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Trabalho de Conclusão de Curso
AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE
VÍNCULOS EM CORUMBÁ – MS
Lucinete Lopes de Paiva1
Vanessa Catherina Neumann Figueiredo2
Resumo:
Esta pesquisa tem como objetivo identificar as ações socioeducativas relacionadas ao Serviço
de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e sua efetividade frente à superação ou
prevenção da violação de direitos no contexto familiar, realizadas por uma equipe do
CRAS/CEU do bairro Jatobazinho, do de Corumbá – MS, entre janeiro e julho de 2016.
Como objetivos secundários, buscou-se averiguar a efetividade das ações na melhoria da
qualidade de vida, através do desligamento do programa Bolsa Família pelo progresso e
inserção no mercado de trabalho dos familiares, e avanço escolar das crianças e adolescentes.
Foram analisados documentos e entrevistas das famílias entre janeiro e julho de 2016, os
quais revelaram que as ações surtiram os seguintes efeitos: contribuição do serviço para a
socialização e convivência comunitária, provocando mudanças de hábitos e comportamento,
principalmente no âmbito individual e familiar; melhor convivência na família e melhoria no
aprendizado escolar e melhora nos índices de evasão, apesar das famílias não terem
conseguido se desvincular da necessidade do auxílio do benefício da bolsa família, sendo que
no período estudado os membros responsáveis pela família não conseguiram se inserir em
empregos de maior remuneração, mesmo cursando capacitações técnicas.
Palavras-chave: Família – violação de direitos - Centro de Referência de Assistência Social
(CRAS)
1 Pedagoga formada pela UNOPAR em 2012, Pós Graduada em Educação infantil pela universidade Barão de
Mauá, trabalha no CRAS desde 2010, e está apresentando este artigo como pré-requisito para a formação no
curso de Especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social. 2 Psicóloga formada pela Unesp, com mestrado e doutorado, é orientadora do curso de Especialização em
Educação, Pobreza e Desigualdade Social, bem como professora do curso de Psicologia e dos cursos de
Mestrado em Educação e em Estudos Fronteiriços da UFMS – CPAN.
Trabalho de Conclusão de Curso
1. INTRODUÇÃO
O presente projeto surgiu da minha experiência profissional enquanto educadora
social do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Praça Centro de Artes e
Esportes Unificados (CEU) em Corumbá – MS, local em que são desenvolvidas ações
relacionadas ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos faz parte dos principais
serviços ofertados na Proteção Social Básica e visa, junto com outros programas sociais,
como o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e o Serviço de Proteção
Social Básica no Domicílio para pessoas com Deficiência e Idosas (BRASIL, 2009a, p.5), a
prevenção dos riscos sociais por meio do fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários através de uma série de ações que versam sobre o conhecimento acerca dos
direitos e os meios para alcança-los junto à população atendida no território do CRAS
(BRASIL, 2005).
O serviço tem como meta incentivar as famílias a refletirem sobre as situações
vivenciadas de violação de direitos para serem capazes de proteger seus membros,
promovendo debates sobre temáticas que possam fortalecer os vínculos familiares e
comunitários, tais como: relacionamento e convivência familiar com idosos, família e
colegas, importância da escolaridade para o futuro, formas para sair da pobreza e respeito à
diversidade.
Procurando avaliar a contribuição do Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos no CRAS/CEU Jatobazinho em Corumbá, esta pesquisa buscou verificar a
percepção da família acerca do trabalho socioeducativo realizado por educadores sociais e se
houve melhoria dos indicadores de qualidade de vida da população atendida perante o serviço
ofertado, através do desligamento da bolsa família pela inserção profissional e aumento de
renda das famílias, bem como do desempenho escolar das crianças e adolescentes, entre
janeiro e julho de 2016.
2. O CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)
De acordo com Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) o
CRAS é a porta de acesso ao atendimento e serviços ofertados no âmbito da Proteção Social
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Básica, atuando junto às famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, com ações de
caráter protetivo, preventivo e proativo. Suas ações são desenvolvidas conforme a demanda,
no próprio CRAS, podendo também ser desenvolvidas em outra unidade pública ou entidade
de assistência social privada sem fins lucrativos, desde que devidamente referenciadas.
