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Trabalho de Conclusão de Curso PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO ÀS VIOLAÇÕES DE DIREITOS DE CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE POBREZA Laura Massuda Mendonça ( 1 ) Resumo: Este artigo objetiva, por meio de um estudo de caso, investigar o Programa Bolsa Família como estratégia na garantia dos direitos básicos de crianças pobres, minimizando situações de negligência e vulnerabilidade social. O Programa Bolsa Família visa aliviar a pobreza de forma imediata por meio de transferência direta de renda à família, além de buscar contribuir para a redução da reprodução do ciclo de pobreza. Dentre suas condicionalidades, o programa garante às crianças e adolescentes um acompanhamento da frequência escolar, o que está diretamente ligada a garantia de direitos, influenciando o enfrentamento à violações de direitos sofrida por crianças em situação de vulnerabilidade social. Realizamos um estudo de caso por meio de uma entrevista semi-estruturada com uma família participante do programa, analisando as informações obtidas de forma qualitativa. Por meio desse estudo, pudemos identificar as mudanças ocorridas na renda familiar após a inclusão no PBF, garantindo a família beneficiária um maior poder aquisitivo. Apesar disso, verifica-se que o programa não conseguiu, de maneira expressiva, proporcionar a quebra do ciclo da pobreza, focando-se apenas na transferência de renda, não ofertando meios que subsidiem a construção da cidadania. Palavras-chave: Programa Bolsa Família. Violação de direitos. Vulnerabilidade. Pobreza. Condicionalidades. Introdução O presente artigo tem por objetivo investigar o Programa Bolsa Família (PBF) como estratégia na garantia dos direitos básicos de crianças pobres, minimizando situações de negligência e vulnerabilidade social. Para tal, buscou-se articular os aspectos teóricos do PBF com a vivência de uma família participante do programa, por meio de um estudo de caso. Yin 1 Psicóloga Social na Secretaria Municipal de Assistência Social na Prefeitura Municipal de Campo Grande e Pós-graduanda do Curso de Especialização Educação, Pobreza e Desigualdade Social pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). E-mail: [email protected].

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Trabalho de Conclusão de Curso

PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO ÀS

VIOLAÇÕES DE DIREITOS DE CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE POBREZA

Laura Massuda Mendonça (1)

Resumo:

Este artigo objetiva, por meio de um estudo de caso, investigar o Programa Bolsa Família

como estratégia na garantia dos direitos básicos de crianças pobres, minimizando situações de

negligência e vulnerabilidade social. O Programa Bolsa Família visa aliviar a pobreza de

forma imediata por meio de transferência direta de renda à família, além de buscar contribuir

para a redução da reprodução do ciclo de pobreza. Dentre suas condicionalidades, o programa

garante às crianças e adolescentes um acompanhamento da frequência escolar, o que está

diretamente ligada a garantia de direitos, influenciando o enfrentamento à violações de

direitos sofrida por crianças em situação de vulnerabilidade social. Realizamos um estudo de

caso por meio de uma entrevista semi-estruturada com uma família participante do programa,

analisando as informações obtidas de forma qualitativa. Por meio desse estudo, pudemos

identificar as mudanças ocorridas na renda familiar após a inclusão no PBF, garantindo a

família beneficiária um maior poder aquisitivo. Apesar disso, verifica-se que o programa não

conseguiu, de maneira expressiva, proporcionar a quebra do ciclo da pobreza, focando-se

apenas na transferência de renda, não ofertando meios que subsidiem a construção da

cidadania.

Palavras-chave: Programa Bolsa Família. Violação de direitos. Vulnerabilidade. Pobreza.

Condicionalidades.

