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Revista Portuária - Maio 2013

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Editora BittencourtRua Jorge Matos, 15 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88302-130 Fone: 47 3344.8600

DiretorCarlos Bittencourt [email protected]

Jornalista responsável: Leonardo Thomé – DRT SC 04607 [email protected]

Diagramação:Solange Alves [email protected]

Contato ComercialRosane Piardi - 47 8405.8776 [email protected]

ImpressãoImpressul Indústria Gráfica

Elogios, críticas ou sugestõ[email protected]

Para assinar: Valor anual: R$ 150,00

Foto de Capa: Divulgação

A Revista Portuária não seresponsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores.

www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

ANO 15 EDIÇÃO Nº 159 MAIO 2013

EDITORIAL

Economia&Negócios • Maio 2013 • 3

Os quatro principais modais de transporte logístico são o rodoviário, aéreo, aquático e

ferroviário. Destes, a região de Itajaí e Navegantes só não está contemplada com uma ligação férrea para escoar o que é produzido em Santa Catarina e no Brasil. As BRs 101 e 470, o Aero-porto Internacional de Navegantes e o Rio Itajaí-Açu representam o que já exis-te de concreto em relação à logística na região. Mas para alcançar a tão sonhada intermodalidade logística, mesmo com os modais à mão, ainda é preciso muito trabalho por parte das autoridades e ór-gãos competentes.

Nesta edição de maio, a Revista Portuária mostra o quão essencial será a Ferrovia da Integração (Ferrovia do Frango) chegar até Itajaí, algo bastante provável, porém não garantido. Com os trilhos da estrada de ferro terminan-do no município, os quatro principais modais de transporte logístico estariam todos concentrados num mesmo aglo-merado urbano, o que fortaleceria so-bremaneira a economia da região e por consequência do Estado.

Antes da definição do traçado da ferrovia, é bom lembrar que algumas melhorias precisam ser feitas nos mo-dais já existentes, como a conclusão da Via Expressa Portuária, em Itajaí, e a duplicação da BR-470, em Navegantes. As duas obras ainda estão longe de um

final feliz, já que ambas estão empacadas há algum tempo. Também essenciais e complexas, mas já caminhando em di-reção à conclusão, encontram-se as ampliações da bacia de evolução e do Aeroporto Internacional de Navegan-tes. Dentro de dois anos, o porto e o aeroporto vão poder receber navios e aviões maiores do que atualmente.

Além da reportagem sobre logís-tica, a Revista Portuária brinda o leitor com um perfil do executivo Ricardo Ar-ten, superintendente da APM Terminals Itajaí, arrendatária de dois berços de atracação no Porto de Itajaí e decisiva para os novos rumos que a economia da cidade almeja. Você encontrará ain-da uma entrevista exclusiva com Atillio Leardini, diretor-presidente do Grupo Leardini, uma das maiores companhias brasileiras com foco na captura e produ-ção de pescado, que nos últimos anos desbrava novos mercados e estende cada vez mais seus tentáculos.

Falamos também da chegada de um símbolo alemão ao mais bávaro de todos os estados brasileiros – a BMW em Santa Catarina -, do Programa Nova Economia SC, das novidades nos por-tos do Sul do Brasil e dos destaques que movimentaram a economia e os ne-gócios em diferentes esferas e setores, inclusive com a parceria de um estaleiro de Navegantes com a Petrobras. Boa leitura!

A estrutura logística que impulsiona a economia de Itajaí e Navegantes

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4 • Maio 2013 • Economia&Negócios

ÍNDICE

www.revistaportuaria.com.br

Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publica-ção, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acon-tece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é en-caminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Para-ná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: [email protected]

Revista Portuária também está na web com informações exclusivas

ECONÔMICO ESUSTENTÁVELPrograma Nova Economia@SC impulsionao desenvolvimento e a competitividade do Estado

SÓ FALTAM OS TRILHOSCOM MODAIS RODOVIÁRIO, MARÍTIMO E AÉREO, ITAJAÍ E NAVEGANTES ANSEIAM POR FERROVIA PARA OBTER A INTERMODALIDADE LOGÍSTICA

24

PERFIL Ricardo Arten: experiência e capacidade a serviço da APM de Itajaí

35

EMPREGOS EINVESTIMENTOSO Estado maisalemão do Brasil agora é a casa da BMW na América Latina

41 12 PORTOS DO BRASIL

22Michele Nunes

Ronaldo Silva JrD

ivulgação

Divulgação

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Do artesanal para o industrial em grande escala

Uma história que começou em 1988, quando Na-vegantes nem de longe tinha o potencial econô-mico que tem hoje. Uma história que hoje orgu-

lha o município e todos os navegantinos. Cidade e povo que são o berço do Grupo Leardini Pescados, empresa familiar que há 25 anos leva o nome de Santa Catarina para o Brasil e o mundo.

Uma história que teve início de forma despreten-siosa, com a comercialização de pescado fresco para pei-

xarias, pequenos distribuidores e vendedores ambulantes da região. Nas últimas duas décadas a empresa expandiu, investiu, inovou, alçou voos mais altos e não para de cres-cer.

Com 600 colaboradores diretos, a Leardini ajuda no desenvolvimento da atividade pesqueira na região. A se-guir, confira a entrevista exclusiva que o diretor-presidente do Grupo Leardini, Attilio Leardini, concedeu à Revista Portuária, falando sobre os negócios da companhia.

Economia&Negócios • Maio 2013 • 5

EVOLUÇÃO

Attilio Leardini, diretor-presidente do grupo que leva seu sobrenome,

junto a mais um dos focos

de atuação da empresa a linha

de pratos prontos

ENTREVISTADIVULGAÇÃO

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6 • Maio 2013 • Economia&Negócios

Revista Portuária - O momento é de expansão nos negócios? Attilio Leardini - Sim, o momento é de expansão.

Afinal, 22% das riquezas geradas pelo Brasil, R$ 918 bilhões, vêm da agroindústria, com destaque para a produção de pro-teína. Em 1961, o consumo global de carnes era de 23 kg/habitante/ano. Em 2010, elevou-se para 46,6 kg/hab/ano. O consumo do Brasil chega à marca de 80 kg/hab/ano. E o pei-xe brasileiro ainda participa muito pouco desse volume. Ou seja: temos tudo para crescer. O consumo mundial de pesca-

do é de 18kg/habitante/ano. A média per capita do Brasil é de 9,8kg. A produção mundial de carne bovina e suína estagnou nos últimos dez anos e a de frango cresceu apenas 3,7%. A de pescado elevou-se em 6,6%, no mesmo período. Tudo está a favor, pois quase três mil novas áreas foram distribuídas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) nos últimos anos (2008-2011) e cerca de cem mil estão sendo solicitadas. O Governo Federal lançou, em 2012, o Plano Safra do Pescado, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sus-tentável (BNDES), o programa Proaquicultura, para atender a

Os pratos prontos a base de frutos do mar são a nova vedete da Leardini Pescados, como o risoto de camarão e a paella

Imagem aérea da empresa que se encontra as margens do Rio

Itajaí Açu

ENTREVISTA

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Economia&Negócios • Maio 2013 • 7

Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - FlorianópolisEm Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC

expansão da produção de peixe. Estamos, efetivamente, em pleno crescimento.

Portuária - Qual área é mais propícia para tanto? Attilio - O maior potencial para a expansão haverá de

se concentrar nas atividades de cultivo de peixes em cativeiro, seja em águas continentais ou marinhas, e na captura oceâni-ca com uso de tecnologia e equipamentos modernos.

Portuária - Qual o foco de investimentos da empresa atualmente? Attilio - A verdade é que o Brasil tem muito peixe.

Mas a defasagem tecnológica, falta de pesquisa para localizar e estudar espécies pouco exploradas pela captura nos mares brasileiros, demora na criação de linhas especiais de finan-ciamento para alavancar a produção e muita burocracia para obtenção de licenças ambientais travaram o setor. Penso que o foco nesse momento deve se concentrar sobre os seguin-tes pontos: Aquisição de frota de pesca mais moderna, espe-cialização de mão-de-obra para operá-los, cultivo em escala de espécies de peixes nativos e mecanização da atividade de processamento são algumas das ações mais urgentes para

que aconteça com o peixe o que ocorreu há alguns anos com o frango em nosso país.

Portuária - O que mudou na questão de investimentos ao longo dos anos em que a empresa foi crescendo e se estabilizando?Attilio - Em termos de produtos, a Leardini vem

trabalhando na sua linha de produtos com valor agregado, pratos prontos, semi-prontos, linha kids, gourmet, buscando entregar ao consumidor brasileiro praticidade e qualidade em produtos a base de pescado. Lançamos, em 2012, cerca de 30 novos itens entre linha kids, gourmet e pratos prontos. As vendas crescem mês a mês.

Portuária - Em quais mercados externos os negócios estão mais aquecidos? Attilio - O que tem limitado a produção de pesca-

do no mundo todo não é a retração da economia global e sim, de um lado, a escassez cada vez maior de novas áreas para o cultivo de peixe em cativeiro por parte de países tradi-cionalmente devotos da aquicultura; de outro, a sobrepesca em várias partes do mundo. Nós, brasileiros, ao contrário, mal começamos nossa história no campo do cultivo de peixe

O trabalho dos funcionários da companhia na indústria pesqueira é sinônimo de

qualidade em todo o Brasil

ENTREVISTADIVU

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8 • Maio 2013 • Economia&Negócios

em cativeiro, e ainda pescamos pouco e mal aquilo que os nossos mares têm para ofere-cer. Estamos só começando. Significa dizer, respondendo a sua pergunta, que até mesmo os mercados mais atingidos pelo freio econô-mico dos últimos anos, como Europa e Esta-dos Unidos, são muito demandantes de pes-cados. É a velha lei de oferta e procura. Ainda falta peixe internacionalmente e o consumo de carnes brancas e mais saudáveis avança sobre o das carnes vermelhas. O mercado asiático também está sedento por produtos de qualidade e a preços competitivos. Nossa indústria de captura, de cultivo e de processa-mento está se preparando rapidamente para dar esse salto de qualidade.

Portuária - E no mercado interno, como está a situação?Attilio - Um simples olhar sobre a ba-

lança comercial brasileira do peixe dá mostra do enorme potencial de expansão do mer-cado interno. Importamos muito porque de-mandamos mais do que internamente produ-zimos. Os esforços do Grupo Leardini estão voltados para atender essas tendências. Sem perder de vista o atendimento ao aqui e ago-ra, nossos olhos estão lá na frente.

Portuária - Como se dá atualmente a porcentagem de captura do pescado no negócio da empresa? Attilio - A importação de pescado em

escala pelo Brasil é condição fundamental ao atendimento do consumo interno, pois pro-duzimos muito menos do que demandamos. Há dois caminhos a seguir para mudar esse quadro: pescar mais e melhor, e aumentar de forma vigorosa a produção de peixe em cativeiro. Nossos esforços nesse sentido têm sido enormes. Modernizar tecnologicamente a frota pesqueira e iniciar a participação no ramo da aqüicultura são exemplos do quanto perseguimos essa orientação estratégica. A Cavalo Marinho, por exemplo, cultiva 70% de tudo o que processa e comercializa. Nos-so objetivo é que esse percentual chegue a 85% nos próximos quatro anos.

