frequencia escolar no programa bolsa famÍlia:...
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FREQUENCIA ESCOLAR NO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA
FERRAMENTA DE MONITORAMENTO DA POLÍTICA PÚBLICA OU DE
PUNIÇÃO DAS FAMÍLIAS?
Edivaldo Corrêa de Oliveira*1
Resumo: O presente artigo analisa o Programa Bolsa Família tomando como ponto
observacional a compreensão dos beneficiários e tendo como objeto de estudo a
condicionalidade em educação, sendo desenvolvida a pesquisa empírica com as famílias em
situação de pobreza e miséria do município de Dourados-MS a fim de verificar se as
condicionalidades convergem com a proposição de garantir o acesso aos direitos sociais, em
especial, o direito a educação, como afirma documentos governamentais ou se as famílias
beneficiárias consideram-no como algo burocrático e punitivo, obrigando-as ao cumprimento
desta contrapartida para manter a transferência de renda pelo programa. Além disso, foram
verificadas junto a Secretaria Municipal de Assistência Social do município, mediante pesquisa
documental, quais as ações são desenvolvidas com a finalidade de garantir que os beneficiados
cumpram tais condicionantes. Os dados foram obtidos por meio da análise realizada por
categorização dos dados provenientes dos formulários respondidos pelos titulares do benefício
com crianças matriculadas nos anos iniciais de escolas periféricas do município. Foi constatado
o avanço no acesso aos direitos sociais entre os beneficiários através do Cadastro Único do
Governo Federal e não somente do programa bolsa família, apesar do mesmo ter representado
melhoria de vida, principalmente no aspecto de renda. Quanto ao monitoramento por meio da
condicionalidade da educação, tal condicionante não representou aos beneficiários como sendo
uma dificuldade, pelo contrário, demonstraram grande valorização ao acesso à educação.
Palavras-chave: Condicionalidade; Educação; Pobreza; Programa Bolsa Família.
1 INTRODUÇÃO
O artigo realiza uma abordagem do Programa Bolsa Família (PBF) no município de
Dourados, a fim de identificar se as condicionalidades do referido programa são determinantes
na garantia do direito à educação de seus beneficiários. Para tanto, tomamos como ponto de
partida a compreensão dos beneficiários sobre a condicionalidade, em especial, a condicionante
1 *Graduado em Física com ênfase em Física Ambiental pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
(UEMS). Técnico Administrativo vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social da Prefeitura de
Dourados – MS. E-mail: [email protected]
2 Trabalho de Conclusão de Curso
da frequência escolar mínima das crianças, além de investigar quais as ações do poder público,
no âmbito da Secretaria Municipal de Assistência Social, que são realizadas visando garantir
aos beneficiários o acesso aos direitos sociais presentes nas condicionalidades, em especial, a
educação. Além disso, buscou-se identificar os principais motivos nos quais as famílias
beneficiárias têm dificuldades em cumprir as exigências do programa e compreender a
legislação que regulamenta o Bolsa Família.
Pautado em uma pesquisa empírica, de forma a garantir a coleta de dados qualificados,
o presente trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica, documental e de campo. A
metodologia se amparou pela abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio de
formulários aplicados aos titulares do beneficio de forma amostral, no qual foram selecionadas
aquelas que têm na sua composição familiar crianças matriculadas nos Ensino Fundamental em
escolas periféricas de Dourados-MS e que recebem o benefício por pelo menos três anos. Esse
público foi selecionado em função do tempo do recebimento do benefício, que permite uma
melhor compreensão, por parte dos beneficiários, dos critérios do referido programa.
Ademais, o artigo apresenta a análise da legislação do PBF que foi pertinente aos
resultados do estudo, pois através desta tornou-se possível identificar da compreensão por parte
dos beneficiários dos direitos sociais previstos no programa. A discussão teórica acerca da
garantia de direitos sociais no qual o PBF se propõe serão apresentados a seguir de maneira
correlacionada com os resultados obtidos na pesquisa de campo. Por fim, será destacada a
conclusão do estudo.
