o conceito de pobreza a partir da percepÇÃo de...

20
O CONCEITO DE POBREZA A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ATENDIDOS NO CRAS-GUANANDI Vanderlei Braulino Queiroz 1 Ana Carolina da Silva Monteiro 2 RESUMO O presente estudo, de base empírica, teve por objetivo investigar a percepção do conceito de pobreza e sua relação com beneficiários do Programa Bolsa Família atendidos no CRAS- Guanandi, região do Anhanduizinho, em Campo Grande (MS). Para responder à hipótese desta investigação, foram buscados conceitos presentes na literatura científica específica, feitas entrevistas com beneficiários do programa, para então proceder à análise dos dados encontrados. O tema levou a investigar as origens da pobreza, o que a sustenta e as soluções pensadas até o momento para enfrentá-la. Pelo presente estudo sabe-se que a pobreza pode ser combatida e debelada por meio de esforços políticos e sociais, verdadeiramente interessados em solucionar o problema. Não se pode ignorar a necessidade e a força, da mobilização de organizações e grupos sociais capazes de incentivar a aplicação das soluções para o enfrentamento da questão. Palavras-chave: Pobreza; Consciência; Bolsa Família. INTRODUÇÃO O presente estudo tem por objetivo investigar o conceito de pobreza percebido por beneficiários do Programa Bolsa Família, atendidos no CRAS-Guanandi, região do Anhanduizinho, em Campo Grande (MS). Tentar-se-á problematizar o conceito de pobreza presente na literatura específica; o conceito de pobreza presente no material do Programa Bolsa Família; e finalmente, a implicação prática do conceito de pobreza para os usuários do Programa Bolsa Família. 1 Psicólogo formado pela Universidade Católica Dom Bosco, em 2010. Especialista em Avaliação Psicológica. Atua como psicólogo no CRAS-Guanandi. E-mail: [email protected] Artigo do Eixo 1. 2 Servidora Técnico-administrativa em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo (UFMS), Mestre em Comunicação (UFMS). Tutora e orientadora da Especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social. E-mail: [email protected].

Upload: vanduong

Post on 07-Feb-2019

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

O CONCEITO DE POBREZA A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE BENEFICIÁRIOS

DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ATENDIDOS NO CRAS-GUANANDI

Vanderlei Braulino Queiroz1

Ana Carolina da Silva Monteiro2

RESUMO

O presente estudo, de base empírica, teve por objetivo investigar a percepção do conceito de pobreza e sua relação com beneficiários do Programa Bolsa Família atendidos no CRAS-Guanandi, região do Anhanduizinho, em Campo Grande (MS). Para responder à hipótese desta investigação, foram buscados conceitos presentes na literatura científica específica, feitas entrevistas com beneficiários do programa, para então proceder à análise dos dados encontrados. O tema levou a investigar as origens da pobreza, o que a sustenta e as soluções pensadas até o momento para enfrentá-la. Pelo presente estudo sabe-se que a pobreza pode ser combatida e debelada por meio de esforços políticos e sociais, verdadeiramente interessados em solucionar o problema. Não se pode ignorar a necessidade e a força, da mobilização de organizações e grupos sociais capazes de incentivar a aplicação das soluções para o enfrentamento da questão.

Palavras-chave: Pobreza; Consciência; Bolsa Família.

INTRODUÇÃO

O presente estudo tem por objetivo investigar o conceito de pobreza percebido por

beneficiários do Programa Bolsa Família, atendidos no CRAS-Guanandi, região do

Anhanduizinho, em Campo Grande (MS).

Tentar-se-á problematizar o conceito de pobreza presente na literatura específica; o

conceito de pobreza presente no material do Programa Bolsa Família; e finalmente, a

implicação prática do conceito de pobreza para os usuários do Programa Bolsa Família.

1 Psicólogo formado pela Universidade Católica Dom Bosco, em 2010. Especialista em Avaliação Psicológica. Atua como psicólogo no CRAS-Guanandi. E-mail: [email protected] Artigo do Eixo 1. 2 Servidora Técnico-administrativa em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo (UFMS), Mestre em Comunicação (UFMS). Tutora e orientadora da Especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social. E-mail: [email protected].

2

A discussão origina-se da hipótese central deste estudo: Qual percepção/apreensão os

beneficiários do PBF possuem do conceito de pobreza?

O ser humano procura tornar-se consciente para melhor agir sobre a realidade. Esse não

é um processo que se dá por simples esforço pessoal, mas por meio da cultura interiorizada pelo

sujeito; o que ocorre no processo educacional. O processo educativo se dá nas relações sociais

e pode ser formal ou informal (LEITE, 2014). O presente estudo sobre a pobreza se encontra

nesse processo educativo. O tema como será desenvolvido, também é relevante para a área dos

estudos em educação.

