revista tela viva - 90 fevereiro de 2000

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www.telaviva.com.br Nº90 FEVEREIRO 2000 TÉCNICAS USADAS NA PROGRAMAÇÃO AO VIVO O QUE HÁ DE NOVO NO MERCADO DE ÁUDIO Inscrições no site www.telaviva.com.br

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Revista Tela Viva - 90 Fevereiro de 2000

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Nº90FEVEREIRO 2000

TÉCNICAS USADAS NA

PROGRAMAÇÃO AO VIVO

O QUE HÁ DE NOVO NO

MERCADO DE ÁUDIO

Inscrições no si te www.telaviva.com.br

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Í N D I C E

Edylita Falgetano

Às vésperas da definição da escolha do padrão que o Brasil adotará para as transmissões digitais, os dois principais concorrentes trocam farpas quanto às desvantagens do sistema alheio e não descartam um bom lobby político para ganhar a disputa. Ainda não se sabe nem o formato do relatório que o grupo SET/Abert, que está realizando os testes considerados pioneiros, irá enviar à Anatel. Muito menos o conteúdo da avaliação do desempenho dos padrões europeu, norte-americano e japonês. Os resultados estão guardados a sete chaves e ninguém se atreve a fazer qualquer prognóstico. O ATSC, padrão norte-americano com sua modulação 8-VSB, vem sendo contestado, inclusive por broadcasters e fabricantes de equipamentos dos Estados Unidos, devido à fraca performance em áreas de sombra e multipercurso. Mas, há pelo menos três anos, já se comentava que o DVB tinha melhor desempenho em áreas de topografia complicada, como a brasileira. A eterna discussão sobre as transmissões em alta definição ou em definição padrão também voltaram à tona ao lado da necessidade de adaptação do DVB para 6 MHz, uma vez que foi desenvolvido para faixas de 8 MHz, usadas pelas emissoras européias. A menos que os testes apresentem alguma surpresa, nenhumas das alegações técnicas usadas por ambas as partes é novidade para a comunidade televisiva: multipercurso, áudio, transmissão fixa x móvel, HDTV x SDTV, 6 MHz x 8 MHz etc. A real questão é econômica. O tamanho do mercado brasileiro é que faz brilhar os olhos dos fabricantes de equipamentos dos dois padrões em questão. A principal alegação é a economia de escala advinda pela decisão da América Latina em adotar o ATSC ou o DVB. Embora a Argentina já tenha optado pelo ATSC, o novo governo promete rever a decisão no caso do Brasil, depois de apresentar os resultados dos testes, se juntar ao bloco europeu. Os demais países irão na cola brasileira. Para os broadcasters interessa a confiabilidade e o preço dos novos equipamentos. Como não vão poder cobrar mais pela veiculação de anúncios pelo simples fato da transmissão ser no formato 16:9, mais nítida e com excelente qualidade de áudio, o retorno do investimento deverá vir pela prestação de serviços graças à possibilidade do multicast. Que o ATSC precisa de ajustes nem mesmo Robert Graves, presidente do comitê, nega. Prós e contras existem em ambos os sistemas. O que realmente vai pesar na balança são os fatores econômico e político. Como disse Júlio César ao atravessar o Rubicão: “Alea jacta est”.

SCANNER 6

CAPA 12

DTV 18

PROGRAMAÇÃOREGIONAL 20

PROGRAMAÇÃO 24

MAKINGOF 30

ÁUDIO 32

MULTIMÍDIA 38

TECNOLOGIA 42

EQUIPAMENTOS 44

FIQUEPORDENTRO 48

AGENDA 50

A retA finAl pArA escolhA do

pAdrão de dtV no BrAsil

As VendAs de teleVisores digitAis

interior fluminense

trAnsmissões Ao ViVo

As noVidAdes do mercAdo

portfólios on line

redes multisserViço

pós-produção

Este s ímbolo l iga você aos serv iços TElA VIVA na Internet .

Ô Guia TElA VIVA

Ô Fichas técnicas de comercia is

Ô Edições anter iores da TElA VIVA

Ô legis lação do audiovisual

Ô Programação regional

E D I T O R I A l

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NOVA GERAÇÃO

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s c A N N E R

A pré-estréia do segundo longa-metragem da diretora Tata Amaral, “Através da janela” (Making of edição 72), aconteceu no Festival Internacional de Cinema

de Roterdã, na Holanda, que terminou no dia 6 de fevereiro. A exibição exclusiva é resultado do

sucesso do primeiro filme de Tata, “Um céu de estrelas”, que também foi exibido em Roterdã e despertou o interesse da Hubert Bals Foundation. Essa parceria trouxe como dividendos um aporte de US$ 30 mil, destinados à finalização de “Através da janela”, e a promessa da primeira exibição para os holandeses.

EsTRÉIA INTERNAcIONAL

SINERGIACom a aprovação da concessão obtida em 09/12/99 a TV Diário, de Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, divulgou sua afiliação à Rede Globo e já aprovou o projeto da sede da emissora. A construção do prédio e a instalação dos equipamentos será acompanhada pela Central Globo de Afiliadas e Expansão (CGAE). Fabio Braidatto deixou a TV Serra+Mar, afiliada da Globo em Nova Friburgo (RJ), para assumir a Diretoria Executiva da emissora e já definiu parte da equipe para colocar no ar, em maio, a TV Diário.

Romeu Alencar, Victor S. M. Amaral Neto, Maria Elisa Andrade e Danilo Kott, são respectivamente gerente de engenharia, gerente administrativo-financeiro, coordenadora de marketing e contato comercial. Romeu já trabalhou em outras afiliadas globais e os demais membros do time deixam a CGAE para dar duro na 108ª afiliada global.

Hélio Kimelblat deixou Montes Claros (MG) para assumir a Diretoria Executiva da TV Serra+Mar. Para acompanhá-lo na empreitada de construir uma nova sede para a emissora, fazer links de retorno de contribuição de jornalismo em microondas, Hélio conta com Moisés Bastos, gerente de engenharia e Edson Gagliano que deixou Foz do Iguaçu para assumir a Gerência Comercial da afiliada da Serra Fluminense.

A vaga deixada por Hélio na TV Grande Minas, foi preenchida pelo ex-diretor comercial da TV Gazeta, afiliada da Globo em Vitória (ES), Heitor Nogueira.

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hélio Kimelblat

Quatro emissoras do lote 1 dos editais de radiodifusão (veja quadro) já conseguiram sua aprovação. No primeiro dia deste ano a emissora do Sistema Associado de Comunicação, no Recife, entrou no ar inaugurando a operação da primeira TV da era das licitações. A TV Guararapes, afiliada à Bandeirantes, é totalmente digital e colocará no ar até o final deste mês três horas de programação local.

Segundo Frederico Nogueira, diretor da TV Guararapes, o grande diferencial da nova emissora pernambucana é a cobertura do estado via satélite. Para fazer o uplink, contratou a Embratel e já está com seu sinal em 40 cidades. A meta da empresa é levar o sinal para 90 cidades até o final do ano e estar presente em 185 até o fim de 2001.

EMPRESA CIDADE DATA DA APROVAÇÃO

Beijaflor Radiodifusão Macapá 28/06/99

Rádio e Televisão Diário de Mogi Mogi das Cruzes 09/12/99

TV Cidade dos Princípes Joinville 09/12/99

Sistema Associado de Comunicação Recife 15/12/99

NA TELONAA agência Publicis Norton escolheu a mídia cinema para a campanha dos perfumes Get Together, do Empório Armani, que está veiculando. Como são duas fragrâncias, uma masculina e outra feminina, o filme mostra casais em cenas sensuais e simbolizam os aromas complementares dos perfumes. A nacionalização do filme é da Produtora Associados.

romeu, fabio, maria elisa, danilo e Victor

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fabio Braidatto

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s c A N N E R MUITOS QUILÔMETROS

Para rodar o filme “Louco por tênis”, da Movi&Art, o diretor

Rodrigo Lewkowicz passou vários dias na rota São Paulo-Florianópolis. O filme, que mostra o jogador Gustavo Kuerten e faz uma analogia entre o tênis e futebol, foi rodado em 15 locações diferentes em São Paulo e Floripa. A criação do filme é de Silvio Mattos, da Fischer América.

ABRINDO AS GAVETAS

Depois de um ano afastado do mercado publicitário em função da produção do longa “Castelo Rá-Tim-Bum”, o diretor Cao Hamburguer está se preparando para reassumir seu posto na produtora Made to Create. A partir de fevereiro, ele retorna à casa para a qual dirige comerciais exclusivamente.

RELACIONAMENTO CIRCULAR

O trabalho em equipe da diretora Paula Trabulsi, da JX Filmes, saiu do âmbito da produtora para chegar à agência e ao cliente com o trabalho realizado para Dove Light, da Gessy Lever (veja Making of nº 87 - nov. 99). A intenção, agora, é vender essa idéia de que produtora, agência e cliente devem criar e planejar juntos os filmes desde o princípio. Na quase totalidade dos trabalhos, a equipe de Paula é formada pelo diretor de casting Roberto Straub, pelo diretor de arte Ucho Carvalho e pelo diretor de fotografia Rodolfo Sanchez.

A Fischer America está ampliando cada vez mais o conceito de comunicação total que vem sendo implantado por Ricardo Fischer desde que terminou sua sociedade com Roberto Justus. Depois de anunciar, no final do ano passado, uma parceria com um grupo que inclui a jogadora de basquete Hortência para a criação de uma empresa voltada para o marketing esportivo, Fischer agora investe na criação de programas para a TV.

Para isso, contratou como diretor de operações Fabio Quinteiro, que já foi diretor de criação e nos últimos anos vinha se dedicando à sua produtora, a Radar, que levou ao ar produções como “A magazine” (revista eletrônica da Audi) e a série sobre mulher apresentada por Carolina Ferraz. A idéia, segundo Quinteiro, é explorar a possibilidade de programas de televisão com conteúdo como mais uma forma

de divulgação, que caminha ao lado da publicidade, Internet, assessoria de imprensa e todas as áreas abrangidas pela Fischer.

A equipe da agência pretende oferecer a criação de programas em todas as áreas, buscando parcerias entre clientes e emissoras. Para isso, vai contratar produtoras para cada projeto. Segundo Quinteiro, alguns trabalhos já estão sendo encaminhados e devem estrear em breve. Além de coordenar esses projetos, o novo diretor de operações também terá sob sua responsabilidade o controle do fluxo interno de trabalho e sua relação com os fornecedores, coordenando as áreas de produção de RTVC, gráfica, art buyer, design e eventos.

EXPANsÃO TOTAL

PR MIO NO SULO pessoal da Animaholics, de Porto Alegre, tem motivo para comemorar. Pela primeira vez uma produtora de animação e efeitos especiais foi premiada no Salão da Propaganda, evento que premia os melhores da publicidade gaúcha. O júri, composto por publicitários paulistas, escolheu o repertório da Animaholics, com comerciais em desenho animado, composição de imagens, computação gráfica e animação de personagens 3D, como o melhor entre os inscritos.

MAIS EQUIPAMENTOSA clube Vídeo, divisão de produção broadcast e multimídia do Sistema Clube de Comunicação, investiu na aquisição de uma ilha de edição e quatro câmeras digitais, totalizando 12 câmeras e quatro ilhas de pós-produção em seu parque de equipamentos. A produtora, apesar de estar sediada em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, conta com clientes de peso como Unimed e Lojas Cem.

fabio Quintero

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s c A N N E R

Para mostrar as realizações da Anatel, agência estatal que regula as

companhias de telecomunicações, a Publicis.Norton criou três verdadeiros documentários que mostram pessoas comuns e sua relação com o

telefone. Um deles é um carroceiro de

Ribeirão Preto que tem um celular. Outro personagem é uma senhora do interior de Goiás que não via a filha há mais de um ano e agora recebeu o primeiro telefonema dela. No terceiro filme, a personagem principal é a Floresta Amazônica, já que o filme mostra a instalação do primeiro telefone público em uma cidadezinha a sete horas de Manaus. Os filmes foram dirigidos por Maurício de Oliveira, da Maurício de Oliveira Filmes.

PUBLIcIDADE DOcUMENTAL

Em maio de 1998, esta revista anunciava a volta do Vigilante Rodoviário, personagem criado por Ary Fernandes no início da década de 60, que marcou o início da produção brasileira do seriado. O personagem foi atualizado para tempos menos românticos e deve protagonizar a série “As novas aventuras do Vigilante Rodoviário”, para a qual Ary Fernandes já escreveu 13 episódios.

O projeto, inicialmente, foi negociado diretamente com redes de TV. Como

seu orçamento chega quase a R$ 3 milhões, em função da grande quantidade de cenas externas e de efeitos especiais, não foi possível fechar uma parceria. O idealizador do seriado, então, inscreveu o projeto na Lei do Audiovisual e está em fase de captação. Além dos recursos que podem vir pelas leis de incentivo, Ary Fernandes ainda negocia a venda para o exterior e a inserção de merchandising. Em sua primeira edição, o seriado usava carros Simca, a grande moda da época.

HERÓI REVIsITADO

JEITO NOVODesde o dia 23 de janeiro a marca Intelig está marcando presença na mídia, entre outros com um break exclusivo durante o “Fantástico” ao longo de todo o ano, no patrocínio das Olimpíadas e no Festival de Música Popular da Rede Globo. Criada pela Talent, a campanha fica no ar até abril e é estrelada pela modelo Gisele Bundchen, o navegador Amyr Klink, o nadador Fernando Scherer (o Xuxa), o goleiro Dida, o carnavalesco Joãosinho Trinta, o ator Vinícius de Oliveira (Central do Brasil) e ainda o grupo Olodum. O comercial “Jeito novo” foi produzido pela O2 Filmes, com direção de César Charlone.

DO CURTA PARA A

PUBLICIDADEPhilippe Barcinski é o novo diretor contratado da O2 Dois. Com quatro curtas-metragens em seu currículo, já tinha feito alguns trabalhos para a casa, mas agora é exclusivo e começa a divulgar seu nome no mercado. Barcinski foi um dos premiados do último Concurso Federal de Curtas-Metragens do Ministério da Cultura, divulgado em outubro do ano passado, e está em processo de produção de seu quinto curta, “A janela aberta”, que tem produção executiva da O2.

Ao mesmo tempo, o diretor também finaliza “Palíndromo”, produção realizada com recursos próprios, que consumiu menos de R$ 10 mil.

CERCADO POR

TODOS OS LADOSO diretor estreante Rogério de Moura cercou-se de profissionais competentes e de “figurinhas carimbadas” para compor o elenco e o staff de seu curta-metragem, intitulado “A revolta do videotape”. Para a direção de fotografia, Rogério escalou Mario Carneiro, conhecido fotógrafo de obras de Joaquim Pedro de Andrade, Paulo César Saraceni e Glauber Rocha.

No elenco, estão nomes como José Rubens Chachá, Eduardo Silva, Carlos Meceni, Augusto Pompeu e Carlos Capelety, ao lado do cineasta e apresentador Paulo Gregori e do também cineasta, organizador de festivais, assessor de imprensa e muito mais Francisco Cesar Filho. O filme mostra um programa de debates sobre futebol, no qual os lances de um jogo são tão comentados que o VT se revolta e acaba alterando a realidade.

primeiro telefonema

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Os Estúdios Mega estão investindo pesado em sistemas de HDTV este ano. A primeira etapa, que a produtora chama de high definition em processamento, foi a aquisição do datacine C Reality, da Cintel. O equipamento já está funcionando e é capaz de telecinar imagens em formato convencional de TV (720 x 486 linhas), HDTV (1920 x 1080 linhas) ou data (2048 x 1500 linhas). Até o momento, a equipe de coloristas da casa está optando por captar o sinal em data

e masterizá-lo em HDTV. O tratamento final continua sendo standard, já que os equipamentos de finalização ainda não comportam os formatos mais recentes.

