limites e potencialidades do programa bolsa...

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Trabalho de Conclusão de Curso LIMITES E POTENCIALIDADES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA (PBF) PARA ATENDER FAMÍLIAS DE CIDADES GÊMEAS NUMA REGIÃO DE FRONTEIRA SECA Luciano Marques da Costa Martins 1 Resumo: O objetivo de estudo é descrever sobre os limites e as potencialidades do Programa Bolsa Família (PBF) na região de fronteira, considerando as condicionalidades para que a família receba a transferência dessa renda. Trata-se de uma pesquisa exploratória que utilizou a estatística descritiva para análises de dados sobre o PBF a partir de dados de escolas localizadas em Ponta Porã. O estudo foi realizado com análises de documentos relacionados ao PBF de escolas e de serviço se assistência social. Os principais resultados mostram que algumas famílias que são beneficiárias do Programa Bolsa Família moram em outro país e estudam no Brasil. Assim, sugere-se que não existem políticas públicas específicas, relacionadas ao PBF para atender as demandas e peculiaridades dessa região de fronteira. Assim, observou que não são implantadas políticas públicas com vistas nas necessidades locais, entre os entraves para que não sejam implantadas, são a maneira de tratar as dificuldades com os alunos que moram no Paraguai, principalmente quando eles fazem parte do Programa Bolsa Família e as sugestões para melhorias desse programa na localidade são justamente criar uma política para conseguir acompanhar essas famílias mesmo morando em outro país. Palavras-chave: Condicionalidades. Cidades Gêmeas. Educação. Região de Fronteira. Programa Bolsa Família. 1 INTRODUÇÃO O Programa Bolsa Família (PBF) foi instituído pela Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004 com a finalidade de diminuir a pobreza de forma imediata, através da transferência direta de renda. Em relação às condicionalidades, estes são os compromissos que serão assumidos tanto pelas famílias, para que recebam e continuem recebendo o Bolsa Família, quanto pelo poder público, para este poder ampliar o acesso dessas famílias a seus direitos sociais e básicos: Serviço público de saúde, serviço público de educação e serviço público de assistência social (XAVIER et al. 2016). No Mato Grosso do Sul o PBF atende aproximadamente 155.170 beneficiários distribuídos em 79 cidades, sendo que algumas destas cidades tem algumas dificuldades de 1 Bacharel em Ciências Contábeis. Técnico na Secretaria Municipal de Educação em Ponta Porã, Setor de Inspeção Escolar/Programa Bolsa Família.

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Trabalho de Conclusão de Curso

LIMITES E POTENCIALIDADES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA (PBF) PARA

ATENDER FAMÍLIAS DE CIDADES GÊMEAS NUMA REGIÃO DE FRONTEIRA

SECA

Luciano Marques da Costa Martins1

Resumo:

O objetivo de estudo é descrever sobre os limites e as potencialidades do Programa Bolsa

Família (PBF) na região de fronteira, considerando as condicionalidades para que a família

receba a transferência dessa renda. Trata-se de uma pesquisa exploratória que utilizou a

estatística descritiva para análises de dados sobre o PBF a partir de dados de escolas

localizadas em Ponta Porã. O estudo foi realizado com análises de documentos relacionados

ao PBF de escolas e de serviço se assistência social. Os principais resultados mostram que

algumas famílias que são beneficiárias do Programa Bolsa Família moram em outro país e

estudam no Brasil. Assim, sugere-se que não existem políticas públicas específicas,

relacionadas ao PBF para atender as demandas e peculiaridades dessa região de fronteira.

Assim, observou que não são implantadas políticas públicas com vistas nas necessidades

locais, entre os entraves para que não sejam implantadas, são a maneira de tratar as

dificuldades com os alunos que moram no Paraguai, principalmente quando eles fazem parte

do Programa Bolsa Família e as sugestões para melhorias desse programa na localidade são

justamente criar uma política para conseguir acompanhar essas famílias mesmo morando em

outro país.

Palavras-chave: Condicionalidades. Cidades Gêmeas. Educação. Região de Fronteira.

Programa Bolsa Família.

