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Trabalho de Conclusão de Curso AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS EM CORUMBÁ MS Lucinete Lopes de Paiva 1 Vanessa Catherina Neumann Figueiredo 2 Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo identificar as ações socioeducativas relacionadas ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e sua efetividade frente à superação ou prevenção da violação de direitos no contexto familiar, realizadas por uma equipe do CRAS/CEU do bairro Jatobazinho, do de Corumbá MS, entre janeiro e julho de 2016. Como objetivos secundários, buscou-se averiguar a efetividade das ações na melhoria da qualidade de vida, através do desligamento do programa Bolsa Família pelo progresso e inserção no mercado de trabalho dos familiares, e avanço escolar das crianças e adolescentes. Foram analisados documentos e entrevistas das famílias entre janeiro e julho de 2016, os quais revelaram que as ações surtiram os seguintes efeitos: contribuição do serviço para a socialização e convivência comunitária, provocando mudanças de hábitos e comportamento, principalmente no âmbito individual e familiar; melhor convivência na família e melhoria no aprendizado escolar e melhora nos índices de evasão, apesar das famílias não terem conseguido se desvincular da necessidade do auxílio do benefício da bolsa família, sendo que no período estudado os membros responsáveis pela família não conseguiram se inserir em empregos de maior remuneração, mesmo cursando capacitações técnicas. Palavras-chave: Família violação de direitos - Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) 1 Pedagoga formada pela UNOPAR em 2012, Pós Graduada em Educação infantil pela universidade Barão de Mauá, trabalha no CRAS desde 2010, e está apresentando este artigo como pré-requisito para a formação no curso de Especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social. 2 Psicóloga formada pela Unesp, com mestrado e doutorado, é orientadora do curso de Especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social, bem como professora do curso de Psicologia e dos cursos de Mestrado em Educação e em Estudos Fronteiriços da UFMS CPAN.

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Trabalho de Conclusão de Curso

AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE

VÍNCULOS EM CORUMBÁ – MS

Lucinete Lopes de Paiva1

Vanessa Catherina Neumann Figueiredo2

Resumo:

Esta pesquisa tem como objetivo identificar as ações socioeducativas relacionadas ao Serviço

de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e sua efetividade frente à superação ou

prevenção da violação de direitos no contexto familiar, realizadas por uma equipe do

CRAS/CEU do bairro Jatobazinho, do de Corumbá – MS, entre janeiro e julho de 2016.

Como objetivos secundários, buscou-se averiguar a efetividade das ações na melhoria da

qualidade de vida, através do desligamento do programa Bolsa Família pelo progresso e

inserção no mercado de trabalho dos familiares, e avanço escolar das crianças e adolescentes.

Foram analisados documentos e entrevistas das famílias entre janeiro e julho de 2016, os

quais revelaram que as ações surtiram os seguintes efeitos: contribuição do serviço para a

socialização e convivência comunitária, provocando mudanças de hábitos e comportamento,

principalmente no âmbito individual e familiar; melhor convivência na família e melhoria no

aprendizado escolar e melhora nos índices de evasão, apesar das famílias não terem

conseguido se desvincular da necessidade do auxílio do benefício da bolsa família, sendo que

no período estudado os membros responsáveis pela família não conseguiram se inserir em

empregos de maior remuneração, mesmo cursando capacitações técnicas.

Palavras-chave: Família – violação de direitos - Centro de Referência de Assistência Social

(CRAS)

1 Pedagoga formada pela UNOPAR em 2012, Pós Graduada em Educação infantil pela universidade Barão de

Mauá, trabalha no CRAS desde 2010, e está apresentando este artigo como pré-requisito para a formação no

curso de Especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social. 2 Psicóloga formada pela Unesp, com mestrado e doutorado, é orientadora do curso de Especialização em

Educação, Pobreza e Desigualdade Social, bem como professora do curso de Psicologia e dos cursos de

Mestrado em Educação e em Estudos Fronteiriços da UFMS – CPAN.

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Trabalho de Conclusão de Curso

1. INTRODUÇÃO

O presente projeto surgiu da minha experiência profissional enquanto educadora

social do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Praça Centro de Artes e

Esportes Unificados (CEU) em Corumbá – MS, local em que são desenvolvidas ações

relacionadas ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos faz parte dos principais

serviços ofertados na Proteção Social Básica e visa, junto com outros programas sociais,

como o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e o Serviço de Proteção

Social Básica no Domicílio para pessoas com Deficiência e Idosas (BRASIL, 2009a, p.5), a

prevenção dos riscos sociais por meio do fortalecimento dos vínculos familiares e

comunitários através de uma série de ações que versam sobre o conhecimento acerca dos

direitos e os meios para alcança-los junto à população atendida no território do CRAS

(BRASIL, 2005).

