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ANAIS DA SEMANA ACADÊMICA, CIENTÍFICA E
CULTURAL DA FSP 2017 – CAMPUS ITAPETININGA
Curso de Biomedicina
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2018
ANAIS DA SEMANA ACADÊMICA, CIENTÍFICA E
CULTURAL DA FSP 2017 – CAMPUS ITAPETININGA
Curso de Biomedicina
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SUMÁRIO
1. MENSAGEM AOS PARTICIPANTES E PALESTRANTES ....................................... 3
2. A FSP .......................................................................................................... 4
2.1. OBJETIVOS DA FSP E DO CURSO DE BIOMEDICINA ................................................ 4
3. A CIDADE DE ITAPETININGA ............................................................................. 5
4. LOCAL DO EVENTO ......................................................................................... 9
5. COMISSÃO ORGANIZADORA ............................................................................ 10
6. PROGRAMAÇÃO ........................................................................................... 11
7. TRABALHOS APRESENTADOS ...................................................................... 13
7.1. ANEMIA FERROPRIVA NA INFÂNCIA .................................................................... 13
6.2 ASPECTOS GENÉTICOS E FENÓTIPOS DOS PORTADORES DA SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN, COM ÊNFASE NAS SUAS DIVERSAS PATOLOGIAS JÁ RELATADAS .......................................................................................................... 17
6.3 DOENÇA DE GRAVES ............................................................................................. 24
6.4 DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS - COQUELUCHE ............................................... 29
6.5 IMUNOTERAPIA NO TRATAMENTO DO CÂNCER .................................................... 35
6.6 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO ........................................................................ 41
6.7 NEFROPATIA DIABÉTICA: DIABETES MELITTUS NA NEFROPATIA DIABÉTICA ...... 47
6.8 OS EFEITOS DO ÁLCOOL NO ORGANISMO, EFEITOS FISIOLÓGICOS, DANOS, CONSEQUÊNCIAS E POSSÍVEIS PATOLOGIAS. ...................................................... 53
6.9 PARASITAS INTESTINAIS: HELMINTOS E PROTOZOÁRIOS .................................. 59
6.10 PERFIL LIPÍDICO E PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCOS PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES ........................................................................................... 64
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1. MENSAGEM AOS PARTICIPANTES E
PALESTRANTES
Caros Participantes, Sejam bem-vindos Semana Acadêmica, Científica e Cultural da FSP 2018 –
curso de Biomedicina! A Comissão Organizadora planejou e trabalhou cada detalhe do evento, a fim
de que todos os momentos desfrutados por cada um de vocês sejam de máxima excelência, tanto no
aprendizado técnico-científico, quanto nas atividades socioculturais. O objetivo do Encontro é
promover a atualização e discussão de temas diversos pertinentes às áreas de atuação biomédica e
outras áreas da saúde. A troca de experiências é enriquecida com a participação de especialistas e
participantes. É fomentada por meio de palestras, workshops e da apresentação de trabalhos
científicos. Aproveitamos essa mensagem para estendermos nossos mais sinceros agradecimentos
aos palestrantes, participantes e organizadores. A Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Campus
Itapetininga, nosso muito obrigado por ajudarem a concretizar nosso evento. Esperamos que o
aproveitamento científico seja máximo e que este evento seja oportunidade de interação, aprendizado
e estabelecimento de novas relações profissionais e de amizade entre participantes e palestrantes.
Agradecemos a presença e desejamos a todos uma excelente Semana Acadêmica, Científica e
Cultural da FSP 2018 – Curso de Biomedicina
Messias Miranda Junior
Coordenador do curso de Biomedicina
Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Campus Itapetininga
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2. A FSP
2.1. OBJETIVOS DA FSP E DO CURSO DE BIOMEDICINA
A Faculdade Sudeste Paulista- Itapetininga busca promover uma formação
profissional que vá ao encontro das necessidades da região. Este contexto reafirma a
necessidade de capacitar pessoas para atuarem com eficiência nas diversas
organizações, não só a nível local, mas também a nível regional e nacional, pois a área
administrativa ainda impõe grandes desafios ao poder público e privado dado o elevado
contingente de empreendimentos que deixam de existir antes de completar um ano,
tendo como uma das causas mais expressivas a falta de profissionais com visão,
liderança, capacitados para análise, planejamento e ação.
O curso de Biomedicina tem como estilo de educação e formação a busca do perfil
do novo cidadão, com outra mentalidade, com mais sensibilidade, senso cooperativo,
solidário, cristão e cidadão. Além disso, pessoa que saiba trabalhar em equipe, com
criatividade e ética, saiba conviver com o novo e com o imprevisto, que busque sempre
novas aprendizagens, abrindo-se a novas perspectivas, qualificando cada vez mais o
trabalho educativo desenvolvido.
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3. A CIDADE DE ITAPETININGA
A Faculdade Sudoeste Paulista está localizada no município de Itapetininga,
situado a Sudoeste do estado de São Paulo, com uma área territorial de 1.790 km²,
sendo, em área, o terceiro maior do Estado de São Paulo, com latitude de -23,35’08”° e
longitude de -48,02’51”° e altitude de 670 metros. Itapetininga faz limites ao Norte com
os municípios de Tatuí e Guareí, ao Sul com os municípios de Capão Bonito, São Miguel
Arcanjo e Pilar do Sul a Leste com os municípios de Alambari, Capela do Alto e Araçoiaba
da Serra e a Oeste com os municípios de Campina do Monte Alegre, Angatuba e Buri.
As distâncias rodoviárias são demonstradas da seguinte forma: de Brasília -
1.063km, de São Paulo – 170 km e de Sorocaba – 71 Km. O acesso de São Paulo é feito
pelas rodovias Castello Branco e Rodovia Raposo Tavares. Também estão próximas ao
município as rodovias SP-127, SP-129 e SP-157. O município conta com um Terminal
Rodoviário, com 6 empresas de transporte coletivo intermunicipal e uma empresa que
opera diversas linhas urbanas.
Foto 1: Mapa da cidade de Itapetininga.
Possui uma economia fortemente voltada à agricultura. Suas indústrias são de
pouca expressão nacional. A pecuária é de relativa importância no sudoeste paulista. Os
principais produtos cultivados são: grama, batata, hortifrutícolas e cana-de-açúcar para a
fabricação de álcool.A produção de lenha e madeira em tora de florestas cultivadas
(silvicultura) e a resinagem de espécies florestais dos gêneros Pinus também se mostram
importantes atividades no município.
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Foto 2: Imagens da cidade de Itapetininga
O município de Itapetininga (SP), hoje, emerge como opção para investimentos
no momento em que as principais nações do mundo debatem a questão da qualidade de
vida. É para elas, a mais tardia preocupação. Dentro do processo de interiorização
iniciado há quase 30 anos. Itapetininga, ao buscar a modernização econômica, só o faz
após ter resolvido os principais problemas de infra- estrutura do município. Assim,
garante a melhor qualidade de vida para todos os seus 145.000 habitantes. Este dado
humanístico é fruto de pesquisa das experiências que passaram outros municípios, e,
reflexo da herança histórica de uma cidade pioneira na Educação no Estado de São Paulo.
É ainda a principal cidade do ramal ferroviário de Itararé que a une, dentro da Rede
Ferroviária Federal, ao sul do país, à São Paulo e ao porto de Santos.
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Foto 3: Vista área da cidade da cidade de Itapetininga
Itapetininga é uma cidade com infra- estrutura para receber o progresso e não
tornar-se da noite para o dia, em um aglomerado de pessoas com carências básicas. A
rede de energia é interligada ao Sistema Elétrico Sul-Sudeste do qual fazem parte as
hidrelétricas de Itaipu, Ilha Solteira, Furnas, Urubupunga e demais dos rios
Paranapanema, Paraná e Grande. Possui uma estação de abaixamento da CESP que
garante a capacidade instalada de 130 MVA, com distribuição da "Companhia Sul Paulista
de Energia". O processo de urbanização em desenvolvimento, hoje, nos proporciona uma
cidade com suas ruas pavimentadas e modernas avenidas perimetrais. A Saúde conta
com hospitais para atendimento geral, à infância, maternidade e uma rede de Postos
instalados tanto na zona urbana quanto rural.
Na Educação, ainda é mantida a tradição secular que a denominou "Athenas do
Sul Paulista" quando a maioria dos professores do Estado de São Paulo procediam do
Instituto de Educação Peixoto Gomide de Itapetininga ou do Colégio Caetano de Campos
de São Paulo. Fatores como estes já trouxeram para o município empresas como a
SADIA, ACUMULADORES MOURA, 3M DO BRASIL, DURATEX, COMPANHIA SUZANO DE
PAPEL E CELULOSE, CITROVITA(GRUPO VOTORANTIM), GRANJA ALVORADA,
FRIGORIFICO ALVORADA, GRANJA SALAS PINHEIROS, DESTILARIA DE ÁLCOOL VISTA
ALEGRE, NISSHIMBO DO BRASIL, FRIGORÍFICO CERATTI, EBRAS,FRIGORIFICO
MAFRICO, GRUPO AVICOLA ISA(Institut de Sélection Animale), ULTRAFERTIL e as novas
empresas em fase de implantação, entre elas IBF(Indústria Brasileira de Formulários).
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Foto 4: Centro da cidade de Itapetininga
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4. LOCAL DO EVENTO
Semana Acadêmica, Científica e Cultural da FSP 2018
CURSO DE BIOMEDICINA
Fone: (15) 3373-7358
LOCAL Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Itapetininga – SP
Rua José de Almeida Carvalho, 1695, Vila Leonor, Itapetininga - SP
CEP: 18213-145
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5. COMISSÃO ORGANIZADORA
Dr. Messias Miranda Junior (Presidente)
Dr. Renato Paschoal Prado (Membro)
Ms. Ligia Maria Micai Gomide (Membro)
Ms. José Renato de Moraes
Evandro Augusto Soares dos Santos (Representante Discente)
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6. PROGRAMAÇÃO
A Semana Acadêmica, Científica e Cultural da FSP 2018 – curso de Biomedicina
traz na sua programação um conjunto variado de palestras, workshops, Apresentação
artística musical utilizando a Língua Brasileira de Sinais, objetivando a formação de um
profissional Biomédico com conhecimento, preocupado com a sociedade, bem estar e
meio ambiente, de modo que o graduando possa ter um panorama da atual atuação e
mercado de trabalho para o profissional Biomédico. A semana acadêmica foi elaborada
pensando nas possibilidades de atuação, nas habilitações que o Biomédico pode exercer
a atuação e nas demandas do mercado por profissionais multifacetados e
multidisciplinares.
16/05/2018 (4ª Feira)
19:00 – 20:00h Abertura
Esp. Fabiana Irma Dáglio
“Apresentação artística musical utilizando a Língua Brasileira de Sinais”
20:00 – 21:45h PALESTRA 01
Dr. Rodrigo Minoru Manda
“Modismos no mundo Fitness”
21:45 – 22:40h APRESENTAÇÃO DE PÔSTER
17/05/2018 (5ª Feira)
16:00 – 17:30h WS 01
Dr. Thiago de Souza Candido
“Necropsia: uma possível área de atuação em Biomedicina”
19:15 – 20:45h PALESTRA 02
Esp. Luana Silveira Almeida Basile
“Atuação do profissional Biomédico e Farmacêutico na Estética”
21:00 – 22:30h PALESTRA 03
Mt. Fabiana Trevisan
“Biomédicos e o Radiodiagnóstico”
18/05/2018 (6ª Feira)
16:00 – 17:30h WS 02
Dr. Edson Martins de Abreu
“Práticas Laboratoriais em Química Analítica”
19:15 – 20:45h PALESTRA 04
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Mt. Marília Rodrigues Silva Passos
“A Anemia Falciforme como possibilidade de estudo”
21:00 – 22:30h PALESTRA 05
Dr. Edson Martins de Abreu
“Suplementos Alimentares: como resolver o enigma do ponto de vista Biotecnológico”
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7. TRABALHOS APRESENTADOS
7.1. ANEMIA FERROPRIVA NA INFÂNCIA
Ana Glaucia Aparecida de Oliveira1; Lígia Maria Micai Gomide2.
1Graduando do Curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP –
Itapetininga/SP; 2Docente da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Itapetininga/SP.
E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
A anemia é definida pela Organização Mundial da Saúde como a condição na qual
a concentração de hemoglobina está abaixo do normal como resultado da carência de um
ou mais nutrientes essências (OMS, 1975).
Dentro das anemias, a que mais predomina na população, principalmente infantil,
é a anemia ferropriva, caracterizada pela deficiência de ferro no organismo. Estima-se
que a anemia ferropriva acometa cerca de 50% das crianças de países em
desenvolvimento. No Brasil, a prevalência dessa anemia é de 20,9% em crianças
menores de cinco anos de idade (LOGGETTO et al, 2014).
Há vários fatores que causam essa anemia como: dietas rígidas sem
acompanhamento profissional, baixo nível socioeconômico e educacional, parasitoses e o
estado nutricional influenciado pelo baixo peso. A má nutrição é o fator de maior
influência, pois da alimentação inadequada não se obtém a quantidade necessária de
ferro ingerida das refeições, afetando especialmente em pré-escolares que estão em fase
de desenvolvimento (SZARFARC, 1985; LOGGETTO et al., 2014).
A anemia ferropriva tem sintomas manifestados clinicamente em leves e graves.
Esta anemia se instala no organismo em três estágios sendo o último a manifestação da
anemia com deficiência de ferro (LOGGETTO et al, 2014).
O diagnóstico laboratorial baseia-se no exame de hemograma, por estar
diretamente relacionada ao sangue e o tratamento é a partir da inserção de ferro na
dieta, sendo pela alimentação e por medicamentos (LOGGETTO et al, 2014).
A anemia ferropriva é uma questão de saúde pública uma vez que se trata de uma
carência nutricional e tem altos índices em países em desenvolvimento. Assim esse
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trabalho tem o objetivo de informar a população susceptível a essa anemia sobre os
cuidados necessários especialmente com as crianças por estarem em fase de
desenvolvimento retratando como prevenir-se, diagnosticar e tratar este distúrbio
nutricional.
METODOLOGIA
Para isso, esse trabalho trata-se de uma revisão de literatura, cujas informações
foram obtidas a partir de pesquisas em artigos científicos nos bancos de dados do Scielo
e Pubmed, além de livros de hematologia básica e clínica.
DESENVOLVIMENTO
A anemia é definida como a condição na qual a concentração de hemoglobina está
abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essências (OMS,
1975). As anemias podem ser adquiridas ou congênitas, sendo uma condição na qual
pode-se encontrar presentes em diversas patologias. Elas podem ser classificadas
inicialmente pelas características morfológicas das hemácias em três tipos, que são
microcítica, normocítica e macrocítica, de acordo com o volume corpuscular médio
(VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e pelos valores de hemoglobina e
hematócrito (NERY, 2018).
