página sindical do diário de sp - 05 de setembro de 2014 - força sindical

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Foto: Arquivo Fitiasp foto: Felix Pereira Na vida do trabalhador tudo começa com a Carteira de Trabalho assinada, que garan- te direitos como INSS e FGTS, entre outros. Apesar disto, milhares de trabalhadores atuam no mercado informal sem carteira assinada. A falta deste benefício traz, tam- bém, prejuízos para as empresas, que terão crescimento limitado sem poder participar de licitações ou disputar mercado com as estava tão grave que o Ministério da Previdên- cia levantou os dados e constatou que, em al- guns momentos, o setor passou a construção civil nesses casos”, declara Neuza. Os trabalhadores de frigoríficos usam a força física em ritmo acelerado, e o trabalho exige muita concentração porque utiliza objetos cortantes (facas afiadíssimas). E na área de cortes de frango e partes especiais de bovi- nos, a maioria da mão de obra é feminina. A NR estabelece que, a cada hora trabalhada, o empregado descanse vinte minutos, que podem ser divididos em duas paradas de dez minutos. O local de descanso tem de ser um ambiente adequado e confortável. “Se for implementada na íntegra, a jornada de tra- balho, que hoje é de 44 horas semanais, será A realização, em São Paulo, do Seminário Tripartite de Debate sobre a Aplicação da NR 36 (Norma Regulamentadora dos Frigorí- ficos), será solicitada pela Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimen- tação de São Paulo) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA). “A medida é necessária”, afirma Neuza Barbosa de Lima, secretária de Relações Internacionais da Fe- deração, “porque algumas empresas estão atrasadas quanto à implantação da Norma”. A CNTA quer que sejam constituídas forças- tarefas nos Estados que tenham frigoríficos para acompanhar o cumprimento da NR 36 na íntegra. No Estado de São Paulo, o setor emprega 62 mil trabalhadores em frigoríficos de bovinos, frangos e suínos. No Brasil são 413 mil funcionários. As ações para a aplicação da Norma foram realizadas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Neste último, o Seminário foi realizado no dia 3, e dele parti- ciparam 21 sindicalistas de São Paulo. A NR 36 começou a ser implantada em 2013, e tem prazo para encerrar os trabalhos em março de 2015. “Fui a primeira dirigente sin- dical a trazer para a Federação os casos de LER/Dort da nossa base em Sorocaba. O movimento sindical lutou durante vinte anos para obter esta NR, que é específica para os frigoríficos. Conquistamos apoio internacio- nal porque o setor é um dos primeiros em exportação, só que também é campeão em adoecimento, acidente e lesão. A situação CNTA quer forças-tarefas nos Estados que tenham frigoríficos para acompanhar o cumprimento da NR 36 CTPS Aumentar o número de trabalhadores no mercado formal de trabalho Trabalho Publieditorial Mais uma vez o Copom, que manteve a taxa básica de juros em 11% pela 3ª vez consecutiva na reunião da última 4ª feira, deixa escapar por entre os dedos a oportunidade de demonstrar sua vontade de virar o jogo e atender aos anseios da classe trabalhadora. A decisão, equivocada, de manter os juros em tal índice, dá provas totais da ineficácia governamental no que se refere à economia brasileira, que, como já dissemos, caso não seja alterada, somada a outros fatores, tende a entrar em colapso. O que o movimento sindical quer é que haja, por Miguel Torres Presidente da Força Sindical Ruth Coelho: “Nossa reivindicação é o Trabalho Decente” Juros elevados deixam a economia próxima a um colapso Opinião parte dos nossos governantes, uma boa dose de coerência e sensibilidade quanto às demandas dos trabalhadores e do setor produtivo, que clamam por mudanças na atual políti- ca monetária que a tornem mais flexível e estimulante para o desenvolvimento econômico brasileiro. Manter a taxa de juros em patamares proibitivos é desconhecer a realidade econômica do País neste momento de crise. O conservadorismo com o qual a questão vem sendo tra- tada, contrariando as expectativas favoráveis ao emprego, à produção, ao consumo e à queda da inflação tem de findar. O “Pibinho” divulgado na 6ª feira (29) é prova que temos razão. reduzida para 39 horas e vinte minutos”, des- taca Neuza. Ainda segundo Neuza, além da orientação dos consultores (auditores aposentados do Mi- nistério do Trabalho e Emprego), o Ministério Público também está bastante atuante para a implementação da NR. A ação do MP provo- cou, inclusive, a interdição de alguns frigoríficos, e um abatedouro de aves em Sorocaba prefe- riu fechar suas portas a fazer os investimentos necessários para a implantação da Norma. Os patrões reclamam e pedem mais prazo para implantar a NR. “Mas, na avaliação dos trabalhadores, houve avanços na implanta- ção da Norma. E, para convencer os empre- sários, a melhor solução é manter o diálogo”, ressalta Neuza. formalizadas. Em 2010 as Centrais Sindicais, Dieese, go- verno e empresários passaram a identifi- car situações que dificultam os trabalha- dores de ter carteira assinada, e fomentar ações para que eles tenham acesso ao trabalho formal. “O número de trabalha- dores formais aumentou, e isto é resultado do trabalho de muitos”, disse Ruth Coelho FRIGORÍFICOS Monteiro, secretária nacional de Direitos Humanos da Força Sindical. O projeto tem o apoio do Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID-Fumin) e desen- volveu metodologia que já foi aplicada com bons resultados no Comércio, Construção Civil, Confecções, Serviços de Alimentação, Empregos Doméstico e Rural (agricultura familiar, cooperativas de produção e assa- lariados rurais). “Não queremos apenas in- cluir os trabalhadores informais no mercado formal. Reivindicamos Trabalho Decente”, declara Ruth. Trabalhadores querem NR 36 na íntegra Dirigentes sindicais de São Paulo durante ação pela aplicação da NR 36 no Paraná

