borges CardosoAssessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1Redação:Daisy Meireles (RJ 21523-JP)Telma Penteado (RJ 22794-JP)Daniel Marinho (MTB 25768-RJ)Denise Fontes (DRT 043035/2003/70)Diagramação e ilustrações:Aline da Silva PreteFotos: Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

& Fábio Maciel

Contatos:

Home page: www.decea.gov.br

Intraer: www.decea.intraer

[email protected]

Endereço: Av. General Justo, 160

Centro - CEP 20021-130

Rio de Janeiro/RJ

Telefone: (21) 2101-6637

Fax: (21) 2262-1691

Editado em ABRIL/2010

Fotolitos & Impressão: Ingrafoto

Índice

Artigo

Reportagem

Reportagem Artigo

Quem é? Reportagem

Nossa capa Expediente

Tudo foi planejado, como sempre!

Congonhas terá ILS mais moderno e com tecnologia de ponta

DTCEA Pico do Couto: 35 anos de continuada operacionalidade

Primeiro Painel AIM-BRGerenciamento da Informação Aeronáutica no Brasil

Após 35 de atividades e tantas histórias vividas, o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Pico do Couto cumpre sua missão através de 88 pessoas que diuturnamente enfrentam o rigor meteorológico das temperaturas próximas de 0º C, ventos com fortes rajadas de 100 km/h, elevados índices de umidade que comumente beiram aos 100%, homens de raça, comprometidos com as operações mesmo diante das intempéries e dificuldades.

4

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2216

A Tecnologia invisível

Cap CTA Jerônimo Inácio

Page 3: Aeroespaço 41

História, planejamento com projeção futura são

os temas relevantes e de destaques inseridos nesta

edição da Aeroespaço.

Os 35 anos do DTCEA Pico do Couto revelam

o valor dos que fizeram e fazem a história do

destacamento em Petrópolis - RJ, enquanto a

tecnologia empregada pelo DTCEATM - RJ e um

novo ILS para Congonhas, além da atualização do

serviço de tráfego aéreo para o voo VFR de aviões

e helicópteros em São Paulo são os assuntos que

revelam que a atuação do SRPV-SP tem sempre o

pensamento no futuro.

“Tudo foi planejado, como sempre!” - artigo

assinado por Carlos Herédia - mostra a dedicação

diuturna do SRPV-SP aos objetivos propostos no

Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro

(SISCEAB) na área do tráfego dos helicópteros em

São Paulo, revelando que o que se realiza, agora

na cidade, tem a destinação inequívoca de ser o

modelo a ser seguido pela totalidade do País.

Um outro artigo sobre as atividades na área

de manutenção e gerenciamento de rede,

desenvolvidas pelo DTCEATM-RJ, nos mostra que

o referido destacamento é sinônimo de segurança,

dentro de um ambiente ordenado e confiável.

O Primeiro Painel AIM-BR - Gerenciamento da

Informação Aeronáutica no Brasil revela que o DECEA

está pronto para atender às novas demandas que o

AIS deverá evoluir para prover um serviço coordenado e

harmonizado, fornecendo informações atualizadas com

qualidade assegurada para todas as fases do voo.

Envolvida na instalação do novo ILS de

Congonhas, a equipe da CISCEA iniciou o trabalho

com a intenção de interferir o mínimo possível no

cotidiano de operações do segundo aeroporto mais

movimentado do País, atuando no menor tempo

possível.

Na seção "Quem é?" apresentamos a história de

vida e profissional do capitão Jerônimo Inácio, hoje

chefe do ACC BS. Estes e outros temas apresentados

nesta edição são extremamente reveladores do

comprometimento do efetivo e da dedicação

recompensadora pelos resultados apresentados

pelo DECEA e por suas OM subordinadas.

Não deixem de acessar – também – a intraer do

DECEA, pois nem todas as ações conseguimos

inserir na revista Aeroespaço. Uma boa leitura a

todos!

Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges CardosoDiretor-Geral do DECEA

Editorial

Page 4: Aeroespaço 41

4 AERoESPAÇo

Reportagem Especial

Atualização do serviço de tráfego aéreopara o voo VFR de aviões e helicópteros

Por Carlos HerediaO autor é consultor ATS – Divisão de Operações - SRPV-SP

Tudo foi planejado, como sempre!

Artigo

Page 5: Aeroespaço 41

5AERoESPAÇo

Há pouco mais de um ano, o Ser-

viço Regional de Proteção ao Voo de

São Paulo (SRPV-SP) identificou a ne-

cessidade de replanejar o atendimen-

to ao tráfego de aviões e helicópteros

que voam de acordo com as Regras

do Voo Visual (VFR - do inglês Visual

Flight Rules) na região da Grande São

Paulo. A área é identificada tecnica-

mente como Zona de Tráfego de São

Paulo (CTR-SP).

Os objetivos do trabalho desen-

volvido a esse respeito pretendem

compatibilizar as normas em vigor

com os serviços realmente prestados;

racionalizar os esforços do controla-

dor de tráfego aéreo (ATCO) em fun-

ção dos meios disponíveis e, ainda,

atender à solicitação do usuário.

Além da dedicação diuturna do

SRPV-SP aos objetivos propostos no

Sistema de Controle do Espaço Aéreo

Brasileiro (SISCEAB), essa organização

do Sistema tem sido motivada, atual-

mente, pela observação criteriosa de

parte significativa da sociedade, aten-

ta ao desempenho das atividades do

Departamento de Controle do Espaço

Aéreo (DECEA), sempre referida na

grande cobertura jornalística, a qual,

vigilante, evidencia dados dos acon-

tecimentos aeronáuticos.

No caso em pauta, não nos referi-

mos aos voos dos aviões comerciais,

de linha aérea regular, porquanto o

Sistema já os tem modernamente

assistidos no que concerne à circu-

lação aérea e considerando as atuais

possibilidades técnicas. Prova do que

afirmamos aqui foram os excelentes

resultados apontados recentemen-

te pela Organização de Aviação Civil

Internacional (OACI), ao realizar au-

ditoria nos órgãos operacionais e ad-

ministrativos do DECEA. Esse mérito

tem seu valor potencializado dado a

ter sido realizado pela própria OACI, a

qual atua como organização normati-

va da aviação civil para todo o mundo.

Verifica-se, portanto, que tais cré-

ditos ficam imunes a prestígios pes-

soais, a favores ou simpatias espúrias.

O que se realiza, agora em São Paulo,

tem a destinação inequívoca de ser o

modelo a ser seguido pela totalidade

do País. Como soe acontecer, é aqui

onde primeiro acontecem as novida-

des.

O voo de acordo com o VFR não

necessita de maiores apoios. Até por-

que seu piloto tem o domínio visual

pleno do espaço aéreo envolvido.

Nos países europeus - onde a con-

ceituada Organização Européia para a

Segurança da Navegação Aérea (Euro-

control - do inglês European Organi-

zation for the Safety of Air Navigation)

executa o trabalho equivalente ao re-

alizado no Brasil pelo DECEA - conti-

nuam, também, havendo voos visuais.

Porém, a regra é “see and avoid” (veja

e evite!). Não se trata de cópia sim-

Page 6: Aeroespaço 41

6 AERoESPAÇo

plesmente, mas de atualização.

A necessidade de destinar grande

parte da capacidade instalada, envol-

vendo radares, serviço de comunica-

ção por fonia, trabalho de controlado-

res para essa classe de voos, pertence

à época do romantismo da aviação,

hoje superada pela tecnologia em-

barcada e resulta ser parcialmente

desnecessária.

O serviço de tráfego aéreo deve

ser prestado, como em qualquer lugar

desenvolvido do mundo, de acordo

com a classe de espaço aéreo envolvi-

do. Seria enfadonho e impróprio citar

em um artigo para leitores não espe-

cializados que esses espaços variam

entre as classes C, D, E e G.

Logicamente, que - nas proximi-

dades dos aeródromos, independen-

temente de considerar a classe do

espaço aéreo - deverá haver a conti-

nuidade de ordenamento de tráfego

para pousos e decolagens, trabalho

esse de exclusividade das Torres

de Controle de Aeródromo (TWR). E

quando voando em suas rotas de voo

visual? Seria o caso de abandoná-los

à própria sorte? Não! Continuarão a

ser vistos pelos radares do Sistema,

mas as atribuições resultantes da sua

condução e da separação de outras

aeronaves serão confiadas somente

à responsabilidade do piloto, sem a

participação do controlador.

Todos os envolvidos no trabalho

de controle de tráfego aéreo e os

seus usuários pilotos sabem que há

porções do espaço aéreo que devem

ser protegidos, devido à existência de

voos realizados sem dependência da

visibilidade, da condição meteoroló-

gica e do período do dia ou noite. São

os chamados IFR (Instrument Flight Ru-

les - Regras de Voo por Instrumentos).

Nele, o piloto nem sempre tem condi-

ção de ver o espaço a ser voado. Então,

Radar tridimensional MRCS 403 montado pela equipe do 4º/1º GCC

"O que se realiza, agora em São Paulo, tem a destinação inequívoca de ser o modelo a ser seguido pela totalidade do País"

Área 17

Page 7: Aeroespaço 41

7AERoESPAÇo

por medida de segurança e adotando

essa condicionante como regra, dis-

pensa a condição de visibilidade du-

vidosa e voa confiando na tecnologia

embarcada e na sua correspondente

instalada no terreno.

Por legislação brasileira, todos

os voos de aeronaves de linha aérea

regular transportando passageiros

são feitos nesse modelo desde 1942.