Concordamos com Arroyo (2014), quando afirma: a pobreza existe! O referido autor

afirma que não só a pobreza, mas também a pobreza extrema afetam milhões de pessoas no

planeta e no Brasil. Bem como, afirma ainda que a pobreza está chegando ao ensino formal.

Segundo Arroyo (2014), o pobre tem o direito de saber-se pobre.

Frente ao exposto, é fundamental problematizar as diferentes concepções de pobreza

(MONTANO, 2012), e levantar algumas questões, quais sejam: qual consciência de pobreza

tem os pobres? Para finalmente construir estratégias que promovam uma consciência crítica

sobre a realidade da pobreza e se garanta aos pobres o direito de saberem-se pobres, como

condição necessária para que também possam interferir de alguma maneira para modificar essa

aviltante realidade.

Este artigo está estruturado em cinco partes que se complementam. Esta Introdução que

dentre outros aspectos, delimitou o assunto pesquisado. O Desenvolvimento que está dividido

em três seções e apresenta: o universo da pesquisa; a caracterização dos indivíduos avaliados;

revela, analisa e discute os dados coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e pela

observação participante. Na última parte, antes das Referências Bibliográficas, nas

Considerações Finais. Este pesquisador encerra o presente artigo com suas observações,

ponderações e sugestões de intervenção.

2 UNIVERSO E CARACTERIZAÇÕES DA PESQUISA

2.1 CONCEITOS DE POBREZA

3

Desde a antiguidade até o período da chamada Idade Média, prevaleceram as

explicações fundadas no pensamento religioso. Na era moderna, a humanidade se emancipa de

Deus e busca explicar a realidade não como ação divina, mas como resultado de leis imanentes

à natureza do mundo físico e da condição humana.

O pesquisador e Assistente Social Carlos Montano no seu artigo publicado em 2012,

explica que a sociedade capitalista é extremamente individualista e competitiva. No mundo

natural, os não aptos fracassam em perpetuar a espécie. Pela ideologia capitalista, o indivíduo

que não obtém sucesso econômico é porque não é apto.

Para a sociedade capitalista, e vale dizer que é nessa sociedade que vivem os brasileiros,

o trabalho está vinculado à renda, mas não necessariamente é verdade que quem mais trabalha,

recebe mais por seu trabalho. Assim, a causa da pobreza não está relacionada ao pecado, mas

está relacionada à ineficiência do indivíduo frente às relações de mercado. Como não se admite

mais a concepção da divina providência para amenizar as misérias humanas, a ideologia

capitalista, na pessoa de Adam Smith, defende que é o próprio mercado, com interferência

mínima do Estado, que com sua “mão invisível” deve providenciar o cuidado aos pobres.

Ao analisar a sociedade capitalista, Montano (2012), a partir de pressupostos marxistas,

faz uma crítica contumaz a respeito de como foi produzida a pobreza ao longo da história. No

artigo de Montano (20012) existem duas situações de causa da pobreza. Uma é a das sociedades

em escassez na qual os bens de consumo voltados à subsistência se distribuídos de maneira

equânime não resultam em excedente para proporcionar o desenvolvimento das forças

produtivas. Na concepção do pensamento econômico liberal, o acúmulo de bens por uns e a

consequente pobreza de outros se faz necessário para haver a possibilidade de se desenvolver

as forças produtivas (MONTANO, 2012). Assim Netto apud Montano (2012) afirma que nas

sociedades pré-capitalistas, a pobreza ocorre não só por causa da distribuição desigual dos bens

de consumo, a pobreza é resultado também da falta de condições para produzir bens de consumo

para todos. O que torna diferentes as causas da pobreza nessas sociedades das causas da pobreza

nas sociedades capitalistas da atualidade, onde a escassez é superada.

Para Montano (2012), nas sociedades de abundância, onde a escassez foi superada pelo

desenvolvimento dos meios de produção, ou seja, com capacidade de atender a todos

equanimemente em suas necessidades básicas, a pobreza se mantém não em razão da escassez,

4

mas em função do próprio processo de desenvolvimento dos meios de produção, quais sejam:

empobrecimento e acúmulo.

Essa visão macroscópica permite uma explicação razoável das causas da pobreza na

sociedade de escassez e nas sociedades em que a escassez é superada.

O importante neste momento é frisar o essencial; que a pobreza é produzida pelo ser

humano, pela maneira como se organiza socialmente e que, portanto, o mesmo ser humano

pode não produzir a pobreza se adotar outras formas de organização social, claro, nas

sociedades em que já houve a superação da escassez.

2.1.2 UMA MICRO VISÃO DA POBREZA

No Brasil, a pobreza é uma realidade visível. Ela está nas ruas e nas habitações precárias.

