jornal da força sindical - agosto

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30 DE AGOSTO ÓRGÃO OFICIAL DA FORÇA SINDICAL Ano 22 – N o 85 – agosto de 2013 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – www.fsindical.org.br – www.twitter.com/centralsindical Paulinho declarou que os 4 mil delegados aprovaram como uma das resoluções mais importantes a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e pela aprovação da pauta de reivindicações do movimento sindical As entidades preparam o Dia Nacional de Mobilização para acelerar as negociações da Pauta Trabalhista com o governo e Congresso. Haverá paralisações, manifestações e passeatas Centrais protestam no País pela PAUTA TRABALHISTA Pág. 3 Págs. 7 a 11 DIREITOS são prioridade

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Centrais protestam em todo o País pela pauta trabalhista

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30 d

e

agosto

ÓRGÃO OFICIAL DA FORÇA SINDICAL Ano 22 – No 85 – agosto de 2013 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – www.fsindical.org.br – www.twitter.com/centralsindical

Paulinho declarouque os 4 mil delegados

aprovaram como umadas resoluções mais importantes a luta emdefesa dos direitos dos

trabalhadores e pela aprovaçãoda pauta de reivindicações

do movimento sindical

As entidades preparam o Dia Nacional de Mobilização para acelerar as negociaçõesda Pauta Trabalhista com o governoe Congresso. Haverá paralisações, manifestações e passeatas

Centrais protestam no Paíspela Pauta trabalhista

pág. 3

págs. 7 a 11

DirEitOssão prioridade

7o congresso

2 jornal da força sindical — no 85 agosto de 2013 3

www.fsindical.org.br30 de agostoeditorial

Melquíades de Araújo, Antonio de Sousa Ramalho, Levi Fernandes Pinto, Eunice Cabral, Almir Munhoz, Miguel Eduardo Torres, João Batista Inocentini, Paulo Roberto Ferrari, Carlos Alberto dos Reis, Wilmar Gomes dos Santos, José Lião, Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, Antonio Silvan Oliveira, Carlos Antonio Figueiredo Souza, Terezinho Martins da Rocha, Valdir de Souza Pestana, Maria Augusta C. Marques, Fernando Destito Francischini, Francisco Soares de Souza, Gidalvo Gonçalves Silva, Luiz Carlos Gomes Pedreira, Rubens Romão Fagundes, Nilton Rodrigues da Paixão Jr., Nilton Souza da Silva (Neco), Geraldino dos Santos

Silva, Anderson Teixeira, José Pereira dos Santos, Arnaldo Gonçalves, Paulo José Zanetti, Maria Auxiliadora dos Santos, Jefferson Tiego da Silva, Aparecido de Jesus Bruzarrosco, Adalberto Souza Galvão, Ruth Coelho Monteiro, Helena Ribeiro da Silva, Luiz Carlos Anastácio, Hebert Passos Filho, Carlos Cavalcante Lacerda, Elmo Silveira Léscio, Walzenir Oliveira Falcão, Valdir Pereira da Silva, Milton Baptista de Souza Filho, Jamil Dávila e Eliana Aparecida C. Santos

assEssOria POlítiCa: Antonio Rogério Magri, Hugo Martinez Perez, João Guilherme Vargas, Marcos Perioto

aC – Luiz Anute dos Santos; al – Albegemar Casimiro Costa;aM – Vicente de Lima Filizzola; aP – Moisés Rivaldo Pereira;ba – Nair Goulart; CE – Raimundo Nonato Gomes; DF – Carlos Alves dos Santos (Carlinhos); Es – Alexandro Martins Costa; GO – Rodrigo Alves Carvelo (Rodrigão); Ma – José Ribamar Frazão Oliveira; MG – Luiz Carlos de Miranda Faria; Ms – Idelmar da Mota Lima; Mt – Manoel de Souza; Pa – Ivo Borges de Freitas; Pb – Evanilton Almeida de Araújo; PE – Aldo Amaral de Araújo; Pi – Vanderley Cardoso Bento; Pr – Nelson Silva Souza (Nelsão); rJ – Francisco Dal Prá; rN – José Antonio de Souza; rO – Francisco de Assis Pinto Rodrigues; rr – José Nilton Pereira da Silva; rs – Marcelo Avencurt Furtado; sP – Danilo Pereira da Silva; sC – Osvaldo Olavo Mafra; sE – Willian Roberto Cardoso Arditti; tO – Carlos Augusto Melo de Oliveira

PrEsiDENtE:

Paulo Pereira da Silva (Paulinho)sECrEtÁriO-GEral:

João Carlos Gonçalves (Juruna)tEsOurEirO:

Luiz Carlos MottaFuNDaDOr:

Luiz Antonio de Medeiros

EsCritÓriO NaCiONal Da FOrÇa siNDiCal EM brasília:SCS (Setor Comercial Sul) – Qd 02 – Edifício Jamel Cecílio – 3o andarSala 303 – ASA Sul – 70302-905 – Fax: (61) 3037-4349 – Fone: (61) 3202-0074

DirEtOria EXECutiVa: FOrÇa siNDiCal NOs EstaDOs (presidentes)

DIRETOR RESPONSáVEL: João C. Gonçalves (Juruna) JORNALISTA RESPONSáVEL: antônio Diniz (MTb: 12967/SP)

EDITOR DE ARTE: Jonas de lima REDAçãO: Dalva ueharo e Val Gomes REVISãO: Edson baptista Colete ASSISTENTES: Fábio Casseb e rodrigo lico

é uma publicação mensal da central de trabalhadores FORçA SINDICALRua Rocha Pombo, 94 – Liberdade – CEP 01525-010

Fone: (11) 3348-9000 – São Paulo/SP – Brasil

e x p e d i e n t e

www.fsindical.org.br • www.twitter.com/centralsindical • www.facebook.com/Centralsindical • www.flickr.com/photos/forca_sindical

Protestos para avançar nas conquistasOito Centrais Sindicais, entre elas

a Força Sindical, estão organi-zando o Dia Nacional de Mobili-

zação, que pretende deflagrar paralisa-ções, atos, manifestações e passeatas pelo País, no dia 30 de agosto. Será um dia de muita agitação para mostrar o nosso descontentamento pelo des-caso com o qual governo e Congres-so têm tratado os representantes dos trabalhadores.

Aonde for possível fa-remos greves. Mas pode-mos mudar a tática: por exemplo, atrasar a entra-da dos turnos nas em-presas. Caso estas ações não sejam possíveis, os Sindicatos vão comandar manifestações e outras formas de protesto.

As Centrais Sindicais estão descontentes com o governo da presidenta Dilma Rous-seff. Em 2010, ainda em campanha para a Presidência da República, solícita, ela recebeu a nossa pauta unitária, que reúne um elenco de rei-vindicações trabalhistas, sociais, eco-nômicas e políticas.

Os trabalhadores não abrem mão do desenvolvimento sustentável e soberano do Pais, com valorização do trabalho, num cenário de unidade de ação das várias correntes do movi-mento sindical.

Mas definimos como prioritárias a redução da semana de trabalho, com a manutenção dos salários, um novo projeto de terceirização, a re-vogação do Fator Previdenciário e a reforma agrária. Infelizmente, até agora, a presidenta não quis nos re-ceber para tratar das nossas bandei-ras. Por isto, vamos mostrar a nossa revolta protestando nas grandes ci-

dades do Brasil.