Com uma master em HDTV, é possível garantir

melhor definição para recorte, mais profundidade e textura, maior latitude do filme e escalas de cinza. Para se ter uma idéia, a resolução do HDTV é um pouco superior à da película Super-16. Apesar da captação em HDTV ainda não ser equivalente, a telecinagem

permite a digitalização das imagens sem perda alguma.

A equipe do Mega pretende incentivar o uso do formato em longas-metragens de baixo orçamento e documentários, que podem ser feitos em 16 mm ou S-16, a custos mais baixos do que o 35 mm e com maior mobilidade. Depois, o filme pode ser finalizado em vídeo e sofrer o que eles chamam de blow-up eletrônico, com a transferência de vídeo em alta definição para 35 mm. Quando os equipamentos já estiverem operando em formato data, a perda do 35 mm para vídeo e vice-versa será praticamente nula. Por enquanto, ainda não está dominada a tecnologia de manipulação das imagens data, formato também conhecido como 2 k, em tempo real, mas o telecine é capaz de operar em qualquer formato. A próxima etapa é a aquisição de um Inferno, da Discreet, equipamento de finalização que atende aos formatos HDTV e data. Mas só a partir do final do ano é que a casa deve chegar à terceira etapa, que prevê o trabalho em data em tempo real.

cRONOGRAMAMAIS DESENHO

O diretor de animação chileno Tomas Wells, que trabalha no Brasil com a produtora Cinema Animadores, está preparando mais um projeto pessoal de curta-metragem. Em fase final de criação dos desenhos, Wells pretende finalizar o curta, que terá cerca de dez minutos, no Brasil, com o apoio da produtora. Serão feitas duas versões: uma em vídeo, a partir do escaneamento simples dos desenhos e animação em computador, e outra completa, em película.

MATRIZ E FILIAL

Marco Aurélio de Oliveira é o novo colorista dos Estúdios Mega. Depois de quatro anos e meio de trabalho na Casablanca, Marco agora está na ponte-aérea, operando os equipamentos tanto de São Paulo quanto do Rio.

SEM LIMITESO sul da Tailândia é o cenário do novo filme dos cigarros Hollywood. Assinada pela DPZ, com direção de criação de Francesc Petit e Carlos Silvério e criação de Carlos Silvério e Rui Branquinho, a campanha “No Limits” mostra desta vez uma regata entre dois barcos construídos especialmente para a filmagem. Entre os vários “pepinos” enfrentados pela produção estavam os grupos ambientalistas que protestavam contra o filme “The beach”, com Leonardo di Caprio, acusado de alterar a paisagem local, e cuja equipe foi confundida com a do comercial. A direção ficou a cargo de Dariusz Wolski, diretor de fotografia do filme “O corvo”, que teve assessoria do maior expert em “extreme sail” do mundo, Gino Morrelli.

marco Aurélio de oliveira

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NOVA PRAIAA produtora paulista Trattoria di Frame começa este ano a investir em novos segmentos da produção audiovisual. A idéia é entrar de mansinho na área cultural, bancando projetos pequenos com recursos próprios. O primeiro deles é o curta-metragem de Marina Willer, uma das diretoras da casa, sobre a vida do cartunista Henfil.O roteiro foi premiado no Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba e, além de um prêmio em dinheiro, Marina Willer também ganhou alguns apoios de empresas do setor. A produtora completou o orçamento e agora a diretora está captando imagens para o documentário. O fio condutor da história são as cartas de Henfil para sua mãe.

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NOVA EsTRELA A megacampanha publicitária do Classe A, veículo da Mercedes-Benz produzido no Brasil, tem agora um novo garoto propaganda. Para divulgar o câmbio semi-automático do carro, a W/Brasil contratou o craque Rivelino, dono da mais famosa perna esquerda do Brasil. O carro se propõe a dar um descanso à perna do jogador, já que a embreagem não é necessária.

O BOM DO BREGAO compositor e produtor musical Dudu Marote, da DD & Irmãos, participa na trilha sonora do longa “Domésticas”, produção da O2 Filmes dirigida por Fernando Meirelles e Nando Olival. Marote montou, para o filme, uma seleção muito especial com pérolas da música brega brasileira dos anos 70 e 80. A trilha será lançada pela EMI, detentora dos direitos da maioria das canções escolhidas, e tem tudo para se tornar cult.

NOVO CARDÁPIOTodo mundo sempre imaginou que eles só pensassem em cinema, mas agora quatro personagens do setor em São Paulo decidiram encarar um novo desafio: a gastronomia. Edna Fujii, a conhecida gerente da Quanta; Lili Bandeira, diretora de produção e cozinheira de mão cheia; Rui Pires, também diretor de produção, e Élcio Nagamine, o Alemão, diretor de fotografia, se uniram em sociedade no restaurante Pátio da Vila, na agora popular Vila Madalena.

INTERCÂMBIO Toth Brondi é o novo reforço na equipe de diretores da Intervalo Produções. Toth já trabalhou na produtora Link e, em 1999, abriu sua produtora, a Aquarela Filmes. Em seu currículo, o diretor traz videoclipes e comerciais. Atuando no segmento de filmes publicitários sem captação de imagens ou nos quais a captação é mínima, a Intervalo vai poder utilizar o talento de Toth assim como a Aquarela Filmes, já que a produtora continua funcionando.

O divórcio cNT/Gazeta já foi anunciado por ambas as partes. Há pelo menos dois anos, executivos de cada lado afirmam que a parceria não passa de março deste ano, data do fim do contrato. O tempo passou e a história está ganhando um outro rumo. “Estamos conversando sobre um novo contrato”, admite o superintendente de programação da TV Gazeta, Sílvio Alimari, sem adiantar detalhes.

No mercado, muito já se disse sobre o mau negócio que a Gazeta fizera ao insistir na dobradinha com a emissora do político paranaense José Carlos Martinez. Observadores atentos até falavam em case de marketing. Detendo a faixa de horário nobre da programação, a CNT teria um faturamento muito menor que o da Gazeta. “É real que o faturamento desta faixa não foi o esperado”, confirma Alimari.

Mas uma reformulação na grade, com a Gazeta passando a produzir algumas atrações noturnas de forte apelo popular, resultou em ganhos de audiência. O caso do programa a “Festa do Mallandro” é exemplar. À custa de mulheres seminuas e pegadinhas de gosto duvidoso, o programa chegou a emplacar o

primeiro lugar de audiência.

Com a resposta do Ibope, o estranhamento entre as emissoras foi atenuado, e o clima agora é de reconciliação. Mesmo porque, sem a CNT, a Gazeta deixaria de dar dimensão nacional para algumas das atrações que produz e teria de cobrir um buraco de seis horas de programação por dia (três horas aos sábados e domingos).

A Gazeta fala até em expansão. “Pretendemos ainda este ano instalar 50 novas retransmissoras em todo o Estado de São Paulo”, planeja Alimari. A idéia é também ampliar a cobertura esportiva e a faixa de programas jornalísticos, hoje resumida ao “Em questão”, que vai ao ar às terças e quintas. Depois de tantas reviravoltas, é esperar para ver.

RENEGOcIAÇÃO

ERRATAInadvertidamente na página 14 da

edição de janeiro de Tela Viva (nº 89)

o sobrenome de Cao, sócio da

produtora 5.6, foi publicado como sendo

Hamburguer, ao invés de Nunes. Cao

Hamburguer é diretor de filmes e Carlos

Eduardo Gonçalves Nunes é o Cao da 5.6.

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Edylita FalgEtano

E BEto Costa

DTV: DEADLINE DA DEFINIÇÃO os testes que darão subsídio para

escolha do padrão brasileiro de

transmissão digital terminariam no

final deste mês. As informações

geradas pelo grupo Abert/Set de

TV Digital são mantidas sob sigilo,

aguçando o interesse de fabricantes

de equipamentos e a curiosidade

de outros países que ainda não

escolheram o padrão de DTV.

A briga contra o relógio travada pelo grupo de TV Digital da Abert/Set para encerrar no final deste mês os testes de campo e de laboratório que comparam as performances dos padrões de transmissão digital americano (ATSC), europeu (DVB-T) e japonês (ISDB-T) - como estabelecia o cronograma incial - acabou em prorrogação. A Anatel concedeu mais

30 dias de prazo para a conclusão dos trabalhos. Os grupos concorrentes começam a se articular e a fazer lobby em defesa dos interesses econômicos advindos da decisão brasileira.O Advanced Television System Comitee (ATSC) organizou uma viagem de seu presidente, Robert Graves, ao País acompanhado do vice-presidente da Zenith Electronics Corporation para promoção de HDTV, Wayne Luplow, com o objetivo de defender a escolha do padrão adotado nos Estados Unidos. A argumentação em favor do sistema de modulação 8-VSB, usado pelos norte-americanos, passa tanto pelas questões técnicas quanto comerciais. Embora a Zenith não tenha planos de participar do mercado brasileiro de televisão através desta marca, vai auxiliar sua empresa-mãe, a LG Electronics, importante fabricante mundial de TV que aspira ser também um sucesso no Brasil. O consórcio europeu Digital Video Broadcasting (DVB), que defende o sistema de modulação COFDM, adota uma postura menos agressiva, apostando que os experimentos realizados provarão que as principais

desvantagens apontadas pelo concorrente quanto à adaptação da largura de banda de 8 MHz para 6 MHz (usada no Brasil) e à incapacidade de transmissões em alta definição são apenas cortina de fumaça. A impossibilidade de recepção móvel e os problemas de multipercurso apontados nos testes realizados pela Sinclair em Baltimore são os principais problemas apontados pela DVB como desvantagens do sistema ATSC.

l abo ra tó r i o

A experiência brasileira para escolha do padrão de DTV é considerada quase uma exceção no mundo do broadcasting. O Brasil é um dos poucos países que está realizando avaliações de multipercurso, testes simultâneos dos três sistemas em condições similares e um caso raro de estudo aprofundado do sistema DVB-T em 6 MHz. Na Europa, o DVB opera em 8 MHz.Os engenheiros que participam da experiência procuram ser os mais discretos possíveis. Valderez Donzelli, coordenadora do Subgrupo de Medidas e Testes do Grupo Abert/Set e responsável pela Divisão de Projetos Técnicos da TV Cultura, descarta qualquer possibilidade de antecipar quem está ganhando a briga para escolha do padrão de DTV no Brasil. “A avaliação que fazemos neste estágio, é aquela necessária para verificar a consistência do resultado e a necessidade de repetir ou não o teste realizado.” Por orientação da Anatel, nenhum resultado ou comentário pode ser feito antes dos testes e encaminhamento do relatório. Será a própria agência que divulgará o resultado do relatório e qual o padrão escolhido para a DTV no Brasil. Por enquanto, os preciosos dados gerados em campo e laboratório percorrem um restrito circuito. Os exercícios propostos pelos professores da Universidade Mackenzie, em São Paulo, são aplicados pelo Subgrupo de Medidas, formado pelos engenheiros

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das emissoras, que faz a primeira análise e repassa para o núcleo de professores, que então os envia para apreciação do CPqD, que tem o papel de ser os olhos da Anatel no processo. Para garantia de sigilo, todo fluxo de informação é criptografado. Os fabricantes que têm equipamentos envolvidos nos testes, comprados ou emprestados (veja box na pág. 16), acompanham a montagem da estrutura apenas, e não o dia-a-dia dos testes.O interesse pelos resultados é muito grande. Broadcasters mexicanos devem desembarcar por aqui no início deste mês. Os argentinos, que escolheram o padrão ATSC, já manifestaram interesse em usar o laboratório do Mackenzie para testes. “Realmente há uma grande expectativa por parte de muitos países quanto aos resultados dos testes no Brasil. Estamos sendo seguidamente consultados”, confirma o diretor da Central Globo de Engenharia (CGE) e coordenador do Grupo Abert/SET, Fernando Bittencourt. As atenções voltadas para o Brasil são justificadas pelo fato de toda a América e alguns países da Ásia, incluindo Japão, usarem o mesmo padrão de canalização que o Brasil (6 MHz).

co r r i da

O relatório que será entregue para a Anatel ainda não tem formato definido. A expectativa dos fabricantes pela escolha do padrão de DTV por aqui é muito grande. A definição vai descortinar um admirável mundo novo de oportunidades. Na nova realidade digital, será necessária a criação de cerca de oito mil novas estruturas de transmissão em todo Brasil. Uma revolução no parque técnico das emissoras. O mercado de DTV brasileiro já é identificado como de características inovadoras e é classificado com um dos dez maiores do mundo.Pelas contas de Robert Graves nos casos mais simples, onde os sinais de rede simplesmente passam para o transmissor da emissora local, o custo é inferior a US$ 1 milhão. Para ter plena capacidade de produção digital, uma

geradora regional vai gastar entre US$ 3 e 6 milhões. “Esses valores estão caindo rapidamente. Por exemplo, os codificadores de alta definição que custavam US$ 500 mil há dois anos custam hoje US$ 100 mil, com uma funcionalidade bem superior.” O investimento para a conversão poderá ser recuperado pela prestação de serviços possibilitada pela tecnologia digital. “A TV digital trará grandes melhorias à infra-estrutura da informação nacional brasileira ao possibilitar a transmissão não apenas para as televisões, mas aos computadores pessoais e outros equipamentos”, afirma Graves.A corrida pelos negócios da era digital já começou. “As negociações, bastante adiantadas, estão sendo encaminhadas para todas as emissoras que participam dos estudos de definição do sistema, através da Abert”, revela Walter Duran, gerente de produtos digitais da Philips. A empresa tem uma posição estratégica muito interessante para o momento. Ela já é fornecedora na Europa de equipamentos para o padrão DVB-T e nos Estados Unidos do padrão ATSC. A maioria dos fabricantes produz, hoje, equipamentos para apenas um sistema de transmissão. A Philips também tem desenvolvido soluções para transmissão de dados em alta velocidade que possibilitam oferecer serviços interativos (Internet e home banking, por exemplo) paralelamente às transmissões de TV digital.Os fornecedores de equipamentos entendem que as emissoras não ficarão de braços cruzados esperando o preço dos set-top boxes (equipamentos que permitem aos televisores analógicos receberem sinal digital) baixar de preço. A expectativa de um aquecimento nos negócios é grande e gera animosidades entre os concorrentes.

f a rpa s

Anthony Smith, chefe de marketing e comunicações da DVB, considera que o DVB-T atende a todas as necessidades dos broadcasters e afirma que a produção de equipamentos para

operar em 6 MHz não é problema para a indústria. “O 8-VSB foi projetado apenas para as transmissões fixas. O sistema do DVB-T foi desenvolvido de modo a entregar dados ao receptor quer eles sejam em HDTV, SDTV, áudio ou qualquer outro serviço de dados. O ATSC não discordou dos problemas de recepção apontados pela Sinclair e em declarações à imprensa afirma que brevemente os televisores terão novos e miraculosos chips que resolverão a questão. Mesmo se for verdade o custo desta nova geração de receptores será maior que os em COFDM.” O presidente do ATSC concorda que os primeiros receptores não tiveram um bom desempenho na presença de multipercurso. Mas rebate alegando que: “Os receptores atuais e os novos chips já demonstraram que têm um desempenho muito melhor em multipercurso. Acreditamos que o nosso sistema se equipare hoje ao europeu quanto à capacidade de superar os problemas do multipercurso”. Outro fator apontado por Graves a favor do padrão ATSC é que no Brasil, assim como em toda a América do Norte e do Sul, os canais de televisão têm 6 MHz ao passo que na Europa eles têm 8 MHz. “Tem muita gente no Brasil que ainda não confia na versão de 6 MHz para um padrão que é predominantemente de 8 MHz, temendo que se repita a situação do PAL-M, cujo equipamento é mais difícil de ser encontrado e mais caro.” Em relação às questões técnicas, Graves afirma que o padrão norte-americano precisa de menor potência para cobrir uma mesma área, evitando interferência nas transmissões analógicas com custo menor na aquisição de equipamentos. “Temos melhor desempenho quanto à interferência causada pelos automóveis e eletrodomésticos. Esse é um problema real para o sistema europeu nas freqüências de TV VHF, mas não para o nosso.” O vice-presidente da Zenith, Wayne Luplow, acredita que a adoção do padrão ATSC para DTV permitirá o acesso a um mercado regional mais amplo, que já inclui os EUA, o Canadá, a Argentina e provavelmente o México. “Os empresários brasileiros acreditam

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que deva existir um padrão único para toda a América do Sul, nós acreditamos que deva existir um padrão único para todo o hemisfério.”O tamanho do mercado tem impacto direto no custo, na diversidade e na variedade de produtos que estarão disponíveis tanto aos consumidores quanto aos profissionais. Luplow considera que ao adotar o ATSC, o Brasil garantirá economia de escala, beneficiando cada consumidor em potencial no hemisfério. “Com 160 milhões de habitantes e a segunda maior economia do hemisfério, uma cuidadosa avaliação do Brasil sobre suas próprias necessidades ajudará a delinear o futuro da televisão digital na região.” As TVs de alta definição já estão sendo oferecidas por 25 fabricantes e 144 mil receptores já foram vendidos desde que o serviço foi lançado nos Estados Unidos, em novembro de 98.Os preços já caíram cerca de 50% no primeiro ano (veja próxima matéria, na pág. 18). Até janeiro deste ano 114 emissoras norte-americanas estavam fazendo transmissões digitais em 43 cidades, cobrindo 60% dos domicílios com TV daquele país.Estão em jogo questões técnicas, políticas e econômicas. Caberá ao Brasil a definição sobre o padrão único para as Américas, a zona de comércio que mais cresce no mundo, pois comenta-se que caso o Brasil venha a adotar o DVB a Argentina irá rever sua decisão.

