jornal da arquidiocese de florianópolis janeiro-fevereiro/2011

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Fraternidade e Vida no Planeta Por ecologia humana entende- se o cuidado que se deve ter em primeiro lugar com o próprio ser hu- mano e a restauração de suas re- lações mais profundas com Deus, o próximo e o ambiente. A Campa- nha da Fraternidade deste ano nos põe, mais uma vez, diante da gra- ve questão da ecologia. Um tema que se tornou recorrente na mídia, na universidade, no governo dos países. Um tema recorrente tam- bém nos ensinamentos e práticas da Igreja que nesta CF-2011 nos convida a tomar consciência da gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas e a as- sumir práticas concretas para pre- servar as condições de vida no pla- neta. Como crentes num Deus to- talmente comprometido com esse mundo, façamos a nossa parte! PÁGINA 04 Arquidiocese Jornal da Florianópolis, Jan/Fev de 2011 Nº 164 - Ano XV “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8) DOM MURILO KRIEGER Posse será no dia 25 de março, na Catedral Basílica, no Terreiro de Jesus, em Salvador, à noite, em horário a ser definido Com a nomeação de Dom Murilo para São Salvador, na Bahia, a arquidio-cese mais antiga do Brasil (por isso arcebispo primaz), encer- ram-se nove anos de episcopado em Florianópolis. Ele assume a nova mis- são aos 67 anos de idade, 41 de pa- dre e 25 de bispo, sendo 15 trans- corridos aqui (seis como auxiliar e nove como arcebispo). Saiba como fica a Arquidiocese de Florianópolis após a partida de Dom Murilo e acompanhe a entre- vista que ele nos concedeu. “Não me passou pela cabeça a ideia de ir para qualquer outra diocese. Tinha, mentalmente, um programa de tra- balhos para os próximos oito anos por aqui”, disse Dom Murilo. PÁGINA 03 Pe. Pedro Koehler: uma vida dedicada ao ministério presbiteral PÁGINA 14 Após pastorear Florianópolis, Dom Murilo vai assumir um dos maiores desafios de sua vida Arcebispo Primaz do Brasil Arquidiocese terá três padres novos PÁGINA 05 Inscrições abertas para curso de Teo- logia para Leigos PÁGINA 08 Louvor de Verão reúne 4 mil em Camboriú PÁGINA 09 Projeto integra Santuários da Arquidiocese PÁGINA 15 Trabalho Social recebe prêmio nacional PÁGINA 16 Participe do Jornal da Arquidiocese POR CARTA Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis POR E-MAIL [email protected] PELO SITE www.arquifln.org.br

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Jornal da Arquidiocese de Florianópolis(SC) Edição 164, ano XV, Janeiro-Fevereiro/2011

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Page 1: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

Fraternidade e Vida no PlanetaPor ecologia humana entende-

se o cuidado que se deve ter emprimeiro lugar com o próprio ser hu-mano e a restauração de suas re-lações mais profundas com Deus,o próximo e o ambiente. A Campa-nha da Fraternidade deste ano nospõe, mais uma vez, diante da gra-ve questão da ecologia. Um temaque se tornou recorrente na mídia,na universidade, no governo dospaíses. Um tema recorrente tam-

bém nos ensinamentos e práticasda Igreja que nesta CF-2011 nosconvida a tomar consciência dagravidade do aquecimento global edas mudanças climáticas e a as-sumir práticas concretas para pre-servar as condições de vida no pla-neta. Como crentes num Deus to-talmente comprometido com essemundo, façamos a nossa parte!

PÁGINA 04

ArquidioceseJornal da

Florianópolis, Jan/Fev de 2011 Nº 164 - Ano XV

“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)

DOM MURILO KRIEGER

Posse será no dia 25 de março, na CatedralBasílica, no Terreiro de Jesus, em Salvador, à

noite, em horário a ser definidoCom a nomeação de Dom Murilo

para São Salvador, na Bahia, a

arquidio-cese mais antiga do Brasil

(por isso arcebispo primaz), encer-

ram-se nove anos de episcopado em

Florianópolis. Ele assume a nova mis-

são aos 67 anos de idade, 41 de pa-

dre e 25 de bispo, sendo 15 trans-

corridos aqui (seis como auxiliar e

nove como arcebispo).

Saiba como fica a Arquidiocese

de Florianópolis após a partida de

Dom Murilo e acompanhe a entre-

vista que ele nos concedeu. “Não

me passou pela cabeça a ideia de ir

para qualquer outra diocese. Tinha,

mentalmente, um programa de tra-

balhos para os próximos oito anos

por aqui”, disse Dom Murilo. PÁGINA 03

Pe. Pedro Koehler: uma vida dedicada ao ministério presbiteral PÁGINA 14

Após pastorear Florianópolis, Dom Murilo vai assumir um dos maiores desafios de sua vida

Arcebispo Primaz do Brasil

Arquidioceseterá trêspadres novos

PÁGINA 05

Inscrições abertaspara curso de Teo-logia para Leigos

PÁGINA 08

Louvor de Verãoreúne 4 mil emCamboriú

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Projeto integraSantuários daArquidiocese

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Trabalho Socialrecebe prêmionacional

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Participe do

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Page 2: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

“Reconhecer a

liberdade religiosasignifica garantir

que as comunida-des religiosas pos-sam agir livremen-

te na sociedade”.

Vejo-me diantede um novo desa-fio: deixar minha

Arquidiocese, meusparentes e amigos,

uma realidadeconhecida e desa-fios com os quaisme acostumara”

Palavra do BispoPalavra do BispoPalavra do BispoPalavra do BispoPalavra do Bispo Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ Administrador Apostólico de Florianópolis eArcebispo eleito de São Salvador da Bahia

“Irmãos, o que devemos fazer?”“Dom Murilo assume a Arqui-

diocese em abril”. Com essa man-chete, o Jornal da Arquidiocese deFlorianópolis, de março de 2002,anunciava minha nomeação paraesta Arquidiocese, feita pelo PapaJoão Paulo II, dia 20 de fevereiro da-quele mesmo ano. “Dom Murilo as-sume a Arquidiocese”, era a man-chete de maio, reproduzindo pala-vras e fotos de minha posse, dia 27de abril de 2002. “Irmãos, o quedevemos fazer?”, era o título de meuprimeiro artigo neste mesmo jornal.Com essa mesma interrogação euhavia iniciado minha homilia, na ma-nhã daquele dia 27, no Ginásio deEsportes do Colégio Catarinense.Esta pergunta, na verdade, não eraminha, mas dos contemporâneos doapóstolo Pedro, no dia de Pentecos-tes, depois de ouvir que “Deus cons-tituiu Senhor e Cristo a este Jesus

que vós crucificastes” (At 2,36). SeJesus Cristo é o Senhor, pensarameles, o que é preciso fazer? Respon-dendo a essa pergunta, eu testemu-nhava que aqui chegava para fazera experiência do apóstolo eevangelista São João, resumida deforma admirável em uma expressãoque se tornou clássica, e que eu ha-via assumido como lema episcopal:“Deus é amor” (1Jo 4,16).

Naquela ocasião, era muito lem-brada a observação do então Papaa respeito dos desafios do terceiromilênio da era cristã: qualquer pro-grama pastoral da Igreja deveria des-tacar, como primeiro item, a buscada santidade. De minha parte, lem-brava, como que lançando um “pro-grama de governo”: “O ideal de san-tidade, preconizado por Jesus, nãoé uma utopia. A santidade é possí-vel. A santidade é nossa meta”.

Passados quase nove anos,vejo-me diante de um novo desa-fio: deixar minha Arquidiocese -“minha”, porque aqui nasci -, deixarmeus parentes e amigos, deixaruma realidade conhecida e desa-fios com os quais me acostumara,para enfrentar uma nova missão naIgreja. Dou este passo com “temore tremor”, para usar uma expres-são do apóstolo Paulo (cf. Fl 2,12).Meu temor se deve aos desafiosdaquela que é a Arquidiocese Pri-maz do Brasil, com uma populaçãode três milhões e trezentos mil ha-bitantes e uma rica história de 460anos; o tremor nasce da consciên-cia de minhas próprias limitações.Faço essa confissão - aliás, desne-cessária, porque sou conhecido - naesperança de ser acompanhadopela oração de cada “ovelhinha” daArquidiocese de Florianópolis.

Palavra do PapaPalavra do PapaPalavra do PapaPalavra do PapaPalavra do Papa Bento XVI

A liberdade de crermem. As comunidades cristãs, como seu patrimônio de valores e prin-cípios, contribuíram muito para atomada de consciência das pesso-as e dos povos a respeito de suaprópria identidade e dignidade,bem como para a conquista de ins-tituições democráticas e para aafirmação dos direitos do homeme seus correlativos deveres. Tam-bém hoje, em uma sociedadecada vez mais globalizada, os cris-tãos são chamados - não só atra-vés de um responsável empe-nhamento civil, econômico e polí-tico, mas também com o testemu-nho da própria caridade e fé - a ofe-recer sua preciosa contribuiçãopara o árduo e exaltante compro-misso em prol da justiça, do desen-volvimento humano integral e doreto ordenamento das realidadeshumanas” (Mensagem para a Ce-lebração do Dia Mundial da Paz, 1de Janeiro de 2011, n. 7).

O Pecado, negação de ser o que somos

Outra manifestação damarginalização da religião, e par-ticularmente do cristianismo,consiste em banir da vida públi-ca festas e símbolos religiosos,em nome do respeito por aque-les que pertencem a outras reli-giões ou por aqueles que nãoacreditam. Agindo deste modo,não apenas se limita o direito dosfiéis à expressão pública de suafé, mas cortam-se também raízesculturais que alimentam a identi-dade profunda e a coesão socialde numerosas nações. (...) Reco-nhecer a liberdade religiosa sig-nifica garantir que as comunida-des religiosas possam agir livre-mente na sociedade, com inicia-tivas nos setores social, caritati-vo ou educativo. Pode-se consta-tar por todo o lado, no mundo, afecundidade das obras da IgrejaCatólica nesses âmbitos. (...)

A religião não constitui um pro-blema para a sociedade, não é umfator de perturbação ou de confli-to. Quero repetir que a Igreja nãoprocura privilégios, nem deseja in-tervir em âmbitos alheios à suamissão, mas simplesmenteexercê-la com liberdade. Convidocada um a reconhecer a grande li-ção da história: “Como se podenegar a contribuição das grandesreligiões do mundo para o desen-volvimento da civilização? A bus-ca sincera de Deus levou a um res-peito maior da dignidade do ho-

Assim definia Thomas Merton:“O pecado é negação de ser o quesomos, isto é, rejeição de nossa rea-lidade misteriosa”. Somos huma-nos e é-nos exigido que sejamosdivinos. E nos é exigido que seja-mos divinos para que possamosser humanos. O pecado nos fazretornar à primeira página da Escri-tura, à nossa criação à imagem esemelhança divina. Após a queda,Deus colocou em nós a nostalgiadele, e nele há a nostalgia de nós.Jesus Cristo, com sua encarnação,tornou possível a superação des-sa nostalgia com a unidade entrenós e Deus através do amor.

Se devemos dizer que é pelafé que somos justificados (cf Rom1,17), também é verdade que a féé meio caminho, pois, à medidaque ela cresce em nós pelo Espíri-to, toma lugar em nós o amor, quedela é a realização final. Quandoo amor faz morada em nós, inten-sifica-se o diálogo divino-humano:continuamente Deus nos chamaa sermos como ele, e, quanto maisalcançamos a semelhança divina,mais somos a ela atraídos pelaforça irrefreável do amor.

A graça batismal, que nos con-cedeu a filiação divina, é continua-mente ameaçada pelo pecado:negar a filiação e acharmos queser humano equivale a sermos au-tônomos. Isso divide o ser huma-no: afasta-o de Deus e volta-o parasi. Não há autonomia quando setrilha o caminho do amor. Existe aliberdade, sim, pois está em nós apossibilidade trágica de interrom-

per o caminho da humanização-divinização. E então seremos pe-cado, pois destruímos em nós aexistência feita de mistério, de pro-cura do divino. Nessa hora, Deusretoma a iniciativa e desperta emnosso coração a saudade dele. Ereinicia a aventura do encontro, dafelicidade.

Henry Newman, inglês conver-tido do anglicanismo ao catolicis-mo, há pouco beatificado por Ben-to XVI, ensinava: “Assim como asemente tem a árvore dentro desi, assim os homens têm os anjosdentro de si” (Par. Serm.,V,351).Ora, os anjos que nos habitam sãoresponsáveis pelas chamadas di-vinas que continuamente ouvi-mos através da consciência. Esti-mulam-nos a avançar no caminhoda santidade, da semelhança di-vina. Tiram de nós a paz dos injus-tos para substituí-la pelo combatedo justo, a santidade.

Mudar e crescer -caminho de fé

Todos os que aceitaram a aven-tura da santidade se queixavamde que não tinham paz, de quenunca tinham feito o suficiente:Deus é o “nunca-bastante”, sem-pre quer mais. É o caminho davida: viver é mudar para crescer.

Há determinados tipos de reli-giosidade que se conformam narepetição monótona de devoções,orações, rituais. São adeptos deuma religião pobre, onde não hávontade de mudar, coragem desofrer, suportar o Deus da vida, po-

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24 mil exemplares mensais

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José ArtulinoBesen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Leda Cassol Vendrúscolo,Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: ZulmarFaustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Editoração e Fotos:Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Gráfica GrafiNorte

“Irmãos, o que devemos fa-zer?” Ao ler o início da carta doSenhor Núncio Apostólico: “O San-to Padre Bento XVI nomeou VossaExcelência Arcebispo Metropolita-no de São Salvador da Bahia...”,não tinha outra resposta a dar aoPapa se não o meu “sim”. E o dei,lembrado das insistentes pergun-tas que Jesus fizera ao apóstoloPedro: “Tu me amas?” (Jo 21,17).

“Deus é amor”. De mil manei-ras procurei repetir essa certeza -certeza que enche meu coração deesperança. Perdão, irmãos e irmãs,pois nem sempre soube fazê-lo deforma acertada. Com o apóstoloPaulo, peço a todos: “Alegrai-vos,trabalhai no vosso aperfeiçoamen-to, encorajai-vos, tende um mes-mo sentir e pensar, vivei em paz, eo Deus do amor e da paz estaráconvosco” (2Cor 13,11).

deroso e paterno, que nos quertransformar sempre mais. Jesusnão veio nos trazer a acomoda-ção, mas o fogo que devora, quepurifica (cf. Lc 12,49). O cristãoacomodado tem medo de mudarde vida, de crescer no amor, porum motivo simples: não quer sercristão, deseja apenas viver umareligiosidade de consumo, que lheentorpece o impulso da perfeição,da santidade. Temos medo demudar e crescer na fé porque pre-ferimos o caminho largo ondetudo é possível, desde que hajade Deus uma pálida lembrança enão a busca do encontro pessoal.

Nas Igrejas estabelecidas, essaescolha é visível quando se buscasalvar estruturas e hierarquias, pre-servar tradições numa ingênuamotivação de que isso é importan-te para servir ao Senhor. Sim, e oque significa servir ao Senhor se-não mudança de vida, ingressarnas estradas divinas que permitemo encontro? Nossa mais profundaaspiração, semeada em nós peloEspírito, não é contemplar o Senhorface a face no céu? E isso é possí-vel sem a luta pela santidade?

Resumindo: a situação docristão é paradoxal: é homem edele é exigido ser Deus. Foi cria-do limpo, e está sujo, mas deveapenas voltar ao que foi predes-tinado a ser. Dito de outro modo,tem de lutar para vir a ser o queé” (Nicu Steinhardt, Diário daFelicidade, p.150).