Todos os sistemas internacionais obe-

decem a esse mesmo padrão. Eviden-

cia-se, assim, a importância de serem

mantidos e bem definidos os espaços

destinados ao voo IFR separados da-

queles ocupados pelos voos VFR. Essa

exclusividade acentua a segurança e

é por ela que nossos estudos, agora

postos em prática, ratificam a neces-

sidade de que seja priorizado o traba-

"O serviço de tráfego aéreo deve ser prestado, como em qualquer lugar desenvolvido do mundo, de acordo com a classe de espaço aéreo envolvido"

"A necessidade de destinar grande parte da capacidade instalada para o controle de tráfego visual pertence à época do romantismo da aviação, hoje superada pela tecnologia embarcada"

lho voltado para o voo por instrumen-

tos, com todo o potencial técnico e

operacional que o DECEA dispõe.

A implantação desses novos cri-

térios de atendimento fez necessário

o estudo e o redimensionamento das

áreas de voo envolvidas e represen-

tadas nos mapas e cartas aeronáu-

ticos. Um documento normativo, de

informação aeronáutica em âmbito

nacional está sendo publicado no

conjunto de providências. Palestras

e painéis para divulgação do even-

to no meio aeronáutico estão agen-

dados. Os controladores de tráfego

aéreo dos órgãos operacionais inclu-

ídos nas modificações estão em ple-

no desenvolvimento de estágios de

atualização. Tudo foi planejado, como

sempre!

No que tange à inserção dos he-

licópteros no conjunto de tráfego

aéreo há algo de especial a ser colo-

cado. O momento atual faz o mundo

aeronáutico experimentar um excep-

cional blow-up relativo ao uso do he-

licóptero. A cidade de São Paulo não

ficou atrás. Somos hoje o segundo co-

locado no ranking mundial em quan-

tidade de aeronaves de asas rotativas.

Desde 2004, com o bem-sucedido

Controle Helicóptero São Paulo, o

SRPV-SP deu mostras da capacida-

de criativa e da atualização de sis-

temas dos profissionais brasileiros.

Os usuários (pilotos de helicópteros)

ajustaram-se a essas medidas de se-

gurança, mas clamavam por liberdade

de ação nas áreas de espaço aéreo

que não envolvem as trajetórias de

voo por instrumentos. Isso está sendo

feito nesse ato. Ratifica-se, assim, que

nossos patrícios planejadores, técni-

cos e controladores têm acumulado

conhecimentos suficientes para per-

mitir manter a segurança do Sistema,

mesmo quando tratando de incluir

quantidades significativas de aerona-

ves de asas rotativas em voo VFR, no

complexo espaço aéreo de alta densi-

dade de tráfego de aviões.

TMA SP

Page 8: Aeroespaço 41

8 AERoESPAÇo

DTCEA Pico do Couto35 anos de continuada operacionalidade

O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo Pico do Couto (DTCEA-PCO) completou no dia dois de maio de 2010, 35 anos de continuada operacionalidade. São as chamadas “Bodas de Coral” – revelando um trabalho digno de elogios, graças ao profissionalismo da-queles que compõem o seu efetivo.

Acima do nível do mar

Para cumprir sua missão, o DTCEA-PCO conta com um efetivo de 70 mi-litares da ativa, um militar da reserva contratado para tarefa por tempo cer-to, 15 civis do Comando da Aeronáuti-ca e dois civis contratos pela empresa Manchester. O quadro de Oficiais é composto por cinco militares, respon-dendo hierarquicamente pelo coman-do do Destacamento, chefia da Seção Técnica, chefia do Gabinete Odontoló-gico, chefia do Gabinete Médico e che-fia da Seção Administrativa. Junto as Seções Técnica e Administrativa atuam 25 Graduados, um Cabo, três Soldados de 1ª classe, oito Soldados de 2ª classe e seis Civis. Os demais militares e civis são responsáveis pela manutenção da infraestrutura e da guarda e segurança das nossas instalações.

A cada ano a perda de mão-de-obra qualificada vem sendo suprida pela experiência daqueles que bra-vamente continuam a cumprir sua missão. Sem esmorecer, homens e

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9AERoESPAÇo

mulher trabalham, quer no expe-diente, quer em escalas de 24 horas, nos 365 dias do ano, a fim de que o controle e a defesa do nosso Espaço Aéreo estejam garantidos.

Através da Portaria R-012-GM3, no dia 2 de maio de 1975, foi criado, o que hoje se chama Destacamento de Controle do Espaço Aéreo Pico do Couto. Isso, antes mesmo da criação do Primeiro Centro Integrado de Defe-sa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), Organização Militar ao qual o DTCEA-PCO está subordinado.

O então Destacamento de Proteção ao Voo – Detecção e Telecomunicações – 31 (DPV-DT - 31), foi o primeiro a ser criado no âmbito do Terceiro Comando Aéreo Regional (COMAR III) e também pioneiro na operação aérea de Defe-sa e Controle do Espaço Aéreo. Teve a incumbência de controlar e proteger o espaço aéreo pertencente ao quadrilá-tero Rio de Janeiro – São Paulo – Minas Gerais – Espírito Santo.

As verdes matas da serra do Couto, até então imaculadas, foram rompi-das por bravos homens. Devido a sua posição geográfica, fora do perímetro urbano do município de Petrópolis-RJ, a 1.772 metros acima do nível do mar. Seu desbravamento e suas demarca-ções e construções exigiram o apoio de equipes do PARASAR e moradores da região, como o “seu” Pedro da Grota e seus colegas Adão e Antônio, que, nos idos dos anos 70, foram abordados por agentes da empresa de engenharia, a serviço da Aeronáutica, com o propó-sito de serem conduzidos, por matas fechadas até o seu cume. A edição 13 da revista Aeroespaço (agosto/2000) - publicada na ocasião em que se come-morava o jubileu de prata do DTCEA-PCO - conta a saga completa desses heróis,

Trinta e cinco anos se passaram desde a sua criação. Muitas histórias foram escritas e contadas com suor e sacrifício, muitos heróis pisaram respeitosamente o seu solo e são lembrados. Ainda há, no efetivo do

as fases da construção

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10 AERoESPAÇo

DTCEA-PCO, os queridos Natalino, João Tancredo e Valle, que - ao contarem suas participações nas pioneiras operações de implantação do Destacamento - re-lembram saudosamente dos bons tem-pos e amigos que se foram. “No inicio de tudo, o serviço burocrático era realizado em um galpão de madeira, localizado aos "pés" do Pico do Couto. O acesso era através de estrada de barro em uma viatura modelo veraneio, que, muitas das vezes, precisava ser rebocada por tratores. As atividades no Couto inicia-ram com as instalações ainda em cons-trução. A mata era fechada e não era raro depararmos com animais nativos” – contam os pioneiros – com os olhos que não escondem o orgulho em fazer parte da história do Pico do Couto.

As transformações, conforme pre-visto, foram inevitáveis.

Equipamentos obsoletos foram de-sativados para dar lugar às novas tec-nologias, que não cessam de chegar. Inicialmente operavam com os rada-res LP-23 e VOLEX III e as antigas Es-tação de Micro-Ondas e Casa de Força. Hoje há os Radares TRS 2230, RS970, o Meteorológico RMT 0100D e as Mi-cro-Ondas e Casa de Força revitaliza-das. Porém, ainda mantém viva a sua memória. Com a manutenção da anti-ga estrutura, possuem um verdadeiro

museu a céu aberto. A sua incumbên-cia se manteve inalterada: controlam e protegem o mesmo espaço aéreo de outrora, incansáveis, sob o manto da bandeira e o lema que entoa forte da garganta do seu efetivo, quando uni-dos para a missão: “Olhos ao céu em mãos seguras”.

Após tantos anos de atividades e tantas histórias vividas, a verdade é que hoje aqueles que adentram ao município de Petrópolis, podem avis-tar, de longe, as majestosas torres dos radares e antenas, construídas por mãos de bravos homens, contrastan-do harmoniosamente com uma subli-mada paisagem projetada e esculpida pelo Soberano Arquiteto dos Mundos.

E se falamos dos heróis do passado, porque não falarmos daqueles que atuam no presente, que, sem esmore-cer, executam suas tarefas individuais, a fim de que a missão única seja cum-prida a risca.

Diuturnamente enfrentam o rigor meteorológico das temperaturas pró-ximas de 0º C, ventos com fortes ra-jadas de 100 km/h, elevados índices de umidade que comumente beiram aos 100%, homens de raça, que não cometem falhas ou comprometem as operações mesmo diante das intem-péries e dificuldades.

Um efetivo organizadoA ferramentaria do Destacamento é

um exemplo de organização. Idealizada e coordenada pelo civil J. Carlos. Tan-to é que a história da ferramentaria foi publicada como exemplo a ser seguido de qualidade e organização em Reporta-gem Especial na Aeroespaço edição 29 e continua a ser um modelo a ser empre-gado em outros setores.

O civil Bessa demonstra seu talento e carinho pelo Destacamento por intermé-dio da arte. Suas maquetes são constru-ídas com tamanha riqueza de detalhes e perfeição que, se não fosse a escala de tamanho, poderiam ser confundidas fa-cilmente com as originais.

O DTCEA-PCO costuma ser sede de reuniões das autoridades do Comando da Aeronáutica.

As atividades e a integração do DestacamentoO DTCEA-PCO é conhecido junto à

sociedade de Petrópolis não só por integrar o CINDACTA I, contribuindo para a Defesa Aérea e o Controle de Tráfego Aéreo sob sua jurisdição, mas também por participar ativamente dos vários eventos promovidos por esta sociedade, com a honrosa retri-buição dessas participações junto aos eventos militares.

