revista portuária - 18 janeiro 2016

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Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

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Page 3: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

Editora Bittencourt

Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí

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Carlos Bittencourt

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são de inteira responsabilidade de seus autores.

www.revistaportuaria.com.br

twitter: @rportuaria

ANO 15 EDIÇÃO Nº 191Janeiro 2016 EDITORIAL

Comercial para todo o Brasil

VIRTUAL BRAZIL Ltda+55 48 3233-2030 | +55 48 9961-5473

MAIL: [email protected]: [email protected]

O ano de não fugir à luta

Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 3

Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC

Como se não bastasse a instabilidade política nacional, outros fatores estão contribuindo para que o país esteja cada vez mais envolto na névoa da crise econômica. Desta vez é o mercado chinês que

anda fazendo a diferença por aqui. A primeira semana de 2016 começou turbulenta.

Dados revelaram aos economistas que a desaceleração da economia chinesa desencadeou uma queda nas bolsas de valores por lá e o efeito dominó se expandiu para todo o mundo. Grande exportador de minérios e de grãos para o mercado chinês, o Brasil foi um dos principais atingidos pelas instabilidades na segunda maior economia do mundo.

O dólar comercial encerrou a primeira semana do ano em R$ 4,04, com alta de 2,34%. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, despencou mais de 6% nas últimas cinco sessões e está no menor nível desde março de 2009, no auge da crise provocada pelo colapso do crédito imobiliário nos Estados Unidos. Segundo economistas, a desaceleração da China dificulta ainda mais a saída do país da pior recessão em 25 anos (dados da Agência Brasil).

Isso não poderia ter ocorrido em época pior. Os brasileiros já estavam esperando um ano difícil, visto como foi o fim de 2015. Contudo, a situa-ção da China só agrava ainda mais a situação. O grande desafio do país é tentar aproveitar a desvalorização do real para atrair novos mercados e diversificar a exportação.

O governo também deve se envolver para tentar trazer a estabili-dade de volta. Uma das principais formas é a retomada da confiança dos investidores, tanto nacionais quanto internacionais. Tarefa difícil diante da conjuntura, mas não impossível. Especialmente partindo do princípio de que ninguém quer permanecer na crise e fará todo o necessário para soltar as amarras da recessão.

É disso justamente que trata nossa reportagem especial desta se-mana. Pedimos a empresários, presidentes de entidades de classe e supe-rintendente de portos para sintetizar o que para eles será 2016. De modo geral, o discurso é de que não será um ano fácil, mas com boas ideias será possível passar por ele sem prejuízos. É o que também esperamos.

Page 4: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

6 CENÁRIO“O Brasil precisa aproveitar a disponibilidade dos quase 1,5 milhão de trabalhadores que perderam seus empregos”, presidente da Fiesc, Glauco José Côrte

Sumário

SEU BOLSOPerdeu o emprego? Especialista lhe ajuda a organizar as finanças

12

16 AUMENTO DA OFERTAAo contrário de 2015, energia pode ser heroína da inflação neste ano

20 INFRAESTRUTURAFiesc quer ser parceira do governo estadual na política de transportes

24 DEBUTANDOTerminal de navios de passageiros de Itajaí completa 15 anos de fundação

33 NOVIDADEPorto de Paranaguá lança aplicativopara consultas sobre contêineres

41 LANÇAMENTOSLivros abordam as problemáticasdo direito marítimo e portuário

48 OPINIÃOResultado esperado da balança comercial em 2016 é positivo

4 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

Page 5: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016
Page 6: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

6 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

O ano para impulsionar a

estabilidade

Se em anos anteriores os brasileiros puderam projetar crescimento nos mais variados setores, em 2016 o que todos querem é estabilidade. Não perder é o pensamento do empresariado que antes almejava lucrar. Uma expectativa razoável diante do momento de retração. Contudo, mesmo cautelosos, muitos tem em seu discurso para este ano um tom otimista. O otimismo está justamente na capacidade que as empresas e setores têm de inovar e se reinventar. É nessa renovação que muitos setores apostam para 2016. Empresários e dirigentes de entidades de classe dão suas perspectivas para esta 2016, que está apenas começando.

Hoje talvez o mecanismo mais importante que a indústria catarinense tem para se recuperar é a inovação. Aproveitar esse período para evoluir em termos de produtos, processos e a questão da qualificação dos trabalhadores. O Brasil precisa aproveitar a disponibilidade dos quase 1,5 milhão de trabalhadores que perderam seus empregos nos últimos 12 meses e fazer um forte programa de qualificação para que os profissionais possam retornar ao setor produtivo.

Glauco José Côrte, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc)

Page 7: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES28 anos transportando com agilidade e rapidez

Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 7

O empenho do Governo do Estado a frente do

processo de gestão do Porto de Imbituba, está

proporcionando sermos o Porto que mais cresce no

sul do Brasil e, com isso, ajudando a impulsionar a

economia na região sul de SC. Contamos com um

crescimento ainda maior no ano de 2016, superando

4 milhões de toneladas movimentadas, consolidando

um crescimento de 100% na movimentação desde

que a SCPar Porto de Imbituba assumiu o Porto.

Rogério Pupo, presidente do Porto de Imbituba

Ricardo Arten, diretor-superintendente da APM Terminals Brasil

O ano que passou foi desafiador no que diz respeito aos

volumes e aos serviços operados. Assistimos à indústria de

navegação reduzir escalas, ao preço do frete cair em níveis

históricos e, como consequência, a maior parte dos terminais

brasileiros precisou se adaptar comercialmente e revisar

suas expectativas. Neste aspecto, a APM Terminals fez seu

dever de casa. Com maior flexibilidade nas operações de cais,

diversificação de cargas e serviços inovadores oferecidos

aos exportadores e importadores, passamos a disponibilizar

soluções integradas, facilitando a rotina dos nossos clientes.

Foi um período de muito aprendizado e esperamos colher frutos em 2016. Sabemos que

não será um ano fácil. Os indicadores macroeconômicos mostram pessimismo, mas para

a APM Terminals, que pensa em longo prazo, o país continua sendo importante e cheio

de oportunidades. O que precisamos, com urgência, é de celeridade nos processos que

dependem de aprovação do governo federal, como é o caso da prorrogação de prazo

do nosso contrato de arrendamento de Itajaí.

Page 8: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

8 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

O ano de 2016 será, sem dúvida, desafiador. Com

este clima de instabilidade, entendo que mais

do que esperar algo deste novo ano, é 2016 que

espera muito de nós. Temos a chance de repensar

nossos valores e nos desvincular da ‘Lei de Gerson’

cobrando uma postura mais ética da classe política

assim como de nós mesmos como cidadãos.

Chegou o momento de questionarmos a pesada

carga tributária que pagamos para sustentar uma

máquina pesada e ineficiente e por outro lado

sermos mais produtivos e empreendedores.

Jair Bondicz, Vice-presidente de Mercados Emergentes da

Sutherland Global Services

Ao longo dos anos, a Portonave vem

realizando expressivos investimentos,

apresentando desempenho e resultados

importantes. O processo é estruturado

para atingir bons índices de produtividade

e garantir o funcionamento de todo o

conjunto. Iniciamos 2016 com a nossa área

de expansão em pleno funcionamento,

uma estrutura física bem estruturada e a

disponibilidade de importantes linhas de

navegação. A força e a disposição da nossa

equipe é também um fator de destaque.

Assim, estamos preparados para nos

mantermos competitivos e crescermos de

forma consistente apesar da conjuntura

econômica atual.

Osmari de Castilho Ribas, diretor-superintendente administrativo da Portonave

Page 9: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

Apesar do quadro de instabilidade e das projeções

negativas para este ano de 2016 o setor pesqueiro

e qualquer outra área econômica do Brasil deve se

manter cautelosa. Mas a cautela não pode impactar

na qualidade e na produção. Na nossa área que já vem

acumulando prejuízos nos últimos anos, por inúmeras

dificuldades, existe uma necessidade neste ano de uma

atuação mais forte junto ao governo federal para que

possamos garantir incentivos, revisões de normativas e

uma política mais voltada para a valorização do produto

nacional que hoje sofre prejuízos devido à concorrência

com os importados. Mesmo assim é preciso destacar

que somos uma das mais influentes economias do Brasil

e do Estado e não é a primeira vez que passamos por

uma crise econômica. Tenho certeza que com trabalho,

planejamento e otimismo, vamos superar este momento.

Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 9

Será um ano de muitos desafios e grandes oportunidades, estamos entusiasmados com o surgimento de novas demandas e estruturados para atendê-las.

Cristhian Werner, branch director da Blu Logistics

Jorge Neves, presidente do Sindicato dos Armadores e das

Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi)

Page 10: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

10 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

Que em 2016 o Porto de Itajaí

consiga, por meio de suas

obras e ações, atender as

demandas que o mercado lhe

impõe, pois não existe porto

apenas operante, mas sim

porto eficiente e competitivo.

Antonio Ayres dos Santos Jr, superintendente do Porto de Itajaí

Marcello Petrelli, presidente da Intersindical Patronal

É fato que iniciamos 2016 com uma situação um

tanto quanto complicada, com o dólar batendo

na casa dos R$ 4, com uma inflação beirando

os 11% em 2015, alta dos combustíveis, alta da

energia, uma séria crise política. Ou seja, todos

os componentes imagináveis para desanimar

qualquer pessoa e, por incrível que possa parecer,

é exatamente este cenário de dificuldades que

incentiva os empresários a inventarem maneiras

criativas para vencer. Temos no turismo local e nas

atividades relacionadas o melhor exemplo disto,

pois a alta do dólar fomentou o turismo nacional

e como contamos com um dos mais procurados

destinos turísticos do Brasil, o turismo catarinense

espera bater recordes neste ano, carregando

consigo o crescimento de todos os ramos do

comércio. Desta forma, a palavra de ordem é

investir ao invés de retrair. Somente com estruturas

e estoques adequados é possível aproveitar essa

procura por nossa região.

Page 11: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016
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12 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

10 passos para organizar as finanças

em caso de desemprego

Frente ao crescimento assustador dos índices de desemprego, é imprescindível falar sobre como o brasileiro deve agir caso esse problema o atinja. Levantamento da Confederação Nacional

da Indústria (CNI), aponta que o Índice do Medo do Desemprego aumentou 36,8% em dezembro do ano passado em relação ao mesmo mês em 2014. Mas, se para quem está empregado existe o medo, para quem perde o emprego a situação é praticamente de desespero.

Contudo, o educador financeiro Reinaldo Domingos faz um grande alerta: nessa hora, é preciso estar centrado, por mais que possa parecer impossível. "É com os tombos que aprendemos a andar; assim, é hora de buscar uma reestruturação financeira, para atravessar esse período e, posteriormente, estar prevenido para imprevistos", destaca ele que é também presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira. Confira a seguir algumas orientações:

Pagar dívidas imediatamente? Caso perca o emprego, qual deve ser a primeira ação? Se estiver endividado, por mais que pareça correto querer quitá-las com o dinheiro do fundo de garantia, isso pode ser um erro, pois, se usar muito deste dinheiro, estará sob o risco de ficar sem receitas para cobrir gastos à frente. Então, planeje-se melhor em relação a esses valores antes de qualquer medida.