Pe. José Artulino Besen

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

Bento XVI, 10.01.11

Opinião2Janeiro/Fevereiro 2011 Jornal da Arquidiocese

Page 3: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

Dom Murilo é o novo arcebispo de SalvadorPosse na Arquidiocese mais antiga do Brasil está prevista para o dia 25 de março, na Catedral

Por ocasião da publicação danomeação feita pelo Papa BentoXVI - notícia publicada pelo jornal“L’Osservatore Romano” no dia12 de janeiro de 2011, e pelaRádio Vaticano, às 12h (horáriode Roma, Itália - 9h de Brasília)daquele mesmo dia -, assim semanifestou Dom Murilo: "Nãoesperava que o Papa fosse medestacar para outra missão. Ima-ginava que ficaria aqui, onde nas-ci, tenho minha família, meusamigos e conheço bem a região.Salvador será um grande desafiopara mim". Por ser a primeiraArquidiocese do Brasil, DomMurilo será o Arcebispo Primaz.

Dom Murilo sucederá ao Car-deal Geraldo Majella Agnelo, queapresentou sua renúncia, seguin-do o que determina o Código deDireito Canônico. Em seu cânone354, o CDC determina que, aocompletar 75 anos, todo bispodeve apresentar ao Papa sua re-núncia. A posse de Dom Muriloserá realizada no próximo dia 25de março, na Catedral Basílica,no Terreiro de Jesus, em Salva-dor, à noite (o horário está sen-do definido).

Dom Murilo assumirá aArquidiocese de São Salvador aos67 anos de idade, 41 anos de pa-dre e 25 anos de bispo. Atual-mente está em sua segunda pas-sagem pela Arquidiocese deFlorianópolis. A primeira foi em1985: depois de ter sido ordena-do bispo a 28 de abril, aqui per-maneceu como Bispo Auxiliar atéo dia 22 de julho de 1991. Nodia 27 de abril de 2002, depoisde quase onze anos no Paraná

Jornal da Arquidiocese Janeiro/Fevereiro 20113Geral

“Foi com muita surpresaque recebi a nomeação”

Em entrevista ao Jornal daArquidiocese, Dom Murilo comen-ta como recebeu este novo desa-fio em seu ministério, o que co-nhece da sua futura Arquidiocese,como pretende lidar com osincretismo religioso presente emSalvador e o que muda naArquidiocese até a sua saída.

Jornal da Arquidiocese -

Como o senhor recebeu a notíciada sua nomeação para Arcebispoda Arquidiocese Primaz do Brasil?

Dom Murilo - A partir de mi-nha chegada em Florianópolis, em2002, passei a me concentrar nes-ta Arquidiocese. Não me passoupela cabeça a ideia de ir para aArquidiocese de São Salvador daBahia ou para qualquer outradiocese. Tinha, mentalmente, umprograma de trabalhos para os pró-ximos oito anos por aqui. Mas es-tou na Igreja para servi-la da formaque ela precisa, não da forma queeu gostaria. Mesmo quando fala-vam da possibilidade de eu ir paraa Bahia, ficava tranquilo: tinha cer-teza de que um outro irmão bispo,por suas qualidades, seria nomea-do para aquela Arquidiocese. Porisso, foi com muita surpresa querecebi a nomeação para lá. Desta-co a palavra “nomeação”: não éfeita uma consulta para a pessoaenvolvida. Ora, como dizer um“não” a uma nomeação papal?“Quem vos ouve, a mim ouve”, dis-se Jesus. Disse meu “sim” ao PapaBento XVI e, agora, irei para essanova missão com a mesma dispo-sição com que enfrentei outras res-ponsabilidades na Igreja - inclusi-ve, com a disposição que tinhaquando vim para a Arquidiocese deFlorianópolis.

JA - O que o senhor conheceda Arquidiocese de São Salvador?

Dom Murilo - Praticamente,nada conheço da Arquidiocese deSalvador ou da Bahia. É verdadeque, cerca de treze anos atrás, pre-guei um retiro para o clero de lá;dois anos atrás participei de umcurso em Salvador. Dizem os en-tendidos que depois de uma visitade três dias a uma cidade ou país,qualquer visitante se sente emcondições de escrever um livrosobre aquela realidade; depois deum mês, percebe que só conse-gue escrever um artigo; e, depoisde um ano, tem consciência de quenão convém escrever nada, porqueteve tempo de descobrir que a rea-lidade é muito mais complexa doque imaginava. Por isso, vou paraSalvador com muita simplicidadee humildade. Não vou com proje-

tos prontos, com programas de tra-balho bem elaborados, mas ape-nas com um desejo: escutar e vermuito, dialogar bastante e cercar-me de todas as pessoas que pu-derem me ajudar para, então, en-frentar os desafios daquela imen-sa Arquidiocese.

JA - Salvador é conhecida porser multicultural e multiétnica.Como pretende lidar com isso?

Dom Murilo - Em primeiro lu-gar, vejo a necessidade de conhe-cer os padres e os diáconos per-manentes, os religiosos e religio-sas, os inúmeros leigos e leigasque têm papel de destaque naação evangelizadora da Arqui-diocese de São Salvador da Bahia.Muito do que um bispo consegue,consegue através daqueles comquem trabalha. Diante do sincre-tismo religioso naquele estado,prevejo que será de suma impor-tância o trabalho formativo, na li-nha do que nos ensina o apóstoloPedro: “Estai sempre prontos a dara razão da vossa esperança a todoaquele que a pedir” (1Pe 3,15). ODocumento de Aparecida, fruto daconferência episcopal realizadaem 2007 na capital mariana doBrasil, insiste muito na necessida-de de fazermos com que nossopovo conheça melhor as riquezasde sua fé. Isso é essencial, já queninguém ama o que não conhece.Vou, pois, com algumas perguntasno coração: como levar as pesso-as a conhecer as riquezas da Pala-vra de Deus? Como conseguir queo conteúdo do Catecismo Católicoseja melhor assimilado por todos?De que maneira deverei agir paraque as pessoas descubram todasas “pérolas” que Jesus Cristo dei-xou à sua Igreja?...

JA - Até o dia 25 de março, osenhor será o Administrador Apos-tólico. O que muda na Arquidio-cese de Florianópolis até lá?

Dom Murilo - Preciso prepa-rar a casa para meu sucessor.Como ainda não sei quem será,maior é minha responsabilidade,pois uma coisa é passar oralmen-te uma série de observações; ou-tra, é ter que deixar tudo por escri-to. Após minha posse em Salva-dor, caberá ao Colégio de Consul-tores da Arquidiocese de Florianó-polis escolher o AdministradorDiocesano, que governará estaArquidiocese até a posse do novoBispo. Não é o momento, pois, defazer mudanças importantes, mastão somente de dar uma respostaadequada aos problemas que pre-cisam de uma ação imediata.

Duas celebrações marcarãoa despedida de Dom Murilo

O que muda na Arquidiocese?

(Ponta Grossa e Maringá), assu-miu a Arquidiocese de Floria-nópolis como Arcebispo. Portan-to, dos 25 anos de bispo, 15 fo-ram transcorridos aqui.

Nova realidade

A Diocese de São Salvador daBahia foi criada a 25 de feverei-ro de 1551, pelo Papa Júlio III. A16 de novembro de 1676, foi ele-vada a Arquidiocese e Sede Me-tropolitana. Durante esses 460

anos de história, teve oito bispose 26 arcebispos. Dom Murilo seráo 27º arcebispo da Arquidiocese.

Em extensão territorial, Salva-dor possui 1/3 da área deFlorianópolis, mas com quase otriplo da população (3.247 mil ha-bitantes), sendo 68% deles católi-cos. Dela fazem parte 15 municí-pios, com 106 paróquias, que con-tam com 175 sacerdotes. Umadas forças está nos religiosos (208)e religiosas (624). Os seminárioscontam com 49 seminaristas.

Desde o dia 12 de janeiro, DomMurilo deixou de ser arcebispo deFlorianópolis. Mas até a data desua posse em Salvador, na Bahia,ele permanecerá como Administra-dor Apostólico, nomeado peloPapa. Após a sua saída, o Colégio

de Consultores (grupo de padresque formam um órgão deliberativoda Arquidio-cese) tem um prazo deoito dias para se reunir e definir onome de um sacerdote que assu-ma a administração diocesana atéa posse do novo arcebispo.

Na Arquidiocese, o Colégio deConsultores é formado pelos pa-dres: Francisco José Gesser; Hé-lio da Cunha; José HenriqueGazaniga; Sérgio Giacomelli; SiroManoel de Oliveira; Vilson Groh eVitor Galdino Feller.

Antes de sua partida para aArquidiocese de São Salvadorda Bahia, duas celebraçõesmarcarão a despedida de DomMurilo de nossa Arquidiocese.

A primeira será realizada nodia 16 de março, às 20h, no Cen-

tro de Evangelização AngelinoRosa, em Governador Celso Ramos.Com capacidade para até cinco milpessoas, o local será ótimo parareunir uma maior representação daArquidiocese de Florianópolis.

A segunda será realizada no

dia 18 de março, às 19h30, naCatedral de Florianópolis. Naoportunidade, será inauguradaa Sacristia e o EspaçoMuseológico da Catedral, quefaz parte do projeto de restau-ração, iniciado em 2005.

Com 25 anos de episcopado, 15 deles transcorridos na Arquidiocese,Dom Murilo parte para nova missão, a quinta como bispo

Page 4: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

degradação consequente do pe-cado humano, terminará regene-rado em novos céus e nova terra(Ap 21,1). A primeira palavra e aúltima palavra de Deus é sempreanúncio de vida e salvação.

O que Deus quer é nosso beme nossa felicidade. Nós é que es-tragamos a obra de suas mãos.Agora, porém, conscientes de queo Deus-Trindade em quem fomosbatizados, isto é mergulhados, éum Deus profundamente com-

Faz parte inte-gral da fé cristã a

esperança narestauração doser humano emsi mesmo e em

suas relaçõescom Deus, com

os outros e coma natureza”.

Há dois mil anos, todo domin-go, na hora da missa, professa-mos no Credo que Deus é “Paitodo-poderoso, criador do céu eda terra”. Mas nos últimos sécu-los, com o endeusamento da ci-ência e da técnica, grande parteda humanidade, paradoxalmen-te nos países de tradição cristã,passou a ter uma relação confli-tuosa com a obra da criação deDeus. Com o fim do teocentrismoque marcou a cristandade antigae medieval, o antropocentrismopassou a ser a matriz conceitualdo Ocidente. Tudo é pensado efeito a partir do ser humano, quese põe como medida de todas ascoisas. Digamos logo de inícioque faz parte, sim, da fé cristãque o ser humano esteja no cen-tro. Mas no centro do plano deDeus, no qual e pelo qual todoser humano é um nó de relações:com o próprio Deus, com cadaum dos outros seres humanos,com o mundo material em suasdiversas expressões e com o pró-prio eu. Desse modo, é inconce-bível pensar Deus sem o ser hu-mano, mas, também pensar o serhumano sem Deus leva ao umhumanismo desumano e anti-humano.

A RUPTURA DONÓ DE RELAÇÕES

O antropocentrismo modernodegenerou, em muitas de suasmanifestações, em dualismosmaniqueístas e atitudes exclu-dentes: o egocentrismo ensinaque eu sou, o outro não é; noetnocentrismo, o branco é quemdomina, os de outra raça ou cul-tura não contam; no machismo,o homem pode e manda, a mu-lher só obedece. Uma série demanifestações de excludênciavai se firmando em nossa cultu-ra urbano-moderna. Exclui-se odiferente: o de outro sexo, o deoutra etnia, o de outra religião etc.Racionalistas excluem Deus. Fa-náticos excluem outras concep-ções e práticas religiosas. A ido-latria do mercado e a ganânciado lucro destroem a natureza: emfavor do lucro cada vez mais des-mesurado abatem-se florestas,poluem-se as águas e o ar, mal-tratam-se os animais, degrada-sea vida. Vivemos a obscuridademaior da deturpação das rela-ções queridas por Deus ao criar oser humano. O capítulo 3 do livrodo Gênesis nos mostra que, apósa queda, todas as relações foramse desintegrando: a relação comDeus ficou marcada pelo medo evergonha (3,10); a relação ho-mem-mulher, pela acusação, do-mínio e sujeição (3,12.16); a re-lação entre o ser humano e a ter-

todo domingo no Credo, nos levaa ser engajados com as lutas atu-ais da ecologia. É contraditório,pois, ser cristão e ser poluidor edestruidor da natureza.

A VIDA NO PLANETA

Já faz tempo que muitos ci-entistas vêm nos dizendo que avida no planeta está ameaçada.De sua parte, a Igreja Católicatem se pronunciado diversas ve-zes contra os abusos que se co-metem contra a vida. Na sua últi-ma encíclica - Caritas in Veritate -,o papa Bento XVI denunciou di-versas concepções e práticasdeformadas de nossa relaçãocom a natureza: o determinismoevolutivo que vê a naturezacomo fruto do puro acaso; oneopaganismo e o neopan-teísmo que veem a naturezacomo mais importante que o serhumano, chegando a sacralizá-lae divinizá-la; o mercantilismo e otecnicismo que veem o ambien-te natural apenas como matériaà disposição de nosso bel-prazere de nossa ganância depredadora(CV 48). Em reação a essas atitu-des desumanas “requer-se umaespécie de ecologia do ser huma-no”, pois “a degradação da natu-reza está estreitamente ligada àcultura que molda a convivênciahumana: quando a ecologia hu-mana é respeitada dentro da so-ciedade, beneficia também aecologia ambiental” (CV 51). Porecologia humana entende-se ocuidado que se deve ter em pri-meiro lugar com o próprio ser hu-mano e a restauração de suas re-lações mais profundas com Deus,o próximo e o ambiente. O usodo ambiente constitui, portanto,“uma responsabilidade que te-mos para com os pobres, as futu-ras gerações e a humanidade in-teira” (CV 48).

A Campanha da Fraternidadedeste ano nos põe, mais umavez, diante da grave questão daecologia. Um tema que se tornourecorrente na mídia, na universi-dade, no governo dos países. Umtema recorrente também nosensinamentos e práticas da Igre-ja que nesta CF 2011 nos convi-da a tomar consciência da gravi-dade do aquecimento global edas mudanças climáticas e as-sumir práticas concretas parapreservar as condições de vidano planeta. Como crentes numDeus totalmente comprometidocom esse mundo, façamos anossa parte!

Pe. Vitor Galdino Feller

Coord. Arquidiocesano de Pastoral,

Prof. de Teologia e Diretor do ITESC

Email: [email protected]

ra e os outros seres vivos, pelamaldição, degeneração e morte(3,14.17-19).

O ser humano, constituídocomo nó de relações, viu-se de-turpado em sua essência. Tornou-se desumanizado. Esse é o signi-ficado maior do pecado: nós nosdesumanizamos a nós mesmosao perdermos a intimidade dasrelações com Deus, com o próxi-mo, com a natureza e com nossoeu mais profundo.