A estimativa inicial era de que a bateria de testes estivesse concluída no final de 1999. Mas surgiram pedras pelo caminho. Os equipamentos para teste do sistema japonês desembarcaram no Brasil no início de dezembro e o grupo de DTV pretendia tê-los à disposição duas semanas depois. Não foi o que ocorreu. Problemas na alfândega empurraram o início dos trabalhos para o princípio de janeiro. Para que o atraso dos trabalhos não comprometesse no resultado da avaliação, a Anatel prorrogou para o final de março a conclusão dos testes. Durante dois meses (desde o começo de outubro) foram realizadas experiências de campo e laboratório, comparando apenas os padrões ATSC e DVB-T. Neste período, dois sistemas digitais e um analógico operaram simultaneamente. O transmissor está instalado na torre da TV Cultura, em São Paulo e uma estação móvel avalia a qualidade de recepção do sinal, indoor e outdoor, percorrendo 200 pontos da cidade. Na avaliação de cobertura está sendo utilizado no canal 34 UHF um transmissor Harris com 5 kW de potência média, modulando nos sistemas ATSC, DVB-T e ISDB-T.

Para o sistema analógico PAL-M é usado um transmissor Linear com 1 kW de potência de pico. Os sinais destes transmissores são irradiados através de uma antena de fabricação Transtel, tipo slot, com o diagrama de irradiação diretivo. A verificação da qualidade e do alcance dos sistemas digitais está sendo realizada em diversos locais da cidade de São Paulo, utilizando uma viatura especialmente projetada para esta finalidade. Será também testado o comportamento dos sistemas através de antenas externas existentes em residências de telespectadores e de antenas internas (indoor). No laboratório localizado na Universidade Mackenzie, estão instalados um transmissor digital NEC e um analógico Linear, sendo que seus sinais são conduzidos por meio físico ao local onde estão os instrumentais de medidas, para a realização de diversos ensaios dos três sistemas digitais e avaliação do seu desempenho. Os testes de áreas de sombra e adjacência de sinal (para avaliar a interferência) só serão realizados na etapa final. Para a avaliação de interferência entre os sinais digitais e analógicos em canal adjacente, importante para todo o período

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c A p A

O s T E s T E s

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de transição analógico/digital, em que os sistemas deverão operar simultaneamente, está instalado um transmissor digital de fabricação Continental, operando no canal 35, que utilizará uma antena idêntica à do canal 34. Quatro novos chips dos padrões americano (três) e europeu (um) que surgiram recentemente também aguardam a vez para serem dissecados.Para correr contra o tempo perdido, os testes com o padrão japonês serão realizados apenas nos pontos considerados mais significativos. E isto deve ser feito simultaneamente com o ATSC e o DVB-T. Singapura é um dos poucos países que testou os três sistemas, mas os resultados são contestados porque as experiências não ocorreram simultaneamente. Valderez Donzelli acredita que o “ISDB deve ter uma performance parecida com o DVB”, deixando claro que a expectativa e opinião são pessoais.

Para não correr riscos de produzir resultados duvidosos, todos os testes, procedimentos, os instrumentais e equipamentos que estão sendo utilizados foram validados pelas equipes americana, européia e japonesa, além de passarem pelo crivo da Anatel. O ISDB é único dos

sistemas que está no estágio comercial embrionário. Ele já foi adotado pelo Japão, mas só começa a operar para valer somente a partir de 2003, principalmente devido a problemas de planejamento dos canais digitais. Por enquanto, várias emissoras utilizam o ISDB, mas apenas para cumprir um vasto programa de testes que foi estabelecido por lá.No Brasil, a avaliação completa envolve 19 testes divididos em cinco famílias. São experiências de laboratório e campo. “No laboratório, nós simulamos os defeitos de campo. Simulamos o ruído impulsivo, o fantasma com diferentes distâncias. No campo, todos os problemas aparecem juntos. No laboratório, o sinal é controlado, dá para enfrentar um problema de cada vez”, explica o engenheiro Eduardo Bicudo, responsável pelos testes de laboratório. O cruzamento das informações de campo com as produzidas no laboratório é que traduzem como cada sistema se adapta à realidade brasileira.

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c A p A

Fabricantes que participam dos testes no Brasil com equipamentos emprestados ou adquiridos pelo grupo Abert/SET:

• transmissor Harris (opera para ATSC, DVB-T e ISDB-T)

• transmissor digital (laboratório) NEC

• transmissor ATSC e DVB-T- Continental Microwave

• transmissor analógico (campo) Linear

• receptor para DVB-T- Philips e Nokia.

• receptor para ATSC- Panasonic e Zenith.

• receptor para ISDB-T- NEC (que também tem convênio de cooperação técnica com o Grupo Abert/SET).

• antenas- Transtel

EQUIPAMENTOs

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PEtEr J. Brown E KEn KErsChBaumEr

QUEM QUERCOMPRAR?

O resultado das vendas de aparelhos de TV digital e de alta definição nas festas de fim de ano nos Estados Unidos foi significativamente supe-rior ao do ano passado, mas esse salto não significou mais telespecta-dores para os broadcasters de TV digital, uma vez que as vendas de sintonizador digital (a caixinha que permite receber os sinais de DTV em um televisor comum) continuaram abaixo do esperado. Franklin Karp, por exemplo, presi-dente da Harvey Electronics, dono de sete lojas de eletrônicos na área metropolitana de Nova York, conta: “Vendemos muitos aparelhos digitais, muito mais que no ano passado”. Quanto aos sintonizadores, ele não se mostrou tão entusiasmado: “Ven-demos alguns por mês, sendo que os mais procurados são os set-top boxes da Sharp e da Pioneer”.

A procura por apare lhos

d ig i ta i s de TV a inda é

pequena. para os fo rnecedores ,

a programação d ig i ta l

não é a ma ior a t ração de

comerc ia l i zação e a venda de

s in ton izadores con t inua ba ixa .

questão que pode estar atrapal-hando a venda de sintonizadores é que quem tem um aparelho de alta definição e assiste a um programa em simulcast (transmissão digital de vários canais com resolução conven-cional), pensa que já está recebendo transmissão em alta definição. “É como na época em que surgiu a FM estéreo. As pessoas achavam que tendo um receptor estéreo de FM, já receberiam automaticamente o sinal estéreo”, ele lembra. Mas, apesar do baixo índice de ven-das do sintonizador, a aceitação dos receptores digitais tem sido bastante positiva, afirma Bob Seidel, vice-presi-dente de engenharia e tecnologia da CBS: “À medida em que os set-tops baixarem de preço, os telespectadores passarão a procurá-los. Para muita gente, comprar de uma só vez a TV e o sintonizador, por volta de US$ 1 mil a US$ 1,5 mil, é praticamente impos-sível. Mas espera-se que até o final do ano o preço caia para US$ 400 ou US$ 500, que é bem mais acessível”. Glenn Rogers, diretor de merchan-dising de produtos para TV, vídeo e DTH da Ultimate Electronics, de Thornton, no Colorado, diz que sua empresa vende sintonizadores de vários fabricantes. Mas, como na Harvey Electronics, de Karp, os números são bastante baixos. “Como só em algumas das nossas praças estão começando a transmitir em alta definição, ainda é um pouco cedo para se falar em índices definitivos de vendas, mas até agora os resulta-dos têm sido promissores.”Os varejistas concordam que as vendas de sintonizadores vão subir ainda este ano. Por enquanto, estão se concentrando apenas na venda de TVs digitais. Por exemplo, um varejista diz que sua equipe de ven-das faz o possível para não entrar na questão dos set-tops que recebem os sinais abertos, que leva a outra questão mais complicada, que é a da compra da antena. Então, em vez de atrapalhar a venda de um aparelho de alta definição de US$ 6 mil, os vend-edores tentam simplificar a decisão de compra. Porém, ele acrescenta

d t V

Por que essa discrepância entre as vendas de televisores e as de sin-tonizadores digitais? Karp acha que é uma questão de software, e não de hardware. A cidade de Nova York tem apenas dois sinais de trans-missão digital no ar, a WCBS-TV e a WNYW-DT (da Fox); a falta de sinais digitais é uma boa razão para explicar o fracasso de vendas dos sintonizadores. “Nossos consumidores até estariam dispostos a comprar sintonizadores, mas não há programação suficiente”, diz Karp. “Alguns só usam o cabo, outros não estão interessados em trocar sua antena de DTH. De que maneira a programação sai do ponto A e chega ao ponto B não é o mais importante. Por exemplo, se a indús-tria do cabo tivesse entrado na briga para oferecer sinais digitais e de alta definição, os nossos consumidores nem discutiriam.” Vale lembrar que a Time Warner distribui a HBO em alta definição em Nova York e a Cablevi-sion distribui programação da MSG também em alta definição.Outro fator, segundo os varejistas, é que a imagem line-doubled NTSC é quase sempre tão boa que quando o consumidor adquire um sintonizador digital, ele se pergunta: “Para quê?”. “Nós dizemos que os sintonizadores digitais já estão à venda, mas quando os clientes voltam para casa, não ouvimos mais falar deles”, diz Paul Goldenberg, presidente da Paul’s TV, de Los Angeles. “Eles levam o apa-relho para casa e já estão bastante satisfeitos com a imagem.”Goldenberg acredita que outra

Copyright

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que logo começarão a empurrar os receptores DTH com capacidade de alta definição como acessórios dos aparelhos de alta definição, por não atrapalharem as vendas e aumentarem o valor do produto.

s u ce s so de venda s

O que está orientando as vendas dos aparelhos de alta definição? Karp acha que o maior apelo é o formato 16:9. “Os consumidores aceitaram o 16:9 muito mais rápido do que imaginei.” John Robbins, presidente da HiFi House, em Broomall, atribui aos broadcasters e aos fabricantes de produtos eletrônicos o crédito pelo aumento da atividade digital em seus três showrooms, na área da grande Filadélfia. “No fim, nossos fornece-dores não conseguiram atender à demanda. No começo era quase nada; foi muito difícil conseguir que os fabricantes fizessem mais aparel-hos. É claro que, em alguns aspectos, isso chegou a ser um problema. Mas a TV digital é uma das coisas mais fantásticas que já vi.” David Arland, porta-voz da Thomson Consumer Electronics, de Indianapo-lis, não se surpreende que o varejista tenha encontrado problemas para obter unidades de alta definição de primeira geração. “Elas estão sendo fabricadas em quantidades muito limitadas”, diz. Outro desenvolvimento que entusi-asmou os varejistas foi o sucesso dos aparelhos de vídeo digital (DVD), uma categoria de produto cujas vendas em 1999 cresceram 300% em relação ao ano anterior. Robbins diz que o combinado DVD/HDTV despertou grande entusiasmo e em seguida acelerou a demanda por aparelhos de alta definição, graças às transmissões digitais em Filadélfia. Bob Perry, diretor de marketing da Mitsubishi Digital Electronics America, considera o combinado DVD/HDTV bastante lógico: “O produtos DTV conseguem extrair o máximo do sinal do DVD, por isso o vídeo digital fica muito melhor na TV digital. O total de vídeos digitais já instalados gira em torno de

4,5 milhões de unidades. E é claro que os novos aparelhos de vídeo digital com saída de 480P necessi-tam de um produto DTV aperfeiçoa-do para exibir o sinal”. Outro fator é a TV via satélite, com seus operadores se aproximando rapidamente da demanda pela TV digital. Steve Serafin, presidente das lojas Silicon Valley Satellite, em San Jose, na Califórnia, conta que suas duas lojas venderam mais de uma centena de receptores DTC-100 da Thomson RCA em menos de três semanas. Um fator que contribuiu para isso foi que a maioria dos seus consumidores não teve problema para pegar as cinco emissoras de TV digital que estão a mais de 100 km de San Francisco, dando força ao line-up da programação de TV de alta definição já disponível aos assin-antes da DirecTV e da EchoStar. “Por US$ 649 o DTC-100 ganhou a reputação de produto revolucionário, tanto em termos de performance quanto de preço. Antes, as pessoas até podiam se interessar, mas não se arriscavam, devido à crença amp-lamente difundida de que as TVs digitais eram muito caras e estavam fora do alcance do bolso dos prováveis consumidores. O DTC-100 ajudou muito a baratear o preço do sistema digital de TV para menos de US$ 3 mil, o que atraiu muita gente para os nossos showrooms”, conclui Serafin. Para Goldenberg, da Paul’s TV, espe-cialista em vendas de TVs de tela ampla, o recente sucesso de vendas da TV de alta definição significa que os consumidores já começaram a se acostumar com a idéia da TV digital. “Há três anos as pessoas estão ouvin-do falar em TV digital, e agora estão prontas para comprar o que já pode ser encontrado no mercado. Elas sen-tem que chegou a hora do produto TV digital e que ele certamente vai decolar. Foi muito além das minhas expectativas, vendemos em torno de três mil unidades. A falta do produto também surpreendeu todo mundo; teríamos vendido muito mais se as fábricas tivessem entregado.”

Mas os pontos fundamentais de tudo isso são a maior familiari-dade do consumidor, os produtos on-air, como a televisão e os off-air, como o DVD. “Os con-sumidores estão muito mais familiar-izados com a TV digital, mudança que vem sendo reforçada pelo fluxo de programação digital nas nossas praças. Os fornecedores têm feito um bom trabalho nos informando sobre o que existe em termos de programação e nos ajudando a instruir as nossas equipes de vendas”, diz Robbins, da HiFi House.

uma ped ra no cam inho

Um showroom não é lugar para se discutir conectividade ou proteção de cópia, questões ainda pendentes sobre as quais o presidente da FCC, William Kennard, já se declarou cansado de ouvir tanta desculpa: “Vamos esquecer essa questão de compatibilidade e resolver o prob-lema de proteção de cópia. E cum-prir a promessa do digital para o consumidor norte-americano.” Rogers, da Ultimate, garante que questões como a proteção de cópia em nada influenciam o consumidor. “Nós nos concentramos em explicar ao consumidor o que os aparelhos de TV digital e de alta definição podem fazer hoje. Como não sabe-mos qual será o resultado ou o impacto que causarão as atitudes da indústria em relação à proteção de cópia, não nos resta outra opção. Além disso, quanto mais se vender-em TVs de alta definição, mais difícil será para os programadores ou estú-dios boicotarem o conteúdo”. Perry, da Mitsubishi, acrescenta: “Os consumidores já ouvem falar da TV de alta definição há muito tempo, mas este é o primeiro ano em que quase todos os vendedores tiveram material e uma programa-ção de alta definição mais ampla para mostrar. Quando os consumi-dores experimentam a TV de alta definição, a maioria se dispõe a pagar o preço”.

