jornal da arquidiocese de florianópolis abril/2013

16
Juventude: Uilian faz análise crítica dos jovens no Estado e no país PÁGINA 14 Florianópolis, Abril de 2013 Nº 188 - Ano XVII 193 padres e diáco- nos participam da Missa do Crisma PÁGINA 05 Celebração marca os 50 anos da Paró- quia de Guabiruba PÁGINA 08 Propedêutico ganha nova casa de formação PÁGINA 12 ALESC promoveu sessão especial para a CF-2013 PÁGINA 11 PAPA FRANCISCO Primeiro latino americano, primeiro jesuita e primeiro papa a adotar o nome de Francisco, Dom Jorge Bergoglio é conhecido pela simplicidade e humildade A eleição do Cardeal argen- tino, realizada no dia 13 de mar- ço, causou surpresa no mundo inteiro, já que não era cogitado entre os principais candidatos. Após apenas três votações, foi elei- to com mais de dois terços dos 115 votos dos cardeais. Homem simples e humilde, Dom Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, era cardeal de Buenos Aires. Como nome, adotou Fran- cisco, homenagem a São Francis- co de Assis. A escolha teve inspi- ração em Dom Cláudio Hummes, cardeal brasileiro, que lhe disse: “Não se esqueça dos pobres”, como os apóstolos em Jerusalém recomendaram a Paulo (conf. Gálatas 2,10). PÁGINAS 02 e 03 Dom Jorge Mario Bergoglio é homem simples e humilde, e deve adotar essas características em seu ministério Por uma força especial dada pelo único Deus criador, nossos pais nos deram o corpo e a alma, enquanto geradores neste mun- do, criadores na ordem da natu- reza terrena. Deus nos deu o cor- po e a alma, enquanto Criador transcendental, fonte de toda a vida. Ele é criador na ordem da graça, mistério que só alcança- mos pela fé. Criados na unidade global de corpo e alma, deixamo- nos, porém, marcar pelo peca- do, causa de profunda divisão interna, que se manifesta em RESSURREIÇÃO para a Vida Eterna Tema do Mês toda a sua força e pavor na mor- te, com a separação entre alma e corpo. Uma separação provi- sória, contudo! Pois nossa fé nos diz que a alma humana, que após o julgamento já vive no céu (ou no inferno), continua atrela- da ao corpo e aguarda ansiosa a ressurreição definitiva de nossa carne para podermos – na uni- dade recomposta de corpo e alma, na totalidade de nosso ser – viver a vida eterna em Deus (ou a morte eterna, sem Deus). PÁGINA 04 Participe do Jornal da Arquidiocese POR CARTA Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis POR E-MAIL [email protected] PELO SITE www.arquifln.org.br CATEDRAL 300 ANOS Edição especial resgata a história da Paróquia da Catedral Caderno especial de quatro páginas fala sobre os even- tos comemorativos aos 300 anos da Paróquia Nossa Se- nhora do Desterro e Santa Catarina, a Catedral. Também recorda o crescimento da igreja e os eventos históricos em que esteve envolvida nesse tempo. Ainda mostra as ativi- dades desenvolvidas na paróquia nos dias de hoje. Encontro reúne ex-alunos do Semi- nário de Azambuja PÁGINA 03

Upload: arquidiocese-de-florianopolis

Post on 12-Mar-2016

221 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Jornal da Arquidiocese de Florianópolis(SC) Edição 188, ano XVII, Abril/2013

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

Juventude: Uilian faz análise crítica dos jovens no Estado e no país PÁGINA 14

Florianópolis, Abril de 2013 Nº 188 - Ano XVII

193 padres e diáco-nos participam da

Missa do Crisma PÁGINA 05

Celebração marca

os 50 anos da Paró-

quia de Guabiruba PÁGINA 08

Propedêuticoganha nova casade formação

PÁGINA 12

ALESC promoveu

sessão especialpara a CF-2013

PÁGINA 11

PAPA FRANCISCOPrimeiro latino americano, primeiro

jesuita e primeiro papa a adotar o nome

de Francisco, Dom Jorge Bergoglio é

conhecido pela simplicidade e humildadeA eleição do Cardeal argen-

tino, realizada no dia 13 de mar-ço, causou surpresa no mundointeiro, já que não era cogitadoentre os principais candidatos.Após apenas três votações, foi elei-to com mais de dois terços dos115 votos dos cardeais.

Homem simples e humilde,Dom Jorge Mario Bergoglio, 76anos, era cardeal de Buenos

Aires. Como nome, adotou Fran-cisco, homenagem a São Francis-co de Assis. A escolha teve inspi-ração em Dom Cláudio Hummes,cardeal brasileiro, que lhe disse:“Não se esqueça dos pobres”,como os apóstolos em Jerusalémrecomendaram a Paulo (conf.Gálatas 2,10).

PÁGINAS 02 e 03

Dom Jorge Mario Bergoglio é homem simples e humilde, e deve adotar essas características em seu ministério Por uma força especial dadapelo único Deus criador, nossospais nos deram o corpo e a alma,enquanto geradores neste mun-do, criadores na ordem da natu-reza terrena. Deus nos deu o cor-po e a alma, enquanto Criadortranscendental, fonte de toda avida. Ele é criador na ordem dagraça, mistério que só alcança-mos pela fé. Criados na unidadeglobal de corpo e alma, deixamo-nos, porém, marcar pelo peca-do, causa de profunda divisãointerna, que se manifesta em

RESSURREIÇÃOpara a Vida Eterna

Tema do Mês

toda a sua força e pavor na mor-te, com a separação entre almae corpo. Uma separação provi-sória, contudo! Pois nossa fé nosdiz que a alma humana, queapós o julgamento já vive no céu(ou no inferno), continua atrela-da ao corpo e aguarda ansiosa aressurreição definitiva de nossacarne para podermos – na uni-dade recomposta de corpo ealma, na totalidade de nosso ser– viver a vida eterna em Deus(ou a morte eterna, sem Deus).

PÁGINA 04

Participe do

Jornal da

Arquidiocese

P O R C A R TA

Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis

P O R E - M A I L

[email protected] E L O S I T E

www.arquifln.org.br

CATEDRAL 300 ANOSEdição especial resgata a história

da Paróquia da CatedralCaderno especial de quatro páginas fala sobre os even-

tos comemorativos aos 300 anos da Paróquia Nossa Se-nhora do Desterro e Santa Catarina, a Catedral. Tambémrecorda o crescimento da igreja e os eventos históricos emque esteve envolvida nesse tempo. Ainda mostra as ativi-dades desenvolvidas na paróquia nos dias de hoje.

Encontro reúne

ex-alunos do Semi-

nário de Azambuja PÁGINA 03

Page 2: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

Palavra do PapaPalavra do PapaPalavra do PapaPalavra do PapaPalavra do Papa Francisco

Páscoa: mistériocentral da nossa fé

O Papa Fran-cisco é a respos-

ta às oraçõesdos fiéis do

mundo inteiroque pediam a

Deus um papa‘segundo o Seu

coração’”.

Que o Mistériopascal possa atuar

profundamenteem nós e neste

nosso tempo, a fimde que o ódio ceda

lugar ao amor”.

Abril 2013 Jornal da ArquidioceseOpinião2

Palavra do BispoPalavra do BispoPalavra do BispoPalavra do BispoPalavra do Bispo Dom Wilson Tadeu Jönck Arcebispo de Florianópolis

PAPA FRANCISCO

Papa Francisco, 01 de abril, naAlocução do Angelus

Habemus Papam – No dia 13de março, o Cardeal de BuenosAires, Jorge Mário Bergoglio, eleitopelo conclave, foi anunciado comosucessor do Papa Bento XVI, querenunciou em 28 de fevereiro. Aoescolher o nome de Francisco, tor-nava conhecido o seu modo de serpastor em Buenos Aires. Mostraespírito despojado e busca estarmuito próximo das pessoas, sobre-tudo dos mais simples. Sua indica-ção para a sede de Pedro contra-riou os prognósticos dos vaticanistasde plantão. Comprova-se mais umavez que a eleição de um papa nãosegue os conchavos e disputas elei-torais dos pleitos realizados emnossas cidades. O Papa Franciscoé a resposta às orações dos fiéis domundo inteiro que pediam a Deusum papa “segundo o Seu coração”.

Primeira vez – Foi a primeiravez que um cardeal sul-americano

foi escolhido para dirigir a Igreja. Omundo inteiro se alegrou com opovo argentino, pela escolha do seuCardeal. Pela primeira vez, um papaescolhe o nome de Francisco. Nun-ca antes um jesuíta tinha se torna-do papa. A tríplice novidade nos dáa certeza de que a Igreja viverá umnovo tempo, uma época de acolhi-da mais determinada da mensa-gem do Evangelho de Jesus Cristo.

Experiência de regime to-

talitário – Esta é uma marca dostrês últimos papas. O Papa JoãoPaulo II sentiu o peso do regimecomunista. Na experiência da res-trição da liberdade individual, for-mou sua personalidade e construiua resposta ao chamado de Deuspara dirigir o seu povo. Já o PapaBento XVI, viveu sua infância e par-te da juventude sob o regime nazis-ta. Vivenciou pessoalmente o quan-to o desejo de dominar pode desfi-

gurar o ser humano e a própria soci-edade. Também o Papa Franciscoenfrentou a dura realidade da dita-dura militar, que atingiu a Argenti-na, e o nosso e outros países daAmérica do Sul. Os três conheceram,em suas próprias vidas, de modoconcreto, a realidade do mal. Suasvidas foram forjadas no enfrenta-mento dessa realidade. E levaramessa experiência de vida para o exer-cício do governo da Igreja.

Presença na JMJ do Rio de

Janeiro – O anúncio foi dado pelopróprio Papa durante a homilia naMissa de Ramos. Disse que quercaminhar com os jovens. Pedeuma preparação espiritual, e de-seja que o Encontro dos jovens noRio de Janeiro seja um sinal de fépara o mundo inteiro.

Sobre el ciel y la tierra – Éo título do livro em que o cardeal

Bergoglio expõe o que pensa so-bre a Igreja católica, sobre pontosda doutrina e da moral. O livromostra como governava a Arqui-diocese de Buenos Aires. Apresen-ta-se como alguém muito próximodo povo, firme na defesa dosensinamentos da Igreja, bem comdos valores do moral cristã.

Dois pensamentos– “Pode-mos caminhar o quanto quiser-mos, podemos construir muitascoisas, mas se não proclamarmosJesus Cristo, algo está errado. Va-mos nos tornar uma ONG piedosa,e não uma Igreja que é a esposade Cristo”. “Quando caminhamossem a cruz, quando construímossem a cruz e quando proclamamosCristo sem a cruz, não somos dis-cípulos do Senhor. Somos terrenos.Podemos ser bispos, padres, car-deais, papas, tudo isso, mas nãosomos discípulos do Senhor”.

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Wilson Tadeu Jönck, Pe. Leandro Rech,

Pe. Revelino Seidler, Pe. José Ar tulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda

Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva, Carlos Martendal, Felipe Candin -

Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor. de Publicidade:

Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino -

Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense

Jornal da Arquidiocese de FlorianópolisRua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis

Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799E-mail: [email protected] - Site: www.arquifln.org.br24 mil exemplares mensais

Feliz Páscoa a todos! Agradeço-lhes por virem também hoje tão nu-merosos a esta praça, a fim de com-partilharmos a alegria da Páscoa,mistério central da nossa fé. Que aforça da Ressurreição de Cristo pos-sa alcançar cada pessoa, especial-mente quem sofre, e todas as situ-ações mais necessitadas de confi-ança e esperança. Cristo venceu omal de modo pleno e definitivo, mastoca a nós, pessoas de cada tem-po, acolher esta vitória em nossavida e nas realidades concretas dahistória e da sociedade. Por issoparece-me importante sublinhar oque hoje pedimos, na liturgia destesegundo dia da Páscoa: Ó Pai, quefazes crescer a tua Igreja dando-lhesempre novos filhos pelo batismo,concede a teus fiéis a graça de ex-primirem, na vida, o sacramentoque receberam pela fé!

É verdade: o Batismo, que nosfaz filhos de Deus, e a Eucaristia,que nos une a Cristo, devem tornar-se vida, isto é, devem traduzir-se ematitudes, gestos, escolhas. A graçacontida nos sacramentos pascaisé um potencial de renovação enor-me para a existência pessoal, paraa vida das famílias, para as relaçõessociais. Mas tudo passa através docoração humano: se eu me deixotocar pela graça do Cristo ressusci-tado, se lhe permito de mudar-menaquele aspecto que não é bom,

que pode prejudicar a mim e aosoutros, eu permito à vitória de Cris-to que se confirme na minha vida,que alargue a sua ação benéfica.Esse é o poder da graça! Sem agraça de Deus não podemos nada.Mas com a graça do Batismo e daComunhão eucarística posso tor-nar-me instrumento da misericór-dia de Deus, da bendita misericór-dia de Deus. Exprimir na vida o sa-cramento que recebemos: eis, ca-ros irmãos e irmãs, o nosso empe-nho quotidiano, mas eu diria tam-bém, a nossa alegria quotidiana!Oremos juntos, em nome do Se-nhor ressuscitado, e pela interces-são de Maria Santíssima, para queo Mistério pascal possa atuar pro-fundamente em nós e neste nos-so tempo, a fim de que o ódio cedalugar ao amor, a mentira à verda-de, a vingança ao perdão, a triste-za à alegria. Amém.

O que você espera do Papa Francisco?Diante da renúncia de Bento

XVI, lembrei-me de uma frase queminha mãe ora ou outra citava:‘até aqui o Senhor nos sustentou’.E é o que sinto quando olho parao Papa Francisco. Acredito, apoia-do pela fé, que o mesmo Senhorcontinuará sustentando sua mes-ma Igreja. Eu não espero do PapaFrancisco, mas espero com ele.Recordando um dos seus primei-ros gestos como Papa, pedindonossa oração, penso que deve-mos de fato rezar e rogar a Deuspara que o sustente em sua mis-são, bem como nos sustente a nóstambém na nossa.

Emanuel Poletto,Paróquia da Santíssima Trindade -

Florianópolis

Que ele como o doce Cristo naterra, possa guiar a barca dePedro, a Igreja, no Caminho doCristo Senhor. Que ele nos ensinea amar e servir a Cristo como seuspredecessores o fizeram. Queaprendamos com ele a estar a ser-viço da vida e da evangelização,mesmo se tivermos de passar portribulações. Acredito que seu mi-nistério será de continuidade como dos últimos pontífices, e assimfará com que o Evangelho sejauma resposta aos desafios dosnossos dias.

Irmã Geisa SantosIrmã do Instituto N.Sra. do Bom

Conselho, Florianópolis

Espero que, por ser Latino-Americano, zele de modo espe-cial pela Igreja em nosso conti-nente, sobretudo na questão

pastoral. Que, guiado pelo Espíri-to Santo, una em si a simplicida-de de São Francisco de Assis, ainteligência de um jesuíta, o vigorde um Latino-Americano e a pri-mazia de São Pedro, e guie a Igre-ja com solicitude e amor. Já de-monstrou ser um homem simples,humilde, e disposto a dar especi-al atenção aos mais pobres. Já nosdeu fortes indícios de como seráa sua ação pastoral.

Lucas Casimiro F. TeixeiraSeminarista do segundo ano de

Filosofia da Arquidiocese, Brusque

OpiniãoOpiniãoOpiniãoOpiniãoOpinião

Caso queira compartilhar conosco algo que deseje ser refletido nesse espaço, envie suasugestão para [email protected]. As sugestões serão analisadas pela equipe.

Page 3: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

Jornal da Arquidiocese Abril 2013

3Geral

Francisco: o Papa dos pobresDom Jorge Bergoglio é o primeiro latino americano, primeiro jesuita e o primeiro a chamar-se Francisco

Humilde, simples e com umaopção real pelos pobres. Assim podeser definido o cardeal argentino DomJorge Mario Bergoglio, 76 anos, que,no dia 13 de março, foi eleito Papa.Nesse dia, por volta das 15h deBrasília, a chaminé da CapelaCistina, de Roma, expelia fumaçabranca anunciando aos fiéis católi-cos do mundo todo: “Temos Papa!”.