Na dificuldade de acesso à saúde, com filas intermináveis em hospitais, e Postos de Saúde. A

pobreza é visível nos pontos de ônibus, onde a espera pode durar mais de duas horas

(ARROYO, 2014). A pobreza está chegando dentro da escola, dentre outros motivos por causa

da condicionalidade do Programa Bolsa Família. Segundo o senso escolar de 2013, são mais de

17 milhões de estudantes que estão nesse perfil.

Consultando um infográfico construído pelo IBGE (2012), pode-se perceber que a

distribuição da riqueza no mundo e no Brasil é muito desigual. No Mato Grosso do Sul, os

dados apontam uma renda média domiciliar de 338,72 reais no ano de 2002 e 982,12 no ano de

2012. Mesmo que não esteja entre os estados mais pobres do Brasil, a renda é pouco acima do

atual salário mínimo que é de 880,00 reais.

2.2 CARACTERIZAÇÃO DO UNIVERSO DA PESQUISA

A presente pesquisa foi, portanto, realizada no âmbito do SUAS – Sistema Único da

Assistência Social que é administrado pelo atual MDSA - Ministério do Desenvolvimento

Social e Agrário, com a colaboração de estados e municípios, compondo assim uma Comissão

Intergestora Tripartite.

Segundo a NOB-RH, a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS, o

CRAS é composto por equipes de referência “responsáveis pela organização e oferta de

5

serviços, programas, projetos e benefícios de Proteção Social Básica” (NOB-RH, 2012 p.25).

O CRAS possui no seu quadro funcional um coordenador, técnicos de nível superior e técnicos

de nível médio.

Geralmente se encontram nos CRAS profissionais como o Assistente Social e o

Psicólogo. Contudo a Resolução nº 17/2011, do Conselho Nacional de Assistência Social,

ampliou a possibilidade de composição da equipe técnica de nível superior, agregando outras

profissões e habilidades (NOB-RH, 2012).

2.2.1 O CRAS GUANANDI

O CRAS no qual foi realizada a presente pesquisa é conhecido como CRAS Guanandi,

seu nome oficial é CRAS Profa. Mida Barbosa Marques e está localizado no Bairro Guanandi,

na cidade de Campo Grande – MS.

No CRAS Guanandi são desenvolvidas diversas atividades como preconiza a tipificação

nacional dos serviços socioassistenciais, a NOB/SUAS e outros mecanismos legais pertinentes.

Um dos grupos acompanhados pela equipe técnica de nível superior do CRAS Guanandi

é o dos beneficiários do Programa Bolsa Família, com o qual foi realizada a presente pesquisa.

2.2.2 O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

Segundo Weissheimer (2006), o Programa Bolsa Família (PBF) surgiu seguindo uma

evolução histórica no Brasil no sentido de construir um Estado de bem-estar social. O PBF foi

instituído pela Medida Provisória nº 132, em outubro de 2003 e foi convertida em lei em 2004,

sob o nº 10.834. Tornou-se modelo para outros países.

Para poder participar do Programa Bolsa Família, o indivíduo deve preencher o Cadastro

Único – CadÚnico. A inscrição no CadÚnico gera o NIS – Número de Inscrição Social que

possibilita o acesso a diversos programas sociais. As famílias selecionadas para o programa

recebem um cartão para realização do saque em bancos, agências eletrônicas e casas lotéricas

conveniadas à Caixa Econômica Federal.

6

No site da Caixa Econômica Federal são fornecidos diversos esclarecimentos em relação

ao programa. Um deles é que o critério para concessão do benefício é a renda per capita.

Basicamente, são atendidas famílias cuja renda per capita estiver entre 0 e 170,00 reais; e renda

per capita de 0 a 85,00 reais, esta configura situação de pobreza extrema, de maneira que mesmo

adultos recebem o Bolsa Família.

O benefício sofre variação conforme a composição e a renda familiar. Em certos casos

de atualização ainda que a renda declarada seja um pouco acima do estipulado como critério, a

família continua recebendo o benefício por um período, por causa da variação de permanência.

Para receber o benefício, a família deve cumprir com as condicionalidades de saúde e

educação. Ou seja, deve estar em dia com a vacinação das crianças e as crianças em idade

escolar, frequentar a escola com um mínimo de faltas.

O Programa Bolsa Família também conta com a reunião mensal dos beneficiários. Trata-

se de um espaço de informação, troca de experiências e estratégias para superação da situação

de pobreza. O Programa Bolsa Família é um programa que se pretende transitório, capaz de

ajudar as famílias a superar o ciclo da situação de pobreza.

2.2.3 AS REUNIÕES DE BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA NO CRAS

GUANANDI

No território de atendimento do CRAS Guanandi, com base nos dados referentes ao mês

de julho de 2016, existem aproximadamente 2.118 famílias beneficiárias do Programa Bolsa

Família. Contudo, ao observar a lista de frequência, referente aos meses de janeiro a outubro de

2016, se percebe que o número de participantes nas reuniões mensais oscila apenas entre 8 e 24

pessoas.

