página sindical do diário de são paulo - 12 de novembro de 2014 - força sindical

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Trabalho sindicatos filiados à Federação dos Metalúrgicos do Estado de SP, que representa cerca de 750 mil traba- lhadores, dos quais 260 mil apenas na cidade de São Paulo. A data-base da categoria é 1º de novembro. O comando de negociação dos metalúrgicos ligados à Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo e à Força Sindical fechou acor- do com três grupos patronais garan- tindo 8% de reajuste salarial. Este mesmo percentual será aplicado nos pisos salariais e será pago também um abono de 19% do salário. “Vamos intensificar a pressão so- bre os demais grupos para garantir, no mínimo, o mesmo percentual de aumento e continuar realizando as assembleias em portas de fábricas para manter o trabalhador em alerta, porque não descartamos ir à greve”, afirma o presidente do Sindicato e da Força Sindical, Miguel Torres. O acordo vale para os grupos 2 (má- quinas e eletroeletrônicos), 19-3 (laminação e trefilação de metais; equipamentos ferroviários e rodo- viários; balanças, pesos e medidas; artefatos de metais; refrigeração, aquecimento de ar; condutores elé- tricos; esquadrias e construções metálicas; artefatos de ferro) e Es- tamparia. Os dirigentes sindicais vão intensi- ficar a pressão em cima dos grupos 3 (autopeças), 10 (Fiesp) e no setor de fundição, que ainda não fecharam acordo. “Vamos continuar realizan- do assembleias em portas de fábri- cas para manter o trabalhador em alerta porque não descartamos ir à greve se algum grupo se recusar a conceder o aumento real”, reafirma Miguel Torres. A Campanha Salarial 2014 reúne 54 Publieditorial youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br Reajuste salarial é de 8%. Este mesmo percentual será aplicado sobre os pisos Como prevíamos, a política de desoneração da folha de paga- mentos, da forma que foi adotada, mostrou-se, segundo dados do Ministério do Trabalho e da Receita Federal, insuficiente para barrar o fechamento de postos de trabalho. A Força Sindical lançou este aler- ta assim que o governo anunciou a medida como forma de ajudar aqueles setores que enfrentavam dificuldades econômicas. À épo- ca, já dizíamos que a desoneração tributária seria, sim, uma forma de ajudar aqueles setores que en- frentavam dificuldades, mas que sem contrapartidas para os traba- lhadores, como a impossibilidade de demitir, a medida seria ineficaz. E a constatação de que estáva- mos certos está aí. Em 2012 foram 12 setores que, apesar de serem beneficiados pela desoneração, fecharam pos- tos de trabalho. No ano seguinte o número de setores desonerados que demitiram subiu para 13 e, em 2014, contando-se o desempe- nho do mercado até setembro e as desonerações até maio, 21 se- tores demitiram. No total, falando- se em valores, mais de 5 bilhões e meio de reais deixaram de ser recolhidos. Outros países, como por exemplo a Coreia e o Japão, que praticam a desoneração tributária, atrelam a medida a uma política industrial muito bem elaborada e definida, que acaba por beneficiar o setor como um todo. A desoneração pura e simples não é condição su- ficiente. Miguel Torres Presidente da Força Sindical Desonerações não brecam demissões OPINIÃO As assembleias nas portas das fábricas continuam aonde ainda não houve acordo Miguel: “Vamos nos manter mobilizados, e não descartamos greves nos setores que não fecharam acordo” Fotos: Jaélcio Santana CAMPANHA SALARIAL 2014 Encenação recria situações constrangedoras sofridas pelos trabalhadores Foto: Aeroviários O Sindicato dos Aeroviários no Esta- do de São Paulo encontrou uma forma criativa e impactante de levar suas rei- vindicações para dentro do aeroporto de Congonhas: encenando uma peça teatral contando o drama de 230 fun- cionários da Air Special, que exercem atividades consideradas perigosas, mas que não recebem o respectivo adicional. A peça foi interpretada por diretores do Sindicato, que recriaram as situações constrangedoras pelas quais passam AEROVIÁRIOS os funcionários da Air Special,na tria- gem do acesso dos passageiros às sa- las de embarque. A Air Special é uma empresa contrata- da pela Infraero para prestar serviços auxiliares no aeroporto de Congonhas, dentre os quais a triagem de embarque dos passageiros que passam pelos raios-X. De acordo com Mandu, presi- dente do Sindicato, a Infraero tem um corpo funcional que desempenha as mesmas atividades do pessoal da Air Special. Os funcionários da Infraero recebem adicional de periculosidade, enquanto que os trabalhadores da Air Special nada recebem. Metalúrgicos fecham acordo com aumento real Dirigentes protestam em forma de teatro

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Destaques - Campanha Salarial 2014: 'Metalúrgicos fecham acordo com aumento real'; Miguel Torres: 'Desonerações não brecam demissões'; Aeroviários: 'Dirigentes protestam em forma de teatro'

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Page 1: Página Sindical do Diário de São Paulo - 12 de novembro de 2014 - Força Sindical

Trabalho

sindicatos filiados à Federação dos Metalúrgicos do Estado de SP, que representa cerca de 750 mil traba-lhadores, dos quais 260 mil apenas na cidade de São Paulo. A data-base da categoria é 1º de novembro.