7º CongressoAs ações aprovadas

pela Força Sindical e demais Centrais foram referendadas no 7º Con-gresso Nacional da Cen-tral, realizado no final de julho, em Praia Grande. Lá, cerca de 4 mil de-legados decidiram que a luta sindical tem de

estar voltada à Pauta Trabalhista. E que é de responsabilidade dos sin-dicalistas o comando da luta para defender com intransigência os di-reitos dos trabalhadores.

Estes objetivos só serão alcança-dos se o governo controlar a inflação e definir uma política econômica es-tabelecendo o Estado como indutor do desenvolvimento econômico. Deve haver ainda geração de empre-go, distribuição de renda e aumento de produtividade.

Paulo Pereira da Silva (Paulinho)Presidente da Força Sindical

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Formar para transformarartigo

O movimento sindical, historicamente, defende emprego, salário e condições de trabalho. Mas o moderno sindicalismo pode mais.

As direções sindicais podem ampliar a influência da classe trabalha-dora. Ou seja: mais poder político.

Este desejo, justo, requer condições. A primeira é a vontade. A segunda é a formação. Por isto, saúdo a decisão do 7º Congresso Nacional da Força Sindical de apoiar mais investimentos e esforços na formação, para que diretores sejam cada vez mais dirigentes.

O Estado brasileiro, moldado pela Constituição de 1988, resta-beleceu a autonomia sindical. Criou conselhos na administração pública e outros meios, que propiciam a participação da sociedade organizada. E essa participação deve ser cada vez mais efetiva e qualificada.

Na condição de titular da Secretaria de Formação da Central, quero propor algumas iniciativas básicas, que podem nos ajudar na tarefa de formar e transformar.

Oratória (cursos) – Ensinar o básico (pensar o que vai falar e falar o que foi pensado). Recomendo o livro “Como falar bem em público”, de Rivaldo Chinem, editora Discovery;

Memória – Conhecer a história do próprio Sindicato, da Federa-ção, Confederação e Central. Comunicar-se com entidades ligadas à história dos trabalhadores, como o Centro de Memória Sindical (www.memoriasindical.com.br);

Dados – Acessar os sites e documentos/textos do Dieese (economia) e do Diap (política/direito). Também: Força Sindical, demais Centrais e institutos ligados ao trabalhis-mo, como o Instituto João Goulart (www.institutojoaogoulart.com.br);

livro – “O que é participação política”, de Dalmo Dallari, Editora Brasiliense.

Fiz um roteiro singelo. E me coloco à disposição dos compa-nheiros para debater o tema e receber propostas. Afinal, o diá-logo é indispensável à formação e à transformação política e social que todos almejamos.

José Pereira dos Santos, pres. do Sind. dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário de Formação Sindical da Força Sindical

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Dia será de protestos e paralisações no PaísDepois de uma reunião recente re-

alizada pelas Centrais Sindicais e movimentos sociais, ficou definido

que o momento político é favorável à de-flagração do Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, marcado para 30 de agos-to. Neste dia, as ações serão realizadas preferencialmente nos locais de traba-lho, como atraso na entrada dos turnos e paralisações, assim como atos públicos e manifestações. O objetivo é exigir do governo, do Congresso e dos patrões abertura de negociação para encaminhar a Pauta Trabalhista.

Segundo o documento, as prioridades são a derrubada do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, a revogação do Fator Previdenciário, a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas se-manais, sem o corte nos salários, e a re-forma agrária. Por isso, não estão descar-tadas greves, passeatas, manifestações e atos públicos para impedir retrocessos

e ampliar conquistas. “O 30 de agosto dará continuidade aos protestos, passeatas e greves realizadas no dia 11 de junho, assim como poderá potencia-lizar a cobrança da Pauta da Classe Trabalhadora”, avaliou o presidente da Força Sindical/PR, Sérgio Butka.

unidade

Para o sindicalista, apesar da campa-nha dos meios de comunicação, que bus-ca reduzir o protagonismo da classe tra-balhadora na luta por mudanças, a ação unificada do movimento sindical tem rendido frutos e demonstrado a correção das ações. Butka criticou o governo fe-deral por recusar o debate em torno das grandes bandeiras de luta dos trabalha-dores. Além destas reivindicações, ques-tões fundamentais, como mudanças na

economia, o combate siste-mático à inflação e a valori-zação do trabalho, até agora não receberam a atenção da presidenta Dilma Rousseff, e as propostas seguem paradas no Congresso Nacional.

Os dirigentes sindicais con-cordam que a mobilização na-cional dos trabalhadores levou o Congresso a aprovar a lei que destina 75% dos royal-

ties do petróleo para a educação e os outros 25% para a saúde, assim como impediu a aprovação do projeto de lei que trata da ampliação da terceirização. Estudo do Dieese aponta que o serviço terceirizado, conforme consta do proje-to, é danoso para os trabalhadores.

O levantamento constatou que o empre-gado terceirizado recebe salário 27% me-nor que o contratado diretamente, trabalha três horas a mais por semana, permanece 2,6 anos a menos no emprego, e sua ro-tatividade é mais do que o dobro (44,9%

contra 22%) do empregado da empresa contratante. Além

disso, aponta o Dieese, a cada 10 acidentes de traba-

lho, oito acontecem en-tre os terceirizados.

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Butka critica o governo por se recusar a abrir negociação

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www.fsindical.org.brprotesto

Manifestações unem trabalhadores

E m protesto contra o Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, sindicalistas e trabalhadores ligados

a todas as Centrais Sindicais saíram às ruas no dia 6 de agosto. O objetivo foi pressionar governo federal e Congresso a negociar com os trabalhadores uma nova proposta de contrato de prestação de ser-viços terceirizados.

Como estão, o projeto de lei do depu-

as manifestações de protesto contra o PL 4330, que amplia a terceirização, uniram os trabalhadores de todas as

regiões do País. O ato em Salvador (BA) foi realizado pelas Centrais Sindicais em frente à sede da Federação das Indústrias do Esta-do da Bahia (Fieb). “O projeto amplia a ter-ceirização, diminui salários, promove a discri-

tado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), e o substitutivo do relator, o deputado Ar-thur Maia (PMDB-BA), suprimem direitos e precarizam as relações de trabalho no Brasil. Por isso, a revolta dos dirigentes da Força Sindical, CTB, UGT, CUT, CGTB e Nova Central, contra o autoritarismo do governo e patrões, culminou com mani-festações de protesto em capitais do País.

Em São Paulo, três mil manifestantes

bloquearam as duas pistas da avenida Paulista, durante o ato realizado em fren-te ao prédio da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Partici-param trabalhadores metalúrgicos, quí-micos, comerciários, da alimentação, frentistas, gráficos, construção civil, ser-vidores, brinquedos, costureiras, têxteis, vigilantes, telefônicos, edifícios e apo-sentados, entre outros.

PreCarização“A terceirização prejudica os

trabalhadores que, em muitos casos, não têm Convenções Coletivas nem benefícios so-ciais iguais aos de seus com-panheiros que trabalham nas empresas preponderantes”, disse Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical.

Para ele, a unidade das Cen-trais Sindicais é importante para negociar uma boa pro-posta com o governo e os em-presários. Os trabalhadores rechaçam a ideia de terceirizar a atividade-fim, e exigem que o salário do empregado ter-ceirizado seja igual ao do tra-balhador da empresa contra-tante, assim como os direitos previdenciários e trabalhistas.

