revista portuária - 17 julho 2015

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Revista Portuária - 17 Julho 2015

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4 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Editora BittencourtRua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020 Fone: 47 3344.8600

DiretorCarlos Bittencourt [email protected]

Diagramação:Solange Alves [email protected]

Contato ComercialRosane Piardi - 47 8405.8776 [email protected] Comercial (agências)Junior Zaguini - 47 [email protected]

ImpressãoImpressul Indústria GráficaTiragem: 10 mil exemplares

Elogios, críticas ou sugestõ[email protected] assinar: Valor anual: R$ 300,00

A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores.www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

ANO 15 EDIÇÃO Nº 185JULHO 2015 EDITORIAL

Comercial para todo o Brasil

VIRTUAL BRAZIL Ltda+55 48 3233-2030 | +55 48 9961-5473

MAIL: [email protected]: [email protected]

O novo capítulo na história da atividade portuária na Foz do Rio Itajaí deixa em evi-

dência um dos pilares da economia de mercado, a livre concorrência. No mundo capitalista é a livre con-corrência que determina preços e faz com que empresas se aprimo-rem para se apresentar ao mercado em melhores condições de compe-titividade.

Com os portos no Brasil não era assim, mas agora é. Até pouco tempo, vinculados diretamente ao Estado, os portos brasileiros es-tavam fora da lógica de mercado. Com o aparecimento dos terminais de uso privado e com a autoriza-ção para que estes possam operar cargas de terceiros, essa relação se modificou.

Hoje há sim uma concorrência entre duas empresas, cada uma ins-

talada em uma das margens do rio Itajaí-Açu. O discurso de complexo portuário não passa de discurso. Isso não é necessariamente ruim, mesmo que num primeiro momento Itajaí sofra um baque com a perda – mesmo que temporária – da linha asiática. Se por um lado assusta ter um forte concorrente na vizinhan-ça, por outro lado isso faz com que se procure soluções para brigar de igual para igual no mercado.

É fato que os dois portos con-correm em condições desiguais. Mas também é fato que esse episó-dio vai forçar a sociedade e as lide-ranças políticas a repensarem esse modelo, sob pena de os portos ar-rendados se tornarem inviáveis. E é dessa mobilização que pode surgir um novo horizonte para a atividade portuária na região. Mais uma vitó-ria da concorrência.•

Vitória da concorrência

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Economia&Negócios • Julho 2015 • 5

ÍNDICE

www.revistaportuaria.com.br

Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publica-ção, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acon-tece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é en-caminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Para-ná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: [email protected]

Revista Portuária também está na web com informações exclusivas

22Rede hoteleira de

Itajaí projeta mais 700 leitos em três anos

36Estudo mostra que brasileiros não são

consumidores conscientes

A fragilidade do Porto de Itajaí diante da

concorrência com a Portonave

14

Porto de São Francisco do Sul completa 60 anos

de operações

66Presidente do Sinduscon Itajaí fala sobre a prosperidade do mercado

imobiliário e os desafios na região8

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As vendas de veículos subiram 2,63% no Estado em junho, comparativamente ao volume de maio de 2015. O balanço foi divulgado pela Federação

Nacional da Distribuição de Veículos Automotores de San-ta Catarina (Fenabrave-SC). Em relação a junho de 2014, houve uma queda de 18,76%, conforme o mesmo levan-tamento.

No total, 14.421 unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram emplacadas em junho de 2015. Os números do Brasil também apon-tam redução de 1,28% na comparação entre junho e maio deste ano. A frota circulante em Santa Catarina soma, hoje, 4.487.034 veículos, sendo que a maioria é de automóveis leves, em um total de 2.587.602.

No segmento de carros de passeio e utilitários leves, houve um aumento de 5,51% nas vendas de junho, com-parativamente a maio deste ano. Segundo o levantamento da Fenabrave-SC, 8.965 carros foram licenciados em ju-nho de 2015. Quanto ao segmento de motos, as vendas

tiveram queda de 7,77% em junho, em relação ao mês anterior.

Para o presidente da Fenabrave-SC, Ademir Saorin, a crise do país tem refletido nos números. Com a expecta-tiva ainda maior de queda no PIB Nacional (mais de 2%), alta no desemprego, queda real do salário e, especialmen-te, no investimento da iniciativa privada e do governo, o consumidor não tem segurança para ir às compras. "Esta insegurança do consumidor tem refletido diretamente em nossas lojas, mesmo tendo obtido aumento neste último mês. Para o segundo semestre, espera-se que a média di-ária de vendas aumente um pouco, porém, prevemos que o resultado de 2015 será cerca de 20% menor que o regis-trado em 2014", destaca o presidente.

A fim de tornar as concessionárias mais competiti-vas e acompanhar as exigências do novo consumidor, a Fenabrave-SC estará em agosto, dias 17 e 18, promovendo o maior evento automotivo do Estado, que será o 8º Con-gresso Estadual Fenabrave-SC em Blumenau. •

Santa Catarina registra aumento de 2,63% nos emplacamentos de veículos

6 • Julho 2015 • Economia&Negócios

AINDA ASSIM, PERÍODO É CONSIDERADO DE INSEGURANÇA POR PARTE DO CONSUMIDOR EM RELAÇÃO AO ANO PASSADO

Divu

lgaç

ão

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8 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Você vem de uma família que tem negócios com a pesca e com a importação de produtos. Como você chegou ao ramo da construção civil?

Charles Kan - Eu entrei no ramo da construção civil por influência da própria família. Meu pai vem do setor pesqueiro, exportava barbatana de tubarão e fazia impor-tação de alguns produtos da China para o Brasil. Esses eram os carros-chefes. Sempre que podia, meu pai gostava de investir no ramo imobiliário – comprava terras, cons-truía imóveis para locação, construía armazéns, galpões, loteamentos. Eu também comecei na parte de importação e exportação e descobri que tinha vocação para ser cons-

trutor e decidi entrar no ramo da construção civil. O meu pai sempre nos deixou confortáveis para trabalhar no que tivéssemos a melhor vocação. Felizmente, eu escolhi a par-te que meu pai mais gostava, que era empreender no ramo imobiliário.

Qual o nicho de mercado da sua empresa?Charles Kan - A CK é uma empresa bastante dinâ-

mica, bastante eclética. Hoje nós temos uma pauta de pro-dutos tanto para aquele imóvel de primeiro padrão até o imóvel de alto padrão. Nós tentamos sempre mesclar os nichos de negócio de acordo com o que o mercado exige.

ENTREVISTA: Charles Kan - Presidente do Sinduscon

“A construção civil

continua sendo mais

atrativa que qualquer

outro negócio”

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil dos Municípios da Foz do Rio Itajaí, Charles Kan, assumiu em março de 2015 com a missão de conduzir a entidade pelos próximos três anos. Já nos primeiros meses de sua gestão, viu a economia do país entrar em recessão, com aumento de

taxas de juros, oscilação de câmbio, alta de inflação e restrição de crédito. Mas o empresário que nasceu na China e chegou ao Brasil ainda bebê é otimista e entende que o setor da construção civil está preparado para enfrentar a crise econômica e se colocar no mercado com uma opção de investimento para os consumidores.

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Economia&Negócios • Julho 2015 • 9

Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - FlorianópolisEm Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC

ENTREVISTA: Charles Kan - Presidente do Sinduscon

A gente tenta atender às demandas e às expectativas do mercado. Estamos construindo tanto em Navegantes como em Itajaí e temos como objetivo continuar trabalhando com esses dois municípios constantemente. O nosso prazer é construir. Independentemen-te do padrão, nós usamos o nosso know-how em construção para entre-gar para o mercado um produto com a maior qualidade possível. Esse é o nosso forte.

E como você se envolveu com o Sinduscon?

Charles Kan - Todo empresário, quando inicia no ramo da construção civil, se depara com inúmeros desafios, tanto na parte de empreender quanto na parte de construir, na parte de regu-larizar a obra, de selecionar os profis-sionais certos para realizar o trabalho preventivo, elétrico, hidráulico, enfim, todos os processos. E no início era muito difícil achar esses profissionais porque Itajaí e Navegantes não eram polos, não eram a cara da construção civil, a construção civil não se manifes-tava como um boom. Então a intenção de entrar no sindicato, no início, era a de ter acesso a construtores com maior experiência para poder achar a mão de obra qualificada – o melhor engenhei-ro, o melhor escritório de arquitetura, o melhor engenheiro estrutural...

Essa relação com os outros empresário acabou levando você à presidência do sindicato. Como foi esse caminho?

Charles Kan - Eu sempre fui uma pessoa que gosta muito de se envolver e de trocar ideias com todo mundo. Não importa se o construtor

tem tradição ou se é novo, se é pe-queno, médio ou grande. Eu gosto de trocar informação porque, às vezes, os menores são mais criativos e os maio-res têm mais experiência – então você une o útil ao agradável e consegue a melhor receita do bolo. Como eu tinha um trânsito muito tranquilo com todos os associados, há mais ou menos três anos veio o convite para eu partici-par da diretoria do sindicato. Depois de um tempo, os próprios associados acharam interessante a indicação do meu nome para assumir a presidência do sindicato. Foi um processo natural, sem farpas. Eu diria que houve a ins-crição da chapa para cumprir as exi-gências do regimento do sindicato.

Como o senhor analisa a mão-de-obra disponível na região para a construção civil?

Charles Kan - Há cinco anos, não havia esse boom da construção civil em nível nacional. Todas as ins-tituições financeiras passaram a atuar na construção civil e isso aumentou a oferta de crédito, tanto para o cons-trutor, que queria empreender, quanto para o cliente, que queria comprar. Esse crédito barato fez com que o mercado explodisse. E a mão de obra sempre vai faltar, nunca vai suprir até porque o empresário da construção civil é um empreendedor por natureza. Se hoje ele faz um empreendimento, amanhã ele faz dois. Se hoje ele faz dois, ama-nhã quer fazer quatro. O que aconte-ceu de uns cinco anos para cá foi que a construção civil se industrializou. Não existe mais tanto trabalho artesanal. Atualmente se tem equipamentos de qualidade e ferramentas que agilizam

A mão de obra

nunca vai

ser totalmente

substituída,

mas um

processo que

se fazia com

dez homens

atualmente se

faz com seis

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10 • Julho 2015 • Economia&Negócios

ENTREVISTA: Charles Kan - Presidente do Sinduscon

o trabalho. A mão de obra nunca vai ser totalmente substituída, mas um processo que se fazia com dez homens atualmen-te se faz com seis, oito homens. Então, nesses cinco últimos anos, a construção civil se industrializou mais do que teve qualificação de mão de obra. Hoje exis-tem equipamentos que geram uma pro-dutividade maior e isso é o que tem nos salvado nesse cenário de demanda de mão de obra.

Quais são as metas da atual ges-tão do Sinduscon?

Charles Kan - Tentar manter o ob-jetivo do sindicato, que é brigar por me-lhorias no setor. Enfrentar os problemas burocráticos em todos os órgãos para que se tenha uma melhor relação de tra-balho. No nosso setor, muita coisa acaba se protelando por falta de comunicação. O sindicato não pôde conversar com os engenheiros que analisam os projetos, com órgãos ambientais, bombeiros, ór-gãos municipais, ao ponto de se trocar informação para que se melhore a qua-lidade dos projetos e a velocidade das análises. Nossa segunda meta é aumen-tar o número de associados, dobrar o nú-mero de associados. Associado nunca é demais, sempre surge alguém com uma ideia nova, uma experiência nova.

Qual a sua percepção a respeito da burocracia para liberação da cons-trução de empreendimentos?