Tecnologia e natureza se misturam em Petrópolis Integração nas campanhas de saúde

Page 11: Aeroespaço 41

11AERoESPAÇo 11AERoESPAÇo

Foram inúmeras as participações no último ano, porém cabe destacar:

Duas vezes ao ano é promovida, pelo Ga-binete Médico-Odontológico, a campanha de doação de sangue, com a participação ativa do nosso efetivo, que supre o banco de sangue do principal hospital da cidade de Petrópolis, o Santa Tereza. A campanha anual de vacinação é também coordenada pela nossa equipe de saúde. Palestras sobre orientação de higiene oral e aplicação tópi-ca de flúor são promovidas, pelo Gabinete Odontológico, junto aos nossos dependen-tes e escolas públicas da região. Doações de escovas dentais foram feitas às crianças ca-rentes, durante essas palestras; parece algo fora da nossa realidade, é de impressionar quando descobrimos que, em muitos casos, famílias dividem a mesma escova dental para execução de sua higiene oral.

É realizada anualmente o Projeto Dia das Crianças, com coquetel, diversas anima-ções, brinquedos, oficinas de artesanatos, dicas de prevenção odontológicas e outras atividades, visando proporcionar o congra-çamento entre crianças, adultos e familia-res do DTCEA-PCO em comemoração ao Dia das Crianças.

A integração entre o DTCEA-PCO, o 32º Batalhão Motorizado do Exército, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Guarda Ci-vil e a Sociedade Civil de Petrópolis é feita através de torneios esportivos, formaturas

militares, coquetéis e almoços. Em 27 de novembro de 2009, o Destacamento foi o responsável pela organização e execução do 32º almoço das autoridades de Petró-polis, um evento que reúne expressivas autoridades desta cidade.

As participações dos elos sociais, ao pro-moverem as campanhas de doações, são de extrema relevância para a sociedade caren-te da cidade. Anualmente são promovidas as campanhas do natal diferente e de ves-tuários. A campanha "Recicla Couto", com a participação dos militares, civis e depen-dentes, contribui para um ambiente menos poluído e gera recursos financeiros que são convertidos em cestas básicas, doadas mensalmente à família de um deficiente físico da cidade.

A formatura alusiva ao aniversário do Destacamento é sempre muito esperada, pois é quando os convidados podem usu-fruir da mais encantadora visão da cidade de Petrópolis e uma visão panorâmica ím-par da cidade do Rio de Janeiro, tudo isso garantido pela sua posição privilegiada.

As PeculiaridadesO Sistema de Vigilância Eletrônica uti-

lizado no Sexto Comando Aéreo Regional (COMAR VI), Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Instituto de Carto-grafia Aeronáutica (ICA), Primeiro Centro In-tegrado de Defesa Aérea e Controle de Trá-

fego Aéreo (CINDACTA I) e destacamentos a ele subordinado foi desenvolvido pelo comandante do DTCEA-PCO, juntamente com a equipe de monitoração, que ainda são responsáveis pela aplicação do curso OSD 001 (Implantação e Manutenção de Segurança Eletrônica). A principal função deste sistema é a de proteção patrimonial e salvaguarda dos equipamentos de prote-ção ao voo, com as características de moni-toração à distância pela rede Intraer e Inter-net; captação e arquivamento de imagens e emprego de alarmes sonoros.

A Telemática opera o Sistema Telesat e faz o gerenciamento do Sistema Telefônico Comaer, operando as centrais TF3, TF4, TF5 e Siscomis, comunicações em VHF e UHF, apóia a Policia Rodoviária Federal, Policia Federal, Presidência da República e Exército Brasileiro. Apoiou os Jogos Pan Americanos e servirá de base de apoio, ainda, para o sis-tema de segurança dos Jogos Olímpicos em 2016.

O radar meteorológico supre o Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro, hoje Fundação GEO-RIO, órgão da Secretaria Municipal de Obras da Prefeitura do Rio de Janeiro, fornecendo informações para a Fun-dação Municipal do Rio de Janeiro, Estação Remota do Instituto Nacional de Meteorolo-gia (INMET), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).

Ferramentas: exemplo de organização Vigilância Eletrônica: segurança do DTCEA

Page 12: Aeroespaço 41

12 AERoESPAÇo

Palavras do comandante

A excelência da operacionalidade é a principal meta a ser alcançada por uma unidade militar como a nossa. A perfeição só é tangível quando se dispõem dos recursos ma-teriais adequados e principalmente de profissionais comprometidos e capacitados.

Orgulhosos, os profissionais do DTCEA-PCO exercem a incansável missão de manter os vetores de de-tecção por RADAR, comunicações de VHF e UHF, através da manutenção dos equipamentos de proteção ao voo sob nossa responsabilidade, gerando informações para a Defesa do Espaço Aéreo e Controle de Tráfe-go Aéreo, referente ao quadrilátero Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Brasília, gerenciadas pelos CINDACTA I, CINDACTA II e DTCEA-Galeão.

Acompanhamos diariamente as evoluções tecnológicas e somos conscientes de que todo sistema, cuja operação envolve equipamen-

tos eletrônicos complexos e princi-palmente vidas humanas, necessita de aprimoramentos constantes. Capacitar e treinar as pessoas, que operam equipamentos como o nosso, é imprescindível para a garantia da excelência.

É gratificante poder liderar homens e mulheres que estão imbuídos de responsabilidades e se dedicam in-cansáveis ao trabalho.

É motivo de orgulho conduzir esses heróis anônimos que, independente dos infortúnios, mantêm e manterão sempre acesas as chamas do ideal pela pátria, quer na Defesa ou no Controle, a fim de que a nação brasi-leira durma e acorde, como a criança despreocupada que tem os pais na vigilância.

Parabéns, DTCEA-PCO!Que os nossos olhos estejam sem-

pre voltados ao céu, que as nossas mãos sempre inspirem segurança e que Deus nos abençoe para todo e sempre.

Cap Esp COM Clemildo Francisco de Souza (1975-1979)

Ten Cel Esp COM Walter de Souza Teixeira (1980-1984)

Maj Esp COM Cláudio Batista Meneguete (1984-1991)

Maj Esp COM João Bernardo Vieira (1991-1993)

Maj Esp COM Carlos Alberto Soares Cordeiro (1993-1997)

Maj Av Alfredo José Crivelli Neto (1997-2001)

Maj Av Cláudio Luiz Rocha Carneiro (2001-2006)

Major Esp Com Elias Pereira dos SantosComandante do DTCEA-PCO

Os ex - comandantes

Page 13: Aeroespaço 41

13AERoESPAÇo

A tecnologiainvisível

A nossa primeira impressão é que os tem-pos em que vivemos são os mais revolucioná-

rios e os que sofrem mais mudanças e transfor-mações. Mas, se analisarmos alguns fatos his-

tóricos, veremos que este sentimento permeou todos os grupos sociais em suas épocas.

Para comprovar esta afirmação, imaginemos o esplendor artístico na época do Renascimento

Italiano com a percepção e a reprodução da pers-pectiva na pintura, a descoberta dos “novos mun-

dos” com as Grandes Navegações Portuguesas, a verdadeira metamorfose social de fabricação e con-

sumo gerada pelo vigor da produção a vapor com a Revolução Industrial, o desenvolvimento da consciên-

cia individual e coletiva durante a Revolução Francesa, o entusiasmo tecnológico com o início da indústria au-

tomobilística e da aviação.

Mas não há como negar que, mais recentemente, a televi-são, o satélite e a comunica-ção de dados disseminados em computadores pessoais e telefones celulares também exerceram modificações pro-fundas em nossas vidas e afe-taram sobremaneira o modo como interagimos com as pessoas e com as máquinas na atualidade.

Vivemos, então, a era da informação e das

comunicações. Não di-ferentemente de outras

épocas, a nossa socieda-de também experimenta

profundas mudanças de comportamento e hábitos

devido às novas tecnologias. A interação via internet e o

acesso às informações virtuais deram novos rumos aos ter-mos conhecimento e entrete-nimento.

Na prática, todos os indiví-duos inseridos em socieda-de usam e se beneficiam dos computadores e da complexa estrutura de redes. O acesso é cada vez mais amplo e demo-crático, pois abrange uma par-cela crescente da sociedade. Muitas vezes, não nos damos conta de quantas vezes estabe-lecemos contato com toda essa pungente tecnologia: em um caixa de supermercado, em um terminal bancário, utilizando cartões ou bilhetes de acesso

ao transporte metropolitano, pagando contas com cartões de crédito com chips metálicos e tarjas magnéticas, consultan-do painéis em aeroportos ou acessando os sistemas corpo-rativos.

      Para que essa utilização ocor-ra de modo otimizado e pro-duza os melhores  resultados, é preciso que as redes funcio-nem de modo excelente. Há uma expectativa de rapidez e efetivo sucesso diante do mo-nitor de vídeo, a interface de comunicação. Mas como fun-ciona este serviço? Quantas e quais atividades estão por trás destes anseios?

A comunicação de dados é bastante complexa e passa por um emaranhado de sistemas e vias desde o ponto em que edi-tamos um texto, por exemplo, até o momento de entregá-lo, via e-mail, ao destinatário. E nem todos precisam compre-ender a complexidade deste processo.

