relatório corporativo de gerenciamento de riscos

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Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos Pilar III Circulares 3.678/13 e 3.716/14 Conglomerado Prudencial Março 2015 Diretoria Executiva de Controladoria, Compliance, PLD e Riscos Diretoria de Compliance, PLD e Riscos

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Page 1: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

Relatório Corporativo de

Gerenciamento de Riscos

Pilar III – Circulares 3.678/13 e 3.716/14

Conglomerado Prudencial

Março 2015

Diretoria Executiva de Controladoria, Compliance, PLD e Riscos

Diretoria de Compliance, PLD e Riscos

Page 2: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

Sumário 1. Introdução................................................................................................................................... 2

2. Tipos de Riscos ........................................................................................................................... 3 2.1. Risco de Conjuntura ........................................................................................................... 3 2.2. Risco de Crédito................................................................................................................... 3 2.3. Risco de Imagem e Reputação ............................................................................................ 4 2.4. Risco Socioambiental .......................................................................................................... 4 2.5. Risco de Mercado ................................................................................................................ 4

2.6. Risco Legal ........................................................................................................................... 4 2.7. Risco de Liquidez................................................................................................................. 4 2.8. Risco Operacional................................................................................................................ 4

3. Regulação .................................................................................................................................... 5

4. Gerenciamento dos Riscos ......................................................................................................... 9 4.1. Risco de Mercado ................................................................................................................ 9

4.1.1. Carteira Trading ......................................................................................................... 10

4.1.2. Exposição Cambial ..................................................................................................... 10

4.1.3. Carteira Banking ........................................................................................................ 11 4.1.4. Derivativos .................................................................................................................. 11 4.1.5. Controle e Acompanhamento ................................................................................... 12

4.2. Risco Operacional.............................................................................................................. 12

4.2.1. Processo de Gerenciamento ....................................................................................... 13 4.2.2. Metodologia de Mensuração ..................................................................................... 13

4.2.3. Controle e Acompanhamento ................................................................................... 13 4.2.4. Gestão de Continuidade dos Negócios ...................................................................... 14

4.3. Risco de Liquidez............................................................................................................... 15

4.3.1. Controle e Acompanhamento ................................................................................... 16 4.4. Risco de Imagem e Reputação .......................................................................................... 17

4.4.1. Processo de Gerenciamento ....................................................................................... 17

4.4.2. Controle e Acompanhamento ................................................................................... 18

4.5. Risco Socioambiental ........................................................................................................ 18 4.6. Risco de Crédito................................................................................................................. 18

4.6.1. Exposição ao Risco de Crédito .................................................................................. 20 4.6.2. Percentual das 10, 50 e 100 maiores exposições ...................................................... 20 4.6.3. Por Países e Regiões Geográficas .............................................................................. 21

4.6.4. Por Setor Econômico ................................................................................................. 21 4.6.5. Por Prazo a Decorrer ................................................................................................. 22 4.6.6. Por Atraso ................................................................................................................... 22

4.6.7. Por Operações Baixadas para Prejuízo no trimestre ............................................. 23 4.6.8. Exposição ao Risco de Crédito de Contraparte....................................................... 24 4.6.9. Instrumentos Mitigadores ......................................................................................... 26

4.7. Aquisição, Venda ou Transferência de Ativos Financeiros e de Securitização ........... 26 4.7.1. Com Retenção Substancial dos Riscos e Benefícios ................................................ 26

4.7.2. Sem Retenção Substancial dos Riscos e Benefícios ................................................. 27 4.7.3. Operações de Securitização ....................................................................................... 27

4.8. Participações Societárias Não Classificadas na Carteira de Negociação ..................... 28 4.9. Restrições ou Impedimentos Relevantes ......................................................................... 28

5. Gestão do Capital e Balanço Patrimonial .............................................................................. 28 5.1. Projeções de Capital .......................................................................................................... 30 5.2. Suficiência de Capital ........................................................................................................ 30 5.3. Detalhamento do PR e RWA ............................................................................................ 31 5.4. Balanço Patrimonial .......................................................................................................... 32

5.4.1. Instituições Integrantes do Balanço Patrimonial .................................................... 34

Page 3: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

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1. Introdução

A premissa inerente ao gerenciamento de riscos corporativos é que toda organização existe para

gerar valor às partes interessadas. Todas as organizações enfrentam incertezas, e o desafio de seus

administradores é determinar até que ponto aceitar essa incerteza, assim como definir como essa

incerteza pode interferir no esforço para gerar valor às partes interessadas. Incertezas representam

riscos e oportunidades, com potencial para destruir ou agregar valor.

O gerenciamento de riscos corporativos possibilita aos administradores tratar com eficácia as

incertezas, bem como os riscos e as oportunidades a elas associadas, a fim de melhorar a capacidade

de gerar valor.

No Mercantil do Brasil, a Gestão dos Riscos é parte integrante e fundamental nas atividades da

Instituição, principalmente nos processos de tomada de decisão, visando obter a melhor relação

risco/retorno, através da otimização do uso do capital, bem como para a seleção das melhores

oportunidades de negócios.

Sua gestão é realizada através de metodologias e modelos condizentes com a realidade do mercado

nacional e internacional, permitindo embasar decisões estratégicas da Instituição com grande

agilidade e alto grau de confiança.

As informações descritas ao longo desse documento visam dar transparência, além de reduzir a

assimetria das mesmas, municiando o público em geral com informações fidedignas, consistentes e

tempestivas, respeitando os padrões de Governança Corporativa.

Este relatório contempla as informações requeridas pelo Banco Central do Brasil, por meio das

Circulares nos 3.678/2013 e 3.716/2014, que dispõem sobre a divulgação de informações referentes

à gestão de riscos, apuração do montante dos ativos ponderados pelo risco (RWA) e à apuração do

Patrimônio de Referência (PR), alinhado às novas regras de capital e em conformidade com as

politicas institucionais do Mercantil do Brasil.

A partir desta data base, este relatório passou a conter as informações referentes ao Conglomerado

Prudencial Mercantil do Brasil, conforme estabelecido no paragrafo 4º, artigo 19 da circular no

3.678/2013. A leitura deste documento deve ser realizada juntamente com as demais informações

financeiras divulgadas pela Instituição, localizadas no site do Mercantil do Brasil, na área de

Relações com Investidores.

Page 4: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

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2. Tipos de Riscos

Os principais riscos a que a Instituição está exposta em suas atividades são:

2.1. Risco de Conjuntura

Decorre da possibilidade de perdas decorrentes de mudanças verificadas nas condições políticas,

culturais, sociais, econômicas ou financeiras do Brasil ou de outros países. Compreende os

seguintes riscos:

Risco Estratégico – risco de perdas pelo insucesso das estratégias adotadas, levando-se em

conta a dinâmica dos negócios e da concorrência, as alterações políticas no País e fora dele e

as alterações na economia nacional e mundial;

Risco-País – entendido como a possibilidade de perdas associadas ao não cumprimento de

obrigações financeiras nos termos pactuados por tomador ou contraparte localizada fora do

País, em decorrência de ações realizadas pelo governo do país onde está localizado o

tomador ou contraparte, e o risco de transferência, entendido como a possibilidade de

ocorrência de entraves na conversão cambial dos valores recebidos;

Risco Sistêmico – possibilidade de perdas em virtude de dificuldades financeiras de uma ou

mais instituições que provoquem danos substanciais às outras, ou ruptura na condução

operacional de normalidade do Sistema Financeiro Nacional.

2.2. Risco de Crédito

Definido como a possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento pelo

tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à

desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco do

tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens concedidas na renegociação e aos

custos de recuperação.

A definição de risco de crédito compreende, entre outros:

o risco de crédito da contraparte, entendido como a possibilidade de não cumprimento, por

determinada contraparte, de obrigações relativas à liquidação de operações que envolvam a

negociação de ativos financeiros, incluindo aquelas relativas à liquidação de instrumentos

financeiros derivativos;

o risco país, entendido como a possibilidade de perdas associadas ao não cumprimento de

obrigações financeiras nos termos pactuados por tomador ou contraparte localizada fora do

País, em decorrência de ações realizadas pelo governo do país onde está localizado o

tomador ou contraparte, e o risco de transferência, entendido como a possibilidade de

ocorrência de entraves na conversão cambial dos valores recebidos;

a possibilidade de ocorrência de desembolsos para honrar avais, fianças, coobrigações,

compromissos de crédito ou outras operações de natureza semelhante;

a possibilidade de perdas associadas ao não cumprimento de obrigações financeiras nos

termos pactuados por parte intermediadora ou convenente de operações de crédito.