Surpresa para muitos, já queapenas na manhã do dia anterioros 115 cardeais estavam reunidose era apenas a terceira vez que achaminé expelia fumaça (duasvezes antes com a fumaça pretaindicando a falta de consenso).Isso significava que o novo papa jáhavia conseguido pelo menos doisterços dos votos dos cardeais.

Depois de quase duas horasde ansiosa espera, era anuncia-do o nome do sucessor de Pedro,bispo de Roma e líder da Igreja noMundo: Dom Jorge Mario Ber-

Divulgação/JA

Papa Francisco: nome teve inspiração em Dom Claudio Hummes

goglio, cardeal arcebispo deBuenos Aires, na Argentina, eraeleito o novo Papa. E assumiu onome de Francisco.

É o primeiro latino americano,o primeiro pertencente a Ordemdos Jesuítas. Na Argentina, o Car-deal Bergoglio era conhecido porser um intenso defensor da ajudaaos pobres. Também costumaapoiar programas sociais e desa-fiar publicamente políticas de li-vre mercado.

Embora se mostre preocupa-do com a população de baixa ren-da, o papa não é conhecido comoadepto da Teologia da Libertação,corrente bastante prestigiada naIgreja do Brasil. Ele foi um dos re-datores do Documento deAparecida, em 2007.

Inspiração brasileiraNo dia 16 de março, três dias

depois de sua eleição, ele expli-cou que escolheu o nome de SãoFrancisco de Assis após uma re-

Vai acontecer...Vai acontecer...Vai acontecer...Vai acontecer...Vai acontecer...

Hino celebra aAnunciação do Senhor

A Catedral Metropolitana deFlorianópolis, juntamente com oCoral Santa Cecília, realizará nodia 25 de abril, às 20h, a tradicio-nal Celebração Mariana da Sole-nidade da Anunciação do Senhor,com o hino “AKÁTHISTOS”, em hon-ra da Mãe de Deus. A celebraçãoserá presidida por nosso arcebis-po Dom Wilson Tadeu Jönck.

“AKÁTHISTOS”, palavra gregaque significa “não sentado”, in-dica a forma como o Hino deveser cantado: de pé. Ele salientao momento em que Maria rece-beu o anúncio de que fora esco-lhida para gerar o Salvador, per-manecendo Virgem. A data cor-

reta é 25 de março, que ocorreexatamente nove meses antesdo nascimento de Jesus Cristo,no Natal, 25 de dezembro. Mascomo essa data, este ano, ocor-reu na Semana Santa, a Cele-bração foi transferida.

Em 1987, Ano Mariano, quiso Papa João Paulo II, que esse“poderoso e dulcíssimo hino”fosse cantado em todas as ca-tedrais do mundo. Desde então,por iniciativa de Dom MuriloKrieger, então Bispo-Auxiliar, egraças ao Coral Santa Cecília, o“Akáthistos” tem sido cantadoem nossa Catedral, estandotambém gravado em CD.

A Associação dos Ex-Alunosdo Seminário de Azambuja –AESA, através do seu Presiden-te, Ernesto de Souza, promo-ve, nos dias 19 e 20 de abril(sexta e sábado), a 17ª ediçãodo encontro entre os ex-estu-dantes do Seminário. Durante oencontro, que inicia no fim datarde do dia 19, haverá coque-tel de confraternização nas de-pendências da piscina; e, no dia

Encontro dos Ex-Alunosde Azambuja - AESA

20, asssembleia geral ordinária,prestação de contas, eleição dadiretoria de 2013 a 2015, Mis-sa de Ação de Graças e almoçofestivo. Há possibilidade de hos-pedagem no Seminário: reser-var com o Reitor, Pe. PedroSchlichting.

Mais informações pelos fo-nes (48) 3228-4649, ou (48)9915-4132, ou ainda pelo [email protected]

Paróquia São Vicente, emItajaí, sediará nos dias 13 e 14de abril mais um encontro de for-mação para casais em segundaunião. Está será a 10ª vez que aparóquia realiza o evento. A for-mação é promovida pelo CasosEspeciais da Pastoral Familiar.

Novamente o evento conta-rá com a assessoria do Pe.Roberto Aripe (Padre Chiru),da Diocese de São Leopoldo, RS,e sua equipe. Ele é o criador dametodologia “O Senhor é o meuPastor”, que orienta os casaisem segunda união.

A formação tem a finalidade

Encontro acolhe casaisem segunda união

de acolher os casais nessa situa-ção e trazê-los para a Igreja, paraque se sintam membros da comu-nidade como todo cristão. Todosos casais da Arquidiocese são con-vidados a participar. Os filhos, in-dependente da idade, tambémpodem ir. Os participantes de ou-tras cidades serão acolhidos parapernoitar em casas de família.

Os interessados devem entrarem contato com a paróquia pelofone (47) 3241-2742 ou com ocasal referencial Lieje e Rogério,pelos fones (47) 3241-2455 ou9983-2556, ou ainda pelo [email protected].

comendação feita pelo arcebispoemérito de São Paulo, Dom Cláu-dio Hummes, que estava ao seulado no momento da eleição.

“Quando os votos chegarama dois terços, aconteceu o aplau-so esperado, pois afinal eu haviasido eleito papa. E Dom Cláudiome abraçou e me beijou, e medisse: ‘Não se esqueça dos po-bres’. Eu me lembrei imediata-mente de São Francisco de As-sis”, contou, saindo do script pararevelar a história da escolha deseu nome.

Segundo o papa, seu desejo éo de “uma igreja pobre, para ospobres”. “O nome apareceu nomeu coração. Francisco é o ho-mem da pobreza, o homem dapaz, o homem que ama e protegeos seres da criação”. O papa co-mentou ainda que considera DomCláudio Hummes um “grandeamigo”. “Quando a coisa começoua ficar um pouco perigosa, ele co-meçou a me tranquilizar”, contou.

O jesuíta nasceu na capital ar-gentina e, depois de cursar o semi-nário no bairro Villa Devoto, entroupara a Companhia de Jesus, aos 19anos, em 1958. Foi ordenado pa-dre anos depois da longa formaçãoa que se submetem os jesuítas.

De 1973 a 1979, Bergoglio foiprovincial na Argentina e a partir de1980, reitor da faculdade de SanMiguel, cargo que ocupou por seisanos. Ele obteve o título de doutorem Teologia na Alemanha. Em1992, foi nomeado bispo e promo-vido a arcebispo em 1997, passan-

do a chefiar a arquidiocese deBuenos Aires desde então. Distin-guido por João Paulo II, ingressouno Colégio dos Cardeais em 2001.

Na Santa Sé, participava de di-versos discatérios: era membro daCongregação para o Culto Divinoe para a Disciplina dos Sacramen-tos, da Congregação para o Cleroe da Congregação para os Institu-tos da Vida Consagrada e das So-ciedades da Vida Apostólica, alémdo Conselho Pontifício para a Fa-mília e da Comissão Pontifíciapara a América Latina.

São Francisco de AssisSão Francisco de Assis

(1182-1226) é o padroeirodos humildes e um dos santosmais populares da Igreja Cató-lica - provavelmente tambémé o melhor recebido entre osnão-católicos ou não-cristãos.

Era filho de uma família decomerciantes ricos da Úmbria(centro da Itália), mas que de-cidiu de um dia para o outro“casar-se com a Senhora Po-breza”, dedicar-se à pregaçãoe ganhar seu pão com o traba-lho manual ou esmolas. Des-de então, é vinculado à paz e aum estilo de vida simples, derenúncia a privilégios terrestres.Foi o fundador da ordem dosreligiosos franciscanos, que di-rigem paróquias, escolas, hos-pitais e organizações de cari-dade ao redor do mundo.

Serviços realizados nos jesuítas

Page 4: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

RESSURREIÇÃO PARA A VIDA ETERNA

Ressurreição dacarne significa:

mesmo na fragili-dade de nossa car-

ne mortal seremos,se formos fiéis a

Deus, glorificados,transformados,

transfigurados”.

No Tempo Pascal confessamos a fé naressurreição para a vida eterna. O dogma danossa ressurreição é núcleo central na fé cris-tã. Não se pode ser cristão sem a fé na res-surreição de Cristo e em nossa própria res-surreição. Como Cristo ressuscitou, nós tam-bém ressuscitaremos. O Espírito Santo, queressuscitou Jesus, também há de nos res-suscitar (Rm 8,11). O ser humano é uma uni-dade indissolúvel de alma e corpo, espírito ematéria. No momento em que começamosa existir, já fomos formados nessa unidadecomposta. Não existia uma alma anterior,que viesse depois a entrar no corpo. Nemum corpo anterior, que viesse a receber umaalma proveniente das alturas. Sempre exis-timos como alma e corpo inseparáveis.

Por uma força especial dada pelo únicoDeus criador, nossos pais nos deram o cor-po e a alma, enquanto geradores neste mun-do, criadores na ordem da natureza terrena.Deus nos deu o corpo e a alma, enquantoCriador transcendental, fonte de toda a vida.Ele é criador na ordem da graça, mistérioque só alcançamos pela fé. Criados na uni-dade global de corpo e alma, deixamo-nos,porém, marcar pelo pecado, causa de pro-funda divisão interna, que se manifesta emtoda a sua força e pavor na morte, com aseparação entre alma e corpo. Uma sepa-ração provisória, contudo! Pois nossa fé nosdiz que a alma humana, que após o julga-mento já vive no céu (ou no inferno), conti-nua atrelada ao corpo e aguarda ansiosa aressurreição definitiva de nossa carne parapodermos – na unidade recomposta de cor-po e alma, na totalidade de nosso ser –viver a vida eterna em Deus (ou a morteeterna, sem Deus).

Ressurreição deNossa Totalidade

O credo cristão se serve de duas fórmu-las para afirmar essa verdade de fé: ressur-reição dos mortos e ressurreição da carne.Ressurreição dos mortos significa que, mes-mo passando pelo poder da morte, dela se-remos libertados pela força criadora eregeneradora de Deus. Ele, que um dia noscriou ex nihilo (a partir do nada), tambémnos recriará ex morte (a partir da morte) (2Mac 7,14.28). A morte não tem poder so-bre Deus. Ao contrário, sendo o Senhor dosvivos (Mc 12,27), ele vence o poder damorte e garante-nos a força da vida.

Ressurreição da carne significa quemesmo na fragilidade de nossa carne mor-tal, na materialidade caduca de nossa exis-tência, própria de todas as criaturas, nósseremos, se formos fiéis a Deus, glorifica-dos, transformados, transfigurados. Nossarealidade material – químico-físico-biológi-ca – será transfigurada. No fim dos tempos

receberemos um corpoglorioso, celestial, comoo de Cristo ressuscitado(1 Cor 15,44; Fil 3,21).Num dos prefácios damissa dos mortos, pro-fessamos: “desfeito onosso pobre corpo mor-tal, nos é dado nos céusum corpo imperecível”.

Fé na VidaEterna

Deus nos criou parao amor, para a comu-nhão com ele. Em nosso nascimento, saímosdo ventre cálido de nossa mãe para poder-mos viver de modo mais consciente nestaterra. Na morte deixaremos o ventre da mãeterra, para poder experimentar a plenitude davida. A morte é uma passagem, um parto. Éum momento – mais ou menos trágico, con-forme as circunstâncias e a preparação decada um – de um complexo maior da existên-cia. Após a morte, nos será dada a vida eter-na. Ela é dom de Deus; não é obrigação, peso;nem é conquista ou merecimento nosso. Émerecimento só na medida em que Deus querque seja mérito nosso o que provém de sua

Não se pode ser cristão sem a fé na ressurreição de Cristo e em nossa própria ressurreição.

4 Tema do Mês Abril 2013 Jornal da Arquidiocese

Divulgação/JA

Suprema Felicidade ouEterna Condenação

O céu é o estado de felicidade supremae definitiva realização. Não é um lugar físi-co, pois na vida eterna não haverá maistempo, espaço e realidade material. É umestilo de vida totalmente aberto à comu-nhão. Os que morrem na plena graça deDeus são reunidos à Igreja triunfante, ondevêem Deus face a face (1Cor 13,12). Vivemem comunhão de amor com a SantíssimaTrindade e, na rede de relações que a todosnos envolve, eles intercedem por nós. Osque morrem sem estar devidamente pre-parados para o abraço eterno do Pai, mor-rem na amizade de Deus, que lhes assegu-ra a salvação eterna. Mas precisam ser ain-da queimados na palha dos egoísmos, víci-os e manias, para poder entrar na glória docéu sem mancha alguma de pecado. For-mam a Igreja padecente. A esse estado, quetambém não é um lugar, mas uma predis-posição de correção e purificação, a Igrejacatólica chama de purgatório. Um estadopurificatório, ao mesmo tempo marcadopela dor do arrependimento e do remorso epela certeza e alegria da salvação.

Deus quer que todos se salvem e che-guem ao conhecimento da verdade (1Tm2,4). Ele tudo faz para que sua vontadesalvífica universal realmente aconteça.Mas não impõe a salvação. Amor não seimpõe; se propõe. Deus não pode forçar-nos a aceitar seu amor. Se o fizesse, seriacontraditório consigo mesmo. Deus criouo homem livre e responsável. Por isso, ape-sar de querer que todos tenham modo dese arrepender (2Pd 3,9), respeita as suasdecisões. Portanto, o próprio homem, emplena autonomia, pode querer autoexcluir-se voluntariamente da comunhão comDeus. Se alguém, até o momento da mor-te e do julgamento, persistir no pecadomortal, recusar o amor misericordioso deDeus, fechar-se em seu orgulho e não qui-ser aceitar o perdão de Deus, essa pessoaestará assumindo para si um estado devida – que na verdade é morte – de totalafastamento de Deus. A pena principal doinferno é a eterna separação de Deus. É,por isso, morte eterna, pois, separando-sede Deus, o único em quem se encontra avida e a felicidade, ninguém pode viver, nin-guém pode ser feliz.

Que o Deus dos vivos e dos mortos nosdê a graça de uma permanente e persisten-te conversão, a fim de podermos ressuscitarcom Cristo para a glória eterna!

Pe. Vitor Galdino FellerVigário Geral da Arquidiocese, Professor de Te-

ologia e Diretor da FACASC/ITESC

Email: [email protected]

graça e bondade.Como um embrião,

feto ou bebê, já vive nes-te mundo e nesta vidaterrena, também nós jávivemos na vida eterna.Estamos envolvidospela eternidade, que éo próprio Deus. Mas o di-afragma do tempo e doespaço e da realidadematerial nos impede deexperimentar a belezada eternidade. Isto sónos será possível após

o parto da morte e o juízo particular pelo qualCristo, juiz dos vivos e dos mortos, nos farápassar, cada qual individualmente, mas sem-pre na relação com os irmãos. Na vida eter-na todos seremos um em Cristo, na totalida-de do Cristo cósmico, o Pleroma, a plenitudede todas as coisas. No julgamento particu-lar, cada qual recebe de Deus a retribuiçãoimediata de salvação ou condenação, emrelação à sua fé e às suas obras. Tal retribui-ção consiste no acesso à bem-aventurançado céu, imediatamente ou depois de umaadequada purificação, ou à condenação eter-na no inferno.

Page 5: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

Jornal da Arquidiocese Abril 2013

5Geral

Missa do Crisma é realizada na CatedralDurante a celebração, os 124 padres presentes fizeram a renovação das promessas sacerdotais

Na manhã da Quinta-FeiraSanta (27/03), Dom Wilson Ta-

deu Jönck, arcebispo de Floria-nópolis, Dom Vito Schlick-

mann, bispo auxiliar emérito,124 padres e 69 diáconos perma-nentes, estiveram reunidos naCatedral de Florianópolis, às 9h,para participar da Missa do Cris-ma e da renovação das promes-sas sacerdotais, um dos grandesmomentos da Semana Santa.

