jornal da arquidiocese de florianópolis abril/2011

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Padre Salm é o administrador diocesano de Florianópolis Seguindo o que deter- mina o Código de Direito Canônico, no dia 29 de março, o Colégio de Con- sultores esteve reunido e elegeu o Pe. João Fran- cisco Salm como o admi- nistrador diocesano. Ele terá a missão de governar a Arquidiocese de Florianó- polis até que seja nomea- do e tome posse o futuro arcebispo. Conheça um pouco da sua história e o Arquidiocese Jornal da Florianópolis, Abril de 2011 Nº 166 - Ano XV “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8) Dom Murilo assume Salvador Celebração na Catedral Basílica, no Centro Histórico de Salvador, marcou a posse do novo arcebispo Foi com grande alegria e em clima de festa que o povo baiano recebeu Dom Murilo Krieger como o seu novo ar- cebispo. Isso pôde ser eviden- ciado tanto na recepção que fizeram para ele no aeropor- to, quanto na Celebração Euca-rística em que tomou posse da Arquidiocese mais antiga do Brasil. Acompanhe como foi a ce- lebração, como os baianos receberam a sua eleição e quais os maiores desafios que irá enfrentar. Também veja os eventos realizados na Arquidiocese de Florianópolis por ocasião da despedida de Dom Murilo. PÁGINAS 08 e 09 Tema do Mês reflete sobre Ecologia e Páscoa PÁGINA 04 Arquidiocese ga- nha novo diácono permanente PÁGINA 05 Jurerê Interna- cional terá uma igreja católica PÁGINA 15 Joinville realizará Mutirão Regional de Comunicação PÁGINA 16 Participe do Jornal da Arquidiocese POR CARTA Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis POR E-MAIL [email protected] PELO SITE www.arquifln.org.br que achou da sua eleição. PÁGINA 04 Padres recebem homenagem em Florianópolis. PÁGINA 03 Ir. Meri: há 25 anos vivendo e trabalhando junto aos pobres PÁGINA 14 Dom Murilo sentou-se na Cadeira Episcopal, que nos últimos 12 anos pertenceu a Dom Geraldo

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Jornal da Arquidiocese de Florianópolis(SC) Edição 166, ano XV, Abril/2011

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Page 1: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

Padre Salm é o administrador

diocesano de FlorianópolisSeguindo o que deter-

mina o Código de DireitoCanônico, no dia 29 demarço, o Colégio de Con-sultores esteve reunido eelegeu o Pe. João Fran-

cisco Salm como o admi-nistrador diocesano. Eleterá a missão de governara Arquidiocese de Florianó-polis até que seja nomea-do e tome posse o futuroarcebispo. Conheça umpouco da sua história e o

ArquidioceseJornal da

Florianópolis, Abril de 2011 Nº 166 - Ano XV

“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)

Dom Murilo assume SalvadorCelebração na Catedral Basílica, no

Centro Histórico de Salvador,marcou a posse do novo arcebispo

Foi com grande alegria eem clima de festa que o povobaiano recebeu Dom MuriloKrieger como o seu novo ar-cebispo. Isso pôde ser eviden-ciado tanto na recepção quefizeram para ele no aeropor-to, quanto na CelebraçãoEuca-rística em que tomouposse da Arquidiocese maisantiga do Brasil.

Acompanhe como foi a ce-lebração, como os baianosreceberam a sua eleição equais os maiores desafiosque irá enfrentar.

Também veja os eventosrealizados na Arquidiocese deFlorianópolis por ocasião dadespedida de Dom Murilo.

PÁGINAS 08 e 09

Tema do Mêsreflete sobreEcologia e Páscoa

PÁGINA 04

Arquidiocese ga-nha novo diáconopermanente

PÁGINA 05

Jurerê Interna-cional terá umaigreja católica

PÁGINA 15

Joinville realizaráMutirão Regionalde Comunicação

PÁGINA 16

Participe do

Jornal da

Arquidiocese

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que achou da sua eleição. PÁGINA 04

Padres recebemhomenagem emFlorianópolis.

PÁGINA 03

Ir. Meri: há 25 anos vivendo e trabalhando junto aos pobres PÁGINA 14

Dom Murilo sentou-se na Cadeira Episcopal, que nos últimos 12 anos pertenceu a Dom Geraldo

Page 2: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

Palavra do CoordenadorPalavra do CoordenadorPalavra do CoordenadorPalavra do CoordenadorPalavra do Coordenador Pe. Vitor Galdino Feller Coordenador Arquidiocesanode Pastoral

Irineu de Lyon contra os gnósticos,que desprezavam a matéria (cf.Adv. Haer. 47,2). Pela Eucaristia,o Senhor restaura a integridadeda obra divina da criação, pois opão e o vinho ofertados são frutoda terra e do trabalho humano,simbolizando toda a realidade.

A Eucaristia é o sacramento“da” Igreja, não na Igreja. Não éum dos sete sacramentos, mas“o” Sacramento, pois, sem elanão há ressurreição, não há sinalsacramental.

Quando Paulo fala em reunir-se num mesmo lugar, dirigindo-seà Igreja que está aqui ou ali, refe-re-se à Eucaristia, à Assembléiaque celebra o Ressuscitado: “Ocálice que bebemos é comunhãocom o sangue de Cristo; o pão querepartimos é comunhão com ocorpo de Cristo. Há um só pão enós, sendo muitos, somos um sócorpo, pois participamos do únicopão” (cf. 1Cor 10,16-17). Dessemodo, a Igreja faz-se realidade.Não uma Igreja alienada, umaEucaristia festeira, mas Ceia desantidade e de justiça, da qualparticipa indignamente quem nãoreparte, quem consome o alimen-to que pertence ao irmão. O

“Pela Eucaristia,

o Senhor restaura aintegridade da obra

divina da criação,pois o pão e o vi-

nho, ofertados,simbolizam toda

a realidade”.

O senhor foium fiel servidor

de Cristo, pastore esposo da

Igreja, nas trêsmesas com asquais Ele nos

alimenta”

Agradecimento e Votos a Dom Murilo!Dom Murilo,Nesta Missa de Ação de Gra-

ças, manifestamos a Deus nossagratidão pela presença do senhorem nosso meio e à nossa frente,nestes nove anos. O senhor foi umfiel servidor de Cristo, pastor eesposo da Igreja, nas três mesascom as quais Ele nos alimenta: amesa da Palavra, a mesa daLiturgia e a mesa da Caridade.

Na mesa da Palavra, o se-nhor nos ensinou a buscar a pala-vra exata e clara, para que a Pala-vra de Deus não se perdesse emnossos palavrórios humanos. Foium homem voltado para o anún-cio da Palavra de Deus; foi enxutoe direto em suas homilias; fre-quentou os meios de comunica-ção, dentro e fora da Arquidiocese,no intuito de evangelizar; aprovei-tou-se de todos os meios possí-veis, no rádio, na TV e na internet,para levar a Palavra de Deus a to-dos, ciente e crente de que elatem uma força própria e que nãocabe a nós controlá-la; apoiou, dis-creta mas decididamente, os Gru-pos Bíblicos em Família, como pri-oridade de nossa ação evangeliza-

dora, as atividades da PastoralCatequética, as diversas expres-sões da espiritualidade cristã pre-sentes nos movimentos leigos.Por ter sido entre nós homem daPalavra, obrigado, Dom Murilo.

Na mesa da Liturgia, o se-nhor nos ensinou que a celebraçãodos sacramentos, sobretudo da Eu-caristia, tem uma longa Tradição, éum dom de Deus e da Igreja, quenão pode ser deturpado por intro-missões humanas. Com seus ges-tos comedidos, com seus paramen-tos belos e sóbrios, com suas pala-vras concentradas, nenhuma pala-vra e nenhum gesto a mais ou forade lugar, o senhor nos mostrou,como diz Adélia Prado, que “a mis-sa é um poema”, nos fez ver que napresidência da celebraçãoeucarística é o próprio Cristo quemse oferece ao Pai por nós. Insistiucom a reforma arquitetônica e de-corativa de muitos de nossos tem-plos, sempre na busca da belezasóbria e alegre que deixasse apare-cer só o Cristo Crucificado e Res-suscitado. Dom Murilo, por ter sidoentre nós homem da Liturgia, mui-to obrigado.

Na mesa da Caridade, o se-nhor nos ensinou que, como diz oseu lema, “Deus é Amor” e que esseamor vem a nós no cotidiano dascoisas simples. O senhor vai diretoao assunto, não usa de meias pala-vras, serve-se de palavras bem es-colhidas e medidas, para não ofen-der o interlocutor e chegar ao obje-tivo da conversa; por isso não é ne-cessário servir-se de circun-lóquiospara apresentar-lhe um pedido, umproblema, uma sugestão. O senhorangariou a simpatia de seus cola-boradores imediatos nos serviçosda Cúria e da Mitra Metropolitana.Na relação com os padres, foi paci-ente com nossos defeitos, saben-do ser também exigente quandonecessário, mas sem perder a pos-tura evangélica; sempre nos brin-dou com sua presença amiga nosencontros das segundas-feiras, naAPAZ, a nossa associação depresbíteros. Nunca perdeu a opor-tunidade para ajudar pessoalmen-te e movimentar a Arquidiocese noauxílio de pessoas necessitadas, so-bretudo nas calamidades e catás-trofes, ultimamente tão comuns emnosso estado e em nosso país. No

Jornal da Arquidiocese de FlorianópolisRua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis

Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799E-mail: [email protected] - Site: www.arquifln.org.br24 mil exemplares mensais

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Pe. João Francisco Salm, Pe. José Artulino

Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Leda Cassol Vendrúscolo,

Daniel Casas, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino

- SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Editoração e Fotos: Zulmar

Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Gráfica GrafiNorte

senhor, em suas palavras e atos,pudemos verificar que, de fato,“Deus é Amor”. Por ter sido entrenós homem da Caridade, DomMurilo, muito obrigado.

Além de agradecer, pedimosao Espírito Santo, que na pessoado papa o escolheu para presidira Igreja Primaz do Brasil, para queo abençoe e o acompanhe nestegrande passo que tem a dar, noenfrentamento desta mudançaque se configura bastante desafi-adora, em seus termos culturais,religiosos e pastorais.

Que Nossa Senhora do Dester-ro, nossa padroeira, e seu esposoSão José, patrono da Igreja,migrantes como tantos na imensahistória da salvação, assim comocarregaram o Menino Jesus no ca-minho de ida e volta do Egito, tam-bém o acompanhem neste seuêxodo rumo à nova missão.

Dom Murilo, vá com Deus, fi-que em nossos corações!

Texto lido durante a celebra-

ção de despedida de Dom Murilo,

no dia 18 de março, na Catedral

de Florianópolis

Opinião2Abril 2011 Jornal da Arquidiocese

Tudo está consumado – A Eucaristia“Tudo está consumado” (Jo

19,30): estava completa a obrada criação ao se revelar o Cordei-ro imolado desde a criação domundo! (Apc 13,8).

Horas antes, o Senhor oferece-ra o pão e o vinho com a palavradecisiva a fim de que a históriahumana tivesse alimento no cami-nhar: “Tomai e comei, isto é o meuCorpo; bebei dele todos, este é ocálice da aliança no meu Sangueque é derramado por vós” (cf. Lc22, 14-20). Quando o Senhor pro-clamou que tudo estava consuma-do, tornou possível a Eucaristia daIgreja, pois seu Corpo era ofereci-do como Pão e seu Sangue derra-mado como Vida, até a Parusia.

A Eucaristia é afirmação dadignidade e beleza da criação, doamor do Senhor pela criatura,pois tudo ele assumiu em suaencarnação e em tudo penetrousua divindade, pois a humanida-de foi elevada à divindade: "Se oSenhor tivesse desprezado o cor-po como algo de sujo, odioso, lou-cura, então o Pão e o Cálice daSalvação deveriam ser tambémalgo de odioso ou de sujo. ComoCristo desprezaria o corpo e serevestiria do Pão?", pergunta

moralismo anti-sacramental defi-ne o “indignamente” como estar“cheio de pecados”, quando oApóstolo se refere àqueles privile-giados que na Ceia eucarísticacomiam os alimentos antes dachegada dos pobres, dos outrosconvidados. Quem não reparte opão, não pode repartir o Pão, poisestá se apossando da criação emseu benefício individual.

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

Cristo. A palavra da epíclese é“tornar-se” Corpo e Sangue, mas,o uso patrístico do verbo “inte-grar” para o mesmo mistério ex-pressa com muita intensidade arealidade sacramental, pois opão permanece pão, mas estáoculto dentro do Corpo do Se-nhor, e o Corpo do Senhor se ocul-ta no pão. Desse modo, ao co-mermos o Pão e bebermos doCálice, penetramos na vida divi-na e a vida divina penetra em nós:nasce a Igreja, Corpo de Cristo,forma-se o Povo “de” Deus. Os fi-éis participantes, incorporados aCristo, se tornam consangüíneoscom Cristo, raça divina (cf. At17,28), participantes da nature-za divina (cf. 2Pd 1,4).

A Eucaristia é a manducaçãoda Carne e do Sangue do Filhodo Homem e, quem dele nãocome, não terá a vida (cf. Jo6,53). O capítulo 6º de João - mul-tiplicação dos pães - é claro aoafirmar que quem come dessepão permanece para sempre,pois o pão verdadeiro descido docéu é o Filho do Homem.

A Eucaristia é memória da Pai-xão do Senhor: sua humanidadecrucificada inclui também as mi-

sérias, os sofrimentos da históriahumana; nela ressoa o grito nacruz “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mt27,46) como grito de desesperoda humanidade. Na Eucaristia, ofogo do Espírito Santo preenche oabismo do abandono criado pelopecado e Jesus pode dizer: “Tudoestá consumado”, o Espírito uniuo Filho ao Pai, e nós ao Pai.

Com a Ressurreição-Ascen-são, a humanidade do Senhortecida de nossa carne e de todaa carne da terra se encontra pre-sente no seio da Trindade, comas feridas do Senhor. Dessas feri-das luminosas nos vem a vida.Com o Pentecostes, nossa huma-nidade divinizada e divinizante seenche do fogo do Espírito que nosdá a graça da Eucaristia: “A Euca-ristia nos incorpora nesse Corpode Deus”, dizem os Pais, e os co-mungantes participam da natu-reza divina. Sem o Espírito querealiza a Eucaristia, a Igreja é umcorpo social; o cristão, um agen-te religioso. Com ela, realizadapelo Espírito, somos Povo deDeus, existimos em Deus.

Pe. José Artulino Besen

Eucaristia -Páscoa eterna

Na Liturgia eucarística, apóso Hino do Santo, o presidente dacelebração, em nome do povo,pede ao Pai que envie o EspíritoSanto para tornar o pão e o vinhoCorpo e Sangue de Cristo e, atra-vés deles, incluir-nos no Corpo de

Page 3: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

Jornal da Arquidiocese Abril 2011

3Geral

Pe. Salm é o novo administrador diocesanoEle terá a missão de governar a Arquidiocese de Florianópolis até a vinda do novo arcebispo

O Colégio de Consultores daArquidiocese de Florianópolis es-teve reunido na manhã de 29-03,e elegeu Pe. João FranciscoSalm como o administradordiocesano. Ele tem a missão degovernar a Arquidiocese até queseja nomeado e tome posse ofuturo Arcebispo.

A nomeação de Dom Murilopara a Arquidiocese de Salvadorfoi realizada no dia 12 de janeiro.A partir da sua posse naquela Sé,no dia 25 de março, ele permane-ceu entre nós como Administra-dor Apostólico. A partir dessa data,a Arquidiocese de Florianópolispassou a ser vacante.

De acordo com o Código de Di-reito Canônico, o Colégio de Con-sultores tem um prazo de oito diaspara se reunir e escolher umpresbítero que assuma a adminis-tração da arquidiocese até que oPapa escolha e tome posse o novopastor da diocese.