Portuária - E a aquicultura, de que forma ela atua nos negócios da Leardini hoje em dia? Attilio - Iniciamos comercializando

A produção de mexilhões, como ostras e mariscos, é a nova

aposta da empresa e já está rendendo bons frutos

Atillio Leardini lembra que a cada ano que passa o consumo de

pescado cresce no Brasil

ENTREVISTA

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10 • Maio 2013 • Economia&Negócios

empreendedor algum pode fechar os seus olhos. Na área de pescados, não é diferente.

Portuária - Como estão e quais são as áreas de cultivo de mexilhão em Santa Catarina? Attilio - Até um ano atrás não

havia área de cultivo legalmente esta-belecida na maricultura brasileira. Não apenas em Santa Catarina, mas em todo o país. A realidade agora é ou-tra. Praticamente todos os cultivos de mexilhão do Estado estão com licença ambiental emitida ou em vias de libe-ração. Isso é um avanço sem prece-dentes para os nossos cultivadores de ostra, de marisco e de vieira. Mas, vol-to a afirmar: estamos só começando. Os equipamentos que o nosso grupo empresarial está se preparando para importar, processariam todo o maris-co do país em alguns meses. Ou seja, nossas fazendas marinhas de mexilhão têm de produzir mais. Muito mais. A nós, empreendedores de maior porte, cabe a sensibilidade de trazer conosco os cultivadores artesanais, integrá-los tecnologicamente, para que não parem pelo caminho, pioneiros que foram na atividade.

Portuária - Esse cultivo está facilitado ou ainda existe muito burocracia na liberação de áreas?Attilio - Ainda somos um país

institucionalmente lento. Mas seria injusto não admitir que, nos últimos anos, finalmente estamos assistindo o Governo Federal estabelecer uma polí-tica nacional para a pesca e a aqüicultu-ra. Há muito o que avançar? Sim. Mas o que se vê no final do túnel é deveras estimulante.

pescados nacionais, passamos à captu-ra, ao processamento, à exportação e à importação. Faltava-nos a última ativida-de para que nos tornássemos a primei-ra empresa brasileira do peixe a atuar verticalmente em todos os segmentos do negócio: a aqüicultura. Esse passo foi dado quando adquirimos o controle acionário da Cavalo Marinho, Criação e Processamento de Frutos do Mar. Com fazenda marinha e indústria localizadas em Palhoça, a empresa é a maior cul-tivadora e processadora de moluscos bivalves do país. E neste momento estamos nos preparando para dar um grande salto qualitativo e quantitativo. Com mecanização do cultivo e do pro-cessamento de mexilhão, o objetivo é substituir, nos próximos anos, a impor-tação de mexilhão pelo produto nacio-nal, e iniciar as exportações brasileiras da espécie. Uma iniciativa que trará a reboque toda a maricultura nacional.

Portuária - O segmento dos mexilhões, depois da aquisição da Cavalo Marinho, segue em alta?Attilio - A demanda por mexi-

lhões nunca foi tão elevada em nosso país. Entre outros fatores pelos proble-mas enfrentados ultimamente pelos cul-

tivadores do Chile, de quem importa-mos marisco. O país vizinho sofre com a escassez de sementes, normalmente captadas na própria natureza, fruto da desova espontânea. A produtividade despencou e os seus produtores estão atônitos. Independente disso, fato é que o Brasil se prepara para tornar-se auto-suficiente em produção de mexilhão.

Portuária - Com a maior produção de mexilhão é possível diminuir o preço deste tipo de pescado?Attilio - O negócio mexilhão se

assemelha a qualquer outra atividade produtiva no que tange aos benefícios esperados com a utilização de tecnolo-gia de ponta para produzir em escala. Ao lado da padronização do produ-to, melhor classificação, programação da colheita e fornecimento linear ao longo do ano, a diminuição do custo operacional e, por consequência, dos preços de venda ao consumidor é um dos pontos almejados. Mas essa precisa ser uma tendência para todo o merca-do do peixe e não apenas para o me-xilhão. Sem melhorar a produtividade e sem produzir volume, um setor não se sustentará na economia competitiva. Trata-se de uma exigência global a qual

A linha de produtos para crianças também se destaca no atual momento do Grupo Leardini

ENTREVISTA

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12 • Maio 2013 • Economia&Negócios

PORTOS DO BRASIL

Portonave apresenta novo serviço que vai estreitar as relações com o mercado asiático A Portonave terá um novo serviço para

a Ásia. O Terminal Portuário de Navegantes e o Porto de Santos (SP) serão os dois únicos portos brasileiros que receberão a nova linha do armador MSC. Denominado “Ipanema”, o serviço terá 11 navios e fará escalas semanais na Portonave.

O tráfego com a Ásia é o que mais cresce nas rotas marítimas que envolvem o Brasil. A nova escala será muito importante não só para o cresci-mento da movimentação de cargas na Portonave, mas também para a economia catarinense. Hoje,

a Ásia representa 43% das importações de Santa Catarina, em valores (dólares).

O primeiro navio deste novo serviço será o MSC Jenny, que sairá de Xangai (China) no dia 18 de maio e tem previsão de chegada em Navegantes, no dia 25 de maio. O novo serviço integra os portos da América do Sul - Buenos Ai-res (Argentina), Navegantes e Santos - aos portos da Ásia: Cingapura, Yantian, Chiwan, Hong Kong, Ningbo e Xangai. A Portonave soma 12 serviços semanais para atender aos clientes.

Hoje, a Ásia representa 43% das importações de Santa Catarina, em valores (dólares).

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PORTOS DO BRASIL

14 • Maio 2013 • Economia&Negócios

Porto Itapoá fecha parceria com a Asia Shipping

A diretoria e a equipe comercial do Porto Itapoá fe-charam contrato com um dos maiores agentes de cargas que atuam no Brasil, a Asia Shipping. A parceria foi firma-da no mês passado, e viabilizará um significativo aumento na movimentação de cargas do Porto Itapoá, visando uma maior interação e satisfação para todos os clientes envolvi-dos. Em conjunto, os dois empreendimentos irão entregar maior eficiência operacional e de processos, características já reconhecidas no mercado, tanto em relação ao Porto Itapoá, quanto à atuação da Asia Shipping.

DIVULGAÇÃO

No primeiro dia da Intermodal South America, que acon-teceu entre 2 e 4 de abril em São Paulo, o Terminal Portuário Santa Catarina (TESC) lançou seu novo site institucional. Com layout mais atraente e organizado, galerias de foto e gerenciador de conteúdo, o site é um dos primeiros portais responsivos do segmento portuário. Na prática, isso quer dizer que os usuários podem acessar o conteúdo de qualquer computador, tablet ou smartphone, pois o layout responsivo se adapta a todo tipo de resolução, de acordo com o aparelho que o usuário está utili-zando. Assim, aproveita-se o melhor que cada dispositivo tem a oferecer.

Além de maior facilidade no acesso, clientes e prestado-res de serviços podem conferir o line-up atualizado diariamente, consultar os contêineres, além de contar com informações sobre a tabela de preços do TESC e entrar no sistema de controle de acesso à área alfandegada. Também estarão disponíveis informa-ções institucionais, notícias sobre o TESC e o segmento portuá-rio. “Nossa intenção é interagir com todos os públicos que man-tém um relacionamento com o TESC, de forma eficaz e rápida, fornecendo informações precisas e atualizadas”, afirma o diretor administrativo e financeiro do TESC, Roberto Lunardelli. Acesse e confira: www.terminalsc.com.br

TESC lança site com layout responsivo

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16 • Maio 2013 • Economia&Negócios

PORTOS DO BRASIL

Áreas podem ser utilizadas no projeto de revitalização,

desenvolvimento e expansão

do porto paranaense

Arnaldo Alves

Paraná regulariza situação de duas novas áreas no Porto de Antonina

O Governo do Estado do Paraná, através da Administração dos Portos de Paranaguá e Antoni-

na (Appa), é oficialmente proprietário de duas áreas nobres no Porto de Antonina. Somando um total de quase 68 mil metros quadrados, os terrenos não constavam no inventário dos portos paranaenses. Apesar de estarem previstos no Plano de Zonea-mento e Desenvolvimento do Porto Orga-nizado (PDZPO), aprovado em 2012, os espaços passam de área de interesse para área efetiva de expansão e desenvolvimento do porto paranaense.

De acordo com a pesquisa feita pela Appa, nesse processo de regularização, as áreas (uma de quase 21 mil metros qua-drados e outra de 47 mil) eram do antigo Banestado e teriam sido compradas pela au-tarquia do Estado em 25 de junho de 1987. O valor pago, na época, foi o equivalente a

cerca de R$ 82 mil em valores atualizados.“Desde quando foi adquirida a área,

ninguém se preocupou com a documen-tação. Desde a época, o que se tinha era um simples contrato de compra e venda. Somente agora – de posse do registro e das matrículas no Cartório de Imóveis – é que se pode dizer que o Estado é dono da área”, afirma o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

Segundo o superintendente, desde 2011, uma das determinações do Gover-nador Beto Richa era a de que todas as si-tuações irregulares fossem regularizadas nos portos paranaenses. “Sem esse controle, fica difícil planejar o futuro e efetivamente desenvolver os portos do Paraná, como es-tamos fazendo há mais de dois anos. Estáva-mos fazendo um levantamento dessas áreas desde 2011. Agora, nos próximos dias, fi-cam prontas as matrículas”, completa.

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Economia&Negócios • Abril 2013 • 17

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18 • Maio 2013 • Economia&Negócios

PORTOS DO BRASIL

Os serviços federais anuentes do Complexo Portuá-rio do Itajaí passaram a operar 24 horas desde o dia 3 de maio. Com isso, os usuários do Porto Público

ou terminais instalados nas duas margens do Rio Itajaí-Açu já contam com os serviços de vigilância agropecuária – do Mi-nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) –, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Marinha do Brasil, Delegacia da Polícia Federal e Alfândega da Receita Fe-deral pelo período de 24 horas ininterruptas, independente de ser dia útil, final de semana ou feriados. A Autoridade Por-tuária continuará operando da mesma forma que opera há cerca de 10 anos, ou seja, no período de 24 horas, com aten-dimento às operações em regimes de plantão pelas gerências de Operações, Segurança Portuária e Guarda Portuária.

“Nossa expectativa é reduzir os custos logísticos em até 25%”, diz o ministro dos Portos, Leônidas Cristino. Para ele, a medida irá diminuir a burocracia e agilizar os proces-sos de liberação de carga e descarga dos navios. O objetivo deverá ser atingido com a diminuição do tempo de movi-mentação de mercadorias, tanto nas importações quanto nas exportações. “Independente de já operarmos 24 horas a

praticamente uma década, o atendimento que passará a ser realizado diuturnamente pelos órgãos intervenientes tende a agilizar nossas operações e adequar o Complexo Portuário ao modelo proposto pela Secretaria de Portos”, diz o supe-rintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior.

