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TA IMPORTÂNCIA DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA PARA OS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA Jucilene Azevedo Fonteles RESUMO Este trabalho teve como objetivo verificar o impacto do Benefício de Prestação Continuada (BPC) na vida das alunas surdas da escola do município de Ladário. O interesse justifica-se em descobrir as melhorias na vida das alunas a partir do benefício. O Benefício de Prestação Continuada consiste no valor de um salário mínimo a pessoas com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover o próprio sustento. Para tanto, foram realizadas entrevistas com três adolescentes com deficiência auditiva. Com a análise das entrevistas demonstrou que o benefício influenciou de forma significativa na vida das adolescentes. Verificou-se, ainda, que o benefício contribui para a sobrevivência das alunas e suas famílias. Palavras-chave: Benefício de Prestação Continuada; Deficiência Auditiva; Educação Especial. 1 INTRODUÇÃO A pesquisa teve por objetivo de verificar se o Benefício de Prestação Continuada melhorou a vida das adolescentes, se o mesmo teve alguma importância na renda familiar, e verificar como foi concedido, se ocorreu algum problemas para receber, como é gasto o dinheiro e outros pontos que são relacionados ao benefício e que foram relatados na entrevista. O presente trabalho foi desenvolvido em uma escola da rede Municipal de Ladário/MS, sendo selecionadas três estudantes surdas. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um benefício da Assistência Social, complementar ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Esse benefício é pago pelo Governo Federal que é garantido por lei, que permite o acesso de idosos e pessoas com deficiência, para que essas pessoas tenham condições mínimas de uma vida digna. O valor do BPC pago é de um salário mínimo, por mês às

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TA IMPORTÂNCIA DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA PARA OS

ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Jucilene Azevedo Fonteles

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo verificar o impacto do Benefício de Prestação Continuada

(BPC) na vida das alunas surdas da escola do município de Ladário. O interesse justifica-se

em descobrir as melhorias na vida das alunas a partir do benefício. O Benefício de Prestação

Continuada consiste no valor de um salário mínimo a pessoas com deficiência e ao idoso que

comprovem não possuir meios de prover o próprio sustento. Para tanto, foram realizadas

entrevistas com três adolescentes com deficiência auditiva. Com a análise das entrevistas

demonstrou que o benefício influenciou de forma significativa na vida das adolescentes.

Verificou-se, ainda, que o benefício contribui para a sobrevivência das alunas e suas famílias.

Palavras-chave: Benefício de Prestação Continuada; Deficiência Auditiva; Educação

Especial.

1 INTRODUÇÃO

A pesquisa teve por objetivo de verificar se o Benefício de Prestação Continuada

melhorou a vida das adolescentes, se o mesmo teve alguma importância na renda familiar, e

verificar como foi concedido, se ocorreu algum problemas para receber, como é gasto o

dinheiro e outros pontos que são relacionados ao benefício e que foram relatados na

entrevista.

O presente trabalho foi desenvolvido em uma escola da rede Municipal de Ladário/MS,

sendo selecionadas três estudantes surdas. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um

benefício da Assistência Social, complementar ao Sistema Único de Assistência Social

(SUAS). Esse benefício é pago pelo Governo Federal que é garantido por lei, que permite o

acesso de idosos e pessoas com deficiência, para que essas pessoas tenham condições

mínimas de uma vida digna. O valor do BPC pago é de um salário mínimo, por mês às

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pessoas idosas ou com deficiência por não garantir a sua sobrevivência, por conta própria ou

com o apoio da família.

Em 2007, já existia mais de 2 milhões de pessoas beneficiadas sob a coordenação do

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O benefício é de responsabilidade

do Ministério do desenvolvimento Social e Combate à Fome e o Instituto do Seguro Social

(INSS) e que coordena. (BRASIL, 2007)

De acordo com o inciso V do art. 203 da constituição federal, o benefício é destinado

somente aos idosos e a pessoas com deficiência “que comprovem não possuir meios de prover

à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família [...]” (BRASIL, 1988), ou seja, que

não têm direito à previdência social que não consegue trabalhar e levar uma vida

independente de outras pessoas. A renda nos dois casos deve ser inferior a 1/4 do salário

mínimo por família. As pessoas com deficiência devem comprovar, também, a sua deficiência

e o nível de incapacidade por meio de avaliação do Serviço de Perícia Médica do INSS

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um direito constitucional regulamentado

pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) e pelos Decretos 6.214/2007 e 6.564/2008-4.