2 PERSPECTIVA HISTÓRICA DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
Dentre as propostas de combate a pobreza no Brasil que são executadas pelas políticas
sociais, por meio de ações de transferência de renda, como o programa Bolsa Família, de
maneira focalizada, não se pode definir como sendo a única para este enfrentamento, tanto que
a transferência de renda só existe mediante as contrapartidas por parte dos beneficiários, que
são os cumprimentos das condicionalidades em educação, saúde e assistência social. Além
disso, mesmo que estas ações conjugadas sejam utilizadas para a erradicação da pobreza, tais
ações não serão a solução, pois de acordo com Rego e Pinzani (2013, p. 11), “a pobreza é um
3 Trabalho de Conclusão de Curso
problema complexo e, como tal, não admite uma solução fácil. Portanto, não pode ser resolvida
simplesmente por meio de um programa de transferência direta de renda como o Bolsa
Família”.
O programa em si, não é capaz de enfrentar o cerne da pobreza. Contudo, é uma
política que minimiza o acentuado quadro de desigualdade social do país, tanto que, segundo
Campello e Neri (2013, p.152) é possível almejar a erradicação da Pobreza, ou seja, reduzi-la a
níveis residuais, este fato se deve ao intenso progresso demonstrado pelo programa no período
entre 2003 e 2011, tendo apresentado o resultado de que “a pobreza e a extrema pobreza
somadas caíram de 23,9% para 9,6% da população”.
Além disso, se deve atentar ao fato de que a pobreza também pode ser considerada
uma violação dos Direitos Humanos, já que os direitos humanos são direitos naturais universais,
trazendo na condição de pessoa o requisito único para a dignidade e titularidade de direitos.
Werthein e Noleto (2003, p. 137) declaram que, “os direitos humanos compõem, assim, uma
unidade indivisível, interdependente e inter-relacionada, capaz de conjugar o catálogo de
direitos civis e políticos ao catálogo de direitos sociais, econômicos e culturais”. Eles destacam,
ainda, que para a dimensão de Direitos Humanos, a proteção social estará mais adequada
quando se tem o desenvolvimento de políticas específicas no atendimento deste público mais
vulnerável. Assim, o PBF têm se constituído como uma política pública de enfrentamento deste
problema social.
A efetiva proteção do direito à inclusão social demanda não apenas políticas
universalistas, mas, específicas, endereçadas a grupos socialmente
vulneráveis, enquanto vítimas preferenciais da pobreza. Isto é, o direito à
inclusão social requer a universalidade e a indivisibilidade dos direitos
humanos, acrescidas do valor da diversidade. Ao processo de expansão dos
direitos humanos soma-se o processo de especificação de sujeitos de direitos
(WERTHEIN; NOLETO, 2003, p. 147).
Cabe destacar, ainda, o Artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de
1948, que traz na redação a garantia de direitos sociais e de condições de vida adequadas à
sobrevivência dos indivíduos, como saúde, alimentação, habitação, entre outros, oportunizando
o desenvolvimento social, independente da situação socioeconômica.
Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a
sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança
em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de
4 Trabalho de Conclusão de Curso
perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle (UNIC,
2009, p. 13).
Tais direitos, também são partes integrantes de metas que foram estabelecidas pela
Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, com o apoio de 191 nações e ficaram
conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que buscam minimizar as
desigualdades sociais proporcionando aos signatários um avanço nas políticas sociais, nas quais
se destacam a meta de acabar com a fome e a miséria; oferecer educação básica de qualidade
para todos, entre outras.
2.1 A TRAJETÓRIA DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
Partindo da premissa do combate a pobreza e da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, o PBF foi desenvolvido ao longo dos anos e de governos até seu formato atual, onde
se prevalece a intersetorialidade na execução do programa e na atuação ativa de seus
beneficiários, no qual, para a permanência no referido programa devem cumprir as
condicionalidades estabelecidas pela legislação.
A pobreza e seu enfrentamento enquanto questão social no Brasil se deu praticamente
no fim da década de 1980, com o advento da Constituição Federal de 1988, que deu um
substantivo impulsivo no desenvolvimento das políticas sociais, prevista já como um dos
objetivos fundamentais da República em seu Art. 3° inciso “III - erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais” e, em especial, o “Art. 6° - São
direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição”. De forma semelhante, a Lei nº 8742/1993) - Lei
Orgânica de Assistência Social (LOAS) - firmou a assistência social como um “direito do
cidadão e dever do Estado”.
Até então, a pobreza não era reconhecida como um fenômeno da sociedade brasileira
e, conforme Santana (2007),
[...] políticas sociais voltadas para a população nessa condição não se
desenvolveram. Apenas recentemente, após a década de 90, a pobreza, como
um problema social a ser enfrentado pela sociedade como um todo e pelo
estado em particular, ganha espaço como tema de debate entre os governos e
ações voltadas especificamente para a redução das desigualdades sociais
5 Trabalho de Conclusão de Curso
passaram a ser implementadas. (COHN, 2004 apud SANTANA, 2007, p.
