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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PLANEJAMENTO E PROCEDIMENTO DE AUDITORIA
Por: Lucieni Alonso Gomes
Orientadora
Professora Luciana Madeira
Rio de Janeiro
2012
2UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PLANEJAMENTO E PROCEDIMENTO DE AUDITORIA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Auditoria e Controladoria
Por: Lucieni Alonso Gomes
3
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, por me dar
forças e dignidade por mais esse
percurso da minha vida, bem como a
minha professora e orientadora por ter
conduzido até aqui.
4DEDICATÓRIA
Dedico em muito especial a minha filha
por ser a minha fonte de energia,
coragem e determinação para alcançar
um futuro melhor para nós duas, pois ela
perde com a minha ausência, mas quem
sabe amanhã poderei retribuí-la com uma
boa educação. Dedico também ao meu
pai que tanto amo e a minha mãe (in
memoriam).
5RESUMO
Em razão da importância do tema no contexto social e essencialmente
no contexto científico, de maneira geral e específica, respectivamente, e,
também no território da ética, onde se vê um relativo avanço em nível mundial.
Quanto aos aspectos morais, das empresas de auditoria, conforme se
fala, sofreram um choque de credibilidade, só podendo ser revertidos com o
passar do tempo, e, certamente das ações que serão reveladas. Porém, tal
celeuma trouxe, evidentemente, uma carga maior de responsabilidade e de
preocupação aos profissionais que atuam com esmero e honestidade. Estes
sempre estarão somando esforços para minorar as margens de erro e inibir
qualquer situação que possa levá-los a se exporem diante do seu público, bem
como estarão aprimorando as ferramentas e acurando as técnicas assim como
os procedimentos para darem maior eficiência e eficácia ao processo de
auditoria num todo.
O fato é que, o auditor deve estar sempre atualizado com as técnicas
procedimentais e as normas que norteiam a profissão, tanto no campo prático
profissional, ou seja, nos âmbitos fiscais e societários, quanto no âmbito
administrativo e aos procedimentos de auditoria adotados mundialmente, em
particular aqueles regrados pelos órgãos fiscalizadores e normas, como é o
caso do CFC, do BACEN, IBRACON, SUSEP, CVM etc.
Nesse sentido, o tema proposto para estudo é importante hodiernamente
para que se saibam os meios pelos quais são planejados, executados e
concluídos os trabalhos de auditoria, bem como para dar suporte aos
pareceres, os quais comportam as opiniões sobre as demonstrações contábeis
e quiçá a saúde financeira das empresas auditadas, como também os servem
de liame técnico entre o auditado, o auditor e a sociedade em geral.
6METODOLOGIA
Essa pesquisa foi feita através de pesquisa bibliográfica, leituras como livros e
revistas tais como: Teoria da contabilidade de Eldon S. Hendriksen -1999;
Marco Aurélio Vianna - 1946.Denis Alcides Rezende – 2001; Flávio da Cruz –
2002; Américo Matheus Florentino – 1987; Sérgio Jund – 2003; William Attie-
1986; Diana Vaz de Lima Lima-2003; Marcelo Cavalcanti Almeida-1996.
Percorre-se uma trajetória durante quase todo o perídio da Pós
Graduação em Auditoria e controladoria, onde tratou a separação de fatos,
informações e destaques dos autores, conforme no decorrer desta conceituada
monografia serão apontados.
7SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I- PLANEJAMENTO FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO- 11
CAPÍTULO II DO PROCESSO DOS PROCEDIMENTOS E DAS TÉCNICAS
DE AUDITORIA 22
CAPÍTULO III – CONTROLE INTERNO SUA REAL NECESSIDADE 31
CAPÍTULO VI – RISCO DA AUDITORIA POSSIBILIDADE DO AUDITOR EQUIVOCAR-SE 44 CONCLUSÃO 52
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA 54 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 56 ÍNDICE 57
8INTRODUÇÃO
O tema ora abordado se justifica na busca de possibilitar e minimizar
erros, o qual se procura escrever através de uma junção de informações de
autores e seus respectivos livros a fim de se efetuar uma avaliação do modulo
de Auditoria Avançada – Normas e Práticas.
O que se traz para compor essa monografia, por meio de diversas
pesquisas, não esgota em definitivo a matéria, são diversas as obras que
tecem ricos e valiosos apontamentos e comentários sobre Planejamento e
Procedimentos de Auditoria, Controle Interno e Risco de Auditoria. Embora não
se tenha abraçado todo o tema, que decerto merece muito mais profundidade,
os esforços estão no sentido de trazer para o trabalho as posições doutrinárias,
bem como esmerar os conhecimentos a partir do momento em que se fizeram
as colocações acerca dos assuntos estudados sobre diversos prismas, sempre
a luz do entendimento contábil, ou seja, sempre com enfoque patrimonial.
Para que fosse possível ser atingido o assunto de maneira lógica e
crescente, buscou-se conceitos e definições já consubstanciadas e
sedimentadas em diversas obras, e, mesmo de disciplinas acessórias à ciência
contábil. Eis que, esta serve de instrumento na seara social, no tocante a
apresentação dos trabalhos de auditoria, sobretudo no resultado final da
auditoria, ou seja, o parecer dos auditores independentes, peça legalmente
exigida que tenha como finalidade o fechamento de um ciclo, por que não dizer
operacional e social, já que a opinião sobre as demonstrações contábeis atinge
um público deveras importante.
Percorreu-se, da maneira mais profunda possível, uma vez que há
limitações, dar maior grau de concisão possível, quando veio à baila o tema
“Planejamento e Procedimentos de Auditoria – um enfoque no Controle Interno
e Risco de Auditoria”. A proposta foi abrigar alguns conceitos, as definições, dar
consistência e importância ao tema nos contextos técnico-profissional e social,
este em particular quando foi tratada a responsabilidade do auditor, que levou a
refletir no ambiente interno e externo, ou melhor, intrínseco e extrínseco, de tal
sorte que foi permitido rever o quadro diante dos aspectos legais, morais e
éticos, por consequência, e, sociais, além, do aspecto técnico-profissional.
9
Alguns passos importantes foram dados, sobretudo para abordagem dos
métodos de controle que os auditores devem testar. A diferenciação entre
processo e procedimento, técnicas, meios e tipos foi apreciada. Apesar de não
mudar o norte da pesquisa, surgiu a surpresa ao longo do trabalho, com
amálgamas conceituais, ou melhor, com frequentes colocações, no humilde
pensar, inadequadas de alguns autores, confundindo e se fazendo, por
consequência, confundir também, sem a menor pretensão estender uma crítica
destrutiva, sobre palavras que distorcem o sentido e o conteúdo do objeto. Tais
como processo e procedimento, técnicas, tipos e outras, que, na verdade não
vai agregar valor a pesquisa, eis que já se chegou ao denominador comum.
Outra passagem bastante importante do trabalho, que fica em sintonia
com o trabalho de auditoria. Dedicou-se então o maior apreço ao pesquisar,
pode ser visto na abordagem ao sistema de informações e ainda que de
maneira breve, a tomada de decisão. Temas da mais alta importância, que em
regra, não se põe em destaque no contexto acadêmico. Não haveria de trazer
referência maior a assuntos diversos do controle interno e do risco de auditoria,
pois estes foram os escolhidos para se aprofundar, e assim se fez, de maneira
discreta, mas certamente dedicada e limitada as nossas condições de tempo,
acervo e demais circunstâncias.
Nesse sentido, ao tecer considerações sobre o Planejamento e
Procedimento de Auditoria, num aspecto geral e em particular, aos programas
de trabalho e o conhecimento do negócio, bem como de oferece ideias sobre o
processo de auditoria, diferenciando-o dos procedimentos que lá estão
contidos, e também das técnicas, passando pelas etapas do processo e das
peculiaridades dos procedimentos, para daí, passar a abordar os controles
internos e os riscos de auditoria, alcançando os objetivos colimados, que se
figurou no sentido de levantar os pontos a estudar, essencialmente aqueles
suscetíveis de avanços. E, dar consistência aos conhecimentos já alicerçados,
enriquecendo-os de clareza e maior nível de detalhes, já que o tema é
inesgotável e, sobretudo dinâmico. Contudo, conforme essa monográfica, como
problema desta pesquisa, foi formulada a seguinte questão: “o que o autor
pode enfrentar com a falta de conhecimento do cliente e do ambiente de
trabalho?
10No entanto, se tem a seguir no Capitulo I As Reais Funções
Fundamentais da Administração permitindo uma particularidade de maneira
organizada e visionária às necessidades administrativas organizacionais de
seus documentos e analises dentro dos papéis do trabalho. Em mesmo
decorrente, verifica-se no Capitulo II Do Processo dos Procedimentos e das
Técnicas de Auditorias que mostra a forma e sua importância da capacitação
de um auditor dentro de um processo de auditoria. Já No Capítulo III no tocante
ao Controle Interno Sua Real Necessidade há a orientação de forma bem
detalhada da importância dos métodos e medidas adotadas pela empresa dos
registros contábeis operacional e a forma de estimular a observância das
políticas administrativas da companhia para preservar seu patrimônio. E por fim
no Capítulo IV Risco da Auditoria Possibilidade de Auditor Equivocar-se. Nesse
capítulo encontram-se as hipóteses para a pergunta problema dessa pesquisa,
mencionado acima, pois mostra exatamente a possibilidade do auditor emitir
sua opinião enganosa sobre a situação patrimonial, pois para tanto o parecer
da auditoria deverá ser desenhada para obter segurança razoável, não
segurança absoluta, pois um auditor paira sobre risco inerente que mostra a
sustentabilidade de uma afirmação, riscos de controle onde um erro ou
classificação indevida materiais que possam constar de uma afirmação não
sejam evitadas ou detectadas pelo controle interno da entidade e riscos de
detectar esse vem de que o auditor não perceba um erro ou uma classificação
indevida materiais que existam em uma afirmação.
11 CAPÍTULO I
FUNÇÕES PLANEJAMENTO
FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO
...Se Deus é por nós, quem será contra nós?
1.1 Aspectos Gerais
Sabe-se que o planejamento figura como uma das funções fundamentais
da Administração, juntamente com o Controle, a Previsão, o Comando, a
Coordenação e a Direção. De sorte que não poderia função administrativa tão
nobre, ficar de fora de um processo vital para a empresa, como é a auditoria.