Em nossa Arquidiocese, o Co-légio de Consultores é constituídopelos seguintes presbíteros: Pe.Francisco José Gesser, Pe. Hélioda Cunha, Pe. José HenriqueGazaniga, Pe. Sérgio Giacomelli,Pe. Siro Manoel de Oliveira, Pe.Vilson Groh e Pe. Vitor Galdino Feller

CurrículoNatural de São Pedro de

Alcântara, Pe. João FranciscoSalm nasceu em 11 de outubrode 1952. Aos 12 anos ingressouno Pré-Seminário de AntônioCarlos. No ano seguinte, foi parao Seminário de Azambuja, emBusque, saindo de lá em 1976para cursar Teologia no ITESC. Suaordenação presbiteral foi no dia30 de junho de 1979, no Santuá-rio Nossa Senhora de Azambuja,em Brusque.

No ano seguinte, iniciou suasatividades presbiterais como for-mador do Seminário de Azambuja.A partir de 1984, foi nomeado rei-

Foto JA

32 anos de vidareligiosa ordenada

Em entrevista, ele comentacomo recebeu a notícia, comovai conciliar esse compromissocom as atividades que já tem, ecomo suas experiências anteri-ores contribuirão para assumiressa nova missão. Diz tambémo que muda na Arquidiocesecom a sua eleição.

Jornal da Arquidiocese -Como o senhor recebeu asua eleição?

Pe. Salm - Com naturali-dade, disposição de servir econtando com a colaboraçãodos colegas padres do Colégiode Consultores.

JA - O senhor é párocode Santa Teresinha, emBrusque. Como vai conci-liar esse trabalho com o depároco?

Pe. Salm - Precisarei terconhecimento melhor das mi-nhas novas obrigações para verse conseguirei conciliar os com-promissos da paróquia com osda Arquidiocese. A partir daí, to-maremos as medidas que sefizerem necessárias.

JA - Em 2006 o senhorfoi o coordenador de Pas-toral. Isso favorece a reali-zação dessa nova missão?

Pe. Salm - Sim. Com essetrabalho tive um envolvi-mento que, com certeza, mui-

to me ajudará.

JA - Após 32 anos de or-denação, a maior partecomo formador, o senhorvive sua primeira experiên-cia como pároco. Issa trazalgum benefício para a mis-são que agora assume?

Pe. Salm - De toda experi-ência se tiram lições. Certa-mente a formação e a paróquiaensinam muito qualquer padre.

JA - O que muda naArquidiocese até a nome-ação e posse do futuro Ar-cebispo?

Pe. Salm - Nada muda. Oesforço será no sentido de aju-dar a Arquidiocese a continuarfazendo o seu caminho eprepará-la para a melhor acolhi-da possível do novo Arcebispo.

tor do Seminário, acumulando asfunções de Reitor do Santuário eRegente do Coral, e Diretor doMuseu Dom Joaquim.

Em 1992 foi transferido paraFlorianópolis, assumindo a rei-toria do Seminário TeológicoConvívio Emaús e, também, a co-ordenação arquidiocesana daPastoral Vocacional, cargos queocupou até 2009. Em duas oca-siões, 2006 e 2008, assumiu aCoordenação Arquidiocesana dePastoral. Atualmente, desde2009, é pároco de SantaTeresinha, em Brusque.

Os sete padres que compõem o Colégio de Consultores elegeram opresbítero que assumiu o governo temporário da Arquidiocese

Fo

to JA

Na Igreja Católica, Adminis-trador Apostólico é um bispoou presbítero designado peloPapa através de um decreto, paraadministrar uma diocese que seencontre vacante, ou seja, sembispo ou arcebispo no cargo. Já

Administrador Apostólico X Administrador DiocesanoAdministrador Diocesano éum bispo ou padre escolhido peloColégio de Consultores, dentro deoito dias após a diocese entrarem vacância. Tanto um comooutro tem a missão de dirigir ostrabalhos da diocese interina-

mente, até que o Papa eleja umnovo bispo e ele tome posse. OAdministrador Diocesano, emnosso caso, não tem a ordemepiscopal, mas tem a autoridadede governar a diocese até a che-gada do novo bispo.

Fo

to JA

Pe. Salm: uma vida dedicada àformação de novos presbíteros

No dia 23 de março, a cidadede Florianópolis comemorou285 anos de emancipação polí-tica. Para marcar a data, a Câma-ra de Vereadores realizou sessãosolene para homenagear pesso-as que contribuíram para a suahistória. No auditório do Tribunalde Justiça de Santa Catarina, nocentro de Florianópolis, o eventohomenageou 34 personalidades.A homenagem é dividida em trêscategorias: Mérito Francisco DiasVelho, Mérito do Município e Tí-tulo de Cidadão Honorário. Entreos agraciados, estavam cincopadres e o Colégio Nossa Senho-ra de Fátima. Três padres rece-beram o Mérito do Município e

Padres são homenageados no aniversário de FlorianópolisNo dia em que Florianópolis comemorou 285 anos, cinco padres e um colégio católico foram homenageados

dois o de Cidadão Honorário.Pe. João Cardoso, Pe. Má-

rio José Raimondi, Pe. Pau-lo De Coppi e o Colégio NSrade Fátima, representado peladiretora Irmã Inez Bösing, rece-beram a medalha e diploma deMérito do Município. A honrariabusca homenagear aqueles que,por serviços relevantes, concor-reram para o engrandecimentodo Município.

O Colégio e Pe. Cardoso fo-ram indicados pelo ex-vereadorIvan dos Santos, que lhes entre-gou o título. Já Pe. Paulo foi indi-cado e recebeu a homenagem dovereador Edinon Manoel da Rosa.O vereador Dalmo Menezes pas-

sou ao Pe. Mário José Raimondi,o título e a medalha.

Em seguida, foi entregue o tí-tulo de Cidadão Honorário. Entreos agraciados, Pe. Marcio Vig-noli e Pe. Nildo Dubiella, quereceberam o título do vereadorIvan dos Santos. O título é desti-nado a homenagear pessoas ouentidades, não florianopolitanosque, reconhecidamente, tenhamprestado serviços relevantes aoMunicípio, Estado, União ou à Hu-manidade.

Mais fotos no site da Ar-quidiocese - www.arquifln.org.br, clicar em “Álbum de fotos”,no alto da página à direita.

Cinco padres e o Colégio N.Sra. de Fátima receberam os títulos deMérito do Município e de Cidadão Honorário de Florianópolis

Fo

to JA

Page 4: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

própria condição criatural, frágile caduca do mundo; explicam-sepelas leis internas da própria con-dição natural: surgir e desapare-cer. Mas também é claro quemuitos gemidos vêm, sim, de cau-sas humanas, da ganância, doconsumismo, do desrespeito e dadepredação da natureza. O peca-

Como o serhumano passa pelamorte para ressus-

citar em Cristo,também a natureza,

que sofre as doresde parto, ressusci-

tará, será transfigu-rada e glorificada

no corpo cósmicode Cristo ”.

Diversas pessoas têm mani-festado certa perplexidade como lema da Campanha da Frater-nidade deste ano: “a criação

geme em dores de parto”. Achama frase inconveniente, pessimis-ta, exagerada. Há também fiéisque consideram inadequado àIgreja meter-se nesses assuntosmuito científicos, políticos e eco-nômicos. A meu ver, uns e outrosnão percebem a relação entre afé cristã em Deus criador e as atu-ais questões ecológicas.

AS DORES DO PARTO

A citação da Carta aos Roma-nos tem um fundo pascal. Depoisdas dores do parto, vem a alegriapelo nascimento da criança. De-pois da tempestade, a bonança.Da cruz vem a ressurreição. Je-sus consolou os discípulos antea aproximação de sua Páscoa,lembrando as dores do parto:“Ficareis tristes, mas a vossa tris-

teza se transformará em alegria.

A mulher, quando vai dar à luz,

fica angustiada, porque chegou

a sua hora. Mas depois que a cri-

ança nasceu, já não se lembra

mais das dores, pela alegria de

um ser humano ter vindo ao mun-

do” (Jo 16,20-21).A expressão bíblica dores do

parto, citada em diversas passa-gens (por ex.: Gl 4,19; 1 Tes 5,3;Ap 12,2; Gl 4,27, citando Is 54,1;Jr 13,21; Is 66,7-8) designa, aomesmo tempo, um doloroso es-tado atual e a espera de um futu-ro estado glorioso. Enquanto esti-vermos neste mundo, morte evida caminham juntas. Mas a es-perança da vida plena é sempremaior. Na Carta aos Romanos8,19-22, Paulo faz uma profissãode fé pascal e afirma que o mun-do material será associado à glo-rificação do corpo humano no Cris-to ressuscitado. Ele ensina que,como o ser humano passa pelamorte para ressuscitar em Cristo,também a natureza, que sofre asdores de parto, ressuscitará, serátransfigurada e glorificada no cor-po cósmico de Cristo. A naturezaparticipa da páscoa de Cristo e doser humano. Enquanto a filosofiagrega queria libertar o espírito darelação com a matéria, conside-rada má, o cristianismo prega alibertação da própria matéria. Nãosó o espírito, mas também o cor-po humano e, com ele, a nature-za, são chamados à participaçãoda glória de Cristo. Todo o univer-so, criado pela Palavra de Deus(Jo 1,3) que em Jesus Cristo se

fez carne e habitou entre nós (Jo1,14), é chamado a participar dareconciliação final de todas ascoisas em Cristo (Col 1,20).

OS GEMIDOS

DA NATUREZA

O mundo material, criado para

físicas compõem e regem a na-tureza e o corpo humano. Porisso, na concepção cristã, assimcomo o pecado humano tevecomo consequência a maldiçãoda terra, também a libertação eglorificação do ser humano sedão em conjunto com a liberta-ção e glorificação da natureza.

OS GEMIDOS

DO ESPÍRITO

Mas não é só a criação quegeme. Também nós “gememos

em nosso íntimo, esperando a

condição filial e a redenção de

nosso corpo” (Rm 8,23). A cria-ção geme à espera de ser liberta-da do cativeiro em que o ser hu-mano a colocou. O ser humanogeme à espera de sua redençãofísica, de sua salvação espirituale sua confirmação como filho deDeus em Cristo. Mas os gemidosda criação e do ser humano nãofariam sentido e se perderiamem lamentações infindas e semsolução, se não fosse o próprioDeus a gemer conosco, em nós epor nós. Por isso, mais adiante,São Paulo diz: “é o próprio Espíri-

to que intercede em nosso favor,

com gemidos inenarráveis” (Rm8,26). Gemer é um verbo atribuí-do ao Espírito Santo, que tudo criae renova a face da terra (Sl104,30), que geme e sofre, emtodo o percurso da evolução, afim de que as coisas venham àexistência. E agora, geme aindamais, à espera de que o ser hu-mano se converta e não destruaa obra que ele criou.

O Espírito Santo, que gemedentro de nós e pelo qual clama-mos Abbá, Pai (Rm 8,15), nosdeu uma nova lei: a lei do amor eda partilha. O próprio Espírito, der-ramado em nossos corações, ha-bita em nós e nos impede de se-guir instintos egoístas (Rm 8,9).O Espírito Santo é o grande domda Páscoa de Cristo. Ao morrer,“inclinando a cabeça, Jesus en-

tregou o Espírito” (Jo 19,30) ecomo ressuscitado soprou sobreos discípulos e lhes deu o Espíri-to Santo (Jo 20,22).

Os cristãos não vivem na leidos instintos, segundo a carne eos ídolos do mundo, na preocu-pação de ter mais, poder mais,gastar mais, comprar mais e, comisso, depredar mais a natureza.Ao contrário, a partir da Páscoade Cristo, vivem na lei do Espíritoque dá vida, vivem na sobrieda-de e na solidariedade. Assim, navida segundo o Espírito não sósão refeitas as relações sociaisentre as pessoas e classes, mastambém as relações ecológicasentre o ser humano e a natureza.

Pe. Vitor Galdino Feller

Coord. Arquidiocesano de Pastoral,

Prof. de Teologia e Diretor do ITESC

Email: [email protected]

o ser humano, participa do nos-so destino. Amaldiçoada por cau-sa do pecado humano (“maldito

será o solo por tua causa”: Gn3,17), a natureza se encontra emestado de tensão: “submetida à

vaidade”, espera ser liberta da“escravidão da corrupção” (Rm8,20-21). A fé cristã entende quea origem para os males no mun-do se concentra em duas verten-tes, entre si indissociáveis: a di-mensão frágil de nossa criatu-ridade, e o pecado humano.Como criaturas, o ser humano eas coisas que existem são frá-geis, mortais. Não é preciso mui-ta atenção para perceber os ge-midos de dor da criação: terremo-tos, enchentes, furacões,tsunamis etc. A criação sofre e,com ela, também o ser humano,a começar com os mais pobres,os primeiros a padecer com osflagelos da natureza. É claro quemuitos desses gemidos e sofri-mentos não têm causa direta naação humana; fazem parte da

do humano introduziu em nossacondição criatural o vírus da vio-lência e da agressão. O ser hu-mano passa a usar e abusar danatureza, que lhe foi dada paraser transformada; em vez deacolhê-la como um ninho em queo Criador o colocou, a degrada edepreda; em vez de ser co-cria-dor, julga-se dono prepotente,excluindo Deus das decisões noque concerne ao conhecimentoe ao uso dos bens do mundo.

A natureza espera ser liberta-da desse uso egoísta econsumista e predatório que delafazemos, a fim de ser partilhadae colocada ao serviço de todos.Criada por Deus para o bem co-mum dos seres humanos, a na-tureza geme esperando queaconteça o parto pascal da vidapara todos. Há uma relaçãointersubjetiva entre o ser huma-no e os outros seres vivos e ina-nimados. Somos feitos da mes-ma matéria do mundo. Os mes-mos elementos químicos e leis

O próprio Espírito intercede em nossofavor, com gemidos inefáveis.

Ecologia e PáscoaD

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4 Tema do Mês Abril 2011 Jornal da Arquidiocese

Page 5: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

Arquidiocese ganha novo diácono permanenteCom a ordenação de Roberto da Costa, a Arquidiocese passa a ter 116 diáconos

Uma celebração eucarísticarealizada no Santuário SagradoCoração de Jesus, em Ingleses,Florianópolis, no dia 12 de março,às 16h, marcou a ordenaçãodiaconal de Roberto Guilhermeda Costa. Presidida por DomMurilo Krieger, até então Adminis-trador Apostólico da Arquidiocesede Florianópolis, a celebração mar-cou a última ordenação diaconalpresidida por ele, que em seusnove anos de episcopado ordenououtros 36 diáconos permanentes.

A celebração contou com apresença de padres e diáconos daArquidiocese, lideranças da paró-quia, fiéis e familiares do ordenan-do. Beto, como é conhecido, ado-tou como lema de ordenação:“Modelai-me, Senhor, para que eupossa fazer tudo o que quereis”

(cf. Jr 18,1-6). Com a ordenação,ele passa a ser o quinto diáconopermanente da Paróquia.

Em sua homilia, Dom Murilolembrou que tudo depende deDeus e que, com a Sua graça,poderemos fazer o que Ele querde nós. Sobre a vocação doDiácono, Dom Murilo advertiu:“Não se trata de uma missão fá-cil. Fácil é cada um seguir as pró-prias tendências”, disse.

Ao final da celebração, o neodiácono permanente agradeceu a

todos que contribuíram para queesse momento acontecesse, emespecial a Dom Murilo, e explicoua escolha do lema de ordenação.“Assim como a argila necessita daágua e das habilidades das mãos,para ir se transformando até che-gar a ser o que o oleiro planejou,Tu, Senhor, me tomaste comouma porção de argila e me colo-caste a ser modelado nas trêsgrandes olarias da minha vida: afamília, a comunidade e a escoladiaconal”, disse Beto.

Ele é casado com Maria Goretihá 16 anos e pai de dois filhos,Ernesto e Letícia. Natural de

Foto JA

Vai acontencer...Vai acontencer...Vai acontencer...Vai acontencer...Vai acontencer...