As Centrais Sindicais exi-gem, também, que o Sindica-

• Fim do Fator Previdenciário;• Jornada de 40 horas semanais, sem redução salarial;• Fim do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização;• Reajuste digno para os aposentados;

paUta t rabal hista• Mais investimentos em saúde, educação e segurança;• Transporte público de qualidade;• Reforma Agrária; • Fim dos leilões do petróleo;• Igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.

minação entre trabalhadores e reduz direitos garantidos na CLT e na Constituição Federal”, declarou a presidenta da Força Sindical-BA, Nair Goulart.

“A terceirização é um mecanismo usado por maus empresários e maus políticos, que se aproveitam enquanto o País discute ou-tras questões para propor medidas como

esta”, disse o presidente da Força Sindical--RS, Clàudio Guimarães Silva, o Janta, duran-te o protesto.

“É a precarização total do ambiente de tra-balho, e o projeto precisa ser derrubado ime-diatamente”, afirmou o presidente da Central--PR, Nelson Silva de Souza, o Nelsão. “Todas as categorias sofrem com a terceirização, e

somente lutando poderemos impedir que o projeto seja aprovado no Congresso Nacio-nal”, disse o presidente da Central-PA, Ivo Borges de Freitas.

Em frente à Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no centro da cida-de, O vice-presidente da Força Sindical-RJ, Marco Antônio Lagos de Vasconcellos, o Marquinho da Força, representando o pre-sidente Francisco Dal Prá, esclareceu: “Es-tamos aqui contra um projeto de lei que tira direitos do trabalhador, como salários

dignos e benefícios assegurados em Con-venções Coletivas”.

“Conseguimos contribuir positivamen-te com os esforços das direções nacionais das Centrais, para barrar no Congresso Na-cional o Projeto de Lei 4330”, disse o presi-dente da Central-MA, José Frazão Oliveira, ao discursar no ato realizado no portão de entrada de veí-culos e funcionários, da Fie-ma (Federação das Indústrias do Estado do Maranhão).

to seja comunicado sobre o processo de terceirização nas empresas, quais atividades serão terceirizadas, quantos trabalhadores serão envolvi-dos no processo e por quanto tempo, destacou o 1º secretá-rio da Força, Sérgio Luiz Leite, o Serginho.

“Também reivindicamos que a empresa contratante seja res-ponsabilizada solidariamente se a companhia contratada não arcar com os direitos trabalhis-tas”, explicou o vice-presidente da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres.

Com a experiência de quem acumulou conquistas históri-cas para os trabalhadores, o movimento sindical tem consciência de que o processo de negociação não avança sem a pressão das bases. “Por isto, va-mos à luta para a construção de uma pro-

Centrais vão às ruas contra a terCeirização

O protesto contra a terceirização mobilizou trabalhadores de grandes e médias cidades do País, como Guarulhos

Miguel defende a derrubada do PL 4330 para negociar uma lei que regulamente a terceirização

posta de serviço terceirizado e das rela-ções de trabalho decorrentes capazes de atender aos interesses dos trabalhadores brasileiros”, disse o sindicalista.

“O Projeto 4330 representa um retro-cesso para os trabalhadores”, critica o pre-sidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, José Pereira dos Santos.

Em São Luís, o ato foi

realizado em frente ao

portão da Fiema

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Defasagem exige correção

Aposentados lutam contra a injustiçaFator previdenciário 7o congresso

Defender os direitos dos trabalhadores de forma intransigente, nem que precise radicalizar a luta contra o governo e patrões, resume o conteúdo das resoluções aprovadas no 7º Congresso

Nacional da Força sindical, realizado no fim de julho, em Praia Grande, baixada santista

Os cerca de 4 mil delegados elegeram a nova diretoria que vai comandar a Central nos próximos quatro anos,

de 2013 a 2017, e reconduziram o metalúr-gico Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, ao comando da entidade. O plenário decidiu que a prioridade da diretoria da Central será a aprovação da Agenda da Classe Tra-balhadora, que propõe o desenvolvimen-to sustentável e soberano do País com a valorização do trabalho, num cenário de unidade das várias correntes existentes no movimento sindical.

“O documento aponta que, para cami-nhar nesta direção, o País precisará de uma

economia marcada pelo controle da infla-ção, pela geração de renda e de emprego, por ganhos de produtividade e pelo aumen-to do investimento. Ao mesmo tempo, será preciso derrubar o Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, revogar o Fator Pre-videnciário e reduzir a jornada de trabalho, sem redução salarial”, relembrou Paulinho.

“Se a presidenta Dilma Rousseff não atender a nossa pauta de reivindicações, o Brasil poderá parar em greve no dia 30 de agosto”, ameaçou o presidente da Força. “O governo afirma que não tem dinheiro para acabar com o Fator Previdenciário, que custará R$ 3 bilhões por ano. No entanto,

dá R$ 18 bilhões aos empresários com a desoneração da folha de pagamento”, la-mentou. Segundo o recém-eleito secretá-rio-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, “foi unânime entre os delegados a aprovação da paralisação nacional, no dia 30 de agosto, em protesto contra o gover-no federal, que vem se recusando a nego-ciar a pauta dos trabalhadores”.

“Agora, precisamos intensificar as mo-bilizações”, resume Miguel Torres, reeleito vice-presidente da Central. “A Força é uma Central comprometida somente com a luta do trabalhador”, afirmou o vice-presidente da Central, Antonio de Sousa Ramalho.

Juruna: Congresso apoia por unanimidade a paralisação nacional

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Ramalho: Central comprometida com os interesses dos trabalhadores

Centro da luta é apaUta trabalhista

O movimento sindical precisa reto-mar a luta pela correção da tabela do Imposto de Renda (IR) da pes-

soa física, pois a defasagem entre a ta-bela e a inflação poderá chegar a 62% até o final de ano. Em 2013, a correção da tabela estabelecida pelo governo fi-cará em 4,5%, que é o centro da meta da inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Ocorre que, a projeção de analistas de instituições financeiras para a infla-ção, medida também pelo IPCA, está em 5,75%, segundo pesquisa do Banco Central (BC). A estimativa é do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional).

Além da luta nas ruas para pressionar o governo a proceder o reajuste da tabela

bandeira do movimento sindical há mais de 10 anos, o Fator Previden-ciário está sob ataque das Centrais

Sindicais e dos aposentados da Força Sindical de todo o País. Dia 13 de agosto foram realizadas passeatas e manifesta-ções de protesto em frente às sedes do INSS em vários Estados e cidades, para pressionar o governo a extinguir a legis-lação que trata do assunto e promover a recuperação do poder de compra dos aposentados.

Em São Paulo, a concentração aconteceu em frente ao Sindicato Nacional dos Apo-sentados da Força Sindical (Sindnapi). De lá, os manifestantes seguiram em passeata até a sede do INSS, no Centro. “Nossa luta tem por objetivo exigir respeito e dignida-de para homens e mulheres que, durante anos, contribuíram para o crescimento do nosso País”, declarou Hélio Herrera, o Peni-nha, presidente do Sindnapi-SP.