Esse benefício não é vitalício. No caso da pessoa com deficiência, pode ser realizada uma

nova avaliação médica pericial para verificação de alterações na sua situação física. Apesar do

conceito restrito de deficiência, o Decreto 5.626/95 não havia definido o conceito de

incapacidade, dando margem que questões relacionadas ao tema fossem decididas em âmbito

judicial, o Decretos 6.214/2007 retomou a definição da LOAS). Entretanto, logo após o início

da concessão do benefício, nova legislação alterou as regras: a Medida Provisória nº 1.473, de

1997, transformada na Lei nº 9.720, de 1998, redefine o conceito de família utilizado no

cálculo da renda per capita para fins de concessão do benefício. (BRASIL, 2004)

2 HISTÓRIA DOS ATENDIMENTOS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL EM SÃO PAULO

Os três principais pontos de atendimento a pessoa com necessidade especial, se iniciou

no Instituto Santa Terezinha da cidade de Campinas – SP, que foi fundada no ano de 1929. O

Bispo Dom Francisco de Campo Barreto, teve a iniciativa de enviar duas freiras brasileiras

para o instituto de Bourg-la-Reine, em Paris, para que ambas se especializassem no ensino de

crianças surdas. Ao longo de quatro anos de estudos as irmãs Suzana Maria e Madalena da

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Cruz, voltaram ao Brasil na companhia de duas freiras francesas, irmãs Saint Jean e Luiza dos

Anjos, iniciando assim o instituto Santa Terezinha.

No ano de 1933, o instituto foi transferido para a cidade de São Paulo. Por muito

tempo o instituto funcionava como internato somente para meninas com deficiência auditiva.

No ano de 1970, passou a funcionar como regime de externato para meninas e meninos,

iniciando o trabalho de inclusão do ensino regular dos alunos com deficiência auditiva.

(MAZZOTTA, 2005, p. 35)

As instituições, embora fossem particulares mantinham um convênio com órgãos

federais, estaduais e municipais, esses convênios eram considerados de elevado conceito por

oferecer aos alunos, além do ensino de 1º grau, atendimento médico e social. (MAZZOTTA,

2005, p.36)

A Escola infantil de 1º grau para deficiente auditivo Helen Keller, foi instituída pelo

prefeito Dr. Armando Arruda, situado em São Paulo no bairro de Santana. No ano de 1952,

surgiu o I núcleo Educacional para Crianças Surdas. Com o tempo recebeu diversos nomes e

por final recebeu o nome de Escola Municipal de Educação Infantil e de 1º grau para

deficiente auditivo Helen Keller. A partir atividade desenvolvida que era no desenvolvimento

dos surdos com o ensinamento da língua de sinais, possibilitou a abertura de mais quatro

escolas municipais para estudantes deficientes auditivos. (MAZZOTTA, 2005, p. 36)

A terceira instituição que foi fundada em 18 de outubro de 1954, na cidade de São

Paulo. O Instituto Educacional São Paulo era administrado financeiramente pela sociedade

civil, particular e sem fins lucrativos. Somente em 15 de setembro de 1958, recebeu o registro

da secretaria de educação, no ano de 1965, formou-se a primeira turma do ginásio. No ano de

1969, foi feito uma doação do instituto à Fundação São Paulo, atendendo assim crianças e

adultos com distúrbios da comunicação, tornando-se assim um dos mais importantes centros

educacionais especializados com pessoas surdas. (MAZZOTTA, 2005, p.37)

3 AS POLITICAS NACIONAIS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Analisando a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, Lei nº 4.024/71, que

ratificaram os direitos das pessoas considerados excepcionais na educação, o Artigo 88 diz

que para serem inseridos na educação os alunos precisam estar enquadrados no sistema geral

de educação. Mazzotta (2005, p.69) assevera:

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[...] no Artigo 5.692/71 assegura “tratamento especial” aos “alunos que

apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso

considerável quanto à idade regular de matricula e os superdotados”, de

conformidade com o que os Conselhos Estaduais de Educação definirem.