A anemia ferropriva caracteriza-se pela deficiência de ferro no organismo. Nela
ocorre alterações na síntese da molécula de hemoglobina, que necessita da produção de
dois pares de cadeias polipeptídicas de globina e produção do heme, que são quatro
moléculas que se ligam ao oxigênio. A cada uma das cadeias de polipeptídios da globina,
uma molécula de heme é ligada. Assim a síntese do heme precisa da produção de um
anel tetrapirrolico, que é a protoporfirina, e da ligação de um átomo de ferro a molécula
de protoporfirina (RAPAPORT, 1990, LOGGETTO et al., 2014). Essa anemia se instala em
três estágios, primeiro a depleção dos estoques de ferro, deficiência de ferro sem anemia
e por último a deficiência de ferro com anemia, onde ocorre devido a persistência do
balanço negativo dos valores relacionados a diminuição do ferro no organismo
(LOGGETTO et al., 2014).
A anemia por deficiência de ferro é uma das carências nutricionais mais
prevalente mundialmente, estima-se que cerca de 3,5 bilhões de pessoas sejam
anêmicos por deficiência de ferro. Essa anemia afeta principalmente as crianças,
lactantes e pré-escolares. Sendo cerca de 10% de países desenvolvidos e 50% de países
em desenvolvimento (LOGGETTO et al, 2014). As maiores causas é a desnutrição, dieta
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inadequada e má absorção de ferro e/ou fatores socioeconômicos. O balanço de ferro é
mantido em grande parte pela regulação de ferro na dieta, e apenas 10% a 15% do ferro
ingerido é absorvido (COTRAN et al, 2005). As necessidades diárias de ferro absorvido
são baseadas no requerimento para o crescimento e reposição de perdas, conforme a
idade, sendo 0,27mg/dia para crianças de 0 a 6 meses, 11 mg/dia de 7 a 12 meses,
7mg/dia de 1 a 3 anos 10 mg/dia de 4 a 8 anos e 8 mg/dia para crianças de 9 a 13 anos.
(LOGGETTO et al, 2014., NERY, 2018).
Os sintomas têm manifestações clínicas leves e graves. Nas leves destacam-se
palidez, cansaço, falta de apetite, apatia, palpitações e taquicardia. Conforme se agrava
a doença, ocorrem alterações na pele e mucosas, nas unhas e nos cabelos que se tornam
frágeis (LOGGETTO et al, 2014).
O diagnóstico laboratorial inicialmente é feito a partir do exame hemograma, onde
a anemia ferropriva é classificada como microcítica e hipocrômica, quando o volume
corpuscular médio (VCM), concentração de hemoglobina corpuscular media (CHCM) e
hemoglobina corpuscular media (HCM) encontram-se diminuídos. O CHCM é o último dos
índices a ter alteração na progressão da anemia. Avalia-se também os valores de
hematócrito e hemoglobina, que quando se encontram abaixo dos valores de referência
representam o fim do estágio de instalação que é a manifestação da anemia por
deficiência de ferro (LOGGETTO et al., 2014). A dosagem de ferritina é utilizada quando
não há resposta do tratamento empírico, sendo o teste mais sensível para o diagnóstico,
porém também é reagente em fase aguda, assim pode ser menos confiável quando a
criança se encontra com alguma inflamação ou infecção. A variação no tamanho das
hemácias (RDW) é outro parâmetro que se encontra elevado, assim como a capacidade
total de ligação do ferro (CTLF) (NERY, 2018)
O tratamento é feito a partir da inserção de ferro na alimentação pela ingestão de
carnes vermelhas, leite e dosagens de medicamentos de acordo com as recomendações
profissionais, com intuito de elevar os níveis sanguíneos de hemoglobina e repor os
estoques de ferro, assim normalizando os balanços de ferro no organismo. Os sais
férricos, quelatos e o ferro carbonila são os mais efetivos por não sofrerem influência da
alimentação e poder ser ministrados em jejum ou junto da dieta. A terapia é preferida
por compostos orais, por ser a via fisiológica de menor risco às crianças (LOGGETTO et
al., 2014).
Como estratégia de prevenção no Brasil, o Ministério da Saúde criou em 2005 o
manual do Programa Nacional de Suplementação de Ferro, que refere-se a
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recomendações alimentares e suplementos medicamentosos, como a ingestão de
vitamina C, que auxiliam na absorção do ferro (BRASIL, 2013).
CONCLUSÃO
Com base nesta revisão é possível perceber que a anemia por deficiência de ferro
é a qual predomina na população infantil, assim sendo importante o acompanhamento do
desenvolvimento durante a infância a fim de se informar sobre os cuidados necessários
para prevenir, diagnosticar e tratar a anemia ferropriva.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Programa Nacional de Suplementação de Ferro: manual de
condutas gerais / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
COTRAN, Ramizi S.; ABBAS, Abel K.; FAUSTO, Nelson; ROBBINS, Stanley L.; KUMAR,
Vinay: Robbins e Cotran: Patologia- Bases patológicas das doenças 7.ed.Rio de
Janeiro: Elsevier, 2005.1592p.
LOGGETTO, S.R; BRAGA, J.A.P.; TONE, L.G. Hematologia e Hemoterapia Pediátrica.
Sociedade de Pediatria de São Paulo – SSP, 2014.
NERY, Breno: Anemias – Tipos e Como Iniciar a Investigação. 2018. Disponível em:
http://www.portalped.com.br/blog/author/brenoneryhotmailcom/ acesso em:
16/04/2018.
Organização Mundial de Saúde. Lucha contra la anemia nutricional, especialmente
contra la carência de hierro: Informe ADI/OIEA/OMS. Série de Informes Técnicos,
580. Genebra: OMS, 1975.
RAPAPORT, Samuel I., Introdução a hematologia. 2ed. São Paulo: Roca, 1990.
SZARFARC, S.C. Diagnóstico de deficiência de ferro na infância. Rev. Saúde
pública; S.Paulo, 19:278-84, 1985.
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6.2 ASPECTOS GENÉTICOS E FENÓTIPOS DOS PORTADORES DA
SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN, COM ÊNFASE NAS SUAS
DIVERSAS PATOLOGIAS JÁ RELATADAS
Bruna Pires Camargo ¹; José Renato de Moraes²
¹Graduando do Curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP –
Itapetininga/SP; ²Docente da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Itapetininga/SP
E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
A Síndrome de Williams-Beuren (SWB) é uma doença genética, com padrão de
herança autossômica dominante. Na herança autossômica dominante um fenótipo é
expresso da mesma maneira em homozigotos e heterozigotos, onde a presença de um
gene em um dos pares do cromossomo alterado, é suficiente para expressão fenotípica.
A síndrome de Williams é decorrente da deleção de determinada região do cromossomo
7, o que acarreta a perda de diversos genes que estão ali situados (deleção de 1,5Mb
[milhões de pares de bases ou megabases] a 1,8Mb na região 7q11.23;
aproximadamente 20 genes). O gene mais afetado pela doença é o gene responsável
pela produção da elastina.
A elastina é encontrada predominantemente nos vasos sanguíneos, pulmões,
intestino e pele, consequentemente, pela produção em quantidades insuficientes
desta importante proteína, os portadores da síndrome acima citada, apresentam em
grande parte, patologias ligadas a esses órgãos, em destaque o coração, e
particularmente estenose aórtica supravalvular (ESVA).
Algumas características fenotípicas dos portadores da síndrome de Williams-Beuren
são: Dentes pequenos e espaçados, boca grande, sorriso largo, lábio inferior
proeminente, lábio superior fino, queixo pequeno, nariz pequeno e empinado,
inchaço ao redor dos olhos, cólica intestinais, dificuldade na alimentação e
perturbações do sono ao nascerem, otites frequentes, hipertensão, déficit de
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atenção, retardo mental, atraso neuromotor, facilidade em se comunicar, afinidade e
habilidade musical, vocabulários e personalidade extrovertido, entre outras.
Em muitos casos, a análise clínica do paciente já oferece resultados conclusivos, gerando
um prognóstico. Entretanto, para a comprovação e fechamento do diagnóstico, é
necessária a realização de exames de cariótipo dos glóbulos brancos e análise dos genes
da elastina e L1Mquinase por uma técnica conhecida como FISH (Fluorescent in situ
hybridation).
O objetivo deste trabalho é descrever os aspectos genéticos e fenótipos dos portadores
da SWB, e apresentar as diversas patologias e disfunções já encontradas, devido às
falhas de parte do cromossomo.
DESENVOLVIMENTO
O nome desta síndrome vem do médico, Dr. J.C.P. Williams que a descreveu em 1961 na
Nova Zelândia e pelo Dr. A. J. Beuren da Alemanha em 1962.
A Síndrome de Williams (SWB) é uma condição genética que está presente no
nascimento e pode afetar qualquer pessoa. É caracterizada por problemas médicos,
incluindo doenças cardiovasculares, atrasos no desenvolvimento e desafios de
aprendizado.
A síndrome de Williams é causada pela deleção espontânea de 26-28 (em média) genes
no cromossomo 7. A deleção ocorre no óvulo ou no espermatozoide, consequentemente,
a exclusão está presente no momento da concepção.
É provável que a deleção do gene da elastina seja responsável por muitas das
características físicas da Síndrome de Williams. Alguns problemas médicos e de
desenvolvimento provavelmente são causados por deleções de material genético
adicional próximo ao gene da elastina. A extensão dessas deleções pode variar entre os
indivíduos. Na maioria das famílias, a criança com síndrome de Williams é a única a ter a
doença em toda a sua família extensa. No entanto, o indivíduo com síndrome de Williams
tem 50% de chance de passar o transtorno para cada um de seus filhos.
A incidência estimada da SWB é de 1: 13 700 a 1: 25 000. A maioria dos trabalhos da
literatura refere-se à SWB como uma doença sem predomínio de sexo, cor ou região
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geográfica.
Na maioria das famílias a ocorrência é esporádica, ou seja, ambos os pais são normais.
No entanto, existem alguns casos familiais descritos. Em todos eles o diagnóstico do
genitor afetado foi feito somente após o diagnóstico da criança afetada.
QUADRO CLÍNICO – PATOLOGIAS
Os achados neuro-urológicos, apesar dos poucos relatos na literatura, a possibilidade de
anomalias do sistema urinário em pacientes com SW é considerável. Sabe-se que na
SWB está presente a deleção do braço longo do cromossomo 7, o que alteraria a
produção de elastina, importante substrato estrutural na formação da parede muscular
da bexiga. Alguns autores acreditam que a presença de contrações não inibidas
associada a parede vesical enfraquecida possa justificar a ocorrência de divertículos
vesicais e de sintomas miccionais. Ponderam também a possibilidade do distúrbio
cognitivo destes pacientes poder contribuir para os sintomas urinários.
A incidência de anormalidades renais na SWB é de aproximadamente 18% (PANKAU et
al., 1996). As anomalias renais e do trato urinário incluem ectopia, agenesia ou
hipoplasia renal, duplicidade pielocalicial, rim em ferradura, hidronefrose, nefrocalcinose,
estenose da artéria renal, megaureter e estenose da junção uretero-pélvica. Os
divertículos de bexiga são frequentes na SWB: 60% nas crianças e 75% nos adultos. As
anormalidades funcionais incluem proteinúria, insuficiência renal, refluxo vesico-ureteral
e disfunções vesicais caracterizadas por hiperatividade detrusora.
A hipertensão arterial (HA) é um achado comum na SWB. A frequência eleva-se com a
idade: 5% em crianças jovens e 63% em adultos acima de 18 anos. A HA pode ser
secundária à estenose das artérias renais.
As anomalias cardiovasculares ocorrem em aproximadamente 80% dos afetados. Sopros
cardíacos são detectados também em torno de 80% dos pacientes com SWB, indicando a
possibilidade de cardiopatia congênita. A estenose aórtica supravalvar (EASV) é a
disfunção cardíaca mais frequente ocorrendo em 64% dos pacientes. A incidência de
qualquer tipo de cardiopatia é de 75 a 80%. A história natural da EASV é variável nos
afetados, podendo ser uma lesão progressiva, caracterizada por aumento no gradiente
de pressão do ventrículo esquerdo (VE) devido à hipoplasia da aorta ascendente. Essa
anomalia é, geralmente, diagnosticada nos dois primeiros anos de vida; pode porém não
ser detectada durante muitos anos, até ocorrer aumento no gradiente da pressão
sistólica. Os sintomas e as complicações são semelhantes aos da estenose da valva
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aórtica. Outros defeitos cardíacos que ocorrem na SWB incluem a estenose da artéria
pulmonar (EAP), hipoplasia da aorta, coartação da aorta, prolapso da valva mitral (PVM)
e defeitos septais. Na maioria dos casos, os pacientes apresentam mais de um defeito
cardíaco, frequentemente EASV e EAP. Na SWB podem também ocorrer estenoses
localizadas e difusas da aorta torácica e abdominal, das artérias coronárias e cerebrais.
Algumas crianças pequenas com síndrome de Williams apresentam elevações no nível de
cálcio no sangue. A verdadeira frequência e causa desse problema é desconhecida.
Quando a hipercalcemia está presente, pode causar extrema irritabilidade ou sintomas
semelhantes aos da cólica. Ocasionalmente, o tratamento dietético ou médico é
necessário. Na maioria dos casos, o problema resolve-se durante a infância, mas a
anormalidade vitalícia no metabolismo do cálcio ou da vitamina D pode existir e deve ser
monitorada.
A hipermobilidade articular é observada em 90% dos pacientes durante a lactância
podendo contribuir para o atraso na deambulação. Contraturas articulares, especialmente
dos membros inferiores, são descritas em 50% das crianças e 90% dos adultos afetados.
A fisioterapia pode auxiliar na melhora das contraturas articulares se for iniciada em fase
precoce e mantida por período prolongado. Se os pacientes não receberem tratamento,
as contraturas agravam-se com a idade. A limitação à supinação parece não melhorar
com fisioterapia ou mesmo com cirurgia.
Outras anomalias comuns incluem escoliose, cifose e lordose. Anomalias menores de
extremidades também foram descritas com frequência na SWB: hálux valgo, unhas
hipoplásicas e clinodactilia do quinto dedo. Hérnias inguinais (virilha) e umbilicais são
mais comuns na Síndrome de Williams do que na população geral.
A maioria das crianças com síndrome de Williams tem um peso de nascimento
ligeiramente menor do que seus irmãos ou irmãs. Ganho de peso lento, especialmente
durante os primeiros anos de vida, também é um problema comum. Estatura adulta é
menor que a média.
Os achados faciais típicos da SWB incluem fronte alargada, depressão temporal,
hipoplasia malar, edema supraorbitário, nariz curto e arrebitado, ponte nasal deprimida,
filtro nasal longo, lábios espessos, boca grande e queixo pequeno. Estes dismorfismos
faciais são reconhecíveis geralmente ao redor de quatro meses de idade, tornando-se
evidentes na lactância e na infância. Na idade adulta, a face se modifica com formato
alongado e lábios mais espessos. Cabelos grisalhos e enrugamento da pele podem
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ocorrer precocemente na idade adulta jovem. As anomalias dentárias mais frequentes na
SWB consistem em dentes pequenos (95%) e espaço aumentado entre os dentes (50%).