Introdução

O presente artigo tem por objetivo investigar o Programa Bolsa Família (PBF)

como estratégia na garantia dos direitos básicos de crianças pobres, minimizando situações de

negligência e vulnerabilidade social. Para tal, buscou-se articular os aspectos teóricos do PBF

com a vivência de uma família participante do programa, por meio de um estudo de caso. Yin

1 Psicóloga Social na Secretaria Municipal de Assistência Social na Prefeitura Municipal de Campo Grande e

Pós-graduanda do Curso de Especialização Educação, Pobreza e Desigualdade Social pela Universidade Federal

de Mato Grosso do Sul (UFMS). E-mail: [email protected].

Trabalho de Conclusão de Curso

(2015) define estudo de caso como um método de pesquisa aplicado às ciências sociais, que

visa investigar um fenômeno contemporâneo no seu contexto real, contribuindo para o

conhecimento de fenômenos individuais, grupais, organizacionais, sociais, políticos e

relacionados.

Zimmermann (2006) destaca a relevância de estudos sobre as políticas públicas

voltados para a garantia do direito humano por se tratar de uma temática pouco discutida em

meio acadêmico, pois entende-se as políticas de proteção social muito mais como um

discurso humanitário do que como um direito.

Paralelo as afirmações de Zimmermann (2006), o Art.11º do Pacto Internacional

de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (BRASIL, 1992) reconhece "o direito de toda

pessoa a um nível de vida adequado para si próprio e sua família, inclusive à alimentação,

vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoria continua de suas condições de

vida." Diante disso, faz-se necessário reconhecer as condicionalidades descritas no Programa

Bolsa Família com forma de enfrentamento às violações de direitos de crianças que se

encontram em situação de vulnerabilidade social.

Assim, o estudo de caso foi realizado com uma família participante do Programa

Bolsa Família (PBF) no Município de Campo Grande/MS; os dados foram coletados por

meio de uma entrevista semiestruturada (ANEXO I) e analisados qualitativamente,

verificando o papel do Programa Bolsa Família no enfrentamento às violações de direitos de

crianças em situação de pobreza, considerando o Estatuto da Criança e do Adolescente

(1990), bem como a Constituição Federal (1988), além de identificar as mudanças ocorridas

na renda familiar e na organização desta após a inclusão no PBF.

Primeiramente, o artigo trará os aspectos teóricos do Programa Bolsa Família e a

garantia de direitos, contextualizando o tema pobreza, baseando-se também nos direitos

garantidos por meio do ECA e da Constituição Federal. Em seguida apresentaremos a análise

do estudo de caso, encerrando com as considerações dos resultados obtidos por meio deste

estudo.

1 Programa Bolsa Família e a articulação com a garantia de direitos

Criado em 2004, por meio da Lei 10.836/2004, o Programa Bolsa Família

objetiva o alívio imediato da pobreza por meio da transferência direta de renda à família. Este

Trabalho de Conclusão de Curso

programa, proposto pelo Governo Federal, em parceria com os Municípios, surge após 40

anos de Políticas de Proteção Social no Brasil (SOARES e SÁTYRO, 2010).

O processo de construção das Políticas de Proteção Social resulta da mudança de

definição de pobreza no Brasil. Jesus (2007) retrata em seu estudo que a pobreza passou a ser

notada a partir do movimento sanitarista, no início do século XX, que trouxe a percepção de

que a falta de acesso da população aos serviços não estava ligada a ausência de estímulos

para trabalhar e sim ao descaso do governo em atender as necessidades básicas de saúde.

Segundo a autora, a compreensão da pobreza como um problema central de

desestruturação da sociedade só ocorreu a partir da década de 1960, quando o tema passou a

fazer parte dos discursos dos organismos internacionais (JESUS, 2007).

As mudanças na condução política gerada pela expansão das políticas públicas

em meio ao aumento do desemprego entre as décadas de 60 e 80, resultam em outras

mudanças de grande relevância, pois "a sociedade volta-se para a luta por seus direitos e pelo

acesso aos bens e serviços, incentivada principalmente através dos movimentos sociais, que

tem papel preponderante neste momento situado na década de 1980" (JESUS, 2007, p.05).

