página sindical do diário de são paulo - 11 de novembro de 2014 - força sindical
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Destaques: Metalúrgicos: 'Categoria intensifica mobilização por aumento real'; Miguel Torres: 'Desonerações não brecam demissões'; Construção Civil: 'Protesto em obra no Guarujá'TRANSCRIPT
Trabalho
gociação e vamos responder com gre-ve”, afi rmou Miguel Torres.A categoria reúne cerca de 260 mil tra-balhadores com data-base em 1º de novembro, e cerca de 100 mil já partici-param das assembleias feitas pelo Sin-dicato e manifestaram disposição de ir à greve.
Os metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região continuam a mobilização
para pressionar os patrões a atender a Pauta de Reivindicações entregue pelos Sindicatos da categoria, no dia 9 de se-tembro, à Fiesp (Federação das Indús-trias do Estado de SP) e demais grupos patronais. Visando a data-base em 1º de novembro, diretores e assessores do Sindicato já realizaram mais de 520 assembleias na Capital e em Mogi. “Es-tamos em campanha desde setembro, quando realizamos seis grandes mani-festações nas regiões Norte, Oeste, Sul, Leste 1, Leste 2 e Mogi com mais de 18 mil trabalhadores, e continuamos com as assembleias diárias nas portas de fá-brica”, disse Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de S.Paulo e da Força Sindical.Diante da intransigência patronal quanto ao aumento real, o Sindicato tomou vá-rias decisões. Uma foi a entrega da carta de greve para as empresas solicitando a abertura de negociação direta com o Sindicato, já que os grupos patronais re-sistem a apresentar uma contrapropos-ta. “A empresa que não negociar será parada”, disse Torres.A proposta de greve foi aprovada por unanimidade pelos trabalhadores pre-sentes na assembleia, realizada na sede do Sindicato, na Liberdade. Antes da votação, o departamento econômico do Sindicato apresentou dados da eco-
nomia: baixo crescimento do PIB, infl a-ção e juros em alta, crédito mais caro e a expectativa de aumento de preços dos produtos e das tarifas públicas.“Sabemos que a situação econômica está difícil, mas sabemos também que sem aumento de salário vai fi car pior. Os patrões jogaram a crise na mesa de ne-
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Os patrões jogaram a crise na mesa de negociação e vamos responder com greve
Como prevíamos, a política de desoneração da folha de paga-mentos, da forma que foi adotada, mostrou-se, segundo dados do Ministério do Trabalho e da Receita Federal, insufi ciente para barrar o fechamento de postos de trabalho.A Força Sindical lançou este aler-ta assim que o governo anunciou a medida como forma de ajudar aqueles setores que enfrentavam difi culdades econômicas. À épo-ca, já dizíamos que a desoneração tributária seria, sim, uma forma de ajudar aqueles setores que en-frentavam difi culdades, mas que sem contrapartidas para os traba-lhadores, como a impossibilidade de demitir, a medida seria inefi caz. E a constatação de que estáva-mos certos está aí.Em 2012 foram 12 setores que, apesar de serem benefi ciados pela desoneração, fecharam pos-tos de trabalho. No ano seguinte o número de setores desonerados que demitiram subiu para 13 e, em 2014, contando-se o desempe-nho do mercado até setembro e as desonerações até maio, 21 se-tores demitiram. No total, falando-se em valores, mais de 5 bilhões e meio de reais deixaram de ser recolhidos.Outros países, como por exemplo a Coreia e o Japão, que praticam a desoneração tributária, atrelam a medida a uma política industrial muito bem elaborada e defi nida, que acaba por benefi ciar o setor como um todo. A desoneração pura e simples não é condição su-fi ciente.
Miguel TorresPresidente
da Força Sindical
Desonerações não brecam demissões
OPINIÃO
Miguel Torres
da Força Sindical
Os trabalhadores já manifestaram disposição de ir à greve
Miguel: “Sabemos que a situação econômica está difícil, mas sem aumento de salário vai fi car ainda pior”
Fotos: Jaélcio Santana
METALÚRGICOS
Trabalhadores não recebem salários, mas empreiteira não aparece para se explicar
Foto: Vespasiano RochaOs empregados da AN Engenharia, que executam obras de um conjunto habi-tacional, enfrentam vários problemas, entre eles atraso dos salários. O vice-presidente do Sindicato da Constru-ção Civil de Santos e Região, Luiz Car-los de Andrade, explica que os cerca de 240 trabalhadores não têm um técnico de segurança para orientá-los. A obra é da construtora Araguaia Engenharia.“Se o trabalhador não paga pensão alimentícia, é preso. Mas o empre-gador deixa trabalhadores, esposas
CONSTRUÇÃO CIVIL
e filhos sem salários e nada acon-tece”, compara Andrade. No dia 6 o Sindicato, a prefeitura, a CEF e a construtora foram ao escritório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Santos, mas a empreiteira não mandou representantes.“Falta de registro em carteira (60 tra-balhadores são tarefeiros e estão sem registro), atrasos de salários e bene-fícios, péssimas condições de segu-rança, medicina e higiene, persegui-ções e demissões injustas são fatos corriqueiros”, reclama Macaé Braz de Oliveira, presidente do Sindicato.
Categoria intensifica mobilização por aumento real
Protesto em obra no Guarujá