Esta liturgia solene, que o Bis-po diocesano celebra com o seupresbitério e seu diacônio, é umadas principais manifestações daplenitude do sacerdócio episco-pal e é, também, sinal da estreitaunião dos presbíteros e diáconosentre si e com seu Bispo. A cele-bração da instituição do sacra-mento da Ordem, é oportunidadeúnica para os Presbíteros, com osDiáconos, renovarem, solene-mente, seu compromisso diantede Deus e da Igreja.

A esta celebração eucarísticase associa o povo fiel, represen-tando as comunidades católicasde toda a Arquidiocese, para co-memorar festivamente, em Cris-to, a participação no sacerdócioreal, comum a todos os batiza-dos. Foi o que aconteceu maisuma vez, na Catedral, que esteano está comemorando o 3º cen-tenário de criação da paróquia de

Plano de Pastoral

A Igreja tem como finalidadeexercer o pastoreio de Jesus Cris-to. Isto significa ter a mesma soli-citude, o mesmo cuidado, que Eletinha e tem para com as pessoas.“Vinde a mim” e eu vos conduzi-rei à vida. Para poder exercer essaprioridade, há necessidade debuscar, sempre de novo, os mei-os adequados. É com esse senti-do que nossa Arquidiocese elabo-rou o Plano de Pastoral. É um Pla-no estratégico para pastorear, reu-nir, formar e conduzir a porção doPovo de Deus a ela confiada.

A Paróquia Santa Inês, seguin-do as orientações da AssembléiaArquidiocesana, elaborou o seuPlano de Pastoral, tendo emvista as pessoas que participame freqüentam a Paróquia. Embo-ra sejam apenas duas comunida-des eclesiais, o território é vastoe o número é sempre oscilante eas pessoas se apresentam comnecessidades as mais variadas.

Para elaborar o Plano Paro-

quial de Pastoral, seguimos oseguinte esquema: a partir dadisponibilização do material, pelaArquidiocese e pela Comarca deItajaí, foi entregue, a cada mem-bro do CPP, uma cópia para co-nhecimento e para se começar apensar num Plano Pastoral paraa Paróquia. No dia 27 de novem-bro de 2012, houve a Assembléiaparoquial, com mais de cem lide-ranças para discutir e elaborar oPlano, dando um rosto paroquialao Plano que já tinha o rosto daArquidiocese e da Comarca.

Após a explicação da missãoque aguardava a todos, os parti-cipantes foram divididos em cin-co grupos. Cada grupo ficou en-carregado de elaborar uma Ur-

Paróquia Santa Inês – Baln. Camboriú

N.Sra. do Desterro, a igreja-mãeda Arquidiocese.

Em sua homilia, nosso arcebis-po lembrou que, ao assumiremsua missão, os padres e diáconosse comprometem aos desafioscorrespondentes. “Que neste diapossamos reviver os momentosfelizes do nosso sacerdócio, mastambém reencorajar-nos para osmomentos difíceis pelos quaispassamos”, disse.

Dom Wilson propôs ainda al-gumas pistas de comportamento:“Somos convidados a relativizaras coisas do mundo que nos cer-cam e ser fiéis a Cristo e a segui-

Lo. É preciso saber acolher o sofri-mento e compadecer-nos do so-frimento do outro”, orientou o ar-cebispo.

No final da celebração, DomWilson solicitou que todos os se-minaristas da Arquidiocese – doPropedêutico, do Menor, da Filo-sofia e da Teologia - fossem até oaltar, para serem conhecidos eincentivados pelos presentes.Também apresentou Wellington

Silva e Deivide Tiago Tomasi,que concluíram a Teologia no anopassado e que, com a graça deDeus, “em breve integrarão o nos-so presbitério”.

O Movimento de Emaús reali-zará nos dias 25 a 28 de abril, o“92º Retiro de Emaús Feminino”.Como é tradição, o retiro será reali-zado na Casa de Encontros Vila Fáti-ma, no Morro das Pedras, em Flo-rianópolis. Serão abordados temasrelacionados aos valores humanose cristãos, estimulando as jovens ase tornarem lideranças participati-

vas na sua comunidade, trabalho,faculdade e, especialmente, na suaprópria família. O Retiro está emconsonância com o que pede aCampanha da Fraternidade de2013, que os jovens sejam prota-gonistas na Igreja e na sociedade.

Para participar, as jovens devemser maiores de 18 anos. A ficha deinscrição pode ser preenchida no

Retiro Feminino de Emaús

Celebração, presidida por Dom Wilson, contou com a participação de124 padres e 69 diáconos da Arquidiocese

Fo

to

JA

gência. Houve, em seguida, um mo-mento de plenário apenas paraouvir o relatório. Três meses de-pois, em 26 de fevereiro p.p., o CPPse reuniu, com mais de quarentapessoas, quando se tomou conhe-cimento, mais de perto, do conteú-do e das tarefas que deveriam serexecutadas por todos. O materialfoi apresentado na sua formata-ção final. O Plano Pastoral recebeuentão a aprovação e, desde então,começou-se a pô-lo em prática,priorizando a ação social e a for-mação das lideranças.

Confiados na boa vontade detodos/as, queremos ser sal, luze fermento numa sociedadecom tantas sombras, tantos de-safios e numa Igreja que precisater a coragem de saber escolhero que convém para poder res-ponder melhor aos anseios daspessoas. Confiamos na organi-zação, mas de modo especial nagraça de Deus, para poder reali-zar essa missão.

Pe. Frei Ladí Antoniazzi, OFM,

pároco da Paróquia Santa Inês,

Balneário Camboriú

Capa do Plano Paroquial

site do Emaús - www.emaus.org.br/florianopolis ou no CentroArquidiocesano de Pastoral (CAP), lo-calizado no Largo São Sebastião, naBeira-Mar, em Florianópolis nas se-guintes datas: 11/04 das 19h30 às21h30, 13/04 das 10h às 12h30e 16/04 das 19h30 às 21h30. Maisinformações pelo site ou pelo [email protected].

Page 6: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

6 Bíblia Abril 2013 Jornal da Arquidiocese

Salmo 79 (78): Intervém, Senhor!Miqueias 7,10; e Sl 115,2. No Sl42,4.11, o salmista a retoma numasituação pessoal: “As lágrimas sãomeu pão dia e noite, enquanto merepetem o dia inteiro: Onde está oteu Deus?” Quanto à “vingança dosangue”, é um costume tribal, queimpunha ao parente próximo aobrigação de vingar-se do assassi-no (cf Nm 35,19). Esse “vingador”,em hebraico go’el, também tradu-zido por “redentor”, é um dos títu-los dados no livro de Isaías ao pró-prio Deus, “vingador/redentor” doseu povo: “Não temas, vermezinhode Jacó,...o teu redentor é o Santode Israel, o Senhor!” (Is 41,14) Masque isso realize-se quanto antes,em nossos dias, “aos nossosolhos”, insiste ainda o salmista.

O gemido dos cativos

11. “Chegue à tua presen-ça o gemido dos cativos; / como poder do teu braço, livra oscondenados à morte.

Como se tem ampliado, na his-tória humana, o doloroso eco des-se “gemido dos cativos”, desses“condenados à morte”! Basta lem-brar o horror dos campos de con-centração da segunda guerra mun-dial, e de tantas outras guerras,antes e depois, ainda hoje... E ahumanidade não aprende! No Sal-mo 102, lemos a resposta divinaa esse clamor: “O Senhor se incli-nou do seu alto santuário, dos céusolhou para a terra, para ouvir osgemidos dos cativos e livrar os con-denados à morte” (Sl 102,20-21).

Devolve sete vezes

12. Mas aos nossos vizi-nhos devolve sete vezes, emseu regaço, a afronta com quete afrontaram, Senhor.

Novamente, o irreprimido an-seio por desforra, agora motivadoteologicamente: a “afronta” dosnossos vizinhos, os povoslimítrofes, não atingiu propriamen-te a nós, mas a ti, Senhor: “a afron-ta com que te afrontaram”. Quan-to à devolução “sete vezes”, é umapunição que excede em muito a“lei do talião”, a qual estabelecia aigualdade entre delito e castigo (cfEx 21,24). Ora, se já a lei do taliãofoi superada por Jesus, no sermãoda Montanha (cf Mt 5,38), maisainda a devolução “sete vezes”,que Jesus transforma em perdão,repetido tantas vezes quanto ne-cessário: “Não apenas sete vezes,mas setenta vezes sete vezes” (Mt18,21-22), isto é, sempre! Quantoaos “vizinhos”, que se aproveita-ram da derrota dos judeus, o Sl137,7 os identifica como os “filhosde Edom”, os idumeus, contra osquais também levantou-se o pro-feta Abdias.

1) Quais são as posses deDeus, contra as quais ospagãos atentaram?

2) Como entender o “ciúme”de Deus contra o seupovo? E por que “arde parasempre”?

3) Como o salmista pede acompaixão de Deus paraseu povo, enquanto invo-ca o furor divino contra osinimigos?

4) O que era a “vingança dosangue”, e como entenderDeus como “vingador/re-dentor” do seu povo?

5) Que diz nosso Senhor Je-sus sobre “devolver setevezes” a afronta dos adver-sários?

6) Como é possível oversículo final, tão confian-te, após queixas e pedidostão dramáticos?

Súplica intensa, apaixonada,com ela o salmista dá voz aos so-breviventes da maior catástrofenacional da história judaica: a des-truição de Jerusalém e do Templopelos babilônios, no ano 586 antesde Cristo. Cerca de dez anos antes,em 597, a cidade já fora tomadapelos mesmos babilônios, chefia-dos por Nabucodonosor, mas nãofora destruída. Agora, reincidindo narevolta contra os dominadores, ape-sar das advertências de Jeremias,Jerusalém não escapa da destrui-ção, e do massacre quase total doseu povo. É esta a situação que édescrita nos primeiros quatroversículos. No v. 5, a pergunta an-gustiada “Até quando?” é seguidapor clamores de vingança contra osinimigos, ao mesmo tempo que porbrados de socorro e de ajuda emfavor dos que sobreviveram. Oversículo final, praticamente sempreparação, já canta vitória e pro-mete agradecimento para sempre.

Invadiram tua herança

1. Ó Deus, os pagãos inva-diram tua herança, / profana-ram teu santo Templo, / reduzi-ram Jerusalém a um montãode ruínas!

2. Abandonaram os corposdos teus servos como alimentoàs aves do céu, / e a carne dosteus santos, às feras da terra.

A invocação inicial a Deus nãolhe dá títulos nem qualificativos, p.ex., “Deus do universo”, “Deus deIsrael”, “Deus santo” etc, nem o cha-ma pelo nome de “Javé/Senhor”,revelado a Moisés no Êxodo. Osalmista entra direto no assunto: adenúncia, ou acusação formal, con-tra os “pagãos”. O que é que elesfizeram? Atentaram contra as pos-ses de Deus: sua propriedade (“he-rança”), sua morada (Jerusalém eo Templo), seus súditos (“servos”,“santos”). Eles “profanaram” o Tem-plo, crime enunciado mais vezes naLei (cf Lv 19,13) e denunciado pe-los profetas (cf Jr 7,30). Os “san-tos” são os membros do povo “san-to”, isto é, consagrado ao Senhor.Deixar seus corpos insepultos,como pasto dos abutres e das fe-ras, era o cúmulo da humilhação.

O sangue derramado

3. Derramaram o sanguedeles como água em torno deJerusalém / e não havia quemo encobrisse.

“Derramar sangue” é a conhe-cida metáfora para indicar morteviolenta. A comparação “comoágua” indica a banalidade e a vio-lência do crime. O sangue “nãoencoberto”, lit. “não enterrado”,clama ao céu, como o sangue deAbel (Gn 4,10). É nesse sentido que

clama Jó, o sofredor; “Ó terra, nãoencubras o meu sangue, e não seesconda em ti o meu clamor”.

Escárnio dos vizinhos

4. Tornamo-nos o escárniodos nossos vizinhos, / zombariae ludíbrio de quem nos rodeia.

O escárnio dos vizinhos não atin-ge apenas os sobreviventes, mas opróprio Deus, que teria sido incapazde livrar o seu povo, como explicitaa seguir, neste mesmo salmo, o v.10: “Onde está o Deus deles?”

Até quando, Senhor?

5. Até quando, Senhor? Fi-carás irado para sempre? / Vaiarder como fogo o teu ciúme?

O salmista aqui ousa expres-sar a impaciência diante do quelhe parece o endurecimento deDeus. E chega a provocá-lo, acu-sando-o de um “ciúme devorador”,como aliás preveniu Moisés, nolivro do Deuteronômio: “O vossoDeus é um fogo abrasador, é umDeus ciumento” (Dt 4,24). “Ciu-mento” de quê? Do amor e da fi-delidade do seu povo!

Teu furor,contra os pagãos!

6. Derrama teu furor contraos pagãos que não te conhe-cem / e sobre os reinos quenão invocam o teu nome,

7. pois devoraram Jacó / edevastaram sua morada.

Sentindo que o “furor” de Deusnão cessa, o orante procura alcan-çar que Ele o derrame sobre “ospagãos”, que não O conhecem, esobre “os reinos”, que não invo-cam o Seu nome. Pois esses ini-migos, certamente pelo fato denão reconhecerem o Senhor, tor-naram-se réus de um imperialis-mo devastador que não conhecelimites, e o Deus justo não podedeixar de reprimi-los.

De nós, tem compaixão!

8. Não relembres contranós as culpas de nossos pais./ Pelo contrário, venha logo aonosso encontro a tua misericór-dia, / pois estamos reduzidosà miséria extrema.

9. Socorre-nos, ó Deus, nos-so Salvador, pela glória do teunome! / Livra-nos, e perdoanossos pecados por amor doteu nome.

Depois de ter invocado a justiçapunitiva de Deus contra os inimigos,o salmista agora suplica, para o seupovo, a misericórdia que perdoa...Mas não é isso usar de “dois pesose duas medidas”, na oração?Como posso pedir que Deus meperdoe, se peço ao mesmo tempoque Ele não perdoe ao inimigo? Re-zando assim, como fica oensinamento do Senhor Jesus noPai-nosso: “Perdoai-nos, assimcomo nós perdoamos” (Mt 6,12)?Além disso, rezando assim, nãoestou seguindo a “regra de ouro”,que resume “a Lei e os Profetas”:“Tudo o que quereis que os outrosvos façam, fazei-o vós a eles!” Éverdade que a motivação dosalmista é humilde, em nome doseu povo: “Não relembres contranós as culpas...” A propósito, umdetalhe interessante, que nos fazlembrar a parábola do Pai miseri-cordioso correndo ao encontro dofilho pródigo (Lc 15,20), é o quelemos no v. 8: “Venha logo ao nos-so encontro a tua misericórdia...”

A vingança do sangue

10. Por que haveriam ospovos de dizer: “Onde está o seuDeus?” / Seja conhecida entreos povos, aos nossos olhos, avingança do sangue dos teusservos, por eles derramado.

A pergunta sarcástica dos po-vos vizinhos, já comentada acima,no v. 4, nós a encontramos tam-bém, literalmente em Joel 2,17;

Ovelhas do teu rebanho

13. Quanto a nós, teu povoe ovelhas do teu rebanho, eter-namente te daremos graças; /de geração em geração procla-maremos o teu louvor.

Este versículo final, inespera-damente tranquilo e confiante,após queixas e preces tão dramá-ticas, brota de uma fé viva que jáse compromete em agradecer,disposta a proclamar um louvoreterno, “de geração em geração”.E o “nós” do salmista é identifica-do como “teu povo e ovelhas doteu rebanho”, identificação queaparece também no Sl 74,1, no Sl95,7 e, ainda, no Sl 100,3: “Ficaisabendo que o Senhor é Deus, Elenos fez e somos seus, seu povo eovelhas do seu rebanho”. Isto,sem esquecermos o conhecidoSalmo 23, numa dimensão pes-soal que certamente não exclui acoletiva (“O Senhor é o pastor queme conduz...”). De resto, opastoreio divino é ressaltado pe-los textos proféticos contra os“maus pastores”, “que perdem edispersam as ovelhas do meu re-banho” (Jr 23,1) e “se apascen-tam a si mesmos” (Ez 34,31). Apropósito, ainda em Ezequiel, te-mos a proclamação final do cap.34: “E vós, minhas ovelhas, sois orebanho humano da minha pas-tagem, e Eu sou o vosso Deus,oráculo do Senhor” (Ez 34.31).