Nestes temos, tanto se pode entender que tal recomendação contraria o

preceituado no Artigo 88 da Lei nº 4.024/61, como também que, embora

desenvolvida através de serviços especiais, a “educação dos excepcionais”

pode enquadra-se no “sistema geral de educação”.

O Conselho Federal de Educação diz a respeito do Artigo 9º da Lei 5.692/71, o

conselheiro Valmir Chagas “diz que o tratamento especial de forma nenhuma dispensa

tratamento regular em tudo que deixe de referir-se à excepcionalidade”

Podemos citar alguns recursos que facilitaram no desenvolvimento do aluno.

[...] (a) o desenvolvimento de técnicas a empregar nas várias formas de

excepcionalidade; (b) o preparo e aperfeiçoamento de pessoal e (c) a

instalação e melhorias de escolas ou seções escolares especializadas nos

diversos sistemas de ensino. (MAZZOTTA, 2005, p. 37)

O Artigo 175, 176 e 177 que tem o Título IV, Da Família da Educação e da Cultura,

uma lei especial complementa a educação especial, conforme destaca Mazzotta (2005, p. 71);

[...] a educação é direito de todos e dever do Estado, devendo ser dado no lar e na escola;

obrigatoriamente, cada sistema de ensino terá serviços de assistência educacional que

assegurem, aos alunos necessitados, condições de eficiência escolar.

No ano de 1986 foi analisada a legislação de normas básicas do Centro Nacional de

Educação Especial que organizou uma Portaria CENES SP/MEC nº 69 onde deveria apoiar

financeiramente à Educação Especial nos sistemas de ensino público.

[...] a educação especial é entendida como parte integrante da educação

visando o desenvolvimento pleno das potencialidades do ‘educando com

necessidade especiais’ surgindo uma nova expressão substitui o termo ‘aluno

excepcional’ (MAZZOTTA 2005, p.75-76)

Já em 1985, na Nova República, o CENESP-MEC elaborou uma nova proposta com

o nome de “Educação Especial-Nova Proposta”, pois tinha a necessidade de uma nova

redefinição da política na educação especial, que a responsabilidade compreendida no âmbito

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coletivo. Apresentando assim algumas propostas para uma linha de ação: (MAZZOTTA,

2005, p. 71)

- Liderar convocação nacional para a tomada de consciência quanto a

importância da educação especial [...]

- Buscar garantia de maior volume de recursos para o financiamento da

educação especial, da ordem de 10% dos recursos globais atribuídos à

educação, nos níveis federais, estadual e municipal.

- Lutar pela integração efetiva do ensino especial no quadro do sistema geral

de educação [...]

- Expandir ao máximo possível a oferta de educação especial [...]

- Assegurar a prevenção de deficiência, em todos os seus aspectos [...]

- Lutar pela possibilidade de acesso da pessoa portadora de deficiência aos

diferentes espaços da comunidade [...]

- Apoiar o ensino regular [...]

- Promover a valorização dos recursos humanos que atuam em educação

especial [...]

- Desenvolver programas voltados para o preparo profissional das pessoas

portadoras de características especiais e sua integração na força de trabalho

[...]

3.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

As pessoas que tem necessidade especial tem o apoio na constituição brasileira de 1988

que garante no Artigo 208 o atendimento aos portadores de necessidade especial, “III –

atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na

rede regular de ensino;” e a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB-939/96).

Esse apoio que a lei garante é importantes na luta incansável das famílias e pessoas

envolvidas na lutam pela causa. Vamos conhecer alguns dos direitos alcançados: Art. 58.

Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação

escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de

necessidade especiais.

§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola

regular, para atender às peculiaridade da clientela de educação especial.