1 INTRODUÇÃO

O Programa Bolsa Família (PBF) foi instituído pela Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de

2004 com a finalidade de diminuir a pobreza de forma imediata, através da transferência

direta de renda. Em relação às condicionalidades, estes são os compromissos que serão

assumidos tanto pelas famílias, para que recebam e continuem recebendo o Bolsa Família,

quanto pelo poder público, para este poder ampliar o acesso dessas famílias a seus direitos

sociais e básicos: Serviço público de saúde, serviço público de educação e serviço público de

assistência social (XAVIER et al. 2016).

No Mato Grosso do Sul o PBF atende aproximadamente 155.170 beneficiários

distribuídos em 79 cidades, sendo que algumas destas cidades tem algumas dificuldades de

1 Bacharel em Ciências Contábeis. Técnico na Secretaria Municipal de Educação em Ponta Porã, Setor de

Inspeção Escolar/Programa Bolsa Família.

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acompanhamento destas famílias, como os indígenas, ribeirinhos e os que vivem na faixa de

fronteira com outros países. Ponta Porã é uma destas cidades atendidas e que faz fronteira

com outro país, tem uma população estimada em 86.717 habitantes (IBGE, 2015) e faz

fronteira com Pedro Juan Caballero no Paraguai que possui uma população estimada em 100

mil habitantes.

Diante da singularidade dessa cidade de fronteira, marcada pela impossibilidade das

famílias que moram no Paraguai, especificamente, em Pedro Juan Caballero de usufruir do

benefício do PBF disponível no Brasil. Considerando essa impossibilidade, é importante

levantar os motivos que impedem as famílias fronteiriças de ser cadastrados nesse programa,

mesmo seus filhos estudando em escolas brasileiras e também para pensar políticas públicas

específicas que atendam as demandas dessa localidade.

O Programa Bolsa Família (PBF), instituído pela Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de

2004, constitui atualmente a maior iniciativa de transferência de renda existente no conjunto

do planeta. Mais de 12.000.000 famílias consideradas pobres ou extremamente pobres

recebem o benefício.

Os objetivos do Programa são três. O primeiro é combater imediatamente a

fome através da transferência de dinheiro para os beneficiários. O segundo

objetivo tem por finalidade concretizar o acesso aos direitos sociais básicos

de saúde e educação. Neste contexto, o sistema de “condições” tem sido

desenhado com o propósito de dar fim ao ciclo intergeracional de

reprodução da pobreza. E, finalmente, os programas de políticas

complementares e integradas (não compulsórios) objetivam integrar os

adultos no mercado de trabalho, de forma a que as famílias possam superar

sua situação de vulnerabilidade financeira. (BRANDÃO; PEREIRA; DALT,

2013, p.218).

O Programa define o que denomina como “condicionalidades”um conjunto de

“compromissos” assumidos pelas famílias beneficiárias tanto na área da saúde quanto na de

educação. Cumprir com as condicionalidades é obrigatório para que a família continue

recebendo a transferência de renda (BRANDÃO; PEREIRA; DALT, 2013).

Em relação ao valor monetário dos benefícios, no ano inicial, o benefício básico

destinado a unidades familiares que se encontravam em situação de extrema pobreza, era de

R$ 50,00 mensais, sendo concedido a famílias com renda per capita de até R$ 50,00. Já o

benefício variável era destinado a unidades familiares em situação de pobreza e extrema

pobreza e que tivessem em sua composição: gestantes, nutrizes, crianças entre zero e doze

anos e adolescentes até quinze anos. O valor do benefício mensal era de R$ 15,00 por

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beneficiário, até o limite de R$ 45,00 por família beneficiada, sendo concedido a famílias

com renda per capita de até R$100,00 (MDS, 2011a apud PAULI, FRAGA, VIEIRA, 2015).

Em abril de 2011, o Benefício Básico passou para R$ 70,00, (pagos apenas a famílias

extremamente pobres, com renda per capita igual ou inferior a R$ 70,00) e o Benefício

Variável R$32,00, (pagos por criança de zero a 15 anos, gestantes e/ou nutrizes, limitado a

cinco benefícios por família), além do Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ)

(R$ 38,00, pagos por cada jovem de 16 e 17 anos, no limite de até dois jovens por família); e

o Benefício Variável de Caráter Extraordinário (BVCE), cujo valor é calculado caso a caso,

em situações de extrema vulnerabilidade.