Segundo Figueiró (2010), no Brasil, a partir da década de 80, em decorrência do

agravamento da crise econômica e o espaço ocupado pelo discurso neoliberal, a pobreza

começa a ser tratada como uma questão social relacionada à degradação da função

integradora do trabalho.

Lavinas (2002) acrescenta que essa temática deve ser pensada principalmente no

contexto urbano, compreendendo o movimento das pessoas do campo para a cidade. Esta

representação da pobreza é mediada pela reprodução do modo urbano das condições de vida,

por meio da “dinâmica do mercado de trabalho, da natureza do sistema de proteção social e

do pacto de coesão social” (p.26), sendo evidenciada recentemente quando a temática

pobreza cede o lugar para a exclusão social.

Com a pobreza sendo percebida como uma questão social que merecia a atenção

do órgão gestor, inicia-se o trabalho das Políticas de Proteção Social, começando com a

criação da Previdência Social em 1971, consolidando-se com a Constituição Federal, em

1988, perpassando pela criação do Benefício de Prestação Continuada; o Programa de

Garantia de Renda Mínima, de 1991; Programas de Transferência de Renda Condicionada,

em 1995; o Programa de Erradicação de Trabalho Infantil, em 1996; Vale-Gás; Bolsa Escola

Trabalho de Conclusão de Curso

Federal, em 2001; para então culminar na criação do Programa Bolsa Família em 2004

(SOARES e SÁTYRO, 2010).

O fato do PBF ter sido criando com foco na família, possibilitou direcionar as

ações que já ocorriam com outros programas de forma individual para todo o grupo familiar

(MODESTO e CASTRO, 2010). De acordo com os autores, esta unificação só foi possível a

partir da criação do Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal, que permite a

atuação de uma rede intersetorial.

O Cadastro Único foi criado a partir de 2005 com orientação e apoio financeiro

do Governo Federal e realizado pelos municípios, este sistema utiliza o modelo de gestão

descentralizada e permite o cadastro e acompanhamento das famílias no PBF (MODESTO e

CASTRO, 2010). As famílias participantes são cadastradas no Cadastro Único, o que permite

a manutenção adequada dos dados e acompanhamento das condicionalidades.

O PBF possui três eixos principais a saber:

Complemento da renda — todos os meses, as famílias atendidas pelo

Programa recebem um benefício em dinheiro, que é transferido diretamente

pelo governo federal. Esse eixo garante o alívio mais imediato da pobreza.

Acesso a direitos — as famílias devem cumprir alguns compromissos

(condicionalidades), que têm como objetivo reforçar o acesso à educação, à

saúde e à assistência social. Esse eixo oferece condições para as futuras

gerações quebrarem o ciclo da pobreza, graças a melhores oportunidades de

inclusão social.

Articulação com outras ações — o Bolsa Família tem capacidade de integrar

e articular várias políticas sociais a fim de estimular o desenvolvimento das

famílias, contribuindo para elas superarem a situação de vulnerabilidade e

de pobreza (BRASIL, 2004).

Para adesão e continuidade do benefício, o PBF instituiu algumas

condicionalidades que constituem compromissos que as famílias beneficiadas devem aderir

para permanecer no programa; são eles: exame pré-natal, acompanhamento nutricional,

acompanhamento de saúde, e à frequência escolar de 85% para as crianças e adolescente de

06 a 15 anos de idade, e de 75%, para adolescente na faixa etária de 16 e 17 anos de idade

(BRASIL, 2008).

Curralero et. al. (2010) afirmam que o acompanhamento das condicionalidades

permite monitorar a oferta das políticas de educação, saúde e assistência social direcionadas

para as famílias de baixa renda, induzindo alguns comportamentos que contribuem de forma

positiva para a promoção social das familiar participantes, pois a aumento da escolarização e

Trabalho de Conclusão de Curso

o cumprimento adequado de agendas de saúde possibilitam novas perspectivas de inserção

socioeconômica.