O Centro de Referência da Assistência Social - CRAS é uma unidade estatal
descentralizada da política de assistência social, responsável pela
organização e oferta de serviços da proteção social básica do Sistema Único
de Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos
municípios e DF (..)” (Brasil, 2009, PAG.9)
O CRAS estrutura suas ações em dois grandes eixos do SUAS, que são a centralidade
da atuação junto à família e a importância da oferta dos serviços em diferentes territórios.
Segundo o MDS (2009):
a matricialidade sociofamiliar se refere à centralidade da família como
núcleo social fundamental para efetividade de todas as ações e serviços da
política de assistência social. A territorialização refere à centralidade do
território como fator determinante para a compreensão das situações de
vulnerabilidade e riscos sociais, bem como para seu enfrentamento (Brasil,
2009: pag. 12 e 13).
O objetivo das ações do CRAS é prevenir o risco social, através de ações que
proporcionem com que os indivíduos fortaleçam seus vínculos familiares e comunitários.
Através da inclusão das famílias e dos cidadãos nas políticas públicas tem o objetivo de
proporcionar a inclusão social dos indivíduos, pela inserção no mercado de trabalho e pela
participação na vida em geral, efetivando a apropriação dos direitos sociais, com vistas a
melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento das potencialidades dos usuários.
O CRAS é responsável pelo acompanhamento socioassistencial no âmbito da proteção
social básica, concomitantemente à articulação com a rede de serviços socioassistenciais, a
fim de identificar os serviços disponíveis no território e poder criar e potencializar a rede de
proteção social básica voltada para a cidadania das pessoas e famílias atendidas. Deve
oferecer apoio social e psicológico, atender necessidades emergenciais, como cesta básica,
agasalhos, cobertores, além de encaminhar e acompanhar famílias da sua área de abrangência
a outros serviços que necessitem da rede local até sua emancipação. Ainda, o CRAS é
responsável pela concessão de benefícios eventuais e pela transferência de renda; pelo
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, informando, orientando e efetivando o
atendimento; por elaborar junto aos usuários o plano de emancipação, estimulando os sujeitos
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a frequentarem os grupos de atendimento psicossocial e os cursos de geração de renda; por
realizar visitas domiciliares para atendimento emergencial ou acompanhamento.
Os serviços, programas e projetos do CRAS devem ser cofinanciados pelas três
instâncias de governo, sendo articuladas dentro do SUAS. Entre os programas e serviços
ofertados pelo CRAS ressalta-se o Programa de Atenção Integral à Família (PAIF), um
serviço continuado de proteção social básica, que pactuado e assumido pelas diferentes
esferas de governo, provocou efeitos concretos na sociedade brasileira. Os serviços e ações
do PAIF não são terceirizados, e integram a rede de serviços de ação continuada da
Assistência Social, financiada pelo Governo Federal.
No âmbito da proteção social básica e integrada ao CRAS o trabalho realizado no
PAIF da PNAS é fundamental para a proteção social das famílias, e é desenvolvido junto a
elas com a meta de criar espaços de convívio e informação, de forma a potencializar a
autonomia e ampliar a capacidade protetiva das famílias, garantindo o acesso aos direitos
socioassistenciais, “favorecendo a ampliação de perspectivas de vida das famílias mais
vulneráveis e o acesso a oportunidades” (BRASIL, 2012, p.5).
De acordo com a PNAS (2004, p. 31) a proteção social busca o desenvolvimento
humano e social e os direitos de cidadania, e tem o dever de garantir a acolhida, a
sobrevivência, o convívio familiar, comunitário e social, o desenvolvimento da autonomia
individual, familiar e social, e a segurança de rendimento. Nesse sentido, o Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos se constitui como meta para a proteção social das
famílias, oito consideradas em condição de vulnerabilidade ou em risco social, sendo
considerada essencial para a garantia aos direitos, seja à convivência familiar ou comunitária
(BRASIL, 2012).
2.1 O SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS –
(SCFV)
Na cidade de Corumbá, interior do Mato Grosso do Sul, em 2015 foi inaugurado o
Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), tratando-se de um equipamento público que
integra em um mesmo espaço físico programas e ações culturais, práticas esportivas, de lazer
e inclusão digital, atuando nesse mesmo local uma unidade do CRAS, a qual desenvolve
serviços socioassistenciais à comunidade, na qual o CRAS veio para atender essa
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comunidade com o trabalho que envolve o fortalecimento de vínculos familiares, bem como
fazendo um resgate na questão familiar.