A RESTAURAÇÃOQUERIDA POR DEUS

Faz parte integral da fé cristãa esperança na restauração doser humano em si mesmo e emsuas relações com Deus, com osoutros e com a natureza. Crer emDeus Pai Criador implica numdesejo sincero e numa práticaeficaz de fazer novas todas ascoisas (Ap 21,5). Assim, o mun-do que começou num jardim emque todas as coisas foram cria-das e predispostas para o bemdo ser humano (Gn 1,1-25; Gn2,4-6), depois de passar pela

prometido com o mundo materi-al, devemos converter-nos paraser protetores e cuidadores danatureza. Deus-Pai criou essemundo material por amor. O re-frão “e Deus viu que era bom” (Gn1,4.10.12.18.21.25.31) revela abondade radical da criação. Omundo criado no Filho, pelo Fi-lho e para o Filho (Jo 1,3; Col1,16), torna-se depois a tenda emque esse Filho vem habitar entrenós. Ao fazer-se homem comonós, ele assume também amaterialidade deste mundo (Jo1,14). O Espírito Santo, que pai-rava sobre as águas no início dacriação do mundo (Gn 1,2), querenova continuamente a face daterra (Sl 104[103],30) e quegeme com a criação e conoscoem vista de nossa libertação (Rm8,22-23.26), também dará vidaa nossos corpos mortais (Rm8,11). No Credo professamosnossa fé no Espírito Santo queatua e está presente na ressur-reição da carne, isto é, na trans-formação, na transfiguração, naglorificação do mundo. Nossa féem Deus-Trindade, professada

Fraternidade e Vida no PlanetaResponsabilidade para com os pobres, asfuturas gerações e a humanidade inteira.

4 Tema do Mês Janeiro/Fevereiro 2011 Jornal da Arquidiocese

Page 5: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

Arquidiocese terá três novos padresOrdenação diaconal conjunta será no dia 12 fevereiro. Ordenações presbiterais já estão definidas

Jornal da Arquidiocese Janeiro/Fevereiro 20115Geral

Arquidiocese de FlorianópolisTransferências para 2011

N.B.: 1. Pe. Iseldo Scherer - Missionário na Diocese de Barra - BA, a partir de fevereiro de 2011.2. Pe. André Luiz Ouriques - Terminado o tempo solicitado para experiência, retorna à Diocese de Caraguatatuba -SP, onde está incardinado.3. Paróquias que serão assumidas por religiosos:

Paróquia São Cristóvão, de Cordeiros - Itajaí: será assumida pela Congregação dos Padres do Sagrado Coraçãode Jesus, a partir de 30.01.11 Posse do novo Pároco: 30.01.11, às 19h30min. Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem - Saco dos Limões - Florianópolis: será assumida pelos Carmelitas da

Ordem dos Irmãos da B.V.M. do Monte Carmelo - OCarm (NB: Já estão presentes em nossa Arquidiocese, naParóquia de Coqueiros - Florianópolis, os Carmelitas da Ordem dos Irmãos Descalços da B.V.M. do MonteCarmelo - OCD). Posse do novo Pároco: 26.02.11, às 18h.

Párocos Religiososque assumem missão em 2011 na Arquidiocese de Florianópolis:

Vigários Paroquiais Religiososque assumem missão em 2011 na Arquidiocese de Florianópolis:

Fotos JA

Três seminaristas da Arqui-diocese que concluíram o cursode Teologia serão ordenadoseste ano. A primeira etapa é aOrdenação Diaconal, que serárealizada conjuntamente no dia12 de fevereiro, às 15h, na Pa-róquia São Joaquim, em Garo-paba, com celebração presididapor Dom Murilo Krieger, nossoAdministrador Apostólico e Bis-po nomeado de São Salvador, naBahia.

Serão ordenados diáconosElisandro Scarsi, Pedro AlcidoPhilipe e Pedro Paulo Alexandre.Eles concluíram o curso de Teolo-gia no ITESC em 2010 e aguar-davam o escrutínio (avaliação

Dom Murilo Krieger presidiu à Celebração Eucarística que encerrouo ano letivo no ITESC, onde os três concluíram a Teologia

solicitada pelo bispo). A ordena-ção presbiteral já está definida eserá realizada em suas comuni-dades de origem.

As ordenações presbiteraisforam assim definidas: dia 30/04, sábado, às 9h30m, PedroPaulo Alexandre, em LeobertoLeal, presidida por Dom JoséNegri, Bispo de Blumenau (SC);dia 21/05, sábado, às 15h,Elisandro Scarsi em Itajaí, Paró-quia São Cristóvão, presidida porDom José Negri, Bispo deBlumenau(SC); dia 18/06, sába-do, às 16h, Pedro Alcido Philippe,em Antônio Carlos, presidida porDom Wilson Jönck, Bispo de Tu-barão (SC).

Elisandro Scarsi, 30 anos - Sempre partici-pou de grupos de jovens e era catequista na Pa-róquia São Cristóvão, em Cordeiros, Itajaí. Coma caminhada, sentiu o desejo de seguir a vidareligiosa ordenada. O primeiro passo foi conver-sar com o seu pároco, na época o Pe. João EliasAntero, e recebeu todo o apoio. Passou a partici-par dos encontros vocacionais em Azambuja. Em1999 entrou para o Seminário Menor.

Pedro Paulo Alexandre, 25 anos - Naturalde Leoberto Leal, sua vocação foi despertada quan-do estava na sétima série. Na época, Pe. PedroSchlichting, também natural do município, era se-minarista e foi à escola falar sobre vocação. Nofinal da palestra, Pe. Pedro foi falar com ele. Depoisiniciou o acompanhamento vocacional por corres-pondência. Quando concluiu o segundo grau, pas-sou a dar catequese e percebeu o chamado de

Deus para uma vocação diferente e entrou no Seminário Propedêutico.

Pedro Alcido Philipe, 34 anos - Desde pe-queno sentia o desejo de seguir a vida religiosa.Membro de uma família e comunidade bastan-te religiosa em Antônio Carlos. A vida de oraçãofoi um fator importante para o seu despertarvocacional. A caminhada como catequista e par-ticipante de grupo de jovens também ajudou adiscernir sobre sua real vocação. Em 2000 en-trou para o Seminário Menor em Azambuja.

Conheça um pouco maissobre nossos futuros padres

Page 6: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

Tua bondade, justiça,julgamentos

10. Contemplamos, ó

Deus, tua bondade, / no meio

do teu Templo.

11. Como o teu nome, ó

Deus, / assim o teu louvor se

estende / até os confins da

terra. Está cheia de justiça, a

tua mão direita:

12. Alegre-se o monte

Sião, / e exultem as cidades

de Judá por causa dos teus

julgamentos.

Além da manifestação do di-vino poder, os que “meditam osfatos no seu coração” (cf Lc 2,19sobre Maria) percebem outrasqualidades em Deus: contem-

plam sua bondade, no meio do

seu Templo (cf v. 10), veem quea sua mão direita está cheia de

justiça (v. 11b), e as cidades deJudá exultam por causa dos seus

julgamentos (v. 12). A “bondade”(v. 10), em hebr. hesed, significatambém amor, misericórdia, leal-dade. A “justiça” (v. 11b), que é ado Onipotente, não é a de umprepotente: pelo contrário, reali-za-se através dos seus “julga-

mentos” (v. 12b), isto é, das suasdecisões judiciais ou políticassegundo a lei e o direito. Por isso,o exercício divino da justiça tam-bém é revelação que enche degozo os fiéis, e sua fama se es-

tende até os confins da terra (v.11); e esse gozo contrasta com odesconcerto e o espanto dos ini-migos (cf v. 6).

Vede, e louvai!13. Rodeai Sião, / girai em

torno dela, /contai as suas

torres.

14. Contemplai suas mu-

ralhas, / passai em revista as

suas fortalezas, / para narrar

às gerações futuras:

15. Este é Deus, o nosso

Deus / para todo o sempre: /

é Ele que nos guia.

O salmo termina por uma pro-clamação, que deve chegar às

gerações futuras (v. 14b), sobreDeus, o nosso Deus, Aquele quenos guia (v. 15) e protege, comoo pastor ao seu rebanho. Parafazê-lo, porém, com argumentosirretorquíveis, o salmista convo-ca a uma verificação pormenori-zada das torres, muralhas, forta-

lezas, de Sião (vv. 13 e 14): es-tão todas ali, de pé, intactas,

defesas militares de Jerusalém,avulta o próprio Deus, que se re-vela como fortaleza invencível (v.4). Num texto de Zacarias, Deusmesmo se faz de muralha: Eu a

rodearei como muralha de fogo

(Zc 2,9).

Avançaram,viram, fugiram

5. Vede: os reis se aliaram,

/ juntos avançaram.

6. Mas, logo que viram, /

atônitos e cheios de pânico,

fugiram.

7. O terror os dominou, /

dores, como as de quem dá à

luz;

8. foi como o vento orien-

tal, / que destrói os navios de

Társis.

A ação dos inimigos é descri-ta com rapidez e sem pausa: ali-ança, marcha, chegada, fuga (vv.5-6). O que é que eles “viram”,que os fez logo bater em retira-da? O salmista não o explica,mas evidentemente, no quequer que tenha acontecido, elediscerniu a ação do divino De-fensor de Sião. A seguir, os “reis”não são mais sujeito ativo, masobjeto passivo: presa do terror,joguete do vento. A primeira com-paração, com as dores da partu-riente (v.7), é frequente na Bíblia:p. ex. Is 13,8; Os 13,13; 1Ts 5,3etc. A segunda, do naufrágio dosnavios de Társis (v. 8), surpreen-de, pois o assalto é terrestre.

Um dos “cânticos de Sião”,este salmo tem vários pontos decontacto com o Sl 46, celebran-do a inviolabilidade de Jerusa-

lém, por causa da presença pro-tetora de Deus no seu Templo. Osalmo, que deve ter sido canta-do pelos peregrinos que vinhamà cidade santa, caracteriza-sepela alegria após a superação deterrível perigo, descrito sintetica-mente nos vv. 5-8. Alguns reis sealiaram para destruir a cidade.Ela, junto com o Templo, repre-sentava a identidade nacional dopovo de Deus. Não sabemos con-cretamente quem eram os reisque ameaçaram Jerusalém.Como no Sl 46, podemos pensarna invasão assíria de Senaqueribe seus generais, no ano 701 aC(cf Is 37). A alusão poderia sertambém ao ataque conjunto deRason, rei de Aram, e Faceia, reide Israel, na chamada guerra“siro-efraimita” do ano 734 (cf Is7, 1-9 e 2Rs 16). O fato de essesreis terem sido derrotados, e ful-minantemente, é visto como si-nal da escolha divina de Jerusa-lém, que por isso mesmo jamaisseria destruída.

Grande é o Senhor2. Grande é o Senhor e dig-

no de todo louvor / na cidade

do nosso Deus. O seu monte

santo, colina encantadora, / é

a alegria de toda a terra.

3. O monte Sião, no vértice

do céu, / é a cidade do grande

Rei.

4. Nos seus baluartes, /

Deus revelou-se como fortale-

za invencível.

Nesses quatro versículos,avultam os dois protagonistas dopoema: Deus, e Sião. Ou melhor,Deus, vinculado a Sião, que é omonte, a colina do Templo, a ci-

dade do grande Rei (v. 3). É claroque o salmo não é dedicado aolugar, mas a Quem nele habita, oSenhor. Entretanto, exatamentepela presença divina, o lugar setransfigura, chegando a causar aalegria de toda a terra (v. 2b).Mais. Na visão de Isaías, Sião háde atrair todos os povos, que aela afluirão para aí buscarem oensinamento, a palavra do Se-

nhor (Is 2,3). E ainda mais: essacolina se agiganta, tornando-se ovértice do céu (v.3). Voltando,porém, ao nível terreno, osalmista reconhece que, entre as

Acontece que esse vento orien-tal é expressamente desencade-ado por Deus, e os navios deTársis, de alto porte, os “transme-diterrâneos” de então, represen-tantes do orgulho humano (cf Is2,16), são impressionante exem-plo da soberba humilhada.

Ouvimos e vimos9. Como ouvimos, assim

vimos / na cidade do Senhor

dos exércitos, / na cidade do

nosso Deus: / Deus fundou-a

para sempre.

O que conhecíamos de ouvi-do, por tradição de nossos an-tepassados, agora o vemos comos nossos próprios olhos, e oexperimentamos. Eles, os anti-gos hebreus, viram o seu Deusatuando no Êxodo, na travessiado deserto, na terra prometida.Mas nós o vimos, o vemos ago-ra, protegendo a cidade do Se-

nhor dos exércitos, cidade do

nosso Deus, por Ele fundada

para sempre (v. 9). E porque ovimos, somos encarregados deuma missão (cf Lc 24,48: Vós

sois as testemunhas destas coi-

sas...). Agora, cabe-nos contem-plar (v. 10) o que, um dia, noscaberá narrar (v. 14). Notar queo verbo “ver” é o mesmo ditodos agressores, mas o efeito écontrário: eles viram, e fugiram

apavorados (v. 6); nós, vendo,nos alegramos e anunciaremos(cf vv. 12 e 14).

Salmo 48 (47): A Cidade do nosso Deus

6 Bíblia Janeiro/Fevereiro 2011 Jornal da Arquidiocese

como prova tangível, verificável,de que Deus nela habita e a de-fende. Portanto, como nos pri-meiros versículos do salmo, im-põe-se a vinculação, quase a fu-são, de Deus com a sua morada:o Templo e, por extensão, a cida-de. Não é teologicamente ambí-guo? Sem dúvida, como o com-prova o questionamento cons-tante dos profetas (p. ex. Jr 7,1-15; Is 66,1-2), e a própria pala-vra de Jesus sobre o Templo, emMc 13,2: Não ficará pedra sobre

pedra... De fato, historicamente,por duas vezes, a cidade e o Tem-plo foram destruídos, e o Templonão mais existe. Como, então,rezar ainda com sentido este sal-mo? Relendo-o à luz do mistériopascal, do Cristo morto e ressus-citado, o mesmo que desafiouseus adversários, referindo-se aseu próprio corpo: Destruí vós

este Templo, e em três dias eu o

reerguerei (Jo 2,19-20). O verda-deiro Templo é, portanto, o corpodo Senhor Jesus e, por extensão,o corpo de cada ser humano: Não

sabeis que sois o Templo de Deus,

e que o Espírito de Deus habita

em vós? (1Cor 3,16)

É Ele que nos guiaA afirmação final do salmo é

surpreendente e, por isso mesmo,significativa. Logicamente, osalmista, arrematando o seu hinode louvor, deveria concluir: “é Ele -esse Deus poderoso e eterno - que

nos defende e salva”... E, no en-tanto, o que afirma, de certomodo laconicamente, é que Elenos guia (v.15)... Por onde e paraonde? Pelos caminhos imprevi-síveis da história humana, essahistória que é também divina, poisé o Senhor quem a conduz.

Pe. Ney Brasil Pereira

Professor de Exegese Bíblica no ITESC

email: [email protected]

Conhecendo o livro dos Salmos (34)Conhecendo o livro dos Salmos (34)Conhecendo o livro dos Salmos (34)Conhecendo o livro dos Salmos (34)Conhecendo o livro dos Salmos (34)

Divulgação/JA

O ITESC - INSTITUTO TEOLÓGICO DE SANTA CATARINA, além dos cursos noturnos de extensão para leigos/as, nas segun-das feiras à noite (19h30 - 22h), mantém o curso matutino de graduação em Teologia, em 4 anos, 8 semestres, abertotambém a leigos/as com formação universitária ou pelo menos 2o grau completo. A matrícula pode ser feita por discipli-nas, com 2 ou 3 ou 4 créditos por semestre. Informações pelo fone (48) 3234-0400 ou o e-mail: [email protected]

Para refletir:

1) Releia o Sl 46(45), com-parando-o com este.

2) Como o salmista expres-sa a vinculação entre Deuse a cidade e o Templo?

3) Como descreve a açãodos inimigos e o que delaresulta?

4) Além dos prodígios, que ou-tras qualidades o salmistadestaca em Deus?

