revista portuária - 9 novembro 2015

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Revista Portuária - 9 Novembro 2015

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4 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Editora Bittencourt

Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí

Santa Catarina | CEP 88303-020

Fone: 47 3344.8600

Diretor

Carlos Bittencourt

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Diagramação:

Solange Alves

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Redação:

Carla Superti

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Foto de Capa:

Eduardo Marquetti

Capa:

Leandro Francisca

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Elogios, críticas ou sugestões

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Para assinar: Valor anual: R$ 300,00

A Revista Portuária não se responsabiliza por

conceitos emitidos nos artigos assinados, que

são de inteira responsabilidade de seus autores.

www.revistaportuaria.com.br

twitter: @rportuaria

ANO 15 EDIÇÃO Nº 189Novembro 2015 EDITORIAL

Comercial para todo o Brasil

VIRTUAL BRAZIL Ltda+55 48 3233-2030 | +55 48 9961-5473

MAIL: [email protected]: [email protected]

Prejuízos por todos os lados

O mês de outubro trouxe danos para o sul do Brasil. Em Santa Catarina, as chuvas deixaram estragos por onde passaram, abalando diversos setores da economia. Fe-

lizmente, Itajaí e região não foram atingidas por enchentes. Os alagamentos existiram isoladamente, prejuízo claro em termos de infraestrutura, mas ainda em proporções menores, por en-quanto. Mesmo assim houve consequências.

O fechamento total ou parcial do canal de acesso ao Complexo Portuário do Itajaí durante mais de 20 dias causou consequências que abalaram todos que dependem dessa fatia da economia, a mais forte da região. Estaleiros, terminais por-tuários, armadores, exportadores e importadores foram os prin-cipais prejudicados. Somente a cadeia logística soma cerca de R$ 60 milhões em perdas. Mais de 30 embarcações deixaram de atracar por aqui neste período.

Situação causada pela chuva quase constante, que ele-vou o nível e a correnteza do rio Itajaí-Açu. Mais um capítulo desanimador da novela que o Porto de Itajaí faz parte nos últi-mos meses. A paralisação nas obras da nova bacia de evolução e manutenção do canal, que poderia ter deixado a situação menos caótica em outubro, o desinteresse com que o poder público nacional tem tratado o porto _ não se sabe ainda se haverá liberação para a antecipação do arrendamento da APM Terminals _entre outros fatores refletem em todo o setor eco-nômico, dependente direto das operações realizadas no Com-plexo Portuário de Itajaí.

O que se deve pensar é que contra a natureza pouco se pode fazer. Não há como brecar o El Niño e impedir que tenha-mos um verão chuvoso. O que se pode e deve, no entanto, é tomar providências para que os danos sejam cada vez meno-res. Não adianta apenas uma Defesa Civil preparada e atuante para retirar as pessoas de suas casas se não houver recursos para ajudá-las a reconstruir suas vidas após uma catástrofe. Com chuva ou sem chuva o município precisa estar bem para cuidar de seu povo. •

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 5

TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES28 anos transportando com agilidade e rapidez

20 Na contramão da crise, comércio projeta crescimento

8ENTREVISTAPresidente da Praticagem defende a necessidade de investimentos no Complexo Portuário do Itajaí

Marina de Itajaí recebe embarcações de regata e começa a operar neste mês

SumárioDivulgação

Carla SupertiD

ivulgação/Agência A

INAUGURAÇÃO39

11 LUTAEmpresários do sul ligados à pesca elaboram documento com demandas urgentes do setor para o MAPA

18 RANKINGPesquisa aponta Balneário Camboriú como melhor cidade em desenvolvimento e uma das mais indicadas para negócios

12 DÓLAREntenda como a alta da moeda durante o ano reflete nos setores de importação e exportação

48 COMÉRCIOHorário diferenciado de fim de ano começa na primeira semana de dezembro

50 PORTO DE ITAJAÍCadeia logística tem R$ 60 milhões de prejuízos em outubro

52 IMÓVEISMercado de luxo atrai construtoras e investidores em Itajaí

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6 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Uma pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV) revela que a maioria dos brasileiros tem o empreendedorismo e a vivência no exterior como

prioridades para o futuro. O estudo, conduzido durante a 11ª edição do Like the Future, em São Paulo, foi feito com 290 pessoas e ainda mostra que de março a setembro a si-tuação do brasileiro mudou. Houve um aumento de 2% na atuação em carreira executiva e 2% no empreendedoris-mo, passando para 28% e 60%, respectivamente. Também foi observada queda de 3% na participação em empresas familiares, que ficou em 9%.

Quando questionados sobre os próximos 10 anos, o número de aspiradores ao empreendedorismo sobe para 81%, um aumento de 5% comparado à pesquisa de março deste ano. Ao mesmo tempo, carreira executiva e empre-sa familiar perdem ainda mais adeptos, somando apenas 13% e 4%, respectivamente. A vivência no exterior é ou-tro item que chama atenção na pesquisa como prioridade

para os próximos anos, com um aumento de 6%, corres-pondendo por 14% das respostas.

Ao serem questionados sobre as dificuldades para empreender, a pesquisa aponta o ambiente favorável como o principal ponto, com 33%, aliado ao capital neces-sário, apontado por 29% dos entrevistados. Entre outros números, mostrou ainda que experiência (17%), capacita-ção (15%) e contatos (7%) não dificultam o momento de empreender.

E, apesar da crise econômica, a crença é em um futuro melhor, como apontaram 65% dos entrevistados. A pesquisa divulgada em outubro reforça também que a educação é a área que mais precisa de melhorias (54%). Ao mesmo tempo em que a política foi indicada como um item relevante com um aumento de 26% para 31%, a in-fraestrutura baixou de 15% para 10%. Saúde e segurança que, na última pesquisa, somaram 3% dos votos, recebe-ram o dobro (6%) este ano. •

Empreendedorismo está em alta entre os brasileiros

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8 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

ENTREVISTA: Alexandre Gonçalves da Rocha

As discussões envolvendo o Complexo Portuário de Itajaí são longas. Falta de investimentos, atraso na bacia de evolução, dragagem interrompida são al-

guns dos assuntos mais comentados nos últimos meses. O canal de acesso aos terminais e estaleiros da região ficou mais da metade do mês de outubro fechado ou com ma-nobras restritas, o que influencia diretamente armadores, práticos, cadeia logística e os próprios terminais.

O presidente da Praticagem, Alexandre Gonçalves

da Rocha, falou em entrevista à Revista Portuária sobre os desafios enfrentados pelo Complexo Portuário e pela categoria na região, composta hoje por 14 práticos. Ba-charel em Ciências Náuticas, com pós-graduação em Se-guro Marítimo feita na Suécia em 2007 e em Sistemas de Gerenciamento de Segurança e Qualidade concluída em 2012 no Rio de Janeiro, Rocha tem 17 anos de profissão. Como prático, tem, com os outros profissionais do setor, a função de auxiliar o navio a manobrar com segurança

Estamos entre os primeiros a parar quando começa a chover mais e ficamos

entre os últimos a voltar à normalidade

”Presidente da Praticagem de Itajaí fala sobre os problemas enfrentados pelo Complexo Portuário e a falta de investimentos

Carla Superti

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 9

ENTREVISTA: Alexandre Gonçalves da Rocha

Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC

no tráfego intenso e condições ambientais desfavoráveis. Isso tudo depois de um lon-go e meticuloso treinamento.

Revista Portuária – Como a para-lisação da dragagem está interferindo no canal de acesso ao Porto?

Alexandre Gonçalves da Rocha - Ainda não é possível dizer exatamente como ela está interferindo porque a gente tem uma situação muito dinâmica do rio. Nós sabemos que houve uma perda de profundidade, mas isso é uma situação transitória, pode mudar, ainda tem muito material para descer. Nesse momento é muito cedo dizer o tamanho do dano que se pode atribuir à falta de dragagem. Na verdade, nesse momento pode ser impos-sível.

Revista Portuária – Itajaí sempre teve esse problema das chuvas. Quando chove não se pode manobrar navios de tamanho algum. Isso ocorre em outros lu-gares do Brasil?

Alexandre Gonçalves da Rocha – Por rio, nós somos os que temos mais problemas. Mas o porto de Rio Grande, por exemplo, também fica fechado por causa do vento, da corrente que chegou a seis nós nos últimos dias lá. Mas a gente tem uma certa previsibilidade de quando chove, de quando a corrente vai ficar mais intensa. Então é possível se preparar para esse tipo de coisa.

Revista Portuária – Recentemente você comentou que a análise do nível do rio Itajaí-Açu desconsidera a operação por-tuária. Como isso pode mudar?

Alexandre Gonçalves da Rocha – Isso requer uma interação maior entre quem toma conta do nível do rio e nós. A gente está longe, muito afastado do Alto Vale, e as decisões acabam sendo toma-das priorizando certos fatores que não são os mesmos que os nossos. O que a gente quer não é que os interesses a serem pro-tegidos de todo mundo que está no rio se-jam prejudicados por causa do porto. Mas que o interesse do porto e quem trabalha nele seja levado em consideração também já que é um prejuízo que se toma. A gente está entre os primeiros a parar quando co-meça a chover mais e ficamos entre os úl-timos a voltar à normalidade. Deve haver algum modo de fazer com que isso mude.

Revista Portuária – O principal risco com a correnteza é o barco bater o casco no fundo do canal, correto? Isso já ocorreu aqui no Complexo Portuário?

Alexandre Gonçalves da Rocha – Sim. Aconteceu no passado, em 1997 houve uma situação parecida. Foi em um outubro, praticamente na mesma época do ano.

Revista Portuária – Como toda a obra da nova bacia levará 18 meses, se não atrasar, não é de se esperar que a nova bacia já comece a operar defasada em relação ao tamanho dos navios?

Alexandre Gonçalves da Rocha – Não creio que haja defasagem porque nesse momento está havendo uma redu-ção no tamanho dos navios. Os armadores descobriram que é muito difícil encher um navio de 10 mil TEUs aqui na América do Sul. Pode observar nas estatísticas do Por-

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10 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

ENTREVISTA: Alexandre Gonçalves da Rocha

to que o tamanho dos navios diminuiu de novo. Navios que vinham de 348 metros de boca já não vem mais.

Revista Portuária – Mas a nova bacia vai melhorar essa situação caso venham os navios grandes...

Alexandre Gonçalves da Rocha – Eles virão. A ques-tão é que a situação se tornou menos dramática do que ela era. Isso não quer dizer que a gente não tenha que correr atrás porque a situação pode mudar rápido de novo, para melhor, se bem que geralmente não muda. Mas é bom estar preparado para essas coisas.

Revista Portuária – Hoje temos em Itajaí práticos com décadas de experiência. Quando a bacia estiver concluída será necessário um novo treinamento para eles?

Alexandre Gonçalves da Rocha - Sim, porque são navios mais sujeitos a sofrerem influências do vento que re-querem um entendimento diferente em relação aos outros navios que a gente tem manobrado. É um outro nível.

Revista Portuária – Quanto tempo leva uma operação de manobra hoje?

Alexandre Gonçalves da Rocha – Uma hora mais ou menos. É difícil dar uma média sem olhar as estatísticas com calma. Mas tem manobras que levam uma hora e outras que levam duas horas e meia, três horas.

Revista Portuária – De algum modo o fluxo da marina pode atrapalhar a atracação de navios no porto?

Alexandre Gonçalves da Rocha – É cedo para dizer. A gente ainda não sabe como vai ser o tráfego, mas sabemos que vai precisar de atenção para essa possibilidade. Mas neste momento é muito cedo para dizer com certeza.

Revista Portuária – Em 2008 teve um grande número de fechamentos do porto. Para este ano a previsão é de uma primavera e verão chuvosos. Isso preocupa a Praticagem? Tem algum planejamento a ser feito diante disso?

Alexandre Gonçalves da Rocha – A resposta que a gente costuma dar a esse tipo de situação é sempre no sen-tido de diminuir o risco. Então a gente geralmente fecha a entrada primeiro. Depois tira todos que pode tirar para não deixar ninguém atracado, porque é uma preocupação deixar o navio atracado com essa corrente que se forma, principal-mente nos terminais acima que é mais difícil de apoiar. E a gente procura prever o que vai acontecer, mas não há muita coisa a mais. A nossa estratégia é orientada para evitar o risco, no fim das contas. É uma situação caótica, você olha

o modelo de previsão do Atlântico Sul está uma bagun-ça. Você tem um padrão só, que é o padrão de chuva para cá, basicamente. O resto está uma mistura difícil de entender, difícil para o meteorologista prever. É um trabalho muito delicado, ainda mais em uma situação que a gente mal consegue enxergar 12 horas, 24 horas adiante. Deve ter alguma coisa que se possa fazer em favor do segundo maior movimentador de contêineres do Brasil. Quando a gente lembra que a gente movi-menta um milhão de TEUs aqui a grosso modo, se você dá R$ 1,6 mil por contêiner é mais de R$ 1,5 bilhão. Não é possível que as medidas de prevenção possam ser tão caras que o custo de prevenir e consertar essas coisas seja tão caro que não interesse.

Revista Portuária - Não dá para continuar do jei-to que está?

Alexandre Gonçalves da Rocha - Não dá. A gen-te vai pagar o preço a longo prazo. Precisamos compre-ender que existe um custo em fazer as coisas e existe um custo em não fazê-las. E geralmente a gente só olha o custo de fazer as coisas. Mas não. Neste caso é preciso ver o custo de não fazer. Por isso que é importante divul-gar que são R$ 1,6 mil por contêiner que movimentam a economia para o pessoal ter uma ideia do tamanho da perda. Se você não põe em números, para as pessoas não faz sentido.•

Carla Superti

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 11

Após o fim do Ministério da Pesca, empresários do ramo que atuam em Itajaí e outras cidades do sul do Brasil começaram a buscar apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que ficou res-ponsável pela categoria. No dia 28 de outubro, em uma reunião na sede do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), sindicatos da região sul e sudeste discutiram as dú-vidas e as demandas da categoria de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Eles elaboraram um documento para o novo ministério res-ponsável pela pesca.

O presidente interino do Sindipi, Jorge Neves, ressalta que o documento pontua demandas que pre-cisam ser finalizadas e outras que necessitam de um di-recionamento para que a atividade pesqueira não seja prejudicada. Entre elas estão as renovações de licenças de pesca, licença complementar para a frota do cerco,

certificado de exportações para as indústrias e subven-ção do óleo diesel. O presidente interino destaca que essas questões precisam ser resolvidas, mas isso ainda não foi possível por falta de clareza na estrutura do atendimento do novo ministério. “Não sabemos quem devemos procurar. Durante 10 anos contamos com o Ministério da Pesca e de repente ficamos sem rumo”.