Charles Kan - A construção civil não deixa de ser uma indústria geradora de empregos. Assim que ela contrata o empregado ela já tem esse ônus da mão de obra. É preciso criar uma regra para que esse ciclo de liberações e licencia-mentos seja acelerado, para que os ór-gãos se comuniquem entre si. Para se ter uma ideia, esse ciclo pode demorar entre seis meses e um ano para se aprovar um projeto, sem contar o tempo de incor-poração e de retirada do alvará. Então pode-se dizer que para um empresário poder começar a construir leva mais de um ano e meio, tranquilamente. Então imagina uma empresa com vinte funcio-nários tendo que pagar salário durante

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Economia&Negócios • Julho 2015 • 11

ENTREVISTA: Charles Kan - Presidente do Sinduscon

um ano sem ter a segurança jurídica de que ele vai conseguir passar por todos esses processos. Isso é um problema em nível nacional. Outro fator é que, em Itajaí, a demanda na análise de projetos se tornou muito grande, depois desse boom da construção civil e a prefeitura manteve a mesma estrutura de pessoal para analisar os projetos. Hoje há qua-tro, cinco vezes mais projetos e o mesmo pessoal para fazer a análise. O que antes demorava uma semana, agora demora duas e produz um efeito em cascata.

Vivemos um momento de reces-são na economia. O setor já sentiu o impacto da crise na nossa região?

Charles Kan - O setor da constru-ção civil não é o primeiro a sentir. Quan-do existem esses momentos de retração de crédito, o setor não é o primeiro a ser afetado porque o brasileiro tem como tradição investir em imóveis. Sente a cri-se, com certeza, principalmente na parte de prestação de serviços e fornecedores, que são os primeiros a sentir a retração, mas é um mercado que pela cultura do brasileiro ainda se torna aquecido. Se existe essa restrição de crédito e esse medo do sistema financeiro, o brasileiro já tem como cultura investir. Então ele re-tira esse dinheiro do banco e vai comprar um apartamento, um terreno, porque ele sabe que tem valorização. É isso que faz o mercado da construção civil passar por essa crise de forma menos dolorosa.

A crise não afeta o financiamen-to das empresas?

Charles Kan - Atualmente, o crédi-to está um pouco mais restrito. O gover-no ainda mantém as taxas de incentivo, mantém esses aportes para os recursos financeiros. É lógico que aquele crédito

barato não existe mais. Existe ainda crédi-to, mas com taxas reajustadas conforme a inflação e o acesso ao crédito também é mais restrito. Mas ainda há crédito, isso conforta o setor. Ruim mesmo é quando tranca tudo, para clientes e empresários. Hoje o crédito está um pouco mais caro, mas ainda dá para operar. O problema é que tudo aumenta, a inflação afeta tudo, mas a construção civil continua sendo mais atrativa que qualquer outro negó-cio, qualquer outro consumo.

A crise afeta também o câmbio. Como isso impacta na importação de insumos?

Charles Kan - Os insumos que nós exportamos atualmente, a indústria na-cional tem conseguido suprir com uma qualidade e uma variedade que antiga-mente não se tinha. O empresário bus-cava o importado por falta de varieda-de, por falta de novidade, para sair do comum. Então o câmbio não afeta tanto porque nós temos hoje empresas nacio-nais que produzem insumos tão bons quanto os importados.

Como o senhor imagina a indús-tria da construção civil da região nos próximos anos?

Charles Kan - Independentemen-te do foco nos empreendimentos comer-ciais ou residenciais, a construção civil tem hoje um cliente muito mais exigen-te, mais bem informado em decorrência da internet, e mais atento a todas as ofertas. Então eu acredito que há muito espaço para essas empresas que estive-rem atentas às demandas do mercado. Por outro lado, aqueles produtos feitos sem pesquisa, sem gabarito, sem nada, não tem mais espaço. Hoje o cliente sabe exatamente o que ele quer.•

Quando

existem esses

momentos

de retração

de crédito, o

setor não é o

primeiro a ser

afetado porque

o brasileiro tem

como tradição

investir em

imóveis.

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ArtigoArtigo

Santa Catarina e o mercado mundial de carnes

Por Mário Lanznaster, presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos

12 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Apesar das dificuldades que mar-cam o cenário econômico de 2015, o setor primário da eco-

nomia terá um ano relativamente bom para as cadeias produtivas de suínos, aves e leite. O segmento de carnes viverá um bom ano com crescentes exportações de carnes bovina, suína e de aves. A eclosão de epizootias em alguns países continuará favorecendo o Brasil, que aproveitará os resultados da conjugação de vários fatores: qua-lidade reconhecida, preço competitivo potencializado pelo câmbio favorável, capacidade de produção e relativa es-cassez de carne no mercado mundial.

Para analisarmos a situação mercadológica da proteína animal na próxima década é necessário estudar-mos a posição do segmento brasileiro de produção de carne suína. Em 2014, o conjunto do agronegócio verde-amarelo – incluindo carnes, grãos, leite etc. – exportou para 75 países e obteve divisas da ordem de US$ 96,75 bilhões. A suinocultura contribuiu com 1,7%, o que correspondeu a US$ 1,6 bilhão e meio milhão de toneladas.

Esses números são a expressão mais altissonante de nossa cadeia produtiva e comprova que temos uma das mais avançadas indústrias suiníco-las do mundo. Esse status resulta da associação de seis fatores essenciais: recursos naturais, disponibilidade de grãos, sistema de produção integrada indústria/criador, privilegiado e reco-nhecido status sanitário, flexibilidade e variedade de marcados e permanen-te investimento em tecnologia.

Os produtores e as indústrias atingiram um saudável ponto de equilíbrio e o regime de oferta e de-manda no Brasil reflete muito bem o cenário de equilíbrio. A produção em 2015 crescerá 1,5%, atingindo 3,524 milhões de toneladas. Consumo per capita permanecerá em pouco mais de 14 kg por habitante ao ano. As ex-portações devem crescer 5%, passan-do de 495 mil toneladas para 520 mil toneladas.

Os estados com maior partici-pação no esforço exportacionista são Santa Catarina com 37%, Rio Grande do Sul 30,3%, Goiás 9,6%, Paraná 9,3%, Minas Gerais 8,5%, depois Mato Grosso do Sul 3,4%, São Paulo 1% e Mato Grosso com 0,9%. Os principais destinos são Rússia (186 mil tonela-das), Hong Kong (110 mil toneladas), Angola (52 mil tonelada), Singapura (32 mil toneladas) e Uruguai (20 mil toneladas). Os outros mercados com-pram 81 mil toneladas.

As perspectivas e tendências para o consumo mundial de proteínas são promissoras. Não há mais dúvidas de que os países em desenvolvimento irão catapultar a demanda futura por carne. África e Ásia concentrarão cer-ca de 90% do crescimento demográ-fico até 2020. Em face desse quadro, a FAO e a OCDE projetam vigoroso crescimento no consumo mundial de alimentos para o horizonte de 2022: a demanda por carne suína crescerá 13%, de carne de aves 19% e de carne bovina 14%, de cereais 15%, de olea-ginosas 20% e de lácteos 20%.•

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14 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Os dois principais terminais que integram o Comple-xo Portuário de Itajaí protagonizaram em junho o mais contundente capítulo da história dos portos

brasileiros no que diz respeito à concorrência entre portos públicos e de uso privado, após a edição da nova Lei dos Portos. A Portonave, terminal privado instalado em Nave-gantes, venceu a concorrência contra a APM Terminals,

que possui um terminal arrendado no Porto de Itajaí, para operação da chamada “Linha Asiática”.

Após três rodadas de negociação com os armadores, um montante que pode variar entre 40% e 60% das cargas operadas em Itajaí passaram a ser operadas em Navegan-tes. Os reflexos dessa negociação foram imediatos, mesmo com o início das operação previsto para agosto.

GUERRA NO MERCADO

O concorrente mora ao lado

DISPUTA PELA LINHA ASIÁTICA ESCANCARA CONCORRÊNCIA ENTRE APM TERMINALS E PORTONAVE

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Economia&Negócios • Julho 2014 • 15

Na mesma semana em que se tornou pública a informação do resultado das nego-ciações da Linha Asiática, a Portonave tinha programado a apresentação do Relatório de Sustentabilidade da empresa à imprensa, mas o assunto que dominou o encontro foi a concorrência entre os terminais pelas cargas vindas da Ásia.

O diretor-superintendente administrati-vo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, avaliou a mudança como um movimento natural do mercado. “Nessa época, diversos armadores se reúnem para entender como está o mercado, para encontrar as melhores oportunidades de negócios”, destacou.

Osmari de Castilho Ribas, diretor-superintendente

administrativo da Portonave

Não há nenhuma saia justa

ou conflito, mas não vejo composição possível de

acordo entre os terminais. O armador decide

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16 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Castilho afirmou que o preço não é o único fator deter-minante na decisão dos arma-dores. A infraestrutura, as restri-ções e as condições operacionais como um todo também influen-ciam a decisão, assim como fa-tores macroeconômicos. “O ciclo conturbado da economia pode ter influenciado nessa decisão”, avaliou.

Assim que a decisão dos armadores foi anunciada, come-çou a surgir em Itajaí um rumor de que deveria haver um meio de a Portonave dividir as ope-rações da Linha Asiática com a APM Terminals. Castilho foi taxativo e rechaçou a hipótese.

“Não há nenhuma saia justa ou conflito, mas não vejo composição possível de acordo entre os terminais. O armador decide”, enfatizou.

Castilho ainda reforçou que se a Portonave não tivesse ganhado a con-corrência, a situação poderia ser ainda pior. “Nós não podemos nivelar inefi-ciência. Se essa linha não ficasse aqui, fosse para outro porto, nós morreríamos abraçados”, destacou.

Acabou o respeitoNa mesma semana, a Câmara de

Comércio Exterior da Associação Em-presarial de Itajaí (ACII) realizou uma reunião extraordinária para debater o assunto. O superintendente da APM Terminals, Ricardo Arten, participou do encontro e avaliou o episódio como uma movimentação natural do mer-cado, como uma ação da lei da oferta e da procura. “Se eu estivesse lá [na

Ricardo Arten, superintendente da

APM Terminals

Complexo de um só

não existe. Navegantes é

concorrente de Itajaí. Temos que acabar

com o discurso de complexo

portuário

GUERRA NO MERCADO

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Economia&Negócios • Julho 2015 • 17

Portonave], faria a mesma coisa”, afirmou.O representante da APM Terminals, no en-

tanto, destacou que não existem as mesmas con-dições de operação para os dois terminais, fator determinante para o desequilíbrio na disputa. Arten atacou o termo Complexo Portuário do Ita-jaí. “Complexo de um só não existe. Navegantes é concorrente de Itajaí. Temos que acabar com o discurso de complexo portuário”, disse.

Durante o encontro com os empresários na ACII, Arten admitiu a hipótese de que possa ter havido falha da empresa na negociação, conside-rando que não houve alteração nas condições de concorrência nos últimos anos. “Talvez tenhamos falhado comercialmente, talvez devêssemos ter sido mais agressivos”, ponderou. No entanto, Ar-ten afirma que a crise instaurada tem data para começar e data para terminar. “Acabou o respeito

comercial. A APM tem bala na agulha e vai se recuperar nem que tenha que trabalhar no prejuízo”, enfatizou.

Dono do shoppingNo meio do embate comercial entre os dois principais

terminais está a autoridade portuária, comandada por Anto-nio Ayres dos Santos Júnior. O superintendente do porto gos-ta de usar a metáfora do shopping center para ilustrar sua relação com os dois terminais. “Eu sou o dono do shopping, eu tenho que dar condições para que todos operem, que sigam as normas do shopping. Mas eu não posso determinar o preço que cada loja vai cobrar. Isso é uma decisão das lojas e do mercado”, explicou.

Mesmo sabendo que não poderia interferir comercial-mente na decisão, Ayres enviou ao governo do Estado um dossiê com a situação atual do Complexo Portuário do Itajaí para que, pela via política, possa se chegar uma solução para o impasse. “A decisão comercial é praticamente irreversível, mas não podemos pensar só no mercado e sim no impacto social que uma decisão dessas implica”, avaliou.