Além dos aposentados, aderiram ao pro-testo na Capital paulista os metalúrgicos, gráficos, telefônicos, brinquedos, vestuá-rios, saúde, eletricitários e rurais.

do IR, as Centrais Sindicais precisam su-gerir uma legislação que trate da correção gradativa da tabela do Imposto de Renda. Na visão do movimento sindical, a tabela não pode ficar atrelada a qualquer índice inflacionário, mas sim ao rendimento mé-dio do trabalhador assalariado”.

Para dimensionar o prejuízo dos assa-lariados com a não correção da tabela, o Sindifisco Nacional explicou que o contri-buinte que, em 1996, ganhava nove salá-rios mínimos, era isento do Imposto de Renda. Agora, informou, quem ganha 2,5 salários é obrigado a pagar. A explicação é que a não correção da tabela fez com que várias pessoas que estavam isentas, por causa da renda baixa, fossem pau-latinamente ingressando na condição de contribuinte.

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“O fim do Fator é uma reivindicação do movimento sindical desde 1999, quando a medida foi criada pelo governo FHC”, lem-brou Peninha. “Queremos que o governo acabe com este mecanismo, que diminui em até 40% o valor das aposentadorias do trabalhador de acordo com a idade com que ele se aposenta”, afirmou.

O sindicalista disse que documento com as reivindicações dos aposentados foi en-

tregue à superintendente do INSS de São Paulo, Dul-cina Golgato. Atos foram re-alizados em várias cidades de São Paulo e capitais do País. “Fomos às ruas para mostrar a nossa indignação e pressionar para que o go-verno atenda as nossas rei-vindicações”, finaliza,

osasCoOs trabalhadores e apo-

sentados da região de Osasco protestaram contra

o Fator em frente à sede da Gerência Regional do INSS na cidade. “Te-mos um problema grave na região: o aten-dimento dos peritos, que dão alta mesmo a pessoas doentes”, denunciou o vice-pre-sidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Carlos Aparício Clemente.

Foram realizadas manifestações tam-bém em Brasília (DF), Florianópolis e Brus-que (SC), Salvador (BA), Curitiba (PR) e Cuiabá (MT).

imposto de renda

Aposentados de Brasília também foram às ruas exigir dignidade

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Intensificar a luta pela igualdade

Força Sindical cria Secretariado das Domésticas

Os delegados ao 7º Congresso Nacional da Força Sindical aprovaram moções

pela autodeterminação e independência do povo saharauí – que luta por uma vida digna, por território e por liberdade – e pelo reconhe-cimento da Palestina como Estado membro da Organização das Nações Unidas (ONU).

Também foram aprovadas moções con-tra práticas antissindicais ocorridas na Co-lômbia, Guatemala e Venezuela. As centrais sindicais colombianas (CGT, CUT, CTC), com apoio da CSI e CSA, vêm denuncian-do a sistemática perseguição e assassinato de trabalhadores e dirigentes sindicais na Colômbia.

A Força Sindical repudia veementemente a perseguição, assassinatos e os ataques aos direitos dos trabalhadores e ao movimento sindical colombiano. “Exigimos o fim da vio-lência e da perseguição, e os ataques aos di-reitos dos trabalhadores(as) colombianos(as), e a imediata abertura de diálogo social que atenda ao clamor e às reinvindicações do mo-vimento sindical”.

“Expressamos a nossa solidarieda-de e total apoio ao processo de unidade de ação, e às demandas e reivindicações apresentadas pelas entidades sindicais da Colômbia em defesa da vida e de uma so-ciedade mais justa”, disse Nilton Souza da Silva, o Neco, secretário de Relações Inter-nacionais da Força.

O diálogo também foi a alternativa apon-tada pela Força Sindical para que trabalha-dores, governo e empresários possam che-gar a um entendimento na Venezuela.

No Encontro Nacional dos Comerciá-rios da Força Sindical, realizado dois dias antes do Congresso Nacional

da Força Sindical, em Praia Grande, os dele-gados decidiram planejar ações de atuação do Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Sentracomserv) na estrutura da Força Sindical. O objetivo é estabelecer formas de lutas unitárias para garantir e ampliar direitos, gerar empregos e promover a cidadania.

Segundo o coordenador do Secretariado, Luiz Carlos Motta, o setor precisava firmar posições unitárias para participar na direção da Central nos próximos quatro anos. “Com-pomos hoje a categoria profissional que mais cresce no Brasil, e este crescimento precisa vir acompanhado por uma efetiva organização sindical. Também detemos for-te peso na economia nacional”, disse Motta, que foi reeleito tesoureiro da Força.

Segundo ele, os integrantes do Sentra-

as mulheres da Força Sindical deba-teram seus problemas e bandeiras de luta em duas oportunidades: no

Encontro Nacional realizado em 22 de ju-lho e na Plenária Pacional em 24 de ju-lho, em Praia Grande, praticamente junto com o Congresso Nacional da Central.

No Congresso Nacional da Força Sin-dical foi criado o Secretariado das Domésticas da Central, que hoje

conta com 12 sindicatos filiados. “Nossa intenção é debater os temas de interesse da nossa categoria e organizá-la para que possamos desenvolver um bom trabalho”, declarou Eliane Gomes, coordenadora do Secretariado.

No entanto, “agora, nossa prioridade é sensibilizar os parlamentares no Congres-

7o congresso

comserv chegaram ao Congresso Nacio-nal preparados para discutir os rumos da Força e compor, com seus demais qua-dros, uma unidade proativa, na qual cada categoria tenha seu peso e representa-tividade reconhecidos e valorizados. Na visão do dirigente, a entidade dos comer-ciários vem se consolidando na estrutura sindical de modo contínuo, promovendo ações planejadas e em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Exe-cutiva Nacional da Central.

Em todo o Brasil, há 12 milhões de co-merciários reunidos em entidades repre-sentativas, que somam força às bandeiras de lutas unitárias da Central, como a Pauta Trabalhista, sem deixar de avançar junto às causas dos comerciários.

“Foi um debate rico, pudemos conhe-cer as dificuldades que as companheiras enfrentam em suas bases, e discutimos um projeto para ser executado em qua-tro anos para organizar as trabalhadoras”, declara Maria Auxiliadora dos Santos, se-cretária da Mulher da Central.

so Nacional a mudar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que iguala os di-reitos das domésticas aos dos demais tra-balhadores. O texto aprovado no Senado exclui o Sindicato da negociação entre a trabalhadora(o) e o patrão(oa), e não obri-ga o recolhimento da Contribuição Sindical para as duas partes. Estes dois pontos nos prejudicam ”, disse Eliane Gomes.

“É fundamental o Sindicato negociar pela categoria, e a Contribuição Sindical é ne-

“As mulheres”, disse Auxilia-dora, “querem mais qualificação para se tornarem aptas a deba-ter os temas que interessam às trabalhadoras nos Sindicatos e nas bases. Nossa estratégia é inserir mais gente nas entidades sindicais”.

PrioridadesPara as trabalhadoras, as prio-

ridades são a aprovação do Pro-jeto de Lei 6653/2009, de autoria dos deputados Valtemir Pereira e Alice Portugal, que cria meca-nismos para garantir a igualdade entre homens e mulheres no trabalho urbano e rural, que está em tramitação na Câmara dos Deputados. E, no Senado Fede-ral, aprovar o PL 136/2011, de au-toria do senador Inácio Arruda.