Em setembro de 2011 o MDS aumentou o limite dos benefícios variáveis de três para

cinco, por família, ocasionando a inclusão de 1,2 milhão de novos benefícios, totalizando

22,6 milhões debenefícios nessa faixa etária (MDS, 2011a apud PAULI, FRAGA, VIEIRA,

2015). Ao final de 2011, foram criados outros benefícios variáveis, como o Benefício

Variável à Nutriz (BVN), voltado à promoção da segurança alimentar das mães e das crianças

de até seis mesese o Beneficio Variável à Gestante (BVG) implicando no repasse de nove

parcelas de R$ 32,00 desde que cumprida à condicionalidade de realizar exames e consultas.

Foi também instituído o “retorno garantido”, ou seja, quando houver o desligamento

voluntário do Programa, em função de novo emprego ou de renda superior ao estabelecido,

fica garantido, no período de 36 meses, o retorno da família para o Programa,

independentemente do limite de vagas no município (MDS, 2011a; 2011b apud PAULI,

FRAGA, VIEIRA, 2015).

Em 30 de abril de 2014, os valores dos benefícios do Programa Bolsa Família (PBF),

tiveram um reajuste de 10%. O Programa passou a atender famílias que tenham renda mensal

por pessoa de até R$ 77,00 (extrema pobreza) e famílias com renda per capita entre R$ 77,01

e R$154,00 (pobreza), desde que, nesse caso, haja crianças, adolescentes, gestantes ou

nutrizes (PAULI; FRAGA; VIEIRA, 2015).

A pesquisa de Brandão, Pereira e Dalt (2013) realizada sobre as percepções do

cotidiano escolar com o objetivo de perceber como vem se orquestrando o entendimento dos

atores que compõem o cotidiano escolar acerca dos efeitos do Programa Bolsa Família (PBF)

no ensino público no Brasil contemporâneo, apontou que os pobres e miseráveis estão ainda

distantes de alcançarem oportunidades efetivas de inclusão sustentada no mercado e

encontram-se ainda apartados da sociabilidade dominante – onde a educação escolar é

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primordial e gera possibilidades de inserção social. Assim, o simples fato do PBF se voltar

para a minimização das situações de pobreza e miséria já é por si só é extremamente

importante. Certamente, não será um programa social de transferência de renda que

isoladamente resolverá os problemas relacionados à difícil relação entre as populações pobres

e a escola em nosso país.

Outra pesquisa, nessa temática, foi desenvolvida por Camargo e Pazello (2014) que

pesquisaram o impacto do Programa Bolsa Família (PBF) com foco nos indicadores

educacionais das escolas brasileiras. O objetivo deste artigo é avaliar o efeito de um aumento

na proporção de alunos beneficiados pelo Programa Bolsa Família nas escolas sobre o

desempenho médio das mesmas. Utilizando dados do Censo Escolar de 2008, da pesquisa de

Acompanhamento da Frequência Escolar dos beneficiários do Programa Bolsa Família de

2008 e da Prova Brasil 2009, este artigo procura relacionar o desempenho médio por escola

dos alunos de 4ª série observado em 2009 com a proporção de alunos participantes do

Programa Bolsa Família em 2008.

Os resultados obtidos na pesquisa de Camargo e Pazello (2014) não permitam

estabelecer uma relação causal entre a proporção de alunos beneficiários e a proficiência

média dos alunos, observamos que as escolas com maior porcentagem de alunos tratados

detêm notas piores tanto em 2001 quanto em 2009. Assim, fica claro que escolas com maior

porcentagem de alunos oriundos de famílias beneficiadas pelo PBF necessitam de atenção

especial por parte dos gestores de políticas públicas.

Com foco na matrícula escolar Xavier et al. (2016) realizaram uma pesquisa que teve o

objetivo de analisar se o Programa Bolsa Família foi capaz de aumentar o número de

matrículas no ensino do 1º e 2º grau, à partir do ano que entrou em vigor, 2004 até o ano de

2013. Verificou-se então que, quando a principal condicionalidade para se receber o benefício

era estar matriculado, o programa Bolsa Escola foi capaz de aumentar o número de

matrículas no período de 2001 a 2003, porém devido o PBF alcançar outros tipos de famílias,

devido a junção de outros programas para a sua criação, e não necessariamente atender

somente as famílias que tenham filhos na escola, ao longo dos 10 anos de existência do

programa foi possível observar que as matrículas foram diminuindo.