Por SO BCO JeFFerSON Luiz da Costa Craveiro de SáO autor é Adjunto do Comando do DTCEATM-RJ

Page 14: Aeroespaço 41

14 AERoESPAÇo

Distintamente dos usuários co-muns, há profissionais que neces-sitam estar habilitados e capacita-dos a dar suporte às comunicações de dados que, não obstante a rele-vância do serviço, ocorre de forma quase imperceptível: é um traba-lho de bastidor, poucas vezes visto ou acompanhado pelo público em geral. Os usuários ficam satisfeitos quando seus terminais funcionam de modo rápido e eficiente e qua-se nunca questionam sobre o tra-balho invisível desenvolvido para este devido funcionamento.

Nos raros  momentos em que nos questionamos sobre a magnitude  do processo e sobre as pessoas que são responsáveis por ele, esta-mos pensando, dentro da FAB, no Destacamento de Controle do Es-paço Aéreo e Telemática do Rio de Janeiro (DTCEATM-RJ). Ele é o res-ponsável pela manutenção e pelos reparos na rede e pela atuação direta sobre o tráfego de dados da INTRAER, seja quando buscamos o contracheque na página do Siste-ma de Informações Gerenciais de Pessoal (SIGPES), quando conferi-

mos o nosso tempo de serviço no tico-tico, quando buscamos um endereço eletrônico ou um ramal nas diversas páginas das Unida-des Militares, nas transmissões de mensagens de planos de voo ou NOTAM (do inglês Notice to Airmen - Alerta para pilotos) ou, ainda, quando enviamos um e-mail fun-cional, ou seja, sempre que utiliza-mos os sistemas corporativos coti-dianamente para os mais diversos fins. Para que o usuário continue não se lembrando desse Destaca-mento - que por incrível que pare-ça, é a situação ideal - ele trabalha em silêncio, sem alarde, sem holo-fotes, quase na penumbra.

 No que se refere à tecnologia de redes, o DTCEATM-RJ atua em duas frentes: gerenciamento e manu-tenção.

Possui, para cumprir a primeira missão, uma equipe de gerencia-mento de redes de longa distância, composta por cinco militares Es-pecialistas em Comunicações, tra-balhando de segunda a segunda monitorando os enlaces e acessos de comunicações que compõem a

INTRAER. Desempenham suas fun-ções de forma pró-ativa, identifi-cando e solucionando problemas de conectividade com pronta res-posta para a solução de inoperân-cias.

No que diz respeito à manuten-ção de dispositivos de redes, o DTCEATM-RJ possui outra equipe, com três graduados Especialistas em Eletrônica, responsáveis pelo atendimento às inoperâncias dos roteadores e switches da estrutu-ra principal das redes metropoli-tanas do Santos Dumont, Galeão, Afonsos e Santa Cruz. Além disso, pelo grande conhecimento e expe-riência, atuam como suporte técni-co para todas as Organizações do COMAER. A esta equipe cabe, ain-da, a manutenção da política de roteamento dos pacotes de dados que trafegam na INTRAER.

Sabendo que a tecnologia da informação não para de crescer, que os usuários se tornam cada vez mais exigentes e pensando em atualizações técnicas constan-tes, o DECEA, através do Subde-partamento Técnico, determinou

Equipe de manutenção na configuração do roteador Sala técnica do DTCEATM-RJ - bastidor onde estão instalados os roteadores

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ao Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo, através do DTCEATM-RJ, que procedesse à substituição de todos os roteado-res que compõem a rede corpora-tiva do Comando da Aeronáutica, o que significou atuar em, apro-ximadamente, uma centena de equipamentos.

Esta missão começou em maio do ano de 2008 por uma equipe habilitada a realizar serviços de grande complexidade e vital im-portância para o funcionamento das comunicações. Viajando por inúmeras localidades, respeitan-do as características técnicas e adequando-se às diferentes ne-cessidades locais e regionais, a equipe reduzida (normalmente em duplas) não mediu esforços para executar um serviço reco-

nhecidamente de alto padrão de eficiência. Trabalhando em finais de semana, feriados e em horário noturno, quando necessário.

O planejamento das missões também não é uma das tarefas mais simples. Às vezes, asseme-lha-se a um quebra cabeça devido à escassez de recursos humanos e pela necessidade de ajustes ao funcionamento de outros serviços essenciais à manutenção da rede no próprio Destacamento. Daí sur-ge a necessidade de grande doa-ção por parte dessas equipes, exe-cutando boa parte dos serviços nos finais de semana e em datas encaixadas entre os muitos servi-ços de rotina da Unidade.

Dando suporte a este serviço, está a equipe de gerenciamento, que cuida da  implementação de

qualidade nos enlaces de comuni-cações e da otimização do tráfego através da separação adequada de bandas e supervisão dos circuitos que compõem toda a rede.

A especificação dos equipamen-tos e a coordenação destas ativi-dades foram realizadas pelo atual comandante do DTCEATM-RJ. O oficial não tem receio em afirmar que, para trabalhar e compreen-der o funcionamento da rede há necessidade de força de vontade e fé.

Além destes importantes com-ponentes presentes em todos os momentos da vida, necessita-se, sobretudo, de muito trabalho, empenho, dinamismo, compe-tência e conhecimento técnicos para manter a rede em perfeito funcionamento.

Não sabemos ao certo o que essas tecnologias gerarão para o futuro. Impossível saber quais rumos tomarão o nosso mundo. Nem mesmo os maiores estudiosos, filósofos e sábios podem afirmar. Mas quanto ao presente, sabemos das necessidades, anseios e desejos que a sociedade informatizada requer e trabalhamos para isto, aparentemente de forma invisível, em silêncio, na coxia, mantendo e proporcionando tecnologia invisível, mas, que se observarmos bem, está bem diante dos nossos olhos, a todo momento.

Sala técnica do DTCEATM-RJ - bastidor onde estão instalados os roteadores Operadores mantêm monitoramento constante do tráfego de dados na intraer

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Congonhas terá iLS mais moderno e com tecnologia de ponta

O aeroporto de Congonhas está recebendo, de março a maio deste ano, um grupo de engenhei-ros e técnicos da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), para realizar a substituição do atual Sistema de Pouso por Instrumento (ILS - Instrument Landing System), cujo ciclo de vida já está para finalizar.

O novo ILS – Categoria 1 - equipamento que viabiliza o pouso de precisão por instru-mento, muito útil nas ocasiões de mau tempo, pouca visibili-dade ou teto baixo – elevará ainda mais a confiabilidade e segurança do aeroporto paulis-tano. Mais moderno, agregará também novas funcionalidades como a capacidade de supervi-são técnica à distância, outrora inexistente, que possibilitará às equipes de manutenção de terra o acompanhamento on line do status operacional do equipamento, bem como a rea-lização de ajustes dos seus pa-râmetros remotamente.

A equipe da CISCEA iniciou o trabalho para a instalação do novo sistema no início de março. Para interferir o míni-mo possível no cotidiano de operações do segundo aero-porto mais movimentado do

País, atuando no menor tempo possível, os técnicos efetuaram uma análise do histórico da meteorologia da cidade de São Paulo, de forma a definir o perí-odo do ano com melhores con-dições climáticas, e aproveita-rão ao máximo a infraestrutura de apoio já existente. "Vamos aproveitar o que for possível: a torre do localizer, a rede de du-tos, base, posições etc” - afir-mou o engenheiro Cláudio Ma-cedo, Assessor da Gerência de Programas de Implantação da CISCEA.

Durante a substituição dos sistemas, no período de março a maio de 2010, quando o ILS estará inoperante, o aeropor-to utilizará o procedimento de aproximação por GPS/BARO VNAV (Sistema Global de Na-vegação / Sistema Barométrico de Altimetria da Aeronave). A técnica é um dos novos proce-

dimentos de navegação aérea baseada em satélites, prove-nientes da implementação do moderno conceito CNS/ATM, que vem sendo adotado em escala mundial, sob o acompanhamen-to da Organização da Aviação Ci-vil Internacional (OACI). Embora empregado inicialmente para suprir as demandas particulares de Congonhas, durante o perí-odo da substituição do ILS, os procedimentos BARO VNAV pas-sarão, em breve, a ser executa-dos, também, em muitos outros aeroportos brasileiros.

No que diz respeito aos usuá-rios, atualmente, a grande maio-ria das aeronaves, como as de companhias aéreas comerciais, estão habilitadas para a reali-dade da navegação por GPS. Al-gumas aeronaves particulares, porém, que ainda não possuem a tecnologia embarcada, utili-zarão os sistemas em operação

Por Daniel Marinho

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para o pouso no aeroporto, du-rante o período.

Com o novo ILS - Cat1 de Con-gonhas, previsto para entrar em operação ao final de maio, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) - órgão ao qual a CISCEA é subordinada - mantém a regularidade da atua-lização e aprimoramento de seus sistemas de auxílio à navegação aérea, restringindo ao máximo a possibilidade de inoperância por parte de algum equipamento.

O aeroporto de Congonhas, por sua vez, dono de uma das pistas mais movimentadas do transporte aéreo da América Latina, não só estará mais apto à realização dos pousos por ins-trumentos, como também será o primeiro aeroporto brasileiro certificado para a execução dos modernos procedimentos de aproximação e pouso por satéli-te BARO VNAV.

O novo ILS trará mais confiança e segurança para

Congonhas, agregando novas funcionalidades ao aeroporto

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Jerônimo Inácio é uma figura mesmo carismática. Só de perguntar seu nome completo para a entrevista, ele já fornece uma série de opções: “os amigos do ´tempo do ronca´ me chamam de "Nego Inácio". Os amigos dos últimos dez anos me conhecem pelo meu trigrama ´Jin´. Quando alguém me chama por Jerônimo Inácio, meu nome de guerra, já sei que o assunto é muito sério, formal e para ontem. Franzo o cenho e parto para a solução do problema em pauta. Até agora deu certo”, brinca.