Outras anomalias incluem raízes pequenas e finas, dentes maxilares decíduos, e atraso
na mineralização. A maloclusão, que ocorre em 85% dos pacientes, é a complicação mais
significativa, levando à mordida profunda ou aberta, ou mordida cruzada anterior e
posterior.
A voz dos pacientes é descrita como grave ou rouca. Como a elastina é um componente
importante da lâmina própria das cordas vocais, a voz grave parece estar relacionada à
deficiência de elastina.
Crianças com síndrome de Williams geralmente têm audição mais sensível do que outras
crianças; certas frequências ou níveis de ruído podem ser dolorosos e / ou assustadores
para o indivíduo. Esta condição geralmente melhora com a idade.
A maioria das pessoas com síndrome de Williams terá diferenças de aprendizado leves e
graves e desafios cognitivos. Crianças pequenas com síndrome de Williams muitas vezes
experimentam atrasos no desenvolvimento. Marcos como caminhar, falar e treinar no
banheiro são muitas vezes alcançados um pouco depois do que é considerado normal. A
distração é um problema comum no meio da infância, que pode melhorar à medida que
as crianças crescem.
Crianças mais velhas e adultas com síndrome de Williams frequentemente demonstram
"pontos fortes e fracos" intelectuais. Existem algumas áreas intelectuais (como fala,
memória de longo prazo e habilidades sociais) nas quais o desempenho é bastante forte,
enquanto outras áreas intelectuais (como relações motoras e espaciais finas) mostram
fraqueza significativa.
DIAGNÓSTICO
A hibridização in situ com fluorescência (FISH) fornece aos pesquisadores uma maneira
de visualizar e mapear o material genético nas células de um indivíduo, incluindo genes
específicos ou porções de genes. Isso pode ser usado para compreender uma variedade
de anormalidades cromossômicas e outras mutações genéticas.
O FISH é útil, por exemplo, para ajudar um pesquisador ou clínico a identificar onde um
determinado gene está dentro dos cromossomos de um indivíduo. O primeiro passo é
preparar sequências curtas de DNA de fita simples que correspondam a uma parte do
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gene que o pesquisador está procurando. Estes são chamados de sondas. O próximo
passo é rotular essas sondas, anexando uma das várias cores do corante fluorescente.
O DNA é composto de duas cadeias de moléculas complementares que se ligam umas às
outras como ímãs químicos. Como as sondas dos pesquisadores são de cadeia simples,
elas podem se ligar à cadeia complementar do DNA, onde quer que residam nos
cromossomos de uma pessoa. Quando uma sonda se liga a um cromossomo, sua tag
fluorescente fornece uma maneira de os pesquisadores verem sua localização.
Indivíduos com síndrome de Williams têm uma personalidade muito agradável. Eles têm
uma força única em suas habilidades linguísticas expressivas e são extremamente
educados. Eles normalmente não têm medo de estranhos e mostram um interesse maior
no contato com adultos do que com seus pares. Os portadores apresentam
impressionantes habilidades verbais, personalidades altamente sociais e uma afinidade
pela música.
CONCLUSÃO
A síndrome de Williams (SWB) é doença relativamente rara, caracterizada por retardo
mental e psicomotor de graus variados, facies característica, anomalias cardiovasculares,
hipercalcemia e disfunções orgânicas múltiplas. É uma síndrome causada por
microdeleções, e os portadores possuem uma variabilidade nas suas características de
perfil clínico devido ao tamanho e local de deleção afetado.
BIBLIOGRAFIA
POBER, B.R. Williams-Beuren syndrome. N. Engl. J. Med. p. 362-239, 2010
Disponível em: <https://williams-syndrome.org/what-is-williams-syndrome> Acesso em:
21 de abril de 2018
WILLIAMS, J.C.P.; BARRATT-BOYES, B.G.; LOWE, J.B. Supravalvular aortic stenosis.
Circulation 24: 1311-1318, 1961. Autora: Sofia Mizuho Miura Sugayama
Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.56 n.3B São Paulo Sept. 1998 - Williams syndrome neuro-
urological findings: case report. Acesso em: 25 de abril de 2018.
https://www.genome.gov/10000206/fish-fact-sheet/
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S.M.N. Neves; R.M.C. Guedes – Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/aib/v79n4/a23v79n4.pdf
MORRIS, C. A. Williams syndrome. In: CASSIDY, S.B.; ALLANSON, J.E. Management of
genetic syndromes. John Wiley and Sons, New York, 2001. p. 517-533.
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6.3 DOENÇA DE GRAVES
Rafaela Gonçalves Rolim Teixeira¹; Lígia Maria Micai Gomide²
¹Graduando do Curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP –
Itapetininga/SP; ²Docente da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Itapetininga/SP
E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
A doença de Graves é uma doença autoimune em que os anticorpos atacam
diretamente a tireoide, glândula responsável pela secreção de hormônios que regulam o
metabolismo, causando inflamação e fazendo com que ela produza mais dos hormônios
triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) do que o normal, o que leva ao hipertireoidismo
(NEVES et al., 2008).
Essa doença foi descoberta em 1835 por Robert Graves e atinge um número
maior de pessoas do sexo feminino. Na Inglaterra apresenta uma prevalência de 2% em
mulheres e 0,2% em homens, enquanto nos EUA estima-se que acometa 0,4% da
população. A maioria dos estudos relata taxas de incidência de 0,5 a 1000 indivíduos por
ano (NEVES et al., 2008; ANDRADE et al., 2001). A doença de Graves pode surgir em
qualquer idade, mas é mais comum entre 20 a 40 anos. Existe maior incidência nos
familiares de pacientes com essa desordem e a taxa de concordância entre gêmeos
monozigóticos é de até 60% (NEVES et al., 2008).
O hipertireoidismo observado na doença de Graves é uma condição em que a
glândula da tireoide passa a produzir e liberar em excesso os hormônios que são
produzidos por ela (T3 e T4). O aumento pode ocorrer em apenas um dos hormônios ou
nos dois ao mesmo tempo. A principal consequência é o aumento do metabolismo que
pode gerar perda de peso, irritabilidade, ansiedade, sudorese, nervosismo, tremor nas
mãos e nos dedos, aumento da glândula tireoide (bócio), alterações no ciclo menstruale
aceleração do ritmo cardíaco. (COOPER et al., 2010).
O diagnóstico da doença é feito por exames de sangue, ultrassom e outros
exames de imagem. Existem diversas formas para o tratamento da doença de Graves,
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que incluem a terapia com iodo radioativo, medicamentos anti-tireoide,
betabloqueadores e cirurgias (COELHO, 2017).
Levando em consideração que a doença de Graves é uma patologia da tireoide de
conhecimento restrito e que seus sintomas são parecidos com os de outras doenças, seu
diagnóstico torna-se mais difícil. Os problemas da glândula podem passar despercebidos
por anos. Dessa forma, há uma grande importância em contribuir com um melhor
conhecimento sobre a doença de Graves, desde sua fisiologia e funcionamento, até as
formas de tratamento da doença, para que a população consiga identificar quando há
algum tipo de alteração presente na tireoide. Por isso, o objetivo deste trabalho foi
esclarecer os aspectos funcionais, bem como os sintomas, diagnóstico e tratamento da
doença de Graves.
METODOLOGIA
O método de pesquisa utilizado foi através de pesquisas bibliográficas e
documentais em métodos qualitativos, apoiando-se em técnicas de coleta de dados,
também quantitativas. O estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa
bibliográfica através da leitura de artigos, e uma pesquisa documental a partir de sites.
DESENVOLVIMENTO
A doença da tireoide descrita por Robert Graves em 1835, hoje conhecida como
Doença de Graves (DG), é uma doença autoimune que se caracteriza pela presença de
hipertiroidismo, bócio, oftalmopatia e, ocasionalmente, dermopatia infiltrativa ou
mixedema pré-tibial. A DG é responsável por 60-80% dos casos de hipertireoidismo. A
maioria dos estudos relata taxas de incidência de 0,5 a 1000 indivíduos por ano. A
prevalência é semelhante entre caucasianos e asiáticos e é menor na raça negra (NEVES
et al., 2008).
Na doença de Graves, as células T reagem com peptídeos processados, derivados
dos antígenos da tireoide, o que leva à sua ativação. As células T ativadas aumentam a
secreção de anticorpos pelas células B. A auto-imunidade mediada pelos linfócitos B e T
na doença de Graves é dirigida a quatro antígenos tireoideanos: tireoglobulina (Tg),
peroxidasetiroideia (TPO), co-transportador de sódio-iodo e receptor de tireotropina. O
receptor de tireotropina é o principal antígeno da doença de Graves. Os anticorpos anti-
receptor da tireotropina ligam-se a este receptor e ativam-no, estimulando a atividade da
adenilato ciclase tiroideia, levando à síntese e secreção hormonais, ao crescimento da
glândula (bócio difuso) e ao aumento da sobrevivência celular, o que leva ao
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hipertireoidismo. Níveis elevados podem ainda promover a proliferação celular (NEVES et
al., 2008).
A suscetibilidade para a doença de Graves é determinada por fatores genéticos,
ambientais e endógenos responsáveis pela emergência de auto-imunidade das células B
e T. Pode surgir em qualquer idade, mas é mais comum entre 20 a 40 anos. Há uma
maior suscetibilidade feminina (o que pode estar ligado a fatores hormonais em que o
hormônio estrógeno aumenta a reatividade imunológica) ehá concordância de 20-40%
entre gêmeos monozigóticos. Contudo, não é conhecido nenhum gene que determine a
doença ou que seja necessário para o seu desenvolvimento (NEVES et al., 2008).
As manifestações clínicas da doença dividem-se nas que são comuns a qualquer
forma de hipertiroidismo e nas específicas para a doença de Graves. A oftalmopatia e a
dermopatia não estão relacionadas com os níveis elevados de hormôniostireoidianos
circulantes. Em cerca de 90% dos doentes com menos de 50 anos palpa-se um bócio
difuso de tamanho variável e uma glândula firme; em 75% dos idosos encontramos essa
manifestação. Os sintomas mais comuns são o nervosismo, a fadiga, a taquicardia,
palpitações, a intolerância ao calor e a perda de peso; estes sintomas estão presentes
em mais de metade dos doentes. Com o avançar da idade, a perda de peso e a perda de
apetite aumentam, enquanto a irritabilidade e a intolerância ao calor são menos
frequentes (NEVES et al., 2008).
Um valor de TSH reduzido associado a um valor elevado de tiroxina livre (T4 livre)
confirma o diagnóstico clínico de hipertiroidismo. Nos estágios mais precoces da doença
poderá haver apenas uma elevação no valor daT3.A dosagem de T3 livre deve ser
efetuada em doentes com níveis de TSH reduzidos, mas com os níveis de T4 livre dentro
dos limites normais. No doente com hipertiroidismo e bócio difuso, os sinais de
oftalmopatia e dermopatia são suficientes para confirmar o diagnóstico. A dosagem de
anticorpos anti-receptor de tireotropina, particularmente dos estimulantes, é quase
sempre positivo. A sua detecção é diagnóstica para doença de Graves, embora os
anticorpos estimulantes da tiróide sejam os responsáveis pelo hipertiroidismo na doença,
a sua concentração sérica é muito baixa e, por isso, indetectável em alguns indivíduos.
Ocasionalmente a DG ocorre num doente com bócio multinodular previamente conhecido,
causando confusão. Quando o diagnóstico clínico não é claro, a presença de
concentrações elevadas de anticorpos anti-TPO ou uma cintigrafia que demonstre bócio
difuso, favorecem o diagnóstico de DG. Na DG a captação de iodo mostra-se difusamente
aumentada (NEVES et al., 2008).
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O tratamento ideal para a doença de Graves, como doença autoimune que é,
ainda não é uma realidade. A abordagem terapêutica do hipertiroidismo da DG consiste
no controle sintomático com beta-bloqueadores e na redução da síntese de hormônios
tireoidianos através da administração de tionamidas, iodo radioativo ou cirurgia. No único
estudo prospectivo randomizado que comparou estes tratamentos, todos foram
igualmente eficazes na normalização dos hormônios tireoidianos em um período de seis
semanas. O risco de recidiva foi de 37, 21 e 6% no grupo das tionamidas, radioiodo e
cirurgia, respectivamente. Independentemente do tratamento escolhido, o
monitoramentoinicial deve consistir na vigilância clínica periódica e na dosagem de T4 e,
por vezes, de T3. A TSH pode permanecer suprimida durante várias semanas após a
normalização das frações livres de T3 e T4 (NEVES et al., 2008).
As disfunções na tireoide afetam diretamente no metabolismo do corpo. Isto
significa que o índice de massa corporal e armazenamento de gordura pelo corpo
dependem muito do funcionamento desta glândula. É muito comum sofrer com a perda
de peso durante a doença de Graves, mesmo mantendo bons hábitos alimentares. Com o
tratamento, a atividade da tireoide tende a diminuir drasticamente, podendo levar o
paciente a ganhar muito peso em pouco tempo. Desta forma, uma dieta balanceada e
rica em nutrientes, aliada a exercícios físicos adequados supervisionados por um
cardiologista, podem ajudar o paciente a amenizar alguns dos sintomas durante o
tratamento da doença e a manter o peso normal mesmo após o fim do tratamento
(NEVES et al., 2008; VENÂNCIO, 2015).
CONCLUSÃO
A doença de Graves é uma doença auto-imune que causa hipertireoidismo. O
diagnóstico precoce diminui o desenvolvimento de complicações e um tratamento
adequado providencia um bom controle da doença na maioria das situações, evitando
que a doença evolua para casos mais graves. Ainda são nessecessários mais estudos
para conhecer os processos imunológicos subjacentes a esta doença e, assim, se
desenvolverem métodos diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, V.A., GROSS, J.L., MAIA, A.L. Tratamento do Hipertireoidismo da Doença
de Graves. Serviço de Endocrinologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2011.
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COOPER, D., MCDERMOTT, M., WARTOFSKY, L. Entendendo a Tireoide:
Hipertireoidismo. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Março, 2010.
NEVES, C., ALVES, M., DELGADO, J.L., MEDINA, J.L. Doença de Graves. Serviço de
Endocrinologia, Hospital de São João, EPE, Porto e Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto, 2008.
VENÂNCIO, S. Doença de Graves. Endocrinologia e Metabologia. Minha vida, 2015.
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6.4 DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS - COQUELUCHE
Bruna Filadelfo¹; Messias Miranda²
¹Graduanda do Curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP –
Itapetininga/SP; ²Docente da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Itapetininga/SP
INTRODUÇÃO
Coqueluche, também conhecida por pertussis ou tosse comprida, é uma doença
infectocontagiosa aguda do trato respiratório transmitida pela bactéria Bordetella
pertussis. Os casos da doença têm aumentado em diversos países, nos últimos anos. É
uma doença recorrente, de notificação compulsória ao Ministério da Saúde (Dr Dráuzio
Varella, 2011).