Com vistas no Programa Bolsa Família (PBF) na região de fronteira brasileira, o

presente estudo tem o objetivo de descrever sobre os limites e as potencialidades do

Programa Bolsa Família (PBF) na região de fronteira, considerando as condicionalidades para

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que a família receba a transferência de renda. Para isso, foram adotados os procedimentos

metodológicos descritos a seguir.

2 METODOLOGIA

Essa pesquisa faz parte da Iniciativa Educação, Pobreza e Desigualdade Social que foi

cadastrada e aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato

Grosso do Sul, sob o parecer de número 1.515.322. O presente estudo é de caráter

exploratório e utilizou a estatística descritiva para análises de dados sobre o PBF.

Para isso, realizou-se uma revisão de literatura sobre o PBF e coleta de dados de duas

escolas localizadas em Ponta Porã. As informações foram coletadas do Programa Sistema

Presença que possibilitou verificar o número de alunos beneficiários do PBF.

Esse Sistema tem por objetivo agregar informações dos beneficiários do PBF, com a

condicionalidade educação, mediante relatórios que podem ser sintéticos ou analíticos, nos

quais serão visualizados os motivos da baixa frequência escolar e ações que possibilitam

permanência dos beneficiários de 6 a 17 anos na escola. Os resultados encontrados foram

trabalhados na seção seguinte.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Assim, realizou-se esse estudo para discutir sobre as possibilidades e limites das

condicionalidades do PBF, considerando as necessidades da cidade de fronteira,

especificamente Ponta Porã. Não existem políticas públicas, específicas, relacionadas ao PBF

para atender as demandas e peculiaridades da região de fronteira. As análises dos dados

disponibilizados no Programa Sistema Presença de duas escolas, localizadas em Ponta Porã

possibilitaram pontuar as características das escolas, os entraves na implantação do PBF na

região e apontar sugestões para melhorias desse programa na localidade.

3.1 SINGULARIDADES DA CIDADE DE PONTA PORÃ

As cidades gêmeas têm os municípios cortados pela linha de fronteira seca ou fluvial,

integrada ou não por obra de infraestrutura; que apresentem grande potencial de integração

econômica e cultural; e podem ou não apresentar a unificação da malha urbana com cidade

do país vizinho (BRASIL, 2014).

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Ponta Porã (BR), que está localizada na área de fronteira seca com a cidade paraguaia

de Pedro Juan Caballero (PY), sendo ambas caracterizadas como cidades gêmeas, separadas

apenas por uma rua, a Av. Internacional. Esta situação geográfica específica possibilita que

haja um intenso fluxo de pessoas entre os dois lados da fronteira e que o contato entre estes

povos (brasileiros e paraguaios) seja marcado por especificidades próprias derivado de

aspectos da cultura local dos dois países em questão (TERENCIANI; NUNES, 2010).

Outro setor símbolo da economia é o da agricultura e pecuária, que mantém a tradição

responsável por boa parte da produção de soja, milho e trigo de Mato Grosso do Sul,

mantendo Ponta Porã em destaque como a quinta economia do estado (RUBENS, 2016). Em

relação à educação, Ponta Porã tem 12 mil alunos matriculados na Rede Municipal de Ensino,

desses no Sistema Presença são 8.424 beneficiários do PBF no munícipio.

Os beneficiários são de escolas municipais, estaduais e particulares, destes,

acompanhada no âmbito da condicionalidade da educação 7.325 beneficiários na frequência

mínima de 85% e 1.099 beneficiários na frequência mínima de 75%, e tem 1.086

beneficiários não localizados nas duas frequências. Para que o país possa ser mais

competitivo em relação a outros países, é importante que a educação desenvolva ainda mais.

A qualidade da educação faz com que seja possível obter um melhor aproveitamento das

oportunidades, pois a educação é primordial para o crescimento do povo brasileiro com um

todo (GONÇALVES, 2012).