Corais cantam a PáscoaO Coral Santa Cecília da Ca-

tedral está promovendo, no dia27 de abril, às 20h, na própriaCatedral Metropolitana, em Flo-rianópolis, o 26º CONESPA - Con-certo Espiritual da Páscoa. Oevento contará novamente coma presença de mais nove coraisda Grande Florianópolis.

Durante o conceto, cadacoral apresentará três músicasdo seu repertório, preferencial-mente sacro. Ao final, todos for-marão um grande coro. Acom-panhado por um quarteto demetais e regido pelo Pe. Ney

Brasil Pereira, regente do co-ral anfitrião, o grande coro exe-cutará o “Aleluia” de Haendel.

A apresentação será no seulocal tradicional. As pessoasnão puderem se fazer presen-tes, podem acompanhar asapresentações através do sitewww.catedralflorianopolis.com.

Aliás, o Coral está admitin-do novos cantores. Mais infor-mações com Dauth Emmen-dörfer, novo presidente do Co-ral Santa Cecília, pelo e-mail:d a u t h e m m e n d o r f e r @ig.com.br.

A Paróquia São Vicente dePaulo, em Itajaí, estará sediandonos dias 09 e 10 de abril umencontro de formação para ca-sais em segunda união. Promo-vido pela Pastoral Familiar, atra-vés do Setor Casos Especiais, oevento contará com a assesso-ria do Pe. Roberto Agripe,mais conhecido como Pe. Chiru,da diocese de São Leopoldo, RS,e sua equipe. Ele é o criador dametodologia “O Senhor é o meuPastor”, que orienta os casaisem segunda união.

A paróquia é a pioneira naArquidiocese na realização do

Formação para os casaisem Segunda União

evento, que está em sua déci-ma edição. O objetivo é acolheros casais em segunda união etrazê-los de volta à vida na Igre-ja, para que se sintam partici-pantes como todo cristão. To-dos os casais da Arquidiocesesão convidados a participar.

Os interessados devem en-trar em contato com a paró-quia São Vicente de Paulo pelofone (47) 3241-2742 ou como casal referencial Liege e Ro-gério, pelos fones (47) 3241-2455 ou 9967-8589, ou peloe-mail: [email protected].

A Paróquia Sagrado Coraçãode Jesus, de Leoberto Leal, convi-da a todos para participar da ce-lebração de ordenação presbi-teral do diácono Pedro PauloAlexandre. A celebração euca-rística, presidida por Dom JoséNegri, bispo de Blumenau, serárealizada no dia 30 de abril, sá-bado, às 9h30min. da manhã.Seu lema de ordenação presbi-teral é “Que todos sejam um, paraque o mundo creia” (Jo 17,21)

Pedro Paulo foi ordenadodiácono no dia 12 de fevereiro,na paróquia São Joaquim, emGaropaba, junto com outrosdois colegas: Elisandro Scarsi, ePedro Alcido Philipe, pela impo-sição das mãos de Dom MuriloKrieger, então nosso Administra-dor Apostólico. Desde então, eleexerce seu ministério na Cate-dral de Florianópolis.

Com 25 anos, e natural deLeoberto Leal, sua vocação foidespertada quando estava na

Ordenação presbiteralde Pedro Paulo

sétima série. Na época, Pe.Pedro Schlichting, também na-tural do município, era semina-rista e foi à escola onde PedroPaulo estudava. Vendo o inte-resse do menino, Pe. Pedro ochamou para uma conversa.

A partir daí, Pedro Paulo ini-ciou o acompanhamentovocacional por correspondên-cia. Quando concluiu o segundograu, passou a dar catequese epercebeu o chamado de Deus,e então decidiu entrar no Semi-nário Propedêutico.

Florianópolis, reside na comunida-de da Vargem do Bom Jesus. Co-ordena os Grupos Bíblicos em Fa-mília na Comarca da Ilha, e há 14anos é voluntário do Lar Recantoda Esperança, que atende depen-dentes químicos. Beto concluiu asua formação na Escola DiaconalSão Francisco de Assis, em 2002,junto com a 12ª turma.

Com a sua ordenação, aArquidiocese passa a ter 116diáconos permanentes, incluindoquatro de outras dioceses e ain-da não incardinados, e se firman-do como a diocese brasileira como maior número de diáconos.

A Mesa Administrativa da Ir-mandade do Senhor Jesus dosPassos, em Florianópolis, promo-verá, nos dias 09 e 10 de abril,sábado e domingo, pelo 245º anoconsecutivo, a Procissão do Se-nhor dos Passos. A solenidade ini-cia no dia 03, com a investidurados novos irmãos e irmãs, comeventos todos os dias, e segue atéo dia 11 de abril com a missa deação de graças.

Procissão do Senhor Jesus dos PassosA mais tradicional manifestação religiosa do Estado busca

envolver os jovens para garantir a continuidade da tradiçãoOs dois pontos fortes são a

procissão de translado e a doencontro das duas imagens. Nodia 09, sábado, a partir das 20h,translado da Imagem do Senhordos Passos e, às 21h, o da ima-gem de Nossa Senhora das Do-res, para a Catedral.

No dia 10, domingo, às 16hterá início a procissão do Encon-tro, que culmina na frente da Ca-tedral. Após o Encontro, e termi-

nado o sermão alusivo, as ima-gens, carregadas pelos Irmãos,retornam para a Capela do Meni-no Deus, junto ao Hospital deCaridade. A Irmandade do Senhordos Passos conta atualmentecom cerca de 900 irmãos que,através do pagamento de anui-dade, mantêm a administraçãodo Imperial Hospital de Caridade.

Participação dos Jovens

A comissão organizadora daProcissão busca envolver os jo-vens cada vez mais. Segundo aequipe, grupos e movimentosestão sendo visitados, paraincentivá-los a participar do even-to. É através da participação de-les que a tradição da Procissão,mais que bicentenária, será ga-rantida para as gerações futuras.

Mais informações com RitaPeruchi, pelo fone (48) 3221-7588 ou pelo email [email protected],ou no site www.hospitaldecaridade.com.br, clicar em “Ir-mandade”.

Ordenação de Beto foi a última presidida por Dom Murilo, que noseu episcopado na Arquidiocese ordenou outros 36 diáconos

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Realizada há 245 anos, procissão reúne milhares de fiéis. Investimentona participação dos jovens é garatia de que a tradição vai continuar

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Jornal da Arquidiocese Abril 2011

5Geral

Page 6: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

O ITESC - INSTITUTO TEOLÓGICO DE SANTA CATARINA, além dos cursos noturnos de extensão para leigos/as, nas segun-das feiras à noite (19h30 - 22h), mantém o curso matutino de graduação em Teologia, em 4 anos, 8 semestres, abertotambém a leigos/as com formação universitária ou pelo menos 2o grau completo. A matrícula pode ser feita por discipli-nas, com 2 ou 3 ou 4 créditos por semestre. Informações pelo fone (48) 3234-0400 ou o e-mail: [email protected]

Neste salmo poderoso, a cenadescrita é uma teofania, manifes-tação do próprio Deus no meio dofogo e da tempestade, a fim deconclamar o mundo inteiro para oseu julgamento. Os olhos de to-dos estão sobre Ele, e os olhosdEle estão sobre Israel. O salmointeiro se dirige ao povo da Alian-ça, falando em primeiro lugar àspessoas aparentemente religio-sas, e depois às descaradamenteímpias, urgindo uma tomada deposição. E o que o Senhor quer doseu povo, como já o alertaramOseias e Amós, Isaías e Miqueias,desde a segunda metade do sé-culo VIII antes de Cristo, não sãomais sacrifícios rituais, nem maisempenho no aparato sacrificial doTemplo, e sim, segundo Os 6,6, a“misericórdia”, a solidariedadeinterumana. Segundo este salmo,o sacrifício que Deus quer é a “con-

fissão” (vv. 14 e 23), ou seja, oreconhecimento eficaz dapecaminosidade da condutaopressora e/ou não solidária. Eisso, proclamado, cantado, reza-do, no próprio Templo, isto é, nomesmo local onde, apesar detudo, continuavam os sacrifícios...

As alusões ao monte Sinai eà Aliança (vv. 1-5), as referênciasaos mandamentos do Decálogo(vv. 7 e 18-20) e à recitação pú-blica dos preceitos (v. 16), tudocontribui para evocar uma prová-vel liturgia de comemoração erenovação da Aliança. A teofaniapoderia ser representaçãolitúrgica ou atualização, atravésda memória, da experiênciafundacional do Sinai.

Aparece o Juiz1. Fala o Senhor, o Deus

dos deuses, / Ele convoca a

terra do nascer ao pôr do sol.

2. De Sião, beleza perfei-

ta, Deus resplandece.

3. Chega o nosso Deus, e

não se calará. / Um fogo

devorador o precede, / e ao

seu redor, tempestade furiosa.

4. Chama do alto os céus

e a terra, / pois vai julgar o seu

povo:

5. “Congregai à minha

frente os meus consagrados,

/ que celebraram comigo a

Aliança, com sangue de sacri-

fício!”

6. E os céus anunciam a sua

justiça, / pois Deus vai julgar.

Salmo 50 (49): O verdadeiro sacrifício

6 Bíblia Abril 2011 Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (36)Conhecendo o livro dos Salmos (36)Conhecendo o livro dos Salmos (36)Conhecendo o livro dos Salmos (36)Conhecendo o livro dos Salmos (36)

Divulgação/JA

Para refletir:

1) Afinal, Deus quer, ou nãoquer, sacrifícios rituais?

2) Quais os indícios de queeste salmo se refere à ce-lebração da Aliança entreDeus e seu povo?

3) Como você entende o "sa-crifício da confissão", men-cionado nos vv. 14 e 23, edo qual Deus faz questão?

4) De que é que Deus acusaseu povo?

5) Como você entende a con-clusão do salmo?

No julgamento anunciado,Deus e o povo são as duas par-tes, ligadas pelo compromissoda Aliança. “Céus e terra” são astestemunhas notariais do pro-cesso. A pessoa que pronunciao salmo na presença da comu-nidade representa Deus, e ficafora do texto. Descreve-se a che-gada do Senhor, que vem commajestade. E vem para “falar”,de tal modo que “não se calará”(v. 3), apesar do pedido do povo,no Sinai, para que o Senhor nãolhes falasse: “senão, morrere-mos!” (Ex 20,19).

Ouve, meu povo!7. “Ouve, meu povo, eu vou

falar! / Israel, vou testemunharcontra ti: / Eu sou Deus, o teuDeus”.

O início da fala divina come-ça com a exigência fundamentaldo Shemá (Dt 6,4-5): “Ouve, Isra-el”, aqui interpelado como “meupovo”. Diferente, portanto, da in-terpelação de rejeição expressaem oráculos que se referem a“esse povo”, como em Is 29,13:“Esse povo me procura só compalavras... mas seu coração estálonge de mim!” Quanto à identifi-cação daquele que fala, é seme-lhante à do início do Decálogo:“Eu sou o Senhor, teu Deus...”Quanto ao objetivo da fala, é o“testemunho”, ou seja, o depoi-mento severo, do próprio Deus,diante dos céus e da terra (v. 4),contra o seu povo.

Não quero sacrifícios!8. Não vou censurar-te por

teus sacrifícios, / pois teusholocaustos estão sempre àminha frente.

9. Não tomarei bezerros detua casa, / nem cabritos deteus rebanhos.

10. Pois são minhas todasas feras da floresta, /e tam-bém os animais dos montes,aos milhares;

11. Conheço todas as avesdo céu, / e é meu tudo o quese move nos campos.

12. Se eu tivesse fome,não iria falar contigo, / pois émeu todo o universo e o quenele existe.

13. Por acaso, comereicarne de touros, / ou bebereisangue de cabritos?

São seis versículos apaixona-dos que retomam, para que nãohaja dúvida alguma, aquela ver-dade que Oseias já expressaranum único hemistíquio, ou seja,em meio versículo: Eu quero asolidariedade, e não a imolaçãode animais... (Os 6,6). Portanto,Deus não aceita um culto cominjustiça, mas sim o que o SenhorJesus vai expressar no evange-lho de João: um culto “em espíri-to e verdade” (Jo 4, 23-24).

Confessa oteu pecado!

14. Oferece a Deus o sacri-fício da confissão, / e depois

cumpre tuas promessas aoAltíssimo.

15. Invoca-me no dia daangústia, / e eu te livrarei e tume glorificarás.”

Depois de mostrar, sem pali-ativos, o que Deus não quer, vemagora, surpreendentemente, arevelação: o que Deus quer doseu povo é, apenas, o “sacrifício”da “confissão”, termo que, nohebraico (tôdâ), pode significartambém “louvor”. É o que vai serexplicitado com clareza no sal-mo seguinte (Sl 51), o famososalmo da “confissão” de Davi:“Tem piedade de mim, ó Deus...no teu grande amor, apaga o meupecado!” Ainda no mesmo sal-mo: “Pois não te agrada o sacrifí-cio de animais e, se ofereçoholocaustos, não os aceitas. Sa-crifício para Deus é um espíritocontrito...” (Sl 51,18-19). Quantoàs “promessas” a cumprir, queelas o sejam depois da “confis-são”: “depois, cumpre tuas pro-messas ao Altíssimo” (Sl 50,14b).Então, sim, Israel poderá “invo-car o Senhor no dia da angústia”e, efetivamente libertado, o “glo-rificará” (v. 15)

Eu te acuso!16. Ao ímpio, porém, Deus

diz: / por que te preocupas emproclamar meus preceitos, / erecitar minha Aliança com aboca?

17. Pois tu odeias a disci-plina / e jogas para trás as mi-nhas palavras!

18. Quando vês um ladrão,andas com ele, / e tomas par-te com os adúlteros!

19. Abres tua boca para omal, / e tua língua trama a fal-sidade!

20. Sentado, falas contrateu irmão / e cobres de calú-nia o filho de tua mãe.

21. É isto o que fizeste, eEu me calaria? / Pensas quesou como tu? / Eu te acuso, ete lanço tudo em face!

Deus agora se dirige ao“ímpio”, que se preocupa em “de-clamar os preceitos da Lei” (cf. v.16), mas “odeia a disciplina” eprocura “jogar para trás as pala-vras” do Senhor, como se fossemum peso do qual se desfazer. Aprova disso são os roubos, adul-térios, calúnias, injúrias, não con-tra Deus mas contra o próximo,

numa constante infração da se-gunda tábua da Lei. Diante dessaprática, incoerente com a recita-ção dos preceitos da Aliança,Deus não pode calar-se (v. 21) e odesmascara e acusa. É o que faráJesus perante as autoridades reli-giosas do seu tempo, denuncian-do-lhes a hipocrisia (cf Mt 23).

A opção:morte, ou vida

22. Compreendei isto, vósque vos esqueceis de Deus, /para que Eu não vos massa-cre, sem que ninguém vos pos-sa livrar!

23. Quem me oferece emsacrifício a confissão, esse mehonra: / quem caminharetamente, eu lhe mostrarei asalvação de Deus.

A conclusão do salmo é clara:urge tomar a decisão, fazer a es-colha. Há ainda tempo, mas nãoé possível continuar “esquecen-do-se de Deus”, fabricando parasi um “deus” à própria imagem esemelhança, um “deus” que secontente com palavras hipócritase sacrifícios rituais. Deus está dis-posto a “libertar”, mas pode tam-bém “massacrar”, como o preda-dor que surpreende a presa e nãoa solta mais (cf v. 22). A respostaque ele espera é a de quem “ofe-rece em sacrifício a confissão” (v.23), isto é, reconhece o seu pe-cado, e em conseqüência “cami-nha retamente”, a saber, praticaa justiça. A esse, Deus lhe “mos-trará a salvação” (v. 23), isto é, ofará desfrutar da salvação divina.As últimas palavras deste salmoapaixonado são “salvação deDeus” (v. 23). Toca ao ser huma-no, agora, responder.