3).
Somente a partir da chamada constituição cidadã é que se iniciou o reconhecimento da
necessidade de um amplo atendimento a esta parcela da população, já que antes de sua
promulgação o atendimento a população menos favorecida, se dava de forma tímida, pontual e
de maneira assistencialista. Nesse sentido, a carta magna assegurou, juridicamente, uma ampla
cobertura com relação à garantia dos direitos sociais e, consequentemente, com a
implementação de programas de transferência de renda, primeiro com experiências municipais
ditas como programas de renda mínima.
Os programas de transferência de renda tiveram sua origem em âmbitos municipais,
até que em 1996 foi desenvolvida a primeira experiência de transferência de renda em nível
federal, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), que visava a eliminação do
trabalho infantil, além de propiciar um estimulo a sua inserção na escola. O PETI foi criado
legalmente por meio da Portaria-MPAS nº 2917/2000.
Em 1997, foi criado o Programa Bolsa Escola através da Lei n° 9.533/1997 e ampliado
pela Lei nº 10.219/2001, tomando como base as experiências de Brasília e Campinas que já
desenvolviam programas de renda mínima, desde 1995, conforme destaca Suplicy (2003).
Em ambos os casos, famílias com uma renda familiar abaixo do meio salário
mínimo per capita tiveram o direito a receber uma renda complementar, desde
que a família tenha crianças freqüentando a escola. Enquanto em Campinas o
benefício era definido como uma quantia necessária para alcançar meio salário
mínimo per capita para aquela renda familiar, no Distrito Federal o benefício
foi de exatamente um salário mínimo, independentemente do tamanho da
família e tinham como objetivo estimular as famílias pobres a matricularem
seus filhos na rede escolar. (p. 65).
Os programas desenvolvidos em âmbitos municipais, assim como o Programa Bolsa
Escola, instituído pelo Governo Federal através das legislações supracitadas tinham como
objetivo estimular as famílias pobres a matricularem seus filhos na rede escolar. Segundo
Santana (2007, p. 4), o Programa Bolsa Escola:
[...] destina às famílias com renda per capita inferior a R$ 90,00 e que têm
crianças de 6 a 15 anos matriculadas no ensino fundamental regular o
benefício mensal de R$ 15,00 por criança. Cada família pode ter, no máximo,
três crianças inscritas no programa, ou seja, pode receber um benefício de até
R$ 45,00 e é exigida a contrapartida de freqüência à escola das crianças de
90% das aulas.
6 Trabalho de Conclusão de Curso
Outro programa desenvolvido foi o Bolsa Alimentação ou Programa de Renda Mínima
vinculada à Saúde, criada em 2001 pelo Decreto 3.934/2001 e operado pelo Ministério da
Saúde, que passou a estabelecer a complementação da renda de gestantes, nutrizes e crianças
com riscos nutricionais.
O Programa de Auxílio Gás foi criado em 2002 pela Lei 10.453/2002, voltado ao
atendimento das famílias que já estavam inseridas nos demais programas de transferência de
renda, o mesmo apresentava um diferencial, pois não tinha a necessidade da família cumprir
compromissos exigidos na legislação. De acordo com Santana (2007, p. 4):
Este benefício é destinado a famílias de baixa renda que estavam inscritas no
Programa Bolsa Escola e no Cadastro Único dos Programas Sociais. O
Auxílio Gás tem um diferencial de pagamento em relação aos outros
programas, ele oferece um valor de benefício mensal de R$ 7,50 que é pago a
cada bimestre. Ou seja, de dois em dois meses cada família recebe o valor de
R$ 15,00.
O Cartão Alimentação, primeiro programa criado pelo governo do Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, foi estabelecido pela Medida Provisória n° 108/2003 e regulamentado
pelo Decreto nº 4.675/2003 e compõe o Programa Nacional de Acesso à Alimentação, no qual
garante as pessoas em situação de insegurança alimentar, recursos financeiros ou o acesso a
alimentos em espécie.
O valor de benefício é de R$ 50,00 e a ele se agregam outros benefícios que
eventualmente as famílias já recebam. Além da obrigatória aplicação dos
recursos na alimentação familiar, o programa exige, como contrapartida, que
as famílias beneficiárias que possuam adultos analfabetos que freqüentem
cursos de alfabetização e cumpram contrapartidas específicas exigidas em
cada região (SANTANA, 2007, p. 4).