5) Como rezar com sentidoeste salmo, se o Templode fato foi destruído?

Page 7: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

Jornal da Arquidiocese Janeiro/Fevereiro 20117Juventude

Pastoral da Juventude tem novo secretárioDaniel Casas terá a missão de secretariar a Pastoral da Juventude no ano de 2011

Desde o dia 24 de janeiro, aPastoral da Juventude daArquidiocese conta com novosecretário liberado. Trata-se deDaniel Casas, de 18 anos. Elefoi eleito durante o Encontro deCoordenadores da PJ, realizadoem setembro de 2010, na Paró-quia São Francisco Xavier, emFlorianópolis. Daniel terá a mis-são de coordenar a PJ daArquidiocese no ano de 2011.

Ele substitui Guilherme Pon-tes, que nos últimos dois anos es-teve à frente da Pastoral. Duranteesse período, Guilherme sentiu ochamado vocacional e já no anopassado revezava seu trabalho naPJ com a formação no SeminárioPropedêutico. Este ano ingressouna Filosofia, em Azambuja.

Daniel é natural da ParóquiaSão Cristóvão, em Cordeiros/Itajaí. Começou a participar degrupo de jovens aos 10 anos deidade, em um grupo chamadoJUCINHO, que era uma iniciaçãopara Jovens Unidos em Cristo -JUC. Aos 13 anos ingressou nogrupo Jovens Unidos por Amor aCristo - JUPAC, e o coordenou pordois anos. Tornou-se coordenadorcomarcal e auxiliava na coorde-nação Arquidiocesana.

Em entrevista, ele fala daspropostas para a secretaria da PJ,do apoio que receberá da equipe

de coordenação, avalia a cami-nhada e fala da continuidade dotrabalho de formação de asses-sores e lideranças jovens.

Jornal da Arquidiocese -Quais as propostas para o perío-

do em que será secretário da PJ?

Daniel Casas - As propostasnão são minhas, mas da equipede coordenação e assessoria, for-mada por cinco jovens, experien-tes, capacitados e amadurecidosno trabalho com os jovens. Minhafunção será colocar em prática oque já foi discutido e aprovado noPlano de Pastoral da PJ, aprovadoem 2009 em Assembleia. Somosuma equipe muito boa e iremoscontinuar tornando nossa pastoralcada vez mais da juventude, forta-lecendo as formações, eventoscomo o DNJ, estar mais presentenas comarcas distantes e fortale-cer nossa identidade Pastoral.

JA - Como surgiu esta opor-

tunidade?

Daniel - Com a ida do Gui-lherme Pontes para o Seminário,começou o processo de escolhado novo secretário. Como eu es-tava engajado nos trabalhos daPastoral, pensei em colocar meunome à disposição. Converseicom meus pais e amigos e decidireescrever meu projeto de vida,

pondo no trajeto este lindo tra-balho pastoral. Com a minha ca-minhada na Igreja, fui eleito paraassumir essa missão.

JA - No passado, a PJ foi uma

grande força na Arquidiocese.

Nos últimos anos, ela vem num

processo de recuperação. Como

você pretende dar continuidade

a esse processo?

Daniel - Não se trata de umprojeto pessoal, mas de um tra-balho de equipe. Temos umaequipe de coordenação e de as-sessoria. Talvez a perda de espa-ço da PJ no passado tenha acon-tecido por conta disso: por não

ser uma coisa pensada pela equi-pe, mas por uma ou algumas pes-soas. Agora tudo é pensado porum grupo de pessoas experien-tes e vividas, e que passou pelasfases anteriores da PJ. Isso garan-te que os erros do passado nãoserão cometidos.

JA - Como avalia a caminha-

da da PJ na Arquidiocese?

Daniel - Sou muito jovem enão posso dizer que conheçobem a caminhada anterior daArquidiocese. Mas sei que a PJtem histórias de lutas e conquis-tas muito bonitas. Ainda temosmuitos desafios a enfrentar, por

exemplo, estar mais próximosdos estudantes universitários, odiálogo com os outros carismasda juventude (Setor Juventude),implantar a PJ nas paróquias emque ela ainda não existe. Tudoisso é muito importante para ocrescimento e fortalecimento dotrabalho pastoral.

JA - A Arquidiocese está or-

ganizando o Setor da Juventude.

Na sua avaliação, qual a impor-

tância desse trabalho?

Daniel - O Setor da Juventudevem para criar uma maior comu-nhão entre os diferentes carismasque têm trabalhos com juventude;isso é muito importante, pois criauma comunhão necessária naevangelização dos jovens.

JA - A formação de assesso-

res e lideranças jovens tem sido

uma das prioridades da PJ. Como

será esse trabalho durante o seu

empenho pastoral?

Daniel - A formação conti-nuada para os jovens é funda-mental. É através das formaçõesque os jovens têm a compreen-são exata de seu papel na Igreja.Nos últimos anos, a formaçãotem sido a prioridade da PJ e vaicontinuar sendo. Hoje, mais queuma proposta, tornou-se umaexigência dos próprios jovens.

Daniel (esq.) substitui, na secretaria da PJ, o Guilherme, que este anoingressa no Seminário Filosófico, em Azambuja

Fo

to JA

A vida da gente é cheia deencontros e desencontros.Cheia de novidades e mudan-ças de rumos. A minha vida foiassim até hoje. Desde peque-no sempre gostei da política,achei que era a minha voca-ção. Participei de um partidopolítico, me envolvi com o grê-mio estudantil. Mas só isso nãoera o suficiente, sempre mefaltava algo a mais.

Entrei para o grupo jovem,me encantei, passei a coorde-nar. Envolvi-me na vida da Igre-ja, fundamos a Pastoral da Ju-ventude da Paróquia. Ao mes-mo tempo que recebi o convitepara estar à frente da Pastoralda Juventude da Arquidiocese,surgiu uma oportunidade deemprego. Tive que escolher.Deus já me preparava para fa-zer escolhas. Escolhi esta ca-minhada na Pastoral da Juven-tude da Arquidiocese.

Uma vocação despertada na PJGuilherme fala sobre o desafio de assumir

a vocação para a vida religiosa

No inicio do segundo anonesta missão, comecei a per-ceber algo diferente, uma von-tade diferente de todas que játinha experimentado. Tinha avontade de me dedicar parasempre à evangelização, emespecial da juventude. Mas,como fazer isso? A resposta eraclara, mas eu insistia em nãoaceitar.

Fiz a grande decisão da mi-nha vida. Resolvi sair um anoantes do término do mandatona Pastoral da Juventude paraentrar no Seminário e seguir oministério sacerdotal. Decidipor acreditar que minha vidapoderá ser mais útil a Deus e ameus irmãos e irmãs. Sigo fir-me com meu amor aos jovens,à Pastoral da Juventude e aoserviço de evangelização.

Guilherme Pontes

Seminarista da Arquidiocese

Foi realizada nos dias 14 a 23de janeiro a Escola de Liturgia paraJovens, em Joaçaba. Promovidapelas Pastorais da Juventude doRegional Sul 4, em conjunto com aComissão Regional de Liturgia, aEscola teve o objetivo de capacitarjovens para o serviço litúrgico daIgreja, bem como levar a uma ex-periência de participação litúrgicacomo fonte de espiritualidade e derevigoramento da fé, conformesugere o Concílio Vaticano II.

O evento contou com 44 parti-cipantes, de sete dioceses de San-ta Catarina. A Arquidiocese esteverepresentada por quatro partici-pantes. A assessoria foi da RedeCelebra de Animação Litúrgica e daCasa da Juventude Padre Burnier,de Goiânia (CAJU). Durante os 10dias, os participantes puderamvivenciar e aprofundar seus conhe-cimentos sobre liturgia, por meiode uma metodologia participativae vivencial, possibilitando o encon-tro entre a liturgia e a vida.

Dom Manoel João Francisco,bispo da Diocese de Chapecó ebispo referencial da Liturgia noRegional Sul 4, participou integral-

Escola de Liturgia para Jovensmente da Escola e elogiou os par-ticipantes: “Eu sinto esse grupoaqui muito empenhado, muito dis-posto. São representantes de di-versas dioceses do Estado, e pen-so que eles vão para suasdioceses, vão fermentar e, embreve, se Deus quiser, aqui no nos-so Estado a Liturgia vai tomar umvigor muito grande. A juventude éa esperança da Igreja, então pre-cisamos investir nos jovens”.

Para Rodrigo da Silva, Secretá-

rio Regional da Pastoral da Juven-tude, a Escola é um importanteponto de partida para se avançarna formação litúrgica da juventu-de. “Cerca de 80% de nossos gru-pos de jovens atuam na liturgia desua comunidade e há um grandeinteresse em aprofundar suaespiritualidade e estudar mais aliturgia. Essa Escola pode desen-cadear várias ações, como encon-tros de formação e até uma próxi-ma Escola de Liturgia”, avaliou.

Realizado em Joaçaba, formação reuniu 44 jovens de sete dioceses

Divulgação/JA

Page 8: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

Janeiro/Fevereiro 2011 Jornal da Arquidiocese8 Geral

ITESC abre inscrições para formação de leigosNo último ano, 115 pessoas concluíram um dos cinco cursos oferecidos pelo Instituto TeológicoO Instituto Teológico de San-

ta Catarina (ITESC) está abrindoinscrições para os Cursos de Ex-tensão para Formação de Lide-ranças Leigas. As inscrições es-tão abertas de 01 a 28 de feve-reiro de 2011, das 8h às 16h,pelo fone (48) 3234-0400 oupelo e-mail: [email protected]. O investimento é de R$40,00 por mês.

Estão disponíveis cinco cur-sos: Teologia Fundamental; Bíblia- Primeiro Testamento; TeologiaBíblica - Fundamental; TeologiaLitúrgica - Sacramental; e Teolo-gia Catequética - Metodológica.Todos serão realizados às segun-das-feiras das 19h30 às 22h.

Segundo Celso Loraschi, co-ordenador geral dos Cursos deExtensão, os cursos são diferen-tes dos realizados em 2010, poiso curso completo tem duração dedois anos. “Mas quem não fez oprimeiro, pode se inscrever para2011, pois são disciplinas inde-pendentes”, afirmou.

Além dos cursos de Teologia,o ITESC também vai oferecer cur-sos especiais, realizados às ter-ças-feiras, das 19h30 às 21h45.Serão eles: Grego Bíblico (1º se-mestre); Aprofundamento Bíblico(2º semestre); A Igreja na Améri-ca Latina: História-Teologia-Pasto-ral (2º semestre). Eles atendema solicitações dos alunos quesentiram essa necessidade.

Os cursos são ministrados emsua maioria por professores doITESC e destinam-se a leigos eleigas, também religiosos e reli-

giosas, membros de comunida-des cristãs, interessados em for-mação bíblico-teológica-pastoral.

Formados em 2010No ano passado, 115 estu-

dantes dos Cursos de Extensãopara Formação de Lideranças Lei-gas receberam o certificado departicipação nos cursos. O eventode encerramento foi realizado nodia 06 de dezembro, às 19h30,com uma Celebração Eucarísticapresidida pelo Pe. Vitor GaldinoFeller, diretor do ITESC.

Em sua homilia, Pe. Vitor fa-lou da importância e de ser umagraça para a Igreja os leigos seaprofundarem sobre os mistéri-os de Deus. “Muitos não tiverama oportunidade, e outros não sederam essa oportunidade. Os queparticiparam realizaram o cursoe aprenderam um pouco mais

Formandos de um dos cinco cursos oferecidos pelo ITESC em 2010

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sobre a nossa fé”, disse.Na avaliação de Celso

Loraschi, os cursos de formaçãotiveram um bom número de par-ticipantes e poucas desistênci-as. “Percebemos que está cres-cendo o interesse pela forma-ção. Os cursos vêm matar a sedede conhecimento e prepara aIgreja para ser mais voltada aosleigos”, afirmou.

Os cursos de formação paralideranças leigas são oferecidospelo ITESC desde a sua fundação,em 1973. De 2005 a 2009, elesforam mantidos em convêniocom o Centro Loyola Amar e Ser-vir. Em 2010, o ITESC reassumiua administração dos cursos.

Mais fotos no site daArquidiocese (www.arquifln.org.br), clicar no link “Álbumde fotos”, no alto da página.

Pe. Ney celebra 80 anos de nascimento

Uma celebração realizada na igreja Nossa Se-nhora dos Navegantes, em Itaguaçu, Florianópolis,marcou os 80 anos de nascimento do Pe. Ney Bra-sil Pereira. Realizada na noite do dia 03 de dezem-bro, a celebração foi presidida pelo aniversariante

Celebração e jantar lembraram sua vida e trabalho pastorale concelebrada pelo nosso arcebispo Dom MuriloKrieger e pelos padres Francisco Wloch, Vânio daSilva, Pedro Martendal e Giovane Brunetto, e diáconoCelso Remi Nazário. A animação ficou com o CoralSanta Cecília, da Catedral, que há 37 anos é regidopor Pe. Ney.

A celebração ainda contou com a presença deparentes, amigos, representantes da PastoralCarcerária, do Coral Santa Cecília, Jornal daArquidiocese, todos sob sua coordenação, além deex-alunos do Seminário de Azambuja e de outraspastorais, organismos e serviços presentes naArquidiocese.

Em sua homilia, Pe. Ney agradeceu a todos pelapresença e o carinho, e lembrou que, em seus 54anos de vida presbiteral, já celebrou mais de 25 milMissas. Todas elas foram devidamente e cuidado-samente registradas em seu caderninho de notas.

Após a celebração, todos foram convidados aparticipar de um jantar realizado no salão da igreja.Lá, recebeu muitas homenagens. Após o jantar, foirealizada uma apresentação de DataShow com fo-tos e a história de vida do Pe. Ney. Depois, ele apa-gou as velas do bolo em que foi colocada uma pe-quena imagem sua regendo.

Pe. Ney soprou as velinhas durante a festa dos seus80 anos, em que participaram parentes e amigos

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A Coordenação Arquidio-cesana da Pastoral Catequéticaestá abrindo inscrições para aEscola de Formação Catequé-tica para Multiplicadores. Todosos/as catequistas da Arquidio-cese têm a grande oportunida-de de participar da formação sis-temática, que vai de março a se-tembro. Ela será realizada emdois locais: na Paróquia São Fran-cisco de Assis, em Aririú, Palho-ça, e na Paróquia Santo Antônio,em Campinas, São José.

Realizada desde 1998, aEscola tem como objetivo for-mar catequistas que serãomultiplicadores dos conheci-mentos aprendidos. A forma-ção completa tem duração detrês anos, cada um deles repre-sentando uma etapa, mas elassão independentes.

Conheça os conteúdos e osassessores que ministrarão ossete encontros que serão reali-zados em 2011:

- 27 de março - Aririú:Comunicação e Catequese -Pe. Domingos Nandi

- 17 de abril - Aririú: For-mação de catequistas comenfoque na Iniciação à VidaCristã - Ir. Marlene

- 29 de maio - Campi-nas: Sacramentos: Reconcilia-ção, Unção dos Enfermos, Ma-trimônio, Ordem - Pe. Valter M.Goedert

- 26 de junho - Campinas:Deus Trindade - Pe. Vitor Feller

- 24 de julho - Campi-nas: Catequese e Família(Como trabalhar com os pais) -Dra. Miriam Siqueira

- 21 de agosto - Aririú:Salmos. Oração Bíblica - CelsoLoraschi

- 25 de setembro -Aririú: Cartas Paulinas e a Ini-ciação à Vida Cristã - Ir. MariLuzia Hammes

Os interessados podem pro-curar o folder de divulgação nasecretaria de sua paróquia. Maisinformações com a Coordena-ção de Catequese, pelo fone(48) 3224-4799 ou pelo [email protected].