Pe. Ney Brasil PereiraProfessor de Exegese Bíblica na Fa-

culdade de Teologia de SC - FACASC

email: [email protected]

Para refletir:Para refletir:Para refletir:Para refletir:Para refletir:

Conhecendo o livro dos Salmos (58)Conhecendo o livro dos Salmos (58)Conhecendo o livro dos Salmos (58)Conhecendo o livro dos Salmos (58)Conhecendo o livro dos Salmos (58)

Page 7: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

Catedral deCatedral deCatedral deCatedral deCatedral deFlorianópolisFlorianópolisFlorianópolisFlorianópolisFlorianópolis

CadernoCadernoCadernoCadernoCadernoEspecialEspecialEspecialEspecialEspecial

ArquidioceseJornal da

Florianópolis, Abril de 2013 Nº 188 - Ano XVII

300 anos de fé no coração da cidade

Uma Celebração Eucarística, realizadana noite do dia 05 de março, marcou ascomemorações dos 300 anos de criaçãoda Paróquia Nossa Senhora do Desterro eSanta Catarina, a nossa Catedral. Essa foimais uma das celebrações comemorativasao terceiro centenário.

Presidida pelo Pe. Vitor Galdino

Feller, vigário geral da Arquidiocese, a ce-lebração foi concelebrada por vários padrese diáconos. Durante a missa, houve a en-trada das imagens de Nossa Senhora doDesterro e de Santa Catarina de Alexandria,respectivamente padroeira e co-padroeirada Catedral.

Em sua homilia, Pe. Vitor lembrou quefoi ali que surgiu a fé de todos os cata-rinenses. “Hoje celebramos 300 anos daconstrução da primeira igreja nesta cidade.Da vila que aqui se constituiu e, junto comela, da criação da paróquia nossa fé católi-ca se estendeu por toda a ilha, toda adiocese e todo o Estado. Aqui nasceu a nos-sa fé. A fé de todos os desterrenses, depoisflorianopolitanos, de todos os diocesanos,de todos os catarinenses. Por isso cantamos‘louvai o Senhor porque ele é bom’”.

“O Evangelho de Deus aqui se fez histó-ria. Quantos batizados, casamentos, sepul-tamentos, ordenações, anúncios da Pala-vra, Celebrações Eucarísticas, foram reali-zados aqui nesses 300 anos. O Evangelhose fez história nas nossas construçõesarquitetônicas, pinturas, esculturas, emquantas obras de arte. Impossível contar ahistória desta cidade, diocese e Estado, semreferência à paróquia que aqui surgiu”,acrescentou Pe. Vitor.

Durante as oferendas, lideranças da

paróquia levaram até o altar símbolos daspastorais, organismos e serviços existen-tes na paróquia, e que constituem as For-ças Vivas da igreja. Ao final da celebração,todos foram convidados a participar de umcoquetel de confraternização realizado noauditório da Catedral.

ProgramaçãoA Celebração do dia 05 de março, foi um

dos eventos alusivos aos 300 anos da Ca-tedral. A programação iniciou em novembrode 2012, quando no dia 25 Dom Wilson pre-sidiu a Celebração do Dia de Santa Catari-na, e se encerra em novembro deste ano.

Ainda no dia 26 de fevereiro, todos osbispos das dez dioceses da CNBB - RegionalSul IV, reunidos em Florianópolis para seuprimeiro encontro anual, participaram de umacelebração na Igreja-Mãe do Estado.

No decorrer do ano, outros eventos mar-carão os 300 anos. Todo dia 17 de cadamês, até novembro deste ano, será cele-brado o Dia de Nossa Senhora do Desterro(que é festejada no dia 17 de fevereiro), eserão convidadas as paróquias da Comar-ca da Ilha para conduzirem e animarem ascelebrações.

Toda quarta-feira, às 9h e às 15h, é cele-brada a Novena em honra a Nossa Senhorado Desterro pelas famílias em virtude de naúltima Assembleia de Pastoral ter sido defi-nida a família como prioridade pastoral.

“Em novembro haverá o encerramentodas festividades dos 300 anos com umshow religioso nacional em frente à Cate-dral”, disse Pe. Ewerton Gerent, vigário daCatedral e responsável pela organizaçãodo evento ainda sem data definida.

São 300 anos de criação da Paróquia de N.Sra.

do Desterro, a Igreja-Mãe dos acontecimentos

eclesiais vividos no Estado nesses três séculos

Bispos, padres e diáconos da Arquidiocese diante da Catedral, a nossa Igreja-Mãe

CadernoCadernoCadernoCadernoCadernoEspecialEspecialEspecialEspecialEspecial

Catedral deCatedral deCatedral deCatedral deCatedral deFlorianópolisFlorianópolisFlorianópolisFlorianópolisFlorianópolis

Page 8: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

2 3

Celebrar os 300 anos da paróquiade Nossa Senhora do Desterro de Flo-rianópolis é celebrar também os 213anos anteriores à vida paroquial. Isso émais importante ainda quando se refe-re a uma instituição religiosa pois aformalização jurídica coroa o trabalhoanterior das populações. Deus sempreage nos povos: precisamos levar emconta o que Deus fez antes da chega-da da fé cristã. O Espírito age em toda acriação e por toda parte lança semen-tes da verdade, razão pela qual em to-dos os povos brota a fé em Deus.

A Ilha de Santa Catarina, situada noAtlântico Sul, num ponto estratégico aquem demandava a Ásia pelo Oeste e,depois de 1492, o Rio da Prata, teve opovoamento iniciado cerca de 2.500aC., estendendo-se praticamente até achegada dos europeus. Tudo indica queos europeus vieram interromper o fluxodos povoadores indígenas, de tradiçãotupi-guarani, que estavam a demandaras terras do litoral. Esses povos foramchamados de “carijó” em razão de suapele mais clara. Deles a Ilha recebeu onome de Meiembipe, e dos brancos nelachegados a partir de 1500, Ilha dos Pa-tos e, logo, Ilha de Santa Catarina.

Seus primeiros moradores após aConquista portuguesa foram náufragos,desertores, degredados e padres. O pri-meiro encontro com os carijós foi pacífi-co, mas transformou-se em destruição emassacre quando as plantações de cana-de-açúcar em São Vicente, São Paulo,Rio, necessitaram de mão-de-obra. Osmissionários Frei Bernardo de

Armenta e Alonso Lebrón intentaramfundar uma Igreja livre do peso do apoiogovernamental, mas fracassaram por-que, desde 1494, pelo Tratado deTordesilhas, o papa Alexandre VI entre-gava ao Rei de Portugal o Padroado, istoé, todos os assuntos religiosos ficaramsob o domínio político. Depois de 1549chegaram os primeiros padres jesuítas,como os franciscanos também recebidoscom festa. O conflito com os bandeiran-tes paulistas, que queriam escravos amorrerem de cansaço e não almas a se-rem salvas, provocou a destruição doscarijós da Ilha e do litoral catarinense.Podemos dizer que, pelo ano de 1620,eram pouquíssimos os sobreviventes, eantes eram dezenas de milhares.

Paulistas, vicentistas, açorianos,negros – novo povoamentoEsvaziada pela violência, em 1673

O Coral Santa Cecília é o responsá-vel por solenizar as celebraçõeslitúrgicas realizadas na Catedral. Foifundado oficialmente, com sua primei-ra Diretoria, em 1950, embora a Cate-dral tenha tido há muito mais tempo oseu Coral. Estabelecida como paróquiadesde 1713, a Matriz de Nossa Senho-ra do Desterro deve ter tido a sua músi-ca coral desde os tempos coloniais, noséculo XVIII, no período imperial, noséculo XIX, e até nossos dias.

A partir de 1953, contou com a re-gência do Pe. Agostinho Staehelin,que conduziu o Coral ao longo de qua-se duas décadas. Nesse período, até1960, o Coral Santa Cecília era prati-camente o Coral da cidade.

Desde 1973, assumiu a regênciaPe. Ney Brasil Pereira, levando adi-ante o ideal dos fundadores. A finalida-

Arquivo/JA

A Paróquia de Nossa Senhora do Desterro

é iniciado um projeto de colonizaçãoda Ilha por mandado do bandeiranteFrancisco Dias Velho, que veio pes-soalmente em 1675 e tratou em 1678de adquirir o título de posse. Nesse anoestava concluída uma igreja de NossaSenhora do Desterro, mas pode-se con-jeturar que já existiria uma igrejinha,pois não haveria cristãos sem sua igre-ja para orações e sepultamentos. Erapequena ermida de pedra e cal, cober-ta de palhas, na mesma colina ondehoje se encontra a catedral. Dias Velhotrouxe cento e poucos trabalhadores eescravos, muitos deles descendentesdos carijós aprisionados no século an-terior. Esse povoamento fracassouquando, em 1687, Dias Velho foi as-sassinado por piratas dentro da igreja.Então a Ilha tornou-se importante nãopela população, mas por ser ótimo por-to de abastecimento dos navios euro-peus que iam para o Rio da Prata oupara o Oriente, a quem os ilhéus vendi-am madeira, carne e produtos da terra.A pobreza era grande nessa população,constituída de índios, negros, negrosescravos e brancos.

A assistência religiosa era oferecidapor padres que percorriam o litoral des-

de Cananéia até Laguna, ou por capelãesdos navios. Era facilitada a criação de fre-guesias (paróquias), bastando pequenapovoação desejar ter padre vigário. As-sim, em 1665 tinha sido criada a fregue-sia de Nossa Senhora da Graça do rioSão Francisco e tem-se como certa a exis-tência da freguesia de Nossa Senhorado Desterro em 1713, com o primeirocasamento celebrado em 7 de janeirode 1714, quando o carmelita Frei Agosti-nho da Trindade assina “Vigário destaMatriz”. Uma freguesia pequena, comnão mais de 400 moradores, mas feli-zes por terem a sua igreja.

Frei Agostinho foi o grande padremissionário do período que vai até 1731.Sua obra missionária se estendia atéLaguna. Preocupado com o povoamen-to da Ilha, foi a Portugal solicitar o enviode moradores, o que aconteceu entre1748 e 1756, quando Dom João V pro-moveu o envio dos casais açorianos

provenientes principalmente do grupocentral do Arquipélago dos Açores (IlhasTerceira, Pico, São Jorge, Faial e Gracio-sa). Foram 6 mil, dos quais 1.500 setransferiram para o Rio Grande. Fixaramraízes culturais e religiosas profundasque até hoje constituem a essência cul-

local da matriz, ao lado direito a câma-ra e cadeia, à esquerda o palácio dogoverno. No meio, a praça onde se pro-cessava a vida dos encontros, comér-cio, festejos, recepções públicas, brigas.A Praça da Matriz, hoje Praça XV deNovembro, dava no mar, visível a to-dos os que chegavam embarcados.

A igreja matriz era o centro da vidareligiosa e também política da cidade.A administração pública promovia e fi-nanciava os festejos de Corpus Christi,festa oficial do Império português. Pormuito tempo a matriz sediou a Irman-dade dos Homens Pretos, a do DivinoEspírito Santo e a Ordem Terceira daPenitência, que depois receberam suasigrejas. As grandes datas eram nela co-memoradas, com sermão proferido pororador sacro e o canto do Te Deum, hinolitúrgico de ação de graças. A vitória noscampos de batalha, a chegada de novogovernador, o nascimento e casamen-to dos príncipes, a morte de reis, eramali comemorados.

Com a proclamação da República,decretou-se a separação entre Igreja eEstado, mas nem por isso a Praça daMatriz, depois Praça da Catedral, dei-xou de ser o centro maior da vida públi-ca. Dentro da Catedral ou em sua pra-ça foram comemorados os grandesacontecimentos públicos: o envio desoldados para a guerra, a Páscoa dosmilitares, as vitórias das forças arma-das na Guerra do Contestado e nasduas grandes Guerras de 1914 e 1939,chegadas de bispos e arcebispos, pos-se de governadores e prefeitos, seuseventuais sepultamentos.

No Largo e escadarias da Catedralaconteceram as marchas das mulhe-res em defesa da família e contra ocomunismo, contra a ditadura de 1964,as passeatas pela redemocratização,os protestos contra tudo e contra to-dos, grandes comícios pelas Diretas,apresentações musicais e, principal-mente, os encontros dos jovens, dosamigos, do povo que sente a Catedralcomo sua casa e as escadarias comosua varanda.

A Matriz-Catedral continua a con-templar e a ser contemplada: é impos-sível não parar e agradecer a Deus pelahistória desfiada a seu redor. Ela não éapenas uma construção: é um pulmãovivo oxigenando os corações felizes, ne-cessitados, agradecidos, o povo.

Pe. José Artulino Besen

tural da Ilha de SC e litoral do Continen-te. A Ilha teve em 1750 a criação dasfreguesias de Santo Antônio de Lisboa eda Lagoa da Conceição.

A paróquia pedia nova igreja matriz eessa foi desenhada pelo governador eengenheiro José da Silva Paes. A cons-trução foi iniciada em 1753 e completa-da pelo ano de 1773, e esteve sempresujeita a reformas e adaptações. Em1908, com a criação da diocese de Flo-rianópolis, a matriz de Nossa Senhorado Desterro foi elevada a Catedral. Paraas comemorações do centenário da In-dependência em 1922, Dom JoaquimDomingues de Oliveira (1914-1967) pro-moveu alteração arquitetônica que lhedeu o visual de hoje, com duas torres eampliação lateral. Dotou-a de carrilhãode sinos e de órgão de tubos alemão.

A Matriz de Nossa Senhorado Desterro e sua Praça

A Capitania de Santa Catarina foicriada em 11 de agosto de 1738, tor-nando-se Província em 1822, com aIndependência, e Estado em 1889,com a República. Uma vila ou cidadenecessitava de um desenho urbano, ea tradição portuguesa estabelecia o

300 anos de História presenciando e vivendo os principais eventos que definiram os rumos do município e do Estado

A pequena igreja até o início do século XX, em um dia tranquilo da então provinciana Desterro

Igrejas da CatedralA Paróquia de Nossa Senhora do

Desterro e Santa Catarina de Alexan-dria, criada no dia 05 de março de1713, se estende por quase todo Cen-tro de Florianópolis. Atualmente ela écomposta por sete igrejas e quatro ca-pelas que se localizam em hospitais ecolégios da região.- Igreja N. Sra. do Rosário e de

São Benedito - 1756- Capela Menino Deus – Hospital

de Caridade – 1765- Igreja São Francisco de Assis –

1803- Igreja São Sebastião – 1876

- Capela Sagrado Coração de Je-sus 1908

- Igreja do Divino Espírito Santo –1910

- Igreja Nossa Senhora do MonteSerrat - 1927

- Capela São José (Asilo) – 1950- Capela Menino Jesus de Praga

(Colégio) - 1999- Igreja Nossa Senhora Aparecida

– 2002- Igreja da Santíssima Trindade

(Provincialado)- Capela N. Sra. das Graças- Capela do Hospital Carmela Dutra

Igreja N. Sra. do Rosário e de São Benedito é a comunidade mais antiga da Catedral

A Arquidiocese de Florianópolis é adiocese brasileira com maior númerode diáconos. E a Catedral também teveo seu. Por quase 20 anos, ManoelVidal Pereira realizou esse serviço naIgreja-Mãe do Estado.

Natural de Palhoça, Maneca - comoera conhecido - veio morar em Floria-nópolis aos 17 anos. E aqui viveu a suavida. Foi motorista de táxi por décadas,atuando no centro da capital. Vanglori-ava-se por ser um motorista cuidadoso

e, por isso, nunca ter recebido umamulta. Era ele que buscava e levava osbispos na residência episcopal paracelebrar na Catedral.

No diaconato, serviu a Igreja comodiácono durante 23 anos. O ‘sim’ a Deuscomeçou quando a Igreja Santa Terezi-nha, na Prainha, ainda era uma capela daCatedral. Convidado pelo Pe. Pedro Mar-tendal, ingressou na Escola Diaconal efoi ordenado por Dom Afonso Niehues.