O serviço tem como meta incentivar as famílias a refletirem sobre as situações

vivenciadas de violação de direitos para serem capazes de proteger seus membros,

promovendo debates sobre temáticas que possam fortalecer os vínculos familiares e

comunitários, tais como: relacionamento e convivência familiar com idosos, família e

colegas, importância da escolaridade para o futuro, formas para sair da pobreza e respeito à

diversidade.

Procurando avaliar a contribuição do Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos no CRAS/CEU Jatobazinho em Corumbá, esta pesquisa buscou verificar a

percepção da família acerca do trabalho socioeducativo realizado por educadores sociais e se

houve melhoria dos indicadores de qualidade de vida da população atendida perante o serviço

ofertado, através do desligamento da bolsa família pela inserção profissional e aumento de

renda das famílias, bem como do desempenho escolar das crianças e adolescentes, entre

janeiro e julho de 2016.

2. O CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)

De acordo com Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) o

CRAS é a porta de acesso ao atendimento e serviços ofertados no âmbito da Proteção Social

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Básica, atuando junto às famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, com ações de

caráter protetivo, preventivo e proativo. Suas ações são desenvolvidas conforme a demanda,

no próprio CRAS, podendo também ser desenvolvidas em outra unidade pública ou entidade

de assistência social privada sem fins lucrativos, desde que devidamente referenciadas.

O Centro de Referência da Assistência Social - CRAS é uma unidade estatal

descentralizada da política de assistência social, responsável pela

organização e oferta de serviços da proteção social básica do Sistema Único

de Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos

municípios e DF (..)” (Brasil, 2009, PAG.9)

O CRAS estrutura suas ações em dois grandes eixos do SUAS, que são a centralidade

da atuação junto à família e a importância da oferta dos serviços em diferentes territórios.

Segundo o MDS (2009):

a matricialidade sociofamiliar se refere à centralidade da família como

núcleo social fundamental para efetividade de todas as ações e serviços da

política de assistência social. A territorialização refere à centralidade do

território como fator determinante para a compreensão das situações de

vulnerabilidade e riscos sociais, bem como para seu enfrentamento (Brasil,

2009: pag. 12 e 13).

O objetivo das ações do CRAS é prevenir o risco social, através de ações que

proporcionem com que os indivíduos fortaleçam seus vínculos familiares e comunitários.

Através da inclusão das famílias e dos cidadãos nas políticas públicas tem o objetivo de

proporcionar a inclusão social dos indivíduos, pela inserção no mercado de trabalho e pela

participação na vida em geral, efetivando a apropriação dos direitos sociais, com vistas a

melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento das potencialidades dos usuários.

O CRAS é responsável pelo acompanhamento socioassistencial no âmbito da proteção

social básica, concomitantemente à articulação com a rede de serviços socioassistenciais, a

fim de identificar os serviços disponíveis no território e poder criar e potencializar a rede de

proteção social básica voltada para a cidadania das pessoas e famílias atendidas. Deve

oferecer apoio social e psicológico, atender necessidades emergenciais, como cesta básica,

agasalhos, cobertores, além de encaminhar e acompanhar famílias da sua área de abrangência

a outros serviços que necessitem da rede local até sua emancipação. Ainda, o CRAS é

responsável pela concessão de benefícios eventuais e pela transferência de renda; pelo

fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, informando, orientando e efetivando o

atendimento; por elaborar junto aos usuários o plano de emancipação, estimulando os sujeitos

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a frequentarem os grupos de atendimento psicossocial e os cursos de geração de renda; por

realizar visitas domiciliares para atendimento emergencial ou acompanhamento.

Os serviços, programas e projetos do CRAS devem ser cofinanciados pelas três

instâncias de governo, sendo articuladas dentro do SUAS. Entre os programas e serviços

ofertados pelo CRAS ressalta-se o Programa de Atenção Integral à Família (PAIF), um

serviço continuado de proteção social básica, que pactuado e assumido pelas diferentes

esferas de governo, provocou efeitos concretos na sociedade brasileira. Os serviços e ações

do PAIF não são terceirizados, e integram a rede de serviços de ação continuada da

Assistência Social, financiada pelo Governo Federal.

No âmbito da proteção social básica e integrada ao CRAS o trabalho realizado no

PAIF da PNAS é fundamental para a proteção social das famílias, e é desenvolvido junto a

elas com a meta de criar espaços de convívio e informação, de forma a potencializar a

autonomia e ampliar a capacidade protetiva das famílias, garantindo o acesso aos direitos

socioassistenciais, “favorecendo a ampliação de perspectivas de vida das famílias mais

vulneráveis e o acesso a oportunidades” (BRASIL, 2012, p.5).