Nascido em 1º de fevereiro de 1965, em Diamantina (MG), Jin já nos brinda com seu jeito brincalhão de conversar ao contar sobre sua cidade natal, “Eu, Juscelino Kubitschek e Xica da Silva! Só nós três nascemos lá!”.

É primeiro dos 12 filhos de Seu Jorge e

Dona Cleusa. Com apenas 16 anos de idade, Jerônimo Inácio já morava há três anos sozinho numa república em Belo Horizonte (MG) e estudava na Escola Militar, sonhando um dia se tornar um Oficial do Exército Brasileiro.

Certo dia estava caminhando pelas ruas de BH quando um papelzinho jogado no chão lhe chamou a atenção. Tratava-se de um panfleto no qual se lia: “Jovem! Você que tem entre 14 e 21 anos, aliste-se na Força Aérea Brasileira”.

“Eu não tinha outra ideia até achar o tal papelzinho”. Do Exército para a Aeronáutica. Jin entrou para a FAB em julho de 1982.

“Eu era muito responsável e também muito bem colocado no colégio. Sempre gostei de estudar”, recorda com alegria. De

fato, aos 16 anos já dava aulas de inglês. Aliás, o inglês foi um grande trunfo na sua carreira, como veremos a seguir. Aos 18 para os 19 anos entrou na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Brasília, visando se formar um Controlador de Tráfego Aéreo (CTA). “Achava lindo o CINDACTA I. Falava sobre radar estufando o peito”.

Quando foi transferido para o Centro de Operações Militares do CINDACTA I (COpM1), o Coronel-Aviador José Alves Candez Neto, atual comandante do CINDACTA IV, encontrou um ambiente que classificou como sendo de “profissionais aguerridos e entusiasmados com o trabalho, que até hoje me lembro com orgulho de ter pertencido àquele time extremamente operacional”.

Foi nesse ambiente que o então Tenente

Somos nada se não temos uma históriaEle é curioso, tranquilo, de fala mansa e raciocínio rápido. Suas palavras de ordem são comprometimento,

atitude, perseverança, relacionamento, confiança e excelência. Ele é bom ouvinte, é bem humorado e bom companheiro. Ele é Lince, é Jaguar, é Argus, é Polvo. Ele é o Capitão CTA Jerônimo Inácio Nunes, atual chefe de Controle de Área de Brasília (ACC BS), do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I).

Entrevistado por Telma Penteado - Fotos de Luiz Eduardo Perez / S1 Cosmo

Quem é?Jerônimo InácioCapitão CTA

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Candez conheceu o então Sargento Inácio, que já estava prestando serviço no COpM1. “Era a estrela do time. Jogava em todas as posições, sempre com dedicação, motivação e comprometimento. Mesmo sob a pressão da interceptação tática, Jin transmitia confiança e um padrão operacional sempre elevado, fator diferenciador que possui”, conta Candez.

Em 1992, surgiu a oportunidade de Jin fazer um curso de Guerra Eletrônica na Royal Air Force (RAF), na Inglaterra. Logo Jerônimo demonstrou seu total interesse em fazer parte da turma. Porém, por diversas razões, o curso não saía do papel. Somente em 1995 surgiu uma oportunidade realmente concreta. Agora o curso iria decolar. Eram apenas oito vagas disponíveis, mas, para o CINDACTA, havia somente uma. Os candidatos que iriam disputar a vaga com ele tinham excelente conhecimento de Guerra Eletrônica, mas nosso Jerônimo, além destes conhecimentos, se garantia na língua inglesa.

Ele pensou: “se a prova for em inglês, eu passo!”. Dito e feito!

A prova, realizada na Universidade da Força Aérea (UNIFA), era composta de 100 questões, sendo 60 de interpretação auditiva e 40 escritas.

Seus concorrentes já estavam estudando para a prova com uma vantagem de uma semana e, por causa de suas tarefas no CINDACTA, Jin não dispôs deste tempo. Ainda assim, com todos os obstáculos, ao final da prova, ele só errou uma única questão! Nota final: 9,90.

“E eu entreguei a prova com poucos minutos e saí da sala. Comentaram na hora até que eu tinha aloprado e desistido. Na verdade eu fiquei fora da sala aguardando o gabarito como um leão enjaulado, pra lá e pra cá”- conta Jin .

Como Jerônimo, à época, já estava trabalhando no COpM1, o curso veio em muito boa hora. “Foi maravilhoso, porque o curso consolidou vários conceitos que já ensinávamos sobre Guerra Eletrônica. A Inglaterra é essencialmente uma Escola de Guerra, haja vista seu histórico. Todos os nossos instrutores já haviam participado de guerras. Um deles, inclusive, foi o militar que programou as aeronaves que foram enviadas

à Guerra do Iraque. Era gente desse cabedal”.No total, foi um ano de formação em Guerra

Eletrônica, sendo seis meses no Exército, três no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) e três na RAF – todos com êxito! E, anos mais tarde, lá estava o Jin lecionando inglês na UNIFA.

Ainda em 1992, após toda a formação em Guerra Eletrônica, Jin e seu companheiro Candez participaram de outro time vencedor, com a missão de elaborar, coordenar e ministrar o primeiro curso de Supervisor e Operador de Guerra Eletrônica (SGE/OGE) para os Controladores de Operações Aéreas Militares (COAM) do SISCEAB, sobre a capacidade de guerra eletrônica do sistema radar tridimensional TRS-2230, como nos conta o próprio Candez: “Essa capacitação contribuiu para o desenvolvimento de táticas e técnicas de emprego de incursões de ataque da Força Aérea em ambiente eletromagneticamente hostil. Foi um período que, tenho certeza, ficará marcado em nossas vidas, em função dos grandes desafios superados”.

Diz a sabedoria popular que crise, quando não derruba de vez, leva a gente pra frente. E assim se sucedeu na vida do nosso Jerônimo.

Uma grande decepção em 1995, a princípio, não permitiu que ele vislumbrasse o futuro que se aproximava. Mas assim que a poeira baixou, a tristeza deu lugar a grandes alegrias.

Corrente do bem. Assim ele mesmo definiu o que aconteceu em sua vida. Logo após o frustrante incidente, Jin solicitou sua LESP (Licença Especial) de seis meses, a qual já tinha direito.

Comprovando a tese de que nosso entrevistado é mesmo, de fato, sem a menor sombra de dúvida, querido, admirado e necessário, logo no primeiro dia de trabalho após a LESP, quando Jin prestava serviço no CINDACTA I como Ajudante do Chefe Controlador, o Jaguar 112, hoje Brigadeiro-do-Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, que naquele ano era o chefe de Operações do Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1° GDA), telefonou para ele, dizendo que ia fazer um voo de readaptação do Comandante, o então

Coronel-Aviador Antonio Franciscangelis Neto (hoje Major-Brigadeiro-do-Ar), e que gostaria de fazer algo diferente. Ao que Jerônimo Inácio logo respondeu: “E vamos fazer!”.

“Eu também precisava desenferrujar. Então sugeri fazer uma simulação de alvo manobrável. Ele poderia fazer o movimento que desejasse e nós iríamos interceptá-lo. E assim o fizemos”- argumentou.

“O Mirage é fantástico e a simulação seria muito proveitosa. Se fizéssemos oito tentativas e pegássemos o alvo uma vez, seria uma única interceptação, porém de um alvo em movimento, tentando se evadir! Interceptar um alvo parado não é nada demais... É o meu dia-a-dia”.

Ao final da manobra, só elogios. Jin ficou extremamente satisfeito. “Foi uma quebra de rigidez”, contou orgulhoso.

Palmas para nosso Jerônimo! A partir deste dia, ele começou a escrever uma Ordem de Instrução (OI), oficializando aquele treinamento e definindo tudo acerca da Missão de Interceptação com Alvo Manobrável.

No que diz respeito ao trabalho de qualidade, ele já dá a dica: “tudo requer anos de treinamento além do tempo de formação”.

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Em outras palavras, ação, engajamento e empenho total!

Como ele mesmo diz, “só com cimento não se faz uma parede”. Ficou ao todo 15 anos em Brasília, até que o Segundo Esquadrão do Sexto Grupo de Aviação (2°/6° GAv) foi fundado na cidade de Anápolis (GO). “Meu coração bate ali, no Esquadrão Guardião”.

Em Anápolis, ele aprofundou seus conhecimentos sobre o E-99 (à época denominado R-99 B), tornando-se Controlador desta aeronave-radar. E seu talento não se mostra apenas na destreza em controlar. “Em uma madrugada de junho de 2003, Deus me assoprou nos ouvidos a ‘Oração do Guardião’. Ela é ouvida nas ocasiões importantes que envolvem o Esquadrão”.

“Ao regressar da minha última missão a bordo de uma aeronave E-99, em agosto de 2004, todo o meu Esquadrão estava em forma no pátio às 18h. Estavam também o comandante da Base Aérea de Anápolis e a banda de música. Travei o choro e mantive a classe durante a Canção da Despedida. Do Esquadrão Guardião ninguém sai sem deixar um pedaço da alma. Ali somos forjados para enfrentar qualquer missão dentro da Força”, conta com grande emoção.

Em 2005, chegou ao CINDACTA IV quando ainda era Segundo Tenente. Como primeira missão, foi confiada a ele uma Comissão de

Fiscalização do contrato da empresa que fazia a manutenção dos jardins do Centro.