A Ciência Contábil, como já é de nosso conhecimento, trata do
Patrimônio e suas modificações, nesse sentido ela conhece de todo o processo
organizacional, eis que através do sistema de informações contábeis, a
Contabilidade abriga todos os registros patrimoniais da organização. De modo
que sua importância no contexto administrativo é irrefutável, ainda que seja
subtilizada em algumas entidades, encontra ali na Contabilidade a residência
das informações mais nobres das empresas, sobretudo no contexto do
Planejamento, que constitui elemento fundamental para o sucesso das
atividades administrativas e em espécie, no contexto ora abordado, ou seja,
nos processos de auditoria. É condição sine qua non em qualquer atividade
labor ativa, visando o bom desempenho e a eficácia, eficiência e efetividade,
que os trabalhos sejam cuidadosamente planejados. Nessa linha de raciocínio,
deve o auditor se valer das Normas Brasileiras de Contabilidade, e, em
especial a NBC T 11 – IT 07, (1) dos prazos, dos compromissos assumidos,
bem como os recursos que irão servi-lo para elaborar o seu planejamento de
auditoria.
O planejamento requer um adequado nível de conhecimento sobre o
ramo de atividade, negócio e práticas operacionais, bem como o grau de
competência e capacidade de gestão administrativa e dos responsáveis por
esta.
(1) Norma disponível em WWW.portaldecontabilidade.com.br/nbc
12 O planejamento deve ser bem documentado, a fim de elucidar todos os
programas de trabalhos, assim sendo, não restarão dúvidas em sua execução,
e, decerto será sempre que consultado ao longo do tempo, caso haja
necessidade, peça fácil de esclarecimentos e de pontos suscitados, além de
consignar até como valor probante, em algumas questões eventuais.
A preocupação com a documentação do planejamento de auditoria e os
conseguintes programas de trabalho visa também dar consistência a
compreensão dos procedimentos que deverão ser aplicados, o detalhamento
necessário em cada área em termos de extensão, natureza e oportunidade.
O objetivo de se planejar um processo de auditoria é unicamente
qualidade. Assim, a seguir abordar-se o pensamento segundo Jund – (2003
P.248):
“o auditor pode desenvolver programas de auditoria mais
apropriados para o objetivo de expressar a sua opinião
sobre as demonstrações financeiras, se reconhecer as
condições gerais do negócio que possam afetar as
demonstrações financeiras de uma empresa.
Deve haver uma diferenciação entre o alcance de uma
auditoria para empresas que atuam em mercados
instáveis daqueles que atuam em mercados estáveis ou
indústrias em crescimento, de indústrias em declínio,
operação de altos riscos econômicos, e de operações de
baixos riscos econômicos”.
Segundo Jund – (2003 P.259), a questão crítica do planejamento de
auditoria se dá quando da definição do volume de informações necessárias
para esse fim. Daí é elementar o conhecimento técnico do auditor, do
conhecimento específico sobre a atividade a ser examinada e das
peculiaridades de cada empresa.
São salutares que sejam priorizadas no planejamento de auditoria, as
áreas de controle interno e revisão analítica, e, sejam estas executadas
cuidadosamente e em primeira instância, possibilitando assim a determinação
da natureza, extensão e definição de um cronograma de testes detalhados ou
procedimentos de auditoria, de acordo com o grau de merecimento para as
diversas contas das peças contábeis em exame.
13 Segundo Jund – (2003 P.259), na obra retro citada, são fatores
relevantes ao planejamento de auditoria:
a) “o conhecimento detalhado das práticas contábeis
procedidas, em relação ao exercício anterior;
b) o conhecimento detalhado do sistema contábil e de
controles internos da entidade e seu grau de
confiabilidade;
c) os riscos de auditoria e identificação das áreas
importantes da entidade querem pelo volume de
transações, quer pela complexidade de suas atividades;
d) a natureza, oportunidade e extensão dos
procedimentos de auditoria a serem aplicados;
e) a existência de entidades associadas, filiais e parte
relacionada;
f) o uso dos trabalhos de outros auditores independentes,
especialistas e auditores internos;
g) a natureza, o conteúdo e a oportunidade dos
pareceres, relatórios e outros informes, a serem
entregues à entidade;
h) "a necessidade de atender a prazo estabelecido por
entidades reguladoras ou fiscalizadoras e para a entidade
prestar informações aos demais usuários externos”.
A NBC T 11 – Norma Brasileira de Contabilidade Técnica nº 11,
consoante IT 07 – Interpretação Técnica nº 07 (2), explica toda a matéria sobre
planejamento de auditoria. São de relevada importância para o auditor a
compreensão e a aplicação dos preceitos ali constantes.
A interpretação técnica da norma acima citada dá ao planejamento o
seguinte conceito: o planejamento da auditoria é a etapa do trabalho na qual o
auditor independente estabelece a estratégia geral dos trabalhos a executar na
entidade a ser auditada, elaborando-o a partir da contratação dos serviços, a
natureza, a oportunidade e a extensão dos exames, de modo que possa
desempenhar uma auditoria eficaz. O Planejamento de Auditoria é muitas
vezes denominado Plano de Auditoria, ou Programa de Auditoria, conceitos que
Neste “IT são considerados partes do Planejamento da Auditoria.
(2) Norma disponível em WWW.portaldecontabilidade.com.br/nbc
14 Assim pode-se concluir que a norma em que aborda todos os passos do
planejamento da auditoria, as precauções que deve o auditor tomar, os
caminhos técnicos que devem ser trilhados para a consecução de um bom
planejamento com vistas a permitir ao auditor que se assegure dos riscos e
obtenha eficácia nos serviços de execução dos trabalhos. Com efeito, a norma
contábil pormenoriza os procedimentos adequados e municia o auditor,
inicialmente com a conceituação retro mencionada, passa pelos objetivos do
planejamento, práticas operacionais, fatores econômicos etc., até chegar à
identificação de eventos subsequentes relevantes de exercício anterior e a
revisão dos papeis de trabalho do auditor anterior. Tais passos ou
procedimentos consagrados por norma contábil de auditoria visam como foi
afirmado revestir o auditor de elementos de segurança necessários para trazer
a baila um bom planejamento de auditoria.
1.2 Programação dos trabalhos
Consoante o que determina a NBC T 11 – IT 07, (3) o programa de
auditoria deve ser preparado por escrito ou por outro meio de registro, o que
facilita o entendimento dos procedimentos de auditoria a serem adotados e
propicia uma orientação mais adequada para a divisão do trabalho.
Afirmam ainda, o mesmo dispositivo normativo, que no programa de
auditoria devem ficar claras as diversas épocas para a aplicação dos
procedimentos e a extensão com que os exames serão efetuados.
Por último, o conceito oferecido pela norma visto, assevera que o
programa de auditoria, além de servir como guia e instrumento de controle para
a execução do trabalho, devem abranger todas as áreas a serem examinadas
pelo auditor independente.
O trabalho de programação de auditoria deve consistir em atividade
voltada para o desenvolvimento, revisão e atualização de programas. Apesar
de redundante, a programação tem a finalidade de rever os programas
existentes e elaborar os necessários à consecução dos trabalhos, a fim de
permitir uma planificação sistemática de todos os testes de auditoria
necessários, bem como levantar os elementos significativos das
(3) Norma disponível em WWW.portaldecontabilidade.com.br/nbc
15demonstrações financeiras ou de seguimentos operacionais, para que haja
possibilidade de se avaliar o desempenho por intermédio das medições de grau
de eficiência, eficácia e economicidade na utilização dos recursos.
Preceitua conforme Jund (2003 P.262), em sua obra já citada
anteriormente, quanto à programação propriamente dita e a sua finalidade.
Senão vejamos:
“A programação dos trabalhos de auditoria deve ser
realizada com base anual, que leva em conta:
- Atividades a serem auditadas;
- Época em que serão auditadas;
- Tempo estimado para conclusão satisfatória,
levando-se em conta o âmbito e a natureza do trabalho.
Bem como a extensão do trabalho executado. Cabem à
administração da auditoria tomar as medidas de
organização e apoio, quanto a material, recursos
financeiros, passagens, reservas, formulários, programas,
comunicações e demais atividades e serviços necessários
à boa execução dos trabalhos.
FINALIDADE DA PROGRAMAÇÃO:
O trabalho da auditoria implica na realização de diversos
passos, cujo desenvolvimento requer certa ordem ou
programações. Essa preparação visa à construção de
uma trilha lógica para servir de base para a execução dos
trabalhos.
Refere-se, portanto, a quantificações em número de horas
de cada trabalho a ser feito, por categoria de auditor.
A programação deverá prever:
- Horas produtivas (diretas);
- Horas não produtivas (indiretas);
- Horas trabalhadas.
Para tanto, a programação de atividades do ano deve ser
desdobrada por objeto de exame (um a um),
determinando o nível do auditor que participará dos
trabalhos e o número médio de horas necessárias
(estimadas) para cada um desses objetivos.
Com isso determina-se:
16- A viabilidade de execução da programação ou as
limitações existentes, que devem ser corrigidas e
reajustadas no início do ano junto à direção;
- Necessidades de pessoal, por categoria de auditor,
e, portanto, determina o plano de recrutamento, de
promoções e de treinamento;
- As metas para cada auditor, de modo que o mesmo
possa administrar racionalmente seu tempo e evitar seu
descumprimento, no contexto geral do programa”.
Os principais objetivos da programação estão consubstanciados na NBC
T 11, (4) e, foi trazido para o corpo da presente obra a fim de dar maior ênfase
possível a matéria, eis que estes são os elementos que o auditor irá perquirir
para a maximização e eficácia dos trabalhos e minimizarão os riscos de
auditoria, que de vê a diante. Assim, foram elencados a seguir os preceitos
buscados na norma retro citada:
“a) Obter conhecimento das atividades da entidade, para
identificar eventos e transações relevantes que afetem as
demonstrações contábeis;
b) Propiciar o cumprimento dos serviços contratados com
a entidade dentro dos prazos e compromissos
previamente estabelecidos;
c) Assegurar que as áreas importantes da entidade e os
valores relevantes contidos em suas demonstrações
contábeis recebam a atenção requerida;
d) Identificar os problemas potenciais da entidade;
e) identificar a legislação aplicável à entidade;
f) Estabelecer a natureza, a oportunidade e a extensão
dos exames a serem efetuados, em consonância com os
termos constantes na sua proposta de serviços para a
realização do trabalho;
g) Definir a forma de divisão das tarefas entre os
membros da equipe de trabalho, quando houver;
(04) Norma disponível em WWW.portaldecontabilidade.com.br/nbc
17h) Facilitar a supervisão dos serviços executados,
especialmente quando forem realizados por uma equipe
de profissionais;
i) Propiciar a coordenação do trabalho a ser efetuado por
auditores independentes e especialistas;
j) Buscar a coordenação do trabalho a ser efetuado por
auditores internos;
k) Identificar os prazos para entrega de relatórios,
pareceres e outros informes decorrentes do trabalho
contratado com a entidade”.
Assim, apenas como se vê abaixo, que menciona a possibilidade do
auditor em discutir os elementos do planejamento global e os procedimentos a
serem adotados com o comitê de auditoria, a administração e o pessoal da
entidade para melhorar a eficácia e a eficiência dos trabalhos a serem
executados, sem prejuízo da sua responsabilidade acerca do planejamento e
do programa.