Pe. Ney Brasil Pereira

Professor de Exegese Bíblica no ITESC

email: [email protected]

Page 7: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

Jornal da Arquidiocese Abril 2011

7Juventude

PJ realizou Retiro para Coordenadores de Grupos30 jovens coordenadores de grupos participaram da formação, realizada em Palhoça

O Retiro, para Coordenadoresparoquiais de Grupos de Jovens,foi realizado nos dias 25 e 26 demarço, na Casa “Caminhos deNazaré”, Enseada do Brito, emPalhoça. Eram 30 jovens, de vá-rias Paróquias da Arquidiocese.O assessor foi Rafael Rodrigo deMelo, que refletiu sobre o tema“Eu sou o bom pastor. O bom pas-

tor dá a vida por suas ovelhas”

(Jo 10, 11), e o lema “Jesus teve

o seu retiro. Você, coordenador,

deve ter o seu”.Os participantes foram con-

vidados a pensar a pessoa doCoordenador de grupo de jovensa partir de Jesus Cristo e suamissão. Houve momentos de di-

Jovens se encontraram na Casa de Retiros “Caminho de Nazaré”

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No dia 19 de março acon-teceu o retiro dos grupos de jo-vens JUCRI e VIDA, o “TravessiaIII”. Foi realizado no Morro dasPedras, na casa de retiros “VilaFátima”, e reuniu cerca de 30jovens. Dentre os palestrantes,que abordaram o tema FAMÍ-LIA, estava o pároco, Pe. Hé-

lio da Cunha, que insistiu nanecessidade de superar o or-gulho e saber pedir perdão,num conflito dentro da família;é nosso dever, como seguido-res de Cristo, sempre o amor, a

Travessia IIIcomeçar da família.

Ana Paula Panichi, uma dasretirantes, deu o seu comentá-rio: “Eu realmente saí do retiropensando diferente sobre aminha família. Acho que tocoua todos, de tal modo que nos-sas famílias serão transforma-das pela graça desse maravi-lhoso e iluminado retiro”.

O retiro ainda contou com aparticipação da banda AUJ(Amigos Unidos por Jesus), quemais uma vez deram um showde animação.

Juventude em açãoJuventude em açãoJuventude em açãoJuventude em açãoJuventude em ação

Encontro reuniu 30 participantes de dois grupos de jovens

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nâmicas, trabalhos em grupo,orações em comum e reflexão

pessoal, além, de trocas de ex-periências.

Carnaval é um feriado paracelebrar a alegria de viver, masmuitas vezes torna-se ocasiãode preocupação para os pais defamília. As opções de diversãoe alegria com princípios e valo-res cristãos são escassas. Pen-sando em promover uma opçãodiferente de Carnaval para osjovens, a juventude da Arqui-diocese, através de sua Pasto-ral da Juventude, promoveu al-guns eventos.

A Paróquia São Judas Ta-

Eventos de Carnaval

deu realizou, em seu quinto ano,o ENCA (Encontro de Carnaval).Desde sábado até Quarta-feirade Cinzas, em um sítio emBiguaçu, os jovens foram convi-dados a partilhar, confraternizare evangelizar, num clima de mui-ta descontração e alegria.

“Neste ano, tivemos conosco35 jovens de quatro grupos daparóquia, mais a equipe de as-sessoria. A cada ano, mais jovensparticipam. Inclusive, chegou a seformar um novo grupo, cujo ‘bati-

zado’ já está marcado”, comen-tou Sabrina Fermiano Campos,uma das assessoras.

A ideia não era de se fazerpropriamente um retiro, mas um“carnaval alternativo”. O jovem,ao se inscrever, passa a fazerparte de equipes de trabalho,para a preparação de refeições,limpeza e arrumação. Gincanas,momentos de reflexão, assesso-ria, orações, missa, tudo num cli-ma muito des-contraído. “Reali-zar este encontro exigiu muito detodos nós, mas valeu a pena. Te-mos muito orgulho e carinho peloENCA”, dizem Luís Paulo e Gui-lherme Amaral, coordenadoresdo evento.

A juventude da Paróquia N.

Sra. do Perpétuo Socorro ,de Guabiruba, promoveu o “Car-naval com Cristo”, que reuniujovens de toda a cidade. O gru-po de jovens JALC, que organi-zou o evento, não esperava umnúmero tão grande de partici-pantes. Segundo a coordenado-ra Maiara Cristina, o evento foium sucesso, mostrando que épossível ser feliz e brincar demaneira cristã.

Nos dias 19 e 20 de março, aPJ de Santa Catarina - RegionalSul4 da CNBB, realizou o “PréMissão Jovem”, encontro paraformação e planejamento dos 30missionários que atuarão comolíderes da III “Missão Jovem”. Os

Pastoral da Juventude doEstado realiza Pré Missão Jovem

jovens da comunidade São Do-mingos de Gusmão, comarca deNavegantes, diocese de Blu-menau, acolheram com muitaalegria, afeto e esperança, com-panheiros de ideal que vieram dediversas dioceses do Estado.

Por iniciativa de João PauloII, o Domingo de Ramos vemsendo celebrado como “DiaMundial da Juventude”. De qua-tro em quatro anos, numa cida-de determinada, como o seráMadrid este ano, mas cada ano,a começar de Roma, em cadadiocese. Aqui em Florianópolis

Domingo de Ramos - Dia mundial da Juventudeserá feita pela segunda vez a co-memoração do DMJ na Cate-

dral, no sábado, 16 de abril, vés-pera do Domingo de Ramos, emforma de Vigília, na Catedral, acomeçar das 20h. A coordenaçãodo evento está com o Pe. Wil-

son Groh e Pe. Ney Brasil. Namesma noite, realizar-se-á o

“Hosana ao Rei”, no Centrode Evangelização AngelinoRosa, CEAR, em GovernadorCelso Ramos, promovido pelaComunidade Divino Oleiro. To-dos os jovens estão convidados.Na Vigília, se refletirá sobre amensagem do Papa Bento XVIpara esse Dia. Compareçam!

Retiros e encontros são alternativa para o período festivo

Pelo quinto ano consecutivo, a Paróquia São Judas realizou o ENCA

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CONTATOS COM A PASTORAL DA JUVENTUDE

Twitter - www.twitter.com/pjarquifloripaOrkut - PJ ARQUIFLORIPA MSN - [email protected]

Youtube - www.youtube.com/pjarquifloripaSkype - pjarquifloripa

Participantes do encontro atuarão como líderes da III Missão Jovem

Divulgação/JA

Page 8: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

Abril 2011 Jornal da Arquidiocese8 Geral

Celebrações marcaram a despedidaFiéis tiveram a oportunidade de se despedir de Dom Murilo no CEAR e na Catedral de Florianópolis

Desde a nomeação de DomMurilo Krieger como o novo arce-bispo da Arquidiocese de Salva-dor, na Bahia, publicada em 12de janeiro, muitos foram os even-tos que o homenagearam. Masdois marcaram a despedida deleda Arquidiocese de Florianópolis.

Celebração realizada no Centro de Evangelização Angelino Rosa - CEAR, reuniu mais de quatro mil fiéis

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O primeiro foi a Celebração Euca-rística realizada no Centro deEvangelização Angelino Rosa, emGovernador Celso Ramos, no dia16 de março. Outro foi na Cate-dral, no dia 18 de março. Saibaum pouco mais sobre cada umdesses eventos.

Mais de quatro mil fiéis de todaa Arquidiocese de Florianópolisestiveram reunidos na noite do dia16 de março para se despedir deDom Murilo. Promovida pela Co-munidade Divino Oleiro (CDO), acelebração foi realizada no Centrode Evangelização Angelino Rosa,em Governador Celso Ramos.

A celebração contou com apresença de padres, diáconos efiéis que foram dar adeus a DomMurilo e agradecer pelos seusnove ano de episcopado. Mais de60 ônibus e vans transportaramos fiéis que se organizaram emcaravanas.

A sua homilia, Dom Murilonão a fez em tom de reflexão bí-blica, mas ‘uma conversa entreamigos’, como frisou. “Sentia-mebem aqui na Arquidiocese deFlorianópolis. Esta é a minhacasa. Nem sempre consegui fa-zer o que deveria ou queria fazer.

Mais de quatro mil no CEARTenho confiança que Deus, emsua bondade e misericórdia, su-prirá o que é fruto de minhas li-mitações”, disse.

Ele ainda falou sobre o quedeixa na Arquidiocese, os proble-mas e desafios que serão enfren-tados pelo futuro arcebispo. Entreeles, investimento nas vocações,preocupação com o crescimentopopulacional e atenção renovadaaos Grupos Bíblicos emFamília.“Deixo uma Arquidiocesesumamente complexa, rica de ini-ciativas, de frentes de trabalho:ela será um grande desafio parao meu sucessor”, acrescentouDom Murilo

Durante a celebração, ele re-cebeu flores de 66 crianças, re-presentando cada uma das pa-róquias da Arquidiocese. A cadauma delas deu um beijo, umabraço e a sua bênção. Emocio-nado, Dom Murilo disse que ficou

surpreso com a presença das cri-anças, que representam todasaquelas que encontrou em seuepiscopado, e por quem dedicoucarinho e atenção constantes.

Ao final da celebração, na sa-ída, Dom Murilo zelosamenteatendeu a todos os fiéis. Ficouno local até que a última pessoa,que desejava cumprimentá-lo e

Na Catedral, missa marcou dedicação do altarA Catedral de Florianópolis re-

cebeu na noite do dia 18 de mar-ço, padres, diáconos, liderançaspúblicas federais, estaduais emunicipais, e fiéis para participarda celebração que marcou a des-pedida de Dom Murilo. A celebra-ção incluiu também a Dedicaçãodo novo Altar, e a bênção doambão e da cadeira presidenci-al, que fazem parte do trabalhode restauração da Catedral, inici-ado há cinco anos. Projeto do ar-tista sacro Cláudio Pastro. A sole-nidade também marcou os 50anos de vida presbiteral do Pe.Paulo De Coppi, missionário doPIME, que dedicou a maior partedesse tempo ao trabalho emFlorianópolis, onde fundou o Jor-nal Missão Jovem. Ainda foiinaugurado o “Espaço Museal”.

Durante a celebração, nahomilia, Dom Murilo lembrouque, em 1985, quando ficou bis-po, e nosso bispo-auxiliar, ado-tou o lema episcopal “Deus é

amor”. Ele estava convicto deque sua missão consistiria emanunciar a cada pessoa, a cadafamília, a cada comunidade, queé da essência de Deus nos que-rer bem, nos perdoar e nos aco-lher como filhos.

Ele lembrou os dois bisposauxiliares que acompanharam oseu episcopado, Dom Vito e DomJosé, os padres, diáconos e se-minaristas, e os leigos. “Como

agradecer a cada pessoa que re-forçou em mim a convicção deque Deus é amor? Quando digo“cada pessoa” penso em autori-dades constituídas e em comuni-cadores, em agricultores e ope-rários, em donas de casa e exe-cutivas... Peço que seja Deus arecompensar-lhes por tudo”,acrescentou Dom Murilo.

Ao final da celebração, Pe.Vitor Galdino Feller, coordenadorde Pastoral, falou em nome daArquidiocese (leia o texto comple-to na página 02).

Medalha Anita GaribaldiNa mesma noite, antes da ce-

lebração, Dom Murilo recebeu dogovernador do Estado, RaimundoColombo, a medalha Anita

Garibaldi. A medalha é a maiorhonraria concedida pelo Estadoa pessoas que se destacaramem ações que trouxeram benefí-cios para o Estado.

Durante a solenidade, DomMurilo agradeceu o recebimentoda medalha e lembrou que, dosseus 67 anos de vida, 30 foramfora do Estado, estudando e exer-cendo sua missão como religio-so. “Onde estive, sempre me iden-tifiquei como catarinense. Estouindo para a Bahia, mas continua-rei falando da minha terra commuita alegria”, disse.

Mais fotos no site da Ar-quidiocese - www.arquifln.org.br, clicar em “Álbum de fotos”,no alto da página à direita.

Na Catedral, Dom Murilo fez a dedicação do novo altar

Foto JA

A Assembléia Legislativa deSanta Catarina - ALESC, realizouna noite do dia 14 de março ses-são especial alusiva à Campa-nha da Fraternidade de 2011. Oevento, já tradicional, é uma pro-posição da equipe de coordena-ção da CF através do deputadoPadre Pedro Baldissera.

A solenidade contou com apresença do Coral Santa Ce-cília da Catedral. Na abertu-ra do evento,jovens do gru-po JuventudeFranciscana,da ParóquiaSanto Antônio,em Florianó-polis, realiza-ram uma ence-nação, mos-trando as ri-quezas do pla-neta. Enquantoos jovens apre-sentavam seus

ALESC realiza sessãoespecial para a CF-2011

Durante solenidade, Dom Murilo foi homena-

geado pelo seu episcopado em Florianópolis

símbolos, outro jovem declama-va o “Cântico das Criaturas”, deSão Francisco de Assis.

Durante o evento, o depu-tado Pe. Pedro Baldissera pas-sou às mãos de Adelir Raupp,coordenadora da CF naArquidiocese, para que a entre-gasse a Dom Murilo, uma pla-ca comemorativa dos seusnove anos como Arcebispo deFlorianópolis.

receber a sua bênção ou apenasfotografar com ele, fosse atendi-da. Um carinho sempre especialfoi com as crianças. A essas, aatenção era redobrada.

Dom Murilo recebeu uma placa comemorativado seu episcopado em Florianópolis

Foto JA

Page 9: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

GeralJornal da Arquidiocese Abril 2011

9

Dom Murilo inicia ministério em SalvadorPassando-lhe o báculo, Dom Geraldo entregou-lhe a administração da Arquidiocese

Arq

uiv

o/JA

Uma grande festa! Foi assimque o povo alegre e acolhedor daBahia recebeu Dom Murilo Krieger,seu novo arcebispo. O clima festi-vo pôde ser evidenciado já na re-cepção de chegada no aeroporto,na noite de 22 de março, e espe-cialmente na celebração da toma-da de posse, dia 25, solenidadeda Anunciação. Dom Murilo é o27º arcebispo de Salvador, adiocese primaz do Brasil.

A celebração foi realizada naCatedral Basílica, no Centro His-tórico da capital baiana. Estavampresentes quatro cardeais e maisde 60 bispos, além de padres ediáconos de todos os cantos doBrasil. Autoridades políticas daBahia e de Santa Catarina tam-bém estiveram presentes. Desta-que especial para os governado-res dos dois Estados.

Fiéis lotaram a igreja e tambémpuderam assistir à celebração portelões em frente à catedral. Emis-soras de TV católicas tambémtransmitiram ao vivo toda a cele-bração. Cada momento foi inten-samente registrado por dezenas decinegrafistas, fotógrafos e repórte-res, que se acotovelaram no pe-queno espaço entre o altar e asautoridades, padres e convidados.

No início da solenidade, o car-deal Dom Geraldo Agnello,agora Arcebispo Emérito de Salva-dor, fez a saudação a Dom Murilo.Emocionado, afirmou que deixa ocargo com a sensação de missãocumprida. “O que deveria ter feito,acredito que fiz com todo o respei-to, amor e dedicação”, disse.

Em seguida, Dom LorenzoBaldisseri, Núncio Apostólicono Brasil, tomou a palavra. Ele fa-lou do legado de Dom Geraldo edos desafios que esperam DomMurilo.

Pai, irmão e amigoNa sequência, Dom Murilo re-

cebeu de Dom Geraldo e de DomLorenzo o báculo, símbolo daposse da Arquidiocese, e sentou-se na cátedra episcopal. Em suahomilia, referiu-se elogiosamentea seu antecessor: “Em sua pes-soa, sempre me impressionarama bondade e o senso de equilí-brio. Sua permanência em Salva-dor, após deixar o governo daArquidiocese, assegura-me queterei, perto de mim, o apoio deum amigo e a ajuda de um cola-borador especial”.