É grande a diferença do número de beneficiários em comparação ao número daqueles

que frequentam as reuniões a eles destinadas. A explicação para essa discrepância envolve

muitos fatores, quais sejam: a reunião não faz parte das condicionalidades, não é obrigatória. A

distância e a localização onde as reuniões ocorrem dificultam a participação. O horário em que

são realizadas as reuniões também conflita com atividades desenvolvidas por alguns dos

potenciais participantes. Também é necessário notar que grande maioria dos beneficiários de

7

fato desconhece a existência da realização das reuniões. A divulgação é feita por meio de

cartazes afixados em pontos estratégicos da comunidade, mas não atinge com grande eficiência

o público-alvo.

A reunião costuma ser realizada a partir das 14h, na última sexta-feira de cada mês, e

dura aproximadamente uma hora. Do público participante das reuniões mensais do Programa

Bolsa Família, foram escolhidos cinco representantes para responder a um questionário de sete

perguntas relacionadas à questão da pobreza.

2.3 OS BENEFICIÁRIOS ENTREVISTADOS E SUAS FAMÍLIAS

A entrevistada nº 1, com 24 anos de idade, reside no bairro Parati e está desempregada.

São três filhos pequenos que com a mãe contam quatro pessoas na família. Juntando o valor do

Programa Bolsa Família e a pensão dos filhos, a família tem rendimento bruto mensal de R$

415,00 reais. A mãe e as crianças recebem atendimento de saúde na Unidade Básica de Saúde

da Família no bairro Nova Esperança.

A entrevistada nº 2 tem 62 anos de idade, reside no Bairro Guanandi, e é dona de casa.

Frequenta a Unidade Básica de Saúde Dona Neta, no bairro Guanandi. Vive com o filho e o

companheiro, portanto são três pessoas na família. A renda do programa Bolsa Família somada

aos “bicos” realizados pelo companheiro faz com que a renda familiar, ás vezes chegue a R$

880,00 reais.

A entrevistada nº 3 possui 38 anos de idade e reside no Bairro Guanandi. Possui uma

família com quatro membros. A renda familiar por vezes, somada ao benefício do programa

Bolsa Família, chega a R$ 880,00 reais. A família frequenta a Unidade Básica do Bairro

Guanandi.

A entrevistada nº 4 reside no bairro Taquarussu, é do lar e a família frequenta a Unidade

de Saúde do bairro Guanandi. São cinco filhos e um sobrinho que com ela somam sete pessoas

na família. A renda familiar é aproximadamente de R$ 692,00, somando o benefício do

programa Bolsa Família e os “bicos” feitos por ela.

8

A entrevistada nº 5 reside no bairro Guanandi, a família frequenta a UBS do bairro

Guanandi. São cinco pessoas na família cuja renda mensal bruta fica em torno de R$ 2.000,00

reais, incluindo o benefício do Bolsa Família.

2.4 EXPLICAÇÃO DO MÉTODO DE ENTREVISTAS

Decidiu-se pela entrevista semiestruturada realizada com 05 beneficiários do Programa

Bolsa Família. Para tanto, o instrumento foi previamente elaborado, dados de composição e

renda familiar foram levantados para que em seguida fossem realizadas sete perguntas a

respeito do conceito de pobreza e pobreza extrema aos entrevistados.

A coleta de dados também se deu por meio da observação participante, a qual possibilita

anotar dados significativos que emergiram durante a entrevista. Foram escolhidos

05beneficiários que frequentam as reuniões do Programa Bolsa Família que ocorrem

mensalmente. As entrevistas foram previamente agendadas.

Os entrevistados foram esclarecidos a respeito dos objetivos da entrevista, bem como

lhes foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o qual foi devidamente

lido e assinado. Os entrevistados consentiram ainda, que parte das entrevistas fosse gravada e

transcrita. Na exposição dos resultados, e com a finalidade de preservar a identidade dos

beneficiários, os entrevistados estão identificados pelos números 1, 2, 3, 4, e 5.

Segue tabela com o resultado da coleta de dados, na página de formato horizontal, de

modo que fique melhor a visualização das respostas de cada pessoa entrevistada em paralelo,

de acordo com as questões propostas. As respostas colocadas na tabela foram selecionadas e

resumidas de maneira a expressarem fielmente a opinião de cada entrevistado, mas

economizando espaço na folha. Pois, de outra maneira a tabela ficaria muito extensa, cansativa

e confusa.

9

2.5 A TABELA COM RESUMO DAS ENTREVISTAS

Tabela 1 – Perguntas e respostas

Questão Resposta

da entrevistada 1

Resposta

da entrevistada 2

Resposta

da entrevistada 3

Resposta

da entrevistada 4

Resposta

da entrevistada 5

O que é ser

pobre?