Em 20 de Outubro de 2003, criado através da Medida Provisória n°132 e
regulamentado pela Lei n° 10.836 de 09 de janeiro de 2004, o Presidente Luiz Inácio Lula da
Silva regulamentou o Programa Bolsa Família, unificando os cinco programas: Bolsa Escola,
Bolsa Alimentação, Auxílio Gás, Cartão Alimentação e as transferências do PETI.
O Programa Bolsa Família tem sua centralidade na erradicação da pobreza, mediante
três ações focais: a transferência de renda direta para as famílias beneficiárias a fim de trazer o
alívio imediato da pobreza; o acompanhamento das condicionalidades, promovendo maior
acesso aos direitos sociais na educação, saúde e assistência social, com o intuito de romper com
o ciclo intergeracional da pobreza e; o desenvolvimento de ações complementares com a oferta
7 Trabalho de Conclusão de Curso
de serviços para maior apoio e desenvolvimento das famílias pobres e extremamente
miseráveis. Com estas ações focais, o programa busca erradicar a pobreza e promover a
dignidade humana, principalmente, por meio dos compromissos assumidos pelas famílias
beneficiárias.
Atualmente, o Programa atende as famílias inscritas no Cadastro Único de Programas
Sociais do Governo Federal e com renda per capita de até R$ 85,00 mensais, bem como famílias
com renda per capita entre R$ 85,01 a R$ 170,00 que possuam em sua composição criança de
0 a 17 anos. De acordo com a renda per capita da família, o número de crianças, gestantes e
nutrizes e jovens de 16 a 18 anos o benefício pode variar de R$ 39,00 a R$ 372,00, sem
contabilizar o Benefício para Superação de Extrema Pobreza (BSP), que possui valor variável
e cálculo individualizado e mensal que tem como objetivo complementar o valor do PBF até
que a família supere a faixa da extrema pobreza, que hoje é de R$ 85,00 per capta, (BRASIL,
2015).
O valor recebido pelos beneficiários tem a seguinte composição: as famílias com renda
per capita de até R$ 85,00, independentemente de sua composição familiar, recebem benefício
básico no valor de R$ 85,00. Já o benefício variável concede o valor de R$ 39,00 para cada
criança ou adolescente de até 15 anos, gestante e/ou nutriz até o limite de cinco benefícios por
família, totalizando R$ 195,00. Existe ainda o Benefício Variável Jovem (BVJ) pago as famílias
com jovens de 16 a 18 anos que estejam frequentando a escola, este benefício tem o valor de
R$ 46,00 é e pago no máximo, por dois jovens por família (BRASIL, 2015).
O programa atende as famílias sob a responsabilidade de que elas cumpram alguns
compromissos para permanecer no PBF. As condicionalidades são fundamentais para a
execução do programa. Na área da educação as crianças e adolescentes de 6 a 17 anos devem
estar matriculados, tendo uma frequência mínima de 85% das aulas entre os alunos de 6 a 15
anos e de, no mínimo 75%, entre os jovens que possuem entre 16 a 17 anos.
Na saúde, as famílias devem levar as crianças menores de 7 anos para tomar as vacinas
recomendadas pelas equipes de saúde, além de fazer o acompanhamento do crescimento e do
desenvolvimento infantil. Já as gestantes, devem realizar o pré-natal e ir às consultas na
Unidade de Saúde. Com isso, nota-se que as condicionalidades são mecanismos nos quais as
8 Trabalho de Conclusão de Curso
famílias beneficiárias têm a oportunidade de acessar as políticas sociais, de acordo com a
Portaria n° 251, de 12 de dezembro de 2012.
As condicionalidades visam a ampliar o acesso das famílias às políticas de
saúde, educação e assistência social, promovendo a melhoria das condições
de vida da população beneficiária, assim como a fortalecer a capacidade de o
Poder Público oferecer tais serviços (BRASIL, 2012).
No entanto, tais mecanismos são monitorados, o que caracteriza a obrigatoriedade no
seu cumprimento, ou seja, caso a família não o faça, a mesma poderá ter repercussões em seus
benefícios, sendo estas gradativas, indo desde advertências até a suspensão dos benefícios,
conforme destaca Campello e Neri (2013, p. 298).