Page 5: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

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2.3. Risco de Imagem e Reputação

Risco atual ou prospectivo proveniente da percepção desfavorável da imagem da Instituição por

seus clientes, contrapartes, acionistas ou órgãos reguladores.

2.4. Risco Socioambiental

O Risco Socioambiental é entendido como a possibilidade de ocorrência de perdas oriundas das

atividades ou operações realizadas pela Instituição decorrentes de danos socioambientais. Para

tanto, devem ser observadas as relações da Instituição com tomadores, emissores, contrapartes,

parceiros e fornecedores em conjunto aos demais riscos a que está exposta.

2.5. Risco de Mercado

É a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado de

posições detidas por uma instituição financeira. Inclui os riscos das operações sujeitas à

variação cambial, das taxas de juros, dos preços de ações e dos preços de mercadorias

(commodities).

2.6. Risco Legal

Pode ser definido como a possibilidade de perdas decorrentes de multas, penalidades ou

indenizações, resultantes de ações de órgãos de supervisão e controle, bem como perdas

decorrentes de decisão desfavorável em processos judiciais ou administrativos.

2.7. Risco de Liquidez

Define-se como:

I - a possibilidade de a instituição não ser capaz de honrar eficientemente suas obrigações

esperadas e inesperadas, correntes e futuras, inclusive as decorrentes de vinculação de garantias,

sem afetar suas operações diárias e sem incorrer em perdas significativas; e

II - a possibilidade de a instituição não conseguir negociar a preço de mercado uma posição,

devido ao seu tamanho elevado em relação ao volume normalmente transacionado ou em razão

de alguma descontinuidade no mercado.

2.8. Risco Operacional

Possibilidade de perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos,

pessoas e sistemas, ou de eventos externos. Esta definição inclui o risco legal associado à

inadequação ou deficiência em contratos firmados pela instituição, bem como a sanções em

razão do descumprimento de dispositivos legais e a indenizações por danos a terceiros

decorrentes das atividades desenvolvidas pela instituição.

Page 6: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

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3. Regulação

A expansão da globalização e a formação de blocos econômicos exigiram a criação de métodos

padronizados de avaliação de risco e capitalização. Assim, em 1988, o Grupo dos Dez, formado

pela Alemanha, Bélgica, Canadá, EUA, França, Holanda, Itália, Japão, Reino Unido, Suécia e a

Suíça, como país sede, adotou um conjunto de normas e critérios com o objetivo de preservar a

solvência da atividade bancária e minimizar os riscos assumidos. Foi criado então, no Banco para

Compensações Internacionais na Basileia (BIS), o Comitê de Supervisão Bancária da Basileia, que,

em seus primeiros acordos, atentou para a padronização de normas visando à prudência bancária.

Este Comitê, assim, estabeleceu parâmetros mínimos para a adequação do capital dos bancos, com

base nos ativos que eram divididos subjetivamente em diferentes graus de risco, que variavam entre

0% e 100%. A partir disso estabeleceu-se um coeficiente de padrão mínimo de 8% entre o

patrimônio líquido e estes ativos ponderados pelo risco. Ou seja, passou a ser exigido dos bancos

um volume mínimo de capital de seus acionistas nas operações para, no caso de quebra, proteger

recursos de depositantes e de outros credores.

No Brasil, isto era novidade até a edição da Resolução nº 2.099 do BACEN em 17 de agosto de

1994, ainda que algumas instituições financeiras já fizessem cálculos de ajuste de Patrimônio em

função de suas relações com países signatários do Acordo.

Com a adoção pelo Brasil do Acordo, a base da capitalização se transfere do Passivo para o Ativo,

incluindo algumas contas de compensação. Inicialmente, o Brasil estabeleceu o mesmo limite

mínimo exigido pelos países do G-10, de 8% a ser alcançado na relação patrimônio líquido/ativo

ponderado pelo risco das instituições financeiras, até o final de 1994. Ao longo do tempo essa

fórmula foi sendo aperfeiçoada com a inclusão do risco das operações de swap no cálculo do

Patrimônio Líquido Exigido (PLE).

Em agosto de 1997 passou de 8% para 10% (valendo a partir de janeiro de 1998) e em dezembro de

1998 para 11% (valendo a partir de janeiro de 1999 até a atualidade). Em 1999, o Banco Central do

Brasil incluiu no cálculo do capital próprio o risco de exposição cambial, e complementou com o

risco de variações bruscas nas taxas de juros.

Com o objetivo de incentivar o gerenciamento de riscos e aproximar os conceitos de capital

regulatório e econômico, o Comitê da Basileia finalizou, em 2004, uma nova versão do acordo de

capital, conhecido como Basileia II, que se fundamentou em três pilares, quais sejam: requerimento

mínimo de capital, revisão do órgão supervisor e disciplina de mercado.

Porém, visto que as duas rodadas de regulação internacional, Basileia I e II, não foram suficientes

para impedir as práticas arriscadas pela indústria bancária, que culminaram em uma profunda crise

no sistema financeiro mundial em 2008 e 2009, houve uma terceira versão do Acordo, chamada

Basileia III. Este acordo surgiu em junho de 2011 com a publicação do documento “Basel III: A

global regulatory framework for more resilient banks and banking systems - revised”.

O Basileia III busca, através do aumento da qualidade e quantidade do capital das instituições

financeiras, melhorar a capacidade dos bancos de absorver choques decorrentes de estresse

financeiro e econômico. Além disso, visa aprimorar a gestão e governança de riscos, fortalecendo a

transparência e as práticas de divulgação de informações.

Page 7: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

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O novo acordo é abrangente e propõe, entre outras medidas:

Aumento da qualidade e do requerimento de capital;

Definição de um nível de alavancagem equilibrado;

Harmonização internacional da definição de capital;

Colchões de capital construídos em períodos de crescimento para serem aplicados em

períodos de estresse;

Padrões mínimos para gestão do risco de liquidez no curto prazo (curto período de estresse)

e longo prazo (captações estáveis);

Padrões de supervisão e práticas de divulgação de informações mais rigorosas.

O Banco Central do Brasil, através do Comunicado nº 20.615/2011, divulgou as diretrizes e o

cronograma de implementação do acordo de Basileia III no Brasil e, para iniciar este processo, o

Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu as regras de requerimento de capital

regulamentar, apuração do Indicador de Liquidez de Curto Prazo e apuração da Razão de

Alavancagem através das seguintes resoluções e circulares:

Resoluções nos 4.192/2013 e 4.278/2013, que dispõem sobre a metodologia de apuração do

Patrimônio de Referência (PR);

Resoluções nos 4.193/2013 e 4.281/2013, que tratam da apuração dos requerimentos

mínimos de capital a serem mantidos sob a forma de PR, de Nível I e de Capital Principal.

Também institui o Adicional de Capital Principal e estabelece as medidas a serem adotadas

no caso de este não ser cumprido. Juntamente com estas resoluções o Bacen criou um

conjunto de circulares que determinam os procedimentos de apuração do montante dos

Ativos Ponderados pelo Risco (RWA) para Risco de Crédito, de Mercado e Operacional

(abordagem padrão e interna).

Na Resolução nº 4.193/2013, que passou a vigorar a partir de 01 de outubro de 2013, o

Conselho Monetário Nacional (CMN) aprimorou os dispositivos relativos ao cálculo do

requerimento de capital, antes denominado Patrimônio Referencia Exigido (PRE). Os

requisitos mínimos de Nível I e de Capital Principal a ser mantido pelas instituições

passaram a ser dado pelo montante dos Ativos Ponderados pelo Risco (RWA), que consiste

na soma de três parcelas, cada uma delas relativa a uma natureza de risco:

Page 8: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

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Resolução nº 4.194/2013, que estabelece a faculdade de cooperativas de crédito apurarem os

requerimentos de capital de forma simplificada; e

Resolução nº 4.280/2013, que tratam da nova base de apuração consolidada do PR e dos

requerimentos mínimos de capital para instituições integrantes de Conglomerados

Prudenciais.

Resolução nº 4.401/2015, que dispõe sobre os limites mínimos do indicador Liquidez de

Curto Prazo (LCR) e as condições para sua observância. O LCR será calculado com base na

razão entre estoque de ativos de alta liquidez e as saídas líquidas no prazo de até 30 dias.

Terá por finalidade evidenciar se as instituições financeiras possuem recursos de alta

liquidez para resistir a um cenário de estresse financeiro agudo com duração de 1 mês.