O CRAS-CEU atende aos bairros Conjunto Guanabara, Guarani, Jardim dos Estados,
Jardinzinho, Jatobá e Jatobazinho, sendo cadastradas no sistema 255 famílias que se
beneficiam do programa. O espaço possui uma estrutura considerável, na qual funciona
biblioteca, cineteatro, pista de caminhada, campo de futebol, quadra esportiva coberta, pista
de skate e um telecentro.
Pensando no planejamento de ações que atendam a necessidade dos usuários da
assistência social, a equipe profissional do CRAS-CEU oferece serviços planejados e
continuados, em especial serviços socioeducativos para a comunidade, considerando sua
situação econômica, social e política. Dentre esses serviços de assistência destaca-se o
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que consiste em uma intervenção
social planejada que busca estimular e orientar os usuários na construção e reconstrução de
suas histórias e vivências individuais, coletivas e familiares.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos está vinculado à Proteção
Social Básica do SUAS e é ofertado de forma complementar ao trabalho social que é feito
junto com as famílias, realizado por meio do Serviço de Proteção e Atendimento Integral às
Famílias (PAIF) e do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e
Indivíduos (PAEFI). O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos realiza
basicamente atendimentos em grupo, desenvolvendo atividades artísticas, culturais, de lazer e
esportivas, de acordo com a faixa etária dos usuários, os quais são divididos por faixa etária
que abrange grupos de crianças até seis anos; crianças e adolescentes de seis a 15 anos;
adolescentes de 15 a 17 anos; jovens de 18 a 29 anos; e adultos de 30 a 59 anos (BRASIL,
2014).
A prerrogativa de fortalecer ou reconstruir os vínculos já fragilizados constam em
vários documentos da Assistência Social, partindo da Lei Orgânica de 1993, modificada em
2011 para a Lei de nº 12.435 e pela PNAS (BRASIL, 2011), constituindo-se como meta da
proteção social dirigida às famílias consideradas em situação de vulnerabilidade ou risco
social, e condição que impossibilita o acesso aos direitos (BRASIL, 2012).
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2.2. A PRÁTICA PROFISSIONAL DO EDUCADOR SOCIAL NO CRAS-CEU
JATOBAZINHO EM CORUMBÁ-MS.
Conforme Regimento Interno do CRAS-CEU (2015, pág. 53) o trabalho do educador
social é voltado para realização e mediação dos processos grupais próprios dos SCFV, sendo
exercido por um profissional com a formação mínima de ensino médio. Ao atuar no SCFV, o
educador social se constitui em uma ferramenta fundamental no desenvolvimento das
atividades, pois tem a função de planejar, organizar e executar as ações socioeducativas,
especialmente os encontros dos grupos e integrar os demais profissionais da equipe ao
planejamento geral do serviço socioeducativo, articulando e integrando todas as ações. Cabe
a esse profissional, ainda, buscar o desenvolvimento pessoal e social de cada usuário,
valorizando suas potencialidades e incentivando-os para a participação efetiva, contribuindo
para a criação de um ambiente educativo, participativo e democrático, devendo estar sempre
aberto ao diálogo.
O educador social precisa identificar as situações-problemas, posicionando-se diante
delas e mediando eventuais conflitos e, ao acolher as manifestações dos jovens, deve
proporcionar-lhes a oportunidade de sentir, pensar e agir livremente. Por isso, é importante a
relação interpessoal que estabelece com os jovens, pois é o fator que vai impulsionar o
processo socioeducativo, implicando não apenas em trazer suas experiências e 10
conhecimentos, mas propiciar aos jovens o desenvolvimento de suas próprias ideias e
caminhos de atuação.
Como desafios de sua atuação, tem a necessidade de se apropriar dos temas
transversais propostos e desenvolver métodos e técnicas de trabalho criativos e participativos,
buscando articulação entre forma e conteúdo, teoria e prática, adequando-os ao perfil dos
jovens de cada coletivo e à realidade local. Para esse enfrentamento conta com o apoio e a
assessoria do profissional de nível superior do CRAS (Técnico de Referência, Pedagogo ou
Psicólogo), encarregado de supervisionar a execução do serviço socioeducativo.