Na região de fronteira, entre as cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero,

segundo Dalinghaus (2009) quem não sabe falar o português nem espanhol, arrisca o

portunhol, uma mescla do português com o espanhol ou o jopará, conhecido como uma

mescla do espanhol com o guarani. Ainda ressaltou que, nessas interações, o importante é que

aconteça a comunicação, que os indivíduos se façam compreender pelos outros e vice-versa.

É a partir das particularidades da fronteira que serão apresentados os limites e as

potencialidades do PBF em duas escolas de Ponta Porã, considerando as condicionalidades

para que a família receba a transferência dessa renda.

3.2 DESCRIÇÃO DO PBF NA ESCOLA 1

A Escola 01 em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. Iniciou suas atividades no ano de

1.955, a escola oferece 03 modalidades de Ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental

(EF) e Educação de Jovens e Adultos (EJA). A escola possui 20 salas de aula e trabalha nos

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03 turnos de segunda a sexta. O Corpo Docente da escola conta com 78 professores, todos

com Ensino Superior e lotados de acordo com sua habilitação.

A escola possui 1.011 alunos matriculados regularmente na Educação Infantil, Ensino

Fundamental e Educação de Jovens e Adultos no ano de 2016, sendo que a maior parte deles

é do sexo masculino (Gráficos 1 e 2).

Gráfico 1- Modalidade de Ensino Gráfico 2 – Quantidade de alunos por sexo

A Escola 1 possui 82 alunos matriculados na Educação Infantil e 795 alunos

matriculados de 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental nos períodos matutino e vespertino. No

período noturno existem 134 alunos matriculados na Educação de Jovens e Adultos (Tabela

1).

Modalidade/Etapa/Ano Matrículas

Educação Infantil – Jardim II 82

Ensino Fundamental – 1º Ano 65

Ensino Fundamental – 2º Ano 90

Ensino Fundamental – 3º Ano 111

Ensino Fundamental – 4º Ano 101

Ensino Fundamental – 5º Ano 102

Ensino Fundamental – 6º Ano 125

82; 8%

795; 79%

134; 13%

Educação Infantil

Ensino Fundamental

EJA

551; 55%

460; 45%

Masculino Feminino

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Ensino Fundamental – 7º Ano 97

Ensino Fundamental – 8º Ano 66

Ensino Fundamental – 9º Ano 38

EJA – 1ª Fase 04

EJA – 2ª Fase 24

EJA – 3ª Fase 54

EJA – 4ª Fase 52

Tabela 1 – Quantidade de alunos por anos de ensino

A escola 1 por situar aproximadamente 50 metros do Paraguai atende muitos alunos

que residem nesse país, na cidade Pedro Juan Caballero, chamados “brasiguaios” (Gráfico 3).

Esses alunos “transitam” entre 03 idiomas, sendo comum durante uma brincadeira eles

falarem em português, guarani e o espanhol. Esse último é o idioma oficial do Paraguai.

Gráfico 3 – Total de alunos por origem étnica

Tem várias dificuldades para o atendimento desse público ser atendido pelo Programa

Bolsa família que se relacionam com a escola e a família. Quanto à escola não há uma

política que ampare algumas medidas que tenham que ser tomadas diante da escola. Do total

de 1.011 alunos, 162 alunos estão inseridos no Programa Bolsa Família sendo que desses, 63

residem no Paraguai (Gráfico 4).

494; 49%517;

51%

Brasil Paraguai

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Gráfico 4 – Residência dos beneficiários do PBF Gráfico 5 – Residência dos beneficiários do PBF

Do total de alunos beneficiários do PBF que estão na margem de 85%, 70 alunos que

corresponde a 43% são do sexo feminino e 92 alunos que corresponde a 57% são do sexo

masculino. E dos alunos margem de 75%, 05 alunos que corresponde a 45% são do sexo

feminino e 06 que corresponde a 55% são do sexo masculino.

3.3 DESCRIÇÃO DO PBF NA ESCOLA 2

A escola 2 está localizada em um distrito de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. E

iniciou suas atividades no ano de 2006 e oferece a Educação Infantil e Ensino Fundamental.

A escola possui 08 salas de aula na escola e mais 04 na extensão e trabalha nos 02 turnos de

segunda a sexta.

O Corpo Docente da escola conta com 21 professores, todos com Ensino Superior e

lotados de acordo com sua habilitação. Ano de 2016, a escola possui 616 alunos matriculados

regularmente Educação Infantil e Ensino Fundamental, desses 43% do sexo feminino e 57%

do sexo masculino (Gráficos 6 e 7).