“Fiquei logo amigo de todos. Do pessoal da jardinagem, da limpeza... bem, não preciso nem dizer que a minha seção era a mais limpa e arrumada!”.

Em dezembro de 2009, foi promovido a Capitão, e acredita que após cinco anos como chefe do COpM 4, esta experiência pode ser bem aproveitada. Defesa Aérea, ACC, Salvaero, Segurança de Voo, em qualquer destas áreas pode atuar e ainda aprender muito nos próximos anos.

Para Jin, seu trabalho no COpM 4 foi seu maior desafio até o momento. Destacando os principais episódios, ele relembra a criação do COpM até a sua consolidação; a fase singular pela qual atravessou o controle de tráfego aéreo em 2007; os 40 dias que passou na Serra do Cachimbo (PA) como Coordenador SAR (Busca e Salvamento) na cena da missão de resgate do GOL 1907, representando o glorioso Salvaero Amazônico; e as longas ausências de casa.

“Aprendi no CINDACTA IV a combater o bom combate. Trabalhei ao lado de pessoas incríveis. Dividimos um prato de sal por dia para que aquele gigante se mantivesse firme na proa. Sou eternamente grato a cada um dos meus contemporâneos de CINDACTA IV”.

Sobre seu profissionalismo como controlador, o comandante do CINDACTA III,

Coronel-Aviador João Batista Oliveira Xavier, só tem a elogiar.

“O Capitão Inácio possui uma rara capacidade de controle das missões inerentes à Defesa Aeroespacial. Quando no Console, seja numa missão de interceptação ou combate, ‘veste’ o macacão de piloto e atua como se o fosse. Sempre foi assim, extremamente dedicado e profundamente conhecedor de sua missão. De rápido raciocínio e interpretação da consciência situacional de combate, se tornou um ícone para todos que labutam dentro do SISCEAB, quando o assunto é Operações Militares. Foi pioneiro na implantação da Doutrina de Controle nas aeronaves de alarme aéreo antecipado da FAB. Atuou de forma exemplar em missões operacionais dentro e fora do País, dedicação à Força Aérea que lhe rende até hoje o reconhecimento e admiração de gerações de pilotos de caça, na ativa e da reserva”, comenta o Coronel Xavier.

E sobre o novo desafio de sua carreira, Jin considera que “voltar para Brasília fecha um ciclo que começou quando aqui cheguei como Terceiro Sargento, em 1984. Na verdade eu nunca saí de Brasília completamente. Durante os fatos mais importantes que envolveram a atividade operacional do controle de tráfego aéreo e da defesa aérea, nos últimos dez anos, eu estive em Brasília. É minha casa. Sempre foi”. Fôlego é o que não

“Aprendi no CINDACTA IV a combater o bom combate. Dividiamos um prato de sal por dia para que aquele gigante se mantivesse firme na proa”

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falta. Em dias alternados, impreterivelmente, Jin corre 10km. “Às vezes chego aos últimos 500 metros pensando em diminuir o ritmo e completar o circuito andando. Por cansaço, preguiça, sensação de já não ter que provar mais nada para mim mesmo. Enfim, todas as vezes que fraquejo uma força muito maior me convence a partir para um sprint e fazer jus a um alongamento à sombra”.

Por analogia à corrida, ele pondera: “faltam dois anos para que o meu primeiro ciclo de 30 anos de trabalho se complete. Já parti para o sprint e tenho gás para outra volta, mesmo que seja sem a farda da qual tanto me orgulho. Os meus planos são muito ousados. O planejar cabe ao homem, mas o realizar é de Deus. Tenho muita fé, amigos, saúde e sonhos”.

Casado com Nina, que segundo ele é quem faz o controle de qualidade em casa – “se não estiver perfeito o produto volta para a linha!” –, Jin mostra que sua maneira única de ser se revela tanto no trabalho como na vida pessoal. O casal tem quatro filhos. A mais velha chama-se Cláudia, tem hoje 35 anos e é adotiva, como uma das irmãs de Jerônimo. O seu primeiro filho biológico (que hoje tem 19 anos e estuda na Escola de Especialistas de Aeronáutica para ser CTA como o Jin) carrega a marca indelével do jeito intenso de ser do pai.

“Eu adoro nomes escalafobéticos”, revelou dando início à sua explicação. “Estava estudando a Teoria da Evolução – era um cristão evolucionista – quando nasceu meu primeiro filho. Não tive dúvida. Darwin foi o nome escolhido”.

Dois anos se passaram e os seus estudos se voltaram para a língua francesa. E quem apareceu? Sua segunda filha, Louise Marie (atualmente com 17 anos). O terceiro filho veio em meio aos seus estudos de alemão. Lá estava o Jin embalando o Johann, que hoje tem 12 anos. De duas uma: ou parava de ter filhos ou de estudar!!! Bem... São apenas quatro filhos! E diante de tantas condecorações de Ordens tão importantes – Jin é Polvo (Operador de Guerra Eletrônica); Lince 94 (Controlador de Defesa Aérea); Argus (Controlador Aeroembarcado do Esquadrão Guardião - E-99); Jaguar Honorário 70 (Controlador de aeronaves de caça Mirage – Primeiro Grupo

de Defesa Aérea); e foi condecorado com as Medalhas de Prata (20 anos de serviços prestados à FAB) e Mérito Santos Dumont – o que não faltam são reconhecimentos e elogios!

Amigo de Jin desde 2005, o Major-Aviador Edmar, comandante do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Porto Alegre (DTCEA-PA), esteve ao seu lado em diversas aventuras e desventuras.

“Nesse tempo que trabalhamos juntos, aprendi muito com o Jin. Operacionalmente, não poderia ter conseguido professor melhor para me ensinar os segredos da Defesa Aérea. A técnica ideal de interceptação, o momento certo da conversão, como orientar os controladores na sala, tudo isso e muito mais discutimos em nossas longas conversas”, relembra.

“Além disso, e muito mais importante, pude ver como se porta um profissional pautado pela ética e pelos valores cristãos, que é moral sem ser moralista e que sempre

busca o certo sem abandonar aqueles que, por acaso, tenham se perdido no meio do caminho. Pude, enfim, ter um amigo para compartilhar este caminho cheio de pedras que está reservado àqueles que buscam o que é certo e verdadeiro”, conclui Edmar.

Seu amigo, o Terceiro Sargento BCT Estrázulas, com quem Jin trabalhou no COpM4, em Manaus, comenta que “à parte da chefia, o conhecimento técnico e a experiência são muito importantes no Jin. Contudo, aprendi com ele a tentar chamar as pessoas pelo primeiro nome, mesmo que não seja o de guerra. Ele tem essa preocupação com o fator humano”.

A operacionalidade do Capitão Inácio é fruto de uma dedicação fora do comum, segundo o 3S Estrázulas. “Se for preciso, ele vai para a console, sai mais tarde ou chega mais cedo e sempre comenta: ´deixa a aviação voar!´” - conta Estrázulas. De fato, seu talento, seu caráter e seu profissionalismo são reconhecidos unanimemente. E seu amigo Candez, mais uma vez, não poderia deixar de registrar sua admiração. “Fui seu aluno, companheiro de equipe, seu instrutor e seu chefe em diversas fases da carreira, oportunidades que fortaleceram minha amizade e o meu respeito pelo Capitão Jerônimo Inácio”.

Da mesma forma, declarou o outro amigo, Xavier: “se um dia for chamado ao combate real em dias nebulosos de guerra e a mim for concedida a honra de lutar no comando de uma belonave da Caça, qual não será minha certeza na vitória quando do cumprimento de minha missão se, ao chamar o Controle ‘THOR’ (código de chamada dos COpM), ouvir do outro lado a voz firme e tranquila do meu amigo e outrora instrutor dizendo: XAV, THOR na sua escuta, cheque rádio, no seu controle, lince 094, pronto para o combate!”.

E não haveria melhor desfecho para essa entrevista do que as palavras do nosso Jerônimo ponderando sobre a vida:

“Todas as vezes que fraquejo, uma força muito maior

me convence a partir para um sprint e fazer jus a um alongamento à sombra”

“somos insignificantes se não temos amigos. Somos nada se não temos uma história. Mesmo que não seja uma

boa história.”

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Primeiro Painel aiM-BrGerenciamento da Informação Aeronáutica no BrasilPor Telma Penteado - Fotos de Luiz eduardo Perez

E para propiciar este espaço de debates, a Organização Brasileira para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Controle do Espaço Aéreo (CTCEA) e a da Comissão para Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), em parceria com a empresa EUROCONTROL – organização europeia cuja missão primordial é a garantia da segurança da navegação aérea – realizaram nos dias 04 e 05 de março, no auditório da CISCEA, o Primeiro Painel AIM – Gerenciamento da Informação Aeronáutica no Brasil.

Evidenciando a importância deste painel, estiveram presentes o Gerente do AIM no EUROCONTROL e Gerente do Subgrupo de Estudos de AIS/AIM da

Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), Paul Bosman, e do especialista em AIXM, eAIP e xNOTAM, Eduard Porosnicu.

Dentre os objetivos principais do encontro destacam-se a apresentação dos principais sistemas que fazem parte do AIM e as disciplinas que devem ser consideradas para a sua implementação.

Nos dois dias do encontro foram abordadas as questões sobre a regulamentação relativa à implantação do Sistema AIM e como se dará a estruturação do Banco de Dados AIS-AIXM; e o Gerenciamento da Qualidade, os Recursos Humanos e os aspectos organizacionais que envolvem todo o processo.

