jornal da arquidiocese de florianópolis 09/09

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Participe do Jornal da Arquidiocese POR CARTA Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis POR E-MAIL [email protected] PELO SITE www.arquifln.org.br Arquidiocese ganha novo padre Celebração realizada na Catedral, marcou a ordenação presbiteral de Hélio Tadeu Luciano de Oliveira. Formação foi realizada na Espanha A ordenação foi presidida pelo nos- so arcebispo Dom Murilo Krieger e contou com a presença de padres, diáconos, familiares e amigos do Pe. Hélio Luciano. Fazia já 19 anos que não se realizava uma ordenação presbiteral na Catedral. “Sua ordenação é realizada em um momento privilegiado: o Ano Sacerdotal”, disse Dom Murilo, em sua homilia, diante de Hélio, da igreja lotada de padres, diáconos e fiéis leigos. Pe Lúcio: nossa presença missionária na Guiné-Bissau, África PÁGINAS 12 e 14 Arquidiocese Jornal da Florianópolis, Setembro de 2009 Nº 149 - Ano XIII “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8) 96 jovens partici- param do Conví- vio Vocacional PÁGINA 05 PJ prepara o Dia Nacional da Juventude-2009 PÁGINA 07 Santa Paulina: Santuário acolhe bem os peregrinos PÁGINA 08 Ação Social de Nova Trento atende aos novos migrantes PÁGINA 10 GBF - Mês dedi- cado à Palavra de Deus PÁGINA 11 CF-2010: A Religião do Deus-Mercado Depois de o mercado ter cooptado os diversos campos da atividade huma- na, chegou também à religião. Deus foi posto no mercado. Tornou-se um bem de consumo, de compra e venda. A re- ligião tornou-se terapia, como meio de superar os riscos que a sociedade consumista e competitiva nos impõe. A religião voltou a tornar-se ópio do povo, alienação, projeção do ser huma- no que não consegue realizar-se a si mesmo. Todas as religiões passam a ser usadas, com objetivos de resulta- dos: milagres, consolo, terapia. PÁGINA 04 Vocação foi despertada durante a participação no Movimento Emaús, sob a orientação de Mons. Bianchini, que acompanhou emocionado a celebração. Formação foi realizada no Seminário In- ternacional de Navarra, na Espanha. PÁGINA 09 Orientações sobre a Gripe A nas Paróquias Texto traz 11 formas de evitar o contágio pela vírus H1N1, causador da Gripe Suína, nas paróquias. PÁGINA 03 Lideranças de cinco dioceses do Es- tado estiveram reunidas para a soleni- dade. A celebração de coroação, presi- dida por Dom Murilo, foi realizada às 16h. Com a coroação, pretende-se con- seguir um terreno na região próxima a Florianópolis, de bom acesso e com ta- manho adequado à construção do San- tuário. Apesar de ter mais de 7 mil ima- gens que peregrinam cada uma em 30 famílias, Estado é o único do Sul que ainda não tem um santuário próprio. PÁGINA 16 Mãe Peregrina busca terreno para construção de Santuário Realizada na Catedral, celebração marcou a coroação da “Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt” Imagem coroada ficará no futuro santuário

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Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Edição 149, ano XIII, setembro de 2009

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Page 1: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 09/09

Participe do

Jornal da

Arquidiocese

P O R C A R TA

Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - FlorianópolisP O R E - M A I L

[email protected] E L O S I T E

www.arquifln.org.br

Arquidioceseganha novo padre

Celebração realizada na Catedral, marcou aordenação presbiteral de Hélio Tadeu Luciano de

Oliveira. Formação foi realizada na EspanhaA ordenação foi presidida pelo nos-

so arcebispo Dom Murilo Krieger e

contou com a presença de padres,

diáconos, familiares e amigos do Pe.

Hélio Luciano. Fazia já 19 anos que

não se realizava uma ordenação

presbiteral na Catedral.“Sua ordenação é realizada em um momento privilegiado: o Ano Sacerdotal”, disse DomMurilo, em sua homilia, diante de Hélio, da igreja lotada de padres, diáconos e fiéis leigos.

Pe Lúcio: nossa presença missionária na Guiné-Bissau, África PÁGINAS 12 e 14

ArquidioceseJornal da

Florianópolis, Setembro de 2009 Nº 149 - Ano XIII “De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai”“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)

96 jovens partici-param do Conví-vio Vocacional

PÁGINA 05

PJ prepara o DiaNacional daJuventude-2009

PÁGINA 07

Santa Paulina:Santuário acolhebem os peregrinos

PÁGINA 08

Ação Social de NovaTrento atende aosnovos migrantes

PÁGINA 10

GBF - Mês dedi-cado à Palavrade Deus

PÁGINA 11

CF-2010: A Religião do Deus-MercadoDepois de o mercado ter cooptado

os diversos campos da atividade huma-na, chegou também à religião. Deus foiposto no mercado. Tornou-se um bemde consumo, de compra e venda. A re-ligião tornou-se terapia, como meio desuperar os riscos que a sociedadeconsumista e competitiva nos impõe.A religião voltou a tornar-se ópio dopovo, alienação, projeção do ser huma-no que não consegue realizar-se a simesmo. Todas as religiões passam aser usadas, com objetivos de resulta-dos: milagres, consolo, terapia.

PÁGINA 04

Vocação foi despertada durante a

participação no Movimento Emaús, sob

a orientação de Mons. Bianchini, que

acompanhou emocionado a celebração.

Formação foi realizada no Seminário In-

ternacional de Navarra, na Espanha.

PÁGINA 09

Orientações sobre aGripe A nas Paróquias

Texto traz 11 formas de evitar o

contágio pela vírus H1N1, causador

da Gripe Suína, nas paróquias.

PÁGINA 03

Lideranças de cinco dioceses do Es-

tado estiveram reunidas para a soleni-

dade. A celebração de coroação, presi-

dida por Dom Murilo, foi realizada às

16h. Com a coroação, pretende-se con-

seguir um terreno na região próxima a

Florianópolis, de bom acesso e com ta-

manho adequado à construção do San-

tuário. Apesar de ter mais de 7 mil ima-

gens que peregrinam cada uma em 30

famílias, Estado é o único do Sul que

ainda não tem um santuário próprio.

PÁGINA 16

Mãe Peregrina busca terrenopara construção de Santuário

Realizada na Catedral, celebração marcou a coroaçãoda “Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt”

Imagem coroada ficará no futuro santuário

Page 2: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 09/09

Palavra do BispoPalavra do BispoPalavra do BispoPalavra do BispoPalavra do Bispo Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ Arcebispo de Florianópolis

As TVs católicasPara se revelar, Deus primei-

ramente falou pelos profetas; po-rém, “agora, nestes dias que sãoos últimos, falou-nos por meio doFilho” (Hb 1-2). Jesus, para tercontinuadores de sua missãoevangelizadora, escolheu apósto-los e os enviou ao mundo. Cabe-lhes - cabe-nos! - ser sua voz, paraque o Evangelho chegue a todosos recantos da terra.

“Hoje, se o Mestre fosse con-duzido ao deserto das tentações,possivelmente o Tentador já nãolhe ofereceria anacrônicos e de-cadentes reinos, para que o ado-rasse, mas o espetacular e tre-mendo poder da moderna máqui-na de comunicação, mais sutil e,por isso mesmo, imensamentemais eficaz para dominar povos enações. São grandes os desafiospara tornar visível e presente o

Projeto do Reino, sinônimo na his-tória de uma cultura da vida, comocontraponto de uma sempre maispresente cultura da morte” (CNBB- Setor de Comunicação Social).

Todos admitem que cresce, emnossa sociedade, o poder da televi-são. É notória sua influência na cri-ação de mentalidades e nos com-portamentos pessoais. Se é verda-de que ela é um grande desafio, é,também, uma oportunidade, poistem o poder de criar laços de soli-dariedade e ser um precioso instru-mento a serviço da evangelização -vale dizer, da salvação.

Não tenhamos ilusões: para osdetentores dos poderosos canais detelevisão, a Igreja Católica interes-sa como notícia apenas quandonela ocorre algum fato impactante.Nossos congressos eucarísticos,nossos documentos com análises

críticas sobre a sociedade e as opor-tunas notas da CNBB na defesa dedeterminados valores morais ser-vem, quando muito, para uma bre-ve e superficial informação. Parabem exercer sua missão, e ser a vozdos que não têm voz, a Igreja ne-cessita possuir canais próprios detelevisão. Nossos jornais e boletinsatingem especialmente nossas co-munidades, e nossas emissoras derádio são de alcance limitado. Éverdade que os canais de televisãonas mãos da Igreja estão longe deser uma potência. Não deixam deser, contudo, uma opção para osinteressados.

Há, ainda, um grande cami-nho a percorrer para que nossasTVs católicas assegurem aintercomunicação e o diálogo daIgreja com o mundo. Mas, comonão reconhecer o bem que já fi-

Palavra do PapaPalavra do PapaPalavra do PapaPalavra do PapaPalavra do Papa Bento XVI

A Pastoral VocacionalÉ com verdadeiro prazer que

me encontro convosco, pensan-do no precioso serviço pastoralque desempenhais no âmbito dapromoção, da animação e dodiscernimento das vocações. (...)A atenção às vocações constituipara cada diocese uma das prio-ridades pastorais. (...)

Sede semeadores de confian-ça e esperança! Efetivamente, éprofundo o sentido de confusãoem que muitas vezes vive a juven-tude contemporânea. Não raro, aspalavras humanas são desprovi-das de futuro e perspectiva, des-pojadas também de sentido e sa-bedoria. Difundem-se uma atitu-de de impaciência frenética e umaincapacidade de viver o tempo daexpectativa. E, no entanto, estapode ser a hora de Deus: sua cha-mada, mediada pela força e efi-cácia da Palavra, gera um cami-nho de esperança rumo à plenitu-de da vida. A Palavra de Deuspode tornar-se verdadeiramenteluz e força, nascente de esperan-ça, pode traçar um caminho quepassa através de Jesus, "caminho"e "porta"; através da sua Cruz, queé plenitude de amor. Esta é a men-sagem que nos vem do (...) Anosacerdotal, há pouco iniciado: oSanto Cura d'Ars, João MariaVianney - que constitui o "farol"deste novo itinerário espiritual - foium sacerdote que dedicou a sua

vida à orientação espiritual daspessoas, com humildade e simpli-cidade, "saboreando e vendo" abondade de Deus nas situaçõesordinárias. Assim, ele demons-trou-se um verdadeiro mestre doministério da consolação e doacompanhamento vocacional. Porconseguinte, o Ano sacerdotal ofe-rece uma bela oportunidade parareencontrar o sentido profundo dapastoral vocacional, assim comosuas escolhas fundamentais demétodo: o testemunho, simples ecredível; a comunhão, com itine-rários concertados e compartilha-dos na Igreja particular; a cotidiani-dade, que educa a seguir o Senhorna vida de todos os dias; a escuta,guiada pelo Espírito Santo, paraorientar os jovens na busca deDeus e da verdadeira felicidade; e,finalmente, a verdade, a única quepode gerar a liberdade interior.

Moisés, o amigo de DeusNo dia 4 de setembro tanto o

calendário maronita como o orto-doxo e greco-católico celebramMoisés, a quem a Torá se referecomo "amigo de Deus". Quando,neste mês, de modo particular re-fletimos a Palavra de Deus, faz bemrecordar essa figura central da An-tiga Aliança. É nos montes que serevela sua amizade e intimidadecom Deus, é lá que Deus se lherevela face a face. É nos montesHoreb, Sinai, Rafidim, Nebo que osdois amigos trocam confidências efalam de si e do Povo eleito. Viveuno século XIII AC e morreu antesde entrar na Terra da Promessa. NaTransfiguração do Senhor é ele eElias que ladeiam Jesus, confir-mando-o como o novo Moisés e onovo Profeta. Pela mão do Senhorele deu ao povo pão e água no de-serto: Jesus, o novo Moisés é aÁgua viva e o Pão da vida. Criadono palácio do faraó do Egito, Moisésse revolta com o sofrimento de seupovo. Num primeiro momento, agesem credenciais: matando umopressor egípcio, julga que o povoo seguiria numa revolta pela liber-tação (cf. 2, 11-14). Teve de fugirpara Madiã, onde se casou e tor-nou-se pastor de ovelhas.

Num dia subiu o Horeb e ali viuuma sarça em chamas, mas quenão se consumia. Moisés quis seaproximar para ver a maravilha,mas a voz do Senhor clamou:“Moisés, não te aproximes daqui.Tira as sandálias dos pés, porqueeste lugar é sagrado. Eu sou o Deusde teu pai, o Deus de Abraão, oDeus de Isaac, o Deus de Jacó. ...

Eu vi a opressão de meu povo, ouvio grito de aflição dele. Vai! Eu teenvio ao faraó para que faças sairo meu povo do Egito!” (cf. Ex 3, 1-14). Nessa teofania Moisés tem aexperiência do Deus vivo: ele é afrágil sarça tomada pelo fogo divi-no, que o queima, mas não o des-trói. Deus assume sua fragilidadefortalecendo-o e lhe revela que estácom ele: “Eu sou aquele que é, queestá sempre presente” (Ex 3,14).Agora, sim, recebe as credenciais,e Deus o conduzirá com o povo.Quando resolve voltar ao Egito,Moisés sente-se impotente e tema tentação de desistir. Deus vai-lheao encontro e ameaça matá-lo (Ex4,12). Texto estranho, mas quelembra a luta de Deus com Jacó: aluta com Deus o fortalece e lhe de-monstra que essa luta é mais difí-cil do que todas as outras: quempoderá resistir ao Deus vivo? É a“noite do espírito” dos místicos.

Moisés, libertadore intercessor

Após atravessar o Mar Verme-lho, Moisés canta, grato eexultante: “Minha força e meu can-to é o Senhor, ele me salvou” (Ex15,2). Moisés sempre mais se sen-te instrumento de Deus. Antes con-fortara o povo, garantindo-lhe queo Senhor o salvaria, combateria porele. Podiam agora caminhar tran-qüilos. Quando o povo, faminto,bate continuamente à tenda, recla-mando da falta de comida, Deusse irou. Moisés reclamou: “Por quetratas assim o teu servo? Acaso fuieu quem concebeu e deu à luz este

Jornal da Arquidiocese de FlorianópolisRua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis

Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799E-mail: [email protected] - Site: www.arquifln.org.br22 mil exemplares mensais

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen,Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Guilherme Pontes, Carlos Martendale Fernando Anísio Batista - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino- SC 01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - Editoração e Fotos: ZulmarFaustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul

zeram? Graças à sua atuação, ir-mãos e irmãs que vivem em lu-gares isolados escutam a voz deseus pastores; pessoas idosas oudoentes se unem, em momentosde oração, a multidões; e pesso-as que não têm o hábito de lersão sustentadas em sua fé e têmmelhores condições de dar, aosque lhes pedirem, as razões desua esperança (cf.1Pe 3,15).

Faço votos de que cresça sem-pre mais o apoio de nosso povoàs TVs católicas, já que não bastasabermos que Jesus Cristo é "oúnico salvador de todos, o únicocapaz de nos revelar Deus e denos conduzir a Ele" (João Paulo II).É preciso levar em consideraçãoa multidão de pessoas que não fezainda essa descoberta e que nãoé atingida pela nossa ação pasto-ral tradicional.

povo, para que me digas: ‘carrega-o ao colo, como se fosse uma babáa levar uma criança...?’” (Nm 11,11-12). E Deus assumiu sua res-ponsabilidade e alimentou o povocom o maná e as codornizes.