Com base nas afirmativas acima em sua obra, que traduz as regras
contidas nas normas internacionais de auditoria (NIA 300 – Planejamento), (5) a
seguir há uma transcrição do conteúdo das mesmas, que vem ao encontro dos
apontamentos anteriores e corrobora a visão acerca do assunto, o que não
poderia ser diferente, eis que a origem dos preceitos até aqui já mencionados e
as humildes arguições advém do que adiante se transcreve, conforme Lima
(2003 P.44):
“(...) No planejamento de auditoria, devem ser incluídos,
entre outros:
a) O conhecimento detalhado das práticas contábeis
adotadas pela entidade e as alterações realizadas em
relação ao exercício anterior;
b) O conhecimento detalhado do sistema contábil e de
controles internos da entidade e seu grau de
confiabilidade;
c) Os riscos de auditoria e a identificação das áreas
importantes da entidade querem pelo volume de
transações, (9) redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/762/76200705.pdf
18d) quer pela complexidade de suas atividades;
d) A natureza, a oportunidade e a extensão dos
procedimentos de auditoria a serem aplicados;
e) A existência de entidades associadas, filiais e partes
relacionadas;
f) O uso dos trabalhos de outros auditores
independentes, especialistas e auditores internos;
g) A natureza, o conteúdo e a oportunidade dos
pareceres, relatórios e outros informes a serem entregues
à entidade; e.
h) “A necessidade de atender a prazos estabelecidos
por entidades reguladoras ou fiscalizadoras e de a
entidade prestar informações aos demais usuários
externos”.
Na hipótese de se tratar de primeira auditoria contábil, diz a norma e
assim deve ser feito, alguns procedimento que visam resguardar o trabalho do
auditor, devem ser respeitados e seguidos cuidadosamente, são eles, conforme
Lima (2003 P.45).
• Obtenção de evidências suficientes de que os saldos de abertura do
exercício não contenham representações errôneas ou inconsistentes que, de
alguma forma, distorçam as demonstrações contábeis do exercício em exame;
• Exame e adequação dos saldos de encerramento do exercício anterior
com os saldos de abertura do exercício atual;
• Verificação das práticas contábeis adotadas no exercício é uniforme com
as adotadas no exercício anterior; e
• Identificação dos fatos relevantes que possam afetar as atividades da
entidade e sua situação patrimonial e financeira.
Com efeito, a ilustre Lima (2003 P.46) esclarece que no programa de
auditoria, são como já se viu estabelecidas a natureza, a época de aplicação e
a extensão dos procedimentos planejados, servindo como um conjunto de
instruções para os assistentes envolvidos na auditoria e como meio de
controlar a execução dos trabalhos. Segue afirmando ainda que algumas
desvantagens podem ser observadas no programa de auditoria como:
19• “Caso desconheça a essência do roteiro do
programa, o auditor poderá ter uma visão limitada do
exame;
• A observância dos procedimentos preestabelecidos
poderá limitar o raciocínio do auditor que, eventualmente,
possua conhecimento que enriqueceriam a auditoria; e
• Caso o auditor seja inexperiente ou tecnicamente
fraco, o programa de auditoria poderá automatizar a
execução dos trabalhos”.
Não há como comungar com as valiosas afirmativas da autora, eis que
no primeiro caso, quando houver definições da forma de divisão das tarefas
entre membros da auditoria, deverá o auditor ou auditores designado(s) para
determinada tarefa, se assegurar em essência do roteiro do programa a fim de
dar devida consistência ao trabalho a ser executado.
Quanto ao segundo ponto apresentado, não é plausível porque presume
que o auditor é detentor de conhecimento técnico científico suficiente para não
ficar engessado a um programa de auditoria, sem observar nos elementos que
o circunda, e, trazer para os objetivos colimados, aquilo que o enriquecer. É
bem verdade que, a tese da autora Lima contribui e logra êxito parcial, no
sentido de tomarem-se cuidados para que isto não ocorra.
No último ponto, malgrado a preocupação com a fortaleza da técnica e o
fator experiência, segundo Lima, ela se preocupa com a automatização do
programa, diga-se de passagem, o que em termos práticos, é muito comum
ocorrer. Portanto, se os programas forem bem elaborados, não há de ter
problemas com a automação, desde que as circunstâncias sejam verificadas e
o auditor traga para o programa automatizado aquilo que achar que deve trazer
para o enriquecimento do trabalho, e, temos que lembrar sobre a figura do
revisor e do supervisor, que não haverá de deixar ocorrer qualquer conduta de
ação ou omissão que venha a comprometer a qualidade do trabalho. Para
tanto, exceto quanto à experiência, que somente se obtém com o passar dos
tempos e com o vivenciar dos fatos, o caráter técnico deve sofrer constante
aprendizado e treinamento continuado, e, nesse sentido, com o intuito de
manter os profissionais envolvidos em auditoria sempre com o desejável
20conhecimento para o ofício, que o Conselho Federal de Contabilidade, editou
normas acerca do assunto.
1.3 O conhecimento do cliente e do ambiente a ser
auditado
O planejamento da auditoria envolve como foi visto vários passos
importantes. A obtenção de conhecimentos acerca do negócio e da indústria
representa relevado peso neste processo, pois estabelece as bases para a
realização dos demais passos da programação da auditoria, bem como a
execução dos procedimentos a serem adotados: Segundo Baynton (2002 P.
174) assim são descritos os aspectos principais que o auditor deve dominar
para entender o negócio e a indústria de um cliente:
• “Obter entendimento do negócio e da indústria do
cliente;
• Realizar procedimentos de revisão analítica
• Fazer julgamentos preliminares sobre níveis de
relevância;
• Considerar risco de auditoria;
• Desenvolver estratégias preliminares de auditoria
para afirmações significativas; e
• Obter entendimento dos controles internos do
cliente”.
De um modo geral, o ciclo de negócio dos clientes é pautado na relação
deste com o mercado, na inter-relação dos recursos da administração sejam
eles de que natureza for, bem como na determinação de metas e objetivos,
tudo conjugado com o grau de qualificação e experiência dos administradores.
Esses elementos serão cruciais para que o auditor possa estimar o risco do
negócio do cliente.
Outra boa maneira de se estabelecer parâmetros a esse respeito é a
estrutura dos processos dos ciclos operacionais e de custo da entidade.
Porém, estes não se avaliam de imediato, por isso, somente se conhece ao
longo da execução dos trabalhos. Assim sendo, somente será considerado
para efeito de relevância e risco de auditoria se não for à primeira auditoria.
21
Também contribui para o conhecimento do negócio do cliente, as
decisões de investimento e financiamento, ou seja, como se dá dentro da
organização, o processo decisório. Pois a entidade, como bem diz o mestre
Boynton (2002 P.707), “além de administrar suas operações e seu fluxo de
caixa operacional, uma entidade precisa administrar: (1) os ativos e recursos
necessários à geração de vendas, lucros e fluxo de caixa operacional; e (2) as
fontes de capital utilizadas para obtenção desses recursos. Analistas
financeiros muitas vezes monitoram a capacidade de uma entidade em gerar
fluxo de caixa livre, isto é, a capacidade de gerar caixa operacional suficiente
em face do crescimento e da expansão (fluxo de caixa operacional menos
gastos de capital). Outros analistas monitoram se o fluxo de caixa operacional
é suficiente para resgatar a parcela circulante das dívidas e pagar dividendos”.
Os fatores acima citados pelo Boynton são nuanças que somente serão
levadas a efeito no caminhar dos trabalhos, porém oferecem condições
cognitivas para respaldar o auditor nos aspectos da relação com o cliente e
apontando sobre tudo nas áreas de relevância, determinando a avaliação dos
riscos de auditoria e oferecendo sobremaneira reais condições de uma
elaboração mais próxima da precisão quando da programação e planificação
dos trabalhos.
22
CAPÍTULO II
DO PROCESSO
DOS PROCEDIMENTO E DAS TÉCNICAS DE
AUDITORIA
2.1 - Definições Sobre auditoria é dado o conceito de que é um conjunto de técnicas de
observações e exames, aplicados de forma sistemática, que no contexto do
auditado, visa opinar sobre sua situação, sobre sua riqueza, quando este for o
caso, ou sobre funções ou áreas específicas componentes do patrimônio do
auditado. Diversos outros conceitos são dados à auditoria, portanto, este é o
que pinçamos para compor o trabalho.
Entende-se por processo de auditoria o instrumento pelo qual os
auditores e os administradores se valem, para revisar os atos e fatos de gestão
praticados em determinada organização. Apurar responsabilidades, levantar
afirmações, analisar e avaliar, obter elementos probatórios destas e formar a
opinião, são passos necessários em todo e qualquer processo de auditoria, via
expressa. Segundo Attie (1992 P 98) a auditoria tem a seguinte finalidade:
“A finalidade da auditoria é emitir uma opinião ilibada e
impoluta sobre determinado dado. Este dado pode estar
compreendido de inúmeras formas e exemplos como um
saldo contábil, um documento, um sistema de controle,
um formulário, e assim por diante. Para que sejam obtidas
condições para concluir a aptidão para firmar posição
acerca do item dado para apreciação, é preciso seguir um
roteiro determinado a fim de reunir subsídios e
informações em escala e profundidade adequadas”.
No tocante aos procedimentos, pode-se dizer que estes são de modo
geral, os pequenos passos que no processo de auditoria, se utiliza o auditor,
para levantar as afirmações, dados, informações enfim, os elementos
23necessários à formação de opinião. Nesse sentido, assevera, segundo Attie –
(1986 P.127).
“O desempenho da atividade de auditoria requer, como
em qualquer outra função, a utilização de ferramentas de
trabalho que possibilitem formar uma opinião.
Geralmente, o objetivo da auditoria é fundamentar seu
ponto de vista com fatos, evidências e informações
possíveis, necessárias e materiais.
Cabe ao auditor identificar e atestar a validade de
qualquer afirmação, aplicando os procedimentos
adequados a cada caso, na extensão e profundidade que
cada caso requer, até a obtenção e provas materiais e
persuasivas que comprovem, satisfatoriamente, a
afirmação analisada”.
São procedimentos geralmente utilizados nos trabalhos de auditoria,
aqueles que conduzem o auditor a reunir elementos que se fundam e dão
consistência quando reunidos sistematicamente no processo de auditoria, com
a finalidade de emissão de opinião.