Principalmente nas crianças e nos idosos, ela pode evoluir para quadros graves com
complicações pulmonares, neurológicas, hemorrágicas e desidratação.
Casos de coqueluche costumam ser mais raros na vida adulta. No entanto, tosse seca e
contínua por mais de duas semanas em jovens e adultos pode ser sinal de que foram
novamente infectados pela bactéria da tosse comprida, apesar de terem recebido a
vacina na infância ou de terem ficado doentes (Dr Dráuzio Varella, 2011).
DESENVOLVIMENTO
AGENTE ETIOLÓGICO
Segundo o Ministério da Saúde (2014), é causada pela bactéria Bordetella pertussis, um
bacilo gram-negativo, aeróbio, não esporulado, imóvel e pequeno, provido de cápsula
(formas patogênicas) e de fímbrias.
TRANSMISSÃO
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz 2014) a transmissão da coqueluche acontece
principalmente pelo contato direto da pessoa doente com uma pessoa suscetível, não
vacinada, através de gotículas de saliva expelidas por tosse, espirro ou ao falar. Também
pode ser transmitida pelo contato com objetos contaminados com secreções do doente.
A coqueluche é especialmente transmissível na fase catarral e em locais com
aglomeração de pessoas.
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GRUPO DE RISCO
De acordo com o Ministério da Saúde, o grupo de risco é formado pelas crianças com
menos de um ano, mulheres no último trimestre de gestação, crianças de dez anos que
não completaram a imunização, profissionais de saúde, indivíduos em tratamento
imunossupressor e portadores de doenças crônicas graves. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
[2013] apud DOM TOTAL, 2013).
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 semanas e, raramente, até 42 dias
(Ministério da Saúde, 2014).
PREVENÇÃO – VACINAÇÃO
Presente no Calendário Oficial de Vacinação do Ministério da Saúde, a vacina tríplice
clássica (DPT) protege contra difteria, coqueluche e tétano. As doses são ministradas no
segundo, quarto e sexto mês de vida, com reforço aos 15 meses e aos 5 anos. Apesar de
não oferecer uma proteção permanente, é essencial que se vacine as crianças até os seis
anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, [2013] apud DOM TOTAL, 2017).
Para as grávidas, foi incluída, pelo Ministério da Saúde, a vacina contra difteria, tétano e
coqueluche no Calendário Nacional de Vacinação pelo SUS, em novembro de 2014.
Aplicada até 20 dias antes do parto, tem como objetivo reduzir o índice de mortes
causadas pela doença entre os recém-nascidos. Entretanto, ela gera apenas uma
proteção nos primeiros meses de vida, sem preservar completamente o bebê
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, [2013] apud DOM TOTAL, 2017).
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
O período de incubação varia entre 7 e 17 dias. Os sintomas duram cerca de 6 semanas
e podem ser divididos em três estágios consecutivos:
a) estágio catarral (uma ou duas semanas): febre baixa, coriza, espirros,
lacrimejamento, falta de apetite, mal-estar, tosse noturna, sintomas que, nessa fase,
podem ser confundidos com os da gripe e resfriados comuns;
b) estágio paroxístico (duas semanas): acessos de tosse paroxística, ou espasmódica. De
início repentino, esses episódios são breves, mas ocorrem um atrás do outro,
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sucessivamente, sem que o doente tenha condições de respirar entre eles e são seguidos
por uma inspiração profunda que provoca um som agudo parecido com um guincho. Os
períodos de falta de ar e o esforço para tossir deixam a face azulada (cianose) e podem
provocar vômitos;
c) estágio de convalescença: em geral, a partir da quarta semana, os sintomas vão
regredindo até desaparecerem completamente.
(Dr Dráuzio Varella, 2011).
COMPLICAÇÕES
• respiratórias – pneumonia por B. pertussis, pneumonias por outras etiologias, ativação
de tuberculose latente, atelectasia, bronquiectasia, enfisema, pneumotórax, ruptura de
diafragma.
• neurológicas – encefalopatia aguda, convulsões, coma, hemorragias intracerebrais,
hemorragia subdural, estrabismo e surdez.
• outras – hemorragias subconjuntivais, otite média por B. pertussis, epistaxe, edema de
face, úlcera do frênulo lingual, hérnias (umbilicais, inguinais e diafragmáticas),
conjuntivite, desidratação e/ou desnutrição.
(Ministério da Saúde, 2014)
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Motta e Cunha (2012) relatam que a cultura é um método de alta especificidade, porém
vários fatores interferem na sua sensibilidade. Seu uso tem grande importância
epidemiológica para a vigilância da sensibilidade da bactéria aos macrolídeos. O meio
mais fácil e sensível para o diagnóstico é através da PCR da secreção respiratória, mas a
cultura também pode ser utilizada, porém esta pode ter sua sensibilidade diminuída caso
o paciente já esteja em uso de antimicrobianos ou em pacientes vacinados. A sorologia
só tem benefício em pacientes vacinados há mais de 2 anos, e deve ser colhida em duas
etapas, sendo a primeira amostra preferencialmente colhida na fase catarral. Com
relação à PCR é importante ressaltar que ela detecta bactérias mortas e vivas. Podemos
estar apenas diante de detecção de uma bactéria morta que causou infecção há algumas
semanas. Por isso o teste deve ser indicado somente quando a sintomatologia é
condizente com coqueluche.
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TRATAMENTO
De acordo com o Ministério da Saúde (2014), o tratamento e a quimioprofilaxia da
Coqueluche, até 2005, tinha como antibiótico preferencial a Eritromicina, macrolídeo
bastante conhecido. Embora ensaios clínicos tenham demonstrado que esse antibiótico é
bastante eficaz na erradicação da B. pertussis da nasofaringe das pessoas com a doença
(sintomática ou assintomática) em cerca de 48 horas. O medicamento quando
administrado precocemente (de preferência no período catarral), pode reduzir a
intensidade e duração da doença, bem como o período de transmissibilidade. Entretanto
há limitações quanto ao seu uso: a Eritromicina tem que ser administrada por 7 a 14 dias
de 6 em 6 horas. Com isso, há dificuldades na adesão ao tratamento pelo longo tempo e
a posologia, além de apresentar vários efeitos colaterais: sintomas gastrointestinais, e
em crianças menores de um 1 mês de idade, está associada ao desenvolvimento da
Síndrome da Hipertrofia Pilórica, doença grave que pode levar a morte.
Com o surgimento de novos macrolídeos, que têm perfis mais favoráveis, foram
realizados novos estudos clínicos para verificar a eficácia destas novas moléculas contra
a doença. Esses estudos demostraram existir a mesma eficácia da Azitromicina e da
Claritomicina no tratamento ou quimioprofilaxia da coqueluche, quando comparada com
a Eritromicina. A Azitromicina tem posologia de 1 vez ao dia, a ser administrada durante
5 dias e a Claritomicina deve ser administrada de 12 em 12 horas por 7 dias. Esses
esquemas terapêuticos facilitam a adesão dos pacientes ao tratamento e, especialmente,
à quimioprofilaxia dos contatos íntimos. Salienta-se que a Azitromicina permite o
tratamento das crianças menores de um 1 mês de idade (Ministério da Saúde, 2014).
EPIDEMIOLOGIA
Segundo o Ministério da Saúde (2014), no Brasil, o cenário epidemiológico da
Coqueluche, desde a década de 1990, apresentou importante redução na incidência dos
casos, mediante a ampliação das coberturas vacinais de Tetravalente e DPT. Nessa
década, a cobertura vacinal alcançada era de cerca de 70% e incidência de 10,6/100.000
hab. À medida que as coberturas elevaram-se para valores próximos a 95 e 100%, no
período de 1998 a 2000, observou-se que a incidência reduziu para 0,9/100.000 hab.
Com a manutenção das altas coberturas vacinais, pôde-se observar, na última década,
variação da incidência de 0,72/100.000 em 2004, para 0,32/ 100.000 hab., em 2010.
O aumento da incidência da coqueluche no país, em 2011, guarda diferenças importantes
em relação à observada nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, que têm registrado
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recentemente epidemias de Coqueluche. O crescimento do número de casos, até o
momento, no Brasil, apresenta a distribuição etária clássica, ou seja, cerca de 70% dos
casos ocorrem em menores de 01 ano de idade, com a grande maioria dos casos entre
crianças menores de seis meses, fenômeno que também está sendo observada na
Argentina, onde 13% dos casos estão na faixa etária de 01 a 04 anos. Ressalta-se que o
aumento no número de casos não é observado em indivíduos escolares, adolescentes e
adultos, embora haja casos em quase todas as faixas etárias, que podem estar
subestimados pelo fato de o diagnóstico ser bem mais difícil nos referidos grupos
(Ministério da Saúde, 2014).
CONCLUSÃO
Deve primeiro ser notado que os sintomas podem variar muito de um indivíduo para
outro, geralmente em adultos os sintomas são mais leves porque o corpo é mais forte, as
consequências são quase sempre benignas e pouco perigosas. Em contrapartida, em
crianças pequenas e, especialmente, em crianças menores de 6 meses as consequências
da coqueluche podem ser muito graves, podendo levar à morte.
Estar ciente de que a vacinação contra a coqueluche é obrigatória, mas muitas vezes as
crianças ainda não receberam todas as doses da vacina e não estão imunizadas contra
coqueluche (especialmente a partir do nascimento até a idade de alguns meses). O risco
é maior se a criança está em contato com um adulto com coqueluche.
BIBLIOGRAFIA
FIOCRUZ, Coqueluche: sintomas, transmissão e prevenção. 2014. Disponível em:
<https://www.bio.fiocruz.br/index.php/coqueluche-sintomas-transmissao-e-prevencao>.
Acesso em: 21 set. 2017.
DOMTOTAL, Coqueluche: recém-nascidos em grupo de risco. 2013. Disponível em:
<http://domtotal.com/noticia.php?notId=877047>. Acesso em: 01 nov. 2017.
VARELLA, Dr.Drauzio. Coqueluche. 2011. Disponível em:
<https://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/coqueluche/>. Acesso em: 01 nov.
2017.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portal da saúde. Coqueluche. 2014. Disponível em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-
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doenca>. Acesso em: 21 set. 2017.
MOTTA, F.; CUNHA, J. Coqueluche: revisão atual de uma antiga doença. 2012.
Disponível em:
<http://www.sprs.com.br/sprs2013/bancoimg/131210145658bcped_12_02_02.pdf>
Acesso em 01 nov. 2017.
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6.5 IMUNOTERAPIA NO TRATAMENTO DO CÂNCER
Beatriz Almeida de Oliveira1; Lígia Maria Micai Gomide2
1Graduanda do Curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP –
Itapetininga/SP; 2Docente da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Itapetininga/SP
Email: [email protected]
INTRODUÇÃO
A imunoterapia é definida como uma estratégia terapêutica que promove a estimulação
do sistema imunológico, podendo ser utilizada de duas maneiras: a imunoterapia ativa,
que utiliza de agentes que têm a capacidade de reparação ou ativação dos anticorpos
com o objetivo de aumentar a resistência destes anticorpos diante de um crescimento
tumoral, e a imunoterapia passiva, que consiste na administração de anticorpos
antitumorais ou células mononucleares exógenas que promovem a capacidade
imunológica de combater a doença (SCHUSTER, 2006).
As pesquisas relacionadas a imunoterapia tiveram início no ano de 1911, para o
tratamento da rinite alérgica sazonal. Os pesquisadores envolvidos eram Noon e
Freeman, que se baseavam no conceito de que ao injetar toxinas responsáveis pelos
sintomas, o organismo começava a produzir antitoxinas, que são substâncias endógenas
que conseguem neutralizar a ação das primeiras. A terapia tem seu fundamento na
administração de diversas doses de alérgenos de forma gradativa, o que provoca um
aumento da concentração de extratos de alérgenos aplicados em intervalos regulares. O
período de recuperação irá depender da resposta de cada paciente, entre um a cinco
anos, até que seja encontrada a tolerância clínica desses causadores de alergias em
pacientes hipersensíveis, de modo que irá reduzir os sintomas após a exposição a
determinado alérgeno (ROSA, 2015).
A imunoterapia, por se tratar de um método que estimula o sistema imunológico do
próprio paciente, atualmente está sendo testada para identificar e combater as células
cancerosas. Os primeiros estudos desse procedimento relacionado a doença foram
realizados no século XIX, mas teve seu avanço a partir da década de 1980, justamente
devido ao reconhecimento de receptores celulares relacionados com o estímulo das
defesas do organismo e especificamente nas células tumorais. Desde então, essa técnica
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tem sido cada vez mais estudada e aprimorada, demonstrando grandes progressos
(KORTH et al., 2016).
A imunoterapia ativa é dividida em: imunoterapia inespecífica, que consiste na
administração de substâncias estimulantes e restauradoras do sistema imunológico, ou
imunoterapia específica, que é relacionada a vacina de células tumorais. A específica
pode ser autóloga, com vacinas e soros sendo produzidos a partir da cultura de células
do próprio paciente, ou heteróloga, quando são produzidos com as células de outro
paciente com neoplasia semelhante (COROA, 2014).
No ano de 2015, foram descobertos cinco novos usos para os inibidores de pontos de
verificação imunológica, sendo eles: câncer de cabeça, de pescoço, de bexiga, de pulmão
e linfoma de Hodgkin. Depois de três décadas de pesquisa, este é o primeiro tratamento
que surge contra nódulos malignos originados na bexiga (BUZAID, 2015).
A imunoterapia tem sido considerada o avanço mais promissor contra o câncer, o que
demonstra sua grande relevância tanto para a área médica quanto aos pacientes que
sofrem da doença. Por esta razão, este trabalho tem como objetivo transmitir
conhecimento desta nova técnica que tem sido muito estudada e a cada dia mostrando
grandes progressos para o tratamento oncológico.
METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido a partir de uma revisão de literatura, com base em
artigos, sites e revistas que expõem o assunto da imunoterapia e sua relação no
tratamento do câncer.
DESENVOLVIMENTO
O sistema imunológico abrange células, tecidos, órgãos e moléculas com a finalidade de
remover agentes ou moléculas estranhas do organismo de qualquer ser vivo. Desse
modo irá manter o equilíbrio dinâmico do organismo. A resposta imunológica é
caracterizada pela ação conjunta e coordenada das células e moléculas diante dos
agentes estranhos (ABBAS et al., 2007).
O sistema imune é dividido em dois tipos de imunidade com diferentes aspectos de
respostas: a imunidade inata ou natural, sendo esta a primeira linha de defesa do
organismo, com a qual ele já nasce, e a imunidade adaptativa ou adquirida, esta é
ativada quando o indivíduo é exposto ao agente infecioso. A imunidade adaptativa
apresenta dois tipos de respostas: imunidade humoral, que gera uma resposta através
de anticorpos produzidos por linfócitos B, sendo a principal defesa diante de organismos
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extracelulares, e a imunidade celular, que é mediada por linfócitos T, importantes na
defesa contra organismos intracelulares (ABBAS et al., 2007).