A secretária do Sindicato dos Armadores de Pes-ca de Rio Grande, Pelotas e São José do Norte, no Rio Grande do Sul, Miriam Bozzetto, lembra que no estado gaúcho existem 40 casos de armadores aguardando licenças de pesca. Outra dificuldade é a falta de um departamento para receber os mapas de bordo das embarcações, que precisam ser apresentados em um prazo mínimo de 15 dias após o desembarque. “Os problemas no nosso estado estão se acumulando. Nós temos uma pilha de mapas e não sabemos para quem entregar”.•

Empresários do ramo da pesca buscam apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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12 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

A alta do dólar prejudica diversos setores do Brasil. Mas também contribui com alguns, entre eles o das exportações. Segundo dados divulgados em

outubro pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, a balança comer-cial brasileira deve fechar 2015 com superávit superior a US$ 15 bilhões. Para o próximo ano, a expectativa é que o saldo positivo dobre, chegando aos US$ 30 bilhões.

De acordo com o ministro, as exportações de manu-faturados para os Estados Unidos já registram crescimento superior a 5% neste ano e a balança comercial do setor deve ter uma redução do déficit em 2015, passando de US$ 100 bilhões para US$ 80 bilhões. "O resultado da ba-lança comercial nos indica uma tendência de aumento das exportações e também de substituição das importações, o que é, particularmente para a indústria brasileira, um movimento importante", disse o ministro durante assem-bleia do Conselho Empresarial da América Latina no Rio de Janeiro.

Monteiro também ressaltou que a queda acentuada nas importações contribui para as exportações, assim como a desvalorização do real em comparação ao dólar. Porém,

o aumento no número de exportações também ocorre por causa do crescimento em volume físico. "É evidente que tem o efeito câmbio, mas há, sim, um claro engajamento do setor empresarial no esforço de exportação”.

A alta do dólar também contribui com a balança co-mercial do turismo no Brasil. Dados divulgados pelo Minis-tério do Turismo em outubro mostram que nos primeiros nove meses do ano, o déficit no setor foi o menor dos últimos cinco anos para o período, chegando a US$ 9,8 bilhões. Somente em setembro, os brasileiros gastaram 47% a menos no exterior na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Para o Ministério do Turismo, a valorização da moeda estrangeira é uma oportunidade para movimentar o mercado nacional. “Temos a chance de revelar aos nos-sos viajantes todo o potencial do turismo brasileiro. Com o incremento das viagens internas, além de impulsio-nar a economia do país, o turismo ajuda a desenvolver as comunidades locais gerando renda”, afirmou o mi-nistro do Turismo, Henrique Eduardo Alves.

Balança comercial brasileira deve fechar o ano com superávit de US$ 15 bilhões

Momento é bom para os exportadores, mas negativo para quem trabalha ou compra importados

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 13

Os dados de setembro, di-vulgados nos últimos dias, ainda mostram que os brasileiros gasta-ram US$ 1,2 bilhão pelo mundo, quase metade dos US$ 2,3 bi-lhões do mesmo período do ano passado. Já os estrangeiros dei-xaram no país US$ 486 milhões no período, o mesmo valor regis-trado no ano passado.

Importações em criseO dólar alto encarece as im-

portações no país e faz com que o setor seja menos procurado pelos consumidores. Segundo a conta-dora e especialista em consultoria organizacional Juliana Negri, a retração do poder de compra foi mais que imediata. “Em vários dos meus clientes, como redes de supermercados ou peças de concessionárias, o impacto foi sentido”.

Mas essa crise pode ser de menos impacto para algumas empresas. De acordo com Julia-na, em algumas companhias que trabalham com importação de grãos, por exemplo, há a opção de hedge, uma espécie de prote-ção ou cobertura. “Isso quer dizer que o cliente faz um seguro de preço na Bolsa, fixando o mon-tante de compra ou o de venda para a mercadoria. No entanto, não se aplica a todas as entida-des”. Para outros empresários

e também consumidores de im-portados, a dica é verificar a real necessidade da compra do pro-duto ou substituí-lo por matrizes nacionais.

Desde setembro, o dólar oscila perto ou superior a R$ 4, a maior cotação dos últimos 12 anos. Juliana ressalta que faz uma pesquisa de oscilação de moeda há seis anos, acompanhando esse mercado com o objetivo de traçar alternativas aos clientes. O dólar sempre tinha tendência a ceder em março, abril e outubro. Nos dois primeiros meses citados isso não aconteceu. Em outubro, a co-tação foi menor que em setembro, mas continuou alta e deve seguir assim até o final do ano. Especia-listas de economia projetam que a moeda norte-americana deve fechar o ano a R$ 4 ou até mais.

“Na verdade, o grande pro-blema do governo é não deixar a moeda chegar a R$ 5 ou R$ 6 no mercado. Como contadora, o que vejo é a dificuldade quanto à circulação do dinheiro. As pes-soas estão com medo de investir os seus recursos e, por conse-quência, acabam segurando os mesmos, o que dificulta o giro”, enfatiza a especialista. Com isso, quem mais sente acaba sendo o pequeno empreendedor, que têm menos recursos com giro para aguentar grandes períodos atípi-cos como os atuais.•

Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - FlorianópolisEm Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC

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14 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

O preço da cesta básica em Itajaí aumentou 18,21% em um ano, conforme pesquisa da Univali. O estu-do é feito mensalmente pelo projeto Cesta Básica

Alimentar, monitorado pela equipe Uni Junior, e aponta que no acumulado de 2015, de janeiro a setembro, o acréscimo no valor da cesta básica foi de 10,79%.

Em setembro, na comparação com agosto, o aumen-to foi de 1,70% e o valor passou de R$ 304,17 para R$ 309,35. As principais altas de produtos foram nos preços do pão francês, que registrou aumento de 34,80%, do tomate (15,35%), da manteiga (11,16%), do café em pó (4,99%), do açúcar (4,13%), da batata (2,85%) e do arroz (1,70%).

Alguns produtos ajudaram a manter um equilíbrio no período, registrando queda nos preços, como a banana branca (23,44%), o leite (17,05%), o feijão preto (5,07%), a carne (4,36%), o óleo de soja (1,49%) e a farinha de trigo (0,13%).

Jairo Ferracioli, economista e coordenador do pro-jeto que pesquisa a cesta básica de Itajaí, afirma que a carne é o produto com maior peso sobre o custo da cesta, representando 39,03%, e sua queda de 4,36% em setem-bro reduziu o impacto do aumento.

Variações do anoDesde o início do ano alguns produtos ficaram mais

baratos, como a banana (22,84%), o feijão preto (7,68%) e a batata (6,53%). No entanto, outros tiveram alta con-siderável e fizeram o valor da alimentação disparar, como o tomate (41,71%), a manteiga (25,50%) e o óleo de soja (23,80%).

De setembro de 2014 para setembro de 2015, so-mente a banana está mais barata, os demais produtos ti-veram os preços elevados, como a batata, que aumentou 108,42%, e o tomate, que subiu 37,21%.

Salário mínimoO custo da cesta básica sobre o salário mínimo pas-

sou de 38,60% em agosto para 39,26% em setembro. Em termos de horas de trabalho para a aquisição da cesta, o tempo passou de 84 horas e 54 minutos para 86 horas e 22 minutos.

Tomando como base a lei que criou a cesta básica, o custo não deve exceder 33,35% do salário vigente na região. Neste caso, o salário mínimo de um trabalhador deveria ser de R$ 928,05 e de uma família padrão (dois adultos e duas crianças) deveria ser de R$ 2.759,58.•

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Cesta básica itajaiense aumenta 18,21% em um ano

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16 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Os cortes no repasse de recursos do Sistema S de-vem atingir 40 mil alunos do Senai e do Sesi em Santa Catarina. A medida divulgada pelo governo

federal pretende reter 30% dos recursos privados gerados da contribuição das indústrias a essas instituições. Somen-te no Estado, 50 unidades de ensino profissionalizante e educacional terão que ser fechada, gerando a demissão de mais de 3 mil pessoas. No Brasil o problema é ainda mais alarmante.

De acordo com o presidente da Federação das Indús-trias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, trata-se de um confisco que não pode ser aceito. A instituição está

conclamando a população catarinense, os envolvidos com os benefícios oferecidos pelo Sistema S que se manifeste contra a decisão arbitrária do governo federal, encami-nhando o protesto ao Palácio do Planalto e aos deputados e senadores.

A retirada desses recursos para repassar à Previdên-cia Social gerou indignação em todo o Sistema S, institui-ções que representam também trabalhadores do comércio, da agricultura e do transporte, responsáveis pela formação de mão de obra e pelos serviços sociais e de entretenimen-to a esses trabalhadores. “Representa um retrocesso, vá-rias unidades irão fechar e vai haver demissão em massa.

Cortes no repasse de recursos do Sistema S devem atingir 40 mil alunos do Senai e do Sesi em SC

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Economia&Negócios • Novembro 2014 • 17

É necessário que as pessoas saibam que estão tirando di-nheiro não do empresário, mas do trabalhador. É preciso sensibilizar o congresso nacional para que vote contra a proposição do governo federal”, avalia o vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) para a Região da Foz do Rio Itajaí-Açu, Maurício César Pereira.

Como forma de chamar a atenção de políticos e pressionar o governo federal, o Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina e outras entidades nacio-nais promovem a campanha virtual “Marcha para o Fu-turo” em defesa de trabalhadores da indústria e alunos do Sesi e Senai. Cálculos feitos pelas instituições mostram que a redução anunciada pelo governo e parte dos valores

previstos como incentivo da Lei do Bem resultam em uma redução de até 52% no orçamento do Sistema Indústria.

Em todo o Brasil, mais de 300 escolas profissionais do Senai vão fechar as portas por causa da medida e 735 mil alunos deixarão de estudar no ensino básico ou na educação de jovens e adultos oferecidas pelo Sesi, que fe-chará cerca de 450 unidades escolares no Brasil. Somente as duas instituições ainda estimam que vão ter que de-mitir cerca de 30 mil trabalhadores no país. Além do Sesi e Senai, o Sistema S é composto pelo Senar, Senac, Sesc, Sescoop, Sest, Senat e Sebrae. A medida do governo fede-ral tem a pretensão de usar os recursos retirados dessas entidades para cobrir o rombo na Previdência Social. •

Conheça: www.marchapelofuturo.com.br

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18 • Outubro 2015 • Economia&Negócios

Balneário Camboriú recebeu destaque em uma pes-quisa contratada pela revista Exame como a melhor cidade com mais de 100 mil habitantes do Brasil em

desenvolvimento social. No mesmo estudo, o município também conquistou o 28º lugar entre os 648 com mais de 100 mil habitantes como um dos melhores para investir em negócios, sendo a terceira de Santa Catarina no seg-mento.

A pesquisa foi realizada pela Urban Systems e tem como critérios indicadores as áreas de saúde, educação, segurança e saneamento. O índice de pobreza em Balneá-rio Camboriú, de acordo com o estudo, é de 0,22%, o me-nor entre os municípios com mais de 100 mil habitantes. No Brasil, o índice é de 7%.

A pesquisa ressaltou o modelo segmentado de saú-de na cidade, onde idosos, mulheres e crianças têm unida-

des específicas de atenção médica. A importância dada à terceira idade, com diversas atividades, também foi desta-que. O fato de Balneário Camboriú ter o maior índice de sa-neamento básico da região, com 91% dos domicílios com cobertura de coleta de esgoto e 95% de eficiência em seu tratamento também auxiliaram no resultado do estudo.

Tendo em vista a colocação de Balneário Camboriú no ranking, o prefeito Edson Renato Dias, Piriquito, desta-ca que o que tem sido investido no município gera resulta-dos positivos a nível nacional. "Estes resultados mostram que estamos no caminho certo para que Balneário Cambo-riú cresça e se desenvolva de forma contínua, priorizando o bem-estar da população e dos visitantes. O desenvolvi-mento na infraestrutura, educação, saúde, lazer, além do setor imobiliário de referência, contribuem para que se-jamos destaque em qualidade de vida repetidas vezes".•

Balneário Camboriú se destaca em pesquisa como a melhor cidade

em desenvolvimento social Estudo contratado pela revista Exame ainda mostra que o município está em 28º lugar entre os 648 melhores para investir em negócios

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Page 19: Revista Portuária - 9 Novembro 2015

Economia&Negócios • Novembro 2014 • 19

A taxa de juros foi mantida em 14,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A perspectiva é que a inflação convirja

para o centro da meta até o início de 2017. Porém, o Copom não descarta novos aumentos em caso de mais pressões inflacionárias.

"O cenário do país é preocupante. A resposta dos preços à elevada taxa de juros está se dando de maneira muita lenta. Em contrapartida, a queda no volume de vendas do comércio e nos níveis de produção da indús-tria e demais setores já foi fortemente atingido ao redu-zir o acesso ao crédito em toda a economia", avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

A federação ressalta que mesmo que o ciclo de alta tenha terminado, a taxa básica encontra-se num ní-vel muito elevado. Mesmo considerando o controle da inflação importante, a entidade lamenta que isso seja feito através de sucessivas elevações dos juros. "Tal me-dida prejudica em demasia o setor produtivo, ao onerar, tanto o consumidor quanto os empresários em suas deci-sões de investimento, dificultando ainda mais a saída do país do patamar de baixo crescimento. Outras medidas, como uma reforma tributária e trabalhista, capazes de incentivar a produtividade, seriam muito mais efetivas para combater o baixo crescimento e a inflação", avalia Breithaupt.•

Taxa de juros é mantida em 14,25% ao ano pelo Copom

Perspectiva é que inflação convirja para o centro da meta até o início de 2017

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20 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Impulsionada pelas festas de fim de ano, a temporada de verão é uma das mais rentáveis para o comércio de Itajaí. Na

contramão da situação econômica do país, a previsão para este ano é de aumento, ain-da que sutil, na contratação de funcionários temporários por diversos fatores. Bom para quem busca emprego nesta época e melhor ainda para os empresários, já que o bom momento indica que haverá incremento tam-bém nas vendas.

A alta do dólar contribuirá com o co-mércio nas férias. Sem condições de viajar

para fora do país, muitos turistas devem pro-curar o litoral catarinense. Ainda que muitos turistas procurem balneários mais populares turisticamente para se hospedar, essa mo-vimentação sempre acaba respingando no movimentado comércio itajaiense.