Seguindo a prerrogativa do CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social CNAS
(2005, PAG 07), através da Resolução no 09/2014, o profissional da educação social que atua
no CRAS de Corumbá, dentro do serviço de fortalecimento de vínculos, desenvolve
atividades socioeducativas, orientações familiares, planejamento de ações integradas com os
outros profissionais do CRAS, como assistentes sociais, psicólogos e pedagogos, fazendo
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busca ativa, registros das atividades para posterior relatório, atendimentos e orientações
individualizadas e em grupo.
Em Corumbá-MS, a maioria dos educadores sociais que atuam na área são
profissionais formados em Pedagogia, fator considerado importante para o desenvolvimento
de atividades com os usuários que estão inseridos nos Serviços de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos, pelos conhecimentos adquiridos no ensino superior voltado
sobre educação, desenvolvimento, didática e aprendizagem.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos tem como meta incentivar as
famílias a discutirem e refletirem sobre as situações vivenciadas de violação de direitos e
proporcionar a reflexão para que a família seja capaz de proteger seus membros, a partir do
conhecimento dos direitos e meios para acessá-los, e debates sobre temáticas que possam
fortalecer os vínculos familiares e comunitários, como relacionamento e respeito à
diversidade, convivência familiar, com idosos e colegas, e debates sobre a importância da
escolaridade para ter maiores chances de emprego decente e com salário digno.
Com isso, esta pesquisa objetivou avaliar a contribuição do Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos, a partir da percepção das famílias atendidas no CRAS-CEU
Jatobazinho em Corumbá, entre janeiro e julho de 11 2016. Como objetivos secundários,
buscou-se averiguar a efetividade das ações na melhoria da qualidade de vida, através do
desligamento do programa Bolsa Família pelo progresso e inserção no mercado de trabalho
dos familiares, e avanço escolar das crianças e adolescentes.
3. METODOLOGIA
A pesquisa se caracteriza por um trabalho de natureza exploratória, levando em
consideração o caráter sistematizado e investigativo sobre o tema. Para Minayo (1994, p. 32),
a pesquisa exploratória sistematiza-se na “escolha do tópico de investigação; a delimitação do
tema; a definição do objetivo; a construção do marco teórico conceitual; a escolha dos
instrumentos de coleta de dados, a exploração de campo”.
O estudo é de cunho qualitativo e quantitativo, e os dados levantados foram
pertinentes às características e contribuições do Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos para famílias atendidas, perfil educacional e ocupacional dos usuários, e melhoria
da qualidade de vida pelo desligamento da Bolsa Família.
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Foram realizados levantamentos bibliográficos e análises documentais de entrevistas
e dos relatórios mensais do CRAS-CEU e o perfil das famílias que residem no bairro
Jatobazinho em Corumbá-MS entre janeiro e julho de 2016, bem como, dos indicativos das
famílias e adolescentes atendidos, e houve consulta também aos dados do Ministério do
Desenvolvimento Social – MDS, na biblioteca particular de leis, resoluções, deliberações e
congêneres a respeito do tema.
Além disso, foram analisadas entrevistas feitas a cinco famílias que tinham crianças e
adolescentes entre seis e 15 anos participantes de ações do Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos no período de janeiro a julho de 2016, as quais permitiram
análises referentes às percepções das mães ou responsáveis acerca dos benefícios do serviço
oferecido pelo CRAS, transformações ocorridas nas relações e ambiente familiar, sugestões
de melhoria para a oferta do serviço, e indicadores de melhoria de qualidade de vida, via
avanço escolar dos adolescentes e crianças, bem como dos pais, e da inserção no mercado de
trabalho e aumento de renda, como forma de poder 12 sobreviver sem o auxílio do Programa
Bolsa Família e assim poder se desligar desse benefício.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados analisados através de relatórios e documentos, apontaram que entre janeiro e
julho de 2016 foram atendidas 77 famílias no CRAS, sendo que desse total, 26 foram
acompanhadas e apenas 25 participaram efetivamente do Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos, tendo sido formado um grupo de crianças entre seis e 15 anos.