Na guerra contra os amalecitas,em Rafidim, enquanto os soldadoslutavam, Moisés subiu ao topo dacolina e ficou de braços erguidos,invocando a proteção do Senhor.Era o orante. Enquanto os braçosestavam erguidos, Israel vencia.Como se cansasse, um homem decada lado sustentava-lhe os braçosaté o por do sol, quando Israel ven-ceu (cf. Ex 17, 8-16). No monteSinai recebe a Aliança. Ao descer,a decepção com o povo adorandoum bezerro de ouro. Após um pe-cado tão grave, Deus se revela aMoisés como bondade, ternura, mi-sericórdia: “Deus de ternura e depiedade, lento para a cólera, ricoem amor e fidelidade; que guardao seu amor a milhares, tolera a fal-ta, a transgressão e o pecado” (cf.Ex 33, 6-7).

Moisés não entrou na Terra daPromessa. A obra é divina, nãohumana. Seu testamento espiri-tual, após realizar a missão de li-bertar, orientar e salvar o povo deIsrael é um hino de bênção e deamor ao povo: “Feliz és tu, Israel!Quem é semelhante a ti, povosalvo pelo Senhor?” (Dt 33,29).Feliz, Moisés demonstra todo oamor pelo povo que o consumira,mas que era o Povo do Senhor.

Pe. José Artulino Besenpejabesen.wordpress.com

ReflexãoReflexãoReflexãoReflexãoReflexão

2 Opinião Julho 2009 Jornal da Arquidiocese

Há, ainda, umgrande cami-nho a percor-rer para que

nossas TVscatólicas

assegurem odiálogo da

Igreja com omundo”

Bento XVI, 04.07.09

O Ano sacerdo-tal oferece uma

bela oportuni-dade para re-

encontrar osentido profun-

do da pastoralvocacional ”

Page 3: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 09/09

Jornal da Arquidiocese Setembro 2009

3Geral

Prevenção à Gripe Suína nas paróquiasTexto traz 11 orientações de como as lideranças devem se portar para evitar a difusão do vírus

Por orientação da SecretariaEstadual de Saúde e das secre-tarias de saúde de alguns muni-cípios, vários eventos tiveram queser cancelados. Isso por conta dadifusão do vírus H1N1, responsá-vel pela “Gripe Suína”. Outroseventos foram transferidos paraum período do ano mais quentee, portanto, menos propício àspessoas contraírem gripe.

O objetivo das autoridades sa-nitárias é evitar a concentraçãode muitas pessoas em ambien-tes fechados. Por isso, visando àpreservação da saúde de nossopovo e, enquanto o surto dessadoença não estiver sob controle,nosso arcebispo Dom MuriloKrieger encaminhou a todas asparóquias e lideranças o docu-mento “Orientações da Arquidio-cese de Florianópolis para as Pa-róquias enquanto perdurar o sur-to da Gripe A (H1N1)”.

O texto, enviado por e-mail nodia 07 de agosto, traz 11 orien-tações de como as lideranças de-vem se portar em relação aos fi-éis. O documento é uma adapta-ção das recomendações do Mi-nistério da Saúde à realidade daIgreja Católica.

“Sabemos que, em momentos

como este que nossa sociedadeestá vivendo, o pânico é um com-portamento prejudicial e ineficaz.Não se pode, por outro lado, deixarde tomar medidas que, embora sim-ples, são de grande eficácia paraimpedir a difusão de um vírus como

o H1N1”, disse Dom Murilo.Segundo ele, “Jesus Cristo

deixou claro que a cura dos do-entes é um sinal da chegada doReino de Deus (cf. Lc 10,9). Lem-brados da atenção que os enfer-mos receberam do Senhor, que

Romaria daTerra é

adiada pelaGripe A

Evento foi transferido

para novembro, quan-

do é mais quente e

com menos riscosUma reunião realizada no

dia 24 de agosto decidiu pelatransferência da 21ª Romariada Terra e da Água. Previstapara ser realizada no dia 13de setembro, no Braço doBaú, em Ilhota, na Diocese deBlumenau, o evento foi trans-ferido para o dia 15 de novem-bro no mesmo local.

O motivo da transferênciafoi a preocupação com a Gri-pe A (H1N1), que vem atingin-do sempre mais pessoas emSanta Catarina. O encontroestá sendo promovido pelaComissão Pastoral da Terra eda Água (CPT), na Cúria deBlumenau, com lideranças daDiocese e Comunidades, dasecretarias estadual e muni-cipal (de Ilhota, município daRomaria), e com o BispoDiocesano, Dom José Negri.

Defesa da VidaA decisão foi tomada após

acaloradas discussões. Pe-sou a recomendação dos ór-gãos de saúde do Estado deSanta Catarina, que têm ori-entado pela não realização deeventos, concentrações eaglomerações, como uma dasformas de prevenção da Gri-pe A. Também a própria espi-ritualidade da Romaria, que éo cuidado e a defesa da vida.

Os participantes do encon-tro foram unânimes em assu-mir e recomendar que o âni-mo e o entusiasmo continuem,em vista de vivenciarmos jun-tos o esperado momento de,como Igreja de Jesus Cristo, naesperança, solidarizar-noscom as famílias da região doMorro do Baú, município deIlhota, tragicamente atingidospelas enxurradas de novembrodo ano passado.

Mais duas Comarcas celebram o Ano Catequético

Divu

lgaçã

o/JA

1º) aproveitar as reuniões, os encontros e outroscontatos com paroquianos, a fim de esclarecê-los sobre as medidas preventivas indicadas pelasautoridades competentes para se evitar o con-tágio com a doença e, se for o caso, para se veri-ficar o modo de tratá-la (cf. www.saude.gov.br);

2º) manter os ambientes da igreja (salões paroqui-ais e salas de reuniões) sempre bem arejados;

3º) desativar a pia de Água Benta na entrada dasigrejas;

4º) evitar apertos de mão dos Ministros da Aco-lhida, na entrada do povo para as celebrações;

5º) nas celebrações, evitar tanto o gesto de daras mãos durante a oração do Pai Nosso, comoa saudação da Paz;

6º) a sagrada Comunhão deve ser distribuída nasmãos dos comungantes;

sempre lhes demonstrou a impor-tância da preservação da saúde,tenhamos, nós também, umaatenção especial pelos doentes.‘Feliz o homem que cuida do fra-co, no dia da desgraça o SENHORo libertará’” (Salmo 41/40,2).

7º) evitar a distribuição da sagrada Comunhão sobas duas espécies;

8º) Ministros da Comunhão que estiveremgripados ou resfriados não devem auxiliar nadistribuição da Sagrada Comunhão, enquantose encontrarem doentes;

9º) mais do que nunca, os Ministros devem ob-servar a norma de lavar as mãos antes e de-pois da distribuição da sagrada Comunhão;

10º) colaborar com a difusão de cartazes, folderse folhetos orientativos sobre os cuidados es-senciais com a saúde e de prevenção contra anova gripe e expô-los de forma visível, em lo-cais de circulação dos fiéis;

11°) recomendar aos paroquianos que estiveremgripados ou resfriados que evitem participardas reuniões promovidas pelas pastorais pa-roquiais, até que estejam curados da doença.

Orientações para evitar o contágio pela gripe

As Comarcas do Estreito eSanto Amaro realizaram no mêsde agosto as celebrações do AnoCatequético. Com o tema “Cate-quese, caminho para o discipu-lado”, cada comarca contou comum assessor que trabalhou osquatro temas que compõem otexto-base do Ano: Jesus Cristo;a Palavra de Deus; a Eucaristia;e o ser e a missão do Catequista.

Na Comarca do Estreito, o en-contro reuniu mais de 120 parti-cipantes, no dia 02 de agosto, naParóquia Nossa Senhora do Rosá-rio, em São José. Todas as noveparóquias da comarca estiveramrepresentadas e realizaram apre-sentação com base no tema doAno Catequético. O evento foi as-sessorado pelo Pe. Elias Wolff.

Mais de 300 lideranças daComarca de Santo Amaro partici-param do encontro no dia 22 deagosto. O evento reuniu represen-

Duas comarcas cancelaram o evento, em preven-ção à Gripe A. Celebração ainda será realizada

tantes das seis paróquias daComarca em Santo Amaro. A as-sessoria ficou com a Irmã MeriHammes, catequista franciscana.O destaque foi a participação for-te de muitas lideranças, sobretu-do do CPP e dos CPCs.

“Os encontros tiveram apresen-tações bastante criativas e trouxeuma boa reflexão em torno do AnoCatequético”, disse Irmã MarleneBertoldi, coordenadora arquidioce-sana de Catequese. O próximo en-contro será o da Comarca da Ilha,a ser realizado na paróquia da Trin-dade no dia 13 de setembro.

Celebrações CanceladasA celebrações previstas para

serem realizadas no dia 16 de agos-to, em Brusque, e no dia 30 de agos-to, em Tijucas, foram canceladaspor orientação das secretarias desaúde dos municípios. O motivo foia preocupação com a Gripe A.

A pesar da não realização nadata prevista, Irmã Marlene pre-tende realizar os dois eventos emoutras datas. Na Comarca deTijucas, será ainda este ano, emdata a ser confirmada. NaComarca de Brusque, o eventoserá em abril do próximo ano.

“Para que a celebração nãopasse em branco nessas importan-tes Comarcas, já que em todas asoutras eles aconteceram, preten-demos realizá-los em períodos doano mais quentes, quando os ris-cos com a Gripe A serão menores”,esclarece Irmã Marlene.

Participantes realizam encenação durante o encontro celebrativo

Page 4: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 09/09

O risco gera in-segurança, queé, por sua vez,resolvida pela

busca do divino:um círculo vicio-so entre merca-

do e religião.

DENÚNCIA EVANGÉLICAUrge denunciá-la, como fez

Jesus com a estrutura idolátricade seu tempo, concentrada pre-cisamente no templo, usado pe-los sacerdotes como meio de en-riquecimento pessoal. Aqui en-tra, junto com a opção pelos po-bres, a opção pela pobreza. Uma

4 Tema do Mês Setembro 2009 Jornal da Arquidiocese

A Campanha da Fraternidadedo ano próximo tratará de um temaquente: economia. É uma campa-nha que, além de mexer com nos-so coração, vai mexer no nossobolso. O deus-mercado é a raiz detodos os problemas postos hoje aocristianismo e também às outrasreligiões. Trata-se de uma religiãopoderosa, com dinheiro e marke-ting, patrimônio e povo. É a besta-fera do Apocalipse atualizada. Exi-ge vítimas e adoradores, contacom templos e rituais. Serve-se deuma linguagem pseudo-religiosa,roubando as palavras próprias domundo religioso: deuses do espor-te, deusas-modelos da moda, sa-crifício do ajuste fiscal, missão daempresa, carisma para ser empre-sário, templo do sexo, santuário doturismo, sacerdotes da internet. Háquem use no peito uma correntecom o cifrão $, como substituto dacruz. O domingo, em vez de dia doSenhor, tornou-se dia do mercado,do comércio, do turismo. Esta reli-gião adota um acentuado cortesacrificialista. A morte de tantagente em “acidentes” de trânsitoe trabalho, de doenças crônicas ecriadas, a morte em guerras, atépreventivas, mortes de miséria e defome, mortes no narcotráfico, sãomortes que só se explicam comosacrifício de vítimas ao deus-di-nheiro, que, não tendo vida própria,sobrevive com a vida dessas víti-mas. Conseqüência da religião dodeus-mercado é a sociedade derisco, uma sociedade de violênciaonde as pessoas não se sentemtranquilas. O individualismo geracompetição, inveja, exclusão. O ris-co gera insegurança, que é, por suavez, resolvida pela busca do divi-no: um círculo vicioso entre mer-cado e religião.

DEUS OU O DINHEIRODepois de o mercado ter

cooptado os diversos campos daatividade humana (política, comér-cio, arte, sexualidade, etc.), atéchegar à ciência (ecologia,biotecnologia...), chegou tambémà religião. Deus foi posto no mer-cado. Tornou-se um bem de con-sumo, de compra e venda. A reli-gião tornou-se terapia, como meiode superar os riscos que a socie-dade consumista e competitivanos impõe. Deus voltou a servir dequebra-galhos, tapa-buracos,pronto-socorro. A religião voltou atornar-se ópio do povo, alienação,projeção do ser humano que nãoconsegue realizar-se a si mesmo.Todas as religiões passam a serusadas, com objetivos de resulta-dos: milagres, consolo, terapia.Daí o crescimento delas. Mas tam-bém seu descrédito. A começarcom o descrédito das religiões

bam a quem estão se entregan-do, quem é que lhes está sugan-do a fé do espírito e o sangue docorpo. Uma religião que já sugouo sangue dos operários e agorasuga a fé dos jovens e dos pobres.Há igrejas que são verdadeirasempresas, fundadas na teologiada prosperidade, justificadoras deuma religião excludente, servi-doras do mercado, que em nadaé globalizante, mas excludente,que é difícil, senão impossível, quese torne solidário.

PRÁTICA DASOLIDARIEDADE

A pregação social de BentoXVI, em sua última encíclica so-bre a caridade na verdade, pro-põe a globalização da solidarie-dade, aponta para outro modeloeconômico, condena enfatica-mente este modelo produtor detantas mortes. Nesse ponto, têmimportância as pastorais sociais,os conselhos comunitários, a eco-nomia solidária, o profetismo dascomunidades, as celebrações denossos mártires, as campanhasda fraternidade, os gritos dos ex-cluídos, os mutirões contra afome, o empenho pela defesa daAmazônia etc...

Urge voltar ao valor da religiãocomo pertença a uma comunida-de, relação com o Absoluto. Reli-gião como capacidade de opçãopor valores, ética, compromissocom os outros e com a ética. Reli-gião como hermenêutica, capaci-dade de interpretar os sonhos, osfatos, a vida. Para isso, é precisotirar a religião do braço do merca-do. A solução não está em entrarno jogo do mercado,como suge-rem muitas práticas apressadasde religiosos. É preciso abandonaro jogo, sair do jogo do mercado,para pregar e testemunhar outroDeus, o Deus vivo, o Cristo crucifi-cado e, por isso, Ressuscitado!

Em nosso caso, como cristãos,urge trabalhar a religião cristãnaquilo que ela tem de específi-co: o amor de Deus-Pai, o reino deDeus-Pai, a cruz e a ressurreiçãode Jesus, a força do Espírito San-to. É importante ressaltar a cruzde Jesus, como reação ao medoda modernidade diante do sofri-mento, ao fascínio da felicidade atodo custo, à busca da felicidadecom facilidade sem fidelidade. Ocristianismo prega que a realiza-ção humana se dá em Cristo (GS22), no mistério pascal, na ressur-reição que passa pela cruz.

Pe. Vitor Galdino FellerCoord. Arquidiocesano de Pastoral,

Prof. de Teologia e Diretor do ITESC

Email: [email protected]

institucionalizadas. No mercadose encontra a salvação para to-dos os problemas do mundo. Oabandono da fé, na forma deapostasia ou de cisma branco,também se explica pela forçadessa religião, por sua fascinan-te dinâmica de arrebanhamento.

Como situar-se diante dessareligião? Se puséssemos de umlado o deus-dinheiro e de outroo Deus dos pobres, seguindo adistinção clara que o próprio Je-sus de Nazaré fez ao analisar aestrutura teologal-idolátrica deseu tempo (“não se pode servira Deus e ao Dinheiro”: Lc 16,13),poderíamos perceber melhor deque lado nos situamos. Será ne-cessário criar uma escala quesirva de critério para cada pes-soa e cada grupo situar-se ediscernir sobre o ponto em quese encontra e que atitudes tomadiante do deus-dinheiro.

vida sóbria, austera, não consu-mista, respeitosa da simplicida-de e da beleza do próprio corpoe da natureza. Outro modo deenfrentar esta religião mercan-tilista é a partilha do dízimo,como contribuição para a comu-nidade, a qual poderia criar me-canismos de apoio a necessita-dos. A reação ao deus-mercadoé a comunhão, sobretudo, dosbens materiais, ainda que pou-cos. Portanto: viver a comunhãoevangélica. Continua valendo,hoje mais que nos primeiros sé-culos do cristianismo, a pergun-ta da Carta de São Barnabé: porque é tão fácil pôr em comum osbens espirituais, que são de va-lor eterno, e é tão difícil pôr emcomum os bens materiais, quesão passageiros?