Escola forma catequistaspara serem multiplicadores

Formação será realizada em duas paró-quias e em sete etapas, uma por mês

Já temos na sala daCatequese da Arquidiocese oslivrinhos sobre a CF 2011, fei-tos especialmente para oscatequistas trabalharem comos catequizandos.

Temos também pronto o 1ºFolder sobre as orações emfamília. Cada catequista apre-sentará este folder à família,para que os pais possam rezarcom os filhos, tendo como ob-jetivo o acompanhamento des-tes no período da catequese.

Subsídios da Pastoral CatequéticaDurante este ano, a

catequese quer atingir os adul-tos, sobretudo os pais.

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Em 2010, 80 catequistas concluíram uma das etapas da escola

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GeralJornal da Arquidiocese Janeiro/Fevereiro 20119

Louvor de Verão reúne quatro mil participantesMais de quatro mil pessoas estiveram reunidas em Camboriú para participar da festa de evangelização

Nem mesmo o tempo ruim eas recomendações das autorida-des impediram que mais de qua-tro mil pessoas de toda aArquidiocese participassem do20º Louvor de Verão, realizado nodia 23 de janeiro. Promovidopela Renovação Carismática Ca-tólica (RCC) da Arquidiocese deFlorianópolis, o evento foi maisuma vez realizado no Ginásio deEsportes de Camboriú.

Com o tema “Senhor, abrimeus lábios, a fim de que minhaboca anuncie vossos louvores”(Salmo 50, 17), a festa deevangelização contou com a pre-gação de Rodrigo Ferreira, daMissão Louvor e Glória, deMarília, SP, e Gilberto Brito, daComunidade Madre Teresa deCalcutá, de Santo André, SP.

A animação ficou por conta doMinistério de Música Louvor e Gló-ria. Durante todo o dia foi realiza-da uma feira de produtos religio-sos e exposição vocacional. Pelamanhã, os participantes conta-ram com show de evangelização,pregações e a Adoração aoSantíssimo Sacramento, conduzi-do pelo Pe. Leandro José Rech,orientador espiritual da RCC.

Celebração EucarísticaDe tarde, com mais show de

evangelização e pregação, o pontoforte foi a Celebração Eucarísticapresidida por Dom Murilo Krieger,administrador Apostólico da Arqui-diocese e nomeado arcebispo de

Salvador na Bahia. A celebração,realizada às 16h, foi concelebradapor padres e diácono.

Na saudação inicial, DomMurilo lembrou que participou doprimeiro Louvor de Verão, e queesse poderá ser o último. Ele agra-deceu pelo que a RCC fez por elenos 15 anos em que foi bispo daArquidiocese de Florianópolis (seiscomo auxiliar e nove como arce-

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Para o Pe. Leandro Rech,orientador espiritual da Renova-ção Carismática, o Louvor de Ve-rão representa o ponta-pé inicialpara o trabalho de evangelizaçãode massa na Arquidiocese. É tam-bém um dos três eventosarquidiocesanos mais importan-tes da RCC. Os outros são: Dia dePenitência, que será no dia 03

Louvor abre trabalhos de evangelização

bispo). “A Renovação sempre semanteve unida, atenta às minhasorientações e caminhando em co-munhão com a Arquidiocese”, dis-se Dom Murilo.

Em sua homilia, ele ressaltoua importância da RCC durante seuministério. “Ela muito tem contri-buído para despertar o amor àPalavra de Deus, a vivência da ale-gria e a atenção aos mais neces-sitados”. Mas alertou que terácomo desafio o cuidado para quea vaidade não prejudique avivência da comunhão fraterna.

Ao final da Celebração, LuizCarlos Santana Filho, coordenadorda RCC na Arquidiocese, leu umacarta de agradecimento a DomMurilo. “Louvamos a Deus pela suamissão aqui desempenhada comtanto ardor missionário e tanta ge-nerosidade, principalmente em fa-vor da RCC, e pedimos que Deus oabençoe e guarde cada dia de suavida e possa ter todas as luzes ne-cessárias para bem conduzir opovo da Arquidiocese que irá assu-mir”, disse. Em seguida, um casalentregou a Dom Murilo um arranjode flores.

RCC realiza censoe planejamento

A Renovação CarismáticaCatólica realizou, no ano de2010, o Censo com os Gru-pos de Oração existentes naArquidiocese de Florianópolis.O trabalho foi realizado duran-te todo o ano de 2010, e res-ponde a uma solicitação dacoordenação nacional daRCC, que pede que cada Gru-po de Oração crie mais umgrupo até 2017.

O censo mostrou que há160 grupos de oração naArquidiocese, que se reúnemsemanalmente, com 5.600pessoas e uma média de 35participantes por grupo. 74%dos grupos foram entrevista-dos pela equipe que elaborouo censo.

A partir desses números, aequipe de coordenação defi-niu como meta o crescimentode 35% nos anos de 2011 e2012, aumentando o númerode grupos de oração para 216e com média de 37 participan-tes por grupo.

PlanejamentoA partir dos números do

Trabalho responde à solicitação do nacionale tem como meta crescer 35% em dois anos

censo, foi elaborado o Plane-jamento Estratégico. A equipede coordenação realizou vári-as reuniões com os coordena-dores comarcais e de ministé-rios, estudando as oportunida-des, ameaças, fraquezas e for-ças da RCC.

“A partir dos dados que le-vantamos, conseguimos per-ceber as nossas deficiênciasem cada comarca. Assim, po-demos trabalhar essas defici-ências e alcançar nossos ob-jetivos”, disse Luiz CarlosSantana Filho, coordenadorarquidiocesano da RenovaçãoCarismática Católica daArquidiocese. Segundo ele, aprimeira necessidade identi-ficada a partir do censo e doplanejamento é a formaçãovoltada aos coordenadores degrupos de oração. "Essa seráa nossa prioridade".

O levantamento foi diagra-mado em formato de aposti-la, e uma cópia foi entregue àCoordenação Arquidiocesanade Pastoral e a Dom MuriloKrieger, administrador apostó-lico da Arquidiocese.

HISTÓRIA: O evento foi idea-lizado em 1990, a partir de umpequeno grupo de oração deCamboriú, com 12 pessoas.Na época, Pe. Márcio Vignoliera seminarista e propôs a suarealização, que foi aprovado erealizado no Clube Palmeiras,em Camboriú, com a presençade 100 pessoas.

No ano seguinte, recebeu onome de Louvor de Verão. Comohavia a expectativa de reunirum bom número de participan-tes, já passou a ser realizado noGinásio de Esportes de Cam-boriú e contou com a participa-ção de Dom Murilo, na épocanosso bispo auxiliar.

“Na oportunidade, Dom Muri-lo disse que esse evento deveriaser repetido mais vezes, o queacontece até hoje”, disse Pe.Márcio. Durante os 15 anos queesteve na Arquidiocese de Floria-nópolis, sempre que pôde DomMurilo participou do evento.

Realizado pelo 20º ano consecutivo no Ginásio de Esportes de Camboriú, Louvor de Verão se tornou umdos três principais eventos arquidiocesanos realizados pela Renovação Carismática Católica

de abril, e o Cenáculo de Pente-costes, no dia 19 de junho. Am-bos serão realizados no Centrode Evangelização Angelino Rosa,em Governador Celso Ramos.

Para Luiz Carlos Santana Filho,coordenador da RCC na Arquidio-cese, o número de participantesestava aquém do esperado inicial-mente, mas diante da situação do

tempo, das recomendações dasautoridades e dos bloqueios nasrodovias, houve uma participaçãobastante significativa. “A cada ano,o Louvor de Verão tem sido me-lhor. Percebemos nos gestos maissimples que as pessoas estãomais próximas de Deus”.

Mais informações no sitewww.rccarquifloripa.com.

Dom Murilo presidiu à Celebração Eucarística. Maior incentivador doevento, desde a 1ª edição, ele falou do apoio da RCC em seu episcopado

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Projeto leva serviços de saúde a pessoas pobresMais de 500 famílias receberam atendimento médico e odontológico, além de alimentos e presentes

A Associação Diácono AdemiPereira de Abreu - ADAPA, promo-veu pelo sexto ano consecutivo o“Natal Providente”. Dessa vez, osbeneficiados foram três comunida-des da região norte deFlorianópolis. Realizado na sede doCTG Querência João Bolão, no RioVermelho, no dia 18 de dezembro,o evento atendeu mais de 400 cri-anças das comunidades.

O evento faz parte do projeto“Amor Sobre Rodas”, mas, quan-do realizado às vésperas do Na-tal, a iniciativa recebe o nome de“Natal Providente”. Ele existe hásete anos e busca levar às comu-nidades empobrecidas, atravésde um ônibus adaptado, serviçosque elas não recebem do Estado.

Durante o dia, até as 15h, maisde 500 famílias das comunidadesda Costa do Moçambique,Muquém e Rio Vermelho, recebe-ram mais de 250 cestas básicas efrangos, houve 30 atendimentosmédicos por um clínico geral, e 60atendimentos odontológicos, 15pessoas receberam orientaçõesjurídicas e outros 20 homens e cri-anças ganharam cortes de cabelo.

Mais de 400 crianças recebe-ram presentes do Papai Noel. Ain-da houve farta distribuição de ca-chorro quente e refrigerante à von-tade. As crianças ainda contaramcom uma série de atrações reali-zadas durante todo o dia. Em par-ceria com a Polícia Militar, cava-

los fizeram a festa das crianças,pois puderam montá-los. HouveBanda, Canil, Escolinha de Trânsi-to, PROERD e Polícia Ambiental.

A comunidade foi escolhida porser uma das mais empobrecidasde Florianópolis. As famílias quereceberam as cestas-básicas fo-ram selecionadas a partir de visi-tas realizadas por agentes de saú-de. Todas elas foram cadastradas.Segundo o Diácono Ricardo Joséde Souza, idealizador do projeto eresponsável por ele, a cada ano oAmor Sobre Rodas cresce mais.

“Tudo isso é reflexo do serviçoque realizamos. As pessoas per-cebem a seriedade do trabalho.As empresas acreditam no proje-to e passam a apoiar. E, assim,

conseguimos cada vez mais atin-gir mais pessoas de comunidadesempobrecidas”, disse o DiáconoRicardo. A iniciativa é tão boa, quepretendem expandir. A ideia é ad-quirir um veículo maior e levar oprojeto a outros municípios.

O projeto é realizado em par-ceria com a “Capelania Militar Cris-to Rei” e com o Instituto de Solida-riedade AJB, de onde provêm osrecursos necessários para a ma-nutenção do projeto. Essa açãosocial conta com trinta voluntári-os entre Policiais Militares e inte-grantes da Capelania Militar.

Mais informações no, pelo fone(48) 8432-9797, com o DiáconoRicardo José de Souza, ou no Blogwww.adapafloripa.blogspot.com.

Crianças ganharam presentes e atendimento médico e odontológico

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Janeiro/Fevereiro 2011 Jornal da Arquidiocese10 Ação Social Janeiro/Fevereiro 2011 Jornal da Arquidiocese

Após o período de redemo-cratização do país, a ASA atuoufortemente na construção depolíticas públicas relacionadasàs suas áreas de atuação, comofoi a aprovação do Estatuto dosDireitos da Criança e Adolescen-te, em 1990, e do Estatuto daPessoa Idosa, em 2003.

Na década de 90, a ASA as-sume o trabalho por linhas deatuação, sendo elas: criança eadolescente, idoso, pastoral dasaúde, geração de trabalho erenda e ações sociais paroqui-ais. Através da continuidade doconvênio com Misereor, dispõede uma equipe técnica contra-tada para o desenvolvimento doseu trabalho, além de ser cam-po de atuação para diversos es-tagiários das universidades comquem manteve convênio. Em1992, seu Plano de Ação apre-sentava atendimento a 32 (trin-ta e duas) Obras Sociais, vincu-ladas a 06 (seis) programas, aosquais oferecia acompanhamen-to sistemático.

Essa década é marcada porum novo quadro na educaçãopara o exercício da cidadania,

A luta na consolidaçãodos direitos sociais

que inclui a participação popu-lar, e propõe a ruptura com apassividade relativa às ques-tões que envolviam o conjuntoda sociedade. Dada a situaçãode organização política do país,a ASA prioriza sua intervençãoem políticas públicas e, em con-junto com outras entidades dasociedade civil, passa a atuarnos espaço de exercício docontrole social. Por isso, a ASAparticipou (e participa) de diver-sos conselhos e fóruns, entreeles: da criança e adolescente,idoso, saúde, assistência soci-al e economia solidária.

No final da década de 90, aArquidiocese de Florianópoliscriou o Fundo Arquidiocesanode Solidariedade (FAS), que écomposto com recursos daColeta da Solidariedade, e quevisa a apoiar projetos sociais ede geração de trabalho e ren-da que apontem para a supe-ração das estruturas de pobre-za e injustiça social. Com a im-plantação do FAZ, houve a am-pliação e qualificação de pro-jetos e programas sociais reali-zados nas comunidades.

ASA 50 anos de História

A Pastoral Carcerária da IgrejaCatólica na Arquidiocese deFlorianópolis promoveu o “Nataldos Presos”. Nas semana que an-tecedeu o Natal, os encarceradosdos presídios, penitenciárias e de-legacias da Grande Florianópolisreceberam um kit com doces euma mensagem natalina.

A distribuição, já tradicional, foirealizada por voluntários da Pasto-

Presos receberam kits de NatalPastoral Carcerária levou espírito natalino a 3.500 encarcerados

ral Carcerária. Eles foram acompa-nhados por integrantes da Bandada Aeronáutica, os quais, durantea distribuição, entoavam cançõesnatalinas. “O objetivo é mostrar aospresos que aqui fora há pessoasque pensam neles. Também man-dar uma mensagem de amor, decarinho e esperança”, disse LeilaPivatto, presidente da "AssociaçãoBeneficente São Dimas" -

ASBEDIM, mantenedora das obrassociais da Pastoral Carcerária.

O projeto já existe há algunsanos, mas antes era restrito aopresídio e penitenciária de Floria-nópolis. Nos últimos três anos fo-ram incluídos todos os presos daspenitenciárias, presídios e delega-cias da Grande Florianópolis. To-dos os encarcerados, independen-te de onde estejam, cerca de3.500, receberam as guloseimase mensagens natalinas.

Os recursos para a aquisiçãodos kits vieram das promoçõesrealizadas pela Pastoral Carce-rária. Durante o ano, são realiza-dos bazares com eletroeletrô-nicos doados pela Receita Fede-ral e sapatos e bolsas doadospela Fundação Nova Vida. Alémdos kits de Natal, durante todo oano a Pastoral Carcerária realizadoações de kits de higiene, col-chões, roupas de verão e inver-no, e cobertores.

Mais informações, pelos fo-nes (48) 3879-2168 ou2107-2323, ou pelo sitewww.pastoralcarceraria.org.

Mais que as guloseimas, voluntários da Pastoral Carcerária levaramaos presos gestos de carinho, despertando neles o espírito natalino

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Cursos formaram lideranças sobre os direitos sociais

Feiras proporcionaram geração de trabalho e renda

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Page 11: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

GBFs e CEBs em unidade pastoralOs dois têm como objetivos evangelizar com ardor, a rezar e a refletir a Palavra de Deus

Vivemos um tempo de solida-riedade, de esperança e devivência comunitária. Ainda emtempo de descanso e de fériaspara muitas pessoas, iniciamoscom alegria, entusiasmo e ardormissionário as atividades dosGBFs, em comunhão com asCEB’s e as Forças Vivas da nossaArquidiocese.