De acordo com o que foi apresentado,

a estrutura organizacional do Projeto tem como Órgão Gerencial o Departamento de Controle do Espaço Aéreo através do Subdepartamento de Operações (SDOP).

AIMMais especificamente, de acordo com

as informações disponibilizadas no site do Painel, o termo AIM (Air Information Management - Gerenciamento de Informação Aeronáutica) “é aplicado ao fornecimento de informações aeronáuticas com qualidade assegurada, de forma a atender as necessidades dos Sistemas de Gerenciamento de Tráfego Aéreo atuais e futuros”.

O AIM se diferencia do atual Serviço de Informações Aeronáuticas (AIS), na

Aprovada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) em novembro de 2009, a Diretriz DCA 351-3 para a Implantação do Projeto Gestão de Informações Aeronáuticas do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), o Projeto AIM-BR pretende debater e difundir conceitos e práticas que serão largamente empregados no gerenciamento das referidas informações.

O Brigadeiro Aquino na abertura do Painel. Ao lado a apresentação de Paul Bosman (OACI)

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Brasileiro (SISCEAB), que é plenamente endossada pelo seu Órgão Central – o DECEA – e por todos seus Elos de trabalho, ficou evidenciado como objetivo o contínuo aperfeiçoamento dos procedimentos, processos e estratégias organizacionais para a garantia da manutenção “do nível mais elevado e praticável de eficácia na provisão dos Serviços de Navegação Aérea no espaço aéreo sob a responsabilidade do Brasil”.

Como se vê, muitas mudanças significativas estão por vir desde a aprovação, em 2009, do Conceito Operacional do CNS/ATM Global (CONOPS).

Ficou mais que evidente que com o crescimento do volume de tráfego aéreo, intrinsecamente ligado aos avanços econômicos no cenário mundial, a atual estrutura do espaço aéreo com as suas rotas hoje estabelecidas não mais comportará tal demanda.

Partindo da ciência desta configuração que não mais se anuncia, mas se faz presente e constatável, as mudanças ora propostas e aprovadas implicarão no aumento de componentes do ATM.

Atualmente os componentes estão divididos em Serviços de Tráfego Aéreo (ATS), Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM) e Gerenciamento do Espaço Aéreo (ASM). O aumento resultante do novo Conceito Operacional trará uma estrutura que comporta sete componentes, sendo eles:- Organização e Gerenciamento do Espaço

Aéreo (AOM);- Operações de Aeródromo (AO);- Balanceamento de Demanda e Capacidade

(DCB);

Fonte: Apresentação Paul Bosman (OACI)

medida em que se afasta da gestão e disponibilização de produtos (informações), obtidos de forma semi-automáticas, e busca, através da interoperabilidade digital da informação e dados, abranger todas as fases do voo.

Segundo Paul Bosman, os novos conceitos de Gerenciamento de Tráfego Aéreo (em inglês, ATM - Air Traffic Management) reforçam a indiscutível conjuntura da rede mundial. Como ele mesmo colocou em um dos seus slides da apresentação, “All States in contact with each other!” (Todos os Estados em contato uns com outros!).

Em poucas palavras, podemos dizer que o Serviço de Informação Aeronáutica (AIS) será transformado em AIM, ou seja, o AIM é o AIS Digital.

Até o presente momento, o AIS tem sido o principal provedor de informações técnicas para os usuários do SISCEAB, focado principalmente no pré voo.

Com o contínuo crescimento do tráfego aéreo e sua consequente modernização, novas informações se farão necessárias e, indubitavelmente, modificarão esses parâmetros que hoje conhecemos.

E é justamente para atender às novas demandas que o AIS deverá evoluir para prover um serviço coordenado e harmonizado, fornecendo informações atualizadas com qualidade assegurada para todas as fases do voo.

A aprovação do novo conceito de Gerenciamento do Tráfego Aéreo Global (ATM) implica na modificação da sua atual estrutura a apresenta novas características que são essenciais para sua aplicação e que se baseiam e se representam pela Decisão Colaborativa (CDM) e pelo próprio Gerenciamento da Informação Aeronáutica (AIM).

A Decisão Colaborativa, ponto chave da mudança ao lado do AIM, se constitui na substituição do conceito unilateral da decisão – em que o usuário é uma parte passiva no processo – por um método de ampla participação de todos os interessados, incluindo aqui as etapas de planejamento e operação.

Desta forma, é possível garantir que o voo será realizado o mais próximo possível do perfil ótimo, através da negociação entre os membros da comunidade ATM.

Quanto à Política da Gestão da Qualidade no Sistema de Controle do Espaço Aéreo

- Sincronização do Tráfego Aéreo (TS);- Operações do Usuário do Espaço Aéreo

(AUO);- Gerenciamento de Conflitos (CM); e o- Gerenciamento de Entregas do Serviço

ATM (ATMSDM).É aqui que se destacam duas caracte-

rísticas fundamentais: o Gerenciamento da Informação e a Decisão Colaborativa que são de influencia decisiva para a implantação do Conceito Operacional ATM Global.

A implementação gradativa dos componentes do novo Conceito Operacional ATM Global proporcionará aumento da capacidade do sistema de forma a satisfazer o aumento da demanda com perfis de vôos eficazes dentro de níveis ótimos de segurança operacional.

De acordo a Diretriz para a Implantação do Projeto Gestão de Informações Aeronáuticas do SISCEAB (DCA 351 -3), o Cronograma de Implantação foi dividido em três fases:

FASE 1 (curto prazo) – até 2010: verificação do estado atual da produção da informação aeronáutica;

FASE 2 (médio prazo) – de 2011 a 2015: implementação e implantação de melhorias na produção da informação aeronáutica, considerando os atuais processos de produção e distribuição da informação, e sistemas legados em uso, preparando o ambiente para o AIM-BR; e

FASE 3 (longo prazo) – de 2016 até 2020: continuidade da implantação dos sistemas necessários aos novos conceitos AIM.

AIM

(Gerenciamento da Informação Aeronáutica)

AIS(Serviço de

Informação Aeronáutica)

AIS transformada em AIMAIM = AIS Digital

• Qualidade• Pontualidade• Formato Digital• Segura• Padronizada• Interoperabilidade• Compartilhada

Informações com:

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24 AERoESPAÇo

Passagens de cargos no CINDAC TA III, CGNA, ICEA e CINDACTA IV

Coronel-Aviador Xavier é o novo comandante do CINDACTA III

O Coronel-Aviador João Batista Oliveira Xavier é natural do Rio de Janeiro. Tem 47 anos e é casado com Fernanda. Praça de fevereiro de 1982, foi decla-rado a oficial em dezembro de 1985 e promovido a coronel em dezembro de 2008.

Dentre os diversos cursos realizados, citamos os de Comando e Estado-Maior; Planejamento de Operações Aéreas de Força Tarefa Combinada (GITE) e Pós-Graduação em Gerência de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas.

Suas principais funções desempenhadas foram os cargos de comandante do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC); chefe da Divisão de Operações Militares do DECEA e, por último, vice-presidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA).

Perfil do novo Comandante

Na tarde do dia 14 de janeiro, o Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), localizado em Recife-PE, realizou a passa-gem de comando do Coronel-Aviador Luiz Gonzaga Leão Ferreira ao Coronel-Aviador João Batista Oliveira Xavier.

A solenidade, presidida pelo Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso, Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), procedeu no dia seguinte à cerimônia de inauguração do quadro do Co-ronel Leão na galeria de retratos dos ex-comandantes da unidade.

Em seu discurso de despedida, o Coronel Leão ressaltou algumas das passagens mais marcantes de sua carreira militar, destaque para a operação de buscas à aeronave AIR FRANCE 447.

“O CINDACTA III pode comprovar toda a sua potencialida-de e capacidade operativa, ocasião em que o nosso efetivo demonstrou grande profissionalismo e comprometimento em todos os níveis”.

Outro resultado positivo apresentado por ele foi o recebimento da Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade pela Norma ISO 9001, tornando o CINDACTA III a primeira unidade gestora do Comando da Aeronáu-tica a alcançar este objetivo. Na ocasião, ele agradeceu

ao DECEA pela confiança, pelo apoio e por importantes orientações para o melhor cumprimento da sua missão.

“Foram dois anos nos quais pude colocar em prática tudo o que aprendi ao longo da minha vida castrense. Essas ex-periências passadas ajudaram-me a comandar esses mil e quinhentos homens, que labutam 24 horas por dia, 365 dias por ano, em prol de uma missão de relevante importância para o nosso País”.

Com relação ao seu sucessor, o Coronel Leão desejou muita sorte e felicidade em sua nova jornada.

“Ao amigo de tantos convívios e ocasiões, torço que al-cance pleno sucesso e que conduza esta organização militar ao mais alto padrão”, concluiu.

Em seu discurso, O Tenente-Brigadeiro Ramon, além de elogiar a conduta e os trabalhos realizados com excelência pelo Coronel Leão e saudar com boas-vindas o novo co-mandante, ressaltou as metas atingidas com grande empe-nho e competência no CINDACTA III.

“A certificação ISO 9001 é resultado do envolvimento e participação de todo o efetivo. Uma conquista que com-prova a qualidade e a eficiência dos serviços prestados por esta organização”.

O Coronel Leão está cursando a Escola Superior de Guerra (ESG).

Por Denise Fontes

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Passagens de cargos no CINDAC TA III, CGNA, ICEA e CINDACTA IV

Tenente-Coronel Barion assume a direção do ICEA

Natural de Londrina – PR, o Tenente-Coronel Aviador Ricardo Barion, é casado e tem um filho. Na carreira militar, foi praça em fevereiro de 1984 e declarado aspirante a oficial em dezembro de 1987.