Há 62 anos era casado com CéliaFrancisca Pereira, sua companhiainseparável, com quem teve sete filhos,catorze netos e nove bisnetos. Duran-te sua trajetória como diácono,contabilizou quase quatro mil batiza-dos e mais de 300 casamentos. Todosdevidamente anotados.

A esposa foi a sua maior incenti-vadora. “Quando mais jovem, ele estavamais preocupado em dar uma vida maisconfortável a mim e aos filhos. Assim,não participava da vida da Igreja. Só maistarde, depois de eu muito rezar, é que elecomeçou a participar mais ativamente”,disse Célia. Diácono Manoel faleceu nodia 09 de dezembro de 2011.

Diácono Maneca

de própria do Coral Santa Cecília da Ca-tedral é, como não podia deixar de ser,litúrgica, cabendo-lhe solenizar as ce-lebrações litúrgicas na própria Cate-dral. Fiel a esse objetivo, o Coral temsempre solenizado a Missa nos domin-gos à noite, bem como em todas assolenidades religiosas do ano.

Anualmente o Coral Santa Cecíliatem promovido, desde 1986, com cres-cente sucesso, em abril, este ano pela28ª vez, o CONESPA, “Concerto Espiri-tual da Páscoa”, envolvendo outrosCorais da Grande Florianópolis. Depoisde várias gravações em fita k-7, o Co-ral gravou, em 1998, o seu primeiroCD e depois vieram outros quatro CDs.

Atualmente conta com 40 músicosentre sopranos, baixos, contraltos etenores. Alguns deles já faziam parteda primeira formação de 1950.

Coral Santa Cecília

Irmandades da CatedralA Catedral conta ainda com quatro

irmandades. No passado, os leigos ho-mens não tinham o hábito de partici-par das celebrações eucarísticas, quecontavam com a participação das mu-lheres. Então, formavam irmandades,que tinham como objetivo ajudar osseus membros e a própria comunida-de. São quatro as irmandades: Irman-dade Senhor Bom Jesus dos Passos;Irmandade Divino Espírito Santo; Irman-dade Ordem Terceira; Irmandade NSra.do Rosário e São Benedito.

Irmandade Divino Espírito San-to - fundada em 1773, em 1910 ini-ciou suas atividades sociais, com oabrigo denominado Lar São Vicente dePaulo. Em 1977, criou o Jardim de In-fância Girassol e nesse mesmo ano in-corporou a Sociedade Promocional doMenor Trabalhador - PROMENOR.

Ordem Terceira de São Francis-

co da Penitência - fundada em 1745,funcionou por alguns anos na igreja daCatedral. Em 1803, com a construçãode sua igreja própria, mudou para lá asua sede. Sua finalidade é a promoçãode trabalhos sociais para os pobres.

Irmandade NSra. do Rosário eSão Benedito – fundada em 1750,está localizada na igreja mais próximada Catedral. Antes funcionou em umapequena capela no mesmo local. Anosdepois, em 1787, deu-se início a cons-trução da atual igreja. Sua finalidadeera acolher os fiéis negros da cidade.

Irmandade do Senhor Bom Je-sus dos Passos - criada em 1764,pode não ser a mais antiga, mas é cer-tamente a mais conhecida. A procissãoque antecede a Semana Santa, costu-ma reunir milhares de fiéis no entornoda Catedral. A Irmandade é responsá-vel pelo Imperial Hospital de Caridade.

Coral Santa Cecília é o responsável por solenizar as celebrações litúrgicas

Arquivo/JA

Catedral

Abril 2013 Jornal da ArquidioceseJornal da Arquidiocese Abril 2013

Page 9: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

2 3

Celebrar os 300 anos da paróquiade Nossa Senhora do Desterro de Flo-rianópolis é celebrar também os 213anos anteriores à vida paroquial. Isso émais importante ainda quando se refe-re a uma instituição religiosa pois aformalização jurídica coroa o trabalhoanterior das populações. Deus sempreage nos povos: precisamos levar emconta o que Deus fez antes da chega-da da fé cristã. O Espírito age em toda acriação e por toda parte lança semen-tes da verdade, razão pela qual em to-dos os povos brota a fé em Deus.

A Ilha de Santa Catarina, situada noAtlântico Sul, num ponto estratégico aquem demandava a Ásia pelo Oeste e,depois de 1492, o Rio da Prata, teve opovoamento iniciado cerca de 2.500aC., estendendo-se praticamente até achegada dos europeus. Tudo indica queos europeus vieram interromper o fluxodos povoadores indígenas, de tradiçãotupi-guarani, que estavam a demandaras terras do litoral. Esses povos foramchamados de “carijó” em razão de suapele mais clara. Deles a Ilha recebeu onome de Meiembipe, e dos brancos nelachegados a partir de 1500, Ilha dos Pa-tos e, logo, Ilha de Santa Catarina.

Seus primeiros moradores após aConquista portuguesa foram náufragos,desertores, degredados e padres. O pri-meiro encontro com os carijós foi pacífi-co, mas transformou-se em destruição emassacre quando as plantações de cana-de-açúcar em São Vicente, São Paulo,Rio, necessitaram de mão-de-obra. Osmissionários Frei Bernardo de

Armenta e Alonso Lebrón intentaramfundar uma Igreja livre do peso do apoiogovernamental, mas fracassaram por-que, desde 1494, pelo Tratado deTordesilhas, o papa Alexandre VI entre-gava ao Rei de Portugal o Padroado, istoé, todos os assuntos religiosos ficaramsob o domínio político. Depois de 1549chegaram os primeiros padres jesuítas,como os franciscanos também recebidoscom festa. O conflito com os bandeiran-tes paulistas, que queriam escravos amorrerem de cansaço e não almas a se-rem salvas, provocou a destruição doscarijós da Ilha e do litoral catarinense.Podemos dizer que, pelo ano de 1620,eram pouquíssimos os sobreviventes, eantes eram dezenas de milhares.

Paulistas, vicentistas, açorianos,negros – novo povoamentoEsvaziada pela violência, em 1673

O Coral Santa Cecília é o responsá-vel por solenizar as celebraçõeslitúrgicas realizadas na Catedral. Foifundado oficialmente, com sua primei-ra Diretoria, em 1950, embora a Cate-dral tenha tido há muito mais tempo oseu Coral. Estabelecida como paróquiadesde 1713, a Matriz de Nossa Senho-ra do Desterro deve ter tido a sua músi-ca coral desde os tempos coloniais, noséculo XVIII, no período imperial, noséculo XIX, e até nossos dias.

A partir de 1953, contou com a re-gência do Pe. Agostinho Staehelin,que conduziu o Coral ao longo de qua-se duas décadas. Nesse período, até1960, o Coral Santa Cecília era prati-camente o Coral da cidade.

Desde 1973, assumiu a regênciaPe. Ney Brasil Pereira, levando adi-ante o ideal dos fundadores. A finalida-

Arquivo/JA

A Paróquia de Nossa Senhora do Desterro

é iniciado um projeto de colonizaçãoda Ilha por mandado do bandeiranteFrancisco Dias Velho, que veio pes-soalmente em 1675 e tratou em 1678de adquirir o título de posse. Nesse anoestava concluída uma igreja de NossaSenhora do Desterro, mas pode-se con-jeturar que já existiria uma igrejinha,pois não haveria cristãos sem sua igre-ja para orações e sepultamentos. Erapequena ermida de pedra e cal, cober-ta de palhas, na mesma colina ondehoje se encontra a catedral. Dias Velhotrouxe cento e poucos trabalhadores eescravos, muitos deles descendentesdos carijós aprisionados no século an-terior. Esse povoamento fracassouquando, em 1687, Dias Velho foi as-sassinado por piratas dentro da igreja.Então a Ilha tornou-se importante nãopela população, mas por ser ótimo por-to de abastecimento dos navios euro-peus que iam para o Rio da Prata oupara o Oriente, a quem os ilhéus vendi-am madeira, carne e produtos da terra.A pobreza era grande nessa população,constituída de índios, negros, negrosescravos e brancos.

A assistência religiosa era oferecidapor padres que percorriam o litoral des-

de Cananéia até Laguna, ou por capelãesdos navios. Era facilitada a criação de fre-guesias (paróquias), bastando pequenapovoação desejar ter padre vigário. As-sim, em 1665 tinha sido criada a fregue-sia de Nossa Senhora da Graça do rioSão Francisco e tem-se como certa a exis-tência da freguesia de Nossa Senhorado Desterro em 1713, com o primeirocasamento celebrado em 7 de janeirode 1714, quando o carmelita Frei Agosti-nho da Trindade assina “Vigário destaMatriz”. Uma freguesia pequena, comnão mais de 400 moradores, mas feli-zes por terem a sua igreja.

Frei Agostinho foi o grande padremissionário do período que vai até 1731.Sua obra missionária se estendia atéLaguna. Preocupado com o povoamen-to da Ilha, foi a Portugal solicitar o enviode moradores, o que aconteceu entre1748 e 1756, quando Dom João V pro-moveu o envio dos casais açorianos

provenientes principalmente do grupocentral do Arquipélago dos Açores (IlhasTerceira, Pico, São Jorge, Faial e Gracio-sa). Foram 6 mil, dos quais 1.500 setransferiram para o Rio Grande. Fixaramraízes culturais e religiosas profundasque até hoje constituem a essência cul-

local da matriz, ao lado direito a câma-ra e cadeia, à esquerda o palácio dogoverno. No meio, a praça onde se pro-cessava a vida dos encontros, comér-cio, festejos, recepções públicas, brigas.A Praça da Matriz, hoje Praça XV deNovembro, dava no mar, visível a to-dos os que chegavam embarcados.

A igreja matriz era o centro da vidareligiosa e também política da cidade.A administração pública promovia e fi-nanciava os festejos de Corpus Christi,festa oficial do Império português. Pormuito tempo a matriz sediou a Irman-dade dos Homens Pretos, a do DivinoEspírito Santo e a Ordem Terceira daPenitência, que depois receberam suasigrejas. As grandes datas eram nela co-memoradas, com sermão proferido pororador sacro e o canto do Te Deum, hinolitúrgico de ação de graças. A vitória noscampos de batalha, a chegada de novogovernador, o nascimento e casamen-to dos príncipes, a morte de reis, eramali comemorados.

Com a proclamação da República,decretou-se a separação entre Igreja eEstado, mas nem por isso a Praça daMatriz, depois Praça da Catedral, dei-xou de ser o centro maior da vida públi-ca. Dentro da Catedral ou em sua pra-ça foram comemorados os grandesacontecimentos públicos: o envio desoldados para a guerra, a Páscoa dosmilitares, as vitórias das forças arma-das na Guerra do Contestado e nasduas grandes Guerras de 1914 e 1939,chegadas de bispos e arcebispos, pos-se de governadores e prefeitos, seuseventuais sepultamentos.

No Largo e escadarias da Catedralaconteceram as marchas das mulhe-res em defesa da família e contra ocomunismo, contra a ditadura de 1964,as passeatas pela redemocratização,os protestos contra tudo e contra to-dos, grandes comícios pelas Diretas,apresentações musicais e, principal-mente, os encontros dos jovens, dosamigos, do povo que sente a Catedralcomo sua casa e as escadarias comosua varanda.

A Matriz-Catedral continua a con-templar e a ser contemplada: é impos-sível não parar e agradecer a Deus pelahistória desfiada a seu redor. Ela não éapenas uma construção: é um pulmãovivo oxigenando os corações felizes, ne-cessitados, agradecidos, o povo.

Pe. José Artulino Besen

tural da Ilha de SC e litoral do Continen-te. A Ilha teve em 1750 a criação dasfreguesias de Santo Antônio de Lisboa eda Lagoa da Conceição.

A paróquia pedia nova igreja matriz eessa foi desenhada pelo governador eengenheiro José da Silva Paes. A cons-trução foi iniciada em 1753 e completa-da pelo ano de 1773, e esteve sempresujeita a reformas e adaptações. Em1908, com a criação da diocese de Flo-rianópolis, a matriz de Nossa Senhorado Desterro foi elevada a Catedral. Paraas comemorações do centenário da In-dependência em 1922, Dom JoaquimDomingues de Oliveira (1914-1967) pro-moveu alteração arquitetônica que lhedeu o visual de hoje, com duas torres eampliação lateral. Dotou-a de carrilhãode sinos e de órgão de tubos alemão.

A Matriz de Nossa Senhorado Desterro e sua Praça

A Capitania de Santa Catarina foicriada em 11 de agosto de 1738, tor-nando-se Província em 1822, com aIndependência, e Estado em 1889,com a República. Uma vila ou cidadenecessitava de um desenho urbano, ea tradição portuguesa estabelecia o

300 anos de História presenciando e vivendo os principais eventos que definiram os rumos do município e do Estado

A pequena igreja até o início do século XX, em um dia tranquilo da então provinciana Desterro

Igrejas da CatedralA Paróquia de Nossa Senhora do

Desterro e Santa Catarina de Alexan-dria, criada no dia 05 de março de1713, se estende por quase todo Cen-tro de Florianópolis. Atualmente ela écomposta por sete igrejas e quatro ca-pelas que se localizam em hospitais ecolégios da região.- Igreja N. Sra. do Rosário e de

São Benedito - 1756- Capela Menino Deus – Hospital

de Caridade – 1765- Igreja São Francisco de Assis –

1803- Igreja São Sebastião – 1876

- Capela Sagrado Coração de Je-sus 1908

- Igreja do Divino Espírito Santo –1910

- Igreja Nossa Senhora do MonteSerrat - 1927

- Capela São José (Asilo) – 1950- Capela Menino Jesus de Praga

(Colégio) - 1999- Igreja Nossa Senhora Aparecida

– 2002- Igreja da Santíssima Trindade

(Provincialado)- Capela N. Sra. das Graças- Capela do Hospital Carmela Dutra

Igreja N. Sra. do Rosário e de São Benedito é a comunidade mais antiga da Catedral

A Arquidiocese de Florianópolis é adiocese brasileira com maior númerode diáconos. E a Catedral também teveo seu. Por quase 20 anos, ManoelVidal Pereira realizou esse serviço naIgreja-Mãe do Estado.

Natural de Palhoça, Maneca - comoera conhecido - veio morar em Floria-nópolis aos 17 anos. E aqui viveu a suavida. Foi motorista de táxi por décadas,atuando no centro da capital. Vanglori-ava-se por ser um motorista cuidadoso

e, por isso, nunca ter recebido umamulta. Era ele que buscava e levava osbispos na residência episcopal paracelebrar na Catedral.

No diaconato, serviu a Igreja comodiácono durante 23 anos. O ‘sim’ a Deuscomeçou quando a Igreja Santa Terezi-nha, na Prainha, ainda era uma capela daCatedral. Convidado pelo Pe. Pedro Mar-tendal, ingressou na Escola Diaconal efoi ordenado por Dom Afonso Niehues.

Há 62 anos era casado com CéliaFrancisca Pereira, sua companhiainseparável, com quem teve sete filhos,catorze netos e nove bisnetos. Duran-te sua trajetória como diácono,contabilizou quase quatro mil batiza-dos e mais de 300 casamentos. Todosdevidamente anotados.

A esposa foi a sua maior incenti-vadora. “Quando mais jovem, ele estavamais preocupado em dar uma vida maisconfortável a mim e aos filhos. Assim,não participava da vida da Igreja. Só maistarde, depois de eu muito rezar, é que elecomeçou a participar mais ativamente”,disse Célia. Diácono Manoel faleceu nodia 09 de dezembro de 2011.

Diácono Maneca

de própria do Coral Santa Cecília da Ca-tedral é, como não podia deixar de ser,litúrgica, cabendo-lhe solenizar as ce-lebrações litúrgicas na própria Cate-dral. Fiel a esse objetivo, o Coral temsempre solenizado a Missa nos domin-gos à noite, bem como em todas assolenidades religiosas do ano.

Anualmente o Coral Santa Cecíliatem promovido, desde 1986, com cres-cente sucesso, em abril, este ano pela28ª vez, o CONESPA, “Concerto Espiri-tual da Páscoa”, envolvendo outrosCorais da Grande Florianópolis. Depoisde várias gravações em fita k-7, o Co-ral gravou, em 1998, o seu primeiroCD e depois vieram outros quatro CDs.