Outra proposta é a PEC (Pro-posta de Emenda à Constituição) 30/07, que amplia a licença-ma-

ternidade para 180 dias às trabalhadoras o setor privado. As mulheres pedem, ainda, a ratificação das Convenções 156 da OIT, que trata de igualdade de oportunidades e de tra-tamento para trabalhadoras e trabalhadores com responsabilidades familiares, e a 189, da OIT, que trata do trabalho doméstico.

cessária”, afirma Jorge Ednar Francisco, Jor-ginho, presidente do Sindicato dos Empre-gados Domésticos de São Caetano do Sul e Coordenador-Adjunto do Secretariado da Força Sindical. A base da entidade abrange os municípios de Santo André, São Bernar-do, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

“Vou protocolar nossa pauta de reivindi-cações no sindicato patronal reivindicando os R$ 755 aprovados em municípios da re-gião metropolitana de São Paulo. O próxi-mo passo será trazermos mais Sindicatos para a Central”, completou Jorginho.

Auxiliadora declarou que as mulheres debateram um projeto de atuação nos locais de trabalho e nas entidades sindicais

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Motta: os comerciários precisam firmar posições unitárias

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os Salários são superiores

aos de outras categorias Estudo do Dieese, que

compara o perfil dos tra-balhadores da indústria

química com outras categorias, dá conta de que os emprega-dos do setor têm uma remune-ração média nominal superior a quase todos os profissionais de outros segmentos.

A informação é do coor-denador Nacional da Secre-taria Nacional dos Químicos (SNQ), Herbert Passos, e foi apresentada no Encontro Nacional dos Trabalhadores Químicos, realizado em Praia Grande antes do Congresso da Força. Reuniu químicos,

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petroleiros, papeleiros, borra-cheiros, vidreiros e derivados de petróleo, entre outros

O estudo, tirado da Rais/MTE de 2011, mostra que os traba-lhadores químicos analfabetos possuem remuneração média nominal (R$ 990,22) apenas in-ferior aos analfabetos da área metalúrgica (R$ 1.360,81). Do mesmo modo, os químicos com ensino superior incomple-

to possuem remuneração média nominal (R$ 4.071,78) somente inferior aos traba-lhadores farmacêuticos com ensino supe-rior incompleto (R$ 5.786,73).

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Herbert Passos aponta estudo do Dieese que compara salários

Participação na estruturada Central

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Congresso aprovou moções pela autodeterminação do povo saharauí

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Direito se garante comUNIDADE e LUTA

O movimento sindical do mundo precisa reforçar os laços de solidariedade in-ternacional e a unidade de ação para

enfrentar os ataques aos direitos dos traba-lhadores e avançar nas conquistas. A avalia-ção é do secretário de Relações Sindicais da Força Sindical, Nilton de Souza da Silva, o Neco, ao final da 5ª Conferência Interna-cional da Central, que reuniu cerca de 100 dirigentes sindicais estrangeiros.

O evento foi realizado em Praia Gran-de, Estado de São Paulo, dias antes do 7º Congresso Nacional da Força Sindical. “A expressiva participação de dirigentes sin-dicais da África, Ásia, Europa e das Améri-

cas mostrou que a unidade do movimento sindical é fundamental para enfrentar os desafios e ampliar as conquistas trabalhis-tas”, explicou o sindicalista.

Para o secretário-geral da CSA, Victor Báez, os trabalhadores precisam travar uma luta pelo desenvolvimento sustentá-vel para possibilitar a introdução, nos seus países, da proposta do trabalho decente e da liberdade de organização sindical. “De cada 100 trabalhadores no mundo, 85 não estão organizados”, revela.

qualidade de vida“Os trabalhadores não buscam alcançar

apenas suas pautas específicas, mas tam-bém conquistar qualidade de vida para eles, suas famílias e para as suas comunidades”, destacou o secretário-geral da Força Sindi-cal, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

Vice-presidenta da Confederação Sin-dical Internacional (CSI) e presidenta da Força-BA, Nair Goulart declarou que as demandas da sociedade por avanços nas políticas sociais, infraestrutura e desenvol-vimento foram contempladas nas greves e mobilizações deflagradas no Dia Nacional de Luta, realizado em 11 de julho.

A delegação estrangeira reuniu Victor Báez; José Del Valle (secretário Interna-cional da Croc-México); Jaime Arciniega (presidente da CSE-Equador); Carlos Ro-drigues (especialista da OIT-Actrav-Chile); Koos Bezuidenhout (presidente da Fedusa--África do Sul); Francisco Javier de Vicente (secretário Internacional da USO-Espanha); Zheng Jaheng (Departamento da Federa-ção Nacional de Sindicatos da China); Julio Roberto Gomes Esquerra (presidente da CGT-Colômbia); e Andre Thomas (secretá-rio Internacional da Força Ouvrieri-França).

Neco defende a unidade de ação e a solidariedade para enfrentar ataques contra os direitos dos trabalhadores

Encontro sobre saúde reuniu Arnaldo, Serginho, Ortiz e Ruth

Realizado em Praia Grande, o evento

teve a participação de dirigentes da

África, Ásia, Europa e das Américas

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Nair: as demandas da sociedade

foram contempladasem 11 de julho

Báez: “Os trabalhadores precisam lutar pelo desenvolvimento sustentável”

7o congresso

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Luiz Antonio de Medei-

ros, assumiu no final de julho o cargo de Superintendente Regional do Trabalho em São Paulo. Ele foi empossado pelo minis-tro do Trabalho, Manoel Dias, em evento realizado na sede da Superintendência, na Capital. Segundo Medeiros, a Superin-tendência está sucateada, o salário dos funcionários é baixo e não tem plano de carreira, mas vamos arregaçar as mangas e resolver esses problemas”, garantiu.

O sindicalista declarou que o Ministé-rio do Trabalho é importante para os sin-dicalistas e os trabalhadores, mas perdeu essa função de mediador dos conflitos trabalhistas. “Hoje, se convida a empresa para comparecer à Delegacia; ela tem que ser convocada, não convidada”, explicou.

Medeiros garantiu que vai intensificar a luta contra o trabalho escravo e infantil. “Isto é uma vergonha, pode vir peruano, boliviano, mas tem que registrar em cartei-ra. Se não, além de ser trabalho escravo, é concorrência desleal. E lugar de criança é na escola, não no trabalho”, afirmou.

A seu ver, o Ministério é referência para o trabalhador, porém não tem quadro de pessoal suficiente para atender às de-mandas dos trabalhadores. “Queremos fazer convênio com a Secretaria Munici-pal de Emprego para trazer a CAT (Central de Atendimento ao Trabalhador) e ajudar a gerar empregos”, disse.

Medeiros assumea Superintendência

Capacitar dirigentese assessores sindicais

No planejamento da Secretaria de Saúde e Segurança no Trabalho da Força Sindical, consta a realização

de oficinas regionais para a educação e capacitação de dirigentes e assessores sindicais para atuar na área da prevenção e melhorar a saúde no ambiente profissio-nal. Dias antes do 7º Congresso Nacional, dirigentes e assessores de Sindicatos fi-liados à Central se reuniram para debater a saúde nos locais de trabalho.

Secretário Nacional de Saúde e Seguran-ça, Arnaldo Gonçalves afirmou que, para a saúde e a segurança serem eficazes nos locais de tra-balho, é preciso conscienti-zar e preparar as lideranças sindicais. “Melhores condi-ções de saúde e segurança de trabalho passa, necessa-riamente, por uma agenda de promoção do trabalho decente”, explicou.