Visando reduzir o impacto nos mercados monetários e de crédito, os limites mínimos do

LCR serão elevados gradativamente, partindo de 0,60 no final de 2015, inicio da vigência da

resolução, e chegando a 1 em janeiro de 2019.

Circular nº 3.748/2015, que dispõe sobre a metodologia para apuração da Razão de

Alavancagem (RA), remessa ao Banco Central do Brasil e divulgação das respectivas

informações. A RA é definida como a razão entre o capital Nível I (capital de mais alta

qualidade mantido pelos bancos) e o total de exposições da instituição. A RA tem como

objetivo primordial evitar a alavancagem excessiva das instituições financeiras, e o

consequente aumento do risco sistêmico, com impactos indesejáveis sobre a economia.

O cronograma de implementação do Basileia III no Brasil prevê ainda, conforme o Comunicado nº

20.615/2011, a adoção de outras medidas até 2019, dentre elas:

a. Colchão de Capital:

I – Capital de Conservação: corresponderá a um montante complementar às exigências

mínimas regulamentares, constituído de elementos aceitos para compor o Capital

Principal. Seu objetivo é aumentar o poder de absorção de perdas das instituições

financeiras além do mínimo exigido em períodos favoráveis do ciclo econômico, para que

o capital acrescido possa ser utilizado em períodos de estresse.

Vale mencionar que os bancos poderão utilizar em determinadas circunstâncias o capital

deste colchão, mas terão que reduzir a distribuição de lucros e dividendos, caso a

instituição financeira esteja próxima do percentual mínimo exigido. Com isso, o órgão

supervisor pretende evitar que as instituições continuem a pagar elevados bônus e

dividendos quando sofrem deterioração de capital.

II – Capital Contracíclico: busca assegurar que o capital mantido pelas instituições

financeiras contemple os riscos decorrentes de alterações no ambiente macroeconômico.

O Capital Contracíclico também deve ser constituído com elementos aceitos no Capital

Principal e será requerido em caso de crescimento excessivo do crédito associado a

potencial acumulação de risco sistêmico.

Page 9: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

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b. Índice de Liquidez:

NSFR (Net Stable Funding Ratio) – Índice de Liquidez de Longo Prazo: será calculado

pela razão entre o total de captações estáveis disponíveis e o total de captações estáveis

necessárias. O indicador visa incentivar as instituições financeiras a financiarem suas

atividades com fontes mais estáveis de captação.

Cabe destacar que o Banco Central do Brasil esclarece que as recomendações de Basileia III,

mencionadas no Comunicado nº 20.615/2011, são em essência, complementares às de Basileia II e,

portanto, devem ser consideradas em conjunto com as informações contidas nos Comunicados nos

16.137/2007 e 19.028/2009.

Em suma, as recomendações de Basiléia III visam aperfeiçoar a capacidade das instituições

financeiras de absorver choques provenientes do sistema financeiro ou dos demais setores da

economia, propiciando a manutenção da estabilidade financeira e a promoção do crescimento

econômico sustentável. Espera-se que o aumento do nível de Capital, combinado com

requerimentos mínimos de liquidez e medidas macroprudenciais, reduza a probabilidade e a

severidade de futuras crises bancárias e seus potenciais efeitos negativos sobre os demais setores da

economia.

Page 10: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

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4. Gerenciamento dos Riscos

O processo de gerenciamento é pautado em identificar, avaliar, controlar e monitorar os riscos, com

o objetivo de diminuir a probabilidade e o impacto de eventos negativos e de aumentar a

probabilidade de eventos positivos, contribuindo, assim, para agregar valor ao negócio.

A gestão dos Riscos das empresas do Mercantil do Brasil está subordinada à Diretoria de

Compliance, PLD e Riscos e à Diretoria Executiva de Controladoria, Compliance, PLD e Riscos,

cabendo responsabilidades, também, ao Conselho de Administração, ao Comitê de Auditoria e ao

Comitê Diretivo.

4.1. Risco de Mercado

O risco de mercado é gerenciado por meio de metodologias e sistemas condizentes com a natureza

das operações, com a complexidade dos produtos e a dimensão da exposição, bem como com a

realidade do mercado nacional e internacional, permitindo embasar decisões estratégicas para a

Instituição com grande agilidade e alto grau de confiança.

A base de dados de risco de mercado, utilizada pela Instituição, possui algumas premissas básicas,

tais como:

Para o gerenciamento do risco de mercado é necessário ter os fluxos nos vencimentos com

seus respectivos valores, compreendendo o principal, os juros e os demais valores

relacionados a cada parcela/operação;

O cálculo do valor projetado (no vencimento) é feito sempre por dias corridos;

Se a data de vencimento (data de vencimento real da operação) for dia não útil, move-se

para dia útil subsequente;

Para o cálculo do risco de mercado são consideradas apenas as operações ou parcelas cuja

data de vencimento é no mínimo o próximo dia em relação à data dos dados da base de

Risco de Mercado;

Os fluxos de crédito rotativo consideram como prazo: cheque especial – 1 dia; conta

garantida – o primeiro dia útil, a data de aniversário do vencimento ou a ocorrência de saldo

credor, conforme o que rege o contrato;

Os fluxos de depósito de poupança tomam-se como prazo a próxima data de aniversário de

rendimento;

As operações referenciadas em DI e Selic, remuneradas em percentual diferente de 100%, são

consideradas como risco prefixado. O nível de exposição é calculado como o produto do valor

projetado pelo valor absoluto da diferença entre o % de CDI ou Selic e 100%.

Assim, por exemplo, se uma aplicação for remunerada em 95% ou 105% do DI, o Mercantil do

Brasil está exposto em 5% do valor projetado. Segue, abaixo, o tratamento para essas operações:

Operações ativas:

> 100%: gerar um fluxo prefixado passivo.

Page 11: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

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< 100%: gerar um fluxo prefixado ativo.

Operações passivas:

> 100%: gerar um fluxo prefixado ativo.

< 100%: gerar um fluxo prefixado passivo

Em conformidade com as Resoluções nos 4.193/2013 e 4.281/2013 do Conselho Monetário

Nacional (CMN), realiza-se o cálculo do capital regulatório de risco de mercado, tendo como

principais vertentes: a classificação das operações nas carteiras de Negociação (Trading) e de Não

Negociação (Banking).

As parcelas exigidas para cobertura de risco de mercado são calculadas diariamente, com as

posições detidas pelo Conglomerado Prudencial, considerando-se as parcelas/operações em aberto

na data de referência. Ou seja, não se utilizam estimativas de crescimento de volume, de

modificações dos prazos ou das composições das carteiras. A integração das informações para o

risco de mercado é dinâmica e captura as mudanças ocorridas no dia, indicando que a posição de

fechamento do dia é a que será usada para os cálculos das carteiras de Negociação e de Não

Negociação.

Para grandes variações de preço, o Mercantil do Brasil utiliza o instrumento hedge para proteger as

operações financeiras ao qual está exposto. A estratégia de hedge consiste em compensar, no todo

ou em parte, os riscos decorrentes da exposição às variações no valor de mercado ou no fluxo de

caixa de qualquer ativo, passivo, compromisso ou transação futura prevista.

4.1.1. Carteira Trading

Entende-se por Carteira Trading (CT) todas as operações com instrumentos financeiros e

mercadorias, inclusive derivativos, detidas com a intenção de negociação ou destinadas a hedge de

outros elementos da CT, e que não estejam sujeitas à limitação da sua negociabilidade.

Segue, abaixo, o quadro com a parcela exigida para cobertura do Risco de Mercado para as

operações contidas na Carteira Trading do Conglomerado Prudencial:

4.1.2. Exposição Cambial

A circular nº 3.641/2013 estabeleceu os procedimentos para o cálculo da parcela dos ativos

ponderados pelo risco (RWA) referente às exposições em ouro, em moeda estrangeira e em ativos

Page 12: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

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sujeitos à variação cambial cujo requerimento de capital é calculado mediante abordagem

padronizada (RWACam), de que trata a Resolução nº 4.193/2013.

Segue, abaixo, o quadro da parcela RWACam do Conglomerado Prudencial:

4.1.3. Carteira Banking

São incluídas na carteira Banking todas as operações que representam fontes relevantes de risco de

mercado e que não estejam classificadas na carteira de negociação. Consiste das operações

estruturais (operações de tesouraria, operações de crédito, depósitos, captações externas, etc) e

derivativos não classificados como de negociação.