Desta forma, o Programa Bolsa Família apresenta-se de maneira estratégica para o
Governo Federal, uma vez que se trata de uma política pública no qual seu resultado depende
de seus atendidos, pois eles são como sujeitos ativos. Corroborando com Carnelossi e Bernardes
(2014, p. 295), “a proposta de transferência de renda condicionada enxerga o beneficiário como
sujeito ativo e participante do processo de alcance dos objetivos esperados pelo programa”.
Cabe destacar também que, na questão de acesso aos direitos sociais, tais direitos devem ser
afiançados pelo poder público. Conforme Zimmermann (2006):
Sob a ótica dos direitos, a um direito não se deve impor contrapartidas,
exigências ou condicionalidades, uma vez que a condição de pessoa deve ser
o requisito único para a titularidade de direitos. A responsabilidade em
garantir o provimento e a qualidade desses serviços aos portadores desses
direitos compete aos poderes públicos responsáveis. A obrigação do
cumprimento das condicionalidades (garantir escolas, postos de saúde) nessa
perspectiva, cabe a esses poderes, e não às pessoas (p. 153).
Nesta concepção, o PBF apresenta uma configuração oportuna ao Estado, na qual
garante ao beneficiário a transferência de renda de maneira a proporcionar o alívio financeiro e
econômico de sua família, no entanto exige a participação da mesma nas ações das demais
políticas, sob a forma das condicionalidades.
3 A CARACTERIZAÇÃO DA POBREZA E O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
Tendo em vista o enfoque nas políticas sociais e, em especial, na abordagem da
concepção de pobreza, que é o foco principal do programa Bolsa Família, é necessária a
reflexão atinente à pobreza, visto suas diversas formas de apresentações e grande amplitude
9 Trabalho de Conclusão de Curso
conceitual, principalmente, quando se associa pobreza à exclusão social. Silva (2010, p. 156)
esclarece que “[...] uma reflexão sobre as categorias pobreza, desigualdade e exclusão social
enquanto referências teóricas que têm orientado a formulação e a implementação de políticas
públicas de corte social no Brasil”.
A discussão sobre políticas públicas sociais, como o programa Bolsa Família,
demandam especificidades em seu trato, pois tais estudos necessitam de uma centralidade nas
instituições e atores envolvidos nas políticas públicas, conforme destaca Novaes, 2010.
Desse modo, os estudos de políticas públicas devem manter o foco nas
instituições e nos atores sociais envolvidos, observando as diversas formas de
instituições presentes na realidade brasileira, e as diferentes motivações e
variáveis dos atores estratégicos que atuam em tais políticas (NOVAES, 2010,
p. 3).
Ao debruçar sobre concepção de pobreza, no âmbito das políticas sociais, nota-se
diversas abordagens devida sua complexidade. No entender de Azevedo e Burlandy (2010, p.
202), “[...] trata-se de um conceito em construção [...]. Podendo ser, portanto, conceituada de
diferentes maneiras, como é observado na literatura”. As autoras também apresentam alguns
destes conceitos, nos quais destacam: “o caráter econômico da pobreza”, “as necessidades
básicas da sociedade” e “privação de capacidades decorrente de insuficiência de renda,
[trazendo a] identificação de um conjunto de variáveis relevante ao bem-estar de uma pessoa”.
Corroborando com as autoras, Crespo e Gurovitz (2002) também enfatizam que:
A conceituação de pobreza é algo extremamente complexo. Pode ser feita
levando em conta algum “juízo de valor”, em termos relativos ou absolutos.
Pode ser estudada apenas do ponto de vista econômico ou incorporando
aspectos não-econômicos à análise, sendo contextualizada de forma
dependente ou não da estrutura sócio-política da sociedade [...]. (p. 3)
Outras vertentes são apresentadas como prováveis motivos da existência do fenômeno
pobreza, dentre eles existe um consenso no qual “a pobreza no Brasil decorre, em grande parte,
de um quadro de extrema desigualdade, marcado por profunda concentração de renda” (SILVA,
2010, p. 156). Assim, a dificuldade em se abordar a pobreza decorre da complexidade em que
se apresenta, conforme salienta Pinzani e Rego (2015):
A dificuldade de lidar com um fenômeno social de muitas caras coloca a nu a
visão da própria sociedade sobre a pobreza e sua incessante reprodução. Em
virtude da complexa configuração ideológica que cerca a pobreza, por vezes
sequer nos governos e instituições nacionais e internacionais há pessoas
10 Trabalho de Conclusão de Curso
preparadas para formular e executar política combatidas. O lado intangível da
pobreza exige modos próprios de compreendê-la.