“Por isto, a Força já está implementando cursos à distância sobre os temas, a fim de criar um ‘exército’

Os empresários pretendem atacar as normas que proporcionam seguran-ça aos trabalhadores na atividade do

dia a dia, especialmente a Norma Regula-mentadora nº 12. A NR define referências técnicas e medidas de proteção a serem adotadas em máquinas e equipamentos usados pelas empresas no Brasil.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a adaptação às novas re-gras gera um custo estimado em R$ 100 bilhões. Já o prazo apertado para a instala-ção dos mecanismos de proteção nas má-quinas triplicou as interdições desde 2007.

de profissionais aptos a atuar na preven-ção e na erradicação dos acidentes, mor-tes e doenças profissionais”, declarou o assessor da Secretaria, Rogério de Jesus Santos. “Temos de aumentar o controle social para acabar com os acidentes e as doenças”, completou.

“Nós, da CSA, queremos somar esfor-ços com a Força Sindical para alcançar mais conquistas relacionadas à saúde e segurança para todos os trabalhadores”, observou o secretário de Políticas Sociais da CSA, Laerte Teixeira Costa.

Por isto, eles querem modificar as mais recentes alterações feitas nas regras de segurança de equipamentos e máquinas usadas no País. A NR 12 é resultado das negociações entre trabalhadores, gover-no e os próprios empresários.

Segundo o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Luiz Carlos de Oliveira, o Luizinho, a Força Sindical não pode permitir retrocesso na área da saúde e segurança no trabalho. “Reduzir a prote-ção aos trabalhadores significa uma atitude criminosa a um dos direitos mais sagrados do cidadão: a vida”, declarou.

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Patrão ataca NR que protegea vida do trabalhador

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O ministro deu posse ao sindicalista

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Eusébio Luís Pinto Neto, lutam por melhores salários e melhorias nas condições de traba-lho. Eles pressionam o setor patronal pela reabertura das negociações, suspensas des-de 23 de maio. Como o patronal só ofereceu a reposição da inflação (6,95%), a categoria agendou protestos em Friburgo, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda, Baixada Flumi-nense e Niterói. Os donos de postos defen-dem as negociações.

alimentação Os mais de 188 mil trabalhadores das áreas

de bebidas, doces e conservas, carnes e deri-vados, frio (frigoríficos), rações, usinas e sucos, com data-base unificada em 1º de maio, conse-guiram reajustes de 8% a 8,5%. Melquíades de Araújo, presidente da Federação dos Trabalha-dores nas Indústrias da Alimentação do Estado de SP, considera “bom o resultado” pois, além dos reajustes (equivalentes a aumentos reais de 1,25% e 1,33%), conquistou-se a valorização dos pisos salariais, da PLR e da cesta básica. Agora começam as negociações do 2º semes-tre nos setores de torrefação, laticínio, padarias

e plúrimo (balas e biscoi-tos, além de outros).

As cerca de 80 mil costureiras de São Pau-lo terão os seus salários reajustados em 8,6% (inflação mais 2,22% de aumento real) em 1º de agosto, conforme Con-venção Coletiva assinada com os patrões. “Fecha-mos um ótimo acordo, mas ainda precisamos

tirar muitas coisas do papel”, avaliou a presidenta do Sindicato da categoria, Eunice Cabral.

Os 2.200 trabalhadores das indústrias de instrumentos musicais do Estado de São Paulo conquistaram reajuste salarial de 7,95%, que corresponde a 1% de aumento real na data--base, 1º de junho, porém o piso salarial terá aumento real de 2%, passando o salário nor-mativo para R$ 983,40.

Foram mantidas as cláusulas da Conven-ção Coletiva. “Foi o acordo possível”, declarou Maria Auxiliadora dos Santos, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Brinquedos e Instrumentos Musicais.

res nas Indústrias Químicas do Estado de São Paulo (Fequimfar) realiza assembleias para de-finição da pauta econômica dos 115 mil tra-balhadores. Segundo o presidente Sérgio Luiz Leite, o Serginho, o ob-jetivo é conquistar 6% de aumento real, PLR e valorização do piso.

A Federação dos Co-merciários do Estado de SP e 68 Sindicatos filiados, representando 2,5 milhões de traba-lhadores, querem piso salarial único de R$ 1.214, aumento real de 5%, anotação do cargo de comerciário na Carteira de Trabalho, aviso prévio especial aos comerciários com mais de 45 anos de idade e cinco anos de trabalho na mesma empresa, PLR, vale refeição, seguro de vida e garantia mínima ao comissionista. “É a primeira campanha que vamos discutir já com a profissão regulamentada. Esta conquis-ta fortalece as reivindicações”, diz Luiz Carlos Motta, presidente da Federação.

frentistasCom data-base em junho, os trabalhadores

de postos de combustíveis do Estado do RJ, liderados pelo Sinpospetro/RJ, presidido por

campanha salarial

Categorias lutam por aumento real,Construção pesada conquista aumento de 10%

valorização do piso e benefíciosOs 800 mil metalúrgicos no Estado

de São Paulo vão brigar por aumen-to real e jornada de 40 horas sema-

nais, na data-base da categoria, em 1º de novembro. A campanha salarial começou com uma assembleia realizada na Federa-ção dos Metalúrgicos, presidida por Cláu-dio Magrão de Camargo Crê, mobilização das bases e entrega da pauta de reivindi-cações à Federação das Indústrias do Es-tado de São Paulo (Fiesp).

Para Miguel Torres, presidente do Sindi-cato dos Metalúrgicos de São Paulo e da CNTM, que representa 1,2 milhão de tra-balhadores, “é preciso aproveitar o clima de unidade do movimento sindical e de grande mobilização nacional para enfren-tar os desafios, partir com força nas nego-ciações com o setor patronal e conquistar bons aumentos de salários e benefícios”. Os metalúrgicos de São Paulo defenderão avanços na Convenção Coletiva para as mulheres e jovens, e melhorias nas condi-ções de saúde e segurança do trabalhador.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgi-cos de Ipatinga/MG, Gláucio Er-vilha, diz que “mesmo diante de um cenário difícil para o setor si-derúrgico, a entidade lutará por aumento real e abono para os 40 mil trabalhadores da base”.

Piso salarialO movimento sindical luta

também pela valorização do piso salarial das diferentes ca-tegorias. No ano passado, se-

após mais de um mês de nego-ciação, o Sintepav-PE fechou a Convenção Coletiva com os pa-

trões da construção pesada prevendo reajuste salarial de 10%. O aumento será aplicado sobre os salários dos 50 mil trabalhadores lotados no Complexo Industrial de Suape, na data-base da ca-tegoria, 1º de agosto.

Eles também conquistaram cesta básica de R$ 310,00, e os dias parados por causa de greves deflagradas ante-riormente, como a do Dia Nacional de

Depois de 17 dias de greve, os 4 mil ope-rários das 15 empreiteiras que pres-tam serviços à Usiminas decidiram em

assembleia voltar ao trabalho, no dia 22 de agosto. Eles aceitaram proposta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que, ao julgar o movimento não-abusivo, concedeu reajuste salarial 8,99% e cesta básica de R$ 108,99 a todos os empregados. O índice será aplica-do na data-base, em 1º de agosto.