Os autores destacam que

[...] a associação de condicionalidades de duas áreas – saúde e educação – e

o acompanhamento socioassistencial das famílias pela área da assistência

social, permitiu ao poder público realizar o acompanhamento do acesso dos

serviços a serem disponibilizados para toda a família, potencializando a

articulação e integração entre as políticas sociais. A instituição do Bolsa

Família procurou, desse modo, integrar e unificar os procedimentos de

gestão dos antigos programas de transferência de renda do Governo Federal,

com o propósito de contribuir também com a consolidação de uma rede de

proteção social ampliada para as famílias mais pobres. (CURRALERO et.

al., p.158)

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário - MDS (2015)

o PBF beneficiou cerca de 13,9 milhões de famílias que se encontram na linha da pobreza,

tendo como renda até R$164 mensais por pessoa, sendo que, conforme relatório diagnóstico

do Plano Brasil Sem Miséria (BRASIL, 2016).

O valor recebido pela família participante do PBF dependerá de sua composição e

de sua renda, sendo estabelecido pelo MDS as seguintes condições para o cálculo do

benefício:

Benefício básico, no valor de R$ 85,00 pago apenas a famílias

extremamente pobres (renda mensal por pessoa de até R$ 85,00);

Benefícios variáveis vinculado à criança ou ao adolescente de 0 a 15 anos,

no valor de R$ 39,00 (até cinco por família), pago às famílias com renda

mensal de até R$ 170,00 por pessoa e que tenham crianças ou adolescentes

de 0 a 15 anos de idade em sua composição (é exigida frequência escolar

das crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos de idade);

Benefícios variáveis vinculado à gestante, no valor de R$ 39,00, pago às

famílias com renda mensal de até R$ 170,00 por pessoa e que tenham

grávidas em sua composição. São repassadas nove parcelas mensais. O

benefício só é concedido se a gravidez for identificada pela área de saúde

para que a informação seja inserida no Sistema Bolsa Família na Saúde;

Benefício Variável Vinculado à Nutriz, no valor de R$ 39,00, pago às

famílias com renda mensal de até R$ 170,00 por pessoa e que tenham

crianças com idade entre 0 e 6 meses em sua composição, para reforçar a

alimentação do bebê, mesmo nos casos em que o bebê não more com a

mãe;

Benefício Variável Vinculado ao Adolescente, no valor de R$ 46,00 (até

dois por família), pago às famílias com renda mensal de até R$ 170,00 por

pessoa e que tenham adolescentes entre 16 e 17 anos em sua composição. É

exigida frequência escolar dos adolescentes; e

Benefício para Superação da Extrema Pobreza, em valor calculado

individualmente para cada família, pago às famílias que continuem com

Trabalho de Conclusão de Curso

renda mensal por pessoa inferior a R$ 85,00, mesmo após receberem os

outros tipos de benefícios do Programa. O valor do benefício é calculado

caso a caso, de acordo com a renda e a quantidade de pessoas da família,

para garantir que a família ultrapasse o piso de R$ 85,00 de renda por

pessoa. (BRASIL, 2015b)

Gennari (2015) retrata que a erradicação da pobreza e da fome é uma das

prioridades mundiais, sendo o primeiro objetivo citado nos Objetivos de Desenvolvimento do

Milênio (ODM), cuja meta para 2015 era diminuir pela metade o percentual de pessoas que

sobrevivem com menos de 1,25 dólares americanos por dia, que caracteriza a pobreza

extrema. De acordo com a autora, o objetivo foi alcançado em 2012, graças a três países

populosos: "Brasil, onde o percentual passou de 17,2% em 2005 para 6,1% em 2012; China,

que no mesmo período passou de 60,2% para 13,1% e Índia, que reduziu de 49,4% para

32,7%" (PNUD, 2013 apud GENNARI, 2015, p. 44).