Técnicas de auditoria, diz-se que são as maneiras de se utilizar os
procedimentos de auditoria, são os jeitos ou as habilidades de execução ou
elaboração dos processos, dos procedimentos e dos testes. É por assim dizer
a parte prática do trabalho no tocante a materialização. Como se fosse à arte
final do trabalho. No processo de auditoria, existem diversos procedimentos
que são compreendidos por inúmeras técnicas, assim sendo, as técnicas
materializam os procedimentos que suportam todo o processo de auditoria,
desde o seu nascimento, com a sistematização e o planejamento, a execução
dos trabalhos mediante procedimentos e técnicas até ao seu fechamento que
será o oferecimento de relatório e parecer opinando ou não sobre a situação
patrimonial da entidade. É relevante mencionar que em todo o processo de
auditoria os auditores estão se valendo de procedimentos e de técnicas, sem
as quais não há possibilidade de efetivação do seu trabalho.
24 2.2 - Fases (etapas) do processo de auditoria
Em regra, as auditorias devem ser levantadas, planejadas, e, após a
definição de sua natureza, objeto, delimitação de escopo e demais definições,
aparece o corpo processual da auditoria. Tal levantamento visa determinação
dos caminhos a serem trilhados, se o proposto é exequível e se é relevante.
Formulação de requisitos para serem atendidas no sentido de apontar a
delimitação do escopo e os procedimentos adequados, quais as técnicas que
serão utilizadas e qual a força de trabalho. Ademais, a conjugação dos
elementos citados será fundamental para definição da extensão e estratégia
metodológica a ser utilizada. Via de regra, o que dispõe o Manual de Auditoria
Operacional, editado pelo Tribunal de Contas da União – TCU (2000), o
levantamento de auditoria deve conter as seguintes etapas:
• Planejamento do levantamento de auditoria;
• Análise preliminar do objeto da auditoria;
• Coleta de dados sobre o desempenho;
• Especificação dos critérios de auditoria;
• Preparação do relatório de levantamento de auditoria.
É salutar mencionar que o levantamento não é o processo, e sim uma
etapa do processo. Conforme Jund (2003 P. 256) ao se posicionar sobre as
etapas do processo de auditoria, o faz com grande maestria, como se vê:
“A auditoria das demonstrações contábeis constitui o
conjunto de procedimentos técnicos, que tem por objetivo
a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante
os Princípios Fundamentais de Contabilidade e, no que
for pertinente, a legislação específica.
O auditor externo ou independente, portanto, tem por
objetivo emitir a sua opinião sobre as demonstrações
financeiras examinadas, cujas peças básicas são as
seguintes:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração dos Resultados do Exercício;
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
ou Demonstração das Mutações do Patrimônio líquido;
25• Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos;
• Notas Explicativas.
Segundo Jund (2003 P.256)
“Para atingir esse objetivo, o auditor independente
necessita de planejar adequadamente o seu trabalho,
avaliar o sistema de controles internos relacionado com a
parte contábil e proceder à revisão analítica das contas do
ativo, passivo, da despesa e receita, a fim de estabelecer
a natureza, as datas e a extensão dos procedimentos de
auditoria, colher as evidências comprobatórias das
informações das demonstrações financeiras e avaliar
essas evidências”.
Nesse sentido, segundo Jund (2003 P. 257), são etapas do processo de
auditoria:
• Planejamento dos trabalhos;
• Avaliação do sistema de controles internos;
• Análise e definição dos riscos de auditoria;
• Elaboração do programa de auditoria;
• Efetivação da revisão analítica;
• Execução dos procedimentos de auditoria previstos no programa;
• Coleta e avaliação de evidências;
• Organização e fechamento dos papeis de trabalho; e
• Emissão de relatório e parecer.
E assim conclui-se que é de grande importância para o auditor e para o
curso do processo, que seja o planejamento, fase inicial, bem suportado de
informações preliminares, sob pena de vir por terra toda à estimativa, avaliação
de risco, alocação de pessoal, bem como atribuição de honorários e de gastos
com os serviços. Devem, portanto, os auditores, se valerem das funções
administrativas, para todo o processo de auditoria. Assim fazendo, o auditor
revestirá o seu ofício de segurança quanto às intempéries do ambiente interno
e externo, ou seja, do ambiente a ser auditado e das forças naturais de
26mercado (concorrentes). Pois um bom produto será vendido facilmente para
outras empresas. Vale dizer que se os seus serviços alcançarem os objetivos
colimados, certamente se fará presente em outras empresas, naturalmente por
referência, e, na pior das hipóteses, outros serviços no mesmo ambiente
auditado haverá de ocorrer, pois o cliente satisfeito com os serviços o
contratará mais vezes. Não se pode deixar de lembrar os riscos quanto aos
erros que, podem ocorrer e, não só comprometer o trabalho de auditoria, como
a responsabilidade social, legal e ética, que recaem sobre os ombros do
auditor.
2.3- Classificação dos procedimentos
Sabe-se que os procedimentos são os diversos meios existentes em um
processo de auditoria que levam o auditor a formar sua opinião sobre a
situação patrimonial da entidade, conforme já abordado, são procedimentos:
• Exame físico;
• Conformação;
• Exame de documentos originais;
• Conferência de cálculos;
• Exame de escrituração;
• Investigação minuciosa;
• Inquérito;
• Exame de registros auxiliares
• Correlação das informações obtidas
• Observação
O exame físico nada mais é do que a verificação in loco. Tal exame visa
a dar consistência ao auditor acerca da formação de opinião sobre a existência
física do objeto ou item examinado. O exame físico deve sempre conter a
quantidade, existência física por meio de constatação visual, identificação por
intermédio de constatação visual do item especificado, autenticidade, ou seja,
poder de discernir se o item examinado é autentico e fidedigno, e, por último, a
qualidade, que é a constatação também visual de que o item está em boas
condições de uso.
A confirmação é o procedimento de auditoria, que se materializa com a
formalização de documentos que declare expressa e solenemente os itens em
27exame. Deve ser utilizado na seara independente, imparcial e por agentes
devidamente habilitados, sejam pessoas naturais ou jurídicas. Em casos de
procedimentos de confirmação deve ser levado a efeito a data-base, amplitude
do teste e o tipo de confirmação a ser empregado pelo auditor. Tal
procedimento visa a subsidiar a conclusão do auditor sobre o assunto em
exame. O pedido de confirmação pode ser positivo e negativo, estes são feitos
em papéis de trabalho próprios de confirmação após a seleção criteriosa dos
pontos. São exemplos comuns de procedimentos de confirmação:
• Confirmação em contas a receber;
• Confirmação de advogados;
• Confirmação de bancos; e
• Confirmação de estoques em poder de terceiros.
Conforme o exame de documentos originais é o procedimento de
auditoria utilizado para corroborar as transações comerciais e de controle, por
meio de exame de comprovação de originalidade documental. Estes exames
devem balizar o aspecto de autenticidade, normalidade, ou seja, se a operação
é própria da entidade, a aprovação por agente capacitado e com expressa
autoridade para tanto, e, se a operação sofreu o devido, adequado e salutar
registro contábil.
A conferência de cálculos é o procedimento voltado para a constatação
da adequação das operações aritméticas. Consoante o que dispõe Attie (1983
P. 207), “não se deve, em qualquer que seja a situação, subestimar esta
técnica, que pode revelar as situações em que erros possam ter sido cometidos
e que levaram, consequentemente, a distorções nas demonstrações
financeiras”. São exemplos de conferência de cálculos:
• Conferência de cálculo da listagem de estoque;
• Conferência de soma do razão auxiliar de clientes/fornecedores;
• Conferência de soma de diário;
• Conferência de cálculo dos dividendos a distribuir;
• Conferência de cálculo da variação cambial sobre empréstimo; e
• Conferência de cálculo de juros.
28O exame de escrituração é um procedimento de auditoria usado para
levantamento de análise e composições de saldo, conciliações etc. Para tanto,
o auditor se utiliza da técnica de constatação de veracidade das informações
contábeis, levantando as informações escrituradas e materializando e
instrumentalizando papéis de trabalho próprios a fim de proceder aos exames
de escrituração, de maneira a decompor da maneira, e na extensão que lhe
convier, grupos de contas e os seus respectivos saldos e demais informações.
Estes exames são efetuados dando o de exemplo:
• Análise de contas a receber;
• Composição do saldo de estoque; e
• Conciliação bancária.
Conforme Forentino (1987) relata em algumas páginas 215;237; e 264),
observa-se que:
A investigação minuciosa é um exame profundo e pormenorizado de
determinada matéria que compõe o escopo do trabalho, matéria esta que
exige, seja por que motivo for um grau maior de cuidado na análise e
observação, e, consequente busca a verdade real por meio de exames mais
profundos e com elevado nível de qualidade e poderio investigativo. São
exemplos de investigação minuciosa:
• Exame minucioso de razoabilidade da provisão para devedores
duvidosos;
• Exame detalhado dos relatórios gerenciais;
• Exame detalhado de documentos de processos onde existe
procedimento de licitação; e
• Exame minucioso de folha de pagamento.
O inquérito consiste na formulação de perguntas e na obtenção de
respostas satisfatórias. Segundo Attie (1986 P. 218), o inquérito “é o
procedimento de auditoria de grande valia, desde que corretamente aplicado,
uma vez que a formulação de perguntas tolas merece, consequentemente,
respostas tolas”.
Este procedimento não necessariamente é efetivado por formalidades, deve
sim o auditor, procurar examinar as respostas e materializá-las, ou seja, depois
de recebidas as respostas, procurar a informação sob o ponto de vista prático e
material. Para que o inquérito tenha êxito, é necessário que o auditor e o
entrevistado estejam com bom nível de relacionamento e de maneira amistosa,
29ou melhor, não hostil. Como já foi afirmado, para o auditor fazer bom uso das
informações obtidas nas entrevistas, se faz necessário que ele (o auditor)
busque as que realmente são pautadas em fatos reais, isto é, pode ser a
qualquer tempo trazida a baila como valor probante. São exemplos de
procedimento de auditoria de inquérito:
• Inquérito sobre aumento de vendas em dado período;
• Inquérito sobre existência de duplicatas a receber em atraso; e
• Inquérito sobre os controles internos existentes.
Exame de registros auxiliares são procedimentos de auditoria que
somente serão funcionais, e os são, se conjugados a outros procedimentos, eis
que os exames de registros auxiliares devem ser levados a efeito para
corroborar as informações dos registros principais. Malgrado serem, os
registros auxiliares, peças tão-somente gerenciais, eles constituem elementos
essenciais para obtenção dos controles internos e assim sendo devem ser
objetos de intensos exames pelo auditor, sem prejuízo de análise não menos
intensa nos registros principais. Nessa linha de raciocínio, assevera-se como
exemplo desse procedimento:
• Exame do registro auxiliar de vendas;
• Exame do registro auxiliar de estoque; e
• Exame de registro auxiliar de contas a receber.