“A nossa expectativa é boa. Já estamos há algum tempo nessa crise e sabemos que isso é um ciclo, então os próximos meses de-vem ser melhores para as vendas”, destaca o presidente da Cãmara de dirigentes Lojistas de Itajaí, Hamilton Sedrez.

Outro fator que pode fazer a diferença

Comércio de Itajaí terá maistemporários neste ano

Apesar da crise nacional, dados estaduais e municipais são positivos quanto à contratações e vendas nos meses mais quentes do ano

Carla Superti

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Economia&Negócios • Novembro 2014 • 21

é o bom momento econômico da cidade, que trouxe investidores novos. Assim, as vendas de roupas, acessórios, calçados, eletrônicos e decorações de Natal e ano--novo tendem a crescer.

A expectativa da entidade é que haja crescimento de 5% nas vendas des-sa temporada com relação à anterior. Por conta disso, os lojistas precisam estar preparados e estão sendo encorajados a contratar. “Os lojistas precisam se prepa-rar para receber o público. Por isso são necessárias as contratações temporá-rias”, enfatiza o presidente da CDL.

Gerente de uma loja no Centro da cidade, Andrea Tonolli Heusi está con-fiante de vendas acima do montante do ano anterior. “A gente trabalha pen-sando nisso”, enfatiza. Há 19 anos em Itajaí, a loja de roupas, acessórios e cal-çados masculinos e femininos tem hoje sete funcionários fixos. Para os próximos meses, a previsão é de pelo menos mais uma contratação, até mesmo para auxi-

liar nas vendas durante o horário esten-dido de fim de ano. “Uma loja grande precisa ter rodízio de vendedores”.

Quem está em busca de um em-prego temporário pode deixar currícu-los diretamente nas lojas e precisa ser rápido, pois muitas já estão contratan-do. Gerente de uma franquia de jeans, Francielle Ribeiro de Souza conta que o funcionário temporário trabalhará o dia inteiro durante o verão e auxiliará os outros cinco vendedores, assim como foi feito no ano passado. “Nessa épo-ca temos alguns funcionários que tiram férias, então o temporário é contratado para isso também”.

Além de ser uma oportunidade para garantir os presentes de Natal, o emprego temporário também é uma porta para quem busca uma colocação fixa. Sirlene Kohler gerencia uma loja de moda e artigos para o lar. Ela conta que em somente uma das lojas da rede serão contratados entre dois e três temporá-

””

Os lojistas precisam

se preparar para receber

o público. Por isso são

necessárias as contratações temporárias

Carla

Sup

erti

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22 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

rios e as chances de permanecer são grandes. “Temos vários vendedores que começaram como temporários e hoje estão há anos conosco”.

Ela lembra que mesma que não haja vaga imediata quando vence o contrato do temporário, a empresa costu-ma guardar os currículos e recorda daqueles que fizeram um bom trabalho. As trocas de informações entre os lojistas ita-jaienses também é comum, então deixar uma boa impressão durante o emprego temporário é fundamental.

Uma pesquisa divulgada no início deste mês pela Fe-deração do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-SC) sobre as contratações temporárias no litoral mostra que o número geral de contratações pode cair 50% na comparação com o mesmo período do ano passado. Po-rém, a maioria dos empresários dos setores de bens, serviços e turismos que pretendem, afirma que vai contratar mais tra-balhadores do que na última temporada. A sondagem tem caráter intencional, e não probalístico, e ouviu 163 empresá-rios de Itajaí e Florianópolis.

Cenário positivoMesmo com diversas pesquisas mostrando taxa de de-

semprego elevada e recuo nas vendas do comércio nacional-mente, a realidade de Santa Catarina é diferente do restante do país. Segundo uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-SC) divul-gada no fim de outubro, enquanto o Brasil apresentou queda de 3% nas vendas do comércio nos oito primeiros meses do ano, Santa Catarina teve crescimento de 0,1%.

Por esses motivos, o economista Luciano Córdova afir-ma que a retomada do consumo no Estado deve ocorrer até a metade do segundo trimestre do ano, antes da nacional, prevista para depois do segundo semestre de 2016. Córdo-va enfatiza que apesar do crescimento tímido no setor no acumulado do ano, o posicionamento catarinense é muito positivo:

“O crédito é o motor fundamental do consumo. Aliado às incertezas quanto aos recursos da economia brasileira, a restrição ao crédito, fruto da elevação das taxas de juros, re-prime as expectativas e o consumo. Mas a situação de Santa Catarina se distingue do resto do país, visto que os outros es-tados viram uma maior retração real de renda e uma grande deterioração do emprego (Santa Catarina tem a menor taxa de desemprego do Brasil)”.

A pesquisa, que leva em consideração dados secundá-rios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e faz uma análise detalhada da Intenção de Consumo das Famílias (ICF), avaliou o desempenho de nove segmentos do

””

Carla Superti

varejo na comparação com os dados nacionais. Entre os resultados positivos estão as vendas de combustíveis e lubrificantes, que tiveram alta de 3,4% contra a redução de 3,9% no país.

O segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos cresceu 5,6%

Temos vários vendedores

que começaram como

temporários e hoje está há anos conosco

Sirlene Kohler, gerente de loja.

Andrea Tonolli Heusi, gerente de loja

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no período analisado ante os 4,2% do Brasil. O setor de livros, jornais, revistas e papelaria se manteve na casa do 0,6% diante de uma queda de quase 10% nas ven-das no país. Os segmentos que registraram queda foram os de móveis, com retração de 13,9% e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que recuaram 6,6%.

“Santa Catarina tem plenas condições de retomar o caminho do crescimento, do consumo e do investi-mento antes do resto do país tão logo as taxas de juros voltem a cair e as incertezas se dissipem”, ressalta o presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt, sobre os resultados da pesquisa.

Balneário em baixaEnquanto Itajaí espera um verão melhor do que

no ano passado para o comércio, Balneário Camboriú prevê uma situação oposta. De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade vizinha, o núme-ro de vagas de empregos temporários deve ser menor nesta temporada de verão do que na anterior. Dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que mais de 1,1 mil pessoas foram demitidas até setembro deste ano

no município.A entidade enfatiza que os empregos disponíveis para

a temporada devem surgir apenas com o objetivo de preen-cher os que foram cortados nos outros meses do ano. “Com a desaceleração da atividade econômica e a retração das vendas no comércio, a previsão de contratações de tempo-rários, sem dúvida, será menor”, avalia o presidente da CDL de Balneário Camboriú, José Roberto Cruz.

O presidente da CDL ainda destaca que mesmo que se confirma a tendência de aumento do fluxo de turistas na temporada em função do aumento do dólar, as contra-tações para o período, que começam neste mês, serão em menor escala na comparação com anos anteriores. Para os candidatos a essas vagas, Cruz lembra que o esforço para conseguir o emprego deve ser maior, com demonstração de mais empenho, além de comprovação de capacitação para a oportunidade.•

Economia&Negócios • Novembro 2014 • 23

””

Santa Catarina tem plenas

condições de retomar o

caminho do crescimento antes

do resto do país

Francielle Ribeiro de Souza, gerente de loja

Carla Superti

Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio-SC

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24 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

O setor de vendas de materiais de construção cresceu nos últimos 12 meses, conforme dados divulgados pela Câmara Empresarial de Material de Construção

da Fecomércio-SC no dia 29 de outubro. O assunto foi de-batido em uma reunião entre os membros da entidade, que representa mais de 8 mil lojas do setor no Estado.

Dirigentes e empresários discutiram a situação do setor, informando e propondo ações para enfrentar o atual cenário econômico e político. Mas enquanto as vendas do segmento apresentaram queda de 3,8% no Brasil nos últi-mos 12 meses, em Santa Catarina o crescimento foi de 2,4%.

"Diante da crise temos que ser otimistas. Nosso setor alavanca a economia do Estado e nosso saldo está positivo, mas nossas ações não devem estar voltadas apenas à eco-nomia. Precisamos que a política nacional tome seu rumo", ressaltou Jorge Guarezi, presidente da Câmara Setorial de Material de Construção.

Vários fatores contribuem para a retração da econo-mia, um deles é o ajuste fiscal que prevê o aumento da carga tributária, como o retorno da CPMF. A proposta do governo é relançar o tributo com uma tarifa menor, de 0,2%, mas co-brada nas operações de débito e no crédito e sem prazo para ser extinto. Estimativas da Fecomércio-SC apontam que só em Santa Catarina a volta do imposto vai retirar da economia R$1,3 bilhão.

"O aumento da carga tributária é reflexo da ati-vidade fiscal, que não permite mais a adoção de po-líticas de incentivo ao consumo no mesmo ritmo que anos atrás", explica Luciano Córdova, economista da entidade estadual.

Vendas de materiais de construção aumentam em SC

Amianto em pautaA comercialização em Santa Catarina de produtos

que contenham amianto é constante tema da Câmara de Material de Construção. Para atualizar o cenário legal do amianto, o gerente interino de Relações Ins-titucionais e Governamentais da Fecomércio-SC, Elder Arceno, informou que após despacho do Ministério do Trabalho foram revogadas as Portarias 108 e 141, am-bas de 2014, estendendo ao comércio a proibição do uso de amianto, entre outras determinações.

"Após a revogação das portarias, por intermédio da Portaria n° 1.287, do próprio Ministério do Trabalho, instituindo o Comissão Especial para Debater o Uso do Amianto (Cedua), a Confederação Nacional do Comér-cio (CNC), formará um grupo junto com demais entida-des patronais, laborais e o governo, com o objetivo de propor medidas para a garantia da saúde dos trabalha-dores que atuam no comércio de telhas de amianto no Brasil".•

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Economia&Negócios • Novembro 2014 • 25

As vendas para o Dia das Crianças foram 3,4% menores no Brasil em comparação com os resultados do mesmo período no ano passado, segundo dados da Boa Vista

Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Em 2014, as vendas foram 1,8% maiores com relação a 2013.

Esse foi o pior resultado da série histórica, se-gundo a Boa Vista. A data também foi a que sofreu queda mais intensa em comparação às outras datas co-memorativas. Conforme a entidade, a queda nas vendas para a época acompanha o recuo generalizado da atividade econô-mica, influenciada pelos juros altos, aumento do desemprego e cautela cada vez maior dos consumidores.

O cálculo para o volume de vendas na data foi baseado em uma amostra das consultas realizadas no banco de dados da Boa Vista SCPC com abrangência nacional. Foram conside-radas as consultas feitas de 1 a 12 de outubro deste ano com-paradas ao mesmo período do ano passado.•

Vendas para o Dia das Crianças

recuam 3,4%

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Plano Nacional de Exportações: em hora errada

Por Mauro Lourenço Dias,vice-presidente

da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-

SP, e professor de pós-graduação em Transportes e

Logística no Departamento de Engenharia Civil da

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Site:

www.fiorde.com.br E-mail: [email protected]

Não se pode deixar de reco-nhecer que o Plano Nacional de Exportações (PNE), lança-

do em junho pelo Ministério do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), é uma iniciativa lou-vável e que, se tivesse sido colocado em prática há anos em outro contexto político-econômico, teria tudo para dar certo. O problema é que chegou na hora errada, numa época em que a produção industrial está em queda, as vendas em baixa e o desemprego em alta. Diante disso, corre o risco de não passar de uma carta de boas in-tenções.

De fato, o PNE está assentado sobre pilares que têm por objetivo melhorar o acesso dos produtos na-cionais ao mercado externo, procuran-do ampliar a promoção comercial por meio de ações de marketing, feiras e exposições e acordos comerciais e de investimento. O plano prevê 37 mer-cados prioritários e define três como especiais – Argentina, Turquia e Irã.

Quem acompanha as ações da Agência Brasileira de Promoção de Ex-portações e Investimentos (Apex-Bra-sil) percebe que o governo está em-penhado em ajudar o empresariado a abrir mercados para a moda, startups, alimentos, especialmente carnes, be-bidas, especialmente vinhos e café, calçados e máquinas e equipamentos. Na América Latina, os mercados visa-dos têm sido os membros da Aliança do Pacífico (Chile, México, Colômbia e Peru) e Cuba. Na África, ainda que não dê à Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua

Portuguesa (CE-CPLP) a devida aten-ção, tem procurado abrir mercados em Moçambique, Quênia, Tanzânia, Argélia e Egito.

Além disso, tem procurado re-atar uma proximidade comercial com os Estados Unidos, que foi delibera-damente combatida pelos governos anteriores de 2003 a 2014, e destra-var as negociações do Mercosul com a União Europeia. No Oriente Médio, o foco está na Arábia Saudita e Irã. Sem contar a Rússia, hoje um promissor mercado para alimentos – especial-mente carnes, bebidas e agronegó-cios.

Ocorre, porém, que o PNE não ataca o que se poderia definir como o cerne da questão: a falta de com-petitividade do produto nacional. Pelo contrário. Além de não oferecer novas desonerações, o governo cortou estí-mulos e benefícios fiscais, além de ter promovido reajustes que oneram o custo da energia de 30 a 40%.

Sem maiores estímulos, ob-viamente a indústria exportadora dificilmente pode reagir valendo-se apenas dos recursos do Programa de Financiamento à Exportação (Proex), hoje em estado de indefinição, e da depreciação cambial, cujos benefícios até agora não têm sido palpáveis. Na verdade, o saldo comercial só tem apresentado resultado positivo por-que a queda da importação está em ritmo mais acelerado que a da expor-tação. Num cenário tão nebuloso, é difícil encontrar quem esteja disposto a aumentar a capacidade produtiva das empresas.•

26 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

ArtigoArtigo

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O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que baliza os aumentos da energia elétri-ca e dos contratos de aluguéis, teve alta

de 10,09% nos últimos 12 meses, conforme le-vantamento da Fundação Getulio Vargas. Somen-te no mês de outubro, o índice chegou a 1,89%, com alta de 0,94 ponto percentual na comparação com setembro. Em outubro de 2014, a variação foi de 0,28% e nos 10 meses de 2015 de 8,35%.

A pesquisa também mostra que o Índice de Preços ao Produtor Amplo teve variação de 2,63% em outubro com a maior contribuição vinda do subgrupo alimentos processados, que passou de 1,39% para 2,71%. O índice que verifica o grupo dos bens intermediários teve alta de 0,71% em

outubro com relação a setembro, tendo como des-taque o subgrupo materiais e componentes para a manufatura.