TABELA 1 - FAMÍLIAS ATENDIDAS E ACOMPANHADAS POR TERRITÓRIO
TERRITÓRIO FAMÍLIAS
ATENDIDAS
FAMÍLIAS
ACOMPANHADAS
SCFV
6 A 15
RECEBEM
PBF
Jatobazinho 77 26 25 46
O perfil das 77 famílias da área de abrangência do CRAS estudado é bastante
assemelhado à realidade das famílias brasileiras situadas nas camadas mais empobrecidas da
população. De acordo com as informações levantadas, as famílias atendidas possuem, em sua
maioria, uma renda mensal bastante baixa, com 90% sobrevivendo com até um salário
mínimo, apresentando um rendimento que variava entre R$ 194,00 e R$ 800,00. Constatou-se
que nenhum dos casos investigados no período de janeiro a julho de 2016 conseguiu se
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desligar da Bolsa Família, sobrevivendo sem esse auxilio. Isso porque as famílias atendidas
no CRAS estudado possuem, em sua maioria uma renda mensal muito baixa para uma
composição familiar que abrange, por vezes, até cinco filhos.
Entre as famílias que tinham filhos participantes do serviço voltado para crianças e
adolescentes entre seis e 15 anos, apenas 10% tinham um filho, 20% dois filhos e 20% três
filhos, enquanto 50% possuíam quatro filhos ou mais, com média de escolaridade dos pais ou
responsáveis foi 5º ano do ensino fundamental, visto que todas as famílias recebiam auxílio
do Programa Bolsa Família.
Com forma de proporcionar maior capacitação para entrar no mercado de trabalho
formal, de modo a manter sua família com uma renda digna, sem 13 necessitar mais do
auxílio social, famílias foram inseridas em cursos de geração de renda, como três
participantes do curso de panificação (três pessoas), no curso de manicure e pedicura (três
pessoas), e no de assistente administrativo (duas pessoas). Entretanto, não houve registros de
inserção no mercado de trabalho em atividades ocupacionais que possibilitassem o
desligamento dessas famílias da dependência do programa Bolsa Família, decorrente do
avanço escolar ou profissional relacionado ao serviço ofertado no CRAS.
Como forma de reinserção social e valorização de autoestima, algumas crianças que
participaram do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos também faziam os
cursos oferecidos pelo CRAS de violão (quatro participantes) e de informática (duas
participantes). Entre as crianças e adolescentes atendidos, todos estavam inseridos na escola,
a não ser um menino atendido que apresentava cinco anos, e tinha sido incluído no grupo.
Constatou-se atraso em relação à série por parte de apenas cinco crianças e adolescentes: uma
de 12 anos que cursava a 4ª série; um de 13 anos que cursava a 4ª série; um de 13 anos que
cursava a 5ª série e dois adolescentes de 15 anos que cursavam a 7ª série. Entretanto, no
geral, observou-se um bom desempenho, com avanço escolar dentro do perfil esperado, entre
os que frequentavam o serviço. Por conta das condicionalidades impostas, frente às faltas na
escola, foram constatados também cortes de Bolsa Família em famílias averiguadas, que
acabaram por perder a única fonte de renda que tinham, piorando ainda mais a situação
socioeconômica existente.
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TABELA 2 – Desempenho e avanço escolar das crianças e adolescentes atendidas no Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos no CRAS – CEU de Corumbá, MS, entre janeiro e
julho de 2016.
Idade Sexo Estuda: sim/não Série
01 05 anos Feminino Não estuda -
02 06 anos Feminino Sim Pré-escola
03 06 anos Feminino Sim 1ª
04 07 anos Masculino Sim 2ª
05 07 anos Masculino Sim 1ª
06 07 anos Feminino Sim 2ª
07 08 anos Masculino Sim 3ª
08 08 anos Masculino Sim 3ª
09 08 anos Masculino Sim 3ª
10 09 anos Masculino Sim 2ª
11 09 anos Feminino Sim 3ª
12 09 anos Masculino Sim 3ª
13 10 anos Masculino Sim 4ª
14 10 anos Feminino Sim 5ª
15 10 anos Feminino Sim 4ª
16 10 anos Feminino Sim 5ª
17 11 anos Masculino Sim 4ª
18 11anos Feminino Sim 6ª
19 12 anos Masculino Sim 4ª
20 12 anos Feminino Sim 5ª
21 13 anos Masculino Sim 4ª
22 13 anos Masculino Sim 5ª
23 13 anos Feminino Sim 7ª
24 15 anos Masculino Sim 7ª
25 15 anos Masculino Sim 7ª
Para compreender a percepção das famílias acerca das contribuições e repercussões na
família, na vida e nas crianças e adolescentes advindas do Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos do CRAS–CEU, foram analisadas entrevistas realizadas junto a
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mães ou responsáveis acerca das transformações ocorridas nas relações e ambiente familiar,
sugestões de melhoria para a oferta do serviço e indicadores de melhoria de qualidade de
vida.