Sua metodologia de cálculo consiste em mapear os fluxos de caixa por fator de risco (book), marcá-

los a mercado pela estrutura temporal correspondente e aplicar as últimas 100 variações (cenários)

da estrutura temporal para estimar a perda potencial.

As simulações das últimas 100 variações sobre a estrutura temporal vigente gerarão 100 possíveis

resultados diferentes, e consequentemente 100 variações do valor marcado a mercado da carteira. O

VaR, ou a perda máxima esperada de um dia para outro (holding period = 1 dia), com 95% de grau

de confiança, é definido como a sexta pior variação de todas as opções simuladas.

A parcela adicional relativa ao risco de mercado da carteira Banking (Rban) é o resultado da soma

do VaR de todos os fatores de risco na moeda nacional considerando as correlações entre os fatores

de risco, ao VaR em moeda estrangeira.

Segue, abaixo, o quadro com a parcela Rban do Conglomerado Prudencial:

Metodologia: VaR histórico: janela 100 dias úteis, holding period 1 dia, 95% grau de confiança.

4.1.4. Derivativos

Os instrumentos financeiros derivativos existentes na Instituição, na sua grande maioria, são

destinados à proteção de exposição a riscos (hedge) das captações externas, não possuindo nenhum

caráter especulativo.

Cabe ressaltar ainda, que o Mercantil do Brasil possui uma gestão ativa de seus riscos de mercado,

com o acompanhamento diário das exposições aos diversos fatores de risco, bem como ao potencial

efeito que essas exposições podem causar no valor justo de seus derivativos, podendo indicar a

mudança de posição de modo a mitigar esses riscos. Adicionalmente, os procedimentos para

proteção estão em consonância com as diretrizes definidas na Política Institucional de Hedge.

Page 13: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

12

Segue quadro das exposições em derivativos, segregada por fator de risco de mercado e também

segmentada entre posição comprada e posição vendida:

4.1.5. Controle e Acompanhamento

A Gerência de Gestão de Riscos produz relatórios distintos para atender o perfil das áreas

demandantes. Tais relatórios retratam todas as fontes relevantes de exposição de acordo com os

fatores de risco associados e, também, de forma agregada. Ou seja, medem-se, monitoram-se e

controlam-se as operações por fator de risco e como essas posições se correlacionam entre si.

Além do acompanhamento diário das exposições aos diversos fatores de risco e do cálculo do valor

em risco VaR, são realizados testes de estresse de flutuação das principais variáveis

macroeconômicas, utilizando cenários históricos ou de mudança de premissas. Também é realizado

o back-test, que consiste na averiguação de uma amostra de retornos da ocorrência de um número

de perdas superiores ao VaR conforme o nível de confiança escolhido.

O modelo de risco de mercado também permite acompanhar a sensibilidade das taxas de juros,

comparando a curva de mercado recente aos cenários formados, o que possibilita simular como tais

taxas podem variar e afetar as posições assumidas pela Instituição.

Outro ponto relevante é a sistemática validação da base de dados da Instituição, sendo aplicados

pontos de controle para garantir a integridade das informações utilizadas.

4.2. Risco Operacional

O Gerenciamento do Risco Operacional no Mercantil do Brasil integra-se às estratégias e aos

negócios de cada instituição individualmente e ao conglomerado prudencial, alinhando os processos

existentes e praticados com as políticas vigentes. A forma de atuação possibilita a identificação das

áreas com maior potencial de risco e os cenários mais críticos para, por meio de uma gestão efetiva,

controlar e mitigar a exposição ao Risco Operacional a que a Instituição está sujeita.

No conglomerado prudencial Mercantil do Brasil, o Gerenciamento do Risco Operacional é

realizado de forma compartilhada com os gestores das áreas, considerados especialistas dos

processos, e que desempenham importante papel na integração com a Gerência de Gestão de

Page 14: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

13

Riscos. Esta proximidade com o foco do risco possibilita uma interferência positiva, favorecendo

uma gestão dinâmica e participativa.

4.2.1. Processo de Gerenciamento

A metodologia aplicada para a gestão do Risco Operacional é composta pelas etapas qualitativa e

quantitativa. A primeira etapa contempla o levantamento dos processos, a identificação dos riscos, a

avaliação dos controles e as respostas aos riscos (plano de ação).

Já a etapa quantitativa, consiste na formação da base de perdas, tendo como objetivo registrar as

informações relativas aos eventos decorrentes da exposição ao Risco Operacional no Mercantil do

Brasil.

No conglomerado prudencial Mercantil do Brasil estão disponíveis diversas ferramentas para a

gestão do Risco Operacional: Teste de Avaliação dos Sistemas de Controle de Riscos Operacionais,

Questionário CSA (Control Self Assessment) e ICR (Indicador Chave de Risco), que visam gerar

informações de forma a maximizar a eficiência dos controles implementados e dos dados de perda

operacional, redirecionando ações a fim de reduzir as perdas operacionais.

Os relatórios de gerenciamento do risco operacional são enviados aos Gestores e a Alta

Administração, contendo informações que sinalizam os aspectos qualitativos e quantitativos da

exposição a risco operacional da Instituição, o que permite avaliar a possibilidade de ocorrência das

perdas, o impacto resultante e os tipos de ação para a sua mitigação.

4.2.2. Metodologia de Mensuração

De acordo com o disposto na Circular nº 3.640/2013 do Bacen, o cálculo da parcela RWAOPAD

pode ser efetuado com base em uma das seguintes metodologias, a critério da instituição financeira:

Abordagem do Indicador Básico; Abordagem Padronizada Alternativa; Abordagem Padronizada

Alternativa Simplificada.

No Mercantil do Brasil, a metodologia de cálculo adotada é a Abordagem Padronizada Alternativa

Simplificada, conforme detalhamento contido no artigo 7º da circular nº 3.640/2013, alterada pelas

Circulares nos 3.675/2013 e 3.739/2014 do Bacen. Toda a metodologia de cálculo da abordagem

utilizada pela Instituição foi definida seguindo os critérios de consistência e passíveis de

verificação. Além disso, encontra-se devidamente formalizada.

No mês de Março/2015, a parcela de RWAOPAD em relação ao Patrimônio de Referência Mínimo

Requerido para RWA do Conglomerado Prudencial do Mercantil do Brasil foi de 7,61%.

4.2.3. Controle e Acompanhamento

Mensurados os riscos e conhecidas às exposições que extrapolem a tolerância a riscos da

Instituição, os planos de ação são adotados visando a reduzir o Risco Operacional a um nível

aceitável. Os procedimentos de controle da exposição são estabelecidos pelos gestores das áreas,

podendo ser orientados, quando necessário, pela Gerência de Gestão de Riscos sobre as diretrizes e

práticas de mitigação dos mesmos. É importante ressaltar que para os riscos diagnosticados como

alto é realizado o acompanhamento do desenvolvimento dos planos de ação.

Page 15: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

14

Além da utilização de ferramentas de gestão, a Instituição mantém uma base de dados de perdas

operacionais internas que é consolidada e analisada. Outra forma de gestão do risco operacional é à

base de dados de perdas operacionais externa. O Mercantil do Brasil vem capturando informações

de perdas operacionais externas de várias Instituições Financeiras, nas diversas fontes de divulgação

(jornais, sites, etc.). Estes dados são coletados e analisados de forma a identificar possíveis cenários

de exposição a riscos.

Segue gráfico de perdas operacionais internas ocorridas por valores:

Obs.: A base de dados de perdas operacionais interna é acumulativa e mensalmente são informadas

recuperações referentes às perdas já registradas nos meses anteriores. Devido a estes ajustes, os

percentuais apresentados no gráfico podem sofrer futuras modificações.

4.2.4. Gestão de Continuidade dos Negócios

A Gestão de Continuidade dos Negócios, que também está inserida no âmbito do Gerenciamento do

Risco Operacional, busca garantir a continuidade dos processos de negócios críticos à sobrevivência

da instituição em caso de crises que causem a interrupção das suas atividades. Isso proporciona um

ambiente mais seguro às operações, aos clientes e contrapartes, bem como aos seus acionistas.

Para garantir essa resiliência, o Mercantil do Brasil utiliza metodologia que o permite definir

estratégias de contingência, determinando procedimentos alternativos e linhas de ação que manterão

as operações críticas em funcionamento, mesmo na ocorrência de eventos adversos que causem a

interrupção das atividades. Todas essas especificações estão formalizadas em Planos de

Contingência, que contemplam também toda a estrutura de pessoal e logística disponibilizada para a

continuidade dos negócios.