Objetiva: É “estar nos

limites do viver”

Dissertativa: “não pode

comprar nada, não pode

ter nada, não pode levar

ninguém a lugar algum

e pra mim isso é muito

triste, ser pobre... eu

acho que é a última (é

não poder ter acesso a

bens e serviços

suficientes que tornem

Dissertativa: “Isso aí

tudo se encaixa, de tudo

o que a gente passa isso

aí tem, nas perguntas”.

Objetiva: “(É não

poder ter acesso a

bens e serviços

suficientes que tornem

possível viver com

dignidade) Isso”.

Objetiva: “(É não

poder ter acesso a

bens e serviços

suficientes que

tornem possível

viver com

dignidade) Isso”.

Se a gente quer

trabalhar e

ninguém der

oportunidade pra

10

possível viver com

dignidade)”

gente trabalhar, eu

acho isso né?”

O que é ser

extrema-

mente

pobre?

Dissertativa: “No meu

pensar extremamente

pobre é quando você, a

pessoa está passando

necessidade de muitas

coisas... fome, o que

for, não dar conta de

pagar as coisas”.

Dissertativa: “Pra mim

ser extremamente pobre

é... não ter renda

nenhuma, não tem pra

quem pedir, e viver

assim: sempre

mendigando”

Dissertativa: “Ser

extremamente pobre...?

essa pergunta eu não

vou saber te responder,

porque acho que eu não

cheguei até esse ponto”.

Dissertativa:

“extremamente pobre

é um alguém que não

tem um arroz pra

comer, um feijão pra

colocar na panela, não

tem um pão pra

comer”.

Dissertativa: “É

difícil falar, né?

Extremamente

pobre eu acho que

é aquela pessoa

que não tem nem

o que comer, né?”

11

Em sua

opinião,

por que

existem

pessoas

pobres ou

extrema-

mente

pobres?

Dissertativa:“...porque

não caçam serviço, de

verdade... serviço

adequado registrado.

Porque a gente tendo

um serviço registrado a

gente pode se basear

em tudo. A base é seu

limite, o que a gente

pode gastar o que você

não pode gastar”.

Dissertativa: “eu acho

que não tem

oportunidades, os ricos

não dão oportunidade

pros pobres. Porque não

teve oportunidade de

saber, de ter uma

escolaridade melhor.

Então, hoje em dia,

pobre e velho, vamos

assim dizer: não é

ninguém, não é nada na

vida”.

Dissertativa: “...todas

as perguntas se

encaixam bem, mas as

duas ultimas perguntas

dá... mais ou menos

assim, né?(porque há

um problema de

distribuição dos bens

produzidos e porque as

pessoas não querem ou

não se prepararam para

o trabalho)”.

Dissertativa: “Essa

ultima... A pessoa não

quer trabalhar, é

preguiçosa”

Dissertativa: “Às

vezes é um pouco

falta de interesse

da pessoa ou

também de uma

oportunidade...

Pra você trabalhar

tem que ter um

estudo ou uma

profissão”.

O que é

que resolve

o problema

da pobreza

Dissertativa: “Ah! eu

acho que esses

políticos, né?

corruptos, né? Pelo

amor de Deus, né? Não

Dissertativa: “Eu acho

que... tinha que ter

alguém para ensinar...

as pessoas a ter seu

próprio dinheiro. Nem

Dissertativa: “Um

pouco é os políticos que

também de em vez de

fazer o melhor pro povo

e o que tem que fazer

Dissertativa: “Ó,

quem quer fazer

artesanato? Aprender

alguma coisa. Eu acho

isso mais importante

Dissertativa: “Ai,

É difícil de falar.

Um pouco os

políticos também

olhar, dar um

12

ou da

pobreza

extrema?

sei... extrema pobreza é

eles que faz a gente

viver assim... Os

políticos, a gente tem

que saber escolher a

pessoa certa... vai

mudar, vai, mas cada

um muda do seu jeito.

Tem tanto político aí

que fala, prometo isso e

não faz. Cadê a creche

noturna? ...Para as

mães que precisam

trabalhar, precisam

estudar, cadê?”

que seja o mínimo, mas

com dignidade de

trabalhar”.

eles não fazem, deixam

a desejar e; A gente

aqui fora não tem muito

valor não, só na hora de

votar”.

de colocar para as

crianças. Tipo assim,

tem criança hoje, o

que ela aprende hoje

ela leva para a vida

inteira”.

pouco de

oportunidade, as

pessoas também

ter força de

vontade, ir atrás

de serviço”.