As células de defesa presentes no sistema imune são de extrema importância para a
detecção e eliminação de corpos estranhos, e ainda têm a capacidade de destruir até
mesmo tumores malignos (ABBAS et al., 2007).
Para uma célula cancerosa conseguir se manter no organismo ela precisa ser aceita no
ambiente celular ou tecidual em que se encontra. Normalmente ela não consegue essa
aceitação, justamente devido a resposta imunológica do hospedeiro, que através de
mecanismos biológicos, elimina as células cancerosas recém-formadas na maioria das
vezes, por essas células serem incapazes de sobreviver naquele ambiente celular. As que
sobrevivem conseguem se reproduzir no tecido, porém, inicialmente não recebem
nutrientes devido à falta de vascularização. O surgimento destas células cancerosas
automaticamente já desencadeia uma forte reação imunológica contra elas, com a
participação dos linfócitos T CD8+ (células citotóxicas) e células Natural killers (NK)
(STIX, 2008). Porém, apesar da formação de uma resposta imunológica, as células
cancerosas têm capacidade de modificação, de maneira que alteram sua carga genética e
desta forma conseguem driblar as defesas do organismo. Desse modo, mesmo que o
indivíduo tenha uma imunidade adequada, podem surgir e progredir os tumores
malignos. Indivíduos idosos têm mais chances de desenvolverem um câncer, pois a
resposta imunológica contra as células malignas é menos eficiente (LIMA, 2017).
O conhecimento sobre as células malignas e como elas atuam frente as células de defesa
do organismo permitiram o desenvolvimento de condutas terapêuticas de combate ao
câncer como a quimioterapia, radioterapia e, mais atualmente, a imunoterapia (BUZAID,
2015).
A quimioterapia se baseia na administração de medicamentos chamados de
quimioterápicos. Dezenas de medicamentos fazem parte dessa categoria e um único
paciente costuma receber altas doses de quimioterápicos para tentar atingir o efeito
desejado, porém, ao mesmo tempo que esses medicamentos agem na destruição das
células cancerosas, eles também acabam eliminando células saudáveis do organismo
(SAWADA et al., 2009). Por isso, o tratamento com quimioterápicos causa diversos
efeitos colaterais, em alguns casos permanentes, como problemas no coração, fígado,
pulmões, nervos e órgãos reprodutivos (GRAZIANI, 2014).
A radioterapia é o tratamento terapêutico a base da radiação. É realizado em uma região
bem determinada que engloba toda a área do tumor, com cautela para a preservação de
tecidos vizinhos. Diferente das células saudáveis, as células doentes possuem uma maior
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dificuldade de se regenerar após sofrer lesões causadas pela radiação, desta forma
consegue destruir as células malignas sem que comprometa a capacidade de recuperação
das células saudáveis. Apesar de todo o cuidado tomado neste tipo de tratamento, ainda
há o risco de efeitos colaterais, que estão relacionados aos órgãos que estão sendo
tratados, por se tratar de radiação local. No geral, a pele, após sofrer radiação fica
avermelhada e leva a coceira ou ardência, podendo evoluir para bolhas ou descamação.
E dependendo da região que está sendo tratada pode ocasionar dor, náuseas, vomito,
diarreia, falta de apetite, cansaço, ardência urinária, entre outros efeitos (LORENCETTI,
2005).
Atualmente vem sendo estudada uma nova forma de tratamento terapêutico contra o
câncer, a chamada imunoterapia, diferente da quimioterapia e da radioterapia, esta
técnica não atinge diretamente na célula tumoral, mas sim através da estimulação do
sistema imunológico (BUZAID, 2015). Apesar de ainda conter caráter experimental, a
eficácia dessa técnica já foi comprovada em centenas de casos de pacientes com câncer,
superando os outros tipos de tratamento. Um bom resultado foi observado no tratamento
de melanoma, em que a quimioterapia e a radioterapia não trouxeram tanto êxito no
combate a este câncer, mas a imunoterapia apresentou 75% de eficácia, porém estes
dados estão em constante mudança devido aos avanços na pesquisa (LINDE, 2016).
Apesar da abordagem principal da imunoterapia estar relacionada com o fortalecimento
das próprias defesas do organismo de forma a eliminar o câncer, ela também utiliza de
mecanismos de ação, como os anticorpos monoclonais. O mais utilizado é o
pembrolizomab, cuja substância ativa é encontrada no medicamento Keytrud. A função
deste anticorpo monoclonal é neutralizar a PD1, uma proteína da superfície das células
cancerígenas que impede que os linfócitos lutem contra elas. A pesquisa oncológica
acredita que se conseguir neutralizá-las, irá permitir que o sistema imune cumpra seu
papel com eficiência, destruindo o tumor (LINDE, 2016).
Embora a técnica de imunoterapia tenha mostrado claramente grandes avanços na cura
em alguns tipos de cânceres, ainda assim é um tratamento experimental, pois ainda não
se sabe o porquê dessa técnica funcionar tão bem em alguns pacientes e em outros não,
mesmo sendo tratados o mesmo tipo de tumor (LINDE, 2016).
CONCLUSÃO
A partir dos aspectos analisados, percebe-se a grande utilidade que a imunoterapia está
trazendo aos pacientes com câncer. Apesar disso, ainda há muitas questões a serem
analisadas a respeito da imunoterapia, por esse motivo ainda não deixou de ser uma
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técnica experimental, mas com os avanços tecnológicos e o conhecimento científico, essa
técnica será cada vez mais aprimorada e provavelmente se tornará um método eficaz no
combate ao câncer.
REFERÊNCIAS
ABBAS, A.; LICHTMAN, A.; PILLAI, S. 2007; [Tradução de Claudia Reali e outros]. 2008.
Imunologia Celular e Molecular. 6. ed. Rio de Janeiro. Elsevier.
BUZAID. 2015. Imunoterapia para o tratamento do câncer. Disponível em
<https://www.vencerocancer.org.br/videos-2/aulas-tematicas/imunoterapia-no-
tratamento-do-cancer/> Acesso em: 15 de abril de 2018.
COROA, Manuel. 2014. A imunologia do Melanoma: Evolução e Aplicação terapêutica.
Disponível em
<https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/37340/1/A%20imunologia%20do%20m
elanoma.pdf> Acesso em: 29 de março de 2018.
GRAZIANI, Silvia. 2014. Artigo 28 – Simpósio de Orientação para pacientes e cuidadores.
Disponível em <http://hojesaopaulo.com.br/noticia/artigo-28-simposio-de-orientacao-
para-pacientes-e-cuidadores/6233/> Acesso em: 15 de abril de 2018.
KORTH, H. et al. Immunodynamics: a cancer immunotherapy trials network review of
immune monitoring in immuno-oncology clinical trials. J Immunother Cancer. 15 Mar
2016. 16p.
LIMA, Ellias. 2017. A relação entre o sistema imunológico e o câncer. Disponível em
<http://www.oncomedbh.com.br/site/?menu=Informa%E7%F5es&submenu=Fique%20p
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%F3gico%20e%20c%E2ncer/> Acesso em: 15 de abril de 2018.
LINDE, Pablo. 2016. O tratamento contra o câncer que irá substituir a quimioterapia.
Disponível em
<https://brasil.elpais.com/brasil/2016/08/29/ciencia/1472461665_305792.html/>
Acesso em: 15 de abril de 2018.
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LORENCETTI, A. SIMONETTI, J. As estratégias de enfrentamento de pacientes durante el
tratamiento de radioterapia. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2005, vol.13, n.6.
ROSA, Tamine. 2015. Imunoterapia específica para o tratamento de alergias
respiratórias: uma revisão sobre seu uso. Disponível em:
<http://www.rbac.org.br/artigos/imunoterapia-especifica-para-o-tratamento-de-alergias-
respiratorias-uma-revisao-sobre-seu-uso/ > Acesso em: 20 de março de 2018.
SAWADA, N. et al. Avaliação da qualidade de vida de pacientes com câncer submetidos a
quimioterapia. 2009. 7p.
SCHUSTER, M et al. Immunotherapy cancer. Biotechnology Journal. 7 Feb 2006. 147p.
SILVA, Eduardo. 2008. Imunoterapia específica em alergia respiratória. Disponível em
<http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=206> Acesso em: 20 de março de
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6.6 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Suellen Aparecida Pereira Rodrigues¹ Lígia Maria Micai Gomide2
¹Graduando do Curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP –
Itapetininga/SP; ²Docente da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Itapetininga/SP
E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune sistêmica caracterizada
pela produção de auto-anticorpos, formação e deposição de imunocomplexos, com
consequênte inflamação e dano tecidual em diversos órgãos. Em vários casos, o dano
tecidual provocado pelos auto-anticorpos é consequência do efeito patológico da ligação
direta aos seus alvos, e não apenas pela deposição de imunocomplexos e ativação do
sistema complemento (SCHUR&GLADMAN, 2012).
A etiologia do LES permanece ainda pouco conhecida, porém sabe-se da importante
participação de fatores hormonais, ambientais, genéticos e emocionais para o surgimento
da doença. As características clínicas são polimórficas e a evolução costuma ser crônica,
com períodos de exacerbação e remissão (SCHUR&GLADMAN, 2012).
É uma doença com predomínio em mulheres em idade fértil, geralmente de 20 a 30
anos. Apesar do LES se manifestar na idade reprodutiva, ele pode aparecer em qualquer
idade, até mesmo na infância. Há possibilidade de atingir homens, porém, a incidência é
9 vezes maior em mulheres (ROBBINS & COTRAN, 2005). No Brasil, estima-se uma
incidência de LES em torno de 8,7 casos para cada 100.000 pessoas por ano, de acordo
com um estudo epidemiológico realizado na região Nordeste (BRASIL, 2013).
Não existe um exame específico para o diagnóstico do lúpus, porém, foi criado pela
American College of Rheumatology critérios para o diagnóstico da doença baseado nas
principais manifestações clínicas, tais como: eritema malar, lesão discoide,
fotossensibilidade, úlceras orais/nasais, artrite, serosite, doença renal, alterações
neurológicas, alterações hematológicas, alterações imunológicas e presença anticorpo
antinuclear (RUIZ-IRASTORZA et al.,2001).
O tratamento da pessoa com LES depende do tipo de manifestação apresentada,
sendo, portanto individualizada, com necessidade de um ou mais medicamentos na fase
ativa da doença e, chegando à suspensão de medicamentos na fase não ativa da doença
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, 2011).
O LES é doença complexa que possui diversas manifestações clínicas, o que torna o
diagnóstico difícil, visto que nem todos os pacientes apresentam os mesmos sintomas.
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Por esse motivo, este trabalho teve por objetivo ampliar a compreensão do LES e suas
manifestações clínicas, seu diagnóstico e tratamento.
METODOLOGIA
Este trabalho é uma revisão de literatura baseado nos dados doslivros de imunologia
básica e clínica, imunologia celular e molecular e livros de patologia clínica, pesquisas de
artigos científicos da base de dados Scielo e Pubmed, usando as palavras-chaves: Lúpus
Eritematoso Sistêmico, Tratamento, Diagnóstico, Sistema Imunológico e
Imunocomplexos.
DESENVOLVIMENTO
A função fisiológica do sistema imune é proteger o indivíduo contra patógenos
infecciosos. O mecanismoresponsável pela proteção pode ser dividido em duas
categorias: imunidade inata ou natural, responsável pelas reações iniciais contra os
micro-organismos infecciosos, e imunidade adaptativa ou adquirida, responsável por
respostas mais específicas, porém mais demoradas (ABBAS et al, 2008).
A imunidade natural é a linha inicial de defesa, que apresentamecanismos celulares e
bioquímicos, existindo antes de uma infecção, sendo programada para responder
rapidamente. Os principais componentes do sistema imunológico natural são: barreiras
físicas e químicas, células fagocitárias e células natural killer (NK), proteínas do sangue e
proteínas denominadas citosinas (ABBAS et al, 2008).
A imunidade adquirida possui uma especificidade para distinguir as diferentes
moléculas, respondendo com mais intensidade a reexposição ao mesmo micro-
organismo. Sendo capaz de reconhecer e reagir a um grande número de substâncias. Os
linfócitos e seus produtos, como anticorpos e os antígenos são os principais componentes
da imunidade adquirida (ABBAS et al, 2008).
Existem dois tipos de respostas adquiridas, a imunidade humoral e a celular,
sendo que ambas apresentam a função de eliminar os micro-organismos. A imunidade
celular é mediada pelos linfócitos T, e defende nosso organismo contra microorganismos
intracelulares como vírus e algumas bactérias, promovendo a destruição destes
localizados em fagócitos ou destruindo as células infectadas, eliminando o reservatório da
infecção (ABBAS et al, 2008). Já a imunidade humoral é mediada por moléculas
presentes no sangue e nas secreções das mucosas chamadas de anticorpos, produzidas
pelos linfócitos B. Os anticorpos reconhecem antígenos microbianos, neutralizam os
micro-organismos e os preparam para serem eliminados. É o principal mecanismo de
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defesa contra os micro-organismos extracelulares e suas toxinas (ABBAS et al, 2008).
Os anticorpos são proteínas circulantes importantes para a imunidade adaptativa, e
são produzidas em resposta àexposição a estruturas estranhas conhecidas como
antígenos, sendo diversificados e específicos na sua capacidade de reconhecer formas
estranhas. Os anticorpos ligados a membrana funcionam como receptores que são os
intermediários na ativação das células B pelos antígenos (ABBAS et al, 2008). Em
comparação, o sistema complemento é parte fundamental da imunidade inata, é formado
por diversas proteínas plasmáticas e contribui na remoção de complexos imunes e na
ativação de processos inflamatórios (ABBAS et al, 2008).
Os distúrbios causados por respostas imunológicas são chamados de doençasde
hipersensibilidade e são capazes de causar lesão tecidual (ABBAS et al, 2008).O
problema nas doenças de hipersensibilidade é que a resposta é desencadeada e mantida
inapropriadamente. As doenças são comumente classificadas de acordo com o tipo de
resposta imunológica e com o mecanismo efetor responsável pela lesão tecidual e
celular. As doenças de hipersensibilidade são classificadas como hipersensibilidade
imediata (tipo I), mediada por anticorpos (tipo II), mediada por complexos imunes (tipo
III), e mediada pelas células T(tipo IV) (ABBAS et al, 2008).
O LES é uma doença autoimune mediada por complexos imunes, e, portanto, é
classificado como reação de hipersensibilidade tipo III. Os complexos imunes que causam
as doenças podem ser compostos por antígenospróprios ou antígenos estranhos com
anticorpos ligados (ABBAS et al, 2008).