Periodicamente, os Planos de Contingência elaborados passam por testes, cujos relatórios, enviados

inclusive à Alta Administração, orientam a atualização desses planos e buscam garantir a eficácia

dos procedimentos descritos. Esse ciclo virtuoso permite ao Mercantil do Brasil manter sua Gestão

de Continuidade dos Negócios em um processo de melhoria continua.

Page 16: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

15

METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE CONTINGÊNCIA

Buscando o aprimoramento da qualidade e efetividade das estratégias, dos planos e dos processos

estabelecidos para a continuidade de seus negócios, a Instituição investe constantemente em novas

tecnologias, metodologias e na capacitação de seus funcionários, visando a atingir padrões cada vez

mais elevados de sustentabilidade e perenidade de seus negócios.

O Mercantil do Brasil mantém, ainda, permanente monitoramento do ambiente em que está

inserido, o que permite um amadurecimento das estratégias e estudo de cenários de crise e,

consequentemente, permanência do estado de prontidão para as situações adversas.

Com tudo isso, a Instituição vem se preparando, com consistência, para reduzir significativamente

os impactos de interrupções a níveis razoáveis.

4.3. Risco de Liquidez

No Mercantil do Brasil o Risco de Liquidez é gerenciado por meio de metodologias e modelos que

visam gerir a capacidade de pagamento da Instituição, considerando o planejamento financeiro, os

limites de riscos e a otimização dos recursos disponíveis, permitindo embasar decisões estratégicas

com grande agilidade e alto grau de confiança.

A Gerência de Gestão de Riscos promove a imediata disseminação de informações e análises sobre

o Risco de Liquidez aos diversos setores diretivos e gerenciais da Instituição, bem como as

conclusões e providências adotadas.

A gestão é realizada em conformidade com a Resolução nº 4.090/2012 do Conselho Monetário

Nacional (CMN), que dispõe sobre a estrutura de gerenciamento, governança e transparência das

informações do Risco de Liquidez.

Visando proporcionar a permanente adequação do gerenciamento às características e exposições da

Instituição e seguindo as melhores práticas sugeridas pela Febraban, pelo Banco Central e pelo BIS

(Bank for International Settlements, em português: Banco de Compensações Internacionais), a

Page 17: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

16

Instituição possui dois modelos – “Descasamento entre Ativos e Passivos” e “movimentação diária

de produtos”. O primeiro modelo permite o acompanhamento por produto, moeda, indexador e

vencimento e o segundo fornece fluxo de entrada e saída dos produtos ativos e passivos.

O Mercantil do Brasil realiza ainda, como um dos instrumentos de gestão, a projeção do fluxo de

caixa para curto, médio e longo prazo, através de duas metodologias: uma utilizando o modelo

estatístico de previsão Box-Jenkins e outra baseada em séries históricas de movimentação de

produtos de ativo e passivo, recebimentos antecipados, vencimentos e recompras de operações de

Depósito a Prazo (DPZ Comum, DPGE), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Letras

Financeiras (LF), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), operações de crédito, captações externas,

poupança, depósito a vista e TVMs.

Concomitantemente, são construídos cenários de estresse que permitem a identificação de possíveis

problemas que possam vir a comprometer o equilíbrio econômico-financeiro da Instituição. O

Mercantil do Brasil possui ainda, Plano de Contingência de Liquidez contendo responsabilidades e

procedimentos para enfrentar situações de estresse liquidez, garantindo a execução em tempo hábil

das ações e retorno rápido aos níveis de liquidez aceitáveis.

4.3.1. Controle e Acompanhamento

O gerenciamento do Risco de Liquidez considera todas as operações praticadas no mercado

financeiro e de capitais, assim como possíveis exposições contingentes ou inesperadas, tais como as

advindas de serviços de liquidação, prestação de avais e garantias, e linhas de crédito contratadas e

não utilizadas.

Diariamente é feito o acompanhamento detalhado dos movimentos de entrada e saída das

Operações de Crédito, DPZ, DPGE, LCA, LCI, LF, Poupança e Depósito a Vista. Os produtos

DPZ, DPGE e LCA são analisados também de acordo com a concentração (saldo do cliente),

vencimentos, renovações, recompras, e as novas captações. Além disso, há um monitoramento

diário do saldo do Caixa e das principais variáveis que o compõe.

No que se refere ao Descasamento entre ativos e passivos, os gráficos a seguir demonstram a maior

exposição do Conglomerado Prudencial do Mercantil do Brasil nos fatores de risco Pré e CDI,

reflexo dos volumes de operações de crédito no ativo e dos depósitos a prazo no passivo.

Março/15

Para monitorar a capacidade da Instituição em suportar situações de estresse, o Mercantil do Brasil

apura ainda o Índice de Liquidez, que é obtido através da razão entre os Ativos Líquidos e os

Cenários de Estresse projetados.

66%

13%

13%

8%

Ativo

PRÉ CDI US$ Outros

16%

63%

11%

6% 4%Passivo

PRÉ CDI US$ IPCA Outros

Page 18: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

17

Para compor os Ativos Líquidos consideram-se integralmente o valor dos títulos públicos e

privados livres, as operações compromissadas (posição bancada) e as disponibilidades. Já nos

cenários de estresse consideram condições adversas que impliquem redução dos recursos captados,

aumento da inadimplência nos produtos da carteira de crédito e/ou restrinjam a realização financeira

de ativos.

4.4. Risco de Imagem e Reputação

O gerenciamento do risco de imagem e de reputação tem como objetivo alinhar os processos

existentes que possam gerar risco de imagem e reputação e, ainda, criar ferramentas que possam

mensurar os riscos, criando mecanismos de controle e apontando melhorias a serem realizadas.

Proteger a imagem e a reputação do Mercantil do Brasil é responsabilidade de todos os

funcionários. Por isso, a gestão dos riscos de imagem e de reputação é compartilhada por diferentes

áreas, que possuam processos já estruturados de captura, organização e consolidação de dados.

4.4.1. Processo de Gerenciamento

A gestão dos riscos de imagem e reputação é realizada através do monitoramento de fontes internas

e externas, conforme abaixo:

Ambiente interno:

Áreas gestoras que apresentem risco potencial – dados dos monitoramentos já

realizados;

Funcionários: demandas, pesquisas de comunicação interna e de clima, informações

advindas dos agentes de comunicação (colaboradores que auxiliam a área de

Comunicação Interna em assuntos ligados à comunicação e à divulgação de

informações);

Canais de Comunicação Interna: monitoramento das manifestações dos funcionários, por

meio dos canais disponíveis;

Áreas acessórias: troca de informações entre as áreas, buscando visão ampla dos riscos;

Acompanhamento e monitoramento das ações dos porta-vozes oficiais.

Ambiente externo:

Clipping – acompanhamento das publicações sobre o Mercantil do Brasil e sobre o

mercado, que possam afetar negativamente a imagem da Instituição;

Assessoria de imprensa – relacionamento com a imprensa;

Redes sociais – acompanhamento das manifestações publicadas e gestão do conteúdo do

canal.

Page 19: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

18

4.4.2. Controle e Acompanhamento

O grau de criticidade do risco de imagem e de reputação do Mercantil do Brasil é mensurado

através do Índice de Imagem (I-Imagem).

O índice apresenta métricas de acompanhamento das menções negativas publicadas na imprensa.

De posse das informações advindas do índice, a Instituição analisa as exposições aos riscos de

imagem e de reputação e indica mudanças que visem a mitigar percepções negativas. O I-Imagem

possibilita, também, conhecer os eventos que mais contribuem para danificar a imagem da

Instituição e indicar ações de prevenção e de mitigação.

4.5. Risco Socioambiental

A Política de Responsabilidade Socioambiental do Mercantil do Brasil, a ser publicada até o dia 31

de julho de 2015, orientará a continuidade dos processos de gerenciamento dos impactos

socioambientais de suas atividades, considerando os seguintes aspectos: a gestão adequada de

resíduos realizada por meio das ações do programa MB Consciente Ambiental; o mapeamento e

estudo contínuo de oportunidades que possam contribuir com a eficiência no consumo de energia e

recursos naturais da empresa; a adoção de critérios socioambientais na concessão, análise e gestão

do crédito, como por exemplo, combate a questões de trabalho relacionadas ao trabalho análogo a

escravo, infantil e à exploração sexual; e implantação de um processo de avaliação de fornecedores

e prestadores de serviços.

A elaboração da Política de Responsabilidade Socioambiental do Mercantil do Brasil prevê,

também, a realização de ações de gestão integrada que abordem diretrizes sobre a estrutura de

governança direcionada às questões socioambientais e a avaliação e gestão de risco socioambiental

envolvidos em suas atividades e processos.