Cronograma De acordo com o cronograma apresentado pela Se-

cretaria de Portos, os portos de Paranaguá, Suape, Rio Gran-de, Itajaí e Fortaleza passaram a integrar o sistema no dia 3 de maio, enquanto os portos de Santos, Rio de Janeiro e Vitória operavam, desde fins de abril, no regime de 24 horas ininterruptas em caráter experimental. Eles aderiram definiti-vamente ao novo sistema no dia 6 de maio.

De acordo com a SEP, esses portos foram escolhidos, inicialmente, devido ao volume de carga e veículos que mo-vimentam. Os terminais já operam 24 horas por dia, explica o ministro, mas as equipes de fiscalização dos órgãos anuentes atuavam apenas em horário comercial, retardando o fluxo de cargas.

SEP implanta “Porto 24 horas” em Itajaí

Os serviços federais anuentes do Complexo Portuário do Itajaí passaram a operar 24 horas desde o dia 3 de maio

Ronaldo Silva Jr

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Economia&Negócios • Abril 2013 • 19

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20 • Maio 2013 • Economia&Negócios

A manobra experimental com o Mv Mehuin, com 306 metros de comprimento e 40 metros de largura (boca), foi um sucesso no dia 27 de abril, no Complexo Portuário do Itajaí. O navio, que manobrou em frente ao cais da APM Terminals Itajaí num sábado, às 11h30min, foi o maior a da história a operar no Rio Itajaí-Açu. Até então, os maiores na-vios a operar no porto eram cargueiros com 300 metros de comprimento e 45 metros de boca ou com 304 metros de comprimento e 40 de boca.

A manobra serviu para avaliar a possibilidade de rece-bimento de navios de contêineres de classe cada vez maior no complexo portuário. O superintendente da APM Termi-nals, Ricardo Arten, comemora o sucesso da operação. “O que nos mostra que o complexo está apto para receber na-vios ainda maiores e abre novas perspectivas de linhas para Itajaí”, observa.

PORTOS DO BRASIL

Navio de 306 metros manobra com sucesso em frente a APM Terminals Itajaí

A manobra serviu para avaliar a possibilidade de recebimento de

navios de contêineres de classe cada vez maior no complexo portuário

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Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC

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PORTOS DO BRASIL

Porto do Rio Grande já contabiliza embarque de mais de um milhão de

toneladas de soja para o exterior

O Porto do Rio Grande, por meio de seus terminais graneleiros, já escoou mais de um milhão de to-neladas de soja para o exterior. O grão produzi-

do no Rio Grande do Sul (RS) tem como destino principal a China. Este ano, a estimativa de safra para o Estado é de 13 milhões de toneladas da oleagionosa, sendo que pelo Porto devem ser embarcadas 9 milhões.

Cada navio parte, em média, com 63 mil toneladas do grão. Para o mês de maio, a previsão é de que o Porto receba mais 30 navios para o embarque da soja. De acor-do com o Superintendente do Porto do Rio Grande, Dir-ceu Lopes, a movimentação pelo porto oportuniza o me-lhor prêmio ao agricultor. “Estamos trabalhando para dar agilidade, segurança e tranquilidade no processo. O Porto do Rio Grande está altamente capacitado e preparado para receber esta safra recorde no Estado”, destacou.

A capacidade de recebimento no porto pelo modal

rodoviário é de 70 mil ton/dia (2 mil caminhões), pelo modal hidroviário é de 7 mil ton/dia (4 barcaças), e pelo modal ferro-viário é 21,5 mil ton/dia (430 vagões). Dessa forma, do volume de soja exportado pelo porto gaúcho, 30% é por ferrovia, 10% por hidrovia e 60% por rodovia.

A capacidade de carregamento no local é de 170 mil ton/dia. Já a capacidade total de recebimento de grãos fica em 98,5 mil ton/dia. Por isso, a capacidade de carregamento de navios supera em 1,75 vezes a capacidade de recebimento de soja no porto.

Economia&Negócios • Maio 2013 • 21

DIVULGAÇÃO

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22 • Maio 2013 • Economia&Negócios

Com investimentos na casa dos R$ 70 milhões para se-rem injetados na economia

catarinense entre 2011 e 2014, o Pro-grama Nova Economia@SC veio para sacudir a atividade econômica em Santa Catarina. O programa promove ações de capacitação e diagnóstico em em-presas e nos setores econômicos, além de acompanhamento individual por agentes especializados do Sebrae/SC. A intenção básica do Nova Economia@SC é fomentar os negócios e estimular a abertura de novos mercados. Ao todo, são quatro programas e 19 projetos que gerarão no mínimo 50 mil novos empregos nos próximos cinco anos.

O diretor superintendente do Se-brae/SC, Carlos Guilherme Zigelli, afir-ma que o programa tem transformado a economia do Estado e impulsionado os pequenos negócios. “São mais de

R$ 70 milhões injetados em projetos fundamentais para o fortalecimento de polos industriais e na inovação das em-presas de pequeno porte, sempre com foco na preservação ambiental e no au-mento da produtividade”, destaca.

O Sebrae catarinense é parcei-ro do Programa Nova Economia em diferentes frentes, como no Juro Zero (para empreendedores individuais); no Economia Verde (para estímulo a em-preendimentos que trabalhem com resíduos sólidos) e Economia Verde e Solidária (para associações e coopera-tivas de baixa renda); nos Polos Indus-triais (para micro e pequenas empresas de polos setoriais da indústria); Sinapse da Inovação e Startup SC (para o estí-mulo à ideias inovadoras); e Desenvol-vimento de Território (para o estímulo ao desenvolvimento em áreas de baixa densidade empresarial).

Programa Nova Economia@SC impulsiona o

desenvolvimento e a competitividade do Estado

ECONÔMICO

O Secretário de Estado Paulo Bornhausen tem viajado por toda Santa Catarina para divulgar o programa

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Economia&Negócios • Maio 2013 • 23

E SUSTENTÁVELMichele Nunes

Também são parceiros do go-verno nesta iniciativa, o Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e associações do setor de tecnologia.

Realizado em todo o Estado, o evento denominado “A Nova Eco-nomia Catarinense, a BMW e Você”, passou por Itajaí no dia 11 de abril. Na ocasião, o secretário de Desenvolvi-mento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen, o Paulinho, lembrou que o programa é o início de uma virada na economia de Santa Catarina, apoiando quem precisa de apoio e semeando o crescimento do Estado. Os investi-mentos totalizam R$ 70 milhões, sen-do R$ 50 milhões do Governo do Es-tado e R$ 20 milhões do Sebrae/SC. “As empresas terão apoio em todos os momentos, para que possam real-mente fazer os seus negócios progre-

direm”, afirma Paulinho Bornhausen.O prefeito de Itajaí, Jandir Bellini,

destaca a importância da capacitação empresarial pelo programa. “Somos trabalhadores, empreendedores, mas geralmente esbarramos na burocracia. O programa será muito importante para a economia de Santa Catarina, pois vai alavancar novos negócios e fortalecer os pequenos empresários”, disse Jandir.

Enquanto isso, Paulinho Bor-nhausen ressalta que o programa Nova Economia@SC é baseado na meritocracia e na eficiência, que jun-tas farão todos crescerem – empresas, empresários e trabalhadores. “A meta que as empresas devem perseguir em contrapartida ao investimento do governo e do Sebrae/SC é crescer o dobro da média do país”, avisa Pauli-nho.

Carlos Guilherme

Zigelli participa de mais uma das palestras do Programa

Nova Economia catarinense

DIVULGAÇÃO

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24 • Maio 2013 • Economia&Negócios

Nascida durante a segunda Guerra Mundial e chegando a maioridade com a globaliza-

ção, a partir dos anos 80, a logística é vital para indústrias, empresas, comércio

e população em geral. De você na sua casa ao chão da fábrica, passando por governos e chegando à rotina de todos os municípios brasileiros, a logística tem um conceito amplo e inúmeras opções

Divulgação

Para alcançar objetivo de concentrar os quatro principais modais de transporte logístico, autoridades e empresários de Itajaí e Navegantes terão que brigar com unhas e dentes pela Ferrovia do Frango, que ligará o Oeste ao Leste catarinense

SÓ FALTAM OS TRILHOS

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Economia&Negócios • Maio 2013 • 25

de atuação, visto que praticamente toda a ati-vidade comercial e de negócios depende dela. Sorte de Itajaí e Navegantes, bem como de Santa Catarina, que possuem diferentes mo-dais logísticos que garantem a competitividade da região perante o mercado, especialmente o voltado ao comércio internacional.

O presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima de Santa Catarina (Sin-dasc), Eclésio da Silva, afirma que a logística existente na região de Itajaí é boa para Santa Catarina e para o Brasil, pois além da locali-zação estratégica, agilidade e grande oferta de navios, encontram-se dezenas de companhias com foco em logística e operações portuárias e de comércio exterior. Isso, avalia, difere a região de outros polos econômicos do país. “Hoje mesmo (dia 11 de abril), eu conversa-va com um empresário do ramo da saúde que transferiu todas as suas operações do Porto de Santos para Itajaí”, conta Eclésio, que também é diretor comercial da Multilog e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Itajaí (ACII).

Com 90% de seu comércio realizado por portos, a participação do Brasil nos fluxos econômicos mundiais depende, em grande medida, de sua infraestrutura e logística. Para manter-se competitivo, o setor portuário bra-sileiro, tal qual o catarinense, tem como desafio o aumento de sua eficiência, a redução dos cus-tos operacionais e o gerenciamento ambiental responsável. O aumento da eficiência passa di-retamente pela adoção de novos modais logís-ticos, como as ferrovias que barateariam o frete e incentivariam os investimentos das empresas em equipamentos e pessoas.

REGIÃO INTERMODAL

“Com a Ferrovia do Frango chegando a Itajaí, eu afirmo que isso vai completar a nossa cadeia logística, proporcionando um desenvolvimen-to ímpar para a região. Com a am-pliação da bacia de evolução, nós te-mos o modal marítimo. A ampliação do Aeroporto de Navegantes, que também é uma prioridade, nós dá o modal aéreo. E aí, com a ferrovia se somando aos modais rodoviários de duas rodovias federais, no caso a BR-101 e BR-470, teremos num entron-camento urbano os quatro principais modais do transporte”, enumera Ec-lésio.

O diretor-superintendente da APM Terminals Itajaí, Ricardo Arten, entende que a região tem uma óti-ma produtividade em logística, com empresas confiáveis e enorme quan-tidade de prestadores de serviço. En-tretanto, alerta Arten, é preciso não se esquecer da infraestrutura de es-tradas, de se criar opções ferroviárias, de manter constantemente atualiza-dos os próprios terminais e ampliar o Aeroporto de Navegantes. Esses são fatores preponderantes para al-çar cada vez mais o setor logístico na região.