Quem perde?A mudança no destino da Linha Asiática não altera a

quantidade de navios que utiliza o Complexo Portuário do Itajaí, porém, o fato destas cargas serem operadas em Na-vegantes impacta profundamente na economia de Itajaí por diversos fatores.

Ivan Bueno

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18 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Com a edição da nova Lei dos Portos, a Portonave teve condições de operar cargas de terceiros, o que antes só era permitido a portos públicos ou arrendados. Porém, a Portonave não foi obrigada a pagar as tarifas pagas pelas empresas que arrendam áreas públicas, como é o caso da AMP Terminals em Itajaí. Além disso, a empresa privada não tem a obrigação de contratar a mão de obra avulsa para a operação portuária. Es-ses fatores, além de impactarem no custo das operações e dese-quilibrar a concorrência, reduzem as receitas com as operação portuárias em Itajaí.

Quando uma carga é operada em Navegantes, o armador paga para a autoridade portuária apenas uma taxa de entrada do navio, a conhecida Tabela 1. Em Itajaí, além do armador pa-gar a Tabela 1, a APM Terminals paga uma taxa de atração, uma tarifa emergencial, uma tarifa de manutenção, além do próprio contrato de arrendamento, que prevê o pagamento baseado na estimativa de movimentação de contêineres. Toda essa arreca-dação é utilizada na manutenção das atividades da autoridade portuária e também do Órgão Gestor de Mão de obra (OGMO), responsável pela organização dos trabalhadores avulsos. De acordo com o superintendente da APM Terminals, as atividades do terminal ainda representam 60% de toda a arrecadação de impostos municipais em Itajaí.

Que mão de obra!Outro fator que torna a situação ainda mais delicada é a

contratação da mão de obra. Em Itajaí, a APM Terminals contra-ta via OGMO, enquanto em Navegantes os trabalhadores são contratados em regime CLT. Durante a reunião na ACII, Ricardo Arten afirmou que, em virtude desse regime trabalhista, uma

A decisão comercial é praticamente irreversível, mas não podemos pensar só no mercado e sim no impacto social que uma decisão dessas implica

“„

Antonio Ayres dos Santos Júnior,

superintendente do Porto de Itajaí

GUERRA NO MERCADO

Page 19: Revista Portuária - 17 Julho 2015

Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC

operação em Itajaí realizada com 27 pessoas é realizada em Navegantes por sete trabalhadores. Além disso, o su-perintendente da APM afirma que o custo de cada fun-cionário é 82% maior em Itajaí. “Só uma empresa paga o OGMO, a APM. Os trabalhadores são capacitados ali e muitos ainda vão trabalhar na Portonave”, disse Arten na ACII.

Se de um lado a situação em relação à mão de obra é complicada e a decisão de mudança da linha asiática já começa a causar demissões, como os 30 postos de traba-lho reduzidos pela APM Terminals antes do fim de junho e mais uma leva de funcionários do OGMO anunciada no início de julho, em Navegantes a situação é tranquila e Castilho afirma que não tem previsão de aumento de número de postos de trabalho com o aumento da movi-

Só uma empresa paga o OGMO, a APM.

Os trabalhadores são capacitados ali e muitos ainda vão

trabalhar na Portonave

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GUERRA NO MERCADO

Economia&Negócios • Julho 2015 • 19

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20 • Julho 2015 • Economia&Negócios

mentação na Portonave. “Ainda estamos analisando a demanda para decidir se precisaremos alterar o quadro de funcio-nários”, explicou.

Qual a saída?Atualmente, a APM Terminals é ar-

rendatária dos berços 1 e 2 do Porto de Itajaí. A empresa paga taxas extras para utilização da retro área referente aos ber-ços 3 e 4 e, eventualmente, utiliza os ber-ços 3 e 4 para operar, pagando ao Porto de Itajaí pelo uso. Os berços 3 e 4, no momento, encontram-se em obras, que só devem ser concluídas no fim do ano.

Para operar com maior agilida-de e se tornar mais competitiva, a APM Terminals pretende incluir os berços 3 e 4 no contrato de arrendamento através de um processo de adensamento. Esse pro-cesso está em tramitação na Secretaria dos Portos há três anos, de acordo com o superintendente.

Segundo Ricardo Arten, a APM Terminals tem ainda um valor disponível de R$ 160 milhões para investimento na ampliação e modernização do terminal de Itajaí, mas a empresa aguarda a re-novação do contrato de concessão, que pode ser encerrado em sete anos se não for renovado. “Estamos com esse pedido de antecipação da renovação do contrato parado e ninguém, em sã consciência, vai investir uma quantia dessas sem ter a ga-rantia de que vai poder ter tempo para re-cuperar o investimento”, destacou Arten.

Arten ainda acredita que é necessá-rio pressionar os entes públicos para que sejam alteradas as regras para a compe-tição entre os portos públicos arrendados e o terminais privados para que a disputa seja equilibrada. “A Antaq e a Secretaria dos Portos têm que dar condições iguais para que todos possam concorrer. Con-tamos com o apoio de toda a sociedade itajaiense para enfrentar esse desafio”, disse.•

A Antaq e a Secretaria dos Portos têm que dar

condições iguais para que todos possam concorrer

“„

GUERRA NO MERCADO

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Hotelaria em alta TURISMO

Itajaí prevê crescimento da rede hoteleira nos próximos três anos

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Itajaí vive um momento de crescimento da economia e a chegada da cidade ao topo do ranking do PIB catarinense atraiu ainda mais a atenção dos investidores. Com a reali-

zação da segunda edição da Stopover da Volvo Ocean Race e a confirmação de mais uma edição da regata Jacques Vabre, a cidade também se mostra ao mercado com um promissor polo de turismo.

A expectativa de aumento de número de pessoas cir-

culando em Itajaí e em toda a região nos próximos anos já começou a agitar o mercado e gerar investimentos que vão desde a reforma e ampliação dos hotéis já instalados, até a construção de novos empreendimentos de grandes redes do ramo.

De acordo com o secretário de Turismo de Itajaí, Agnal-do dos Santos, atualmente a rede hoteleira da cidade é com-posta por 22 empreendimentos com cerca de 1,5 mil leitos.

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Agnaldo dos Santos,Secretário de Turismo de Itajaí

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Segundo cálculos da Secretaria de Turismo, os hotéis da cidade têm uma taxa de ocupação média de 70%, um per-centual que deve ser cada vez maior. “Temos certeza que com as regatas, com os eventos e com a marina que está sendo construída, essa demanda na rede hoteleira será muito maior. Os empresários também avaliam dessa forma e já estão inves-tindo”, avaliou o secretário.

Pelo menos quatro grandes empreendimentos do setor da hotelaria já estão em andamento na cidade. Quando esses hotéis estiverem em atividade, serão mais 700 leitos disponí-veis. O primeiro deles fica nas imediações do Itajaí Shopping.

“„

Temos certeza que com as

regatas, com os eventos

e com a marina que está

sendo construída, essa

demanda na rede hoteleira

será muito maior

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mento e ganha o direito de exploração do local por um período de tempo que pode ser renovado.

Porém, há um entendimento que apenas a mo-vimentação de passageiros durante a temporada de cruzeiros não é suficiente para manter a estrutura do píer e da estação de passageiros. A solução encontra-da é licitar, além do píer e da estação, um projeto que contemple um centro comercial, uma área de estaciona-mento eventos e um hotel. “Temos que ter um projeto que seja sustentável para poder atrair os investimentos necessários”, pontuou Ayres.

De acordo com Antonio Ayres, ainda não há um detalhamento da estrutura, mas um profissional de ar-quitetura já está trabalhando num projeto para servir de base para a os estudos de viabilidade econômica, técnica e ambiental e também para a licitação em si. O superintendente do porto acredita que seja possível lançar o edital de licitação no final de 2016.

Reformas e ampliaçõesPelo menos três importantes hotéis de Itajaí de-

vem passar por processos de ampliação nos próximos anos. O Mariner Plaza, que se encontra fechado, foi ad-quirido por um grupo de Balneário Camboriú que pre-tende reformá-lo para voltar a atender o público. O San-dri Palace Hotel projeta a construção de uma segunda torre e o Hotel Íbis também estuda uma ampliação no terreno que fica na esquina da avenida Marcos Konder com a rua Joca Brandão.•

O Hotel Absolute, do grupo Mercure, contará com um inves-timento de cerca R$ 130 milhões. O empreendimento está projetado com 15 andares, 176 quartos e quatro suítes de luxo. O hotel deve ser inaugurado em 2018.

A cerca de 500 metros do Centreventos, na rua Cam-boriú, o Tulip Inn Marina Plaza, com previsão de inauguração para o primeiro trimestre de 2017, terá vista para o Complexo Náutico de Itajaí e contará com 200 apartamentos, auditório, restaurante, academia e área de lazer. A Praia Brava contará com o Quality Hotel Itajaí, integrado ao Riviera Concept, com 153 apartamentos disponíveis, com previsão de inauguração para 2017.

O grupo Blue Tree Hotel tem a previsão de inaugurar em 2016 um empreendimento ao lado da Universidade do Vale do Itajaí, no terreno onde está instalado o Clube Atira-dores, com 200 apartamentos.

Novo PíerOutro empreendimento que pode incrementar o poten-

cial da hotelaria itajaiense é o novo píer de atracação para navios de cruzeiro, que precisará ser construído em virtude da nova bacia de evolução para o Complexo Portuário. A intenção da prefeitura de Itajaí é fazer uma licitação para conceder à iniciativa privada a estrutura para a recepção dos navios.

De acordo com o superintendente do Porto de Itajaí, Antonio Ayres dos Santos Júnior, a intenção é realizar uma licitação nos mesmos moldes da realizada para a construção da marina – uma empresa privada constrói o empreendi-

A solução encontrada é

licitar, além do píer e da

estação, um projeto que

contemple um centro

comercial, uma área de

estacionamento

eventos e um hotel

Antonio Ayres dos Santos Júnior, superintendente do Porto de Itajaí

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Profissionais da pesca, armadores, representantes dos setores industrial e governamental se reuniram nos dias 23 e 24 de junho para discutir os rumos da

pesca no país durante o seminário “Novos Rumos para a Pesca Profissional”. Os debates aconteceram na sede do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Ita-jaí e Região (Sindipi) e foram promovidos pela Secretaria Municipal de Pesca.

Atualmente, Itajaí emprega cerca de 25 mil traba-lhadores no setor, lidera o mercado nacional da pesca in-

dustrial com uma produção de aproximadamente 100 mil toneladas por ano e é responsável pela captura de 20% do pescado que chega à mesa dos brasileiros, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Pesca.

A crise econômica e restrições impostas ao setor, no entanto, têm mobilizado os empresários, que buscam junto aos órgãos do governo melhores condições para continuar empreendendo e gerando renda. "A economia brasileira está em crise e o setor pesqueiro também está passando por momentos difíceis. Os problemas não são

PESCA

Novos rumos para a pesca

SEMINÁRIO PROMOVIDO PELA SECRETARIA MUNICIPAL DE PESCA REUNIU EMPRESÁRIOS E

AUTORIDADES PARA DEBATER SOLUÇÕES PARA O SETOR

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poucos, mas devemos debater juntos para desenvolver e mostrar a força do setor pesqueiro”, afirmou o presidente do Sindipi, Giovani Monteiro.

Durante a solenidade de abertura do evento, que contou com a presença de representantes dos governos municipal, estadual e federal, o empresário e presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Pesca na Fiesc, Dario Vitalli, ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo setor e cobrou agilidade na solução dos problemas. “Temos muitos direitos a serem reivindicados e o Ministé-rio da Pesca precisa ganhar força. A pesca não pode ser gerenciada por cinco ministérios que conflitam entre si”, criticou.