No mesmo levantamento, ainda foram di-vulgados dados do Índice de Preços ao Consu-midor, que variou 0,64% em outubro com o au-mento de cinco das oito classes de despesas. A principal contribuição foi no grupo transportes, que passou de 0,20% para 1,43% no período. O Índice Nacional de Custo da Construção variou 0,27%, o que significa pouca diferença na com-paração com setembro, quando ficou em 0,22%. Nesta categoria, não houve grandes aumentos e o índice que representa o custo da mão de obra ficou no mesmo patamar.•

Índice que mede aluguel tem alta de 10,09% em 12 meses

Economia&Negócios • Novembro 2014 • 27

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28 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

A Marejada – Aventura pelos Mares do Mundo deve movimentar milhões em negócios com a feira World Business Show. Expositores dos setores de

imóveis, confecções, calçados, estaleiros, turismo, utensí-lios domésticos entre outros preencheram os 52 estandes do evento, que segue até o dia 15 de novembro.

Conforme o diretor da empresa que organiza a feira, Jean Gern, os 12 dias de festa devem resultar em mais de 200 mil visitantes e cerca de R$ 50 mi-lhões em negócios. “A nossa expectativa é feita com base nas outras edições da feira de negócios na pri-meira edição da Transat Jacques Vabre e também na Volvo Ocean Race”.

O empresário ressalta que cerca de 70 marcas estão expondo no local, já que alguns estantes são divididos por mais de um negócio. “Temos um es-tande com 14 empresas de barcos, por exemplo”. O espaço do Sebrae, com uma feira com mais de 10 empresas do setor náutico e também de turismo, é um dos principais nomes do evento, que fica no hall de entrada da Marejada. As construtoras Lotisa e DMJ, a loja Sibara Store, a empresa do segmento de cafés Nespresso e a de confecções Santa Costa são outras marcas presentes nos estandes.

A Costa Verde & Mar também é participante da feira de negócios com um centro de recepção e informação ao público, espaço de descanso e informações sobre as dez cidades que fazem parte do consórcio municipal de turis-mo. O local é equipado com recepcionistas bilíngues. O objetivo é que o estande capte turistas para as cidades da

Feira deve movimentar R$ 50 milhões em negócios durante a Marejada em Itajaí

World Business Show é realizada dentro do Centreventos até o dia 15 de novembro

Divulgação Secom Divulgação Secom

Divulgação Transat Jacques Vabre

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Economia&Negócios • Novembro 2014 • 29

região. “Quanto mais informações o público receber, mais incen-tivos ele terá para conhecer de perto cada um dos municípios. A nossa região é rica em atrativos para todos e com certeza esta é uma ótima forma de divulgação”, avalia a presidente do colegia-do de secretários de turismo da Costa Verde & Mar, Susan Corrêa.

Divulgação Secom

Divulgação Secom

Regata, cultura e gastronomiaA Marejada recebe, desde o dia 4 de novem-

bro, os barcos da regata Transat Jacques Vabre, que partiram de Le Havre, na Normandia, para Itajaí no dia 25 de outubro. São quatro classes de competi-dores com 42 veleiros no total. Mas como a traves-sia é uma das mais desafiadoras do mundo, com 5,4 mil milhas náuticas – 10 mil quilômetros no total – alguns competidores acabaram desistindo por causa do mau tempo enfrentado em alto-mar.

Após serem recepcionados em Itajaí, os bar-cos ficam no píer e na marina e podem ser visitados pelo público. Algumas das embarcações estão abri-gadas na Marina Itajaí, que iniciou as operações parcialmente para o evento.

Além da regata, a Marejada conta também com dois pavilhões gastronômicos compostos por 11 restaurantes. No cardápio, ingredientes típicos da comida açoriana são destaques, como bolinho de bacalhau, camarão, sardinha na brasa e até san-duíche de frutos do mar. A cultura regional também é valorizada durante os dias de evento, com mais de 60 apresentações de grandes nomes das artes de Itajaí e outras cidades.•

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Pai rico, filho nobre, neto pobre

Por Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça

de defesa do consumidor do Ministério Público de Minas Gerais. Graduado

em Psicologia pela Univale, é Mestre em Direito do

Estado e Cidadania pela UFG-RJ e Coordenador do

site e do Podcast "Educação Financeira para Todos".

Repercutiu intensamente nas mídias sociais a matéria publi-cada pela Folha de São Paulo

no dia 18 de outubro sobre a situa-ção financeira dos netos e bisnetos de Oscar Niemeyer, que trabalhou até os 104 anos como arquiteto. Segundo a matéria, seus netos e bisnetos esta-riam hoje sem fonte de renda e dispu-tando uma herança minguada.

A situação acima me lembrou uma expressão popular, bem antiga: "Pai rico, filho nobre, neto pobre". Embora a matéria se refira a um caso específico, que talvez tenha chamado a atenção pelas quantias envolvidas, essa situação ocorre mais perto de nós do que imaginamos, só muda o fato de que os valores são muito me-nores.

Conheço diversos casos de pes-soas que mesmo em idade avançada sustentam adultos que podem traba-lhar, mas preferem viver de mesadas irreais que os avós ou bisavós propor-cionam. Eles compram carros caros, investem em cavalos, possuem casas gigantescas com despesas enormes, fazem viagens caras, etc. É um padrão de consumo, que se retirada a ajuda financeira do provedor, não é susten-tável nem em curto prazo.

Bem, todo mundo sabe o que acontece nesses casos após o faleci-mento do provedor. Quando a fonte de renda termina há uma queda vio-lenta na capacidade de se auto sus-

tentar. E pior, a fonte se esgota e a pessoa não possui as habilidades fi-nanceiras para reorganizar a sua vida.

As pessoas que passaram anos (ou décadas) só consumindo de forma não sustentável, não desenvolveram comportamentos financeiros frugais, ficaram fora do mercado de trabalho e não acompanharam a sua evolução, quando sofrem um baque na perda de renda abrupta, não conseguem se adaptar a essa nova realidade. E os resultados são sinistros.

Na maioria dos casos, viveram padrões de consumo insustentáveis durante longos períodos e acabam por ter uma queda abrupta de rendi-mentos, e como não se prepararam, chegam a ter uma diminuição de até 90% do seu “padrão de vida”. Gente que era rica até vinte anos atrás, hoje está correndo atrás de um salário mí-nimo para sobreviver ou vivendo de favor de parentes e amigos próximos.

Fique atento com essas expe-riências negativas e não caia nessas armadilhas financeiras. Comece a construir o seu futuro ainda hoje.

Você já parou para refletir como estará financeiramente daqui a vinte anos? O momento de pensar (e co-meçar a se preparar) é agora. Não sa-bemos o nosso futuro, mas podemos tentar construir “redes de proteção” para a nossa vida. Fique atento com isso.

O dinheiro não aceita desaforo.

ArtigoArtigo

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Números recordes confirmam que Volvo Ocean Race 2014-15

foi a melhor da históriaApesar do sucesso de público nas duas primeiras edições – 2012 e 2015 - Itajaí ainda não está confirmada como cidade sede da próxima etapa da Volvo Ocean Race, que inicia em 2017

A edição 2014-15 da Volvo Ocean Race foi, segundo o balanço oficial, o mais bem sucedido dos 42 anos de história da Volta ao Mundo. Um dos principais

dados do relatório, apresentado, é o aumento do número de visitantes nas 11 cidades-sede do evento, incluindo a brasileira Itajaí e a portuguesa Lisboa, com 2,4 milhões de pessoas, aumento de 16% em relação à edição anterior. "A Volvo Ocean Race é um evento cheio de oportunidade de alto-nível para todos, dentro e fora da água", disse o CEO da regata, Knut Frostad.

A Volvo Ocean Race oferece um programa abran-gente que proporciona aos seus clientes uma gama de ex-

periências de nível internacional. São ações como velejar com os atletas, ter contato próximo ao local da regatas e outras mais. "Recebemos um número recorde de visitantes corporativos em oito de nossas 10 etapas em todo o mun-do - uma tendência global muito positiva", acrescentou Knut Frostad.

Mais números* Recorde de clientes corporativos impactados com

experiências únicas na Volvo Ocean Race: 70.471 pessoas. Número é três vezes maior do que o anterior;

* 2,4 milhões de visitantes, aumento de 16% no nú-

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 33

mero médio diário de 2011-12;* Aumento de 140% em audiência online em 113 países;* Crescimento de 27% no valor de publicidade de TV :

293.000.000 de euros. número explicado graças à melhoria do conteúdo dos repórteres a bordo e meios de melhor qualidade cobrindo a regata;

* 7.663 horas de cobertura televisiva mundial alcançadas - um aumento de 59% em relação a 2011-12;

* As equipes participantes tiveram retorno de mídia médio de 47.500.000 de euros;

* Um dos aspectos mais populares do programa foi o convi-dado Onboard experiência que deu a 2.451 visitantes a oportuni-dade de correr em um dos sete Volvo Ocean 65s. Aumento de 58% em relação a 2011-12;

Knut Frostad continuou: "Estamos dando para mais pessoas a oportunidade inesquecível, que não tem preço. Correr a regata ao lados dos melhores do mundo, ver o barco e sentir a emoção não tem dinheiro que compre".

O evento contou com várias cerimônias de premiação, lan-çamentos de produtos, conferências e outras oportunidades.

O novo conceitoA decisão de mudar os barcos e definir uma classe única, ou

seja, veleiros rigorosamente iguais, deu certo na parte técnica e deu mais emoção. Regatas eram definidas nos últimos segundos, faltando pouco para a chegada nos portos.

"Nós vimos seis dos sete barcos ganharem uma regata local e uma travessia", disse Knut Frostad. "Foram sete vezes em que o vencedor ganhou com diferença de 5 minutos para o segundo, o que é inédito em regatas de longa distância".

Velejadores de 19 países diferentes participaram do evento! "A regata é um evento global. Além de visitar 11 países ao redor do mundo, as equipes estão cada vez mais internacionais", acres-centou Knut Frostad.

O site oficial da Volvo Ocean Race apresenta conteúdo em quatro línguas diferentes, e uma equipe profissional de imprensa produziu atualizações e novidades em mais cinco idiomas.

Com mais de 2,4 milhões de visitantes de todos os cantos do planeta, as Vilas da Regata teve média diária de 16.326 pessoas.

Os repórteres a bordo embarcados em cada barco entrega-ram conteúdo em alta definição. "O principal objetivo desta edição foi aumentar e focar na qualidade em vez da quantidade. Vimos uma grande melhoria na cobertura on-line e nos impressos", disse Frostad.

Da mesma forma, em termos de produção de notícias de TV, o conteúdo da regata teve audiência impressionante, levan-do a um aumento de 27% em valor publicidade nesta área para 293.000.000 euros, segundo a empresa global de monitoramento de mídia Repucom.

Enquanto isso, os organizadores da regata continuaram a explorar novas maneiras de contar a história deste esforço huma-

no de nove meses.O app oficial Volvo Ocean Race teve 391.000 downlo-

ads - mais do dobro da edição anterior.E as plataformas de mídia social Volvo Ocean Race

também experimentaram crescimento e altos níveis de en-volvimento - com 1.200.000 de fãs acompanhando o evento no Facebook e no Twitter.

A regata continua a oferecer oportunidades altamente lucrativas para os patrocinadores. O valor médio medio por equipe, medido pela Repucom, foi 47.500.000 de euros.

Mesmo para o Team Vestas Wind, equipe que passou grande parte da regata fora por causa de um problema na segunda etapa, o retorno de mídia foi alto, batendo em 28 milhões de euros.

Para as 11 cidades que receberam a edição 2014-15, os resultados financeiros foram igualmente positivos. O im-pacto econômico da regata em Alicante, onde fica o quartel general do evento, foi de 89.300.000 euros, segundo a Pri-cewaterhouseCooper.

A próxima edição da Volvo Ocean Race será a de nú-mero 13 e começará em Alicante, na Espanha, em 2017. Sete cidades-sede já foram confirmadas: Alicante, Auckland, Cidade do Cabo, Cardiff, Gotemburgo, Lisboa e Newport. O percurso completo será divulgado em 2016. •

Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race

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36 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Mercado Coluna

Escolher o destino, as datas, arru-mar as malas. As férias de fim de ano já começam a ocupar o pla-

nejamento de muitas famílias. E uma das escolhas de muitos turistas é trocar o hotel pelo aluguel de um imóvel na condição de temporada. Essa decisão deve ser pensada com cuidado para que nenhum imprevisto surja após a contra-tação.

Quem explica a situação é o ad-vogado especialista em Direito Imobili-ário da Krieger Advogados Associados, Rodrigo Palermo. Ele lista cinco ques-tões principais que devem ser avaliadas quando se trata desta modalidade de aluguel. Confira:

Contrato: “Por se tratar de uma locação com prazo determinado e não superior a 90 dias de uso, é recomendá-vel que conste em contrato tudo aquilo que foi acordado verbalmente”, aconse-lha Rodrigo. Dessa forma, ressalta, tanto locador quanto locatário garantem maior segurança na execu-ção do negócio.

Estrutura do imóvel: “É fundamental que, ao iniciar a ocupação, o locatário confira e registre se está tudo em ordem, conforme termos acordados previstos no contrato. Essa situação é ainda mais importante quando o local é mobiliado. Registre se todos os itens realmente existem e se estão em perfeita or-dem. Um laudo de vistoria, contendo a descrição minuciosa dos móveis e utensílios que guarnecem o imóvel, ajuda muito no momento da devolução. Com este documento em mãos, tanto o locador quanto o locatário demonstram sua boa-fé no mo-mento da entrega e da devolução do imóvel locado", lembra o advogado.

Forma de pagamento: no momento de fechar o negó-cio, é importante que locador e locatário também definam a forma de pagamento da locação. “A modalidade de locação por temporada é a única que possibilita a cobrança antecipada dos

aluguéis. Contudo, fica ao critério do locador e do locatário a melhor forma de pactuar o formato do pagamento. E para assegurar a integridade dos móveis, da estrutura do imóvel e da obrigação de pagamento das parce-las vincendas do aluguel, também é possibilitada a exigência da garantia daquele que irá ocupar o imóvel. Co-mumente essa garantia de dá através do cheque caução, que é devolvido no momento desocupação. Mas tam-bém existem as modalidades de fia-dor e de seguro fiança. O importante é que, seja qual for a modalidade de pagamento, tais condições estejam previstas no contrato assinado entre as partes”, ressalta Rodrigo.

Idoneidade do locador: “Des-confie de ofertas com valores muito abaixo do mercado. Sabemos que quando se trata de aluguel de imó-veis na temporada, muitas pessoas

acabam sendo vítimas de golpes. Procure realizar o negócio com empresas reconhecidas ou busque referência de pessoas que já ocuparam o imóvel anteriormente. Se possível, visite o local antes de fechar o contrato”, diz Palermo.