Entre as entrevistadas, quatro eram casadas e uma solteira, residindo no bairro entre
três a oito anos, todas eram donas de casa e recebiam transferência de renda do Programa
Bolsa Família.
Como principais benefícios do serviço, todas as mães ou responsáveis relataram o
espaço do CRAS ensina as crianças a se comportarem melhor, e que depois que começaram a
frequentar o serviço as crianças saíram das ruas. Também todas disseram que os
ensinamentos que dão exemplos de convivência, relatando que através das ações
socioeducativas houve transformações no jeito de conversar, melhoria na rebeldia,
convivência familiar, de forma a pensar dos adolescentes pensarem no melhor no futuro,
visto que o aprendizado tanto no serviço de convivência e na escola que melhoram, com
diminuição da agressividade nas relações sociais. Disseram que a família está mais
estruturada com relação a melhorias para uma convivência mais harmoniosa. Além disso,
pontuaram o fato do CRAS oferecer lanche no momento do serviço, o que se mostrou um
elemento importante para as famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Segundo as entrevistas, alguns dos jovens atendidos pelo serviço, após o
desenvolvimento das atividades no CRAS, voltaram a se reinserir na escola 15 após terem
desistido de estudar, adolescentes estes que passavam grande parte do dia na rua e que
estavam desmotivados em estudar, possuindo histórico de conflitos familiares. Para as
respondentes, as crianças apresentaram aumento do rendimento escolar, com elevação das
notas, após começarem a frequentar o serviço do CRAS.
Aos ganhos do serviço foi atribuído o fato de proporcionar um espaço para que as
crianças e jovens pudessem desenvolver suas habilidades e competências, que, de forma
diferente das condições proporcionadas no ambiente escolar e familiar, promove debates e
reflexões, em casos nos quais existe uma complexidade de problemas, como quando passam
muito tempo nas ruas, não frequentam a escola, em que os adultos ou responsáveis
encontram-se sem renda ou trabalho, encontrando-se em condições precárias de vida e
havendo o risco de terem seus direitos violados.
Entende-se que o CRAS, enquanto uma instituição que age junto a pessoas e suas
famílias, em sua própria comunidade, e visa orientar e fortalecer os vínculos relacionais
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familiares (BRASIL, SUAS, 2005, p. 10), é um equipamento essencial para o combate à
pobreza e os riscos associados à vulnerabilidade socioeconômica, bem como à
vulnerabilidade cultural e social. Ao estar baseada na política de Assistência Social de
responsabilidade do Estado, a atuação do CRAS supera o enfrentamento da pobreza de forma
restrita, entendida como não ter renda ou ter renda insuficiente, e se apropria da ideia de
vulnerabilidade e risco social, incorporando, ao lado de ações de suporte material como os
programas de transferência de renda, atuações de promoção de bem-estar e de qualidade de
vida.
Nesse novo modelo assistencial incluem-se os aspectos subjetivos relacionados à
pobreza a serem trabalhados, que estão relacionados à situação de vulnerabilidade,
sofrimento, exclusão social, discriminação, e inclui o trabalho com as relações familiares,
fragilizadas diante do empobrecimento das relações sociais e comunitárias, que aumentam o
risco de vulnerabilidade social (YASBEK, 2008).