“Os dias parados serão assumidos pelas

gundo o Dieese, as negociações dos pisos conquistaram aumento real médio para os salários de ingresso dos trabalhadores de 5,62% acima da inflação medida pelo

INPC-IBGE. A expectativa é re-petir esse bom desempenho. Para o Dieese, cabe ao movi-mento lutar para a manutenção da política de valorização do salário mínimo, “uma vez que esta tem sido uma forte aliada na luta para a elevação dos pa-tamares mínimos de remunera-ção e, consequentemente, re-dução da desigualdade social”.

A Federação dos Trabalhado-

Eunice comandou assembleia que aprovou a Convenção Coletiva, que prevê reajuste salarial de 8,6%

Presidida por Macaé, a assembleia dos trabalhadores decidiu acabar com a greve

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Os aeroviários (trabalhadores que atuam no solo) e aeronautas (pessoal de voo),

com data-base em dezembro, farão um Seminário na Bahia em setembro. Segun-do Reginaldo Alves de Souza, presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de SP, devem participar cerca de 80 dirigentes para discutir a atual conjuntura, as campa-nhas salariais já realizadas e definir um índi-

Briga por salário e contra demissõesce de aumento real. “Queremos melhores salários e condições dignas de trabalho”. O Sindicato dos Aeronautas de São Paulo, presidido por João Pedro Passos de Sousa Leite, também integra a campanha salarial. As duas entidades lutam contra as desne-cessárias demissões anunciadas pela TAM, que pretende cortar do seu quadro 811 pilo-tos e comissários.

Mobilização, em 11 de julho, foram abo-nados. Segundo o presidente do Sindi-cato, Aldo Amaral de Araújo, a luta ama-dureceu os trabalhadores das empresas que atuam no Complexo, que passaram a lutar de forma mais inteligente.

“Os companheiros passaram a reco-nhecer os esforços que o Sintepav-PE vem desenvolvendo ao longo de todo o ano, principalmente durante a Campanha Salarial”, observou o sindicalista. Para os outros 10 mil trabalhadores de empresas que atuam foram do Complexo, o reajus-te salarial é o mesmo, e o valor da cesta básica passou para R$ 150,00.

empresas, e o TRT concedeu aos grevistas 90 dias de garantia de emprego”, informou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial de Santos e Região (Sintracomos), Macaé Marcos Braz de Oliveira. O mesmo percentual de reajuste salarial será aplicado no prêmio de Participação nos Lucros ou Re-sultados (PLR). Para Macaé, o resultado foi “positivo”, ainda mais que os dias de greve não serão descontados.

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Magrão vai presidir as negociações dosmetalúrgicos com os patrões

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Eusébio enfrenta a intransigência patronal na Campanha Calarial

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Araújo vai dirigir as negociações em nome de 188 mil trabalhadores

operário ganha 8,99% de reajuste

14 jornal da força sindical — no 85 agosto de 2013 15

www.fsindical.org.br4o congresso

Convenção 158 da OIT impõe limites às demissões

Ministro garante direitos dos trabalhadoresO governo federal vai de-

fender os direitos dos trabalhadores garantidos

na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O alerta foi dado pelo ministro do Trabalho e Em-prego (MTE), Manoel Dias, aos dirigentes sindicais da Força Sindical do Rio de Janeiro, con-forme informou o presidente da Central, Francisco Dal Prá.

“O ministro disse que não adianta a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) falar em flexibilização. Se a ditadura não acabou com a CLT, os empresários não vão acabar agora com ela. No Bra-sil, temos uma lei que protege o trabalhador e vamos defen-dê-la”, contou Dal Prá, ao reve-lar que estava reproduzindo as declarações de Dias.

Segundo o dirigente da Cen-tral, o ministro ouviu as críticas

as altas taxas de rotativi-dade da mão de obra no setor privado têm impe-

dido um aumento significativo no rendimento do trabalho, apesar da redução progres-siva da taxa de desemprego verificada nas regiões metro-politanas desde 2004. O de-semprego caiu de 20,8% (em 2003) para 15,6% (em 2007), enquanto o rendimento dos ocupados diminuiu, em média, 26,1% entre 1998 e 2003.

No mesmo período, os ga-nhos dos assalariados sofre-ram queda de 23,2%. De 2004 a 2007, período de crescimento econômico, a elevação dos ren-dimentos foi de apenas 4,1% e 3%, respectivamente. As in-formações constam do estudo ‘Impactos da rotatividade na renda dos trabalhadores – Uma análise do período atual’, ela-borado pelos economistas do Dieese Miguel Huertas Neto e Patrícia Lino Costa.

“Isto ocorreu por causa da flexibilidade do mercado de tra-

dos sindicalistas sobre a baixa qualidade da educação e da saúde pública. Pediram, ain-da, mudanças no atendimen-to às Centrais Sindicais, que não têm sido recebidas pela presidenta da República Dilma Rousseff. Em tom de crítica, Dal Prá reivindicou também do Ministério velocidade no anda-mento dos processos de regis-tros sindicais, e que a pasta aja democraticamente, não priori-zando nenhuma Central.

Depois de o presidente da Força Sindical solicitar o in-cremento de cursos de qua-lificação profissional, com recursos do Fundo de Ampa-ro ao Trabalhador (FAT), Dias explicou que o acordo firma-do com o Ministério da Edu-cação vai proporcionar mais recursos para a qualificação, além da verba do FAT.

balho no País, que permite aos empresários demitirem seus empregados sem a necessidade de apresentar nenhum motivo”, explicou Huertas, da subseção do Dieese da Força Sindical. Se-gundo ele, a taxa de rotatividade no Brasil, em 2007, para o mer-cado formal de trabalho no setor privado, foi de 46,1%.

reduzir CustosAlém de aumentar os cus-

tos do seguro-desemprego, a rotatividade, usada pelas em-presas para reduzir custos, produz achatamento salarial e redução do padrão de vida do trabalhador, que também fica impedido de se especializar na função que desempenha. Para combater esta prática, as Centrais Sindicais vão ter de pressionar o Congresso a aprovar a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que impõe limi-tes às demissões imotivadas, conforme avaliação da direção da Força Sindical.

rotatividade

Estivadores de Santos já ocuparam até navio para exigir suas reivindicações

Manoel Dias recebe sindicalistas do Rio e rechaça flexibilização de direitos

Desafios da atual realidade portuáriaO presidente do Sindicato dos Estivado-

res de Santos e Região, Rodnei Oli-veira da Silva, declarou que a principal

luta da categoria é garantir que a Embraport (Empresa Brasileira de Terminais Portuários) opere com os trabalhadores avulsos. Se-

Aposentados elegem nova diretoriaOSindicato Nacional dos Aposentados,

Pensionistas e Idosos da Força Sindi-cal (Sindnapi) encerrou seu 4º Congres-

so Nacional com a eleição da nova diretoria, formada por 60 diretores que vão comandar a entidade no período de 2013 a 2018.

“Entre as principais bandeiras de luta para os próximos cinco anos aprovadas pelo plenário do Congresso, destacam-se a recuperação do poder de compra dos benefícios e aumento real para quem ga-nha acima de um salário mínimo”, informou João Batista Inocentini, presidente do Sin-dicato dos Aposentados.