É preciso denunciar a funda-mentação religiosa desse deus-mercado, para que os fiéis sai-

A realização humana se dá no mistério pascal,na ressurreição que passa pela cruz.

A RELIGIÃO DODEUS-MERCADO

Page 5: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 09/09

Jornal da Arquidiocese Setembro 2009

5Geral

“Convívio” apresentou Seminário a vocacionadosDos 96 participantes do Convívio Vocacional, 35 devem ingressar no Seminário no próximo ano

O Seminário de Azambuja, emBrusque, nos dias 31 de julho, 01e 02 de agosto, realizou o Conví-vio Vocacional. O evento reuniu96 jovens, representando 26 pa-róquias da nossa Arquidiocese.Boa parte deles já são acompa-nhados pela equipe de animaçãovocacional de suas paróquias.

O encontro teve início na sex-ta-feira, com celebração presididapelo nosso arcebispo Dom MuriloKrieger. Na sequência, ele tam-bém participou do momento deconfraternização com os vocacio-nados e com os padres e leigosque os acompanharam até Azam-buja. Nos três dias de encontro,eles tiveram momentos de refle-xão, oração e lazer (futebol, tênisde mesa, jogos...), tudo para es-treitar os laços com o seminário.

O Convívio Vocacional é des-tinado a jovens que cursam apartir da 7ª série e que manifes-tam interesse em conhecerem avida presbiteral mais de perto.Dos 96 participantes, 35 mani-festaram interesse em entrarpara o Seminário no próximo ano:10 para o Curso do Propedêuticoe 25 para o Seminário Menor.

Eles tiveram um momento dife-

Participantes do “Convívio” posam para foto no final da experiência vocacional.Expectativa é que muitos deles ingressem no Seminário para o próximo ano

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renciado no encontro. Osjovens que já concluíramo primeiro grau e mani-festaram interesse ementrar no Seminário, tive-ram um encontro com oPe. Pedro Schlichting, rei-tor do Seminário. Já os jo-vens que concluíram osegundo grau, participa-ram de um encontro como Pe. Gercino Atílio Piaz-

za, reitor do Propedêu-tico. Os demais, partici-param de encontro comos seminaristas.

Um seminaristapor paróquiaOs jovens que manifestaram

o interesse em entrar no Semi-nário no próximo ano, juntamen-te com outros jovens que tiveremformação escolar suficiente (pri-meiro grau completo), participa-rão do Estágio e do EncontrãoVocacional, que acontecerá nosdias 10, 11 e 12 de outubro des-te ano.

Os outros jovens, mesmo quejá tenham formação escolar sufi-ciente, receberão acompanha-mento das equipes de animação

vocacional em suas paróquias efarão o Curso Vocacional por cor-respondência, até terem o prepa-ro suficiente para ingressarem noSeminário.

Na avaliação do Pe. Pedro, rei-tor do Seminário, a participaçãofoi bastante boa. Ele acredita queisso se deva ao apelo de nossoArcebispo, neste “Ano Sacerdo-tal”, para que cada paróquia te-nha ao menos um seminarista.“Esse objetivo ainda não foi al-cançado, mas já tivemos uma

participação bem maior que nosúltimos encontros”, disse. As pa-róquias continuarão a ter a opor-tunidade de atender ao apelo, en-caminhando vocacionados parao Encontrão e Estágio Vocacional.

Ele agradeceu ao nosso arce-bispo Dom Murilo “o carinho, es-tima e consideração pelo traba-lho no Seminário, visitando-omais de uma vez por mês, o quese torna uma motivação a maispara os nossos seminaristas”,completou Pe. Pedro.

PastoralCarcerária

avalia CF-2009Lideranças do Estadoestarão reunidas emMafra para avaliar a

caminhada deste ano eplanejar próximos passos

Lideranças da PastoralCarcerária no Regional Sul IVestarão reunidas nos dias 11 a13 de setembro, em Mafra, no“Centro de Formação São Lou-renço”, para participar do seu17° Encontro Estadual. O even-to terá como temas “O Femininono Cárcere”, “Trabalho do preso",o “Projeto Defensoria Pública emSanta Catarina” e “Lectio divina:presos na Bíblia”, e contarãocom a assessoria de Heidi AnCerneka, da Pastoral CarceráriaNacional, o Padre Zanella, deChapecó, a Dra Maria Ap Caovillada Unochapeco e do Pe. Ney Bra-sil, coordenador da Pastoral naArquidiocese de Florianópolis.

Na oportunidade os agentesda Pastoral que atuam no Esta-do estarão avaliando os traba-lhos realizados a partir da Cam-panha da Fraternidade 2009,com o tema “Fraternidade e Se-

gurança Pública”, que abordoua problemática presente no atu-al modelo de Segurança Pública.

Durante o encontro, as lide-ranças da Pastoral das 10dioceses do Regional partilharãobreves relatórios apontando ale-grias e tristezas na CF 2009 nasua região, além das atividades,desafios e conquistas do ano de2009. Eles também apresenta-rão os trabalhos manuais reali-zados pelos encarcerados.

Coordenará o Encontro o Pe.

Célio Ribeiro, da diocese deBlumenau, que desde fins do anopassado assumiu a coordenaçãoda Pastoral Carcerária no Regio-nal. Além do Pe. Ney, a Arquidio-cese de Florianópolis estará re-presentada por lideranças daPastoral Carcerária que atuamnos presídios de São Pedro deAlcântara, Itajaí, Tijucas, Balneá-rio Camboriú, Biguaçu, Brusquee Florianópolis.

A Casa de Retiros PadreDehon, em Brusque, nos dias 14a 16 de agosto, sediou o encon-tro de espiritualidade e de forma-ção para secretárias paroquiaise funcionárias das casas paroqui-ais. Esta é a primeira vez que oencontro de espiritualidade é re-alizado, e a primeira vez que asfuncionárias das casas paroqui-ais participam.

O evento reuniu 84 pessoas,64 secretárias e 20 funcionáriasde casas paroquiais, de 60 paró-quias da Arquidiocese. Duranteos três dias, elas tiveram forma-ção específica sobre suas áreas,participaram de celebração emomentos de espiri-tualidade.

O encontro teve início na noi-te de sexta-feira, com dinâmicasde entrosamento. No sábado,pela manhã, nosso arcebispoDom Murilo conduziu aespiritualidade falando sobre o

Espiritualidade e formação para as atendentes paroquiaisSecretárias e funcionárias das casas paroquiais participaram de encontro arquidiocesano

Documento de Aparecida. À tar-de, elas receberam formação ge-ral, sobre o atendimento na casae atendimento na secretaria.

No domingo, as participantes

foram divididas em duas turmas.As secretárias tiveram formaçãosobre o Sistema de GestãoCanônico Pastoral - CGCP, compos-to por softwares que concentrarão

todas as informações econômicase pastorais para a Cúria e as paró-quias e proporcionam a integraçãoda Arquidiocese. O curso foi minis-trado por um técnico da empresaque desenvolveu o sistema.

Já as funcionárias das casasparoquiais receberam formaçãode uma nutricionista. Foi a primei-ra vez que elas estiveram reuni-das. “É importante que elas te-nham formação específica paramelhor preparar os alimentos”,disse Pe. Adão Carlos Marcelino,coordenador do encontro.

Segundo ele, o encontro étambém importante para promo-ver a integração, troca de infor-mações e experiências. “Muitasdelas só se conhecem por telefo-ne. Esse momento é importantepara que se conheçam melhor etenham alguns momentos delazer fora do ambiente de traba-lho”, acrescentou.

No total, 84 secretárias(os) e funcionárias de casas paroquiais participaramdo primeiro encontro de espiritualidade oferecido a esses colaboradores

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Salmo 31(20): Pai, em Tuas mãos!

6 Bíblia Setembro 2009 Jornal da Arquidiocese

Para refletir:

Típico salmo de súplica, reza-do por Jesus na sua paixão, se-gundo nos informa o evangelistaLucas. De fato, o texto do v. 6 foia última prece do Senhor na cruz.É sabido como essas últimas pa-lavras são diversificadas, nosquatro evange-listas. Assim, Mar-cos e Mateus registram, como umbrado do Senhor, e até na línguaoriginal, o início do Sl 22 (21):Meu Deus, meu Deus, por que meabandonaste? Já Lucas registratrês últimas palavras. A primeira,de perdão: Pai, perdoai-lhes! Elesnão sabem o que fazem! (Lc23,34) A segunda, também deperdão, dirigida a um dos com-panheiros de suplício: Hoje mes-mo estarás comigo no paraíso.(Lc 23,43) Finalmente, a tercei-ra, é a prece de confiança e obe-diência perfeitas: Pai, em tuasmãos entrego o meu espírito (Lc23,46). O conteúdo desta prece,já foi dito, é uma citação do v. 6deste salmo. Só que com umagrande novidade. O salmista in-voca a Deus com seu nome ofici-al, YHWH, Adonay, “Senhor”, en-quanto Jesus, segundo seu cos-tume e ensinamento pessoal, ochama de “Pai”.

O salmo é relativamente lon-go, e poderia ser dividido emduas partes, se levarmos emconta que os vv. 8-9, de ação degraças, correspondem às súpli-cas dos vv. 2-7; da mesma for-ma, os vv. 20-25, de agradeci-mento, correspondem aos pedi-dos dos vv. 10-19.

Em ti, Senhor,me refugio!

2. Em ti, Senhor, me refu-gio: / jamais eu fique desiludi-do, / Salva-me por tua justiça!

3. Inclina para mim teu ou-vido, / vem depressa livrar-me./ Sê para mim um rochedo queme abrigue, / refúgio seguro,para a minha salvação.

4. Pois tu és minha rocha emeu baluarte, / pelo teu nomeme diriges e me guias.

5. Livra-me do laço que mearmaram, / pois tu és a minhaforça.

Nestes cinco versículos inici-ais concentram-se os pedidosurgentes do salmista, que se en-contra numa situação aflitiva,cujos detalhes ele vai descreverna segunda parte. Por enquanto,fala apenas do laço que me ar-maram (v. 5), indício de um con-flito, um perigo. Invocando a “jus-tiça” de Deus, aqui consideradano seu aspecto de justiça

salvadora, ele multiplica os pedi-dos: “salva-me”, “inclina teu ou-vido”, “vem depressa”, “sê paramim”, “livra-me”... Pois Deus épara o orante “rochedo”, “refú-gio”, “rocha”, “baluarte”, “força”,dirigindo-o e guiando-o “pelo seunome”, o nome dAquele que liber-ta e salva, como no Êxodo.

Nas tuas mãos6. Nas tuas mãos entrego

o meu espírito, / tu me resga-tas, Deus fiel!

7. Odeias os que seguemídolos vãos: / quanto a mim, éno Senhor que espero.

Após a urgência dos pedidosiniciais, segue agora a certeza deque Deus não vai abandoná-lo,pois o salmista não é como osque seguem ídolos vãos (v. 7).Pelo contrário, “esperando noSenhor”, que é “fiel”, sabe queserá “resgatado”. Por isso mes-mo, recupera a calma, “entregan-do-se nas mãos” divinas, confian-do que o perigo passará. Outro éo sentido que Jesus dará a essa“entrega nas mãos” do Pai: nãopara que o livrasse da morte, mascom a certeza da ressurreição.

Em lugar seguro8. Possa eu alegrar-me e

exultar pela tua bondade / porteres olhado / para minha mi-séria / e acudido às angústiasde minha alma.

9. Não me entregaste nasmãos do inimigo / mas colocas-te meus pés em lugar seguro.

Tendo entregue seu espírito“nas mãos” divinas, o salmista já

expressa o seu júbilo porqueDeus, na sua “bondade” (hebr.hesed, “amor”, “misericórdia”),não o entregou “nas mãos do ini-migo”. De que “inimigo” se trata?Do “Inimigo” com maiúscula? Ofato é que o orante, livre das “an-gústias”, sente-se agora “em lu-gar seguro”.

Angústia e desprezo10. Piedade de mim, Se-

nhor, pois estou angustiado, /definham de tristeza / meusolhos, o corpo e a alma.

11. Pois minha vida se con-some entre aflições / e meusanos entre gemidos; / decaiupela miséria minha força, /meus ossos se consomem.

12. De meus adversáriosme tornei o opróbrio, / alvo dezombaria para os vizinhos, /de terror para meus conheci-dos: / quem me vê pela ruafoge de mim.

13. Caí no esquecimentocomo um morto, sem vida: / nãosou mais que uma coisa inútil.

14. Pois ouvi, dominadopelo terror, / o falar perversode muitos: / reuniram-se con-tra mim, / tramaram para aca-bar com minha vida.

De repente, como se fosse umnovo salmo, o orante descreve aDeus pormenorizadamente o quesentira ou está sentindo. À seme-lhança de Jó (ver o livro), ele defi-nha fisicamente (v. 10), geme, seconsome, é escarnecido pelosadversários e também pelos vizi-nhos (v. 12), “quem o vê pela ruasai fugindo” (v. 12b), é “como um

que O temem” (v. 20). Exalta ocarinho com que Deus os abrigano segredo da sua face, e os ocul-ta como numa tenda, protegen-do-os das intrigas e da maledi-cência (v. 21). Enfim, bendiz oSenhor por seu amor maravilho-so, acolhendo o orante comonuma cidade fortificada, que ini-migo algum pode tomar (v.22).

Coragem e firmeza24. Amai o Senhor, vós to-

dos, seus fiéis! / O Senhor de-fende os que lhe são leais, /mas trata com rigor os queagem com soberba.

25. Tende coragem e umcoração firme, / vós todos queesperais no Senhor.

O salmo termina com umaexortação a todos os que são “fi-éis” e “leais” ao Senhor, isto é, àsua Aliança, reafirmando-lhes oprimeiro mandamento (v. 24).Onde estavam eles, quando osalmista sentia-se abandonado ederrotado? Escondidos, omis-sos? Após ainda uma advertên-cia aos autossufi-cientes, porqueo Senhor “trata com rigor os so-berbos” (v. 24b), o orante concluicom uma palavra de estímulo:“Tende coragem e um coração fir-me”. Encontramos exortação se-melhante na despedida deMoisés ao seu povo: “Sede fortese corajosos” (Dt 31,6), ou na deMatatias, pai dos Maca-beus, aseus filhos: “Sede fortes e agi va-lentemente segundo a Lei” (1Mc2,64). Também Paulo, na conclu-são da sua primeira carta aoscoríntios: “Per-manecei firmes nafé, sede corajosos, sede fortes, eo vosso proceder seja todo inspi-rado no amor” (1Cor 16,13).

Pe. Ney Brasil PereiraProfessor de Exegese Bíblica no ITESC

email: [email protected]

Faça como Zenildo Gonçalves, de Ingleses, Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese,responda as questões dest a página e p articipe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTESACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua EstevesJúnior, 447 - Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: [email protected]

morto”, “uma coisa inútil” (v. 13),descartável... e, apesar de tudo,ainda “tramam para acabar comminha vida” (v.14b)

Em ti espero, Senhor15. Mas em ti espero, Se-

nhor, / repito: tu és o meu Deus.16. Em tua mão está o meu

destino; / livra-me dos inimi-gos e dos que me perseguem.