“É preciso reiniciar a construção da Via Expressa Portuária, que será essencial para a logística dos terminais, agilizar a duplicação da BR-470, brigar para que a Ferrovia do Frango termi-ne em Itajaí e melhorar as condições de navegação no Rio Itajaí-Açu, esse último algo que já vem sendo feito. Assim, creio, estaremos dando pas-sos para alcançar a excelência logística em diferentes modais de transporte”, destaca o executivo.

Não bastasse a posição geográ-fica privilegiada, a região também tem outros atrativos para a cadeia logísti-ca, como, por exemplo, uma ampla retro área, composta por inúmeros armazéns gerais e espaços alfandega-

No dia 6 de maio, o governo lançou

o edital para contratação do

projeto da ferrovia.

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26 • Maio 2013 • Economia&Negócios

dos de zona secundária (Redex e Porto Seco), além de contar com o Terminal de Logística de Carga (Teca) do Ae-roporto Internacional de Navegantes. “A região está contemplada com as maiores empresas, os melhores pro-fissionais e toda uma estrutura logística que faz a diferença para o empresário, armador, fornecedor e cliente”, expõe Onézio Gonçalves Filho, secretário de Desenvolvimento Econômico de Itajaí.

Antônio Carlos Carmona, secre-tário de Desenvolvimento Econômico de Navegantes, revela que sua pasta tem recebido sondagens de empresas interessadas em instalar-se na cidade atraídas - sobretudo - pelas facilidades de transporte e qualidade de logística. “Eles buscam muito mais a nossa cadeia logística do que os incentivos fiscais, isso pela concentração dos modais de transporte”, ressalta, dizendo que hoje 23 empresas de logística estão insta-ladas na cidade, enquanto muitas ou-tras prospectam enormes terrenos às margens da BR-470, tudo para tirarem uma casquinha do comércio exterior que passa pelo município.

Terrenos. Mercado. Formação de profissionais O entretítulo acima indica o

REGIÃO INTERMODAL

triunvirato do setor logístico na região. Os terrenos sobram em Itajaí e Nave-gantes; o mercado de transporte e ar-mazenagem de cargas está aquecido nos dois municípios; enquanto a formação de profissionais de logística e comércio exterior é realidade na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), formando bacha-réis, e no Senai, onde acontecem cursos técnicos profissionalizantes.

O consultor imobiliário Hans Har-dt, proprietário de uma empresa que

Galpões de logística se espalham pelas rodovias federais do entorno de Itajaí e Navegantes

Plataforma didática de logística do

Senai de Itajaí

IvONEI FAZZIONI

“Comprar um terreno, construir um galpão e

alugar para empresas é um excelente negócio, já que além dos portos, grandes

companhias estão se instalando na região

e todas precisam trabalhar com logística”

Hans Hardt, consultor imobiliário

Leonardo Thomé

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Economia&Negócios • Maio 2013 • 27

REGIÃO INTERMODAL

presta consultoria para construção de galpões logísticos e prospecta terrenos para o mesmo fim, conta que a oferta de espaços para a atividade é grande, porém, muitos dos terrenos já estão nas mãos de investidores, que sabem da garantia do lucro ao adquirir uma área de terra com fins logísticos.

“Comprar um terreno, construir um galpão e alugar para empresas é um excelente negócio, já que além dos portos, grandes companhias estão se instalando na região e todas precisam trabalhar com logística”, observa Hans, dizendo que os terrenos mais valori-zados situam-se nos eixos rodoviários, casos da BR-101, BR-470 e áreas pró-ximas. “O preço do metro quadrado está entre R$ 11 e R$ 15”, pontua.

Hans negocia terrenos com me-tragem superior a 20 mil m². Segundo ele, existem algumas exigências para se construir galpões específicos para o trabalho de logística, como, por exem-plo, a ausência de colunas, o pé direito da construção mais alto, capacidade de peso reforçada, área administrativa separada do galpão, iluminação e ven-tilação natural.

“Se não tiver uma dessas carac-terísticas, o terreno pode valer menos ou demorar bastante tempo para ser alugado”, explica, lembrando que,

O preço do metro quadrado dos

galpões logísticos em Itajaí e

Navegantes gira entre R$ 11 e

R$ 15

concedidas as licenças ambientais e al-varás de funcionamento, a construção de um galpão leva de seis meses a um ano. “Muitas vezes as licenças e alvarás demoram mais do que isso”, reclama Hans.

Mas quem adquire e constrói ter-renos voltados para logística? Hans re-vela que pessoas de todos os segmentos

Leonardo Thomé

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28 • Maio 2013 • Economia&Negócios

REGIÃO INTERMODAL

profissionais envolvem-se na atividade, desde profissionais liberais até em-presários e investidores. O negócio é frutífero, ele garante. “Você vai investir no terreno e no galpão, mas ao alugar você não precisa de gestão no negócio, e os preços de aluguel para esse fim va-lorizam bastante”, argumenta Hans. O consultor diz que a maioria dos galpões é para aluguel, que são locados por empresas de logística, transportadores e indústrias que buscam centros de dis-tribuição.

A oferta e procura de terrenos é indicativo de mercado aquecido. Como aquecida está a procura pela formação na área, seja em curso superior ou técni-co. O Técnico em Logística é oferecido pelo Senai em Itajaí, enquanto a Univali dispõe de cursos e especializações em Comércio Exterior e Logística.

Geferson Luiz dos Santos, dire-tor do Senai na cidade, afirma que o curso de logística atua com ações de educação profissional e de serviços de consultoria em quatro plataformas tec-nológicas de suprimentos (dimensiona-

Geferson Luiz dos Santos, diretor do Senai em Itajaí, é o primeiro da esquerda para a

direita

mento, planejamento, controle de esto-ques, movimentação e armazenagem); produção (manufatura enxuta e kanban, planejamento integrado da produção); distribuição (modelagem, estudos de soluções) e logística sustentável (logística reversa, combustíveis alternativos, porto sem papel, lean office e lean manufactu-ring, horários e roteiros alternativos). “A procura pelo curso é cada vez maior”, resume.

Números que preocupamApesar do cenário favorável em

Itajaí e Navegantes, com perspectivas de significativas melhoras no segmen-to logístico, ainda existem gargalos que comprometem os negócios na área. A burocracia é um deles, aponta o em-presário Eclésio da Silva. Burocracia que

Com a Ferrovia do Frango chegando até Itajaí o tráfego de caminhões na cidade diminuiria consideravelmente

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Leonardo Thomé

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Economia&Negócios • Maio 2013 • 29

REGIÃO INTERMODAL

acaba por atrasar projetos essenciais como o da própria Ferrovia do Frango, reivindicação antiga de catarinenses do Oeste e do Leste. Para exemplificar essa realidade, basta analisar algumas pesquisas feitas para destrinchar a logística nacional.

De acordo com o estudo Custos Logísticos no Bra-sil, realizado pela Fundação Dom Cabral e divulgado em outubro de 2012, o custo logístico compromete 13,1% da receita das empresas brasileiras. O levantamento foi feito com 126 empresas de diversos setores, sendo que

É pelos trilhos que passa o futuro de Santa Catarina e, especialmente, de Itajaí e Navegantes

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REGIÃO INTERMODAL

elas representam 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacio-nal. O estudo também aponta que o custo logístico do Brasil é de 12% do PIB, enquanto essa relação é de 8% do PIB nos Estados Unidos. Se a logística brasileira tivesse o mesmo desempenho da americana, o País teria uma economia de R$

83,2 bilhões ao ano.O transporte de longa

distância é o que mais tem contribuído para o custo lo-gístico brasileiro. Esse item é responsável, segundo as empresas, por 38% do gas-to, seguido da armazenagem (18%) e da distribuição urba-na (16%). Entre as principais razões apontadas pelas em-presas para o aumento do custo logístico no Brasil, es-tão estradas em má condição (54,5%), burocracia gover-namental (51,2%), restrição

de carga e descarga nos grandes centros urbanos (49,6%) e falta de concorrência de modais (48,3%).

Qual seria a solução para esse gargalo? Para reduzir o custo logístico, 70,7% das empresas consultadas apontou a “melhor gestão das rodovias com integração multimodal”

como solução. Para Eclésio da Silva, a ferrovia como alterna-tiva de transporte deixaria a rodovia pressionada pelo frete ferroviário mais baixo, o que aumentaria a concorrência e, consequentemente, reduziria os valores. “É essencial escoar-mos a nossa produção sobre os trilhos”.

Mudanças na logística portuária nacional A economia brasileira andará cada vez mais sobre tri-

lhos. Pelo menos é o que prevê o Ministério dos Transportes em um cenário de equilíbrio da matriz brasileira de transporte de cargas em 2025. De acordo com o Plano Nacional de Lo-gística de Transporte (PNLT) do ministério, a participação do transporte ferroviário na matriz passará dos atuais 25% para 35%, a do transporte aquaviário aumentará de 13% para 29%, e a do rodoviário cairá de 58% para 30%.

Mas essa mudança depende de muito investimento. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplica-da (Ipea), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) investirá R$ 54,72 bilhões em logística. O programa destina ainda R$ 300 milhões para a ampliação de ferrovias, elimina-ção de gargalos, como contorno de cidades e passagens de nível, e estudos de viabilidade.

Paulo Bornhausen, o Paulinho, secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Sustentável, está do lado de Itajaí na questão do trajeto férreo da estrada de ferro. “Pre-

A BR-101 já está duplicada há mais de uma década; em seguida duas pistas será pouco

“A ferrovia como alternativa de transporte

deixaria a rodovia pressionada pelo frete ferroviário mais baixo,

o que aumentaria a concorrência e,

consequentemente, reduziria os valores”

Eclésio da Silva

Leonardo Thomé

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REGIÃO INTERMODAL

cisamos ter um documento único, assinado por todos os envolvidos, inclusive o Governo do Es-tado, expondo que queremos a ferrovia Chape-có/Itajaí, independente de onde seu traçado irá passar”, observa Paulinho.

Polo Logístico de SaúdeO Polo Logístico de Saúde foi lançado

em 2010 e teve ênfase no aspecto logístico, com distribuição de medicamentos. Hoje, Itajaí é um centro logístico para importação e distri-buição de medicamentos por laboratórios far-macêuticos, empresas de diagnóstico, indústria médico-hospitalar, importadores e distribuidores

Paulo Bornhausen está do lado de Itajaí na questão do trajeto férreo da estrada de ferro.

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32 • Maio 2013 • Economia&Negócios

de remédios, indústria de alimentos e suplementos alimentares. O objetivo é incentivar a produção de medicamen-tos, equipamentos e próteses, já que a indústria nacional de produtos da saú-de é quase integralmente dependente de importações. O Polo Logístico de Saúde de Itajaí já conta com 22 em-presas e tem previsão de faturamento na casa dos R$ 3 bilhões para 2013.