Os complexos antígeno-anticorpo, que são anticorpos ligados ao antígeno, são
produzidos durante as respostas imunológicas normais, porém causam doenças quando
produzidos em excesso, não sendo removidos eficientemente e se depositando nos
tecidos (ABBAS et al, 2008). Esses complexos, também chamados de imunocomplexos,
promovem a ativação da cascata do complemento. O sistema de complemento
desencadeia reações de opsonização para atrair fagócitos, liberando radical livres e
enzimas e provocando uma inflamação e destruição tecidual. Esses imunocomplexos são
responsáveis por muitas das manifestações clínicas observadas em pacientes com o LES
(SILVA et al.,2013).
O LES é uma doença inflamatória crônica cuja patogenia é multifatorial e ainda não
foi completamente esclarecida. Dentre os principais fatores etiológicos se encaixam os
fatores genéticos, hormonais, ambientais e emocionais. A junção desses fatores em
pessoas geneticamente predispostas pode gerar um desequilíbrio no sistema
imunológico, favorecendo o surgimento do lúpus (ARAUJO &TRAVERSO-YÉPEZ, 2007).
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Em alguns casos, algumas substâncias químicas podem desencadear o LES
propriamente dito, como por exemplo, determinados medicamentos. Esses casos estão
associados a um subtipo da doença, que é o LES induzido por drogas (ANDRADE et al,
2010).
O lúpus pode afetar praticamente todos os órgãos e sistemas, entretanto, algumas
manifestações são comuns e outras são mais raras. Cerca de 80% - 100% das
manifestações são nas articulações, pele e sangue. Os rins, o sistema nervoso central
(SNC) e o sistema cardiopulmonar são acometidos em mais de 50% dos casos. As
manifestações sistêmicas, incluindo fadiga, mal-estar, febre, anorexia, náusea e perda de
peso estão presentes na grande maioria dos pacientes (PEAKMAN & VERGANI, 2011).
É uma doença com predomínio em mulheres em idade fértil, geralmente de 20 a 30
anos e, apesar se manifestar na idade reprodutiva, ele pode aparecer em qualquer idade,
até mesmo na infância. Há possibilidade de atingir homens, porém, a incidência é 9
vezes maior em mulheres (ROBBINS & COTRAN, 2005). No Brasil, estima-se uma
incidência de LES em torno de 8,7 casos para cada 100.000 pessoas por ano, de acordo
com um estudo epidemiológico realizado na região Nordeste (BRASIL, 2013).
A mortalidade dos pacientes com LES é cerca de 3 a 5 vezes maior do que a da
população geral e está relacionada a atividade inflamatória da doença. Quando há
acometimento renal e do sistema nervoso central há maior risco de infecções graves
decorrentes da imunossupressão junto com as complicações da própria doença e do
tratamento, sendo a doença cardiovascular um dos mais importantes fatores de
morbidade e mortalidade dos pacientes (BRASIL, 2013).
Não existe um exame específico para o diagnóstico do lúpus, porém, foi criado pela
American College of Rheumatology critérios para o diagnóstico da doençabaseado nas
principais manifestações clínicas, tais como: eritema malar, lesão discoide,
fotossensibilidade, úlceras orais/nasais, artrite, serosite, doença renal, alterações
neurológicas, alterações hematológicas, alterações imunológicas e presença do anticorpo
antinuclear (RUIZ-IRASTORZA et al.,2001).
A pessoa terá o diagnóstico do LES caso apresente no mínimo quatro dessas
manifestações. Diante dessas manifestações, o diagnóstico acontece através da avaliação
clínica e de exames laboratoriais como: hemograma completo com contagem de
plaquetas, contagem de reticulócitos, teste de Coombs direto, velocidade de
hemossedimentação (VHS), proteína C reativa, eletroforese de proteínas, exame
qualitativo de urina e avaliação de autoanticorpos (FAN, anti-DNA nativo, anti-Sm, IgG e
IgM) (BRASIL,2013).
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As provas inflamatórias de fase aguda, como a velocidade de hemossedimentação
(VHS) e a proteína C reativa (PCR), são úteis para o diagnóstico. A VHS geralmente está
aumentada na atividade da doença, refletindo a fase aguda dos processos inflamatórios,
porém pode persistir elevada mesmo após o controle da doença, não se correlacionando
com sua atividade inflamatória. Entretanto, a PCR é geralmente baixa no LES e aumenta
nos processos infecciosos, auxiliando por vezes no diagnóstico diferencial dessas duas
condições (ANDRADE et al, 2010).
Diante da suspeita de LES e a positividade do FAN, é fundamental tentar
caracterizar os auto-anticorpos específicos da doença, particularmente o anti-DNA nativo
(anti-dsDNA) e anti-SM, que são marcadores e suas detecções corroboram o diagnóstico.
A positividade do anti-dsDNA chega a 40% e a determinação de seus títulos é útil no
acompanhamento da atividade inflamatória da doença, particularmente na nefrite
(ANDRADE et al, 2010).
A determinação da atividade hemolítica do complemento e dos níveis séricos dos seus
componentes C3 e C4 é extremamente útil na monitorização de doença e da resposta
terapêutica (ANDRADE et al,2010).
O tratamento é orientado pelo tipo da manifestação clínica, usando medicamentos
antiinflamatórios não esteróides e aspirina, usados para artrite, mialgia e serosite leve
(PEAKMAN & VERGANI, 2011). São utilizados medicamentos antimaláricos como a
cloroquina e hidroxicloroquina (HCQ) e os glicocorticóides (GC). Os GC são os
medicamentos mais utilizados em pacientes com lúpus, e suas doses variam com a
gravidade da doença (BRASIL, 2013).
CONCLUSÃO
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune sistêmica caracterizada
pela produção de auto-anticorpos. É predominante em mulheres em idade fértil,
geralmente de 20 a 30 anos. O LES é uma doença complexa que possui diversas
manifestações clínicas, o que torna o diagnóstico difícil, visto que nem todos os pacientes
apresentam os mesmos sintomas. O tratamento é baseado nas manifestações clínicas de
cada indivíduo, visto que cada um reage de uma maneira ao tratamento.
REFERÊNCIAS
ABBAS, ABUL K.; LICHTMAN, ANDREW H.; PILLAI, SHIV. Imunologia celular e molecular,
6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 576 p.
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6.7 NEFROPATIA DIABÉTICA: DIABETES MELITTUS NA
NEFROPATIA DIABÉTICA
Luara Vieira Barreto Ruiz¹; Renato Paschoal Prado²
¹Graduanda do curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP –
Itapetininga/SP; ² Docente da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Itapetininga/SP
email: [email protected]
INTRODUÇÃO
A doença renal do diabetes (DRD), também denominada de nefropatia diabética
(ND), é uma complicação crônica do diabetes mellitus (DM), que acomete cerca de 35%
dos pacientes. Em um quarto dos pacientes, a anormalidade observada é o aumento da
excreção urinária de albumina (EUA) e em aproximadamente um quinto observa-se a
redução isolada da taxa de filtração glomerular (TFG). A taxa de complicações crônicas
relacionadas ao DM diminuiu drasticamente nas últimas duas décadas, tendo ocorrido
uma redução aproximada de 28% na DRD, em sua fase mais avançada (doença renal
terminal). Entretanto, ainda é muito grande o número de pacientes afetados pela DRD,
pois a incidência de DM continua aumentando. Por este motivo, a DRD continua sendo a
principal causa de doença renal crônica em pacientes ingressando em programas de
diálise, inclusive no Brasil (OLIVEIRA et al., 2015).
O diabetes mellitus é uma condição causada por disfunções no metabolismo de
carboidratos mediado pela insulina (BASTOS et al., 2010). Esta alteração é definida pela
constatação de níveis de glicemia de jejum maiores ou iguais a 126 mg/dl. O DM é a
causa mais frequente de DRD no mundo e já é a segunda etiologia mais comum entre os
pacientes em diálise no Brasil. Além disso, os diabéticos apresentam risco aumentado de
eventos cardiovasculares. A hiperglicemia é um fator de risco independente para
nefroesclerose diabética. A fisiopatologia da doença renal diabética é complexa,
abrangendo fatores hemodinâmicos, concentração plasmática dos produtos finais de
glicolisação avançada, e disfunção endotelial, entre outros. O controle glicêmico nesses
pacientes é um desafio, pois envolve orientação dietética complexa aderência
medicamentosa e limitação no uso dos hipoglicemiantes orais, particularmente nos
estágios mais avançados da DRC. Recomenda-se manter a hemoglobina glicosilada em
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níveis menor que 7,0% e a glicemia pós-prandial menor que 140 mg/Dl (BASTOS et al.,
2010).
Levando em consideração esses pontos, a abordagem deste tema advém do fato
da importância do diagnóstico da nefropatia diabética, uma complicação que acomete
quase metade dos pacientes portadores da diabetes mellitus e o objetivo desse estudo foi
de abordar os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento e à progressão da
nefropatia diabética, assim como, as estratégias de prevenção e os recursos terapêuticos
que podem ser empregados para evitar a instalação ou retardar a progressão da
nefropatia diabética. Este estudo será realizado através da revisão de literatura de
artigos e livros sobre o assunto.
DESENVOLVIMENTO
O diabetes mellitus é uma síndrome onde o portador apresenta uma deficiência de
insulina que leva consequentemente a hiperglicemia. O diabetes é um distúrbio no
metabolismo da glicose do organismo, no qual a glicose presente no sangue passa pela
urina sem ser usada como um nutriente pelo corpo (GUYTON & HALL, 1997).
A Hiperglicemia pode trazer várias consequências maléficas ao organismo, tais
como complicações microvasculares crônicas (nefropatia diabética e retinopatia
diabética) macrovasculares (doença cardiovascular) e neuropática (LARA, 2006). A DM é
dividida em dois tipos que são DM tipo 2 e DM tipo 1, ambas caracterizadas pela
deficiência de insulina no organismo, mas o que diferencia uma da outra são as
intensidades. Os portadores de DM do tipo 2 apresentam deficiência relativa de insulina
no organismo, enquanto que os portadores de DM do tipo 1 apresentam deficiência
absoluta de insulina (LARA, 2006).
A diabetes mellitus do tipo 1 é o tipo mais agressivo, causa emagrecimento rápido
e ocorre na infância e adolescência. Além disso, causa destruição auto-imune das células
β das Ilhotas de Langerhans. O individuo não tem produção de insulina, a glicose não
entra nas células e o nível de glicose no sangue fica aumentado (SMELTZER & BARE,
2002).
No DM tipo 1, há uma incapacidade em produzir insulina, porque as células betas
pancreáticas foram destruídas por um processo auto-imune. Neste caso, as células do
pâncreas que normalmente produzem insulina são destruídas e, quando pouca ou
nenhuma insulina vem do pâncreas, o corpo não consegue absorver a glicose do sangue
e as células ficam sem insulina (COTRAN et al., 1994).
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O pâncreas do DM tipo 1 não produz insulina. Sem o hormônio, a glicose não
entra nas células e fica acumulada no sangue, levando ao aparecimento dos sintomas.
Quando o açúcar no sangue excede o limite, esse excesso é eliminado pela urina. O
corpo perde líquido por excesso de micção e, em virtude disso, o indivíduo sente mais
sede. Também é notada a modificação do apetite e o diabético sente mais fome (GROSSI
et al., 2003).
O DM tipo 2 é causado pela resistência à insulina e obesidade. Ocorre em pessoas
com mais de 40 anos. O pâncreas secreta insulina normalmente, mas sobram insulina e
glicose no sangue e células com pouca glicose. O pâncreas libera muita insulina, levando
as células β a se deteriorarem. Células β destruídas não têm produção de insulina e o
indivíduo passa a ter a necessidade de tomar insulina e medicamentos para aumentar a
sensibilidade à insulina (GUYTON & HALL, 2002). Além disso, o DM tipo 2 é causado pela
redução da sensibilidade dos tecidos-alvo ao efeito da insulina. Essa sensibilidade
diminuída à insulina é frequentemente descrita como resistência à insulina. Para superar
a resistência à insulina e evitar o acúmulo de glicose no sangue, deve haver um aumento
na quantidade de insulina secretada. Embora não se saiba o que causa o diabetes tipo 2,
sabe-se que neste caso o fator hereditário tem uma importância bem maior do que no
diabetes tipo 1. A obesidade também tem sido associada ao diabetes tipo 2, ainda que a
obesidade não leve necessariamente ao diabetes (COTRAN et al., 2000).
Logo depois do inicio do diabetes e, em especial quando os níveis sanguíneos de
glicose estão elevados, o mecanismo de filtração renal é estressado, permitindo que as
proteínas sanguíneas extravasem para dentro da urina. Em consequência disso, a
pressão nos vasos sanguíneos do rim aumenta. A pressão elevada serve como estímulo
para o desenvolvimento da nefropatia. À medida que a função renal diminui, o paciente
geralmente apresenta falência de múltiplos sistemas (SMELTZER, 2002).
A nefropatia diabética (ND) é uma complicação crônica microvascular do diabetes
melittus que afeta cerca de 35% dos pacientes, além de ser uma das causas mais
comuns de doença renal terminal e ingressão aos programas de hemodiálise. A ND está
associada ao aumento de mortalidade, principalmente relacionada à doença
cardiovascular (OLIVEIRA et al., 2015). Independentemente da etiologia da doença de
base, os principais desfechos em pacientes com doença renal crônica são as suas
complicações (anemia, acidose metabólica, desnutrição e alteração do metabolismo de
cálcio e fósforo), decorrentes da perda funcional renal, óbito (principalmente, por causas
cardiovasculares) e perda de função renal (OLIVEIRA et al., 2015). A nefropatia, ou
doença renal secundária, constitui uma complicação comum do diabetes. Indivíduos com
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diabetes representam cerca de 25% dos pacientes com doença renal em estágio terminal
que necessitam de dialise ou de transplante. Não existe um método confiável para
predizer se a pessoa irá desenvolver doença renal (LEHNINGER et al., 1995).
O primeiro passo para o rastreamento e diagnóstico de ND é a medida da
albumina em uma amostra isolada de urina, coletada na primeira hora da manhã ou
durante o dia (LARA, 2006). Nos pacientes com DM tipo 2 os testes para MA devem ser
feitos já no diagnóstico. Nos pacientes com DM tipo 1, a dosagem de MA é recomendada
antes do início da puberdade e após a duração de pelo menos cinco anos de DM. Como a
MA pode estar presente antes deste periodo em uma parcela considerável de pacientes,
sugere-se que o rastreamento inicie pelo menos após 1 ano do diagnóstico. Entretanto,
se a MA estiver ausente, o teste deve ser repetido para todos os pacientes anualmente
(LARA, 2006).
Além da medida da albumina urinária, no diagnóstico de ND a creatinina sérica
deve ser avaliada anualmente para a estimação da taxa de filtração glomerular (TFG) em
todos os pacientes adultos diabéticos, especialmente a partir do estágio de MA. A
creatinina sérica isolada não deve ser utilizada como medida de função renal, mas usada
para estimar o TFG. (LARA, 2006).