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§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços

especializado, sempre que, em função das condições específicas dos alunos,

não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem

início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidade

especial:

I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização

específicos, para atender às suas necessidades;

II – terminalidade específica para aqueles que não puderam atingir o nível

exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas

deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar

para os superdotados:

III – professores com especialização adequando em nível médio ou superior,

para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular

capacitados para s integração desses educando nas classes comuns;

IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na

vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem

capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com

órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade

superior nas áreas artísticas, intelectual ou psicomotora:

V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares

disponíveis para os respectivos níveis do ensino regular. (MAZZOTTA,

2005, p. 80)

A conquista desses direitos só vem a melhorar a vida dos portadores de necessidade

especial, pois levam uma vida com mais dificuldade em relação aos que tem uma vida

considerada normal, e os direitos que conquistado facilita no desenvolvimento tanto na vida e

no conhecimento educacional.

Outra ferramenta de ajuda e de extrema necessidade são as Salas de Atendimento

Multifuncional ou Atendimento Educacional Especializado (AEE), o atendimento e atividade

são baseados nas principais necessidades da clientela como: recursos de acessibilidade, a

continuidade dos conteúdos desenvolvida na sala de aula de forma complementar.

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De acordo com o Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011, é gratuito aos

estudantes com deficiência, [...] e deve ser oferecidas de forma transversal a todos os níveis,

etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino.

3.2 A IMPORTÂNCIA DO BENEFICIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA NA VIDA

DOS SURDOS

Essa parte do artigo tem por objetivo de mostrar a importância do benefício para as

pessoas surdas, pois a qualidade de vida dos deficientes, citado na Constituição Brasileira, que

determinam no Título VIII, Da Assistência Social, Capítulo II, Da Seguridade Social, Seção

IV, Da Assistência Social; de prover à própria manutenção ou de tê-la provido por sua

família.

No entanto, podemos observar um período longo para a efetivação para a

Regulamentação do benefício de prestação continuada da assistência social, A mesma foi

regulamentada através da a Lei nº 1.744/95 atendendo a LOAS aprovada em 1993 que dispôs

sobre a organização da Assistência Social e referendou os Art. 203 e 204 da Constituição

Federal de 1988.

Esse benefício configura atrasos consideráveis na regulamentação das leis trazidas

com necessário a adequação dos ditames estabelecidos anteriormente. No campo de

assistência social, essa reordenação fica explícita ao analisarmos a efetiva do Beneficio de

Prestação Continuada, criado em 1988, mas regulamentado somente no dia 7 de dezembro de

1993, com a criação da Lei 8.742, Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Podemos

concluir que, o alongamento da regulamentação do direito à assistência social teve a

influência do período vivenciando pela sociedade brasileira naquele momento. (CAMARGO,

2011, p.79)

Já Falcão (1995, p.70) o capitalismo adentra um novo conceito de pobreza, que é

visto de forma estrutural, por causa da desigualdade e injustiça social. Seu intuito é diminuir a

miséria instaurada na sociedade, nem as politicas sociais estão conseguindo modificar essas

situações, portanto, têm ação limitada no desenvolvimento da população causadas pelo

capitalismo.

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Neste sentido é importante considerar que as necessidades dos beneficiários não se

esgotam no direito a renda de sobrevivência, pois a transferência de renda cumpre um

objetivo, mas não alcança sua completa efetividade se não estiver organicamente vinculada às

demais ações das politicas sociais. O benefício pode vir a ser uma espécie de armadilha ao

manter o beneficiário na situação de exclusão, quando não há articulação entre os demais

serviços, programas e projetos. Portanto, sem a devida articulação o BPC não ganha

substancialidade, visibilidade e sequer atende as necessidades mínimas de vida (BRASIL,

2007, p.24-25)

O benefício não garante sustentabilidade adequada, mas ameniza o impacto da

desigualdade social, pois seu proposito é a diminuição da extrema pobreza causada pelo

capitalismo social.

A Declaração de Caracas que foi elaborada durante a Primeira Conferência de Rede

Ibero-Americana de Organizações Não-Governamentais de Pessoas e suas Famílias na cidade

Caracas, Venezuela, no ano de 2002. Essa declaração teve como publico alvo os governos

Latino-americanos por não fazerem parte da Convenção. Com o decorre do tempo, ficou

nítido a atenção pela qualidade de vida das pessoas com deficiência, foi-se retirada a imagem

de pessoas “incapazes”