De acordo com a PNAS (2004, p. 31) a proteção social busca o desenvolvimento

humano e social e os direitos de cidadania, e tem o dever de garantir a acolhida, a

sobrevivência, o convívio familiar, comunitário e social, o desenvolvimento da autonomia

individual, familiar e social, e a segurança de rendimento. Nesse sentido, o Serviço de

Convivência e Fortalecimento de Vínculos se constitui como meta para a proteção social das

famílias, oito consideradas em condição de vulnerabilidade ou em risco social, sendo

considerada essencial para a garantia aos direitos, seja à convivência familiar ou comunitária

(BRASIL, 2012).

2.1 O SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS –

(SCFV)

Na cidade de Corumbá, interior do Mato Grosso do Sul, em 2015 foi inaugurado o

Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), tratando-se de um equipamento público que

integra em um mesmo espaço físico programas e ações culturais, práticas esportivas, de lazer

e inclusão digital, atuando nesse mesmo local uma unidade do CRAS, a qual desenvolve

serviços socioassistenciais à comunidade, na qual o CRAS veio para atender essa

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comunidade com o trabalho que envolve o fortalecimento de vínculos familiares, bem como

fazendo um resgate na questão familiar.

O CRAS-CEU atende aos bairros Conjunto Guanabara, Guarani, Jardim dos Estados,

Jardinzinho, Jatobá e Jatobazinho, sendo cadastradas no sistema 255 famílias que se

beneficiam do programa. O espaço possui uma estrutura considerável, na qual funciona

biblioteca, cineteatro, pista de caminhada, campo de futebol, quadra esportiva coberta, pista

de skate e um telecentro.

Pensando no planejamento de ações que atendam a necessidade dos usuários da

assistência social, a equipe profissional do CRAS-CEU oferece serviços planejados e

continuados, em especial serviços socioeducativos para a comunidade, considerando sua

situação econômica, social e política. Dentre esses serviços de assistência destaca-se o

Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que consiste em uma intervenção

social planejada que busca estimular e orientar os usuários na construção e reconstrução de

suas histórias e vivências individuais, coletivas e familiares.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos está vinculado à Proteção

Social Básica do SUAS e é ofertado de forma complementar ao trabalho social que é feito

junto com as famílias, realizado por meio do Serviço de Proteção e Atendimento Integral às

Famílias (PAIF) e do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e

Indivíduos (PAEFI). O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos realiza

basicamente atendimentos em grupo, desenvolvendo atividades artísticas, culturais, de lazer e

esportivas, de acordo com a faixa etária dos usuários, os quais são divididos por faixa etária

que abrange grupos de crianças até seis anos; crianças e adolescentes de seis a 15 anos;

adolescentes de 15 a 17 anos; jovens de 18 a 29 anos; e adultos de 30 a 59 anos (BRASIL,

2014).

A prerrogativa de fortalecer ou reconstruir os vínculos já fragilizados constam em

vários documentos da Assistência Social, partindo da Lei Orgânica de 1993, modificada em

2011 para a Lei de nº 12.435 e pela PNAS (BRASIL, 2011), constituindo-se como meta da

proteção social dirigida às famílias consideradas em situação de vulnerabilidade ou risco

social, e condição que impossibilita o acesso aos direitos (BRASIL, 2012).

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Trabalho de Conclusão de Curso

2.2. A PRÁTICA PROFISSIONAL DO EDUCADOR SOCIAL NO CRAS-CEU

JATOBAZINHO EM CORUMBÁ-MS.

Conforme Regimento Interno do CRAS-CEU (2015, pág. 53) o trabalho do educador

social é voltado para realização e mediação dos processos grupais próprios dos SCFV, sendo

exercido por um profissional com a formação mínima de ensino médio. Ao atuar no SCFV, o

educador social se constitui em uma ferramenta fundamental no desenvolvimento das

atividades, pois tem a função de planejar, organizar e executar as ações socioeducativas,

especialmente os encontros dos grupos e integrar os demais profissionais da equipe ao

planejamento geral do serviço socioeducativo, articulando e integrando todas as ações. Cabe

a esse profissional, ainda, buscar o desenvolvimento pessoal e social de cada usuário,

valorizando suas potencialidades e incentivando-os para a participação efetiva, contribuindo

para a criação de um ambiente educativo, participativo e democrático, devendo estar sempre

aberto ao diálogo.

O educador social precisa identificar as situações-problemas, posicionando-se diante

delas e mediando eventuais conflitos e, ao acolher as manifestações dos jovens, deve

proporcionar-lhes a oportunidade de sentir, pensar e agir livremente. Por isso, é importante a

relação interpessoal que estabelece com os jovens, pois é o fator que vai impulsionar o

processo socioeducativo, implicando não apenas em trazer suas experiências e 10

conhecimentos, mas propiciar aos jovens o desenvolvimento de suas próprias ideias e

caminhos de atuação.