O complexo, na Rodovia An-tônio Heil, no bairro Itaipava, na zona rural do município, junto à empresa Multilog, foi implantado pela Luft Lo-gistics - condomínio empresarial do grupo italiano Bomi - em parceria com o Porto Seco Multilog.

Em que pé estão...Ferrovia do FrangoA estrada de ferro essencial para

a economia da região parece que vai sair do papel, pelo menos é o que ga-rante o Governo do Estado. No dia 6 de maio, o governo lançou o edital para contratação do projeto da ferro-via. A execução da obra terá um pra-zo de oito meses para ser concluída. Atualmente, Santa Catarina exporta cerca de 2 bilhões de dólares somente no setor de avicultura. O projeto vai definir o traçado, o custo e o modelo de contratação, que ficará em aberto. Existe a possibilidade de ser executado pelo Estado, pela União ou também poderá ser uma Parceria Público-Priva-da (PPP). A ideia é aproveitar a estru-tura do Batalhão Ferroviário, instalado em Santa Catarina, que tem condições de executar a obra.

Nova bacia de evolução Os estudos para a nova bacia de

evolução do Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu já foram concluídos. A Autoridade Portuária fez o novo layout do Porto de Itajaí para conseguir rece-ber navios de até 366 metros de com-primento por 51 de boca, até 2015 ou

REGIÃO INTERMODAL

Com a nova bacia de evolução, os navios serão maiores e estarão mais carregados

A nova bacia de evolução vai beneficiar tanto Itajaí como Navegantes

Ronaldo Silva JrD

ivulgação

Page 33: Revista Portuária - Maio 2013

2016. Antes, pelo menos até julho de 2014, o Complexo Portuário espera estar realizando manobras de navios com 335 metros de comprimento e 45 de boca. Todo projeto está estima-do em R$ 300 milhões. Atualmente a configuração limite de manobras que a bacia de evolução permite é de navios de 300 metros de comprimento por 48 de boca, sendo que em 27 de abril, ex-perimentalmente, o navio Mv Mehuin, com 306 metros de comprimento e 40 metros de boca, manobrou no canal.

Duplicação da BR-470Antigo desejo de empresários e

moradores do Litoral Norte, a duplica-

REGIÃO INTERMODAL

Licenças ambientais e desapropriações emperram a tão

sonhada duplicação da BR-470

Economia&Negócios • Maio 2013 • 33

Leonardo Thomé

Page 34: Revista Portuária - Maio 2013

ção dos quatro primeiros lotes da BR 470, de Navegantes a Indaial, totali-zando 74 quilômetros, deve ser con-tratada até o fim deste mês de maio. O cronograma foi acertado entre o Fórum Parlamentar Catarinense e o Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. A duplicação deste trecho da BR 470 foi dividida em quatro lotes, para agilizar a execução da obra: Lote 1 (Navegantes/BR 101 – Luis Alves/di-visa Indaial), Lote 2 (Ilhota – Gaspar), Lote 3 (Gaspar – Blumenau) e Lote 4 (Blumenau – Indaial). Apenas o lote 4 já encontrou empresa interessada na obra. A duplicação dos trechos contará com um investimento de R$ 1,7 bilhão do governo federal.

Via Expressa Portuária de ItajaíCom as obras paradas desde

julho de 2012, a Via Expressa Portuá-ria de Itajaí só deve ser concluída em

2014, num cenário bastante otimista. A previsão é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que prevê a publicação de edital para conclusão da segunda fase da emprei-tada, com construção de um viaduto, para os próximos meses. A licitação da terceira etapa da obra, que ligará o ele-vado ao porto, ficará para o segundo se-mestre. O grande impasse da obra são dezenas de desapropriações pendentes. Os recursos para desapropriação são do DNIT e somam R$ 12 milhões. A obra da Via Expressa, segundo a Fiesc, é prio-ritária para garantir o fôlego econômico e a competitividade da região.

Ampliação do Aeroporto Internacional de NavegantesO terminal de passageiros do

Aeroporto Internacional de Navegan-tes vem passando por um processo de adequação e revitalização iniciado em

34 • Maio 2013 • Economia&Negócios

O Terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de

Navegantes vem passando por um processo de adequação e

revitalização iniciado em 2012 e com previsão para término em 2014

2012 e com previsão para término em 2014. O plano diretor do aeroporto prevê uma pista de pouso e decolagem na sua implantação final com uma ex-tensão total de 2.600 metros de com-primento por 45 de largura. O plano diretor encontra-se em fase de apro-vação na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), podendo sofrer altera-ções dos órgãos reguladores (ANAC/COMAER). A capacidade do futuro terminal de passageiros está prevista, na primeira fase, para atendimento a 5 milhões de passageiros/ano. Sem contar os valores das desapropriações, as obras custarão cerca de R$ 25 mi-lhões.

REGIÃO INTERMODAL

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Economia&Negócios • Maio 2013 • 35

Conhecedor da realidade por-tuária internacional e dos ne-gócios envolvendo a área, o

engenheiro naval Ricardo Arten passou toda a carreira profissional envolvido com portos, operações de logística e comércio internacional. Hoje com 40 anos, sendo que 19 deles dedicados aos segmentos citados acima, esse paulistano habituado à balbúrdia e agi-tação do eixo Rio-São Paulo se encan-tou pelas belezas e tranquilidade do Litoral Norte de Santa Catarina. Nem foi preciso muito tempo para isso. Na verdade, pouco mais de um ano se passou desde que Arten deixou o centro do país para se estabelecer em Itajaí, assumindo a superintendência da APM Terminals em março de 2012.

Com operações portuárias es-palhadas por terminais no mundo in-teiro, a APM é arrendatária dos berços 1 e 2 do Porto de Itajaí desde 2006,

A FRENTE DE UM

Ricardo Arten: experiência e capacidade a

serviço da APM de Itajaí

GIGANTE

Ricardo Arten, com o rio ao fundo, trocou a agitação do centro do país pela

tranquilidade do Litoral Norte catarinense

PERFILD

ivulgação

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36 • Maio 2013 • Economia&Negócios

transformando a parceria num case de su-cesso que serve de exemplo para outros terminais Brasil afora, pois nos últimos sete anos a confiança dos grandes armadores e do mercado só cresce em relação ao Terminal. Nesse contexto de afirmações e mudanças que Arten, desde 2012, encon-trou desafios na medida certa para um ges-tor obstinado por bons resultados, compe-tência e eficiência em operações portuárias e tudo o que envolve a atividade – desde a origem até o destino.

Em uma tarde chuvosa de março, começo de outono, Arten, que também é formado em Administração de Empresas, concedeu entrevista exclusiva para a Revis-ta Portuária. Na conversa de 40 minutos, além de contar um pouco sua história, suas perspectivas e anseios para o futuro a fren-te da APM Terminals, ele falou sobre os planos da empresa em arrendar mais dois

terminais no porto itajaiense, dos estudos para a implantação de uma nova bacia de evolução para o Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu, da importância da Ferrovia da Integração para a região e dos princi-pais diferenciais competitivos do complexo portuário em relação aos demais portos brasileiros.

O começoAntes da APM, Ricardo Arten traba-

lhou em apenas uma companhia: a Libra Terminais, que opera nos portos de Santos e Rio de Janeiro. O executivo entrou na empresa em 1994, recém-saído dos ban-cos acadêmicos. A Libra lhe proporcionou uma experiência engrandecedora, como ele afirma.

“Parece que não foi uma única em-presa, parece que foram vários locais que eu trabalhei, porque o Grupo Libra não

PERFIL

atua apenas na operação portuá-ria, mas também de logística, de áreas alfandegadas, de navega-ção”, disse, acrescentando que em Santos trabalhou na parte de controladoria, no operacional e comercial. “Só faltou TI (Tec-nologia da Informação)”, brinca Arten.

Santos para Campinas e de lá para o RioEm 1996, um dos braços

da Libra Terminais, a Libra Port Campinas - porto seco com bas-tante carga alfandegada do Aero-porto de Viracopos – requisitou o trabalho do executivo. Ele foi do litoral para o interior paulista e assumiu o cargo de diretor-presidente da Libra Port. Foram três anos em que esteve relativa-mente afastado da área portuá-ria, até que, em 1999, o retorno como diretor geral no Terminal da Libra no Rio de Janeiro. Uma época de crescimento profissio-nal na cidade maravilhosa.

“Desenvolvemos vários projetos, não só no dia a dia, mas também de expansão do Porto do Rio de Janeiro. Um exemplo é o projeto em que co-locamos o Rio de volta na rota dos grandes armadores, já que a cidade tinha sido deixada de lado naquele momento. Nós conse-guimos um trabalho fantástico junto a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) para expandirmos a atividade nos ter-minais. Foi muito gratificante”, lembra Arten.

APM é a bola da vezDepois da farta experi-

ência adquirida na Libra, veio o

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Antes da APM, Ricardo Arten trabalhou em apenas uma companhia, que foi a Libra Terminais

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Rua: Gil Stein Ferreira, 100 | 7º andar | sala 703 | Itajaí | SC | Fone: 55 47 3344.5852 | Fax: 55 47 3349.8701

convite para ser diretor superin-tendente da APM Terminals no Brasil. Do Sudeste para o Sul, a grande missão era, além de buscar novas oportunidades de negócios para o Grupo no Brasil, aumentar o nível das operações nos dois berços arrendados pela companhia no Porto de Itajaí.

E Arten, com a ajuda de uma qualificada equipe de cola-boradores, ele destaca, afirma estar conseguindo o objetivo. Em Itajaí, atualmente, a APM movi-menta em média 70 contêineres por hora. “Alguns navios a gente faz abaixo, outros faz acima. O nosso recorde é 106 contêine-res por hora e, ano passado, au-mentamos cerca de 67% a nossa produtividade”, expõe.

Para uma mudança tão expressiva de patamares, Arten considera que pequenas altera-ções de processos foram fun-damentais. Uma delas, segundo ele, fazer carga e descarga simul-taneamente nas embarcações. O executivo revela que até pouco tempo esse processo era feito separadamente, o que atrasava as operações.

“A gente chama de via-gem casada. Durante o tempo

Economia&Negócios • Maio 2013 • 37

PERFIL

que levaríamos para buscar outro contêi-ner no chão, por exemplo, o operador já estará voltando com um contêiner de des-carga. Assim, obviamente, ganhamos em produtividade”, exalta, destacando ainda as inovações e modernidades da tecnologia como fatores que ajudam na melhora de rendimento das atividades nos terminais.

DiferençasEm Itajaí, observa Arten, não é a

cidade que tem o Porto, mas o Porto que tem a cidade. Ele entende que essa seja a maior diferença entre o Porto de Itajaí e os

de Santos e Rio de Janeiro. Dessa forma, avalia, a responsabilidade de uma empresa como a APM perante a sociedade é gigan-tesca, uma vez que todos no município estão de olho no Terminal e no que se desenrola por lá. O executivo exemplifica dizendo que em qualquer porto brasileiro perder um serviço é apenas perder um serviço.