Diante da constante modificação do panorama educacional, do trabalho e

assistência, balizados pelas declarações internacionais, cabe ressaltar que a

tentativa de melhoria das condições estabelecidas para as pessoas com

deficiências, efetivadas a partir de leis e decretos, deixa clara a preocupação

do Estado quanto à educação dessas pessoas. No entanto, não podemos nos

esquecer que a história dos direitos das pessoas com deficiência se constrói

nos alicerces da sociedade capitalista, onde os meios de produção passam a

vislumbrar mais uma possibilidade de formação de um exército de força de

trabalho reserva, além do aumento do consumo por parte dessa população,

que no processo de construção social histórica esteve à margem da

sociedade. (CAMARGO, 2011, p.83)

A própria história retrata todas as dificuldades que os deficientes auditivos sofreram na

educação, sem esquecer-se do desenrolar da história dos direitos das pessoas com deficiência.

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4 Conhecendo o Sujeito da Pesquisa

A entrevista iniciou-se com as três alunas com deficiência auditiva, realizada em

LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e finalizando a entrevista com os responsáveis, sendo

realizado uma no lar e as outras na escola em uma sala cedida pelo diretor da escola. Todas as

entrevistas ocorreram de forma tranquila. Apresentarei os sujeitos da pesquisa, ressaltando

que todos os nomes utilizados são fictícios. Dentre as cinco participantes, temos três alunas,

sendo duas delas irmãs e surdas juntamente com sua mãe e as outras duas participantes uma

surda aluna e sua mãe.

Carol: Diagnóstico de deficiência auditiva. Tem treze anos, estuda no quinto ano do

ensino o fundamental II e frequenta o AEE no contraturno. Recebe o benefício há três

anos.

Gabriela: Diagnóstico de deficiência auditiva. Tem dezessete anos, estuda no oitavo

ano do ensino regular e frequenta a sala do AEE, há seis anos aproximadamente

recebe o benefício.

Helena: Diagnóstico de deficiência auditiva. Tem treze anos, frequenta as aulas de

AEE. Recebe o benefício desde cinco anos.

As alunas que participaram da entrevista são semianalfabetas, demonstram um grande

interesse em aprender a ler e a escrever. Mas por serem surdas e não assimilarem a oralidade e

nem o som, fica difícil trabalhar a língua portuguesa. Os surdos tem sua própria língua.

Podemos perceber na entrevista das alunas, pois transcrevi de acordo como elas respondiam.

Antes da entrevista, foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) na qual ficou esclarecido objetivo da entrevista, e novamente informei que a

entrevista era sigilosa e que todas as informações não serão divulgadas a nem um órgão

fiscalizador.

A pesquisa é considerada muitas vezes um trabalho difícil de desenvolver, pois as

pessoas costumam desconfiar quando o assunto envolve dinheiro do benefício e de como é

gasto o dinheiro. O que facilitou na entrevista foi a aproximação entre as entrevistadas e a

pesquisadora. A boa convivência fez com que a entrevista ocorresse de forma tranquila.

Podemos destacar algumas informações importantes sobre os beneficiários: a

responsável pelas beneficiárias Carol e Gabriela possui cinco filhos, sendo três com

deficiência, duas são surdas e a outra deficiência motora. A segunda mãe entrevistada tem

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quatro filhos uma tem deficiência mental e uma é surda. Todas as responsáveis entrevistadas

conseguiram a liberação do benefício e administram o dinheiro.

4.1 O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA COMO APOIO A UMA VIDA

DIGNA

A pesquisa teve por objetivo verificar o impacto do Benefício de Prestação Continuada

na vida dessas adolescentes. Buscou-se investigar se o BPC teve alguma importância na renda

familiar, como foi concedido, se teve problemas para receber, como é gasto o dinheiro e

outros pontos que são relacionados ao benefício e que foram relatados nas entrevistas.

Ao perguntarmos sobre a importância do benefício, todas as entrevistadas responderam

que o beneficio como meio de sustento da família podendo assim melhorar as condições dos

membros da família. A maior parte dos participantes atribuiu o dinheiro do benefício com o

poder de compra de material escolar, roupas, calçados, moradia e alimentos. “Morava casa

pequena muita pessoas, não gostar, pouca comida” (BENEFICIÁRIA GABRIELA, 2016). A

fala da beneficiária nos remete à importância do benefício, pois percebemos que essas

conquistas advindas das lutas sociais quanto aos direitos humanos em relação a uma vida

digna.