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Destaques: Frigoríficos: 'Trabalhadores querem NR 36 na íntegra'; CTPS: 'Aumentar o número de trabalhadores no mercado formal de trabalho'; Opinião do presidente da Força Miguel Torres: 'Juros elevados deixam a economia próxima a um colapso'

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Foto: Arquivo Fitiasp

foto: Felix Pereira

Na vida do trabalhador tudo começa com a Carteira de Trabalho assinada, que garan-te direitos como INSS e FGTS, entre outros. Apesar disto, milhares de trabalhadores atuam no mercado informal sem carteira assinada. A falta deste benefício traz, tam-bém, prejuízos para as empresas, que terão crescimento limitado sem poder participar de licitações ou disputar mercado com as

estava tão grave que o Ministério da Previdên-cia levantou os dados e constatou que, em al-guns momentos, o setor passou a construção civil nesses casos”, declara Neuza.Os trabalhadores de frigoríficos usam a força física em ritmo acelerado, e o trabalho exige muita concentração porque utiliza objetos cortantes (facas afiadíssimas). E na área de cortes de frango e partes especiais de bovi-nos, a maioria da mão de obra é feminina. A NR estabelece que, a cada hora trabalhada, o empregado descanse vinte minutos, que podem ser divididos em duas paradas de dez minutos. O local de descanso tem de ser um ambiente adequado e confortável. “Se for implementada na íntegra, a jornada de tra-balho, que hoje é de 44 horas semanais, será

A realização, em São Paulo, do Seminário Tripartite de Debate sobre a Aplicação da