Como desafios de sua atuação, tem a necessidade de se apropriar dos temas

transversais propostos e desenvolver métodos e técnicas de trabalho criativos e participativos,

buscando articulação entre forma e conteúdo, teoria e prática, adequando-os ao perfil dos

jovens de cada coletivo e à realidade local. Para esse enfrentamento conta com o apoio e a

assessoria do profissional de nível superior do CRAS (Técnico de Referência, Pedagogo ou

Psicólogo), encarregado de supervisionar a execução do serviço socioeducativo.

Seguindo a prerrogativa do CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social CNAS

(2005, PAG 07), através da Resolução no 09/2014, o profissional da educação social que atua

no CRAS de Corumbá, dentro do serviço de fortalecimento de vínculos, desenvolve

atividades socioeducativas, orientações familiares, planejamento de ações integradas com os

outros profissionais do CRAS, como assistentes sociais, psicólogos e pedagogos, fazendo

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Trabalho de Conclusão de Curso

busca ativa, registros das atividades para posterior relatório, atendimentos e orientações

individualizadas e em grupo.

Em Corumbá-MS, a maioria dos educadores sociais que atuam na área são

profissionais formados em Pedagogia, fator considerado importante para o desenvolvimento

de atividades com os usuários que estão inseridos nos Serviços de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos, pelos conhecimentos adquiridos no ensino superior voltado

sobre educação, desenvolvimento, didática e aprendizagem.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos tem como meta incentivar as

famílias a discutirem e refletirem sobre as situações vivenciadas de violação de direitos e

proporcionar a reflexão para que a família seja capaz de proteger seus membros, a partir do

conhecimento dos direitos e meios para acessá-los, e debates sobre temáticas que possam

fortalecer os vínculos familiares e comunitários, como relacionamento e respeito à

diversidade, convivência familiar, com idosos e colegas, e debates sobre a importância da

escolaridade para ter maiores chances de emprego decente e com salário digno.

Com isso, esta pesquisa objetivou avaliar a contribuição do Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos, a partir da percepção das famílias atendidas no CRAS-CEU

Jatobazinho em Corumbá, entre janeiro e julho de 11 2016. Como objetivos secundários,

buscou-se averiguar a efetividade das ações na melhoria da qualidade de vida, através do

desligamento do programa Bolsa Família pelo progresso e inserção no mercado de trabalho

dos familiares, e avanço escolar das crianças e adolescentes.

3. METODOLOGIA

A pesquisa se caracteriza por um trabalho de natureza exploratória, levando em

consideração o caráter sistematizado e investigativo sobre o tema. Para Minayo (1994, p. 32),

a pesquisa exploratória sistematiza-se na “escolha do tópico de investigação; a delimitação do

tema; a definição do objetivo; a construção do marco teórico conceitual; a escolha dos

instrumentos de coleta de dados, a exploração de campo”.

O estudo é de cunho qualitativo e quantitativo, e os dados levantados foram

pertinentes às características e contribuições do Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos para famílias atendidas, perfil educacional e ocupacional dos usuários, e melhoria

da qualidade de vida pelo desligamento da Bolsa Família.

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Trabalho de Conclusão de Curso

Foram realizados levantamentos bibliográficos e análises documentais de entrevistas

e dos relatórios mensais do CRAS-CEU e o perfil das famílias que residem no bairro

Jatobazinho em Corumbá-MS entre janeiro e julho de 2016, bem como, dos indicativos das

famílias e adolescentes atendidos, e houve consulta também aos dados do Ministério do

Desenvolvimento Social – MDS, na biblioteca particular de leis, resoluções, deliberações e

congêneres a respeito do tema.

Além disso, foram analisadas entrevistas feitas a cinco famílias que tinham crianças e

adolescentes entre seis e 15 anos participantes de ações do Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos no período de janeiro a julho de 2016, as quais permitiram

análises referentes às percepções das mães ou responsáveis acerca dos benefícios do serviço

oferecido pelo CRAS, transformações ocorridas nas relações e ambiente familiar, sugestões

de melhoria para a oferta do serviço, e indicadores de melhoria de qualidade de vida, via

avanço escolar dos adolescentes e crianças, bem como dos pais, e da inserção no mercado de

trabalho e aumento de renda, como forma de poder 12 sobreviver sem o auxílio do Programa

Bolsa Família e assim poder se desligar desse benefício.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados analisados através de relatórios e documentos, apontaram que entre janeiro e

julho de 2016 foram atendidas 77 famílias no CRAS, sendo que desse total, 26 foram

acompanhadas e apenas 25 participaram efetivamente do Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos, tendo sido formado um grupo de crianças entre seis e 15 anos.