Era difícil por que eu morava com minha mãe né, ai nessa época eu recebia

só um sacolão do governo mesmo, ai era difícil mesmo. Porque eu ajudava a

minha mãe pagar o aluguel, tinha muita gente tinha muita gente que morava

na minha casa, minha mãe, meus irmãos, meu pai era complicado. O

dinheiro faltava dai, eles falaram que eu tinha direito de receber ai eu corri

atrás de pegar o dela. (RESPONSAVEL PELA BENEFICIÁRIA CAROL,

2016)

A condição de vida relatada pela responsável reflete a importância dos direitos

relacionados à Assistência Social, uma vez que, segundo ela, o benefício é a sobrevivência da

família. As entrevistadas ressaltaram a relevância do benefício para o sustento da família e

uma melhor qualidade de vida. Outro aspecto relevante foi a relação do benefício com o

consumo. Essa afirmação é destacada a partir da fala da responsável da beneficiária Gabriela:

“comprar as coisa que elas pedem, ‘bicicreta’, as vezes celular, quer brinquedo tudo que elas

‘pede’ eu dou pra ela”. (2016, sic)

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O relato da entrevistada deixa evidente que a família vê o benefício como uma espécie

de “salvador” de uma vida mais digna. Mesmo sabendo que o valor de um salário mínimo não

deixa a família em condições considerada aceitável, conforme assegura Machado (2004, p. 2):

Os salários, hoje não são suficientes para a manutenção dos trabalhadores, e

implantam-se alguns programas de assistência social para assegurar a

perpetuação física destes. É no âmbito desta perspectiva analítica que nos é

possível resgatar a política social como um ramo altamente especializado da

política econômica, não mais reforçando a ideia de que a política social é

subordinada ao econômico, mas, sim, de que a política social é parte

intrínseca e inseparável do econômico para a garantia do aprofundamento da

acumulação capitalista, e como uma das políticas preferenciais para

controlar as crises do capital – seja através da criação de uma poupança

forçada; seja pela manutenção da força de trabalho na dependência de

recursos públicos para sua sobrevivência.

A família das adolescentes descreve que foram procurar o benefício, pois: a responsável

pela beneficiarias Caro e Gabriela “Por que precisava do dinheiro, não tinha muita comida em

casa.” Já a responsável da Helena: “Por que só um salário do meu marido num tinha

condições de manter a casa, comida, aluguel e as coisa que elas precisam”.

Percebemos que o dinheiro do benefício é utilizado para a manutenção das famílias

aumentando o poder de consumo, podemos identificar no relato da responsável pela

beneficiaria Helena “Ajuda pra pagar água, luz, pagar o alimento e pra os materiais dela da

escola, roupas, calçados.” Já as beneficiarias relatam gastar seu dinheiro: “comida, aluguel

casa, roupa, batom” (CAROL, 2016); “comida família, lápis, caneta e roupa” (GABRIELA,

2016); “comida família, roupa bonita” (HELENA, 2016)

Finalizando o trabalho, percebemos nestes relatos que as três beneficiárias, têm uma

visão que o benefício é uma ajuda não só para a sua família, como um meio de sobrevivência

e uma forma delas terem a possibilidade de adquirirem alguns bens materiais, pois antes era

somente a comida e mais nada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa buscou compreender melhor a situação que as pessoas com deficiência

auditiva têm em relação sua vida financeira, pois sabemos que elas têm suas necessidades e o

BPC vem como uma ferramenta de apoio e melhoria nas condições vivenciadas pelas alunas

surdas e suas famílias.

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Procurei conhecer o contexto histórico dos surdos, a lei que favorecem a comunidade

surda. Entender a lei do BPC e como ela favorece na vida do surdo, busquei entender um

pouco mais sobre a educação inclusiva, finalizei mostrando a importância do Beneficio de

Prestação Continuada na qualidade de vida, não só das beneficiárias, mas dos seus familiares.

Finalizamos com as entrevistas que nos deu uma visão de como era antes do benefício e de

como está a vida dessas alunas nos dias de hoje.