O objetivo dos Grupos Bíblicos

A Caminho do 11º In-terestadual das CEBs

Nos dias 26 a 31de janeiro a Amplia-da Nacional das Co-munidades Ecle-siais de Base - CEBsesteve reunida naDiocese de Crato, noCeará, com os repre-sentantes de todosos regionais do Bra-sil, onde se refletiusobre a análise deconjuntura, foramestudados e aprova-dos o texto base e ocartaz do 13º Intere-clesial, e feitos osencaminhamentosnecessários para acaminhada. Os diver-sos momentos fo-ram assessoradospor: Sergio Coutinho(CNBB), Pe. Nelito,Pe. Benedito Ferraro e a comis-são do secretariado nacional.

O Regional Sul4 da CNBB,estado de Santa Catarina, foi re-presentado por duas pessoas daEquipe Regional dos Grupos Bí-blicos em Famílias (GBF) eCEBs da nossa Arquidiocese,responsáveis pela organizaçãodo 11º Interestadual emFlorianópolis, Maria Glória daSilva Luz e Edson Mendes.

Para que esta caminhadaseja de unidade, estaremos emcomunhão com todos os regio-nais do Brasil, na organizaçãodos Encontros Interestaduaisde preparação dos animadorese animadoras das CEBs, queacontecerão ao longo deste

Encontro Nacional contou com a participação de

dois representantes da Arquidiocese. Durante even-

to foi aprovado o texto base da 13ª Intereclesial

período de 2011 a 2013.Com alegria, o Secretariado

Nacional das CEBs da Diocesede Crato, convoca todos e todasa participarem da divulgação do13º Intereclesial, com o tema:“Justiça e profecia a serviço davida”, e lema: “CEB’s romeirasdo reino no campo e na cidade”,a ser realizado em julho de2013, no município de Juazeirodo Norte/CE - Diocese de Crato.No compromisso com a missão,juntos em comunidade, possa-mos rezar, pedindo a luz deDeus para nossos trabalhos eencaminhamentos.

Edson Mendes

Coord. arquidiocesano das CEBs

Encontro reuniu representantes de todos os regionais do Brasilna Diocese de Crato, no Ceará, que sediará o 13º Intereclesial

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GBFJornal da Arquidiocese Janeiro/Fevereiro 2011Jornal da Arquidiocese Janeiro/Fevereiro 201111

em Família e das ComunidadesEclesiais de Base é evangelizarcom ardor, indo ao encontro daspessoas, convidando-as a se abri-rem ao diálogo, à amizade, àfraternidade, à solidariedade, arezar e refletir a Palavra de Deus,relacionando-a com a partilha daexperiência de fé e vida, sendotestemunhas da vida em comu-nidade, na construção de uma

As reflexões que os GruposBíblicos em Família de nossaArquidiocese farão ao longo daQuaresma e do Tempo Pascal,tem por objetivo fazer crescer emnós a certeza de que nossa vidatem sentido porque Jesus Cristo,nosso Senhor, morreu e ressusci-tou. Ele está vivo! Com Ele, so-mos chamados a ressuscitarpara uma vida nova.

O novo livreto do Tempo daQuaresma e Páscoa dos GBFs trazcomo título: VIDA - MORTE - RES-SURREIÇÃO. Na celebração inici-al e nos doze encontros contidosno livreto, que se estenderão atéPentecostes, somos chamados aolhar o mundo com os olhos deDeus, vivendo como Ele nos pedee fazendo tudo o que é necessá-rio para diminuir o sofrimento detantos irmãos e irmãs e da vidado nosso planeta. Neste tempolitúrgico, os encontros dos GruposBíblicos em Família levarão aspessoas a refletirem sobre o va-lor fundamental do evangelho,que é “vida em plenitude” tam-bém irão propor às pessoas umcaminho quaresmal de conversãode suas atitudes, de adesão aoprojeto de Deus para a humani-dade e para o universo, de acordocom a sua vontade. "Eu vim paraque todos tenham vida, e a te-nham em abundância" (Jo 10,10).

Este ano, a Conferência Naci-onal dos Bispos do Brasil - CNBBconvoca todos os cristãos batiza-dos a olharem para a natureza eperceberem que muitas das nos-sas atitudes estão contribuindopara o fenômeno do aquecimen-to global, que provoca mudançasclimáticas consideráveis, com sé-rias ameaças para a vida em ge-ral, e a vida humana em especial.

Com essa orientação daCNBB somos convidados a parti-cipar da Campanha daFraternidade, refletindo nestetempo quaresmal e ao longo de

Livreto do Tempo Quaresma e Páscoa

nossa caminhada o tema:Fraternidade e a vida no planetae o lema "A criação geme em do-res de parto” (Rm 8,22), que nosimpele a assumir nossas respon-sabilidades de filhos e filhas deDeus de maneira convertida, to-mando consciência da situaçãodo nosso planeta.

Queremos propor aos partici-pantes dos Grupos Bíblicos emFamília, ao usarem o livreto, reu-nindo-se nas casas, apartamen-tos e condomínios, neste tempoquaresmal, as seguintes atitudes:

- renovar a consciência daresponsabilidade de todos e to-das pela ação da Igreja naevangelização, na promoção hu-mana, em vista de uma socieda-de justa e solidária;

- educar para a vida em

sociedade mais justa, solidáriae fraterna. Temos muito traba-lho pela frente, pois “A messe é

grande e poucos são os operári-

os” (Mt 9,38).Esse jeito de Evangelizar dos

GBFs e das CEBs torna-se luz noprocesso de transformação darealidade e no compromisso aserviço da vida em todas as di-mensões.

fraternidade, a partir da práticada justiça, do amor, da caridadee da comunhão, vivenciando osvalores do Evangelho;

- despertar o espírito comuni-tário, na busca do bem comumpara todos e todas e a vivênciado projeto de vida de Jesus Cris-to: “Eu vim para que todos te-

nham vida, e a tenham em abun-

dância” (Jo 10,10).Celebrar bem a quaresma é

reconhecer a presença de Deusno cotidiano da vida, no trabalho,no sofrimento, na vida do irmãoe da irmã e na vida do nosso pla-neta. Viver a Páscoa de Jesus écelebrar a vitória da vida sobre amorte, a Ressurreição.

Maria Glória da Silva

Coord. arquidiocesana dos GBFs

Na Celebração Inicial e nos 12 encontros, somos chamadosa olhar o mundo com os olhos de Deus e a minimizaro sofrimento dos irmãos e irmãs e da vida no Planeta

Ultima edição do Intereclesial, o 12º, foi rea-lizado em junho de 2009 e teve este cartazcomo motivação. O 13º Intereclesial seráem 2013 na Diocese de Crato, Ceará

Page 12: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

12 Artigos Janeiro/Fevereiro 2011 Jornal da Arquidiocese

Kastelórizon é uma pequenaillha grega (9km2.) situada noDodecaneso, a sudeste do marEgeu, na parte oriental de seuterritório. A população e a econo-mia atingiram o apogeu no finaldo século XIX, quando nela habi-tavam 15.000 pessoas. Com adecadência do Império otomanoa ilha também enfrentou deca-dência e, na década de 1920,sua população caiu para 3.000unidades, enquanto 8.000 emi-graram para o exterior, especial-mente para a Austrália, o Egito, aGrécia e a América. Nesse tem-po estavam ocupadas 730 casasenquanto 675, vazias, caíram naruína.

Em 1912 chegaram aFlorianópolis 30 famílias gregasde Kastelórizon. O caminho tinhasido preparado pelo CapitãoSavas Nicolau Savas, aquiaportado pela primeira vez em1883 e estabelecido com a fa-mília em 1889. O GovernadorHercílio Pedro da Luz, no planode povoar a Ilha de SC, promo-veu sua colonização, conceden-do um lote de 5 a 10 hectares apreço módico e a prazo de 10anos, sem juros, com aparelha-mento agrário e garantia de sub-sistência.

Os gregos que aqui chega-ram, porém, eram urbanos e nãose dedicaram à agricultura, mas

Monsenhor João Chryssakis - de Atenas a Romaao comércio. Recordandosua pátria, estabeleceram-seem duas frentes para o mar:nas Ruas Nicolau Tolentino eConselheiro Mafra, e naPraia de Fora, no final daEsteves Júnior esquina coma Bocaiúva.

A colônia grega permane-ceu unida e gerou bons co-merciantes, intelectuais e po-líticos. Descendente dos gre-gos foi o Governador JorgeKominos Lacerda, morto emacidente aéreo em 1958, aos43 anos de idade e no segun-do ano de governo.

A fé ortodoxa na

Ilha de Santa Catarina

Pertencentes à Igreja orto-doxa grega, eram muito reli-giosos e assistiam à Missaaos domingos. Nas casas,sempre os ícones de SãoNicolau, patrono dos maríti-mos, e de Nossa Senhora doPerpétuo Socorro. Diante doícone, que era saudado comreverência por quem entrava,sempre acesa, a lamparina.

Na madrugada da Missa daPáscoa, saíam pelas ruas da ci-dade, com as velas acesas, a secumprimentarem “Cristo Ressus-

citou”, com a resposta “Ressus-

citou de verdade. Aleluia!”. Aindahoje diversas famílias mantém a

tradição religiosa, trocando docesalusivos à data e, passando porcada casa, repetem a saudaçãodo anúncio da ressurreição doSenhor.

O padre era o “Papas”, muitorespeitado na comunidade: usa-va batina preta com enorme cru-cifixo ao peito e barrete, além da

longa barba. Uma vez ao anopercorria todas as casas gre-gas para benzê-las.

Os gregos quiseram man-ter a fé ortodoxa. Construí-ram sua igreja dedicada aSão Constantino, padroeiroda Ilha de Kastelórizon, naRua Conselheiro Mafra. Hou-ve conflito e escolheu-se opadroeiro São Nicolau,patrono dos marítimos. Em1939 iniciaram nova cons-trução na Rua Tenente Sil-veira, com arquitetura asse-melhada às demais igrejasgregas. Foi consagrada em1963 pelo Bispo Thimóteose é sede paroquial.

Mons. João Chryssakis

foi o primeiro padre grego a seradicar em Florianópolis.

Nasceu em Esmirna (hojeTurquia), Grécia, em 22 desetembro de 1897, filho deKyriakos Chryssakis e deKyriacouli Chryssakis. Orde-nado sacerdote na Igreja or-todoxa grega em 19 de abril

de 1920.Chegou ao Brasil em 1924 e

dedicou-se ao serviço dos orto-doxos gregos de Florianópolis,reunindo na sua residência os jo-vens para conservar-lhes a língua,a cultura e a fé.

Foi pároco da Igreja SãoNicolau e professor de grego no

Instituto Dias Velho, hoje Institu-to Estadual de Educação, por 30anos. Seu caráter autoritário eideias conservadoras provoca-ram diversos conflitos com a co-munidade que, canonicamente,pertence à Arquidiocese deBuenos Aires.

Naturalizou-se brasileiro em1955. Teve duas filhas.

O Concílio Vaticano II cami-nhava para o último ano de tra-balhos, o Papa Paulo VI abraçarao Patriarca Atenágoras deConstantinopla, trocaram o beijode paz, levantando as excomu-nhões de 1.054. As expectativasecumênicas eram fortes. Amigode Dom Afonso Niehues, arcebis-po de Florianópolis, um pouco in-disposto com a comunidade gre-ga, vivendo o ministério na soli-dão, pediu para ser recebido naIgreja católica. Em 23 de janeirode 1965, já viúvo, foi recebidona Igreja Católica Apostólica Ro-mana, sendo provisionado naCapelania da Igreja de NossaSenhora do Rosário e São Bene-dito, Rua Marechal Guilherme,onde celebrava a Eucaristia aosdomingos.

Faleceu em Florianópolis em30 de janeiro de 1971, aos 73anos de vida e 50 de sacerdócio.

Pe. José Artulino Besen

pebesen.wordpress.com

Esta é a Lei nº 11.635, sancio-nada pelo Presidente Lula e peloMinistro da Cultura Gilberto Gil em27 dezembro de 2007. Infelizmen-te, no Brasil ainda acontecem fa-tos de intolerância religiosa a pon-to de necessitar de uma lei explí-cita para combatê-la. A data esco-lhida (21 de janeiro) lembra amorte de Mãe Gilda, uma senho-ra idosa, sacerdotisa do Candom-blé, no Rio de Janeiro. No ano2000, por duas vezes o seu tem-plo foi invadido por fanáticos deuma igreja neo-pentecostal. E nodia 21 de janeiro, ao ver sua fotoestampada no jornal A Folha Uni-versal com os dizeres: “Macum-beiros ameaçam a vida e o bolsodos clientes”, Mãe Gilda enfartoue veio a falecer.

Mesmo que este fosse umfato isolado, não poderia ser jo-gado ao esquecimento. Toda pes-soa de bom senso percebe e so-fre pela gravidade de tal atitudede desrespeito e de violência.Lamentavelmente, comporta-mentos demonstrativos de into-lerância religiosa repetem-se fre-quentemente desde o âmbitodoméstico. Também por motivosétnicos, políticos e sexuais.

O dia 21 de janeiro tambémé dedicado à celebração do “DiaMundial da Religião” que teve iní-cio em 1949, nos Estados Uni-dos. O principal objetivo desta ce-lebração é acolher a proposta decompreensão, tolerância e har-monia entre as religiões. Entretodas há um denominador co-mum que é a busca de sentidopara a vida. Em outras palavras,todas buscam a Deus. E Deus nãotem religião: é a fonte de vidapara todas as criaturas.

Deus é a fonte de vida paratodas as criaturas! A religião é aforma humana de manifestar emritos, símbolos e doutrina o relaci-onamento com Deus e com o pró-ximo. Religião tem a ver com liga-ção sempre renovada. Uma pes-soa religiosa cultiva permanente-mente a “ligação” com Deus, com

as demais pessoas e com todasas coisas criadas. Pertencer a umareligião ou ser membro de umadeterminada denominação cristãnão representa nenhum poder,nem a segurança de estar no ca-minho da verdade absoluta. Todapostura de superioridade ou detriunfalismo contradiz a fé emDeus, Criador e Pai de todos, que-brando a relação de amor, funda-mento de toda religião autêntica.

Certamente, aquele grupoque invadiu o templo de Mãe Gil-da o fez com a convicção de queestava prestando um serviço aDeus. Certamente estas pesso-as foram motivadas por algum lí-der religioso que exerceu totalinfluência sobre elas a ponto deconvencê-las a agir daquelemodo. Tristemente, em nome deDeus, foram feitas muitas barba-

ridades (e ainda se faz!).Sabemos que lei nenhuma vai

mudar a sociedade. As leis sãoindicativos importantes que nosalertam dos erros em que pode-mos incorrer. O que muda umasociedade são homens e mulhe-res novos que se deixam condu-zir pelo mesmo espírito de Deus.Com olhos límpidos, mente aber-ta e coração desarmado podemosser artífices de um mundo inclusi-vo, onde a diversidade seja aco-lhida como expressão dacriatividade divina. As famílias, asescolas e as Igrejas são espaçosimportantes de educação da cons-ciência de todos para o respeitomútuo e para a solidariedade in-condicional. Nenhuma palavra,nem brincadeiras de mau gosto,nem sermões condenatórios,nem lições catequéticas deve-

Monsenhor João Chryssakis foi oprimeiro padre grego a se radicar emFlorianópolis, em 1920, para atender osmigrantes que aportaram na capitalcatarinense 12 anos antes. Em 1965 foirecebido na Igreja Católica como padre

Combate à Intolerância Religiosa

Divulgação/JA

riam ser usados para discriminarpessoas ou subestimá-las por per-tencerem a determinada religiãoou denominação cristã. Pais, pro-fessores, catequistas e líderes re-ligiosos têm o direito de revelar overdadeiro rosto de Deus com oseu amor sem medida. De outromodo, como poderemos sonharcom um mundo de fraternidade?