Crie uma reserva emergencial O desempregado tem de ter dinheiro guardado, para as despesas, mas, eventualmente, para investir também num curso e retomar a carreira. A primeira medida a ser tomada é reter os valores ganhos de fundo de garantia, seguro desemprego e férias vencidas. Esse dinheiro só deverá ser mexido após ser estabelecida uma estratégia.

Analise sua realidade É fundamental que tenha total domínio de seus números nesse momento, portanto, se deve saber o valor que possui guardado e somar com o que será ganho. Também deverá fazer um levantamento de todos os gastos mensais, minuciosamente, desde cafezinho até parcela da casa própria, nada deve passar despercebido. Em caso de dívidas e parcelamentos, esses devem ser também somados.

Congele ferramentas de crédito Cartões de crédito, cheque especial, cartão de lojas e outras ferramentas de crédito fácil devem ser prioritariamente esquecidas de sua vida; evite mesmo em caso de emergência, pois, caso não consiga pagar esses valores, os juros serão exorbitantes, criando um caminho de difícil volta.

Page 13: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - FlorianópolisEm Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC

Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 13

Faça uma faxina financeira O que realmente é prioridade para a sua vida? Pense muito bem nessa questão, pois chegou a hora de cortar muitos gastos que não agregam à vida. Gastos que devem ser repensados pode ser de TV a cabo, celulares e smartphones, balada e ida a restaurantes, água e energia e outros pequenos gastos. Priorize o que é realmente é fundamental nesse período.

Mude seu padrão de vida Sei que pode parecer difícil, pois já se acostumou com um monte de regalias, mas é hora de reestruturação, e não de manter a pose. Nos momentos de dificuldade, a humildade é um diferencial. Então, o primeiro passo para mudar sua realidade é aceitar que seu padrão de vida mudou, e não viver de aparências.

Negocie as dívidas Ainda falando de humildade, chegou a hora de buscar os credores e ser o mais franco possível, mostrar que não quer se tornar inadimplente, mas que também não possui condições de pagamento, buscando assim diminuir os juros e esticar os débitos. Lembrando sempre de priorizar dívidas com juros mais altos e com bens de valor como garantia.

Fuja dos exploradores Infelizmente, por mais que seu momento seja de desespero, existem pessoas mal-intencionadas prontas para se aproveitarem dos seus temores. Não permita abusos; muitos tentarão tirar proveito de sua fraqueza para tentar obter vantagens. Evite promessas e garantias descabidas. Às vezes, é melhor estar com o nome sujo do que ser explorado pelas pessoas.

Busque fazer bicos Por mais que não seja em sua área de atuação, busque fontes alternativas de ganhos. Chegou a hora de deixar o orgulho de lado e buscar garantir um mínimo de renda, por mais que não seja em sua área de atuação.

Levanta e sacode a poeira Agora é hora de buscar o mais rápido possível a recolocação profissional. Use seu network, se posicione como alguém que está à espera de oportunidades no mercado. Lembre-se, as oportunidades geralmente aparecem para quem está atrás delas. Esqueça o desânimo, levante a cabeça e olhe para o futuro.

Page 14: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

14 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca co-memora a abertura do mercado sul coreano para a carne suína de Santa Catarina. O Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou que o governo da Coreia do Sul autorizou a importação de carne suína in natura produzida em Santa Catarina. Esta será a primeira vez que um estado brasileiro exporta carne suína para a Coreia do Sul.

Segundo o secretário Moacir Sopelsa, esta é uma conquista importante para os suinocultores catarinenses e só foi alcançada após dez anos de negociações. “O nos-so status sanitário diferenciado foi o fator decisivo para a abertura do mercado sul coreano. Santa Catarina é re-conhecida internacionalmente pela excelência sanitária de seus rebanhos, sendo o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação e também livre de peste suína clássica, com certificados da Organização Mundial de Saú-de Animal (OIE)”.

A Coreia do Sul, assim como o Japão, é um grande importador de carne suína e compra cerca de 800 mil to-neladas do produto por ano. A expectativa é de que Santa Catarina envie, inicialmente, 33 mil toneladas de carne suína por ano para aquele país, o que representa uma re-ceita de US$ 108 milhões. Atualmente, o Estado exporta quase 190 mil toneladas por ano e as vendas para a Coreia do Sul podem incrementar as vendas entre 17 e 20%. “As exportações para mercados mais competitivos, como Ja-

pão e Coreia do Sul, provam que o nosso status sanitário diferenciado e a qualidade de nossos produtos trazem re-sultados efetivos, principalmente com a receita de nossas exportações. Todo o esforço dos produtores, setor público e iniciativa privada na busca da excelência sanitária está de fato gerando lucros”, ressalta Sopelsa.

A autorização do governo sul coreano foi comunica-da à ministra da Agricultura, Kátia Abreu, pelo embaixador da Coreia do Sul no Brasil, Lee Jeong Gwan. O secretário--adjunto Airton Spies acredita que as exportações catari-nenses podem iniciar ainda este ano. “Com a autorização da Coreia do Sul foram dadas as condições para conclusão das formalidades de negociação de exportações, incluindo a emissão do certificado sanitário internacional e a habili-tação das plantas exportadoras. Além disso, a abertura do mercado sul coreano deve impulsionar ainda mais a com-petitividade e investimentos do setor em Santa Catarina”.

Santa Catarina é o maior produtor e exportador na-cional de carne suína. São dez mil criadores integrados às agroindústrias e independentes, que produzem anual-mente cerca de 850 mil toneladas de carne suína. Com um rebanho efetivo estimado em sete milhões de cabe-ças, Santa Catarina é responsável por aproximadamente 27% da produção nacional de carne suína e por 35% das exportações brasileiras. Os principais países de destinos da carne suína catarinense foram a Rússia, China, Angola, Cingapura, Chile, Japão, Uruguai e Argentina. •

Foto: Embrapa/Divulgação

Santa Catarina está habilitada

a exportar carne suína para a

Coreia do Sul

Page 15: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 15

A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Es-tado de Santa Catarina (Fapesc) lançou chamada em parceria com o Estado de Berlim, da Alemanha,

para viabilizar projetos na área de tecnologias ópticas avançadas, como pesquisas sobre fibras óticas e emisso-res de luz, além de processos de análise, produção e apli-cação dessas tecnologias.

O apoio é voltado a empresas catarinenses de pe-queno ou médio porte que tenham parceria com empresas e instituições de ciência, tecnologia e inovação da Alema-nha. As empresas terão um ano para concluir as pesquisas e a operacionalização do resultado deve ocorrer em Santa Catarina. Para se candidatar, a empresa não pode ter outro projeto em andamento apoiado pela Fapesc.

“Esse é um modelo novo para promover a coope-ração, centrado em inovação. O objetivo é a cooperação entre ecossistemas especializados em fotônica localizados em Santa Catarina e em Berlim, que é uma região de re-ferência dessa tecnologia na Europa”, diz Carlos Alberto Schneider, ex-superintendente da Fundação Certi e atual

membro do Conselho de Curadores da Fundação, que também tem envolvimento no edital.

A chamada está aberta até o fim de 2016 e será operada em fluxo contínuo até o final do ano. Serão desti-nados R$ 600 mil a esta chamada, e cada projeto poderá receber até R$ 60 mil. Cada proposta será analisada no mês seguinte ao seu envio, e a aprovação e contratação devem ser feitas no bimestre seguinte à submissão das propostas.

O edital surgiu do acordo de cooperação em pesqui-sa, desenvolvimento e inovação assinado em 2014 pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sus-tentável e o Estado de Berlim. O Berlin Partner, a Fapesc e a Fundação Certi assinaram um segundo memorando, para reforçar as pesquisas bilaterais ligadas à inovação.

Em setembro de 2015 uma comitiva de representan-tes de empresas e de instituições de pesquisa da Alema-nha visitou a Certi e realizou um workshop voltado para empresários catarinenses interessados em se instalar na região de Berlim.•

Fapesc lança chamada para pesquisas em parceria com estado de Berlim

Page 16: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

16 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

Aumento da oferta de energia pode estabilizar tarifas neste ano

A tarifa de energia elétrica foi uma das vilãs da infla-ção em 2015, com alta de 49% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre janeiro

e outubro. A falta de chuvas, que reduziu o nível de água nos reservatórios das hidrelétricas e obrigou o acionamento de usinas termelétricas, foi um dos principais fatores para o aumento do custo da energia sentido na conta de luz da maioria dos brasileiros.

O cenário deve melhorar para este ano. Na avaliação do Nivaldo de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Ja-neiro (UFRJ), as tarifas em 2016 tendem a subir em níveis

A expectativa para 2016 é de melhora na situação hidrológica e aumento da oferta de energia, com a entrada em funcionamento de novos empreendimentos de geração

próximos aos da inflação, porque a situação hidrológica deverá ser melhor e poderá haver aumento da oferta de energia, com a entrada em funcionamento de novos em-preendimentos de geração.

“Isso parece indicar que não vamos ter grandes aumentos no ano que vem, tendendo a subir dentro dos níveis inflacionários”, afirmou o coordenador.

Apesar disso, o sistema de bandeiras tarifárias, que permite o repasse mensal dos custos extras da gera-ção de energia térmica para as contas de luz do consu-midor, deve continuar sendo acionado pelo governo, de modo a evitar que as distribuidoras de energia tenham novamente problemas financeiros. “O governo deve dei-xar as bandeiras hasteadas”, acrescentou Castro.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) es-tima que as condições hidrológicas e climáticas previstas para 2016, com previsões de chuvas provocadas pelo fe-nômeno climático El Niño nas regiões sul e centro-oeste, devem garantir o atendimento à demanda de energia do Brasil.

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação divul-gado recentemente pelo Banco Central, o El Niño poderá resultar em uma redução nas tarifas de energia elétrica, por causa do aumento do nível dos reservatórios.

O documento constata que uma eventual troca de bandeira vermelha para amarela reduzirá a inflação em 0,18 ponto percentual. Se houver troca de bandeira de vermelha para verde, a redução na inflação será de 0,36 ponto percentual.

Outro fator que pode influenciar positivamente o cenário deste ano é a redução do valor repassado para cobrir a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) . Em 2015, o montante foi calculado em R$ 18,9 bilhões e, para 2016, o repasse deverá ser de R$ 12,1 bilhões, o que, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), poderá gerar um impacto negativo de 4,56% nas tarifas.

Page 17: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 17

ReajustesPor causa dos custos extras que as distribuidoras

tiveram desde o ano passado com a compra de energia termelétrica, a Aneel aprovou, em fevereiro, a revisão tari-fária extraordinária, com aumento médio de 23,4%.

Os maiores reajustes foram para as distribuidoras AES Sul (39,5%), Bragantina (38,5%), Uhenpal (36,8%) e Copel (36,4%). Somou-se a isso os reajustes das tarifas que acontecem todos os anos, e são calculados de acordo com a realidade de cada distribuidora.

Além desses aumentos, entrou em vigor, no primeiro dia de 2015, o sistema de bandeiras tarifárias. Em todos os meses do ano, a bandeira acionada foi a vermelha, que indica um custo maior para a geração de energia.

O valor extra cobrado na conta de luz começou em R$ 3 para cada 100 quilowatt-hora consumidos, mas, em março, aumentou para R$ 5,50 para cada 100 kWh. Em

setembro, com o desligamento das termelétricas mais ca-ras, o valor passou para R$ 4,50.