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Paulo BoCCato

Os telespectadores do interior do Estado do Rio de Janeiro ainda têm poucas oportunidades de assistirem a programas locais em suas telinhas. As sete emissoras geradoras existentes na região têm uma média diária de apenas uma hora de programação local, nos dias de semana. Esses números ainda levam em conta a grade da TV Norte Fluminense, afiliada da Rede Record em Campos, que tem mais da metade de suas quase três horas diárias de programas regionais (a maior ocupação entre as sete emissoras) ocupada por produções de cunho evangélico. A emissora do SBT na cidade de Nova Friburgo é a única das geradoras a não ocupar ainda espaço com programas regionais, gerando apenas comerciais de sua área de cobertura. A situação reflete a desigual divisão populacional do Rio de Janeiro. Enquanto a região metropolitana da capital concentra aproximadamente 10,5 milhões de habitantes, cerca de três milhões de domicílios com TV e um índice de potencial de consumo (IPC) de 8,5%, o interior fluminense tem 3,3 milhões de habitantes (24% do total do estado), mais de 925 mil domicílios com TV (22,3% do total) e um IPC de apenas 2%, segundo o

Anuário Mídia Dados 99. A Globo é a rede com mais geradoras na região (são três: em Cabo Frio, Nova Friburgo e Resende). O SBT tem duas (em Campos e Nova Friburgo). Bandeirantes e

Record têm apenas uma emissora cada no interior do estado: a primeira, em Barra Mansa; a segunda, em Campos. Um dos maiores municípios do interior, Volta Redonda, conta apenas com estações retransmissoras.Primeira geradora do interior do Rio de Janeiro, fundada em 1979, e também pioneira ao subir seu sinal para satélite, com o BrasilSat-B3 em outubro do ano passado, a TV Sul Fluminense, afiliada da Bandeirantes em Barra Mansa, faz parte do Sistema Sul Fluminense de Comunicações, das Organizações Féres Nader, que abrange também seis emissoras de rádio. Em sua área de cobertura, que alcança Volta Redonda, Três Rios, Resende, Angra dos Reis e Paraty, estão 30 municípios e cerca de um milhão de habitantes, com 290 mil domicílios com TV e um IPC de 0,55%. Na programação local, apenas duas edições diárias do “Jornal regional”, a primeira apresentada por Giovanna Mansur e a segunda por Eduardo Gonçalves.A TV Norte Fluminense, afiliada da Record em Campos, conta com vários programas religiosos locais, como o matutino “Ponto de fé” e o “Nosso tempo”, no início da tarde. O telejornalismo vem com o noturno “Informe região” e o diversificado “Comunidade em foco”, que tem matérias gravadas

e ao vivo, entrevistas, prestação de serviços e participação do telespectador. Esse programa conta com uma edição especial aos sábados, que enfoca, a cada semana, um dos dez municípios da área de cobertura da emissora. Criada em 1981, a TV Norte Fluminense fez parte da Rede Globo até 1996, permanecendo posteriormente como afiliada da Band por um ano e meio antes de passar para a Record. Hoje, atinge cerca de 760 mil habitantes, com 200 mil domicílios com TV e IPC de 0,46%. Macaé, Itaperuna, Santo Antônio de Pádua, São João da Barra e Rio das Ostras estão entre os municípios atingidos pela Norte Fluminense.A TV Planície, de Campos, é a única emissora do SBT no interior do Rio de Janeiro a produzir programas locais. Seu grande sucesso é o popular “Chico na TV”, apresentado por Francisco Lemos e transmitido ao vivo de segunda a sexta, em estúdio próprio. Com uma hora e meia de duração, no início da tarde, incorpora a parte jornalística da programação local, com matérias jornalísticas, participação da comunidade e quadros de serviços à população, chegando a índices de participação de audiência de 86%. O “Câmera oito”, exibido aos sábados, é um programa de meia hora apresentado por Nicolau Louzada, com entrevistas com assuntos que vão da política ao esporte. Na área de cobertura da emissora, criada em 1987, constam apenas cinco municípios. A outra emissora do SBT no estado, a TV SBT de Nova

Interior Fluminense

P R O G R A M A Ç Ã O R E G I O N A L

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Friburgo, criada em 1986,

atualmente não conta com programas locais,

apesar de uma grande área de cobertura, atingindo 1,7 milhão de habitantes em 20 municípios. Há planos para a produção de um telejornal local nesta emissora ainda em 2000.

g l o b a i s

A TV Rio Sul, afiliada da Globo em Resende dirigida pelo ex-árbitro e hoje comentarista de futebol Arnaldo Cézar Coelho, tem sua programação local fortemente dirigida para o telejornalismo. Os jornais da praça, batizados de “RJTV”, aparecem em duas edições diárias, de segunda a sábado. A primeira edição, apresentada por Cristina Maia e Adriano Lizarelli, abre espaço para reportagens culturais e de comportamento, além de trazer links ao vivo de vários pontos do sul do Rio de Janeiro. O programa costuma atingir 29 pontos de audiência e 60% de participação no horário, segundo o Ibope. A segunda edição, que segue uma linha de telejornalismo mais tradicional, chega a 50 pontos de audiência, com 73% de participação. A programação local da emissora é completada pelo programa de variedades “Rio Sul revista”, apresentado nas tardes de sábado por Flávia Januzzi, com entrevistas e matérias sobre cultura, esporte, turismo, comportamento e meio ambiente na região. Com 40 minutos de produção, alcança 21 pontos de audiência e 46% de participação. A programação da emissora é completada pelos flashes ao vivo do “24 horas”,

horár io dos programas reg iona is www. te lav iva .com.br

boletins informativos de um minuto veiculados várias vezes ao dia. A TV Rio Sul produz em sistema Beta e tem unidades em Volta Redonda, que contará em breve com estúdio próprio, e Angra dos Reis. Fundada em dezembro de 1991, já como afiliada da Globo, a emissora chega hoje a 23 municípios, com população total de 1,2 milhão de habitantes, 320 mil domicílios com TV, 1,1 milhão de telespectadores potenciais e IPC de 0,76%. Além dos já citados, Barra Mansa, Barra do Piraí, Três Rios, Valença e Itatiaia são os principais municípios da área de cobertura.Outra emissora da Rede Globo, a TV Serra+Mar, de Nova Friburgo, tem programação semelhante à Rio Sul. As duas edições diárias do “RJTV” seguem o mesmo formato, com mais variedades na edição do almoço. No sábado, a emissora entra com o “Serra+Mar rural”, programa de meia hora com matérias gravadas, exibido antes do jornal regional. A Serra+Mar tem unidades de jornalismo em Petrópolis, Teresópolis e Itaperuna, os principais

municípios de sua área de cobertura, que atinge, por links terrestres de UHF e microondas, 28 cidades, com população total de 1,1 milhão de habitantes, 300 mil domicílios com TV e um milhão de telespectadores potenciais. Fundada em maio de 1990, foi a primeira emissora da América Latina a trabalhar com equipamento Beta para a captação de imagens. Completando o trio de emissoras da Globo, a TV Alto Litoral, de Cabo Frio, exibe apenas os dois telejornais diários da praça como programação local, contando com unidades de jornalismo em Campos e Macaé. Criada em 1989, chega hoje a 15 municípios, com população total de 940 mil habitantes, 232 mil municípios com TV, 925 mil telespectadores potenciais e um IPC de 0,54%. Além dos municípios citados, São João da Barra, São Francisco de Itabapoana, Araruama, São Pedro da Aldeia, Rio das Ostras e Búzios estão entre os principais municípios alcançados pela Alto Litoral. (Veja os horários dos programas citados no site www.telaviva.com.br).

G E R A D O R A s - I N T E R I O R D O R I O D E J A N E I R O

cidade emissora caBeÇa-de-rede canal

Barramansa sulFluminense Bandeirantes 08

caboFrio altolitoral Globo 08

campos Planície sBT 08

campos norteFluminense record 12

novaFriburgo sBT sBT 03

novaFriburgo serramar Globo 12

resende riosul Globo 13

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Beto Costa

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n o m e d A s e ç ã o

AO VIVO sEM sUsTOAO VIVO sEM sUsTO

A taxa de r i s co para ex ib i r

p rogramas ao v i vo é mu i to

grande. Uma bobagem fa lada

no ar não pode se r ed i tada.

Um s ina l que ca i pode

comprometer se r iamen te a

c red ib i l idade da emi s sora .

A televisão começou ao vivo e sem cores. Até reclames (como eram chamados os comerciais no início das transmissões de TV) eram feitos na hora. Com o passar do tempo, cada vez mais perfeccionistas e com medo de abrir brechas para improvisos fora de controle, as emissoras foram defenestrando as atrações transmitidas ao vivo. No SBT os programas de auditório ainda são o carro-chefe. Todas as cabeças-de-rede têm em sua grade programas gerados ao vivo. Mas somente a Rede Globo, reconhecida pelo profissionalismo de suas impecáveis produções e que por isso, inclui algumas poucas atrações exibidas ao vivo em sua grade de programação, manifestou-se sobre o assunto. Além das transmissões esportivas (veja box), o “Domingão do Faustão” é o programa que mais

resiste ao tempo e ao formato dos programas de auditório. O “Mais você”, de Ana Maria Braga, e o “Você decide” também são transmitidos ao vivo, mas são muito mais compactos e não há público no estúdio. O programa comandado pelo rotundo Fausto Silva pode ter duas, ou seis horas. E ainda tem a responsabilidade de afinar a grade dominical da emissora. Como realizar um programa com duração tão variável? O diretor geral do “Domingão”, Alberto Luchetti, tem sempre alguns trunfos à mão para evitar transtornos de última hora. “Às vezes, 15 minutos antes do programa ir para o ar, você recebe a informação que ele vai ter quatro horas e meia e não quatro horas como estava previsto”, conta o diretor.Para não ser pego de calças curtas, o segredo é ter a opção de um espelho (roteiro do programa) mais inchado. Se o programa tem duração estimada de quatro horas, o esquema é ter fôlego para ganhar até uma hora. E isto não significa ter alguns quadros stand by, mas sim poder dar uma variação flutuante para eles. “Nós gostamos muito de reproduzir no programa partes de grandes shows. Então, um produtor vai observar o show do Daniel, por exemplo. Dali nós escolhemos três, quatro quadros mais representativos. Se o programa for menor, usamos apenas

um quadro. Se for maior, todos os previstos. Da mesma forma funciona com o rodízio de piadas, posso usar seis ou doze piadas”, revela Luchetti.Durante o período de férias do apresentador, os programas são exibidos novamente. Só que o tempo fechado nunca bate com a necessidade. O problema maior é quando existe um buraco no programa. Normalmente, nestes casos um link é produzido com a missão de arredondar o fade. O entrevistado da entrada ao vivo tem de ser muito bem avaliado. “Nós fizemos um link com a Tônia Carrero, que está completando 50 anos de carreira. Tínhamos de segurar oito minutos com ela. Conseguimos com audiência de 26 pontos contra 11 do segundo lugar”, conta Luchetti.Estar ao vivo é sempre um risco, que é elevado exponencialmente se você está defendendo o primeiro lugar de audiência. Imagine estar acompanhando o monitoramento de audiência minuto a minuto e saber que aquele quadro não está agradando e conseqüentemente, derrubando o Ibope? Luchetti garante que a medição da audiência não pesa na condução do programa. “Determinada atração do estúdio ou link às vezes não corresponde à audiência desejada. Não acho justo se basear na tendência momentânea para destruir o planejamento da semana.”

p r o g r A m A ç ã o

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Luchetti conta um episódio que traduz bem o dilema da audiência. Era um programa no Dia da Criança. A produção armou um especial com Sandy & Júnior cantando com Toquinho. “Tinha tudo para dar certo. A dupla contou histórias interessantes, que curtiam as músicas de Toquinho há muito tempo. Estava rolando bom papo e boa música, mas naquele momento nós perdemos para o Gugu, que transmitia o quinto casamento do Moacyr Franco. Eles ganharam, mas nós não alteramos nada”. O diretor diz que a resposta do Ibope pode desviar um pouco o rumo do programa, alterando a ordem das atrações previstas, mas não chega a derrubar os quadros.

l i n k

Cada “Domingão do Faustão” consome R$ 150 mil. Este é o orçamento fixo semanal, que pode ser esticado, dependendo do número de links. “Já cheguei a fazer 13 links num programa de três horas. O que dá mais de três entradas ao vivo por hora de programa”, conta Luchetti. Na maioria dos casos são utilizados os equipamentos de microondas. Só quando a praça da entrada ao vivo não dispõe de canalização do sinal pela Embratel ou tem uma dificuldade operacional muito grande é que se lança o uso do uplink. “A locação do equipamento completo de uplink, incluindo o segmento espacial, custa R$ 18 mil. Mesmo usando quatro pares de microondas ainda é mais barato”, calcula Alfredo Campos, produtor de engenharia interino do “Faustão”, responsável pelo abastecimento dos recursos técnicos do programa. A utilização de vários pares de microondas ocorre por razões de segurança. Em uma locação em que o fechamento do link é duvidoso, criam-se rotas alternativas do sinal, que caminham independentes até

a mesa de corte da emissora. A preferência pelo microondas também decorre da oferta deste tipo de equipamento, que é muito maior na emissora. Rio e São Paulo têm uma unidade de uplink para o jornalismo e outra portátil (cada). Mas, nem sempre é fácil dispor delas.A entrada ao vivo é uma peça que merece atenção especial. Toda semana, a produção de engenharia elabora um diagrama do tráfego do sinal no programa e quem será o responsável em cada ponto. Imagine como fazer a estrutura funcionar sem os diagramas num programa com 13 links, por exemplo.Para realizar um link em qualquer praça fora do Rio, também é preciso pedir canalização terrestre do sinal via Embratel, nos dois sentidos, da

praça para o Rio e vice-versa. “Este sinal serve para levar o programa para a praça, que será o sinal que vai ser lançado no ar, em Salvador, por exemplo, e também serve de retorno para o repórter que vai fazer o vivo, eliminando aquele delay de áudio, que é uma características intrínseca”, afirma Campos. Seguindo a regra de sempre oferecer alternativas, no pedido de canalização da Embratel também são solicitados dois circuitos de comunicação a quatro fios (LP), sendo que um é utilizado para a engenharia (praça falando com o Centro de Distribuição de Sinal) e um para a produção (praça falando com o coordenador do link, que fica no controle de finalização ao lado do

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A produção de uma transmissão de futebol na Globo é a que envolve o maior aparato técnico. Só o GP Brasil de F-1 tem tratamento similar. Dependendo da importância da partida, o número de câmeras pode variar de dez até 28. No futebol ao vivo pesa muito o espetáculo visual. Tanto que a quantidade de profissionais envolvidos varia diretamente com a quantidade de câmeras. Na transmissão com dez câmeras, participam 20 técnicos. A partir daí, para cada câmera incluída é preciso um operador por câmera portátil (com ou sem cabo) e mais três técnicos tem de entrar em campo no caso de câmeras sem cabo (transmissão por radiofreqüência). A lista de equipamentos usados é grande: câmeras em tripés, em gruas e portáteis, câmeras especiais e gravadores em disco para super slow motion; VTs e gravadores em disco para replays, sincronizadores para sinais externos (helicóptero, dirigível e câmeras sem cabo), diversos equipamentos para captação de áudio e geradores, que podem entrar em ação em caso de blecaute por comutação automática.A emissora tem cinco unidades móveis. A maior parte das transmissões é realizada com as duas UMs maiores, que têm a possibilidade de usar até 18 câmeras. As UMs têm switchers de vídeo e mixers

de áudio capazes de trabalhar com as diversas fontes de áudio e vídeo. Para evitar percalços, as UMs normalmente chegam ao local da partida com 48 horas de antecedência.Esta antecipação é importante para análise do transporte do sinal até os centros de produção no Rio ou em São Paulo. Dependendo da qualidade, confiabilidade e infra-estrutura das concessionárias de telecomunicações e custos, é escolhido o suporte. Pode ser microondas, fibra óptica ou unidades de transmissão via satélite.A missão da engenharia é duplicada quando jogos diferentes são transmitidos simultaneamente, em função dos direitos de exibição para as diferentes cidades que integram a rede. A transmissão de um jogo ao vivo também requer recursos de pós-produção. O “Tira teima”, usado para esclarecer lances duvidosos, tem funcionamento baseado no centro de jornalismo, que grava o jogo continuamente. As jogadas de interesse são lançadas para uma estação gráfica que tem um software capaz de fornecer qualquer lance de visão, a partir das dimensões do gramado e de algumas referências de campo (linhas de marcação). E é claro que o telespectador tem pressa em saber se o time dele foi roubado ou não. Um “Tira teima” deve estar no ponto em no máximo quatro minutos.