Dissertativa: “Tem

Bolsa Família? Tem

Benefício? Tem, mas

Dissertativa: “Eu acho

que é falta de

oportunidade e falta de

Dissertativa: “...Falta

de interesse da parte das

pessoas e também do

Dissertativa: “É,

como estou te

falando.... às vezes

Dissertativa:

“...não vou me

acomodar por

13

Porque os

pobres têm

dificulda-

des para

sair da

situação de

pobreza?

tem que arrumar

serviço, para sair da

pobreza se não, não dá

certo... se procurar

encontra emprego, até

de catador de papelão

serve”.

esclarecimento das

pessoas envolvidas

sobre trabalho; porque

se tivesse uma pessoa

para instruir e levá as

pessoas a ter um

trabalho... eu acho que

todo mundo gostaria de

ter seu dinheiro e sua

vida própria. E não

viver mendigando. Eu

acho assim”.

governo que não tem

emprego para todo

mundo, não tem um

lugar certo pra se

qualificar... as vagas,

não tem muitas vagas.

...São passados na

peneira os que têm os

estudos e os que não

têm”.

essa pessoa tem a

mente tão

pequenininha e não

tem o incentivo, se

tiver o incentivo, tipo:

ó vamos anuncia na

televisão, põe no

rádio: curso de

mecânica, curso de

jardineiro, de gesseiro,

de eletricista.

Qualquer um, que ver

uma coisa daquelas

vai se interessar,

sabe?”

causa do Bolsa,

porque o Bolsa

não vai pagar

tudo. Mas acho

que um pouco de

interesse e um

pouco de

oportunidade,

como eu já falei...

Sempre repito, um

pouco de

oportunidade.

Para quem não

tem estudo, para

quem não tem um

nível, sabe?

Melhor”.

14

Você se

considera

pobre?

Dissertativa: “Assim é

uma pobreza... mais

adequada. Simples, que

você consegue manter.

Você consegue...

Porque a gente vai

apertando aqui, aperta

ali e compra as coisas...

assim que eu penso...

pobre-pobre não”.

Dissertativa: “Eu me

considero pobre porque

eu não posso realizar o

meu sonho... não vou

conseguir realizar, que

é de ter pra mim e

ajudar as pessoas

também”.

Dissertativa:

“Primeiro, o que será

que significa essa

pobreza, né? “Qual

será o significado dessa

palavra, pobreza, né? A

gente é pobre de muita

coisa né? Não é só de

comida, de casa, que a

gente não consegue, a

gente é muito assim,

pobre de assim, de

palavra amiga, de

pessoas amigas, porque

hoje as pessoas não são

suas amigas, então a

gente é pobre eu acho

que de muita coisa. Não

Dissertativa: “Eu não

sou pobre. Eu não sou

pobre porque Deus me

fez com muita saúde e

disposição; Graças a

Deus! sou saudável,

posso andar, posso

sair na rua e vender os

meus produtos. Sou

vendedora ambulante.

Posso sair da minha

casa e fazer uma

faxina. Tipo a pessoa

que é pobre, ela passa

fome e eu não (risos)”.

Dissertativa:

“Bom eu não vou

dizer que sou

pobre, pobre

assim, né? Não

tenho uma

situação boa, mas

dá para a gente

sobreviver. Não

sou pobre assim

de não ter nada o

que comer. Com o

que tem a gente

sobrevive. A

gente se vira. Faz

um biquinho aqui

e outro ali, a gente

sobrevive. Mas eu

15

só de financeiramente

mas a gente é pobre de

muita coisa. Então...

Nós somos pobres”.

não me considero

pobre-pobre não”.

Explique

como seria

não ser

pobre?

Dissertativa: “Não ser

pobre... não tem como

explicar... só a gente

vivendo para a gente

saber o que é não ser

pobre... se eu não fosse

pobre.... guardaria

dinheiro para eles (os

filhos)... futuramente se

formar, ser alguém na

vida...”

Dissertativa: “Eu acho

que não ser pobre é ter

uma vida digna, um bom

trabalho, um bom

emprego, um bom

estudo”.

Dissertativa: “Você

tinha que ter tudo de

bom, né? Uma vida boa,

uma casa boa, uma

alimentação boa, uns

amigos bons,

principalmente porque a

gente não vive só do

pão, né? mas vive sim

da palavra de uma

pessoa, de uma

conversa...”.

Dissertativa: “Tipo eu

tenho minha casa,

minha bicicleta, que eu

posso andar, ir e voltar.

Posso também arrumar

um dinheiro uma hora,

pegar minhas crianças

e ir na feira. Brincar

nos brinquedos da

feira. Isso para mim é

não ser pobre”.

Dissertativa: “É

difícil, né? Não

sei. Como vou

saber? Sempre fui

pobre. Não sei.

Não tem

explicação. Sei

lá... não sei...”.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS OBTIDOS

Ao fazer a leitura das respostas obtidas a partir da primeira questão, chamam a atenção

dois aspectos: um é o de que a pobreza está ligada à falta de acesso aos bens de consumo

necessários e o outro aponta para a questão do desemprego. Tal percepção da realidade não

está muito distante do que se encontra na literatura específica sobre o assunto. Se tratada pela

literatura como uma questão teórica, para as pessoas que responderam ao questionamento,

trata-se de algo muito prático.