O presidente do Sindipi reforçou a importância da in-dústria da pesca, que corresponde ao quarto maior PIB de Santa Catarina, e criticou a portaria do Ministério do Meio Ambiente que restringiu a pesca de espécies consideradas

amaçadas pelo órgão federal. “Lutamos contra esse ato ilegal e arbitrário do Ministério do Meio Ambiente, que não tem respaldo de estatísticas e pesquisas”, disse.

O secretário Adjunto da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spiess, fez coro aos representantes do sindicato e reconheceu que, muitas vezes, os órgãos governamentais dificultam a vida dos empresários. “Não é possível que os pescadores te-nham que enfrentar os perigos do mar, da economia, da legislação e ainda tenham que brigar contra o governo”, destacou.

O primeiro palestrante do seminário foi o assessor de Assuntos Estratégicos e Relações Institucionais do Mi-nistério da Pesca e Aquicultura, Luís Alberto de Mendonça Sabanay, que fez uma apresentação sobre as oportunida-des para o desenvolvimento da pesca e da aquicultura no país, destacando as possibilidades de investimentos para

PESCA

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o crescimento do setor.De acordo com o assessor, o Ministério da Pesca

tem a intenção de que o país atinja até 2020 uma pro-dução de 2 milhões de toneladas de pescado na aqui-cultura e mais 1,75 milhões toneladas de peixes nas demais cadeias produtivas do setor pesqueiro.

O primeiro dia do seminário contou ainda com a divulgação de dados sobre a atividade pesqueira na cidade. Os dados integram uma pesquisa encomenda-da pela Secretaria da Pesca ao Instituto de Pesquisas Sociais da Univali. Informações que devem auxiliar no planejamento de políticas públicas e no desenvolvi-mento de ações do governo municipal e também do setor pesqueiro.

Na primeira tarde do evento, a segurança no tra-balho também teve espaço nas discussões. De acordo com dados da Justiça do Trabalho, a atividade pesqueira é responsável por índices preocupantes em relação aos acidentes de trabalho. O juiz da 2ª Vara do Trabalho de Itajaí, Leonardo Fischer, ressaltou que os trabalhadores do setor não utilizam os equipamentos de segurança e colocam em risco as próprias vidas.

No segundo dia do evento, a programação contou

com a presença do representante da superintendência Federal em Santa Catarina do Ministério da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento, Fernando Luiz Freiberger, para o debate sobre o beneficiamento dos produtos do mar.

Os empresários do setor relataram as dificulda-des enfrentadas pelas indústrias junto ao Ministério da Agricultura e ficou decidido que será criada uma agenda para apresentar estes problemas e discutir as dificuldades. Freiberger lembrou que a preocupação do governo é com a segurança do consumidor. “Nós pre-cisamos entregar para o nosso consumidor um produto com qualidade sanitária e qualidade técnica. É impor-tante agradar o consumidor, então vamos organizar esta agenda para que o debate aconteça e que no fim possamos atingir os pontos que todos nós queremos”, destacou.

Para encerrar o evento, representantes do Minis-tério da Pesca, Sindipi, Sindicato dos Trabalhadores da Pesca (Sitrapesca) e Centro Nacional de Pesquisa e Con-servação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (Cepsul) discutiram a pesca extrativa marinha e melho-rias na forma da liberação de licenças de pesca.

Nelson Robledo

PESCA

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TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES28 anos transportando com agilidade e rapidez

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Estudo aponta baixo consumo de pescado entre as crianças em Itajaí

A rotina e os hábitos alimentares das famílias ita-jaienses foram alvo da pesquisa realizada durante um ano com 1,3 mil pessoas em todos os bairros de Itajaí pela Univali. O estudo revelou que apenas 11,17% das crianças entrevistas comem pescado, sendo que 10,81% consomem mais camarão.

O estudo foi encomendado pela Secretaria Mu-nicipal de Aquicultura e Pesca e divulgado durante o seminário “Novos Rumos para a Pesca Profissional”. O índice baixo de consumo entre os pequeninos preocupa o setor, que estuda formas de garantir o futuro da ativi-dade pesqueira e também estimular mais o consumo do pescado na cidade.

“Precisamos fazer projetos para estimular mais as crianças a comer peixe, talvez colocando esse alimento novamente na merenda escolar”, sugeriu o secretário de Pesca e Aquicultura de Itajaí, Agostinho Peruzzo.

Segundo o relatório, 59,26% dos entrevistados responderam que consumiram peixe nos últimos 15 dias, pelo menos uma vez. O pescado mais consumido é

a sardinha (15,16%). Quando o assunto é peixe enlata-do, o mais lembrado também é a sardinha (7,85%).

Os entrevistados foram escolhidos aleatoriamen-te, alguns foram abordados no momento em que com-pravam no caminhão do peixe. Depois de aceitarem participar da pesquisa, os voluntários ganharam um ca-derno e, uma vez por semana, passaram a anotar todos os alimentos que haviam consumido.

Selo de QualidadeA mesma pesquisa poderá originar um novo pro-

jeto social na região, um selo de qualidade do pescado. “Pensamos em elaborar um selo de qualidade. O projeto iria certificar as empresas que tem boas práticas de se-gurança, que trabalham na legalidade e que respeitam o meio ambiente. Este selo iria representar toda a re-gião da Foz do Rio Itajaí-Açu e quem consumisse esse pescado em outra região do país, por exemplo, teria a certeza de que se trata de um produto de qualidade”, afirma Peruzzo.•

Nel

son

Robl

edo

PESCA

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ArtigoArtigo

Insatisfeito no trabalho? Abrir um negócio pode ser a solução

Por Henrique Mol, especialista em turismo e sócio-fundador da Encontre Sua Viagem, franquia de turismo

Não é raro encontrar na sua roda de amigos pessoas que se sentem infelizes no trabalho.

Segundo dados levantados por uma pesquisa realizada pelo instituto In-ternational Stress Management Asso-ciation (Isma), 72% das pessoas estão insatisfeitas com a ocupação. Dessas, 89% estão relacionados com a falta de reconhecimento, 78% com excesso de tarefas e 63% com problemas de rela-cionamento. Mas, o que fazer em uma situação dessas? Abrir seu próprio ne-gócio pode ser a solução.

Porém, é preciso cautela antes de jogar tudo para o alto e se aven-turar na abertura de uma empresa. Muitas vezes, as dificuldades em seu ambiente de trabalho podem ser re-solvidas facilmente, com uma boa e sincera conversa com os superiores e lideranças. Em alguns casos, uma sim-ples troca de setor ou uma reunião de alinhamento podem mudar, comple-tamente, o clima do local. A falta de diálogo é um dos principais problemas nas corporações e pode gerar conse-quências graves nos trabalhadores, como estresse, ansiedade e depres-são.

Agora, se o seu caso for mais complicado, arriscar-se no mundo dos empreendedores pode ser uma boa opção. Com experiência de causa, afir-

mo que não há nada mais empolgante do que planejar a abertura do seu pró-prio negócio. Está ali, nas suas mãos, todos os seus sonhos e expectativas.

Mas, como tudo na vida, abrir uma empresa requer planejamento e disciplina. Infelizmente, segundo dados do Sebrae, cerca de 30% dos novos empreendimentos decretam falência antes dos primeiros dois anos de vida. Neste ano, com a crise eco-nômica, a situação está ainda pior. De janeiro a abril, o número de falências decretadas, de acordo com a Boa Vista SCPC, cresceu 30,8% em relação ao mesmo período de 2014.

Por estes e outros motivos, o formato de franquias, que nasceu nos Estados Unidos, vem crescendo a um ritmo acelerado aqui no Brasil. Um dos pontos que mais atraem novos empreendedores para as franquias é o modelo de gestão já preestabeleci-do e a transmissão de know how da franqueadora para os franqueados. Isso porque a marca já é conhecida no mercado e as chances de o negócio dar errado são muito menores.

Existem hoje diversas marcas franqueadoras, dos mais diversos segmentos e se engana quem pensa que abrir uma franquia é algo muito caro, há algumas com taxas a partir de R$ 3 mil e mensalidades de R$ 175. •

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Hoje em dia, no Brasil, quase 30% dos inadimplentes não sabem quanto estão devendo. Além disso, 5% deles não têm ideia nem para quem estão devendo

ou, como se diz, estão como a Grécia, em situação de “de-fault”, na moratória, precisando de renegociação. Ou seja, deram calote.

A pesquisa é do Instituto Geoc, que cuida do que acontece com as empresas de crédito. Na hora da venda de um carro, por exemplo, é tudo maravilha, longas prestações e juros baixos. "Só que a pessoa esquece que tem IPVA, tem o seguro, tem manutenção, tem gasolina, tudo isso está en-volvido no custo do carro. E na hora de conceder o crédito ninguém avisa isso. Então acho que é um dever imenso de toda a sociedade que concede crédito", alerta o presidente do Instituto Geoc, Jefferson Frauches Viana.

Toda a economia brasileira depende do bom funcio-namento cíclico. "Toda cadeia econômica é movimentada. Você tem desde o consumidor até o comércio, distribuidor, atacadista, fabricante, matéria-prima, bens de capital, quer dizer, toda a cadeia da economia é movimentada através de um bom crédito", diz.

Por conta desse não planejamento e da atual crise econômica, além de crescer o número de inadimplentes au-menta também a dificuldade em saldar essas dívidas. "A dificuldade de pagamento cresceu porque o inadimplente hoje tem menos capacidade de pagar. E por que ele tem menos capacidade de pagar? Porque tem mais desempre-go, tem mais inflação, sem contar nas questões crônicas de educação financeira que falamos há pouco".•

Quase 30% dos inadimplentes não sabem quanto devem

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O que significa consumir de forma consciente? Quais aspectos devem ser considerados pelo consumidor na hora da compra para que sua ação não prejudique a si próprio e os outros ao seu redor? Um indicador

inédito lançado neste mês pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz a partir de uma pesquisa realizada em todas as capitais revela que o brasileiro reconhece que as atitudes cotidianas ligadas ao consumo são importantes para a vida em sociedade, mas nem todos praticam, individualmente, ações neste sentido. Numa escala de 1 a 10, os entrevistados dão nota média de 8,8 para a importância do tema consumo consciente, mas em contrapartida, apenas dois (21,8%) em cada dez brasileiros podem ser considerados consumidores plenamente conscientes.

Para se chegar a este resultado, o indicador do SPC Brasil avaliou uma sé-rie de questões sobre os hábitos e os comportamentos que fazem parte da roti-na dos brasileiros e concluiu que somente 69,3% destas ações são classificadas como conscientes. O estudo segmenta os consumidores em três categorias, de acordo com a intensidade da prática dos comportamentos considerados ade-

Em cada dez brasileiros, apenas dois são consumidores conscientes,

mostra estudo do SPC Brasil

NOVO INDICADOR REVELA QUE

PARTICIPAÇÃO DOS JOVENS ENTRE OS

CONSUMIDORES CONSCIENTES É MENOR

QUE A MÉDIA GERAL. CONCEITO ABRANGE

QUESTÕES FINANCEIRAS, AMBIENTAIS E SOCIAIS

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quados: consumidores conscientes (que apresentam fre-quência de atitudes corretas acima de 80%), consumidores em transição (cuja frequência varia entre 60% e 80% de atitudes adequadas) e consumidores nada ou pouco cons-cientes (quando a incidência de comportamentos apro-priados não atinge 60%). A pesquisa conclui, portanto, que o consumidor brasileiro é, em média, um consumidor em transição.

As perguntas feitas aos consumidores e que servi-ram de base para construir o indicador englobam as três grandes dimensões que compõem o conceito de consumo consciente: ambientais, financeiras e sociais. Para as ações relacionadas à responsabilidade ambiental do consumi-dor, o indicador atingiu 71,7% de atitudes adequadas, enquanto as práticas financeiras e de engajamento social, foram um pouco mais baixas, chegando a 68,0% e 68,1% de ações corretas, respectivamente.