TABELA 1 - FAMÍLIAS ATENDIDAS E ACOMPANHADAS POR TERRITÓRIO

TERRITÓRIO FAMÍLIAS

ATENDIDAS

FAMÍLIAS

ACOMPANHADAS

SCFV

6 A 15

RECEBEM

PBF

Jatobazinho 77 26 25 46

O perfil das 77 famílias da área de abrangência do CRAS estudado é bastante

assemelhado à realidade das famílias brasileiras situadas nas camadas mais empobrecidas da

população. De acordo com as informações levantadas, as famílias atendidas possuem, em sua

maioria, uma renda mensal bastante baixa, com 90% sobrevivendo com até um salário

mínimo, apresentando um rendimento que variava entre R$ 194,00 e R$ 800,00. Constatou-se

que nenhum dos casos investigados no período de janeiro a julho de 2016 conseguiu se

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Trabalho de Conclusão de Curso

desligar da Bolsa Família, sobrevivendo sem esse auxilio. Isso porque as famílias atendidas

no CRAS estudado possuem, em sua maioria uma renda mensal muito baixa para uma

composição familiar que abrange, por vezes, até cinco filhos.

Entre as famílias que tinham filhos participantes do serviço voltado para crianças e

adolescentes entre seis e 15 anos, apenas 10% tinham um filho, 20% dois filhos e 20% três

filhos, enquanto 50% possuíam quatro filhos ou mais, com média de escolaridade dos pais ou

responsáveis foi 5º ano do ensino fundamental, visto que todas as famílias recebiam auxílio

do Programa Bolsa Família.

Com forma de proporcionar maior capacitação para entrar no mercado de trabalho

formal, de modo a manter sua família com uma renda digna, sem 13 necessitar mais do

auxílio social, famílias foram inseridas em cursos de geração de renda, como três

participantes do curso de panificação (três pessoas), no curso de manicure e pedicura (três

pessoas), e no de assistente administrativo (duas pessoas). Entretanto, não houve registros de

inserção no mercado de trabalho em atividades ocupacionais que possibilitassem o

desligamento dessas famílias da dependência do programa Bolsa Família, decorrente do

avanço escolar ou profissional relacionado ao serviço ofertado no CRAS.

Como forma de reinserção social e valorização de autoestima, algumas crianças que

participaram do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos também faziam os

cursos oferecidos pelo CRAS de violão (quatro participantes) e de informática (duas

participantes). Entre as crianças e adolescentes atendidos, todos estavam inseridos na escola,

a não ser um menino atendido que apresentava cinco anos, e tinha sido incluído no grupo.

Constatou-se atraso em relação à série por parte de apenas cinco crianças e adolescentes: uma

de 12 anos que cursava a 4ª série; um de 13 anos que cursava a 4ª série; um de 13 anos que

cursava a 5ª série e dois adolescentes de 15 anos que cursavam a 7ª série. Entretanto, no

geral, observou-se um bom desempenho, com avanço escolar dentro do perfil esperado, entre

os que frequentavam o serviço. Por conta das condicionalidades impostas, frente às faltas na

escola, foram constatados também cortes de Bolsa Família em famílias averiguadas, que

acabaram por perder a única fonte de renda que tinham, piorando ainda mais a situação

socioeconômica existente.

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Trabalho de Conclusão de Curso

TABELA 2 – Desempenho e avanço escolar das crianças e adolescentes atendidas no Serviço de

Convivência e Fortalecimento de Vínculos no CRAS – CEU de Corumbá, MS, entre janeiro e

julho de 2016.

Idade Sexo Estuda: sim/não Série

01 05 anos Feminino Não estuda -

02 06 anos Feminino Sim Pré-escola

03 06 anos Feminino Sim 1ª

04 07 anos Masculino Sim 2ª

05 07 anos Masculino Sim 1ª

06 07 anos Feminino Sim 2ª

07 08 anos Masculino Sim 3ª

08 08 anos Masculino Sim 3ª

09 08 anos Masculino Sim 3ª

10 09 anos Masculino Sim 2ª

11 09 anos Feminino Sim 3ª

12 09 anos Masculino Sim 3ª

13 10 anos Masculino Sim 4ª

14 10 anos Feminino Sim 5ª

15 10 anos Feminino Sim 4ª

16 10 anos Feminino Sim 5ª

17 11 anos Masculino Sim 4ª

18 11anos Feminino Sim 6ª

19 12 anos Masculino Sim 4ª

20 12 anos Feminino Sim 5ª

21 13 anos Masculino Sim 4ª

22 13 anos Masculino Sim 5ª

23 13 anos Feminino Sim 7ª

24 15 anos Masculino Sim 7ª

25 15 anos Masculino Sim 7ª

Para compreender a percepção das famílias acerca das contribuições e repercussões na

família, na vida e nas crianças e adolescentes advindas do Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos do CRAS–CEU, foram analisadas entrevistas realizadas junto a

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Trabalho de Conclusão de Curso

mães ou responsáveis acerca das transformações ocorridas nas relações e ambiente familiar,

sugestões de melhoria para a oferta do serviço e indicadores de melhoria de qualidade de

vida.