Prazo mínimo e prazo máximo: o advogado da Krie-ger explica que o prazo máximo para aluguéis na temporada é de noventa dias. “Importante esclarecer que não há um prazo mínimo para celebrar um contrato de locação por temporada. Estando dentro do prazo máximo de 90 dias, cabe ao locador e locatário determinarem o período de ocupação do imóvel. Contudo, na permanência do locatário por um período superior aos 90 dias, sem a correta conduta do locador, entende-se que o aluguel é fixo e aí entram as regras para esta modalidade. Neste caso é recomendável que, findo este prazo de 90 dias e permanecendo o locatário no imóvel, seja procedida a ação de despejo. Para tanto, será imprescindível o assessoramento de um advogado especialista no assunto para evitar transtornos”, conclui.•

Cinco cuidados na hora de alugar um imóvel na temporada

O advogado especialista em Direito Imobiliário da Krieger Advogados Associados, Rodrigo Palermo, explica o que deve ser levado em conta antes de se fechar o negócio

Rodrigo Palermo, advogado especialista em Direito Imobiliário, da Krieger Advogados

Associados

Divulgação

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 37

A quinta edição do prêmio Cambori – Empreendedores de Suces-so está programada para o dia 19 de novembro em Balneário Camboriú. Como o próprio nome diz, a ação vai premiar em-

preendedores que se destacaram nas cidades de Balneário Camboriú e Camboriú, ajudando a promover o desenvolvimento socioeconômico da região. Mais de 30 negócios vão receber o prêmio neste ano.

Ainda durante a cerimônia, que acontecerá no Hotel Sibara Flat e Convenções, às 19h30, empresas que atuam no mercado há cinco, 10, 15, 20, 25, 30 e 50 anos serão homenageadas. A data também celebra o Dia Nacional do Empreendedorismo e, além do tradicional jantar, os convidados vão contar com um show de stand up com os humoristas Tiago Ventura e Afonso Padilha.

O prêmio Cambori foi criado em 2011 e referencia o peixe robalo na língua Tupi, que existiu em abundância na região. Por ser uma espé-cie ágil e atenta, foi feito esse comparativo com empreendedores, que se renovam e vencem desafios para ganharem destaque no mercado.•

Mercado Coluna

Empreendedores de sucesso são reconhecidos em premiação

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38 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Mercado Coluna

Um projeto desenvolvido por professores da área de Tecnologia e Educação da Univali foi escolhido entre mais de 200 para fazer par-

te do programa Makers Educa, do Programaê!, que visa a popularização da programação. A ideia partiu dos professores André Maciel Santana e André Raa-be e foi a única selecionada no sul do Brasil entre as 10 escolhidas.

Baseada em um projeto realizado nos Esta-dos Unidos, a ideia prevê a criação de um móvel de madeira chamado LiteMaker, que tem diversos com-partimentos para o transporte de equipamentos até escolas da região. “Pretendemos levar até as escolas a cultura Maker, que baseia-se no conceito do “faça você mesmo”. Com isso os alunos terão a oportuni-dade de ajudar a construir, consertar, modificar e até criar objetos com suas próprias habilidades e conhe-cimentos prévios”, explica Raabe.

Com a aprovação do projeto, a iniciativa re-ceberá o incentivo de R$ 18 mil para aplicação na compra dos equipamentos, entre eles uma impresso-

ra 3D, uma impressora a laser, uma plotter de corte, uma estação eletrônica e um estação de marcenaria. A atividade será executada na escola municipal Yo-landa Laurindo, localizada na Praia Brava, em Itajaí, e beneficiará, em média, 16 alunos entre 13 e 14 anos.

“Nosso projeto proporcionará aos estudantes vivências na produção de artefatos com uso de dife-rentes técnicas construtivas, sejam elas a marcena-ria, eletrônica, artesanato em papel, e produção de objetos com impressora 3D. Isso promove o gosto pela aprendizagem com a aplicação de característi-cas importantes como concentração, paciência e per-sistência”, aponta o professor.

Atualmente o Laboratório de Inovação Tec-nológica na Educação da Univali realiza um projeto similar com alunos da Escola de Educação Básica Nereu Ramos, do bairro Fazenda, também em Itajaí. Nessa ação, os alunos da escola visitam, semanal-mente, o laboratório para vivenciar a cultura Maker, promovida pelo projeto.•

Projeto da Univali é escolhido em iniciativa para a popularização da programação

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 39

Mercado Coluna

A Marina Itajaí, com previsão de inaugura-ção na segunda quinzena de novembro, já iniciou as operações. Desde a primeira

semana de novembro, o local abriga barcos da Transat Jacques Vabre, que segue até o dia 15 de novembro, e recebe o público do evento. Cerca de 70% das embarcações da regata, com 42 bar-cos participantes, estão na estrutura. A primeira

fase da marina disponibilizará aos usuários 320 vagas, sendo 165 molhadas e 155 secas.

O espaço, que fica na Baía Afonso Wippel, deve ser concluído em 2019 com 900 vagas para embarcações no total. Os investimentos no local, que tem uma área de terra de 30 mil metros qua-drados e de espelho d’água de 120 mil metros quadrados, ultrapassam R$ 40 milhões.•

Divulgação Agência A

Marina Itajaí inicia operações

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40 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Mercado Coluna

O Balneário Shopping levou a medalha de ouro na categoria revitalização e expan-são do Prêmio Abrasce 2015, da Asso-

ciação Brasileira de Shoppings Centers, que re-conhece as melhores iniciativas da indústria de shoppings do Brasil. Mas essa não foi a única conquista do grupo Almeida Júnior no evento. A empresa, que é a maior de shoppings centers do sul do país, também levou a prata na catego-ria corporativo com o case “Força de Branding. Almeida Júnior – Inovando para Transformar”.

Inaugurado em 2007 em Balneário Cam-boriú, o Balneário Shopping passou por uma expansão entre 2013 e 2014, praticamente dobrando o tamanho. Depois de um ano de obras com o shopping original em funciona-mento, a expansão foi inaugurada em novem-bro de 2014 com 98% de taxa de ocupação. O shopping passou de 24,4 mil m² para 43,4 mil m² de Área Bruta Locável (ABL) trazendo 90

novas operações, com ênfase para novas ânco-ras, megalojas e operações fashion "high end". O case vencedor mostrou que o investimento da Almeida Júnior no Balneário Shopping foi mais que uma expansão, mas uma verdadeira transformação do empreendimento. “Com este projeto do Balneário, mostramos claramente ao mercado e lojistas a habilidade na gestão e capacidade empreendedora da empresa”, diz o CEO da empresa, Jaimes Almeida Junior.

Com o case corporativo, a Almeida Junior reforçou a liderança em Santa Catarina, enfa-tizada com a presença de seus seis shopping centers nas mais ricas regiões do Estado. A campanha criada demonstrou o comprometi-mento com o consumidor e valorizou a marca corporativa - Almeida Junior - tanto no Estado de Santa Catarina quanto no cenário nacional, contribuindo diretamente para a geração de ne-gócios em seus shoppings.•

Balneário Shopping é ouro em categoria de prêmio nacional

Alex Dickel

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 41

Um portal com o objetivo de contribuir para a aprendizagem de empreendedores. Essa foi a ideia colocada em prática por uma equipe de

especialistas no www.mbaempreendedor.com.br. A fer-ramenta feita em Blumenau é gerenciada pela mesma equipe que desenvolveu o sistema EAD do grupo Unias-selvi, considerado um dos maiores cases de educação à distância do Brasil, fundado por Marlon Tafner.

“Reunimos os principais autores e especialistas para mostrar que existem caminhos alternativos para quem busca informação e sucesso na carreira”, comenta um dos fundadores do canal, João Cristofolini. O portal mostra treinamentos com os principais nomes do em-preendedorismo no país e no exterior com conteúdos de aproximadamente 50 minutos até 1h30 e podem ser acessados de qualquer lugar a partir de uma assinatura mensal.

"A escola tradicional não nos ensina a empreen-der, é necessário buscar caminhos alternativos para isso. Nós buscamos, por meio de um modelo de educação continuada, trazer situações do dia a dia e mostrar que

Canal online contribui para aprendizagem de empreendedores

existem comportamentos e preparos internos do empreen-dedor que podem influenciar na carreira e no sucesso de um novo empreendimento“, analisa João. Alguns dos pro-fissionais que ministram as aulas no canal são a especialista em motivação e desenvolvimento humano Leila Navarro, o especialista em motivação e marketing Ômar Souki e o dou-tor em antropologia e autor de 28 livros, que trabalha com assuntos como gestão, marketing, motivação e vendas, Luiz Marins. •

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Mercado Coluna

42 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Um ranking da Revista Amanhã divulgou as 500 maiores organizações do sul do Brasil e tam-bém as maiores dos estados em diversos seg-

mentos. Instituições de Itajaí e região foram citadas no levantamento, lançado em outubro, que considera dados de 2014.

Entre as 500 maiores do sul do Brasil estão a Portonave de Navegantes na 95ª colocação, a GDC Alimentos de Itajaí em 121º lugar, a Univali de Itajaí na 207ª posição, a APM Terminals Itajaí em 251º, a Localfrio Itajaí em 291º, a Multilog de Itajaí em 291º, a Costa Sul de Navegantes em 354º e a Poly Terminais

de Itajaí em 427º.Já no ranking estadual, a Portonave aparece em

19º lugar, a GDC em 21º, a Univali em 46º, a APM em 56º, a Localfrio em 66º, a Multilog em 74º e a Costa Sul em 84º. A Univali também foi citada como a maior de Santa Catarina no segmento de educação.

O levantamento é feito em parceria com a PwC baseado no balanço das organizações. No ranking es-tadual, a BRF – BR Foods lidera a lista seguida pela Bunge e pelo Grupo Wag. A BRF e a Bunge aparecem em segundo e terceiro lugar, respectivamente, entre as 500 maiores organizações do sul do Brasil.•

Organizações da região estão entre as maiores de SC e do sul do Brasil

Divulgação

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ArtigoArtigoRevisão de NCM na importação após o desembaraço aduaneiro

Economia&Negócios • Novembro 2015 • 43

Balneário Camboriú será sede da 17ª edição do Congresso Latinoamericano de Ciências do Mar (Colacmar) em 2017. A candidatura da cida-

de para sediar o evento, que deve reunir mais de 1,2 mil pessoas, foi apresentada pelo Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau na edição deste ano, que aconteceu entre os dias 18 e 22 de outubro na Colôm-bia.

Na ocasião, o BC Convention foi representado pelo embaixador local, professor Fernando Diehl, Con-selheiro-diretor da Associação Brasileira de Oceanogra-fia – AOCEANO que é o proponente local.

O Colacmar é um dos congressos mais impor-tantes do setor marinho da América Latina, onde são discutidos e apresentados os últimos avanços e desen-volvimentos na investigação científica e no desenvolvi-mento de tecnologias marinhas e costeiras. O evento reúne pesquisadores, cientistas, estudantes, fundações, agências governamentais e empresas privadas.•

Balneário Camboriú receberá Congresso Latinoamericano de

Ciências do Mar em 2017

Divulgação Na M

ídia

Importador, atenção! Você que muito provavelmente já foi refém da revisão aduaneira, precisa saber que está aceso o sinal amarelo, em especial quanto à reclassificação fiscal. Enten-der os limites desse procedimento fiscal pode ser a chave para encontrar a solu-ção adequada.

Isso ocorre quando o fiscal, após homologar a Declaração de Im-portação (DI), passados até 5 (cinco) anos do desembaraço aduaneiro, resol-ve revisar a classificação fiscal da mer-cadoria (NCM) adotada na DI, normal-mente para classificações em que há alíquotas maiores dos tributos, o que tem se proliferado no meio aduaneiro e tem gerado insegurança jurídica no mercado.

Com efeito, a importadora apu-ra os tributos, na importação, na mo-dalidade de “lançamento por homolo-gação”, ou seja, diante da importação, quantifica e antecipa o pagamento dos tributos devidos, cabendo ao Fisco a homologação posterior. Nesse caso, o desembaraço aduaneiro é forma de homologação expressa do lançamento realizado, haja vista ter o Fisco, ao tem-po da operação, total acesso às mer-cadorias, aferindo suas características, e liberando-as tão somente depois de cumpridas todas as exigências legais.

Uma vez encerrada essa etapa, pagos os tributos devidos, e não ha-vendo qualquer impugnação do Fisco quanto ao valor ou classificação tari-fária das mercadorias, a revisão da DI só pode ser iniciada nas hipóteses do artigo 149 do Código Tributário Nacio-nal (CTN), dentre as quais: a compro-vação da falsidade, erro ou omissão na declaração.

Portanto, para entender qual revisão aduaneira é a correta e qual é a incorreta, deve-se primeiro compreen-der que essa reclassificação fiscal pode ocorrer por duas razões: no caso de se constatar um “erro de fato” na DI; ou no caso de se constatar um “erro de direito” na DI.

Existe um “erro de fato” quan-do os dados fáticos inseridos na DI constatam-se incorretos. Por exemplo, quando a quantidade de mercadorias é superior à declarada; ou quando a mercadoria declarada é uma e de fato é outra; ou ainda quando a mercado-ria foi internalizada de fato em outro Estado que não aquele informado na DI. Esses são “erros de fato”, hipóteses em que se autoriza a revisão aduanei-ra, podendo, dentre outros, resultar na reclassificação fiscal.

O “erro de direito”, por sua vez, acontece quando o próprio Fisco pre-tende revisar a DI reconhecendo que se equivocou na aplicação de um critério jurídico na homologação do lança-mento. Em outras palavras, é quando a autoridade fiscal, depois de aplicar um determinado enquadramento legal, decide aplicar, para aquela DI já homo-logada, um outro enquadramento. É o caso da classificação fiscal.

Com efeito, a reinterpretação do enquadramento do mesmo produto é evidentemente um “erro de direito”, uma simples mudança de critério jurí-dico, e que é completamente vedada pelo CTN, em seu artigo 146.

Por essa razão, é ilegal a revisão do lançamento do imposto diante de um erro de classificação fiscal, eis que o Fisco já aceitou as declarações do im-portador no desembaraço aduaneiro.

Dessa forma, é possível dis-tinguir as diferenças entre a revisão aduaneira lícita e a revisão aduaneira ilícita. A reclassificação fiscal é, à toda evidência, forma ilícita de revisão do lançamento, devendo ser combatida e confrontada.

Ressalta-se que a jurisprudên-cia, interpretando o CTN, tem fornecido importantes precedentes na consolida-ção dessa distinção, fortalecendo aque-les que não desejam tornar-se reféns dessa prática inadequada. De toda forma, o completo conhecimento da controvérsia continua sendo a melhor porta para buscar o melhor remédio.