Atualmente conta com 40 músicosentre sopranos, baixos, contraltos etenores. Alguns deles já faziam parteda primeira formação de 1950.

Coral Santa Cecília

Irmandades da CatedralA Catedral conta ainda com quatro

irmandades. No passado, os leigos ho-mens não tinham o hábito de partici-par das celebrações eucarísticas, quecontavam com a participação das mu-lheres. Então, formavam irmandades,que tinham como objetivo ajudar osseus membros e a própria comunida-de. São quatro as irmandades: Irman-dade Senhor Bom Jesus dos Passos;Irmandade Divino Espírito Santo; Irman-dade Ordem Terceira; Irmandade NSra.do Rosário e São Benedito.

Irmandade Divino Espírito San-to - fundada em 1773, em 1910 ini-ciou suas atividades sociais, com oabrigo denominado Lar São Vicente dePaulo. Em 1977, criou o Jardim de In-fância Girassol e nesse mesmo ano in-corporou a Sociedade Promocional doMenor Trabalhador - PROMENOR.

Ordem Terceira de São Francis-

co da Penitência - fundada em 1745,funcionou por alguns anos na igreja daCatedral. Em 1803, com a construçãode sua igreja própria, mudou para lá asua sede. Sua finalidade é a promoçãode trabalhos sociais para os pobres.

Irmandade NSra. do Rosário eSão Benedito – fundada em 1750,está localizada na igreja mais próximada Catedral. Antes funcionou em umapequena capela no mesmo local. Anosdepois, em 1787, deu-se início a cons-trução da atual igreja. Sua finalidadeera acolher os fiéis negros da cidade.

Irmandade do Senhor Bom Je-sus dos Passos - criada em 1764,pode não ser a mais antiga, mas é cer-tamente a mais conhecida. A procissãoque antecede a Semana Santa, costu-ma reunir milhares de fiéis no entornoda Catedral. A Irmandade é responsá-vel pelo Imperial Hospital de Caridade.

Coral Santa Cecília é o responsável por solenizar as celebrações litúrgicas

Arquivo/JA

Catedral

Abril 2013 Jornal da ArquidioceseJornal da Arquidiocese Abril 2013

Page 10: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

Uma igreja viva e atuante

4Abril 2013 Jornal da Arquidiocese

Pastorais, movimentos e trabalhos sociais são forças vivas que dinamizam a paróquia tricentenária

A Paróquia da Catedral possuium amplo trabalho social. Sema-nalmente atende dezenas de pes-soas que vem à Catedral pedir aju-da. Atendendo duas vezes porsemana, a Ação Social e Cul-tural da Catedral se preocupacom os que estão àa margem dasociedade, auxiliando nas neces-sidades básicas de cada um (ali-mento, roupa, etc.)

Em união com a Ação SocialParoquial temos algumas associ-ações beneficientes:

- Associação de Proteçãoao Berço: produz enxovais pararecém-nascidos, distribuídosmensalmente, através de um ca-dastro prévio.

- Associação Beneficente

Santa Zita: trabalha com asempregadas domésticas, dandosuporte a elas.

- Associação das Vicenti-nas: ajuda as pessoas carentesque aparecem com frequência.

Também está presente na pa-róquia a Pastoral do Migrante,que objetiva zelar pela dignidadeaos migrantes que chegam a Flo-rianópolis. Esta pastoral é coorde-nada pelos padres da Congrega-ção dos Missionários de SãoCarlos – Scalabrianos. Com oCarisma “onde estão os imigran-tes ali deve estar a Igreja”, os mis-sionários Scalabrianos, com seusvoluntários, levam o sorriso daPátria e o consolo da Fé aos imi-grantes que os procuram.

Ação Social na Paróquia

Entre tantas Associações, fe-minina e masculinas, que flores-ceram na Catedral, por exemploas “Filhas de Maria” e os “Con-gregados Marianos”, destacamosduas, ainda atuantes: o Aposto-

lado da Oração, e a Legião deMaria.

Criado no dia 03 de dezem-bro de 1895, no tempo de Mons.Topp, o Apostolado da Oraçãotem como padroeiro São Francis-

Associações religiosas

Para o melhor atendimento eorganização existem algumas pas-torais que auxiliam na vida cotidia-na da paróquia tricentenária. APastoral litúrgica quer ser umsinal de unidade nas celebrações,especialmente da Eucaristia. Delaparticipam os Ministros da Comu-nhão, da Palavra, e do Canto. OCoral da Catedral existe oficial-mente, com Diretoria própria, des-de 1950.

A Pastoral Vocacional temcomo objetivo conduzir os fiéis aodescobrimento de sua verdadei-ra vocação, religiosa ou laical. Ini-ciou há pouco tempo, e é sinal deuma igreja que reza, e zela pelasvocações.

Catequizar e preparar crian-ças, jovens e adultos, para rece-berem os sacramentos da Igreja,é tarefa da Pastoral daCatequese. Na Catedral, além

Pastorais da Catedral

da Catequese para a PrimeiraComunhão e a Crisma, dedicadaa crianças e adolescentes, existetambém a Catequese para osAdultos, que está sendo bastanteprocurada na paróquia.

A Pastoral do Dízimo estámostrando aos fieis que somosuma comunidade unida. E quevive da ajuda e da união de todosos que, nesta paróquia, alimen-tam a sua fé.

co Xavier. Criado na França pelosJesuítas, em meados do séc. XIX,o “Apostolado” espalhou-se pelomundo. Como o nome o sugere,sua marca é o “oferecimento diá-rio de si mesmo”, em espírito dereparação e desagravo ao Sagra-do Coração de Jesus.

A Legião de Maria estápresente na Catedral desde oano de 1958. Este grupo é com-posto por cristãos que, sob aproteção de Maria, desejam par-ticipar mais das atividadesevangelizadoras da Igreja. Paraisso, dedicam duas horas por se-mana, saindo em duplas, comoo Senhor determina no evange-lho (Mc 6,7).

Na foto acima,encontro daPastoral do

Migrante compessoas vindas de

outros países.

Na foto ao lado,confraternizaçãodas voluntárias daAssociação dasVicentinas

CPP reúne as lideranças das Forças Vivas presentes na Catedral

Page 11: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

Notícias – GBFs e CEBs

Jornal da Arquidiocese Abril 2013 GBF 7

Neste mês os Grupos Bíblicosem Família realizam suas ativida-des de formação nas paróquias ecomarcas. Os momentos de for-mação aconteceram em três pa-róquias: São Judas – Barreiros;

GBFs - formação paroquialFo

to JA

Na comunidade N.Sra. Apare-cida do Alto da Caeira, em Floria-nópolis, foi realizada a celebra-ção de Ramos, dia em que a Igre-ja inicia a semana santa, a cami-nhada da Paixão, Morte e Res-surreição de Jesus Cristo, centroda nossa fé. Nesse dia tambémfoi celebrada a vida dos Mártires,compromisso assumido no 11ºEncontro Estadual das CEBs queaconteceu em setembro de2012. Para a Igreja, os mártiressão homens e mulheres que pro-fetizaram sem medo, preferindomorrer a renunciar à sua fé. Luta-ram pela justiça, igualdade e li-berdade do povo oprimido e mar-ginalizado. Já dizia o mártir D.Hélder: “Não deixem cair a profe-cia”. E continua a nos dizer:“Deus deu ao ser humano o po-der e a responsabilidade de não

Celebração dos Mártires - Compromisso das CEBs

se conformar com o sofrimentoe a dor do inocente, mas comba-ter o mal e a injustiça. E esta é atarefa de todos nós, cristão/as

batizados, pois “grande graça épersistir na caminhada certa.Mas, graça das graças é não de-sistir nunca”.

A Celebração foi bem partici-pada, tendo sido presidida peloPe. Vilson Groh. Não deixemosnunca de ser profetas do Reino,pois o próprio Jesus nos diz: “Bem-aventurados sereis quando os ho-mens vos odiarem, vos expulsa-rem, vos insultarem, amaldiçoa-rem o vosso nome por causa doFilho do Homem! Alegrai-vos, nes-te dia, e exultai, porque será gran-de a vossa recompensa no céu,pois era assim que os seus ante-passados tratavam os profetas”(Lc 6, 22-23).

Coord. Arquidioc. das CEBs

Neste ano, a coordenação regional das ComunidadesEclesiais de Base têm o compromisso de motivar as coorde-nações diocesanas das 10 dioceses do Regional Sul4 para aparticipação no 13º Intereclesial das CEBs, que aconteceráem Janeiro de 2014, em Juazeiro do Norte, Ceará. A pri-meira Ampliada das CEBs/GRF aconteceu nos dias 22 a 24de março em Rio do Oeste, com a presença de todas as 10dioceses. Foi um fim de semana muito rico e produtivo, poisno mesmo local estava acontecendo também o semináriodas Pastorais Sociais, e em alguns momentos os dois gruposjuntaram suas atividades. Percebemos o quanto foram bonsesses momentos em comum. Durante este ano, os dois gru-pos (CEBs-GR/F e Pastorais Sociais) assumiram fazeralgumas atividades em conjunto. Em todas as dioceses have-rá vários momentos de preparação para o 13º Intereclesial epara a participação na 5ª Semana Social Brasileira.

Motivação para o13º Intereclesial das CEBs

São João Batista - Itajaí e São JoãoBosco - Itajaí, refletindo sobre ostemas Campanha da Fraternida-de e Ano da Fé. Nesta edição que-remos destacar a paróquia SãoJoão Bosco, Itajaí.

Paróquia São João Bosco, Itajaí

Os animadores/as dos GruposBíblicos em Família de São JoãoBosco, Itajaí, participaram, na noi-te de 18 de março, do primeiroencontro de formação deste ano,que foi conduzido pelo pároco Pe.Izidoro Paula da Silva.

O encontro foi organizado pelaequipe de coordenação paroquial.Foi refletido sobre a Fé, uma vezque vivenciamos o Ano da Fé. Ci-tando o lema atual da paróquia“Somos pedras vivas” (1Pd 2,5),Pe. Izidoro enfatizou a importân-cia da atuação silenciosa e eficazdos Grupos Bíblicos em Famíliadentro do contexto que englobatodas as paróquias e comarcas, eé a força atuante na Igreja arqui-

diocesana há muitos anos.Também falou da necessida-

de de alimentarmos nossa fé atra-vés de instrumentos formais e in-formais, sobretudo através da Pa-lavra contida na Bíblia e da expe-riência do encontro entre as pes-soas nas casas, como ocorria nasprimeiras comunidades cristãs.

Conclamou os GBF a visita-rem todos os lares, com a segu-rança de serem “fermento namassa”, e concluiu assim: “Jesus

Cristo ontem, hoje e sempre!”.OsGBFs agradecem por mais essaoportunidade de formação.

Angeli Schmitt Reinhardt

Paróquia São João Bosco - GBF –

Nossa Senhora do Rosário

Nosso grupo bíblico começouno ano de 1985. O Padre queacompanhou o grupo foi o Pe.Márcio da Silva, que dedicou-semuito a motivar os participantes ea visitar as casas das famílias ca-rentes. O Padre e as pessoas donosso grupo se dispuseram a aju-dar uma família que vivia em umbarraco de lona, pois não tinhacondições de construir a sua casaprópria. Fizemos um mutirão, com-pramos o terreno e construímos

Historia dos GBFs da paróquia da Azambuja – Brusque

Grupo Bíblico – “Somos Missão”uma casa simples, com a docu-mentação legalizada. Em nossogrupo bíblico também fazemossempre corrente de oração parapessoas ou famílias que necessi-tam de intercessão, e muitas gra-ças já foram alcançadas. Tambémarrecadamos alimentos e distri-buimos para as famílias carentesde nossa comunidade. Entende-mos que missão é um pouco isso:“Somos Missão”.

Margit – Animadora do grupo

Animadores participaram do primeiro encontro de formação do ano

Caminhada homenageou os mártires da fé católica, compromisso assumi-do no 11º Encontro Estadual das CEBs, realizado em setembro de 2012

Os quadros dos 20 mártires estão expostos na igreja da comunidade

Fo

to JA

Page 12: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

Guabiruba celebra 50 anosLançado livro que resgata a história da vida católica na comunidade

Uma Celebração Eucarística,realizada na noite do dia 19 demarço, marcou o Jubileu de Ourode criação da Paróquia Nossa Se-nhora do Perpétuo Socorro, emGuabiruba. Durante a solenidade,realizada na Igreja Matriz, foi lança-do o livro “História da Igreja Católi-

ca em Guabiruba – cinqüentenário

da Paróquia”, de autoria do semi-narista Eder Cláudio Celva.

A missa, presidida pelo nossoarcebispo Dom Wilson TadeuJönck, foi concelebrada por 17padres e diáconos, filhos da terra,dehonianos ou que ajudaram aconstruir os 50 anos de história. Asolenidade teve início com a entra-da dos padroeiros das sete comu-nidades que compõem a paróquia.

Em seguida, uma liderança feza leitura de breve histórico da co-munidade, da construção da pri-meira igreja, do trabalho realizadopelos padres do Sagrado Coraçãode Jesus, até a construção da novaigreja e criação da paróquia, dandoespecial destaque ao trabalho doPe. Pedro Mathias Engel, SCJ.

No início da celebração, DomWilson lembrou as coincidênciasdaquela data: 105 anos de cria-ção da Diocese de Florianópolis;primeira missa do Papa Francis-co, “que estamos aprendendo aconhecer”; e dia de São José. Emsua homilia, nosso arcebispo fa-lou da missão que cada um de nósassumiu e da responsabilidadeque temos com ela.

Após a comunhão, foram lem-bradas as pessoas que trabalharamno processo de criação da paróquia.Algumas delas estavam presentes.

Pe. Donizete Queiroz, superior pro-vincial da Congregação dos Padresdo Sagrado Coração de Jesus, lem-brou a origem da presença dos pa-dres dehonianos na região.“Estamos aqui desde muito antesdesses 50 anos de paróquia. Dese-jamos felicidades a todos, neste diatão importante”, disse.

Ao final da celebração, houvequeima de fogos e foi descerradauma placa comemorativa aos 50anos, homenageando a memória doPe. Pedro Mathias Engel, o primeiropároco. Em seguida, houve um jan-tar por adesão no salão paroquial.

Livro resgatahistória da Paróquia

Ainda durante a solenidade, oseminarista de Teologia da Arqui-diocese, Eder Cláudio Celva,filho da terra, apresentou uma sín-tese do seu livro “História da Igre-

ja Católica em Guabiruba”.

Dom Wilson presidiu a celebração jubilar que contou com a presença depadres que construíram a história da Paróquia, nascidos no município

Fo

to JA

O livro começa com a chega-da dos primeiros imigrantes ale-mães, em 1861, até os temposmais recentes. Fala dos 32 filhose filhas da terra, dedicados à vidareligiosa. “Com a publicação daobra, creio ter colaborado para adescoberta de uma Guabiruba atéagora desconhecida”, disse.

Para o prefeito Matias Kohler,também presidente do CPP, a obraé de fundamental importânciapara a comunidade. “Toda famíliade Guabiruba deveria ter um exem-plar da obra para ler e conhecer oseventos da nossa história”, disse.O livro pode ser adquirido na se-cretaria paroquial, pelo fone (47)3354-0115 ou pelo [email protected]

Mais fotos no site da Ar-quidiocese (www.arquifln.org.br), clicar em “Álbum defotos” no alto da página.

Estado para uma

sociedade do Bem viverNos últimos anos, diante da

crise, vimos os governos dospaíses gastarem bilhões de re-cursos públicos para “socorrer”o sistema financeiro ou para in-centivar o consumo. De outrolado, sentimos o Estado ausen-te quando ficamos nas filas doSUS, por exemplo. Percebemosaí sua deficiência em áreas so-ciais, mas competência nos pro-jetos econômicos.