Dom Murilo também falou dosbispos e arcebispos que o antece-deram, e daqueles com os quaisconviverá no Regional Nordeste 3da CNBB. Dirigiu-se especialmen-te aos presbíteros, diáconos e reli-giosos de Salvador. Lembrou quea maior parte do que um Bispoconsegue realizar em uma Diocese,é por meio de seus padres. “Procu-rarei ser seu pai, seu irmão maisvelho, seu amigo”.

“É com emoção que assumo opastoreio da cidade que, além deser a primeira diocese do Brasil,presta em seu nome uma home-nagem ao Salvador Jesus Cristo”.Ao final, confiou o seu ministérioepiscopal ao Senhor do Bonfim ea N.Sra. da Conceição da Praia, asduas devoções mais queridas dosbaianos, e foi ovacionado.

Acima Dom Murilo saúda os fiéis diante da Catedral. Ao lado, após recebero báculo, ele senta na cadeira episcopal tormando posse na Arquidiocese

Como o povo

baiano recebe o

novo Arcebispo?

“Com alegria, por saber que é

um bispo com longa experiência;

e expectativa, por ele vir para

uma realidade bastante diversa

do sul. Mas, pelo pouco que li e

ouvi dele, inspira-nos grande con-

fiança. Anima-nos também a cer-

teza de que é um eleito do Se-

nhor, enviado por Aquele que é o

supremo pastor do rebanho”,Elenita França, leigaconsagrada da Comunida-de Verbo de Vida.

“Como uma graça, um pre-

sente de Deus para a nossa

Arquidiocese. Já no primeiro mo-

mento, percebi que se trata de

um mimo de Deus para nós. Sa-

bemos que fará um excelente tra-

balho e o nosso desejo é colabo-

rar para que ele exerça com fruto

o seu ministério entre nós”,Dom Gregório Paixão,bispo auxiliar da Arqui-diocese de Salvador.

“Com muita felicidade, sobre-

tudo por ser um homem do povo

e da comunicação. Certamente

estará bastante aberto ao diálo-

go, a conhecer, entender e apoi-

ar as muitas espiritualidades pre-

sentes na Arquidiocese”,Irmã Rita Maria da Sa-grada Paixão, da Frater-nidade Arca de Maria.

HomenagensApós a comunhão, uma leiga fez

a saudação ao novo arcebispo emnome de todos os leigos daArquidiocese. Falou da disposiçãodeles em auxiliá-los em seu episco-pado. Cônego Edson Menezes daSilva, reitor do Santuário do Bonfim,falou em nome dos padres. “Sinta-se acolhido e já muito amado porcada um de nós”, disse.

A recepção aos convidados foino Centro de Eventos da CúriaMetropolitana. Lá, receberamtoda a atenção de Dom Murilo. Ocoquetel foi oferecido pelaArquidiocese de Salvador.

Mais fotos no site da Ar-quidiocese - www.arquifln.org.br, clicar em “Álbum de fotos”,no alto da página à direita.

Para Dom Ge-raldo MagelaAgnello, o Arcebis-po emérito, os gran-des desafios nocampo social - po-breza, miséria, fal-ta de emprego e amoradia deficiente- a serem enfrenta-dos em parceriacom o Estado, con-tam com a capaci-dade de DomMurilo de articularas forças vivas doclero e laicato de Salvador.

Quanto ao sincretismo religio-so, Dom Geraldo não acredita quehaverá grande problema. “É umarealidade bastante diferente para

Desafios da nova missãoMais distante da família

Um misto de tristeza e ale-gria. É assim que pode ser tra-duzido o sentimento da famí-lia de Dom Murilo. Tristeza, por-que ele agora estará bem maislonge de seus familiares, que,em sua maioria, residem emFlorianópolis e Brusque, suaterra natal. Mas alegria, pelodesafiador ministério que estáassumindo.

“Quando recebi a informa-ção, tive uma reação de espan-to, incredulidade e tristeza, queafinal são atitudes egoístas. Ago-ra, ele estará bem mais longe,mas é para o bem da Igreja”, dis-se Maria Teresinha Merico,

uma das três irmãs e um irmãode Dom Murilo, todos presentesà celebração. “O baiano é umpovo bom e merece atenção.Com certeza Dom Murilo vai re-alizar o seu trabalho com amor,carinho e a dedicação que elesmerecem”, acrescentou.

A saudade será sentida,porque a família já estava acos-tumada com a sua presença.Eram freqüentes os encontrosfamiliares, que agora certa-mente serão raros. “Já passa-mos por isso antes. Agora, va-mos valorizar ainda mais osmomentos que passarmos jun-tos”, disse Teresinha.

quem vem do sul, mas como eutambém vim e me adaptei, DomMurilo, como homem de comuni-cação, terá ainda mais facilidadede consegui-lo”, acrescentou.

Fo

to JA

Page 10: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

FAS apoiou 17 projetos sociais em 2010Recursos do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade foram investidos em projetos no valor de R$ 82,6 mil

Nos dias 27 e 28 de março de2010, as Paróquias da Arquidio-cese se mobilizaram para a realiza-ção da Coleta da Solidariedade. Aresposta, como sempre, foi muitoboa. Nos dois dias, foram arrecada-dos R$ 166.781,49. Desse dinhei-ro, 60% (R$ 100.068,89) compu-seram o Fundo Arquidiocesano deSolidariedade. O valor restante(40% - R$ 66.712,60), foram enca-minhados para o Fundo Nacio-nal de Solidariedade.

Os recursos apoiaram 17 proje-tos. Eles, 03 foram para programasde Geração de Trabalho e Renda,03 foram destinados para capa-ci-tação profissional, 03 foram paraprogramas com crianças e adoles-centes, 05 para o fortalecimentodos trabalhos sociais nas paróqui-as, 02 projetos de apoio à Missãoem Guiné-Bissau e 01 de formaçãosobre temática da CF 2010.

Coleta daSolidariedade

da CF 2011No final de semana do Domin-

go de Ramos, que será dias 16 e17 de abril, far-se-á a Coleta daSolidariedade. Esta coleta, comoé sabido, tem como objetivo apoi-ar projetos a fim de restabelecera esperança entre os menos fa-vorecidos, combatendo as discri-minações e caminhando, juntocom os excluídos, na busca doscaminhos da vida em abundân-cia para todos. Este ano, prefe-rencialmente, projetos em defe-sa da Vida no planeta.

Sua contribuição nesta cole-ta fará a diferença para muitosirmãos/ãs. Participe!!

Divulgação/JA

10 Ação Social Abril 2011 Jornal da Arquidiocese

No mês de fevereiro, as Re-des de Ações Sociais dos municí-pios de Brusque, Itajaí, São Josée Palhoça reuniram-se para pla-nejamento e debate sobre o pro-cesso de reordenamento dasentidades de Assistência Social.

O espaço das Redes Munici-pais é constituído pelas AçõesSociais que desenvolvem traba-lhos nos municípios e têm porobjetivo o fortalecimento do tra-balho, as trocas de experiências,espaço de formação para asAções Sociais e um desafio cons-tante que é o enredamento comoutros atores sociais.

Para efetivar seus objetivospara o ano de 2011, os temaspara formação serão: Desenvol-

Rede de Ações Sociaisrealizam primeira reunião

vimento Solidário e Sustentável -DSS; Políticas de Emergência; e aSemana da Solidariedade, quemantém a proposta de realizaçãonas comunidades e municípios.

Sobre o processo de reorde-namento das entidades de Assis-tência Social, conforme orienta-ção do Conselho Nacional de AS,todas as entidades deverão re-ver suas Ações, a partir do Esta-tuto e do que determina aTipificação dos Serviços de Assis-tência Social e, ainda, debaterseus objetivos e os trabalhos querealizam, no intuito de promoçãoe transformação da realidade dosseus usuários. Para isso, a ASAintensificará o assessoramentoàs entidades sobre essa questão.

Com o objetivo de avaliar ecelebrar a caminhada, eleger no-vos membros para o conselhoregional e para secretário/a regi-onal, aprovar relatórios e definiratividades para 2011, as entida-des membros da Cáritas Brasilei-ra Regional Santa Catarina reuni-ram-se entre os dias 28 de feve-reiro e 01 de março em Lages,na sua 6ª assembléia regional.

A rede Cáritas de SantaCatarina é composta por nove en-tidades-membro, sendo que so-mente a Diocese de Joaçaba nãotem Cáritas Diocesana constituída.No total, participaram 37 pessoas,quatro das quais representarama Ação Social Arquidiocesana

Cáritas realiza sua 6ª assembléia regional(ASA), que é membro da CáritasBrasileira desde 2004.

Um dos assuntos abordadosfoi a avaliação dos últimosquatros anos das CáritasDiocesanas, onde percebeu-se oavanço da ação Cáritas, com for-te atuação nas emergências apartir das catástrofes ambientaise com os grupos de economiapopular solidária, através doapoio do fundo solidário daCáritas. Outro elemento positivoda avaliação foi a participação efortalecimento das entidades-membro e das pastorais sociais.

Para compor o Conselho Re-gional da Cáritas foram eleitosdois novos membros titulares:

Luiz Azzi, da Cáritas de Lages, eAna Maria, da Cáritas de Rio doSul, além de um membro suplen-te: Pe. Moacir Caetano, daCáritas de Caçador. A ASA, denossa Arquidiocese, é represen-tada por Carla Guimarães comomembro titular do conselho, commandato até 2013.

Na continuidade, Pe. RoqueFavarin foi reeleito SecretárioExecutivo da Cáritas para os pró-ximos quatro anos. Por último, foiaprovada uma moção contra ainstalação da fosfateira em Ani-tápolis, tendo em vista o grandeprocesso de degradação ambi-ental que ocasionará nos muni-cípios do entorno da indústria.

Encontro serviu para avaliar os quatro anos da Cáritas Regional e definir os caminhos futuros

Realizado em Lages, a 6ª assembleia regional reuniu 37 participantes eelegeu os membros do Conselho Regional da Cáritas

Divulgação/JA

Articulação em Rede de Ações Sociais pretende fortalecer os trabalhosdesenvolvidos em conjunto com o que acontece nos municípios

Relação dos projetos apoiados em 2010

Projeto Proponente Valor

Seminário Economia e VidaCoord. da Campanha daFraternidade

499,99

Designer Gráfico Alternativo José Valmeci de Souza 3.000,00

Conexão - Educação eTecnologia

Ação Social Paroquial dosIngleses

3.250,00

Curso Profissionalizante deCozinheiro

Ação Social e Cultural dePaulo Lopes

4.955,00

Acabamento da Cancha deEsporte

Ação Social de Barreiros 5.000,00

Construir um espaço paraPastoral da Criança e Clubede Mães

Comunidade JardimDourado - Porto Belo

4.950,00

Casa da Comunidade dasAreias

Associação João Paulo II 5.000,00

Mãos SolidáriasAção Social e CulturalNossa Senhora da Glória

4.600,00

Qualificação Profissional àsMulheres da Comunidade daPraia

Ação Social da Ponte doImaruim

1.000,00

Caminhando no Processo deReordenamento a partir daPNAS

Sociedade de PromoçãoSocial e Cultural SantaTerezinha

1.300,00

ASA 50 Anos de História Ação Social Arquidiocesana 5.000,00

Apoio à Missão em Guiné-Bissau

Paróquia de Empada -Diocese de Bafatá

25.000,00

Visita Missionária na África Comunidade Divino Oleiro 5.000,00

Grupo de ConvivênciaFamiliar

Fundação Fé e Alegria doBrasil

3.000,00

Tecendo RelaçõesGrupo Tecendo Relações -Itajaí

2.000,00

Inclusão DigitalCasa São José -Florianópolis

4.500,00

Fortalecimento de iniciativaslocais para produção depequenas frutas na Bacia doRio Maciambu

Ação Social e Cultural deEnseada de Brito

4.550,00

Total de Investimentos Sociais 82.604,99

Page 11: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

Ampliada Regiona dos GBFs e das CEBsEncontro reuniu representantes de todas as dez dioceses do Regional na sua primeira AmpliadaAconteceu em Rio do Oeste/

SC, nos dias 18 a 20 de março, aprimeira Ampliada Regional doano, das CEBs e Grupos de Refle-xão/Famílias (GR/F) do RegionalSul 4, nossa Igreja de SantaCatarina. Motivados(as) pelo Es-pírito de Deus, fizeram-se presen-tes todas as 10 dioceses, repre-sentadas por 32 pessoas: coorde-nadores diocesanos, pessoasconvidadas das dioceses e coor-denações diocesanas de Pastoral.Foi um fim de semana de muitotrabalho, definições e encaminha-mentos. Nosso objetivo este anoé trabalhar a preparação, organi-zação e metodologia do 11º En-contro Estadual das CEBs, cujotema é: JUSTIÇA E PROFECIA A

SERVIÇO DA VIDA.Nessa reunião foram revisa-

dos e finalizados roteiros que aju-darão na reflexão desse tema, doEncontro estadual. Os conteúdosvindos das dioceses foram de gran-de riqueza de conhecimentos e

realidades diferenciadas, e issonos empenhou num árduo traba-lho de revisão coletiva, em climade alegria, compromisso e unida-de. Os textos escritos, resultantesda revisão, ficaram sob a respon-sabilidade de Maria Glória daSilva, que os encaminhará parauma revisão geral redacional pelaIr. Clea Fuck e uma revisão teoló-gica pelo Pe. Vitor Galdino Feller.

Prepararção para

o 11º Encontro

Estadual das CEBs

Além desse primeiro trabalhocoletivo, tivemos outros assuntosimportantes a serem discutidos,a saber:

a) Repasse da Ampliada Naci-onal das CEBs, que aconteceu emjaneiro deste ano, informando osconteúdos e matérias que servirãopara a divulgação e a preparaçãodos delegados(as) que participarão

GBFJornal da Arquidiocese Abril 2011

11

Encontro reuniu 32 participantes das dez dioceses do Estado, que nos três dias trabalharam nos encami-nhamentos para o 11º Encontro Estadual das CEBs, que será realizado em abril de 2012, em Florianópolis

Divulgação/JA

do 13º Intereclesial das CEBs, em2014, na cidade de Juazeiro doNorte, diocese de Crato - CE.

b) Preparação para o Seminá-rio das CEBs e dos GBF em pre-paração das coordenações dioce-sanas que animarão a participa-ção e a formação dos anima-dores(as) para o 11º EncontroEstadual das CEBs e dos GBF,que acontecerá nos dias 20 a22 de abril do próximo ano de2012, em nossa Arquidiocese.Nesse Seminário, que se reali-zará no mês de junho, será ela-borado um subsídio de lingua-gem popular para formação,norteado pelo tema: JUSTIÇA E

PROFECIA A SERVIÇO DA

VIDA, e pelo lema que a equiperesponsável ainda vai propor.

Com alegria e entusiasmo fi-nalizamos nossa Ampliada Regi-onal, com o compromisso de ca-minharmos juntos para a cons-trução do Reino a serviço da vidaplena em todo o nosso Estado.

O Centro de Estudos Bí-blicos - CEBI, está promoven-do a IX Escola Bíblica na ci-dade de Jaraguá do Sul. Émais uma turma que se en-contra para estudar a Bíblia numcampo ecumênico, cuja vontadeé conhecer a Palavra de Deus“num jeito diferente”, sempre apartir da realidade do povo empo-brecido, numa prática transfor-madora. A vontade de conhecer aBíblia estimula muita gente a

Escola Bíblica do CEBI

uma leitura mais frequente, e, namedida em que a Palavra deDeus começa a ser conhecida, elacomeça a agir e a produzir frutos.Alguns membros da equipe deredação dos GBFs se inscreve-ram e estão participando.