A mesma perda, em Itajaí, pode tra-zer péssimas consequências para a cidade, que possui certa dependência da atividade portuária na economia e em diferentes segmentos da sociedade. “Temos os trans-

Arten se orgulha de ter feito a produtividade na APMT subir mês após mês

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Page 38: Revista Portuária - Maio 2013

portadores, a própria mão de obra avulsa, os despachantes, toda uma logística que fica atrás do Porto e que depende dele”, comenta, para dizer que quando a APM e o Porto vão bem, o município igualmente segue uma toada ascendente que se manifesta na elevada competitividade dos terminais, empresas de logística e o restante da cadeia.

A Ferrovia do FrangoAtualmente, um dos principais entraves para o Com-

plexo Portuário do Itajaí é a acessibilidade aos terminais. Seja ela marítima ou rodoviária ou ferroviária. Para Arten, a Fer-rovia da Integração ou Ferrovia do Frango, deve ser deno-minada de Ferrovia Chapecó/Itajaí. O gestor aponta que a decisão mais acertada que o Governo do Estado pode tomar é confirmar a chegada da estrada de ferro em Itajaí, o que daria um salto na logística local e faria as empresas crescerem em eficiência e produtividade, além de reduzir custos e bara-tear o serviço.

“A ferrovia chegando ao Porto de Itajaí fará com que as empresas tenham um ganho pela redução de custos no frete. Por outro lado, a cidade também vai ganhar porque acaba retirando do contexto urbano toda essa quantidade de caminhões que aqui existe. Enfim, a economia ganha como um todo”, analisa Arten, que possui um MBA Executivo pela Fundação Dom Cabral.

Ele vai além e lembra que a atual fase “verde” de sus-tentabilidade nos negócios e no cotidiano vem a calhar com a ferrovia, pois, justifica, esse é o meio de transporte mais limpo que se tem no Brasil em termos de gases poluentes. Não bastasse isso, reforça, a região tem uma logística de armazéns refrigerados e frigorificados muito forte. “O melhor lugar para se passar essa ferrovia ligando o interior do estado a algum porto, sem dúvida nenhuma é até Itajaí”, pontua.

A bacia de evolução“Eu gostaria de dividir esse assunto em duas fases: a

primeira é a atual, que estamos vivendo e sobrevivendo; a segunda fase é desenhar a Itajaí do futuro”. A primeira fase a que Arten se refere já passou. Foi a dos estudos necessários para que a Capitania dos Portos tivesse embasamentos teó-ricos para mudar os parâmetros da entrada e saída de em-barcações do complexo. Em 2012, a APM, a Portonave e o Porto de Itajaí realizaram um estudo chamado Itajaí Max, que considerava as configurações do canal de acesso, da bacia de evolução e do molhe norte para definir qual era o maior na-vio – em termos de comprimento e de largura – que poderia adentrar no Rio Itajaí-Açu.

A empresa contratada para realizar os estudos foi a holandesa Arcadis, companhia de renome internacional que presta serviços para a Marinha norte-americana e para a Ma-

38 • Maio 2013 • Economia&Negócios

A exportação e importação. Tudo passa pelos berços operados pela APMT em Itajaí

Ronaldo Silva Jr

PERFIL

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Economia&Negócios • Maio 2013 • 39

ersk. “A Arcadis fez algumas modela-gens considerando fluxo, maré, vento, corrente, layout do rio, as curvas, en-fim, tudo”, revela Arten.

O estudo considerou basica-mente três modelos de navio: um com dimensões de 300 de comprimento por 45 de boca, um com dimensões de 300 de comprimento por 48 de boca e outro de 318 de comprimen-to por 40 de boca. Em cima dos três navios foram feitas diversas simulações de entrada, rotação e saída das embar-cações. Na teoria, se constatou que o Porto oferecia condições de segurança para a realização de manobras de qual-quer um dos três modelos testados. Mais um passo havia sido dado.

Depois das teorias, iniciou-se a fase das simulações. A APM e seus parceiros no complexo enviaram duas

turmas de práticos para a Holanda, na empresa Marin, que também faz simu-lações. Os práticos começaram a fazer o simulado com os três modelos de na-vios. Arten conta que eles perceberam que o negócio não era tão difícil assim, pois o navio entrava, girava e saía de maneira segura, sem problemas e res-

peitando os parâmetros colocados. “Chamamos a DHN (Direto-

ria de Hidrografia e Navegação), da Marinha, para atestar que o simulador funcionava da forma correta, que o trei-namento foi feito da forma correta, que os práticos que ali estavam eram expe-

rientes, que o instrutor daquela empre-sa era experiente. Enfim, mostramos que poderíamos aumentar sem perder segurança”, observa.

Depois da teoria e do simulador, faltava à operação prática sob as intem-péries do rio e da natureza. Então, o de-legado dos portos decidiu usar o meio

termo de forma escalonada. “O primei-ro a entrar foi um navio de 300 por 45 e depois fomos escalonando até chegar aos 48 de boca. Fizemos isso envolven-do também os rebocadores. Realiza-mos a operação sete, oito vezes... até que em março de 2013 foi aprovada a manobra de um navio com 300 metros de comprimento por 48 de boca. Em abril, entrou um de 306m. Todos foram um sucesso”, comemora Arten.

Mas essa é a bacia de evolução atual. Na opinião de Arten, para Itajaí permanecer na rota dos grandes arma-dores pelos próximos anos, o desafio por ora é outro, muito mais ambicioso e ousado. O executivo explica que ago-ra será feito o novo layout do Porto de Itajaí para conseguir receber navios de até 366 metros de comprimento por 52 de boca.

As discussões acerca da nova bacia de evolução passam pela APM, Portonave e Porto Público

“A FERROvIA CHEGANDO AO PORTO DE ITAJAÍ FARÁ COM QUE AS EMPRESAS TENHAM UM GANHO PELA REDUÇÃO DE CUSTOS NO FRETE.”

Divulgação

PERFIL

Page 40: Revista Portuária - Maio 2013

“O novo projeto foi encomen-dado para a Arcadis, que fez o estudo de fluxo e simulações. Eles determi-naram três mudanças fundamentais: alargamento do canal interno, realinha-mento do molhe norte e uma nova ba-cia de evolução. A captação de valores se deu através de recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), com o Governo do Estado de Santa Catarina alocando cerca de R$ 120 milhões para serem colocados na bacia de evolução”, conta.

Todo o projeto, incluindo o alar-gamento do canal interno e o realinha-mento do molhe norte, está estimado em R$ 300 milhões. Os R$ 180 mi-lhões restantes precisarão vir do Go-verno Federal, talvez através do PAC (Programa de Aceleração do Cresci-mento). “Vamos ter que convencer o Governo Federal de que Itajaí é e con-tinuará sendo um porto extremamente produtivo, atraente para o mercado. Enfim, tudo para alocar esses R$ 180 milhões para esse ano ou o próximo”, relata o executivo.

Arten lembra que o processo tende a ser um tanto complicado, uma vez que será preciso conseguir licenças ambientais e realizar algumas desapro-priações de moradores na margem es-querda do rio, em Navegantes. Mes-mo assim, a expectativa é de que até outubro de 2013 o projeto executivo da nova bacia de evolução esteja pron-to, com as licenças ambientais conce-didas e as desapropriações realizadas, sob pena de a Autoridade Portuária perder a disponibilidade dos R$ 120 milhões.

“É um projeto extremamente importante para a economia das duas cidades, Itajai e Navegantes, e de toda

a região. A nossa expectativa é de que, expedidas as licenças ambientais e feitas as desapropriações, a gente possa iniciar os trabalhos a partir de outubro deste ano para finalizar até outubro de 2014. Esse é o nosso tempo para a nova ba-cia de evolução, sendo que em outu-bro de 2014 esperamos estar fazendo manobras de navios com 335 metros de comprimento e 45 de boca”, revela Arten.

O alargamento e realinhamento do molhe viriam na sequência. Sendo assim, a aspiração de realizar mano-bras de embarcações de até 366 me-tros de comprimento por 52 de boca, o máximo da futura bacia de evolução, ficaria para início de 2015. “Com essa acessibilidade, todos os armadores vão continuar querendo passar por aqui, afi-nal, o mercado gosta de Itajaí e da nossa produtividade”, avalia Arten.

Os outros dois berçosDesde 2012, a APM tem conver-

sado com o Porto de Itajaí para fazer a expansão do Terminal. Arten argumenta que atualmente a área dos berços 3 e 4 do Porto Público já é utilizada pela com-panhia, que opera os contêineres que lá estão. A APM quer agora formalizar isso no contrato de concessão. Ou seja, co-locar os berços 3 e 4 dentro do acordo firmado entre as partes.

“O porto vai ganhar muito mais dinheiro, vai ter uma receita fixa e va-riável maior do que tem hoje. Então é bom para todo mundo, a cidade, o operador portuário, a Autoridade Por-tuária. Já temos um Estudo de Viabili-dade Técnica e Econômica formado. Estamos finalizando alguns detalhes. O porto entende que é importante aden-sarmos essas áreas para o contrato”, expõe Arten.

40 • Maio 2013 • Economia&Negócios

“COM ESSA ACESSIBILIDADE, TODOS OS ARMADORES vÃO CONTINUAR QUERENDO PASSAR POR AQUI, AFINAL, O MERCADO GOSTA DE ITAJAÍ E DA NOSSA PRODUTIvIDADE”

Todo o projeto, incluindo o alargamento do canal interno e o realinhamento do molhe norte, está estimado em R$ 300 milhões.

Dani Bonifácio

PERFIL

Page 41: Revista Portuária - Maio 2013

A maior celebração tipicamente alemã, a Oktoberfest, originária de Munique, tem a sua mais imponente e grande festa fora dos domínios bávaros na cidade

de Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. O mais alemão dos municípios brasileiros é Pomerode, também no vale. O chucrute, o joelho de porco, o cozido de batatas, o marreco assado e o chope. Tudo isso é tradicional na Ale-manha e adorado pelos catarinenses, especialmente os do Norte do Estado.

Pois essa relação, desde o dia 8 de abril de 2013, pro-mete ficar ainda mais próxima e trazer dividendos gigantescos para Santa Catarina e para um dos símbolos do poderio eco-nômico alemão: a montadora BMW e seus desejados carros de luxo.

Depois de assinado o protocolo de intenções para a instalação da fábrica de carros em Araquari, no Norte de San-ta Catarina, o presidente do Grupo BMW no Brasil, Arturo Piñero, disse acreditar que até o final de 2014 os primeiros carros produzidos no Estado já estarão circulando pelas ruas e estradas brasileiras. Mas, antes disso, uma verdadeira revo-

lução vai passar a acontecer em Araquari e Joinville. Em Araquari, a BMW não só vai montar carros como

fabricar peças, tudo em um imenso terreno localizado às margens da BR-101. O terreno de 1,5 milhão de m² equivale a 200 campos de futebol como os dos diferentes estádios brasileiros que estão sendo construídos para a Copa do Mun-do de 2014. Hoje, só é possível ver grama e mato, mas em breve o espaço será ocupado por enormes estruturas de aço e ferro.