17. Mostra a teu servo a tuaface, / salva-me, por teu amor.

18. Senhor, que eu não sejaconfundido depois de te invo-car; / confundidos sejam osímpios, e se calem no abismo.

19. Emudeçam as bocasmentirosas, / que falam con-tra o justo / com insolência, so-berba e desprezo.

Após a descrição angustia-da, novamente sucedem-se ospedidos, um após o outro, comonos vv. 2-5. Antes, apesar detudo, a reafirmação da confian-ça, porque “tu és o meu Deus”e “em tua mão está o meu des-tino” (vv. 15-16). “Destino”, lite-ralmente, “sorte”: não num sen-tido fatalista, mas, com todo omistério que isso implica, resul-tado da ação de Deus e da res-ponsabilidade humana. No v.19 o orante se qualifica como“justo”, sinal de que considera“injustos” os seus caluniadores,a respeito dos quais pede queeles “emudeçam” e enfim, mor-tos, se calem (v. 18)

Amor maravilhoso20. Como é grande a tua

bondade, / que reservastepara os que te temem / e quedemonstras para os que em tibuscam refúgio, / diante dosfilhos dos homens.

21. Tu os escondes no se-gredo da tua face, / longe dasintrigas humanas, / tu os ocul-tas como numa tenda, / longedas línguas maldosas.

22. Bendito seja o Senhor!/ Ele mostrou seu amor mara-vilhoso para comigo, / numacidade fortificada.

23. Na minha prostraçãoeu dizia: “Fui expulso da tuapresença!” / Mas ouviste a vozda minha súplica, / quandoclamei a ti.

Agora, sentindo-se reanimadoe confortado, depois de ter pas-sado pela dura experiência desentir-se “expulso da presençadivina” (v. 23), o salmista se der-rama em agradecimentos.Enaltece a “grandeza da bonda-de de Deus”, “reservada para os

1) Como Jesus rezou as pala-vras do v. 6 deste salmo?Santo Estevão tambémnelas se inspirou, dirigindo-se a quem? (cf At 7,59)

2) De que maneira o salmistadescreve sua situação,nos vv. 10-14?

3) Que significa, no v. 16, o“destino”? como entendero nosso "destino"?

4) Feita a experiência da re-cuperação, como o salmis-ta descreve o “amor ma-ravilhoso” de Deus?

5) Onde estavam os "fiéis" doSenhor, na solidão e sofri-mento do orante?

Conhecendo o livro dos Salmos (19)Conhecendo o livro dos Salmos (19)Conhecendo o livro dos Salmos (19)Conhecendo o livro dos Salmos (19)Conhecendo o livro dos Salmos (19)

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Jornal da Arquidiocese Setembro 2009

7Juventude

Dia Nacional da Juventude 2009Há mais de 20 anos a CNBB

nacional motiva a realização eparticipação dos jovens católicosneste grande evento. O Dia Naci-onal da Juventude (DNJ) 2009,seguindo o tema da Campanhada Fraternidade, terá como tema“Contra o extermínio da juventu-de” e lema: “Juventude em mar-cha contra a violência”.

A equipe de organização doDNJ está preparando varias novi-dades e atrações especiais nesteano. Segundo o secretario da pas-toral da juventude, “Será um mo-mento de oração, reflexão, parti-lha de experiências, debates, di-versão, musica, esporte, cultura earte”. Com certeza, os jovens queparticiparão, terão um dia cheiode atrações e atividades.

Neste ano também está se in-

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vestindo na tecnologia do evento.Serão várias ferramentasque transformarão o even-to mais digital e próximoda juventude. Desde o co-meço do DNJ haverá co-bertura ao vivo através dotwitter, com fotos e vídeo.

A organização tam-bém está preparandouma atração especialque será surpresa até odia do evento. Pode-seadiantar que se trata deum esporte radical que

Nos dias 18 e 19 de Julho de2009, foi realizada a GincanaParoquial de Jovens na ParóquiaImaculada Conceição da Lagoa.O evento reuniu 61 jovens dividi-

Juventude em açãoJuventude em açãoJuventude em açãoJuventude em açãoJuventude em ação

O maior encontro de jovens católicos, grupos de jovens e crismandos realizado na Arquidiocese

Batendo um papo sobre...Batendo um papo sobre...Batendo um papo sobre...Batendo um papo sobre...Batendo um papo sobre...

Queridos Jovens da Pasto-ral da Juventude,

Mando para toda essa triboapostólica, que é a Pastoral daJuventude de Florianópolis, umforte abraço de comunhão, decompromisso, de esperança.Como corresponde a um velho,mando também uns conselhosque vocês não necessitam tal-vez...

Estamos dentro desta espé-cie de ano jubilar que nos trou-xe Aparecida e bem recente-mente o XII Intereclesial dasCEBs. Há algumas palavrasmaiores que definem nossaespiritualidade, nossa vida:

� Coerência, que é a ver-dade vivida. Que é testemunhode credibilidade. Que é contes-tação a um certo cristianismode atos dispersos e mais oumenos superficiais, quandodeveria ser a totalidade e a con-tinuidade da própria vida. Nafamília, no trabalho, na Igreja,na sociedade, no lazer, no na-moro...

� Conscientização: críticae autocrítica, a partir de umafé adulta e co-responsável. Aleitura, o estudo, a meditação,sobretudo na fase da juventu-de, devem ser intensos e quo-tidianos.

� Comunidade. A comuni-tariedade em tudo e sempre.

Espiritualidade da JuventudeA comunidade eclesial e a co-munidade social, polít icatambém. Frente a tanta polí-tica corrupta, a juventudedeve gritar um BASTA e assu-mir a vocação política comoa "alta expressão do amorfraterno coletivo", no dizer dopapa Paulo VI.

� Paixão por Jesus Cristo.No seu seguimento, sendo tes-temunhas e missionários emissionárias da causa do Paide Jesus, que é o Reino.

� Na autêntica profeciaevangélica, que é denúncia,anúncio, compaixão, acolhida,Na opção pelos pobres, na ci-vilização da austeridade contrao consumismo, contra o capi-talismo neoliberal, contra amercantilização da vida huma-na. Numa vivência e numa pas-toral e numa política de ecolo-gia integral.

� Na caridade fraterna pú-blica, social, política, que hojetem a solidariedade como ver-são urgente e mundial.

Para toda essa juventudecatarinense um abraço fortemesmo na Paz subversiva doEvangelho. Quem falou emmedo, havendo Páscoa?

Dom Pedro CasaldáligaBispo Emérito da Prelazia de

São Félix do Araguaia

os jovens poderão praticar.A música também terá gran-

de destaque. Serão três bandascatólicas (Conversão Continua,AUJ e Sopro de Vida) e a partici-pação especial do Gazu da Ban-da Dazaranha.

Os grupos de jovens e as tur-mas de Crisma já podem começara organizar os ônibus para partici-par do Dia Nacional da Juventude.Será no dia 25 de outubro de2009, no Colégio Catarinense(Centro de Florianópolis), a partirdas 8 horas da manhã.

Gincana da Lagoados em quatro equipes: Anjos daFé, BOCRI (Batalhão de Opera-ções de Cristo), Guerreiros doApocalipse e Jovens de Deus.

Dentre as provas desenvolvi-

das, as que mais chamaram aatenção, pelo excelente desempe-nho das equipes, foram: “catandopra Jesus”, na qual as equipes de-veriam criar uma música inédita ouuma paródia de uma música co-nhecida (destaque para Anjos daFé e BOCRI); “Nossas Raízes”, naqual deveria se procurar o casalmais idoso de nossa comunidade(destaque para Jovens de Deus,que encontrou uma senhora nas-cida em 1904); e “Show livre”. Tam-bém deve-se dar destaque à gran-de arrecadação de alimentos.

O Coordenador da Pastoral daJuventude da Paróquia ImaculadaConceição da Lagoa, AndersonSilveira da Cunha, avaliou que “in-dependentemente de quem tenhasido o campeão, todos os jovensestão de parabéns, pois ajudarama arrecadar 15 cestas básicas aserem doadas a entidades caren-tes de Florianópolis”.Jovens mostram alimentos arrecadados em uma das atividades da gincana

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Na foto acima, jovens realizam a celebração do DNJ de 2008. Na fotoabaixo, participantes encenam as tentações que afastam os jovens de Deus

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Santuário de Santa Paulina

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Inaugurado em janeiro de 2006, após 25 meses de trabalho, o Santuá-rio tem 6,9 mil metros quadrados e abriga três pessoas sentadas

A comunidade de Vígolo, emNova Trento, há mais tempo temrecebido a visita de peregrinosbuscando conhecer a terra ondeviveu "Madre" Paulina e apelan-do para sua intercessão.

O local passou a recebermais visitas a partir de 1991,quando em 18 de outubro oPapa João Paulo II presidiu emFlorianópolis a celebração desua beatificação. Novo e maiorimpulso ocorreu a par tir de2002, quando em 19 de maioela foi canonizada em Roma,pelo mesmo Papa, tornando-se aprimeira Santa no Brasil. Final-mente, o terceiro grande impulsoveio com a inauguração do novoSantuário, em janeiro de 2006.

Por semana, fora da tempora-da, o Santuário chega a recebercinco mil pessoas. Durante o ve-rão, esse número triplica. São pes-

soas de todo o Brasil, da Américae da Europa. Durante a semanavêm grupos ou associações bem

Cerca de 30 mil pessoas visitam o santuário por mês. A preocupação é bem atendê-los

organizados e informados, namaioria da terceira idade.

Nos fins de semana, são fa-mílias, jovens e crianças. Vêm embusca de uma graça ou para pa-gar promessa. “As pessoas bus-cam o Santuário por ser um localde paz e tranqüilidade, envolto nanatureza. Isso as ajuda a sair doestresse do dia-a-dia”, disse IrmãEgnalda Rocha, uma das respon-sáveis pela acolhida.

Atendimentoao público

Durante a semana, de terçaa sábado, são duas celebraçõesdiárias, às 11h e às 15h. Nosdomingos, as missas são realiza-das a cada duas horas, a partirdas 8h e até às 16h. As confis-sões estão abertas de terça adomingo.

Todo o trabalho é realizadopor dois padres, 14 Irmãzinhas e70 colaboradores. Uma equipesuficiente para manter a estrutu-ra. Em épocas festivas ou perío-dos de maior afluência, a equipepode ser reforçada. Quando pre-ciso, a paróquia de Nova Trentodisponibiliza mais padres para oatendimento.

Imigrante italiana radicadano Brasil desde os nove anos deidade, Santa Paulina adotou oBrasil como sua pátria e os bra-sileiros como irmãos... Nascidano dia 16 de dezembro de 1865,em Vígolo Vattaro, Trento, norteda Itália recebeu o nome de Amá-bile Lucia Visintainer. Imigroupara o Brasil com 9 anos de ida-de, juntamente com seus pais eirmãos e outras famílias da re-gião Trentina, no ano de 1875.Desde pequena começou a aju-dar nas atividades da Igreja.

Aos 12 de julho de 1890, comuma amiga, Virginia Rosa Nico-lodi, deu início à Congregação dasIrmãzinhas da Imacu-lada Concei-ção, cuidando de Angela Viviani,

Uma Santa parao nosso tempo

doente terminal de câncer. Novascompanheiras foram vindo e aobra foi crescendo.

Rumo ao desconhecidoEm 1903, deixou Nova Trento

para cuidar dos ex-escravos ido-sos e crianças órfãs, no bairroIpiranga, em São Paulo. Recebeuapoio do Pe. Luiz Maria Rossi eajuda de Benfeitores. Em 1909foi destituída do cargo de Superi-ora, mas continuou o seu traba-lho, enquanto a Congregaçãocrescia. Aos 77 anos, no dia 9 dejulho de 1942, faleceu na CasaGeral em São Paulo, com famade santidade, logo reconhecidapela Igreja com a beatificação em1991 e a canonização em 2002.

Setembro 2009 Jornal da Arquidiocese8 Paróquia

Irmã Lígia Ana Mora, 76 anos,está no Santuário desde 1989.Saiu apenas por um curto perío-do de tempo para um trabalhomissionário na África. É uma dasmais antigas e acompanhou todaa evolução que o local teve nosúltimos 20 anos. “No início, nãohavia quase nada. Mas já recebí-amos peregrinos e pro-curávamos dar toda aacolhida a eles”, disse.

Ela estava lá, em2002, quando MadrePaulina foi canoniza-da. “Ficamos aqui amadrugada inteira,atendendo os peregri-nos que assistiram àcanonização emRoma através detelões”, lembra.

Ainda hoje, apesarda idade, se desdobrapara organizar os lo-

Dedicação à obracais e auxiliar na limpeza e naornamentação. “Faço de tudoum pouco, desde o banheiro atéo Altar”, brinca. Irmã Lígia nãoconheceu Santa Paulina emvida, mas usa em seu trabalhodiário uma frase dita pela santa:“Tornar Cristo conhecido por to-dos em todo o mundo”.

HistóriaHistóriaHistóriaHistóriaHistória

A construção de um Santuá-rio foi logo cogitada. Com a bea-tificação, o projeto começou aser colocado em prática. A bên-ção da pedra fundamental foirealizada em 1999, por DomEusébio Oscar Scheid, então ar-cebispo de Florianópolis. Váriosprojetos foram apresentados.Enfim, iniciada efetivamente aconstrução em outubro de 2003,já em 22 de janeiro de 2006 oSantuário foi solenemente inau-gurado, o que só foi possível gra-ças às generosas doações dosdevotos e peregrinos.

O Santuário conta com de6.900m² mil metros quadradosde área construída. A nave cen-tral comporta três mil pessoassentadas, e mais 100 na capelaSanta Paulina e outras 150 nacapela do Santíssimo. A obraconta ainda com uma rampa de

O Santuárioacesso, escadarias, banheiros econfessionários climatizados.

Há amplos estacionamentos,com espaços reservados paraônibus e carros menores. Há umrestaurante da Congregação,com capacidade de atender mi-lhares de fiéis, e outros restau-rantes à sua volta. Há, ainda, umpequeno shopping de comercia-lização de artigos religiosos.

O que visitar: O complexo doSantuário tem vários espaços devisitação: uma réplica do case-bre onde Santa Paulina cuidoude Angela Viviani; a Igrejaconstruída na época da Santa eque tem a imagem que ela aju-dou a adquirir; o marco lembran-do o local da casa de seus pais;obras, lembrando o centenárioda Congregação, a beatificaçãoe a canonização.

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GeralJornal da Arquidiocese Setembro 2009

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Hélio Luciano é o novo padre da ArquidioceseApós 19 anos, Catedral presencia uma ordenação presbiteral. Formação foi realizada na Espanha

Celebração realizada na noitedo dia 29 de agosto, na CatedralMetropolitana de Florianópolis,marcou a ordenação presbiteral dodiácono Hélio Tadeu Luciano de

Oliveira. Presidida pelo nosso arce-bispo Dom Murilo Krieger, a cele-bração teve início às 18h15, e con-tou com a presença de padres,diáconos, familiares e amigos deHélio. Esta é a primeira ordenaçãona Catedral após 19 anos, desdeque em 30/06/1990, Pe. VilmarAdelino Vicente foi aí ordenado.

Durante a solenidade, Pe.João Francisco Salm, que acom-panhou Hélio no discernimentode sua vocação quando era rei-tor do Seminário Convívio Emaús,deu o seu testemunho positivo.“Com base no seu testemunho ede outras pessoas, confirmo a or-denação, com a graça de Deus”,disse Dom Murilo.

Após o rito de ordenação,Hélio foi cumprimentado pelospadres e diáconos, em especialpelo Mons. Francisco de SalesBianchini, emocionado. Foi comMons. Bianchini que a vocação deHélio foi despertada quando eleparticipava do Movimento de Jo-vens Emaús.