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diretor de imagem). As duas rotas de áudio vão para o switcher. Quando cai uma, entra a outra. Só que o link não a é única preocupação do pessoal da engenharia que dá suporte técnico para o mais longo programa ao vivo da Rede Globo.

r o t a s

A regra é sempre reduzir ao máximo a possibilidade da emissora ficar fora do ar, entrando em cena o famoso e indesejável black. O “Faustão” é transmitido a partir do Projac. Dali até o Centro de Distribuição de Sinal (CTDS), no Jardim Botânico, o sinal segue por uma rota de fibra óptica (que faz parte da estrutura da Net) e uma outra independente por microondas. Como o Projac fica numa posição desfavorável para microondas, um condomínio na Barra da Tijuca serve de ponto intermediário.O programa é cortado no Projac e a finalização do sinal é feita no Jardim Botânico, sede da emissora. Os links convergem diretamente para o Jardim Botânico. “O Projac sabe quais sinais chegam, mas quem corta é o Jardim Botânico”, conta Alfredo Campos. Neste emaranhado, tem sinal ao vivo chegando dos estúdios do Projac e sinal gravado

(“Pegadinhas” - leia box Clonagem - caracteres, vinhetas, reportagens) partindo do Centro de Distribuição do Jardim Botânico.Depois de ser finalizado, o sinal chega ao Centro de Emissão e Distribuição, onde é dividido em dois. Uma linha alimenta o canal 4 no Rio e as operadoras de TV por assinatura. A outra sobe por uplink da Embratel para o resto da rede.Quem assiste a um programa ao

vivo pode ter certeza: para aquele sinal chegar redondinho na sua casa, muita gente trabalhou pesado. Porque na mesma proporção que o improviso sustenta o apresentador de um programa ao vivo, no suporte de engenharia, nas transmissões do gênero, improviso é uma palavra sem significado. Tanto é que não existe um link “mais ou menos fechado”. Ou está fechado, ou derruba-se, como se diz no jargão televisivo.

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p r o g r A m A ç ã o

Dia 13 de fevereiro marca o fim da exibição do quadro “Pegadinhas” no “Domingão do Faustão”. O diretor do dominical da Globo, Alberto Luchetti, diz que o formato está banalizado. “A Record solta ‘Pegadinha’ até sem apresentador, o Raul Gil faz, o Gugu também. E o Sérgio Malandro desacreditou o formato, tecnicamente dá para ver que é tudo armado. Nós compramos “Pegadinhas” do mundo inteiro. Mas também vendemos para Inglaterra, Austrália, Bélgica. Se não fosse um produto de qualidade não conseguiríamos este espaço. Mas no momento o melhor é não se misturar”. A atração, que começou no rádio americano e depois ganhou a TV na década de 40 através do popularíssimo “Candid camera”, chegou ao Brasil pelas mãos de Sílvio Santos nos anos 70, mas

foi Fausto Silva que quase 20 anos depois batizou a arte de surpreender as pessoas com uma câmera escondida. Luchetti orgulha-se de ter descoberto há um ano e meio que o impacto da audiência quando as “Pegadinhas” são blocadas era muito maior, ao contrário do que se fazia antes. “Agora, todo mundo faz blocado.” Desde que assumiu o comando do “Faustão”, Luchetti tem excluído quadros que foram sendo clonados pela concorrência. O “Arquivo confidencial” foi o primeiro da lista. Fundamentado no depoimento de artistas da Globo que falavam de sua vida pessoal, gerou diversos filhotes. O “Amigos & sucessos”, da Record, é um programa inteiro salpicado de depoimentos chorosos. O “Vida de artista”, da Gazeta/CNT, pega carona. E até o “Esta é sua vida”,

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Lizandra de aLmeida

m A K i n g o f

T R A D U Ç Ã O L I T E R A L

o conceito “through the bottle”... ... gerado pela caipiroska.... em situações bem brasileiras ...

de locais que identificassem essas cidades. “Percebemos, então, que seria quase impossível conseguir uma imagem tão perfeita de cada cidade, com um bar em localização privilegiada”, afirma. Por isso, a opção foi criar um cenário virtual, com imagens compostas a partir de fotos tiradas no local. A equipe de produção viajou até as cidades, fotografou os locais considerados mais representativos e levou o material para a pós-produção. As fotos foram montadas e resultaram em um cenário virtual, sobre o qual uma câmera também virtual podia passear e criar a base para a aplicação posterior das imagens, de modo a que os pontos estratégicos da imagem estivessem sempre visíveis. Desde a fase de testes, as equipes de filmagem e de efeitos especiais trabalharam juntas. Com a preparação minuciosa dos cenários, tanto o real como o virtual, foi possível utilizar elementos que, geralmente, não casam com o recorte em chroma-key. Na cena inicial, por exemplo, que representa o Rio de Janeiro, os personagens estão fantasiados para o Carnaval, com plumas e confetes. A combinação dos movimentos de câmera com a

Com um investimento de R$ 4,5 milhões, a United Distillers Vintners (UDV), fabricante da vodka Smirnoff, lançou a primeira campanha do produto desenvolvida totalmente no Brasil. A criação é de André Pinho, da J. W. Thompson, e toda a produção foi feita pela Conspiração Filmes, em estúdio. A exemplo dos comerciais anteriores da marca, produzidos no exterior, a idéia é mostrar como a vodka transforma as situações, dando um colorido maior e muita emoção. Para isso, o filme mostra cenas de pessoas bebendo caipiroska (caipirinha feita de vodka) em vários lugares do Brasil, quando surge a imagem da garrafa que atravessa lateralmente a cena e a altera. A transformação começa dentro da garrafa, ou seja, na transparência da garrafa que deixa perceber o fundo, e se transporta para a cena seguinte. O conceito, por isso, é chamado internacionalmente de “through the bottle”, ou “através da garrafa”.O filme principal da campanha tem duração de um minuto e mostra cenas nas cidades de Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Olinda. Segundo o diretor de efeitos especiais Fábio Soares, o briefing original previa a filmagem

forma de filmar e os efeitos de computação gráfica permitiram o recorte invisível destes elementos.Toda a filmagem foi monitorada em um equipamento de edição não-linear. Ao mesmo tempo em que as cenas eram filmadas, as imagens já eram trabalhadas no set e ordenadas. Quando o trabalho de estúdio terminou, o filme já estava praticamente montado. As cenas não poderiam estar em outra ordem, porque os efeitos da garrafa seguiam necessariamente o roteiro inicial.Depois de prontas as imagens de fundo e de estúdio, outro processo importante foi a combinação das duas. A imagem de fundo, apesar de ter sido gerada a partir de fotos, foi animada, com luzes piscando, carros e pessoas passando. Em todas as etapas, foram usados recursos de motion tracking 3D para garantir o encaixe perfeito das imagens. Para a composição, a imagem foi trabalhada em luzes, cores e desfoques, com a inclusão de fumaças e partículas quando necessário, para que as imagens filmadas “colassem” no fundo.Em momentos específicos, outros tantos elementos foram incluídos depois. Nas cenas de São Paulo, quando acontece a transformação, os personagens passam a usar uma

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f ichas técn icas de c o m e r c i a i s www. te lav iva .com.br

Título “Pura mistura”Cliente UDVProduto SmirnoffAgência J. W. ThompsonProdutora André PinhoProdutora Conspiração FilmesDir.deimagens Cláudio TorresDir.deefeitosespeciais Fábio SoaresDir.defotografia Adriano GoldmanCenografia Marlise StorchiMontagem/Edição Alex LacerdaFinalização ConspiraçãoTrilhas YBComputação/Animação Equipe Conspiração

f I c H A T É c N I c A

Títulos “Praia” e “Raio X de ET”Cliente Cervejarias Reunidas Skol CaracuProduto Skol PilsenAgência F/NazcaCriação Fábio FernandesProdutora Zero FilmesDireção AmonAnimatronics AnatomorphexDir.defotografia AmonTrilhas Play it AgainComp.GráficaeFinalização Vetor Zero

f I c H A T É c N I c A

I N V A S Ã O M O N S T R U O S A

estranho casal.

A nova campanha da cerveja Skol apresenta um casting bem diferente: são extra-terrestres monstruosos do planeta Zvri que não resistem ao produto. Ao todo, a campanha tem três filmes. No primeiro, um grupo de extra-terrestres passa pela mesma experiência dos humanos de filmes anteriores, que, ao beber Skol, sentem a cerveja descer redondo. Outro, que insiste em beber uma marca diferente, sente o quadrado na garganta. No segundo filme, o ET conquista a modelo Luize Althenhonfen. O terceiro é ambientado numa discoteca. “Queríamos fazer algo bem feito, que não ficasse claro como foi feito”, comenta o diretor Sergio Amon em relação ao “casting”. Por isso, a opção foi utilizar animatronics e não computação gráfica ou simplesmente figurino. As equipes de criação e produção chegaram a um desenho dos personagens, que foram passados à empresa norte-americana Anatomorphex. Especializada em criar bonecos mecânicos e eletrônicos para o cinema, a empresa tem em seu currículo longas-metragens como “Titanic”, “Godzilla” e “Armagedon”.A partir dos desenhos, os modelos foram esculpidos em argila, de onde saiu um molde que é injetado em silicone e látex. O resultado é uma espécie de roupa, que depois é recheada com os controles mecânicos e eletrônicos, a

serem controlados por rádio. A cabeça do personagem principal, por exemplo, era dotada de 20 movimentos, o que fazia com que pesasse cerca de 30 kg e exigisse cerca de dez operadores. Ao todo, foram construídas quatro cabeças diferentes, duas com os controles internos e duas com menos comandos.O corpo foi vestido por uma professora de dança, especialmente escolhida para o papel. Como as cenas do filme de amor foram rodadas na praia, a roupa só podia ser vestida por 15 minutos. Quando a cena exigia que a bailarina corresse e se movimentasse bastante, em plano aberto, ela vestia a cabeça mais simples. Nos planos fechados, colocava a cabeça maior. A cada troca, a fantasia era retocada, com maquiagem nas emendas entre cabeça e corpo. O bar do primeiro filme foi construído em estúdio e ao todo abrigou 16 personagens, dos quais cinco eram animatronics. Alguns movimentos mais precisos ou detalhados não puderam ser feitos pelos bonecos, então foi preciso recorrer à computação gráfica, realizada por Marisa, da Vetor Zero. A graça desse filme está no fato que todo ele é narrado na língua nativa dos ETs, identificada pela agência como “zvrien”. A nave espacial do visitante. mostrada no último filme foi construída em fibra, e está estacionada no pátio da produtora, para quem quiser dar uma voltinha.

roupa decorada com luzes de neon. Na verdade, o figurino trazia apenas os contornos verdes, que foram “iluminados” em computação. Os produtos, praticamente em todas as cenas, também foram incluídos depois, já que tiveram de ser filmados em separado, com uma luz própria, devido à transparência do copo e da bebida. Na cena em Salvador, o Farol da Barra pareceu muito discreto, ficando quase escondido sob a paisagem. Por isso, ganhou alguns metros a mais de altura e passou interferir na iluminação da cena, já que foi aplicada uma luminância que simula o movimento do próprio farol e envolve os personagens.A equipe toda reuniu cerca de 90 profissionais e o elenco atingiu 50 pessoas. Também foram feitas duas versões de 30 segundos, onde ora Recife ora Salvador não aparecem. Para conseguir essa redução, a transformação entre as cenas de São Paulo e Salvador e de Salvador para Recife foi feita sem o recurso da garrafa, mas com o mesmo princípio de passagem natural de uma cena para outra.

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OUVINDOmelhor

OUVINDOmelhor

os broadcas te r s começam a

dar ouv idos à neces s idade de

i nves t i r na qua l idade de som e

a i ndús t r ia de equ ipamen tos de

áud io t em co locado no mercado

uma sé r i e de lançamen tos . o

conce i to 5 .1 já fo i u sado em

ma i s de 12 longas -me t ragens

no B ras i l . No b roadcas t i ng

nac iona l , o fo rma to va i sendo

es tudado, mas a inda apresen ta

poucas p ropos ta s , j á que

depende fundamen ta lmen te do

i n í c io das t ransm i s sões d ig i ta i s .

A imagem não é tudo! Esta frase não foi tirada de um comercial de refrigerante. É apenas uma afirmativa cada vez mais presente na cabeça dos broadcasters. Eles parecem dispostos a tirar o áudio da condição de primo pobre do universo televisivo. A julgar pelo número de lançamentos e variedade de aplicações, dá para acreditar que a indústria de equipamentos tem dado uma boa parcela de contribuição.As possibilidades de manipulação de áudio chegaram a um estágio que para muitos só seria atingido no próximo milênio. A tecnologia Dolby Digital permite até qualidade surround, mas o telespectador não pode aproveitá-la enquanto não chegarmos à realidade das transmissões digitais (leia próxima matéria). Uma estação Sonic Solution equipada com placa HDSP trabalha com sistemas de áudio de alta densidade. Uma potente ferramenta na restauração de gravações externas, capaz de limpar chiado causado por um microfone de lapela mal posicionado, por exemplo, e eliminar as distorções, retornando à qualidade original. Oferece qualidade estéreo para o material finalizado. SBT e Bandeirantes têm usado estações Sonic Solution para mixar chamadas da programação. A Globo segue o mesmo caminho e tem estendido o uso para o seriado “Mulher”. O jornalismo da Globo São Paulo segue a mesma trilha. A alta qualidade de resolução do áudio tem atraído grandes dubladoras que precisam atender aos preceitos de Hollywood, como a Herbert Richers.