Na segunda questão, a qual trata do conceito de pobreza extrema, as respostas são

praticamente unânimes e apontam para a insegurança alimentar, o nível mais básico de

necessidade para a sobrevivência humana. Nota-se aqui que a Organização das Nações Unidas,

por meio do seu organismo institucional, a FAO, constata que o problema do enfrentamento da

fome e da pobreza extrema não está na escassez de alimentos ou na falta de propostas para o

enfrentamento do problema, mas está sobretudo na aplicação de tais soluções, trata-se mais de

uma questão política, no adequado sentido da palavra.

Na terceira questão os entrevistados apontam a causa da pobreza como fracasso do

indivíduo. Segundo as respostas obtidas, é o indivíduo que não possui iniciativa, não se

qualifica, não aproveita as oportunidades que lhe são oferecidas. Também se percebe nas

respostas a relação de vinculação entre trabalho e renda bem como a dependência das pessoas

a mercê da escassa oferta de emprego ou do trabalho informal e subvalorizado. Para Montano

(2012), faz parte da ideologia capitalista dominante a culpabilização do indivíduo pelo seu

fracasso, pois assim alimenta-se uma força de reserva de trabalhadores e esconde-se o

mecanismo de exploração engendrado no próprio sistema capitalista, de empobrecimento e

acúmulo. O próprio desenvolvimento tecnológico tem tornado desnecessário o trabalho

humano. O fato é que quanto mais a sociedade se desenvolve tecnologicamente menos pessoas

ou desnecessário é o trabalho de pessoas humanas.

A crise do desemprego não está simplesmente nos elevados custos de impostos

aplicados aos grandes empresários pelas leis trabalhistas, mas vai além; a mecanização e o

desenvolvimento tecnológico tornam desnecessário certo número de trabalhadores humanos.

Essa não é uma realidade distante, em Mato Grosso do Sul, a atividade agropecuária

ainda é muito forte. Com a chegada das máquinas, muitos trabalhadores perderam seu emprego

porque elas fazem com que um único motorista realize o trabalho de dezenas de pessoas.

Também há exemplo na área do transporte público. Na cidade de Campo Grande (MS), por

Trabalho de Conclusão de Curso 17

exemplo, centenas de cobradores de ônibus perderam seu emprego porque o sistema de

cobrança se modificou. Com o uso do cartão eletrônico e da leitora nas catracas de acesso ao

transporte, cobradores humanos não são mais necessários.

Recentemente, foi noticiado que o Banco do Brasil, em todo o território nacional, vai

fechar muitas agências e “realocar funcionários ou incentivar a aposentadoria antecipada” deles

por um motivo muito simples: por meio de caixas eletrônicos ou aplicativos na internet é

possível fazer quase tudo que se espera de um banco. Muitos trabalhadores humanos são

desnecessários. O avanço tecnológico é uma conquista da humanidade, que deve ser

aprimorada. Cada vez mais, parece necessário desvincular trabalho e renda, pelo simples fato

de que a cada ano se produz mais e com menos pessoas envolvidas, deixando um grande

número de desempregados.

Perguntadas sobre o que resolve o problema da pobreza e da pobreza extrema, as

pessoas entrevistadas responderam que a saída está na política. Embora a figura do político

representada pelos entrevistados pareça ser a do líder carismático, poderoso e nem sempre

interessado em resolver os problemas da comunidade. A opinião dos entrevistados não diverge

da dos organismos internacionais, como a FAO. A política é o espaço propício de diálogo e

articulação de forças necessárias para resolver os problemas da sociedade. Por isso é importante

escolher bem os representantes, mas também não menosprezar a força das organizações sociais

e manifestações coletivas para pressionar por soluções adequadas.

Na resposta à quinta questão, as entrevistadas apontam que como a renda está em grande

parte vinculada ao emprego e como o emprego demanda profissionalização, é necessário buscar

alguma formação para disputar um mercado de trabalho escasso, pois os programas sociais são

insuficientes para manter as famílias. Aqui, podemos destacar a importância dos programas de

transferência de renda como o Bolsa Família e outros similares. O programa Bolsa Família,

como descrito anteriormente, se pretende provisório. Mas a realidade aponta que os problemas

de desemprego e consequente perda de renda estão cada vez mais afligindo diversos países,

inclusive o Brasil. Assim, a população atendida pelo programa Bolsa Família necessita do

Benefício por mais tempo do que o esperado. Pelo quadro apontado, não será a precarização

das relações de trabalho que solucionará o problema do desemprego, pelo simples fato de que

a força de trabalho de um grande número de pessoas já não é necessária, dado o

desenvolvimento tecnológico.