NR 36 (Norma Regulamentadora dos Frigorí-ficos), será solicitada pela Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimen-tação de São Paulo) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA). “A medida é necessária”, afirma Neuza Barbosa de Lima, secretária de Relações Internacionais da Fe-deração, “porque algumas empresas estão atrasadas quanto à implantação da Norma”.A CNTA quer que sejam constituídas forças-tarefas nos Estados que tenham frigoríficos para acompanhar o cumprimento da NR 36 na íntegra. No Estado de São Paulo, o setor emprega 62 mil trabalhadores em frigoríficos

de bovinos, frangos e suínos. No Brasil são 413 mil funcionários. As ações para a aplicação da Norma foram realizadas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Neste último, o Seminário foi realizado no dia 3, e dele parti-ciparam 21 sindicalistas de São Paulo.A NR 36 começou a ser implantada em 2013, e tem prazo para encerrar os trabalhos em março de 2015. “Fui a primeira dirigente sin-dical a trazer para a Federação os casos de LER/Dort da nossa base em Sorocaba. O movimento sindical lutou durante vinte anos para obter esta NR, que é específica para os frigoríficos. Conquistamos apoio internacio-nal porque o setor é um dos primeiros em exportação, só que também é campeão em adoecimento, acidente e lesão. A situação

CNTA quer forças-tarefas nos Estados que tenham frigoríficos para acompanhar o cumprimento da NR 36

CTPS

Aumentar o número de trabalhadores no mercado formal de trabalho

TrabalhoPublieditorial

Mais uma vez o Copom, que manteve a taxa básica de juros em 11% pela 3ª vez consecutiva na reunião da última 4ª feira, deixa escapar por entre os dedos a oportunidade de demonstrar sua vontade de virar o jogo e atender aos anseios da classe trabalhadora.A decisão, equivocada, de manter os juros em tal índice, dá provas totais da ineficácia governamental no que se refere à economia brasileira, que, como já dissemos, caso não seja alterada, somada a outros fatores, tende a entrar em colapso.O que o movimento sindical quer é que haja, por

Miguel Torres

Presidente da Força Sindical

Ruth Coelho: “Nossa reivindicação é o Trabalho Decente”

Juros elevados deixam a economia próxima a um colapsoOpinião

parte dos nossos governantes, uma boa dose de coerência e sensibilidade quanto às demandas dos trabalhadores e do setor produtivo, que clamam por mudanças na atual políti-ca monetária que a tornem mais flexível e estimulante para o desenvolvimento econômico brasileiro. Manter a taxa de juros em patamares proibitivos é desconhecer a realidade econômica do País neste momento de crise.O conservadorismo com o qual a questão vem sendo tra-tada, contrariando as expectativas favoráveis ao emprego, à produção, ao consumo e à queda da inflação tem de findar. O “Pibinho” divulgado na 6ª feira (29) é prova que temos razão.

reduzida para 39 horas e vinte minutos”, des-taca Neuza.Ainda segundo Neuza, além da orientação dos consultores (auditores aposentados do Mi-nistério do Trabalho e Emprego), o Ministério Público também está bastante atuante para a implementação da NR. A ação do MP provo-cou, inclusive, a interdição de alguns frigoríficos, e um abatedouro de aves em Sorocaba prefe-riu fechar suas portas a fazer os investimentos necessários para a implantação da Norma. Os patrões reclamam e pedem mais prazo para implantar a NR. “Mas, na avaliação dos trabalhadores, houve avanços na implanta-ção da Norma. E, para convencer os empre-sários, a melhor solução é manter o diálogo”, ressalta Neuza.

formalizadas.Em 2010 as Centrais Sindicais, Dieese, go-verno e empresários passaram a identifi-car situações que dificultam os trabalha-dores de ter carteira assinada, e fomentar ações para que eles tenham acesso ao trabalho formal. “O número de trabalha-dores formais aumentou, e isto é resultado do trabalho de muitos”, disse Ruth Coelho

FRIGORÍFICOS

Monteiro, secretária nacional de Direitos Humanos da Força Sindical. O projeto tem o apoio do Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID-Fumin) e desen-volveu metodologia que já foi aplicada com bons resultados no Comércio, Construção Civil, Confecções, Serviços de Alimentação, Empregos Doméstico e Rural (agricultura familiar, cooperativas de produção e assa-lariados rurais). “Não queremos apenas in-cluir os trabalhadores informais no mercado formal. Reivindicamos Trabalho Decente”, declara Ruth.

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