A propósito, o tema da men-sagem de Bento XVI para DiaMundial da Paz (01/01/2011)foi: LIBERDADE RELIGIOSA, CAMI-NHO PARA A PAZ. Nela, o papadeixou este apelo: “Exorto os ho-mens e mulheres de boa vonta-de a renovarem o seu compro-misso pela construção de ummundo onde todos sejam livrespara professar a sua própria reli-gião ou a sua fé e viver o seu amora Deus com todo o coração, todaa alma e toda a mente (cf. Mt 22,37)... O direito à liberdade religio-sa está radicado na própria dig-nidade da pessoa humana...”

Celso Loraschi

Professor no ITESC e Coord. Co-

missão Arquid. para o Ecume-

nismo e o Diálogo Inter-Religioso -

CADEIR

EcumenismoEcumenismoEcumenismoEcumenismoEcumenismo

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1º - Fica instituído o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa aser comemorado anualmente em todo o território nacional no dia 21 de janeiro.Art. 2º - A data fica incluída no Calendário Cívico da União para efeitos de come-moração oficial. Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

CCCCCentenárioentenárioentenárioentenárioentenário

Page 13: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

Passadas as férias é hora de retomar o trabalho de evangelização. Um desafio em nossas comunidades

Jornal da Arquidiocese Janeiro/Fevereiro 201113Missão

Por onde começar?O mês de fevereiro é um mês

difícil para as comunidades pa-roquiais, grupos e movimentos.Ao que parece, o período de féri-as, embora exista para refazer asforças, muitas vezes nos deixacom aquela vontade de ficar des-cansando ou, quem sabe até, denos livrar, por um certo período,de certas responsabilidades dascoisas da Igreja que muito exigi-am de nós. No entanto, o mundocontinua a girar e a nos exigir, e aIgreja continua sendo chamadaa evangelizar. Para que isso acon-teça, deve-se colocar novo fer-mento na massa, para que elalevede. Mas, por onde começar?

Uma históriaO diretor de um jornal con-

fiou ao seu melhor jornalistauma matéria sobre como con-sertar o mundo. Deu-lhe três diasde folga para refletir. Ao chegarem casa, o jornalista disse à es-posa que ganhara três dias defolga e iriam passear. No final doterceiro dia, o jornalista foi paraseu escritório, em sua casa, pararedigir a matéria. Estendeu omapa do mundo buscando ins-piração. Nisto entrou na sala suafilhinha de cinco anos. Havia en-contrado uma flor de diversas

Entendendo a históriaMuitos se preocupam em

consertar o mundo. O problemaé por onde começar. Uma velhadiscussão apresenta duas alter-nativas.

- Para alguns, basta mudar osoutros e as estruturas mudarão.

- Para outros, é preciso mu-dar as estruturas e assim o ho-mem mudará.

As duas teorias servem, masjá se mostraram historicamenteinsuficientes, pois não resolve-ram o problema como um todo.Alguns defendem que até causa-ram outros...

Diante disso, como diz ahistorinha, para mudar o mundo,devemos começar por nós mes-mos. Sem esse ponto de partida,o mundo vai continuar como é, oupode até piorar. Se isso não acon-tecer, facilmente continuaremosacusando os outros pelos desa-certos do mundo. “Eles são os res-ponsáveis!”, diremos. Mas quemsão “eles”? E faremos até uma lis-ta: os políticos, os capitalistas, asigrejas, os policiais, os criminososetc. “Eles”, sempre “eles”.

Como se dá a mudança?A mudança é um processo e

a pessoa precisa se envolver nes-

Apesar do período de férias, o trabalho de evangelização e missionário não pára. Seja ele realizado naGuiné Bissau, na África, onde cinco voluntários realizam atendimento a pessoas empobrecidas...

Arquivo/JA

Lembramos que no dia27 de fevereiro, das 8 às 16h,será realizado no salão daIgreja São Francisco de Assis,no Kobrasol, em São José, umdia de formação missionária.

São convidados a partici-par os assessores/as da In-fância e Adolescência Missio-nária da Arquidiocese.

Para mais informações,entre em contato com Dalva,pelo fone (48) 8411-3896.

FORMAÇÃO MISSIONÁRIA

Rezemos com toda a Igreja para que nos territórios de missão, onde a luta contra as doenças é maisurgente, as comunidades cristãs saibam testemunhar a presença de Cristo ao lado dos que sofrem.

INTENÇÃO MISSIONÁRIA DE FEVEREIRO

cores e queria saber a causadessa diversidade. Para livrar-seda menina, o pai pegou o mapa,rasgou-o em dezenas de peda-ços e mandou que a filha mon-tasse de novo o mapa e que de-pois daria a explicação.

Passaram-se alguns minutose, para espanto do pai, a filha vol-tou com o mapa completamenterestaurado. Surpreso, quis sabercomo a filha havia conseguido,com tanta rapidez, reconstituir omapa. “É que atrás do mapa, pa-pai, havia o desenho de um ho-mem. Eu consertei o homem ecom isso consegui montar denovo o mundo”.

se processo. A mudança sempretem um ponto de partida e umhorizonte para chegar. Mas, nãonos esqueçamos, mesmo queseja enorme a distância, tudosempre começa com o momen-to da partida. E esse momentomelhor se completa a partir damudança nas pequenas coisas.Um grande edifício é feito de mi-lhares de tijolos. A praia é com-posta de milhões de partículas deareia. É através de pequenasações, aparentemente insignifi-cantes, que as coisas grandes eimportantes se fazem. Já dissealguém: se tomo todos os diasas mesmas atitudes, terei sem-

... ou na Diocese de Barra, na Bahia, onde há muitos anos voluntá-rios da Arquidiocese realizam visitas missionárias às comunidades

pre os mesmos resultados. Semudar as atitudes, terei resulta-dos diferentes.

A partir dessas comparaçõesé fácil entender que, se o mundoprecisa ser reformado, isso devepartir de nós mesmos, com pa-ciência e, constância e usando osdons que o bom Deus colocou emcada um de nós. Sendo que otempo à nossa disposição é limi-tado, não podemos perder asocasiões e as oportunidades quese nos apresentam. É com elasque construímos uma nova vidae um mundo melhor.

Espiritualidademissionária

Amigas e amigos leitores. Com

este artigo neste nosso Jornal daArquidiocese, quero logo lhes di-zer, no início de mais um ano depastoral, que a espiritualidademissionária é extremamente ne-cessária, pois só ela faz com queos batizados cresçam em sua vidacristã como “discípulos missioná-rios” de Cristo, conforme nos lem-bra o documento de Aparecida.

Considero urgente que issoaconteça no meio do povo católi-co, pois muitos, ao longo dosanos, e por diversos motivos, vie-ram perdendo o entusiasmo doPentecostes e o ardor apostóli-co, tão indispensáveis na vida daIgreja e na difusão da Boa Novade Cristo entre os não cristãos eos neo-pagãos.

Como fazer?Uma nova vibração apostóli-

ca só poderá nascer de uma mai-or riqueza interior, pois o exercí-cio da missão se inicia com a for-mação do homem e do cristãointegral, animado pela verdadeque é Cristo. O Cristo Filho deDeus, modelo do homem novo,morto e ressuscitado para a sal-vação do mundo.

2011 é mais uma oportunida-de oferecida a todos e todas nós,e que não podemos desperdiçar,a fim de contribuirmos, com o nos-so tijolo, na construção do Reino.

Pe. Paulo De Coppi

Pontifício Instituto Missões Exte-

riores - PIME

Arquivo/JA

Em setembro de 2010, mais de350 se reuniram no mesmo local

para participar do seu Congresso

Page 14: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

Nesses 50 anos de padre, o que maisme tem edificado e feito vivenciar o meu

sacerdócio é a Celebração Eucarística”

14 Geral Janeiro/Fevereiro 2011 Jornal da Arquidiocese

No dia 08 de dezembro de2010, a Arquidiocese de Floria-nópolis esteve em festa para ce-lebrar os 50 anos de ordenaçãopresbiteral do Pe. Pedro JoséKoehler. Para marcar a data, 13Missas de Ação de Graças forampré-agendadas nos convites queencaminhou aos padres, diá-conos, lideranças da Arquidiocesee amigos. Mas, incansável e aten-dendo a pedidos, acrescentouvárias outras em seu programa.

Apesar de natural de LuizAlves, onde nasceu a 16 de ja-neiro de 1935, Pe. Pedro JoséKoehler tem uma forte identifica-ção com Florianópolis. Isso porter exercido em Florianópolis 43dos seus 50 anos de ministériopresbiteral, por ter trabalhado porlongos anos na Catedral, por terlecionado por muito tempo nasduas principais instituições deensino da Capital e por ser muitopresente nas celebrações e even-tos litúrgicos.

Na entrevista que segue, elecomenta essa identificação coma Capital, fala sobre seu trabalhono magistério, a atenção às au-toridades, da Pastoral do TurismoReligioso, a qual coordena, e dasalegrias no ministério sacerdotal.

Jornal da Arquidiocese -

Embora não seja natural de

Florianópolis, o senhor é bastan-

te identificado como uma das

Pe. Pedro KoehlerUma vida dedicada ao ministério

sacerdotal em Florianópolispessoas de referência da cidade.

Como o senhor encara isso?

Pe. Pedro Koehler - Nestes50 anos de feliz e realizado sa-cerdócio, dos quais 43 realizan-do o ministério nesta belaFlorianópolis, na evangelização ena promoção de uma vida maisdigna em favor dos semelhantes,sempre me senti bem acolhido evalorizado por todos. As palavrasde Jesus: “O que semeamos, a seu

tempo colheremos” Gl 6,7, sem-pre me marcaram profundamen-te e me acompanharam no meuministério sacerdotal, ou seja, avalorização de todo ser humano,o bom acolhimento e o diálogo.

JA - Nos seus 50 anos de mi-

nistério presbiteral, o magistério

sempre esteve muito presente.

Qual a importância desse trabalho?

Pe. Koehler - Um dos traba-lhos apostólicos ao qual me de-diquei com alegria e paciência foia Educação Religiosa, ou seja, ocontato com os adolescentes ejovens no Instituto Estadual deEducação e na Escola TécnicaFederal, (hoje Instituto Federal deSanta Catarina), pois percebiaque no ambiente estudantil po-dia levar-lhes uma mensagempositiva e cristã e ser um poucode luz em suas vidas.

JA - O senhor é bastante re-

quisitado para presidir a celebra-

ções em várias entidades públi-

cas de Florianópolis. A que se

deve isso?

Pe. Koehler - Nos anos emque fui professor nas duas insti-tuições de ensino, tive mais de20 mil alunos. Cultivei amizadesque permaneceram e seaprofundaram com o tempo.Muitos ex-alunos passaram aocupar cargos relevantes emFlorianópolis e Santa Catarina,nas mais diversas atividades.Com a amizade e pela minha dis-posição em representar o bispoem ocasiões em que ele nãopode estar presente, passei a serrequisitado para várias solenida-des, as quais procuro realizar com

verdadeiro zelo pastoral.

JA - O senhor fundou e coor-

dena a Pastoral do Turismo Reli-

gioso na Arquidiocese. Qual a

importância desse trabalho?

Pe. Koehler - Como Párocoe Reitor da Catedral Metropolita-na, percebendo o grande afluxode turistas, especialmente nos-sos queridos hermanos argenti-nos, já em 1973, pesquisei e im-primi um folder (folheto) comdatas e orientações sobre a Ca-tedral, as Igrejas históricas daIlha, bem como sobreFlorianópolis, folheto que, medi-ante os guias, era distribuído aosturistas. Nesse sentido, o Arcebis-

Fo

to

JA

Em uma das Missas de Ação de Graças, Pe. Pedro Koehler presidiu àEucaristia na Catedral, local onde trabalhou por muitos anos.

po solicitou-me para ser o coor-denador da Pastoral do Turismona Arquidiocese de Florianópolis,colaborando então com a impres-são de milhares de folders comos horários das missas e cultosdos fins de semana, orientandoassim a todos no cumprimentodo dever de gratidão para comDeus. Igualmente há 20 anoscelebro a missa das 10hs, emcada segundo domingo do mês,no Santuário Santa Paulina, emVígolo, Nova Trento.

JA - Dentre as inúmeras ativi-

dades que desempenhou ao lon-

go do seu ministério, qual lhe deu

mais alegria e por quê?

Pe. Koehler - Nestes 50anos de feliz MinistérioPresbiteral, foram muitas e asmais diversas as atividades pas-torais por mim exercidas. Todaselas me deram muita alegria erealização e me impulsionarame animaram na vivência cada vezmaior do meu sacerdócio: seja naEducação Religiosa Escolar; sejanas Maratonas Bíblicas; naEvangelização nos programas eentrevistas nas rádios e TVs; sejano confessionário; na administra-ção do sacramento da reconcili-ação e do batismo; na visita econfortando os enfermos. Mas aque mais me tem edificado e fei-to vivenciar o meu sacerdócio foie é a Celebração Eucarística, ouseja, a Santa Missa. Muito mealegrei com as milhares de crian-ças e adolescentes, aos quais, nacelebração da Sagrada Eucaris-tia, tenho proporcionado a graçade receberem a Jesus na Euca-ristia pela primeira vez em seucoração.

Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Carlos Martendal

ÁrvoreQuando o rigor do inverno ha-

bita a terra, ela se desveste e sóvolta a cobrir-se de folhas pertodo verão. Então acolhe os passa-rinhos e deixa-os brincar quantoquerem em seus galhos, sem seimportar de ver-se sacudida atodo instante.

A sombra que dá, confortahomens e animais. Os frutos queoferece saciam a fome de mui-tos. Se for preciso, dá-se paraconstruir uma casa, ou uma man-jedoura, ou uma cruz. Ou para,consumindo-se até o fim, deixar-se queimar e aquecer os irmãoshomens no inverno. E, com ascinzas, adubar a terra. Se a dei-xam viver, suas folhas purificamo ar e embelezam a terra e, cum-prida sua missão, caem e fecun-dam o solo, retribuindo-lhe a ge-nerosidade que as fez crescer.

Como Deus, sem falar, me falapela árvore! É mestra silenciosa,humilde e generosa, que, esque-cendo-se de si, dá-se aos outros

tanto e tanto, que, na maioria dasvezes, nem é notada.

Árvore 2Já se passaram vários dias

desde que comecei a contemplaraquela árvore. Parece que seusfrutos não terminam... É como selê no livro sagrado: “Transborda a

fartura onde passais, Senhor!” (Sl64[65],12)

DeixarAcabei de deixar o carro na

lavação. Pensei: cuidarão bemdele e logo o terei ainda maisbonito e bem cuidado que agora.Caminhando, encontrei um pai e

PresenteO Pai dá cada filho ao mundo como presente.

E se alegra quando os vê se desembrulhandopara dar-se aos outros. Que presente foi, paranós, Dom Murilo!