Realizado em Serra Negra de 6 a 8 de agosto, o evento reuniu 1.100 delegados com direito a voto eleitos em plenárias es-taduais em todo o País, além de cem con-vidados, incluindo uma delegação italiana da UIL Pensionati.

Também foram aprovadas no Congres-so a deflagração de lutas pela isenção do Imposto de Renda, criação do índice de in-flação da Terceira Idade, desaposentadoria,

pela distribuição gra-tuita de medicamen-tos e pela Secretaria Nacional dos Aposen-tados (para fortalecer a representatividade dos aposentados no governo federal).

Outro objetivo do Sindnapi é lutar con-tra o Fator Previden-ciário, que reduz os benefícios de quem vai se aposentar.

No balanço relati-vo à gestão passada, destacaram-se a po-lítica de recuperação do salário mínimo, a conquista de medica-mentos mais baratos, a antecipação do rea- juste anual para janeiro, recebimento dos benefícios até o 5º dia útil do mês, paga-mento em julho da primeira parcela do 13º salário, além da recuperação das perdas

gundo Rodnei, a empresa quer contratar trabalhadores com vínculo empregatício para uma jornada de trabalho de 8 horas.

O líder explica que os avulsos, além de terem os mesmos direitos da mão de obra celetista, têm jornada de 6 horas

e, em média, recebem salários maiores. “Estamos tentando mostrar as vantagens de a empresa requisitar os avulsos, que são uma mão de obra qualificada, organi-zada e disciplinada”, diz Rodnei, destacan-do também a vantagem econômica para a empresa, pois os avulsos só recebem quando são escalados.

No País, a Federação Nacional dos Es-tivadores, presidida por Wilton Ferreira Barreto, tem realizado uma série de as-sembleias e plenárias com os sindicatos filiados para preparar a categoria (formada por cerca de 30 mil trabalhadores de 42 portos) para novos protestos em todo o País contra os prejuízos da nova Lei dos Portos e a concorrência desleal entre portos públicos e privados. “Aguardamos uma decisão favorável à participação de nossos trabalhadores nos terminais priva-dos”, diz Wilton.

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taxa de rotatividade Brasil – 1997-2007 (em %)

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OBS.: foram excluídos os trabalhadores da Administração Pública

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Inocentini: as bandeiras incluem a recomposição das aposentadorias e aumento real

dos planos econômicos e nas poupanças.“Nosso Sindicato resgatou com ho-

nestidade a dignidade dos aposentados. Éramos tratados como problema pelos governantes, hoje somos respeitados”, avalia Inocentini.

16 jornal da força sindical — no 85

memória sindical

Em março de 1953 a maior parte dos traba-

lhadores paulistas realizou uma greve geral contra a ca-restia, que ficou conhecida como Greve dos 300 mil.

O estopim da greve foi o alto custo de vida, que, con-forme dados da Fundação Getúlio Vargas, subiu cerca de 100% entre os anos de 1943 e 1951, em São Paulo, enquanto o salário mínimo subiu apenas 14%.

Entretanto, seus desdobramentos fo-ram mais políticos do que financeiros, e a greve resultou em uma profunda transfor-mação no sindicalismo brasileiro.

Desde o início, o movimento demons-trou-se preocupado não apenas com o poder aquisitivo do trabalhador, mas prin-cipalmente com a política que regia as re-lações de trabalho e com a confiabilidade dos órgãos que calculavam os salários e o custo de vida. Vale registrar que a preocu-pação com estes cálculos já estava coloca-da desde a greve dos bancários, em 1951.

Comandada pelo Partido Comunista Bra-sileiro, contando também com filiados do PSB, PTB, PSP e PSD, a Greve dos 300 mil se iniciou com a assembleia geral dos tecelões, em 10 de março de 1953, e teve a gradativa adesão de outras categorias, como metalúrgicos de São Paulo, madei-reiros, gráficos e vidreiros.

No dia 18 de março daquele ano, uma passeata chamada de “Panela Vazia” reu-niu 60 mil pessoas, que caminharam da Praça da Sé até o Palácio Campos Elísios, então sede do governo do Estado, exigin-do o reajuste salarial. Uma semana depois

cerca de 300 mil pessoas paralisaram suas atividades laborais.

Como naquela época os Sindicatos es-tavam atrelados à estrutura corporativista do Estado, os trabalhadores, na realização da Greve dos 300 mil, se organizaram a partir de comitês de empresa nos locais de trabalho.

A partir desses comitês foi formado, no vigésimo dia de paralisação, o Comitê In-tersindical de Greve, reunindo as catego-rias e estabelecendo um acordo pelo qual a greve só terminaria quando houvesse condições gerais que atingissem a todos, evitando possíveis divisionismos forjados pela Justiça do Trabalho do Estado.

Apesar de cerca de 400 grevistas terem perdido seus empregos ao voltarem aos seus trabalhos (a presença de grevistas nas fábricas não era aceita pelos patrões), a greve foi vitoriosa em vários níveis:

Em primeiro lugar – o aumento salarial de 32% foi alcançado.

Em segundo lugar – deste processo surgiu um senso de unidade intersindical criando condições para o surgimento do Pacto de Unidade Intersindical (PUI), que

*Carolina Maria Ruy é jornalista, coordenadora de projetos do Centro de Cultura e Memória Sindical

a greve dos 300 mil não apenas alcançou seu objetivo financeiro, que era o reajuste salarial de 32%, como também criou condições para o surgimento de entidades intersindicais, formou lideranças operárias e pressionou o presidente getúlio Vargas a nomear um ministro do trabalho comprometido com a melhoria das condições de vida dos trabalhadores: João goulart.

foi a primeira de uma série de entidades intersindicais, como Pacto de Unidade e Ação (PUA), o Fórum Sin-dical de Debates, o Depar-tamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-econômicos (Dieese), fun-dado em 1955 atendendo à demanda de um órgão de cálculos confiável, colocado na greve dos bancários em 1951 e, mais tarde, o CGT (Comando Geral dos Traba-lhadores).

Em terceiro lugar – a gre-ve formou lideranças sindi-cais, como os metalúrgicos Remo Forli, Conrado Del Papa, Henos Amorina e Eu-genio Chemp, os tecelões Nelson Rusticci, Antonio Chamorro e Luís Firmino de Lima, os gráficos José

Greco e Dante Pellacani, o vidraceiro José Chedink e o marceneiro Salvador Rodri-gues, entre outros.

E, em quarto lugar – a pressão dos gre-vistas levou o presidente da República, Getúlio Vargas, a nomear como novo mi-nistro do Trabalho o então deputado fe-deral pelo PTB gaúcho João Goulart. Em janeiro de 1954, o novo ministro começou a estudar um aumento no salário mínimo, enfrentando de um lado a mobilização dos trabalhadores nas grandes cidades por um reajuste de 100% e, por outro, a rejeição dos empresários, que propunham um au-mento de 42%.

Jango concedeu o aumento de 100%, como exigia a classe trabalhadora, e devi-do à forte reação por parte dos empresá-rios e da imprensa foi forçado a renunciar ao cargo em 23 de fevereiro de 1954. Mas o reajuste já estava feito e o decreto do novo salário mínimo foi assinado por Getú-lio Vargas no dia 1º de maio de 1954, o Dia do Trabalhador.

Greve dos 300 mil

por: Carolina Maria Ruy*

A greve foi organizada a partir dos comitês de empresa nos locais de trabalho

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