Na sua homilia, Dom Murilo dis-se que a ordenação presbiteral deHélio é marcada pelo privilégio deser realizada no Ano Sacerdotal.“Sua ordenação, além de ser umagraça para você mesmo, para seusfamiliares, para seus amigos eamigas do Movimento de Emaús,e um dom que nossa Igreja Parti-cular recebe, sua ordenação é tam-bém uma graça para nós, sacer-dotes, que já recebemos essedom”, disse Dom Murilo.

Após a comunhão, Pe. Francis-co Wloch, pároco da Catedral, agra-deceu a Hélio por ter escolhido aCatedral para a sua ordenaçãopresbiteral. Depois, falou Pe. FlávioSampaio, representante do Seminá-rio Internacional de Bidassoa e daUniversidade de Navarra, onde Hé-lio realizou seus estudos. Ele leuuma mensagem de seus colegas doseminário. “Pedimos a Deus que teacompanhe em teu trabalho e a to-dos que desfrutarem dele”, disse.

Em seguida, o agora já ordena-do Pe. Hélio agradeceu a todos queo ajudaram tanto no discernimentoda vocação, quanto nos estudos.“Agradeço aos meus pais, quemesmo às vezes sem entender,aceitaram minha opção”, disse. Ele

fez um agradecimentoespecial a Mons. Bian-chini. “Obrigado pela aju-da que me deu e peloque representa em mi-nha vida”, acrescentou.

Mais fotos no site

www. arquifln.org.br/

galerias.

300 mil assina-turas em 30 dias

Após alcançar a marca de1 milhão de assinaturas, o pro-jeto “Campanha Ficha Limpa”

está promovendo um esforçoconjunto para coletar as últi-mas 300 mil assinaturas. Elassão necessárias para que oprojeto seja encaminhado aoCongresso Nacional como umProjeto de Lei de Iniciativa Po-pular (PL). O esforço, denomi-nado “300 em 30”,propõeuma ampla coleta de assina-turas que iniciou em 7 de agos-to e vai até 7 de setembro, emtodo o Brasil.

O Movimento de Combate àCorrupção Eleitoral (MCCE) estápromovendo mobilizações naexpectativa de finalizar a coletae encaminhar o Projeto de Lei àCâmara dos Deputados em se-tembro. Atualmente, o MCCEcontabiliza cerca de 1 milhão deassinaturas, coletadas em to-das as regiões do país.

Mais de 1% do eleitorado jáaderiu à campanha. Em todo opaís, as 42 entidades que com-põem o Comitê Nacional doMovimento, os mais de 280Comitês 9840, além de apoia-dores e voluntários, lutam paraatingir a meta de arrecadação.

A Campanha Ficha Limpafoi lançada em abril de 2008,na Assembléia Geral da CNBB,e desde então conta com umapoio crescente de diversossegmentos da sociedade queaderiram ao longo deste ano.O envolvimento da sociedadena “Campanha Ficha Limpa”se deve ao interesse em me-lhorar o cenário político e elei-toral do país.

A ficha para coleta de assi-naturas pode ser adquiridaacessando o site www.mcce.

org.br.

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Dom Murilo apresenta ao neo-sacerdote, Pe Hélio Luciano, o Cálice ea patena que o acompanharão durante sua vida presbiteral

Formado em Odontologia pelaUniversidade Federal de SantaCatarina, Hélio, de 29 anos, fezparte do Movimento JovemEmaús por cinco anos. O desper-tar para a vocação presbi-teralsurgiu durante o retiro de inicia-ção para o Movimento, quandocursava odontologia na Universi-dade Federal de Santa Catarina,curso concluído em 2002.

Mais tarde, procurou o Se-minário e por três anos recebeuacompanhamento vocacionalno Seminário Teológico Conví-vio Emaús. Enquanto participa-va de um retiro promovido pelo

movimento Opus Dei, foi convi-dado a estudar no SeminárioInternacional de Bidasoa, naEspanha. Em 2004 iniciou osestudos eclesiásticos na Uni-versidade de Navarra.

Após cinco anos, foi ordena-do diácono no dia 25 de abril,na Paróquia San Nicolás, emPamplona, Espanha. Enquantocursava filosofia e teologia, Hé-lio ainda realizou mestrado emBioética. Agora, deve retornarpara a Europa, onde nos próxi-mos anos concluirá o curso dedoutorado em Bioética, emRoma, Itália.

Padre odontólogo

Um celebração realizada no dia27 de setembro na Catedral SãoFrancisco de Paula, marcará a pos-se de Dom Jacinto Bergmann comoo novo bispo de Pelotas. Ele sucedea Dom Jayme Henrique Chemello,ex-presidente da CNBB, prestes acompletar 77 anos, de quem já foibispo-auxiliar.A celebração contarácom a presença de nosso arcebis-po Dom Murilo Krieger.

Dom Jacinto toma posse em PelotasDom Jacinto, 57, nasceu em Alto

Feliz (RS). Ele foi ordenado padre em1976. Em 2002 foi nomeado bis-po-auxiliar de Pelotas, lá permane-cendo por dois anos, trabalhandocom Dom Jayme. Em 2004, foitransferido para a Diocese de Tuba-rão, onde, entre outros trabalhos,empenhou-se pela beatificação deAlbertina Berkenbrock (2007). Ago-ra retorna às suas origens.

Emocionado, Mons.Bianchini impõe as mãossobre a cabeça doordenando HélioLuciano. Vocação foidespertada no Movi-mento de Jovens Emaús,do qual Mons. Bianchinifoi orientador espiritualpor muitos anos.

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10 ASA Setembro 2009 Jornal da Arquidiocese

Arquidiocese apoia iniciativas comunitáriasEntidades beneficiadas com os recursos da campanha da Enchente participaram de reunião de orientação

A partir das catástrofes queabateram nosso Estado em no-vembro e dezembro de 2008, mui-tas coisas precisam ser recons-truídas, muitas vidas precisam serretomadas. Com o apoio dado àsfamílias atingidas pelas chuvas apartir da campanha “Fui atingidopelas enchentes e me socorreste”centenas de pessoas atenderamao apelo do nosso Arcebispo DomMurilo, e fizeram doações em ali-mentos, roupas, móveis e dinhei-ro. As necessidades mais emer-genciais de muitas famílias foramatendidas. Agora é hora de aten-der as pessoas de forma mais de-talhada, de possibilitar que as pes-soas recuperem os seus vínculoscomunitários, por meio da inser-ção em projetos sociais. SegundoDom Murilo, as necessidades des-sas famílias são muitas, masestamos buscando formas deatendê-las sempre no espírito e nafinalidade da campanha.

Serão apoiadas oito paróquiascom projetos de Desenvolvimen-to Comunitário até o final do ano,

envolvendo as famílias atingidas,gerando trabalho e renda, cons-cientização ambiental, formaçãoe organização comunitária.

No dia 21 de agosto, na Paró-quia de Tijucas, houve a primeirareunião onde foram repassadas asorientações sobre esta nova etapada campanha, seus objetivos e es-

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Promovida pela ASA, oito entidades estiveram reunidas em Tijucas

tratégias. Nessa reunião houve umapartilha da proposta de cada proje-to, seus público, área de atuação ecomo serão desenvolvidos os traba-lhos. Nas próximas edições do Jor-nal da Arquidiocese apresentare-mos os trabalhos que cada projetoaprovado está desenvolvendo nascomunidades respectivas.

Vai acontecer ...Vai acontecer ...Vai acontecer ...Vai acontecer ...Vai acontecer ...

Participe. Mais informações com a Ação Social

Arquidiocesana (48) 3224 8776 ou [email protected]

Nova Trento é um municípiode colonização italiana, com pou-co mais de 11 mil habitantes. Atépoucos anos, uma populaçãopacata e que pouco crescia. Acanonização de Santa Paulina,sua filha mais ilustre, mudou arotina da cidade. Hoje recebe di-ariamente centenas de peregri-nos. Mas o impacto maior foi amudança da vocação agrícolapara a industrial.

São João Batista e Canelinha,municípios vizinhos, se tornaramimportantes pólos calçadistas etêxteis. Isso se refletiu em NovaTrento, que também passou aabrigar indústrias. Bom para os

... ensinar a pescar... ensinar a pescar... ensinar a pescar... ensinar a pescar... ensinar a pescar Nova Trento: Oportunidades aos empobrecidosAtravés dos recursos do FAS, a Ação Social gera trabalho e renda aos novos migrantes

moradores locais, que tiverammais oportunidade de emprego.Mas a oferta de emprego trouxepessoas de outras regiões doEstado, além de pessoas doParaná e do Rio Grande do Sul.

Assim como os primeiros imi-grantes italianos, que ocuparama localidade no final do século XIX,eles também vieram em busca demelhores condições de vida àssuas famílias. Eles formaram co-munidades dentro do municípiocom vários problemas, mas estãosendo acolhidos e são criadascondições de trabalho para eles.

São mais de 100 famílias emrisco social. A Ação Social

Neotrentina, braço social daParóquia São Virgílio, preo-cupada em dar condições aessas famílias, entrou comprojeto para receber os re-cursos do Fundo Arqui-diocesano de Solidariedade(FAS) e recebeu R$1.182,25. O dinheiro é paraa aquisição de duas máqui-nas de costura, tesouras eoutros utensílios de costu-ra. O objetivo é criar cursosde corte e costura, e quali-

ficar as pessoas empobrecidasda comunidade para trabalharnas indústrias.

Em princípio, os participantesvão trabalhar com as roupas quenão são doadas por não estaremem condições. Vão transformá-las em estopas e confeccionarcolchas de retalhos. Isso até quetenham aprendido a manusearadequadamente a máquina eaprendam a costurar. Depois, oprojeto ganhará um novo rumo.

Às duas máquinas adquiridaspelos recursos do FAS, juntou-seuma outra, doada pela paróquia.Elas serão instaladas em umasala cedida pela Prefeitura deNova Trento, com quem a AçãoSocial mantém várias parcerias.A sala está em reforma, mas oprojeto será colocado em práticaem meados deste mês.

Promoção HumanaAlém de corte e costura, a

Ação Social Neotrentina promo-ve vários outros cursos. Iniciouhá três meses os cursos de tri-cô, crochê, remendos, pinturaem tecido e confecção de sabãocom óleo de cozinha. São mais

de 50 mulheres que participamdos cursos. Antes, o trabalhoestava mais concentrado noatendimento emer-gencial. Ago-ra está focado na geração de tra-balho e renda.

Mas a Ação Social ainda rea-liza outros trabalhos de auxílioaos necessitados. Ela doa mó-veis, roupas, passagens de ôni-bus e, em casos de extrema ne-cessidade, cestas básicas, doa-ções da comunidade. Todas as

pessoas que batem às portas daparóquia são cadastradas e éverificada a sua situação.

“Nosso objetivo não é oassistencialismo, mas a promo-ção humana e formação da cida-dania”, disse Eunice Cadorin Bit-tencourt, coordenadora da AçãoSocial Neotrentina. Ela, sobrinhaneta de Santa Paulina, se empe-nha em repassar aos novosmigrantes um pouco daquilo queseus antepassados nos legaram.

Há três meses iniciaram-se cursos de artes manuais com 50 participantes

Divulgação/JA

Com os recursos do FAS, foram adqui-ridas duas máquinas de costura. AParóquia contribuiu com mais uma.

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A “Oficina” acontecerá nodia 15 de setembro, terça-fei-ra, na Paróquia de Biguaçu, apartir das 8:30 até às 17:30.Na oportunidade serão abor-dados temas relacionados àelaboração de projetos, for-

Oficina de Sustentabilidadee Captação de Recursos

mas de captação de recursos,entidades financiadoras, entreoutros. A oficina é destinadapara as lideranças das açõessociais paroquiais e outras li-deranças das paróquias inte-ressadas no tema.

Será realizado no dia 24de setembro, quinta-feira, das14 às 17h30min, uma forma-ção sobre a Política de Assis-tência Social, destinada es-pecialmente para os párocos

Formação para o Cleroe vigários paroquiais. A for-mação contará com a asses-soria da Profª Dra. Dalila Ma-ria Pedrini, ex-presidente doConselho Nacional de Assis-tência Social.

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Jornal da Arquidiocese Setembro 2009

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Neste mês, é importante fo-calizar esta pergunta: Qual é aimportância da Palavra de Deusem nossa vida de animadores eanimadoras, na caminhada dosGrupos Bíblicos em Família? Porisso, como “Igreja nas casas”, anossa tarefa deste mês de setem-bro é, mais do que nunca, tornara Palavra de Deus ainda mais co-nhecida, acolhida e vividacomo fonte de liberdade e alegria.

A Palavra de Deus não se re-duz à Bíblia, mas é nessa “cole-ção de livros sagrados” que a en-contramos de modo especial. APalavra é a revelação da vontadede Deus à humanidade. “TodaEscritura é inspirada por Deus eútil para ensinar, para argumen-tar, para corrigir, para educar con-forme a justiça; assim, a pessoa

Mês dedicado à Palavra de Deus

Grupo Bíblico em Família se reúne para o seu encontro semanal: aPalavra de Deus está sempre no centro dos encontros

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lgaçã

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GBF

Nesta edição, os Grupos Bíblicos em Família dedicam sua página a refletir sobre a Bíbliaque é de Deus estará capacitadapara toda boa obra” (2Tm 3,16-17). É a voz viva de Deus que res-soou no passado, na história doantigo povo de Israel, e continuaa ressoar hoje na nossa história,pela transmissão do nosso anún-cio e de nosso testemunho.

Hoje podemos fazer a experi-ência do encontro pessoal com oSenhor, morto e ressuscitado, pormeio de sua Palavra: ela continuaa ecoar em nosso coração, emnossa vida, na vida da Igreja e nomundo atual. Fazemos votos queos animadores e animadoras etodos os membros dos GBF sesirvam destes subsídios para sesentirem animados e fortalecidosno empenho de consolidar e mul-tiplicar os pequenos grupos emsuas comunidades.

A Bíblia emnossa casa!O terceiro milênio já vai com-

pletando a sua primeira década.Esse é um bom motivo para re-fletir nossa caminhada de GruposBíblicos nas famílias. “Havia umpote rachado. Pela rachadura ver-tia a água que nele era colocada.Todos os dias, seu dono colocavanuma vara, sobre os ombros, doispotes: um à direita e outro à esquer-da, e levava para seu patrão. En-vergonhado, o dono dos potes dis-se ao seu patrão: - Todos os diaschego com um dos potes pela me-tade... Apesar do meu esforço emcaminhar mais rápido, estou lhedando prejuízo!

O patrão lhe disse: - Eu sei quevocê tem um problema e perdeparte da água todos os dias. Mas,olhe para a margem esquerda daestrada. Ela não está cheia de flo-res belas e coloridas? Veja a mar-gem da direita, ela não tem flores.O que você acha disso?"

Essa história de Pe. FerdinandoMancilio, publicada na revista deAparecida, nos convida a uma re-flexão sobre nossa trajetória dosGBFs: A partilha da palavra é comoa água que escorria pela rachadu-ra do pote, fez a vida surgir bela ecolorida. As portas das famílias quese abrem à visita de um GBF es-tão provando e conhecendo aconsequência dos pingos de águaviva que todas as terças-feiras jor-ram da palavra que faz brotar avida. É a partilha silenciosa, cala-da e humilde dos missionários emissionárias, anunciadores eanunciadoras da Boa Nova de Je-sus Cristo, que faz a vida surgir eflorir, mesmo diante da aridez docomodismo e dos falsos ídolos quese colocam à direita da estrada.

Por isso, se o seu Grupo Bíbliconão puder ser um mar, um rio, queseja como os pingos d'água que re-gam a flor da beira da estrada. Pin-gos d'água que se juntam, formamrios, formam mares! Que a cada vi-sita possamos deixar na família operfume das flores exalado da Pa-lavra que ali irá permanecer.