"O objetivo do Indicador de Consumo Consciente é acompanhar ao longo dos anos as mudanças nos hábi-tos de compra e outras ações cotidianas dos brasileiros a fim de compreender se estamos caminhando em direção a uma sociedade capaz de promover e estimular práticas mais equilibradas nas relações de consumo", afirma a eco-nomista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

84% não ligam para marcasDentre as práticas financeiras adequadas, as mais

adotadas pelos brasileiros são não se influenciar pelo consumismo das pessoas do seu círculo de convivência (88,5%) e não se importar em adquirir somente produtos de marcas famosas, priorizando a qualidade (84,1%). Ou-tros dados, contudo, demonstram que o consumidor preci-sa lidar melhor com o compartilhamento de produtos e as compras desnecessárias. Apenas quatro em cada dez pes-soas (40,9%) dizem preferir alugar ou pedir emprestado algo que usam com pouca frequência e, somente 17,1% afirmam não ter se arrependido por comprar algum produ-to que não precisavam.

Metade ignora a idoneidade das empresasA atitude ambiental adequada mais seguida pelos

consumidores é verificar a possiblidade de reutilização ou troca: 83,5% garantem que antes de jogar fora um pro-duto que não querem mais, procuram doá-lo ou mesmo

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trocá-lo com alguém. Além disso, praticamente oito em cada dez consumidores ouvidos (77,7%) afirmam evitar o uso indiscriminado da impressora, enquanto 76,4% dizem não utilizar o carro para pequenos deslocamentos.

Já entre as ações menos adotadas, do ponto de vista da sustentabilidade, está a reciclagem do lixo: apenas um pouco mais que a metade (53,2%) dos consumidores ouvi-dos separa o lixo doméstico para a coleta seletiva. Também é significativamente menor a parcela dos que atentam para aspectos que envolvem a idoneidade da empresa: cinco em cada dez (50,7%) brasileiros disseram analisar as práti-cas adotadas pela empresa em relação ao meio ambiente ou à sociedade antes de fazer uma compra.

Uso racional da água e energiaEm média, 74% dos entrevistados realizam as ati-

vidades consideradas adequadas para o uso racional da água, sendo que a ação mais difundida é a de fechar a torneira enquanto escova os dentes (90,4%). Outra ação bastante comum é a de não lavar a casa ou a calçada com mangueira (88,3%). No entanto, o desempenho é pior no momento do banho e na hora de lavar roupas: 68,0% di-zem fechar a torneira enquanto ensaboam o corpo e ape-nas 37,6% afirmam usar a máquina de lavar na capacida-de máxima.

Em relação ao uso racional da energia elétrica, em média, 76% dos entrevistados colocam em prática as ações consideradas adequadas. O hábito mais comum é o de apagar as luzes de ambientes que não estão sendo uti-lizados (97,1%). Já os comportamentos menos adotados são o de compartilhar o uso da TV entre os moradores da casa para economizar energia (60,6%) e o de retirar das tomadas os aparelhos elétricos quando não são utilizados (51,9%).

Menos da metade recusam produtos piratasLevando em consideração as atitudes de impacto so-

cial, a menos frequente é a recusa em comprar produtos piratas. Somente um pouco mais da metade dos entrevis-tados (50,6%) alegaram não comprar produtos nestas con-dições mesmo que o peço seja baixo. Por outro lado, nove entre dez consumidores ouvidos (89,3%) garantem incen-tivar as pessoas da própria casa a economizarem água e luz, aumentando para 97,9% entre os indivíduos acima de 56 anos e 95,5% entre aqueles com maior escolaridade.

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Jovens pouco conscientesO levantamento constatou que os consumidores

mais jovens são os que menos adotam práticas adequadas de consumo. O percentual de atitudes corretas, que é de 69,3% para a população em geral, sobe para 74,2% entre os entrevistados com idade acima dos 56 anos e cai para 64,5% entre o universo de consumidores com idade que vai de 18 a 29 anos.

Quando comparado ao geral, a maior concentração de entrevistados na categoria dos 'nada ou pouco cons-cientes', é encontrada, justamente na faixa de 18 a 29 anos: 46,3% contra somente 31,2% do total da popula-ção. Na mesma comparação, entre os não conscientes, há uma participação maior de consumidores da região Sudes-te (53,8%) e de homens (61,3%).

Já entre os considerados 'conscientes', o destaque é a presença de moradores da região Norte (19,1%, acima

dos 12,8% do total). Entre os consumidores 'em transição', ou seja, aqueles que combinam atitudes adequadas e ina-dequadas _ e que representam mais da metade dos brasi-leiros _ nota-se uma presença maior de mulheres (60,2% contra 51,3% no universo de entrevistados) e de consumi-dores da classe C (81,7% ante 77,8% no geral).

"Podemos concluir que o consumidor médio brasileiro está em transição quando se considera práticas conscientes e sustentáveis relacionadas ao consumo. Ele chega a ado-tar algumas ações, mas não na frequência e na quantidade suficiente. Além disso, percebe-se que mesmo sendo mais informados e instruídos do que as gerações passadas, os jovens não praticam atitudes plenamente responsáveis na hora de consumir. Isso pode ser explicado pelo fato de que neste período de vida as pessoas são mais individualistas e preocupadas em atender suas próprias necessidades", afirma a economista Marcela Kawauti.

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Consumir pensando no bolsoQuando indagados sobre as van-

tagens ao se adotar atitudes responsá-veis em relação ao consumo, prevalece entre os consumidores ouvidos o en-tendimento de que a dimensão finan-ceira é a mais importante. A maior parte destaca o fato de economizaram (35,5%), seguido por outras respostas mais ligadas ao bem comum como a sensação pessoal de dever cumprido com a sociedade (30,1%) e a satisfa-ção ao praticar algo positivo para o futuro das próximas gerações (18,6%). O cuidado com a preservação do meio ambiente é citado por somente 5,8% dos brasileiros consultados.

"Apesar dos consumidores reco-nhecerem a importância do consumo responsável, a grande maioria não vê as práticas sustentáveis de consumo como prioridade em seu dia a dia, e ainda predomina a percepção de que os aspectos financeiros são mais im-portantes, ficando em segundo plano as implicações ambientais e sociais", afirma o educador financeiro do portal 'Meu Bolso Feliz', José Vignoli.

Falta de tempo para atitudes conscientesDiante do comportamento predominantemente in-

constante do brasileiro, que ora pratica ações adequadas e ora deixa de agir de modo consciente, o SPC Brasil procu-rou entender o que impede as pessoas de tomarem atitu-des responsáveis com relação ao consumo. A justificativa mais citada pelos consumidores entrevistados é a falta de tempo (26,5%), principalmente entre os homens (30,3%) e os mais jovens (36,7%). Logo depois vem a distração ou esquecimento (25,4%), que também é mais frequente en-tre a parcela masculina de entrevistados (29,9%) e pessoas mais jovens (34%).

Para os especialistas do SPC Brasil, o consumidor brasileiro ainda precisa incorporar mais atitudes conscien-tes de consumo em seu cotidiano. "Mudanças simples po-

deriam fazer grande diferença, como planejar melhor as compras, diminuir o tempo no banho e aprender a utilizar de forma mais adequada aparelhos domésticos, como o ferro de passar e a máquina de lavar. De modo geral, o brasileiro está em transição, uma vez que ele até adota al-gumas atitudes positivas, mas ainda precisa evoluir neste sentido", lembra Marcela.

MetodologiaO indicador de Consumo Consciente (ICC) calculado

pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) tem como objetivo medir os conhecimentos e níveis de práticas de consumo consciente pelo brasileiro em três esferas: finan-ceira, ambiental e social. Para isso, foram entrevistados 605 consumidores nas 27 capitais, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de no máximo 4,00 pp com margem de confiança de 95%.•

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Mercado Coluna

Em junho, a cesta básica de Itajaí subiu 4,21%, passando de R$ 308,78 para R$ 321,78. Os dados, divulgados pelo proje-

to Cesta Básica Alimentar de Itajaí, realizados pela equipe da Uni Júnior, da Univali, mostram que o tomate ficou mais caro, e o pão francês está mais barato, na variação do mês.

As principais altas foram registradas no preço do tomate (18,48%), do café em pó (12,41%), do óleo de soja (10,91%), da car-ne (9,53%), da banana (5,49%) e da batata (5,25%). Outros quatro produtos apresenta-ram redução. O pão francês ficou 15,80% mais barato, e o feijão preto (2,09%), a manteiga (0,69%) e a farinha de trigo (0,53%) apresen-taram queda pouco significativa.

No ano, o custo da cesta básica acumula alta de 15,24%, e está acima do Índice de Pre-ço ao Consumidor Amplo (IPCA ), utilizado pelo governo para a meta da inflação. No compa-rativo com 2014, com exceção do pão francês, todos os outros doze produtos da cesta básica estão mais caros. Em junho do ano passado, a cesta básica também havia apresentado alta expressiva em seu custo.

Segundo a pesquisa, o valor da cesta bá-sica que em maio comprometia 39,19% do sa-lário mínimo, passou, em junho, para 40,83%. Em termos de horas de trabalho, para compra da cesta básica, o assalariado que precisava trabalhar 86h12min agora terá que trabalhar 89h48min.•

Pesquisa aponta nova alta no valor da cesta básica em Itajaí

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42 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Uma análise de abrangência nacional, divulga-da pelo Serviço Central de Proteção ao Cré-dito (SCPC) no final de junho, apontou uma

redução de 3,9% na procura dos consumidores por crédito no país no mês de maio, em relação ao mês anterior.

Na comparação com o mês de maio do ano anterior a redução foi de 16%. Já na comparação dos últimos 12 meses, a procura por crédito sofreu uma queda de 11,3%, um novo recorde desde que os ín-dices vêm sendo avaliados pelo SCPC.

Considerando os segmentos que compõem o indicador, a procura por crédito nas instituições financeiras caiu 5,6% na comparação mensal e no

segmento não-financeiro também houve queda de 2,8%. A procura por crédito reduz consecutivamente desde meados do segundo semestre de 2014, resul-tado observado tanto pela queda mensal, quanto na tendência de longo prazo. Fatores como alta das taxas de juros, inflação consistentemente elevada e piora do mercado de trabalho são apenas algumas das variáveis condicionantes deste cenário.

Fatores macroeconômicos têm contribuído de-cisivamente para piora do índice ao longo dos últi-mos meses. Os analistas do SCPC acreditam que um aumento na procura por crédito somente acontecerá com a melhoria da confiança na economia, que de-pende da consolidação.•

Tendência de redução na procura por crédito no país se mantém

EM TEMPOS DE INCERTEZA ECONÔMICA, OS CONSUMIDORES TÊM SIDO MAIS CAUTELOSOS

Mercado Coluna

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44 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Para a construtora Lotisa, que atua há 10 anos em Itajaí prezando pela entrega antecipada, acaba-mentos com qualidade superior à média e rela-

cionamento diferenciado com o cliente, esses processos devem estar alinhados aos empreendimentos e fluir da melhor maneira possível.

Para isso, a Lotisa contratou a agência de publici-dade Arroba Comunicação, que há seis anos gerencia a comunicação de diversas empresas da região, primando pelo diálogo horizontal com seus públicos, satisfação

do cliente e planejamento de ações. Com foco contínuo no alcance de resultados.

Seguindo o exemplo da Lotisa, a comunicação deve ser prioridade para qualquer organização. Apenas se comunicando com o público alvo de maneira estraté-gica é que as empresas conseguem atingir seus objeti-vos e alcançar suas metas.

Deseja melhorar a maneira como as pessoas assi-milam a sua marca? Invista em comunicação.

www.arrobadesign.com.br

Mercado Coluna

Comunicando com eficiência

A Hertz Brasil, empresa líder mundial na locação de veículos e presente no Brasil com mais de 110 lojas, inaugura nova loja no mês de julho e

amplia sua presença no território nacional. A 12ª loja Hertz em Santa Catarina será instalada na rua Felipe Schmidt, 528, Centro de Itajaí.