De acordo com Modesto e Castro (2010), nos primeiros sete anos de PBF

avaliou-se que o mesmo teve impacto na

[...] redução dos indicadores de pobreza e de desigualdade de renda; que não

produzia incentivos inadequados sobre a oferta de trabalho; que aumentava

a frequência e a aprovação escolar, elevava os níveis de vacinação no

período apropriado e reduzia a desnutrição infantil; e que melhorava o

acompanhamento médico das mulheres grávidas. (p.16)

Curralero et. al. (2010) avaliam o impacto do PBF em 2009 de maneira positiva,

destacando o aumento da frequência escolar de jovens de 15 a 17 anos de idade, beneficiários

do PBF, comparado a jovens não beneficiários com o mesmo perfil; a melhora nas taxas de

progressão escolar de beneficiário que se mantêm na escola até os 14 anos; além de ser

registrado um aumento nas realizações de consultas de pré-natal e a vacinação em dia dos

membros das famílias beneficiárias.

As condicionalidades do PBF atendem diretamente a seguridade dos direitos das

crianças e adolescentes definidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), pois

também é dever do estado garantir a efetivação do direito à vida, saúde, alimentação,

educação, esporte, lazer, cultura, dignidade, liberdade e convivência familiar e comunitária.

A Constituição Brasileira de 1988 prevê os direitos fundamentais inerentes a

pessoa humana, garantindo especialmente, os direitos sociais, que são descritos no Art. 6º,

Trabalho de Conclusão de Curso

"são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o

lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência

aos desamparados, na forma desta Constituição" (BRASIL, 1988). Alguns desses direitos

sociais também são descritos nos três principais eixos do PBF, reforçando o acesso à

educação, à saúde e à assistência social.

Como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, o Art. 3º da

Constituição Federal estabelece:

I- construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o

desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e

reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos,

sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas

de discriminação. (BRASIL, Con1988)

O Art. 203 dispõe sobre os objetivos da assistência social, podendo destacar os

seguintes itens: “I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e a à

velhice; II – o amparo às crianças e adolescentes carentes; III – a promoção da integração ao

mercado de trabalho” (BRASIL, 1988), como aspectos básicos que permeiam as políticas

sociais de distribuição de renda.

Considerando que um dos requisitos para a participação do PBF é a renda

familiar, pode-se afirmar que toda família inserida no programa encontra-se em situação de

vulnerabilidade social, principalmente financeira. Ao unificar antigos programas sociais de

distribuição de renda e garantias de direitos humanos, o PBF propõe a superação do ciclo de

pobreza que estas famílias se encontram.

Dialogando com os direitos universais, Curralero et. al. (2010) afirmam que ao

considerar saúde, educação e assistência social como políticas universais, as

condicionalidades do PBF tem por objetivo reforçar esses direitos sociais, verificando que,

apesar de direitos universais, as políticas sociais não alcançam a população em sua totalidade,

principalmente no que se refere à oferta dos serviços.

Observa-se que ao determinar as condicionalidades às famílias participantes, o

PBF possibilita um melhor acompanhamento dos direitos sociais já garantidos pela

legislação, permitindo verificar se a violação dos mesmos é decorrente da ausência de

políticas públicas de atendimento à família ou da negligência familiar. Diante desta

constatação, verifica-se que o Programa Bolsa Família pode ser reconhecido como uma

Trabalho de Conclusão de Curso

estratégia de enfrentamento às violações de direitos de crianças que se encontram em situação

de vulnerabilidade social.

2 PBF NO ENFRENTAMENTO ÀS VIOLAÇÕES DE DIREITOS – UM ESTUDO DE

CASO

Para compreensão deste estudo de caso, faz-se necessário conceituar o termo

“vulnerabilidade social”. De acordo com Monteiro (2011), está temática começa a emergir no

anos 90, após o esgotamento da terminologia “pobreza”, pois esta relaciona-se apenas às

questões econômicas, limitando as possibilidades de estudo e consolidação das políticas

públicas.