Os surdos sofreram por muito tempo a exclusão como pessoa, tanto na educação e na

sociedade. Os direitos alcançados até os dias de hoje, só vem amenizar um pouco, pois a

independência financeira é mais uma barreira que os surdos ultrapassaram e mostraram que

são ainda mais capazes.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social. Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate a Fome. Brasília: MDS, 2004.Política Nacional de Assistência Social. Ministério

do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Brasília: 2004.

CAMARGO, Flávia, Pedrosa. O Beneficio de Prestação Continuada e a inserção do

indivíduo com deficiência intelectual no mundo do trabalho. 2011. Dissertação (Mestrado

em Educação). Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Corumbá-MS: UFMS, 2011.

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Teresina, a. 16, n. 3.014, 2 out. 2011.

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MACHADO, E. M. Política Social: área especializada da política econômica. In Revista

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MAZZOTTA, Marcos José Silveira; Educação especial no Brasil: História e políticas

públicas. São Paulo: Cortez, 2005.

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HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; Dicionário Houaiss da língua portuguesa.

SÁ, N. R. L. A educação dos surdos: a caminho do bilinguismo. Niterói: Eduff, 1999.

SACKS, Oliver, Vendo vozes: uma jornada pelo mundo dos surdos. Rio Janeiro: Imago,

1989.

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APÊNDICE

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Trabalho de Conclusão de Curso

APÊNDICE A - Questionários

Questionário (1) - Quanto a autonomia do sujeito

Carol

Data de nascimento: 03/08/ 1999

Idade: 17

Sexo: ( x ) fem. ( ) masc.

Grau de escolaridade: 8 º anos do ensino fundamental

Lê e escreve? ( x ) sim ( ) não (com um pouco de dificuldade)

Quanto à inserção no mercado de trabalho ( estudo, quero trabalho sim . não

sei onde)

Você poderia me contar um pouco, como é o seu dia? (O que você faz, desde

a hora que acorda etc.) (acordo cedo vou escola, estudo, volto casa, durmo ,fazer

tarefa casa . vejo celular)

Como você ficou sabendo do Benefício? (mãe falou que eu ser surda tenho

dinheiro)

Desde quando recebe? (criança eu)

E antes disso, como era? (morava casa pequena muita pessoas, não gostar,

pouca comida)

Quem recebe? Você ou alguém da sua família? (minha mãe)

Como é gasto o dinheiro do Benefício?(comida, aluguel casa, roupa, batom)

Podemos observar que a adolescente entende da importância do seu beneficio, pois quando

foi perguntado como era antes de receber o beneficio sua resposta foi dificuldade por ter

pouca comida. E que também morava em uma casa lotada e em forma de sinais a adolescente

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Trabalho de Conclusão de Curso

fez o sinal de cama e quatro pessoas, compreendi que a mesma dormia em uma cama com

mais três pessoas.

Gabriela

Data de nascimento: 05/07/2003

Idade: 13 anos

Sexo: ( x ) fem. ( ) masc.

Grau de escolaridade: 5 º anos do ensino fundamental I

Lê e escreve? ( x ) sim ( ) não (muito pouco)

Quanto à inserção no mercado de trabalho (não sei ainda, quero ser professora

de LIBRAS)

Você poderia me contar um pouco, como é o seu dia? (vou vê televisão gosto,

ajudo minha mãe, vou escola)

Como você ficou sabendo do Benefício? (minha irão surda tem eu surda

também)

Desde quando recebe? (eu criança)

E antes disso, como era? (pouca comida, roupa também)

Quem recebe? Você ou alguém da sua família? (minha mãe)

Como é gasto o dinheiro do Benefício?(comida família, lápis, caneta e roupa)

Adolescente entende da importância do seu dinheiro para o sustento da sua família e

compreende que pode comprar os seus matérias escolar.

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Trabalho de Conclusão de Curso

Helena

Data de nascimento: 23/05/ 2003

Idade: 13 anos

Sexo: ( x ) fem. ( ) masc.