Agora é tempo de ele dar seu amor, zelo e dedi-cação aos que estão na Arquidiocese de Salvador.Que belo presente recebem aqueles nossos irmãos!Parece que chegou ontem aqui e já vai embora, aque-le que o Coração de Jesus já entregou a tantos. Écedo, caríssimo amigo. Mas, vá: seu Amigo o querem outras terras. A Mãe o acompanhará e José oajudará a obter no céu as “provisões” de que preci-sa para continuar apascentando o povo de Deus!

uma mãe que deixavam o filhopequeno no Jardim. Em que te-rão pensado? Lendo a Palavra,escuto Jesus chamar Simão eAndré. Eles, deixando imediata-mente as redes, seguiram-nO. E,depois, o mesmo se deu comTiago e João. Há tanto a deixar,cada dia. O que temos deixado?como temos deixado? por quê?

FloresUmas crescem e se voltam

para cima, como as rosas e os cra-vos; outras desabrocham e se vol-tam para baixo, como as palmas.Nós somos os que vivemos comos olhos no céu e os pés na terra,sabendo que “não temos aquimorada permanente” (Hb 13,14).

Flores 2Gosto de ficar admirando as

palmas. Só ficam eretas, em pé,se amarradas a uma estaca. Pre-cisam deixar-se amarrar, depen-dendo da estaca para não cairantes de dar todos os frutos quecontêm. Assim sou eu, sempretentado a cair antes do tempo.Mas ouço Santo Agostinho e denovo me animo: “O vosso Verbo,eterna verdade, eleva até si osque abaixam a cabeça... curan-do-lhes o orgulho e alimentandoo amor”. Quando abaixo a cabe-ça e me deixo na “estaca” que éo Senhor, aí posso frutificar!

Foto/JA

Page 15: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

Jornal da Arquidiocese Janeiro/Fevereiro 201115Geral

Projeto integra Santuários da ArquidioceseFeita a avaliação da caminhada conjunta, houve Celebração Eucarística e almoço de confraternização

Uma Celebração Eucarística,realizada no dia 16 de janeiro,no Santuário de Santa Paulina,em Nova Trento, marcou o lança-mento do projeto “Vale dos San-tuários”, que pretende criar umarota de turismo religioso entre ossantuários existentes no Vale doRio Tijucas.

O objetivo é consolidar a re-gião como um pólo de TurismoReligioso e Sustentável do Brasil.A iniciativa é da Agência de De-senvolvimento Regional, que inte-gra o Governo do Estado e outrasinstituições como a CNBB e aArquidiocese de Florianópolis.

O projeto foi desenvolvido pormeio de reuniões com represen-tantes das igrejas e secretariasde turismo da região, pois esti-ma-se que 92,8% da populaçãobrasileira professam alguma cren-ça religiosa, e os santuários sãoimportante ponto de visitação.

Além de oportunizar às pes-soas a visitação a locais religio-sos e professar a sua fé, o proje-to também pretende proporcio-

nar que os visitantes conheçama natureza e a cultura desses lo-cais. Com isso, gerar trabalho erenda nos pontos de visitação.

O evento contou com a pre-sença dos reitores dos quatrosantuários: Pe. Alvino Milani,Azambuja, em Brusque; FreiRafael Sprícigo, Angelina; Pe.João Schneider, Santuário SantaPaulina; e Eluísio Voltolini, repre-sentando o Santuário de NossaSenhora do Bom Socorro, deNova Trento. Além dos santuári-os, a rota de turismo religiosotambém integra os municípios deBotuverá, Canelinha, MajorGercino, São João Batista,Guabiruba e Tijucas.

Sonho antigoPara o Pe. Pedro José Koehler,

coordenador arquidiocesano daPastoral do Turismo Religioso, ainiciativa surge porque as autori-dades estão percebendo o cresci-mento do turismo religioso. “A vi-sita aos santuários aviva cada vezmais a fé, integração e relaciona-

Durante celebração, quatro moças representaram as padroeiras dos santuários do Vale do Rio Tijucas

Divulgação/JA

mento entre as pessoas”, disse.“Esse circuito é sonho antigo

e é um Marco Histórico para a

Fruto do trabalho de jovensrepresentantes das várias ex-pressões eclesiais da juventu-de de todo o Brasil, o subsídioJornada Diocesana da Juventu-de 2011 - “Enraizados e edifi-cados em Cristo, firmes na fé”(cf. Cl 2,7) tem como objetivocriar uma caminhada de forma-ção e preparação para um novotempo de evangelização da ju-ventude brasileira.

Esse será o primeiro texto deuma coleção produzida para aju-dar os jovens a caminhar em uni-dade pastoral, temática ecelebrativa com a Igreja que, emdiferentes partes do mundo,vivencia a diversidade na celebra-ção da unidade pelas JornadasDiocesanas da Juventude (JDJ).

O subsidio, que será lançadopelas Edições CNBB, foi elabora-do sob a coordenação de domEduardo Pinheiro e de Pe. CarlosSávio Ribeiro, respectivamentebispo referencial e assessor naci-onal do Setor Juventude da Con-ferência Nacional dos Bispos doBrasil (CNBB). A assessoria aosjovens foi feita pelo estudioso dasJornadas Mundiais da Juventude,Erofilho Cardozo, e pela assesso-

Setor Juventudelança subsídio

Material serve para dinamizar as JornadasDiocesanas da Juventude em todo o Brasil

ra do Setor Universidades daCNBB, Irmã Maria Eugênia Lloris.

O material de 2011 visa a aju-dar os jovens a se prepararempara a celebração da JDJ e temcomo subtítulo o tema da Jorna-da Mundial da Juventude, queacontece em Madri, na Espanha,no mês de agosto. O texto dá di-cas e sugestões para essa prepa-ração, abrindo espaço para acriatividade e a adaptação às rea-lidades dos jovens. O documentopropõe a realização de três encon-tros: um, enfocando a relaçãopessoal com Jesus Cristo; outro,dedicado à vivência do jovem naIgreja, e outro voltado à atuaçãodo jovem cristão na sociedade.

São apresentadas sugestõespráticas para que a juventudepossa conhecer a profundidadedas mensagens bíblicas e expe-rimentar a riqueza da espiri-tualidade celebrada nas jorna-das e testemunhar o amor deCristo no mundo, hoje.

O subsídio Jornada Dio-cesana da Juventude 2011 podeser adquirido direto no site dasEdições CNBB, pelo telefone(61) 2193-3019 e pelo [email protected].

O papa Bento 16 nomeou, nodia 04/01, o arcebispo deBrasília, Dom João Braz Aviz,como novo prefeito da Congrega-ção para os Institutos de VidaConsagrada e Sociedades deVida Apostólica. Dom Aviz suce-de ao cardeal francês FrancRodé, 76 anos, que pediu renún-cia da função por limite de idade(75 anos), conforme prevê o Có-digo de Direito Canônico.

Dom João Braz permanececomo Administrador Apostólicoaté fevereiro, quando o SantoPadre o chamará a Roma. A des-pedida oficial será em uma mis-sa, com data ainda a ser defini-da. Ainda não foi nomeado o su-cessor de Dom João naArquidiocese de Brasília.

"Nestes quase 7 anos naArquidiocese, experimentei agraça de servir a uma Igreja uni-da, fiel e generosa! Confio estanova etapa de minha vida aoSenhor, que pode me susten-tar", disse o Arcebispo duranteuma coletiva de imprensa nomesmo dia.

História

Dom João Braz de Aviz nas-ceu em Mafra, Diocese de

Catarinense assume cargo no Vaticano

Joinville, em 24 de abril de 1947,após ter frequentado os estudosfilosóficos no Seminário MaiorRainha dos Apóstolos, de Curitiba,e na Faculdade de Palmas (PR).Foi ordenado sacerdote em 26de novembro de 1972 eincardinado na Diocese deApucarana.

Em 31 de maio de 1994 re-cebeu a consagração episcopale foi nomeado Bispo Auxiliar daArquidiocese de Vitória. Transfe-

região. Com esta iniciativa, have-rá muitos grupos de fora que te-rão interesse em conhecer o nos-

so Vale” acredita Irmã MariaAdelina da Cunha, diretora geraldo Santuário de Santa Paulina.

Dom João Braz de Avis era arcebispo de Brasília, onde em2010 foi realizado o 16º Congresso Eucarístico Nacional

rido como Bispo de Ponta Gros-sa (PR) em 12 de agosto de1998, foi promovido a Arcebis-po de Maringá em 17 de julhode 2002. Tanto em Ponta Gros-sa quanto em Maringá sucedeua Dom Murilo Krieger. Em 28 dejaneiro de 2004 foi nomeadoArcebispo de Brasília. Em maiode 2010, organizou o 16º Con-gresso Eucarístico Nacional, queaconteceu junto ao 50º aniver-sário da cidade.

Dom João Braz de Avis, 63 anos, antes de ser arcebispo de Brasília foibispo de Ponta Grossa e Maringá. Nas duas, sucedeu Dom Murilo Krieger

Page 16: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

16 Geral Janeiro/Fevereiro 2011 Jornal da Arquidiocese

Irmã Neves, fundadora daONG João Paulo II, no Bairro Pon-te do Maruim, em Palhoça, foi agrande vencedora do PrêmioBetinho 2010, na categoria Ati-tude Cidadã. Ela representou, nodia 08 de dezembro, a região Sulno evento nacional em SP ao ladode dois outros projetos sociais.Com 86 anos, Irmã Neves ajudacerca de 600 famílias da sua co-munidade e atinge outras maisde duas mil pessoas com seuprojeto. Todo o Brasil votou atra-vés do site e ela foi a vencedora.

Pertencente ao InstitutoFraternidade Esperança, Irmã Ne-ves escolheu a comunidade daPraia, no bairro da Ponte doMaruim, para se dedicar às pesso-as empobrecidas daquela região.O local era habitado por pescado-res de baixa renda e apresentavavários problemas de infraestrutura.

Nascida em Canasvieiras,Florianópolis, filha de pescador,Irmã Neves ingressou no conven-to aos 18 anos. Lecionou e foidiretora de colégios em várioslocais do Estado. Com um grupode religiosas e voluntários, em1979, criou o Projeto de Desen-volvimento Comunitário da Praia.“A iniciativa tinha como objetivolevar saneamento básico eurbanizar as favelas de palafitasque se formaram na margem di-reita do Rio Maruim”, disse IrmãNeves. Mas foi mais além.

O ProjetoO projeto, dividido em três pro-

Trabalho Social recebe prêmio nacionalAssociação João Paulo II, em Palhoça, foi a vencedora do Prêmio Betinho - Atitude Cidadã de 2010

gramas: pedagógico; profissiona-lizantes e sociais/comunitários,atende 2,6 mil pessoas. No pe-dagógico, são atendidas mais de600 crianças e adolescentes. Nasede, há um centro de educaçãoinfantil que atende 105 criançasde 0 a 5 anos. No centro de de-senvolvimento de crianças e ado-lescentes, de 6 a 15 anos, sãooferecidas oficinas e acompa-nhamento pedagógico.

No profissionalizante, atravésde parceria com o Centro CulturaEscrava Anastácia, encaminham-se jovens para os cursos do Jo-vem Aprendiz. Também contamcom outras parcerias com insti-tuições de ensino técnico, queproporcionam bolsas de estudo.

As atividades sociais e comu-nitárias iniciaram com a chega-da no bairro e iniciaram com aorganização comunitária. Graças

a isso, conseguiram o aterro e sa-neamento básico. A cada dificul-dade era criada uma comissãoque dava continuidade ao traba-lho. Hoje há no bairro oito entida-des, que formam a Comissão deEntidades da Praia - COEP. Elasse reúnem três vezes ao anopara discutir os problemas dacomunidade e buscar soluçõesconjuntamente.

Graças a isso, a realidade local

foi completamente modificada.Hoje as pessoas têm uma condi-ção de vida melhor, e toda a regiãoganhou uma melhor estrutura. Todoo trabalho é mantido através deconvênio com a prefeitura local ede doações de voluntários.

O PrêmioO Prêmio Betinho-Atitude Ci-

dadã, lançado pela Rede Nacio-nal de Mobilização Social, em2008, quer valorizar as pessoasque praticam no dia a dia a lutacontra a fome e a promoção dacidadania. Quer ainda dar rosto,voz e reconhecimento a quemparticipa ativamente da comuni-dade onde vive e acredita quecada um(a) - a seu jeito - podefazer a sua parte para construirum Brasil melhor e mais justo.

O Prêmio também quer ser umestímulo para que todos(as) en-contrem sua forma de participa-ção. Em sua 1ª edição, a iniciati-va recebeu cerca de 17 mil votos,provenientes de 674 localidades,e 33 vencedores foram anuncia-dos durante o II Encontro Nacio-nal da Rede, realizado no Rio deJaneiro. Em 2009 o Prêmio teveainda mais participantes. Foramcerca de 78 mil votos de 1.410localidades e 32 vencedores.

Para mais informações, oupara contribuir com o projeto,entre em contato pelos fones(48) 3242-0061 ou 3242-6963, ou pelo e-mail [email protected].

Uma Celebração Eucarística,realizada às 19h30 do dia 12 dedezembro, marcou o Jubileu deOuro de Ordenação Presbiteral doPe. Pedro José Koehler. Realiza-da na Catedral de Florianópolis,a celebração foi concelebradapelos padres Paulo Di Coppi,Giovanne, ambos do PontifícioInstituto Missões Exteriores,Pedro Martendal e Francisco deAssis Wloch, ambos da Catedral.Essa foi uma das várias missasde Ação de Graças celebradaspelo Pe. Pedro Koehler.

A celebração ainda contoucom a presença de familiares,amigos, paroquianos, ex-alunosdo Instituto Estadual de Educa-ção e da Escola Técnica Federalde Santa Catarina, onde lecio-

nou. Também houve a presençade ex-colegas de seminário e doscursos que realizou.

A homilia foi feita pelo Pe.Francisco Wloch, pároco da Ca-tedral. Ele lembrou que, em1965, foi aluno do Pe. Koehler,que estava no Seminário. "Jamaisimaginaríamos naquela épocaque, passado tanto tempo, euseria convidado para fazer ahomilia no seu Jubileu de Ouro",disse Pe. Chico.

Antes da consagração, Pe.Koehler lembrou que o cálice utili-zado na Consagração foi uma doa-ção do Papa João Paulo II, quandoesteve em Florianópolis, em 1991,para presidir à celebração de bea-tificação da Madre Paulina do Co-ração Agonizante de Jesus.

Pe. Pedro Koehler celebra 50 anos de Ordenação PresbiteralMissa de Ação de Graças na Catedral foi uma das

muitas celebradas na Arquidiocese pelo jubilandoNo Ofertório, foram trazidos

ao altar vários símbolos ligadosà vida do Pe. Koehler nos seus50 anos de sacerdócio. Entreeles: a Bíblia, fonte da sua voca-ção; um aparelho de rádio, sobresua atuação nos meios de comu-nicação; livro da Pastoral do Tu-rismo Religioso, pelo trabalhoque coordena; caderno de Edu-cação Religiosa, pelos váriosanos como professor; documen-to com a Bênção Apostólica doPapa pelo seu Jubileu de Ouro;brasões que simbolizavam asquatro origens de sua família; aImagem de Santa Paulina, sim-bolizando o santuário onde há19 anos, sempre no segundodomingo do mês, Pe. PedroKoehler celebra; a Estola, símbo-

lo do poder e do serviço do sacer-dote; e Pão e Vinho, que, na Con-sagração, se tornam o Corpo eSangue de Jesus.

Mais fotos no site daArquidiocese (www.arquifln.org.br), clicar em "Álbum defotos".

Irmã Neves diante da instituição que fundou há 30 anos e que atende mais de 2,6 mil pessoas dacomunidade da Praia, na Ponte do Maruim, em Palhoça

Celebração jubilar, realizada na Catedral, foi concelebrada pelosPes. Paulo De Coppi, Pedro Martendal e Chico Wloch

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