A fim de promover a minimização da pobreza, o programa bolsa família se apresenta
na forma de compromissos e/ou contrapartidas pelos seus beneficiários, nos quais os mesmos
vão, de certa forma, garantir o acesso dos direitos sociais a esta parcela da população,
principalmente, no tocante à educação, além de oportunizar a melhoria imediata na renda, com
o benefício financeiro.
Respaldada por essa concepção mais ampla das condicionalidades do PBF,
pretende-se, com a condicionalidade de educação, promover o acesso e a
permanência das crianças e adolescentes em situação de pobreza na escola, a
fim de que esses públicos obtenham níveis de escolaridade superiores aos de
seus responsáveis, que, em sua maioria, são analfabetos absolutos ou
funcionais, justamente devido à ausência do poder público, que carrega dívida
histórica com essa parcela da população (BRASIL, 2014, p. 39).
No entanto, o vínculo entre a escola e a sociedade ocorre de maneira em que se tem a
reprodução, em grande parte, das desigualdades advindas da sociedade. Logo, o que se verifica,
segundo Carnelossi e Bernardes (2014, p.300) é que “a escola não consegue realizar sua
promessa inclusiva no contexto geral da sociedade”.
Nessa vertente, o artigo focou na percepção dos beneficiários no tocante ao
acompanhamento educacional, sobretudo, nas famílias em extrema pobreza que, conforme
Relatório de Informações Sociais (RI) da Secretaria de Avaliação e Gestão de Informação
(SAGI) de 2016: são famílias em situação de extrema pobreza. No município de Dourados- MS
são um total de 4.785 famílias. Outras informações municipais apresentadas pelo mesmo
relatório tratam-se do acompanhamento da condicionalidade em educação, que na extração do
mês de novembro de 2015 atingiu 88,1% entre as crianças de 6 a 15 anos. Já os jovens de 16 e
17 anos, o monitoramento do mesmo período atingiu o percentual de 62,4% (BRASIL, 2016).
Observa-se que é uma temática amplamente complexa, uma vez que não se restringe
apenas ao âmbito federal e envolve as particularidades de beneficiados que residem em todos
os municípios do país. Se levarmos em conta, principalmente, a questão das condicionalidades,
que fazem “exigências da frequência como forma de enfrentar a pobreza” conforme destacado
por Pires (2013, p. 516), há a necessidade de estudos focalizados no âmbito dos municípios, já
que trata-se de um programa que, apesar de ser concedido pelo Governo Federal, tem a gestão
a cargo do município.
11 Trabalho de Conclusão de Curso
Desta forma, o programa Bolsa Família se configura como uma política pública de
enfrentamento à pobreza, tendo na transferência condicionada de renda além de um alívio com
a complementação da renda das famílias beneficiárias, a garantia de acesso aos direitos sociais,
especialmente, ao acesso e permanência das crianças na escola. Para tanto, as discussões
apresentadas demonstram a relevância deste trabalho, pois pretende compreender as
implicações do programa em uma realidade de âmbito municipal, uma vez que a referida
política é materializada nesses entes federados.
4 RESULTADOS
Através da metodologia aplicada na realização deste estudo foi possível esclarecer a
concepção dos beneficiários em relação às condicionalidades do PBF com os formulários
respondidos pelos participantes da pesquisa. Para tanto, selecionou-se o público para execução
da pesquisa a partir do estabelecimento de alguns critérios, a fim de qualificar os dados
resultantes da mesma, conforme diagrama abaixo desenvolvido.
Diagrama 1 – Critérios de seleção das famílias investigadas
Fonte: Diagrama produzido pelo pesquisador.
A partir destes critérios foram selecionadas as famílias participantes do estudo, tendo
a região no perímetro urbano com maior concentração a de abrangência do Centro de Referência
da Assistência Social (CRAS) Canaã I, já que nela tem-se 878 famílias beneficiárias, o que
representa 12,7 % do total de beneficiários conforme relatório da Secretaria Municipal de
12 Trabalho de Conclusão de Curso
Assistência Social. Seguindo o diagrama, buscou-se as famílias que tinham crianças em idade
escolar e matriculadas em escola periférica que atendesse os critérios propostos. Ademais, para
melhor participação da pesquisa foi definido que a seleção iria se restringir somente as que
estudavam no período vespertino, pois neste período que ocorreu o preenchimento do
formulário respondido pelos titulares do benefício, evitando que os mesmos comparecessem
em outro momento.