Grau de escolaridade: 5 º anos do ensino fundamental I

Lê e escreve? ( x ) sim ( ) não (poucas palavras)

Quanto à inserção no mercado de trabalho (eu quero professora)

Você poderia me contar um pouco, como é o seu dia? (ajudo minha mãe,

conversar amiga, escola, estudar)

Como você ficou sabendo do Benefício? (minha mãe falou)

Desde quando recebe? ( eu criança)

E antes disso, como era? (família não tem comida sacolão, só triste fome)

Quem recebe? Você ou alguém da sua família? (minha mãe)

Como é gasto o dinheiro do Benefício?(comida família, roupa bonita)

A terceira adolescente passou por muita dificuldade em relação a falta de comida, pois ela

cita que só comia quando ganhava o sacolão da Assistência Social e agora ela sabe que com

seu dinheiro, pode comprar comida e roupa bonita

Questionário (2) - Quanto ao Benefício do (BPC)

Desde quando recebe o benefício? (1)

Quantos anos o aluno tinha quando começou a receber o benefício? (2)

Antes dessa data como era a vida da família? (3)

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Trabalho de Conclusão de Curso

Você recebe outro Benefício?(4)

Como você ficou sabendo do Benefício?(5)

Foi difícil conseguir o Benefício?(6)

Qual foi as providencias que a senhora tomou para receber o beneficio?(7)

Por que deram entrada no benefício?(8)

Como a gasta o dinheiro gasta o dinheiro do benefício?(9)

Primeira entrevista (mãe da Carol e Gabriela)

(1) Desde 2005.

(2) Eu acho que era 7 anos.

(3) Era difícil por que eu morava com minha mãe né, ai nessa época eu recebia só um sacolão

do governo mesmo, ai era difícil mesmo. Porque eu ajudava a minha mãe pagar o aluguel,

tinha muita gente tinha muita gente que morava na minha casa, minha mãe, meus irmãos,

meu pai era complicado. O dinheiro faltava dai, eles falaram que eu tinha direito de receber ai

eu corri atrás de pegar o dela.

(4) Não

(5) Atrases dos meus parentes que falou que ela tinha direito

(6) Não foi difícil, só que eu tinha que fazer os documentos dela corre atrás com ela.

(7) Eu acho que na época só pediram os documentos e o laudo médico.

(8) Por que precisava do dinheiro, não tinha muita comida em casa.

(9) Com aluguel, porque ai quando eu comecei receber dela eu já aluguei uma casa pra nos

morar com muita gente é é , no aluguel , na comida , nas coisas pra casa.

Segunda entrevista

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Trabalho de Conclusão de Curso

(1) Eu acho que foi desde 2012

(2) Não sei se ela tinha 10 eu acho que ela tinha 10anos

(3) Nessa época era difícil por que ai, depois que eu aluguei outra casa veio morar o meu pai

e meus irmãos e só um beneficio não tava dando. Porque male mais ajudava com a comida

dai eu pagava o aluguel, pagava a comida, era só nos dois, ai era difícil, ai eu comecei através

da reunião que teve do BPC eles falaram que era por renda, o valor da renda que tinha na casa

ai eu comecei corre atrás, porque era muita pessoas.

(4) Não só das duas que são surdas

(5) Por que a outra tem direito. Então dessa reunião que era o valor da renda que tinha em

casa. Tinha muita pessoa e era pouco um benefício só.

(6) Não foi muito difícil.

(7) Só tem que correr atrás dos documentos o laudo ela já tinha que ela fez o exame em

Campo Grande, foi só os documento dela.

(8) Por que só um salário do meu marido num tinha condições de manter a casa, comida,

aluguel e as coisa que elas precisam.

(9) Com aluguel, comprar as coisa que elas pedem, bicicreta as vezes celular, quer brinquedo

tudo que elas pede eu dou pra elas.

Terceira entrevista (mãe de Helena)

(1) Desde 2007

(2) 5 anos

(3) Um pouco dificultoso

(4) Não

(5) Pela família

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Trabalho de Conclusão de Curso

(6) Foi um pouco difícil, porque tive que passar pela assistência social e lá tive que agradar

pra fazer visita pra vê as condições da família pra poder receber o benefício.

(7) Só levei os documento e o laudo

(8) Por que lá na saúde falaram que ela tinha direito a receber por ser auditiva.

(9) Ajuda pra pagar água, luz, pagar o alimento e pra os materiais dela da escola, roupas,

calçados.