A Sonic Solution só funciona em plataforma Macintosh. Uma estação com placa e software HDSP , mais No Noise instalado, tem custo total de aproximadamente US$ 30 mil. Existem 4,5 mil estações com esta configuração espalhadas mundo afora, 172 só no Brasil, de acordo com o representante para a América Latina, a Visom Digital.A indústria do áudio também tem criado a figura do “gerente digital” para sistemas de média e grande complexidade. O Sound Web (da inglesa BSS) é capaz de gerenciar vários estúdios ao mesmo tempo. Como funciona em rede, cada terminal suporta oito entradas/saídas que oferecem todos os recursos disponíveis. O processamento do áudio é digital, mas a saída é analógica. O sistema pode estar interligado por fibra óptica e os estúdios podem estar distantes até 2,5 km. O Sound Web trabalha com PC ou Mac e pode ser programado pelo display do remoto. “A mixagem é mais rápida. Se fosse para ser desmembrado, todo o conjunto custaria o dobro”, ressalta Paulo Augusto Macedo, diretor de marketing da FZ, representante da BSS no Brasil. O Sound Web tem formato de um rack de 19 polegadas e preço estimado em US$ 4 mil.Neste limiar da Era Digital, algumas verdades são absolutas. A mais recorrente delas: nenhuma versão é definitiva. De olho no nicho cada vez maior de usuários de edição não-linear, a Digidesign acaba de lançar o Pro Tools 5.0. A nova versão permite maior velocidade de operação, seqüenciador MIDI integrado e novos plug-ins. E a grande novidade é a integração com o Avid. Uma promessa de melhor performance na gravação do áudio digital e qualidade no sincronismo. O Pro Tools tem sido mais utilizado por produtoras e estúdios (Trama, Studio Mosh, Discover, Voices etc.). Quem tem a versão anterior vai ter de desembolsar US$ 500 pela atualização.

i n dú s t r i a nac i ona l

O ajuste cambial do início do ano trouxe mais competitividade para a indústria de equipamentos, que não

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depende muito de componentes importados. Isto parece ter entusiasmado também os fabricantes de equipamentos de áudio a desenvolver novas soluções. A mineira Teclar lançou recentemente um modulador automático (único nacional do gênero) de áudio e vídeo que trabalha com transmissor de qualquer porte. Com duas saídas de FI (Freqüência Intermediária), entrada de áudio mono/estéreo e um corretor de CPM que promete melhorar a relação sinal/ruído e permitir a qualidade estéreo, tem preço na faixa dos R$ 990 - 20% menor que a média de mercado. A TV Grande Minas (afiliada Globo de Montes Claros) é a primeira emissora a usar a novidade.

A indústria paulistana Studio R também cresce sem um único concorrente compatriota à frente, fabricando uma linha de monitores amplificados processados ativos - que na prática funcionam como caixas de som que servem para retorno do master, ou retorno do estúdio, e até para equipar ilhas de edição. Os modelos da série Sky são bem compactos e têm a configuração bastante parecida. Têm potência de 270 W, entradas e saídas que podem ser ligadas em série, equalizador de três faixas, controle de volume, falante coaxial. A diferença está justamente no tamanho dos falantes e na resposta. A Sky Sound 300 dispõe de um falante de 12 polegadas e resposta

de até 40 Hz. A Sky Sound 500 tem falante de 15 polegadas e responde até 50 Hz. Tem preço médio respectivamente de R$ 770 e R$ 990. O que equivale a metade do preço dos similares importados. Subindo na escala da oferta de recursos estão os monitores Active 10 e 15. Ambos usam falante de 15 polegadas confeccionado em fibra de quartzo impermeável, têm resposta de 45 Hz a 20 kHz e são bi-amplificados. E é aí que está a diferença entre os dois. O Active 10 trabalha com até 250 W para grave e 90 W para agudo. O Active 15 suporta graves de até 400 W e agudos de 150 W. Os dois modelos podem ser totalmente controlados via mesa.

Beto costa

A busca pela espacialidade sonora não é nova. Antes mesmo da reprodução em estéreo, experiências pioneiras no cinema já tinham como proposta uma sala de exibição com quatro ou mais canais. Surround significa, em português, rodear, envolver. Em áudio, o relevo acústico sempre foi objeto de sensação para os técnicos, que procuravam acentuar para o ouvinte o máximo do realismo, já que “ouvimos” o mundo à nossa volta em mais de uma dimensão. Com o início da era do áudio SR-D, pela Dolby em 1992, nasceu o conceito 5.1, que integra ao ambiente seis canais, dispostos em três canais frontais, chamados left, center, right e os traseiros surround left e surround right. Soma-se ao conjunto o módulo sub-bass, que ocupa a posição central e é responsável pelas baixas freqüências. “Desde o lançamento do CD, as pessoas estão ouvindo melhor”, lembra José Luis Sasso, técnico em mixagem Dolby Stereo/Dolby Digital, da JLS Facilidades

Sonoras, de São Paulo. Quanto ao mercado cinematográfico, Sasso considera que um dos fatores de sucesso da tecnologia 5.1 nos filmes nacionais é a conscientização dos diretores de cinema da necessidade de ter um produto com qualidade internacional. “Mesmo em filmes onde o áudio é mais voltado para o diálogo existe essa preocupação”, afirma Sasso. Entre os 12 filmes que foram realizados sob sua batuta no processo 5.1, desde 1998, estão “No coração dos deuses” e “O primeiro dia”, de Walter Salles, e “Simão, o fantasma trapalhão”, de Renato Aragão. Como no cinema a tecnologia 5.1 já mostrou o seu potencial, resta agora adequá-la aos meios de transmissão digital. Nesse cenário as últimas implementações de compressão para o broadcasting são o Dolby AC-3 e um subset do padrão MPEG.

nova ha rmon ia

O Dolby AC-3 foi adotado no sistema ATSC e mais recentemente no DVB. Enquanto que o MPEG layer 1 foi adotado inicialmente para codificar sinais mono e estéreo, o MPEG layer 2 adota já características multicanal. O Dolby AC-3, considerado o sistema dominante, analisa cada canal efetivamente sobre 256 amostras de áudio a 48 kHz. O MPEG layer 2

opera sobre 1.152 amostras com os mesmos 48 kHz, onde cada banda é transmitida ao decoder “embutida” em cada frame. Ambos os sistemas são capazes de trabalhar com multicanais e uma variedade de taxas de amostragens. Entretanto, o Dolby AC-3 é o que tem uma infra-estrutura de desenvolvimento mais completa que vai desde softwares, chips, encoders, decoders e licenças de uso, através de mais de 100 empresas. Além disso, já conta com uma base instalada de pelo menos dois milhões de sistemas 5.1 vendidos em todo o mundo e quatro milhões de DVDs aptos a usar o sistema.Quanto às produções ou eventos que já se utilizaram das artimanhas do surround para transmissão, tivemos a Copa do Mundo da França, em 1998, onde foi possível recriar a atmosfera do estádio com o sistema Dolby Surround Pro Logic. Em junho deste ano, a DirecTV americana, que tem mais de sete milhões de assinantes, colocava no seu canal premium o filme “Armagedon”, já no sistema 5.1, o que resultou em uma continuação das transmissões com os filmes “Seis dias, sete noites”, “Perdidos no espaço” e “Conair”. Do lado brasileiro, Cláudio Zylberman, gerente de engenharia da DirectTV no Brasil, garante que “o mercado

surround5.1

mario luis BuonFiglio

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está receptivo e que já existe de nossa parte a possibilidade técnica de transmissão”. O único ponto a definir, segundo Zylberman, será a estratégia comercial da empresa, já que será pre-ciso um upgrade ou a troca do decodi-ficador do usuário final. Quanto à produção de programas no formato digital, apenas a Rede Globo apresentou resultados interessantes de conteúdo e técnica, recentemente divulgado na última Broadcast & Cable com a série “Mulher”. Em relação ao conceito de áudio adotado, Celso Araújo, gerente de engenharia da Rede Globo - RJ, considera que nesta fase será mais interessante adotar o sistema Surround 4.1 Pro Logic, que será o resultado dos dois últimos capítulos do ano da série. “O 5.1 só vai ser possível com as TVs digitais. Isso ainda está muito confuso em razão dos padrões disponíveis. Mesmo no mercados americano e europeu, os broadcasters estão neste início apenas em estéreo. Para o Brasil, este é um esforço pre-maturo ainda.” Em relação aos custos, Celso Araújo acredita que será natural o aumento do tempo de finalização, principalmente por se tratar de quatro pistas. Outro fator, determinante para a implantação de um projeto deste porte é, ele, o desenvolvimento de novos produtores musicais para estas novas mídias, para novos conceitos.

l i c en ça s e f o rma to s

As realidades de mercado e de cada produção definem os próximos passos que técnicos, produtores e exibidores terão que dar em direção às novas tecnologias de áudio. Enquanto isso, alguns poucos profissionais do setor sentem-se realmente preparados para este novo ambiente. José Luis Sasso é o responsável pela geração bem sucedida do áudio dos nossos filmes, montando para isso uma estrutura dedicada com a aquisição de uma mesa holandesa 5.1 da Cinemix, com 68 canais mais 24 externo. “Trabalho sob licença da Dolby. O cliente paga os direitos de utilização do sistema como se fosse um aluguel do equipamento.”

Quanto ao tempo médio de final-ização dos filmes no novo formato, Sasso considera um aumento de mais de 50% em relação aos siste-mas anteriores. “Um filme de média complexidade técnica em geral absorve cerca de 250 a 350 horas de mixagem. Com o 5.1, o tempo de edição salta para algo em torno de 400 a 700 horas.”Com o advento das novas salas de exibição simultaneamente aos lança-mentos de equipamentos domésticos para o surround, o grande público já experimenta a convivência com os vários formatos, muitas vezes sem se dar conta disso. Além do Dolby Digital, a indústria apresenta o DTS, que é imediatamente o segundo mais conhecido, principal-mente depois da chegada do DVD. Em termos comparativos, ambos reproduzem as trilhas em 5.1 com amostragem de 20 bits e com signif-icativo ganho de performance para o Dolby Digital. Mas o que impres-siona mesmo é a quantidade de títulos de filmes, cerca de 800 para o Dolby e menos de 10 para o DTS, apesar de quase empatarem em número de salas de cinema ao redor do mundo: 14,2 mil salas equipadas com o Dolby Digital contra pouco mais de 12 mil do DTS. Outros dois sistemas avançam com menos impacto, o SDDS da Sony e o THX, da Lucas Film. No caso deste último, um dos maiores dire-tores de todos os tempos, o próprio George Lucas, está engajado numa luta para a melhoria das condições de som das salas de exibição. Desde “O retorno de Jedi”, em 1983, Lucas incorporou o seu sistema nos equi-pamentos domésticos de laser disc e no ano de 1994 apresentou o seu 5.1 na Consumer Eletronics Show, em Las Vegas. Em 1997, atingiu a marca de 1,6 mil salas equipadas com o THX e em 98 anunciou sua inclusão nos DVD players. O SDDS é sem dúvida o mais novo dos sistemas de áudio digital. Foi desenvolvido em 1994 pela Sony e permite ampliar os atuais quatro para oito canais, além do 5.1, utilizando

as duas bandas laterais do filme 35 mm em lugar dos aparelhos de CD. Utiliza compressão de 5:1 mantendo 100% dos dados quando retirada a redundância. A versão de oito canais é configurada da seguinte forma: left, right, center, left center, right center, left surround, right surround e subwoofer.

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Mesmo antes da alta fidelidade, alguns experimentos deram vida aos precários métodos de reprodução sonora, surgindo em 1939, através da Bell Laboratories, o primeiro esboço de uma sala de cinema no estilo surround, com três alto-falantes frontais e dois traseiros colocados em cada canto da sala. Na mesma época, os engenheiros da Disney, com o filme “Fantasia”, tiravam o máximo do realismo explorando outros pontos da sala como o teto e as laterais. Mas foi só em 1950 que as potencialidades sonoras das películas foram conseguidas, utilizando quatro canais de áudio com a chegada do Cinemascope e do Stereophonic Sound. Neste método, três caixas de som eram colocadas atrás da tela e um quarto ponto, em mono, no auditório. Mas o sistema apresentava problemas em razão da proximidade do público com as fontes sonoras. O nível de áudio era muito forte para os mais próximos e conseqüentemente mais fraco nas poltronas mais distantes. Nasceu daí a necessidade de “cobrir” a platéia de uma maneira mais uniforme, nascendo a formação em “U”, montada paralelamente ao piso e em desnível em relação ao teto. De 1953 a 1979, mesmo os sistemas mais sofisticados partiam de um processamento em mono, até o início de mais uma fase importante, a película 70 mm, com seis canais. O conceito Stereo Surround, com separação discreta entre dois canais, já havia sido experimentada no filme “Apocalypse now”, de Francis Ford Coppola, mas na essência atuava também de forma monaural. George Lucas, com o seu “Star wars” deu o empurrão que faltava para a indústria dos efeitos sonoros no final dos anos 70, com a proposta do matrix surround. Como o som do cinema já tinha se beneficiado com os redutores de ruído Dolby e da padronização da equalização das salas, o passo seguinte foi o lançamento do Dolby Stereo Optical, que era composto por dois canais, cujas bandas eram impressas no mesmo espaço óptico do filme mono.

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PLUGAR OUNÃO PLUGAR?

grande pa r t e da s p rodu to ra s

de v í deo a i nda não exp lo ram

o s r e cu r so s de mu l t im í d i a

da I n t e r ne t como f o rma de

d i v u l gação de s eu t r aba l ho .

Ao contrário do que pode parecer, a Internet ainda não foi totalmente assimilada por quem produz filmes publicitários no Brasil. Pode parecer contra-senso, mas apesar de estarem muito próximas da tecnologia de ponta no tratamento de imagens, mui-tas produtoras ainda não colocaram sua cara na rede. Os serviços de e-mail e a navegação convencional já não são novidades para ninguém, mas o uso da Internet como ferramenta de divulgação ainda é bastante res-trito. O que começa a se tornar mais freqüente, porém, é a troca de arqui-vos de imagem entre produtora, agên-cia e cliente.Um dos sites mais criativos e eficientes é o da Film Planet, produtora com sedes em São Paulo, Buenos Aires e Los Angeles, de Flavia Moraes. Todo em vermelho, o site apresenta as qualidades da produtora em um jogo con-struído em Shockwave, da Macromedia. O jogo apre-senta um viajante que tem como objetivo conhecer várias partes do mundo. A ele vão

sendo propostas perguntas que misturam curiosidades e chavões das três cidades onde a produtora tem sede e infor-mações sobre a equipe da Film Planet. Com muito humor, você não encontra respostas erradas e fica sabendo um pouco mais sobre as pessoas e a irreverên-cia da produtora. O portfólio, porém, continua em vídeo e pode ser solicitado por e-mail.Tudo está em inglês e não tem colher de chá. Segundo Flavia Moraes, 50% do faturamento de sua empresa vem do mercado externo. Por isso, o objetivo do site é realmente expor seu trabalho aos outros países. O resultado tem sido muito bom: cerca de 70% dos pedidos de repertório vêm pela rede e, de acordo com estimativas da diretora, cerca de 6% do volume de trabalho no ano passado foi fruto de contatos iniciais pela web.A Cia. de Cinema também considera fundamental a presença na rede e

coloca o site ao lado de outros meios de divulgação do trabalho da empresa, como assessoria de imprensa e propa-ganda. Para isso, mantém um departa-mento de marketing, comandado por Fernanda Savoldi, que está sempre preparando atualizações e dando retorno a quem envia e-mails. Segundo Fernanda, a idéia é criar um referen-cial da produtora na rede, tanto para clientes e agências brasileiras como do exterior. “Às vezes temos de orçar trabalhos para o exterior e, se a agên-cia não conhece a produtora, pode ter

uma idéia a partir do site”, diz. O site dá ênfase para o portfólio da produ-tora, com os filmes e a ficha técnica completa.Há três anos no ar, o site da Cia. de Cinema deve passar por uma grande reformulação este ano, tanto no design quanto na linguagem. O objetivo é torná-lo ainda mais interativo e atual-izado. Além de receber visitas de seu público-alvo primordial, a produtora também costuma ter bastante retorno de estudantes interessados em estágios e em saber como os filmes foram fei-tos. É por isso que o site disponibiliza não só os filmes como making ofs de dois minutos em vídeo, que podem ser assistidos tanto em Quick Time quanto em Real Player.