Já em Joinville, de longe a cidade mais industrializada de Santa Catarina, a montadora alemã vai dar as primeiras aceleradas no maior condomínio industrial multissetorial do Brasil, o Perini Business Park, na zona Norte da cidade, onde os alemães já possuem algumas atividades. Em uma área de 9 mil m² do Perini, a empresa vai treinar seus funcionários para montar os primeiros carrões latino-americanos, inicialmente com peças importadas de unidades estrangeiras da empresa.

O secretário do Desenvolvimento Econômico Sus-tentável de Santa Catarina, Paulo Bornhausen, o Paulinho, foi um dos maiores entusiastas da vinda da BMW para o Estado

Economia&Negócios • Maio 2013 • 41

Série X1 é um dos que pode ser fabricado em Araquari

O ESTADO MAIS ALEMÃO DO BRASIL AGORA É A CASA DA BMW NA AMÉRICA LATINA

EMPREGOS E INVESTIMENTOS

Page 42: Revista Portuária - Maio 2013

42 • Maio 2013 • Economia&Negócios

e, através da vinda dos germânicos, ele aposta que Santa Catarina entrará na rota dos maiores investimentos mun-diais, num futuro próximo.

“A decisão da BMW de se ins-talar em Santa Catarina chancela mun-dialmente o Estado como destino cer-to e seguro para grandes investimentos em segmentos altamente inovadores, intensivos em tecnologia e sustentabili-dade. Com isso, entramos na mira dos grandes investimentos internacionais”, afirmou Paulinho.

O secretário acredita que a vinda da BMW representa uma nova época para a economia catarinense, ao consolidar um novo setor industrial, o automotivo, e fortalecer a cadeia pro-dutiva já existente, que há muito anos fornece produtos de qualidade para as fábricas de veículos localizadas em ou-tros estados, como em São Paulo (SP) e Minhas Gerais (MG). “A BMW é um farol para outros investimentos que vi-rão”, pontua.

A fábrica vai gerar mais de seis mil empregos - 1,4 mil empregos di-retos e cerca de cinco mil indiretos. O investimento total pode chegar até R$ 1 bilhão, sendo R$ 600 milhões da em-presa alemã e R$ 200 milhões de uma parceria entre o Governo do Estado e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Investimen-to que terá retorno em no máximo oito anos. Uma etapa posterior, que depende dos resultados de mercado, pode elevar em mais R$ 200 milhões o montante de investimentos aplicado em território catarinense.

O primeiro carro fabricado em Santa Catarina deverá ser entregue em no máximo dois anos. Somados todos os cinco primeiros anos da empresa em terras catarinenses, a previsão de faturamento da montadora atinge R$ 20 bilhões.

Investimentos, emprego, car-ros, exposição da marca e sustentabi-lidade. Sim, a BMW também levanta

EMPREGOS E INVESTIMENTOS

Governo do Estado oficializa vinda da BMW

para Santa Catarina

Antonio Carlos Mafalda

Nesse terreno se localizará a primeira unidade fabril da BMW na América Latina

Page 43: Revista Portuária - Maio 2013

essa bandeira tão em voga nos dias de hoje. “Somos líderes da indústria automotiva em sustentabilidade, de acordo com índices da Dow Jones”, destacou o presidente do grupo bá-varo no Brasil, o brasileiro Arturo Piñero, apontando que a vinda para Santa Catarina coloca o país em um seleto grupo: apenas outros 13 paí-ses no mundo tem plantas fabris da marca, produzindo para vender em mais de 140 nações. Graças ao Esta-do, o Brasil será o 14º membro do seleto grupo.

BMW deve alavancar a atividade portuáriaA instalação da primeira fábri-

ca da BMW da América Latina deve alavancar a atividade portuária no Estado e em Itajaí. A afirmação é do superintendente do Porto de Itajaí, Antonio Ayres dos Santos Júnior, que destaca a importância do empreen-dimento para a economia do Estado como um todo e para os portos.

“O início das operações da BMW em Santa Catarina abre para o setor portuário uma grande possibi-lidade do embarque e desembarque de veículos, com a utilização de na-vios modelo Ro-Ro, e o Complexo Portuário do Itajaí tem plenas con-dições de atender a esse nicho de mercado”, disse Ayres, que esteve presente no evento de instalação da montadora.

Segundo Ayres, a localização estratégica do empreendimento será fundamental. “Araquari está a poucos quilômetros de distância dos maiores portos do sul do país – São Francisco do Sul e terminal Itapoá, o Comple-xo Portuário do Itajaí e o Porto de Paranaguá. Também desfruta de uma série de vantagens de logística em uma região que começa a se desta-car pelos investimentos em infraes-trutura”, diz o dirigente do Porto de Itajaí.

Economia&Negócios • Maio 2013 • 43

EMPREGOS E INVESTIMENTOS

Paulo Bornhausen falou sobre o processo de instalação da

empresa no Estado

Michelle Nunes

BMW é lançada oficialmente em Santa Catarina no dia 8 de abril

Autoridades estaduais e nacionais estiveram presentes no anúncio

Antonio Carlos Mafalda

Page 44: Revista Portuária - Maio 2013

44 • Maio 2013 • Economia&Negócios

A Resolução nº 13 do Senado Federal, que se refere a mudanças na tributação de importação, foi alvo de muita especulação no mercado no último ano. Mui-

tas empresas chegaram a pensar que os impostos pagos na transação da importação seriam reduzidos, porém a resolu-ção trouxe às empresas brasileiras grande incerteza ao atual e complexo quadro tributário nacional, em especial para as empresas que comercializam produtos importados ou de ori-gem estrangeira.

Essa mudança, que entrou em vigor em primeiro de janeiro deste ano, estabeleceu novas alíquotas interestaduais para operações de produtos importados, conforme especifica o artigo 1º da lei em questão: A alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermu-nicipal e de Comunicação (ICMS), nas operações interestadu-ais com bens e mercadorias importados do exterior, será de 4% (quatro por cento).

Em uma primeira análise do artigo acima, a alteração parece bem simples, na qual foi alterada a alíquota nas opera-ções interestaduais com mercadorias importadas do exterior para 4%. Porém, com a edição e vigência da Resolução 13, serão necessárias diversas mudanças nas operações comer-ciais realizadas pelas empresas com alterações significativas para praticamente todas às áreas das empresas afetadas, compras, suprimentos, fiscal, contabilidade e setor comer-cial, já que se criou um desequilíbrio entre ICMS recolhido na importação, que não foi alterado, com ICMS destacado nas vendas de importação o mesmo na transferência do estoque interestadual.

“O ICMS da importação não mudou, o que houve foi a unificação do ICMS das operações interestaduais, o que não foi amplamente divulgado na imprensa”, aponta Fernando Otsuzi, Diretor Comercial da FIRST S.A.. “O governo não mexeu no ICMS do produto importado, alterou apenas a alí-quota de saída do produto importado e não da entrada deste produto no país”, completa.

Neste cenário fortalecem-se as chamadas tradings, em-presas comerciais que atuam como facilitadoras para empre-sas envolvidas em comércio internacional. Em Santa Catarina, a FIRST S.A., uma das maiores tradings do país, adiantou-se a essa resolução e vem oferecendo a alguns anos aos seus

clientes o que chama de inteligência de negócios, um ser-viço que tem como foco a otimização de custos e proces-sos, e consequentemente a redução dos gastos e melhoria da rentabilidade. Esse processo se dá por meio da realização de complexos estudos tributários, financeiros e logísticos in-dividualizados e com foco nas necessidades e segmento de negócio. “Com esse processo demonstramos ao cliente. Há possibilidade de redução de custos, melhorias na logística de distribuição, diminuindo o preço do produto no ponto de venda, favorecendo assim o consumidor, consequentemente a empresa aumenta sua lucratividade e amplia suas vendas. Para isso, fazemos imersões nos negócios de nossos clientes, atuamos no seu dia a dia e acompanhamos todo o processo”, explica Otsuzi.

A política da empresa é sempre apresentar uma solução ao cliente, com preço competitivo e o diferencial de possuir uma estrutura de serviços integrada, com estrutura própria desde o in bound ao out bound contando com escritórios comerciais nos estados de Pernambuco, Tocantins, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Ao optar por entregar seus produtos à FIRST.S.A., nos-sos clientes não ganham apenas em agilidade de processos e competência, mas levam competitividade para dentro de seu negócio com um gerenciamento de processos totalmente in-corporado e compartilhado com toda a expertise acumulado em 13 anos em mais de 12 segmentos”, complementa o diretor comercial da FIRST S.A.. E mais: “Temos uma estru-tura técnica e comercial especializada nas principais áreas de negócios do país, com uma ampla rede para atendimento em tempo real em todo o território brasileiro”, finaliza Otsuzi.

Além dos diferenciais apresentados pela empresa de Santa Catarina, as empresas que decidem por importar seus produtos pelo estado catarinense também ganham no mon-tante dos impostos e benefícios recebidos, uma vez que o estado tem se destacado muito nos últimos anos, realizando constantes melhorias em sua infraestrutura. Hoje o estado conta com cinco portos bem equipados que permitem navios de até 45 mil toneladas, sete portos secos, tornando Santa Catarina o segundo estado em movimentação de conteiners do país. Em vista disso, a FIRST S.A. ampliou em mais de 60% a capacidade de armazenamento e esta construindo um novo armazém de 15.000m² em Itajaí.

Rentabilidade e agilidade de processo com inteligência de negócios em comércio exterior

INFORME PUBLICITÁRIO

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ColunaMercado

Economia&Negócios • Maio 2013 • 45

POSITIVOProdução de carros em abril foi a maior da história

O mês de abril e o primeiro qua-drimestre deste ano foram marcados por recordes históricos na produção e vendas de automóveis, comerciais le-ves e caminhões, informou no dia 6 de maio o presidente da Associação Na-cional dos Fabricantes de Veículos Au-tomotores, Luiz Moan. A produção no mês foi 30,7% maior do que a de abril de 2012 e 6,8% acima da registrada em março.

Em abril, foram produzidos 319.038 automóveis e comerciais leves

e 18.136 caminhões. No acumulado de 2013, a produção de veículos le-ves atingiu 1,09 milhão de unidades e a de caminhões foi de 61.694 unidades. As vendas de veículos leves somaram 289.841 unidades no mês passado e 866.147 no ano, 13,9% acima das registradas no primeiro quadrimestre de 2012, e as de caminhões foram de 13.716 em abril, 15,4% a mais do que em igual período do ano anterior.

A intenção de investimentos de 2013 a 2017 no setor automotivo é de

R$ 60 bilhões, mas os números devem ser revistos diante dos anúncios, como o de ontem da Fiat, que ampliou em R$ 9 bilhões para R$ 15 bilhões os investi-mentos previstos para o País.

A produção de veículos leves de janeiro a abril chegou a 1,093 milhão de unidades, 15,4% a mais em compa-ração a igual período do ano passado. mAs exportações de veículos leves no primeiro quadrimestre atingiram 157,9 mil unidades, 4,5% acima do total do mesmo período do ano passado.