“Estado” diz respeito ao con-

junto das instituições políticas e

administrativas que administram

um território (Texto-Base da 5ªSSB, p.12). O Estado nasceu nassociedades tributárias, onde opoder está nas “cidades-estado”.Através de tributos ou trabalhoescravo, sustentam-se os reis eseus funcionários. Em troca, ga-rante-se proteção ao território eseu povo frente a ataques. Ante-riormente, nas sociedades primi-tivas, não havia Estado, mas ocoletivo: o clã, a tribo. Havia exem-plos também de poder exercidopor mulheres. Enfim, ao longo dahistória da humanidade, aconte-ceram mudanças na forma deorganizar o Estado.

Os principais fundamentosdo Estado atual foramconstruídos depois da revoluçãoindustrial e francesa, no final doséculo XVIII. Nesse período sur-giu a ideia de que o soberado é opovo, e não o rei. É o povo quetem o direito de eleger quemdeve ser seu dirigente e comodeve governar; de fiscalizar (po-der legislativo) e de julgar (poderjudiciário). E qualquer membrodo povo pode ser escolhidocomo governante (sufrágio uni-versal). Consolidou-se a demo-cracia representativa e formal.

Também esse Estado, ditomoderno, surgiu numa socieda-de dividida entre os grandes pro-prietários (burgueses) e os tra-balhadores. E os trabalhadoresficaram fora de seu comando. Éo Estado capitalista, cuja organi-zação e atuação está a serviçodo capital. Porém os trabalha-dores, através de muitas lutas,ao longo dos anos, conquistaramalgumas leis que defendem seusdireitos, mesmo nesse Estado

não feito para eles. Assim, a apo-sentadoria, o seguro desempre-go... é o Estado do Bem-Estarsocial. Isso conduziu à falsaideia de um Estado neutro, quefavorece a todos igualmente.

No tempo de Jesus havia oEstado, subordinado ao ImpérioRomano. O Templo religioso eratambém o poder político de Is-rael. A proposta de Jesus é oReino de Deus, onde o poder éserviço aos pobres, órfãos, do-entes. O Ensino Social daIgreja, um conjunto de encí-clicas e documentos oficiais,propõe que o Estado tenhacomo princípio básico o bemcomum. Onde a pessoa é fim,e o poder público é meio

A proposta da 5ª SemanaSocial Brasileira é refletir sobrea dúvida atual: Estado para quê

e para quem? E propõe um Es-tado a serviço do Bem-Viver:

“Os trabalhado-res, através de

muitas lutas,conquistaram

algumas leisque defendem

seus direitos,mesmo nesse

Estado não feitopara eles”.

uma vida em harmonia: con-sigo mesmo, com a comunida-de, com a Mãe-Terra e seus fi-lhos, e com Deus. A propostadesta sociedade não é a de ape-nas consumir para viver.

Para isso, a CNBB está con-vocando a participar da 5ª Se-mana Social Brasileira. Sãoencontros de debates com ascomunidades, pastorais e organi-zações sociais e com liderançaspolíticas, para encontrar alterna-tivas para um Estado a serviço davida e dos direitos de todos.

Pe. Roque Ademir Favarin

Secretário Regional Caritas SC

A localidade de Guabiruba estáintimamente ligada à colonizaçãode Brusque, constituindo uma dasmais antigas ocupações da ex-co-lônia Itajahy. Foi em 1861 que che-garam as primeiras famílias deimigrantes, vindas de Baden, sulda Alemanha. Mais tarde vieramos imigrantes italianos. Em fins de1865, foi erguida no local uma pri-meira capela, dedicada a NossaSenhora do Perpétuo Socorro.Nela, a 17 de novembro de 1866,o Pe. Alberto Gattone cantou a

primeira missa solene em Brusque.O atendimento espiritual dos mo-radores do local passou a ser feitopelos padres de Brusque.

Quase cem anos depois, em1962, pela lei nº 821, Guabiruba foielevada à categoria de município. Noano seguinte, 1963, um abaixo as-sinado de pessoas da comunidadepedia ao Arcebispo Metropolitano,Dom Joaquim Domingues de Olivei-ra, que elevasse a capela à catego-ria de paróquia e nomeasse comopároco Pe. Pedro Mathias Engel

8 Geral Abril 2013 Jornal da Arquidiocese

SCJ, que já atendia a comunidade.A reivindicação foi aceita e con-

firmada através de correspondên-cia datada de 16 de fevereiro domesmo ano. A oficialização foi fei-ta em 19 de março de 1963, quan-do Dom Joaquim assinou decretocriando a paróquia. Na mesmadata foi assinado convênio, confi-ando aos cuidados da Congrega-ção dos Padres do Sagrado Cora-ção de Jesus (Dehonianos – SCJ)a administração da paróquia. Tra-balho que permanece ainda hoje.

Colônia Alemã, Italiana e Polonesa

Page 13: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

A 41ª Assembleia Ordinária daAção Social Arquidiocesana - ASArealizou-se no dia 02 de março naParóquia Santo Antônio, no muni-cípio de São José, e contou a pre-sença de 18 ações sociais paro-quiais filiadas, todas filiadas a ASA.

No início dos trabalhos, DomWilson Tadeu Jönck, Arcebis-po Metropolitano, fez uma refle-xão sobre a quinta urgência dasDiretrizes da Ação Evangelizado-ra da Igreja no Brasil, que é “Igre-ja a serviço da vida plena paratodos”, tendo presente os indica-tivos do Plano Pastoral da Arqui-diocese. Durante sua exposição,Dom Wilson enfatizou a impor-tância do trabalho social desen-volvido pelas ações sociais, pas-torais e organismos nas paróqui-as da Arquidiocese. Para DomWilson, a Igreja precisa dos lei-gos e voluntários e conta com ostrabalhos que realizam nas suascomunidades. Eles demonstramsua fé, colocando-se a serviçodas pessoas que mais sofrem.

Em seguida, os membros daequipe executiva da ASA apresen-taram o relatório de Atividades doano de 2012, que demonstra as

9Ação SocialJornal da Arquidiocese Abril 2013

Com a participação de nosso arcebispo Dom Wilson, Assembleia daASA referenda nova presidente, Sra. Sandra A. Schlichting

Assembleia discute a Dimensão Social na ArquidioceseFortalecimento da dimensão social nas comarcas foi uma de suas deliberações

ações desenvolvidas pela ASA nassuas quatro diretrizes; a prestaçãode contas, com o parecer do con-selho fiscal aprovando as contasdo exercício anterior; o planeja-mento de 2013; e a carta de re-núncia do presidente da ASA.

No momento final foi discutidaa vacância do cargo de Presidenteda ASA diante a renúncia do entãoPresidente Pe. Mário Sérgio do Nas-cimento. Conforme o estatuto daASA e aprovação da assembleia,

Sandra Aparecida Schlichting, atéentão vice-presidente, assumiu apresidência da entidade até a pró-xima assembleia eletiva que ocor-rerá em maio/2014.

O desafio para o ano de 2013será o fortalecimento da DimensãoSocial na Arquidiocese através daorganização por comarcas, onde oespaço que até então era compos-to somente pelas Ações Sociaisserá ampliado para os demais ato-res sociais das paróquias.

Nos dias 16 e 23 de marçorealizaram-se em Botuverá eGuabiruba seminários munici-pais sobre gestão de risco e de-sastre, destacando a importân-cia da participação da comuni-dade. O evento foi realizado pelaAção Social Arquidiocesana epelos Núcleos Comunitários deDefesa Civil (NUDECs) das res-pectivas cidades, contando coma participação dos gestores mu-nicipais (prefeitos, vice-prefei-tos, vereadores, técnicos da de-fesa civil) e lideranças comuni-tárias. Para trabalhar a temática,foi convidado o psicólogo socialDr. Marcos Ferreira, professoruniversitário e ex-assessor daSecretaria Nacional de Proteçãoe Defesa Civil.

Dentre os diversos temasabordados pelo assessor, foidestacada a importância de acomunidade estar organizada, ea atuação nos espaços de con-trole social nos períodos de nor-malidade (sem catástrofes

NUDEC´s de Guabiruba

e Botuverá realizam

Seminários MunicipaisParticipação da sociedade na Gestão de

Risco e Desastre é tema de Seminárioambientais), a fim de melhorara resposta das políticas públicaslocais. A partir da organizaçãodos NUDECs, é possível contri-buir para uma política de Prote-ção e Defesa Civil mais organi-zada em cada município, obten-do-se assim uma melhor respos-ta em situações de desastresnaturais.

Como indicativo para esteano, foi reafirmada a importân-cia do envolvimento com asetapas municipal e estadual daII Conferência Nacional de Pro-teção e Defesa Civil, previstapara acontecer em junho, con-tribuindo para a consolidaçãoda Política Nacional de DefesaCivil.

No encerramento do seminá-rio, no sentido de despertar umolhar dos participantes para apreservação do meio ambiente,foram plantadas duas árvores:em Botuverá foi um Ipê, e emGuabiruba, uma Gabiroba, símbo-lo do município.

A Cáritas Brasileira Regionalde Santa Catarina é integrante doConselho Estadual de AssistênciaSocial, CEAS, e sua representaçãoé feita pela Ação Social Arquidio-cesana, ASA, sua entidade filiada.Com a intenção de aproximar oConselho Estadual da realidadedos Conselhos Municipais e for-talecer o espaço de controle soci-al, realizar-se-á nos dias 23 e 24de abril uma Plenária Descentrali-zada e Ampliada com a presençados 295 municípios, através dosConselhos Municipais, gestores eentidades que compõem a RedeSocioassistencial.

A Plenária contará com a pre-sença da Presidente do ConselhoNacional de Assistência Social,CNAS, Luziele Tapajós, que jun-

Conselho Estadual de Assistência Social

– CEAS realiza Plenária Descentralizada

Participação e Controle Social em debate

tamente com os participantes dis-cutirá propostas de aprimoramen-to do trabalho e efetivação da Po-lítica de Assistência Social atravésdo Sistema Único de AssistênciaSocial, SUAS, no estado de SantaCatarina.

Destacamos que o exercíciodo Controle Social se dá atravésda participação política, e é nes-se espaço que a sociedade orga-

nizada intervém nas políticas pú-blicas, interagindo com o Estadona definição de prioridades e naelaboração dos planos de açãodas esferas de governo (munici-pal, estadual ou federal).

Para as entidades interessa-das estão previstas 50 vagas, e ainscrição pode ser feita através dosite www.sst.sc.gov.br ondetambém está disponível toda pro-gramação.

DATA23 e 24/04/2013

LOCALCentreventos Cau Hansen –Bairro América – Joinville/SC

INFORMAÇÕES EINSCRIÇÕES(048) 3229 3782www.sst.sc.gov.br Lideranças locais de Botuverá e Guabiruba debateram o tema de

gestão de risco e desastres em suas comunidades

Divulgação/JA

Div

ulg

açã

o/JA

Page 14: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

10 Geral Abril 2013 Jornal da Arquidiocese

Div

ulg

açã

o/JA

Eleito num dia em que a Pala-vra nos apresentava os Atos dosApóstolos e, referindo-se aBarnabé, classificava-o como “umhomem bom, cheio do Espírito San-to e de fé” (11,24), Bento XVI apre-sentou sua renúncia no dia em quea Igreja lia o livro do Gênesis, rela-tando que “Deus viu que era bom”(1,10)! Que belo gesto, o da renún-

Bento XVIcia: no Vigário de Cristo, o reflexoda humildade, do desapego, dasimplicidade e do amor dAquele queo escolhera para o Pontificado!

“Agora, de um modo novo oRomano Pontífice permanece aolado do Senhor na cruz, nuncaabandonado no percurso de umavida longa e extraordinariamentefrutuosa.” (G. Vian)

Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Carlos Martendal

Bem-vindo, querido Papa Fran-cisco! Escutamos suas palavras:

“Podemos caminhar o quequisermos, podemos edificar ummonte de coisas, mas se nãoconfessarmos Jesus Cristo, estáerrado. Tornar-nos-emos umaONG sociocaritativa, mas não a

FranciscoIgreja, Esposa do Senhor. Quan-do não se caminha, ficamos pa-rados. Quando não se edifica so-bre as pedras, o que acontece?Acontece o mesmo que às crian-ças na praia quando fazem cas-telos de areia: tudo desmorona,não tem consistência”.

Os/as jovens podem e desejam serprotagonistas. O que falta é acreditarefetivamente nessa sua capacidade”.

Neste ano, vários eventos pro-movidos pela Igreja colocam os jo-vens em evidência. Entre eles, aCampanha da Fraternidade,que tem como tema “Fraternidadee Juventude”, e a Jornada Mundi-al da Juventude(JMJ), que serárealizada no Rio de Janeiro, de 23 a28 de julho. Para falar sobre os jo-vens, sua importância na sociedadee na Igreja, conversamos com UilianDalpiaz, coordenador da juventu-de da CNBB-Regional Sul 4 (SC).

Nesta entrevista, ele fala dofato de a juventude estar em focoeste ano e da preocupação da Igre-ja com os jovens. Também comen-ta a participação dos jovens naIgreja e na sociedade, a colabora-ção que os jovens podem dar naevangelização através das mídiassociais, e a importância do SetorJuventude e da JMJ como um es-paço de comunhão e unidade,para celebrar, refletir, e agir.

Jornal da Arquidiocese -Neste ano, várias atividadescolocam a juventude em foco.Você acha que só agora a Igre-ja acordou para a importânciada juventude?

Uilian Dalpiaz - Acredito que,especialmente por conta da JMJ,a juventude está mais no foco eno centro das discussões. Porém,é fundamental que possamosolhar para a memória histórica ecom carinho para todo o bonito“acúmulo” que a Igreja do Brasil –e da América Latina – possui com

Protagonismo juvenilCoordenador regional da juventudeanalisa a situação dos jovens no ano

em que eles estão em evidênciarelação ao trabalho com a juven-tude. São frutos que vêm desde aAção católica especializada (coma JAC, JEC, JIC, JOC e JUC), comtodo o trabalho que existe na Igre-ja do Brasil. Nas Conferências deMedellín (1968) e Puebla (1979),na América Latina, a Igreja voltouseus olhos de maneira especial aosjovens. Foi a partir desses olharesque se constituíram ao longo dosanos bonitas experiências no tra-balho de evangelização da juven-tude: as Pastorais da Juventude eoutros movimentos e expressõesjuvenis que temos hoje. O momen-to em que vivemos agora é tempode potencializar e ampliar essasações.

JA - A CF-2013 é mais umdesses eventos. Entre suaspreocupações está a de osjovens serem mais protago-nistas na Igreja e na socieda-de. Na sua opinião, a que sedeve a pouca participação dajuventude?

Uilian - Tenho a impressão deque é um pouco mito essa aversãoà participação e ao gosto dos/asjovens pela política e pelas ques-tões sociais. A partir deste início demilênio, temos as conferênciasmunicipais, estaduais e nacionaisde juventude, a criação de diversosconselhos paritários, bem como oenvolvimento dos jovens em diver-sas esferas da sociedade. Há mui-tos desafios e conquistas pela fren-te, especialmente em nosso Esta-

do, porém vejo que os/as jovenspodem e desejam ser protagonis-tas. O que falta é acreditar efetiva-mente nessa sua capacidade.

JA - Uma das propostas daCF-2013 é a criação dos Con-selhos Estaduais e Municipaisda Juventude. Que contribui-ções eles darão para os jovens?

Uilian - Sem dúvida, elesalavancarão as políticas públicaspara a juventude. Os conselhos,conferências, secretarias, são espa-ços legítimos que devem ser asse-gurados. Em Santa Catarina, aindabatalhamos por esse reconheci-mento e conquista. Uma vez possi-bilitados, a grande contribuição é abusca por autonomia e para asse-gurar melhores condições de vidadigna aos jovens. Tão logo, com asoportunidades alcançadas, se ex-purgarão pré-conceitos que estig-matizam o/a jovem como proble-

ma e não como solução.JA - Os jovens, de modo

geral, utilizam muito bem asmídias sociais para se comu-nicar. De que forma se podeaproveitar essa habilidadepara chamá-los a uma pre-sença mais efetiva nas deci-sões da sociedade ou, ainda,na evangelização?