e s t ag i á r i o s e c u r i o so s

Assim como na Cia. de Cinema, o espírito de colaborar com quem está começando na área e revelar “seg-redinhos” de produção está presente

m u l t i m í d i A

T E L A V I V A f E V E r E I r o D E 2 0 0 03 �

www.conspira.com.br

www.filmplanet.com

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em vários sites. A produtora de animação Cinema Animadores, que estreou na rede há cerca de cinco meses, desde o início já previu uma área especial tanto para making ofs como para os estudantes. Segundo a sócia da produtora, Silvia Prado, a intenção do site vai além de um instrumento de divulgação. “Registra-mos domínios mais genéricos como www.animacao.com.br. No futuro, queremos criar uma comunidade da animação. Também queremos atingir outros públicos”, revela. A produtora também está aberta a estagiários e já contratou um deles a partir de um contato na rede. Aos poucos, vai complementando as áreas e pretende incluir entrevistas com profissionais da área sobre as diversas atividades dentro da animação. Uma das primeiras produtoras a entrar no ar, há cerca de cinco anos, foi a Trattoria di Frame. Como ela também atuava na área de produção de multi-mídia, o site foi montado logo que a tecnologia começou a ser digerida no Brasil. O site já passou por uma refor-mulação e hoje é bastante simples e

direto: mostra quem são os profission-ais, seus objetivos, o portfólio comen-tado em forma de making of e abre um cadastro para estagiários. De acordo com o diretor de atendi-mento, Eithan Rosenthal, a produtora não espera alavancar suas vendas a partir do site, apenas ter sua cara na rede. Além das áreas abertas, desti-nadas à consulta do grande público, o site contém uma área reservada, destinada à troca de informações com agências e clientes. “Trocamos layouts e artes e podemos enviar o material em três taxas de compressão dife-rentes, de acordo com os recursos de quem vai receber”, explica.Para produtoras voltadas para a área de computação e anima-ção, que trabalham com imagens que podem ser mais leves, esse intercâmbio on line de trabalhos têm agilizado o processo. A Cin-ema Animadores está preparando uma área de seu site para isso e a Daniel Messias, que está há dois anos no ar, também costuma enviar storyboards já coloridos para aprovação. “Já abrimos uma página especial para trocar informações com clientes”, explica Nicolai Padalko, artista em computação gráfica.O site da Daniel Messias também tem muita informação para novatos e uma área interessante destinada a explicar como funciona cada técnica de anima-ção, com fotos explicativas. Também traz amostras do portfólio animadas e making ofs. Como trabalha em três países ao mesmo tempo, esse recurso é um dos mais utilizados por Flavia Moraes em sua correspondência com agências e clientes.

cu s t o/bene f í c i o

Mas nem todas as produtoras ainda se dispuseram a investir esforços e recursos na construção de seu site. Algumas entendem a importância, mas acreditam que a tecnologia ainda está aquém das necessidades. Outras real-mente não apostam na mídia Internet para a divulgação de seu trabalho, em um país onde o mercado publicitário ainda é pequeno e praticamente todas

as agências e produtoras se conhecem.Pedro Buarque, da Conspiração Filmes, é partidário da primeira idéia. Ele explica que a produtora já registrou seu domínio há bastante tempo, mas está montando uma equipe para determinar quais os recursos possíveis e qual o melhor formato para ir ao ar. “Não há dúvida de que a Internet é fundamental, principalmente para a venda internacio-nal. Mas o vídeo ainda é muito lento. Acho que com a chegada da banda larga, teremos a rapidez necessária para fazer os downloads e a médio prazo

também poderemos trocar imagens para aprovação em uma qualidade boa. Preferimos esperar porque não quisemos fazer um site passivo, uma simples página. Queremos que o site esteja de acordo com nossa obsessão pela qualidade”, afirma.O primeiro comentário de Alceu Baptistão, da Vetor Zero, sobre o assunto resume a questão: “Casa de ferreiro, espeto de pau”. Com toda a tecnologia e criatividade à disposição, a produtora de computação gráfica ainda não está na rede. O gargalo, para Alceu, é o tempo. “Temos pla-nos de ter um site, mas nossa rotina nos impediu até agora de dedicar um tempo para construí-lo e, principal-mente, para responder e-mails.” Ele acredita que, comercialmente, o site pouco acrescentaria à carteira de cli-entes da produtora e que o assédio de candidatos a estágio e empregos seria muito grande. Alceu acrescenta que as soluções atuais de vídeo, além de demoradas, ainda têm uma qualidade

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www.cinema-animadores.com.br

www.ciadecin.com.br

www.trattoria.com

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muito pequena. “O máximo que conseguiríamos seria fazer as pessoas visualizarem nosso trabalho da mesma forma que na TV”, pondera. Eventualmente, a produtora utiliza os recursos da net para enviar material. “Mas temos de passar por um processo de conversão para outro formato, o que já consome tempo. Com a compressão, o material perde qualidade. Então nem sempre optamos por essa saída.”

atualização é problema

Em todos os casos, a atualização é sempre um fator limitante. Para que o site esteja sempre em dia, é preciso que a produtora dedique uma atenção especial. A Film Planet centraliza seu site em sua sede de Los Angeles, que também foi responsável pela programação dele. Quando Flavia

vai para lá, cerca de uma vez por mês, aproveita para coordenar a atualização do site. Quando não vai, as notícias acabam ficando defasadas. “Gostaria de manter a atualização mensal, mas ainda não é como gostaria”, explica Flavia.Na Cia. de Cinema, o trabalho é coordenado por Fernanda Savoldi e a parte técnica é feita na própria casa. “Temos o cuidado de trocar os filmes constantemente, para mostrar nossas parcerias com diversas agências”, lembra Fernanda. Daniel Messias, da produtora que leva seu nome, também está sempre ligado. Algumas áreas do site não mudam, mas mensalmente são acrescentadas informações. Na Trattoria di Frame, as atualizações não têm periodicidade fixa. “Não vendemos e não prometemos nada pelo site. Por isso, fazemos atualizações quando consideramos que temos novidades”, conta Eithan.

m U L T I m í D I A

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Quando o assunto é imagem na Internet, por mais rápida que seja a conexão e melhor que seja o computador, os recursos ainda são muito limitados. Não bastasse o tempo que demora para fazer um download de vídeo, nem sempre o browser e os softwares são compatíveis com o formato utilizado. Alguns vídeos só rodam em Internet Explorer. Outros precisam que o computador tenha instalados programas como Quick Time ou Real Player. Alguns sites só funcionam com a presença de plug-ins como Shockwave ou Flash (ambos da Macromedia). Para fazer essa matéria, foi preciso atualizar um browser e fazer download de novas versões dos softwares e plug-ins acima. Mesmo assim, com um computador que não é dos piores, o tempo para puxar um comercial de 30 segundos às vezes ultrapassava os dez minutos.A boa notícia é que a partir deste ano os serviços de Internet em alta velocidade chegam com tudo ao Brasil, com tecnologias como cable modem e ADSL, que permitem taxas de transferência dezenas de vezes maiores.

RECURSOS AINDA LIMITAM

Não disponivel

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Não disponivel

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mario luis BuonFiglio

REDES MULTISSERVIÇO:RUMO À INTERCONEXÃO

o cená r i o do b roadca s t i ng

nunca pa s sou po r t an t a s

mudança s como ne s t e s

t empos quando t udo é

exp re s so em by t e s . Na e ra

pó s - v i deo tape , a r áp i da

a s cen são do s compre s so r e s

de imagem e a ve r sa t i l i dade

do s s e r v i do re s ab r i r am e spaço

pa ra a s t e cno log i a s de r ede

que amp l i am o conce i t o de

mu l t i s s e r v i ço .

A estrutura usada nas redes com confiabilidade para o broadcasting é bem diferente daquela das redes de dados entre computadores, já que transporta um fluxo de informações muito maior, envolvendo as tarefas de aquisição, edição, exibição e arquivamento. A diferença entre as estruturas de rede já conhecidas em computadores pessoais e o formato desenvolvido para a televisão está no princípio através do qual os usuários compartilham a mesma informação. No primeiro caso, todo

o processamento é feito através de uma central única, ou mainframe, que geralmente fica suscetível a quedas de performance quando o sistema chega no limite. Para resolver este problema, as novas tecnologias de rede de vídeo operam com o conceito Fibre Channel, que é uma arquitetura capaz de enviar dados ponto a ponto, independente do número de usuários e de protocolos. Desenvolvido em 1988 e normatizado em 1994, o sistema Fibre Channel tornou-se a solução mais viável para trafegar informações da ordem de gigabits entre centenas de servidores. Outra característica é poder trafegar áudio, vídeo e dados no ambiente broadcast com uma taxa de 266 Mbps a 4 Gbps, além de configurações com interfaces para protocolos IP, SCSI, IPI e HIPPI-FP. Esta solução torna possível aos broadcasters utilizarem, por exemplo, a rede de telefonia pública para a transmissão de sinais entre afiliadas ou diretamente para o usuário. “Um equipamento de uma emissora de TV é o mesmo de uma empresa de telecomunicação”, observa André Altieri, gerente de contas da Philips Business Electronics. Segundo Altieri, pode-se colocar hubs interativos para se comunicarem com as redes de comutação, fazendo a interconexão

com a rede telefônica. “No caso de uma rede de TV a cabo, o retorno do investimento é muito longo, cerca de cinco ou seis anos. Com essa nova possibilidade, pode-se adicionar valor à rede na forma de serviços para o assinante, adiantando o retorno de toda a operação. Desta forma, consegue-se gerar uma fonte extra de receita usando a estrutura instalada”, orienta André Altieri. Basicamente a modalidade de transmissão envolvendo o usuário ou outra emissora é feita através de gateways instalados nos servidores, pelos quais é possível trafegar vídeo de baixa resolução, por exemplo, de um comercial de TV para a aprovação na agência, que pode estar do outro lado do mundo, numa operação semelhante a um download de arquivos. Outra aplicação possível é o recebimento de dados via Internet sobre as condições do tempo ou os rumos das ações da bolsa e o envio dos resultados diretamente para o departamento de arte de uma emissora de televisão. O range de aplicações é extenso e deve ser o foco das decisões dos broadcasters nos próximos anos, já que várias barreiras vão sendo derrubadas, entre elas a compressão, que praticamente se resolveu a partir do MPEG-2. Para Roberto Silva, engenheiro da Barco Communications, o mercado brasileiro de redes deve passar por um período de absorção do domínio digital. “A transição vai acontecer em escalas e, mesmo assim, as soluções não deverão acontecer de maneira uniforme, pois o nosso país é muito grande”, observa. Silva aponta ainda outro dado que pode mudar o foco das atenções na implantação das redes multisserviços. “Com a privatização das teles, temos outros provedores além da Embratel, e com isso as empresas vão batalhar muito por este mercado, barateando o transporte de sinal de rede.”

r ea l i dade

A existência das redes de vídeo de

t e c n o l o g i A

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alta performance já é realidade em algumas emissoras espalhadas pelo mundo, como a Fox Digital, TV Monte Carlo e no Brasil com a Rede Globo, Globosat, SBT (nas áreas de chamadas e comercialização) e Rede Record, ainda em implantação. Para Mario Sérgio Cardoso, gerente técnico do SBT em São Paulo, “os servidores utilizados na exibição são mais eficientes que os sistemas robotizados à base de fita magnética e mais adequado a esta fase de transição, porque podem trabalhar com qualquer tipo de material”, observa. Quanto à transmissão de dados entre emissoras e empresas de telefonia, Cardoso acredita que esta é ainda uma solução distante da realidade brasileira. Nos Estados Unidos, a Fox Digital opera toda a sua estrutura através de redes de dados, pelas quais toda a programação é armazenada, distribuída e exibida através de servidores Profile, da Tektronix. Segundo Leonel da Luz, gerente de vendas e marketing da Videodata, representante da Tektronix no Brasil, a Fox festeja os resultados conseguidos em um ambiente totalmente digital, sem tráfego de fitas, ao mesmo tempo em que se prepara para entrar em uma segunda fase com a aquisição da linha Profile PDR-400. Leonel da Luz considera que,

depois do Fibre Channel, a implantação das redes multisserviço nas emissoras será acelerada. Em relação ao estágio atual, ainda são observadas duas estruturas paralelas no transporte de material. “Mesmo em uma emissora equipada com servidores e routers, chega um determinado momento em que os dados são transferidos para fita, criando uma infra-estrutura paralela para tráfego, arquivo e gerenciamento destas informações.” Atenta a essa nova realidade, a Tektronix desenvolveu o conceito Digital Media Foundation, que é uma rede montada em layers com atividades distintas e inter-relacionadas. Nesta configuração, os dispositivos de armazenagem, roteadores de áudio e vídeo e redes de dados integram uma plataforma aberta para diversas aplicações. “No Media Manager por exemplo, não é necessário digitar as informações de uma edição para o arquivo. Tudo é feito uma única vez e é válido para todas as aplicações”, garante Leonel da Luz.Compartilhando a mesma expectativa, André Altieri, da Philips, concorda que é possível trabalhar com qualquer tecnologia de transmissão. Altieri destaca neste setor a parceria da Philips com a Impsat, que resultou no CleverCast PC. Neste sistema, o conceito é

colocar nas mãos do usuário de computadores pessoais toda a alta velocidade de dados entre provedores e a estrutura de satélites do broadcasting, oferecendo um serviço mais eficiente de transmissão, principalmente de vídeo em MPEG-2. “Tudo é conjugado na mesma plataforma, caracterizando uma total rede de multisserviços”, completa Altieri.

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Durante a NAB’99, foi apresentado um sistema de rede patrocinado pela Fibre Channel Community (www.fibrechannel.com) integrando 13 fabricantes nas áreas de edição não-linear, composição, edição de áudio e softwares de autoria em DVD. A rede foi estruturada para atender 18 estandes sem servidores locais, através de workstations da Sun, SGI, Windows NT e Macintosh, num esforço bem sucedido para compatibilizar dados heterogêneos. Segundo Dimitri Chernyshov, empresário da Mercury Computer Systems, desenvolvedora do software SANergy, o conceito SAN (Storage Area Network) será a base dos novos sistemas de videodistribuição e fortalecerá o time de pesquisadores e desenvolvedores de soluções no

EM REDE

Não disponivel

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hamilton rosa Jr.*

CATÁLOGODAPÓS-PRODUÇÃOEx i s t e uma i n f i n i dade de

equ i pamen to s pa ra pó s -

p rodução . Um de ta l he mu i t o

impo r t an t e pa ra aque l e que

va i i n ve s t i r é s abe r que t i po

de t r aba l ho s e p r e t ende f aze r

e em que pa r t e s do p ro ce s so

de p rodução s e rão ne ce s sá r i o s

ma i s r e cu r so s pa ra e s co l he r o

equ i pamen to ma i s adequado .