Na cidade, a Hertz oferecerá uma frota nova e variada, com destaque para modelos como Spin e Onix. Com a abertura da loja em Itajaí, a Hertz dá con-

tinuidade ao plano de expansão da marca no país. “Itajaí é uma cidade de alta relevância no Esta-

do. Além de ter o segundo porto em movimentação de carga do país, a cidade conta com grandes empresas instaladas na região. Acreditamos que a Hertz aten-derá demandas do mercado corporativo, assim como o de turismo de lazer, uma vez que o litoral de Santa Catarina é encantador”, declara Luciano Bianchi, VP da Hertz Brasil.•

Hertz Brasil inaugura nova loja em Itajaí

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Economia&Negócios • Julho 2015 • 45

Mercado Coluna

O Grupo Brava Beach entregou os prêmios aos corretores de imóveis que atingiram as metas estipuladas na campanha Verão Premiado Bra-

va Beach. Lançada no final de 2014, a promoção teve como objetivo reconhecer os corretores que superassem as metas estabelecidas, partindo de R$ 1,5 milhão em vendas de imóveis do Grupo durante a temporada, que durou até março deste ano.

A premiação oficial foi entregue pelo gerente co-mercial, Davi Takahaghi, em um coquetel realizado na central de vendas do grupo Brava Beach, na Praia Bra-va, em Itajaí. André Dapper e Daniel Dumbock foram contemplados com veículos BMW modelo 320i, prêmio concedido a quem ultrapasse a marca de R$ 9 milhões em vendas. Os corretores Luís Antônio Máximo e Isaias Mazotti ganharam viagens a Cancun com direito a acompanhante.

Brava Beach premia corretores campeões de vendas

A campanha Verão Premiado foi criada como estratégia de incentivo às vendas dos empreendimentos Brava Beach Internacional e Mirage Residence, que hoje somam poucas unidades disponíveis.•

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46 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Mercado Coluna

SC Bem Mais Simples facilitará abertura e fechamento de empresas

O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Em-presa, Guilherme Afif Domingos, e o secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável

(SDS), Carlos Chiodini, assinaram no mês passado o acordo de cooperação técnica para o Santa Catarina Bem Mais Simples.

Para Afif Domingos, o Estado será um exemplo para os demais, pelo pioneirismo na implantação do Bem Mais Simples. “Santa Catarina sai na frente na ar-rancada pela simplificação, graças à ação do governo do Estado, da sociedade e de todas as lideranças envol-vidas”, salientou.

O tempo médio para a abertura de uma empresa no Brasil é de 102,5 dias. Com o Bem Mais Simples o empresário levará apenas cinco dias. Segundo o secre-tário da SDS, o tempo será reduzido, pois haverá um grupo de trabalho com as instituições envolvidas no processo. “Além da SDS, participam Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Fatma, Secretarias de Estado da Casa Civil e Fazenda, e Jucesc. A simplificação será feita por meio de autodeclaração e aperfeiçoamento nos pro-cessos de registro mercantil”, explica Chiodini.

Outra medida que será adotada para acelerar a abertura de empresas é a categorização por grau de ris-

co, respeitando a tabela de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae) que padroniza os códigos e os critérios de enquadramento usados pelos órgãos da administração tributária do país. Por meio da tabela, é possível analisar as atividades que possuem baixo grau de risco e podem iniciar imediatamente, sem necessitar passar por uma fiscalização prévia detalhada.

“Por exemplo, um escritório de consultoria ou contabilidade não requer uma licença ambiental ou sa-nitária, mas hoje todas as empresas passam pelo mes-mo rito o que torna todo o processo mais demorado”, esclarece o diretor de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas e Empreendedores Individuais da SDS, Gilberto Boettcher.

Para o fechamento de empresas, o Bem Mais Sim-ples lançou, em 2014, o Portal Empresa Simples, que possibilitou a baixa automática de empresas. A Secreta-ria da Micro e Pequena Empresa tirou a obrigatorieda-de de apresentação das certidões negativas de débitos tributários, previdenciários e trabalhistas nas juntas co-merciais. Com isso, as empresas passam a pedir a baixa de seus registros e as inscrições imediatamente após o encerramento de suas operações.

Após a assinatura do acordo, a próxima etapa será a Jornada da Simplificação, que consiste em en-contros regionais com demais órgãos envolvidos para disseminação e sensibilização do processo de simplifi-cação.•

Guilherme Afif Domingos,ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa

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Economia&Negócios • Julho 2015 • 47

Mercado Coluna

Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) elevaram pela 12ª semana seguida a projeção para a inflação de 2015. Desta vez, a estimativa para o Índice Nacio-nal de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 9% para 9,04%. Há quatro semanas, a projeção estava em 8,46%. Para 2016, a estimativa caiu de 5,50% para 5,45%. O próprio BC projeta inflação em 9%, este ano, muito acima do teto da meta (6,5%). O BC só espera alcançar o centro da meta (4,5%) em 2016.

Para tentar frear a alta dos preços, o Comitê de Políti-ca Monetária (Copom) do BC tem elevado a taxa básica de juros, a Selic. A taxa já foi elevada seis vezes seguidas e o BC tem sinalizado que o ciclo de alta continua. A próxima reunião do comitê está marcada para os dias 28 e 29 deste mês. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano e as institui-ções financeiras esperam que a taxa chegue a 14,5% ao final deste ano. No final de 2016, a Selic deve ficar em 12,06% ao

ano de acordo com a mediana (desconsidera os extremos nas projeções) das expectativas.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encare-cem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de re-cessão, com queda na produção e no consumo. A expectativa das instituições financeiras para a retração da economia, este ano, passou de 1,49% para 1,50%. Essa é a sétima piora se-guida na estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.•

Mercado eleva projeção de inflação para 2015 e reduz previsão para 2016

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50 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Reforçando a imagem de Itajaí como expoente no Estado e a boa fase da construção civil, a Racitec entregou o Tarsila do Amaral Residence. O empre-

endimento traz as características que marcam a empresa, como localização privilegiada, alto padrão de acabamento e foco na qualidade.

Itajaí recebe Tarsila do Amaral Residence

Localizado na rua Sete de Setembro, no Centro de Itajaí, o residencial conta com 44 apartamentos, distribuídos em 16 pavimentos. Todas as unidades possuem três dormitórios sendo duas suítes, além de duas vagas de garagem, totalizando mais de 178 m² de área total.

Arquiteto e sócio da Racitec, Flávio Mussi des-taca o compromisso da empresa com o mercado e seus clientes. “Em mais de duas décadas construí-

mos uma sólida relação com o mercado de Itajaí e região. Alguns aspectos apon-

tam neste sentido, como o sucesso da comercialização e a parceria com o Banco do Brasil, através do finan-ciamento Plano Empresário, que já está conosco pela segunda vez”.

Além da entrega do Tarsila do Amaral, a Racitec já prepara o lançamento de dois novos empre-endimentos: Cézanne e Matisse. Há

ainda o Burle Marx, que já está com a primeira fase em andamento.•

Mercado Coluna

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Economia&Negócios • Julho 2015 • 51

Rua Manoel Vieira Garção, 10 – Sala 204 - Esq. Dr. José Bonifácio MalburgCep: 88301-425 – Centro- Itajaí – SC – Edifício PHD

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52 • Julho 2015 • Economia&Negócios

O Sindicato do Comércio de Balneário Camboriú e Camboriú e Camboriú (Sincomércio), em parce-ria com a Fecomercio SC, implantam em Balne-

ário Camboriú, a versão municipal da Rede Estadual de Assessoria Legislativa (Renalegis SC), que vai monitorar o trabalho da Câmara de Vereadores. "Muitos projetos que estão tramitando nas câmaras de vereadores causam impacto nas empresas do comércio. Por isso destacamos a necessidade de se fazer o acompanhamento destas proposições e de se ter um atuação efetiva, transparente e propositiva junto aos legislativos municipais", afirma o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

Ele acrescenta que o diálogo é a melhor estratégia para a defesa dos interesses do setor terciário junto aos poderes públicos e, por isso, a implantação da Renale-gis chega num momento importante da economia ca-tarinense. O presidente do Sincomércio, Hélio Dagnoni, explica que as 438 proposições que tramitam na Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú foram analisadas pela Renalegis, que elencou 51 delas com potencialmen-te importantes ao setor na cidade, merecendo atenção e atuação.

No Estado, foram analisadas 4.589 proposições que tramitam nas câmaras de vereadores de 10 muni-cípios nas atuais legislaturas. Por intermédio da Renale-gis SC foram elencadas 488 áreas como potencialmente

impactantes ao setor terciário e que devem ser monito-radas. O secretário geral da Confederação Nacional do Comércio, Marcos Arzua, disse que a Renalegis é um fó-rum de discussão que procura identificar as ações legis-lativas no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) que sejam do interesse do comércio de bens e serviços.

Segundo o diretor executivo adjunto da Fecomér-cio, José Agenor de Aragão Júnior, o objetivo agora é tornar as entidades sindicais patronais do comércio cada vez mais próximas da realidade dos empresários, nas suas localidades. “Santa Catarina sempre teve um pro-tagonismo na Renalegis da CNC, para que pudéssemos ter uma atuação preventiva e propositiva. Já atuávamos fortemente junto à Assembleia Legislativa e agora, com a Renalegis SC, vamos fazer esse trabalho junto às câ-maras de vereadores”, afirmou.

De acordo com dados da Fecomércio, o Estado possui hoje 623.627 empresas do setor. Elas respondem por 59% do PIB estadual. Além disso, o setor é respon-sável por 71,1% de toda a arrecadação de ICMS atual e emprega 61,34% da força de trabalho do Estado. Em Balneário Camboriú, o percentual de trabalhadores no setor em relação ao total de empregos gerados no mu-nicípio chega a 82,2% e a participação do setor no valor adicionado chega a 78,4%.•

Mercado Coluna

Sincomércio e Fecomércio lançam em Balneário Camboriú rede de monitoramento da Câmara de Vereadores

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54 • Julho 2015 • Economia&Negócios

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) renovou o Programa BNDES de Apoio a Investi-mentos em Design, Moda e Fortalecimento de Marcas (BN-

DES Prodesign). Com adição de R$ 1 bilhão ao seu orçamento, o programa foi prorrogado até 31 de dezembro de 2016, sob novas condições.

A medida se deve à demanda por recursos, que tende a su-perar a atual dotação orçamentária, de R$ 500 milhões, antes do fim do prazo de vigência do programa, marcado inicialmente para 31 de dezembro de 2015.

O BNDES Prodesign apoia investimentos em design, moda, desenvolvimento de produtos, diferenciação e fortalecimento de marcas em projetos de investimento de diversas cadeias produ-tivas.

Desde o início, o programa atende a indústrias de roupas, tecidos, calçados, móveis, higiene pessoal, perfumaria, cosméti-cos, utilidades domésticas, brinquedos, metais sanitários, joias, relógios, embalagens, eletrodomésticos e revestimentos cerâmi-cos.

Na nova fase, foram incluídos também os fabricantes de óculos, malas, bolsas, acessórios de moda, materiais esportivos, louças sanitárias e outros acabamentos para construção civil, con-templando também os segmentos de serviços e comércio asso-ciados.

Os recursos em TJLP passam a ser limitados a um máximo de R$ 30 milhões por grupo econômico a cada 24 meses. No caso das empresas varejistas, as novas condições exigem que seja observa-do o percentual mínimo de 60% de conteúdo nacional.