Renovação das concessõesAno passado, o governo prorrogou por 30 anos a

concessão de 39 distribuidoras de energia que estavam vencendo entre 2015 e 2017, exigindo como contrapar-tida o cumprimento de metas de qualidade e de gestão, inclusive econômico-financeira, sem repassar investimen-tos para tarifas.

Para o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, a assinatura dos contratos para prorrogação das conces-sões representa o início de um novo ciclo tarifário. A ex-pectativa de Braga é que, em 2018, o país consiga chegar a uma tarifa internacionalmente competitiva.•

Agência Brasil

Page 18: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

18 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

A economia brasileira deve encolher 2,95%, este ano, de acordo com projeções de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC). Esse foi o 13º

ajuste consecutivo na projeção de queda do Produto In-terno Bruto (PIB). No boletim Focus divulgado na semana passada, a estimativa estava em 2,81%. A queda estimada para a produção industrial é 3,5%, este ano.

Para as instituições financeiras, o encolhimento da economia vem acompanhado de inflação acima do teto da meta (6,5%), em 6,87%. Na semana passada, a estimati-va para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estava em 6,86%. O centro da meta de inflação é 4,5%.

O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a Selic, elevou a taxa por sete vezes consecutivas. Nas reuniões do comitê em setembro, outubro e novembro de 2015, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano. Na reunião do Copom deste mês, as instituições financeiras esperam que a Selic suba para 14,75% ao ano. Ao fim de 2016, a projeção para a Selic é 15,25%.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da econo-mia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de

demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

A pesquisa do Banco Central também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Dispo-nibilidade Interna (IGP-DI) que permanece em 6,14%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa foi ajustada de 6,48% para 6,51%. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Insti-tuto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) segue em 5,81%. A projeção para a alta dos preços administrados permanece em 7,5%.

A projeção para a cotação do dólar subiu de R$ 4,20 para R$ 4,21, no fim deste ano. A estimativa para o déficit em transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e as transferências de renda do país com o mundo, passou de US$ 38,6 bilhões para US$ 38,5 bilhões, este ano. A estimativa para o superávit comercial (exportações maiores que importações de produtos) subiu de US$ 33 bilhões para US$ 35 bilhões.

O investimento direto no país (recursos estrangeiros que vão para o setor produtivo) deve chegar a US$ 55 bi-lhões.

A dívida líquida do setor público deve chegar a 40% do PIB, de acordo com a estimativa das instituições finan-ceiras.•

Agência Brasil

Instituições financeiras projetam queda da economia em 2,95%, este ano

Page 19: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

Economia&Negócios • Novembro 2014 • 19

Page 20: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

20 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

A Fiesc entregou ao governador Raimundo Colombo correspondência em que pede o apoio do governo estadual à agenda de infraestrutura da indústria

catarinense. A primeira sugestão foi de que o governo centralize na Secretaria de Planejamento o planejamento sistêmico e integrado da logística de Santa Catarina, com a instituição de um comitê composto por integrantes dos setores público e privado. “Temos grande experiência na articulação de várias entidades que podem contribuir para melhorar a política de transporte e logística em Santa Ca-tarina”, defendeu o presidente da federação, Glauco José Côrte.

O industrial ressaltou a urgência do encaminha-mento das soluções para os aspectos que prejudicam a competitividade da indústria. Ele defendeu, por exemplo, mudanças no modelo de concessão das rodovias BR-153 e BR-282, pois o formato apresentado tende a facilitar o

embarque de cargas em Paranaguá, em detrimento dos portos catarinenses. Outra sugestão foi para a atualiza-ção do plano aeroviário catarinense, tendo em vista que o atual é de 1990, quando o Estado tinha 4,6 milhões de habitantes, registrava 500 mil passageiros e um total de cargas de 6,5 mil toneladas.

Hoje, o Estado possui 6,7 milhões de habitantes, 6 milhões de passageiros e demanda para cargas aéreas de 12,9 mil toneladas. Côrte ainda salientou a necessidade de projeto para ampliação do trecho norte da BR-101, a solução para os entraves que impedem a construção da Ferrovia Litorânea, além de adequações nos calados, ba-cias de evolução e acessos aos portos catarinenses.

Côrte citou estudo da Fiesc mostrando que o cus-to logístico da indústria catarinense é de 14%, sendo que metade desse montante é gasto com transporte. “No Brasil a média é de 11%. Em outros países que competem conos-

Côrte apresentou projetos que a FIESC considera prioritários

Fernando Willadino

Fiesc propõe parceria com governo para consolidar política de transporte

Federação sugere centralização das estratégias para a área na secretaria de planejamento, com apoio da iniciativa

privada na formulação e acompanhamento das políticas

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Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 21

co é da ordem de 9%, então nosso produto já sai da porta da fábrica em desvantagem em relação aos outros Estados brasileiros e a outros países”.

O presidente da Fiesc também fez referências ao im-pacto das tarifas da energia elétrica ao setor produtivo, criticando a política da Agência Nacional de Energia Elé-trica (ANEEL), que resulta em custos elevados do insumo à Celesc. “Além disso, recentemente o Congresso Nacional aprovou a renovação de tarifas subsidiadas para indús-trias eletrointensivas do nordeste, centro-oeste e o sudes-te, deixando de fora o norte e o sul”, observou.

Côrte reafirmou a importância do projeto de previ-dência do setor público estadual. “Apoiamos a iniciativa do governo para evitarmos que no futuro um novo cus-to recaia sobre a sociedade. Na medida em que o déficit for acumulando, quem vai pagar a conta serão os contri-buintes catarinenses. A receita que o governo tem é da sociedade, dos que empreendem e geram riqueza”. O industrial abordou ainda o apoio da entidade ao plano de educação, também lançado pelo governo do Estado e destacou a parceria que resultou na agência de atração de investimentos.

O governador Raimundo Colombo reafirmou sua disposição de não elevar impostos e salientou que o Brasil precisa de “mudanças estruturais, de impacto no longo prazo”. Citou como exemplo o projeto encaminhado por

seu governo para a previdência dos servidores públicos estaduais. “Precisamos de uma mudança da conscientiza-ção; construir um caminho mais consolidado do Brasil que queremos fazer”.

“O Estado brasileiro está se tornando inviável de ser administrado”, disse. Ele criticou o excesso de burocracia e o que chama de judicialização das decisões. “Este ano tivemos mais de R$ 300 milhões em pagamentos de de-cisões judiciais. Hoje quem dá remédio para doente não é mais o médico, mas o advogado e o juiz que dá a senten-ça”, exemplificou.

Conforme Colombo, pela primeira vez nos últimos anos Santa Catarina fechou o ano com um déficit de ar-recadação – da ordem de R$ 1,2 bilhão. Mas assegurou que o governo fechará as contas de 2016 “com absoluto equilíbrio”.

O secretário de Estado da Fazenda, Antônio Gava-zzoni, destacou ações do governo catarinense para evitar aumento de impostos e para reduzir o custo da máquina administrativa. “Temos a ambição de uma carga tributária justa e estamos evitando que ela continue crescendo. Este ano, 18 Estados brasileiros elevaram o ICMS”, disse. “Em 2015, a administração pública indireta do Estado reduziu em 1/3 o número de profissionais contratados e, na admi-nistração direta, extinguimos 200 cargos comissionados”, afirmou.•

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22 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

"Não são mudanças de governo para fechar as con-tas. São mudanças estruturais para garantir a saúde finan-ceira do Estado para os próximos anos. O momento de crise é uma oportunidade para rever e corrigir o que está errado, para fazer uma mudança verdadeira do modelo de Estado", afirmou Colombo, citando o aprimoramento da gestão, o combate a burocracia e a diminuição do tama-nho da máquina pública como medidas necessárias.

Colombo destacou também o bom ritmo de investi-mentos do governo catarinense, o que, ao mesmo tempo, melhora a infraestrutura estadual e dinamiza a economia

com a geração de empregos. Apenas em 2015, o governo do Estado investiu mais de R$ 3 bilhões pelo Pacto por Santa Catarina. O programa é o maior pacote de obras da história do Estado, com mais de R$ 10 bilhões em investi-mentos em diferentes frentes. São reformas e construções de escolas e hospitais, revitalização de mais de mil quilô-metros de rodovias, planos de combate à seca e prevenção de enchentes.

Neste ano, também foram lançados pacotes de in-centivos para segmentos estratégicos, como os portos, para o setor de inovação e para a produção de energia

"Crise é uma oportunidade para rever e corrigir o que está errado",

afirma Raimundo Colombo

O governador defendeu uma aproximação ainda maior entre poder público e privado para enfrentamento da crise ao longo de 2016 e, de forma conjunta, rever e corrigir

rumos para garantir a permanência de Santa Catarina como referência econômica

Julio Cavalheiro / Secom

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Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 23

limpa. Entre medidas de ajustes administrativos, estão os projetos de fusão das agências reguladoras em Santa Catarina e de transformação das Secretarias de Desen-volvimento Regional (SDRs) em Agências de Desenvol-vimento Regional (ADRs), com redução do número de cargos comissionados e funções gratificadas.

O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, destacou a importância de parcerias entre a federação e o governo do Estado, citando a recém criada agência para atração de investimentos inovadores e complementares à cadeia produtiva catarinense. Também parabenizou o governa-dor Colombo por "propostas corajosas" para manutenção da saúde financeira do Estado, como as mudanças no sistema de previdência dos servidores. "São questões necessárias e que interessam a toda a sociedade, porque se o atual déficit da previdência continuar crescendo e se acumulando, quem pagará a conta são todos os contri-buintes catarinenses", acrescentou.

Côrte destacou também a postura do atual gover-

no contra o aumento de impostos, lembrando que deste o início do primeiro mandato do governador Raimundo Colombo não houve aumentos das alíquotas de cobran-ça do ICMS em Santa Catarina.

Também presente no evento, o secretário de Esta-do da Fazenda, Antonio Gavazzoni, ressaltou a vocação empreendedora dos catarinenses, fator que contribui muito para o fortalecimento da economia em momentos de instabilidade como o que o Brasil enfrenta atualmen-te.

Sobre a gestão pública, Gavazzoni explicou que para lidar com o cenário de arrecadação crescendo me-nos do que a inflação, o governo do Estado tem apri-morado cada vez mais o controle de caixa para manter o equilíbrio das contas públicas, o que sempre foi uma obsessão do atual governo. E mesmo com as atuais ad-versidades, lembrou que o governo catarinense está com as contas em dia, inclusive com antecipação do 13º salá-rio e do salário de dezembro para os servidores.•

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24 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

No dia 14 de janeiro de 2001 atracou no então denominado Píer Turístico de Itajaí o primeiro navio de passageiros a

utilizar uma estrutura especialmente destinada a transatlânticos no sul do Brasil. O navio que inaugurou esta iniciativa ousada e inovadora foi o Princess Danae, da empresa armadora Arcalia Shipping. Desde então, 38 transatlânticos dife-rentes já atracaram na estrutura exclusivamente construída pela superintendência do Porto de Itajaí, trazendo à cidade mais de 340 mil turistas nacionais e internacionais em 283 atracações.