Segundo a autora, a temática “vulnerabilidade social” direciona-se para os setores

mais desprovidos da sociedade, para então compreender os determinantes do processo de

empobrecimento (MONTEIRO, 2011).

Paulilo e Dal Bello (2002) definem a vulnerabilidade social como condições ou

circunstâncias vivenciadas pela pessoa, associadas à situações ambientais de risco, que

podem ser minimizadas ou revertidas.

Ao distinguir risco e vulnerabilidade, Janczura (2012) afirma que o conceito de

vulnerabilidade refere-se aos indivíduos, enquanto risco está associado a grupos e população.

Em seu estudo, verifica-se que a vulnerabilidade não possui uma condição passiva baseada

somente em carências sociais, devendo ela ser compreendida a partir da visão dos direitos

inerentes a pessoa humana e a cidadania.

Em Campo Grande/MS, o Centro de Referência da Assistência Social – CRAS

vinculado à Secretaria de Assistência Social do município e desenvolve o trabalho voltado

aos serviços de proteção social básica, que constituem em programas, projetos e benefícios da

assistência social que visam prevenir situações de vulnerabilidade e risco social,

desenvolvendo potencialidades e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários

(BRASIL, 2009), O CRAS realiza o acompanhamento das famílias beneficiárias do Programa

Bolsa Família e até abril de 2016, o programa possuía 27.581 famílias do município

(BRASIL, 2016).

Trabalho de Conclusão de Curso

O presente estudo foi realizado com uma família beneficiária do Programa Bolsa

Família, composta por 11 membros, sendo a genitora e provedora da família, Sra. E., de 32

anos, e seus 10 filhos, com idades entre 16 e 01 ano (16, 12, 10, 09, 08, 07, 05, 03, 02 e 01

ano especificamente).

Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semi-estrutura, realizada na

residência da família. Para a coleta, a entrevista foi gravada, para então ser transcrita,

realizando a análise qualitativa da mesma.

Por meio deste estudo de caso, identificamos a percepção da usuária em relação

ao PBF, além de levantarmos dados sobre as mudanças ocorridas na vida de seus familiares

após a inclusão no programa, avaliando também à eficiência do mesmo na garantia de

direitos dos membros da família.

Sra. E. recebe o benefício há cerca de três anos, e atualmente o valor recebido é

de R$ 682,00. Todos os seus filhos encontram-se inseridos em uma unidade de ensino

regular; o filho mais velho, está inserido no Educação de Jovens e Adultos - EJA, em período

noturno, os filhos com idade entre 12 e 05 anos, encontram-se inseridos na rede municipal de

ensino, e os de 03, 02, e 01 ano, frequentam o Centro de Educação Infantil próximo a

residência.

A família utiliza dos serviços básicos de saúde oferecidos em seu bairro, no

entanto o serviço de acompanhamento do PBF é realizado pelo Centro de Assistência Social-

CRAS localizado relativamente distante de seu bairro, sendo necessário a locomoção com

uso de transporte público.

No momento, Sra. E. trabalha de maneira informal como empregada doméstica,

realizando diárias em uma casa de família. A mesma justificou não ser possível um trabalho

com horário fixo, pois o fato de possuir 10 filhos, com horários escolares diversos,

impossibilita que a mesma cumpra uma carga horária de trabalho de 08h diárias. Dessa

forma, além do benefício do PBF, Sra. E. possui uma média salarial de R$ 400,00 mensais, e

também recebe o Benefício Vale Renda, no valor de R$ 170,00.

A usuária do PFB avalia o programa como muito bom, pois auxilia a família com

os gastos de energia elétrica e água encanada, além de possibilitar a compra de alimentos. De

acordo com a Sra. E. o PBF ajudou a melhorar as condições de vida da família, pois

antes a gente não tinha condições. Hoje em dia a gente já tem, como se

manter, como viver. Antes era bem precário, passava bastante dificuldade,

hoje em dia é bem melhor [sic].