Começamos os estudos nos

dias 26 e 27 de abril. Todaa Escola será feita em oitoetapas, distribuídas numespaço de dois anos. Nes-ta primeira etapa partici-

param 35 pessoas de váriaspartes do Estado cata-rinense ede vários credos, sendo cristãoscatólicos, luteranos e pres-biterianos.

Mais informçaões no site

www.cebi.org.br

CEBsCEBsCEBsCEBsCEBs

De mãos dadas por uma so-ciedade mais justa e solidária

Seguindo os ensinamentosde Jesus, que envia seus discí-pulos em companhia um dooutro, e não cada um sozinho,os GBFs e as CEBs traçam seucaminho em unidade, colabo-rando na construção do Reinode Deus, já pensando no 11ºEncontro Estadual das CEBsem 2012.

Nossa caminhada conjuntavem desde 2008, no 10º Esta-dual das CEBs em Lages, quan-do nossa Arquidiocese assu-miu o 11º Estadual; desde en-tão, os GBF e as CEBs vêm co-locando em comum seus tra-balhos. Nesse período pude-mos perceber o quanto nossascomunidades se motivaramainda mais para trabalhar co-letivamente na busca de umavida mais digna e fraterna paratodos. A possibilidade de trocarexperiências e dialogar à luz daPalavra de Deus, escutando eopinando a respeito da manei-ra como cada comunidade bus-ca vivenciar os ensinamentosde Jesus no cotidiano, relacio-nando fé e vida, oração - refle-xão - ação, tem contribuídomuito para o anúncio evangéli-co com nossos trabalhos de-senvolvidos na comunidade.

Por isso, ousamos dizerque, na relação CEBs e GBF denossa arquidiocese, viven-ciamos uma realidade até2008 e outra, muito mais or-gânica, no momento atual,onde percebemos, cada vezmais, que o caminho da evan-gelização é dar-nos as mãos,respeitar as diferenças e carac-terísticas de cada um, sem per-der a própria identidade. Parti-lhamos e trabalhamos coletiva-mente, na unidade, construin-do um Reino que não é meu,nem é teu, mas é o REINO deDEUS, justo, fraterno e de paz.

TestemunhoVejamos que testemunho a

D. Tereza, moradora do MontSerrat e animadora de um dosgrupos GBF tem a dizer:

“Sou Tereza Ribeiro, meutrabalho na comunidade come-çou desde 1982, com uma ex-periência em um acampamen-to do Movimento Sem Terra, emPalmeiras das Missões, no RioGrande do Sul. Lá eu participa-va, ajudando os padres, freis eenfermeiras a cuidar das crian-ças desnutridas e no que fosse

preciso. Isso foi uma lição, tudofiz, com muito amor e carinho;fiquei um ano no acampamentoe nunca mais desisti dos traba-lhos comunitários. Voltei paracasa e comecei a trabalhar naIgreja, nas CEBs de minha comu-nidade, fiz cursos de formaçãona Diocese de FredericoWestphalen, participei na Pasto-ral da Criança, da Catequese edos Grupos de Reflexão em fa-mília. Em 1999, vim paraFlorianópolis, fiquei poucos me-ses sem servir na igreja, até quefui falar com Pe. Vilson. Ele meintegrou na comunidade do Altoda Caeira, onde estou participan-do e ajudando até os dias de hoje.Primeiro construímos o Barracode Lona. Bem no dia da 1ª Euca-ristia com 22 crianças, e a cris-ma de 18 adolescentes, lembrocomo se fosse hoje, duas horasantes caiu uma tormenta e der-rubou tudo o que tínhamos pre-parado. Então Dona Jandira su-geriu irmos para a oficina mecâ-nica da comunidade e ali reorga-nizamos tudo. Ao final da cele-bração, decidimos levantar umaigreja, nem que fosse de madei-ra. Com o tempo, ampliamos ogrupo, vimos também a necessi-dade de um lugar para as crian-ças ficarem quando não esta-vam na escola. Então, através doPe. Vilson, num projeto com osMaristas, foi construído o Cen-tro Social Marista Ir. CelsoConte, que atende 200 crian-ças e adolescentes; e seguiu-sea construção da nossa CapelaNossa Senhora Aparecida. OsGrupos de Reflexão me ajuda-ram muito em minha vida, poisali é que nós conhecemos e par-tilhamos o que diz Jesus Cristo,entendemos o que Ele está di-zendo para nossa comunidade,e tentamos fazer aquilo que Eleensina e nos pede. Rezando econversando sobre os ensina-mentos de Jesus é que nós sem-pre conseguimos fortalecer nos-sa luta por mais justiça em nos-sa comunidade, fazendo valer avida comunitária. Hoje, mesmocom a dificuldade do tráfico, quetraz muita violência, as reflexõesnos dão força para continuar per-severantes na luta por nossos jo-vens e famílias da comunidade.Eu sou muito feliz em poder olharpara as crianças e vê-las sorrin-do, e olhar para cada pedacinhoda comunidade e saber que oconstruímos juntos”.

Page 12: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

12 Artigos Abril 2011 Jornal da Arquidiocese

César da Cunha Vascon-

cellos nasceu em 25 de maiode 1904 em Dores de Camacuã,RS, e foi ordenado presbítero emPorto Alegre em 1º de janeiro de1933. Como padre diocesano, foipároco de São Sebastião, PortoAlegre, de 1934 a 1940.

Em Pe. César ardia um cora-ção franciscano e missionário.Realizou sua verdadeira vocaçãoem 1941, quando foi recebido naOrdem Franciscana com o nomede Frei Felício. Será, desde en-tão, Frei Felício César da CunhaVasconcellos, OFM.

Após os anos de formação enoviciado, integrou a equipemissionária franciscana, sendozeloso missionário nos Estadosdo Paraná, Santa Catarina e RioGrande do Sul, de 1945 a 1949.Tinha o dom da palavra, palavraungida por sua espiritualidade etambém pela voz harmoniosa,forte e profunda. Uma leve rou-quidão a tornava envolvente,emocionando os ouvintes.

Um Frade bispo – PenedoOs planos de Deus eram ou-

tros e, em 4 de abril de 1949 FreiFelício foi eleito 3º bispodiocesano de Penedo, Alagoas,diocese às margens e na foz dorio São Francisco. Em 29 de ju-nho de 1949, recebeu a ordena-ção episcopal na Catedral deFlorianópolis, sendo ordenanteDom Joaquim Domingues de Oli-

veira, e concelebrantes DomDaniel Hostin e DomHenrique Golland Trindade,dois bispos franciscanos. Aposse em Penedo deu-se naFesta da Assunção, em 15 deagosto de 1949.

No dia 28 de agosto, me-nos de duas semanas depois,consagrou a Diocese aoImaculado Coração de Maria.Sua grande preocupação fo-ram a formação do clero e asvocações presbiterais. Em fe-vereiro de 1950, pregou o pri-meiro retiro ao seu Clero, dei-xando a mais profunda admi-ração pela sua palavra. Con-vencia por sua pessoa e pa-lavra, por seu sorriso impreg-nado de simplicidade e de fé.Ainda em 1950 criou o Semi-nário Nossa Senhora de Fáti-ma, do qual foi o primeiro reitor.No meio das privações, falta derecursos, sua inabalável confian-ça em Nossa Senhora nunca tevedesilusão: quando tudo pareciaimpossível, Nossa Senhora provi-denciava.

Um Frade missionário –arcebispo coadjutor de

F l o r i a n ó p o l i sEm 14 de junho de 1957 Dom

Felício foi nomeado ArcebispoCoadjutor de Florianópolis. Arce-bispo desde 1914, Dom JoaquimDomingues de Oliveira necessita-va, mesmo não querendo, de um

auxiliar. Ter um franciscano comocoadjutor não foi o mais espera-do por ele. Dom Felício fixou resi-dência no Convento Santo Antô-nio, no centro da capital. Rece-bendo poucos encargos, fez oque mais lhe trazia felicidade: serconvidado pelos padres a pregarmissões.

Os padres gostavam de DomFelício, pois descomplicava a so-lução de problemas e era de fácilacesso, e seus ouvidos estavamabertos para confidências sacer-dotais. Havia críticas pelamarginalização a que o relegavao Arcebispo Metropolitano.

Um frade arcebispoe a defesa dos

direitos humanos –Ribeirão Preto

Para suceder a DomAgnelo Rossi, em 25 de mar-ço de 1965 Dom Felício foitransferido para Ribeirão

Preto, SP, assumindo a im-portante arquidiocese em 19de junho. Já enfermo, dedi-cou todo o seu zelo pastoralmuito mais na oração emlongas vigílias diante doSantíssimo Sacramento, naCapela da Residência epis-copal; mas fez, também,muitas Visitas pastorais, Cris-mas e Pregações nas Paró-quias da Arquidiocese.

Por motivo de sua saúdeabalada, solicitou logo aoPapa Paulo VI a nomeação de

um Coadjutor e foi atendido pron-tamente. Ali chegou no dia 3 deabril de 1967 o seu Coadjutor,Dom Bernardo José Bueno

Miele. Ambos trabalharam commuito zelo apostólico, numa con-vivência fraternal edificante, comhumildade, harmonia de pensa-mentos, deixando verdadeiro tes-temunho de unidade. Sempre semostrou Dom Felício muito amigodos padres; o mesmo aconteceucom seu Coadjutor e depois Arce-bispo Metropolitano, Dom Miele.

Dom Felício soube ser profetadiante da violência praticada peloregime militar a partir de 1968.

No dia 24 de abril, as comu-nidades cristãs celebram a fes-ta da Páscoa. A partir da tradi-ção de fé judaica, aplicamos osentido desta celebração à me-mória da ressurreição de Jesus.É uma festa muito antiga,radicada na profunda aspiraçãodo ser humano por uma vida dedignidade, de alegria, de plenarealização.

O sentido original da festa daPáscoa tem relação com o ritualde passagem do inverno para aprimavera, promovido pelos an-tigos nômades e seminômades.Sacrificavam à divindade um ani-mal novo, para obter a fecun-didade do rebanho. O sangue co-locado sobre as armações da ten-da tinha a finalidade de afastaros poderes do mal. Entre os agri-cultores era celebrada a festa dosÁzimos ou dos pães sem fermen-to, marcando o início da colheitada cevada. Os pães para esta ce-lebração (entre os israelitas du-rava uma semana) eram feitoscom grãos novos, sem fermento

e sem a mistura com grãos dacolheita anterior. Representa umnovo começo com a disposiçãode vida nova. Os primeiros frutoseram oferecidos à divindade evo-cando a bênção para a fertilida-de da terra. Mais tarde, essasduas festas foram unidas numaúnica celebração: a Páscoa.

Com a libertação do povo deIsrael da escravidão no Egito, aPáscoa vai ser celebrada em me-mória do Êxodo, a “passagem”para a liberdade, fruto da inter-venção divina. Conforme o rela-to em Êxodo 12,1-14, o ritualmantém os elementos tradicio-nais dos seminômades e é feitonum clima de urgência, com adisposição de caminhar pelo de-serto rumo à Terra Prometida.Cada família sente-se intima-mente solidária com as demais,manifestando a igualdade decondições e um só ideal. Unidasna mesma fé em Deus, liberta-

dor dos escravos, organizam omovimento do Êxodo. Os 40 anosde caminhada pelo deserto tor-nou-se o paradigma do processode aprendizagem em vista deuma sociedade justa e fraterna.As comunidades cristãs primiti-vas fizeram a releitura da cele-bração pascal judaica, sob o pris-ma da fé em Jesus Cristo mortoe ressuscitado. A Páscoa agoraé a festa da vitória definitiva davida sobre a morte. Mais do queum tempo novo, é tempo de ple-nitude.

Unindo-nos a todos os“celebrantes” da festa da Pás-coa, das famílias dos pastoresseminômades às comunidadescristãs, com alegria e gratidão,atualizamos a memória dos gran-des acontecimentos funda-cionais de nossa fé (Êxodo eMorte/Ressurreição do Senhor)e assumimos o apelo lançadopela Campanha da Fraternidade.

A celebração da Páscoa, desdeas suas origens, como constata-mos acima, está intimamenterelacionada com o ciclo da natu-reza. A dimensão sagrada do es-paço e do tempo interpela-nos aviver conscientes de que tudovem de Deus e de que todos so-mos dependentes uns dos ou-tros, pois fazemos parte do gran-de corpo do universo. Manifesta-mos também a nossa confiançaem Deus, criador de todas as coi-sas, que nos estabeleceumordomos da criação e que, emsua infinita misericórdia, nos li-

Páscoa - Vida digna sem exclusão

Divulgação/JA

berta de todas as formas de ego-ísmo que mata e exclui. Acredita-mos que a séria crise pela qualestamos atravessando, relacio-nada com os inúmeros sinais de“dores de parto da natureza” ecom a paixão e morte de uma sig-nificativa parcela da humanida-de, seja “passagem” para umtempo novo – Páscoa de Ressur-reição -, onde o princípio da vidadigna sem exclusão seja a luzorientadora de todas as nossasações.

Celso Loraschi

Professor no ITESC e Coord. Comis-

são Arquid. para o Ecumenismo e

o Diálogo Inter-Religioso - CADEIR

EcumenismoEcumenismoEcumenismoEcumenismoEcumenismo

CCCCCentenárioentenárioentenárioentenárioentenário

Dom Felício Vasconcellos OFM – Missionário da Cruz

Dom Felício Vasconcellos

em 1957 foi nomeado ArcebispoCoadjuntor de Florianópolis, com a função

de ser o nosso primeiro bispo auxiliar

Sabia distinguir entre o combateao “comunismo”, e a violação dosdireitos humanos. No referido ano,em protesto contra o AI-5, os estu-dantes da Faculdade de Direitopromoveram uma passeata deprotesto na Praça central. A Cava-laria veio para prendê-los e eles serefugiaram na Catedral. DomFelício segurou o comandante comfirmeza e proibiu-o de entrarem naCatedral. E não entraram.

No caso da Irmã Maurina

Borges da Silveira, Dom Felícioexcomungou os delegados Rena-to Ribeiro Soares e MiguelLamano que a prenderam, gestoque teve repercussão internacio-nal. O Cardeal Dom Paulo Evaristorecorda que foi a prisão e subse-qüente tortura da Irmã Maurinaque o motivou a iniciar a sua pró-pria “luta pela justiça social”.

Sempre mais sofrendo devi-do a um câncer, Dom Felício go-vernava a arquidiocese a partirdo leito de dor, oferecendo-secomo vítima expiatória pela suaIgreja diocesana. Cercado pelorespeito e veneração de todos,com justa fama de santidade eexemplo heróico no sofrimento,Dom Felício faleceu no dia 11 dejulho de 1972, aos 68 anos. Seusrestos mortais jazem na Catedralde Ribeirão Preto.

Pe. José Artulino Besen

(acesse o texto na íntegra no blog:

pebesen.wordpress.com)

AGRADECIMENTO ESPECIAL: a CADEIR (Comissão Arquidio-cesana para o Ecumenismo e Diálogo Interreligioso) ca-rinhosamente agradece a Dom Murilo Krieger pelasua atenção, orientação e sincero empenho pela cami-nhada ecumênica na Arquidiocese de Florianópolis, edeseja que o Espírito de Unidade o ilumine e fortaleçana missão de Arcebispo Primaz do Brasil.

Page 13: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

Jornal da Arquidiocese Abril 2011

13Missão

Japão, uma nação de espírito forteNestes dias, o mundo inteiro

está sendo solidário com o Japão.Em 11 de março, um terremoto demagnitude 9 na escala Richter atin-giu o nordeste desse país, com seuepicentro na costa de Sendai, pro-vocando um tsunami com ondasde até 10 metros de altura, quedevastaram 650 km de costa.

Cada dia que passa, aumen-ta o número de vítimas. Repre-sentantes de várias entidadesnipo-brasileiras realizam reuni-ões de emergência para trataremsobre alguma maneira de pres-tar assistência às vitimas, entreelas também brasileiros.