Ainda conforme Jund (2003 P. 30) o procedimento de correlação das
informações obtidas é a autêntica tradução do método das partidas dobradas,
sendo estas corroboradas pelo exame de relacionamento entre as informações
contidas entre as diferentes contas (contrapartida), bem como entre os reflexos
nas diversas peças contábeis. São procedimentos de auditoria de correlação
das informações obtidas:
• Pagamento a fornecedores, que reflete na redução do ativo e do
passivo;
• Depreciação do imobilizado, que reflete na conta de resultado
com depreciação acumulada;
• Constituição de provisão para devedores duvidosos; e
• Recebimento de duplicatas a receber, que reflete no disponível e
no contas a receber.
Por último, o procedimento de observação, que é o diferencial deste
procedimento, não é o mais importante, porém, está interligado a todos os
30demais, eis que se utilizado aperfeiçoará todos os outros. Vale dizer que cada
auditor é dotado de um senso diferenciado de observação, entretanto, é
fundamental para o ofício, que tal procedimento seja perene em todo o
processo de auditoria. Embora seja o auditor, ainda inexperiente, ele deve
conter a característica de efetuar testes de observância constantemente, pois
este será o Plus para a identificação de problemas e deficiências. É bem
verdade que será levado em conta todo o conhecimento e a experiência do
auditor, ou melhor, quanto mais o nível de conhecimento e experiência sobre o
assunto, maior possibilidade de se efetivar um trabalho eficaz, porém não é
tudo. Pois o auditor deve ter perspicácia naquilo em que esta focando. É olhar,
ver e enxergar todos os ângulos do escopo do trabalho, e, observar os detalhes
que o circundam. Se mirar no mérito e não desprezar as circunstâncias.
Aponta-se como exemplos de procedimentos de observação:
• Observação de passivos não contabilizados;
• Observação quanto à classificação inadequada;
• Observação de despesas impróprias;
• Observação de registros intempestivos; e
• Observação de ferimento aos princípios e postulados contábeis.
31
CAPÍTULO III
CONTROLE INTERNO
SUA REAL NECESSIDADE
3.1 - Conceituação e finalidade
Entende-se por controle interno todas e medidas adotadas pela empresa
para salvaguardar seu patrimônio, conferir exatidão e fidedignidade aos
registros contábil operacional e estimular a observância das políticas
administrativas da companhia.
O Controle Interno é definido conforme Almeida (1996 P. 26) como
sendo “um conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de
proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a
administração na condução ordenada dos negócios da empresa”.
Notabiliza-se que dentre os objetivos citados pelo Professor, os dois
objetivos primeiros enfoca a Contabilidade e o último a Administração. Neste
caso, significa dizer que é o controle interno, terreno fronteiriço entre a Ciência
do Patrimônio e a Ciência da Administração, eis que a salvaguarda do
patrimônio é figura consubstanciada na Contabilidade e, o controle, uma das
funções administrativas, diga-se de passagem, das mais importantes.
Parafraseando um dito: “mais importante do que fazer sucesso, é mantê-lo”.
Então, mais importante do que organizar, é controlar para manter-se
organizado.
Seguindo o que preceitua Cavalcanti (1996 P.26) no tocante aos
exemplos de controles internos, assim visualizá-los:
Exemplos de controles contábeis:
- Sistemas de conferência, aprovação e autorização;
- Segregação de funções (pessoas que têm acesso
aos registros contábeis não podem custodiar ativos da
empresa);
- Controles físicos sobre os ativos; e
32- Auditoria interna.
São controles administrativos:
- Análise estatísticas da lucratividade por linha de
produtos;
- Controle de qualidade;
- Treinamento de pessoal;
- Estudos de tempos e movimentos;
- Análise das variações entre os valores orçados e os
incorridos; e
- Controle dos compromissos assumidos, mas não
realizados economicamente”.
É de relevada importância que fique claro e evidente que a
responsabilidade pelo controle interno da empresa é a administração. Nesse
sentido é necessário sempre efetuar os testes de avaliação dos controles
internos, verificando as fragilidades e modificando o que se deve ser
modificado de acordo com as circunstâncias e eventualidades constatadas.
Malgrado ser responsabilidade da Administração, esta se vale do profissional
da contabilidade para contribuir com o seu trabalho no sentido de revestir de
segurança os ativos da empresa, tornando as rotinas segmentadas e
salvaguardando o patrimônio de maneira geral, minorando os custos,
assegurando para que erros sejam facilmente detectados, apontando
responsabilidades no sentido de compelir aos funcionários envolvidos com os
controles atuações com exatidão de procedimentos, execução de rotinas e
formulários que possibilitem eficiência, eficácia e economicidade nos trabalhos,
enfim, determinações de rotinas e procedimentos de controle que se voltem
para que todo o sistema de controles internos seja amarrado, no sentido de
segurança, porém sem prejuízo de celeridade na produção dos serviços.
Conforme Almeida (1996 P. 27) é imperativo e de notório primor o
desempenho do citado autor, quando aborda os princípios fundamentais dos
controles internos, o autor cita:
“A administração da empresa é responsável pelo
estabelecimento do sistema de controle interno, pela
verificação de se está este sendo seguidas pelos
33funcionários, e por sua modificação, no sentido de adaptá-
lo ás novas circunstâncias.
Responsabilidade:
As atribuições dos funcionários ou setores internos da
empresa devem ser claramente definidas e limitadas, de
preferência por escrito, mediante o estabelecimento de
manuais internos de organização.
As razões para se definirem as atribuições são:
- Assegurar que todos os procedimentos de controles
sejam executados;
- Detectar erros e irregularidades; e
- Apurar as responsabilidades por eventuais omissões
na realização das transações da empresa.
Apresentaremos a seguir alguns exemplos de tarefas
internas de controle, para as quais precisam ser definidos
os empregados responsáveis:
- Aprovação de aquisição de bens e serviços;
- Execução de processo de aquisição (cotação de
preços, seleção do fornecedor e formalização de compra);
- Certificação do recebimento de bens ou prestação
dos serviços;
- Habilitação do documento fiscal do fornecedor para
pagamento (confronto da nota fiscal do fornecedor com o
contrato, ordem de compra etc.);
- Programação financeira do pagamento;
- Guarda de talonários de cheques em branco;
- Preenchimento dos cheques para pagamento;
- Assinatura de cheques;
- Pagamento ao fornecedor;
- Aprovação de venda;
- Preparo da nota fiscal de venda, fatura e duplicata;
- Controle de cobrança de vendas a prazo;
- Programação financeira do recebimento;
- Recebimento de numerário;
- Preparo do recibo de depósito;
- Depósito de numerário em banco;
34- Controle de registros de empregados;
- Determinação dos valores a pagar aos empregados;
- Pagamentos aos empregados;
- Controle físico sobre os ativos (dinheiro em caixa,
cautelas de títulos, estoques etc.);
- Registro contábil das operações da empresa.
Rotinas internas
A empresa deve definir no manual de organização todas
as suas rotinas internas. Essas rotinas compreendem:
- Formulários internos e externos (...)
- Instruções para o preenchimento e destinações dos
formulários internos e externos;
- Evidências das execuções dos procedimentos
internos de controle (assinaturas, carimbos etc.);
- Procedimentos internos dos diversos setores da
empresa, (...).
Acesso aos ativos
A empresa deve limitar o acesso dos funcionários a seus
ativos e estabelecer controles físicos sobre esses...
Segregações de funções
A segregação de funções consiste em estabelecer que
uma mesma pessoa não possa ter acesso aos ativos e
aos registros contábeis, devido ao fato de essas funções
serem incompatíveis dentro de controle interno.
Confronto dos ativos com os registros
E empresa deve estabelecer procedimentos de forma que
seus ativos, sob a responsabilidade de alguns
funcionários, sejam periodicamente confrontados com os
registros da contabilidade. O objetivo desse procedimento
é detectar desfalque de bens ou até mesmo registro
inadequado de ativos.
Amarração do sistema
O sistema de controle interno deve ser concebido de
maneira que sejam registradas apenas as transações
autorizadas, por seus valores corretos e dentro do período
35de competência. Esse fato exige uma série de
providências...
Auditoria interna
Não adianta a empresa implantar um excelente sistema
de controle interno sem que alguém verifique
periodicamente se os funcionários estão cumprindo o que
foi determinado no sistema, ou se o sistema não deveria
ser adaptado às novas circunstâncias. Os objetivos da
auditoria interna são exatamente esses, ou seja:
- Verificação se as normas internas estão sendo
seguidas;
- Avaliar a necessidade de novas normas internas ou
de modificação das já existentes.
Custos do controle x benefícios
O custo do controle interno não deve exceder aos
benefícios que dele se espera obter. Isso quer dizer que
os controles mais sofisticados (normalmente mais
onerosos) devem ser estabelecidos para transações de
valores relevantes, enquanto controles menos rígidos
devem ser implantados para as transações menos
importantes.
Limitações do controle interno
As limitações do controle interno são principalmente com
relação a:
- Conluio de funcionários na apropriação de bens da
empresa;
- Os funcionários não são adequadamente instruídos
com relação às normas internas;
- “Funcionários negligentes na execução de suas
tarefas diárias”.
Apenas a guisa de ilustração, ainda sobre os princípios de controle
interno vistos acima, cabe lembrar que de nada adianta a empresa elaborar um
excelente sistema de controles internos se não adequar o seu pessoal para
geri-lo e aplicá-lo. Desta feita, deve o auditor efetuar testes de verificação a fim
36de balizar sua opinião sobre a certificação de que o sistema de controles
internos expresso no manual da empresa auditada está sendo realmente na
prática utilizado.
3.2 O sistema de informações
O sistema de informações é de fundamental importância para qualquer
administração. É um tema interdisciplinar, sem sombras de dúvida. Nesse
sentido, aponta-se aqui algumas máximas que já são sedimentadas no
contexto da matéria em estudo das Revistas Brasileiras de Contabilidade
números 121 e 123 do ano de 2000, conforme se vê abaixo.
� A empresa é um sistema aberto, contendo diversos subsistemas
em constante interação com os ambientes externos e internos;
� O sistema de informações deve ser o instrumento que reflete as
interações entre os diversos subsistemas da empresa;
� O sistema de informações deve refletir a realidade físico-operacional
dos eventos;
� O objetivo da empresa é cumprir a sua missão, garantindo a sua
continuidade; e, para tanto, é necessário um processo de gestão;
� Deve haver, nas organizações, um sistema de informações que
suporte o processo de gestão;
� O sistema de informações deve ser orientado pelos princípios
advindos do modelo de gestão;
� O processo de gestão é um conjunto de processos decisórios; e
� A informação é input para todas as fases do processo de gestão.