Seus principais cursos realizados foram os de Comando e Estado-Maior; MBA Desenvolvimento Avançado de Executivos, da Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) e Programa para Gerentes de Cursos TRAINAIR, em Cuba.

Dentre as últimas funções desempenhadas pelo oficial estão os cargos de comandante da Esquadrilha Sirius do Primeiro EIA da AFA; chefe da Divisão de Capacitação e Treinamento Profissional do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e, por último, chefe da Divisão de Ensino do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA).

Perfil do novo Diretor

O Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA)

realizou, no dia 19 de janeiro, a cerimônia militar de

passagem de direção do comando do Coronel-Aviador

Paulo Roberto Sigaud Ferraz ao Tenente-Coronel Avia-

dor Ricardo Barion.

A cerimônia foi presidida pelo Diretor-Geral do

Departamento de Controle do Espaço Aéreo, Tenente-

Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso e contou

com a presença de oficiais generais do DECEA e do

Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial

(DCTA).

Na ocasião, o Coronel Ferraz – que hoje está cur-

sando a Escola Superior de Guerra (ESG) – recebeu

uma placa em homenagem aos serviços prestados à

organização.

Em suas palavras de despedida, o Coronel Ferraz

destacou algumas realizações de sua gestão.

“Em 2007, tivemos desafios enormes. Oferecemos

nossa capacidade de surpresa técnica em combate e

transformamos a Comissão Parlamentar de Inquérito

da crise aérea em oportunidades para o Instituto”.

Em seguida, acrescentou outros grandes êxitos.

“Em 2008, prosseguimos com mais desafios e con-

quistas, como a definição do ICEA à Instituto Científico

e Tecnológico (ICT) dentro do Comando da Aeronáuti-

ca (COMAER) e o reconhecimento de seus 31 anos de

pesquisa no âmbito do Sistema de Controle do Espaço

Aéreo Brasileiro (SISCEAB)."

O Diretor-Geral do DECEA, em seu discurso, elogiou

o importante trabalho realizado pelo Coronel Ferraz,

enfatizando a grande contribuição do ICEA no resul-

tado positivo da auditoria da Organização de Aviação

Civil Internacional (OACI).

Por fim, o Tenente-Brigadeiro Ramon deu as boas-

vindas ao novo diretor e ressaltou sua dedicação e

competência dentro do Sistema.

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CGNA tem novo chefe: Tenente Coronel Esteves

Natural do Rio de Janeiro, o Tenente-Coronel-Aviador Fábio Almeida Esteves é casado e tem três filhos. Praça de fevereiro de 1981, foi declarado aspirante a oficial em dezembro de 1987 e promovido a Tenente-Coronel em agosto de 2006.

Dentre os cursos realizados, estão os de Tática Aérea; Piloto de Transporte de Tropa e Piloto Inspetor.

Suas últimas funções desempenhadas foram os cargos de chefe da Seção de Estatística do Terceiro Esquadrão de Transporte Aéreo; instrutor da Academia da Força Aérea Brasileira; chefe do Laboratório do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV); e por último, membro do Subgrupo AGA/AOP do GREPECAS – Orga-nização de Aviação Civil Internacional (OACI).

Perfil do novo chefe

Em cerimônia militar realizada na manhã do dia 25 de fevereiro, nas dependências do hangar do Grupo Especial de Inspeção ao Voo (GEIV), o Tenen-te-Coronel Aviador Fábio Almeida Esteves assumiu a chefia do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), substituindo o Coronel-Aviador Gus-tavo Adolfo Camargo de Oliveira.

A solenidade, presidida pelo Diretor-Geral do De-partamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso, contou com a presença de diversas autoridades do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SIS-CEAB) e dos importantes segmentos da aviação civil.

Em seu discurso de despedida, o Coronel Gusta-vo relembrou a desafiante missão que recebeu, ao final do ano de 2006, de assumir a chefia do CGNA, reconhecendo a importância daquele momento. “Nossos parceiros encontraram, além das portas sempre abertas, pessoas dispostas a mostrar que o processo de decisão colaborativa era o caminho viável para vencer as dificuldades encontradas no complexo sistema de transporte aéreo”.

Outro ponto por ele ressaltado foi o importante papel que o CGNA representa na atual organização do controle de tráfego aéreo, trabalhando ininter-ruptamente na monitoração da segurança, visando sempre o aumento da qualidade dos serviços pres-tados pelo SISCEAB.

Em seguida, o ex-chefe do CGNA agradeceu a confiança, o apoio irrestrito e as orientações preci-sas e oportunas do Diretor-Geral do DECEA.

“Agradeço pela postura segura, técnica e tranquila mesmo nas situações mais inusitadas. Considero es-tes anos sob seu comando como sendo a melhor aula de liderança que a Força Aérea Brasileira poderia ter me proporcionado”, concluiu.

Para o Diretor-Geral do DECEA, o importante trabalho realizado pelo Coronel Gustavo tornou o CGNA um órgão de extrema importância não só para o DECEA, mas para todo o SISCEAB. “Você teve a oportunidade de consolidar uma grande organi-zação, receba os seus méritos, pela sua liderança, seu conhecimento e seu trabalho de fazer com que a unidade atingisse os melhores desempenhos, e mais do que isso, que pudesse auxiliar o DECEA no cumprimento da sua missão”, declarou o Tenente-Brigadeiro Ramon ao Coronel Gustavo.

Desejando sucesso ao novo chefe do CGNA, o Co-ronel Gustavo destacou o profissionalismo e o com-prometimento do seu sucessor dentro do Sistema.

“Tenho certeza que utilidade, credibilidade e ca-pacidade de pronta resposta continuarão sendo as principais características do Centro de Gerenciamen-to da Navegação Aérea”.

O Coronel Gustavo está exercendo o cargo de Ad-junto do Vice-Diretor do DECEA.

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27AERoESPAÇo

Coronel Candez assume o comando do CINDACTA IV

O Coronel-Aviador José Alves Candez Neto é natural do Rio de Janeiro. É casado e tem duas filhas e duas enteadas. Praça de março de 1976, foi declarado aspirante a oficial em dezembro de 1982 e promovido a coronel em abril de 2006.

Seus principais cursos realizados foram os de Comando e Estado-Maior; Espe-cialização em Política Estratégica, pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Planejamento de Operações Aéreas de Força-Tarefa Combinada.

Dentre as últimas funções desempenhadas pelo oficial estão os cargos de co-mandante do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC); comandante do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CIN-DACTA III) e, por último, adjunto do Vice-Diretor do DECEA.

Perfil do novo Comandante

O Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) realizou no dia 7 de abril, a cerimônia militar de passagem de comando do Brigadeiro-do-Ar Carlos Eurico Peclat dos Santos ao Coronel-Aviador José Alves Candez Neto.

A solenidade, presidida pelo Tenente-Brigadeiro-do-Ar Flávio de Oliveira Lencastre, Ministro do Superior Tribunal Militar, teve o ato de passagem de comando presidido pelo Comandante do Sétimo Comando Aéreo Regional (COMAR VII), Major-Brigadeiro-do-Ar Jorge Cruz de Souza e Mello.

Em suas palavras de despedida, o Brigadeiro Peclat agra-deceu ao Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, e ao Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso, pela oportunidade de comandar o maior CINDACTA do País e pela confiança depositada. “Que fique também registrada a minha admiração pela sua competência profissional, serenidade, generosidade e educação, mesmo nos momentos mais turbulentos”.

O Brigadeiro Peclat falou do desafio de comandar o CINDACTA IV com seus 27 Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) e dez Unidades de Telecomu-nicações (UT) subordinados, responsável pela cobertura de tráfego aéreo em 5,2 milhões de km2, que correspon-dem a 62% do território nacional.

“Meus sinceros agradecimentos aos comandantes dos Destacamentos subordinados a este Centro Integrado pela lealdade, amizade e o sentido do estrito cumprimen-to da missão”.

Ao efetivo do CINDACTA IV, ele proferiu seu reconhe-

cimento e gratidão pelo empenho, profissionalismo e competência. "Se ainda não somos uma das melhores unidades da Aeronáutica, como coloquei em minha primeira reunião com o efetivo, tenho certeza que es-tão no caminho e a distância é bem menor. Perseverem na dedicação, na lealdade e no amor à profissão que escolheram, todos os dias, e até o último dia que nela permanecerem”, declarou o Brigadeiro Peclat aos seus subordinados. Desejando realizações e felicidades ao seu sucessor, Brigadeiro Peclat destacou:

“Tenho certeza que o senhor irá sentir o mesmo or-gulho que eu sinto agora, em comandar esta unidade”.

Representando o Diretor-Geral do DECEA, o Major-Brigadeiro Souza e Mello ressaltou o eficiente trabalho executado pelo Brigadeiro Peclat no CINDACTA IV."

Posso dizer, que foram dois anos e oito meses de con-quistas e realizações. Eu o vejo como um militar enga-jado e comprometido com a sua organização e que se dedicou com afinco no cumprimento da sua missão”.

Por fim, o comandante do COMAR VII deu as boas-vindas ao Coronel Candez, ressaltando sua vasta ex-periência na vida militar e no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro.

“Competência, motivação, liderança e atitude al-tamente positiva, é o que eu posso definir como suas principais características. Sem falar na sua excepcional capacidade de superação pessoal que já o faz merece-dor de assumir o comando do CINDACTA IV”.

O Brigadeiro Peclat assumiu o comando da Escola Pre-paratória de Cadetes do Ar (EPCAR), no dia 9 de abril.

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