Morei quatro anos no Japão, ejá tinha sentido vários terremotos,mas este foi o mais arrasador. Es-crevi para todos os meus amigosdas paróquias por onde trabalhei,para obter notícias deles. Aindabem que todos estão bem, graçasa Deus. Os japoneses têm demons-trado que aprenderam a lidar comprevisão com os riscos dos terre-motos, de forma admirável, cons-truindo edifícios capazes de supor-tar os tremores mais fortes. Em ou-tros países, tremores semelhantescausariam um número indetermi-nado de mortos. Por isso, podemos

Aviões e carros transformados em entulho após o terremoto etsunami no nordeste do Japão. Milhares de pessoas foram vitimadas

Divulgação/JA

O povo habituado a superar desafios, como a bomba atômica e terremotos, tem um novo à sua frentedizer que o problema maior nãofoi o terremoto em si, mas o fatode ter provocado o tsunami.

Lamentamos e choramos asvítimas, elevamos as vozes a Deuse rezamos, pedindo paz e conso-lação, um coração sensível e mui-ta solidariedade. O povo japonêsé uma nação de espírito forte. Elesjá enfrentaram muitos desafios,como o das vítimas das bombasatômicas sobre Hiroshima eNagasaki. Com a nossa ajuda eorações, eles vão superar este di-fícil momento também!

As imagens da tragédia japo-nesa continuam, há dias, questi-onando-nos e preocupando-nos.Em poucos dias, a atenção domundo não está mais focada naonda destrutiva, mas no desas-tre das usinas nucleares.

No sábado passado, porém, ochefe da Agência Internacional deEnergia Atômica (AIEA) em Viena,Graham Andrews, não excluindotodos os fatores de risco, afirmouque “a situação está se desenvol-vendo na direção certa. No entan-to, o progresso tecnológico japo-nês também demonstrou, no pre-sente caso, um ponto fraco, dealguma forma inesperada”.

“A energia nuclear é um recur-so natural enorme, que o homemprocura colocar ao seu serviço,mas, se perde o controle, podevoltar-se contra ele - comentouPe. Lombardi, atual Diretor da Rá-dio e TV Vaticana. E ninguémsabe melhor do que os japone-ses, quais os efeitos da energialiberada a partir do coração damatéria, dirigida contra o homem.

A segurança das usinas e aproteção dos resíduos radioativosnunca poderá ser absoluta. “É jus-

Divulgação/JA

to e adequado voltar a refletir so-bre o uso correto do poder tecno-lógico, seus riscos, seus custoshumanos” recomenda o PapaBento XVI com insistência. Hoje,na central enlouquecida, um gru-po de heróis está generosamentedando a vida para a salvação demuitos. Como os bombeiros de 11de setembro - concluiu o Papa.

Como então, o amor solidá-rio pelos outros, mesmo arriscan-do a própria vida, é a verdadeiraluz na escuridão da tragédia! In-

dica a direção a seguir. É a mes-ma direção do caminho com Je-sus até a Páscoa.

Pe. Francisco Gomes, PIME

Diretor do Jornal Missão Jovem e por

quatro anos missionário no Japão

PARA REFLEXÃO“As leis da natureza não

abrem exceções para osbons ou para as pessoasúteis. Um terremoto é um atoda natureza. A natureza écega moralmente, sem valo-res. Ela vai em frente, seguin-do suas próprias leis, poucose importando com quem oucom o que encontra em seucaminho. Para mim, um ter-remoto não é um ato de Deus.Ato de Deus é a coragem daspessoas na reconstrução desuas vidas depois de um ter-remoto, e a solidariedade dosdemais que as ajudam naqui-lo que podem”. Do livro “Quan-do coisas ruins acontecem àspessoas boas”, de HaroldKushner, Edit. Nobel, São Pau-lo, 2008, cit. na “coluna doCacau”, DC, 23-03, pág. 51

Neste início de trabalho missi-onário aqui em Oliveira dos Bre-jinhos, desejo partilhar um poucoas atividades pastorais por aqui.

Eu cheguei na manhã do dia25 de fevereiro e, no domingo, dia27, foi a missa de posse. Estevepresente Dom Luiz Cappio edois padres de paróquias vizinhas,Pe. Claudio e Frei Moisés. Tam-bém muitos representantes das65 comunidades que fazem par-te desta paróquia. A comunidade“Divino Oleiro”, que está aqui noMuquém do São Francisco, e maisalgumas pessoas de Florianópolise Brusque, que todo ano vêm fa-zer as santas missões popularesaqui, estavam presentes tam-bém.

O povo, pelo que pude sentir,está animado com a chegada dopadre e também porque as irmãsfranciscanas de Siessen, que mo-ram aqui na paróquia, estão reali-zando um bom trabalho junto àsnossas lideranças. Graças a Deus,temos uma equipe para realizar otrabalho pastoral: eu e as três ir-mãs, mais um leigo liberado, queajuda três dias durante a semanae também nos finais de semana.

Quando vou fazer visitas nascomunidades do interior, quesão a maioria, a equipe vai jun-

Pe. Iseldo: nosso missionário na BahiaHá poucos dias na missão, ele fala dos desafios e alegrias no trabalho em Oliveira dos Brejinhos

to, e assim realizamos um tra-balho mais completo.

O que fazemos nascomunidades?

De terça a sábado, visitamosduas comunidades por dia, umapela manhã e outra à tarde. O tra-jeto, na sua maioria, leva de umahora a duas, para chegar. As estra-das de chão batido, nem sempreconservadas, fazem a viagem de-morar mais do que o normal.

Mas, à nossa chegada,o povotodo, as famílias que moram próxi-mas ao local e as que moram longe

- as casas são longe uma das ou-tras - comparecem. Tem gente quecaminha mais de duas horas parachegar à igreja. Isto me impressio-nou muito. Alguns poucos têm moto,mas a maioria anda a pé.

Eu rezo a santa missa, depoisda missa visito os doentes e ido-sos que não podem mais vir à igre-ja e levo para eles a comunhão,as irmãs fazem reunião com oscatequistas e jovens, e depois fa-zemos a reunião do Conselho dePastoral da Comunidade. Muitasvezes, a comunidade toda almo-ça junto conosco.

Ao lado da igreja tem uma casaque eles chamam de “casa dopovo”. Ali nos reunimos e tambémservem o almoço que é partilhado.Quando não há o almoço comuni-tário, uma família o oferece paratoda a equipe. Dali partimos paraoutra comunidade, e assim passoo dia e a semana nas comunida-des: nem vejo o tempo passar.

Aos domingos visito duas co-munidades: uma pela manhã, ou-tra à tarde. À noite, sempre tenhomissa na matriz, às 19h30. A se-gunda-feira é o dia para a equipesentar e planejar a semana. Cele-bro a missa na casa das irmãs jápela manhã e, assim, durante o diapodemos planejar as tarefas, etambém tiramos um tempo para aequipe fazer um pouco de lazer.

Alegrias e desafiosda missão

Estou muito contente em po-der servir e realizar este trabalhomissionário aqui em Oliveira dosBrejinhos. Há algumas dificulda-des: as distâncias, o povo quesofre com as secas, e a escassezde recursos quase em todos ossentidos da vida humana.

Mas, sinto que tudo isso é queme motiva ainda mais a traba-lhar como padre aqui no sertão,

levando a Palavra de Deus e or-ganizando as comunidades paraque se fortaleçam cada vez maisna fé e na esperança, e assimtenham condições de resistir e semanter firmes, apesar da realida-de sofrida em que vivem.

Isso posso testemunhar, nospoucos dias que estou aqui. Aspessoas daqui encontram na Igre-ja a sua força e, na organizaçãoda comunidade, uma voz que aju-da muito a cada um deles vivermelhor a vida no seu dia a dia.

No município de Oliveira dosBrejinhos há a Rádio ComunitáriaCRISTAL FM 89,7. Todos os dias, aparóquia tem um programa demeia hora, das 18h às 18h30, emque se apresenta a Ave-Maria e oEvangelho do dia. No sábado, te-mos uma hora, das 10h às 11h.Abro o programa apresentando aliturgia do final de semana e de-pois falo de um tema da atualida-de. Nestes dias, estou apresentan-do a Campanha da Fraternidade2011. Assim, temos a oportunida-de de entrar nos meios de comuni-cação social, tão necessários hojepara uma evangelização eficaz.

Pe. Iseldo Scherer

Missionário em Oliveira dos

Brejinhos-BA

Comunidade lotou a Igreja Matriz para parti-cipar da celebração de posse do Pe. Iseldo

Page 14: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

SilêncioHá silêncios que elevam a

alma e existem silêncios que afazem descer bem baixo, porquecheios de raiva contida, ciúmesnão manifestados, pensamentosruins que não podem ser verbali-zados. Há silêncios que falam aDeus e há silêncios que falamadeus.

ÁguaA água que corre sobre as

pedras do rio nunca lhes pergun-ta se estão molhadas suficiente-mente. Nem se desespera por-que eles, por dentro, continuamsecos. Ela cumpre o seu papel.Assim deve ser a nossa vida,cumprindo a vontade do Pai.

LuzQuem quer caminhar na luz,

sofre a perseguição das trevas. Eessa perseguição vem disfarçada,às vezes, de ‘não sei se vale a pena’!

Os GBFs são pupilas de Deus ebrotos da expansão da Sua Palavra”

14 Geral Abril 2011 Jornal da Arquidiocese

No dia 05 de março, a comuni-dade de Monte Alegre, emCamboriú, celebrou os 25 anos devida religiosa da Ir. Mari LuziaHammes, das Irmãs CatequistasFranciscanas. Uma consagradaque escolheu viver e trabalhar comas comunidades empobrecidas.Primogênita, de três filhos (os ou-tros dois já casados), teve sua vo-cação despertada aos 18 anos,em Blumenau, enquanto cursavaa faculdade de Letras. Ela conhe-ceu as Irmãs Catequistas Fran-ciscanas e se apaixonou pelo seucarisma. A família era bastante re-ligiosa e participativa da Igreja. Me-nos de dois anos depois, ingressouna congregação.

Em entrevista, ela fala sobre oseu despertar vocacional, a esco-lha da congregação, a importân-cia de ser presença da Igreja emcomunidades de periferia, fala doseu trabalho nos Grupos Bíblicosem Família, da tendência de vo-cações amadurecidas e do des-pertar da vocação religiosa nummundo com tantos atrativos.

JA - Como sentiu o chama-do para a vida consagrada?

Irmã Mari - Antes dos 18anos de idade, jamais pensara emser religiosa. Após ser crismada,fui convidada para ser catequista.A partir de então me engajei pravaler na comunidade: catequese,liturgia, grupo de jovens, e formeicom meus pais um dos primeirosGrupos de Reflexão da paróquia.Em 1980, as Irmãs Catequistas

Irmã Mari HammesUma freira dedicada a viver e traba-lhar nas comunidades empobrecidas

Franciscanas vieram morar e atu-ar na comunidade São Franciscode Assis, bairro Fortaleza, emBlumenau, onde eu residia. Sur-preendeu-me a forma, a esponta-neidade, a alegria, a simplicidadeno vestir e no ser da Irmã que es-tava chegando e da forma comoos catequizandos corriam ao seuencontro, e por ela eram acolhi-dos e abraçados. Sem perceber,meses depois comecei a sentiratração para a vida religiosa. Lu-tei nos primeiros meses contra,mas ao mesmo tempo pedia aDeus que não fosse feita a minhavontade, mas a sua. À medida queo tempo foi passando, a vocaçãose confirmou.

JA - As Catequistas Fran-ciscanas têm como carismaacompanhar e viver em comu-nidades empobrecidas. Comoa senhora vive esse carisma?

Irmã Mari - Todos temosdons e temos limites. Mas procu-ro viver de forma simples, bus-cando viver os valores de Fran-cisco e Clara de Assis no segui-mento de Jesus Cristo. Exceto noprimeiro ano de consagração,quando atuei em Rodeio/SC, ber-ço da nossa Congregação , amaioria dos demais anos sempreforam vividos em comunidadesmais empobrecidas: sete emRondônia; sete na Comunidadedo Roçado, em São José; sete nasComunidades Chico Mendes eNovo Horizonte, em Florianópolis,onde por um ano e quatro meses

moramos com 62 famílias numabrigo provisório; após um anocomo secretária provincial emBlumenau, estou morando nou-tra realidade desafiante, mascujo povo é muito querido: a pa-róquia de Monte Alegre, em Cam-boriú-SC. Sinto que, morandonessas realidades e comparti-lhando minha vida com o povomais sofrido e injustiçado, sinto-me feliz e realizada e, apesar dasminhas limitações, procuro serum pouco da presença de Deuse seu rosto para as pessoas.

JA - Qual a importância deser presença da Igreja nas co-munidades empobrecidas?

Irmã Mari - Tenho como prin-cípio viver cada dia como se fos-se o último. Isso é desafiador, poisexige diariamente procurar con-figurar o nosso ser, agir e falarcom o de Jesus. As comunidadesempobrecidas são as que mais

precisam de nossa presença ecompaixão, pois aí estão os "po-bres, viúvas e órfãos" de hoje.

JA - A senhora presta as-sessoria para os Grupos Bí-blicos em Família. Como asenhora vê a importânciadesses Grupos?

Irmã Mari - Vejo os GBFscomo pupilas de Deus e como bro-tos da expansão da Palavra deDeus. Explico: os GBFs são os pésda Igreja, lá onde muitas vezes elaainda não está presente. São tam-bém o espaço para reviver a ex-periência da igreja doméstica daprimeira geração das comunida-des cristãs. Portanto, os GBFs,além de serem lugar de catequeseda família, de reflexão da Palavrade Deus e sua aplicação para osfatos da realidade atual, tambémmuitas vezes são o espaço únicode participação de alguns cristãos.Para poder assessorá-los melhor,

Fo

to JA

Irmã Mari com as três fundadoras da Congregação e São Francisco

tive a oportunidade de fazer todoo curso da graduação em Teolo-gia no ITESC.

JA - Sua vocação foi des-pertada aos quase 19 anos.Hoje há uma tendência paravocações amadurecidas. Aque se deve isso?

Irmã Mari - Acredito poder atri-buir essa tendência a dois motivos:a) Hoje a grande maioria dos ado-lescentes e jovens tem acesso efacilidade aos estudos, o que umavez era mais difícil. O número defilhos também é menor, o que faci-lita aos pais possibilitarem o estu-do aos filhos. b) Um segundo moti-vo é que a sociedade oferece tan-tas possibilidades boas e ruins aomesmo tempo, que só com maisamadurecimento cronológico apessoa, entre acertos e desacertos,vai aos poucos percebendo e defi-nindo sua opção de vida e abraçan-do sua vocação. Além disso, há 40anos ou mais, a maioria de nós, ain-da sendo crianças, já tínhamos cer-tas responsabilidades.

JA - Num mundo em quesão tantos os atrativos paraos jovens, como despertarneles o desejo pela vida re-ligiosa?

Irmã Mari - Eis o grande desa-fio! Mas estou convicta de que nósreligiosas/os precisamos ser tes-temunhas do “Vinde e vede!”.Cada um/a de nós religiosos de-veria ser, onde e com quem querque seja, diariamente, o rosto deJesus de Nazaré. Impossível nãoé, pois o Espírito de Deus está comcada um de nós. Rezar pelas voca-ções é necessário e fácil. Porém,viver o testemunho e a coerênciaevangélica é o que sinaliza o sercristão e entusiasma os jovens.

Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Carlos Martendal

Div

ulg

açã

o/JA

TrigoO grão de trigo, quando é semeado, não se preocupa com o dia

em que será colhido nem com o dia em que será triturado. Tornadotrigo para alimentar o homem, não fica pensando que parte toma-rá no pão: se a de dentro, a de fora, se ficará como resto grudado navasilha em que o pão foi amassado, se, participando do pão, sobra-rá como farelo e será jogado no lixo. Sabe que, sem ele, e semoutros tantos grãos, não existiria pão na terra. E, assim, contenta-se com a parte que lhe cabe. Quanta lição de despreocupação, deentrega, de serviço sem esperar recompensa. A alegria de servir!