Trabalho de Conclusão de Curso

Além do recurso financeiro, Sra. E. informo que o PBF oferece curso para as

famílias beneficiárias, porém desde quando a família começou a receber o benefício, Sra. E.

participou apenas de um curso,

eu fiz um curso de administração de dinheiro, como administrar o dinheiro

do programa, de onde ele vem e pra onde ele vai, fiz o curso lá no CRAS

[sic].

Em contraponto ao tempo de recebimento do programa e a atuação do mesmo

para que a família tenha um desenvolvimento socioeconômico a fim de deixar de utilizar o

programa, Zimmermann (2007) indica que as críticas recebidas pela condução do PBF está

diretamente relacionada ao fato de a partir do momento que o PBF não exige uma

contrapartida dos usuários, reflete-se “acerca da possibilidade de promoção do comodismo e

do contentamento com a renda mínima. Pergunta-se: o referido auxílio erradica de fato a

pobreza ou a mantém, amparada pela "acomodação" dos seus beneficiários?”.

Observa-se que o auxílio financeiro recebido favoreceu a melhora nas condições

de vida da família, retirando-a da miserabilidade, no entanto não oportunizou meios para a

efetivação de sua independência financeira e autonomia, superando o ciclo da pobreza, pois

apesar de estar há três anos inserida no PBF, o programa ofertou apenas um curso sobre

administração do dinheiro recebido.

Sobre as condicionalidades do programa, Sra. E. relatou que sempre busca

cumprir todas as condicionalidades, por acreditar ser importante o acompanhamento escolar e

de saúde dos seus filhos, acrescentando

o que eu vejo falar é que o programa, a gente, não é um dinheiro pra

sempre, ele ajuda a gente pra ir se mantendo. Sei que tenho que manter os

filhos na escola, a carteira de vacina tem que tá regularzinha, certinha, só

isso [sic].

Conforme Ferreira (2010), os programas de transferência de renda objetiva

minimizar uma situação de miséria ou vulnerabilidade já instalada, não tendo como foco a

prevenção. Porém, ao propor as condicionalidades diretamente ligadas a segmentos de

direitos inerentes a pessoa, o PBF possibilita meios para que as crianças que pertencem a

Trabalho de Conclusão de Curso

famílias em situação de pobreza ou pobreza extrema permaneçam em ambiente escolar,

utilizando também do sistema de saúde.

A promoção deste alívio imediato da pobreza, condicionando aos direitos sociais

básicos de saúde e educação, possibilita amenizar a pobreza no curto prazo e busca superá-la

a longo prazo, acreditando que ao elevar o nível de educação das crianças participantes do

PBF, cria-se condições e diferentes oportunidades para que as mesmas possam futuramente

interromper o ciclo de reprodução da pobreza (FERREIRA, 2010). Além de contribuir para

atender os direitos básicos da criança e do adolescente em relação a educação e a saúde,

possibilita a efetivação de alguns dos direitos sociais previstos no Art. 6º da Constituição

Federal, tais como alimentação, proteção à maternidade e à infância, buscando também a

redução das desigualdades sociais.

Outro ponto a ser considerado é a percepção dos beneficiários do PBF de que o

benefício recebido é uma ajuda e não um direito adquirido por lei, associando sempre a

benevolência e ao perfil assistencialista, fator este já observado em pesquisas anteriores

(FARIA, 2015; FIGUEIRÓ, 2010).

Em relação aos pontos positivos e negativos do PBF, Sra. E. relata que

Muita gente precisa realmente desse dinheiro, mas tem muita gente que não

precisa, você vê muitos casos. Por exemplo, eu tenho dez filhos, e recebo só

R$ 682,00, é pouco! A minha amiga ali recebe 500 e pouco, então pra mim,

já é pouco, mas tá bom. Graças a Deus! Antes pingar do que secar [sic].