A tecnologia mudou a forma de investir em equipamentos em praticamente todos os estágios de uma produção audiovisual. Há seis anos quando o computador não era uma rotina neste campo de atuação, o investimento era feito à medida em que saiam novas gerações de equipamentos. “O gap era razoavelmente grande”, opina o consultor de produção José Augusto de Blasiis. Essa era obviamente foi substituída por outra em que o avanço acontece num ritmo frenético. De uma forma que obriga a produtora, seja atuando

no ramo de publicidade, cinema ou broadcasting, a investir em software e em hardware. Todo ano, por exemplo, sai uma nova versão de softwares para ilhas de edição. Os softwares de efeitos, de animação e pintura naturalmente também ganham novos recursos e obviamente tudo isso força a produtora a fazer o upgrade. Se já é muito fácil de perder o fio da meada com o leque de opções e novas versões de software, o que dizer então do hardware, que também está mudando constantemente? “Estamos no limiar de uma briga que envolve os formatos digitais. Quer dizer, já temos o computador, mas resta saber por qual sistema eu vou trabalhar. A Sony está oferecendo o DVCAM e o Beta Digital, a Panasonic criou o DVCPRO e o Mini DV e a JVC, o Digital-S (também conhecido como D9). São cinco formatos digitais de captação de imagens, todos incompatíveis entre si. Qual deles eu compro?”, pergunta Alberto Baumstein, diretor da Videcom.Blasiis vê o problema sob outra perspectiva. “Passamos por um longo período em que só era possível fazer serviço de pós-produção nas grandes finalizadoras. Com os avanços tecnológicos, qualquer empresa de pequeno porte pode montar um miniestúdio”, afirma, lembrando que para comprar um Editbox, da Quantel,

ou um Flame, da Discreet, há dois anos pagava-se cerca de US$ 500 mil, enquanto atualmente com metade deste valor é possível montar um estúdio de pós-produção no Brasil. “A tecnologia democratizou o mercado. Agora, um detalhe muito importante para aquele que vai investir, é saber quais os tipos de trabalho pretende fazer e em que partes do processo os recursos de um equipamento desse tipo são mais adequados”, afirma.

ed i ção

Existem vários softwares para edição baseados em equipamentos mais em conta como as plataformas “wintel” (Windows NT com processador Intel) e Apple Macintosh. O Kripton, um software de pós-produção desenvolvido pela francesa Pinnacle, numa composição com a Intel, a Microsoft e a Medea, é um dos que usam a plataforma “wintel”. A Pinnacle também oferece a ilha não-linear Reel Time, que conta com gerador de efeitos em 2D e 3D mas não faz renderização, exigindo o Adobe Premiere ou o In:Sync Speed Razor. A estrela maior da Avid é o finalizador não-linear Simphony, que permite edição em alta resolução do material saído de um datacine. A empresa também oferece o Avid Media Composer 900 XL, uma mesa de edição, que era o top de linha da Softimage e que com a fusão Avid/Softimage, forma uma excelente combinação para a pós-produção em cinema. O Fire, um editor não-linear da canadense Discreet, pode rodar em plataforma aberta mas precisa de um computador de alto porte, como o Silicon Onyx.No momento, a Simtek, representante Panasonic no Brasil, está priorizando o trabalho de vendas dos novos modelos de ilhas de edição não-linear. O modelo News Byte AJDE 77, bate de frente com o ES-7, da Sony. Enquanto a maioria dos processadores trabalha em tempo real, a News Byte também oferece uma velocidade quatro vezes acima do normal e vem com um gravador/reprodutor DVCPRO. Num patamar

e Q u i p A m e n t o s

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intermediário, a empresa oferece o Post Box, que não faz renderização e edita em tempo real, mas proporciona uma compatibilidade com qualquer tipo de hardware.Para o jornalismo, a Panasonic oferece ainda a mesa DV Edit, que também trabalha com arquitetura aberta. A assistência técnica e o treinamento são serviços que a empresa quer tornar mais dinâmico. O Media 100, com suas ilhas de edição não-lineares baseadas tanto em plataforma Mac quanto PC, conta com seis versões de software, que podem ser usadas desde o iniciante até o avançado, este último com solução serial/digital.O destaque no formato DVCAM da Sony são as ilhas de edição híbridas. A ES-7, por exemplo, trabalha como ilha linear ou não-linear com transferência de informação de fita para hard disk sem compressão e a possibilidade de trabalhar numa velocidade quatro vezes acima do normal. O ES-7 já vem sendo utilizado para publicidade institucional no Brasil. Mas o destaque nesta categoria de ilhas é a ES-3, um lançamento que dá abertura para o operador incorporar softwares de terceiros à sua linha de estrutura. O Profile XP, do Grass Valley Group, é um sistema de edição linear e não-linear que também serve como um servidor. Ele substitui os VTs dando acesso instantâneo a qualquer material através de uma rede de alta velocidade.

s e r v i do re s

A Leitch Technology International apresenta equipamentos com aplicações para exibição de comerciais e para edição de jornalismo. No primeiro caso, oferece um vídeo servidor básico, o VR325 e, para jornalismo, dispõe do News Flash, um servidor que permite acesso direto ao disco via Fibre Channel, não necessitando de transferência de arquivos. O News Flash tem entrada para todos os formatos de vídeo mais quatro canais de áudio e um controle remoto, similar ao de um VT normal. Fornece conversores de vídeo e standard converter de Pal, Pal-B, Secam,

NTSC e Pal-M, oferecendo ainda mesas de corte para vídeo (switchers master) serial/digital. O routing switcher varia de 4:1 até 128:128, com vídeo analógico ou digital, na opção do cliente, MPEG e AS3. O formato digital dos VTRs da Philips é o DVCPRO. São dois os modelos de VTRs, os modelos de 25 Mbs e 50 Mbs.O EditStream é o top na configuração não-linear da Philips. “Esse aparelho é muito usado em jornalismo. Ele possibilita que até 32 jornalistas trabalhem simultaneamente produzindo diferentes matérias, num sistema que pode ou não ser compartilhado pelos outros”, conta Fredy Litowsky, gerente de vendas da Digital Video Systems.

compos i ção e e f e i t o s

A Pinnacle oferece o DVExtreme, um gerador de efeitos de vídeo digital e os modelos mais em conta Deko. Quem procura custo e plataforma intermediária, pode optar pelo Smoke, ou num nível mais modesto, pelo Edit, da Discreet. A palheta de composição da empresa também traz equipamentos de última geração, como o Inferno, ou com suportes menos ambiciosos, como o Flame e o Flint. A Discreet está se aventurando agora no mercado de broadcasting e neste campo, atualmente, a tendência é buscar soluções integradas. “Por exemplo, há empresas que vendem equipamentos, mas não oferecem soluções para cenários virtuais”, afirma Francisco Lima, responsável pelo desenvolvimento de negócios no escritório brasileiro da empresa. “Temos um software, o Frost, que permite a criação destes cenários em 3D e em tempo real”, conta. Com a fusão da Discreet com a Auto Desk, a empresa está disponibilizando também o 3D Studio Max, um software para trabalhar com animação em modelagem em 3D, que se insere entre os principais equipamentos

da vanguarda tecnológica atual. A empresa tem como representante no Brasil a Exec Technology. O top de linha na área de composição e efeitos visuais é o Inferno, estação de trabalho, que compõe com um computador Onyx, da SGI, uma

ferramenta ideal para broadcasting. Já o Fire é o editor não-linear mais incrementado. Como ambos rodam na estação Onyx 2 (o supercomputador da Silicon), este equipamento tem um preço elevado. “Ele é mais adequado para produtoras de médio ou grande porte”, explica

Hamilton Costa, diretor comercial da Exec. Já os mais vendidos da empresa são o Flame, que é equivalente ao Inferno, e o Smoke, equivalente ao Fire, mas ambos com velocidade de processamento menor e com 20% de ferramentas a menos que os top de linha. “Mas para o mercado brasileiro estes dois equipamentos intermediários são eficientes, tanto que eles são os mais vendidos da empresa”, diz Costa. Tanto a Discreet quanto a Exec dão treinamento e assistência aos clientes, através de seus centros de treinamento em Montreal (sede), Los Angeles e Nova York. Segundo Lima, entre os planos da Discreet consta montar um centro de treinamento autorizado no Brasil. A Matrox oferece a placa não-linear baseada em PC e o DigiMix, placa para gerador de caracteres.A Inscriber fornece softwares para gerador de caracteres como o Supreme e VMP e o Cobra, periféricos para qualquer sistema de edição não-linear (disk array).A Alias|Wavefront, que tem a patente do software Maya, o mais difundido no Brasil para plataforma SGI, apresenta recursos de animação em 3D e composição. A Jaleo, empresa espanhola, faz software para high end de edição e composição, inclusive já disponível em HDTV.A Getris é uma pioneira em

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Nomercadode

broadcastinga

tendênciaé

buscarsoluções

integradas.

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Não fique no escuro...

tecnologia de video graphics em tempo real e atualmente oferece um finalizador, o PSY, para trabalhar com modelos do Studio 3D Max, equipado com soluções em cenários virtuais para broadcasting. A maior rival da Discreet no mercado de equipamentos para pós-produção para cinema é a Quantel. Em seu catálogo de opções, fornece finalizadoras de última geração como o Infinity, uma workstation que proporciona “infinity layers” (camadas), recurso de pintura, composição e edição em vídeo, e o Henry, editor de efeitos. Juntas, estas duas máquinas operam em multifunção. Tanto uma empresa de broadcasting, como a TV Globo, quanto a Casablanca e a Mega, que são finish houses, usam o Henry. Dentro da faixa de pós-produção, a Quantel oferece ainda o Editbox (um editor de efeitos on line), o Hal (um video design suite) e um jogo de acessórios e servidores para atender ao broadcasting.O modelo de finalizadora da Fast é o 601, com formato de gravação em MPEG-2. “Este finalizador é ideal para comerciais e programas que exigem um acabamento mais apurado”, garante o engenheiro de vendas Reynaldo Losso. Já o DV Master é uma opção para quem precisa captar e transmitir a mensagem instantaneamente. Ele tem uma dinâmica que permite jogar o trabalho direto no computador e

apresenta ainda como bônus um gerador de caracteres e efeitos em 2D e 3D. “O pessoal do jornalismo da BBC só utiliza esta finalizadora”, garante Losso. O Kalypso, da Grass Valley, é um sistema integrado de produção cujo modelo completo conta com um switcher, gerador de efeitos, controlador de servidor de vídeo e edição.

sw i t c he r s

A Philips investe no coração dos sistemas de edição com a produção do Digital Video Switchers, para uso em broadcasting. Oferece ilhas de edição lineares e não-lineares. “Todo mundo fala que estamos na era do não-linear, mas as mesas lineares são usuais para produção de programas ao vivo”, explica Litowsky. Nesta vertente, há desde uma unidade móvel pequena, o switcher DD10, com 16 entradas digitais ou cinco digitais e três analógicas, até mesas de quatro M/E (Mixer Effect) que tem 62 entradas e três keyers por M/E e até seis DSKs (Down Stream Keyers). Esse switcher ainda oferece controle de até quatro VTs externos e dois DVE (Digital Video Effect).A Echolab, empresa especializada em

switchers (geralmente usados em emissoras) traz algumas opções em mesas de corte para vídeo. A empresa apresenta também todo o catálogo de produtos da Sony. “Estamos autorizados a dar treinamento e manutenção nos equipamentos da Sony”, complementa o

diretor comercial Milton Mineto. Na sua linha digital da Betacam, o switcher DVS 2000 é um equipamento muito apropriado para publicidade e broadcasting, com suas 16 entradas digitais, chroma-key 4:2:2 e downstring (gerador de caracteres). Na opinião de Danilo Gaspardo, supervisor de produtos broadcasting da Sony, o Digital Betacam é um sistema de alto nível que naturalmente vai migrar para a high definition no futuro. Para cinema, o switcher HDS 7150 deve substituir o antigo equipamento no set das produções. Última palavra em alta definição, ele pode ser acompanhado do HDW 500, novo VT da empresa mais as câmeras HDW 700, monitor e gerador de efeitos (HDME 700).A Grass Valley conta com os modelos 4000, 2200 e 1200.

* colaborou fernando lauterjung

4 �

E q U I p A m E N T o S

Paraaprodução

deprogramas

aovivoasmesas

linearesainda

sãomuitousadas.

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Não disponivel

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f i Q u e p o r d e n t r o

F E S T I V A L D O R E C I F EO FestivaldeCinemaNacionaldoRecife chega a sua quarta edição entre os próximos dias 27 de março e 1º de abril, tentando firmar-se como o evento do gênero de maior público no país. Nos dois últimos anos, o festival pernambucano atingiu marcas superiores a 20 mil espectadores.

H U M O R N A G L O B OA Rede Globo pretende promover a1ªOficinadeHumor entre abril e julho. Os candidatos devem enviar até 7 de março o currículo e um roteiro humorístico, de no máximo dez laudas, tendo como base a crônica O dia seguinte, do livro Histórias Brasileiras de Verão, de Luis Fernando Veríssimo. TV Globo (Oficina de Humor), caixa postal 34.041, CEP 22.460-010, Agência Jardim Botânico, Rio de Janeiro (RJ).

A U D I O V I S U A L P A U L I S T A

Criada e organizada pelo cineasta e produtor cultural Francisco Cesar Filho, a MostradoAudiovisualPaulistachega a sua 13ª edição entre os próximos dias 22 e 27 de fevereiro, nas salas do MIS e do Centro Cultural de São Paulo. O evento, que durante dez anos chamou-se Cinema Cultural Paulista, mostrando apenas filmes de curta-metragem, ampliou sua abrangência nas últimas edições, tornando-se a maior vitrine para os realizadores paulistas em todos os formatos audiovisuais, a partir de 1997. No ano passado, por exemplo, foram exibidos 116 trabalhos, entre curtas, filmes de Super-8, filmes publicitários, videoartes, videodocumentários, videoficções, videoanimações, videoclipes, videoinstalações, vinhetas, making ofs, trabalhos de um minuto, traillers, videoreleases, episódios de séries feitas para TV, interprogramas, CD-ROMs e programas de emissoras de TV.

H I G H S P E E D I N T E R N E T

O acesso em alta velocidade da Internet inaugura uma nova fase da rede mundial. Produtores de conteúdo, provedores de acesso, publicitários e broadcasters terão muito a discutir. Os primeiros sobre as técnicas de produção adequadas às novas condições da web. Com o avanço da tecnologia, a comercialização de publicidade para o veículo ganha novos ares. A interatividade e a pirataria são assuntos nos quais os executivos de televisão precisam estar ligados, ou melhor, plugados. Estes e outros temas estarão sendo apresentados nos dias 22 e 23 de fevereiro no seminário “Internetemaltavelocidade:anovacaradarede”. Sala São Luiz, São Paulo, SP. Fone/fax: (11) 3872-1687. E-mail: [email protected]. Internet: www.paytv.com.br

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T E L A V I V A f E V E r E I r o D E 2 0 0 05 0

A G E N D A

F E V E R E I R O

19 e 20 Curso: “Workshop de produção executiva e direção de produção”. Luwa Oficina Integrada de Vídeo, São Paulo, SP. Telefax: (11) 251-4714. E-mail: [email protected].

21 a 25 Curso: “Edição não linear com especialização em Adobe Premiere”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

22 a 27 Mostra Do Audiovisual Paulista - Ano 13. São Paulo, SP. Fone/Fax: (11) 210-3057. E-mail: [email protected]. Internet: www.uol.com.br/webcine/mostra.

22 e 23 Seminário Converge: “Internet em alta velocidade: a nova cara da rede mundial”. Sala São Luiz, São Paulo, SP. Fone/fax: (11) 3872-1687E-mail: [email protected]

Internet: www.paytv.com.br

22 a 3/3 Curso: “Iluminação publicitária”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

26 a 25/03 Curso: “Edição linear c/ CG e efeitos”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

26 a 25/03 Curso: “Edição linear c/ corte seco”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

26 a 29/04 Curso: “3D studio max”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

M A R Ç O

7 Início do curso: “Roteiro, direção e produção”. Luwa Oficina Integrada de Vídeo, São Paulo, SP. Telefax: (11) 251-4714. E-mail: [email protected].

11 a 25 Curso: “Edição não linear com especialização em Adobe Premiere”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

13 a 21 Curso: “Especialização em vídeo produção”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

13 a 28 Curso: “Edição linear c/ corte seco, CG e efeitos”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

15 a 24 Curso: “Edição não linear com especialização em Adobe Premiere”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

18 a 25 Curso: “Introdução à câmera”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

20 a 24 Curso: “Edição não linear com especialização em Adobe Premiere”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

22 a 31 Curso: “Formação em câmera”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

25 e 26 Curso: “Workshop de produção executiva e direção de produção”. Luwa Oficina Integrada de Vídeo, São Paulo, SP. Telefax: (11) 251-4714. E-mail: [email protected].

Diretor e Editorrubens glasberg

Editora Geraledylita falgetano

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ColaboradoresBeto costa, hamilton rosa Jr., lizandra de Almeida, mario Buonfiglio, paulo Boccato.

Sucursal de Brasíliacarlos eduardo Zanatta e raquel ramos

Arteclaudia intatilo (edição de Arte e capa),

rubens Jardim (produção gráfica),geraldo José nogueira (editoração eletrônica)

Diretor Comercialmanoel fernandez

VendasAlmir B. lopes (gerente),

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