Entre os serviços oferecidos dentro do CRAS-CEU, o Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos pode ser definido como aquele organizado em grupos por faixa
etária, para que seja possível garantir o desenvolvimento progressivo aos seus usuários,
integrando o trabalho social 16 direcionado às famílias do território do bairro Jatobazinho, de
forma a minimizar os riscos sociais. As crianças e adolescentes, todas beneficiárias de
programas de transferência de renda, tinham por característica pertencer a famílias com renda
precária ou insuficiente, algumas encaminhadas por serviços da proteção social especial e
com deficiência, havendo a demanda de desenvolver de fortalecer vínculos familiares,
estimular a socialização e a convivência comunitária de forma autônoma, proativa e
emancipatória (TEIXEIRA, 2010), inclusive no meio escolar. Por meio das entrevistas, foi
possível verificar que, a partir de intervenções junto à população, as crianças e adolescentes
foram estimulados a estudar e a evitar atitudes agressivas, os quais começaram a estabelecer
relações diferenciadas com suas famílias e com a sociedade, a partir de debates, reflexões e
vivências no território.
O trabalho realizado por educadores sociais no CRAS-CEU no Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos também se mostrou caracterizada por atividades
voltadas à família, considerada um espaço interessante para investimentos sociais e um
excelente espaço de cuidado. Como afirma Mioto (2013, p. 4), é preciso entender a família
em sua “dimensão simbólica” e toda sua “multiplicidade e organização. É importante, à
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medida que subsidia a nossa compreensão sobre o lugar que é atribuído à família na
configuração da proteção social de uma sociedade” (MIOTO, 2013: 4). Apesar dos ganhos
com relação às relações sociais, bastante importantes, ao se levantar e analisar as famílias
incorporadas a essa política percebeu-se que mesmo com alguns membros tendo se se
inserido em cursos de capacitação, essa ação ainda não se revelou eficaz a ponto das famílias
poderem entrar no mercado de trabalho formal e conseguirem um trabalho digno, com salário
justo que seja capaz de manter sua família fora da linha da pobreza ou da extrema pobreza.
Quanto ás melhorias no serviço de vínculos, entre as cinco entrevistadas uma relatou
estar satisfeita sem necessidade de mudar nada, três gostariam que o serviço fosse ofertado
mais de um dia por semana, e uma disse que a estrutura e espaço físico poderiam ser
melhorados.
Enfim, durante a entrevista viu-se a necessidade de uma Política Pública mais
presente e eficaz no bairro em estudo, para que haja melhoria na qualidade de vida, mesmo
que seja aos passos lentos, que tenha um foco o sujeito, sujeito este que possuem direitos que
não devem ser violados e sim que haja a prevenção, para que a própria sociedade possa se
proteger das mazelas existentes no país e que esses sujeitos sejam proativos, possam se
empoderar e ter um novo começo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os dados apurados, foi possível identificar que a inserção das crianças
e adolescentes no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos é percebida
favoravelmente pelas famílias. Segundo algumas entrevistas, conforme atividades foram
sendo propostas pelo SCFV, mudanças começaram a ocorrer, como a reinserção dos jovens
nas escolas, a alteração nos comportamentos e nos discursos.
Aos ganhos do serviço foi atribuído o fato de proporcionar um espaço para que os
jovens pudessem desenvolver suas habilidades e competências, diferentemente das condições
proporcionadas no ambiente escolar e familiar. Notou-se que depois da inserção dos usuários
nos serviços oferecidos pelo CRAS muitos adquiriram maior segurança, pois passam a
desvelar uma realidade que antes não compreendiam, adquirindo com isso consciência de
seus direitos para poderem ter acesso à cidadania e dos direitos sociais, desenvolvidos através
de ações emancipatórias, de acordo com a realidade e faixa etária dos usuários.
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Foi possível evidenciar pelos resultados alcançados uma melhoria da qualidade vida
pela reelaboração dos vínculos familiares após a inserção das crianças e adolescentes nos
serviços, bem como a melhoria do desempenho escolar destes, que começaram a se relacionar
com menor agressividade nas suas relações sociais, denotando a melhora da autoestima e o
fortalecimento dos vínculos familiares. Após a análise da pesquisa conclui-se que as ações
desenvolvidas no CRAS estão sendo alcançadas de acordo com as propostas da NOB/SUAS,
isso devido à dedicação dos profissionais que trabalham no CRAS que desenvolvem serviços
para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários das famílias em situação de
vulnerabilidade social da sua área de abrangência, também pelo interesse das famílias em
enfrentar as expressões da questão social do seu cotidiano, buscando a melhoria na qualidade
de vida e sua emancipação.