A Bíblia em nossa casa seja aforça, o caminho, a verdade e avida, no nosso cotidiano.

Colaboração: Gloria Maria Dal Castel

- Comarca de Itajaí

A Bíblia é uma das principaisfontes de trabalho dos Grupos Bí-blicos em Família. Uma outra fon-te é a Vida. Por meio de uma mai-or aproximação aos textos bíblicosnos seus encontros, os GBF iden-tificam características da sua vidacom as da vida do povo da Bíblia.É essa identificação que os ajudaa interpretar melhor a vida e a pro-curar respostas para os proble-mas que enfrentam. Como a Bí-blia, que aos poucos foi sendoescrita, os GBF também escrevempouco a pouco sua história nas co-munidades onde estão inseridos.

Na Bíblia encontramos regis-trada a revelação da ação deDeus na história da humanidade,e a missão que os seres huma-nos recebem de Deus. É tambémpara procurar conhecer melhor aDeus e a missão que d'Ele rece-bemos, que os GBF realizam seusencontros.

À semelhança da ação dosProfetas, que se tornaram a bocade Deus; no seguimento de JesusCristo, o Verbo de Deus encarna-do; e na imitação do discipuladodas primeiras comunidades cris-tãs, os GBF também afirmam quesó em Jesus Cristo, o Verbo en-carnado, encontramos “palavrasde vida eterna”. São essas “pala-vras de vida eterna” que os GBFprocuram conhecer e, conhecen-do melhor, amar e, amando, rea-lizar ações para efetivamente

“Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68b)A Bíblia e os Grupos Bíblicos em Família

praticá-la e anunciá-la aos queainda não a conhecem. Dessaforma, um encontro dos GruposBíblicos em Família é uma opor-tunidade para que a Palavra deDeus chegue a muitas pessoas,que muitas vezes não entendemnem compreendem a Vida Eter-na que Deus, por meio de Jesus,nos oferece gratuitamente. NosGBF é a Palavra de Deus sendoanunciada, acolhida, refletida,rezada e vivida pelo povo.

Bíblia e Vida. Deus e a Huma-nidade. Parceria que não se sepa-ra. Uma complementa a outra.Uma não tem sentido sem a outra.

A respeito das Escrituras, oumelhor, da Bíblia, são Pedro noslembra na sua segunda carta:“Deveis saber que nenhuma pro-fecia da Escritura é objeto de inter-pretação pessoal, pois jamais umaprofecia foi proferida por vontadehumana. Ao contrário, foi sob o im-pulso do Espírito Santo que pesso-

as humanas falaram da parte deDeus” (2 Pd 1,20-21). A Bíblia nosapresenta os ensinamentos paraviver como Deus nos pede. Umexemplo encontramos na sínteseque o próprio Jesus apresenta:“Amai-vos uns aos outros como euvos amei” (Jo 15,12), pois Deus éamor e fomos criados por amor epara o amor. Muitos outros ensi-namentos importantes encontram-se nos dez mandamentos (Ex 20 eDt 5), os quais oferecem o cami-

nho de vida plena parauma vivência harmoni-osa com Deus e com ahumanidade.

Na Bíblia encontra-mos também os argu-mentos que alicerçamnossas convicções eposições de fidelidadea Deus, pois é Elequem nos amou pri-meiro e por isso nosquer sempre junto dele:

“Quando Israel era criança, eu já oamava, e do Egito chamei o meufilho...Eu os enlacei com laços deamizade, eu os amarrei com cor-das de amor, fazia com eles comoquem pega uma criança ao colo ea traz até junto ao rosto. Para dar-lhes de comer, eu me abaixava atéeles” (Os 11,1.4).

Deus é justo e modelo de todajustiça: “Ele é o Rochedo! Perfeitaé sua obra, e justos todos os seuscaminhos! È o Deus fiel sem falsi-

dade! Ele é justo e reto” (Dt 32,4).Por isso, a Bíblia contém todas asorientações para que as pessoasse mantenham justas e tambémpara ajudar as que estão afasta-das do caminho da justiça, parase corrigirem e encontrarem a re-alização da vida plena: “Não de-turpes o direito, não faças discri-minação de pessoas, nem aceitessuborno, pois o suborno cega osolhos dos sábios e corrompe aspalavras dos justos. Segue estri-tamente a justiça, e assim viveráse possuirás a terra que o Senhorteu Deus te dá” ( Dt 16,19-20).Dessa forma, toda pessoa que éde Deus, que medita seusensinamentos, que procura co-nhecer e viver sua Palavra, queaceita Jesus Cristo como o Verbode Deus Encarnado, estará prepa-rada para toda boa obra e assimconseguirá a salvação pela fé noCristo Jesus. Este é o objetivo douso da Bíblia nos GBF: oferecer àspessoas o conhecimento da Pala-vra de Deus, que é Palavra de VidaEterna, “que tem o poder de co-municar a sabedoria que conduzà salvação” (2Tm 3,15b).

Enfim, como discípulos e discí-pulas de Jesus, queremos tambémdizer, como São Pedro: Só Tu tenspalavras de vida eterna (Jo 6,68).

Silvia TogneriMembro da equipe de revisão dos

livretos.

Para RefletirPara RefletirPara RefletirPara RefletirPara RefletirD

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Page 12: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 09/09

Guilherme Roer nasceu emWarendorf, Alemanha, em 1821,numa família de relojoeiros e joa-lheiros. Mais tarde seus pais mu-daram-se para Münster. Foi orde-nado presbítero em Hildesheim,em 1857. Querendo consagrar-seaos compatriotas emigrados, che-gou ao Brasil em 1860, sendo en-caminhado pelo bispo do Rio deJaneiro ao Pe. Carlos Boeger-shausen, recém chegado emJoinville.

Em 1860 dirige-se a VargemGrande, e fixa residência emTeresópolis, donde será Cura des-de seis de março de 1862 até1889. Mesmo com todo o traba-lho nessa grande e difícil região,em 1870 foi vigário encarregadode São Pedro Apóstolo de Gaspar,ofereceu atendimento pastoralaos colonos alemães deBlumenau de 1869 a 1872 e, de1872 a 1883, foi vigário encarre-gado de São Pedro de Alcântara.

A serviço dos imigrantesalemães de Teresópolis

Nos anos 1860-1863 chega-ram a Santa Catarina famílias deagricultores vestfalianos e foramassentados em Teresópolis e nasua extensa região serrana. Pos-teriormente 12 famílias muda-ram-se para Blumenau, no valefértil do Testo, onde construírama capela de São Ludgero e ali foivisitá-los o Pe. Roer.

A região de Teresópolis e deVargem Grande, como a de SãoPedro de Alcântara, não era deterra fértil. A chegada do Pe. Roer

Padre Guilherme Roer - Apóstolo e Fundador de Comunidadesanimou esses colonos espiri-tual e economicamente. Intro-duziu o Culto dominical dirigi-do por leigos, criando a tradi-ção dos Capelães que dirigiamo Culto, celebravam sepulta-mentos, organizavam o coral.Para garantia do bom atendi-mento, nomeava os melhoreshomens para a Diretoria dasigrejas. Procurou logo organi-zar escolas paroquiais cujosprofessores eram colonosmais instruídos.

Algumas visitas aos enfer-mos demandavam dias a ca-valo: nunca se omitia. Algumasvezes por anos visitava os co-lonos alemães de São Pedro eBiguaçu, numa viagem de 8 a 10horas a cavalo. Fadiga não eraargumento para omissão.

Colonizador dehorizontes largos

Em 1870, Pe Guilherme Roerfoi chamado a um doente no qua-se despovoado Braço do Norte,da paróquia de Tubarão, com doisdias de viagem pela mata, atra-vés de veredas. No regresso per-cebeu como aquela terra era fér-til. No primeiro encontro com oscolonos em Teresópolis falou-lhescom entusiasmo das terras quevira. Formou uma comissão de or-dem prática, para preparar umapossível migração dessa comuni-dade para o Braço do Norte. Soba direção de BernardoSchlikmann, um pequeno grupodirigiu-se àquela terra, retor-nando cheio de entusiasmo, qua-se reproduzindo a bíblica inspe-

ção dos judeus às portas deJericó. Houve muitas adesões.

Pe. Roer, prático e organiza-do, visitou Pe. Boegershausenem Joinville, de quem recebeu oconsentimento para a nova mi-gração e uma carta de recomen-dação dirigida às autoridades daProvíncia. Em seguida foi a Des-terro (Florianópolis) e obteve êxi-to junto aos Ministérios. A coloni-zação do Braço do Norte efetuou-se nos anos 1873-1875. O Go-verno provincial fez o traçado dasestradas principais, a construçãode pontes, a preparação dos cen-tros urbanos para igrejas, esco-las e medições de lotes.Os colo-nos, por sua vez, deveriam pro-curar nos mapas dos agrimenso-res sua futura propriedade.

No terreno de BernardoSchlickmann, sob uma frondosafigueira, foi erguido um altar, or-

namentado por Ana Füchter (mãedo Pe. Nicolau Gesing, primeiropadre de Braço do Norte). Pe.Roer, em meio ao júbilo de todos,celebrou a primeira Missa. Pediuque preservassem a fé, os costu-mes e a língua alemã. E que par-ticipassem do Culto dominical.

Duas vezes por ano Pe. Roerpassava algumas semanas comseus vestfalianos em Braço doNorte, garantindo que a fé conser-vasse a união dessas famíliaslançadas num ambiente promis-sor, e ainda difícil, um ambientetambém ocupado por índios, queenfrentaram os invasores: erampobres diante de pobres.

O zelo pastoral,o cansaço e a doença

Um colono observou que Pe.Roer passava a maior parte doano encima de uma sela de mon-taria. Viagens difíceis, com doen-ças, acidentes, para celebrar Mis-sas, confessar doentes, catequi-zar. Dores reumáticas e gota mi-navam o já enfraquecido corpo dovelho cura. Apesar disso, queriasempre levar os Sacramentos aosdoentes, mas já necessitava dedois homens cavalgando emapoio para evitar quedas.

Na última viagem a Braço doNorte, em 1887, a doença o pros-trou. Reunindo as últimas forças,ainda enfrentou três dias para a vi-agem de retorno a Teresópolis. En-tão persuadiu o amigo Ber-nardoSteen a escrever ao bispo deMünster, expondo a situação doscolonos católicos e pedindo um su-cessor. A carta, publicada no Jornal

Padre Guilherme Roer- em foto de 1880.

12 Artigos Setembro 2009 Jornal da Arquidiocese

Bíblia e Ecumenismo - A unidade em meio a conflitosA Bíblia manifesta-se como

caminho de importância funda-mental na busca da unidade dasigrejas. Na verdade, ela é umarealidade ecumênica em si mes-ma. Nela existem muitas tradi-ções entrelaçadas, grupos diver-sos de redatores com intençõesdiferentes, contextos político-re-ligiosos variados, maneiras origi-nais de expressar-se, mensagenscom pluralidade de sentidos...

Na multiplicidade de livros queformam a Bíblia encontramos umfio condutor, do começo ao fim: arevelação de Deus como Criadore Libertador. Fonte de toda a vida,Ele se revela extremamente amo-roso com todos os seus filhos efilhas. Busca incessantementereunir todos os povos como umasó família. Ele mesmo revela-secomo Deus Uno e Trino, em per-feita comunhão entre o Pai, Filhoe Espírito Santo.

A unidade, porém, não é ca-minho isento de dificuldades. ABíblia não esconde os numerososconflitos. Eles se dão no própriointerior do povo de Deus. As ins-tituições de poder deixam marcasprofundas que contradizem o pla-no de amor de Deus. Em nomede Deus, grupos se dividem edesencadeiam perseguições eguerras. Expressões religiosaspopulares foram desrespeitadase seus santuários destruídos pelaoficialidade. Milhares de pesso-as justas foram eliminadas...

No entanto, o sonho de ummundo justo e fraterno perpassanas entrelinhas da Bíblia. Movi-mentos diversos de resistência,em contextos históricos diferen-tes, brilham pela fidelidade à Ali-ança que Deus estabeleceu comos Pais e Mães na fé. Surgem osprofetas e as profetisas que, emnome de Deus, tomam partido

em favor das pessoas vítimas dossistemas de exclusão e morte.Surgem os sábios e as sábias quenum contexto de forte legalismopolítico-religioso, abrem cami-nhos alternativos para as pesso-as marginalizadas, dando-lhesvoz e vez. A motivação profundaque anima as pessoas justas éDeus, mas não é o mesmo deusdos poderosos.

A Bíblia nos revela a grande-za do amor de Deus, através daapresentação de Jesus Cristo queveio “para que todos tenham avida e a tenham em abundância”(Jo 10,10). Nele, de forma plena,constatamos o projeto de inclu-são à vida digna, gratuitamentedada por Deus, a todos.

Jesus, em total intimidade como Pai, conduzido pelo Espírito San-to, manteve-se no caminho da jus-tiça e do amor. Enfrentou conflitosde toda ordem até ser morto na

cruz. Seus seguidores e seguido-ras, organizados em comunidades,buscam viver segundo o modelo doMestre de Nazaré, na pluralidadede expressões. Localizadas emcontextos culturais diferentes, sen-tem-se unidas na fé em Jesus, oSalvador. As lideranças religiosasbuscam congregar os fiéis em Cris-to numa comunhão, buscando ad-ministrar os conflitos de modo aeliminar todas as divisões que, pormotivos diversos, aconteciam nascomunidades.

Os conflitos fazem parte dacaminhada ecumênica. Comoenfrentá-los? Pe. Elias Wolf, emseu livro “Caminhos do Ecume-nismo no Brasil”, página 205, es-creve: “É fundamental compreen-der como a Bíblia trabalha os con-flitos: a) colocando-os às claras,nas suas causas e conseqüênci-as, de modo que a unidade nãoadmite a negação das tensões, o

CCCCCentenárioentenárioentenárioentenárioentenário

EcumenismoEcumenismoEcumenismoEcumenismoEcumenismo

da diocese de Münster, teve resul-tado imediato: candida-tou-se o jo-vem padre Francisco Xavier Topp,que viajou para o Brasil em 1889.Foi o grande presente de Deus paraa Igreja catarinense, que por maisde 30 anos nele encontrará um ani-mador e organizador apostólico.

Pe. Topp não teve a graça deencontrar-se com seu anteces-sor. Em 1889, Pe. Guilherme Roerfoi internado no ao Hospital SãoFrancisco de Porto Alegre, rece-bendo as melhores atenções.Foiali que esse ardoroso apóstoloentregou a alma a Deus em oitode outubro de 1891, sendo se-pultado no Cemitério São José.

Os colonos de Teresópolis nãoo esqueceram. No Cemitério lo-cal foi-lhe erguido um monumen-to, onde se lê, em alemão:

“Em memória do 1º Vigário deTeresópolis, Pe. Guilherme Roer.

Nascido em Warendorf, Vest-fália, em 1821.

Morreu no Hospital São Fran-cisco de Porto Alegre,

Aos 8 de outubro de 1891.Sacrificou-se pela Salvação

das Almas de seus Paroquianos.”

Pe. José Artulino Besen

pejabesen.wordpress.com

Obs.: Leia-se um ótimo texto em:

Schätte, Estanislau, OFM. Pa-

dre Guilherme Roer - 1860/

1889. Revista Blumenau em

Cadernos, Tomo XLVIII, N.05-06

- maio/junho de 2007. Tradu-

ção de Pe. Dorvalino Koch, SCJ.

que incorreria num falso irenismo,uma unidade sem consistência; b)definindo qual é o real fundamen-to da unidade: o projeto de Deuse a vida humana; c) afirmandoqual é o lugar, o espaço e o hori-zonte teológico da unidade. No 'lu-gar' situam-se Deus, seus ensina-mentos, a vida humana - sobretu-do aquela sofrida e empobrecidainjustamente. O 'espaço' da uni-dade é ali onde Deus, seusensinamentos e a vida por Ele cri-ada são afirmados. O 'horizonte'da unidade é a verdade (o enten-dimento da vontade de Deus), acaridade (a vivência do amor dejustiça) e o serviço (a verdade e acaridade a serviço dos excluídos)".