BalançoEm cerca de um ano e meio em vigor, o BNDES Prodesign

já aprovou 15 operações, somando R$ 364,8 milhões em finan-ciamentos. Das empresas beneficiárias, nove não tinham relacio-namento anterior com o banco. Considerando-se as propostas em consulta e análise, a carteira do programa reúne 20 projetos apoiados, das quais 13 são de clientes novos, no valor total de R$ 473,2 milhões.•

Mercado Coluna

BNDES renova programa de apoio a investimentos em design com orçamento de R$ 1 bilhão

NOVA VERSÃO DO PROGRAMA BNDES DE APOIO A INVESTIMENTOS EM DESIGN, MODA E FORTALECIMENTO DE MARCAS (BNDES PRODESIGN) VIGORARÁ ATÉ 2016

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56 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Um dos destinos turísticos mais procurados do país, em desenvolvimento econômico constante e de uma efervescência noturna digna de grandes me-

trópoles. Balneário Camboriú é a cidade catarinense que melhor se adapta ao estilo de vida de qualquer pessoa. Seja entre os pacatos, que preferem uma caminhada na praia a um grande agito, ou entre os consumistas, que aproveitam como ninguém o shopping a céu aberto, o município é o queridinho de muitos brasileiros e estrangeiros.

Essa preferência é reflexo do turismo evoluído. Ad-quirido nos 51 anos de história, que a cidade completa no próximo dia 20. Balneário Camboriú está entre as 15 melhores cidades turísticas do país, com 69,9 pontos, de acordo com ranking do Ministério do Turismo. A pontuação está acima da média Brasil do estudo (59,5 pontos) e até mesmo da média das capitais (68,2). No ano passado a cidade foi premiada pelo MTur pela sua evolução no índice geral.

Balneário Camboriú 51 anos: exemplo em desenvolvimento turístico

MUNICÍPIO, QUE ANIVERSARIA NO PRÓXIMO DIA 20, SOMA CONQUISTAS NO TURISMO NACIONAL

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Economia&Negócios • Julho 2015 • 57

Quando o assunto é marketing e promoção do destino, o município aparece em 9º na listagem e em 7º em cooperação regional. Outro dado im-portante, divulgado neste ano, é que a cidade lidera o ranking das 65 cidades indutoras do turismo no quesito aspec-tos sociais, com pontuação de 83,4.

A evolução do destino nesse as-pecto se deve, especialmente, aos em-pregos gerados pelo turismo, às polí-ticas de prevenção e enfrentamento à exploração sexual de crianças e adoles-centes, à implantação de equipamentos e atrativos de uso público aos turistas e à sensibilização da comunidade em rela-ção ao turista.

Quem gostou tanto de visitar que acabou escolhendo a cidade para viver ajuda a povoar cada vez mais o muni-cípio de apenas 46,2 km², segundo da-dos do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE). São essas pessoas,

junto com os naturais da cidade, que ajudam a posicionar a cidade também como uma economia forte.

Exemplo disso é a construção ci-vil que cresce a cada ano em volume de empreendimentos e nível. Balneário se posicionou no mercado imobiliário como geradora de imóveis de alto padrão e vem se aperfeiçoando sempre mais para atingir o público AA. Cresce a receita e também crescem os investimentos.

Obras de infraestrutura foram necessárias nos últimos anos para me-lhorar a vida da população. Todas fo-ram pensadas para trazer comodidade, segurança e lazer ao munícipe, como a criação de ciclovias e ciclofaixas. Enfim, por tudo isso é que se pode e deve co-memorar muito o aniversário de Balneá-rio Camboriú. Todos os que contribuem para o crescimento da cidade fazem parte dessa festa e merecem os para-béns.•

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58 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Mercado Coluna

Japão vai inspecionar frigoríficos brasileiros de carne bovina em agosto

MINISTRA KÁTIA ABREU ESTÁ OTIMISTA EM RELAÇÃO À ABERTURA DO MERCADO JAPONÊS

Priscilla Mendes/M

apa

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento avançou mais uma etapa no processo de abertura do mercado japonês à carne bovina ter-

moprocessada brasileira. O governo do Japão informou à ministra Kátia Abreu que enviará técnicos ao Brasil para vi-sitar laboratórios, frigoríficos e fazendas com o objetivo de acelerar a liberação da entrada do produto naquele país.

Kátia Abreu está em viagem oficial a Tóquio para negociar a ampliação do comércio bilateral entre as duas nações, além de apresentar os potenciais de investimento estrangeiro no Programa de Investimento em Logística – lançado em junho pelo governo federal.

O Ministério da Agricultura cumpriu a penúltima das sete etapas previstas para a liberação de carne bovina termoprocessada, que está embargada pelo Japão desde dezembro de 2012 devido a um caso atípico de vaca louca registrado na época.

Os ministérios da Agricultura e da Saúde do Japão receberam neste mês os documentos de análise de risco que estavam pendentes. A próxima etapa é a abertura de uma consulta pública de 30 dias, que será realizada para-

lelamente à inspeção a frigoríficos, laboratórios e fazendas no Brasil.

A ministra brasileira disse estar otimista de que as barreiras à exportação de carne bovina termoprocessada ao país asiático serão superadas até agosto.

“Sabemos da preocupação do Ministério da Saúde. Por isso, queremos, com muita compreensão, que o gover-no japonês conheça de fato o sistema brasileiro de defesa, porque temos certeza que eles eliminarão suas preocupa-ções. Nada hoje é mais importante para o Mapa do que aprimorar o sistema de defesa animal e vegetal”, afirmou Kátia Abreu à vice-ministra da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, Keiko Nagaoka.

A ministra japonesa, que cuida das barreiras sani-tárias relacionadas a doenças transmissíveis ao homem, disse que encaminhará o assunto de forma “proativa”.

“Hoje trocamos muitas informações importantes em nível técnico. Gostaríamos de dar andamento a essa dis-cussão de forma proativa e continuar com a discussão para liberar a importação de carne”, disse Nagaoka durante a reunião.•

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Kim Augusto Zanoni OAB/SC 36.370

Sócio do escritório Silva e Silva Advogados Associados.Pós-graduado em Direito Empresarial e Advocacia Empresarial pela Universidade Anhanguera.Pós-graduando em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET).Advogado atuante nas áreas Tributária, Aduaneira e Societária em nível administrativo e contencioso.

O cenário jurídico tem en-frentado questões polêmicas rela-tivas à tomada de crédito de PIS e Cofins, oportunidade disponível às empresas optantes pelo regime de tributação do lucro real.

Em definição proveniente do Superior Tribunal de Justiça, insumo é tudo aquilo utilizado no processo de produção de um bem ou serviço e que integra o produto final. No entanto, a questão demanda maior profundidade.

Não se pode confundir in-sumo com despesa operacional, que de modo geral abrange toda e qualquer despesa necessária à ope-racionalização da atividade empre-sarial (funcionários, despesas com marketing e comissões, taxa da ad-ministradora do cartão de crédito).

Desta maneira, o Supremo Tribunal Federal dará desfecho de-finitivo à controvérsia ao julgar o ARE nº 790.928, estabelecendo, portanto, um critério mais objetivo para que se conceitue o que seriam “insumos”.

Não obstante a indefinição da situação, e considerando o atu-al cenário econômico enfrentado pelas empresas, tem-se recorrido a tentativas não usuais de apropria-ção de crédito, não contempladas em leis ou atos normativos dos entes fiscalizadores, como é o caso dos direitos autorais às companhias que dependem diretamente de seu recolhimento para que tenham fa-turamento (casas noturnas, edito-ras, entre outros).

Vejamos que a exploração

comercial de determinadas obras protegidas impõe ao empresário o dever de recolher os direitos de autoria, os quais são repassados posteriormente ao autor por meio do órgão de fiscalização competen-te (ECAD).

Por exemplo, ao conside-rarmos que a contratação de de-terminado artista é o que fomenta determinada casa noturna (venda de ingressos e comercialização de bebidas), estaríamos afirmando a influência direta e exclusiva de sua contratação ao faturamento do es-tabelecimento, pois a exposição de seus talentos é o que atrai os con-sumidores.

Ao levarmos em conta que a reprodução de obras protegidas e a própria comercialização de ingres-sos geram o dever de recolhimento dos direitos autorais, deduz-se que tais valores são despesas necessá-rias e indispensáveis para que se chegue ao produto final.

Vale lembrar que no ano de 2005, a 2ª Região Fiscal possuía entendimento favorável ao uso de créditos das contribuições (Solução de Consulta nº 33), todavia, o en-tendimento foi superado em 2010 pela 7ª Região Fiscal, cuja orienta-ção foi adotada por fiscais em âm-bito nacional.

Em última análise, a alterna-tiva representa uma economia de 9,25% sobre os gastos com direitos autorais, sendo que caso haja pro-vimento favorável, podem ser resti-tuídos os valores pagos nos últimos cinco anos, atualizados pela Selic.

DIREITOS AUTORAIS FRENTE AO CONCEITO DE INSUMO PARA FINS

DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO

ArtigoArtigo

Mesmo com o mercado interno estabilizado, o setor calçadista brasileiro poderá comemorar ao fim de 2015 um considerável crescimento

na exportação de seus produtos. Ainda sem uma pro-jeção concreta para o ano, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) já prevê um resul-tado positivo com a aposta no mercado externo. Em um recente encontro promovido pela Abicalçados, Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e Associa-ção Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), especialistas revela-ram que as exportações devem crescer graças à valori-zação do dólar e recuperação da economia mundial.

Há três anos exportando calçados de marcas con-ceituadas como Raphaella Booz, Jorge Bischoff, Bottero, Arezzo, Furlanetto, Alpargatas (Havaianas), entre ou-tras, a empresa catarinense DC Logistics Brasil confirma este crescimento. De acordo com o diretor da empresa, Guilherme Mafra, são exportadas aproximadamente 300 toneladas de sapatos por ano, para países como Vietnã, Nova Zelândia, Rússia e Chile que soma o maior volume. A expectativa da empresa, que mantém 10 es-critórios em diferentes cidades brasileiras, é seguir nesta média de exportação.

Bruno Souza, gerente operacional da DC explica que o lucro das exportações geralmente é calculado em moeda estrangeira e posteriormente esse valor é con-vertido para moeda nacional. “Por exemplo, se antes o exportador lucrava determinada quantia em dólar e hoje continua lucrando exatamente o mesmo número, ao converter o valor para Reais terá mais dinheiro en-trando em sua conta”, acrescenta. Em contrapartida, para as empresas que importam matéria-prima esta desvalorização é um ponto negativo já que o custo de importação e, consequentemente, de produção dos sa-patos ficou mais caro.•

Indústria calçadista brasileira cresce no

mercado internacional

DE ACORDO COM A DC LOGISTICS BRASIL, ANUALMENTE A EMPRESA EXPORTA UMA MÉDIA DE 300 TONELADAS DE CALÇADOS

Economia&Negócios • Julho 2015 • 59

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60 • Julho 2015 • Economia&Negócios

A empresa itajaiense BLC Logística e Negócios In-ternacionais atuou como agente de carga de dez empresas que representaram o Brasil em uma das

maiores feiras de decoração de interiores do mundo, a In-dex Fair Dubai 2015, na capital dos Emirados Árabes. O evento, realizado entre os dias 18 e 21 de maio, reuniu expositores de diversos países contou com a participação de 18 empresas brasileiras.

A BLC já trabalha há dez anos no evento e é respon-sável pela logística de transporte da carga desde as indús-trias nacionais, passando pelo desembaraço dos produtos no destino até a chegada do material dentro dos estandes da feira. “Os expositores só precisam tirar os produtos de dentro da caixa e expor”, explica a diretora comercial da BLC, Tríssia Maciel.

Nesta edição de 2015 da feira, a BLC trabalhou com empresas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás, que atuam nos ramos moveleiro e de decoração de inte-riores. “Nossos clientes produzem lustres, quadros, móveis de todos os tipos”, destacou Tríssia.