Tradicionalmente, os objetivos do tratamento da nefropatia diabética incluem:
reduzir a EUA (excreção urinária de albumina), sendo alvos a obtenção de valores
normais de EUA; evitar o aumento progressivo da EUA; e desacelerar o declínio da TFG
(taxa de filtração glomerular), além de prevenir a ocorrência de eventos
cardiovasculares. A medida da EUA é usada como um desfecho substituto para desfechos
mais duros, como a insuficiência renal e/ou morte, embora existam controvérsias sobre
esta utilização da EUA (OLIVEIRA et al., 2015).
CONCLUSÃO
Depois de feito o diagnóstico, o tratamento se baseia no controle da diabetes, do
colesterol, do peso, e da pressão arterial, além do uso de medicamentos que impeçam o
avanço da nefropatia diabética. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior será a
probabilidade de sucesso no intuito de minimizar o problema. Contudo, o ideal é que se
previna o aparecimento da doença, em vez de tratá-la depois de instalada.
As evidências demonstram que os portadores do diabetes mellitus devem fazer
acompanhamento médico e exames periódicos regularmente, para que se houver alguma
alteração ou disfunção, sejam detectados o mais rápido possível, evitando assim o
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desenvolvimento da nefropatia diabética, por se tratar de uma doença séria que
necessita de acompanhamento e tratamentos adequados.
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6.8 OS EFEITOS DO ÁLCOOL NO ORGANISMO, EFEITOS
FISIOLÓGICOS, DANOS, CONSEQUÊNCIAS E POSSÍVEIS
PATOLOGIAS.
Evandro Augusto Soares Dos Santos¹; Renato Paschoal Prado ²;
¹ Graduando do curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP –
Itapetininga/SP ² Docente da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP – Itapetininga/SP
E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
Segundo a organização mundial da saúde (OMS) estima-se que morram
aproximadamente 3,3 milhões de pessoas no mundo devido ao uso de álcool, responsável
por aproximadamente 5,9% das mortes mundiais, o que torna o álcool um dos principais
fatores de risco para levar a morte (OMS, 2014).
De acordo com estatísticas de 2017 da OMS são consumidos 6,4 L (litros) de álcool
puro (medida que leva em consideração o percentual de álcool na bebida), por ano, em
indivíduos de 15 anos ou mais que fazem uso de álcool (OMS, 2017). O consumo de álcool
tem um impacto muito grande da vida de um indivíduo, gerando aumento de incidências
de doenças, lesões e outras condições de saúde, distúrbios como alcoolismo, abuso e
dependência, além de todos problemas sociais como violência contra família amigos e
desconhecidos, problemas financeiros e no trabalho (OMS 2004). Estes possíveis danos
estão relacionados a fatores ambientais, volume consumido e o padrão de consumo.
(Rehm et al., 2003; Rehm, Kanteres & Lachenmeier, 2010; OMS, 2010). Entretanto, os
problemas que o álcool gera para vida humana, não chegaram a este patamar por motivos
atuais. O uso de álcool vem de milhares de anos, integrado em muitas culturas, sendo
consumido muitas vezes como forma ocasional e social em festivais, atividades e
comemorações na comunidade (Mc Govern, 2009; OMS, 2014).
Atualmente, fatores como desenvolvimento econômico, cultura do meio social e a
disponibilidade do álcool são os responsáveis pela vulnerabilidade do acesso ao álcool por
cada sociedade e indivíduo (OMS, 2007; Babor et al., 2010; Nelson et al., 2013). Mesmo
que não exista um fator de risco principal, estudos demonstram que quanto mais
vulnerável um indivíduo se encontra, mais fácil do mesmo desenvolver problemas com
álcool (Schmidt et al., 2010). Esses problemas normalmente acontecem mais facilmente
em indivíduos que começam com o uso de álcool na fase jovem, como por exemplo
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indivíduos que dão início ao seu uso antes dos 14 anos de idades, o que além de os
tornarem dependentes, faz com que ingiram o álcool de forma abusiva nas idades
posteriores, assim como também os fazem ter um risco aumentado de comprometimento
a saúde (Grant & Dawson, 1997; Grant, 1998; DeWit et al., 2000; Kraus et al., 2000,
Sartor et al., 2007).
O consumo de álcool é considerado como causa componente de mais de 200
doenças, lesões e outras condições de saúde presentes na Classificação Internacional de
Doenças (CID-10) (OMS, 1992; Rehm et al., 2009), sendo que para maioria destas lesões
e doenças existe a relação dose/resposta, ou seja, quanto maior a dose, maior a
probabilidade de adquirir uma doença (IARC, 2010; Shield et al., 2013).
Por ser uma droga de tão fácil acesso e tão disseminada atualmente pretende-se
analisar e investigar possíveis danos que o álcool produz no corpo humano, através da
pesquisa e revisão bibliográfica, tendo como base a coleta de dados e estudo de diversos
artigos e avaliar as modificações e possíveis consequências que ele gera em um indivíduo.
Em virtude disso, esse estudo tem como objetivo a conscientização de pessoas que fazem
uso do álcool, uma vez que apesar de ser considerado como uma substância inofensiva,
pode causar sérios problemas à saúde.
DESENVOLVIMENTO
O etanol é uma substância constituída de uma cadeia de dois carbonos e uma
hidroxila (-OH). Possui características hidrofóbicas e hidrofílicas, e peso molecular baixo
(Maher, 1997). Essas características o fazem possuir grande poder de propagação e
distribuição por todos fluidos corporais e tecidos (Heckmann, 2009).
Sua obtenção se dá na forma de fermentação alcóolica de açúcares como a glicose
pelo micro-organismo Saccharomyces Cerevisiae, através de uma reação representada de
forma simplificada por: C6 H12 O6 2 C2 H5 OH + 2 CO2 (Saffioti & Waldemar, 1969).
Além disso, ele é considerado uma substância psicoativa, sendo amplamente
utilizado a séculos em diversas culturas e conhecido na maioria das sociedades tribais e
aldeias, era produzido como atividade doméstica e artesanal para consumo em ocasiões
festivas e atividades comunitárias. (OMS, 2014). O seu consumo teve um aumento
significativo durante a história, tornando-se causa de prioridade de saúde pública com
objetivo de diminuir o seu uso nocivo. (OMS, 2010).
Ao ser ingerido pelo indivíduo, o etanol passa primeiramente pelo processo de
absorção e por possuir baixa massa molecular e ser hidrossolúvel é absorvido
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rapidamente. Cerca de 20% é absorvido pelo estômago e 80% pelo intestino delgado, e
uma fração pouco significativa é absorvida pela mucosa da bucal, esôfago e intestino
grosso (Kasper 2015). Muitos fatores podem influenciar essa absorção gastrointestinal,
como por exemplo, a quantidade de álcool ingerida e a ingestão de alimentos
especialmente ricos em gordura (Mitichell, 2014). Quando há um rápido esvaziamento
gástrico, devido a ausência de alimentos gordurosos, evidencia-se uma potencialização da
absorção do álcool e consequentemente uma concentração maior dele no sangue. Por
outro lado, quando se ingere alimentos gorduroso, o esvaziamento gástrico ocorre de
maneira mais lenta, o que gera uma menor absorção do álcool para corrente sanguínea
(Thomas Gentry, 2000).
Devido sua hidrossolubilidade o etanol atravessa facilmente as membranas
biológicas, com isso sua distribuição no organismo através do sangue para todo os tecidos
e órgãos de um organismo se torna facilitada. Entretanto, essa distribuição tem relação
com a quantidade de água presente no órgão ou tecido. Assim, órgãos como cérebro,
fígado, rins e pulmões que possuem um fluxo sanguíneo elevado são os mais atingidos
(Mucklow, 2004; Hoffman, 2015). Além disso, a distribuição também sofre influência do
gênero. Mesmo ingerindo uma quantidade equivalente de álcool, as mulheres tendem a
apresentar maiores concentrações de álcool no sangue, por possuírem um índice e massa
corpórea menor e uma menor quantidade da enzima álcool desidrogenase (ADH),
tornando o metabolismo da substância mais lenta (Chan, 2014).
A eliminação do álcool ocorre de diversas formas, sendo que 10% do total ingerido
é eliminado pelos pulmões, suor e urina. Os 90% restante é eliminado no fígado, por ação
da enzima álcool desidrogenase (Mello et al., 2001). Entretanto, em indivíduos que faz o
uso excessivo de álcool, a atividade da ADH pode se encontrar bloqueada, o que leva o
organismo a fazer o uso de outras duas vias nessa situação. Uma dessas vias é a via do
sistema mitocondrial de oxidação do etanol (MEOS), que tem como cofator a nicotinamida-
adenina-dinucleótideo-fosfato hidrogenado (NADPH), utiliza o citocromo P-450 (CYP3E1),
fosfolipídios e a NADPH-citocromo redutase (Mello et al., 2001; Kachani et al., 2008). Já a
segunda via é da catalase, que corresponde a menos de 2% da oxidação do álcool (Junior
et al., 1998). Estas três vias são responsáveis pela produção de acetaldeído, o qual é
convertido em acetato pela enzima aldeído desidrogenase (ALDH), uma enzima com alta
atividade mitocondrial (Junior et al., 1998; Mello et al., 2001). O acetato por sua vez é
convertido em coenzima A, que participa do ciclo de Krebs, sendo transformado em
dióxido de carbono e água (Kachani et al., 2008).
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A cronicidade do uso do álcool é causa componente de mais de 200 doenças, lesões
e outras condições de saúde em um indivíduo (OMS, 1992; Rehm et al., 2009). As
principais categorias e lesões causadas pelo consumo do álcool são condições
neuropsiquiátricas, doenças gastrointestinais, cânceres, doenças infecciosas, doenças
cardiovasculares, diabetes mellitus, injurias intencionais e não intencionais, Sindrome
Álcoolica Fetal (SAF) e complicações do parto prematuro, além dos distúrbios como uso
prejudicial do álcool e o mais conhecido o álcoolismo (OMS, 2014).
Conclusão
O álcool, apesar de ser considerada lícito e aceito a anos na sociedade, é
considerado uma droga psicotrópica, que demonstra ser capaz gerar grandes malefícios
ao ser humano, principalmente em indivíduos que fazem seu uso de forma crônica.
Mesmo com todos os males que é capaz de gerar, seu uso se torna cada vez mais
disseminado entre a sociedade. Ao elevar o consumo, muitas inconveniências
acompanham não apenas a vida do usuário, mas de toda sociedade ao seu redor.
Através do estudo de diversos artigos, a conscientização para indivíduos que fazem o uso
do álcool se demonstra necessária, assim como a intervenção em casos extremos como
os de uso crônico e abusivo.
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6.9 PARASITAS INTESTINAIS: HELMINTOS E PROTOZOÁRIOS
Thalia Fernanda Ruivo Vieira¹; Lígia Maria Micai Gomide²; Renato Paschoal Prado²
¹Graduando do Curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista – FSP –
Itapetininga/SP ; ² Docente da Faculdade do Sudoeste Paulista – FSP – Itapetininga/SP
INTRODUÇÃO
Parasitismo é a associação entre seres vivos, em que existe unilateralidade de
benefícios, que tendem ao desequilíbrio, com um dos associados causando prejuízo no
vínculo (NEVES et al., 2010).
As parasitoses intestinais são consideradas um problema de saúde pública pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), causados por helmintos e protozoários que afetam
cerca de 3,5 bilhões de pessoas no mundo, provocando enfermidades em
aproximadamente 450 milhões destas, sendo a maior parte em crianças (WHO, 2008).
O Brasil nas últimas décadas vem sofrendo alterações para a melhoria na
qualidade de vida de sua nação. Entretanto, as parasitoses intestinais ainda são
endêmicas em inúmeras regiões do país, o que torna o estudo do parasitismo de
essencial importância na atualidade (BELO et al., 2012). A estimativa do Ministério da
Saúde é de um milhão de infectados entre 2003 e 2012 no país. Em pesquisas realizadas
pelo biólogo Ronaldo Scholte, pesquisador do Ministério da Saúde, verificou-se que o
maior número de casos de pessoas infectadas por vermes no Brasil foi encontrado no
Norte e no Nordeste, tendo em vista que em algumas regiões do Pará e da Amazônia o
risco de contaminação pode chegar a 30% (SCHOLTE et al., 2014; SCHOLTE et al.,
2013).
Os protozoários são organismos unicelulares, com capacidade de se multiplicar
dentro do hospedeiro, já os helmintos são multicelulares e normalmente não se dividem
dentro do hospedeiro humano. Tais distinções biológicas são importantes, pois resultam
em implicações epidemiológicas, clínicas e terapêuticas (SALATA, 1994).
O alto índice destas doenças afetam centros urbanos e principalmente os centros
rurais, que tendem a ter infecções mais pertinentes devido às condições socioeconômicas
mais baixas, saneamento ambiental inadequado, maior contato com a vida silvestre e
abastecimento de água insuficiente (ABDULSALAM, et al. 2012; SPEICH, et al., 2016;
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YOSHIKAWA et al., 2009; HELENBROOK et al., 2015; YOSHIKAWA et al., 2016). São
doenças que visivelmente afetam as populações mais pobres e carentes, desprovidas de
recursos básicos.
As parasitoses intestinais tendem a levar o indivíduo a quadros leves com
manifestações inespecíficas como: anorexia, distúrbios do sono, irritabilidade, náuseas,
diarreia.Por outro lado, os quadros graves ocorrem quando os pacientes se encontram
desnutridos, imunodeprimidos, com anemia falciforme, neoplasias, portadores de
doenças do colágeno, tuberculose, uso prolongado de corticóides ou imunossupressores.
Mesmo sem haver uma confirmação científica, “manchas de pele” e “ranger de dentes”
são associados popularmente com parasitoses intestinais (MOTA et al., 2004).
O presente estudo tem como objetivo investigar os índices de parasitoses
intestinais no município de Angatuba nos anos de 2015 a 2017, por meio de prontuários
arquivados no Centro de Saúde Doutor Renato de Carvalho- Laboratório de Análises
Clínicas, tendo como base seis bairros da cidade: Vila Volpi, Guareí Velho, Bom Retiro, Boa
Vista, Vila Ribeiro e Centro, onde serão avaliados os pacientes distinguindo-os por sexo,
idade e parasita, visando uma intervenção da saúde pública, a fim de diminuir a
quantidade de enfermidades nos munícipes.
DESENVOLVIMENTO
O exame de fezes proporciona auxílio significante para o clínico, quando
criteriosamente realizado pelo laboratório.A análise é solicitada para algumas finalidades
que se distinguem como o estudo coprológico das funções digestivas, exame parasitológico
de fezes, cultura de fezes oucoprocultura e exames solicitados isoladamente (VALLADA,
1988).
A parasitologia descreve o parasitismo como: “toda a planta ou animal que vive
dentro de, sobre ou com outro ser vivente, do qual obtém alimento, proteção, ou outra
vantagem” (VALLADA, 1988). Para diferenciar as adaptações ou sistemas de vida que
ocorrem, são definidos emmutualismo, onde ocorre um benefício por parte do hospedeiro
devido aos produtos formados pelo organismo associado. Simbiose,a associação entre as
espécies é obrigatória para que mantenha a sobrevivência. Comensalismo,um dos
elementos associados se serve do outro, sem que ocorra a moléstia do hospedeiro.