Uilian - São meios crescentese que vieram para somar em nos-sa sociedade. As tecnologias, de-vidamente aproveitadas, podemser – e são – um diferencial. E issoos/as jovens fazem bem. Tanto nocampo eclesial como no social. Emse tratando de evangelização, vejoque o principal foco e força vêmsendo buscar atingir aqueles queainda não estão no meio eclesial.Devemos ser presença e fazer-nosver onde o grande público juvenilestá. E hoje, em grande parte, estána internet. Vejo, por isso, nas re-

Fo

to JA

Uilian é coordenador da Juventude na CNBB-Regional Sul IV e temuma visão aprofundada e crítica dos jovens no Estado e no país

des sociais, a grande oportunida-de de mostrar e fazer ressoar o jei-to de ser, crer e viver de um/a jo-vem cristão.

JA - Nos últimos anos, aIgreja tem trabalhado maisfortemente na questão doSetor Juventude. Como vocêestá vendo esse trabalho equais as suas perspectivas?

Uilian - O Setor Juventude pro-cura congregar as diversas expres-sões juvenis presentes dentro daIgreja. Vejo como oportunidade,quando bem trabalhada. Algunsriscos podem aparecer quando setenta homogeneizar o trabalho.Deve-se respeitar a organicidadee a espiritualidade nas diversas ex-pressões – pastorais, movimentos,congregações e novas comunida-des. Algumas dessas ações, visan-do a unidade, são a própria Cam-panha da Fraternidade e a Jorna-da Mundial da Juventude.

JA - De que forma a JMJcontribuirá para conscientizaros jovens da sua presença eimportância na vida da Igreja?

Uilian – A JMJ passará a con-tribuir na medida em que não fiqueapenas no evento em si, mas quese faça um caminho, pré, durante epós-JMJ. Já temos bonitos sinais deenvolvimento e participação queaconteceram durante a peregrina-ção da cruz e ícones da JMJ pelonosso Estado; teremos ainda a Se-mana Missionária e a JMJ como tal,que serão um grande sinal de cele-bração, comunhão e encontro. AJornada deve enviar cada jovem emmissão, sabendo e destacando que,como cristãos, somos sinais de Cris-to, enviados/as para além das nos-sas realidades, especialmenteàquelas mais sofridas, como nospede Francisco, o novo Papa.

OutonoAs folhas do outono não caem

porque querem; caem porquechegou a hora!

Forte “O esquecimento mata as in-

júrias; a vingança multiplica-as”(Benjamin Franklin)! Este é o ca-minho: esquecer as injúrias, amaro que injuria. A vingança não par-te da nobreza, nem da dignidade,nem da honra. Vinga-se quem éfraco e pensa ser forte; perdoa oque, sendo forte, parece fraco!

LiberdadeComo a alma se sente livre,

quando se esquece das ofensas!

CarrancaNem o amor nem a bondade

são carrancudos!

É preciso esquecer o que pas-sou para poder viver a vida queestá pela frente. Deixemos mor-rer em nossos corações asdesatenções sofridas, as palavrasque nos feriram. Para fazer o se-

pultamento, nem precisamos da

Sepulturapresença de outras pessoas. E,sobre a sepultura, colocaremoslápide libertadora: “Aqui jazem asofensas que recebi”, “Aqui estãosepultadas as palavras que meferiram”. Que sepultura libertado-ra, a sepultura das coisas ruins!

Quando tantas mulheres procuram uma criança para ado-tar, tantas outras abortam as crianças que Deus lhes dá...Aborto

Page 15: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

A Assembleia Legislativa de San-ta Catarina promoveu, na noite dodia 04 de março, sessão especialsobre a Campanha da Fraternidade2013. A solenidade foi proposta pelodeputado Padre Pedro Baldissera, econtou com a presença de nosso ar-cebispo, Dom Wilson TadeuJönck, de Dom João FranciscoSalm, bispo de Tubarão, e represen-tantes da juventude na Arquidioce-se e no Estado. A CF-2013 tem comotema “Fraternidade e Juventude”.

Em seu pronunciamento, o de-putado lembrou os jovens são asprincipais vítimas da sociedade.“Os jovens são os mais atingidospor muitas das contradições soci-ais e econômicas de um país. Maisde 60% da população carceráriabrasileira tem entre 18 e 29 anose ainda temos 1 milhão de jovensanalfabetos. Isto é um sinal de aler-ta para agir hoje, e agir principal-mente de forma coletiva, ouvindoe participando junto dos jovens”,afirmou Padre Pedro.

Dom Wilson, em sua fala, mos-trou preocupação pela pouca parti-cipação dos jovens nos eventosdecisórios e de mobilização. “O jo-vem tem um lugar especial e é tam-bém sujeito de uma preocupaçãoespecial. Fazer com que assumaseu papel na igreja e na sociedade é

Sessão Especial prestigiou a CF-2013

Dom Orani agradecerá ao Papa pela escolha do Rio para sede da JMJ

“Carta da Juventude” solicitou a criação do Conselho Estadual da Juventude já previsto em lei

o objetivo da campanha”, afirmou.Felipe Candin, coordenador

do Setor de Juventude da Arquidio-cese, fez a leitura da Carta da Juven-tude, documento no qual os jovensligados à igreja destacam a impor-tância do debate dentro da Campa-nha da Fraternidade e listam temasque consideram fundamentais noEstado. Entre as questões, aparecea “criação efetiva do Conselho Esta-dual da Juventude”, previsto na Lei14.872/2009. O documento foientregue ao deputado Padre PedroBaldissera que se encarregou de le-var às mãos do governador.

Ainda durante a sessão, jo-vens entraram com uma réplicada Cruz da Jornada Mundial da Ju-ventude, que será realizada emjulho no Rio de Janeiro, e houve aexecução do Hino da CF-2013pela banda “Ressoar em Deus”.

Em seguida, representantes dosjovens foram homenageados comuma placa comemorativa. Ao final,a Pastoral da Juventude de encenouuma denúncia dos problemas pelosquais passam os jovens e o anúnciode coisas positivas, como inclusão,paz, saúde, educação e preservaçãoda vida, buscadas por eles.

Florianópolis cria Conselho Municipal da JuventudeNa tarde do dia 14 de março,

foram empossados os primeirosmembros do Conselho Municipalda Juventude de Florianópolis. Asolenidade realizou-se no gabine-te do Prefeito. São 18, os mem-bros titulares do Conselho. Elesterão como missão acompanhar,sugerir e fiscalizar as políticas pú-blicas do município voltada aosjovens.

Metade dos membros repre-

sentantes da sociedade civil e aoutra metade, do governo. Nosegmento religioso, Tiago Telesfoi eleito para representar as re-ligiões. Ele é membro do Movi-mento Emaús há oito anos. “Éuma oportunidade de buscar-mos projetos para os jovens emostrar a cara da juventude reli-giosa, além de proporcionar arti-culação entre as diferentes reli-giões do nosso município”, dis-

se Tiago.Segundo Guilherme Pontes,

Coordenador de Políticas Públicasde Juventude de Florianópolis, oConselho havia sido instituído em2010, através da lei 8.452, po-rém até hoje ela não havia sidocolocada em prática e o Conse-lho não existia. “Agora teremos amissão de juntos construirmos apolítica de juventude de Florianó-polis”, afirmou.

A Pastoral de Coroinhas da Ar-quidiocese promoveu, nos dias 08a 10 de março, o Retiro para Coor-denações de Coroinhas. Realiza-do pelo segundo ano consecutivo,o evento teve como sede a Casade Encontros e Retiros Divina Pro-vidência, em Florianópolis. Partici-param do encontro formativo 40coordenadores e coordenadorascomarcais, paroquiais e de comu-nidade, representando as oitocomarcas da Arquidiocese.

Durante os três dias, eles con-taram com a assessoria do Pe.Vânio da Silva, coordenador ar-quidiocesano da Pastoral Vocacio-nal. Ele adotou como tema “O Ca-minho de Emaús”, enfocando onosso encontro com Jesus na Pa-lavra e na Eucaristia. “Procuramosmostrar a arte da oração e comoensinar os nossos coroinhas a cres-cer na comunhão com Jesus atra-vés da oração e da leitura oranteda Bíblia”, disse Pe. Vânio.

Para a Irmã Clea Fuck, coor-denadora arquidiocesana da Pas-

Coordenadores e coordenadorasde Coroinhas participam de retiro

toral de Coroinhas, o encontro no-vamente foi uma experiênciamarcante. “A beleza foi, como noano passado, a presença de umbom grupo de jovens que já coor-denam grupos em suas paróqui-as”, lembrou. Segundo ela, muitosparticipantes realizaram um retiropela primeira vez na vida e, embo-ra fosse um retiro espiritual, tam-bém foi mesclado com formaçãoda prática do dia a dia vivido peloscoordenadores e coordenadoras.

Letícia Fernanda CeccatoWaier, da Paróquia N.Sra. do Per-pétuo Socorro, em Guabiruba, foiuma das que participou de um re-tiro pela primeira vez na vida. Comapenas 14 anos, ela foi coroinhapor quatro anos e pelo segundoano ajuda na coordenação paro-quial. “O retiro foi muito importan-te, porque deu uma noção maisexata do que é ser coroinha e doque passar para os novos coroi-nhas”, disse. Segundo ela, a partirdo trabalho, pretende conhecermelhor a vocação religiosa.

Jornal da Arquidiocese Abril 2013

11Geral

Realizado pelo segundo ano consecutivo, foi a

primeira vez que muitos deles fizeram um retiro

Retiro reuniu 40 participantes de todas as comarcas da Arquidiocese

Foto JA

Sessão Especial contou com participação de representantes das 10dioceses do Estado, que foram homenageados durante solenidade

Fo

to JA

Page 16: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2013

12 Geral Abril 2013 Jornal da Arquidiocese

Propedêutico tem nova casa de formação

O Seminário Propedêutico rece-beu, na manhã do dia 14 de mar-ço, os formadores dos semináriosda Arquidiocese e o nosso arcebis-po Dom Wilson Tadeu Jönck. Oevento marcou a apresentação,para os formadores, da nova casade formação do Propedêutico, ago-ra localizado na Casa Santa Maria,na Ponta de Baixo, em São José.Antes estava em Camboriú.

O evento teve início às 8h30,com a Celebração Eucarística pre-sidida por Dom Wilson. Em suahomilia, ele relacionou os jovenscom Moisés, que foi escolhido parauma missão. “Assim como ele,vocês também estão sendo cha-mados para cumprir uma missão.E devemos responder com Fé.Acreditar que Deus nos fala nessedesejo de vivermos a fé”, disse.

O Seminário Propedêutico, des-tinado aos jovens que já tem o se-gundo grau, para um período de for-mação antes de ingressar no Semi-nário Maior, estava em Camboriú,ocupando um espaço da paróquia,desde 2010.

Segundo Dom Wilson, a Paró-quia Divino Espírito Santo estavaprecisando do local. “Então tivemosque procurar outro local. Como te-mos a Casa Santa Maria, queestava sub-aproveitada, resolve-mos destiná-la à formação dos jo-vens do Propedêutico”, disse. Ele

esclareceu que a casa foi doada aArquidiocese para servir como es-paço de formação para lideranças,encontros, retiros e espiritualidade.

Para Pe. Josemar Silva, rei-tor do Propedêutico, os semina-ristas ganharam com a mudança.“O local tem as condições ideaispara acolher os propedeutas. Tam-bém a proximidade com Florianó-polis contribui com mais pessoaspara ajudar na formação. Alémdisso, eles podem participar doseventos realizados pela FACASCe outros eventos na sede da Ar-quidiocese”, informou.

Mesmo tendo mudado de lo-

Fo

to JA

Pascom ministra oficina

Seminário é transferido para São José com espaço mais adequado para a formação dos seminaristas

A Pastoral da Comunicação daArquidiocese promoveu no dia 16de março uma tarde de formaçãona Paróquia Santa Cruz, em Areias,São José. Realizada na Igreja Ma-triz, a formação reuniu seis mem-bros da equipe da Pastoral da Co-municação paroquial.

A formação foi ministrada porZulmar Faustino, jornalista emembro da equipe arquidiocesanada Pascom. Durante o encontro, elefalou sobre o que é, finalidade e ob-jetivos da Pastoral, e como organizá-la na paróquia. Também esclareceudúvidas dos participantes.

A paróquia tem Pastoral daComunicação há três anos e con-ta com cerca de 30 lideranças. APastoral está presente tambémem seis das nove comunidades.É a segunda vez que a equipe re-cebe formação. A primeira foi emoutubro de 2011, sobre fotogra-fia, que foi eleita pela equipe coma necessidade mais presente.

Para Gabriela Fernandes,coordenadora da Pascom paroqui-al, a equipe busca formação paraotimizar o trabalho. Segundo ela,

Equipe paroquial da Pascom recebeu a segunda formação

Os seis seminaristas do Propedêutico ganharam um local com as condi-ções ideais para a sua formação, com área de lazer e uma bela vista

a oficina foi muito boa e deu asdiretrizes de como o trabalho deveser conduzido. “Tínhamos uma vi-são diferente, agora sabemos oconceito e vamos buscar trabalharcom ele”, disse. O trabalho contacom o total apoio do pároco Pe.Kelvin Konz.

Na avaliação de Zulmar, o tra-balho realizado pela equipe é mui-to bom e estão seguindo os pas-sos corretos. Segundo ele, “é umaequipe jovem, interessada, queestá buscando se especializar e re-alizar um bom trabalho na comu-nidade. Tem tudo para dar certo”.

Outras formaçõesAlém da Oficina de Pastoral da

Comunicação, a equipe arquidioce-sana também ministra as oficinasde Fotografia, Texto Jornalístico, pla-nejamento em comunicação eblog/hot site. Todas as oficinas sãogratuitas e ministradas em um perí-odo, manhã ou tarde. Os interessa-dos em uma das oficinas podementrar em contato pelo fone (48)8405-6578 ou pelo [email protected].

Durante a formação, participantes aprenderam o

conceito de Pastoral da Comunicação e como aplicá-lo

A Legião de Maria promoveu nodia 10 de março, na Catedral de Flo-rianópolis, a festa da “Acies”. O even-to é realizado anualmente no dia 25de março ou em outro dia conveni-ente. Nela, os legionários se consa-gram, individual ou coletivamente, aNossa Senhora, numa cerimôniaque tem o nome de “Acies”.

Esta palavra latina, que signifi-ca um exército em ordem de bata-lha, designa com razão, a cerimô-nia, em que os legionários, como

um só corpo, se reúnem para reno-var a sua fidelidade a Maria, Rai-nha da Legião, e dela receber a for-ça e benção para mais um ano decombate contra o exercito do mal.

Com um roteiro próprio, a ceri-mônia iniciou com as orações daTéssera (Oração dirigida ao Espíri-to Santo), uma alocução feita peloDiretor Espiritual, Pe. PedroMartendal. Depois, seguiu-se aconsagração coletiva, as oraçõesda Catena Legionis, Santa Missa,

Legião de Maria realiza festa da “Acies”

cal, não mudou o nome do Semi-nário, que permanece como “Se-minário Propedêutico Mons.Valentim Loch”. As atividadesiniciaram no dia 04 de março,com seis seminaristas: três novos;dois vindos do Menor; e um quejá estava no propedêutico.

O programa de formação tam-bém permanece o mesmo. Elesterão aulas pela manhã com o Pe.Isaltino Dias, contando com o au-xílio do Welington Cristiano da Sil-va, que será ordenado diácono,que ministrará aulas de catecis-mo, e da Professora Silvia Togneri,com a parte bíblica.

orações finais e o Hino da Legiãode Maria. Durante toda a cerimô-nia houve cantos marianos.

A Acies também foi realizada emoutras paróquias da Arquidioceseonde a Legião de Maria está presen-te: Curiae “Imaculada Conceição”,Capoeiras; “N.Sra. da Boa Viagem”,Saco dos Limões; “Mãe dos Cami-nhantes”, Agronômica; “Rainha dosApóstolos”, Estreito – todas em Flo-rianópolis, e “Medianeira de todasas Graças”, em Biguaçu.

Foto JA