Um sistema de informações estruturado adequadamente, de acordo com
o estabelecido nos objetivos colimados pelo empreendedor, ele tem a nobre
capacidade de apoiar no processo de gestão, pelos seguintes motivos:
� Contempla todas as fases do processo de gestão - do planejamento
estratégico até os controles - subsidiando os gestores com as
informações requeridas;
� Possui um sistema de informações econômico-financeiras que traduz
as transações efetuadas em linguagem técnica;
� É contemplado por um sistema de identificação que aponta as
transações/eventos detalhadamente;
37� É contemplado por um sistema de acumulação que: acumulam dados
enfocando as transações/eventos; acumula custos e receitas; dá
ênfase a resultados;
� É contemplado por um sistema de mensuração que, mediante os
conceitos empregados, permite a todo o momento conhecer o valor
da empresa; e
� Gera informações que ajudam os gestores na otimização do
resultado e na análise do desempenho das áreas.
3.3 A tomada de decisões
A tomada de decisões desempenha papel crucial na teoria da
contabilidade. Sua importância tem sido ressaltada sempre que se ventila este
assunto, tamanha é sua importância.
A associação Americana de Contabilidade preceitua que a Contabilidade
é o processo de identificação, mensuração e comunicação de informação
econômica para permitir a realização de julgamentos bem informados e a
tomada de decisões por usuários da informação. O Conselho de Princípios
Contábeis dizia que a função da Contabilidade é “fornecer informação
quantitativa, principalmente de natureza financeira, sobre entidades
econômicas, de utilidade para a tomada de decisões econômicas”. E o Fasb (6)
declarou que o papel da divulgação financeira na economia é “fornecer
informação que seja útil para a tomada de decisões empresariais e
econômicas”.
É sabido que diversas teorias em se tratando de tomada de decisões,
podem ser ventiladas. Não é esse o tema dos nossos estudos, contudo, vem a
baila, pois tomamos decisões a todo o momento. E, o auditor toma decisões
em todo o processo de auditoria, desde o planejamento até a conclusão,
passando pela execução, pois muitas são as decisões são tomadas que devem
ser tomadas. Estes estão voltados tão-somente para a tomada de decisão no
contexto do empresário. Porém é de tão complexa magnitude o tema, que se
abordados com profundidade, utilizar-se-á outras disciplinas como a Filosofia, a
Administração, a Ética etc. (6) WWW.fasb.org
38 Pode ser dado ao tema um enfoque prescritivo, de sorte que no contexto
contábil, foi desenvolvida uma teoria a respeito, onde se considera a incerteza
e as situações que envolvem mais de uma pessoa. Outro enfoque que pode
ser dado é o descritivo, que é utilizado para gerar hipóteses a respeito do
assunto a ser decidido. E, por último o enfoque ético, que estão em
consonância com as teorias da justiça e dos direitos. A ética define as decisões
que são aceitáveis e é, portanto, um aspecto importante da teoria de decisões.
Na verdade a tomada de decisões envolve uma série de elementos que
suportam os assuntos até aqui tratados. Utilizando os enfoques acima,
traduzidas às informações, levadas a efeito todos os valores mensuráveis,
avaliados os sistemas e os objetivos e as previsões que foram registradas no
planejamento, seja qual for à teoria utilizada, se bem tratados os elementos,
decerto o empreendedor seguirá, ou pelo menos terá possibilidade fática de
decidir pelo melhor caminho a ser percorrido pela empresa e seus
colaboradores, bem como pela sociedade que estes compõem.
O assunto foi brevemente tratado por única razão: é de relevado valor
para o trabalho de auditoria, assim como para todas as ações humanas, seja
em que seara for. Eis que, em todos os aspectos, profissionais e pessoais, o
homem esta a todo o momento tomando decisões, como já dito antes. O
auditor, ainda no planejamento de auditoria, toma decisões pertinentes aos
aspectos relevantes da auditoria, daí ele aponta e avalia o risco de auditoria,
fato de importância, e talvez, a maior delas, pois envolve alta responsabilidade
social e legal, pois pode se equivocar na emissão de opinião. Nesse sentido,
veio a baila uma matéria que não obstante, a simplicidade aparente, goza de
valiosa complexidade e poderia ser mais bem lapidada à luz das observações
dos auditores.
3.4 A influência do controle interno na auditoria
Conforme Almeida (1996 p.78)
A) Para conduzir uma auditoria de demonstrações contábeis de
acordo com os padrões profissionais, o auditor, como já dito anteriormente,
planeja, determina a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos
de auditoria a serem adotados, com a finalidade de buscar e trazer para o
corpo do trabalho as evidências necessárias à fundamentação da sua opinião.
39Tais evidências são a alma do trabalho, eis que toda a programação nada mais
é do que o esqueleto ou o corpo da auditoria. A existência das evidências
ensejará no resultado, que é o parecer. Isto posta é plausível mencionar,
traçando um pequeno paralelo de comparação, que os procedimentos
executados servem para o corpo como alimento, fazendo com que as
evidências sejam trazidas à baila, ou seja, dando alma ao corpo. Nessa
simplória analogia, tem-se: o corpo, o alimento e a alma, comparando com o
planejamento, os procedimentos e com o parecer, respectivamente.
B) Em face do que já foi visto e analisado, não sobra dúvidas sobre os
aspectos importantes que o sistema de controle interno detém no desempenho
de qualquer organização, seja no âmbito público ou privado, seja de que porte
for. O controle interno, ou melhor, o funcionamento adequado do controle
interno revela a luz dos trabalhos de auditoria, o grau de competência e
comprometimento do corpo funcional e das pessoas envolvidas com a
administração. Para consubstanciar o assunto, nos brinda mais uma vez com
as fundamentadas afirmações, conforme Almeida (1996 P.79), conforme segue:
“A determinação da natureza, oportunidade e extensão
dos procedimentos de auditoria condiciona-se,
essencialmente, à confiabilidade que o auditor irá
depositar nos controles internos da empresa. Os controles
internos, por conseguinte, é imprescindível para o auditor
fundamentar o seu trabalho.
Em virtude da acentuada influência dos controles internos
nos trabalhos do auditor independente, as Normas de
Auditoria (Resolução nº 820-97, do Conselho Federal de
Contabilidade) prescrevem que o auditor deve avaliar o
sistema de controle da empresa auditada. Logo, essa
avaliação é contemplada como parte da execução do seu
trabalho.
Enorme é a importância do estudo e avaliação dos
controles internos por parte do auditor. Isso porque a
segurança desses controles irá dimensionar os trabalhos
a serem desenvolvidos. Essa segurança influencia,
especialmente, a amplitude dos procedimentos.
40Após a avaliação dos controles internos da empresa
auditada, o auditor determinará a amplitude dos testes.
Deste modo, se os controles internos forem considerados
satisfatórios, aplicar-se-ão procedimentos de auditoria em
menor extensão, em data não muito próxima do
encerramento do exercício.
Por outro lado, se só controles internos forem
considerados insatisfatórios, o auditor deve aprofundar os
procedimentos de auditoria julgados necessários. Esses
procedimentos vale frisar, devem ser aplicados em data
próxima do encerramento do exercício social, ou na
própria data do fechamento do balanço da empresa.
Convém salientar que, dentro da questão de controles
internos ineficientes, o auditor poderá decidir aplicar
testes de auditoria com o intuito de avaliar o impacto das
fraquezas existentes, mensurarem os reflexos no seu
parecer e, a partir daí, deixar de estender seus exames,
pois isso levaria ao desperdício de tempo, encarecendo o
custo dos trabalhos”.
A partir de um enfoque mais amplo, e, considerando a empresa um
macro ambiente, isto é, considerando-a como um grande sistema, onde este é
alimentado por diversos subsistemas. Pois assim é a visão da tecnologia da
informação. Assevera-se que os controles gerais de uma empresa visam, via
de regra, garantir que o ambiente, essencialmente aquele informatizado, seja
eficiente, eficaz, seguro e confiável. Nesse contexto, os procedimentos de
controle se conjugam com a organização, projeto, desenvolvimento,
modificação e segurança dos sistemas de modo geral. Estas ponderações
acerca do controle geral visam apontar, trazendo o tema para a auditoria, para
o roteiro que será elaborado pelo auditor, dimensionando, as avaliações, que
podem ser: extensiva, moderada e reduzida
O tempo e esforço gastos com a validação dos controles do sistema
devem ser proporcionais a sua possível influência na redução do teste de
dados. O custo de avaliação dos controles não pode ultrapassar o benefício da
diminuição de trabalho na fase de teste de dados. Evidentemente, neste caso,
41trata-se de uma auditoria operacional. Porém, é regra para qualquer processo
de auditoria.
Ainda sobre os controles existentes no segmento da auditoria de
sistemas, ilustra-se, mencionando sobre outros controles, como por exemplo,
conforme ainda Almeida (1996 P 82;83;86):
• Controle organizacional – visa garantir as responsabilidades do
pessoal envolvido nas funções de processamento de dados;
• Controles de projetos, desenvolvimento e modificações de
sistemas – visa assegurar que os sistemas atendam às necessidades
dos usuários.
• Controle de segurança – visa garantir que os computadores e os
dados processados fiquem protegidos (auditoria de sistemas);
• Controle de aplicativos – visa garantir que o processamento seja
confiável e exato;
• Controle de processamento de dados – são úteis para garantir a
precisão, a complexidade e a tempestividade dos dados
manipulados;
• Controle de saída de dados – se foca na garantia da integridade e
a correta e tempestiva distribuição dos dados que saem para o
público alvo.
No aspecto da avaliação dos sistemas de modo geral, o auditor deve
efetuar uma avaliação com apurado senso de observação para alguns
elementos, senão vejamos:
• Grau de comprometimento da administração com o projeto e a
operação dos sistemas;
• Organização das funções dos sistemas, incluindo a atribuição
formal das responsabilidades e segregação de funções, no sentido
de garantir que funções críticas e responsabilidades de autorizar,
processar, registrar e revisar transações sejam atribuídas a diferentes
indivíduos;
• Segurança física das instalações, especialmente quanto às
restrições de acesso; e
• Segurança lógica (controle de acesso aos sistemas e dados
através de senhas e outros métodos) que ajudam a garantir a
42confiabilidade dos dados reduzindo o risco de ocorrer entrada ou
modificação não autorizada de dados.
Assim sendo, irrefutável é a influência que o sistema de controle exerce
no trabalho do auditor, seja em que fase (ou etapa) do processo de auditoria –
planejamento, execução ou conclusão. Ao iniciar os trabalhos, deve o auditor
se focar nos sistemas existentes na empresa auditada e levantar e conhecer
todo o ambiente de controle a fim, dentre outras coisas de se minorar o risco de
auditoria, afastando sobremaneira a possibilidade de erro em sua opinião.