Kim Augusto Zanoni OAB/SC 36.370

Sócio do escritório Silva e Silva Advogados Associados.Pós-graduado em Direito Empresarial e Advocacia Empresarial pela Universidade Anhanguera.Pós-graduando em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET).Advogado atuante nas áreas Tributária, Aduaneira e Societária em nível administrativo e contencioso.

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44 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Mercado Coluna

O Itajaí Shopping está apostando em no-vas operações até o início de 2016. O restaurante mexicano Cabrones, com

matriz em Balneário Camboriú, inaugura uma filial no empreendimento e é a primeira das sete novas operações a reforçar a economia do sho-pping.

A instalação do restaurante ficará no se-tor L3, onde funciona o cinema, e terá uma vis-ta privilegiada para a cidade de Navegantes. O mesmo setor do empreendimento ainda pode abrigar outros três estabelecimentos do gênero.

Neste mês, a loja Luciana Schobiner e um quiosque de brasões também começam a fazer

parte do shopping. O empreendimento ainda es-treia as lojas TNG, Gabriela Calçados, um quios-que de telefonia e uma operação de carrinhos elétricos, todos com previsão de inauguração neste ano.

O empreendimento foi inaugurado na ci-dade no ano 2000 e passou por uma expansão recentemente, onde a área bruta de locação aumentou 80%. A praça de alimentação e o es-tacionamento, que conta com 700 vagas atual-mente, também foram ampliados, assim como o cinema. O investimento total do grupo que administra o shopping, o Tacla, de Curitiba, no Paraná, superou os R$ 80 milhões. •

Itajaí Shopping recebe novas operações

Grup

o DP

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Por Milton Lourenço Presidente da Fiorde

Logística Internacional e diretor do Sindicato dos

Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e

Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da

Associação Nacional dos Comissários de Despachos,

Agentes de Cargas e Logística (ACTC)

ArtigoArtigo

A vida sempre encontra um caminho

46 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Num mundo conflagrado por conflitos graves e abalado por grandes contingentes de pes-

soas flageladas pela miséria, refugiar--se é a única alternativa para milhões de pessoas não morrerem. A priorida-de da vida desafia as fronteiras, ques-tiona os acordos multilaterais e bilate-rais de migração e substitui em termos práticos a soberania dos territórios pela posse cosmopolita do planeta por parte da humanidade.

Assim, não é sem razão que 60 milhões de pessoas, segundo a AC-NUR – Agência de Refugiados da ONU, haviam fugido de seus países, ao cabo de 2014, buscando abrigo, socorro e uma oportunidade de seguir em fren-te, em nações em estado de paz. Esti-ma-se que já sejam 70 milhões neste final de 2015, gerando uma das mais graves crises humanitárias e migrató-rias de todos os tempos.

Segundo o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), havia 7.289 refugiados reconhecidos no Brasil, no final de 2014. Eles são de 81 nacio-nalidades e 25% são mulheres. Nosso país, apesar da crise político-econômi-ca, está apontando uma solução equi-librada ao mundo, por meio da pro-posta da nova Lei de Migração (Proje-to 2.516/2015), aprovada no Senado e em tramitação na Câmara dos Depu-tados. A matéria tem como princípio

os direitos humanos e modifica para-digmas do Estatuto dos Estrangeiros, o qual substitui, revertendo o caráter punitivo da legislação em vigor, criada durante o regime militar. É garantida a igualdade de direitos aos imigrantes e cidadãos nacionais e o acesso à Previ-dência Social ao brasileiro emigrante.

A nova norma estabelece, ainda, sanções rigorosas às condutas relacio-nadas à exploração criminosa do fluxo internacional de indivíduos. Também visa contribuir para o desenvolvimen-to nacional. Por isto, estrangeiros com capacitação científica, tecnológica e cultural contarão com facilidade na obtenção de vistos temporários e au-torização de residência.

O Brasil tem uma tradição de pluralidade e tolerância étnica, religio-sa, ideológica e cultural. Imigrantes de nações que se digladiam convivem em paz e harmonia em nosso território. A nova Lei da Migração reflete essa pe-culiaridade brasileira e atende à rea-lidade de um planeta no qual a vida pede passagem! Por isso, é necessário ordenar esse processo e conduzi-lo pe-los avanços dos marcos civilizatórios, para não prejudicar as nações mais procuradas pelos refugiados e tam-bém impedir que as famílias de flage-lados sejam objeto do tráfico humano, transportadores ilegais e práticas aten-tatórias contra a sua dignidade. •

Por Bruna Furlan, pós graduada em

Gerenciamento de Cidades pela FAAP, é deputada

federal, vice-presidente da Comissão de Relações

Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara e

presidente da Comissão Especial da Lei da Migração.

Atua em entidades como AACD, APAE e GRAACC.

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 47

Rua Manoel Vieira Garção, 10 – Sala 204 - Esq. Dr. José Bonifácio MalburgCep: 88301-425 – Centro- Itajaí – SC – Edifício PHD

As novas taxas de limites de crédito consignado foram aprovadas no dia 19 de outubro pelo Con-selho Nacional de Previdência Social e trazem notí-

cias negativas para aposentados e pensionistas do Institu-to Nacional de Segurança Social (INSS). Isso porque essas pessoas terão que pagar mais caro pelos financiamentos do gênero.

Para o empréstimo pessoal, o percentual passa de 2,14% para 2,34%. Os feitos pelo cartão, que tinham ta-xas de 3,06%, agora terão de 3,36%. A mudança já passa a valer nos próximos dias.

Os aumentos eram debatidos pelo Ministério da Previdência Social desde maio de 2014. A elevação das taxas de juros, mesmo aumentando, são mais baixas do que as propostas pelas instituições financeiras, que eram de 2,48% para o empréstimo pessoal e 3,49% para car-tão de crédito.

Outra mudança, que já entrou em vigor no dia 22 de outubro, foi a da ampliação do limite de renda, que pode ser comprometido com o crédito consignado descontado em folha de pagamento. O limite passou de 30% para 35%.•

Crédito consignado fica mais caro para aposentados e pensionistas do INSS

Arquivo/Fábio Rodrigo Pozzebom/ABr

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48 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

O fim do ano é uma das épocas mais esperadas pelos lojistas itajaienses, junto com a temporada de verão. É no mês de dezembro que o setor de

vendas de presentes e para as festas de Natal e Réveillon aquecem a economia local, por isso é necessário um aten-dimento diferenciado.

SHOPPING CENTERDe 15 a 23 de dezembro: das 10h às 23h

Dias 24 e 31 de dezembro (quinta-feira): das 10h às 16h

Dia 1 de janeiro de 2016 (sexta-feira): fechado

Definido horário do comércio de Itajaí para o fim do ano

HORÁRIO PARA AS LOJAS

De 1º a 4 de dezembro (terça a sexta-feira): das 9h às 19h

Dia 5 de dezembro (sábado): normal

Dia 6 de dezembro (domingo): fechado

De 7 a 11 de dezembro (segunda a sexta-feira): das 9h às 21h

Dia 12 de dezembro (sábado): das 9h às 18h

Dia 13 de dezembro (domingo): fechado

De 14 a 18 de dezembro (segunda a sexta-feira): das 9h às 22h

Dia 19 de dezembro (sábado): das 9h às 22h

Dia 20 de dezembro (domingo): das 16h às 22h

Dias 21 a 23 de dezembro (segunda a quarta-feira): das 9h às 22h

Dia 24 de dezembro (quinta-feira): das 9h às 16h

Dia 25 de dezembro (sexta-feira) Natal: fechado

Dia 26 de dezembro (sábado): normal

Dia 27 de dezembro (domingo): fechado

De 28 a 30 de dezembro (segunda a quarta-feira): normal

Dia 31 de dezembro (quinta-feira): das 9h às 16h

Dia 1 de janeiro de 2016 (sexta-feira): fechado

Dia 2 de janeiro de 2016 (sábado): fechado

HORÁRIO PARA OS SUPERMERCADOSDia 24 de dezembro (quinta-feira): das 8h às 18h

Dia 25 de dezembro (sexta-feira) Natal: fechado

Dias 26, 27, 28, 29 e 30 de dezembro (sábado a quarta-feira): normal

Dia 31 de dezembro (quinta-feira): das 8h às 18h

Dia 1 de janeiro de 2016 (sexta-feira): fechado

Já é tradição que o atendimento do comércio seja estendido em Itajaí neste período. Pensando nisso, representantes dos empregadores e dos em-pregados em comércio se reuniram para definir as regras e horários de funcionamento das lojas e su-permercado na época. O horário especial começa na primeira semana de dezembro com o comércio aten-dendo até às 19 horas. Na segunda semana, já será possível fazer as compras até às 21 horas. Nos dias .

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 49

As dificuldades impostas para financiamentos de imóveis, a inflação e a alta de juros alavanca-ram as vendas de consórcios de imóveis neste

ano no Brasil. Um balanço divulgado pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) di-vulgados, no dia 30 de outubro mostra que as vendas de novas cotas no setor aumentaram 47% entre janei-ro e setembro na comparação com o mesmo período no ano passado. Durante os nove meses, houve 179,6 mil ingressos em consórcios para aquisição de imó-veis. Em 2014, nos mesmos meses, foram 122,2 mil.

No setor de veículos leves como carros, utilitá-rios e caminhonetes no mesmo período, o aumento foi de 14,5% com relação ao ano passado. Ainda de acordo com os dados, em todos os setores de con-sórcios, o aumento foi de 4,8% nas vendas de novas cotas na comparação com 2014. O total saltou de 1,67 milhão para 1,75 milhão, movimentando R$ 65,14 bilhões contra R$ 55,03 bilhões do ano anterior. Se-gundo a Abac, a média de vendas de novas cotas foi

de 9,4 mil por dia útil no período analisado. “Se para muitos o momento está difícil para projetar o futuro, os dados anuais do Sistema de Consórcios retratam que, ao considerar prudência nos gastos, equilíbrio na relação receita/despesas, consumo consciente, o bra-sileiro pode continuar pensando na casa própria, na aquisição do carro novo ou upgrade com seminovo, ou até mesmo a realização de projetos em educação, turismo, saúde e estética ou em reformas residenciais por meio de consórcio”, afirma o presidente executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi.

Nos nove primeiros meses de 2015, as contem-plações de consórcios ultrapassaram um milhão de consorciados no Brasil. O aumento foi de 6% no perío-do, resultando em 1,06 milhão na comparação com os nove meses do ano passado, onde o número chegou a um milhão. Os créditos correspondentes, disponibiliza-dos aos diversos elos da cadeia produtiva, chegaram a R$ 30,72 bilhões nos diversos setores, 10,7% a mais que os R$ 27,75 bilhões no período anterior.•

Vendas de consórcios de imóveis crescem 47% neste ano

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50 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Outubro resultou em grandes prejuízos ao Com-plexo Portuário do Itajaí e todos os setores liga-dos a ele. O mau tempo bloqueou a entrada de

embarcações no canal de acesso aos terminais por 13 dias do mês. Nenhum navio saía ou entrava na APM Terminals, Portonave e estaleiros da região. Em outros dias, as operações foram restritas, o que também levou a perdas na economia. Segundo a superintendência do Porto de Itajaí, tudo isso gerou cerca de R$ 60 milhões de prejuízos somente à cadeia logística durante o pe-ríodo.

O cálculo é feito com base na média de movi-mentação do complexo, que é de 2,2 mil contêineres/dia com o custo operacional – que envolve toda a ca-deia – de R$ 1,6 mil por unidade. Nos dias que o com-plexo portuário opera com restrições, a movimentação tem uma redução de 60%. As perdas diretas apenas da cadeia logística são de R$ 3,53 milhões por dia de paralisação total e R$ 2,112 milhões por dia quando as operações estão restritas.

Conforme o Porto de Itajaí, cerca de 30 navios deixaram de atracar no complexo em outubro, o que representa perdas irreparáveis também aos armadores e importadores/exportadores. Cada embarcação para-da gera aproximadamente US$ 35 mil de prejuízos aos armadores por dia, o que significou milhões de reais ao setor durante outubro.

Para amenizar a situação, a draga Catarina, que

estava parada há dois meses por falta de recursos da Autoridade Portuária para a dragagem da manutenção, voltou à ativa no dia 2 de novembro. A embarcação, segundo a superintendência, não tem capacidade para aliviar todo o sedimento depositado na foz do rio Itajaí--Açu durante o período de chuvas, mas está sendo usa-da para evitar que a situação se agrave.

A Autoridade Portuária explica que trabalha com a Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) para realizar uma dragagem emergencial no valor de R$ 40 milhões no canal, onde mais de três milhões de metros cúbicos precisam ser retirados, já que o comple-xo portuário está instalado na foz da Bacia Hidrográfica do Itajaí-Açu e todos os sedimentos acumulados são carreados para o local. Durante outubro, o calado ope-racional do complexo caiu de 12,5 metros para nove metros. A expectativa é que a contratação da dragagem emergencial seja feita no início deste mês (o fechamen-to da edição ocorreu no dia 3 de novembro).

“Não estamos medindo esforços para resolver os problemas que estão sendo gerados pelas cheias. Já nos reunimos com o ministro Helder Barbalho, que foi muito receptivo à nossa demanda e determinou ime-diatamente que o Instituto Nacional de Pesquisas Hi-drográfica (INPH) iniciasse os estudos para que a draga-gem seja contratada com a maior brevidade possível”, afirma o engenheiro Antonio Ayres dos Santos Junior, superintendente do Porto de Itajaí.•

Prejuízos com fechamentos do acesso ao Porto de Itajaí chegam aos R$ 60 milhões

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Complexo Portuário de Itajaí passou mais de 20 dias sem operar ou com as manobras restritas em outubro

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 51

O Banco Central divulgou uma medida para os bancos financiarem mais de 80% dos imóveis. Antes, essas instituições financeiras tinham

que deixar 75% do valor total dos imóveis financiados parados no caixa para cumprirem os requerimentos mínimos de capital nos financiamentos de maior va-lor. Em alguns casos, era 100%. Até o empréstimo ser pago, o banco não podia mexer nesse dinheiro.