O impacto econômico propiciado pelo ter-minal de passageiros de Itajaí pode ser medido por meio de pesquisa realizada pela Federação

de Comércio de Santa Catarina (Fecomércio-SC) na temporada de 2013/2014, que demonstrou que dos passageiros que chegam à cidade de outros locais ou que embarcam aqui mesmo para viagens nacionais ou de longo curso, 74,5% ficam em Itajaí gastando a média de R$ 159,38 por pessoa. Outros 19,6%$ visitam Bal-neário Camboriú,2,9% o Beto Carrero World e 3% visitam outras cidades da região, como Blu-menau ou a capital Florianópolis.

Numa projeção possível desse valor mé-dio gasto, multiplicado pelo número de passa-geiros que aqui aportam e circulam pela cidade, é possível calcular um incremento de R$ 35,8 milhões na economia de Itajaí ao longo desses

Terminal náutico de passageiros de Itajaí completa 15 anos

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Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 25

quinze anos.Contar com um terminal exclusivo para passageiros

também para a superintendência do Porto de Itajaí é um bom negócio. Segundo o superintendente Antônio Ayres dos Santos Junior, cada temporada de cruzeiros traz aos cofres da autarquia cerca de R$ 1,8 milhão, recursos que o Porto não entraria caso não houvesse o terminal exclu-sivo.

O prefeito Jandir Bellini, que estava à frente da ad-ministração da cidade em 2001, comemora o sucesso do terminal de Passageiros nestes quinze anos e a diversifica-ção de fonte de recursos que ele permitiu ao porto, além do incremento no turismo da cidade: “Além de ser uma fonte de recursos complementar ao Porto de Itajaí, o mu-nicípio ostenta o status de contar com o primeiro terminal de transatlânticos fora do porto mercante alfandegado e que tem sua eficiência reconhecida por quem o utiliza”. A afirmação de Bellini é confirmado pelo portal Trip Advisor, um, dos mais importantes do trade turístico, cuja a avalia-ção dos usuários é muito positiva, uma vez que 68% dos

viajantes o consideram excelente ou muito bom. O superintendente do Porto de Itajaí na época da

inauguração, engenheiro Amilcar Gazaniga, relembra o que motivou a cidade a construir o píer e elogia a iniciativa do prefeito Jandir Bellini em ter bancado o investimento: “A construção do então Píer de Passageiros de Itajaí, hoje já um terminal, com toda a infraestrutura necessária para operações de embarque e desembarque, foi um grande avanço, não a penas para Itajaí, mas para toda a região, que se beneficia do turismo náutico”, afirma Gazaniga.

O aniversário de quinze anos da primeira atracação no Terminal Turístico de Itajaí será na próxima quinta--feira, 14, mas placa comemorativa à data será descer-rada nesta sexta-feira, 08, às 09h, em virtude de estar programada a atracação do navio Crystal Symphony, que já esteve na cidade em fevereiro de 2012 trazendo turis-tas ingleses e alemães. Na ocasião, a Superintendência do Porto de Itajaí comemora com turistas, pessoal envolvido nas operações de embarque e desembarque, e com os itajaienses o sucesso dessa estrutura turística.•

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28 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

Inflação favorece a movimentação

turística na regiãoEstado recebe turistas do Mercosul e do Brasil em peso e já

registra bons números principalmente na hotelaria e na gastronomia

Conforme levantamento da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, a movimentação turística em Santa Catarina foi de cerca de quatro milhões de pessoas desde o início de dezembro

de 2015 até os primeiros dias de janeiro de 2016. Somen-te em Itajaí, a estimativa da Secretaria Municipal de Turis-mo é de que 180 mil veículos de turistas transitem pela cidade até o fim desta temporada.

“O movimento diário está sendo percebido tanto nas rodovias quanto no terminal rodoviário. É grande a quantidade de pessoas circulando pela cidade”, afirma o secretário de Turismo da Itajaí, Agnaldo Silva.

Conforme o levantamento do governo estadual, entre os quatro milhões de visitantes estão catarinenses, estrangeiros e pessoas de outros estados do Brasil. Cerca de 65% dos visitantes escolheram as cidades e praias das regiões Costa Verde e Mar e Grande Florianópolis.

Os demais, aproximadamente 35%, dividiram-se en-tre o Litoral Norte, nos balneários da região turística Cami-nho dos Príncipes, Litoral Sul, nas regiões Encantos do Sul e Caminho dos Canyons, Serra catarinense, além de Vale do Contestado e Grande Oeste, devido aos balneários de águas termais.

Os principais mercados emissores internacionais são

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Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 29

Argentina, Chile e Uruguai, que se favorecem do real desvalorizado. Isso tem feito com que os “gringos” lotem as praias da região. Na ho-telaria, o aumento do número de visitantes foi percebido antes mes-mo do Natal. A média de ocupação tem ficado entre 80% e 100%.

“Muitos brasileiros que deixaram de ir para o exterior e os tu-ristas do Mercosul estão na nossa região. Esse real em baixa nos favorece muito, apesar de o Carnaval ser cedo neste ano, no início de fevereiro, teremos movimento intenso até abril”, comenta a vice--presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Balneário Camboriú e Região, Dirce Fistarol.

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30 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

Em Itajaí outro atrativo além das belezas naturais tem sido a gastro-nomia. De acordo com o secretário, os investimentos em capacitação e em festivais realizados no ano passado fizeram a cidade crescer nesse segmen-to. A expectativa é encerrar a temporada de verão com a movimentação turística de 8 milhões de pessoas em Santa Catarina.

Hermanos aos montesNo Aeroporto Hercílio Luz, conforme a Infraero, o número de pousos

aprovados de voos charter é de 385 (sendo 267 da Argentina, 97 do Chile, 11 do Paraguai, 10 do Uruguai). Já os voos extras nacionais são 312. Du-rante a temporada 2014/2015, foram 231 voos nacionais extras, ou seja, o crescimento é de cerca de 35%. No total, durante esta temporada serão 697 pousos a mais, entre os voos charter e extras. “Nossa expectativa foi superada, já que acreditávamos que esse número seria de 600 voos”, co-memora o secretário de Estado do Turismo, Filipe Mello.

Os cruzeiros também vão impulsionar ainda mais o turismo. Serão, até o fim da temporada, 28 escalas de navios em Porto Belo e 16 em Itajaí.

Em relação aos ônibus, a maior empresa que faz a linha Buenos Ai-res-Florianópolis está operando com cinco ônibus diários até o dia 31 de janeiro. Já a companhia que possui linhas que partem do Uruguai opera com três a quatro ônibus diários em janeiro, conforme demanda, também com chegada na capital catarinense.

Os cruzeiros também vão impulsionar

ainda mais o turismo. Serão,

até o fim da temporada,

28 escalas de navios em

Porto Belo e 16 em Itajaí

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Altos custos refletem na movimentação de bares e restaurantesApesar de festejado pelo número recorde de turis-

tas, o início da temporada de verão revelou queda no mo-vimento de bares e restaurantes do litoral catarinense em comparação ao anterior, principalmente pela elevação dos custos. Os dados constam da pesquisa de satisfação rea-lizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Santa Catarina entre 21 de dezembro e 3 de janeiro, que coletou informações de 100 estabelecimentos de todo o litoral catarinense.

“São dados significativos que denotam a crise eco-nômica do país e o aumento dos preços de aluguéis, in-sumos, carga tributária, mão de obra e outros ônus do setor”, afirma o presidente da entidade, Fábio Queiroz. Quanto ao movimento, 82% dos entrevistados o acharam excelente ou muito bom em todo o Estado – na consulta anterior foram 90%. O problema da alta dos custos foi detectado significativamente – enquanto nesta pesquisa foi apontado por 26% dos proprietários, no ano passado foi citado por somente 7% deles.

Para 52% dos proprietários o poder aquisitivo dos clientes permaneceu igual, mas 35% o consideraram in-

ferior. Entre os visitantes de fora de Santa Catarina, nova-mente a maior parte foi de paulistas, seguida dos para-naenses e gaúchos (praticamente empatados). Notou-se uma presença significativa também de mineiros e goianos. Quanto ao número de estrangeiros, 36% dos entrevista-dos apontaram aumento.

Mesmo com o problema da crise, a expectativa até o fim da temporada é positiva, com 51% dos proprietários apostando que será melhor que a passada – 37% pensam que será igual e 12%, pior. “O otimismo é uma caracte-rística do setor em nosso estado e muitos estão tentan-do segurar os preços e a própria equipe de trabalho”, diz Queiroz, referindo-se à mão de obra das casas.

Neste ano, 72% disseram estar satisfeitos com o grupo de colaboradores, enquanto este percentual era de 57% em 2015. “O desemprego aumentou e está mais fácil contratar. Além disso, a sazonalidade diminuiu, o que con-tribui para a manutenção das equipes”, explica.

A grande reclamação da elevação dos custos aca-bou mascarando outros problemas, como o trânsito. No ano passado 43% disseram ser a principal dificuldade, enquanto em 2016 o gargalo foi apontado somente por 20%. •

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32 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

PortosdoBrasil

O Porto de Imbituba fechou 2015 com crescimento no volume de cargas mo-vimentadas em relação ao ano ante-

rior. Só no mês de dezembro, foram movimen-tadas mais de 368 mil toneladas. O resultado anual ultrapassa as 3.384.830 toneladas. Este crescimento é muito significativo pois, em um ano em que a economia brasileira vem sofren-do quedas vertiginosas nos indicadores econô-micos, superar os patamares conquistados em 2014 demonstra o comprometimento de todos com o desenvolvimento do Porto de Imbituba.

A administração destaca que este cres-

cimento foi alavancado principalmente pela exportação de granéis agrícolas (soja, milho e sorgo). "Além disso, queremos compartilhar os méritos desta vitória com toda a comunidade portuária, em especial aos funcionários, clien-tes, arrendatários, operadores e trabalhadores portuários. Temos plena convicção que 2016 será um ano extremamente positivo para o porto e que estamos preparados para enfren-tar os desafios impostos pelo cenário econô-mico, consolidando o Porto de Imbituba como uma das principais soluções logísticas do sul do país", informou.•

Porto de Imbituba encerra 2015 com crescimento na movimentação de cargas

Franciele Matos

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Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 33

PortosdoBrasil

A TCP, empresa que administra o Terminal de Contê-ineres de Paranaguá, acaba de disponibilizar para seus clientes e parceiros um aplicativo gratuito, o

app Portal do Cliente, que está disponível para celulares e tablets, e permite que o usuário faça consultas sobre con-têineres, agendamentos e programações de navios.

O aplicativo pode ser baixado nas lojas eletrônicas Google Play (www.play.google.com.br) e Apple Store (www.store.apple.com.br), disponível para os sistemas Android e iOS. “Com o app, o cliente ou parceiro da TCP consegue acessar informações que antes só estavam dis-poníveis pelo site Portal do Cliente. Com isso, será possível

acompanhar a movimentação de cargas, de qualquer lugar e a qualquer hora. Basta estar conectado”, explica o diretor financeiro da TCP, Alexandre Teixeira Rubio.

Para o acesso às informações do aplicativo, o usuá-rio deverá utilizar o mesmo login e senha utilizados no Por-tal do Cliente da TCP. Através dele, é possível acompanhar informações sobre contêineres cadastrados, inventário de contêineres, contêineres e cargas agendadas e a progra-mação de navios.