Entre as entrevistadas, quatro eram casadas e uma solteira, residindo no bairro entre

três a oito anos, todas eram donas de casa e recebiam transferência de renda do Programa

Bolsa Família.

Como principais benefícios do serviço, todas as mães ou responsáveis relataram o

espaço do CRAS ensina as crianças a se comportarem melhor, e que depois que começaram a

frequentar o serviço as crianças saíram das ruas. Também todas disseram que os

ensinamentos que dão exemplos de convivência, relatando que através das ações

socioeducativas houve transformações no jeito de conversar, melhoria na rebeldia,

convivência familiar, de forma a pensar dos adolescentes pensarem no melhor no futuro,

visto que o aprendizado tanto no serviço de convivência e na escola que melhoram, com

diminuição da agressividade nas relações sociais. Disseram que a família está mais

estruturada com relação a melhorias para uma convivência mais harmoniosa. Além disso,

pontuaram o fato do CRAS oferecer lanche no momento do serviço, o que se mostrou um

elemento importante para as famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Segundo as entrevistas, alguns dos jovens atendidos pelo serviço, após o

desenvolvimento das atividades no CRAS, voltaram a se reinserir na escola 15 após terem

desistido de estudar, adolescentes estes que passavam grande parte do dia na rua e que

estavam desmotivados em estudar, possuindo histórico de conflitos familiares. Para as

respondentes, as crianças apresentaram aumento do rendimento escolar, com elevação das

notas, após começarem a frequentar o serviço do CRAS.

Aos ganhos do serviço foi atribuído o fato de proporcionar um espaço para que as

crianças e jovens pudessem desenvolver suas habilidades e competências, que, de forma

diferente das condições proporcionadas no ambiente escolar e familiar, promove debates e

reflexões, em casos nos quais existe uma complexidade de problemas, como quando passam

muito tempo nas ruas, não frequentam a escola, em que os adultos ou responsáveis

encontram-se sem renda ou trabalho, encontrando-se em condições precárias de vida e

havendo o risco de terem seus direitos violados.

Entende-se que o CRAS, enquanto uma instituição que age junto a pessoas e suas

famílias, em sua própria comunidade, e visa orientar e fortalecer os vínculos relacionais

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Trabalho de Conclusão de Curso

familiares (BRASIL, SUAS, 2005, p. 10), é um equipamento essencial para o combate à

pobreza e os riscos associados à vulnerabilidade socioeconômica, bem como à

vulnerabilidade cultural e social. Ao estar baseada na política de Assistência Social de

responsabilidade do Estado, a atuação do CRAS supera o enfrentamento da pobreza de forma

restrita, entendida como não ter renda ou ter renda insuficiente, e se apropria da ideia de

vulnerabilidade e risco social, incorporando, ao lado de ações de suporte material como os

programas de transferência de renda, atuações de promoção de bem-estar e de qualidade de

vida.

Nesse novo modelo assistencial incluem-se os aspectos subjetivos relacionados à

pobreza a serem trabalhados, que estão relacionados à situação de vulnerabilidade,

sofrimento, exclusão social, discriminação, e inclui o trabalho com as relações familiares,

fragilizadas diante do empobrecimento das relações sociais e comunitárias, que aumentam o

risco de vulnerabilidade social (YASBEK, 2008).

Entre os serviços oferecidos dentro do CRAS-CEU, o Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos pode ser definido como aquele organizado em grupos por faixa

etária, para que seja possível garantir o desenvolvimento progressivo aos seus usuários,

integrando o trabalho social 16 direcionado às famílias do território do bairro Jatobazinho, de

forma a minimizar os riscos sociais. As crianças e adolescentes, todas beneficiárias de

programas de transferência de renda, tinham por característica pertencer a famílias com renda

precária ou insuficiente, algumas encaminhadas por serviços da proteção social especial e

com deficiência, havendo a demanda de desenvolver de fortalecer vínculos familiares,

estimular a socialização e a convivência comunitária de forma autônoma, proativa e

emancipatória (TEIXEIRA, 2010), inclusive no meio escolar. Por meio das entrevistas, foi

possível verificar que, a partir de intervenções junto à população, as crianças e adolescentes

foram estimulados a estudar e a evitar atitudes agressivas, os quais começaram a estabelecer

relações diferenciadas com suas famílias e com a sociedade, a partir de debates, reflexões e

vivências no território.