99; 61%

63; 39%

Alunos na Frequência de 85%

Brasil Paraguai

6; 55%

5; 45%

Alunos na Frequência de 75%

Brasil Paraguai

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Gráfico 6 – Modalidade de Ensino Gráfico 7 – Quantidade de alunos por sexo

A Escola 2 possui 131 alunos matriculados na Educação Infantil e 485 alunos

matriculados de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental nos períodos matutino e vespertino

(Tabela 2).

Modalidade/Etapa/Ano Matrículas

Educação Infantil – Jardim I 72

Educação Infantil – Jardim II 59

Ensino Fundamental – 1º Ano 83

Ensino Fundamental – 2º Ano 117

Ensino Fundamental – 3º Ano 102

Ensino Fundamental – 4º Ano 100

Ensino Fundamental – 5º Ano 83

Tabela 2 – Quantidade de alunos por anos de ensino

A Escola 2 também atende “brasileiros” que residem no país vizinho, os chamados

“brasiguaios” que corresponde a um total de 102 estudantes (Gráfico 8). Essa escola fica

aproximadamente 400 metros da divisa com o Paraguai. Em comparação com a Escola 1, a

Escola 2 fica um pouco mais longe da faixa de fronteira.

131; 21%

485; 79%

Educação Infantil

Ensino Fundamental

351; 57%

265; 43%

Masculino Feminino

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Gráfico 8 – Total de alunos por origem étnica

Deste total de 616 alunos, 506 alunos estão inseridos no PBF, desses 85 alunos

beneficiários desse Programa residem no Paraguai (gráfico 8). E os alunos brasileiros

beneficiários correspondem ao total 421.

Dos 506 estudantes que são contemplados com o PBF, 254 são do sexo feminino e

253 do sexo masculino (Gráfico 9).

Gráfico 9– Quantidade de alunos por sexo Gráfico 10 – Residência dos beneficiários do PBF

A Escola 02 não possui alunos beneficiários nos 75% do Sistema Presença, porque

são alunos com 16 e 17 anos inseridos no PBF, por isso não foram apresentados dados nesta

modalidade. Foram apresentados os dados de alunos na frequência dos 85% (Gráfico 10).

514; 83%

102; 17%

Brasil Paraguai

47; 55%

38; 45%

Alunos na Frequência de 85%

Brasil Paraguai

252; …254; 50,20

%

1 2

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Trabalho de Conclusão de Curso

3.4 O PBF NA FRONTEIRA SECA BRASIL E PARAGUAI

O PBF é gerido pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome

(MDS) em parceria com os estados e municípios. As prefeituras tem a responsabilidade de

cadastrar as famílias e atualizar a base de dados do Cadastro Único (WEISSHEIMER, 2006).

O Cadastro Único é um instrumento (formulário) utilizado para levantar informações

sobre as famílias de baixa renda (que vivem com até meio salário mínimo por pessoa ou três

salários mínimos de renda total). Sua utilização é obrigatória para todos os programas sociais

federais direcionados para a população nessa faixa de renda. A Secretaria Nacional de Renda

de Cidadania (Senarc) é o órgão responsável por coordenar, acompanhar e supervisionar a

implantação e a execução do Cadastro bem como avaliar a qualidade de suas informações e

definir estratégias para seu aperfeiçoamento. Estar inscrito no Cadastro é, portanto,

obrigatório para quem quer acessar o PBF (BRASIL, 2014a e 2014b apud PAULI, FRAGA,

VIEIRA, 2015)

Em relação as particularidade da região de fronteira é possível o questionamento sobre

como podem ser beneficiários do Programa Bolsa Família e morar no Paraguai? A

informação na página do Ministério do Desenvolvimento Social demonstra que não é

obrigatório o comprovante de endereço para a realização do cadastro. No Regimento Escolar

da escola observa-se que o aluno quando é matriculado tem que registar o endereço

residencial, até para que em alguma emergência a família seja avisada. A escola em seu

formulário de matrícula destes alunos que moram no Paraguai possui o endereço correto, com

ruas e bairros do país vizinho, assim como também o número de telefone fixo e celular

internacional.