Entretanto, as condições de subsistência das famílias determinadas basicamente por
seu nível de rendimentos não foram alteradas significativamente, sendo que nenhuma família
conseguiu se desligar do Programa Bolsa Família pelo aumento de rendimento, indicando que
a vulnerabilidade econômica ainda é um desafio a ser enfrentado pelas políticas públicas da
cidade de Corumbá.
6. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de
Assistência Social. Orientações Técnicas sobre o PAIF: O Serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família – PAIF, segundo a Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais. Diário Oficial da União, 2012.
BRASIL. Política Nacional de Assistência Social - PNAS, aprovada pelo Conselho
Nacional de Assistência Social por intermédio da Resolução nº 145, de 15 de outubro de
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Trabalho de Conclusão de Curso
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Trabalho de Conclusão de Curso
APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS FAMÍLIARES QUE
PARTICIPAM DO SCFV
Entrevistador (a):
Nome: __________________________ Sexo: _______________
Estado civil: _________ Possui alguma deficiência: _____
Quanto tempo a família reside no bairro: _________________
Trabalho de Conclusão de Curso
Recebe BF? __________ Ocupação: _________
Faixa etária
Quantas pessoas moram
no domicilio
Frequentando a
Escola
Frequentando o
SCFV
0 a 05 anos
06 a 14 anos
15 e 16 anos
17 anos
18 a 59 anos
60 ou mais
Total
-Renda mensal da família:
-Possui aposentado ou BPC idoso/ deficiente:
-Em sua opinião, quais foram os benefícios dos Serviços de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos (SCFV) ofertado pelo CRAS?
-Em que sentido você acha que as atividades auxiliam na sua vida?
-Você percebeu alguma mudança dentro da sua casa depois de começar a frequentar o
SCFV? Se sim, qual?
-O que você acha que poderia ser mudado no SCFV?
APÊNDICE 2 – Termo de Compromisso de Utilização de Dados (TCUD)
Termo de Compromisso de Utilização de Dados (TCUD)
Eu Lucinete Lopes de Paiva, abaixo assinado, pesquisadores envolvidos no projeto de título
AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE
Trabalho de Conclusão de Curso
VÍNCULOS EM CORUMBÁ - MS, me comprometo a manter a confidencialidade sobre os
dados coletados nos arquivos do CRAS DA PRAÇA CEU, bem como a privacidade de seus
conteúdos, como preconizam os Documentos da Secretaria Municipal de Assistência Social e
Cidadania.
Informo que os dados a serem coletados dizem respeito a AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE
CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS EM CORUMBÁ - MS
ocorridos entre as datas de: entre agosto de 2016 e dezembro de 2016.
Cidade, dia, mês de ano.
Envolvidos na manipulação e coleta dos dados:
Nome completo CPF Assinatura
SEU NOME
APÊNDICE 3 – DECLARAÇÃO
ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
PREFEITURA MUNICIPAL DE CORUMBÁ
SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTENCIA SOCIAL E CIDADANIA
CENTRO DE REFERENCIA DE ASSISTENCIA SOCIAL - CRAS /CEU
DECLARAÇÃO
Declaramos para os devidos fins, que cederemos ao/à pesquisador/a Lucinete Lopes de
Paiva, o acesso aos dados de Relatórios Mensais de Atendimentos, Prontuário SUAS, Fichas
de Cadastros e Planejamentos para serem utilizados na pesquisa: AVALIAÇÃO DO
SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS EM
CORUMBÁ - MS, que está sob a orientação do/a Prof./a. Vanessa Figueiredo.
Trabalho de Conclusão de Curso
Esta autorização está condicionada ao cumprimento do (a) pesquisador (a) aos requisitos da
Resolução 466/12 e suas complementares, comprometendo-se o (a) mesmo (a) a utilizar os
dados pessoais dos sujeitos da pesquisa, exclusivamente para os fins científicos, mantendo o
sigilo e garantindo a não utilização das informações em prejuízo das pessoas e/ou das
comunidades.
Antes de iniciar a coleta de dados o/a pesquisador/a deverá apresentar o Parecer
Consubstanciado devidamente aprovado, emitido por Comitê de Ética em Pesquisa
Envolvendo Seres Humanos, credenciado ao Sistema CEP/CONEP.
Corumbá-MS, 15 de agosto de 2016.
______________________________________________________________
Nome/assinatura e carimbo do responsável pela Instituição ou pessoa por ele delegada