Celso LoraschiProfessor no ITESC e Coordenador

da Comissão Arquidiocesana para

o Ecumenismo e o Diálogo Inter-

Religioso - CADEIR

Divu

lga

ção

/JA

Page 13: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 09/09

Jornal da Arquidiocese Setembro 2009

13Missão

“Parti contente, confiante e de-cidido para a missão além frontei-ras, no outro lado do Oceano. Es-tou aqui de passagem para logoretornar, com a mesma disposição,ao trabalho na Guiné-Bissau, pormais dois anos. Depois… vere-mos”, disse Pe. Lúcio.

VOCAÇÃOA vocação, intuída no seminá-

rio, em 1964 e despertada no VºCongresso Missionário Latino-Americano, em Belo Horizonte,em 1995, deslanchou-se no finaldo ano 2005 com a oportunida-de que o PIME (Pontifício Institu-to das Missões Exteriores) nosdava, de que um Padre diocesanose associasse ao Instituto. Era ocaminho mais viável para que noslançássemos logo à missão.

CHEGADA ÀGUINÉ-BISSAU

Logo pensei em mergulhar den-tro da comunidade, como aconte-cia com os missionários de tempospassados, partilhando o dia a diacom as pessoas. Mas o que acon-tece é bem diferente, pois logo agente se preocupa em construiruma base para o trabalho, organi-zar um esquema de atividades e,nessa preocupação, fica-se umpouco distante da comunidade ea sonhada inserção na realidadedo povo fica prejudicada.

Também a língua crioula, mes-mo que parecida com a portugue-sa, é de difícil aprendizado e deveser aprendida bem para sermosentendidos pelo povo. A própriasituação de pobreza e fome nosconsome diariamente. Bom, semdúvida, é o fato de começar a co-nhecer outro povo e iniciar um pro-cesso de comunhão, de maneiraa sentir-se um com ele.

Outro aspecto interessante éa possibilidade que tive de encon-trar-me mais frente a frente co-migo mesmo, perceber com maisclareza a presença e a ação deDeus no meu dia a dia.

O missionário é aquele que par-tilha e transborda do que tem. Dia-riamente somos muito procuradospara o atendimento social em ques-tões de alimento, saúde, água eescola. No entanto, nessa situaçãode pobreza, corre-se também o pe-rigo de segurar sempre algo maispara si próprio, mantendo-se, des-sa forma, distante das pessoas. Daía dificuldade e a quase a impossi-

bilidade de uma total inserção deum ocidental na crua realidade dospaíses mais pobres do mundo.

DESENVOLVIMENTODA MISSÃO

Foi muito importante, para mim,realizar essa experiência missioná-ria como associado ao PIME. Comos padres desse Instituto participode uma experiência missionáriacentenária, e isso me ajuda a en-trar mais facilmente na realidadelocal. Logo que cheguei, senti-me jáinserido nas reflexões e problemá-ticas das missões vividas pelos Pa-dres do PIME. Isso me deu seguran-ça, conhecimento e apoio para o tra-balho. Nesses três anos trabalheinuma missão ao sul da Guiné-Bissau, Empada. Comigo trabalhauma comunidade de três irmãs doInstituto da Consolada. Era a primei-ra vez que um Padre morava nessamissão. Estou sozinho, mas já per-cebo que não é bom estar só.

Nossa Missão tem uma comu-nidade central em Bafatá, ondemora o Bispo D. Pedro Zilli - PIME, oúnico bispo missionário brasileirofora do Brasil. Na diocese de Bafatátemos alguns Leigos Missionários:a Célia, de Florianópolis, duas jo-vens e um casal, esses do Paraná.

Em Bafatá se encontra a mai-oria dos católicos da diocese. Osoutros estão espalhados em ou-tras seis comunidades. A minhaparóquia abrange uma vasta re-gião com quinze mil habitantes,mas só um por cento são cristãos.

Por que abracei esta vida?Sempre me senti orientado pelomandato de Jesus “Ide por todo omundo e pregai o Evangelho atoda criatura” (Mc 16, 15). Esta é

a razão mais profunda e inques-tionável que nos leva à missão.

REFLETINDO ALTOA missão não está relaciona-

da tanto à região geográfica, masàs pessoas, grupos e ambientesque não conhecem Jesus Cristo.A missão deve acontecer já aqui,em nossa paróquia, mas não po-demos ignorar a missão além fron-teiras, em países onde mais denoventa por cento das pessoasnão conhece a Jesus Cristo comoSalvador. Estou convicto de que aabertura da Arquidiocese à mis-são além fronteiras torna a nossaIgreja mais amadurecida, trazen-do um ar a mais, de vida e saúde,para as pastorais e para as paró-quias de nossa Arquidiocese.

Mas, para sermos de fato umaIgreja missionária, é necessárioque nós, Leigos, Diáconos e Pa-dres, tenhamos um forte espíritomissionário. Afinal, o Arcebispo nãopode enviar missionários se nãotiver a quem enviar. E se isso acon-tecer, sem dúvida é um triste sinal.

Aproveito a oportunidade praagradecer toda a confiança, apoioe carinho que recebo de nossaArquidiocese. Que a missão aju-de a alimentar a exuberante vidaevangélica que temos em nossaArquidiocese. A missão é umrevitalizante indispensável para avida pastoral de uma Igreja.

Unidos, Pe. Lúcio.

A experiência do Pe. Lúcio na ÁfricaApós três anos de missão na Guiné-Bissau, Pe. Lúcio, do presbitério da nossa Arquidiocese, voltou

para umas breves férias de descanso e nos conta um pouco da sua experiência missionária.

Outubro Missionário esta aí!Como preparar?

“Enviados para anunciar a Boa Nova”O Mês de outubro esta ai,

e mais uma vez nos convida acelebrar com entusiasmo ealegria.

A Campanha Missionária épromovida pela Pontifícia Obrada Propagação da Fé, emRoma, e é realizada em todasas dioceses e paróquias domundo inteiro. Seu ponto altoé o Dia Mundial das Missões,que este ano será no dia 18 deOutubro.

São Paulo afirmou: “Anun-ciar o Evangelho não é paramim um título de glória, é umaobrigação que me foi imposta.Ai de mim se eu não evan-gelizar” (1Cor 9,16).Por isso, não fique debraços cruzados. En-volva sua comunida-de, para juntos cele-brarmos a Missão.

Propostas para

animar as comu-

nidades.1) Promover de-

bates sobre:a) Como vai a nossa

ação evangeliza-dora?

b) A quem estamosatingindo?

c) A nossa comunida-

de se preocupa com o mun-do ainda a ser evangelizado?Como?

d) Já enviou e se preocupa como envio de missionários(as)?

2) Gincana Missionária: en-volvendo pastorais, movimen-tos e povo em geral.

3) Terço Missionário: orga-nizado pela catequese e a In-fância Missionária.

4) Mural Missionário: comilustrações, estatísticas e fra-ses missionárias.

5) Promover a Infância, Ado-lescência e Juventude Missio-nária.

Continuam os encontros deformação para assessores daInfância e Adolescênciamissionária com a participa-ção, em média, de 50 partici-pantes.

Atividades da Animação Missionária:O último encontro deste ano

será no dia 11/10.Congresso Arquidioce-

sano da IAM será em Capoei-ras, dia 27/09, com início as08.30h.

Dalva Melo - Coord. Arqui-diocesana da IAM - (48)8411-3896

Telefones para informaçõesMª Aparecida Campos -

Sec. Arquidiocesana da IAM- (48) 3342-1886

Contatos com o Pe. Lúcio,na Guiné-Bissau, África, pelofone 00xx245-613-6503 oupelo e-mail: espindola.lucio@

pime.org.

Pe. Lúcio realiza batismo em Empada, na Guiné-Bissau, seu local de missão

Page 14: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 09/09

Creio que há uma disposição de padresda Arquidiocese de irem para uma missãoexterior. Isso é uma questão de tempo”

Divu

lgaçã

o/JA

Durante a celebração de encer-ramento do 15º Congresso Euca-rístico Nacional, realizado em Flo-rianópolis, de 18 a 21 de maio de2006, foi feito o envio missionáriode Pe. Lúcio Espíndola dos San-tos para colaborar na Diocese deBafatá, na Guiné-Bissau, África.Passados mais de três anos, Pe.Lúcio retorna para “recarregar asbaterias” e depois prosseguir o seutrabalho. Em sua visita a Arquidio-cese, ele concedeu esta entrevis-ta ao Jornal da Arquidiocese.

Jornal da Arquidiocese - O se-nhor está na Guiné-Bissau desdenovembro de 2006. De que formao seu trabalho contribuiu para aevangelização naquele país?

Pe. Lúcio - Meu trabalho é aintegração numa missão que es-tava sem padre, onde pude garan-tir a celebração da Eucaristia ecolaborar na evangelização, inclu-sive iniciando novas comunida-des. Participamos também nosconselhos locais.

JA - O senhor assumiu a paró-quia de Empada, pertencente àdiocese de Bafatá. Como é con-cretamente esse trabalho?

Pe. Lúcio - O início da missão,há dezessete anos, deu-se comdoze casais que foram formadoslongamente, por uma boa cate-quese de catecumenato dada pe-

Missionárioalém fronteiras

Pe. Lúcio Espíndola representa aArquidiocese e o Brasil em missão na África

las Irmãs. Até hoje, valorizamosmuito a formação dos casais. Umoutro “veio” é o da catequese dosjovens, sobretudo depois que seabriu a escola de ensino médio. Deacordo com a capacidade de aten-dimento da equipe missionária, de-senvolveu-se, desde os primeirosanos, a formação de seis comuni-dades do interior do território damissão. Com a chegada do Padre,estamos atingindo mais comunida-des. O ponto mais forte da evan-gelização é a catequese. São doisanos ou períodos de pré-catecu-menato, e dois períodos de catecu-menato a fim de preparar o candi-dato para o batismo. A crisma é ce-lebrada após outros dois anos depreparação. Desenvolvem-se tam-bém manhãs de retiro com os jo-vens e os casais, no advento e naquaresma. O trabalho social é degrande valor na evangelização. Eleé uma resposta aos problemas dacomunidade e um testemunhoevangélico que a missão dá. É as-sim que estamos envolvidos nasescolas, na saúde, na ajuda ali-mentar e no melhoramento deacesso à água potável. O maiordesafio é a formação de catequis-tas. Outro desafio é o da carênciade meios de transporte para oscatequistas. Os animadores deliturgia e os animadores de cantosão acompanhados com cursos deformação que realizamos na sede

da missão. Existem também asreuniões de setor onde as váriasequipes se encontram para orga-nizarem um trabalho de conjunto.

JA - Diz-se que os africanos sãobastante religiosos, mas a grandemaioria não são cristãos. Comoenfrenta o desafio de evangelizar?

Pe. Lúcio - O africano é muitoreligioso no sentido em que a vidaestá bem relacionada ao espiritu-al. Prestam culto aos antepassa-dos e aos espíritos (irans). Na tra-dição, existem muitos valores quevão bem com o Evangelho. Mas hátradições que não ajudam a pes-soa e contradizem a fé cristã. Aomesmo tempo, as pessoas têmuma vida social em que a família eo povo de sua etnia têm uma forçamuito grande de influência. Depen-

de-se muito da famíla e do seu gru-po étnico. Os grandes momentosda vida são celebrados com a par-ticipação da comunidade e paren-tes que vêm até de longe. E issoquase sempre envolve cerimôniasreligiosas de que um cristão con-victo não pode participar. Este é odesafio, o de, contra a tradição lo-cal, não participar das cerimôniasque, geralmente, envolvem sacrifí-cios de animais e culto aos “irans”.

JA - Temos vários padres daArquidiocese que já realizaram tra-balhos missionários. O senhor achaque sua experiência poderá motivá-los a assumir uma missão exterior?

Pe. Lúcio - Eu não colocaria apergunta nestes termos, mas sim-plesmente, se existe esta disposi-ção de padres da Arquidiocese de

irem para uma missão exterior. Eudigo que sim. Que é apenas umaquestão de chegar a hora. É umaquestão de ter uma proposta con-creta, objetiva. Uma missão nãodeve ser uma aventura, nem podeacontecer sem o apoio, compro-misso e envio de toda a Igreja Lo-cal. Por isso, há uma responsabi-lidade eclesial, envolvendo a todosnós, inclusive a todos os Leigos.Toda a Igreja deve preocupar-seconcretamente com essa realida-de missionária.

JA - O acordo é que o senhorpermanecerá na Guiné-Bissaupor cinco anos. Após concluir asua missão na África, o que o se-nhor pretende fazer?

Pe. Lúcio - O mais importanteé manter a presença missionáriaalém-fronteira da Arquidiocese. Oque vou fazer depois, dependerádo sr. Arcebispo. Pessoalmente,onde quer que estiver, terei sem-pre este espirito missionário. Esteespírito é mais importante do queo proprio trabalho. Quanto à Guiné-Bissau, ou outro país, vejo três pos-sibilidades mais prováveis: outromissionário e eu partirmos juntospara a missão; ficar aqui para queoutro possa ir, ou retornar sozinhopor mais um período.

JA - Fala-se que, ao realizarmosum trabalho missionário, mais seganha do que se dá. O senhor con-corda? O que ganhou até agora?

Pe. Lúcio - Sim. Ganhamos ementusiasmo, em experiência espi-ritual e pastoral, em fé, em ama-durecimento e crescimento que aconvivência com uma nova cultu-ra nos dá. Agradeço o amor daArquidiocese e lembro que esta-mos juntos na missão.

14 Vida Presbiteral Setembro 2009 Jornal da Arquidiocese

Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Retalhos do Cotidiano Carlos Martendal

Foto

JA

Há três anos Pe. Lúcio desenvolve seu trabalho missionário na Guiné-Bissau

PRIMAVERAA primavera sabe esperar o

inverno passar, para oferecer abeleza das flores.

CORUJAA coruja sabe esperar o dia

terminar, para entoar seu cantona escuridão da noite.

EUDai-me, Senhor, a graça de

mirar-me no exemplo da primave-ra e da coruja, para saber espe-rar passarem os invernos e asnoites da vida. Assim, fortificadopelas provações, cantarei tuasmaravilhas para sempre!

ESCOLALá em alto mar, as águas que

agora visitam a praia não erammelhores nem mais importantes.E há quem, ocupando posiçãomais elevada, se ache mais dignoe importante do que aquele quelimpa a sala em que trabalha! Quebom se essas pessoas ‘importan-tes’ se matriculassem na escolado mar, que ensina às suas águasque só se vale pelo que se é dian-te de quem nos criou...

DIFICULDADEÀs vezes, para dar um passo

decisivo, é necessária algumadificuldade mais séria. Quem ca-minha sempre com muita facili-dade, um dia poderá tropeçar ecair. E, desacostumado de en-frentar combates, terá pouco âni-mo para levantar e andar de novopelas estradas da vida.

PENSAMENTOHá quem pense alto e viva

baixo. Pena, porque quem pensabaixo dificilmente vive alto!

VIAGEMQue conversão, a de Paulo!

Precisou ficar cego, para ver. AJonas, o Senhor deixou três diasno ventre da baleia; a Paulo, trêsdias nos braços da escuridão.Três dias. Para ressuscitar. EPaulo não estava descansandono sofá quando o Senhor o cha-mou: foi “durante a viagem” (cf.At 9,3). Devo pôr-me a caminho.E esperar: Ele vai passar. Então,por três dias ficarei “sem ver,sem comer nem beber” (cf. At9,9), até que sua graça me liber-te da escravidão.