4.6. Risco de Crédito

Por risco de crédito, entende-se como a possibilidade de não cumprimento total ou parcial, por

determinada contraparte, de obrigações relativas à liquidação de operações que envolvam a

negociação de ativos financeiros.

A gestão do risco de crédito compreende a identificação, mensuração, controle e mitigação dos

riscos relativos às ocorrências de perdas esperadas e não esperadas na atividade de crédito,

objetivando otimizar a eficiência de seu capital econômico.

O Mercantil do Brasil investe, de forma estruturada, no aperfeiçoamento contínuo dos processos e

das práticas de controle e gestão de risco de crédito, seguindo padrões de mercado e atendendo as

exigências dos órgãos reguladores.

A Estrutura de Gerenciamento do Risco de Crédito Mercantil do Brasil conta com o apoio de

diferentes níveis hierárquicos: Conselho de Administração, Corpo Diretivo e Executivo e todas as

demais áreas envolvidas no processo de concessão e gestão de crédito.

A segregação das atividades é um pilar importante e contempla a originação, análise, decisão, a

formalística, o acompanhamento, controle, a gestão de risco, a cobrança e a recuperação. Estas

atividades são de responsabilidade de Diretorias Executivas distintas, que atuam segundo as

diretrizes estratégicas e a política de crédito.

Page 20: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

19

Todo o processo é suportado por modernos sistemas de tecnologia, alta integração e disponibilizam

informações gerenciais a todos os envolvidos nesta atividade, tornando transparentes e integrados

os resultados de cada ciclo.

O processo de análise visa concluir sobre o risco de crédito do cliente adotando aspectos

quantitativos baseados na situação econômica, financeira e patrimonial, e qualitativos tais como

dados cadastrais e comportamentais. A análise da operação de crédito além de ter como base a

classificação de risco do cliente, incorpora os aspectos da estruturação do negócio, inclusive quanto

à liquidez e suficiência das garantias apresentadas. Todo o processo é centralizado e as decisões são

tomadas de forma colegiada e dentro da alçada de cada nível.

Em particular, a concessão de crédito massificado de varejo é realizada de forma automatizada e

padronizada, através de modelos quantitativos, desenvolvidos por uma equipe técnica capacitada e

em constante desenvolvimento, mediante utilização de ferramentas que asseguram maior qualidade

dos créditos concedidos.

O cuidado com a qualidade dos ativos financeiros da Instituição é concomitante ao processo de

concessão de crédito e vai até a liquidação dos contratos. Esta atividade está sob a responsabilidade

direta das Diretorias de Crédito e de Gestão de Crédito, que possuem todas as suas diretrizes

fundamentadas na Política de Crédito da instituição.

Dentro deste contexto, a gestão do risco de crédito no Mercantil do Brasil contempla fatores

internos como a análise da evolução da carteira, seus níveis de inadimplência, rentabilidade dos

produtos, qualidade da carteira, grau de concentração e adequação do capital econômico alocado;

além de fatores externos como acompanhamento do ambiente macroeconômico e dos setores

econômicos, taxas de juros, indicadores de inadimplência do mercado, condicionantes de consumo,

etc. Desta forma, as variações das exposições aos riscos que o Mercantil do Brasil está sujeito, são

acompanhadas levando em consideração o ambiente de negócios, o comportamento da concorrência

e os compromissos com os resultados que o Mercantil do Brasil tem para com seus clientes,

acionistas, funcionários e a sociedade.

No 1º semestre de 2014 foi revisada pelo Conselho de Administração a Política Institucional de

Gerenciamento do Risco de Crédito Mercantil do Brasil, em conformidade com o disposto na

Resolução nº 3.721/2009, do Conselho Monetário Nacional. Em acordo com o artigo 1º desta

resolução, a estrutura adotada pelo Mercantil do Brasil é compatível com a natureza das suas

operações e com a complexidade dos produtos e serviços oferecidos, sendo esta proporcional à

dimensão da exposição ao risco de crédito do conglomerado econômico-financeiro.

Em 1º de outubro de 2013 iniciou-se o atendimento ao cronograma internacional de implantação de

Basiléia III, sendo que as alterações relacionadas à apuração do capital para risco de crédito foram

implementadas em conformidade com o disposto na Circular nº 3.644/2013 do Bacen.

Page 21: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

20

4.6.1. Exposição ao Risco de Crédito

O quadro abaixo demonstra as exposições ao risco de crédito do Conglomerado Prudencial e a

média no trimestre:

4.6.2. Percentual das 10, 50 e 100 maiores exposições

Page 22: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

21

4.6.3. Por Países e Regiões Geográficas

O quadro a seguir apresenta a exposição total ao risco de crédito do Conglomerado Prudencial

segregada por regiões geográficas:

4.6.4. Por Setor Econômico

Os quadros a seguir apresentam a exposição total a risco de crédito do Conglomerado Prudencial

por setor econômico:

Page 23: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

22

4.6.5. Por Prazo a Decorrer

O quadro a seguir apresenta a exposição total ao risco de crédito do Conglomerado Prudencial por

prazo a decorrer:

4.6.6. Por Atraso

Os quadros a seguir apresentam o montante das operações em atraso, bruto de provisões e excluídas

as operações já baixadas para prejuízo, segmentado por regiões geográficas do Brasil e por setor

econômico com exposições significativas:

Page 24: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

23

4.6.7. Por Operações Baixadas para Prejuízo no trimestre

O quadro abaixo apresenta o fluxo de operações baixadas para prejuízo no trimestre, segmentado

por setor econômico com exposições significativas e montante de provisões para perdas relativas às

exposições, segmentado por setor econômico com exposições significativas, discriminando os

valores adicionados e os subtraídos:

Page 25: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

24

4.6.8. Exposição ao Risco de Crédito de Contraparte

A gestão do Risco de Crédito do Mercantil do Brasil contempla em sua estrutura o gerenciamento

do risco de contraparte. Dentro deste contexto, a diretriz básica da Política de Crédito para avaliar o

risco de contraparte, quando esta se tratar de Instituições Financeiras clientes do Mercantil do

Brasil, tem o objetivo de definir instrumentos adequados de análise para minimizar o risco de

crédito, através da obtenção de maior grau de segurança nas operações com o segmento e de

estabelecer os critérios de enquadramento dos riscos considerados aceitáveis pelo Comitê Diretivo.

O processo de crédito das instituições financeiras ocorre da seguinte forma:

1. As Instituições são classificadas em função do risco de crédito;

2. As operações são amparadas por Limites de Crédito.

A classificação de crédito para Instituições Financeiras clientes do Mercantil do Brasil é decorrente

de um Grau de Risco estabelecido a partir da análise de crédito. Para a realização da Análise de

Crédito são utilizadas informações obtidas através do Banco Central do Brasil, análises realizadas

por empresa externa de classificação de risco, além de informações econômicas, financeiras e de

mercado.

A análise de crédito é elaborada envolvendo aspectos objetivos e subjetivos, sendo o primeiro

resultado da apuração de indicadores econômico-financeiros, tais como a Estrutura Patrimonial, a

solvência, a rentabilidade, os custos e a performance da empresa. No caso da análise subjetiva, é

levado em conta o histórico de instituição, a estrutura operacional e administrativa, os recursos

operacionais, a visão estratégica, o perfil operacional, bem como aspectos voltados para o negócio,

como a qualidade da carteira e as políticas de crédito e de investimento. Na análise de crédito será

estabelecido o Grau de Risco da instituição.

O valor aprovado do limite de crédito representa o limite máximo atribuído a cada Instituição

Financeira, em cada modalidade específica, observadas as regras gerais.

Seguem abaixo as Regras Gerais que estabelecem os limites para as operações com instituições

financeiras:

a) Os limites de crédito amparam os riscos assumidos nas modalidades para as quais foram

estabelecidos;

b) Os limites são fixados considerando um percentual do Patrimônio Líquido da Instituição

analisada, mas sempre estabelecendo um teto calculado a partir do Patrimônio Líquido do

Mercantil do Brasil;

c) Para as instituições desenquadradas nos limites fixados somente podem ser contratadas

novas operações após o enquadramento de acordo com o limite estabelecido;

d) Operações com instituições controladas ou coligadas ao Mercantil do Brasil e aquelas

compromissadas lastreadas em títulos públicos federais serão consideradas de risco nulo;

e) As operações com acordo formalizado de compensação terão impacto no risco pela

diferença entre os recursos aplicados e captados;

f) Não são atribuídos limites para instituições "Em Observação" ou com "Dados

Insuficientes”;

g) Os Limites de Crédito têm validade por 180 dias, sendo que a decisão final cabe ao

Comitê Superior de Crédito, independentemente dos valores propostos;

h) Qualquer excepcionalidade em relação à política ou processo de crédito ou sua alteração,

somente é aplicada mediante a autorização do Comitê Diretivo.