O aplicativo está em funcionamento desde o início de dezembro e foi desenvolvido pela equipe de Tecnologia de Informação do terminal.•

TCP lança aplicativo para celular e tablets

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34 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

PortosdoBrasil

Uma operação inédita na APM Terminals – empre-sa arrendatária do Porto de Itajaí – movimentou três módulos de cerca de 1,5 mil toneladas cada

para a montagem de uma plataforma de petróleo em alto mar. A gerência da APM Terminals ficou mais de 10 dias envolvida diretamente em todo o planejamento da operação.

Desde junho de 2015, esta é a sexta operação de carga geral no terminal e faz parte da estratégia de di-versificar a atividade no porto itajaiense para atrair mais mercados e negócios. A operação ocorreu pouco antes do Natal.

“São ótimas oportunidades comerciais, princi-palmente porque não afetam a atividade principal do terminal, que é a movimentação de contêiner”, explica o gerente comercial da APM Terminals Itajaí, Felipe Fio-ravanti.•

Operação inédita na APM Terminals Itajaí

movimenta módulos para plataforma de petróleo

João Souza/Divulgação

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Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 35

Mudança no cálculo faz Itajaí retornar à segunda posição no ranking de cidades mais ricas de SC

Itajaí retornou para a segunda colocação no ranking das cidades mais ricas de Santa Catarina, realizado pelo IBGE. O novo cálculo apresenta a indústria da

transformação como maior força em comparação às ativi-dades portuárias, colocando novamente Joinville como o primeiro PIB do Estado. A prefeitura de Itajaí acredita que o município permaneceria em primeiro lugar caso a base de cálculos fosse mantida.

Entre 2012 e 2013, Itajaí cresceu 12,5%, mas o nú-mero não foi significativo para manter-se como principal economia de Santa Catarina. Os dados divulgados pelo IBGE correspondem ao ano de 2013, quando, de acordo com o instituto, a economia de Itajaí se manteve em cres-cimento, sem retrações.

O prefeito de Itajaí, Jandir Bellini, garante que o mu-

nicípio é líder na geração de tributos federais em Santa Catarina. A queda no ranking não preocupa a autorida-de, sendo que Bellini diz que nada é competição. “Nosso objetivo é fazer com que Itajaí continue crescendo assim como Santa Catarina”.

O novo balanço do IBGE apresenta Joinville com um PIB de R$ 21,9 bilhões; Itajaí de R$ 15,3 bilhões e Floria-nópolis vem logo a seguir, com R$ 14,6 bilhões.

O último ranking foi elaborado a partir de um novo cálculo, aperfeiçoado para seguir padrões internacionais recomendados por órgãos como a ONU, OCDE E Bando Mundial. A mudança serve para garantir uma compara-ção e calibragem mais apurada entre as economias. Na prática, itens antes considerados como despesa passaram a integrar investimentos.•

Page 36: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

36 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

Revista Portuária - Como a ciência política ex-plica o atual cenário político e econômico brasileiro?

Eduardo Guerini - A deterioração das condições de governabilidade colocaram em xeque o chamado “presidencialismo de coalização” alicerçado pelos es-cândalos de corrupção que envolvem as siglas do con-sórcio governista majoritário (PT, PMDB, PP) e, assusta-doramente, os partidos oposicionistas não apresentam uma agenda para o atual cenário político e econômico brasileiro. No repetido bordão “nunca na história desse país” se viu tamanha desfaçatez de uma “canalha po-lítica” que governa o Brasil. A inoperância e inércia da atual mandatária do Planalto Central é algo assustador. O que resta aos brasileiros é protagonizarem uma revo-

Economista dá dicas paracomeçar 2016 no azul

Tentar quitar os débitos sem parcelamentos longos é uma das ferramentas para se manter no controle das contas

Muita gente foge do controle no fim do ano e gasta mais do que deveria, assim começa o novo ano no vermelho. Manter o controle

sobre as finanças é assunto delicado, mas para o econo-mista e mestre em sociologia política, Eduardo Guerini, é possível começar 2016 com o pé direito.

A estratégia é medir os gastos e ter consciência de suas compras. Para Guerini, os altos gastos elevam cada vez mais o consumismo e, consequentemente, ao endividamento. Gastos supérfluos, sem necessidade, afetam as finanças.

Em entrevista, o economista deu algumas dicas para começar o ano de 2016 com a cabeça fria, sem se esquentar com as dívidas. Para o próximo ano, a cotação do dólar deve continuar aumentando, então é necessário atenção para não se enrolar com as contas.

Foto: Facebook

ENTREVISTA

Page 37: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 37

lução no sistema político que permitirá uma alternância positiva, ou seja, é chegada a hora de se fazer um “recall legislativo”.

RP - Qual a projeção do dólar para 2016? Eduardo Guerini - O cenário de recessão econômi-

ca agravado pela inflação ascendente (na casa dos dois dígitos), a falta de um ajuste fiscal adequado para má-quina pública brasileira, levará a nova ação das agências de classificação de risco – o chamado down-grade proporcionará uma escalada do dólar para casa de R$ 4,25 no primeiro trimestre de 2016, podendo chegar a até R$ 4,75 no final do ano. De forma simbólica, as expec-tativas dos agentes econômicos é de que a deterioração da capacidade das empresas brasileiras e do próprio governo em sair da crise poderá elevar ou reduzir a cotação da moeda estrangeira.

RP - O que se deve fazer em 2016 para manter o controle sobre as finanças? Até quanto do salário uma pessoa deve gastar?

Eduardo Guerini - Em tempo de crise, a ordem para qualquer cidadão ou empresa é ter preferência pela liquidez, evitando fi-nanciamentos ou empréstimos de curtíssimo, curto, médio e longo prazo. A retração da demanda, redução de gastos e manutenção de uma reserva mínima da ordem de 30% da renda recebida de ser a matriz de consumo das famílias ou indivíduos. Concisamente, nada de gastos e de presen-tes que elevam o consumismo e o endividamento, nada de gastos supérfluos, nada de viagens, o essencial é fácil de manter, o difícil de manter é o supérfluo.

RP - Em termos de poupança, existe algum outro

recurso interessante para quem quer guardar dinheiro como CDI ou Tesouro Direto? Qual o senhor indicaria?

Eduardo Guerini - As aplicações tem diversas con-siderações para pequenos, médios e grandes investido-res. Em termos gerais evitar recursos aplicados em fundos variáveis, bolsa de valores, aplicando em mix de investi-mentos nas carteiras de CDI, que dependendo do prazo poderão resultar em proteção dos recursos em relação ao nível inflacionário atual. As aplicações no Tesouro Direto

são recomendáveis, considerando as taxas de administração. Considerando que, é provável uma nova elevação da taxa de juros Selic, esta é uma aplicação recomendável. As aplicações em poupança deverão ser evitadas diante da perda de rentabilidade nos últimos meses.

RP - Se eu não tenho dinheiro para arcar com as contas todas de início do ano como IPTU, IPVA, etc. é preferível parcelar ou fazer um empréstimo para quitar esses débitos?

Eduardo Guerini - A palavra de ordem é parcimônia nos gastos e prudência com a renda consumida. Para as contas não é reco-mendável contrair empréstimos, dado que, a taxa de juros praticados pelos bancos é escor-chante. Na eventualidade de não ter condi-

ções de pagar IPVA, tente programar atrasos que evitem a apreensão do veículo, dado que a multa e correção são menores que as taxas de juros do mercado. Se o indivíduo não tem condições de pagar seguro e IPVA, deverá vender o veículo, retirando esta despesa em relação à renda. No caso do IPTU, serve o mesmo raciocínio, deixe para pagar em campanhas que retiram correção e multa, dado que os aumentos destes impostos em relação ao reajuste salarial são incompatíveis. Aproveite as campanhas e promoções com desconto de tais tributos.•

O que resta aos brasileiros é

protagonizarem uma revolução

no sistema político que

permitirá uma alternância

positiva

ENTREVISTA

Page 38: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

Por Milton Lourenço Presidente da Fiorde

Logística Internacional e diretor do Sindicato dos

Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e

Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da

Associação Nacional dos Comissários de Despachos,

Agentes de Cargas e Logística (ACTC)

As cooperativas e o cenário econômico

Por Marcos Antonio Zordan,

presidente da Organização das

Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc)

ArtigoArtigo

O ano foi difícil para as cooperativas que, no mercado, enfrentam as mesmas dificuldades e desafios das

empresas mercantis. As cooperativas não repetirão os bons resultados de 2014, mas terão resultado positivo em menor escala. Acredito que a receita operacional bruta das cooperativas cresce entre 6% e 8%. O re-crudescimento da inflação, com o aumento geral dos principais insumos da produção foi nosso maior problema. A economia está lenta, quase parando, e a inflação não ces-sa. Isso comprova o enorme fracasso da po-lítica macroeconômica do governo federal.

De um modo geral todos os ramos foram afetados. As cooperativas agrope-cuárias e as de crédito são aquelas com melhor desempenho. As cadeias produtivas da avicultura industrial, da suinocultura in-dustrial, do leite e dos grãos geraram um grande movimento econômico, estimuladas pelas exportações e pelo comportamento do câmbio. O aumento geral dos custos, en-tretanto, reduziu as margens de resultado. Por outro lado, as cooperativas de crédito aumentaram seu protagonismo no mercado financeiro, com crescimento do número de associados e no volume das captações e das operações de crédito.

Infelizmente, as projeções não são boas. O consumo vai diminuir e o desem-prego aumentar. O ambiente de negócios no Brasil não é bom. O nível de confiança de todos os agentes econômicos - espe-cialmente dos empresários - está baixo. O governo tem se revelado incompetente para gerir as crises que ele próprio criou. Entre-tanto, quem estiver operando, trabalhando com uma cooperativa tem chance de se sair melhor. Sempre devemos estar preparados, principalmente no que tange a informações e conhecimento, que acompanhado de mui-to trabalho, certamente a crise será mais amena. Com essa visão é que o Sescoop tem atuado com investimento muito gran-de nos associados, funcionários e dirigentes das cooperativas.

Mas nem tudo são pedras. Em 2016, o Sescoop/SC investirá 22 milhões de reais nas atividades de formação profissional

e demais ações. Os principais programas mantidos pelo Sescoop/SC incluem forma-ção e capacitação profissional, promoção social, monitoramento e desenvolvimento de cooperativas, ações centralizadas, ações delegadas, auxílio educação, programa Cooperjovem, programa jovens lideranças cooperativistas (JovemCoop), mulheres co-operativistas, jovem aprendiz, auxílio-edu-cação, programa de desenvolvimento da gestão de cooperativas (PDGC), formação para conselheiros administrativos e fiscais para cooperativas de crédito (Formacred) e monitoramento e auditoria em pequenas cooperativas.

Outra notícia positiva é que a par-ticipação da mulher no quadro social das cooperativas de SC chegou a 37,20% (são 651.422 pessoas do sexo feminino) e deve crescer mais: até o fim deste ano de 2015, as mulheres representarão cerca de 40% do quadro de associados das cooperativas. O - Programa Mulheres Cooperativistas -, que visa a promoção e a sustentabilidade da co-operativa e do cooperativismo, aumentan-do a participação feminina nesse processo, será ampliado para mais cooperativas e o encontro estadual será ampliado de 700 para 1.200 mulheres. Também é expressi-va a participação de jovens até 25 anos no quadro social: eles são 14,61% ou 255.400 jovens. Serão ampliados os programas Jo-vemcoop (destinado a filhos de produtores rurais associados às cooperativas catarinen-ses) e o COOPERJOVEM em parceria com a rede de escolas públicas para promover a cultura da cooperação.