Verifica-se, que ao considerar o PBF como sua principal fonte de renda, diante da

quantidade de membros de sua família e comparando com outras famílias usuárias do PBF,

Sr. E. analisa o valor como insuficiente, não atendendo todas as necessidades da família. No

entanto, ao considerar o valor recebido como um subsídio para a garantia de renda mínima,

Sra. E. recebe uma quantia que permite a aquisição da alimentação de seus filhos, além de

auxiliá-la em outras despesas com a moradia.

Costa et. al. (2012) alertam sobre as deficiências existentes nas políticas sociais

de transferência de renda, pois busca-se sanar as violações de direitos causadas pela pobreza

e não violações de direitos que originam a pobreza. Assim, mesmo possibilitando o utilizar a

renda para sanar as necessidades imediatas da família, o PBF não atenua os fatores que

provocam as situações de vulnerabilidade e risco as quais as famílias beneficiárias

encontram-se sujeitas.

Trabalho de Conclusão de Curso

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como eixo principal deste artigo, buscou-se investigar o Programa Bolsa Família

como estratégia na garantia dos direitos básicos de crianças pobres, minimizando situações de

negligência e vulnerabilidade social.

Por meio do estudo de caso realizado, pudemos identificar as mudanças ocorridas

na renda familiar após a inclusão no PBF, garantindo a família beneficiária um maior poder

aquisitivo, sem no entanto retirar a esta família da situação de pobreza. Além disso, o valor

recebido permitiu a Sra. E., bem como outras famílias beneficiárias, manter seus filhos em

ambiente escolar e organizar sua jornada de trabalho em favor de seus filhos, os quais exigem

maior dedicação, permitindo o núcleo familiar zelar pelos direitos fundamentais das crianças.

Importante mencionar que ao realizar a pesquisa de embasamento teórico para o

estudo de caso, verificamos o impacto positivo resultante das mudanças ocorridas após a

implantação do PBF, em 2004, que apesar de ser um programa social seletivo, o mesmo

possui grande abrangência, refletindo de maneira positiva nos dados relacionados a educação

e saúde. Nesse sentido, o PBF tornou-se um grande aliado na garantia de direitos básicos e

universais.

Porém, ao analisarmos seus objetivos centrais, verifica-se que o programa não

conseguiu, de maneira expressiva, proporcionar a quebra do ciclo da pobreza, focando-se

apenas na transferência de renda, não ofertando meios que subsidiem a construção da

cidadania, possibilitando a inserção dos beneficiários no mercado de trabalho, o que resultaria

em sua saída do programa.

Trabalho de Conclusão de Curso

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Presidência da

República. Brasília: 1988. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 17 Agosto

2016

_____. Lei n. 8.069, de 13 de Junho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do

Adolescente e dá outras providências. Presidência da República. Brasília: 1990. Disponível

em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 10 Junho 2016.

_____. Decreto n.º 591, de 6 de Julho de 1992. Presidência da República. Brasília: 1992.

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Trabalho de Conclusão de Curso

ANEXO I – Roteiro da entrevista semiestruturada

1. Qual a sua opinião sobre o Programa Bolsa Família?

2. Quantos filhos têm e qual a idade deles?

3. Há quanto tempo recebe o benefício?

4. Qual o valor recebido?

5. O que a família faz com o valor recebido?

6. A participação o PBF ajudou a melhorar as condições de vida da família? Em quais

aspectos?

7. Qual outro auxílio, além do recurso financeiro, que o PBF proporciona para sua família?

8. A família possui outra renda além do PBF?

9. O que você sabe sobre o PBF? Conhece os objetivos e suas condicionalidades?

10. Quais condicionalidades a família cumpre corretamente?

11. O que você acha dessas condições colocadas pelo PBF para o recebimento do benefício?

12. Pra você, quais são os pontos positivos e negativos do PBF?