43CAPÍTULO IV
RISCO DA AUDITORIA
POSSIBILIDADE DO AUDITOR EQUIVOCAR-SE
4.1 Definições
Conforme preceitua Raymond N – (2002 P. 181); o risco de auditoria
está consubstanciado na possibilidade de o auditor emitir uma opinião
enganosa sobre a situação patrimonial quando da apreciação das
demonstrações contábeis, eis que o parecer-padrão exprime uma opinião
dentro da razoabilidade, portanto, considera relativa e não absoluta, a
segurança na execução dos testes que suportam a opinião do auditor. Posto
que deva ser considerada uma margem de erro, ou risco.
Segue o autor supracitado asseverando sobre a importância do conceito de
risco de auditoria e seus três componentes, como se vê:
“O parecer padrão de auditoria explica que a auditoria é
desenhada para obter segurança razoável – não
segurança absoluta – de que as demonstrações contábeis
não contêm classificações enganosas materiais. Existe,
portanto, algum risco de que as demonstrações
contenham algum erro que o auditor não conseguiu
detectar durante a auditoria. O estudante de auditoria
deve observar que é importante determinar relevância
antes de tomar decisões sobre o risco de auditoria e seus
componentes. A Declaração de Normas de Auditoria 47,
Risco de Auditoria e Relevância na Condução da Auditoria
[SAS 47 (AU 312.02), Audit Risk and Materiality in
Conducting the Audit], assim define risco de auditoria:
“risco de auditoria é o risco de que o auditor possa
inadvertidamente não modificar adequadamente seu
parecer sobre demonstrações contábeis que contêm erros
ou classificações indevidas materiais”.
44 Não é de se estranhar que o auditor não execute uma revisão integral,
até porque, como já visto, a auditoria é um processo, cuja finalidade principal é
a emissão de uma opinião acerca da situação patrimonial, comprovando a
exatidão dos fatos contábeis e administrativos (patrimoniais), por intermédio de
seus registros. E, ao auditor por uma questão de economia processual, por
assim dizer, é permitido utilizar-se de métodos de amostragem estatísticas para
se efetivar os trabalhos. Desta feita, os procedimentos técnicos são efetivados,
levando-se em conta a importância dada aos diferenciados graus de relevância
por área a ser auditada, quando da elaboração dos programas. De sorte que,
quando do planejamento, o auditor deve avaliar o sistema de controles, definir
a natureza, oportunidade e extensão, momento em que ele irá verificar a
relevância e, por conseguinte, determinar o nível de segurança dos controles e
avaliar o risco.
4.2 Tipos de riscos
Não deve o auditor considerar isoladamente, ou seja, dar importância ou
destaque a cada saldo de conta ou classe de transações, mas também a
afirmação relevante para os saldos materiais de contas ou classes de
transações, em sua obra. Pois os fatores de riscos relevantes para uma
afirmação sobre um saldo de conta ou classe de transação geralmente são
diferentes dos que são relevantes para outra afirmação sobre o mesmo saldo
de conta ou classe de transação.
Sentencia Boyton (2002 P. 181) que risco de auditoria, segundo os
auditores, é função dos três componentes:
• Risco inerente;
• Risco de controle; e
• Risco de detecção.
“O risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a um erro ou
classificação indevida relevante, supondo que não haja controles internos que
com ela se relacionem”, assim preceitua Boyton (2002 P. 182). Segue,
portanto, apontando que a avaliação do risco inerente envolve consideração
dos fatores de risco que podem fazer com que uma afirmação contenha
distorções.
45
Segundo Bayton (201 P.182) O risco de controle, é o risco de que um
erro ou classificação indevida materiais que possam constar de uma afirmação
não sejam evitados ou detectados tempestivamente pelo controles internos da
entidade”. Decerto, a administração reconhece, na maioria das vezes esta,
digamos assim, modalidade de risco ou propriamente este tipo de risco, a qual
está sujeita. Assim sendo, se vale de controles internos com a finalidade de
detectá-los tempestivamente, ou seja, dar a afirmação eventualmente errada o
real tratamento, é reconsiderá-la ainda em tempo hábil para a auditoria.
O risco de detecção é o risco de que o auditor não detecte um erro ou
classificação indevida materiais que existam em uma afirmação”. Deste modo
resta ao auditor utilizar-se de seus conhecimentos técnicos para balizar os
riscos inerentes e de controle, e, julgar os de detecção, por meio de decisão
sobre quais os procedimentos de auditoria serão utilizados, quando e, em quais
extensões no sentido de diminuição dos riscos de detecção.
É valioso afirmar que não existe auditoria sem risco. Obviamente o
auditor irá sempre procurar trabalhar com a menor margem de risco possível,
e, seguramente esta margem será dimensionada com as avaliações que
preliminarmente serão planejadas criteriosamente. Para tanto se utilizará uma
matriz de risco de auditoria, que será desenhada na conjugação dos três riscos
retro citados: RA = Ri x RC x RD, conforme a seguir.
4.3 Avaliação dos Riscos
A expressão correta para se avaliar o risco de auditoria, segundo a obra
de Boynton (2002 p. 183), é assim representada, de acordo com o modelo de
risco de auditoria:
RA = RI x RC x RD, onde
RA é risco de auditoria, RI é risco inerente, RC é risco de controle e RD
é risco de detecção.
Como exemplo, imagina-se que o auditor tenha feito um julgamento
profissional onde, na determinação final de avaliação de dada afirmação em
uma conta X, com os seguintes atributos:
RA = 5%
46 RI = 90%
RC= 20%
O risco de detecção pode ser definido, ou melhor, determinado como
incógnita do modelo, ou seja:
RD= (RA) / (RIxRC)
A rigor, o risco de auditoria se opõe à segurança razoável. Nesse sentido
quanto mais certo desejar estar o auditor sobre a exatidão da expressão da sua
opinião, mais baixo é o risco de auditoria que estará incorrendo, isto é, se
desejar um nível de certeza de 99%, o auditor estará com um risco de auditoria
de 1%. Se o seu nível satisfatório for de 95%, o seu risco de auditoria será de
5%. Esta variação leva em consideração a empresa de auditoria ou auditor e o
ambiente auditado.
O auditor, ao tratar de um determinado ciclo de transações ou um
processo contábil ligado a saldo de contas, deve prestar atenção em alguns
itens que se relacionam com a complexidade ou incerteza do trabalho. Assim
sendo os itens abaixo melhor elucidaram os pontos, conforme Boynton (202 P.
81) segue:
Itens que podem afetar afirmações:
• Lucratividade da empresa em relação à indústria;
• Sensibilidade de resultados operacionais a fatores econômicos;
• Problemas de continuidade (falta de capital de giro, por exemplo);
• Natureza causa e valor de erros ou classificações indevidas
detectadas em auditoria anterior, conhecidos e prováveis;
• Rotação, reputação e conhecimentos contábeis da administração;
• Impacto de desenvolvimento tecnológico sobre as operações e
competitividade da companhia;
Itens que podem afetar as contas específicas:
• Contas e ou transações difíceis de serem auditadas;
• Questões contábeis controversas ou difíceis;
• Suscetibilidade à apropriação indébita de ativos;
• Complexidade de cálculos;
• Extensão de julgamentos relacionados com afirmações;
• Natureza causa e valor de erros ou classificações indevidas
detectadas em auditoria anterior, conhecidos e prováveis; e
• Sensibilidade de avaliações a fatores econômicos.
47
O autor retro citado discorre sobre a preocupação do auditor com a
figura da fraude, já que esta pode estar presente sem ser detectada, e, aquele
tem a responsabilidade de fornecer segurança razoável de que a
demonstração contábil não contém erros ou classificações indevidas materiais,
sejam elas causadas por erro propriamente dito ou por fraudes.
Ainda conforme Boynton (2002 P. 78), as fraudes provocam distorções
nas demonstrações contábeis, tornando-as enganosas. Dois tipos de
distorções são relevantes para a consideração de fraude em uma auditoria de
demonstrações contábeis – erros ou classificações indevidas decorrentes de
elaboração e apresentação de relatórios financeiros fraudulentos e erros ou
classificações indevidas decorrentes de apropriação indébita de ativos.
Algumas ações provocam tais distorções, nesse sentido, foram elencados
algumas dessas ações, apenas a guisa de exemplo:
• Manipulação, falsificação ou alteração de registros contábeis ou
documentos com base nos quais as demonstrações contábeis são
preparadas;
• Representação enganosa em demonstrações contábeis, ou
omissão de eventos, transações ou outras informações significativas;
• Aplicação errônea, intencionalmente, de princípios contábeis
referentes a quantias, classificação, forma de apresentação ou
divulgação;
• Erros de classificações indevidas decorrentes de apropriação
indébita de ativos envolvem conduta tipificada como delito no Código
Penal pátrio, envolvendo o patrimônio de uma entidade, cujo efeito
seja o de fazer com que as demonstrações contábeis não sejam
apresentadas de acordo com os princípios fundamentais de
contabilidade. Apropriação indébita pode a luz dos conceitos da
ciência do patrimônio, se revestir de várias formas, tais como
desfalque de receitas, roubo ou furto de ativos, ou fazer com que a
entidade pague por produtos ou serviços que não tenha recebido.
Pode ser acompanhada por registros ou documentos falsos ou
enganosos, e pode envolver um ou mais indivíduos da administração
ou do quadro de empregados da entidade, ou terceiros.
48É necessário que se faça uma breve, porém importantíssima relação do
risco de auditoria com evidência de auditoria e relevância. Boynton (2002 P.
389) descreve com invejável propriedade acerca da matéria, primeiro sobre
risco de auditoria e evidência e depois sobre risco de auditoria e relevância,
conforme abaixo:
“Existe uma relação inversa entre risco de auditoria e
volume de evidências necessárias para fundamentar o
parecer do auditor sobre as demonstrações contábeis:
para determinado cliente, quanto mais baixo o nível de
risco de auditoria a ser atingido, maior o volume
necessário de evidências. Essa relação inversa também é
válida para o componente do risco de detecção. Para uma
determinada afirmação, quanto mais baixo os níveis
aceitáveis de riscos de procedimentos de revisão analítica
e de testes de detalhes que o auditor tenha determinado,
maior a suficiência e competência dos testes substantivos
necessários a limitar o risco de detecção aos níveis em
questão.
Deve-se ter em mente, entretanto, que, de acordo com
NAGA, não é adequado que o auditor conclua que não é
necessário realizar nenhum teste substantivo de nenhuma
informação referente à determinada conta, se ele avaliar
que os riscos inerentes e de controle são baixos. Ele
sempre precisará obter alguma evidência para cada saldo
de conta significativo, via testes substantivos, embora não
necessariamente sobre cada afirmação referente à conta.