Nós, os cooperativistas, estamos acostumados com desafios. Respondemos por 11% do PIB catarinense. A força do co-operativismo barriga-verde está nas suas 253 cooperativas que reúnem mais de 1,7 milhão de famílias associadas. Continuare-mos trabalhando de forma Cooperada para que sejamos cada vez mais os protagonistas da mudança. Esperamos que o associado operem cada vez mais com suas cooperati-vas e que suas diretorias, com a autogestão, continuem o trabalho democrático e partici-pativo junto ao quadro social. •

38 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

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Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 39

“Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fra-quezas”, já aconselhou Sun Tzu, apontado como um dos maiores estrategistas militares e autor do famoso livro A Arte da Guerra. Para ajudar a fortalecer os sindicatos de sua base e reforçar seu posicionamento no mercado, a Fe-comércio SC conta com um projeto piloto de capacitação para a Pesquisa de Imagem Institucional, desenvolvido pela CNC, que mapeia a percepção de empresários do setor terciário, imprensa e agentes políticos sobre as entidades sindicais patronais.

“Um dos maiores patrimônios de uma empresa, ins-tituição ou marca é a sua imagem, o que ela transmite para o mercado. A Fecomércio SC valoriza a construção de uma identidade corporativa sólida em um setor estratégico no Estado, que gera 1,5 milhão de empregos e responde por 67% do PIB. Da CNC aos sindicatos, a nossa missão em defesa dos interesses do comércio de bens, serviços e tu-rismo precisa estar alinhada. Os sindicatos são o canal de comunicação entre a Federação e os empresários", afirma o presidente Bruno Breithaupt.

O levantamento mostra como as três esferas veem o desempenho do sindicato em quatro aspectos: atuação política, representação nos interesses do comércio, presta-ção de serviços aos empresários e informação ao comércio/serviços.

“A pesquisa é uma importante ferramenta para o direcionamento das ações internas, visando autoconheci-mento para a promoção de melhorias nos processos. Com essas informações em mãos é possível dimensionar a re-levância de cada quesito e estabelecer um plano de ação para ter uma gestão sindical de excelência, orientada por resultados. Inicialmente, focamos nos sindicatos que apre-sentavam maturidade na gestão, mas já programamos uma agenda de treinamento para 2016”, diz o gerente de plane-jamento da Fecomércio SC, Renato Barcellos.

Há sete anos, o Segs (Sistema de Excelência em Ges-

Fecomércio SC capacita sindicatos para fortalecer imagem e posicionamento no mercado

tão Sindical) oferece suporte aos sindicatos do comércio de bens, serviços e turismo, por meio de ferramentas de gestão, capacitações e consultorias.

Calendário de treinamentoNa primeira etapa em 2015, a Fecomércio SC qualificou

cinco sindicatos: Sirecom Sul, Sirecom Joaçaba, Sindilojas de São Bento do Sul e Campo Alegre, Secovi SC e Sindilojas Tuba-rão. A segunda turma está prevista para o primeiro semestre de 2016. Com apoio dos multiplicadores do Segs, Cecília Miranda e Halley de Oliveira, e o Núcleo de Pesquisa, a Federação ofe-rece suporte aos sindicatos em todas as fases do programa, da aplicação do levantamento até a entrega do relatório final à diretoria dos Sindicatos.

A Fecomércio SC também adotou a Pesquisa de Imagem Institucional em 2014. Hoje, configura-se como um poderoso instrumento para medir a atuação da Federação, identificar os pontos fortes/fracos e calibrar as metas do planejamento es-tratégico.•

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40 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

Mercado Coluna

A Itacorda, que encerrou 2015 com saldo posi-tivo, prepara-se para um crescimento ainda maior em 2016. Para começar o ano com o

pé direito, a empresa inaugura no dia 16 de janeiro a nova loja de fábrica, em Penha.

A indústria investiu em um projeto amplo e moderno, o novo espaço é quase três vezes maior do que o antigo. Conforme o gerente comercial da Itacorda, Marcelo Iargas, o novo ambiente fazia par-te do planejamento da empresa, que cresceu cerca de 12% neste ano. “Estamos dentro da previsão do planejamento estratégico. Para 2016 nosso objetivo é manter o ritmo e continuar com a média de cresci-mento”, explica.

Sobre o quadro de funcionários, a Itacorda também tem uma previsão otimista. A intenção é de contratar pelo menos mais 20 profissionais em 2016.

Uma das principais indústrias na fabricação e comercialização de cordas, a empresa atende os segmentos da construção civil, pesqueiro, rodoviário e agropecuário. Os produtos já são exportados para países como Uruguai e Paraguai, em determinados

nichos de mercado. Conforme Marcelo, o próximo ano será de ampliação também no mercado exterior.

“Temos a intenção de expandir nossa partici-pação na América Central e América do Norte, atin-gindo diferentes segmentos. Os investimentos serão concentrados em análise, pesquisa e desenvolvi-mento de novos mercados”, completa o gerente.

A ItacordaA empresa nasceu há 27 anos em Itajaí, tem-

pos depois ganhou uma nova sede e se instalou em Penha, na BR 101. Com os anos, a Itacorda ganhou espaço e conquistou clientes em todo o país, e tam-bém no exterior. Hoje reconhecida como uma refe-rência no segmento, a empresa trabalha com cordas, linha ecológica, kits de amarração, slings e itens re-lacionados ao segmento.Uma das novidades da Ita-corda são os produtos da marca Apetrechos, volta-dos para os animais de estimação. São comedouros, mordedores, guias e brinquedos para o cuidado com os pets. Nas demais linhas a empresa trabalha com produtos variados para serviço ou lazer, como lonas, lanternas e slackline. •

Itacorda inaugura nova loja de fábrica em Penha

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Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 41

Mercado Coluna

Rua Manoel Vieira Garção, 10 – Sala 204 - Esq. Dr. José Bonifácio MalburgCep: 88301-425 – Centro- Itajaí – SC – Edifício PHD

Quem trabalha com comércio exterior e lida direta-mente com questões portuárias e transporte marítimo tem duas novas opções de bibliografias para se manter atualiza-do. Doutor em direito, atuando no setor há 35 anos, Osval-do Agripino de Castro Junior está lançando dois livros pela Aduaneiras.

“Direito portuário e a nova regulação” analisa os dois anos da Reforma Portuária. “Contratos marítimos e portuá-rios: responsabilidade civil” aborda, em 17 capítulos, con-tratos relevantes para o transporte marítimo e a atividade portuária.

As obras foram lançadas em outubro passado no Tri-bunal Marítimo, Rio de Janeiro. Ambos estão à venda no site multieditorias.com.br•

Direto portuário e transporte marítimo são temas de livros

voltados lançados recentemente

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Por Milton Lourenço Presidente da Fiorde

Logística Internacional e diretor do Sindicato dos

Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e

Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da

Associação Nacional dos Comissários de Despachos,

Agentes de Cargas e Logística (ACTC)

Para onde vai a China?

Por Milton Lourenço, presidente

da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de

Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos,

Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail:

[email protected]. Site: www.fiorde.com.br.

ArtigoArtigo

42 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

Quem vive o dia-a-dia do comér-cio exterior sabe que, depois de 35 anos de êxitos econômicos, a China deparou--se em 2009 com uma recessão mun-dial e teve de abandonar a antiga polí-tica de exportar maciçamente produtos de baixa qualidade, substituindo-a por outra de alto valor agregado com base em tecnologia de ponta. Como isso exige cérebros mais desenvolvidos, o governo chinês tem investido muito em educação para formar grandes contin-gentes de mão-de-obra especializada.

Ao mesmo tempo, o novo modelo chinês prevê o crescimento de seu mer-cado interno, com a formação de uma classe média capaz de absorver grande parte de sua produção industrial. Isso exige a expansão dos seus negócios ao redor do mundo, pois só assim lhe será possível garantir o fornecimento de in-sumos para a sua indústria. Exemplo disso é o grande número de acordos setoriais assinados recentemente com a Argentina, cujo interesse, claro está, é usufruir no futuro de maciças exporta-ções para o mercado alimentício chinês que já se encontra em franca expansão.

Ainda que não haja um feroz an-tagonismo entre EUA e China, sabe-se que a política externa de cada um des-ses mega-países exclui o outro. Tanto que a China não faz parte do recente Tratado Transpacífico (TTP) e, em con-trapartida, lançou em 2014, dentro do âmbito do foro Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac)--China, uma iniciativa destinada a se tornar um tratado que exclui explicita-mente EUA e Canadá e prevê pesadas inversões na região.

Levando-se em conta a ideolo-

gização que tem marcado o Mercosul, que nos últimos tempos passou a fun-cionar mais como fórum de discussão política do que comercial, parece que a América do Sul deverá se inclinar para a esfera chinesa, principalmente se a próxima rodada de negociações com a União Europeia (UE) vier a fracassar, a exemplo de outras nos últimos 15 anos.

Não parece esse um caminho ne-buloso, considerando-se que, segundo cálculos do Fundo Monetário Inter-nacional (FMI), em 2020, a economia chinesa deverá abranger um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Sem contar que hoje a China já é o principal produtor de manufaturados, desalojando das posições cimeiras EUA e UE. Em compensação, sabe-se que a China, apesar de suas dimensões conti-nentais, não dispõe de grandes exten-sões de terra aráveis nem de recursos hídricos muito generosos, o que signi-fica que, por largos anos, haverá de ser um grande importador de alimentos.

Portanto, é fundamental que os atuais responsáveis pela política exter-na brasileira saibam ler com atenção as tendências globais. Já não se está à época do alinhamento automático, o que equivale a dizer que o Brasil não só deve procurar aderir ao TTP, apesar do grande obstáculo que é a baixa compe-titividade de sua economia, como lutar por um acordo Mercosul-UE e igual-mente estar aberto para um relaciona-mento comercial intenso com a China, adotando uma política extremamente pragmática, que preveja o mútuo bene-fício. Afinal, há muito que se sabe que um país não tem amigos, mas apenas interesses. •

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Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 43

Grupo Chaplin, El Paletero, Farmácia Vida&Saúde, Lavanderia 5àSec e Brasiphone chegam para in-tegrar o mix de lojas do Riviera Business & Mall,

na Praia Brava, em Itajaí. Subway, Chilli Beans, Grão Es-presso e Enoteca Decanter também são operações já con-firmadas para o empreendimento, que terá sua primeira etapa inaugurada no início deste ano.

O empreendimento do Grupo Riviera, situado na Praia Brava, em Itajaí traz um conjunto de lojas, gastro-nomia, utilidades e serviços para o piso térreo do Rivie-ra Business & Mall, localizado na Avenida Osvaldo Reis, principal eixo econômico da região e que liga as cidades de Itajaí e Balneário Camboriú.

Segundo o presidente do Grupo Riviera, Evandro Dal Molin, as diretrizes que norteiam esse empreendi-mento podem ser resumidas nas palavras "convergência e conveniência". "É um pensamento moderno, de reunir

tudo num mesmo espaço, para as pessoas ganharem tempo. A nossa proposta é que as pessoas desfrutem da qualidade de vida também nos momentos de trabalho", explica.