GRIFEA quantas pessoas a realização está em usar

uma roupa de marca famosa. Sentem-se bem,melhores, até, que as outras. Há crianças quedesde pequenininhas aprendem dos pais a vi-ver assim. Num Retiro, encontrei um pequenocartaz: "Na convivência, a roupa do cristão tem'grife' especial: compaixão, bondade, humilda-de, mansidão, paciência, perdão".

GRIFE 2Ano passado, por essa época, eu a vi com a

mesma roupa azul. E como esquecer dele, quejá conheço há tanto tempo? Como é belo nassuas vestes multicores: o amarelo, o preto e umleve toque de vermelho fazem uma combina-ção original e perfeita. Tanto ela quanto ele sólavam o que lhes cobre o corpo quando chove.E continuam lindos, a gralha e o tucano!

GRIFE 3Ele só tinha uma túnica. Toda desbotada e

remendada. Porque não devia levar duas (cf. Mt10,10)! Ainda hoje o mundo a contempla e seadmira e se alegra com a simplicidade e a san-tidade do Pobrezinho de Assis! Será que, daquia 800 anos, haverá alguma peça da Dior, ou daVersace, ou da Chanel, ou da Prada, que cau-sará admiração e alegria a alguém?

FOTOGRAFIANão há nenhum mal se não temos a foto-

grafia de um pobre em nossa casa, mas é umgrande bem se a nossa fotografia está no cora-ção de um pobre!

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Jornal da Arquidiocese Setembro 2009

15Geral

Divu

lgaçã

o/JA

Políticos serãoacompanhados de

perto em temasreferentes à vida

Com o tema "Por uma políticaética com o serviço à vida e digni-dade humana e ao bem comum",o Congresso das ComissõesDiocesanas em Defesa da Vida doRegional Sul 1, da ConferênciaNacional dos Bispos do Brasil(CNBB), apresentou a proposta delevar aos órgãos legislativos a de-fesa da vida e dignidade humana.

Um dos principais projetos doCongresso, realizado em Atibaia, SP,dias 15 e 16-08, é a instituição dasComissões de AcompanhamentoPolítico Permanente (CAPPs), nasesferas municipais, estadual e fe-deral. Como esclarece a coordena-dora da Comissão Regional em De-fesa da Vida e organizadora do even-to, Drª. Dolly Guimarães, estasCAPPs serão formadas por equipesvoluntárias das dioceses e poderãoacompanhar o trabalho dos legisla-dores e a votação de leis. “Precisa-mos desse tipo de abordagem por-que são os políticos e governantesque decidem a nossa vida, e é nes-sas casas da Lei, que se tem deci-dido, como em vários países, aquestão da vida humana”, declara.

Além de temas ligados à vida,como o aborto, eutanásia e célu-las-tronco, o congresso tratou deassuntos que ferem a dignidadehumana e da família, como as re-centes discussões sobre o divórcioinstantâneo, que está em tramita-ção através de uma Proposta deEmenda à Constituição (PEC) quepretende acabar com qualquer re-quisito constitucional para que ummatrimônio seja desfeito. A propos-ta, originária na Câmara, está paraser aprovada no Senado, onde re-cebeu o número PEC 28/2009.

Ao falar sobre a participaçãodas comissões do estado de SãoPaulo, Drª. Dolly Guimarães expli-ca que o objetivo “é reunir todasas dioceses do Regional Sul 1 e, apartir de então, fazer uma forma-ção sobre essa questão da vida ea questão política que a envolvee, assim, traçar modos de açãopara que possamos mudar essarealidade e fazer o Reino de Deusacontecer”, declara.

Um novo projeto missionárioserá promovido na África em par-ceria com a Conferência Nacionaldos Bispos do Brasil (CNBB). Em-bora os trabalhos ainda não te-nham data para iniciar, o assessorda Comissão Episcopal Pastoralpara a Ação Missionária e Coope-ração Intereclesial da CNBB, PadreJosé Altevir da Silva e o diretor dasPontifícias Obras Missionárias,Padre Daniel Lagni, estiveram emLuanda, capital da Angola, emmeados de agosto, para conhecero trabalho desenvolvido no país.

A visita foi um convite da Igre-ja de Angola, feita por meio daCongregação dos Salesianos àIgreja do Brasil. “Vamos conhe-cer o projeto missionário angola-no e desenvolver uma parceria noenvio de missionários brasileirosleigos (ad gentes), que devematuar em áreas específicas da-quele país, como o combate aoanalfabetismo, a pobreza, entre

O povos da África precisam do apoio dos missionários para a evangelização

Igrejas na África e Brasil buscamparceria em projeto missionário

outros”, afirmou padre Altevir.Segundo Pe. Bantu Mendonça,

angolano que mora no Brasil, a rea-lidade da evangelização na África ébem parecida com a do Brasil. Amaior diferença seria a própria cul-tura e a dificuldade por não ter os

meios necessários para evangelizar.“Esses projetos missonários sãobem vindos, porque a África é umpaís que tem a receber e a ofere-cer. É importante que as pessoasconheçam como é a verdadeira re-alidade africana”, explicou.

Cardeal Hummes: a riqueza do diaconato permanenteO prefeito da Congregação para

o Clero, Cardeal Cláudio Hummes,enviou uma carta aos diáconospermanentes de todo o mundo, su-blinhando a “inestimável riqueza”deste serviço que foi restabeleci-do pelo Concílio Vaticano II.

“A Igreja agradece e reconhe-ce a vossa dedicação e o vossoqualificado trabalho ministerial.Ao mesmo tempo, quer encora-jar-vos na estrada da santificaçãopessoal, da vida de oração e daespiritualidade diaconal”, escre-

ve o Cardeal brasileiro.Em pleno ano sacerdotal, Dom

Cláudio pede “um esforço constan-te para estudar a Palavra e fazê-lasua”. “Ao mesmo tempo, a forma-ção intelectual, teológica e pasto-ral apresenta-se como desafio paratoda a vida. Um qualificado e atua-lizado ministério da Palavra depen-de muito dessa formação aprofun-dada”, acrescenta.

O cardeal recorda também queas características próprias do tra-balho do diácono são ajudar e

estar perto dos pobres: “Osdiáconos se identificam especial-mente com a caridade. Os pobresconstituem um de seus ambien-tes cotidianos e objeto de sua in-cansável solicitude. Não se com-preenderia um Diácono que nãose envolvesse pessoalmente nacaridade e na solidariedade paracom os pobres, que hoje de novose multiplicam”. “A recente cartaencíclica de Bento XVI, Caritas inveritate (Caridade na verdade),seja nosso guia”, concluiu.

Recentes estatísticas nos Es-tados Unidos demonstram que onúmero das confissões entre oscatólicos está em constante dimi-nuição, mas o clero tem procura-do novos caminhos para aproxi-mar os fiéis à prática. A diocesede Colorado Springs procurou re-solver esse problema abrindouma capela nos ambientes deum centro comercial, onde os vi-

Capela em shopping incentiva fiéis a prática da confissãositantes podem se recolher em ora-ção, participar da Missa e se con-fessar. A capela do shopping é ad-ministrada por cinco freis francis-canos capuchinhos, que acolhemos visitantes. Já passaram pela ca-pela milhares de fiéis durante osoito anos de atividades. Outra ini-ciativa para levar os fiéis norte-americanos à prática do Sacra-mento da Reconciliação foi inicia-

da em Illinois e intitulada “24hde Graça”. Trata-se de manterabertas algumas paróquias vintequatro horas ao dia. Essa iniciati-va, que se realiza em determina-do período do ano, tem início notempo pascal e convida os católi-cos a frequentarem as paróqui-as em qualquer momento, duran-te o dia ou à noite, a se confessa-rem e participarem da Missa.

CNBB encerraseminário sobre

Novas ComunidadesNo dia 22-08 foi concluído, em

Brasília, o seminário sobre as No-vas Comunidades, com o objetivode conhecer e estudar com profun-didade as comunidades eclesiaisque surgem no Brasil e passam aviver o seu carisma próprio.O en-contro foi realizado pela ComissãoEpiscopal para os Ministérios Or-denados e a Vida Consagrada, emparceria com a Comissão para oLaicato da CNBB.Segundo o presi-dente da Comissão, Dom Esme-raldo Barreto de Farias, o encon-tro foi uma oportunidade para seconhecer as comunidades ecle-siais e seu modo de evangelizar.“Queremos estudar essas comuni-dades, entender como elas sur-gem, seus objetivos, quem as co-ordena, seus princípios básicos, acomunhão que mantêm com asdioceses e seus carismas”.

O bispo lembrou que essascomunidades têm um valor“imensurável” para a Igreja Cató-lica e que por isso é preciso estu-dar seus passos e seu modo par-ticular de evangelização.

Deputados apro-vam o Estatuto da

Igreja CatólicaO Plenário da Câmara dos

Deputados aprovou, no dia 26-08, o Projeto de DecretoLegislativo 1736/09, que tratado acordo entre o Brasil e a San-ta Sé, relativo ao Estatuto Jurídi-co da Igreja Católica no Brasil,assinado em novembro de 2008pelo Papa Bento XVI e o presi-dente Luís Inácio Lula da Silva.O texto ratifica normas já cum-pridas no país sobre o ensinoreligioso, o casamento e a pres-tação de assistência espiritualem presídios e hospitais. O pro-jeto segue agora para o Senado.

O tratado menciona o respei-to à importância do ensino reli-gioso, seja católico ou de outrareligião. Porém, é feita a ressal-va de que a matrícula nessa dis-ciplina é facultativa nas escolaspúblicas.

Page 16: Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 09/09

DATA HORA LOCAL CELEBRANTE

06 9h30 Itajaí - Cordeiros Dom Vito

06 9h30Camboriú - Bom Jesus -

Monte AlegreDom Murilo

12 18h Brusque - Santa Catarina Dom Murilo

19 18h Palhoça - Aririú Dom Vito

19 19h30 Fpolis - Santuário de Fátima Dom Murilo

20 8h30 Guabiruba Dom Murilo

20 9h Palhoça - Alto Aririú Dom Vito

20 16h Fpolis - Ingleses Dom Murilo

26 18h São José - Campinas Dom Vito

26 18h Brusque - São Luiz Gonzaga Pe. Milani

279h

16hBrusque - São Luiz Gonzaga Pe. Milani

Celebração Coroa Mãe PeregrinaUma celebração realizada no

dia 16 de agosto, na Catedral deFlorianópolis, marcou a coroaçãoda Mãe Três Vezes Admirável deSchoenstatt, a Mãe Peregrina,com o pedido de um terreno parao futuro santuário de Schoenstattem Santa Catarina. Presididapelo nosso arcebispo Dom MuriloKrieger, a celebração contou coma presença de coordenadores emissionários e famílias de cincodioceses do Estado.

Com a coroação, pretende-seconseguir um terreno na região pró-xima a Florianópolis, de bom aces-so e com tamanho adequado àconstrução do Santuário. Ele seráo primeiro em Santa Catarina. Acelebração contou com a presen-ça de padres e diáconos. A anima-ção ficou por conta de dois corais:do Movimento de Irmãos, de Ca-poeiras, Florianópolis; e de NovaDireção, de Ponta de Imaruím, Pa-lhoça, sob a regência de RobsonMedeiros Vicente.

A celebração foi realizada às16h. Antes, a partir das 14h, hou-ve uma vivência com a oração doterço. Uma coroa de isopor doura-da foi-se completando durante aoração. A cada Pai Nosso e AveMaria, uma pedrinha era coloca-da. No final, os participantes pu-deram contemplar a coroa da Ra-inha da Filialidade Heróica. A par-tir das 15h, Irmã Maria Eliane Cu-

Participantes de cinco dioceses do Estado rezaram para conseguir o terreno para a construção do santuárionha proferiu a palestra: “Com o pe-dido do Santuário, coroamos aMãe Três Vezes Admirável”, e pre-parou as pessoas presentes paraa solenidade da coroação.

Coroa com 12 estrelasEm seguida, foi realizada a ce-

lebração. Durante a missa, DomMurilo proferiu a homilia explican-do as doze estrelas que com-põem a Coroa. Elas representam12 mistérios do evangelho rela-cionados a Maria”, disse DomMurilo (a homi-lia completa podeser lida no site www.tabormta.org). Após a homilia, iniciou-se orito da coroação.

Ao som do canto: ‘Te coroa-mos, ó Mãe’, entraram anjinhostrazendo as 12 estrelas, e a co-ordenadora Cely Marilda Ceollin(sobrinha de João Pozzobon) coma preciosa coroa. Após terem con-tornado a imagem, todo o povorezou a oração da coroação.

Após a Santa Missa, foi ofere-cido um coquetel com bolo e bo-lachas em forma de coroa, confec-cionadas com arte e bom gosto.“Por tudo só podemos agradecer.Foi um momento de graças espe-ciais e agora acreditamos que, nahora certa, a Mãe nos dará o ter-reno para o futuro Santuário emSanta Catarina. Mas, não sem anossa fiel colaboração”, disseIrmã Mírian Rozana Fuck, coorde-

Foto

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Durante a celebração, Dom Murilo coroa a imagem da Mãe Peregrina,que será colocada no santuário a ser construído em Santa Catarina

16 Geral Setembro 2009 Jornal da Arquidiocese

nadora estadual do Movimento deSchoenstatt.

Presença no EstadoNo Estado existem atualmen-

te cerca de sete mil imagens daMãe Peregrina. São grupos, pas-torais ou famílias que recebem ascapelinhas de Nossa Senhorapara rezar em família. São 180santuários espalhados pelo mun-do. No Brasil, há 22 santuários:seis deles no Rio Grande do Sul;outros seis no Paraná, e nenhum

Antes da celebração, participantes ouviram a palestra da Ir. Maria Eliane

no Estado de Santa Catarina,apesar de aqui já contarmos commais de 7.000 imagens que pe-regrinam cada uma em 30 famí-lias. Até que se consiga o Santu-ário, a imagem coroada ficará emuma capelinha na residência daIrmã Mirian.

Os interessados em colaborarcom a Mãe Peregrina, podem en-trar em contato pelos fones (48)3348-9900 e 9953-3205, oupelo e-mail: irmã[email protected].

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Padres reali-zam Romariaa Aparecida

Os padres da Arquidioceserealizaram no dias 03 a 05 deagosto uma Romaria até oSantuário Nacional de Apa-recida, em São Paulo. Partici-param 32 padres e os doisbispos, Dom Murilo Krieger eDom Vito Schlickmann. Oevento já estava programadopor conta da celebração do“Ano Vocacional”, que aArquidiocese havia se prepa-rado para celebrar este ano.Como o Papa instituiu esteano como o “Ano Sacerdotal”,a Romaria foi incluída na pro-gramação.

A Romaria iniciou com a sa-ída de Florianópolis na manhãdo dia 03, às 6h30min. No diaseguinte, a programação ini-ciou com celebração no San-tuário Nacional, às 9h, presi-dida por Dom Murilo econcelebrada por Dom Vito epelos padres. Em seguida, elesparticiparam de uma visita aoSantuário, guiada pelo artistasacro Cláudio Pastro, respon-sável pela decoração.

A tarde, eles realizaram vi-sita à Canção Nova e à igrejade Santo Antônio Galvão. Nodia 05, celebraram no Santu-ário e tiveram o resto da ma-nhã livre. À tarde, retornarampara a Arquidiocese, chegan-do aqui na madrugada do diaseguinte. “Foi um momentoimportante de integração, ami-zade e crescimento na unida-de. Pena que apenas um ter-ço dos padres da Arquidiocesetenham participado”, disse Pe.Vitor Feller, coordenador dePastoral.

CrismasSetembro

2009