Trabalho de Conclusão de Curso 18

Esta racionalidade impulsiona cada vez mais para a proposta de uma renda mínima

cidadã para todos os cidadãos brasileiros, sem condicionalidade. A proposta é antiga, dealizada

por Thomas Moro (1478-1535), Thomas Paine, em 1776, e já defendida no Brasil por

economistas como Antonio Maria da Silveira, Paul Singer e por Eduardo Suplicy. O Brasil

como é um dos oito países mais ricos do mundo e com profundas desigualdades sociais, poderia

implementar facilmente a renda mínima cidadã, já aprovada pela Lei 10.835, de 8 de janeiro

de 2004. Aprimorando a experiência obtida com o programa Bolsa Família e a de outros países

nos quais isso já é uma realidade. Uma renda mínima para cada brasileiro, capaz de promover

melhor distribuição da riqueza do país e acabar com a situação de pobreza e pobreza extrema.

Assim, a renda estaria desvinculada do trabalho.

Na sexta pergunta, as pessoas entrevistadas tiveram dificuldade de se considerar pobres,

mesmo apresentando precariedades no seu dia a dia. Alargaram o conceito de pobreza para

além de questões econômicas. A atitude de negar a situação pode ser uma maneira de preservar

a autoimagem em razão de a palavra “pobre” para essas pessoas carregar a imagem de fracasso

econômico e social.

O vídeo “Caminhos da reportagem - retratos da pobreza no Brasil” mostra que o

conceito de pobreza tem um caráter político, subjetivo, mas no Brasil, o recorte de renda

ganhou um consenso inequívoco de que a família com renda para o programa Bolsa Família,

por exemplo, seja considerada pobre. Por outro lado aponta que se forem adotados outro

índices, a população de pobres no país deve ser bem maior.

Para as pessoas entrevistadas, não ser pobre parece significar ter acesso a bens e

serviços, usufruir da vida sem precariedades, ter os seus direitos humanos garantidos e saber-

se tranquilo quanto ao bom futuro dos filhos e entes queridos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Trabalho de Conclusão de Curso 19

Ao finalizar este estudo, foi possível perceber como pensa a respeito do tema pobreza,

um grupo de pessoas que frequenta as reuniões do programa Bolsa Família no CRAS Guanandi,

na Cidade de Campo Grande – MS.

O tema levou a investigar as origens da pobreza, o que a sustenta e as soluções pensadas

até o momento para enfrentá-la. Por meio do presente estudo sabe-se que a pobreza pode ser

combatida e debelada por meio de esforços políticos e sociais verdadeiramente interessados

em solucionar o problema.

Não se pode ignorar a necessidade e a força da mobilização de organizações e grupos

sociais capazes de incentivar a aplicação das soluções para o enfrentamento da questão. Nesse

sentido, o presente artigo contribui para desde uma realidade concreta, a de pessoas

beneficiárias do programa Bolsa Família, debater algumas questões sobre sua realidade

cotidiana e a de milhões de brasileiros.

Certamente, muito mais poderia ser dito, outras questões e autores poderiam ser mais

explorados, mas para o momento se considera atingido o objetivo proposto dentro do limitado

espaço para essa discussão.

5 REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel G. Modulo Introdutório. Pobreza, Desigualdades e Educação. 2014.

EPDS, SECADI, MEC.

BRASIL, República Federativa do. Medida provisória n. 132 de 20 de Outubro de 2003.

Disponível em: http://www.caixa.gov.br/downloads/bolsa-familia-documentacao-

programa/MEDIDA_PROVISORIA_N_132.pdf Acesso em: 06/11/2016.

BRASIL, República Federativa do. Lei nº 10.835 de 8 de Janeiro de 2004.Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.835.htm

Trabalho de Conclusão de Curso 20

LEITE, Lucia Helena Alvarez. Módulo III. Escola: Espaços e tempos de reprodução e

resistências da Pobreza. BRASIL. Ministério da Educação. SECADI. EPDS. Material do

Curso. 2014.

MONTANO, Carlos. A pobreza uma questão social e suas formas de enfrentamento. Revista

Serviço Social n. 110 p. 270-287 Abr/Jun. 2012. Acesso em: 05/06/2016. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n110/a04n110.pdf>

PINZANE, Alessandro; REGO, Walquiria Leão. Módulo I, Pobreza e cidadania. CEPDS,

CECADI, MEC, BRASIL. 2015. Versão em PDF.

SILVA, Janaína Vilares da; CORGOZINHO, Juliana Pinto. Atuação do psicólogo,

SUAS/CRAS e Psicologia Social Comunitária: possíveis articulações. Psicol.

Soc., Florianópolis, v. 23, n. spe, p. 12-21, 2011 . Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

71822011000400003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso

em: 05/12/2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822011000400003.

WEISSHEIMER, Marco Aurélio. Bolsa Família. Avanços, limites e possibilidades do

programa que está transformando a vida de milhões de famílias no Brasil. Editora Fundação

Perseu Abramo. São Paulo. 2006.