“(...)...existe uma relação inversa entre relevância e
evidência de auditoria, e entre risco de auditoria e
evidência de auditoria. (...) Se mantivermos risco de
auditoria constante e resumirmos o nível de relevância, a
evidência de auditoria precisa aumentar para completar o
círculo. Semelhantemente, se mantivermos constante o
nível de relevância e reduzirmos evidência de auditoria, o
risco de auditoria precisa aumentar para completar o
circulo. Se desejarmos reduzir o risco de auditoria, pode:
(1) aumentar o nível de relevância, mantendo constante a
49evidência de auditoria, (2) aumentar a evidência auditoria,
mantendo constante o nível de relevância ou (3) fazer
pequenos aumentos na evidência de auditoria e no nível
de relevância”.
É salutar, por último, mencionar que periodicamente a AICPA emite
alerta de risco de auditoria, em consulta com o Auditing Standards Boards.(7).
Estes alertas têm como intuito sinalizar para que os auditores fiquem em
consonância com o que há de mais recente em termos de desenvolvimento nas
searas da economia, das normas regulatórias e dos aspectos técnicos que
dispõem sobre o assunto. Para exemplificar, no ano de 1993, do AICPA, três
temas que foram ventilados, a título de ilustração:
• Implicações do ambiente econômico – explica por que obter
representações da administração sobre os planos não é suficiente
para diminuir dúvidas sobre continuidade da entidade, dentre outras
ponderações.
• Desenvolvimentos
regulatórios – adiciona literatura da SEC sobre contingências e
obrigações ambientais descrevem várias “bandeiras vermelhas” que
podem indicar aumento de exposição a passivos ambientais, e
explica diretrizes sobre acesso de agências reguladoras a papéis de
trabalho, diretamente ou mediante fornecimento de cópias.
• Novos pronunciamentos sobre serviços de auditoria e de
certificação – apresenta visão de pronunciamento recente, inclusive
relatórios referentes a organizações de serviços e a controles
internos, bem como resumo de pontos-chave do SSAE nº 3, que trata
de certificação de compliance; e alerta sobre um estudo de
procedimentos de auditoria em ambientes que envolvam
microcomputadores, redes locais e outras tecnologias.
4.4 A Responsabilidade do auditor consoante à avaliação
dos riscos
A qualidade, a ética e o risco fazem entre si, um tripé que sedimenta
sobremaneira a responsabilidade social do auditor perante os usuários, a
sociedade e a profissão contábil, por assim dizer.
(7) WWW.EN.WIKIPEDIA.ORG.BR
50 Assim observa-se que cenário empresarial aponta para fortes quebras
de paradigmas, no contexto organizacional, de produções e tecnológicos,
considerando-se os últimos dez anos. Isto se deu, e se dá por conta da queda
de fronteiras técnicas, ideológicas e políticas. A globalização da economia
rompeu com uma série de princípios que as empresas utilizavam para conduzir
os negócios, principalmente o conservadorismo e o materialismo, este ausente
completamente em algumas operações, e, aquele em um aspecto
eminentemente gerencial. A redução dos quadros de empregados, otimização
dos espaços, mudanças nas linhas de produção etc. São fatores que
influenciam diretamente na atividade do auditor. Pode-se arriscar em dizer que
são condições que afetam no mérito da questão, ou seja, faz parte do trabalho
do auditor o conhecimento do negócio, como observado. O auditor não deve
assumir responsabilidades sem saber exatamente a dimensão dos seus
encargos, ou melhor, ele deve saber o nível de risco e os efeitos dos seus
compromissos, até mesmo sobre o seu patrimônio pessoal e da sua firma,
como diz o professor Nasi em matéria publicada na RBC – 115 (1999).
Conforme Nasi afirma ainda que “o auditor independente deve ter atualmente
um novo perfil. Não basta entender de contabilidade e legislação fiscal e
societária. Deve ter uma sólida formação em informática, em sistema de gestão
empresarial, macroeconomia, mercado nacional e internacional, marketing e
direito internacional”.
O controle desta responsabilidade é feita, no tocante a ética, pelo
sistema Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade. Já a
responsabilidade perante terceiros, ou seja, acionista/sócios, financiadores,
fornecedores, governo, empregados, e clientes da empresa auditada e a
sociedade em geral, malgrado não haver uma cultura de cobrança de
responsabilidade do auditor independente, o norma de auditoria NBC T 11,
aprovada pela Resolução 820/97 do CFC, quando trata do parecer dos
auditores independentes preceitua que o auditor assume através do parecer, a
responsabilidade técnico-profissional definida, inclusive de ordem pública,
dentre outras abordagens, dispõe o caráter público, o que leva a entender que
o controle é de natureza administrativa, pelos organismos próprios, quais
51Sejam: BACEN(8), SUSEP(9), CFC(10) CRC´s(11) etc., e, como também pode
responder no âmbito judicial, caso venha a ter necessidade.
Desta feita, há de se tomar, portanto, o auditor todos os cuidados
necessários quando for emitir sua opinião. Na verdade em todo o processo de
auditoria, deve o auditor se cercar de todos os elementos necessários para
fundamentar o parecer, se valendo de todos os meios que lhe são legítimos e
legais, de conteúdo técnico, a exemplo de todos os procedimentos
apresentados no decorrer deste documento, e, ainda se valendo das demais
prerrogativas que não por ausência de zelo, mas talvez por não se ter a
oportunidade ainda de verificar em tempo hábil. Vale lembrar por último, que
são muitos os aspectos onde se pode o auditor ser responsabilizado pelas
suas ações, principalmente sob o prisma do erro de opinião, porém é valioso
quando se obtém êxito, e, isto somente se configura com o tempo, trabalho e
critério, se devidamente conjugados.
(8) WWW.bacen.gov.br (9) WWW.susep.gov.br (10) ]WWW.cfc.org.br (11) WWW.crcrj.org.br
52
CONCLUSÃO
Em razão de tudo que vimos se pode afirmar que o auditor poderá
enfrentar grandes problemas com a falta de conhecimento do cliente e do
ambiente de trabalho com tudo o que ele pôde trazer à baila e daquilo que não
trouxe por não considerar próprio para a oportunidade, considera-se os
trabalhos de auditorias contábeis fator essencial no contexto do social, e no
que tange ao planejamento e procedimentos de auditoria é imperativo
mencionar que o primeiro é uma fase do processo e o segundo se faz presente
em todo o processo e tem um número expressivo e diverso. O tema abordado,
conjugado ao sistema de informações da empresa e teoria das decisões,
utilizado adequadamente, e, aliado aos componentes econômicos sociais, a
ética e responsabilidade social, trará ao auditor uma reveste de segurança em
todo o seu trabalho, desde o planejamento até a conclusão, com eficiência e
eficácia, que se trazidas a efeito, não restará outro caminho trilhar senão a
minimizar o risco de auditoria e garantir a qualidade do produto final.
Nesse caminhar, a auditoria, vista como um conjunto de procedimentos
técnicos, oferecidos aos os gestores, que seja alçada por, um leque de
informações e instrumentos que devem ser utilizados e conjugados às outras
tecnologias para servir à empresa no alcance de seus objetivos e na condução
dos seus interesses e missão. Isto de maneira imediata e mediata, eis que o
trabalho do auditor pode se revelar em ajuste, antes da opinião expressa em
parecer. Sem prejuízo da expressa proibição do trabalho cumulativo de
auditoria e consultoria, igualmente, com a nobreza dos seguimentos, permitirá
ao auditor uma confiabilidade no trabalho que estará desenvolvendo por portar
conhecimento do seu cliente e do ambiente de trabalho auditado.
É correto dizer que a auditoria, mais do que conjunto de procedimentos,
é um processo que visa dar uma opinião sobre as demonstrações contábeis e
a situação patrimonial da entidade, e por excelência um processo revisor das
ações administrativas, que se utiliza, além das próprias, de técnicas e
disciplinas acessórias para validar os feitos e avaliar se as funções
administrativas estão sendo devidamente utilizadas, entre outras atribuições.
53Auxilia, portanto, no poder decisório, e, permite por excelência a emissão de
um parecer sobre a adequada constituição das demonstrações contábeis de
acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e as normas
brasileiras de contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica.
É importante ressaltar que no plano de pesquisa surgiu a pergunta: O
que o auditor poderia enfrentar com a falta de conhecimento do cliente e o
ambiente do trabalho? Observa-se que o processo de auditoria é fomentado de
dados, informações e afirmações que o sistema de contabilidade e os demais
sistemas da empresa oferecem, restando, contudo, embora seja a auditoria
uma cadeia de revisão, o risco de emissão de parecer contendo erro. Daí o fato
de abordar o risco de auditoria e os seus reflexos, ou seja, a responsabilidade
do auditor perante seu público.
Contudo, observa-se que a conseqüência gerada pela falta do
conhecimento do cliente, e ambiente do trabalho, impede um planejamento
adequado, prévio bem como, um programa adequado, pois se pode ocorrer os
inconvenientes potenciais tais como: 1) Esquecimento de áreas importantes ou
seu reconhecimento em ocasião que não seja, mas possível ou econômica e
sua verificação. 2) Demora na identificação de problemas significativos que
pode afetar o objetivo global do exame. 3) Indisponibilidade da equipe mais
qualificação para o trabalho. 4) Adoção de procedimentos inapropriados de
auditoria, em função dos objetivos globais definidos. 5) Maior risco na emissão
do parecer.
Conclui-se que um bom auditor, precisa estar inteirado não só na parte
técnica operacional da auditoria, bem como, estar devidamente seguro e sendo
conhecedor do ambiente de trabalho e seu cliente.
54
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Paulo : Atlas, 1996.
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56
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WWW.fasb.org
WWW.bacen.gov.br
WWW.susep.gov.br
]WWW.cfc.org.br
WWW.crcrj.org.br
57ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
PLANEJAMENTO FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO 11
1.1 – Aspectos Gerais 11
1.2 – Programação do Trabalho 14
1.3 – O conhecimento do Cliente e do Ambiente a ser Auditado 20
CAPÍTULO II
DO PROCESSO DOS PROCEDIMENTOS E DAS TÉCNICAS DE
AUDITORIA 22
1.1 – DEFINIÇÕES 22
1.2 – FASES (ETAPAS) DO PROCESSO DE AUDITORIA 24
1.3 – CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS 26
CAPÍTULO III
CONTROLE INTERNO SUA REAL NECESSIDADE 31
1.1 – CONCEITUAÇÃO E FINALIDADE 31
1.2 – O SISTEMA DE INFORMAÇÃO 36
1.3 – A TOMADA DE DECISÕES 37
1.4 – A INFLUÊNCIA DO CONTROLE INTERNO NA AUDITORIA 38
CAPÍTULO VI
RISCO DA AUDITORIA POSSIBILID. DO AUDITOR EQUIVOCAR-SE 43
1.1 – DEFINIÇÕES 43
1.2.- TITULOS DE RISCOS 44
1.3 – AVALIAÇÃO DOS RISCOS 45
1.4 – A RESPONSABILIDADES E DO AUDITOR CONSOANTE AVALIAÇÃO