O trabalho realizado por educadores sociais no CRAS-CEU no Serviço de

Convivência e Fortalecimento de Vínculos também se mostrou caracterizada por atividades

voltadas à família, considerada um espaço interessante para investimentos sociais e um

excelente espaço de cuidado. Como afirma Mioto (2013, p. 4), é preciso entender a família

em sua “dimensão simbólica” e toda sua “multiplicidade e organização. É importante, à

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Trabalho de Conclusão de Curso

medida que subsidia a nossa compreensão sobre o lugar que é atribuído à família na

configuração da proteção social de uma sociedade” (MIOTO, 2013: 4). Apesar dos ganhos

com relação às relações sociais, bastante importantes, ao se levantar e analisar as famílias

incorporadas a essa política percebeu-se que mesmo com alguns membros tendo se se

inserido em cursos de capacitação, essa ação ainda não se revelou eficaz a ponto das famílias

poderem entrar no mercado de trabalho formal e conseguirem um trabalho digno, com salário

justo que seja capaz de manter sua família fora da linha da pobreza ou da extrema pobreza.

Quanto ás melhorias no serviço de vínculos, entre as cinco entrevistadas uma relatou

estar satisfeita sem necessidade de mudar nada, três gostariam que o serviço fosse ofertado

mais de um dia por semana, e uma disse que a estrutura e espaço físico poderiam ser

melhorados.

Enfim, durante a entrevista viu-se a necessidade de uma Política Pública mais

presente e eficaz no bairro em estudo, para que haja melhoria na qualidade de vida, mesmo

que seja aos passos lentos, que tenha um foco o sujeito, sujeito este que possuem direitos que

não devem ser violados e sim que haja a prevenção, para que a própria sociedade possa se

proteger das mazelas existentes no país e que esses sujeitos sejam proativos, possam se

empoderar e ter um novo começo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados apurados, foi possível identificar que a inserção das crianças

e adolescentes no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos é percebida

favoravelmente pelas famílias. Segundo algumas entrevistas, conforme atividades foram

sendo propostas pelo SCFV, mudanças começaram a ocorrer, como a reinserção dos jovens

nas escolas, a alteração nos comportamentos e nos discursos.

Aos ganhos do serviço foi atribuído o fato de proporcionar um espaço para que os

jovens pudessem desenvolver suas habilidades e competências, diferentemente das condições

proporcionadas no ambiente escolar e familiar. Notou-se que depois da inserção dos usuários

nos serviços oferecidos pelo CRAS muitos adquiriram maior segurança, pois passam a

desvelar uma realidade que antes não compreendiam, adquirindo com isso consciência de

seus direitos para poderem ter acesso à cidadania e dos direitos sociais, desenvolvidos através

de ações emancipatórias, de acordo com a realidade e faixa etária dos usuários.

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Trabalho de Conclusão de Curso

Foi possível evidenciar pelos resultados alcançados uma melhoria da qualidade vida

pela reelaboração dos vínculos familiares após a inserção das crianças e adolescentes nos

serviços, bem como a melhoria do desempenho escolar destes, que começaram a se relacionar

com menor agressividade nas suas relações sociais, denotando a melhora da autoestima e o

fortalecimento dos vínculos familiares. Após a análise da pesquisa conclui-se que as ações

desenvolvidas no CRAS estão sendo alcançadas de acordo com as propostas da NOB/SUAS,

isso devido à dedicação dos profissionais que trabalham no CRAS que desenvolvem serviços

para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários das famílias em situação de

vulnerabilidade social da sua área de abrangência, também pelo interesse das famílias em

enfrentar as expressões da questão social do seu cotidiano, buscando a melhoria na qualidade

de vida e sua emancipação.

Entretanto, as condições de subsistência das famílias determinadas basicamente por

seu nível de rendimentos não foram alteradas significativamente, sendo que nenhuma família

conseguiu se desligar do Programa Bolsa Família pelo aumento de rendimento, indicando que

a vulnerabilidade econômica ainda é um desafio a ser enfrentado pelas políticas públicas da

cidade de Corumbá.

6. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de

Assistência Social. Orientações Técnicas sobre o PAIF: O Serviço de Proteção e

Atendimento Integral à Família – PAIF, segundo a Tipificação Nacional de Serviços

Socioassistenciais. Diário Oficial da União, 2012.

BRASIL. Política Nacional de Assistência Social - PNAS, aprovada pelo Conselho

Nacional de Assistência Social por intermédio da Resolução nº 145, de 15 de outubro de

2004, e publicada no Diário Oficial da União- DOU do dia 28 de outubro de 2004.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a fome. Orientações técnicas:

Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. 1ª ed. Brasília: Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate a Fome, 2009.

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Trabalho de Conclusão de Curso

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Conselho Nacional

de Assistência Social. Resolução nº13 de 13 de maio de 2014, publicada do Diário Oficial

da União em 15 de maio de 2014. Brasília, 2014.

BRASIL. Lei Orgânica da Assistência. LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Programa Bolsa

Família. Legislação e Instruções. BRASIL. Tipificação Nacional de Serviços

Socioassistenciais. Texto da Resolução Nº 109, de 11 de Novembro de 2009. 19

CARVALHO, M.C.B. A priorização da família na agenda da política social. In:______.

(Org.) A família contemporânea em debate. São Paulo: Cortez/ EDUC, 1997, p. 11-21.