Predatismo, o parasito destrói parcialmente ou total o organismo do hospedeiro.
Saprofitismo, o parasita se alimenta dos restos que estão se decompondo de seres que já
viveram ou que vivem as custas do outro.
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Os estudos parasitológicos se distinguem: protozoários e helmintos.Os protozoários
são frequentemente nomeados quando se faz referência a um organismo unicelular
eucarioto heterotrófico, que pode ser encontrado em diversos habitats onde há água.
Estes são encontrados sob associação com outros organismos, sendo denominados de
comensais, simbiontes ou parasitas, ou são encontrados sob a forma livre (SELEGHIM, et
al., 2011). Existem diversas classificações para protozoários.
Os helmintos são conhecidos como “vermes” que possuem vida livre ou vivem em
um organismo vivo. Os animais metazoários de corpo alongado e desprovidos de
apêndices eram denominados “vermes” por Lineu (1758) e biologistas da época; sendo
este termo empregado aos vermes planos, cilíndricos lisos ou cilindros segmentados,
diferenciando-os pelas características estruturais e biológicas, sendo de grande
importância na saúde pública (KASSAI, 2002).
METODOLOGIA
O município de Angatuba é localizado no interior do estado de São Paulo, região
sudeste do Brasil, com uma população de 24.634 habitantes. Seu índice de
desenvolvimento humano é de 0,719, em 2010, considerado alto (ATLAS,2010).
O estudo consiste no levantamento de dados da incidência de parasitoses no
período de janeiro de 2015 a dezembro de 2017 em seis bairros da cidade, sendo eles:
Vila Volpi, Guareí Velho, Bom Retiro, Boa Vista, Vila Ribeiro e Centro, por meio de
prontuários arquivados no Centro de Saúde Doutor Renato de Carvalho- Laboratório de
Análises Clínicas. Os dados pessoais dos pacientes serão ocultados, fazendo uso apenas da
idade, sexo e o parasita que o mesmo possuiu.
CONCLUSÃO
A presença de parasitas no organismo do seu hospedeiro pode ser muito prejudicial
a sua saúde. Em virtude disso, espera-se analisar o índice de parasitoses intestinais que
cada bairro apresentou, a fim de ter uma intervenção sanitária para a melhoria da região e
da saúde da população habitante.
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6.10 PERFIL LIPÍDICO E PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCOS
PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Simone Antonia de Oliveira¹; Renato Paschoal Prado²
¹Graduando do Curso de Biomedicina – Faculdade Sudoeste Paulista - FSP - Itapetininga
/ SP ²Docente do Curso de Biomedicina– FSP – Itapetininga – SP
E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
As dislipidemias referem-se às alterações nos níveis sérico do colesterol e
triglicérides refletindo sobre as lipoproteínas (MOURA, 2015). Podem, no entanto, ser
influenciadas por distúrbios genéticos ou adquiridos. Os distúrbios lipídicos podem
desencadear em decorrência do estilo de vida do paciente, quanto ter causas secundárias
ou ainda resultarem de mutações nos genes que codificam apolipoproteínas, receptores
de apolipoproteínas ou enzimas envolvidos no metabolismo das lipoproteínas (PINCUS,
2012).
As dislipidemias se destacam por ser um dos fatores responsáveis pelo aumento
de riscos cardiovasculares, com influência para progressão de doença aterosclerótica
(NOBRE, 2011). Sendo assim dentre os fatores de riscos para desenvolvimento das
dislipidemias ressaltam-se o sexo, a idade, o habito de fumar, a composição corporal, o
consumo alimentar, alterações nos níveis de glicemia e pressão arterial (PINCUS, 2012 ).
Percebe-se que os pacientes com diabetes apresentam maior riscos ateroscleróticos e
que também haja uma clara relação entre a elevação de níveis séricos de colesterol
alto e infarto do miocárdio. (PINCUS, 2012).
A doença aterosclerótica cardiovascular é a principal causa de morbidade e
mortalidade em países desenvolvidos (NOBRE, 2011). Quando surge agressão
endotelial provoca depósito de lipídios na camada íntima do vaso promovendo a
formação de placas de ateroma, acompanhada por uma reação inflamatória local.
(GONDIM, 2017). A Formação da placa aterosclerótica inicia-se com a agressão ao
endotélio vascular devida a vários fatores de risco como dislipidemia, hipertensão
arterial, tabagismo, diabetes, entre outras ( XAVIER, 2013 ). Resultando em uma
importante fonte de cuidados de saúde pública, gerando um alto impacto financeiro e
social. Entretanto dados do ministério da saúde demonstra que o Sistema Único de
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Saúde (SUS) gasta em média 1,3 bilhão de reais anualmente com tratamento
ambulatorial e hospitalar das dislipidemias (OLIVEIRA, et al 2017). As doenças crônicas
não transmissíveis consequentemente representam um problema de saúde publica
devido à alta taxa de mortalidade e morbidade desencadeada pela doença (OLIVEIRA, et
al 2017). O estilo de vida e a falta de esclarecimento sobre os fatores de riscos favorece
o desenvolvimento das Doenças Crônicas não Transmissíveis em que no Brasil essas
doenças representam um grande problema de saúde pública (OLIVEIRA, et al 2017).
Os fatores genéticos e ambientais influênciam no metabolismo das lipoproteínas;
Entretanto alterações no metabolismo das lipoproteínas favorece o risco para doenças
cardiovasculares (OLIVEIRA, 2017).
A importância da avaliação do perfil lipídico torna-se útil porque a incidência de
pacientes com comorbidades associados a doença arterial coronariana (DAC) tem
aumentado consistentemente e apresentando influência significativa na história natural
da doença; Desta forma destaca-se entre as causas mais importantes de óbitos e de
incapacidades em diversos países desenvolvidos em todo o mundo. (NOBRE, 2011).
Nesse sentido o diagnóstico precoce das dislipidemias é importante para evitar
complicações (MOURA, 2015). As Doenças cardiovasculares são importantes causas de
mortalidade em diversas regiões do mundo; Nesse contexto justifica que a DAC é a
principal causa de morte no país e o colesterol elevado possui um destaque para ser
considerado o principal fator de risco modificável com base em estudos tipo caso-
controle, observacionais, de base genética ou de tratamento (XAVIER, 2013).
A prevenção primária de doença cardiovascular com proposta de diminuir os riscos
de desenvolver determinada doença é de grande relevância (NOBRE, 2011). Sendo
assim em princípio é essencial fazer a prevenção para evitar as complicações que as
dislipidemias pode desencadear, como um maior risco de desenvolver (DAC), hipertensão
e acidente vascular cerebral (MOURA, 2015). Portanto vários estudos demonstrou que a
doença cardiovascular é passível de prevenção (NOBRE, 2011).
O objetivo dessa pesquisa é analisar e identificar prevalência de fatores de riscos
associados a dislipidemias, perfil lipidico e riscos para doença cardiovasculares.
METODOLOGIA
O estudo será de caráter descritivo realizado através de coleta de dados dos
prontuários e informações registrados por agentes comunitário na Unidade básica de
saúde Ernesto Tchê Guevara situada no município de Angatuba – SP.
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Os pacientes serão selecionados através de prontuários de modo que preenche
pelo menos um dos critérios de avaliação: Grupo de pacientes diabéticos tipo 2 sem
história prévia de eventos cardiovasculares, coronariopatias ou Hipertensão arterial
sistêmica (HAS), Grupo de paciente com doença arterial coronariana (DAC) ou HAS
sem o diagnóstico de diabetes mellitus (DM) e Grupo de pacientes com DM tipo 2 e
doença arterial coronariana ou HAS. Após avaliação dos critérios de inclusão o
prontuário será pesquisado identificando o perfil lipídico realizado pelo paciente.
As variáveis analisadas será idade, peso, sexo, índice de massa corporal (IMC)
calculada conforme a formula: peso /altura², pressão arterial, glicemia jejum, e perfil
lipídico, alcoolismo, tabagismo, será analisado os fatores de riscos e prevalência;
DESENVOLVIMENTO
A dislipidemia designa uma doença silenciosa e assintomática sendo definida
como alterações do metabolismo lipídico, em que o quadro clínico esta associado a
alterações dos níveis séricos de colesterol ou triglicerídeos refletindo sobre as
lipoproteínas. Portanto se detecta na maioria das vezes após apresentar um problema
cardiovascular (MOURA, 2015).
As lipoproteínas são um complexo de macromoléculas fundamental para o
transporte e metabolismo dos lipídios (NOBRE, 2011). Os lipídios incluem vários tipos
de moléculas que apresentam estrutura química muito diferente, classificada conforme as
propriedade física comum sendo todas insolúveis em solventes polares como agua ( FOX,
2007). São hidrofóbicos constituídos por cadeias e anéis de hidrocarboneto classificados
em triglicerídeo (triacilglicerol), fosfolipídios, esteroides. (FOX, 2007).
O colesterol pode ser obtido através da dieta, porém a maior parte é
sintetizada pelo organismo, corresponde-se apenas uma pequena parte adquirida pela
dieta. O metabolismo do colesterol em maior parte é produzido no fígado, as células do
fígado produz o colesterol e libera na corrente sanguínea. Relacionado ao metabolismo
dos lipídios o fígado participa da oxidação dos ácidos graxos e sintetiza lipoproteínas,
colesterol e fosfolipídios (COSTANZA, 2011). O fígado converte parte do colesterol em
ácidos biliares em que participam da digestão e da absorção lipídica (COSTANZA, 2011).
O transporte de lípides de origem hepática ocorre por meio das Lipoproteínas de
muito baixa densidade (VLDL) e lipoproteína de baixa densidade (LDL). Assim as
triglicérides das VLDL como dos quilomícrons são hidrolisados pela lipase lipoprotéica.
(XAVIER, 2013).
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O colesterol é regulado por três mecanismos principais no fígado que são a síntese
intracelular do colesterol, armazenamento após esterificação, excreção pela bile.
Também ocorre no intestino a excreção de colesterol na forma de metabólitos ou como
ácidos biliares. (MOTTA, 2009).
A classificação da dislipidemia é avaliada pela identificação de quais classes de
lipoproteínas está alterada. Essas alterações do perfil lipídico são colesterol total alto,
triglicerídeo (TG) alto, colesterol de lipoproteína de alta densidade baixo (HDL-c) e níveis
elevados de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) lipoproteínas de muito
baixa densidade (VLDL) (MOTTA, 2009).
As dislipidemias podem ser classificadas em primárias e secundárias, tendo em
vista que as dislipidemias de origem primárias são causadas por fator genético
(OLIVEIRA, 2017). Enquanto as dislipidemias de origem secundárias são desencadeados
por outros fatores associados ao estilo de vida do individuo, medicamentos e outras
doenças (GONDIM, 2017).
As dislipidemias são classificados em hipercolesterolemia isolada em que o CT
está aumentado, hipertrigliceridemia isolada valores aumentados de TG e hiperlipidemia
mista e diminuição isolada do HDL-C com associação ao aumento do LDL-C ou dos TG
(XAVIER, 2013; GONDIM, 2017).
Tendo em vista a importância das dislipidemias para as doenças ateroscleróticas
a dislipidemia aterogênica consiste na elevação das lipoproteínas aterogênicas
(MAGALHÃES, 2015) assim sendo as lipoproteína de baixa densidade ( LDL), densidade
intermediaria ( IDL), muito baixa densidade (VLDL) e remanescentes de quilomícron
caracterizada por alteração associado à agressão ao endotélio vascular e ao inicio da
formação de placas ateroscleróticas. (MAGALHÃES, 2015).
O processo aterogênico ocorre através do efluxo de macromoléculas LDL para a
camada íntima vascular gerando o acúmulo de LDL onde esta se oxida ao entrar em
contato com radicais livres gerados nesse local (GONDIM, 2017) a formação das LDL
oxidada agrava a disfunção endotelial devido à sua citotoxicidade e estimula a migração
de monócitos e sua diferenciação em macrófagos, os quais fagocitam as LDL oxidada
através dos receptores scavengers. Após fagocitarem as LDL os macrófagos se
transformam em células espumosas que promovem, por meio de processo inflamatório, a
projeção das células musculares lisas para o lúmen vascular (GONDIM, 2017).
A abordagem inicial do paciente é essencial a definição da etiologia, as
comorbidades presentes, assim como o tratamento das doenças de base e o controle
dos fatores de riscos como o diabetes, hipertensão arterial, etilismo, tabagismo, e
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dislipidemias (NOBRE, 2011); desta forma atinge o sucesso no tratamento. (NOBRE,
2011). Dentre os fatores de riscos o diabetes mellitus tem sido associado à disfunção
endotelial. Os distúrbios metabólico que inclui hiperglicemia, resistência à insulina e
aumento dos ácidos graxos livres, provocam disfunção endotelial (SCHAAN, et al 2010),
alterando mecanismos moleculares que alteram a função e estrutura dos vasos
sanguíneos que compreende estresse oxidativo, ativação do receptor de produtos finais
de glicação avançada (RAGE). Ativação do endotélio por moléculas pró-inflamatórias,
essas alterações diminuem a biodisponibilidade do óxido nítrico (NO) e aumentam a
endotelina (ET-1), aumentam os fatores pró-trombóticos como o inibidor do ativador de
plasminogênio -1 (PAI-1 ) entre outros eventos (TORRES, et al 2016).
A disfunção endotelial caracteriza-se por diminuição da capacidade das células
endoteliais de regular o tônus arterial, adesão de leucócitos, a agregação plaquetária e a
proliferação de células do músculo liso. A disfunção endotelial está presente em estados
patológicos, tais como no diabetes melittus (DM), na síndrome metabólica, na
hipertensão arterial, na dislipidemia etc (SCHAAN, et al 2010). Também o tabagismo
aumenta os níveis de LDL-c, VLDL e triglicérides, reduzem os níveis de HDL, uma vez que
aumenta adesividade plaquetária, lesiona o endotélio arterial contribuído para elevação
da pressão sanguínea (OLIVEIRA, et al 2017).
A terapia não farmacológica deve ser implantada inicialmente para os pacientes
com perfil lipídico alterado. Esse tratamento pode ser definido como mudança de estilo
de vida, hábitos alimentares saudáveis, incentivo do peso adequado, exercícios físicos
regulares, redução do tabagismo e bem estar emocional (OLIVEIRA, et al 2017);
A farmacoterapia baseia-se no uso regular de hipolipemiantes como os inibidores
seletivos de absorção de colesterol ou as estatinas, resinas sequestrantes de ácidos
biliares, fibrato, e ácidos nicotínicos (OLIVEIRA, et al 2017).
CONCLUSÃO
As evidências demostram que as dislipidemias é um problema de saúde mundial
com alta taxa de mortalidade e morbidade, em que o tratamentos dessas doenças e o
controle dos fatores de riscos é essencial no desenvolvimento de DCA.
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