Hospitalidade 1“Há muitos filhos que, bem

mais que um palácio, gostariamdo carinho e do abraço dos seuspais” (Pe. Zezinho). São filhos quequerem corações que os aco-lham e não coisas que os distrai-am, que querem o bem que durae, não, coisas que passam.

Hospitalidade 2Não precisas bater: entra,

fica à vontade, encontrarás oque precisares. Me encontra-rás! Se precisares de mim, es-tarei a teu dispor, para te servir.

Quantas vezes não percebi quepadeces necessidade... Neces-sidade de afeto, de atenção, deum sorriso amigo, de compre-ensão, de uma palavra deencorajamento, de um abraçoque te estimule, que te faça terde novo a alegria de viver. Vem,vem, és dos meus!

Hospitalidade 3São Paulo escreve: “Não vos

esqueçais da hospitalidade, pela

qual alguns, sem o saberem, hos-

pedaram anjos” (Hb 13,2). Esses‘anjos’ sem asas... Quantos ‘an-jos’ brincando, comendo, dormin-do em nossas casas!

EsquecimentoCom o passar dos dias, a memória vai enfraquecendo e há coi-

sas que começam a ficar esquecidas. Mas isso não acontece conti-go, Senhor do tempo e Criador de todas as coisas. Por isso, peçocomo o salmista: “Não me esqueçais nem me deixeis abandonado”

(Sl 26[27],9). E ajudai-me, pois eu não quero esquecer-me de Tinem Te abandonar.

Page 15: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

Jornal da Arquidiocese Abril 2011

15Geral

Capela da Residência EpiscopalUma das últimas ações de Dom Murilo foi a dedicação do altar da capela da residência episcopal

Na véspera de sua viagem aSalvador, onde se prepararia paraa posse, Dom Murilo realizou nodia 21 de março a celebração dededicação do altar e inauguraçãoda reforma da capela da residên-cia episcopal da Arquidiocese deFlorianópolis. Um trabalho realiza-do pelo artista plástico CláudioPastro e pela Arquiteta MiriamReichert, especialistas em artesacra e espaço celebrativo.

Durante a celebração, DomMurilo lembrou que vivemos ummomento histórico, não apenaspela sua nomeação para Salvador,mas provavelmente por ser a pri-meira vez que um bispo inauguraa capela de sua residência às vés-peras de sua saída, brincou. “Foiuma obra que fiz com alegria e queficará para a residência episcopal,para quem vier a residir nela”,acrescentou. Atendendo ao pedi-do dele, publicamos a explicaçãodo Cláudio Pastro para a capela.

Adaptada a um espaço já exis-tente, o próprio espaço definiu a es-tética do lugar. Não quisemos camu-flar o espaço mas, sim, dar- lhe sobri-edade com tons bem claros. O piso,belíssimo, permaneceu.

Como a função da Capela é defi-nida, também e sobretudo, pelaliturgia e espiritualidade aí celebra-das, buscamos ser fiéis à essênciada fé cristã: o Mistério Pascal.

1. O despojamento e vazio des-se lugar (o menos vale mais) é paraque “não as nossas coisas” massim o Mistério fale por si. No vazio,ficamos, eu e o Mistério, face a face,um só e nada mais. O desejo foi dar

espaço ao Mistério aí celebrado.2. A Liturgia pós Vaticano II pede-

nos a centralidade do Altar e do Ambão(=Cristo) e, assim, os bancos envol-vem esse centro. Nesse centro o Mis-tério sempre é reatualizado (Eucaris-tia): então, um pequeno “baldaquino”(teto rebaixado) ajuda-nos a fixar aatenção n’Ele (o Deus Vivo) e, ainda,marca a celebração como espaçonupcial (as núpcias do CordeiroPascal com sua Amada, a Igreja).

3. Todas as peças são em madei-ra maciça (Angelim). O Altar, quadra-do, indica- nos o Cristo como centrodo Universo (os quatro lados: norte,

Vitral, em tons azuis para turquesa, apresenta Jesus Cruscificado mas também lembra a logo do15º Congresso Eucarístico Nacional, momento marcante que a Arquidiocese sediou em 2006.

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to

JA

sul, nascente e poente). O Altar, qua-drado, passa a ser novamente (comono primeiro Milênio), comum no Oci-dente, graças ao Concílio Ecumênicoe à contribuição da Igreja Oriental,sempre fiel às nossas fontes. Sobreo Altar há a pedra-mármore que noslembra Cristo, a rocha sobre a qualsomos edificados em Igreja (1Pe 2,4-10). O Ambão, da mesma maneira, ésímbolo da pedra tumular onde Cris-to Ressuscitado, pela Palavra, teste-munha a respeito de Si mesmo. Asédia é o lugar do que preside, o Cris-to Ressuscitado, presente entre nós.Por ser a Capela da Residência Epis-

copal, temos duas sedias, para o usodo Arcebispo e seu bispo auxiliar.Entre elas, umas discreta credência.

4. Nos ângulos: à esquerda ,umazulejo da Mãe de Deus refere-seao Mistério da Encarnação, de ondenasceu o Novo Povo de Deus. À di-reita, o Tabernáculo (“tenda”), coma Reserva Eucarística, indicando-nos esse lugar como de Adoração,pela permanência do Cristo entrenós (Comunhão com a Igreja). A for-ma circular é em aço escovado coma incisão de uma cruz partilhada (ali-mento de todos) entre as letras gre-gas Alfa e Ômega, Cristo princípio e

fim de tudo. A lâmpada doSantíssimo é de luz natural (fogo) enão luz elétrica (produzida pelo ho-mem); o fogo é sinal da presença doDeus Vivo, Cristo Ressuscitado.

5. O belo Vitral em tons azuis paraturquesa apresenta-nos o Cristo total-mente entregue por nós e por nossasalvação. Cinco chagas vermelhas so-bressaindo, o Coração ferido indica-noso lugar de nascimento da Igreja (insti-tuição divina e não humana), lugar daMisericórdia (coração mísero para osmíseros). Em Cristo, com Cristo e porCristo, somos “mergulhados” naságuas batismais que nos fazem ho-mens novos, refeitos, renascidos emCristo, Novo Adão, de onde nasce asua companheira e esposa, nova Eva- a Igreja, Mãe da nova humanidade.

As águas em movimento indicamesse lugar como o da ação do Espíri-to Santo (Epiclese). Ainda, a forma daágua faz referência a Florianópolis, ci-dade à beira-mar. Ainda mais, essaságuas dão-nos a conotação de IgrejaMissionária, que sai de si para pregarCristo, luz e vida do mundo.

Enfim, percebemos que a Cape-la é Cristo. Todos os materiais aí sãosinais, símbolos, da presença do In-visível entre nós; soleira de Jerusa-lém Celeste (Nova), onde céu e terracelebram, aqui e agora, a única e de-finitiva morada. Este é o lugar da pas-sagem (Páscoa) no meio do “Mar Ver-melho - Mundo” por onde somos con-duzidos, em segurança, por Aquele aquem seguimos.

Mais fotos no site da Ar-quidiocese - www.arquifln.org.br, clicar em “Álbum de fotos”,no alto da página à direita.

A comunidade de Jurerê Inter-nacional, em Florianópolis, reali-zou no dia 12 de março uma ce-lebração eucarística para marcara aquisição de dois terrenos ondeserá edificada a igreja São Fran-cisco de Assis. A missa campal,realizada onde ela será construí-da, foi presidida por Dom MuriloKrieger, então administradorarquidio-cesano de Florianópolis,e concele-brada pelo Pe. AnésioDalcastagner, pároco de Canas-vieiras, à qual a comunidade estávinculada, e pelo Pe. MárcioVignolli, que foi pároco na comu-nidade.

Apesar da forte chuva que seabateu no dia, vários fiéis partici-param da celebração amparadospor uma cobertura de lona. Duran-te a celebração, em sua homilia,Dom Murilo disse que nos últimosdez anos a Arquidiocese teve um

crescimento populacional de mais400 mil pessoas e que a Igreja nãoteve condições de dar resposta ade-quada a esse crescimento.

“Incentivei e dei meu apoio àComunidade de Jurerê Internaci-onal, porque via a necessidadede todos pensarem longe; masvia também que essa Comunida-de tinha condições de dar umaresposta à sua necessidade deter, um dia, uma paróquia nestebairro”, disse Dom Murilo.

Ao final da celebração,Severino Soares Silva, coorde-nador do Conselho de Pastoral daComunidade, falou sobre toda ahistória da comunidade São Fran-cisco de Assis e, emocionado, agra-deceu a Dom Murilo pelo apoiorecebido. “Agradecemos pela suadisposição em orientar, dirigir eestimular no trabalho como ver-dadeiro pastor”, disse.

Um desejo antigoA idéia da construção da igre-

ja na comunidade vem de longe.Teve início na década de 90. Equi-vocadamente um grupo de pes-soas liderou a construção de umtemplo ecumênico. Com os anos,viu-se que isso não funcionou,entre outras coisas por diferen-ças religiosas.

As dificuldades da comunida-de foram levadas ao conheci-mento do então arcebispo DomMurilo. Ele sugeriu a aquisição deum terreno para a construção daigreja São Francisco de Assis. As-sim, no dia 13 de dezembro de2010 foram adquiridos dois lo-tes somando 1.500 m2.

Os terrenos ainda estão sen-do pagos, mas a comunidade jáestá preparando o projeto deconstrução da igreja. A obra estáa cargo da arquiteta Miriam

Reichert em parceria com o artis-ta plástico Cláudio Pastro, espe-cialistas em arte sacra e espaçocelebrativo. Ela terá capacidade

Jurerê Internacional terá a igreja de São Francisco de AssisMissa da bênção do terreno da futura igreja foi presidida por Dom Murilo e marca nova etapa

para 300 pessoas sentadas.Mais informações no site

www.igrejasaofranciscodeassis.org.br.

Dom Murilo presidiu a missa em tenda montada sobre os terrenos. Eleacredita que a comunidade poderá vir a ser sede de uma paróquia

Foto JA

Page 16: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Abril/2011

16 Geral Abril 2011 Jornal da Arquidiocese

Comunicadores de toda aArquidiocese estiveram reunidosna manhã do dia 19 de março, naparóquia São João Evangelista, emBiguaçu, para participar do Encon-tro da Pastoral da Comunicação.Promovido pela coordenaçãoarquidiocesana da PASCOM, oevento teve como objetivo mos-trar a proposta da Pastoral e parti-lhar experiências.

A oração inicial foi conduzidapelo Pe. Mário Sérgio do Nas-cimento, pároco da ParóquiaSanto Antônio, em Itapema. Emseguida, foi apresentada a equi-pe de coordenação arquidioce-sana, promotora do evento. JeanSeverino apresentou a propostada Pastoral da Comunicação, se-guindo as orientações da CNBB.

Os participantes foram dividi-dos em grupos e realizaram umadinâmica. Foi apresentada umaparóquia fictícia, com toda a es-trutura, mas com falta de lideran-ças e articulação entre elas. Asequipes teriam que sugerir formasde solucionar esses problemas,

Encontro dos comunicadores da ArquidioceseRealizado em Biguaçu, evento reuniu lideranças dos mais variados segmentos da comunicação

que foram apresentados por umrelator aos demais participantes.

Na sequência, houve umapausa para o lanche,quando osparticipantes puderam trocar ex-periências e partilhar os seus tra-balhos impressos.

Partilha deexperiências

No retorno, convidados fala-ram de suas experiências em re-des sociais, internet, rádio e jor-nal paroquial. Frei CácioPetekov, OFMCap, da paróquiaSantíssima Trindade, em Floria-nópolis, relatou a sua experiên-cia no uso do Facebook.

“É uma ferramenta que exigeao menos 30 minutos de dedica-ção diária, mas com ótimos resul-tados”, disse. Segundo ele, a Pa-róquia é formada por muitos uni-versitários. O fato de verem a Igre-ja utilizando as redes sociais e po-dendo interagir, os aproxima daparóquia.

Pe. Mário Sérgio do Nasci-

mento falou da utilização dainternet. Ele criou um site para asua paróquia e mês a mês viucrescer o número de acessos.Hoje a paróquia tem mais de 10mil acessos/mês e um númerosempre maior de visitantes no-vos. “Há muitos pedidos de ora-ções de pessoas da comunidade

Fo

to

JA

e de todo o Brasil. E serve comofonte de informação para as nos-sas lideranças”, acrescentou.

O boletim informativo da Ca-tedral, publicado semanalmente,foi apresentado por Jaércio Ben-to, jornalista da Catedral. Em sua358ª edição, o informativo é pu-blicado há oito anos em formato

Joinville sediará o 1º Mutirão Regional de Comunicação

inovador. “Ele eliminou as men-sagens no final das celebraçõese ajudou na integração das pas-torais e movimentos”, disse.

Empreendedorismo

Pe. Francisco de AssisWloch, pároco da Catedral, fa-lou sobre suas idéias inovadorasem comunicação. Ele explicouque, como padre, sua missão éevangelizar, e que tudo o que re-aliza se direciona a promover aintegração das 14 comunidadesque envolvem a Catedral. Disseque a comunicação é a melhorforma de atingir o povo. Por isso,a Catedral contratou dois jorna-listas, que trabalham das 6h às20h, instalou um mural eletrôni-co com uma tv de 55 polegadase dois quiosques multimídia.

“Muito se pode fazer com ne-nhum ou pouco investimento, epor muito tempo agimos assim.Com o trabalho, novas necessi-dades vão surgindo e os resulta-dos se multiplicam", disse Pe.Chico. Segundo ele, o desafiomaior é planejar a ação. "Se nãohá um planejamento, não sesabe onde se pretende chegar.Com objetivos, clareza, se con-segue o que quer”, acrescentou.

O encontro foi encerrado coma apresentação dos próximospassos da Pastoral da Comuni-cação e dos eventos realizado nodecorrer do ano. O próximo en-contro será no dia quatro de ju-nho, sábado, quando será reali-zada a oficina sobre Comunica-ção na Liturgia.

Mais informações pelo e-mail [email protected]. Maisfotos no site da Arquidiocese- www.arquifln.org.br, clicarno link “Álbum de fotos”.

“Comunicação na vida daIgreja". Esse é o tema do 1ºMutirão de Comunicação Re-gional (Muticom/SC), que serárealizado em Joinville, entreos dias 13 e 15 de maio. A in-tenção é ajudar os agentes dePastoral no uso adequado dosmeios de comunicação, parafortalecer a ação evange-lizadora da Igreja em SantaCatarina.

Serão oferecidos quatro se-minários: Comunicação e No-vas Tecnologias, Pastoral daComunicação, Comunicação

na Liturgia e Comunicação naCatequese; e sete oficinas: Co-municação na Catequese, orató-ria, rádio, fotografia, jornal impres-so, dança sacra e comunicaçãona liturgia. Para se inscrever, bas-

ta acessar www.muticomsc.com epreencher o formu-lário online, ou pe-gar o folder de ins-crição, disponívelnas paróquias.

A noite de aber-tura, na sexta-feira(13/05), contará

com a participação do Pe.Zezinho, que palestrará sobre“Comunicação na vida da Igre-ja”. Além da palestra, esse pri-meiro dia do evento será reser-vado para o credenciamento,

cerimonial de abertura e co-quetel. Os seminários e ofici-nas ocorrerão no sábado.Uma missa, no domingo, mar-cará o encerramento domutirão.

A Arquidiocese de Florianó-polis, através da Pastoral da Co-municação, vai organizar o enviode um grupo de participantes.Temos direito a 70 vagas. Serálocado um ônibus para levar e tra-zer os interessados em participar.Mais informações pelo e-mail:p a s c o m _ a r q u i f l o r i p [email protected].

Participantes conheceram a proposta da Pastoral da Comunicaçãoda Arquidiocese e partilharam experiências