CRAS/CÉU. Relatório Mensal de Atendimento. 2016.

CRAS/CÉU. Regimento Interno. 2016.

CRAS/CÉU. Projeto Político Pedagógico. 2016.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social.

In: _______; CRUZ NETO, Otávio; GOMES, Romeu. Pesquisa social: teoria, método e

criatividade. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1994, p. 32.

MIOTO, R. C. T. El Servicio Social en la institucionalidad de las Políticas Públicas: la

realidad brasilera en foco. In: AQUIN, N.; CARO,R. (Org.). Políticas públicas, derechos y

Trabajo Social en el Mercosul. Buenos Aires: Espacio Editorial, 2013, p. 213-228.

TEIXEIRA, S. M. Trabalho Interdisciplinar nos CRAS: um novo enfoque e trato à

pobreza? Textos & Contextos (Porto Alegre), v. 9, n. 2, p. 286 - 297, ago./dez. 2010.

YASBEK, M. C. Estado, políticas sociais e implementação do SUAS. In: CapacitaSuas.

São Paulo: IEE/PUC-SP; Brasília: MDS, 2008b. v. 1.

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Trabalho de Conclusão de Curso

APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS FAMÍLIARES QUE

PARTICIPAM DO SCFV

Entrevistador (a):

Nome: __________________________ Sexo: _______________

Estado civil: _________ Possui alguma deficiência: _____

Quanto tempo a família reside no bairro: _________________

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Trabalho de Conclusão de Curso

Recebe BF? __________ Ocupação: _________

Faixa etária

Quantas pessoas moram

no domicilio

Frequentando a

Escola

Frequentando o

SCFV

0 a 05 anos

06 a 14 anos

15 e 16 anos

17 anos

18 a 59 anos

60 ou mais

Total

-Renda mensal da família:

-Possui aposentado ou BPC idoso/ deficiente:

-Em sua opinião, quais foram os benefícios dos Serviços de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos (SCFV) ofertado pelo CRAS?

-Em que sentido você acha que as atividades auxiliam na sua vida?

-Você percebeu alguma mudança dentro da sua casa depois de começar a frequentar o

SCFV? Se sim, qual?

-O que você acha que poderia ser mudado no SCFV?

APÊNDICE 2 – Termo de Compromisso de Utilização de Dados (TCUD)

Termo de Compromisso de Utilização de Dados (TCUD)

Eu Lucinete Lopes de Paiva, abaixo assinado, pesquisadores envolvidos no projeto de título

AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE

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Trabalho de Conclusão de Curso

VÍNCULOS EM CORUMBÁ - MS, me comprometo a manter a confidencialidade sobre os

dados coletados nos arquivos do CRAS DA PRAÇA CEU, bem como a privacidade de seus

conteúdos, como preconizam os Documentos da Secretaria Municipal de Assistência Social e

Cidadania.

Informo que os dados a serem coletados dizem respeito a AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE

CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS EM CORUMBÁ - MS

ocorridos entre as datas de: entre agosto de 2016 e dezembro de 2016.

Cidade, dia, mês de ano.

Envolvidos na manipulação e coleta dos dados:

Nome completo CPF Assinatura

SEU NOME

APÊNDICE 3 – DECLARAÇÃO

ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

PREFEITURA MUNICIPAL DE CORUMBÁ

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTENCIA SOCIAL E CIDADANIA

CENTRO DE REFERENCIA DE ASSISTENCIA SOCIAL - CRAS /CEU

DECLARAÇÃO

Declaramos para os devidos fins, que cederemos ao/à pesquisador/a Lucinete Lopes de

Paiva, o acesso aos dados de Relatórios Mensais de Atendimentos, Prontuário SUAS, Fichas

de Cadastros e Planejamentos para serem utilizados na pesquisa: AVALIAÇÃO DO

SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS EM

CORUMBÁ - MS, que está sob a orientação do/a Prof./a. Vanessa Figueiredo.

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Trabalho de Conclusão de Curso

Esta autorização está condicionada ao cumprimento do (a) pesquisador (a) aos requisitos da

Resolução 466/12 e suas complementares, comprometendo-se o (a) mesmo (a) a utilizar os

dados pessoais dos sujeitos da pesquisa, exclusivamente para os fins científicos, mantendo o

sigilo e garantindo a não utilização das informações em prejuízo das pessoas e/ou das

comunidades.

Antes de iniciar a coleta de dados o/a pesquisador/a deverá apresentar o Parecer

Consubstanciado devidamente aprovado, emitido por Comitê de Ética em Pesquisa

Envolvendo Seres Humanos, credenciado ao Sistema CEP/CONEP.

Corumbá-MS, 15 de agosto de 2016.

______________________________________________________________

Nome/assinatura e carimbo do responsável pela Instituição ou pessoa por ele delegada