A pesquisa se deu pelo preenchimento de formulários que continham quatro questões,
conforme modelo apresentado na Figura 1.
Figura 1 – Formulário aplicado no estudo.
Fonte: Formulário produzido pelo pesquisador.
A percepção dos beneficiários foi extraída da terceira questão e complementada pelas
demais, já que as outras foram formuladas já tendo esta finalidade de complementação. Desta
forma, temos os resultados mais explícitos que seguem no Gráfico 1.
Gráfico 1 – Percentual de acesso aos direitos sociais das famílias beneficiadas.
13 Trabalho de Conclusão de Curso
Fonte: Processamento de Formulário aplicado no Estudo (2016)
No Gráfico 1 são apresentados os dados referentes ao acesso das famílias beneficiárias
aos direitos sociais. É possível observar que 83,3% afirmaram que através do seu cadastramento
no programa obtiveram acesso a demais políticas públicas e, em consequência, aos direitos
sociais. Ressalta-se, neste caso, que considerando apenas as famílias desta perspectiva de acesso
aos direitos sociais, 60% atribuíram este avanço ao Cadastro Único para Programas Sociais do
Governo Federal, que é o cadastro prévio ao recebimento do benefício do Programa Bolsa
Família e não diretamente ao PBF em si. Já 16,7% não consideraram ter avançado nos direitos
sociais por conta do recebimento do benefício do PBF.
Tais resultados demonstram que o fato do programa Bolsa Família propor a articulação
entre a transferência de renda com as ações complementares de outras políticas de natureza
estruturante, como a saúde e educação, tem apresentado significativa diminuição da pobreza e
desigualdade social no país, onde conforme Silva (2010),
[...] o Índice de Gini, uma das medidas de desigualdades mais usadas no
mundo, registrou declínio de 4,6% no Brasil, entre 2001 a 2005 [...]. Este foi
o maior declínio da desigualdade nos últimos 30 anos. [...]. É importante
considerar que, pela primeira vez no Brasil, a pobreza foi reduzida em
decorrência, sobre tudo, da redução da desigualdade, permitindo que os
índices da pobreza e de extrema pobreza diminuíssem 4,5% cada um, naquele
período. (BARROS, 2007 apud SILVA, 2010, p. 159).
Evidencia-se, neste caso, que apesar de 60% das famílias beneficiárias não citarem,
especificamente, o PBF como fator de avanços no desenvolvimento de direitos sociais, o
mesmo está intrínseco nas afirmativas, pois elas consideraram o seu cadastramento como
responsável por este avanço às demais políticas sociais, corroborando com a perspectiva
apresentada por Silva (2010). Além disso, ao analisar os demais questionamentos, percebemos
14 Trabalho de Conclusão de Curso
que todos mencionaram melhoria nas condições familiares, tendo o aspecto de renda
prevalecido entre os participantes.
Outro dado relevante obtido por meio deste instrumental de estudo diz respeito as
dificuldades e razões pelas quais as famílias teriam para cumprir com a frequência escolar
mínima exigida pelo programa bolsa família, conforme o Gráfico 2, onde na amostragem 83%
dos beneficiados relataram não ter dificuldades em cumprir com tal condicionalidade e ainda
afirmaram que, mesmo sem o benefício, teriam a mesma postura. 17% dos sujeitos disseram ter
dificuldades, sendo que o motivo principal é a questão do trabalho exercido pelo responsável,
ou seja, por ter que trabalhar fora, dificulta o acompanhamento da vida escolar das crianças.
Gráfico 2 – Percentual de famílias que apresentam dificuldades no cumprimento das
condicionalidades do PBF
Fonte: Processamento de Formulário aplicado no Estudo (2016)
Considerando os resultados demonstrados no Gráfico 2, percebemos que apesar de ser
uma obrigatoriedade, 83% dos responsáveis demonstraram não ter dificuldades em cumprir a
condicionalidade da frequência escolar das crianças, do mesmo modo consideraram a educação
de seus filhos como importante ferramenta na vida adulta e que manteriam esta concepção
mesmo não sendo beneficiários do PBF. Destaca-se, neste caso, a valorização da educação entre
os beneficiários, que também é verificada por Silva et al (2009), que demonstrou em seu estudo
que “a valorização da Educação pelos responsáveis pelo recebimento do benefícios é um
aspecto muito positivo da execução do programa”. Tal fato se confirmou pelos resultados da
referida pesquisa apresentados na Tabela 1.