ResultadoDe acordo com dados da Agência Brasileira de Pro-

moção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), as 18 empresas brasileiras que participaram do evento efetiva-ram um total de US$ 698 mil em vendas e já com expec-tativa de US$ 5,7 milhões em negócios para os próximos 12 meses. Os empresários também estreitaram relaciona-mentos com comerciantes do mundo árabe e países parti-cipantes.•

Empresa de Itajaí agencia expositores brasileiros da Index Fair Dubai 2015

DEZ INDÚSTRIAS PARTICIPARAM DA MAIOR FEIRA DO SETOR, NOS EMIRADOS ÁRABES

Mercado Coluna

Page 61: Revista Portuária - 17 Julho 2015

Economia&Negócios • Julho 2015 • 61

Os planos de expansão do Grupo Dimed em 2015 levam a empresa a criar novos postos de trabalho em toda a região Sul. Por meio da Panvel Farmácias, a maior das

empresas que compõem o grupo, 13 lojas já foram inauguradas este ano e a previsão é que mais 20 sejam abertas até dezembro entre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

De acordo com a supervisora da área de Recursos Huma-nos, Nathalia Tagliani, estão sendo contratados cerca de 300 no-vos colaboradores por mês este ano para todo o Grupo Dimed. A maior demanda concentra-se no varejo e entre as oportunidades de trabalho destacam-se vagas nas áreas farmacêutica e de aten-dimento ao cliente.

Para compor as equipes, a empresa busca profissionais que visam crescer junto com o grupo e que se identifiquem com as políticas, diretrizes, missão e valores da Organização. Os interes-sados em fazer parte da equipe da Panvel ou das outras empre-sas que compõem o Grupo Dimed podem se cadastrar por meio do site grupodimed.com.br. •

Mercado Coluna

Estratégia de expansão da Panvel cria novas vagas de trabalho

Page 62: Revista Portuária - 17 Julho 2015

62 • Julho 2015 • Economia&Negócios

PortosdoBrasil

Depois de dois anos de serviços prestados à comu-nidade portuária de Itajaí e região, o capitão de Fragata José Sávio Ferez Rodrigues entrega o co-

mando da Delegacia da Capitania dos Portos do Brasil em Itajaí ao também capitão de Fragata Alekson Barbosa da Silva Porto, proveniente do 5º Distrito Naval, na cidade de Rio Grande.

Em visita ao superintendente do Porto de Itajaí, en-genheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior, e aos diretores administrativo-financeiro e técnico, Heder Cassiano Moritz e André Pimentel, respectivamente, o comandante Ferez apresentou seu sucessor e destacou a importância da par-ceria que existe entre as autoridades Portuária e Marítima.

“Tivemos o Porto de Itajaí como um importante par-ceiro na realização da regata Velas Latinoamérica, em fe-vereiro do ano passado, que reuniu um público de 26 mil visitantes e superou todas as expectativas dos organizado-res – com seis veleiros do Brasil, Colômbia, Argentina, Chi-le, Equador e Venezuela, assim como em outras demandas durante nossa gestão”, disse o comandante Ferez.

Em contrapartida, Antonio Ayres destacou a impor-tante parceria da Capitania dos Portos de Itajaí na realiza-ção das regatas Transat Jacques Vabre e Volvo Ocean Race, bem como na garantia da segurança naval em Itajaí. De Itajaí o comandante Ferez segue para a Diretoria de Pesso-al Militar da Marinha (DPMM), no Rio de Janeiro.•

Autoridade Marítima de Itajaí troca de comando

Page 63: Revista Portuária - 17 Julho 2015

O governador Raimundo Colombo esteve reunido no Centro Administrativo, em Florianópolis, com o diretor presidente da Empresa Nidera Sementes,

Brandon Crozier, para autorização da implantação do Ter-minal Graneleiro da Babitonga. Também participaram do encontro os secretários de Estado da Infraestrutura, João Carlos Ecker; do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Carlos Chiodini; e o presidente da Fatma, Alexandre Wal-trick Rates.

A autorização para esse novo investimento, que será um dos mais modernos do mundo, já tem condições de crescer muito na exportação de grãos e importação de fertilizantes. É uma possibilidade concreta de desenvolver significativamente o Estado, por isso, é um investimento estratégico de mais de R$ 500 milhões, com impacto e benefícios de grande importância para Santa Catarina e para o Brasil.

Colombo enfatizou que o Estado tem cinco portos modernos, eficientes e que apresentam um grande resul-tado, incluindo o de Laguna que é pesqueiro. “Todos apre-sentam um resultado cada vez melhor e com esse novo terminal, vai aumentar a competitividade, eficiência na operação, além da capacidade de importação e exporta-

ção”.Para começar as obras de construção do terminal

será necessária a emissão da Licença Ambiental Provisória (LAP), que será concedida após várias análises de todos os aspectos envolvendo o projeto por parte dos técnicos da Fatma. Também será considerado o envolvimento da empresa com a comunidade quanto aos compromissos so-ciais com a população. Ainda está prevista a implantação de uma via, com aproximadamente dois quilômetros, para acesso ao terminal.

O Terminal será instalado na localidade Estrada La-ranjeiras, em São Francisco do Sul, em parceria entre o grupo catarinense, a refinaria independente de açúcar, Al Khaleej Sugar, sediada em Dubai, nos Emirados Árabes e a Nidera Sementes. Com 600 mil m², a estrutura terá capaci-dade de movimentar até 14 milhões de toneladas de grãos por ano. Será responsável pela geração de 295 empregos diretos e mil indiretos.

“Depois de pronto, vai trazer para Santa Catarina um movimento expressivo de cargas de grãos por ano. E em plena operação, será capaz de virar a balança comercial catarinense, ou seja, exportando mais que importando”, destacou Chiodini.•

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Santa Catarina terá novo terminal graneleiro na Baía da Babitonga

Economia&Negócios • Julho 2015 • 63

Page 64: Revista Portuária - 17 Julho 2015

Aproximadamente 200 pessoas participaram da ação de plantio de espécies de árvores nativas na orla de Navegantes no dia 6 de junho. O evento aconteceu

na região do Pontal e foi promovido pela coordenação do Nossa Praia, projeto de recuperação e proteção da orla de Navegantes, dentro da programação da Semana do Meio Ambiente da Portonave, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.

Ao todo, 150 mudas de árvores típicas da restin-ga, como aroeira, araçá-vermelho, pitangueira, tucaneira, pata-de-vaca, grumixama e figueira foram plantadas por moradores e visitantes de Navegantes. A atividade con-tou também com a distribuição de 500 mudas de árvores frutíferas e nativas e esclarecimentos a respeito do Nossa Praia.

AcompanhamentoCada uma das 150 mudas plantadas recebeu um

lacre com uma numeração exclusiva e a equipe técnica es-pecializada vai monitorar o desenvolvimento dessas mu-

das. Os voluntários no plantio vão poder acompanhar pelo número do lacre como está o crescimento da sua árvore.

Para a voluntária no plantio, a estudante de bio-medicina e integrante do Grupo de Escoteiro do Mar de Navegantes Marihá Gonzaga Lima a ação promoveu uma interação inédita da comunidade junto ao projeto. “Esta-mos acostumados a ver projetos como o Nossa Praia so-mente no papel, felizmente não é esse o caso”, destacou a estudante.

O projeto Considerada uma das maiores obras de recuperação

de praia urbana do Brasil, o Nossa Praia abrange uma sé-rie de importantes ações de recuperação da restinga. Ao todo, as ações de revitalização englobam os 102 hectares da faixa de restinga nos quase 10 quilômetros que for-mam a orla de Navegantes. Os recursos do projeto são da ordem de R$ 6,9 milhões e vêm de uma parceria entre a Portonave S/A - Terminais Portuários de Navegantes e a prefeitura.•

Projeto da Portonave realiza plantio de mudas na orla de Navegantes

CADA UMA DAS 150 MUDAS PLANTADAS RECEBEU UM LACRE COM UMA NUMERAÇÃO PARA MONITORAMENTO

64 • Julho 2015 • Economia&Negócios

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Page 65: Revista Portuária - 17 Julho 2015

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TPC recebe dois navios de grande porte simultaneamente

JUNTAS AS EMBARCAÇÕES SOMAM 633 METROS DE COMPRIMENTO. OPERAÇÃO DEMONSTRA A CAPACIDADE DO NOVO CAIS DE

O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) recebeu simultaneamente no mês de junho dois navios porta-contêineres de grande

porte. Juntos, os navios medem 633 metros de com-primento, demostrando a capacidade do novo cais do terminal _ que passou de 564m para 879m de extensão depois de um amplo programa de inves-timentos em ampliação e modernização do terminal _ em receber as maiores embarcações que fazem o comércio internacional na América do Sul.

A operação simultânea dos dois navios tam-bém comprova a capacidade técnica e operacional do terminal em receber navios ‘fora de janela’, já que o desembarque de uma das embarcações não esta-va prevista para a data devido a atrasos ocorridos em portos anteriores. “Apesar de ser uma operação não prevista, a flexibilidade e produtividade do TCP garantiu que o navio atracasse e recuperasse a agen-da”, explica Juarez Moraes e Silva, diretor superin-tendente comercial do terminal.

Caso o terminal não estivesse apto a operar os

dois navios simultaneamente, a embarcação fora de janela teria as opções de aguardar um novo horário para atracação em Paranaguá, o que atrasaria ainda mais sua escala, ou omitir o porto paranaense e par-tir para o próximo destino. “Qualquer uma das duas opções geraria prejuízo em toda a cadeia, desde o armador, até o importador ou exportador”, ressalta o Moraes e Silva.

Ele destaca que o número de omissões vem sendo sensivelmente reduzido pelo terminal: no pri-meiro semestre de 2014, 40 embarcações que che-garam a Paranaguá fora da janela pré-determinada não conseguiram atracar, partindo para outros des-tinos. De janeiro a abril de 2015, das 265 embarca-ções que chegaram fora da janela, todas consegui-ram atracar.

“Com a capacidade técnica e estrutural am-pliada, garantimos o ganho na performance para os armadores. Eles têm a segurança de que chegando em Paranaguá sua embarcação será atendida, mes-mo que haja imprevistos anteriores”. •

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O Porto de São Francisco do Sul completou 60 anos de atuação neste mês de julho. Com contrato de delegação do porto ao governo do Estado re-

novado por mais 25 anos, a instituição passa por uma fase de movimentação positiva e planeja melhorias em 2015.

A história do Porto de São Francisco do Sul teve início em 1912, quando a Companhia de Estradas de Ferro São Paulo – Rio Grande do Sul recebeu permissão para implantar uma estação marítima na Baía de São Francisco do Sul. Porém, somente em 1941, o governo de Santa Catarina obteve a concessão para começar as obras, que iniciaram em 1945. A inauguração oficial ocorreu no dia 1º de julho de 1955.

No final da década de 70, o Porto ganhou dois terminais e, a partir de 1994, registrou um grande crescimento com a procura de agentes importadores e

exportadores que construíram seus próprios armazéns nas áreas adjacentes para a movimentação de cargas. O salto comercial da década de 90 esgotou a capacidade física da área portuária, iniciando-se, então, a implanta-ção de projetos de melhoria e ampliação.

“O Porto de São Francisco do Sul vive uma fase positiva. Em 2013 e 2014, bateu recordes de movimen-tação, sendo que em 2013 foram mais de 13 milhões de toneladas de carga. O bom momento nos permite pla-nejar investimentos com o objetivo de impulsionar ainda mais o crescimento”, comenta o presidente Paulo Corsi.

Entre os investimentos previstos, cerca de R$ 10 milhões será destinado para melhorias de infraestrutu-ra. A qualificação do sistema de segurança é uma das prioridades. Serão feitos investimentos no sistema de monitoramento por câmeras e na tecnologia do controle de acessos. •

Porto de São Francisco do Sul completa 60 anos de atuação

TERMINAL PLANEJA INVESTIMENTOS PARA MELHORIA DE INFRAESTRUTURA, INCENTIVADOS PELOS RECORDES DE MOVIMENTAÇÃO DOS ÚLTIMOS DOIS ANOS

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