Page 26: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

25

O quadro abaixo apresenta o valor nocional dos contratos sujeitos ao risco de crédito de contraparte,

relativos a contratos a serem liquidados em sistemas de liquidação de câmaras de compensação e de

liquidação, nos quais a câmara atue como contraparte central:

A seguir, o valor nocional dos contratos sujeitos ao risco de crédito de contraparte, relativos a

contratos a serem liquidados em sistemas de liquidação de câmaras de compensação e de

liquidação, nos quais a câmara não atue como contraparte central, segregados em contratos com

garantias e contratos sem garantias:

O quadro, a seguir, apresenta o valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito de

contraparte, desconsiderados os valores positivos relativos a acordos de compensação, conforme

definidos na Resolução nº 3.263/2005:

A seguir, os valores positivos relativos a acordos para compensação e liquidação de obrigações,

conforme definidos na Resolução nº 3.263/2005:

Apresenta-se, abaixo, o valor das garantias que atendam acumulativamente aos seguintes requisitos:

a) sejam mantidas ou custodiadas na própria instituição ou em seu nome;

b) tenham por finalidade exclusiva a constituição de garantia para as operações a que se vinculem;

c) estejam sujeitas à movimentação, exclusivamente, por ordem da instituição depositária e;

d) estejam imediatamente disponíveis para a instituição depositária no caso de inadimplência do

devedor ou de necessidade de sua realização.

Abaixo, a exposição global a risco de crédito de contraparte, líquida dos efeitos dos acordos para

compensação e do valor das garantias:

Conglomerado Prudencial - R$ mil

494 Contratos em que a Câmara atua como contraparte central

Conglomerado Prudencial - R$ mil

Com Garantia 2.871.005

Sem Garantia 822.427

Contratos em que a Câmara não atua como contraparte

central

Conglomerado Prudencial - R$ mil

3.176.548 Valor Positivo Bruto

Conglomerado Prudencial - R$ mil

213.547 Acordos de Compensação

Conglomerado Prudencial - R$ mil

2.872.718 Garantias

Conglomerado Prudencial - R$ mil

Exposição Global Líquida303.829

Page 27: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

26

4.6.9. Instrumentos Mitigadores

O quadro abaixo apresenta o valor total mitigado pelos instrumentos definidos nos artigos 36 a 39

da Circular nº 3.644/2013, segmentado por tipo de mitigador e por FPR:

4.7. Aquisição, Venda ou Transferência de Ativos Financeiros e de Securitização

A Resolução nº 3.533/2008 do Conselho Monetário Nacional (CMN), com modificações

posteriores, em vigor a partir de 1º de janeiro de 2012, estabelece procedimentos para classificação,

registro contábil e divulgação de operações de venda ou de transferências de ativos financeiros.

A Instituição realiza historicamente operações de cessão de créditos nas modalidades com retenção

e sem retenção substancial dos riscos e benefícios econômicos. Estas operações atendem aos

objetivos estratégicos de aproveitamento do seu potencial de originação de ativos de crédito,

levando-se em consideração, também, a demanda do mercado.

4.7.1. Com Retenção Substancial dos Riscos e Benefícios

As operações de cessão de créditos na modalidade “com retenção substancial dos riscos e

benefícios” configuram-se pela coobrigação ou pela aquisição de cotas subordinadas em volume

superior ao risco histórico dos fundos adquirentes. Nesta modalidade, as operações cedidas

permanecem registradas no ativo da instituição cedente e os recursos recebidos são registrados no

ativo tendo como contrapartida o passivo financeiro decorrente da obrigação assumida. As receitas

e despesas decorrentes dessas cessões são apropriadas no resultado pelo prazo remanescente das

respectivas operações.

Page 28: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

27

Nas operações de cessão de crédito na categoria com retenção substancial dos riscos e benefícios, a

Instituição está exposta ao risco de crédito, de mercado e operacional, que são adequadamente

monitorados e mitigados de conformidade com as normas em vigor e retém como benefícios

econômicos as receitas apuradas nas operações de cessão de crédito.

O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), para fins de elaboração das

demonstrações financeiras consolidadas, é considerado Entidade de Propósito Específico (EPE) nos

termos da Instrução CVM nº 408/2004. Na consolidação, o saldo dos direitos creditórios é

incorporado à carteira de operações de crédito, com o correspondente registro do saldo das cotas

seniores na rubrica de “Obrigações por Cotas de Fundos de Investimentos”, líquido das aplicações

em cotas subordinadas.

4.7.2. Sem Retenção Substancial dos Riscos e Benefícios

As operações de cessão de créditos na modalidade “sem retenção substancial dos riscos e

benefícios”, caracterizam-se pela transferência de todos os riscos e benefícios de propriedade do

ativo financeiro objeto da operação. Nesta modalidade, as operações cedidas são baixadas do ativo

da instituição cedente, em contrapartida os recursos recebidos são registrados no ativo. As receitas e

despesas incorridas decorrentes dessas operações são registradas no resultado do período de forma

segregada.

O saldo das operações cedidas até 31/12/2011, com coobrigação, ou seja, antes da entrada em vigor

da Resolução nº 3.533/08, encontra-se registrado em conta de compensação:

Em R$ mil

Saldo Operações Cedidas com Coobrigação Registradas em Contas de Compensação

Descrição Mar/2015

Saldo das coobrigações 66.817

As Operações de Cessão de Crédito após a Resolução nº 3.533/08 são como segue:

Em R$ mil

Saldo Operações Cedidas com Retenção Substancial de Riscos e Benefícios

Descrição Mar/2015

Instituições Financeiras 953.780

Total das exposições honradas ou recompradas 52.073

No período, não há saldo de exposições em operações de Cessão de Crédito Sem Transferência nem

Retenção Substancial dos Riscos e Benefícios e de operações de aquisição de crédito, bem como

não ocorreram operações de Cessão com Transferência Substancial de Riscos e Benefícios.

4.7.3. Operações de Securitização

O Banco Mercantil do Brasil é controlador da COSEFI – Companhia Securitizadora e de Assessoria

em Recuperação de Créditos Financeiros, que tem como objeto social a prestação de serviços de

cobrança e aquisição de créditos oriundos de operações praticadas por instituições financeiras;

sociedades de crédito imobiliário; companhias hipotecárias; e associações de poupança e

empréstimo.

A carteira de crédito da COSEFI é composta por operações nas modalidades de crédito consignado,

capital de giro e crédito pessoal adquiridos de Empresas do Conglomerado Mercantil do Brasil com

Page 29: Relatório Corporativo de Gerenciamento de Riscos

28

a finalidade exclusiva de recuperação de créditos. Em março de 2015, essas operações perfazem o

montante de R$ 857 mil e não há operações de securitização de que trata o artigo 115 da Circular nº

3.648/2013. O risco ponderado dessas operações, em conformidade com as normas em vigor, é

imaterial no consolidado.

4.8. Participações Societárias Não Classificadas na Carteira de Negociação

O Mercantil do Brasil possui investimentos em participações societárias estratégicas, que são

compostas apenas por empresas sobre as quais a Instituição possui o controle.

Esse controle é caracterizado quando, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de

direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais

e o poder de eleger a maioria dos administradores.

As participações em sociedades controladas são avaliadas pelo método da equivalência patrimonial

e são consolidadas em observância à Lei n° 6.404/76, e às normas e Instruções do Bacen e da CVM.

Na consolidação das operações entre as empresas que fazem parte do Conglomerado Prudencial,

bem como os saldos, os ganhos e as perdas não realizados nessas operações são eliminados.

Em R$ mil

Descrição Valor Contábil Valor Justo

Mar/15 Dez/14 Mar/15 Dez/14

Capital Fechado(*) 151.875 177.042 151.875 177.042

Total 151.875 177.042 151.875 177.042

(*) Em conformidade com o artigo 14 e § 4º do artigo 19 da Circular 3.678/2013

Não há requerimento de capital de que trata o artigo 14, inciso V, da circular nº 3.678/2013 ou

perdas nesses processos.