Com a mudança, quando o cliente começar a

pagar as parcelas e estiver devendo 80% do imóvel, o banco pode deixar apenas 35% do total do emprés-timo para e, com isso, ter mais dinheiro para financiar novos empréstimos. A medida, segundo o Banco Cen-tral, servirá como estímulo para os bancos, principal-mente os privados, ampliarem o limite de financiamen-tos imobiliários. Mas não resultam em alterações para Caixa Econômica Federal, responsável pela maioria dos financiamentos do gênero no país.•

Banco Central incentiva bancos a financiarem mais de 80% dos imóveis

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Luxo e excelente localização. Essas são prioridades básicas de quem procura um imóvel de alto padrão. E Itajaí já tem muito a oferecer nesse mercado. Em

plena expansão na cidade, os empreendimentos luxuo-sos estão principalmente nos bairros Centro, Praia Brava e Fazenda. A marina, que na metade deste mês terá a primeira etapa inaugurada, bem como a valorização co-mercial e empresarial foram alguns fatores que atraíram construtoras para novos empreendimentos do gênero no município.

Milton Dias é diretor de uma construtora que atua em Itajaí e Balneário Camboriú. O empresário ressalta que a quantidade de imóveis de luxo na cidade ainda é tímida, mas as construtoras já seguem esse caminho e

Itajaí começa a ser comparada com Balneário Camboriú neste ramo. “Com certeza, os imóveis das construtoras que estão atuando nesse mercado em Itajaí já se igua-laram à qualidade e ao padrão de Balneário Camboriú, estão sendo construídos no mesmo nível”.

Apesar dessa comparação, o público que procura imóveis de luxo em Itajaí é diferente do de Balneário Camboriú. “Enquanto o comprador itajaiense vive e tra-balha na cidade, Balneário Camboriú atrai compradores de toda a região sul, sudeste e centro-oeste”, afirma o diretor-presidente de uma imobiliária, que atua nas duas cidades e também em Navegantes, Alceu Luiz Rauber.

Desde os anos 1990, Balneário Camboriú se desta-ca com grandes e luxuosos apartamentos, a maioria de-

Itajaí se destaca na rota dos imóveis de luxo

Mercado de alto padrão é promissor, chamando a atenção de construtoras e investidores que buscam conforto acima de tudo

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les à beira-mar, e muitos que moravam em municípios próxi-mos, como Itajaí, investiram em imóveis na cidade, que tam-bém tem variadas opções de lazer e serviços. Rauber conta que quando Itajaí começou a oferecer mais serviços, lazer e imóveis de alto padrão, os moradores da região voltaram a pensar no município como local para morar e investir. Com isso, um novo nicho, com mais empreendimentos para cada vez mais moradores, está sendo criado.

Dias também ressalta que moradores da região estão investindo novamente nos imóveis de luxo em Itajaí. “Um dos grandes motivos para essa procura é a locomoção diá-ria de Balneário Camboriú para Itajaí. Hoje, como há esses empreendimentos de alto padrão na cidade, as pessoas já optam por trabalhar e morar em Itajaí”.

Os preços destes apartamentos também são chamariz para quem procura conforto acima de tudo. Enquanto o me-tro quadrado na avenida Atlântica, em Balneário Camboriú, pode custar mais de R$ 20 mil, em Itajaí, na Praia Brava,

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54 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

os preços caem pela metade. O metro quadrado privativo na praia mais badalada da cidade, segundo Rauber, custa aproximadamente R$ 5 mil. Alguns imóveis chegam a ter valores superiores a R$ 5 milhões. Os bairros Centro e Fa-zenda têm preços um pouco mais baixos, mas um aparta-mento de luxo nestes locais pode ultrapassar R$ 1 milhão.

Um dos motivos da Praia Brava ter o metro qua-drado mais caro de Itajaí é o destaque da região nos úl-timos anos. Grandes empreendimentos foram lançados e valorizaram o bairro, chamando mais construtoras que ergueram outros edifícios. A praia, que antes era repleta de terrenos vazios deu lugar a edifícios e condomínios lu-xuosos onde praticamente não é preciso sair de casa para ter atividades de lazer e beleza, como estética e academia. “A forma como a praia está sendo urbanizada e também a legislação urbanística têm favorecido o surgimento de condomínios que se diferenciam positivamente de Balne-ário Camboriú, oferecendo menor densidade ocupacional, mais áreas verdes, de lazer e ao ar livre”, diz Rauber.

Recentemente, Itajaí foi citada em uma pesquisa da área de imóveis e está entre as 100 melhores cidades do

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Brasil com menos de 1 milhão de habitantes para investir no setor. O estudo, feito pela Prospecta Inteligência Imobiliária e divulgado no site da revista Exame, mostra a cidade com óti-mo potencial para investimentos em imóveis de alto, médio e baixo padrão. O município ficou na 72ª colocação, à frente da vizinha e luxuosa Balneário Camboriú, que ocupou o 74º lugar da pesquisa.

A economista Janypher Marcela Inacio afirma que essa posição lança Itajaí não apenas aos olhos de moradores, mas também de possíveis investidores. O ranking também tende a facilitar ainda mais o avanço e o crescimento econômico do município. “A definição de desenvolvimento nos traz a ideia de crescimento acompanhado de melhorias. Para crescer preci-samos de mais dinheiro, recursos de modo geral. Agora, para desenvolver precisamos direcionar estes recursos da melhor ma-neira possível. Fato que, ao menos pelo ranking apresentado, mostra que apesar de todos os problemas que passamos vem sendo possível em Itajaí”.

Aos consumidores que querem comprar imóveis de qual-quer gênero, a economista enfatiza que alguns aspectos gerais devem ser analisados, como cláusulas contratuais, idoneidade da construtora, prazos de entrega, localização e a própria qua-lidade do imóvel. “A aquisição de um imóvel é algo que deve ser bem avaliada dado o montante a ser investido. Por isso, pesquisar, negociar e se informar das taxas inclusas no contrato são fundamentais para o sucesso do negócio”.

Ainda pode atrair maisOs imóveis de luxo têm as melhores localizações e diferen-

ciais específicos de cada empreendimento. “Alguns oferecem ex-clusividade para poucos moradores, outros contam com grande variedade e tamanho de área de lazer, priorizam a área privativa dos apartamentos ou ainda têm um mix de tudo isso”, enfatiza o empresário do ramo Alceu Luiz Rauber.

Mas, apesar de Itajaí estar sendo evidenciada neste tipo de mercado, alguns condomínios trazem extravagâncias como labirinto, boliche, boates, piscinas de ondas e spa, o setor ainda tem muito a crescer. O empresário revela que o segmento ainda está abaixo do potencial da cidade.

Um dos motivos, segundo ele, é a burocracia enfrentada pelas construtoras antes de uma obra ser iniciada. Os casos são levados à justiça, muitas vezes, principalmente porque há ins-tabilidade nas leis que determinam se um prédio pode ou não ser erguido em determinado local. Outro é o desafio que esses empreendimentos enfrentam com a sociedade. Conforme Rau-ber, criou-se um mito de que a especulação imobiliária dificulta o trânsito, acaba com a praia e prejudica a sociedade. “Com uma legislação adequada, projetos analisados de forma correta e sem favorecimentos, execução bem fiscalizada, o mercado tem um potencial enorme de crescer, gerar empregos e tributos”.•

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A atuação sindical patronal foi o tema central das discussões durante o Congresso Nacional do Sico-mércio, realizado pela Confederação Nacional do

Comércio (CNC), entre os dias 28 e 30 de outubro, no Rio de Janeiro.

O evento contou a participação das 34 Federações do país com mais de mil dirigentes sindicais de todo o Bra-sil. Santa Catarina foi representada com os 45 sindicatos de comércio e de serviços.

Os debates abordaram os temas derivados de seis eixos fundamentais para a atuação dos sindicatos patro-nais, como as relações sindicais, atuação legislativa e ge-rencial, produtos e serviços e comunicação. Os encontros contaram com a presença de especialistas e líderes da re-presentação sindical dos empresários do setor.

Temas como o projeto de lei que amplia o regime tributário do Simples Nacional, o novo Código Comercial, a necessidade da adequação da terceirização à legislação, desburocratização e as perspectivas das relações de traba-

lho, no atual cenário econômico, foram apresentados em 14 palestras e diálogos.

Na abertura dos trabalhos o Ministro do Tribunal Su-perior Federal (STF), Marco Aurélio Mello, relatou otimis-mo em relação ao futuro do país e criticou a volta da CPMF, que classificou como um "verdadeiro confisco". Sem prazo para ser extinto, a previsão é que o tributo seja relançado pelo Governo com uma tarifa de 0,2%, cobrada nas opera-ções de débito e no crédito.

"Os senhores têm um papel relevante no cenário brasileiro. O Brasil não precisa de mais leis, acima de tudo, precisa de um banho de ética. Que cada qual faça sua par-te!" afirmou Marco Aurélio Mello.

A Substituição Tributária foi abordada pelo jurista Ives Gandra Martins que defendeu a adoção de uma alí-quota nacional única do Imposto de Circulação de Merca-dorias e Serviços. "Os empresários do comércio que, na luta diária para manterem seus negócios, precisarem re-duzir seus preços para competir e sobreviver poderão ser

Sicomércio 2015: Sindicatos catarinenses engajados

no fortalecimento do setor

Presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, ao lado da delegação de SC no Sicomércio 2015

A delegação de Santa Catarina no Sicomércio 2015 liderados pelo presidente da Fecomércio SC,

Bruno Breithaupt

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prejudicados pela substituição tributária, pagando mais do que deveriam", afirmou Martins.

O deputado federal Alex Canziani (PTB-PR) alertou para a necessidade de se pensar também na formação dos educadores, transformando os professores em profissio-nais que façam a diferença na educação e saibam engajar os alunos. Canziani sugeriu a criação, pelo Senac, a enti-

dade de qualificação profissional do Sistema Comércio, de um centro de formação de professores.

"O Parlamento precisa saber mais sobre o Sistema S, sobre a Confederação, o Sesc e o Senac. Essas instituições podem ser parceiras dos parlamentares e assim podere-mos encaminhar novos projetos para beneficiar o país", afirmou Canziani.•

Na cerimônia de abertura do Sicomércio 2015, o presidente da CNC,

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58 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

Por Milton Lourenço Presidente da Fiorde

Logística Internacional e diretor do Sindicato dos

Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e

Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da

Associação Nacional dos Comissários de Despachos,

Agentes de Cargas e Logística (ACTC)

ArtigoArtigo Os desafios e as oportunidades do segmento têxtil

Considerando a grande desvalori-zação do real frente às moedas estrangeiras, muitas empresas na-

cionais, que dependiam fortemente da importação, terão boas oportunidades de crescimento se conseguirem se adap-tar a este novo cenário.

Nas últimas décadas, as indús-trias têxteis e de vestuário da China, por exemplo, tiveram um crescimento es-pantoso, apesar das pressões sociais re-centes que levaram à subida dos salários e ao aumento da classe média chinesa, num ritmo alucinante. Isso aconteceu porque essas indústrias investiram forte-mente neste período em equipamentos de ponta e inovação, visando atender as necessidades crescentes por novas demandas.

Se a grande conquista de países como China, Hong Kong, Índia e Paquis-tão foi oferecer produtos a preços muito baratos e, com isso, criar mais empregos e aumentar a base de consumo, deve-mos nos inspirar no sucesso que esses países tiveram para reverter uma ten-dência de queda na demanda brasileira. As indústrias têxteis nacionais até recen-temente tinham grande parte de seus produtos desenvolvidos e fabricados naqueles países, em razão do custo de fabricação mais vantajoso quando com-parado com o custo de fabricação brasi-leira com impostos – como PIS e Cofins, encargos sobre folha, contribuições pa-tronais e previdência.

Embora o momento atual propicie uma busca de novos fornecedores de matéria prima e/ou produtos acabados pela alta valorização das moedas estran-geiras, as indústrias brasileiras terão di-ficuldade em conseguir competitividade no curto prazo em comparação à concor-rência. Como oportunidade, o momento atual deve servir de estímulo para o em-presariado nacional procurar alternativas de melhoria do processo produtivo têxtil para que o fluxo de capital seja investido em nosso próprio país.

Considerando que as grandes em-presas varejistas possuem um nível de governança bem desenvolvido, com for-te preocupação com questões ambien-tais e éticas, como o respeito aos direitos dos funcionários terceirizados, faz-se ne-

cessário que todo o processo produtivo seja acompanhado de perto pelas redes varejistas, com olhar não somente para a qualidade dos produtos entregues, mas também para o ambiente e o respeito aos funcionários. Essa “auditoria” inclui desde a produção de fios até o processo de confecção de produtos de vestuário ou artigos para o lar (cama, mesa, ba-nho, decoração) usualmente produzidos por inúmeros pequenos empresários.

A partir deste momento, além dos investimentos que o empresariado na-cional precisará realizar em maquinário, inovação (pesquisa e desenvolvimento) e em profissionais capazes de fazer uma gestão mais eficiente, o governo tam-bém tem o dever de fazer sua parte, no sentido de reduzir a alta carga tributária que pesa sobre o setor, em disputa por mercado com produtos subsidiados pelo governo chinês.

Segundo Fernando Pimentel, dire-tor-presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o governo chinês dá subsídios de 80% na produção do algodão, impactando o valor de finalização dos têxteis. A con-corrência se torna desleal.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ro-berto Proença de Macêdo, recentemente mencionou durante o 1º Seminário Inter-nacional de Inovação Têxtil que a enti-dade tem incentivado o investimento em inovação como forma de se contrapor aos desafios que têm se apresentado no mercado. Ele ainda ressaltou que o se-tor têxtil foi colocado como estratégico para o país, mas que esse avanço só se concretizará mediante ações no âmbito da inovação.

O desafio é grande, mas com cer-teza muitos empresários irão se entusias-mar com esta oportunidade. Afinal, se as indústrias brasileiras modernizarem suas fábricas, buscarem inovação tecnológica que trarão maior eficiência produtiva, atraírem profissionais que busquem so-lucionar gargalos em processos e melho-ria nas condições de trabalho e na pre-servação do meio ambiente, poderemos vislumbrar um futuro promissor, com ga-nhos na imagem das empresas e maior competitividade internacional.•

Por Tais Cundari,vice-president e

Partner da Fesa, consultoria de busca e seleção de altos

executivos.

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Economia&Negócios • Novembro 2015 • 59

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), conferiu oficialmente ao heliponto localizado no empreen-dimento Marina Beach Towers, pelo prazo de 10

anos, a inscrição no cadastro de aeródromos, no último dia 21 de outubro.

Com a homologação oficializada, o heliponto, em Balneário Camboriú, é o único da região autorizado a re-ceber pousos e decolagens de helicópteros particulares. Embora em outros edifícios hajam helipontos, eles têm autorização apenas para receber helicópteros de emer-gência, como dos Bombeiros, mas não podem receber de moradores.