O comando de negociação dos metalúrgicos ligados à Federação

dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo e à Força Sindical fechou acor-do com três grupos patronais garan-tindo 8% de reajuste salarial. Este mesmo percentual será aplicado nos pisos salariais e será pago também um abono de 19% do salário.“Vamos intensificar a pressão so-bre os demais grupos para garantir, no mínimo, o mesmo percentual de aumento e continuar realizando as assembleias em portas de fábricas para manter o trabalhador em alerta, porque não descartamos ir à greve”, afirma o presidente do Sindicato e da Força Sindical, Miguel Torres.O acordo vale para os grupos 2 (má-quinas e eletroeletrônicos), 19-3 (laminação e trefilação de metais; equipamentos ferroviários e rodo-viários; balanças, pesos e medidas; artefatos de metais; refrigeração, aquecimento de ar; condutores elé-tricos; esquadrias e construções metálicas; artefatos de ferro) e Es-tamparia.Os dirigentes sindicais vão intensi-ficar a pressão em cima dos grupos 3 (autopeças), 10 (Fiesp) e no setor de fundição, que ainda não fecharam acordo. “Vamos continuar realizan-do assembleias em portas de fábri-

cas para manter o trabalhador em alerta porque não descartamos ir à greve se algum grupo se recusar a conceder o aumento real”, reafirma Miguel Torres. A Campanha Salarial 2014 reúne 54

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Reajuste salarial é de 8%. Este mesmo percentual será aplicado sobre os pisos

Como prevíamos, a política de desoneração da folha de paga-mentos, da forma que foi adotada, mostrou-se, segundo dados do Ministério do Trabalho e da Receita Federal, insufi ciente para barrar o fechamento de postos de trabalho.A Força Sindical lançou este aler-ta assim que o governo anunciou a medida como forma de ajudar aqueles setores que enfrentavam difi culdades econômicas. À épo-ca, já dizíamos que a desoneração tributária seria, sim, uma forma de ajudar aqueles setores que en-frentavam difi culdades, mas que sem contrapartidas para os traba-lhadores, como a impossibilidade de demitir, a medida seria inefi caz. E a constatação de que estáva-mos certos está aí.Em 2012 foram 12 setores que, apesar de serem benefi ciados pela desoneração, fecharam pos-tos de trabalho. No ano seguinte o número de setores desonerados que demitiram subiu para 13 e, em 2014, contando-se o desempe-nho do mercado até setembro e as desonerações até maio, 21 se-tores demitiram. No total, falando-se em valores, mais de 5 bilhões e meio de reais deixaram de ser recolhidos.Outros países, como por exemplo a Coreia e o Japão, que praticam a desoneração tributária, atrelam a medida a uma política industrial muito bem elaborada e defi nida, que acaba por benefi ciar o setor como um todo. A desoneração pura e simples não é condição su-fi ciente.

Miguel TorresPresidente

da Força Sindical

Desonerações não brecam demissões

OPINIÃO

Miguel Torres

da Força Sindical

As assembleias nas portas das fábricas continuam aonde ainda não houve acordo

Miguel: “Vamos nos manter mobilizados, e não descartamos greves nos setores que não fecharam acordo”

Fotos: Jaélcio Santana

CAMPANHA SALARIAL 2014

Encenação recria situações constrangedoras sofridas pelos trabalhadores

Foto: AeroviáriosO Sindicato dos Aeroviários no Esta-do de São Paulo encontrou uma forma criativa e impactante de levar suas rei-vindicações para dentro do aeroporto de Congonhas: encenando uma peça teatral contando o drama de 230 fun-cionários da Air Special, que exercem atividades consideradas perigosas, mas que não recebem o respectivo adicional.A peça foi interpretada por diretores do Sindicato, que recriaram as situações constrangedoras pelas quais passam

AEROVIÁRIOSos funcionários da Air Special,na tria-gem do acesso dos passageiros às sa-las de embarque.A Air Special é uma empresa contrata-da pela Infraero para prestar serviços auxiliares no aeroporto de Congonhas, dentre os quais a triagem de embarque dos passageiros que passam pelos raios-X. De acordo com Mandu, presi-dente do Sindicato, a Infraero tem um corpo funcional que desempenha as mesmas atividades do pessoal da Air Special. Os funcionários da Infraero recebem adicional de periculosidade, enquanto que os trabalhadores da Air Special nada recebem.

Metalúrgicos fecham acordo com aumento real

Dirigentes protestam em forma de teatro