4.9. Restrições ou Impedimentos Relevantes

No Conglomerado Prudencial Mercantil do Brasil, as instituições estão impedidas de realizar

operações entre si fora dos padrões de mercado e ao controlador é vedada a concessão de

empréstimos ou adiantamentos às instituições controladas direta ou indiretamente, bem como do

seu pessoal chave.

Assim, o Mercantil do Brasil, conforme definido na Política de Crédito, informa que não são

efetuados empréstimos ou adiantamentos a quaisquer subsidiárias, membros do Conselho de

Administração, da Diretoria Executiva, bem como a seus respectivos cônjuges e parentes até 2º

grau, e que as principais operações e negócios com as partes relacionadas seguem os padrões de

mercado e são amparadas pelas devidas avaliações prévias de suas condições e do estrito interesse

do Mercantil do Brasil em sua realização.

5. Gestão do Capital e Balanço Patrimonial

O Capital deve ser componente indispensável do processo decisório dos negócios, sendo seu

gerenciamento fator de diferenciação competitiva e de avaliação da relação risco-retorno. A

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agregação de valor que ele confere ao Mercantil do Brasil assegura a otimização dos recursos e da

alocação de Capital em benefício dos clientes, acionistas, funcionários e da sociedade.

O Gerenciamento de Capital no Mercantil do Brasil é um processo contínuo de (i) monitoramento e

controle do capital mantido pela instituição, (ii) avaliação da necessidade de capital para fazer face

aos riscos a que a instituição está sujeita, e (iii) planejamento de metas e de necessidade de capital,

em conformidade com os objetivos estratégicos e mercadológicos da instituição; e com uma postura

prospectiva que antecipa a necessidade de capital decorrente de possíveis mudanças nas condições

de mercado.

O Mercantil do Brasil faz o gerenciamento da sua estrutura de Capital por meio dos mecanismos e

procedimentos formalizados em sua Política Institucional de Gerenciamento de Capital, mantendo o

Capital compatível com os riscos incorridos pela Instituição. A Política Institucional de

Gerenciamento de Capital atende as exigências regulamentares instituídas pela Resolução nº

3.988/2011 do Conselho Monetário Nacional (CMN), e está em linha com as diretrizes estratégicas

do Mercantil do Brasil. Sua estrutura centralizada de Gerenciamento de Capital Mercantil do Brasil

é compatível com a natureza das operações, a complexidade dos produtos e serviços oferecidos, e a

dimensão da exposição a riscos; garantindo maior agilidade e assertividade na tomada de decisões.

Os principais objetivos do Gerenciamento de Capital são:

Utilização eficiente do Capital, por meio da alocação em negócios que considera o binômio

risco versus retorno;

Otimização do Capital alocado em segmentos de negócios e produtos de maior

rentabilidade;

Projeções de metas de Capital para atendimento aos objetivos estratégicos definidos no

Planejamento Estratégico e Mercadológico Mercantil do Brasil;

Gestão integrada de riscos, considerando os pilares I e II do Basileia II;

Garantir sua posição de solidez no mercado financeiro, ao adotar as melhores práticas de

gestão e mitigação de riscos, em atendimento aos requisitos do Basileia III.

No contexto do Gerenciamento de Capital, é elaborado um Plano de Capital estruturado de forma

consistente com o Planejamento Estratégico e Mercadológico do Mercantil do Brasil e tem como

objetivo garantir a manutenção de um nível adequado e sustentável de capital. O Plano de Capital

compreende:

Metas e projeções de Capital para o período mínimo de 3 anos;

Principais fontes de Capital disponíveis, ou seja, as alternativas de capitalização a serem

acessadas;

Plano de Contingência de Capital, com medidas de ajuste de caráter preventivo e restritivo;

Política de Distribuição de Resultados.

Para a elaboração das projeções plurianuais, são considerados:

Ameaças e oportunidades relativas ao ambiente econômico e de negócios traduzidos nas

projeções de carteiras;

Projeções dos valores de ativos e passivos, bem como das receitas e despesas;

Metas de crescimento ou participação no mercado; e

Distribuição de resultados.

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5.1. Projeções de Capital

Com a introdução das novas regras do Basileia III, passam a existir três requerimentos

independentes para cada conceito de capital (PR, Nível I e Capital Principal), além de montantes

adicionais de capital, estes variáveis ao longo do tempo. Outros índices serão ainda introduzidos ao

longo do tempo, como é o caso dos relacionados com liquidez e alavancagem.

Apesar da gestão e projeções se basearem em todos os índices exigidos, o Mercantil do Brasil

elegeu como principal indicador do grau de capitalização o Índice do PR. Ele é apurado a partir da

expectativa de crescimento dos ativos ponderados pelo risco (RWA), em relação ao Capital

necessário para cada parcela de risco; além da evolução dos níveis de capitalização, seja ela

“orgânica” – por meio dos resultados projetados – ou por demais fontes de Capital disponíveis.

Concomitantemente, a Instituição deve manter Capital disponível para as perdas não esperadas, que

corresponde à parcela adicional (Rban) para cobertura de risco de mercado das operações

classificadas na Carteira Banking. O valor da parcela Rban deverá ser necessariamente menor que a

diferença entre o valor do PR (Patrimônio de Referência) e o valor do Requerimento Mínimo para

RWA (Ativos Ponderados pelo Risco).

O impacto das projeções plurianuais no nível de capitalização do Mercantil do Brasil – por meio da

evolução do Índice do PR – e, consequentemente, da necessidade de Capital, gera as Metas e

Projeções de Capital Mercantil do Brasil para o período.

De forma a prover informações necessárias aos Executivos e ao Conselho de Administração para

tomada de decisões, relatórios gerenciais são elaborados baseando-se na adequação de Capital do

Mercantil do Brasil bem como sobre projeções de níveis de capital futuros, em situações normais e

de estresse.

O Plano de Capital Mercantil do Brasil, as projeções plurianuais constantemente revisadas e os

relatórios de acompanhamento do Gerenciamento de Capital representam uma evolução em termos

de gestão mais efetiva do nível de capitalização da Instituição.

5.2. Suficiência de Capital

A avaliação da suficiência de capital é realizada para assegurar que o Mercantil do Brasil mantenha

uma sólida base de capital para apoiar o desenvolvimento das suas atividades. O Gerenciamento do

Capital está alinhado ao Planejamento Estratégico e Mercadológico Mercantil do Brasil e considera

uma visão prospectiva, antecipando possíveis mudanças nas condições do ambiente econômico e

comercial em que atua. A suficiência de capital da Organização é demonstrada mediante a apuração

dos Índices de Basileia para os períodos futuros, a fim de suportar o crescimento dos negócios, já

considerando a introdução do cronograma de Basileia III e seus fatores de faseamento para os

ajustes prudenciais.

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5.3. Detalhamento do PR e RWA

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5.4. Balanço Patrimonial

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5.4.1. Instituições Integrantes do Balanço Patrimonial

O quadro a seguir demonstra as instituições que fazem parte do escopo de consolidação do balanço

patrimonial:

R$ / Mil

Banco Mercantil de Investimentos S.A. Banco de investimento 78,77 76.823 59.902

Mercantil do Brasil Corretora S.A. –

Câmbio, Títulos e Valores MobiliáriosCorretora de câmbio, títulos e valores mobiliários 99,99 27.196 24.943

Mercantil do Brasil Distribuidora S.A. –

Títulos e Valores MobiliáriosDistribuidora de títulos e valores mobiliários 100,00 11.515 7.326

Mercantil do Brasil Financeira S.A. –

Crédito, Financiamento e InvestimentosFinanceira 84,71 1.508.331 202.030

Mercantil do Brasil Leasing S.A. –

Arrendamento MercantilArrendamento mercantil 100,00 41.114 33.279

COSEFI – Companhia Securitizadora e de

Assessoria em Recuperação de Créditos

Financeiros

Securitizadora de crédito 100,00 6.626 6.587

Mercantil Administração e Corretagem de

Seguros S.A. ( Controlada Indireta )Corretagem de Seguros 76,07 6.963 6.403

Mercantil do Brasil Administradora e

Corretora de Seguros e Previdência

Privada S.A.

Administração, corretagem de seguros em geral e de

previdência privada100,00 42.183 37.804

Mercantil do Brasil Empreendimentos

Imobiliários S.A.Empreendimentos Imobiliários 100,00 73.300 73.054

Mercantil do Brasil Imobiliária S.A. Imobiliária 100,00 44.049 36.146

Empresa Atividade Participação %Total do

Ativo

Total do

Patrimônio

Liquido