O empreendimento aplica os conceitos dos edifí-cios inteligentes que criam conexões entre as pessoas, as lojas, os restaurantes e os serviços, poupando tempo e energia, concentrando tudo em um mesmo endereço, evitando deslocamentos desnecessários e potencializan-do os espaços.

Com 2.200 m² e cerca de 20 espaços comerciais, o Riviera Business & Mall está cercado por todo o Complexo Riviera que integra duas torres comerciais com 398 escri-tórios, uma torre residencial com 216 apartamentos, um hotel de bandeira Quality com 153 suítes, um centro de convenções que comporta até 600 pessoas, um estacio-namento com 1.184 vagas e um heliponto homologado.•

Mercado Coluna

Riviera Business & Mall, na Praia Brava, ganha novas operações

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44 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

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Kim Augusto Zanoni OAB/SC 36.370

Sócio do escritório Silva e Silva Advogados Associados.Pós-graduado em Direito Empresarial e Advocacia Empresarial pela Universidade Anhanguera.Pós-graduando em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET).Advogado atuante nas áreas Tributária, Aduaneira e Societária em nível administrativo e contencioso.

ArtigoArtigoGestão de crise de

imagem corporativa

Em uma nova era surgida após a operação Lava Jato, a cada semana se instaura uma nova operação policial em todo o país, geralmente a fim de apurar crimes contra a Administração Pública.

Vereadores, prefeitos, secretários, membros do Legislativo e Execu-tivo na esfera municipal, estadual e federal, bem como empresários são constantemente alvos destas operações, sendo inúmeras as ordens de pri-são preventiva emanadas por juízes em todo o território.

O “estopim” Lava Jato incentivou a revisão de milhares de contratos e relações público/privadas, culminando em manifesto “caça às bruxas” em todo o país.

A veemente atuação do magistrado Sérgio Moro, por exemplo, le-vou a cárcere alguns dos mais importantes empresários do país, diretores das maiores empresas e donos das maiores fortunas.

A prisão de alguns destes empresários levou à ruptura impérios construídos ao longo de décadas, além de fazer com que algumas empre-sas enfrentassem uma crise financeira devastadora ante a queda do valor de suas ações.

Ocorre que a crise de imagem ocasionada pela prisão de um em-presário se alastra até macular o nome da própria empresa a qual está associado, o que desencadeia uma série de eventos a fim de conter um lapso financeiro, tal como venda de ativos, substituição da diretoria, entre outros.

Vejamos que a mídia, ao mesmo passo que pode levar determinado indivíduo e empresa à ascensão também é capaz de leva-los à ruína.

Deste modo e principalmente nos procedimentos criminais, há fer-ramentas estratégicas a serem utilizadas em favor da recomposição e ges-tão da crise de imagem ocasionada.

Atente-se ao fato de que um dos últimos episódios da operação Lava Jato (prisão do diretor de um dos maiores bancos de investimento do país) deixou de ser comentado poucos dias após seu acontecimento, ato derivado do direcionamento estratégico do foco das notícias que rela-cionam a empresa, eis que foi modificada a direção da empresa e foram anunciadas diversas vendas de ativos, o que acabou contendo a mídia em relação a demais assuntos.

A contenção visou demonstrar ao país e ao mundo que apesar da prisão do “ex-diretor”, as atividades empresariais não foram um minuto sequer interrompidas, bem como a solidez do negócio não foi afetada.

A instituição tem logrado certo êxito em demonstrar que sobrevive de maneira sadia e ininterrupta sem a atuação de seu protagonista, o que deve e deveria imperar em toda situação similar de prisão de diretores de companhias brasileiras.

É, portanto, com maestria que se deve conduzir, além do processo, o próprio negócio, sendo estes os primados da advocacia moderna, visan-do a condução sadia da atividade empresarial.

Pedro Henrique Almeida da SilvaOAB/SC 40.495Sócio do escritório Silva e Silva Advogados AssociadosBacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).Pós-graduando em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) - 2014/2015.Pós-graduando em Direito Societário pela Universidade Cândido Mendes (UCM) – 2015/2016.Analista em Comércio Internacional pelo Centro Europeu - 2013. Cursou Direito Tributário Verticalizado pela Fórum - 2014. Advogado atuante nas áreas Tributária, Aduaneira, Societária e de Negócios em nível administrativo e contencioso.

Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 45

A Usina Hidrelétrica Itaipu voltou a ser a maior em produção anual de energia elétrica, ultrapassan-do a Usina Três Gargantas, na China. No ano pas-

sado, Itaipu produziu 89,2 milhões de megawatts-hora (MWh), o que representa 2,5% a mais que a chinesa.

Em 2014, Itaipu havia perdido a posição de líder mundial de produção anual de eletricidade em decorrên-cia da crise hídrica enfrentada pelo Brasil. No ano passa-do, a produção de energia de Itaipu ficou abaixo da mé-dia dos últimos anos, mas foi considerada excelente por conta do cenário de seca enfrentado por grande parte do país, pelo segundo ano consecutivo, principalmente no primeiro semestre.

Desde a entrada em operação, em maio de 1984, Itaipu, que pertence ao Brasil e ao Paraguai, já gerou 2.312 bilhões de MWh, o que representa a maior pro-dução de energia acumulada do mundo. No entanto, a capacidade instalada de Itaipu é menor que a de Três Gargantas, com 14 mil MW, frente a 22,4 mil MW da chinesa.

Itaipu responde atualmente por 15% de toda a energia elétrica consumida no Brasil e atende mais de 75% do mercado paraguaio de eletricidade.

A energia produzida por Itaipu em 2015 seria su-ficiente para suprir o consumo de todo o Nordeste do Brasil por um ano e um mês; a região Sudeste, por qua-tro meses; e o Sul por um ano. Atenderia também toda a demanda de uma cidade como São Paulo por três anos; Curitiba por 18 anos; e Foz do Iguaçu por 155 anos e oito meses.

A Itaipu encerrou 2015 com uma produção 1,6% maior do que em 2014, quando gerou 87.795.393 MWh. A projeção para 2016 também é positiva. A expectativa é que a binacional volte a produzir acima dos 90 milhões de MWh, o que não ocorreu nos últimos dois anos.

Agência Brasil

Itaipu volta a ser a maior produtora de energia

elétrica do mundo

Page 46: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

46 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

O balanço de 2015 para o setor brasileiro de tecnolo-gia da informação e comunicação pode ser dividido em duas etapas, conforme avaliou o vice-presidente

de comunicação e marketing da Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (As-sespro Nacional), Gerino Xavier. “O primeiro semestre foi bom. Todas as empresas ficaram com seus indicadores em um patamar confortável. No segundo semestre, começou o sentimento da crise que, eu acho, é até muito mais grave que a própria crise”, disse.

Segundo o vice-presidente da Assespro Nacional, no segundo semestre de 2015, os indicadores das empresas brasileiras de tecnologia da informação e comunicação pas-saram por um período de maior observação. “O fato é que o sentimento de crise atrapalhou alguns negócios de algumas empresas”. A crise em si afetou de forma mais direta as com-panhias que trabalham com o setor público. “Tem estados que estão sem pagar seus fornecedores há alguns meses”.

Xavier observou, porém, que a crise apresenta, por outro lado, um aspecto bom. Como a tecnologia é transver-sal aos vários setores da economia, crises sempre acabam trazendo oportunidades. “Crise precisa de mais controle, de racionalizar custos, precisa aumentar a produtividade e isso só se torna exponencial com o uso de tecnologias”. Para Xa-vier, o lado ruim disso é que o ciclo de vendas aumenta e a

Setor de tecnologia da informação e comunicação enxerga oportunidades na crise

dificuldade para se vender é muito maior.Além do setor de compras públicas, o vice-presi-

dente da Assespro Nacional citou a construção civil e petróleo e gás entre os setores mais prejudicados pela crise na área de tecnologia da informação e comunica-ção. O setor da construção civil devido à paralisação das obras públicas associadas ao escândalo decorrente da Operação Lava Jato, já o setor de petróleo e gás, não só pela queda de preço no mercado internacional, mas também pela crise em torno da Petrobras.

Para Xavier, a tecnologia da informação e comu-nicação é indutora do crescimento econômico. “Essa é uma afirmação de caráter global”, destacou. Isso sig-nifica que para qualquer país crescer, ele precisa usar tecnologias modernas e inovadoras. Xavier lembrou que os países da América Latina que têm feito grandes investimentos no setor para melhorar a qualificação de sua mão de obra, para ampliar as exportações e tornar as empresas mais eficientes e competitivas apresentam resultados melhores que os do Brasil, que adotou me-didas que foram na “contramão” dos avanços. Mencio-nou que a desoneração da folha, por exemplo, tornou o Brasil menos competitivo que seus vizinhos no con-tinente. “Isso afeta a cadeia produtiva toda e leva um tempo para a gente se estabilizar”.

Ano de reflexãoPara o presidente da

Associação das Empre-sas Brasileiras de Tec-nologia da Informação

Regional Rio de Janeiro (Assespro-RJ), Márcio

Lacs, o ano de 2015 foi um ano “de reflexão” para o setor

de tecnologia da informação e comunicação.

Apesar do cenário de difi-culdades e indefinições políticas

e econômicas no país, Lacs destacou que o Rio de Janeiro apresenta vetores importan-tes como a Olimpíada, que ocorrerá na capital flumi-

nense em 2016, e o setor de petróleo e gás. “Foi um ano bem movimen-tado. Por um lado, algu-

Page 47: Revista Portuária - 18 Janeiro 2016

Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 47

mas coisas andaram, outras não andaram tanto. Mas sempre, para a informática, quando algumas coisas não andam, não quer dizer que não seja bom para as em-presas”.

Lacs observou que a otimização depende sempre da tecnologia. Ele diz que os contratos são revistos, mas a oportunidade de inovação se faz mais presente ainda para otimizar e melhorar. “A gente vê processos sendo repensados e isso traz muita oportunidade para o nosso setor”.

O presidente do Sindicato das Empresas de Infor-mática do Rio de Janeiro (TI Rio), Benito Paret, avaliou que o estado “não foi muito bem sucedido” em tecnolo-gia da informação este ano. “Entre os estados do Sudes-te, o Rio de Janeiro teve o desempenho pior”, apontou. A quebra da cadeia produtiva de petróleo e gás gerou um baque grande para muitas empresas. Outros setores da atividade econômica, porém, tiveram desempenho positivo.

“Não temos ainda uma crise no setor de tecnolo-gia da informação e comunicação instalada no Rio de Janeiro”, assegurou Paret, embora a situação aponte para uma estagnação, principalmente nas empresas que estavam focadas na área de petróleo e gás, incluin-do as áreas naval e de logística. As outras empresas “estão levando o barco”, disse o presidente do TI Rio. O ambiente de incerteza macro no país impede que o setor arrisque fazer projeções para o próximo ano.

Márcio Lacs reconheceu que para as grandes em-presas, 2015 não foi um ano positivo, porque a maior contratante, que é a Petrobras, enfrentou sérias dificul-dades. Já os programas de startups (empresas inova-doras de base tecnológica) se consolidaram no Rio de Janeiro. As médias empresas, que são empresas de es-cala, estão se beneficiando mais das oportunidades que aparecem, sinalizou o presidente da Assespro-RJ.