Em abril, foram produzidos 319.038 automóveis e comerciais leves e 18.136 caminhões

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ColunaMercado

Representantes da empresa AHT Cooling Systems Gmbh. – com matriz na Áustria – estiveram no dia 16 de abril, em Navegantes, em reu-nião com o prefeito Roberto Carlos de Souza (PMDB) e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Antô-nio Carlos Carmona, para falar sobre o interesse da empresa em instalar sua fábrica na cidade.

A empresa é especialista em produção de balcões de refrigeração para supermercados. No Brasil, pos-sui uma filial para vendas na cidade de Recife (PE), e a intenção é instalar a primeira fábrica da AHT no país. Con-forme o secretário, Navegantes pos-sui grandes chances de ser escolhida

INVESTIMENTOEmpresa austríaca tem intenção de se instalar

em Navegantes

O Senai de Santa Catarina, uma das entidades do Sistema FIESC, recebeu dois prêmios durante a VI Reu-nião de Diretores e Superintendentes do Sistema Indústria, realizada em abril, em Brasília. O departamento regional catarinense teve o segundo melhor desempenho na rede Senai do país no ano de 2012 e obteve o primeiro lugar entre os Estados da região Sul.

Os critérios de desempenho adotados na premiação consideram aspectos como atendimento às demandas das indústrias nas áreas educação, tecnologia e inovação; quali-

dade dos serviços ofe-recidos, uso adequado de recursos, susten-tabilidade, eficiência operacional, gestão de pessoas e investimen-

tos em infraestrutura.Santa Catarina se destacou por apresentar índice de

empregabilidade de egressos superior a 90%, pela quan-tidade de projetos de inovação que foram incorporados pela indústria e por realizar investimentos em infraestru-tura física e tecnológica superiores a 10% do faturamento. Além disso, também superou outras metas de desempe-nho, como destinar aos cursos gratuitos mais de 59% dos recursos provenientes das contribuições compulsórias das indústrias.

A premiação foi recebida pelo diretor-adjunto do Senai/SC, Marco Antônio Dociatti. “O resultado é fruto de um planejamento construído a partir da negociação com nossas unidades e de um acompanhamento efetivo das metas acordadas”, explica Dociatti, que recebeu o prêmio do diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi.

A empresa é especialista em produção de balcões de refrigeração para supermercados

como sede da fábrica no Brasil. “Nossa cidade possui uma localização privilegia-da e Isso atraiu o interesse da empresa, que além de atender o mercado local, pretende atender todos os países da

América do Sul”, enfatizou Carmona, esclarecendo que os empresários aus-tríacos estão estudando a viabilidade da instalação na cidade e o município dispo-nibilizou-se para o que for preciso.

PREMIAÇÃOSenai/SC teve o segundo melhor desempenho do país em 2012

Diretor adjunto do Senai, Marco Antônio Dociatti, recebeu prêmio do diretor geral do Senai, Rafael Lucchesi

José Paulo Lacerda

46 • Maio 2013 • Economia&Negócios

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ColunaMercado

Economia&Negócios • Maio 2013 • 47

O presidente da Empresa de Planejamento e Logís-tica (EPL), Bernardo Figueiredo, afirmou no dia 7 de maio que, apesar dos adiamentos no lançamento dos editais de concessão, serão realizados ainda neste ano os leilões dos 9 trechos de rodovias e 12 trechos ferroviários previs-tos no pacote de investimentos em logística lançado em agosto do ano passado.

“Todos os leilões vão acontecer este ano”, asse-gurou. “Estamos num processo de ajuste dos projetos. Tínhamos que ter publicado os editais em março, abril e agora um em maio. Eles vão ser publicados a partir de julho”, disse, em São Paulo, onde participa do fórum “A Crise Econômica e o futuro do Mundo”.

Segundo Figueiredo, os projetos de concessão de rodovias já estão todos ajustados tecnicamente e será agora encaminhado para o Tribunal de Contas da União (TCU). “Assim que for liberado pelo TCU, vai ser publi-cado o edital e começa o leilão em agosto e setembro”, disse.

Com relação às ferrovias, o presidente da EPL ex-plicou que os projetos estão em fase de discussão em audiências públicas. “Vamos começar a publicar o edital a partir de agosto e o leilão começa em setembro”, afir-mou.

Ele informou ainda que o primeiro leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV) está previsto para leilão.

NEGATIVO Balança comercial tem superávit de

US$ 409 milhões no início de maio

A balança comercial iniciou o mês de maio com supe-rávit de US$ 409 milhões, após fechar o mês de abril com rombo de US$ 994 milhões, maior déficit do período desde 1959. O valor foi resultado da diferença entre exportações de US$ 2,310 bilhões e importações de US$ 1,901 bilhão.

O saldo positivo diz respeito a apenas dois dias úteis deste mês. No acumulado do ano, a balança segue deficitária em US$ 5,741 bilhões. As informações fo-ram divulgadas hoje (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A média diária de vendas externas no início de maio ficou em US$ 1,155 bilhão, 9,5% su-perior à registrada em maio do ano passado. Já as importações atingiram US$ 950,5 milhões segundo o critério da média diária, 3,3% superior à do mesmo mês em 2012.

Segundo o MDIC, a demanda doméstica de combus-tíveis contribuiu para o déficit recorde da balança registrado para o mês de abril. O governo alega que, entre dezembro e abril, foi obrigado a registrar importações da Petrobras feitas ao longo de 2012 e que ainda não haviam sido computadas.

A posição oficial do MDIC é que, apesar dos resulta-dos negativos do primeiro quadrimestre, a balança encerrará 2013 superavitária. O governo diz ainda que espera expor-tações elevadas, nos patamares dos últimos dois anos, mas não fixou uma meta.

LOGÍSTICAApesar de atrasos, leilão de rodovias e

ferrovias sai este ano, diz EPL

Bernardo Figueiredo garante que as licitações saem em 2013

Page 48: Revista Portuária - Maio 2013

ColunaMercado

A Petrobras aprovou no dia 18 de abril a con-tratação de 23 embarcações de apoio, como parte do 3º Plano de Renovação da Frota de Embarca-ções de Apoio Marítimo. As unidades, do tipo PSV 4500 e OSRV 750, cumprirão requisitos de conte-údo local de 60% e serão construídas no Brasil. Os preços apresentados foram competitivos, atenden-do às métricas e orçamentos esperados.

Esta foi a 4ª Rodada do Plano de Renovação da Frota. Em julho deste ano, a Petrobras irá ao mercado para contratar outras 24 embarcações de apoio marítimo (5ª Rodada), cumprindo, assim, a meta de contratar, até 2014, 146 embarcações a serem construídas no Brasil, conforme previsto no 3º Plano de Renovação da Frota de Embarcações

de Apoio Marítimo.

NavegantesA aprovação para contratar as novas embar-

cações irá beneficiar a região de Navegantes, já que o estaleiro Detroit, localizado no município, foi um dos escolhidos para fabricar navios de apoio as pla-taformas de petróleo em alto-mar. Serão construí-das no estaleiro Detroit quatro novas embarcações tipo PSV 4500. Isso só vem a reforçar o retorno da vocação do Litoral Norte de Santa Catarina para a construção naval, especialmente aquela voltada ao segmento offshore, como já havia adiantado a Revista Portuária na edição de fevereiro da publi-cação.

RENOVAÇÃOPetrobras aprovou contratação de 23

novas embarcações de apoio

Estaleiro Detroit, em Navegantes, está entre os que fabricarão as embarcações

48 • Maio 2013 • Economia&Negócios

As unidades, do tipo PSv 4500 e OSRv 750, cumprirão

requisitos de conteúdo local de 60% e serão construídas no BrasilD

ivulgação

Page 49: Revista Portuária - Maio 2013
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ColunaMercado

O diplomata brasileiro Roberto Azevêdo é o novo diretor-geral da Organização Mundial do Comér-cio (OMC), o órgão máximo do comércio internacional, a partir de setembro, segundo o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty).

Em nota divulgada em dezembro, na ocasião do lançamento do nome do diplomata, o Itamaraty desta-cou que “a candidatura brasileira representa a impor-tância atribuída pelo país ao fortalecimento da OMC e procura contribuir para o progresso institucional da Organização e para o desenvolvimento econômico e social mundial”.

No comunicado, o ministério mencionou como objetivos da OMC a “melhoria dos padrões de vida, à garantia do pleno emprego e da renda, à expansão da produção e do comércio de bens e serviços, bem como ao uso dos recursos disponíveis em conformidade com o desenvolvimento sustentável”.

A nota também lista as qualificações de Azevêdo para o cargo. Desde 2008, ele é o representante do Brasil no órgão e atua como “negociador-chave”. Antes, ocupou diversos cargos relacionados a assuntos eco-nômicos no Ministério das Relações Exteriores, tendo atuado em contenciosos como os casos de Subsídios ao Algodão (iniciado pelo Brasil contra os Estados Unidos), Subsídios à Exportação de Açúcar (iniciado pelo Brasil contra as Comunidades Europeias) e Medidas que Afe-tam a Importação de Pneus Reformados (litígio iniciado pelas Comunidades Europeias), além de chefiar a dele-gação brasileira na Rodada Doha.

Cerca de 500 mil trabalhadores da indústria da carne no Brasil devem receber, neste mês de maio, uma cartilha destinada a facilitar o cumprimento da Norma Reguladora número 36 (NR-36), assinada em abril pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias. A NR-36 regulamenta as condi-ções de trabalho em áreas de abate e de processamento de carnes e seus derivados.

Um pedido dos trabalhadores atendido pela norma são as pausas no exercício da atividade. A cada 50 minutos de trabalho que envolva esforço repetitivo, os trabalhado-res deverão parar durante dez minutos para descanso.

O objetivo da cartilha é fazer com que os próprios trabalhadores fiscalizem e levem ao conhecimento dos sindicatos e da confederação denúncias de eventuais abu-sos que serão relatados ao Ministério do Trabalho.

Dados de 2011 revelam que do total de 413.540 trabalhadores na indústria da carne brasileira naquele ano,16,1% estavam concentrados no Paraná, seguindo-se São Paulo, com 15,9%, Santa Catarina (13,9%) e o Rio Grande do Sul (12,6%). Em contrapartida, Roraima detinha participação de 0,1%, com cerca de 233 trabalha-dores no setor, e o Amapá, 56 trabalhadores e nenhuma participação no ranking.Agência Brasil

FORTALECIMENTO Brasileiro Roberto Azevêdo vai

comandar a Organização Mundial do Comércio (OMC)

Desde 2008, ele é o representante do

Brasil na OMC e atua como

negociador-chave do país na entidade

FISCALIZAÇÃOEmpregados da indústria de

carne receberão cartilha com normas de trabalho

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Um pedido dos trabalhadores atendido pela norma são as pausas no exercício da atividade

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50 • Maio 2013 • Economia&Negócios

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