Para a diretora da Mendes Sibara, Nathália Men-des, o Marina Beach Towers é um produto exclusivo, cuja maior parte do público consumidor provém do Paraná ou de outros estados, e a construtora resolveu investir neste diferencial, proporcionando aos seus moradores a como-

didade de poder de chegar de helicóptero ao seu imóvel.“Temos na região, um empreendimento aeronáuti-

co em Itapema que já é um sucesso, comentou Nathália, que admite ter se inspirado nesta ideia para incluir no projeto do Marina Beach Towers um heliponto para os moradores.

De acordo com a diretora da Mendes Sibara, com grande parte dos clientes oriundos de outros estados, oferecer uma alternativa de chegada, além da BR 101 e pelo mar, é com certeza um atrativo a mais e a expec-tativa é que, com a homologação, novos clientes sejam atraídos para o Marina Beach Towers.

O Marina Beach Towers é um dos empreendimentos mais sofisticados da região e oferece fácil aos seus mora-dores acesso por terra, céu e mar, além de serviços exclu-sivos. O empreendimento também é o único na América Latina com marina exclusiva para os moradores.•

Marina Beach Towers possui o único heliponto da região homologado pela Anac

Heliponto é o único da região com

autorização para receber helicópteros

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60 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

A TCP – empresa que administra o Terminal de Con-têineres de Paranaguá, reuniu, no dia 26 de ou-tubro, empresários que atuam na importação de

fertilizantes agrícolas para a apresentação de um mode-lo de transporte desses materiais através de contêineres em substituição ao formato tradicional utilizado, por na-vios graneleiros. Na oportunidade os presentes também conheceram a estrutura e as operações do Terminal, que conta com alta disponibilidade para a atracação de navios em seus três berços.

De acordo com Juarez Moraes e Silva, diretor Supe-rintendente e Comercial da TCP, o uso de contêineres em produtos da cadeia de valor do agronegócio é uma ten-dência mundial. “Assim como com a soja, que cada vez mais vem sendo conteinerizada para aproveitar os fretes de retorno, o mesmo movimento vem acontecendo no se-tor de fertilizantes”, destaca ele, acrescentando que entre os benefícios estão a maior previsibilidade de custos e de tempo de transporte.

O transporte de fertilizantes via navios graneleiros apresenta uma série de desafios que impactam a opera-ção e os custos para importadores e exportadores. Além de estar sujeito às condições climáticas, este transporte não permite o rastreamento da carga e gera perdas no de-correr do processo, em razão de série de movimentações realizadas desde que a carga sai do exportador até chegar

ao importador. “Com o uso de contêineres, o empresário não é afetado pelo clima, sua carga é 100% rastreada e as perdas são praticamente eliminadas, uma vez que o produto entra no contêiner e só sai dele quando chega ao destino final”, , afirma Moraes e Silva, acrescentando que, além disto, não há esperas para atracação, que em momentos de pico ultrapassa semanas, no caso dos na-vios graneleiros.

No caso dos fertilizantes, por exemplo, os contêine-res que saem de Paranaguá com carnes congeladas (em especial frango e bovinos) com destino à Rússia – um dos maiores produtores mundiais de fertilizantes –, podem retornar com esses produtos voltados ao setor agrícola. “Com o frete de retorno, os contêineres, que voltariam vazios ao Brasil, são utilizados para o transporte destes produtos, garantindo ainda mais economia aos importa-dores”.

Atualmente pouco mais de 1% do total de fertilizan-tes importados pelo Brasil utiliza a solução por contêineres, o que demonstra um enorme potencial de crescimento. “A TCP já responde por 59% deste volume, o que representa 8 mil contêineres por ano. Nossa expectativa é chegar a 15 mil contêineres até 2017’, adianta o diretor da empresa.

Sobre a TCPA TCP é a empresa que administra o Terminal de

Contêineres de Paranaguá – segundo maior terminal de contêineres da América do Sul, e a empresa de serviços logísticos TCP Log.

Após receber investimentos de R$ 365 milhões, um dos maiores aportes privados do setor portuário brasileiro nos últimos anos, a TCP atualmente tem capacidade para movimentar 1,5 milhão de TEUs/ano, conta com 320 mil m² de área de armazenagem e oferece três berços de atra-cação, com extensão total de 879 metros, além de dolfins exclusivos para operação de navios de veículos.

A atuação do terminal é complementada pela TCP Log, que oferece serviços de integração da cadeia logís-tica; como armazenagem, estrutura para carregamento e descarregamento de contêineres, pátio para contêineres e transporte do modal rodo ferroviário ao terminal em Pa-ranaguá.•

PortosdoBrasil

TCP apresenta para empresários solução de transporte de fertilizantes por contêineres

Uso de contêineres para transporte de fertilizantes reduz custos e garante maior previsibilidade

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O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu em sessão do dia 14 de outubro que o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) será co-

brado aos importadores na revenda de produtos im-portados que não passaram por processo produtivo. O órgão voltou atrás no posicionamento onde tinha se firmado contra a ação, em junho de 2014.

O advogado especialista em Direito Tributário, Marco Aurélio Poffo, do BPHG Advogados, afirma que a mesma seção do STJ, em 2014, havia se posiciona-do no sentido de que a cobrança do IPI na comercia-lização de produtos importados, desde que estes não passassem por qualquer processo produtivo, seria ile-gal, uma vez que o imposto já incide no desembaraço aduaneiro, ou seja, na chegada do produto.

Para Poffo, o novo entendimento vai gerar ain-da mais prejuízos aos contribuintes que atuam com mercadorias importadas, que já estão sofrendo com a alta do dólar registrada nos últimos meses. “A de-cisão tem grande impacto econômico e fará com que o importador fique em desvantagem em comparação

àqueles que trabalham com mercadorias nacionais”, explica.

DecisãoEm decisão publicada em setembro deste ano, a

1ª Seção do STJ, com nova composição de ministros, decidiu, por maioria de votos, processar os Embargos de Divergência no Recurso Especial no 1.403.532/SC segundo o rito aplicável aos recursos repetitivos. “Isso quer dizer que o entendimento manifestado na decisão proferida no dia 14 de outubro, ainda que não produza efeito vinculante, deverá ser replicado e aceito pelos juízos de 1ª instância e tribunais de todo o Brasil.”, ressalta Poffo.

Embora a decisão ainda não tenha sido pu-blicada, já se sabe que a maioria dos ministros que compõem a 1ª Seção considera que seria plenamente válida a cobrança do IPI também na saída do produto importado, porque existiriam dois fatos geradores dis-tintos - um no desembaraço aduaneiro e outro na sa-ída da mercadoria do estabelecimento importador. •

IPI deve ser cobrado em produtos que não passam por processo produtivo

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62 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

PortosdoBrasil

Os filhos de trabalhadores da APM Termi-nals Itajaí puderam conhecer as instala-ções da empresa na cidade em outubro,

mês em que é comemorado o Dia das Crianças. A iniciativa, realizada durante a segunda edição do Mundo Kids, reuniu mais de 50 filhos de co-laboradores com idades entre quatro e 12 anos na sede da companhia. Eles acompanharam de perto as atividades dos pais, conheceram equi-pamentos utilizados na atividade portuária e visitaram a área primária do terminal.

Durante toda a tarde de atividades, recre-adores foram contratados para incentivar os pe-quenos, que puderam se divertir com seguran-ça, num espaço especialmente preparado para eles. Foram realizadas brincadeiras e atividades

lúdicas, gincanas, pinturas, desenhos artísti-cos, contação de histórias, oficina de argila e a participação de personagens. Como brinde de Dia das Crianças, todos os filhos e enteados de funcionários receberam camisetas que imitam o uniforme operacional da empresa.

Segundo Evandro Rampaletti, isso apro-xima ainda mais os funcionários e a empresa. "Nem sempre as crianças tem noção do que é o trabalho do pai, por mais que se tente explicar”, comenta o operador de portêiner e pai de Lívia, 10 anos, e Lavínia, 4 anos. A iniciativa também ocorreu em todas as unidades retroportuárias da empresa no país, localizadas em Rio Gran-de, Itajaí, Itapoá e Paranaguá, além do terminal portuário de Pecém.•

Filhos de colaboradores da APM Terminals Itajaí visitam a empresa

Gabriela Buss - Divulgação

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PortosdoBrasil

64 • Novembro 2015 • Economia&Negócios

A retomada da Zona de Processamento de Exporta-ções (ZPE) em Imbituba foi debatida em outubro durante uma vistoria das instalações e do terreno

de 104 hectares pela equipe técnica do Ministério do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O secretário de Articulação Nacional, Acélio Casagrande, o diretor da Companhia de Desenvolvimento do Estado de SC (Co-desc), José João Tavares e o secretário de Desenvolvimen-to Regional de Laguna, Mauro Candemil, também estive-ram presentes.

O objetivo da visita foi conhecer a atual situação do local para elaboração do plano de reestruturação. “O Governo do Estado está apoiando esta retomada da ZPE porque reconhece a importância do projeto para o desen-volvimento de Santa Catarina”, salientou Acélio. Em se-guida, eles realizaram uma série de reuniões na cidade, com o intuito de explicar a nova proposta. Conforme a secretária-executiva do Mdic, Thaise Dutra, o governo fe-deral é parceiro para dar andamento ao projeto e Imbituba tem toda a configuração necessária para a continuidade da implementação. “Quem faz a ZPE são os empresários. O papel do governo é orientar, planejar e estimular”, disse em apresentação na Associação Comercial e Industrial de Imbituba (Acim).

A intenção na consolidação da ZPE de Imbituba é permitir a instalação de fábrica norueguesa de contêineres para transporte de gás liquefeito no local, com investimen-

to previsto de US$ 3,5 bilhões em 19 hectares. Como é necessário atualizar o Plano de Negócios devido às mu-danças na legislação, o modelo a ser seguido é o do Ceará, onde há projeto-âncora de US$ 5,4 bilhões e empresas satélites. “Da mesma forma como fizemos lá, pretendemos capacitar a mão de obra local, ampliando as condições de emprego e renda na região”, afirmou Thaise.

AtualizaçãoA prefeitura de Imbituba também foi visitada pela

comitiva. Eles foram recebidos pelo vice-prefeito Elísio Sgrott e explicaram que o modelo atual de ZPE difere do projeto antigo, pois a legislação foi modificada. “O objeti-vo é criar um cinturão econômico para atender a demanda das empresas que precisam estar posicionadas em locais estratégicos como este para aumentar produção e com-petitividade, exportando de forma mais vantajosa pelas condições tributárias diferenciadas”, acrescentou Acélio.

As reuniões foram acompanhadas pelo diretor do Porto de Imbituba, Luis Rogério Pupo Gonçalves; presi-dente da Acim, Jaime Pacheco Alves; representantes da Fundação Certi, Leandro Carioni e Marcus Dias; presidente da Codesc, Miguel Ximenes; analista do Mdic, Leonardo de Santana; representantes da Unisul, Paulo Barrios e Ká-tia Maccari; secretário de Desenvolvimento Sustentável de Imbituba, Antônio Clesio Costa; assessores e funcio-nários.•

Retomada da Zona de Processamento de Exportações é debatida em Imbituba

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Portonave recebe licença estadual para realizar terceira etapa de obras

O governo do Estado entregou ao terminal portuário de Navegantes, a Portonave, a Licença Ambiental de Instalação (LAI) para

que novas obras sejam feitas no local. O documento foi entregue pelo governador Raimundo Colombo, o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Carlos Chiodini e o presidente da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), Alexandre Wal-trick ao superintendente da empresa, Osmari de Cas-tilho Ribas.

“Este é importante porto catarinense e estamos dando agilidade às questões burocráticas, tornando o Estado mais competitivo e gerando mais riquezas”, afirmou o governador durante a entrega do documen-to, feita no dia 26 de outubro. A licença autoriza a ter-ceira etapa do projeto de obras do terminal portuário, que ainda não tem data definida para começar, onde será feito um processo de solo em uma área de 156 mil metros quadrados.

Somente no ano passado, foram investidos R$ 120 milhões no local. O terminal iniciou as atividades em 2007, emprega mais de mil pessoas, opera 38 na-vios por mês e mais de mil contêineres por dia. “Esta-mos trabalhando para aumentar nossa produtividade e contribuir no desenvolvimento de Navegantes e Santa Catarina”, disse o superintendente do terminal portu-ário.

As obras de ampliação da retroárea da Portonave estão previstas desde a fundação do terminal. A primei-ra fase foi concluída em janeiro deste ano e agregou 24 mil metros quadrados ao pátio do terminal. A segun-da etapa ainda está em andamento e tem previsão de conclusão neste ano. Os investimentos ultrapassaram os R$ 120 milhões. Após a conclusão das três fases, a empresa terá cerca de 400 mil metros quadrados de área operacional e mais de 2,1 mil tomadas para con-têineres reefers, além de dobrar a capacidade estática do pátio, passando de 15 mil para 30 mil TEUs.•

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A Marinha do Brasil autorizou, no dia 22 de outubro, a nova pro-fundidade para manobras de

navios no Porto de Imbituba, que passa a contar com um canal de acesso com profundidade de 17 metros e bacia de evolução de 15,5 metros. Com a mudan-ça, os berços passam a operar com 14,5 metros, mas até a conclusão da nova sinalização, a autorização é para 13,5 metros de profundidade.

As mudanças vão refletir no cres-cimento da movimentação de cargas e arrecadação e, ainda, fazer com que o Porto de Imbituba seja o com maior profundidade entre os portos do sul do país. O que é consequência de uma dra-gagem de aprofundamento concluída há 10 meses, a nova profundidade significa que o porto está apto a receber navios com capacidade de transportar até 9 mil contêineres ou 80 mil toneladas de

granéis.Diante das mudanças climáticas

que acontecem com frequência no Es-tado e impedem manobras em outros portos, o Porto de Imbituba surge como alternativa para atender a demanda do mercado. Desde 2012, não há registro de fechamento por motivo de segurança ou mau tempo.

Além das condições naturais dife-renciadas, o Porto de Imbituba, adminis-trado pelo governo do Estado por meio da SCPar, conta com armazéns cobertos para carga geral, tanques para granéis líquidos, áreas de pátio para granéis sólidos, área de contêineres, além de armazéns frigoríficos e grãos. O acesso logístico se dá através do modal rodovi-ário, com ligação direta entre o porto e a BR-101, e ferroviário através da Ferrovia Teresa Cristina que liga Imbituba ao mu-nicípio de Criciúma.•

Marinha autoriza nova profundidade para manobras no Porto de Imbituba

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