PerspectivasComo o principal congresso mundial de tecnolo-

gia da informação e comunicação ocorrerá no Brasil, em outubro do próximo ano, o vice-presidente da Assespro Nacional, Gerino Xavier, analisou que isso trará muita visibilidade para o setor. “Algumas cadeias produtivas internacionais passam a enxergar o Brasil de forma dife-rente e nós apostamos que no cenário da internaciona-

lização, teremos melhores indicadores”. No plano nacional, disse que ainda fica difícil fazer prognósticos. “A ordem do dia é cautela”, sinalizou.

Embora seja considerado o sétimo maior mercado de tecnologia do mundo, Gerino Xavier disse que o governo devia apoiar mais o setor, porque garante emprego de quali-dade que gera riqueza para o país. Ele salientou que o Brasil ainda exporta pouco software (programa de computador). “E quando alguém compra software, está comprando inte-ligência. Inteligência é a melhor coisa para se produzir, por-que nós qualificamos o nosso povo. Quando a gente compra inteligência, estamos penalizando nosso povo, nossos pes-quisadores, nossos profissionais”.

Na avaliação de Gerino Xavier, o Brasil precisa ter políticas públicas que estimulem a criação de soluções de softwares nacionais para diversas áreas, como saúde e segu-rança, por exemplo. Falta uma política pública que aproxime a academia, o mercado fornecedor e o mercado comprador. “E o ator indutor de tudo isso é o governo”.

O presidente da Assespro-RJ, Márcio Lacs, concordou que apesar da crise, o cenário para 2016 é de expectativa otimista para o setor de tecnologia da informação e comu-nicação do Brasil. “Nós vamos trabalhar para que cada um encontre o seu espaço. A gente tem a sorte de trabalhar com algo que está vinculado à inovação, à otimização. Acho que vai ser um bom momento para a gente. Pelo menos, oportu-nidades vão existir”, concluiu.•

Crise precisa de mais controle, de racionalizar custos, precisa

aumentar a produtividade e isso só se torna

exponencial com o uso de tecnologias

Gerino Xavier

Agência Brasil

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Por Milton Lourenço Presidente da Fiorde

Logística Internacional e diretor do Sindicato dos

Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e

Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da

Associação Nacional dos Comissários de Despachos,

Agentes de Cargas e Logística (ACTC)

Perspectivas para o comércio exterior brasileiro em 2016

Por Renan Rossi Diez

ArtigoArtigo

No início de 2015 muitos especialis-tas cravaram que o dólar não ul-trapassaria uma cotação acima de

R$ 4. Muitos também cravaram que a ba-lança comercial brasileira seria deficitária no total acumulado do ano. Ao final do ano, as duas previsões se mostraram equivocadas. O dólar em alguns momentos superou a marca dos R$ 4 e, por outro lado, nossa balança comercial teve um resultado altamente po-sitivo. No Brasil nem sempre a lógica econô-mica atua de forma previsível, mas é sempre altamente recomendável que tenhamos um norte para basear nossas decisões e atitudes que tomaremos no decorrer do ano, por isso, recorremos as previsões.

A expectativa é de que nossas ex-portações somem US$ 187,443 bilhões em 2016, segundo projeções da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Na impor-tação, a previsão da entidade está estimada em US$ 158,215 bilhões. Neste sentido, es-peramos um novo superávit da balança co-mercial brasileira no ano de 2016, projetado em US$ 29,228 bilhões.

Apesar do resultado esperado da ba-lança comercial ser positivo para 2016, não há muito ainda o que comemorar. A real si-tuação é que apesar do aumento da quanti-dade das exportações brasileiras, o preço das commodities tem sofrido com uma drástica queda em suas cotações e, sabemos que os produtos básicos (commodities) representam cerca de 46% da pauta das exportações bra-sileiras. Deste modo, a expectativa é que as importações se mantenham num nível menor que em anos anteriores.

Em números, segundo a AEB, teremos um aumento de 3,1% nas exportações de produtos industrializados, 5% nas exporta-

ções de produtos manufaturados, 2% de redução em produtos semimanufaturados e 5,5% de queda com relação a produtos bási-cos. Ainda sobre as commodities, um estudo da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) avaliou que, entre janeiro e novembro de 2014, o montante obtido com produtos como soja, minério e óleo bruto de petróleo foi de 61,9 bilhões de dólares, en-quanto que a previsão para este ano é de US$ 44,4 bilhões.

A redução do preço das commodities é elucidada pela desaceleração da China, maior demandante de commodities do mun-do. A economia chinesa este ano tem previ-são de crescimento estimado em 7%, resulta-do abaixo do alcançado em anos anteriores.

Quanto ao PIB brasileiro, economistas aumentaram de 2,81% para 2,95% a expec-tativa de retração na economia brasileira. Em contrapartida, o então ministro do Planeja-mento, Nelson Barbosa, atual ministro da Fazenda, afirmou que a revisão da estimativa traz dentro dela uma recuperação da econo-mia no segundo semestre de 2016. “Há uma queda no primeiro (semestre) e recuperação no segundo”. Para o ministro, o comércio ex-terior deve ser um dos principais fatores de recuperação da economia, com a ajuda do câmbio e investimentos.

Para encerrar, vale lembrar de uma célebre frase de um dos grandes nomes do mundo dos negócios que se encaixa perfei-tamente na atual conjuntura brasileira. Hen-ry Ford, fundador da Ford, disse: “Fracasso é simplesmente a oportunidade de começar de novo; desta vez, de maneira mais inteligen-te”. Neste ano de 2016 comecem de novo e continuem cobrando de nossos representan-tes políticos.•

48 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

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Economia&Negócios • Janeiro 2016 • 49

Desde o começo do mês, a Asia Shipping oferece um novo serviço aos clientes regulares da região de Porto Alegre (RS), a entrega da carga fraciona-

da (LCL) diretamente ao cliente. Este serviço diferenciado começou a ser oferecido aos clientes situados em um raio de 150 km do porto de Santos há dois anos. O sucesso foi tão grande, que logo foi ampliado para os portos de Itajaí (SC) e Paranaguá (PR).

Para Ricardo Tavares, diretor de Contract Logistics da Asia Shipping, a solução logística foi tão bem recebida pelo mercado que o ritmo de expansão dos serviços está mais acelerado do que estava previsto. “Todos buscam um serviço completo, com segurança, rapidez e custo menor, e é isso que queremos oferecer cada vez mais”, resume.

O novo serviço da Asia Shipping vai beneficiar espe-cialmente as empresas situadas na região metropolitana de Porto Alegre e cidades próximas. A operação é feita da seguinte maneira. O box consolidado é removido do porto para um terminal em Canoas, onde o próprio cliente

cuida do desembaraço da mercadoria. Em seguida, a Asia Shipping se encarrega de levar até a fábrica.

Para Tavares, os segmentos da indústria que mais devem se interessar pelo novo serviço em um primeiro momento são os importadores de partes e peças, de ma-neira geral, como o agronegócio, a indústria calçadista, que importa insumos, entre outros. A Asia Shipping tam-bém está preparada para atender clientes no transporte de diferentes tipos de commodities.

A Asia Shipping, que completa 20 anos este ano, é uma empresa brasileira que oferece operações de agen-ciamento marítimo de contêineres e de cargas por meio de consolidação própria. Para atender operações com necessidade de pronta entrega, a empresa oferece ainda agenciamento aéreo. Os clientes da Asia Shipping contam também com armazenagem, desembaraço aduaneiro e serviço especializado em cargas de projeto e transporte doméstico (rodoviário e cabotagem). Mais informações em www.asgroup.net

Depois do sucesso do serviço em Santos, Itajaí e Paranaguá, entrega no cliente agora chega a Porto Alegre com a Asia Shipping

Facilidade é bem recebida pelos clientes que ficam na região metropolitana a 320 km do Porto de Rio Grande

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Por Milton Lourenço Presidente da Fiorde

Logística Internacional e diretor do Sindicato dos

Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e

Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da

Associação Nacional dos Comissários de Despachos,

Agentes de Cargas e Logística (ACTC)

2016: o ano da impressão digital

Por Phil Scarfo,vice-presidente

global de marketing da HID Biometrics, divisão de

Biometria da HID Global, líder em identidade segura

– www.hidglobal.com

ArtigoArtigo

50 • Janeiro 2016 • Economia&Negócios

O Brasil está entre os países em que o uso da impressão digital está mais difundido e avança-

do. Principalmente no sistema bancá-rio, as pessoas estão se acostumando rapidamente a acessar os caixas ele-trônicos sem necessidade de memori-zar ou anotar senhas – apenas apro-ximar o dedo polegar ou indicador do sensor biométrico para ter acesso à conta, sacar dinheiro, efetuar paga-mentos ou fazer depósitos. Tudo isso de forma simples, ágil e segura. Esse pode ser considerado o maior exem-plo do que será tendência em 2016, quando a tecnologia estará ainda mais presente na vida da população.

Independentemente da idade ou classe social, as pessoas têm se adaptado com muita facilidade a todo tipo de tecnologia que facilita seu dia a dia. De acordo com a Febraban, o volume de transações realizadas por meio eletrônico já ultrapassou aque-las que dependem de presença física. Com tantas conveniências, as pesso-as já não se deslocam à toa quando podem fazer tudo via internet. E isso acontece, também, em muitas outras instâncias. Tanto que vem ganhando força o conceito de omni-channel. Ou seja, as pessoas sentem que tudo está acessível, seja fisicamente, seja onli-ne, podendo ser acessado através do notebook, do smartphone ou do que mais estiver à sua disposição. Conec-tada, a população busca a liberdade de realizar suas atividades de forma conveniente e segura.

Nesse sentido, em 2016 deve ganhar ainda mais relevância a pos-sibilidade de fazer compras e reali-zar pagamentos usando apenas o telefone celular. Desde 2014, com o lançamento do ApplePay – em que a autorização de um pagamento é con-

cluída por meio da aproximação da unidade a um terminal que combina a tecnologia NFC (Comunicação de Campo Próximo) e o reconhecimento da impressão digital do usuário jun-to à operadora do cartão de crédito – houve uma corrida frenética das outras marcas líderes em telefonia móvel. Afinal, tomando como amostra os Estados Unidos, esse mercado de crédito movimenta mais de 12 bilhões de dólares por dia. Agora, com uma tecnologia melhorada, deverá aumen-tar ainda mais o uso do celular para realizar compras sem ter de “passar o cartão” e digitar uma senha.

A bem da verdade, ao propor-cionar que seus usuários pudessem fazer compras sem carregar cartões, a Apple colocou a biometria literalmen-te nas mãos de milhares de usuários de uma hora para outra, não só nos Estados Unidos como no mundo intei-ro. Acostumadas a usar a impressão digital para acessar o terminal de cai-xa eletrônico, as pessoas já anseiam por essa mesma facilidade na plata-forma de pagamento via celular. Ain-da mais importante do que o confor-to, temos de considerar a segurança – coisa que as cinquentenárias senhas e os pins não oferecem. Por isso, 2016 deve ser o ano da impressão digital – com destaque para o Brasil.

Hoje, mais da metade dos caixas eletrônicos do país inteiro tem senso-res biométricos que facilitam muito o acesso da população à conta corrente com segurança. Mas os brasileiros es-tão se acostumando, também, a usar a impressão digital para confirmar seu voto, tirar documentos, acessar esco-las, empresas e serviços de saúde e transporte. Enfim, vamos ouvir falar muito da leitura da impressão digital neste ano que se inicia. •

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