Essas famílias que possuem o benefício do PBF moram no Paraguai, geralmente, por

causa do baixo valor do aluguel, água e luz que em comparação com o Brasil tem um custo

bem abaixo do cobrado em Ponta Porã. Mas, para a escola essa característica tem algumas

implicações. A exemplo, se acontece algo que precisa acionar o Conselho Tutelar brasileiro

ou até mesmo a Assistência Social que dá o suporte para estas famílias a escola não consegue

resolver o problema, pois os órgãos oficiais brasileiros ficam limitados devido ao fato dessas

famílias morarem no Paraguai. Esses órgãos não tem permissão oficial para entrar em

residências localizados noutro país, no caso na cidade vizinha de Pedro Juan Caballero para

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Trabalho de Conclusão de Curso

fazer as visitas, restando a alternativa de tentar resolver a demanda quando a família vier a

escola.

Diante dessa realidade surgem alguns questionamentos relacionados ao PBF e a

escolarização dos estudantes beneficiários, tais como: e se não vierem mais? E se as crianças

estiverem em trabalho infantil? E se estiverem sendo molestadas, agredidas? E se estiverem

passando fome? O PBF não é para ajudar estas famílias?

As pesquisas de Brandão, Pereira e Dalt (2013), Camargo e Pazello (2014) e a de

Xavier et al. (2016) se aproximam das problemáticas que permeiam as Escolas 1 e 2 do

presente estudo. As dificuldades descritas por esses pesquisadores em relação aos

beneficiários do PBF existem e podem ter características específicas das localidades

estudadas, mas são parecidas com as demandas da fronteira brasileira com o Paraguai, nas

cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, a exemplo do abandono escolar.

Nessa região de fronteira os alunos beneficiários dos 75% que são de 16 e 17 anos

geralmente abandonam a escola para irem trabalhar, geralmente, para os lojistas que tem no

Paraguai e com o tempo não vão conseguindo associar o trabalho e o estudo, isso quando não

vão para trabalhar em colheitas informais no Paraguai e definitivamente não voltam a escola.

Esse fluxo também atinge alguns beneficiários dos 85% que são os que estão na faixa etária

de 06 a 15 anos.

Em época de coleta, geralmente, quando os pais desses beneficiários vão para as

colheitas e levam seus filhos sem se preocupar com os estudos. Assim, quando acaba a

colheita o estudante retorna para a escola no mesmo ano escolar que estava anteriormente,

consequentemente, não há uma progressão dessas crianças. As outras crianças que

frequentam a escola regularmente enfrentam as mesmas dificuldades ditas nas pesquisas

também, as notas baixas ou a evasão escolar podem ser da vulnerabilidade das famílias, da

violência da região ou da família.

Em relação ao processo de escolarização, na fronteira tem mais um agravante, que é

quando esses “brasiguaios” estudam no Brasil. Essas crianças falam a língua local deles que é

o guarani, outros falam um pouco do espanhol e a maioria que já está habituada na escola

falam as 03 línguas, e isso muitas vezes prejudicam na hora de avaliações.

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Trabalho de Conclusão de Curso

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo sobre o Programa Bolsa Família é importante, pois é a primeira pesquisa na

região de fronteira que discute essa temática, especificamente, nas escolas localizadas em

Ponta Porã. A partir da experiência com esse programa observou-se que há potencialidades

para que esse programa ajude as famílias que estejam em uma situação de vulnerabilidade.

Por outro lado, as desvantagens e seus limites tem relação com a facilidade dos

residentes no Paraguai que consegue burlar o sistema devido à falta de fiscalização adequada.

Assim, é importante que ocorra uma sensibilização por parte da sociedade civil e dos

governantes para políticas voltadas para o atendimento das necessidades de integração das

fronteiras.

Sugere-se a criação de políticas públicas para atender as peculiaridades das regiões de

fronteiras, para amenizar as situações de irregularidades quanto ao uso dos serviços

disponibilizados no Brasil, a exemplo dos serviços de educação e os benefícios do serviço

social. Assim, será possível potencializar ações que atendam as especificidades dessas

regiões e que não prejudiquem os beneficiários do PBF moradores das cidades gêmeas Ponta

Porã e Pedro Juan Caballero, localizadas na fronteira.

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