15 Trabalho de Conclusão de Curso
Contudo, o PBF apresenta a condicionante em educação apenas no sentido de
matrícula e frequência escolar dos indivíduos, não considerando as especificidades das políticas
educativas e, segundo Carnelossi e Bernardes (2014, p. 299), “a condicionalidade da educação
no programa, ao ignorar esse princípio básico, acaba por substituir a função pedagógica da
educação pela função social”. Isso pode acarretar na simplificação da problemática da pobreza,
trazendo de maneira simplista a frequência escolar como solução deste problema multifacetado.
Tabela 1 – Valor atribuído à educação pelos beneficiários do PBF
Opinião sobre estudo
Frequência (%)
Muito importante 664 79,0
Importante 165 19,6
Pouco importante 2 0,2
Nada importante 2 0,2
NS/NR 8 1,0
Total 841 100,0
Fonte: Silva et al (2009, p. 305)
Ademais, na vertente dos direitos humanos, as obrigações de garantia no acesso as
políticas de educação e saúde cabem ao Estado, não as pessoas e, conforme Zimmermann
(2006, p. 153) “dever-se-ia responsabilizar os municípios, estados e outros organismos
governamentais pelo não cumprimento de sua obrigação em garantir o acesso aos direitos
atualmente impostos com condicionalidades”.
Existe também um contraponto aos resultados demonstrados no gráfico 2, pois ao
processar os dados da Secretaria Municipal de Assistência Social, obtidos através de registros
no Sistema de Condicionalidades do Programa Bolsa Família (SICON), sendo investigados os
registros do ano corrente, e da mesma região em que foram aplicados os formulários, temos que
75% das famílias que apresentaram descumprimentos no ano de 2016. Houve a identificação
por parte dos profissionais que o motivo seria a recusa da criança em frequentar a escola, o que
difere dos motivos elencados pelos beneficiários no momento da coleta de dados no formulário.
16 Trabalho de Conclusão de Curso
Ainda, segundo os mesmos registros, ao se verificar as ações desenvolvidas pela
Assistência Social, temos que em todos os casos registrados no sistema, de acompanhamento
familiar para os beneficiários em descumprimento, houve a visita domiciliar a fim de averiguar
a situação familiar e em 25% foi realizado o Atendimento familiar e a Entrevista de avaliação
dos beneficiados, além de incluir a família em atividades de grupos através do Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo foram demonstradas questões relevantes na análise do Programa Bolsa
Família, partindo da discussão da conceituação da pobreza e seus aspectos fundamentais, as
relações entre pobreza e direitos humanos e sociais, a evolução dos programas de transferência
de renda no Brasil até chegarmos ao ponto central deste estudo, o acesso aos direitos sociais
por meio do PBF e a condicionalidade da educação enquanto ferramenta de monitoramento das
políticas sociais.
De acordo com o estudo, o Programa apresentou um grande avanço no acesso aos
direitos sociais entre os beneficiários, tendo como ponto fundamental o Cadastro Único do
Governo Federal e não somente o PBF. Apesar do mesmo ter representado melhoria de vida
aos beneficiários, principalmente no aspecto de renda, o Cadastro foi apontado como o meio de
acesso aos direitos sociais como, por exemplo, trabalho, habitação e também a previdência
social, por meio de programas específicos. Quanto ao monitoramento por meio da
condicionalidade da educação, verificamos que tal condicionante não representa aos
beneficiários uma dificuldade em seu cumprimento e, além disso, demonstraram grande
valorização à educação. No entanto, este fato se restringe apenas ao campo da frequência
escolar, foco deste estudo, pois se tomarmos outros aspectos há a necessidade de estudos que
demandam análise mais criteriosa, sendo relevante, por exemplo, investigações sobre o
desenvolvimento escolar.
Logo, o estudo oportunizou a elucidação de que as condicionalidades são ferramentas
importantes para uma cobertura maior dos direitos sociais das famílias beneficiadas e que há a
valorização da educação por essas famílias, o que traz reflexos para uma compreensão de que
17 Trabalho de Conclusão de Curso
esse serviço não corresponde apenas uma necessidade burocrática, mas, trata-se de um
instrumento de transformação social.
Quanto as ações desenvolvidas pelo município, estas ficam restritas ao atendimento
das famílias por meio de visitas familiares, o que confirma que ação principal para a
manutenção do benefício é do próprio beneficiário, sendo ele o responsável para o cumprimento
das condicionalidades, não havendo contrapartidas por conta do poder público.
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